Sei sulla pagina 1di 4

44  PARTE I   Introdução à célula

Figura 2-2  Algumas formas de ener- Hidrólise de


gia importantes para as células. Uma Energia térmica ATP nas Quebra de
propriedade essencial de qualquer ligação média células ligação C-C
covalente ou não covalente é sua força.
Conteúdo
A força de uma ligação é medida pela energético
quantidade de energia necessária para (kJ/mol) 1 10 100 1.000 10.000 kJ
romper a ligação, expressa tanto em
unidades de quilojoules por mol (kJ/mol) Quebra de uma Luz Oxidação completa
ou quilocalorias por mol (kcal/mol). As- ligação não covalente verde da glicose
em água
sim, se for necessário o fornecimento de
23
100 kJ de energia para romper 6 x 10
ligações de um tipo específico (i.e., 1 mol
dessas ligações) a força dessa ligação será A água é mantida coesa por ligações de hidrogênio
100 kJ/mol. Observe que nesse diagrama
as energias estão comparadas em uma As reações ocorrem no interior das células em um ambiente aquoso. A vida na Terra
escala logarítmica. Os comprimentos e começou nos oceanos, e as condições daquele ambiente primitivo imprimiram caracte-
as forças de ligação das principais classes rísticas indeléveis na química dos seres vivos. Assim, a vida depende das propriedades
de ligações químicas estão mostrados na químicas da água. Essas propriedades estão revistas no Painel 2-2 (p. 92-93).
Tabela 2-1.
Um (1) joule (J) é a quantidade de
Em cada molécula de água (H2O), os dois átomos de H ligam-se ao átomo de O
energia necessária para mover um objeto por ligações covalentes. As duas ligações são altamente polares porque o O atrai for-
por 1 metro contra uma força de 1 Newton. temente elétrons, enquanto o H os atrai apenas fracamente. Como consequência, há
Essa medida de energia é derivada das uni- uma distribuição não equitativa de elétrons na molécula de água, com predominância
dades SI (Système Internationale d’Unités),
de carga positiva nos dois átomos de H e de carga negativa no O. Quando uma região da
sistema que é usado universalmente pelos
físicos. Uma segunda unidade de energia, molécula de água carregada positivamente (i.e., um dos dois átomos de H) se aproxima
geralmente usada pelos biólogos celulares, é de uma região carregada negativamente (i.e., do O) de uma segunda molécula de água,
a quilocaloria (kcal); 1 caloria é a quantidade a atração elétrica entre elas pode resultar em uma ligação de hidrogênio. Essas ligações
de energia necessária para elevar a tempe- são muito mais fracas do que as ligações covalentes e são facilmente rompidas pelo
ratura de 1 grama de água em 1°C; 1 kJ é
igual a 0,239 kcal (1 kcal = 4,18 kJ).
movimento cinético aleatório que reflete a energia térmica das moléculas. Entretanto,
o efeito combinado de um grande número de ligações fracas pode ser muito grande.
Por exemplo, cada molécula de água pode formar ligações de hidrogênio, através de
seus dois átomos de H, com duas outras moléculas de água, formando uma rede na
qual ligações de hidrogênio são rompidas e formadas de modo contínuo. A água é um
líquido à temperatura ambiente, com alto ponto de ebulição e alta tensão superficial,
e não um gás, exatamente porque as moléculas são mantidas unidas devido a ligações
de hidrogênio.
Moléculas como os álcoois, que possuem ligações covalentes polares e que po-
dem formar ligações de hidrogênio com a água, dissolvem-se facilmente em água.
Da mesma maneira, moléculas que possuem cargas (íons) interagem favoravelmente
com a água. Essas moléculas são denominadas hidrofílicas para indicar que “gostam
de água”. Muitas das moléculas presentes no ambiente aquoso das células, incluindo
os açúcares, o DNA, o RNA e a maioria das proteínas, forçosamente pertencem a essa
categoria. Contrariamente, moléculas hidrofóbicas (moléculas que “não gostam de
água”) não possuem carga elétrica e formam poucas ligações de hidrogênio ou ne-
nhuma, de modo que não se dissolvem em água. Os hidrocarbonetos são um exemplo
importante. Nessas moléculas, todos os átomos de H estão ligados de modo covalente
a átomos de C por ligações apolares, e, dessa forma, eles não podem formar ligações
polares com outras moléculas (ver Painel 2-1, p. 90). Isso faz os hidrocarbonetos serem
totalmente hidrofóbicos, propriedade que é aproveitada pelas células, cujas membra-
nas, como será visto no Capítulo 10, são formadas por moléculas que possuem longas
caudas hidrocarbonadas.

Quatro tipos de interações não covalentes contribuem para


manter a associação entre as moléculas em uma célula
Grande parte da biologia depende de ligações específicas entre diferentes moléculas
formadas por três tipos de ligações não covalentes: atrações eletrostáticas (ligações iô-
nicas), ligações de hidrogênio e atrações (ou força) de van der Waals. Há ainda um
quarto fator que promove a atração das moléculas: a força hidrofóbica. As propriedades
desses quatro tipos de atrações estão mostradas no Painel 2-3 (p. 94-95). Embora indi-
vidualmente cada atração não covalente possa ser muito fraca para ser eficiente diante
da energia térmica das moléculas, a soma de suas energias pode criar uma força inten-
Capítulo 2   Bioenergética e química celular   45

Figura 2-3  Esquema mostrando como duas macromoléculas com superfícies


complementares podem se ligar firmemente uma à outra através de ligações
não covalentes. Ligações químicas não covalentes tem 1/20 da força de uma ligação
covalente. Elas são capazes de produzir uma ligação forte somente quando muitas delas
se formarem simultaneamente. Embora apenas atrações eletrostáticas estejam represen-
tadas no esquema, geralmente todas as quatro forças não covalentes contribuem para
que duas macromoléculas se mantenham ligadas (Animação 2.1).

sa entre duas moléculas que estejam separadas. Dessa maneira, conjuntos de atrações
não covalentes permitem que as superfícies complementares de duas moléculas mante-
nham essas duas macromoléculas associadas entre si (Figura 2-3).
A Tabela 2-1 compara as forças de ligações não covalentes com a força típica de
uma ligação covalente na presença e na ausência de água. Observe que a água, por for-
mar interações que competem com as moléculas envolvidas, reduz muito a força tanto
das atrações eletrostáticas como das ligações de hidrogênio.
A estrutura de uma ligação de hidrogênio típica está ilustrada na Figura 2-4. Es-
sas ligações correspondem a uma forma especial de interação polar na qual um átomo
de hidrogênio, que é eletropositivo, é compartilhado por dois átomos eletronegativos.
Seus átomos de hidrogênio podem ser vistos como se fossem um próton que se dissociou
apenas parcialmente de um átomo doador e, portanto, pode ser compartilhado por um
segundo átomo aceptor. Ao contrário de uma interação eletrostática típica, essa ligação
é altamente direcional – sendo mais intensa quando uma linha reta pode ser desenhada
ligando todos os três átomos nela envolvidos.
O quarto efeito que normalmente une moléculas quando estão em presença de
água, estritamente falando, não é propriamente uma ligação. Uma força hidrofóbica
muito importante é formada pela expulsão de superfícies não polares da rede de água
mantida por ligações de hidrogênio, de modo que essas superfícies não polares já não
interferem fisicamente nas interações altamente favoráveis que ocorrem entre as mo-
léculas de água. Manter essas superfícies não polares unidas reduz o contato delas
com a água. Nesse sentido, a força é inespecífica. Entretanto, como está mostrado no
Capítulo 3, as forças hidrofóbicas são fundamentais para o enovelamento adequado
das proteínas
(A) Comprimento da ligação de
Algumas moléculas polares formam ácidos e bases em água hidrogênio ~0,3 nm

Um dos tipos de reação química mais simples, e que tem grande importância para as Átomo Átomo
doador receptor
células, ocorre quando uma molécula que possui alguma ligação covalente altamente
polar entre um hidrogênio e outro átomo dissolve-se em água. Em tais moléculas, o áto- N H O
mo de hidrogênio doa seu elétron quase totalmente para o átomo parceiro e, portanto,
existe como um núcleo de hidrogênio carregado positivamente e praticamente despro- Comprimento da
vido de elétron – em outras palavras, um próton (H+). Quando uma molécula polar fica ligação covalente ~0,1 nm
rodeada por moléculas de água, o próton é atraído pela carga parcialmente negativa do
átomo de O de uma molécula de água adjacente. Esse próton pode se dissociar facilmen- (B)

te do seu parceiro original e se associar ao átomo de oxigênio de uma molécula de água, O H O


gerando um íon hidrônio (H3O+) (Figura 2-5A). A reação inversa também ocorre muito
O H O
O H N
N H O
TABELA 2-1  Ligações químicas covalentes e não covalentes +
N H O
Força (kJ/ mol)**
N H N
Tipo de ligação Comprimento (nm) No vácuo Na água Átomo Átomo
doador receptor
Covalente 0,15 377 (90) 377 (90)
Figura 2-4  Ligações de hidrogênio. (A)
Não covalente Iônica* 0,25 335 (80) 12,6 (3)
Modelo de esfera e bastão de uma ligação de
Hidrogênio 0,30 16,7 (4) 4,2 (1) hidrogênio típica. A distância entre o átomo de
Força de van der Waals 0,35 0,4 (0,1) 0,4 (0,1) hidrogênio e o átomo de oxigênio é menor do
(por átomo) que a soma dos seus raios de van der Waals,
o que indica haver compartilhamento parcial
*A ligação iônica é uma atração eletrostática entre dois átomos completamente carregados. **Os valores em de elétrons. (B) As ligações de hidrogênio mais
parênteses estão em kcal/mol. 1 kJ = 0,239 kcal e 1 kcal = 4,18 kJ. comuns encontradas nas células.
46  PARTE I   Introdução à célula

Figura 2-5  Os prótons se movem facil- O H O H


mente em soluções aquosas. (A) Reação
que ocorre quando uma molécula de
CH3 C + O CH3 C + H O
+
ácido acético dissolve-se em água. Em pH O H H O H
7, praticamente todo o ácido acético está
– +
presente na forma de íon acetato. (B) As Ácido acético Água Íon acetato Íon hidrônio
moléculas de água estão continuamente
(A)
trocando prótons umas com as outras, for-
mando íons hidrônio e hidroxila. Por sua
vez, esses íons rapidamente recombinam- H H
-se formando moléculas de água.
O H O O H + O
H H Os prótons H + H
movem-se de + –
H2O H2O uma molécula H3O OH
para outra
Íon hidrônio Íon hidroxila
(B)

rapidamente, de modo que, em uma solução aquosa, os prótons estão constantemente


passando de uma molécula de água para outra.
As substâncias que liberam prótons quando dissolvidas em água, formando, as-
sim, H3O+, são denominadas ácido. Quanto maior a concentração de H3O+, mais ácida é
a solução. H3O+ está presente mesmo na água pura, na concentração de 10-7 M, como re-
sultado do movimento dos prótons de uma molécula de água para outra (Figura 2-5B).
Por convenção, a concentração de H3O+ normalmente é chamada de concentração de
H+, mesmo que a maior parte dos prótons presentes na solução estejam na forma H3O+.
Para evitar o uso de números incômodos de manusear, a concentração de H3O+ é expres-
sa usando uma escala logarítmica denominada escala de pH. A água pura tem pH 7,0 e é
considerada neutra, isto é, nem ácida (pH < 7) e nem básica (pH > 7).
Os ácidos são classificados como fortes ou fracos, dependendo da sua tendência a
doar prótons para a água. Os ácidos fortes, como o ácido clorídrico (HCl) liberam pró-
tons com facilidade. O ácido acético, por outro lado, é um ácido fraco porque ele mantém
seus prótons mais firmemente quando dissolvido em água. Muitos ácidos importantes
para as células, como as moléculas que contêm um grupo carboxila (COOH), são ácidos
fracos (ver Painel 2-2, p. 92-93).
Uma vez que os prótons de um íon hidrônio podem ser transferidos facilmente
para muitos dos tipos de moléculas presentes nas células, a concentração de H3O+ dentro
das células (a acidez) deve ser rigidamente regulada. Os ácidos, especialmente os ácidos
fracos, doam prótons mais facilmente quando a concentração de H3O+ da solução for
baixa e tenderão a receber os prótons de volta quando a concentração de H3O+ for alta.
A base é o oposto de ácido. Qualquer molécula capaz de aceitar um próton de
uma molécula de água é denominada base. O hidróxido de sódio (NaOH) é uma base
(os termos álcali ou alcalino também são usados) porque ele se dissocia facilmente em
soluções aquosas formando íons Na+ e OH-. Devido a essa propriedade, o NaOH é de-
nominado base forte. Para as células, entretanto, as bases fracas – aquelas que têm uma
tendência fraca a aceitar reversivelmente um próton da água – são mais importantes.
Muitas moléculas de importância biológica contêm um grupo amino (NH2). Esse grupo
é uma base fraca que pode gerar OH- ao aceitar um próton da água: –NH2 + H2O n –NH3+
+ OH– (ver Painel 2-2, p. 92-93).
Uma vez que o íon OH- se combina com um íon H3O+ para formar moléculas de
água, um aumento na concentração de OH- força uma diminuição na concentração
de H3O+ e vice-versa. Uma solução de água pura contém concentrações (10-7 M) iguais
dos dois íons, fazendo ela ser neutra. O interior das células também é mantido próximo
da neutralidade pela presença de ácidos e bases fracos (tampões) que podem liberar
ou receber prótons próximos do pH 7, o que mantém o ambiente celular relativamente
constante sob uma grande variedade de condições.

As células são formadas por compostos de carbono


Após serem revisadas as maneiras pelas quais os átomos de carbono combinam-se para
formar moléculas e os seus comportamentos em ambiente aquoso, agora serão exami-
nadas as principais classes de moléculas pequenas presentes nas células. Será visto que
Capítulo 2   Bioenergética e química celular   47

um pequeno número de categorias de moléculas, compostas por um pequeno número


de elementos diferentes, originam toda a extraordinária riqueza de formas e de compor-
tamentos apresentada pelos seres vivos.
Desconsiderando a água e os íons inorgânicos como, por exemplo, o potássio,
praticamente todas as moléculas de uma célula têm o carbono como base. Em compa-
ração com todos os demais elementos, o carbono é inigualável na sua capacidade de
formar moléculas grandes. O silício vem em segundo lugar, porém muito atrás. Devido
ao seu pequeno tamanho e ao fato de possuir quatro elétrons e quatro vacâncias na úl-
tima camada, o átomo de carbono pode formar quatro ligações covalentes com outros
átomos. Mais importante ainda, um átomo de carbono pode ligar-se com outros átomos
de carbono por meio da ligação C–C, que é altamente estável, de modo a formar cadeias
e anéis e, assim, formar moléculas grandes e complexas, não havendo mesmo um limite
imaginável para o tamanho das moléculas que podem ser formadas. Os compostos de
carbono formados pelas células são denominados moléculas orgânicas. Por outro lado,
todas as demais moléculas, inclusive a água, são denominadas moléculas inorgânicas.
Certas combinações de átomos, como as dos grupos metila (–CH 3), hidroxila
(–OH), carboxila (–COOH), carbonila (–C=O), fosfato (–PO32-), sulfidrila (–SH) e ami-
no (–NH2), ocorrem repetidamente nas moléculas feitas por células. Cada um desses
grupos químicos tem propriedades químicas e físicas distintas que influenciam o com-
portamento das moléculas que contêm esses grupos. Os grupos químicos mais comuns
e algumas de suas propriedades estão resumidos no Painel 2-1 (p. 90-91).

As células contêm quatro famílias principais de moléculas


orgânicas pequenas
As moléculas orgânicas pequenas das células são compostos baseados no carbono e têm
peso molecular na faixa entre 100 e 1.000, contendo cerca de 30 átomos de carbono. Elas
geralmente são encontradas livres em solução e têm vários destinos. Algumas são utiliza-
das como subunidades – monômeros – para compor gigantescas macromoléculas polimé-
ricas — proteínas, ácidos nucleicos e os grandes polissacarídeos. Outras atuam como fonte
de energia e são degradadas e transformadas em outras moléculas pequenas pela rede
complexa de vias metabólicas intracelulares. Muitas dessas moléculas pequenas têm mais
de um papel na célula; por exemplo, determinada molécula pode servir como subunidade
de alguma macromolécula ou como fonte de energia. As moléculas orgânicas pequenas
são muito menos abundantes que as macromoléculas orgânicas e perfazem somente cerca
de um décimo do total da massa de matéria orgânica de uma célula. Em uma célula típica,
podem existir aproximadamente milhares de tipos diferentes de moléculas pequenas.
Todas as moléculas orgânicas são sintetizadas a partir de (e degradadas até) um
mesmo conjunto de compostos simples. Consequentemente, os compostos presentes
nas células são quimicamente relacionados entre si e podem ser classificados dentro
de um pequeno grupo de famílias distintas. De modo geral, as células contêm quatro
famílias principais de moléculas orgânicas pequenas: os açúcares, os ácidos graxos, os
nucleotídeos e os aminoácidos (Figura 2-6). Embora muitos dos compostos presentes
nas células não se enquadrem nessas categorias, as quatro famílias de moléculas orgâ-
nicas pequenas, juntamente com as macromoléculas formadas por suas ligações em
longas cadeias, correspondem a uma enorme proporção da massa celular.
Os aminoácidos e as proteínas que são formadas por eles serão objeto do Capí-
tulo 3. Resumos das propriedades das três famílias restantes, açúcares, ácidos graxos
e nucleotídeos, podem ser encontrados, respectivamente, nos Painéis 2-4, 2-5 e 2-6
(ver p. 96-101).

A química das células é dominada por macromoléculas com


propriedades extraordinárias
Em termos de peso, as macromoléculas são, sem dúvida, as mais abundantes entre
todas as moléculas que contêm carbono presentes nas células vivas (Figura 2-7). Elas
constituem as principais unidades fundamentais que formam as células e também os

Potrebbero piacerti anche