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Estudante do curso de pós-graduação em Segurança do Trabalho pelo Unileste.
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Professor do curso de pós-graduação em Segurança do Trabalho do Unileste.
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1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Da mesma forma que o estresse também pode apresentar sintomas que manifestam
no corpo:
A reação hormonal, que é parte da resposta do stress, desencadeia não só
uma série de modificações físicas como também produz reações em nível
emocional. Essas reações estão tão interligadas a mudanças físicas que
muitas vezes o que é de origem psicológica acaba se manifestando no corpo
e vice-versa. (LIPP; NOVAES, 1998, P.18).
2.2 O estresse
Lipp; Novaes (1998) cita que Selye mais tarde simplificou a síndrome citada acima
como “stress”. Complementou ainda dizendo que: “Selye aproveitou o termo stress,
trazido da Engenharia, que significa o “peso que uma ponte suporta até que ela se
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parta”, e assim definiu como a Síndrome de Adaptação Geral”. (Lipp; Novaes, 1998,
p.12).
Conforme afirmado por Lipp; Novaes (1998), baseando-se nos estudos de Selye, o
estresse é dividido em três fases:
Nomeada de alerta, a primeira fase é quanto a pessoa entra em contato com sua fonte
de stress, o organismo perde seu equilíbrio interno se preparando para se adaptar a
situação estressora, comumente apresentando sensações de taquicardia, sudorese
excessiva, etc. (LIPP; NOVAES, 1998, p.12).
Por último, a terceira fase chamada exaustão ocorre quando a pessoa não consegue
o reequilíbrio do seu organismo perdido na segunda fase, apresentando sintomas
agravados da primeira fase, comprometendo o físico e dando abertura para
aparecimento de doenças. (LIPP; NOVAES, 1998, p.13). Complementa-se a terceira
fase exemplificando:
Se você não ouviu seu organismo, ou não conseguiu ou soube o que fazer
para diminuir o seu stress [...] é provável que seu corpo lhe mande a seguinte
mensagem: “Socorro! Já fiquei doente! Veja, meu estômago já está com
gastrite (ou úlcera), [...] Já estou sem forças e sem ânimo, não consigo me
concentrar, nem trabalhar”. (LIPP; NOVAES, 1998, p.16).
Conforme Ballone (2002) citado por Tavares (2010), os fatores estressantes são tudo
aquilo capaz de proporcionar suficiente tensão emocional ao ponto de levar a reações
de estresse, como por exemplo, uma pessoa, objeto, fatos e situações.
Segundo Lipp, 1996, 2004; Lipp & Malagris (1998) citado por Tavares (2010), uma
situação que leve a uma quebra de homeostase e gere a alguma adaptação através
de um estado emocional intenso, pode ser nomeada de estressor.
Moraes, Swan & Cooper (1993) citados por Guimarães; Grubuts (1999, p.217) diz que
o estresse ocupacional é “[...] resultante de uma incapacidade em lidar com as fontes
de pressão no trabalho, tendo como consequências, os problemas de saúde física e
mental e na satisfação no trabalho”.
Guimarães; Grubuts (1999) cita Langan-Ox & Poople (1995), definem que estresse
ocupacional refere-se a um desequilíbrio entre a relação entre demandas no trabalho
e habilidades. Em relação ao desempenho de um trabalhador, uma determinada
quantidade de estresse pode ser uma motivação para um aumento de desempenho,
porém se o estresse exceder pode produzir danos à saúde.
2.3 A Ansiedade
De acordo com Silva (2010) citado por Obelar (2016), a ansiedade é uma função
natural do organismo, permitindo-o se preparar para uma situação nova ou
desconhecida, que se é interpretada como perigosa, portanto não a considerando
diretamente como patológica.
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Além dos sintomas da ansiedade até aqui já mencionados nas doenças mentais no
Brasil, Charles Spielberger (1981) nos mostra que as pessoas experimentam
sentimentos de tensão, apreensão e preocupação. Elas também passam por uma
série de mudanças fisiológicas e de comportamento resultantes da ativação ou
excitação do sistema nervoso autônomo.
Segundo Spielberger (1983) citado por Kaipper (2008), a ansiedade incide em uma
emoção desagradável, podendo ser dividida em ansiedade-estado e ansiedade-traço.
Mclellan; Bragg; Cacciola (1988) complementam dizendo que as pessoas podem estar
sobrecarregadas, tomando grandes números de decisões em pouco tempo,
provocando uma ansiedade profunda nesta sucessão de eventos.
Segundo Obelar (2016) que cita Zamignani; Bonaco (2005), quando é comprometido
o indivíduo ocupacionalmente, não deixando concluir suas atividades na empresa ou
quando as respostas de evitação ocuparem muito tempo do dia, gerando um
significativo sofrimento, pode ser definido a ansiedade como um evento clínico.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se por uma pesquisa exploratória, que segundo Joaquim
(2007, p. 123) “a pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um
determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as
condições de manifestação desse objeto”.
Motivadores para escolha deste questionário para analisar situação de ansiedade nos
motoristas:
Índice de consistência alta nas duas escalas, sendo que o alfa de Cronbach
em três amostras variou entre 0,82 e 0,89. (Loricchio; Leite, 2012).
Um dos instrumentos para avaliação dos transtornos de ansiedade mais
citados em publicações científicas. (Obelar, 2016).
Fácil e rápida aplicação, inclusive projetado para ser autoaplicável;
Das 20 questões de cada escala, há afirmativas que são positivas e algumas que são
negativas. No questionário Idate-Traço, as positivas são: 1, 6, 7, 10, 13, 16, 19; as
negativas são: 2, 3, 4, 5, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 17, 18 e 20. No questionário Idate-Estado,
as positivas são: 1, 2, 5, 8, 10, 11, 15, 16, 19 e 20; as negativas são: 3, 4, 6, 7, 9, 12,
13, 14, 17 e 18.
Para calcular e interpretar as respostas deverá ser observado quais questões são
positivas e quais são negativas. Para as questões positivas, os escores serão
invertidos, ou seja, se o motorista responder 1, atribui-se o valor de 4; se responder
2, atribui-se o valor de 3, e assim por diante. Nas questões negativas, a pontuação
será correspondente a resposta que o motoristas deu, ou seja, se ele respondeu a
opção 1 (absolutamente não), então será somado o valor 1; se ele respondeu 2, será
somado o valor de 2, e assim por diante.
Alto índice de consistência, sendo que o alfa de Cronbach de 0,91. Lipp (2000);
Garantindo validade e fidedignidade.
Fácil e rápida aplicação;
Utilização do questionário em estudo com motoristas de ônibus.
4. ESTUDO DE CASO
Iniciando pelos dados pessoais e profissionais, encontramos que 77% dos motoristas
de ônibus participantes da pesquisa estão entre 31 à 55 anos de idade, e demais
estão distribuídos entre 18 à 30 e acima de 55 anos conforme tabela abaixo:
Dentre a escolaridade,
encontramos que 51% dos
motoristas abordados
possuem no mínimo o ensino médio completo, 23% o médio incompleto, 13% o ensino
fundamental completo e os outros 13% possuem fundamental incompleto, conforme
tabela:
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Escolaridade f %
Fundamental incompleto 6 13%
Fundamental completo 6 13%
Médio incompleto 11 23%
Médio completo 23 49%
Superior incompleto 1 2%
Superior completo 0 0%
Em relação ao tempo de função como motorista de ônibus, encontramos que 30% dos
motoristas tem até 3 anos na função, 34% de 4 à 7 anos de função, 21% entre 8 à 12
anos como motoristas e 15% com mais de 13 anos na função, conforme representado
na tabela abaixo:
Causadores de Estresse f %
Horário Desigual 3 13%
Passageiros 5 22%
Alteração de Escala 5 22%
Sem retorno de
1 4%
problemas relatados
Excesso de Normas 1 4%
Folga em dia útil 1 4%
Notificação Injusta 1 4%
Manobras de
1 4%
Locomotivas
Atitudes de Colegas 2 9%
E por Transito 1 4% fim, ao
Incompreendido 1 4%
questionar
Falta de Comunicação 1 4%
se no momento
há alguma situação difícil no fator pessoal, como por exemplo, problemas financeiros,
doenças na família, perda de ente querido ou algum relacionamento familiar,
encontramos 12% dos motoristas com algum ponto atual conforme tabela abaixo:
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Problemas Pessoais f %
Financeiro 3 50,0%
Familiar Doente 1 16,7%
Perda de Ente
1 16,7%
Querido
Relacionamento
1 16,7%
Familiar
ESTADO
Baixa Ansiedade Alta Ansiedade
Intensidade Moderada Ansiedade Muito Alta
0 15 32 0
TRAÇO
Baixa Ansiedade Alta Ansiedade
Intensidade Moderada Ansiedade Muito Alta
33 13 1 0
Presença de estresse f % N
Sem Estresse 45 96% 47
Com Estresse 2 4% 47
Fase f % N
Fase de alerta 0 0% 2
Fase de resistência 2 100% 2
Fase de quase-exaustão 0 0% 2
Fase de exaustão 0 0% 2
Em relação aos sintomas apresentados, partindo da lógica que por mais que a pessoa
não está inserida em alguma fase, ainda assim ela apresenta sintomas físicos ou
psicológicos relacionados ao estresse, encontramos os seguintes resultados:
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Em relação a condições na vida pessoal que possa contribuir para o aumento dos
atestados, apenas 12% dos motoristas indicaram estar passando por algum problema,
sendo que 50% destes referem-se à situação financeira.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A verificação dos sintomas na equipe mostrou que o estresse não está em alta, porém
a ansiedade através da escala-estado tem-se 68% dos motoristas em nível alto. Aliado
a isso e ao estudo da literatura, foi possível perceber no histórico de entrega dos
atestados na empresa que há trabalhadores que hoje estão afastados pelo INSS que
não entregaram atestados de ansiedade, e sim de sintomas físicos e cognitivos,
dificultando a percepção dos profissionais de saúde e segurança sobre a evolução da
doença nos motoristas. Diante disso sugere-se que a empresa estude juntamente com
os profissionais do SESMT um procedimento para recebimento dos atestados, que
englobe: uma sistemática para identificar e controlar o aparecimento de sintomas
iniciais de ansiedade e estresse, através, por exemplo, de aplicação do questionário
ISS e Idate a todo motorista que entregue atestados com CID voltados para os
sintomas citados nesse estudo. Além disso, ter um acompanhamento do histórico de
atestados de cada motorista, criando um procedimento de verificação periódica deste
histórico e quando encontrado resultados relevantes, encaminhar ao médico do
trabalho para uma análise técnica e se necessário ao tratamento com especialista.
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REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos Loureiro. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
JOAQUIM, A. Metodologia do trabalho científico. 27. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
LIPP, Marilda Novaes; NOVAES, Lucia Emmanuel. O stress. São Paulo: Contexto,
1998.
SPIELBERGER, Charles. Tensão e ansiedade. São Paulo: Harpa & Row do Brasil,
1981.