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Sumário

INTRODUÇÃO
LAUDO 1:
LAUDO 2:
LAUDO 3:
LAUDO 4:
LAUDO 5:
LAUDO 6:
LAUDO 7:
LAUDO 8:
LAUDO 9:
LAUDO 10:
INTRODUÇÃO

O objetivo do livro é trazer casos práticos de laudos técnicos conforme


situações reais ocorridas em obras de engenharia. Os laudos congregam
situações de ocorrência de patologias em decorrência de obras vizinhas, de
obras entregues a condomínios e proprietários e situações de falta de
manutenção ou em que as patologias ocorreram depois de muitos anos.
Em alguns laudos o autor atuou como perito do Juiz com a finalidade de
esclarecer fatos para a decisão do magistrado e em outras situações o autor
foi contratado pelo condomínio com a finalidade de entrar com ação na
justiça se não lograsse êxito em negociação, por exemplo, em caso de obra
ocorrida na vizinhança do condomínio que lhe trouxesse prejuízo.
Em outros casos o objetivo do laudo era nortear o condomínio sobre o que
fazer depois de uma avaliação estrutural com a finalidade de determinar as
causas de patologias, seu grau de risco e as medidas necessárias para saneá-
las.
O laudo em todos os casos se torna peça importante já que no caso do laudo
pericial para a justiça o magistrado não é técnico na área nomeando o perito
para lhe dar suporte nas questões técnicas para que possa julgar o mérito da
questão. No caso da contratação por terceiros o laudo pode ser peça
importante tanto para negociar com possível parte que lhe tenha
prejudicado, como para ingressar na justiça, tendo como base laudo técnico
assinado por profissional habilitado na área. O laudo também pode ser
usado para nortear ações de manutenção com descrição do grau de
prioridade norteando também as contratações dos serviços que tem no laudo
sua base de execução.
As situações dos laudos são reais, mas todos os nomes, datas e localizações
são fictícios tendo sido substituídos.
LAUDO 1:
Condomínio reclama na justi ça sobr e pr oblemas que julga serem de
responsabilidade da construtora.

1. Perito:

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2. Pr ocesso:

Cautelar de antecipação de prova


Requerente: Condomínio Jardim de Alá
Requerido: HHG Empreendimentos Ltda.

3. Data do início dos trabalhos periciais:

O Início dos trabalhos periciais se deu no dia 03/07/2000 às 10h00min.

Acompanharam os trabalhos periciais o advogado da requerente Dr. J. F. R,


OAB/MG 1000, a síndica do condomínio, Sra. A. G. S e a subsíndica, Sra.
L.F. e pelo requerido a Engenheira S. V. A. CREA 200XD e o Engenheiro
S.B.L, CREA 4444XD.
4. Objetivo

Verificar possíveis vícios ou defeitos construtivos no Condomínio Jardim de


Alá comercializado pela Construtora HHG empreendimentos Ltda.
localizado à Alameda dos pardais, 100 - Bairro Itapeva – Curvolândia/MG.

5. Do empr eendimento

O Condomínio Jardim de Alá é composto por 38 blocos geminados


perfazendo um total de 76 casas autônomas. As casas são de dois
pavimentos sendo que no primeiro pavimento tem-se área privativa, sala,
cozinha, lavabo e duas vagas de garagem e no segundo pavimento têm-se
três quartos, varanda, rouparia e dois banhos totalizando uma área real de
131,0 m².
Foto 1 – Foto aérea do condomínio Jardim de Alá
A área comum do Condomínio Jardim de Alá é composta por piscina adulto
e infantil, área de churrasqueira, quadra de esportes, fonte, ruas internas e
portaria.
Foto 2 – casas e rua interna do condomínio

O condomínio é dividido em quatro fileiras de casas com duas ruas internas.


As redes de água, luz, esgoto, telecomunicação e interfonia são comuns a
todas as unidades havendo interdependência entre elas.
Foto 3 – vista de um dos blocos com duas unidades autônomas.

6. Da vistoria

Iniciou-se a vistoria nas dependências do condomínio Jardim de Alá no dia


03 de julho de 2000 às 10h00min com a presença dos representantes das
partes.

Foto 4 – cavaletes de entrada de água de abastecimento da S.B. Água e


esgoto.
A entrada de água da Serviço de água no Condomínio é feita através de
tubulação de 3/4(três quartos de polegada) e distribuída nas caixas d’água
dos blocos. Os blocos são compostos de duas casas geminadas e são
abastecidos por uma única entrada de 25 mm nas caixas d’água que
distribui para as duas casas do bloco. O gasto mensal do condomínio era
rateado entre as 76 unidades autônomas já que a Construtora não previu, a
instalação de medidores individuais.
Constatou-se que o Condomínio Jardim de Alá realizou obras para a
individualização da leitura do consumo de água instalando hidrômetros para
cada uma das 76 unidades.

Foto 5 – hidrômetros instalados pelo condomínio na garagem das unidades.

Os hidrômetros instalados pelo condomínio são de empresa particular que


realiza a leitura mensalmente rateando o gasto entre os moradores de acordo
com o consumo lido por ela.
Foto 6 – fonte

Verificou-se que a fonte se encontra em funcionamento, mas que a vazão


não está sendo suficiente, havendo interrupções abruptas do funcionamento,
indicando problemas na bomba que pode ser entrada de ar na tubulação
devido às conexões não estarem vedadas corretamente ou o rotor e válvula
de pé da bomba podem estar parcialmente entupidos ou a rotação do motor
não é suficiente.
Fotos 7 bomba e tubulação da fonte

Foto 8 – Fonte - lado externo


Observou-se uma fissura no revestimento da parede do lado externo da
fonte, mas sem implicações estruturais ou estéticas.
Foto 9 – iluminação da fonte

A fonte encontra-se com iluminação que, de acordo com a requerente, foi


executada pelo Condomínio.
As caixas de passagem elétricas foram executadas cumprindo sua função
técnica.
“A Caixa de Passagem é destinada a passar, emendar ou terminar linhas de
redes, podendo ser estas de comunicação, de alimentação elétrica, de
esgoto, etc.
Nela permitem-se entroncar, por exemplo, fios de rede de comunicação e/ou
de telefone, facilitando a manutenção e instalação da rede, por exemplo,
num edifício, residência, via pública ou fábrica, centralizando vários cabos
em um único local.”

Foto 10 – caixa de passagem elétrica.


Algumas ligações foram realizadas sem os eletrodutos.

Foto 12 – fiação sem eletroduto.

O condomínio instalou sensores e realizou manutenções tendo sido


verificado situações onde não se pode comprovar a responsabilidade dos
serviços, como é o caso de ligação realizada através da tampa da caixa de
passagem.

Foto 13 – ligação passando pela tampa da caixa de passagem.


Na rede elétrica, as caixas de passagem que se encontram no passeio de
uma das ruas internas, encontram-se alagadas, causando corrosão nos fios e
interferindo no correto funcionamento do sistema.

Foto 14 – caixa de passagem elétrica alagada.

Analisado o relatório de sondagem verificou-se a realização de seis furos


não tendo sido alcançado o nível do lençol freático até a profundidade do
limite de sondagem: SP01: 5,45 m, SP02: 5,45 m, SP04: 5,45 m, SP05: 9,45
m, SP06: 10,45 m, concluindo-se, então que a razão dos alagamentos nas
caixas de passagem é vazamento da rede de abastecimento, pois não foi
verificado nenhum odor ou coloração na água, tendo cor límpida. O
desnível do terreno entre a Alameda dos Araras e a Alameda das Gralhas é
inferior ao limite de sondagem do SP06, aproximadamente 5,70 m
confirmando a conclusão.
De acordo com a requerente as vagas de garagem da casa 2 e da casa 22
estão com dimensões menores. De acordo com o projeto aprovado pela
Prefeitura Municipal de Curvolândia as dimensões atendem a legislação,
que determina que a vaga deve ter no mínimo 4,50 m x 2,30 m. A largura
medida das vagas da casa 2 foram para a vaga nº 3: 2,57 m (dois metros e
cinquenta e sete centímetros) e para a vaga 4: 2,76m(dois metros e setenta e
seis centímetros) e o comprimento total medido de 9,40 metros(nove metros
e quarenta centímetros). As vagas da casa 22 também tem as mesmas
medidas.
Foto 15 - Vagas de garagem da casa 2

As dimensões de alguns veículos do mercado brasileiro são:

Veiculo Comprimento (m) Largura (m)


Mille 3,69 1,55
Fiesta 3,94 1,67
Celta 3,79 1,62
Uno 3,77 1,64
Gol 3,90 1,66
City 4,40 1,69
Cerato 4,53 1,77
New Fiesta 4,41 1,69
Línea 4,56 1,73
Sentra 4,56 1,79
Verifica-se que além de atender as especificações de aprovação do projeto
na Prefeitura Municipal de Curvolândia as dimensões estão compatíveis
com os veículos de passeio do mercado brasileiro.

Foto 16 – quadra de esportes

A quadra de esportes foi executada pelos moradores, pois foi entregue pela
Construtora um campo gramado no local.
Foto 17 – churrasqueira

Na área de lazer foi entregue piscina adulto, piscina infantil, churrasqueira e


banheiros masculino e feminino. Na data da vistoria a área de churrasqueira
estava em obras.

Foto 18 – piso cerâmico na área da piscina fissurado.

Entre a piscina e a quadra de esportes existe um desnível de


aproximadamente 3,0 metros que foi entregue sem guarda corpo, de acordo
com os requerentes.
O guarda corpo foi executado em ferro e pintado para evitar quedas devido
ao perigo iminente.

Foto 19 – guarda corpo entre a quadra e a piscina.

Algumas falhas de rejuntamento no assentamento das piscinas puderam ser


observadas.

Fotos 20 - Piscinas adulto


Verificou-se ainda a ocorrência de vazamentos nas tubulações da bomba da
piscina.

Foto 22 – bomba e filtro das piscinas.

Algumas unidades tiveram problemas de vazamentos que provocaram a


queda do forro de gesso da garagem.

Foto 23 – forro de gesso quebrado.


Não foram observados problemas nos telhados, como empenamentos ou
falta de alinhamento, tendo sido verificado a execução das calhas por
alguns moradores já que a Construtora entregou os blocos sem as calhas.

Foto 24 – detalhe do telhado sem a calha.


A falta de calhas na frente dos blocos prejudica a entrada dos moradores nas
casas na época de chuvas.
A pavimentação das ruas internas foi executada em pedra portuguesa e
concreto.
Considerando a área das ruas internas e a movimentação de veículos foram
observados poucos pontos com patologias, mas a manutenção onde foi
necessária foi executada de forma incorreta.
Embora esteticamente e estruturalmente o piso das ruas internas esteja em
bom estado verifica-se que em algumas áreas o rejuntamento entre as peças
de pedra portuguesa está se soltando ou foi executado com falhas o que
provoca o destacamento de algumas peças.
O destacamento de peças é perigoso devido ao trânsito de veículos que
podem lançar as peças soltas ao passar sobre elas.

Foto 25 – rua interna do Condomínio Jardim de Alá e detalhe da drenagem

Detalhe da drenagem da rua interna.

O pavimento não apresenta falhas estruturais como afundamentos ou


buracos provocados pelo trânsito de veículos e verificou-se que o sistema
de drenagem de águas pluviais foi executado conforme o projeto não
havendo a ocorrência de empoçamentos ou alagamentos.
Foto 26 – manutenção incorreta e falhas no rejuntamento entre as peças.

A rede de esgoto do Condomínio tem três linhas principais dividindo-se


assim:
1ª linha serve os blocos 1 a 10
2ª linha serve os blocos 11 a 28
3ª linha serve os blocos 29 a 38
As linhas chegam à rede pública na Alameda dos Gansos. As três linhas são
independentes entre si, mas não entre unidades autônomas, ou seja, as casas
pertencentes aos blocos de cada linha têm interdependência. A ocorrência
de problemas em uma construtora ou bloco de uma linha pode afetar as
demais casas desta linha. Nas garagens existem caixas de passagem para
acesso as tubulações comuns a cada linha. As garagens são consideradas
áreas comuns do condomínio.

Como existe desnível entre a Alameda das Araras e a Alameda dos Curiós
de cerca de 5,70 metros os terrenos foram nivelados para a construção das
casas sendo necessário a execução de muros de contenção nos diversos
desníveis.
A construtora optou por drenar a água atrás dos muros através de tubos de
dreno quando o ideal seria a implantação de mantas geotêxtis. A água
drenada é lançada na área privativa das casas em desnível.

Fotos 27 – dreno no muro de contenção da área privativa

As casas construídas junto a Alameda dos Curiós estão em nível acima da


rua e em toda a extensão do terreno foi executado muro de contenção com
altura variável desde a Alameda das Garças, na entrada do Condomínio, até
a Alameda dos Gansos.

Foto 29 – desnível entre o terreno e a Alameda dos Curiós.


Para drenar o terreno foram executados tubos de dreno no muro de
contenção.
O muro da Alameda dos Curiós encontra-se com diversas áreas com
destacamento da pintura e em alguns pontos o reboco também se encontra
arenoso e sem resistência.
Verifica-se que a área privativa das casas com a fachada de fundos para a
Alameda dos Curiós faz divisa com a rua.
A área privativa originalmente foi entregue descoberta, como aprovado o
projeto na Prefeitura Municipal de Curvolândia, mas em algumas unidades
os proprietários optaram por cobrir esta área.

Foto 30 – bloco com duas áreas privativas cobertas.

Ocorre que devido a falhas de execução de calhas, dutos ou até mesmo a


ausência deles, as águas pluviais advindas do telhado das coberturas das
áreas privativas estão danificando a pintura e reboco do muro externamente.
Foto 31 – cobertura de área privativa em uma casa.
Na foto 31 observa-se que a cobertura da área privativa se encontra sem
calhas.

Foto 32 – duto lançando água pluvial no muro.

A pintura escurecida é devido ao lançamento de água pluvial diretamente


no muro alterando as características de cor e resistência da pintura.
Foto 33 – junta de dilatação do muro sem vedação.

Embora executada para evitar fissuras no muro a junta de dilatação não está
vedada em alguns pontos facilitando a penetração de águas pluviais que
colabora para danificar o reboco e a pintura.
Na Alameda dos Gansos observou-se ausência na execução dos drenos do
muro de contenção que causou o escurecimento da parte inferior referente a
contenção.

Foto 34 – ausência de drenos na Alameda dos Gansos.


A árvore plantada não é adequada por causa das raízes e de seu porte
provocando trincas no muro da Alameda dos Gansos.

Foto 35 – raiz de árvore junto ao muro.

Na Alameda das Araras há diversas trincas no muro que foram provocadas


por uma conjunção de fatores: árvores de porte inadequado plantadas no
passeio, plantações na área privativa inadequadas e caimento do passeio
negativo ou com barreiras.
Foto 36 – plantação na área privativa.

As raízes de algumas plantas podem provocar fissuras no muro.


As raízes das árvores no passeio da Alameda das Araras estão estourando o
passeio e provocando trincas no muro, sendo a principal causa do
aparecimento de trincas no muro.

Foto 37 – árvores na Alameda das Araras

Foto 38 – caimento do passeio em direção ao muro e com obstáculo.


O caimento do passeio em direção ao muro provoca um excesso de
infiltração de águas pluviais junto à fundação, principalmente em virtude do
jardim existente junto a ele.

Foto 39 – fissura no muro da Alameda das Araras

Havia a previsão de um projeto luminotécnico nas proximidades da fonte


onde deveria ser construído um espaço para ginástica e playground.
Estavam previstas luminárias de embutir no piso, postes para iluminação
com globo branco, luminárias na parede do lago, luminárias aquáticas no
piso do lago e iluminação tipo projetor conforme planta luminotécnica.
Foto 40 – espaço destinado à área de lazer, ginástica e playground.

O espaço destinado à área fitness fica ao lado da fonte, na entrada do


condomínio e apresenta fissuras no piso.

Foto 41 – fonte e área de lazer na entrada do condomínio


Foto 42 - Telhas trincadas, mal assentadas e com vazamentos

De acordo com o prestador de serviços, Sr. A.A.O., as telhas não foram


amarradas, encontrando-se soltas.

Ainda foram declarados problemas como buraco na laje da construtora 62 e


má fixação do encanamento que sai da caixa d’água.

Com relação ao buraco na laje da casa 62, na data da vistoria também não
foi indicado como problema ao perito. As lajes das casas são pré-fabricadas
e o enchimento entre vigotas é feito através de tijolos cerâmicos para este
fim. A função do tijolo cerâmico é apenas estética, não havendo nenhuma
função estrutural. Observaram-se alguns tijolos quebrados, mas que são
cobertos pelo forro de gesso na garagem. (Foto 23)

7. DOCUMENT OS EXAMINADOS
Foram examinados os seguintes documentos para a elaboração do laudo
pericial:
Autos do processo
Certidões de Habite-se
Convenção de condomínio
Memorial descritivo
Sondagem do terreno
Projeto topográfico
Projeto de fundação
Projeto arquitetônico
Projeto luminotécnico
Projeto elétrico
Projeto hidrosanitário
Normas técnicas aplicáveis
Notificação extrajudicial
Contra notificação extrajudicial

8. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 26 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
da perícia. Faz parte integrante do laudo pericial a resposta aos quesitos das
partes.

Belo Horizonte, 20 de julho de 2000.


Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil/Perito do Juízo
CREA 94061D/MG
LAUDO 2:
Condomínio reclama na just iça sobr e obra vizinha que lhe causou
pr ejuízo

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:
LDO avaliações e perícias Ltda.
Responsável técnico: Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Contratante:
Condomínio do Edifício Amélia
Rua Travessa, 308 - Bairro Ametista
Belo Horizonte/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: 06/02/0000

4. HISTÓRICO

Em dezembro de 2012 foi realizada vistoria no Edifício Amélia, localizado


à rua Travessa, 308 no bairro Ametista em Belo Horizonte/MG onde foram
constatadas algumas patologias que foram registradas em laudo técnico e
enviadas ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais em março de
2013.
Os procedimentos periciais foram realizados para se verificar os riscos e
condições estruturais no Condomínio do Edifício Amélia em virtude da
obra da Construtora Padrão na esquina das ruas Diamante e Travessa no
bairro Ametista em Belo Horizonte/MG.
Depois de um acordo no Ministério Público a Construtora Padrão se propôs
a realizar algumas modificações no projeto estrutural que não foram
suficientes para impedir que o muro de contenção paralelo à rua Travessa
viesse a ruir no dia 23 de dezembro de 2013.
Em decorrência do processo de erosão o solo sob o passeio na entrada do
Edifício Amélia foi carreado e agravou-se o problema de reacomodação do
solo.
Finalmente em janeiro de 2014 a Construtora Padrão iniciou obras para
realizar a contenção da rua Travessa.
No laudo enviado ao Ministério Público Estadual já se observavam os
problemas que agora estão se agravando.
Trecho do laudo enviado ao Ministério Público:
“Deve-se considerar a possibilidade de que as escavações e cravações de
estaca possam ultrapassar a base da fundação dos edifícios vizinhos, pois na
profundidade de 9,0 metros, que será a profundidade estimada mínima dos
três níveis do subsolo da obra, é possível se atingir a base da fundação dos
edifícios vizinhos, em primeira análise e na falta dos projetos de fundação e
estrutura destes edifícios”
Verificou-se na vistoria que as escavações estão acontecendo antes do
processo de contenção o que já gerou trincas na rua Travessa e no Edifício
Amélia.
Escavações antes da contenção

A fundação das construções vizinhas é afetada diretamente pela execução


das escavações antes da contenção do terreno, pois realizada a escavação
inicia-se um processo de reacomodação do terreno que provoca fissuras
tanto nas fundações como em pisos e paredes.

A contenção do terreno está ocorrendo posteriormente às escavações


possibilitando a movimentação do terreno cortado.
Cabe ressaltar que a estrutura do Edifício Amélia faz divisa com a obra. A
garagem do edifício, e a área privativa do apartamento 01 fazem divisa com
a obra aumentando assim os riscos provenientes da cravação de estacas,
principalmente na divisa.

Vigas do Edifício Amélia na divisa da obra.

A garagem do Edifício Amélia encontra-se em nível acima da obra tendo


um muro de contenção construído na divisa. Verifica-se também que
algumas vigas da estrutura do prédio apoiam-se junto a divisa da obra.

Passeio na entrada do Edifício Amélia com trincas.


Embora a obra esteja em estágio inicial já se observa um grande número de
patologias provocadas pelas escavações e cravação de estacas atingindo
inclusive a estrutura do Edifício Amélia.

A portaria do Edifício sofreu com as acomodações do terreno tendo


apresentado trincas e deslocamentos da cobertura e acabamentos.

A portaria apresenta rachaduras na parede de divisa com a obra devido às


escavações.
Peças de revestimento quebradas na portaria.

Revestimento quebrado e peças de acabamento deslocadas provocando


infiltrações na portaria.

Danos causados na jardineira de entrada

O hall de entrada do Edifício está totalmente comprometido e aspectos


funcionais também estão causando desconforto aos moradores como o
portão que foi danificado e a cobertura no hall de entrada que está sofrendo
infiltrações devido as patologias.
Os moradores tiveram que arcar com os custos para fazerem manutenção
paliativa no portão por causa da segurança do Edifício.

Infiltrações na cobertura no hall de entrada.

A fresta foi provocada pelo acomodamento do solo depois de escavações


realizadas na obra.
As frestas causadas entre peças de acabamento podem, em médio prazo,
provocar danos no piso do hall de entrada do Edifício Santa Amélia.
Além da portaria do Edifício, na garagem também estão ocorrendo
patologias mais graves que atingem a estrutura do edifício. Verificou-se
trincas na laje, viga, pilar e parede da garagem na divisa com a obra.
As trincas que foram verificadas na garagem continuam até o pavimento
acima, no apartamento 01. Laje, viga e pilar foram atingidos.

Observou-se trinca na parede da garagem que foi monitorada e tem


aumentado sua espessura de acordo com o andamento da obra.
Trinca em toda a extensão da parede da garagem na divisa com a obra.

Pode-se verificar que a parede tem função importante, ainda que indireta na
estabilidade do Edifício, já que se observou que vigas estão chegando até
ela. Por este motivo as trincas ocorridas têm grande importância já que
indicam um possível acidente.

Trinca na parede da garagem.


Rachaduras na parede do apartamento 01.

Trinca no box da garagem. O box tem parede de divisa com a obra.


Fissura na fachada lateral do apartamento 01.

Detalhe da fissura da fachada lateral do apartamento 01.

5.VISTORIA ATUAL

A vistoria foi realizada no dia 06 de fevereiro de 2014 onde foram


constatados agravamentos aos danos estruturais no Edifício Amélia.
Verificou-se que o hall de entrada do Edifício Amélia está cedendo devido
ao processo erosivo sob o passeio na divisa com a obra da Construtora
Padrão.

Passeio na entrada do Edifício Amélia.

Não foram tomadas medidas para conter o processo erosivo que vem se
agravando provocando recalques devido a reacomodação do terreno.
Detalhe das patologias no hall de entrada do edifício.

As fissuras caminham em linha reta atravessando a parede do hall de


entrada e atingindo o apartamento 01onde se localiza um dos pilares do
Edifício Amélia.

Parede comum do hall de entrada e apartamento 01 visto do hall.

Parede comum do hall de entrada e apartamento 01 vista do apartamento.


Tanto no hall de entrada quanto na área interna do apartamento 01 a trinca
foi tratada para impedir a entrada de águas pluviais, o que vinha ocorrendo,
mas a trinca voltou a aparecer.

Verifica-se que a trinca vertical no apartamento 01 desce atingindo o pilar


no nível da garagem e que a trinca horizontal iniciada no hall de entrada
também continua até o apartamento 01 provocando o levantamento do piso
da área de serviço e trincas na viga e laje da garagem.

Cabe frisar que o processo já havia se iniciado em dezembro de 2012 e que


a vistoria atual constatou o agravamento.

Forro de gesso no apartamento 01.

O forro de gesso da área de serviço do apartamento 01 que foi consertado


voltou a apresentar trincas. Constata-se que o conjunto arquitetônico e
estrutural do edifício está sofrendo torções que desencadeiam fissuras e
trincas em suas partes mais frágeis não tendo provocado ainda danos
estruturais irreversíveis, embora, caiba frisar que a estrutura está
trabalhando sob tensão.
O pilar atingido na garagem teve grande aumento de tensão como se pode
comparar com o laudo realizado em dezembro de 2012.

Verifica-se que as fissuras caminham nos elementos estruturais, embora não


se tenha atingido, pelo menos visualmente, o concreto e armaduras.

As trincas aumentaram consideravelmente desde a vistoria em dezembro de


2012.

Considerando-se a soma dos eventos e que atualmente o muro de contenção


na divisa com o Edifício Amélia encontra-se com alívio de tensões em
virtude do maciço de terra recolocado no terreno pode-se concluir que está
ocorrendo um recalque na fundação do Edifício Amélia.
As trincas se iniciam no hall de entrada e atravessam a laje chegando ao
piso do apartamento 01.
De acordo com sondagem realizada pela empresa SDG Geotecnia e
fundações o lençol freático no terreno é alto com altura de 1,80 metros no
furo SP-02 somando-se ao fato do terreno ter perfil em argila mole e silte
mole até uma profundidade de 18,0 metros onde se inicia o solo residual.

A argila mole é considerada um solo compressível e por este motivo muito


suscetível a recalques de fundação.
As características dos solos compressíveis são:
Baixa resistência
Fração Argila
Argilas moles ou areias argilosas
De acordo com a classificação da tabela de Veloso e Lopes os danos
observados são considerados severos a muito severos, pois já extrapolaram
as aberturas mínimas para este nível tendendo a atingir o nível de danos
muito severos a perigosos.

Ressalte-se que o muro de contenção se encontra apoiado no terreno


recolocado, inclusive para este fim, embora não se tenha pensado no
Edifício Amélia devido a gravidade do ocorrido com o desmoronamento do
muro de contenção da rua Travessa.

Com relação a facilidade de reparação dos danos a categoria de dano


classifica-se em nível 5, pois a reparação requer um serviço de reparação
importante, já envolvendo reforço estrutural parcial ou completo, exigindo
escoramento, problemas com nivelamento, falta de prumo e perigo de
instabilidade.

Pelo conjunto de fissuras nos elementos estruturais observa-se que existe


uma tensão que é suportada pela armadura destes elementos embora não
tenham sido calculados para isto.
Fissuras no revestimento da viga e laje da garagem.

Fissura importante na viga da garagem

A importância das fissuras são por causa da não estabilização do processo


de erosão e acomodação do solo, da localização das fissuras, do conjunto de
fissuras e do alinhamento em que ocorrem.
As fissuras se iniciam no hall de entrada do prédio passam pela área de
serviço do apartamento 01 com o aparecimento de fissuras e estufamento do
revestimento do piso e o aparecimento de fissuras na viga da garagem
culminando no piso da garagem que teve um recalque de 2,0 cm. O
fissuramento ocorre em linha reta dividindo o prédio em 2 blocos.

Existe a possibilidade de que a fundação no trecho que está ocorrendo o


recalque seja menos profunda do que o restante do prédio ou que seja uma
fundação rasa, embora se verifique que elementos estruturais, como vigas,
se apoiem na parede, divisa com obra, onde a contenção não foi
devidamente cunhada.

Outro fator importante é que devido a urgência da contenção da Rua


Travessa o muro na divisa com o Edifício Amélia não foi finalizado e
existem diversos pontos vulneráveis, facilitando o recalque. Constatando-se
pela sondagem que o solo é argila ou silte mole, que o lençol freático é alto
e sabendo-se das propriedades da argila mole como solo compressível
verifica-se a existência de um conjunto de fatores que colaboram para o
acontecimento do recalque de fundação.

6.COMP ARATIVO

Para facilitar a análise do processo fez-se um comparativo do


desenvolvimento da fissuração do laudo de dezembro de 2012 com o laudo
desta data de 06 de fevereiro de 2014.

Trinca no pilar garagem atualmente


Trinca junto à viga na garagem atualmente

7. CONCLUSÕES

O Edifício Amélia está sofrendo claro processo de recalque de fundação em


sua divisa devido as características da fundação na divisa.
O muro de contenção entre o Edifício Amélia e a obra encontrava-se
inacabado quando foi aterrado e tem as mesmas características do muro que
desabou não sendo suficiente para suportar a sobrecarga a ele imposta.

Não se sabe a dimensão da erosão sob o passeio do Edifício Amélia.

O Edifício Amélia está dividido claramente em dois blocos: um bloco mais


próximo da divisa com a obra que sofre os efeitos da erosão, carreamento
do solo por causa da percolação de águas do lençol freático e recalque de
fundação e outro bloco com possíveis características de fundação diferente,
com profundidade maior, e que não sofre ainda estes efeitos.

A retirada do maciço terroso sem considerar os recalques e trincas que vêm


ocorrendo coloca em risco a estabilidade do Edifício Amélia, pois sua
estrutura é interligada.

A estrutura do Edifício Amélia já está afetada em virtude das tensões que


vem sofrendo.

8. MEDIDAS MITIGADORAS

Demolição do passeio em frente ao Edifício Amélia para se verificar o


alcance do processo de erosão e obtenção de informações relevantes.
Reforço do muro de contenção entre o Edifício Amélia e a obra.
Reforço dos elementos estruturais afetados: pilar e viga da garagem,
principalmente.
As medidas aqui elencadas são em caráter de urgência, não tendo sido
observados no laudo outros aspectos que necessitam de reparos o que será
feito posteriormente.
9. ENCERRAMENT O

Existe risco à estabilidade do Edifício Amélia, devido a não estabilização


do processo de fissuração e recalque.
A retirada do maciço terroso sem reforço estrutural do muro de contenção
entre o Edifício Amélia e a obra põe em risco a vida dos moradores e
trabalhadores da obra.

Este laudo possui 32 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.

Belo Horizonte, 00 de fevereiro de 201X.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 3:
Condomínio reclama na just iça sobr e obra vizinha que lhe causou
pr ejuízo.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Responsável técnico: Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 - loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Contratante:

Condomínio do Edifício Alberto Oliveira Junior


Rua Diamante, 198 - Bairro América
Belo Horizonte/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: De 10/12/2012 a 17/12/2012.

4. OBJETIV O
Trata-se de perícia para se verificar os riscos, condições estruturais e
patologias apresentadas no Condomínio do Edifício Alberto Oliveira Junior
em virtude da obra da Construtora Padrão na esquina das ruas Diamante e
Travessa no bairro América em Belo Horizonte/MG.

5. LOCALIZAÇÃO

O imóvel periciado localiza-se à Rua Diamante, 198 no bairro América em


Belo Horizonte/MG.
Vista aérea da localização da obra

6. DA VISTORIA

Fachada do Edifício Alberto Oliveira Junior

Contenção

Verificou-se na vistoria que a Construtora Padrão optou por fazer a


contenção dos terrenos vizinhos a sua obra pelo método de estaqueamento
com estacas de perfis metálicos laminados.

Para a cravação das estacas está sendo utilizado equipamento que crava as
estacas no terreno através da queda de um martelo denominado bate-
estacas.

Vista geral do terreno com o bate-estacas e algumas estacas cravadas.

O projeto aprovado na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte prevê um


edifício misto com 7 pavimentos, sendo 2 unidades residenciais, 3 unidades
não residenciais e 75 vagas de garagem totalizando 3868,66 m² de área
construída.
Verifica-se que haverá a construção de 3 níveis no subsolo e que as estacas,
então, terão que resistir a pelo menos 9,0 metros abaixo do nível da rua.
Como não se tem o projeto de fundação e nem mesmo o estrutural dos
prédios vizinhos à obra deve-se fazer uma análise criteriosa sobre os efeitos
da cravação de estacas nas divisas.
Deve-se considerar a possibilidade de que as escavações e cravações de
estaca possam ultrapassar a base da fundação dos edifícios vizinhos, pois na
profundidade de 9,0 metros que será a profundidade estimada mínima dos
três níveis do subsolo da obra, é possível se atingir a base da fundação dos
edifícios vizinhos, em primeira análise e na falta dos projetos de fundação e
estrutura destes edifícios.
Sendo a cravação de estacas um método que libera muita energia,
principalmente no caso das estacas metálicas por causa de sua alta
resistência, havendo a possibilidade de se atingir o sistema de fundação dos
edifícios vizinhos, não é tecnicamente viável a utilização deste método.

Ainda que a estaca não atinja diretamente o sistema de fundação dos


edifícios a simples cravação provoca tensões que podem danificá-lo, pois
neste método não há a retirada de solo. O solo é comprimido através da
cravação das estacas e a simples proximidade com a linha de cravação afeta
significativamente o sistema de fundação dos edifícios vizinhos podendo
surgir fissuras e trincas que ficarão invisíveis.

Note-se que não estamos falando da cravação de uma estaca, mas de


diversas estacas que provocarão uma soma de tensões no solo e nas
fundações vizinhas a obra.
Além disto deve-se prever também o fato de que alguma estaca ou mais de
uma não seja cravada totalmente vertical agravando ainda mais a situação.
O método em questão provoca tensões tais no solo, que existe a
possibilidade real de que ao se cravar uma estaca as estacas do lado sejam
expulsas do solo, exatamente pelo já citado motivo, de que o solo não é
retirado ele é comprimido pela cravação das estacas e neste caso as estacas
expulsas são novamente cravadas gerando novas tensões no solo e nas
fundações das construções vizinhas.
Somando-se ao fato das tensões no solo provenientes da cravação das
estacas propriamente dito existe ainda a geração de vibrações que podem
provocar fissuras que só vão gerar malefícios as construções vizinhas a
médio prazo não se podendo mensurar de imediato.
E finalmente ainda existe o desconforto auditivo, pois o método gera um
barulho constante e repetitivo podendo trazer, inclusive problemas de saúde
aos vizinhos da obra.
Em relação ao método executivo do conjunto contenção e escavação
executado pela Construtora Padrão cabe ressaltar que a ordem de execução
é fundamental para garantir a integridade estrutural das construções
vizinhas, pois se as escavações são realizadas antes da contenção do terreno
este cede e se acomoda provocando fissuras em pisos e paredes podendo
atingir a estrutura das Construções.
Verificou-se na vistoria que as escavações estão acontecendo antes do
processo de contenção o que já gerou trincas na rua Travessa e no Edifício
Amélia.

Escavações antes da contenção

A fundação das construções vizinhas é afetada diretamente pela execução


das escavações antes da contenção do terreno, pois realizada a escavação
inicia-se um processo de reacomodação do terreno que provoca fissuras
tanto nas fundações como em pisos e paredes.
A contenção do terreno está ocorrendo posteriormente às escavações
possibilitando a movimentação do terreno cortado.

Cabe ressaltar que a estrutura do Edifício Alberto Oliveira Junior faz divisa
com a obra. A garagem do edifício, a central de gás e uma parede do
apartamento 01 fazem divisa com a obra aumentando assim os riscos
provenientes da cravação de estacas, principalmente na divisa.

Vigas e central de gás do Edifício Alberto Oliveira Junior na divisa da obra.


A garagem do Edifício Alberto Oliveira Junior encontra-se em nível abaixo
da obra tendo um muro de contenção construído na divisa onde se encontra
a central de gás do edifício. Verifica-se também que algumas vigas da
estrutura do prédio apoiam-se ou na contenção ou bem próximas a ela junto
a divisa da obra.
A cravação de estacas na divisa do edifício põe em risco a estrutura do
Edifício Alberto Oliveira Junior e a central de gás não sendo uma solução
técnica adequada para a contenção por causa destes riscos mensuráveis.
Evidentemente qualquer tipo de sistema de contenção terá alguma limitação
técnica cabendo aos engenheiros responsáveis a escolha da melhor
metodologia.
Uma questão que gera conflitos na escolha do sistema é a questão
econômica que em muitos casos faz com que se escolha um método
inicialmente mais barato em detrimento de critérios técnicos.

6.2. Patologias

Constatou-se que por causa das escavações a tubulação de drenagem de


águas pluviais ora existente no terreno da obra se rompeu e ocorreram
infiltrações nas paredes do apto 01 e da garagem que estão em nível abaixo
da obra e encontram-se na divisa.
Lama advinda da obra por causa do rompimento da tubulação

As paredes da sala do apartamento 01 sofreram forte infiltração que


entraram nos conduítes de fiação elétrica e danificaram a pintura da parede.

As águas pluviais ficaram empoçadas provocando infiltrações.


Parede da sala do apartamento 01 onde ocorreram infiltrações.

Estrutura de Edifício Amélia atingida pela obra.


7. DOS RISCOS

Quanto ao método executivo escolhido pela Construtora Padrão que é a


cravação de estacas de perfis metálicos laminados os riscos foram
classificados em:

Risco de grau leve – Não existe risco de afetação da estrutura das


Construções adjacentes, apenas a ocorrência de aparecimento de patologias
superficiais.
Risco de grau médio – Existe risco de afetação da estrutura das
Construções adjacentes a médio prazo e podem ocorrer o aparecimento de
fissuras e trincas.
Risco de grau grave – Existe risco de afetação estrutural iminente e podem
ocorrer o aparecimento de trincas e rachaduras.

Não há como se prever uma data específica de um desabamento ou colapso


de estrutura. Pode-se sim e foi feito no laudo é identificar o grau de risco
que se está correndo ao se optar por um sistema de contenção e escavação
não condizente com o contexto onde se insere a obra.

7.1. Cravação de estacas metálicas e escavações na divisa

Grau grave
Justificativa: ao adotar este sistema a Construtora Padrão através de seu
corpo técnico escolhe correr os riscos já elencados no corpo do laudo como
a possibilidade de provocar fissuras, trincas ou rachaduras nas paredes da
garagem, apto 01, estrutura do prédio na divisa com a obra, fundação do
prédio na divisa com a obra e central de gás na divisa com a obra e por em
risco a vida dos moradores.

8.CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Com relação a contenção e escavação do terreno existem diversos métodos


que podem substituir com maior vantagem técnica a cravação de estacas
metálicas como a execução de retangulões, estacas escavadas, hélice
contínua e estaca raiz.
A questão econômica sempre deve ser levada em conta, evidentemente,
quando não se põe a vida e nem o patrimônio de terceiros em risco.
Por vezes a escolha de um método esbarra em alguma dificuldade como
critérios econômicos, tamanho do equipamento, mobilidade do
equipamento, mão de obra, dentre outros fatores, mas isto não significa o
abandono deste método e sim em mais trabalho, reuniões, discussões,
pesquisas para adaptá-lo a situação existente. Muitos métodos atualmente
usados nasceram justamente da não desistência e da perspicácia de
engenheiros que buscavam não realizar seu trabalho de forma mecânica,
mas que pensavam em aperfeiçoar os métodos de acordo com cada
situação.
Não se justifica colocar em risco o patrimônio e a vida das pessoas por
causa de questões técnicas ou econômicas. Alguns erros anteriores podem
ter colaborado para as dificuldades técnicas encontradas como a escolha do
terreno, a escolha do empreendimento e a escolha do projeto.
9.CONCLUSÃO

Tecnicamente a cravação de estacas na divisa põe em risco a estrutura do


Edifício Alberto Oliveira Junior.
Existe risco iminente de aparecimento de fissuras, trincas e rachaduras na
fundação, estrutura, pisos e paredes.
Existe risco com relação a central de gás do Edifício Alberto Oliveira
Junior.
As escavações apenas se iniciaram e já foram verificadas trincas na rua
Travessa, trincas na estrutura do Edifício Amélia, trincas no apartamento 01
do Edifício Amélia, Infiltrações no apartamento 01 do Edifício Alberto
Oliveira Junior, Infiltrações na garagem do Edifício Alberto Oliveira Junior.

10. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 20 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.

Belo Horizonte, 26 de dezembro de 2012.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 4:
Condomínio contrata para avaliação estrutural e laudo para nortear
contratação e obras de manutenção.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Perícia:

Condomínio do Edifício Maria de Fátima Gomes


Endereço: Rua Ricardo Alves, 45
Bairro São Cristóvão
Belo Horizonte/MG

3.Data da vistoria:

Início dos trabalhos de vistoria: 29/03/2012.

4. OBJET O
Trata-se de vistoria para se verificar as causas das patologias ocorridas no
Condomínio do Edifício Maria de Fátima Gomes localizado à rua Ricardo
Alves, 45 – São Cristóvão – Belo Horizonte/MG.

Fachada do Edifício Maria de Fátima Gomes

5. DA VISTORIA

O prédio possui 3 pavimentos, salão de festas e garagem no pilotis e sua


estrutura é em concreto armado.
As patologias analisadas encontram-se na garagem, pilotis, que tem nível
abaixo da rua Ricardo Alves.
Foram verificadas fissuras e oxidação de armaduras de pilares e vigas. Os
pilares foram numerados de P1 a P13 conforme numeração já feita pela
Defesa Civil.
Verificou-se também alguns pontos de infiltração em vigas e paredes.
Pilares da garagem do Edifício Maria de Fátima
6. DAS PATOLOGIAS

Os pilares apresentam fissuras que sofreram infiltrações que provocaram a


oxidação das armaduras fazendo com que o volume da ferragem
aumentasse empurrando o concreto e aumentando as fissuras em um círculo
vicioso.
A área útil das armaduras de alguns pilares diminuiu e o concreto sofreu
perda de resistência devido a carbonatação.
As fissuras possibilitaram a infiltração e oxidação das armaduras
longitudinais e transversais afetando a resistência dos pilares ocasionando,
inclusive o desaprumo de alguns deles.

Neste pilar verifica-se o rompimento da armadura transversal e


desnivelamento vertical além da perda de área de concreto e de área útil da
armadura longitudinal e transversal.

A fissura vertical indica a separação do pilar da coluna de tubulação.


Verificou-se que a área de concreto útil de alguns pilares está encoberta
devido a tubulações junto a eles trazendo a impressão de que eles têm maior
seção.

A tubulação junto aos pilares traz efeito ilusório da real dimensão dos
pilares.
Mesmo nos pilares que não estão sofrendo com as patologias verificaram-se
desaprumos verticais devido a problemas de execução.
Em apenas uma viga verificou-se anomalias devido a infiltração de
tubulação advinda de apartamento. Ocorreu perda da camada superficial do
concreto e aprofundamento do efeito de carbonatação havendo necessidade
de reparo da viga. Não se verificou perda significativa da área útil da
armadura da viga.
7. MEDIDAS MITIGADORAS

As patologias observadas classificam-se no grau gravíssimo e exigem


manutenção urgente e imediata.
Os pilares P1, P2, P7 e P8 encontram-se em situação crítica devendo haver
escoramento imediato para aliviar a sobrecarga sobre eles.
Os pilares P3, P4, P5, P6 e P11 e a viga próxima ao P9 necessitam de
reparos, pois já indicam processo avançado de anomalia.
A execução da obra deve seguir o estrito padrão indicado neste laudo para
se evitar acidentes.

A ordem de execução de manutenção dos pilares deve seguir o seguinte


cronograma:
Recuperação dos pilares P1, P3, P6 e V1
Recuperação dos pilares P2, P7 e P11
Recuperação dos pilares P8, P5

Não se deve passar de uma etapa para a seguinte em menos de 00 dias para
se garantir a resistência mínima do concreto e consequentemente dos
pilares, já que a resistência máxima considerada em cálculo é alcançada em
28 dias.
A ordem de execução visa não sobrecarregar os pilares não afetados que
podem não suportar a carga advinda dos pilares em manutenção ainda que
escorados e os próprios pilares em recuperação.
7.1. Escopo de r ecuperação dos pilar es P1, P2, P7 e P8

Retirada da camada de concreto que sofreu carbonatação


Limpeza da armadura longitudinal
Aumento do pilar em 5,0 cm com colocação de armadura longitudinal de
reforço de 12,5 mm
Recolocação de nova armadura transversal de 5,0 mm
Concretagem com concreto de alta resistência tipo graute

7.2. Escopo de r ecuperação dos pilar es P3, P4, P5, P6, P1 1 e viga

Retirada da camada de concreto que sofreu carbonatação


Limpeza da armadura longitudinal
Concretagem com concreto de alta resistência tipo graute
Croqui de pilares da garagem

8. ESCORAMENT O
8.1. Orientações gerais

Fôrmas e escoramentos devem ser removidos de acordo com o plano de


desforma previamente estabelecido pelo responsável pela obra e de maneira
a não comprometer a segurança e o desempenho em serviço da estrutura.
Na retirada do escoramento devem ser considerados os seguintes aspectos:
a) nenhuma carga deve ser imposta e nenhum escoramento removido de
qualquer parte da estrutura, enquanto não houver certeza de que os
elementos estruturais e o novo sistema de escoramento têm resistência
suficiente para suportar com segurança as ações a que estarão sujeitos;
b) nenhuma ação adicional não prevista nas especificações do projeto ou na
programação da execução da estrutura de concreto deve ser imposta à
estrutura ou ao sistema de escoramento sem que se comprove que o
conjunto tem resistência suficiente para suportar com segurança as ações a
que estará sujeito;
c) a análise estrutural e os dados de deformabilidade e resistência do
concreto, usados no planejamento do reescoramento, devem ser fornecidos
pelo responsável pelo projeto estrutural ou pelo responsável pela obra,
conforme acordado entre as partes;
d) verificação de que a estrutura de concreto suporta as ações previstas,
considerando a capacidade de suporte do sistema de escoramento e os dados
de resistência e deformabilidade do concreto.

A retirada do escoramento e das fôrmas deve ser efetuada sem choques e


obedecendo a um programa elaborado de acordo com o tipo da estrutura.

Durante o procedimento de retirada do escoramento, a aplicação de esforços


na estrutura deve ser lenta e gradual.

Deve ser dada especial atenção ao tempo especificado para a retirada dos
escoramentos e das fôrmas, que possa impedir a livre movimentação de
juntas de retração ou dilatação, bem como de articulações. Se a fôrma for
parte integrante do sistema de cura, como no caso de pilares e laterais de
vigas, o tempo de remoção deve considerar os requisitos específicos.

Para o atendimento dessas condições, o projetista da estrutura deve


informar ao responsável pela execução da obra os valores mínimos de
resistência à compressão e módulo de elasticidade que devem ser
obedecidos concomitantemente para a retirada das fôrmas e do
escoramento, tendo o responsável técnico pela obra que garantir que o fcj
(resistência do concreto) e o Ec (módulo de elasticidade do concreto)
especificados no projeto estrutural, estejam atendidos na idade da remoção
do escoramento. O Responsável técnico pela obra deve acompanhar o
comportamento da estrutura, no que concerne às flechas, comparando-as
com a especificação do plano de desforma, e reportando ao projetista da
estrutura, as eventuais diferenças. O ciclo de remoção (ou remanejamento)
deve ser de no mínimo quatorze dias. Quando da utilização de concretos
cujas características de resistência e deformação possam ser alcançadas
mais rapidamente, análise e planejamento do sistema de escoras podem ser
feitos e o ciclo pode ser reduzido, desde que asseguradas as condições dos
itens acima.

8.2. Especificações para escoramento do prédio

Carga nos pilares – 40 toneladas


Por questão de segurança foi adotada a maior carga dos pilares a serem
recuperados tendo sido considerado também o alcance da anomalia.

Deve-se observar a carga máxima suportada por escora, diâmetro do tubo


interno, diâmetro do tubo externo, espessura dos tubos e altura do pilar
considerando-se escora metálica.

8.3. Descimbramento

A retirada do escoramento deve ser efetuada sem choques e obedecendo ao


um programa elaborado.

O descimbramento deve ser feito obedecendo-se, neste caso específico, a


retirada das escoras mais distantes do pilar em primeiro lugar até chegar às
escoras mais próximas do pilar.
O objetivo é fazer com que o pilar volte a trabalhar com sua carga máxima
aos poucos sem solavancos ou trancos.

9. DOCUMENT AÇÃO FOT OGRÁFICA

Aqui foram inseridas mais fotos referente a perícia.

10. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 17 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.
Belo Horizonte, 00 de abril de 201X.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 5:
Morador contrata para avalia ção estrutural e laudo para entrar com
pr ocesso na Pr efeitura para tomada de pr ovidências.

LAUDO TÉCNICO

1. Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Responsável técnico: Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Membro ASPEJUDI
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2. Solicitante:
Paulo Pereira de Souza
CPF 111.111.XXX-49
C.I. M666XXX

3. Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: 00/11/2000.

4. Objetivo:
Avaliação estrutural da construtora localizada à Rua Jornalista Marília
Pereira, 406 – bairro América em virtude do aparecimento de trincas.

5. Análise técnica:

Realizada vistoria no imóvel localizado à Rua Jornalista Marília Pereira,


406 – bairro América – Belo Horizonte/MG verificou-se grande incidência
de trincas e rachaduras no imóvel.

Em análise apurada constatou-se que as trincas se localizam na parte da


frente da construtora antes do muro de contenção. A construtora tem dois
níveis e a parte de baixo da construtora é contida pelo muro de contenção.

No jardim da casa vizinha, localizada à Rua Jornalista Marília Pereira, 416


existe uma árvore de grande porte com altura aproximada de 25,0 metros e
diâmetro do tronco de 1,0 metro.
Foto 1 – árvore plantada no jardim da casa

As características da árvore são incompatíveis com o local onde está


plantada trazendo risco de desabamento sobre os imóveis, além disto,
verificou-se o surgimento de trincas e rachaduras na construtora da Rua
Jornalista Marília Pereira, 406.
Foto 2 – a árvore é incompatível com área urbana

A altura e porte da árvore são incompatíveis para o plantio em área urbana


trazendo riscos a rede elétrica, rede de abastecimento, rede de esgoto e
imóveis vizinhos a ela.

As raízes da árvore se desenvolveram de tal forma que já atingem um


diâmetro de aproximadamente 40,0 cm se aprofundando no terreno das duas
casas.
Foto 3 – raízes da árvore

Foto 4 – rede elétrica comprometida.

Na entrada da construtora verifica-se uma elevação do piso do jardim e da


varanda indicando a penetração das raízes da árvore.
Foto 6 – piso do jardim elevado

A árvore tem grande altura e as raízes para darem suporte ao tronco ocupam
uma grande área, estimada em aproximadamente 15 metros de diâmetro,
que é o diâmetro atual da copa.

Foto 7 – piso da varanda trincado


As raízes da árvore estão forçando o piso da varanda da casa o que
provocou trincas.

Foto 8 – trincas no muro de divisa com a rua

A casa apresenta também trincas na sala que tem parede que divide com o
jardim.
Foto 9 – trinca na sala da casa.

A trinca da sala atravessa a parede podendo ser vista na parte externa no


lado do jardim.

Foto 10 – trinca da sala vista pelo jardim

O número de trincas e rachaduras na construtora preocupa e indica que


devem ser tomadas providências para combater a causa e realizar a
manutenção preventiva e corretiva.
Foto 10 – trincas nas paredes da casa.

Foto 11 – deslocamento da laje.

As trincas e rachaduras na casa estão ocorrendo de forma generalizada e por


suas características e localizações estão relacionadas com as raízes da
árvore.
Na sala de jantar ocorrem as rachaduras que mais preocupam já se
configurando dano gravíssimo, pois está afetando a estrutura da construtora
de forma mais enfática e prolongada.

Foto 12 - Rachadura na parede da sala de jantar

As rachaduras na sala de jantar se concentram principalmente na parede


sobre o muro de contenção e estão em praticamente toda a sua extensão.
Foto 13 – rachadura no quarto

A rachadura do quarto é a mesma que pode ser vista na sala de jantar e que
atravessa a parede, também atingindo a laje.

Foto 14 – trincas no revestimento da cozinha.

Algumas trincas que foram observadas na casa não têm relação com as
raízes da árvore.
Foto 15 – trinca devido a infiltrações

Para dimensionar os danos as patologias mais graves foram classificadas


segundo os seguintes critérios:

ANOMALIA ABERTURA(mm)

Fissura até 0,5

Trinca de 0,5 até 1,5

Rachadura Acima de 1,5

Como a fissuração está entre 2,0 e 25,0 mm, sendo a maioria de maiores
aberturas, a classificação fica entre danos severos a muito severos com a
utilização da construtora afetada, frisando que a estabilidade também está
em risco se não forem tomadas providências imediatas.
Com relação à facilidade de reparação da construtora a categoria de dano
classifica-se em nível 5, pois a reparação requer um serviço de reparação
importante, envolvendo reconstrução parcial ou completa, exigindo
escoramento, problemas com nivelamento, falta de prumo e perigo de
instabilidade.
Além da abertura das fissuras para classificação de risco observou-se
principalmente o número de trincas e rachaduras e sua distribuição na
construtora.
Antes da recuperação do imóvel e da realização de reforço estrutural deve-
se combater a causa do problema que se concentra principalmente nas
raízes da árvore devido a seu porte incompatível.

6. Medidas mitigadoras

Patologia:
Trincas e rachaduras no imóvel.
Causa principal:
Raízes da árvore de grande porte incompatível com área urbana plantada no
jardim da construtora localizada na Rua Jornalista Marília Pereira, 416.
Grau de risco:
Grave – A quantidade de trincas e rachaduras na construtora trazem riscos
a segurança e estabilidade do imóvel.

Medidas mitigadoras:
Reforço estrutural do imóvel.
Importante: O reforço estrutural do imóvel só pode ser realizado depois da
retirada da árvore do jardim sem o que os danos tendem a aumentar o
alcance e gravidade.

7. Conclusão

Laudo conclusivo
Existe risco à estabilidade e segurança do imóvel.

Este laudo possui 14 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.

Belo Horizonte, 20 de novembro de 2000.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 6:
Construtor contrata para verificar as causas de inundação e se
resguardar de possíveis ações na justiça.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Responsável técnico: Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Membro ASPEJUDI
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2 Solicitante:

A.Z. Negócios Imobiliários


Construtora Pilar MG
CNPJ 33.444.555/0001-XX
Rua Raimundo Gomes, 005
Bairro: Itália
Ribeirão de Cima/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: 02/12/2000.
4. OBJETIV O

Verificar as causas de alagamentos nas casas da Rua AC números 248, 260,


272 e 284(lotes 6, 7 8 e 9) da quadra 19 do Bairro Floresta Mágica em
Sapucaia/MG.
5. LOCALIZAÇÃO

As construções localizam-se nos lotes 6, 7, 8 e 9 da quadra 19 do bairro


Floresta Mágica em Sapucaia/MG.
Figura 1 – planta do loteamento
Foto 1 – foto aérea de localização dos imóveis

Os lotes foram construídos da seguinte forma:


Lote 2 – duas casas
Lote 3 – duas casas
Lote 4 – três casas
Lote 5 – duas casas
Lote 6 – três casas
Lote 7 – três casas
Lote 8 – três casas
Lote 9 – três casas
Lote 10 – duas casas

6. DA VISTORIA

A Construtora Pilar MG foi a construtora das casas localizadas nos lotes 6,


7, 8 e 9 da quadra 19 do bairro Floresta Mágica em Sapucaia/MG.
Como a topografia dos terrenos é em declive foi executada uma rede para a
coleta de águas pluviais que passa pelos quatro terrenos observando-se a
vazão necessária para atender a demanda dos 12 imóveis construídos em
seus terrenos.
Foram executados ralos para a captação das águas pluviais de cada um de
seus imóveis que é coletada pela rede executada por ela e que vai desaguar
em caixa de coleta no imóvel localizado no lote 10 devidamente autorizado.
Mesmo tendo sido tomadas todas as medidas técnicas, em dias onde a
precipitação pluviométrica é muito intensa, vem ocorrendo o alagamento
dos imóveis que foram executados pela Construtora Pilar MG nos lotes, 6,
7, 8 e 9 da quadra 19.

Foto 2 – casa da Rua AC, número 272


A casa está alagada em virtude de chuva intensa
Os terrenos da Rua S tem caimento para os fundos, ou seja, são em declive
e os terrenos da Rua AC também são declive.
Figura 2 – Croqui do sistema de drenagem

Os terrenos da Rua S são em declive de aproximadamente 20%.

Casa da Rua S, nº 333B


Fundos da Casa da Rua S, número 333A

Caixa de passagem da Casa da Rua S, número 333A

As caixas de passagem da Rua S nºs 333A, 333B, 317A e 317B (lotes 2 e3)
estão interligadas entre si através de tubulação de servidão devido as casas
se encontrarem em nível abaixo da Rua. Estas casas foram construídas pelo
mesmo construtor.
O sistema então é ligado à caixa de passagem na construtora da Rua AC nº
236 C2(lote5) que recebe além das águas pluviais da própria construtora
toda a água proveniente das casas da Rua S nºs 333A, 333B, 317A e 317B
(lotes 2 e 3).
Tubulação da caixa de passagem da casa da Rua S, número 333A

Além das águas pluviais o sistema recebe sujeira como folhas e areia
proveniente das caixas de passagem.

Declividade dos terrenos da Rua S

Toda a água pluvial dos lotes 2 e 3da Rua S citados desaguam na caixa de
passagem da construtora da Rua AC nº 236C (lote 5) que por sua vez lança
na rede do sistema das casas da Rua AC nºs 248, 260, 272 e 284(lotes 6, 7,
8 e 9) da Construtora Pilar MG.
Não foram apresentados documentos registrados em cartório ou por
qualquer outro meio particular que comprovem a autorização de utilização
do sistema de drenagem da Construtora Pilar MG. Frisa-se que o sistema de
drenagem da Construtora Pilar foi dimensionado para atender somente a
demanda das casas construídas por ela, ou seja, as casas da Rua AC nºs 248,
260, 272 e 284(lotes 6, 7, 8 e 9).

Casa da Rua S, número 317A

Caixa de passagem da Rua S, número 317A


Além do sistema da Construtora Pilar MG não ter sido dimensionado para
receber a água pluvial da Rua S e do lote 5(Rua AC) ainda existe a
agravante do entupimento da tubulação por causa de sujeira advinda das
caixas de passagem.

Terreno da Rua AC, número 236 Cassa 2 – lote 5

Os terrenos da Rua AC são em declive havendo a necessidade da servidão


de passagem de águas pluviais entre eles. O lote 5 da Rua AC, nº 236C2
recebe a água pluvial dos lotes 2 e 3 da Rua S e as água pluviais de seu
terreno e lança na rede da Construtora Pilar MG.

As casas da Construtora Pilar MG estão sofrendo alagamentos por causa do


incremento de águas pluviais em seu sistema de drenagem. O volume de
águas pluviais acrescido no sistema equivale a 75%. O sistema foi
dimensionado para atender os lotes 6, 7, 8 e 9 onde foram construídas as
casas da Construtora Pilar MG tendo sido acrescentado ao sistema de
drenagem os lotes 2 e 3 da Rua S e lote 5 da Rua Ac sem
redimensionamento da tubulação.
Rua AC, número 272, casa 3

Detalhe da rede da Casa Fácil MG na casa 3, da Rua AC, número 272


Varanda e sala alagadas da casa 3 da Ru AC, número 272
Toda a casa foi alagada depois de precipitação pluviométrica de grande
intensidade. O sistema não suportou o volume de águas pluviais. A casa
teve que ser abandonada.

Cozinha da casa alagada

Quarto alagado durante a chuva


Quintal da Casa da Rua AC nº 284 - lote 3

Além da sujeira advinda das caixas de passagem da Rua S, o sistema de


drenagem executado pela Construtora Pilar MG está com a vazão da
tubulação diminuída devido à sujeira dos quintais dos próprios moradores.
Com a vazão diminuída e na ocorrência de precipitação pluviométrica de
grande intensidade somado a topografia dos terrenos em declive e ao
incremento ocasionado pelas águas lançadas pelos lotes 2 e 3 da Rua S e
lote 5 da Rua AC o sistema não suportou provocando alagamentos nas
casas.
Detalhe do ralo

7. ANÁLISE TÉCNICA

A figura 2 do laudo demonstra o funcionamento do sistema de drenagem


dos lotes envolvidos quais sejam: lotes 2 e 3 da Rua S, lote 5 da Rua AC, e
lotes 6, 7, 8 e 9 da Rua AC.
De acordo com a análise do sistema de drenagem verifica-se a dependência
dos lotes 2 e 3 do sistema de drenagem do lote 5 e a dependência do lote 5
do sistema de drenagem dos lotes 6, 7, 8 e 9 da Construtora Pilar MG.
Verifica-se ainda uma dependência do sistema de drenagem da Construtora
Pilar MG do sistema de drenagem do lote 10. Outras dependências não
foram analisadas por não ser objeto do laudo.
Devido à topografia dos terrenos a servidão de passagem de águas pluviais
é inevitável, mas para a sua efetivação deve-se observar a capacidade do
sistema de drenagem e a necessidade de obras complementares ou de
aumento do dimensionamento da tubulação.
De acordo com o Código Civil as servidões também devem ser registradas
em cartório.
O sistema deve ser calculado para o maior volume de precipitação
pluviométrica. Em dezembro de 2011 registrou-se 606,4 mm contra 319,4
esperado para o mês. Em 24 horas, o maior volume registrado foi de 91,4
mm. Considerando que o sistema da Construtora Pilar MG foi
dimensionado para atender os lotes 6, 7, 8 e 9 da Rua AC e que nestes
terrenos foram executados dois ramais de tubulações independentes a vazão
calculada que o sistema deve suportar atendendo apenas a seus terrenos é de
11,12 litros/segundo para o ramal que está sendo compartilhado com o lote
5 da Rua AC e consequentemente lotes 2 e 3 da Rua S.
A capacidade de vazão do tubo de 000 mm é de 20 litros/segundo
atendendo o sistema da Construtora Pilar MG, mesmo com o carreamento
de pequenas porções de areia e coeficiente de segurança.

8. CONCLUSÃO

O sistema de drenagem da Construtora Pilar MG atende os lotes 6, 7, 8 e 9


da Rua AC nºs 248, 260, 272 e 284.

O sistema de drenagem da Construtora Pilar não suporta o incremento de


águas pluviais dos lotes 5 da Rua AC e lotes 2 e 3 da Rua S e caixas de
passagem, inclusive não tendo sido autorizado o uso da rede que passa pelas
casas da Rua AC nºs 248, 269, 272 e 284 pela Construtora Pilar MG.

A vazão da rede pluvial está sendo diminuída por causa de sujeira lançada
na rede pelos moradores.

De acordo com o Código Civil a servidão deve ser registrada em cartório.

9. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 00 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo atendendo aos preceitos do Código de Ética Profissional.

Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2000.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 7:
Condomínio contrata para se verificar as causas de patologias e se
determinar a r esponsabilidade.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Responsável técnico: Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Membro ASPEJUDI
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Solicitante:

Edifício Diamante
Rua Diamante, 16
Bairro: Ametista
Belo Horizonte/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: 19/10/2000.

4. OBJETIV O
Verificação estrutural do muro de divisa do Edifício Diamante localizado à
Rua Diamante,16 – bairro Ametista com o Edifício Durval Batista
localizado à Rua Senhora das Mercês, 00.
5. LOCALIZAÇÃO

O Edifício Diamante localiza-se à Rua Diamante, 16 – bairro Ametista –


Belo Horizonte/MG.

Foto aérea de localização

6. DA VISTORIA
Em vistoria no dia 06 de outubro de 2000 verificou no muro de divisa entre
os Edifícios Diamante e Durval Batista patologias como fissuras e
infiltrações na garagem do Edifício Diamante e rachaduras no muro na
entrada da garagem do Edifício Durval Batista.

Trinca no muro do Edifício Diamante

Os edifícios têm muros independentes e contíguos, mas as fissuras nas


proximidades do portão da garagem do Edifício Durval Batista aparecem
em ambos os lados e muros.
O portão da garagem do Edifício Durval Batista é automático e tem um
braço fixado no muro do Edifício Diamante.
Rachadura nas proximidades do portão.

Em análise do funcionamento e fixação do portão verificou-se que sua


fixação é feita no piso e viga da garagem através de rolamentos.

Rolamento na parte superior do portão

O portão é puxado por braço perpendicular através da força do motor ligado


a ele.
Realizado testes não se verificou trepidações ou a transmissão do torque do
motor para o muro.
O braço do portão foi fixado no muro do Edifício Diamante

A laje acima do portão no Edifício Durval Batista apresenta infiltrações que


estão favorecendo o aparecimento de fissuras e trincas em ambos os lados
dos muros.

Laje da garagem do Edifício Durval Batista com infiltrações.


Ralo na laje do Edifício Durval Batista entupido.

O empoçamento de águas pluviais junto ao muro, devido ao entupimento do


ralo, provoca infiltrações e enfraquecimento da alvenaria facilitando o
aparecimento de trincas.
Outro ponto a se observar é que o muro não tem proteção através de rufo
em sua parte superior facilitando também que águas pluviais se infiltrem.
Verifica-se uma confluência de fatores que colaboram para o aparecimento
de trincas no muro nas proximidades do portão da garagem do Edifício
Durval Batista:
Impermeabilização do jardim no pilotis do Edifício Diamante.
Ralo entupido na laje do Edifício Durval Batista e falta de
impermeabilização da laje com caimento junto ao muro.
Fixação do portão na alvenaria do muro.
Raiz da árvore no jardim do Edifício Diamante.

Chumbamento do portão antigo do Edifício Durval Batista


O portão antigo do Edifício Durval Batista era fixado diretamente no muro
e o esforço de abertura era feito diretamente na alvenaria o que provocou
trincas no muro. Verifica-se que o principal ponto de fragilidade do muro é
exatamente onde o antigo portão foi fixado.
Outro ponto de infiltração no muro são os postes da tela fixados no muro.
O local da fixação e a abertura dos tubos na parte superior facilitam a
infiltração de águas pluviais.

Ponto de fixação de poste.

No lado do Edifício Durval Batista o muro não é rebocado, apenas


chapiscado sendo também ponto vulnerável a infiltrações. Verifica-se
inclusive que parte do muro se encontra sem nenhuma proteção.
Ponto de infiltração no muro do Edifício Durval Batista
No trecho sem proteção do muro verifica-se a infiltração na garagem do
Edifício Diamante.

Infiltração na garagem no trecho sem reboco do Edifício Durval Batista

Entre o muro e a laje da garagem do Edifício Diamante verifica-se a


ocorrência de uma abertura por onde estão se infiltrando águas pluviais
provenientes da quadra.
Estas infiltrações estão provocando a oxidação da armadura da viga na
garagem.
Infiltração entre o muro e a laje da garagem.

A oxidação da viga encontra-se em estágio avançado sendo necessário a sua


imediata recuperação estrutural.

As infiltrações estão provocando problemas estruturais


Armaduras oxidadas encobertas

A oxidação da armadura já provocou perda de área útil e pode comprometer


a estrutura de uma forma geral.
Além das infiltrações provocadas pela penetração de águas pluviais pelas
frestas verifica-se também vazamento nos ralos, principalmente no ralo do
chuveiro da quadra.

Vazamento na área do chuveiro.


Infiltração do ralo.

Pelas características o vazamento também está ocorrendo na canalização de


chegada de água no chuveiro.
Deve-se observar que ocorrida à infiltração independentemente da causa, os
tijolos que são furados ficam encharcados e lajes, vigas e pilares também
absorvem a água que demora muito tempo para secar danificando o muro e
estrutura lentamente.
Depois de infiltrada a água e após cessada a causa da infiltração os efeitos
podem durar mais de 4 meses, ou seja, para que o muro e estrutura sequem
leva muito tempo corroendo a estrutura e fragilizando a alvenaria.

7. MEDIDAS MITIGADORAS

7.1. Tri ncas e rachaduras no mur o junto ao portão da garagem do


Edifício Durval Batista
Causas
A principal causa da trinca foi o funcionamento do antigo portão que era
fixado no muro que fragilizou a alvenaria.
Fixação do braço do novo portão no muro do Edifício Diamante.
Ralo com entupimento na laje da garagem do Edifício Durval Batista.
Raiz da árvore do jardim do Edifício Diamante.

Medidas mitigadoras

Fixação do braço do portão do Edifício Durval Batista em coluna a ser


executada no muro do próprio edifício retirando a fixação do muro do
Edifício Diamante.
Manutenção do ralo e tubulação de água pluvial da laje sobre a entrada da
garagem do Edifício Durval Batista.
Retirada da árvore do jardim do Edifício Diamante com autorização da
Prefeitura, pois as raízes podem trazer risco à estabilidade do muro.
Verificação da impermeabilização do jardim do Edifício Diamante.

7.2. Infiltrações nas fr estas do mur o da garagem

Causas
Pequeno recalque da fundação do muro, mas sem consequências estruturais.
Vazamentos nos ralos, principalmente o do chuveiro.
Falta de rufo nos muros de divisa.
Possíveis furos nos tubos da grade da quadra.
Falta de reboco no muro do Edifício Durval Batista.

Medidas mitigadoras
Vedar a fresta na quadra com EPS e selante PU 30 da Quartzolit.
Substituir o ralo do chuveiro da quadra.
Colocar rufos no muro de divisa.
Verificar se os tubos da grade da quadra se encontram fechados.
Rebocar o muro do Edifício Durval Batista.

7.3. Oxidação da viga da garagem

Causas:
Infiltrações da quadra e ralos.

Medidas mitigadoras:

Demolir o concreto superficial danificado da viga.


Limpar a ferragem com escova de aço para retirar o excesso de ferrugem.
Se a perda de área da ferragem for muito grande soldar nova ferragem em
trecho não oxidado.
Aplicar Fundo Convertedor de Ferrugem (PCF – Quimatic) na armadura
oxidada que foi limpa.
Cobrir a viga com concreto estrutural de alta resistência – Graute/Weber
Quartzolit.
8. ENCERRAMENT O

Este laudo possui quinze páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo atendendo aos preceitos do Código de Ética Profissional.

Belo Horizonte, 13 de outubro de 2000.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 8:
Condomínio contrata para verificar as causas de patologi as e laudo
para ingr essar com ação na justiça contra construtora.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:
Lincoln Dias Oliveira
Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Contratante:
Condomínio do Edifício Residencial São Jerônimo
Rua Cláudio Martins, 173 - Bairro Bragança
Belo Horizonte/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado: 22/02/2013.

4. OBJETIV O
Trata-se de perícia para se verificar os riscos, condições estruturais e
patologias apresentadas no Condomínio do Edifício São Jerônimo em
virtude do aparecimento de trincas no edifício.
Por se tratar de Edifício ainda no período de garantia legal, este laudo
também objetiva a interrupção da mesma até sanados os problemas.
5. LOCALIZAÇÃO

O imóvel periciado localiza-se à rua Cláudio Martins, 173 no bairro


Bragança em Belo Horizonte/MG.

Vista aérea da localização do Edifício

6. DA VISTORIA
Fachada do Edifício São Jerônimo
O Edifício São Jerônimo localiza-se nas esquinas das Ruas Cláudio Martins
com rua setenta e um. A rua setenta e um não se encontra pavimentada.

A vegetação entre os prédios é a rua Setenta e um que não se encontra


pavimentada.

A topografia do terreno onde se localiza o Edifício São Jerônimo é bastante


acidentada tendo no seu afastamento central uma contenção de 4,00 metros
e um desnível total de 25,00 metros.
Vista em corte do edifício

O Edifício foi construído sobre uma grelha de pilares e vigas que formam o
seu sistema estrutural que se apoia na fundação.

Grelha que forma o sistema estrutural do Edifício São Jerônimo


O Edifício é composto por 10 apartamentos, pilotis e subsolo onde se
localiza a garagem do edifício.
Verificou-se na vistoria trincas no muro próximo a entrada do edifício na
rua Cláudio Martins. Estas trincas já apareceram anteriormente já que foram
observados sinais da sua recuperação.

Trincas no muro

Estas trincas apareceram no alinhamento do muro de contenção do edifício


que faz a divisão entre o afastamento frontal e a estrutura principal do
edifício.
Além destas verificou-se também uma movimentação do muro junto a
estrutura do edifício no lado oposto junto a rampa de entrada de veículos.
O muro se movimentou e encontra-se fora de prumo.

Ocorreu um recalque na fundação do muro que se encontra antes do muro


de contenção em área aterrada.

Fissura no nível do subsolo – piso da garagem


Fissura entre a parede e a laje do subsolo

Fissuras paralelas na laje da garagem

As patologias não foram verificadas na estrutura central do edifício, mas se


concentraram no muro de contenção, paredes, lajes, vigas e pilares do
subsolo, nível da garagem, junto às divisas.
Fissura no piso da garagem.

A estrutura do subsolo foi atingida alcançando pilares e vigas importantes


do subsolo.
Fissura no muro de contenção no nível do subsolo-garagem.

Pilar fissurado no subsolo

O pilar apresenta fissuras paralelas e equidistantes em toda a sua extensão.


A parede da garagem encontra-se com diversas fissuras equidistantes.

A fissuração segue um padrão e atinge, como já dito, as paredes do subsolo


próximas ao muro de contenção, laje, piso, pilares e vigas.
As fissuras foram verificadas até o 5º pilar, contados do muro de contenção
em direção aos fundos do edifício.
No lado oposto verificou-se que na linha da rampa de entrada de veículos,
no subsolo também apareceram fissuras.
Fissura na linha da rampa de veículos no subsolo

Vista geral da fissuração na rampa de veículos


Desenho esquemático: as fissuras apareceram entre os pilares numerados,
muro de contenção e rampa da garagem.

Vista no interior da grelha, abaixo do piso da garagem,

Ao fundo o muro de contenção.


Divisa de fundos do terreno do Edifício Residencial San Leon.

Observou-se que entre o terreno do Edifício São Jerônimo e o vizinho de


fundos não existe muro divisório. Ocorre que no terreno vizinho já ocorreu
terraplenagem fazendo com que os pilares de divisa do Edifício São
Jerônimo fiquem desprotegidos.
Com a terraplenagem criou-se um desnível com ângulo próximo a 90º
facilitando o carreamento do terreno sob o Edifício São Jerônimo e
prejudicando o seu sistema estrutural.
Além das patologias de ordem estrutural verificou-se ainda alguns vícios
construtivos os quais são detalhados a seguir:
Calcinação causada por falha na impermeabilização do jardim

O portão da garagem está sofrendo corrosão devido a gotejamento do


jardim.
Detalhe do jardim no pilotis.

A falha na impermeabilização está provocando gotejamento na garagem do


edifício São Jerônimo.

O piso de armazenagem dos botijões de gás está inadequado e facilita a


corrosão.
Entre a porta do salão de festas e o jardim não há desnível o que provoca a
entrada de águas pluviais.

Algumas peças cerâmicas do piso estão se soltando entre a área coberta do


pilotis e a quadra.
Entre a parte com piso cerâmico e a quadra no pilotis está ocorrendo a
quebra do concreto.

7. CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

7.1. Fissuras na garagem

Considerando que as fissuras são perpendiculares a seção dos pilares e


equidistantes entre si, considerando que as fissuras na laje da garagem são
paralelas e perpendiculares ao esforço e considerando que as fissuras são
transversais nas paredes conclui-se que está ocorrendo um recalque
diferencial no muro de contenção e pilares já enumerados no laudo
adjacentes a rua setenta e um.
Risco: Não existe risco a curto prazo, no entanto se não forem tomadas as
medidas corretivas a patologia não se estabiliza.
Medidas mitigadoras: Reforço da fundação dos pilares citados ou inserção
de novos pilares entre estes com profundidade adequada a carga e reforço
na fundação do muro de contenção.

7.2. Fissuras na rampa da garagem

Uma das caixas d’água do edifício São Jerônimo localiza-se abaixo da


rampa. Devido a carga advinda da mesma está ocorrendo um recalque do
solo.
Risco: Não existe risco a estrutura do prédio.
Medidas mitigadoras: é necessário reforço da fundação sob a laje onde se
apoia a caixa d’água.

7.3. Recalque do mur o junto a rampa

Considerando que o muro está na parte do terreno onde ocorreu aterro


verificou-se que houve um recalque de sua fundação.
Risco: Existe risco de desabamento do muro, já que o mesmo se encontra
desaprumado.
Medidas mitigadoras: reforço da fundação do muro junto a rampa.

7.4. Impermeabilização do jardim

Considerando as infiltrações verificadas na laje da garagem ocorreu falha


na impermeabilização do jardim.
Risco: não existe risco a estrutura a curto prazo, mas a longo prazo pode
ocorrer corrosão das armaduras da laje da garagem sob o jardim.
Medidas mitigadoras: refazer a impermeabilização do jardim.

7.5. Mur o divisório de fundos


Considerando que o desnível entre a rua Cláudio Martins e a rua Maria
Cândida Soares é de aproximadamente 30,00 metros e que o terreno que faz
divisa de fundos com o terreno do Edifício São Jerônimo foi terraplenado e
que os pilares ficaram na divisa do terreno:
Risco: existe risco a médio prazo de ocorrerem fissuras e tensões na
estrutura do edifício São Jerônimo advindas do carreamento do solo na
divisa e sob o edifício São Jerônimo, principalmente em período chuvoso.
Medidas mitigadoras: execução de muro de contenção do terreno na divisa
de fundos do edifício São Jerônimo.
8. CONCLUSÃO

As patologias elencadas nas considerações técnicas do laudo devem ter


prioridade nas ações corretivas e embora não representem risco iminente
nesta data se não forem corrigidas podem causar danos a estrutura do
edifício.
Além das medidas recomendadas devem ser feitas as correções de vício
construtivo, tratamento de fissuras, pintura e acabamentos.
Deve ser feita solicitação a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para a
pavimentação da rua setenta e um, pois a falta do pavimento coloca em
risco a estrutura dos edifícios adjacentes.

9. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 25 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.

Belo Horizonte, 07 de fevereiro de 2012.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 9:
Condomínio contrata para execução de avaliação estrutural e laudo
para nortear ações de manutenção.

LAUDO TÉCNICO

1.Contratado:

LDO avaliações e perícias Ltda.


Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2.Perícia:

Condomínio do Edifício Residencial Bragança


Rua Maria Bonita, 12 - Bairro Bragança
Belo Horizonte/MG

3.Data de r eferência da vistoria:


Vistoriado em 10/12/2012.

4. OBJETIV O
Trata-se de perícia para se verificar as condições estruturais e de
estabilidade do Edifício Residencial Bragança, especialmente em relação a
fundação.

5. LOCALIZAÇÃO

O imóvel periciado localiza-se à rua Maria Bonita, 12 no bairro Bragança


em Belo Horizonte/MG.

Vista aérea da localização do Edifício Residencial Bragança


6.VISTORIA

Fachada do Residencial Bragança

O Edifício Residencial Bragança foi construído em terreno com declive


para os fundos onde faz divisa com outros dois edifícios localizados à rua
Prof. Alcides.

Para a construção dos edifícios que fazem divisa de fundos com o


Residencial Bragança foi executado corte no terreno natural e realizada
contenção com retangulões e muro de arrimo.

O desnível entre a rua Maria Bonita onde se localiza o Residencial


Bragança e a rua Prof. Alcides onde se localizam os edifícios que fazem
divisa de fundos com o Residencial Bragança é de aproximadamente 19,0
metros.

Fundos do Residencial Bragança

O sistema de fundação e estabilidade estrutural do Edifício Bragança é


constituído por vigas e pilares que formam uma grelha que se apoiam em
tubulões ligados por blocos de coroamento.

De acordo com o projeto estrutural do Edifício Residencial Bragança a


resistência de projeto dos tubulões é de 12,0 MPA e a profundidade é
variável, sendo que no alinhamento dos fundos do edifício os tubulões
T100, T101 e T1 a T6 tem cotas de arrasamento de 13,30 metros. A
resistência das vigas de fundação e estabilidade é de 00,0 MPA em projeto.

O relatório de sondagem indica que o lençol freático não foi atingido até a
profundidade de 9,50 metros que foi o limite máximo de sondagem pelo
método SPT. O solo é bastante homogêneo e é do tipo Filito bastante
alterado com cor variegada e resistência de média a dura.
Verificou-se que não existem fissuras nas contenções realizadas nos
terrenos abaixo do Residencial Bragança.

Retangulões para contenção do talude resultante do corte do terreno.


Detalhe da locação dos retangulões e do muro de contenção abaixo.

O que está ocorrendo é que devido as intempéries o solo está sendo


carreado e está deixando os blocos de fundação e os tubulões descobertos.

Limite entre o bloco de fundação e a parte desenterrada do tubulão.

Abaixo do bloco de fundação inicia-se o tubulão que deveria estar


totalmente enterrado. Verificou-se que diversos tubulões próximos a divisa
de fundos estão desenterrados.
Tubulão desenterrado próximo à divisa de fundos

Mesmo os retangulões eram originalmente enterrados e devido as


intempéries atualmente encontram-se em parte desenterrados.
Outro fator a ser considerado é a falta de drenagem na divisa dos terrenos o
que acelerou o processo erosivo. O talude não possui proteção contra as
águas pluviais facilitando o processo de carreamento do solo.
Grande declividade e falta de proteção do talude

Talude sem proteção e linha de tubulões desenterrados


O processo erosivo é continuo e tende a se acelerar

7. CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Considerando o tipo de solo, o processo erosivo avançado, os fatores que


influenciam e desencadeiam tanto a estabilidade do talude quanto das
Construções como os fatores de inclinação e altura, resistência do concreto,
armaduras longitudinais e transversais da fundação em questão,
comportamento mecânico do terreno e fatores hidrogeológicos conclui-se
que é necessário a execução de reforço estrutural dos tubulões que
sofreram com o processo erosivo tendo parte de seu fuste descoberto,
drenagem das águas pluviais e proteção do talude sob o Edifício do
Residencial Bragança.

Observe-se que existem fatores que podem desencadear um processo de


desestabilização da estrutura do Edifício Bragança como a construção de
novas Construções no entorno que de uma forma ou de outra colaboram
para uma modificação das condições hidrogeológicas da região,
modificando o caminhamento das águas subterrâneas, a modificação do
comportamento do maciço original através dos cortes realizados nos
terrenos naturais, a carga imposta aos terrenos pelas Construções, variações
de geometria e modificação de fatores climáticos e índices pluviométricos.

Diretamente ocorreu uma mudança do comportamento estrutural do


Edifício Bragança, pois os tubulões, ora descobertos, deixam de trabalhar
como fundação e passam a trabalhar como pilares. O que ocorre é que a
resistência do concreto projetado para os tubulões é de 12,0 MPA enquanto
a que foi projetada para os pilares é de 00,0 MPA, ou seja, os tubulões com
função de pilares tem um concreto com resistência 20% menor, isto se não
compararmos com a norma atual que prevê uma resistência mínima para os
pilares de 20,0 MPA.

E ainda falando do comportamento estrutural do tubulão na função de pilar


não se pode deixar de lembrar que tanto a armadura longitudinal quanto a
transversal do pilar são superiores as do tubulão o que equivale dizer que os
tubulões desenterrados tem uma resistência bem menor do que os pilares,
podendo chegar a 40% da resistência destes se considerarmos a soma das
resistências do concreto e armaduras.

A armadura do tubulão não foi calculada para resistir a flexão da mesma


forma que o pilar, tendo sido considerados parâmetros como o comprimento
de flambagem e agregados do concreto de forma diversa. O fuste do tubulão
confinado pelo solo reduz os efeitos de flambagem. Se o fuste está
desenterrado o tubulão passa a trabalhar como pilar.

8.CONCLUSÕES
Devem ser tomadas as seguintes medidas afim de se eliminar os riscos
advindos das causas das patologias observadas.
Os riscos foram classificados em:
Risco de grau leve – Não existe risco de instabilidade estrutural, as
patologias são superficiais e não têm causas estruturais.
Risco de grau médio – Existe risco de instabilidade estrutural a médio prazo
se as condições se mantiverem as mesmas e há deficiência estrutural.
Risco de grau grave – Existe instabilidade estrutural iminente devido,
principalmente a deficiência estrutural.

Não há como se prever uma data específica de um desabamento ou colapso


de estrutura. Pode-se sim e foi feito no laudo é identificar o grau de risco
que se está correndo ao não serem tomadas medidas para sanear os
problemas, principalmente de ordem estrutural, que é o caso.

1. Reforço estrutural dos tubulões


Risco de grau grave

Reforçar todos os tubulões que se encontram com o fuste desenterrado,


especialmente os do alinhamento: T100, T101 e T1 a T6 conforme
diretrizes gerais a seguir:
Envolver os tubulões com nova armação com as mesmas bitolas previstas
no projeto estrutural original e realizar concretagem com concreto estrutural
com resistência mínima de 20,0 MPA.
Executar novos blocos de fundação na nova cota de arrasamento com a
armação conforme projeto estrutural original.
Executar cintas de ligação entre os blocos de coroamento conforme projeto
estrutural original.
Notas:
Os fustes que se encontram desenterrados devem ser limpos e retirada a
terra ao seu redor para colocação da nova armação e concretagem.
Os reforços estruturais dos tubulões devem ser executados de forma
intercalada: T100, T101 e T3 na primeira fase. Após T1, T6 e T4 e
finalmente T2, T3 e T5.

2. Pr oteção superficial do talude e dr enagem


Risco de grau grave

Com a finalidade de se evitar o carreamento do solo superficial do talude e


a repetição do descobrimento do fuste dos tubulões deve-se fazer a proteção
superficial do talude.
Retirar material demasiadamente solto e proceder compactação com
umidade adequada fazendo-se regularização da superfície o tanto quanto
possível.
Fixar chumbadores com concreto no talude com penetração mínima de 50,0
cm e bitola 12,5 mm para fixação de tela soldada.
Chapiscar o talude para melhorar a ancoragem.
Inserir tela soldada com malha 15 x 15 e fios 3,4 mm.
Realizar concretagem com cimento, areia lavada e brita 0 e espessura de 5
cm no traço 1:3:5.
Executar caixa de captação de águas pluviais junto ao pé do talude na
ligação da canaleta com a tubulação de águas pluviais.
Executar a colocação de canaletas junto ao pé do talude e divisas
desprotegidas com inclinação de 2%.
8. ENCERRAMENT O

Este laudo possui 17 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
do laudo.

Belo Horizonte, 18 de dezembro de 201X.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil
CREA 94061D/MG
LAUDO 10:
Fornecedor reclama na justiça pr ejuízo em decorrência de má
execução de serviços e entr ega a menor .

1. Perito:

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil – CREA 94061D/MG
Endereço:
Rua Pouso Alegre, 1435 – loja 11
Bairro: Floresta
Belo Horizonte – MG
Fones: (31) 34818836
(31) 87871110

2. Pr ocesso:

Indenização por dano material e outro


Requerente: Industrial Manaus Ltda.
Requerido: Pip S/A

3. Data do início dos trabalhos periciais:

O Início dos trabalhos periciais se deu no dia 27/11/2000 às 9:00h00min.

Acompanharam os trabalhos periciais o Sr. C.B.A., CPF xxx.111.666-70, CI


M22222SSP/MG pela requerente e o Sr. L.C, CPF xxx.222.776-90 pela
requerida acompanhado de seu advogado Dr. S. M., OAB 121212.

4. Objetivo
Verificar se o serviço contratado pela Industrial Manaus Ltda. da empresa
Pipe S/A foi executado a contento.

5. Intr odução

A Industrial Manaus Ltda. adquiriu de Planalto S/A indústria e comércio de


ferro e aço 32 bobinas de aço e de Wall produtos siderúrgicos Ltda. 4
bobinas de aço que totalizam 505.510 kg que foram entregues diretamente à
Pipe S/A para sofrerem processo de beneficiamento.

Foto 1 - Bobinas de aço

As bobinas foram entregues à Pipe S/A sem acabamento das bordas, motivo
pelo qual foi contratada uma perda de 3% de material para a realização
deste acerto e posterior beneficiamento.
O beneficiamento contratado, de acordo com as notas fiscais, eram o
acabamento das bordas das bobinas, corte das bobinas em chapas de aço e
fabricação de tubos de aço para uso pela Industrial Manaus Ltda. em seu
processo de fabricação.
Para a fabricação dos tubos é necessário que as bobinas sejam cortadas em
“slitters” de acordo com a medida pretendida dos tubos.
*Slitters: são tiras de aço provenientes do corte das bobinas de aço para a
fabricação de tubos.

Foto 2 - Bobina de aço sem acabamento das bordas

As bobinas são adquiridas por peso e as medidas são nominais, ou seja, para
que seja possível o acabamento das bordas das bobinas sem perda de área
útil elas são entregues com medidas acima da nominal.
Foto 3 - Bobina com medida nominal da largura de 1200 mm enquanto a
medida real é de 1240 mm.

Depois do processo de acabamento das bordas a bobina fica com medida


nominal e é preparada para ser transformada em chapa ou slitter. O slitter é
utilizado na fabricação de tubos.

Foto 4 – Slitter: fitas de aço para a fabricação de tubos


Foto 5 - Máquina transformando bobina de aço em slitters.

Foto 6 – Chapas de aço cortadas da bobina.


Foto 7 - Slitter na máquina para fabricação de tubos da Pipe S/A

O slitter entra na máquina e depois de sofrer transformação mecânica e


solda resulta no tubo de acordo com medidas contratadas.

Foto 8 – Slitter sendo transformado em tubo na Pipe S/A. detalhe de


soldagem.

Como as bobinas tiveram as bordas acabadas há uma perda de material que


não pode ser aproveitada sendo sucateada.
Foto 9 - Sucata proveniente do acabamento das bordas das bobinas

A sucata difere do slitter, pois não pode ser aproveitada em segunda etapa
de beneficiamento.

Foto 10 - Tubo retangular fabricado na Pipe S/A – detalhe da linha de solda.


Das bobinas recebidas pela Pipe S/A o processo de beneficiamento resultou
em tubos estruturais e chapas encomendados pela Industrial Manaus Ltda.

6. Do contrato

Foram enviadas 32 bobinas de aço entregues pela Planalto S/A indústria e


comércio de ferro e 4 bobinas de aço entregues por Wall produtos
siderúrgicos Ltda., que totalizavam 505.510 kg, diretamente à Pipe S/A para
sofrerem processo de beneficiamento, ou seja, transformação das bobinas
em tubos e chapas de aço planas depois de aparadas as bordas das bobinas.
Note-se que as bobinas podem ser entregues com as bordas acabadas para
beneficiamento, mas como foram entregues com as bordas sem acabamento
este item faz parte do contrato firmado entre as partes, daí a fixação de um
percentual de perda de material de 3% que é sucateado. O contrato firmado
entre a Industrial Manaus Ltda. e a Pipe S/A foi verbal.

O percentual de perda de 3% contratado implica em risco já que a perda é


fixada e não calculada ou apurada depois do processo de industrialização
das bobinas. As bobinas depois de sofrerem o beneficiamento para a
transformação em chapas planas e tubos tem uma perda que são aparas e
sobras do processo.

Como a bobina sem acabamento é entregue com medida maior que a


medida nominal, justamente para possibilitar o acabamento das bordas, o
peso também é maior, ou seja, a perda depende da medida real entregue.
Foto 11 – etiqueta com medidas nominais e peso da bobina

Na foto 11, verifica-se que a medida nominal da largura é de 1200 mm, mas
a medida real é 1240 mm, ou seja, neste caso a perda é de 3,33 %.
Realizada verificação nas notas fiscais entregues verificou-se que o mesmo
ocorre no contrato entre a Industrial Manaus Ltda. e a Pipe S/A. As perdas
giram em torno de 3,35% por bobina, havendo casos aonde a perda chegou
a 4,74%.

O material entregue para beneficiamento tem peso total de 505.510,0 kg.


Deste total a Pipe S/A retornou para a Industrial Manaus Ltda. duas bobinas
com peso total de 26.380,0 kg sem realizar o beneficiamento restando,
então, 479.130,0 kg.

Verifica-se pelas notas fiscais que foram devolvidos a Industrial Manaus


Ltda. o montante de 461.721,0 kg de material que sofreu processo de
industrialização. Então a diferença entre o recebido pela Pipe S/A de
Planalto e Wall, fornecedores da Industrial Manaus Ltda., e o devolvido
pela Pipe S/A a Industrial Manaus é a perda efetiva.
A diferença entre os 479.130,0 kg recebidos e os 461.721,0 industrializados
é de 17.409,0 kg que equivale a uma perda de 3,63%. Verifica-se que a
perda contratada foi de 3%, ou seja, 14.373,90. Há então uma diferença que
não foi entregue de 3.035,10 kg de material que é a diferença entre a perda
contratada e a perda efetiva.

Duas bobinas foram devolvidas pela Pipe S/A à Industrial Manaus Ltda.
sem sofrer beneficiamento. As bobinas que foram devolvidas sem o
beneficiamento têm as seguintes características:

Nota fiscal 46432


2 bobinas de aço SAE 1012
Medidas: 4,75 mm x 1200 mm
Peso total: 26380,0 kg
As bobinas fornecidas à Pipe S/A tinham as seguintes características:

Espessura Largura
0,75 1200
2,65 1200
2,00 1200
2,00 1000
0,90 1200
2,65 1200
4,75 1200

As bobinas entregues em Slitters tinham as seguintes características:

NF 49527
Slitters: 4 peças - 4,75 mm x 295 mm
Peso: 12.280,0 kg

Verifica-se que tanto as bobinas devolvidas sem sofrer processo de


industrialização quanto as bobinas que foram entregues em slitters tem
chapa com espessura de 4,75 mm.

7. Quesitos
7. 1. Quesitos da r equerida

Levando-se em consideração o destacado no item “a”, das fls. 04, dos autos,
queira o Louvado informar se a diferença apontada – 9.750 kg, apurada
entre o montante encaminhado pela Autora (479.902 kg) e devolvido pela
Ré (970.002 kg) compõe o total de perdas avençadas na hipótese e se se
encontra dentro do percentual de perdas ajustados, qual seja, o de 03%(três
por cento).

O item “a” da folha 04 dos autos diz que a Ré recebeu 479.902 kg e que
devolveu 470.002 kg e que existe uma pendência de 9.750 kg.

Considerando apenas os cálculos acima verifica-se que não foi considerada


a perda contratada que deveria ser descontada dos 9.750 kg.

Depois da conferência das notas fiscais chegou-se ao seguinte:


O material entregue para beneficiamento tem peso total de 505.510,0 kg.
Deste total a Pipe S/A retornou para a Industrial Manaus Ltda. duas bobinas
com peso total de 26.380,0 kg sem realizar o beneficiamento restando,
então, 479.130,0 kg.
Verifica-se pelas notas fiscais que foram devolvidos a Industrial Manaus
Ltda. o montante de 461.721,0 kg de material que sofreu processo de
industrialização. Então a diferença entre o recebido pela Pipe S/A e o
devolvido pela Pipe S/A é a perda efetiva.

A diferença entre os 479.130,0 kg recebidos e os 461.721,0 kg


industrializados é de 17.409,0 kg que equivale a uma perda de 3,63%.
Verifica-se que a perda contratada foi de 3%, ou seja, 14.373,90 kg. Há
então uma diferença que não foi entregue de 3.035,10 kg de material que é
a diferença entre a perda contratada e a perda efetiva.

Resumo:
Material recebido pela Ré: 505.510,0 kg
Material devolvido sem industrialização a Autora: 26.380,0 kg
Material em posse da Ré para a industrialização: 479.130,0 kg
Perda contratada: 14.373,90 kg
Perda real: 17.409,0 kg
A Autora deveria receber o material industrializado e somar a perda para
totalizar o material entregue a Ré para industrialização, mas como a perda
real foi maior ocorreu uma diferença: 17.409,0 kg – 14.373,90 kg =
3.035,10 kg

Considerando a resposta do quesito acima, pode o Louvado informar se a


perda apontada de 9.750 kg é maior, menor ou igual à contratada, segundo
alegações da parte Autora?

Como explicitado no quesito anterior a perda não foi considerada.

Com base nos documentos constantes nos autos, é possível ao nobre Expert
apontar a existência de algum contrato formal apresentado pelas partes que
evidencie quais os serviços foram contratados pela Autora junto a
Requerida? Se sim, queira o Louvado especificá-lo(s)

Não foi apresentado nenhum contrato formal ou documento expresso que


ateste o contratado entre as partes.

Sendo positiva a resposta ao quesito anterior, queira o Sr. Perito informar


quais foram serviços contratados.

Pelas notas fiscais evidencia-se a entrega de tubos e chapas, mas não há


documentos que evidencie medidas.

Em face das respostas aos quesitos de nºs 02 e 03 seria possível ao Expert


afirmar se houve ou não descumprimento contratual?

Considerando apenas as respostas dos quesitos 02 e 03 não é possível


afirmar que houve descumprimento contratual.

Sendo contratado os serviços de beneficiamento do material enviado à Ré


pela Autora, o pagamento efetuado à primeiro pela Autora foi com base em
quais quantidades, uma vez que todo o material fora processado?

O pagamento era realizado mediante a pesagem do material industrializado


recebido pela Autora em sua unidade fabril. As notas fiscais de retorno de
material constam o peso do material industrializado e também é destacada a
perda real. Neste caso ocorreu uma diferença entre o avençado entre as
partes e a perda efetiva depois da industrialização. A perda real foi de
3,63% enquanto a contratada era de 3%.
Perda contratada: 14.373,90 kg – 3% sobre o material a ser industrializado.
Perda real: 17.409,0 kg – 3,63% - sobre o material que foi industrializado.

Qual documento configura a divergência entre o pedido solicitado e o


executado?

Não constam nos autos documentos.

Em quais documentos fiscais constam as quantidades e medidas relatadas,


uma vez que a descrição do produto mencionado na inicial é “indefinido”?

A entrega de material a Ré era comprovada pelo peso das bobinas de aço


entregues para beneficiamento e o recebimento pela Autora era medido pelo
peso do material recebido industrializado mais a perda.

Embora as notas fiscais destaquem o quantitativo de chapas e tubos o


recebimento pela Autora era feito por pesagem.

Da análise dos documentos constantes dos autos é possível ao i. Perito


informar se há prova de devolução de material não solicitado ou recusado
pela Autora? Se sim, como se trata de documento fiscal, queira o Louvado
indicar qual(is) e sua(s) respectiva(s) folha(s) dos autos.

Não consta nos autos documentos que comprovem a devolução de material,


senão notificação extrajudicial datada de 13 de junho de 2011.

Sendo o material “imprestável para a finalidade desejada”, em qual


documento fiscal foi realizada a devolução?
As bobinas entregues em Slitters tinham as seguintes características:

NF 49527
Slitters: 4 peças - 4,75 mm x 295 mm
Peso: 12.280,0 kg

Verifica-se que o beneficiamento não foi concluído considerando-se que o


“Slitter” é a transformação das bobinas em tiras para serem conformadas
em tubos. O peso devolvido em Slitter não equivale ao peso de uma bobina
indicando que houve algum problema na transformação do Slitter em tubos,
senão o peso devolvido deveria equivaler ao peso de uma bobina menos a
perda de acabamento das bordas, mas equivale a aproximadamente a
metade.

Conforme as notas fiscais verificam-se:

Bobinas entregues para industrialização na chapa 4,75 mm de espessura:


NF 13.807 - peso: 26.340 kg
NF 13.860 - peso: 26.435 kg
Total: 52.775 kg

Foram devolvidos pela Pipe S/A à Industrial Manaus Ltda. os seguintes


produtos na chapa 4,75 mm de espessura:
NF 45210 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 1257 kg
NF 45205 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 6625 kg
NF 45148 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 3900 kg
NF 49527 – Slitter _ peso: 12280 kg
NF 46432 – devolvido sem beneficiamentos _ peso: 26380 kg
Total: 50.457 kg
A diferença equivale a perda: 2318 kg

Pode o d. Perito informar se há nos autos laudo técnico que aponta para a
não conformidade dos produtos enviados pela Ré a Autora?

Não há laudos que comprovem a não conformidade.

Os serviços executados pela Requerida o foram em oportunidade única ou


foram realizados ao longo de algum determinado período de tempo?

Os serviços foram executados de forma fracionada entre julho de 2010 e


fevereiro de 2011.
Se fracionado, forte no que dos autos consta é possível ao Louvado
informar o período em que foram prestados?

Os serviços foram executados de forma fracionada entre julho de 2010 e


fevereiro de 2011.

Se fracionado, é possível ao i. Perito indicar em qual(is) da(s)


oportunidade(s) houve supostamente a(s) falha(s) na prestação de serviços?

Verifica-se na resposta do quesito 10 que a Pipe devolveu uma bobina sem


beneficiamento e a outra em tubos e parte em slitter. Não houve em
nenhuma nota fiscal descrição de slitter. Não houve nenhuma devolução de
material sem beneficiamento senão uma bobina na chapa 4,75 indicando a
ocorrência de problemas no beneficiamento da chapa de espessura 4,75
mm.
Pode o Louvado informar qual é a praxe no mercado em questão,
especialmente no que toca à falha na prestação de serviços.

A praxe é a reclamação ou devolução no menor prazo possível detectada a


não conformidade.

Queira o Louvado informar se o aço está ou não sujeito a oxidação.


O aço está sujeito a oxidação.

Se sim, a devolução dos materiais imprestáveis comumente se opera em que


prazo?

Embora esteja sujeito a oxidação, se for estocado de maneira adequada e


livre de intempéries o processo tende a ser demorado, mas
independentemente deste fato, sendo recebido um material em
desconformidade de tal forma que se torne imprestável a devolução é
imediata, naturalmente.

Os materiais reclamados pela Autora se encontram à disposição para serem


periciados? Se sim, qual o estado de conservação dos mesmos?

Os materiais não se encontram à disposição para serem periciados.

É possível constatar alguma não conformidade dos mesmos em relação ao


que resta comprovado como serviços contratados? Se sim, qual(is)?

Ver resposta quesito 10.


Acaso não estejam à disposição para serem periciados e levando em
consideração exclusivamente as provas carreadas aos autos, é possível ao
Louvado informar qual foi(ram) a(s) destinação(ões) conferidas aos
materiais?

Considerando o reclamado pela Autora:


Chapas com especificação diversa:
Solicitado pela Autora: chapa 1000 x 2300
Entregue pela Ré: chapa 1200 x 200

Não entrando no mérito, mas elucidando quais os destinos poderiam ter


sido dados as chapas supostamente entregues nas medidas de 1200 x 1000
cabe esclarecer que as medidas são medidas de chapas padrão vendidas no
mercado e poderiam ser comercializadas ou utilizadas no próprio processo
produtivo da Autora.

Slitters:

NF 49527
Slitters: 4 peças - 4,75 mm x 295 mm
Peso: 12.280,0 kg

Verifica-se que o beneficiamento não foi concluído considerando-se que o


“Slitter” é a transformação das bobinas em tiras para serem conformadas
em tubos. O peso devolvido em Slitter não equivale ao peso de uma bobina
indicando que houve algum problema na transformação do Slitter em tubos,
senão o peso devolvido deveria equivaler ao peso de uma bobina menos a
perda de acabamento das bordas, mas equivale a aproximadamente a
metade.
Pode o Ilmo. Expert, de modo categórico e sob a fé de seu grau, asseverar,
de modo inconteste, que o documento de fls.. 27 revela a venda de materiais
imprestáveis que seriam oriundos dos serviços contratados entre as partes
Ré e Autora? Se sim, qual o elemento formador de tal convicção?

Ver resposta do quesito anterior. Corrija-se documento de folha 17 dos


autos.

Não há como precisar já que a Autora utiliza em seus processos produtivos


chapas e tubos que são cortados e geram sucata.

Pode o Ilmo. Perito informar se há algum documento a amparar a


notificação de fls. 14/15 e que efetivamente demonstre a não conformidade
dos serviços prestados pela Ré?

Não há documentos nos autos que ampare a notificação.

Diante das respostas aos quesitos anteriores, pode o Expert afirmar


categoricamente que a Autora sofreu prejuízos em decorrência da
contratação da Requerida? Se sim, é possível dimensiona-los? Se sim,
queira o Louvado informar qual(is) foram e informar sua exata extensão.

Como a perda foi contratada em 3% e na industrialização ocorreu perda de


3,63% ocorreu uma devolução de material a Autora 0,63% a menor:
Perda contratada: 14.373,90 kg – 3% sobre o material a ser industrializado.
Perda real: 17.409,0 kg – 3,63% - sobre o material que foi industrializado.
Diferença: 3.035,10 kg
Slitter não transformado em tubos: 12280 kg
7. 2. Quesitos da r equer ente

Considerando as NOTAS FISCAIS constantes dos autos, queira o Expert


informar a quantidade de produtos enviados a Ré, pelas empresas
Planalto/Wall, informando a quantidade dos produtos e seu peso em
quilograma, de forma a confirmar o declarado através da exordial.

Material recebido pela Ré: 505.510,0 kg


Material devolvido sem industrialização a Autora: 26.380,0 kg
Material em posse da Ré para a industrialização: 479.130,0 kg
Perda contratada: 14.373,90 kg
Perda real: 17.409,0 kg
Diferença entre perda contratada e real: 3.035,10 kg

1.1As PLANILHAS que se seguem estão em consonância com o contido


nos autos? Notas Fiscais e demais documentos que instruem o feito?
(Planilhas pag. 221 dos autos)
Ver quesito 1.

Pode o Expert informar a quantidade de material devolvido à Autora de


forma a confirmar o contido nas NOTAS FISCAIS constantes dos autos,
tanto em quantidade de produtos como em peso?
(Planilhas pag. 221, 222, 223 dos autos)

Material em posse da Ré para a industrialização: 479.130,0 kg


Perda real: 17.409,0 kg
Material devolvido a Autora: 461.721 kg (beneficiado)
Considerando as respostas aos quesitos anteriores, conforme planilha
acima, queira o Expert informar se os mencionados 3% de perda, já foram
contabilizados nas NF’s de retorno da mercadoria emitidas pela Ré.

Está ocorrendo uma diferença entre a perda contratada e a perda real.


Fixou-se na contratação uma perde de 3,0 %, mas no processo de
industrialização a perda real foi de 3,63%. Então a Autora deixou de
receber 0,63% de material que é a diferença entre a perda contratada e a
perda real ocorrida no processo de industrialização.

Queira o Expert informar através de qual NOTA FISCAL a Ré


providenciou a devolução de 8.431 kg, relatados de forma evasiva na
página 99.

Material em posse da Ré para a industrialização: 479.130,0 kg


Perda contratada: 14.373,90 kg
Perda real: 17.409,0 kg

O material beneficiado devolvido de acordo com as notas fiscais foi de


461.721 kg. A perda contabilizada nas notas fiscais foi a perda real de
17.409 kg.

Queira o Expert informar a quantidade do material faltante?

Ocorreu uma diferença entre a perda contratada e a perda real.

Perda contratada: 14.373,90 kg


Perda real: 17.409,0 kg
Material não entregue: 3.036 kg – equivalente entre a perda contratada e a
perda real.
A perda contratada é uma estimativa. No processo produtivo pode ocorrer
maior ou menor perda. Como as bobinas entregues a Pipe foram sem
acabamento a perda foi ainda maior, já que a siderúrgica entrega a largura
real maior do que a largura nominal para propiciar o acabamento das
bordas, ou seja, a siderúrgica entrega material em peso maior que será
descartado após o acabamento das bordas.

Considerando as CHAPAS CORTADAS EM DESACORDO COM O


SOLICITADO, pode o Expert informar a quantidade, data e Nota fiscal
relativa ao material cortado de 2,65 mm, no comprimento de 2.000 mm x
1.200 mm de largura, em quantidade e em peso?
(Planilha folha 223 dos autos)

Não existem nos autos documentos para conferência entre o solicitado e o


fornecido, neste caso.

Pode o Expert informar a quantidade, data e NF do material 2,65 no


comprimento de 2,320 mm x 1.200 mm, tamanho correto para o fabrico de
elemento de travamento do andaime fachadeiro, única aplicação do material
na unidade fabril da autora. (Planilha folha 223 dos autos)

NF 47247 de 19/11/2010
CH 2,65 x 1200 x 2320 peso: 11.236 kg
NF 47332 de 23/11/2010
CH 2,65 x 1200 x 2320 peso: 7558 kg

NF 47342 de 23/11/2010
CH 2,65 x 1200 x 2320 peso: 11.551 kg
Pode o Expert informar se a Autora solicitou providências quanto ao envio
do material cortado por engano ou em desacordo com o solicitado? (vide
fA.Z.. 14)

A Autora enviou notificação extrajudicial a Ré.

Pode o Expert informar quanto ao material TUBO ESTRUTURAL NA


CHAPA 4,75 mm, a quantidade e o peso de todas as remessas destes
materiais na bitola 4,75, enviadas à Autora. (Planilha folha 223 dos autos)

Conforme as notas fiscais verificam-se:


Bobinas entregues para industrialização à Pipe S/A na chapa 4,75 mm de
espessura:

NF 13.807 - peso: 26.340 kg


NF 13.860 - peso: 26.435 kg
Total: 52.775 kg
Foram devolvidos pela Pipe S/A à Industrial Manaus Ltda. os seguintes
produtos na chapa 4,75 mm de espessura:

NF 45210 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 1257 kg


NF 45205 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 6625 kg
NF 45148 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 3900 kg
NF 49527 – Slitter _ peso: 12280 kg
NF 46432 – devolvido sem beneficiamentos _ peso: 26380 kg
Total: 50.457 kg

A diferença equivale a perda de 2318 kg já computada no total 3,63%.


Pode o Expert informar ao Juízo o motivo da suspensão do beneficiamento
do material acima mencionado (4,75 mm), quando fabricavam o material
chamado “tubo estrutural”?

Não há como comprovar o motivo da suspensão, senão que ela ocorreu.

Pode o Expert informar o motivo da Autora haver conseguido promover a


devolução de 26.380 kg do material, diretamente do pátio da Ré para a
fornecedora Planalto (vide pag. 108 – NF 46432), lembrando que o material
foi devolvido em bobinas lacradas?

Não existe nos autos a informação solicitada e nem a comprovação da


entrega diretamente a Planalto. A nota fiscal 46432 indica que a Pipe S/A
entregou as bobinas sem beneficiamento à Industrial Manaus Ltda.

De igual forma, dentro do mesmo raciocínio, porque a Autora foi a


destinatária do saldo do material a dizer: 12.280 KG de tiras de aço 4,75 x
295, posteriormente sucateados?

As etapas do beneficiamento seriam:


Acabamento das bordas das bobinas: realizado
Transformação das bobinas em tiras (slitter): realizado
Transformação do slitter em tubos: realizado em parte.

Uma parte do material foi entregue a Industrial Manaus sem a finalização


do processo de industrialização, ou seja, ao invés da entrega dos tubos, foi
realizada a entrega dos slitters. A soma do peso entregue em tubos, mais o
slitter, mais a perda de acabamento das bordas, confere com o peso de uma
bobina. A outra bobina foi entregue sem o beneficiamento.
Foram devolvidos pela Pipe S/A à Industrial Manaus Ltda. os seguintes
produtos na chapa 4,75 mm de espessura:

NF 45210 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 1257 kg


NF 45205 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 6625 kg
NF 45148 - Tubo est 100 x 50 x 4,75 x 6000 – peso: 3900 kg
NF 49527 – Slitter _ peso: 12280 kg
NF 46432 – devolvido sem beneficiamentos _ peso: 26380 kg
Total: 50.457 kg

Pode informar o Expert o destino das tiras de aço e o valor assemelhado


pela sucata de tiras (vide pag. 17)?

Consta nos autos nota fiscal emitida pela Industrial Manaus em favor de
Comercial Pereira Ltda. em que vende sucata de aço (slitter) com peso de
18.920 kg e valor de R$5.676,00.

Não há como comprovar, no entanto, a origem da sucata.

8. Documentos examinados

Foram examinados os seguintes documentos para a elaboração do laudo


pericial:

Autos do processo
Notas fiscais
Planilhas
Notificação extrajudicial
Foi realizada diligência na Pipe S/A para verificação do processo produtivo
e reuniões com os representantes da Autora e Requerida e solicitado
documentos comprobatórios. Ainda foi feito contato com a Planalto S/A
que preferiu não se manifestar.

9. Encerramento

Este laudo possui 25 páginas e foi realizado em conformidade com as


normas da ABNT vigentes e a vistoria mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos necessários ao atendimento do objetivo
da perícia. Faz parte integrante do laudo pericial a resposta aos quesitos das
partes.

Belo Horizonte, 00 de dezembro de 2000.

Lincoln Dias Oliveira


Engenheiro Civil/Perito do Juízo
CREA 94061D/MG

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