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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO

MT ESCOLA DE TEATRO
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM TEATRO

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MÓDULO AZUL, PERFORMATIVIDADE,


TERCEIRO SEMESTRE DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM TEATRO

Relato de experiência apresentado


ao Curso Superior de Tecnologia
em Teatro com ênfase na área
Atuação, como exigência parcial
da avaliação da disciplina de TCC.

Waltair França da Silva


Cuiabá-MT
2020
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MÓDULO AZUL, PERFORMATIVIDADE,
TERCEIRO SEMESTRE DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM TEATRO

Este é o relato de experiência do módulo Azul, eixo performativo, terceiro semestre do


curso superior de Tecnologia em Teatro, ocorrido no período do primeiro semestre de 2020.
Primeiro dia de aula, sábado dia 08 de fevereiro de 2020. Neste dia tivemos uma
palestra com Rodolfo Vázquez de manhã que falou sobre o planejamento do semestre, ainda
bem que eu não me apego muito às explicações sobre o que vai acontecer ao longo do
semestre, me apego mesmo é ao andamento, por exemplo, o que aconteceu e não o que vai
acontecer. Depois o Jan Moura e a Thereza Helena conversaram sobre o tema do semestre.
O tema escolhido foi “Amor”, tendo como operador o livro Elogio ao amor, de Alain
Badiou e Nicolas Truong. O material seria definido a partir de músicas escolhidas pelos
aprendizes, e apresentadas num karaokê. A turma foi dividida em dois núcleos e tivemos
nossa primeira reunião para conversar com os aprendizes de direção e os anseios de cada área.
Nas aulas específicas de atuação, a formadora Tatiana Horevicht nos trouxe dois
textos para orientação de acesso ao material para composição de cenas performativas iniciais
para pesquisa, sendo o eixo do módulo performatividade.
Através do texto “O trauma como performance de longa duração”, de Diana Taylor,
que fala de uma visita guiada pelo sobrevivente nos campos de tortura, Pedro Matta, à Villa
Grimaldi, fomos orientados a buscar na memória “traumas” da infância ligadas ao amor, e eu
selecionei o amor platônico dirigido às professoras da escola primária. A formadora sugeriu
usarmos um objeto que se relacionasse com este trauma. Escolhi o giz e o apagador como um
elemento que seria meu “totem” e usaria este totem para pesquisar e criar minha cena
performativa ou um programa performativo como material para pesquisar, primeiro para usar
na mostra poética, e depois do filtro da dramaturgia e todas as áreas, usar na mostra de cena
do módulo.
Como estávamos em grupo, na aula específica de atuação, e os programas
performativos seriam criados e apresentados em grupo, e o módulo performativo criava
algumas expectativas sobre como seríamos conduzidos até o final do módulo, até a mostra de
cena, o início de cada módulo sempre se dá com essa expectativa sobre qual será o resultado
final e qual o caminho será trilhado para chegar a este resultado, este caminho era o que foi
apresentado pelo Rodolfo Vásquez no primeiro dia de aula, ou seja eu tinha minhas próprias
expectativas.
Quero ressaltar um exercício interessante na aula de atuação: pessoas em círculo e um
bastão nas mãos. Olhar para um participante e quando perceber o olhar de volta arremessar o
bastão para que a pessoa segure e faça o mesmo com outra pessoa. Gradualmente ficávamos
mais hábeis no arremesso e na recepção, ao mesmo tempo que a formadora adicionava
dificuldades, como dividir em dois times e disputar o bastão. Para mim o que marcou neste
exercício foi o fato de trabalhar o olhar. O olhar devia dizer sem dizer: ‘vou jogar para você’.
Um outro exercício foi o de compartilhar o trauma escolhido, para outra pessoa, ouvir
o trauma da outra pessoa e criar uma performance que tivesse relação com os dois casos. O
fato de compartilhar a minha história fez com que eu fixasse essa história como minha
pesquisa e todo o desenvolvimento da construção do meu programa performativo partiria daí.
Na leitura de Josette Férral, em “Por uma poética da performatividade: o teatro
performativo”, nos aproximamos do conceito de performance e performatividade para chegar
ao entendimento do teatro performativo, pós-dramático para Hans-Thies Lehman e o conceito
de performance arte de Richard Schechner.
As leituras se faziam necessárias mas não respondiam as questões sobre o que seria o
teatro performativo e o que devíamos fazer para que ele acontecesse. Mas suscitava mais
questões.
Falava-se do aqui e agora, e o que é isso? Falava-se da presença e do engajamento do
performer e eu tentava filtrar as exclusividades do teatro performativo para entendê-lo melhor.
Entendi que performatividade são possibilidades.
Fazer algo acontecer e colocar o espectador atento a ponto de fazer parte da
composição desse acontecimento.
Agora tudo mudou. Chegou a Covid-19 e ficamos em casa. As aulas continuaram, mas
o tema mudou para “Casa”. A escola nos trouxe o livro de Bachelard, A poética dos espaços e
o livro de Ludmila Brandão, A Casa Subjetiva.
As aulas eram online e fazíamos vídeos para criação de material para a dramaturgia
com os cômodos da casa, um espaço poético, e onde nossa subjetividade aflorava na casa. E
eu briguei com meu guarda roupas.
Voltando, porque brigar com o guarda roupas é o resultado final do meu programa
performativo na mostra de cena do módulo. A coordenação do curso pediu uns vídeos para os
aprendizes de cada área sobre os espaços poéticos da casa lá no início da pandemia que
explorasse nossa subjetividade. Eu, por não me apegar à casa, por ter me mudado muito,
morando de aluguel, então as casas não são minhas, nasci em Contagem, Minas Gerais, aos
três me mudei para Governador Valadares, MG, aos doze para Vila Velha, ES, e isso foi se
incorporando no meu programa performativo para a mostra. Aos vinte e três vim para Mato
Grosso. E meu vídeo foi embaixo da mesa, contando um pouco sobre isso, essas mudanças e
minha falta de um espaço que fosse meu.
Aí, já estávamos em núcleo, e eu tentando juntar o meu “totem”, lá do “trauma” da
atuação, o giz, o apagador, e antes, uma coisa que faz parte do teatro performativo, são as
ações físicas, que não são gestos nem movimentos. São ações físicas. De Stanislávski, da
memória emotiva, “desautomatizando” as ações cotidianas cujo elemento essencial é o ritmo e
o impulso, impulso retomado por Grotóvski, com diferença na questão da origem dos
impulsos de Stanislávski.
Nas ações físicas para confecção do corpo do ator, a formadora de atuação nos indicou
a experiência de Bill T. Jones, e construímos ações físicas relacionadas ao totem da memória
dos amores da infância fazendo uma relação com a experiência do site human.online,
trabalhando a potência da simplicidade da presença e do olhar, esbarrando também na estética
da repetição da coreógrafa alemã Pina Bausch, que compunha através de experiências
subjetivas com seus bailarinos.
Na aula de Experimento, foi usado o método dominó, onde cada área fazia uma
provocação para uma área seguinte coletar material e produzir provocação para outra área, na
sequência: Direção e Dramaturgia, Técnicas, Atuação e Produção.
No núcleo 1, a Direção e Dramaturgia produziram os temas “Amor em pele de plástico
e olhos de vidro, calabouço” e núcleo 2 “O espaço como co-produtor de nossas
subjetividades”. Estes temas foram lançados para as áreas técnicas que produziram vídeos que
vieram a ser disparadores para a Atuação. A Atuação criou a mostra poética, onde eu, sem
espaço que produzisse subjetividade usei apenas o rosto destacado num espaço escuro. A
mostra foi usada para a Produção estudar o uso de alguns elementos e o tipo de divulgação da
mostra de cena.
Depois do método dominó, os aprendizes do curso decidiram voltar os trabalhos em
núcleo, e usar os recursos que seriam convenientes para composição da mostra do módulo.
Em núcleo, a partir da mostra poética, e a partir da interação entre as áreas, a
dramaturgia coletou algumas informações da atuação, sobre a subjetividade de cada um em
suas casas e nos apresentou o texto.
A direção trouxe alguns exercícios para a atuação interagir com os espaços, solicitou
da atuação qual seria o espaço de sua subjetividade, e daí começamos a trabalhar o texto sob o
olhar da direção.
Meu texto relata minha história de falta de subjetividade onde vendemos a casa da
infância em Governador Valadares e um sonho virou pesadelo e foram muitas mudanças de
casas e eu comparava meu cansaço de mudar e o passar do tempo percebido no
envelhecimento do guarda-roupas, alinhado ao meu próprio envelhecimento e cansaço. E o
olhar da direção dos aprendizes de direção Clodoaldo Arruda e Jean Pablo perceberam os
espelhos que eu tenho em casa e me orientaram a usá-los com distanciamento e profundidade.
A mostra de cena foi realizada a partir da casa de cada aprendiz de atuação e se
encontra no drive da escola.

Referências:

BADIOU, Alain / TRUONG, Nicolas. Elogio ao amor. Martins Fontes, 2013.

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Martins Fontes, 2008.

TAYLOR, Diana. O trauma como performance de longa duração. O Percevejo Online.


Periódico do programa de pós-graduação em Artes Cênicas PPGAC/UNIRIO. Volume 01-
Fascículo 01 – janeiro-junho/2009

FABIÃO, Eleonora Batista. Programa Performativo: o corpo-em-experiência. Revista do


Lume – UNICAMP. N° 4, dezembro de 2013.

FÉRAL, Josette. Por uma poética da performatividade: o teatro performativo. Sala Preta.
2009.

BONFITTO, Matteo. O Ator-Compositor. As ações físicas como eixo: de Stanislavski a


Barba. Perspectiva. 2ª edição, 2016.

Alves, Renata Cristina; Vieira, Alba Pedreira. Pina Bausch, estética da repetição e uso de
objetos cênicos. In: 12° Seminário Nacional de Dança Contemporânea: Concepções
Contemporâneas em Dança. Anais.... CD-ROM. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

JONES, Bill T. BODY MOVEMENT LANGUAGE. Disponível em:


https://www.billtjonesai.com/

Site human. Online. Experimente a presença e a conexão sincera. Disponível em:


https://www.human.online/
FRANÇA, Wal. Experimento II At. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=iGZHpHEkK6U

_______. A casa ∈, ∉. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MO7BpX-


GJn8&t=78s

MT Escola de Teatro. Mostra Online. Disponível em:


https://drive.google.com/drive/folders/1LNNLMZ-GORfI_Y4bZJVNpJEtupzFMZKj

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