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TORAH
DANIEL SOTELO
GOIANIA 2017
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INDICE
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – PENTATEUCO
Introdução
1. Nomes, livros e limites dos livros do Pentateuco.
2. Conteúdo dos livros do Pentateuco
3. Autoria e literatura do Pentateuco
4. Os documentos do Pentateuco
CAPÍTULO II – GENESIS- BERESHIT
Introdução
1. Divisão do livro de Gênesis
2. Conteúdo do livro de Gênesis
3. Teologia do livro de Gênesis
4. Mapas do livro de Gênesis
CAPÍTULO III – EXODO - SHEMOT
Introdução
1. Divisão do livro de Êxodo
2. Conteúdo do livro de Êxodo
3. Teologia do livro de Êxodo
4. Mapas do livro de Êxodo
CAPÍTULO IV- LEVÍTICO – VAIQRA
Introdução
1. Divisão do livro de Levítico.
2. Conteúdo do livro de Levítico.
3. Teologia do livro de Levítico.
CAPÍTULO V – NÚMEROS – BAMIDBAR
Introdução
1. Divisão do livro de Números
2. Conteúdo do livro de Números
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3. Teologia do livro de Números
4. Mapas do livro de Números
CAPÍTULO VI – DEUTERONOMIO – DEBARIM
Introdução
1. Divisão do livro de Deuteronômio
2. Conteúdo do livro de Deuteronômio
3. Teologia do livro de Deuteronômio
4. Mapa do livro de Deuteronômio
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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CAPÍTULO I – PENTATEUCO – LIVRO DOS CINCO ROLOS
INTRODUÇÃO
O Pentateuco é uma denominação dada aos cinco primeiros livros da lei em
Grego: penta - cinco. Esta denominação veio da tradução da Torá ou Lei pelos
judeus. Este nome ocorre na tradução da palavra Torá para o Grego na LXX
(Septuaginta), o Antigo Testamento Grego usado pelos judeus de Alexandria no
Egito e retomado pelos Cristãos e a Patrística (Pais Apostólicos).
Tanto judeus como cristãos sempre estudam mais as leis do que os demais livros
do Antigo Testamento. Nos descobrimentos do Mar Morto em 1947 foram
encontradas dezenas de copias dos textos do Antigo Testamento, mas os mais
lidos dos livros eram Dt, Is e Sal, por causa das similitudes entre os livros do Novo
Testamento. “O Novo Testamento está dentro do Antigo e o Antigo é interpretado
no Novo Testamento” (Santo Agostinho).
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do Hebraico é Bereshit que tem os mesmos significados. Êxodo é a saída em
grego e em hebraico é shemot: nomes. Levítico é o termo grego e em hebraico é
Vaiqra - chamar. No deserto, bamidbar é o livro de Números em Hebraico.
Deuteronômio é debarim em hebraico: palavras e em grego ficou a tradução de
segunda lei: Deutero – segundo; nomos: leis. Os judeus ainda o chamam de Torá
ou Torá de Moises.
Torá tem vários sentidos: lei, exortação, mandamentos, palavras. Para os Cristãos
ficou apenas Penta-teuco: cinco livros da lei. Ele não tem o sentido de constituição
nem códigos de leis, são apenas leis para a vida do povo, são normas sociais,
políticas, econômicas e religiosas. Estes textos de leis também falam da vida de
um povo, de sua religião, ritos, celebrações, festas, costumes. As leis eram
escritas em couros ou papiros que eram guardados em vasos ou jarros de
cerâmicas, caixa de madeiras ou de metais (Guenizah).
O Pentateuco era composto de cinco livros que eram guardados em cinco caixas e
depois foram juntados fazendo apenas num rolo só. Era um livro só, um livro
grande e enorme. Um rolo que para ser lido devia ser desenrolado. As divisões
foram feitas depois, a redação final do Pentateuco ocorreu na época de Esdras e
Neemias. A LXX, a tradução grega do texto Hebraico nos séculos II a I a. C.
Até hoje, os livros da tradução grega passaram a ser a Bíblia Cristã e com os
sentidos que encontramos na Igreja.
O livro de Gênesis é o começo: origem do mundo, do homem e de todas as
coisas que encontramos em nosso mundo e fora dele. É a explicação da origem
dos deuses, de Deus, do mal, do povo de Deus. História dos homens, dos anjos,
de Abraão, Isaque e Jacó.
O livro de Êxodo narra a vida de Moisés, do povo no Egito, a saída do Egito e a
caminhada e peregrinação no deserto.
O livro de Levítico discorre sobre as leis da pureza, da impureza; das festas e do
culto; dos rituais e sacrifícios; fala dos levitas e dos sacerdotes e as suas funções.
O livro de Números é quase uma historia da genealogia, do parentesco; é um
censo das tribos de Israel na terra prometida. É a contagem do povo.
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O livro de Deuteronômio mostra outros tipos de leis que já foram encontradas em
Ex 2-23; e Lev 16-27. Este livro é chamado de segunda lei.
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------------- Gen – 12-25- Abraão (P).
Gen 1-11.
1- Criação.
2- Criação do homem e dos animais.
3- Pecado.
4- Caim e Abel.
5- Patriarcas antes do dilúvio.
6- 9- Dilúvio e Noé.
10- Repovoamento da Terra.
11- Torre de Babel.
Gen 12-50.
12-25- Abraão
26- Isaque.
27-36- Jacó.
37-50- José.
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O livro de Êxodo recomeça a vida no Egito e a dureza da escravidão, fala da
liberdade e saída do Egito, peregrinação no deserto, Sinai, aliança com Deus. O
livro busca fazer uma ligação entre o livro anterior e o posterior: Gen 37-50--------
Êxodo-------Nm 1-10.
----------Ex 1- Opressão.
-------------Ex 12 pragas.
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------------Ex 14-15 A passagem pelo mar.
Ex 19-40.
C - LEVÍTICO
O livro abrange todas as leis do templo, culto, rito, festas, etc. O livro é
interessante, pois narra as leis que não são encontradas em Ex 20-23 e Dt 12-26.
Por isso é entendido que este livro é o ultimo a ser escrito no Pentateuco, e conta
com leis que os outros demais livros não bordaram.
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---------Lev 8-10 – sacerdotes.
D - NÚMEROS
O livro de números mostra as passagens pelo deserto por 40 anos, saída do Sinai
e a chegada ao Monte Nebo. Esta narrativa mostra o censo sobre o povo, talvez
seja a contagem do povo não para a distribuição da terra e sim para a
arrecadação de impostos.
Nm 1-4- censo de algumas tribos.
Nm 5-8- varias leis.
Nm 9-10- páscoa e saída do Sinai.
Nm 11-36- ao fim sobre a caminhada pelo deserto e a chagada a Moabe.
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E - DEUTERONÔMIO
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-------29-30- terceiro discurso de Moisés.
O Pentateuco começa com Gen 1 e vai a Dt 34. Alguns autores retiram o livro de
Dt e ficou somente Gen – Nm. Seria a origem e contagem do povo. Criação do
mundo à criação do povo de Israel. O Pentateuco então passa a ser chamado de
Tetrateuco: quatro livros. Outros autores incluem Josué e então passaria a ser
chamado de Hexateuco: seis livros. A resposta a esta questão é que Josué é o
complemento de Dt e de Moisés e as estórias estariam interligados.
Uma fala sobre a vida de um grande líder que tirou e trouxe o povo do Egito, o
outro começa a nova tarefa de assentamento do povo, divisão e distribuição da
terra e o inicio do governo na terra. Porem, o pano de fundo de todos os livros seja
Pentateuco ou Hexateuco ou Tetrateuco, é a promessa e o cumprimento de Deus
feito a Abraão. Josué conclui aquilo que começou em Gênesis.
No Tetrateuco exclui o livro de Dt que faz parte da Obra do deuteronomista: Dt, Js,
Jz, I e II Rs, I e II Sam. Seja Tetrateuco ou Pentateuco, estas obras narram a
historia da salvação de Deus ao povo escolhido. Criação e morte de Moisés, e a
nova criação, o povo na terra prometida. Poderíamos ler o Pentateuco da seguinte
maneira:
Esta é a forma de uma leitura através da sincronia; esta é a seqüência correta da
leitura do Pentateuco, a composição temática, não de contexto histórico. Esta
seria a forma com que foram costurados os textos do Pentateuco:
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12-25- Abraão.
26- Isaque.
27-36- Jacó.
37-50- José.
Nm 1-4- Censo.
5-8- Várias leis.
9-10- Páscoa.
Dt 1-4- Moises.
5-11- Discurso.
12-26- Código Deuteronomista.
27-28- Discurso.
29-30- Discurso.
31-34- Moises e sua morte.
31- Josué.
32- Cântico de Moises.
33 - Benção das tribos.
34- Morte de Moises.
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Podemos notar que o redator final do Pentateuco costurou os textos uns aos
outros, mesmo sem levar em conta a historia ou qualquer forma de critérios. A
costura é mais temática do que redacional e teológica ao invés dos fatos
históricos. O Pentateuco teve como propósito abranger a historia da criação de
todas as coisas até a formação do povo de Israel na terra prometida e a eleição do
povo como povo de Deus.
O Pentateuco não diz que Moisés escreveu ou é o autor de seus escritos. Quem
disse isto foram os Padres da Igreja e que depois a idéia foi inserida no Novo
Testamento. Depois a tradição judaica reafirmou tal idéia. Moisés só aparece no
Êxodo e vai até o livro de Dt. Sempre as narrativas sobre Moisés estão na 3 a
pessoa do singular. Ele é o autor central, mas se fosse o escritor a narrativa não
estaria na 3a pessoa do singular. O livro de Dt fala mais sobre Moises, mas como
ele escreveria a sua morte e onde ele foi enterrado? Neste livro temos vários
discursos e cânticos de Moises. Como Moises escreveria isto durante a
caminhada pelo deserto?
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Ex 34,27- Decálogo do Culto.
Todos estes textos parecem ser escritos em datas bem posteriores a Moises. Dão
uma idéia de que o escritor está orientado para fazer com que a idéia como se
fosse de autoria de Moises.
Muitos destes livros ou foram escritos ou reescritos após o exílio, como: Crônicas,
Esdras e Neemias. Eles falam de Moises e várias vezes da lei de Moises ou livro
de Moises. No Novo Testamento atribuem o Pentateuco a Moises, em Mt 19,7ss;
Mc 12,26; Jo 5,46s. No Judaísmo da época do Novo testamento e depois do Novo
Testamento e muitos escritos apócrifos é que darão a autoria de Moises ao
Pentateuco.
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Novo Testamento estavam sendo escrito nesta época de Filon de Alexandria e de
Flavio Josefo.
AS REPETIÇÕES
AS CONTRADIÇÕES
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No estilo literário temos textos que falam de Elohim e YHWH ao mesmo tempo,
outros mesclam os nomes e outro as ainda contrapõem os nomes de um ou de
outro. Em Ex 19,11. 18 chama o monte de Sinai e em Ex 3,1; 17,6 chamam-no de
Horebe. Em 3,1; 4,18 o sogro de Moises chama-se Jetro e em Ex 2,18 e Nm 10,29
ele é chamado de Raguel. Em Dt fala que Moisés morreu e foi enterrado no Monte
de Moabe, como escreveu a sua morte e o local onde foi enterrado?
Existem hoje muito mais para achar que Moises não escreveu o Pentateuco, quem
o escreveu? Foi na época de Salomão que surgiu a escrita em Israel? O
Pentateuco é da época do século XII ou XI a. C. e se estendeu até o século III a.
C.
No século XVIII d. C. começa a grande critica literária do Pentateuco. H B Witter
foi o primeiro a desconfiar que do uso do nome de Deus em Gen 1 – Elohim e Gen
2 YHWH. Estas diferenças denotavam que os autores diferentes escreveram
nomes diferentes para o mesmo Deus. Isto ocorreu em 1711 e suas descobertas
para a época nada valeram, ficou no esquecimento por quarenta anos.
Muito tempo depois o francês, Jean Astruc em 1753, que era médico e grandes
estudiosos das Escrituras, amigo do rei Luiz XV fez as mesmas descobertas em
Gen 1 e 2. Foi o primeiro a dar o nome destas fontes literárias, como: Javista e
Elohista. Não só descobriu as diferenças entre os nomes Javé e Elohim, mas,
evidenciou que esta diferença não era só dos nomes, e sim também no livro de
gênesis. Ele chamou de Javista e de Elohista os documentos. Para Jean Astruc,
Moisés, juntou estes documentos e fez o livro de Gênesis.
No ano de 1870, exatamente um século e uma década depois de Jean Astruc, o
alemão, J G Eichhorn, toma as descobertas anteriores e busca mais subsídios
para criar a teoria documentaria e que Moises não juntou as duas
fontes/documentos de Jean Astruc, mas um autor anônimo/desconhecido fora o
redator destes documentos.
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Antes de terminar o século XVIII d.C. outro alemão K D Ilgen descobriu um novo
relato literário ou documento que alem de usar o J e o E, diferia e em muitos
destes anteriores, o qual foi dado o nome de P – sacerdotal (do alemão
Priesterschrift).
Inicio do século XX, Julius Wellhausen descobriu um outro documento que foi
denominado de D (Deuteronomista). Estas fontes foram juntadas aos três
documentos anteriores: J, E, D, P. Ele data estes documentos e tenta localiza-los
em sua origem: O J foi escrito entre os séculos X a. C e o IX a. C. no reino de
Judá; o E é do século VIII a. C. ao VII a. C. no reino do Norte em Israel; o
documento D começa a ser escrito no Norte no século VII a. C e o documento P
no exílio no século Vi ao V a. C. Todos estes documentos tinham autores
diferentes, de lugares diferentes, e que depois foram sendo juntados uma ao
outro, em três etapas de redações.
Primeiro juntou-se, J com o E em Judá, após a queda de Samaria, na derrota para
os Assírios em 722 a. C. O redator juntou bem os textos do J e do E com grande
maestria que se torna difícil em alguns trechos ver qual é J e qual é E. Os textos
têm primazia sobre o texto E, e outros lugares se fundem e confundem parecendo
um terceiro documento da fusão do J e E, parecendo-se com o JE (Jeovista). O
Jeovista é esta mistura do J com o E.
A segunda etapa de redação começou em 622 a. C na época da reforma do rei
Josias. Aos dois documentos anteriores juntou-se o D (deuteronomista). Este
Deuteronomista que depois foi dividido em dois Dtr e logo após em três
documentos: o Dtr 1 e o Dtr 2; ou as siglas Dtr G (Dt 12-26); o Dtr N (composição
de leis que não estão em 120-26) e Dtr P (traços proféticos e influencias proféticas
sobre o livro de Dt).
A terceira redação se dá durante o exílio, entre 586 a 539 a. C. ou ainda entre 539
quando foi escrito o documento P (Sacerdotal - Lev 17-26) denominado ainda de
documento ou código sacerdotal. Entendo que há ainda redações e acréscimos
posteriores ao exílio, de um Dtr pós-exílio e um Redator Final (R F) para o
fechamento do Pentateuco entre 330 a. C. e a canonização na época do concilio
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de Jamnia em 100 a. C. A estas fusões de documentos J, E, D, P, temos então a
teoria dos documentos ou das fontes. Então Moises não é o autor do Pentateuco,
mas aconteceu que varias escolas de escribas com características diferentes
escreveram a historia e as origens de Israel no Pentateuco.
OS DOCUMENTOS
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realidade hoje esta relação de narrativa com teologia e escrita de um só autor está
desmascarada. O estado de questão sobre o Pentateuco continua a ser muito
discutido e sem se chegar a um denominador comum. Tal situação está mudando,
mas, estamos agora apresentando as discussões até o presente momento não
levando em consideração as discussões recentíssimas sobre o documento D e P.
Sendo que, a maioria dos escritores acabou por ignorar os documentos J e E.
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exílio. A escala alemã denominou o Dtr em três etapas: Dtr N, Dtr G, e o Dtr P. O
Dtr G pré-exílico, outro ligado à lei e o outro influente pela profecia. Este
documento está no Pentateuco em DT, tem a sua divisão é da seguinte maneira:
Dt 1-4;
Dt 5-11;
Dt 12-26;
Dt 27-30;
Dt 31-34.
O texto fala da centralização do culto em Jerusalém, contra os santuários locais. O
tema central da teologia do Dtr: é a eleição, escolha divina. Javé escolhe seu
povo. A escolha divina em Dt é: Não fostes vós que escolhestes a mim, mas eu
vos escolhia vós. É o amor de Deus ao povo escolhido - Israel. Não que o povo
fosse merecedor; Israel não fez nada para que Deus o escolhesse. O amor de
Deus é sem condições; é a manifestação de sua graça, amor e poder.
P - Este documento inicia em Gen 1,1 e vai até Dt 34, este escrito encontra-se em
todos os livros do Pentateuco. A maior parte desta narrativa está no primeiro livro:
Gênesis. Ele aparece em Ex e Nm, um pouco so no Dt e em todo o livro de Lev.
Deus para este escritor é distante, não tem sentimento do homem. Deus só se
manifesta neste escrito através das teofanias, sacrifícios, rituais. Ele escreve
genealogias, datas e listas são algumas de suas características. O sábado e a
circuncisão são fundamentais; a páscoa e os sacrifícios, rituais sãos teologias
deste escritor.
O escritor faz sínteses em suas historias. O redator P, junta outros documentos e
faz os textos uma coisa só. A sua teologia parte da aliança do Sinai, leis de
purezas e impurezas; leis que tornam Israel um povo eleito e santo. A promessa
faz parte de sua teologia, a posse da terra. Ele é escrito durante e depois do exílio,
o povo não mais possui a terra prometida para Abraão, o patriarca. A sua teologia
é uma teologia da esperança aos exilados que retornaram. Eles devem possuir a
terra para sempre.
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O Pentateuco deveria ser aberto pelo livro do Êxodo. O êxodo é a porta de
entrada do Pentateuco. Podemos acrescentar que são seis temas fundamentais
de todo o Pentateuco:
A – A criação e a historia do homem e do mundo - Gen 1-11- uma unidade literária
relativa.
B – Os patriarcas – Gen 12-50- este bloco temático-literário encerra o primeiro
livro do Pentateuco-Bereshit.
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CAPÍTULO II – GENESIS – BERESHIT
Introdução
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas partes temáticas: 1-11 as origens de
tudo; e 12-50 os patriarcas. Temos outros modos de ver estes livros. É o primeiro
livro da Bíblia Hebraica e da Bíblia Cristã.
Um conto dos rabinos diz que: Um rabino chega para ou mestre rabino e
pergunta: Mestre porque o primeiro livro da Bíblia começa com a segunda letra do
alfabeto hebraico, com a letra Beith e não com a primeira letra do alfabeto que é
Aleph? O mestre responde: porque o primeiro livro da Bíblia começa como próprio
Elohim - Deus, e este livro está sendo escrito eternamente, por isso o primeiro
livro da Bíblia começa com a segunda letra do Alfabeto Hebraico.
Este livro começa a narração da criação como os povos vizinhos fizeram. A
origem do mundo e do homem, a origem do pecado e da morte, a origem da vida,
dos povos e do povo de Deus: Israel. Neste livro temos três documentos
entrelaçados, costurados e redigidos de uma forma tal para dar a idéia de um só
escritor; mas, o que vemos são três camadas literárias e de redações: J, E, P.
Todas estas estórias foram primeiros transmitidos oralmente e depois redigidos,
coletados, reescritos e no final de séculos formaram o Livro da Gênese de todas
as coisas. Estes textos foram coletados desde o século X ao seculo9 IV. O livro só
estava completo no século IV a. C.
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6,1-9,17 – Dilúvio.
9,18-10,32 – Recriação.
11,1-9 – Babel.
11,10-32 - de Sem a Abraão.
2a parte - Gen 12-50- Os patriarcas.
12,1-25,18 – Abraão e sua família.
25,19-37,1 – Isaque e Jacó.
37,2-50,26 – José e as tribos de Israel.
B - Segunda divisão de Gênesis.
Esquema: Vida/morte.
--------Gen 1-2- criação/vida.
--------Gen 3 – pecado/morte.
--------Gen 4 - Caim/Abel/Morte.
--------Gen 6 – Dilúvio/ Morte.
--------Gen 9-10- Recriação/Vida.
--------Gen 11- Babel/Morte.
--------Gen 12-50- Abraão e promessa de Vida.
--------Gen 25-37- Isaque/Jacó/Vida.
--------Gen 37-50- José/ morte para a vida.
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2 - CONTEÚDO DO LIVRO DE GENESIS
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quebra da harmonia do homem com Deus; quebrou-se a intimidade do homem
com Deus. A conseqüência do pecado foi o seu afastamento, a solidão.
O homem só, depois com a mulher se multiplica e enche a terra. Com o pecado,
surgem outros pecados. Vem a morte contraposta à vida. Um irmão mata outro
irmão seu. A família é rompida. A morte de Abel é a morte da terra. Antes tudo era
vida, não havia a morte. Agora a vida é superada pela morte. A morte é maior que
a vida. Onde há vida, existe a morte. O dilúvio é o contraposto da vida, o dilúvio é
a representação da morte, como é Caim e Abel. Noé é a vida de todo ser. Noé é o
novo Adão.
De Noé vem a nova humanidade. De Adão e Noé vem Abraão, a promessa, a
terra cheia e povoada. O pecado não acaba com o dilúvio; ele continua
progredindo. Com a história de Babel, de novo o homem quer usurpar o lugar de
Deus, de subir aos céus, os homens são espalhados e confundidos. Surge Abraão
o pastor e comerciante que é escolhido por Javé para ser o pai dos povos. Ele sai
de Ur dos Caldeus e se dirige à terra da promessa.
Na estória de Abraão recomeça toda historia de vida, de salvação, de promessa
de uma nova criação. Esta temática em Gênesis está presente em toda a Bíblia:
vida/morte/criação/recriação. Com Abraão começa a historia da eleição. Da
eleição de um homem vem a eleição do povo, Sair e chagar, peregrinar são temas
recorrentes ligados a este homem e a este povo. Aliança de que nada mais
aconteceria: Deus promete a um fiel que Ele será fiel a Abraão e sua
descendência. Canaã é o local escolhido para este povo viver. Caminham, andam
chegam, tomam, possuem a terra e estes são temas recorrentes no livro do
Gênesis de todas as coisas.
Deus promete a terra, depois promete um filho e depois promete uma
descendência inumerável. A mulher é estéril, o homem é velho, não há mais
esperança. Mas ocorre que o filho da velhice vem: Isaque/sorriso é o filho da
aliança, é o filho da benção, é o filho da promessa. De Isaque saem Esaú e Jacó.
Jacó é Israel, Israel será o povo de Deus. A multiplicação começou. De um
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surgem dois e de dois surgem as tribos de Israel e das doze tribos surge o povo
de Deus.
No final José filho de Jacó é vendido pelos irmãos ao Egito e salva um povo da
fome e da miséria. No Egito torna-se primeiro ministro de Faraó. O povo desce ao
Egito com fome e lá está o irmão poderoso para ajuda-los. José pede que toda a
família vá para o Egito e aí começa a nova historia de Israel. Uma grande novela a
de José. Com vários capítulos até chegar a salvação da fome e a miséria. Assim
termina o livro de Gênesis, um homem para ajudar o povo. Tudo obra de Deus:
venda e a recompensado mal com o bem.
4-6----------------------12-25-------------------------35-37.
1-3--------------7-11------------------------26-34------------------------38-50.
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Pelo esquema literário podemos pelo menos avançar um pouco na teologia do o
livro de Gênesis. Poderíamos escrever milhares de paginas acerca da teologia do
livro de Gênesis. Mas apenas esboçaremos alguns dados. A narrativa da criação
nada mais é que a tentativa da explicação da origem do mundo e de todas as
coisas (cosmogonia). A cosmogonia de Gênesis nada mais é do que a copia das
cosmogonias dos povos vizinhos. Cananeus, Egípcios, Babilônicos, Persas,
Gregos tinham suas cosmogonias.
Israel conhecendo todas estas estórias recria a sua dando um caráter diferente
dos demais povos. Gênesis tenta explicar estes fatos como fossem verdadeiros,
mas, o objetivo dos escritores do livro de Gênesis era não descrever os fatos, mas
mostrar como Deus estava presente nestes acontecimentos. A narrativa é um
esboço da historia da salvação. A narrativa mostra mais a presença de Deus e a
sua ação na historia dos homens. A história é mais teologia, ensino moral e a
misericórdia e amor de Deus para com os homens.
Apesar de o homem continuar negando Deus, Ele continua amando, salvando.
Esta é a base da narrativa de Gênesis, os fatos não são reais, mas ilustram a
vontade, ação e plano de Deus para com o homem. Gênesis 1-11 parece-se mais
com uma confissão de fé do povo de Deus. Parece com um credo primitivo de
Israel.
Gen 1-11 mostra a história primitiva: a criação do mundo, do homem, dos animais,
vegetais, astros, estrelas. Deus estava no começo de tudo. Ele intervem na
criação de tudo e no ápice da criação surge o homem à sua imagem e
semelhança. Sempre esta linguagem é teologia: criação-------pecado-----
salvação. Estes termos são ocorrentes em toda historia de Israel. É absorvida
no Novo Testamento e na Igreja. A narrativa de Gen mostra a ação de Deus na
vida do povoe do homem. Gen 1-11 é tudo isto: criação-----pecado-----
salvação. A intenção do escritor não é explicar cientificamente a criação, como
muitos querem. O autor pretende mostrar a ação de Deus, o sinal de Deus na
historia do homem:
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3-----4----------------------7-----9.
1------2-------------------5------6---------------------10------11.
6 e 9- Noé no dilúvio.
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11- Sem a Tara pai de Abraão.
12- Abraão.
36- Esaú.
37- Jacó.
38-50- José.
Criação;
Adão;
Pecado;
Babel;
Dilúvio
Estas partes foram unidas à sessão dos patriarcas. Nas narrativas dos patriarcas
começa com a genealogia. O pai é mais importante: pai e filho, depois os
descendentes; a cronologia: quanto viveu e gerou; Adão, Sem; Noé; Abraão; e
Jacó. Adão tem três filhos: Abel que morreu; Caim que matou; e Sete que
permanece na estória subseqüente. De Sete vai a Noé que também tem três
filhos: Sem fica na estória; Cam e Jafé que desaparecem. De Sem surge Tara que
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tem de ter filhos: Aram, Nacor e Abraão. Abraão que permanece na estória.
Abraão agora tem dois filhos: Ismael que some da estória e Isaque que
permanece na estória.
Isaque tem também dois filhos: os gêmeos Esaú e Jacó. Esaú some e permanece
Jacó. Jacó tem doze filhos, mas só José continua na estória de Gênesis. E Judá é
quem vai prevalecer e dar continuidade na historia de Israel quando José morre no
Egito. Tudo isto para mostrar que Deus está na historia do povo salvando-o,
criando e recriando. Agora a historia de cada individuo é a historia da ação através
de homens. Deus age e elege homens para que a sua ação seja somente entre o
povo escolhido. Destas coisas escritas poderemos tirar algumas lições:
- A criação de Deus é muito importante neste livro. Deus cria tudo por sua
palavra, esta palavra traz a existência todas às coisas.
- Deus não é criado, ele é. Eu sou o que sou.
- Deus cria tudo do nada pela palavra poderosa, por sua misericórdia e por
seu amor.
- O ser humano foi criado à sua imagem e semelhança.
- O mal é causado pelo próprio homem, por seu egoísmo e pretensão de ser
igual a Deus.
- Mesmo com a desobediência, Deus continua com seu amor pelos homens.
- Deus age na historia do homem.
4. MAPAS DE GENESIS
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Outro Mapa de Gênesis
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CAPÍTULO II - ÊXODO- SHEMOT
Introdução
Este livro foi escrito e costurado ao anterior: Gênesis. Mas este livro contém
também fragmentos e costuras. Pare dar a idéia de continuidade: a s origens---
os patriarcas-- José---- e a saída dos parentes de José do Egito. O livro de
Êxodo em Hebraico é: nomes e em grego é: saída, fuga. O inicio do livro mostra a
saída dos filhos de Jacó que foram para o Egito por causa de fome e da miséria
mostrada em Gen 15-50; a saída é a forma de mostrar que houve escravidão e
libertação do Egito.
Com o decorrer da narrativa fica bem claro e evidente que não é só saída, mas
caminhada, presença de Deus e a sua manifestação poderosa. A presença de
Deus e do povo no Sinai/Horebe, a elaboração da aliança. A libertação é narrada
em Ex 1-15 e os nomes dos filhos de Jacó em Ex 1,1-4. Estes dois textos estão
mostrando a temática do Êxodo.
O livro do Êxodo pode ser dividido de varias maneiras, mas essencialmente pode
se dividido em três camadas temáticas: a libertação, Ex 1-15; peregrinação, Ex
16-18; aliança no Sinai, Ex 19-40.
Muitos discutem acerca da historicidade dos fatos do Êxodo. Outros aceitam os
fatos como reais e históricos. A discussão sobre a historia real ou não continua.
Sabemos que se relaciona a uma narrativa religiosa, o povo reconta as suas
estórias que passaram pela tradição oral, foram aumentadas e reditas,
reconstruídas. As estórias passaram a historias, de contos populares foram
transformadas em atos salvíficos de Deus. De narrativas de fatos com grupos de
tribos passaram a ser a historia do povo de Deus, a criação e a eleição do povo de
Israel.
35
Todas as coisas naturais foram transformadas em atos sobrenaturais, as ações
milagrosas de deus nas pestes e nas pragas tomaram lugar das catástrofes
naturais. Ninguém nega a ação salvadora de Deus, da libertação da opressão
egípcia. Mas que tudo isto não é literalmente, que isto durou quarenta anos. As
datas históricas não coincidem com a historia mundial. O livro de Êxodo não
menciona quando ocorreu tudo isto. Não dá para datar nem para dizer quando
foram, nem quando eles saíram. Mas apenas aproximadamente pode ser
mencionado.
15,22-18,27
1,1-15,21----------------------------------------------------------------------------19-40.
A- Libertação dos Escravos do Egito.
Ex 1,1-15,21.
Ex 7,1-13,16 – As pragas.
B - Peregrinação no Deserto
Ex 15,22-18,27.
36
Ex 15,27- Acampamento.
C - Aliança no Sinai
Ex 19-40.
Ex 19,1-24,18- A aliança.
Ex 25,1-31,18(P) – Ordenanças.
Ex 32,1-25 – O bezerro de ouro.
Ex 33,1-23 - Presença de Deus.
Ex 34,1-35 – Renovação da Aliança.
Ex 35,1-40,38 – Execução do culto (P)
O livro não faz nenhuma referencia a época dos acontecimentos. O autor do livro
está mais preocupado coma ação salvadora de YHWH do que os fatos em seu
redor. Nem o Egito em sua historia menciona qualquer povo que teve como
escravos em seus domínios. A discussão é se o povo desceu nos séculos XVI ou
XIV a. C. Estes fatos aconteceram nas grandes migrações noticiadas pelos
Mesopotâmicos? Abraão e Jacó são do mesmo grupo que saiu da Mesopotâmia e
foram parar no Egito?
37
No século XV a. C. os Egípcios expulsaram os invasores. Isto é noticiado nas
crônicas Egípcias. Será que os Hebreus estavam com estes povos expulsos? Se
foram expulsos os invasores, a historia da saída do Egito foi invertida. Os que
permaneceram no Egito e não quiseram sair foram obrigados a trabalhar numa
semiescravidão. Construíram as cidades de Pitom e de Ramsés. O Êxodo
menciona a expulsão. Mas alguns textos bem traduzidos dão a entender que
foram expulsos, perseguidos para não voltarem. Após esta expulsão e a outra
escravidão, então fugiram do Egito.
Considerando fatores internos e fatores bíblicos nós poderemos especular alguma
coisa sobre estes acontecimentos. Se Salomão construiu o templo de Jerusalém
em 960 a. C. (I Rs 6,1), e que este fato do livro de Reis e a construção do templo
por Salomão foi de 480 anos depois da saída do Egito, isto parece ser bem viável
que esta saída acontece realmente em 1440 a. C. (960 anos de Salomão e os 480
no deserto). Isto coincide exatamente com o governo de Amenofis II (1450- 1425
a. C.). O numero 480 é então simbólico, não é exatamente e matematicamente
falando, por que é a formação de uma geração, ou seja, 40 anos X 12 tribos de
Israel isto dá 480 anos.
Hoje na pesquisa moderna fica mais claro com as evidencias arqueológicas. E
muitos propõem a data provável da saída do Egito em 1250 a. C. Neste período
do século XII ao XII a. C. quem reinava no Egito era o Faraó Ramsés II (1290-
1232 a. C.). Este seria o faraó que oprimiu o povo de Israel. Foi ele quem os
obrigou a construir cidades como armazéns em Pitom, e Ramsés (Ex 1,11).
Menerptah foi o faraó do êxodo. Isto pode ser comprovado pelas descobertas
arqueológicas da Estela de Menerptah. Assim sendo, não foi um só êxodo e sim
dois êxodos. E o escritor bíblico ao narrar as estórias do Êxodo juntou as duas que
ficou conhecida somente como sendo uma estória.
A tradição oral conseguiu guardar as duas e deu prioridade não a expulsão e sim
a fuga. A fuga é narrada com detalhes até exagerados. Moises é o líder da
rebelião e da retirada do povo. O livro deixou estes relatos e hoje podemos ver
nas subcamadas das narrativas a expulsão e a fuga do povo de Israel do Egito.
Nem todos fugiram, mas foram expulsos do Egito: a casa de José – Manassés e
38
Efraim e Benjamim fugiram, os outros foram expulsos. Os milagres portentosos
que aconteceram no Egito naturalmente foram interpretados pelo povo de Israel
como castigo aos inimigos. Talvez podem ser analisadas a intensidade,
quantidade e freqüência que foram diferentes da naturalidade destes milagres.
Na tradição J o mar se abriu sozinho como recuo das águas por um vento forte
(Ex 14,21). Na outra tradição P, fala de muralhas feitas de águas, nos lado
esquerdo e direito, isto foi uma epopeia (Ex 14,16-17). O milagre aconteceu
quando o povo passou a seco e vindo os Egípcios as águas retornaram ao seu
curso normal e natural e todos morreram. Não se sabe onde os israelitas
passaram. Mas sabemos pela geografia antiga, antes da construção do golfo de
Suez, que havia lagoas e lugares secos. Ora, se havia lagos e lugares secos por
que passar pela lagoa? A questão permanece: se o povo tinha tanto espaço para
passara a seco, porque escolheram a lagoa para passar ou atravessar?
Embaixo podemos ver como era a geografia antiga. As rotas comerciais passavam
por estes locais: ............ e ---------- que poderiam passar ao lado dos lagos de
Junco e o Mar Vermelho sem precisarem passar pelos lagos e sim em terra firme.
É um exagero falar em mar. O único mar é o Mar Vermelho, o resto são lagoas e
eles não iriam se desviar de uma rota já conhecida para atravessarem o Mar
Vermelho.
39
Interessante notar é que a importância dada pelo escritor não é a veracidade dos
fatos ou os milagres, mas a forma como se dá a intervenção de Deus na vida do
povo escolhido. Este relato é mais uma confissão de fé do que uma história.
Nunca o povo iria fazer as rotas das caravanas comerciais onde existiam os
pedágios dos pagamentos dos tributos. Havia então guarnições do exercito
egípcio em todas as rotas comerciais, postos avançados e fortalezas construídas
para protegerem os locais de viagens e de comércio. Talvez isto explique o
complicado traçado do caminho feito pelo povo de Deus para chegar até Canaã.
Foram para o deserto, para o Sinai, e depois para o deserto de novo. Moises devia
40
conhecer bem este traçado das caravanas comerciais e usa a estratégia para fugir
do pagamento dos impostos e para fugir do exercito egípcio.
Assim ele leva o povo tranqüilamente da fuga. Moises viveu neste local com seu
sogro Jetro, os locais escolhidos que o êxodo narra e por onde o povo passou não
é conhecido pela geografia antiga. No deserto tem uma planta chamada Tamarix
manifera que produz uma goma de mascar. Maná em Hebraico significa uma
pergunta: o que é isso? Os árabes ainda chamam esta planta de manhuh. As
codornas são nativas deste local deserto por onde eles passaram. São aves que
migravam e estavam com os beduínos iam de um local para o outro. Eram aves
de arribação. O milagre está quando todos reclamam das panelas de carnes as
aves chegam no mesmo local de acampamento.
O livro de Gênesis narra a ida de Jacó para o Egito, e isto é acompanhado com a
narrativa da Morte de José no Egito. O êxodo parece dar a idéia de continuidade.
A idéia que temos ao passar quatro séculos que os parentes de Jacó e de José
cresceram e se multiplicaram e se tornaram umas multidões de pessoas. O livro
fala que isto os tornou poderosos e ameaçava o Egito em sua soberania nacional.
O povo cresceu e agora é uma ameaça, precisavam ser expulsos deste local.
O Egito mudou também a sua política, sua economia. O faraó que assume o novo
poder não conhece José e seus parentes. Estranho para quem foi primeiro
ministro do Egito (Ex 1,8). Assim, os egípcios começam a escravizar os israelitas
(Ex 1,11). Quanto mais eram oprimidos mais aumentavam e cresciam, se
multiplicavam (Ex 1,12). O rei do Egito resolve matar os primogênitos recém-
nascidos dos homens ( Ex 1,15ss).
O livro procura mostrar a situação deprimente da escravidão. Começa a historia
de Moises: nascimento, crescimentos e libertação. Era Moises da tribo de Levi, é
escondido e depois colocado numa cesta na época em que o faraó manda matar
os primogênitos. Coloca Moises numa cesta de juncos no rio Nilo, ele é
41
encontrado pela filha do Faraó, que o adota como filho. Mas foi amamentado pela
sua própria mãe (Ex 2,1-10). Moisés cresceu na corte, sabendo que era israelita,
ele mata um egípcio que oprimia um patrício seu, ele foge e no deserto conhece o
seu sogro Jetro e se casa com sua filha Zípora, teve um filho chamado Gerson.
Foi auxiliar de Jetro por um tempo (Raguel), pastoreou suas ovelhas, talvez
ajudou a Jetro que era sacerdote (Ex 2,11-22) e um dia no Monte Horebe Deus se
revela a Moises, dá o nome a si, uma vocação e um uma missão lhe é conferida:
tirar o povo do Egito, da opressão egípcia. Moisés será o libertador do povo de
Israel (Ex 3,1-22). Ele tem como ajudante o seu irmão, outro sacerdote Aarão. Vai
de volta para o Egito cumprir a sua missão: tirar o povo da escravidão. O Faraó
não deixa o povo sair, oprime cada vez mais os Israelitas. E o rei obcecado
dificulta mais e mais. Deus manda as pragas para castigar os opressores (7,1-
10,29).
A última praga é o castigo que faraó fez aos Israelitas, a morte de todos os
primogênitos egípcios. Todas estas coisas aconteceram exatamente no momento
da preparação e da comemoração da páscoa (Ex 12-13). Vendo todas as pragas e
as desgraças, Faraó cede e deixa o povo sair. Esta saída se transforma na
confissão de fé do povo de Israel. O Êxodo está marcado desde o livro de gênesis
ao Apocalipse. É o tema central da vida do povo de Israel. Deus liberta o povo da
escravidão. Deus está com o povo de Israel.
O povo caminha pelo deserto. Tem saudades do Egito, murmuram, blasfemam e
praticam a idolatria. Toma um caminho difícil e complicado. Não caminham pelas
rotas das caravanas comerciais, fogem do tributo e das guarnições, que são
postos egípcios avançados. Não caminham pelas estradas dos filisteus. Não
passam pelo Mar Vermelho, mas pela lagoa Amarga. Comemoram a páscoa e a
institui para sempre como marco de liberdade. Pesah passa a ser a fuga da
escravidão. Passam pelo Sinai.
Fome, sede, e o caminho difícil levam o povo murmurar contra Moisés e Deus.
Deus faz das águas amargas, doce, o maná passa a ser o alimento do povo e as
codornizes para esquecerem as panelas de carne abundantes que o povo
precisava (15,22-27; 16). Faz jorrar água no deserto (17,1-7); vence a batalha
42
contra os inimigos Amalecitas com a oração e o braço forte e estendido de Moises
(17,8-16). Noventa dias depois de fugir estão diante do Monte Sinai, monte de
Deus (Sinai-Sion).
A presença de Deus se faz mais forte e notável, a montanha estremece e sai fogo
e fumaça. Deus faz uma aliança com o povo, promete guiar e levar a salvo na
terra prometida, dá o decálogo (19-20), o código da Aliança (20,22-23,19), fala
sobre o culto e santuário (25-31 e 35-40). Moisés furioso quebra as leis (32,15-35)
e refaz a aliança de Deus com o povo (34). A vontade de Deus está no texto de Ex
35-40.
As narrativas do Êxodo mostram uma confissão de fé do povo. Esta confissão de
fé ou credo do povo serviu e serve de orientação para toda a vida. É a marca de fé
do povo. É o tema central da Bíblia: a libertação. É a mensagem da boa nova ao
povo escolhido. O povo experimenta a libertação e esta libertação passa a ser o
protótipo de fé e de toda forma de liberdade. Como o faraó representa todo tipo de
escravidão. O Êxodo representa toda a liberdade.
O Êxodo no Antigo Testamento é o evangelho dos judeus até hoje. O Novo
Testamento incorporou esta temática da libertação. Encontramos espalhados no
Novo Testamento o tema da liberdade, da graça de Deus para com o povo. A
teologia do êxodo está centralizada na libertação, na saída do Egito e na aliança
com Deus. Deus no Êxodo é aquele que anda e caminha com o povo em sua
peregrinação pelo deserto, junto com o povo de Israel está Javé.
43
MAPAS DO LIVRO DE EXODO
44
CAPÍTULO IV – LEVÍTICO – VAIQRÁ - E CHAMOU
INTRODUÇÃO
Ex-------------------------------------Nm.
Gen---------------------------------------Lev.-------------------------------Dt.
Nm
45
1-16 -------------------------17-26.
Estas duas partes: 1-16 são as leis sobre o culto e 17-26 sobre ávida do povo
na terra prometida. Mas podemos subdividir as duas partes em quatro novas
divisões:
8-10--------------------------------------------17-26.
1-7--------------------------------------11-16.
46
Sacrifico de paz: ou de ações de graças, comunhão. Parte do sacrifício era
queimada e a outra parte era comida pelos sacerdotes e os que estavam
oferecendo sacrifício. Era um banquete santo. Deste sacrifício surgiu a ceia,
eucaristia (Lev 3).
Sacrifício de expiação: era o sacrifício para o perdão dos pecados cometidos (Lev
4; 5; 7).
Sacrifício de reparação: era o sacrifício seguido de indenização ou restituição por
algum dano cometido, é mais um ato moral e social, um ritual sagrado e diferente
da expiação.
47
D – Lev 17-26 - Leis sociais, políticas e econômicas
48
Este era um meio do homem buscar a Deus. A lei, o culto, os sacrificios eram para
preservar a comunhão com deus e que o povo continuasse sendo o povo de
Deus. Em Israel nem sempre foi o sacrifício o privilegio do sacerdote, mas do
povo. O povo era aquele que cultuava e ofertava o sacrifício.
A santidade é mostrada no livro como outro requerimento em Levítico. Junto com
o culto, a santidade era a forma com que o povo pudesse ver como eram
melhores o interior e o exterior das pessoas e das coisas; os contatos com coisas;
alimentos bons e os que não fazem mal; o comportamento e a vida social; o sexo
sadio. A santidade era um processo interior e exterior. Não é a religião que torna
santo, puro ou impuro; mas a vida em harmonia e amor. O texto de Levítico
sempre liga os deveres religiosos com a prática da justiça, do amor, da
misericórdia. Cuidar dos órfãos, viúvas, dos anciãos, velhos e idosos.
A teologia que fala muito da santidade. A oposição à santidade é o pecado, a
transgressão da lei, desobediência da lei é o afastar-se de Deus. O livro de
Levítico fala bastante sobre a expiação, pureza para se achegar a Deus e à
santidade. As leis de pureza levam a detectar as doenças, curar e não adoecer.
49
CAPÍTULO V – O LIVRO DE NÚMEROS – BAMIDBAR - NO DESERTO
Introdução
As três partes do livro de números são partes temáticas. O livro narra a saída do
Sinai, local de acampamento quando saíram do Egito. Do Sinai foram para Cades
Barneia e se moveram para as planícies de Moabe, em frente ao rio Jordão para
se prepararem para a conquista.
10,11-21,1.
Cades Barneia.
50
1,1-10,10-----------------------------------------------------------------------------22-36.
Sinai. Moabe.
Nm 1-10,10 – Sinai.
1-4- Censo.
5-6 – Leis.
7-8 – Levitas.
9-10 –Páscoa e saída.
Nm 22-36- Moabe.
22-25 – Balaão.
26-30- Novo censo e leis dos sacrifícios.
31 – Guerra com Midiã.
32-36 – Conquista da terra.
3- CONTEÚDO DE NÙMEROS
Este livro foi redigido como se fosse uma seqüência: continua o livro do Êxodo e
antecede o livro de Dt. O livro foi bem construído na situação geográfica. Isto dá
uma idéia de que foi construído e tem uma unidade literária interna: do Sinai foram
51
para Moabe. A idéia de genealogia e cronologia traz uma idéia de uma construção
de uma cronologia, de uma historia em sequência.
Esta cronologia foi usada para mostrar a realidade histórica: “no primeiro dia do
mês segundo do ano segundo após a saída do Egito” (Nm 1,1). Eles chegaram no
Sinai no terceiro mês após a saída do Egito (Ex 19,1) e saíram de novo (Nm
10,11). No livro de Dt 1,3 o líder e herói do povo, Moises, fala ao povo no primeiro
dia do décimo primeiro mês, do quadragésimo ano da saída do Egito. Tudo isto é
simbólico, os números são simbólicos.
Mas pensando de outra forma, eles ficaram no deserto conforme o livro de Nm
trinta e nove anos. Destes trinta e nove anos, 38 eles passaram em Cades
Barneia, no sul de Beerseba. A distancia é muito pequena para 38 anos; mas se
for assim, do Sinai a Cades Barneia demorou 11 dias (Dt 1,2). Poderia ser um
absurdo: Nm fala dos últimos 20 dias no Monte Sinai, 38 anos no deserto perto de
Beerseba e seis meses em Moabe.
No Sinai os fatos da ultima estadia: fazem o censo e saem do local; contam com
quem podem fazer a guerra; o que as tribos possuíam; e as leis e os levitas;
comemoram a páscoa (9,1-5); a nuvem aparece para guia-los, cobre o
Tabernáculo (9,15-23); começa a viajar pelo deserto, o sogro de Moises conhece
muito a região e inicia o comando da peregrinação (10,11ss).
O livro narra a situação do povo na caminhada: muitos reclamam da água amarga,
outros das panelas cheias de carne do Egito e agora a fome. Eles se cansaram de
comer o maná, querem carne de novo. Murmuram, lamentam e blasfemam. Deus
manda as codornas (11,31). Moises escolhe 70 anciãos para ajudar a governar o
povo no deserto. O seu irmão e sua irmã fazem uma rebelião (12). Ao chegar a
Moabe, em Param, perto da Terra Prometida, manda os espias investigar a terra a
ser conquistada. Os espias voltam e alertam o povo que são gigantes (13). O povo
se revolta contra Moisés e ele pede a Deus que não envie castigo nenhum ao
povo.
Muitos são afetados de morte, menor Josué e Calebe, uma parte do povo é
poupada, mas ainda não poderão entrar na terra prometida (14). Os Israelitas
atacam os Amalecitas e os Cananeus, são derrotados (14,39-45). O livro de
52
Números mostra algumas leis de sacrifício de alimentos, a quebra do descanso –
Shabat (15). O livro mostra ainda a revolta de Datam, Core e Abiram (16).
Esta revolta não é do povo é particular, de chefes tribais: Core é da tribo de Levi e
Datã e Abiram são da tribo de Rubem. Porque eles estão em revolta? Contestam
o poder e a autoridade de Moises, já velho e cansado, pensam que ele tem de ser
substituído por jovens. Moises como chefe do povo e Aarão como sumo
sacerdote, conforme os três, devem ser substituídos.
Saíram do Egito. O livro narrou do segundo ao quadragésimo ano desta fuga e
peregrinação. Chegam a Cades Barneia (13,26), caminham em direção a Moabe.
Enfrentam muitos perigos. A irmã de Moises, Miriam morre (20,1), o povo reclama
da falta de água, Moises irado fere a rocha (20,2-21); Aarão morre (20,22-29);
derrotam agora o rei dos cananeus, Arad em Hormá (21,1-3). Passam pela região
de Edom no sul; surge a polemica serpente de Bronze (21,4ss). A serpente era o
símbolo de uma deusa Egípcia ou Cananéia. Derrotam o rei Sion, rei dos
amorreus e Og rei de Basã (21,21).
Finalmente, chegam a Moabe e nas planícies (22). Começa a narrativa do
adivinho Balaão. Balac rei de Moabe manda buscar na Mesopotâmia, no rio
Eufrates um mágico. O papel de Balaão era amaldiçoar o povo que estava
chegando, os Israelitas. Há uma mudança. Balaão antes de amaldiçoar o povo
que estava chegando, abençoa o povo (24). Surge de novo a idolatria do povo
escolhido, os Israelitas. As mulheres de Moabe em contato com os homens de
Israel e as mulheres de Israel com os homens de Midiã. Provocam a idolatria.
Deus manda castigar o povo idolatra.
O neto de Aarão, o sumo sacerdote Fineias executa os idolatras (25). Começa um
novo censo do povo nas planícies de Moabe. Agora é para saber quantos são
para dividir a terra (26). Na contagem chegam ao numero astronômico de 601.730
pessoas. Começa a nova liderança sob o chefe Josué. Josué irá substituir o líder
Moises (27,12). Aparecem novas leis sobre as festas e os sacrifícios (28-29).
No final do livro narra a vitória dos Israelitas sobre os Midianitas (31) e começa
então, a divisão da terra na Transjordânia. Rubem, Gad e metade da tribo de
Manassés ficarão alem Jordão na Transjordânia (32). Há um retrospecto da vida e
53
da caminhada do povo, da saída até a chegada (33). Começa a divisão da terra
para as outras tribos. A divisão agora é na Cisjordânia, em Canaã propriamente
dita (33,50). Surgem as cidades refúgios para as pessoas que cometem
assassinato involuntário (35,9) e a herança para as mulheres casadas (36). Assim
termina o livro de Números.
Este livro tem como pano de fundo teológico a criação de uma nação. O povo saiu
do Egito desorganizado, agora é uma nação. Não é uma nação qualquer, mas é o
povo eleito, escolhido de Deus. O povo que caminha para a terra prometida a
Abraão e os outros Patriarcas, que agora está realizando a promessa feita por
Deus. O povo peregrino, que foi tirado da escravidão, foi libertado com milagres e
poderes de Deus; que fez a aliança do Sinai; é um povo santo; é guiado por dois
homens de Deus: Moisés e Josué.
O povo que tem o Tabernáculo, os sacerdotes levitas, homens separados para o
serviço de deus. Deus se mostra nas teofanias e nas epifanias: na sarça, nas
codornas, no maná, na água, na nuvem, na caminhada, no fogo, trovão e no
terremoto. A presença de Deus é sentida em todos os setores da vida: na lei, no
culto, no sacrifício, na pureza. Este é o povo de Deus que vai possuir a terra
Prometida aos antepassados. Apesar de tudo isto, o livro mostra que nem tudo é
bom e belo. Apesar de deus se mostrar e ajudar este povo, eles se: revolta,
murmuram e reclamam, pratica a idolatria, são infiéis e descrentes.
O tema do deserto se faz presente aqui também. O deserto é o lugar de pagar os
pecados cometidos, de ingratidão, revolta contra Deus. Mas é também o lugar de
purificação, de santidade, de organização do povo e de sacrifício, de culto ao
Deus único e verdadeiro. O Deus libertador de Israel da escravidão do Egito está
em Números.
O livro quer mostrar: Israel é um povo santo ou pecador? Por que caminhar tanto
tempo pelo deserto? O livro quer mostrar ainda as crises e conflitos. As difíceis
54
relações do povo com deus e a fidelidade de deus apesar de tudo o que
aconteceu com a ingratidão do povo. Este é um povo separado por Deus.
MAPA DE NÚMEROS
55
MAPA DE NÚMEROS
56
CAPÍTULO VI – O LIVRO DE DEUTERÔNOMIO – DEBARIM – AS PALAVRAS
Introdução
Alguns tiram este livro do Pentateuco como sendo diferente dos demais. Seria
então um Tetrateuco e não Pentateuco. O livro recebe este nome de deutero -
segundo em grego e nomos - lei. Este nome não é a tradução do Hebraico que é:
Debarim - palavras, mas o uso da LXX - Septuaginta de Dt 17,17 que mostra
como se deve fazer uma copia da lei. As leis aqui encontradas em Dt são
repetidas em Ex 20-23 e Lev 17-26. Palavras em Hebraico é para dar sentido às
palavras de Moisés.
O livro de Dt é o quinto e ultimo livro porque fala da morte de Moisés, das leis, da
geografia e cronologia após o livro de Números. O livro parte da narrativa da
situação do povo nas planícies de Moabe; fim da peregrinação. Eles estão diante
e vendo a terra prometida (Dt 1,1-3) e começam a se preparar para entrar na terra
da promessa a Abraão e possui-la.
O livro de Dt é escrito pela escola Dtr. Esta escola surge no pré – exílio e termina
no pós – exílio. Reescreve muitas outras obras, mas tem como base os livros
históricos. A obra Dtr é composta por: Dt, Js, Jz, I e II Re e I e II Sam. Tem o nome
de Ob H Dtr (obra historiográfica do deuteronomista). Reescreve ainda obras
proféticas como: Jer, Mq, Os, Am, Is, Zac e assim por diante.
1. DIVISÃO DO LIVRO DE Dt
O livro pode ser dividido de varias formas. A primeira delas pode ser com os três
discursos de Moisés em cima do monte na planície de Moabe. Depois Moisés
morre. O escritor queria fazer com que a narrativa fosse três sermões e que estes
sermões confirmassem a aliança feita por Deus a seu povo. Ocorre que temos
discursos com dois pronomes pessoais: tu e vós, e uma mistura de narrativa com
poesia e cânticos.
Primeiro sermão: Dt 1,1-4,40.
57
Neste primeiro sermão, Moisés recapitula a saída do Egito até a chegada
visualizando a Terra Prometida. A caminhada pelo deserto até chegar a Região
das planícies de Moabe (1,6-3,29); ele exorta o povo a permanecer firme na lei,
obedecer a lei e guardar os mandamentos e não praticar a idolatria ( 4,1-40). Este
primeiro sermão tem duas subdivisões:
--------------------------------------------------------------------4,1-40.
-----------------------1,6-3,29--------------------
-----------------------------------------5,1-31----------------------------------------
---------------------4,41-49-------------------------------------------------5,32-11,32.
------------------------------------------------------------------------------28.
58
-------------------------------27----------------------
--------------------------------------------------------------------29,17-30,20.
--------------------------29,1-16----------------------.
Sobram os textos poéticos de 3 1-34. Podemos dar o nome a estes textos isolados
que foram acrescentados como se fosse um tipo de acréscimo aos fatos
históricos. A escolha de Josué para substituir Moisés (31), o cântico de Moisés
(32), a benção de Moisés para todo o povo (33) e a morte de Moisés (34).
-------------------------------------------32----------------------------34------------------.
---------------------------31-----------------------------------33--------------------.
2 – CONTEÚDO DO LIVRO DE Dt
59
- Normas sobre a abominação para YHWH: 16,21-17,1; 18,9-14; 22,5; 23,19;
25,13-16.
- As leis humanitárias: 22,1-4; 23,16ss.20ss; 24,5-25,4.
- As leis da guerra: 20; 21,10-14; 23,10-15.
- O livro da lei: 15,1-11.12-18; 16,18-20; 19,1-13.16-21.
- A lei sobre o rei: 17,14-20.
- A lei sobre o sacerdote: 18,1-8.
Comparando Dt e Ex.
Dt 15,1-11--------------------------Ex 23,10ss.
Dt 15,12-18-------------------------Ex 21,2-11.
Dt 15,19-23-------------------------Ex 22,28ss.
Dt 16,1-17---------------------------Ex 23,14-17.
Dt 16,18-20-------------------------Ex 23,2ss.6-8.
Dt 19,1-13---------------------------Ex 21,12-14.
Dt 19,16-21--------------------------Ex 23,1.
Dt 22,28-29-------------------------Ex 22,15ss.
Dt 23,20-21-------------------------Ex 22,24.
Dt 24,7-------------------------------Ex 21,16.
Dt 24,10-13-------------------------Ex 22,25ss.
Dt24, 17ss----------------------------Ex 23,9.
Dt 24,17-22--------------------------Ex 22,20-23.
Dt 26,2-10---------------------------Ex 23,19ª.
60
A parte central do livro (4,1-28; 5,1-9,10; 12,1-28,46; 30,11-20; 31,1-13) foram
escritos pelos mesmos grupos do reino do Norte antes ou durante a ocupação
pelos Assírios. Estes escritores são levitas – escribas e foram chamadas de
escola deuteronomista. Eles reuniram sermões dos levitas que andavam pelo
Norte – Efraim – Samaria, pregando, ensinando a lei e a aliança.
Na invasão Assíria e a destruição dos santuários do Norte em 722 ªC. o livro de Dt
em seu miolo estava pronto, a não ser certas inclusões posteriores ao exílio e no
pós –exílio. Ele estava junto e pronto com o estrato da composição nortista do E
(Elohista). Eles foram trazidos para o sul na fuga dos levitas. Eles fogem da
destruição de Samaria e chegam em Judá, capital do sul e no templo de
Jerusalém trazendo todo este material que tem a sua acolhida e é modificado
posteriormente pela tradição do Sul.
O rei Ezequias fez uma reforma antes do rei Josias. Ezequias (em 715 – 687 ªC.)
faz uma tímida reforma religiosa, nesta época acrescentaram algumas partes
iniciais e atualizaram algumas leis. Na reforma do rei Josias (640-609 a. C.) e na
reforma do Templo de Jerusalém (622 a. C.) “encontraram o rolo do livro da lei” (II
Rs 22,8). A maioria dos especialistas pensa neste miolo do livro que era a parte
central do livro de Dt. Naturalmente não foi o livro de Dt que provocou a reforma
do rei Josias, mas Josias aproveitou o enfraquecimento da Assíria e depois da
morte deste grande rei e ultima da Assíria, Assurbanipal em 626 a. C. se liberta
deste jugo e restabelece a independência política do reino de Judá. Estas medidas
tomadas mais a purificação do templo e do culto de Jerusalém têm como pano de
fundo o livro de Dt.
61
II Rs 23,24----------------Dt 18,11ss----------abolição das necromantes.
3– TEOLOGIA DO LIVRO DE Dt
62
democracia do poder (Dt 16,18-18,22). O poder, a liderança está nas mãos de
uma única pessoa ou de um grupo em Israel: Rei, sacerdote.
Como é que se deve escolher o rei, e como o rei deve governar o seu povo: Dt
17,14-20 fala de como isto deve acontecer. O rei deve governar o seu povo
através da lei de Deus. O povo deve lutar para que a distancia entre o rei e o
povo, que as diferenças sociais entre o próprio povo devem ser diminuídas. A
monarquia foi um desastre para o povo, o enriquecimento de uns poucos e a
maioria tornando-se pobres, miseráveis. A sociedade igualitária e solidária entre
as tribos acabou com a monarquia. O forasteiro, estrangeiro deveria ser bem
cuidado, pois o povo foi estrangeiro em terras estranhas e foi ajudado por Javé.
A boa hospitalidade, a não exploração nos negócios, a fé do povo devia ser
preservada. Quem levasse o povo a crendices, outras religiões e outros cultos,
desvirtuariam a comunidade e pagariam por isto, foi o que aconteceu com a
dinastia de Omri. O Dt reúne várias ênfases teológicas: a exclusividade e a
unicidade de deus, a integridade de Israel, a benção, o cuidado pelos fracos e
oprimidos, a centralização do culto, a pureza e as praticas rituais. O Dt é a porta
de entrada para a compreensão de Lucas no Novo Testamento, e da historia de
Israel no cativeiro Babilônico.
O conteúdo da lei deuteronômica dá o realce a três afirmações de Deus: Javé é o
único Deus; há um só lugar de culto a esse mesmo Deus; os pobres e fracos são
todos irmãos. Jerusalém é o local deste culto. O amor de Deus para com o seu
povo: este deve ser o amor do povo para com os pobres, oprimidos, as viúvas e
os órfãos. Exclusividade e unicidade de Deus são os eixos teológicos e os centros
do livro de Dt.
No livro de Dt deparamos com a teologia fundamental da terra. Deus e Israel são
os termos centrais do livro. Deus é o deus dos Patriarcas. O Deus que se revela
aos patriarcas e a Moises no deserto do Sinai. Deus escolhe para si um povo
entre todas as nações da terra. Israel torna-se o povo eleito. Foi Deus quem
escolheu Israel e não Israel quem escolheu Deus.
63
Deus elege com amor, não que o povo tivesse algum mérito. Deus ama e seu
amor é livre, é amoroso para com seu povo. Israel deve se santificar, eles
passaram a ser exclusividade de Deus. Deus liberta o povo da escravidão,
caminha com o povo pelo deserto, e ele faz uma aliança com seu povo. Deus lhes
dá uma terra, terra que mana leite e mel. A fidelidade a Deus é o mais importante.
O amor de deus exige o amor do povo. Como amar a deus? É amar e ser fiel às
suas leis, mandamentos e ordenanças. O contrario de tudo, a idolatria é a fonte do
mal, é a infidelidade a Deus. Se Deus ama o seu povo, Israel deve amar a todos.
Amar os povos, estrangeiros, órfãos e viúvas, pobres e necessitados. O amor a
Deus e a seu próximo faz parte de um só mandamento. As leis deuteronômica são
reunidas em uma só lei: a lei do amor.
64
CONCLUSÃO
Deus escolhe o seu povo. Não é o povo que escolhe Deus. Deus faz uma aliança
com o povo. Através da aliança existem as regras, as leis, os mandamentos que
são de ambas as partes. Deus jamais rompe o seu pacto. O povo quebra as
alianças com outros povos e com os deuses. Israel rompeu as alianças, mas Deus
permaneceu fiel a seu propósito. A aliança é fundamental, é importante. Deus ama
seu povo e nunca falha em cumprir, corrigir, mantem-se fiel com seu povo.
Deus promete. Deus dá não por que o homem merece ou exige. A única coisa que
vemos em tudo é a fidelidade de Deus. O povo torna-se infiel e peca, o castigo
não vem de Deus, mas da própria infidelidade do povo. Notamos então que lei,
aliança, escolha são as mesmas coisas em Dt. Deus é fiel.
Houve varias alianças no Antigo Testamento. Mas é a mesma aliança de sempre.
Deus permanece fiel e oferece nova chance ao homem que sempre rompe e
quebra esta aliança. Deus sempre ama o seu povo. Deus faz uma aliança: da
criação a Noé; depois de Noé a Abraão; de Abraão a Moisés; e de Moises a
Josué. As outras alianças estão fora do Pentateuco: Davi e Salomão. Na primeira
aliança após o dilúvio, o arco-íris no céu é o sinal (Gen 9,1-17).
Na aliança com o patriarca Abraão (Gen 15; 17) e depois foi refeita com Isaque e
Jacó (Gen 26. 28; 35). Deus deu a Abraão e a sua descendência que seria
numerosa e que possuiria a terra prometida. No Sinai a aliança é com Moisés.
Começa a origem do povo, da nação de Israel (Ex 19-24). Aqui está a declaração:
serei o seu deus e vós sereis o meu povo. Nas alianças anteriores a promessa da
graça, aqui agora a promessa encontra-se uma exigência: leis divinas, o decálogo,
o amor aos outros. Os dez mandamentos são leis que devem ser cumpridas pelo
povo na aliança.
Os dez mandamentos (Ex 20,2-17 e Dt 5,6-21) mostram as leis do que não se
pode fazer, praticar. Os dez mandamentos são um resumo de Ex 20-23; Dt 12-26
65
e Ex 17-26. Ele traça a idéia da dimensão: em primeiro lugar vem Deus; depois
vem o homem, o pai; depois vem o próximo e por fim, vem os bens materiais.
A última aliança de Moises a Josué está demarcada em Js 24, a aliança de
Siquem. Josué fala para o povo escolher entre Deus e os deuses. Ele escolheria
YHWH e o povo resolve segui-lo. Veremos em outros livros, principalmente que
estas alianças falharam e foram criticados os povos pelos profetas. A idolatria e a
injustiça social foram praticadas com intensidade. O profeta Jeremias propõe uma
nova aliança, não de pedra, mas de carne no coração do homem (Jer 31,33).
Deus iria dar um novo coração, uma nova aliança e esta seriam eternas, para
sempre.
Deus no Pentateuco é concebido ora distante ora muito perto de cada homem.
Deus todo poderoso e que se revela e é libertador. Deus não tem nome: ele é (Ex
2,14). É Deus quem se revela que se dá quem escolhe e elege. Aquele que é, que
age, está presente na vida do povo e de cada um de nós.
BIBLIOGRAFIA
66
OS LIVROS DOS PROFETAS
(NEBIIM). נבים
INTRODUÇÃO.
67
3.3.3. Teologia do I Is.
3.4.Profeta Miqueias
3.4.1. Divisão do livro de Miqueias
3.4.2. Comentários a Miqueias
3.4.3. Teologia de Miqueias
68
1.2.Comentários a Ez.
1.3.Teologia de Ez.
2. O livro do II Is (Is 40-55).
2.1.Divisão do livro de II Is.
2.2.Comentários ao II Is.
2.3.Teologia do II Is.
V – PROFETAS DO PÓS – EXÍLIO (538 a 165 a.C.).
1. O Livro de Obadias (Abdias).
1.1.Divisão do livro de Ob.
1.2.Comentários a Ob.
1.3.Teologia de Ob.
2. O livro de Ageu.
2.1.Divisão de Ag.
2.2. Comentários a Ag.
2.3.Teologia de Ag.
3. Os livros de Zacarias.
3.1.Divisões dos livros de Zac.
3.2.Comentários a Zac.
3.3.Teologias de Zac.
4. O livro do Trito Isaias.
4.1.Divisão do Livro do III Is.
4.2.Comentários ao III Is.
4.3.Teologia do III Is.
5. O livro de Joel.
5.1.Divisão do livro de Jl.
5.2.Comentários a Jl.
5.3.Teologia de Jl.
6. O livro de Malaquias.
6.1.Divisão do livro de Mal.
6.2.Comentários a Mal.
6.3.Teologia de Mal.
69
7. O livro de Jonas.
7.1.Divisão do livro de Jonas.
7.2.Comentários a Jonas.
7.3.Teologia de Jonas.
8. O livro de Daniel.
8.1.Divisão do livro de Dan
8.2.Comentários a Dan.
8.3.Teologia de Dan.
INTRODUÇÃO.
A profecia no Antigo Israel tem relações com a profecia em seu entorno social e
cultural tanto na Palestina como no Crescente fértil. Esta profecia de Israel pode
ser dividida em profecia: clássica ou pré-exílica, exílica e pós-exílica. Podemos
anda dividi-la em: profecia, escatologia e apocalíptica. Esta profecia tem várias
funções dentro da literatura: anúncio, denúncia, visão, etc.
70
A palavra de Deus era o seu fundamento para todo tipo de denúncia e de anúncio
de salvação. Estes profetas usavam a audição, sonhos, visões e transe para
anunciarem suas mensagens. Outros tinham como forma de anúncio às ações
simbólicas as parábolas, as visões onde viam coisas estranhas à nossa realidade,
esta forma era para mostrar a capacidade de criação do profeta e do modo que
Deus se manifestava.
Deus chamava seu profeta através de uma convocação, os profetas tinham uma
percepção simbólica deste chamado. Eles se autodesignaram mensageiros e
profetas de YHWH. Eles transmitiam seus oráculos e seus sermões ao povo, ao
rei e ao sacerdote e falsos profetas ou simplesmente a quem se dirigiam, a quem
era anunciada a sua palavra.
71
estavam prontos para anunciarem que Deus exige a misericórdia e a justiça.
Anunciavam sim que Deus é o único deus de Israel e que exige de seu povo a
fidelidade. Os profetas não pregavam a moral e sim a ética dos patriarcas: Oséias,
Amós, Miquéias, etc. Palavra de YHWH, e assim diz o senhor, são as expressões
ou termos no original para a palavra profética destes porta-vozes da palavra –
anúncio de Deus.
O Novo Testamento continuou este anúncio e denúncia adquiridos do Antigo
Testamento. Apenas a Igreja nos dias atuais não segue mais o anúncio –
denúncia destes profetas. Jesus é o sumo profeta, é o profeta dos profetas.
72
Na Bíblia Hebraica o profeta é chamado de Nabi que vem do Acádico Nabu:
proclamar, gritar, mensageiro (por analogia). Todas estas traduções estão no
sentido ativo, mas no passivo pode ter o sentido de chamado de Deus. No grego a
palavra correlata foi profetes que significa mensageiro dos deuses, aquele que
prediz, que anuncia antes de acontecer.
Na Bíblia Grega, LXX, os profetas foram denominados de: maiores e
menores. Os profetas maiores: Is, Jer, (com Lam e Baruc), Ez, e Dan. Os profetas
menores: Os, Jl, Am, Ab (Ob), Jn, Mq, Na, Hab, Sof, Ag, Zac e Mal.
73
Existem ainda os profetas anônimos. Eles foram chamados de filhos dos
profetas. Estes não são os filhos próprios, mas os discípulos dos profetas, os
seguidores ou grupos de pessoas que seguiam os profetas.
Os profetas escritores começam a escrever suas visões, parábolas,
denúncias no século VIII a.C. Eles pregaram por escrito. Os profetas anteriores
não deixaram nada por escrito. Por que começaram a escrever e não somente
falar. Os profetas eram reformadores sociais. Denunciaram a corrupção, o abuso
das forças dos reis, falaram do roubo e dos juízes subornados, denunciaram as
injustiças sociais e econômicas, por isso não falaram, mas escreveram por medo
de serem mortos, presos. As acusações dos profetas não foram apenas para os
reis, sacerdotes, juízes e oficiais do templo. A denúncia é contra o povo
principalmente. O povo é idolatra, adora outros deuses, vai atrás de deuses dos
povos vizinhos e provocam o zelo, ciúme de YHWH.
74
de tributos. Era um local muito visado pelas grandes potencias. Os impérios
lutavam entre si para controlar este lugar que era o jardim do Éden da economia,
da política. Sendo assim o local foi um lugar de mistura religiosa dos poderes
constituídos.
75
Facéias de Israel e o rei de Damasco, Rasin, se juntam e provocam o Egito, fazem
um acordo para sair do poder dos Assírios, invadem Judá que era aliado dos
Assírios. Acaz rei de Judá, pediu auxílio ao rei Assírio. Este vem e destrói Rasin e
invade Israel. Após as derrotas de Damasco e Israel, Faceias se rebela e é morto
por Oséias, filho de Ela (II Rs 15.30). Oséias, que não é o profeta, é o último rei de
Israel entre 732-723, reinando apenas 9 anos e pagador de tributos à Assíria e
Salmanazar V (727-722), sucessor de Tiglate Paleser, que invade Israel, sitia a
cidade de Samaria, e seu filho Sargão II (722-705) destrói e acaba com o reino do
Norte - Israel, leva os exilados para a Assíria e assim acaba com o reino de
Efraim.
Facéias, Damasco, Gaza, Tiro e Sidon se alia contra os Assírios e Judá entra em
acordo. Acaz porem pede ajuda aos Assírios que derrota Damasco, invade Israel
e salva Jerusalém e Judá se torna vassalo dos Assírios, perde um pedaço do
território para Edom, paga tributo. Morre Acaz no ano que morreu Tiglate Paleser.
Assume o trono em seu lugar Ezequias (716-697), era garoto quando isto
acontece, um grupo governa em seu lugar e depois ele assume o trono, faz a
reforma social e religiosa, acaba com o paganismo em Judá, reinicia o culto,
restabelece os levitas (II Rs 18.4 e II Cr 29-31).
76
Em 705, após a morte de Sargão e das reformas políticas, Ezequias se revolta
contra a Assíria com o apoio do Egito. Senaqueribe que sucede Sargão II invade
Judá e conquista muitas cidades de Judá. O rei Assírio volta para sufocar as
revoltas em seu país. Em II Rs 19.35, fala do poder divino para libertar Judá dos
Assírios, porem Ezequias paga tributos a Assíria. Isto podemos ler em II Rs 18.14.
Os profetas nesta época que atuaram com suas críticas pesadas a Judá: Isaias e
Miquéias.
Com a morte de Ezequias, Manassés seu filho sobe ao trono com 12 anos
(697-642), acaba com a reforma religiosa, abole tudo e edifica templos e altares a
ídolos. Em II Rs 21, fala desta idolatria. Amon filho de Manasses o sucede (642-
640), os seus ministros o matam. Isto vemos em II Rs 21.19-26. O povo da terra,
chefes de latifúndios, coloca Josias, filho de Amon no trono e estes mesmos
governam (640-609). Com 18 anos Josias começa a reinar. II Rs 22.1-3 fala
destes fatos. Quando Josias reinava, morre Assurbanipal, a Assíria decai e surge
uma nova ameaça no horizonte político. A Babilônia se organiza. Judá começa a
reforma religiosa e Josias em 622 proclama esta reforma.
77
Em 605, Nabucodonosor ameaça e derrota o Egito. Em 603 o rei judaita
Joaquim paga tributos à Babilônia. Em 598 a Babilônia vai para a Palestina e o rei
Nabucodonosor está perto de Judá. Joaquim morre e Jeconias (Joiaquim) sobe ao
trono em 598. o rei Babilônico cerca e abre brechas em Jerusalém, Jeconias reina
3 meses, é preso e levado para o exílio (II Rs 24.10ss).
3 - OS PROFETAS.
Este profeta é um enigma, não é profeta, vidente nem filho de deles. Diz
que era de Técoa perto de Belém, era judaita que prega sua mensagem no reino
do Norte na época do rei Jeroboão II, durante o ano 750 a.C. ele se autodenomina
de pastor (Am 1.1), é um boiadeiro e catador de frutos sicômoros (Am 7.14), não
se sabe se era o dono ou empregado do dono do rebanho. Ele é um camponês,
mas conhece profundamente os problemas sociais, políticos e econômicos contra
Jeroboão II. Ele deve ter pregado poucos meses, como aparece, ele desaparece,
sendo expulso de Betel pelo sacerdote Amazias (Am 7.10-13), não sabemos que
fim ele teve. Os rabinos contam uma lenda que ele foi morto pelo filho do
sacerdote Amazias. Outra estória, diz que ele voltou para os campos de Técoa.
78
O profeta prega contra as injustiças sociais. A prosperidade do reino do
Norte trouxe também miséria, pobreza, roubo, suborno, juizes corruptos. A sua
pregação é contra este. Israel é corrupto (7.7-9), é um cesto de figos estragados
(8.1-2), a exploração do pobre e o latifundiário estão em contraste.
Am 1.1 – Visão
79
Am 7.1-9.10 – Visões
80
coletor de frutas do sicomoro. O que fica claro sobre o profeta Amós é que ele
denuncia a corrupção, o roubo do rei, das elites, das mulheres ricas de Samaria.
Ele denuncia os juizes corruptos que distorce o direito em favor de quem pague
mais. Ele denuncia o sacerdote por idolatria e o profeta por anunciar coisas boas e
que acontecerá a desgraçar a todos.
Ele é enviado de Javé, mensageiro ou arauto de Deus. Amós não usa o auto
morfismo, acusa polemicamente o paganismo do estado e o sincretismo do
templo. Juntamente e contemporâneo de Oséias, denuncia as nações vizinhas
de roubo e corrupção. Condena o reino do Norte, prega contra Jeroboão I, e o
templo de Gilgal. Anuncia o juízo de Israel e seu povo por causa das injustiças
cometidas em todos os níveis: social, econômico, político e religioso.
81
de filhos com nomes estranhos. Não se sabe se era do Norte ou do Sul, mas que
atua no Norte. É posterior a Amós. Estes dois profetas atuam pregando no Norte e
somente no Norte.
82
Se Israel foi retirado do Egito, salvos por YHWH, peregrinaram pelo
deserto, ao possuir a terra viveram em comum com os Cananeus. Os Israelitas
eram pastores e os Cananeus eram agricultores. Israel deixa o pastoreio aos
povos e se tornam agricultores.
83
3.2.2 Comentário a Oséias.
O livro de Oséias tem duas introduções e parece que houve dois casamentos
com a mesma ou duas mulheres. Os relatos sobre os matrimônios estão em Os
1.1 a 2.1 e o ato simbólico em Os 2.2-2.3. O livro pode ser dividido em duas
partes essenciais: a primeira narrativa matrimonial como a infidelidade a Deus e
depois a bondade de Deus 3.1-5; o amor de Deus e o povo ingrato 11.1-11 e a
última tentativa de Deus para salvar o seu povo 14.1-8 com a promessa de
perdão e o chamado final 14.9. Nomeio destas narrativas temos a corrupção
4.1-19; a impiedade dos reis 7.1-16, o castigo a Israel 8.1-14, a conversão 5.15-
6.11 e o castigo final 13.1-16.
84
culpados e levam o povo à cegueira e à destruição. Há a promessa de perdão e
um convite final de arrependimento é feito, mas o povo não quer ouvir, um resto
se salvará apenas.
Isaias de que estamos falando é de Isaias histórico que vive no sul, atua no
sul, mas acompanha o final do Reino do Norte. Vive entre 740 a 701 a.C. O livro
de Isaias é o maior da Bíblia, tem 66 capítulos. Este livro tem três profetas: 1-39
o profeta Isaias, 40-55 um discípulo seu e 56-66 um discípulo do discípulo. Este
Is 1-39 viveu no século VIII a.C. O outro vive na Babilônia e por fim o último
viveu n período pós-exílico. Chamaremos de Is I, Deutero ou Segundo Is, e o
Trit. ou Terceiro Is.
85
A sua mensagem é como a sua vocação: a grande experiência com Deus,
santidade de Deus, Deus de Israel, Todo Poderoso e Ele está bem perto do
povo. Ele prega contra as injustiças sociais, a oposição dos fazendeiros contra
os agricultores e pastores. Fala do culto idolatra e sem vida (Is 1.16-17; 3.16-
24; 5.1-24; 10.1-14). Fala de Sião, a cidade santa, do povo eleito, Davi é o rei
eterno. Fala da fé e da santidade. Ele critica ao rei Acaz que se apóia no rei
Assírio e não em YHWH, fala de Ezequias que se alia ao Egito e não a Deus,
crer é mais importante que construir menos em Jerusalém (7.3-4), Is 19-31 são
criticas as alianças de Judá, aliança significa idolatria, fé em Deus não é no rei
e as alianças.
Os reis não ouviram nem a Deus nem ao profeta. Em 701 Jerusalém foi
salva pelo milagre (Is 36-37). Mas estes não dão ouvido ao que vai ocorrer, o
desastre nacional que o profeta não chegou a ver, nem Acaz e Ezequias. O
profeta prega que um resto de povo eleito se salvaria, pro que se manteria fiel e
seriam tragos do exílio para continuar na cidade santa, na cidade de Davi.
Is 1 – Vocação
Is 6 – Vocação
Is 7 – Renovo
Is 7-9 - Renovo
Is 24-27 – Apocalipse
86
O livro do profeta Isaias pode ser dividido em três partes: a parte narrativa em Is
1-39; a parte poética em Is 40-55; e a parte escatológica 56-66. Esta primeira
parte de Is 1-39 reflete a guerra do Norte – Israel contra os Assírios; a segunda
parte reflete a guerra contra Nabucodonosor; e a terceira parte a reconstrução
do templo, da cidade de Jerusalém. Podemos dividir o livro primeiro em sua
formação.
1a divisão:
2a divisão:
87
3a divisão:
Is 1.2-5.7
1.
Is 1.2-31 – Filhos – Israel – Direito e Justiça, 2.1-5 – Jerusalém e Sião.
Is 2.6-22 – Rompido o orgulho dos homens.
Is 3.1-15 – A justiça de Deus.
Is 3.16-4.1 – Julgamento das filhas de Sião.
Is 4.2-5 – Jerusalém e Sião.
Is 5.1-7 – A infidelidade – Israel – e o direito à justiça.
Is 5.8-10.19
2.
Is 5.8-24 – Tristeza e chamado.
Is 5.25 – A ira do Senhor.
Is 6 – Visão do profeta.
Is 7 – Anúncio contra Israel e a Síria.
Is 8 – Invasão Assíria.
Is 9.7-20 – A ira do Senhor.
Is 10.1-3 (4) e 10.5-19 – Tristeza e chamado.
3.
Is 10.20-11.26
Is 10.20-27 – O resto de Israel.
Is 10.28-34 – A vinda do Senhor.
Is 11.1-16 – O resto do povo de Israel fiel.
4.
Is 12.1-6 - Agradecimento com cântico de louvor.
Is 13.1-23.18
5. - Resposta:
Is 13.1-22 – Babel.
Is 14.4-23 – O rei de babel.
Is 14.24-27 – Assíria.
Is 14.28-32 – Filistia, a datação 14.28.
Is 15.1-16.4 – Moabe.
Is 17.1-11 – Israel.
Is 17.12-14 – Assíria.
Is 18.1-7 – Cush - Etiópia.
88
Is 19 – Fuga para o Egito.
Is 20.1-6 – Egito e Etiópia.
Is 21.1-10 – Babel.
Is 21.11-12 – Edom.
Is 21.13-17 – Arábia.
Is 22.1-4, 15-19, 20-25 – Jerusalém.
Is 23.1-18 – Tiro e Sidon.
6.
Is 24.27 - Apocalipse de Isaias.
Is 28-35
7.
Is 28.1-29 – Tristeza sobre Efraim.
Is 29.1-14 – Tristeza sobre Ariel.
Is 29.15-24 – Tristeza sobre o povo.
Is 30.1-33 – Tristeza sobre os filhos.
Is 31.1-32.20 – Tristeza sobre Jerusalém.
Is 33.1-35.1 – Tristeza sobre a cidade devastada.
8.
Is 36.11-39.8
Is 36.1-3 – Senaqueribe invade Judá.
Is 36.4-22 – Afronta ao Senhor a Ezequias.
Is 37.1-7 – Ezequias procura o profeta.
Is 37.8-13 – Carta do rei da Assíria.
Is 37.14-20 – A oração de Ezequias.
Is 37.21-35 – O profeta condena o rei.
Is 27.36-38 – A destruição aos Assírios.
Is 38.1-8 – A doença do rei e o milagre.
Is 38.9-22 – Cântico do rei Ezequias.
Is 39.1-8 – A embaixada de Judá na Babilônia.
Is 1.1 – Título.
Is 1.2-3.1 – O grande Arranjamento.
Is 2.1 – Título.
89
Is 2.2-5 – A peregrinação das nações a Sião.
Is 2.6-22 – O juízo final.
Is 3.1-15 – Caos social e moral.
Is 3.16-4.1 – O destino dos senhores da corte.
Is 4.2-6 – Após o juízo, paz e segurança.
Is 5.1-4 – O cântico da vinha.
Is 10.1-4 e 5.8-24 – A série dos oráculos.
Is 9.7-20 e 9.8-21 e 5.25 – O poema da angústia de Deus.
Is 5.26-30 – Assíria está pronta para o ataque.
Is 6.1-13 – O trono da sala da visão.
Is 7.1-17 – A primeira intervenção de Isaias na política judaica (734 a.C.).
Is 7.18-25 – Desastre de guerra.
Is 8.1-4 – O filho com o nome despojo.
Is 8.5-10 – Judá será submetida.
Is 8.11-15 – Isaias e os seus co-conspirados.
Is 8.16-22 – A reflexão.
Is 8.23-9.6 (9.1-7) – Novo governador, nova era.
Is 10.5-14 – Assíria, a minha angústia.
Is 10.15-19 – Resposta profética a mistura Assíria.
Is 10.20-27a – Três comentários editoriais.
Is 10.27b-34 – Os inimigos.
Is 11.1-9 – O reino pacifico.
Is 11.10-16 – O povo remido.
Is 12.1-6 – Hino de agradecimento.
Is 13.1-22 – A queda da Babilônia – presságio do juízo universal (II Is)
Is 12.1-2 – Comentário Editorial.
Is 14.3-23 – O rei da Babilônia no submundo (II Is)
90
Is 18.1-7 – Contra a aliança contra o Egito.
Is 19.1-15 – O destino do Egito.
Is 19.16-25 – Seja abençoado meu povo no Egito.
Is 20.1-6 – O ato final.
Is 25.1-5;
Apocalipse Is 9-12; Três Salmos de agradecimento (II Is).
de Isaias Is 26.1-6.
91
Is 32.9-20 – Choro, mas não para sempre.
Is 33.1 – O tirano condenado.
Is 33.2-6 – Salmo de petição e oração.
Is 33.7-13 – Cena social e desastre físico.
Is 33.14-16 – O catecismo.
Is 33.17-24 – Futuro sem medo.
Is 34.1-17 – espada sobre Edom.
Is 35.1-10 – Restauração final sobre Judá (II Is).
Is 36.1-37.38 – Jerusalém ameaçada e resgatada.
Is 38.1-22 – Doença de Ezequias.
Is 39.1-8 – Delegação da Babilônia visita Ezequias (II Is).
Is 1-39.
1a divisão.
92
2a divisão. Is 24-27 – Apocalipse de Isaias.
Is 1.
Is 1.1 – o termo que ocorre neste verso para visão é diferente do verbo ver:
hazah de roeh. Há um enquadramento da história em que foi dito esta palavra
do profeta. Menciona os reis do norte e do Sul, o profeta e seu pai.
Is 1.3 – mostra que o povo de Israel não conhece o seu Deus, mas o boi
conhece o seu dono.
Is 1.9 – Sodoma e Gomorra aparece aqui para ilustrar o resto de Israel, os que
permanecem fiéis.
93
Is 1.11 – muito sacrifícios nada adiantará, Deus se encheu das festas e luas
novas.
Is 2.
Is 2.1 – este verso repete o verso de 1.1 – visão e a palavra que vem ao profeta
contra Judá e Jerusalém.
Is 2.2 – mostra que todos os povos afluirão à Casa do Senhor, no Monte Santo
de Sião, e continua no verso 3 onde encontramos neste livro profético a citação
de um Patriarca-Jacó.
94
Is 2.9-11 – Deus em sua glória e majestade acabará com todas as pretensões
humanas.
Is 3 – 5.
II Is 3.1-4.1 – mostra que Judá e Jerusalém serão julgadas, que as filhas altivas
de Sião serão destruídas, que não haverá opressores, haverá sim, uma luta de
gerações – crianças contra velhos, o mal sobressaindo. Tudo isto acontecerá
para seja evidenciada a glória e o poder de Deus.
Is 6.
95
Is 6.2 – aqui ocorre uma narrativa sobre o aparecimento de Serafins na vocação
de Isaias.
Is 6.9-13 – há uma ordem explicita: vai e diz. A expressão dura de que o povo
tem ouvido e não ouve e olhos e não enxergam, e mais dura é a palavra de
Deus: vai e torna este coração deste povo insensível, fechar os olhos e
endurecer os ouvidos, para que todos fossem destruídos, mas que um resto
deveria ser salvo se permanecesse fiel, mesmo que fosse o toco e a semente
para dar brotos.
Is 7.
96
Is 8.
Is 8.8-10 – aqui ocorre o nome Emanuel: há duas versões para este nome.
Pode-se traduzir por Deus conosco: Emanu-el ou Deus está conosco: Ema-nu-
el como ocorre no v. 10.
Is 9.
97
Is 9.6-7 – Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz será as atribuições do menino que nascerá, que governará, a paz da
descendência do trono de Davi, juízo e justiça e a qinah – em hebraico pode ter
o sentido de ciúme, zelo do Senhor.
Is 9.8-10 – palavra contra Jacó (Reino do Norte, Efraim, v.9); sua soberba e
grandeza são os pecados de Efraim.
Is 10.
Is 10.17-19 – tudo será feito por Deus para que Israel seja manifestado em sua
glória.
Is 10.27-32 – aqui ocorre uma relação de nações que serão reduzidas a nada.
98
Is 10.33-34 – fala da destruição que o Senhor fará contra as nações
mencionadas, inclusive o Líbano.
Is 11.
Is 12.
Is 13.
99
Is 14.
Is 15 e 16.
Is 17.
Is 17.7-8 – olhará o homem para seu Criador, para os altares e todos notarão a
diferença existente de um criador para o outro.
100
Is 18.
Is 18.1 – um outro “ai!”, esta profecia refere-se à Etiópia - v.7 noticia que o
Senhor receberá presentes de homens altos e negros, eles virão ao lugar do
senhor, esta expressão é para o Templo da glória.
Is 19.
Este trecho fala da denuncia profética contra o Egito, seus ídolos, a sua
completa destruição e haverá completa destruição do rio Nilo. v. 11-13 mostra
que a sabedoria dos egípcios será aniquilada, fala do altar de Israel dentro do
Egito (v. 19). v. 20-22 mostra que os opressores serão destruídos e todos
conheceram o Deus de Israel.
Is 20.
Is 20.5-6 – mostra como Israel tremerá com seta destruição, e como ficará
assombrado com o poder dos Assírios.
Is 21.
Is 22.
101
Is 22.1-14 – profecia é contra Jerusalém, fala dos príncipes, de se barulho, da
alegria e de seus mortos - porém tudo isto findará com a destruição desta
maravilhosa cidade - as festas será transformada em pranto.
Is 23 e 24.
Is 24.14 –16 – a glória será vista desde o Oriente, todos cantarão a glória do
Justo.
Is 25.
Is 26.
Is 27.
102
O texto menciona a salvação de Deus ao seu povo e o seu amor ao
mesmo; aqui temos um cântico chamado cântico da vinha (v.2); Jaca e Israel
lançarão raízes; deus reunirá seu povo que estava disperso na Assíria e no
Egito (v.6).
Is 28.
Is 29.
Is 29.17-24 – a salvação de Israel é possível, mesmo que ele não queira, Deus
vem a ele e o salva. O v. 19 encontra-se no Sermão da Montanha, nas bem-
aventuranças.
Is 30.
Is 30.1-17 – mostra o texto que a aliança feita com o Egito não durará muito e
que esta aliança será para a perdição do povo: esta aliança será a destruição
de Israel. O v. 8 diz: “vai escreve numa tabuinha, escreve-os num livro os dias
vindouros” - esta expressão é semelhante à expressão dia do Senhor, juízo do
Senhor.
103
Is 30.18-26 – a promessa de salvação é conferida por Deus, por sua
misericórdia.
Is 31.
O juízo será para o Egito, não adianta buscar neste país o refugio, pois
serão apagados ambos.
Is 32.
Is 33.
Is 34.
Is 35.
104
Volta o tema de ecologia: este é um cântico de alegria, de felicidade de
Sião, a nova Jerusalém.
Is 36.
Is 36.4-22 – o rei Ezequias recebe a afronta de Rabsaqué, que fala ao rei para
não confiar no Egito, esta era a mesma mensagem do profeta Isaias ao rei, mas
o rei não dá ouvidos aos recados. O porta-voz do rei da Assíria afronta o Deus
de Israel, e isto não ficará sem o seu pago, YHWH destruirá os Assírios.
Is 37.
Is 37.21-35 – Isaias conforta o rei e este será em breve socorrido, mas depois
os Assírios serão esmagados.
105
Is 38.
Is 39.
Isaias vive numa época de convulso social. São vários impérios querendo o
domínio de Canaã: Egito e Assíria lutam pela hegemonia deste local. Isaias
prega a conversão do povo de Israel, a salvação de Deus aos escolhidos.
Mostra ainda a sua mensagem, a infidelidade e corrupção do povo, da elite
governadora de Judá e Israel. A Assíria derrota o Egito, Judá faz aliança com a
Assíria, Israel se junta com o Egito. Egito é destruído por Senaqueribe e
Samaria vai junto com o Egito.
Isaias mostra tudo isto em seus oráculos. Para o profeta Deus é santo, é rei
e é poderoso. O homem por outro lado, é pecador e impuro. A situação é tão
crítica que o profeta não acredita em salvação, a única salvação está na vinda
do Messias, o renovo, o descendente de Davi. Para o profeta a fé e a justiça
são mais importantes que festas e sacrifícios. Deus é a única possibilidade de
106
salvação, como isso é impossível só resta o futuro e a salvação messiânica, o
descendente de Davi.
Prega sobre o fim dos reinos do Norte e Sul. No reino do Norte o fim será
por camada idolatria, no Sul é o problema social. Fala contra os reinos de Judá,
contra os sedentos de riqueza (3.2-4); cobiçam as terras e as arrancam das
mãos dos pobres (2.2), roubam as casas e deixam-nos sem teto. Denuncia a
existência dos falsos profetas. Os falsos profetas pregam o bem estar e não
denunciam a opressão (3.5-7). Mas diz que os que se converterem terão um
final feliz (4 e 5). O Senhor reinará com seu povo e este reino será de paz.
107
Mq 3.1-12 – contra os chefes, sacerdotes e falsos profetas.
Mq 4.1-5.1 – vocação dos gentios.
Mq 6.9-16 – injustiças.
108
pensam. Ele denuncia as injustiças contra os pobres e necessitados. Denuncia
os governantes, os profetas e sacerdotes. Mas anuncia que Deus ainda salvará
o seu povo. Se o povo não se converter, ele vocacionará os gentios e fará deles
seus filhos. O profeta mostra o Messias e o seu reino. Ele fala de um resto fiel.
1 – NAUM
109
Um profeta desconhecido, nome pouco usado na Bíblia, cidade onde ele
nasceu é desconhecida (1.1). A sua atuação é no período do fim do império
Assírio, da queda de sua capital Nínive em 612 a.C.
O livro do profeta Naum pode ser dividido em três partes: a ira e a bondade
de Deus; cerco à tomada de Nínive e a destruição de Nínive. Este livro é o
oposto do livro de Jonas que fala que Nínive se converteu e todos foram salvos,
aqui em Naum Nínive foi cercada, tomada e destruída pelos Babilônicos. Estes
dois livros foram escritos em épocas diferentes. Mas retratam duas realidades
opostas, uma salvação e outra condenação. O autor desta obra mistura poesia
com profecia. Javé está irado com os maus e sentenças proféticas. Denuncia a
Assíria e o seu castigo e a salvação de Judá.
110
1.3 - Teologia de Naum.
2 - SOFONIAS.
111
menos de 8 anos de idade e os latifundiários comandavam o poder no lugar do
rei.
112
Moabe e Amon, Etiópia e Assíria. Depois vem de novo a ameaça contra
Jerusalém. O livro termina com a descrição da salvação de Jerusalém. O livro
começa com as ameaças e termina com a promessa de salvação.
Sof 1.7-19 ficou conhecido na literatura profética como o “dia de Javé”. Esta
expressão vai ser usada abundantemente no A.T. e nos evangelhos.
3 - HABACUQUE.
113
Daniel estava nas covas dos leões. O texto de Daniel é uma lenda. Talvez
Habacuque seja do período de 587 a.C. e pregou nesta época. A mensagem
deste livro é sobre o fim do infiel e o justo viverá pela fé. Quem é o infiel
ninguém sabe, talvez os estrangeiros que atacavam Judá ou os judeus que
oprimiam os seus irmãos. Os justos são aqueles que são fieis a Deus. Este é o
povo de Deus.
O livro abre com a narrativa dos pecados de Judá e fecha o quadro com
uma oração do profeta. No quadro do meio o profeta fala sobre o juízo de Deus
através dos Caldeus e fecha com o juízo sobre os Caldeus. No centro do livro
temos o pedido do profeta para que salve o povo, é uma intercessão do profeta
e a resposta de Javé ao pedido do Habacuque. O livro foi bem compilado,
parece com um dialogo de Deus com profeta. Composto sobre dois oráculos, a
oração do profeta é mais um cântico do que outra coisa.
114
3.3 - TEOLOGIA DE HABACUQUE.
Habacuque é pretensioso, pede a Javé que sua atuação na história seja mais
evidente. Se Judá está em pecado, Javé é santo. Ele por ser santo não vê o
mal, escolhe os pagãos para fazer a sua justiça. A justiça será feita, o justo
viverá pela fé e verdade. O mal é uma pratica das nações e que influenciou
Judá, mas Deus é todo poderoso e onipotente que prepara a vitória pela
misericórdia e o juízo. Direito é mais importante que tudo, a justiça e a fé. Isto
vai ser aplicado por Paulo: o justo viverá pela fé, em Gal 3.11; Rom 1.17.
4 - JEREMIAS.
Deste profeta sabemos tudo sobre ele. Filho do Sacerdote Hilquias, talvez
também sacerdote, sobre seu ministério. O profeta era da cidade conhecida
como Anatote, distante de Jerusalém apenas 7 km.
O rei Salomão encontrou o Sumo sacerdote Abiatan que apoiou seu irmão
Adonias para ser rei. Talvez o profeta sacerdote Jeremias descendia desta
linhagem e tinha grande acesso ao templo e conhecia seus arredores. Ele
nasceu em 650 a.C. e sua convocação começa em 627 a.C. certamente no ano
13° do reinado de Josias (Jr 1.2). O sacerdote profeta tinha de 23 a 24 anos
115
quando começou a profetizar. Atuou no reinado de Josias (640-609), de
Joaquim (609-598) e de Zedequias (598-587) o pior período de Judá. Ele
presencia a destruição de Jerusalém e do exílio do povo.
O profeta é mais religioso do que político, mas que entende a política e mas
características. Ele denuncia no reinado de Josias, talvez participou ou não na
reforma religiosa do rei, talvez se opõe a ela ou fica observando-o de longe. A
profetiza Hilda é quem faz parte da reforma de Josias e o achado do livro da lei
(II Rs 22.13ss). Jeremias acusa os problemas morais e sociais desta época,
prega o juízo de Deus. Isto lhe traz muitos adversários.
116
O profeta diz que a melhor coisa seria a submissão à Babilônia, ele prefere
ouvir os amigos e se revolta contra os invasores, não paga o tributo devido,
ouve os falsos profetas. Jeremias enfrenta os falsos profetas, Ananias é o
menor adversário de Jeremias (22-28). Ananias prega a seqüência da religião e
fala para o rei se revoltar contra Nabucodonosor. Este rei age depressa em 586
tomando por completo Jerusalém e o leva para o exílio, a cidade foi destruída, o
templo saqueado e queimado, acabando assim o reino de Judá.
117
época anterior à tomada de Jerusalém por Nabucodonosor, e que sua atuação
era em favor de uma entrega para a sobrevivência, aquele que se entregasse
viveria e o que lutasse morreria ou seria entregue ao cativeiro, para este
acontecimento o profeta compra um terreno onde ele voltaria e constituiria sua
vida após a luta.
O povo por outro lado, pede auxilio ao Egito, ele condena esta atitude e
pede que não se faça isto, o rei desobedece, coloca-o na prisão e todos são
entregues na mão dos Babilônios (os Babilônios derrotaram os Egípcios e
conquistaram Jerusalém após vários anos de cerco, começando em 597 e 586
a.C.).
118
Jr 6.1-8 – Jerusalém será cercada.
119
Jr 13.12-14 – a visão do pote quebrado.
120
Jr 22.24-30 – profecia contra Jeconias.
121
Jr 34.1-7 – a sorte do rei está selada.
Jr 34.8-22 – ameaça aos povos pela escravidão feita ao povo escolhido.
122
Jr 46.1-28 – profecia contra o Egito.
O livro do profeta Jeremias mostra que este era um grande homem, mas
um solitário, sozinho. Um profeta que não foi entendido, perseguido, preso,
proibido de falar. O rei furioso manda para a prisão solitária, nem sua família o
ajudou. Nem foram ao seu casamento, não foi consolado na tristeza, perde a
esposa, não conseguiu ser pai. Foi torturado, nem teve descendência. Parece
que estamos contando uma história de líder político na América Latina.
123
e o povo não reajam à invasão Babilônica. Mas o rei faz aliança com o Egito, o
que provoca a ira do rei Nabucodonosor. O rei Babilônico derrota o Egito e
assim fica fácil conquistar Jerusalém.
124
O livro do profeta foi reescrito pela redação e teologia do Dtr que converte
certos oráculos e visões do profeta como fez em Amós. Isto dá um caráter
interessante em sua teologia. A resposta de Deus e a sua salvação foram
passageiras. As desgraças não foram evitadas, mas prorrogadas.
5 - BARUQUE.
125
Bar 2.11-3.8 – suplica.
Este livro como podemos ver tem uma estrutura bem feita, é construído e
elaborado. Todo mundo dizia ser ele o secretário do profeta Jeremias. Ele
nunca foi citado pelos judeus, nem tinha o privilegio de ter sido incluído com o
livro de lamentações, a Carta de Jeremias. A história começa quando a LXX
coloca-o entre Jeremias e Lamentações. Na Patrística, São Jerônimo nem o
traduziu para o Latim. Na Vulgata posterior este livro foi colocado entre
Lamentações e Ezequiel, ao lado da Carta de Jeremias.
126
por isso deve ter sido escrito no período grego. O livro é composto de uma
liturgia, e de doutrina: jejum, lamentações e sacrifícios.
A teologia mostra que houve uma quebra entre as relações de Deus com os
homens e convoca para uma reconciliação. A reflexão para o pecado, a
sabedoria e a lei. A liturgia da penitencia prevê: um grande jejum e um grande
sacrifício para que os pecados sejam perdoados. A partir desta obra a teologia
do jejum é assunto importante na vida do povo. No quinto mês a partir de 587
a.C. a 70d.C. era praticado o jejum coletivo. No aniversario da destruição de
Jerusalém: o jejum, e o sacrifício e a lamentação sobre a destruição do templo
foi sempre praticado.
127
moderna descobriu que houve muita fantasia nesta leva de exilados. Poucos
foram levados, somente uma elite e trabalhadores especializados foram para a
Babilônia. Foram construtores, engenheiros para as construções e as irrigações
na agricultura, edifícios, templos, cidades, casas.
1 - EZEQUIEL
Nome forte “Deus é forte”, pouco conhecido era filho do sacerdote Buzi
(1.3), casado e seus filhos (24.16), foi para o exílio na 1° deportação em 598
a.C., vive as margens do rio na Babilônia. O rio é Kebar (3.15), tinha algumas
posses, tinha casa onde se reunia com os anciãos (e.23), foi vocacionado no
ano 593 com 30 anos, ele era um visionário e extático, ele é um espiritualista.
Alguns autores o acharam doente e psicótico.
128
(36), dará um coração novo e espírito novo, o povo voltará à terra prometida e
reconstruirá sua vida, Deus é pastor que guiará o povo de volta. O profeta cria a
teologia da culpa e da retribuição (18).
129
Ez 14.1-11 – castigo para os idolatras. –
130
Ez 30.1-26 – Egito é conquistado pela Babilônia.
Ez 33.1-20 – o atalaia.
Ez 39.17-29 – sacrifício.
131
Ez 45.9-17 – deveres dos juizes.
Ez 45.21-25 – Páscoa.
132
contra as nações; 33-37 – restauração do povo exilado. Redações posteriores:
38-39 Deus derrota os inimigos; 40-48 o futuro, o templo, a visão do escritor P
(sacerdotal). Os discípulos de Ezequiel são ativos nestas redações posteriores,
e estão na base de todo o livro de Ezequiel. Com estas redações que ocorrem
em todo o livro parece descaracterizar a obra toda de Ezequiel, que não é mais
dele, mas de redatores. A teologia de Ezequiel é da teologia da História.
133
O que difere o II Is do I Is é a narrativa que no II Is é poesia, as questões
literárias e teológicas. O II Is fala do exílio e do retorno, o Is fala dos Assírios, O
II Is da Babilônia. Os contextos históricos são diferentes, o I Is do século VIII ao
VII e o II Is do século VI ao V. a teologia central é a construção de uma estrada
pelo deserto para o povo retornar da Babilônia para Jerusalém. Babilônia é um
campo de trabalhos forçados (42), Deus derrotará os inimigos Babilônicos pelo
rei da Pérsia, Ciro. Haverá uma grande peregrinação pelo deserto para
Jerusalém, um novo êxodo, maior e mais fantástico que a saída do Egito (41;
42; 48).
II Is 40-55:
Este Isaias anuncia o Novo Êxodo, e como foi dito é composto em poesia:
1° divisão:
134
II Is 42.1-9 – o servo do Senhor.
II Is 44.21-28 – a salvação.
135
II Is 55.1-13 – a graça é para todos.
2° divisão:
II Is 45 – Ciro, o Persa.
Divisão do livro.
Is 1-39.
Is 56-66.
136
Is 40.12-31 – mostra a majestade e o poder de Deus; o v. 13 fala do conselho e
do Espírito do Senhor; no v. 28 fala de Deus o Criador; nos vv. 29-31, os que
esperam no Senhor renovarão as suas forças. 41.1-20, a doutrina da redenção
é forte nos: nos vv. 3-4 o princípio e o último; no v. 6 a fortaleza do Senhor; v. 7
o construtor; v. 8 Israel, Jacó e Abraão; v. 9 o chamado; v. 10 não temer ou
assombrar; v. 13 ajuda de Deus; os v. 14 diminutivos; ; v. 17 os aflitos e
necessitados; v. 18-20 a transformação do deserto seco em úmido.
Is 42.1-9 – pela primeira vez ocorre o termo Ebed - servo do Senhor, aquele
que padece calado, não reclama de nada - este servo do Criador será chamado
para abrir os olhos dos cegos, libertar da escravidão, este será a glória do
Senhor Deus.
137
criação; no v. 18 que devem esquecer as coisas passadas; os versos de
apocalipse e de Paulo conhecem bem estas passagens.
Is 42.22-28 – este texto mostra a grandiosa misericórdia de Deus para com seu
povo.
138
Is 46.1-13 – a menção sobre a queda dos ídolos da Babilônia é mera referencia
aos poderes políticos daquele país; o v. 1 menciona que animais são
idolatrados - a prática da justiça e salvação serão imperativos de Sião.
Is 48.1-22 – Deus ano suporta mais a infidelidade de Israel para com Ele - o
nome de Jacó aparece várias vezes neste texto - a infidelidade é - não ouvir,
prestar a atenção, conhecer (daat) o Senhor.
Is 51.1-52.12 – neste trecho ocorre uma manifestação de consolo para Sião côo
ocorreu no capítulo 40. No v. 16 - tu és meu povo. N v. 17 o duplo despertarem
e em 52.1 o novo duplo despertar.
139
2.3 - TEOLOGIA DO II Is.
140
No ano 539/8 o rei da Pérsia, Ciro, massacra o reino Babilônico governado
pelo último rei Nabonides. Ciro despacha de volta todos os povos exilados na
Babilônia, em 538 escrevendo o decreto libertando todos os judeus e que
permitia o seu retorno para a reconstrução de Jerusalém (Esd 6.3-5). Os judeus
ricos ficaram na Babilônia e preferiram não retornar ao caos, mas um pequeno
grupo liderado por Esdras retorna e sacrifica no templo (Esd 1.8). Os que
retornaram enfrentaram as dificuldades da reconstrução.
1 - OBADIAS
141
1.1 - DIVISAO DO LIVRO
142
texto foi reelaborado, posteriormente. A sua visão e anuncio é contra Edom,
descendente de Esaú e perante do povo de Israel. Este povo se vinga, na época
do rei Davi, Salomão que tomaram parte de seu território, agora ele está tomando
de volta as terras perdidas na época em que Jerusalém caiu nas mãos dos
Babilônicos. Então os oráculos e seus escritos são posteriores a 587 a.C. Não
sabemos nada sobre o seu nome e pessoa.
Para Obadias tudo está perdido, o templo destruído, o povo foi para o
cativeiro; mas em sua visão Deus lhe dá animo e a seu povo, o dia de Javé
chegou, Ele atuará na história do mundo e intervirá e reinará. Quando ele vê a
esperança, a luz natural, começa a pregar a desgraça de Edom que é maior do
que a de Jerusalém. Ele quer mostrar aos desalentados que há ainda salvação. O
conforto de Obadias é a de Jeremias, há muitas semelhanças entre os dois
profetas.
2 - AGEU
Só podemos conhecer Ageu em Esdras 5.1 e 6.14 e nada mais sobre este
profeta. Ele atua no ano 521 em Jerusalém. A mensagem de Ageu é a reparação
e inauguração do templo, o templo deve ser reconstruído antes das casas, do país
e de Jerusalém para celebrar o culto e sacrifícios. Ninguém quer saber do templo,
este deve ser o lugar de Deus e Deus aparecerá a todas as nações.
143
2.2 - COMENTÁRIOS A AGEU.
O zelo da fé é menos que o trabalho que tem para reconstruir o templo. A casa do
Senhor, dizia ele, está cada vez mais difícil de ser reerguida. Mas a mensagem
do profeta é as bênçãos que serão multiplicadas e a salvação que virá. As
disputas externas mostram que o dia de Javé chegou. Zorobabel da linhagem de
Davi é portador da messianidade. O 2° templo é mais glorioso que o primeiro, o
Messias-Rei assumirá o trono em Israel.
144
3- ZACARIAS
Conforme o livro de Esd 5.2; 6.14; e Nee 12.16 este profeta era filho de Ido,
sacerdote com Josué e Zorobabel que retornara da Babilônia. Ele é outro
sacerdote que se torna profeta, foi do mesmo período de Ageu e sua mensagem é
de 520 a 518 a.C. Existem dois livros do profeta Zacarias: o I Zac 1-8 e o II Zac 9-
14. o primeiro é do período de Dario II e o II Zac pode ser uma compilação da
época dos gregos e de Alexandre Magno nos séculos IV ou III a.C. Quase cem
anos depois do I Zac que é do século V.
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Zac 7.8-14 – desobediência leva ao exílio.
Zac 8.1-23 – Sião restaurada.
O livro de Zacarias poderia ser dividido até em mais do que dois Zac. Este
escrito é o do 2° Zac, que foi atribuído ao profeta Zacarias contemporâneo de
Ageu. Começa a pregar no ano 520 a.C. um mês antes de Ageu. Ele prega ate
518 a.C. três anos antes do templo ser reinaugurado. Ageu antecede a reforma
religiosa e Zacarias evidencia o movimento de renovação religiosa. Os que
retornaram da Babilônia são convocados à esperança, as dificuldades são
grandes, muitos dificultam a reconstrução de Jerusalém. Assim a reforma demora
mais a ser feita: a decepção e a frustração começam a ser grande.
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A fé do povo que é vazia. Esta linguagem de Zac 1-8 é apocalíptica. Deus está
escondido pelos simbolismos no escrito do profeta. Este simbolismo representa a
ligação entre Deus e o homem. A esperança é a teologia anunciada, as
frustrações, as dificuldades levam a uma nova esperança. A renovação do culto, a
inauguração do templo leva a uma nova salvação. Isto leva a uma era messiânica,
as nações serão também salvas. O governo é duplo: sacerdote e príncipe. Mas o
governo verdadeiro é o que virá. O Messias será o rei e sacerdote.
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A composição literária de Zac 9-14 tem uma moldura que parece ser uma
composição complicada de redação.
Esta é a estrutura do II Zac. Sempre vai dar pelo redator final: a salvação de
Jerusalém. Este livro leva a ter seus fundamentos no período grego e não persa
os seus oráculos e visões.
O Messias que virá terá uma imagem tríplice: o rei messias, protótipo de
Davi e Salomão; o profeta: pobre e justo. O Messias é o ideal dos pobres do
Senhor. Por fim, a terceira imagem do Messias é o Bom Pastor que o Evangelho
148
de João seguirá esta visão do Messias. O Pastor em II Zac é o próprio Javé. Aqui
em II Zac parece-se com Is 53, o Servo Sofredor, o seu sacrifício é fonte de
transformação dos corações, pureza, a linhagem de Davi. O Messias virá com
toda a sua glória para salvar Judá.
1° divisão:
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III Is 57.1-13 – a idolatria de Israel está condenada.
III Is 57.14-21 – anúncio de paz aos que se arrependerem.
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Is 57.14-21 – há ainda uma esperança e esta é a paz para todos, mas para os
perversos não há paz.
Is 58 – Deus exige a justiça e o direito mais que o jejum muitas vezes necessário -
o jejum contra a impiedade, a escravidão, o serviço, os bens materiais para os
outros. O v. 8 mostra que quem pratica a justiça e o direito será a luz da alva -
será prontamente atendido - luz nas trevas - o descanso é dia de honra a Deus.
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Is 63.1-6 – Deus vingará o seu povo contra Edom e Bozra - o ano do jubileu é
chegado, v. 4.
Is 63.7-64.12 – este longo trecho fala da oração do profeta, é um cântico sobre
Sião - a salvação, fala Moisés, Abraão, da redenção, da criação de Deus em todas
as coisas, Deus é Pai de seu povo.
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O profeta anuncia nas entrelinhas:
- A crise de esperança, o povo vendo toda esta situação a beira do caos
depois da reconstrução; surge a desconfiança e a frustração;
- O culto se degenera de novo, a depravação social e o caos econômico
se instalam;
Resta apenas uma coisa: a Nova Jerusalém, o novo céu e a nova terra em meio
da desilusão completa do povo.
5 - JOEL
As profecias deste livro são complicadas para data-las, talvez seja melhor
coloca-las entre o inicio ou o fim do ano 400 a.C. Joel era filho de Fatuel, viveu e
pregou na cidade de Jerusalém. Profeta do templo, do culto, tem em sua
preocupação central o templo. A sua mensagem é o dia de Javé, fala da invasão
de gafanhotos, terremotos, prega a conversão pelo jejum, e que o dia de Javé seja
a salvação e não de condenação ao povo de Jerusalém.
2.12-27 3.1-17
- 1.1-2.11 2.28-32 3.18-21
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- 1.1-2.11 - 3.1-17 – fome, juízo, seca, gafanhoto.
- 2.12-27 - 3.18-21 – Deus bondoso, restauração de Israel.
- 2.28-32 - promessa do Espírito.
Não existe lógica literária neste livro: vai da desgraça à salvação; destruição dos
povos à salvação do povo de Deus. O povo escolhido foi centralizado na literária
para mostrar que apesar das pragas o povo humilhado e jejuando seria salvo.
Parece que o profeta copia a teologia da saída do Egito: o Êxodo. Tudo isto é para
mostrar o Dia do Senhor que virá. Este profeta está ligado ao culto.
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A mensagem de salvação ligada ao derramamento do Espírito mostra que
todas as dificuldades acabaram. Os desastres: fogo, seca, invasão dos
gafanhotos, o caos e agora Javé é o Senhor de tudo e de todos. Todos invocarão
Javé, e agradecerão a salvação que veio para o povo. O texto central de Joel é
interpretado em Atos dos Apóstolos como o derramamento do Espírito Santo.
6 - MALAQUIAS
155
6.2- COMENTÁRIOS A MALAQUIAS
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7 - JONAS
Este livro é profético. É uma mistura de narrativa com poesia. É uma novela
em três atos, o profeta não é o ator principal. Palavra de Deus, o homem Jonas
solitário diante de Deus. Esta terceira cena é a parte principal da obra. A oração
do profeta e a revelação de Deus e o ministério de Jonas.
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Jonas mostra o universalismo de Javé, a experiência interior do profeta,
fuga, retorno e a vontade de Deus para salvar o povo. O isolamento do homem, a
denuncia do mal e a presença de javé. Aqui temos as cenas dos marinheiros, mar,
vento, peixe, o povo ninivita, os animais e as plantas. Animais e natureza, e a
presença de Deus é marcante na vida do profeta.
8 - DANIEL
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Daniel e seus companheiros viveram na Babilônia, eram sábios, fieis e
tementes a Deus, interpretes e visionários. Torna-se interprete dos sonhos dos
babilônicos. O livro foi escrito no período dos Macabeus (ler Daniel com I Mac –
175-165 a.C.). Este livro é profético, mas apocalíptico. A história mostra a luta e
resistência contra a invasão greco-romanas. A denuncia é contra Antíoco Epifanes
IV rei da Síria.
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I Daniel:
1.1-2.4a – Hebraico - Daniel, seus companheiros e o sonho.
II Daniel:
2.4b-7.1-28 – Aramaico - sonhos: estátuas / animais.
III Daniel:
8.1-12.1-13 – Hebraico - visão e o tempo do fim.
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A teologia da coletânea de Daniel é uma teologia da história, fala da fé e
vida religiosa. As nações são pagãs, milhares de deuses, culto a estatuas, animais
são cultuados, o rei é divino. Este livro é apocalíptico e apologético: combate o
paganismo e a resistência contra o culto ao rei, ao homem. A fé pode levar a
morte carnal, mas leva à vida. O livro fala do martírio do povo judeu que não se
prostrou a ídolos nenhum. O Deus de Israel é o único e verdadeiro.
Ele é o único que tem poder sobre as nações e à história. Ele transmite a fé, esta
fé mesmo que tenha formas de símbolos, mostra que o Deus de Israel é quem
governa o mundo. Ele esconde e se revela ao mesmo tempo, esconde mas é
reconhecido no meio de tantas maravilhas. O livro além de ser uma teologia da
história, mas também é uma mensagem de esperança. É uma apocalíptica e uma
escatologia; é a resistência presente para continuar no futuro, na presença de
Deus.
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BIBLIOGRAFIA:
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