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1) OBJETIVO:
2) TERRITORIAL:
3) FUNCIONAL:
NCPC, Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Caso sejam desrespeitados esses critérios, podemos ter uma incompetência ABSOLUTA ou
RELATIVA.
- Critério pessoa: como há um interesse público, a partir da ideia de “especialização” e eficiência
do judiciário, aliada à necessidade de imparcialidade da jurisdição e à separação dos poderes, a
incompetência será ABSOLUTA.
- Critério matéria: como é utilizado para a especialização dos órgãos jurisdicionais em
determinadas matérias, também teremos uma incompetência ABSOLUTA.
- Critério valor: no âmbito dos juizados das fazendas, o art. 2º, §4º da L12153 prevê que haverá
incompetência absoluta, caso haja juizado instalado na comarca. Há também regra análoga na
Lei dos Juizados Federais.
- Critério territorial: como regra, é RELATIVA, pois é definida com base no interesse das partes.
Porém, existem casos em que a competência territorial é ABSOLUTA, a exemplo dos arts. 47 do
NCPC e 95 do CPC/73, que tratam da competência para as ações envolvendo direito real
imobiliário. Nesse caso, haverá competência absoluta do foro do local do imóvel, em se tratando
das diversas ações listadas neste dispositivo.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
Veja que na primeira parte do §1º do art. 47 a competência é relativa, pois admite-se até mesmo
foro de eleição. Na parte final, porém, não há opção, tratando-se de competência absoluta.
ABSOLUTA RELATIVA
Interesse Predominante Interesse público (da sociedade Predomina o interesse das
ou do judiciário) partes.
Momento de arguição Pode ser alegada a qualquer Alegada no prazo de resposta
tempo (art. 64 do NCPC). (art. 65 do NCPC), sob pena de
prorrogação da competência.
Possibilidade de Pode ser conhecida de ofício (art. Como regra, não pode ser
conhecimento de ofício 64 do NCPC) conhecida de oficio (Súmula
33 do STJ).
Exceções:
. Juizados especiais
. Contratos que tenham cláusula
abusiva de eleição de foro
Forma de arguição Alegada como preliminar de No CPC/73, era alegada por
contestação ou por petição avulsa
exceção de incompetência
(arts. 113 e 301 do ACPC e art. 64
(art. 304). No entanto, no
do NCPC). NCPC (art. 64), passa a ser
alegada em preliminar de
contestação, ficando extintas
as exceções de
incompetência, suspeição ou
impedimento.
Suspensão do Processo Não há previsão legal de De acordo com o NCPC, não
suspensão do processo. há suspensão do processo
(art.64, §2º): o juiz deve ouvir
a parte contrária e logo em
seguida decidir.
Nulidade dos atos Diferentemente do CPC/73, que previa a nulidade dos atos
processuais decisórios do juízo incompetente, o CPC/15 prevê que a decisão
proferida pelo juízo incompetente será válida até que outra seja
proferida pelo juízo competente ou até que este se pronuncie
pela sua invalidade. Assim, por exemplo, um juiz estadual poderá
deferir uma tutela contra a União e esta ser considerada válida pelo
juiz federal competente, após o declínio da competência.
Conexão e Continência:
A conexão e a continência são causas de modificação de competência, pois levam à reunião de
ações perante o juízo prevento.
NCPC, Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência,
observado o disposto nesta Seção.
O que é a conexão?
A conexão é tratada no art. 55 do NCPC. Tal fenômeno pode ocorrer quando duas ou mais ações
possuem o mesmo pedido ou causa de pedir (elementos objetivos da demanda), hipótese em
que o juiz poderá determinar a reunião de processos, a fim de evitar decisões conflitantes.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir.
À luz do CPC/73, o STJ já adotava a chamada TEORIA MATERIALISTA, segundo a qual duas ou
mais ações serão conexas quando versarem sobre a mesma relação jurídica de direito material
(Ex: ação de despejo e ação de consignação em pagamento dos aluguéis -> versam sobre a
mesma relação jurídica de direito material, então é importante que tramitem junto para evitar
decisões contraditórias, ainda que não tenham exatamente a mesma causa de pedir ou o mesmo
pedido). Nesse sentido, o NCPC passou a prever a possibilidade de reunião de ações ainda que
entre elas não houvesse conexão, prestigiando a teoria materialista:
Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
“O juiz tem discricionariedade para determinar a conexão de processos, à luz do art. 105 do CPC”
(STJ - REsp: 737854 MG)
“Conexas as causas, é recomendável, em linha de princípio, a sua reunião para julgamento
conjunto, competindo ao prudente arbítrio do juiz aferir a sua conveniência (STJ - AgRg no AgRg
no Ag: 446831 SP)
Inobstante, alguns autores, como Athos Gusmão Carneiro, criticam tal entendimento, pois há o
risco de decisões contraditórias, de modo que a segurança jurídica impõe que as ações sejam
reunidas; trata-se também de questão de economia processual. Assim, a reunião deveria ser um
dever, quando há o risco de decisões contraditórias.
Parecendo seguir essa linha, o novo CPC, em seu art. 55, §1º, menciona que os processos e ações
conexas “serão reunidos”. Assim, passaria a haver, de fato, um dever do juiz.
O que é a Continência?
A continência ocorre quando, entre duas ou mais ações, há identidade de partes E de causa de
pedir, mas com o pedido de uma abrangendo o das outras. (Ex: propositura de ação pedindo a
repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária -> mesmas partes, mesma causa de pedir, mas os pedidos são diferentes, sendo que
a análise do pedido de repetição de indébito passa pela análise da existência de relação jurídico-
tributária => o pedido da ação de repetição abrange o da declaratória, podendo haver
continência).
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Conexão Continência
- Quando for comum o pedido (objeto) OU - Quando houver a identidade de partes E
a causa de pedir. de causa de pedir, sendo que o pedido de
uma ação abrange o da outra.
No novo CPC, houve a unificação dos critérios para se definir qual será o juízo prevento: será
aquele onde primeiro foi registrada ou distribuída a inicial.
NCPC, Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
NCPC, Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
Ademais, no novo CPC, o art. 57 não determina a imediata reunião dos processos no caso de
continência. Nesse caso, deve ser verificado qual foi a primeira ação ajuizada: a continente ou a
contida. Se a primeira for a continente (a que a abrange a outra), haverá extinção do processo
sem resolução do mérito da segunda ação (a contida). Se a primeira for a contida, o NCPC diz
que elas serão necessariamente reunidas. Isso se deve ao fato de que, no novo CPC, as questões
prejudiciais também poderão formar coisa julgada; assim, na ação continente já é possível que
a questão seja solucionada.
NCPC, Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente,
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Ex: propositura de ação pedindo a repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória
de inexistência de relação jurídico-tributária. Nesse caso, ao contrário do que ocorria no antigo
código (reunião de processos), no novo CPC deveria haver a extinção da ação declaratória
posteriormente ajuizada, uma vez que esta já está contida na ação de repetição de indébito
como uma questão prejudicial, que poderá formar coisa julgada.
Assim, a análise de questão prejudicial, à luz do antigo CPC, não fazia coisa julgada,
sendo analisada como um mero fundamento para decidir.
No entanto, a apreciação de questão prejudicial podia formar coisa julgada quando
houvesse uma AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL (prevista no art. 470). Qualquer das
partes poderia propor a ação declaratória incidental, caso em que a questão
prejudicial passaria a integrar o mérito da decisão, trazendo segurança jurídica e
evitando que tal questão fosse decidida de maneira distinta em processo posterior.
CPC/73, Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a
parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e
constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.
O novo CPC, por sua vez, estabelece a possibilidade de que haja a formação de coisa
julgada material sobre a questão prejudicial, independentemente de ação
declaratória incidental (art. 503, §1º). No entanto, para que isso aconteça são
necessários 4 requisitos cumulativos:
- A decisão sobre a questão prejudicial deve ter se dado de forma expressa e
incidente no processo (não pode ser implícita, subentendida).
- A resolução do mérito deve depender da resolução da questão prejudicial. Tal
dependência deve ser interpretada como uma dependência necessária, essencial.
- Haja contraditório prévio e efetivo. Por isso, não se aplica ao caso de REVELIA.
O §2º do art. 503 também menciona que se o procedimento tem restrições
probatórias ou limitações cognitivas que impeçam o aprofundamento da análise da
prejudicial, não seria caso de formação de coisa julgada (Ex: mandado de segurança)
- O juízo deve ter competência em razão da matéria ou da pessoa para conhecê-la
na via principal. Em outras palavras, o juízo não pode ser absolutamente
incompetente para a análise da questão prejudicial caso ela fosse deduzida como
ação principal (Ex: inconstitucionalidade de tributo).
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos
limites da questão principal expressamente decidida.
OBS: Prescrição e decadência, de acordo com a doutrina majoritária, seriam preliminares DE MÉRITO.
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
O art. 45 do CPC dispõe que, caso a União, suas autarquias, empresas públicas ou fundações,
intervenham em um processo, na qualidade de parte ou terceiro, devem os autos serem
remetidos para a justiça federal. O mesmo vale para o caso de intervenção de conselho de
fiscalização da atividade profissional.
Não obstante, os incisos I e II do mesmo artigo trazem algumas exceções, casos em que não
haverá o deslocamento de competência. São os casos de recuperação judicial, falência,
insolvência civil e acidente de trabalho, além dos casos sujeitos à competência da justiça
eleitoral e da justiça do trabalho.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações,
ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações:
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo
perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja
presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Para as ações fundadas em direito pessoal ou em direito real sobre bens MÓVEIS, o art. 46 traz
a regra da competência do foro do domicílio do RÉU.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta,
em regra, no foro de domicílio do réu.
No caso de ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS, a regra é a competência do foro de
situação da coisa. O mesmo vale para o caso de ação possessória imobiliária, conforme prevê o
§2º do art. 47. As duas hipóteses são de competência ABSOLUTA e, portanto, inderrogável pela
parte.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
Não obstante, o §1º do art. 47 prevê uma competência relativa, admitindo que o autor proponha
a ação no foro de domicílio do réu ou no foro de eleição, desde que o litígio não recaia sobre
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova (nessas 5 hipóteses, teremos competência absoluta do foro da situação da coisa).
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.
A regra continua sendo a do foro do domicílio do autor da herança (ou seja, do morto), ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro.
Para o caso de ausência, o CPC prevê a competência do foro do último domicílio do ausente.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições
testamentárias.
V) Outras disposições importantes:
• Para as ações em que o incapaz for réu, competente será o foro de domicílio de seu
representante ou assistente.
• Se a União for AUTORA, competente será o foro do domicílio do réu.
• Se a União dor RÉ, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito
Federal.
• Se os Estados ou DF forem AUTORES, competente será o foro do domicílio do réu.
• Se os Estados ou DF forem RÉUS, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa
ou na capital do respectivo ente federado.
• Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável, o CPC/15 trouxe importante novidade, prevendo como
regra a competência do foro domicílio do guardião de filho incapaz. Caso não haja filho
incapaz, a competência passa para o último domicílio do casal. Não obstante, se
nenhuma das partes residir no último domicílio do casal, a competência será do foro do
domicílio do réu (não há mais a competência do foro do domicílio da mulher, como
previa o CPC73).
• Quando for ré uma pessoa jurídica de direito privado, a regra é o foro do local da sede.
No entanto, o CPC também prevê a competência do foro onde se acha a agência ou
sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu.
• No caso de sociedade SEM personalidade jurídica, será competente o foro do local onde
exerce suas atividades.