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COMPETÊNCIA, CONEXÃO E CONTINÊNCIA

De forma simplificada, a competência pode ser conceituada como a parcela de atividade


jurisdicional atribuída a cada órgão do Poder Judiciário. Conforme ensinam alguns autores, é a
“medida da jurisdição”.

Critérios para determinação da competência:

A doutrina costuma elencar 3 critérios para a determinação da competência: objetivo, territorial


e funcional.

1) OBJETIVO:

É o critério de determinação da competência com base nos elementos da ação.


Se subdivide em:
- Critério PESSOA (elemento “partes”): a competência para processar uma demanda depende da
parte da demanda ou da pessoa que praticou o ato discutido em juízo
Exemplo: art. 109, I da CRFB -> competência da justiça federal para as ações em que a União for
parte, assistente, Exemplo²: art. 102, I, “d” da CRFB -> competência do STF para julgar mandado
de segurança em face de ato do Presidente da República.
- Critério MATÉRIA (elemento “causa de pedir”):
É utilizado pelos códigos de organização judiciária para a criação de juízos especializados
(exemplo: juízo empresarial).
- Critério VALOR DA CAUSA (elemento “pedido”):
É o critério predominante utilizado para definir a competência dos juizados especiais.
Exemplo: Juizados Especiais da Fazenda Pública (L12153, art. 2º): causas de até 60 salários-
mínimos.

2) TERRITORIAL:

É o critério para a definição de competência de foro (arts. 46 e seguintes do NCPC).


Exemplo: ações que cuidem de direitos pessoais: em regra, competência do foro do domicílio
do réu.

3) FUNCIONAL:

É um critério que vai apresentar 2 significados diferentes:

- Divisão de funções entre órgãos jurisdicionais diferentes dentro de um mesmo processo.


Quando mais de um órgão jurisdicional pratica atos dentro de um mesmo processo. Nesse
sentido, a competência pode ser:
. competência funcional horizontal: quando a divisão de funções se dá entre órgãos de
mesma hierarquia do poder judiciário (Exemplos: expedição de carta precatória e
incidente de inconstitucionalidade para o órgão especial do tribunal).
. competência funcional vertical: quando a divisão de funções se dá entre órgãos que
possuem diferentes posições na estrutura do judiciário (Exemplo: divisão entre
competência originária e competência recursal; expedição de carta de ordem).
- Um mesmo órgão jurisdicional pode ser competente para praticar atos processuais em
processos diferentes ligados entre si.
Exemplos: art. 61 do NCPC: o juízo da ação acessória é o mesmo juízo competente para a ação
principal.

NCPC, Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.

Caso sejam desrespeitados esses critérios, podemos ter uma incompetência ABSOLUTA ou
RELATIVA.
- Critério pessoa: como há um interesse público, a partir da ideia de “especialização” e eficiência
do judiciário, aliada à necessidade de imparcialidade da jurisdição e à separação dos poderes, a
incompetência será ABSOLUTA.
- Critério matéria: como é utilizado para a especialização dos órgãos jurisdicionais em
determinadas matérias, também teremos uma incompetência ABSOLUTA.
- Critério valor: no âmbito dos juizados das fazendas, o art. 2º, §4º da L12153 prevê que haverá
incompetência absoluta, caso haja juizado instalado na comarca. Há também regra análoga na
Lei dos Juizados Federais.
- Critério territorial: como regra, é RELATIVA, pois é definida com base no interesse das partes.
Porém, existem casos em que a competência territorial é ABSOLUTA, a exemplo dos arts. 47 do
NCPC e 95 do CPC/73, que tratam da competência para as ações envolvendo direito real
imobiliário. Nesse caso, haverá competência absoluta do foro do local do imóvel, em se tratando
das diversas ações listadas neste dispositivo.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.

§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.

Veja que na primeira parte do §1º do art. 47 a competência é relativa, pois admite-se até mesmo
foro de eleição. Na parte final, porém, não há opção, tratando-se de competência absoluta.

- Critério funcional: como se relaciona a divisão de funções no poder judiciário, trata-se de


competência ABSOLUTA.

O fato de a incompetência ser absoluta ou relativa traz uma série de consequências:

ABSOLUTA RELATIVA
Interesse Predominante Interesse público (da sociedade Predomina o interesse das
ou do judiciário) partes.
Momento de arguição Pode ser alegada a qualquer Alegada no prazo de resposta
tempo (art. 64 do NCPC). (art. 65 do NCPC), sob pena de
prorrogação da competência.
Possibilidade de Pode ser conhecida de ofício (art. Como regra, não pode ser
conhecimento de ofício 64 do NCPC) conhecida de oficio (Súmula
33 do STJ).
Exceções:
. Juizados especiais
. Contratos que tenham cláusula
abusiva de eleição de foro
Forma de arguição Alegada como preliminar de No CPC/73, era alegada por
contestação ou por petição avulsa
exceção de incompetência
(arts. 113 e 301 do ACPC e art. 64
(art. 304). No entanto, no
do NCPC). NCPC (art. 64), passa a ser
alegada em preliminar de
contestação, ficando extintas
as exceções de
incompetência, suspeição ou
impedimento.
Suspensão do Processo Não há previsão legal de De acordo com o NCPC, não
suspensão do processo. há suspensão do processo
(art.64, §2º): o juiz deve ouvir
a parte contrária e logo em
seguida decidir.
Nulidade dos atos Diferentemente do CPC/73, que previa a nulidade dos atos
processuais decisórios do juízo incompetente, o CPC/15 prevê que a decisão
proferida pelo juízo incompetente será válida até que outra seja
proferida pelo juízo competente ou até que este se pronuncie
pela sua invalidade. Assim, por exemplo, um juiz estadual poderá
deferir uma tutela contra a União e esta ser considerada válida pelo
juiz federal competente, após o declínio da competência.

OBS: De acordo com o enunciado 238 do FPPC, o aproveitamento


dos efeitos de decisão proferida por juízo incompetente aplica-se
tanto à competência absoluta quanto à relativa.

Conexão e Continência:
A conexão e a continência são causas de modificação de competência, pois levam à reunião de
ações perante o juízo prevento.

NCPC, Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência,
observado o disposto nesta Seção.

Tais institutos constituem exceções à regra da “perpetuação da competência” (perpetuatio


iurisdicitionis), segundo a qual a competência para processar e julgar uma demanda é definida
no momento de sua propositura (art. 87 do CPC/73 e art. 43 do NCPC). A lógica é que haja uma
proteção ao juiz natural, garantia segundo a qual o órgão jurisdicional competente para uma
demanda é definido com base em regras abstratas e prévias, protegendo-se a imparcialidade da
jurisdição. Nesse sentido, a regra é a de que a competência seja definida no momento da
propositura da ação, não podendo haver uma mudança posterior de competência, que
disfarçadamente poderia revelar uma escolha de juízo.
NCPC, Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

Não obstante, existem diversas exceções à regra da perpectuatio jurisdictionis, algumas já


previstas no próprio art. 43 do NCPC (quais sejam: supressão do órgão judiciário e alteração de
competência absoluta), e outras espalhadas pelo código. Dentre essas exceções, podemos citar
a conexão e a continência, que também permitem a modificação posterior de competência.

O que é a conexão?
A conexão é tratada no art. 55 do NCPC. Tal fenômeno pode ocorrer quando duas ou mais ações
possuem o mesmo pedido ou causa de pedir (elementos objetivos da demanda), hipótese em
que o juiz poderá determinar a reunião de processos, a fim de evitar decisões conflitantes.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir.

À luz do CPC/73, o STJ já adotava a chamada TEORIA MATERIALISTA, segundo a qual duas ou
mais ações serão conexas quando versarem sobre a mesma relação jurídica de direito material
(Ex: ação de despejo e ação de consignação em pagamento dos aluguéis -> versam sobre a
mesma relação jurídica de direito material, então é importante que tramitem junto para evitar
decisões contraditórias, ainda que não tenham exatamente a mesma causa de pedir ou o mesmo
pedido). Nesse sentido, o NCPC passou a prever a possibilidade de reunião de ações ainda que
entre elas não houvesse conexão, prestigiando a teoria materialista:

Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

A conexão é faculdade ou dever do juiz?


A conexão, como visto, é causa de modificação de competência, pois leva à reunião de ações
perante o juízo prevento. No entanto, essa reunião, de acordo com entendimento do STJ à luz
do CPC/73, seria uma faculdade do juiz.

“O juiz tem discricionariedade para determinar a conexão de processos, à luz do art. 105 do CPC”
(STJ - REsp: 737854 MG)
“Conexas as causas, é recomendável, em linha de princípio, a sua reunião para julgamento
conjunto, competindo ao prudente arbítrio do juiz aferir a sua conveniência (STJ - AgRg no AgRg
no Ag: 446831 SP)

Inobstante, alguns autores, como Athos Gusmão Carneiro, criticam tal entendimento, pois há o
risco de decisões contraditórias, de modo que a segurança jurídica impõe que as ações sejam
reunidas; trata-se também de questão de economia processual. Assim, a reunião deveria ser um
dever, quando há o risco de decisões contraditórias.

Parecendo seguir essa linha, o novo CPC, em seu art. 55, §1º, menciona que os processos e ações
conexas “serão reunidos”. Assim, passaria a haver, de fato, um dever do juiz.
O que é a Continência?
A continência ocorre quando, entre duas ou mais ações, há identidade de partes E de causa de
pedir, mas com o pedido de uma abrangendo o das outras. (Ex: propositura de ação pedindo a
repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária -> mesmas partes, mesma causa de pedir, mas os pedidos são diferentes, sendo que
a análise do pedido de repetição de indébito passa pela análise da existência de relação jurídico-
tributária => o pedido da ação de repetição abrange o da declaratória, podendo haver
continência).

Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.

Conexão Continência
- Quando for comum o pedido (objeto) OU - Quando houver a identidade de partes E
a causa de pedir. de causa de pedir, sendo que o pedido de
uma ação abrange o da outra.

O que é o “juízo prevento”?


Havendo conexão ou continência, o CPC menciona que poderá haver a reunião de ações perante
o juízo prevento. Este é entendido como o primeiro juízo competente para uma causa e para
outras a elas conexas.

No novo CPC, houve a unificação dos critérios para se definir qual será o juízo prevento: será
aquele onde primeiro foi registrada ou distribuída a inicial.

NCPC, Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
NCPC, Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

Ademais, no novo CPC, o art. 57 não determina a imediata reunião dos processos no caso de
continência. Nesse caso, deve ser verificado qual foi a primeira ação ajuizada: a continente ou a
contida. Se a primeira for a continente (a que a abrange a outra), haverá extinção do processo
sem resolução do mérito da segunda ação (a contida). Se a primeira for a contida, o NCPC diz
que elas serão necessariamente reunidas. Isso se deve ao fato de que, no novo CPC, as questões
prejudiciais também poderão formar coisa julgada; assim, na ação continente já é possível que
a questão seja solucionada.

NCPC, Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente,
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.

Ex: propositura de ação pedindo a repetição de indébito tributário e posterior ação declaratória
de inexistência de relação jurídico-tributária. Nesse caso, ao contrário do que ocorria no antigo
código (reunião de processos), no novo CPC deveria haver a extinção da ação declaratória
posteriormente ajuizada, uma vez que esta já está contida na ação de repetição de indébito
como uma questão prejudicial, que poderá formar coisa julgada.

Uma das grandes novidades do NCPC é a possibilidade de que as questões prejudiciais


também formem coisa julgada.

Tradicionalmente, a coisa julgada incide sobre o dispositivo de uma sentença.


Nessa linha, o CPC/73, no art. 469, previa que “não faz coisa julgada” os motivos, a
verdade dos fatos e a questão prejudicial (questões prévias ao mérito).1

Assim, a análise de questão prejudicial, à luz do antigo CPC, não fazia coisa julgada,
sendo analisada como um mero fundamento para decidir.
No entanto, a apreciação de questão prejudicial podia formar coisa julgada quando
houvesse uma AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL (prevista no art. 470). Qualquer das
partes poderia propor a ação declaratória incidental, caso em que a questão
prejudicial passaria a integrar o mérito da decisão, trazendo segurança jurídica e
evitando que tal questão fosse decidida de maneira distinta em processo posterior.

CPC/73, Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a
parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e
constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.

O novo CPC, por sua vez, estabelece a possibilidade de que haja a formação de coisa
julgada material sobre a questão prejudicial, independentemente de ação
declaratória incidental (art. 503, §1º). No entanto, para que isso aconteça são
necessários 4 requisitos cumulativos:
- A decisão sobre a questão prejudicial deve ter se dado de forma expressa e
incidente no processo (não pode ser implícita, subentendida).
- A resolução do mérito deve depender da resolução da questão prejudicial. Tal
dependência deve ser interpretada como uma dependência necessária, essencial.
- Haja contraditório prévio e efetivo. Por isso, não se aplica ao caso de REVELIA.
O §2º do art. 503 também menciona que se o procedimento tem restrições
probatórias ou limitações cognitivas que impeçam o aprofundamento da análise da
prejudicial, não seria caso de formação de coisa julgada (Ex: mandado de segurança)
- O juízo deve ter competência em razão da matéria ou da pessoa para conhecê-la
na via principal. Em outras palavras, o juízo não pode ser absolutamente
incompetente para a análise da questão prejudicial caso ela fosse deduzida como
ação principal (Ex: inconstitucionalidade de tributo).

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos
limites da questão principal expressamente decidida.

§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida


expressa e incidentemente no processo, se:

1 As questões prévias podem ser:


- Preliminares: questões prévias cujo acolhimento impede temporaria ou permanentemente a análise do mérito.
Possuem uma eficácia impeditiva, uma vez que o acolhimento da preliminar irá impedir a análise do mérito de forma definitiva
(levando a uma decisão de extinção sem resolução do mérito; Ex: falta de interesse de agir) ou de forma temporária (gerando a
necessidade de prática de alguns outros atos processuais; Ex: reconhecimento de incompetência -> vai gerar a necessidade de
remessa dos autos ao juízo competente, ficando temporariamente impedida a análise do mérito).
- Prejudiciais: questões prévias ao mérito, cujo acolhimento vincula como o mérito será analisado (Ex: ação de repetição
de indébito em virtude de inconstitucionalidade da norma -> o mérito é a repetição do indébito, mas a questão sobre a
constitucionalidade da norma é uma questão prévia ao mérito).

OBS: Prescrição e decadência, de acordo com a doutrina majoritária, seriam preliminares DE MÉRITO.
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.

Dispositivos importantes sobre competência no CPC/15:

Vejamos outras regras importantes sobre competência no NCPC:

I) Deslocamento da competência para o juízo federal

O art. 45 do CPC dispõe que, caso a União, suas autarquias, empresas públicas ou fundações,
intervenham em um processo, na qualidade de parte ou terceiro, devem os autos serem
remetidos para a justiça federal. O mesmo vale para o caso de intervenção de conselho de
fiscalização da atividade profissional.

Não obstante, os incisos I e II do mesmo artigo trazem algumas exceções, casos em que não
haverá o deslocamento de competência. São os casos de recuperação judicial, falência,
insolvência civil e acidente de trabalho, além dos casos sujeitos à competência da justiça
eleitoral e da justiça do trabalho.

Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações,
ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações:

I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;


II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.

§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo
perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja
presença ensejou a remessa for excluído do processo.

II) Regra geral: Foro do domicílio do réu

Para as ações fundadas em direito pessoal ou em direito real sobre bens MÓVEIS, o art. 46 traz
a regra da competência do foro do domicílio do RÉU.

Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta,
em regra, no foro de domicílio do réu.

§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.


§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for
encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de
domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.
Por fim, o §5º do art. 46 traz polêmica previsão, prevendo que as execuções fiscais devem ser
propostas no foro do domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do


lugar onde for encontrado.

III) Regra para ações relacionadas a IMÓVEIS:

No caso de ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS, a regra é a competência do foro de
situação da coisa. O mesmo vale para o caso de ação possessória imobiliária, conforme prevê o
§2º do art. 47. As duas hipóteses são de competência ABSOLUTA e, portanto, inderrogável pela
parte.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.

Não obstante, o §1º do art. 47 prevê uma competência relativa, admitindo que o autor proponha
a ação no foro de domicílio do réu ou no foro de eleição, desde que o litígio não recaia sobre
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova (nessas 5 hipóteses, teremos competência absoluta do foro da situação da coisa).

§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação
de obra nova.

IV) Regra para ações de inventário, partilha etc:

A regra continua sendo a do foro do domicílio do autor da herança (ou seja, do morto), ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:

I - o foro de situação dos bens imóveis;


II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

Para o caso de ausência, o CPC prevê a competência do foro do último domicílio do ausente.

Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições
testamentárias.
V) Outras disposições importantes:

• Para as ações em que o incapaz for réu, competente será o foro de domicílio de seu
representante ou assistente.
• Se a União for AUTORA, competente será o foro do domicílio do réu.
• Se a União dor RÉ, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito
Federal.
• Se os Estados ou DF forem AUTORES, competente será o foro do domicílio do réu.
• Se os Estados ou DF forem RÉUS, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa
ou na capital do respectivo ente federado.
• Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável, o CPC/15 trouxe importante novidade, prevendo como
regra a competência do foro domicílio do guardião de filho incapaz. Caso não haja filho
incapaz, a competência passa para o último domicílio do casal. Não obstante, se
nenhuma das partes residir no último domicílio do casal, a competência será do foro do
domicílio do réu (não há mais a competência do foro do domicílio da mulher, como
previa o CPC73).

Art. 53. É competente o foro:

I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de


união estável:

a) de domicílio do guardião de filho incapaz;


b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;

• Para as ações em que se pedem alimentos, competente será o foro do domicílio ou


residência do alimentando.

• Quando for ré uma pessoa jurídica de direito privado, a regra é o foro do local da sede.
No entanto, o CPC também prevê a competência do foro onde se acha a agência ou
sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu.

• No caso de sociedade SEM personalidade jurídica, será competente o foro do local onde
exerce suas atividades.

• Também será competente:


- o foro de onde a obrigação deva ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento.
- o foro da residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;
- o foro da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano
por ato praticado em razão do ofício
- o foro do domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
- o foro do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios.

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