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Existência: Kierkegaard:
Para Kierkegaard, ser cristão é viver imitando Cristo, seguir o seu exemplo e
não simplesmente admirá-lo. Ora, o que nos ensina Cristo? O amor e a
submissão absoluta à vontade de Deus. O Cristianismo, entendido
verdadeiramente, é, não uma doutrina, mas uma forma de vida
terrivelmente exigente que não admite que as coisas deste mundo tenham
precedência sobre Deus. Tudo o que faz com que Deus passe para segundo
plano é traição ao Cristianismo. As igrejas, ao procurarem facilitar a vida
dos homens, consolando-os e diminuindo-lhes a angústia, "brincaram ao
Cristianismo", falsificaram-no. O Cristianismo não é uma doutrina para
resolver os problemas deste mundo, mas a impaciência angustiada da vida
eterna no outro mundo. As igrejas, e em especial a dinamarquesa, fizeram
do Cristianismo um negócio, transformaram-se em empresas lucrativas de
viagens para a eternidade que só se salvam do descrédito porque não
temos notícias dos "passageiros".
O homem estético orienta a sua vida pelo "princípio do prazer", isto é, pela
procura do prazer, do que é agradável aos sentidos. O modelo do homem
estético é o sedutor, o Don Juan, mas, embora o prazer da conquista e do
gozo sexual seja o mais intenso e o mais procurado, a vida estética pode
também consistir na entrega a fins temporais como o poder e o dinheiro.
Para ele, a arte de viver consiste em escapar à monotonia do "já visto". Esta
obsessão pela novidade, pela diferença, implica uma mudança constante e
a negação de qualquer compromisso ou fidelidade, seja a uma mulher seja
a valores morais e religiosos seja a um ideal social e político. Tudo isto, mais
instituições como o casamento, a família e uma ocupação profissional
rotineira, são insuportáveis, impõem restrições, reprimindo a procura do
prazer (que se pretende indefinida).
Luís Rodrigues, Manual de Introdução à Filosofia – 11º ano, Lisboa, Plátano Editora.