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Química 10

Elementos Químicos e sua Organização


Massa e tamanho dos átomos

Ordens de grandeza e escalas de comprimento


O objeto de estudo da Química pode variar desde o átomo até ao
universo, pelo que é conveniente identificar a ordem de grandeza da
dimensão do objeto em estudo.
A ordem de grandeza corresponde à potência de base 10 mais próxima
de um número escrito em notação científica.
|x|=c × 10e

Se c ¿ 5, então a ordem de grandeza (O.g.) é 10e


Se c ≥ 5 então a ordem de grandeza (O.g.) é 10e+1
Exemplo:
2 μm=2× 10−6 m, (O.g.) é 10−6
5 μm=5× 10−6 m, (O.g.) é 10−5
8 μm=8 ×10−6 m, (O.g.) é 10−5

As ordens de grandeza das estruturas da natureza podem ser tão


variadas que, para simplificar, usam-se frequentemente múltiplos e
submúltiplos.

Múltiplos Submúltiplos
Giga: 1Gu = 10 u
9
Dec: 1du = 10−1u
Mega: 1Mu = 106u Centi: 1cu = 10−2u
Quilo: 1ku = 103u Mili: 1mu = 10−3u
Hecto: 1hu = 102u Micro: 1 μu = 10−6 u
Deca: 1dau = 101u Nano: 1nu = 10−9u
Picó: 1pu = 10−12u
O Átomo
No modelo atual, o átomo é constituído por uma zona central, o
núcleo (de reduzido volume, mas onde se encontra praticamente toda
a massa do átomo), e pela nuvem eletrónica responsável pelo tamanho

No núcleo localizam-se os protões, de carga


positiva, e os neutrões, sem carga e com
massa semelhante a dos protões. A carga nuclear é positiva e
corresponde à soma das cargas dos protões que se localizam no
núcleo.
Na nuvem eletrónica localizam-se os eletrões, de carga negativa em
massa ínfima comparativamente à dos núcleões.
Como o número de protões é igual ao número de eletrões, o átomo é
eletricamente neutro.de protões ( p+) = Número de eletrões
Número
(e-)
Representação de átomos
O número de protões de um átomo corresponde ao seu número
atómico (Z). Todos os átomos de um determinado elemento químico
apresentam um número característico de protões, que varia entre
átomos de elementos diferentes, diz-se, por isso, que o número de
protões correspondente ao número atómico e define a identidade de
um elemento.
Os átomos são ainda caracterizados pelo número de massa (A), que
corresponde a soma do número de protões com o número de neutrões.
Para representar elementos químicos utilizam-se os chamados
símbolos químicos. Um símbolo químico é constituído por uma letra
maiúscula ou um conjunto de duas letras, uma maiúscula e uma
minúscula.

Número de massaA
Número atómicoZXSímbolo químico
Número atómico (Z) = Número de protões ( p+) = Número de
eletrões (e-)
Número de massa (A) = Número de protões ( p+) + Número de
neutrões (n0)
Número de neutrões (n0) = Número de massa (A) - Número de
protões ( p+)

Composição isotópica dos elementos


Isótopos - os isótopos são átomos do mesmo elemento químico, com o
mesmo número atómico (Z), mas diferente número de massa (A),
resultado de um diferente número de neutrões.
Unidade de massa atómica: a massa atómica é tão pequena que é
impossível determiná--lá diretamente. Deste modo usa-se uma
unidade relativa, a unidade de massa atómica, que corresponde é 1/12
da massa do átomo do isótopo de carbono-12.
 Massa atómica relativa: é o número de vezes que a massa de um
dado átomo é maior do que a 1/12 da massa do átomo do isótopo de
carbono-12 (unidade de massa atómica).
 Massa isotópica relativa: é a massa atómica relativa do átomo do
isótopo de um determinado elemento. Define-se como o número de
vezes que a massa do átomo do isotopo desse elemento é superior a
1/12 da massa do átomo do isótopo de carbono-12 (unidade de massa
atómica).

 Massa atómica relativa média (Ar): corresponde à média ponderada


das massas isotópicas dos vários isótopos de um elemento que se
encontram na Natureza. É uma grandeza adimensional, não
apresentando unidade de medida.

m. ist ×
1

abund (%) +Ar =


1

m. ist2 ×
abund
 Massa molecular 2 (%)
relativa . . (Mr): é o número de vezes e a
média
.
massa de uma molécula é maior do que 1/12 da massa do átomo do
isótopo de carbono-12.100Consiste Na soma das massas atómicas
relativas médias de todos os átomos que entram na constituição de
uma determinada molécula. É uma grandeza adimensional.

Quantidade em química
Quantidade de matéria (n) - mede quantidade de entidades (átomos,
moléculas ou iões, entre outras partículas) presentes numa dada
porção de substância. A sua unidade no SI é o mole (mol).
 Mole (mol) - a mole é a unidade de quantidade de matéria ou
quantidade de substância (n), que corresponde a porção de matéria de
um sistema que possui tantas entidades como número de átomos
existentes em 0,012kg de carbono-12.
 Constante de a Avogadro (NA) - número de entidades existentes
numa mole dessa entidade. A constante de avogadro tem por unidade
SI o "mol-1".
 Número de Entidades (N): N = n × NA
Note-se:
A fórmula química de um composto indica simultaneamente quais os
elementos que formam o composto e quais as suas quantidades
relativas, permitindo relacionar a quantidade de moléculas com as e a
quantidade de átomos de cada elemento que constitui a molécula.
Exemplo: 1 mol de moléculas de Glicerol = 6,02 x 10 23 moléculas de
Glicerol
3 moles de átomos de Carb. = 18,1 x 1023 átomos
de Carb.
8 moles de átomos de Hidro. = 48,2 x 1023 átomos
Massa Molar C3H803de Hidro.
3 moles de átomos de Oxig. = 18,1 x 1023 átomos
de Oxig.

Massa molar (M): a massa molar e a massa de uma mole de entidades.


Exprime-se geralmente em "gmol-1" ou "g/mol", e, num átomo, é
numericamente igual à massa atómica desse átomo (expressa na
Tabela Periódica) e, numa molécula, é numericamente igual à massa
molecular relativa dessa molécula.

Exemplo:
Mr (H2SO4) = 2 x Ar (H) + Ar (S) + 4 x ArComo
(O) são numericamente
iguais, sabe-se que:
Mr (H2SO4) = 2 x 1,01 + 32,06 + 4 x 16,00
Mr (H2SO4) = 50,08 M (H2SO4) = 50,08 g/mol
 A massa (m) de uma porção de matéria é diretamente proporcional à
quantidade de matéria presente nessa porção, sendo a constante de
proporcionalidade da massa molar da substância em causa.
m m
m=nxM ⇔ M= ⇔ nn = M

Massa Volúmica ou Densidade ( ρ ): corresponde a massa de substância


por unidade de volume. A unidade SI da densidade é o kg/m 3,
contudo, não costuma surgir assim em contexto de exercícios.
m
ρ= V

Fração molar (xA): corresponde à razão entre a quantidade de matéria


de um constituinte (A) e a quantidade de matéria total de todos os
constituintes. É uma grandeza adimensional.
n A

xA = nTotal

Fração mássica (wA): corresponde a razão entre a massa de um


constituinte (A) e a massa de todos os constituintes. É uma grandeza
adimensional. A percentagem mássica é o produto entre a fração
mássica por 100.
m A

wA = m Total

 Estas duas grandezas relacionam-se através da expressão seguinte:

xA MA
wAA+=xB MB + .
xA M
..
Medição
O resultado de uma medição de uma grandeza designa-se por medida.
Exprime-se sob a forma de um número e é geralmente acompanhada
por uma unidade.
 Medição direta – medição da grandeza através de um
instrumento de medida. (por exemplo, a medição da massa através
da balança, a medição do volume através de uma bureta, etc…)
 Medição indireta – quando é necessário efetual cálculos
matemáticos para obter o valor da medida da grandeza. (por
exemplo, determinar a massa volúmica de uma solução,
determinar uma área, etc…)

Ao efetuar uma medição direta, deve-se também registar a incerteza


de leitura dos aparelos ou instrumentos de medida utilizados.

Incerteza de Leitura
Define-se sensibilidade de um instrumento como o menor valor que
se consegue medir com ele.
Quando não é fornecida pelo fabricante, considera-se a incerteza
absoluta de leitura dos instrumentos de medida utilizados:

Instrumentos analógicos – corresponde a metade do valor da menor


divisão da escala.
(réguas, provetas de medição, pipetas graduadas, etc…)
Exemplo: Mediu-se 9,5 mL de peróxido de hidrogénio (H 2O2)
com uma proveta de sensibilidade 0,1 mL, então a incerteza
absoluta de leitura da proveta será de ± 0,05 mL.
Assim a medição apresenta-se do seguinte modo:
V (H2O2)medido = ( 9,5 ± 0,05 ) mL

Instrumentos digitais – corresponde à menor divisão da escala, sendo


igual à unidade do último dígito. (balanças digitais, termómetros
digitais, multímetros digitais, etc…)
Exemplo: Mediu-se uma massa de 4,50 g de sulfato de sódio
(Na2SO4) com uma balança degital de sensibilidade 0,01 g, então a
incerteza absoluta da balança será de ± 0,01 g.
Assim a medição apresenta-se do seguinte modo:
m (Na2SO4)medido = ( 4,50 ± 0,01 ) g

Precisão e Exatidão de uma medição. Erros laboratoriais.

Precisão – a precisão é uma medida da reprodutividade de um


resultado. Assim, se se medir várias vezes uma grandeza e os valores
registados forem muito próximos uns dos outros, a medida é precisa.
Nota: erros aleatórios alteram a precisão dos resultados.

Exatidão – é uma medida de proximidade do valor medido


relativamente ao valor tabelado ou teoricamente previsto, da grandeza
medida.
Nota: erros sistemáticos alteram a exatidão dos resultados.

Erros Sistemáticos: o desvio ocorre sempre no mesmo sentido,


podendo ser detetado e corrigido. A sua ocorrência afeta a exatidão
dos resultados da medida.
 São exemplos de erros sistemáticos os erros instrumentais (através
da má calibração dos instrumentos….), os erros pessoais (utilização
de escalas inadequadas, erros de postura…), os erros metódicos
(utilização de métodos incorretos ou menos eficientes) e os erros
ambientais (presença de impurezas, humidade do meio,
temperatura…).

Erros Aleatórios: estão associados a causas acidentais, que não se


podem controlar, e imprevisíveis provocando variações aleatórias nos
valores medidos ora por excesso ora por defeito. Influenciam a
precisão dos resultados, podendo ser atenuados, fazendo-se várias
medições, mas não eliminados.

Desvios na medição, Incerteza absoluta e Incerteza relativa


Valor mais provável de uma medição ( x́ ): corresponde à media
aritmética do conjunto de valores obtidos nas várias medições.
Os desvios na medição, δ , correspondem ao módulo da diferença entre
os valores medidos e valor mais provável e indicam-nos o grau de
concordância entre os valores da grandeza medida.δ i=|x i−x́|

Num número reduzido de medições a incerteza absoluta, δ absoluta ou δ a,


corresponde ao desvio máximo que se obteve no conjunto de
medições, ou à incerteza de leitura do instrumento utilizado, caso esta
útima seja maior.

A incerteza relativa, δ relativa ou δ r, é comummente apresentada sob a


forma de percentagem e pode ser determinada através da incerteza
absoluta do seguinte modo:
δ absoluta
δ relativa = ×100

A apresentação do resultado pode ser feita expressando a incerteza


absoluta ou a incerteza relativa:
x=( x́ ± δ a ) u ou x=( x́ ±δ r ) u

As incertezas, absoluta e relativa, avaliam a precisão. Então um


resultado será tanto mais preciso quanto menor forem as incertezas
associadas, o que indicará que existirá uma maior proximidade entre
os registos e uma menor incidência de erros aleatórios.

Exemplo: Realizaram-se três medições da massa de um sólido,


através de uma balança digital de sensibilidade 0,01 g.
Ensaio 1 : (45,58 ± 0,01) g Determinando o valor mais provável:
Ensaio 2 : (45,48± 0,01) g g
Ensaio 3 : (45,63 ± 0,01) g
Determinando os desvios:
δ 1=|x 1−x́|=|45,58−45,56|=0,02
δ 2=|x 2−x́|=|45,48−45,56|=0,08 ←desvio máximo
δ 3=|x 3− x́|=|45,63−45,56|=0,07

Como o desvio máximo é superior à incerteza de leitura, adotamo-lo


como incerteza absoluta, logo, δ absoluta= 0,08.
δ absoluta 0,08
δ r= × 100⇒ δ r = × 100=0,18 %
x́ 45,56
´
Calculando a incerteza relativa:
Assim, m = (45,56 ± 0,08) g ou m = (45,56 ± 0,18%).

Erro Absoluto e Erro Relativo


Quando se conhece à partida o valor exato da grandeza (valor tabelado
ou teoricamente previsto) é possível avaliar a exatidão da respetiva
medida, pela determinação dos erros absoluto e relativo.

O erro absoluto ( ε ¿¿ a)¿ corresponde ao módulo da diferença entre o


valor mais provável, x́ , e o valor exato (tabelado ou teoricamente
previsto) da grandeza, x tabelado.
ε a=|x tabelado −x́|

O erro relativo ( ε r ) é dado pelo quociente entre o erro absoluto, e a, e o


valor tabelado ou teoricamente previsto.

εa εa
ε r= ε r (%)= ×100
x tabelado x tabelado

A exatidão de uma medição será tanto maior quanto menor for o valor
dos erros, relativo e absoluto, decorrentes. Se:
 0% ¿ ε r (%) ≤ 3% (a medição diz-se muito exata)
 3% ¿ ε r (%) ≤ 5% (a medição diz-se exata)
 ε r (%) ¿ 5% (a medição diz-se pouco exata)
Quanto mais exata for uma medição, maior será a proximidade entre o
valor mais provável e o valor exato, indicando uma pouca incidência
de erros sistemáticos.

Exemplo:
Realizaram-se três medições do comprimento de uma calha,
comprimento exato é 21,0 cm. Para tal utiliou-se uma régua graduada
de sencibilidade 0,1 cm.
Como se trata de um instrumento analógico, a incerteza de leitura é ±
0,05 cm..

Ensaio 1 : (21,2 ±0,05) cm Determinando o valor mais provável:


Ensaio 2 : (21,1 ±0,05) cm cm
Ensaio 3 : (20,8 ±0,05) cm

Determinando o erro absoluto:


ε a=|x tabelado −x́|=|21,0−21,1|=0,01

Determinando o erro relativo:


εa 0,01
ε r ( %) = ×100= ×100=0,05 %
x tabelado 21,0

Como o erro relativo percentual é inferior a 3%, a medição foi muito


exata.

Algarismos significativos ( a . s . )
A contagem de algarismos significativos segue um conjunto de
regras…

 O que se considera algarismo significativo?

 Qualquer número diferente de zero é significativo


8,53 cm  3 algarismos significativos
 Zeros entre algarismos diferentes de zero são significativos
40,07 g  4 algarismos significativos
 Zeros à esquerda do primeiro algarismo diferente de zero não são
significativos
0,0065 mL  2 algarismos significativos
 Zeros à direita de algarismo diferentes de zero são significativos
4,500 g  4 algarismos significativos

 Operações matemáticas e algarismos significativos

 Na adição e subtração, o número de casas decimais do resultado


coincide com a parcela que apresenta menor número de casas
decimais. Exemplos:

23,007 + 44,2 = 67,207 ≈ 67,2 (até às décimas)


81,020 – 3,10 = 77,920 ≈ 77,92 (até às centésimas)
23,007 – 3,10 = 19,907 ≈ 19,90 (não se efetuam arredondamentos)
Atentando no exemplo, repara-se que na adição e subtração não se
efetuam arredondamentos.

 Na multiplicação e divisão, o número de casas decimais do resultado


coincide com o fator que tenha menor número de algarismos
significativos.. Exemplos:

12,6 x 4,542 = 57,1032 ≈ 57,1 (pois 12,6 tem somente 3 algarismos


significativos)
44,28 : 7,5 = 5,904 ≈ 5,9 (pois 7,5 tem somente 2 algarismos
significativos)
99,94 x 12,3 = 1229,262 ≈ 1,23 x 103 (nestes casos escreve-se em
notação científica)

 Arredondamentos com algarismos significativos


4,024 ≈ 4,02  Desprezar o algarismo a seguir ao último algarismo
significativo qqinferior a 5.
4,026 ≈ 4,03  Aumentar uma unidade no último algarismo
significativo se o qqseguinte for superior a 5.
 Se o algarismo a seguir ao útimo algarismo
significativo
4,025 ≈ for o 5 :
4,02  O último algarismo significativo mantém-se se for
par;
 adiciona-se uma unidade ao último algarismo
significativo se este for
ímpar;

Energia dos eletrões nos átomos

Radiação eletromagnética

A radiação eletromagnética caracteriza-se por uma frequência, f ,


(número de oscilações por unidade de tempo) e por um comprimento
de onda, λ (distância entre dois pon-tos consecutivos na mesma fase
de vibração).
 A frequência é medida em hertz (Hz) e é independente do meio de
propagação, permitindo, por isso, caracterizar uma radiação
eletromagnética. No entanto, o valor do comprimento de onda de uma
radiação, medido em metros (m), depende do meio de propagação,
podendo variar.

A velocidade de propagação, v, da radiação eletromagnética é dada


por:
v (velocidade) – m s-1
v=λxf λ (comprimento de onda) – m
f (frequência) – Hz
 Todas as radiações eletromagnéticas propagam-se no vazio a uma
mesma velocidade (c = 3,00 x 108 m/s). Pelo que, do mesmo modo, c
= λ x f.

Em 1905 Einstein admitiu que a luz era também constituída por


partículas, os fotões. Um fotão é menor porção de luz que pode ser
emitida ou absorvida. A energia de um fotão é diretamente
proporcional à frequência da radiação, sendo a constante de
proporcionalidade h, a constante de Planck (h = 6,63 x 10-34 J s).
Efotão (energia) – J
Efotão = h x f h (constante de Planck) - J s
f (frequência) – Hz
 Um radiação mais energética apresentará uma maior frequência.
 A intensidade da radiação é tanto maior quanto maior for o número
de fotões.
Espetro Eletromagnético – conjunto de toda a gama de radiações

eletromagnéticas existentes, seriadas de acordo com as suas energias.


Isaac Newton percebeu que a luz branca se dobra numa sequência de
cores idênticas às do arco-íris ao atravessar um prisma de vidro. Isto
deve-se diferentes desvios que as radiações que compõem a luz branca
sofrem ao mudar de meio, passando a propagar-se a velocidades
distintas.

O conjunto formado pela sucessão contínua das radiações coradas


obtidas pela decom-posição da luz branca constituiu o espetro visível
e representa a porção do espetro eletromagnético cuja radiação,
composta por fotões, pode ser captada pelo olho humano.

Espetros de emissão e de absorção


 Espetro: chama-se espetro ao resultado da decomposição da luz.

Espetros de emissão - os espetros que resultam da decomposição da


luz emitida por um corpo são espetros de emissão e podem ser
contínuos ou descontínuos (de riscas).

 Espetros de emissão contínuos - espetros cujas radiações têm valores


de energia que variam progressivamente e sem interrupção entre as
radiações limite do espetro, constituindo uma gama variada e contínua
de radiações. (Exemplos: Espetros da luz branca e de Substâncias
Incandescentes)
 Espetros de emissão descontínuos - são espetros de fundo negro
onde se sobrepõem riscas que podem ser coradas se as radiações
emitidas pertencerem à região do visível. (Exemplos: Espetros de
compostos metálicos aquecidos numa chama e de gases nobres
quentes ou rarefeitos)

Para se obter um espetro de emissão de um determinado elemento, a


amostra deverá ser previamente excitada, através de, por exemplo,
aquecimento, descargas eléctricas ou ainda exposição a radiação
eletromagnética.

Constata-se que cada momento possui seu próprio padrão de riscas


espetrais, que funciona como uma "impressão digital" do elemento.
Não existindo dois elementos diferentes com o mesmo espectro de
emissão. Assim, o espetro de emissão pode ser utilizado para
identificar elementos em amostras de composição desconhecida.

Espetros de absorção – são espetros de fundo corado onde se


sobrepõem riscas negras que correspondem às radiações absorvidas
(Exemplo: Espetros de gases arrefecidos ao serem atravessados por
um feixe de radiação eletromagnética)
Ao comparar os espetros de absorção e emissão de um elemento
químico, verifica-se que as riscas escuras do espetro de absorção
surgem exatamente para os
mesmos valores energéticos que as
riscas coradas do segundo,
verificando-se uma complemen-taridade entre os espetros de emissão
e absorção de um mesmo elemento químico.

Modelo de Bohr e a quantização da energia


A interpretação dos espetros levantou inúmeras questões. e permitiu
um avanço no estudo dos átomos, partindo-se o estudo do átomo mais
simples de todos, o átomo de hidrogénio.
A radiação emitida pelo hidrogénio atómico origina um espetro
descontínuo, que apresenta, na região do visível, quatro linhas bem
definidas:

656 481 431 410


nm nm nm nm

Bohr propôs, pela primeira vez, uma interpretação do espetro do


átomo de hidrogénio, usando-o para explicar a estrutura interna dos
átomos:

Apesar de o postulado por Bohr ir ao encontro do que ainda


atualmente se postula como realidade (no modelo quântico),
atualmente sabe-se que os eletrões não se movem segundo órbitais
definidas.
Segundo o modelo de Bohr:
 0 eletrão só pode ser encontrado em determinadas orbitas, ou seja,
movimenta-se em tomo do núcleo, descrevendo órbitas fixas.
 A cada uma dessas órbitas está associado um determinado valor de
energia. Diz-se, por isso, que a energia dos eletrões e quantizada.

 A energia dos níveis energéticos que o eletrão pode ocupar vai


aumentando a medida que o eletrão se afasta do núcleo, sendo, no
entanto, cada vez menor a diferença de energia entre dois níveis
consecutivos.
 0 nível eletrónico de mais baixa energia (n = 1) é designado por
estado fundamental e é o mais estável. A todos os outros dá-se o nome
de estados excitados, pois têm uma energia superior à do estado
fundamental.
 Quando o eletrão ocupa qualquer outro nível, diz-se que está num
estado excitado.

 Por convenção, um eletrão livre é um eletrão infinitamente afastado


do núcleo, com energia igual a zero. Como consequência, a energia do
eletrão no átomo é negativa, dado que o eletrão é mais estável quando
está sob a ação das forças do núcleo.
 Enquanto o eletrão permanece (em movimento) numa determinada
órbita, não absorve nem emite energia.
 No caso de absorver ou emitir uma quantidade discreta de energia, o
eletrão pode passar de uma órbita para outra “salto quântico”. A
energia do eletrão no átomo é quantizada e as transições de eletrões
entre níveis só se dão por absorção ou emissão de energias bem
definidas, assim:
 O átomo absorve energia e o eletrão passa para um nível de
energia superior. Há uma excitação do átomo. ∆ E ¿ 0

 O átomo emite energia e o


eletrão passa para um nível de
energia inferior. Há uma
desexcitação do átomo. ∆ E ¿ 0

Para o átomo de hidrogénio, a energia de um dado nível energético,


pode ser determinada pela expressão abaixo indicada:

-2,18 x 10-
E = (J)
18

n2
A quantidade de energia que é necessária para ocorrer qualquer uma
das transições eletrónicas referidas depende da diferença entre as
energias dos estados final e inicial:

∆E = En final – En inicial
Eradiação = | ∆ E | (J)
Cada uma das riscas do espetro de emissão do átomo de hidrogénio
corresponde à emissão de uma radiação de frequência e comprimento
de onda característicos e bem definidos, resultantes da transição do
eletrão de um nível para outro de menor energia.
Séries espetrais do átomo de hidrogénio
Série Espetral – é o conjunto de radiações emitidas por um átomo
quando os seus eletrões transitam de níveis energéticos mais elevados
para um mesmo nível de energia inferior, seja ele excitado ou não.

Por desexcitação eletrónica, um átomo de hidrogénio pode emitir


radiação infraver-melha, visível ou ainda ultravioleta.

Ultravioleta Visível Infravermelha

Energia das radiações (J)

 As transições eletrónicas de n ≥2 para o estado fundamental, n = 1,


correspondem à emissão de radiação ultravioleta e constituem a série
de Lyman.

 As transições eletrónicas de n ≥3 para o n = 2 correspondem à


emissão de radiação ultravioleta de baixa intensidade e visível (4
riscas) e constituem a série de Balmer.
 As transições eletrónicas de n ≥4 para o n = 3 correspondem à
emissão de radiação infravermelha e constituem a série de Paschen.
As radiações ultravioletas são as de maior energia, apresentando
um menor comprimento de onda, λ , e uma maior frequência, f , daí que
o “salto quântico” que as origina seja maior. Ao invés, as radiações
infravermelhas são as de menor energia, apresentando um maior
comprimento de onda, λ , e uma menor frequência, f , daí que o “salto
quântico” seja menor.
 Um “salto quântico” é tanto maior quanto maior for | ∆E | (J).

Note-se: para as transições entre os mesmos níveis de energia, a


energia da radiação emitida é igual à energia da radiação
absorvida. Por exemplo:

Eradiação emitida n4  n2 = Eradiação absorvida n2  n4

Quantização energética

Quantização da energia – Tal como acontece com o átomo de


hidrogénio, também nos átomos dos restantes elementos químicos a
energia eletrónica não pode tomar qualquer valor e a transição de um
nível energético para outro terá por base a emissão ou absorção de
quantidades discretas e bem definidas de energia. Assim, diz-se que a
energia do eletrão no átomo é quantizada e característica, variando de
elemento para elemento, o que justifica que não existam dois
elementos diferentes com iguais espetros de emissão.

Energia de remoção eletrónica


A estrutura eletrónica dos átomos com mais de um eletrão é bem mais
complexa que a do átomo de hidrogénio devido às interações que
surgem entre os vários eletrões e entre estes e o núcleo.

O efeito das atrações entre os eletrões e o núcleo e das repulsões entre


os eletrões influência a energia do eletrão no átomo. Deste modo, os
eletrões distribuem-se por níveis de energia distintos em átomos de
diferentes elementos, conferindo ao átomo de um elemento uma
estrutura eletrónica única.
Energia de remoção - A ionização de um átomo ocorre quando, por
absorção de energia, um ou mais dos seus eletrões ficam livres
simultaneamente formando-se um catião. A energia mínima que um
qualquer eletrão deve absorver para ser extraído (de um deter-minado
subnível) de um átomo em condições que não são o meio gasoso a
baixa pressão, designa-se energia de remoção. O eletrão fica com
carga igual a zero, saltando para n =∞ .
Fornecendo energia a um determinado átomo, por exemplo, através de
uma radiação, é possível remover alguns dos seus eletrões.
Para tal, a energia do fotão incidente deve exceder a energia mínima
necessária para a remoção desse eletrão, sendo o excesso da energia
do fotão transferida para o eletrão ejetado, sob a forma de energia
cinética.
Efotão incidente = Eremoção eletrónica + Ecinética do eletrão ejetado
Eremoção eletrónica = - Eeletrão no átomo
OO

conhecimento destes valores permite inferir o valor da energia do


estado energético onde se encontrava o eletrão.
 Quanto menor for a energia de remoção, maior (mais proximo de
zero) é o valor da energia do eletrão no átomo, o que indica que este
pertence a um nível superior de energia, isto é, está mais afastado do
núcleo: menor interção núcleo↔eletrões.
 Quanto maior for a energia de remoção, menor (mais negativo) é o
valor da energia do eletrão no átomo, o que indica que este pertence a
um nível inferior de energia, isto é, está mais proximo do núcleo:
menor interção núcleo↔eletrões.
Espetroscopia fotoeletrónica

O resultado obtido por espectroscopia fotoelectrónica é, regra geral,


apresentado num gráfico de número relativo de eletrões injetados em
função da energia necessária à sua remoção. Esta representação é
designada por espetro fotoeletrónico.

No espetro fotoeletrónico, a posição de cada pico indica o valor da


energia de remoção dos eletrões e a altura de cada pico é
proporcional ao número de eletrões em cada nível ou subnível de
energia.
Exemplos:
 Espetro obtido por espetroscopia fotoeletrónica do Lítio ( 3 Li ) :

Analisando o espetro fotoeletrónico do Lítio, pode constatar-se que


existem dois picos de energia diferentes para os 3 eletrões do átomo
de Lítio. O primeiro pico corresponde ao primeiro nível de energia,
uma vez, que os eletrões mais internos são mais atraídos ao núcleo
pelo que se requer um maior valor de energia de remoção. O segundo
pico corresponderá, portanto, ao segundo nível de energia.
Como altura do pico corresponde ao número relativo de eletrões em
cada subnível de energia, pode-se concluir que o primeiro nível de
energia comporta mais eletrões que o nível de energia seguinte, ou
seja, o primeiro nível deverá possuir dois eletrões, correspondendo o
segundo nível de energia ao terceiro eletrão.

 O átomo de Lítio apresenta 2 níveis de


energia

 Espetro obtido por espetroscopia fotoeletrónica do Boro ( 5 B ) :


Analisando o espetro fotoeletrónico do Boro, pode constatar-se que
existem três picos de energia diferentes para os 5 eletrões do átomo de
Boro. Contudo, a diferença é muito maior do primeiro pico para o
segundo do que do segundo para o terceiro. Estas diferenças
pressupõem a existência de apenas dois níveis de energia em que o
segundo nível possui dois estados de energia possíveis, isto é, está
desdobrado em dois subníveis.
Os dois primeiros picos têm uma altura igual, enquanto o último pico
tem cerca de metade da altura dos anteriores. Assim: dois eletrões
devem ocupar o primeiro nível de energia; outros dois devem ocupar o
subnível de menor energia do segundo nível; o quinto eletrão deve
ocupar o subnível de maior energia do segundo nível.
 O átomo de Boro apresenta 2 níveis de
energia, com o segundo nível desdobrado em
dois subníveis.

 Espetro obtido por espetroscopia fotoeletrónica


do Sódio ( 11 Na ) :

Analisando o espetro fotoeletrónico do Sódio, pode constatar-se que


existem quatro picos de energia diferentes para os 11 eletrões do
átomo de sódio. Analisando a posição dos picos e a sua altura relativa
verifica-se que:
 O átomo de Sódio apresenta 3 níveis de energia, com o segundo
nível desdobrado em dois subníveis.

Note-se que se o décimo primeiro eletrão do átomo de Sódio possuí


um valor de energia de remoção eletrónica inferior à dos outros dez
eletrões e, se ocupasse outro subnível do segundo nível (caso
existisse), deveria ter uma energia mais próxima do terceiro pico, daí
que se conclua que este ocupa um novo nível de energia.

A Reter…
 o primeiro nível de energia, à exceção do hidrogénio, e sempre
ocupado com dois eletrões;

 no segundo nível de energia podem existir, no máximo, oito eletrões,


distribuídos por dois subníveis, em que o primeiro pode comportar até
dois eletrões e o segundo subnível até seis eletrões;
átomos de elementos químicos diferentes apresentam valores
diferentes para a energia dos eletrões no mesmo subnível de energia: a
energia de um subnível é tanto menor quanto maior for a carga nuclear
pois maior é a intensidade da forca atrativa exercida pelo núcleo,
sendo maior o valor da energia de remoção eletrónica dos eletrões que
ocupam esse subnível;
considerando que um nível que não se encontre desdobrado em
subníveis contem um único subnível, então o número de subníveis de
energia total ou parcialmente preenchidos num átomo coincide com o
número de valores de energias de remoção eletrónica para esse átomo.

Repare-se que comparando os valores das energias de remoção dos


eletrões no mesmo subnível de energia em diferentes elementos
químicos, constata-se que estes valores são cada vez maiores o que
indicia que a intensidade da força atrativa exercida pelo núcleo sobre
os eletrões é diferente de elemento para elemento. De facto, com o
aumento do número atómico existe um aumento da carga nuclear,
verificando-se uma intensificação da atração dos eletrões ao núcleo, o
que conduz ao deslocamento sucessivo nos picos da direita para a
esquerda (tal como se verificou desde o Lítio até ao Sódio), o que
corresponderá a maiores valores de energia de remoção.

Modelo Quântico do Átomo


Com a evolução científica surgiram questões que contestaram o
modelo de Bohr. O modelo atualmente aceite é o Modelo Quântico.

De acorodo com este modelo:


 É impossível determinarmos com precisão, num determinado
instante, qual a posição de um eletrão;
 É impossível determinarmos com precisão, num determinado
instante, qual a posição de um eletrão;
 O conceito de " órbitas bem definidas" é abandonado, dando lugar ao
conceito de orbital que corresponde à região do espaço atómico onde é
mais provável encontrar-se um eletrão;
 O átomo é eletricamente neutro, pois o número de protões é igual ao
número de eletrões;
 Existe um núcleo central onde estão presentes os protões e os
neutrões, sendo a sua carga positiva e igual à soma da carga dos
protões;
 A maior parte da massa atómica encontra-se presente no núcleo e a
maior parte do volume do átomo é espaço vazio, correspondendo ao
espaço da núvem eletrónica.

A núvem eletrónica representa a distribuição da


densidade eletrónica à volta de um núcleo atómico,
correspondendo as regiões mais densas a maior
probabilidade de aí encontrar ele-trões. Como se
pode verficar, há uma elevada probabilidade de o
eletrão se encontrar perto do núcleo, dizendo-se,
por isso que a região proxima do núcleo apresenta uma elevada
densidade eletrónica.

Duas das ideias postuladas no modelo de Bohr prevalecem no modelo


quântico:

 A existência de níveis de energia bem definidos, devido à


quantização da energia dos eletrões no átomo.

 A ocorrência de transições de eletrões entre esses níveis por


absorção ou emissão de energia, energia essa também com valores
bem definidos.

Orbitais
Orbital: É uma região do espaço atómico onde é mais provável
encontrar-se um eletrão. Por convenção, é representada de modo a
englobar todo o espaço onde a probabilidade seja cerca de 90%.
Cada orbital está associada a um valor de energia do eletrão

E cada orbital tem ainda uma determinada forma, que está associada
ao respetivo subnível (s, p, d) em que se encontra o eletrão.

 Orbitais “ s ” – Apresentam simetria esférica e existe uma por cada


nível de energia. Quanto maior for o nível energético, maior é a
distância média do eletrão ao núcleo, sendo cada vez maior a orbital.
As orbitais s comportam até 2 eletrões.

 Orbitais “ p ” – Apresentam forma lobular e existem três tipos (p x ,


py , pz), por nível de energia, cada uma com os seus lóbulos
orientados segundo um dos eixos cartesianos. As orbitais p
comportam até 6 eletrões, dividos dois a dois por px , py , pz.

 Orbitais “ d ” – A sua forma é bem mais complexa do que as


orbitais s e p. As subcamadas d são formadas por cinco tipos de
orbitais (dxy , dyz , dxz , dx2-y2 , dz2). As orbitais d comportam até 10
eletrões, divididos dois a dois por dxy , dyz , dxz , dx2-y2 , dz2.

Nota – O tamanho das orbitais aumenta com o aumento do nível de


energia preenchido

Spin eletrónico
Se um feixe de átomos de hidrogénio passar através de um campo
magnético não uniforme, é dividido em dois feixes iguais que são
desviados em direções opostas.
Este facto sugere que existem dois estados possíveis para o eletrão:
metade dos átomos estão num estado e a outra metade está noutro
(spin α ou spin β )
O spin é uma propriedade magnética intrínseca do
eletrão. Também é uma propriedade quantizada,
porque existem apenas dois estados de spin.

Configuração eletrónica dos átomos


Para se obter a configuração eletrónica do estado fundamental dos
átomos aplica-se:

 O Princípio de Exclusão de Pauli : de acordo com o qual cada orbital


só pode ser ocupada, no máximo, por dois eletrões, emaprelhados, isto
é, com spins opostos;
 Em átomos polieletrónicos todas as orbitais de um mesmo
subnível (np ou nd) têm exatamente a mesma energia e são designadas
orbitais degeneradas. Por exemplo, o conjunto das três orbitais p (p x ,
py , pz), em cada nível, que comportam no máximo seis eletrões com
um único valor de energia de remoção, têm igual energia, sendo, por
isso, orbitais degeneradas.

 O Princípio de Construção ou de Aufbau : segundo o qual os eletrões


se distrubuem pelas orbitais por ordem crescente de energia.

Exemplos:

 A Regra de Hund : a distribuição mais favorável dos eletrões por


orbitais degeneradas é aquela que conduz à obtenção do número
máximo de spins paralelos.
Assim, primeiro é distribuído um eletrão por orbital degenerada, com
o mesmo spin, e somente depois, caso necessário, são emparelhados.

Eletrões de valência
As propriedades químicas dos elementos dependem da sua
configuração eletrónica do último nível, isto é, da configuração
eletrónica de valência. Elementos químicos com a mesma
configuração eletrónica de valência têm propriedades químicas
semelhantes.
Os eletrões de valência são os eletrões que oupam o nível mais
energético. O átomo é constituído pelo cerne e pelos eletrões de
valência. O cerne constitui o conjunto do núcleo e dos eletrões
interiores.

Nota: Para o cáclio, 20Ca, pode escrever-se: 20Ca – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
4s2 ou, numa forma abreviada, [Ar] 4s2, em que [Ar] representa a
configuração eletrónica do gás nobre imediatamente anterior e 4s 2 é a
configuração eletrónica de valência.

Tabela Periódica
A Tabela Periódica atual está organizada em 18 grupos (colunas), em
7 períodos (linhas), 4 blocos (s, p, d, f) e apresenta os elementos
químicos dispostos por ordem crescente de número atómico,
mostrando como as propriedades físicas e químicas dos e elementos e
substâncias elementares se repetem periodicamente, um vez que
dependem das distribuições eletrónicas dos átomos dos elementos.

Os grupos são formados por elementos com propriedades


semelhantes. Alguns grupos, também chamados famílias, têm
designações próprias:
 De acordo com as propriedades físicas e químicas dos diferentes
elementos, estes agrupam-se em três categorias distintas: metais, não
metais e semimetais.

 Metais – de modo geral, possuem pontos de fusão e de ebulição


elevados, ocorrendo no estado sólido à temperatura ambiente. São
bons condutores térmicos e elétricos, têm brilho característico, são
duros e densos, mas maleáveis e dúcteis, com intensidades distintas.
Tendem a formar óxidos básicos, iões positivos e ligas metálicas.
 Semimetais – grupo com reduzido número de elementos.
Apresentam propriedades intermédias entre metais e não metais. Têm
aspeto metálico, mas são frágeis, não maleáveis nem dúcteis. Não se
verificam bons condutores de eletricidade nem térmicos, não sendo,
no entanto, isoladores.
 Não metais – Apresentam uma menor uniformidade nas suas
propriedades que, geralmente, são opostas àa dos metais - neste grupo
estão incluídos os gases.

 Consoante a sua configuração eletrónica, os elementos podem ser


classificados em:

 Elementos representativos: Grupos 1, 2 e 13 a 17


 Elementos de transição: Grupos 3 a 12
 Gases nobres: Grupo 18
 Elementos de transição interna: Distribuem-se por duas séries: a
série dos latanídeos (6o Período) e a série dos actinídeos (7o Período)

De acordo com o tipo de orbital que se encontra em preenchimento, os


elementos da Tabela Periódica podem ainda ser agrupados em 4
blocos, s, p, d, f.
Conceitos a reter…
 O número do período a que pertence um elemento é igual ao
número do maior nível de energia preenchido:
 elementos do 1.o Período – preenchimento do nível 1 ( n = 1 )
 elementos do 2o Período – preenchimento do nível 2 ( n = 2 )
 elementos do 3o Período – preenchimento do nível 3 ( n = 3 )
 Nos elementos representativos, os elementos que pertencem a um
mesmo grupo têm o mesmo número de eletrões de valência
distribuídos por orbitais do mesmo tipo.
 O número do grupo em que um elemento representativo se encontra
relaciona-se com o número de eletrões de valência que esse elemento
possui:
 Grupo 1 e 2 – elementos com 1 e 2 eletrões de valência,
respetivamente, numa orbital s;
 Grupo 13 a 18 – elementos com 3 e 8 eletrões de valência,
respetivamente, em orbitais s e p e em que o número de eletrões
é igual ao algarismo das únidades do número do grupo
(excetuando-se o hélio, que pertence ao grupo 18, mas só tem 2
eletrões de valência).

Exemplo: Observando a configuração eletrónica do sódio 11Na: 1s2 2s2


2p6 3s1, podemos afirmar que este pertence ao grupo 1, apresentando 1
eletrão de valência, e pertence ao 3o Período, visto que o maior nível
de energia é o 3.
 No caso dos elementos de transição, o grupo corresponde à soma
do número de eletrões que ocupam a orbital de maior valor de nível de
energia preenchido e os eletrões que ocupam a última orbital em
preenchimento.
Exemplo: Observando a configuração eletrónica do escândio 21Sc:
[Ar] 4s2 3d1, podemos afirmar que este pertence ao grupo 3 (2 + 1),
apresentando 2 eletrões na orbital de maior valor de energia (4s 2) e 1
eletrão na orbital em preenchimento (3s 1). Este pertence ao 4o Período,
visto que o maior nível de energia é o 4.

Propriedades periódicas dos elementos representativos


Algumas propriedades dos elementos chamam-se propriedades
periódicas, por variarem de forma regular ao longo de grupos e
períodos da Tabela Periódica.
Duas dessas propriedades são o raio atómico e a energia de
ionização.

 Raio Atómico – Distância média entre o centro


do núcleo e os eletrões que se situam na camada
mais afastada do próprio núcleo.

Variação do raio atómico ao longo da tabela:

 Ao longo do período – Ao longo do período, o número de níveis de


energia preenchidos se mantém e há um aumento do número atómico
(Z), consequentemente, verifica-se um aumento da carga nuclear. Este
aumento leva à intensificação das interações atrativas entre o núcleo e
os eletrões de valência, que se sobrepõem às interações repulsivas
entre os eletrões, traduzindo-se numa contração da núvem eletró-nica,
com aproximação dos eletrões ao núcleo, isto é, há uma diminuição
do raio atómico.

 Ao longo do grupo – Ao longo do grupo, aumenta o número de


níveis de energia preenchidos, n, aumentando assim a probabilidade
de se encontrarem eletrões mais afastados do núcleo. Apesar de haver
aumento da carga nuclear, predominam as forças repulsivas entre os
eletrões, conduzindo à expansão da núvem eletrónica pelo
afastamento dos eletrões de valência ao núcleo, isto é, há um
aumento do raio atómico.

Nota:
Em geral, os átomos de maiores dimensões são os dos metais alcalinos
e os de menores dimensões são os dos gases nobres.

 Energia de Ionização - A energia de ionização é a energia mínima


necessária para remover um eletrão de um átomo neutro isolado (meio
gasoso e baixa pressão) no estado fundamental, para uma distância tal
que deixe de existir interação eletrostática entre o ião e o eletrão. Um
maior energia de ionização indica a maior dificuldade em remover o
eletrão.
X (g) + E i → X+ (g) + 1 e-
Variação da energia de ionização ao longo da tabela:

 Ao longo do período – Ao longo do período, o número de níveis de


energia preenchidos se mantém e há um aumento do número atómico
(Z), consequentemente, verifica-se um aumento da carga nuclear. Este
aumento leva à intensificação das interações atrativas entre o núcleo e
os eletrões de valência, aumentando a energia necessária para remover
os eletrões de valência (aumento da energia de ionização).

 Ao longo do grupo – Ao longo do grupo, prevalece o efeito do


aumento dos níveis de energia preenchidos, estando os eletrões de
valência cada vez mais afastados do núcleo. Assim, a interação
atrativa entre núcleo e eletrão é menor, sendo maior a energia do
eletrão (mais próxima de zero) e, portanto, menor é a energia
necessária fornecer para o remover (transição para n = ∞ , E∞ = 0) –
diminuição da energia de ionização.

Conceitos a reter:
 Os valores das energias de ionização são muitas vezes expressos
em kJ mol-1, correspondendo à energia necessária para remover uma
mole de eletrões a uma mole de átomos semelhantes.
 A qualquer átomo podem ser retirados um a um todos os seus
eletrões. As energias de ionização devem ser cada vez maiores E i1¿Ei2¿
Ei3¿ …, pois, como diminui o número de eletrões, as forças repulsivas
entre os eletrões diminuem, prevalecendo as forças atrativas exercidas

pelo núcleo, que se tornam cada vez mais significativas.

Formação de iões e reatividade de elementos químicos

Os elementos de um mesmo grupo da Tabela Periódica apresentam


propriedades semelhantes, pois têm a mesma configuração eletrónica
de valência.
Reatividade – consiste na tendência que uma reação química tem em
ocorrer.
Os átomos dos elementos químicos têm tendência a reagir
quimicamente, de modo a adquirirem a configuração eletrónica dos
elementos do grupo 18 (gases nobres), que possuem 8 eletrões na
camada de valência com exceção do hélio, que possui apenas 2.

 Os elementos do grupo 1 (metais alcalinos) apresentam apenas um


eletrão de valência. São elementos muito reativos, uma vez que têm
elevada tendência a perder o seu único eletrão de valência,
transformando-se em iões monopositivos, de modo a adquirirem a
estrutura eletrónica do gás nobre do período anterior.
 Do mesmo modo, os elementos do grupo 2 (metais alcalinoterrosos)
apresentam apenas dois eletrões de valência. Também são elementos
bastante reativos, uma vez que têm elevada tendência a perder os seus
dois eletrões de valência, transformando-se em iões dipositivos, de
modo a adquirirem a estrutura eletrónica do gás nobre do período
anterior.

 Os metais alcalinos e alcalinoterrosos têm um


comportamento semelhante, embora os segundos sejam
significativamente menos reativos;
 A reatividade dos metais alcaninos e alcalinoterrosos
aumenta ao longo do grupo, isto porque quanto mais fácil
for a remoção de um dos eletrões de valência, mais reativo
será o elemento;

 Ambos reagem facilmente com a água, formando hidróxidos e


hidrogénio gasoso.

 Pelo contrário, os elementos não metálicos do grupo 17


(halogéneos), como apresentam sete eletrões de valência, têm
tendência a captar um eletrão, de modo a ficarem com a configuração
eletrónica do gás que lhes segue na Tabela Periódica. Transformam-
se, assim, em iões mononegativos. São elementos muito reativos que
apresentam energias de ionização elevadas.

 A reatividade dos halogéneos diminui ao longo do grupo, visto que a


captura de um eletrão será tanto mais fácil quanto mais perto do
núcelo ele se situar (maior atração).
 Os elementos do grupo 18 (gases nobres) apresentam as orbitais de
valência completamente preenchidas, o que lhes confere grande
estabilidade e, portanto, baixa reatividade, não revelando qualquer
tendência para se combinarem com outros elementos, nem sequer
entre si, originando substâncias monoatómicas.

Esquema-síntese

Raio iónico e raio atómico


Os Catiões apresentam raios menores do que os raios dos respetivos
átomos.

Para um átomo se transformar num catião, tem que ceder eletrões de


valência. Como a carga nuclear não varia (mantendo-se o número de
protões) e há diminuição das repulsões entre eletrões (havendo
menos), ocorre contração da núvem eletrónica.

Os Aniões apresentam raios maiores do que os raios dos respetivos


átomos.
Para um átomo se transformar num anião, tem que captar eletrões.
Como a carga nuclear não varia (mantendo-se o número de protões) e
há aumento das repulsões entre eletrões (havendo mais), ocorre
expansão da núvem eletrónica.

 Partículas Isoeletrónicas: espécies que possuem o mesmo número de


eletrões e, portanto a mesma configuração eletrónica, sendo o seu
raio tanto maior quanto menor for a carga nuclear da espécie. Ora
atente-se no exemplo seguinte:

8O2- : 1s2 2s2 2p6 11 Na+ : 1s2 2s2 2p6 13 Al3+ : 1s2 2s2
2p6
- 2 2 6
9F : 1s 2s 2p 12 Mg2+ : 1s2 2s2 2p6
Propriedades e transformações da matéria
Ligação Química

 Regra do Octeto de Lewis: refere que um átomo alcançará uma


estabilidade equiva-lente a de um gás nobre quando o seu ultimo nível
de energia possuir oito eletrões (ou dois caso se trate do nível um). Os
átomos com configuração eletrónica distinta da dos gases nobres
unem-se uns aos outros de forma a ceder, captar ou partilhar eletrões e
adquirir a configuração desses gases.
Como apenas os eletrões de valência participam nas ligações
químicas, torna-se conveniente e útil representá-los. Para tal, é comum
recorrer-se à estrutura ponto- eletrão de Lewis para um elemento –
Notação de Lewis.

 Notação de Lewis: É constituída pelo símbolo do elemento rodeado


por um ponto por cada eletrão de
valência desse elemento, sendo os
quatro primeiros colocados em cada um dos quatro lados do símbolo
de uma enquanto os restantes são também distri-buídos pelos quatro
lados na condição de cada um dos lados acomodar até dois pontos.

Ligação Química
Uma ligação química resulta da união de átomos, por interações que
decorrem da cedência, captação ou partilha de eletrões e que lhes
permite adquirir maior estabilidade em consequência, muitas vezes, de
um octeto de eletrões completo. Essa estabilidade resulta da menor
energia adquirida pelo conjunto de átomos ligados comparativamente
com energia desses átomos separados.

 Ligação Iónica
Ocorre entre um metal e um não metal, verficando-se transferência
de eletrões de um elemento metálico (que cede os seus eletrões) para
um elemento não metálico (que
capta os seus eletrões).

A ligação entre iões positivos e negativos explica-se através de forças


de atração de natureza eletrostática entre iões de cargas de sinal
oposto (catiões e aniões).

A ligação iónica explica a ligação em compostos


iónicos, isto é, em sais. os iões positivos e
negativos organizam-se em redes iónicas, como no
caso do cloreto de sódio (NaCℓ).

* A ligação iónica é, de modo geral, tão forte que compostos iónicos,


como os sais, costumam ser duros, de comportamento frágil e com
pontos de fusão elevados.
 Ligação Metálica
Ocorre entre metais ou semimetais e resulta de interações
eletrostáticas entre eletrões de valência deslocalizados e os núcleos
dos iões metálicos positivos, que formam a rede de átomos de metais.
Os átomos de metais dispõem-se em redes de átomos muito próximos
uns dos outros. Esta proximidade, aliada ao facto de que os eletrões de
valência dos metais estão fracamente atraídos aos
núcleos atómicos (a energia de ionização é
baixa), faz com que os eletrões de valência sejam
também atraídos pelos núcleos dos átomos
vizinhos, sendo assim deslocalizados e pondendo
mover-se entre átomos, formando o chamado “mar” de eletrões
deslocalizados.
* A existência de eletrões deslocalizados explica certas propriedades
de metais como a elevada ductilidade e a boa condutividade térmica e
elétrica.

 Ligação Covalente
Ocorre entre não metais e ou semimetais e resulta da partilha de
pares de eletrões entre átomos.

Como os átomos destes elementos têm propenção para receber


eletrões, mas nenhum revela tendência para cedê-los, partilham
eletrões entre sei de forma a adquirir a configuração eletrónica do gás
nobre seguinte (ficando com oito eletrões de valência), aumentando a
sua estabilidade.

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