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Júri
Presidente: Prof. Nuno Manuel Mendes Maia
Orientadores: Prof. Miguel António Lopes de Matos Neves
Prof. João Luís Toste de Azevedo
Vogal: Prof. Cristian Angel Barbarosie
Outubro de 2007
Caracterização estrutural de um reactor de reformação Ana Isabel Dias Romão dos Santos
com queimador integrado desenvolvendo uma interface
entre os programas comerciais Fluent e Ansys
Agradecimentos
À minha família pelo interesse demonstrado, e em especial aos meus pais pelo apoio e
dedicação durante todos estes anos. Ao meu irmão Ricardo, mesmo longe está sempre
presente. Ao Miguel por tudo. Aos meus colegas e amigos que fiz ao longo destes anos dentro
e fora do IST nomeadamente à minha colega Josefina Fernandes pela ajuda concedida.
i
Resumo
ii
Abstract
iii
Palavras-Chave
Keywords
iv
Índice
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................... I
RESUMO ...................................................................................................................................... II
ABSTRACT .................................................................................................................................. III
PALAVRAS-CHAVE ..................................................................................................................... IV
ÍNDICE ......................................................................................................................................... V
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................... VII
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................... XII
CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1
ESTUDO PARAMÉTRICO..................................................................................... 72
ANEXO 3 ................................................................................................................................. 79
vi
Índice de Figuras
vii
Figura 19 - Distribuição de temperaturas do modelo axissimétrico ao longo da espessura.
viii
Figura 37 - Variação do Erro de energia estrutural com o nº de elementos finitos no modelo
axissimétrico.
Figura 38 - Variação do tempo com o nº de elementos finitos no modelo axissimétrico.
Figura 39 - Distribuição de temperaturas aplicadas à estrutura do modelo C).
Figura 40 - Deformada da estrutura com 37744 elementos finitos do modelo C).
Figura 41 - Tensões de Von Mises da estrutura com 37744 elementos finitos do modelo C).
Figura 42 – Ampliação à distribuição das tensões de Von Mises da estrutura com 37744
elementos finitos do modelo C).
Figura 43 - Erro de energia da estrutura com 37744 elementos finitos do modelo C).
Figura 44 -Variação da deformada com o nº de elementos no modelo C).
Figura 45 -Variação da tensão máxima de Von Mises com o nº de elementos no modelo C).
Figura 46 -Variação do erro de energia estrutural com o nº de elementos no modelo C).
Figura 47 -Variação do tempo de análise com o nº de elementos no modelo C).
Figura 48 - Variação da deformada com a pressão exterior.
Figura 49 - Variação da tensão de Von Mises com a pressão exterior.
Figura 50 - Visualização dos parâmetros que variam no modelo C).
Figura 53 – Condições de fronteira no 1º escudo (modelo axissimétrico).
Figura 54 – Distribuição de temperaturas no 1º escudo
Figura 55 – Posição inicial e posição da deformada do 1º escudo com 17493 elementos
finitos
Figura 56 – Distribuição das tensões de Von Mises no 1º escudo com 17493 elementos
finitos.
Figura 57 – Erro de energia do 1º escudo com 17493 elementos finitos.
Figura 58 – Variação da deformada no 1º escudo com o aumento do nº de elementos finitos.
Figura 59 – Variação da tensão máxima de Von Mises no 1º escudo com o aumento do nº
elementos finitos.
Figura 60 – Variação do erro estrutural do 1º escudo com o aumento do nº elementos
finitos.
ix
Figura 61 – Condições de fronteira no 2º escudo
Figura 62 – Distribuição de temperaturas no 2º escudo
Figura 63 - Posição inicial e posição da deformada do 2º escudo com 15744 elementos
finitos.
Figura 64 - Distribuição das tensões de Von Mises no 2º escudo com 15744 elementos
finitos.
Figura 65 - Erro de energia do 2º escudo com 15744 elementos finitos.
Figura 66 – Variação da deformada com o aumento do nº de elementos finitos para o 2º
escudo.
Figura 67 - Variação da tensão máxima de Von Mises com o aumento do nº de elementos
finitos para o 2º escudo.
Figura 68 - Variação do erro estrutural com o aumento do nº de elementos finitos para o 2º
escudo.
Figura 69 - Visualização dos 20 troços onde foram aplicadas as temperaturas.
Figura 70 - Distribuição de temperaturas com 20 troços.
Figura 71 - Deformada da estrutura de 20 troços e 47368 elementos finitos.
Figura 72 - Distribuição da tensão de Von Mises da estrutura de 20 troços e 47368
elementos finitos.
Figura 73 - Ampliação da distribuição da tensão de Von Mises da estrutura de 20 troços e
47368 elementos finitos.
Figura 74 - Erro de energia da estrutura de 20 troços e 47368 elementos finitos.
Figura 75 – Estrutura axissimétrica da 2ª configuração ilustrando os parâmetros a variar.
Figura 76 - Distribuição das tensões de Von Mises (A2.1).
Figura 77 -Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises( A2.1).
Figura 78 -Tensão segundo x
Figura 79 - Tensão segundo y
Figura 80 - Distribuição das tensões de Von Mises (A2.2).
Figura 81 - Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises (A2.2).
x
Figura 82 - Tensão segundo x (A2.2).
Figura 83 - Tensão segundo y (A2.2).
Figura 84 - Distribuição das tensões de Von Mises (A2.3
Figura 85 - Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises (A2.3).
Figura 86- Tensão segundo x (A2.3).
Figura 87 - Tensão segundo y (A2.3).
Figura 88 - Distribuição das tensões de Von Mises (A2.4).
Figura 89 - Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises (A2.4).
Figura 90 - Tensão segundo x (A2.4).
Figura 91 - Tensão segundo y (A2.4).
Figura 92 - Distribuição das tensões de Von Mises (A2.5).
Figura 93 - Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises (A2.5).
Figura 94 - Tensão segundo x (A2.5).
Figura 95 - Tensão segundo y (A2.5).
Figura 96 - Distribuição das tensões de Von Mises
Figura 97 - Ampliação da distribuição das tensões de Von Mises (A2.6).
Figura 98 - Tensão segundo x (A2.6).
Figura 99 - Tensão segundo y (A2.6).
Figura 100 - Secções da estrutura das várias interpolações.
Figura 101 - Interpolação da secção 1 exterior da estrutura.
Figura 102 - Interpolação da secção 1 interior da estrutura.
Figura 103 – Interpolação da secção 3 interior da estrutura.
Figura 104 – Interpolação da secção 4 interior da estrutura.
Figura 105 - Interpolação da secção 5 interior da estrutura.
xi
Índice de Tabelas
xii
Nomenclatura
a, b Vectores unitários;
E ijkl Tensor de elasticidade;
Fq Fonte de calor;
f βe Vector de fonte de calor do elemento finito no nó β ;
xiii
− Função arbitrária definida no domínio Ω ;
T
ti Componentes do vector da tensão;
u r , uθ , u z Componentes do deslocamento em coordenadas
cilíndricas;
u i , uj , uk, ul Vector de deslocamento;
u , v, w Campos de deslocamento do elemento finito;
u i , vi , wi Campos de deslocamento no nó i;
φ ,ψ Funções contínuas;
xiv
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O estudo incide sobre duas configurações estruturais para o casco do reactor (ver 1ª e 2ª
configuração na Figura 1) e para os dois escudos interiores. A 1ª configuração distingue-se
da 2ª apenas na parte inferior da figura já que o cone (ou tronco-cone) que envolve os
escudos é comum.
1
Figura 1 - Desenho técnico esquematizando as duas configurações dos escudos
deflectores e dos dois escudos interiores.
2
Figura 2 - Esquema ilustrativo do processo de obtenção de hidrogénio (corte transversal
do reactor).
Por ser um elemento que não se encontra directamente na natureza o hidrogénio gasoso [2],
cujo símbolo químico se escreve H2, é produzido na maior parte dos casos por reformação
a partir de metano (CH4), principal componente do gás natural. A experiência laboratorial
de Ahmed et al. [3] mostra que a possível eficiência máxima do processo de reformação
usando o gás natural é de 93,9%.
Em alternativa o hidrogénio pode também ser obtido a partir de álcoois por reformação ou
por electrólise de água.
O processo de reformação é endotérmico pelo que requer uma fonte de calor que no caso
ilustrado é obtido da queima de gases separados do hidrogénio por PSA (Pressure Swing
3
Adsortion) ou por membrana. Outras opções para a produção de hidrogénio são a oxidação
parcial autotérmica com ou sem injecção de calor.
Os dados experimentais de Lanz [4] demonstram que o facto do hidrogénio ser
ambientalmente limpo depende directamente do processo de produção deste.
A reformação com vapor de água é o método mais utilizado na produção de hidrogénio por
ser mais o eficiente e económico de todos os processos. A reacção pode ser apresentada da
seguinte forma para hidrocarbonetos genéricos:
Sabendo que a reacção que ocorre no processo de reformação [5] com vapor de água é
endotérmica, é necessário fornecer calor de uma fonte externa através da combustão que
ocorre no queimador. A reformação é normalmente efectuada em reactores tubulares
imersos numa fornalha. No caso considerado devido a pretender-se uma pequena
capacidade, a reformação é feita na parede do queimador.
O uso de um queimador tem a vantagem de ser mecanicamente simples, contudo zonas
localizadas de sobreaquecimento podem ocorrer quando as chamas entram em contacto
com o reactor. De modo a ultrapassar este problema Lanz [4] sugere a utilização de um
fluído térmico, nomeadamente óleos, como um intermediário de transferência de calor. A
elevada capacidade térmica dos óleos possibilitam que o reactor trabalhe a temperaturas
constantes para uma óptima eficiência.
4
interpolação de valores visto que a malha proveniente do Fluent® difere da malha gerada
no Ansys®, portanto não existe correspondência entre nós.
A análise em estudo é termo-estrutural, através do método dos elementos finitos tendo
optado por utilizar o Método Indirecto (Ansys®, Chapter 1 [7]) onde as temperaturas
nodais provenientes da análise térmica são usadas como carregamentos na subsequente
análise estrutural. Este trabalho toma como referência para este assunto o trabalho de Ngim
et al. [8] em que os valores de temperatura da análise térmica são utilizados como
carregamentos estruturais na subsequente análise estrutural, usando um só método de
acoplamento.
No estudo termo-estrutural dos escudos deflectores decidiu-se analisar o comportamento de
duas formas possíveis, uma com um modelo completo que permite o caso de solicitações
mecânicas que não sejam axissimétricas e outra com um modelo axissimétrico.
O objectivo é determinar a distribuição de temperaturas, deslocamentos e tensões no casco
do reactor e nos escudos interiores, assumindo um estado estacionário de funcionamento (e
pelas razões indicadas na introdução desprezando os fenómenos de fluência). Não se
consideram os efeitos de convecção e radiação.
O artigo de Shevchenko e Babeshko [9] relativo a problemas axissimetricos de
termoelasticidade com material isotrópico e distribuição de pressões e temperaturas,
apresenta um formalismo semelhante ao que se adoptou neste trabalho.
O vector do fluxo de calor descrito pela lei de Fourier para problemas de condução de
calor [10] é a base da teoria da termo-elasticidade considerada neste estudo.
Sendo possível analisar os deslocamentos e tensões devidas à distribuição de temperaturas
e à pressão, é também possível procurar melhorar o reformador através de um estudo
paramétrico. Desta forma este trabalho visa também permitir a optimização das dimensões
de espessura do reactor de reformação de modo a minimizar as tensões estáticas. Para tal
poderá utilizar-se o software de Elementos Finitos Ansys® Versão 10.0 - Multiphysics, que
permite a análise termo-estrutural do reactor seguido de um estudo paramétrico.
Nesta dissertação verifica-se o funcionamento da interface entre os programas Fluent® e
Ansys® para a 1ª configuração, assim como para os dois escudos interiores.
5
Devido à axissimetria e às condições de fronteira da estrutura pôde-se estudar dois
modelos, um completo e um axissimétrico, verificando-se neste último uma análise mais
simples e rápida que o primeiro. Desde cedo se verificou a necessidade de incluir os efeitos
de fluência ao estudo termo-estrutural do reactor. Através do estudo paramétrico efectuado
verifica-se que a tensão máxima de Von Mises diminui consideravelmente com o aumento
do raio de curvatura da estrutura, no entanto aumenta ligeiramente com a espessura.
Através dos testes de convergência verifica-se que o refinamento da malha é essencial na
determinação da solução.
6
CAPÍTULO II
MODELOS UTILIZADOS
1 ∂u i ∂u j
ε ij = + . (2)
2 ∂x j ∂xi
∂u r 1 ∂uθ ∂u z
ε rr = , ε θθ = + ur , ε zz = ,
∂r r ∂θ ∂z
1 1 ∂u r ∂uθ uθ 1 ∂uθ 1 ∂u z
ε rθ = + − , ε θz = + e (3)
2 r ∂θ ∂r r 2 ∂z r ∂θ
1 ∂u z ∂u r
ε zr = + .
2 ∂r ∂z
7
É usual definir o vector de tensão t sobre uma superfície caracterizada pela sua normal nj,
onde se assume existir o limite da resultante das forças sobre a área infinitesimal. Do
equilíbrio de forças actuando sobre um tetraedro definem-se as componentes σ ij do tensor
das tensões como sendo t i = σ ij n j . Considerando apenas problemas estacionários, i.e. após
∂σ xx ∂σ yx ∂σ zx
+ + + ρf x = 0, (4)
∂x ∂y ∂z
onde ρ fx é a força volúmica aplicada na direcção x e que neste estudo é considerada nula.
1 ∂
− (rσ rr ) − 1 ∂ σ rθ − ∂ σ rz + 1 σ θθ = ρf r ,
r ∂r r ∂θ ∂z r
1 ∂ 2 1 ∂ ∂
− (
r σ θr − )
r ∂θ
σ θθ − σ θz = ρf θ , (5)
r ∂r
2
∂z
1 ∂
− (rσ zr ) − 1 ∂ σ zθ − ∂ σ zz = ρf z ,
r ∂r r ∂θ ∂z
considerada nula.
Assumindo axissimetria ao longo do eixo z, caso em que que todas as funções se
apresentam independentes da coordenada θ , tem-se que as componentes da extensão (para
problemas axissimétricos) resumem-se às seguintes expressões:
∂u r ur ∂u z
ε rr = , ε θθ = , ε zz = ,
∂r r ∂z
1 ∂uθ uθ 1 ∂uθ 1 ∂u z ∂u r
ε rθ = − , ε θz = , ε zr = + , (6)
2 ∂r r 2 ∂z 2 ∂r ∂z
8
1 ∂
− (rσ rr ) − ∂ σ rz + 1 σ θθ = ρf r ,
r ∂r ∂z r
1 ∂ 2 ∂
− ( )
r σ θr − σ θz = ρf θ , (7)
r ∂r
2
∂z
1 ∂
− (rσ zr ) − ∂ σ zz = ρf z .
r ∂r ∂z
O problema de elasticidade incluindo as condições de fronteira, escreve-se da seguinte
forma [11]:
∂
− σ ji = ρf i ,
∂x j
u i = g i em Γ1 (8)
σ ij n j = t i em Γ2 e
^
σ ij n j = − k ij (u j − u ∞j ) em Γ3 .
σ ij = Eijkl ε kl , (9)
E ijkl = λδ ij δ kl + µ (δ ik δ jl + δ il δ jk ), (10)
Eν E
λ= e µ= , (11)
(1 − 2ν )(1 + ν ) 2(1 + ν )
9
σ ij = − β ij (T − T0 ) + Eijkl ε kl , (12)
∂
(q x ) + ∂ (q y ) + Fq = 0, (13)
∂x ∂y
∂T ∂T
q x = − k xx − k xy e
∂x ∂y
(14)
∂T ∂T
q y = − k yx − k yy ,
∂x ∂y
∂ ∂T ∂T ∂ ∂T ∂T
k xx + k xy + k yx + k yy + Fq = 0. (15)
∂x ∂x ∂y ∂y ∂x ∂y
10
∂
(rq r ) + ∂ (rq z ) = 0. (16)
∂r ∂z
Ao introduzir a Lei de Fourier para problemas axissimétricos de condução de calor
∂T ∂T
q r = − k rr + k rz e
∂r ∂z
(17)
∂T ∂T
q z = − k zr + k zz ,
∂r ∂z
∂ ∂T
rk ij + rFq = 0. (18)
∂xi ∂x j
A equação que rege o problema em estudo de condução de calor para o estado estacionário,
incluindo as condições de fronteira [11], é:
− (k ij T, j ), j = Fq em Ω ,
T = g em Γ1 , (19)
(k T )n
ij ,j i =h em Γ2 ,
(k T )n
ij ,j i = − k 0 (T − T∞ ) em Γ3 .
σ =
'
, (20)
2
É bem conhecido dos engenheiros que existe um decréscimo da tensão de cedência com o
aumento da temperatura [13], como se pode verificar através da Figura 3 (extraída da
referência [14]) que representa as curvas σ − ε para quatro temperaturas diferentes.
Embora se tenha decidido excluir da análise este efeito, pelas razões indicadas na
introdução, a discussão dos resultados requer que se faça aqui uma breve referência ao
fenómeno.
a) b)
Através dos elementos das figuras 4 a) e b) pode-se constatar que o fenómeno de fluência
ocorre para temperaturas cada vez mais baixas à medida que o tempo a que está sujeito o
material a uma tensão é maior e em que σ s é a tensão de corte, TM é a temperatura de fusão
13
II.2 Modelo Numérico
14
II.2.2 Método dos Elementos Finitos no Problema Desacopolado
A Formulação Fraca (ou Principio dos Trabalhos Virtuais de estruturas) para problemas de
condução de calor em estado estacionário, e tendo em conta a equação de condução de
calor (18), pode-se representar da seguinte forma [7]:
Ω
[− (k T ) ]T dΩ =
ij , j ,i
−
Ω
−
f T dΩ, (22)
−
em que T é uma função arbitrária definida no domínio Ω .
Integrando por partes e usando o teorema de Gauss, obtém-se:
∂φ ∂ψ
ψ dΩ = φ − dΩ + (φn x )ψ dΓ ,
Ω ∂x Ω ∂x Γ
∂φ ∂ψ
Ω ∂y
ψ dΩ = φ − dΩ + (φn )ψ
y dΓ , (23)
Ω ∂y Γ
− − − − −
= f T dΩ + h T dΓ + k 0T∞ T dΓ, ∀ T : T = 0 em Γ1 . (25)
Ω Γ2 Γ3
N β são funções de forma dos elementos finitos seleccionados para o problema nas
15
− E − E −
k ij T, j T ,i dΩ = Tα k ij N α ,i N β , j dΩ Tβ = e
T α K αβ Tβ (26)
Ω Ωe
e =1 e =1
e
− E − E −
f T dΩ = f T α N α ( x, y )dΩ = T α f αe , (27)
Ω Ωe
e =1 e =1
e
onde a matriz de rigidez do elemento finito K αβ é definida por: [ ]
e
K αβ = k ij N α ,i N β , j dΩ. (28)
Ωe
1
f ( x)dx ≈ H i f ( xi ), (29)
−1 i =1
A escolha dos elementos finitos entre os disponíveis no Ansys® (Ansys®, Chapter 14 [7]),
para a análise termo-estrutural dos dois tipos de estrutura em estudo foi a seguinte:
i) para a estrutura completa – o elemento finito SHELL132 na análise térmica e o
SHELL93 na análise estrutural;
ii) para a estrutura axissimétrica - o elemento finito PLANE75 na análise térmica e o
PLANE25 na análise estrutural.
16
Apresenta-se em seguida uma breve referência aos elementos finitos escolhidos na análise
termo-estrutural.
Elemento Finito SHELL132 do Ansys® – Casca Térmica de duas Camadas com 8 Nós
A escolha deste elemento na análise térmica deve-se ao facto de apresentar uma geometria
tri-dimensional (ver Figura 5), composta por oito nós permitindo modelar a condução de
calor.
Este elemento apresenta duas camadas e cada uma com a respectiva espessura. As
temperaturas podem ser aplicadas no topo e na base deste elemento, tal como os fluxos de
calor.
17
Figura 6 - Geometria do elemento finito SHELL93.
u ui a1,i b1,i
8 8
rt i θ x ,i
v = N i vi + Ni a 2,i b2,i . (30)
i =1 i =1 2 θ y ,i
w wi a3,i b3,i
onde
u i , vi , wi são as translações no nó i na
direcção
x, y, z (ou s, t, r) respectivamente;
r é a espessura da coordenada;
t i é a espessura no nó i;
18
Elemento Finito PLANE75 do Ansys® - Sólido Térmico, Axissimétrico, Harmónico
com 4 Nós
Este elemento é o equivalente ao PLANE25 para a análise estrutural e apresenta quatro
nós, como se pode verificar na Figura 8, com um único grau de liberdade em cada nó (a
temperatura).
O PLANE75 aplica-se em análise axissimétricas, 2-D e em estado estacionário ou
transiente.
19
O sistema de equações lineares que se obtém representa-se por:
[K ]{u} = {F }, (31)
{∆σ } = {σ }− {σ },
i
n
a
n
i
n (32)
onde
{σ } é o vector de tensão média no nó n calculada com base nos pontos de Gauss vizinhos,
a
n
N en
{σ }
i
n
i =1
isto é ,
N en
1
ei = {∆σ }T [D ]−1 {∆σ }d (vol ), (33)
2 vol
onde
20
vol representa o volume do elemento,
[D] é a matriz constitutiva à temperatura de referência,
Como já se referiu, para além da resolução do problema pelo método de elementos finitos,
para este trabalho desenvolveu-se uma interface de forma a transferir os dados
provenientes do programa Fluent® para o programa Ansys®.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento da interface encontra-se representada na
Figura 10.
21
A questão de integrar diferentes ferramentas computacionais continua a ser motivo de
esforço adicional para quem tem de as utilizar
Interface de Programação de Aplicação ou API [20] (Application Programming Interface),
é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para utilização de suas
funcionalidades por aplicações informáticas, isto é, programas que não querem envolver-se
em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços.
A combinação de interface intuitiva, linguagem e construção de funções matemáticas e
gráficas, faz do MATLAB® [21] uma das plataformas preferida de computação científica
comparando com C, Fortran e outras aplicações [22].
No caso presente, em que o objectivo é passar a informação do programa Fluent® para o
programa de elementos finitos Ansys®, um conjunto de situações limitado ao tipo de
reformador em análise, pelo que opta-se por uma interface simples e académica. Esta
consiste na transferência de informação entre programas através de uma interface
específica (‘in house software’) que gere a leitura e escrita de ficheiros.
A análise térmica dos gases no interior do reactor de reformação é feita utilizando o
programa comercial de CFD (Computational Fluid Dynamics), Fluent®. Após esta análise
sabe-se a distribuição de temperaturas no escudo deflector do reactor como também dos
dois escudos interiores, identificando-se as coordenadas dos nós com as respectivas
temperaturas. Como a análise termo-estrutural dos escudos deflectores e interiores é feita
no Ansys®, após a geração da geometria e da malha da estrutura no programa de elementos
finitos, opta-se por transferir as temperaturas existentes em cada nó do Fluent® e aplicá-las
nos nós do Ansys®. Para tal, procedeu-se a uma interpolação de valores utilizando o
programa Matlab®. Tal interpolação é necessária porque a malha proveniente do Fluent®
difere da malha gerada no Ansys®, logo não existe correspondência entre nós.
De seguida, na Figura 11 apresenta-se o fluxograma da interface utilizada na análise
termo-estrutural:
22
Figura 11 - Fluxograma da interface.
Na construção da interface para a análise dos dois escudos interiores foi utilizada a
seguinte função de programação [21] em Matlab®:
- polyfit em que p = polyfit(x,y,n) determina os coeficientes do polinómio p(x) de grau n
que se ajusta aos dados, p(x(i)) a y(i). O resultado p é uma fila de um vector de
comprimento n+1 que contém os coeficientes do polinómio em potências descendentes,
p( x) = p1 x n + p 2 x n −1 + ... + p n x + p n + j . (34)
23
Ao contrário da interface utilizada na 1ª configuração em que o perfil de temperaturas
aplicado é ao longo do perímetro (a 3-D), neste caso dos escudos interiores considera-se
apenas aplicar um perfil de temperaturas axissimétrico.
Devido à simplicidade da geometria da estrutura dos dois escudos interiores, a interface e a
sua utilização é mais simples também.
Uma das vantagens de fazer uma interface académica é a oportunidade de automatizar de
forma simples a transferência de dados entre programas. Estas interfaces destinam-se a
resolver problemas específicos, daí a sua importância. Porém, a desvantagem reside no
facto de as especificações de input da interface serem restritivas quando comparadas com
interfaces mais gerais.
Como serão apresentadas medidas de tempo de execução, faz-se aqui uma breve
introdução às mesmas.
O tempo de análise computacional [23] pode ser medido de duas maneiras:
Tempo de CPU (Central Processing Unit time) mede em segundos a quantidade de tempo
dispendido no CPU na análise.
Tempo de análise decorrido (elapsed time) também medido em segundos, refere-se ao
tempo que demorou a análise a ser executada desde o início até ao fim, i.e.:
elapsed time= tempo de CPU+I/O+etc, (35)
em que I/O refere-se a entradas e saídas de dados/resultados. Deste modo, na análise
termo-estrutural do reactor utiliza-se o tempo de análise decorrido.
24
sido possível nesta fase implementar nenhuma delas, fizeram-se alguns estudos
paramétricos para análise dos requesitos de tal parametrização.
Optimização estrutural é uma disciplina do conhecimento que visa a obtenção de
configurações da estrutura mecânica com um desempenho optimizado e satisfazendo as
restrições, quer sobre as variáveis de projecto quer sobre o comportamento da estrutura.
Num problema de optimização temos uma função objectivo e um conjunto de restrições,
ambos relacionados às variáveis de projecto.
Hoje em dia devido à evolução da mecânica computacional, em particular de programas
comerciais de elementos finitos, é possível encontrar neles métodos de optimização já
implementados.
Essencialmente podem identificar-se quatro tipos de optimização (P. Fernandes [24]):
1) Optimização de topologia
Tem como variáveis de projecto variáveis topológicas, ou seja, em estruturas discretas é o
número de elementos de uma treliça e juntas de ligação dos elementos, e em estruturas
contínuas é a existência ou não de material em cada ponto do espaço.
2) Optimização de material
As dimensões e geometria da estrutura não são modificados e o objectivo consiste em
determinar o material óptimo, ou a distribuição de materiais óptimos, e suas características.
Neste tipo de optimização as variáveis de projecto podem ser as constantes do material
(constantes elásticas, constantes de expansão térmica), espessuras de camadas em
laminados, etc.
3) Optimização de forma
O problema tem como objectivo encontrar o domínio óptimo da estrutura sujeita a
carregamentos e condições de fronteira conhecidos. Neste tipo de optimização existe uma
grande dependência da solução com a malha de elementos finitos e o aparecimento de
instabilidades quando se define a fronteira exterior.
4) Optimização de dimensões
A geometria da estrutura é conhecida e mantém-se constante ao longo do processo de
optimização. Neste tipo de optimização as variáveis de projecto são coeficientes da
equação diferencial de equilíbrio como, por exemplo, espessuras, diâmetros, etc.
25
Neste trabalho efectuam-se, para a 2ª configuração, estudos paramétricos de forma a
verificar a influência de alguns parâmetros, nomeadamente o aumento do número de troços
de aplicação de temperaturas (Anexo 1), a inclinação do cone-calote e o achatamento da
curvatura (Anexo 2) e a espessura e o raio de curvatura da estrutura (ver Figura 51).
26
CAPÍTULO III
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
Descrição do problema
27
As dimensões em mm são as seguintes:
A temperatura no casco varia ao longo do seu comprimento isto porque sofre influência de
diversos factores nomeadamente do comprimento dos escudos interiores e da libertação de
calor resultante da combustão ser um processo não linear no espaço.
No desenho técnico do protótipo do reactor de reformação (ver Figura 1) encontram-se
todos os componentes que fazem parte do reactor, nomeadamente os dois escudos no
interior deste, bem como as suas dimensões. Os dois escudos têm como objectivo
proporcionar a inversão do escoamento dos gases.
As condições de fronteira de deslocamento utilizadas foram simplesmente apoiado no topo
do reactor e livre na extremidade.
As temperaturas em cada ponto provêm da discretização utilizada no programa Fluent® e
são aplicadas na estrutura através de uma interface que transfere dados, interpolando entre
malhas, para o programa Ansys®. Estas variam entre 200ºC e 800ºC ao longo de toda a
estrutura. As altas temperaturas atingidas alertam desde já para os possíveis fenómenos de
fluência que não são considerados nesta fase pelas razões indicadas na introdução.
O estudo incide sobre a caracterização estrutural termo-elástica de duas configurações
estruturais para o casco do reactor e para os dois escudos interiores, como ilustra a Figura
1. Estas configurações consistem essencialmente em:
28
1ª configuração - escudos deflectores na continuação do cone (ver linha amarela da Figura
1).
Os escudos deflectores estão na continuação do cone tendo contribuição para a transmissão
de esforços, ou seja, existe transferência de esforços do cone através dos deflectores. Como
se verá mais à frente esta configuração apresenta tensões elevadas.
A análise termo-estrutural é feita através de dois modelos:
- A) estrutura completa dos escudos deflectores na continuação do cone (modelo
completo);
- B) “linha” do plano de corte dos escudos deflectores na continuação do cone
(modelo axissimétrico).
Para este exemplo, dada a axisimetria da estrutura e das condições de fronteira é suficiente
a análise axisimétrica, apresentando-se ambas as análises já que a interface foi
desenvolvida para incluir ambos os casos: o axisimétrico e o não-axisimétricos, por
exemplo com distribuição de temperaturas não axisimétrica.
1ª escudo – primeiro escudo interior a contar do eixo de simetria (ver linha verde da
Figura 1).
Este escudo encontra-se próximo do queimador de modo a evitar a recirculação de gases
junto ao queimador e diminui o fluxo de calor para o exterior deste.
29
2ª escudo - segundo escudo interior a contar do eixo de simetria (ver linha rosa da Figura
1).
Este escudo é maior e para além de distribuir o fluxo de calor por radiação permite
promover o escoamento dos gases de modo a passar na parte exterior.
31
B) Temperaturas aplicadas ao modelo axissimétrico (1ª configuração)
32
Figura 20 - Visualização dos 11 troços onde foram aplicadas as temperaturas.
Propriedades do material
C Cr Mn Ni P S Si
[%] [%] [%] [%] [%] [%] [%]
máx. 23-26 máx. 19-22 0,045 0,03 1,5-3
0,25 2
Tabela 1 – Composição química do aço AISI314.
33
ambiente ao formar uma película muito fina à superfície prevenindo o contacto do metal
com o meio ambiente.
Dos aços inoxidáveis, os austeníticos [27] são geralmente os mais utilizados em aplicações
estruturais. A combinação de boas propriedades mecânicas, nomeadamente a ductilidade e
excelente resistência à corrosão, fazem deste grupo de aços inoxidáveis os mais usados na
indústria mecânica.
Devido à sua elevada resistência à corrosão, os aços inoxidáveis são muitas vezes
utilizados em equipamentos para indústria química e petroquímica, utilizados como
revestimento em aços mais baratos, na fabricação de vasos de pressão de reactores nas
refinarias de petróleo ou, em muitas outras aplicações que envolvam elevadas pressões de
hidrogénio.
Apresentam-se de seguida valores das propriedades mecânicas do aço utilizado na estrutura
do reactor.
34
Temperatura Coeficiente de
de 20ºC a expansão 25
térmica 10-6/ºC
10E-6/ºC
500 18 10
750 19 5
1000 20 0
0 200 400 600 800 1000
Tabela 3 - Variação do coeficiente
Temperatura [ºC]
de expansão térmica com a
temperatura para o aço AISI314.
Figura 21 – Variação da temperatura com o
coeficiente de expansão térmica para o aço AISI314.
O coeficiente de expansão térmica [29] aumenta com o aumento da temperatura, logo teve-
se em consideração na análise termo-estrutural.
500
0
0 200 400 600 800 1000
Temperatura [ºC]
35
III.2 Resultados Obtidos – Escudos Deflectores
A) modelo completo
50 elementos finitos
longitudinais
13889 elementos finitos
totais
36
B) modelo axissimétrico
50 elementos finitos
longitudinais
208 elementos finitos
totais
A) modelo completo
50 elementos finitos longitudinais
13889 elementos finitos totais
37
Figura 26 - Ampliação da distribuição de Von Mises do modelo completo com 50
elementos finitos longitudinais.
B) modelo axissimétrico
50 elementos finitos
longitudinais
208 elementos finitos totais
38
Figura 28 - Ampliação da distribuição de Tensões de Von Mises do modelo axissimétrico
com 50 elementos finitos longitudinais.
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que, tanto para o modelo completo A)
como para o modelo axissimétrico B), a tensão máxima de Von Mises a que a estrutura
está sujeita é de 993 MPa e 697 MPa, respectivamente. Ambos atingem o seu máximo na
zona de curvatura da estrutura, embora com valores diferentes. Qualquer dos valores
ultrapassa a tensão de cedência do material (450 MPa a 300ºC), ver Figura 22.
Esta diferença tem a ver com o facto de diferentes perfis de temperatura terem sido
aplicados aos modelos em estudo.
39
Valores para o erro de energia de tensões nos modelos A) e B), definido pela equação (33),
são apresentados na Figura 29 e Figura 30.
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que a tensão máxima de Von Mises a que
a esrutura está sujeita (860 MPa) ultrapassa a tensão de cedência do material (450 MPa a
300ºC), ver Figura 22, e atinge o máximo na zona de curvatura da estrutura.
Figura 32 - Tensões de Von Mises do modelo axissimétrico com 46885 elementos finitos.
41
Figura 33 - Ampliação da distribuição de Tensões de Von Mises do modelo axissimétrico
com 46885 elementos finitos.
42
Nos testes de convergência realizados para o modelo B), obtiveram-se os seguintes
resultados:
0.0061415
0.006141
Deformada [m]
0.0061405
0.00614
0.0061395
0.006139
0 10000 20000 30000 40000 50000
Nº de Elementos Finitos
870
860
Tensão máxima de Von Mises
850
840
830
[MPa]
820
810
800
790
780
0 20000 40000 60000
Nº de Ele me ntos Finitos
43
0.03
0.02
0.015
0.01
0.005
0
0 10000 20000 30000 40000 50000
Nº de Ele me ntos Finitos
70
60
50
Tempo [s]
40
30
20
10
0
0 10000 20000 30000 40000 50000
Nº de Ele me ntos Finitos
44
2ª configuração – escudos deflectores separados do cone-calote
45
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que a tensão máxima de Von Mises a que
a estrutura está sujeita (519 MPa) não ultrapassa a tensão de cedência do material
σ ced = 530 MPa a 200ºC (ver Figura 22), contudo a margem de segurança é baixa:
σ ced .
n= = 1,02 . Na Figura 41 encontra-se a distribuição de tensões na estrutura.
σ máx.
Figura 41 - Tensões de Von Mises da estrutura com 37744 elementos finitos do modelo C).
Figura 42 – Ampliação à distribuição das tensões de Von Mises da estrutura com 37744
elementos finitos do modelo C).
46
Através do cálculo do erro de energia de tensões na estrutura, definido pela equação (33),
obtém-se os seguintes resultados:
Figura 43 - Erro de energia da estrutura com 37744 elementos finitos do modelo C).
0.0056529
0.005652
Deformada [m]
0.0056511
0.0056502
0.0056493
0.0056484
0 10000 20000 30000 40000
Nº de Elem entos Finitos
47
520
[MPa]
510
508
506
504
502
0 10000 20000 30000 40000
Nº de Elem entos Finitos
0.12
0.1
Erro estrutural [%]
0.08
0.06
0.04
0.02
0
0 10000 20000 30000 40000
Nº de Elem entos Finitos
100
90
80
Tempo de análise [s]
70
60
50
40
30
20
10
0
0 10000 20000 30000 40000
Nº de Elem entos Finitos
48
Um estudo sobre a variação da pressão no exterior do reactor efectuou-se com o objectivo
de verificar a sua influência nos resultados obtidos nos valores da deformada e tensão de
Von Mises.
0.005652
523
Mises [MPa]
0.005651 521
0.0056505 520
0.00565 519
6 8 10 12 6 8 10 12
Pressão [bar] Presssão [bar]
49
Figura 51 - Isolinhas de tensão máxima de Von Mises (a lilás) e isolinhas de área da
secção transversal da estrutura (a azul).
Verifica-se uma diminuição da tensão máxima de Von Mises com o aumento do raio e
constata-se também que ao fixar um valor para o raio a tensão máxima de Von Mises
aumenta com a espessura.
50
É possível visualizar na Figura 52 a influência da espessura no valor da área da secção
transversal proporcionando um aumento linear. Através desta figura não é possível
visualizar nas melhores condições um ligeiro aumento da área da secção transversal com o
raio.
51
III.3 Resultados Obtidos – Escudos Interiores
Na análise termo-estrutural dos escudos interiores foi igualmente utilizada uma interface de
dados entre os valores de temperatura provenientes do Fluent® e o modo de aplicação
desses valores no Ansys®.
- 1º Escudo
A condição de fronteira de deslocamento aplicada e as temperaturas impostas à estrutura
apresentam-se na Figura 53 e Figura 54 respectivamente.
52
No cálculo da deformada da estrutura verifica-se que o deslocamento mais significativo
ocorre longitudinalmente tal como demonstra a Figura 55, obtendo-se um valor de 1,524
mm.
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que a tensão máxima de Von Mises a que
a estrutura está sujeita (347 MPa) ultrapassa a tensão de cedência do material
σ ced = 300 MPa a 600ºC (ver Figura 22). Na Figura 56 encontra-se a distribuição de
tensões na estrutura.
53
Figura 56 – Distribuição das tensões de Von Mises no 1º escudo com 17493 elementos
finitos.
Através do cálculo do erro de energia de tensões na estrutura, definido pela equação (33),
obtém-se um erro máximo de 0,150E-5 %.
54
Nos testes de convergência realizados para o 1º escudo obtiveram-se os seguintes
resultados:
0.002
0.0016
Deformada [m]
0.0012
0.0008
0.0004
0
845 5845 10845 15845 20845
Nº de Elementos Finitos
390
370
350
[MPa]
330
310
290
270
250
845 5845 10845 15845 20845
Nº de elementos Finitos
55
4.50E-05
4.00E-05
Nº de Elementos Finitos
- 2º Escudo
56
No cálculo da deformada da estrutura verifica-se que o deslocamento mais significativo
ocorre longitudinalmente tal como demonstra a Figura 63, obtendo-se um valor de 6,523
mm.
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que a tensão máxima de Von Mises a que
a estrutura está sujeita (47,4 MPa) não ultrapassa a tensão de cedência do material
σ ced = 200 MPa a 770ºC (ver Figura 22). Na Figura 64 encontra-se a distribuição de
tensões na estrutura.
57
Figura 64 - Distribuição das tensões de Von Mises no 2º escudo com 15744 elementos
finitos.
Através do cálculo do erro de energia de tensões na estrutura, definido pela equação (33),
obtém-se um erro máximo de 0,110E-6%.
58
Nos testes de convergência realizados para o 2º escudo obtiveram-se os seguintes
resultados:
0.007
0.006
Deformada [m] 0.005
0.004
0.003
0.002
0.001
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Nº de Elem entos Finitos
47.6
Tensão máxima de Von Mises
47.4
47.2
47
[MPa]
46.8
46.6
46.4
46.2
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Nº de Elem entos Finitos
59
7.00E-07
6.00E-07
60
CAPÍTULO IV
61
aplicada uma temperatura de cerca de 300ºC. Para esta temperatura a tensão de cedência do
material é de 450MPa (ver Figura 22), logo esta ultrapassa significativamente a tensão de
cedência.
A interface utilizada no estudo da 1ª configuração tem a vantagem de permitir percutir uma
distribuição de temperaturas genérica ao longo da estrutura. Verificou-se, no entanto, que a
distribuição de temperatura nas faces laterais do escudo deflector são quase uniformes ao
longo do perímetro e as não uniformidades que surgem no fundo deste resultam da malha
não uniforme utilizada no programa Fluent®. Assim, justifica-se ter optado apenas pela
utilização da aproximação axissimétrica para os escudos deflectores.
Como o escudo é uma fronteira para o queimador foram aplicadas temperaturas constantes
por troços para os cálculos no Fluent® sendo estes os valores importados para esta análise.
O trabalho de simulação no Fluent® não terminou e irá incluir o cálculo da temperatura na
zona de reformação. Deste modo exige-se que novos resultados sejam obtidos para se
verificar uma distribuição de temperatura mais regular e realista.
62
na determinação da solução. Este ponto reforça a importância de uma interface para
automatizar a interpolação.
Como é já bem conhecido, à medida que o refinamento da malha de elementos finitos é
maior, o tempo de análise aumenta, tornando-a mais pesada em tempo computacional (ver
Figura 47).
A variação da pressão no exterior da estrutura tem influência nos resultados obtidos,
contudo pode-se concluir que é pouco significativa (ver Figura 48 e Figura 49).
63
em que o perfil de temperaturas aplicado é a três dimensões (ao longo do perímetro), neste
caso considerou-se apenas aplicar um perfil de temperaturas axissimétrico. Verifica-se
desta forma que as tensões de Von Mises são mais baixas devido ao perfil axissimétrico de
temperaturas ser mais contínuo.
No estudo do 1º escudo o valor obtido da deformada máxima é de 1,524 mm e ocorre na
direcção longitudinal, a tensão máxima de Von Mises é de 347 MPa e o erro é da ordem de
0,1E-5% (ver Figura 55, Figura 56 e Figura 57, respectivamente). A tensão máxima de
Von Mises (340 MPa) ocorre na zona de apoio da estrutura onde está aplicada uma
temperatura de cerca de 600ºC, contudo a restante parte da estrutura apresenta tensões
bastante baixas. Para a temperatura de 600ºC a tensão de cedência do material é de
300MPa (ver Figura 22), logo ultrapassa a tensão de cedência deste. Este resultado não é
admissível e pode dever-se às temperaturas serem elevadas pelo facto deste escudo se
encontrar próximo do queimador. No entanto pode-se observar que esta tensão elevada
deve-se à restrição local ao deslocamento no apoio quando alguma flexibilidade do apoio
irá baixar este valor.
Através dos testes de convergência onde se procede a um sucessivo refinamento da malha
verifica-se que os valores da deformada, tensão de Von Mises e erro de energia estrutural
convergem para um determinado valor (ver Figura 58, Figura 59 e Figura 60).
No estudo do 2º escudo o valor obtido da deformada máxima é 6,523 mm (ver Figura 63) e
ocorre longitudinalmente. A tensão máxima de Von Mises é de 47,4 MPa no local onde se
encontra apoiado numa zona em que a temperatura da estrutura se encontra a 770ºC (ver
Figura 64) e o erro de energia estrutural é 0,1E-6% como demonstra a Figura 65. A tensão
de cedência do material à temperatura de 770ºC é de 200 MPa (ver Figura 22).
Através dos testes de convergência verifica-se novamente que o refinamento da malha é
essencial na determinação da solução. Verifica-se que os valores da deformada, tensão de
Von Mises e erro de energia estrutural convergem (ver Figura 66, Figura 67 e Figura 68).
64
IV.2 Conclusões e Futuros Desenvolvimentos
65
REFERÊNCIAS
66
of Hong Kong, 27 de Julho, 2005.
[14]J. Milke, V. Kodur, C. Marrion, An Overview of Fire Protection in Buildings,
Technical Report, Federal Emergency Management Agency, Informação
disponível em http://www.fema.gov/pdf/library/fema403_apa.pdf, Acesso em 3 de
Julho de 2007.
[15]Eleani Maria da Costa, Falha ou Ruptura nos Metais, DEM/PUCRS, Disponível
em http://www.em.pucrs.br/~eleani/Protegidos/8-%20fratura_fadiga.ppt, Acesso
em 3 de Julho de 2007.
[16]The Policy Council, National Journal's Policy Council, Informação disponível em
http://policycouncil.nationaljournal.com/EN/Forums/default.htm, Acesso em 16 de
Maio de 2007.
[17]Deformation-Mechanism Maps, The Platicity and Creep of Metals and
Ceramics, Chapter 17, Informação disponível em
http://engineering.dartmouth.edu/defmech/, Acesso em 8 de Jullho de 2007.
[18]K. Atkinson e W. Han, Elementary Numerical Analysis, McGraw-Hill Higher
Education 3rd Ed., 2004.
[19]Zienkiewicz, O. C., e Zhu, J. Z., "A Simple Error Estimator and Adaptive
Procedure for Practical Engineering Analysis", International Journal for Numerical
Methods in Engineering, Vol. 24, pp. 337-357 (1987).
[20]Boehm, Barry, A View of 20th and 21st Century Software Engineering, University
of Southern California, 2006.
[21]Matlab® 2004, Language of Technical Computing, Versão 7.0, Help Navigator.
[22]J. Peng e K. Law, Software Framework for Collaborative Development of
Nonlinear Dynamic Analysis Program, Department of Civil and Environmental
Engineering, Stanford University, 2003.
[23]J. Hennessy e D. Patterson, Computer Architecture: A Quantitative Approach, 3rd
Ed., 2002.
[24]Fernandes, Paulo Rui Alves, Optimização de Topologia em Estruturas Lineares e
Elásticas Sujeitas a Solicitações Térmicas, Dissertação de Mestrado, Instituto
Superior Técnico, 1992.
[25]MetalPass Resource, Solution, E-Biz, Informação disponível em
67
http://www.metalpass.com, Acesso a 3 de Julho de 2007.
[26]G. Abbruzzese, M. Barteri, Structural Applications of Stainless Steel, Technical
Report, Centro Sviluppo Materiali, Rome, Italy, 2002.
[27]J. Sa, H. Kim, C. Choi, K. Hong, H. Park et al., Mechanical Characteristics of
Austenitic Stainless Steel 316LN Weldments at Cryogenic Temperature, Korea
Basic Science Institute, 2005.
[28]Efunda Engineering Fundamentals, Informação disponível em
http://www.efunda.com, Acesso em 3 de Julho de 2007.
[29]High Temp Metals, Inc., Informação disponível em
http://www.hightempmetals.com/, Acesso em 9 de Junho, 2007.
68
ANEXO 1
69
No cálculo da deformada da estrutura verifica-se que o deslocamento mais significativo
ocorre longitudinalmente e apresenta um valor de 5,445 mm tal como demonstra a Figura
71. O valor obtido com 11 troços foi de 5,652 mm (ver Figura 40)
No cálculo das tensões de Von Mises verifica-se que a tensão máxima de Von Mises a que
a estrutura está sujeita, 496 MPa em vez de 519 MPa apresentados na Figura 41, ocorre na
zona de curvatura da estrutura e não ultrapassa a tensão de cedência do material que é de
530 MPa para uma temperatura de 200ºC (ver Figura 22). Na Figura 72 apresenta-se a
distribuição de tensões obtida.
70
Figura 73 - Ampliação da distribuição da tensão de Von Mises da estrutura de 20 troços e
47368 elementos finitos.
71
ANEXO 2
ESTUDO PARAMÉTRICO
72
A2.1 Estudo com dx=0
Figura 76 - Distribuição das tensões de Von Mises Figura 77 -Ampliação da distribuição das
(A2.1). tensões de Von Mises( A2.1).
73
A2.2 Estudo com dx=0.01
74
A2.3 Estudo com dx=-0.01
75
A2.4 Estudo com dr1=0, dr2=0 e dx=0.01
76
A2.5 Estudo com dr1=-0.001, dr2=-0.0005 e dx=0.01
77
A2.6 Estudo com dr1=0.001, dr2=0.0005 e dx=0.01
78
ANEXO 3
GRÁFICOS DA INTERPOLAÇÃO DE DADOS NA INTERFACE FLUENT®-ANSYS®
Figura 101 - Interpolação da secção 1 exterior Figura 102 - Interpolação da secção 1 interior da
da estrutura. estrutura.
Erro! Não é possível criar objectos a partir de Erro! Não é possível criar objectos a partir de
79
códigos de campo de edição. códigos de campo de edição.
Figura 103 – Interpolação da secção 3 interior Figura 104 – Interpolação da secção 4 interior da
da estrutura. estrutura.
80