Sei sulla pagina 1di 82

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA ANIMAL

NOVOS PROTOCOLOS UTILIZANDO ASSOCIAÇÕES COM


OCITOCINA NA INDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA EJACULAÇÃO
EM GARANHÕES

Thaís Mendes Sanches Cavalero

BOTUCATU- SÃO PAULO


Setembro/2018

ii

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA ANIMAL

NOVOS PROTOCOLOS UTILIZANDO ASSOCIAÇÕES COM


OCITOCINA NA INDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA EJACULAÇÃO
EM GARANHÕES

THAÍS MENDES SANCHES CAVALERO

Dissertação apresentada a Faculdade de


Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, para
obtenção do título de Mestre em Medicina
Veterinária.

Orientador: Prof. Dr. Frederico Ozanam


Papa

BOTUCATU- SÃO PAULO


Setembro/2018
iii


iv

Nome do autor (a): Thaís Mendes Sanches Cavalero

Título: NOVOS PROTOCOLOS UTILIZANDO ASSOCIAÇÕES COM


OCITOCINA NA INDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA EJACULAÇÃO EM
GARANHÕES.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Frederico Ozanam Papa


Presidente e Orientador
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária FMVZ - UNESP
- Botucatu /SP

Profª. Drª. Fabiana Ferreira de Souza


Membro
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária FMVZ - UNESP
- Botucatu /SP

Prof. Dr. Gabriel Augusto Monteiro


Membro
Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Medicina
Veterinária da UFMG, campus Pampulha - Belo Horizonte /MG

Data da Defesa: 20 de setembro de 2018.


v

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Tadeu e Wilma, minhas maiores fontes de orgulho,


motivação e inspiração. Amo vocês.

“Enquanto houver vocês do outro lado, aqui do outro eu consigo me


orientar.. “

O teatro mágico - O anjo mais velho

Ao meu querido avô, Joaquim Vieira Mendes (in memoriam), que


sempre fez tanto por mim ao longo de sua vida. Sei que onde o senhor estiver,
está olhando por nós com a sua serenidade, paciência e compressão. Sempre
será lembrado como um grande exemplo de humildade, honestidade, caráter,
inteligência, educação e fé. Saudade eterna.


“O valor de um homem não se dá pelas roupas ou bens


que possui, mas sim pelo caráter e beleza de seus ideais.”

Charles Chaplin
vi

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, por sempre guiar meus passos e por me
agraciar com uma família tão abençoada.
Aos meus pais, meu porto seguro, por confiarem na minha capacidade,
por todo o esforço e por me proporcionarem essa estrutura familiar sólida que
me ofereceu todas as condições para que eu finalizasse mais uma etapa da
minha vida.
A minha irmã, e aos meus primos, eternas crianças, Andréa, Vinícius e
Douglas.

As minhas tias, e psicólogas particulares, Delza e Virgínia, por todo o
cuidado e carinho, sempre me apoiando mesmo à distância. 

Ao meu avô, Moacir Cavalero, por ter me levado para o sítio durante
todas as minhas férias da escola, por ter me ensinado a andar a cavalo, por ter
sido meu treinador nas provas dos três tambores, seis balizas e laço em dupla,
por ter sido meu companheiro de cavalgadas, abertura de rodeios e provas,
enfim, por ter sido tão presente na minha infância e adolescência,
compartilhando comigo essa paixão pelos cavalos.
As minhas avós, Belmira e Lígia, pelo amor, carinho, preocupação e
paciência. E também por todas as orações e torcidas em cada etapa da minha
trajetória.
Ao meu orientador, Prof. Papa, por acreditar no meu potencial e me
oferecer essa oportunidade, por me apoiar mesmo sabendo das dificuldades de
desenvolver este trabalho e por me ensinar tudo o que sei sobre Andrologia
Equina. Agradeço imensamente pela oportunidade de aprender e trabalhar
naquilo que há alguns anos era apenas um sonho distante.
Aos meus amigos de longa data, da infância e da faculdade, por se
fazerem presentes em minha vida e entenderem minha ausência.
Aos amigos que fiz em Botucatu, em especial a essa guria bagual,
Rúbia, por ter me ajudado durante todas as etapas desse longo trabalho, pelas
madrugadas na faculdade, pelas viagens para coleta de dados, pelo apoio,
companheirismo e amizade durante esses três anos.
Aos amigos, Edjalma, meu ex colega de equipe e grande incentivador do
desenvolvimento desse projeto, Laíza, pelo companheirismo em todos os
vii

momentos, até mesmo nas madrugadas macerando comprimidos ou naquelas


degustando vinhos e Priscilla, por todo o auxílio, incentivo, troca de ideias e
companheirismo.
A equipe de pós-graduandos do CERAN, pela convivência diária, por
toda a ajuda, troca de experiências, e também pelos momentos compartilhados
durante os experimentos, organizando cursos e participando de eventos.
Aos que me acolheram em Botucatu durante meu período de estágio em
2013, e ainda hoje contribuem para meu crescimento profissional, Gabriel
Monteiro e Yamê Fabres.
Ao Médico Veterinário Humberto, e a Central Equus de Reprodução
Equina, por abrirem as portas da Central, confiarem em mim e permitirem a
utilização dos garanhões para o desenvolvimento do meu trabalho. Agradeço
também aos estagiários, residentes e funcionários da Central, pela proatividade
e ajuda em tudo o que precisei.
A Camila Dell’Aqua pelo auxílio, compreensão e pelos vários encaixes
nos horários das análises de citometria de fluxo.
Aos meus colegas de residência, os quais considero amigos e guardo
boas lembranças, Vivi, Lucas, Zero, Gabi e Rafaela.
Aos residentes e ex residentes de 2017 e 2018 por sempre estarem
dispostos a me ajudar em tudo o que precisei durante o desenvolvimento deste
experimento.
As funcionárias, Dona Raquel e Lurdinha, por serem compreensivas e
não me expulsarem do CERAN às quintas-feiras durante a limpeza do
laboratório, por todas as brincadeiras e conversas, pelo carinho e pela
compreensão.
Aos funcionários Edilson, Edvaldo, Felipe e Evandro, pelo auxílio
durante o desenvolvimento do experimento.
Ao Billy, por ser meu fiel companheiro em Botucatu, tornando minha
casa mais “peluda”, meus dias mais barulhentos e minhas noites mais alegres.
A Universidade Federal de Uberlândia, instituição onde me graduei, por
ter me aberto as portas e realizado meu sonho de ser Médica Veterinária.
Agradeço também ao Prof. Robson Antunes, meu orientador de TCC e
viii

iniciação científica, por ter me apresentado ao ambiente acadêmico e a


pesquisa científica.
À UNESP, em especial ao Departamento de Reprodução Animal e
Radiologia Veterinária e a todos os professores por terem contribuído com o
meu crescimento profissional e pessoal, pela troca de experiências e
convivência diária.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
pelo auxílio financeiro concedidos para a realização desse projeto de pesquisa.

“A educação é o que sobra depois que nos esquecemos do que


aprendemos na escola.” 

Albert Einstein
ix

Lista de Tabelas

Capítulo 2

Table 01. Settings for stallion semen analyses …………………………..………… 69

Table 02. Summary of pharmacological induced ex copula protocols and


ejaculation rates of 12 sexually mature stallions in 2 trials of each stallion in
each protocol……………………………………………………………………………. 71

Table 03. Mean values and standard deviation of seminal characteristics of


base line in copula and pharmacologically-induced ex copula ejaculates of 9
stallions. Values were calculated from the mean of 2 ejaculates from each
stallion (except 3 stallions that had only 1 induced ejaculate)……………………. 72
x

Lista de Figuras

Capítulo 1

FIGURA 1 - Corte transversal do corpo do pênis. a) artéria dorsal do pênis, b)


veia dorsal do pênis, c) nervo dorsal do pênis, d) túnica albugínea, e) corpo
cavernoso do pênis, f) trabéculas, g) uretra, h) músculo bulboesponjoso, i)
músculo retrator do pênis, j) corpo esponjoso do pênis. (arquivo pessoal) ……. 22

FIGURA 2 - Corte lateral de pênis e prepúcio. a) plexo venoso dorsal, b) corpo


cavernoso do pênis, c) uretra, d) corpo esponjoso do pênis, e) prega prepucial,
f) orifício prepucial, g) processo uretral, h) fossa da glande, i) sinus uretral, j)
coroa da glande, l) parede abdominal. (arquivo pessoal) …………………………. 22

FIGURA 3 - O aumento do fotoperíodo diminui a melatonina circulante,


reduzindo o feed back negativo ao hipotálamo, que aumenta a produção e
liberação de GnRH. Este hormônio atua na adenohipófise estimulando a
liberação dos hormônios FSH e LH. O FSH atua nas células de Sertoli
induzindo a síntese de inibina, ativina, fatores de crescimento, ABP’s e
estrógenos. Já o LH atua diretamente nas células de Leydig estimulando a
esteroidogênese bem como fatores de crescimento. (arquivo pessoal)…………. 25

FIGURA 4 - Inervação do sistema nervoso autônomo simpático (SNAS)


liberando a Noradrenalina (NA) que interage com os receptores adrenérgicos
alfa 1 e induzem a ativação da Proteína Gq que, por meio de sua subunidade
alfa, estimula a hidrólise de PIP2, pela proteína Fosfolipase C, em IP3 e DAG.
Os IP3 e DAG se difundem pelo citoplasma celular e induzem o influxo de
cálcio do retículo endoplasmático (RE) para o citoplasma, que leva a
contrações da musculatura lisa. (arquivo pessoal) ………………………………… 32

FIGURA 5 - As principais causas de não ejaculação são por desconforto e dor


durante ao efetuar a monta, obstruções em região de colículos seminais ou
ducto deferente, azoospermia e ejaculação retrógrada. O diagnóstico
diferencial entre causas obstrutivas e azoospermia é realizado pela dosagem
da enzima fosfatase alcalina associada ultrassonografia transretal das
xi

glândulas sexuais anexas. Já o diagnóstico de dor ou instabilidade durante a


monta requer uma avaliação clínica minuciosa geralmente associada a exames
complementares. A ejaculação retrógrada é diagnostica por sondagem vesical
para recuperação da urina e avaliação da presença de espermatozoides.
(arquivo pessoal)…………………………………….…………………………………. 38

FIGURA 6 - Coleta de sêmen por meio de indução farmacológica da


ejaculação. A) Utilização de copo coletor acoplado a mucosa plástica. B)
Utilização de suspensório com mucosa plástica posicionada ao redor do
prepúcio e amarrada ao flanco por dois cordões laterais e um cordão
transpassado entre os membros pélvicos. (arquivo pessoal) ……….……………. 42
xii

SUMÁRIO


CAPÍTULO 1 …………………………………………………………………….…
 19
Introdução e Justificativa………………………………………………………..…. 19

Revisão de Literatura ……………………………………………………….….…
 21

1. Anatomia funcional do aparelho reprodutor de garanhões………………… 21


2. Neuroendocrinologia da reprodução ………………………………………… 24
3. Mecanismos neurofisiológicos de ereção e ejaculação …………………… 27
3.1.Comportamento sexual normal de garanhões ……………………………... 27
3.2. Ereção e Ejaculação ……………………………………………………….…
 28
4. Sistema autônomo simpático e receptores alfa adrenérgicos……………. 
 30
5. Principais distúrbios que impedem a ejaculação ……………………..…… 
 33
5.1. Distúrbios que impedem a cópula ………………………………………… 
 33
5.2. Distúrbios ejaculatórios ………………………………………………..…… 
 34
6. Principais métodos de coleta de sêmen de garanhões ……………………
 38
7. Indução farmacológica da ejaculação ……………………………………… 
 41
7.1. Fármacos utilizados na indução farmacológica da ejaculação…………
 42
7.1.1. Cloridrato de Imipramina …………………………………………………
 42
7.1.2. Agonistas alfa adrenérgicos …………………………………………..…
 44

7.1.3. Ocitocina ……………………………………………………………………
 46
7.1.4. Prostaglandina F 2 alfa ………………………………………………..…
 47
8. Protocolos de indução farmacológica da ejaculação ……………………
 48
Referências………….………………….…………………………….…………… 
 51
Objetivos………………….…………….…………………………….………….… 61
CAPÍTULO 2 ………………………………………………….………………….… 62

ARTIGO 1: Efeito da adição de ocitocina em protocolos de indução

farmacológica da ejaculação em garanhões …………………….………………
63
Resumo ………………………………………………………………………………
64
1. Introdução …………………………………………………………………………
65
2. Materiais e Métodos…………………………………………………………….…67

Animais e Local de Pesquisa ………..……………………………………….

67
Delineamento Experimental …………………………………………….
 67
Protocolos Experimentais ……………………………………………………

67
xiii

Coleta e processamento do sêmen …………………………………………
 67


Análise da cinética espermática ………………………………………………
67
Avaliação morfofuncional espermática por citometria de fluxo ……………68
Análise Estatística ……………………………….…………………………… 69
Análise da Morfologia Espermática ……………………………………..……
69

Análise e processamento da urina ……………………………………………
70
Avaliação dos efeitos colaterais ………..……………………………………
 70
3. Resultados …………………………………………………………………………
 70
3.1. Taxa de Ejaculação ……………………………………………………………..
 70
3.2. Características Seminais …………………………………………………………
71
3.3. Avaliação por citometria de fluxo ………………………………………………
 72
3.4. Efeitos adversos……………………………………………………………………
73
4. Discussão …………………………………………………………………….…… 73
5. Conclusão …………………………………………………………………….……
 78
Referências ………………………………………………………….…………………
 79

xiv

CAVALERO, T.M.S. NOVOS PROTOCOLOS UTILIZANDO ASSOCIAÇÕES


COM OCITOCINA NA INDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA EJACULAÇÃO EM
GARANHÕES. Botucatu – SP. 2018. 82p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus Botucatu, Universidade Estadual
Paulista.

RESUMO

A indução farmacológica da ejaculação é uma alternativa utilizada para


aumentar a função ejaculatória de garanhões incapazes de ejacularem pelos
métodos tradicionais de coleta de sêmen. No entanto, os protocolos
desenvolvidos até o presente momento apresentam baixas taxas de sucesso
na indução da ejaculação, alta variabilidade de doses, vias de administração e
efeitos adversos. A ocitocina é um hormônio que participa ativamente no
desencadeamento da ejaculação, no entanto, não existem estudos avaliando
sua atuação em protocolos de indução farmacológica da ejaculação. Nesse
sentido, o presente estudo teve por objetivos: 1) Comparar a eficiência de
diferentes protocolos na indução da ejaculação; 2) Avaliar a eficiência da
ocitocina quando adicionada aos protocolos; 3) Comparar os parâmetros
seminais de ejaculados coletados em vagina artificial e por indução
farmacológica da ejaculação. Foram avaliados os protocolos X - Xilazina (0,66/
mg/kg/i.v); XO - xilazina (0,66/mg/kg/i.v) + ocitocina (20UI/i.v); IX - Imipramina
(3/mg/kg/v.o) + xilazina (0,66/mg/kg/i.v); IXO - Imipramina (3/mg/kg/v.o) +
xilazina (0,66/mg/kg/i.v) + ocitocina (20UI/i.v); D- detomidina (0,02/mg/kg/i.v);
DO - detomidina (0,02/mg/kg/i.v) + ocitocina (20 UI/i.v); ID-Imipramina (3mg/kg/
v.o) + detomidina (0,02mg/kg/i.v); IDO-Imipramina (3mg/kg/v.o) + detomidina
(0,02mg/kg/i.v) + ocitocina (20 UI/i.v); IO- Imipramina (3mg/kg/v.o) + ocitocina
(20 UI/i.v). Nenhum dos 4 garanhões jovens ejacularam e 9 dos 12 (75%)
garanhões adultos responderam a, pelo menos, 1 protocolo. Nenhum dos
garanhões que responderam aos tratamentos com xilazina respondeu aos
tratamentos com detomidina. Dois garanhões responderam ao X e XO (16,6%)
em todas as tentativas, 4 garanhões responderam ao IX e IXO (33,33%) em
75% das tentativas. Um garanhão respondeu ao DO (8,33%) em todas as
xv

tentativas, enquanto 5 garanhões responderam ao IDO (41,6%) em 70% dos


tentativas. A ereção ocorreu em 5 garanhões (31,25%), enquanto a
masturbação ocorreu em apenas 2 garanhões (16,6%). Ereção e masturbação
não foram observados nos protocolos sem a administração de imipramina (X,
XO, D e DO). Os ejaculados obtidos em DO e IDO tiveram menor volume total,
menor volume de gel livre e maior concentração (P <0,05), com um número
total de espermatozóides, cinética e morfologia espermática semelhantes (P>
0,05) aos protocolos com xilazina (X, XO, IX e IXO) e ejaculados coletados por
meio de vagina artificial. As características do sêmen sugerem diminuição dos
fluidos das glândulas acessórias nos protocolos DO e IDO, provavelmente
devido a não pré-estimulação sexual e também pelo uso de ocitocina, que
aumenta contrações em cauda do epidídimo. Assim, a ocitocina parece
desempenhar um papel na indução da ejaculação quando associada à
detomidina, mas nenhuma quando associada à xilazina.

Palavras-chave: distúrbios ejaculatórios, sêmen, imipramina, detomidina,


xilazina.
xvi

CAVALERO, T.M.S. NEW PROTOCOLS USING OXYTOCIN FOR


PHARMACOLOGICALLY-INDUCED EJACULATION IN STALLION. Botucatu –
SP. 2018. 82p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Campus Botucatu, Universidade Estadual Paulista.

ABSTRACT
The pharmacological induction of ejaculation has been an alternative used to
increase ejaculatory function of stallions incapable of ejaculating by the
traditional methods of semen collection. However, the protocols developed to
date are available in high rate of dose variation, routes of administration,
adverse effects and ejaculation rates. In general, pharmacological protocols
have shown low success rates in inducing ejaculation. Thus, the aims of the
study were: 1) Compare the efficiency of different protocols to induce ex copula
ejaculation when detomidine and oxytocin was added to the protocols; 2)
Compare seminal parameters between in copula and ex copula ejaculates; We
evaluated the nine protocols to ex copula ejaculation: X - xylazine (0.66mg/kg/
i.v); XO - xylazine + oxytocin (20UI/i.v); IX - imipramine (3mg/kg/v.o) + xylazine
(0.66mg/kg/i.v); IXO - imipramine (3mg/kg/v.o) + xylazine (0.66 mg/kg/i.v) +
oxytocin (20UI); D - detomidine (0.02mg/kg/i.v); DO - detomidine (0.02mg/kg/i.v)
+ oxytocin (20UI/i.v); ID - imipramine (3mg/kg/v.o) + detomidine (0.02mg/kg/i.v);
IDO- imipramine (3mg/kg/v.o) + detomidine (0.02mg/kg/i.v) + oxytocin (20 UI/
i.v); IO- imipramine (3mg/kg/v.o) + oxytocin (20 UI/i.v). Four young stallions (2-3
y old) and 12 sexually mature stallions (6 to 26 y old) were each submitted to 2
treatment trials conducted at 3-day intervals. Induced ejaculates were collected
into a plastic bag and compared with in copula ejaculates. None of the 4 young
stallions ejaculated and 9 of the 12 mature stallions responded. Stallions that
responded to xylazine did not respond to detomidine treatments. Two stallions
responded to X and XO while 4 mature stallions responded to IX and IXO. One
stallion respond to DO while 5 stallions responded to IDO. Erection occurred in
5 stallions and no erection and masturbation were observed in protocols without
imipramine. The induced ejaculates obtained in DO and IDO had significantly
(P<0.05) lower total volume, lower free-gel volume and higher concentration,
with similar (P>0.05) total number of spermatozoa, sperm kinetics and
xvii

morphology compared to in copula ejaculates and xylazine protocols. The


semen characteristics suggests decreased accessory glands fluids in protocols
DO and IDO, probably resulting from the use of oxytocin, which increase the
epididymal tail contraction. Thus, oxytocin appears to play a role to induce
ejaculation when associated with detomidine, but not when associated with
xylazine.

Key-words: imipramine, detomidine, xylazine, semen, ejaculatory disorders.


"O sucesso não é resultado de um fator único. Ele tem a ver com o
alinhamento entre quem você é e onde você escolhe estar.”
Eric Barker

CAPÍTULO 1

19

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Na medicina veterinária, as biotecnologias relacionadas a reprodução,


como a coleta de sêmen e a inseminação artificial, são amplamente utilizadas
por facilitarem o manejo reprodutivo e proporcionarem um melhor
aproveitamento do garanhão. A técnica de inseminação artificial permite o uso
de animais de alto valor genético em todo o território mundial, por meio do
envio de sêmen criopreservado, sendo oficialmente aprovada por diversas
associações de criadores de cavalos.
O método mais utilizado em garanhões para a coleta de sêmen é por
meio de vagina artificial. No entanto, como esta técnica mimetiza a monta
natural, diversas alterações físicas, reprodutivas e/ou comportamentais podem
impedir ou dificultar este procedimento (MONTEIRO et al., 2011; AMANN,
2011).
Diversos fatores podem levar a incapacidade no ato da cobertura
(impotência coeundi). São descritos diversos relatos de equinos machos
apresentando afecções físicas associadas a impotência coeundi, tais como:
fraturas ósseas, lesões em coluna vertebral, pododermatite asséptica difusa,
fimose, parafimose e neoplasias proliferativas em pênis e prepúcio, como o
carcinoma de células escamosas (EURIDES et al., 1997; FEARY et al., 2005;
McKINNON et al., 2011; MENZIES-GOW, 2012; CHARCUR et al., 2014).

Desse modo, a colheita de sêmen de garanhões pelo método de
indução farmacológica apresenta - se como uma ferramenta auxiliar importante
para a preservação do material genético de garanhões impossibilitados de
efetuar a monta (CARD et al., 1997; ROWLEY et al., 1999; McDONNEL, 2001).

A indução farmacológica da ejaculação tem por objetivo mimetizar os
eventos neurofisiológicos que desencadeiam o processo de ejaculação
(McDONNEL, 2001), embora estes mecanismos ainda não estão totalmente
elucidados.

Estudos anteriormente desenvolvidos utilizando xilazina e associações
de imipramina e xilazina apresentaram alta variabilidade de resultados, com
resultados variando entre 27% e 68% de sucesso (McDONNELL; ODIAN,
1993; McDONNELL; TURNER, 1994; JONHSON et al., 1998; DUTRA, 2000).
20

O cloridrato de detomidina foi utilizado para induzir a ejaculação em jumentos,


alcançando 20% de sucesso (MRACKOVA et al., 2013). Do mesmo modo, um
relato de caso obteve sucesso na indução da ejaculação em um garanhão após
a administração de detomidina (ROWLEY et al., 1999), no entanto, não existem
pesquisas científicas comprovando a eficácia do uso do cloridrato de
detomidina na indução farmacológica da ejaculação em garanhões. 

O hormônio ocitocina, assim como outros hormônios que participam do
controle parácrino e autócrino da função testicular, participa ativamente no
desencadeamento da ejaculação pela indução de contrações rítmicas em
epidídimos e túbulos seminíferos (VIGNOZZI et al., 2008), entretanto, não
existem relatos de sua utilização na indução farmacológica da ejaculação. 

Devido a alta variabilidade de resultados, as baixas taxas de sucesso na
indução da ejaculação pelos protocolos desenvolvidos até o presente momento
e a ineficiência da técnica de eletroejaculação na espécie equina, garanhões
incapazes de ejacular pelo método de coleta tradicional são retirados dos
programas de reprodução, acarretando em grandes prejuízos tanto econômicos
quanto genéticos para a equideocultura mundial.

A utilização de protocolos farmacológicos eficientes na indução da
ejaculação seria uma alternativa importante para impedir o descarte de
garanhões diagnosticados com enfermidades relacionadas a incapacidade de
efetuar a monta, alterações na libido, déficit de ereção, traumas psicológicos ou
distúrbios ejaculatórios, garantindo consequentemente a preservação do
material genético desses animais.
21

REVISÃO DE LITERATURA

1. Anatomia funcional do aparelho reprodutor de garanhões

O conhecimento dos parâmetros morfológicos e fisiológicos normais do


aparelho reprodutor de garanhões é fundamental para identificar alterações
reprodutivas, otimizar manejo reprodutivo e avaliar o potencial fértil do animal.
O aparelho reprodutor do macho equino consiste em pênis, prepúcio, quatro
pares de glândulas anexas, um par de testículos e epidídimos protegidos pelo
escroto, e ligados a cavidade abdominal pelos cordões espermáticos. Cada
cordão espermático é formado por nervos, vasos linfáticos, ducto deferente,
músculo cremáster interno, veias e artéria testicular e túnica vaginal, que
migram da cavidade abdominal através do anel inguinal e se conectam ao
testículo (BLANCHARD; VARNER, 1992; AMANN, 2011).

Na espécie equina, o pênis é considerado do tipo músculo-cavernoso,
assim denominado devido a sua composição histológica, sendo constituído por
musculatura isquiocavernosa em sua região dorsal, formando os corpos
cavernosos, circundados por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso
denominada de túnica albugínea. Os corpos cavernosos compartilham de uma
estrutura septada bastante irrigada em toda a sua extensão, o que permite o
influxo e a difusão sanguínea durante o processo de ereção. A região ventral do
pênis é formada pelo corpo esponjoso, músculo bulboesponjoso, o qual
circunda a uretra peniana, e músculo retrator do pênis (Figura 1 e 2) (AMANN,
2011).

O aporte sanguíneo peniano é originário da artéria obturatória, que
forma a artéria dorsal do pênis, e das artéria pudenda interna e artéria pudenda
externa, que formam a artéria cranial do pênis. A inervação é derivada dos
nervos pudendos e plexo pélvico. As principais vias de vascularização e
inervação peniana estão localizadas dorsalmente, e tem íntima relação com a
função dos corpos cavernosos (GETTY, 1981).
22

FIGURA 1 - Corte transversal do corpo do pênis. a) artéria dorsal do pênis, b) veia


dorsal do pênis, c) nervo dorsal do pênis, d) túnica albugínea, e) corpo cavernoso do
pênis, f) trabéculas, g) uretra, h) músculo bulboesponjoso, i) músculo retrator do pênis,
j) corpo esponjoso do pênis. (arquivo pessoal)

FIGURA 2 - Corte lateral de pênis e prepúcio. a) plexo venoso dorsal, b) corpo


cavernoso do pênis, c) uretra, d) corpo esponjoso do pênis, e) prega prepucial, f)
orifício prepucial, g) processo uretral, h) fossa da glande, i) sinus uretral, j) coroa da
glande, l) parede abdominal. (arquivo pessoal)
23

O pênis quando não ereto, é protegido pelo prepúcio, epitélio de


revestimento subdividido em lâminas prepuciais interna e externa. A lâmina
prepucial externa forma o orifício prepucial enquanto a lâmina interna constitui
a prega prepucial (figura 2). Durante o processo de ereção o orifício prepucial
está localizado na base peniana enquanto a prega prepucial, em continuidade
com o orifício prepucial, constitui o revestimento epitelial do terço médio-final
do pênis (AMANN, 1981; 2011). 

O escroto consiste em uma bolsa de revestimento a qual abriga os
testículos, epidídimos e cordão espermático. É constituído por uma camada de
tecido epitelial, túnica dartos, fáscia escrotal e lâmina parietal da túnica vaginal.
Desse modo, o escroto, por meio dos mecanismos de contração e relaxamento
da túnica dartos e do músculo cremáster promovem a termorregulação
testicular. Sua camada externa de tecido epitelial é altamente rica em glândulas
sudoríparas e sebáceas, o que contribui para a dissipação do calor e
manutenção da temperatura testicular (AMANN, 1981; 2011). 

Os testículos são as gônadas sexuais masculinas, sendo estes
revestidos por tecido conjuntivo fibroso denominado de túnica albugínea e
inseridos no interior das lâminas visceral e parietal da túnica vaginal. Em
garanhões, os testículos apresentam formato ovóide e posição horizontal, com
consistência fibro-elástica e volume testicular variando de acordo com a raça.
Possuem função mista, sendo responsáveis pela gametogênese e produção de
diversos hormônios (TURNER, 1998; AMANN, 2011). A inervação testicular é
derivada dos plexos renais e mesentérico caudal (GETTY, 1986), de modo que,
o parênquima testicular apresenta ramificações nervosas provenientes
exclusivamente do sistema nervoso autônomo simpático (RISLEY; SKREPTOS,
1964).

Os epidídimos são ductos enovelados subdivididos anatomicamente
entre cabeça, corpo e cauda. Apresentam cerca de 70 metros de comprimento
quando não enovelados. A cabeça é originária dos ductos eferentes e está
posicionada lateralmente ao cordão espermático, prolongando-se pela região
dorsal do testículo com formato cilíndrico onde passa a denominar-se corpo do
epidídimo. O segmento final do epidídimo está localizado no pólo caudal do
testículo, denominando - se assim cauda do epidídimo. A cauda do epidídimo
24

armazena 70% do total de espermatozoides encontrados nos testículos de


garanhões (SULIVAN et al., 2005).

Desse modo, os epidídimos são importantes reservatórios de
espermatozoides fora dos testículos, sendo responsáveis por alterações físico-
químicas que garantem a sobrevivência dessas células por semanas, bem
como a maturação espermática antes da ejaculação (SULIVAN et al., 2005,
AMANN, 2011).

Garanhōes possuem um conjunto de glândulas sexuais acessórias
formado por um par de ampolas, um par de vesículas seminais, uma próstata
bilobulada e um par de glândulas bulbouretrais (GETTY, 1986). As glândulas
sexuais acessórias são responsáveis pela produção do plasma seminal, o qual
representa cerca de 95% do volume total do ejaculado, sendo o restante
formado por espermatozoides provenientes da cauda dos epidídimos
(BLANCHARD; VARNER, 1992).

2. Neuroendocrinologia da reprodução no garanhão

A atividade reprodutiva em equinos é mediada por sinalizadores


hormonais que mantém a comunicação do eixo hipotalâmico-hipofisário-
gonadal equilibrada (Figura 3). Essa comunicação é realizada por sinalizações
endócrinas, parácrinas e autócrinas. Embora os mensageiros provenientes
dessas vias de comunicação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, bem
como as estruturas anatômicas envolvidas nesse processo, estejam bem
identificadas, a maneira com que esses mensageiros se relacionam e modulam
a atividade reprodutiva ainda não foi completamente esclarecida (ROSER,
2008).

A espécie equina apresenta atividade reprodutiva sazonal característica
de dias longos (BEN SAAD e MAUREL, 2002). O hormônio melatonina,
produzido pela glândula pineal, tem um papel importante na regulação sazonal
da atividade reprodutiva. O aumento na secreção de melatonina está
relacionado com a diminuição de liberação do Hormônio liberador de
gonadotrofinas (GnRH). Em vista disso, é possível observar diminuição da
libido e redução do volume testicular nos períodos de menor disponibilidade de
luz em países com estações do ano bem definidas (SHARP et al., 1993;
25

MALPAUX et al., 2001). Do mesmo modo, Jonhson e Thompson (1983)


observaram durante os meses de verão um aumento de 36% na quantidade de
células de Sertoli, e, consequente, um aumento do volume testicular e da
produção diária de espermatozoides.

FIGURA 3 - O aumento do fotoperíodo diminui a melatonina circulante, reduzindo o feed back


negativo ao hipotálamo, que aumenta a produção e liberação de GnRH. Este hormônio atua na
adenohipófise estimulando a liberação dos hormônios FSH e LH. O FSH atua nas células de
Sertoli induzindo a síntese de inibina, ativina, fatores de crescimento, ABP’s e estrógenos. Já o
LH atua diretamente nas células de Leydig estimulando a esteroidogênese bem como fatores
de crescimento. (arquivo pessoal)


O GnRH é produzido em padrões pulsáteis pelo hipotálamo, que por
neurônios hipotalâmicos atinge a glândula hipófise e promove a produção dos
hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O FSH apresenta
receptores nas células de Sertoli, estimulando a gametogênese. Já o hormônio
LH atua nas células de Leydig, induzindo a esteroidogênese (andrógenos e
estrógenos). A produção do hormônio testosterona pelas células de Leydig é
fundamental para o desenvolvimento das características físicas e
comportamentais do macho devido as suas funções anabólicas e androgênicas
(AMANN, 1993; ROSER, 2001; ROSER, 2008). 

26

O feed back negativo promove a manutenção dos níveis hormonais em


equilíbrio. Desse modo, o aumento do FSH circulante induz a produção do
hormônio inibina, que causa um feed back negativo para a produção do
hormônio FSH. De forma oposta, quando os níveis de FSH estão baixos, as
células de sertoli produzem o hormônio ativina, que parece estimular sua
produção, gerando um feed back positivo para o FSH (ZIRKIN et al., 1994). 

Os hormônios estrógeno e testosterona também estão relacionados com
a modulação da produção de FSH. Estudos in vitro correlacionaram a ação do
17β estradiol com o aumento na liberação de LH e redução da secreção de
FSH (ROSER, 2001; ROSER, 2008). Johnson e Thompson (1983) em estudo
realizado na América do Norte em garanhões, observaram uma redução de
50% dos níveis plasmáticos de LH durante os meses de inverno. No entanto,
em animais castrados as concentrações de LH se mantém constantes durante
todo o ano (IRVINE; ALEXANDER, 1982).

Em resposta ao FSH as células de Sertoli sintetizam estradiol, ativina,
inibina e diversos fatores de crescimento como o fator de crescimento
semelhante a insulina (IGF-1), fator de transformação de crescimento beta
(TGF - β), interleucinas e proteínas ligadoras de andrógenos (ABP) (SHARPE,
1983). As ABPs são glicoproteínas que carreiam especificamente os hormônios
testosterona, di-hidrotestosterona e 17β estradiol. A ligação desses hormônios
às ABPs aumenta sua lipossolubilidade, concentrando-os no ambiente
testicular, no qual são fundamentais para a espermatogênese. O ambiente
testicular equino apresenta concentrações de estrógenos extremamente
elevadas quando comparado as demais espécies. O estrógeno parece ter um
efeito tanto na produção espermática quanto na modulação das funções
celulares dos testículos (ROSER, 2001; ROSER, 2008). 

O envolvimento das sinalizações parácrinas e autócrinas é fundamental
na regulação tanto da espermatogênese quanto da esteroidogênese (ROSER,
2008). Hormônios como a prolactina, hormônio do crescimento e hormônio
tireoideano parecem estar relacionados à síntese de receptores de LH e
andrógenos nas células de Leydig, estimulando a espermatogênese. Fatores
como o IGF - 1, sintetizado tanto pelas células de Leydig quanto de Sertoli,
também estimulam a esteroidogênese. Contrariamente, peptídeos semelhantes
27

ao GnRH, TGF - β e opióides apresentam efeito inibitório na produção de


testosterona (CHUZEL et al., 1996). 

Fatores autócrinos, como vasopressina e ocitocina, também parecem
estar envolvidos na modulação da produção de testosterona. A ocitocina
parece ter um papel estimulante, enquanto a vasopressina apresenta efeito
inibitório na produção de testosterona. A ocitocina atua também nas células
peritubulares mióides dos túbulos seminíferos induzindo contrações destes
túbulos e consequente ejeção espermática para a rede testis (THACKARE et
al., 2006). A ocitocina também tem sido considerada importante durante o
processo ejaculatório (VIGNOZZI et al., 2008; CORONA et al., 2012).

A produção do hormônio testosterona também interfere nos processos
de ereção e ejaculação. Estudos em ratos e humanos observaram que altas
concentrações de testosterona sérica estão relacionadas a ejaculação precoce
enquanto baixos níveis relacionam-se com ejaculação retardada, baixo volume
do ejaculado, baixa libido e déficit de ereção. Do mesmo modo, o
hipertireoidismo também tem sido relacionado a ejaculação precoce, aumento
de contrações em vesícula seminal e em musculatura peniana bulboesponjosa
de camundongos (CORONA et al., 2012). Os estrógenos, principalmente o
estradiol, participam da fase de emissão da ejaculação por induzir contrações
epididimárias. O estradiol também aumenta a sensibilidade dos receptores de
ocitocina, potencializando os efeitos da ocitocina durante o processo
ejaculatório (VIGNOZZI et al., 2008; FILIPPI et al., 2002a). O hormônio cortisol
apresenta elevação plasmática durante o estímulo sexual, mas não tem
atuação no processo ejaculatório (VILLANI et al., 2006).

3. Mecanismos neurofisiológicos de ereção e ejaculação

3.1. Comportamento sexual de garanhões

Em ambientes de vida livre, sem a intervenção humana, a espécie


equina tem uma organização social pré-estabelecida. Nesse contexto, um
único garanhão apresenta um harém de éguas. Embora alguns rituais
relacionados ao comportamento sexual tenham sido suprimidos, os garanhões
28

continuam exibindo comportamentos específicos no momento da cópula. Esse


padrão comportamental auxilia na identificação de garanhões com alterações
sexuais relacionadas a um comportamento sexual anormal (MCDONNELL,
1992).
O garanhão quando colocado em contato com uma égua no estro,
apresenta um comportamento pré-copulatório de investigação. São observados
padrões relacionados a cheirar, lamber, morder e vocalizar durante a corte,
geralmente seguidos pelo reflexo de Flehmen. Acredita-se que o reflexo de
Flehmen, caracterizado pela elevação de cabeça e pescoço, associada ao
levantamento do lábio superior, facilita o movimento de fluidos provenientes da
égua para o órgão vomeronasal (STAHLBAUM; HOUPT, 1989; McDONNELL,
1992; McDONNELL, 2000).
Esse comportamento pré-copulatório de exploração da fêmea
desencadeia rapidamente o processo de ereção. Em garanhões normais a
ereção leva de 1 a 2 minutos para ocorrer. Já a ejaculação, normalmente,
ocorre após o primeiro ou segundo salto em 90% dos garanhões
(McDONNELL, 1992).

A masturbação também é um comportamento comum em equídeos, com
animais podendo apresentar esse comportamento a cada 90 minutos
independente de estímulo sexual. Caracteriza-se por movimentos rítmicos do
pênis ereto contra a parede abdominal associada a intumescência da glande
peniana. A eliminação de fluido pré-seminal e movimentos pélvicos são
frequentemente observados durante a masturbação, no entanto, a ejaculação é
incomum (McDONNELL, 1992).

3.2. Ereção e ejaculação



A ereção é um evento hemodinâmico que resulta em relaxamento
arteriolar em resposta à liberação do neurotransmissor óxido nítrico (NO).
Diante do estímulo sexual, respostas neuronais induzem a liberação de NO
pela via parassimpática não-adrenérgica não-colinérgica na musculatura lisa e
endotelial do corpo cavernoso e, em menor quantidade, do corpo esponjoso do
pênis. O NO ativa a guanilato ciclase, aumentando a síntese do segundo
29

mensageiro GMPc. O GMPc interage com a proteína G (PKG) causando a


fosforilação de substratos que levam ao sequestro e extrusão dos íons cálcio.
Essa diminuição do cálcio intracelular leva ao relaxamento muscular (TRAISH
et al., 2000; CORBIN et al., 2002; DEAN; LUE, 2005).
O relaxamento da musculatura lisa trabecular e arteriolar, diminui a
resistência vascular e, consequentemente, promove um influxo sanguíneo para
o interior da musculatura peniana (ANDERSON, 2001).
Concomitantemente, devido ao aumento da pressão intracavernosa o
complexo venoso é comprimido e estenosado, diminuindo o retorno venoso,
favorecendo ainda mais o aumento da pressão intracavernosa. Esse aumento
de volume sanguíneo no interior do pênis é responsável pelo aumento de
tamanho e enrijecimento do mesmo, sendo este processo denominado de
ereção peniana (ANDERSON, 2001; CORBIN et al., 2002; DEAN; LUE, 2005).
A ejaculação consiste em um conjunto de eventos neurofisiológicos
sincronizados que culminam em duas diferentes fases: emissão e expulsão. A
fase de emissão é caracterizada pela liberação dos espermatozoides através
do ducto deferente até a uretra pélvica, no qual estes se misturam ao plasma
seminal que é, concomitantemente, liberado pelas glândulas sexuais anexas
(CLEMENT; GIULIANO, 2016).
Em garanhões, a fase de emissão é precedida por cerca de 7 a 9
movimentos penianos intravaginais que desencadeiam o reflexo de emissão
seminal. Esse reflexo induz contrações musculares rítmicas na cauda do
epidídimo, ducto deferente, ampola, vesícula seminal, próstata e,
provavelmente, glândulas bulbouretrais, levando a liberação dos
espermatozoides e fluido oriundo das glândulas anexas na uretra pélvica.
Simultaneamente ocorre a contração do esfíncter vesical, evitando o contato do
sêmen com urina (MCDONNELL, 1986; MCDONNELL, 1992).
A fase de expulsão é desencadeada imediatamente após a fase de
emissão e leva a eliminação do conteúdo seminal através do processo uretral
em cerca de 7 jatos de sêmen (TISHNER et al., 1974, KOSINIAK et al., 1975).
A expulsão ocorre devido a contrações da musculatura estriada pélvica e
perianal associadas a contrações rítmicas da musculatura peniana
isquiocavernosa, bulboesponjosa e uretral. Simultaneamente, devido a
30

contrações musculares perianais, os garanhões apresentam um reflexo de


levantamento da cauda em cada jato de sêmen emitido (MCDONNELL, 1986).

A fase de expulsão apresenta três frações distintas, de acordo com o
tipo de secreção predominante. A primeira fração, denominada de pré-
espermática, é oriunda de fluidos prostáticos, sem a presença de
espermatozoides. A segunda fração é caracterizada pela alta concentração de
espermatozoides provenientes dos epidídimos. A terceira fração, também
denominada de fração gel, é proveniente das vesículas seminais, apresentam
consistência viscosa e poucos espermatozoides, remanescentes da segunda
fração (AMANN, 1993).
Diferentemente do processo de ereção, os mecanismos de
desencadeamento da ejaculação ainda não estão totalmente elucidados. Sabe-
se que a ativação dos sistemas nervoso autônomo (SNA) e somático são
fundamentais para desencadear o processo ejaculatório. Estudos neuro-
anatômicos em humanos indicam que tanto o sistema nervoso autônomo
parassimpático quanto o simpático são importantes durante a ejaculação. No
entanto, a participação parassimpática ainda continua questionável (CLEMENT;
GIULIANO, 2016).

4. Sistema nervoso autônomo simpático e receptores alfa adrenérgicos

O sistema nervoso é subdividido em central e periférico. O sistema


nervoso periférico divide-se em sistema nervoso somático (SNS) e SNA
(FANTONI; CORTOPASSI, 2002). O SNS caracteriza-se por fibras sensoriais
que mediam informações da pele, musculatura esquelética e articulações. O
SNA é responsável pelas funções involuntárias e viscerais relacionadas a
musculatura lisa, músculo cardíaco e glândulas (SANTOS et al., 2012). O
sistema nervoso autônomo divide-se em parassimpático e simpático exercendo
efeitos opostos e complementares sobre as funções fisiológicas que regulam.
O plexo nervoso pélvico apresenta inervações do sistema nervoso
autônomo simpático e parassimpático. Apresentam ramos eferentes que
passam bilateralmente as vísceras pélvicas, incluindo órgãos sexuais, bexiga e
esfíncter vesical (YANG; JIANG, 2009).
31

As fibras nervosas eferentes do sistema autônomo simpático emergem


do segmento lombossacral da medula espinhal como fibras pré-ganglionares
(MCDONNELL, 1992). Essas fibras pré- ganglionares fazem sinapse com as
fibras denominadas pós-ganglionares, cujo corpo se localiza nos gânglios
autônomos presentes por todo o organismo (SANTOS et al., 2012).
Em equinos, as fibras nervosas pré-ganglionares oriundas do segmento
lombosacral da medula espinhal se conectam ao plexo mesentérico caudal do
sistema nervoso autônomo simpático e emitem ramos para todo o aparelho
reprodutor masculino (MCDONNELL, 1992).
A sinalização neuronal entre as fibras pré e pós-ganglionares simpáticas
é mediada pela acetilcolina, enquanto a comunicação entre as fibras nervosas
pós-ganglionares e os órgãos efetores é mediada pelo grupo de
neurotransmissores das catecolaminas (Noradrenalina e Adrenalina). Desse
modo, as catecolaminas tem função biológica na fenda sináptica ao se ligarem
aos receptores denominados adrenérgicos.Os receptores adrenérgicos são
subdivididos em receptores alfa, beta e dopaminérgicos (GILSBACH et al.,
2011).
A inervação autônoma simpática é fundamental no processo ejaculatório,
pois tanto a fase de emissão seminal quanto o fechamento do esfíncter vesical
são mediadas por ação da inervação simpática. O SNA simpático atua no
aparelho reprodutor masculino por estimulação direta dos receptores alfa-
adrenérgicos presentes nas junções pós - ganglionares da musculatura lisa do
aparelho reprodutor masculino (ZHONG; MINNEMAN, 1999; TRAISH et al., 2000).
A estimulação simpática no aparelho reprodutor masculino induz a
liberação de noradrenalina (NA) na fenda sináptica que se liga e ativa os
receptores pós - ganglionares alfa 1 e alfa 2 - adrenérgicos. Os receptores alfa
adrenérgicos quando ativados induzem contração muscular.
Os receptores alfa 1 adrenérgicos por mudança na conformação ativam
a proteína Gq que se dissocia em subunidades alfa e beta. A subunidade alfa
interage com a Fosfolipase C estimulando a hidrólise de 4,5 bifosfato de
Inositol (PIP2) em 1,4,5 trifosfato de inosiltol (IP3) e diacilglicerol (DAG)
conforme ilustrado na Figura 4. O IP3 se difunde pelo citoplasma celular e
induz a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplamástico. O DAG na presença
32

de cálcio intracelular ativa a proteína quinase C (PKC), que induz mais


liberação de cálcio intracelular (TRAISH et al., 2000).

FIGURA 4 - Inervação do sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) liberando a


noradrenalina (NA) que interage com os receptores adrenérgicos alfa 1 e induzem a ativação
da Proteína Gq que, por meio de sua subunidade alfa, estimula a hidrólise de PIP2, pela
proteína Fosfolipase C, em IP3 e DAG. Os IP3 e DAG se difundem pelo citoplasma celular e
induzem o influxo de cálcio do retículo endoplasmático (RE) para o citoplasma, que leva a
contrações da musculatura lisa. (arquivo pessoal)

Os mecanismos de desencadeamento da contração muscular pelos


receptores alfa 2 adrenérgicos diferem dos receptores alfa 1 adrenérgicos. A
ativação dos receptores alfa 2 promove a inibição da Adenilato ciclase,
diminuindo assim o segundo mensageiro AMP cíclico intracelular
e ,consequentemente, reduz a função da proteína quinase A (PKA),
promovendo aumento do cálcio intracelular (TRAISH et al., 2000).
A contração da musculatura lisa é desencadeada pela combinação dos
íons cálcio com a calmodulina que promovem a ativação da miosina quinase e,
consequente, a fosforilação da cabeça da miosina (TRAISH et al., 2000).

33

5. Principais alterações que impedem a ejaculação

5.1. Disfunções que impedem a cópula

Os distúrbios relacionados a cópula estão geralmente associados a


alterações do aparelho reprodutor masculino de origem congênita ou adquirida.
As alterações congênitas podem estar associadas a estenoses como a fimose
e aplasia ou hipoplasia do ducto deferente (ESTRADA et al., 2003).

A baixa libido é um distúrbio comumente observado em equinos,
principalmente em garanhões jovens e inexperientes. Na maioria dos casos o
reduzido interesse sexual está relacionado com inexperiência e imaturidade
sexual e não com anormalidades endócrinas. Proporcionar ambientes próximos
a éguas e reduzir o contato com outros garanhões pode melhorar o
comportamento sexual. Do mesmo modo, punições e reforços negativos
durante as tentativas de coleta de sêmen devem ser evitadas a fim de não
causar traumas psicológicos. Em garanhões adultos, calendários extenuantes
de coletas, degeneração testicular, sensibilidade dolorosa ou desconforto
durante a cópula, bem como doenças com alterações sistêmicas podem causar
redução da libido. Protocolos farmacológicos podem ser utilizados para
melhorar libido ou reduzirem a ansiedade do animal durante a cópula
(McDONNELL, 1992; McDONNELL, 2005).

Diferentemente da baixa libido, em quadros de disfunção erétil a libido
do animal permanece normal, porém com reduzida intumescência dos corpos
cavernosos do pênis. Em garanhões com déficit de ereção e libido normal o
animal geralmente realiza a monta, mas não consegue efetuar a intromissão do
pênis na vagina da égua ou mesmo na vagina artificial (McDONNELL, 1999).
A maioria dos casos de disfunção erétil é decorrente de um processo
traumático em pênis como coices, acidentes durante a cópula, quadros de
priapismo e parafimose. Lesões da inervação e irrigação pélvica também
podem ocasionar disfunção erétil como tromboses e traumas em medula
espinhal. Embora a ereção não seja essencial para que ocorra a ejaculação, a
maioria dos animais com disfunção erétil não conseguem obter estímulo
suficiente para desencadear o processo ejaculatório (McDONNELL, 1999).

34

Lesões traumáticas em pênis e prepúcio quando não tratadas


adequadamente podem ocasionar aderências penianas e prepuciais que
podem estar associadas a estenoses do óstio prepucial, impossibilitando a
exposição peniana e, consequentemente, a cópula (ALVARENGA;PAPA, 2009).
Os distúrbios relacionados a cópula também podem ocorrer secundários
a afecções adquiridas como neoplasias em pênis e prepúcio. Em equinos,
neoplasias como o carcinoma de células escamosas apresentam alta
incidência no atendimento clínico de alterações reprodutivas de pênis e
prepúcio (BACCARIN et al., 2011). Como as lesões são irreversíveis e a
penectomia é o tratamento preconizado na maioria dos casos, diversos animais
tem sua vida reprodutiva prematuramente interrompida (DIAS et al., 2013).

5.2. Distúrbios ejaculatórios

Os distúrbios ejaculatórios são caracterizados como o não


desencadeamento do processo ejaculatório mesmo quando todos os demais
parâmetros relacionados ao comportamento sexual apresentam-se normais
(McDONNELL, 1992). Alterações músculo-esqueléticas e neurológicas são as
principais causas de distúrbios ejaculatórios em garanhões (McDONNELL,
1999).
Os principais distúrbios ejaculatórios estão subdivididos em: não
ejaculação, ejaculação prematura, ejaculação incompleta e urospermia. Em
estudo realizado por McDonnell (1992) a não ejaculação representou 59% dos
casos de distúrbio ejaculatório atendidos, seguido por 36% de urospermia e 3%
de ejaculação precoce.
A ejaculação precoce é uma condição rara em equinos, caracterizada
pela ejaculação antes que o garanhão introduza devidamente o pênis e realize
os movimentos de propulsão para estimulação da glande. Embora a etiologia
desse distúrbio não seja conhecido, compressas de água fria parecem retardar
a ejaculação nesses animais (McDONNELL, 1992).
As principais causas de não ejaculação estão relacionadas a
sensibilidade dolorosa durante a cópula, ejaculação retrógrada, disfunção
35

psicogênica e obstruções do aparelho reprodutor masculino. O tratamento é


dependente da causa primária de cada alteração.
Alterações relacionadas ao aparelho locomotor como afecções podais,
lesões musculares, inflamações de articulações e ligamentos e osteoartrites,
principalmente em membros posteriores podem gerar desconforto e dor,
causando falha ejaculatória. Ao efetuar a monta o garanhão deposita a maior
parte do seu peso corporal nos membros posteriores, de modo que qualquer
alteração dolorosa nesses membros se tornam muito mais intensas nesse
momento e podem afetar a libido após sucessivas tentativas frustradas
(McDONNELL, 2005). 

Sensibilidade dolorosa também podem ser observadas em garanhões
com alterações na região lombar da coluna vertebral e secundário a
inflamações e infecções como uretrite, orquite e vesiculite seminal. Do mesmo
modo, enfermidades músculo-esqueléticas muitas vezes podem provocar
fragilidade muscular e consequente instabilidade ao efetuar a monta, sendo
também uma causa primária de não ejaculação (ALVARENGA;PAPA, 2009).
Garanhões com comportamento sexual normal e que ao efetuarem a
monta não manifestam os movimentos de propulsão pélvica característicos da
cópula geralmente apresentam fragilidade osteomuscular, desconforto ou
sensibilidade dolorosa. Essas alterações levam desmonta prematura e
repentina, vocalizações finas, e consequentemente, a não ejaculação
(McDONNELL, 1992).
As disfunções psicogênicas são geralmente desencadeadas por traumas
no momento da cópula como coices, vaginas artificiais com temperaturas muito
elevadas e manejo inadequado durante a cobertura. Os sinais clínicos são
similares a dor e fraqueza osteomuscular, no entanto, podem ser observados
alguns movimentos de propulsão pélvica. O tratamento é baseado
principalmente em alterações no manejo, reduzindo o estresse, garantindo o
máximo grau de excitação antes da monta, alterando o ambiente de coleta e
evitando punições durante as tentativas de coleta. Alguns ansiolíticos também
podem ser utilizados para reduzir o estresse do animal (McDONNELL, 1990).

36

Diferentemente dos comportamentos associados a dificuldades em


atingir a ejaculação, alguns distúrbios relacionados as fases de emissão e
expulsão durante o processo ejaculatório podem resultar em comportamento
característico da ejaculação, acompanhado de movimentos de cauda,
contrações uretrais e sinais de relaxamento (POZOR et al., 2011).

Esses distúrbios associados a movimentos característicos de ejaculação
estão principalmente relacionados a ejaculação retrógrada e obstruções
congênitas ou adquiridas dos ductos deferentes e ampolas (McDONNELL,
1992; ESTRADA et al., 2003; POZOR et al., 2011).
A ejaculação retrógrada caracteriza-se pelo relaxamento do esfíncter
vesical com consequente influxo do sêmen para o interior da bexiga no
momento da fase de expulsão seminal da ejaculação. O diagnóstico é realizado
por meio de sondagem vesical e avaliação da presença de grandes
quantidades de espermatozoides na urina. A urospermia apresenta a mesma
etiopatologia da ejaculação retrógrada, no entanto, na urospermia a urina
extravasa da bexiga e é eliminada juntamente com o ejaculado, causando
diferentes graus de contaminação do sêmen. A administração do cloridrato de
imipramina tem obtido bons resultados tanto no tratamento da ejaculação
retrógrada quanto de urospermia. Os esvaziamento da bexiga por meio de
sonda uretral, diuréticos ou micção natural antes da coleta de sêmen também
são importantes ferramentas para reduzir a contaminação seminal com urina
(TURNER et al 1995; BRINSKO 2001).
As obstruções bilaterais das ampolas seminais podem causar falha
ejaculatória, de modo que o garanhão apresenta todos os sinais característicos
da ejaculação, mas somente o plasma seminal é obtido ao final do processo. O
diagnóstico é baseado em exame complementar de ultrasonografia transretal
para visualização da ecogenicidade e tamanho das ampolas seminais
(McDONNELL, 1992) associado a dosagem enzimática de fosfatase alcalina
(TURNER;McDONNELL, 2003). O tratamento preconizado é baseado em
massagens manuais das ampolas associada a administração de Ocitocina (20
UI/i.v) 20 minutos antes da tentativa de coleta de sêmen (McDONNELL, 1992).


37

Obstruções também podem ser observadas na região dos colículos


seminais de garanhões devido a presença de cistos. A quantidade e tamanho
das estruturas císticas podem causar dificuldade ejaculatória com episódios
intermitentes de falha ejaculatória e obtenção do ejaculado após diversas
tentativas de coleta. Os movimentos de propulsão pélvica são observados por
períodos prolongados e movimentos relacionados a ejaculação não são
observados, com ausência de plasma seminal ao final do processo. As
massagens para obstrução de ampola são geralmente ineficazes, já que os
cistos são constantemente preenchidos e não podem ser removidos como
ocorre nos casos de massas obstruindo a ampola seminal. No entanto, a
aplicação de ocitocina associada a compressas quentes na base do pênis
parecem melhorar a função ejaculatória desses animais (POZOR et al., 2011).

A aplasia segmentar bilateral de ducto deferente também é descrita
como uma causa de falha ejaculatória em garanhão jovem. Como esta
obstrução é de origem congênita, nenhum dos tratamentos preconizados para
as obstruções adquiridas de ampola e colículos seminais são eficientes
(ESTRADA et al., 2003).

É importante ressaltar as diferenças entre animais com um quadro
clínico de azoospermia e animais com distúrbios ejaculatórios relacionados a
não ejaculação. A azoospermia é conceituada como a ausência de
espermatozoides no ejaculado e tem como causa alterações graves da
espermatogênese (BALL, 2008). A degeneração testicular é a causa primária
de distúrbios na espermatogênese que podem culminar na redução total da
produção de espermatozoides, caracterizando assim o quadro de azoospermia
(ALVARENGA;PAPA, 2009). Nesses casos o garanhão consegue ejacular
normalmente e os fluidos epididimários e das glândulas anexas são coletados
sem, no entanto, haver a presença de espermatozoides (BALL, 2008).
A enzima fosfatase alcalina (FA) pode ser utilizado como um marcador
de ejaculação devido a sua alta concentração no fluido testicular e epididimário.
Desse modo, reduzidas concentrações de FA (97 UI/L) no ejaculado são
indicativos de obstruções, enquanto concentrações de normais FA (595 - 3409
UI/L) na ausência de espermatozoides são característicos de azoospermia
(TURNER; McDONNELL, 2003).
38

FIGURA 5 - As principais causas de não ejaculação são por desconforto e dor durante ao
efetuar a monta, obstruções em região de colículos seminais ou ducto deferente, azoospermia
e ejaculação retrógrada. O diagnóstico diferencial entre causas obstrutivas e azoospermia é
realizado pela dosagem da enzima fosfatase alcalina associada ultrassonografia transretal das
glândulas sexuais anexas. Já o diagnóstico de dor ou instabilidade durante a monta requer
uma avaliação clínica minuciosa geralmente associada a exames complementares. A
ejaculação retrógrada é diagnostica por sondagem vesical para recuperação da urina e
avaliação da presença de espermatozoides. (arquivo pessoal)

6. Principais métodos de coleta de sêmen em Garanhões

A coleta do sêmen em equinos pode ser realizada com vagina artificial,


estimulação manual da glande com compressas térmicas, ejaculação química,
eletroejaculação e pela recuperação de células espermáticas da cauda do
epidídimo.
A coleta do sêmen com vagina artificial é o método tradicional mais
utilizado em equinos. É uma técnica que consiste em mimetizar os eventos da
cópula, simulando as condições anatômicas e térmicas do interior da vagina da
égua. Basicamente, a vagina artificial é constituída por um tubo cilíndrico rígido
recoberto internamente por uma mucosa de látex, com uma abertura lateral
para o preenchimento do espaço interno, entre o tubo rígido e a mucosa de
látex, com água a uma temperatura entre 42-45°C (LOVE, 1992).
39

Previamente a coleta, o garanhão é estimulado sexualmente até que


alcance ereção completa e salte em uma égua em cio ou em um manequim
adaptado para a coleta de sêmen. A intromissão do pênis se dá na vagina
artificial e todos os movimentos de propulsão observados em monta natural
também são observados durante a coleta em vagina artificial. Os garanhões
apresentam boa aceitação a este método de coleta e são rapidamente
condicionados a esse tipo de manejo reprodutivo. No entanto, são
particularmente sensíveis a alterações de temperatura e pressão da vagina
artificial no desencadeamento do processo ejaculatório (LOVE, 1992).
Uma variação da técnica de coleta por meio de vagina artificial é a coleta
fracionada do sêmen. Essa técnica possibilita o fracionamento do ejaculado em
três diferentes frações, de modo que a fração rica em espermatozoides seja
separada da fração gelatinosa, que é majoritariamente composta por plasma
seminal, proveniente das glândulas sexuais anexas. Desse modo, a coleta
fracionada tem sido muito utilizada em garanhões que apresentam plasma
seminal com efeitos deletérias aos espermatozoides, bem como em garanhões
com vesiculite seminal (OLIVEIRA, 2015; OLIVEIRA, 2016). No entanto, assim
como na coleta por meio de vagina artificial tradicional, garanhões com
dificuldade em efetuar a monta também apresentam dificuldade em ejacular
com essa técnica de coleta (McDONNELL, 1999).
Um método alternativo de coleta em vagina artificial é a coleta em
estação, que consiste na coleta do garanhão sem o animal saltar em
manequim ou égua em cio. O animal após excitação sexual e ereção completa
permanece em posição quadrupedal e a vagina artificial é então introduzida no
pênis do garanhão. Esse método alternativo é eficiente em casos de animais
com dificuldades em efetuar a monta como ocorre em animais com alterações
músculo-esqueléticas e neurológicas. No entanto, muitos garanhões são
resistentes a esse tipo de manipulação, perdendo a excitação e ereção durante
as tentativas de coleta. É importante ressaltar os riscos que essa técnica
oferece ao profissional durante a coleta, visto que o animal estará com os
quatros membros apoiados no chão, gerando uma maior possibilidade de
reações negativas do animal, como coices (McDONNELL, 2005).
40

A estimulação manual da glande com o auxílio de compressas quentes


também tem sido um método alternativo de coleta de sêmen. As compressas
são previamente aquecidas a 55 graus, sendo uma compressa posicionada na
base do pênis e outra compressa recobrindo a glande. Para que não ocorra
perda do ejaculado, um saco plástico é previamente fixado ao redor da glande
sem a presença de ar no seu interior para que o plástico não se rompa durante
os movimentos manuais de estimulação (McDONNELL, 1990). Essa técnica
pode ser realizada tanto com o animal em estação quanto em animais
efetuando a monta, de modo que alguns animais apresentam maior excitação
durante a monta. É uma técnica muito utilizada em garanhões com quadro
clínico relacionado a disfunção (McDONNELL, 2005).
Em equinos, contrariamente ao que ocorre em ruminantes, a técnica de
eletroejaculação tem sido contra indicada, devido a diferenças marcantes no
comportamento entre as espécies. Os garanhões sem nenhuma sedação
apresentam baixa aceitação da técnica, com riscos de traumas tanto para os
animais quanto para os operadores. As particularidades anatômicas do
aparelho reprodutor de garanhões associadas ao alto nível de estresse a que
essa técnica submete os animais levam a baixas taxas de sucesso na indução
da ejaculação bem como a contaminação seminal por urina, inviabilizando o
uso do sêmen (CARY et al., 2004). No entanto, um estudo com cavalos
selvagens (Equus ferus przewalskii) submetidos a anestesia dissociativa
previamente à eletroejaculação apresentou alta taxa de indução da ejaculação.
Nenhuma das amostras seminais obtidas estavam contaminadas com urina e
os parâmetros seminais se mostraram similares aos padrões da espécie,
evidenciando que esta técnica pode ser uma alternativa viável, porém somente
em animais anestesiados (COLLINS et al., 2006).
A técnica de colheita de sêmen diretamente da cauda do epidídimo tem
se mostrado eficiente na recuperação de células espermáticas viáveis. As taxas
de fertilidade de espermatozoides coletados da cauda do epidídimo não
diferem dos ejaculados coletados por meio de vagina artificial, sendo uma
técnica aplicável para a utilização tanto de sêmen refrigerado quanto
congelado. No entanto, essa colheita só é possível após o procedimento
cirúrgico de orquiectomia, sendo restrita a sua aplicação a animais com
41

enfermidades terminais graves, morte inesperada ou que não se tenha


conseguido obter o sêmen por nenhum outro método alternativo (MONTEIRO
et al., 2011).
Desse modo, a colheita de sêmen de garanhões pelo método de
indução farmacológica apresenta - se como uma ferramenta auxiliar importante
para a preservação do material genético de garanhões impossibilitados de
efetuar a monta (CARD et al., 1997; ROWLEY et al., 1999; McDONNEL, 2001).

7. Indução farmacológica da ejaculação




A indução farmacológica da ejaculação, também conhecida como
ejaculação química, é caracterizada pela obtenção do ejaculado na ausência
de qualquer estimulação sexual manual do pênis. Os fármacos desencadeiam
a ejaculação ao interagirem com os receptores responsáveis por desencadear
a ejaculação (McDONNELL, 1992).
A coleta do sêmen pode ser realizada com o auxílio de um copo coletor
acoplado a um tubo cilíndrico que possibilite o operador segurar e manejar o
copo coletor a medida que o animal se movimenta (Figura 6). No entanto, a
colocação de um suspensório associado a uma mucosa plástica ao redor do
prepúcio é a técnica mais utilizada devido a sua maior praticidade e menor
manipulação do animal (McDONNELL, 1999).
A técnica de indução farmacológica da ejaculação é indicada em casos
de alterações relacionadas a incapacidade de efetuar a cópula como
disfunções músculo-esqueléticas, fraturas ósseas, alterações neurológicas,
baixa libido, disfunção erétil, neoplasias, paralisia e traumas penianos (CARD
et al. 1997; McDONNELL; ODIAN, 1994; McDONNELL, 1999; FEARY et al.
2005).

Esse método de coleta também é muito utilizado em casos clínicos
relacionados a distúrbios ejaculatórios. No entanto, em distúrbios ejaculatórios
secundários a obstruções do aparelho reprodutor masculino esta técnica não
apresenta aplicabilidade (McDONNELL, 1992; JOHNSTON; DeLUCA, 1998).
42

FIGURA 6 - Coleta de sêmen por meio de indução farmacológica da ejaculação. A) Utilização


de copo coletor acoplado a mucosa plástica. B) Utilização de suspensório com mucosa plástica
posicionada ao redor do prepúcio e amarrada ao flanco por dois cordões laterais e um cordão
transpassado entre os membros pélvicos. (arquivo pessoal)


7.1. Fármacos utilizados na indução farmacológica da ejaculação

7.1.1. Cloridrato de imipramina


Os antidepressivos tricíclicos foram a primeira classe de antidepressivos
formulados para humanos. Estes fármacos apresentam ação principal de
inibição da recaptação de amimas biogênicas. A imipramina atua primariamente
na inibição não seletiva da recaptura de monoaminas (DeLEO; MAGNI, 1983).
Desse modo, apresenta inibição mista da recaptura de noradrenalina,
serotonina e, em menor proporção, dopamina. Efeitos anticolinérgicos também
são observados após a administração da imipramina, devido ao antagonismo
de receptores muscarínicos e histamínicos (SERRETTI; CHIESA, 2011).

As formulações comerciais da imipramina são encontradas mais
comumente associadas aos sais aniônicos pamoato ou cloridrato, que
apresentam equivalência terapêutica. O uso de diferentes tipos de sais são
estratégias utilizadas para prolongar ou reduzir a liberação do componente
ativo (SAAL; BECKER, 2013). O pamoato possui características químicas de
redução da solubilidade de fármacos básicos, como a imipramina, prolongando
sua ação em relação ao sais mais hidrossolúveis, como o cloridrato e
43

hidrocloridrato (GOULD, 1986; MITTAPELLY et al., 2016). Desse modo, a


imipramina utilizada para o tratamento da depressão em humanos quando
associada ao cloridrato é administrada na dose de 25 mg três vezes ao dia,
enquanto na formulação que contém o pamoato pode ser administrada uma
vez ao dia na dose de 75 mg (GOLDBERG; NATHAN, 1972).

A imipramina apresenta boa absorção (>95%) em ambiente alcalino
quando administrada por via oral, atingindo o pico de concentração plasmática
entre 1 e 3 horas após a administração (DeLEO; MAGNI, 1983). É
primariamente absorvida na porção inicial do intestino delgado, com baixa ou
nenhuma absorção pelo estômago, devido a alta taxa de ionização em
ambientes com pH ácido. O jejum não tem influência na taxa de absorção, pico
de concentração plasmática e biodisponibilidade do fármaco, podendo ser
utilizada independente do momento da alimentação (SALLEE; POLLOCK,
1990).

Os antidepressivos tricíclicos são utilizados em humanos no tratamento
da depressão, aspermia, ejaculação retrógrada e incontinência urinária (KELLY;
NEEDLE, 1979; ARAFA; ElTABIE, 2008).

Em garanhões, a imipramina tem sido utilizada na indução
farmacológica da ejaculação e no tratamento de disfunções ejaculatórias e
eréteis. Garanhões com histórico de urospermia apresentam melhora após o
tratamento com cloridrato de imipramina (0,8 mg/kg/vo) 4 horas previamente a
coleta do sêmen com vagina artificial (TURNER et al. 1995). Do mesmo modo,
o tratamento com cloridrato de imipramina (1,76 mg/kg/v.o a cada 12h) também
mostrou-se eficiente no tratamento da ejaculação retrógrada nesta espécie
(BRINSKO, 2001).

Em estudo realizado por McDonnell et al. (1987), o cloridrato de
imipramina administrado em baixas doses (100 a 600 mg iv), 2 vezes ao dia,
induziu masturbação e ereção em equinos castrados e não castrados. Em
garanhão com déficit de ereção a utilização desse protocolo provocou
ejaculação espontânea e, posteriormente, conseguiu-se sucessivas coletas de
sêmen com vagina artificial, observando-se ereção peniana completa.

44

Embora as vias de ação da imipramina não estejam totalmente


esclarecidas, acredita-se que seus metabólitos atuem diretamente na
promoção da atividade alfa adrenérgica, devido a inibição da recaptação de
noradrenalina na fenda sináptica. Do mesmo modo, o efeito doparminérgico da
imipramina está relacionado ao desencadeamento da ereção e masturbação
(MCDONNELL, 1992).

7.1.2. Agonistas alfa adrenérgicos




7.1.2.1. Cloridrato de xilazina

Dentre os fármacos pertencentes a classe de agonistas alfa


adrenérgicos, a xilazina apresenta uma ampla utilização clínica na medicina
veterinária. É bastante utilizada em ruminantes, caninos, equinos e em animais
silvestres (WAGNER et al., 1991; CULLEM et al., 1999; KASTER, 2006;
CASTELO; SILVA et al., 2015; ABDEL-HADY et al., 2017). A xilazina é
amplamente utilizada em equinos em procedimentos que necessitam sedação,
contenção química e analgesia (KNICK, 2017).

Em equinos, quando administrada por via intravenosa, máxima sedação
e analgesia ocorrem em média entre 4 e 10 minutos, com tempo de maxima
concentração plasmática em torno de 4 minutos e com meia vida plasmática
média de 32 minutos, variando entre 23 e 38 minutos (KNICK et al., 2017). A
metabolização da xilazina ocorre por biotransformação hepática e sua
eliminação é exclusivamente por via renal (GARCIA-VILLAR et al., 1981). A
metabolização total da xilazina ocorre em 16 horas após administração
intravenosa, no entanto, seu metabólito 4-OH xilazina permanece em níveis
elevados na circulação até 24 horas, podendo estar presente em
concentrações mínimas por até 96 horas pós aplicação (KNICK et al., 2017).

A xilazina, embora possua alta seletividade para receptores alfa 2
adrenérgicos, apresenta também ação em receptores alfa 1 adrenérgicos, com
relação de seletividade entre receptores α-2:α-1 de 160:1 (McGRATH, 1983).

Schwartz e Clark (1998) compararam a afinidade dos fármacos
agonistas alfa adrenérgicos detomidina, medetomidina e xilazina frente a
quatro diferentes subtipos de receptores alfa 2 agonistas. Observou-se uma
45

alta afinidade dos fármacos detomidina e medetomidina aos subtipos de


receptores alfa 2 em relação ao fármaco xilazina. Evidenciando assim sua
menor atuação em receptores alfa 2 adrenérgicos e sua função mista em
ambos os receptores alfa adrenérgicos.

7.1.2.2. Cloridrato de detomidina


O cloridrato de detomidina é um potente agonista α2 adrenérgico

amplamente utilizado na medicina equina devido à sua alta eficácia como


agente sedativo e sua ação coadjuvante como agente analgésico (STANLEY et
al., 1992; CHAMBERS et al., 1993). Apresenta potência cerca de 50 vezes
superior ao Cloridrato de Xilazina (CHUI et al., 1992), e, devido a suas
características lipofílicas, apresenta rápida absorção e alta afinidade pelo
sistema nervoso central (STANLEY et al., 1992).
É muito utilizada como medicação pré-anestésica e em procedimentos
cirúrgicos em posição quadrupedal. As principais alterações clínicas
observadas durante o uso de detomidina são abaixamento de cabeça, ataxia,
ptose labial e redução da motilidade intestinal (MUIR; HUBBELL, 1991;
SPINOSA et al., 2014). No sistema cardiovascular são observados bradicardia,
bloqueio atrioventricular e hipertensão seguida por hipotensão (YAMASHITA et
al., 2000).
Após a administração intravenosa de detomidina, a concentração sérica
máxima atinge o pico em cerca de 2 minutos e meia-vida em 30 minutos
(GRIMSRUM et al., 2009). Estudo comparativo realizado por MAMA (2009)
observou máxima concentração plasmática em 1.5 minutos e 1.5 horas após
administração endovenosa e intramuscular, respectivamente, do cloridrato de
detomidina. No entanto, a concentração máxima plasmática após
administração intravenosa foi 15 vezes superior a concentração máxima
atingida pela administração intramuscular. O máximo grau de sedação,
caracterizado por máximo abaixamento de cabeça, foi observado após 10
minutos da aplicação intravenosa e 60 minutos da aplicação intramuscular.

46

Poucos estudos foram realizados com o uso do cloridrato de detomidina


na indução farmacológica da ejaculação. Mrácková et al. (2013) obtiveram 20%
de sucesso em experimento realizados em jumentos. Rowley et al. (1999)
obteve 50% de sucesso em duas tentativas de indução farmacológica da
ejaculação em garanhão.

7.1.3. Ocitocina

A ocitocina é um hormônio neuropeptídeo com funções fisiológicos no


aparelho reprodutor masculino ainda não totalmente elucidadas. É sintetizada
primariamente a nível cerebral pelo hipotálamo, armazenada e liberada pela
glândula hipófise e, em menor proporção, é produzida pelos testículos e
glândulas anexas (FILIPPI et al., 2002b).
Tem-se evidenciado receptores para ocitocina em todo o aparelho
reprodutor masculino de coelhos, ratos e humanos. Nestas espécies,
demonstrou - se a presença destes receptores inclusive nos corpos cavernosos
do pênis, sugerindo a participação da ocitocina no mecanismo de manutenção
da contração de musculatura lisa durante o estado de não ereção peniana
(ZHANG et al., 2005).
A ocitocina também foi relacionada ao desencadeamento do processo
ejaculatório, por vias ainda não totalmente esclarecidas (FILIPPI et al., 2002b,
ZHANG et al., 2005). Assim como o SNA apresenta um papel essencial no
processo ejaculatório, os hormônios estrógeno e ocitocina parecem participar
ativamente do processo de ejaculação através da indução de contrações
rítmicas em epidídimo e túbulos seminíferos (VIGNOZZI et al., 2008).
Em estudo realizado por Veronesi et al (2010), foi observada significativa
elevação da concentração sérica de ocitocina em garanhões, quando
comparados os momentos imediatamente pré e pós-ejaculação (p < 0.001). Os
valores de ocitocina plasmática elevaram-se de aproximadamente 15 pmol/L
para cerca de 60 pmol/L no momento pós-ejaculação, e retornaram aos níveis
plasmáticos encontrados antes da ejaculação rapidamente após finalizado o
processo ejaculatório.


47

Elevações no número de espermatozoides totais ejaculados foram


observados após a administração de ocitocina exógena em ratos, coelhos,
ovinos, bovinos e equinos (WATSON et al., 1999). Acredita-se que esse efeito
esteja intimamente relacionado a um incremento nas contrações de
musculatura lisa na cauda dos epidídimos, aumentando o trânsito espermático.
A administração exógena de ocitocina também parece facilitar a fase de
emissão seminal por meio da intensificação de contrações em musculatura lisa
presente por todo o aparelho reprodutor masculino (FILIPPI et al., 2002b).

Filippi et al. (2002b) observaram diferenças significativas entre as
marcações de receptores de ocitocina presentes em cabeça e cauda do
epidídimo de coelhos e humanos. A região da cabeça apresentou marcações
em concentrações similares entre células epiteliais e musculatura lisa. No
entanto, a cauda do epidídimo apresentou marcações intensas nas camadas
de músculos lisos e poucas marcações em células epiteliais, evidenciando
assim uma participação mais ativa da cauda do epidídimo nos processos de
contração muscular mediadas pela ocitocina.

Em equinos, a ocitocina tem sido amplamente utilizada no manejo de
éguas para induzir contrações na musculatura do endométrio e,
consequentemente, auxiliar na limpeza uterina (REBORDÃO, 2017). Já em
garanhões, a ocitocina tem apresentado bons resultados no tratamento de
obstrução, parcial ou total, de ampola seminal. O uso terapêutico baseia-se na
aplicação endovenosa (10-20 UI) 10 minutos previamente a coleta do animal.
Acredita-se que o incremento nas contrações de musculatura lisa do trato
reprodutivo causadas pela ocitocina auxilie na eliminação da massa de
espermatozoides e líquidos que podem se formar e ocluir o lúmem da ampola
seminal (McDONNELL, 1992).

7.1.4. Prostaglandina F 2 alfa (PGF2α)




As prostaglandinas estão presentes em praticamente todos os tecidos
do organismo e apresentam funções biológicas diferentes a depender do seu
subtipo. A PGF2α apresenta funções relacionadas a contrações de musculatura
lisa, com participação importante na contrição bronquial dos pulmões e do
aparelho reprodutor (SPINOSA et al., 2014).

48

Em bovinos e equinos tem sido amplamente utilizada para a indução da


luteólise em fêmeas (SANTOS et al., 2002; REBORDÃO, 2017). Tem sido
relacionada a saúde uterina, auxiliando na eliminação dos envoltórios fetais no
pós-parto imediato por meio de contrações no endométrio, prevenindo a
retenção de placenta (SANTOS et al., 2002).

Potentes contrações do aparelho reprodutor masculino foram
observadas em humanos, ratos e coelhos após a aplicação de PGF2α (FARR
et al., 1980; YAMAMOTO et al., 1987; SUDOH et al., 1997). Em equinos e
suínos a administração de PGF2α intramuscular previamente a coleta resultou
em aumento do interesse sexual, melhora da ereção e diminuição do tempo até
a ejaculação. Também observou-se e um aumento da fração gel do ejaculado,
com aumento do volume total e diminuição da concentração espermática
(KREIDER et al., 1981).

Estudo realizado por Veronesi et al. (2010) evidenciou um significativo
aumento nas concentrações plasmáticas de PGF2α durante a ereção e
novamente um aumento na concentração durante a ejaculação em garanhões.
Os valores permaneceram altos por até 20 minutos após a ejaculação.
McDonnell (1992) ao administrar PGF2α (0.01-0.15/mg/kg/i.m) em 8
garanhões observou uma taxa de ejaculação em 75% dos animais. No entanto,
foram observados severos efeitos adversos associados a desconforto
abdominal, sudorese intensa e contaminação seminal com urina. Os ejaculados
também apresentaram alta quantidade de fração gel, associada a diminuição
da concentração espermática.

8. Protocolos de indução farmacológica da ejaculação

Estudos anteriormente desenvolvidos utilizando xilazina, detomidina e


associações de imipramina e xilazina apresentaram alta variabilidade de
resultados, com resultados variando entre 27% e 68% de sucesso na indução
da ejaculação (McDONNELL; ODIAN, 1993; McDONNELL; TURNER, 1994;
JONHSON et al., 1998; ROWLEY et al., 1999; DUTRA, 2000; McDONNELL,
2001; MRACKOVA et al., 2013).
49

Os melhores resultados foram alcançados por McDonnell (2001) com


68% de sucesso quando administrado Cloridrato de Imipramina (3/mg/kg/v.o)
associado a Cloridrato de Xilazina (0,66/mg/kg/i.v) e McDonnell e Love (1991)
com taxa de ejaculação de 39% após a utilização de cloridrato de xilazina com
estímulo sexual previamente a aplicação de xilazina (0,3/mg/kg/i.v). Rowley et
al (1999) alcançou 50% de sucesso após a administração de cloridrato de
detomidina (0,02/mg/kg/i.v) em duas aplicações utilizando o mesmo garanhão.

Em garanhão com fratura óssea, a clomipramina (2,2/mg/kg/i.v), um
antidepressivo tricíclico semelhante a imipramina, provocou masturbação e
ereção peniana 7 minutos após sua administração. O cloridrato de xilazina (0,5/
mg/kg/i.v) foi administrado 35 minutos após a aplicação de clomipramina, e
após 2 minutos o animal ejaculou um volume total de 4 mL e concentração de
1 bilhão de espermatozoides/mL (TURNER et al., 1995).

A administração dos fármacos imipramina e xilazina aparentemente
intensificam contrações em musculatura lisa de ampolas e suprimem
contrações em glândulas acessórias, resultando em diminuição do volume total
do ejaculado, aumento da concentração espermática e redução do pH seminal
(McDONNELL; LOVE, 1991; McDONNELL; TURNER, 1994).

Mrácková et al. (2013) compararam, em jumentos, o uso de dois
diferentes protocolos utilizando cloridrato de detomidina (0,02/mg/kg/i.m) e
cloridrato de xilazina (0,66/mg/kg/i.v). O protocolo baseado na administração de
cloridrato de detomidina apresentou uma eficácia de 20%. A administração de
cloridrato de xilazina não se mostrou eficaz em nenhum dos animais testados
(n=5), fato ocorrido provavelmente, segundo os autores, devido à ausência de
éguas ou jumentas em estro no momento da indução, bem como o estresse ao
qual esses animais foram submetidos, visto que muitos não eram acostumados
a nenhum tipo de manipulação. 

Em geral, os parâmetros seminais de ejaculados provenientes de
indução farmacológica variam dependendo dos fármacos utilizados
(McDONNELL, 2001). Protocolos utilizando a associação de imipramina com
xilazina resultaram em ejaculados com menor volume total, maior
concentração/ml e maior número de espermatozoides por ejaculado
(MCDONNELL, 1991, MCDONNELL;ODIAN, 1994; MCDONNELL; TURNER,
50

1994, CARD et al., 1997, JOHNSTON and DeLUCA, 1998, DUTRA, 2000). 

A indução da ejaculação utilizando detomidina também resultou em
ejaculados com menor volume total, maior concentração e maior número de
espermatozoides no ejaculado (ROWLEY et al., 1999, MRACKOVA et al.,
2013). Por outro lado, a utilização somente de xilazina resultou em parâmetros
seminais similares aos observados em coletas por meio de vagina artificial
(McDONNELL;LOVE, 1992).

A avaliação da morfologia espermática não resultou em alterações
significativas entre ejaculados provenientes de indução farmacológica e
ejaculados obtidos por coleta em vagina artificial, independente do protocolo
utilizado (CARD et al., 1997, DUTRA, 2000; NAOMI et al., 2012;
CORREA;BOZZO, 2016). Do mesmo modo, a avaliação das motilidades total e
progressiva não diferiram quando comparados os ejaculados obtidos por meio
de coleta em vagina artificial e por meio de protocolos de indução
farmacológica da ejaculação (MCDONNELL, 1991, MCDONNELL;ODIAN,
1994; MCDONNELL; TURNER, 1994, CARD et al., 1997, JOHNSTON and
DeLUCA, 1998, DUTRA, 2000; CORREA;BOZZO, 2016).
51

REFERÊNCIAS

ABDEL-HADY, A. A. A., ABDELBASSET, K. M., & SOLIMAN, A. S. Comparative


experimental study on two designed intravenous anaesthetic combinations in
dogs. EXCLI journal, n. 16, p. 770, 2017.

ALVARENGA, M. A.; PAPA, F. O. Principais distúrbios reprodutivos observados
em garanhões no Brasil. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 6, p.
204-209, 2009.

AMANN, R. P. Functional anatomy of the adult male. In: Mckinnon, A.O.; Voss
J.L (eds): Equine Reproduction. Philadelphia: Lea & Febiger, p. 645-663,
1993.

AMANN, R. Functional Anatomy of the Adult Male. In: McKinnon, A. O., Squires,
E. L., Vaala, W. E., & Varner, D. D. Equine Reproduction. 2 ed. Iowa: Wiley -
Blackwell. Cap. 95. p. 867-879, 2011. 

ANDERSSON, K.E. Neurophysiology/pharmacology of erection. International
Journal of impotence research, v. 13, n. 3, p. 8, 2001.

ARAFA, M., EL TABIE, O. Medical treatment of retrograde ejaculation in
diabetic patients: a hope for spontaneous pregnancy. The journal of sexual
medicine, v. 5, n. 1, p. 194-198, 2008.

BALL, B. A. Diagnostic methods for evaluation of stallion subfertility: a review.
Journal of Equine Veterinary Science, v. 28, n. 11, p. 650-665, 2008.

BACCARIN, R. Y. A. SILVA, L. C. L., BELLI, C. B., FERNANDES, W. R. ZOPPA,
A. L. A survey on equine neoplasias over a 15-year period in a veterinary
hospital. Brazilian Journal of Veterinary Animal Science, v. 48, p. 439-445,
2011.

BLANCHARD, T.L., VARNER, D.D. Stallion management. Veterinary Clinics of
North America: Equine Practice, v. 8, p. 205-218, 1992.

BRINSKO, S.P. "Retrograde ejaculation in a stallion." Journal of the American
Veterinary Medical Association, v. 218, n. 4, p. 551-553, 2001.

CARD, C.E., MANNING, S.T. Pregnancies from imipramine and xylazine-
induced ex copula ejaculation in a disabled horse. Can. Vet, J, v. 38, p. 171–
174, 1997. 

52

CARY, J.A., MADILL, S., FARNSWORTH, K., HAYNA, J.T., DUOOS, L.,
FAHNING, M.L. A comparison of electroejaculation and epididymal sperm
collection techniques in stallions. Can Vet J. v. 45, p. 35-41, 2004. 

CASTELO, T. S., SILVA, A. R. Eletroejaculação em mamíferos silvestres:
principais fatores que afetam sua eficiência. Revista Brasileira de
Reprodução Animal, v. 38, n. 4, p. 208-213, 2015. 

CHACUR, M.G.M., FACHINI, B.A., YAMASAKI, L., BASSO, K., SANCHES,
O.C., PESSOA, M. V. Carcinoma das células escamosas no prepúcio com
invasão vertebral em equino. Semina: Ciências Agrárias, v. 35, n. 3, p.
1383-1388, 2014. 

CHAMBERS, J.P., LIVINGSTON, A., WATERMAN, A.E. Analgesic effects of
detomidine in thoroughbred horses with chronic tendon injury. Research in
Veterinary Science. v. 54, p. 52-56, 1993.

CHUZEL, F., CLARK, A.M., AVALLET, O., SAEZ, J.M. Transcriptional regulation
of lutropin/human choriogonadotropin receptor and three enzymes of
steroidogenesis by growth factors in cultured pig Leydig cells. European
Journal of Biochemistry. n. 239, p. 8–16, 1996.

COLLINS, C. W., SONGSASEN, N., MONFORT, S. L., BUSH, M., WOLFE, B.,
JAMES, S. B., ... & PUKAZHENTHI, B. S. Seminal traits in the Przewalski’s
horse (Equus ferus przewalskii) following electroejaculation. In Animal
Reproduction Science (Vol. 94, No. 1-4, pp. 46-49). Elsevier, 2006.

CORBIN, J.D., SHARRON, H.F, WEBB, J.D. "Phosphodiesterase type 5 as a
pharmacologic target in erectile dysfunction." Urology, v. 60, n.2, p. 4-11, 2002.

CORONA, G., JANNINI, E.A., VIGNOZZI, L., RASTRELLI, G., MAGGI, M. The
hormonal control of ejaculation. Nature Reviews Urology, v. 9, n. 9, p.
508-519, 2012.

CLEMENT, P., GIULIANO, F. Physiology and Pharmacology of Ejaculation.
Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology, v. 64, p. 121 - 129, 2016.

CULLEM, L.K. Xylazine and medetomidina in small animals: these drugs should
be used carefully. Australian Veterinary Journal. v.77, n. 11, p. 722-723,1999.

DIAS, M. C., ARAUJO, M.S., KIEVITSBOSCH, T.,PRESTES, N. C. Penectomia
em equino com carcinoma de células escamosas. Enciclopédia Biosfera,
53

Centro Científico Conhecer, v. 9, n. 17, p. 2018-2027, 2013.



DEAH, R.C., LUE, T.F. Physiology of penile erection and pathophysiology of
erectile dysfunction. The Urologic clinics of North America, v. 32, n. 4, p.
379, 2005.

DeLEO, D., MAGNI, G. Sexual side effects of antidepressant drugs.
Psychosomatics, v. 24, n. 12, p. 1076-1078, 1983.

DUTRA, F. O. Indução da ejaculação em equinos através da utilização da
imipramina e de sua associação com xilazina. 2000. 39 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Veterinárias) Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

EURIDES, D., MAZZANTI, A., GONCALVES, G.F., BELETTI, M.E.,
FIORAVANTE, M.C.S., SILVA, L. A.F., TRONCOSO-NETO, N.S., HARDT, G.G.
Surgical correction of equine acquired phimosis. Veterinária Notícias, v. 3, p.
43-49, 1997. 

ESTRADA, A., SAMPER, J. C., LILLICH, J. D., RATHI, R. R., BRAULT, L. S.,
ALBRECHT, B. B., ... & SENNE, E. M. Azoospermia associated with bilateral
segmental aplasia of the ductus deferens in a stallion. Journal of the
American Veterinary Medical Association, v. 222, p. 1740-1743, 2003.

FARR, C.H., ELLIS, L.C. In-vitro contractility of rat seminiferous tubules in
response to prostaglandins, cyclic GMP, testosterone and 2,4’-
dibromoacetophenone. Journal of Reprod and Fertil, v. 58, p. 37– 42,1980.

FEARY, D. J., MOFFETT P. D., BRUEMMER, J. E., SOUTHWOOD, L.,
MCCUE, P., NISWENDER, K. D., DICKINSON, C., TRAUB-DARGATZ, J.
Chemical ejaculation and cryopreservation of semen from a breeding stallion
with paraphimosis secondary to priapism and haemorrhagic colitis. Case
Report. Equine vet. Educ, v. 17, p. 299-304, 2005.

FILIPPI, S., LUCONI, M., GRANCHI, S., VIGNOZZI, L., BETTUZZI, S., TOZZI
P., LEDDA, F., FORTI, G., MAGGI M. Estrogens, but not androgens, regulate
expression and functional activity of oxytocin receptor in rabbit epididymis.
Endocrinology, v. 143, p. 4271–80, 2002a. 

FILIPPI, S., VANNELLI, G.B., GRANCHI, S., LUCONI, M., CRESCIOLI, C.,
MANCINA, R. Identification, localization and functional activity of oxytocin
54

receptors in epididymis. Mol Cell Endocrinol, v.193, p. 89–100, 2002b.


GARCIA‐VILLAR, R., TOUTAIN, P.L., ALVINERIE, M., RUCKEBUSCH, Y. The


pharmacokinetics of xylazine hydrochloride: an interspecific study. Journal of
veterinary pharmacology and therapeutics, v. 4, n. 2, p. 87-92, 1983.

GERSTENBERG, T.C, LEVIN, R. J, WAGNER, G. Erection and ejaculation in
man. Assessment of the electromyographic activity of the bulbo- cavernosus
and ischiocavernosus muscles. Br J Urol, v. 65:p. 395– 402, 1990.

GOLDBERG, H.L., NATHAN, L. A double-blind study of tofranil pamoate vs.
tofranil hydrochloride. Psychosomatics, v. 13, n. 2, p. 131-134, 1972.

GOULD, P.L. Salt selection for basic drugs. International Journal of
Pharmaceutics, v. 33, n. 1-3, p. 201-217, 1986.

JOHNSTON, P. F., DELUCA, J. L. Chemical ejaculation of stallions after
administration of oral imipramine followed by intravenous xylazine. Proc. AAEP,
v. 43, p. 59–62, 1998.

KASTER, S.B.R. A2-agonists in sheep: a review. Veterinary Anaesthesia and
Analgesia, v. 33, n. 1, p. 79-96, 2006.

KELLY, M.E., NEEDLE, M.A. Imipramine for aspermia after lymphadenectomy.
Urology, v. 13, n. 4, p. 414-415, 1979.

KREIDER, J.L., OGG, W. L., TURNER, J. W. Influence of prostaglandin F2α on
sperm production and seminal characteriticss of the stallion. Prostaglandins, v.
22, n. 6, p. 903-913, 1981.

KNYCH, H.K., STANLEY, S.D., McKEMIE, D.S., ARTHUR, R.M., KASS, P. H.
Pharmacokinetic and pharmacodynamics of xylazine administered to exercised
thoroughbred horses. Drug testing and analysis, v. 9, n. 5, p. 713-720, 2017.

KOSINIAK K. Characteristics of the successive jets of ejaculated semen of
stallions. Journal of reproduction and fertility. Suppl, n. 23, p. 59-61, 1975.

LOVE, C.C. Semen collection techniques. Veterinary Clinics of North
America: Equine Practice, v. 8, n. 1, p. 111-128, 1992.

MALPAUX, B., MIGAUD, M., TRICOIRE, H., CHEMINEAU, P. Biology of
mammalian photoperiodism and the critical role of the pineal gland and
melatonin. Journal of Biololgy Rhythms, n. 16, p. 336–347, 2001.

55

McDONNELL, S.M. Reproductive behavior of the stallion.Veterinary Chits of


North America: Equine Practice, v. 2, n. 3, p. 535-555, 1986.

McDONNELL, S.M, GARCIA, M.C, KENNEY, R.M. Imipramine-induced
erection, masturbation, and ejaculation in male horses. Pharmacology
Biochemistry & Behavior, v. 27, p.187-191, 1987.

McDONNELL, S.M. Masturbation in equids. Proceedings, American
Association of Equine Practitioners, p. 35:567, 1990.

MCDONNELL, S. M.; LOVE, C. C. Manual stimulation collection of semen from
stallions: training time, sexual behavior and semen. Theriogenology, v. 33, n.
6, p. 1201-1210, 1990.

McDONNELL, S.M., LOVE, C.C. Xylazine-induced ex copula ejaculation in
stallions. Theriogenology, v. 36, p. 73–76, 1991.

McDONNELL, S.M. Ejaculation: physiology and dysfunction. Veterinary Clinics
of North America: Equine Practice, v. 8, n. 1, p. 57-70, 1992.

McDONNELL, S.M. Normal and abnormal sexual behavior. Vet Clin North Am
Equine Pract, n. 8, p. 71-89, 1992.

McDONNELL, S.M., TURNER, R.M. O. Post-thaw motility and longevity of
motility of imipramine-induced ejaculates of pony stallions. Theriogenology, v.
42, p. 475–481, 1994.

McDONNELL, S.M., ODIAN, M.J. Imipramine and xylazine-induced ex copula
ejaculation in stallions. Theriogenology, v. 41, p. 1005–1010, 1994.

McDONNELL, S.M. Libido, erection, and ejaculatory dysfunction in stallions.
Compendium on continuing education for the practicing veterinarian,
1999.

MCDONNELL, S.M. "Reproductive behavior of stallions and mares: comparison
of free-running and domestic in-hand breeding." Animal Reproduction
Science, v. 60, p. 211-219, 2000.

McDONNELL, S.M. Oral imipramine and intravenous xylazine for
pharmacologically-induced ex copula ejaculation in stallions. Animal
Reproduction Science, v. 68 p. 153–159, 2001. 

MCDONNELL, S.M. Techniques for Extending the Breeding Career of Aging
56

and Disabled Stallions. Clinical Techniques in Equine Practice, v.4, p. 269-76,


2005.

MENZIES-GOW, N. Endocrinological aspects of the pathophysiology of equine
laminitis. Equine Veterinary Journal, v. 44, p. 735–737, 2012. 

MIROSLAVA MRACKOVA, D. V. M; BLAHOVA, Z; MARKETA SEDLINSKA, D.
V. M. The Realibility of two different protocols for pharmacologically induced
ejaculation in donkeys (Equus asinus). Journal of Equine Veterinary Science,
v. 33, p. 1121–1123, 2013.

MITTAPELLY, N., RACHUMALLU, R., PANDEY, G., SHARMA, S., ARYA, A.,
BHATTA, R. S., & MISHRA, P. R. Investigation of salt formation between
memantine and pamoic acid: Its exploitation in nanocrystalline form as long
acting injection. European Journal of Pharmaceutics and
Biopharmaceutics, v. 101, p. 62-71, 2016.

McGRATH, J.C. The variety of vascular α-adrenoceptors. Trends in
Pharmacological Sciences, n. 4, p. 14-18, 1983.

MONTEIRO, G.A., PAPA, F.O., ZAHN, F.S., DELLAQUA, J.A., MELO, C.M.,
MAZIERO, R.R.D.,GUASTI, P.N. Cryopreservation and fertility of ejaculated and
epididymal stallion sperm. Animal reproduction science, v. 127, n. 3, p.
197-201, 2011.

OLIVEIRA, S. N.; ARAUJO, E. A. B.; CHAVES-SILVA, L. F. M.; ANDRADE Jr, L.
R. P.; DALANEZI, F. M.; PINTO, B. M.; CARNEIRO, J. A. M.; DELLAQUA Jr., J.
A.; ALVARENGA, M. A.; PAPA, F. O. Eficiência de uma nova técnica de coleta
de sêmen para diagnóstico e controle de piospermia em garanhões: Relato de
caso. In: XVI Conferência Anual da ABRAVEQ. Águas de Lindóia. XVI. p.
284-284. 2015.

OLIVEIRA,S.N.D. (2016). Efeito da colheita fracionada sobre a cinética e
viabilidade espermáticas do sêmen refrigerado e congelado de garanhões. 98 f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade “Júlio de Mesquita Filho", UNESP,
Campus de Botucatu, Botucatu, São Paulo.

PUPPO, V., PUPPO, G. Comprehensive review of the anatomy and physiology
of male ejaculation: Premature ejaculation is not a disease. Clinical Anatomy,
57

v, 29, p. 111-119, 2016. 



REBORDÃO, M. R. Endometrial prostaglandin synthases, ovarian steroids, and
oxytocin receptors in mares with oxytocin-induced luteal maintenance.
Theriogenology, v. 87, p. 193-204, 2017.

ROSER, J.F. Endocrine and paracrine control of sperm production in stallions.
Animal reproduction science, v. 68, n. 3, p. 139-151, 2001.

ROSER, J.F. Regulation of testicular function in the stallion: an intricate network
of endocrine, paracrine and autocrine systems, Animal reproduction science,
v. 107, n. 3, p. 179-196, 2008.

ROWLEY, D.D., LOCK, T.F., SHIPLEY, C.F. Fertility of detomidine HCl induced
ex copula ejaculated stallion semen. Proc. AAEP, v. 45, p. 221–223, 1999.

SAAL, C., BECKER, A. Pharmaceutical salts: a summary on doses of salt
formers from the Orange Book. European Journal of Pharmaceutical
Sciences, v. 49, n. 4, p. 614-623, 2013.

SALLEE, F.R., POLLOCK, B.G. Clinical pharmacokinetics of imipramine and
desipramine. Clinical pharmacokinetics, v. 18, n. 5, p. 346-364, 1990.

SANTOS, R. M., VASCONCELOS, J. L. M., SOUZA, A. H., MENEGHETTI, M.,
& FERREIRA, J. N. Efeito da aplicação de prostaglandina (PGF2a) no pós-
parto imediato sobre a incidência de retenção de placenta em vacas de leite.
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 54,p. 29-34,2002.

SERRETTI, A., CHIESA, A. (2011). Sexual side effects of pharmacological
treatment of psychiatric diseases. Clinical Pharmacology & Therapeutics,
89(1), 142-147.

STAHLBAUM, CATHI, C., KATHERINE, A., HOUPT. The role of the flehmen
response in the behavioral repertoire of the stallion. Physiology & behavior, v.
45, n. 6, p. 1207-1214, 1989.

SHARP, D.C., CLEAVER, B.D. Melatonin. In: MCKINNON, A.O., VOSS, J.L.
(Eds.), Equine Reproduction. Lea & Febinger, Philadelphia, p. 100–108, 1993.

SHARPE, R.M., COOGAN, D.G., COOPER, I., Factors determining whether the
direct effects of an LHRH agonist on Leydig cell function in vivo are stimulatory
or inhibitory. Mol. Cell. Endocrinol. n. 32, p. 57–71, 1983. 

58

SISSON, S.. Aparelho Urogenital do Equino. In: GETTY, Robert. Anatomia dos
Animais Domésticos. 5.ed. Iowa: Guanabara Koogan. Cap. 20. p. 491-514,
1986.

SPINOSA, H.P.S., GORNIAK, S.L.Tranquilizantes, Antidepressivos, Agonistas
de α2- Adrenocepitoros e Relaxante muscular de Ação Central. In: SPINOSA,
H.P.S., GORNIAK,S.L., BERNARDI, M.M. Farmacologia Aplicada à Medicina
Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p, 166, 2014.

SUDOH, K., INAGAKI, O., HONDA, K. Responsiveness of smooth muscle in
the lower urinary tract of rabbits to various agonists. Gen Pharmacol, v. 25, p.
629–31,1997.

THACKARE, H., NICHOLSON, H.D., WHITTINGTON, K. Oxytocin—its role in
male reproduction and new potential therapeutic uses. Human Reproduction
Update, n. 12, p. 437–448, 2006. 

TRAISH, A., KIM, N.N., MORELAND, R.B., GOLDSTEIN, I. Role of alpha
adrenergic receptors in erectile function. International journal of impotence
research, v. 12, n.1, p. 48, 2000.

TISCHNER, M., KOSINIAK, K., BIELANSKI, W. Analysis of the pattern of
ejaculation in stallions. Journal of Reproduction and Fertility, v. 41, n. 2, p.
329-335, 1974.

TURNER, R.O., LOVE, C.C., MCDONNELL, S.M., SWEENEY, R.W.,
TWITCHELL, E.D., HABECKER, P.L., KENNEY, R.M. Use of imipramine
hydrochloride for treatment of urospermia in a stallion with a dysfunctional
bladder. Journal-American Veterinary Medical Association, v. 20, n. 7, p.
1602-1606, 1995. 

TURNER, R.M.O., MCDONNELL, S.M. Alkaline phosphatase in stallion semen:
characterization and clinical applications. Theriogenology, v. 60, n. 1, p. 1-10,
2003.

WAGNER, A.E., MUIR, W.W., HINCHCLIFF, K.W. Cardiovascular effects of
xylazine and detomidine in horses. American Journal Veterinary Research, v.
52, n. 5, p. 651-657, 1991.

VIGNOZZI, L., FILIPPI, S., MORELLI, A., LUCONI, M., JANNINI, E., FORTI, G.,
MAGGI, M. Continuing Medical Education: Regulation of Epididymal
59

Contractility During Semen Emission, the First Part of the Ejaculatory Process:
A Role for Estrogen (CME). The journal of sexual medicine, v. 5, n. 9, p.
2010-2016, 2008.

VILLANI, M., CAIROLI, F., KINDAHL, H., GALEATI, G., FAUSTINI, M.,
CARLUCCIO, A., VERONESI, M. C. Effects of Mating on Plasma
Concentrations of Testosterone, Cortisol, Oestrone Sulphate and 15‐

Ketodihydro‐PGF2α in Stallions. Reproduction in domestic animals, 41(6),

544-548, 2006.

VERONESI, M.C., TOSI, U., VILLANI, M., GOVONI, N., FAUSTINI,
M.,KINDAHL, H., MADEJ, A., CARLUCCIO, A. Oxytocin, vasopressin,
prostaglandin F , luteinizing hormone, testosterone, estrone sulfate, and
2a

cortisol plasma concentrations after sexual stimulation in stallions.


Theriogenology, v. 73, p. 460–467, 2010.

WATSON, E.D.; NIKOLAKOPOULOS, E.; GILBERT, C.; GOODE, J. Oxytocin in
the semen and gonads of the stallion. Theriogenology, v. 51, p. 855-65, 1999.

YAMAMOTO, M., HASHIMOTO, J., TAKABA, H., MIYAKE, K. Response of the
isolated human seminiferous tubule to prostaglandins F1 alpha, F2 alpha, E1
and E2. Journal of Urology, v. 137, p. 345–8, 1987.

YAMASHITA, K., TSUBAKISHITA, S., FUTAOK, S., UEDA, I., HAMAGUSHI, H.,
SENO, T., KATOH, S., IZUMISAWA, Y., KOTANI, T., MUIR, W.W.
Cardiovascular effects of medetomidine, detomidine and xylazine in horses.
Journal Veterinary Medical Science, v. 62, n. 10, p. 1025-1032, 2000.

YANG, C.C., JIANG, X. Clinical autonomic neurophysiology and the male
sexual response: an overview. The journal of sexual medicine, v. 6, n. 3, p.
221-228, 2009.

ZHANG, X.H., FILIPPI, S., VIGNOZZI, L., MORELLI, A., MANCINA, R.,
LUCONI, M., MAGGI, M. Identification, localization and functional in vitro and in
vivo activity of oxytocin receptor in the rat penis. Journal of endocrinology, v.
184, n. 3, p. 567-576, 2005.

ZHONG, H., MINNEMAN, K.P. Alpha1-adrenoceptor subtypes. European
journal of pharmacology, v. 375, n. 3, p. 261-76, 1999.

60

ZIRKIN, B.R., AWONIYI, C., GRISWOLD, M.D., RUSSELL, L.D., SHARPE, R.


Is FSH required for adult spermatogenesis? Journal of Andrology, n. 15, v.
273–276, 1994.
61

OBJETIVOS


Em vista do exposto, os objetivos deste estudo foram:

- Avaliar a eficiência de diferentes protocolos na indução da ejaculação de


diferentes protocolos de administração oral de imipramina seguida por
administração intravenosa de detomidina, xilazina e ocitocina, isoladamente,
bem como da associação dos fármacos;

- Avaliar a eficiência da ocitocina quando adicionada aos protocolos de


indução farmacológica da ejaculação;

- Comparar os parâmetros seminais de, volume total do ejaculado, volume


livre de gel, concentração espermática, número de espermatozoides totais
do ejaculado, cinética e morfologia espermática, integridade de membrana
plasmática e acrossomal, produção de espécies reativas de oxigênio e teor
de óxido nítrico nos ejaculados obtidos por vagina artificial e por indução
farmacológica.
62

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais retornará ao seu
tamanho original." 

Albert Einstein

CAPÍTULO 2
63

ARTIGO I

SUCCESSFUL PROTOCOLS USING DETOMIDINE AND OXYTOCIN FOR
PHARMACOLOGICALLY-INDUCED EJACULATION IN STALLION1

aDepartment of Animal Reproduction and Veterinary Radiology, Faculty of

Veterinary Medicine and Animal Science, FMVZ, Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Botucatu, Brazil

*Corresponding author. Tel.: +55 34 99927-2204.

E-mail address: thaismscavalero@gmail.com.br (T.M.S. CAVALERO).

1 Artigo
redigido segundo as normas da Theriogenology, ISSN 0093-691X, ranqueada como A2
pelo QUALIS – CAPES de 2016
64

ABSTRACT

The aims of the study were: 1) Compare the efficiency of different protocols to
induce ex copula ejaculation when detomidine and oxytocin was added to the
protocols; 2) Compare seminal parameters between in copula and ex copula
ejaculates; We evaluated the nine protocols to ex copula ejaculation: X -
xylazine (0.66mg/kg/i.v); XO - xylazine + oxytocin (20UI/i.v); IX - imipramine
(3mg/kg/v.o) + xylazine (0.66mg/kg/i.v); IXO - imipramine (3mg/kg/v.o) +
xylazine (0.66 mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI); D - detomidine (0.02mg/kg/i.v); DO -
detomidine (0.02mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI/i.v); ID - imipramine (3mg/kg/v.o) +
detomidine (0.02mg/kg/i.v); IDO- imipramine (3mg/kg/v.o) + detomidine
(0.02mg/kg/i.v) + oxytocin (20 UI/i.v); IO- imipramine (3mg/kg/v.o) + oxytocin
(20 UI/i.v). Four young stallions (2-3 y old) and 12 sexually mature stallions (6 to
26 y old) were each submitted to 2 treatment trials conducted at 3-day intervals.
Induced ejaculates were collected into a plastic bag and compared with in
copula ejaculates. None of the 4 young stallions ejaculated and 9 of the 12
mature stallions responded. Stallions that responded to xylazine did not
respond to detomidine treatments. Two stallions responded to X and XO while 4
mature stallions responded to IX and IXO. One stallion respond to DO while 5
stallions responded to IDO. Erection occurred in 5 stallions and no erection and
masturbation were observed in protocols without imipramine. The induced
ejaculates obtained in DO and IDO had significantly (P<0.05) lower total
volume, lower free-gel volume and higher concentration, with similar (P>0.05)
total number of spermatozoa, membrane integrity, sperm kinetics and
morphology compared to in copula ejaculates and xylazine protocols. The
semen characteristics suggests decreased accessory glands fluids in protocols
DO and IDO, probably resulting from the use of oxytocin, which increase the
epididymal tail contraction. Thus, oxytocin appears to play a role to induce
ejaculation when associated with detomidine, but not when associated with
xylazine.

Keywords: imipramine, detomidine, xylazine, semen, ejaculatory disorders,


equine.

65

1. Introduction

Several physical, neurological and comportamental disorders such as


lameness, physical trauma, equine protozoal myeloencefalitis, ejaculatory
disorders, erectile dysfunctions and penile tumors can prevent semen collection
for traditional methods [1-6]. Thus, pharmacological protocols has been used
clinically to induce ejaculation in stallions unable to ejaculate in the traditional
methods of collection.

In general, the pharmacological or chemical ejaculation protocols
includes drugs which mimetic the ejaculation. Ejaculation is mediated by a
coordinated activation of sympathetic autonomous nervous system through
alpha-adrenergic stimulation and intense rhythmic smooth muscle contraction
[7]. Tricyclic anti depressives, as imipramine and clomipramine, induce
ejaculation due to their mechanism of increasing the bioavailability of
noradrenaline in the synaptic cleft, neurotransmitter responsible for triggering
the alpha adrenergic response. Alpha-adrenergic agonists, as xylazine and
detomidine, act directly on alpha-1 adrenergic receptors, which are responsible
for trigger ejaculation [8].

Similarly to the autonomous nervous system, hormones as estrogens,
oxytocin and prostaglandins also play a key role on the ejaculation to induce
smooth muscle contraction through the reproductive tract [9]. In stallions, serum
oxytocin levels increase drastically before ejaculation and starts to decrease
immediately after the process, suggesting its function in triggering the emission
phase of ejaculation [10].

The association of imipramine, a tricyclic antidepressive, with xylazine,
an alpha-adrenergic agonist, showed in previous studies a variable doses and
results, ranged from 27-68% of success rates [1-3, 6, 7, 11-14]. Scarce results
with detomidine, another alpha-adrenergic agonist, with results ranging from
20%-50% of success rates [4,15]. Prostaglandin 2 alpha (PGF2α) showed the
increased ejaculation rates (75%), however, with accentuated side effects as
sweating and abdominal cramps [6].

Protocols with xylazine alone showed similar seminal characteristics
compared to in copula ejaculates [1], while PGF2α treatments apparently
stimulate accessory sex glands, resulting in higher total volume, lower sperm
66

concentration and similar total number of sperm than in copula ejaculates [5].
Contrary, detomidine induced ejaculation with lower total volume, higher sperm
concentration and higher total number of sperm compared to in copula
ejaculates [4]. 

Chemical ejaculation presents a variable results regarding to time of
ejaculation depending on the drugs used. Most ejaculation occur as the animal
is becoming sedated, within 1-5 min after xylazine injection or as it is recovering
from sedation within 15-45 min [1-3,11-13]. Intramuscularly PGF2α treatment
resulted in ejaculations between 10-50 min [8] as well as treatments with
intramuscular detomidine resulted in ejaculation between 17-47 min. 

The aims of the study were: 1) Compare the efficiency of different
protocols in inducing ex copula ejaculation; 2) To evaluate the success rates in
inducing ex copula ejaculation when oxytocin was added to the protocols;
3) Compare seminal parameters between in copula and in ex copula ejaculates.

2. Material and Methods

This study was approved by the Animal Care and Use Committee, São
Paulo State University – UNESP Botucatu, SP, Brazil.

2.1 Animals and Study Design

Sixteen sexually experienced horse stallions ranged in age from 2 to 26


years and housed in individual stalls were used as subjects. Four young stallion
were 2 to 3 years old (350-420 kg), 9 adult stallions were between 4 to 18 years
old (400-530 kg) and 3 aged stallions were 25 and 26 years old (400-430 kg). 

Each of the sixteen stallions was given a serie of nine different protocols
to induce ejaculation with two trials of each protocol at a minimum of 3-day
intervals. Rate of ejaculation was described and results ex copula ejaculate
characteristics were compared within subjects to baseline in copula ejaculates
obtained preceding the trials.

2.2 Experimental Protocols

To pharmacological induce ex copula ejaculation were used nine


protocols: X - xylazine (0.66mg/kg/i.v); XO - xylazine + oxytocin (20UI/i.v); IX -
67

imipramine (3mg/kg/v.o) + xylazine (0.66mg/kg/i.v); IXO - imipramine (3mg/kg/


v.o) + xylazine (0.66 mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI); D - detomidine (0.02mg/kg/
i.v); DO - detomidine (0.02mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI/i.v); ID - imipramine (3mg/
kg/v.o) + detomidine (0.02mg/kg/i.v); IDO - imipramine (3mg/kg/v.o) +
detomidine (0.02mg/kg/i.v) + oxytocin (20 UI/i.v); IO - imipramine (3mg/kg/v.o) +
oxytocin (20 UI/i.v).

Imipramine hydrochloride were administered 2 h prior to the alpha
adrenergic agonist, detomidine or xylazine, and oxytocin hormone and when
ejaculation did not occur in 10 minutes, a half of dose of alpha adrenergic
agonist were injected.

2.3 Trials

Induced-ejaculation trials were conducted in the stallion's box stall with a


quiet environment without sexual prestimulation. Stallions were observed
continuously until ejaculation occurred or for up to 2 h after administration of the
alfa adrenergic agonists (xylazine or detomidine).

2.4 Semen Collection

In the week before the start of the study, stallions were collected twice
with 2 days interval and then two semen samples were collected in a Botucatu®
model artificial vagina (Botupharma LTDA, Botucatu, SP, Brazil) from each
stallion using a phantom mount to obtain baseline measures. Induced
ejaculates were collected into a plastic bag held by a plastic ring positioned over
the prepuce and attached in the stallion’s flank by a tiny hope.

2.5 Semen Evaluation

Immediately after semen collection, semen volume were assessed by a


graduated test tube before and after the gel fraction to be removed. Sperm
concentration was determined using a Neubauer chamber hemocytometer
(Optik Labor®, Lancing, England) under microscopy with phase contrast at 200x
magnification (Jenamed 2 Zeiss: Carl Zeiss®, Munich, Germany). Prewarmed
(37° C) extender (BotuSpecial® Botupahrma LTDA, Brazil) was added to an
aliquot of neat semen to obtain a sperm concentration of 50 x 106 spermatozoa/
68

mL. This aliquot was used to examine sperm kinetic (IVOS version 12 Hamilton
Thorne Research, MA, USA) of each ejaculate and compared in copula
ejaculates and ex copula ejaculates. The CASA setup is described in Table 1.
The following parameters were evaluated: total motility (TM, %), progressive
motility (PM, %), angular progressive velocity (VAP, µm/s), progressive velocity
(VSL, µm/s), curvilinear velocity (VCL, µm/s) and percentage of rapid sperm
(RAP, %).

Table 1. Settings for stallion semen analyses

Features Setting

Image capture (frames per sec) 60 Hz

Image capture (No. of frames) 30


Cell detection (min contrast) 30
Cell detection (min cell size) 30 pixels
Defaults (cell size) 5 pixels
Defaults (cell intensity) 40
Progressive cells (VAP) 70 µm/s
Progressive cells (STR) 80%
Slow cells (static: VAP cutoff) 30 µm/s
Slow cells (static: VSL cutoff) 20 µm/s
Illumination: intensity 3,600
Illumination: photometer 125
Video source (dark field) 60 Hz
Static intensity gates (min and max) 0.48 and 1.45
Static elongation gates (min and max) 0 and 97
Chamber-type Makler1
Temperature 38º C
Field selection Automatic
VAP average path velocity µm/s, VSL velocity straight line µm/s; STR straight %
1Hamilton Thorne Research, Beverly, MA, USA (chamber depth 10.0 µm, stage position
14.3 mm)



69

2.6 Flow Cytometry Measurement

Flow cytometric analyses were conducted using a BD LSR Fortessa flow


cytometer (Becton Dickinson, Mountain View, CA, USA) equipped with three
lasers excitation: blue 488-nm, 100 mW and emission filter 530/30nm e
695/40nm; red 640-nm, 40 mW with emission filter 660/20nm; and violet 405-
nm, 100 mW, with emission filter 450/50nm. A minimum of 10.000 cells per
sample were evaluated and the data analyzed using software BD FACSDiva™
software v 6.1. Samples were diluted in TALP-PVA (Parrish et al.,1988
modificated:100mM NaCl, 3,1mM KCl, 25,0mM NaHCO3, 0,3mM NaH2PO4,
21,6mM DL-sodium lactate 60%,2,0mM CaCl2, 0,4mM MgCl2, 10,0mM Hepes-
acid free, 1,0mM sodium piruvate, 1,0mg/mL alcohol polivinil-PVA and 25µg/mL
gentamicine) to obtain a sperm concentration of 5x106 sptz /mL.

A mixture of Hoechst 33342 (H342), propidium iodide (PI) and FITC-PSA
(aglutinine of Pisum sativum conjugated with fluorescein isothiocyanate) was
used to analyse membrane plasmatic and acrossomal integrity (MPAI) [16].
Aliquots (200µL) of sperm samples were diluted in 7µM of H342, 1,5µM of PI
and 2ng of FITC-PSA, and after incubation at 37ºC for 5 min, spermatozoa
were analysed.

Mitocondrial activity and superoxide production (O2) in mitocondrial
matrix was assessed based on the method described by Freitas-Dell’Aqua et
al., 2018 [17] using association of Hoechst 33342, Yopro (YP), MitoStatus Red
(MST) and MitoSOXTM Red (MSR). Sperm samples of 500 µL were diluted in 7
µL of Hoechst 33342, 25nM YP, 20µM of MST and 2µM of MSR, and incubated
at 37ºC for 20 minutes. To mensure intracelular hydrogen peroxide (H2O2)
production aliquots (500µL) of the sperm suspension were added to 1.5µM of
propidium iodide (PI) and 1µM of CM-H2DCFDA (C6827, Life Technologies),
and after incubation for 20 min at 37ºC, the samples were analysed by flow
cytometry.

Oxide nitric was evaluated (NO-) by DAF-FM diacetate (D23842, Life
Technologies) associated with propidium iodide. Thus, in 500µL of diluted sperm
solution was added 1.5µM de propidium iodide and 10µM of DAF-FM, and
samples were incubated for 30min at 37ºC.
70

2.7 Statistical analysis

Data analysis was performed by the GraphPad Prism program version


6.0 for Windows (GraphPad software, LA Jolla, Caifornia, USA;
www.graphpad.com). The results are expressed as mean and standard error, as
well as their distribution by the Kolmogorov-Smirnov test and when they
presented normal distribution (parametric data) were submitted to analysis of
variance (ANOVA), followed by Tukey test. When they did not present normal
distribution (non-parametric data) were submitted to the Kruskall-Wallis test
followed by Dunn to determine significant in all variables between groups, with
significance of p <0.05.

2.8 Sperm Morphology

Sperm morphology was performed by differential interference phase


contrast (DIC) microscopy of wet-mount semen ‘fixed’ in isotonic formal saline
using at 1000×magnification. One hundred cells were evaluated for major and
minor defects [18].

2.9 Evaluation of side effects

Stallions were observed for degree of sedation, which were evaluated by


observing ataxia degree, head height, ear position, ptosis of lips and
responsiveness to the environment.

3. Results

3.1 Ejaculation rates

Overall, none of the 4 young stallions ejaculated in all protocols and 9 of


12 sexual mature stallions ejaculated (75%) in 6 protocol (X,XO,IX,IXO,DO and
IDO), but no ejaculation occurred in protocols D, ID and IO (Table 1). Xylazine
alone and with oxytocin equally induced ejaculation in 2 (16.66%) of the sexual
mature stallions in 100% of the trials, while when imipramine was associated to
xylazine 4 of the stallions (33.33%) responded in 75% of the trials. Likewise,
detomidine associated to oxytocin induced ejaculation in 1 stallions in all trials,
while imipramine associated to detomidine and oxytocin induced ejaculation in 5
71

stallions in 70% of the trials. None of the stallions that responded to xylazine
treatments responded to detomidine treatments. 

Interval from xylazine treatment to ejaculation ranged from 2 to 4 min in 3
stallions and to 15 to 20 min in 1 stallion. Interval from detomidine treatment to
ejaculation ranged from 2 to 7 min. No differences on the mean time of
ejaculation were observed when imipramine or oxytocin was associated to the
protocolos.

Table 2. Summary of pharmacological induced ex copula protocols and ejaculation


rates of 12 sexually mature stallions in 2 trials of each stallion in each protocol.

Protocols Ejaculation
(%)
Animals
(n=12)

X Xylazine (0,66 mg/kg/i.v) 16.66

XO Xylazine (0.66 mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI) 16.66


IX Imipramine (3mg/kg/v.o) + xylazine (0.66 mg/kg/i.v) 33.33
IXO Imipramine (3mg/kg/v.o) + xylazine (0.66 mg/kg/i.v) + oxytocin (20UI) 33.33
D Detomidine(0.02mg/kg/i.v) 0
DO Detomidine(0.02mg/kg/i.v)+oxytocin (20 UI) 8.33
ID Imipramine (3mg/kg/v.o) + detomidine (0.02mg/kg/i.v) 0
IDO Imipramine (3mg/kg/v.o) + detomidine(0.02mg/kg/i.v)+oxytocin (20 UI) 41.6
IO Imipramine (3mg/kg/v.o) + oxytocin (20UI) 0

3.2 Seminal Characteristics 




Results are summarized in table 02. Mean total and gel free volume of
induces ejaculates in protocols DO and IDO was significantly lower than in
protocols using xylazine (X, XO, IX and IXO) and in copula ejaculates. Sperm
concentration had higher values in DO and IDO (ANOVA, P < 0.05) than in
protocols using xylazine (X, XO, IX and IXO) and in copula ejaculates. However,
total number of sperm was similar in both ex copula and in copula ejaculates.
Similarly, mean total and progressive motilities, RAP, VAP, VCL and VSL as well
as sperm morphology were similar between induced and baseline ejaculates
(ANOVA, P > 0.10).
72

Table 3. Mean values and standard deviation of seminal characteristics of base line in
copula and pharmacologically-induced ex copula ejaculates of 9 stallions. Values were
calculated from the mean of 2 ejaculates from each stallion (except 3 stallions that had
only 1 induced ejaculate).

Base line in
pharmacologically-induced
copula
Detomidine Xylazine
Total volume (ml) 61.3 ± 17.9
a
15.2 ± 12.1
b
45.8 ± 29.4
ab

Gel-free volume (ml) a b ab


45 ± 12,5 13.8 ± 11,5 39.3 ± 24.9
Concentration (x106) b a ab
174 ± 107.2 2.560 ± 3.222 1.114 ± 1.104
Total number sperm (x109) 7.5± 3.3 18.1± 11.2 11.8± 7.4
Total motility (%) 84± 6 82± 2.5 82± 4.2
Progressive motility (%) 37± 6.8 38± 6.7 34± 5.9
RAP (%) 77,2± 7.4 83,6± 5 74,1± 6.2
VAP (µm/s) 131.2 ± 12.6 145.4 ± 15.8 314.4 ± 510
VSL (µm/s) 97.5 ± 10.6 107.4 ± 14.4 91.5 ± 10.7
VCL (µm/s) 235,8 ± 27.1 253 ± 20.1 227,3 ± 28.4
Membrane integrity (%) 77.25 ± 5 75.53 ± 4.21 62.4 ± 27.78
Sperm abnormal morphology (%) 16 ± 4.1 20 ± 6 17 ± 4.3

Different letters in a line indicate differences (P<0.05). RAP: percentage of rapid spermatozoa
(%); VAP: average velocity (µm/s); VSL: linear velocity in a straight trajectory (µm/s); VCL:
curvilinear velocity (µm/s).

3.3 Cytometry Evaluation

The reactive oxygen species (ROS) analyzes showed an increase (P


<0.05) in superoxide anion production in DO and IDO protocols when compared
to the other protocols and ejaculates collected in the artificial vagina. However,
the values of anion hydrogen peroxide, nitric oxide content and mitochondrial
membrane potential were similar (P> 0.05) in all protocols than to the ejaculates
collected in the artificial vagina.

3.4 Side Effects

Treatment with imipramine hydrochloride generally resulted in no


sedation. However, 12 of 16 stallions showed sialorreha 1 h after imipramine
administration, independently of the protocol. Discrete sialorreha was observed
73

in 5 stallions and moderate in 3 stallions. No sialorreha were observed in


protocols without imipramine. The administration of xylazine resulted in sedation
within 2 to 4 min, reaching mild to heavy standing sedation, with decreased
respiratory rate. Animals resumed normal activity within 50 min (range, 14 to 80
min) after xylazine treatment. Sedation with detomidine occurred earlier, within
1 to 2 min from injection, reaching mild standing sedation with a discrete
decrease of respiratory rate and returned to normal activity within 20 min after
detomidine treatment.

4. Discussion

This new protocols represent an improvement in rate of ejaculation for


pharmacologically induced ex copula ejaculation in stallions.

It is important to note that most previous study used sexually mature
stallions and the present study used 4 young stallions and none of them
ejaculated within the protocols, while 7 of 9 adult stallions and 2 of 3 aged
stallions ejaculated. As a stallion achieve sexual maturity (maximum
reproductive capacity) around 3 years after puberty and puberty period in colts
extends to approximately 83 weeks age [19]. Thus, Johnson [20] observed
lower FSH, LH and testosterone serum concentration in stallions above 3 years
old compared to animals between 4 and 20 years old.

Similarly, Johnson [21] observed a reduced Leydig as well as sertoli cells
population in stallions above 3 years old and seminal parameters had also
lower quality and quantity with this age, indicating an immature
spermatogenesis control. This suggests that autocrine and paracrine
signalization evolved in the ejaculation are probably different from sexual
mature stallions. Thus, our results assume that this 4 young stallions were not
sexually mature, then the ejaculation rates were calculated based on only the
12 sexual mature stallions. We hypothesized that lower hormone concentration
associated to immature paracrine and autocrine signalization could lead to no
responses to pharmacological ejaculation protocols.

The addition of oxytocin increase the ejaculation rates of protocols using
detomidine. Previous report using only detomidine (0.02 mg/kg/i.m) obtained
50% of success rate in a disable pony stallion [4]. Another study observed that 2
74

of 10 donkeys (20%) ejaculated with detomidine (0.02mg/kg/i.v) treatment [15].


Interestingly, our study had no ejaculations when detomidine alone or
associated with imipramine were used. Only protocols associating detomidine to
oxytocin resulted in ejaculations. In stallions, the oxytocin hormone has been
used to improve the number of total spermatozoa in the ejaculate and in often
times as a treatment of ampullary obstruction due to its smooth muscle
contraction activity in the reproductive tract [22]. Thus, studies suggests that
oxytocin play a important role in the emission phase of ejaculation [23]. The
present study observed that the addition of oxytocin in the detomidine protocols
helped to trigger ejaculation, probably due to smooth muscle contraction activity
in the testes and epydidimus. 

Contrarily, the addition of oxytocin in the xylazine treatments of this study
did not increase the ejaculation rates, as all the stallions responded equally to
treatments with or without oxytocin. Previous studies achieved 31% to 53% of
ejaculation with imipramine intravenous 10 min before to xylazine treatment
(0.33mg/kg/i.v) [2,11,13]. Johnson and DeLuca [12] used oral imipramine (2 mg/
kg/v.o) 2 h previous xylazine (0.33mg/kg/i.v) and achieved 57% of ejaculation
rate. Similarly to our findings, Feary et al [6] achieved 33% of success rate with
imipramine hydrochloride (3 mg/kg/v.o) associated to xylazine hydrochloride
(0.5 mg/kg/i.v) in a disable aged stallion. The best results associating
imipramine and xylazine obtained 68% of success rates using imipramine (3
mg/kg/v.o) 2 hours prior xylazine treatment (0.66mg/kg/i.v) [8]. However, this
study obtained different results, with 4 of 16 stallions (33.33%) ejaculating using
the same protocol as McDonnell (2001) [5]. Unsatisfactory results were also
obtained by Correa and Bozzo [14] using Imipramine Pamoate (3mg/kg/v.o-
Tofranil® 75 mg) followed 2 hours later by xylazine hydrochloride (0.66mg/kg/
i.v), achieving only 16,66% of ejaculation rate in 6 attempts in 2 adult stallions. 

The mean ejaculation occurred within 8 min of xylazine injection, ranged
from 2-20 min. Previous reports showed similar results, with ejaculation ranged
from 0.5 to 20 min [1,3,5,6,14]. Another study observed that 4 stallions
ejaculated between 5-11 minutes and another 3 stallions ejaculated between
35-45 minutes, within a tendency of the same stallion repeat the mean time in
all ejaculation trials [2]. This reports evidence that most ejaculations occur either
75

as the stallion is becoming sedated or as it was recovering from sedation, as


xylazine achieve plasma peak concentration around 5 min and has a half life of
31 min [24,25]. Similar results were obtained here, since the stallion which
ejaculated within 20 min of xylazine injection apparently was recovering from
sedation at that time. This study also observed that each stallion had a
individual time of ejaculation after injection, and the time of ejaculation was
repeated between trials. 

Similarly from xylazine protocols, the mean ejaculation occurred within 5
min of detomidine injection, ranged from 2-15 min. This result suggests that
detomidine induces most ejaculation during the concentrations peak, since
maximum plasma concentration after detomidine (0.03mg/kg/i.v) administration
is around 1.5 min and half-life of 10 min [26]. However, in a previous report the
time required for ejaculations after detomidine, intramuscular injection, ranged
from 17 to 47 min, with an average of 27.5 min/ejaculation in a pony stallion [4].
This pony stallion probably ejaculated later than the stallions from our study
because detomidine peak concentration after intramuscular administration
occur later than in intravenous administration [26]. 

After detomidine treatment (IDO) in only 1 trial, 1 stallion ejaculated
within 15 min of injection during masturbation. In contrast, McDonnell and Odian
[11] observed all trials that resulted in ejaculation were during masturbation. The
present study observed masturbation in 2 of the 16 stallions (13.33%) and in 4
of the 36 trials (11.1%). Previous reports obtained higher results, with
masturbation occurring in 52% of the trials and erection occurring in 71% [11].
In the present study, erection occurred in 5 of the 16 stallions (33%) and in 40 of
54 trials (74%) of the 5 stallions. 

Erection seem to be related to imipramine administration, since studies
using only alfa adrenergic agonist to induce ex copula ejaculation did not result
in erections, only penile protusion [1,4]. The present study also observed
erection only in protocols with imipramine associated. In another study,
imipramine intravenous administration in 5 stallions resulted in erection followed
by masturbation and two ejaculation [27]. Similarly, a study using clomipramina
(2.2mg/kg/i.v), another tryciclic antidepressive, observed erection and
masturbation 7 min after its administration in a disable old stallion [28]. This
76

study observed erection in 2 young stallions and 3 adult stallions, no erection


and masturbation were observed in aged stallions. Despite the mechanism of
action is not completely understood, it is believed that imipramine and
clomipramine promote erection and masturbation by dopaminergic stimulation
[29,30]. Also, the alpha adrenergic activity promoted by norepinephrine re-
uptake could lead to ejaculation [22]. These lower rates of erection and
masturbation suggests that imipramine administrated orally instead of
intravenous has less effect on this two physiological reactions.

Semen characteristics from the protocols tested in this study were mostly
similar to previous reports of pharmacologic-induced ejaculation. Protocols
using detomidine resulted in higher sperm concentration, higher total number of
sperm and lower total volume in a previous studies [4,15]. Similarly, this study
observed a higher concentration and decreased total and free gel volume
(P<0.05) when detomidine was used, however, the total number of
spermatozoas did not differ from the baseline and the others protocols
evaluated (X, XO, IX, and IXO).

Protocols based on the association of imipramine and xylazine had lower
total and gel volume free, higher sperm concentration and higher total number
of sperm in the pharmacologically-induced ejaculates compared to in copula
ejaculates in previous studies [2,3,11-13,31]. This suggest that lower total
volume is due to imipramine’s capacity of decrease accessory sex glands
contraction, since a study using xylazine alone did not obtain differences in ex
copula and in copula seminal characteristics [1]. This is in contrast to our
results, in which did not observe differences in volume, concentration and total
number of sperm when imipramine was added to the protocols using only
xylazine or xylazine associated with oxytocin. The imipramine also had no effect
on the seminal parameters when associated with detomidine and oxytocin.

No differences were noted in sperm kinetics (TM, PM, RAP, VAP, VCL
and VSL) and sperm morphology between ex copula and baseline ejaculates.
These results agree with earlier studies [3,13,14,31], evidencing that ex copula
ejaculates presents normal sperm viability and can be normally used in the
assisted reproductive programs.


77

The reactive oxygen species (ROS) are characterized as one or more


unpaired electrons and non-radical oxygen derivatives, with like hydrogen
peroxide (H2O2), superoxide ion (O2 ) and nitric oxide (NO). These ROS are

formed during energy production by spermatozoa, however, an imbalance


between the production and degradation of ROS leads to oxidative stress,
causing damage to the plasmatic membrane of spermatozoa [32]. ROS analysis
in this study showed an significant increase in superoxide ion (P<0.05) in the
semen obtained in detomidine protocols but similar peroxide and nitric oxide in
all protocols compared to baseline ejaculates. We hypothesize that this
enhance in superoxide anion is directly regarding to a decreased seminal
volume in this two protocols. The lower total volume results in reduced seminal
plasma, consequently the ejaculates from protocolos DO and IDO had lower
antioxidants that prevents spermatozoa oxidative stress. Antioxidants are
important in preventing oxidative stress and ROS production. Thus, seminal
plasma has a protective effect due to the high concentration and variety of
antioxidants present in its composition [33].

The use of a small group of animals in these analyzes could also have
been an important factor to obtain this result, since this increase was probably
influenced by individual characteristics. It was observed that only one of the
stallions had extremely high superoxide anion levels in the ejaculates and, as
the number of animals was small, the present study obtained this results.
Although the values in the O2 anion were altered in different protocols, it

did not influence mitochondrial membrane potential (ΔΨm), which presented


similar results in all the ejaculates evaluated.

Previous study using PGF2α to induce ex copula ejaculation observed
urine contamination as a side effect, associated to intense abdominal cramps
and sweating [8]. In this study similar side effects was not observed even in
protocols with oxytocin. Also, oxytocin did not enhance accessory sex glands
contraction, as observed in a study using PGF2α [5].

The major side effect observed in our study were the sialorreha followed
by imipramine administration. The stallions seemed dissatisfied after the
imipramine administration and the addition of corn glucose on the imipramine
tablets attenuate the rejection to the imipramine despite not reduce the
78

sialorreha. Other studies administered imipramine orally crushed the tablets and
gave with feed [12], molasses [6] or sweet flavor [5] and did not report
sialorreha. Thus, similar side effects were described when imipramine
intravenous was used [13], evidencing that this effects it is probably due to an
cholinergic mechanism of action that justify this effect, since imipramine is a
tricyclic antidepressive with several unspecific mechanism of action. 

In conclusion, the protocols tested did not induce ejaculation in stallions
above 4 years old. Also, this study observed that anxious and scared stallions
required higher doses to induce ejaculation. Thus, administration of the
protocols in the animal’s stall with a quiet environment was fundamental for the
success of the treatment. In the mean time, the use of different protocols with
detomidine and xylazine in the same stallion increased the success rates since
stallions that ejaculated with detomidine did not ejaculate with xylazine. Also,
oxytocin showed to increase the ejaculatory function associated to detomidine
with no adverse side effects.


Acknowledgments: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), grant #2016/21452-5, São Paulo Research Foundation
(FAPESP).
79

References

[1] McDonnell SM, Love CC. Xylazine-induced ex copula ejaculation in stallions.


Theriogenology 1991;36:73-6.

[2] McDonnell SM, Turner RMO. Post-thaw motility and longevity of motility of
imipramine-induced ejaculates of pony stallions. Theriogenology
1994;42:475-81.

[3] Card CE, Manning ST. Pregnancies from imipramine and xylazine-induced
ex copula ejaculation in a disabled horse. Can Vet J 1997;38:171-4. 

[4] Rowley DD, Lock TF, Shipley CF. Fertility of detomidine HCl induced ex
copula ejaculated stallion semen. Proc AAEP 1999;45:221-3. 

[5] McDonnell SM. Oral imipramine and intravenous xylazine for
pharmacologically-induced ex copula ejaculation in stallions. Anim Reprod Sci
2001;68:153-9.

[6] Feary DJ, Moffet PD, Bruemmer JE, Southwood L, McCue P, Niswender KD,
Dickinson C, Traub-dargatz J. Chemical ejaculation and cryopreservation of
semen from a breeding stallion with paraphimosis secondary to priapism and
haemorrhagic colitis. Case Report. Equine Vet Educ 2005;17:299-304.

[7] Clemente P, Giuliano F. Physiology and pharmacology of ejaculation. Basic
Clin Pharmacol Toxicol 2016;64:121-9.

[8] McDonnell SM. Ejaculation: physiology and dysfunction. Vet Clin North Am
Equine Pract 1992;8:57-70.

[9] Vignozzi l, Filippi S, Morelli A, Luconi M, Jannini E, Forti G, Maggi M.
Continuing medical education: regulation of epididymal contractility during
semen emission, the first part of the ejaculatory process: a role for estrogen
(CME). J Sex Med 2008;5:2010-6.

[10] Veronesi MC, Tosi U, Villani M, Govoni N, Faustini M, Kindahl H, Madej A,
Carluccio A. Oxytocin, vasopressin, prostaglandin F , luteinizing hormone,
2a

testosterone, estrone sulfate, and cortisol plasma concentrations after sexual


stimulation in stallions. Theriogenology 2010;73:460-7.


80

[11] McDonnell SM, Odian MJ. Imipramine and xylazine-induced ex copula


ejaculation in stallions. Theriogenology 1994;41:1005-10. 

[12] Johnston PF, DeLuca JL. Chemical ejaculation of stallions after
administration of oral imipramine followed by intravenous xylazine. Proc AAEP.
1998;43:59-62.

[13] Dutra FO. Indução da ejaculação em equinos através da utilização da
imipramina e de sua associação com xilazina [dissertação]. Rio de Janeiro:
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro; 2000.

[14] Correa SC, Bozzo MIO. Pharmacological ex copula ejaculation in
Holsteiner stallions. 2016.

[15] Miroslava-Mrackova DVM, Blahova Z, Marketa Sedlinska DVM. The
Realibility of two different protocols for pharmacologically induced ejaculation in
donkeys (Equus asinus). J Equine Vet Sci 2013;33:1121-3.

[16] Freitas-Dell’aqua CP, Guasti PN, Monteiro GA, Maziero RRD, Dell’Aqua Jr
JA, Papa FO. Flow cytometric analysis of fertile and subfertile frozen stallion
spermatozoa. Anim Reprod 2012;9:941.

[17] Freitas-Dell’Aqua CP, Guasti PN, Papa FO, Canisso IF, Dell’Aqua Jr JA.
Superoxide anion is reduced in gradient selected cryopreserved stallion semen
despite high mitochondrial potential. J Equine Vet Scie 2018;66.

[18] Blom E. Ultrastructure of some characteristic sperm defects and a proposal
for a new classification of the bull spermiogram. Nord Vet Med 1973;25:383-91.

[19] McDonnell SM. Ejaculation: physiology and dysfunction. Vet Clin North Am
Equine Pract. 1992;8:57-70.

[20] Johnson L, Thompson Jr DL. Age-related and seasonal variation in the
Sertoli cell population, daily sperm production and serum concentrations of
follicle-stimulating hormone, luteinizing hormone and testosterone in stallions.
Biol Reprod 1983;29:777-89.

[21] Johnson L, Neaves WB. Age-related changes in the Leydig cell population,
seminiferous tubules, and sperm production in stallions. Biol Reprod
1981;24:703-12.


81

[22] McDonnell SM. Pharmacological manipulation of ejaculation. In: McKinnon


AO, Squires EL, Vaala WE, Varner DD. Equine reproduction. 2nd ed. Iowa:
Wiley Blackwell; 2011. p. 1413-4.

[23] Corona G, Jannini EA, Vignozzi L, Rastrelli G, Maggi M. The hormonal
control of ejaculation. Nat Rev Urol. 2012;9:508-19.

[24] Santonastaso A, Hardy J, Cohen N, Fajt V. Pharmacokinetics and
pharmacodynamics of xylazine administered by the intravenous or intra‐

osseous route in adult horses. J Vet Pharmacol Ther 2014;37:565-70.



[25] Knych HK, Stanley SD, McKemie DS, Arthur RM, Kass PH.
Pharmacokinetic and pharmacodynamics of xylazine administered to exercised
thoroughbred horses. Drug Test Anal 2017;9:713-20.

[26] Mama KR, Grimsrud K, Snell T, Stanley S. Plasma concentrations,
behavioural and physiological effects following intravenous and intramuscular
detomidine in horses. Equine Vet J 2009;41:772-7. 

[27] McDonnell SM, Garcia MC, Kenney RM. Imipramine-induced erection,
masturbation, and ejaculation in male horses. Pharmacol Biochem Behav
1987;27:187-91.

[28] Turner RO, Love CC, McDonnell SM, Sweeney RW, Twitchell ED,
Habecker PL, Kenney RM. Use of imipramine hydrochloride for treatment of
urospermia in a stallion with a dysfunctional bladder. J Am Vet Med Assoc
1995;20:1602-6.

[29] Segraves RT. Effects of psychotropic drugs on human erection and
ejaculation. Arch Gen Psychiatr 1989;46:275-84.

[30] Serretti A, Chiesa A. Sexual side effects of pharmacological treatment of
psychiatric diseases. Clin Pharmacol Ther 2011;89:142-7. 

[31] Naoman UT, Ali AJ. Oral imipramine and intravenous xylazine for
pharmacologically induced ejaculation in donkeys. Iraqi J Vet Sci 2012;26:81-3.

[32] Kawai GKV, Gurgel JRC, Agostini Losano JD, Dalmazzo A, Rocha CC,
Tsunoda RH, Barnabe VH. Susceptibility of stallion spermatozoa to different
oxidative challenges: role of seminal plasma. J Equine Vet Sci 2017;55:76-83.


82

[33] Sampaio BFB. Adição de vitamina C, AA2G, α-tocoferol e ácido


docosahexaenoico ao diluidor de refrigeração do sêmen equino [tese]. Campo
Grande: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul; 2015.


Potrebbero piacerti anche