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Primeiros erros — e qual a diferença entre leiturabilidade e legibilidade

Quando eu tinha 17 anos, comecei a estagiar como revisora de textos na editora da


Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS).
Um dos meus primeiros erros inesquecíveis (só quem é ou já foi revisor sabe como eles
ficam impregnados em nossa existência) foi num título de um livro.
Na capa.
Em letras garrafais.
A equipe foi reunida para analisar o erro que fez com que a gráfica tivesse de reimprimir as
capas da edição.
Estava muito chateada, mesmo sabendo que o original havia passado por pelo menos cinco
colegas muito experientes antes de mim e outros tantas depois. Como eu não percebera
algo tão óbvio?
Então a supervisora explicou que era comum não perceber uma letra faltante em palavras
escritas com letras maiúsculas. E quanto maior a letra, mais difícil de notar.
A lição ficou e, ao longo da vida, salvei algumas dezenas de títulos em situação similar. Mas
somente uns anos depois, ao conhecer a Psicologia da Gestalt, compreendi parte do
motivo. Resumindo grosseiramente, a teoria afirma que o que acontece no cérebro não é o
mesmo que acontece na retina e que o cérebro precisa de estabilidade, por isso busca
preencher as informações que faltam para compor a forma do todo.
Este também é o motivo pelo qual é desafiador participar daqueles testes cretinos do
Facebook: “Qual letra está faltando? 99% vão errar!”. (Aposto como você já fez algum.)

Mas esta é apenas uma parte da explicação. Afinal, por que percebemos mais facilmente a
letra ausente quando o texto está em minúsculas?
Na década de 1960, Herbert Spencer pesquisou legibilidade e chegou à conclusão de que
muitos aspectos da leitura não podiam ser medidos de forma objetiva. Mesmo assim,
constatou que palavras escritas em maiúsculas têm menos legibilidade do que as
minúsculas, assim como os itálicos são menos legíveis do que os negritos.
Pelo mesmo motivo, hoje se inicia a alfabetização infantil pelas maiúsculas: os caracteres
maiúsculos possuem formas mais simples e são decodificados um de cada vez, permitindo
mais tempo para pensar e testar hipóteses fonéticas até achar a correta. Conforme vamos
aprimorando essa capacidade, passamos a ler o todo, poupando o cérebro de um trabalho
maior.
E é aí que entram os conceitos de LEGIBILIDADE e LEITURABILIDADE.
Legibilidade tem a ver com conseguir decodificar os caracteres, ou seja, conseguir
identificar as letras na palavra “E, R, R e O”, por exemplo. Já a leiturabilidade consiste em
decodificar o conjunto de caracteres e formar a palavra “ERRO”.
Quando o texto está todo em maiúsculas, o cérebro custa a compreender o significado do
todo, apesar de conhecer o significado de cada uma das partes. E a situação se agrava
conforme o tipo de fonte escolhida: “

ERRO ”.

Aprender com os erros é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional. Por


isso, quando cometer erros, analise o que aconteceu e siga em frente. E torça sempre para
que os erros, se forem cometidos, sejam em momentos não tão decisivos.

Só para testar se você está atento ou não, encontre o 6.

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