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A sociedade atual vem cada vez mais sendo acometido por desequilíbrios e desalinhamentos pos-
turais, resultado da nova configuração social atrelada a rotinas corriqueiras, estresse, vícios tecno-
lógicos, sedentarismo... Entre outros fatores que comprometem à qualidade de vida do indivíduo.
Entender todos esses aspectos e suas projeções compõe a avaliação postural. O paciente/aluno
deve ser analisado como um todo, em sua globalidade e, de forma sistematizada, para que o te-
rapeuta possa detectar as causas daquelas disfunções e entendendo também todas as compensa-
ções geradas por ela. Portanto, a avaliação postural verifica possíveis desalinhamentos e causas de
disfunções inerentes aquele corpo. Ressaltando que o corpo é um sistema e que desalinhamentos
em segmentos acarretará em compensações em todos o corpo.
A avaliação postural pode ser classificada em estática e dinâmica, na avaliação estática o avalia-
dor analisa pontos anatômicos específicos em todos os planos de movimento (frontal/anterior e
posterior; sagital/perfil; transverso/rotações), tensões musculares, desvios posturais e realiza testes
especiais. Na avaliação dinâmica o avaliador irá focar na analise dos padrões de movimento. Vale
ressaltar que uma avaliação criteriosa deverá conter a avaliação estática e dinâmica e que a avalia-
ção deve ser processual.
Anatomia da
Coluna Vertebral
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo as vértebras móveis composta por sete
vértebras cervicais, doze torácicas e cinco lombares, as vértebras imóveis são compostas por cinco
vértebras cocígeas e cinco vértebras sacrais. Possui função de sustentação, flexibilidade e proteção
da medula espinhal.
É dividida em quatro curvaturas que te dão força e equilíbrio, são duas curvaturas em convexidade
cervical e a lombar formando as lordoses e as curvaturas cifótica da torácica e da sacrococcígea. A
região que finaliza uma curvatura e inicia a outra geralmente é a mais móvel e mais susceptível a
lesão.
As vértebras são a unidade funcional da coluna, possuem segmento móvel e um disco entre duas
vértebras adjacentes. A porção posterior do segmento é composta pelo forame, processos trans-
versos e espinhosos, arcos neurais e ligamentos. A porção anterior do segmento móvel é formada
pelo corpo vertebral, disco intervertebral e ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. Cada
corpo vertebral tem forma cilíndrica e é mais espesso na frente onde recebe grandes forças com-
pressivas.
As vértebras C1 (atlas) e C2 (axis) possuem formatos específicos; o atlas forma a articulação atlanto-
-occipital e possui o corpo em forma de anel - com presença de tubérculos anteriores-posteriores
e faces articulares lisas na parte inferior e acidentadas na porção superior, onde acontece a junção
com os côndilos occipitais. A C2 possui uma saliência denominada dente que se articula com o
atlas formando a articulação atlanto-axial. Possui processo espinhoso ascendente e permite as ro-
tações da cabeça.
Os discos intervertebrais são compostos por 80% de água e 20% de colágeno, nele encontra-se
o núcleo pulposo que é envolto pelo anel fibroso, as cargas são absorvidos por essa estrutura e
distribuída uniformemente. O disco é resistente às forças compressivas, contudo em casos de de-
sidratação que gerem a ruptura do anel ou em processo de desgaste excessivo pode gerar uma
hérnia discal.
Na porção anterior do segmento vertebral passam os ligamentos longitudinais, que passam por
toda extensão da coluna do occipital ao sacro. O ligamento longitudinal anterior é um ligamento
bastante denso e potente, esse ligamento restringe a hiperextensão da coluna e limita o movimen-
to para frente de uma vértebra sobre a outra. O ligamento longitudinal posterior desce pela super-
fície posterior dos corpos vertebrais, dentro do canal espinhal.
A face póstero lateral do segmento vertebral não é coberta pelo ligamento o que fica susceptível a
protusão discal. Ele é mais largo na região cervical e mais estreito na lombar. O ligamento longitu-
dinal posterior exerce limitação de movimento posterior.
Na projeção lateral da união das lâminas, tem-se os processos transversos e espinhosos nos quais
ocorrem a inserção dos músculos espinhais que correm na coluna. Existem duas articulações sino-
viais, denominadas de articulações apofisárias, formadas pelas facetas articulares localizadas na
borda superior e inferior de cada vértebra.
Os músculos dorsais mais profundos são os eretores da coluna (espinhais, iliocostal e longíssimo)
e os transversos espinhais (multifidos, rotadores e semiespinhais). Esses músculos quando ativados
bilateralmente realizam a extensão da coluna e unilateralmente ativam a rotação e flexão lateral.
Os abdominais realizam a flexão de tronco com a participação do iliopsoas e quadrado lombar, que
tracionam e estabilizam a pelve respectivamente durante o movimento de flexão do tronco. Duran-
te a flexão de tronco, à medida em que as vértebras lombares vão encerrando sua contribuição, o
movimento continua pela contribuição da pelve na inclinação pélvica anterior. Os isquiotibiais e o
glúteo Máximo atuam excentricamente no controle da inclinação pélvica para frente.
Avaliação
Cervical
No plano frontal vista anterior, o terapeuta deverá observar o alinhamento cervical, traçando uma
linha imaginária da testa até o manúbrio. Se o paciente/aluno mantém a cervical alinhada ou reali-
za a lateralização de cervical e para que lado ocorre essa lateralização. Na vista posterior, deve-se
comparar com os achados na vista anterior e na ocorrência da lateralização - se nesta vista mantém-
-se para o mesmo lado.
Na vista em perfil, no plano sagital o avaliador irá verificar se há presença de anteriorização de cer-
vical ou retificação da mesma. Havendo anteriorização de cervical, é muito comum estar associado
a hiperlordose cervical ou aumento da curvatura cervical. O que pode gerar desgaste progressivo
no disco intervertebral com aumento da força compressiva posterior e tensiva anteriormente, po-
dendo levar a ruptura do anel fibroso, compressão de raízes nervosas e extravasamento do núcleo.
Avaliação
Torácica
A palpação das vértebras de toda a coluna é fundamental, no processo de avaliação devemos
palpar vértebra por vértebra e observar os pontos específicos de cada região, sempre atentos ao
alinhamento vertebral.
Na região torácica, deve-se no plano frontal na vista posterior está atento a presença de hipercifo-
se, aumento da curvatura torácica, na existência destes desvios posturais é necessário estar atento
as compensações geradas pelo mesmo, se esta hipercifose é secundária, ou seja, gerada por uma
compensação de desvio postural primário.
O teste de Adam é um excelente recurso para se avaliar a simetria de tronco e desequilíbrios na re-
gião torácica. Teste realizado com o paciente em ortostase, terapeuta atrás do paciente solicita que
lentamente realize uma flexão de tronco, iniciando o movimento com a flexão cervical deixando os
braços caírem em direção ao solo. O terapeuta deve acompanhar cada movimento do segmento
vertebral, se houver assimetria, assim que se constatar uma assimetria dos paravertebrais traça-se
uma linha imaginária sobre o segmento, dessa forma pode se determinar quais vértebras compõe
o desalinhamento. A presença de gibosidade e lateralização dos processos espinhosos é um indi-
cativo de escoliose e teste positivo, a presença de hipercifose também pode ser observada ao teste
e acarretará em teste positivo.
Avaliação
Lombar
Nessa região o terapeuta deve estar atento a presença do aumento da curvatura lordótica (hi-
perlordose) ou presença de retificação nessa região. Os desvios posturais na região lombar estão
ligados a movimentação da pelve, em uma hiperlordose lombar encontraremos uma pelve em
anteversão e ao contrário em uma retificação lombar a pelve estará em retroversão.
Cerca de 90% da população sofre com dores lombares, é importante o terapeuta investigar a
causa dessa dor e suas possíveis compensações. O teste da perna estendida ou SLR, é um ex-
celente instrumento de avaliação para lombalgias e/ou hérnias discais, consiste em posicionar
o paciente em decúbito dorsal e pedir para que ele realize uma flexão de quadril com a perna es-
tendida e dorsoflexão em pé até o seu limite. A técnica consiste em mobilizar a raiz nervosa com
suspeita de ser a fonte de dor. Em presença de dor e restrição de movimento o teste é positivo.
Vale ressaltar que devemos avaliar não apenas limitação de ADM, déficit de força, presença de
dor mas também a trajetória do movimento.
O iliopsoas potente flexor de quadril tem grande influência na região lombar e no mecanismo da
hiperlordose, já que ele se insere nas vértebras lombares e a tensão do mesmo, traciona as vérte-
bras lombares e gera mecanismos de desequilíbrios posturais e dor. Portanto, outro teste impor-
tante a se realizar é o teste de Thomas que avalia o encurtamento no iliopsoas. O teste deve ser
executa com o paciente/aluno em decúbito dorsal, solicitamos ao mesmo para abraçar sua perna
e observamos o membro contralateral se houver uma semiflexão de joelho afastando o membro
do contato com o solo teremos teste positivo.
A ação do quadrado lombar possui grande influência nessa região também. Ele atua na flexão
de tronco e na estabilização da pelve durante a caminhada. Retrações nessa musculatura geram
desequilíbrio lombar e podem gerar dor. O glúteo máximo e médio -potentes estabilizadores
pélvicos -, quando em desequilíbrios ocasionam antiversão, que irá tracionar a lombar e poderá
gerar a hiperlordose lombar.
Ressaltamos que devemos estar atentos às cadeias musculares e a ação delas no movimento.
Grupos musculares compõem cadeias e o movimento ocorre pela ação da cadeia - que pode ser
reta ou cruzada. Portanto, desequilíbrios em determinado grupo está gerando desequilíbrio na
cadeia muscular que consequentemente gera disfunções.
Importância
da Avaliação
A avaliação identifica as causas e compensações geradas pela disfunção, entende o paciente/aluno
em seu contexto biopsicossocial e norteia o caminho a ser percorrido pelo terapeuta. À medida em
que o terapeuta detecta o foco e suas repercurssões em todo o corpo, seu tratamento se torna mais
assertivo. O sucesso de seu tratamento torna-se mais evidente.
Não é possível elencar exercícios, métodos, técnicas de tratamento sem conhecer o indivíduo mi-
nuciosamente, dos pequenos desequilíbrios às repercurssões globais no movimento e consequen-
temente em suas habilidades funcionais e atividades de vida diária.
Faz-se necessário compreender também a visão unilateral do indivíduo atualmente, pelo padrão
social desenvolvido. As pessoas passam a maior parte do tempo em seus trabalhos sentadas ou
em rotinas estressantes, vivenciando tecnologia (seja no computador ou no celular), adotando uma
postura de retração da cadeia muscular com padrão flexor de tronco na maioria das vezes. Essa
postura gera um desequilíbrio de grupos musculares que acarretará em dores (principalmente nas
costas), formigamentos, cefaleias. Essas sintomatologias são decorrentes de tensões musculares e
disfunções ocasionadas pelas mesmas.
A avaliação sistematizada e minuciosa além de nortear o terapeuta, passa ao paciente/aluno mais
segurança. Contribuindo muito para a fidelização de seu cliente e captação de novos clientes na
propagação dos seus resultados. O famoso “boca a boca” ainda é uma excelente ferramenta de
propaganda e multiplicação de clientes.
Cuidados na hora de
avaliar o paciente
O terapeuta deverá estar atento a algumas situações no processo de avaliação. Dentre elas:
. Informar sempre ao paciente/aluno quando irá tocá-lo, aonde irá tocar e para que, com que fina-
lidade?
. A postura profissional deve estar clara e cabe ao terapeuta sempre informar ao cliente o objetivo
de cada postura, de cada movimento.
. Outro ponto importante a ser salientado, é que devemos sempre perguntar ao paciente/aluno
como ele está se sentindo.
As atividades desenvolvidas pelo terapeuta devem ser registradas em prontuário, uma ficha de
avaliação registrando todos os pontos avaliados assim como todas as intecorrências durante o pro-
cesso de avaliação.
A avaliação deve ser individual e o profissional deve ter cuidado com os aspectos motivacionais,
desafiar o aluno/paciente e estimular ao processo de conquistas. O não consegue, deve ser ressig-
nificado e poderá ser uma possível meta de tratamento.
Dicas de
avaliação
É importante que o paciente/aluno esteja com roupa adequada para avaliação. A presença de sin-
tomas como febre, náuseas, vômitos, vertigens e cefaleias intensas são limitantes ao processo de
avaliação, portanto a avaliação não deve ser realizada na presença dos mesmos, pois irá compro-
meter os resultados.
A anamnese deve conter perguntas específicas ligadas a aspectos sócios, ambientais, familiar e
voltadas ao histórico da disfunção, tais como:
De acordo com a queixa do paciente vamos coletando o máximo de informações possíveis para
compreender as possíveis causas e alterações inerentes à disfunção.
A palpação correta nos pontos anatômicos e a comparação em ambos os lados favorece a detecta-
ção de desequilíbrios. O terapeuta deverá montar o diagnóstico cineticofuncional, a elaboração do
mesmo irá nortear os caminhos percorridos no tratamento, deixando mais claro as metas a curto,
médio e longo prazo.
O diagnóstico funcional pode ser um marco não apenas ao paciente, mas também um ponto de
referência ao terapeuta que na reavaliação irá utilizá-lo como ponto de referência. E, caso as metas
não sejam atingidas, poderá identificar com mais facilidade o por que da não evolução e retraçar
plano de tratamento, caso seja necessário.
Terapia Manual e Avaliação
. Terapia Manual na Cervical
Disfunções cervicais, como tensão muscular, podem tracionar e deslocar vértebras ocasionando
pinçamentos neurais. A hiperlordose cervical é outra alteração postural que pode ocasionar dores
irradiadas, já que geram forças de compresão e tensão que podem gerar um deslocamento do
núcleo acarretando assim em hérnias cervicais. Cervicobraquialgias são comuns, gerando dores
irradiadas por todo percurso da raiz nervosa, dor difusa, com sensação de parestesias, sensação de
peso e cansaço oriundos da retração dos escalenos com compressão do plexo braquial, já que o
plexo braquial passa entre as fibras do escaleno médio e anterior.
A terapia Manual com técnicas de mobilização neural, pompage cervical e liberação miofascial são
de grande valia no tratamento dessas disfunções.
Pompage Cervical
Liberação Miofascial é técnica que atua na liberação manual da fascia, tecido conjuntivo fibroso
que envolve o músculo com intuito de aumentar a ADM e sua qualidade. A liberação Miofascial au-
menta a amplitude de movimento, promove a extensibilidade muscular, alivia dores e restabelecem
movimentos e a qualidade dos mesmos.
. Se o paciente sentir dor e essa dor, assim como os sintomas piorarem após o paciente afastar a
cabeça do lado a ser testado e amenizar quando ele aproxima, o nervo mediano estará comprimi-
do.
Liberação miofascial dessa musculatura (peitoral) e posturas de reeducação postural global diminui
o mecanismo da hipercifose torácica.
Liberação Miofascial de peitoral
Postura RPG
Na postura o paciente deve manter o alinhamento e o terapeuta vai corrigindo e alinhando o pa-
ciente, mantendo mecanismos de contração excêntrica em tronco.
Mobiliza o nervo ciático em todo o seu trajeto. Com o paciente em decúbito dorsal, terapeuta
realiza flexão de quadril, mantendo a extensão de joelho. Realiza passivamente a dorsoflexão mo-
bilizando todo o trajeto do nervo ciático.
Conclusão
A avaliação minuciosa oferece ferramentas ao terapeuta para detectar as causas das disfunções e
elencar condutas assertivas que promovam a evolução do paciente. Ao tempo em que os objetivos
ficam mais claros, a premissa ao sucesso do tratamento é maior o que irá acarretar em atrativo a
novos clientes.