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PRÉ-UNIVERSITÁRIO OFICINA DO SABER Aluno(a):

DISCIPLINA: Literatura PROFESSORES: Suéllen da Mata

PRIMEIRA ÉPOCA MEDIEVAL TEXTO 5

A LITERATURA PORTUGUESA NA IDADE MÉDIA

O Romance da rosa foi dividido em duas partes. Uma delas trata das relações
amorosas. As personagens dessa obra francesa são alegorias ligadas ao
relacionamento amoroso, como Beleza, Perigo, Prazer, Dança, etc. Essa
representação pode ser considerada uma demonstração do ambiente festivo
que dominava não apenas a arte mas a vida cotidiana na Idade Média (do
século V ao XV). Ela sugere que, ao contrário daquilo em que se costuma
acreditar, o período medieval foi menos uma idade das trevas e mais uma
idade das festas. Nesta Unidade, vamos estudar duas manifestações literárias
desse período em Portugal: o Trovadorismo e o Humanismo. A religiosidade
que marcou a Idade Média estava presente na arte, mas também podiam ser
identificadas a festividade e a celebração da vida.

Contexto histórico-cultural

O período medieval abrange cerca de mil anos da história da Europa, do século V ao XV. Nesse período, os diversos
povos do continente construíram particularidades e identidades próprias.

A partir do século V, a invasão dos bárbaros (povos cuja cultura era diferente da romana) provocou uma
desagregação do Império Romano. A economia urbanizada sofreu uma reagrarização, ou seja, um processo em que
as pessoas que moravam nas cidades voltaram para o campo. A fome e o constante temor de novas guerras
provocaram insegurança na vida cotidiana e acabaram afetando a atividade cultural. Em consequência, a Idade
Média passou a ser associada a um período de obscurantismo.

Ao longo do período medieval, a Igreja Católica exerceu uma grande influência sobre a vida social e cultural de
diversas regiões. Sua importância para o desenvolvimento da filosofia e das artes não pode ser menosprezada. A
própria construção das catedrais tinha uma finalidade didática e cultural importante: os adornos, as estátuas e as
representações da vida de santos e de passagens bíblicas buscavam transmitir ensinamentos a pessoas que, na sua
grande maioria, eram analfabetas e doutrinadas pela moralidade e pelo medo.

A cultura medieval

O cotidiano medieval não pode se restringir às trevas a que normalmente o período é associado. Se, por um lado, a
insegurança generalizada e as guerras frequentes tornavam a morte uma presença constante; por outro, não se pode esquecer
que as festividades eram celebradas por toda parte e tinham um caráter extremamente popular.

Como tema literário, a morte começou a aparecer no final do século XII, ganhando um espaço definitivo no século XV, em
função de fatores como pestes, miséria e fome. Nesse contexto, desenvolveu-se o ideal cavalheiresco, de retomada do
esplendor da vida antiga, funcionando como uma espécie de válvula de escape para uma realidade menos esplendorosa. A
literatura seria impregnada desse espírito.

SAIBA MAIS

Apesar da relevância das cantigas trovadorescas, escritas em versos, também havia na época produções em prosa,
como as novelas (ou romances) de cavalaria. Surgiram no século XII, na França e na Inglaterra, com forte
tradição oral. Essas narrativas extensas eram divididas em capítulos.
Tradicionalmente, essas novelas são organizadas em três ciclos, conforme a temática: o Ciclo clássico (com ênfase
em heróis da Antiguidade, como Alexandre, o Grande); o Ciclo carolíngio (sobretudo, com o rei Carlos Magno e os
doze pares de França); e o mais conhecido dos três, o Ciclo arturiano ou bretão (com o rei Arthur, em histórias
sobre Tristão e Isolda, Lancelote e os Cavaleiros da Távola Redonda). Entre as novelas mais marcantes estão A
demanda do Santo Graal e Amadis de Gaula.

Ainda hoje, essas aventuras inspiram livros, filmes, óperas e desenhos animados, mantendo vivos os códigos de
conduta, a provação de honra, lealdade e bravura de cavaleiros errantes; as batalhas em locais míticos; a
sublimação do amor, com a idealização da mulher e o amor de belas donzelas.

A Europa medieval, portanto, ficou marcada pela força e pela influência da Igreja Católica. Isso se verifica, por
exemplo, no crescimento do misticismo cristão, que conduziria ao espírito guerreiro das Cruzadas.

SAIBA MAIS
As Cruzadas foram expedições militares realizadas entre os séculos XI e XIII pelas nações cristãs europeias para
reconquistar Jerusalém e expandir a fé católica.
Os guerreiros acreditavam que, se conseguissem libertar os locais sagrados da influência muçulmana, seriam
perdoados de seus pecados. Por isso, essas lutas eram chamadas de “guerras santas”.

No terreno artístico, a mesma religiosidade resultaria na arte gótica. Contudo, ao lado dessa vertente mística,
desenvolveu-se uma arte profana, isto é, distante da influência religiosa. Um dos locais de florescimento dessa arte
foi a Provença (no sul da França atual), onde se falava a langue d’oc. Essa língua recebia essa designação para
diferenciar-se da langue d’oil, predominante no norte francês. As expressões oc e oil significavam a mesma coisa
(“sim”), mas se diferenciavam de acordo com a região em que a palavra era falada. Demarcar essa diferenciação de
pronúncia era uma forma de reafirmação cultural.

A arte trovadoresca

A partir do século XI, a arte trovadoresca surgida na região da Provença se espalhou por toda a Europa. Ela era
predominantemente musical. Essa condição explica a origem da palavra trovadorismo, que vem do verbo
francês trouver, que significa “encontrar”: era preciso encontrar o casamento perfeito entre poesia e melodia.

As cantigas medievais portuguesas eram executadas por músicos, que usavam instrumentos de corda, de sopro e
de percussão. Um deles era o alaúde, muito semelhante ao violão atual.

O tamboril era o instrumento de percussão tocado pelos músicos medievais.

A charamela era um instrumento de sopro bastante utilizado na Idade Média.

Cantigas líricas
O lirismo provençal é baseado na noção de amor cortês. Esse conceito está profundamente ligado ao feudalismo.
No amor cortês, a amada recebia o mesmo tratamento dedicado ao proprietário da terra e era chamada de senhor.
Como a palavra senhor não admitia feminino, a musa inspiradora da arte trovadoresca era chamada também
de mia senhor, isto é, “minha senhora”. Diante dela, o amante se colocava como servo ou vassalo: era a vassalagem
amorosa, uma espécie de jogo refinado, restrito à alta sociedade. Mas isso não quer dizer que as mulheres
medievais tivessem algum tipo de privilégio; na realidade, a sociedade lhes reservava um papel secundário.

SAIBA MAIS

Com a morte de líderes centralizadores (como Carlos Magno em 814), a Europa conheceu um período de
instabilidade política. O poder passou a ser ocupado pelos senhores feudais, que tinham fortalezas e exércitos
organizados para expulsar invasores.

Desses poderosos proprietários de terra dependiam nobres, camponeses, cavaleiros e servos, numa relação de
servilismo chamada vassalagem. Isso caracterizou uma nova organização social baseada no feudalismo — sistema
político, social e econômico baseado na posse do feudo, ou seja, da terra ou do direito de renda concedidos por um
senhor a um vassalo em troca de serviços.
As regras do amor cortês correspondiam a práticas entendidas como ideal de comportamento amoroso. Essas
regras definiam, por exemplo, que o trovador jamais deveria dizer o nome da amada (que podia ser até uma
mulher casada); que ele deveria se dirigir a ela de forma respeitosa e contida, sem ultrapassar as fronteiras
estabelecidas pela moralidade e pelos bons costumes da época.

A cultura provençal atingiu a Península Ibérica no século XII, dando origem às cantigas líricas do Trovadorismo
local. O idioma das cantigas era o galego-português — espécie de formação arcaica da língua portuguesa,
mesclada com elementos do castelhano e do francês.

Como não havia muitos registros escritos naquela época, provavelmente poucas cantigas chegaram até nós, como,
por exemplo, os cancioneiros — que são registros de cantigas, obtidos com a compilação de poemas de vários
autores. Entre vários cancioneiros, pode-se citar o Cancioneiro da Ajuda (compilado provavelmente no século XIII e
considerado um dos mais antigos).

Costuma-se considerar que a “Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga da Guarvaia”, composta provavelmente em 1189
ou 1198, é o primeiro texto medieval português registrado.

Cantigas de amor

Na Provença havia um tipo de produção musical chamado cansó, que, ao chegar à Península Ibérica, transformou-
se na cantiga de amor. Em comum, as duas tinham o emissor masculino, isto é, a perspectiva adotada era
sempre a de um homem.

Além disso, a cantiga de amor é a tradução mais perfeita das concepções do amor cortês. O trovador colocava a
amada em um patamar superior ao seu, de tal forma que seu amor nunca pudesse ser plenamente realizado,
mantendo-se em um nível espiritual. A impossibilidade de realização desse amor provocava a coita, isto é, o
sofrimento — tema constante das cantigas de amor.

Para buscar aliviar seu sofrimento, o trovador suplicava a atenção e o afeto da amada. Esse afeto podia ser
expresso pela palavra bem — que definia um comportamento respeitoso. Os padrões morais da época impediam
que o trovador fosse muito longe na expressão de seus desejos.

Leia a cantiga a seguir, um exemplo de como se dava esse tratamento com a amada.

Tam grave dia que vos conhoci


Tão grave dia em que vos conheci
Tam grave dia que vos conhoci,
por quanto mal me vem por vos, senhor! Tão grave dia em que vos conheci
ca me ven coita, nunca vi maior, por quanto mal me vem por vós, senhora!
sen outro ben, por vós, senhor, des-i. Pois me vem coita, nunca vi maior,
Por este mal que mh’a mim por vós ven, sem outro bem, por vós, senhora, desde então.
come se fosse ben, ven-me por én Por este mal que a mim por vós vem,
gran mal a quen nunca o mereci. como se fosse bem, vem-me porém
grande mal a quem nunca o mereceu.
Quant’eu, senhor, porque vos eu servi,
sempre digo que sode-la milhor Quanto a mim, senhora, porque eu vos servi,
do mund’e trobo polo voss’amor, sempre digo que sois a melhor
que me fazedes gran ben e assi do mundo e trovo pelo vosso amor,
veed’ora, mia senhor do bon sen, que me fazeis grande bem e assim
este ben, se me compre a mi ren? vede agora, minha senhora de bom-senso,
senon, se valedes vós mais per i. este bem, se me aproveita em alguma coisa?
senão, se valeis vós mais por isso.
SANCHES, D. Afonso. In: VIEIRA, Yara Frateschi e Tradução.
outros. Glosas marginais ao Cancioneiro Medieval Português
de Carolina Michaëlis de Vasconcelos. Santiago de
Compostela (Espanha): Universidade de Santiago de
Compostela; Coimbra (Portugal): Universidade de Coimbra;
São Paulo (Brasil): Editora da Unicamp, 2004. p. 511.

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Leitura do texto
Nessa cantiga, o eu lírico expressa o ideal de submissão vassálica, típico do feudalismo, em expressões
como “senhor” e “servi”. O aspecto mais importante é a proclamação sofrida da mágoa de amor, a coita. A
insistência com que o eu lírico a reafirma tem uma explicação que já vimos: as noções do amor cortês. De
acordo com essas convenções, a dor de amar era a maior prova de sinceridade que um apaixonado
poderia dar à sua amada. Destacá-la, portanto, era uma atitude fundamental de conquista.

Cantigas de amigo

Enquanto as cantigas de amor tinham origem provençal, as cantigas de amigo eram originárias da própria
Península Ibérica. As cantigas de amigo possuíam uma matriz popular e provavelmente surgiram como
complemento de danças e cantos coletivos em comunidades rurais. Tinham sempre um emissor feminino. No
entanto, não existiam mulheres compositoras; isso significa que os autores dessas cantigas assumiam a voz
feminina.

Quase sempre, nas cantigas de amigo, a moça se dirigia ao amado ou falava dele à mãe, às amigas ou à natureza
(flores, animais, etc.). Nesse sentido, a palavra amigo pode ser entendida como “namorado”. A origem popular
determinava o cenário: o campo, onde na época vivia grande parte da população portuguesa.

As cantigas de amigo faziam referência, mesmo que implícita, a acontecimentos passados: uma viagem do amado,
uma promessa feita por ele, um encontro anterior, entre outros. Assim, apresentavam certo teor narrativo, como
se fizessem parte de uma história.

Do ponto de vista formal, as cantigas de amigo se caracterizavam por esquemas de repetições de versos
denominados paralelismo e refrão. O paralelismo consistia na repetição parcial de versos, e o refrão era a
repetição integral de versos.

Observe a cantiga a seguir, que apresenta os dois tipos de repetição.

Non chegou, madr’, o meu amigo


Não chegou, mãe, o meu amigo
Non chegou, madr’, o meu amigo
e oj’est o prazo saido! Não chegou, mãe, o meu amigo
Ai, madre, moiro d’amor! e hoje é o prazo findo!
Ai, mãe, morro de amor!
Non chegou, madr’, o meu amado
e oj’est o prazo passado! Não chegou, mãe, o meu amado
Ai, madre, moiro d’amor! e hoje é o prazo passado!
Ai, mãe, morro de amor!
E oj’est o prazo saído!
Por que mentiu o desmentido? E hoje é o prazo findo!
Ai, madre, moiro d’amor! Por que mentiu o mentiroso?
Ai, mãe, morro de amor!
E oj’est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado? E hoje é o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor! Por que mentiu o perjurado?
Ai, mãe, morro de amor!
Por que mentiu o desmentido
pesa-mi, pois per si é falido. Por que mentiu o mentiroso
Ai, madre, moiro d’amor! pesa-me, pois por si é diminuído.
Ai, mãe, morro de amor!
Por que mentiu o perjurado
pesa-mi, pois mentiu a seu grado. Por que mentiu o perjurado
Ai, madre, moiro d’amor! pesa-me, pois mentiu porque quis.
Ai, mãe, morro de amor!
DOM DINIS. In: TORRES, Alexandre Pinheiro. Tradução.
Antologia da poesia trovadoresca galego-portuguesa. Porto:
Lello & Irmão, 1987. p. 244.

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Leitura do texto

As cantigas de amigo tratam de aspectos do cotidiano popular medieval. Uma das oportunidades de
socialização promovidas pela cultura medieval eram as romarias, acontecimentos que na Idade Média
contavam com grande presença de público.

Na cantiga a seguir, a moça insinua um interesse velado em participar da romaria apenas para encontrar-
se com o amado.

Por fazer romaria pug’en Para fazer romaria decidi em


meu coraçon meu coração

De fazer romaria pug’en meu coraçon Para fazer romaria decidi em meu coração
e Sant’Iag’un dia, por fazer oraçon a Santiago um dia, para fazer oração
e por veer meu amigo logu’i. e para ver meu amigo ali.

E, se fezer bon tempo e mia madre non for, E, se fizer bom tempo e minha mãe não for,
querrei andar mui leda e parecer melhor vou querer andar muito alegre e estar bonita
e por veer meu amigo logu’i. e para ver meu amigo ali.

Quer’eu ora mui cedo provar se poderei Quero eu brevemente tentar se podereiir queimar
ir queimar mias candeas con gran coita que ei, minhas velas com grande ânsia
e por veeer meu amigo logu’i. [que tenho
e para ver meu amigo ali.
CARPANCHO, Airas. In: TORRES, Alexandre Tradução.
Pinheiro. Antologia da poesia trovadoresca galego-
portuguesa. Porto: Lello & Irmão, 1987. p. 205. (Fragmento).

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Cantigas satíricas

Além da cansó (que originou as cantigas de amor), a Península Ibérica conheceu também o sirventés provençal.
Eram cantigas satíricas que, muitas vezes, ridicularizavam os princípios do amor cortês. Em Portugal, essa
influência fez surgir as cantigas de escárnio e as de maldizer.

As diferenças entre os dois tipos não eram claras nem para os próprios trovadores. Isso ocorria porque elas
tinham vários aspectos comuns: eram fortemente críticas e escritas em linguagem apelativa, muitas vezes de baixo
calão, com palavrões. Nesse sentido, distanciavam-se bastante da expressividade mais contida e respeitosa que se
notava nas cantigas diretamente influenciadas pela noção de amor cortês.

Apesar de serem muito semelhantes, é possível estabelecer uma distinção entre elas: as cantigas de escárnio
apresentavam uma sátira mais velada e contida, enquanto as de maldizer eram mais explícitas e diretas.

O teor crítico das cantigas satíricas do cancioneiro galego-português era bastante acentuado. Os assuntos
abordados eram os mais variados. Muitas vezes, os compositores criticavam uns aos outros, disputando a condição
de melhor trovador; essas disputas eram chamadas de tenções. Mas os temas mais comuns eram ligados a
circunstâncias do cotidiano medieval; por isso, o leque de assuntos dessas cantigas era bastante amplo. No caso
desta cantiga, a sátira do eu lírico é dirigida a uma mulher.

Maior Garcia est homiziada

Maior Garcia est homiziada E, con tod’est’, assi é custuiada,


que tanto guarda seu corpo, de pram, que nom pod’home sabe[r] seu talam,
que já de noite nunca ela mam, e em mais de cem logares a verám
como as outras, na sua pousada; deitar, mais pouco é i sa ficada;
e guarda-se, já nunca tanto vi: e, u alberga, dire-vos que faz:
ca, u mam hoje, non marrá cras i, nunca homen neum na casa jaz
des i, de noite, nunca dorme nada. que o a me non cate ua vegada.
AMBROA, Pero Garcia de. Disponível em:
<http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=
1602&pv=sim>. Acesso em: 9 abr. 2017. (Fragmento).
Maior Garcia está fugitiva

Maior Garcia está fugitiva E, com tudo isso, é tão reservada,


e certamente por isso se resguarda tanto, que nenhum homem sabe suas intenções,
que já de noite nunca ela dorme, e em mais de cem lugares a verão
como as outras, na sua pousada; deitar, mas curta é a sua permanência;
e guarda-se tanto, como nunca vi: e, onde alberga, eu direi o que faz:
pois, onde dorme hoje, não dormirá mais, nunca nenhum homem da casa deita
desde então, de noite, nunca dorme nada. que não a apanhe uma vez.
Tradução.

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Fonte bibliográfica:

COUTO, Fernando Marcílio Lopes. Literatura: Formação do leitor literário – São Paulo: Moderna, 2017.

(Texto adaptado)

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