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Orientação temporal, coordenação motora global e fina.

Aula - 6

Prof. Roberto Lins.


(Mestre em psicologia clínica).

Vimos, na aula de orientação espacial, que a percepção do espaço se dá


a partir das relações de vizinhança, da proximidade dos objetos percebidos no
mesmo campo ou área. Também vimos, que para se construir a organização
espacial é preciso que o indivíduo construa, primeiramente sua unidade corporal,
pois parte dele a referência para os outros objetos. Desta feita, a construção da
organização espacial primeiro parte da compreensão – inconsciente – de espaço
do indivíduo para os objetos e, depois, da compreensão de espaço entre os
objetos. Agora, vamos a construção da organização temporal.
Se eu perguntasse a vocês quais os dois dias da semana subsequentes
a “segunda-feira”? Vocês responderiam sem dificuldade “terça e quarta-feira”.
Se eu perguntasse a vocês qual desses dois acontecimentos aconteceu
primeiro: “Movimento das Diretas Já” ou o “Impeachment de Collor”? Não precisa
nem ser bom em história para responder através de uma compreensão lógica-
temporal que foi o “Movimento das Diretas Já”, haja vista que foi a partir desse
movimento que mais à frente os brasileiros conquistaram o direito ao voto direto
e Collor é eleito e depois sofre o Impeachment.
Vocês já se deram conta que muitas vezes precisamos organizar de forma
cronológica fatos, acontecimentos, tarefas, compromissos que surgem em nossa
mente?! Tal procedimento nos confere um senso de orientação para uma
infinidade de ações em nosso dia a dia, e algumas dessas ações são tão
automáticas que não nos damos conta. Por exemplo, o ato de andar requer
alguns requisitos, como: ritmo – velocidade e a regulação da força nervosa
empregada para o movimento; a percepção da sucessão das passadas e o
intervalo de tempo de uma passada a outra.

Tempo: que marca a Espaço: que circunscreve, que delimita


velocidade empregada e a área que estou andando.
os intervalos.

As noções de corpo, espaço e de tempo devem estar intimamente ligadas,


para se entender o movimento do indivíduo.

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A organização temporal é importante para uma
série de funções cognitivas e motoras, e
podemos defini-la como a capacidade de
situar-se em função:

a) da sucessão dos acontecimentos (antes,


durante e depois);
b) da duração dos intervalos (hora,
minutos, aceleração, freada, andar,
corrida);
c) da renovação periódica (dias da
semana, meses, estações);
d) do caráter irreversível do tempo (noção
de envelhecimento e morte).

As noções temporais são muito abstratas e na maioria das vezes bem


difíceis de serem adquiridas pelas crianças. É somente através da atividade
vivenciada que será possível reconhecer e compreender essas noções. A
criança valoriza muito mais a parte intuitiva e subjetiva para entender o tempo, e
se essas referências forem mais prazerosas que desprazerosas serão mais
rapidamente aprendidas. O brincar é um excelente meio. Por exemplo, brincar
no escorrego. Quando uma criança desce e outra aguarda sua vez para descer,
pouco a pouco as duas vão construindo a percepção de tempo, devido ao
intervalo de tempo de espera e para descer como, também, a noção de
sucessão, já que a mesma ação é repetida durante toda a brincadeira (desce,
corre para a escada, espera e desce outra vez).
Para a criança, a organização temporal é mais difícil de ser construída do
que a organização espacial, pois a mesma requer funções cognitivas um pouco
mais aprimoradas. Para a compreensão do tempo é fundamental a ação da
memória, que desempenha um papel importantíssimo. Na medida em que a
criança for organizando em sua memória os acontecimentos vividos, é que será
possível o estabelecimento de uma relação temporal – o antes e o depois, que
vão lhe permitir, gradualmente, sua compreensão de causa e efeito e começo,
meio e fim. Quanto a compreensão do futuro, um bom exemplo é quando os pais
dizem a criança que ela precisa dormir para ir a escola no outro dia. A entrada
e saída da escola, etc.
Outro aspecto que está inserido nesta discussão é o caráter da
irreversibilidade do tempo, ou seja, o que já foi vivido não volta mais. A
compreensão sobre a morte é um bom exemplo. A criança só vai entender o
caráter irreversível da morte, segundo Piaget, entre os 7(sete) a 11 (onze) anos
de idade. Uma forma, por exemplo, de ilustrar que o tempo não volta é dizer que
a criança está com “x” idade, 5 anos, mas que daqui a mais um ano ela já vai
fazer 6 anos. De acordo com Mattos; Neira (2005) no tempo existe o aspecto
qualitativo e o quantitativo, sendo que a base da experiência temporal é o ritmo.
Relatam também, que o desenvolvimento da orientação temporal deve ter alguns
objetivos como: aquisições de noções de antes, depois, de simultaneidade e

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sucessão, percepção de duração e pausa, apreciação de estruturas rítmicas e
velocidades.

Coordenação motora global

A coordenação motora global refere-se a capacidade de controlar os


movimentos mais gerais utilizando-se dos grandes músculos, estando em
repouso ou em movimento.

Trata-se da capacidade de controlar ao mesmo tempo os movimentos dos


membros inferiores e superiores e de ter um bom controle postural mesmo
estando parado. É graças ao bom funcionamento da coordenação motora global
que podemos, por exemplo, correr, andar, saltar, arremessar etc. Oliveira (1997)
enfatiza que através da experimentação dos movimentos, o indivíduo procura
seu eixo corporal e, assim, aperfeiçoa seu equilíbrio. Como consequência, vai
coordenando seus movimentos e assim se conscientizando de seu corpo e de
suas posturas. Todo esse processo mostra que quanto maior o equilíbrio, mais
econômica será a atividade do sujeito, ou seja, menos esforço será empregado
e, consequentemente, mais coordenadas serão suas ações.
A coordenação global e a experimentação levam a criança a alcançar a
dissociação de movimentos, ou seja, a criança passa a ter capacidade de realizar
múltiplos movimentos ao mesmo tempo e ter a plena percepção e
intencionalidade a respeito. Segundo Almeida (2006), a prática da coordenação
motora global está relacionada à organização do ritmo, ao desenvolvimento e as
percepções gerais da criança e deve ser desenvolvida primariamente, ou seja,
no início do desenvolvimento da pessoa.
Neste aspecto, os fatores emocionais estão intimamente ligados ao bom
desenvolvimento dessa capacidade. A afetividade é fator estimulante e
necessário em todo desenvolvimento psicomotor. Para compreendermos o
quanto a afetividade é importante para o desenvolvimento como um todo – físico
e psicológico – vamos dar como exemplo a síndrome do hospitalismo.
Após a Segunda Guerra Mundial, o médico e psicanalista René Spitz
realizou um estudo com bebês órfãs ou que tinham sido abandonados, deixados
em abrigos ou hospitais. Esses bebês recebiam os cuidados físicos necessários
– alimentação e higiene –, mas muito pouco afeto, atenção e nenhum estimulo
que ajudasse no desenvolvimento.

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Existiam muitos bebês para poucas cuidadoras sendo impossível o
estabelecimento de uma relação afetiva.

Essas crianças cresceram apresentando uma


série de problemas psicológicos, cognitivos,
motores e interacionais.

O estudo de Spitz revelou que as crianças apresentavam:


 Uma fraca resistência à infecções e uma alta taxa de mortalidade;
 Uma forte regressão emocional. As crianças mesmo mais velhas
apresentavam um comportamento de quando eram bebês.
 Mostravam-se apáticas e sem interesse pela vida (característica de
autismo);
 Muitas não andavam – por falta de estímulo e, consequentemente, de
tônus muscular adequado.

De acordo com Montagu (1988) complementa a ideia dos autores afirmando


que:
[...] o bebê que não é apanhado no colo, que não é levado
de lá para cá, que não é embalado, tem menos chances de
tomar consciência de si próprio por intermédio da sensação
do movimento passivo; é também menos propenso a
reconhecer o toque e o ritmo corporal característicos de
sua mãe.
Lapierre e Aucounturier (1986) salientam que:

só existimos no sentido existencial na medida em que


temos a possibilidade de comunicar com os seres e as
coisas que nos cercam, isto é, de um lado estabelecer

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relações significantes com o nosso corpo, suas sensações
e suas produções, e de outro com o que é exterior a ele.
Coordenação Motora Fina.

Para Oliveira (1997), a coordenação motora fina compreende a habilidade


e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação global. É
através da preensão que a criança vai descobrindo, pouco a pouco, os objetos
de seu meio ambiente. É através da coordenação fina que a criança é capaz de
controlar os pequenos músculos para exercícios refinados, como recortes,
colagem e encaixes, preparando assim a criança para a escrita, posteriormente.
A coordenação motora fina envolve a coordenação viso-motora ou oculomotora,
que diz respeito à capacidade de coordenar os movimentos em relação ao foco
visual. Esta coordenação possibilita o controle entre a cabeça e a visão em
relação aos movimentos do corpo e em relação aos movimentos que são
executados pelas mãos.

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