1
Análise da Estabilidade Angular Transitória do
Sistema New England Considerando a
Penetração de Parques Eólicos e Sistemas de
Armazenamento de Energia
Felipe O. S. Saraiva e V. Leonardo Paucar, Senior Member, IEEE
 inerente e evidente limitação, é possível convertê-la para outra
Resumo—O presente artigo analisa a impacto da penetração de
parques eólicos e sistemas de armazenamento de energia em
sistemas de energia elétrica (SEE) sob a perspectiva da
estabilidade angular transitória. As configurações de geração
eólica adotadas respaldam-se na tecnologia dos geradores de
indução com dupla alimentação (GIDA). Já o esquema
concernente ao sistema de armazenamento de energia empregado
será fundamentado na tecnologia das células a combustível de
óxido sólido (CaCOS). Os estudos serão conduzidos com base nos
desdobramentos da incidência de grandes perturbações no sistema
New England com sua configuração convencional bem como em
topologias alternativas integradas por parques eólicos e sistemas
de armazenamento de energia, objetivando a comparação dos
resultados provenientes de cenários operativos distintos.
Palavras-chave—Estabilidade angular, parque eólico, sistema
de armazenamento de energia, sistema de energia elétrica.
I. INTRODUÇÃO
D IANTE de inúmeras exigências e regulamentações
oriundas de diversas instituições e setores da sociedade no
que concerne às possibilidades e rumos do setor elétrico em
toda sua abrangência, as plantas de geração de energia elétrica
através do potencial energético disponível nos ventos vêm
gradualmente se consolidando como uma das mais promissoras
e viáveis alternativas de produção energética da atualidade. Nos
sistemas de geração eólica, preferivelmente às tradicionais e
amplamente empregadas máquinas síncronas, utilizam-se
majoritariamente geradores de indução nas diversas
configurações práticas existentes. Com o transcorrer da
disseminação e consolidação dos parques eólicos como opções
factíveis de produção de energia elétrica, inúmeras
configurações de geração emergiram. A adoção de métodos de
controle fundamentados na eletrônica de potência possibilitou
uma expansão considerável da faixa de velocidades sobre a qual
os geradores constituintes dos sistemas eólicos operam. Nesse
contexto, uma das configurações de geração mais empregadas
no projeto de tais sistemas consiste naquelas respaldada nos
geradores de indução com dupla alimentação (GIDA) [1].
Uma característica intrínseca à energia elétrica é que ela não
pode ser armazenada diretamente. Todavia, a despeito de tal
forma energética que possa ser armazenada. Posteriormente,
quando julgado conveniente e desejado, essa energia
armazenada poderá ser reconvertida em eletricidade [2].
Respaldando-se nessa possibilidade, estudos recentes
constataram que os esquemas de armazenamento de energia
podem compensar a natureza estocástica das fontes energéticas
renováveis intermitentes, como as que regem a operação das
plantas eólicas [3]. Nesse contexto, no que tange às aplicações
integradas a plantas de potência, destacam-se as células a
combustível de óxido sólido (CaCOS) [4].
De maneira genérica, pode-se definir a estabilidade de um
sistema de energia elétrica como a capacidade deste em
permanecer em um estado operativo equilibrado quando
submetido a condições de operação julgadas normais, e,
ademais, retornar a um estado de equilíbrio operacional
satisfatório após ser sujeito a uma perturbação [5].
A estabilidade angular, uma categoria específica da
definição geral de estabilidade de sistemas elétricos de
potência, corresponde à habilidade das máquinas síncronas
interconectadas constituintes de um sistema elétrico de potência
em permanecer em sincronismo operacional. A capacidade de
tais sistemas em manter sincronismo operativo ao serem
sujeitos a severas perturbações transitórias é denominada
estabilidade angular transitória [5].
Os aspectos construtivos, operativos e de modelagem tão
peculiares aos parques eólicos e aos sistemas de
armazenamento de energia exigem a elaboração de estudos
acerca das consequências da integração de tais componentes
aos sistemas de energia elétrica sob a perspectiva da
estabilidade angular transitória. Com tal propósito, o sistema
elétrico de potência denominado New England, constituído por
39 barras e 10 geradores síncronos, é submetido a alterações
topológicas por intermédio da inserção de parques eólicos e
esquemas de armazenamento de energia em sua configuração
inicial. Os sistemas original e os topologicamente modificados
são submetidos à incidência de perturbações específicas, cujos
efeitos na estabilidade angular transitória de tais sistemas são
adequadamente estudados.
 2

II. CONFIGURAÇÃO COM GERADOR DE INDUÇÃO COM DUPLA

ALIMENTAÇÃO (GIDA)
Diversas configurações de geração são empregadas nos
sistemas que executam a conversão da energia cinética
disponível nos ventos em energia elétrica. Tais arranjos são
usualmente classificados em sistemas de aerogeradores de
velocidade fixa, conforme verificado nos arranjos que
tradicionalmente adotam geradores síncronos ou geradores de
indução com rotor em gaiola de esquilo, e sistemas de
aerogeradores de velocidade variável, como os esquemas que
empregam geradores de indução com rotor bobinado com
resistência rotórica controlável e configurações amparadas na Fig. 1. Configuração com gerador de indução com dupla alimentação (GIDA)
[1].
incorporação de métodos de controle fundamentados na
eletrônica de potência [1]. B. Modelo do gerador de indução com dupla alimentação
A incorporação dos recursos tecnológicos disponibilizados (GIDA) proposto
pelo advento da eletrônica de potência permitiu que, em relação Com o propósito de reduzir a inerente complexidade das
aos sistemas de velocidade fixa, os esquemas de geração eólica equações diferenciais descritivas do comportamento de
operassem sobre uma faixa de velocidades mais ampla, o que, geradores do gênero em análise, técnicas de mudanças de
por conseguinte, possibilitou um incremento na potência variáveis são convenientemente aplicadas. Dessa forma, as
absorvível. Dessa maneira, os sistemas de geração que equações de tensão referenciadas a uma estrutura referencial
empregam conversores concebidos com base na eletrônica de arbitrária em termos de eixo direto e quadratura assumem a
potência ostentam um apreciável grau de confiabilidade e uma forma evidenciada entre (1) e (6) [6].
redução significativa das fadigas provenientes dos torques
transitórios [1]. Dentre as configurações que exibem tais ′ 𝜓 ′
𝑅𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑞𝑠 1 𝑑𝜓𝑞𝑠 𝑅𝑠 𝑋𝑀 𝜓𝑞𝑟
𝑣𝑞𝑠 = + + 𝜓𝑑𝑠 − (1)
atributos, destaca-se aquela amparada no gerador de indução ′ − 𝑋2
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀 𝜔𝑠 𝑑𝑡 ′ − 𝑋2
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀
com dupla alimentação (GIDA).
′ ′
𝑅𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝜓𝑑𝑠 1 𝑑𝜓𝑑𝑠 𝑅𝑠 𝑋𝑀 𝜓𝑑𝑟
A. Descrição da configuração com gerador de indução com 𝑣𝑑𝑠 = ′ − 𝑋2 + − 𝜓𝑞𝑠 − ′ − 𝑋2 (2)
dupla alimentação (GIDA) 𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀 𝜔𝑠 𝑑𝑡 𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀

Uma configuração com gerador de indução dotado de 𝑅𝑠 𝜓0𝑠 1 𝑑𝜓0𝑠

conversor de razão total oferece um vasto nível de controle 𝑣0𝑠 = + (3)
𝑋𝑙𝑠 𝜔𝑠 𝑑𝑡
diante da variação de velocidade dos ventos. Todavia, o referido
conversor precisa estar ajustado a toda a potência aparente de 𝑅𝑟′ 𝑋𝑠𝑠 𝜓𝑞𝑟
′ ′
1 𝑑𝜓𝑞𝑟
′ ′
saída da turbina, estando, dessa forma, submetido à potência 𝑣𝑞𝑟 = ′ 2 + 𝜔 + 𝑠𝑚 𝜓𝑑𝑟 −
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 − 𝑋𝑀 𝑠 𝑑𝑡
integral de saída do gerador. Tais conversores de razão total 𝑅𝑟′ 𝑋𝑀 𝜓𝑞𝑠
(4)
tornam o projeto de geração eólica oneroso, e a utilização de ′ − 𝑋2
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀
conversores de razão parcial juntamente com os geradores de
indução com dupla alimentação (GIDA) reduzem ′
𝑅𝑟′ 𝑋𝑠𝑠 𝜓𝑑𝑟 ′
1 𝑑𝜓𝑑𝑟
′ ′
sensivelmente os custos do projeto. A Fig.1 ilustra esse arranjo 𝑣𝑑𝑟 = ′ 2 + 𝜔 − 𝑠𝑚 𝜓𝑞𝑟 −
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 − 𝑋𝑀 𝑠 𝑑𝑡
de geração, o qual, atualmente, é considerado o predileto por ′
𝑅𝑟 𝑋𝑀 𝜓𝑑𝑠
(5)
diversos fabricantes de turbinas eólicas da ordem de alguns ′ − 𝑋2
𝑋𝑠𝑠 𝑋𝑟𝑟 𝑀
megawatts. Um gerador de indução com dupla alimentação
consiste em uma máquina elétrica integrada por enrolamentos ′
𝑅𝑟′ 𝜓0𝑟 ′
1 𝑑𝜓0𝑟
′
estatóricos trifásicos, nos quais se estabelecem o campo 𝑣0𝑟 = ′ + (6)
𝑋𝑙𝑟 𝜔𝑠 𝑑𝑡
magnético girante, e por um rotor bobinado trifásico. O estator
permanece diretamente interligado à rede, estando sujeito à Previamente à descrição dos parâmetros constituintes das
frequência operacional do sistema. O enrolamento rotórico é expressões representativas da modelagem da máquina de
alimentado por um conversor de potência na frequência de indução empregada no esquema de geração eólica considerado
escorregamento e, como tal, opera habitualmente entre 25 e 30 neste trabalho dispostos entre (1) e (6), é fundamental ressaltar
% das taxas operacionais do gerador [1]. que a utilização da plica (sinal similar a um acento agudo)
indica que as variáveis rotóricas correspondentes foram
referenciadas aos enrolamentos do estator.
Entre (1) e (6), 𝑣𝑞𝑠 designa a tensão estatórica em termos do
eixo quadratura, 𝑣𝑑𝑠 denota a tensão do estator em termos do
eixo direto, 𝑣0𝑠 corresponde à tensão estatórica remanescente
′
do processo de transformação de variáveis, 𝑣𝑞𝑟 denomina a
′
tensão rotórica em termos do eixo quadratura, 𝑣𝑑𝑟 representa a

′
tensão do rotor em termos do eixo direto, 𝑣0𝑟 denota a tensão
rotórica remanescente do processo de transformação de
variáveis, 𝑅𝑠 designa a resistência dos enrolamentos
estatóricos, 𝑅𝑟′ corresponde à resistência dos enrolamentos
rotóricos, 𝜓𝑞𝑠 denomina o fluxo concatenado por segundo no
estator em termos do eixo quadratura, 𝜓𝑑𝑠 representa o fluxo
concatenado por segundo no estator em termos do eixo direto,
𝜓0𝑠 denota o fluxo concatenado por segundo no estator
′ sua estrutura molecular são empregados como combustível, que
remanescente do processo de transformação de variáveis, 𝜓𝑞𝑟
corresponde ao fluxo concatenado por segundo no rotor em
′ oxidante, que será submetido ao processo de redução. As
termos do eixo quadratura, 𝜓𝑑𝑟 designa o fluxo concatenado
′
por segundo no rotor em termos do eixo direto, 𝜓0𝑟 representa
o fluxo concatenado por segundo no rotor remanescente do
processo de transformação de variáveis [6].
Para totalizar os parâmetros adotados na modelagem em
questão, deve-se, ainda, assumir as igualdades expressas entre
(7) e (9) [6].
𝑋𝑠𝑠 = 𝑋𝑙𝑠 + 𝑋𝑀 (7)
′ = 𝑋′ + 𝑋
𝑋𝑟𝑟 𝑙𝑟 𝑀 (8)
3 essencialmente, no tipo de eletrólito adotado. Em aplicações
𝑋𝑀 = 𝑋 (9)
2 𝑚𝑠
Em que 𝑋𝑙𝑠 representa a reatância associada à indutância de
′
dispersão do estator 𝐿𝑙𝑠 , 𝑋𝑙𝑟 denota a reatância correspondente
à indutância de dispersão do rotor 𝐿′𝑙𝑟 , e 𝑋𝑚𝑠 se trata da
reatância vinculada à indutância de magnetização 𝐿𝑚𝑠 [6].
III. ESQUEMA DE ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
FUNDAMENTADO EM CÉLULAS A COMBUSTÍVEL DE ÓXIDO
SÓLIDO (CACOS)
Existem variadas formas sob as quais a energia pode ser
armazenada, como a energia cinética (volantes de inércia ou ar
comprimido), energia potencial gravitacional (hidrelétricas
com bombeamento), energia química (baterias) e energia sob a
forma de campos elétrico (capacitores) e magnético
(supercondutores) [2]. Avanços nas tecnologias concernentes
aos mecanismos de armazenamento de energia e as
necessidades vigentes e futuras das redes elétricas de potência
evidenciam que os sistemas de armazenamento de energia
gradualmente corresponderão a componentes cada vez mais
relevantes dos sistemas de energia elétrica.
Conjectura-se que a geração distribuída (GD) incorpore
paulatinamente um protagonismo crescente no âmbito atual dos
sistemas de energia elétrica [4]. Nesse contexto, dentre as
diferentes alternativas tecnológicas disponíveis para compor os
arranjos das GDs, as células a combustível são particularmente
atrativas em virtude do fato de serem altamente eficientes,
exibirem uma operação que impacta minimamente o ambiente,
e não serem integradas por componentes rotativos, o que
confere a esses sistemas elevada confiabilidade e pouca
necessidade de manutenção [7].
3
A. Descrição da operação das células a combustível de óxido
sólido (CaCOS)
Células a combustível consistem em dispositivos
eletroquímicos que efetuam ininterruptamente a conversão de
energia química em energia elétrica e calor, considerando que
o combustível e o oxidante sejam apropriadamente fornecidos.
Em tais sistemas, sob uma perspectiva funcional geral e
abrangente, o hidrogênio ou um composto que o apresente em
sofrerá o processo de oxidação, e o oxigênio é utilizado como
células são integradas por dois eletrodos devidamente
separados por meio de um eletrólito, sendo o ânodo suprido
com hidrogênio, onde se ioniza, liberando, por conseguinte,
prótons e elétrons. Os prótons fluem através do eletrólito rumo
ao cátodo, ao passo que os elétrons circulam através de um
circuito externo também em direção ao cátodo, o que gera uma
corrente elétrica. Uma vez no cátodo, o oxigênio, os elétrons e
os prótons provenientes da oxidação do combustível reagem
para produzir água e calor [8].
As diferentes tecnologias nas quais se respaldam os variados
gêneros de células a combustível fundamentam-se,
integradas a plantas de potência, destaca-se, dentre tais
tecnologias disponíveis, as células a combustível de óxido
sólido (CaCOS) [4].
As CaCOSs são constituídas por eletrólitos em estado sólido,
o que permite que tal gênero de células a combustível sejam
concebidas em diversos formatos, como tubular, monolítico e
planar. A composição construtiva das unidades de tais células
baseada em materiais cerâmicos mitiga os problemas
associados à corrosão. O eletrólito sólido também assegura um
maior grau de precisão no que se refere à construção dos limites
trifásicos, e evita inconvenientes relativos à movimentação
indesejada de eletrólitos e a vazamentos nos eletrodos. Tais
dispositivos são capazes de operar em elevadas temperaturas e
ostentam níveis de eficiência que variam entre 40 e 50 por
cento. Todavia, as altas temperaturas concernentes à operação
de tais células implicam em algumas desvantagens, como a
iminência de desalinhamentos estruturais decorrentes da
expansão térmica, dificuldades na vedação das células em
algumas configurações, a imposição de consideráveis
dificuldades na seleção dos matérias constituintes, e um
intrincado processo de fabricação [7].
B. Modelo das células a combustível de óxido sólido
(CaCOS) proposto
A modelagem das células a combustível de óxido sólido
(CaCOS) adotadas neste trabalho é alicerçada no conjunto de
equações expressas entre (10) e (14) [9].
𝑑𝑝𝐻2 [(𝑞𝐻2 − 2𝐾𝑟 𝐼𝐾 )⁄𝐾𝐻2 ] − 𝑝𝐻2
= (10)
𝑑𝑡 𝜏𝐻2
𝑑𝑝𝐻2𝑂 (2𝐾𝑟 𝐼𝐾 ⁄𝐾𝐻2𝑂 ) − 𝑝𝐻2𝑂
= (11)
𝑑𝑡 𝜏𝐻2𝑂
 4

𝑑𝑝𝑂2 {[(𝑞𝐻2 ⁄𝑟𝐻𝑂 ) − 𝐾𝑟 𝐼𝐾 ]⁄𝐾𝑂2 − 𝑝𝑂2 } A. Caso 1

= (12)
𝑑𝑡 𝜏𝑂2 Em conformidade com o previamente descrito, no primeiro
caso executa-se a simulação no domínio do tempo do sistema
𝑑𝑞𝐻2 (2𝐾𝑟 𝐼𝐾 ⁄𝑈𝑜𝑝𝑡 ) − 𝑞𝐻2 IEEE 39 convencional com o desígnio de avaliar a estabilidade
= (13)
𝑑𝑡 𝑇𝑓 angular transitória de tal sistema. Considera-se a incidência de
uma falta trifásica na barra 15 no instante operativo de 1
𝑅𝑇 √𝑝𝑂2 segundo. Tal falta é eliminada após 0,15 segundo. Os resultados
−𝑉𝐾 − 𝑟𝐼𝐾 + 𝑁0 [𝐸0 + ln (𝑝𝐻2 )] provenientes da simulação no domínio do tempo do referido
𝑑𝑉𝐾 2𝐹 𝑝𝐻2𝑂 (14)
= sistema submetido às condições mencionadas são expostos nos
𝑑𝑡 𝑇𝜖
gráficos ilustrados nas Fig. 2 e 3, que evidenciam,
Em que 𝑝𝐻2 denota a pressão parcial do hidrogênio, 𝑝𝐻2𝑂 respectivamente, os comportamentos dos ângulos e das
velocidades angulares dos rotores dos geradores síncronos. É
designa a pressão parcial da água, 𝑝𝑂2 representa, similarmente,
importante enaltecer que tais ângulos são expressos em relação
a pressão parcial do oxigênio, 𝑞𝐻2 corresponde à taxa de fluxo
ao ângulo do centro de inércia do sistema.
molar do hidrogênio, 𝐾𝐻2 se trata da constante molar de válvula
para o hidrogênio, 𝐾𝐻2𝑂 denota a constante molar de válvula
para a água, 𝐾𝑂2 representa a constante molar de válvula para o 120

oxigênio, 𝜏𝐻2 designa o tempo de resposta para o fluxo de 100

hidrogênio, 𝜏𝐻2𝑂 se trata do tempo de resposta para o fluxo de
água, 𝜏𝑂2 corresponde ao tempo de resposta para o fluxo de 80

oxigênio, 𝐾𝑟 denomina uma constante específica, 𝑈𝑜𝑝𝑡 denota a 60

utilização ótima de combustível, 𝑉𝐾 representa a tensão CC da
célula de combustível, 𝐼𝐾 designa a corrente da célula de 40

combustível, 𝑅 corresponde à constante do gás, 𝐹 denomina a

20
constante de Faraday, 𝑇 se trata da temperatura absoluta do gás
e 𝑇𝜖 representa uma pequena constante de tempo que não 0
impacta relevantemente a dinâmica da célula a combustível [9].
-20

IV. RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES

-40
0 5 10 15 20
Conforme preliminarmente exposto, o sistema teste IEEE 39 time (s)
corresponde ao cerne de todas as simulações e análises
realizadas neste trabalho. Trata-se de um sistema elétrico de
potência equivalente dos subsistemas constituintes da área de 60.7
New England e do Canadá. É composto por 39 barras, 12
transformadores, 10 geradores, 34 linhas de transmissão e 19 60.6

cargas [10]. 60.5

Os valores dos parâmetros descritivos dos reguladores
60.4
automáticos de tensão e dos estabilizadores de sistemas de
potência vinculados aos geradores síncronos constituintes do 60.3
sistema teste IEEE 39 são compreensivelmente tabelados em
60.2
[11]. Já os dados dinâmicos remanescentes e estáticos do
sistema teste em análise empregados para a execução das 60.1
simulações são adequadamente apresentados em [10].
60
As análises e simulações no domínio do tempo no que
concerna à estabilidade angular transitória dos geradores 59.9
síncronos constituintes do sistema IEEE 39 serão efetuadas por
59.8
intermédio do emprego apropriado dos recursos disponíveis na 0 5 10 15 20
time (s)
toolbox PSAT incorporada ao programa MATLAB. Tais
simulações e estudos serão subdivididos em três casos distintos.
B. Caso 2
O primeiro caso corresponde ao sistema teste IEEE 39 original.
O segundo é caracterizado pela inserção de um parque eólico O segundo caso corresponde ao sistema IEEE 39 integrado
operativamente fundamentado nos GIDAs em sua topologia. Já por um parque eólico operativamente baseado nos GIDAs, o
o terceiro verifica a substituição do parque eólico do caso qual é devidamente conectado à barra 30 mediante a utilização
precedente por um sistema de armazenamento de energia de um sistema coletor adequado, cuja topologia é ilustrada na
equivalente baseado nas CaCOSs. Fig. 4. Os valores dos principais parâmetros do parque eólico e
do sistema coletor adotados no presente caso são concisamente

disponibilizados em [12]. Assume-se que a injeção de potência
ativa na barra 40 proveniente da operação do parque eólico seja
de 0,9 pu, nível que corresponde ao limiar superior de potência
ativa especificada para tal sistema de geração. É imprescindível
frisar que, conforme evidenciado na Fig. 4, a barra 40 é
modelada como uma barra do tipo PV.
Similarmente ao caso 1, uma falta é aplicada à barra 15 no
instante operativo de 1 segundo, sendo eliminada após 0,15
segundo. Os resultados oriundos da simulação no domínio do
tempo do sistema em análise sujeito às alterações e condições
citadas são exibidos nos gráficos evidenciados nas Fig. 5 e 6, os
quais representam, respectivamente, os comportamentos dos
ângulos e das velocidades angulares dos rotores dos geradores
síncronos integrantes de tal sistema. Também, no caso vigente,
os ângulos mencionados são expressos em relação ao ângulo do
centro de inércia do sistema em análise.
120
100
80
60
40
20
-20
0 5 10 15 20
time (s)
5
60.7
60.6
60.5
60.4
60.3
60.2
60.1
60
59.9
59.8
0 5 10 15 20
time (s)
C. Caso 3
Finalmente, o terceiro caso consiste no sistema IEEE 39
composto por um esquema de armazenamento de energia
respaldado nas CaCOSs, o qual é apropriadamente conectado à
barra 41 em substituição ao sistema coletor e ao parque eólico
empregados no caso precedente. Os dados do sistema de
armazenamento de energia adotado no presente caso
correspondem aos valores dos parâmetros do modelo da
CaCOS padrão disponibilizado pela toolbox PSAT, alterando-
se apenas os valores da potência e tensão nominais para,
respectivamente, 60 MW e 20 kV. Assume-se que a injeção de
potência ativa na barra PV à qual conecta-se a CaCOS em
análise é idêntica à empregada no caso 2. Analogamente aos
casos precedentes, uma falta é aplicada à barra 15 no instante
operativo de 1 segundo, sendo eliminada após 0,15 segundo. Os
resultados advindos da simulação no domínio do tempo do
sistema em análise submetido às modificações e condições do
caso vigente são apresentados nos gráficos exibidos nas Fig. 5
e 6, os quais, respectivamente, denotam os comportamentos dos
ângulos e das velocidades angulares dos rotores dos geradores
síncronos constituintes de referido sistema. Igualmente ao
adotado para os casos anteriores, os ângulos citados são
expressos em relação ao ângulo do centro de inércia do sistema
em estudo.
 6

dos rotores das máquinas síncronos que o constituem. A

120
despeito de tais similaridades, observou-se
100

80 VI. REFERÊNCIAS

60
[1] J. Machowski, J. W. Bialek and J. R. Bumby, Power Systems Dynamics:
Stability and Control, 2nd ed. Wiley, 2008.
40
[2] F. Carnegie, D. Gotham, D. Nderitu and P.V. Preckel, Utility Scale
Energy Storage Systems, State Utility Forecasting Group, 2013.
20 [3] M.C.W. Kintner-Meyer, P.J. Balducci, C. Jin, T.B. Nguyen, M.A.
Elizondo, V.V. Viswanathan, X. Guo and F.K. Tuffner, Energy Storage
0 for Power Systems Applications: A Regional Assessment for the
Northwest Power Pool (NWPP), Pacific Northwest National Laboratory,
-20 2010.
[4] A. Feliachi, and K. Sedghisigarchi, "Control of Grid-Connected Fuel Cell
-40
Power Plant for Transient Stability Enhancement," in Proc. 2002 IEEE
0 5 10 15 20 Power Engineering Society Winter Meeting, pp. 383-388.
time (s) [5] P. Kundur, Power System Stability ans Control, MacGraw-Hill, 1994.
[6] P. C. Krause, O. Wasynczuk, and S. D. Sudhoff, Analysis of Electric
Machinery and Drive Systems, 2nd ed, Wiley – IEEE Press, 2002.
[7] S. Massucco, A. Morini, G. Petretto, and A. Pitto, "A Solid Oxide Fuel
60.7 Cell Model to Investigate Load Following and Stability Issues in
Distribution Networks," in Proc. 2009 IEEE Bucharest PowerTech, pp.
60.6 1-7.
[8] J. Jung, “Armazenamento de Energia em Smart Grids”, Projeto de
60.5 Diplomação, UFRGS, 2010.
[9] F. Milano, PSAT – Power System Analysis Toolbox, Documentation for
60.4
PSAT Version 2.0.0, 2008.
[10] H. H. Al Marhoon, “A Practical Method for Power Systems Transient
60.3
Stability and Security,”M.Sc. thesis, University of New Orleans, 2011.
[11] S. K. Sarawgi, “A Simulation Tool for Studying the Effects of Special
60.2
Protection Systems and Communications on Power System
Stability,”M.Sc. thesis, Washington State University, 2004.
60.1
[12] J. C. Munoz, and C. A. Canizares, "Comparative Stability Analysis of
60
DFIG-Based Wind Farms and Conventional Synchronous Generators," in
Proc. 2011 IEEE/PES Power Systems Conference and Exposition
59.9
(PSCE), pp. 1-7.

59.8
0 5 10 15 20
time (s)

V. CONCLUSÕES
Conduziu-se, no presente trabalho, um estudo acerca dos
desdobramentos referentes à penetração de parques eólicos e
sistemas de armazenamento de energia no sistema teste IEEE
39 sob a perspectiva da estabilidade angular transitória. Diante
de tal propósito, foram modelados diferentes cenários
operativos e topológicos associados à inclusão de parques
eólicos respaldados em GIDAs e esquemas de armazenamento
de energia baseados nas CaCOSs ao sistema teste IEEE 39
convencional.
Os resultados das simulações executadas com amparo em
tais modelagens e na incidência de uma falta específica
demonstraram que, no que concerne à tendência
comportamental dos ângulos dos rotores das máquinas
síncronas constituintes do sistema teste original e de tal sistema
submetido a alterações operativas e topológicas referentes a
cada caso considerado, as distinções são muito sutis, pois
observou-se que, diante da perturbação de significativa
magnitude especificada, o sistema, além de permanecer estável,
foi caracterizado pelos comportamentos similares dos ângulos