Sei sulla pagina 1di 7

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA NACIONAL – SETEBAN

JONATHAS BRITO

RESENHA DO LIVRO

DESVENDANDO O CÓDIGO MISSIONAL:


tornando-se uma igreja missionária na comunidade

Recife

2020
Escrito em coautoria entre Ed Stetzer e David Putman, o livro Desvendando o
Código Missional: tornando-se uma igreja missionária na comunidade é uma obra
voltada a análise e orientação do papel da Igreja (principalmente em sua manifestação
local) de ser proclamadora do evangelho de Cristo Jesus no contexto cultural em que ela
se encontra. Para isso, tal qual um missionário transcultural procura entender a cultura
do povo que deseja alcançar com a mensagem do evangelho para assim estabelecer uma
ponte em sua comunicação das Boas Novas, faz-se necessário que a igreja compreenda
que ela está inserida em um contexto cultural próprio, que também precisa ser entendido
e levado em consideração para que fielmente ela possa atender ao comissionamento
dado pelo seu Senhor. Ao realizar isto, a igreja teria desvendado o código missional de
seu contexto.

Ed Stetzer é um pastor, ex-professor de seminário e missiólogo com vasta


experiência na área de plantação de igrejas. Atualmente, ele trabalha como diretor
executivo do Billy Graham Center. Com boa formação acadêmica (dois mestrados e
dois doutorados), Stetzer também é autor de outros livros, ligados a temática de
plantação de igreja, como o livro Plantando igrejas missionais: como plantar igreja
bíblicas, saudáveis e relevantes à cultura, traduzido para o português pela editora Vida
Nova. Já David Putman, é um dos pastores da igreja Mountain Lake Church, na
Geórgia, Estados Unidos, e cofundador e diretor da ChurchPlanters.com. Assim como
Stetzer, Putman também tem grande parte da sua vida dedicada à plantação e
desenvolvimento de igrejas, realizando treinamentos de líderes, pastores e igrejas em
todo o mundo.

Essa vasta experiência e conhecimento de ambos na área se mostrará presente ao


longo do livro, com os diversos exemplos trazidos pelos mesmos. Exemplos, aliás, que
se referem quase que exclusivamente à realidade cultural e eclesiológica norte-
americana. Contudo, esse fato não prejudica a obra, tão pouco a sua relevância a outros
contextos culturais, pois ao tratar desta realidade particular, os autores fornecem
princípios gerais que podem ser aplicados em ambientes os mais distintos.

Escrito ao longo de 253 páginas, o livro subdivide-se em 16 pequenos capítulos


e um Epílogo, os quais apresentam uma linguagem simples, empolgante e direta. Em
boa parte dos capítulos, os autores, deixando transparecer uma intenção didática, trazem
inicialmente uma proposição que é detalhada em subtemas ao longo do capítulo. Ao
final de cada capítulo são dispostas algumas perguntas que remetem o leitor à aplicação
do que foi exposto em seu contexto particular com o intuito de auxilia-lo a “desvendar o
código”.

Em sua construção, o texto é também composto por diversos exemplos reais


daquilo que é teoricamente destacado em cada tema e subtema. Embora sejam bastante
práticos, os autores procuram dar a devida fundamentação bíblica e teológica às ações
que propõem ao leitor no livro. Ao longo da obra, vemos com frequência alguns temas e
assuntos que estão presentes em vários capítulos, de forma repetida. Em uns de maneira
mais concisa, enquanto que em outros mais pormenorizados. Isso deixa a impressão de
que os capítulos podem ser lidos sem seguirem necessariamente a ordem em que estão
dispostos e, ainda assim, não perderem o sentido do texto.

Em seu primeiro capítulo, intitulado o contexto glocal emergente, os autores


propõem ao leitor uma importante reflexão acerca da sociedade atual em que estamos
inseridos, marcada por uma convergência de uma realidade global com a nossa
realidade local. Uma das características dessa nova realidade é uma diversidade étnica e
cultural, materializada em diversos grupos identitários, segmentos populacionais e
ambientes culturais.

Enquanto que a cultura sofreu profundas mudanças, a igreja permaneceu com a


sua cultura própria. Isso fez com que boa parte da sociedade passasse a ser alheia ou
indiferente à ela, e consequentemente à sua mensagem. Diante do entendimento desta
nova realidade em que está inserida, Stetzer e Putman chamam a atenção da igreja para
uma mudança em direção aos perdidos, retirando as barreiras culturais que os separa da
sociedade onde está presente para que assim possa cumprir fielmente sua missão,
recebida por Cristo, de anunciação do Evangelho e discipulado. Para os autores, não é
possível trazer crescimento a uma igreja fiel à Bíblia sem que haja amor às pessoa e a
pregação ao evangelho. Contudo, esse amor se traduz na prática ao procurar
compreender e se comunicar com essas pessoas.

No capítulo 2 vários exemplos de igrejas que tem entendido essa necessidade e


conseguido ser relevante em seu contexto são trazidos. Esses exemplos, contudo, não
são apontados como modelos a serem seguidos indiscriminadamente. Essa, inclusive, é
uma das ideias centrais defendidas pelos autores ao longo do livro, de que não há um
único modelo disposto a atender a todas as realidades, uma vez que o código missional
de cada contexto cultural em que a igreja local está inserida esta relacionado a sua
realidade específica, que apesar de poder ser parecida com outras, em muitos momentos
são completamente diferentes. O que cabe nessa situação é seguir alguns princípios que
guiarão a igreja a desvendar o código missional, tal como procurar entender o chamado
específico de Deus a determinado povo e estudar a comunidade em que ela está
inserida. Seguindo estes princípios, o processo de desvendar o código é mais detalhado
no capítulo 15 do livro, bem como no capítulo 11, que trata sobre a plantação de
ministérios missionais.

Nos capítulos 3 e 4 Stetzer e Putman lembram que a igreja não foi criada por
Deus para benefício dos seus membros, mas como instrumento usado para tornar
conhecida ao mundo a multiforme sabedoria de Deus. Nesse sentido, ela não deve se
apegar às suas preferências em detrimento do seu chamado, mas antes deve cumprir a
sua missão no seu contexto local, descobrindo, para isso, maneiras eficazes de alcançar
o povo a quem o Senhor nos enviou.

Particularmente no capítulo 4, eles se propõem a analisar inicialmente as


respostas que foram dadas por algumas igrejas, em décadas passadas, ao problema do
alcance ineficaz de sua mensagem na sociedade. Entre os métodos e movimentos
existentes, os movimentos de “crescimento de igreja” e “igreja saudável” são destacados
em suas contribuições, embora os erros e exageros sejam mencionados, muito em razão
de uma ênfase antropocêntrica e metodológica, além de uma ausência de fundamentação
bíblica.

Após mostrar as contribuições e equívocos destes movimentos, os autores


apresentam a concepção da igreja missional, como a alternativa para expressar
plenamente quem a igreja é e o que foi chamada para ser e fazer. Embora seja
beneficiada pelas contribuições dos outros movimentos, a igreja missional difere destes
por procurar ter uma fundamentação profunda e fielmente escriturística, embora
culturalmente contextualizada.

Embora o processo de transições para o ministério missional seja detalhado de


maneira prática no capítulo 5, vemos que muito do que é apresentado no capítulo 4,
principalmente sobre fidelidade às Escrituras e a contextualização da igreja à sua
realidade circundante, é mais desenvolvido nos capítulos 7 e 13, intitulados,
contextualização: tornando o código parte de sua estratégia e desvendando o código
sem comprometer a fé, respectivamente.
No capítulo 7 é destacada a necessidade da igreja tornar-se autóctone, onde a sua
liderança, expressões, formas e funções brotem do seu contexto e que ela seja agente
transformadora na cultura em que está inserida. Nesse processo, deve-se entender as
barreiras existentes que tornam a igreja e mensagem do evangelho irrelevantes aos de
fora e procurar eliminá-las através da busca de pontes que permitam a comunicação
entre a igreja e os de fora.

Ao ler alguns trechos do livro, em especial aqueles referentes à defesa da


contextualização cultural da igreja, como o capítulo 7, o leitor de linha mais tradicional
e reformada talvez levante como indagação: qual o limite entre a contextualização e a
secularização numa igreja missional? Contudo, os autores não se furtarão a essa
resposta, deixando claro em vários momentos que a verdade procedente das Escrituras
jamais deve ser comprometida.

No capítulo 13, em especial, essa ênfase é bem defendida. Embora reconheça


que há líderes de igrejas emergentes liberais, os autores enfatizam o compromisso
teológico e missional dos líderes de igrejas missionais que desvendam o código. A
crítica dos autores não apenas é direcionada às igrejas que buscam a contextualização
cultural pautadas apenas em métodos, sem fundamentação bíblica, mas também àquelas
que criticam essa busca e, em contrapartida, não se preocupam em se inserir
culturalmente aonde estão, uma vez que, segundo os autores, para que uma igreja seja
verdadeiramente bíblica ela deve ser contextual.

Os capítulos 6 e 14 também apresentam teor bastante semelhante. Ambos são


dirigidos aos líderes e igrejas que desvendam o código. Ao analisar seus valores e
práticas Stetzer e Putman acabam por traçar um perfil destes. No capítulo 8 exemplos de
estratégias emergentes são analisados como forma de cumprimento da Grande
Comissão. Neste capítulo temos o estudo de estratégias usadas não apenas nos Estados
Unidos, mas também em outros países tais como Japão e Alemanha.

Ao tratar sobre formação espiritual e igrejas que desvendam o código, no


capítulo 9, os autores dão destaque inicial para a ordem da grande comissão de “ir”.
Para cumprir esse ordem de Cristo a igreja missional deve mobilizar os de dentro para
irem em direção ao mundo, levando a sério o fato dela ter sido escolhida como
instrumento de Deus para a Missão, ao mesmo tempo que deve criar um ambiente
acolhedor aos de fora.
Ed Stetzer e David Putman defendem que não há melhor local para acontecer o
evangelismo do que na igreja. Nesse sentido, esse ambiente acolhedor e seguro que é
construído servirá para que os de fora possam fazer parte da comunidade da fé,
chegando a participar de suas atividades, até que por vivencia neste ambiente, onde o
evangelismo se realiza de maneira relacional e o discipulado começa mesmo antes da
conversão, estes venham a se converter e passem a integrar a igreja como membros.

Dessa maneira, cabe aos de dentro amar essas pessoas, que muitas vezes são
diferentes em seus valores e cosmovisões, e ao amar e atraí-los proporcionarem um
ambiente seguro onde os de fora poderão examinar a fé cristã. Esse processo é marcado
pela busca da eliminação das barreiras (culturais e de imagem) que impedem que
aqueles que não frequentem a igreja venham até a igreja e possam parar para refletir
realmente acerca da sua mensagem. A única barreira e principal barreira a estes é o
evangelho, que apenas pode ser rompida pelo Espírito Santo, embora ele possa usar os
membros da igreja nesse processo.

Embora enfatizem ao longo do livro uma profunda fundamentação bíblica na


visão defendida da igreja missional, o capítulo 9 aponta para uma situação em que não
encontramos uma base bíblica clara. Embora não haja problema na participação do não
crente em algumas atividades da comunidade cristã (usando a mesma terminologia dos
autores) os autores destacam a participação do não crente até mesmo em missões. Para
ilustrar isto, é trazido um exemplo real de uma mulher que embora não sendo cristã
ainda estava em treinamento para uma viagem missionária à Africa do Sul. No livro não
fica claro se a participação dela se restringiria a ação social apenas ou a pregação do
evangelho. Contudo, o que gera uma certa preocupação é que Stetzer e Putman afirmam
que esta realidade tem se tornado norma em muitas igrejas missionais. O
questionamento que fica sem resposta clara no texto é: como estes pregarão a
mensagem transformadora do evangelho se ainda não foram transformados por ela?

No capítulo 10 há uma série de instruções práticas acerca da revitalização para


o desenvolvimento do ministério missional. O primeiro conselho dado para a realização
desta revitalização está em se importar mais com os perdidos do que com as
preferências e próprio conforto, o que consequentemente estimulará a mudanças. Essa
mudança deve passar por um processo de renovação espiritual, a partir da redescoberta
de sua paixão por Deus e pelos perdidos, que terá consequências em outras áreas da vida
da igreja, refletindo o anseio pela glória de Deus e por uma atuação relevante em meio a
sociedade composta por perdidos. Em especial àqueles de linha mais tradicional, este
capítulo pode gerar uma reflexão sobre o quanto podemos estar presos a um
tradicionalismo vazio (nossas preferências), criticando, muitas vezes sem refletirmos
adequadamente, aqueles que tem propostas novas de levar fielmente a palavra a um
contexto específico.

No capítulo 12 os autores destacam novos paradigmas de parcerias na ação


missional das igrejas, tal como redes emergentes. Contudo, sem descartar a ação das
denominações nesse processo. O que deve ser levado em conta, em última instância, é
qual parceria seja mais adequada para cada contexto específico.

O capítulo 16 e o Epílogo parecem complementos, uma vez que em ambos os


autores basicamente retomam aquilo que foi exposto ao longo dos capítulos anteriores.
Enquanto que no Epílogo apenas dois testemunhos são contados como forma de chamar
a atenção do leitor para a urgência e necessidade da ação missional da igreja, no
capítulo 16 alguns conceitos e afirmações reaparecem como uma conclusão de tudo que
fora discutido.

Diante da importância do tema tratado no livro, assim como da riqueza das


contribuições teóricas e principalmente práticas, este livro é leitura necessária à igreja
atual, em especial às suas lideranças. Em uma realidade em que, não poucas vezes,
ficamos presos a dois extremos que são nocivos à uma igreja saudável (o
tradicionalismo seco e irrelevante de um lado e a secularização do outro), Ed Stetzer e
David Putman trazem uma importante contribuição à igreja acerca desta tema.

Seja qual for a linha do leitor (mais tradicional ou emergente, para fazer
referência a própria expressão usada pelos autores) ao folear as páginas deste livro ele
será desafiado a pensar acerca da sua missão, tanto enquanto cristão individual quanto
como parte da igreja. Embora possa não concordar plenamente com os autores,
certamente este livro deve levar o leitor a refletir: Será que temos fielmente cumprido o
a Grande Comissão deixada pelo Senhor para nós aonde ele nos colocou como
missionários? Essa reflexão deve, por sua vez, conduzir o cristão (bem como a igreja)
comprometido com o seu Senhor à uma aplicação prática de toda a contribuição trazida
por este livro.

Potrebbero piacerti anche