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FELIPE DOS SANTOS SILVEIRA FORTUNATO 201720529411

TRABALHO DE RESUMO DO STB Cap:10

Introdução

Quando estão em discussão questões muito complexas, que afetam a forma como se divide a renda de uma
sociedade, há duas formas de chegar a um consenso. Com o sistema tributário, ocorre algo parecido. Em quase
todos os países do mundo o tema "reforma do sistema tributário" é algo que, recorrentemente, costuma entrar na
agenda de debates. "O sistema tributário brasileiro está longe de representar um ótimo de Pareto", mas está
longe, também, daquele ponto inicial do exemplo anterior, do qual é possível sair, de modo a chegar a outro ponto
em que todos estejam melhor.

Quando se discute o tema "sistema tributário", está se discutindo como a renda do país é dividida, em relação a cinco
cortes diferentes da distribuição des. Ao mesmo tempo, o sistema tributário é um dos determinantes da
competitividade dos bens produzidos pelo país, algo particularmente importante no contexto da disputa crescente por
mercados externos.

As origens do sistema tributário brasileiro

Na esfera estadual, o imposto de exportação era a principal fonte de receita, e na municipal, o principal tributo era o
incidente sobre industrias e profissões. Com a Constituição de 1934, passaram a predominar os impostos internos
sobre produtos. Nos municípios, os impostos sobre indústrias e profissões e o imposto predial permaneceram como
os mais importantes. Quanto à composição da receita tributária federal, o imposto de importação permaneceu como
principal fonte de receita até o final dos anos 1930, quando foi superado pelo imposto sobre o consumo.

Dentre as mudanças, destacou-se a perda da competência privativa dos estados para tributar o consumo de
combustíveis de motor de explosão e dos municípios para tributar a renda das propriedades rurais. No início da
década de 1940, o imposto sobre vendas e consignações já era responsável por 30% do total da receita dos
estados, enquanto a participação do imposto de exportação caia para menos de 4%. Este sistema foi reforçado pela
Emenda Constitucional no 5 do início da década de 1960 que atribuiu aos municípios 10% da arrecadação do
imposto de consumo e aumentou de 10% para 15% a participação dos mesmos no imposto de renda. No período
1946/1966, aumentou a importância relativa dos impostos internos sobre produtos.

Em outras palavras, o Brasil entrou em uma fase em que a tributação sobre bases domésticas passou a ser
crescentemente a mais importante, simultaneamente ao início de um processo de desenvolvimento industrial
sustentado. Em 1956, o Brasil deu os primeiros passos em direção à tributação sobre o valor agregado, com a
criação do imposto sobre o consumo. De 1946 a 1958, a carga tributária brasileira registrou um crescimento
lento, passando de 13,8% a 18,7% do PIB no período. Com a crise do início da década de 1960, houve uma redução
da carga que chegou a atingir 15,8% do PIB em 1962, voltando a se recuperar nos anos seguintes como resultado da
reforma tributária.

Como resultado das mudanças introduzidas, a carga tributária atingiu cerca de 25% do PIB, permanecendo nesse
patamar no final dos anos 1960 e ao longo de toda a década de 1970. Apesar da recessão do início da década de
1980, a carga tributária manteve-se nesse nível, até mesmo crescendo um pouco mais até 1983. Uma série de
alterações processadas na legislação tributária ao longo da década de 1980, como objetivo de sustentar o nível de
arrecadação, conseguiu evitar que a carga tributária se reduzisse drasticamente. Com a estabilização da economia
decorrente do Plano Real e aprovação de novas medidas destinadas a aumentar os impostos, a carga tributária
voltou a crescer, ultrapassando o nível de 30% do PIB no início do século e continuando a aumentar posteriormente.

O nível agregado de taxação

O primeiro deles é justamente o próprio nível da carga tributária agregada, que representa um ônus importante, para
um país de nível de renda médio como o Brasil. Na comparação com a carga tributária global de outros
países, observa-se que a brasileira, de mais de 35% do PIB, ocupa uma posição intermediária - ver Tabela 10.2. Os
países orientais, por sua vez, apresentam cargas globais relativamente baixas, sendo que o Japão tem a carga mais
alta, de aproximadamente 30% do PIB. O nível da carga tributária brasileira é expressivamente superior aos de
outros países da América Latina.

Isto porque, partindo do suposto de que é razoável que os indivíduos sejam tributados de forma progressiva acima de
certa renda, nada mais natural que países de renda elevada tenham uma carga tributária maior do que países de
renda per capita inferior. Nesse sentido, o fato de a carga tributária no Brasil ser superior à de outros países de renda
média é muito mais indicativo da pressão tributária incidente sobre a população que o fato dessa carga ser inferior à
da Suécia, por exemplo. Como já comentado anteriormente, a carga tributária brasileira é muito dependente de
impostos sobre a produção e circulação de bens e serviços. Já a participação da tributação da renda na carga
tributária brasileira é relativamente baixa.

No Japão, por exemplo, os impostos sobre a renda - pessoas física e jurídica - atingem cerca de 70% da carga
total. Consequentemente, portanto, em que pese a eventual conveniência de diminuir a carga tributária, é desejável
que a tributação sobre a renda especificamente aumente, permitindo uma taxação maior dos fatores de produção, em
detrimento da taxação da produção ou da circulação de bens em si.

A falta de equidade

Como já foi comentado anteriormente, a carga tributária sobre a renda é relativamente baixa, especialmente a
incidente sobre pessoas físicas, da mesma forma que a carga de impostos sobre o patrimônio - principalmente tendo
em vista a alta concentração de riqueza no Brasil. Sendo assim, a participação da tributação sobre pessoa física na
arrecadação do imposto de renda, ainda que superior à de países latino-americanos, é muito inferior à de países
desenvolvidos. A tributação sobre a renda das pessoas físicas torna o sistema mais progressivo, tendo em vista que
os impostos pessoais podem ser dosados conforme a renda do contribuinte, sendo que a possibilidade de
transferência da carga para outros contribuintes é menor do que no caso de impostos sobre produtos ou
empresas. Deste modo, a utilização mais intensa e mais progressiva do Imposto de Renda da Pessoa Física é
recomendável.

O aperfeiçoamento da tributação sobre a renda pode ser feito de forma contínua, através de alterações em leis
ordinárias. Outro aspecto relevante é a excessiva participação dos tributos sobre bens e serviços na
arrecadação. Esse tipo de tributação indireta traz um alto grau de regressividade à carga tributária à medida que
acaba onerando as pessoas de menor rendimento, em vez de se concentrar na pequena parcela da população cuja
renda apresenta uma alta participação no PIB.

Os efeitos sobre a competitividade

Vejamos agora um terceiro problema do nosso sistema tributário - além da carga tributária elevada e da falta de
equidade. Quando os tributos indiretos representam, basicamente, impostos sobre o valor adicionado, a competição
entre os produtos de um país A e de outro B tende a ser feita em bases tributárias similares, no sentido de que cada
país taxa os produtos importados assim como os nacionais, ao mesmo tempo que desonera as exportações do peso
desses tributos. E segundo, esse mesmo produto, no mercado externo, enfrenta a concorrência de produtos sem
essa carga tributária - em outras palavras, o país taxa as suas exportações. No que diz respeito ao impacto da
tributação sobre as exportações, tem-se buscado reduzir seus efeitos através de compensações para os
exportadores, o que é uma solução paliativa e menos adequada que uma reforma abrangente, que diminua ou até
mesmo elimine os impostos mais prejudiciais à competitividade.

Nesse sentido, o Imposto sobre o Valor Adicionado é considerado a forma mais eficiente de tributação sobre
vendas, principalmente por tratar-se de um tributo neutro em relação a estrutura organizacional das empresas, tendo
em vista que o total do imposto incidente em um determinado produto não depende do número de transações por ele
sofrido ao longo dos vários estágios da produção e da distribuição - ao contrário do que ocorre com os impostos em
cascata/cumulativos.

Em relação ao mercado doméstico, enquanto prevaleceram elevados níveis de proteção vis-à-vis às importações, o


impacto sobre a competitividade pouco se fez sentir, mas, com o aumento do grau de abertura da economia brasileira
e a formação do Mercosul, o impacto desses tributos sobre a competitividade ficou mais explícito. Com a aceleração
dos processos de globalização dos mercados e de formação de blocos econômicos regionais, ganharam importância
as preocupações com o impacto da política tributária sobre decisões de produção e de investimento processadas em
escala mundial e ampliou-se o esforço de harmonização fiscal. As elevadas contribuições sobre a folha de
salários, por exemplo, criam uma grande diferença entre o custo do trabalhador para as empresas e o salário que
eles recebem, o que tem estimulado a informalização das relações trabalhistas.

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