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BRIGITTE MONTFORT
SUSPENSE
PARTE I
CAPÍTULO PRIMEIRO
Três homens maus
Os marcianos atemorizados
Drágeas Anti-A
Missão em Miami
1
(UM EPISÓDIO EM CAPRI)
Mr. Cavanagh contraiu as sobrancelhas, apertou os
lábios, grunhiu alguma coisa, depois coçou o alto da cabeça.
— Tudo isto é absurdo! Não sei como puderam dar
atenção a esse homem...
— Mas se o ouviram, se o Senado está, deliberando a
respeito de sua oferta, nós devemos acompanhar o jogo.
Que foi que o senhor Yoshimura ofereceu?
— Mmmm... Umas... umas drágeas...
— Drágeas?
— Bem, umas pílulas, se você quiser... Mas o nome pelo
qual são referidas é “Drágeas Anti-A”.
— “Anti-A”?
— Suponho que você esteja ao corrente do... do
funcionamento geral das bombas atômicas.
— Eu também suponho.
— De qualquer modo, vou mostrar-lhe umas fotografias.
Todas elas foram obtidas em campos experimentais norte-
americanos, por ocasião de provas com bombas de várias
potências em megatons. Quer fazer o favor de olhar para a
parede?
Brigitte voltou-se para a parede indicada por Cavanagh,
muito intrigada. Ele retirara um pequeno projetor de uma
gaveta e, após apegar a luz do escritório, projetou sobre a
parede o diapositivo de uma explosão atômica.
— Veja isto... O clássico cogumelo. Produz-se a
explosão, parece que tudo se incendeia, surge a nuvem e,
pouco a pouco, vai aparecendo essa forma de cogumelo,
gigantesco, que é como... o foco da morte. Duvido que
alguma pessoa do mundo tenha deixado de ver uma foto
como esta. É universal. Às vezes, chego a, pensar que os
marcianos ainda não nos atacaram porque dispomos desta
espécie de arma.
Brigitte olhou sorridente para seu chefe.
— Boa piada!
— Veja agora estas outras fotografias... Poucas, pois não
precisamos de muitas para uma demonstração deste tipo.
Além do que, você sem dúvida conhece os eleitos da bomba
atômica.
— Não pessoalmente.
— Claro... E talvez nunca os conheça. Mas vejamos esta
outra foto do cogumelo atômico... Quer dizer, do centro
produtor da contaminação radioativa. Exato?,
— Sim, claro.
— Veja bem... Não importa quantos megatons tenha
uma bomba atômica. Suponhamos que seja pequena, bem
pequena. Mais que a potência da explosão propriamente
dita, são de temer as radiações, não é assim?
— Justamente.
— Quero dizer que se retirássemos de uma bomba
atômica o poder destruidor de suas radiações letais, ela
ficaria transformada num simples explosivo. Suponhamos
que uma bomba atômica sem radiações caia a sete ou oito
quilômetros deste escritório. Aqui não aconteceria nada. Os
afetados pela bomba seriam, simplesmente, os que
estivessem estado ao alcance de seu poder erplosivo.
Entretanto, se a mesma bomba lançasse suas radiações de
um modo normal, o raio de ação se estenderia por quase
cem quilômetros. Quer dizer que todas as pessoas situadas a
menos de cem quilômetros seriam afetadas pela explosão,
em termos de radioatividade. Entendido?
— Entendido.
— Mas se seu poder fosse exclusivamente explosivo,
sem radiação, sem contaminação da atmosfera,
envenenamento do sangue, chagas ou úlceras que podem
aparecer cinco ou dez anos mais tarde, ela só afetaria o
organismo humano de um modo direto e imediato, tal como
outra bomba não-atômica. Quem morresse, tanto pior. Mas
quem não morresse nada teria a temer no futuro a respeito
de contaminações, chagas, deformações ósseas... Tampouco
precisaria temer com respeito à saúde de seus descendentes
em gestação, por exemplo.
— Resumindo, amado chefe, o senhor está falando de
retirar o poder atômico de uma bomba atômica.
— Exatamente!
— Mas já existe essa classe de bombas, as chamadas
limpas. Não é certo?
— As bombas limpas, com efeito, têm escasso poder
radioativo. Por isso, é de supor que em caso de guerra não
seriam utilizadas pelos beligerantes, que prefeririam as de
maior potência, as mais devastadoras... Então, pergunto: se
as bombas atômicas que lançassem não tivessem efeitos
atômicos, mas os de um simples explosivo mais ou menos
potente... que aconteceria?
Brigitte permaneceu pensativa um instante. Por fim,
moveu negativamente a cabeça.
— Não sei... — admitiu. — Sei é que seria bom para a
humanidade que as bombas atômicas não tivessem efeitos
atômicos. Mas, está claro, isso é impossível.
— Pois ai está seu caso, “Baby”.
— Como?
— A drágea.
— A quê?
— A drágea que Masao Yoshimura nos ofereceu. Ele
garante, formalmente, que todas as pessoas, após ingerir sua
drágea, ficarão imunes aos efeitos radioativos das bombas
atômicas.
Brigitte esteve alguns segundos com a boca aberta, antes
de poder perguntar:
— É uma brincadeira, Mr. Cavanagh?
— O Senado não pensa assim. Estão... deliberando.
— Deliberando o quê? — indagou ela, espantada.
— Decidindo se deve ou não fazer caso da oferta de
Masao Yoshimura.
— Estarão todos doidos, por acaso? — exclamou
“Baby”, pondo-se de pé. — Não podem tomar em
consideração semelhante tolice! Uma... pílula que anula os
efeitos radioativos das bombas atômicas... Absurdo!
— Talvez seja isso mesmo. Mas suponhamos que sim...
Suponhamos que essas drágeas sejam eficientes e que quem
as tome fique imunizado contra a radioatividade. Acha que
poderão interessar aos Estados Unidos, “Baby”? Em vinte e
quatro horas, nossa produção industrial nos proporcionaria
duzentos e cinqüenta milhões de drágeas, com o que todo o
país poderia imunizar-se contra um possível ataque
atômico. Morreriam apenas os diretamente afetados pelas
explosões. Quer dizer que as bombas dos outros países
ficariam reduzidas a simples explosivos de maior ou menor
potência. Sem radioatividade, sem chagas, sem deformações
ou degenerações... E por outro lado, se adquirirmos a
fórmula dessa drágea, naturalmente não a comunicando a
ninguém, os demais países ficariam à mercê de nossas
bombas atômicas, sem defesa possível. Para eles,
continuariam sendo atômicas, com todos os seus efeitos... E
nessas condições, quem senão os Estados Unidos poderia
reger o mundo, governando-o em benefício da paz mundial?
Seríamos os amos, comandaríamos, disporíamos... Não
mais guerras, nem intrigas, nem discussões. Nossa voz seria
Lei sobre a face da Terra.
Brigitte deixou-se cair novamente na poltrona, aturdida,
olhos muito abertos e fixos em Cavanagh.
— Acho... que resolveu divertir-se à minha custa... —
murmurou.
— Porquê?
— O senhor não pode acreditar em tudo isso! Uma
drágea antiatômica! Pelo amor de Deus...
— Bem. Foi isso o que ofereceu Masao Yoshimura.
— Está doido!
— Não ele, neste caso, mas o descobridor da drágea.
— Mas será possível que nossos governantes tenham
levado a sério semelhante oferta?
— No princípio, a coisa provocou alguns comentários
zombeteiros no Capitólio. Mas alguém muito sisudo disse
que os Estados Unidos não perdiam nada escutando o
senhor Yoshimura. Pois se escutou... e está sendo estudada
sua oferta. E também seu pedido. Quer dizer, o pedido do
inventor da drágea antiatômica.
— Quem é esse... gênio? — indagou ironicamente
Brigitte.
— Masao Yoshimura não disse. Nem pensa revelar seu
nome.
— Ah... Quanta discrição e modéstia da parte de tão
insigne cientista! Descobre nada menos que uma drágea
antiatômica e não quer que o celebrem!
— Coisas de sábios! — sorriu Cavanagh.
— Sem dúvida. Bem... que pede o senhor Yoshimura em
troca da drágea, de sua fórmula? Cem milhões de dólares?
Um bilhão, dois...?
— Não pede nada.
— Nada! Então não há dúvida de que se trata de um
louco!
— Pede apenas uma bomba-A.
— Ah, apenas uma... Como? COMO?
— Pede uma bomba atômica ao Governo dos Estados
Unidos. Para que entregue a fórmula da drágea antiatômica
com garantia, parece que antes precisa experimentá-la. E
para tanto, e necessária uma bomba atômica, que será
lançada em determinado lugar, perto de uma ilha, na qual
haverá diversos animais. Se estes animais não forem
afetados pela radiação, quererá dizer que a drágea Anti-A é
um sucesso. E então nos será cedida, para que os Estados
Unidos dominem o mundo, impondo a paz e os bons
costumes. Seria como se em todo o Planeta houvesse apenas
um canhão... e nós o possuíssemos.
— O Senado está estudando a possibilidade de entregar
uma bomba atômica a Masao Yoshimura? — perguntou
“Baby”, incrédula.
— Está sendo considerada essa possibilidade.
— Não é possível... Não é possível que os homens que
governam este país sejam tão ineptos!
— Não se mostre tão intransigente, Brigitte.
— Intransigente! Ora, vamos: tudo isto é um problema
de fim de curso para aperfeiçoamento de espiões, não é
verdade?
— Não, o certo é que ninguém crê nessa drágea. Mas,
como não há razão para precipitações, estuda-se o assunto
sob o seguinte ponto de vista: que aconteceria se essa
drágea existisse e fosse propriedade da Rússia, ou da
China? Deve-se ter em conta que talvez estes países, ou
outros, não se negariam a escutar Masao Yoshimura, o qual,
conforme declara, preferiu os Estados Unidos. Mas claro
está que, se não aceitarmos, pedi, rã a bomba atômica .à
Rússia, ou a qualquer outro país... que talvez aceite.
— Nenhum país pode ser tão estúpido a ponto de
entregar uma bomba atômica ao primeiro japonês que lhe
ofereça... uma drágea! Estaremos todos loucos, por
desgraça?
— Todos estamos um pouco loucos — sorriu Cavanagh.
— Mas não tanto assim!
Mr. Cavanagh encolheu os ombros.
— Vá a Miami, trave conhecimento com Masao
Yoshimura, torne-se íntima dele se possível... e vejamos o
que consegue averiguar.
— Será um prazer! Sujeitinho sem-vergonha, cara-de-
pau...! Como pede que lhe entregue.. mos a bomba? A
domicilio?
— Ignoramos. Primeiro, o Departamento de Guerra deve
responder-lhe se aceitamos ou não o trato. Se aceitarmos,
ele dirá o modo de entregar-lhe a bomba atômica.
— E quando devemos dar a resposta ao senhor
Yoshimura?
— Dispomos ainda de alguns dias. Enquanto isso, você
está convidada a passar esses dias como uma rainha em
Miami. Suponho que desejará hospedar-se no mesmo hotel
em que ele está.
— Sem dúvida. Espero que tenha bom-gosto... Está
louco! Como é que alguém pode pedir uma bomba atômica
como se fosse... como se fosse um cigarro?
— Pois tal idéia ocorreu ao senhor Yoshimura. Tenho
aqui uma pasta com todos os dados que possuímos a seu
respeito, fotografias, todos os informes de que você possa
precisar. Como sei que tem boa memória, estou certo de que
poderá aprender tudo isto rapidamente e partir em busca
desse... vendedor de drágeas. Seja delicada e astuta com ele.
Brigitte Montfort sorriu angelicamente.
— Estou certa de que o senhor Yoshimura ficará muito
satisfeito por ter conhecido uma linda jovem de olhos azuis,
chamada... como terei que me chamar?
— Pode chamar-se Brigitte Montfort, simplesmente.
— Ótimo. Não me agradam os nomes falsos. Dão-me
uma impressão de falta de categoria... Posso ver uma foto
de Masao Yoshimura?
CAPÍTULO SEGUNDO
Posições estratégicas ao redor de uma piscina
Espionagem ao sol
“Saionara”
CAPÍTULO TERCEIRO
Masao Yoshimura
Cumprir uma missão
As estrelas sempre estão longe
“Baby” indefesa
CAPÍTULO QUINTO
Mais duas execuções
Canta um “galo” na cabeça de “Baby”
“Perignon 55”
Um chinês