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Se considerarmos as orações cristãs, provavelmente o Rosário é a maior do
mundo. Conhecido como saltério da Virgem Maria encontramos no dedilhar das
contas, histórias de povos, famílias, pessoas. A saudação do Anjo, repetida tantas
vezes, assim como os salmos, vão sendo alternados por episódios da vida de
Cristo e de Maria como se de dois espelhos falássemos que se iluminam um ao
outro.
Na história católica tivemos de esperar até Pio V para de 1566 até 1572 até
vermos uma consagração oficial desta prática devocional fixando as normas que
chegaram aos nossos dias com a Bula Consueverunt romani Pontifices. Claro
está que a história do Rosário é muito mais antiga, podemos fixar uma data de
grande difusão: séc. XII. Neste século encontramos a piedosa prática da recitação
da Ave Maria, certamente que esta saudação era já conhecida muito antes desta
época. No final do séc. VII a antífona de ofertório do IV Domingo de Advento, uma
celebração de clara acentuação mariana, já encontramos a Ave Maria. Imitando,
por assim dizer, a oração monástica da repetição dos 150
salmos davídicos encontramos, para os monges iletrados, a repetição do mesmo
número de Pai-Nosso ou de Ave Maria.
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O Concílio Vaticano II (1962-1965) foi seguramente um dos momentos mais
marcantes na história do cristianismo no segundo milênio e é o ponto de partida
para vivermos a fé em Cristo no terceiro milênio. Este Concílio foi aquele que mais
espaço dedicou a Maria e também aos exercícios de piedade para com a Mãe da
Igreja pois como afirma a Lumen Gentium 67 (1964):
Conte para nós quais as graças que você já recebeu com o rosário.
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Ao longo dos séculos não faltam referências dos Santos Padres acerca do
Rosário. Mais do que elencar documentos, procuraremos nas próximas linhas a
novidade que cada um dos documentos trouxe para a compreensão do lugar que
o Rosário ocupa no ensinamento magisterial. Começamos por Pio V (1566-1572),
Santo e Dominicano, este Papa é conhecido pelo Papa do Rosário pois com a
bula Consueverunt Romani Pontifices, 17 de setembro de 1569, define esta
oração como:
O sucessor Papa Gregório XIII por sua vez com a bula Monet Apostolus (1573)
instituiu a festa solene do Rosário, colocando-a no primeiro domingo de Outubro.
Os sucessivos documentos magisteriais apenas vão conceder privilégios,
indulgências, normas para as diversas confrarias. A importância documental está
no fato que, mesmo não atribuindo novidades, o Rosário continuou a ser de suma
importância para a Sede Apostólica ‘como exaltação da fé católica, extirpação das
heresias, conservação da paz entre os príncipes cristãos’ (Papa Clemente VIII,
bula Salvatoris et Domini, 13 janeiro 1593).
Já na aurora do século XX temos o convite do Beato Pio IX (1846-1870) com a
carta Egregiis suis a rezar o Rosário pelo êxito do Concílio Vaticano Iº (1869-
1870). Poucos anos mais tarde Leão XIII (1878-1903) assinando 12 Encíclicas e
duas cartas apostólicas sobre os temas do Rosário acabaria por influir
decisivamente na cristalização do mesmo na experiência cristã de oração. É neste
pontificado que o mês de Outubro é dedicado ao Rosário, oração que segundo o
Papa é um meio fácil para fazer entrar e enraizar nas almas os dogmas principais
da fé cristã. Sobre os males da sociedade o Papa da encíclica social Rerum
Novarum convida à recitação do Rosário para superar a aversão ao sacrifício e ao
sofrimento que a fé conduz pois nos ensina a olhar para os sofrimentos de Cristo
e nos conduz a uma vida humilde e trabalhada à imagem da humildade de Cristo
e de Maria. Os mistérios da vida futura a o repúdio dos bens materiais consegue-
se através da meditação e contemplação dos mistérios da vida de Cristo, de Maria
e dos Santos.
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A Mariologia para além de ser um pensamento interdisciplinar acerca de Maria na
Revelação e as suas influências no pensamento dogmático e litúrgico se dedica
também ao ‘fenômeno mariano’. Certamente as aparições são as mais
conhecidas, mas existem outros termos que designam de forma geral a presença
de Maria: as mariofanias e as visões.
Para além destes termos dentro do ‘fenômeno mariano’ existe um evento muito
documentado e originante de vários santuários que é a inventio, a tradução deste
termo não é invenção mas sim encontro. A experiência do encontro com a
imagem de Aparecida é então um encontro, dadas as suas particularidades. Não
querendo aqui referir a história de Aparecida de todos conhecida, gostaria apenas
de colocar em perspectiva mariológica a importância de uma inventio.
Este termo provém de Alexandre de Cipre (m. 565) que escreve a obra Inventio
Crucis que se refere à descoberta, encontro da Cruz de Cristo. É uma obra que se
dedica ao louvor da cruz recapitulando a história da criação, da religião,
praticamente do mundo até aos tempos de Constantino, oferecendo uma visão da
encarnação e da Trindade dirigidas à Cruz.
Para encontrarmos este termo aplicado à questão mariana será Teodoro Sincelo
que no século VII escreveu a obra Inventio et depositio vestis in Blachernis que
trata da descoberta das vezes da Mãe de Deus e da sua translação de Jerusalém
para a Igreja de Blachernis, outrora Constantinopla, atual Istambul na Turquia.
A partir destes dois elementos históricos, a cruz e as vestes, podemos ver como
estruturalmente se indica uma realidade escondida, que por divina Providência é
desvelada ao olhar humano e naturalmente ou sobrenaturalmente se oferece
gratuitamente. De fato, não existem relatos de uma procura de imagens de Maria
mas de um encontro improviso de uma imagem. Do ponto de vista mariológico é o
Deus invisível que se deixa conhecer através de meios dos quais Maria é uma
presença por excelência.