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SMG
MARINGÁ
CURSO DE DIREITO
Maringá
2017
Sumário
Introdução 3
2- Usucapião 4
3 - Personalidade da Pessoa Jurídica 6
4 - Pessoas Jurídicas 6
4.1 - De direito privado 6
4.2 - De direito público 6
5- Conclusão 8
6- Referências 9
7- Anexo: 10
Introdução
Neste trabalho apresentaremos que pessoas jurídicas também podem adquirir por usucapião,
mesmo que sejam de direito público. Quanto às sociedades de fato, leciona NASCIMENTO¹
que estas não podem usucapir, mas sim seus membros, formando um condomínio ordinário
sobre o imóvel. Será exposto também, a possibilidade de usucapir de direito privado e de
direito público, bem com a personalidade da pessoa Jurídica.
Não existe qualquer exigência especial quanto ao legitimado ativo para a ação de usucapião.
Dessa forma, o usucapiente pode ser qualquer pessoa que tenha capacidade de direitos na
órbita civil. Mesmo os absolutamente incapazes podem propor ação de usucapião, desde que
representados por quem a lei indicar.
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2- Usucapião
A posse é requisito fundamental, embora não o único, para o usucapião (ou a usucapião, pois
a palavra admite também o gênero feminino, assim adotado pelo Código Civil de 2002).
Desse modo, a aquisição da propriedade pelo usucapião é um dos principais efeitos da posse.
Usucapir é adquirir a propriedade pela posse continuada durante certo lapso de tempo.
Oportunamente, estudaremos neste livro as modalidades de usucapião e o papel da posse em
cada uma delas. Com relação ao código de 1916, o presente código deve ser visto sobre uma
nova perspectiva com relação à propriedade quanto a sua função social.
Como o usucapião é a melhor forma de atribuir moradia ou dinamizar a utilização da terra, há
um novo enfoque no instituto. Alie-se a isso a orientação da constituição de 1988, que realça
o instituto e alberga modalidades mais singelas do instituto. Desse modo, a ideia básica no
presente diploma é no sentido de que as modalidades de usucapião situam-se no tempo do
período aquisitivo, mais ou menos longo.
Sob esse novo pálio deve ser atentamente analisado o art. 1238:
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de
caráter produtivo.
O usucapião extraordinário, de quinze anos, tal como está descrito no caput, independe de
título e boa-fé. Com isso se identifica com o usucapião extraordinário do antigo código. No
entanto, há modalidade de usucapião para aquisição do imóvel em dez anos disciplinado no
parágrafo do dispositivo e que também independe de título e boa-fé. Desse modo, temos no
mais recente diploma duas modalidades de usucapião extraordinário, com dois prazos
diversos. Tal como se apresenta na dicção legal, o prazo do usucapião, que independe de
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título e boa-fé, fica reduzido a dez anos, possibilitando a aquisição da propriedade quando o
possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual ou quando nele houver
realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Esta última hipótese, por sua natureza,
dirige-se para o imóvel rural, mas não exclui a aplicação também para o imóvel urbano.
Sob esse atual diapasão, nessas situações é desnecessária a investigação subjetiva da boa-fé
do possuidor no caso concreto, em qualquer caso. Em ambas as situações preponderará o
aspecto objetivo do fato da posse, o corpus, ficando o aspecto subjetivo transladado da boa-fé
para exclusivamente a análise da posse ad usucapionem. Portanto, ex radice, no exame de um
lapso prescricional aquisitivo nos termos do descrito no parágrafo do artigo, o juiz deve
examinar a utilização do imóvel e a intenção do usucapiente de lá se fazer presente para
caráter social ao ampliar a possibilidade de usucapião e dispensa o requisito da boa-fé. A
perda da propriedade imóvel pelo antigo proprietário pelo usucapião, se houver, reside então,
como é evidente, na sua inércia em recuperar a coisa, nesse período de dez anos.
Como se nota, trata-se aqui do mesmo prazo de dez anos do usucapião extraordinário do
parágrafo único do art. 1238. No entanto, como apontamos liminarmente, lá se cuida de
usucapião extraordinário que dispensa o justo título e a boa-fé, mas que exige o requisito da
moradia ou realização de serviços de caráter produtivo no local. No caso concreto, pode
ocorrer que o usucapiente, ao requerer a aquisição da propriedade, o faça com fundamento no
art. 1.242, mas, subsidiariamente, por preencher os requisitos do art. 1.238, peça que o juiz
reconheça o usucapião extraordinário, se forem discutíveis a boa-fé ou o justo título.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...
4 - Pessoas Jurídicas
Todos os usucapião que exigirem moradia, não serão acessíveis para pessoa jurídica de
direito privado.
Contra quem pode usucapir o Código não diz, mas diz contra quem não pode usucapir:
pessoas jurídicas de direito público. Bens públicos não estão sujeitos a usucapião – art 102
CC e Súmula do STF e STJ. Também não se pratica usucapião contra aquelas pessoas que
não correm prescrição, artigo 197 e 198, exemplo: entre pais e filhos, entre cônjuges na
constância do casamento.
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5- Conclusão
A Justiça de São Paulo considera que um bem público pode ser objeto de ação de usucapião
por uma empresa. A decisão vale apenas para casos que envolvam bem dominial já
desafetado, ou seja, aqueles que não servem ao uso comum (praças e ruas) ou especial
(escolas e hospitais). Assim, entram na lista terras e terrenos. O entendimento é da 9ª Câmara
de Direito Privado do Tribunal de Justiça do estado, que rejeitou recurso interposto pela
Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) contra decisão que favorecia
a empresa Coppersteel, que tenta obter o título do terreno que ocupa. A decisão, do dia 22 de
maio, foi por maioria de votos.
“A norma constitucional que estabelece que os bens públicos são insuscetíveis de usucapião
deve ser interpretada de acordo com a destinação do bem. E o bem já desafetado não tem mais
destinação pública”, afirmou a relatora, desembargadora Lucila Toledo. Para ela, a
possibilidade de usucapião de bem público é garantida de acordo com a “função social” da
empresa.
Conclui-se que, o usucapião, para pessoa jurídica, e sua estrutura, proporciona a proteção
jurídica com intuito, principal, de dar uma função social a posse e propriedade, porém,esta
finalidade destina-se ao benefício social, e se não cedermos, o instituto civil do usucapião as
pessoas jurídicas, segundo desembargadora Lucila Toledo, estaríamos desconsiderando o
entendimento do princípio da “função social”
6- Referências
http://www.conjur.com.br/2012-jul-03/empresa-direito-usucapiao-bem-publico-utilidade-tj-sp
http://s.conjur.com.br/dl/copersteel.pdf
http://s.conjur.com.br/dl/acordao-usucapiao.pdf
https://www.jusbrasil.com.br/diarios/39139428/djsp-judicial-1a-instancia-interior-parte-ii-01-08-2012-
pg-1385
http://www.haradaadvogados.com.br/retrocessao-parcial-de-imovel-desapropriado-amigavelmente/
http://www.sinprofaz.org.br/2014/clipping/o-itbi-na-compra-e-venda-de-imoveis/pagina-9
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2436395/apelacao-com-revisao-cr-6133834600-sp
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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7- Anexo:
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO "
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA
ACÓRDÃO REGISTRADO(A) SOB N° *03606297*
Trata-se de ação de usucapião extraordinária ajuizada por Coppersttel Bimetalicos Ltda.
contra Município de Campinas e Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S.A -
EMDEC. Diz a inicial que a autora completou os requisitos necessários ao reconhecimento da
prescrição aquisitiva em relação ao imóvel objeto de matrícula 120.513, do 3o CRI da
Comarca de Campinas, pretendendo , seja declarada sua usucapião.
A sentença, acatando a tese da imprescritibilidade do bem público de qualquer natureza,
extinguiu o processo sem apreciação do mérito, entendendo ser o pedido impossível
juridicamente.
Relata que a empresa está instalada na área há mais de 30 anos, conta com 300 funcionários e
desempenha relevante função social. Diz que não é invasora de bem público nem posseira
sem justo título, tendo participado de plano de desenvolvimento patrocinado pelo Poder
Público. Defende que a propriedade deve atender à sua função social e que se o próprio
Município "desafetou" a área para comercializá-la e a recorrente pagou pelos lotes, não há
motivos para que não se reconheça a prescrição aquisitiva.