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A

Antonio Glaudenir Brasil Maia*, Renato Almeida de Oliveira**

Revista de Filosofia
Marx e a crítica contemporânea
à pós-modernidade

Resumo

Quando nos deparamos com a crítica contemporânea à pós-modernidade observamos o fato


desta não ser considerada uma ‘novidade’, ‘teoria’ inaudita. Ao contrário, ela representa apenas
os interesses do poder econômico que domina a sociedade atual, designando-a seja como a
lógica cultural do capital, como pensa Jameson, seja como o mundo dos negócios, segundo a
propositura de Eagleton, ou um novo momento pelo qual passa o capital, afundado em uma
crise estrutural sem precedentes, como defende Mèszàros. Esse horizonte de criticidade tem
as suas raízes na reflexão de Karl Marx. A reflexão que segue é um esclarecimento sobre em
que sentido algumas das teses marxianas estão presentes na crítica que a contemporanei-
dade desfere à pós-modernidade.

Palavras-chave: Marx, crítica, pós-modernidade.

Resumé

Face à la critique contemporaine à la postmodernité on regarde le fait d’elle ne pas être


considéré comme une «nouveauté », «théorie» sans précédent. Au contraire, elle ne représente
que les intérêts du pouvoir économique qui domine la société d’aujourd’hui qui la désigne
soit comme la logique culturelle du capital, selon Jameson, soit comme le monde des affaires,
selon le penseé de Eagleton, ou un nouveau moment pour lequel passe le capital, sombré dans
une crise structurelle sans précédent, tel que défend Meszaros. Cet horizon de criticité a ses
racines dans la réflexion de Karl Marx. La discussion qui suit est un éclaircissement a propos
du sens de quelques thèses marxiennes présents dans la critique que la contemporaneité
fait à la postmodernité.

Mots clés: Marx, critique, postmodernité.


Doutor em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação da UFPE; Professor Adjunto do Curso de Filosofia da Universidade Estadual
Vale do Acaraú.
∗∗
Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará; Professor Assistente do Curso de Filosofia
da Universidade Estadual Vale do Acaraú.

Argumentos, Ano 3, N°. 5 - 2011 81


Considerações Preliminares Karl Marx, a qual não temos a pretensão de
exaurir nem, tampouco, dar conta de toda a
É comum hoje em dia encontrar o uso literatura correspondente.
do termo pós-modernidade em campos diver- A reflexão que segue é um esclareci-
sos da atuação humana. Talvez isso explique mento sobre em que sentido algumas das
o fato da inexistência de consenso, marcada, teses marxianas ainda estão presentes no
sobretudo, por uma nítida atitude de nega- pensamento atual, especialmente na crítica
ção, um questionamento sobre a validade contemporânea à pós-modernidade.
absoluta das dimensões fundamentais que
marcam a existência humana, a saber, a epis- Marx e a Filosofia Contemporânea
temológica, a ética, a política, a econômica,
entre outras. É fato corriqueiro, hodiernamente, seja
O que caracteriza sobremaneira o pen- entre teóricos marxistas ou não, a defesa
samento pós-moderno é a idéia segundo a de uma reinterpretação do pensamento de
qual não existem verdades absolutas, tudo é Marx, a alegação de que sua filosofia deve ser
relativizado. Com isso, os pós-modernos pre- atualizada e até mesmo, para aqueles mais
tendem eliminar do campo da teoria explica- radicais, superada. Os que defendem essa
ções dominantes, visões de mundo acabadas. postura a justificam como o único caminho
O resultado de tal postura é uma abertura para que possa ser revelado o verdadeiro
ilimitada à multiplicidade dos discursos. Não conteúdo, a cientificidade, da teoria marxia-
existe um télos absoluto que rege a realidade, na. Entre os marxistas que propugnam essa
mas indivíduos, culturas, teorias. idéia estão Gabriel Cohen e John Elster, os
Os que se posicionam a favor da pós- quais fazem parte do chamado marxismo
modernidade alegam que a mesma é fruto analí­tico2, cuja finalidade principal seria
do desencanto com o século XX, com suas extinguir as ambigüidades existentes na
guerras, catástrofes, extermínios em massa, filosofia de Marx, conferindo-lhe precisão e
só para citar alguns acontecimentos que um maior rigor científico.
imprimiram no homem um sentimento de Foi, sem dúvidas, o marxismo analíti-
niilismo, de total descrença na racionalidade, co que mais aproximou a filosofia de Marx
nas ciências e nas tecnologias. do pensamento contemporâneo, do que se
O que se observa, quando nos de- habituou chamar de pós-modernidade, es-
paramos com a crítica contemporânea 1 à pecialmente com John Elster, que formulou
pós-modernidade, é o fato desta não ser o “individualismo metódico”, princípio se­
con­siderada uma ‘novidade’, ‘teoria’ inau- gundo o qual as categorias universais (ca-
dita. Ao contrário, ela representa apenas os pital, natureza humana, classes sociais etc.)
interesses do poder econômico que domina não possuem sentido algum, mas são meros
a sociedade atual, designando-a seja como nomes desprovidos de uma significação con-
a lógica cultural do capital, como pensa Ja- creta. Tais categorias devem ceder espaço ao
meson, seja como o mundo dos negócios, se- indivíduo, enquanto único ser capaz de agir
gundo a propositura de Eagleton, ou um novo na realidade e sobre o qual estão fundados
momento pelo qual passa o capital, afundado todos os fenômenos sociais. Desse modo, a
em uma crise estrutural sem precedentes, sociedade, as relações e os modos de produ-
como defende Mèszàros. Esse horizonte de ção, o capital em geral, se explicam mediante
criticidade tem suas raízes na reflexão de o indivíduo.

1
Aqui se designa com a expressão ‘crítica contemporânea’ todo o esforço crítico dos autores que rejeitam a idéia de um paradigma
pós-moderno com forte conotação do pensamento marxiano em tais representantes.
2
Corrente de pensamento que se formou durante a década de 80 do século XX. Os que dela fazem parte se encontram profundamente
inspirados pelas temáticas do marxismo e tentam abordá-las mediante algumas ferramentas contemporâneas de disciplinas como a
lógica e a matemática, assim como da construção de modelos. Sua postura metodológica é acadêmica. Seus teóricos reconhecem re-
sultados da tradição marxista e não marxista. Cf. ROEMER, John E. El marxismo: uma perspectiva analítica. Traducción de Rafael Núñez
Zúñiga. Fondo de Cultura Económica, 1989, [sb]: p. 9.

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Reduzir, contudo, a complexidade das acontecimentos das últimas décadas, o des-
relações sociais, a dinâmica do capital, seu gaste ecológico global, a guerra ao “terror”, a
movimento imanente, a um conjunto de violência generalizada, as constantes crises
relações individuais, a vontades privadas, econômicas etc., apenas confirmam as lei-
não significa revelar o autêntico sentido da turas que Marx fez do capitalismo moderno.
filosofia de Marx, mas, antes, corrobora os Nas palavras de Jorge Nóvoa (2007, p. 8):
elementos do capital que ele combateu, es-
pecialmente a idéia da fragmentação social [...] é possível se verificar por isso
causada pelo estranhamento do trabalho. O mesmo, e também, que ele, o capita-
indivíduo apresentado pelos marxistas analí- lismo, na leitura de muitos intérpretes,
ticos é o indivíduo burguês, o qual considera não faz senão confirmar os prognósticos
que os interesses privados se contrapõem da crítica marxiana. O desemprego não
aos interesses coletivos porque a sociedade desaparece, ao contrário tem crescido em
não passa de um obstáculo à acumulação termos globais, as crises de superprodu-
privada de riquezas. ção se ampliam, assim como a queda da
O que podemos fazer referente à re- taxa média de lucro dos diversos setores
lação de Marx com o pensamento contem- capitalistas que só é contrariada pelos se-
tores especulativos do capital financeiro,
porâneo - não que ele seja o “precursor” da
ou aqueles de natureza destrutiva como o
pós-modernidade, o que soaria estranho - é
tráfico de armamentos, drogas, influência
elucidar que já estavam presentes nas teses e corrupção. A recessão que grassa glo-
marxianas alguns dos traços da crítica con- balmente desde 1974 não demonstraria,
temporânea à sociedade capitalista, que a desse modo, que se trata de uma crise
crítica marxiana à dominação da lógica do orgânica? Ou, não obstante a gravidade
capital ainda está ‘viva’, o que nos permite, através da qual assume a cena, não seria
de início, afirmar que Marx seria um opositor mais uma crise importante a ser superada
e crítico ferrenho da época do capitalismo em a médio e a longo prazo?
suas vestes pós-modernas.
Beuy (2004, p. 17), em seu livro Marx(sem Em termos marxianos, esses fatos de-
ismos), considera Karl Marx um clássico lido monstram, segundo Nóvoa, que a moderni-
em pleno século XXI, um autor que desfruta dade entrou numa crise profunda, pois suas
do bom envelhecimento de sua obra. “Marx promessas de uma melhoria na condição de
é um clássico. Um clássico interdisciplinar. vida dos indivíduos não foram cumpridas. Por
Um clássico da filosofia secularizada, do esse motivo, a filosofia de Marx situar-se-ia
jornalismo vigoroso, da historiografia com num momento de crítica da modernidade,
idéias, da sociedade critica, da teoria política lançando as bases para as diversas corren-
com ponto de vista”. Todavia, um clássico tes de pensamento que se caracterizam pela
‘viti­mado’ por uma leitura ‘falsa’, a qual pre- tentativa de superar o projeto moderno. Marx,
tendeu reduzir seu pensamento ao simples com efeito, representa a mais sólida crítica à
plano da economia. O objetivo de Buey é totalidade dos processos históricos, e muito
desmascarar o caráter de incoerência de tal particularmente dos processos de consti-
leitura e apresentar um Marx ‘sem ismos’, tuição do sistema produtor de mercadorias.
‘ismos’ que, ao longo da tradição marxista, “Nestes, aquilo que Marx designou como
causaram bastante furor e discordância en- sendo o fetichismo da mercadoria, adquiriu
tre os defensores de seu pensamento. Buey uma centralidade sem medida comum na
também esclarece que não se pode respon- contemporaneidade.” (NÓVOA, 2007, p. 9).
sabilizar Marx pelas ‘transfigurações’ de seu A crítica de Marx ao projeto moderno
pensamento e as interpretações, de certo desvela-se no seu embate com a filosofia
modo inválidas, de suas obras. idealista de seu tempo, especialmente com
Outros autores reforçam o coro da- Hegel e os neo-hegelianos. As obras Crítica da
queles que asseveram a vitalidade do pen- Filosofia do Direito de Hegel (1843), A Sagrada
samento de Marx em nossos dias. Um dos Família (1844) e A Ideologia Alemã (1845-46),
argumentos é aquele que demonstra como os entre outras, ilustram bem esse embate.

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Segundo Marx, Hegel não transcendeu como Edgar Bauer, seu irmão Bruno Bauer,
o campo do puro pensar abstrato. Desse David F. Strauss, Ludwig Feuerbach, Arnold
modo, a sua filosofia não passa de um mero Ruge, Moses Hess, Max Stirner, entre outros.
movimento especulativo do pensamento Todos estes pensadores estavam engajados
dentro de si mesmo. A realidade, o mundo na transformação da realidade alemã. Cada
concreto, é apenas um modo da Idéia, um formulou sua teoria para contribuir com
transposta para o âmbito do pensamento. essa transformação.
A conseqüência antropológica da filosofia Marx opõe-se a essas leituras, afirmando
especulativa de Hegel é a compreensão do que todas elas não escaparam das abstrações
homem como essencialmente um ser da hegelianas. Os seus companheiros “críticos”
consciência, espiritual. Se a totalidade surge permaneceram presos ao homem alegórico,
como o movimento do pensamento em si ideal, e não consideraram o homem como ser
mesmo, o homem, como momento dessa to- sócio-histórico. Bruno Bauer, por exemplo,
talidade abstrata, aparece também como ente tinha como conceito central de sua filosofia
abstrato, que se diferencia da objetividade a autoconsciência, conceito este que proce-
pela autoconsciência. Em última instância, dia da obra hegeliana, especificamente da
o que Hegel faz é uma transposição do ho- Fenomenologia do Espírito (1807).
mem para dentro de si mesmo, separando-o Marx considera Bruno Bauer a verdadei-
da vida efetiva e tornando-o equivalente à ra encarnação do pensamento crítico jovem
sua autoconsciência, como afirma Marx: “A hegeliano, pensamento este preso aos concei-
essência humana, o homem, refere-se para tos abstratos da filosofia de Hegel. Em A Sa-
Hegel = consciência-de-si. Todo estranha- grada Família, Marx tece uma crítica a Bauer
mento da essência humana nada mais é do por este fazer uma distinção radical entre a
que o estranhamento da consciência-de-si.” “Crítica” e a “massa”. Para Bauer, o espírito
(MARX, 2004, p. 125). crítico está acima da massa (da humanidade)
Quando trata da relação entre Estado e e é o seu elemento ativo. Desse modo, Bauer
sociedade civil, Hegel está apenas fazendo é considerado por Marx como um pensador
alusão à relação essencial, poderíamos dizer, “idealista”, pois não considera o homem real,
relação lógica. As esferas particulares nada mas apenas a autoconsciência humana; ele
mais são do que divisões do Estado, são não está conectado com a realidade histórica
esferas ideais do seu conceito, ou o aspecto concreta, mas com a história do pensamento.
finito deste. Somente com a suprassunção Marx apresenta como o pensamento baueria-
dessa finitude é que o Estado ou o Espírito no é uma versão caricatural da filosofia da
pode tornar-se Espírito real infinito. Desse história como concebida por Hegel, a qual
modo, família e sociedade civil aparecem admite um espírito absoluto que se desen-
como o escuro fundo natural donde se acende volve aquém da humanidade, e esta o leva
a luz do Estado. Nessa concepção hegeliana, consigo de um modo inconsciente.
consoante Marx, aparece claramente um A filosofia de Bauer é caracterizada
“misticismo lógico”, um panteísmo. A rea- por Marx como genuinamente teológica. O
lidade aparece como mera manifestação da neohegeliano desenvolve concepções abs-
Idéia em si mesma, ou seja, não se expressa tratas e nebulosas, distorcendo a realidade
como ela mesma, mas sim como uma outra e resumindo-a em conceitos que não corres-
realidade. (MARX, 2005, p. 29). pondem às questões reais.
Com a morte de Hegel, houve uma Ao criticar o que chama de “massa”,
disputa entre os seus seguidores para saber Bauer acredita que a verdade encontrava-se
qual o verdadeiro sentido da filosofia do mes- do lado da Crítica, do espírito. Contudo, re­
tre. Dois grupos disputavam essa interpreta- futa Marx, a verdade, para Bauer, seguindo os
ção, a saber, os hegelianos de direita, mais passos de Hegel, aparece como um autômato
focados no aspecto formal da obra de Hegel, e não como esforço humano, como criação
e os jovens hegelianos de esquerda, que dos indivíduos reais. Se Bauer estiver certo, a
viam em Hegel um filósofo revolucionário. Do função do homem é apenas seguir a verdade
grupo de esquerda faziam parte pensadores que está além de si e captá-la. Desse modo, a

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tarefa da Crítica seria levar a verdade à cons- de um modo artificial, pelas verdades que
ciência. Para reforçar sua crítica, Marx cita a História teve a magnanimidade de pôr
uma passagem do artigo escrito por Bauer sobre o tapete. (MARX, 2003, p. 98).
intitulado Escritos mais recentes acerca da
questão judaica (Neuester Schriften über die Em A Ideologia Alemã, Marx leva às
Judenfrage). Nesse artigo, Bauer afirma que últimas conseqüências sua crítica à filosofia
“a massa se acreditava na posse de tantas neo-hegeliana e, por conseguinte, desenvolve
verdades que, segundo ela, compreendiam- o arcabouço teórico de sua concepção mate-
se por si mesmas. Porém, só se possui uma rialista da história que influencia toda a pro-
verdade por completo depois de persegui-la dução historiográfica contemporânea. O tom
até o fim através de suas provas.” (MARX, contundente se explica na forma como Marx
2003, p. 96). se reporta à tradição alemã3, inten­tando aban-
A verdade, portanto, está fora do ho- donar o solo hegeliano no qual se assentava a
mem e ele deve esforçar-se por buscá-la, e produção teórica de sua época. Desse modo,
se o deve fazer, ele o faz no palco da história. Marx qualifica pejorativamente de ideólogos
Desse modo, a história serve precisamente os filósofos que acreditaram mudar a realidade
para demonstrar a verdade ao homem. Nas com as idéias, libertar os homens dos dogmas
palavras de Marx, “a História existe para que significaria a libertação da escravidão. Ele
exista a demonstração da verdade.” (MARX, defende, contudo, que tais teorias são incon-
2003, p. 96). A existência histórica do homem, sistentes, pois a libertação dos homens deve
na perspectiva baueriana, não passa de um necessariamente acontecer pela transformação
processo de elevação da verdade à auto- do mundo, concepção que continua presente
consciência. Sendo assim, tanto a verdade em suas Teses sobre Feuerbach (1846).
quanto a história aparecem no pensamento
de Bauer como sujeitos metafísicos, entes
Os pressupostos de que partimos não
autônomos, e o homem apenas serve-lhes
são arbitrários, nem dogmas. São pres-
de suporte. As verdades demonstradas de supostos reais de que não se pode fazer
antemão pela história, conforme a Crítica, abstração a não ser na imaginação. São
aparecem, ambos (as verdades e a História), os indivíduos reais, sua ação e suas condi-
como seres etéreos, separados dos homens ções materiais de vida, tanto aquelas por
reais, da vida material. Quer dizer: elas já encontradas, como as produzidas
por sua própria ação. [MARX; ENGELS,
1996, p. 26]
Porque a verdade, assim como a história,
é um sujeito etéreo, separado da massa
material; ela não se dirige aos homens Já em 1848, quando da publicação da
empíricos, mas sim ao “mais íntimo célebre obra Manifesto do Partido Comu-
da alma”; não toca, para chegar a ser nista, Marx, juntamente com Engels, inicia
“experimentada de verdade”, ao corpo
uma nova época para o próprio movimento
grosseiro do homem, alojado por exem-
operário e socialista: acima de tudo, a obra
plo nas profundidades de um porão na
Inglaterra ou nas alturas de um sótão na
representa a síntese da atitude crítica de
França, mas “percorre”, “de cabo a rabo”, Marx, da sua concepção de revolução social
os canais idealistas de seus intestinos. É e, principalmente, um alerta para as circuns-
verdade que a Crítica absoluta estende tâncias históricas.
até “a massa” o testemunho de que, até No início do Manifesto, os autores ex-
aqui, foi tocada a seu modo, quer dizer, põem a principal tese de sua crítica quando

3
Segundo Marx: “Totalmente ao contrário do que ocorre na filosofia alemã, que desce do céu à terra, aqui se ascende da terra ao céu.
Ou, em outras palavras: não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam ou representam, e tampouco dos homens pensados,
imaginados e representados para, a partir daí, chegar aos homens em carne e osso; parte-se dos homens realmente ativos e, a partir de
seu processo de vida real, expõe-se também o desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida. [...] Não é
a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.” (MARX, ENGELS, 1996, p. 37).

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assinala que “a História de toda sociedade até objeto do prenúncio marxiano, que desau-
hoje é a historia de lutas de classes.” (MARX; toriza todas as normas e valores deduzidos
ENGELS, 2005, p. 66). Isso quer dizer que das essências. Marx, assim, possibilita ao
Marx e Engels adotaram o procedimento de homem perceber a sua finitude existencial
reconhecer que o antagonismo das classes e as suas relações em meio às contradições
sociais sempre constituiu - e em nosso tempo da sociedade capitalista. Para Gianni Vatti-
isso ainda é visível - o mecanismo eficiente mo, Marx, enquanto membro da escola da
de toda a historiografia. Um antagonismo suspeita, denuncia a ideologização dos va-
traduzido no jogo de forças e de interesses lores e inaugura assim uma nova época para
que sempre predominaram nas relações so- o pensamento filosófico-político.
ciais, priorizando assim a preocupação com
o poder político4 do Estado, considerado pela [...] os valores não são valores absolutos,
tradição marxiana negócio secular da classe apenas são funcionais para certos in-
dominante. teresses, exigência dos indivíduos, dos
gruppos e das classes sociais: são, por
A condição de libertação da classe la- isso, ideológicos. A ‘crítica da ideologia
boriosa é a abolição de todas as classes, é aquele discurso filosófico que desmas-
da mesma maneira como a condição de cara mentira, consciente ou não, do in-
libertação do terceiro estado, da ordem teresse e da parcialidade que se ocultam
burguesa, foi a abolição de todos os nos valores difundidos como absolutos e
estados e de todas as ordens. [...] Não universais. (VATTIMO, 1990, p. 81).
digais que o movimento social exclui o
movimento político. Não há movimento A presença da reflexão marxiana nos
político que não seja ao mesmo tempo tempos atuais ainda pode ser percebida.
social. (MARX, 2004, p. 215).
Portanto, o pensamento marxiano é um pen-
samento vivo e Marx, assim, se torna um dos
O pensamento de Marx, nesse sentido, patronos da filosofia contemporânea, influen-
constitui o traço intransponível da filosofia ciando autores como Adorno, Marcuse, Eagle-
contemporânea quando propõe um corte ton, Jameson, Mèszàros, para citar alguns.
radical no sistema especulativo em que as
idéias devem confrontar a realidade cotidia- A Crítica Contemporânea à
na, ou seja, Marx “inaugura”, como pudemos
perceber nos argumentos das obras acima
Sociedade Pós-moderna
citadas, aquilo que se designa como filosofia
Fredric Jameson, um dos mais expoen-
secularizada:
tes críticos do pós-modernismo, tem como
[...] tudo o que é sólido e estável se vola- objeto de sua reflexão a transformação da
tiliza, tudo o que é sagrado é profanado, cultura em mercadoria, o que é bem ex­presso
e os homens são finalmente obrigados a no título de seu livro Pós-modernismo: a Ló-
encarar com sobriedade e sem ilusões gica Cultural do Capitalismo Tardio (1991).
sua posição na vida, suas relações recí-
Em tal obra, Jameson sustenta que a cultura
procas”. (MARX; ENGELS, 2005, p. 69).
se tornou um produto no pós-modernismo: a
cultura se torna objeto de consumo, a lógica
Desse modo, se percebe que a era das que abrange toda a dimensão existencial,
incertezas, do fim das idéias absolutas, que um puro obscurecimento da consciência. É
qualificam as teses mais caras da filosofia por isso que a sua pretensão é explicitar cri-
contemporânea (pós-moderna) já foram ticamente a forma como a cultura se insere

4
Buey define o Manifesto como um texto perturbador, tem a politicidade inerente, pois toda luta de classes é uma luta política: “O que
nos perturba, no caso do Manifesto, é que alguém tenha se atrevido a dizer que, neste nosso mundo, os que não têm nada poderiam
ter consciência, e voz própria, e se unir politicamente para configurar uma nova hegemonia político-cultural e uma sociedade de iguais
socialmente considerados.” (BUEY, 2004, p.153).

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no capitalismo, uma leitura dos tempos pós- transição esta que representa um processo de
modernos à luz do marxismo. reestruturação da economia capitalista que
O que é fundamental, para ele, é ava- avança em escala global. Não foi sem razão
liar a problemática da produção cultural,5 que Jameson identificou pós-modernismo
levando-se em conta as determinantes do com americanização. (JAMESON In BLACK-
sistema capitalista sobre tal produção – o BURN, 1993, p. 231).
que é possível encontrar em Marx quando Entretanto, Jameson rejeita a designa-
critica a cultura como adestramento no Ma- ção de ‘pós-industrial’ para a época atual,
nifesto. Já anuncia que - apesar da existência preferindo falar de capitalismo multinacio-
da diversidade de teorias e de discursos, o nal7. A concepção de pós-modernismo é,
que torna conflituoso o próprio conceito6 - a para ele, histórica, por representar a domi-
pós-modernidade não representa uma nova nante cultural da lógica do capitalismo tardio,
época, não é uma teoria perfeita e pura, em suma, a cultura submersa na lógica da
totalmente distinta da tradição. Para tanto, mercadoria. Por isso, Jameson [2002, p. 402]
Jameson (2002, p. 16) sustenta que ressalta que o pós-modernismo não é sim-
[...] o pós-modernismo não é a domi- plesmente uma categoria especificamente
nante cultural de uma ordem social to- cultural, como muitos interpretaram, mas
talmente nova (sob o nome de sociedade “[...] se destina a nomear um ‘modo de pro-
pós-industrial, esse boato alimentou a dução’ no qual a produção cultural tem lugar
mídia por algum tempo), mas é apenas funcional especifico [...].”
reflexo e aspecto concomitante de mais A pretensão real de Jameson, que
uma modificação sistêmica do próprio merece a nossa atenção, foi salvaguardar o
capitalismo. pensamento crítico contra a alienação, ca-
Nesse sentido, se percebe que o autor racterística do pós-modernismo que marca
afirma ser impossível o pós-modernismo a sociedade capitalista. Isso não valida a
representar uma nova época, pois reconhece insinuação de que Jameson seja um ‘simpa-
que em sua essência se encontra a marca da tizante’8 do pós-modernismo. Ao contrário,
lógica do capital. Para ele, o pós-moderno o que se constata é que preferiu analisá-lo
representa a nova etapa de tal lógica, ou me- seriamente em vez de rejeitá-lo por razões
lhor, considera ser ele a própria lógica como simplistas.
dominante cultural. Desse modo, Jameson
Eu também, como todo mundo, fico às
defende ser o pós-modernismo a dominante vezes muito entediado com o slogan
cultural, o campo de forças confluentes na ‘pós-moderno’, mas quando começo a
idéia de dominação, objeto da análise crítica me arrepender de minha cumplicidade
da situação atual, realizada em sua obra. A com ele, a deplorar seu uso errôneo e sua
pós-modernidade seria, por fim, o período de notoriedade e a concluir, com alguma re-
transição entre dois estágios do capitalismo, lutância, que ele levanta mais problemas

5
Fridman (1999, p. 353) assinala que se identifica em Jameson a idéia de sinonímia entre pós-moderno e ‘capitalismo da midia’, o
que se conclui que a linguagem midiática altera os modos de vida. O que mais especificamente se reconhece é a dimensão de ‘des-
diferenciação’ entre cultura e economia que se efetiva no pós-modernismo enquanto atmosfera cultural do capitalismo.
6
Jameson (2002, p. 25) ressalta que:“Com relação a pós-modernismo, não procurei sistematizar um uso ou impor um significado
convenientemente conciso e coerente, uma vez que esse conceito não só é contestado, mas é também intrinsecamente conflitante e
contraditório. Vou argumentar que, por bem ou por mal, não podemos não usa-lo. [...] não é algo que se possa estabelecer de uma vez
por todas e, então, usa-lo com a consciência tranqüila. O conceito, se existe um, tem que surgir no fim, e não no começo de nossas
discussões”.
7
Aqui Jameson se refere ao pensamento de Ernest Mandel (O Capitalismo Tardio), afirmando: “[...] que tornou possíveis meus pen-
samentos sobre o ‘pós-modernismo’, e eles devem, portanto ser entendidos como uma tentativa de teorizar a lógica especifica da
produção cultural deste terceiro estágio, e não como mais uma critica cultural desencarnada, ou diagnostico do espírito da época”.
(JAMESON, 2002, p. 397).
8
Isto fica claro em diversas passagens da obra de Jameson e que aqui nos remetemos às seguintes: na página 17, quando ele diz que:
“[...] fingir acreditar que o pós-moderno é tão diferente como pensa ser e que constitui uma ruptura em termos de cultura, e de expe-
riência, que vale a pena explorar em maiores detalhes.” E também na página 303, ao afirmar que: “[...] em termos culturais, escrevo
como um consumidor do pós-modernismo relativamente entusiasmado, ou pelo menos que gosta de algumas de suas manifestações:
gosto da arquitetura [...].”

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do que resolve, eu me vejo parando para como ferramenta para a superação da pós-
pensar se qualquer outro conceito pode- modernidade.
ria dramatizar essas questões de forma
tão eficiente e econômica. (JAMESON,
2002, p. 413). Considerações Finais
Sob o nosso ponto de vista, a pós-
Terry Eagleton, em uma atitude se- modernidade lança o homem num mundo
melhante à de Jameson, afirma que o pós- fragmentado, fragmentação esta resultante
modernismo expressa a íntima relação entre do processo de desenvolvimento do capi-
as formas simbólicas e as formas econômicas talismo moderno. O homem é cindido em
presentes no contexto da sociedade capita- citoyen e bourgeois. O primeiro é o membro
lista atual. O horizonte que se abre é apenas abstrato da comunidade política; o segundo,
a ‘lógica do mercado’, que transformou tudo o membro da sociedade civil. Este está volta-
em mercadoria, onde “[...] o termo ‘pós’ se do apenas para si, para seus interesses par-
significa alguma coisa, significa negócios, ticulares, a conservação da sua propriedade
como sempre, só que agora um pouco mais”, e da sua individualidade egoísta, dissociado
adverte Eagleton [1993, p. 275]. dos interesses comuns da sociedade. O citoyen
Na esteira dessa reflexão crítica se é o homem genérico, universal, porém, que
encontra a idéia de que a pós-modernidade não existe efetivamente, ao passo que o
é um fenômeno inerente a mundialização, bourgeois é o indivíduo, compreendido como
que Jameson chamou de ‘capitalismo em ser privado, particular, o homem real. Temos,
sua forma avançada’, a lógica de dominação desse modo, uma dupla existência humana,
do capital por outros meios. Dessa forma, não só distintas, mas opostas. Marx apre­
defende-se a tese de que o pós-moderno re- senta essa oposição nos seguintes termos:
presenta a insuperabilidade do capitalismo,
pois no atual estágio, o processo de mercanti- O Estado político aperfeiçoado é, por
lização capitalista se realiza com o codinome natureza, a vida genérica do homem em
pós-modernismo – a idéia da não-distinção oposição à sua vida material. Todos os
pressupostos da vida egoísta continuam a
entre a economia e a cultura, onde a arte e o
existir na sociedade civil. Onde o Estado
saber se tornam mercadorias.
político atingiu o pleno desenvolvimento,
[...] a hipótese de que a pós-modernidade o homem leva, não só no pensamento, na
nada mais é do que o modelo sóciopo- consciência, mas na realidade, na vida,
lítico e cultural do capitalismo na época uma dupla existência – celeste e terrestre.
de sua globalização total, o que me Vive na comunidade política, em cujo
leva a concluir, da mesma forma, que o seio é considerado como ser comunitá-
marxismo é uma filosofia imprescindível rio, e na sociedade civil, onde age como
de nosso tempo, ainda que, isolada­ simples indivíduo privado, tratando os
mente, não dê conta de toda a realidade. outros homens como meios e tornando-
(MAGALHÃES, 2005, p. 193). se joguete de poderes estranhos. (MARX,
1989, p. 45).
A leitura crítica sobre a pós-moder-
nidade, desse modo, a classifica não como Nessa perspectiva, até que ponto a
uma nova teoria, mas como uma lógica que pós-modernidade é uma superação da mo-
legitima o atual estágio do capitalismo. dernidade? Ela não seria apenas uma exa-
O que se verifica é a própria negação9 da cerbação desta? Por conseguinte, não seria
pós-modernidade, considerada a época do mais adequado afirmar, como faz Sérgio Paulo
capital globalizado e, ao mesmo tempo, se Rouanet, que a tentativa de ruptura com a mo-
afirma a presença do pensamento de Marx, dernidade nada mais é do que um fenômeno
ou seja, se reporta à reflexão crítica marxista “neomoderno”? (ROUANET, 1987, p. 268).

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MAGALHÃES, F. O discurso filosófico da pós-modernidade: a filosofia do espetáculo contra o marxismo. Revista de Ciências Sociais,
São Leopoldo, Unissinos, v. 41, n. 3, 2005.

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Além disso, ao negar as categorias crítica em relação ao contexto da sociedade
marxianas fundamentais, especialmente o atual, considerada por alguns como pós-
conceito de classes sociais, afirmando que moderna, tem suas raízes em Marx. Se para
a luta de classes e o socialismo não passam Jameson a estetização na pós-modernidade
de metarelatos que foram ultrapassados se configura como colonização do incons-
pelos desenvolvimentos do mundo contem- ciente, para Marx, os filósofos, muito acerta-
porâneo, os teóricos da pós-modernidade damente, apenas divagaram especulações,
acobertam, em termos de teoria, a exploração descreveram o mundo, porém, adverte que
e miséria reinantes na realidade. Se não há chegou a hora de transformá-lo (11ª tese
classes sociais, como falar de uma supera- sobre Feuerbach).
ção do capitalismo? A resistência de grupos O que, no entanto, observamos nos
específicos? A vontade do indivíduo que últimos anos foi uma tentativa de domesti-
decide tomar determinadas atitudes diante cação do pensamento marxiano. Marx ainda
de problemas que dizem respeito a toda a tem muito a nos dizer, sobrevive não como
humanidade? ONG’s, sindicatos, movimen- um pensador da grande síntese, mas como
tos sociais, entre outros, perderam de vista o pensador da oposição, contrário a toda forma
elemento revolucionário que impulsionava a de dominação da consciência dos homens.
classe trabalhadora do século XIX e primeira Sua filosofia caracteriza-se como crítico-
metade do século XX. Seus discursos hoje se emancipatório, na medida em que representa
balizam na idéia de um ajuste do sistema, uma ruptura com as condições estranhadas
como se o capitalismo fosse uma ordem da vida humana.
insuperável, fadada a existir eternamente.
O mundo dos trabalhadores fragmentou-se Referências Bibliográficas
sob a pressão do capital. Um fator primor-
dial contribuiu, consoante Fontes (2007, p.
14), para tal estado de coisas, a saber: a BUEY, F. F. Marx (sem ismos). Rio de Janeiro:
impotência como lema universal difundido UFRJ, 2004.
através do chamado pensamento único: te- EAGLETON, T. A ideologia da estética: da
oricamente, o capitalismo criou um dogma polis ao pós-modernismo. Rio de Janeiro:
que se generalizou entre os intelectuais de Zahar Editores, 1993.
todas as partes do mundo; criou-se uma es-
pécie de escola filosófica da impotência, que FONTES, Virgínia. Introdução a Marx, o in-
se caracterizou por uma séria de argumentos contornável: de mortes e vidas. In: NÓVOA,
fragmentários que se convencionou chamar Jorge. Incontornável Marx. Salvador: UDUF-
pós-modernismo. A principal conseqüência BA, 2007.
dessa nova forma de encarar o papel da filo- FRIDMAN, Luis Carlos. Pós-modernidade:
sofia foi a eliminação de qualquer forma de sociedade da imagem e sociedade do conhe-
pensamento conseqüente, ou seja, que fosse cimento. In: História, ciência, saúde. Mangui-
capaz de constituir projetos de futuro. nhos, v. 2, p. 353-75, jul. e out. 1999.
Marx sempre assumiu uma postura
JAMESON, Fredric. Conversas sobre a nova
crítica em relação a exploração e a perpetu-
ordem mundial. In: BLACKBURN, Robin.
ação do poder econômico, social e político
Depois da queda. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
da burguesia, opondo a este uma sociedade
1993.
sem classes. Nesse sentido, se percebe que
Marx desenvolveu a sua filosofia da emanci- _____. Pós-modernismo: alógica cultural do
pação como luta de classes, ponto bastante capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2002,
acentuado no diálogo dos mais diversos 1991.
pensadores com a reflexão marxiana, pois MAGALHÃES, Fernando. Tempos pós-mo-
Marx é considerado como um clássico com- dernos: a globalização e as sociedades pós-
prometido com projetos sociais. industriais. São Paulo: Cortez, 2004.
Ao que tudo indica, e as páginas ante-
riores nos confirma, a incontestável postura _____. O discurso filosófico da pós-moder-

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nidade: a filosofia do espetáculo contra o Tradução de Jesus Ranieri. São Paulo: Boi-
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