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NPE
Autorizada e credenciada – Portaria 2152/01-10-2001
Núcleo de Pesquisa e Extensão
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
TÍTULO: A EFICÁCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ROTULAGEM DE ALIMENTOS
Setores do conhecimento:
2. INTRODUÇÃO
Para tanto, realizou-se uma pesquisa nos órgãos competentes a fim de levantar a legislação
de rotulagem de alimentos, vigente; a partir da relação dos produtos apontados pelos entrevistados,
promoveu-se uma avaliação de conformidade dos rótulos destes com a legislação em vigor; por meio
de realização de pesquisa por amostragem buscou-se avaliar a compreensão daqueles alunos em relação
às informações contidas nos rótulos, com o propósito de propor alternativas que possam minimizar
eventuais discrepâncias identificadas na avaliação dos rótulos analisados.
4. REVISÃO DA LITERATURA
Conforme descrito na apresentação do “Manual de Orientação aos Consumidores”,
desenvolvido e publicado em parceria entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a
Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC)/ Departamento de Nutrição da
Universidade de Brasília (NUT-UnB), em cumprimento ao que prescreve o art. 24, V e XII da
Constituição Federal de 1988, quando prescreve que:
Contudo, os esforços despendidos pelo Estado têm se mostrado pouco eficazes, conforme
relata a pesquisa realizada pela Prof.(a) Maria Clara Coelho Câmara, em sua dissertação, apresentada
com vistas à obtenção do título de Mestre em Ciências na área de Saúde Pública, ao revelar que:
“Os dados obtidos, da comparação entre a legislação geral e específica vigente com as
informações disponíveis nos rótulos, evidenciaram a presença de irregularidades em
todos os produtos analisados, revelando, inclusive, mais de uma não conformidade em
cada produto”.
(CAMARA: 2007)
(CAMARA: 2007)
Entretanto, é correto afirmar que uma informação difícil de ler e de compreender pode levar
a conseqüências drásticas para a saúde e segurança deste consumidor.
Em harmonia a esta assertiva, o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo
Ministério da Saúde (2005 : 138 a 139), destaca que:
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foi realizada pesquisa doutrinária e jurisprudencial em material bibliográfico, pertinente a
alimentos e rotulagem de alimentos.
O questionário elaborado foi aplicado aos alunos do curso de Direito, no turno noturno da
ESUV, no período de 01 a 04 de maio de 2009.
Realizou-se uma análise da conformidade dos rótulos dos produtos apontados na pesquisa e
comercializados em Viçosa, com a legislação vigente por meio de “check list”.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme preceitua a Constituição Federal em seu art.196, “a saúde é direito de todos e
dever do Estado”. Neste sentido a Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde – SUS (Lei 8.080/90)
explicita, em seu artigo segundo, que a saúde é um direito fundamental do ser humano e que o Estado
deve fornecer os mecanismos necessários ao seu pleno exercício. (GOMES, 2007, 22).
Assertiva harmônica ao que assevera FERREIRA (1995) quando discorre que de modo
geral, considera-se para cada unidade monetária gasta no enriquecimento de alimentos, a economia de
oitenta nos serviços sociais de aposentadoria precoces, internações hospitalares, etc. (FERREIRA,
199).
Dentre estes, há que se dar especial atenção a Resolução RDC n. 259 da ANVISA, de 23 de
setembro de 2002, que em obediência as diretrizes previstas na Resolução n.21 do MERCOSUL/GMC,
de 20 de junho de 2002, aprova o “Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados”,
trazendo em seu conteúdo definições fundamentais, como: o que é rotulagem, embalagem,
ingredientes, aditivo, fracionamento de alimento, lote, dentre outras informações, além do modo de
apresentação obrigatório, inclusive.
Convém ressaltar que esta Resolução não obsta a norma prevista na Portaria n. 398/99, que
aprova o regulamento técnico das diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades
funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos, que visa coibir a publicação, nos rótulos
dos produtos, de informações que possam confundir o consumidor por meio de nomenclatura e
alegações ("claims") de propriedades não demonstradas cientificamente, acompanhando assim a
tendência do Codex Alimentarius e de vários países de disciplinar as alegações sobre as propriedades
funcionais dos alimentos ou de seus componentes, e a segurança de uso com base em evidências
científicas; invocando os princípios gerais do Regulamento Técnico para Rotulagem de Alimentos
Embalados, que vetam a apresentação de atributos de efeitos ou propriedades que não possam ser
demonstrados, como também, proíbem a indicação de que o alimento possui propriedades medicinais
ou terapêuticas.
1. Considerando um universo de 183 entrevistados, 121 (66%) afirmaram ler com freqüência as
informações contidas nos rótulos dos alimentos que consomem1, enquanto 62 (34%) disseram
não atentar a este critério;
4. Quanto a indicação do “valor diário” recomendado pelo MS, 81 (67%) afirmaram conhecer a
sigla que aponta esta informação, sendo que 74 (61%) classificaram esta informação como
prioritária2;
1
Apenas as respostas deste grupo foram consideradas na avaliação desta pesquisa.
2
Para esta avaliação deduziu-se o grau de prioridade apontado pelos entrevistados ao indicar esta informação
dentre as três mais relevantes;
3
A fim de aferir esta informação, foi solicitado ao entrevistado que fornecesse os nomes de três produtos
consumidos regularmente.
televisivo em cadeia nacional, disposto na internet, sob endereço eletrônico:
http://www.youtube.com//watch?v=rpUt53tIfVE.
“os alimentos embalados não devem ser descritos ou apresentar rótulo que:
a) utilize vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras
representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que
possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em relação à verdadeira
natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma
de uso do alimento”.
Neste sentido foram regulamentadas algumas informações que os rótulos de alimentos não
podem declarar. Dentre elas: palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo
falsa, insuficiente, incompreensível ou que possam levar a um erro do consumidor; atribuir ao produto
qualidades que não possam ser demonstradas; destacar a presença ou ausência de componentes que são
próprios dos alimentos; declarar que leite, queijo ou iogurte são alimentos ricos em cálcio, pois todos
estes alimentos são ricos em cálcio; declarar que óleo vegetal apresenta vitamina E, pois todos os óleos
vegetais apresentam vitamina E; declarar que óleo vegetal não apresenta colesterol, pois todos os óleos
vegetais não apresentam colesterol em sua composição; dentre outros.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode observar ao longo do trabalho, a ANVISA, o MAPA, o SUS, e demais
entidades envolvidas em diversos programas de monitoramento, fiscalização, orientação, legislação e
4
H2OH! é marca registrada da Pepsi/AmBev
policiamento produção, transporte, armazenagem, distribuição, exposição, comercialização, rotulagem
e consumo de alimentos, com vistas a promover não só a segurança do consumidor, mas assegurar a
proteção de seus interesses e do Estado, no que concerne à saúde pública, têm criado normas, sistemas
e mecanismos diversos, no entanto, os resultados apontam um desconhecimento das informações
contidas nos rótulos dos produtos pelos entrevistados e sugerem a ineficácia desta normas e ações
promovidas pelo Estado na defesa desses interesses constitucionais.
No intuito de proporcionar esta segurança, é bem verdade que a ANVISA, principal órgão
responsável, estabelece um severo programa de monitoramento da qualidade sanitária dos alimentos,
sustentada em sólidos pilares, todavia, a partir da pesquisa realizada foi possível perceber falhas
identificadas no registro dos rótulos de vários produtos, cuja indústria, levada pelo monumental aparato
publicitário, lança incessantemente novos produtos e serviços no mercado, enxergando o consumidor
apenas sob a ótica economicista de valores (PEREIRA:2006), que com pouca opção jurídica, e em
decorrência de sua limitação de conhecimentos tecnológicos, ratifica sua condição de hipossuficiente
frente ao apelo do comércio.
Como se pode observar: há um grande número de produtos em circulação cujos rótulos não
preservam os devidos cuidados estabelecidos na legislação com o intuito de proteger o consumidor,
para que este não cometa erros no momento da escolha do produto. Fato comprovado a partir da
pesquisa que revelou a incapacidade ou desinteresse por parte do consumidor, em interpretar critérios
necessários às boas práticas alimentares, refletindo a negligência a princípios e cuidados fundamentais
na escolha e preparo de alimentos.
BRASIL. Código Penal e Constituição Federal. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a
colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes.
– 13. Ed. – São Paulo : Saraiva, 2007.
ALLEMAR, Aguinaldo. Breves anotações sobre a tutela estatal à relação de consumo no direito
estrangeiro: http://www.allemar.prof.ufu.br/consumo.pdf (acessado em 28/07/2008).
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 259, de
20 de setembro de 2002. D.O.U de 23/09/2002.
CODEX. Norma General para el Etiquetado de los Alimentos Preenvasados. CODEX STAN 1-
1985, Rev. 1-1991.
http://www.codexalimentarius.net/download/standards/32/CXS_001s.pdf (acessado em 23/07/2008).
CODEX. Norma General para el Etiquetado de Aditivos Alimentarios que se venden Como Tales.
CODEX STAN 107-1981.
http://www.codexalimentarius.net/download/standards/2/CXS_107s.pdf (acessado em 23/07/2008).
SANTOS, Regina Rezende dos. CRB. 5 / 1326 Bibliotecária / DIVISA Coletânea de monografias do
curso de especialização em saúde coletiva com concentração em vigilância sanitária / Maria das
Graças Hortélio Alves (Organizadora). - Salvador-Ba: DIVISA / ISC, 2004. 186p. il.
Yoshizawa, N.; Pospissil, R.; Valentim, A.; Seixas, D.; Alves, F.; Cassou, F.; Yoshida, I.; Sega, R.;
Cândido, L.. Rotulagem de alimentos como veículo de informação ao consumidor: adequações e
irregularidades. Boletim do centro de pesquisa de processamento de alimentos, América do Sul, 21
22 02 2005.
Câmara MCC, Marinho CLC, Guilam MC, Braga AMCB. A produção acadêmica sobre a rotulagem
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177
SCAGLIUSI, Fernanda Baeza ; MACHADO, Flávia Mori Sarti ; TORRES, Elizabeth Aparecida Ferraz
da Silva. Marketing aplicado à indústria de alimentos
http://www.nutrociencia.com.br/upload_files/artigos_download/marketing.pdf (acessado em
28/07/2008).
9. LISTA DE SIGLAS
Acordo SPS - Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (ou SPS Agreement - Agreement on
the Aplplication of Sanitary and Phytosanitary Measures)
Acordo TBT - Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (ou TBT Agreement - Agreement on
Technical Barriers to Trade)
AIS - Auto de Infração Sanitária
Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (sigla atual)
ANVS - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (sigla antiga)
APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (ou HACCP - Hazard Analysis Critical
Control Point)
BPA - Boas Práticas Agrícolas
BPF - Boas Práticas de Fabricação
BPH - Boas Práticas de Higiene
CAC - Comissão do Codex Alimentarius (Codex Alimentarius Commission)
CCE - Comissão das Comunidades Européias
CDC - Código de Defesa do Consumidor
CFDD - Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos.
CNNPA - Conselho Nacional de Normas e Padrões para Alimentos
DOU - Diário Oficial da União
FAO - Food and Agriculture Organization
FDA - Agência Norte-Americana de Vigilância Sanitária de Alimentos e Medicamentos (Food and
Drug Administration)
GPROP/DIFRA - Gerência de Fiscalização e Monitoração de Propaganda, Publicidade, Promocao e
Informação de Produtos Sujeios à Vigilância Sanitária/Diretoria Franklin Rubinstein Anvisa
IBOPE - Instituto Brasileiro de Pesquisa e Opinião Pública
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MP - Medida provisória
n - número
OMC - Organização Mundial do Comércio (ou WTO - World Trade Organization)
OMS - Organização Mundial da Saúde (ou WHO - World Health Organization)
OMS - Organização Mundial de Saúde
PCC - Pontos Críticos de Controle
PIQ - Padrão de Identidade e Qualidade
POP - Procedimento Operacional Padrão
PPHO - Procedimento Padrão de Higiene Operacional
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
Reg.MS. - Registro no Ministério da Saúde
Res.Anvisa - Resoução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
RSI - Regulamento Sanitário Internacional
SIF - Serviço de Inspeção Federal
SIH - Sistema de Informações Hospitalares
SIM - Sistema de Informação sobre Mortalidade
SNVS - Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária
SUS - Sistema Único de Saúde
SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária
UAN - Unidade de Alimentação e Nutrição
VE-DTA - Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos