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KARL MARX

Grundrisse – 1857-58/ 2011


Marx maduro

PRODUÇÃO – PASSAGEM FUNDAMENTAL!!

Por isso, quando se fala de produção, sempre se está falando de produção em um


determinado estágio de desenvolvimento social – da produção de indivíduos sociais (...).
A produção em geral é uma abstração, mas uma abstração razoável, na medida e que
efetivamente destaca e fixa o elemento comum, poupando-nos assim da repetição. (p. 41).

- visão automatizada, naturalizada, segundo a qual certos conceitos históricos são


assumidos como eternos:
Em tal esquecimento repousa, por exemplo, toda a sabedoria dos economistas modernos
que demonstram a eternidade e a harmonia das relações sociais existentes. Por exemplo:
nenhuma produção é possível sem um instrumento de produção, mesmo sendo este
instrumento apenas a mão. Nenhuma produção é possível sem trabalho passado,
acumulado, mesmo sendo este trabalho apenas a destreza acumulada e concentrada na
mão do selvagem por meio do exercício repetido. O capital, entre outras coisas, é também
instrumento de produção, também trabalho passado, objetivado [objektivierte]. Logo,
capital é uma relação natural, universal e eterna; quer dizer, quando deixo de fora
justamente o específico, o que faz do “instrumento de produção”, do “trabalho
acumulado”, capital. (p. 41).

Mais do que isso, a produção deve ser representada – veja, por exemplo, Mill –, à
diferença da distribuição etc., como enquadrada em leis naturais eternas, independentes
da história, oportunidade em que as relações burguesas são furtivamente contrabandeadas
como irrevogáveis leis naturais da sociedade in abstracto (p. 42).

- conceitos tomados como eternos: 1) a propriedade; 2) sua proteção ou salvaguarda pela


justiça, pelos direitos.

Toda produção é apropriação da natureza pelo indivíduo no interior de e mediada por uma
determinada forma de sociedade. Nesse sentido, é uma tautologia afirmar que propriedade
(apropriação) é uma condição da produção (...). Mas dizer que a produção e, por
conseguinte, a sociedade são impossíveis onde não existe qualquer forma [de]
propriedade é uma tautologia. Uma apropriação que não se apropria de nada é uma
contradictio in subjecto (p. 43).
- propriedade privada x propriedade comunal

Para resumir: para todos os estágios da produção há determinações comuns que são
fixadas pelo pensamento como determinações universais; mas as assim chamadas
condições universais de toda produção nada mais são do que esses momentos abstratos,
com os quais nenhum estágio histórico efetivo da produção pode ser compreendido. (p.
44).

- a produção também é imediatamente consumo, tanto subjetivo (quem produz consome


algo) quanto objetivo (dispõe-se para um consumo posterior).

Sem produção, nenhum consumo; mas, também, sem consumo, nenhuma produção, pois
nesse caso a produção seria inútil. O consumo produz a produção duplamente (...). Sem
necessidade, nenhuma produção. Mas o consumo produz a necessidade. (p. 46-47).

- o produto devém produto apenas através do consumo


- o consumo: produz um sujeito (produtor); é força propulsora; é a finalidade; é o produto
em potência; reproduz a necessidade; produz o modo de consumo (e, portanto, o sujeito).

A produção não apenas fornece à necessidade um material, mas também uma necessidade
ao material (...). A produção, por conseguinte, produz não apenas um objeto para o sujeito,
mas também um sujeito para o objeto (p. 47).

- a identidade entre consumo e produção aparece em 3 formas:


Imediata: produção é consumo; consumo é produção
Mediação: cada uma é meio para que o outro ocorra
Finalidade: um produz efetivamente o outro
“(...) cada qual fornece ao outro o seu objeto: a produção, o objeto externo do consumo,
o consumo, o objeto representado da produção; cada um deles não é apenas
imediatamente o outro, nem tampouco apenas o medeia, mas cada qual cria o outro à
medida que se realiza (...) o consumo, portanto, não é apenas um ato conclusivo pelo qual
o produto devém produto, mas também o ato mediante o qual o produtor devém produtor
(p. 48).
- entretanto, na sociedade burguesa, há a mediação entre produtor e consumidor, por meio
da distribuição.
- capital: agente da produção; juros e lucro: modos de reprodução do capital
- a produção aparece determinada pela distribuição – por, isso, Ricardo coloca uma ênfase
excessiva na distribuição.
- a produção está intimamente ligada à troca, à distribuição e ao consumo, compondo uma
unidade orgânica
- porém, não há troca sem divisão do trabalho.

O resultado a que chegamos não é que produção, distribuição, troca e consumo são
idênticos, mas que todos eles são membros de uma totalidade, diferenças dentro de uma
unidade (...). Há uma interação entre os diferentes momentos. Esse é o caso em qualquer
todo orgânico. (p. 53).
O MÉTODO DA ECONOMIA POLÍTICA

O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações, portanto, unidade


da diversidade. Por essa razão, o concreto aparece no pensamento como processo da
síntese, como resultado, não como ponto de partida, não obstante seja o ponto de partida
efetivo e, em consequência, também o ponto de partida da intuição e da representação
(MARX, 2011, p.54).
- caminho inverso, do abstrato ao concreto, das representações ao real: Hegel
- CONCRETO x REPRESENTAÇÃO

Por essa razão, para a consciência para a qual o pensamento conceitualizante é o ser
humano efetivo, e somente o mundo conceituado enquanto tal é o mundo efetivo – e a
consciência filosófica é assim determinada –, o movimento das categorias aparece, por
conseguinte, como o ato de produção efetivo – que, infelizmente, recebe apenas um
estímulo do exterior –, cujo resultado é o mundo efetivo; e isso – que, no entanto, é uma
tautologia – é correto na medida em que a totalidade concreta como totalidade de
pensamento, como um concreto de pensamento, é ‘de fato um produto do pensar, do
conceituar; mas de forma alguma é produto do conceito que pensa fora e acima da
instituição e da representação, e gera a si próprio, sendo antes produto da elaboração da
instituição e da representação em conceitos. O todo como um todo de pensamentos, tal
como aparece na cabeça, é um produto da cabeça pensante que se apropria do mundo do
único modo que lhe é possível, um modo que é diferente de sua apropriação artística,
religiosa e prático-mental (MARX, 2011, p.55).

- Hegel inicia a filosofia do direito com os conceitos mais simples

Na sociedade mais avançada, a propriedade aparece como a relação mais simples de uma
organização desenvolvida (p. 55).

Formas mais simples não necessariamente pertencem a sociedades mais simples e vice-
versa. Formas mais simples e mais abstratas podem pertencer (e em geral assim o fazem)
a formas mais complexas de organização. Ou seja, aquilo que nos parece mais simples,
óbvio e básico para nossa existência, dado de maneira automática, pode ser justamente
uma forma criada por maneiras de organização complexas da sociedade. P. ex. o dinheiro,
a propriedade, o trabalho (como categoria abstrata e universal).

- A ABSTRAÇÃO: INDIFERENÇA
A indiferença diante de um determinado tipo de trabalho pressupõe uma totalidade muito
desenvolvida de tipos efetivos de trabalho, nenhum dos quais predomina sobre os demais.
Portanto, as abstrações mais gerais surgem unicamente com o desenvolvimento concreto
mais rico, ali onde um aspecto aparece como comum a muitos, comum a todos. (p. 57).

- a abstração deveria indicar um alto grau de desenvolvimento da sociedade.

Nada parece mais natural, por exemplo, do que começar pela renda da terra, pela
propriedade da terra, visto que está ligada à terra, fonte de toda a riqueza e de toda a
existência [Dasein], e à primeira forma de produção de todas as sociedades mais ou menos
estabilizadas – a agricultura. Mas nada seria mais falso (MARX, 2011, p.59).

Seria impraticável e falso, portanto, deixar as categorias econômicas sucederem-se umas


às outras na sequência em que foram determinantes historicamente. A sua ordem é
determinada, ao contrário, pela relação que têm entre si na moderna sociedade burguesa,
e que é exatamente o inverso do que aparece como sua ordem natural ou da ordem que
corresponde ao desenvolvimento histórico. Não se trata da relação que as relações
econômicas assumem historicamente na sucessão de diferentes formas de sociedade.
Muito menos de sua ordem “na ideia” ([como em] Proudhon) (uma representação obscura
do movimento histórico). Trata-se, ao contrário, de sua estruturação no interior da
moderna sociedade burguesa (MARX, 2011, p.60).

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