Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Mais do que isso, a produção deve ser representada – veja, por exemplo, Mill –, à
diferença da distribuição etc., como enquadrada em leis naturais eternas, independentes
da história, oportunidade em que as relações burguesas são furtivamente contrabandeadas
como irrevogáveis leis naturais da sociedade in abstracto (p. 42).
Toda produção é apropriação da natureza pelo indivíduo no interior de e mediada por uma
determinada forma de sociedade. Nesse sentido, é uma tautologia afirmar que propriedade
(apropriação) é uma condição da produção (...). Mas dizer que a produção e, por
conseguinte, a sociedade são impossíveis onde não existe qualquer forma [de]
propriedade é uma tautologia. Uma apropriação que não se apropria de nada é uma
contradictio in subjecto (p. 43).
- propriedade privada x propriedade comunal
Para resumir: para todos os estágios da produção há determinações comuns que são
fixadas pelo pensamento como determinações universais; mas as assim chamadas
condições universais de toda produção nada mais são do que esses momentos abstratos,
com os quais nenhum estágio histórico efetivo da produção pode ser compreendido. (p.
44).
Sem produção, nenhum consumo; mas, também, sem consumo, nenhuma produção, pois
nesse caso a produção seria inútil. O consumo produz a produção duplamente (...). Sem
necessidade, nenhuma produção. Mas o consumo produz a necessidade. (p. 46-47).
A produção não apenas fornece à necessidade um material, mas também uma necessidade
ao material (...). A produção, por conseguinte, produz não apenas um objeto para o sujeito,
mas também um sujeito para o objeto (p. 47).
O resultado a que chegamos não é que produção, distribuição, troca e consumo são
idênticos, mas que todos eles são membros de uma totalidade, diferenças dentro de uma
unidade (...). Há uma interação entre os diferentes momentos. Esse é o caso em qualquer
todo orgânico. (p. 53).
O MÉTODO DA ECONOMIA POLÍTICA
Por essa razão, para a consciência para a qual o pensamento conceitualizante é o ser
humano efetivo, e somente o mundo conceituado enquanto tal é o mundo efetivo – e a
consciência filosófica é assim determinada –, o movimento das categorias aparece, por
conseguinte, como o ato de produção efetivo – que, infelizmente, recebe apenas um
estímulo do exterior –, cujo resultado é o mundo efetivo; e isso – que, no entanto, é uma
tautologia – é correto na medida em que a totalidade concreta como totalidade de
pensamento, como um concreto de pensamento, é ‘de fato um produto do pensar, do
conceituar; mas de forma alguma é produto do conceito que pensa fora e acima da
instituição e da representação, e gera a si próprio, sendo antes produto da elaboração da
instituição e da representação em conceitos. O todo como um todo de pensamentos, tal
como aparece na cabeça, é um produto da cabeça pensante que se apropria do mundo do
único modo que lhe é possível, um modo que é diferente de sua apropriação artística,
religiosa e prático-mental (MARX, 2011, p.55).
Na sociedade mais avançada, a propriedade aparece como a relação mais simples de uma
organização desenvolvida (p. 55).
Formas mais simples não necessariamente pertencem a sociedades mais simples e vice-
versa. Formas mais simples e mais abstratas podem pertencer (e em geral assim o fazem)
a formas mais complexas de organização. Ou seja, aquilo que nos parece mais simples,
óbvio e básico para nossa existência, dado de maneira automática, pode ser justamente
uma forma criada por maneiras de organização complexas da sociedade. P. ex. o dinheiro,
a propriedade, o trabalho (como categoria abstrata e universal).
- A ABSTRAÇÃO: INDIFERENÇA
A indiferença diante de um determinado tipo de trabalho pressupõe uma totalidade muito
desenvolvida de tipos efetivos de trabalho, nenhum dos quais predomina sobre os demais.
Portanto, as abstrações mais gerais surgem unicamente com o desenvolvimento concreto
mais rico, ali onde um aspecto aparece como comum a muitos, comum a todos. (p. 57).
Nada parece mais natural, por exemplo, do que começar pela renda da terra, pela
propriedade da terra, visto que está ligada à terra, fonte de toda a riqueza e de toda a
existência [Dasein], e à primeira forma de produção de todas as sociedades mais ou menos
estabilizadas – a agricultura. Mas nada seria mais falso (MARX, 2011, p.59).