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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
DE CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional:
Conselho monetário nacional
Banco central do brasil
Comissão de valores mobiliários
Conselho de recursos do sistema financeiro nacional
Bancos comerciais
Caixas econômicas
Cooperativas de crédito
Bancos comerciais cooperativos
Bancos de investimento
Bancos de desenvolvimento
Sociedades de crédito, financiamento e investimento
Sociedades de arrendamento mercantil
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários
Bolsas de valores
Bolsas de mercadorias e de futuros
Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC)
Central de liquidação financeira e de custódia de títulos (CETIP)
Sociedades de crédito imobiliário
Associações de poupança e empréstimo

2 Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar:


Conselho Nacional de Seguros Privados
Superintendência de Seguros Privados
Conselho de Gestão da Previdência Complementar
Secretaria de Previdência Complementar
Instituto de Resseguros do Brasil
Sociedades seguradoras
Sociedades de capitalização
Entidades abertas e entidades fechadas de previdência privada
Corretoras de seguros
Sociedades administradoras de seguro-saúde

3 Sociedades de fomento mercantil (factoring)


Sociedades administradoras de cartões de crédito

4 Produtos e serviços financeiros:


Depósitos À Vista
Depósitos a prazo (CDB e RDB)
Letras de câmbio
Cobrança e pagamento de títulos e carnês
Transferências automáticas de fundos
Commercial papers
Arrecadação de tributos e tarifas públicas
Home/office banking
Remote banking
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Banco virtual
Dinheiro de plástico
Conceitos de corporate finance
Fundos mútuos de investimento
Hot money
Contas garantidas
Crédito rotativo
Descontos de títulos
Financiamento de capital de giro
Vendor finance/compror finance
Leasing (tipos, funcionamento, bens)
Financiamento de capital fixo
Crédito direto ao consumidor
Crédito rural
Cadernetas de poupança
Financiamento à importação e à exportação: repasses de recursos do BNDES
Cartões de crédito
Títulos de capitalização
Planos de aposentadoria e pensão privados
Planos de seguros

5 Mercado de capitais:
Ações: características e direitos
Debêntures
Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas
Operações de underwriting
Funcionamento do mercado à vista de ações
Mercado de balcão
Operações com ouro

6 Mercado de câmbio:
Instituições autorizadas a operar
Operações básicas
Contratos de câmbio: características
Taxas de câmbio
Remessas
SISCOMEX

7 Operações com derivativos:


Características básicas do funcionamento do mercado a termo
Do mercado de opções
Do mercado futuro
Das operações de swap

8 Garantias do Sistema Financeiro Nacional:


Aval
Fiança
Penhor mercantil
Alienação fiduciária
Hipoteca
Fianças bancárias
Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

TESTES
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CONHECIMENTOS físicas que exerçam qualquer das


atividades refendas neste artigo, de forma
BANCÁRIOS permanente ou eventual.

• Classificação das instituições


SISTEMA FINANCEIRO financeiras:
NACIONAL: • Intermediários Financeiros x
Instituições Auxiliares:
Estrutura 1. Os Intermediários Financeiros são
Instituições Financeiras que emitem seus
O Sistema Financeiro pode ser próprios passivos, ou seja, captam
conceituado como um conjunto de poupança diretamente do público, por sua
instituições (instituições financeiras) com o própria iniciativa e responsabilidade, para
objetivo de propiciar condições satisfatórias aplicação destes recursos junto às
para a manutenção de um fluxo de empresas, através de empréstimos e
recursos entre poupadores e investidores. financiamentos. Como exemplos dessa
classe de instituições temos os Bancos
É exatamente o Sistema financeiro que Comerciais, as Caixas Econômicas e os
permite que um agente econômico Bancos de Investimentos, entre outros.
qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) 2. Instituições Auxiliares são Instituições
sem perspectivas de aplicação, em algum Financeiras que não emitem seus próprios
empreendimento próprio, da poupança que passivos, mas apenas colocam em
é capaz de gerar, seja colocado em contato contato os poupadores e os
com outro, cujas perspectivas de investidores. Como exemplo desta classe
investimento superam as respectivas de instituições temos a Bolsa de Valores.
disponibilidades de poupança.
• Caracterização das Instituições
Caracterização legal do Sistema Financeiras quanto à capacidade de criar
Financeiro Nacional Lei de Reforma ou não moeda escritural:
Bancária 4.564/64 Art. 17):
A Instituição Financeira que possui a
"Consideram-se Instituições Financeiras, capacidade de criar moeda escritural faz
para efeitos da legislação em vigor, as parte do chamado sistema monetário, que
pessoas jurídicas publicas e privadas, que é representado pelos bancos comerciais
tenham como atividade principal ou (oficiais e privados) e pelos bancos
acessória a coleta, a intermediação ou a múltiplos com carteira comercial.
aplicação de recursos financeiros próprios
ou de terceiros, em moeda nacional ou OBS. a moeda escritural é um título
estrangeira, e a custódia de valor de representativo da moeda, emitido sem que,
propriedade de terceiros. " no entanto, exista um respectivo lastro em
Parágrafo único - "Para os efeitos desta papel moeda (como por exemplo o cheque)
lei e da legislação em vigor, equiparam-se
às instituições financeiras as pessoas
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Órgãos de Regulação e Fiscalização Instituições Financeiras


Bancos Múltiplos com Carteira Comercial

Captadoras de Depósitos Bancos Comerciais

à Vista Caixas Econômicas


Cooperativas de Crédito
CMN Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial
Conselho Bancos de Investimento
Monetário Banco Central do Brasil
Bancos de Desenvolvimento
Nacional Sociedades de Crédito, Financiamento e
Demais Investimento
Instituições Financeiras Sociedades de Crédito Imobiliário
Companhias Hipotecárias
Associações de Poupança e Empréstimo
Sociedades de Crédito ao
Microempreendedor
Comissão Bolsas de Mercadorias e de Futuros
de Valores Mobiliários Bolsas de Valores
Agências de Fomento ou de
Desenvolvimento
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores
Mobiliários
Outros intermediários
Sociedades Distribuidoras de Títulos e
ou Auxiliares Financeiros Valores Mobiliários
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Sociedades Corretoras de Câmbio
Representações de Instituições Financeiras
Superintendência Estrangeiras
de Seguros Privados Agentes Autônomos de Investimento
Entidades Fechadas de Previdência Privada

Entidades Ligadas aos Entidades Abertas de Previdência Privada

Sistemas de Previdência Sociedades Seguradoras


e Seguros Sociedades de Capitalização
Sociedades Administradoras de Seguro-
Saúde
Fundos Mútuos
Entidades
Clubes de Investimentos
Administradoras
Carteiras de Investidores Estrangeiros
Secretaria de de Recursos de Terceiros
Administradoras de Consórcio
Previdência Complementar Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia - SELIC
Central de Custódia e de Liquidação
Sistemas de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP
e Custódia
Caixas de Liquidação e Custódia

Como funciona ?
(CMN) – Conselho Monetário Nacional: é Atribuições específicas:
responsável pelas políticas monetária e - autorizar as emissões de papel-moeda;
cambial, pela segurança e eficácia do - aprovar os orçamentos monetários
sistema financeiro. Coordenador da política preparados pelo BACEN;
creditícia e da dívida pública. - disciplinar o crédito em suas
Transformando-se num conselho de modalidades e as formas das operações
política econômica. O CMN é a entidade creditícias;
superior do sistema financeiro. - estabelecer limites para a remuneração
das operações e serviços bancários ou
Composição do CMN: financeiros;
Presidente do Banco Central do Brasil - determinar as taxas do recolhimento
Ministro da Fazenda compulsório das instituições financeiras;
Ministro do Planejamento
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- estabelecer normas a serem seguidas - estimular a aplicação de poupança no


pelo BACEN nas transações com títulos mercado acionário;
públicos; - assegurar o funcionamento eficiente e
- regular a constituição, o funcionamento regular das bolsas de valores e instituições
e a fiscalização de todas as instituições auxiliares que operem neste mercado;
financeiras que operam no país. - proteger os titulares de valores
mobiliários contra emissões irregulares e
(BACEN) – Banco Central do Brasil: outras tipos de atos ilegais que manipulam
Órgão regulamentador e supervisionador preços de valores mobiliários nos
das atividades das instituições financeiras mercados primários e secundários de
no Brasil. É responsável pela ações
regulamentação, exercício da política - fiscalizar a emissão, o registro, a
monetária e pela orientação e fiscalização distribuição e a negociação de títulos
do sistema financeiro. Está sediado em emitidos pelas sociedades anônimas de
Brasília, possuindo representações capital aberto.
regionais em Belém, Belo Horizonte, “A CVM é o “xerife”, do mercado
Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de acionário”
Janeiro e São Paulo.
BANCOS:
São de sua privativa competência: Podem descontar títulos; realizar
- emitir papel-moeda e moeda metálica abertura de crédito simples ou em contas
nas condições e limites autorizados pela correntes; realizar operações de crédito
CMN; rural, de câmbio e comércio internacional;
- regular a execução dos serviços de captar depósitos a prazo fixo e etc.
compensação de cheques e outros papéis;
- efetuar operações de compra e venda (CCVM) Sociedades Corretoras de
de títulos públicos federais; Valores Mobiliários: São instituições típicas
- exercer o controle de crédito sob todas do mercado acionário, operando com
as suas formas; compra, venda e distribuição de títulos e
- exercer a fiscalização das instituições valores mobiliários por conta de terceiros.
financeiras, punindo-as quando necessário; Elas fazem a intermediação com as bolsas
- autorizar o funcionamento de todas as de valores e de mercadorias e futuros.
instituições financeiras; Efetuam lançamentos público de ações;
- vigiar a interferência de outras administram carteiras e custodiam valores
empresas nos mercados financeiros e de mobiliários. Instituem, organizam e
capitais; administram fundos de investimento;
- controlar o fluxo de capitais operam no mercado aberto e intermediam
estrangeiros. operações de câmbio.

(CVM) – Comissão de Valores (DTVM) Soc. Distribuidores de Valores


Mobiliários: Mobiliários:
É o órgão normativo do sistema Suas atividades são mais restritas do
financeiro, voltado para o desenvolvimento, que a das corretoras, já que não tem
a disciplina e a fiscalização do mercado de acesso direto a Bovespa e a BM&F.
valores mobiliários não emitidos pelo
sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, Suas funções básicas:
basicamente o mercado de ações e - subscrição isolada ou em consórcio de
debêntures. emissão de títulos e valores mobiliários
É uma entidade auxiliar, autárquica, para revenda;
autônoma e descentralizada mas vinculada - intermediação da colocação de
ao Governo. emissões no mercado;
- operações no mercado aberto.
Seus objetivos fundamentais são:

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(BOVESPA) Bolsa de Valores de São Costa e Silva 4


Paulo: Médici 10
É uma associação civil, sem finalidade Geisel 8
lucrativa. Portanto, uma entidade privada. Figueiredo 8
Collor 11
(BM&F) – Bolsa Mercantil e Futuros: é Itamar 13
uma associação civil, sem finalidade
lucrativa. Portanto, uma entidade privada. A Medida Provisória (MP) Nº 542, de
30/06/94 (que criou o Plano Real)
simplificou a composição do CMN e criou,
como órgão subordinado ao CMN, a
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito
APÊNDICE: para regulamentar a matéria constante
desta MP.
1) BNDES - Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico Social: é a Composição atual do CMN:
principal instituição financeira fomento do • Ministro da Fazenda (Presidente);
país. Tem como premissa o fortalecimento • Ministro-Chefe da Secretaria de
e desenvolvimento do setor empresarial e Planejamento ;
atividades agrícolas. • Presidente do Banco Central;
2) CEF – Caixa Econômica Federal: é a Composição da Comissão técnica da
instituição financeira responsável pela Moeda e do Crédito:
operacionalização das políticas do Governo
• Presidente do Banco Central;
federal para a habitação e Saneamento
• Presidente da Comissão de Valores
básico.
Mobiliários;
3) SOMA – administra o mercado de • Secretários do Tesouro Nacional e da
balcão organizado no Brasil, através de um Política Econômica do ministério da
sistema eletrônico de negociação dirigido Fazenda;
por ofertas registradas por formadores de • Diretores de Política Monetária, de
mercado e instituições financeiras Assuntos Internacionais e de Normas
associadas. e Organizaçáo do Sistema Financeiro
(do Banco Central);
CONSELHO MONETÁRIO
Funcionam, também, junto ao CMN, as
NACIONAL (CMN) seguintes comissões consultivas de:
• Normas e Organizações do Sistema
O Conselho Monetário Nacional é um Financeiro
órgão normativo, não possuindo funções
• Mercado de Valores Mobiliários e de
executivas. Ele é o responsável pela
Futuros;
fixação das diretrizes da política monetária
• Crédito Rural;
creditícia e cambial do país,
• Crédito Industrial;
transformando-se assim num conselho de
política econômica. • Endividamento Público;
• Política Monetária e Cambial;
Ao longo de sua existência, o CMN teve • Processos Administrativos;
diferentes constituições de membros, a
saber: Competências do Conselho Monetário
Nacional
Governo Número de membros do • adaptar o volume dos meios de pa-
CMN gamento as reais necessidades da
Castelo 6 economia nacional e seu processo de
Branco desenvolvimento;

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• regular o valor interno da moeda, que, no momento, não exista numerário em


prevenindo ou corrigindo os surtos caixa.
inflacionários ou deflacionários de • outorgar ao BC o monopólio de ope-
origem interna ou externa; rações de câmbio quando o balanço
• regular o valor externo da moeda e o de pagamento o exigir;
equilíbrio do balanço de pagamentos • estabelecer normas a serem
do País seguidas pelo BC nas transações
• orientar a aplicação dos recursos das com títulos públicos"
instituições financeiras públicas ou • regular a instituição, o funcionamento
privadas, de forma a garantir e a fiscalização de todas as
condições favoráveis ao instituições financeiras que operem
desenvolvimento equilibrado da no país.
economia nacional;
• propiciar o aperfeiçoamento das
instituições e dos instrumentos
financeiros, de forma a tornar mais BANCO CENTRAL DO BRASIL
eficiente o sistema de pagamento e
mobilização de recursos; (BACEN OU BC)
• zelar pela liquidez e pela solvência
O BC é a entidade criada para atuar
das instituições financeiras; e
como órgão executivo central do sistema
• coordenar as políticas monetária, cre-
financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade
ditícia, orçamentária fiscal e da dívida
de cumprir e fazer cumprir as disposições
pública interna e externa.
que regulam o funcionamento do sistema e
as normas expedidas pelo CMN.
Atribuições específicas do CMN:
• Autorizar a emissão de papel moeda; Atribuições do BC:
• aprovar os orçamentos monetários • emitir papel moeda e moeda metálica
preparados pelo BC nas condições e limites autorizados
• fixar diretrizes e normas da política pelo CMN
cambial; • executar os serviços do meio circu-
• disciplinar o crédito em suas modali- lante;
dades e as formas das operações
creditícias; Os serviços do meio circulante são
• estabelecer limites para a basicamente colocação de moeda em cir-
remuneração das operações e culação (com as instituições financeiras) e
serviços bancários ou financeiros; recolher moeda (das instituições financei-
• determinar as taxas do recolhimento ras).
compulsório das instituições
financeiras. • receber os recolhimentos compulsóri-
os dos bancos comerciais e os
Este recolhimento compulsório das depósitos voluntários das instituições
instituições financeiras tem a função clássi- financeiras e bancárias que operam
ca de instrumento de política monetária, ou no País;
seja, é o que vai . garantir que elas irão • realizar operações de redesconto e
emprestar dentro dos limites estabelecidos empréstimo às instituições
pelas autoridades monetárias. financeiras dentro de um enfoque de
• regular as operações de redesconto política econômica do Governo ou
de liquidez; como socorro a problemas de
As operações de redesconto liquidez;
(empréstimos que o Banco Central faz para • regular a e dos serviços de
instituições financeiras) são responsáveis compensação cheques e outros
por garantir que uma instituição financeira papéis;
possa honrar seus compromissos mesmo
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• efetuar, como instrumento de política títulos públicos)


monetária, operações de compra e • Administração da
venda de títulos públicos federais; dívida pública
• emitir títulos de responsabilidade interna e externa
própria de acordo com as condições • Gestor e fiei
estabelecidas pelo CMN; depositário das
• exercer o controle de crédito sob to- reservas
das as suas formas,- internacionais do
• exercer a fiscalização das instituições País
financeiras, punindo-as quando • Representante junto
necessário às instituições
• autorizar o funcionamento, estabele- financeiras in-
cendo a dinâmica operacional, de ternacionais
todas as instituições financeiras;
• estabelecer as condições para o Por meio do BC, o estado intervém di-
exercício de quaisquer cargos de retamente no sistema financeiro e, indire-
direção nas instituições financeiras tamente, na economia.
privadas;
• vigiar a interferência de outras Bancos centrais independentes (em
empresas nos mercados financeiros outros países):
e de capitais; • Em países como Alemanha, Japão e
• controlar o fluxo de capitais Estados Unidos, O Banco Central é
estrangeiros garantindo o correto independente, ou seja, seus diretores
funcionamento do mercado cambial, são designados pelo congresso para
operando, inclusive, via ouro, moeda um mandato fixo e não há
ou operações de crédito no exterior. subordinação do banco central ao
tesouro. Nesses países, o Banco
De acordo com suas atribuições, o BC Central funciona como um guardião
pode ser considerado como: da moeda, impedindo que os gastos
do governo sejam bancados pela
CLASSIFICAÇÃO ATRIBUIÇÃO emissão de dinheiro.
Banco dos • Depósitos
Bancos compulsórios COMISSÃO DE VALORES
• Redesconto de MOBILIÁRIOS (CVM)
Liquidez
Gestor do • Normas/autorizaçõe A CVM é um órgão normativo, voltado
Sistema Fi- s ara o desenvolvimento, a disciplina e a
nanceiro Nacional • Fiscalização/interve fiscalização do mercado de valores mobiliá-
nção rios não emitidos pelo sistema financeiro e
Executor da • Controle dos meios pelo Tesouro Nacional, basicamente o
política monetária de pagamento mercado de ações e debêntures.
(Liquidez do
mercado) Classificação:
• Orçamento Monetá- • entidade Auxiliar (que não emite pas-
rio/instrumentos de sivo próprio);
política monetária • entidade autárquica;
Banco Emissor • Emissão do meio • entidade autônoma;
circulante • descentralizada (sem relação de hie-
• Saneamento do rarquia com os órgãos do governo);
meio circulante • vinculada ao Governo.
Banqueiro do • Financiamento do
Governo Tesouro Nacional Objetivos (o fortalecimento do mercado
(via emissão de de ações):
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• estimular a aplicação de poupança III - no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.380, de


no mercado acionário; 21 de agosto de 1964, combinado com o §
• assegurar o funcionamento eficiente 7º do art. 4º da Lei nº 4.595, de 31 de
e regular das bolsas de valores e dezembro de 1964; e
instituições auxiliares que operem IV - no § 2º do art. 2º do Decreto-Lei nº
neste mercado 1.248,de 29 de novembro de 1972, e no
• proteger os titulares de valores mobi- art. 74 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de
liários contra emissões irregulares e 1966.
outros tipos de atos ilegais que Parágrafo único - Fica o Conselho de
manipulem preços de valores Recursos do Sistema Financeiro Nacional
mobiliários nos mercados primário classificado como órgão de deliberação
(quando o emissor do título é o coletiva de segundo grau (letra " b" do art.
próprio alienante) e secundário 1º do Decreto nº 69.382, de 19 de outubro
(quando o título está sendo vendido de 1971).
por terceiros) de ações;
• fiscalizar a emissão, o registro, a dis- Art. 2º - O Conselho de Recursos do
tribuição e a negociação de títulos Sistema Financeiro Nacional será integrado
emitidos pelas sociedades anônimas por oito Conselheiros, de reconhecida
de capital aberto. competência e possuidores de
conhecimentos especializados em
CONSELHO DE RECURSOS DO assuntos relativos aos mercados financeiro
e de capitais, observada a seguinte
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL composição:
I - um representante do Ministério da
DECRETO Nº 91.152 DE 15 DE Fazenda;
MARÇO DE 1985. II - um representante do Banco Central
do Brasil;
Cria o Conselho de Recursos do III - um representante do Banco Nacional
Sistema Financeiro Nacional e dá outras da Habitação;
providências IV - um representante da Comissão de
O Vice-Presidente da República, no Valores Mobiliários; e
exercício do cargo de Presidente da V - quatro representantes das entidades
República, no uso da atribuição que lhe de classe dos mercados financeiro e de
confere o artigo 81, item V, da Constituição, capitais, por estas indicados em lista
tríplice, por solicitação do Ministro da
DECRETA: Fazenda.
§ 1º - Os membros do Conselho de
Art. 1º - fica criado, no Ministério da Recursos do Sistema Financeiro Nacional e
Fazenda, o Conselho de Recursos do seus respectivos suplentes serão
Sistema Financeiro Nacional, com a designados pelo Ministro da Fazenda, com
finalidade de julgar, em segunda e última mandato de dois anos, podendo ser
instância, os recursos interpostos das reconduzidos uma única vez.
decisões relativas à aplicação de § 2º - Junto ao Conselho de Recursos do
penalidades administrativas previstas: Sistema Financeiro Nacional, funcionará
I - no inciso XXVI do art. 4º e no § 5º do um Procurador da Fazenda Nacional,
art. 44, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro designado pelo Procurador-Geral da
de 1964; no art. 3º do Decreto-Lei nº 448, Fazenda Nacional, com a atribuição de
de 3 de fevereiro de 1969; e no parágrafo zelar pela fiel observância das leis,
único do art. 25 da Lei nº 4.131, de 3 de decretos, regulamentos e demais atos
setembro de 1962, com a redação que lhe normativos.
deu a Lei nº 4.390, de 29 de agosto de § 3º - O Conselho terá como Presidente
1964; o representante do Ministério da Fazenda e
II - no § 4º do art. 11 da Lei nº 6.385, de como Vice-Presidente a pessoa assim
07 de dezembro de 1976; designada pelo Ministro da Fazenda entre
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os representantes referidos no item V do • abertura de crédito simples ou em


caput deste artigo. conta corrente;
• crédito rural, de câmbio e comércio
Art. 3º - O Banco Central do Brasil, a internacional;
Comissão de Valores Mobiliários, a • Passivas
Carteira de Comércio Exterior do Banco do • captar depósitos à vista;
Brasil S/A e os Órgãos do Ministério da Conta corrente
Fazenda proporcionarão o apoio técnico e • captar depósitos a prazo fixo;
administrativo necessário ao CDB - certificado de depósito bancário
funcionamento do Conselho de Recursos título de renda fixa, préIpós-fixado,
do Sistema Financeiro Nacional. transferível.
RDB - registro de depósito bancário
Art. 4º - A organização e o -titulo de renda fixa, préIpós-fixado, in-
funcionamento do Conselho de Recursos transferível
do Sistema Financeiro Nacional serão • obter recursos junto a instituições ofi-
fixados em Regimento Interno aprovado ciais para repasse a clientes;
pelo Ministro da Fazenda, nos termos da • obter recursos externos,,
legislação aplicável.
• Efetuar prestação de serviços, inclu-
sive mediante convênio.
Art. 5º - O Conselho Monetário Nacional
Cobrança de títulos e arrecadação de
prosseguirá no julgamento dos recursos
tarifas e tributos públicos.
que eram de sua competência, enquanto
não estiver em funcionamento o órgão
colegiado de que trata este Decreto. CAIXAS ECONÔMICAS (CE)

Art. 6º - Este Decreto entrará em vigor Conceito:


na data de sua publicação. • As caixas econômicas, como ativida-
Brasília, em 15 de março de 1985; 164º de %inci pai, integram o Sistema
da Independência e 97º da República. Brasileiro de upança e empréstimo e
o Sistema Financeiro da Habitação.
JOSÉ SARNEY Juntamente com os Bancos
Francisco Neves Dornelles Comerciais são as mais antigas
instituições do Sistema Financeiro
nacional.
BANCOS COMERCIAIS (BC)
Operações:
Conceito:
• Ativas
• Os Bancos Comerciais são intermedi-
ários financeiros que recebem • Operações ativas (crédito e financia-
recursos de quem tem e os mento) de bancos comerciais;
distribuem através do crédito seletivo • crédito direto ao consumidor, financi-
a quem necessita de recursos, ando bens de consumo duráveis;
naturalmente, criando moeda através • emprestar sob garantia de penhor in-
do efeito multiplicador do crédito. O dustrial e caução de títulos;
objetivo é proporcionar suprimento • operações de empréstimo sob
oportuno e adequado dos recursos penhor de bens pessoais e sob
necessários para financiar, a curto e consignação (a caixa econômica
médio prazos, o comércio, a possui o monopólio dessas
indústria, as empresas prestadoras operações).
de serviços e as pessoas físicas. • Passivas
• captar depósitos a vista;
Operações: • Prestação de serviços (basicamente
• Ativas dirigidos a pessoas físicas);
• descontar títulos;
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• depósitos em cadernetas de poupan- • captação remunerada - RDC - recibo


ça; de deposito de cooperativas.
• recolhimento do FGTS.
Observações:
Observações: • Para efeito de constituição, a Lei Co-
• São instituições de cunho eminente- operativista No. 5.764, de 16/12171,
mente social, concedendo estabeleceu que as cooperativas de
empréstimos e financiamentos a créditos singulares são constituídas
programas e projetos nas áreas de pelo número mínimo de 20 pessoas
assistência social, saúde, educação, mas ela somente se torna viável
trabalho, transportes urbanos e es- economicamente a partir de, pelo
porte. menos, 200 cooperados.

COOPERATIVAS DE CRÉDITO BANCOS COMERCIAIS


(CC) COOPERATIVOS (BCO)

Conceito: Conceito:
• As cooperativas de crédito são insti- • São bancos, constituídos a partir das
tuições que atuam basicamente no cooperativas de crédito, com
setor primário da economia, com o operação restrita à Unidade da
objetivo de permitir uma melhor Federação de sua sede e que podem
comercialização de produtos rurais e fazer tudo o que qualquer outro
criar facilidades para o escoamento banco comercial faz:
das safras agrícolas para os centros • talão de cheques;
consumidores. • cartão de crédito;
• Os usuários finais do crédito são • compensação de documentos;
sempre os cooperados. • administrar a carteira de crédito, an-
• Existem também cooperativas que tes sob o controle da cooperativa;
nascem a partir da associação de • levantar recursos no exterior, ativida-
funcionários de uma determinada de vetada às atuais cooperativas de
empresa e suas Operações ficam crédito.
restritas aos cooperados
Funcionários da empresa); Observações.-
• A cooperativa se equipara a uma ins- • Sua criação foi autorizada através da
titui Co financeira conforme o Resolução No. 2.193, de 31/08/95.
disposto na Lei Nº 4.595, de • No Brasil, sua criação demorou devi-
31/12164. do ao fato de, até 96, o governo
garantir para o campo recursos
Operações: suficientes e com juros subsidiados.
• Ativas
• oferecimento de crédito aos funcioná- BANCOS DE INVESTIMENTO
rios; (BI)
• Passivas
• cobrança de uma pequena contribui- Conceito:
ção mensal, muitas vezes • Instituições criadas para canalizar re-
descontada em folha de pagamento cursos de médio e longo prazos para
podendo ser na forma de um suprimento de capital fixo ou de giro
percentual fixo sobre o salário das empresas.
(geralmente entre 1 e 5 %). • Seu objetivo é financiar a compra de
• captação de depósitos a vista; equipamentos das empresas e/ou
captação a custo zero. fortalecer o processo de capitalização
• captação de depósitos a prazo

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através de subscrição de debêntures • Os bancos estaduais de desenvolvi-


e ações. mento (controlados pelos governos dos
estados) destinam-se ao fornecimento
Operações: de crédito de médio e longo prazos às
• Ativas empresas localizadas nos respectivos
• empréstimo a prazo mínimo de um estados. Geralmente operam com
ano para financiamento de capital repasse de órgãos financeiros do
fixo; Governo Federal.
• empréstimo a prazo mínimo de um
ano para financiamento de capital de SOCIEDADES DE CRÉDITO,
giro; FINANCIAMENTO E
• aquisição de ações, obrigações ou INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)
quaisquer outros títulos e valores
mobiliários para investimento ou Conceito:
revenda no mercado de capitais • Instituições que têm por função finan-
(operações de underwriting); ciar bens de consumo duráveis por
• repasses de empréstimos obtidos no meio de crédito direto ao consumidor
exterior; (o popular "crediário").
• repasses de recursos obtidos no • O processo de funcionamento de
País; uma financeira é o descrito abaixo.
• prestação de garantia de emprésti- 1. um lojista possui um bem de consumo
mos no País ou provenientes do durável para a venda, a financeira possui o
exterior. capital necessário para a compra desse
• Passivas bem a vista e o consumidor, que não pos-
• Não podem manter contas correntes, sui capital. para a aquisição desse bem a
• emissão de CDB e RDB; vista, se dispõe a pagá-lo a prazo com ju-
• Captação de recursos de origem in- ros,
terna ou externa. 2. o lojista entrega o bem de ao consu-
midor;
Observações: 3. a financeira repassa o valor do bem
• Apoiam, basicamente, a estrutura ca- para o lojista; .
pitalista privada, tendo, inclusive, 4. o consumidor fica obrigado a pagar o
limites ara apoiar os órgãos e valor do bem, com juros, a financeira em
empresas do estado. um determinado momento futuro.

BANCOS DE Operações:
DESENVOLVIMENTO (BD) • Ativas
• concessão do empréstimo para aqui-
Conceito: sição do bem de consumo durável.
• objetivo dos bancos de desenvol- • Passivas
vimento é o financiamento de médio • não podem manter contas-correntes;
e longo prazos aos setores primário, • colocação de Letras de Câmbio.
secundário e terciário.
Observações:
Observações: • por ser uma atividade de grande
• BNDES é o principal agente do governo risco, suas operações não podem
para o financiamento de longo e médio ultrapassar o limite de 12 vezes o
prazos. Existem instituições de fomento montante de seu capital realizado
regional, as principais são o Banco do mais as reservas.
Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da
Amazônia (BASA).

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SOCIEDADES DE Observações:
ARRENDAMENTO MERCANTIL • Sua constituição depende de autori-
(LEASING) zação do BC e seu funcionamento
depende de autorização da CVM.
Conceito:
• Instituições que trabalham com ope- SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS
rações de leasing. Esta operação DE TÍTULOS E VALORES
assemelha-se a uma locação tendo o MOBILIÁRIOS (DTVM)
cliente, ao final do contrato as opções
de: Conceito:
• renová-la • Instituições semelhantes às Socieda-
• adquirir o equipamento pelo valor re- des Corretoras, porém com uma faixa
sidual; operacional mais restrita que a das
• devolvê-lo à empresa. corretoras, já que elas não têm
acesso às bolsas de valores e
Operações mercadorias.
• Ativas • suas atividades básicas são -
• próprio leasing. subscrição de títulos e valores para
• Passivas revenda;
• captação de recursos de longo prazo • intermediação da colocação de emis-
sões de capital aberto
Observações: • operações no mercado aberto (desde
• As operações de leasing foram regu- que satisfaçam as condições exigidas
lamentadas pelo CMN através da Lei pelo BC).
No. 6099 de setembro de 1974, e a
integração das sociedades Observações:
arrendadoras ao Sistema Financeiro • Junto às CCVM e DTVM encontram-
Nacional se deu através da Re- se os agentes autônomos de
solução No. 351 de 1975. investimento, que são pessoas
físicas credenciadas por BI,
SOCIEDADES CORRETORAS DE Financeiras, CCVM e DTVM, que,
sem vínculo empregatício e em
TÍTULOS E VALORES
caráter individual, exercem, por conta
MOBILIÁRIOS (CCVM) das instituições credenciadas
colocação de:
Conceito: • títulos e valores mobiliários;
• Instituições típicas do mercado acio- • quotas de fundos de investimentos;
nário, operando com compra, venda
• outras atividades de intermediação.
e distribuição de títulos e valores
mobiliários (inclusive ouro) por conta
de terceiros. Fazem intermediação BOLSA DE VALORES
nas bolsas de valores e de
mercadorias. Instituição em que se negociam títulos e
ações. As Bolsas de Valores são
• suas atividades básicas são:
importantes nas economias de mercado
lançamentos públicos de ações;
por permitirem a canalização rápida das
administração de carteiras;
poupanças para sua transformação em
• custódia de valores mobiliários;
investimentos. E constituem, para os
• Organização e administração de fun- investidores, um meio prático de jogar
dos de investimento; lucrativamente com a compra e venda de
• operação no mercado aberto; títulos e ações, escolhendo os momentos
• intermediação em operações de câm- adequados de baixa ou alta nas -cotações.
bio. Em suas origens, as Bolsas de Valores

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confundiam-se com as Bolsas de oscilações da cotação nesse período. Os


Mercadorias, mas a partir do século XVIII, negócios nas Bolsas não podem ser feitos
com o extraordinário aumento das diretamente por qualquer pessoa ou
transações com valores mobiliários e, empresa. Cada Bolsa de Valores credencia
sobretudo, com o surgimento e posterior certo número de pessoas, os corretores,
desenvolvimento das sociedades por que funcionam como intermediários entre
ações, iniciou-se um processo de como intermediários entre compradores e
especialização do qual resultou o vendedores. São eles o centro nervoso do
aparecimento de Bolsas dedicadas ex- sistema, pelo conhecimento aprofundado
clusivamente a operações com títulos e que possuem dos títulos existentes no mer-
ações. Na atualidade, as mais importantes cado. O mercado da Bolsa é regulado, em
Bolsas de Valores do mundo são as de primeiro lugar, por fatores econômicos mais
Nova York, Londres, Paris e Tóquio. No objetivos, tais como a situação real da
Brasil, antes de 1800 já se negociava com empresa que põe seus papéis à venda,
papéis, mas só em 1845 surgiu a primeira suas condições de produção e
regulamentação governamental. 0 Código comercialização, a capacidade adminis-
Comercial Brasileiro de 1850 refere-se às trativa de sua direção, a situação das
"praças de comércio", precursoras das empresas concorrentes e a conjuntura
atuais Bolsas. Em 1893, estabeleceu-se a econômica do país. Mas há uma influência
primeira Bolsa: a Bolsa de Fundos fundamental exercida também por
Públicos, com sede no Rio de janeiro. circunstâncias psicológicas: por exemplo,
Atualmente, as mais importantes bolsas do um clima de exagerado otimismo em
país' pela ordem, são as de São Paulo, do relação a determinada empresa pode levar
Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Duas à supervalorização de suas ações. De
fases distintas marcam o funcionamento situações como essa podem surgir
diário de uma Bolsa de Valores: a da distorções perigosas no mercado. A fim de
fixação das cotações por anúncio (ou por conter excessos e manter sua
chamada) e a da fixação por oposição. A credibilidade, as Bolsas, com certa
primeira fase consiste num pregão, em que freqüência, estabelecem limites máximos
os interessados declaram em voz alta os para a valorização dos papéis negociados.
preços que estão dispostos a pagar (ou Além disso, as Bolsas têm o dever de
receber) pelos papéis que lhes interessam orientar os investidores por meio de
(ou queiram vender): trata-se, portanto, de revistas, boletins, conferências que
um leilão, no qual a regra básica é o informem sobre dados, tais como o
encontro da oferta eda procura. Terminada comportamento das ações, as quantidades
a primeira fase, inicia-se a da fixação das, de compra e venda e os índices de liquidez
cotações por oposição: a fim de conter urna e rentabilidade de cada papel. No Brasil, a
possível flutuação extremada dos preços, a atividade das Bolsas é fiscalizada pela
direção da Bolsa coteja (daí a expressão Comissão de Valores Mobiliários, do
por oposição) os preços da primeira fase e Ministério da Fazenda. A partir de 15 de
fixa a, cotação de cada papel para o março de 1990, com o Plano Collor,
restante do dia, de tal forma que nenhum segundo a medida provisória de ri' 162, os
negócio poderá ser feito fora da cotação papéis da Bolsa de Valores, até então
estabelecida. As transações podem ser isentos, passaram a sofrer a incidência de
feitas a pronto (também chamadas à,vista) 25% do Imposto de Renda sobre os
ou a termo (a prazo). Na primeira mo- ganhos líquidos do capital.
dalidade, os papéis negociados são
entregues imediatamente após o registro BOLSA DE VALORES DE NOVA
da transação na Bolsa. Na segunda, os YORK
papéis só são entregues a o fim de um
prazo estabelecido pelas partes; entre a A maior e mais importante Bolsa de
compra e a entrega, o comprador pode Valores do mundo, localizada no ri' 11 da
revender os papéis que adquiriu, com isso Wall Street, em Nova York. Também
ganhando ou perdendo conforme as
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conhecida como Big Board, inclui as trinta Ações e opções também são
empresas que formam o Dow Jories. Ela comercializadas nessas Bolsas. As mais
é-auto-regulada por um conselho de 20 importantes são as seguintes: Chicago
membros que acompanha e regula as ativi- Board of Trade, Chicago Mercantile
dades comerciais de seus 1.300 membros Exchange/International Monetary Market,
Commodity Exchange Inc. (Nova York),
BOLSA DE MERCADORIAS Mid-America Commodity Exchange Inc.
(Chicago), New York Futures Exchange,
Mercado centralizado para transações Sydney Futures Exchange (Austrália), The.
com mercadorias, sobretudo os produtos International Futures Exchange Ltd.
primários de maior importância no comércio (Bermudas), Financial Futures Market,
internacional e no comércio interno, como Montreal Stock Exchange (Montreal, Que-
café, açúcar, algodão, cereais etc. (as bec), Toronto Stock Exchange Futures
chamadas commodities). Realizando Market, Winnipeg Commodity Exchange,
negócios tanto com estoques existentes London International Futures Exchange,
quanto com estoques futuros, as Bolsas de London Metal Exchange, Hong-Kong
Mercadorias exercem papel estabilizador Commodity Exchange, Tokyo International
no mercado, minimizando as variações de Financial Futures Exchange e Gold
preço provocadas pelas flutuações da Exchange of Singapore.
procura e reduzindo os riscos dos co-
merciantes. Com a expansão do comércio SISTEMA ESPECIAL DE
internacional no fim da Idade Média, LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC)
surgiram, nos séculos XV e XVI, grandes
corporações de comerciantes e banqueiros Sistema Especial de Liquidação e Cus-
que criaram as primeiras Bolsas tódia (Selic).
propriamente ditas: a de Bruges (1487), a • criado em 1980;
de Antuérpia e a de Amsterdã (1561), as de • Sob a responsabilidade do Banco
Lyon, Bordeaux e Marselha (1595), a de Central e da Associação Nacional
Paris (1639). Essas Bolsas tiveram das Instituições dos Mercados
influência no extraordinário crescimento do Abertos (Andima);
capitalismo comercial dos séculos XVI e • constitui-se em um grande sistema
XVII. Na atualidade, as mais importantes computadorizado, on-líne e real
bolsas de mercadorias do mundo são as de time,-
Chicago, Nova York e Londres; suas • permite que os negócios tenham li-
cotações regulam os preços de quase todo quidação imediata;
o comércio internacional. No Brasil, a
• processo de fechamento de negócio
primeira foi a Bolsa de Mercadorias do Rio
utilizando o sistema SELIC:
de janeiro, inaugurada em 1912, na qual se
• Os operadores das instituições envol-
faziam negócios de café, açúcar e algodão.
vidas acertam o negócio a ser feito
Desativada no ano seguinte, em 1920 foi
envolvendo títulos públicos;
substituída pela Bolsa de Café, que servia
também para transações de açúcar e de • transferem estas operações, via
algodão. Em, 1913, o governo do Estado terminal, ao sistema Selic;
de São Paulo criou a Bolsa de Café de • O sistema, através do computador,
Santos. Em 1917, abriu-se a Bolsa de transfere o registro do título para o
Mercadorias de São Paulo. banco comprador do mesmo e faz o
crédito na conta do banco vendedor.
• Apenas títulos públicos federais, emi-
BOLSA DE FUTUROS
tidos pelo Tesouro ou Pelo BC, ou
estaduais/municipais (enquadrados
Mercado de commodities onde os
nas regras de rolagem da dívida dos
contratos de futuros em instrumentos
estados/municípios), são registrados
financeiros ou as mercadorias físicas, como
no Selic.
o trigo e a soja, são comercializados.
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CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO • Estas sociedades foram criadas pela


FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE Lei 4.380/64.
TÍTULOS (CETIP)
ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA
A Cetip - Central de Custódia e Liquida- E EMPRÉSTIMO (APE)
ção de Títulos - é o local onde se custodi-
am, registram e liquidam financeiramente Conceito:
as operações feitas com todos os papéis • Esta instituição, que faz parte do Sis-
privados (e também títulos estadu- tema Brasileiro de Poupança e
ais/municipais que ficaram fora das regras Empréstimo, constitui-se em uma
de rolagem da dívida dos estados e muni- forma associativa para a construção
cípios). ou aquisição da casa própria sem
finalidade de lucro. É uma sociedade
Processo de negócio realizado através civil, restrita a determinadas regiões,
de qualquer um dos sistemas da Cetip sendo de propriedade comum de
• A transferência do título só se com- seus associados.
pleta após a checagem dos itens
básicos e segurança: Operações:
• código de acesso; • Ativas
• senha • Financiamentos imobiliários Passivas
• validade de datas; • cadernetas de poupança que
• informações do vendedor e compra- remuneram os juros como se
dor são casadas e, se houver dividendos fossem, Já que o
divergência, a operação será depositante adquire vínculo soci-
rejeitada pelo sistema. etário.

SOCIEDADES DE CRÉDITO Observações:


IMOBILIÁRIO (SCI) • Suas cartas patentes foram emitidas
pelo extinto BNH , com base no
dispositivo a Lei No. 4.380/64.
Conceito:
• Esta instituí ao, que faz parte do Sis-
tema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo, constitui-se em uma
entidade privada voltada para as
camadas da população de maior
renda, em contraponto com as caixas
econômicas.

Operações: SISTEMA DE SEGUROS


• Ativas PRIVADOS E PREVIDÊNCIA
• Financiamentos imobiliários diretos COMPLEMENTAR
ao mutuário final ou através de
abertura de crédito a favor de SISTEMA NACIONAL DE
empresários para empreendimentos SEGUROS PRIVADOS
imobiliários.
• Passivas O diploma legal que rege, atualmente, as
• Captação de depósitos de poupança; atividades o Seguro no Brasil, é o De-
• Colocação de letras imobiliárias (LI) creto-Lei 73/66. No entanto, a base legal do
• Repasses da CEF. Direito do Seguro Brasileiro está em nosso
Código Civil, de 1916 e do Código
Observações: Comercial Brasileiro, de 1850.

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O Decreto-Lei 73/66 introduziu mudan- administrativa e financeira. Na época, era


ças e inovações, que visaram dar grande jurisdicionada ao Ministério da Indústria e
segurança ao mercado segurador, expandi- Comércio, mas hoje é jurisdicionada ao Mi-
do e dar à política do seguro privado uma nistério da Fazenda
série de normas e medidas de fiscalização
e controle. Ainda mais, a lei estabeleceu a Como órgão executor da política ditada
obrigatoriedade de certos tipos de seguro, elo Conselho, tem uma longa lista de atrib-
de elevado alcance social e de proteção à uições, das quais podemos destacar: fis-
economia. Criou, ainda, o Sistema Nacional calização da constituição, organização e
de Seguros Privados, englobando órgãos funcionamento das seguradoras, proces-
que normatizam, promovem e fiscalizam sando inclusive os pedidos de fusão, en-
todos os que exercem atividade securitária campação, transferência de controle acio-
e órgãos que "vendem" o seguro. São: nário, mudança de estatutos sociais, alte-
rações; de capital social, etc.; fixação das
CONSELHO NACIONAL DE condições de apólices, planos e tarifas, uti-
SEGURO PRIVADO - CNSP lizadas obrigatoriamente por todas as se-
guradoras; aprovação dos limites de ope-
É o órgão de cúpula. Fazem parte dele ração das seguradoras, execução da liqui-
alguns ministros (ou seus representantes), dação das seguradoras que tiverem cassa-
o superintendente da SUSEP, o presidente da a autorização de funcionamento; exame,
do IRB e mais três representantes da inici- aprovação e tarifação de Coberturas
ativa privada. Possui diversas comissões Especiais, etc.
consultivas, cada uma abrangendo uma
determinada área. A SUSEP é administrada por um Su-
perintendente, nomeado pelo Presidente da
Como órgão máximo, o Conselho tem república, por indicação do Ministro da
como sua principal atribuição a fixação, o Fazenda.
estabelecimento da política nacional de se-
guros. A lei relaciona ainda mais 15 atrib- A autonomia financeira é decorrente de
uições, no seu artigo 32, que englobam em recursos oriundos do Imposto de Opera-
enumeração resumida: fixação das ca- ções Financeiras (IOF), das multas que
racterísticas gerais dos contratos de segu- aplica, de dotação orçamentária específica
ro, estabelecimento de normas regulatórias ou créditos especiais de sua cota de parti-
dos que exercem atividades relacionadas cipação no Fundo de Estabilidade do Se-
ao seguro, fixação de normas gerais de guro Rural e de outras receitas que decor-
Contabilidade e estatística das segurado- rem de suas atividades.
ras, estabelecimento de diretrizes gerais
das operações de cosseguro e resseguro,
disciplina da corretagem de seguros e da PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
atuação dos corretores, aplicação às segu-
radoras estrangeiras de vedações, restri- O que é previdência complementar?
ções e reciprocidades, equivalentes às que
vigoram em seus países com relação às É o sistema de complemento das
filiais de sociedades brasileiras porventura aposentadorias recebidas por
lá existentes, etc. trabalhadores tanto da iniciativa privada
quanto do serviço público, desde que eles
SUPERINTENDÊNCIA DO tenham contribuído para esta modalidade
SEGURO PRIVADO - SUSEP de previdência. No caso das entidades
fechadas de previdência complementar, os
Age como secretaria e órgão executivo chamados fundos de pensão, a adesão só
das Resoluções do Conselho. E uma enti- ocorre para aqueles que têm vínculo
dade autárquica tendo personalidade jurí- empregatício com a empresa que patrocina
dica de Direto Público, com autonomia o fundo. Estas entidades são fiscalizadas
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pela Secretaria de Previdência Cada representante referido nos incisos


Complementar, que faz parte da estrutura III a VIII tem um suplente.
do Ministério da Previdência Social.
ESTRUTURA
CONSELHO DE GESTÃO DA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 1. Plenário - instância de deliberação
configurada pela reunião ordinária ou
ATRIBUIÇÃO extraordinária de seus membros,
competindo-lhe examinar e propor soluções
Conselho de Gestão da Previdência às matérias submetidas ao CGPC.
Complementar - CGPC é órgão colegiado, 2. Órgão Recursal – última instância de
que exerce as competências de regulação, decisão administrativa, que tem por
de normatização e de coordenação das finalidade o julgamento dos recursos das
atividades das entidades fechadas de decisões da Secretaria de Previdência
previdência complementar estabelecida na Complementar.
Lei Complementar nº 109/2001, e que 2. Secretaria-Executiva - executa as
integra a estrutura básica do Ministério da atividades técnico-administrativas e de
Previdência Social. assessoramento, prestando todo o apoio
necessário ao cumprimento das finalidades
O Decreto nº 4.678 de 25 de abril de do Conselho.
2003 devolveu ao CGPC a atribuição de
órgão de caráter recursal, cabendo-lhe COMPETÊNCIAS
apreciar e julgar, em última instância, os
recursos interpostos contra as decisões da I - estabelecer as normas gerais
Secretaria da Previdência Complementar – complementares à legislação e
SPC, com base no caput e no §.2º do regulamentação aplicável às entidades
art.65 da Lei Complementar nº 109, de fechadas de previdência complementar, em
2001. consonância com os objetivos da ação do
Estado discriminados no art. 3° da Lei
COMPOSIÇÃO Complementar n° 109, de 2001;
O Conselho é integrado por 8 II - estabelecer regras para a
Conselheiros, observada a seguinte constituição e o funcionamento da entidade
composição: fechada, reorganização da entidade e
retirada de patrocinador;
I - Ministro de Estado da Previdência III - normatizar a transferência de
Social, que o presidirá; patrocínio, de grupo de participantes, de
II - Secretário de Previdência planos e de reservas entre entidades
Complementar; fechadas;
III- um representante da Secretaria da IV - determinar padrões para a
Previdência Social; instituição e operação de planos de
IV- um representante do Ministério da benefícios, de modo a assegurar sua
Fazenda; transparência, solvência, liquidez e
V- um representante do Ministério do equilíbrio financeiro;
Planejamento, Orçamento e Gestão; V - normatizar novas modalidades de
VI - um representante dos planos de benefícios;
patrocinadores e instituidores de entidades VI - estabelecer normas complementares
fechadas de previdência complementar; para os institutos da portabilidade, do
VII - um representante das entidades benefício proporcional diferido, do resgate
fechadas de previdência complementar; e do autopatrocínio, garantidos aos
VIII- um representante dos participantes participantes;
e assistidos das entidades fechadas de VII – estabelecer normas especiais para
previdência complementar. a organização de planos instituídos;
VIII – determinar a metodologia a ser
empregada nas avaliações atuariais;
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IX – fixar limite para as despesas INSTITUTO DE RESSEGUROS


administrativas dos planos de benefícios e DO BRASIL
das entidades fechadas de previdência
complementar; Diferentemente da SUSEP, o IRB é uma
X – estabelecer regras para o número sociedade de economia mista, dotada de
mínimo de participantes ou associados de personalidade jurídica de Direito Privado,
planos de benefícios; gozando de autonomia administrativa e fi-
XI - estabelecer as normas gerais de nanceira.
contabilidade, de atuária, econômico-
financeira e de estatística; são suas atribuições:
XII - conhecer e julgar os recursos
interpostos contra decisões da Secretaria a) regular o cosseguro, o resseguro e a
de Previdência Complementar relativas à retrocessão,
aplicação de penalidades administrativas; e b) promover o desenvolvimento das ope-
XIII - apreciar recursos de ofício, rações de seguro, conforme as diretrizes
interpostos pela Secretaria de Previdência do Conselho.
Complementar, das decisões que
concluírem pela não aplicação de Na qualidade de órgão regulador, com-
penalidade prevista na legislação própria pete-lhe elaborar e expedir normas
ou que reduzirem a penalidade aplicada. reguladoras do cosseguro, resseguro e
retrocessão; aceitar o resseguro facultativo
SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA e o obrigatório do País e do exterior; reter o
COMPLEMENTAR resseguro aceito, no todo ou em parte; co-
locar, no exterior, seguro cuja aceitação
Órgão do Ministério da Previdência não convenha aos interesses do país ou
Social, possui as seguintes atribuições: que aqui não encontre cobertura; penalizar
as seguradoras por infrações cometidas na
I - propor as diretrizes básicas para o qualidade de cosseguradoras ressegurado-
Sistema de Previdência Complementar; ras e retrocessionárias; proceder à liquida-
II - harmonizar as atividades das ção dos sinistros, de acordo com as nor-
entidades fechadas de previdência privada mas de cada ramo; distribuir às segurado-
com as políticas de desenvolvimento social ras a parte dos resseguros que não retiver,
e econômico-financeira do Governo; colocando no exterior os excedentes de
III - supervisionar, coordenar, orientar e responsabilidade do mercado segurador
controlar as atividades relacionadas com a nacional.
previdência complementar fechada;
IV - analisar os pedidos de autorização Na qualidade de promotor do desenvol-
para constituição, funcionamento, fusão, vimento do seguro, compete-lhe: organizar
incorporação, grupamento, transferência de cursos, promover congressos, conferênci-
controle e reforma dos estatutos das as, simpósios, etc., incentivar a criação de
entidades fechadas de previdência privada, associações técnico-científicas; compilar e
submetendo parecer técnico ao Ministro de divulgar dados estatísticos e publica r re-
Estado; vistar especializadas e técnicas.
V - fiscalizar as atividades das entidades
fechadas de previdência privada, quanto ao O IRB é dirigido por um presidente, no-
cumprimento da legislação e normas em meado pelo Presidente clã República. Além
vigor e aplicar as penalidades cabíveis; da residência, sua administração
VI - proceder a liquidação das entidades compreenxe o Conselho Técnico e o Con-
fechadas de previdência privada que selho Fiscal.
tiverem cassada a autorização de
funcionamento ou das que deixarem de ter SOCIEDADES SEGURADORAS
condições para funcionar.

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Definimos uma seguradora como uma Art 75. Concedida a autorização para
pessoa jurídica que, mediante o recebi- funcionamento, a Sociedade terá o prazo
mento de uma importância garante indeni- de noventa dias para comprovar perante a
zar o segurado, ou seus' benefícios, de SUSEP, o cumprimento de tôdas as
perdas relativas ao seu patrimônio ou à sua formalidades legais ou exigências feitas no
vida. ato da autorização.

São, por disposição de lei, constituídas Art 76. Feita a comprovação referida no
obrigatoriamente em forma de S/A artigo anterior, será expedido a carta-
(Sociedades Anônimas), com ações nomi- patente pelo Ministro da Indústria e do
nativas, em sua totalidade. Não estão su- Comércio.
jeitas à falência, nem podem impetrar con-
cordata. Estão, pelo mesmo motivo, proi- Art 77. As alterações dos Estatutos das
bidas de explorar qualquer outro ramo de Sociedades Seguradoras dependerão de
comércio e indústria. prévia autorização do Ministro da Indústria
e do Comércio, ouvidos a SUSEP e o
São autorizadas a funcionar por conces- CNSP.
são feita pelo governo, através de Portaria
do Ministro da Fazenda, mediante requeri- Capítulo VII
mento dos interessados dirigido ao CNSP, Das Sociedades seguradoras
por intermédio da SUSEP.
Seção III
SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS Das Operações das sociedades
PRIVADOS E OPERAÇÕES DE seguradoras
SEGUROS E RESSEGUROS - Decreto-
Lei 73-1966 Art 78. As Sociedades Seguradoras só
poderão operar em seguros para os quais
Capítulo VII tenham a necessária autorização, segundo
Das Sociedades seguradoras os planos, tarifas e normas aprovadas pelo
CNSP.
Seção I
Da Legislação aplicável Art 79. É vedado às Sociedades
Seguradoras reter responsabilidades cujo
Art 72. As Sociedades Seguradoras valor ultrapasse os limites técnico, fixados
serão reguladas pela legislação geral no pela SUSEP de acôrdo com as normas
que lhes fôr aplicável e, em especial, pelas aprovadas pelo CNSP, e que levarão em
disposições do presente decreto-lei. conta:
a) a situação econômico-financeira das
Art 73. As Sociedades Seguradoras não Sociedades Seguradoras;
poderão explorar qualquer outro ramo de b) as condições técnicas das respectivas
comércio ou indústria. carteiras;
Capítulo VII c) o resultado de suas operações com o
Das Sociedades seguradoras IRB.
§ 1º As Sociedades Seguradoras são
Seção II obrigadas a ressegurar no IRB as
Da Autorização para funcionamento responsabilidades excedentes de seu limite
técnico em cada ramo de operações e, em
Art 74. A autorização para caso de cosseguro, a cota que fôr fixada
funcionamento será concedida através de pelo CNSP.
Portaria do Ministro da Indústria e do § 2º Não haverá cobertura de resseguro
Comércio, mediante requerimento firmado para as responsabilidades assumidas pelas
pelos incorporadores, dirigido ao CNSP e Sociedades Seguradoras em desacôrdo
apresentado por intermédio da SUSEP. com as normas e instruções em vigor.

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Art 80. As operações de cosseguro previa e expressa autorização, sendo


obedecerão a critérios fixados pelo CNSP, nulas, de pleno direito, as alienações
quanto à obrigatoriedade e normas realizadas ou os gravames constituídos
técnicas. com violação dêste artigo.
Parágrafo único. Quando a garantia
Art 81. A colocação de seguro e recair em bem imóvel, será
resseguro no estrangeiro será feita obrigatòriamente inscrita no competente
exclusivamente por intermédio do IRB. Cartório do Registro Geral de Imóveis,
Parágrafo único. As reservas de garantia mediante simples requerimento firmado
correspondentes aos seguros e resseguros pela Sociedade Seguradora e pela SUSEP.
efetuados no exterior ficarão integralmente
retidas no País. Art 86. Os segurados e beneficiários que
sejam credores por indenização ajustada
Art 82. As Sociedades Seguradoras só ou por ajustar têm privilégio especial sôbre
poderão aceitar resseguros mediante reservas técnicas, fundos especiais ou
prévia e expressa autorização do IRB. provisões garantidoras das operações de
seguro, cabendo ao IRB o mesmo privilégio
Art 83. As apólices, certificados e após o pagamento aos segurados e
bilhetes de seguro mencionarão a beneficiários.
responsabilidade máxima da Sociedade
Seguradora, expressa em moeda nacional, Art 87. As Sociedades Seguradoras não
para cobertura dos riscos nêles descritos e poderão distribuir lucros ou quaisquer
caracterizados. fundos correspondentes às reservas
patrimoniais, desde que essa distribuição
Art 84. Para garantia de tôdas as suas possa prejudicar o investimento obrigatório
obrigações, as Sociedades Seguradoras do capital e reserva, de conformidade com
constituirão reservas técnicas, fundos os critérios estabelecidos neste Decreto-lei.
especiais e provisões, de conformidade
com os critérios fixados pelo CNSP, além Art 88. As Sociedades Seguradoras
das reservas e fundos determinados em obedecerão às normas e instruções da
leis especiais. SUSEP e do IRB sôbre operações de
§ 1º O patrimônio líquido das sociedades seguro, cosseguro, resseguro e
seguradoras não poderá ser inferior ao retrocessão, bem como lhes fornecerão
valor do passivo não operacional, nem ao dados e informações atinentes a quaisquer
valor mínimo decorrente do cálculo da aspectos de suas atividades.
margem de solvência, efetuado com base Parágrafo único. Os inspetores e
na regulamentação baixada pelo CNSP. funcionários credenciados da SUSEP e do
(acrescentado pela L-010.190-2001) IRB terão livre acesso às Sociedades
§ 2º O passivo não operacional será Seguradoras, delas podendo requisitar e
constituído pelo valor total das obrigações apreender livros, notas técnicas e
não cobertas por bens garantidores. documentos, caracterizando-se como
(acrescentado pela L-010.190-2001) embaraço à fiscalização, sujeito às penas
§ 3º As sociedades seguradoras deverão previstas neste Decreto-lei, qualquer
adequar-se ao disposto neste artigo no dificuldade oposta aos objetivos dêste
prazo de um ano, prorrogável por igual artigo.
período e caso a caso, por decisão do
CNSP. (acrescentado pela L-010.190- SOCIEDADES DE
2001) CAPITALIZAÇÃO
Art 85. Os bens garantidores das Instituições financeiras que oferecem ao
reservas técnicas, fundos e previsões público um tipo de poupança - os títulos de
serão registrados na SUSEP e não capitalização - no qual se assume o
poderão ser alienados, prometidos alienar pagamento de pequenas parcelas mensais.
ou de qualquer forma gravados em sua
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O reembolso do capital é geralmente feito também manter relação de emprego ou de


após períodos superiores a dez anos; direção em Seguradoras.
então o portador do título recebe a quantia
estabelecida, acrescida de juros. Esses SOCIEDADES
rendimentos costumam ser inferiores aos ADMINISTRADORAS DE SEGURO-
pagos pelas cadernetas de poupança, mas
SAÚDE
os portadores de títulos de capitalização
concorrem mensalmente a prêmios em
DECRETO-LEI Nº 73, DE 21 DE
dinheiro.
NOVEMBRO DE 1966.
ENTIDADES ABERTAS E Dispõe sôbre o Sistema Nacional de
ENTIDADES FECHADAS DE Seguros Privados, regula as operações de
PREVIDÊNCIA PRIVADA seguros e resseguros e dá outras
providências.
PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA
CAPÍTULO XI
É uma opção de aposentadoria Disposições Gerais e Transitórias
complementar por conta do interessado na
complementação; oferecida por bancos, SEÇÃO I
seguradoras e entidades abertas de Do Seguro-Saúde
previdência privada.
Art. 129. Fica instituído o Seguro-Saúde
para dar cobertura aos riscos de
PREVIDÊNCIA PRIVADA
assistência médica e hospitalar.
FECHADA
Art. 130. A garantia do Seguro-Saúde
É uma opção de aposentadoria consistirá no pagamento em dinheiro,
complementar. É oferecida pelas empresas efetuado pela Sociedade Seguradora, à
aos empregados, através da constituição pessoa física ou jurídica prestante da
de um fundo de pensão para o qual assistência médico-hospitalar ao segurado.
contribuem a própria empresa e seus § 1º A cobertura do Seguro-Saúde ficará
funcionários. Portanto, não é aberto à sujeita ao regime de franquia, de acôrdo
participação de outras pessoas e tem com os critérios fixados pelo CNSP.
características diferentes de uma empresa § 2º A livre escolha do médico e do
para outra. hospital é condição obrigatória nos
contratos referidos no artigo anterior.
CORRETORAS DE SEGUROS
Art. 131. Para os efeitos do artigo 130
São pessoas físicas ou jurídicas, legal- dêste Decreto-lei, o CNSP estabelecerá
mente autorizadas, que, por intermediação, tabelas de honorários médico-hospitalares
angariam e promovem contratos de segu- e fixará percentuais de participação
ros entre as Seguradoras e as pessoas fí- obrigatória dos segurados nos sinistros.
sicas e jurídicas de Direito Privado. § 1º Na elaboração das tabelas, o CNSP
observará a média regional dos honorários
Para exercer a profissão, o Corretor de- e a renda média dos pacientes, incluindo a
pende de prévia habilitação e de registro, possibilidade da ampliação voluntária da
ambos perante a SUSEP. As comissões de cobertura pelo acréscimo do prêmio.
corretagem só podem ser pagas a § 2º Na fixação das percentagens de
corretores habilitados, que poderão manter participação, o CNSP levará em conta os
prepostos, sendo-lhes vedado aceitar em- índices salariais dos segurados e seus
pregos ou exercer funções de pessoa encargos familiares.
Jurídica de Direito Público, não podendo

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Art. 132. O pagamento das despesas próprios de pré-pagamento de serviços


cobertas pelo Seguro-Saúde dependerá de médicos e/ou hospitalares, sujeitas ao que
apresentação da documentação médico é dispuser a Regulamentação desta Lei, às
hospitalar que possibilite a identificação do resoluções do CNSP e à fiscalização dos
sinistro. órgãos competentes.

Art. 133. É vedado às Sociedades SEÇÃO II


Seguradoras acumular assistência
financeira com assistência médico- Art. 136. Fica extinto o Departamento
hospitalar. Nacional de Seguros Privados e
Capitalização (DNSPC), do Ministério da
Art. 134. As sociedades civis ou Indústria e do Comércio, cujo acervo e
comerciais que, na data dêste Decreto-lei, documentação passarão para a
tenham vendido títulos, contratos, garantias Superintendência de Seguros Privados
de saúde, segurança de saúde, benefícios (SUSEP).
de saúde, títulos de saúde ou seguros sob § 1º Até que entre em funcionamento a
qualquer outra denominação, para SUSEP, as atribuições a ela conferidas
atendimento médico, farmacêutico e pelo presente Decreto-lei continuarão a ser
hospitalar, integral ou parcial, ficam desempenhadas pelo DNSPC.
proibidas de efetuar novas transações do § 2º Ficam extintos, no Quadro de
mesmo gênero, ressalvado o disposto no Pessoal do Ministério da Indústria e do
art. 144, parágrafo 1º. Comércio, o cargo em comissão de Diretor-
§ 1º As Sociedades civis e comerciais Geral do Departamento Nacional de
que se enquadrem no disposto neste artigo Seguros Privados e Capitalização, símbolo
poderão continuar prestando os serviços 2-C, e oito (8) cargos, em comissão, de
nêle referidos exclusivamente às pessoas Delegado Regional de Seguros, símbolo 5-
físicas ou jurídicas com as quais os tenham C.
ajustado ante da promulgação dêste § 3º Enquanto não fôr aprovado o
Decreto-lei, facultada opção bilateral pelo Quadro de Pessoal da SUSEP, os
regime do Seguro-Saúde. ocupantes dos cargos referidos no
§ 2º No caso da opção prevista no parágrafo anterior continuarão no exercício
parágrafo anterior, as pessoas jurídicas de suas funções, sem prejuízo de seus
prestantes da assistência médica, vencimentos e vantagens.
farmacêutica e hospitalar, ora regulada,
ficarão responsáveis pela contribuição do Art. 137. Os funcionários atualmente em
Seguro-Saúde devida pelas pessoas físicas exercício no DNSPC continuarão a integrar
optantes. o Quadro de Pessoal do Ministério da
§ 3º Ficam excluídas das obrigações Indústria e do Comércio, observadas, para
previstas neste artigo as Sociedades efeito de lotação, as necessidades de
Beneficentes que estiverem em serviço, e ressalvado o direito de opção
funcionamento na data da promulgação dos Inspetores de Seguros de acôrdo com
dêsse Decreto-lei, as quais poderão preferir o parágrafo único do artigo 140.
o regime do Seguro-Saúde a qualquer
tempo. Art. 138. Poderá a SUSEP requisitar
servidores da administração centralizada
Art. 135. As entidades organizadas sem ou descentralizada sem prejuízo de
objetivo de lucro, por profissionais médicos vencimentos, direitos, gratificações e
e paramédicos ou por estabelecimentos vantagens.
hospitalares, visando a institucionalizar
suas atividades para a prática da medicina Art. 139. Após a aprovação do quadro
social e para a melhoria das condições de pessoal da SUSEP será assegurado
técnicas e econômicas dos serviços aos servidores requisitados o direito de
assistenciais, isoladamente ou em regime opção no prazo de 90 dias, pelo regime de
de associação, poderão operar sistemas
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pessoal da autarquia ou retôrno ao órgão obrigatórios previstos no artigo 20 dêste


de origem. Decreto-Lei.
Parágrafo único. As disposições do Art. 145. Até a instalação do CNSP e da
presente artigo são aplicáveis aos atuais SUSEP, será mantida a jurisdição e a
ocupantes dos cargos de inspetor de competência do DNSPC, conservadas em
seguros. vigor as disposições legais e
regulamentares, inclusive as baixadas pelo
Art. 140. As dotações consignadas no IRB, no que fôrem cabíveis.
Orçamento da União, para o exercício de Art. 146. O Poder Executivo fica
1967, à conta do DNSPC, serão autorizado a abrir o crédito especial de
transferidas para a SUSEP excluídas as Cr$500.000.000 (quinhentos milhões de
relativas às despesas decorrentes de cruzeiros), no exercício de 1967, destinado
vencimentos e vantagens de Pessoal à instalação do CNSP e da SUSEP.
Permanente.
Art. 147. A fiscalização da gestão
Art. 141. Fica dissolvida a Companhia financeira e administrativa das Sociedades
Nacional de Seguro Agrícola, competindo que operam em capitalização passa à
ao Ministério da Agricultura promover sua jurisdição do Banco Central da República
liquidação e aproveitamento de seu do Brasil.
pessoal.
Art. 148. As resoluções do Conselho
Art. 142. Ficam incorporadas ao Fundo Nacional de Seguros Privados vigorarão
de Estabilidade do Seguro Rural: imediatamente e serão publicadas no
a) Fundo de Estabilidade do seguro Diário Oficial da União.
Agrário, a que se refere o artigo 8º da Lei
2.168, de 11 de janeiro de 1964; Art. 149. O Poder Executivo
b) O Fundo de Estabilização previsto no regulamentará êste Decreto-Lei no prazo
artigo 3º da Lei nº 4.430, de 20 de outubro de 120 dias (cento e vinte dias), vigendo
de 1964. idêntico prazo para a aprovação do
Regulamento da SUSEP e dos Estatutos
Art. 143. Os órgãos do Poder Público do IRB.
que operam em seguros privados
enquadrarão suas atividades ao regime Art. 150. A liquidação compulsória das
dêste Decreto-Lei no prazo de cento e Sociedades de Capitalização prevista nos
oitenta dias, ficando autorizados a constituir artigos 24 e seguintes do Decreto nº
a necessária Sociedade Anônima ou 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, será
Cooperativa. promovida por um liquidante investido de
§ 1º As Associações de Classe, de todos os podêres contidos no artigo 32 do
Beneficência e de Socorros mútuos e os mencionado Decreto e de livre nomeação e
Montepios que instituem pensões ou demissão do Ministro da Fazenda.
pecúlios, atualmente em funcionamento,
ficam excluídos do regime estabelecido Art. 151. Para eleito do artigo
neste Decreto-Lei, facultado ao CNSP precedente ficam suprimidos os cargos e
mandar fiscalizá-los se e quando julgar funções de Delegado do Govêrno Federal e
conveniente. de liquidante designado pela sociedade, a
§ 2º As Sociedades Seguradoras que se referem os artigos 24 e 25 do
estrangeiras que operam no País, Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de
adaptarão suas organizações às novas 1933, ressalvadas as liquidações
exigências legais, no prazo dêste artigo e decretadas até dezembro de 1965.
nas condições determinadas pelo CNSP.
Art. 152. O risco de acidente de trabalho
Art. 144. O CNSP proporá ao Poder continua a ser regido pela legislação
Executivo no prazo de cento e oitenta dias, específica, devendo ser objeto de nova
as normas de regulamentação dos seguros legislação dentro de 90 dias.
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Atualmente no brasil somente a primeira


Art. 153. Êste Decreto-Lei entrará em das quatro modalidades está sendo traba-
vigor na data de sua publicação, ficando lhada.
revogadas expressamente tôdas as
disposições de leis, decretos e O factor trabalha com recursos próprios
regulamentos que dispuserem em sentido ou os capta através da emissão de de-
contrário. bêntures ou commercial papers.
No mundo, emprestar para uma empre-
SOCIEDADES DE FOMENTO sa de factoring é uma das atividades ban-
MERCANTIL (FACTORING) cárias mais disputadas no mercado.

Uma operação de factoring (fomento Vantagem fiscal do factoring:


comercial) consiste basicamente em: • a operação de factoring não está su-
• um sacador - pessoa que vende seus jeita ao IOF federal, mas sim ao ISS
ativos; municipal que geralmente é mais
• uma casa compradora Jolactor) - baixo (depenciendo do município).
que fornecerá o dinheiro ao saca r
pelo ativo (geralmente duplicata No Brasil, a atividade tem um órgão de
comercial); classe, a ANFAC.
• um deságio sobre o valor de face
deste ativo. SOCIEDADES
é uma atividade de prestação de serviço ADMINISTRADORAS DE
desenvolvida por uma empresa de caráter CARTÕES DE CRÉDITO
comercial.
As Administradoras de cartões de crédito
Composição do deságio: são empresas prestadoras de serviço que
• taxas do mercado,- mais fazem a intermediação entre:
• spread - relativo ao risco envolvido • Portadores de cartão de crédito;
na operação. • estabelecimentos afiliados;
• bandeiras, e
É uma operação direcionada às peque- • instituições financeiras.
nas e médias empresas que têm dificulda-
des de obter recursos junto aos bancos. Termos técnicos utilizados no segmento
de cartões de crédito:
Há quatro tipos de serviços oferecidos • Portador: pessoa física ou jurídica
via factoring. usuária do cartão;
• Bandeira: instituição que autoriza o
1. Transação com duplicatas: emissor a gerar cartões com sua
• envolve a compra de duplicatas a marca (VISA, Dinners, etc ... ) e
vencer da empresa. coloca estabelecimentos no mundo
2. Maturity; inteiro à disposição para utilização
• implica na total assunção de qualquer deste cartão;
crédito da empresa pela casa de • Emissor: é a administradora autoriza-
factoriong da a emitir cartões de crédito;
3. Over-advanced; • Acquirer: é a administradora que
• é um adiantamento de recursos. pode afiliar estabelecimentos ao
4. Trust: sistema;
• é a transferência, para a casa de • Estabelecimento: é a loja que aceita
factoring, da administração do o cartão;
negócio da empresa. • instituição financeira: são bancos au-
torizados pela bandeira a emitir
cartões.

25
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(ação de cobrança judicial do


PRODUTOS E SERVIÇOS cheque) contra seu emitente ou
FINANCEIROS avalista sob pena de prescrição
(perder o direito a esta ação judicial);
• o cheque pré-datado não é juridica-
Depósitos a Vista e demais Produtos
mente válido, mas na prática tem
Vinculados a Prestação de Se Bancários
sido utilizado e, assim, assume
características de uma promissória;
Entende-se por produtos de serviços os,
relacionados à prestação de serviços aos
clientes, cuja remuneração ao banco é ob-
tida através do float (permanência de re- Saques sobre valor
cursos transitórios dos clientes no banco) • valores depositados em cheque (que
ou pela cobrança de tarifa de prestação de somente entram para as reservas ao
serviço. banco após sua compensação)
somente podem ser movimentados,
no mesmo dia, via cheque (ainda
DEPÓSITO À VISTA - CONTA assim caso sejam da mesma praça -
CORRENTE cidade) pois do contrário dão origem
aos chamados "saques sobre valor"
A captação de depósitos a vista, livre- onde o banco perde reservas pois
mente movimentáveis: estaria, na verdade, emprestando um
• é atividade típica e distintiva dos ban- recurso antes de realmente dispor
cos comerciais; dele;
• configura os bancos comerciais como • os cheques administrativos, visados
entidades financeiras monetárias; ou DOC de emissão do próprio
• é chamada de captação a custo zero correntista são movimentados como
(dinheiro gratuito) se dinheiro fossem, embora sempre
Existe entretanto um custo implícito na compensados.
abertura e movimentação da conta (custo
operacional da conta) para fazer frente a Cheques cruzados
este custo, os bancos podem estabelecer • os cheques cruzados não podem ser
valores mínimos para a abertura e descontados, apenas depositados.
manutenção de saldo médio. Recusa de pagamentos de cheques
• os bancos podem recusar o paga-
A conta é o produto básico de relação mento de cheques nos seguintes
entre o cliente e o banco, através dela são casos:
movimentados os recursos do cliente, utili- • insuficiência de fundos (cheques sem
zando: fundo),
• depósitos • divergência ou insuficiência na assi-
• cheques natura do emitente;
• ordens de pagamento; • irregularidade formal (erro no preen-
• etc... chimento);
• contra-ordem escrita do emitente
Cheques (bloqueio);
• cheque é uma ordem de pagamento • encerramento de contas.
a vista (considera-se não escrita
qualquer menção em contrário); Cheques nominativos x ao portador
• deve ser a apresentado para paga- • Após o plano Collor, todos os che-
mento no prazo 30 dias da emissão ques são obrigatoriamente
(quando emitido no lugar onde deve nominativos, que para saque,
ser pago), caso contrário em 60 dias; depósito ou pagamento
• o portador do cheque tem o prazo de • os cheques acima de R$ 100,00 se
6 meses para promover a execução não forem nominativos serão
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devolvidos (sem que o nome do


emitente vá para o cadastro de Para títulos pós fixados em TR, o prazo
emitentes de cheques sem fundos). mínimo é de 4 meses.

Desde que respeitados os prazos míni-


mos, o CDB é transferível antes do venci-
mento por endosso em preto (nominativo).

Não podem ser prorrogados, mas podem


ser renovados.

DEPÓSITOS A PRAZO (CDB e Para os CDB -pós, o. pró-trateamento da


RDB) TR nas operações cujo prazo não seja
múltiplo de 30 dias será sempre feito nos
primeiros dias de vigência do contrato até a
Depósito a Prazo e demais produtos
data base.
de Captação

A captação de recursos é uma das fun- CDB Rural


ções das mesas de operações das
instituições financeiras desempenhada pela São títulos cuja captação é específica
chamada mesa de captação". dos bancos comerciais e múltiplos com
carteira comercial. Seus prazos são idênti-
As mesas de operações centralizam as cos aos do CDB. A diferença fundamental é
operações com o mercado, ou seja, opera- que os recursos captados por este títulos
ções que envolvam a definição de taxa de devem ser obrigatoriamente utilizados para
juros e, por conseguinte, o spread que é a o financiamento da comercialização de
diferença do custo do dinheiro tomado produtos agropecuários e/ou máquinas e
captado) e o custo do dinheiro vendido (na equipamentos agrícolas. a comprovação
norma de empréstimo). desta utilização se dá através de mapas
enviados ao BC.
A função da mesa de captação é formar
uma taxa para captação através de CDB com taxa flutuante
CDB/RDB que seja baixa o bastante para
garantir o lucro nas operações de emprés- Nas aplicações com prazo mínimo de 30
timo (dos recursos captados através dos dias, existe a possibilidade, para o investi-
CDB/RDB) alta o bastante para ser atrativa dor, de repactuar a cada 30 dias a taxa de
para os investidores. remuneração do CDB, dentro de critérios já
estabelecidos no próprio contrato.
CDB (Pré/Pós)
RDB - Recibo de Depósito
CDB - Certificado de depósito bancário e Bancário
o RDB - Recibo de depósito bancário, são
os mais antigos títulos de captação de Investimento que garante ao cliente o
recursos utilizados pelos bancos resgate do valor aplicado, acrescido do
comerciais, bancos de investimentos e rendimento obtido por taxa de juro
bancos múltiplos com pelo menos uma negociada, ao final do prazo estabelecido,
dessas carteiras. deduzidas as despesas de imposto de
renda. Este recibo é intransferível.
O prazo mínimo é de 30 dias para títulos
prefixados, que embutem uma expectativa É um título de renda fixa com prazo
inflacionária na taxa nominal, já que o ga- predeterminado, cuja rentabilidade é
nho real (nominal - inflação) somente será definida no ato da negociação podendo ser
conhecido no dia do resgate. pré-fixada ou pós-fixada. É um título
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intransferível que se destina às aplicações 2. crédito imediato dos títulos cobrados


de pessoas físicas e jurídicas com conta 3. consolidação do relacionamento com
corrente no banco. o banco
4. garantia do processo de cobrança
LETRAS DE CÂMBIO (LC) (quando necessário o protesto)

É o instrumento de captação específico Processo de cobrança bancária:


das sociedades de crédito financiamento e 1. Os títulos a serem cobrados (ou mo-
investimento (financeiras), sempre emitido dernamente apenas seus dados, via com-
com base numa transação comercial, tendo putador) são passados ao banco;
como finalidade obter os recursos para o 2. o banco emite os bloquetes aos sa-
financiamento do crédito ao consumidor cados (aquele que deverá pagar o valor do
final. bloquete);
3. o sacado paga;
COBRANÇA E PAGAMENTO DE 4. o banco credita o valor na conta do
cliente (cedente).
TÍTULOS E CARNÊS
Diferentes tipos de cobrança (criados
A cobrança de títulos foi o produto mais
devido a concorrência):
importante envolvido pelas instituições nos
• cobrança imediata: sem registro de
últimos 10 anos.
títulos;
Servem para aumentar o relacionamento • cobrança seriada: para pagamento
instituição financeira x empresa, aumentam de parcelas
a quantidade de recursos transitórios e • cobrança de consórcios: para paga-
permitem maiores aplicações destes recur- mento de consórcios;
sos em títulos públicos. • cobrança de cheques pré-datados:
cobrança remunerada: remuneração
A cobrança é feita através de bloquetes dos valores cobrados;
que podem circular pela câmara de com- • cobrança indexada: em qualquer índi-
pensação (câmara de integração regional) ce ou moeda;
o que permite que os bancos cobrem títulos • cobrança casada: cedente sensibiliza
de clientes em qualquer praça (desde que sacado e vice-versa;
pagos até o vencimento - após o ven- • cobrança programada: garantia do
cimento, o pagamento somente poderá ser fluxo de caixa do cedente;
feito na agencia emissora do bloquete). • cobrança antecipada: eliminação de
tributos de vendas a prazo;
Os valores resultantes da operação de • cobrança caucionada: cobrança das
cobrança são automaticamente creditados garantias de contratos de
na conta corrente da empresa cliente no empréstimos
prazo estipulado entre o banco e o cliente. • cobrança de títulos descontados: -
desconto de títulos.
Vantagens da cobrança de títulos:
• Para o Banco: OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata
1. aumento dos depósitos à vista, pelos • nota fiscal é um documento fiscal,
créditos das liquidações comprovante obrigatório da saída de
2. aumento das receitas pela cobrança mercadoria de um estabelecimento
de tarifas sobre serviços comercial ou industrial;
3. consolidação do relacionamento com • fatura é uma relação de notas fiscais
o cliente que correspondem a uma venda a
4. inexistência do risco de crédito. prazo;
• duplicata é um título de crédito formal
• Para o Cliente: e nominativo emitido pelo vendedor
1. capilaridade da rede bancária com a mesma data, valor global e
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vencimento da fatura que lhe deu


origem e representa um direito de US$ COMMERCIAL PAPERS
crédito do sacador (vendedor) contra
o sacado (comprador). A propriedade São títulos similares aos bônus mas com
da duplicata pode ser tranSTerida por algumas características diferentes:
endosso. • títulos emitidos com prazos mínimos:
• 2 anos - se emitidos por uma empre-
sa,
• 3 anos - se emitidos por um banco;
PAGAMENTOS DE TÍTULOS E • atingem custos diferenciados depen-
CARNÊS dendo da garantia;
• quando captado via banco a divisa
Os títulos a pagar de um cliente têm o acaba sendo repassada a tomadores
mesmo tratamento de seus títulos a rece- internos em reais mas com as
ber (cobrança). prestações corrigidas pela correção
cambial e dentro do mesmo prazo de
O cliente informa ao banco, via compu- captação no exterior.
tador, os dados sobre seus fornecedores,
com datas e valores a serem pagos e, se ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS
for o caso, entrega de comprovantes ne- E TARIFAS PÚBLICAS
cessários ao pagamento.
São serviços prestados à instituições
De posse desses dados, o banco orga- públicas, através de acordos e convênios
niza e executa todo o fluxo de pagamento específicos, que estabelecem as condições
do cliente, via débito em conta DOC ou de arrecadações e repasses desses tribu-
ordem de pagamento, informando ao tos/tarifas.
cliente todos os passos executados.
OBS.: os bancos, quando desempenham
O documento de crédito (DOC) é utiliza- este papel, estão substituindo as antigas
do para pagamentos ou depósitos entre coletorias de impostos que tradicio-
bancos, mesmo estando em praças dife- nalmente faziam a cobrança e recebimento
rentes. dos mesmos.

A ordem de pagamento OP é utilizada Ultimamente esta tarefa também tem


para pagamentos ou depósitos dentro do sido atribuída a agências de correio.
mesmo banco, para agencias em praças
diferentes. Por outro lado, os bancos podem tam-
bém ficar incumbidos de pagar ao público,
TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA como por exemplo
DE FUNDOS • restituição do Imposto de Renda;
• PIS
Este serviço é prestado a clientes que, • FGTS
por diversas razoes, necessitam manter • ETC...
diferentes contas correntes em diferentes
agências de um banco. A circular do BC 1.850/90 estabeleceu
• cliente determina o nível de saldo que os tributos arrecadados terão o mesmo
que deseja manter em cada uma tratamento dos depósitos a vista para
dessas contas correntes; efeitos do depósito compulsório (não geram
• banco, ao final de cada dia, transfere float). As tarifas ficam de fora e, portanto,
saldo de uma conta para outra de continuam gerando float bancário.
modo a manter os níveis desejados
em cada uma delas.

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ENTREGA ELETRÔNICA • cotações de moedas, índices e bolsa


(HOME/OFFICE BANKING, de valores"
REMOTE BANKING - BANCO • solicitação de alterações dos seus tí-
tulos em cobrança;
VIRTUAL)
• solicitação de talões de cheques;
• movimentação de conta;
A evolução das tecnologias de informá-
tica e telecomunicações permitiu a troca
considerando o home banking a troca
eletrônica de informações entre banco e
eletrônica de informações entre o banco e
cliente, criando a possibilidade de novos
o cliente podemos classificar as duas pon-
produtos de serviços como, por exemplo,
tas da comunicação, bem como o seu
• Home banking
meio, da seguinte forma:
• EDI.
• Base de difusão de informação pelo
banco
HOME BANKING • central de atendimento
• unidade de resposta audível (talker)
Conceito
• talker com fax
• ligação entre o computador (ou fax)
• telex
do cliente e o computador do banco
características • micro
• a ligação é feita através da linha te- • mainframe (servidor de redes de
lefônica podendo ser pública ou computador)
privada e utilizando os mais • Canal utilizado para envio da
diferentes meios como: informação:
• cabo; • modem (modelador / demodulador)
• fibra ótica; -aparelho que transforma as
informações do formato gerado pelo
• satélite.
computador. para o formato aceito
• os computadores do banco e cliente
pela linha de comunicação e
não necessitam ser os mesmos, deve
vice-versa.
haver, porém compatibilidade entre
• linha telefônica (todas com a mesma
eles
função - transferência de informações
• é necessária uma segurança na co-
- diferindo na velocidade, qualidade e
nexão e na transmissão dos dados, o
quantidade de informação
que é possível devido à utilização de:
transferida)
• senha para que o computador do
• discada
banco possa reconhecer quem e o
• dedicada
cliente que esta se comunicando com
ele. • transdata da embratel
• criptografia (codificação) dos dados • Renpac
que estiverem trafegando na linha • FM (receptor especial)
telefônica, impedindo que os mesmo • Veículo do cliente
sejam interceptados por terceiros. • telefone
• fax
Serviços prestados através do home- • telex
banking • monitor de videotexto
• Consulta de saldos em conta • microcomputador
corrente e caderneta de poupança; • terminal ponto de venda
• consulta de movimentações em conta • pager
corrente;
• consultas de saldo e movimentação REMOTE BANKING
de cobrança, contas a pagar,
• consultas sobre posição de aplica- O conceito de remote banking. é o de
ções e resgate de fundos; atendimento ao cliente fora das agencias.
30
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O atendimento dentro de agências, além São operações complexas que envolvem


de ser, em muitas situações, um incômodo a intermediação de fusões, cisões,
ara os clientes (trânsito e filas), é um fator e aquisições e incorporações de empresas.
despesas para os bancos (investimentos
em instalações). Portanto o remote banking Neste segmento, juntamente com em-
foi uma solução encontrada pelos bancos. presas de consultoria especializadas, as
instituições financeiras utilizam todo o seu
Serviços oferecidos conhecimento do mundo das operações fi-
• Saques em dinheiro nanceiras e de investimento, de forma a vi-
• pontos de atendimento externo tipo abilizar tais operações, seja com recursos
rede banco 24 horas nacionais ou recorrendo a recursos do ex-
• pontos de atendimento interno tipo terior.
balcão eletrônico
• pontos de atendimento externo em Operações específicas de Corporate Fí-
postos de gasolina e redes de lojas nance.
• Depósitos fora do caixa dos bancos 1. Leverage buyout (LBO)
• depósitos nas redes tipo banco 24 • É um negócio em que um grupo de
horas investidores adquire o controle
• depósitos expressos em caixas cole- acionário de uma empresa utilizando
toras empréstimos e usando como garantia
• depósitos em cheque pego em casa a própria empresa,
de clientes • O empréstimo pode representar até
• Entrega em domicílio de talões de 90% do preço de aquisição e pode
cheque ser pago com o fluxo de caixa da
empresa ou com venda de parte de
• em mãos
seus ativos.
• via correio
2. Management buyout
• Pagamento de contas fora do caixa
• É um LBO em que a administração
dos bancos
atual permanece no controle da
• terminais de auto-pagamento empresa e partici a de seu controle
• coletas de contas em casa para pos- acionário.
terior pagamento e devolução de 3. Takeover bid
recibo pelo correio • É a aquisição do controle acionário
• envio das contas a pagar através dos de uma empresa através do mercado
correios de ações.
• Débito automático em conta corrente • Amigável (quando consentida pelos
de concessionárias de serviços atuais acionistas majoritários).
públicos e outras empresas • Hostil (quando não consentida pelos
• Troca de informações constante com atuais acionistas majoritários).
os bancos via home banking para 4. Tender offer
obter extrato, aplicar e etc... • Oferta de compra que envolva um
• Remessa de numerário ao cliente. prêmio sobre o valor de mercado.

O DINHEIRO DE PLÁSTICO FUNDOS MÚTUOS DE


Trata-se de uma série de alternativas ao
INVESTIMENTO
papel moeda que tem como objetivo facili-
tar o dia a dia das pessoas e, por outro Fundo Mútuo de Investimento
lado, representam um incentivo ao consu- em Debêntures e Notas
mo. Promissórias (Commercial Papers)
CORPORATE FINANCE Semelhante aos fundos de renda fixa.
31
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A diferença essencial é que: É um fundo de ações que tem a alterna-


• os fundos de renda fixa carregam tí- tiva de concentrar suas aplicações em ope-
tulos de emissão de instituições rações de maior risco e, portanto, com a
financeiras; possibilidade de alcançar maiores ganhos
• os Fundos Mútuos de Investimento ou perdas.
em Debêntures e Notas Promissórias
carregam títulos de emissão de Sua composição consiste, no mínimo, de
empresas. 51% de suas aplicações em:
• ações, bônus de subscrição e de-
Permitem que pequenos e médios in- bêntures conversíveis em ações das
vestidores tenham, indiretamente, acesso companhias abertas
às Debêntures (hoje inacessíveis pelos • de depósito de ações, negociáveis no
seus altos valores de face). pais, de empresas do Mercosul;
• posições em mercados organizados
Fundo Mútuo de Investimento de liquidação futura, envolvendo
em ações (FMIA) contratos referenciados em ações ou
índices de ações desde que não
É um fundo destinado a investidores caracterize operações de hedge ou
atraídos pelo mercado de ações que não rendimentos pré-fixados;
tenham tempo ou conhecimento para in-
vestir. O saldo de recursos (até 49%) poderá
ser aplicado em
Formado por cotas com variação diária • outros valores mobiliários de emissão
de valor. de companhias abertas, adquiridos
em bolsas de valores, mercados de
Aplicações e restantes feitos por telefone balcão organizados, ou durante o
(Com créditos e débitos automáticos na período de distribuição pública;
conta corrente). • cotas de FIF e títulos de renda fixa;
• cotas de FMIA e FMIA-CL.
Resgate - conversão das cotas é feita no
dia seguinte. Fundo de Investimento em Co-
tas de Fundo Mútuo de
Carteira de aplicações: Investimento em ações
• 51% em ações de companhias aber-
tas; Fundos cuja carteira é composta de
• outros valores mobiliários emitidos aplicações em cotas de FMIA, FMIA-CIL no
por companhias abertas; limite mínimo de 95%. Os saldos dos re-
• cotas de FIF e títulos de renda fixa; cursos podem ser aplicados em cotas de
FIF ou títulos de renda fixa.
Pode manter posições em mercados
organizados de liquidação futura - máximo As demais características são idênticas
9% do PL. às dos FMIA / FMIA-CL.

O resgate pode ser efetuado a qualquer Estes fundos foram uma alternativa para
tempo, embora os estatutos prevejam a pequenas instituições que não possuem
possibilidade de carência. uma infra-estrutura para adequada análise
do mercado de ações.
Instituições não financeiras podem ad-
ministrar estes fundos. HOT MONEY
Fundo Mútuo de Investimento
em ações - carteira livre (FMIA-CL)
32
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É o empréstimo de curtíssimo prazo


normalmente de 1 dia e no máximo de 10 CRÉDITO ROTATIVO (CABCR)
dias.
São linhas de crédito abertas com de-
É comum criar-se um contrato fixo de hot terminado limite que as empresas utilizam
money para cada cliente, com todas as a medida de suas necessidades. Os en-
regras e permitindo que cada liberação de cargos são cobrados de acordo com sua
recursos seja feita por fax, telefone ou telex utilização, na mesma forma das contas ga-
eliminando fluxo de papéis. rantidas

A formação da taxa do Hot Money é ba- DESCONTOS DE TÍTULOS


seada na taxa do CDI do dia da operação
(NOTAS PROMISSÓRIAS /
mais o PIS mais um spread.
DUPLICATAS)
Exemplo:
• Taxa do CDI = 17%; É o adiantamento de recursos aos cli-
entes, feito pelo banco, sobre valores refe-
• taxa do Hot = 119%;
renciados em duplicatas de cobrança ou
• margem da operação = 2%
notas promissórias, de forma a antecipar o
• PIS = O,75% sobre 19% = O,1425% fluxo de caixa do cliente.
• Receita bruta do banco = margem da
operação = 2% Normalmente, o desconto de duplicatas
• Receita líquida do banco = receita é feito sobre títulos com prazo máximo de
bruta - PIS = 2% - O,1425 = 1,8575% 60 dias e prazo médio de 30 dias.

CONTAS GARANTIDAS / A operação de desconto dá direito de


CHEQUES ESPECIAIS regresso, ou seja, no vencimento, caso o
título não seja pago pelo sacado, o cedente
É um tipo de empréstimo em que são assume a responsabilidade do pagamento,
utilizadas em conjunto duas contas: incluindo multa e/ou juros de mora pelo
• a conta corrente de livre movimenta- atraso.
ção
• a conta garantida FINANCIAMENTO DE CAPITAL
DE GIRO
A conta garantida é uma conta de crédito
com um valor limite, Normalmente é São as operações tradicionais de em-
movimentada pelo cliente através de seus préstimos vinculadas a um contrato espe-
cheques, desde que não haja saldo dispo- cífico que estabeleça prazo, taxas, valores
níveis em sua conta corrente de e garantias necessárias e que atendam as
movimentação. A medida que entram necessidades do capital de giro das em-
recursos na conta corrente do cliente, eles presas.
são usados para cobrir o saldo devedor da
conta garantida. Os empréstimos normalmente são ga-
rantidos por duplicatas numa relação de
Para o cliente garante uma fluidez de 120 a 150% do principal emprestado.
recursos.
VENDOR FINANCE/COMPROR
Para o Banco é um poderoso recursos
mercadológico.
FINANCE
VENDOR
Para as reservas do banco pode ser um
problema pois implica. em manutenção de
É uma operação de venda a prazo em
reservas e livre movimentação em stand by
que a empresa vendedora recebe o valor a
e, portanto, sem aplicação.
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vista da instituição financeira e a empresa cos possuem departamentos específicos


compradora paga o valor a prazo (com ju- para tais operações. O Banco BCN do
ros) para a instituição financeira. Grupo Conde, opera plenamente com ope-
rações de "leasing", desenvolvidas pelo
Características: economista Dr. Mario Squassoni Filho para
• A empresa vendedora assume o este banco.
risco de não pagamento da dívida
pela empresa compradora. Um modo viável para introduzir e pro-
• A base de cálculo dos tributos e con- mover este sistema financeiro no Terceiro
tribuições incidentes sobre o Mundo seria a formação Oe "joint ventures"
faturamento fica diminuída, uma vez entre instituições financeiras internacionais
que os juros não estão embutidos no e bancos governamentais do Terceiro
preço faturado (base de cálculo Mundo, ou até operações entre bancos
desses tributos) centrais e o World Bank" de Washington.
• não incidirão IPI, ICMS, PIS, COFINS
• incidirá IOF sobre o crédito. Na Colômbia, existe um "joint venture"
• A taxa de financiamento da entre o "World Bank" e o "Banco de Lã Na-
instituição financeira é geralmente ción de Colômbia" para oferecer operações
menor que a taxa praticada pela de "leasing" à importação de equipamentos
empresa vendedora no caso industriais pesados.
• autofinanciamento da venda, uma
vez que o risco é rateado por varias Na China Comunista, recentemente, foi
operações. formado um "joint venture" entre bancos
alemães, japoneses e o "China Bank" para
COMPROR oferecer estas operações de Ieasing' in-
ternacional.
É uma operação de financiamento de
compras, sendo que a iniciativa parte do Conceitos
comprador e nele se concentra o risco de
crédito. O compror consiste no A PALAVRA "LEASING". A matéria de
financiamento a clientes do banco, para que vamos tratar é conhecida simples-
suas compras junto aos fornecedores. O mente como Ieasing" e, por ser aceita em
risco da operação concentra-se no todos os países sob esta denominação,
comprador, não existindo regresso contra o usá-la-emos sem aspas.
fornecedor (vendedor).
Leasing vem do verbo "to lease"
LEASING (TIPOS, (arrendar) e pode significar o processo de
arrendamento (operação de leasing), ou ter
FUNCIONAMENTO, BENS) o sentido substantivo de arrendamento
enquanto tal (contrato de leasing). O le-
As transações de "leasing" se
gislador brasileiro preferiu deixar de lado o
desenvolveram em muitos países do
termo inglês e empregou, em seu lugar,
mundo ocidental e têm a sua origem
"arrendamento mercantil", devido, sem dú-
técnica no sistema financeiro
vida, às peculiaridades do instituto no di-
norte-americano.
reito pátrio.
O sistema "leasing" não é ainda muito
Outras legislações, também, preferem
bem divulgado em muitos países do Tercei-
usar expressões típicas. Assim, a França
ro Mundo por falta de iniciativa da Comuni-
apelidou o leasing de "prêt-bail" e de
dade Financeira, ou por falta de legislação
"crédit-bail" e a Bélgica empregou a ex-
em muitos desses países.
pressão "location-financement". Os italia-
nos chamam o leasing de Iocazione finan-
No Brasil, a sistemática de "leasing" in-
ziaria", "prestito locativo" e "finanziamento
terno foi bastante explorada e muitos ban-
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di locazione". Na Alemanha, os autores b) O termo "equipamento":


usam o termo inglês e, raramente, o cor-
respondente "Miet". Este termo nos foi sugerido pelas socie-
Nos Estados Unidos, duas são as pala- dades francesas de leasing, que utilizam
vras empregadas na operação de locação com mais freqüência os termos "aluguel" e
de bens: "renting", ou seja, qualquer ope- "equipamento' sem nenhum respaldo. O
ração de aluguei de coisas Teito pelo pro- termo equipamento significa, por um lado, o
prietário das mesmas e Ieasing", ou seja, o domínio de atividade do contrato que está
aluguei feito por quem não é o fabricante, especialmente reservado para o equi-
mas que financia, para o locatário, a utili- pamento industrial, comercial e profissional.
zação da coisa, sendo que as contrapres- Assinala, ademais, o aspecto financeiro da
tações pagas a título de aluguei poderão inversão: a operação de crédito a médio
reverter, ao final do contrato, em presta- prazo. Citemos, ainda, uma instituição
ções de um contrato de compra e venda, bastante nova que apresenta algumas
caso o locatário queira tornar-se proprietá- analogias com a nossa: a tomada de pro-
rio da coisa. priedade e dos bens de equipamento (cf.
as placas de propriedade). Igualmente
COILLOT critica o termo "crédit-bail" somos tentados a adotar o termo equipa-
(crédito-arrendamento) e propõe que seja mento, por uma segunda razão. Queremos
substituído por "equipement-bail" falar da estreita colaboração entre a
(equipamento-arrendamento). sociedade de leasing e o fabricante. Aqui
há por parte da sociedade de leasing e do
Afirma COILLOT: "Em primeiro lugar ex- usuário, atuando conjuntamente, um ato
pliquemos as palavras empregadas: econômico de equipamento."

a) a palavra "arrendamento" A respeito do termo "crédit-bail", CA-


LAIS-AULOY professor na Faculdade de
Pelas razões precedentes, deixamos Direito de Montpellier, em conferência pro-
margem à promessa unilateral de venda. nunciada em 1970, nas "journées d'étude"
Com efeito, para definir as relações da por aquela Faculdade, afirmou: Portanto, o
empresa de leasing e o arrendatário-- nome "leasing" não quer dizer grande coi-
usuario com terceiros diversos do fabri- sa. Seu equivalente francês mais exato se-
cante, o termo arrendamento é o mais ria sem dúvida a palavra "bail". O legislador
conveniente ' Explica perfeitamente as francês escolheu uma expressão que
intenções das partes que se negam a toda denota melhor a complexidade da operaç-
transferência de propriedade com suas ão: entre nós o leasing tornou-se o "crédit-
conseqüências prejudiciais em caso de fa- bail", e, é sob esta denominação que nós o
lência. As obrigações de manutenção, de empregamos constantemente.
bom uso, de assegurar, de pagar aluguéis,
de rescisão em caso de falta de pagamento Por que "crédit-bail"? Porque tal con-
ou de inobservância de qualquer das trato, como muitos outros, é uma técnica
cláusulas do contrato, estão na essência jurídica ao serviço de uma necessidade
mesma do aluguel, que permite o desfrute econômica, técnica e jurídica que se apre-
e o uso pleno e total do material. As facetas senta no arrendamento, necessidade eco-
contábil e fiscal, na origem do contrato de nômica que é uma necessidade de crédito,
leasing, são respeitadas igualmente. e mais precisamente uma necessidade de
Inclusive, acrescentamos que a supressão crédito a longo ou médio prazo, porque o
da promessa unilateral de venda, em crédito-arrendamento irá permitir às
comparação com os altos aluguéis empresas obter bens de produção graças a
cobrados, consolidaria a posição da em- um financiamento exterior. A operação
presa de leasing em caso de falência, relaciona, pois, três tipos de pessoas:
quando, então, a jurisprudência poderia
assimilar o leasing à venda a prazo. - aquela que fornece o bem e que nós
chamamos de "vendedor"-,
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- aquela que fornece o numerário e que que, a pedido de seus clientes, compram
nós chamamos de "credor"; bens de equipamento e os colocam à disp-
- aquela que obtém a coisa sem que te- osição das firmas requerentes em forma e
nha de fornecer numerário, e que nós arrendamento ligado a condições espe-
chamamos de "usuário". ciais".

Por conseqüência, em direito, o "crédit-- O próprio SERGE ROLIN definiu o lea-


bail" é a operação pela qual um estabele- sing, nos seguintes termos: "Para nós, o
cimento credor, após ter comprado um leasing é um financiamento destinado a
bem, o loca a uma empresa usuária, que, oferecer aos industriais e aos comerciantes
no fim do arrendamento poderá adquirir a um meio flexível e novo de dispor de um
propriedade do bem. à pagamento dos bem de equipamento, alugando-o em vez
aluguéis ' e depois o do preço eventual re- de compra-lo Esta operação é realizada por
sidual, permite ao credor recuperar os fun- sociedades especializadas que compram o
dos que despendeu." material, seguindo as especificações do
futuro usuário, alugando-o durante. o prazo
DEFINIÇÕES DE LEASING. Muitas são convencionado e mediante a percepção de
as definições encontradas nos, tratados e contra prestações fixadas em contrato e
nas legislações dos vários países. A lei que deve reservar ao arrendatário uma
brasileira o definiu do seguinte modo. opção de compra do bem ao término do
Considera-se arrendamento mercantil a período inicial."
operação realizada entre pessoas jurídicas,
que tenha por objeto o arrendamento de RICHARD VANCIL oferece a seguinte
bens adquiridos a terceiros pela arrendado- definição: "Trata-se de um contrato pelo
ra, para fins de uso próprio da arrendatária qual o arrendatário aceita efetuar uma série
e que atendam às especificações desta." de pagamentos ao arrendador, paga-
mentos que, no todo, excedem o prego de
JOSÉ W. N. QUEIROZ, que estudou a compra do bem adquirido. De um modo ge-
matéria em profundidade, assim se ex- ral os pagamentos são escalonados em
pressa: "Conseqüentemente, poder-se-ia período equivalente à maior parte da vida
definir o leasing, em sentido lato, como útil do bem. Durante esse período,
um, acordo mediante o qual uma empresa, chamado período inicial do aluguel, o
necessitando utilizar determinado equipa- contrato e irrevogável pelas partes, e o
mento, veículo ou imóvel (terreno ou edifi- arrendatário está obrigado a continuar
cação), ao, invés de comprar, consegue pagando os aluguéis."
que uma empresa, chamada de leasing
(locadora), adquira-o e loque-o à empresa Na França, como dissemos, o leasing é
interessada, por prazo determinado, findo o chamado de "crédit-bail" e a definição des-
qual poderá a locatária optar entre a devo- se instituto encontra-se na Lei 661455 (art.
lução do objeto do contrato, a renovação 10) nos seguintes termos: "As operaçoes
da locação ou a sua aquisição por compra de crédito-arrendamento ("'crédit-bail") a
e venda, pelo valor residual avençado no que se refere a presente lei são operações
instrumento contratual." e locação de bens de equipamento, mate-
rial de trabalho ou de bens imóveis de uso
SERGE ROLIN alinha outras definições, profissional, especialmente adquiridos com
que passamos a transcrever: vistas a essa locação por empresas que
permanecem proprietárias destes bens,
- "O leasing é uma operação de financi- quando essas operações, qualquer que
amento a médio e longo prazo, praticada seja sua denominação, dão ao locatário a,
por uma sociedade financeira, e que tem faculdade de obter total ou parcialmente os
como suporte jurídico um contrato de alu- bens locados, mediante um preço conven-
guei de coisas; cionado, levando-se em conta, pelo menos
- "O leasing e uma operação financeira em parte, os pagamentos efetuados a título
efetuada por sociedades especializadas, de aluguel"
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A Bélgica, por sua vez, tratou da matéria O "RENTING" E O "OPERACIONAL


referente ao. Leasing em seu Decreto Real LEASING". A locação pura e simples de
n. 55, de 10.11.67. a exposição de motivos bens foi a primitiva forma, visto que o lea-
ficou esclarecido que: "As empresas sing, por envolver financiamento, exige
especializadas adquirem bens de equipa- certa sofisticação. O "renting" apareceu sob
mento segundo as especificações de seus a espécie de aluguei de aparelhos ou
clientes e, reservando-se a propriedade máquinas por parte dos fabricantes ou pro-
dos mesmos, dão-nos em arrendamento dutores.
por um período correspondente à
duração resumida da utilização econômica Consiste esse instituto no arrendamento
os ens, mediante pagamento de alugueres de bens, a curto prazo de tempo, no qual
calculados de modo que se amortize o va- não é prevista a possibilidade de o arren-
lor dos bens, no período de utilização pre- datário adquirir o = ao final do contrato,
visto no contrato. De maneira acessoria, os embora isto possa acontecer. O locador
contratos de arrendamento concedem ao fica obrigado a arcar com certos ônus da
usuário uma opção de compra dos bens locação, tais como a manutenção e a as-
arrendados, opção que o usuário poderá sistência técnica.
exercer ao final do arrendamento, mediante
o pagamento de uma quantia que é Alguns autores fazem distinção entre
comparada ao valor residual estimado dos renting" e "operational leasing". O primeiro,
bens." seria considerado como o arrendamento de
bens móveis, pelo fabricante, por curto
Na Espanha, o projeto de regulamentaç- espaço de tempo, enquanto, o segundo
ão do leasing fixou o entendimento que envolveria, também, a idéia de in-
devem ser incluídas neste instituto as ope- vestimento do locador, embora visando um
rações de arrendamento de bens de equi- certo fim ou um determinado serviço.
pamento, entendendo-se como bens de
equipamento os destinados às atividades Na prática, porém, o tratamento fiscal é
próprias de uma empresa. o mesmo, tanto para o "renting", quanto
para o "operational leasing". Além do mais,
Ao analisarmos o art. 10 da Lei n. possuindo o Brasil tratamento uniforme
6.099/74, voltaremos ao assunto, especifi- para a locação de bens, não haveria razão
camente no tocante ao conceito que o ins- para nos determos em análises de concei-
tituto recebeu em nossa legislação. No tos alienígenas.
momento, o cotejo com as definições ofe-
recidas pela Doutrina e pela Legislação O Código Comercial define a "locação
servirão para dar ao leitor um conceito mercantil" seguinte modo: "A locação
aproximativo do que seja leasing. mercantil é o contrato pelo qual uma clãs
partes se obriga a dar à outra, por determi-
Tipos nado tempo e preço certo, o uso de alguma
coisa, ou do seu trabalho".
RENTING E LEASING. A cessão do uso
poderá ser compensada por um simples No anteprojeto do Código Civil a locação
aluguel, ou operar-se através de uma foi prevista nos arts. 552 e seguintes, mas
atividade financeira. No primeiro caso, há os seus autores evitaram tratar especifica-
locação no sentido tradicional, ou, de acor- mente do leasing.
do com a expressão americana, o "renting",
no segundo, ter-se-á o arrendamento uni- Assim sendo, a locação continuará, ao
versalmente apelidado de "leasing". Estas que parece, sujeita às regras gerais que
são as duas formas básicas que a locação vem regendo esse tipo de operação, as
assume e que serão analisadas a seguir. quais poderiam ser assim resumidas:
a) o locador fica obrigado a entregar a
coisa alugada e a mantê-la na posse do lo-
catário durante todo o tempo do contrato;
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b) o locatário, por sua vez, fica obrigado c) manutenção e assistência técnica, em


a servir-se do uso da coisa na forma con- geral, previstas como encargo do locador,
vencionada em contrato e a pagar pontu- d) a operação poderá ser contratada di-
almente o aluguel, bem como a levar ao retamente com o fabricante.
conhecimento do locador as turbações de
terceiros e a restituir a coisa, finda a Na legislação do imposto de renda, o
locação, no estado em que a recebeu, "renting" é previsto no art. 71 da Lei n.
salvo as deteriorações ocorridas pela ação 45.061/64 (RIR, art. 174). possível a dedu-
da natureza e pelo uso regular da coisa; ção de despesas com aluguéis, quando
c) quanto ao contrato propriamente, dito, necessárias para que a empresa mantenha
e feito porque o locatário prefere usar coisa a posse, uso ou fruição do bem que produz
alheia, ao invés de adquiri-la. Não é revista, o rendimento e desde que o aluguei não
portanto, a compra do bem locado, nem há constitua aplicação de capital na aquisição
previsão de valor residual, pois as do bem, nem distribuição disfarçada de lu-
prestações não contêm, necessariamente, cros.
a faculdade de compra pelo locatário, ao
final do contrato. O prazo do contrato é, em LEASING FINANCEIRO (FINANCIAL
geral, de curta duração e sempre LEASING). RUOZI definiu o leasing finan-
determinado. ceiro como sendo uma operação de fi-
nanciamento a médio e longo prazo, base-
A tendência da empresa que opera com ada num contrato de locação de bens mó-
o "renting" é de se tornar especializada na veis ou imóveis. O financiamento é conse-
locação de determinados bens. E uma es- guido por um intermediário financeiro, que
pécie de sociedade de prestação de servi- intervém entre o estabelecimento produtor
ços, sendo que, ao invés de executar a do bem objeto do contrato e o estabeleci-
prestação, cede seus bens à locatária, para mento que solicita uso do mesmo, adqui-
que ela, com seus próprios meios, taça uso rindo do primeiro o bem mencionado e ce-
deles. E o que acontece, por exemplo, com dendo-o em locação ao segundo, o qual se
o aluguei de carros e vagões. compromete, de modo irrevogável, a cum-
prir para com o intermediário financeiro
A sociedade que opera com "renting" se com certas exigências periódicas, através
vê coartada pelos meios que fazem sua de uma quantia global superior ao custo do
própria oferta, sendo que, por isso mesmo, bem, cuja propriedade, no término do con-
seu campo de ação e menor que o de uma trato, poderá ser transferida, a título onero-
pessoa jurídica que opere com leasing. so, do intermediário financeiro ao estabele-
Seus bens ficam, com o tempo, standarti- cimento locatário, pela iniciativa deste últi-
zados, de acordo com o setor da economia mo,
que deseja servir, embora tenha. possibili-
dade de fornecer assistência técnica e ma- FOSSATI, analisando esta definição,
nutenção, diminuindo, assim, o custo da enumera os seguintes pontos característi-
operação. Em razão dessa técnica própria, cos do leasing financeiro:
o "renting" é usado, de preferência, para - é operação típica de financiamento: o
Computadores eletrônicos, máquinas xero- escopo principal, no caso; é o de financiar
gráficas e automóveis. o locatário, o qual, na maioria das vezes,
visa adquirir o bem arrendado;
Em conclusão, o renting oferece as se- - é celebrado para duração a médio e
guintes características longo prazos. A duração efetiva de um
a) arrendamento, sem haver opção de contrato de leasing financeiro é cautelosa-
compra; mente calculada em relação à duração
b) contrato rescindível pelo arrendatário, econômica do bem cedido em arrenda-
sem que o prazo determinado em contrato mento;
tenha a mesma rigidez do contrato de lea- - o objeto do contrato está no arrenda-
sing mento de bens móveis e imóveis. Enquanto
no leasing operacional "renting" são objeto
38
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de locação apenas bens standartizados, no A respeito do leasing financeiro RUOZI,


leasing financeiro são objeto de contrato afirma: Quando a sociedade financeira de
bens diversificados, desde que possam ter leasing não concede ao locatário o com-
grande utilização para a arrendatária; plexo de serviços colaterais examinados no
- no tocante ao íntermediário financeiro, parágrafo precedente, o leasing praticado
as empresas que alugam seus bens não os por e a perde as características operativas
fabricam porque não são industriais. São, e torna-se exclusivamente instrumento de
na verdade, sociedades financeiras, financiamento da "azienda" locatária. Por
constituídas com a participação de institu- isto, tal tipo de leasing é chamado de fi-
tos de crédito, de companhias de seguros nanceiro."
ou investidores organizados
- o contrato tem caráter irrevogável, A B. MÉRA, em conferência pronunciada
retratação pelo arrendatário é permitida em 30.09.65 (B. Méra é Diretor Geral da
quando desembolsado em favor do arrend- União Francesa de Bancos e Presidente
ador o valor das prestações a pagar (com Diretor Geral da "Cie. pour Ia Location d'E-
desconto geralmente muito pequeno) e da quipements Professioneis-CLEP), afirmava
multa contratual, se for o caso. Na opinião "Todos sabem que se trata de uma fórmula
de RUOZI, um contrato de leasing e um na qual um industrial, ao invés de adquirir
contrato "sui generis", no qual coexistem as um bem móvel de que necessita e após ter
características de contrato de mútuo, de lo- conseguido saber quais as suas caracte-
cação e de compra e venda, de locação e rísticas e seu preço, junto ao vendedor, so-
eventual compra e venda, compra e venda licita a uma sociedade financeira especiali-
entre estabelecimento produtor e locatário, zada que o compre em seu lugar e o alu-
locação entre empresa locatária e empresa gue por um período convencionado, variá-
locadora, eventual compra e venda, no vel em cada caso, mas sempre suficiente
término do contrato, entre ambas; para permitir a amortização integral do in-
- as contraprestações são periódicas. vestimento realizado pela sociedade finan-
Fixa-se uma prestação determinada, men- ceira. No final desse período, a empresa
sal, semestral ou anual, podendo, em al- locatária pode escolher entre restituir sim-
guns países, ficar acertado que as contra- plesmente o bem locado, alugá-lo nova-
prestações serão progressivas ou. regressi- mente para um período variável mediante
vas, tendo-se em conta a depreciação, os uma renda reduzida ou, enfim, adquiri-lo
juros do capital empatado, as despesas de por um preço menor."
administração e os encargos que pesam
sobre o locador; ESPÉCIES DE LEASING. A divisão
- a respeito das opções, ao final do con- exata das várias espécies de leasing, ou a
trato, são apontadas as seguintes: (a) o ar- sua classificação em "tipos", é tarefa difícil,
rendatário poderá renovar o contrato, com uma vez que o instituto está, ainda, em
nova fixação de contra prestações periódi- fase de formação e não recebeu tratamento
cas, inferiores às do primeiro contrato; (b) definitivo em nossa legislação.
poderá, por outro lado, restituir o bem ar-
rendado, ou (c) tornar-se proprietário do Deixamos bem claro que já se pode
bem objeto do contrato, pagando, neste achar uma divisão fixada nos dois tipos bá-
caso, uma soma estipulada de antemão. sicos de. locação, acima apontados, ou
seja, leasing operacional e leasing financei-
Em suma, o leasing financeiro é mais ro. Fora desses limites, os autores fazem
rentável que o operacional, mas não ofere- conjecturas e seria exaustivo enumerarmos
ce ao arrendatário a assistência que o lea- as espécies por eles apontadas. A título de
sing operacional proporciona, Além do mais exemplo, transcrevemos um trecho do
o leasing financeiro exige do arrendador artigo escrito pelo Prof. MAURO BRAN-
maior cuidado no cálculo de sua DARLOPES no "O Estado de São Paulo"
rentabilidade, já que os bens estão sujeitos (edi de 25.12.74), mas, como ele mesmo
ao fenômeno da 'obsolescência". 2;o não é uma divisão exaustiva. Assim,
esclarece ele:
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mesmo contrato inicialmente descrito, e


"São três as espécies básicas do conhecido por "financiar leasing", ou seja,
"leasing"-. uma "locação" mediante "aluguel" corres-
pondente aos custos totais do arrendador,
a) Na primeira espécie, o agente do acrescidos de seu lucro (operação que tem
'leasing", o "lessor" do direito americano (a portanto o mesmo caráter de "full payout
seguir denominado "arrendador", por con- lease"), e não cancelável unilateralmente,
veniência de exposição), compra do pro- mas sem opção de compra, ou com opção
dutor ou intermediário determinada coisa, ao preço de mercado no momento de seu
sob especificações ou não do tomador do exercício. Esta terceira modalidade da
"leasing" o "lessee" do direito americano (a éspécie básica não é mais do que simples
seguir denominado "arrendatário", por con- modificação de traços não essenciais das
veniência de exposição) e dá a este em duas outras.
"locação", mediante um "aluguel", pagável
em parcelas, que na sua integridade é igual b) Na segunda espécie de "leasing", o
aos custos totais relativos à coisa, os quais arrendatário simplesmente assume a fun-
terá de suportar durante todo o prazo do ção. que nas modalidades da primeira
contrato , sejam de que natureza forem, espécie tem o produtor da coisa ou
acrescidos e seu lucro. A "locação" se liga intermediário na sua venda; o arrendatário
uma opção do arrendatário para compra da vende coisa sua ao arrendador, para em
coisa, no término do prazo, por preço seguida dele torná-la em "locação", com as
residual preestabelecido. O contrato não é mesmas cláusulas fundamentais dos
denunciável pon vontade unilateral de contratos anteriormente descritos, ou
qualquer das partes. E esta a forma básica seja, mediante o mesmo "aluguel"
e original do negócio, que se denominou compreensivo de custos e lucros, ou
inicialmente de "financial leasing" ou "full seja, dando á operação o caráter de "full
payout lease". payout lease , inclusive também com a
possível opção de' compra por valor
Desta espécie há uma segunda modali- residual predeterminado ou por valor de
dade, geralmente escolhida para coisa mercado no momento de seu exercício.
mais facilmente colocável no mercado. Esta espécie, que também pode tomar a
Nesta segunda modalidade da primeira forma de contrato denunciável pelo arren-
espécie, modificam-se os termos do datário a qualquer tempo, como no
contrato escrito, de modo que o "operating lease", é a forma denominada
arrendatário tenha a faculdade unilateral de de "Iease back".
rescindi-lo a qualquer tempo, sem que com
isso se lhe tire necessariamente a opção C) A terceira espécie de "leasing", co-
de compra. Permanece o elemento básico nhecida por "self leasing", apresenta duas
de que o "aluguel", na sua integridade, ou modalidades. Na primeira, sociedades de
até o momento, seja ele qual for, à escolha um mesmo grupo econômico, ou seja, so-
do arrendatário, em que é por este ciedades coligadas ou interdependentes,
denunciado o contrato, cobrirá sempre os assumem as posições do arrendador, do
custos totais do arrendador, acrescidos de arrendatário e do vendedor da coisa, res-
seu lucro, ou seja, a opera ao conserva o pectivamente, ou somente os dois primei-
seu caráter de "full payout lease". A opção ros. Assim, uma delas, na qualidade de ar-
de compra, que pode ter o arrendatário, rendador, adquire a coisa de sociedade,
será então, não por preço residual que pode ou não pertencer ao grupo, na
predeterminado, mas pelo preço de qualidade de arrendatária. O "leasing" tem
mercado da coisa rio momento em que for aqui a mesma característica básica das
exercida a opção. E esta a modalidade modalidades já descritas nas espécies an-
denominada de "operating lease". teriores, ou seja, o caráter de "payout lea-
se". Não importam as razões da operação,
A primeira espécie do negócio tem ainda bastando que, embora entre sociedades do
uma terceira modalidade, na qual se tem o mesmo grupo, o contrato exiba o mesmo
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traço fundamental do "leasing" entre pes-


soas economicamente estranhas umas às Admitida esta realidade econômica, e
outras.. não parece possível negar a evidência dos
fatos, vê-se desde logo que em todas as
Na segunda modalidade desta terceira três aludidas espécies de "leasing", nas
espécie, o fabricante ou produtor da coisa suas diferentes modalidades, existe real fi-
assume a posição de arrendador, e dá di- nanciamento, com a típica conseqüência,
retamente ao arrendatário, em "locação", a diretamente visada, a de permitir ao finan-
coisa que fabricou, mediante contrato com ciado, para seu "capital de giro", o uso de
a mesma característica básica dos demais quantias que de outra forma permaneceri-
contratos descritos, ou seja, o "aluguel" am imobilizadas. É este o fim de todo o fi-
compreensivo de custos totais e lucro ("full nanciamento no campo industrial, a alter-
payout lease"), com a possível opção de nativa seria dispêndio direto na aquisição
compra e os diversos mecanismos para o da coisa pelo interessado ou o uso de nu-
seu exercício. merário próprio para capital de giro.

Na descrição feita - (no número anterior) Assim, nas três modalidades da primeira
das diversas espécies de "leasing", perce- espécie de "leasing", arrendador é que
be-se claramente qual é a sua característi- usando numerário próprio ou financiado por
ca essencial, devidamente acentuada que outrem, desembolsa o valor da coisa, na
foi em cada modalidade é o caráter do sua aquisição, ou a produz ele mesmo, e o
"aluguel" pactuado. Este "aluguel", na sua recobra do arrendatário, em parcelas
integridade, ou seja, no total de suas par- equivalentes no seu total ao valor de aqui-
celas, compreende' a totalidade dos custos sição, ou ao valor da coisa produzida, mais
suportados pelo operador, acrescidos de custos e mais lucros.
seu lucro, o que torna impossível conside-
rar o contrato como sendo de simples loca- No "lease back", o arrendatário obtém o
ção. Nesta, o uso da coisa é dado ao lo- seu capital de giro mediante venda da coi-
catário mediante equivalente contrapresta- sa ao arrendador, que lhe paga o seu valor,
ção, nisto consistindo a comutatividade do a em seguida recuperá-lo na operação de
contrato no "leasing", o "aluguel" não se leasing com todos os seus custos e mais
pode dizer equivalente ao valor de uso da lucro. No "self leasing", é verdade, o motivo
coisa antes está em flagrante desproporção da operação pode ser diferente, e mesmo
com ele, excedendo-o de muito, para de caráter não econômico, mas o "leasing"
alcançar e mesmo ultrapassar o valor ela, o propriamente assume as mesmas
que tira inteiramente ao contrato de loca- características econômicas."
ção o elemento de comutatividade.
Quisemos transcrever. estas linhas do
Na verdade, o "aluguel" total pago pelo Prof. Mauro, não porque julguemos sua di-
arrendatário eqüivale a importância muito visão perfeita, pois o próprio autor assevera
superior ao valor da própria coisa, acresci- não ser exaustiva a definição que apontou.
da de todos os custos acessórios e do lucro Foi nossa intenção poupar ao leitor a
que tem o arrendador. Analisada friamente busca, em seus arquivos, do artigo citado
a operação nas suas implicações e, sobretudo ' por considerarmos. de gran-
econômicas, o arrendador funciona mani- de valia as idéias ai expressas por um
festamente como autêntico financiador, e o professor adjunto da Faculdade de Direito a
arrendatário como financiado; a importân- USP, uma vez que aquela casa é celeiro de
cia do arrendamento, aplicada pelo arren- grandes valores no mundo jurídico. Já que
dador na compra da coisa, ou por esta re- estamos nas páginas iniciais de nossa
presentada, se já de sua propriedade, é história do leasing, vale meditarmos sobre
simplesmente paga parceladamente sob a o que disse o professor que, embora
forma de "aluguel", com todos os custos colocando-se em aberta contradição, em
acessórios, e acrescida do lucro do financi- muitos lugares do citado artigo, com as
ador. normas expressas pela Lei 6.099/74, pode
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colaborar no campo de ."lege referenda",


para uma elaboração mais acurada do as- Modalidades de crédito rural:
pecto comercial do leasing. • Custeio agrícola e pecuário: recursos
para cilco operacional com prazos
FINANCIAMENTO DE CAPITAL máximos de financiamento:
FIXO • de 12 meses para o pecuário;
• de 24 meses para o agrícola.
Em termos da contabilidade de uma • Investimento agrícola e pecuário: re-
empresa, é aquele representado por imó- cursos para investimento fixo com
veis, máquinas e equipamentos. É também prazo máximo de financiamento de 6
chamado de ativo fixo. De acordo com a anos;
concepção marxista, é a parte não • Comercialização agrícola e pecuária:
circulante do capital constante, isto é, a recursos para o beneficiamento e
parte do capital utilizada em máquinas, industrialização de produtos
equipamentos, instalações etc. Veja agropecuários.
também Ativo; Capital Constante.
Beneficiários do crédito rural:
CDC - CRÉDITO DIRETO AO • miniprodutor: renda bruta anual
CONSUMIDOR inferior a R$ 7.500,00.
• pequeno produtor: renda bruta anual
É o financiamento concedido por uma entre R$ 7.500,00 e R$ 22.000,00
Financeira para aquisição de bens e servi- • demais produtores: renda bruta anua!
ços por seus clientes. superior a R$ 22.000,00.

Sua maior utilização é na aquisição de CADERNETAS DE POUPANÇA


veículos e eletrodomésticos.
Contas sobre cujos depósitos são
O bem adquirido serve de garantia da creditados mensalmente (lei de agosto de
opera ao, ficando a ela vinculado pela 1983) juros e correção monetária, uma vez
figura da alienação fiduciária (a observada a condição de que saques e
propriedade do bem adquirido fica com a depósitos sejam feitos em épocas
financeira até a quitação do empréstimo). predeterminadas. O funcionamento das
Associações de Poupança e Empréstimo
CRÉDITO RURAL foi decretado em 1966 com o objetivo de
propiciar a aquisição de casa própria a
É o suprimento de recursos financeiros seus associados, desenvolvendo o hábito
para aplicação exclusiva nas atividades da poupança. Sua atuação efetiva data de
agropecuárias. junho de 1968, e, em 1974, os depósitos
em caderneta de poupança já
Apenas os bancos comerciais e os ban- representavam 17,4% do total de depósitos
cos múltiplos com carteira comercial, feitos em todo o país. A partir de 1980,
COMPULSORIAMENTE, operam neste medidas econômicas adotadas pelo go-
mercado através de recursos próprios: verno federal, como a limitação das taxas
• 25% dos volumes médios dos depó- de juros e a correção monetária,
sitos à vista e outros recursos provocaram uma redução temporária da
compulsórios" poupança privada interna, mas uma grande
• os bancos podem optar or terem campanha de recuperação do prestígio da
estes recursos recolhidos ao J sem poupança e a liberação dessas taxas
remuneração. acarretaram o enorme crescimento da
poupança privada, que se verificou a partir
No mínimo 50% da exigibilidade deve de então. Com a extinção do BNH,
ser satisfeito com crédito a mini ou peque- decretada pelo Plano Cruzado 2, em
no produtor. novembro de 1986, a caderneta de
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poupança foi perdendo sua finalidade de Evolução dos Desembolsos


instrumento de financiamento da casa
própria para transformar-se em mecanismo Programas 1998 1999 2000 2001 2002
de financiamento da dívida pública. Mesmo Exportações Brasil
(US$ bilhões)
51,1 48,0 55,0 58,2 60,4
assim, estimulados pelos altos juros Desembolsos
nominativos, nos períodos de alta inflação BNDES-Exim 2,1 2,1 3,1 2,6 3,9
(US$ bilhões)
de 1988 e 1989, os depósitos em Desembolsos
caderneta de poupança continuaram a BNDES-Exim/ 4,1 4,4 5,6 4,5 6,5
Exportações (%)
crescer. Em fevereiro de 1990, um mês Desembolsos
antes da instituição do Plano Collor, os BNDES-Exim/ 12,7 19,2 24,5 23,9 31,5
depósitos em caderneta de poupança BNDES (%)

chegaram a representar 25% dos ativos


financeiros do país. Com o desestímulo US$ milhões
provocado pelo Plano de Estabilização Programas 1998 1999 2000 2001 2002
Financeira aplicada em março de, 1990, Pré-Embarque 346 302 810 410 700

quando grande parte de seus valores foram Pré-Embarque Especial 642 638 474 559 577
"bloqueados" pelo governo, os depósitos Pós-Embarque 1.077 1.160 1.776 1.633 2.669
em caderneta de poupança começaram Total 2.065 2.100 3.060 2.602 3.946
naturalmente a decrescer. Em maio do
mesmo ano, eles representavam apenas
20% dos ativos financeiros. Enquanto isso,
sua finalidade como instrumento do mer- CARTÕES DE CRÉDITO
cado imobiliário para a construção de
moradias praticamente deixou de existir. A É um indutor ao crescimento das ven-
partir de julho de 1994, com o advento do das. Possibilita ao cliente um financiamento
Plano Real e a estabilização de preços, a e a adequação de suas despesas a seu
caderneta de poupança voltou a ser uma fluxo de caixa. Funciona como um crédito
opção de investimento financeiro, apesar automático e é a moeda do futuro.
da "desilusão monetária" (confusão entre
taxas de juros reais e nominais), embora Tipos de cartões
não recuperasse sua função de • quanto ao usuário;
instrumento para o financiamento da • pessoa física;
construção de moradias. • empresarial;
• quanto à utilização;
FINANCIAMENTO À • exclusivo no mercado brasileiro;
IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO; • de uso internacional.
REPASSES DE RECURSOS DO
BNDES TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

O objetivo do BNDES é oferecer aos Conceitos e Características


exportadores brasileiros ou aos
importadores de produtos brasileiros linhas São um investimento com características
de crédito de longo prazo, em condições de um jogo onde se pode recuperar parte
compatíveis com as existentes no mercado do valor gasto na aposta. Sem a ajuda da
internacional. Por meio dos Produtos sorte, o rendimento será inferior ao de um
Exportação financia a exportação de bens fundo ou de uma caderneta de poupança.
de capital e serviços, com ênfase em
produtos de maior valor agregado. O valor aplicado pelo investidor é dividi-
As operações podem ser realizadas do em três partes, a saber
diretamente com o BNDES ou através de • para a poupança
instituições financeiras credenciadas no • para o sorteio;
País e no exterior. • para cobrir as despesas do fundo.

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A liquidez é limitada, existindo carência Toda a rede de bolsas de valores e


para a retirada das parcelas depositadas. instituições financeiras (bancos,
companhias de investimento e de seguro)
São regulamentados pela SUSEP que opera com a compra e venda de
(Superintendência de Seguros Privados). papéis (ações, títulos de dívida em geral) a
longo prazo. Tem a função de canalizar as
Características: poupanças da sociedade para o comércio,
• Capital Nominal - valor a ser resgata- a indústria e outras atividades econômicas
do corrigido e com juros; e para o próprio governo. Distingue-se do
• Sorteios; mercado monetário, que movimenta
• Prêmio; recursos a curto prazo, embora ambos
• Prazo (não pode ser inferior a um tenham muitas instituições em comum.
ano); Os países capitalistas mais desenvolvi-
• Provisão Rara sorteio -. parcela da dos possuem mercados de capitais fortes e
prestação que ira compor o premio; dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos
• Carregamento - taxa de administra- países subdesenvolvidos dificulta a forma-
ção. ção de poupança, constitui um sério obstá-
• Provisão matemática - parcela do in- culo ao desenvolvimento e obriga esses
vestimento que vai compor a países a recorrer aos mercados de capitais
poupança do investidor; internacionais, sediados nas potências
centrais.
• carência para resgate (não pode ser
superior a 24 meses e se o prazo de
pagamento for inferior a 48 meses, a AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E
carência não pode ser superior a 12 DIREITOS
meses).
Documento que indica ser seu possuidor
PLANOS DE APOSENTADORIA o proprietário de certa fração de determi-
E PENSÃO PRIVADOS - PLANOS nada empresa. Existem vários tipos de
ações, cada um dos quais definindo formas
DE SEGUROS
diversas de participação na propriedade e
nos lucros da empresa. Ações ao portador
Espécie de pecúlio ou poupança
(extintas pelo Plano Collor) não trazem
formada por um conjunto de pequenos
expresso o nome de seu possuidor, sendo,
investidores e poupadores, com o intuito de
portanto, daquele que as tiver em seu
garantirem para si uma pensão mensal, de-
poder. Ações nominativas pertencem
pois de um prazo determinado. Em geral,
exclusivamente à pessoa nelas nomeada e
os fundos de pensão (assim como pecúlios
só podem ser negociadas mediante registro
e outros sistemas da previdência privada)
em livro especial da empresa que as
são organizados por empresas financeiras
emitiu. Ações endossáveis são ações
que fazem aplicações com a soma do
nominativas que podem ser negociadas
dinheiro dos pequenos poupadores. Depois
mediante simples endosso de seu proprie-
de um prazo (em geral, sempre superior a
tário. Ações ordinárias conferem a seu
dez anos), o indivíduo passa a receber seu
possuidor o direito de eleger a diretoria da
dinheiro de volta, acrescido de juros e cor-
empresa; em contrapartida, seus
reção, como uma espécie de
possuidores somente têm direito à
complementação de aposentadoria. A
distribuição dos dividendos depois de paga
Constituição de 1988 veda qualquer
a porcentagem prioritária a que têm direito
subvenção ou auxilio do poder público às
os portadores de ações preferenciais.
entidades de previdência privada com fins
Ações preferenciais são aquelas cujos
lucrativos.
possuidores têm direito de receber uma
porcentagem fixa dos lucros, antes de
MERCADO DE CAPITAIS distribuídos os dividendos da empresa.
Quando a ação preferencial é emitida com
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a cláusula de direitos cumulativos, isso dá por ações, é dividido entre poucos


a seus possuidores o direito de participar acionistas. Além disso, as ações não são
não só dos dividendos do ano em curso, negociáveis em Bolsas de Valores e são
mas também dos anos anteriores, na transmitidas ou negociadas apenas sob
porcentagem estabelecida, desde que consenso dos acionistas.
esses dividendos não tenham sido
distribuídos por qualquer razão. Caso a OPERAÇÕES DE UNDERWRITING
empresa entre em liquidação, as ações
preferenciais gozam da mesma prioridade. É feita, em geral, por um banco de in-
Em alguns casos, os possuidores de ações vestimento, muitas vezes associado a ou-
preferenciais podem ter direito a voto, mas tras entidades financeiras. Três tipos de
em menor extensão que o portador de contrato podem ser feitos entre a empresa
ações ordinárias. que lança os títulos e a financeira que os
coloca junto ao público: 1) straight - a fi-
DEBÊNTURES nanceira subscreve a totalidade do lança-
mento, pagando-o diretamente à empresa
É um título emitido por sociedades anô- 2) stand-by - a financeira compromete-se a
nimas não financeiras de capital aberto subscrever os títulos não adquiridos pelo
com garantia público, 3) best-efforts - a financeira com-
• de seu ativo; promete-se a esforçar-se para vender os
• garantia subsidiária (de uma institui- títulos, sem assumir a responsabilidade de
ção financeira). subscrevê-los, e devolve a empresa aque-
les não negociados pelo público.
Destina-se a obter recursos de médio e FUNCIONAMENTO DO
longo prazos. MERCADO À VISTA DE AÇÕES
(SPOT).
Garantem ao comprador remuneração
certa em um prazo certo. Mercado de comodities em que os
negócios são realizados com pagamento a
As debêntures têm como limite máximo vista e entrega imediata das mercadorias.
valor do PL da empresa. Distingue-se do mercado a futuro ou do
mercado a termo, em que os contratos são
Prazo de resgate - nunca inferior a um feitos para pagamento e entrega posterio-
ano. res dá dois tipos básicos de mercado spot:
o mercado primário ou local, situado junto
DIFERENÇAS ENTRE às zonas produtoras, e o mercado central,
COMPANHIAS ABERTAS E localizado nos pontos de distribuição. Um
COMPANHIAS FECHADAS exemplo deste último é o grande mercado
de petróleo do porto de Rotterdã.
COMPANHIAS ABERTAS
MERCADO DE BALCÃO.
Característica do tipo de sociedade
anônima em que o capital, representado Mercado de títulos no qual se negociam
pelas ações, é dividido entre muitos e ações de empresas não registradas nas
indeterminados acionistas. Além disso, bolsas de valores. Essas ações, portanto,
essas ações podem ser negociadas nas estão fora do controle das bolsas e sem
Bolsas de Valores. suas garantias.

COMPANHIAS FECHADAS As Operações com Ouro:

Característica do tipo de sociedade O mercado de ouro, assim como o mer-


anônima em que o capital, representado cado de ações, integra o grupo dos cha-
mados mercados de risco já que suas
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cotações variam segundo a lei da oferta e • o especulador - que está a procura


da procura. de ganhos imediatos e de olho na
relação ouroldólar/ações procurando
No mercado internacional, os principais a melhor alternativa do momento.
centros que negociam ouro são Londres e
Zurique onde o ouro e negociado no Hoje há dois mercados no Brasil para o
mercado de balcão e não via bolsas. ouro,
1. mercado de balcão;
Outro grande centro de negócios é a • operações são fechadas via telefone;
Bolsa de Mercadorias de Nova York • após o pagamento, o comprador tem
(COMEX) onde só se opera em mercado duas opções
futuro. Há também nesta praça um forte • deixar o ouro depositado em custódia
mercado de balcão para o ouro tísico. em uma instituição financeira,
levando consigo um certificado de
No Brasil, o maior volume de comerciali- custódia;
zação de ouro se faz através da bolsa de • retirar fisicamente a quantidade de
mercadorias e futuros de São Paulo, que é ouro adquirida.
a única bolsa no mundo que comercializa 2. mercado spot nas bolsas;
ouro no mercado físico. • a entrega do ouro se dá em 24 horas,
• os volumes negociados são transferi-
As cotações do ouro, no exterior, são dos automaticamente entre as contas
feitas em relação à onça troa, que eqüivale de custódia dos clientes em
a 31,104g diferentes bancos, sem que o metal
passe pelas mãos de quem compra
No Brasil, a cotação é feita em reais por ou vende. No mercado de bolsas,
grama de ouro puro. trocam-se certificados de proprie-
dade.
O preço do ouro no Brasil vincula-se,
historicamente, às cotações de Londres e Em qualquer caso, a responsabilidade
Nova York, refletindo, portanto, as expec- pela qualidade do metal é da fundidora e
tativas do mercado internacional. Sofre, não do banco, que é apenas o depositário.
entretanto, influência direta das perspecti-
vas do mercado interno e, principalmente,
das cotações do dólar flutuante.
O Glossário do Ouro

Assim o preço interno é calculado dire- Abraico - Associação Brasileira da In-


tamente segundo as variações do preço do dústria e Comércio de Ouro.
dólar no mercado flutuante e dos preços do Andima - Associação Nacional das Ins-
metal na bolsa de Nova York. tituições do Mercado Aberto.
Anoro - Associação Nacional do Ouro.
O preço do grama do ouro em reais, cal- Bullion - Ouro em barra, lingote ou em
culado a partir do preço da onça em dóla- moedas, utilizado como investimento (ver
res (pela cotação do dólar flutuante) nos dá também moeda).
um referencial de preços. Tradicional- CPRM - Companhia de Pesquisas e
mente, a cotação da Bolsa de Mercadorias Recursos Minerais.
e Futuros mantém a paridade com este DPRM - Departamento de Pesquisas e
valor referencial variando 2%, em média, Recursos Minerais.
para baixo ou para cima.
Moedas - As moedas de ouro são clas-
Existem dois tipos de investidores no sificadas em medalhas de ouro, moedas de
mercado de ouro no Brasil: imitação e moedas oficiais. As oficiais são
as mais importantes como forma de inves-
• o investidor tradicional - que utiliza o
timento. Segundo a empresa londrina Gold
ouro como reserva de valor,
fields, diversos países produtores de ouro
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têm suas moedas oficiais, também chama- de toneladas de ouro mas de exploração
das de bullion (uma exceção é o Brasil). economicamente inviável pelos métodos
Bullion, no caso, é o termo usado para atuais (um trilhão de litros de água do mar
descrever moedas contemporâneas de contém 120 kg, ou 1 quilo em mais de 8,3
ouro cunhadas em grande quantidade e bilhões de litros - a água consumida por
vendidas a um pequeno prêmio acima do uma cidade como São Paulo em mais de
seu teor de ouro (para tornar a moeda mais 10 anos). as minas onde o ouro se encon-
resistente ao manuseio - o ouro é um metal tra em teores econômicos têm geralmente
macio -, ela é cunhada numa liga em que acima de 3 gramas por tonelada; se o
entram outros metais como cobre, prata ou mesmo teor tosse encontrado no mar, 1
paládio). Essas moedas têm a vantagem e trilhão de litros poderia fornecer 3 mil to-
combinar um baixo prêmio e o reco- neladas de ouro.
nhecimento de uma moeda lega. As moe-
das bullion mais importante são a Eagle Ouro branco - Liga de ouro na qual
(dos Estados Unidos) e a Maple Leaf do entram 12% de paládio (um metal do grupo
Canadá, a Nugget, da Austrália, a Kruger- da platina - de cor semelhante a essa),
rand da África do Sul. Em 1986, foram mais 15% de níquel ou 20 a 25% de plati-
produzidas 25,5 toneladas em moedas nos na.
países ocidentais que negociaram, no
mesmo ano, 326,6 toneladas em moedas. Quilate -
1. medida de peso para pedras precio-
Onça Troy - Medida inglesa antiga de sas, 1 quilate vale 0,2 grama; 1 grama tem
peso, equivalente a 31,10 gramas utilizada 5 quilates;
para pesar ouro. a cotação do ouro, nos 2. medida de quantidade (não de peso)
mercados importantes, Nova York e Lon- de ouro numa liga, jóia, barra, etc. Uma
dres, é dada em dólares ou libras por onça barra de ouro puro tem 24 quilates de ouro,
troy. Troy é um sistema de peso derivado uma jóia ou barra de 14 quilates de ouro e
do sistema derivado do avoirdupois, tam- o restante de outros metais (cobre, paládio,
bém inglês, criado no século XVIII para rata, etc...),, assim, o ouro 14 quilate tem
evitar burlas e abusos nas vendas de mer- 4/24 partes de ouro, ou 58,33% de ouro,
cadorias, basicamente alimentos. Nesse
sistema, uma libra tem 453,50 gramas, e é Ouro de aluvião - Ouro contido nos
dividida em 16 onças (cada onça eqüivale a cascalhos, areia e argila que se formam
pouco mais de 28 gramas). o sistema Troy nas margens e foz do rios, conseqüência
provavelmente derivado da cidade de da erosão.
Troyes, na região francesa de champagne,
onde se realizavam feiras periodicamente, Ouro reciclado - Ouro recuperado a
a libra tem 373,24 gramas e é dividida em partir de jóias e outros produtos, inclusive
12 onças (daí o nome onça troy); a onça industriais (segundo a corretora OURIN-
troy é subdividida em 480 grãos (cada grão VEST, os resíduos de ouro, como também
tem 0,06479 grama). O sistema troy foi é chamado o ouro reciclado, não abrangem
sempre utilizado para pesar ouro e prata, o resíduo regular da produção porque a re-
além de remédios, saí também ser chama- ciclagem deste material não constitui au-
do sistema apotecário. A onça troy é as mento da oferta de ouro que chega ao
vezes chamada onça fina (fine ounce em mercado.
ínglês).
Sino - Sistema Nacional do Ouro, ope-
Ouro - Provavelmente o primeiro metal rado pela Central de Custódia e de Liqui-
puro que o homem descobriu, encontra-se dação Financeira de Títulos (CETIP), apoi-
espelhado em toda a costa terrestre e na a ada pela Associação Nacional das Institui-
água dos oceanos, numa baixíssima con- ções do Mercado Aberto (ANDIMA), pelo
centração média - 5 gramas em 1000 to- qual uma rede de teleprocessamento cen-
neladas - e mais baixa ainda nas águas traliza todas as formas de negociação de
dos oceanos, que se estima conter bilhões ouro. Do sistema fazem parte bancos de-
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positários e intermediários (bancos, corre- interesse que despertam no mercado se-


tores). gundo a interação da oferta e da procura. U
câmbio livre é também chamado de flu-
Spot - Mercado spot nas bolsas de va- tuante ou errático. As flutuações da taxa
lores e de mercadorias é o ouro que pode cambial apresentam uma série de riscos,
ser entreg.ue, geralmente 24 horas depois pois o mercado de divisas passa a sofrer
de comprado nos pregões dessas entida- variações determinadas também por fato-
des), ao preço do dia. res políticos, sociais e até psicológicos.
Quando um país sofre uma crise de liqui-
MERCADO DE CÂMBIO dez, por exemplo, o regime de câmbio livre
estimula a especulação com moeda es-
Estrutura Característica trangeira, o que eleva excessivamente sua
cotação e agrava sua escassez. Da mesma
(elementos, conceitos e
forma, os importadores passam a utilizar
operações) maior quantidade de divisas (moeda es-
trangeira) para suas compras, querendo
CÂMBIO. Operação financeira que con- evitar pagá-las mais caras com o avanço
siste em vender, trocar ou comprar valores da crise, o que agrava a crise de liquidez.
em moedas de outros países ou papéis que
representem moedas de outros países. CÂMBIO MANUAL. A simples troca físi-
Para essas operações são utilizados che- ca da moeda de um pais pela de outro. As
ques, moedas propriamente ditas ou notas operações manuais de câmbio só se fazem
bancárias, letras de câmbio, ordens de pa- em dinheiro efetivo e restringem-se aos
gamento etc. Até o século passado, a mai- viajantes e turistas. Nas transações de co-
oria das moedas tinha seu valor determi- mércio exterior ou de pais a pais, utili-
nado por certa quantia de ouro e prata que zam-se divisas sob a forma de letras de
representavam. Atualmente não há mais o câmbio, cheques, ordens de pagamento ou
lastro metálico para servir de relação no títulos de crédito.
câmbio entre as moedas, e as taxas cam-
biais são determinadas por uma conjunção CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câm-
de fatores intrínsecos ao país, principal- bio em que as taxas variam conforme a
mente a política econômica vigente. destinação do uso da moeda estrangeira.
O câmbio não possui apenas o valor te- Acaba funcionando como um tipo de sub-
órico de determinar preços comparativos sídio para a compra de alguns produtos ou
entre moedas, mas a função básica de ex- como taxação na compra de outros. E
primir a relação efetiva de troca entre dife- adotado tanto para a importação quanto
rentes países. A troca de moedas é con- para a exportação, e alguns países o ado-
seqüência das transações comerciais entre tam oficialmente.
países. No Brasil, a rede bancária, liderada O Brasil não possui câmbio múltiplo,
pelo Banco do Brasil, é a intermediária nas mas certas regulamentações de natureza
transações cambiais. Os exportadores, ao cambial criam efeito semelhante. O dólar
receberem moeda estrangeira, vendem-na para a compra de petróleo, por exemplo,
aos bancos e os bancos revendem essa possui valor inferior ao do cambio oficial, m
moeda aos importadores para que paguem contrapartida, durante algum tempo a
as mercadorias compradas. Essas transa- taxação de 25% de IOF (imposto sobre
ções são sempre reguladas pelo governo, Operações Financeiras) na compra. de dó-
que fixa os preços de compra e venda das lares por turistas brasileiros que viajavam
moedas estrangeiras. ao exterior criou um dólar mais caro. Estão
no mesmo caso a taxação variável dos
CAMBIO LIVRE. Regime de operações produtos de importação (com alíquotas
do mercado de divisas sem interferência maiores para os chamados supérfluos e o
das autoridades monetárias. A liberação da confisco cambial incidente sobre produtos
taxa cambial faz com que o valor das moe- de exportação (como o café).
das estrangeiras flutue de acordo com o
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CÂMBIO MODALIDADES Taxa de Repasse e Taxa de


Cobertura
Neste capítulo, apresentaremos vários
exemplos práticos de operações cambiais. Taxa de repasse é aquela pela qual o
Banco Central do Brasil adquire a moeda
Consideraremos que essas operações estrangeira dos bancos comerciais.
se realizem em um mercado cambial total-
mente livre, isto é, onde inexistam quais- Taxa de cobertura é aquela pela qual o
quer tipos de controles de câmbio. (1) Banco Central do Brasil vende moeda es-
Advertimos o leitor que algumas das trangeira aos bancos comerciais.
operações tratadas neste capítulo poderão
não ser permitidas no Brasil, em virtude de Taxas Cruzadas (Cross-Rates)
dispositivos cambiais vigentes.
Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teó-
Os negócios cambiais realizados pelos ricas resultantes da comparação das res-
bancos podem ser efetuados com seus cli- pectivas cotações de duas moedas, cota-
entes não-bancários (empresas, particula- ções essas expressas em uma terceira
res etc.) como também com outros bancos moeda (o dólar americano, por exemplo).
(operações interbancárias).
Digamos que, no mercado cambial nor-
Tais operações poderão referir-se a ope- te-americano, o franco suíço esteja cotado
rações "prontas", operações "futuras", ope- a US$ 0,231, enquanto o marco alemão
rações de swaps, hedging etc. está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se es-
ses valores, um pelo outro, vamos obter as
As transações "interbancárias" normal- seguintes taxas cruzadas.-
mente são efetuadas por telex ou telefone, franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM
diretamente entre os bancos ou, conforme 0,84
a legislação cambial do país, com a inter- marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr.
venção de corretores. 1,19

A rapidez é fator primordial na condução Quando as transações cambiais são li-


dessas operações os negócios são con- vres, essas taxas cruzadas não deverão
sumados dizendo-se simplesmente "feito" a diferir sensivelmente da cotação do franco
uma proposta.. Uma proposta de operação suíço em Frankfurt ou da cotação do marco
devera ser imediatamente respondida ela alemão em Zurich.
outra parte, aceitando-a ou recusando-a.
Uma demora na resposta poderá fazer que Taxas Livres e Taxas Oficiais
a outra parte se recuse a fechar o negocio
nas condições estabelecidas inicialmente. Taxas livres são aquelas provenientes
Este aspecto é de particular importância no das condições de oferta e procura de divi-
caso de cotações cambiais, as quais, em sas em um mercado livre de câmbio, admi-
um mercado livre de câmbio, poderão tindo-se, contudo, a possibilidade de uma
modificar-se rapidamente, de acordo com intervenção das autoridades monetárias,
as condições de mercado. mediante operações de compra e venda de
divisas, com o objetivo de evitar variações
TIPOS DE TAXAS CAMBIAIS excessivas das taxas.

Ao examinarmos o funcionamento do Taxas oficiais são as determinadas pelas


mercado cambial, fizemos menção a dois autoridades monetárias, não resultando,
tipos de taxas de compra e de venda. To- assim, do livre entrechoque das condições
davia, outros tipos de taxas existem, con- de oferta e procura, embora estas possam,
forme verificaremos a seguir. em grande parte, influenciar o pensamento

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das autoridades monetárias na ponto, não havendo, pois, um consenso


determinação do nível das taxas oficiais. geral. A verdade é que ambos os sistemas
apresentam méritos e deficiências, deven-
Taxas Prontas e Taxas Futuras do ser aplicados conforme a situação eco-
nômica de cada país.
Taxas prontas são aquelas aplicadas em
operações de compra e venda de moeda Níveis de Preços e Taxas Cambiais
estrangeira, onde ela é entregue dentro do
razão de até dois dias úteis, contados da O desaparecimento do padrão-ouro e as
ata da negociação. distorções provocadas pela inflação na
maioria dos países após a 1ª Guerra
Taxas futuras referem-se a transações Mundial, destruíram completamente o
de compra e venda de moeda estrangeira, sistema de paridades estáveis entre as
onde a entrega dessa moeda e o seu pag- várias moedas, sistema que vinha
amento somente ocorrerão após o período funcionando até então.
de tempo concordado entre as partes.
Uma vez terminado o conflito, surgiu a
Taxas Fixas e Taxas Variáveis preocupação , entre os diversos países, do
estabelecimento de novos tipos de câmbio,
Taxas fixas são aquelas mantidas inva- uma vez que os anteriores haviam perdido
riáveis em um determinado nível, seja por o seu significado.
determinação governamental
(congelamento da taxa), seja por opera- Em 1919, um economista sueco, Gustav
ções de compra e venda de divisas por Cassel, procura determinar os níveis em
parte das autoridades governamentais que se deveriam fixar as novas paridades,
sempre que as cotações de mercado se desenvolvendo uma nova teoria, que rece-
desviarem das taxas determinadas pelo beu o nome de Teoria da Paridade do Po-
governo. A taxa fixa poderá coincidir ou der de Compra. Com essa Teoria, procurou
não com o par metálico. Uma pequena va- ele demonstrar que a política comercial e
riante das taxas fixas seria a taxa estável, monetária internas exercem influência
onde é permitida às taxas de câmbio uma sobre a taxa cambial, pensamento esse
certa variação, dentro de pequenos limites. contrário ao que vigorava na época, de que
As autoridades monetárias não intervêm os fenômenos cambiais eram diversos cios
no mercado, a não ser quando é atingido o fenômenos monetários e creditícios inter-
limite mínimo ou máximo. nos.
As taxas variáveis, como o próprio nome
está dizendo, são aquelas que variam. Sendo o valor da moeda representado
Podem ser flexíveis, quando as paridades pelo seu poder aquisitivo (Capítulo 1, item
monetárias são reajustadas gradualmente, 1.5), a compra de moeda estrangeira nada
dentro de pequenos intervalos de tempo. E mais seria, então, do que a troca de poder
o sistema denominado crawlingpeg. Existe, aquisitivo nacional por poder aquisitivo es-
também, uma outra taxa variável, que é trangeiro.
conhecida por taxa flutuante. Neste caso,
não existem paridades monetárias e as ta- Desse modo, o novo tipo de câmbio
xas cambiais flutuam livremente, embora deve refletir as modificações relativas dos
possam estar sujeitas a sofrer intervenções preços em dois países considerados.
a parte das autoridades monetárias, em
caso de autuações exageradas. A Fórmula de Correção da Taxa
Cambial
Não é possível dizer-se qual dos dois
sistemas taxas fixas ou taxas variáveis) Diz Cassel que, "quando duas moedas
apresenta maiores vantagens ou desvan- são submetidas a um processo de inflação,
tagens. Os economistas que se têm dedi- o tipo de câmbio normal é igual ao tipo an-
cado à matéria divergem bastante nesse
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tigo, multiplicado pelo quociente do grau de


inflação em cada país". T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00
50
Essa afirmativa pode ser consubstanci-
ada na fórmula seguinte: Portanto, o novo valor da £ seria igual a
US$ 8,00.
Ta,b = t0 Pn .
Pn Aspectos Negativos da Teoria

onde: As críticas sofridas pela Teoria da Pari-


dade do Poder de Compra podem ser
T0 = = taxa cambial em um período de agrupadas em dois itens:
base;
a = unidade monetária do país I (país a) críticas quanto à possibilidade de
que dá o certo); aplicação da formula de correção;
b = unidade monetária do país II (país b) críticas quanto à validade científica da
que dá o incerto); teoria.
PII = nível geral de preços do país II;
PI = nível geral de preços do país I; No tocante à possibilidade de aplicação
Ta,b = valor da moeda "a" em termos da da fórmula, vários autores referem-se às
moeda "b". dificuldades na escolha do índice que de-
veria representar o nível geral de preços,
Exemplos: porquanto vários são os índices existentes
(preços no atacado, varejo, custo de vida,
1) consideremos dois países, digamos, de mercadorias destinadas ao comércio
Estados Unidos e Inglaterra. Em uma épo- exterior etc.). O cálculo desses índices, por
ca qualquer, que será tomada como o perí- sua vez, não obstante os progressos da
odo de base, o nível geral dos preços nos Estatística Econômica, ainda está sujeito a
dois países será igual a 100; a taxa cambial falhas e critérios de ponderação diversos.
no mercado americano seria, digamos, a
seguinte: Isso significa dizer que não se possui
£ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que uma medida segura do poder aquisitivo de
em um período seguinte, o nível geral de uma moeda no próprio país, fato que
de preços"os Estados Unidos eleve-se para poderá provocar serias distorções quando
enquanto na Inglaterra continua fixado em quisermos proceder a comparações entre
100. Qual deveria ser o novo valor da libra índices de países diferentes.
esterlina no mercado americano, segundo
as idéias de Cassel? No que se refere à validade científica da
teoria, uma das principais críticas é a de
Aplicando-se a fórmula, teremos: que ela considera apenas os níveis gerais
e preços, desprezando outros elementos
T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00 que afetam o volume da procura, tais
100 como: rendimentos, motivos psicológicos
etc.
Portanto, o novo valor da libra esterlina
no mercado americano seria igual a US$ Há possibilidade de variações do volume
4,00; de produção em um e outro pais sem que
ocorram alterações de preços. Por exem-
2) suponhamos agora que o nível geral plo: se no período considerado, a expansão
de preços nos Estados Unidos seja igual a da atividade econômica em um dos países
200, enquanto na Inglaterra diminua para for sensivelmente maior do que em outro,
50. Considerando-se a mesma taxa cam- em relação ao ano de base o incremento
bial do período de base e aplicando a fór- de importação no primeiro país e de
mula, teremos: exportação no segundo país pode afetar a
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taxa cambial entre as duas moedas, sem não poderão sobreviver, face à concorrên-
afetar o nível de preços no país cujo volu- cia do produto estrangeiro.
me de produção e de emprego crescem.
Um exemplo típico da validade das idéi-
Motivos psicológicos, tais como instabili- as de Cassel nos é dado pela situação
dade política, ameaça de revoltas, maior ou brasileira. Por ocasião da entrada do Brasil
menor confiança na política econômico-- para o Fundo Monetário Internacional, em
financeira do governo podem provocar au- 1948, a paridade do cruzeiro em relação ao
mento na procura de moeda estrangeira, o dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros antigos)
que implicará aumento na taxa cambial, por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no
sem necessidade obrigatória de influência Brasil infinitamente maior do que nos Esta-
sobre o nível geral de preços. dos Unidos, é fácil perceber-se que o preço
do dólar teria, forçosamente, de acompa-
Outra crítica é a de que a teoria de nhar a elevação dos preços em geral em
Cassel está baseada na idéia, nosso país, muito embora as autoridades
excessivamente simplificada, de que o monetárias procurassem, no passado, sem
comércio internacional e a única fonte de resultado, conter essa elevação, mediante
pagamentos internacionais. Isso significaria congelamento das taxas.
reduzir-se a balança de pagamentos a uma
balança comercial, sem levar-se em Pelo exposto, podemos concluir que a
consideração os movimentos de capitais, Teoria de Cassel é válida, dentro de certas
os quais influem sobre a taxa cambial. Uma limitações, evidentemente, devendo, po-
entrada de capitais, por exemplo, aumenta rém, a sua fórmula de correção ser consi-
a oferta de divisas estrangeiras e contribui derada apenas como guia para a determi-
para diminuir a taxa cambial. nação dos tipos de câmbio, porquanto,
embora no caso de inflação constante a
Finalmente, a última crítica é a de que a tendência da taxa cambial seja de eleva-
Teoria revela-se completamente inútil em ção, ela não ocorre de maneira contínua,
situações onde ocorram controles de câm- estando sujeita a variações sazonais, ou
bio. seja, a altos e baixos, de acordo com o es-
quema seguinte:
Aspectos Positivos da Teoria

Todavia, deve ser levado em conta que


a Teoria da Paridade do Poder de Compra
foi desenvolvida logo após a 1ª Grande
Guerra, quando as altas de preços foram
consideráveis e as principais responsáveis
pela instabilidade monetária internacional.

Aliás, é interessante mencionar que, não


obstante as críticas apontadas, inúmeros
economistas são concordes em afirmar que
as variações dos níveis de preços
constituem o fator mais importante na de-
terminação da taxa cambial. Em casos de
Desvalorizações Cambiais e Balança
inflação generailizada, pode-se comprovar
Comercial
a vã idade das idéias de Cassel. Assim, se
os preços internos elevarem-se em virtude
da inflação e se a taxa cambial permanecer As desvalorizações cambiais têm sido
congelada, chegará um momento em que utilizadas por vários países, em épocas di-
as exportações não mais poderão realizar- versas, como uma tentativa de corrigir défi-
se, em virtude dos preços insuficientes em cits em suas balanças comerciais
moeda nacional, e as indústrias nacionais
52
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Consideremos que o valor do dólar nor- Na realidade, porém, esse resultado de-
te-americano seja de CR$ 1.000,00. Cha- penderá de como as procuras de exportá-
memos de "A" ao conjunto de mercadorias veis e importáveis reagirão às variações de
que são importadas pelo Brasil do restante preços. Poderá ocorrer que uma desvalo-
o mundo e "B" ao conjunto de mercadorias rização agrave ainda mais o déficit da ba-
que exportamos para os diversos países. lança comercial, conforme veremos.

Admitamos que todas essas transações Suponhamos que os preços (em dóla-
sejam conduzidas unicamente em dólares res) dos exportáveis diminuam. Como já
norte-americanos (que é o que pratica- dissemos, as quantidades exportadas po-
mente ocorre na realidade). derão aumentar. Porém, a menos que a
variação da receita cambial resultante do
Finalmente, suponhamos, ainda, que o aumento das quantidades exportadas seja
rego, tanto de uma unidade de "A" como igual ou maior do que a variação negativa
"B", seja igual a US$ 1,00 representada pela diminuição dos preços
dos exportáveis, a receita cambial decres-
Teríamos, então: cerá. este caso, os dispêndios com divisas
na importação terão de diminuir subs-
US$ CR$ tancialmente para compensar a diminuição
preço de A.........................1,00 da receita de divisas provenientes da ex-
1.000,00 portação.
preço de B ........................1,00
1.000,00 A Elasticidade-Preço

Vamos supor agora, que o governo ceda As variações nas quantidades exporta-
a uma desvalorização cambial (ou seja, das e importadas dependem de uma série
desvalorize o cruzeiro real em relação ao de fatores. Um deles, talvez o mais im-
dólar). Com isso o valor do dólar se elevará portante, vem a ser a chamada elastícida-
em, digamos, 50%. de-preço da procura de exportáveis ou im-
portáveis. Em poucas palavras, vem a ser a
A nova situação será a seguinte: resposta da procura a uma variação no
preço dos produtos.

US$ CR$ Há várias maneiras, algumas mais sofis-


preço de A.........................1,00 ticadas, outras menos, de se calcular a
1.500,00 elasticidade-preço. O que importa, porém,
preço de B ........................1,00 para o leitor, é entender o seu funciona-
1.500,00 mento.

Observa-se que as importações custarão Consideremos que o preço de um pro-


mais cruzeiros reais para o importador duto aumente (ou diminua), digamos, 10%.
brasileiro e que, por outro lado, os exporta- Se as quantidades procuradas diminuírem
dores brasileiros receberão mais cruzeiros (ou aumentarem) em 10%, diremos que a
reais pelas suas exportações. Isto poderá procura possui elasticidade unítária. Se
levar os exportadores a diminuir o preço de as quantidades procuradas diminuírem (ou
seus produtos em dólares, com o objetivo aumentarem) em mais de 10%, diz-se que
de exportar maiores quantidades. a procura é elástica. Se, porém, as quan-
tidades procuradas diminuírem (ou au-
Em princípio, tal situação poderá provo- mentarem) em menos de 10%, a procura
car uma diminuição das importações e um diz-se inelástica.
aumento das exportações, contribuindo
para a melhora da balança comercial. Vejamos como as elasticidades influem
sobre as importações. Se a procura de
importáveis for elástica, então as quanti-
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dades importadas se reduzirão em maxidesvalorização cambial. A empresa


proporão maior do que o aumento nos receberá mais cruzeiros reais por seus dó-
preços e cruzeiros), o que significará que o lares de exportação. Ela resolve, então,
dispêndio total em dólares diminuirá. diminuir o preço em dólares, com o
objietivo de vender maiores quantidades.
Examinemos agora o que ocorre com as Admitamos que o preço seja reduzido para
exportações. Uma desvalorização cambial US$ 700 e, com isso, a empresa consiga
permitira ao exportador brasileiro, como já colocar 1.200 unidades. Sua receita
vimos, receber mais cruzeiros-reais por su- cambial será de US$ 840 mil, inferior,
as exportações. Isto permitira aos nossos portanto, àquela percebida quando o preço
exportadores reduzir os preços em dólares, de seu produto era mais elevado. O mesmo
sem sacrificar suas receitas em termos de poderão ocorrer com os produtos das
cruzeiros reais. Se a procura estrangeira demais empresas exportadoras,
por nossos produtos for elástica, o au- provocando redução da receita cambial do
mento da quantidade procurada mais do país.
que compensará o menor preço em dólares
por unidade exportada, de modo que a Como resultado desse efeito combinado,
receita em dólares aumentará. iremos ter um agravamento da balança
comercial.
Combinando-se o novo dispêndio em di-
visas destinadas à importação com o au- Várias outras situações poderão ser
mento da receita de divisas provenientes consideradas, combinando-se diferentes ti-
do aumento da exportação, o resultado pos de elasticidade para as exportações e
será um saldo favorável. para as importações.
Na prática, seria muito difícil para os go-
Porém, o que acontecerá se as elastici- vernantes calcular as elasticidades-preço
dade-preço para a procura de exportáveis e da procura de todos os produtos exportá-
importáveis forem baixas, isto e, se as veis e importáveis, especialmente em paí-
procuras forem inelásticas? ses COM deficiência de estatísticas, como
é o caso do Brasil. Além do mais, as elasti-
Na importação, a quantidade poderá di- cidades podem variar com o tempo, devido
minuir, porem, em proporção bem menor a circunstâncias diversas (Mudanças de
do que o aumento ocorrido nos preços (em hábitos, alterações nos rendimentos dos
cruzeiros reais) desses produtos. Para indivíduos, surgimento de produtos substi-
complicar mais a situação, poderá ocorrer, tutos etc.).
no caso de produtos essenciais, que a pro-
cura nem diminua, apesar do aumento de Assim sendo, os governantes partem do
preços. pressuposto de que tanto a procura de ex-
portáveis como de importáveis são bas-
No lado das exportações, a situação tante elásticas e que uma desvalorização
será pior ainda. A procura de nossos pro- cambial, aumentando os preços dos artigos
dutos poderá aumentar, porém, numa pro- importáveis e permitindo uma redução nos
porção menor do que a queda ocorrida nos preços dos produtos exportáveis, proporci-
preços: Resultado a receita de exportação onara uma redução nas despesas totais
diminuirá. com a importação e um aumento nas re-
ceitas totais da exportação. Nada, porém,
Um pequeno exemplo numérico permiti- poderá garantir a priori que isto ocorrerá.
ra melhor compreensão do assunto.
Contrato de Câmbio e Financi-
Suponhamos que, ao preço de US$ amentos à Exportação e à
1.000, uma empresa exporte 1.000 unida-
Importação
des de uma mercadoria. Sua receita cam-
bial será, portanto, de US$ 1 milhão. Con-
DEFINIÇÃO
sideremos, agora, que tenha havido uma
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Aliás, os formulários de contrato de


Define-se o Contrato de Câmbio como câmbio adotados em obediência à
instrumento especial firmado entre o ven- Instrução nº 260, de 23.12.63, da extinta
dedor e o comprador de moedas estrangei- SUMOC, contêm declaração de que os
ras, no qual se mencionam as característi- contratantes têm pleno conhecimento do
cas completas das operações de câmbio e artigo 23, da Lei 4.131, de 03.09.62,
as condições sob as quais se realizam. declaração assinada pelo cliente do banco
e visada por este.
Na técnica bancária, o ajuste que se fir-
ma para a aquisição de dinheiro estrangei- A formalização das operações de câm-
ro ou para a venda dele, diz-se mais pro- bio, a partir de 10 de janeiro de 1977
priamente OPERAÇÃO DE CAMBIO, aliás, (contratação, alteração, cancelamento ou
o objetivo que se efetiva pelo contrato. baixa) passou a ser promovida com utiliza-
ção, exclusivamente, dos formulários de
Podemos dizer, pois, que o Contrato de contratos correspondentes aos modelos BC
Câmbio é um instrumento especial através 0203408 (TIPO 01), BC 0203416 (TIPO
do qual se formalizam as transações em 02), BC 0203424 (TIPO 03), BC 02032
moedas estrangeiras. (TIPO 04), BC 0203440 (TIPO 05), BC
203459 (TIPO 06), BC 0203467 (TIPO 07)
PREENCHIMENTO BC 0203475 (TIPO 08), BC 0263483 (TIPO
09) e BC 0203491 (TIPO 10), instituídos
Existe um "Manual de Preenchimento e pelo Comunicado GECAM nº 333, de
Utilização de Formulários de Contratos de 1.11.76 (V. Circular GECAM 312).
Câmbio (ENOC) ", mas, conforme Previsto
na letra "f", do item 2, do referido Manual, De grande importância para a espécie, é
em se apresentando dúvidas deverá o pre- o conhecimento do texto integral da Lei
enchimento do contrato de câmbio ser feito 4.131, de 03.09.62, supra citada, que
sob a orientação do Setor de Controle "Disciplina a aplicação do capital estrangei-
Cambial da Praça. (C. Circ. GECAM 312, ro e as remessas de valores para o exteri-
do BC). or, especialmente no que trata das
"Disposições Cambiais", donde destaca-
Apesar da obrigação normal do corretor mos o disposto no art. 23 e seus parágra-
em auxiliar no preenchimento do Contrato, fos.
é oportuno que o exportador disponha de
um roteiro, a fim de minimizar a perda de CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EX-
tempo. PORTAÇÃO

Embora, na prática, não se dê a impor- Em nosso País não é permitido o manu-


tância devida, o preenchimento incorreto seio das divisas resultantes das. operações
dos formulários poderá ocasionar seja de- comerciais com o exterior. Assim, sempre
terminada a exclusão do contrato da posi- que se realiza uma exportação, deve-se
ção cambial do estabelecimento, sem pre- ter, com antecedência, contratada a venda
juízo das sanções legais eventualmente das moedas estrangeiras. Isso se faz obri-
cabíveis. gatoriamente através de um corretor devi-
damente autorizado, que, intervindo na
Face ao disposto no art. 23, da Lei operação, a confirmara e responderá, pe-
4.131, de 3.9.62, é de se ressaltar a abso- rante o Banco negociador, pela legitimida-
luta importância da colaboração da rede de do cliente e abonará a sua firma.
bancária autorizada a operar em câmbio e
das sociedades corretores de câmbio, no Assim, o câmbio de exportação deverá
sentido do adequado emprego dos formu- ser, em regra, contratado previamente à
lários de contrato e do completo e correto emissão, pela Carteira de Comércio Exteri-
preenchimento de todos os seus campos. or do Banco do Brasil S.A. ou pelo Banco

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Central, da respectiva guia que ampare o nanciamento, as garantias e as condições


embarque da mercadoria. de compra e venda.

Excetuam-se, porém: Dão os bancos maior ênfase às COM-


PRAS PRONTAS ou com REDUZIDO
a) a exportação de bens de capital e de PRAZO DE ENTREGA e às vendas a pra-
consumo durável, bem como a venda de zo - respeitados os limites para estas - com
estudos e projetos técnico-econômicos e vista à obtenção de disponibilidades exter-
de engenharia destinados a empreendi- nas em níveis adequados às suas necessi-
mentos no exterior, contratadas para pa- dades.
gamento a prazo superior a 180 dias;
b) as exportações em consignação; Observação: Prescindem de Instrumento
c) outros casos especiais de exportação individual de contrato de câmbio as se-
sujeitos a normas cambiais próprias. guintes operações:

A contratação do câmbio de exportação I - DE CAMBIO MANUAL As operações:


poderá ser efetuada com antecedência de
até 180 dias em relação ao embarque da a) de compras de moeda em espécie ou
mercadoria, ressalvados os casos de pro- "traveller's checks",
dutos sujeitos a características especiais b) de vendas de moedas em espécie ou
de comercialização em que o Banco Cen- "traveller's checks".
tral estabeleça prazo diferente do referido
limite e as operações concernentes a pa- II - FINANCEIRAS:
gamento antecipado de exportação.
a) de compras de ordens de pagamento
Entretanto, somente deverá vender do exterior, desde que o valor de cada uma
câmbio para liquidação futura o exportador delas não seja superior a US$ 1.000 ou
que tenha a real possibilidade de entregar equivalente;
ao banco comprador a moeda estrangeira, b) vendas relativas a remessas pessoais
ou os documentos relativos à exportação, de até US$ 300 ou equivalente;
até a data aprazada para esse fim, no res- c) vendas referentes a transferências de
pectivo contrato de cambio. até US$ 1.000, ou equivalente, destinadas
a despesas de viagem.
Os contratos de câmbio relativos à ex-
portação de produtos sujeitos a prévio Subordina-se a visto ou autorização pré-
exame de preços e controle de quantidade via do Banco Central do Brasil a contrata-
pela CACEX, deverão conter anotação do ção de câmbio referente, entre outras, a:
registro de venda naquela Carteira de Co- - compra e venda de moeda em espécie
mercio Exterior e a validade do registro ou "traveller's checks" e operações fi-
como seque: "Registro de Venda nº ........ nanceiras (há algumas isenções);
da CACEX (praça), válido até (data)." - compras de exportação de café, cujas
respectivas declarações de vendas conte-
Cumprirá ao Banco comprador do nham essa determinação;
câmbio averbar no verso do original do - alterações, prorrogações, baixas e
Registro de Venda o número, a data, valor cancelamentos de compras de exportação
em moeda estrangeira e vencimento do (inclusive café);
contrato de câmbio aplicado. - com -rã de livros, jornais, revistas e
publicações similares, de valor superior a
Observadas as cautelas pró rias para US$ 300 efetuada por particulares ou enti-
cada negócio, com especial cujo para as dades jurídicas, não ligadas ao comércio li-
operações financiadas, consideram os vreiro.
bancos contratantes os seguintes elemen-
tos na contratação: o cliente. a moeda, a PRAZOS
taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o fi-
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Das Letras e/ou Documentos de Ex-


portação: A remessa ao exterior, de documentos
de exportação, será processada, em regra,
O prazo das letras e/ou documentos de através de banco que tenha contratado
exportação não deve exceder a 180 dias, câmbio correspondente à exportação, ob-
contados da data do embarque da merca- servado que os documentos deverão ser
doria, exceto se previamente autorizado encaminhados ao exterior no menor prazo
prazo maior pelo Banco Central do Brasil possível, depois de devidamente examina-
ou no caso de exportações pagáveis a pra- dos e conferidos pelo banco remetente,
zo superior e objeto de normas cambiais atentando-se sempre para a conveniência
especificas. da sua recepção, pelo banqueiro no exteri-
or, antes da cada da mercadoria.
De Entrega dos Documentos Referen-
tes à Exportação: A remessa ao exterior dos documentos
referentes à exportação poderá, também,
Os documentos referentes à exportação ser efetuada diretamente pelo exportador,
devem ser entregues pelo exportador a nos casos em que - inexistindo de tal pro-
banco com o qual tenha negociado câmbio cedimento qualquer inconveniente para o
correspondente à transação, até a data es- normal pagamento da exportação no exte-
tipulada para esse fim no respectivo con- rior - seja essa forma convencionada entre
trato de câmbio e, respeitada esta, até o as partes. Será indispensável, porém, que
10o. dia útil seguinte ao do embarque da de tal fato se faça constar cláusula expres-
mercadoria. sa no contrato de câmbio.

O prazo previsto para entrega dos do- De Liquidação do Contrato de Câmbio


cumentos referentes à exportação com de Exportação:
câmbio contratado não deverá exceder a
180 dias da data do fechamento do câmbio, Os prazos dos contratos de câmbio, ce-
exceto em se tratando de exportação com lebrados entre os bancos e seus clientes,
pagamento antecipado e nos casos de obedecerão ao seguinte regime geral:
produção sujeitos a características especi-
ais de comercialização em que o Banco
Central estabeleça prazo diferente.

Nas operações de câmbio referentes a COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍ-


exportações e café, o prazo revisto para VEIS:
entrega dos documentos não deverá exce-
der a 10 dias úteis após o término da época a) Exportação:
estabelecida para embarque na respectiva
declaração de venda. 1. Liquidação pronta: o prazo se estende
até o segundo dia útil após a data da con-
Esgotado o prazo pactuado no contrato tratação do câmbio.
de câmbio para a entrega dos documentos, 2. Liquidação futura: a fixação do prazo
sem que esta se efetive e sem que ocorra a deve ser feita tendo-se em conta a data
correspondente prorrogação, deverá ser o prevista para a entrega da moeda estran-
contrato cancelado ou baixado, no máximo, geira, como segue:
nos 20 dias seguintes ao vencimento do
referido prazo. I - nos casos em que a liquidação de
câmbio deva processar-se contra a entrega
REMESSAS da moeda estrangeira, mediante crédito em
conta no exterior (item I da Res. Nº 391), o
De Remessa ao Exterior dos Docu- prazo de liquidarão do contrato será deter-
mentos Referentes à Exportação: minado adicionando-se ao prazo de entre-
ga, dos documentos o prazo das letras ou
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dos documentou de exportação e o período


de trânsito, de até 30 dias corridos, relativo Dos elementos constantes dos contratos
a remessa dos documentos, e/ou à de câmbio de exportação, não são suscetí-
recepção do aviso de pagamento ou de veis de alteração as partes intervenientes
crédito o valor da exportação, no exterior; como comprador e vendedor, bem como os
II - nas operações lastreadas em cartas relativos ao valor em moeda estrangeira,
de crédito (exportações à vista ou a prazo), valor em moeda nacional, a taxa cambial
o vencimento do prazo para a liquidação do aplicada e outras mercadorias para café.
contrato de câmbio não poderá exceder de
5 dias úteis o vencimento do prazo previsto A alteração dos demais elementos inte-
para a entrega dos documentos de embar- grantes dos contratos de câmbio de ex-
que; portação poderá ser efetuada, por mútuo
III - nos contratos de câmbio celebrados consenso das partes e desde que com
para liquidação futura, relativos a exporta- anterioridade ao respectivo embarque da
ções em que o ingresso da moeda estran- mercadoria, independentemente de prévia
geira deva ocorrer antecipadamente ao autorização do Banco Central do Brasil,
embarque da mercadoria o prazo para li- cumprindo notar, todavia, em relação ao
quidação do contrato de câmbio será de item MERCADORIA, que:
até - dias, contados da data da sua ce-
lebração. Decorrido esse prazo sem que se - será indispensável a observância, na
verifique a liquidação do contrato, deverá alteração, quando for o caso, da exigência
ser este cancelado ou baixado, no máximo referente à exportação de produtos sujeitos
até o 5o. dia útil subseqüente ao ven- a prévio exame de preços e controle de
cimento do prazo de liquidação (Com. quantidade pela CACEX;
GECAM 331, do BC). - é vedada a alteração de outras merca-
dorias para café.
b) Financeiras: Somente para entrega
pronta: Assim, poderão, por mútuo consenso
- liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. entre as partes, durante. a vigência da ope-
120, z BC) ração de câmbio, ser introduzidas altera-
- operações enquadradas na Rés. 63 e ções nos elementos que a compõem, ad-
Comunicado mitindo modificações, entre outras:

Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, - a moeda;


contados a partir da data em que as divisas - o vencimento, o prazo de entrega e o
tenham sido creditadas à conta do banco prazo das letras;
brasileiro autorizado a operar em câmbio - a modalidade de pagamento;
(C. Circ. GECAM 151 do BC). - a mercadoria;
- a natureza da operação;
Não ocorrendo a liquidação do contrato - as parcelas que compõem o preço
de câmbio no prazo avençado para tal fim, (F.O.B., FRETE E SEGURO), sem altera-
deverá ser prorrogado, cancelado ou bai- ção do valor;
xado o contrato, no máximo, nos 30 dias - o porto de embarque, o preço de regis-
seguintes ao vencimento do prazo de liqui- tro e as cotas de contribuição, etc.
dação, à exceção dos casos de prorroga
cancelamento ou baixa que dependam As alterações admitidas nos contratos de
prévia autorização do banco Central do compra de exportação poderão ser
Brasil hipótese em que o prazo de 30 dias, efetuadas, por mútuo consenso das partes
indicado, prevalecerá para apresentação e desde que com anterioridade ao respec-
do correspondente pedido ao Banco tivo embarque da mercadoria, indepen-
Central. dentemente de prévia autorização do Ban-
co Central do Brasil.
ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE
CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
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Eventuais modificações do valor da ope- - após a entrega das letras e/ou docu-
ração serão formalizadas por novo instru- mentos (desde que haja dilação do prazo
mento, a saber: para pagamento das cambiais)

- alteração para maior: mediante com- As prorrogações de compras de


plemento de compra e venda, conforme o exportação se farão mediante
caso; preenchimento e instrumento próprio, o
- alterações para menor: mediante can- qual deverá ser assinado pelo cliente, pelo
celamento parcial da operação. banco negociador do câmbio e, nos casos
de operações processadas em praça-sede
Concretizam-se as alterações mediante de Bolsas de valores em funcionamento,
preenchimento de instrumentos apropria- por firma ou sociedade corretora.
dos, que devem ser assinados pelo cliente
e pelo Banco, cabendo, também, nos casos Correlativamente. à PRORROGAÇÃO '
de operações processadas em praça sede tem-se que, em princípio, devem os, con-
de Bolsas de Valores em funcionamento, a tratos de câmbio de exportação ser cum-
interveniência e assinatura da firma ou pridos dentro dos prazos originalmente
sociedade corretora, que tenha ou não pactuados. Deve-se considerar que as
participado da operação original. prorrogações, embora admitidas, podem
ocasionar problemas vinculados à posição
Quanto às prorrogações dos prazos para de câmbio dos bancos no exterior. Isso
entrega de cambiais e/ou documentos de porque os bancos, com a finalidade de
embarque e para liquidação de contratos, evitar saldo a descoberto, em contas man-
quando esta dilação, somada ao prazo ini- tidas com seus correspondentes no exteri-
cial, ultrapassar os limites máximos admiti- or, ao contratarem operações de câmbio
dos livremente (v. item PRAZOS, acima), procuram conjugar os prazos de suas
dependem de prévia autorização do Banco compras futuras com os (Ias vendas a pra-
Central do Brasil. zo.

Se respeitados os limites do Banco É claro que havendo prorrogação da


Central, independem de autorização prévia. COMPRA, sem a correspondente prorro-
gação da VENDA, disto resultará um dese-
Porém, quando o embarque da merca- quilíbrio em sua posição original, sendo
doria, por razões comprovadamente alhei- forçado o Banco a desembolsar a moeda
as à vontade do exportador, não puder se vendida antes do recebimento da compra-
efetuar dentro do prazo máximo admitido, da e que, em havendo saldo a descoberto,
possível é, por mútuo consenso, ser pro- obrigar-se-á a pagar juros sobre os saldos
movida a prorrogação do prazo pelo estri- devedores até a Nata da regularização.
tamente necessário à efetivação do em- Remetendo, aqui, o leitor, ao item
barque e entrega dos documentos, inde- "Posição de Câmbio dos Bancos", acima,
pendentemente de autorização do Banco exemplificamos:
Central (tolerância) desde que essa prorro-
gação não exceda 30 (trinta) dias. Se um banco com rã para entrega em 90
dias US$ 800.000% e não vende essa
O vencimento de compras de exportação posição no mesmo dia, obriga-se a repas-
poderá ser prorrogado nos seguintes sar para o Banco Central o excesso,
casos: digamos, US$ 300.000,00 repasse que
poderá ser feito para entrega no mesmo
- antes da entrega das letras e/ou do- prazo, para tanto, firmando com aquela
cumentos (desde que haja dilação do prazo Autarquia um contrato de compra e venda
da entrega, ou do prazo das letras, ou de e assumindo o compromisso de, naquele
ambos simultaneamente); prazo, entregar a moeda estrangeira.

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Decorrido o prazo, se o vendedor da banco comprador de câmbio, do aviso do


moeda estrangeira ao Banco não tiver rea- banqueiro instituidor do crédito, dando
lizado a entrega da mesma, ainda que o conformidade aos documentos ou infor-
banco mantenha internamente uma posi- mando o pagamento da exportação.
ção comprada no limite superior permitido,
na realidade sua conta de depósito, junto Em se verificando o desconto no exteri-
ao banqueiro no exterior, estará a desco- or, sem direito de regresso, de cambial de
berto e sobre o saldo a descoberto de US$ exportação, deverá ser o correspondente
300.000,00 pagará juros ao banqueiro e contrato de câmbio imediatamente liquida-
terá mais o prejuízo da não aplicação no do.
mercado da diferença de US$ 500.000,00 '
não devendo ser esquecido que, além dos O contrato de câmbio de exportação po-
juros, experimenta, ainda, o banco, o ônus derá ser também liquidado mediante a en-
do imposto de renda, num percentual que trega, ao banco comprador de câmbio,
atinge a 33,34,, sobre o valor dos juros pa- de letras de exportação avalizadas ou
gos. garantidas por banqueiro de 1ª ordem,
no exterior.
Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de A liquidação do contrato de câmbio de
7.01.53, artigo 2o., § 2o., "obriga o ven- exportação ainda, verificar-se contra o
dedor a indenizar o comprador dos ônus recebimento pelo banco comprador do
advindos do atraso na entrega das cambi- câmbio, da moeda estrangeira, entre gue
ais. A essa justíssima indenização é que se em espécie ou em "traveller's checks", nos
denomina de BONIFICAÇÃO, que nada casos especiais, objeto de regulamentação
mais é do que os juros devidos pelo ven- especifica do Banco Central do Brasil, em
dedor em razão do atraso na entrega das que tal procedimento sei a admitido.
cambiais.
Portanto, em síntese, são de liquidação
LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE imediata (dentro de 2 dias úteis de seu fe-
CAMBIO DE EXPORTAÇÃO chamento) as compras e vendas de câmbio
financeiras, sendo que as compras de
A liquidação, do contrato de câmbio de exportação de mercadorias (inclusive par-
exportação será, em regra, efetuada contra cela de frete e seguro ligadas às mesmas)
o recebimento, pelo banco comprador do serão liquidadas, como norma geral, nas
câmbio, do aviso de pagamento da expor- seguintes ocasiões:
tação ou, se recebido antes, do respectivo - quando do pagamento antecipado;
aviso de crédito do valor em moeda es- - quando do recebimento da moeda es-
trangeira em conta pelo mesmo mantida no trangeira em espécie, inclusive "travellers
exterior. checks" (casos especiais definidos em re-
gulamentação especifica);
Nas exportações, à vista ou a prazo, - quando do recebimento/remessa dos
amparadas em cartas de crédito, acolhidas documentos (cambiais à vista, baseadas
para negociação (pelo banco comprador do em cartas de crédito sem discrepância, ao
câmbio), o contrato de câmbio deverá ser amparo de linhas de crédito concedidas a
liquidado quando do recebimento, pelo agencias e banqueiros no exterior, bem
banco comprador do câmbio, dos docu- como cursados dentro dos Convênios de
mentos comprobatórios da exportação, Créditos Recíprocos e Convênios Bilaterais
desde que não apresentem qualquer dis- de Pagamentos);
crepância quanto às condições estabeleci- - quando do vencimento da cambial
das na carta de crédito, Em se verificando (cambiais a prazo, com aval bancário, den-
qualquer discrepância. nos documentos, tro dos Convênios de Créditos Recíprocos ;
não regularizada previamente à sua re- - quando do recebimento do aviso ~e
messa para o exterior, a liquidação do crédito de banqueiro de 1' ordem (símbolo
contrato de câmbio somente poderá ser 13) - (nas exportações refinanciadas pela
efetuada mediante o recebimento, pelo CACE );
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- quando do recebimento do aviso de li- A notificação de lançamento de tributos


quidação da respectiva documentação no federais incidentes sobre comércio exterior,
exterior (nos demais casos). bem como outras exigências fiscais e
administrativas a serem cumpridas pelos
SISTEMA INTEGRADO DE usuários do SISCOMEX, serão efetuadas
COMÉRCIO EXTERIOR por meio do Sistema.
(SISCOMEX)
Para efeitos de comprovação da
operação, manifestado pelo interessado, o
O Decreto no 660/92 instituiu o Sistema
SISCOMEX deverá emitir documento
Integrado de Comércio Exterior
comprobatório da exportação ou da
(SISCOMEX), que é o instrumento
importação de mercadorias.
administrativo que integra as atividades de
registro, acompanhamento e controle das
O Sistema foi implantado efetivamente a
operações de comércio exterior, mediante
partir do mês de janeiro de 1993 para o
fluxo único, computadorizado, de
despacho aduaneiro de exportação,
informações.
havendo previsão de ser utilizado no ano
de 1996 para o despacho de importação.
O SISCOMEX é administrado pela
Secretaria de Comércio Exterior, Secretaria
O despacho aduaneiro de exportação de
da Receita Federal e Banco Central do
mercadorias é processado através do
Brasil, e foi instituído com o objetivo de
SISCOMEX e disciplinado pela IN SRF no
agilizar as operações de comércio exterior
28/94. O despacho somente poderá ter
brasileiras e eliminar uma parcela
início após o registro de exportação (RE)
significativa de documentos e de
no SISCOMEX, e dentro do prazo de
formulários antes utilizados nessas
validade desse registro.
operações.
O Sistema Integrado de Comércio
As disposições contidas nos atos legais,
Exterior (SISCOMEX), administrado pela
regulamentares e administrativos que
SECEX, BACEN e Secretaria da Receita
alterem, complementem ou produzam
Federal, foi instituído pelo Decreto nº 660,
efeitos sobre a legislação de comércio
de 25/09/92, tendo entrado em vigor em
exterior, devem ser implementadas, no
04/01/93.
SISCOMEX, concomitantemente com a
entrada em vigor desses atos.
Segundo o art. 22 do aludido Decreto,
seria um instrumento administrativo para
Para todos os fins e efeitos legais, os
integrar as atividades de registro e controle
registros informatizados das operações de
das operações de comércio exterior,
exportação ou de importação no
mediante fluxo de informações único e
SISCOMEX, equivalem à Guia de
computadorizado.
Exportação, à Declaração de Exportação,
ao Documento Especial de Exportação, à
Seu principal objetivo seria o de agilizar
Guia de Importação e à Declaração de
e modernizar as operações do comércio
Importação. Os outros documentos
brasileiro, proporcionando redução de
emitidos por órgãos e entidades da
custo para todos os que operam nessa
Administração direta e indireta, com vistas
área, inclusive o setor público.
à execução de controles específicos sob
sua responsabilidade, nos termos da
Teriam acesso ao Sistema, além dos
legislação vigente, também deverão ser
três organismos envolvidos no comércio
substituídos por registros informatizados,
exterior (BACEN, SECEX e Secretaria da
mediante acesso direto ao Sistema, pelos
Receita Federal), outros agentes que
órgãos encarregados desses controles.
participam das operações (exportadores,
importadores, bancos, corretores,

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despachantes aduaneiros, transportadores As demais fases da exportação,


etc.). inclusive o despacho aduaneiro de
exportação, serão também processadas
Foram apontadas as seguintes através do SISCOMEX. Por ocasião do
vantagens: despacho, o exportador deverá apresentar
- simplificação e padronização das a competente documentação à unidade da
operações de comércio exterior, com Secretaria da Receita Federal.
redução da burocracia;
- redução de tempo para liberação das Uma vez embarcada a mercadoria, será
mercadorias importadas e para embarque fornecido ao exportador, quando solicitado,
das mercadorias a serem exportadas; o documento comprobatório da exportação.
- ampliação do número de pontos de
atendimento no País; (I) Mesmo na exportação, o
- eliminação de diversos formulários e funcionamento do Sistema ainda é um
documentos e de uma série de controles tanto deficiente.
paralelos, que seriam substituídos por um
único documento no final do processo. OPERAÇÕES COM
Para todos os efeitos legais, o registros no DERIVATIVOS
SISCOMEX eqüivaleriam à Guia de
Exportação, à Declaração de Exportação, Definição - Derivativos nada mais são do
ao Documento Especial de Exportação, à que ativos que tem o comportamento de
Guia de Importação e à Declaração de seus preços dependentes dos preços de
Importação (artigo 6º, § 1º, do Decreto nº outros ativos, estes últimos denominados
660, de 25/09/92). ativos-objeto,
O SISCOMEX seria, pois, uma espécie Assim, exemplificando, temos:
de central única de atendimento a a) o preço de uma opção de compra de
exportadores e importadores. ações 2 da Telebrás depende do
Como se vê, a idéia era muito boa. comportamento do preço (à vista) das
Todavia, dificuldades várias obrigaram ações PN da Telebrás.
nossas autoridades a optar pela sua
aplicação apenas em relação à exportação, Derivativo  opção de compra de ações
por enquanto. (I) PN da Telebrás
A inscrição do exportador no Registro de Ativo-Objeto  ações PN da Telebrás.
Exportadores e Importadores é efetuada de
qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. b) o preço de um contrato futuro de dólar
depende o comportamento do preço (à
Todas as operações de exportação vista) do dólar, ou mais precisamente, a
devem ser registradas no Registro de taxa de câmbio praticada pelo mercado.
Exportação (RE). Essa providência deve
ser tomada previamente à declaração para Derivativo  contrato futuro de Dólar
despacho aduaneiro e ao embarque da
mercadoria. O próprio Sistema indicará ao Ativo-Objeto  Dólar
exportador, se for o caso, a necessidade de Conforme será visto mais adiante, ao se
anuência prévia de outro órgão comprar ou vender um contrato de quais-
governamental. quer dessas "famílias" de derivativos, não
se está adquirindo, de pronto, qualquer ati-
Esse RE é o conjunto de informações de vo físico, mas sim, na maior parte das ve-
natureza comercial, financeira, cambial e zes, o direito de adquirir determinados ati-
fiscal que caracterizam a operação de vos em determinado momento no futuro,
exportação de uma mercadoria e definem o mediante o pagamento de um preço, tam-
seu enquadramento.

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bém determinado desde o momento da que ele fica protegido das conseqüências
compra ou venda do contrato derivativo. de um cenário desfavorável (preços
subirem quando ele está vendido, por
Instituições exemplo). Em compensação, se o cenário
fosse favorável a posição mantida do
No Brasil, este mercado é realizado investidor, ele já não poderia mais se
através de duas bolsas: beneficiar dessa situação porque tem a
• a Bolsa de Mercadorias e Futuros obrigação de liquidar a operação ao preço
(BM&F) previamente definido . Ou seja, para esse
• bolsa Brasileira de Futuros (BBF); investidor qualquer que seja a evolução
futura do cenário econômico, o seu resul-
Os agentes econômicos ao participarem tado não será afetado, pois já foi previa-
deste mercado podem fazê-lo sob dois mente "travado".
enfoques, o de hedger ou o de especula- Portanto, contratos futuros nada mais
dor. são do que acordos de compra e venda
futuras, estabelecidas entre duas partes,
O hedger é o agente que assume uma onde são especificados o bem a ser com-
posição no mercado de futuros contrária à prado / ou vendido, a data da liquidação fi-
posição assumida no mercado à vista. Ele, nanceira e entrega física e a quantidade do
certamente, tem algum tipo de vínculo com bem negociada.
a mercadoria objeto da operação. A ope- Fundamentalmente, os contratos futuros
ração de Hedge pode, filosoficamente, ser diferem do contrato a termo, pelo fato de
comparada a um seguro. terem as especificações referidas no pará-
grafo precedente padronizadas pelas bol-
O especulador, por outro lado, não tem sas onde são negociadas, não sendo de li-
neste mercado o tom pejorativo das bolsas vre arbítrio das partes.
de valores. No mercado de futuros, ele é
quem assume a posição contrária a do Exemplificando, a seguir, um contrato
hedger, dando liquidez ao mercado, assu- futuro de dólar
mindo os riscos e, evidentemente, procu- o Banco "A" compra um contrato futuro
rando realizar seus ganhos. de dólar, padronizado pela Bolsa de Mer-
cadorias e Futuros de São Paulo em US$
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS 100.000, cuja cotação no dia 28.01.98 era
de R$ 1.850/US$ 1.000. O vencimento do
DO FUNCIONAMENTO DO contrato é fevereiro de 1998.
MERCADO A TERMO O que significa isto?
Significa que ao comprar este contrato, o
Considerações iniciais Banco "A" assumiu em 28.01.98 o com-
promisso de, no primeiro dia útil de feverei-
O Professor EDUARDO FORTUNA, em ro (dia do vencimento), comprar US$
sua obra: "Mercado Financeiro - Produtos e 100.000, pagando a taxa de R$ 1.123,850
Serviços", editora QualityMark, na sua 100 para cada iote de US$1.000,00. Como
edição, à pag. 357, assim se refere ao pode se notar, isso pode ser extremamente
mercado de futuros: vantajoso caso a taxa de câmbio, neste
"Os Mercados de Futuros, a Termo e, de mesmo dia do vencimento, esteja acima de
Swaps (este último será estudado no ca- R$ 1,123850/1 US$. Ou seja, a grosso
pítulo final) são, de uma forma ou de outra, modo, está se garantindo a taxa de R$
eficazes em eliminar o risco de um investi- 1,123850/US$ para o dia do vencimento.
dor que detenha uma determinada posição Da mesma forma pode-se tornar extrema-
física. Ao usar qualquer um desses instru- mente desvantajoso, caso a taxa de câm-
mentos, o investidor fixa um valor futuro (de bio esteja abaixo dos R$ 1,123850/US$.
taxa de câmbio, de taxa de juros, de uma Neste caso, estaria se pagando mais por
ação ou de uma mercadoria). Isso significa algo que poderia estar sendo comprado por
um preço menor.
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Uma outra diferença importante dos padronizada, baseando-se nas diferentes


contratos futuros em relação aos contratos expectativas do comportamento do preço
a termo é a seguinte: existe, para os con- do ativo-objeto até o vencimento. Quando
tratos futuros, um mercado secundário ati- se está numa posição comprada de um
vo para essa promessa de compra e ven- contrato e a expectativa do preço do ativo-
da, ou seja, caso amanhã o Banco "A" objeto na data do vencimento, que é a co-
queira se livrar do compromisso (o que tação do contrato, sobe, há lucro.
comumente no mercado é chamado de Quando a expectativa de prego do ativo-
"zerar a posição" basta que entre em uma objeto no vencimento desce, há prejuízo
posição oposta à mesmo valor (no exemplo para quem comprou.
em questão, vendendo um contrato futuro O inverso ocorre para quem vendeu um
de dólar). Neste momento três coisas contrato.
podem ocorrer, que descreveremos a se-
guir, utilizando o exemplo acima. O Verdadeiro Funcionamento do
Mercado
Primeira situação.
O contrato futuro de dólar está cotado, O exemplo do item precedente, para fins
na data de vencimento, aos mesmos R$ de obter maior clareza de exposição, apre-
1.123,850/US$1.000 pagos pelo Banco "A" senta o funcionamento do mecanismo de
quando da compra. Neste caso não há lu- realização de lucros e prejuízos nos mer-
cro ou prejuízo. O Banco "A" assumiu um cados futuros de uma forma muito simplis-
compromisso e vendeu-o pelo mesmo valor ta. Na verdade, a realização de lucros ou
de compra. prejuízos não se verifica apenas na zera-
gem da posição.
Segunda situação. O que ocorre, na realidade, é um ajuste
O contrato futuro de dólar está cotado a, diário das posições com base nas cotações
por exemplo, R$ 1.124,000/US$1.000 no de fechamento (chamada preço de ajuste).
vencimento. O Banco "A" teria obtido um Se as cotações sobem, quem está com-
lucro de R$ 0,15/US$1.000, ou seja, de prado (número de contratos comprados >
0,15 x 100 = R$ 15,00 na operação número de contratos vendidos) receberá no
(1.124,000 - 1123,850 = 0,150). Para dia seguinte o seu ganho, enquanto aquele
melhor compreensão, abstraia-se do que que está vendido pagará sua perda.
efetivamente representa um contrato futuro Apresentamos, a seguir, um exemplo,
de dólar e pense nele como um ativo real, retirado do excelente livro do Professor
como, por exemplo, uma casa, um carro, OCTAVIO BESSADA (O Mercado de Futu-
etc. O que teria ocorrido é a compra, pelo ro e de Opções", Ed. Record, 30 Edição),
Banco de um ativo que estava cotado a R$ que possibilita uma melhor compreensão.
112.385,00 (US$ à 100.000 X Suponhamos que um investidor resolveu
1.123,85/1000) e a venda, posteriormente, vender um contrato futuro de dólar comer-
deste mesmo ativo por R$ 112.400,00 cial (vencimento para setembro de 1992) à
(US$ 100.000 x 1.124,000/1000). Nada cotação de Cr$ 5.232,00/US$1. Assumiu,
mais correto do que realizar um lucro de R$ desta forma, um compromisso de vender
15,00 (112.400 - 112.385). no 1º dia útil de setembro de 1992, US$
5.000,00 (esta era a padronização do con-
Terceira situação. trato daquela época) pela cotação de Cr$
Similarmente ao disposto na segunda 5.232,00/US$1 (portanto, um total de Cr$
situação, o Banco "A" realizaria um prejuízo 26.160.000,00).
caso o contrato que zerou sua posição ti- Qual era sua expectativa?
vesse sido vendido quando a cotação esti- Que a cotação estivesse abaixo deste
vesse abaixo de R$ 1.123,850/U$$1.000. patamar ao chegar o dia do vencimento ou
o dia em que resolvesse zerar sua posição
É esta a essência básica de funciona- (uma vez que há a possibilidade de com-
mento dos mercados futuros. Sempre se prar o mesmo contrato antes do venci-
está a negociar um objeto ou obrigação
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mento). Mais propriamente, considerando- Preço de ajuste: Cr$ 5.223,00 (cotação


se que no dia 93.08.92 (10 dia útil de de fechamento)
agosto, dia em que o investidor entrou no Ajuste diário: Cr$ 5.227,00 - 5.223,00 x 1
mercado) o dólar fechou à cotação de Cr$ x 9.000 = Cr$ 20.000,00 (novamente po-
4.245,000/US$1, pode-se concluir que ele sitivo, pois a cotação caiu ainda mais).
esperava uma desvalorização cambial, no
mês, abaixo de 23,25% 3) No dia 13.08.92
(=[5.232,00/4.245,00] - 1). Preço de ajuste - Cr$ 5.231,00 (cotação
De outra forma, supondo que ele saiu do de fechamento)
mercado em 14.08.92, zerando sua posiç- Ajuste diário: Cr$ 5.231,00 - 5.223,00 x 1
ão comprando um contrato (US$ 5.000,00, x 5.000 = Cr$ 40.000,00 (agora negativo,
que era a padronização naquela época) por pois a cotação subiu).
Cr$ 5.229,50/US$1, seu ganho, conforme
nosso exemplo anterior, seria de: 4) No dia 14.08.92:
Preço de saída (de zeragem de posição)
US$ 5.000 x [5.232,00 - 5.229,50) = Cr$ Cr$ 5.229,50
12.500,00. Ajuste diário: Cr$ 5.231,00 - 5.229,50 x 1
x 5.000 = 7.500,00 (positivo, pois a cotação
Na verdade, desprezando-se os custos caiu).
de corretagem (custos cobrados para reali-
zação de operações de compra e venda O caixa do investidor realmente apre-
por parte das corretoras), seria realmente senta um resultado positivo decorrente da
este o lucro da operação, porém, realizado realização da venda do contrato futuro de
por, pagamentos e recebimentos ocorridos dólar no montante de R$ 12.500,00
ao longo dos dias. As oscilações diárias, (desprezando-se os custos de corretagem).
com lucros ou prejuízos parciais da Porém, o lucro não ingressou como valor
operação, ocorrem em razão das único, recebido ao final da operação, con-
modificações as cotações diárias. Por forme simplificado anteriormente, mas sim,
exemplo, no período de 10.08.92 a como um conjunto de encaixes e desencai-
14.08.92, foram verificadas, diariamente, as xes decorrentes dos ajustes diários verifi-
seguintes cotações de fechamento (preços cados no período.
de ajuste):
Data Recebe Paga
Data Preço Ajuste Venc. Oscilação 12.08 25.000,00 -
Set2 13.08 20.000,00 -
10.08.92 5.227,0000 -0,4% 14.08 - 40.000,00
11.08.92 5.227,0000 0,0% 17.08 7.500,00 -
12.08.92 5.223,0000 -6.1% soma 52.500,00 40.000,00
13.08.92 5.231,0000 +0,2%
14.08.92 5.231,5000 0,0% De maneira semelhante funcionam os
demais mercados futuros. Cotações repre-
Assim, a cada dia, temos: sentam patamares de direitos e obrigações
futuras ' ou seja, expectativas de preços
1) No próprio dia 11.08.92 futuros de ativos, pelos quais se realizarão
Preço de ajuste: Cr$ 5.227,00 (cotação operações de compra e venda à vista na
de fechamento) data de vencimento.
Preço de entrada: Cr$ 5.232,00 Mudanças nessas expectativas
Ajuste diário: Cr$ 5.232,00 - 5.227,00 x 1 (cotações) gerarão ganhos ou perdas para
x 5.000 = Cr$ 25.000,00 (positivo, pois ele os investidores através dos ajustes diários,
estava vendido, a cotação caiu, logo o os quais permitem que o preço de eventu-
investidor recebe). ais transações a serem realizadas no ven-
cimento esteja fixo no atual nível projetado
2) No dia 12.08.92 pelo mercado. Os ajustes recebidos ou

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pagos representam a diferença entre o ao mercado na data do vencimento ou na


preço atual do contrato futuro e a cotação data da saída da posição.

MERCADO DE OPÇÕES • Futuro - contrato de R$ 100.000,00,


cotação em PU
A seguir encontra-se uma relação dos • Opções sobre Futuro em 30 dias
contratos futuros e de opções negociados -contrato de R$ 100. 000, cotação em
na BM&F ao final de 1998: PU
• Opções sobre Futuro em 9 dias -
Ouro contrato de R$ 100.000, cotação em
• Disponível Padrão (OZ1) - contrato PU.
de 250 gramas, cotação em
R$/grama Depósito Interfinanceiro de 30 dias -DI
• Opções sobre Disponível - contrato de 30 dias
de 250 gramas, cotação em • Futuro - contrato de R$ 100.000,00,
R$/grama (prêmio) cotação em PU
• Futuro - contrato de 250 gramas,
cotação em R$/grama Dólar Comercial
• Futuro cambial - contrato de 1 kg, co- • Futuro - contrato de R$ 100.000,00,
tação em pontos/grama cotação em R$/US$ 1.000
• Disponível Fracionário (OC2) - • Opções sobre Disponível - contrato
contrato de 10 gramas, cotação em de US$ 50.000, cotação em R$/US$
R$/grama 1.000.
• Disponível Fracionário (OZ3) -
contrato de o 22 gramas, cotação em Cupom Cambial - DI de 1 dia x Dólar
R$/grama. comercial
• Futuro - contrato de US$ 100.000 do
Índice Bovespa valor de face, cotação em PU.
• Futuro - contrato de R$ 0,30 por
ponto, cotação em pontos do índice C-Bond
• Opções sobre Futuro - contrato de • Futuro - contrato de US$ 100.000 do
R$ 0,30 por ponto, cotação em valor de face, cotação em PU.
pontos do índice
• Opções Flexíveis - contrato de R$
0,30 por ponto.
El-Bond
Depósito Interfinanceiro - DI 1 dia • Futuro - contrato de US$ 50.000 do
valor de face, cotação em PU.

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FRB A maioria dos contratos futuros replica o


• Futuro - contrato de US$ 50.000 do princípio básico do contrato futuro de dólar,
valor de face, cotação em PU. ou seja sua cotação representa a expecta-
tiva presente do preço futuro do ativo no
Boi Gordo vencimento, a qual muda de acordo com a
• Futuro Cambial - contrato de 330 ar- ocorrência de eventos (macroeconômicos,
robas líquidas (@), cotação em naturais) relacionados. Por exemplo, uma
pontos/@ geada afetaria o preço do contrato futuro
• Opções sobre Futuro - contrato de de café, elevando-o, pela expectativa de
330 arrobas líquidas (@), cotação em uma menor oferta na data de vencimento.
pontos/@. Menção especial deve ser feita, no entanto,
ao contrato futuro de DI (Depósitos Inter-
Bezerro bancários), o qual exemplifica bem o funci-
• Futuro Cambial - contrato de 33 ca- onamento dos contratos cotados em P.U.
beças, cotação em pontos por (Preço Unitário).
cabeça
Mercado Futuro de Taxa Média
Algodão de Depósitos Interfinanceiros; de
• Futuro Cambial - contrato de 10.000 um Dia (DI Futuro)
libra peso (ip), cotação em centavos
de ponto/lp. Obviamente, não se pode pensar aqui
na realização de uma compra e venda com
Soja entrega física de mercadoria na data de
• Futuro Cambial - contrato de 27 tone- vencimento , pois o ativo-objeto ora em tela
ladas métricas, cotação em é uma entidade abstrata. O que está se
pontos/60kg. precificando (cotando), na realidade, é a
taxa efetiva de juros (acumulação das ta-
Açúcar Cristal xas médias diárias), praticada pelas insti-
• Futuro Cambial - contrato de 270 sa- tuições financeiras em trocas de recursos
cas de 50 kg líquidos, cotação em no overnight.
pontos/saca. Operacional mente, a cotação é dada
através de um PU (Preço Unitário) que
Milho representa um valor de resgate fixo
• Futuro Cambial - contrato de 27 to- (100.000) descontado. Embute, assim, a
neladas métricas, cotação em expectativa de taxa de juros efetiva até o
pontos/60kg. vencimento.

Café Arábica Exemplo:


• Futuro Cambial - contrato de 100 sa-
cas de 60 kg líquidos, cotação em Se, em 10/12/91, os contratos, com ven-
pontos/saca cimento para janeiro/92, estivessem cota-
• Opção sobre Futuro - contrato de 100 dos a 84.031 pontos, isso significava que a
sacas de 60 kg líquidos cotação, e expectativa da acumulação das taxas diári-
pontos/saca. as praticadas no mercado interbancário de
juros, até o vencimento do contrato, era de
Café Robusta 100.000/84.031) = 1,1900 - 1 = 19%
• Futuro Cambial - contrato de 100 sa- aproximadamente).
cas de 60 kg líquidos, cotação em Transformando-se esta taxa em over,
pontos/saca considerando-se 15 dias úteis até o venci-
• Opção sobre Futuro - contrato de 100 mento, teríamos:
sacas de 60 kg líquidos, cotação em 1/15
pontos/saca. Tx over = [(1,19) - 1] x 3.000 = 35%
ao mês
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de vendido ganha com a alta na taxa de


Assim, é demonstrada a cotação nos juros, pois o P.U. cai. Logo, quem está
jornais especializados de grande esperando uma alta na taxa de juros, deve
circulação. Os futuros de DI aparecem com vender contratos futuros de DI e não
um P.U. e uma taxa over associada, para comprá-los, como no caso de dólar, ouro,
cada vencimento. É importante notar, no ou índice de bolsa.
caso, que o aplicador que está na posição

As posições em aberto são ajustadas a expectativa da taxa de juros até o


através da comparação, não entre a cota- vencimento permaneça a mesma do dia
ção de fechamento (P.1). ajuste) e a cotaç- anterior, não haja ajuste para os compra-
ão de ajuste do dia anterior, como nos dos ou vendidos.
demais casos, mas sim, entre a cotação de
fechamento (P.U. ajuste) e a cotação de Vejamos um exemplo, retirado da obra já
ajuste do dia anterior multiplicada pela taxa citada do Professor Fortuna:
média de operações de "DI - 1 dia" do dia
anterior expressa em percentual ao dia, Exemplo: Venda de DI - 1 dia futuro para
com até 4 casas decimais. proteger contra alta dos juros.
No início da operação a lógica, para os DV = Data do Vencimento: 01/10
mercados de dó ar e DI, é a mesma. O (segunda-feira)
ajuste inicial é a diferença entre o preço de DO = Data da Operação: 24109
ajuste no dia de entrada e a cotação na (segunda-feira)
qual se realizou a operação de entrada. Na DN = última data de negociação: 28/09
saída, no mercado de dólar, o ajuste final é (sexta-feira)
a diferença entre a cotação na qual se rea- DU = Dias úteis entre DO e DN: 5
lizou a operação de saída e o preço de (número de saques no overniqht)
ajuste do dia anterior. Já no mercado de DI, PU = PU negociado na BM&F em 24/09:
o ajuste final é a diferença entre a cotação 97.500
na qual se realizou a operação de saía e o TM = Taxa embutida no PU BM&F em
preço de ajuste do dia anterior, corrigido, 24/09:
conforme explicado no parágrafo [(100.000197.500)1/5 - 1 ] x 3.000
precedente. O funcionamento do mercado 15,23% ao mês.
e DI baseia-se na concepção de que, caso

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Data Saques Taxa* Tx. Embutida (1) PU** (2) PU (2) - (1) Ajuste
Over Cetip% PU BMF Ajuste BMF corrigido ajuste Acumulado
24/09 5 15,00 15,23 97.500 97.500 - -
25/09 4 15,50 15,50 97.960 97.988* 28 28
26/09 3 16,00 16,17 98.400 98.466 66 94
27/09 2 16,50 17,02 98.875 98.925 50 144
28/09 1 16,40 16,28 99.460 99.418 (42) 102
01/10 0 - - 100.000 100.004 4 106
*Variáveis de mercado
**PC = PA(1+i/3.000) = (1+15.000/3.000)
*** O ajuste é liquidado em D + 1 via cheque

Supondo que o preço por ponto de PU misso de ambas as partes com a


do DI de um dia estabelecido pela BM&F transação. O comprador da opção, a seu
fosse, na época, de R$ 1.000,00, o ganho livre arbítrio, pode ou não exercer o direito
na operação seria, ara cada contrato: adquirido através do pagamento de um
Ganho = Ajuste = acumulado x Número prêmio.
de Contrato x Valor do Ponto de PU Na obra do mestre Fortuna, já citada, o
Ganho = 106 x 1 x 1.000,00 106.000,00 autor denomina esta peculiaridade de
Resumindo os contratos futuros de DI "assimetria". A obrigação (de compra ou
(juros), temos o raciocínio é inverso aos venda) existe apenas por parte do vende-
demais mercados. Compra-se quando o dor da opção, no caso do comprador optar
entendimento é de que a taxa de juros pra- por exercer seu direito (de compra ou ven-
ticada pelo mercado irá cair e vende-se da).
quando acha que esta irá subir.
Outros Conceitos Básicos
MERCADO A TERMOS
• Comprador da opção ou titular:
Abrange as negociações realizadas nas aquele que, através do pagamento
bolsas de valores e nas bolsas de merca- de um prêmio (preço) à vista adquire
dorias (comodíties) com vencimento acer- o direito de comprar ou vender o
tado entre as partes para no mínimo cinco ativo-objeto até (ou) na data do
dias depois (em geral, 30, 60, 90 até 180 vencimento (o direito de exercer a
dias). O seu funcionamento é semelhante opção).
ao funcionamento do mercado de futuros, • Vendedor da opção ou lançador:
com as diferenças já abordadas no item aquele que cede o direito de compra
acima. ou venda ao titular, recebendo, para
tal, um prêmio à vista.
MERCADO DE OPÇÕES • Prêmio: representa o valor do direito,
ou seja, o quanto o mercado acha
Conceito de Opção estar valendo o direito futuro de
compra ou venda naquele
Opção é o direito de uma parte com determinado momento. E a cotação
prar ou vender a outra parte, até (ou em) de mercado da opção.
determinada data, uma quantidade do tí- • Preço de exercício: preço pré-
tulo objeto a um preço pré-estabelecido. determinado no qual o exercício de
Pode ser notada, a partir da definição, a opção de compra ou venda ocorrerá.
semelhança entre esse tipo de contrato de
privativo e os contratos futuros. Por esta ra- Exemplo: ao adquirir uma opção de uma
zão muitos autores consideram as opções compra, cujo preço de exercício é R$ 120,
uma evolução ou ramificação dos contratos O, estou adquirindo o direito de comprar
futuros. Vale ressaltar, entretanto, que não por R$ 120,00 o ativo-objeto da opção. O
há, como no mercado futuro, um compro- momento em que posso exercer este di-
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reito faz com que tenhamos dois tipos clás- de prêm io e R$ 90,00 ao exercer o direito,
sicos de opções: totalizando R$ 125,00, tendo adquirido um
ativo que poderia ser vendido no momento
Americanas - o exercício pode ocorrer a um valor de R$ 130,00;
até o vencimento. b) De outra forma, se o preço das ações
PN Telebrás, à vista atingisse um patamar
Européias - o exercício pode ocorrer entre R$ 90,00 e R$ 12,00, estaria o in-
somente no vencimento, não antes. vestidor diante da seguinte situação: sem
dúvida seria vantajoso exercer a opção,
Restringiremos nossos estudos às op- uma vez que estaríamos pagando R$ 90,00
ções européias, tipo das negociadas nas por algo que estaria valendo mais; no
principais bolsas brasileiras (Bovespa, entanto, esta diferença a maior não seria
BVC). suficiente para compensar o prêmio de R$
35,00 anteriormente pago.
Opções de Compra (também Exemplo:
denominada CALL) Preço à vista Telebrás PN = R$ 110,00
Lucro no exercício = 110,00 - 90,00 = R$
Dá ao comprador (titula o direito de 20,00 Valor prêmio pago = R$ 35,00
comprar o ativo-objeto na data de venci- Prejuízo = 20,00 - 35,00 = (15,00)
mento pelo preço de exercício, o qual, jun-
tamente com o ativo-objeto e vencimento, c) Por outro lado, caso o preço das
caracteriza o tipo de contrato (denominado ações Telebrás PN no mercado a vista a
série). atingisse um patamar abaixo dos R$ 90,00,
Exemplo de série de opção de compra não faria sentido exercer a opção que
(mercado acionário) em aberto em ninguém pagaria R$ 90,00 para comprar
29.01.98: algo que pudesse ser comprado por menos
à prejuízo, no caso, seria a totalidade do
Série Empresa/a Vencime Preço Cotação prêmio pago, no caso R$ 35,00. Grafi-
ção nto de Fechame camente, teríamos:
Exercíci nto
o
OTC9 TEL PN Fev/98 R$ R$ 35,00
90,00

O significado da linha acima pode ser


assim explicado: no fechamento o pregão o
último Comprador (titular) a negociar,
aceitou pagar hoje R$ 35 00 pelo direito de
compra em fev/98, na data de vencimento,
de um lote padronizado de 1.000 ações da Obviamente, para obtermos o gráfico do
Telebrás ao preço de R$ 90,00. do titular (comprador) ca operação. Seu
Desprezando-se, para fins de simplifica- lançador (vendedor) da opção basta
ção, a necessidade de carregarmos este invertemos perfil de retorno, no exemplo,
valor de R$ 35,00 até o vencimento pela ficaria assim termos o perfil de retorno
taxa de juros praticada pelo mercado, de acima, visto que ele pode ser entendido
forma a refletir o custo de oportunidade de como a contraparte composto:
desembolso presente, teríamos as seguin-
tes hipóteses:
a) preço da ação da Telebrás, à vista,
supera o valor de R$ 125,00, por exemplo,
atingindo R$ 130,00; o que se observa é
que o comprador teria auferido um lucro de
R$ 5,00, pois teria desembolsado R$ 35,00
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exerceria a opção de venda, recebendo R$


45,00 do lançador, ou seja, ganhando-se
R$ 9,00 líquidos, possibilitando um lucro de
R$ 2,00 (novamente está sendo
desprezado o custo de oportunidade do
desembolso presente do prêmio).

b) Caso as ações estivessem entre R$


38,00 e R$ 45,00, valeria a pena exercer a
opção de venda, exercício este, que, po-
rem, não geraria montante suficiente para
O lucro do titular é o prejuízo do lança-
compensar o prêmio pago, resultando pre-
dor e vice-versa.
juízo na operação.
Exemplo:
Opções de Venda (também de- Ações CEMIG ON a R$ 40,00 Lucro no
nominadas "Put") exercício = R$ 5,00 (R$ 45,00 -R$ 40,00)

Aqui, o titular da opção terá o direito, não Prejuízo = Prêmio pago - lucro = R$ 7,00
de comprar, mas de vender o ativo-objeto - R$ 5,00 = R$ 2,00.
na data do vencimento, pelo preço de
exercício pré-determinado. O lançador, C) O titular aqui não venderia por R$
caso seja exercido, terá a obrigação de 45,00 algo pelo qual o mercado estivesse
comprar o ativo-objeto pelo preço de exer- pagando mais. O prejuízo, no caso, seria a
cício, ainda que o preço a vista esteja abai- totalidade do prêmio (R$ 7,00).
xo deste valor. Como se pode perceber, a Raciocinando de maneira análoga
expectativa do titular é de que a diferença aquela utilizada nas opções de compra,
entre o preço de exercício e o preço da temos o perfil de retorno do lançador das
ação, à vista, no dia de vencimento exceda opções de venda.
o prêmio por ele pago no momento do fe- No exemplo:
chamento da operação (PE - PV > C). Isso
propiciaria que ao comprar o ativo muito
mais barato e revender ao lançador pelo
preço pre-determinado, o prêmio fosse re-
avido, com a obtenção, ainda, de um lucro.
Graficamente, para uma opção de venda
das ações ON da CEMIG com vencimento
em 20 de 1998, cotada a R$ 7,00 em
28.01.1998 e cujo preço de exercício é de
R$ 45,00, teríamos:
Para concluir este capítulo podemos re-
sumir o funcionamento do mercado de op-
ões da seguinte forma: titulares de opções
e compra tem expectativa de alta para
obtenção de lucro, enquanto lançadores
apostam na baixa, na expectativa de reten-
ção, como lucro, do prêmio originariamente
recebido.
a) Caso as ações estejam abaixo de Nas opções de venda, as expectativas
R$ 38,00, o lucro da compra e posterior são invertidas: titulares apostam na baixa
revenda será maior que R$ 45,00 - R$ do mercado, contrariamente dos lançado-
38,00 = R$ 7,00, possibilitando ao titular res, que tem expectativa de alta.
obter lucro na operação. Por exemplo, caso
o preço estivesse em R$ 36,00, se
comprariam as ações por R$ 36,00 e se
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DAS OPERAÇÕES DE SWAPS


Traduz-se a palavra swap como troca. A
melhor definição para Swaps pode ser
obtida através da denominação utilizada
pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futu-
ros) para o contrato utilizado naquela insti-
tuição para formalizar este tipo de
operação: " Contrato Geral de Troca de
Rentabilidade". Um contrato de swap nada
mais é do que um instrumento que permite
que troquemos efetivamente a indexação.
de determinado montante ativo ou passivo,
protegendo-nos contra uma eventual vari-
ação desfavorável.

Exemplificando, uma empresa A possui-


dora de um passivo em US$ com uma em- O fluxo real que ocorre é o pagamento
presa B pode, diante de um cenário ma- do principal + variação cambial para a em-
croeconômico desfavorável que implique presa B e o recebimento (ou pagamento)
em desvalorização cambial, ter sua dívida da diferença entre o principal indexado ao
atingindo patamares extremamente des- dólar e o principal indexado à taxa pré na
confortáveis. A fim de se proteger desse BM&F ou ET, Central de Custódia e Li-
tipo de risco realiza um contrato, no mesmo quidação de Títulos Privados, onde
montante do passivo existente, de Swap também são negociadas operações desse
Pré x Dólar, estando na _ponta ativa em tipo). A liquidação dos contratos de
Dólar (vendida no Swap). O que quer dizer swap dá-se pela diferença entre os mon-
isso ? tantes indexados, apurados na data do
vencimento.
Quer dizer que ela se compromete com O mercado de swaps é um mercado
a contraparte de pagar ao final do contrato onde predominam as operações entre ins-
um rendimento prefixado acrescido ao tituições financeiras, as quais ainda costu-
principal do contrato (principal este deno- mam participar, por vezes, como contra-
minado de valor nacional), recebendo em partes. de tesourarias de empresas não fi-
troca o mesmo montante indexado pela nanceiras, de modo a possibiltar a transfe-
variação cambial ocorrida no período. rência de risco.
Conjugando-se o swap com o passivo Como pode ser imaginado, dada a
existente, resulta um passivo para a em- imensa diversidade de indexadores ativos e
presa indexado à taxa pré e, portanto, imu- passivos possíveis, múltiplas também são
ne ao risco de mercado de eventuais des- as possibilidades de realização deste tipo
valorizações cambiais. Graficamente a de operação. Considerando-se a existência
compreensão é facilitada. Vejamos: de 5 indexadores principais (IGP-M, TR,
CDI, Taxa-Pré, Dólar), obteríamos um total
de 15 tipos de contratos diferentes. A título
de ilustração, os que movimentam maiores
volumes tanto na BMF como na CETIP
hoje em dia são : Taxa Préfixada x Taxa
Pós' (Variação do CDI), Taxa Pós (variação
do CDI) x Dólar (Variação Came Taxa Pré
x Dólar (Variação Cambial), a qual foi
anteriormente exemplificada.

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Finalizamos o título com um exemplo TIPOS E CARACTERÍSTICAS


numérico, retirado da obra retrocitada de
Eduardo Fortuna, o qual deverá eliminar as
AVAL BANCÁRIO
dúvidas conceituais porventura ainda exis-
tentes.
É uma obrigação, assumida por um
banco, a fim de garantir o pagamento de
Exemplo:
um título de um cliente preferencial.
Imaginemos um investidor com uma po-
sição aplicada de US$ 1 milhão, rendendo
Tipos:
6% ao ano nos próximos 30 dias e que
o aval completo / pleno / em reto - traz o
acredite que a variação do CDI, no período
nome da pessoa em favor é quem é dado;
considerado entre a compra e o resgate,
o aval em branco - não traz o nome da
será superior à variação do dólar. Ele então
pessoa sendo mera assinatura do avalista.
assumira posição "vendida" no swap de DI
contra câmbio (termo de diferencial DI x
O aval pode ser completo (quando o
Câmbio), trocando a rentabilidade de sua
banco garante toda a divida) ou parcial
aplicação de dólar para CDI.
(quando o banco garante parte da
Supondo no período, a variação de dólar
dívida).
como sendo de 3% e do CDI como sendo
de 4,5%, temos:
FIANÇA BANCÁRIA
(1) Ganho na aplicação em dólar:
US$ 1.000.000,00 x (O,06/12 + 1) x (1 + É um contrato em que o banco (que atua
0,03) = US$ 1.035.150,00 neste caso como fiador) garante o cumpri-
(2) Resultado no swap (em dólar) mento da obrigação de seu cliente (neste
• Ponta de venda (CDI): US$ caso o afiançado).
1.000.000,00 x (0,045 + 1) = US$
1.045.000,00 Por tratar-se de garantia, e não de em-
préstimo, não está sujeita ao IOF.
• Ponta de compra (US$): US$
1.005.000,00 x (QU + 1) US$
A fiança é normalmente baixada:
1.035.150,00
• quando do término do prazo de vali-
• Ganho (perda) no swap: US$
dade da Carta de Fiança, desde que
1.045.000,00 - US$ 1.035.150,00
assegurado o cumprimento das
US$ 9.850,00
obrigações assumidas pelas partes
(3) Ganho com o swap + (2) US$
contratantes;
1.035.000,00 + US$ 9.850,00 =US$
1.045.000,00. • mediante devolução da Carta de Fi-
ança;
Observa-se que obteríamos o mesmo • mediante a entrega, ao banco, da de-
ganho caso tivéssemos aplicado no CDI, claração do credor (beneficiário),
ou seja, trocamos a rentabilidade liberando a garantia prestada.
(indexação) ativa que era em US$ pela
Taxa Pós (variação do CDI). As cartas de fiança concedidas devem
ser sempre por prazo determinado, não
podendo exceder a 12 meses (nas concor-
GARANTIAS DO SISTEMA
rências públicas, o prazo é de 6 meses).
FINANCEIRO NACIONAL
O Banco Central autoriza a outorga de
São produtos em que o banco se solida- carta de fiança nas seguintes situações"
riza com o cliente em riscos por este as- • participações em concorrências públi-
sumido. Para a utilização desses produtos cas ou particulares, licitações,
é fundamental a análise do risco. tomadas de preços;
• contratos de construção civil;
• contratos de execução de obras;
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• contrato de execução de obras adju- (prazo indeterminado sujeito a multa,


dicadas por meio de concorrências juros e correção monetária;
públicas ou particulares; • interposição de recursos em proces-
• contratos de integralização de sos administrativos judiciais (prazo
capitais (pessoas jurídicas); indeterminado, sujeito a correção
• contratos de prestação de serviços monetária);
em empreitadas; • pagamentos de débitos fiscais,
• contratos de prestação de serviços previdenciários, trabalhistas ou seu
em geral; parcelamento (prazo indeterminado,
• contratos de fornecimento de merca- sujeito a correção monetária);
dorias, máquinas, materiais, • operações ligadas ao comércio exte-
matéria-prima, etc ... ; rior;
• adiantamentos relativos a contratos • outras formas de cumprimento de
de prestação de serviços, ou obrigações não vedadas pelo Banco
simplesmente adiantamentos ou Central.
sinais (importâncias entregues
antecipadamente por conta de ser- O Banco Central veda a outorga de carta
viços ou outros), conforme condições de fiança nas seguintes situações:
expressas, em ordens de compra, • que possam, direta ou indiretamente,
pedidos de mercadoria ou ensejar aos favorecidos a obtenção
assemelhados; de empréstimos em geral, ou o
• aquisição ou compra de mercadorias, levantamento de recursos junto ao
• produtos, matérias-primas, no País, público, ou que assegurem o
até determinado valor, garantindo pagamento e obrigações decorrentes
praticamente um limite de crédito da aquisição de bens e serviços
para compras, em um determinado • que não tenham perfeita caracteriza-
valor e num determinado período; ção ao valor em moeda nacional e
• compra específica de mercadorias, vencimento definido, exceto para
produtos, máquinas, equipamentos, garantir interposição de recursos
matérias-primas (no País ou no fiscais ou que sejam garantias
exterior), comprovada através de prestadas para produzir efeitos
cópias de pedidos, ordens de perante órgãos fiscais ou entidades
compra, contratos, faturas próforma, por elas controladas, cuja delimitação
guia de importação; de prazo seja impraticável;
• liberação de veículos e outros bens • em moeda estrangeira ou que
móveis, vinculados a contratos por envolva risco de variação de taxas de
alienação fiduciária, convênio, câmbio, exceto quando se tratar de
caução, penhor mercantil ou operações ligadas ao comércio
hipoteca; exterior;
• isenção de tributos junto à alfândega, • vinculadas, por qualquer forma, à
para permanência temporária de aquisição de terrenos que não se
máquinas, equipamentos, etc (prazo destinem ao uso próprio ou que se
indeterminado, sujeito a multa, juros destinem à execução de
e correção monetária); empreendimentos ou unidades
• liberação de máquinas, haitacionais
equipamentos e mercadorias retidos • a diretoria do banco e membros dos
nas alfândegas e outros órgãos conselhos consultivos ou
públicos (prazo indeterminado sujeito administrativos, fiscais e
a multa, juros e correção monetária); semelhantes, bem como aos res-
• obtenção de liminar resultante de pectivos cônjuges;
mandado Z segurança destinado a • aos parentes até o segundo grau das
sustar cobrança de impostos, taxas pessoas a que se refere a alinea
anterior;
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• as pessoas físicas ou jurídicas que hipoteca, assumindo a propriedade total do


participem do capital do banco, com bem.
mais e 10%, salvo autorização
específica do BC, em cada caso, FIANÇAS BANCÁRIAS
quando se tratar de operações
lastreadas por efeitos comerciais Garantia dada por uma pessoa (fiador)
resultantes de transações de compra de que pagará parte ou o total das dívidas
e venda ou penhor de mercadorias, de outra pessoa, se esta não puder
em limites que forem fixados pelo pagá-las.
Conselho Monetário Nacional, em
caráter geral; e FUNDO GARANTIDOR DE
• as pessoas jurídicas, de cujo capital CRÉDITO (FGC)
participem com mais de 10%,
quaisquer os diretores ou É um fundo criado pelo governo, mas
administradores da própria instituição mantido pelos bancos, com a finalidade de
financeira, bem como seus cônjuges funcionar como uma espécie de seguro
e respectivos parentes até o segundo bancário para os investidores. Desta forma,
grau. quem investe em um banco que quebra
tem pelo menos parte de seu dinheiro
Se a afiançada não cumprir com as devolvido. O seguro máximo hoje é de R$
obrigações e o banco louvar a fiança con- 20 mil. Estão seguradas diversas
cedida, o débito daí resultante passa a ser aplicações financeiras, como CDBs, RDBs,
uma operação de crédito sujeita ao IOF. depósitos à vista, caderneta de poupança,
letras hipotecárias, letras de câmbio e
PENHOR MERCANTIL letras imobiliárias. Se o cliente tiver mais do
que este montante nestas aplicações,
Entrega de bem móvel ao credor como somente vai poder receber o que tem
garantia de pagamento da dívida. Seja direito após a liquidação do banco. Mas
dívida não é paga no prazo acertado, o neste caso, o cliente entra na fila com os
credor entra em posse definitiva do bem demais credores, e pode não reaver todo o
penhorado. seu dinheiro. Lembre-se que os fundos de
investimento não são garantidos por este
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA seguro, porque são um condomínio de
quotistas.
Transferência ao credor do domínio e
posse de um bem, em garantia ao
pagamento de uma obrigação que lhe é
devida por alguém. O bem é devolvido a
seu antigo proprietário depois que ele
resgatar a dívida.

HIPOTECA
Garantia de pagamento de uma dívida
dada sob a forma de um bem imóvel (com
exceção de navios e aviões, que também
podem ser (hipotecados). Embora conserve
a posse do bem, o devedor só readquire
sua propriedade após o pagamento integral
da dívida. Se a dívida não for paga, ou se
só for paga uma parte dela, ao fim do prazo
contratado, o credor pode executar a

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a) Todas as sentenças acima são ver-


dadeiras.
b) Apenas I e II são verdadeiras.
c) Apenas I e III são verdadeiras.
d) Somente I é verdadeira.
e) Todas as sentenças acima são falsas.

4. Assinale dentre as abaixo a opção


TESTES incorreta.
a) A CVM é um órgão normativo.
b) A CVM é uma entidade auxiliar (que
1. Assinale, dentre as abaixo, a opção emite o próprio passivo).
incorreta. c) A CVM é uma entidade autárquica.
a) O Sistema Financeiro é um conjunto d) A CVM é uma entidade descentrali-
de instituições com objetivo de propiciar zada
fluxo de recursos entre poupadores e e) A CVM tem como objetivo estimular a
investidores. poupança no mercado acionário.
b) Os intermediários financeiros são ins-
tituições que emitem seus próprios 5. Assinale a alternativa correta
passivos. a) O Banco do Brasil tem função típica
c) Instituições auxiliares apenas colocam de Autoridade Monetária.
em contato poupadores e investidores. b) O BNDES é a instituição responsável
d) A Instituição financeira que possui pela política de investimentos de curto e
capacidade de criar moeda escritural faz médio prazo do Governo Federal.
parte do sistema monetário. c) A Caixa Econômica Federal é a insti-
e) As bolsas de valores são exemplos de tuição financeira responsável pela
intermediários financeiros. operacionalização das políticas para
habitação popular e saneamento básico.
2. Assinale dentre as abaixo a opção d) Após o Plano Collor, o Banco do Bra-
incorreta. sil ficou responsável por gerir todo o
a) As autoridades são classificadas processo de privatização.
como Autoridades Monetárias e e) A CVM é classificada como interme-
Autoridades de Apoio diário financeiro.
b) O Banco Central do Brasil é um
exemplo de autoridade de apoio. 6. Assinale a alternativa incorreta :
c) O Conselho Monetário Nacional é São exemplos de instituições financei-
exemplo de Autoridade Monetária. ras"
d) A Comissão de Valores Mobiliários é a) Bancos Comerciais, Caixas Econômi-
um exemplo de Autoridade de Apoio. cas e Cooperativas de Crédito.
e) O BNDES é um exemplo de autorida- b) Bancos Comerciais, Banco Central e
de de apoio. Caixas Econômicas.
c) Bancos de Investimento, Bancos Co-
3. Analise as sentenças abaixo e marque operativos e Bancos Múltiplos.
a alternativa correta: d) Companhias Hipotecárias, Agências
I - Regular o valor interno da moeda, de Fomento e Sociedades de Crédito
prevenindo ou corrigindo surtos inflacio- Imobiliário.
nários ou deflacionários é competência do e) Sociedades Distribuidoras, Socieda-
Conselho Monetário Nacional. des de Arrendamento Mercantil e So-
II - Autorizar a emissão de papel-moeda ciedades Corretoras.
é competência do Banco Central do Brasil.
III - No Brasil, o Banco Central é inde- 7. Analise as sentenças abaixo e marque
pendente, como na Alemanha, Japão e a alternativa correta :
Estados Unidos.
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I - A captação de depósitos à vista é III - Os Bancos de Investimento não


operação passiva típica de Banco Co- podem manter contas correntes.
mercial.
II - Descontar títulos é operação passiva a) Todas as sentenças acima são ver-
típica de Banco Comercial. dadeiras.
III - Um dos objetivos dos Bancos Co- b) Apenas I e II são verdadeiras.
merciais é proporcionar suprimento c) Apenas I e III são verdadeiras.
oportuno e adequado para financiar a d) Somente I é verdadeira.
indústria a curto e médio prazos. e) Todas as sentenças acima são falsas.
a) Todas as sentenças acima são ver-
dadeiras. 11. Assinale a alternativa correta :
b) Apenas I e II são verdadeiras. a) São raros os países em que a política
c) Apenas I e III são verdadeiras. monetária é executada pelo Banco Central.
d) Somente I é verdadeira. b) A política monetária visa adequar os
e) Todas as sentenças acima são falsas. meios de pagamento disponíveis às
necessidades políticas do governo.
8. Assinale a alternativa incorreta : c) A política cambial é instrumento de
a) As Caixas Econômicas não integram política de relações comerciais e fi-
o Sistema Brasileiro de Poupança e nanceiras entre um país e ó conjunto dos
Empréstimo. demais países.
b) As SCFI (financeiras) não podem d) A política monetária envolve a carga
manter contas correntes. tributária exercida sobre os agentes
c) São operações ativas de Banco de econômicos.
Investimento os empréstimos para fi- e) A política cambial envolve a definição
nanciamento de capital fixo. dos gastos do governo.
d) É operações passiva das SCR a co-
locação de letras de câmbio. 12. Analise as sentenças abaixo e
e) As Sociedades Corretoras fazem in- marque a alternativa correta :
termediação nas Bolsas de Valores e de I - O déficit primário inclui o cômputo da
Mercadorias. correção monetária.
II - O déficit operacional não inclui o
9. Assinale a alternativa incorreta : cômputo das despesas financeiras.
a) As sociedades distribuidoras possuem III - O déficit nominal não inclui o côm-
acesso às Bolsas de Valores e de puto da correção monetária e nem o
Mercadorias. cômputo das despesas financeiras.
b) As Associações de Poupança e Em-
préstimo são sociedades civis. a) Todas as sentenças acima são ver-
c) A colocação de Letras Imobiliárias é dadeiras.
operação passiva das Sociedades de b) Apenas I e II são verdadeiras.
Crédito Imobiliário (SCI). c) Apenas I e III são verdadeiras.
d) Às Companhias Hipotecárias não se d) Somente I é verdadeira.
aplicam as normas do SFH (Sistema e) Todas as sentenças acima são falsas.
Financeiro da Habitação)
e) As agências de fomento foram uma 13. Assinale a alternativa incorreta :
das alternativas criadas para o saneamento São (foram) Títulos do Tesouro Nacio-
dos bancos estaduais. nal.-
a) ORTN e LTN.
10. Analise as sentenças abaixo e b) OTN.
marque a alternativa correta - c) BTN e LFT.
I - As carteiras de um Banco Múltiplo d) UFIR.
envolvem pelo menos duas carteiras. e) NTN.
II - A carteira de "leasing" pode fazer
parte da carteira de um Banco Múltiplo. 14. Assinale a alternativa correta :

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a) A NTN-D é um título que serve como I - Houve uma crise de liquidez dos
proteção para investidores que possuem Bancos Estaduais em 1990.
passivos vínculados a TR. II - Até 1996, nove estados já haviam
b) A NTN-H é um título que serve como reestruturado suas dívidas passando a ter
proteção para investidores que possuem como único credor a União.
passivos vinculados a dólar. III - O SELIC - Sistema Especial de
c) Cabe aos Bancos Comerciais contro- Liquidação e Custódia foi criado em 1980.
lar a expansão dos meios de pagamento.
d) A cobrança de títulos é operação que a) todas as assertivas estão corretas;
diminui as reservas bancárias b) somente as assertivas I e II estão cor-
e) O depósito compulsório é um instru- retas;
mento, utilizado pelo Banco Central, para c) somente as assertivas I e III estão
fins de política monetária. corretas"
d) somente a assertiva I está correta;
15. Assinale a alternativa incorreta. e) nenhuma assertiva está correta.
a) Os leilão informais de título realizados
pelo Banco Central são denominados de 18. Assinale a alternativa verdadeira:
"Go-around". a) CETIP é um sistema computadorizado
b) Diz-se que o BC está undersold on-line e real time;
quando o montante em valor de títulos b) Selic é o local onde se custodiam, re-
públicos em poder das instituições gistram e liquidam financeiramente as
financeiras é maior que o estoque de operações feitas com todos os papéis
reservas bancárias destinado a seu privados;
financiamento. c) o índice DIEESE arma os sindicatos
c) O controle feito pelo BC via compra e para negociações salariais em todo o País;
venda de moeda é uma forma de controle d) o IPC - FIPE mede a inflação das fa-
ágil e rápido sobre o volume de recursos mílias paulistanas entre 1 e 2 salários
em reservas bancárias. mínimos;
d) O controle via "zeragem automática" e) o IGP-m é calculado entre os dias 1 e
se baseia na suposição que todas as 30 de cada mês.
Instituições Financeiras devem terminar o
dia com as contas equilibradas. 19. Assinale a alternativa incorreta:
e) O open-market é um mercado secun- a) o IPCA-I corrige o saldo devedor dos
dário de títulos públicos. impostos através da correção da UFIR;
b) a TR define os rendimentos das ca-
16. Assinale a alternativa incorreta: dernetas de poupança;
a) o mercado interbancário é um merca- c) a TR foi criada pelo plano Collor II,
do ode os bancos trocam reservas entre si; d) a TR foi criada para ser uma taxa bá-
b) o mercado interbancário assemelhase sica referencial dos juros a serem
ao Open Market mas é lastreado em títulos praticados no mês e não como um índice
privados; que refletisse a inflação do mês anterior;
c) o Banco Central não tem acesso ao e) a TJLP foi criada em novembro de
Mercado interbancário; 1984 para estimular o consumo.
d) o mercado interbancário está imune
às influências sazonais do fluxo de 20. Assinale a alternativa incorreta:
recursos mantido entre o Sistema Bancário a) depósitos à vista em conta-corrente é
e o Governo; atividade típica dos Bancos Comerciais;
e) O custo do dinheiro de um dia nego- b) cheque é uma ordem de pagamento à
ciado no mercado interbancário é muito vista;
próximo do custo da troca das reservas c) cheques cruzados não podem ser
bancárias lastreadas em títulos federais. descontados, apenas depositados;
d) os bancos não podem recusar o pa-
17. Analise as assertivas abaixo e gamento de cheques por insuficiência na
assinale a opção correspondente: assinatura do emitente;
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e) os cheques acima de R$ 100,00 se forma que todo um processo de negócios


não forem nominativos serão devolvidos. seja feito.
II - Remote banking é o atendimento ao
21. Assinale a alternativa correta com cliente fora das agências bancárias.
relação à cobrança de títulos: III - O saque de dinheiro em caixas ele-
a) a cobrança de títulos é um produto de trônicos são um serviço típico de home
pouca importância para os bancos; banking.
b) uma vantagem para o Banco é o au-
mento de depósitos à vista pelos créditos a) todas as assertivas estão corretas;
das liquidações b) somente as assertivas I e II estão cor-
c) os bloquetos de cobrança bancária retas;
não podem circular pela câmara de c) somente as assertivas I e III estão
compensação. corretas;
d) os valores resultantes de operação de d) somente a assertiva I está correta;
cobrança são automaticamente debitados e) nenhuma assertiva está correta.
da conta-corrente da empresa cliente,-
e) a capilaridade da rede bancária é uma 25. Analise as assertivas abaixo e
desvantagem para o cliente. assinale a opção correspondente:
I - Desde que respeitados os prazos
22. Analise as assertivas abaixo e mínimos, o CDB é transferível antes de seu
assinale a opção correspondente: vencimento.
I - A nota fiscal é um documento fiscal II - A transferência pode ser feita através
obrigatório. de endosso em branco.
II - Fatura é uma relação de notas fiscais III - O RDB também é transferível.
correspondente a uma venda a prazo.
III - Duplicata é um título de crédito a) todas as assertivas estão corretas
formal. b) somente as assertivas I e II estão cor-
retas;
a) todas as assertivas estão corretas; c) somente as assertivas I e III estão
b) somente as assertivas I e II estão cor- corretas;
retas; d) somente a assertiva I está correta;
c) somente as assertivas I e III estão e) nenhuma assertiva está correta.
corretas;
d) somente a assertiva I está correta; 26. Assinale a alternativa incorreta
e) nenhuma assertiva está correta. a) as LC são instrumento de captação
específico das SCFI-I
23. Assinale a alternativa incorreta: b) as LH são títulos emitidos pelas insti-
a) home banking é a ligação entre o tuições financeiras autorizadas a conceder
computador do cliente e do banco; créditos hipotecários;
b) a ligação pode ser feita através de li- c) as Li são emitidas por bancos múlti-
nha telefônica; plos com carteira comercial;
c) os computadores do cliente e do ban- d) os TDE são emitidos por Bancos de
co, para que seja possível a comunicação, Investimento;
devem ser idênticos; e) a Cédula Hipotecária pode ser integral
d) um dos serviços típicos de ou fracionária
homebanking é a sonsulta de saldos.
e) o pager também pode ser utilizado 27. Assinale a alternativa correta:
como veículo do cliente. a) as operações compromissadas de 30
dias devem ser lastreadas por títulos
24. Analise as assertivas abaixo e privados;
assinale a opção correspondente: b) a formação da taxa do hot money é
I - EDI consiste na troca de documentos baseada na taxa do CDI, mais o PIS e mais
eletrônicos em padrão préestabelecido de um spread;

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c) a operação de desconto não dá direito e) se o afiançado não cumprir as obriga-


de regresso; ções relativas à fiança bancária, a
d) o financiamento de tributos e tarifas operação fica isenta do IOF.
públicas se dá entre o banco comercial e o
Governo; 31. Assinale a alternativa incorreta:
e) a maior utilização do CDC é na aqui- a) o BID Bond é uma fiança emitida por
sição de bens imóveis. um banco, a pedido de um cliente, a fim de
habilitá-lo a participar de uma concorrência
28. Assinale a alternativa incorreta pública no exterior;
a) o Fundo de Aval é formado por recur- b) o performance bond é uma fiança
sos próprios do SEBRAE; prestada por um banco a um cliente que
b) os cartões magnéticos representam tenha assumido um contrato de execução
um estímulo ao consumo, os saques são longa,
efetuados mesmo sem saldo na conta c) o Banco Central permite a outorga de
corrente; carta de fiança à diretoria do banco;
c) os cartões de cébito também são co- d) o Banco Central permite a outorga de
nhecidos como "private labels"; carta de fiança para obtenção de liminar
d) os cartões inteligentes são dotados de em mandado de segurança destinado a
processador e memória; sustar a cobrança de tributos;
e) os cartões de valor agregado repre- e) o Banco Central veda a outorga de
sentam um montante pré-pago e aceito em carta de fiança em moeda estrangeira,
estabelecimentos devidamente equipados. exceto quando se tratar de operações
ligadas ao comércio exterior.
29. Analise as assertivas abaixo e
assinale a opção correspondente: 32. Analise as assertivas abaixo e
I - O Crédito Rural é o suprimento de assinale a opção correspondente:
recursos financeiros para aplicação I - A classificação tradicional dos fundos
exclusiva nas atividades agropecuárias; de investimentos é em fundo de renda fixa
II - No mínimo 50% da exigibilidade deve e fundo de renda variável.
ser satisfeito com crédito a mini ou II - Os fundos de curto prazo possuem
pequeno produtor; média volatilidade.
III - O empréstimo do Governo Federal III - Chinese wall é a separação feita en-
(EGF) é viabilizado nas modalidades COV tre a administração de recursos do fundo e
e SOV. a tesouraria da instituição financeira.

a) todas as assertivas estão corretas a) todas as assertivas estão corretas


b) somente as assertivas I e II estão cor- b) somente as assertivas I e II estão cor-
retas; retas;
c) somente as assertivas I e III estão c) somente as assertivas I e III estão
corretas; corretas;
d) somente a assertiva I está correta; d) somente a assertiva I está correta;
e) nenhuma assertiva está correta. e) nenhuma assertiva está correta.

30. Assinale a alternativa correta: 33. Assinale a alternativa correta:


a) através do FINAME, o BB financia a a) os FIF não sofrem tributação de IR
compra de máquinas e equipamentos para b) os FIF sofrem tributação de IOF;
o setor agropecuário; c) o BC foi extremamente rigoroso na
b) o PRONAF é formado por recursos do definição das regras de aplicação do
recolhimento de impostos; patrimômio do FIF
c) o Aval Bancário Completo é também d) as aplicações do Fundo em títulos de
chamado de Aval em Branco; um mesmo grupo financeiro não pode
d) a fiança bancária está sujeita ao IOF exceder a 20% de seu PL ajustado;

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e) Ações de companhias abertas so- a) O contrato de seguro caracteriza-se


mente podem fazer parte do Fundo até por, na maioria das vezes não ser oneroso.
10% de seu patrimônio. b) A apólice de seguros costuma ser,
normalmente, emitida em três vias.
34. Analise as assertivas abaixo e c) O contrato de seguro, uma vez reali-
assinale a opção correspondente: zado, não pode ter quaisquer de seus
I - FIF de curto prazo - compulsório de elementos alterados.
50% d) Franquia é o valor do prejuízo que fica
II - FIF 30 dias - compulsório de 5% a cargo do segurado, só respondendo a
III - FIF 60 dias - livres de compulsório Seguradora por danos que ultra passem
este valor.
a) todas as assertivas estão corretas e) O Cosseguro pode ser conceituado
b) somente as assertivas I e II estão cor- como o seguro do segurador.
retas;
c) somente as assertivas I e III estão 38. Assinale a alternativa incorreta :
corretas; a) O conceito de Engenharia Financeira
d) somente a assertiva I está correta; abrange, por exemplo, a intervenção de
e) nenhuma assertiva está correta. uma Instituição Financeira para o
reescalonamento de dívida junto a credores
35. Assinale a alternativa incorreta: de uma empresa em dificuldades
a) o Fundão (FAF) tinha uma carteira financeiras.
altamente amarrada à aplicações b) As operações inclusas no conceito de
compulsórias Corporate Finance envolvem a inter-
b) os FAF-II foram incorporados aos mediação de fusões, cisões e incor-
FAC; porações de empresas.
c) o Money Market Fund foi criado com c) "Takeover Bid" é a aquisição do con-
cota em URV; trole acionário de uma empresa através do
d) o depósito especial remunerado foi mercado de ações.
criado para receber cruzados liberados d) O "Takeover Bid" pode ser hostil ou
pelo governo; amigável.
e) as carteiras dos FMIS são compostas, e) A operação de "Tender Offer" consiste
pelo menos em 51 %, de ações de em uma oferta de compra da empresa a
companhias fechadas. valor de mercado, não envolvendo
qualquer prêmio sobre tal valor.
36. Assinale a alternativa incorreta :
a) Os títulos de capitalização são regu- 39. Analise as afirmativas abaixo e
lamentados pela Superintendência de marque a opção correta.
Seguros Privados (SUSEP) I - O termo bônus é usado tradicional-
b) Sociedades Anônimas financeiras não mente, no exterior, para títulos com mais
podem emitir debêntures. de 10 anos de prazo.
c) A responsabilidade de assegurar que II - Eurobônus e Euronotes são termos
o emitente cumpra as cláusulas pactuadas que caracterizam a emissão de títulos
na escritura compete ao próprio comprador denominados em dólar no próprio mercado
da debênture. americano.
d) A Securitização consiste na conver- III - Nos bônus conversíveis, a empresa
são de empréstimos bancários e outros emissora oferece ao investidor a possi-
ativos em títulos para venda a investidores. bilidade de trocar os títulos por ações de
e) Existem 3 tipos básicos de contrato de sua própria emissão.
"Underwriting" , que podem ser realizados,
a saber - "straight", "standby" e "best a) todas as assertivas estão corretas
efforts". b) somente as assertivas I e II estão cor-
retas;
37. Assinale a alternativa correta : c) somente as assertivas I e III estão
corretas;
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d) somente a assertiva I está correta; e) As principais fontes de captação utili-


e) nenhuma assertiva está correta. zadas pelas empresas de "factoring" são a
emissão de debêntures e "Commercial
40. Assinale a alternativa correta : Papers".
a) "Commercial Papers" são títulos si-
milares aos bônus, assemelhando-se, 43. Assinale a alternativa correta :
àqueles principalmente no que diz respeito a) Os ADRs (American Depositary Re-
ao prazo. ceipts) nada mais são do que títulos,
b) Certificados de depósito são títulos emitidos e passíveis de negociação no
nominativos emitidos no exterior, com exterior, representativos de ações de
prazo variando entre 90 e 360 dias. empresas brasileiras negociadas em bolsa,
c) O empréstimo pela 4.131 ocorre ficando tais ações aqui custodiadas.
quando um banco estrangeiro empresta b) O mercado de "commodities" têm
diretamente recursos para uma empresa como característica básica a predo-
brasileira. minância de seus negócios no mercado à
d) Não há qualquer restrição de prazo vista (Spot).
nas contratações de empréstimo para c) O "open-market" ( Mercado Aberto
repasse ao amparo da Resolução 63. pode ser conceituado como o mercado no
e) Não há qualquer repasse para o to- qual atua o Banco Central de cada país,
mador além, obviamente, da variação comprando e vendendo títulos, não se
cambial do montante emprestado. caracterizando, no entanto, como
instrumento ativo de política monetária.
41. Assinale a alternativa incorreta : d) O mercado acionário de balcão con-
a) Os "Par bonds" têm prazo de 30 anos segue oferecer as mesmas garantias
e foram oferecidos em troca da dívida proporcionadas ao investidor pelas Bolsas
antiga na proporção de 1:1. de Valores.
b) Os "Discount Bonds" foram emitidos à e) O mercado fracionário de ações ca-
proporção de 65% da divida antiga, tendo racteriza-se pela possibilidade de ne-
sido depositados pelo Brasil, a título de gociação limitada a lotes de 100 ou 1.000
garantia, os juros de 12 meses, em ações.
dinheiro.
c) Os FLIRBs foram oferecidos em troca 44. Assinale a alternativa incorreta :
da dívida antiga na proporção de 1:1. a) No mercado internacional de ouro, as
d) Nos Bônus de Redução de Juros com principais praças de negociação são
Capitalização Parcial (FLIRB-C) não há Londres e Zurique (Mercado de Balcão) e
previsão de prazo de carência. Nova York (Bolsa de Mercadorias de Nova
e) Os chamados Bônus de Reestrutura- York)
ção consistem, na verdade, na recon- b) A cotação do ouro, no Brasil, é feita
tratação da dívida velha por novos em dólares por "onça-troy" de ouro puro, de
contratos de empréstimo ao par. forma a se coadunar com os padrões
internacionais.
42. Assinale a alternativa incorreta, com c) O mercado "spot" de ouro abrange as
relação às operações de "factoring" operações com entrega, em geral, 24 horas
a) A pessoa que vende seus ativos é depois da compra/venda, ao preço do dia.
denominada de "sacador". d) O sistema SINO é o utilizado pela
b) A casa compradora representa a em- CETIP para centralizar as negociações
presa que fornecerá o dinheiro ao sacador com ouro ocorridas no âmbito deste
pelo ativo. mercado de balcão. A cotação do ouro nas
c) Existe, nas operações de "factoring", principais praças internacionais utiliza a
um deságio em relação ao valor de face "onça-troy" como unidade de medida,
dos títulos negociados. sendo que 1 "onça troy" equivale a 31,10
d) No Brasil, todas as modalidades de gramas.
"factoring" conhecidas estão sendo
atualmente utilizadas. 45. Assinale a alternativa incorreta:
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a) no Brasil, as negociações do mercado


de derivativos concentram-se na Bolsa de a) todas as assertivas estão corretas
Mercadorias e Futuros (BM&F) de São b) somente as assertivas I e II estão cor-
Paulo e na Bolsa Brasileira de Futuros retas;
(BBF) do Rio de Janeiro; c) somente as assertivas I e III estão
b) o especulador caracteriza-se por ser corretas;
um agente que, necessariamente, possui d) somente a assertiva I está correta;
algum tipo de vínculo com a mercadoria e) nenhuma assertiva está correta.
objeto da operação;
c) os mercados futuros são uma forma 48. Assinale a alternativa incorreta
eficaz de eliminar o risco do investidor que
detenha determinada posição física em um a) SWAP são derivativos que permitem a
ativo; troca de indexação de montantes ativos e
d) os contratos futuros diferem dos con- passivos;
tratos a termo por terem especificações b) uma empresa possuidora de um pas-
padronizadas pelas bolsas onde são sivo em dólar pode se proteger do risco de
negociados; uma eventual desvalorização cambial
e) ao estar comprada em um contrato entrando na ponta vendida de um SWAP
futuro de dólar, a instituição financeira tem pré x dólar;
expectativa de alta da taxa de câmbio até o c) a liquidação dos contratos de SWAP
vencimento do contrato. dá-se pela diferença entre os montante
indexados apurados na data do
46. Analise as assertivas abaixo e vencimento;
assinale a opção correspondente d) o mercado de SWAP tem como ca-
I - Nos mercados futuros, há realização racterística a grande participação de
diária de lucros ou prejuízos através do pessoas físicas no papel de "hedger"
mecanismo de "ajustes diários". e) dentre os indicadores principais utili-
II - Existe um mercado secundário ativo zados nas operações de SWAP podemos
para os contratos futuros. citar CDI (taxa pós), dólar (variação
III -O raciocínio do mercado futuro de cambial) e IGP-M.
taxa média de depósitos interfinanceiros de
um dia (futuro de DI) deve ser inverso 49. Analise as assertivas abaixo e
àquele utilizado no mercado futuro de assinale a opção correspondente:
dólar. I - O Acordo da Basiléia relaciona-se ao
controle dos padrões de solvência e
a) todas as assertivas estão corretas liquidez das instituições componentes do
b) somente as assertivas I e II estão cor- Sistema Financeiro;
retas; II - O valor do patrimônio líquido exigido
c) somente as assertivas I e III estão das instituições financeiras é obtido através
corretas; da aplicação do percentual de 8% sobre o
d) somente a assertiva I está correta; ativo ponderado pelo percentual de risco;
e) nenhuma assertiva está correta. III - Pode-se ainda, pelo acordo da Ba-
siléia, continuar a calcular o limite de
47. Analise as assertivas abaixo e enquadramento das instituições a partir da
assinale a opção correspondente: estrutura de seus passivos.
I - As opções podem dar ao comprador o
direito de comprar ou vender o ativo objeto a) todas as assertivas estão corretas
até a (ou na) data do vencimento. b) somente as assertivas I e II estão cor-
II - Nas opções americanas, o exercício retas;
deve ocorrer necessariamente na data de c) somente as assertivas I e III estão
vencimento. corretas;
III - A expectativa do lançador de uma d) somente a assertiva I está correta;
opção de venda é de baixa do preço do e) nenhuma assertiva está correta.
ativo objeto.
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50. Analise as assertivas abaixo e


assinale a opção correspondente:
I - O PROER é instrumento hábil para
resguardar os interesses dos depositantes
e investidores.
II - No âmbito do PROER, as chamadas
moedas podres são reconhecidas em sua
totalidade pelo Banco Central, não havendo
qualquer tipo de deságio.
III - O FGC garante o total de créditos de
cada pessoa contra determinada instituição
(ou conglomerado financeiro) até o valor
máximo de R$ 20.000,00.

a) todas as assertivas estão corretas


b) somente as assertivas I e II estão cor-
retas;
c) somente as assertivas I e III estão
corretas;
d) somente a assertiva I está correta; GABARITO
e) nenhuma assertiva está correta.
1- E 2- B 3- D 4- B 5- C
6- B 7- C 8- A 9- A 10 - A
11 - C 12 - E 13 - D 14 - E 15 - B
16 - D 17 - A 18 - C 19 - E 20 - D
21 - B 22 - A 23 - C 24 - B 25 - D
26 - C 27 - B 28 - B 29 - A 30 - B
31 - C 32 - C 33 - D 34 - A 35 - E
36 - C 37 - D 38 - E 39 - C 40 - C
41 - D 42 - D 43 - A 44 - B 45 - B
46 - A 47 - D 48 - D 49 - B 50 -

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