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CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte
Câmara Brasileira do Livro, SP

Leite, Roberto Augusto Soares, 1937-


1,555c Comunicação, interpretação (por) Roberto Augusto Soares
v . l - Leite, Amaro Ventura Nunes (e) Rosa Erman. São Paulo, Ed.
Nacional, 1977.
Suplementado por edição do professor e guia metodológico.
Bibliografia.
1. Antologias (l.° grau) 2. Comunicação e expressão (1°
grau) 3. Literatura (l.° grau) I. Erman, Rosa. II. Nunes, Amaro
Ventura, 1931- III. Título.

CDD-372.6
-372.64
77-Ü892 -372.412

índices para catálogo sistemático:


1. Antologias: Português: Ensino de 1." grau 372.412
2. Comunicação e expressão: Ensino de l.° grau 372.6
3. Literatura: Interpretação de textos: Ensino de l.° grau 372.64
ROBERTO AUGUSTO SOARES LEITE
AMARO VENTURA NUNES
ROSA ERMAN

G5D
c o m p a n h ia
e ô ic o ra
n a c io n a l
Dos mesmos autores:

Comunicação/Interpretação — 2.° volume


Comunicação/Interpretação — 3.“ volume
Comunicação/Interpretação — 4 ° volume

C O M U N IC A Ç Ã O / IN T E R P R E T A Ç Ã O — 1° V O L U M E
Capa: selo de Cr$0,40, sobre o tema Imprensa, da série Home­
nagem aos meios de comunicação (2/3 /7 4 ).
O selo comemora, também, o bicentenário de nascimento de
Hipólito José da Costa, jornalista brasileiro, nascido na Co­
lônia do Sacramento, cidade que, com a anexação da Banda
Oriental em 1821, passou a integrar a Província Cisplatina,
Fundou ele, em Londres, em 1808, o Correio Brasiliense, um
dos mais importantes jornais da imprensa brasileira. D. João
VI chegou a proibir a entrada do Òorreio no Brasil.
(Concepção/desenho do selo: Aluizio Carvão)
4.“ capa: selos da série Teatro Popular no Brasil (20/8/76)
Homenagem ao mamulengo, teatro popular do Nordeste, que
consiste em representações dramáticas por meio de bonecos
de pano, num pequeno palco de madeira elevado. Atrás do
tapume, ficam escondidas uma ou duas pessoas que fazem,
com os dedos das mãos, os bonecos se movimentarem e fa­
larem.
selo de Cr$l,00 — mamulengo cangaceiro
selo de Cr$l,30 — mamulengo menina
selo de Cr$l,60 — mamulengo 5 tipos
(Concepção/desenho dos selos: Jô de Oliveira)

Direitos reservados
COMPANHIA EDITORA NACIONAL
Rua dos Gusmões, 639
01212 — São Paulo, SP

1977
Impresso no Brasil
ÍNDICE
/ Mocinho — Carlos Drummond de Andrade, 1
Barcos de papel — Guilherme de Almeida, 6
> A villa do homem — Xavier Marques, 10
/ IVquenos anúncios — Paulo Mendes Campos, 17
a Plebiscito — Artur Azevedo, 23
0 I uga — Fernando Sabino, 32
Propaganda: Volkswagen, 41
s Os irês pássaros do rei Herodes, 43
') Afinal, quem manda na floresta? — Millôr Fernandes, 48
10 Pardalzinho — Manuel Bandeira, 52
11 (Sem palavras) — Sempé, 56
- Anúncios curiosos, 60
" / i - Dc Música ao longe — Érico Veríssimo, 64
' II A lenda do rei capenga — Bastos Tigre, 72
1 > — De A ignorância ao alcance de todos — Nestor de Holanda, 79
" 10 — Sonho de herói — Murilo Araújo, 87
"1 7 — Classificados há 80 anos, 90
IS — Propaganda: Opala, 99
" l l) — O Mestre da arte guerreira, 101
. 20 — Mininterpretações, 108
21 — Come, meu filho — Clarice Lispector, 112
1 22 — OMS adverte que homem está ficando surdo — OMS na Sué­
cia: ruído enlouquece o homem, 119
" 23 — Negócios da China — J. B. Mello e Souza, 127
' 24 — Anúncio de João Alves — Carlos Drummond de Andrade, 136
25 — Um Vigarista hábil, 143
ws bibliográficas, 151
A forma de múltipla escolha, que predomina neste
livro, é apenas um meio — bastante real em nossa vida —
de, entre várias opções, escolhermos a mais acertada. Al­
gumas vezes, porém, você pode discordar da resposta que
lhe é apresentada como correta ou, talvez, achar outra
melhor. Nesse caso, apresente-a, justifique-a, troque opi­
niões com os colegas, com o professor. E todos lucrarão
com os argumentos e contra-argumentos que serão apre-
sentàdos. Há outras questões em que você é livre para
criar, para dar sua própria opinião. Sempre justificando,
porém. Não responda por responder. Antes, reflita, com­
pare; escolha, enfim. Assim — esperamos — você estará
aprendendo vid a .
Os autores.
TEXTO N.‘ 1

M O C I N H O

C arlo s D r u m m o n d de A nd ra d e

Os garotos estavam indóceis, à espera do grande mocinho


um te-americano, de passagem pelo Rio, que prometera pessoalmente
n a televisão. Na calçada, os brinquedos não engrenavam, ninguém
nnlia alma para os jogos de todo dia. A proximidade do herói os
punha nervosos, e pediam a hora a quem passava, sentindo que o
tempo “trabalhava de bandido”, em sua lentidão.
À hora anunciada, em casa de Alfredinho, sentaram-se no chão,
diante do aparelho, e toca a suportar anúncio de sabão, de lotea-
mcnto, de biscoito. . .
Afinal, o locutor anunciou a chegada do cavaleiro famoso, ídolo
das crianças do mundo inteiro. E o ídolo era simpático, falava inglês
mas tinha outro cavalheiro ao lado para traduzir, só que viera a pé
e foi se sentando, cansado talvez de cavalgar por montes e vales do
<teste, e de tanta luta contra os maus.
Sentou-se e deram-lhe sorvete, que o herói ingeriu muito delica­
damente, surpreendendo a todos, “cow-boys” amadores, que lambem
doze gelados por dia, mas nunca seriam capazes de imaginar que um
vaqueiro “legal” gostasse de sorvete.
E o locutor foi conversando com ele. É verdade que possuía
quatrocentos revólveres? Sim, possuía quatrocentos revólveres para
o gasto. A notícia agradou em cheio ao auditório, e Kléber perguntou
como é que ele podia manejá-los todos de uma só vez, mas Gaúcho
mandou-lhe calar a boca. O locutor pediu licença ao herói para
mostrar sua roupa aos telespectadores. E o herói virou figurino.

1
Mauricinho, estirado no tapete, quis perguntar pelo Gatilho, o
famoso cavalo do herói e parte integrante do mito, porém os outros
explicaram-lhe que não adianta perguntar de casa. Por que não apa­
recia Gatilho? Mocinho sem cavalo é mocinho? Mocinho sentado, to­
mando sorvete, é mocinho? E os quatrocentos revólveres? Por que
ele não dava ao menos um tiro, só de farra?
O programa acabou, os garotos foram saindo sem entusiasm
Naquele horário estavam habituados a ver filmes do herói, em que
ele desenvolve bravura, astúcia e generosidade exemplares. Ali, en­
contravam apenas um senhor meio maduro, folheado a ouro e prata
e refrescando-se com gelados.
Mauricinho, o mais moço, resumiu a impressão geral:
— Não gosto de mocinho, gosto é de filme de mocinho!

1) A presença do mocinho só não colocou em segundo plano:


a) a televisão.
b) os estudos.
c) os jogos.
d) os brinquedos.
e) os pais.

2) Os brinquedos não engrenavam porque:


a) não havia tempo.
b) todos estavam cansados.
c) só queriam brincar de mocinho & bandido.
d) só pensavam no mocinho.
e) a televisão estava ligada.

3) A pergunta absurda foi feita por (pelo):


a) Gaúcho.
b) Alfredinho.
c) Kléber.
d) intérprete.
e) Mauricinho.

4 ) Não é parte integrante do mito do mocinho:


a) cavalo. d) delicadeza.
b) chapéu. e) simpatia.
c) revólver.

2
i I .mibém trabalhava de bandido:
a) o intérprete.
/>) a publicidade.
i ) o locutor.
d) Gatilho.
<) a roupa do mocinho.

i' i I )epois do programa os garotos estavam:


</ ) entusiasmados.
h) realizados.
<■) cansados.
i! ) desencantados.
<•) interessados.

/} Assinale o item que não explica a resposta à pergunta anterior.


a) Mocinho servindo de manequim.
b) Mocinho tomando sorvete.
c) Falta de tiros.
d) Quatrocentos revólveres.
c) Ausência de Gatilho.

X) O mito ficaria mais real se o sorvete fosse substituído pelo (a ):


a) água mineral.
b) coca-cola.
<) uísque.
d) sanduíche.
<’) guaraná.

'>) As crianças eram cow-boys amadores porque:


a) imitavam seu ídolo nas brincadeiras.
b) tomavam doze sorvetes por dia.
c) possuíam menos revólveres que o herói.
d) não sabiam montar a cavalo.
e) não conseguiam esconder o nervosismo.
10) Assinale o item em que todas as expressões pertencem ao ciclo
dos filmes de faroeste:
a) cavalo/índios/rifle/figurino.
b) revólver/estrada de ferro/sabãojsaloon.
c) mocinho/gado/pôquer/diligência.
d) bandido/sorvete/banco/caravana.
e) ch apéu/bi scoito/ouro/cinturão.

11) Mauricinho é que, no duro, soube resumir a realidade.


a) A televisão ridiculariza qualquer herói.
b) Mito fora de contexto não é mito.
c) As crianças gostam de viver o outro lado da fantasia.
d) Criança moderna não vive mais de ilusão.
e) Sem televisão não há mitos.

12) Lendo a crônica, você vai perceber que o autor faz uma diferen­
ça de sentido entre ingerir (o mocinho ingeriu o sorvete) e lam­
ber (as crianças lambem o sorvete). Assinale o item que contém
as significações desses dois verbos.
d ) Ingriir soi ver distraidamente / lamber : sorver
ml .ml ilmenle
b ) Ingein siiivri lapidamcntc / lamber = sorver rudemente.
i > Iiigeiii Miivii disl.iiçadamente / lamber = sorver
i i im.l i aitgid.imenle.
i/) liigem snivei gnstnsameiile / lamber :■■sorver
supei tu i.ilmeiile.
r ) Ingei ii soivei edueadamenle / lamber = sorver
>11 eg.imenle.

II) <) tempo “trabalhava de bandido”. Por quê?

14) O ídolo falava inglês. De onde vinha? Retire do texto elementos


que justifiquem sua resposta.

4
Na sua opinião, o fato de falar inglês contribuía para enaltecer
'»a para desmerecer a figura do ídolo. Por quê?

I o herói virou figurino.” Explique por quê.

O programa acabou, os garotos foram saindo sem entusiasmo.”


! você? Sc visse o programa, teria a mesma reação dos garotos
mi sairia entusiasmado? Por quê?

5
TEXTO N.‘ 2

BARCOS DE PAPEL

G uilh er m e de A lm eid a

Quando a chuva cessava e um vento fino


franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia de papel toda uma armada


c, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada. . .

Fiquei moço. E hoje sei, pensando ncies,


que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, tal como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais. . .


— que os meus barquinhos, lá se foram eles!
foram-se embora e não voltaram mais!

6
1) A tarde era tímida porque:
a) estava chovendo.
b) as ruas estavam molhadas.
ç) chovera e o sol ainda não reaparecera.
d) a chuva a tinha lavado.
e) ventava.

2) Os ideais do poeta são como os barquinhos do menino:


a) simples brincadeiras infantis.
b) não conduzem a nenhum porto seguro; perdem-se
sem destino.
c ) não revelam o seu verdadeiro estado de espírito.
d) demonstram a ingenuidade infantil do poeta adolescente.
e ) dão grande prazer a seu possuidor.

3) Quando ele diz que seus ideais são feitos também de papel, quer
mostrar como são:
a) infantis.
b) ingênuos.
c) frágeis.
d) seguros.
e) inatingíveis.

4) O poema mostra-nos duas fases perfeitamente distintas da vida do


poeta. Assinale a expressão que melhor caracteriza a mocidade.
a) Armada.
b) Papel.
c) Barcos de ouro.
d) Barquinhos.
e) Calçada.

5 ) 0 poeta hoje sabe que não são barcos de ouro os seus ideais. Já
foram, entretanto:
a) na infância, quando tudo é fantasia.
b) na juventude, quando se pensa que se pode conseguir
tudo o que se deseja.
c) na infância, quando ainda não se conhece o valor do dinheiro.
d) na adolescência, quando se ri das ingenuidades infantis.
e) na maturidade, quando a vontade de ser rico é maior que
qualquer puro ideal.
6) A diferença entre os barquinhos do menino e os barquinhos do
poeta jovem pode ser resumida pelos verbos soltava e acalentava.
Explique.

7) As palavras sarjetas e enxurrada aparecem na l . a parte do poema


com seus significados próprios. Na 2.a parte, elas não aparecem
claramente, apenas transparecem. E a significação não e a mesma.
Houve também sarjetas e enxurradas na juventude do poeta. Elas
simbolizam:

a) a destruição de seus sonhos.


b) a perda da infância.
c) a proximidade da idade adulta.
d) as atribulações amorosas de um adolescente.
e) as recordações das tardes infantis de chuva.

8) Guilherme de Almeida soube revelar os sentimentos e vontades


infantis. Mostra-nos ele que a criança:
a) ama as coisas simples e não tem preconceitos ou luxo
nas brincadeiras.
b ) já bem cedo revela sua vocação.
c) preocupa-se demais com a chuva.
d) entristece quando não consegue ou perde seu brinquedo
favorito.
e) não ignora as adversidades que poderão ocorrer na
sua adolescência.

9) Pelo poema conclui-se que:


a) a juventude do poeta foi mais feliz que a infância.
b) o poeta queria ficar rico.
c) a vida lhe reservou decepções.
d) o autor era um homem sem ambições.
e) ó vantajoso ter ideais.

8
U m Icm;i do soneto:
a) Ilusões da vida.
h) Confiança no futuro.
<■) Orientação profissional.
</) Infância feliz.
<■) A alegria de brincar.

I l ) Assinale a única expressão que não reflete o tema do soneto.


<i) Castelos de areia.
/>) Castelo de cartas.
c) Bolhas de sabão.
d) Barco de ilusões.
c) Casa de palha.

1 2 ) Neste soneto, o autor se mostra pessimista ou otimista? Por quê?

9
TEXTO N.‘ 3

A VID A DO HOMEM

X a v ie r M a r q u e s

— Deus criou o homem — começa o narrador — e disse-lhe:


— Vai, serás o senhor da terra e o animal superior. Grandes
trabalhos e surpresas te esperam, mas de tudo triunfarás, se fizeres
de tua parte. A tua felicidade muito depende do teu querer. Viverás
trinta anos.
O homem ouviu e calou-se.
Deus criou o burro e disse-lhe:
— Vais viver como escravo do homem, conduzi-lo a ele e a todos
os fardos que te puser às costas. Serás bastante discreto e paciente
para suportar, além de pesada carga, as privações que te forem im­
postas durante as viagens. Viverás cinquenta anos.
O burro meditou e respondeu:
— Escravidão, cargas, privações, c viver cinquenta anos. fi muito,
Senhor, bastam-me trinta.
Deus criou o cão e disse-lhe:
— Vais ser o companheiro do homem, de quem guardarás,
sempre alerta, a porta, servindo com inteira obediência, ainda que não
recebas mais que um osso para matar a fome. Sofrerás açoites, mas,
humilde e fiel, tens que lamber a mão que te castiga. Viveras trinta
anos.
O cão pensou e refugou:
— Vigiar dia e noite, ser açoitado, padecer fome e viver trinta
anos. Não, Senhor, quero apenas dez.
Deus criou o macaco e disse-lhe:

10
Vai, leu ofício é alegrar o homem. Saltando de galho em
. illi" mi alado a um cepo, procurarás, imitando-lhe os gestos, arre-
.....I.imln, fazendo esgares, dissipar-lhe a tristeza e entreter-lhe o
ti...... Viverás cinqüenía anos.
<> macaco pestanejou e pediu:
Senhor, é demasiado para tão ingrato mister — basta-me
i■■i li mta anos.
I ornando, então, a palavra, disse o homem:
Vinte anos que o burro não quis, vinte que o cão enjeitou,
mie que o macaco recusa, dai-mos. Senhor, que trinta anos são
iHiiiio pouco para o rei dos animais.
— Toma-os — acedeu o Criador. — Viverás os noventa anos,
m.is com uma condição — cumprirás, em tua vida, não só o teu des-
111 io, mas também o do burro, o do cão e o do macaco.
E assim vive o homem.
Até aos trinta, forte, corajoso, resistente, arrosta os perigos e
i .torvos. Luta com resolução, vence e domina. É homem.
Dos trinta aos cinqüenta, tem família, e trabalha, sem repouso,
para sustentá-la. Cria os filhos, afadiga-se por educá-los e garantir-
lhes o futuro. Sobre ele se acumulam os encargos. É burro.
Dos cinqüenta aos setenta, está de sentinela à família. Dedicado
e dócil, seu dever é defendê-la, mas já não pode, contudo, fazer valer
a sua vontade. Contrariado, humilha-se e obedece. É cão.
Dos setenta aos noventa, sem forças, curvo, trôpego, enrugado,
vegeta a um canto, inútil e ridículo. Faz rir com a sua gula, sua eadu-
quice e a sua própria rabugem. Sabe que o não tomam a sério, mas
■■esigna-se e tem gosto em ser o palhaço das crianças. É macaco.

*
1) O início do texto: “— Deus criou o homem — começa o narra­
dor — e disse-lhe” lembra o começo:
a) das histórias da Carochinha.
b) da Bíblia.
c) de todas as lendas.
d) dos Evangelhos.
e) das fábulas.
2) Segundo o texto, a vida do homem dura:
I — a) vinte anos.
b) trinta anos.
c) cinqüenta anos.
d) setenta anos.
<?) noventa anos.

II
II — De início ele teria apenas________ anos de vida.
III — Mas, como o burro rejeitou uma parte da vida, ele rece­
beu m ais________ anos.
IV — O cão também não quis o tempo completo que Deus lhe
daria, e por isso o homem recebeu mais_________anos.
V — Por sua vez, o macaco recusou uma parte, com isso o
homem recebeu m ais_________anos.

3) a ) Segundo ò texto, a duração média atual da vida do burro é


de _______ anos.
b ) Do cão é d e _______ anos.
c) Do macaco é de _ _ _ _ _ anos.

4) Deus prediz que o homem há de vencer e triunfar. Segundo o


texto, a condição básica para que isto se realize é que o homem:
a) seja um animal superior.
b) cumpra também os destinos do burro, do cão e do macaco.
c) faça esforço para cumprir sua tarefa.
d) viva noventa anos.
e) cresça e se multiplique.

5) Na coluna da esquerda está a relação dos animais citados no


texto. Na coluna da direita aparecem alguns elementos que, se­
gundo o texto, caracterizam o relacionamento desses animais
com o homem. Numere a coluna da direita, fazendo a corres­
pondência entre os animais e as características que o texto lhes
atribui.
1 — burro ( ) palhaço
2 — cão ( ) paciente
3 — macaco ( ) fiel
( ) servo
( ) guarda
( ) obediente
( ) resistente
( ) ridículo

12
<>) O seguinte trecho, dirigido ao cão: servindo com inteira
obediência, ainda que não recebas mais que um osso para matar
a fome” mostra que, não raro, o homem tem para com o cão:
a) reconhecimento.
b) ingratidão.
c) deferência.
d) humildade.
e) amizade.

7 ) Em primeiro lugar, você encontrará, numeradas, algumas frases


do texto. A seguir, precedidas de parênteses, são apresentadas
explicações que reproduzem de outra forma o que se pode en­
tender daquelas frases. Faça a correspondência entre as frases e
as reformulações do pensamento, numerando adequadamente os
parênteses.
1 — “O homem ouviu e calou-se.”
2 — “O burro meditou e respondeu :. . . ”
3 — “O cão pensou e refugou. . . ”
4 — “O macaco pestanejou e pediu: . . . ”
( ) ponderou durante longo tempo
( ) refletiu durante algum tempo
( ) hesitou, pensou um pouco, mas falou logo depois
( ) deu a impressão de aceitar, mas ficou aguardando

8) Assinale a resposta que não pode ser justificada pelo texto. Ao


recusar o tempo de vida que Deus lhe queria conceder:
a) o burro rejeitou uma longa escravidão.
b) o macaco preferiu evitar ser ridículo por mais tempo.
c) o cão mostrou repudiar a insensibilidade humana.
d) o homem provou ser esperto.
e) o homem revelou ser ambicioso e insensato.

9) Seguem-se provérbios ou expressões populares. Assinale aquela


que não encontra justificativa no texto.
a) Ser burro de carga.
b) Levar uma vida de cão.
c) Ser macaco de imitação.
d) Cada macaco no seu galho.
e) Deixe de ser burro!
10) O motivo’que levou o homem a pedir que Deus lhe desse também
os anos de vida que os outros animais rejeitaram foi:
a) desejo de se mostrar superior aos outros animais.
b) capacidade de discernir o que é certo do que é errado.
c) egoísmo de querer só para si o que cabia aos outros.
d) compreensão das dificuldades que o burro, o cão e o macaco
enfrentariam.
e) bondade para com os animais.

11) Numere os parênteses estabelecendo relação entre as palavras do


texto que aparecem na l . a coluna e o sinônimo correspondente
apresentado na 2.a coluna.

1 — cepo ( ) incumbência
2 — esgar ( ) enfrenta
3 — mister ( ) tronco
4 — arrosta ( ) olhar
5 — trôpego ( ) careta
6 — rabugem ( ) dificuldade
7 — estorvo ( ) pessoa
( ) cambaleante
( ) prisão
( ) impertinência

12) Segundo o texto, o que caracteriza o homem como homem é:


a) proteger a família.
b) trabalhar para o sustento da família.
c) distrair os filhos.
d) vencer as dificuldades.
e) garantir o futuro dos filhos.

13) Ao dizer: “Dos setenta aos noventa . . . vegeta a um canto”,


o autor quis dar a entender que, nessa faixa de idade, o homem:
a) é bas' mte produtivo para a sociedade.
b) ajuda os outros dando conselhos.
c) apenas cumpre seu destino de passar o tempo que tem de vida.
d) é mais compreensivo, paciente e bondoso.
c) pode enfrentar as dificuldades sozinho, sem ajuda de ninguém.

14
14) O texto diz que a missão do macaco é imitar o homem, com
gestos e esgares. Entretanto, palavras como maczquear e maca­
quice mostram que, às vezes, é o homem quem imita o macaco.
Quando e por que isto acontece? . t.
lg aAXV Kf: si,. i J —_
f• , S- 1 1
>jv_. -uyy^-yo.,- c_ u,~ r» .'.'■■o.'- ■. . . .

5) Em: “— Vinte anos que o burro não qui s . . . dai-mor, Se­


nhor,. . . ” o vocábulo sublinhado é:
a) pronome de l . a pessoa do singular.
b) pronome de 1.a pessoa do plural.
c) pronome de 3.a pessoa do plural.
d) contração de pronome de l . a pessoa do plural com pronome
de 3.a pessoa do plural.
e) contração de pronome de l . a pessoa do singular com prono­
me de 3.a pessoa do plural.

6) Segundo o autor, Deus disse ao homem: “— Vai, serás o senhor


da terra e o animal superior.” Você acha que:
a) o homem é um animal?
b ) o homem é um animal superior?
c) o homem é senhor da terral

Justifique suas respostas e apresente exemplos que comprovem


suas afirmativas. ‘

7) Ao dizer para o cão: “ . . . tens de lamber a mão que te casti­


ga. . Deus deixava transparecer que o cão deveria ser: humil­
de? subserviente? afetuoso? Escolha a hipótese que você julga
mais conveniente — ou acrescente outra(s) se achar melhor —
e justifique sua opinião.
18)' Diga se você concorda com as seguintes considerações do autor:
a) dos trinta aos cinqüenta anos o homem está cumprindo o
destino do burro.
b) dos cinqüenta aos setenta, está cumprindo o destino do cão.
c ) dos setenta aos noventa, está cumprindo o destino do macaco.
Justifique sua opinião.

19) Neste texto, o autor revela espírito otimista ou pessimista? Justi­


fique a resposta.

16
TEXTO N.‘ 4

PEQUENOS ANÜNCIOS

P aulo M endes C ampos

1 — Ajudante de cozinha precisa de ajudante de ajudante de co­


zinha.
2 — Precisa-se de empregada; tem janela no quarto.
3 — Precisa-se de empregada competente e amante da limpeza para
cozinhar, lavar, copeirar, passar, engomar, cuidar das crianças,
servir de enfermeira a senhor idoso paralítico, regar o jardim,
fazer a faxina diária e demais serviços leves.
4 — Apartamento muito pequeno precisa de cozinheira nas mesmas
condições.
5 — Cavalheiro fino, mas teso, casa-se com moça grossa, mas rica.
(> — Churrascaria precisa garçom prática pista de atletismo.
7 — Casal educado na Europa quer empregada que saiba apreciar
uma boa conversação em inglês ou francês,
x — Desiludido urbano troca carrinho de mão por carroça de burro.
') — Compro sepultura urgente motivo saúde.
Ia — Viúvo vende barato televisão motivos óbvios.
I I — Cartomante lê passado, presente e futuro de funcionário pú­
blico.
I ’ - Precisa-se urgente de colocador dc pronomes.
I ' — Precisa-se capitão rico para infantil de futebol pobre.
I I — Arrenda-se tenda espírita com clientela do outro mundo.

17
1) O primeiro anúncio revela, por parte de quem anuncia:
\ a) comodismo/preguiça.
b) ambição/orgulho.
c) caridade/colaboração.
d) economia/parcimônia.
e) status social/esnobação.

2) O segundo anúncio, provavelmente, está insinuando que:


a) hoje em dia, as acomodações de empregada são confortáveis.
b) as empregadas sempre fazem questão de janela para poderem
bisbilhotar a rua.
,Xc) ter janela no quarto já é uma grande regalia para a
empregada.
d) a empregada ganharia, naquela casa, ótimo salário.
e ) a pessoa que pôs o anúncio não disse nada de especial, pois
é muito natural todo quarto ter janela.

3) Quem coloca no jornal um anúncio como o terceiro que aparece


no texto está deixando transparecer que:
a) valoriza o trabalho da empregada.
b) sabe como é difícil arranjar uma empregada.
c) a empregada que atender a esse anúncio só terá serviços leves.
d) tem exata noção daquilo que uma empregada pode/deve
fazer.
X e ) ironiza ou ignora as dificuldades dos serviços domésticos.

4) No duro, no duro, quem colocar um anúncio igual ao terceiro


na verdade está procurando:
d) empregada sem muita experiência.
b) empregada com bastante prática.
\ t ) empregada que queira ser escrava.
d) empregada que goste de trabalhos diversificados.
e) empregada que tenha senso de humor.

5) O anunciante que redigiu o quarto anúncio está procurando uma


cozinheira que:
Xá) seja pequena e/ou magra.
b) aceite salário baixo.
c) more no emprego.
d) se desincumba de outras tarefas.
e) seja competente.
0) A respeito do quinto anúncio, podemos dizer o seguinte:
a ) trata-se de um convite para casamento, embora não se
mencione nem dia, nem hora, nem local.
b ) o cavalheiro é educado e quer casar-se com moça também
educada.
c) o cavalheiro está solitário e procura moça com quem possa
casar-se por amor.
d) o cavalheiro é magro, mas só gosta de moças gordas.
e ) o cavalheiro quer aplicar o chamado “golpe do baú”.

7) Aplicar o ‘‘golpe do baú” significa procurar um casamento:


a) interesseiro.
b) espontâneo.
c) desastrado.
d) estável.
e) fictício.

8) De acordo com o sexto anúncio, trabalhar como garçom numa


churrascaria:
a) distrai o garçom.
b) é bom para a saúde.
c) exige preparo físico.
d) implica promessa de boa comida.
<?) faz o garçom ser expectador de correrias.

9) O casal responsável pelo sétimo anúncio pode ser caracterizado


como:
a) simpático.
b) esnobe.
c) compreensivo.
d) realista.
e) filantropo.

10) O desiludido do oitavo anúncio:


a) quer mudar de profissão, desde que continue na cidade.
b) quer conseguir algum dinheiro extra na troca.
c) está precisando de um carro maior para o seu trabalho.
d) está, indiretamente, chamando a si próprio de burro.
e) não sabe bem o que quer, porque a troca é prejudicial para
ele.

19
11) Pelas dicas que o desiludido nos dá no seu anúncio (o de número
oito), podemos deduzir que:
a ) é pobre, mas pretende subir na vida.
b ) é operário braçal, mas quer trabalhar por conta própria.
c) trabalha na cidade, pensando em ganhar mais dinheiro, mas
no fundo gosta é do campo.
d) quer trabalhar menos, por isso troca o carrinho de mão por
uma carroça de burro.
e) está fora da realidade, porque de nada adianta a troca.

12) “Compro sepultura urgente motivo saúde.” Sem dúvida, essa pes­
soa está:
a) vendendo saúde.
b) desenganada.
c) um pouco doente.
d) em estado de coma.
e) cismando que vai morrer jovem.

Justifique a resposta.

13) Apesar de tudo, o anúncio número nove revela que essa pessoa é:
a) imprevidente.
b) religiosa.
c) sarcástica.
d) medrosa.
e) esperançosa.

14) Entre os motivos óbvios que podem levar o viúvo a vender bara- '
to a televisão, um dos mais prováveis é este:
a) a televisão está enguiçada.
b ) ele quer se desfazer de tudo, para apagar a lembrança da
mulher falecida.
c) ele está sentindo falta da mulher e não quer ficar só.
d) ele não precisa de nada para se distrair.
c) só a falecida mulher é que gostava de televisão.

20
15) A cartomante que se propõe a ler passado, presente e futuro de
funcionário público:
a) sabe que está blefando, porque a vida do funcionário público
é cheia de imprevistos.
b) sabe que sua tarefa é fácil, porque na vida do funcionário
público tudo é rotina.
c) está querendo se divertir, porque funcionário vive contando
piada.
d ) está querendo ficar rica, porque funcionário ganha muito.
e) sabe que pode adivinhar tudo, porque qualquer funcionário
sempre começa de um cargo humilde e acaba se tornando
chefe de seção.

16) O anúncio que solicita um colocador de pronomes nos leva a


pensar no seguinte:
a) esse emprego é fácil, porque qualquer pessoa que fala por­
tuguês conhece colocação de pronomes.
b ) esse emprego é útil para ensinar Português aos leitores.
c) esse emprego é agradável, porque se pode escrever exatamente
o que se pensa.
d) esse emprego exige especialização e paciência, porque as re­
gras de colocação de pronomes são muito complicadas e con­
trovertidas.
e) esse emprego é inútil porque ninguém se preocupa com a
colocação de pronomes.

17) Assinale, dentre as citadas, a única entidade que não teria inte­
resse em oferecer emprego de colocador de pronomes.
a) Redação de jornal.
b) Editora de livros.
c) Setor de correspondência.
d) Secretaria de escola,
c) Oficina mecânica.

18) O infantil de futebol procura um capitão rico:

a) por motivos técnicos.


b) para atrair torcedores.
c) para arcar com as despesas.
d) para ser o jogador mais importante.
e) para dar “cartaz” ao time.

21
19) No último anúncio existe ambigüidade. É que a expressão clien­
tela do outro mundo pode ter mais de um significado. Cite pelo
menos duas interpretações que essa expressão pode ter.

a) . .-Á s '-v.. , ■ — -■ ■ ■ ■

b)

20) Também no anúncio n.° 13 há ambigüidade. Quem é pobre: o


time? o futebol desse time? as duas hipóteses são aceitáveis?
Dê sua opinião e justifique-a.

21) No anúncio número 5, qual é o significado de

a) fino?________■' '■■■v..-. ________________________________


b) teso?________ __________________________________________ .
c) grossa?_______ '• "-»r. ; . ____________________

22) Que conselho você daria a uma pessoa que quisesse aceitar o
emprego mencionado no anúncio n.° 3? Apresente justificativas.

23) Compare: Precisa-se de empregada (anúncio n.° 2)


Precisa-se capitão rico (anúncio n.° 13)
As duas construções estão corretas, tanto na língua corrente
como na língua culta? Você é capaz de justificar sua resposta?

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1 . ■ -1 t ' . ■u - ' . M / Â •.

22
TEXTO N.' 5

PLEBISCITO

A rtur A zevedo

A cena passa-se em 1890.


A família está toda reunida na sala de jantar.
O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira
de balanço. Acabou de comer como um abade.
Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a
gaiola de um canário belga.
Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se
a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê
com muita atenção uma das nossas folhas diárias.
Silêncio.
De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:
— Papai, que é plebiscito?
O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir
que dorme.
— Papai?
Pausa:
■— Papai?
Dona Bernardina intervém:
— Ó “seu” Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma
depois do jantar que lhe faz mal.
O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.
— Que é? que desejam vocês?
— Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.
— Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes
ainda o que é plebiscito?

23
— Se soubesse não perguntava.
O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que con­
tinua muito ocupada com a gaiola:
— Senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!
— Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.
— Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?
— Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é ple­
biscito.
— Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser
nenhum ignorahte!
— A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos:
se sabe, diga o que c plebiscito! Então? A gente está esperando!
D iga!. . .
— A senhora o que quer é enfezar-me!
— Mas, homem de Deus, para que você não há-de confessar
que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra.
Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o
que era proletário. Você falou, falou, falou, e o menino ficou sem
saber!
— Proletário, acudiu o senhor Rodrigues, é o cidadão pobre
que vive do trabalho mal remunerado.
— Sim, agora sabe porque foi ao dicionário; mas dou-lhe um
doce, se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!
— Que gostinho tem a senhora em tornar-mc ridículo na pre­
sença destas crianças!
— Oh! ridículo é você mesmo quem sc faz. Seria tão simples
dizer: — Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar
o dicionário, meu filho.
O senhor Rodrigues erguc-sc de um ímpeto e brada:
— Mas se eu sei!
— Pois se sabe, diga!
— Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não
dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter
nesta casa! Vá para o diabo!
E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala
de jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.
No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião:
algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário. . .
A menina toma a palavra:
— Coitado do papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem
que é tão perigoso!
— Não fosse tolo, observa dona Bernardina, e confessasse fran­
camente que não sabe o que é plebiscito!

24
— Pois sim, acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o
causador involuntário de toda aquela discussão; pois sim, mamãe;
chame papai e façam as pazes.
— Sim! Sim! façam as pazes! diz a menina em tom meigo e
suplicante. Que tolice! duas pessoas que se estimam tanto zangarem-se
por causa do plebiscito!
Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do
quarto:
— Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se
por tão pouco.
O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente.
Ele entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço.
É boa! brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio; é
muito boa! Eu! eu ignorar a significação da palavra “plebiscito”! Eu!...
O homem continua num tom profundamente dogmático:
— Plebiscito...
E olha para todos a ver se há por ali mais alguém que possa
aproveitar a lição.
— Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabele­
cido em comícios.
— Ah! suspiram todo$, aliviados.
— Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil!
É mais um estrangeirismo!. . .

*
1) O texto, como um todo, procura:
a) explicar o significado da palavra plebiscito.
b) explicar o significado de duas palavras:
plebiscito e proletário.
c) retratar cenas típicas da família do século XIX.
d) caracterizar o comportamento de alguns tipos humanos.
e) mostrar que uma pergunta sempre pode provocar discussão.

2) O senhor Rodrigues é caracterizado como:


a) homem cuho.
b) pessoa orgulhosa.
c) criatura humilde.
d) pai zeloso.
e) marido autoritário.

25
3) A passagem do texto que pode confirmar a resposta dada ao
item anterior é:
a) “E olha para todos a ver se há por ali mais alguém que
possa aproveitar a lição.’’
b ) “Não dou o braço a torcer!"
c) “Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o
dicionário, meu filho.”
d) “Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é
plebiscito?”
e) “Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa!”

4) Bernardina pode ser retratada como uma mulher:


a) franca. d ) pacífica.
b ) acomodada. e ) submissa.
c) compreensiva.

5) A expressão canário belga nos dá a entender que:


a) o canário nasceu na Bélgica.
b) alguém trouxe da Bélgica um canário.
c) as cores das penas do canário eram iguais às da bandeira
belga.
d) a raça daquele canário era oriunda da Bélgica.
e ) aquele canário cantava muito, como em geral o fazem os
pássaros belgas.

6) “Acabou de comer como um abade.” Esta expressão significa:


a) comer muito. d) comer frugalmente.
b) comer pouco. e) comer Ientamente.
c) comer rapidamente.

7) “Õ ‘seu’ Rodrigues, Manduca está lhe chamando.”


a) “Seu” tem valor de pronome possessivo.
b) “Seu” é usado aqui para indicar censura, repreensão.
c) “Seu” é forma popular e usual de “senhor”.
d) “Seu” é uma expressão sem valor especial na frase.
c) “Seu” é uma forma errada porque toda a frase está calcada
nas normas da língua culta.

26
s ) “Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é ple­
biscito?’’ Esta frase revela a seguinte opinião do senhor Ro­
drigues:

a) o ensino na escola deixa muito a desejar.


b) aos doze anos já se deve saber consultar o dicionário.
c) um rapaz de doze anos não deve fazer perguntas tolas.
d) plebiscito é palavra tão comum que qualquer criança devia
saber o significado dela.
e) 6 censurável, a partir de certa idade, ignorar o significado
das palavras da nossa língua.

9) “Você falou, falou, falou. . . ” A repetição do verbo nesta frase


serve para indicar que o senhor Rodrigues:

a) foi prolixo e pouco objetivo.


b) disse besteiras e foi “chato”.
c) dissertou eruditamente sobre um assunto.
d) desconhecia completamente o assunto.
e) falou concisamente sobre o assunto.

10) Segundo a explicação dada pelo senhor Rodrigues, proletário é:


a) quem trabalha demais.
b ) quem ganha menos do que merece.
c) quem recebe salário insuficiente para atender às necessidades
básicas da vida.
d) quem não pode comprar artigos de luxo.
c>) quem se satisfaz com salário baixo.

11) “Dou-lhe üin doce se me disser. . . ” No texto, a expressão gri­


fada exprime:
a) certeza de que alguém vai fazer o que se propõe.
b) dúvida de que alguém faça o que se propõe.
c) receio de que alguém faça o que se propõe.
d) gratidão porque alguém vai fazer o que se propõe.
e) indiferença quanto ao fato de que alguém ia ou não fazer o
que se propõe.

27
12) “No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião:
algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário. .
A água de flor de laranja serviria para o senhor Rodrigues:
a) matar a sede.
b) acalmar-se.
c) fazer a digestão.
d) criar coragem.
c) esquecer o que aconteceu.

13) As reticências no final da frase citada no item anterior indicam


que:
a) não interessa o que aconteceu depois.
b) o leitor pode facilmente subentender o que aconteceu.
c) o leitor vai ficar sem saber o que aconteceu.
d) o autor toma a defesa do senhor Rodrigues.
e) é sempre indiferente colocar reticências ou ponto final.

14) Aparecem também reticências em “— Plebiscito. . . ” para:


a) substituir o ponto final.
b) indicar que se pode subentender o que se segue.
c) indicar interrupção, fazendo “suspense”.
d) mostrar hesitação por causa do nervosismo.
e) mudar de assunto.

15) “É boa!. . . É muito boa!” No contexto, esta expressão sugere:


a) zombaria/“gozação”.
b) certeza/convicção.
c) dúvida/incerteza.
d) aprovação/concordância.
e) reprovação/descontentamento.

16) “O homem continua num tom profundamente dogmático.” O tom


dogmático é próprio da pessoa que:
a) está calma.
b) quer ouvir outras opiniões.
c) estudou muito.
d) tem experiência da vida.
e) não admite contestação.

28
17) A palavra estrangeirismo, no final do texto, se refere a:
a) hábitos e costumes de outros povos.
b) importação de bens de consumo e produtos estrangeiros.
c) imigração de pessoas de outros países.
d) aversão a tudo que é estrangeiro,
c) exportação para o estrangeiro.

18) Talvez você tenha entendido, pelo texto, o que é plebiscito. Caso
contrário, recorra a uma enciclopédia ou a outra fonte de infor­
mação. Em qual destes casos cabe a realização de um plebiscito:
a) eleição de senadores e deputados?
b) veto a uma lei promulgada pelo Congresso?
c) consulta ao povo sobre a conveniência de mudar uma lei?
d ) aprovação de orçamento da U nião/do Estado/do Município?
Justifique a(s) sua(s) opção/opções e indique mais casos em
que pode haver plebiscito.

19) “Não durma depois do jantar que lhe faz mal.”


“Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que c tão perigoso!”
Você acha que estas duas opiniões são justificáveis ou constituem
apenas superstição, crença popular? Por quê? Você se lembra de
outras recomendações desse tipo? Cite algumas.

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