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JORGE ADOUM

COSMOGÊNESE
SEGUNDO A MEMÓRIA DA NATUREZA
UNIVERSALISMO
ÍNDICE

PRÓLOGO

1. A NATUREZA E O UNIVERSO

2. O HOMEM

3. AS RAÇAS

4. AS PRÉ-HISTÓRIAS E AS TRADIÇÕES

5. O DOGMA DO CÉREBRO E A DOUTRINA DO CORAÇÃO

6. ORDENS E SOCIEDADES SECRETAS

7. OS PODERES OCULTOS DO HOMEM

8. OS CICLOS DA VIDA E DA MORTE


PRÓLOGO

Em todas as gerações, o homem procurou encontrar a resposta satisfatória


para a incógnita de sua própria origem, assim como das coisas e dos mundos
que o rodeiam.

As chaves de que se serviu para dar a resposta satisfatória a essas dúvidas


estiveram nas mãos das religiões, as quais, antes de estatuir seus códigos de
Moral e Ética, estatuíram a “Gênese” do Cosmos e do Homem.

Analisando-se com relação à Terra em que habita, aos seres que a povoam, a
tudo aquilo que está abaixo de seus pés e acima de sua cabeça, o homem
sente-se diferente e estranho. Experimenta sua solidão e teme-a; observa sua
pequenez e acovarda-se; sente sua debilidade ante a magnitude e a força dos
elementos; movimenta-se, goza de independência e, no entanto, reconhece-se
como um prisioneiro da Terra.

Ante tal miragem, volta-se para si mesmo e, desse modo, encontra-se.

Seja pelas diferentes condições climáticas ou topográficas ou pelas diferentes


formas de alimentação; seja por força de vidas sociais distintas, fatos esses
que o influenciam física e mentalmente, o giro do pensamento individual olhava
de ângulos diversos e expunha suas conclusões de modo diferente ante os
fenômenos siderais, terrestres ou humanos. Essa “Gênese”, porém, objeto de
suas dúvidas e incertezas, ainda que de maneiras diversas, expunha uma
mesma conclusão: o homem era uma resultante e não uma causa. Por
analogia dedutiva, compreendeu que o planeta em que habitava era também
uma resultante e não uma causa ou princípio.

A Causa ou Princípio gerador dessas “resultantes” situava-se além do alcance


dos sentidos e de suas faculdades. Essa “Causa” era Deus na síntese do
deduzido ou eram deuses na observação parcial de “Causas”.

A observação dos diferentes fenômenos cósmicos, naturais e humanos deu


origem aos diferentes mitos e foi originando o Conhecimento em seus
diferentes ramos. Desse modo, o céu foi plasmando na consciência do homem
a Astronomia, a Natureza plasmou a Agricultura, etc.; sobre o próprio homem
ele plasmou a sociologia, a filosofia, etc.; a Gênese plasmou a Teogonia e a
Teologia.
O aforisma de Hermes e a Tábua de Esmeralda chegaram, em seu tempo, a
ser o compêndio de todas as ciências, a resposta lógica e esclarecedora às
incógnitas do homem e a síntese do conhecimento que a mente humana,
geração após geração, havia acumulado.

Os sábios antigos, a fim de conhecerem o homem, o Cosmos e suas leis,


valeram-se da introspecção. O homem conheceu-se a si mesmo e, assim, ao
Universo. Os antigos não deixaram instrumentos, mas conhecimentos. A
Caldéia, uma fonte de saber! Egito, eis as tuas pirâmides! Jóia perene que
visou perpetuar a conquista do gênio da Antiguidade.

O aforisma de Hermes “o que está em cima é como o que está embaixo, assim
como é o grande, assim é o pequeno” constitui a alavanca pedida por
Arquimedes, pois seu ponto de apoio é a Unidade em toda a sua grandeza e
em todas as suas expressões. É o Reino de Deus, de Jesus. O conhecimento
que se baseia nessa Unidade vem por acréscimo.

Esta era a chave ou método seguido pelos antigos. Atualmente, a Ciência


Moderna vem confirmando, dia a dia, as conquistas de um Conhecimento que
já tinha sido obtido pelos sábios em idades pretéritas.

“Cosmogênese”, do Dr. Jorge Adoum, é uma obra semelhante à dos iniciados


da ciência antiga. Seus métodos de investigação são idênticos, de forma que,
aprofundando-se em si mesmo e no pensamento de seus predecessores,
conseguiu trazer às suas páginas a audácia de um Galileu, com hipóteses
novas sob todos os pontos de vista, mas, acima de tudo, bastante lógicas, já
que ajustadas e baseadas naquele princípio criador, sapiente e ordenador que
está na raiz de todos os corpos, de todas as formas e de todas as coisas.

A razão humana está sujeita ao erro, porém a razão cósmica não pode sair de
seus marcos, de suas leis, pois aonde quer que pouse a luz do pensamento,
verificar-se-á que o número e a medida geometrizam a Criação através de uma
linguagem perfeita.

A vida, em suas infinitas manifestações, fala-nos de uma escala evolutiva. Este


é outro ponto de apoio que o autor utiliza na exposição de suas idéias. Assim
estruturado, o livro dá-nos amplo sentido e um alicerce melhor para estimar a
razão lógica e transcendente da Vida na Criação e o próprio trabalho em
conjunto dela toda. Quer-nos parecer que o autor deseja resumir seu magnífico
trabalho sintetizando-o numa só frase:

“TUDO É UM E UM É TUDO”

A. Harb M.
CAPÍTULO 1

A NATUREZA E O UNIVERSO

1. Existe um antagonismo entre o homem e a Natureza: este se esforça


sempre por construir, enquanto aquela por destruir e, desse modo, o homem
não consegue manter a estabilidade de suas criações, senão à força de
perenes lutas contra essa “fatalidade” ou destino. A Natureza afigura-se-nos
como uma força destrutiva e, no entanto, ela é criadora e conservadora.

2. A Natureza, que destrói tudo o que queremos, é uma força natural que não
conhece nem Tempo, nem Espaço e que parece desprezar a vida humana.
Surge entre nós como um destino implacável; continua seu caminho sem
importar-se com nosso pranto e com nossas lamentações. Ela induziu certos
homens a criarem uma filosofia chamada “PANTEÍSMO”. Tal filosofia nada
mais faz, senão adorar a Natureza.

3. Os ocultistas acreditam que a Natureza é uma emanação ou reflexo de um


Princípio Superior ou Divino. No momento devemos falar apenas da Natureza.
Pois bem, observamos então que ao redor de nós encontram-se três planos: o
mineral, o vegetal e o animal. O conjunto desses seres e forças terrestres
constitui o que os antigos chamavam de Mundo Elemental.

4. Também os astros que percorrem seus caminhos são seres vivos como a
própria Terra. Tudo que existe tem vida. Sim, a Terra é uma esfera, mas é um
ser vivo.

5. Em torno de cada planeta giram satélites; e os planetas, por sua vez,


obedecem à atração do Sol. A isto deu-se o nome de Mundo dos Orbes.

6. O mundo tem sete planetas ou regiões que separam o Sol do Zodíaco. Isto
não quer dizer que só existem sete planetas, mas apenas que o Mundo dos
Orbes tem sete influências ou sete zonas celestes. O mundo está composto do
seguinte modo: 1.°, do Sol; 2.°, dos planetas com seus satélites e 3.°, de
correntes de forças astrais que circulam entre esses diferentes astros.

7. “Todos esses planetas têm cones de sombra e recebem o nome de planetas


obscuros. Isto significa que, quando o Sol ilumina uma parte do planeta, o outro
lado fica escuro. Assim, nossa Terra tem algo de negro durante a noite, porque
o Sol está iluminando o outro lado dela”. Tal escuridão foi chamada de Erbo
pelos antigos e por Jesus ela ficou conhecida como “as trevas externas”. Este
cone ou mundo negro não está dentro da Terra mas no espaço que ela ocupa.
Nesse lugar as almas expiam suas faltas e depuram seu astral do que têm de
grosseiro e material. Desse lugar provém os seres astrais que se manifestam
em sessões espíritas e de magia inferiores, onde vão em busca de prazeres, e
por isto pedem sempre ambientes escuros para se manifestarem.

8. A maioria dos homens tem medo do escuro e toda escuridão causa-lhe


tristeza. Por tal motivo, quando alguém morre, usa-se preto. “Os cristãos
acendem velas perto de seus mortos, como se quisessem iluminar ao ser que
entra nas trevas externas ou na escuridão do cone, a fim de protegê-lo dos
perigos que dele se aproximam durante a primeira noite após seu passamento.
Esta idéia explica exatamente porque as pessoas têm medo do escuro; porque
o Erbo está cheio de seres malignos que procuram perseguir os homens”.

9. Fala-se sempre em Microcosmo e Macrocosmo, assim como do fato de que


“o que está em cima é como o que está em baixo”, etc. Estudemos e
analisemos estas analogias.

O Universo está composto por um zodíaco, um sol, planetas e satélites.

No homem, cada glóbulo vermelho de sangue está formado por um zodíaco ou


envoltório redondo. Nos batráquios esse envoltório é elíptico. O núcleo do
glóbulo sanguíneo é o sol e os pequenos corpúsculos são os planetas que
giram em torno desse núcleo. Nesses pequenos corpúsculos existem seres
que se movem como os homens e que se chamam micróbios (seres vivos
microscópicos). Tais micróbios podem negar a existência do homem que os
transporta, assim como alguns homens negam a existência de Deus ou da
Causa sem Causa na qual “vivem, movem-se e têm o ser”.

10. “Há, no espaço, sóis de várias cores: azuis, vermelhos, verdes, etc... Nosso
sol é amarelo de terceira classe. É linfático. Também dentro do homem existe
uma chispa solar ou um pensamento do Absoluto, além de muitos sóis de
muitas cores”.

11. As células de nosso corpo são seres vivos e também podemos encontrar
em seu meio algumas que se crêem abandonadas à sua sorte. É exatamente
como o homem faz quando se queixa nestes termos: “Fui abandonado por
Deus e pelos homens.”

Existem, assim, no Universo, certos planetas e sóis que se crêem isolados e


que duvidam que recebam o fluxo divino. Começa, então, a circular entre esses
sóis, os “glóbulos vermelhos” do Universo, que são os cometas, os quais, tal
como os glóbulos vermelhos do sangue, nada guardam para si mesmos. Eles
levam ao Ser Universal, chamado Adão Kadmon, o fogo, e as almas libertas
que passam de um zodíaco a outro para sua evolução. E, assim, os cometas
estabelecem as relações diplomáticas entre um mundo e outro.

12. O Universo é como nosso corpo. A Consciência Divina trabalha no


Cosmos, assim como nosso espírito maneja e atua em nosso corpo tomado de
empréstimo à terra.

13. A Ciência já demonstrou que tudo tem vida e vive. O mineral é um ser vivo
que aumenta de volume sem mudar de lugar. É um pequeno sol terrestre que
recebe e emite raios enquanto vai aumentando.

14. Os vegetais também são seres vivos que tomam a direção da luz sem sair
de seus lugares e que crescem em sentido vertical. A cabeça do vegetal está
fincada no solo, de onde ele tira seu alimento. As raízes são os cabelos, o
tronco é o abdômen e os ramos são as pernas. Os órgãos reprodutores
dirigem-se para o alto a fim de dar frutos.

15. Os astros também são seres vivos, porém não podem mover-se livremente,
mas apenas em conjunto. São como uma família humana que está obrigada a
emigrar de um lugar para outro. Ao astro não é permitido viajar sozinho; ele
deverá deslocar-se juntamente com os demais. Não é um animal porque não
dispõe de independência de movimentos e não é um vegetal porque não pode
ficar fixo num só lugar.

16. O animal tem a faculdade de movimentar-se no planeta em que vive. No


entanto, o animal vive horizontalmente, ao contrário do vegetal que o faz
verticalmente.

17. O homem vive perpendicularmente. Sua cabeça dirige-se ao céu e seus


órgãos reprodutores à terra. Ele dispõe de algo que não vem da terra, e que é
aquela Luz Divina que o faz agir conscientemente, com liberdade e vontade,
independentes e próprias.

18. Os gênios são uma coletividade de homens que se entendem


perfeitamente. Duas almas gêmeas que se amam e complementam formam o
embrião do gênio. O gênio é como um adepto que modifica o ambiente à sua
maneira. A imaginação do gênio modela as mentes e os homens são os
executores de suas vontades.

19. Perto de cada planeta existe um astro obscuro e negro, aonde se


congregam os elementos de um novo mundo, destinado a ocupar o lugar do
antigo, quando este desaparecer. Cada planeta em sua fase de desintegração,
passa do plano astral ao plano físico, após um tempo determinado.
20. “Acontece com os planetas o que, às vezes, acontece com os continentes.
Após o desaparecimento de Atlântida, um outro continente nasceu no
hemisfério oposto. O Egito era uma colônia dos atlantes. Naqueles remotos
tempos, o Nilo não regava o Egito, mas formava com suas águas o mar que,
hoje, é o Deserto do Saara. Quando os atlantes chegaram a esse país,
mudaram o curso do Nilo, dando-lhe o leito atual. Esse rio fecundou, então,
uma nova terra arenosa, embora com isso secasse o mar interno. O Canal de
Suez existia com comportas de bronze há 1.600 anos A.C. Os engenheiros
atlantes atingiram alto grau de civilização, mas essa civilização caiu toda, certa
noite, após um cataclismo. Por isso vemos, nos murais egípcios, que dentre 10
homens, um é branco, um é amarelo, um é negro e os demais são vermelhos
como aqueles que vemos na América.”

21. A Atlântida não foi a primeira região afundada. A Lemúria, no Pacífico,


afundou em época anterior, dando nascimento à Atlântida. A raça amarela
surgiu na Lemúria. Desse modo, cada vez que um continente afunda, outro
aparece. Esta é a lei que rege nossa vida terrestre. Assim também um planeta,
quando se desintegra ou submerge em seu pólo astral, dá origem a outro no
pólo material.

22. As leis da involução e da evolução dos continentes terrestres aplicam-se ao


ser humano e à sua família. Ao desaparecer o avô, nasce o neto. Tudo está
ligado à lei evolutiva do ser terreno e aquilo que acontece no Macrocosmo
também acontece em miniatura, ou seja, no homem ou microcosmo.

O dia tem 24 horas. Cada hora tem 60 minutos. Temos duas divisões para o
tempo: o dia e a noite e, em seguida, o mês e o ano. Apliquemos, agora, essas
divisões à Terra e ao homem.

A Terra respira uma vez cada 24 horas. A isto se dá o nome de um dia e uma
noite ou dia do homem. De dia ela aspira e de noite ela expira e esse
movimento constitui uma hora de vida para o nosso planeta. Logo, a Terra
passa de um signo do zodíaco a outro dentro de um período de tempo que o
homem chama de mês, que constitui um dia terrestre. A Terra acorda de
manhã, coberta de flores que, ao meio-dia, secam e à noite morrem para
ressuscitar com a aurora”. Tais períodos são a Primavera, o Verão, o Outono e
o Inverno. Este mês terrestre equivale ao ano do homem.

23. Podemos agora dirigir nossos olhos ao sol. Um minuto do sol é um dia do
homem. Uma hora do sol é um mês humano e um dia do astro-rei representa
um ano na Terra. 360 dias solares equivalem a 360 anos na Terra ou a um ano
divino. 12.000 anos divinos ou 4.320.000 anos humanos constituem o dia de
Brahma ou Dia de Deus. 8.640.000 anos são uma noite e um dia de Deus.
Assim também, o Dia de Deus tem quatro divisões como o ano humano e cada
divisão está formada por 2.160.000 anos humanos e assim sucessivamente,”

24. Tudo se repete no mundo, como vimos na relatividade do tempo. Isto


conduz-nos à vida do homem e à discutida reencarnação. Todos repetem as
palavras Céu, Inferno e Purgatório. Por que motivo não conseguimos perceber
que Céu, Inferno e Purgatório nada mais são do que estados d’alma e não
lugares definidos? O que é que nos impede de acreditar que estão em nós
mesmos, na própria terra, onde as almas humanas depuram-se e evoluem-se?
Por que não podemos aceitar que o Purgatório representa uma série de
reencarnações na Terra, para que haja aperfeiçoamento, até que a criatura
chegue a sentir que “o Reino de Deus está dentro de si mesmo e não fora
dela”?

25. Já foram comprovados surpreendentes fenômenos de além-túmulo e de


reencarnações. O próprio Jesus confirmou-o em várias passagens dos
Evangelhos, valendo ressaltar que todas as Escrituras aceitam a reencarnação.

Não devemos, porém, sujeitar-nos ao que dizem certas escolas, as quais


ensinam que a alma reencarna depois de um tempo determinado, pois isso
seria afirmar que o homem vive 80 anos na Terra, enquanto mil existem que
vivem um, cinco, dez ou vinte anos. Não existe uma lei geral para a
reencarnação. Tudo é individual neste assunto. O espírito humano tem leis que
determinam o seu nascimento numa certa família, povo ou raça e tais leis
foram ditadas pelas próprias almas, segundo seus antecedentes e tendências,
sendo assim compreensível que encarnem quando o decidam, sem nenhuma
exigência externa.

A pessoa renasce porque sente vontade de progredir, tal como quem acorda
de um sonho para recomeçar seu trabalho.

26. “A Terra é um ser vivente e possui um estômago para digerir aquilo que
entra em contato com ele. Morrendo o homem, seus elementos transformam-se
em ervas, plantas, flores, frutas, sementes, etc...

Tal como o homem, a Terra tem um sistema circulatório. Seu sangue é a água
do mar. As águas oceânicas evaporam, formando as nuvens que circulam na
atmosfera e que, depois, caem como chuva e correm sob a forma de rios e
riachos, como correntes venosas na circulação sanguínea terráquea. O gelo e
a neve compõem a reserva do sangue terrestre. Enquanto a água do mar é o
sangue, a chuva representa o sangue arterial e os rios o sangue venoso. As
marés são a palpitação do coração da Terra.
A Terra respira os raios ou fluidos solares (transformados em calor, eletricidade
e magnetismo) que produzem luz ao chocar-se com a atmosfera da Terra.”

27. O sol terá calor? Sim, mas somente 38 graus. Como? Que dizeis? Digo
exatamente o que acabais de ouvir e ler. O sol é um centro de emissão de
ondas eletromagnéticas, as quais depois de entrarem em contato com as
atmosferas dos diversos planetas, transformam-se em calor, luz e eletricidade.
Assim, quando o fluido solar chega à Terra, produz-se a força magnética que
gera o calor e a luz. Não devemos esquecer que o espaço interplanetário é
totalmente escuro e que, portanto, o espaço situado para além da atmosfera
terrestre até o sol, é todo trevas. Dessa forma, podemos afirmar que a luz e as
forças físico-químicas terrestres nascem do encontro invisível do fluido do sol
com o nosso planeta. Partindo desse ponto, podemos compreender o que se
procurou transmitir, na Gênese, quando se afirmou que “O Espírito de Deus
pairava sobre as águas” e que “Faça-se a luz e a luz foi feita”.

28. Tampouco existe fogo no centro da Terra. Podem perfurá-la de um pólo a


outro e não encontrarão nenhum fogo central. Os metais da Terra, juntamente
com seus filões, formam o sistema nervoso da mesma. Quando o fluido solar
chega ao magnetismo da Terra, ele origina a eletricidade e o calor nesses
filões minerais, a tal ponto que, às vezes, há curtos-circuitos, especialmente
nas rochas metálicas das montanhas. Esse calor é tão poderoso que chega a
fundir o granito e outros materiais em questão de segundos e os gases internos
daí originados percorrem a terra produzindo erupções vulcânicas e não como
dizem os ingênuos cientistas, ou seja, que é o fogo central que produz os
vulcões. A água desempenha um papel importante nesses curtos-circuitos
elétricos. Por isso, vemos que, em geral, os vulcões surgem perto do mar.
Desse modo, a Natureza contém forças secretas e será muito feliz aquele que
puder tornar-se amigo e filho verdadeiro dela, a fim de aprender seus mistérios.

29. E o homem, quando veio à Terra? Também temos idéias e tradições bem
diferentes da ciência oficial a esse respeito. Dispomos de muitos arquivos
preciosos e de maravilhosas bibliotecas, mas nem a ciência oficial quer aceitar
o seu conteúdo, porque não pode medir seus mistérios, nem os Mestres
desejam dar carne a estômagos infantis.

Queremos, no entanto, expor aqui uma lenda sobre a formação da Terra e a


sucessão de raças humanas, a qual possui, pelo menos, o mérito de ser
original. Em nossa obra “O POVO DAS MIL E UMA NOITES” comprovamos
que aqueles contos infantis do imortal livro “AS MIL E UMA NOITES” eram
mistérios iniciáticos velados e profundas verdades acobertadas pela roupagem
do mito.
30. Já tereis condições de aceitar a idéia de que nossa Terra é um ser vivo e
inteligente? Quem já se tiver dado conta dessa verdade, que era admitida pelos
antigos, poderá assimilar o resto dos ensinamentos.

Todos sabemos que nossa Terra está formada por partes sólidas ou
continentes e por imensas massas líquidas ou mares e oceanos. “Segundo a
tradição secreta, cada pólo terrestre ocupa, sucessivamente, oito posições
diferentes e, ao cabo de um certo número de anos, um continente submerge
para ser imediatamente substituído por um oceano. Esse continente, contudo,
nunca desaparece totalmente. Permanecem suas altas montanhas, que se
transformam em pequenas ilhas. A Inglaterra é uma daquelas ilhas que tinham
a missão de civilizar, porque representa o espírito aventureiro da Humanidade,
o qual precisa sempre manifestar-se em algum lugar. Assim, a cada
afundamento de continente corresponde o aparecimento posterior de uma nova
terra no hemisfério oposto.”

31. Surge agora outra pergunta: “Por que o volume dos continentes é inferior
ao dos mares e oceanos?” Aqui começa o alimento forte para os estômagos
fracos. Devemos, no entanto, continuar porque dispomos de suficiente
paciência para esperar que a ciência oficial chegue, algum dia, a descobrir a
verdade de nossos ensinamentos.

A resposta à pergunta anterior é a seguinte: Porque a Lua recusou a idéia de


fazer parte da Terra e de incrustar-se nela.” Tal obstinação por parte do
Espírito da Lua (interpretada e ensinada, segundo a religião, como a
desobediência de Lúcifer às ordens de Deus) causou a inclinação de nosso
globo sobre a eclíptica, bem como a variação dos climas e das estações na
Terra.

32. A Terra tem, atualmente, cinco continentes: Europa, África, Ásia, Austrália e
América. Segundo os ensinamentos ocultos e as revelações secretas, quatro
continentes tiveram de suceder um ao outro para a hegemonia de nosso
planeta.

1.°) A Lemúria, localizada no Oceano Pacífico; 2.°) A Atlântida, no Oceano


Atlântico; 3.°) A África e 4.°) A Europa. Cada um desses continentes tem uma
história mais ou menos velada nos sagrados anais de todos os povos.

33. Cada continente tem sua personalidade ou caráter étnico, o qual se


estampa como marca registrada nos seres vivos que o habitam. Desse modo, a
África tem sua flora e fauna características, assim como sua raça humana
particular, cuja cor é negra.
34. Surge, novamente, outra pergunta: “Se a Terra é só uma, por que motivo
existem diferenças étnicas, com diferentes cores para as raças humanas?”
Antes de responder diretamente a esta pergunta devemos lembrar-nos de que
somos, por assim dizer, quase que os últimos seres humanos aqui chegados e
que fomos precedidos por outras raças na marcha da civilização.

Existe uma tradição grega antiquíssima que afirma que certos povos não
conheceram a Lua. Tais povos chamavam-se antilunares e são, por
conseguinte, anteriores à existência da Lua.

Outra lenda existe que afirma que cada continente terrestre não passava de um
planeta muito velho, mas providencialmente salvo da decadência e da
dissolução. Esta já é uma resposta à pergunta acima formulada.

Já sabemos agora que todo ser ou astro, terminada sua evolução material, tem
de passar ao estado radiante ou astral, exatamente como explicamos
anteriormente, pois foi desse estado astral que ele se originou a fim de
materializar-se.

Disto podemos deduzir que os seres que dirigem a marcha evolutiva de um


universo mantêm o equilíbrio das forças de um zodíaco. Chega, porém, sempre
o momento em que as partículas de tal ou qual planeta apresentam-se em vias
de desintegração. Nesse momento, o Grande Onisciente ampara-as, une-as e
com elas forma novos mundos, seja da mesma espécie, seja de caráter
superior ou inferior, criando dessa forma um novo astro.

Nessa obra de incrustação há sempre um continente mais adiantado do que


outro, do qual surgirá a primeira raça encarregada de civilizar os habitantes das
diversas partes do planeta assim formado.”

35. No entanto, não podemos esquecer que a verdadeira evolução não ocorre
em outro lugar, senão no Astral. Não é certo que no Plano Físico “um cachorro
se transforme em cavalo e um macaco em homem”, por exemplo. A evolução
se opera unicamente no plano intermediário, entre os princípios e as próprias
coisas.

Da mesma maneira, quando um planeta precisa formar-se, por meio da união


com astros mais velhos, as humanidades desses globos entram ou dormem no
estado astral, aonde se opera “a liturgia imposta pelos Grandes Mensageiros
Divinos”, como diria MICHEL DE FIGANIÈRES.

Quando o novo planeta está definitivamente constituído, acordam nele os seres


humanos, reencarnando-se e assim renovando seus trabalhos como se nunca
tivessem abandonado sua primeira morada ou como se jamais tivessem
deixado de trabalhar.

36. Já tivemos, todos, oportunidade de ler na mitologia grega que um dilúvio


destruiu a Grécia e todo o gênero humano, tendo sido a Terra repovoada, de
uma curiosa maneira, por Deucalião e Pirra, sua mulher, ambos salvos das
águas. Eles jogavam pedras no chão e estas transformavam-se em homens e
mulheres. Esta fábula oculta uma importante verdade cósmica.

Isto posto, já podemos expor, agora, as teorias da Cosmogênese de MICHEL


DE FIGANIÈRES e de outros autores sobre a Fabricação da Terra (La Vie
Universelle).

37. “Existiu um planeta que ocupava todo o espaço de nossa atual Terra. A
harmonia reinava nesse astro. Não existiam nem secas, nem tempestades,
nem chuvas muito abundantes. A atmosfera era pura e o astro não possuía
mais do que duas estações: a Primavera e o Outono. As folhas, as flores e os
frutos sucediam-se ininterruptamente. Finalmente, doze satélites iluminavam, à
noite, esse ditoso planeta.

A humanidade daquele mundo era sumamente feliz e recebia, em estado de


êxtase, inspirações que lhe propiciava realizar os mais nobres trabalhos. Seus
satélites agrupavam-se em torno do mais poderoso deles, que era a Lua, que,
por isso, chegou a ser a regente deles.

O orgulho, contudo, perdeu a esta última que, por isso, fracassou em sua
missão, e até arrastou seus companheiros ao caminho do mal, rebelando-se
contra os Guias Divinos e fazendo com que a situação dos satélites se
tornasse muito grave. Os Guias Divinos, então, resolveram reunir cinco desses
satélites, em um só astro: a Lua, a Ásia, a África, a América e a Europa. A Lua,
contudo, rechaçou tal proposta, que lhe teria sido proveitosa, se aceita. Os
outros aceitaram e incorporaram-se na parte restante da Terra (Austrália), que,
em seguida, começou o seu trabalho. O fluido eletromagnético ia desempenhar
um papel importante. A Ásia tinha um povo de corpo amarelo-vermelho.
Também foi unida à Ásia uma raça indomável, mas na qual a Providência
depositava grande esperanças. A África tinha a raça negra e a América a
vermelha.

O eixo unificador desses diferentes planetas estava na Judéia, que também foi
indicada para receber o Cristo, Salvador do Mundo” (citação da obra).

38. Depois, cada raça, em seu apogeu e desenvolvimento comercial, deu um


nome ou batizou um mar com a designação de sua cor. Temos assim o Mar
Vermelho, o Mar Negro, o Mar Amarelo e o Mar Branco, apesar de todas as
suas águas apresentarem a mesma cor. Quando os negros, em determinada
época, possuíram a Índia e estenderam sua dominação até o Cáucaso, todo o
sul da Europa e litoral da Rússia meridional de nossos dias, ao mar situado
naquele lugar eles deram o nome de “Mar de Pelaskos” ou “De Negros” ou
MAR NEGRO.

39. Os vermelhos, cuja civilização intelectual foi superior à dos negros, os quais
só dominaram pela força bruta, fundaram e mantiveram grandes colônias e
algumas delas subsistiram até o momento em que apareceu a Raça Branca e
os negros foram por ela dominados.

Tais colônias estendiam-se da China ao Tibet, existiam na Índia e sobre os


litorais do Atlântico e do Mediterrâneo. A mais bela de todas essas colônias, no
entanto, foi, sem dúvida, o Egito, que exerceu notável influência sobre a alma
da humanidade ocidental.

40. A maravilhosa civilização dos atlantes surpreenderia e causaria inveja à


raça branca atual, possuidora de muitas invenções e descobertas. Assim, por
exemplo, sob as ordens de seus sábios e poderosos sacerdotes, os atlantes
realizaram, no Egito, o maravilhoso trabalho do desvio do curso do rio Nilo,
com isso privando os negros de sua fonte de Vida e transformando a terra árida
do Egito num verdadeiro Éden.

Os vermelhos, ao privarem os negros de sua riqueza pelo desvio das águas do


Nilo, que desviaram para o Mediterrâneo, começaram a navegar, desde então,
no mar situado entre a Arábia e o Egito, ao qual deram o nome de MAR
VERMELHO.

41. Os Lemurianos foram os Mestres da Terra antes dos Atlantes. Dominaram


muitos continentes e, na China e no Japão, foram os iniciadores dos seres
humanos ali existentes, sendo também os que deram ao mar que existia perto
do local em que habitavam o nome de MAR AMARELO.

42. Nossos antepassados tiveram o MAR BRANCO. Os negros dominaram a


Europa meridional. Seus exploradores descobriram os primeiros exemplares da
Raça Branca nos bosques da Europa Central e do Norte, cuja cor é bem
diferente da deles. Naquele tempo os seres cor de ébano possuíam a Núbia e
a Abissínia, tendo dado aos brancos o nome de “ESPUTO”. Esses brancos
haviam descido do norte de Ross-Land, “Terra dos Cavalos”, que é a Rússia
atual. Atravessaram a terra superior ou elevada que atendia pelo nome de
“Roll-Land” ou Polônia e passaram pela “Deutch-Land” ou Terra Divina.
Chegaram, enfim, a Dahn-Mark ou “LIMITE DAS ALMAS” e a Holl-Land ou
Goli-Land, “TERRAS BAIXAS OU INFERIORES”.
A Gália, ao sul, estava ocupada pelos Gian-Ben-Gian, ou seja, os negros.

43. Nessa época os negros adoravam a arte ciclope, ou seja, a arte que
consistia em empilhar pedra sobre pedra sem utilizar qualquer cimento. Os
vermelhos preferiam a arte triangular e até mesmo suas figuras humanas foram
desenhadas com formas triangulares. Começou, então, o conflito entre essas
duas raças tão diferentes, tanto no campo físico, como no moral, sobrevindo
assim enérgica luta entre eles, a fim de manterem a própria autonomia e
afirmar sua preponderância no mundo.

44. Nós, espiritualistas, acreditamos que existe uma Providência que auxilia
todos os povos, a fim de que estes possam desincumbir-se da missão que lhes
foi confiada. Devemos, no entanto, reconhecer que a Humanidade goza de
uma relativa liberdade. Ela está colocada ante destinos previamente traçados.
Cada ser tem uma individualidade própria e liberdade de fazer o que quiser.
Entretanto, aquele que só cuida de perturbar a ordem estabelecida será detido
por essa Providência que preocupa-se, incessantemente, com a marcha
evolutiva dos povos. Cada raça, cada homem, tem qualidades diferentes dos
demais. Seres, porém, existem que têm a responsabilidade de conservar e
restabelecer a ordem, direta ou indiretamente.

45. Segundo o capitão Bruk, cada nação tem um ciclo de vida bem
determinado, e é de 1.040 anos. Com efeito, esse gênio belga demonstrou,
apoiado em fatos históricos, quais são as leis que governam a circulação dessa
força que atrai a agulha magnética em direção ao Norte e que recebe o nome
de Magnetismo Terrestre. Segundo Bruk, deve-se notar a estreita correlação
existente entre a infância, o apogeu e a decadência de um povo e o
deslocamento do fluido magnético em seu território. Pode-se recordar tanto a
história das lutas, como a dos tratados de paz entre os diversos povos brancos,
constatando-se tais fatos sob um ponto de vista matemático. Ninguém
consegue bater-se em luta, nem guerrear quando quer, mas apenas em certas
épocas fixas.

46. É fácil traçar sobre o planisfério o círculo das batalhas modernas adotando-
se o seguinte método: toma-se, como ponto de partida, a metade da linha reta
que une os dois principais centros de civilização das duas nações em guerra.
Em seguida, aplica-se a ponta do compasso sobre aquele centro para, depois,
percorrer, com a outra ponta e com um raio igual à metade daquela reta, a
região que fica em torno. Comprovar-se-á que a guerra afetará todas as
regiões que forem abrangidas pelo compasso e que, de um modo geral, todos
os povos existentes nessas regiões serão envolvidos por essa guerra.

47. Qualquer raça humana deve sempre dominar a Terra durante um período
de 12.500 anos, que corresponde a um ano plutoniano. Em seguida, ocorrerá
um cataclisma, do qual os livros sagrados sempre falam. Um desses
cataclismas foi o Dilúvio Universal e seu resultado foi o afundamento de um
continente, seguida de sua substituição por um oceano. Tais fatos acontecem
sempre numa época facilmente determinável de antemão.
CAPÍTULO 2

O HOMEM

1. A Esfinge é a mais perfeita síntese do homem, porque representa as


diversas potências e etapas evolutivas do ser humano. As forças físicas
encontram-se simbolizadas pelo Touro. As forças morais e as virtudes pelo
Leão. As forças intelectuais pela Águia e a força divina pela cabeça do homem,
destinada a comandar essas três forças animais.

2. O Touro representa a natureza linfática, o Leão a sanguínea, a Águia a


nervosa e a Vontade o homem.

3. Os quatro evangelistas foram representados pelos quatro animais da


Esfinge: Mateus pelo Touro; Marcos pelo Leão; Lucas pelo Homem e João pela
Águia. Cada Evangelho encontra-se adaptado a um temperamento humano.

4. O ser humano encontra-se formado por três centros orgânicos: a cabeça, o


peito e o ventre. À cabeça pertence a força nervosa, ao peito a sanguínea e ao
ventre a linfática, embora as três se misturem e trabalhem nos três centros.

5. O homem é regido por três forças denominadas subconsciente, consciente e


superconsciente. A primeira é a vida orgânica do homem, que funciona esteja
ele dormindo ou acordado. A segunda trabalha durante a vigília, enquanto a
super-consciência representa o estado espiritual do homem.

6. O subconsciente é aquele estado de vida que nos prende a todo o sistema


solar e que é chamado de corpo astral. É a alma da Bíblia e das religiões,
através do qual podemos comunicar-nos com o mundo interno. É ele quem nos
fornece a chave dos fenômenos telepáticos.

7. Deste modo, o subconsciente ou alma forma-se em astral e nele vive. É a


ponte entre o corpo e o Espírito. O mundo astral é o mundo dos
pressentimentos, das inspirações, dos desejos, das batalhas ou do Leão da
Esfinge.

8. O corpo físico, o corpo astral ou alma e o espírito formam o homem. Em


Sânscrito eles se denominam Rupa, que significa roupa, forma, aparência,
vestimenta; Jiva (Eva) vida, vitalidade e Atma, espírito ou alma de Deus
encarnada em nós. As letras do sânscrito representam os três mundos: o físico
está representado pelas letras; o astral pela barras; e o divino pelos acentos
que se intercalam, algumas vezes.

9. A escrita de um povo indica sempre o sentido em que se realiza a marcha de


sua evolução. Os semitas escrevem da direita para a esquerda, indicando que
sua filosofia e ciência foram adquiridas no Sul. Os hindus escrevem como os
latinos da esquerda para a direita. Os descendentes da Lemúria, os chineses,
escrevem do céu para a terra ou de leste para oeste. Os atlantes, finalmente,
tanto os vermelhos quanto os negros, escreviam da terra para o céu ou do
ocidente para o oriente.

10. O homem alimenta-se usando três espécies de alimento: o primeiro é o


alimento sólido ou líquido, absorvido pelo estômago; o segundo é o ar que ele
respira, que é o alimento da alma ou corpo astral; o terceiro são as sensações.
Essas três categorias de alimentos têm capital importância para nossa
evolução.

11. Nenhuma espécie de alimento usado moderadamente impede o


desenvolvimento espiritual. Deixemos que os mestres de determinadas escolas
filosofem à sua maneira sobre a ingestão de carne. “Não é o que entra pela
boca que prejudica o homem, mas aquilo que dela sai.” No entanto, o iniciado
sabe o que é mais conveniente para o seu corpo e evita, durante determinada
época do ano, comer carne e outros manjares pesados. Ele sabe jejuar e
praticar abstinência.

12. Algumas pessoas afirmam que constitui crime alimentarmo-nos de carne


animal. O que elas, no entanto, ignoram é que o regime vegetariano absoluto
expõe o corpo a graves perturbações fisiológicas.

Por outro lado, o tão evoluído São Paulo recomenda que comamos de tudo que
se encontra nas vendas, sem problemas de consciência. Certo Mestre disse:
“Se por não se comer carne atinge-se o mestrado, a vaca deveria ser o maior
dos mestres...” Em suma: o regime misto é a melhor escolha.

13. Já afirmamos que o homem encontra-se formado por três elementos


principais: o corpo material oriundo da terra; o corpo astral ou alma formado
pela Natureza; e o Espírito (que equivocadamente chamamos de alma) de
origem divina ou espiritual. A união desses três princípios produz todos os
demais elementos e faculdades do homem.

14. O corpo físico é animado pela Anima, Alma ou Corpo Astral, que constitui o
Ser Animal ou Inconsciente no homem. O espírito é o Raio Divino que se
manifesta através do consciente. Durante o sono o consciente cessa de
funcionar de um modo aparente e o animal ou astral continua funcionando.
15. Houve em torno do problema do corpo astral muitas discussões que não
nos interessam. O astral é simplesmente o que anima e move o homem sem o
auxílio intermediário do consciente. O centro de sua atuação é a cavidade
torácica e suas reservas circulam nos nervos do Grande Simpático. Esse corpo
astral ou alma é duplo: uma de suas seções volta-se para o Espírito, enquanto
a outra volta-se para a matéria. Assim sendo, o caráter do corpo astral ou alma
é igualmente duplo, o que quer dizer que o caráter não reside no organismo,
embora sirva ao espírito e ao corpo. Ao corpo físico ele dá vida e ao Espírito
ele permite a comunicação com o mundo exterior.

16. O sono ou desvanecimento interrompem as relações entre corpo e espírito.


O astral provê a força nervosa necessária para a ação do espírito sobre a
matéria. O corpo astral transforma uma parte do sangue em fluido nervoso e
este circula nos pedúnculos do cerebelo. Durante o estado de vigília essa força
ou líquido passa do cerebelo ao cérebro pelo pedúnculo cerebeloso superior. O
excesso desse fluido dirige-se, através do pedúnculo inferior, para a espinha
dorsal e para os gânglios simpáticos.

17. Existe no homem um princípio inteligente que preside à confecção e à


renovação de todos os órgãos a cada sete anos. Essa inteligência está
igualmente dentro e fora do homem. Graças a ela todos os astros e estrelas do
Universo podem se mover. Assim sendo, o princípio orgânico do homem é,
simplesmente, uma célula do Universo e, por conseguinte, segue as leis que
regem a todos os habitantes do mundo. Tais leis acham-se dirigidas por certa
inteligência que podemos chamar de Inteligência da Natureza.

18. Essa Força Inteligente dirige a evolução de todos os seres e também do


homem em sua formação orgânica. A criatura humana que se julga isolada do
mundo ou que se imagina independente dessa força, é como um glóbulo
vermelho do sangue que se julga separado do organismo. Todo movimento
que ocorra no céu, por menor que seja, move o Universo inteiro. A oposição
dos astros repercute até mesmo em nossa vida orgânica, ainda que não o
percebamos, porque estamos todos ligados e unidos aos diversos mundos que
nos rodeiam, assim como estamos presos à terra pelos pés e ao ar pelos
pulmões.

19. Há uma força fluídica que circula no homem, existindo muitas formas de
registrá-la. Uma delas é a seguinte: Espete uma agulha de costurar numa rolha
e coloque uma tira de papel sobre essa agulha. Com esse simples recurso
pode-se registrar nosso fluido magnético, pois aproximando uma das mãos
pela direita ou pela esquerda verificaremos a existência dessa força que está
continuamente entrando e saindo de nós.
20. Muito se falou sobre o Darwinismo e da evolução do animal e do homem,
sendo que até hoje continuam procurando o elo perdido entre este e aquele.
Sob o ponto de vista orgânico, existe um elo que une o homem ao animal, o
animal ao vegetal e o vegetal ao mineral, embora a Ciência Oficial ainda não
saiba, até hoje, como se efetuam essas diferentes transformações progressivas
nos corpos vivos. Nós, no entanto, afirmamos que a passagem de uma forma
material a outra realiza-se em astral. Quando um cachorro morre, este não
desaparece, porque nada se perde no mundo. Ele, apenas, se transforma ou
penetra o astral para começar a formação do futuro corpo astral de um
macaco. Assim sendo, o sábio positivista que observa os dois corpos físicos, o
do cachorro, avô do macaco, nota a íntima relação que existe entre eles, mas
nunca perceberá o plano em que essa metamorfose sucessiva se realizou.

21. Quando as Escrituras afirmam que “castigarei os pecados dos pais sobre
os filhos, até a terceira ou quarta gerações”, ela procura ensinar-nos que fomos
nós que construímos nosso corpo físico atual, através do corpo astral que
tivemos na vida anterior. Aquele que, em vida, gosta de embriagar-se, alimenta
seu corpo astral de álcool e, consequentemente, os maus elementos da bebida
produzem, na vida póstuma, efeitos muito dolorosos, fazendo com que o corpo
físico, na nova encarnação, seja defeituoso, raquítico ou apresente um cérebro
degenerado. Desse modo, colhemos o que plantamos e renascemos, após
decorrido algum tempo após a nossa morte, num dos corpos dos descendentes
da segunda ou terceira gerações.

22. Fomos feitos à imagem de Deus, mas não temos devolvido os talentos com
que fomos dotados. Isto explica a simbologia dos triângulos. Deus está
representado pelo triângulo de luz, cujo vértice aponta para cima, enquanto o
homem está representado por aquele que tem o vértice voltado para baixo.

O homem é como a placa de vidro sensibilizada pelo fotógrafo que reflete a


imagem de cabeça para baixo. Porém, uma vez revelado por esse “clichê”
negativo, converte-se em positivo.

23. Encontram-se, assim, no homem, as seguintes partes: 1.°) a idéia a ser


realizada; 2.°) um intermediário e 3.°) a realização. Essa é a chave dos três
planos da Natureza, ou seja, o Mundo Divino ou das Idéias Tipos; o Mundo
Astral, ou “clichê” negativo e o Mundo Elemental ou das formas físicas. Disso
resulta que tudo que vibra no Mundo Divino ou no Plano Físico tem seu reflexo
no Mundo Astral. Nesse Mundo Astral se reproduzem milhões de exemplares
de tudo que nele se grava, exatamente como acontece com a placa fotográfica.
Todos os desejos do homem ficam guardados, como sementes, latentes nesse
mundo. Elas brotarão no futuro corpo físico a reencarnar em determinada
família, País ou Continente que melhor afinem com seu tipo de evolução.
24. Temos em nosso Sistema Solar mais de 20.000 planetas nos quais o
homem pode reencarnar. O fluido astral, no entanto, só tem sete diferentes
aspectos segundo os sete planetas governadores, representando planos ou
modalidades da força universal.

25. Durante nove luas, a encarnação da alma desenvolve-se da seguinte


maneira: Saturno, primeiro, prepara os átomos formadores dos ossos e de
todas as partes materiais. No segundo mês Júpiter doa aquilo que irá constituir
a parte líquida do organismo. No terceiro mês Marte dá o sangue. Quando os
humores e a carne já se encontram formadas, a primeira inteligência individual
começa a vigiar sua vestimenta. O sol atua no quarto mês, dando assim maior
precisão às formas do novo ser. Modelam-se os órgãos genitais e surgem os
olhos, ao invés de uma única cavidade na metade da testa. Tal
aperfeiçoamento é devido a Vênus no quinto mês. Logo em seguida vem
Mercúrio, que prepara a linfa e a força nervosa no sexto mês de vida do
embrião.

No sétimo mês a Lua completa a obra e, então, a criança pode nascer, embora,
se nascer nesse período, possa ser fraca. Por esse motivo, Saturno, Júpiter e
outras forças atuam novamente para completar o ciclo evolutivo do feto
humano no curso da reencarnação do espírito.

26. Uma vez individualizado o ser humano no corpo físico, sua alma estará
sempre em relação com o mundo dos astros de onde foi tirada. Essa alma
pode dilatar-se e sair do homem para receber influências de duas espécies:
influências superiores, como o Amor Divino que é a parte luminosa da alma ou
Astral, a qual procura sempre elevar-se, ou influências inferiores, como as
paixões desenfreadas e o ódio, que materializam o corpo astral a fim de
exteriorizar-se e condensar-se, colocando o homem em relação com a
natureza material.

27. Dessa forma, a alma manifesta-se em três planos: no Físico, através da


respiração; no Astral, que e o seu mundo, por meio do magnetismo e no
Espiritual, pela circulação dos “clichês” astrais. Tudo que pensamos e
executamos no Plano Físico ficará gravado no corpo e no mundo astral. Ele é o
arquivo da Natureza. O olho que consegue ver esse arquivo encontra-se na
cruz formada entre o cérebro e o cerebelo.

28. O homem é tentado pelo corpo ou mundo físico, assim como pelo mundo
astral. Quando se pensa em roubar alguma coisa de outrem, isso é uma
imagem astral (que outros chamam de mundo dos desejos). O divino, então,
intervém sob a forma da consciência e ordena: “Não roubarás.” O “clichê”, ou
imagem, enfraquece, mas não se apaga totalmente. Esse pensamento volta
duas, três ou mais vezes. Se não resistirmos à tentação, a imagem fixar-se-á
no corpo astral, formando parte integrante da aura magnética. Tal imagem
pode ser vista pelo olho clarividente ou profético.

29. O astral pode ser projetado pelo poder da vontade. Alguns seres projetam
seus corpos astrais sobre seus entes queridos ou enfermos. Muitos,
igualmente, na hora de morrer, projetam sua imagem para alguns seres
conhecidos, fazendo com que eles possam ver essa imagem, e esses podem
percebê-la, seja em estado de vigília, seja dormindo.

30. Algumas pessoas ingênuas acreditam que o desdobramento representa


todo o segredo do Ocultismo. Devemos, pois, dizer a essas pessoas que tal
coisa não passa de mera ginástica perigosa que a nada conduz. Pelo contrário,
pode acarretar doenças e levar à loucura. Somos os criadores dos demônios
através de nossos pensamentos e obras. Todo indivíduo, no entanto, aqui ou
além, encontra-se protegido por seres invisíveis e somente nossos bons
desejos influem nos estados ou planos de vibração sobre os demais. De forma
que, para prestar auxílio não é necessário o desdobramento.

31. Temos de ampliar o estudo do Plano Astral para nos familiarizarmos com o
mundo invisível da Natureza e com os seres invisíveis aos quais estamos
inconscientemente relacionados.

32. A parte visível do homem manifesta a parte invisível, porque na Natureza


existe uma parte invisível em todas as coisas que caem sob o domínio de
nossos sentidos.

33. Assim como no corpo do homem circulam, invisivelmente, fluidos e células,


fatores incessantes do organismo, também assim na Natureza Invisível
circulam forças e seres fatores incessantes do Plano Físico.

34. O corpo astral é o modelador e o conservador das formas orgânicas. Assim


sendo, o corpo físico é o resultado de princípios invisíveis a nossos sentidos
físicos.

35. A parte invisível do homem compõe-se de dois grandes princípios: o corpo


astral ou ser psíquico, de um lado, e, de outro, o Espírito consciente.

36. É indispensável conhecer o Plano ou Mundo Astral a fim de poder entender


as teorias dos Ocultismos e também para que se possa explicar todos os
estranhos fenômenos que acontecem.

37. Para poder explicar claramente este assunto, somos forçados a utilizar
certas comparações passíveis de nos porem a caminho de uma definição
compreensível.
Temos aqui um exemplo: o fotógrafo está com sua máquina diante de um
bonito panorama. Ele focaliza a sua lente e abarca a paisagem, cuja figura é
refletida e fica estampada na sensibilidade da película negativa. Uma vez
lavada e revelada, essa película mostra-nos algo muito parecido com o Plano
Astral, ou seja, o preto é branco e o branco é preto. É exatamente assim que o
vidente vê o corpo astral.

Quando se estampa o “clichê” negativo sobre papel sensibilizado, temos,


então, uma figura positiva, vista do Plano Astral e é assim que nos vêm desse
Plano.

38. Pois bem, o artista pode morrer e sua máquina quebrar-se. No entanto, um
só negativo do panorama original será suficiente para reproduzir milhares de
figuras positivas idênticas umas às outras pela simples ação desse negativo
sobre a matéria.

Em resumo: cada forma orgânica ou inorgânica que se manifesta a nossos


sentidos é a fotografia da idéia de um artista criador que nos chega de um
mundo superior chamado plano da criação, porque ali se encontram idéias e
princípios primordiais, da mesma maneira como ocorreu no cérebro do
fotógrafo que tudo preparou para tirar a fotografia no negativo e reproduzi-la
em positivo.

39. Também entre o plano superior, comparado com a mente do fotógrafo, e o


mundo físico, que é o panorama, existe um plano intermediário disposto a
receber ordens do mundo superior e realizá-las operando sobre a matéria.
Assim como o fotógrafo, recebendo a impressão do panorama em seu cérebro,
procura conservá-lo e fixá-lo na matéria. Esse plano intermediário chama-se,
em Ocultismo, Plano ou Mundo Astral.

40. Devemos esclarecer sempre que o Plano Astral e todos os mundos


invisíveis encontram-se submersos tanto na Natureza, como no homem e que
cada planta tem seu Plano Astral e, até, Divino. Para analisar, porém, as
coisas, temos de imaginar a separação teórica desses mundos coesos. Por
esse motivo chamamos a qualidade do astral de “Plano Intermediário”. Isto,
porém, não é tudo. O Plano Astral tem uma segunda propriedade que é a
criação das formas.

41. A idéia do homem assemelha-se à Mente Divina: cria, em princípio, o que


pode manifestar-se “em negativo” no Plano Astral. Ou seja, tudo que é
luminoso em princípio torna-se escuro. E, reciprocamente, tudo que é escuro
torna-se luminoso. O que se manifesta fisicamente não é a imagem exata do
princípio. Uma vez obtido o molde, a criação astral está terminada.
42. É, então, quando começa a criação no Plano Físico ou Mundo Visível. A
forma astral agita-se sobre a matéria e dá nascimento à forma física (“e a Terra
achava-se vazia e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”, diz a Bíblia).
Isto quer dizer que o “clichê” negativo dava nascimento às fotografias. O Astral
tem, assim, de proporcionar figuras exatas do mesmo molde, continuando
assim até que o molde ou o negativo se modifique. Para modificar a forma é
preciso ter um novo “negativo”. Deus, com sua Lei, pode fazê-lo de imediato,
mas o homem apenas mediatamente.

43. Dois são os agentes do magnetismo ou fluidos criadores do Astral: os


elementais e os elementares.

44. Na comparação precedente do negativo e de todos os componentes que


recebem a figura, temos a representação dos agentes a que nos referimos.
Toda manifestação tangível é a realização de uma idéia intangível, porque
existe na Natureza uma hierarquia de seres psíquicos, semelhante àquela que
se encontra no homem, desde a célula óssea até a célula nervosa, a qual se
compõe de elementos vivos, inteligentes e diversos.

45. Os seres, psíquicos que habitam a região das forças físico-químicas


recebem o nome de Elementais ou Espíritos dos Elementos. São análogos aos
glóbulos do sangue e, particularmente, aos leucócitos do homem. São os
Elementais que se movimentam nas camadas inferiores do Plano Astral, tendo
relação imediata com o corpo físico.

46. Esses elementos obedecem à vontade boa ou má que os venha dirigir. Não
são responsáveis por seus atos, ainda que disponham de inteligência própria.
PORFÍRIO (século III) afirmou: “Talvez levante contra mim as pessoas, se
disser que existem criaturas nos quatros elementos, que elas não são nem
animais puros, nem homens, mas apresentem forma e razão com ausência de
alma razoável.” PARACELSO também afirmou o mesmo.

47. Possuímos em nosso mundo físico certos animais que operam do mesmo
modo que os Elementais. O cachorro, por exemplo, pode, a uma insinuação de
seu dono, atacar o ladrão ou o homem honesto. Em ambas as hipóteses o
cachorro não tem responsabilidade alguma por seu ato agressivo, pois
contenta-se unicamente em obedecer a seu dono, que é, no caso, o único
responsável. Esse é o papel desempenhado pelos Elementais no Plano Astral.

48. Os Elementais, no entanto, obedecem pelo carinho ou pelo medo que


sentem do homem. Exatamente como acontece entre um soldado e um
general. Eles só conseguem resistir à vontade do negromante. Por isso,
dispomos do exorcismo para dominá-los e das orações para atraí-los. O mago
e o sacerdote, mediante invocações, acumulam o magnetismo universal aonde
pululam os Elementais a que chamamos de anjos pelo ensino das religiões, a
fim de que atuem para o bem dos fiéis e do mundo.

49. Existem, no Mundo Astral, além dos Elementais, outros seres denominados
Inteligências Diretoras, Anjos da Guarda, Protetores Invisíveis, etc., que são os
espíritos dos homens que tiveram notável evolução.

Há mais, ainda. No Plano Astral encontram-se outras entidades dotadas de


consciência e que são uma categoria de homens e mulheres que morreram
recentemente e cujas almas não completaram ainda toda a evolução de que
precisam. Tais entidades são aquilo que os espiritistas chamam de “espíritos” e
que os ocultistas chamam de “elementares”.

50. Os Elementares são, portanto, entidades humanas evoluídas, enquanto os


Elementais ainda não conseguiram passar pelo estado humano ou pela
Humanidade. Jamais deveremos esquecer este detalhe.

51. Aquilo que chamamos de imagem astral nada mais é do que o “clichê”
negativo de que falamos anteriormente.

O Plano Astral é como o espelho do Mundo Divino, reproduzindo em negativo


as idéias primárias responsáveis pelas formas e forças físicas futuras.

52. Antes de prosseguir, já é tempo de apresentar uma verdade desconhecida


de muitos, qual seja: O mundo astral ou mundo dos desejos é o mundo da
alma e o corpo astral é a alma.

53. Assim como toda coisa ou ser projeta sua sombra no mundo físico, assim
também tanto um como outro projetam um reflexo no mundo astral da alma.
Quando, porém, uma coisa ou um ser desaparecem, o reflexo lançado por um
e outro permanece em astral, reproduzindo a imagem dessa coisa ou desse ser
tal como eram no momento do desaparecimento. Cada homem deixa no Plano
Astral um reflexo ou imagem característicos. Ao morrer, o homem sofre uma
mudança de estado, que se caracteriza pela destruição da coesão que
mantinha unidos os seus princípios de origem e tendências muito diferentes.

54. O corpo físico volta à terra de onde veio. O corpo astral e ser psíquico,
iluminados pela memória, a inteligência e a vontade, bem como pelas
recordações e pelos atos praticados, passam, no Plano Astral, a regiões
elevadas aonde se transformam em elementário ou em “espírito”.

55. O ideal que o ser humano alimentou em vida forma nele uma entidade
dinâmica chamada EU SUPERIOR, o qual nada tem a ver com o EU SOU.
Esse ideal acompanha o EU SOU no Mundo Divino.
56. Esse EU SUPERIOR formado pelo homem atual será a fonte de existências
futuras, cujos caracteres determina. Ele será para o vidente “imagens astrais”
ou “a memória da Natureza”, na qual encontra-se escrita toda história passada.
É esse o átomo-mestre de que falamos anteriormente, formado pela energia
criadora que comunica ao aspirante a ciência de todas as Idades. A
Psicometria é um ramo de seus ensinamentos.

57. Se nosso reflexo no espelho pudesse permanecer depois de nossa partida,


mantendo todas as cores, expressões e aparências reais, poderíamos entender
o que significa a “imagem astral” de um ser humano. No entanto, dispomos, por
outro lado, de um “clichê” negativo que pode fornecer-nos uma imagem similar.
Os Antigos sabiam muito bem disto e chamavam, à sombra ou imagem astral
(“clichê” negativo) que habita as regiões inferiores do Plano Astral, de EU
INFERIOR; EU SUPERIOR a que reside nas regiões superiores; enquanto que
o Mundo do Espírito é o Templo do EU SOU.

58. Nas sessões espíritas é preciso ter muito cuidado e efetuar as necessárias
comprovações a fim de verificar se à evocação do defunto vem do seu EU
INFERIOR ou EU SUPERIOR.

No primeiro caso, o ser evocado será como o reflexo do espelho: poderá ser
visto, poderá praticar alguns atos e será fotografável, porém não falará.

No segundo caso, o evocado falará e muitos poderão vê-lo ao mesmo tempo.

59. Em resumo: o Mundo Astral é um mundo intermediário entre o Mundo


Físico e o Mundo Divino. Sua constituição é a seguinte:

a) Entidades psíquicas que dirigem o Mundo Astral. Tais entidades ou homens


superiores pertencem à nossa humanidade ou a alguma outra anterior a esta.

b) Fluidos astrais formados por uma substância análoga à da eletricidade,


porém dotada de propriedades psíquicas: a Luz Astral.

c) Nesses fluidos circulam entidades diversas influenciáveis pela Vontade


Humana. Os elementais são, muitas vezes, formados pelas idéias vitalizadas
do homem.

d) Além desses princípios, há outros, quais sejam, as formas que deverão


manifestar-se futuramente no Plano Físico, as formas plasmadas pelos reflexos
em negativo de idéias procedentes do Mundo Divino.

e) Há, no Astral, “imagens astrais”, “cascões” de seres e coisas, reflexos do


Mundo Físico.
f) Fluidos emanados da vontade humana ou do Mundo divino que movimentam
o Astral.

g) Corpos astrais de seres materializados e apegados a suas paixões e


sofrimentos, como os suicidas; de seres a caminho da evolução (elementares);
de entidades humanas que atravessam o Astral a caminho de uma encarnação
(nascimento); de outras entidades desencarnadas (morte). Também ali se
encontram os corpos astrais dos adeptos e das feiticeiras em período de
experiência. Enfim, o Mundo Astral é uma contraparte do Mundo Físico, na qual
se encontram todos os “clichês” negativos dos seres que pululam no Universo,
e é também uma contraparte do Mundo Divino, por onde passam as criações
ao Mundo Físico.

h) O Plano Astral é apenas um, porém com graus de polarização e de vibração


diferentes: o Telesma de HERMES. Quando produz o esplendor, chama-se
Luz. A substância que Deus criou antes de todas as demais coisas quando
disse “Faça-se a Luz!”.

i) É, ao mesmo tempo, substância e movimento; um fluido de vibração


perpétua. Nos astros que ela anima é a Luz Astral. Nos seres organizados é luz
ou fluido magnético. No homem forma o corpo astral ou mediador plástico.

60. A vontade inteligente opera diretamente sobre essa luz e, através dela,
sobre a Natureza passível de modificações impostas pela inteligência.

Essa luz é o espelho comum de todos os pensamentos e de todas as formas.

Ela guarda as imagens de tudo que existiu e, por analogia, seus efeitos nos
mundos vindouros.

É o instrumento da Taumaturgia e da Adivinhação (PAPUS: Tratado Elementar


das Ciências Ocultas / ELIPHAS LEVI: A Chave dos Grandes Mistérios).

61. O sangue nutre o organismo. O sistema simpático movimenta os vasos


sanguíneos. Esses, por sua vez, estão rodeados de pequenos fios nervosos
que se unem ao gânglio simpático mais próximo. Tais nervos dividem-se em
vasos constritores e vasos dilatadores. Os primeiros contraem-se e os últimos
dilatam-se. Partindo da espinha dorsal, o Grande Simpático forma três grandes
plexos que presidem aos grandes centros da vida vegetativa. Eles são: o plexo
cervical, o plexo cardíaco e o plexo solar. Todos eles possuem nervos
condutores de fluido. Donde, porém, emana essa força motriz?
62. Os glóbulos vermelhos, que nada guardam para si mesmos, proporcionam
o elemento vital a todas as células. Ao apoderar-se dessa força vital, o
cerebelo a transforma na eletricidade humana. Dois condutores dele partem. O
primeiro é o pedúnculo cerebeloso superior, que leva essa energia ao cérebro
anterior e vai terminar no núcleo vermelho de Stiling. O segundo é o pedúnculo
cerebeloso inferior, que toma a direção dos centros cinzentos da medula,
aonde nasce o Grande Simpático. Os dois hemisférios do cerebelo acham-se
unidos pelo pedúnculo médio.

63. Chegado o sangue ao cerebelo, produz-se a força nervosa. Durante a


vigília essa energia acorre ao cérebro. O espírito, então, pode pensar e
trabalhar com seu corpo. Como, porem, cada idéia deixa exausta uma célula
nervosa, produzindo um desgaste de energia, disso resulta que, após algum
tempo, as reservas do sistema simpático acabam, fazendo com que nos
sintamos cansados e esgotados, com a cabeça pesada e bocejando. O bocejo
desloca a força nervosa rapidamente. No fim do dia ou depois de um trabalho
estafante sentimos necessidade de descansar.

Nesse momento a força nervosa já não está mais chegando ao cérebro, mas
passa pela medula e pelos gânglios simpáticos através do pedúnculo inferior
do cerebelo, ao passo que a parte supérflua do fluido nervoso vai ao espírito,
produzindo nele os sonhos inferiores ou orgânicos.

64. Quando, durante o sono, o Grande Simpático se recompõe de energia


nervosa, a corrente retorna ao cérebro e o espírito começa a trabalhar durante
a vigília. Existem, no entanto, casos de rupturas duradouras ou momentâneas
entre o espírito e o corpo físico, como na apoplexia, durante a qual o espírito
muda o lugar ou sede do seu funcionamento, passando do físico ao astral.

Certas doenças graves, como a febre tifóide ou a neurastenia, obrigam o


espírito a ficar mais tempo afastado do corpo físico. O desmaio, enfim, corta a
união do consciente com o ser impulsivo.

65. Muitas pessoas falam em hipnotismo, magnetismo e sugestão, porém


poucas compreendem o porquê desses fenômenos.

Há três formas de hipnotizar uma pessoa. A primeira consiste em esvaziar a


força cerebral no cerebelo, provocando o fascínio do cérebro por meio de uma
luz forte, posta diante dos olhos, o que acarreta o sono hipnótico
instantaneamente. O espírito separa-se do ser impulsivo e toda a força nervosa
fica centralizada no cerebelo, ficando a pessoa num estado de
semiconsciência. Mas também podemos obter o estado hipnótico não apenas
por meio do olhar, como por meio de qualquer dos sentidos: olfato, audição e
paladar.
66. Para que se obtenha o sono hipnótico é preciso congestionar o plexo
cardíaco por meio de passes. Durante esse sono, o paciente entra, com
frequência, em relação com as forças e seres do Universo. Ocorrem, então, as
visões e o magnetizador pode separar o corpo astral do físico e enviar o mental
para bem distante, a fim de adquirir certos conhecimentos.

67. Se a energia nervosa for levada ao plexo solar os fenômenos espíritas


serão produzidos. Esse plexo une o homem à natureza instintiva ou física.
Quando a força nervosa do ser humano começa a sair desse centro num
quarto escuro, os objetos ficam iluminados e pode-se verificar a existência de
raios de luz negra. Em tal estado, o corpo astral sai do corpo físico ao nível dos
rins e pode aparecer ao lado do paciente. Todos nós possuímos um duplo
luminoso que se pode apresentar a nós mesmos. Tal desdobramento é
produzido quando nosso plexo solar estiver congestionado por algum meio.

68. O médium adormecido pode unir o seu astral ao de algum magnetizador


que se encontre entre os presentes e este assimilará suas idéias e poderá
revelar muitas coisas conhecidas apenas de uma única pessoa entre os
assistentes. Ele converter-se-á, desse modo, num leitor de pensamentos. Em
outros casos o paciente põe-se em relação com os elementais e, então, suas
comunicações serão infantis. O médium, contudo, pode também comunicar-se
com suicidas ou elementares de baixa categoria, havendo finalmente certos
médiuns que, às vezes, entram em relação com um ser do Plano Espiritual.

69. O EU SOU está envolto numa espécie de matéria que tem vários graus de
vibração. O espírito é semelhante a uma chispa de luz rodeada pelo astral, que
parece uma auréola cercada pelo corpo físico. Os antigos representavam o
Astral sob a forma de uma serpente, porque os fluidos emanados da natureza e
do homem serpenteiam, aparentemente, dessa maneira. Por esse motivo o
Kundalini também recebe o nome de Serpente ígnea.

70. A Serpente ígnea está representada pelas vogais de cada idioma e essas
vogais constituem a Palavra Perdida. Na própria Palavra Perdida encontra-se a
letra da vida e da morte. A vogal “U” é o som da morte e todo ser, na hora de
sua passagem, escutará um som ou ruído de um “U” prolongado. O símbolo da
serpente que mata e da que ressuscita pode ser visto nas Escrituras, no
caduceu e em todas as religiões.

71. As perturbações de origem nervosa demonstram que o astral não está fixo
ou que está funcionando mal. Quando os médicos chegarem a sentir e a
compreender este fato, a loucura poderá ser curável.

O regime vegetariano influi sobre o astral durante um certo tempo, porém o


regime do pensamento é muito mais eficaz. Pensar sempre bem, falar sempre
bem dos outros e trabalhar sempre de um modo correto provocam a depuração
de nosso corpo astral, convertendo-o em algo luminoso e puro.
CAPÍTULO 3

AS RAÇAS

1. Tivemos quatro grandes períodos na civilização humana: O Período


Lemuriano, o Período Atlante, o Período Etíope e o Período Branco, que é o
atual. Transmitiremos os ensinamentos de FABRE D’OLIVET em seu livro
“História Filosófica do Gênero Humano”:

“Quando os vermelhos chegaram ao seu apogeu, os negros começaram a


estender sua influência sobre outros territórios orientais. Depois os atlantes
desapareceram e foram sucedidos pelos etíopes. Quando chegou a vez dos
brancos, estes encontraram os negros nos bosques da Europa Meridional.
Muitos brancos tinham sido aprisionados, antes, pelos negros, os quais sofriam
maus tratos e eram mantidos como escravos para fundir metais e construir
suas ciclópicas fortalezas. A seguir, os brancos libertaram-se e com essa
libertação veio a época das grandes batalhas entre brancos e negros; e a lei de
causa e efeito fez que os negros fossem escravos dos brancos. Foi quando
RAM e seus guerreiros brancos invadiram a Ásia e a Índia, rechaçando o
exército dos etíopes até Lamk, depois denominado Ceilão, o que fez com que
os negros perdessem seus domínios e seu cetro, a fim de que os brancos
dominassem a Terra durante muitos séculos.

2. Os brancos lançaram-se à conquista da Índia e, depois de afastarem os


negros, estabeleceram-se nesse País. Muitos anos mais tarde, seus netos
saíram aos milhares do País conquistado por seus avós e vieram ter à Ásia
Menor e à Europa. Esta é a origem dos Arianos.

3. As leis da civilização seguem sempre o curso do Sol e, similarmente, quando


um continente nasce, a evolução de sua raça começa sempre a leste para
terminar a oeste. A civilização branca nasceu no Oriente e estabeleceu-se, em
seguida, no Egito, na Grécia, em Roma e na França.

Atualmente passa aos Estados Unidos da América do Norte e após algumas


catástrofes, New York ou Chicago será o olho do mundo. Isto acontecerá de
2.200 em diante. Após a mudança total do pólo magnético da civilização
branca, efetuar-se-á a fusão da ciência ocidental e da velha tradição asiática,
começando desde então um novo ciclo para a humanidade terrestre.
4. Os brancos, cujas mulheres foram o eco do Invisível, tiveram profetas e
profetizas. Os Druidas consideravam a mulher igual ao homem e complemento
deste. Na Europa Central e Meridional lutaram febrilmente para emancipar-se
do domínio dos negros. A raça branca, por indicação da profetiza Voluspa,
triunfou e a partir de então começaram os colégios de druidesas, que, mais
tarde, afastaram-se de seu ideal, perdendo o primitivo esplendor e sendo
atacadas por terrível enfermidade: a tuberculose. As druidesas sacrificaram,
em vão, milhares de homens. Então, o Espírito Guardião da Raça Branca
apareceu ao jovem druida RAM e disse-lhe que certa planta parasitária
chamada “gui” (visgo, visco, viscum album), que vive no tronco do carvalho,
misturada ao suco da vinha, podia combater a praga. Para comemorar este
fato surpreendente, os druidas assinalaram o dia 25 de dezembro,
transformando-o num dia de festa chamado Nevy-Heyel, donde veio Noel
(Natal), dia em que se ocupavam em recolher solenemente o “gui” com facas
de ouro em um véu branco, depois de sacrificar dois touros, a cerimônia
terminava num banquete. A infusão desta planta parasitária foi considerada
como panacéia universal regeneradora das energias do plexo solar. Até hoje os
herbolários colhem essa planta nesse dia.

A reputação de RAM começou a ser difundida e aumentou com o tempo.

5. RAM e muitos brancos quiseram emancipar-se da tirania das druidesas. Elas


praticavam, como os negros, a poliandria, que é o contrário da poligamia. Entre
os negros da África, até nossos dias, existe o seguinte costume: quando o pai
deseja reconhecer o seu novo filho, deita-se e põe-se a gritar e bradar até que
os vizinhos acodem para felicitá-lo pelo feliz “parto”, enquanto a pobre mãe tem
de ficar calada e, se ela grita ou chora, consolam-na tapando-lhe a boca. As
druidesas enviavam mensagens a seus mortos, matando os homens que lhes
serviam de mensageiros. Elas colocavam o homem que tinha a sorte de ser
mensageiro sobre uma bonita pedra e cortavam-lhe suavemente a garganta.

6. Dez mil anos antes de Cristo os homens egoístas rebelaram-se e muitos


brancos abandonaram a Holl-Land, atravessaram a Áustria, passaram à
Macedônia até alcançarem o Mar Negro, dali seguindo para o Cáucaso e a
Ásia Menor. Ali permaneceram, errantes, devido à perseguição dos negros. Os
árabes são os descendentes desses celtas, porém alguns deles uniram-se pelo
matrimônio a algumas mulheres negras, dando origem a filhos morenos.

Porém, a título de revanche, ditaram leis em oposição às já estabelecidas pelas


druidesas, as quais incidem até hoje sobre os semitas, que ainda choram
quando lhes nasce uma filha. A religião favoreceu, também, os seus desígnios,
permitindo que o homem pudesse ter muitas mulheres, podendo também
divorciar-se delas à vontade e até vendê-las em hasta pública, como acontecia
na Inglaterra até o princípio do século XVIII. Estas são as origens da poliandria
e da poligamia, sendo esta a Lei da causa e do efeito.

7. O famoso RAM, seis mil anos antes de Cristo, não quis viajar à morada dos
mortos, preferindo abandonar o País. Seguiram-no duzentos mil brancos com
suas mulheres e filhos. Ele percorreu o centro e o sudeste da Europa,
chegando aos confins da Rússia Meridional e às portas da Ásia.

Esses brancos uniram-se aos Turanianos no Ural. Nos Bálcans, no Cáucaso e


na Geórgia existem, até hoje, vestígios deles. RAM esteve alguns anos entre o
Mar Aral e o Mar Cáspio. Derrotou os negros e apoderou-se de suas cidades,
como Balk e Mervo, construindo a cidade de Var.

Conquistou Plaksha e invadiu Bharat-Versu ou Índia, aonde então reinavam


duas dinastias: a Solar e a Lunar. RAM emprestou magnífica organização à
Índia, antigo império de Gia-Ben-Gian.

8. Os árabes até hoje apresentam um tipo de civilização ioniana ou lunar e sua


marca é encontrada na lua crescente que vemos em seus estandartes e em
seu calendário de 28 dias. Na Alemanha ficaram os vestígios da dominação
feminina deixada pelas druidesas e, em sua língua, os alemães dizem “A SOL”
e “O LUA”.

Isshon, segundo filho do imperador Ougra, semeou o Cisma em várias partes


do reino, porque havia sido iniciado nos mistérios da ciência sacerdotal.
Ambicioso em reinar como seu irmão Tarak’Hya, juntou-se aos sábios e
filósofos descontentes, além de aos demais membros das classes inferiores, e
quis defender os direitos desconhecidos do princípio feminino. Os altos
iniciados quiseram atraí-lo à sua causa, porém ele se manteve firmemente
dentro de seu ponto de vista, dizendo que “a mãe ou feminismo” era superior
ao “pai ou masculino”.

Seu irmão, o imperador, expulsou a ele e a seus partidários da Índia. Foi a


guerra dos Yonijas.

A Ásia Menor sublevou-se contra a ortodoxia do Carneiro e a lei do Touro


triunfou sobre a do Cordeiro. Os revolucionários tomaram a cor púrpura para
seus distintivos e o símbolo da pomba, enquanto os ortodoxos conservaram a
cor branca.

9. Os Irshoítas fundaram dois grandes impérios: a Assíria e a Fenícia.


Ameaçaram o Egito durante dois mil e setecentos anos e o conquistaram
quatrocentos anos depois e tiveram sua dinastia no País com o nome de Reis
Pastores, a quem a História chama de Hiksos. Os Boêmios ou Ciganos de
nossos dias eram varredores dos templos da Índia naquela época, exercendo
também o ofício de cozinheiros e consertadores de panelas e vasos sagrados.
Liam as mãos e se converteram em nômades no Egito. Foram expulsos do
País. Invadiram, depois, a Europa há alguns séculos e continuam nômades em
todas as partes do mundo. Por isso, os sábios surpreenderam-se quando
encontraram um povo vindo do Egito que falava o sânscrito. Os Boêmios
recitam suas orações nessa mesma língua. É um povo que terminou o seu
ciclo.

10. Já se disse que cada povo tem uma lei de 520 anos, a qual rege seu
destino durante esse período. Cada povo chega, em 520 anos, ao máximo da
sua civilização, para, em seguida, descer progressivamente por igual período
de anos. Isto só se aplica às nações que cumprem o seu destino. A tabela de
Bruk em sua obra “O DESLOCAMENTO DO MAGNETISMO TERRESTRE”
indica-nos que não podemos considerar de forma global os 520 anos
anteriormente assinalados e que somos obrigados a dividi-lo em 32 períodos
de 16 anos cada, mais dois períodos de 4 anos, um no começo e outro no final
do ciclo. Desta forma, podemos dividir a história de cada povo, adivinhando ao
mesmo tempo a marcha de sua civilização e de sua decadência.

11. Só o Egito conseguiu escapar a essa lei, porque conhecia o segredo do


magnetismo, o qual desloca-se na Terra de acordo com a marcha do Sol. Os
egípcios mumificavam seus irmãos maiores falecidos, a fim de conservar seu
próprio astral em sua pátria. Graças a esse método, prolongaram a fixação das
correntes magnéticas durante cinco mil anos. Através da mumificação, eles
conservaram o astral de seus mortos no próprio País. Os peruanos, em seu
ciclo de apogeu, tentaram imitar os egípcios, mas fracassaram na aplicação
dessa ciência antiga. Depois, a Humanidade, não podendo também imitar a
ciência egípcia, contentou-se em erigir monumentos públicos em homenagem
a seus heróis e sábios.

12. De acordo com Nostradamus e Bruk e segundo o deslocamento do


magnetismo do globo, todos podemos profetizar a sorte de todas as nações. A
Inglaterra recebeu a incumbência de civilizar o mundo e, por não cumprir essa
missão ficou relegada a segundo plano. A Alemanha seguiu o mesmo caminho.
Toca, agora, à Rússia e aos Estados Unidos da América do Norte essa
incumbência, mas de antemão podemos assegurar que estão aplicando mal a
razão de seu poder e que é fácil adivinhar a sorte dos povos dirigidos pelas
forças invisíveis.

13. A reencarnação desempenha, nessas situações, um papel muito


importante. Essa lei obriga que os inimigos reencarnem numa mesma família e
nação, a fim de que aprendam a amar-se uns aos outros e para que eliminem o
ódio que conduz às guerras e às desgraças.
CAPÍTULO 4

AS PRÉ-HISTÓRIAS E AS TRADIÇÕES

1. No ano 6700 a.C. Ram conquistou o Ceilão e dominou os negros. Teve


assim início a dominação dos brancos.

De acordo com Saint-Yves d’Alveydre, Ram mudou seu nome para LAM e,
depois de consolidar Ayodhya, o primeiro Kousha da Índia, cuja autoridade
temporal estendia-se por sobre todos os reinos da Ásia Menor e Maior, tais
como China, Japão, Cáucaso, Turão, Egito, Líbia, Etiópia e ilhas do
Mediterrâneo, Ram fez-se rei espiritual e soberano pontífice da região do Tibet,
aonde formou a Universidade invisível que influi sobre a Terra e desse modo
LAM, de onde provém a palavra “lama”, organizou a Hierarquia contra os
governos arbitrários e tirânicos que se haviam estabelecido através do cisma
de Irshon.

2. O Reino do Cordeiro não é um mito, mas uma iluminação. Não é como


certas filosofias que duram pouco tempo na mente de poucos seres e que,
depois, logo deles se esvai. O Budismo e o Cristianismo perduram e
perdurarão porque o livro sagrado de todas as religiões perdura no mundo
espiritual e todo profeta o reencontrará completo e exato no Plano Divino e nas
estrelas. Cada astro é uma letra viva para o iniciado. Jesus dizia que “o Céu a
Terra perecerão, mas não se apagará um só til da Lei”.

Aqueles que se dedicam ao estudo das letras poderão compreender que cada
letra representa o nome de uma divindade, cujo poder os magos sabem
empregar e que se chama VERBO (Ver “A Magia do Verbo ou o Poder das
Letras”, do Dr. Jorge Adoum).

3. Os livros sagrados foram escritos com caracteres sagrados. De Moisés,


Daniel, Esdras e dos Vedas não possuímos mais do que um simples reflexo da
Verdade, porque perdemos os caracteres originais. Contudo, não é difícil
encontrar no inundo interno e na memória da Natureza a cópia original, e, dia
virá em que veremos surgir aquele que saberá reconstruir as Sagradas
Escrituras de todos os povos. Jesus disse que “só o que vem do Alto pode
subir até o Alto”. Por isso, devemos ser tolerantes em matéria religiosa. Os
livros sagrados foram escritos em três planos ou para três planos. Os homens
disputam o terceiro.
4. Na Idade de Ouro ou Reino do Cordeiro, iodos os brancos submetiam-se a
um só pastor espiritual. Houve, no entanto, um dia em que alguns revoltosos
não quiseram mais acompanhar o jugo dogmático, preferindo o caminho da
razão. Descobriu-se, então, a segunda lei dos livros sagrados, os quais
seguem, em sua estrutura, a norma que rege a construção anatômica do ser
humano. Temos, assim, a doutrina do coração, a doutrina do cérebro e a
doutrina terrestre, eis que o homem divide-se em três partes: cabeça, ventre e
coração:

5. Há três grandes períodos históricos na Índia e em seus livros sagrados: (1)


O Védico, correspondente à época de Ram, que dominou a Índia por meio dos
Arianos ou nobres até 3200 ou 3000 anos antes de Cristo. Foi quando os
Vedas foram criados; (2) o Bramânico, de 3000 a 2400 antes de Cristo, quando
certos homens rechaçaram o dogma da Teocracia do Cordeiro e abandonaram
a Índia para implantar suas idéias sob a forma de religiões cruéis e leis brutais.
Veremos, em seguida, como os iniciados procederam para deter o progresso
desses rebeldes religiosos; (3) o Búdico.

Tendo em mente tal triplicidade não se pode errar.

Os Vedas são livros históricos importantes e aquilo que se encontra na Bíblia


em termos de história foi copiado deles ou, pelo menos, neles pode ser
encontrado, eis que a palavra “Veda” significa “ciência”.

Há quatro Vedas: o Rig-Veda, o Sama-Veda, o Yadjur-Veda e o Atharva-Veda.

Essa é a primeira revelação ou “clichê” de todos os demais livros sagrados.

Continham dogmas que logo foram rechaçados pelo Bra-manismo, o qual, por
meio da razão, queria interpretá-lo em sua totalidade.

Tal período védico acha-se caracterizado pela simplicidade das cerimônias


sagradas. Os Arianos tinham um culto sábio. Não tinham templos, nem altares.
Faziam fogo pela fricção de dois pedaços de pau, a fim de colocá-lo em seus
altares simples, mantendo a chama com manteiga clara. Ofereciam a seus
deuses bolachas e um licor que desenvolvia certas faculdades no homem. Tal
era preparado com asclépia ácida, filtrando o seu suco numa peneira de lã de
carneiro. Era deixado a fermentar num vaso de madeira e era servido puro ou
misturado com água e leite. Era esse o “soma”.

Até hoje todos os povos utilizam certas plantas para produzir certos efeitos
psíquicos, enquanto os civilizados preferem usar o álcool. Antigamente o licor
sagrado era algo paralelo ao sacrifício.
6. Entre os Arianos, ou seja, entre aqueles que professavam a Religião do
Cordeiro, o sacerdote oficiava ao despontar da aurora, ao meio-dia e no ocaso.
Os filhos, depois, herdaram o ritual de seus pais e, assim, pouco a pouco,
formou-se a casta sacerdotal. Os demais, que combatiam aos amarelos e aos
negros, formaram a casta guerreira. A raça vencida formou as demais castas
inferiores, ou seja, a dos comerciantes e dos artesãos. O Bramanismo estava,
então, em gérmen. A partir daí a cabeça, servida pelos instintos, esforçou-se
por dominar o mundo e as castas se estabeleceram.

7. Ao lado das revelações dogmáticas, manifestou-se a reação instintiva. Foi o


ventre da sociedade hindu que causou a transição entre o Vedismo e o
Bramanismo, caracterizada pelos Upanishads ou comentários metafísicos dos
Vedas.

O Bramanismo foi uma época maravilhosa para o mundo, tendo deixado para
nós muitas obras seletas, literárias, filosóficas e, até, científicas, tais como os
poemas “Mahabharata”, “Ramayana” e os “Puranas”. No gênero dramático,
herdamos o “Kalidasa”, o “Bhavabhuti” e “O Carro de Argila”.

Na poesia lírica recebemos o “Maghaduta”, o “Gita-Go-vinda” e o


“Pantchatantra”, que deu origem posterior às fábulas de Esopo.

Foram-nos também legados numerosos ensaios sobre Astronomia, tendo-nos


sido também transmitidas, através dos árabes, os caracteres decimais, a
Aritmética e a Álgebra. Sua maior obra, porém, foi o Código de Manu, em 12
volumes, que abarcou, na época, todos os assuntos políticos e religiosos. Foi
esse código que deu origem ao Código de Minos na Grécia, ao Código de
Numa em Roma, ao “Emm-Manu-El” dos judeus, ao Código de Justiniano e ao
código do Mestre. Todo o Bramanismo nos fala nos Vedas ou do Vedanta. É
completamente religioso e dividiu-se em duas escolas.

8. Apareceu, depois, o sistema materialista de Kapila, que nega a existência de


Deus e só aceita a imortalidade da alma, a eternidade e a onipotência de uma
Causa primeira imperceptível e imutável a quem deram o nome de Prakriti, ou
seja, a Raiz das Raízes da Matéria, cuja contraparte era Purusha, o princípio
sensível e inteligente. Patanjali, discípulo de Kapila, no entanto, não ficou
satisfeito com a obra de seu mestre e admitiu a realidade de Deus, princípio
eterno, neutro e indivisível. Essa escola deu origem à Yoga ou doutrina da
união de todos os seres com o Ser Universal.

O Bhagavad Gita é um episódio do Mahabharata ou Krishnaísmo.

9. Observamos, portanto, quatro épocas na evolução religiosa:


(1) A dos livros dogmáticos ou da revelação pelo coração;

(2) A dos comentários humanos a esses escritos;

(3) A da negação dessa Revelação;

(4) A do retorno à Revelação pelo coração.

Os discípulos de Kaishara receberam o nome de iogues. O Budismo sucedeu


ao Ioguismo. É uma espécie de protestantismo hindu, concebido por Gautama,
filho do rei Suddohdana. Buda nasceu 650 anos a.C. e, completando seus
estudos bramânicos, tomou o coração humano como base essencial de seu
sistema. Ensinou aos homens o desprezo pelo prazer, pelo sofrimento e pela
pobreza, pregando a necessidade da perfeição pessoal e do exercício da
caridade para com todos os seres. Seus princípios foram: a igualdade dos
homens por sua origem e destino; a existência relativa das castas, jamais
absoluta. Os brâmanes procuraram arrancar os Budhistas da Índia e exterminá-
los.

Há muita semelhança entre o Budismo e o Cristianismo.

10. Krishna tem a mesma história de Jesus, porém pintada ou amoldada ao


modo hindu. Isto se deve ao fato de estar a Verdade Única escrita no céu
desde a criação da Terra. Penetrando o “Arqueômetro” de Saint-Yves podemos
observar, imparcialmente, que Cristo foi a ponte que uniu a igreja patriarcal e o
Cristianismo nascente. Observamos, também, que antes de Cristo haver
encarnado, o cristianismo já existia há milhões de anos, porque Cristo não é
senão um atributo eterno do Absoluto.

11. Em 3200 a.C. ocorreu a revolta religiosa, científica e social na Índia. Foi
quando os iniciados ou arianos do Cordeiro exilaram os Yonianos ou os
pertencentes ao princípio feminino. Esses guerreiros revolucionários invadiram,
em sua guerra de conquista, da Ásia Menor ao Egito. Seus reis adotaram a cor
vermelha como símbolo do poder, o que lhes valeu a denominação de
“Pikshas” ou “vermelhos”, depois traduzida por “fenícios”.

Como o grosso desse exército de sectários estava formado por camponeses,


eles eram conhecidos como “reis pastores”.

Eles suprimiram os conselhos governamentais sinárquicos, substituindo-os


pela soberania pessoal, absoluta e despótica. Os iniciados lutaram contra esse
poder durante muito tempo e foram esses Yonianos que dissolveram os
colégios dos magos, matando a todos os adeptos conhecidos.
O Iran caiu sob o poder deles e, em seguida, Sogdiana, Mervo-Balkh,
Nishapur, Hsriva (ou Hetat, modernamente), Kabul, Khorassan meridional,
Gurgan (ou Djordjan árabe), Kandahar, Sedjestar, Ragaia, Charuk, Varena
(hoje Varek), a Índia ocidental e Yascartes.

Seu reinado primou pelo despotismo e pela crueldade. Fundaram, porém, um


grande império, o Assírio, que teve duas soberbas metrópoles: Nínive e
Babilônia. Nimus fortificou Nínive e passou toda a sua vida perseguindo os
iniciados. Dominou a Armênia, Mede e o Iran, que tomou o nome de Pérsia.
Destruiu, também, o resto da sinarquia estabelecida por Ram. Seus numerosos
prisioneiros de guerra construíram e ampliaram sua capital. Nínive tinha 87
quilômetros quadrados de extensão, 27 de comprimento e 1.6 de largura. Seus
muros eram tão largos que sobre eles três carros podiam correr juntos. Tinha
1500 torres de duzentos pés de altura. Essa cidade foi arrasada por Xerxes, rei
da Média, no ano 625 a.C.

12. Semi-Ram-Is significa “a luz intelectual de Ram”. Essa mulher, iniciada no


colégio feminino mitraico, dirigido por Simma, esposa de Menonês, grande
chanceler do Império da Assíria, após Nimus adotou o trinitarismo de Krishna e
conservou a pomba como símbolo dos iniciados ionianos, substituindo a cor
vermelha de seus estandartes pela cor branca. Enfim, Semíramis fundou a
Babilônia com suas casas de quatro andares, com seus templos, palácios,
pontes de um quilômetro de comprimento. Seus exércitos cumpriram a lei
esotérica: “o iniciado mata o iniciador”, atacando a Índia. A luz intelectual de
Ram, imperatriz da Assíria, reuniu três milhões de soldados, quinhentos mil
cavalos, cem mil camelos e cem mil carros de guerra, mas perdeu dois milhões
e quinhentos mil homens nessa batalha, porque, segundo os historiadores, os
hindus os combateram com canhões de bronze e armas de fogo, que
desbarataram aos selvagens conquistadores.

13. Entrementes, os reis pastores ou Hiksos, que vinham dai Arábia com seus
exércitos, conquistaram a Ásia Menor, embora nunca tivessem podido
submeter os celtas (as antigas colônias brancas), pois estes preferiram
expatriar-se a submeter-se a esse domínio. Alguns penetraram no deserto
convertendo-se nos beduínos errantes, enquanto outros foram ter ao Egito e à
Etiópia. Moisés deu a essa raça cruel e despótica o nome de Nemrod, que
significa “o Reino do Adversário de Jeová ou da Encarnação Terrena de Satã”.

14. Os iniciados dos templos procuraram salvar as artes e as ciências,


enviando um adepto, após essa destruição selvagem, para reconstruir as
bases sólidas da sociedade humana. Como não lhes foi possível refazer a
unidade destroçada, estabeleceram em cada região um centro de revelação
divina. A partir daquele momento, as diferentes escolas secretas começaram a
trabalhar.
Ao Iran chegou um iluminado que atendia pelo nome de Zoroastro. A Tiro
coube Sanchomiaton. No Egito foram criados os Grandes Mistérios. Na China
surgiu Fo-Hi.

15. No ano 2700 a.C. ocorreu o primeiro florescimento de adeptos para o


restabelecimento da doutrina de Ram. Os tiranos, contudo, sempre perseguiam
a lei dos reformadores. Surgiu Moisés, que constituiu Is-Ra-El ou “o colégio real
de Deus”. Orfeu arranca a Hélade da anarquia. O segundo Zoroastro aparece
na Pérsia e Abraão ao tempo de Sanchoniaton. Zoroastro teve muitos
discípulos. Um deles foi Odin ou Frighe, que foi à Escandinávia, aonde
preparou a vitória definitiva dos celtas sobre os romanos. Odin compôs a
mitologia dos povos nórdicos (ou do norte da Europa), sobre os quais Wagner
baseou o seu teatro lírico. Por isso se costuma dizer que Wagner é uma obra
de Zoroastro.

16. O Mazdeísmo é a mais alta escola dos grandes sacerdotes. Zoroastro foi o
pontífice revelador do Verbo Solar, porque os centros esotéricos ortodoxos
haviam conservado o Sol como símbolo masculino, opondo-o contra os que
haviam escolhido a Lua ou a pomba como princípio de suas crenças religiosas.

O Mazdeísmo de Zoroastro salvou a Ciência Tradicional, porque conservou os


Livros Sagrados dos povos. Moisés também conservou os Livros Sagrados. Os
sacerdotes egípcios os conservaram no Taro ou Tarot, que chegou
integralmente até nossos dias, trazido pelas mãos dos Boêmios ou Ciganos.

17. Do Avesta não nos chegou mais do que uma parte de seus vinte livros. Tal
fato ocorreu devido à perseguição sofrida pelo Mazdeísmo e pelos Iranianos,
assírios, gregos e islamitas. Depois da conquista maometana da Pérsia,
milhares de habitantes fugiram para o oásis de Yezd, enquanto outros
penetraram a Índia, aonde formaram colônias de Parsis, tais como as de
Baroda, Bombaim e Surate.

O Avesta data desde o século XVII antes de Cristo. Está escrito em idioma
Zende e trata de tudo que atende pelo nome de Magia. É a bíblia mazdeísta
em 21 livros e é muito fácil de compreender. Tem sete capítulos sobre o
homem e o Universo, sete sobre as faculdades morais e outros sete sobre a
natureza física.

18. Zoroastro salvou os iranianos da ruína moral, tal como Moisés havia feito
com a Bíblia ou a Gênese. No entanto, se Moisés voltasse ao nosso meio e
visse que em sua obra lhe foram atribuídas tantas tolices, rasgaria a Bíblia, tal
como fez, simbolicamente, quebrando as tábuas da Lei, pois, como iniciado,
ele só pretendeu divulgar os princípios da iniciação assim resumidos: “Que
Adão e Eva são o Verbo Universal. Que a alma inteligente e animadora da
totalidade dos sistemas solares visíveis e invisíveis encontra-se definida em
três termos: Caim (ou o Tempo), causa da força centrípeta universal; Abel (ou o
Espaço Etéreo), causa da força centrífuga universal e Set (o Espaço Sideral),
duplo e sêxtuplo. Noé é o princípio vital de nosso mundo solar. Sem é o espírito
elevado e radiante. Cam é a atração ou princípio do tempo. Ja-fet é o Espaço
ocupado com sua divisão equilibrada. Assim, do mesmo modo, Abraão significa
Ba-Rama ou Brama, iniciado solar que procura refazer a unidade social e que
apresenta a Sa-Rai sua “LEI”, ao Faraó o mundo, etc...” Todos esses mistérios
iniciáticos foram materializados e vestidos com uma roupagem de carne e, por
isso, perderam seu poder e beleza entre os homens. De passagem, diremos
que Is-Ra-El tem o mesmo significado de Adão e Eva. A única diferença é que
o feminino antecede o masculino na formação da palavra. IS é a mãe, RA o pai
e EL o Verbo Universal.

19. Só os Essênios conservaram o verdadeiro sentido do Sefer ou Gênese até


a vinda de Jesus.

Os gregos não foram melhores do que os judeus. Até mesmo a recordação de


Orfeu se havia apagado de sua memória. Veio Pitágoras e fundou a célebre
Fraternidade Iniciática e assim começou a luta novamente entre políticos e
iniciados. Ao Cesarismo assírio sucedeu um poder mais perverso ainda: o da
Loba Romana. A ambição dos romanos declarou guerra ao mundo inteiro.
Todos os povos caíram sob o poder da Loba. Numa quis imortalizá-la sem a
força bruta, porém seus ambiciosos sucessores preferiram esse caminho.

Já era tempo, portanto, de a Previdência Divina intervir diretamente na


situação. O Cristo surgiu e enviou seus discípulos de assalto à fortaleza de
Nemrod e... já estamos com Ele.
CAPÍTULO 5

O DOGMA DO CÉREBRO E A
DOUTRINA DO CORAÇÃO

1. A Doutrina do Cérebro foi divulgada por Krishna, Fo-Hi e Zoroastro, a fim de


deter a selvageria dos povos.

Cerca de 500 anos antes de Cristo floresceram a Tradição do Coração e os


Cultos Mágicos instituídos por Numa em Roma, por Pitágoras na Grécia; por
Esdras entre os hebreus, por Hermes no Egito, pelo último Zoroastro na Pérsia,
por Gautama na Índia, por Lao-Tse e Kong-Tse na China e Son-Mau no Japão.

Da mesma forma foram organizadas as ordens esotéricas laicas: os Cabalistas,


os Pitagóricos, os Neoplatônicos e os Essênios.

Todas mantinham estreita ligação entre si. Logo em seguida, porém, ouviu-se
falar de um novo acontecimento nos templos mágicos e os magos caldeus
tremeram, prostraram-se e renderam adoração.

Os magos-astrólogos caldeus, nos seus santuários, que estudavam a Natureza


visível e invisível, observaram que algo extraordinário se produzia em nosso
Universo.

2. Sabia-se, então, que a Terra ocupava certo lugar no espaço celeste e que,
muito distante dela, existiam signos que formavam um círculo ao redor da Terra
e do Sol, círculo esse que eles chamavam de Zodíaco. Os antigos sabiam que
as almas dos planetas interzodiacaís não poderiam jamais sair de seu círculo
antes da vinda do Cristo.

Essa corrente astral foi batizada de Grande Serpente, em Hebraico “Nahash”


ou atração original de Moisés (o Karma dos Teósofos). Lido de trás para a
frente, o termo “Nahash” produz “Shanah” ou Ano.

Essa serpente do simbolismo religioso da Antiguidade e dos alquimistas da


Idade Média, que morde a própria cauda, simbolizava o limite além do qual a
alma não pode passar. Esta é a razão pela qual os antigos criaram a idéia do
Tempo, do Destino e de tudo que está determinado.
3. Os sacerdotes caldeus, ao examinarem os astros que brilhavam no
firmamento, viram que uma luz imensa atravessava esses signos zodiacais
que, segundo antiga tradição, encontram-se guardados por um gênio. Eles
verificaram que os guardiães dessas portas zodiacais fugiam espavoridos ante
ela. Sob a influência dessa imensa luz produziu-se um estranho fenômeno: a
cabeça da serpente foi esmagada e fundida com sua cauda no círculo anterior
primitivo debaixo da Terra. O caminho para o Plano Divino achava-se assim
aberto e as almas poderiam chegar até ele. É a isto que Valentino, em Pistis-
Sophia, alude quando, citando palavras de Jesus: “E o destino e a esfera sobre
os quais dominam (Adão e todos os tiranos) eu os modificarei e os colocarei
olhando para a esquerda durante seis meses, cumprindo sua influência astral,
e, em seguida, colocá-los-ei, por mais seis meses, olhando para a direita,
também cumprindo sua influência astral.”

Esta é a chave do Credo, que afirma que o Cristo desceu ao Inferno para
libertar as almas dos justos. Dessa forma, uma Luz Radiante invadiu o Plano
Astral de nosso Sistema Solar e os guardiães das portas da morte, os
servidores da serpente, fugiram enceguecidos. A vestimenta luminosa que
cobre o Enviado dos Planos Celestes chegou a nossos signos zodiacais. O
Céu havia escutado as súplicas de Pistis Sophia e o Redentor veio encarnar-
se. Sua estrela, no céu invisível, guiou os Magos até o ponto de encontro dos
três continentes e todos os centros de comunicação astro-terrestres cessaram
de funcionar. Tudo se calou...!

4. Por que os Magos vieram? Segundo as Escrituras, diz-se o seguinte: “Tu


serás o Sintetizador Divino. Irás reconstruir o culto mágico dos antigos.

Permitirás que a Esfinge saia de sua imobilidade e que a Raça Branca


reconstrua a síntese da tua Luz.

“Tu és Jesus, Rei Espiritual, e Salvador cujo nome foi escrito há mais de
20.000 anos nas estrelas do céu.

“Tu serás o Verbo do Céu. Nós, Reis Magos, representantes de cada uma das
tradições anteriores, em nome dos Vermelhos, dos Amarelos e dos Negros,
prostramo-nos diante de ti e te consagramos Salvador da Raça Branca e
Iluminador da Humanidade de todos os planos”. O Salvador do Mundo nasceu
na Judéia, depois de romper o círculo da Serpente, a fim de ensinar ao homem
o caminho de volta ao Pai ou a união consciente com a Divindade.

5. Muitos negaram a existência de Jesus e muitos continuam negando-a. Isto


não nos interessa de modo algum. Cabe aos historiadores científicos o dever
de refutar ou de afirmar esta crença.
Nós estamos expondo a “COSMOGÊNESE SEGUNDO A MEMÓRIA DA
NATUREZA”, que não é aceita por uns e outros.

Jesus, em sua meninice, recebeu o ensinamento das coisas terrestres dos


Essênios, que eram sábios formadores de uma terceira seita entre Fariseus e
Saduceus.

6. Os Fariseus eram burgueses que iam, aos sábados, ao Templo e nele


vendiam seus produtos. Quando viam um profeta, apedrejavam-no ou
apunhalavam-no, segundo costume da época.

Os Saduceus eram filósofos céticos e materialistas que não acreditavam em


quase nada.

Os Essênios eram místicos e constituíam uma fraternidade laica semelhante à


dos Pitagóricos. Eles só tinham conhecimento exato da língua hebraica.
Quinhentos anos antes de Cristo o Sefer ainda não estava traduzido. Foi
Esdras quem o fez e não lhe pôde dar mais do que uma tradução primitiva.

Como membros de uma sociedade secreta, os Essênios tinham juramentos,


sinais de reconhecimento, roupas especiais e normas a obedecer.
Comunicavam-se secretamente com membros de outras seitas iniciáticas e,
desse modo, mantinham estreita ligação com os Pitagóricos, os Neoplatônicos
e os Alexandrinos.

Com a idade de 12 anos podemos ver Jesus com os Essênios no Templo.

7. Jesus nunca foi à Índia como pretendem certos autores. Os Essênios nada
tinham a aprender dos hindus. O Messias Divino não tinha necessidade
nenhuma de recorrer à Luz da velha Ásia, nem precisava da Raça Vermelha
para salvar a Raça Branca. Aonde se encontrava Jesus, então, dos 12 aos 30
anos? Ele simplesmente veio à Europa. Esteve em Roma, na Gália, em Viena,
na Sicilia e em outros países. Os dois “J. C.” encontraram-se em Roma: Jesus
Cristo e Júlio César. Sim, houve o encontro entre Júlio César, o homem mais
poderoso do mundo e Jesus Cristo, o mais poderoso do Céu.

Você não acredita? Pois isto é o que se encontra registrado na Atmosfera ou


Memória da Natureza. Todo clarividente pode vê-lo. Mas isso não é importante.

Jesus viveu 33 anos. O número 3 é o número de Jesus. O número 33 é o


número da Escada de Jacó ou das 33 vértebras da coluna vertebral. Os
maçons têm o grau 33, o que esotericamente quer dizer que 33 devia marcar o
fim da vida de Jesus, “aquele que ultrapassou (como Cristo fez) as portas da
Morte”...
8. Os ensinamentos de Cristo também se encontram gravados na Memória da
Natureza. “O Céu e a Terra perecerão, mas nem um til da Lei será apagado”, o
que quer dizer que poderemos queimar todos os livros do mundo, todos os
evangelhos, mas a palavra do Cristo será encontrada novamente, porque
encontra-se escrita “do outro lado”. Como a vinda do Verbo estava comunicada
e escrita muito antes da encarnação de Jesus, podemos observar que Krishna
representou e prefigurou a vida do Cristo feito carne. Por esse motivo tem-se
dito que os verdadeiros Evangelhos são eternos, diferentes portanto das
filosofias do mundo, que existem hoje, mas poderão não existir amanhã.

9. No começo de sua vida pública, Jesus procurou as almas que haviam


reencarnado junto com ele, a fim de que o ajudassem em sua obra. Essas
almas foram seus discípulos. Elias, que veio antes, reencarnou no corpo de
João Batista. Judas reencarnou para efetuar a sua traição. As pequenas e
deliciosas parábolas de Jesus possuem a chave para que possamos entendê-
las.

Quando Jesus disse “venho lançar fogo na Terra...” ou “não vim para criar a
paz e sim para provocar a guerra”, quis dizer que o homem estava composto
de vários elementos. Seu espírito tem de voltar ao Céu, enquanto sua matéria
tem de retornar à terra. Para tanto é preciso travar uma grande batalha entre
esses dois elementos, ou seja, entre o corpo, destino ou Karma e o Deus
encarnado dentro desse corpo. É esse o sentido da frase: “Vim para dividir”.

10. Jesus, naturalmente, atendia simultaneamente à saúde do corpo e da alma.


Curava as enfermidades e dominava a Natureza e a Morte. Deixou-nos um
evangelho ou código de saúde, que é desconhecido pelo mundo até hoje.

Ele foi o único ao redor de quem agruparam-se todos os partidos, religiões,


escolas. Para o magnetizador ele é o maior dos magnetizadores. Para o
médico ele é o melhor médico. Para o espírita, o melhor médium. E, assim,
sucessivamente, para o psiquiatra, o socialista, o anarquista, o democrata e o
comunista. Cada um de nós o aprecia a seu modo, admirando-o e venerando-o
à sua maneira.

Jesus dominou a doença e a morte, ensinando-nos ao mesmo tempo que todos


podemos chegar a fazer o que ele fez, se quisermos seguir os seus passos.

11. Os milagres de Jesus encerram e ensinam a mais alta ciência, porém ele
não é Deus por causa de seus milagres, e sim pela sua obra, e pelo seu divino
amor. Muitos homens realizaram os mesmos prodígios do Nazareno, mas
ninguém o igualou em seu amor impessoal e divino.
Em seus mistérios iniciáticos, Jesus confirmou o culto da igreja de
Melquisedec, cuja ação direta consistia na comunhão do visível com o invisível.
Através desses ensinamentos iniciáticos ele derrogou o poder de todo
sacerdócio organizado, bem como a autoridade dos sacerdotes que falavam
em nome do Céu. Ensinou, desse modo, de que forma o homem deve
comunicar-se com o Invisível sem o auxílio de intermediários e sem pagar por
suas orações. Foi por causa disso e de tudo o que ensinou que foi julgado e
condenado por uma assembléia de Fariseus que tinham medo de seu poder
temporal.

12. Jesus revelou outro mistério, qual seja o de que ninguém pode elevar-se
sem descer do alto. Deixemos aos ingênuos darwinistas que pensem que a
evolução começa no inferior e que o macaco pode chegar a ser homem,
porque nada evolui se a condição superior não descer duas vezes ao inferior. É
preciso passar pela dor e pelo sofrimento para regressar. Jesus morreu
sofrendo todas as abominações das injustas leis humanas, tal como relatam os
Evangelhos. Mas ele ressuscitou. E ele também disse: “Coloco minha vida e a
retomo. Ninguém tem direito sobre ela.” Isto demonstra que existe um certo
poder, somente conhecido por alguns grandes adeptos, que permite
desintegrar à vontade a matéria física. Cristo valeu-se desse poder para
subtrair seu corpo da tumba de pedra. No entanto, em outras ocasiões,
materializava seu corpo astral segundo a necessidade do momento.

Podemos, agora, estudar a Obra Cristã através das ordens iniciáticas e


sociedades eclesiásticas. São Pedro organizou sua igreja sobre as bases das
sociedades secretas existentes naquela época.
CAPÍTULO 6

ORDENS E SOCIEDADES SECRETAS

1. Sabemos que o homem não pode evoluir e aperfeiçoar-se numa só vida. Ele
tem de desenvolver as faculdades psíquicas, morais e espirituais ou, em outras
palavras, precisa converter os instintos animais em humanos e, em seguida,
atingir a Espiritualidade pura.

Jesus veio à Terra para demonstrar-nos o Caminho que devemos seguir,


porém, infelizmente, não foi compreendido. Até hoje o altruísmo é, apenas, um
começo em nossos corações. Os orientais deram um passo mais à frente dos
ocidentais. Ainda nos faltam muitos séculos para que aprendamos que o
dinheiro é somente um instrumento ou meio e que ele de nada serve quando
só é usado e conservado egoisticamente. Jesus veio demonstrar-nos essa
verdade e lançar essa semente em nosso cérebro.

Portanto, para que as faculdades morais se desenvolvam, são necessários


milhares de anos. Ninguém consegue dominar os espíritos da Natureza sem ter
desenvolvido, antes, todas as suas faculdades. Nenhum órgão pode adiantar-
se mais do que o organismo que o contém. Nenhum homem pode avançar
mais rapidamente do que sua época, sem sentir perturbações na parte física ou
em outro veículo invisível que possua, como acontece no caso dos gênios. A
Natureza se encarrega sempre de restabelecer a ordem.

2. Observemos a História: Veio Jesus. Roma de César destruiu os santuários


iniciáticos, porque estes se haviam convertido, como os do Egito, em centros
políticos aonde se reuniam os buscadores do ouro e do domínio temporal.

Ao tempo da vinda de Cristo, César era o deus do mundo, porque já não existia
a verdadeira ortodoxia iniciática de origem pitagórica, essênica ou de cunho
oriental, como a dos budistas.

São Paulo quis reagrupar essas ordens iniciáticas.

Muitas almas desceram juntamente com o Cristo à Terra, a fim de cumprir sua
obra. Num movimento religioso, ninguém consegue crescer se não tiver dentro
de si raízes invisíveis. Paulo veio como um grande organizador e utilizou todo o
seu gênio para lutar contra os pagãos e contra certos cristãos que tinham
idéias diferentes sobre o Cristianismo. César quis destruir os cristãos, mas
estes multiplicaram-se apesar da perseguição de Roma.

3. Os Romanos pensavam que os cristãos adoravam o peixe, porque YCHTHU


era a senha das catacumbas. Chegou, depois, aos ouvidos pagãos que os
cristãos se reuniam para comer carne de crianças e entregar-se a toda sorte de
orgias. Isso espantou aos Romanos, que prenderam e mataram todos os
cristãos que encontraram. Chegou, no entanto, o dia em que tal
comportamento tornou-se perigoso e, então, César tratou de pactuar com eles.

4. Era costume entre os primeiros cristãos só se batizar as pessoas sérias e


maduras. Assim, de acordo com o contrato político estabelecido entre César e
os Cristãos, estes poderiam batizar a qualquer um que o solicitasse. Começou
assim o desvio do cristianismo místico e os chefes religiosos começaram a
dedicar-se à política. A oposição logo surgiu entre as pessoas em desacordo,
começando assim as lutas das sociedades secretas, que visavam devolver ao
Cristianismo a sua essência primitiva. Tais lutas tornaram-se mais cruentas de
ano para ano entre as sociedades iniciáticas e o catolicismo romano. Não
tardou que o bispo de Roma se declarasse superior a todos os demais bispos,
continuando assim até nossos dias. Vejamos, agora, o resultado e as
consequências dessas contendas entre a Igreja Católica e as sociedades laicas
iniciáticas, que viviam em Constantinopla e que ali ficaram até a conquista
dessa cidade pelos turcos.

5. Na Alemanha, após Carlos Magno, existiu uma sociedade denominada


“Sociedade dos Homens Livres” ou Libertados. Os membros dessa sociedade
combatiam a tirania dos senhores e, quando um deles era condenado, a
execução era imediata. Essa temível sociedade achava-se formada tanto por
nobres, quanto por burgueses e homens do povo. Ela, depois, recebeu o nome
de JUIZES FRANCOS.

Desde a aliança do Cesarismo com a toda-poderosa Igreja, começaram a


realizar-se os famosos concílios, sempre presididos por um rei ou um
imperador, e, sob a ameaça do poder temporal e eclesiástico foram ditadas as
verdades dogmáticas. Só por dois votos, por exemplo, a mulher teve direito a
ter alma, porque até então só o homem a tinha. Tal espécie de dogmas
irritavam os livres-pensadores.

6. Apareceu, naquela época, o Islam, que deu origem a uma corrente de


instrução popular. Foi assim que vimos aparecer, nos séculos XII, XIII e XIV, as
universidades árabes lançando no mundo, sábios, teólogos e filósofos, alguns
deles dotados de grande capacidade, como Raimundo Júlio, que inventou a
máquina pensante, da qual nada mais nos restou, a não ser o silogismo do
termo. Essa máquina assemelhava-se ao Taro filosófico para os que sabem
entendê-lo em nossa época. Bastava manipular certas rodas, depois de
formular a pergunta, e as respostas saíam escritas, dando informações que
interessavam a toda a Humanidade. Se quiséssemos saber, por exemplo, por
que Deus era grande, manejando-se a máquina obtínhamos esta resposta:
“Porque é infinitamente todo-poderoso.” Os árabes trouxeram com eles a
libertação do espírito humano e a Igreja opôs ao Islamismo uma série de
intermináveis Cruzadas. Felizmente essa liberdade de espírito perdurou e a
Providência fez com que muitos homens de boa vontade que partiram para
reconquistar a tumba do Salvador fossem conquistados para desenvolver as
faculdades intelectuais.

7. Os Cristãos foram batidos e vencidos na Palestina. Mas houve entre eles


muitas pessoas inteligentes, que ao invés de se dedicarem à luta bestial
durante sua permanência na Palestina, procuraram entrar em entendimento
com os árabes, fazendo-se instruir por eles, daí formando-se a Ordem de
Jerusalém ou a Ordem do Cristo dos Templários.

Os Templários tinham a mais desejável das organizações, com os seguintes


objetivos: (1) a constituição dos Estados Unidos da Europa e (2) a instrução
pública gratuita e obrigatória, templária e não laica. Formaram sua Ordem sob
dois planos: um plano interior ou esotérico e um plano exterior ou visível. A
facção profana estava formada pelos militares veteranos das Cruzadas. Tal
formação assustou o Papa, que dispunha de uma polícia muito bem
organizada. O chefe dos Templários tinha a intenção de arrebatar o poder
temporal. Então, o Papa pediu auxílio ao monarca francês, cujos exércitos
deveriam executar a todos os que fossem condenados por Roma. Os
Templários foram presos e conduzidos de uma prisão a outra.

O chefe dos Templários, Jacó Buagundus Molay foi conduzido, por etapas, até
Paris, aonde foi deixado, durante cerca de quatro meses, no castelo de Chinus,
existindo até hoje a câmara aonde ficou encerrado. Nos muros daquela câmara
Jacó Molay e seus companheiros escreveram, em caracteres hieroglíficos,
suas profecias sobre a condenação à morte, através dos séculos, do Papa e do
Rei de França. O Papa era Clemente V e o Rei era Felipe, o Belo.

8. Ninguém poderia, contudo, suprimir uma Ordem como aquela. Os membros


remanescentes daquela instituição pacífica converteram-se na Ordem dos
Revolucionários depois que a seus chefes foi dada uma morte brutal. Molay, na
pira ardente, antes de morrer queimado, convocou ante o Trono de Deus
Clemente V, o Papa, quarenta dias depois e o Rei Felipe após um ano. Ambos
morreram nas datas assinaladas. Pois bem, os membros remanescentes da
Ordem Templária fundaram a “Ordem de Malta”, herdeira da primeira. Seu
chefe tinha embaixadores até na pessoa do Papa, a quem tratava de igual para
igual. Os Templários de Portugal não foram perseguidos, tendo-lhes sido
pedido, depois, que mudassem de nome, o que fizeram passando a chamar-se
“Ordem de Cristo”.

Desde aquela época esses homens revolucionários dedicaram-se a combater o


jugo dos papas e dos monarcas.

9. Outra ordem misteriosa trazida à Palestina pelos “TROUVERS” é a


Rosacruz. Essa fraternidade foi a herdeira de uma outra chamada “Ordem dos
Monges Construtores”. Tais monges, que esculpiam demônios emprestando-
lhes cabeças de bispos, colocavam na mão de Cristo a Cruz Rosada, ao
mesmo tempo que lhe davam à outra mão um sinal maçônico. Esses monges
eram iniciados verdadeiros e sua relação com o Papado era puramente
política.

Eram sábios e curadores, mas não pediam nada a ninguém e ofereciam ouro
ao mundo. São esses os Rosacruzes cujo poder foi admirado pelo mundo,
assim como foram dignos de admiração o seu desprezo pela fama e o seu
mutismo. Eles encontraram a Pedra Filosofal alegórica e a verdadeira.
Também participaram da criação da Maçonaria, aquela fraternidade que reuniu
em seu seio alquimistas, cabalistas, místicos e pessoas que clamavam por
justiça. Desde então, a guerra entre as sociedades iniciáticas e o Papado
começou a ficar mais intensa.

10. A “Ordem dos Homens Livres ou Libertados” e os iniciados da velha


Alemanha procuraram libertar o espírito das massas através de uma reforma
religiosa. Os reformadores foram perseguidos por Roma, presos e queimados,
tal como aconteceu a João Hus e a muitos antecessores de Lutero.

Organizou-se, então, na Alemanha, um movimento secreto entre os homens


principais da época e os senhores feudais, dirigidos por aqueles trovadores,
filósofos e mações que enfrentavam os soldados do Papa. Foram eles que
guardaram e ampararam Lutero, o qual expôs seu plano de todos voltarem aos
princípios do Evangelho.

Os soldados do príncipe de Laxe impediram que a polícia de Roma chegasse


até o reformador e, pouco tempo depois, metade da Alemanha abraçava o
Protestantismo. O príncipe de Laxe era protegido pelas sociedades secretas e
Lutero protegido deste. Foi assim disparado contra Roma “o primeiro tiro do
canhão maçônico”.

11. Enfurecido, o Catolicismo Romano iniciou nova guerra contra as


sociedades que procuravam derrubar o jugo de Roma. O Protestantismo, no
entanto, invadiu a França e grande parte da Europa. A Maçonaria primitiva era
puramente católica. Os antecessores dos maçons foram os Monges
Construtores ou Rosacruzes.

O segundo abalo sofrido pelo poder temporal foi a Revolução Francesa. Até os
oficiais da guarda de Versalhes foram maçons e toda a Maçonaria francesa
tinha Cagliostro como chefe, um agente iluminado, ao redor do qual alguns
ingênuos historiadores teceram muitas lendas infantis, a começar por
Alexandre Dumas.

Esse Mago veio de Malta através da Ordem, como vieram, depois, para a
América Latina, enviados pela mesma Maçonaria, Simão Bolívar e San Martin,
ambos libertadores. Cagliostro, munido de suas instruções secretas, passou
por Roma, Espanha, Inglaterra, Paris, Alemanha e Rússia. Na França
engendrou o caso do “Colar” contra a monarquia. Em pouco tempo
popularizou-se, e era conhecido como “o Divino Cagliostro”.

12. A profecia de Cagliostro realizou-se de modo total: prenderam o rei. Luiz


XVI era um monarca bondoso, que não queria derramar o sangue do povo. Sua
cabeça foi coberta pelo barrete frígio, símbolo da Reforma, e encerrado com
sua família no Templo, donde saiu para ser conduzido à guilhotina. Os
iniciados compreenderam que o velho Jacó Molay vingava-se ou, como dizem
os iniciados, “a Lei da Causa e do Efeito fez girar a Roda do Destino”.

Os iniciados queriam formar os Estados Unidos da Europa. A França foi


invadida. Todos os reis quiseram vingar a afronta feita a eles na pessoa de Luiz
XVI. No entanto, o duque de Brunswich recebeu 18 milhões de moedas e fez
recuar seus generais prussianos. Depois, com a chegada dos franceses,
abraçaram-se e entregaram as chaves da cidade ocupada. Todos esses
detalhes demonstram que as sociedades secretas daquela época manejavam
os destinos da Europa.

Vitorioso o exército francês, este lançou-se sobre a Europa para estabelecer a


Federação dos Estados Europeus. Um general da República encontrava-se no
Egito. Sua capacidade e coragem foram mundialmente conhecidas. Sobre esse
gênio recaiu a escolha dos iniciados. Ele foi chamado e convidado a receber a
iniciação, quando lhe foi prometida a proteção de todas as sociedades secretas
européias, com a condição de trabalhar pela organização dos Estados Unidos
da Europa. Napoleão Bonaparte aceitou a proposta e jurou perante muitos que
seria fiel, a esse juramento e a essa promessa. Retornou à França e não tinha,
nessa época, mais do que 27 anos. Em seguida, Bonaparte dirigiu a
Campanha da Itália. De antemão, encontrava-se informado de tudo. Muitas
pessoas estavam à sua disposição. Não tardou muito e a Europa estava a seus
pés. Fez-se imperador da França e rei da Itália. E, em seguida, o que foi que
ele fez? O Papado resistiu a ele e foi eliminado. Seus irmãos e irmãs foram
postos nos tronos europeus. Começou, então, a só pensar em si mesmo e em
seu proveito pessoal, traindo o seu juramento. Então as Ordens dos Superiores
Desconhecidos retirou o apoio que lhe davam e ele caiu definitivamente em
Waterloo. O traidor perdeu sua coroa e teve de lamentar sua sorte em Santa
Helena.

14. Também Luiz Napoleão Bonaparte foi iniciado no Carbonarismo italiano.


Jurou derrubar os tiranos que habitavam o Vaticano. Subiu ao trono por um
golpe de Estado e, uma vez no poder, Napoleão III esqueceu-se do juramento
feito. Notificaram-no diversas vezes disso e, por fim, um homem chamado
Orsini foi-lhe enviado com uma mensagem pessoal. Ele, então, enviou tropas à
Itália, mas, depois de privar o Papa de seu poder temporal, esqueceu
novamente sua promessa de trabalhar pela formação dos Estados Unidos da
Europa.

Tal missão foi confiada a um novo monarca, Guilherme I, que primeiramente


dedicou-se à formação da Federação dos Estados Alemães e, em seguida,
derrotou Napoleão III em Sedan. Esse monarca manteve sua promessa e não
colocou os membros de sua família nos tronos alemães (Ocultismo e Astrologia
– Papus).
CAPÍTULO 7

OS PODERES OCULTOS DO HOMEM

1. Até hoje ouvimos perguntas, tais como: “Para que existem as Escolas
Iniciáticas? Quais são seus objetivos? Qual sua utilidade?”

Antes de responder a essas perguntas devemos lançar uma vista de olhos


sobre as discrepâncias e a confusão que se estabeleceu na compreensão da
verdade.

Em tempos idos, o homem tinha a faculdade de comunicar-se com o mundo


invisível. Seu abuso, porém, fê-lo perder essa faculdade e, como decorrência
dessa perda, nasceram diferentes correntes de pensamento com diferentes
idéias antagônicas.

2. RAMACHÁRAKA, em sua obra “Gnani Yoga”, ensina o seguinte:

“A corrente materialista afirma que a única Realidade é a matéria, que existe


por si mesma, que é infinita, eterna e que possui, potencialmente, a matéria de
que estão compostas a energia e a mente. Outra escola, muito semelhante à
materialista, afirma que a única Realidade é a energia, da qual a matéria e a
mente são modalidades vibratórias.

Os idealistas afirmam que a Realidade é algo a que eles chamam de mente e


que matéria e energia são idéias concebidas por essa mesma mente. A seguir,
temos a escola naturalista que ensina que a Natureza, normalmente
manifestada sob diferentes formas, é a única Realidade.

Os teólogos asseguram que a única Realidade é Deus, um Deus pessoal, a


Quem atribuem qualidades e características que variam de acordo com as
religiões. Por fim, iniciados e ocultistas, formadores daqueles centros iniciáticos
secretos, que ensinavam, em suas diversas escolas, que a única Realidade é a
causa sem causa, o Absoluto, Aquela na qual vivemos, movemo-nos e
possuímos o ser e que é, ao mesmo tempo, fonte da matéria, da energia e da
mente. Pois, como seria possível ao Criador retirar o material para seu
Universo, a não ser de Si mesmo?

3. Os materialistas foram refutados pelas recentes investigações, segundo as


quais o átomo está constituído por uma infinidade de partículas materiais
chamadas eléctrons, os quais, possivelmente, não passam de eletricidade
condensada. Tampouco podemos conceber qualquer tipo de eletricidade que
atue sobre a matéria e que não esteja sujeita a leis. No entanto, se assim é,
seriam possíveis leis que existissem sem legislador ou que houvesse um
legislador sem inteligência e sabedoria sobre aquilo que vai ser legislado?
Além disso, não está a mente combinada com a matéria e a energia e, assim,
sujeita às leis externas, mesmo variáveis e constantes, cujos atributos não
podem pertencer senão à única Verdade, que é Deus?

Portanto, a matéria, a energia e a mente são a aparência e a relatividade


daquilo que é muito mais fundamental e eterno, daquilo que os ocultistas
chamam de Espírito.

4. Ninguém pode descrever o Espírito, ainda que possamos dizer que ele é a
essência da vida, bem como a existência, a realidade imanente da Vida
Universal.

Portanto, a única Realidade – Deus, Aquele que É, o Absoluto – transcende a


matéria, a energia e a mente e, no entanto, tais coisas emanaram d’Ele e hão
de estar em sua natureza, porque o que está na Causa também está no efeito
e o efeito não pode ser maior do que a Causa, nem é possível que algo saia do
nada.

5. Como a mente é superior à energia e à matéria, é lógico procurar conceber o


Absoluto por meio dela, porém não procurar-lhe uma definição, pois toda
tentativa para obter essa definição equivaleria a limitá-lo ou a transformar em
algo finito o que é infinito. Definir uma coisa é identificá-la com outra. Que outra
coisa existe, porém, suscetível de ser identificada com o infinito? Assim sendo,
consideraremos o Absoluto como uma Inteligência Infinita, dotada de
potencialidades em grau infinito, a qual, como disse SPENCER, “transcende a
inteligência e a vontade do homem, assim como a vontade e a inteligência
transcendem o movimento mecânico.”

6. A primeira idéia que nos acorre ao intelecto é a de que, no que tange a


Deus, Ele deve ter existido sempre e existirá eternamente. O Absoluto não
pode surgir do nada, nem outra coisa existe além dele de que pudesse emanar.
Tampouco podemos conceber que uma Vida Infinita e Absoluta possa vir a
morrer. Portanto, Deus tem de ser eterno. Esta é a noção que o intelecto nos
dá, ainda que a idéia de eternidade seja inconcebível para a mente humana. A
dificuldade que encontramos para assimilar essa noção é o fato de que tudo
que percebemos no mundo fenomênico tem uma causa e origina-se de algo. A
mente, contudo, não tem outro remédio, senão crer numa Realidade incriada.
7. A eternidade de um Ser também seria inconcebível para aquele situado fora
do tempo, embora o tempo, na verdade, não exista, a não ser em nossa mente.
O tempo é uma forma de percepção, através da qual expressamos uma idéia
de sucessão e mudança nas coisas. O tempo é relativo. Quando sentimos
prazer em alguma coisa, o tempo passa depressa. Quando, porém, sofremos,
os minutos parecem horas e estas parecem intermináveis.

8. A razão diz-nos, também, que o Absoluto tem de ser infinito, onipresente no


espaço e ilimitado. Deus tem de estar em todos os lugares e não há falta de
lugar no espaço. No entanto, é muito difícil fazermos uma idéia da onipresença
do Absoluto no espaço infinito, nem conceber esse mesmo infinito. A
dificuldade repousa no fato de a mente não poder perceber além da
tridimensionalidade do mundo objetivo e também no fato de o espaço ser como
o tempo, ou seja, só tem realidade em nossa percepção consciente com
relação aos lugares ocupados pelos objetos do mundo exterior. Espaço e
Tempo são conceitos da mente, porém, mais além da razão humana não há
espaço nem tempo.

9. O Absoluto tem de ser onipotente, pois há de entranhar todo Poder. Sua


onipotência, no entanto, não pode ser absurda como ensinam as religiões, mas
sujeita às leis estabelecidas. De forma que toda a manifestação de energia no
Universo deve proceder dEle e ser parte do Seu poder, operando em
conformidade com as leis dEle emanadas.

10. O Absoluto tem de ser onisciente, porque não podem existir Sabedoria,
nem Conhecimento fora do Absoluto. Todas as formas manifestam Sabedoria e
Conhecimento, as quais emanam dEle, pois, do contrário, não haveria
onisciência. Por conseguinte, todo Conhecimento Passado, Presente e Futuro
tem de ser possuído, AGORA, pelo Absoluto.

11. O Absoluto não pensa. Como a Bíblia repetidas vezes afirma, o Absoluto
sabe sem precisar pensar. Quando um homem pensa, ele retira conhecimento
da Fonte Universal do Saber. O Absoluto, contudo, extrai esse conhecimento
de si mesmo, sem precisar pensar como o homem.

O Absoluto sabe porque o saber constitui sua própria essência. O Eu Sou


humano é da mesma natureza do Espírito Infinito. Sabe e trabalha no
microcosmo, ou homem, com consciência e sem pensar.

12. A Vida é una. Todas as formas palpitam por força da Vontade do Absoluto.
Cada vida individual é um centro consciente da única vida subjacente na forma
e manifestada segundo seu grau de evolução. Contudo, o Absoluto não é uma
combinação de leis e forças do Universo, senão que o universo, com suas
forças e leis, são manifestações do Absoluto. É certo que o Absoluto reside em
todas as formas do universo, com suas forças e leis, são manifestações da Sua
vontade. No entanto, é preciso levar em conta que o Absoluto é anterior e
superior a todas as formas e modalidades de manifestação, cuja existência não
depende de si mesmas, mas da vontade da Causa Sem Causa.

13. Todas as formas do Universo deixarão de existir após haverem sido


reabsorvidas pela fonte donde emanaram. O Absoluto, no entanto, continuará
existindo sempre por si mesmo.

14. O Absoluto não pode estar distante de sua criação, pois, se assim fosse,
não seria Absoluto. Pelo contrário, o Absoluto está sempre presente em todos
os lugares, em nós e ao redor de nós, que somos centros de consciência por
Ele estabelecidos. O Absoluto não é um espectador passivo de Sua própria
criação, assim como a Eletricidade não é uma espectadora de sua própria luz.
É, pelo contrário, um Espírito ativo que compartilha dos sentimentos de suas
manifestações. Vive em nós, junto conosco e manifesta-se por nosso
intermédio.

15. O Absoluto não é um Deus pessoal como nos descreve a Bíblia, porque Ele
constitui tudo que realmente É. Não dispomos de palavras apropriadas para
expressar a natureza do Absoluto. Talvez a palavra Vida dê uma idéia de sua
natureza externa e a palavra Amor da interna.

16. Não é dado ao homem sondar a natureza mais íntima do Absoluto. No


entanto, se ele não pode penetrar sua essência, pode, pelo raciocínio, chegar
ao conhecimento de Seus atributos. Sem conhecer os atributos do Absoluto
seria impossível compreender a obra da Criação.

Assim sendo, verificamos que:

O Absoluto é Onisciente.

O Absoluto é Imutável.

O Absoluto é Imaterial.

O Absoluto é Onipotente.

O Absoluto é Onipresente.

O Absoluto é infinitamente justo e bom.

O Absoluto é infinitamente Perfeito.


O Absoluto é Único.

Se um só dos atributos acima indicados faltasse na natureza divina, o Absoluto


deixaria de ser Absoluto. Foi isto que a Bíblia nos ensinou? Não, mil vezes não!
Não, porque a letra que mata, na Bíblia, descreveu-nos um Deus pessoal,
sujeito à cólera, ao arrependimento, ao castigo, ao equívoco e a todas as
paixões humanas. É um Deus inventado pela mente do homem e não o
Absoluto Perfeito e Imutável.

17. EU SOU é a chispa divina emanada da Chama Sagrada. É o filho do Pai


Divino. É imortal, eterno, indestrutível e invencível. Possui em si os mesmos
atributos do Absoluto: Poder, Sabedoria e Realidade. Quem não chega a sentir,
a viver e a identificar-se como o EU SOU a Realidade, viverá sempre com o
conceito de que é um homem que possui uma alma que deverá ser salva, sem
saber que a verdade pura é que o EU SOU é aquilo que se manifesta num ser
assombrosamente organizado e que compreende, em sua estrutura física,
mental e espiritual, o Superior e o Inferior. Em seus ossos, tal Ser manifesta-se
sob a forma da vida mineral; na vida física, assemelha-se à planta; em seus
desejos e emoções, parece-se com o animal; em suas faculdades superiores
manifesta o super-homem e, por fim, em sua vontade, pouco compreendida
pela maioria, É DEUS. (“Vós Sois Deuses”).

18. Os animais não possuem a sensação do Eu. Os selvagens são apenas


conscientes do Eu. Os civilizados acreditam que o EU SOU é a mente, vivendo
no plano da mente instintiva, o que faz com que o Eu deles seja o corpo com
todos os seus sentidos e emoções. Por isso, o homem costuma dizer: “Estou
doente, estou alegre, etc...” Enquanto o ser adiantado descobre que existe algo
superior nele acima da mente e do corpo, colocando-se face ao desconhecido.
Procura, então, a iniciação interna e percebe que o EU SOU é superior ao
corpo e à mente. Adquire o conhecimento sem raciocínios intelectuais, adquire
a consciência do Real, chega a ser consciente do EU SOU e passa às fileiras
dos iniciados. Quando um iniciado começa a conhecer a relação que tem com
o Todo e a manifestar a expansão do EU SOU, já é um Mestre.

19. É muito difícil chegar à verdadeira iniciação interna e numerosos são os


obstáculos para o Aspirante. Um deles é aquilo que ele aprendeu quando
criança e que ficou gravado em seu subconsciente, ou seja, a idéia de que o
homem é um ser separado do Absoluto. Em seguida, o raciocínio impede-o de
conceber uma Causa sem Causa, porque tudo quanto observa no mundo
fenomênico tem sua causa ou provém de algo. Vemos, em torno de nós,
atualmente a Lei da Causa e do Efeito e, por esse motivo, o intelecto está
convencido de que nenhum efeito pode existir sem uma causa correspondente.
No entanto, quando se chega a tentar conceber o Absoluto, o homem
cambaleia e não tem outro remédio senão acreditar numa Causa sem causa.
20. A partir do momento em que o Aspirante conhece completamente o seu Eu,
transformar-se num Iniciado que penetra o mistério de todas as religiões,
desperta em si o conhecimento da existência verdadeira e a revelação da
verdadeira natureza do Espírito e sua relação com o Todo.

21. A mente instintiva pertence-nos, porém não é o Eu. O intelecto, isto é, a


parte da mente que analisa e pensa, não é o Eu Sou. Tampouco a mente
espiritual, origem do pensamento bom, é o Eu Sou.

22. O Eu Sou é aquela manifestação unida ao Absoluto que nunca teve


princípio, nem pode ter fim.

23. Podemos, agora, responder às perguntas formuladas no princípio deste


capítulo.

Na Antiguidade, tal como nos tempos modernos, os centros iniciáticos tinham o


objetivo de conservar esses ensinamentos, voltando assim a possuir a
comunicação perdida entre o mundo visível e o invisível. Os que tinham ou
conservavam essas faculdades de comunicação procuraram a forma de
despertá-la no homem normal, fundando assim os centros iniciáticos.

24. Essas maravilhosas faculdades ou meios de comunicação entre o Visível e


o Invisível existem em nós, porém é preciso desenvolvê-las.

Os antigos, em seus templos iniciáticos, desenvolviam as diversas faculdades


do homem e os centros esotéricos da época atual cultivam algumas dessas
faculdades ocultas.

Por meio da vidência e da intuição o homem pode penetrar os mistérios do


Mundo Astral e era assim que se fazia nos Centros Iniciáticos da Antiguidade.
Pitágoras, Numa e Moisés foram homens muito desenvolvidos, se comparados
a outros. Mais tarde, por meio da reencarnação, seremos como eles.

Somos, no momento, pequenos como a semente de uma fruta, a qual, com um


pouco de sol, de terra, de água e de tempo, transformar-se-á numa árvore
frondosa e frutífera. Nossa semente é a glândula pineal e será por meio do
desenvolvimento e do tempo que ela se transformará no ponto de partida para
uma nova evolução do cérebro.

Os homens futuros terão cabeça mais desenvolvida, mais nervosa e dotada de


maiores e melhores qualidades, porque um órgão físico novo acompanha
sempre o nascimento de faculdades psíquicas novas. Até com a obesidade
desenvolvem-se algumas faculdades psíquicas.
25. A Raça Futura, após muitos séculos, compreenderá, que tudo o que existe
na Terra deve ser repartido em melhores condições do que na época atual e,
dessa maneira, começará a desenvolver as faculdades superiores do homem,
pois enquanto existir o teu e o meu e enquanto existir o egoísmo, não ocorrerá
o desenvolvimento querido e buscado. Por isso fracassam todos os que,
atualmente, seguem o caminho da iniciação. Estudemos, agora, os meios pelos
quais se pode desenvolver essas famosas e latentes faculdades.

26. O homem, que sempre aspira ao poder, que quer dominar a seus
semelhantes e ao Invisível, busca a Magia. Com isso, ele desenvolve o próprio
orgulho. Estuda Astrologia, Quiromancia e outros ramos da adivinhação a fim
de adquirir fama e honras, chegando assim a acreditar que é alguém na vida
ou um super-homem. A verdade, contudo, é que por esse caminho ele não é,
nem conseguirá ser nada, nem ninguém. Tão logo receba muitos golpes e
perceba que não desenvolveu nada, dar-se-á conta de que errou o caminho e o
sentido comum, e então, não quererá mais ser mago ou taumaturgo.

A Taumaturgia coloca-o em relação com o invisível por meio da petição e da


demanda. Chega a certos poderes por esse meio e converte-se numa criança
apoiada à mãe. Compreenderá que o Invisível é mais poderoso do que o
homem e que apenas dará a nós o que for mais conveniente. Nesse ponto o
taumaturgo verificará que seu caminho não é o mais reto.

A partir desse momento de iluminação entra-se no caminho místico puro. Os


ingênuos dirão que isso é pouca coisa, mas algum dia compreenderão seu
erro. O Iluminado identifica-se com a Providência, começa a receber mais e a
sentir o Plano Divino em si mesmo e, então, trabalhará melhor na Obra.

27. Em tal estado ele já possui consciência da força dos seres da natureza
invisível, sem correr nenhum perigo. Já não estará procurando a transformação
de metais em ouro, mas a metamorfose da debilidade em poder, da
impaciência em paciência, da desgraça em felicidade, desejando apenas O
REINO DE DEUS e seu justo uso, já que o restante virá por acréscimo.

Ninguém pode dar ordens ao Invisível, já que lhe devemos obediência às suas
leis e à sua harmonia.

28. Há, no Invisível, certas forças com as quais se pode ter relação. Pode-se
comunicar com essas forças por meio de sessões espíritas (vide o Capítulo II
desta obra, a partir do n.º 30 até o fim). Com as faculdades psíquicas
desenvolvidas pode-se comunicar e se pôr em relação com os planos da
Natureza, desde os mais densos até os mais sutis. O mago egoísta entra em
relação com os suicidas, ébrios e demais elementares dominados por suas
paixões, os quais estão sempre querendo entrar em relação com os vivos.
29. No Mundo Astral não existe a noção de Tempo. Vivemos através da
respiração, enquanto o ventre permanece em estado fluídico.

Nossas viagens e transportes de um lugar para outro efetuam-se por mero ato
de vontade. O espaço também não existe. No além vemos tudo que se passa e
existe no mundo físico sobre um fundo escuro e rodeado de luz.

Há muitas luzes e cores diferentes. A cor indica a espécie de doença que uma
pessoa pode ter, bem como a planta que pode sanar essa enfermidade. Vêem-
se, com frequência, raios brilhantes: são insetos ou répteis. De repente,
aparece o Sol: é um ser humano que viaja de um lugar para outro, como
dizemos no mundo físico. Há cores cinzentas, verdes, negras, azuis, etc.

No Astral nossas idéias se realizam imediatamente. Nesse mundo a idéia surge


facilmente e não como acontece no mundo físico, em que é difícil expressá-la.
As idéias alheias também podem ser vistas e consegue-se, até, captá-las e
vivificá-las cada vez mais, se forem de nosso agrado, e inspirar o cérebro dos
que se acham vivos no físico. Esta é a causa das descobertas que se verificam
em vários lugares a um só tempo. Foi o que aconteceu com o Cálculo Integral
descoberto por Newton e Leibnitz. Júlio Verne imaginou o submarino, captando
sua idéia do mundo astral. Assim também as idéias de amor e ódio, de paz e
de guerra brotam do mundo astral e o Iniciado é aquele que aceitou o Bem e
que procura, por pensamentos e atos, desintegrar o Mal que se encontra neste
mundo. Só por isso a Providência vem em seu auxílio. Essas são as tentações
que devemos evitar e sempre pedir ao Pai que delas nos livre. Assim, quando o
homem pratica boas obras, obtém pouco a pouco uma força magnética
extraordinária, com a qual pode realizar curas maravilhosas e servir ao Grande
Poder.
CAPÍTULO 8

OS CICLOS DA VIDA E DA MORTE

1. A história do homem começa no momento do seu nascimento ou de sua


reencarnação, porém para nascer ele precisa ter existido e para morrer ele
precisa ter nascido.

Esse renascimento ou reencarnação não ocorre por acaso, mas representa um


acontecimento consciente em sua totalidade e, por isso, se estamos aqui
agora, é porque o desejamos, ainda que nos queixemos depois, valendo
ressaltar que nossas queixas foram previstas e anunciadas antes mesmo de
nossa reencarnação. No entanto, o Espírito repete o que Cristo disse: “Que se
faça a vontade do Pai.” Os planetas mais espirituais são aqueles que se
encontram mais próximos do Sol. Tal verdade é combatida pelos astrólogos,
porém isso não tem importância. Na Terra, somos como uma espécie de
demônios. Nela também existem Seres Celestes.

A Terra é inferno, purgatório e, raras vezes, paraíso para uns poucos seres.
Nela a gente nasce, luta e não chega a realizar síntese da Humanidade.

2. Nada conosco acontece, se não o queremos. O Cristo aceitou, de antemão,


tudo que dizia respeito à sua vida e, para nosso bem, desceu a este globo
muito antes de nossa vinda. Depois, nós descemos por nossa própria vontade.
Podemos ficar no Plano Astral dois anos, dois séculos ou dois mil anos. Isto é
algo completamente pessoal e assim como a vida de cada um na Terra tem
durações diferentes, assim também não existe, na outra, uma regra geral
relativa a isso e a pessoa pode ficar tanto dez dias, como dez séculos.

3. Quando o momento de reencarnar se aproxima, o Anjo da alma aproxima-se


e verifica se ela tem coragem de descer. A alma, então, começa a ver, com
antecedência, aquilo que deverá sofrer, tendo liberdade de recusar. Aceitando,
sentirá que a Providência nunca a abandonará e que estará sempre guiada por
seres que a rodearão durante toda sua vida na Terra.

Ela desce, então, e todos os seus amigos e também aqueles que vieram antes,
cantarão de alegria, por sua coragem e sua futura evolução. Porém, uma vez
reencarnada, ela esquece tudo, porque passa a vestir uma roupagem e um
cérebro que não conseguem recordar, salvo em determinados casos. Ela
também esquece porque a Providência estabelece esse esquecimento, a fim
de que sua existência não se transforme num inferno contínuo, caso chegasse
a saber, de antemão, o que iria passar durante a nova existência.

Conhecer o futuro com antecedência é sofrer duplamente, fazendo com que


percamos toda a vontade de lutar, e desejando morrer logo. Que seria dos pais
se soubessem que seus cinco filhos deveriam morrer, todos, na guerra? Que
seria da esposa se soubesse que seu marido iria abandoná-la com dez filhos
menores? Assim acontece conosco quando vimos à Terra.

4. A descida processa-se através dos planetas. O espírito começa a girar em


torno da Terra, procurando uma entrada para a sua futura morada. A Terra
encontra-se defendida pela terrível serpente ou corrente astral que a circunda.
Tal corrente pode ser percebida quando estamos em Astral. Ela possui doze
portas, chamadas por nós de signos zodiacais. Cada espírito a nascer penetra
na Terra através de um signo diferente, porém estará sempre ajudado pela luz
do Anjo, que é quem o conduz através dessa poderosa e terrível corrente, a fim
de chegar à zona de atração terrestre.

5. Uma vez na Terra, o espírito começa a “aclimatar-se”, a acostumar-se com


essa atração e procede, então, como o satélite humano de sua futura mãe.
Depois de nove lunações ou revoluções lunares, envolve seu sol-mãe com
eflúvios divinos e astrais, tomando conhecimento do corpo que se encontra em
formação. A seguir tem lugar o nascimento. É um ser novo que chega a nosso
mundo, ficando a criança por longo tempo relacionada com o Além. Os seres
humanos, porém, não compreendem este fato e até procuram cortar esse
relacionamento.

Enquanto escrevemos estás linhas temos diante de nós uma menina de dois
anos que junta as mãos e diz: “Pedrinho está aqui.” Em seguida ela começa a
rir, diz algumas coisas e, em breve, corre e começa a chorar, dizendo que
Pedrinho foi-se embora por um pequeno buraco da mesa ou da cadeira. Tal
cena repetiu-se em ocasiões diversas com a menina e em diferentes
modalidades.

Tais recordações do outro mundo duram até a idade de quatro anos e logo
começam a dissipar-se. Os olhos e os ouvidos humanos dedicam-se cada vez
mais à Terra e os sentidos ligados ao Além fecham-se, passando a criança a
ter apenas consciência das coisas materiais. A mãe deverá educar seu coração
até a idade de sete anos.

6. Só as mulheres têm condição de desenvolver o coração da criança de um


modo conveniente. Aos homens cabe, apenas, a formação do cérebro. É esta a
diferença existente entre a ação feminina e a ação masculina. Várias vezes se
disse que a Nação cujas mulheres não compartilham com os homens o destino
de seus habitantes estaria fadada, mais cedo ou mais tarde, ao fracasso,
devido ao aparecimento do despotismo e da tirania. Aos sete anos o espírito
apodera-se do corpo de forma cabal, e a inteligência começa a atuar nessa
idade. A sociedade começa, então, a desempenhar o seu papel sobre a
criança.

7. Estamos na Terra para desempenhar um papel social e para fabricar nossos


corpos espirituais. Terminado esse trabalho, ocorre a morte. Não devemos
temê-la, porque nada perdemos com a mudança.

8. Ninguém consegue adiantar-se sozinho. Somos como os elos de uma


corrente ou como as células de um organismo. Devemos todos trabalhar juntos
e por todos, pois nenhuma célula pode avançar mais do que o órgão a que ela
pertence. Tenhamos mais indulgência, mais piedade e mais amor para com
nossos semelhantes. O mundo está farto de leis e de códigos. As únicas leis
imutáveis podem ser resumidas em poucas palavras: “Ajudemo-nos uns aos
outros.”

Não devemos julgar jamais aos que caem. Ao contrário, devemos conduzi-los
ao caminho da paz interna e da felicidade da alma. Devemos imitar a mulher
em sua obra de bondade e amor, em seu princípio feminino na Humanidade.
BIBLIOGRAFIA

O Mazdeísmo — Lafont.

O Magnetismo do Globo — Bruk. Ocultismo e Astrologia — Papus.

Tratado Elementar de Ciências Ocultas — Papus. O Avesta — M. Bourchier.

A Gênese Reconstruída — J. Adoum.

As Chaves do Reino Interno — J. Adoum. O Povo das Mil e Uma Noites — J.


Adoum. Rasgando Véus — J. Adoum.

Mission de Souverain — Saint Yves d’Alveydre. Mission des Juifs — Saint Yves
d’Alveydre.

O Arqueômetro — Saint Yves d’Alveydre. Gnani Voga — Ramacháraka.

Da Boca ao Ouvido — O.S.R.C. Da Boca ao Ouvido — C.D.L.M.

A Vida Universal — Louis Michel de Figanières. História Filosófica do Gênero


Humano — Fabre d’Olivet.

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