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Pedro Caymmi
eles tenham meios materiais para isso. Esses meios diretos são viabilizados por um
meio indireto, a moeda, o dinheiro. O dinheiro é essencial para a efetividade das
necessidades públicas e o estado não existe para ter lucros, mas sim, para ter dinheiro
para resolver os meio diretos, mas no mundo moderno isso é um pouco mais
complexo. Dessa forma, a atividade financeira do estado é a atividade da
administração pública de OBTENÇÃO (Receitas), GESTÃO (Organização do dinheiro, o
que exige planejamento, orçamento) e DISPENDIO (Despesas) de recursos financeiros,
é uma atividade meio para a realização de uma atividade fim, é a cozinha da
administração pública, ela não vive sem isso.
2) Direito financeiro
⇨ O estado só atua dentro daquilo que a lei autoriza, o direito financeiro é a disciplina
jurídica da atividade financeira do estado. Padrão normativo que condiciona a
atividade financeira do estado.
3) Posição
⇨ Vamos falar da posição do direito financeiro em relação aos demais direitos.
a) Direito constitucional 🡪 A estrutura fundamental do DF está na CF, os princípios do
orçamento, eficácia do orçamento... a matriz/ base é constitucionalizada.
b) Direito administrativo 🡪 Na verdade, o DF é um pedaço do administrativo, estuda
como o estado se relaciona com o dinheiro.
c) Direito tributário 🡪 É o contrário do administrativo, o tributário é um pedaço do
financeiro, hoje o estudo da tributação é muito mais complexo do que do financeiro
(?), esta é a maior receita, esta é a maior receita. Vale ressaltar que direito fiscal não
existe, antigamente era utilizado como sinônimo de tributário ou financeiro.
d) Direito público 🡪 O direito financeiro faz parte do direito público, por mais que não
haja muita nitidez nessa dicotomia.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
● Ela é responsável pela edição de normas gerais de direito financeiro, o artigo 163
complementa e fala que essas normas gerais devem ser complementadas por lei
complementar, isso é uma herança da constituição alemã de Weimar, é uma forma de
uniformizar, fazer uma lei geral de tributos, através das normas gerais, concedo
racionalidade ao estado federado, fixo conceitos básicos que servirá de exemplo para
todos. Na prática, estados e municípios tem pouco espaço, estão amarrados na
legislação federal.
b) Estados/ DF
Art. 24
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
● Eles podem baixar normas complementares, desde que não conflitem com as gerais,
aqui é um espaço muito pequeno, resíduos, são poucos os casos que sobra espaço
para elas.
c) Municípios
● No artigo 24, a constituição esqueceu dele, mas eles podem disciplinar sua própria
autonomia financeira, eles editam normas suplementares a federal, na prática a
mesma coisa que os estados e o DF, na realidade, estados e o DF não interferem muito
no município, não existe muito espaço para conflito entre eles dois.
5) Veículos normativos
● Mostraremos os principais veículos que trazem as normas de direito financeiro.
5.1) CF 88
⇒ Tem duas funções, é um instrumento das leis orçamentárias, tem a do plano pluri
anual, LDO e LOA. O papel é veicular o orçamento. Outro papel é o exercício da
competência complementar ou suplementar, o que é raro.
Dispõe sobre os limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da dívida
pública mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em atendimento ao
disposto no art. 52, VI e IX, da Constituição Federal.
b) Circulação 🡺 Uma teoria francesa que encara outra perspectiva do uso de parte da
riqueza pelo estado, ele não tem só esse papel de suprir o mínimo necessário, mas
sim, de equalização social, a circulação de riquezas pode ser maior ou menor, o
fenômeno financeiro não é apenas uma atividade distribuidora de riqueza, também
tem algo positivo, promove um nível de circulação da riqueza, equacionalizando-a.
c) Reprodutiva 🡺 Tem origem alemã, nos diz que o fenômeno financeiro também cria
certas medidas para o aumento da riqueza, ao realizar suas atividades ele faz isso, com
a obras, estradas para o escoamento, portos... Ele absorve, gasta, mas pode aumentar
a produção de riquezas, termina que de outra forma ele devolve parte daquilo que
pegou, não é só um destruidor. Essa teoria é o que fala as outras duas somada a ideia
de produção de riquezas. Mas nem tudo o que o estado faz gera riqueza.
d) Cooperativa 🡺 Encaro o estado como uma grande cooperativa, onde ao nascer você se
filia, todos contribuem com o ente central e a cooperativa age em prol da coletividade,
como se fosse um clube, os sócios contribuem e o clube devolve piscina, quadra... ela
espelha em alguma medida o pacto social, mas é muito simplista, a realidade é mais
complicada do que isso, não é uma coisa homogênea como uma cooperativa. Todas
essas teorias nos mostram que o estado custa dinheiro, mas garante um mínimo a
todos, parte do que paga devolve em obras... É uma coletividade.
e) Repartição dos encargo públicos 🡺 Existe um custo do estado e ele precisa ser dividido
entre as pessoas, essa teoria se baseia em três pilares, a absorção de riquezas pelo
estado, que deve se dar por um critério de conveniência social e deve levar em conta a
capacidade de contribuir. Quando falamos em conveniência social, devemos pensar
em qual tipo de estado queremos, um que arrecada pouco e faz pouco ou outro que
arrecada muito e faz muito, ela é quem vai ditar o fenômeno financeiro. Além disso, a
distribuição uniforme não é justa, as pessoas não são uniformes, quem tem mais
condições precisa contribuir mais e as vezes quem contribui menos recebe mais,
dentro do limite da razoabilidade, diferentemente do clube, lá, salvo exceções, todos
contribuem igualmente e recebem dessa forma. O segundo pilar é o caráter
distributivo, em alguma medida, os estado funcionará como instrumento de justiça, de
distribuição. O terceiro pilar é o caráter coativo, há um poder de império do estado
impondo que as pessoas contribuam, se não fosse coativo, seria improvável o
sustento. O estado não consegue se custear com base em contribuição voluntária.
8) Responsabilidade fiscal
⇨ Existe hoje um fundamento do direito financeiro que é o paradigma da
responsabilidade fiscal, vem evoluindo no direito brasileiro, principalmente a partir de
2000, com a lei 101 (L.R.F). É circular, não tem como sintetizar em um único conceito,
é um conjunto de medidas, é negativamente falando, uma gestão que não é
inconsequente, uma gestão inconsequente é uma gestão dos recursos públicos de
forma não calculada, irresponsável; a responsabilidade fiscal envolve a
responsabilidade do gestor de não agir desse jeito. 3 coisas principais:
a) Equilíbrio 🡺 A responsabilidade fiscal se preocupa com a ideia de que o montante
público seja equilibrado, que receitas e despesas sejam proporcionais, não
necessariamente que sejam iguais, mas que mantenham uma proporção razoável.
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1) Conceito
⇨ É a espinha dorsal do direito financeiro, parte pela qual se estrutura toda a atividade
financeira do estado.
1.1) Comum 🡺 Falar em orçamento público é complicado, por que as pessoas não tem muita
ideia do que é na verdade, orçamento está ligado a ideia de previsão/ projeção/
arrumação prévia financeira, como um orçamento para consertar um carro.
1.2) Técnico 🡺 Em uma visão mais técnica, é uma tabela de receitas e despesas, qualquer
orçamento vai ter duas colunas, essa tábua será feita antes do orçamento ser posto na
prática.
1.3) Econômico 🡺 Quando a gente vai para o orçamento público, teremos um quadro/
expressão da economia estatal, um retrato de como funciona aquele estado, até as opções
ideológicas (prioridades) estará no orçamento.
1.4) Político 🡺 A partir da ideia de estado de direito, a ideia de orçamento público passa a não
ser algo somente técnico, se estamos em uma república democrática, tudo isso conflui na
ideia de que o orçamento passa a ser uma necessidade de que antes de fazer, a pessoa vai
ter que ofertar para a população, para ver se ela aceita ou não, a vontade popular vai ter
que aprovar o orçamento, somente depois disso pode ser colocado em prática, se
quiserem mudar alguma coisa, só com o crivo do povo, então ele passa a ter esse perfil
ligado a ideia de aprovação prévia da sociedade, o gestor não pode mudar mais como bem
quiser, agora tem limitações. Isso é um dos marcos do modelo de estado republicano de
direito, mas é inviável que essa consulta seja direta a todos, então faz isso com o
legislativo, o representante, que analisa o projeto e dá o OK. A partir daí o gestor público
pode executar, condicionado ao que foi aprovado. O estado não pode gastar sem prévia
autorização legal.
1.5) Jurídico 🡺 O orçamento é uma aprovação prévia do legislativo para o executivo, quanto a
um determinado modelo de gestão financeira a ser posta em prática dentro de
determinado período, lembre-se que precisa de autorização prévia, ou seja, anterior a
execução, nos EUA quase não consegue, só conseguiu com a retirada do muro, mas isso
não significa que o legislativo está de acordo com tudo o que fazer, por isso, terá que ter
fiscalização. A autorização é dada pela função legislativa para a função executiva, esses
poderes estão desenvolvendo suas funções típicas, mas podem também desenvolvendo
funções atípicas, como por exemplo, o poder legislativo as vezes exerce a função do
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Modelo de gestão financeira: É uma tabela com receitas e despesas, um quadro muito
complexo, mas em sua essência não deixa de ser um quadro com receita e despesas. No nosso
modelo, temos as previsões das receitas, uma estimativa, imagine-se que serão arrecadadas
naquele período. O orçamento não obriga que você arrecade tudo nem que arrecade mais,
não condiciona, mas em relação as despesas, traz fixações, é mais rígido, o artigo 167, II da CF
é condicionante em relação as despesas (Art. 167. São vedados: II - a realização de despesas ou
a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;), é
vedado ao estado executar uma despesa que não foi prevista.
● O estado não se obriga a gastar tudo, mas isso a cada dia se torna mais fraco, a ideia
de ser impositivo está se fortalecendo. O modelo de gestão vai ser trabalhado dentro
de um determinado período de tempo, é impossível você raciocinar a ideia de
orçamento fora da ideia de período, que pode variar, normalmente é anual, o que não
varia é a natureza periódica do orçamento, ideia de ciclos orçamentários. Temos 3
fases:
a) Elaboração 🡪 É a fase de confecção do orçamento, antes de colocar em prática, até a
sanção da lei final.
b) Execução 🡪 Período no qual ele está sendo executado, executando despesas e
arrecadando receitas.
c) Controle 🡪 Envolve o período de prestação de contas, um dos órgãos que faz o
controle é o tribunal de contas.
▪ Em geral, o orçamento representa o ápice do estado democrático, o orçamento é a
espinha dorsal do direito financeiro, a partir dele que vamos enxergar todos os
outros institutos que formam o direito financeiro.
2) Natureza
2.1) Formal 🡺 Formalmente, o orçamento público no Brasil é uma lei, exatamente pela raiz
histórica, é uma lei ordinária de vigência determinada, tem prazo de validade, são feitas para
valer em um período específico de tempo, como o PPA, que vale por 4 anos.
2.2) Material 🡺 Do ponto de vista material, a lei orçamentária tem um conteúdo concreto e
específico, não são leis gerais e abstratas, como o código civil, que não trata de um casamento
específico, a lei orçamentária tem um conteúdo específico, trata de uma situação única, uma
única autorização, a projeção de receitas é para aquele período. O conteúdo não é de
normatividade geral, até 2008 não tinha ADI nem ADC em face disso, mas a partir da ADI 4048
passou a admitir em face de lei orçamentária, entendia-se que não tinha caráter normativo,
mas entendeu que tem, mas não geral.
3) Princípios
⇨ A constituição nos traz alguns princípio, que na verdade são regras, que servem de
base para o orçamento.
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I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público;
● Esse princípio nos diz que o orçamento deve abranger tudo, toda despesa e toda
receita. Toda previsão de receita e toda fixação de despesa devem estar no
orçamento. Não tem muito sentido um orçamento não ser universal, mas no Brasil ele
não é tão rigoroso, na prática existem algumas variações quanto a eficácia da
universalidade. Em relação as receitas a universalidade não é plena, já em relação as
despesas ele fixa, condiciona, posso arrecadar mais do que estava previsto, como por
exemplo, a venda de imóveis, não estava no orçamento, não tem problema. De acordo
com a súmula 66 do STF, é legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado
após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro, hoje isso
ficou um pouco defasado, a súmula foi mais baseada na última constituição. A
universalidade tem importância na elaboração do orçamento, mas na prática, não
condiciona, não há vedações, diferente das despesas, que está no artigo 167, II, ela é
fixada no orçamento, a existência de previsão na lei é condição indispensável para o
poder público poder executar ela, a força condicionante da universalidade é muito
maior na despesa. Se faltou dinheiro para uma obra, a saída é o crédito adicional, que
é uma nova lei orçamentária, que passa pelo mesmo rito legislativo.
● Princípio pelo qual o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do
Estado. Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita:
✔ Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia
autorização para respectiva arrecadação e realização;
✔ Impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de
despesa sem prévia autorização Legislativa;
✔ Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim
de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.
b) Exclusividade (165, §8º, CF)
● Ele não se aplica a todas as leis orçamentárias. Ele se aplica especificamente a LOA, na
prática, essa é a mais importante. Ele diz que a LOA é exclusiva, tratará exclusivamente
da previsão de receita e fixação de despesa, é inconstitucional que ela trate de temas
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c) Periodicidade
⇨ O orçamento funciona necessariamente por período, dentro de um ciclo, de um
horizonte de tempo, que em tese pode variar, mas na prática a LOA que traz o
orçamento mais direto é anual, no período do exercício financeiro, que de acordo com
o artigo 34 da lei geral de orçamentos corresponde a 1 de janeiro até 31 de dezembro.
Por conta da LOA ser o mais importante dos 3, como ela é anual, muitos autores
tratam periodicidade como sinônimo de anualidade, algo não muito bom,
periodicidade é mais abrangente, a LOA é anual, mas tem atos orçamentários que não
são, como o PPA, mesmo não sendo o mais importante, anualidade confunde com um
princípio do direito tributário que existia em 67e não existe mais.
d) Programação
⇨ É importante para entendermos o papel do orçamento. Ele está em diversos
dispositivos, artigo 165, § 2, 4 e 7, art. 166 § 4º da CF. Eles falam em relação as 3 leis
que compõem o orçamento (PPA, LDO e LOA), esses 3 devem ser harmônicos e
complementares entre si, o que cada um prevê em seu objetivo deve estar em
harmonia com o próximo degrau.
Art. 166
e) Legalidade
⇨ Básico do direito como um todo, está em vários dispositivos, o ápice da legalidade é o
perfil do orçamento, um dos aspectos mais relevantes é a ideia das leis orçamentárias,
do orçamento vinculado a lei, algo muito rígido. Historicamente, sempre se procurou
dar um cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as receitas e as
despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do
orçamento deve observar processo legislativo porque trata-se de um dispositivo de
grande interesse da sociedade. O respaldo a este princípio pode ser encontrado nos
art. 37 166 da CF de 1988. O Art. 166 dispõe que: "Os projetos de lei relativos ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
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você vai verificar se foi eficiente vai ser depois de pronto, então precisa ver as
condições no planejamento do projeto, mas na prática vemos situações impossíveis,
que claramente não atendem, mas também temos que atendem, há um meio termo,
que há uma flexibilidade maior. É importante saber que antes de ser feito não é tão
fácil saber se é o melhor.
i) Afetação constitucional
⇨ Não é um princípio orçamentário propriamente dito. Ele é de receita, obriga o uso de
determinada receita. Só posso gastar o que a lei autoriza, quando a constituição afeta
determinado gasto, vou ter uma afetação constitucional do orçamento. A constituição
fala que determinado percentual da receita tal deve ser aplicado na saúde... Eu preciso
de autorização do gasto, ela não está no orçamento, por isso uma coisa afeta a outra,
alguns falam que isso termina engessando o orçamento. A constituição não trata de
orçamento, mas sim de receita, mas para poder gastar o valor precisa estar dotado no
orçamento. As áreas de afetação são educação e saúde.
I) Educação 🡺 Em relação a união, a afetação é de 18%, em relação aos estados e
municípios, é de 25%. A afetação é de 18% da receita de impostos, já em se
tratando de estado e municípios, é transferência de impostos + transferências
constitucionais, que são pedaços da arrecadação que o ente precisa dar para
outro, o estado precisa dar 50% do IPVA para o município o qual o carro está
licenciado. É 25% da estimativa. O município pode ter Royalties, taxas... No final
acaba sendo mais, principalmente pelo custo do pessoal.
II) Saúde 🡺 Ele remete a uma lei complementar, que é a 141/2012, a união tem uma
regra diferente, é o que ela gastou com a saúde no ano anterior + a variação do
PIB, se for negativo, não pode haver diminuição. Com a emenda do teto, esse
crescimento fica limitado ao teto, em estado e no DF, funciona = a educação, mas
a aqui é 12%, nos municípios 15% dos impostos e transferências constitucionais, só
a união que tem a mudança. A emenda nova não é um princípio, mas sim, um
limitador. No Brasil, o orçamento tem natureza formal de lei, só se admite MP em
caso extraordinário. Logo, é importante que analise o processo legislativo
orçamentário.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
4) Processo legislativo
⇨ Em regra ele é igual ao geral, voto, discussão, emenda, veto... mas existem algumas
regras específicas, mudanças pontuais que estão situadas no artigo 165 e 166, criam
alguns atos próprios do processo legislativo orçamentário, pontos específicos. Esse
processo legislativo orçamentário é aplicado para todas as leis orçamentárias, PPA,
LDO e LOA e também para a autorização dos créditos adicionais (feitos após a
aprovação do orçamento).
a) Iniciativa (165, CAPUT, CF)
⇨ A iniciativa dos projetos de lei orçamentária é do chefe do poder executivo
(presidente, governador e prefeito), diversos poderes e órgãos possuem certa
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I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
a.1) Proposta orçamentária (22, LGO) 🡺 A proposta vai ter uma mensagem, o
projeto de lei e vai ter também tabelas explicativas, a mensagem é um texto de
encaminhamento, ressaltando alguns pontos mais relevantes... Ela é externa ao
projeto de lei, não é parte como a ementa. Esses quadros e tabelas tornam as
variáveis envolvidas no orçamento mais compreensíveis. O orçamento funciona
em ciclos, quando um acaba precisa executar o outro.
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo
nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-
á:
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em
colunas distintas e para fins de comparação:
Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até
dez anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão
proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa;
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II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
do primeiro período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
● O orçamento tem data para começar e acabar, não pode passar anos em tramitação,
precisa cumprir um ciclo, sem autorização de gastos é muito complicado. Em linhas
gerais, eles estão nesse artigo da ADCT, ele traz o prazo padrão, não tem lei
complementar, mas se permite que os estados e municípios podem mudar,
dificilmente isso acontece, um exemplo é o estado de Pernambuco, que faz isso. Se
não mudar:
● PPA = Até 31 de agosto no 1º mandato, ele tem duração de 4 anos, longo prazo, não é
feito todo o ano, mas sim, durante o primeiro ano, o chefe do executivo no seu
primeiro ano terá que seguir com o orçamento do antecessor, mas também faz o
primeiro ano do seu sucessor. LDO = Até 15 de abril, todo ano. LOA = O projeto precisa
ser remetido até 31 de agosto.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
● Quando o projeto ingressa, ele vai passar por várias comissões, na orçamentária
teremos a comissão de orçamento, que trata de orçamento, finanças públicas e
controle externo. São subdivisões da casa legislativa para racionalizar o trabalho. Ela é
uma comissão temática, permanente (Existem em outras áreas as temporárias, como a
comissão de inquérito, reforma do novo CPC...), assim como CCJ. Por conta da
necessidade de agilidade, ela é mista, integrada por deputados e senadores (Esfera
federal).
● Ela tem 4 funções: a 1ª e mais importante é emitir um parecer prévio sobre os projetos
de lei orçamentária, é votado um parecer prévio, muito importante, pois é aqui que se
concentram as emendas, se controla o tempo para aprovar, se discute mais o
orçamento... Há disputa para fazer parte dela, lá que o congresso vai alterar o
orçamento, colocar as emendas, formatar o projeto para levar ao plenário. A 2ª é
emitir um parecer sobre a prestação de contas do chefe do executivo, o que acontece
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b) serviço da dívida;
● Em regra geral, os projetos do executivo não podem ter emendas que criam despesas,
só em caso de lei orçamentária, a coletividade dá sugestões aquilo que foi proposto
pelo gestor. As emendas vão tirar uma despesa que o executivo colocou e vão colocar
no lugar uma que eles acham bom, os projetos, em geral, já vão com o objetivo de
serem substituídos por emenda parlamentar, tem “espaços em branco” para serem
trocados pelas emendas. Para serem aprovados, precisam atender a alguns requisitos:
1º, programação, exige que as 3 leis orçamentárias sejam harmônicas entre si, uma
emenda de uma das 3 não pode conflitar com as demais leis orçamentárias. A emenda
pode ser meramente formal, não altera conteúdo, retifica erros ou pode propor novas
despesas, pelo equilíbrio do orçamento, veja o artigo 66, ela deve indicar a fonte do
recurso, que é a anulação de uma despesa que está no projeto originário, essas
anulações, em regra, já são planejadas desde o projeto, guardo o lugar para a emenda.
Veda a anulação a 3 tipos de despesa, transferência constitucional, despesa com
pessoal e os serviços da dívida pública, a 1ª trata da responsabilidade fiscal, que não
seria parte da opção, o parlamento também não pode fazer uma moratória, impedir
que o presidente ou alguém pague os juros da dívida.
d) Mensagens modificativas (166, § 5º, CF)
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Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até
dez anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão
proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
do primeiro período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
5) Eficácia do orçamento
⇨ Tema bem controverso, discutido. Aqui existe uma raiz orçamentária. Qual a força do
orçamento? Ela é diferente parra receitas e para despesas.
a) Receitas 🡺 Em relação as receitas, o orçamento tem apenas uma previsão, orça o
quanto se supõem que vai ser arrecadado, precisa ser baseado em critérios, tem
uma eficácia estimativa, não condicionante, não vincula, ele meramente orienta,
fixa metas para a arrecadação, não é inútil, mas também não é condicionante. O
estado pode arrecadar menos ou mais, sempre com base na constituição.
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b) Despesas 🡺 Esse artigo abaixo já torna muito mais condicionante do ponto de vista
jurídico, é proibido ao estado realizar um gasto que não esteja fixado no
orçamento, não é mera estimativa, aqui há fixação por meio das chamadas
dotações orçamentárias. O orçamento, em relação as despesas, é um ato
condição, precisa ter dinheiro para a despesas, para executar precisa dos recursos
financeiros, no setor privado, em linhas gerais, basta ter o dinheiro, não precisa da
lei autorizando, o orçamento condiciona.
b.2.3) STF 🡺 Ele tem duas decisões que tratam desse tema, a ADPF 45, que não
chegou a julgar a questão, a união percebeu que estava errado e a ADFP morreu,
Celso de Melo fala que o controle não pode passar do limite, da margem, mas não
define muito bem esse, até onde o juiz pode ir. No segundo caso houve uma
consulta pública sobre o fornecimento de medicamentos por ordem judicial, que
não tenham previsão no orçamento, nela se tentou traçar parâmetros para o
controle judicial, primeiro o STF disse que se está na lista do SUS, mesmo sem
presença no orçamento, estará obrigado a oferecer, houve uma inadequação do
orçamento as políticas públicas. Se não estiver na lista do SUS, teria que analisar 3
variáveis, se existe omissão legal ou administrativa (analisar o motivo da ausência),
se existir uma decisão administrativa negando ou se existir uma vedação legal. Na
decisão, temos que “não se pode obrigar a rede pública...”, prejudica o
atendimento à população, em longo prazo, para quem mais usa o SUS. Para
conseguir, precisa provar que o do SUS não funciona, que é “pior” do que aquele
que estou pedindo.
6) Leis orçamentárias
⇨ O orçamento é composto pela conjugação de três leis: PPA, LDO e LOA. Do ponto de
vista prático, a lei mais importante é a LOA, que passa pela execução = Estado arrecada
e o que gasta=receitas e despesas.
⇨ Demais leis são etapas da programação orçamentária, mas não são a diretriz imediata
da atividade financeira do Estado. O PPA é de mais longo prazo, a LOA é mais direta, já
a LDO faz uma transição do PPA para a LOA. O PPA é a planta de um loteamento,
esboça mas não detalha, a LOA vai ser a planta de cada lote, mais importante, onde a
pessoa vai morar, a LDO vai meio que mostrar como implementar o lote de acordo
com as regras do condomínio.
7) Plano plurianual
⇨ Lei de longo prazo. É um planejamento com duração quadrienal. Vai do segundo ano
de mandato do executivo até o 1º ano do mandato do ano seguinte.
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⇨ Ela traz diretrizes, objetivos e metas. Focando nas despesas de capital (investimento
público, gasto do Estado com algo que gere retorno patrimonial. Ex: compra de imóvel
para instalar uma escola; aquisição de ações de participação em empresas) e
programas de duração continuada (linhas de ação do Estado no desenvolvimento das
políticas públicas – podem ser projetos (são políticas públicas pontuais, não perduram
no tempo, ex: capacitação de professores do ensino médio), atividades (são de
duração continuada, ex: prestação de ensino superior na UFBA) ou operações
especiais (são exceções, não existe retorno para o Estado, ex: pagamento de dívidas,
precatórios...).
⇨ É necessário incluir no plano plurianual qualquer investimento que tenha duração
superior a um ano/exercício; se não tiver, deve haver lei alterando o PPA para incluir o
projeto, emenda.
⇨ Polêmica: que tipo de investimento a CF/88 se refere? Acórdão do STF: no sentido de
obra, de despesa de capital. Mas pode-se inferir que se trata de investimento no
sentido de dispêndio de recursos.
Art. 169, CF/88 - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,
empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta
ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público,
* Requisitos para renúncia de receitas, para criação de despesas (Art. 14) (salvo se for
irrelevante – definida pela LDO)
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OBS: A LDO vira uma lei que passa a ter uma linha de atuação mais ampla.
Em relação à União: mais um anexo relativo ao Banco Central (BACEN) – só esse ente tem a
prerrogativa de emitir moeda, regular a política de crédito.
a) Função
⇨ Orçamento de execução (em sentido estrito) – para a organização da atividade
financeira do Estado traz a previsão de receita e a fixação de despesa=> Obedece ao
princípio da exclusividade.
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⇨ Devem ter a previsão de receitas e despesas fixadas: ente federado (pessoa jurídica
de direito público interno) + demais pessoas jurídicas de direito público: autarquias e
fundações autárquicas.
● E as empresas estatais? (LRF, art 2º, II) São pessoas jurídicas de direito privado
(empresas públicas ou sociedades de economia mista) controladas por um ente
federado. Estão fora do orçamento, em regra=> Ex: Petrobras tem receita própria,
não precisa que o Estado injete capital, logo se autofinancia (não dependente
financeiramente do ente controlador); empresas estatais que não se sustentam e
precisam do capital do Estado (recursos financeiros para custeio em geral, pagamento
de pessoal ou de capital, excluídos aqueles advindos do aumento da participação
acionária – injetou dinheiro, mas isso não torna a empresa dependente, pois isso não
é custeio, pagamento em troca de retorno patrimonial) são chamadas de empresas
estatais dependentes (art. 2º, III, LRF), precisam estar incluídas no orçamento, pois
são custeadas pelo ente público, passando a se submeter às regras do orçamento do
ente público.
OBS: Controlada (subordinada ao ente que “manda”, sem ser financeiramente custeada) é
diferente de dependente (funcionamento é custeado pelo ente controlador).
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto
pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador
recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação
acionária;
b) Elementos
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 5º A lei orçamentária anual
compreenderá:
1) Orçamento fiscal – gastos em geral, tudo que não for investimento ou seguridade. Despesas
com empresas dependentes fazem parte desse bloco. Valor aportado para custeio da empresa
dependente.
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA:
A) Execução de despesas
⇨ Execução da Lei Orçamentária Anual. PPA e LDO não têm atos de execução
propriamente ditos. Condução da atividade financeira do Estado a partir da LOA.
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam
cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser
custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no
orçamento da que as deva receber.
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das cotas terá por base
os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta
orçamentária do governo obrigado a transferência.
● Todas as dotações, os montantes devem levar em conta o valor bruto, que é diferente
do valor líquido (desembolso), a autorização de gastos não vai levar em conta o valor
desembolsado, por exemplo, um salário de um professor que ganha 10 mil, mas ele
não recebe isso, tem os impostos, recebe 7, a união desembolsou 7, mas a dotação
orçamentária precisa colocar 10, a dotação é pelo valor bruto, paguei 10 e tive receita
de 3.
1.1.3) Unidade orçamentária (Art. 14, LGO)
● Não existe dotação orçamentária para a União, Estado, DF, Municípios,
genericamente, tem que identificar a unidade específica, isto é, o agrupamento de
serviços subordinados ao mesmo órgão ou conjunto de órgão responsáveis por
executar a despesa (ex: Gabinete do Reitor, na UFBA). As dotações são vinculadas às
unidades orçamentárias.
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1.2) Fontes
⇨ Onde encontramos essa dotação orçamentária?
Art. 167
a) Requisitos
- Decreto operacional;
- Indicação dos recursos (fontes de financiamento – art. 43, LGO: superávit financeiro da
execução anterior, excesso de arrecadação, anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias prévias (mecanismo da reserva de contingência), produto de operações de
crédito).
b) Espécies
A LOA não está obrigada a prever o crédito adicional suplementar, apenas permite; não tem
limite máximo e mínimo.
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Se não tiver autorização na LOA, será necessária a aprovação de lei específica, por meio do
processo legislativo orçamentário.
Se a suplementação estiver prevista na LOA e for necessário gastar mais do que foi autorizado:
terá que editar lei específica para uma segunda suplementação. Um exemplo típico de crédito
adicional suplementar é uma obra pública, um ponte, tinha uma dotação de 1 milhão mas não
foi suficiente.
2) Procedimento de execução
🡺 Sequência de atos que visa garantir a regularidade do pagamento realizado pelo Poder
Público. Quando se trata de execução de receita, a legislação é mais maleável, não tem força
condicionante tão grande quanto Às despesas (dispêndio de recursos públicos – maior
necessidade de controle – não pode fazer pagamento sem empenho, sem liquidação).
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites
nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que
cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para efeito do disposto no artigo anterior,
levará em conta os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite
da dotação e o comportamento da execução orçamentária.
a) Conceito
b) Função
c) Espécie
● Duas modalidades específicas (art.60, §2º e 3º, LGO): 1) empenho por estimativa –
aplicado para despesas certas quanto à ocorrência e incertas quanto à quantificação
do montante (ex: conta de consumo – a UFBA não sabe quanto pagará todo mês/ é
possível fazer empenho pela média de consumo e mês a mês vai adequando). Não tem
como saber o montante previamente e 2) empenho global – despesas contratuais e
outras sujeitas a parcelamento (único objeto, com pagamento fracionado. Ex: obra
pública – ponte por R$1.000.000,00 – Estado paga proporcionalmente ao que já foi
executado – se ultrapassar: crédito suplementar).
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente
instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio
de adiantamento.
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois
adiantamento.
3.1) Conceito
⮚ Dá-se pela entrega de numerário ao servidor para que ele efetue determinada
despesa em nome do Estado e, posteriormente realize prestação de contas sobre
como usou esse dinheiro que foi antecipado = > não é a mesma coisa que diária (tem
caráter indenizatório, não tem que prestar contas, integra a remuneração, verba do
servidor que pode usar como melhor entender). A despesa é feita em nome da
administração pública, não em nome próprio. O empenho, a liquidação e o
pagamento serão realizados no momento de entrega do numerário ao servidor.
Despesas urgentes e de pequeno valor; despesas sigilosas.
⮚ Deve reunir documentos que comprovem o que foi feito com o dinheiro.
Possibilidades: NF de compra (R$1.000,00 – compra de pneus); devolução do dinheiro
por não execução da despesa; executou a despesa, mas não gastou o dinheiro todo
(presta contas de uma parte e devolve a outra parte). Prazo para prestar contas (na
União: 60 dias).
3.3) Vedações
⮚ Existem servidores que não podem receber o adiantamento. Três casos: a) quem
esteja sem exercício efetivo do cargo ou função pública; b) servidor que já recebeu 2
adiantamentos e ainda não prestou contas, não pode ficar com 3 adiantamentos em
aberto simultaneamente; c) servidor em alcance (recebeu adiantamento e, ou não
prestou contas no prazo ou a prestação de contas foi rejeitada por indício de dolo,
fraude ou simulação) – pode ser acionado por improbidade, ser submetido a uma
tomada de contas especial, se objeto de ação penal etc. O servidor em alcance pode
regularizar a situação.
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-
se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para esse fim.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim.
4.4) Espécies
⇨ A nossa constituição federal prevê 2 tipos.
4.4.1) Regular 🡺 Refere-se às obrigações de pagar créditos em geral, tudo que não
for alimentar. Será pago na ordem cronológica até o final do exercício de inclusão
(art. 100, §5º).
Até o final do exercício de inclusão – exercício financeiro que está valendo a lei orçamentária
anual: aquele cujo orçamento contém o lançamento do precatório. Depende se foi solicitado
até 1º de julho (próximo exercício), após 1º de julho (“próximo do próximo” exercício).
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- Tem ordem cronológica própria (STF) - pela ordem de requisição; preferência do precatório
alimentar sobre o precatório regular se dá dentro do exercício financeiro de inclusão.
● Regime previsto no art. 100, §2º, da CF/88: precatórios de quem tem mais de 60 anos
ou doença grave terão direito ao fracionamento do precatório: primeira parte -
poderão receber antes de todo mundo até 3x o teto de requisição de pequeno valor
(valor máximo que o Estado paga sem demandar precatório) - ex: até 90 salários
mínimos, a depender do ente federado; em um segundo momento receberá o valor
restante na ordem normal (cronológica) dos alimentares. Em regra é proibido fracionar
o precatório, mas é expressamente admitido na hipótese mencionada.
4.5) Requisição de pequeno valor (Art. 100, §3º) 🡺 Pagamento de valores sem a
necessidade de aplicar o regime de precatório, apenas requisição do juízo a Poder
Público. Regime regular.
Qual o limite que possibilita o pagamento via RPV? Art. 100, §3º, da CF/88 + art. 87 do ADCT –
se não houver lei própria: 40 salários mínimos – Estados e DF/ 30 salários mínimos: Municípios.
União: 60 salário mínimos.
Art. 100, §4º, da CF/88 – lei estadual, distrital ou municipal podem estar estabelecer teto
superior ou inferior (tem um valor mínimo: valor do maior benefício do Regime Geral de
Previdência Social).
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Possibilidade de fracionamento do valor a ser recebido (art.100, §8º, da CF/88 + art. 87,
§único, do ADCT): a) não pode fracionar – uma parte por RPV e outra por precatório;
● Pode o credor renunciar ao valor do crédito que excede o considerado como obrigação
de pequeno valor, para que haja a dispensa de expedição de precatório e possa
proceder a execução através de RPV.
Direito Financeiro
AULA 11
29.06.2017
Precatórios são despesas públicas decorrentes de decisão judicial que condena o Estado a
pagar um valor a alguém. Depende de autorização orçamentária – universalidade do
orçamento
Tipos: regular e alimentar + aqueles que admitem pagamento parcial em caráter preferencial.
Modalidade alternativa: RPV - pagamento é feito a partir de uma conta específica para esse
fim.
4.6 Procedimento
Tem que ser decorrente de decisão judicial => definitiva, com eficácia de coisa julgada (fim do
processo, pelo menos a discussão, já é incontroverso, impossível de discutir a obrigação do
Estado de pagar o valor a alguém, pessoa física ou jurídica).
4.6.1 Ofício requisitório – Expedição de ofício requisitório pelo juiz do processo ao presidente
do respectivo tribunal – depende do tipo de causa: se for trabalhista: TRT; se for contra a
União: TRF. Comunicação do juiz ao presidente requerendo a comunicação da necessidade de
pagamento do precatório: ofício, título executivo=decisão judicial=manda pagar; cálculo de
atualização do valor; certidão emitida pelo cartório que a decisão é definitiva=certidão de
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4.6.2 Requisição - presidente do tribunal requisita ao chefe do poder executivo (quem tem a
iniciativa das leis orçamentárias) que inclua autorização/dotação orçamentária para
pagamento dessa despesa decorrente da decisão judicial até o próximo exercício financeiro.
Costuma ser por meio eletrônico, mas pode ser por meio físico = cópia do ofício requisitório
4.6.3 Inclusão no orçamento (art. 100, §5º, CF/88) – chefe do poder executivo deve incluir
dotação na LOA para cumprimento, autorizar legislativamente a execução dessa despesa. Se o
ofício requisitório for feito até 1º de julho é obrigatória a inclusão para pagamento já no
exercício financeiro do ano seguinte. Após 1º de julho, só no exercício financeiro subsequente
ao seguinte (ex: em 2017, se até amanhã for expedido ofício requisitório, entra para ser pago
no exercício de 2018...se for após: só será pago em 2019). No mínimo, pode receber em seis
meses; no máximo, em 02 anos e meio. No exercício de inclusão pode ser pago de 01/01 a
31/12.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos
créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 5º É obrigatória a
inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes
de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o
final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
4.6.4 Disponibilização dos valores (art.100, §5º, CF/88) - Durante o exercício de inclusão – no
qual está valendo o orçamento que ele foi incluído, o executivo vai fazer a disponibilização dos
valores/dinheiro e vai colocar à disposição do presidente do tribunal para que o tribunal faça
os pagamentos. Não é o executivo quem gerencia os pagamentos, são sempre dotações
consignadas ao tribunal respectivo, para impedir ingerências do executivo sobre isso.
Não precisa de ordem judicial para sacar o precatório, exceto se o juiz bloquear a retirada sem
alvará.
4.6.5 Pagamento (art.100, §§1º, 2º, 20, CF/88) – tem que ser pago com atualização monetária
(STF decidiu que não deve aplicar a TR e sim aplicar taxa mais condizente com a realidade:
IPCA – a partir de março de 2015)
=>É feito em ordem cronológica e levando em conta a natureza da verba. 03 ordens: pedaço
do crédito alimentar que sejam de titularidade de pessoas acima de 60 anos, com doença
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grave ou deficiente – 3 x o teto da RPV na frente de todo mundo (se a totalidade couber,
recebe tudo, caso contrário fraciona o recebimento); regulares na ordem cronológica.
Situação peculiar prevista na EC 94/2015 – pode haver precatório com valor muito expressivo
que envolve boa parte da previsão orçamentária – criou-se a regra: se ele sozinho for maior
que 15% do total de precatórios no ano, o poder público não está obrigado a pagar de vez:
15% no exercício de inclusão e restante (85%) em 5 parcelas anuais iguais ou o credor pode
aceitar dar um deságio de 40% (precisa de lei para regulamentar).
4.7 Preterição (art. 100, §6º, CF/88) – quebra da ordem de pagamento dos precatórios: 1)
ordem cronológica: pagou antes quem requisitou depois; 2) ordem de natureza: regular antes
do alimentar – alimentar só precede o regular se forem incluídos no mesmo exercício
financeiro.
Nesses casos há autorização constitucional para sequestro das verbas públicas – ato do
presidente do tribunal, obrigatoriamente ouvindo o Ministério Público.
Após precatório expedido não pode negociar administrativamente, caso isso ocorra o
executivo solicita o cancelamento do precatório.
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4.8 Não pagamento – exige que seja pago no exercício na lei orçamentária na qual o
precatório foi incluído.
Se não houver o pagamento sofre consequências: 1) art. 30, §7º, LRF: passa a compor a dívida
consolidada – montante das dívidas de longo prazo, estado fica com menor potencial de
endividamento – precatório só entra na conta se não for pago no exercício de inclusão;
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para: V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a)
suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de
ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
Não há previsão legal exata para a questão do não pagamento – não se tem no sistema normal
argumentos para obrigar o Estado a pagar o precatório. Tem-se tentado o regime especial de
pagamentos: dá condição para o Estado pagar e endurecer as sanções para o não pagamento.
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4.9.1 Compra de imóveis públicos (art. 100, §11, CF/88) – moeda para comprar imóveis
públicos. A CF/88 autoriza que seja aceito crédito de precatório para o pagamento total
ou parcial. Problema: depende de lei específica, pois a CF não obriga o ente federado a
usar o precatório como moeda de compra do imóvel. Pode dar margem a uma série de
manipulações e favorecimentos - é uma forma de preterição – recebe na frente dos
outros da fila.
4.9.2 Cessão de créditos – (art. 100, §§13, 14, CF/88) – ceder a outrem o crédito do
precatório: gratuitamente ou mediante venda (quem compra, geralmente, faz com certo
deságio). É uma compra de título. Cessão pode ser total ou parcial. Independente da
concordância do Estado – deve comunicar ao devedor, mas esse não pode opor
restrições. Comunica ao tribunal que comunica ao devedor, que pode alterar o nome do
novo titular. Privilégios pessoais não se aplicam: se pessoa maior de 60 anos vender para
outra menor de 60 anos, a vantagem não será aplicada a quem adquirir; natureza da
verba não se altera (se for alimentar continua alimentar, se for regular continua regular).
4.9.3 Compensação de tributos – (art. 6º, EC 62/2009 + art. 105, ADCT) – moeda de
pagamento de tributo.
Até 2009 existia polêmica sobre a possibilidade de utilizar ou não como moeda de
pagamento. A EC 62/2009 regularizou tudo que já tinha sido pago até 2009.
Hoje: regra do ADCT: apenas em relação aos entes federados que estejam no regime
especial de parcelamento para pagar os atrasados é permitido ao contribuinte que
resida no território desses que use seus precatórios ou adquiridos de terceiros para
pagar tributos desde que obedeça a lei do ente federado. Não deveria haver lei
específica para compensação de tributos mediante precatórios, visto que os entes já
têm lei que versam sobre compensação de tributos.
Prof. Pedro Caymmi
Art. 105. Enquanto viger o regime de pagamento de precatórios previsto no art. 101
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, é facultada aos credores de
precatórios, próprios ou de terceiros, a compensação com débitos de natureza tributária
ou de outra natureza que até 25 de março de 2015 tenham sido inscritos na dívida ativa
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observados os requisitos definidos
em lei própria do ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
Salvo a União, os demais entes federados têm um enorme volume de precatórios vencidos e
não pagos. Passou-se então a tentar sanear o estoque de débitos acumulados até regularizar a
situação (pagamento no exercício de inclusão). Dá um benefício ao Estado e aperta o
cumprimento; deixa negociar e ter redução de até 40%, mas deve pagar os 60% sob pena de
sofrer sanções.
Teori Zavascki falava que é melhor ter a certeza que vai receber algum valor do que saber que
não vai receber nada.
4.10.1 EC 30/2001 (art. 78, ADCT) – tentativa tímida. Admitia fracionamento do precatório em
10 parcelas anuais (10 anos). Permitida a cessão do precatório. Se não fosse paga parcela no
exercício, poderia ser usado como moeda de compensação de tributos.
Não deu certo porque os entes federados ignoraram a medida e ela acabou não tendo muito
eficácia prática; foi uma primeira tentativa.
Art. 2º É acrescido, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o art. 78, com
a seguinte redação:
4.10.2 EC 62/2009 – art. 97, ADCT – procedimento mais arrojado. Alterou diversas coisas sobre
precatório, várias declarações de inconstitucionalidade (ex: notificar previamente os débitos
do contribuinte para que a compensação fosse realizada). Trouxe regime especial de
Prof. Pedro Caymmi
pagamento na lógica de zerar o estoque dos atrasados (dava prazo mais longo de pagamento:
15 anos ou percentual da receita anual do ente – art. 97 declarado inconstitucional/ regra de
modulação de efeitos para estender até 2020).
"Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da
Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de
publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de
precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os
emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo,
farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo
inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º,
3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já
formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional.
4.10.3 EC 94/2016 (arts. 101 a 105, ADCT) - atual formato. Cria regime especial de transição
nos artigos referidos do ADCT. Não se aplicam à União – não tem estoque, todos os
precatórios estão em dia.
§ 1º Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o
somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes,
incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e
os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
I - até 75% (setenta e cinco por cento) do montante dos depósitos judiciais e dos
depósitos administrativos em dinheiro referentes a processos judiciais ou
administrativos, tributários ou não tributários, nos quais o Estado, o Distrito Federal
ou os Municípios, ou suas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes,
sejam parte;
II - até 20% (vinte por cento) dos demais depósitos judiciais da localidade, sob
jurisdição do respectivo Tribunal de Justiça, excetuados os destinados à quitação de
créditos de natureza alimentícia, mediante instituição de fundo garantidor composto
pela parcela restante dos depósitos judiciais, destinando-se:
a) no caso do Distrito Federal, 100% (cem por cento) desses recursos ao próprio
Distrito Federal;
b) no caso dos Estados, 50% (cinquenta por cento) desses recursos ao próprio Estado
e 50% (cinquenta por cento) a seus Municípios;
"Art. 102. Enquanto viger o regime especial previsto nesta Emenda Constitucional,
pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos que, nos termos do art. 101
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, forem destinados ao
pagamento dos precatórios em mora serão utilizados no pagamento segundo a
ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências dos créditos
alimentares, e, nessas, as relativas à idade, ao estado de saúde e à deficiência, nos
termos do § 2º do art. 100 da Constituição Federal, sobre todos os demais créditos
de todos os anos.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a ser exercida
por Estados, Distrito Federal e Municípios, por ato do respectivo Poder Executivo,
observada a ordem de preferência dos credores, poderá ser destinada ao
pagamento mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de
Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e
que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente
federado."
"Art. 104. Se os recursos referidos no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias para o pagamento de precatórios não forem
tempestivamente liberados, no todo ou em parte:
III - a União reterá os recursos referentes aos repasses ao Fundo de Participação dos
Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios e os
depositará na conta especial referida no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, para utilização como nele previsto;
Parágrafo único. Enquanto perdurar a omissão, o ente federado não poderá contrair
empréstimo externo ou interno, exceto para os fins previstos no § 2º do art. 101
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e ficará impedido de receber
transferências voluntárias."
"Art. 105. Enquanto viger o regime de pagamento de precatórios previsto no art. 101
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, é facultada aos credores de
precatórios, próprios ou de terceiros, a compensação com débitos de natureza
tributária ou de outra natureza que até 25 de março de 2015 tenham sido inscritos
na dívida ativa dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observados os
requisitos definidos em lei própria do ente federado.
4.10.3.2 Prazo – até 31/12 de 2020 os estados e municípios devem ter quitado todos os
precatórios: vencidos e “novos” (que forem incluídos até o exercício de 2020).
4.10.3.3 Depósito mensal – não pagará de vez. Os Estados e municípios apresentarão plano de
pagamento (vincular o que tem a pagar com o comportamento da receita, para chegar a uma
proporção entre a média da receita corrente líquida e o que vai ser pago – quanto em termos
percentuais vou comprometer da minha receita anual para realizar os pagamentos de
precatórios para sanar o estoque até 2020). Depósito mensal junto ao tribunal de 1/12 do
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percentual da receita corrente líquida (receita dos últimos doze meses com deduções) anual
para pagamento da conta até 2020.
4.10.3.6 Sanções (art. 104, ADCT) – ausência total ou parcial do depósito da parcela mensal as
consequências serão rigorosas: sequestro do valor da parcela, caracterização do gestor de
infração financeira e improbidade administrativa, União pode reter do fundo de participação o
valor correspondente e deposita na conta precatória do tribunal, não pode realizar operação
de crédito nem receber convênio, salvo para obter recursos para pagar a dívida etc.
Art. 104. Se os recursos referidos no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias para o pagamento de precatórios não forem
tempestivamente liberados, no todo ou em parte: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
III - a União reterá os recursos referentes aos repasses ao Fundo de Participação dos
Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios e os
depositará na conta especial referida no art. 101 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, para utilização como nele previsto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
Parágrafo único. Enquanto perdurar a omissão, o ente federado não poderá contrair
empréstimo externo ou interno, exceto para os fins previstos no § 2º do art. 101
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e ficará impedido de receber
transferências voluntárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
Prof. Pedro Caymmi
Aula 12
04.07.2017
Envolve os dois lados da execução financeira do Estado. Agora, o Estado como agente de
arrecadação, obtendo recursos para custeio para sua atividade pública, na satisfação das
necessidades públicas.
1.1 LOA (12, LRF) – traz a estimativa anual da receita. Como imagina que será o
comportamento da receita durante o ano. Ainda que não saiba com será a
arrecadação deve se basear em critérios o mais objetivo possível de apuração e
cálculo, exige-se linha de consenso: nem receita sub, nem superestimada.
Devem observar as normas técnicas e legais – apresentar metodologia de cálculo,
fazer fluxo de evolução das receitas (03 anos) e projeta a média de arrecadação
para dar o caráter mais realista possível.
Não se tem como saber exatamente o que pode acontecer, mas deve-se evitar
arrecadação efetiva distante da receita estimada.
Feita pelo Executivo, que deve disponibilizar para outros órgãos. Quando da
discussão na Casa Legislativa só pode mudar se houver erro de ordem técnica ou
legal. Quando se inicia a execução, as receitas serão desdobradas em:
1.2 Metas de arrecadação (art. 13, LRF) – metas bimestrais de arrecadação, não
precisam ser iguais, pois existem receitas sazonais (Ex: IPTU – janeiro e fevereiro
maior arrecadação, últimos meses – menor arrecadação). Controlar o
comportamento da receita, nortearão a arrecadação, a fim de manter o equilíbrio
orçamentário. Expresso por meio do relatório resumido.
3. Arrecadação (art.55, LGO) – etapa onde ocorre a entrega dos recursos pecuniários
pelo devedor ao agente arrecadador=> atua em nome do Estado para receber o valor
e, consequentemente, tem poder de fornecer recibo de quitação.
1) Quem é o agente arrecadador (antes: coletores de impostos); o próprio Tesouro
pode ser o agente arrecadador; atualmente: instituição financeira conveniada que
assina convênio de cooperação com o poder público.
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4.2 Disponibilidade de caixa (art.164, §3º, CF+art.43, LRF) – local onde ficam
depositados os valores. União: Banco Central; Estados, DF e municípios: em
instituição financeira estatal oficial (Banco do Brasil, Caixa) – OBS: banco
privatizado não pode continuar como depósito de caixa do Estado.
Prova: 06.07.2017
Aula 13
11.07.2017
c) Período de execução
1. Exercício financeiro (art.165, §9º, I, CF/88 + art.34, LGO) – O exercício financeiro não está
explicitamente positivado; é possível encontrar orientações na legislação infraconstitucional,
especificamente na Lei Geral do Orçamento.
Período de 365 dias corridos, de 01/01 a 31/12, correspondente ao ano civil, também
chamado de ano-calendário. Só é possível modificar por lei complementar. Questiona-se: a
CF/88 autoriza a mudança do conceito de exercício financeiro? A doutrina entende que a
Constituição, implicitamente, o planejamento em bases anuais, logo seria inconstitucional lei
complementar para modificar. É permitido alternar o termo inicial (01/01) e o termo final
(31/12): a maioria entende que podem ser flexibilizados.
2017
Receita pública – 10/03
Execução orçamentária
2.2 Despesa pública (art.167, II, CF/88) – pelo princípio da universalidade do orçamento, a
despesa tem o caráter vinculante, logo sua execução segue critérios ainda mais
peculiares. Estreita vinculação a uma dotação orçamentária. O início da execução das
despesas é o ato de empenho (ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição).
Dá-se pelo regime de competência. Quando acaba o ano cessa a eficácia do orçamento
daquele exercício em específico, restando ao gestor: 1) cancela a despesa ou 2) utiliza
um instrumento de transição para as despesas entre exercício: restos a pagar –
mantém vivo o empenho e a dotação após o encerramento do exercício => sobrevida,
durante o exercício seguinte, de um pedaço que se esgotou => passa a integrar a
dívida flutuante = de curto prazo de natureza extraorçamentária. Após o pagamento,
constitui algo que está fora do orçamento regular.
Fracionamento entre o empenho e a execução material da despesa
(pagamento).
Prof. Pedro Caymmi
Execução orçamentária
Movimento de caixa
10/10/17
3.2 Classificação:
● Processados: quando a liquidação foi encerrada dentro do exercício normal
(dívida líquida e certa).
● Não processados: houve apenas o empenho da despesa dentro do exercício
normal, a liquidação não se deu ou ficou no meio, sem ser processada.
3.3 Inscrição: despesas 🡪 empenho 🡪sem pagamento.
Quando existem despesas empenhadas e não pagas até 31.12 (final do
exercício financeiro), o gestor deve decidir: a) se efetuará o cancelamento
orçamentário da despesa ou b) se inscreverá a despesa em restos a pagar para
o exercício seguinte.
OBS: Estados e Municípios editam decreto para definir o que inscreverão ou
não nos restos a pagar. Na União isso se dá por ato normativo (decreto
93872/86).
Prof. Pedro Caymmi
O art. 41 da LRF trazia percentual máximo da receita corrente líquida que poderia ser
comprometido, no entanto, foi vetado pelo Presidente da República por redação
falha/confuse. Desde então nunca veio orientação normativa. Atualmente, não há o
limite legal, o que dificulta inclusive a aplicação do art. 359-B, do Código Penal, que é
uma norma penal em branco, de modo que o TCU vem analisando de maneira
casuística: Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000) - Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) - Pena – detenção, de 6
(seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000).
Regra: transição entre mandatos – no último ano de mandato do chefe de poder: no
último ano de mandato do Chefe do Executivo, durante os últimos dois quadrimestres
(8 meses), deverá: a) pagar no mandato dele ou b) deixar dinheiro em caixa que faça
frente às despesas empenhadas por ele nos últimos 08 meses.
Caso a despesa não seja devida, poderá fazer cancelamento do empenho.
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art. 42, LRF: É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito.
AULA 14
18.07.2017
próprio a atividade econômica, exerce o comércio, explora seus bens, gera sua própria
riqueza; b) apropria-se o patrimônio privado; c) endividando-se – sempre que gasta
mais do que arrecada, acaba por se endividar. No Brasil o conceito atribuído pela lei
diverge daquele considerado mais correto pelos estudiosos da ciência das finanças,
não coincide com o sentido técnico, que seria o mais adequado.
1.1.1 Sentido técnico: sempre será um ingresso público, do ponto de vista
financeiro, valores que entram em caráter definitivo no caixa público – valor de
empréstimo não é receita, pois terá que ser devolvido=> tem que efetivamente
aumentar o patrimônio público, ingresso efetivo (efetivamente aumenta o
patrimônio) que não tem contrapartida ou compensação passiva – quando vende
um imóvel público, não houve variação patrimonial, apenas troca de elementos
patrimoniais. Nem todo dinheiro que entra no caixa público deveria ser
considerado receita, pois podem não entrar em caráter definitivo (Ex: contrato
administrativo para obra pública, tem que fazer depósito de caução para
responder caso ocorra algum incidente durante a obra – não está incorporado ao
patrimônio do Estado).
1.1.2 Sentido legal (art.3º + 57, LGO) – receita pública corresponde a ingressos
públicos, apenas. Qualquer ingresso de recursos no caixa público é considerado
receita, ainda que seja provisória ou não aumente o patrimônio.
1.2 Receitas originárias e derivadas – o critério que orienta essa divisão é o modo de
obtenção da receita, o modo pelo qual o Estado atua para obter aquela receita.
1.4 Receita geral e vinculada – receitas de aplicação geral são aquelas que uma vez
ingressas nos cofres públicos podem ser usadas para custeio de qualquer despesa, não
têm predestinação, são de uso “livre” (execução de despesa pública, deve obedecer
todo o trâmite orçamentário), pode ser usado para qualquer coisa do orçamento.
Receitas de aplicação vinculada: são previamente afetadas a fundo, órgão ou despesa
– o dinheiro só pode usado em determinada coisa (ex: receitas decorrentes de
contribuições, salvo a de melhorias, obrigatoriamente são pré-afetadas a fundo, órgão,
Prof. Pedro Caymmi
LRF, art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e
direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo
se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos.
CF/88, art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária,
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º,
bem como o disposto no § 4º deste artigo;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
1.5 Receita corrente líquida (art. 2º. IV, LRF) – receita corriqueira do Estado =>
somatório das receitas tributárias, transferências correntes e outras receitas correntes
com algumas deduções. Receita corrente dos últimos 12 meses menos algumas
deduções (IPVA: Estado tem que repassar metade do montante para o município onde
a placa do carro está registrada). Parâmetro da receita corrente líquida serve para
apurar os indicadores de saúde financeira do Estado, analisar qual o percentual de
endividamento possível para o Estado.
2. Despesas públicas
2.1 Conceito – aplicação de recursos públicos no montante e no objeto definidos por
lei, não é livre, depende de autorização orçamentária.
2.2 Despesas ordinárias e extraordinárias – DO: são aquelas despesas de caráter
continuado e previsível (esperada dentro do planejamento usual); DE: despesas de
caráter pontual e imprevisível, é aquela que pode justificar a abertura de crédito
extraordinário, mediante MP.
2.3 Despesas de custeio, investimento e subsídio – DC: manutenção da máquina
pública desde o pagamento de atividades operacionais/instrumentais até os
serviços diretos à coletividade, manter o Estado em funcionamento; DI:
incrementam a atividade pública, através de obras e aquisições; S: transferências
que o ente federado faz a terceiros = transferências públicas (entre entes estatais)
e transferências privadas (do Estado para ONG’s, por exemplo).
AULA 15
20.07.2017
3.2 Efetivas X não efetivas (Portaria Secretaria do Tesouro Nacional - STN 340/2006)
– O critério distintivo é a existência ou não de alteração patrimonial, se aumentam ou
diminuem o patrimônio público.
⇨ Receitas e despesas efetivas: aquelas que representam uma modificação, um fato
modificativo do patrimônio público, são receitas que aumentam e despesas que
diminuem o patrimônio público (ex: pagamento de salário do professor é despesa
efetiva, pois diminuiu a totalidade de recursos disponíveis pela União; recebimento de
pagamento de imposto de renda aumenta os recursos públicos; impostos; imóvel
alugado etc).
⇨ Receitas e despesas não efetivas : não alteram o montante total do patrimônio público.
Constituem um fato permutativo, na ideia de troca (“seis por meia dúzia”) apenas
altera o elemento patrimonial, o tipo de expressão da riqueza, mas a quantidade de
riqueza do Estado permanecerá a mesma (ex: alienação de bens e direitos – dinheiro
aumenta, mas há diminuição de ativo imobiliário; receita decorrente de empréstimo,
pois se cria obrigação futura de pagamento no valor contraído, quando paga de volta a
dívida é uma despesa não efetiva, pois se livra de um passivo, o que não diminui o
patrimônio público; diferente do pagamento de juros, que é uma despesa efetiva, pois
é um custo corrente de manutenção do “aluguel” do dinheiro). Quando constrói uma
obra pública é uma despesa não efetiva, porque é um gasto que tende a se reverter
em algum outro elemento patrimonial.
Reserva de contingência: não é despesa corrente, nem despesa de capital. A previsão é trazida
pela LOA, a partir dos critérios traçados pela LDO. Leva em conta um percentual da receita
corrente líquida do exercício anterior. Dotação global, não identifica o objeto do gasto,
durante o exercício irão aparecer os motivos da utilização.
Aula 16
27.07.2017
Classificação legal-orçamentária.
Categoria econômica (correntes e de capital que se desdobram em três subgrupos cada uma)
=> grupo de natureza (reserva de contingência) => modalidade de aplicação (não é
informação relativa a natureza da despesa, ela é uma informação de procedimento, como
vou realizar essa despesa, tem a ver com o modo de execução dessa despesa, informação
gerencial - pode ser aplicação direta ou indireta) => elemento de despesa (é o objeto, “o
quê” está sendo gasto, o que está sendo adimplido com a realização daquela despesa =
material de consumo, pagamento de aposentadoria etc. Estão listados no anexo I da Portaria
STN/SOF 163/2001 – rol taxativo).
Modalidade de aplicação: Lembrar que cada dotação orçamentária é vinculada a uma unidade
orçamentária. Na modalidade de aplicação direta quem executa a despesa é a própria unidade
orçamentária à qual se destina a dotação. Em outras situações: quem executa a despesa não é
a unidade orçamentária, aplicação indireta por outro órgão do mesmo ente público, para
outro ente público ou mesmo para um ente privado.
4.3 Receita pública – divisão inicial semelhante àquela utilizada para tratar das
despesas públicas. Mesma classificação de 1964 – na prática a teoria tributária
está mais avançada do que a classificação financeira ainda vigente.
4.3.1 Correntes – são receitas efetivas que aumentam o patrimônio público,
ordinárias, continuadas. A base do custeio da máquina pública. Financiam as
despesas correntes.
4.3.1.1 Tributárias – decorrem da cobrança e recolhimento de tributos
Categorias econômicas (receita derivada do tipo contributiva). Tributo está positivado no art. 3º do
CTN: é uma prestação pecuniária, uma exigência de uma quantia em dinheiro;
prestação compulsória, não existe facultatividade; não decorrente de ato
Prof. Pedro Caymmi
ilícito, não é sanção, pois decorre de fato lícito. Gera controvérsias em virtude
de o tributo ser necessário para que o Estado implemente o marco civilizatório,
ao passo que nem sempre se materializa efetiva e adequadamente. Não
apenas a receita do tributo, mas as multas de natureza tributária e os encargos
por atraso no pagamento do tributo cobrado. Dividem-se em três possíveis
fontes: 1) de impostos – tem por característica: fato ocorrido que leva a
pagar= fato gerador não vinculado = não é necessariamente vinculado a uma
atuação estatal relacionada ao contribuinte = tributa condutas
isoladas/privadas do contribuinte: ganhar dinheiro, prestar serviço, vender
alguma coisa, importar um bem, ser dono de um imóvel etc = não precisam da
ação do Estado como fato gerador do imposto. Para onde vai o dinheiro/a
receita arrecadado/a com os impostos? Em regra, não pode ser previamente
vinculado a uma finalidade específica (art. 167, IV, CF/88), não-afetação a
fundo, órgão, despesa => entra na conta única para ser usado para custear
qualquer despesa prevista no orçamento – destinação livre, aplicação geral.
Exceções: ações de saúde, educação, garantia de empréstimo, modernização
tributária etc. Competência: quem pode arrecadar impostos? Todos os entes
federados têm, mas a CF/88, nos arts. 153-156 define o imposto atinente a
cada ente federado. Curiosidade financeira: existe previsão de imposto de
guerra, que pode ser cobrado pela União em caso de guerra declarada; 2) de
taxas – fato gerador vinculado ou diretamente vinculados a uma ação do
Estado => como se fosse a evolução do direito público em uma relação
contratual. Podem ser dois tipos de ação do Estado: a) exercício efetivo do
poder de polícia – cobrada em função de fiscalização do Estado em relação ao
contribuinte, obrigação de pagar por ter sido fiscalizado, não tem natureza
contratual; b) prestação de serviço público efetivo ou potencial (nem sempre é
necessário que o serviço seja prestado, basta que seja posto à disposição do
contribuinte – ex: custas judiciais pelo uso efetivo do serviço; taxa de coleta de
lixo), específico e divisível (serviço que pode ser identificado pela prestação a
cada contribuinte – limpeza pública, por exemplo, não admite cobrança de
taxa). Destinação da receita (há controvérsia doutrinária) – parte pensa que
obrigatoriamente deve ser específica: para custear aquele serviço ou atividade
de fiscalização/ outra parcela entende que deve ser utilizado da mesma forma
que os impostos. Competência: se dá em função da competência
administrativa do ente federado que presta o serviço ou realiza a fiscalização
cobra por ele; 3) contribuições de melhoria – fato gerador indiretamente
vinculado a uma ação do Estado, realização de obra pública que implique em
valorização do seu imóvel, gera benefício maior para um indivíduo do que
geraria para a coletividade. Pouco usado no Brasil. Só é cobrado do
contribuinte que se beneficia. A destinação é livre. Competência: ente
federado executor da obra.
4.3.1.2 Contribuições – são exações (cobranças) finalísticas prevista em lei,
onde necessariamente há destinação vinculada a fundo, órgão ou despesa.
Valor arrecadado com as contribuições terá essa vinculação. A finalidade deve
ter origem na CF/88, deve constar do texto constitucional. Gera receita de
aplicação vinculada, verba carimbada, afetada a uma atuação específica. Em
1964, quando foi criada essa classificação não se entendia que as contribuições
teriam natureza de tributo, a partir de 88, pacificou-se que as contribuições
têm natureza tributária, espécie de tributo submetidas ao regime jurídico
Prof. Pedro Caymmi
Aula 17
01.08.2017
Imobiliária quando se tratar de bens imóveis, como as ações que o estado possua de despesa
(mobiliaria), participação em empresas que ele possua participação, se ela distribuir dinheiro
ele ganha. Algo não comum mas acontece é o desenvolvimento de patentes, esse sistema
pode ser usado e cedido de modo remunerado a terceiro, gerando receita mobiliaria,
normalmente essa cessão é gratuita a outros entes públicos, a título gratuito, mas se fosse
cobrado, entraria, como o estado da Bahia cedendo algo de forma onerosa a Minas. Posso ter
também receita decorrente de aluguel de máquinas, mas há uma dúvida se isso entra como
patrimonial ou de serviços, pode entender das duas formas, patrimonial ou mobiliaria, algo
que acontece muito em municípios menores. As mobiliarias não são o mais comum,
normalmente temos a imobiliária, decorrentes do uso da exploração econômica do patrimônio
público imobiliário, sistemática parecida com o mercado privado, Mobiliárias - quando o bem é
móvel
● Imobiliárias: quando se tratar de bens imóveis. Subdivisão:
⇨ Locação/arrendamento (DL 9760/46) - possibilidade do imóvel se explorado como locação
ou arrendamento, o poder público recebe uma remuneração por isso, por meio de formas
privadas. Tem um decreto lei federal 9760/ 46 que fala um pouco sobre isso, ele dá algumas
regras específicas sobre a locação, como cláusulas que devem constar... Dessa forma,
podemos perceber que o poder público pode alugar um imóvel que não esteja sendo utilizado.
⇨ Autorização/permissão/concessão - É possível o poder público explorar o seu patrimônio
por meio da autorização, permissão ou concessão de uso do bem, formas parecidas com a
locação, mas são típicas de direito público, a autorização é a título extremamente precário,
como para fazer uma festa em área pública, por horas... a 2ª é um pouco mais estável, mais
duradouro, mas o estado pode interromper a qualquer tempo, no terceiro temos como
exemplo os boxes de feira, lojas... algo com mais tempo. Em salvador no carnaval é
autorização de uso, em tese cabe um preço pelo uso do espaço, o estado pode ser
remunerado, um exemplo clássico é a zona azul, tratam muito como prestação de serviço, mas
ele entende como isso, no fundo ele está alugando esse espaço por determinadas horas, como
em um estacionamento privado, no fundo tem mais características de receita patrimonial, mas
Prof. Pedro Caymmi
em geral tratam como receita de serviço, é uma delegação de serviço a entidades privadas,
mas se for olhar mais a funda, teria que estar aqui, em autorização.
⇨ Terrenos de marinha (DL 9760/46 + CF/88, art. 20, VII) – é a expressão utilizada na
Constituição e na lei para indicar um delimitado espaço de terra situado às margens do litoral
brasileiro e nas margens dos rios e lagoas em que haja influência das marés. Pode ser ocupado
por particular. Quem ocupa detém o domínio útil da propriedade, o titular é a União. Quem
tem domínio útil paga um foro anual e, em caso de alienação, paga laudêmio; deve comunicar
a União e garantir o direito de preferência. OBS: foro e laudêmio não são tributos, logo não se
confundem com IPTU. É uma receita patrimonial, podendo ser chamada de preço público.
Os terrenos de marinha e seus acrescidos são bens da União (CF/88, art. 20, VII, e art. 1º, a, do
Decreto-lei 9.760/46), não obstante possam ser, "e no mais das vezes são, aplicadas aos mais
diversos usos, ora recebendo afetação para um serviço ou utilidade pública, ora mesmo
admitindo-se a utilização onerosa destes bens por particulares
"Art. 2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos
horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de 1831: a) os
situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça
sentir a influência das marés; b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça
sentir a influência das marés.
⇨ Compensação financeira (art. 20, §1º, CF/88) -é uma indenização pela exploração/retirada
de recursos naturais no território do ente público. Ex: petróleo, gás natural, minérios,
potencial hidrelétrico. Geram dano ao Estado, retiram recursos, alagam áreas, a CF/88
estabelece que quem explora deve indenizar o Estado, usualmente vai ser expressa por um
percentual em cima daquilo que o explorador do recurso ganha, depende de regulação por lei
específica. A indenização é chamada de “royalties” – a regra da divisão do percentual entre os
entes federados depende de lei ordinária.
Art. 20
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a
órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou
gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
4.3.2 De capital - Receitas não efetivas, não geram aumento patrimonial, usualmente
pontuais.
4.3.2.1 Operações de crédito (art. 29, III, LRF) – nem toda operação de crédito gera
receita, como a confissão de dívida, por exemplo. Quando recebe dinheiro em troca de
compromisso financeiro futuro, algo a ser pago no futuro. Valor recebido por conta da
assunção de compromisso financeiro futuro. A operação mais comum é o mútuo
financeiro = aluguel de bem fungível, ou seja, dinheiro = empréstimo público, quando
Estado pede dinheiro emprestado a uma instituição financeira.
A segunda operação mais comum é a emissão de títulos da dívida pública. Existe ainda
o chamado empréstimo compulsório (art. 148, CF/88) – previsto em lei complementar
que prevê o fato a partir do qual se é obrigado a emprestar dinheiro ao Estado, qual a
natureza desse empréstimo? Juridicamente falando, sua natureza é de tributo, mesma
situação das contribuições = sua receita é contabilizada como receita de capital e não
tributária, isto é, para fins orçamentários entra como receita de capital por operação de
crédito.
4.3.2.2 Alienação de bens e direitos – receita não efetiva, pois não aumenta o
patrimônio do Estado, recebe o dinheiro, mas perde o bem. Ex: venda de imóvel, venda
de participação acionária em uma empresa estatal (privatização). Art. 44, da LRF, exige
que a receita da alienação de bens e direitos seja reinvestida em uma despesa que gere
aumento de patrimônio, não pode usar para financiamento de despesas correntes
(custeio), salvo se for destinada ao regime de previdência social.
4.3.2.3 Transferências – de capital: valores recebidos para uso obrigatório em
despesas de capital. Serão correntes: se não for obrigatório o uso em despesa de capital;
quando há obrigatoriedade de uso nas despesas de capital = transferência de capital.
4.3.2.4 Amortização de empréstimos – praticamente não tem = pagamento de valores
que o Estado emprestou a alguém. Ente federado não pode emprestar para o outro.
Empréstimo interno não existe. O que tem ainda é o refinanciamento de dívida de
estados e municípios: pagamento parcelado; só é possível para pagamento de
precatório, pois a LRF vetou quase todas as hipóteses.
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Aula 18
10.08.2017
5.1 Conceito: podem ser tanto despesa quanto receita pública ou como as duas coisas, a
depender do lado que se esteja olhando e o tipo de transferência. Entrega de recursos
por um ente federado a outra pessoa jurídica. Sempre vai ser despesa para o ente que
transfere, se for de ente público para ente público será receita para quem recebe a
transferência, se for para ente privado será receita privada. Movimentos
intergovernamentais de recursos, embora cada ente tenha autonomia financeira você
precisa de ajuste na capacidade financeira de cada um; determina que a União repasse
parte do que arrecada para Estados e Municípios, pode ainda transferir para entes
privados. Alternativa de uso do dinheiro público, lógica de melhor organizar a
execução do interesse público (ex: PAC – série de transferências para que outros entes
realizem obras; transferências para o terceiro setor)
5.2 Destinação – podem ser transferências correntes (pode usar para qualquer coisa que
seja de gasto corrente) ou transferências de capital (obrigatoriedade da destinação
para determinada despesa de capital), depende da existência ou não de
obrigatoriedade do uso para determinada coisa.
5.3 Classificação
5.3.1 Para entes públicos – entrega de recurso de um ente federado para outro
ente. São chamadas de intergovernamentais, instrumento do federalismo fiscal:
previsão de movimento de recursos dos entes federados maiores para os menores
para se conseguir um mínimo equilíbrio na autonomia dos entes federados.
5.3.3 Legais – previstas nas leis. Regras e condicionantes para que se possa
receber depende da lei que regula. As mais importantes são: a) o regime de transferências do
SUS: aplicação na área de saúde; b) transferências do FUNDEB (educação básica e
fundamental), entes transferem recursos uns para os outros. Olhar as regras de cada um
desses fundos em lei específica.
5.3.4 Voluntárias (art. 25, LRF) – são aquelas que dependem de acordo,
ajuste ou convênio. Não basta existir lei autorizando, terá em cada caso um negócio jurídico
administrativo entre os entes federados como fundamento daquela transferência. São
condicionadas, condições que devem ser preenchidas: a) vinculação a um objeto específico,
nunca é transferido para gasto livre (exceção ao princípio da unidade de caixa) – vedada a
utilização de recurso para finalidade diversa daquela pactuada; b) a verba continua tendo
natureza do ente transferidor, logo há prestação de contas, de demonstração de como foi feito
o uso dos recursos. Art. 25, §3º LRF: requisitos que o ente destinatário tem que cumprir para
poder receber a transferência – ex: está dentro do limite de endividamento, existência de
previsão orçamentária da contrapartida, aplicar o mínimo necessário em educação e saúde
etc. Art. 25, §2º, LRF - brecha: o não preenchimento dos requisitos não impede transferência
para as áreas de saúde, educação e assistência social, pois são áreas mais sensíveis.
5.4.2 Subvenções econômicas (art. 12, §3º, II, LGO) – empresas comerciais,
industriais ou pastoris. Atualmente a lei permite a concessão de crédito subsidiado, que é
diferente da subvenção econômica: estado dá dinheiro para empresas privadas que exercem
atividade econômica, o que é incompatível com o regime constitucional, a livre iniciativa, a
concorrência etc. Não tem mais lugar na ordem constitucional.
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6. Responsabilidade fiscal
Existem três postulados importantes na aferição da RF: a) equilíbrio – relação dinâmica entre
receitas e despesas; b) previsibilidade – antes de realizar o gasto esse deve estar previsto no
orçamento; c) transparência – demonstração das consequências dos atos de gestão financeira.
Diversos mecanismos que visam o controle da receita e da despesa de modo a assegurar que
eles não comprometam os itens acima. Indicador importante da saúde financeira do Estado. A
lei traz limitador do gasto com pessoal, por exemplo, mas não determina o valor fixo, faz de
forma proporcional: o quanto representa da receita corrente líquida, não importa o quanto
gasta.
6.1 Receita corrente líquida (art. 2º, IV, LRF) – parâmetro de aferição da saúde financeira do
Estado, verifica-se, por exemplo, se está se gastando excessivamente com pessoal. Composta
pela soma das receitas correntes (receitas de capital não entram na conta) menos as deduções
previstas na lei – valores que o ente público arrecada e não pertencem a ele, devendo entregar
a terceiros. Como calcula a receita corrente líquida? Soma das receitas correntes arrecadadas
no mês de referência e nos 11 meses anteriores (anual: últimos 12 meses).
6.3. Plena exploração de tributos (art. 11, LRF) – obrigação de plena exploração dos tributos:
forçar todos os entes a cobrarem todos os tributos que são da sua competência. Instituição
(criar tributo por lei), previsão (estimativa orçamentária de receita de acordo com a
universalidade) e efetiva arrecadação de todos os tributos em geral (ato de terceiro, pois são
as outras pessoas que pagam, a interpretação é de que se tomem as medidas de cobrança o
mais efetiva possível, buscando que realmente as pessoas paguem, não se pode exigir do
gestor que consiga que todos paguem, mas esse deve pelo menos envidar esforços como fazer
campanha educativa, REFIS) de competência daquele ente federado. Tentar cobrar tudo que a
Constituição permite.
Em relação aos impostos, o art.11, §único, da LRF, prevê sanção específica para o ente
federado que não fizer a plena exploração: proibição de receber transferência voluntária. A
lógica é: antes de pedir tente conseguir pelos seus próprios meios.
6.4 Renúncia de receita (art. 14, LRF) – disciplina os requisitos de ordem financeira para o
Estado conceder isenção, anistia, diminuição de base de cálculo. Criação de despesa tem os
mesmos requisitos da renúncia de receita, ganhar menos ou gastar mais tem a lógica muito
equivalente para o equilíbrio orçamentário. Requisitos adicionais previstos na LDO:
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b) Alternativo: faço uma coisa ou outra: 1) demonstração do gestor de que a renúncia já está
considerada na estimativa de receita da LOA, já me projetei levando em conta que ia perder
essa receita, não compromete minhas metas e resultados fiscais, que estão no Anexo de metas
fiscais da LDO; 2) precisa adotar medidas de compensação, ou seja, a renúncia deverá ser
acompanhadas de medidas que compensem a perda de receita gerada pela renúncia, só pode
ser pelo aumento de outra receita tributária – cria tributo novo ou aumenta tributo já
existente. Se usar a segunda hipótese, de acordo com o art. 14, §2º, quando o aumento de
receita implicar em renúncia receita, essa só pode valer quando a medida de compensação
começar a valer para haver equilíbrio.
Até aqui!
Aula 19
17.08.2017
6.5 Geração de despesas (art.16, LRF) – requisitos para majorar a despesa. Depende do tipo de
despesa, algumas são mais outras são menos rigorosas. Deve ser feito com previsibilidade e
equilíbrio das contas públicas. Em relação às despesas com pessoal, além dos requisitos que
condicionam a criação, existe o limite de gasto máximo com pessoal.
Importante pontuar que: 1) deve existir verificação prévia, ou seja, requisitos devem ser
demonstrados antes da criação da despesa; 2) despesa criada sem obedecer aos requisitos
será considerada irregular, lesiva e não autorizada= não é anulada, não é nula é irregular,
continua valendo, não é cancelada, mas leva à responsabilização do gestor. Lembrar que ato
que cria a despesa não é o orçamento, apenas autoriza gastos necessários à despesa. Ex:
expansão da ação governamental: construção de uma nova escola
6.6 Despesa obrigatória de caráter continuado (art. 17, LRF) – aquela que o Estado não pode
descumprir a hora que quiser, tem que cumprir por período de tempo relativamente extenso,
requisitos mais rigorosos, pois leva mais tempo para se livrar daquela despesa.
Conceito: despesa corrente (despesa de capital está fora) criada por ato normativo (legal ou
infralegal) a ser executada com previsão de execução por mais de dois exercícios financeiros.
Ex: criação de programa de transferência de subvenção. Previsão de execução: dois exercícios.
Se o gestor ao invés de criar por mais de 02 exercícios resolve criar de forma fracionada: não
pode, se fracionar a prorrogação vai equivaler a ato de criação
Requisitos: verificação prévia; não observância torna ato irregular lesivo e não autorizado –
responsabilização do gestor. Os requisitos estão previstos na art. 17, LRF: 1) Estimativa do
impacto orçamentário-financeiro naquele exercício e nos dois seguintes; 2) a indicação da
origem ou fonte dos recursos de custeio, indicar de onde virá a fonte de custeio da despesa,
vincular a uma fonte que tenha fluxo no mesmo sentido.
6.7 Despesas com pessoal – um dos maiores fatores de desequilíbrio nas contas públicas, em
virtude de a máquina pública se movimentar pela ação de pessoas que coloca o Estado em
andamento. Cria limites com gastos com pessoal, controla a criação ou aumento de despesa
com pessoal pela LRF, com alusão a dispositivos constitucionais.
Conceito (art. 18, LRF) – qualquer retribuição direta (vencimento do servidor) ou indireta
(provento de aposentadoria, recolhimento de FGTS) pela disponibilização ao Estado de força
de trabalho. A lei trabalha com conceito o mais amplo possível, independe do tipo de vínculo,
qualquer valor pago por força de trabalho colocado à disposição do Estado. Gastos com ativos,
inativos, pensionistas, ocupantes de mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis,
militares ou de membros de poder, quaisquer espécies remuneratórias, encargos sociais e
contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Requisitos (art.21, LRF) – assim como nos outros dois deve existir a verificação prévia, porém o
não atendimento leva à responsabilização do gestor e à nulidade da criação ou aumento da
despesa (nula de pleno direito), é cancelada, pois por conta da irredutibilidade de vencimentos
uma vez criada não pode ser eliminada. 1) Obedecer a todos os requisitos do art. 16, da LRF +
art.17, da LRF (despesas obrigatórias de caráter continuado: estimativa do impacto,
demonstração da origem ou fonte de custeio, no exercício atual demonstrar que não haverá
impacto nas metas fiscais etc) + art. 37, XIII, CF/88 (não há reajuste automático para o servidor
público, não existe indexação para majorar os vencimentos, a lei não pode vincular
automaticamente os vencimentos com a variação de algum fator externo – necessário haver
lei para alterar vencimentos, evitar os gatilhos salariais, mesmo que exista uma previsão de
existência de piso de professor, por exemplo, não há indexação do salário de servidor) +
art.169, §1º, I, CF/88 (existência de prévia dotação orçamentária suficiente), II – prévia
autorização da LDO para aumento de despesas com pessoal, dispensa requisito apenas para
Prof. Pedro Caymmi
empresas públicas e sociedades de economia mista (ver se são empresas dependentes ou não)
+ art. 21, §único (proíbe a criação ou aumento de despesas com pessoal nos últimos 180 dias
de mandato do gestor de qualquer dos poderes, não apenas de entes políticos – impedir atos
de bondade com o dinheiro alheio).
6.8 Despesa com seguridade social (art. 24, LRF) – são um tipo de despesa obrigatória de
caráter continuado, a despeito das especificidades.
Requisitos – deve obedecer: art. 17, da LRF (estimativa do impacto, indicação da origem ou
fonte de custeio etc) + art. 195, §, da CF/88 (paridade do sistema de seguridade social:
nenhum benefício ou serviço poderá ser majorado sem a correspondente fonte de custeio
total a validar essa criação ou aumento + art. 24,§1º LRF (dispensa adoção de medida de
compensação constante do art. 17, LRF, nos casos: concessão de benefício a quem satisfaça as
condições previstas na lei vigente, ex: direito a aposentadoria; expansão quantitativa do
atendimento e dos serviços, apenas quantidade de gente atendida; reajustamento de
benefício ou serviço para preservação de valor real, apenas aplicação de correção monetária.
AULA 20
22.08.2017
Análise extensa de vários institutos da LRF que tratavam do controle das finanças para
manutenção do equilíbrio, previsibilidade e transparência. Requisitos que devem ser
observados para criar ou aumentar despesa.
9. Limite de despesas com pessoal – além do controle para criação e aumento existe controle
específico em relação ao limite máximo do que se pode gastar – inspirado no modelo da União
Europeia – a lógica de funcionamento desses limites se baseia no poder que a união tem sobre
estados e municípios, ainda que contemplem a união foram pensados para estados e
municípios sob pena de não ter mais recursos transferidos pela União (aperto financeiro para
quem não cumprir limite máximo com pessoal). Esse mesmo limite é aplicável ao
endividamento público, vai ter limite máximo e medidas a serem adotadas caso extrapole o
limite e sofre consequências caso não fique dentro desse limite.
9.1 Parâmetros – aferição quadrimestral (faço a conta a cada quadrimestre, 03 vezes por ano/
contagem do prazo é feita em quadrimestre também). A lógica da LRF para fixar limite máximo
de gasto com pessoal não leva em conta o montante bruto de gasto, até porque isso vai variar
de ente para ente federado, não tem como ter valor único para ser considerado ótimo; limite
sempre proporcional: percentual em cima da receita corrente líquida (art. 2º, IV, LRF) que
envolve a soma das receitas correntes dos últimos doze meses com algumas deduções (valores
que o ente arrecada e é obrigado a repassar para os outros entes, valores obrigatoriamente
transferidos, previdência etc), o comparativo é: a despesa com pessoal (art. 18, LRF) dos
últimos 12 meses, senão não bate. A LRF permite que na hora de fazer conta deduza coisas do
que vou considerar da despesa com pessoal – direito de fazer algumas deduções (art. 19, §1º,
Prof. Pedro Caymmi
LRF) que são despesa com pessoal, mas não entra na conta na hora de verificar o limite
máximo de gasto: na verificação dos limites não serão computadas as despesas: indenização
por demissão de servidores ou empregados, despesas relativas a incentivos a demissão
voluntária, derivadas da aplicação do art. 56 da CF/88 (não tem mais fundamento hoje),
despesas decorrentes de decisão judicial relativa a algo que deveria ter sido pago antes,
valores que a União transfere para Amapá e Roraima, pagamento de inativo até o limite do
que é custeado pelo próprio segurado ou das receitas diretamente vinculadas ao fundo de
previdência. Compara com a receita corrente líquida dos últimos 12 meses e vou determinar o
percentual da receita corrente líquida.
9.2 Limites (arts.19-20, LRF) – no caso da União: limite é de 50% da receita corrente líquida
com despesa de pessoal; Estados/DF: até 60% da receita corrente líquida; Municípios: também
até 60% da receita corrente líquida. Originalmente o projeto de lei que foi para o congresso só
trazia esses limites, durante a tramitação diversas entidades de classe (associação brasileira de
secretários da fazenda) era impróprio traçar limite único, poderes harmônicos entre si, não
tem controle sobre os gastos de todos os entes e poderes, preocupação do poder executivo de
não ultrapassar o limite global.
Limites específicos: subdivisão por poder ou órgãos autônomos, se o executivo estiver dentro
do limite, e o legislativo não, o executivo não sofrerá as sanções – entendimento do STF de que
o limite a ser observado é o do poder ou órgão. Art.20, CF/88: União – 2,5 para o legislativo +
tribunal de contas; 6% para o judiciário; 40,9% para o executivo; 0,6% para o MP da União.
Questiona-se que o judiciário meio que se autocusteia, mas não pode contratar mais gente
porque deve respeitar o limite máximo.
Ao final de cada quadrimestre é feita a aferição de percentual de gasto com pessoal. Quando
usa o limite quase todo (90%) o Tribunal de Contas deve emitir um alerta. Durante a
tramitação do projeto s acrescentou um limite prudencial, como se fosse a reserva de
combustível do carro, alerta de que está para esgotar.
9.3 Limite prudencial (art. 22, §único, LRF) – o poder ou órgão atinge o limite prudencial
quando tiver atingido 95% do limite. Ex: MP tem limite de 2%, se tiver consumido 1,9% está no
limite prudencial, ainda não ultrapassou o limite de gasto. O que acontece quando um poder
ou órgão entra no limite prudencial? Passar a ter que obedecer a uma série de vedações
preventivas, medidas de bloqueio coisas que ele não pode fazer enquanto estiver no limite
prudencial. Qual o impedimento, afinal? De realizar qualquer ato que aumente ainda mais a
despesa com pessoal, como se estivesse à beira do precipício e alguém tenta impedir.
Vedações: concessão de aumento de vantagens aos servidores, salvo as derivadas de sentença
judicial, criação de cargos, emprego ou função (novos postos de trabalho), alteração de
estrutura de carreira que implique em aumento de despesa (organização escalonada dos
cargos), pois cria padrão remuneratório maior; o provimento de cargo público; admissão de
pessoal a qualquer título (caros, empregos ou funções que estão vagos), ressalvada a
reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores nas áreas de saúde,
educação e segurança - objetivo é favorecer a não precariedade dos serviços mencionados,
Prof. Pedro Caymmi
não faz sentido que a ocupação excepcional se dê apenas nos casos de aposentadoria ou óbito,
o importante é que o cargo esteja vago nessas áreas; contratação de hora extra, salvo
disposição em LDO.
9.4 Excesso de despesas - Se mesmo isso não der resultado e se constate que ao final de um
quadrimestre o ente gastou mais do que o permitido: conjugação de 03 sortes de medida:
prazo para o poder público resolver o problema com o intuito de resolver, depois passa a
sofrer vedações e restrições institucionais por conta do excesso de gasto com pessoal.
9.4.1 Medidas (art. 23, LRF + 169, §§3º ao 7º, CF/88) – manter as vedações preventivas do
limite prudencial; é preciso cortar despesas, adotando três sortes de medidas sucessivas: 1)
redução em 20% ou mais das despesas (não é cortar a quantidade de cargos, pois nem gastam
a mesma coisa; tem que ver o quanto deixei de pagar por cargos em comissão e funções de
confiança – ADIN: STF julgou inconstitucional o trecho da LRF que permitia que a redução se
desse pela redução do vencimento ou pela redução de jornada) com cargos em comissão e
funções de confiança – pessoal menos estável, mais dispensável: postos de trabalho existentes
na administração pública que são de livre nomeação e livre exoneração, restritos a funções de
chefia, direção e assessoramento/ funções de confiança, teoricamente, são funções extra
exercidas por servidores estáveis; 2) exoneração dos servidores não estáveis (temporários –
processo seletivo simplificado; efetivo em estágio probatório); 3) exoneração dos servidores
estáveis (EC 19/98), art. 169, §4º, 5º, 6º, CF/88 – deve identificar antes quais os setores que
serão objeto dessa redução, o servidor terá indenização correspondente a 1 mês de
remuneração por ano trabalhado, o cargo objeto da redução será considerado extinto pelo
prazo de 04 anos. Medida extrema, pouco utilizada em larga escala, geralmente os cargos em
comissão ou função de confiança são extintos.
9.4.2 Prazo (art. 23, LRF+65+66, LRF) – para adoção de medidas pelo poder ou órgão sob pena
de sofrer sanções institucionais. Prazo normal: 02 quadrimestres, particularidade: corta pelo
menos 1/3 do excesso no primeiro quadrimestre. Prazo diferenciado: se o excesso for apurado
no último ano de mandato as sanções são aplicadas de imediato, situações excepcionais que
alteram o prazo (calamidade pública, estado de defesa e estado de sítio – suspendem prazo),
se ocorrer por pelo menos um ano crescimento baixo ou negativo do PIB (inferior a 1% ou
decréscimo) o prazo é duplicado. Seja qual for a regra o que acontece se o limite de gasto
continuar excessivo?
9.4.3 Sanções constitucionais (art. 23, §3º, LRF) – o ente não poderá: receber transferências
voluntárias (convênios de cooperação) tentativa de asfixia financeira, mas não se aplica nos
casos de transferência para as áreas de educação, saúde e assistência social; 2) o ente não
poderá obter garantia direta ou indireta de outro ente (é muito comum nas operações de
credito firmada pelo entes a União atuar como fiadora dos entes periféricos, o que inviabiliza
qualquer operação que exija garantia); 3) não poderá contratar operações de crédito (qualquer
tipo de empréstimo), ressalvada duas operações: a) refinanciamento da dívida mobiliária –
específica, é a troca de títulos da dívida pública antiga por títulos novos e b) operações de
crédito que estejam vinculadas a redução de despesa com pessoal – ex: pegar empréstimo
para financiar PDV ou pagar rescisões.
Prof. Pedro Caymmi
24.08.2017 – 2ª Avaliação
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Aula 21
29.08.2017
Dívida pública
Implica tanto em receita quanto em despesa. Estamos falando especificamente das situações
onde a gente tem o Estado devedor, sujeito passivo. O conceito central da composição da
dívida pública é o conceito de operação de crédito.
1. Operação de crédito (art. 29, III, LRF) – vai ser qualquer compromisso financeiro assumido
pelo ente público seja qual for sua origem – obrigação de pagar em momento futuro, a base da
operação de crédito é a assunção por uma das partes de uma obrigação financeira. Envolve
sempre compromisso financeiro assumido pelo Poder Público (pagamento futuro), o não
adimplemento de prestação atual que se torna prestação a ser paga no futuro. O mais comum
é o mútuo financeiro, mas tem venda de títulos, tem compra de bem a prazo (recebe o bem e
paga as prestações futuras), se ele vende um bem, se fizer um leasing. Tem que ser autorizada
por lei. Submete-se às regras da LRF. Funções: a) combater o déficit; b) antecipa receita para
investir. Endividamento deve ser direcionado a coisas relevantes. Natureza da dívida pública
seria ato de império, baseado na soberania do Estado ou se seria negócio jurídico. Posição
pacífica: endividamento público é um negócio jurídico, embora necessite de autorização em
lei.
1.1 Por equiparação (art. 29, §1º, LRF) – reconhecimento (parecido com a confissão, o Estado
admite a existência de uma dívida perante terceiros, passa a admitir o ato bilateral de
existência daquele passivo financeiro), confissão ou a assunção de dívida (assume dívida que
era de terceiros – ex: prefeitura de Salvador assumiu dívida da Saltur).
2. Classificação
2.1 Fundada/consolidada (art.29, I + §3º, LRF) – montante total das obrigações financeiras
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios, tratados para amortização em prazo
superior a 12 meses, é de longo prazo. Tende a envolver montantes maiores, ser vinculada a
algum planejamento do que vai fazer com o dinheiro, associada a um investimento.
Característica essencial: é orçamentária – seja o prazo de pagamento maior ou menor que 12
meses, será uma dívida consolidada (corresponde à maior parte da dívida pública).
2.2 Flutuante (art.92, LGO) – não chega a se consolidar, curto prazo. Liga-se a cobrir déficit,
quando tem insuficiência momentânea de caixa. Natureza extraorçamentária – dívidas de
caixa ou tesouraria. Ex: restos a pagar, depósitos a restituir (caução, depósito administrativo,
valores arrecadados em nome de terceiros etc), operação de crédito por antecipação de
receita (Estado faz a dívida para suprir insuficiência momentânea de caixa, dívida ligada à
execução financeira).
Prof. Pedro Caymmi
2.3 Mobiliária (29, II, LRF) – decorrente da emissão e venda de títulos da dívida pública. Cada
título da dívida é um “mini-empréstimo” que alguém faz à União. Captação pulverizada/da
poupança interna. São títulos ao portador. Desde 1997 está proibida a emissão de títulos por
Estados e Municípios (LC148/2014)----década de 90 houve escândalo financeiro: Estados e
Municípios emitiram títulos para pagar precatórios (não pagaram precatórios, tampouco os
títulos).
2.4 Forçada (art. 148, CF/88) – seria a previsão de empréstimo compulsório. Instituto herdado
de uma época em que não havia distinção entre tributação e endividamento. Exclusivo da
União, com finalidades específicas; depois de um prazo será devolvido. A partir da CF/88 ficou
que claro que tem natureza de tributo, o Estado se vale do seu poder de império.
3. Operação de crédito – envolve formalidades a serem respeitadas que para que seja válida.
3.1 Requisitos (art. 32, LRF + 52, VII, CF/88 + Resolução do Senado Federal 43/2001) –
percentual máximo: não pode ser maior do que 16% da receita corrente líquida, superior a 10
anos não pode ser feita em último ano de mandato (RSF 43/2001).
Constitucionais:
1) Requerimento pelo ente público interessado, quem autoriza é a Secretaria do Tesouro
Nacional – deve ter parecer técnico-jurídico, evidenciando: a) a viabilidade da operação, b) a
relação custo X benefício da operação de crédito e c) o interesse econômico e social que ele
tem por finalidade.
2) Autorização legal – mesma lógica de orçamento, para o gestor público realizar modelo de
uso do dinheiro público precisa de autorização da coletividade. Pode estar na própria LOA,
uma das exceções à regra da exclusividade do orçamento; pode estar em uma lei de créditos
adicionais; pode estar em lei específica.
3) Previsão orçamentária da receita – a receita resultante deve estar incluída na previsão
orçamentária de receita, na própria LOA ou na lei de créditos adicionais. Estamos falando de
dívida consolidada/fundada; em se tratando de dívida flutuante, não se aplica a previsão
(natureza extraorçamentária). Operação de crédito para entidade externa necessita de
autorização do Senado.
4) Obediência à regra de ouro da contabilidade pública (art. 167, III, CF/88): o montante de
endividamento não pode ser superior ao montante de investimento, pois daria a ideia de que
está pegando dinheiro emprestado para “torrar”. Vedada: realização de operação de crédito
que exceda o montante da despesa de capital => operação de crédito deve ser = ou < do que
as despesas de capital (exceções devem ser autorizadas via crédito suplementar e aprovação
de maioria absoluta – lei ordinária com quórum de aprovação de lei complementar).
3.2 Vedações (arts.35-36, LRF) – dois níveis: 1) vedadas as operações de crédito entre entes da
federação – um ente não pode emprestar para outro ente; pode haver doação de dinheiro,
transferência voluntária; não se aplica a aquisição de títulos no mercado (compra de títulos da
dívida pública); 2) vedadas operações entre entes da federação e instituições financeiras
oficiais (bancos públicos) – a regra é mais branda: não pode emprestar ao seu controlador (ex:
BB não pode emprestar para a União), pode investir em títulos da dívida pública; para os
outros entes federados pode emprestar (BB pode emprestar para Estados e Municípios) –
Prof. Pedro Caymmi
restrições: o empréstimo não pode ser para pagar custeio, nem para refinanciar dívida
anterior.
4. Operação de crédito por antecipação de receita (art. 38, LRF) – na prática é chamada de
operação ARO (antecipação de receita orçamentária). Características:
1. Mútuo financeiro (art. 38, §§2º, 3º, LRF+ 38, III, LRF)- operação clássica: pega emprestado de
banco para devolver pagando juros. Modo de contratação: pregão eletrônico (licitação na qual
a única coisa que importa é o preço), quem conduz é o Banco Central, não o ente federado.
Remuneração não pode ser superior a taxa base de mercado (SELIC)
2. Dívida flutuante – (art.38, caput, §1º, LRF; 38, I, III, IV, LRF) – suprir insuficiência
momentânea de caixa, cobrir déficit financeiro, ligada à excução financeira, não orçamentária.
Deve ser realizada entre 10/01 e 10/12; ente federado não pode ter duas em aberto ao
mesmo tempo; proibida realização desse tipo de operação no último ano de mandato.
3. Oferece como garantia receita futura – pode vincular o repasse futuro a transferência
constitucional