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Fenômenos de Transporte

aula 2

Equações básicas dos


Fenômenos de Transporte

formador autor  Prof. Dr. ​L uiz Roberto Terron


1
Fenômenos de Transporte
Aula 2
Equações básicas dos
Fenômenos de Transporte

2.1. Conceito de modelo matemático


No estudo das diversas matérias de um curso de Enge-
nharia devem ser conhecidos os fenômenos físicos atu-
antes em cada caso. No nosso caso estamos interessados
nos Fenômenos de Transporte. Qualquer fenômeno físico
pode ser representado por elementos matemáticos co-
nhecidos como modelos, mais precisamente, os modelos
matemáticos. Tais modelos matemáticos são usados para
chegar-se à solução de um problema prático, específico
para cada caso, como, por exemplo: a determinação das
características do escoamento de água em represas, pre-
visões meteorológicas, estudo de modelos de aeronaves,
incluindo-se sistemas industriais bem complexos (cálculo
de um reator químico, o projeto de uma coluna de destila-
ção, determinação da potência de um motor que irá agitar
uma suspensão, entre outros). A lista de tipos de modelos
seria interminável. Use a sua imaginação e, baseando-se
nos exemplos citados, cite outros casos.
Sendo assim, pela descrição de um problema real, em
termos matemáticos, é possível obter-se uma solução,
nem sempre simples, para o problema, não em termos
de quantidades físicas, mas em termos de quantidades
matemáticas, provenientes de uma descrição abstrata
do problema real, como esquematizado na Figura 2-1.
Figura 2-1.  etapa 2
Esquema das etapas Solução do problema matemático
da modelagem
mundo abstrato
matemática de
fenômenos físicos.
Fonte: Adaptado
de Terron, 2009. etapa 1 etapa 3
Projeção do problema físico Translação do resultado
em termos matemáticos abstrato em termos de
significância física

mundo real problema solução

Segundo a representação mostrada na Figura 2-1, os problemas reais são


representados pela linha inferior e a linha superior simboliza o mundo
abstrato, domínio da matemática. Frente a esse conceito, a aplicação dos
conhecimentos da Física e da Matemática, para a resolução de problemas
reais, segue três etapas:

1. Elaboração do Modelo Matemático (tradução do problema em


termos abstratos): em vez de o problema ser analisado dentro do
Universo real, com variáveis fisicamente realistas, este, por um pro-
cesso intelectual indireto, é projetado para o mundo abstrato, com
variáveis traduzidas para a linguagem abstrata;
2. Resolução do problema usando o Modelo desenvolvido procura-
-se a solução do problema, dentro do mundo abstrato (matemático),
para as condições desejadas, definidas pelas variáveis abstratas;
3. Interpretação dos resultados obtidos com o modelo Matemá-
tico: a solução, quando alcançada, é traduzida na linguagem física
e real. Esse é, talvez, o ponto mais importante, pois os resultados
obtidos, numéricos, podem levar o profissional a considerações ab-
surdas e não consistentes com a realidade física, caso ele não esteja
bem informado do fenômeno físico que está estudando.

Esse esquema genérico pode ser aplicado para os vários ramos da Ciência
e da Técnica, incluindo-se aí os diversos problemas a serem resolvidos
dentro dos assuntos dos Fenômenos de Transporte.
Os modelos podem ser apresentados sob forma gráfica e analítica
(equações). Atualmente existe ênfase para desenvolvimentos de equa-
ções, em detrimento aos gráficos, pois equações podem facilmente ser in-
troduzidas em programas de computador para a realização de intrincados

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cálculos auxiliados por computador. Embora gráficos sejam bons auxilia-
res na compreensão de determinados fenômenos.
Saliente-se que a modelagem de um determinado fenômeno é um pro-
cedimento dinâmico. Dependendo de avanços da matemática, da existên-
cia de dados experimentais mais abundantes e atualizados, um modelo
pode ser atualizado para fornecer resultados mais próximos da realidade.
Tome-se como exemplo, os modelos mais característicos da Termodinâmi-
ca, aqueles que estabelecem a relação entre a pressão, o volume e a tem-
peratura de substâncias fluídas (gases e líquidos), chamadas de equações
de estado. A equação de estado dos gases ideais é uma das mais antigas:

2.1 PV  =  nRT

Fazendo:

~ V
2.2 v  = 
n

Chega-se a:

~
2.3 P v  =  RT

Nessas equações tem-se que:

→→ P é a pressão;
→→ V é o volume;
→→ T é a temperatura;
→→ n é o número de moles;
~
→→ v é o volume molar;
→→ R é a Constante Universal dos Gases.

~
Considerando-se que v esteja em cm3/gmol, P em atm e T em K, o valor
~
de R será 82,05 atm.cm3/gmol.K. Outros grupos de unidades para P, T e v
requerem outros valores de R para a realização de cálculos.
Sabe-se que a equação 2.1 é aproximada e apresenta inconsistências
físicas. Entre elas que o volume tende a zero quando a pressão é muito
grande (tendendo a ∞). O volume tendendo a zero significa que a matéria
se extinguiu, e isso fere um conceito da Física.
Desde o século XIX, cientistas vêm estudando meios de suplantar esse
e outros problemas oferecidos pelo modelo de gás ideal, o que vem resul-
tando numa quantidade muito grande de equações de estado, propostas
segundo diversas teorias.

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Verificar discussões sobre modelos e equações de estado no estudo de
caso de uso de um modelo matemático, apresentado como complemento
a esta aula.

Extensões da Aula no 2 – Material adicional


Verificar, no Estudo de caso de uso de um modelo matemático, como
são usados modelos matemáticos em situações práticas. O material está
disponível no AVA.

2.2. O conceito de fluxo e de força motriz


Nossa experiência de vida nos diz que as coisas só se movem quando elas
são forçadas a isso. Por exemplo:

→→ Uma bola de futebol se move se chutada pelo craque;


→→ Se o ciclista coloca força no pedal de uma bicicleta, esta se põe a
rodar;
→→ Uma moeda atirada para cima sobe e depois cai pela ação da força
da gravidade.

Observando o mundo em que se vive, outros exemplos práticos podem


ser enunciados. Desse modo, qualquer tipo de movimento ocorre quando
uma força é aplicada a um corpo. Essa força, para nosso estudo dos Fenô-
menos de Transporte, será chamada de força motriz, também chamada
de força termodinâmica.
Os Fenômenos de Transporte (Transporte de Massa, Energia, Momen-
tum ou Quantidade de Movimento) só ocorrem quando for aplicada uma
força motriz (ou termodinâmica) a um determinado elemento (sólido, lí-
quido ou gasoso). Um transporte é, geralmente, expresso como um fluxo,
simbolizado por J, que é dado, respectivamente, pela quantidade de mas-
sa, energia, quantidade de movimento que são transportadas por área
e por tempo. A quantidade transportada é proporcional à força motriz
aplicada, o que pode ser expresso por uma equação fenomenológica, de
características lineares. Quando o fenômeno ocorre em regime perma-
nente, também chamado de regime contínuo (lembre-se do caso do tijolo
sendo aquecido, na seção 1.2.4 do texto da Aula 1), a equação de fluxo,
vetorial, é:

→ →
2.4 Ji   =  Li × F

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Onde:


→→ Ji é o fluxo da propriedade;

→→ F é a força termodinâmica ou força motriz;
→→ Li é o coeficiente cinético ou coeficiente fenomenológico;

Considerando-se o transporte ocorrendo:

1. Em regime permanente ou estacionário, ou seja, não variando


com o tempo (isso já é uma condição na equação 2.4);
2. De forma unidimensional, ou seja, em uma só direção (no caso,
considerando-se a direção x);
3. Somente por movimentação das moléculas e não por outros
meios (convecção1, por exemplo);
4. De modo que o coeficiente cinético seja constante2;
5. Escoamento incompressível (não altera a densidade com aumen-
to de pressão)3;
6. Sistemas binários para transporte de massa4;
7. Sem geração externa da quantidade transportada (quantidade de
movimento, calor ou matéria), a equação 2.4 (forma vetorial) toma
a forma (escalar):

dF
2.5 J i   =  Li ×
dx

A equação de fluxo, dada pelas equações 2.4 ou 2.5, é uma lei da nature-
za e caracteriza o fato de uma determinada propriedade fluir de um ponto
onde ela está em “excesso” para outro onde existe “carência” dela. Na
Tabela 2-1 estão apresentados alguns exemplos de transporte, proprie-
dades, forças termodinâmicas, fenômenos resultantes, equações de fluxo,
coeficientes cinéticos e, quando for o caso, por qual nome a equação de
fluxo é conhecida; no caso dessa tabela, as unidades estão em SI, mas
alerta-se o leitor que em muitas fontes de dados, valores dos coeficientes
cinéticos (viscosidade, difusividade, condutividade térmica, etc.), podem
estar em sistemas outros que o SI.
A força motriz ou força termodinâmica é expressa como o gradiente
de F (concentração, temperatura, velocidade, etc.) ao longo de um eixo, x,
paralelo à direção do transporte, como mostrado nas equações seguintes:

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→→ Para o transporte de massa:

2.6 dCA
gradiente de concentração  = 
dx

→→ Para o transporte de calor:

2.7 dT
gradiente de temperatura  = 
dx

→→ Para o transporte de quantidade de movimento:

du
2.8 gradiente de velocidade  = 
dx

Tabela 2-1. 
Diferentes tipos
As equações de fluxo exemplificadas na Tabela 2-1 são válidas para o caso
de transporte.
Fonte: Adaptado mais simples (de acordo com as simplificações adotadas anteriormente,
de Smoot, 1961; listadas antes da equação 2.5).
Terron, 2012.
quantidade de movi- seres
transporte de energia/calor massa energia elétrica
mento (momentum) humanos

fenômeno Transporte de Migração ou


Transporte de calor Transporte de massa Corrente elétrica
resultante momentum2 emigração

Fluxo de calor3: q Fluxo de


fluxo Fluxo de massa: JM – –
momentum4: JQM

Gradiente de
força motriz temperatura: Gradiente de concentração: Gradiente de velocidade:
dCA Gradiente de Diferenças
ou força du
d(ρCpT ) voltagem5 diversas
termodinâmica dx dx
dx
dCA
JM = -DAB ×
dx dE
JQ = -k× dT JQM = -μ×
du
Je = -σ×
equação dx dx dx
(2.10) –
de fluxo1
(2.9) Neste caso, o componente (2.11) (2.12)
A difunde-se no
componente B.

kg×(m/s)
unidade de fluxo [J/(m2×s)] [kg/(m2×s)] [C/(m2×s)] –
m2×s

coeficiente
Condutivitdade Coeficiente de difusão Condutância
fenomenológico térmica, k: Viscosidade dinâmica:
ou difusividade: eléctrica q: –
ou coeficiente μ [Pa×s]
[J/(s×K×m)] DAB [m2/s] [C2/(s×J×m)]
cinético

Difusividade térmica: Difusividade de massa ou Difusividade viscosa


difusividade difusividade molecular: (viscosidade cinemática)7: – –
α = k/(ρCP) v = μ/ρ
DAB

Lei de Fourier da Lei de Newton da


nome da lei Lei da difusão de Fick Lei de Ohm –
condução de calor viscosidade

1
Equações válidas para regime permanente ou estacionário (não variando com o tempo), unidimensional (ocorrendo em uma só direção, no caso, a
direção x), transporte acontecendo somente por movimentação das moléculas e não por outros meios (convecção, por exemplo), propriedades físicas
constantes (condutividade térmica, k, densidade, r, capacidade calorífica a pressão constante, CP etc.), sistemas binários para transporte de massa e sem
geração externa da quantidade transportada (quantidade de movimento, calor ou matéria); 2Transporte de momentum = Transporte de quantidade
de movimento; 3 Fluxo de calor = fluxo de energia térmica; 4 Fluxo de Momentum = fluxo de Quantidade de Movimento; 5 Gradiente de voltagem =
Diferença de potencial elétrico; 6 Diferenças diversas: diferenças entre fatores sociais, geográficos, culturais, econômicos (espaço vital, fome, ... ), etc.

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Para ilustrar a universalidade da equação de fluxo (equação 2-4 ou 2-5),
na Tabela 2-1 foram introduzidos dois casos não pertinentes aos Fenôme-
nos de Transporte: o transporte de energia elétrica e um fenômeno social
que são as correntes migratórias, quase sempre acontecidas por razões
políticas, econômicas (escassez de alimentos, uma delas, ocasionando
maior fome), religiosas, étnicas, entre outras, desde tempos imemoriais5.
Desde que o transporte vai sempre “descendo a ladeira”, ou seja, acon-
tece a partir de áreas de altos valores de F para áreas de baixa concentra-
ção desse fator, o gradiente dF/dx é negativo e, como o fluxo, J, deve ser
positivo, às equações coloca-se um sinal de menos no lado direito.
Tenha-se em mente que a equação de fluxo representada pela equa-
ção 2.4 é a mais simples possível. Uma equação de fluxo geral, válida para
regime transiente, incluindo-se efeitos da convecção (além dos molecula-
res), com propriedades físicas variando durante o processo de transpor-
te, escoamento incompressível, sistemas com muitas espécies químicas e
com geração externa da propriedade que é transportada (calor, matéria,
quantidade de movimento) é muito complexa e resoluções de problemas
práticos são resolvidos somente com o auxílio de uma matéria que é ex-
tensão dos Fenômenos de Transporte chamada de Fluidodinâmica Com-
putacional e os cálculos geralmente feitos com programas para compu-
tador especializados: os programas de CFD (do inglês “Computational
Fluid Dynamics”)

2.3. Equações de balanço ou de conservação


Além da equação do fluxo, devem ser consideradas três equações de ba-
lanço na resolução de problemas de fenômenos de transporte: equação
da conservação de massa, equação da conservação de momentum (quan-
tidade de movimento) e equação da conservação de energia (veja as for-
mas de energia na Tabela 2-4). Essas equações estão listadas na Tabela
2-2, com as respectivas propriedades conservadas e leis de conservação.
Assim, a forma geral da Lei da Conservação é:

2.13 taxa da propriedade taxa da propriedade taxa da propriedade taxa da propriedade


que entra
- que sai
+ que é gerada
  =  que acumula

Tabela 2-2.  propriedade


equação do/da lei da conservação
As equações de conservada
conservação. Continuidade Massa Conservação da massa
Momentum ou quantidade Momentum ou quantidade Segunda Lei de Newton
de movimento de movimento
Primeira Lei da
Energia Energia Termodinâmica

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Note que as equações de conservação envolvem taxas das propriedades,
ou seja, a quantidade da propriedade por unidade de tempo, por exem-
plo, se a propriedade for a massa, a taxa é massa/tempo (kg/s, lbm/h, g/s,
etc.). Aqui serão estudadas apenas as formas das equações de conserva-
ção para processos em estado estacionário onde os termos de acumula-
ção são nulos. Na maioria desses casos, serão apresentadas somente as
formas finais das equações.
Para o estudo dessas equações é necessário o estabelecimento de um
volume de controle. Define-se, na Física, volume de controle como sen-
do uma região fixa (sistema) no espaço (universo) onde se estudam as pro-
priedades (massa, momentum ou quantidade de movimento, energia) que
ultrapassam as fronteiras da região que delimitam o volume de controle.
Este conceito de volume de controle é muito útil na análise de problemas
de escoamento de fluidos. Por exemplo: na Engenharia o limite (fronteira)
de um volume de controle de escoamento de um fluido é geralmente con-
siderado como o limite físico da peça através da qual o escoamento está
ocorrendo como, por exemplo, as paredes de equipamentos (turbinas,
bombas, reatores químicos, etc.) ou de tubos através dos quais fluídos
escoam. As equações de conservação são, então, aplicadas ao volume de
controle. A Figura 2-2 mostra um volume de controle generalizado, com
uma entrada (índice 1) e uma saída (índice 2).
Nessa figura, Ai representa a área da seção transversal da entrada e
da saída, Zi suas elevações, ui6 a velocidade média do fluido e r sua den-
sidade, mT é a massa total no volume de controle, q é a taxa de calor que
entra no volume de controle por unidade de massa e Ws o Trabalho de
Eixo (trabalho de uma máquina – ver Tabela 2-4) adicionado ao volume de
controle por unidade de massa.

Figura 2-2. Esquema volume de controle Ws


de um volume de
controle genérico.

u1 u2
mT
ρ1 ρ2
A1 A2
Z1 Z2

1. entrada q 2. saída

Note que, por convenção, calor tem sinal positivo quando entra no sis-
tema e sinal negativo quando sai. Para o trabalho de eixo, tem-se sinal
positivo quando sai do sistema e sinal negativo quando entra; para um

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sistema que produz energia (uma turbina, por exemplo), o trabalho é po-
sitivo, mas o trabalho de eixo adicionado por uma bomba a um fluído
escoando por uma tubulação tem sinal negativo. Passemos, então, ao es-
tabelecimento dessas equações.

2.3.1. Equação do Balanço de Massa para estado estacionário


Para um processo em fluxo dentro de um volume de controle, consideran-
do-se a massa total, a Equação do Balanço de Massa de um fluxo, é dada
pela equação:

taxa da massa taxa da massa taxa da massa taxa da massa


2.14
que entra
- que sai
+ que é gerada
  =  que acumula

Ou, ocorrendo em estado estacionário:

taxa da massa
2.15
que acumula
  =  0

taxa da massa
2.16
que é gerada
  =  0

.
E, simbolizando taxa de massa como, m , chamada de velocidade mássica
(veja a Tabela 2-3) tem-se:

. .
2.17 m1 - m2 + 0  =  0

Aí, pode-se escrever que:

. .
2.18 m1  =  m2

O que equivale a:

2.19 ρ1u1A1  =  ρ2u2A2

Ao se considerar que o fluído que escoa é um líquido, pode-se admitir


(dentro de algumas condições) que líquidos são incompressíveis (ρ = cons-
tante) resultando:

2.20
2.19 u1A1  =  u2A2

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Ou em termos de fluxo (veja a Tabela 2-3):

2.21 Q1  =  Q2

unidades

Tabela 2-3.  símbolo nome definição* si inglesas


Definições de Q Fluxo volumétrico ou vazão Q = Aiub  (2.22) m3/s ft3/s
fluxo, vazão e
W = γQ  (2.23)
velocidade mássica. W Fluxo em peso N/s lbf/s
W = γAiub  (2.24)
. .
m m = ρQ  (2.25) slugs/s
Fluxo de massa, fluxo mássico ou velocidade mássica . kg/s
m = Aiub  (2.26) ou lbm/s

* Por exemplo: Ai = área da seção reta de um tubo onde ocorre escoamento de um fluído, calculada com o
diâmetro interno do tubo; ub = velocidade média de escoamento; γ = peso específico = g×ρ; ρ = densidade.

Assim, no estado estacionário, a taxa da massa que entra no sistema é


igual à que sai e, em sendo líquido, a vazão que entra é igual a que sai.
Para o caso de ser feito o balanço de massa para componentes que
participam de uma reação química, o termo que computa a taxa de gera-
ção de massa não será nulo, mas relacionado com a velocidade da reação.
No entanto, quando se considera a massa total, a taxa de geração será
nula, a não ser que a reação seja nuclear.

2.3.2. Equação do balanço de quantidade


de movimento ou momentum
A quantidade de movimento, ou momentum, é uma grandeza vetorial de-
terminada pela massa do corpo multiplicada pelo seu vetor velocidade:

→ →
2.27 Qm  =  m × u

Onde:


→→ Qm é o vetor quantidade de movimento;
→→ m é a massa;

→→ u é o vetor velocidade.

Assim, a equação do balanço de quantidade de movimento é:

taxa do momuntum taxa do momuntum taxa do momuntum taxa do momuntum


2.28
que entra
- que sai
+ que é gerada
= que acumula

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Ou, para estado estacionário (sem acúmulo), mas com geração de energia
dentro do sistema, tem-se que:

. → . → →
2.29 m1 u 1 - m2 u 2 + ΣF   =  0

Como o momentum é um vetor, a equação a equação do balanço de mo-


mentum (força) para estado estacionário é uma equação vetorial e, em
geral, deve ser aplicado em cada uma das três direções (x, y, z), nas quais
existem componentes do momentum (ou seja, da velocidade). Os parâ-
metros do vetor nas equações de momentum são mostrados aqui com a
→ → →
notação adequada, ou seja: u 1, u 2, F .
Como a taxa de transferência de momentum é igual a uma força, o ba-
lanço de momentum equivale a realizar-se um balanço de forças.

O termo de geração de força é igual a ΣF , ou seja, a soma das forças
que atuam sobre o volume de controle, que é composta dos três seguin-
tes termos:

→ →
→→ P1A 1 - P2A 2: a força resultante exercida sobre o fluido dentro do vo-
lume controle ocasionada pela pressão do líquido que rodeia a en-
→ →
trada (ponto 1) e a saída (ponto 2), A 1 e A 2 são, respectivamente, as
áreas transversais da entradas e da saída, perpendiculares à direção
do escoamento, consideradas como vetores (têm direção e sentido);
→→ F: a força resultante exercida sobre o fluido dentro do volume de
controle pelo meio circundante, pelas paredes do volume de contro-
le ou por ambos como, por exemplo, as forças de atrito;
→→ mTg: a força exercida sobre o fluido dentro do volume de controle
pela aceleração da gravidade.

. .
Como o processo é estacionário, tem-se que m1  =  m2. Assim, a equação
do balanço assume a seguinte forma:

. → → → →
2.30 m1 (u 1 - u 2) + (P1A 1 - P2A2) + F + mTg  =  0

2.3.3. Equação do balanço de energia


Uma equação geral para o balanço de energia é dada por:

taxa da energia taxa da energia taxa da energia taxa da energia


2.31
que entra
- que sai
+ que é gerada
  =  que acumula

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Ou, para um sistema ocorrendo em estado estacionário (veja como foi
definido nas equações 2.15 e 2.16, para o caso da massa):

taxa da energia taxa da energia


2.32
que entra
- que sai
  =  0

A partir dessa equação vai-se apresentar uma forma simplificada da equa-


ção do balanço de energia, observando-se as formas de energia apresen-
tadas na Tabela 2-4, lembrando que H = U + PV e considerando-se que
.
We/s = Pe/sVe/s × me/s , então:

. .
2.33 Hen × men  =  (Uen + PVen)men

. .
2.34 Hsai × msai  =  (Usai + PVsai)msai

E, também:

. . .
2.35 W   =  Ws + W vol

Dessas informações, e considerando-se somente a entalpia, a energia


cinética, a energia potencial, calor e trabalho, a equação de balanço de
energia tem a seguinte forma:

. . . .
2.36 Σ
en
(H en
+ E c em
+ E Pen
) × m en
- Σ
sai
(H sai
+ E c sai
+ E Psai
) ×m sai
+ Q + W   =  0

Formas mais detalhadas e gerais podem ser obtidas em manuais de Ter-


modinâmica Clássica (como, por exemplo, Van Wylen et al., 1995).
Essa equação é importante no estudo do escoamento de fluídos, pois
representa o balanço de energia de um sistema constituído pelo fluído
que escoa, em regime estacionário, por uma tubulação, como será visto
em aula futura.

Tabela 2-4.  propriedades do sistema propriedades do processo


Formas de Energia.
U = Energia interna, é a soma de Q = Calor, Q é a forma de troca
todas as energias que o sistema de energia provocada por uma
contém na forma de contribuições diferença de temperatura entre
de sua estrutura interna: energias o Sistema e as vizinhanças (meio
(movimentos em geral: vibração, ambiente); o calor que entra no
rotação, etc.) de átomos, partículas sistema é considerado positivo e
subatômicas, de ligação química, etc. calor que sai é considerado negativo.

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propriedades do sistema propriedades do processo

W = Trabalho compreende toda


forma de troca de energia entre
Ec = Energia Cinética, (mu )/(2g) é 2
o Sistema e as vizinhanças (meio
a energia que o Sistema desenvolve
ambiente) que não seja calor;
ao se deslocar no espaço, energia
trabalho que entra é considerado
relacionada a um referencial externo ao
positivo e trabalho que sai é
sistema; u é a velocidade do sistema.
considerado negativo. Existem
três formas básicas de trabalho:

1. W
 vol é o trabalho de mudança de
volume: trabalho envolvido com
Ep = Energia Potencial, Z é a energia
a mudança de volume do sistema
devido à posição do sistema em
(expansão ou compressão) e que
relação à um plano de referência =
costuma ser representado por:
mgz onde z é a altura do sistema e
g é a aceleração da gravidade. Wvol = -∫PdV
(2.37)
2. Ws é o trabalho de eixo (“shaft
work”) aquele trocado entre o
H = entalpia é a propriedade definida Sistema e as vizinhanças (meio
por conveniência; P é a pressão e V é ambiente) por mecanismos
o volume; notar que H e o produto PV especiais como bombas,
possuem, ambos, dimensões de energia. compressores, correntes elétricas.
3.We/s é o trabalho de entrada
e saída aquele envolvido com
a entrada e saída de material e
que pode ser representado por:
Energia superficial, Energia .
magnética, etc. We/s = Pe/sVe/s × me/s
(2.38)

.
m = Fluxo de massa, fluxo mássico ou velocidade mássica.
O traço em cima de uma grandeza significa que é uma grandeza específica, ou seja, seu valor
por unidade de massa como, por exemplo, na equação 2.38, tem-se o volume específico (= V/m).
Grandezas tendo o til (~) em cima indicam valores molares (veja como exemplo a equação 2.2).

2.4. Nomenclatura

símbolo grandeza unidade

CA Concentração de um componente A ML-3


Difusividade de massa do
L2θ-1
DAB componente A no componente B
F Força MLT-2

F Força termodinâmica ou força motriz; MLT-2

H Entalpia Energia

Ji Fluxo de uma propriedade Depende do fenômeno

L Dimensão comprimento –

Li Coeficiente cinético ou
Depende do fenômeno
coeficiente fenomenológico

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símbolo grandeza unidade

M Dimensão massa –

M Massa molecular M/mol

P Pressão (MLT-2)L-2

Pc Pressão crítica (MLT-2)L-2

Q Calor Energia

Q Fluxo volumétrico ou vazão L3T-1

Qm Quantidade de movimento MLT-1

R Constante Universal dos Gases (FL-2)L3M-1θ

T Dimensão tempo –

T Temperatura θ

U Energia interna Energia

V Volume L3

W Fluxo em peso (MLT-2)L-2T-1

W Trabalho Energia

Z Energia potencial Energia

g Aceleração da gravidade LT-2

k Condutivitdade térmica (Energia)θ-1T-1L-1

m Massa M
.
m Fluxo de massa MT-1

n Número de moles = m/M mol

u Velocidade LT-1

v~ Volume molar = V/n L3mol-1

x Comprimento L

letras gregas
símbolo grandeza unidade
ρ Densidade ML-3
θ Dimensão temperatura –
θ Tempo T
m Viscosidade dinâmica (MLT-2)L-2T

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nota de fim
1  Lembrando: convecção é uma movimenta- determinadas condições, podem ser consi-
ção que ocorre em um corpo fluído por causa derados incompressíveis. Os gases sempre
de variações de temperatura, concentração serão compressíveis.
ou ambas – verifique o texto da Aula 1. 4  O sistema compreende somente dois compo-
2  Veremos que os coeficientes cinéticos dos nentes. Por exemplo, numa solução de clore-
vários tipos de transporte são as proprieda- to de sódio – sal de cozinha – em água, o sal
des físicas (condutividade térmica, k, den- é um dos componentes e a água é outro.
sidade, ρ, capacidade calorífica a pressão 5  Ver: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
constante, CP, viscosidade, μ, etc.) e, no Migra%C3%A7%C3%A3o_humana>.
caso em questão, serão elas constantes. No 6  Nestas definições está sendo usado o sím-
transcorrer das aulas serão introduzidos os bolo u para velocidade média, que é mais
conceitos relacionados a essas propriedades. genérico, em vez de ub, símbolo usado para
3  Não alterar a densidade significa que um especificar velocidade média para escoamen-
corpo não varia seu volume com aumen- to de fluídos em tubulações.
to ou diminuição de pressão. Líquidos, sob

Bibliografia
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Fenômenos de Transporte  /  Aula 02  Introdução aos Fenômenos de Transporte 16

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