Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
Amanda Souza Nunes1*, Raul Henriques Dos Santos¹, Aluísio Ferreira Celestino Junior1.
RESUMO
Objetivo: Este estudo objetivou levantar as principais contribuições científicas relacionados a utilização do
laser de maneira profilática. Material e métodos: Foi realizada revisão da literatura utilizando as bases de
dados: EBSCO e Google Acadêmico tendo como critérios de inclusão: texto completo, idioma português e
inglês, publicados entre 2008 a 2017 em artigos originais e de revisão; como critérios de exclusão: editoriais,
livros, resumos simples ou expandidos e manuais. Resultados e discussão: Foram encontrados 34 artigos
(sendo 12 na EBSCO e 26 no Google Acadêmico) dos quais 14 foram excluídos por não preencherem os
critérios de elegibilidade. Foram incluídos 24 estudos onde observou-se relação positiva entre os tratamentos
oncológicos e o desenvolvimento da mucosite oral. Verificou-se também que a laserterapia usada de forma
profilática age diminuindo os sinais e sintomas da doença e, por vezes, retardando ou anulando o seu
aparecimento durante o tratamento antineoplásico. Conclusão: Os estudo levantados convergem em afirmar
que o uso da laserterapia de forma profilática atenua a duração e intensidade da mucosite, assim como reduz
ou anula seus fenômenos álgicos, evitando incômodo ao paciente, trazendo uma melhor qualidade de vida
durante o tratamento.
Palavras-chave: Laser, Profilaxia, Mucosite oral, Câncer.
ABSTRACT
Objective: This paper aimed to raise the main scientific contributions related to the use of laser in a
prophylactic manner. Material and methods: Literature review was performed using the following databases:
EBSCO and Google Scholar, with inclusion criteria: full text, Portuguese and English, published between 2013
to 2017 in original and review articles; As exclusion criteria: editorials, books, simple or expanded abstracts
and manuals. Results and discussion: A total of 34 articles were found, 12 of them in EBSCO and 26 in
Academic, of which 14 were excluded because they did not meet the eligibility criteria. Twenty-four studies
included a positive relationship between oncological treatment and the development of oral mucositis and that
the laser therapy used prophylactically acts to decrease the signs and symptoms of the disease and sometimes
delaying or canceling its appearance during the Antineoplastic treatment. Conclusion: The use of laser
therapy prophylactically causes attenuation of the duration and intensity of the mucositis, as well as the algic
phenomena derived from it or even canceling its formation, avoiding great inconvenience to the patient, and
bringing a better quality of life during the treatment.
Keywords: Laser, Prophylaxis, Oral mucositis, Cancer.
1
Centro Universitário do Estado do Pará, CESUPA.
* E-mail: amandasn93@gmail.com.
DOI: 10.25248/REAS384_2018
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1958
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
RESUMEN
Objetivo: Este estudio objetivó levantar las principales contribuciones científicas relacionadas con la
utilización del láser de manera profiláctica. Métodos: Una revisión de la literatura se realizó usando las bases
de datos: EBSCO y Google Scholar con los siguientes criterios de inclusión: texto completo, en portugués e
Inglés, publicados entre 2013 a 2017 en los artículos originales y de revisión; como criterios de exclusión:
editoriales, libros, resúmenes simples o extendidos y manuales. Resultados y Discusión: Se han encontrado
34 artículos (12 en EBSCO y 26 en Google Académico) de los cuales 14 se excluyeron por no cumplir los
criterios de elegibilidad. Se incluyeron 24 estudios donde se observó una relación positiva entre los
tratamientos oncológicos y el desarrollo de la mucositis oral. Se verificó también que la láserterapia usada de
forma profiláctica actúa disminuyendo los signos y síntomas de la enfermedad y, a veces, retardando o
anulando su aparición durante el tratamiento antineoplásico. Conclusión: El uso de la laserterapia de forma
profiláctica hace que ocurra la atenuación de la duración e intensidad de la mucositis, así como reduce o
anula sus fenómenos álgicos, evitando molestia al paciente, trayendo una mejor calidad de vida durante el
tratamiento.
Palabras clave: Láser, Profilaxis, Mucositis oral, Câncer.
INTRODUÇÃO
Pacientes acometidos por neoplasias malignas e submetidos ao tratamento quimioterápico e/ou
radioterápico podem sofrer diversas complicações, dentre as quais a mais comumente observadas é a
mucosite oral (RIBEIRO e FERREIRA, 2016).
Os sinais e sintomas mais precoces da mucosite oral incluem eritema, edema, sensação de queimação e
aumento de sensibilidade a alimentos quentes e condimentados. As áreas eritematosas podem desenvolver
placas brancas elevadas descamativas que, posteriormente, transformam-se em úlceras dolorosas. Tais
úlceras tendem a promover infecções secundárias, além de dificultarem ou mesmo impossibilitarem a
ingestão de fluidos, o que resulta em má nutrição e, consequentemente, interfere na própria regeneração da
mucosa (VANHOECKE et al., 2015).
Mucosa pouco queratinizada do palato mole, das bochechas e dos lábios, da superfície ventral da língua
e o assoalho bucal são mais vulneráveis à estomatotoxicidade direta, enquanto gengivas, dorso da língua e
o palato duro são mais raramente afetados, provavelmente em virtude de sua menor renovação celular.
Habitualmente, estas lesões bucais desaparecem sem deixar cicatrizes, exceto quando a mucosite é
complicada por infecção grave ou xerostomia (ARAÚJO et al, 2015).
As terapias farmacológicas utilizadas para o controle da mucosite oral incluem: fatores de crescimento,
vitamina E, suplementos metabólicos, antimicrobianos, agentes lubrificantes, anti-inflamatórios, crioterapia,
enxaguatórios bucais, anestésicos tópicos, antioxidantes, terapia gênica e o laser de baixa potência. Esse
tipo de laser tem funções anti-inflamatórias e de analgesia, além de permitir bioestimulação tecidual
(SPEZZIA, 2015).
Protocolos de aplicação do laser de baixa intensidade são utilizados, além do tratamento, para a prevenção
do surgimento da mucosite oral, reduzindo seus efeitos ou retardando o aparecimento das lesões (BARILLARI
et al., 2015).
Sendo assim, o presente estudo teve finalidade de levantar as principais contribuições científicas
relacionados a utilização do recurso do laser de maneira profilática em pacientes sob tratamento oncológico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada Revisão da Literatura utilizando os seguintes descritores “laser”, “profilaxia” “mucosite oral”
e “câncer”, obtidos através do sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1959
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
A Revisão de Literatura é uma estratégia que busca agrupar e sintetizar achados provenientes de estudos
desenvolvidos mediante distintos desenhos de pesquisa seguida de rigorosa análise e interpretação de dados,
resultando em síntese das principais ideias dos trabalhos pesquisados (VOSGERAU e ROMANOWSKI,
2014).
Foram utilizadas as seguintes bases de dados para busca da literatura especializada: EBSCO (Dentistry
& Oral Sciences Source) e Google Acadêmico. Como filtros de elegibilidade desta busca, foram estabelecidas
obras com as seguintes características (critérios de inclusão): texto completo, idioma português ou inglês, ano
de publicação compreendido entre 2013 a 2017 em artigo original ou de revisão. Como critérios de exclusão
foram definidos: editoriais, livros, resumos simples ou expandidos e manuais.
Depois da leitura dos títulos e resumos dos artigos foram estabelecidos novos critérios de inclusão que
contemplaram 24 obras relacionadas a integração do tema à abordagem profilática do laser em relação às
mucosites orais. Este filtro se justificou em decorrência do objetivo do estudo tendo como foco a ação
profilática do laser sobre estes tipos de lesão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontrados 34 artigos definidos pelos filtros de inclusão, sendo 12 na EBSCO e 26 no Google
Acadêmico. Destes, 5 estudos eram duplicados, ou seja, estavam presentes nas duas bases e 14 foram
excluídos por não preencherem os critérios de elegibilidade da revisão. Assim, ficando um total de 24 artigos
incluídos no estudo, de acordo com o Quadro 1.
A radioterapia de cabeça e pescoço, associada ou não à quimioterapia, causa diversos efeitos colaterais
na cavidade oral. Dentre eles, a mucosite oral é o efeito colateral agudo mais comum e está associada ao
aumento de morbidade e mortalidade do paciente (MINAMISAKO, 2015; BRANCHER, 2013).
Verificou-se que estes estudos convergem unanimemente para comprovação científica da existência de
relação entre os tratamentos realizados em pacientes oncológicos e o desenvolvimento de lesões orais.
Relação essa que varia de acordo com o tipo de câncer e condições do paciente (SANTOS, 2014; SPEZZIA,
2015).
Pacientes oncológicos necessitam de protocolos de atenção especial, pois, em períodos de neutropenia
resultante em grande parte da quimioterapia, os deixa mais suscetíveis às infecções bucais, além de
hemorragias, mucosites e reagudização de processos crônicos já existentes (SASADA et al, 2014,
VANHOECKE et al., 2015).
A mucosite associada à quimioterapia envolve, comumente, as superfícies pouco ceratinizadas da mucosa
jugal, superfície ventrolateral da língua, palato mole e assoalho bucal. A radioterapia afeta, sobretudo, as
superfícies mucosas atingidas diretamente pelo foco da radiação. A mucosite induzida por radioterapia
acomete praticamente todos os pacientes submetidos à radiação na região de cabeça e pescoço. A
associação entre radioterapia e quimioterapia determina um impacto importante sobre a mucosa oral, sendo
relatada mucosite oral em 89% dos pacientes que receberam ambas as modalidades de tratamento, contra
22% dos pacientes que receberam quimioterapia exclusivamente. Pacientes mais jovens tendem a
desenvolver mucosite mais intensa que pacientes mais velhos, quando tratados com o mesmo protocolo de
quimioterapia. Isso ocorre, provavelmente, pela velocidade de divisão celular nas crianças, mas também
favorece a recuperação do grupo jovem em menor tempo (SASADA et al, 2013).
A equipe multiprofissional do tratamento oncológico não deve prescindir de avaliação e acompanhamento
odontológico criteriosos, em fases de pré-radioterapia e quimioterapia (FUSCO et al, 2015).
Considera-se essa participação indispensável, uma vez que a sua efetiva atuação na prevenção de
doenças da cavidade oral é uma valiosa contribuição ao bem-estar desses pacientes. Seu papel será no
sentido de amenizar, tratar e prevenir esses efeitos adversos, sendo muito utilizada a terapia a laser, que tem
trazido resultados significativos e auxiliado de maneira importante no tratamento e prevenção da mucosite
oral (ROSSO et al, 2015).
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1960
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
Quadro 1: Estudos levantados nas bases de dados EBSCO (Dentistry & Oral Sciences Source) e Google Acadêmico publicados em língua inglesa e portuguesa no
período de 2008 a 2017, relacionados ao uso de laser profilático em pacientes oncológicos.
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1961
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
Continuação Quadro 1.
VANHOECKE Microbiota and their role in the pathogenesis of oral mucositis Avaliar a influência da microbiota oral na mucosite
et al., 2015
VOSGERAU Analisar as diferentes denominações e encaminhamentos utilizados para os estudos que
DSAR et al., Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas mapeiam campos de estudo, bem como avaliam e sintetizam resultados pesquisas apontando
2014. alguns indicativos metodológicos.
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1962
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
O termo LASER é a abreviação de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation. O laser difere
da luz convencional por apresentar características como a monocromaticidade, coerência temporal e espacial
(mesma fase de picos e depressão de onda) e colimação (feixes paralelos). Os lasers de alta intensidade ou
cirúrgicos possuem efeitos térmicos e apresentam a propriedade de corte, vaporização e hemostasia. Os de
média potência não têm poder destrutivo e são usados comumente em fisioterapia. Os lasers de baixa
intensidade, por sua vez, são empregados com fins terapêuticos. Basicamente, dois tipos de lasers de baixa
potência - também conhecidos como soft lasers - são utilizados, a saber: hélio-neônio (HeNe), o qual possui
comprimento de onda de 633nm, e lasers diodo, como o Arseniato de Gálio e Alumínio (AsGaAl), o Arseniato
de Gálio (AsGa) e o Fosfato de Arsênio Índio Gálio (InGaAlP), cujos comprimentos de onda variam entre
635nm e 950nm (BARROS, 2014).
A luz do laser com um comprimento de onda largo, tal como os lasers diodo, penetra mais profundamente,
enquanto a luz do laser com um comprimento de onda mais curto, tal como a luz vermelha produzida pelo
He-Ne, penetra menos profundamente (MANZI, 2013).
Laser de baixa intensidade age como um bioestimulador da cicatrização, além de agir de forma
analgésica; assim, essa terapia proporciona diminuição da severidade da mucosite e da dor, sem causar
efeitos colaterais (BARROS, 2014).
Laser de baixa intensidade promove a liberação de prostaglandinas, tendo assim ação anti-inflamatória e
também promove a liberação de endorfinas, ajudando no controle da dor, além de acelerar a reparação
(FUSCO et al, 2015).
Mais especificamente, alguns dos genes ativados que são diretamente benéficos nos casos de mucosite
oral são relacionados à proliferação celular, à atividade antioxidante, à apoptose ou à resposta ao estresse,
ao metabolismo e à síntese e reparo de DNA. Os autores concluem, assim, que a laserterapia se apresenta
como uma opção terapêutica viável e de baixo custo (BRANCHER, 2013).
O papel do cirurgião dentista antes do tratamento oncológico, deve ir ao encontro da remoção dos fatores
que predispõem a inflamação, infecção e dano da cavidade oral durante o tratamento. Desta forma, facilita o
processo de cicatrização dos tecidos no caso de haver alguma patologia nesta área. A laserterapia profilática
é indicada como conduta associada a redução da severidade da mucosite oral em pacientes que vão se
submeter ao tratamento oncológico, ou seja, antecede início do tratamento radioterápico e quimioterápico
(CAMPOS et al, 2014).
Esta terapia baseia-se na interação de luz de baixa intensidade com as células e tecidos, sem gerar efeitos
térmicos e acredita-se que em comprimentos de onda entre os 600-900nm, possa exercer efeito biomodulador
sobre estes. Assim, baixas doses de energia podem estimular síntese de proteínas, e facilitam reparação
tecidual. A fotobioestimulação de baixa potência contribui para promover cicatrização da mucosa oral,
reduzindo a inflamação e a dor, atuando na prevenção da severidade da mucosite em pacientes sob este
tratamento. O laser pode ser administrado no consultório, em meio hospitalar ou no domicílio, sendo o
esquema mais utilizado de sessões de 5-10 minutos por dia, durante 3-5 dias (laser InGaAIP, 35mW de
potência com doses de energia de 1,1J/cm 2 e 685nm de comprimento de onda). Seu uso enquanto conduta
profilática parece ter maior eficácia do que a terapia curativa, no entanto existem casos de cura e alívio das
lesões (LACERDA, 2014).
O laser de hélio-neônio é muito utilizado para prevenir mucosite. É um procedimento muito bem tolerado
em todos os casos e também reduz significativamente a dor da mucosite pós-radioterapia e quimioretapia
(FREIRE, 2013).
Em 2013, pesquisa realizada por Magnabosco Neto e Westphalen afirmava que há relação entre o
emprego do laser de baixa intensidade e prevenção de mucosite em pacientes tratados com radioterapia em
cabeça e pescoço. Os autores concluíram que radiações com laser de baixa intensidade são capazes de
reduzir a severidade e duração da mucosite bucal associada com a radioterapia utilizada. A maioria dos
pacientes não desenvolveu mucosite no grupo profilático e houve recuperação rápida no grupo tratado,
concluindo que o laser de baixa intensidade utilizado apresentou efeito preventivo e terapêutico, ou seja, a
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1963
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
terapia com laser aplicada previamente a radioterapia pode reduzir a gravidade da mucosite bucal, severidade
da dor e a incapacidade funcional (MAGNOBOSCO e WESTPHALEN, 2013; REOLON et al, 2017).
A utilização de laser de baixa potência é uma opção de tratamento viável para a prevenção da mucosite
oral é o que afirmam categoricamente os autores Bartell et al. (2017).
Estudos feitos em modelos laboratoriais também vêm confirmar as vantagens não somente profiláticas
como terapêuticas do laser sobre mucosite oral induzida em modelos animais não humanos (GAUTAN et al.,
2013).
Antunes et al. (2017) realizaram estudo que avaliavam a sobrevida de 94 pacientes diagnosticados com
câncer de orofaringe e nasofaringe entre 2007 e 2015. Os pacientes foram submetidos à quimiorradioterapia
convencional a cada 3 semanas e utilizado protocolo de laser de baixa intensidade (diodo InGaAlP 660nm-
100mW-1J-4J / cm ). Tal estudo foi bem mais além do que avlaiar os efeitos biológicos locais do laser
profilático e este, segundo seus autores, foi o primeiro estudo a sugerir que o protocolo de laser de baixa
intensidade pode melhorar a sobrevida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço tratados com
quimiorradioterapia. Ponderam, entretanto, que mais estudos, com uma amostra maior, são necessários para
confirmar seus achados.
Pesquisas pré-clínicas e clínicas sugerem que a laser de baixa intensidade possui propriedades
bioestimulantes que permitem que os tecidos se regenerem e assim se curem mais rapidamente, minimizam
a inflamação e previnam a fibrose (BENSADOUN e NAIR, 2017). Todas estas vantagens colocam este tipo
de conduta (profilática e terapêutica) como um possibilidade hoje disponível para manejo de pacientes em
condições delicadas como aqueles que apresentam os frequentes casos de mucoisites bucais decorrentes
da terapia de controle do câncer e que poderão ter este suporte das equipes multiprofissionais em que o
cirurgião dentista se apresenta cada vez mais como um membro importante na cadeia de cuidados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As obras levantadas neste estudo se mostraram convergentes em afirmar que a técnica de laserterapia é
um método efetivo para a prevenção e o tratamento da mucosite oral. O lasers de baixa potência utilizados
com fins terapêuticos são empregados no tratamento trazendo resultados satisfatórios na maioria dos casos,
incluindo determinada ação profilática, minimizando sua evolução em termos de gravidade de lesões.
A atuação do cirurgião dentista no cuidado a pacientes oncológicos em interação multiprofissional precisa
ser valorizada no contexto destes pacientes e ser considerado como fundamental no início do tratamento
oncológico, onde deve-se ocorrer a remoção de agentes causadores de infecções, além de outros riscos de
danos a cavidade oral. Algumas delas estão relacionadas aos efeitos adversos do próprio tratamento, cuja
aplicação do laser como conduta antecedendo a quimioterapia e radioterapia tem demonstrado ser
promissora.
O uso do laser de baixa intensidade de forma profilática faz com que ocorra a atenuação da duração e
intensidade da mucosite, principal efeito adverso local do tratamento, assim como a dor derivada do
tratamento. Além de dirimir estes problemas é possível constatar nestes estudos que é possível anular o
surgimento das lesões, evitando grande incômodo ao paciente durante a ingestão de alimentos e bebidas, e
trazendo uma melhor qualidade de vida, tão necessária durante seu tratamento.
REFERÊNCIAS
1. ANTUNES HS, HERCHENHORN D, SMALL IA et al. Long-term survival of a randomized phase III trial of head and
neck cancer patients receiving concurrent chemoradiation therapy with or without low-level laser therapy (LLLT) to
prevent oral mucositis.Oral Oncol, 2017; 71 (1): 11-15.
2. ARAÚJP SNM, ANDRADE EMLR, ARAÚJO ZAM et al. Oral mucositis: sociodemographic analysis in cancer patients,
ReOnFacema, 2015; 1(1):3-8.
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.
1964
Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN 2178-2091
3. BARROS M, Odontologia hospitalar: uma revisão de literatura. (Trabalho de Conclusão de Curso) Universidade federal
do rio grande do sul, Porto alegre, 2014.
4. BARILLARI ME, GOULART MN, GOMES ACP. Complicações das terapias antineoplásicas: Prevenção e tratamento
da mucosite oral. Rev. Investigação, 2015; 14(6):121-124.
5. BARTELL E, SHARON HANCHETT S, LAYTON A et al. Oral Assessments and Implementing Preventative Low Level
Laser Therapy in Hematopoietic Stem Cell Transplant Patients to Prevent Oral Mucositis Biol Blood Marrow Transplant,
2017; 23 (1): 81–91.
6. BENSADOUN RJ, NAIR RG. Low-level laser therapy in the management of mucositis and dermatitis induced by cancer
therapy. Photomed Laser Surg, 2015; 33(10): 487–491.
7. BRANCHER, AP. Estomatotoxicidade da quimioterapia e seu impacto na qualidade de vida de pacientes do serviço
de onco-hematologiado HU/UFSC. (Trabalho de conclusão de curso) Universidade Federal de Santa Catarina Curso
de Graduação em Odontologia, Florianópolis, 2013.
8. CAMPOS MIC, CAMPOS CN, AARESTRUP FM et al. Oral mucositis in cancer treatment: natural history, prevention
and treatment (review). Molecular and Clinical Oncology, 2014; 2(3): 337-340.
9. FUSCO F, ONOFRE MA, NAVARRO CM et al. Prevenção e tratamento dos efeitos colaterais na cavidade oral em
mulheres durante o tratamento oncológico. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015.
10. FREIRE RMS. Avaliação da fotobiomoduçação a laser e leds na prevenção e tratamento da mucosite -Estudo
experimental em hamsters. (Tese de doutorado) Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal da Bahia,
Salvador-BA, 2013.
11. GAUTAM AP, FERNANDES DJ, VIDYASAGAR MS et al. Low level laser therapy for concurrent chemoradiotherapy
induced oral mucositis in head and neck cancer patients—a triple blinded randomized controlled trial. Radiother
Oncol 2012; 104 (1):349–354.
12. LACERDA MIDP. A abordagem em medicina dentária ao doente oncológico: considerações antes e após a
quimioterapia e radioterapia. (Dissertação de mestrado) Instituto superior de ciência da saúde Egas Moniz, 2014.
13. MAGNOBOSCO NAE, Westphalen FH. Efetividade profilática e terapêutica do laser de baixa intensidade na mucosite
bucal em pacientes submetidos ao tratamento do câncer. RFO (Revista da Faculdade de Odontologia), Passo Fundo,
2013; 18(2): 246-253.
14. MANZI MDN. Profilaxia de mucosite induzida por quimioterapia: Revisão sistemática. (Dissertação de Mestrado),
Universidade de Brasilia, Faculdade de ciências da saúde, Programa de pós graduação em enfermagem, Brasilia,
2013
15. MINAMISAKO MC. Estudo comparativo de diferentes protocolos de laserterapia na ação analgésica e no reparo da
mucosite oral associada ou não a quimioterapia. (Dissertação de mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2015.
16. REOLON LZ, RIGO L, CONTO F et al. Impact of laser therapy on quality of life of cancer patients with oral mucositis.
Rev. odontol. UNESP [Internet]. [acesso 2017 Mar 01].
17. RIBEIRO M, FERREIRA M. Compostos antioxidantes como alternativa na prevenção e no tratamento de mucosite oral
induzida por agentes quimioterápicos. (Trabalho de conclusão de curso) Faculdade de Odontologia da Pontifícia,
Universidade Católica do Rio grande do Sul; Porto alegre 2016.
18. ROSSO MLP, NEVES MD, ARAÚJO PF et al. Análise da condição bucal de pacientes pediátricos e adolescentes
portadores de neoplasias na instituição casa Guido na cidade de Criciúna (SC). Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo,
set-dez 2015; 27(3): 210-9.
19. SANTOS FC. Tratamento odontológico em pacientes com câncer: Revisão sistemática. (Trabalho de conclusão de
curso) Universidade federal do Rio Grande do Norte, Centro de ciências da saúde, Departamento de Odontologia,
Natal-RN, 2014.
20. SASADA INV, CACINO CMH, PETERSEN RC et al. Prevenção de intercorrências estomatológicas em oncologia
pediátrica. RFO (Revista da Faculdade de Odontologia), Passo Fundo, jan-abr 2015; 20 (1): 105-10.
21. SASADA INV, MUNERATO MC, GREJIAN LJ. Mucosite oral em crianças com câncer – revisão de literatura. RFO
(Revista da Faculdade de Odontologia), Passo Fundo, 2013; 18(3): 345-350.
22. SPEZZIA S. Mucosite oral. J Oral Invest. 2015; 4(1): 14-18
23. VANHOECKE B, De RYCK T, STRINGER A et al. Microbiota and their role in the pathogenesis of oral mucositis. Oral
Diseases. 2015; 21(1):17-30.
24. VOSGERAU DSAR, ROMANOWSKI JP. Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas Rev. Diálogo
Educ., Curitiba, 2014; 14 (41): 165-189.
REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2018. Vol. Sup. 16, S1957-S1964.