Quem de nós, quando criança, nunca brincou de testar o fôlego? Um
balde, um tanque ou algo parecido se tornava um rio, ou até um oceano na imaginação, onde era possível testar quanto tempo se poderia ficar sem respirar embaixo d’água. Infelizmente, há cristãos que vivem assim. Como crianças que estão sempre brincando de instigar seus limites. Sua percepção acerca de maturidade é conhecer a linha tênue entre o que é pecado e o que não é. Queremos saber se apostar em jogos de azar é pecado. Se usar batom é pecado. Se parar em cima da faixa ou fazer piada dos outros é pecado. A lista é grande. O problema é que nos baseamos no referencial errado. Não nos tornamos maduros quando agimos como crianças testando nossos limites. A Escritura afirma que tudo o que não provém da fé é pecado. Nosso referencial de santidade e maturidade é a fé em Jesus Cristo, que vem pela intimidade com a Escritura, com Deus pela oração e pelo exercício constante na prática da Palavra. Isto é, ouvir e praticar o que Jesus ordena: amar. O referencial cristão é a Palavra. A Lei do Senhor é um meio de graça na vida daquele que crê. Ela não deixa de oferecer limites. Mas não se restringe a isso. Davi faz uma exposição devocional acerca da Lei do Senhor no Salmo 19. Vale a pena lê-la, ela é uma fonte inesgotável de sabedoria e maturidade. Algumas lições podemos aprender a partir dela, além dos benefícios e súplicas que o salmista elenca: 1- Traz restauração à alma e dá sabedoria; (vs.7) 2- Alegra o coração e ilumina os olhos; (vs.8) 3- Traz admoestação e gera recompensa; (vs.11) Em seguida ele traz uma aplicação do princípio que a Palavra de Deus infunde ao coração e ao entendimento: 4- Todos pecamos em muitas coisas (Tg. 3:2), mesmo quando nem percebemos; a confissão e o perdão são a atitude correta, mesmo quando achamos que não pecamos ou o fazemos involuntariamente; 5- A soberba pode vir sobre aquele que pensa que não tropeça e se torna escravo de um sentimento legalista, julgando tudo e todos, menos a si mesmo; 6- Davi pede por livramento da parte de Deus, pois ele sabe que é um pecador imperfeito diante de uma Lei perfeita e um Deus santo; 7- A sinceridade e a boa consciência são dádivas de Deus na vida do pecador que a ele se volta em humildade. 8- Anseio por ser imaculado. Tudo isso vem de Deus, por meio de Jesus, o imaculado Filho de Deus, em quem não se achou culpa ou pecado algum. Penso que esse é o caminho da maturidade que a Escritura nos dá em nosso discernimento acerca do que é pecado e como lidar com ele. Pois o nosso principal referencial deve ser o que agrada a Deus e não exatamente o que é e o que não é pecado. No amor de Deus somos inteiramente livres.