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Mas há vários outros lugares nas Escrituras em que encontramos essa ideia, como nos
lembra Russel Shedd em seu livro O líder que Deus usa, ao nos dizer:
Neste episódio lembrado pelo autor, a justiça praticada pelo líder foi manifestada numa
completa mudança de hábitos comuns àqueles tempos. O comum era que apenas os
soldados em combate direto tivessem o direito de repartir os despojos tomados aos
derrotados nas batalhas, mas Davi instituiu um novo modelo, em que os soldados que
ficaram cuidando dos bens dos soldados que foram à frente de combate, também
passaram a ter direito a parte dos despojos. Isso foi possível porque a liderança de Davi
sobre seus homens visava a fazer cumprir a justiça que Davi entendia como sendo de
Deus sobre os que o cercavam.
O mesmo autor prossegue falando a respeito do princípio de justiça, ainda tocando na
vida de Davi e sua busca por estabelecer justiça em sua liderança, que o
“insensato Nabal quase perdera sua cabeça por não reconhecer que a
liderança de Davi baseava-se em um senso vital de justiça (lSm 25),
em vez de subornos, favoritismos e ‘panelinhas’. O general Joabe, que
servira Davi tão habilmente nas batalhas, mas que pecava na falta
deste princípio crucial de orientar sua vida pela justiça, finalmente
perdeu sua vida como uma consequência da falta de justiça.”2
Ora, tudo isso nos mostra que há em Deus uma preocupação constante com a justiça.
Uma vez que Deus estabelece líderes em meio às pessoas de suas gerações, o próprio
Deus espera que tais líderes sejam movidos pela justiça e que implantem e lutem por
estabelecer a justiça de Deus entre os homens. O líder que Deus levanta não se destina
apenas a pregar o Evangelho, embora essa seja sua principal vocação. De fato, ao pregar
o reino de Deus, cabe ao líder que Deus levanta pregar todas as circunstâncias do
Evangelho, o que inclui o bem, a paz, a justiça, etc.: a presença do caráter do próprio
Deus como fator de pregação e de construção da própria essência da sociedade que nos
cerca.
1
SHEDD, Russel P. O líder que Deus usa. Tradução: Edmilson A. BIZERRA. São Paulo, SP: Vida
Nova, 2000.
2
Idem
3
Assim trabalharam Daniel e seus amigos. Homens de Deus postos por circunstâncias
adversas no meio de uma sociedade estranha, e que souberam se posicionar e liderar
inúmeras pessoas que as cercaram ao longo de seu ministério na Babilônia. O resultado
foi positivo, o nome de Deus foi glorificado, e os efeitos da liderança desses homens são
sabidos e seguidos até hoje, cerca de 2,5 mil anos após o ocorrido.
Mark Shaw, em seu Lições de Mestre, ao mencionar Martinho Lutero diz que o
incômodo do reformador tinha muita conexão com a questão da justiça de Cristo, que é
imputada a nós pelo próprio Senhor. Diz ele:
De acordo com essa postura, a santidade é a base para a formação de cristão – um futuro
líder. Voltando a Daniel, o que temos ao longo da leitura do livro bíblico é a exposição
da vida de servos devotados do Senhor, cuja preocupação maior era uma vida santa,
buscando ao Senhor e querendo executar sua vontade. Isso os tornou líderes realmente
usados por Deus numa sociedade multicultural: essa deve ser a realidade buscado por
líderes cristãos em nossos dias.
Finalmente, falando a respeito de William Wilberforce, e citando parte de seus escritos,
levanta a questão de que o verdadeiro cristianismo leva os cristãos a lutar por melhores
condições, particularmente a justiça. A liderança cristã persegue os ideais de Deus, o
que faz com que queira promover esses princípios no entorno de sua liderança,
conectando a falta disso a um desfalecimento da missão cristã. Diz o autor:
Haja o que houver no nosso entorno, precisamos fazer de nossa jornada de líderes no
contexto da multiculturalidade em que estamos imergidos a mesma coisa que Deniel
fez. Jamais podemos nos desviar do conhecimento de que Deus é o nosso juiz, e que
dele só advêm julgamentos totalmente justos.
Diante do Senhor devemos depositar nossas causas, e, pelo tema deste trabalho, as
causas que afligem a liderança que Deus nos confiou, sendo Deus o justo juiz, único que
julga de forma totalmente justa as nossas causas. Diz a palavra do Senhor em Jeremias
8
SHAW, Mark. Lições de mestre: 10 insights para a edificação da igreja local. Tradução: Jarbas
ARAGÃO. São Paulo, SP: Mundo Cristão, 1997. P. 170.
9
Ibidem. P. 222.
5
11:20: “Mas, ó SENHOR dos Exércitos, justo Juiz, que provas o mais íntimo do
coração, (...) a ti revelei a minha causa.”
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SHEDD, Russel P. O líder que Deus usa. 1ª. Tradução: Edmilson A. BIZERRA. São
Paulo, SP: Vida Nova, 2000.
STOTT, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. Tradução: Silêda Silva Steuernagel. São
Paulo, SP: ABU, 2003.
STOTT, John R. W. Los Desafíos del Liderazgo Cristiano. 3ª. Tradução: n.d. Buenos Aires:
Certeza, 2002.