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Física para

vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019

C N
1
CIÊNCIAS DA NATUREZA
FÍSICA
e suas tecnologias
Caco Basileus, Herlan Fellini, Felipe Filatte e Kevork Soghomonian
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)

Impressão e acabamento
Meta Solutions

ISBN: 978-85-9542-136-3

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2019
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CARO ALUNO

O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações
nos principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu
conteúdo enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019.
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo comple-
mentar. Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais
abordados nos principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões
propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam
as explicações dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de
informações para o estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais aces-
sível e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar
o repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do
aluno. Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado
com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares
de hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e
química, história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações
que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante
consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando
o contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas”
de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção "Aplicação no Cotidiano". Como o próprio
nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm
contato em seu dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas
dessas habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expo-
sitiva, descrevendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurá-las na sua prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um
deles é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas
mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para
o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.

Herlan Fellini
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 1 e 2: Vetores 7
Aulas 3 e 4: Introdução ao estudo dos movimentos 25
Aulas 5 e 6: Movimento retilíneo uniforme 41
Aulas 7 e 8: Gráficos do MRU 57
Aulas 9 e 10: Movimento retilíneo uniformemente variado 71

GRANDEZAS ESCALARES E CALORIMETRIA


Aulas 1 e 2: Grandezas físicas 91
Aulas 3 e 4: Calor sensível 103
Aulas 5 e 6: Mudanças de estado 119
Aulas 7 e 8: Transmissão de calor 141
Aulas 9 e 10: Expansão térmica de sólidos e líquidos 157

ELETROSTÁTICA
Aulas 1 e 2: Princípios da eletrostática 175
Aulas 3 e 4: Lei de Coulomb 193
Aulas 5 e 6: Campo elétrico 203
Aulas 7 e 8: Força elétrica e campo elétrico 217
Aulas 9 e 10: Potencial elétrico 227
Abordagem de CINEMÁTICA nos principais vestibulares.

FUVEST
A cinemática sempre está presente nas provas da Fuvest, com enunciados curtos, bem elabora-
dos e objetivos, quase sempre havendo manipulação matemática das equações do MRU e MRUV.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U A cinemática quase sempre está presente nas provas da Unesp, com questões bem elaboradas e
com bom nível de dificuldade em manipulação das equações matemáticas, além de também ser
frequente a leitura de gráficos.

UNICAMP
Com questões curtas e objetivas as provas da Unicamp quase sempre relacionam cinemática com
dinâmica em suas questões dissertativas.

UNIFESP
Com questões mais bem elaboradas, as questões de MRU e MRUV presentes na prova da Uni-
fesp sempre pedem uma análise que utilize
conhecimentos de matemática geométrica.

ENEM/UFMG/UFRJ
A cinemática possui grande incidência nas provas do ENEM, sempre relacionando com o cotidia-
no e em praticamente em todas as questões, e quase sempre possuem análise gráfica.

UERJ
Nas provas da UERJ, cinemática é um assunto constante, com enunciados bem elaborados e
objetivos, quase sempre havendo manipulação
matemática das equações do MRU e MRUV.
0 2
1 0 Vetores

Competência Habilidade
5 17
© Foto011/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Grandezas vetoriais
Existem dois tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais. Uma grandeza escalar é caracterizada
apenas pela sua intensidade, ou seja, o valor numérico, acompanhado de sua unidade de medida. O tempo, a mas-
sa e a temperatura de um corpo são exemplos de grandezas escalares. Já as grandezas vetoriais necessitam, além
da intensidade, da informação quanto à sua direção e seu sentido. Ao dizer, por exemplo, que um carro se move a
40 km/h, a informação sobre sua velocidade está incompleta. A velocidade é uma grandeza vetorial e, portanto,
é necessário informar a direção e o sentido de deslocamento do carro. Neste caso, poderia ser dito que o carro
trafega na Avenida Paulista (direção) em sentido à Rua da Consolação (sentido).
A tabela a seguir apresenta algumas grandezas vetoriais e algumas grandezas escalares:
Grandezas escalares Grandezas vetoriais
tempo velocidade
massa aceleração
temperatura deslocamento
trabalho posição
energia força elétrica
pressão campo elétrico
potência força magnética
potencial campo magnético
diferença de potencial força gravitacional
quantidade de mol campo gravitacional
carga elétrica força peso
intensidade da corrente elétrica força de reação normal
resistência elétrica força elástica
capacidade térmica força tensora
calor específico sensível força centrípeta
calor latente empuxo
fluxo magnético quantidade de movimento
vazão momento
capacitância impulso

Vetor
Vetor é um ente matemático representado por um segmento de reta orientado (flecha). A notação de um
vetor é dada por uma letra (maiúscula ou minúscula) com uma pequena flecha para a direita acima da mesma.
Representam-se algumas grandezas físicas (grandezas vetoriais) por meio de vetores.
N
NO NE Resumo:
O L
SO SE
§§ módulo ou intensidade: é dado pelo compri-
S mento do segmento orientado (nº + unidade).
r (reta suporte)
§§ direção: é dada pelo ângulo formado entre o

v ou v vetor e o eixo horizontal.
B (final ou extremidade: sentido)
“para onde” §§ sentido: é dado pela orientação do segmento.

v (vetor v)
θ (direção) linha
horizontal
A (origem)

9
§§ Vetores paralelos: diz-se que dois ou mais
Características de um vetor
vetores são paralelos entre si, quando suas dire-
Como vimos um vetor pode ser representado por ções (inclinações) forem idênticas, não importan-
uma letra e um segmento orientado (flecha) sobre a le- do os sentidos dos mesmos.
tra, conforme a figura.
​___›
a ​​   
_​__›
b ​​   
Lembrando que as três características de um ve- §§ Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e
tor são: módulo (ou intensidade), direção e sentido. somente se, tiverem o mesmo módulo, a mesma
A direção de dois vetores são iguais, caso eles direção e o mesmo sentido.
estejam sobre retas paralelas ou sobre a mesma reta §§ Vetores simétricos ou opostos: quando dois
(denominada reta suporte). Como exemplo, suponha que vetores possuem o mesmo módulo, a mesma
as retas r e s, na figura a seguir, sejam paralelas. Desse direção, porém sentidos opostos, diz-se que os
​___› _​__› ​_›_
modo, os vetores a ​ ​ _​  ,__ ​b ​   e ​c ​   possuem a mesma direção, mesmos são simétricos ou opostos entre si.
​_›_ ›
mas os vetores c ​ ​   e d ​ ​   têm direções diferentes.
Os sentidos de dois vetores são iguais quando
possuem a mesma direção e estiverem _​__› orientados para Teoria na prática
​___›
o mesmo lado. Os vetores ​a ​   e ​b ​ ,  na figura a seguir, 1. (UFB adaptado) Observe a figura a seguir e de-
estão orientados termine quais os vetores que:
_​__› ​__ em sentidos opostos, assim _​__› ​__como
› ›
os vetores ​b ​   e ​c ​ .  Entretanto, os vetores ​a ​   e ​c ​   têm
sentidos iguais.

a) têm a mesma direção.


b) têm o mesmo sentido.
c) são iguais.

Resolução:

a) Podemos
___ perceber pelo desenho que os ve-
​ › ___ ​› __
​›
tores ​E ​  , ___​A ​   e ___​F ​   estão na direção vertical, os
​› ​›
vetores ​C ​   e ​D ​   estão em uma direção oblí-
Observações ​ › ___
___ ​›
§§ Vetor nulo: denomina-se vetor nulo a todo ve- qua (inclinada) e os vetores ​B ​   e ​G ​   estão na
tor cujo representante é um segmento de reta horizontal. ___
​ › __ ​›
orientado, nulo, isto é, o início e o fim deste seg- b) No desenho, os vetores ___ A ​  ___
​ e ​F ​  estão no senti-
​› ​›
mento de reta coincidem. A representação do do norte e os vetores ​C ​  e ​D ​  estão no sentido
vetor nulo é um ponto ( . ). Também pode ser nordeste.
representado pelo ​_número zero com uma flecha c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três
__›
acima do mesmo ( 0 ​ ) . características (módulo, direção e sentido) de-
vem ser iguais.

10
​___› ​__› ​___›
Pelo desenho, vemos que os vetores ​A ​   e ​F ​    O vetor ​d ​   representa o deslocamento vetorial
são iguais, pois compartilham de um mó- realizado pela partícula.
dulo 2u,___direção vertical e sentido norte. Os Esse vetor une o ponto inicial P (chamado origem
​› ​___›
vetores C ​
​    e D ​
​    também são iguais por te- do vetor) ao ponto final Q (chamado extremidade do vetor).
__
rem módulo 2 ​√2 ​u,   uma direção oblíqua e
sentido nordeste. Teoria na prática
1. (UEM) O desenho abaixo ilustra um trabalhador
A intensidade, módulo ou norma de uma gran-
deza vetorial, é o módulo do valor numérico do vetor. puxando por uma corda um carrinho que se des-
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional loca em linha reta.
ao seu comprimento. Suponha, por exemplo, que um O puxão da corda efetuado pelo trabalhador
automóvel esteja se deslocando com velocidade esca- pode ser descrito como uma força que:
lar de 80 km/h em sentido norte. Na figura, a flecha a) possui somente magnitude.
(apontando para o norte) representa o vetor velo- b) possui somente direção.
​__›
cidade
_​_
v ​
​   do automóvel; o módulo desse vetor será c) possui direção e magnitude.
​ v ​ ​›  ​= 80 km/h. É importante destacar que todo vetor d) não possui nem direção nem magnitude.
que possuir mesma direção, mesmo sentido e mesma e) realiza um torque.
intensidade, representando, portanto, a mesma grande-
za, representa uma classe de equipotência. Resolução:
_​›_ O puxão da corda é caracterizado como um ve-
v ​​    N
tor força, assim ele tem um módulo (magnitude),
O L uma direção e um sentido. Nesse caso, o módulo
S não é citado, porém a direção é oblíqua (inclina-
_​›_
|​v ​ |  = 80 km/h da) e o sentido é nordeste.
Uma grandeza pode ter valor numérico igual a
zero. Se um objeto estiver em repouso, por exemplo,
sua velocidade
_​__› será nula. Desse modo, o vetor nulo, de-
notado por ​0 ​ ,  pode ser utilizado para representar essa
grandeza. A direção e o sentido não são definidos para
o vetor nulo.
O deslocamento vetorial é o exemplo mais ele-
mentar de grandeza vetorial. Alternativa C
Na figura abaixo, suponha que uma partícula
desloca-se do ponto P até o ponto Q, seguindo a traje-
tória descrita pela figura. Surgimento do vetor
Q Foram os trabalhos de alguns matemáticos e
físicos que estudavam os números complexos que
originou o conceito formal de vetores, entre eles
podemos destacar Willian Rowan Hamilton (1805-
1865), Josian Willard Gibbs (1839-1903) e Carl
Friedrich Gauss (1777-1855). Porém, conceitos mais
P
intuitivos remontam a Aristóteles (385-322 a.C.) e a
Q Herão de Alexandria (século I).

​___›
d ​​   

P
11
_​__› ​___› _​›_
Adição de vetores A soma de ​a ​   e ​b ​ ,  o vetor
_​__›
origem de ​a ​  à extremidade de b ​
​___›
​  . 
​s ​ ,  é obtida ligando a

As grandezas vetoriais podem ser somadas (ou


adicionadas), porém, essa operação é realizada de modo ​___›
a ​​   
diferente da soma de grandezas escalares. Por exemplo,
ao efetuar a soma de 1 kg de tomates com mais 2 kg _​__›
b ​​   
de tomates, o resultado sempre será 3 kg de tomates.
No entanto, outra abordagem é necessária para
somarmos vetores. Na figura abaixo, uma partícula efe-
​___›
tua um deslocamento ​a ​   do​___ponto M ao ponto N e, em

seguida, um deslocamento ​b ​  do ponto N ao ponto P. ​___›
​___›
a ​​   
b ​​   

M
___
​›
​___›
b ​ ​  
a ​ ​  
N _​__› _​__›
a ​​   
b ​​   

​_›_
___​›
P s ​​   
s ​ ​  
M
___
​›
b ​ ​   ​_›_ ​___› _​__›
​___›
a ​ ​   s ​
​   = a ​
​   + b ​
​   
N Outro modo é fazer o seguinte: desenhamos ​___›
um
​___›
vetor igual a a ​
​  ,  a partir da extremidade de b ​ ​  . 
​_›_
Para obter o vetor​___›
s ​
​   , que é a soma dos vetores,
O deslocamento final da partícula, que se mo- ​___›
ligamos a origem de b ​ ​   à extremidade de a ​ ​   .
veu do ponto M ao ponto P, é indicada na figura pelo
​_›_
vetor ​s ​  . Desse modo, os dois deslocamentos anteriores
​___›
podem ser substituídos por um deslocamento único,​___o a ​​   
​_›_ ​___› ›
vetor s ​​   . Esse vetor é a soma (ou resultante) de a ​
​    e b ​
​  , 
​___›
e indicamos: b ​​   
_​›_ ​___› _​__›
​s ​  = ​a ​  + ​b ​   

Regra do polígono
​___› ​___›
Dois vetores quaisquer (não nulos), ​a ​   e ​b ​ ,  são
somados, de modo geral, de acordo com os seguintes ​___›

passos: b ​​    ​___›


a ​​   
Como
​___›
ilustra a figura, desenhamos um vetor
igual a ​b ​   (mesmo módulo, mesma direção e mesmo
​___›
sentido) a partir da extremidade do vetor a ​​   .

12
_​›_
x ​​   
_​›_ _​›_
s ​​    _​›_ y ​​   
s ​​   
3
​___› ​___›
b ​​    a ​​   
4
​_ _ ›
​ ​s ​   ​2 = 32 +__ 42 = ___
9 + 16 _=_ 25
Logo, a adição de vetores apresenta a proprie- ​_›_ ​› ​
​ s ​ ​   ​ = 25 ä ​ s ​ ​   ​= √​ 25 ​ ä ​ s ​ ​›  ​= 5 unidades
2

dade comutativa:
_​__› ​___› ​___› _​__› Esse processo realizado para obter a soma de
​a ​  + ​b ​  = ​b ​  + ​a ​   dois vetores também pode ser aplicado para fazer a
soma de três ou mais vetores.
Caso um dos vetores seja nulo, temos:
Na figura a seguir, estão representados os veto-
​___› _​__› _​__› ​___› ​___› ​___› ​___› ​_›_
​a ​  + ​0 ​  = ​0 ​  + ​a ​  = ​a ​   res ​a ​  , ​b ​  e ​c ​ .  Para obter a soma dos três vetores, isto é,
​_›_
o vetor s ​ ​   , tal que:
No caso ilustrado, note que:
_​›_ ​___› ​_ __› _​›_
​_ _ ​___ ​_ __›
​ ​s ​ ›  ​< ​ ​a ​ ›  ​+ ​ ​b ​   ​ ​s ​  = ​a ​  + ​b ​  + ​c ​   
_​›_ _​__›
Ou seja, o_​__módulo de s ​
​   é menor que a soma dos Desenhamos um vetor igual ao vetor ​b ​ ​    a _​partir
​___› › __›
​___›
módulos de ​a ​  e b ​
​  .  da extremidade de ​a​,   e a partir da extremidade de ​​​b ​   de-
_​›_
​_›_
Assim, o módulo de s ​
​ ​_  __será necessariamente igual senhamos um vetor igual a ​​​c ​ ,  como na figura. Unindo
​___› ›
​___› ​_›_ ​_›_
à soma dos módulos
​___
de a ​
​   e b ​
​  ,  somente no caso em que a origem de a ​
​​​    à extremidade de c ​
​​​  ,  obtemos o vetor s ​​​​  . 
_​__› ›
os vetores ​a ​  e b ​
​   tenham direção e sentido iguais.

Teoria na prática
1. Na figura abaixo, vamos determinar o módulo da
_​_› _​›_
resultante dos vetores ​x ​   e ​y ​ .  Cada quadradinho
mede uma unidade.

_​›_
x ​​   
_​›_
y ​​   

Resolução:
_​_› _​›_
A soma de ​x ​  e ​y ​  está efetuada na figura a seguir: A regra do polígono pode ser aplicada para qual-
_​›_
O módulo de ​s ​   é obtido aplicando o teorema quer quantidade de vetores, basta adicionar a origem
de Pitágoras ao triângulo retângulo sombreado de um vetor à extremidade do vetor anterior e, por fim,
na figura: traçar o vetor resultante.

13
Regra do paralelogramo
_​_› _​›_
Para exemplificar a regra do paralelogramo, considere os vetores x ​
​   e y ​
​   representados na figura.

_​›_ _​›_
x ​​    y ​​   

Faremos, então, o seguinte:


​_›_ ​_›_
Desenhamos vetores iguais a x ​ ​   e y ​
​   a partir de uma mesma origem P.
_​_›
Desenhamos o segmento ​MQ​ paralelo a ​XPN​
X XX XX a partir da extremidade de ​x ​   (ponto M), e o segmento ​XNQ​
XX 
paralelo a XPM​
​ XX 
, de modo a obter o paralelogramo PMQN.
_​›_ _​_› _​›_
Obtemos o vetor s ​ ​   , que é a soma de x ​ ​   e y ​
​  ,  unindo P a Q:

_​›_
M _​›_
M M
_​›_
x ​​    x ​​    x ​​    ​_›_
P P Q P s ​​    Q
_​›_ _​›_
y ​​    y ​​   
N N N

A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo da soma de dois vetores quaisquer.

​___› ​___›
a ​​    a ​​   
​_›_
θ θ s ​​   

​___› ​___›
b ​​    b ​​   

​_ _ ​___ _​__› ​___ _​__›


​ ​s ​   ​² = ​ ​a ​   ​² + ​ ​b ​   ​² + 2 · ​ ​a ​   ​· ​ ​b ​   ​· cos u
› › ›

A soma de vetores utilizando a regra do paralelogramo é uma prática comum, cujo autor é desconhecido.

Teoria na prática ___ ​_____›


​›
1. (Unesp adaptado) A figura mostra, em escala, duas forças ​a ​  e b ​
​  , atuando num mesmo ponto material P.

b
1N
1N

14
​___›
a) Represente na figura reproduzida
_____ a força ​R ​ ,  Resolução:
_____
​› ​›
resultante das forças ​a ​  e ​b ​ ,  e determine o Devemos lembrar que o ângulo de 120° está no
valor de seu módulo, em newtons. segundo quadrante, no qual o cosseno é negati-
​___›
b) Determine
___ o cosa formado entre os vetores a ​​    vo. O valor de cos(120°) é –0,5.
​›
e ​b ​ .  Aplicando a regra do paralelogramo, temos
Resolução: (Fr)² = (3)² + (5)² + 2 · 3 · 5 · cos(120°) ⇔
⇔ (Fr)² = 9 + 25 + 30(–0,5) ⇔
a) Pela regra do paralelogramo, temos que ___
___
​› ⇔ (Fr)² = 34 –15 ⇔ (Fr)² = 19 ⇔ Fr = √ ​ 19 ​ N.
|​R ​ |  = 3 N.
Alternativa A

Oposto de um vetor
​___›
Seja um vetor ​a ​  não nulo. Um vetor com a mes-
​___›
ma direção e o mesmo módulo de a ​
​  ,  mas com sentido
_​__›
contrário, é denominado oposto de ​a ​  .
​___› ​___›
O vetor oposto de ​a ​  é indicado por –​a ​ . 
b) Os módulos dos vetores são: s
___
​›
módulo de ​___a ​  : a = 2 N r
​› _​__›
módulo de ​b ​  : b² = 2² + 3² ⇔ a ​​   
___
⇔ b² = 13 ⇔ b = √
​ 13 ​ N
Aplicando a regra do paralelogramo, temos: ​___›
–​a ​  
R² = a² + b² + 2 · a · b · cosa ⇔
___ ___
⇔ 3² = 2² + (​√13 ​ )² + 2 · 2 · (​√13 ​)  cosa ⇔
___
⇔ 9 = 4 + 13 + 4(​√13 ​)  cosa ⇔
___
⇔ cosa = (9 – 4 – 13)/4 (​√13 ​)  ⇔ Subtração de vetores
–2
⇔ cosa = ​ ____
___  ​ 
​___› ​___›
​√13 ​  A diferença de dois vetores ​a ​   e b ​
​    é obtida de
modo semelhante ao que se faz com os números reais:
2. (UEM) Um corpo está sendo arrastado em uma
​___› ​_ __› ​___› ​_ __›
superfície lisa (atrito desprezível), tracionado ​a ​  – ​b ​  = ​a ​  + (–​b ​ ) 
​___› ​___›
por duas cordas, conforme o diagrama de for-
Isto é, o vetor a ​
​   – b ​
​   é___obtido efetuando a adição
ças abaixo. Qual a intensidade da força resul- ​___› ​›
do vetor ​a ​  com o oposto de b ​
​  . 
tante Fr?

Exemplo _​__›
​___›
§§ Dados os vetores
___ ​a ​   e ​b ​
_ __  da figura,
___ determinare-
​› ​› _​__› ​›
mos o vetor d ​
​    tal que d ​
​    = a ​
​    – b ​
​  .  Utilizando a
relação apresentada acima, temos:
___
a) Fr = ​√__19 ​  N
b) Fr = ​√___
8 ​  N
​_ __› ​___› ​_ __› ​___› ​_ __›
c) Fr = √
​ ___
34 ​  N
​d ​  = ​a ​  – ​b ​  = ​a ​  + (–​b ​ ) 
d) Fr = √
​ 49 ​  N
__
e) Fr = ​√2 ​  N

15
___
​› ​_____›
Então, fazemos a adição de a ​
​   com –b ​
​  :  Resolução:

Através da regra do polígono, podemos montar


o seguinte diagrama vetorial:

Tomando como partida qualquer um desses ve-


tores, temos que o ponto inicial sempre coincide
com o ponto final, tornando a resultante nula.
O módulo da diferença de dois vetores quaisquer
Alternativa A
pode ser calculado usando a seguinte relação:
​_ __ ​_ __ ​_ __
​ ​d ​ ›  ​² = ​ ​_​a ​ __›  ​² + ​ ​b ​ ›  ​² – 2 · ​ ​_​a ​ __›  ​· ​ ​b ​ ›  ​ cosu 2. Dados os vetores representados na figura, obte-
​___› ​___› ​___›
nha D ​
​   = X ​
​   –  ​ 
Y​  .
_​__›
​___›
Onde u é o ângulo formado entre os vetores ​a ​   
e b ​
​  ,  quando ambos estão partindo da mesma origem.

Teoria na prática
1. (UFPI) Os vetores mostrados na figura a seguir
representam quatro forças, todas de mesmo mó-
dulo F. Marque a alternativa que representa uma Resolução:
força resultante nula.
Para fazer a subtração vetorial, devemos somar o
___
​› ___
​›
vetor X ​
​   com o oposto do vetor Y ​
​  . 
​___› ​___› ​___› ​___› ​___› ​___›
​D ​  = X ​ ​   ⇔ D ​
​   – Y ​ ​   = X ​
​   + (–1) Y ​
​   
___
​›
Invertemos o sentido do vetor ​Y ​   e aplicamos a
​___›
regra da poligonal para encontrar o vetor D ​
​  . 

​_____› ​_____› ​_____›


a) ​

F_____1  ​+_____  F​   ​+    ​F​  
​› ​› 4 ​_____› 2
b) ​
 F ​_____ 1–   F ​​_____ 4+   F​_____3  ​
​› ​› ​›

c) ​ F ​_____ 1+   F ​​_____ 2+    ​F​ _____ 3
​› ​› ​›
d) ​
  F ​_____ 1 –   F_____​ 4  ​+_____  
F​   ​
​› ​› ​ ›2

e) ​ F ​  1 –   F ​​  2+ F​ 3 ​ 

16
Multiplicação e divisão de Teoria na prática _​›_
1. Determine a resultante da soma dos vetores ​x ​   
um vetor por um número ​_›_
e ​y ​   nos casos a seguir, admitindo-se que cada
​___› quadradinho tenha lados iguais a uma unidade.
​    um vetor não nulo e k um número real
Seja a ​
_​__›
​   pelo número k,
não nulo. Podemos multiplicar o vetor a ​ a)
_​__› _​›_
obtendo o vetor b ​
​  :  x ​​   

​_ __› ​___› _​›_


​b ​  = k · ​a ​    y ​​   

_​__›
As características de ​b ​  são: b)
​___› _​__› _​›_
§§ b​ ​   ​= ​ k ​· ​ a ​ 
​   ​   ​ x ​​   
___
​› ​___›
§§ ​b ​ tem a mesma direção de a ​
​  . 
​___›
​___› _​›_
§§ Se k > 0, ​b ​  tem o mesmo sentido de a ​
​   , caso seja y ​​   
_​__› ​___›
k < 0, ​b ​  tem sentido oposto ao de a ​
​  . 
Como exemplos na Física, temos:
​_____› ​___› Resolução:
a) ​F ​ = m?​a   (m escalar positivo)
_____
​› _____
​›
b) ​F ​ = |q|?​E  (q > 0 ou q < 0) a) Neste caso, temos:
_​›_ _​›_
x ​​    y ​​   
Exemplo ​_›_
​___› ​___›
§§ Na figura, representamos os vetores a ​
​  ,  2​a ​   e s ​​   
​___› ​___› ​___› ​_ _ ​_ _ ​_ _
–2​a ​  . Note que tanto 2​a ​  como –2​a ​  têm módulos ​ ​s ​ ›  ​= ​ ​x ​ ›  ​+ ​ ​y ​ ›  ​= 3 + 2 = 5 unidades
​___› ​___›
iguais ao dobro do módulo de ​a ​  . O vetor 2​a ​  tem _​›_ _​_› _​›_
_​__› _​__› b) O vetor ​s ​  é a soma de x ​
​   e y ​
​  ,  isto é:
o mesmo sentido do vetor a ​​    e o vetor –2​a ​   tem
​___›
sentido oposto ao do vetor a ​​  .  _​›_
x ​​   
​___› ​_›_ _​›_
​___› 2​a ​   ​___› s ​​    y ​​   
a ​​    –2​a ​   _​›_ ​_ ›_ _​›_
​s ​  = ​x ​  + ​y ​  
No entanto, neste caso, temos:
_​__›
Podemos também dividir o vetor ​a ​  por k, obten- ​_ _ _​_ _​_
​ ​s ​   ​= ​ ​x ​   ​– ​ ​y ​   ​= 5 – 3 = 2 unidades
› › ›
​_›_
do o vetor ​c ​ : 
_​›_ ​​a ​ ___›
__
​c ​  = ​   ​   
k

Sendo:
___
​›
_​›_ |​ 
a ​| 
​ ​c ​   ​ = __
​   ​ 
k
__​›
Quanto à direção e ao sentido de c ​
​  ,  valem as
mesmas considerações feitas para a multiplicação.
​___›

Se k = 0, não podemos calcular ​ a ​ ​   .
__
k
17
Observação
§§ Versor é um vetor unitário que possui a mesma direção e mesmo sentido do eixo que o contém.
y
y →


→ 1 j
i
1 j →
→ j =1u →
0 1 x j =1u →

i

i k =1u x
0 1
i =1u 0 1 x →
1
→ → i =1u
i =1u k
z
u ... unidade de medida

Componentes de um vetor ou projeções ortogonais


de um vetor ou decomposição de um vetor
___› ​___›
Toda representação vetorial, como vimos, está Sendo i    e j    os vetores unitários nas direções
pautada em um sistema de referências. O plano carte- indicadas pelos eixos (x) e (y) respectivamente, desta
siano é o sistema de referenciais que auxilia adequada- forma o vetor também pode ser representando por:
​___›
mente essa representação. Seja um vetor a ​  , conforme a ___› ​___› ​___›
representação abaixo: a   = 3 
i  + 3j   

Devemos lembrar que os módulos dos compo-


y
nentes também podem ser representados por relações
_​›_ trigonométricas:
 ​ a​   ay
θ senθ = __
​ a ​  → ay = a · senθ

a
x cosθ = __
​ ax ​  → ax = a · cosθ
​___›
A projeção desse vetor a,   no eixo (x) pode ser Os vetores unitários, quando indicarem sentido
​___›
representada pelo vetor a ​ x , bem como a projeção do oposto aos eixos considerados, serão representados por:
​___› ​___›
vetor a ​  no eixo (y) pode ser representado pelo vetor a ​ y . ___› ​___›
– i   e – j   

O vetor analisado pode ser representado como


uma soma vetorial, ou seja:
___› ​___› ___›
a   = ax  + ay  
Neste caso:
___› _​__›
ax   = 3i  
___› _​__›
ay   = 3j   

18
Teoria na prática ​__› ​__› ​__› ​__› ​__› ​__›
1. Num ponto material P, estão aplicadas seis forças coplanares F ​
​  1  , F ​
​  2  , F ​
​  3  ,​F ​ 4  , F ​
​  5  e F ​
​  6  , representadas conforme
figura a seguir, cujas intensidades são, respectivamente, 12 N, 8,0 N, 15 N, 6,0 N, 8,0 N e 7,0 N.

A resultante desse sistema de forças tem intensidade:


a) 10 N.
b) 8,0 N.
c) zero.
d) 12 N.
e) 16 N.

Resolução:
​__› ​__› ​__› ​__›
Primeiramente, vamos decompor os vetores F ​
​  2  e F ​
​  5  nos eixos i  ​
​  e j​  ​  :
__
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​›
O vetor F ​
​    será: __F ​
__ ​    = (|​F ​  2|__cos x) i  ​ ​  __
+ (|​F ​  2| senx) __ ​  ⇔ __F 
j  ​  ​    = (8cosx)
__ i  ​
​  + (8senx)
__ j  ​
​  (N) __
​›2 ​›2 ​› ​› ​› ​ ›​2 ​› ​› ​›
O vetor __F ​
​   5 será: __F ​
​   5=(–1)(|​
__ F ​  5| cosx)
__ __ i  ​
​  +(–1)(|​
__   ​​  ⇔ F ​
F ​  5| senx) j  ​   5 =(–8cosx) i  ​
​  + (–8senx) j  ​
​  (N)
​› ​› ​› ​ › ​› ​›
O vetor __F ​
​    será: F ​ i  ​​  ⇔ F ​
​    = |​__F ​  1|   ​    = 12 i    ​__
​  (N)
​›1 __
​›1 ​› __ ​› __
​›1 ​›
O vetor F ​
​    será: __F ​
__ ​    = |​F ​  3|   j  ​​ __ ⇔__F ​ ​    = 15 j  ​​  (N)__
​›3 ​› 3 ​› ​ › 3 __ ​› ​›
O vetor F ​
​   4 será: F ​
__ ​__  4 = (–1) |​F ​ __ i​__ ⇔ __F ​
  4|   ​  ​   4= –6 __i    ​​  (N)
​› ​› ​› ​ › ​› ​›
O vetor F ​
​   6 será: F ​
​   6 = (–1) |​F ​  6|   ​  j​  ⇔ F ​​   6= –7 j    ​​  (N)
A resultante das forças é a soma vetorial de todas elas; assim, temos:
__
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​› __
​›
​F ​  r =__ F ​
​   1 + F ​
​ ___
  2 + F ​
​   3 + F ​
​   4 +
__ F ​
​   ​   6 ⇔__
 5 + F ​
__ __ __ __ __
​› ​› ​› ​› ​› ​› ​› ​› ​›
⇔ __F ​ ​  r  = 12 i​  ​  + (8cosx) i  ​ ​  + (8senx)__j  ​​  + 15 j  ​
​  + (– 6) i  ​
​  + (– 8cosx)__ i  ​
​  + (– 8senx) j  ​   ​​  ⇔
​  + (– 7) j 
​› ​› ​›
⇔ F ​
​  r  = (12__– 6 + 8cosx
__ __ – 8cosx) i  ​ j  ​​  ⇔
​  + ( 15 – 7 + 8senx – 8senx )  
​› ​› ​›
⇔ F ​
​   r = (6) i  ​
​  + (8) j  ​
​  (N).
​__›
Assim, o módulo do __vetor F ​​  r  será: (Fr )²= (6)² + (8)² ⇔ (Fr )² = 36 + 64 ⇔
​› ____ ​__›
​ 100 ​ N ⇔ |​F ​ r  | = 10 N.
⇔ (Fr )² = 100 ⇔ |​F ​  r| = √
Alternativa A

19
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Cursos Unicamp: Física Geral I - Aula 4


Fonte: Youtube

Vídeo Física - Introdução a vetores e escalares - parte 1 (Khan Academy)

Fonte: Youtube

Vídeo Módulo do vetor soma

Fonte: Youtube

Vídeo Física I – Aula 5 – Grandezas escalares e vetoriais

Fonte: Youtube

20
ACESSAR

Sites Resumo sobre vetores

www.respondeai.com.br /resumos/1/capitulos/1
pt.khanacademy.org/math/precalculus/vectors-precalc

LER

tt
Livros
Leonard Mlodinow - A janela de Euclides
Livro que aborda de maneira simples, divertida e curiosa a evolução
de conceitos-chave de geometria e o modo com que o Homem
compreende o espaço.

21
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da
Física e da Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou
localizar um destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando
localizamos um destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada
instrução realizada, estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de locali-
zação como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos,
cartas de navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.

INTERDISCIPLINARIDADE

Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamen-
te conceitos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e
as operações entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe
diferença nas operações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O
ponto, “o que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é
definida como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é
formada por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes,
perpendiculares, coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.

22
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A matemática entra como ferramenta fundamental para a interpretação e/ou cons-


trução de fenômenos no contexto da física, dessa forma se faz necessário saber o ma-
nuseio, aplicabilidade além da capacidade interpretativa dessa linguagem simbólica. Tal
qual o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio diz: “selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas,
para tomar decisões e enfrentar situações-problema.”
A utilização de vetores é inerente à física, dada a grande quantidade de grandezas
vetoriais, sendo vital para a compreensão a fixação deste assunto, mais básico e, como
dito anteriormente uma ferramenta, fundamental para a física.

Modelo
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a
posição (6, 6, 7) no espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.

Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção
do eixo-x, 3 km para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o
foguete atingiu a posição:

a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).

23
Análise Expositiva

Habilidade 17
No ensino médio o contato inicial que se tem em física com vetores é em cinemática. A ideia
de representar a posição de um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de
vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como
um deslocamento no sentido positivo de cada eixo, devemos somar o número inteiro corres-
pondente ao deslocamento em cada coordenada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).

Alternativa B

Estrutura Conceitual
Processo
Módulo geométrico

Direção
Vetor

Processo
Sentido analítico

24
0 4
3 0 Introdução ao estudo
dos movimentos

Competências Habilidades
1e6 2 e 20

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
O ramo da mecânica que descreve os movimentos é a cinemática, que tem por objeto o estudo do movi-
mento dos corpos sem levar em conta os agentes que o produzem. Os conceitos de posição, velocidade e acelera-
ção ao longo do tempo são tópicos estudados por esse ramo. Os corpos serão considerados pontos materiais, isto
é, as dimensões dos corpos não interferem no estudo de determinado fenômeno.

Posição numa trajetória


O principal objetivo da cinemática é determinar a posição de um corpo em cada instante. O conceito de po-
sição pode ser exemplificado pelas marcações quilométricas de uma rodovia, ou seja, posição é o lugar geométrico
que o corpo está no instante da observação. Esses marcos podem ser utilizados para localizar os veículos que nela
trafegam. Na figura abaixo, a posição do carro é determinada pelo marco km 80 (figura à esquerda).
Ao longo do tempo, um corpo pode ter diferentes posições. Chamamos de trajetória o conjunto dessas di-
ferentes posições ocupadas pelo corpo. O deslocamento é a variação da posição apresentada pelo corpo durante
um intervalo de tempo. Como exemplo, um carro que ocupava a posição do marco de km 60 em um instante, e num
instante posterior, a posição do marco km 80, dizemos que o carro percorreu a distância de 20 km.
Ainda na figura abaixo (à direita), existem dois carros, um na posição km 80 e outro na posição km 60, mas
se deslocando em sentidos contrários. Não é possível determinar o sentido do movimento analisando
apenas o marco quilométrico.

© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial

O marco quilométrico km 80 localiza o carro Representação esquemática de


nessa estrada e fornece sua posição. posições numa rodovia

Note que o marco zero, chamado origem dos espaços, foi escolhido arbitrariamente. A partir dessa posi-
ção, são medidos os comprimentos que indicam a posição do corpo. O marco zero é o referencial.

O corpo A encontra-se a 10 km do marco zero, e o corpo B, a 20 km.

27
Deslocamento (grandeza vetorial) e
distância percorrida (grandeza escalar)

§§ Deslocamento escalar é a diferença entre as posições final e inicial ocupadas numa determinada trajetória.
+ ∆S = S - S0
0 S0 S
S0 .... posição inicial
S0 ∆S S ...... posição final
∆S ... variação de posição
S
ou deslocamento escalar

§§ Distância percorrida é o total de movimento realizado por um móvel.


Observação: o deslocamento escalar nem sempre é igual à distância percorrida. Isso só é verdade quando
o movimento é sempre no mesmo sentido e a favor da trajetória.

Teoria na prática
1. Um indivíduo parte de um ponto X de uma trajetória e caminha até uma posição Y e, em seguida, retorna
para o ponto Z. Verifique a figura dada e responda:
t0 t2 t1

-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 S (m)

(X) (Z) (Y)

a) qual a distância percorrida de X até Y?


b) qual o deslocamento efetuado pelo indivíduo de X até Y?
c) qual a distância percorrida pelo indivíduo do instante t0 até t2?
d) qual o deslocamento total percorrido pelo indivíduo do instante t0 até o instante t2?
Resolução:
a) A distância percorrida corresponde efetivamente ao que o indivíduo percorreu, ou seja, 120 m, pois ele se
desloca da posição –30 m e vai até a posição 90 m. Perceba que, como é um movimento no mesmo sentido
e com a mesma direção da trajetória, a distância percorrida pode ser calculada através da expressão:
d = DS = S – S0 ⇔ d = 90 – (–30) ⇔ d = 120 m
b) DS = S – S0 ⇔ DS = 90 – (–30) ⇔ DS = 120 m
c) Desde o instante t0 até t2, o indivíduo se desloca de X para Y e de Y para Z; logo, a distância percorrida
é a soma dos segmentos
— —
d = XY + YZ ⇔ d = 120 + 40 ⇔ d = 160 m
d) O deslocamento é calculado pela expressão:
DS = S – S0 ⇔ ∆S = 50 – (–30) ⇔ DS = 80 m
Observe que, quando o deslocamento se dá em um só sentido, a distância percorrida é numericamente
igual ao deslocamento (vide itens a e b).

28
2. Uma pessoa, partindo de X, efetua voltas em torno de uma praça retangular, como mostra a figura a seguir.
Calcule o deslocamento e a distância percorrida, desde o instante da partida, nas seguintes situações:

X 400
40
00 m Y

300
000 m

Z W

a) a distância percorrida por ela até chegar em W;


b) o deslocamento até W;
c) a distância percorrida e o deslocamento em uma volta completa.

Resolução:

a) De X até Y, a pessoa percorreu 400 m; de Y até W, percorreu 300 m; então:


— —
d = XY + YW ⇔
⇔ d = 400 + 300
⇔ d = 700 m
b) O deslocamento de X até W é o valor da hipotenusa, que pelo teorema de Pitágoras é:
— — —
(XW)2 = (XY )2 + (YW)2 ⇔
⇔ DS2 = (400)2 + (300)2 ⇔
⇔ DS2 = 160.000 + 90.000 ⇔
⇔ DS2 = 250.000
⇔ DS = 500 m
c) A distância percorrida em uma volta completa é:
— — — —
d = XY + YW + WZ + ZX ⇔
⇔ d = 400 + 300 + 400 + 300
⇔ d = 1.400 m
e o deslocamento é ∆S = 0, pois a posição inicial e final são o mesmo lugar (X).

Referencial
Um corpo está em movimento se a sua posição é alterada ao longo do tempo em relação a um referencial.
Pode-se analisar o movimento de um corpo comparando sua posição em relação a outro corpo, que, nesse caso,
será o referencial. Assim, o estado de movimento ou repouso de um corpo depende do referencial escolhido. Um
mesmo corpo pode estar em repouso em relação a um referencial e em movimento em relação a outro. A trajetória
do corpo também é dependente do referencial. Os corpos, por sua vez, também possuem uma classificação. Se a
dimensão do corpo, comparada com a dimensão da trajetória for desprezível, esse será chamado de ponto material;
se ele não puder ser desprezado, será chamado de corpo extenso. Existem muitos casos em que o tamanho do
corpo deverá ser considerado. Veremos alguns casos em exercícios posteriores.

29
Definição de movimento e repouso
Um ponto material é considerado em movimento quando sua posição em relação a um referencial é alterada
durante o intervalo de tempo considerado.

O passageiro dentro do ônibus está em movimento em relação à pessoa em pé no ponto (observador).

Um ponto material é considerado em repouso quando sua posição em relação a um


referencial não é alterada durante o intervalo de tempo considerado.

Dentro do ônibus, o passageiro está em repouso em relação ao motorista.

A forma da trajetória de um ponto material depende do referencial adotado.

A trajetória descrita por um móvel também depende do referencial adotado.


A imagem abaixo exemplifica as trajetórias diferentes de uma lâmpada em queda livre, em relação a dois
referenciais.

A lâmpada descreve uma trajetória retilínea vertical em relação ao observador (T).


Em relação ao observador (S), a trajetória da lâmpada é parabólica.

É importante lembrar que a escolha do referencial é totalmente arbitrária. A escolha é feita de modo a
facilitar a resolução dos exercícios.

30
I. Cascão encontra-se em movimento em rela-
Teoria na prática ção ao skate e também em relação ao amigo
1. Um ônibus escolar está parado no ponto de ôni-
bus e um aluno está sentado em uma das pol- Cebolinha.
tronas. Quando o ônibus entra em movimento, II. Cascão encontra-se em repouso em relação
sua posição no espaço se altera, afastando-se do ao skate, mas em movimento em relação ao
ponto de ônibus. Nessa situação, podemos afir- amigo Cebolinha.
mar que a conclusão errada é que: III. Em relação a um referencial fixo fora da Ter-
a) o aluno sentado na poltrona acompanha ra, Cascão jamais pode estar em repouso.
o ônibus e, portanto, também se afasta do Estão corretas:
ponto de ônibus. a) apenas I.
b) podemos dizer que um corpo está em movimen- b) I e II.
to em relação a um referencial quando a sua po- c) I e III.
sição muda em relação a esse referencial. d) II e III.
c) o aluno está parado em relação ao ônibus e e) I, II e III.
em movimento em relação ao ponto de ôni-
bus, se o referencial for o próprio ônibus. Resolução:
d) se o referencial for o ponto de ônibus, o alu-
I. Incorreta, pois Cascão está em repouso em
no está em movimento em relação ao ônibus.
relação ao skate, mas em relação ao Ceboli-
e) para dizer se um corpo está parado ou em mo-
nha ele está em movimento.
vimento, precisamos relacioná-lo a um ponto
II. Correta.
ou a um conjunto de pontos de referência.
III. Correta, pois a Terra gira constantemente
Resolução: em torno de seu eixo e em torno do Sol; em
Observamos que o aluno está em movimento se relação a um referencial fixo fora da Terra,
o referencial adotado for o ponto de ônibus ou Cascão jamais poderia estar em repouso.
a rua; pois, como vimos, a escolha do referen-
Alternativa D
cial é arbitrária e é necessário escolher apenas
um único ponto como referencial. Porém, caso o
referencial escolhido seja o próprio ônibus, ou o
motorista do ônibus, a posição do aluno não irá
Velocidade escalar média
se alterar em relação ao motorista ou ao ônibus.
A velocidade escalar de um corpo determina
Alternativa D o quão rápido é o seu deslocamento. A velocidade
escalar média é definida como a razão entre a varia-
2. (PUC-SP) Leia com atenção a tira da Turma da
ção da posição do corpo e o intervalo de tempo decor-
Mônica mostrada a seguir e analise as afirma-
tivas que se seguem, considerando os princípios rido durante essa variação na posição.
da Mecânica Clássica. Na figura abaixo, um ponto material P descreve
uma certa trajetória em relação a um determinado refe-
rencial. No instante t1 sua posição é S1 e no instante pos-
terior t2 sua posição é S2. Durante o intervalo de tempo
Dt = t2 – t1, a variação espacial do ponto material é
DS = S2 – S1. A velocidade escalar média vm no inter-
valo de tempo Dt é expressa pela relação:

S –S
___ ​ = _____
vm = ​ DS ​  2 1 ​  
Dt t2 – t1

31
A unidade de velocidade escalar (média ou ins- Resolução:
tantânea) é expressa em unidade de comprimento por
De acordo com as informações fornecidas pelo
unidade de tempo: km/h (quilômetros por hora), m/s
enunciado, o deslocamento do elevador foi de
(metros por segundo), mi/h (milhas por hora), cm/s (cen-
DS = 380 m e o intervalo de tempo de Dt = 40 s.
tímetros por segundo) etc.
As unidades de velocidades podem ser conver- Assim, a velocidade média do elevador é calcula-
tidas umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s da da seguinte forma:
e vice-versa. vm = ​ ___ 380 ​ ä v = 9,5 m/s
DS ​ = ​ ___
Dt 40 m
1 km = 1.000 m
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s Alternativa C
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s
2. (Cefet) Num shopping, há uma escada rolante
Então: 1 ​ ___ 1.000 m ​ 
km ​ = ​ _______ ​  1 m  ​ 
= ____
h 3.600 s 3,6 s de 6 m de altura e 8 m de base que transporta
km ​ = ​ ___
1   ​ __ uma pessoa entre dois andares consecutivos num
Portanto: 1 ​ ___ ​  m ​ e 1 m/s = 3,6 km/h
h 3,6 s intervalo de tempo de 20 s. A velocidade média
× 3,6 desta pessoa, em m/s, é:
km ​  
​ ___ : 3,6 m ​ 
 ​ __
h s a) 0,2.
b) 0,5.
Sendo assim, para converter km/h em m/s, divi- c) 0,9.
de-se o valor da velocidade por 3,6; para converter m/s d) 0,8.
em km/h, multiplica-se o valor da velocidade por 3,6. e) 1,5.

Resolução:
Teoria na prática Fazendo um desenho ilustrativo do problema,
1. O edifício Taipei 101 é um ícone de Taiwan e
temos:
combina tradição e modernidade.
Suas características de segurança permitem-lhe
suportar tufões e terremotos, que são frequen-
tes nessa região. O edifício possui 61 elevadores,
sendo dois de ultravelocidade.
Divulgação

O espaço percorrido por uma pessoa na escada


rolante é a hipotenusa do triângulo pitagórico.
Aplicando o teorema de Pitágoras, temos:
DS2 = 62 + 82 ⇔ DS2 = 100 ⇔
____
Sabendo que um desses elevadores de ultravelo- ⇔ DS = √
​ 100 ​ ⇔ DS = 10 m
cidade sobe, do térreo até o 89º andar, percor- Assim, a velocidade média da escada rolante
rendo 380 metros em 40 segundos, conclui-se será:
que a sua velocidade média vale, em m/s:
a) 4,7. vm= ___ ​ 10 ​ ⇔ vm = 0,5 m/s
​  DS  ​ ⇔ vm= ___
Dt 20
b) 7,2.
c) 9,5. Alternativa B
d) 12,2.
e) 15,5.

32
3. (UFJF) O motorista de um caminhão pretende fazer uma viagem de Juiz de Fora a Belo Horizonte, passando
por Barbacena (cidade situada a 100 km de Juiz de Fora e a 180 km de Belo Horizonte). A velocidade má-
xima no trecho que vai de Juiz de Fora a Barbacena é de 80 km/h e de Barbacena a Belo Horizonte é de 90
km/h. Determine qual o tempo mínimo, em horas, de viagem de Juiz de Fora a Belo Horizonte, respeitando-
-se os limites de velocidades.
a) 4,25 h
b) 3,25 h
c) 2,25 h
d) 3,50 h
e) 4,50 h
Resolução:
Fazendo um desenho ilustrativo do exercício, temos:

O intervalo de tempo do primeiro trecho será:


ΔS (S – S0) (100 – 0)
v1= ​  ___1 ​ ⇔ v1= ______
​  1  ​   ⇔ 80 = _______
​   ​  ​ 100 ​ ⇔ Δt1 = 1,25 h.
 ⇔ Δt1 = ___
Δt1 Δt1 Δt1 80

O intervalo de tempo do segundo trecho será:


ΔS (S – S1) (280 – 100)
v2= ​  ___2  ​⇔ v2= ______
​  2  ​  ⇔ 90 = _________
  ​   ​   ​ 180 ​ ⇔ Δt1 = 2 h
  Δt2 = ___

Δt2 Δt2 t2 90

Assim, o intervalo de tempo total será: Δttotal = Δt1 + Δt2 ⇔ Δttotal = 1,25 + 2

⇔ Δttotal = 3,25 horas


Alternativa B

Movimentos progressivo e retrógrado


O movimento de um ponto material é progressivo quando sua posição varia no sentido da orientação positiva
da trajetória. Desse modo, os valores da sua posição aumentam ao longo do tempo e sua velocidade escalar é positiva.
O movimento é retrógrado quando o ponto material se move no sentido oposto à orientação positiva
da trajetória. Assim, os valores da sua posição decrescem ao longo do tempo e sua velocidade escalar é negativa.

v>0 v<0
© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial

0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5

Observe que o sinal atribuído à velocidade escalar indica o sentido do movimento.


33
mar que as unidades são as do SI. Nesse caso, a unida-
Teoria na prática
de da velocidade v será m/s. Se S estiver em quilômetros
1. Um móvel realiza um movimento uniforme e seu
(km) e t em horas (h), a unidade de v será km/h.
espaço varia com o tempo segundo a tabela:

t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5 Teoria na prática
1. A posição de uma partícula em função do tem-
a) Classifique o movimento dizendo se é pro-
po é mostrada no gráfico abaixo. A partícula se
gressivo ou retrógrado. desloca ao longo do eixo x. Calcule a velocidade
b) Calcule e velocidade escalar do móvel. média da partícula no intervalo entre t = 2 s e
c) Qual é o espaço inicial do móvel? t = 8 s, em m/s.
Resolução:

a) Podemos perceber pela tabela que o móvel


se locomove no sentido contrário à trajetó-
ria, pois o espaço ao longo do tempo dimi-
nui. Logo, temos um movimento retrógrado
(v < 0).

b) Vamos utilizar o tempo t = 0 s e o tempo


t = 4 s. No primeiro, temos a posição de 20 Resolução:
metros e, no segundo, de 8 metros. Assim, a Observando o gráfico, o corpo encontrava-se na
velocidade escalar será: posição –40 m no instante de tempo t = 2 s e
(S – S ) (8 –20)
v = ​ ΔS
__  ​ ⇔ v = _______
​  f o  ​  ⇔ v = ​ _____ ​ ⇔ estava na posição +20 m no instante de tempo
Δt (tf – to) (4–0)
t = 8 s. Desse modo, a velocidade média é calcu-
⇔ v = ​ –12
___ ​ ⇔ v = –3 m/s lada da seguinte maneira:
4
x – x0 ________
20 – (–40)
vm = ​ ___
Dx ​ = ​ _____
 ​ 
 = ​   ​   = 10 m/s
Resposta: –3 m/s Dt Dt 6
Observação: em um movimento uniforme
retrógrado, a velocidade só pode ser negati-
va, o que confirmamos na letra b.

c) A posição inicial será localizada no início do


movimento (t = 0 s). Temos que para t = 0 s
a posição é de 20 metros.

Função horária
Função horária da posição é a função que re-
laciona o espaço S com os instantes de tempo t corres-
pondentes, e é representada genericamente por S = f(t).
Essa expressão é lida: S é uma função de t.
Ao fornecer uma função horária, deve-se indicar
as unidades do espaço e do tempo: caso S esteja em
metros (m) e t em segundos (s), podemos apenas infor-

34
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Física - Velocidade Média (Khan Academy)


Fonte: Youtube

Vídeo Frames of Reference (1960)

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Deslocamento e velocidade média

pt.khanacademy.org/science/physics/one-dimensional-motion/displacement-velocity-time/a/
what-is-displacement
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1288476-sao-paulo-tera-radar-que-multa-pela-
velocidade-media-do-veiculo.shtml
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/referenciais/intro/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/velocidade-escalar-media.htm
www.estudopratico.com.br/referencial-movimento-espaco-e-repouso/

35
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo
no transporte de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elé-
trica no sistema metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da
matemática e estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos
esportistas, seja desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade
média do jogador durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito
mais). No filme ”Moneyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a
elaboração do seu time.

INTERDISCIPLINARIDADE

”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb

Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não poderia
existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto B, o
móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro atingir
o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim, infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinita-
mente, jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial, já
que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele atingir
essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, infinitamente.”
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a
inúmeros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela Humanidade (gregos,
egípcios, maias etc. tinham a ideia de ciclos). A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse
uma grandeza absoluta. Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do
movimento periódico dos astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo
desapareceria, o que seria um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo é
uma criação da mente humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).

36
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro,


com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.

A compreensão do mundo visto de forma racional, mecânica e cartesiana se faz neces-


sária no universo acadêmico-científico, sendo cada vez mais importante no mundo atual
aonde novas tecnologias são desenvolvidas em altíssima velocidade.
Dentro dos eixos-cognitivos a habilidade 2 impõe ao aluno a compreensão, dentro das
várias áreas do conhecimento, de fenômenos físicos com a intenção de conceber os fe-
nômenos naturais implicando na produção tecnológica. A compreensão do mundo ao
nosso redor é cada vez mais vital para a sobrevivência dentro uma sociedade altamente
desenvolvida e competitiva.
Pertence também a outro eixo cognitivo, enfrentando situações-problemas aonde o aluno
deve saber organizar, relacionar e interpretar as informações. Problemas relacionados ao
transporte, ou mesmo saúde, para e dentro do desenvolvimento científico é objeto de
estudo das ciências naturais. Além é claro de cobrar do aluno a construção de argumen-
tação ao relacionar diferentes informações.

Habilidade 20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

O estudo do movimento é objeto essencial da física e das ciências naturais, pertence ao


cerne da construção do pensamento físico e filosófico. Fator importante no desenvolvi-
mento da física e do pensamento científico.
Para caracterizar a causa ou efeitos do movimento é necessário que o aluno domine a
linguagem matemática e científica, primeiro eixo cognitivo para que ele possa enfrentar
situações-problemas, terceiro eixo cognitivo, construindo argumentação baseada na ra-
zão, no pensamento lógico e dedutivo, quarto eixo cognitivo.
Compreender as causas e efeitos dos movimentos dos corpos pertencentes ao Universo
é importante não só dentro do mundo acadêmico-científico quanto no cotidiano das
pessoas, afinal não só estamos em constante movimento, como cercados de objetos em
movimento. Saber compreender, prever ou antecipar o movimento dos diferentes objetos
é fundamental na produção técnico-científica.

37
Modelo 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da
velocidade média de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monó-
xido de carbono (CO) em dois tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas
em linha reta. Os resultados são apresentados nas duas figuras.

A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o
percurso é feito com o motor:

a) aquecido, em menores velocidades médias e em pista em declive.


b) aquecido, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.
c) frio, em menores velocidades médias e em pista em declive.
d) frio, em menores velocidades médias e em pista em aclive.
e) frio, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.

Análise Expositiva 1

Habilidade 2
Este é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico do que é exigido
neste exame. Além de solicitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos
individualmente, permite ao aluno analisar dois diferentes gráficos da mesma situação-
-problema. Desse modo requer que o aluno saiba ligar problemas cotidianos, relacionados ao
transporte e saúde, ao mundo técnico-científico relacionado ao movimento do móvel.
A primeira figura nos permite concluir que para menores temperaturas (motor frio) e em
pista em aclive a emissão de CO é maior ao compararmos o gráfico de aclive (mais escuro)
com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse modo é interessante perceber que a emis-
são é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento do veículo, dimi-
nuindo conforme aumenta a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em
pista em aclive. A análise acontece do mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é
interessante notar que o veículo emite menos CO quanto maior é a velocidade média, fato
interessante nas grandes cidades aonde o congestionamento de veículos nas grandes vias, e
consequentemente a baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.

Alternativa D

38
Modelo 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve
possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega.
Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas
permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a dis-
tância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade
máxima permitida é 120 km/h.

Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande con-
tinuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a
realização da entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0

Análise Expositiva 2

Habilidade 20
Atualmente, as provas do Enem cobram cada vez mais dos alunos, este é um claro exemplo,
no qual o aluno deve saber de antemão conceitos básicos de movimento e além de dominar a
manipulação matemática em equações e fórmulas.
Apesar dessa cobrança maior, esse exercício ainda produz uma situação-problema pertencen-
te ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados, o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a se-
guinte velocidade v1 = 80 km/h, já o segundo deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a seguinte
velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo inter-
valo de tempo correspondente.
​ ∆S ​ 
v = ___
∆t
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, temos que:
∆S1 ____ ∆S2 ___
∆ = ∆t1 + ∆t2 ⇒ ∆t = ____
​  v  ​

 + ​  v  ​
  ​ 60   
 = ​ 80  ​+ ____ ​= 1 + 0,5 ⇒ ∆t = 1,5 h.
1 2 80 120
Alternativa C

39
Estrutura Conceitual

Espaço
A
B
Posição Deslocamento
inicial Posição km/h
final

Velocidade
min max
média
Tempo Rapidez

Intervalo
de tempo

40
0 6
5 0 Movimento retilíneo
uniforme

Competências Habilidades
1e6 3 e 20
© supergenijalac/Shutterstockk

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Movimento retilíneo uniforme (MRU)
O conceito de velocidade média é muito importante, porém, é pouco preciso. Por isso, a partir de agora,
iremos estudar alguns casos específicos de movimento.
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movimentos nos quais o vetor velocidade não se altera,
ou seja, direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa forma, em um estudo unidimensional, o módulo
da velocidade é constante, assim, em quaisquer instantes considerados a velocidade instantânea será equivalente
à velocidade escalar média:

​ DS ​ = constante i 0
v = vm = ___ 
Dt

Sendo assim, no movimento uniforme, o corpo percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.

Função horária
Como visto anteriormente, a função horária de um movimento é a expressão matemática que fornece a
posição para um determinado instante de tempo t. A velocidade escalar instantânea, no movimento uniforme, é
constante e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que seja o intervalo de tempo. Portanto:

​ DS ​  ​  DS ​ 
vm = ___ ä v = ___
Dt Dt

Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem:
S – S0
v = ​ ___
DS ​ ä v = ​ _____
 ​
  
Dt t
ä v · t = S – S0

S = S0 + v · t
Função horária do movimento uniforme

Sistema
Internacional
S0 → posição inicial
metro (m)
S → posição final

v → velocidade escalar metro por


(constante e não nula) segundo (m/s)

t → tempo segundo (s)

Desse modo, o espaço S é composto por duas parcelas: o espaço inicial S0 e o espaço percorrido após o
início da contagem do tempo, cujo valor é v · t. Adotamos, neste estudo, o instante inicial (t0 = 0) para que a função
horária evidencie o comportamento do corpo como se o estudo do movimento se desse a partir daquele instante.
Na expressão da função horária, S0 e v são constantes ao longo do tempo; a velocidade escalar do
movimento é v; se o movimento é progressivo, v > 0, e se o movimento é retrógrado, v < 0, ou seja, quando
v > 0, o movimento é a favor da orientação da trajetória, e quando v < 0, o movimento é contra a orientação
da trajetória.

43
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t em segundos:

S = S0 + vt S0 v progressivo/retrógrado
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = + 20 m/s v > 0, progressivo

S = 60 – 9 t S0 = 60 m v = –9 m/s v < 0, retrógrado

S = –40 t S0 = 0 v = –40 m/s v < 0, retrógrado

S = 18 t S0 = 0 v = 18 m/s v > 0, progressivo

Resumindo os conceitos de movimento uniforme:

​ DS ​  
S = S0 + v · t, onde v = constante i 0   v = vm = ___ 
Dt

Para qualquer tipo de trajetória, o MRU é definido por essas funções.

Teoria na prática
1. (UC-GO) A figura mostra a posição de um móvel, em movimento uniforme, no instante t = 0.

Sendo 5 m/s o módulo de sua velocidade escalar, pede-se:


a) a função horária dos espaços;
b) o instante em que o móvel passa pela origem dos espaços.

Resolução:

a) A figura nos mostra que o móvel tem uma posição inicial de 30 m e movimenta-se no sentido contrário
da trajetória, logo, a sua velocidade constante é –5 m/s (movimento retrógrado).
Assim, a função horária do movimento será:
S = S0 + v · t ⇔ S = 30 + (–5)t ⇔ S = 30 – 5t
Resposta: A função horária é S = 30 – 5t.

b) Para encontrar o instante em que o móvel passa pela origem dos espaços, basta igualar a posição final
a 0. Assim, temos:
S = 30 – 5t ⇔ 0 = 30 – 5t ⇔ 5t = 30 ⇔ t = ___​ 30 ​ ⇔ t = 6 s.
5
Resposta: O tempo será de 6 segundos.

2. O espaço inicial de uma bicicleta que descreve um movimento retilíneo e uniforme é –5 m. Nesse movimen-
to, a bicicleta percorre a cada intervalo de tempo de 10 s uma distância de 50 m. Determine a função horária
do espaço para esse movimento, e considere-o progressivo.

Resolução:

A bicicleta percorre 50 metros em 10 segundos, logo, a velocidade dela será:


v = ​ ΔS ​ 50  ​ ⇔ v = 5 m/s
__ ​ ⇔ v = ___
Δt 10
A posição inicial da bicicleta é –5 m e sua velocidade constante é de 5 m/s, logo, a função horária do mo-
vimento será:
S = S0 + v · t ⇔ S = –5 + 5t.

44
3. (Ufgrs) Um caminhoneiro parte de São Paulo com velocidade escalar constante de módulo igual a 74
km/h. No mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande do Sul, com velocidade escalar constan-
te de 56 km/h.

Em que cidade eles vão se encontrar?


a) Camboriú
b) Garopaba
c) Laguna
d) Araranguá
e) Torres

Resolução:

O caminhão A tem posição inicial igual a 0 km, velocidade constante de 74 km/h e o sentido é o mesmo da
trajetória. A função horária do movimento do caminhão A será:
SA = S0, A + vA t ⇔ SA = 0 + 74 t ⇔ SA = 74 t

O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimenta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será
de –56 km/h. A função horária do movimento do caminhão B será:
SB = S0,B + vBt ⇔ SB = 1300 + (–56)t ⇔ SB = 1300 – 56 t.

No ponto de encontro, temos que as posições finais dos caminhões são iguais, logo:
SA = SB ⇔ 74 t = 1300 – 56 t ⇔ 74 t + 56 t = 1300 ⇔ 130 t = 1300 ⇔ t = ____ ​ 1300 ​ ⇔ t = 10 h
130
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das duas funções horárias para encontrar a posição final.
SA = 74 t ⇔ SA = 74(10) ⇔ SA = 740 km
Os caminhões vão se encontrar na cidade de Garopaba.
Alternativa B

Galileu Galilei (1564-1642) foi um dos fundadores do pensamento científico moderno baseado na experi-
mentação, fazendo a transição da filosofia natural da antiguidade para a
ciência moderna. Empregando a matemática às suas observações experi-
mentais, Galileu deu importantes contribuições ao estudo do movimento
uniforme, percebendo ser impossível distinguir entre dois objetos isola-
dos, qual está parado ou qual está em movimento, formulou o princípio
da relatividade galineana.
Encontro – o encontro entre móveis significa que os mesmos
passam pela mesma posição na trajetória ao mesmo tempo.
Considere 2 móveis (1 e 2) em MRU com funções horárias de
posição S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t de modo que eles se encontrem
e, se você quiser descobrir o tempo de encontro é só igualar as duas fun-
ções e isolar o tempo. Se desejar encontrar a posição do encontro basta
substituir esse tempo numa das funções.

45
Determine:
Teoria na prática
a) o instante do encontro;
1. Dois móveis, 1 e 2, movem-se com movimento
b) a posição do encontro.
uniforme e no mesmo sentido num certo trecho
retilíneo. Suas velocidades escalares possuem Resolução:
intensidades respectivamente iguais a 20 m/s e
15 m/s. No tempo inicial zero, os móveis encon- A resolução deste exercício é similar ao anterior.
tram-se nas posições indicadas abaixo. a) Escreva as funções horárias da posição de A e B.

SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t

(m)
SA = 0 + 22 t e SB = 200 – 18 t
0 100
Nesse exercício a velocidade de B é –18 por-
Determine: que o veículo move-se no sentido oposto ao
a) o instante do encontro; da orientação da trajetória. Igualando as fun-
b) a posição do encontro. ções, temos:
0 + 22 t = 200 – 18 t ⇔
Resolução:
⇔ 22 t + 18 t = 200 ⇔
a) Antes de iniciarmos a resolução, vamos es- ⇔ 40 t = 200 ⇔
crever as funções horárias da posição de ⇔t=5s
cada móvel. Assim:
b) Para determinarmos a posição em que ocorre
S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t o encontro, basta substituir o valor do tempo
S1 = 0 + 20 t e S2 = 100 + 15 t em uma das funções. Assim:
Encontradas as funções horárias da posição, SA = 0 + 22 · 5 ⇔
devemos igualar as mesmas para determinar ⇔ SA = 110 m
o instante que 1 encontra 2. Temos que a posição do encontro é 110 m
da origem.
S1 = S 2 ⇔
0 + 20 t = 100 + 15 t ⇔
⇔ 20 t – 15 t = 100 ⇔
⇔ 5 t = 100 ⇔ Velocidade relativa
⇔ t = 20 s
Sejam duas partículas realizando movimentos
b) Para encontrarmos a posição do encontro, uniformes, em relação a um referencial qualquer, em
basta substituir o valor do tempo encontrado uma mesma trajetória ou em trajetórias paralelas. A ve-
no item anterior em qualquer uma das fun- locidade relativa das duas partículas pode ser calculada
ções horárias. Assim:
escolhendo uma das partículas como um novo referen-
S1 = 0 + 20 · 20 ⇔
cial. Como os módulos de suas velocidades são cons-
⇔ S1 = 400 m
tantes em função do tempo, o módulo da velocidade
Portanto, a posição do encontro fica a
relativa é dado por:
400 m da origem.

2. Dois veículos movem-se em MRU, um de encontro DS


vREL = ____
​  REL ​  

ao outro. Suas velocidades escalares têm módulos Dt
22 m/s e 18 m/s, respectivamente. No instante
t = 0 os veículos ocupam as posições sinalizadas Onde:
na figura que se segue. vREL é a velocidade relativa de um corpo em re-
lação a outro;
Dt é ointervalo de tempo; e
(m)
0 200 DSREL é a distância relativa entre os corpos.

46
Dado que o movimento das partículas é realiza- Resolução:
do na mesma trajetória ou em trajetórias paralelas, as
a) O móvel A está na mesma direção e senti-
partículas podem se mover no mesmo sentido ou em
do que o corpo B, logo a velocidade relati-
sentidos opostos, como ilustrado na figura abaixo.
va será:
vAB = |vA| – |vB| ⇔ vAB = |5| – |8| ⇔

VA VA ⇔ vAB = –3 m/s.
Temos que o móvel A nunca irá encontrar o
VB VB móvel B, pois a sua velocidade relativa é de
afastamento (vAB < 0).

Vrelativa = | VB | – | VA | ; VB > VA Vrelativa = | VB | + | VA | b) O móvel B está na mesma direção porém em


um sentido contrário do corpo C, logo a veloci-
dade relativa será:
As velocidades têm a mesma vBC = |vB| + |vC| ⇔ vBC = |8| + |–4| ⇔
direção e mesmo sentido ⇔ vBC = 8 + 4 ⇔ vBC = 12 m/s.
Temos que o móvel B irá encontrar o corpo C,
Em casos de aproximação, como de afasta-
pois a sua velocidade relativa é de aproxima-
mento, o módulo da velocidade relativa entre as par- ção (vBC > 0).
tículas é dada pela diferença entre os módulos das
suas velocidades. c) O móvel C está na mesma direção, porém em
um sentido contrário do móvel A, logo, a ve-
vREL = |vMAIOR| – |vMENOR| locidade relativa será:
vCA = |vC| + |vA| ⇔ vCA =|–4| + |5| ⇔
As velocidades têm a mesma ⇔ vCA = 4 + 5 ⇔ vCA = 9 m/s.
direção e sentidos contrários Temos que o móvel C irá encontrar o móvel
A, pois a sua velocidade relativa é de aproxi-
Em casos de aproximação, como de afastamen- mação (vCA > 0).
to, o módulo da velocidade relativa entre as partículas
é dada pela soma dos módulos das suas velocidades. 2. Duas cidades, A e B, distam entre si 400 km. Da
vREL = |vMAIOR| + |vMENOR| cidade A parte um móvel P dirigindo-se à cidade
B; no mesmo instante, parte do B outro móvel Q
dirigindo-se a A. Os móveis P e Q executam mo-
Teoria na prática vimentos uniformes e suas velocidades escalares
1. Três móveis, A, B e C, encontram-se numa tra- são de 30 km/h e 50 km/h, respectivamente. A
distância da cidade A ao ponto de encontro dos
jetória retilínea descrevendo movimentos unifor-
móveis P e Q, em km, vale:
mes, de acordo com a figura a seguir:
a) 120.
b) 150.
c) 200.
d) 240.
Determine: e) 250.
a) a velocidade de A em relação a B;
b) a velocidade de B em relação a C;
c) a velocidade de C em relação a A.

47
Resolução: mento de arrastamento e o movimento resultante.
A composição de movimento de um barco se
movimentando em um rio é um problema clássico. Abai-
xo, está sua descrição, onde:
§§ vRES é velocidade resultante (velocidade do bar-
co em relação à margem);
Temos que o móvel P está a favor do movimen- §§ vREL é velocidade relativa (velocidade do barco
to e o móvel Q está contrário. A velocidade de P em relação à água);
será +30 km/h e a de Q será –50 km/h. Como os §§ vARR é velocidade de arrastamento (velocidade
móveis estão em sentidos opostos, a velocidade da água em relação à margem).
relativa entre eles será:
1. Barco se move no mesmo sentido que as águas
vPQ = |vP| + |vQ| ⇔ vPQ = |30| + |–50| ⇔
do rio (θ = 0º).
⇔ vPQ = 80 km/h.

O intervalo de tempo relativo será:

ΔS
​ 400 ​ ⇔ Δt = ___
vPQ = ​ ___R ​  ⇔ 80 = ___ ​ 400 ​ ⇔
Δt Δt 80
⇔ Δt = 5 h.

Agora, para definir a posição de encontro, basta vRES = vREL + vARR


aplicar o tempo na função horária de um dos
dois móveis. 2. Barco se move no sentido oposto que as águas
SA= S0, A + vA t ⇔ SA = 0 + 30(5) ⇔ SA= 150 km do rio (θ = 180º).

Alternativa B

Composição de movimentos
O movimento de uma partícula é definido ape- vRES = vREL – vARR
nas se for conhecida, ao longo do tempo, a variação da
sua posição e em relação a um determinado referencial.
De modo geral, o referencial não é especificado quando 3. Barco atravessa o rio, mantendo a proa perpen-
se fala em velocidade. Nesse caso, adota-se, implicita- dicular à margem (θ = 90º).
mente, que o referencial é a Terra.

Princípio de Galileu ou princípio da


independência dos movimentos

Em um corpo que está sob ação de vários mo-


vimentos simultâneos, cada movimento é realizado
como se os outros não existissem. v2RES = v2REL + v2ARR

Galileu propôs que esses três movimentos ocor-


rem ao mesmo tempo: o movimento relativo, o movi-

48
4. Barco atravessando o rio, sendo que a trajetória resultante é perpendicular à margem.

v2RES = v2REL – v2ARR

Teoria na prática
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de 50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica
(no plano horizontal de voo), a inclinação do avião em relação à trajetória XY?

a) b) c) d) e)

Resolução:
O avião segue na direção vertical e, para que isso ocorra, ele deve estar com sua velocidade aplicada para
a direita, pois o vento aplica uma velocidade no avião. Segue o diagrama vetorial:

​  50  ​ = 0,2 ⇔ b = 11,5°


senb = ___
250
Alternativa D

49
2. (PUC) Um barco sai de um ponto P para atravessar um rio de 4,0 km de largura. A velocidade da correnteza,
em relação às margens do rio, é de 6,0 km/h. A travessia é feita segundo a menor distância PQ, como mostra
o esquema representado a seguir, e dura 30 minutos.

A velocidade do barco em relação à correnteza, em km/h, é de:


a) 4,0.
b) 6,0.
c) 8,0.
d) 10.
e) 12.
Resolução:


O tempo é de 30 minutos (0,5 hora) e a distância percorrida pelo barco é a largura do rio; logo, a velocidade
resultante será:
vresultante = ​ Δs
__  ​ ⇔ v ​  4   ​ ⇔ vresultante = 8 km/h
= ___
Δt resultante 0,5
Aplicando o teorema de Pitágoras nas velocidades, temos:
(vbarco)² = (vcorrenteza)² + (vresultante)² ⇔ (vbarco)² = 62 + 82 ⇔ (vbarco)2 = 100 ⇔ vbarco = 10 km/h

Alternativa D

3. (UFBA) Um pássaro parte em voo retilíneo e horizontal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta,
sem interromper o voo, sobre a mesma trajetória.

50
Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido da árvore para o ninho e que o pássaro
mantém, em relação à massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine, em segundos, o tempo
gasto na trajetória de ida e volta.

Resolução:

Na ida, temos velocidades em mesma direção, porém em sentidos contrários; logo, a velocidade rela-
tiva será:
vrel = |vpassaro| – |vvento| ⇔ vrel = 10 – 5 ⇔ vrel = 5 m/s.

Assim, o tempo de ida será:


vrel = ​ ΔS ​ 75  ​ ⇔ Δt1 = ___
___   ​ ⇔ 5 = ___ ​ 75 ​ ⇔ Δt1 = 15 s.
Δt1 Δt1 5

Na volta, temos velocidades em mesma direção e sentido; logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpássaro| + |vvento| ⇔ vrel = 10 + 5 ⇔ vrel = 15 m/s.

Assim, o tempo de volta será:


vrel = ​ ΔS ​ 75  ​ ⇔ Δt2 = ___
___   ​ ⇔ 15 = ___ ​ 75  ​ ⇔ Δt2 = 5 s.
Δt2 Δt2 15

O tempo total será: Δttotal = Δt1 + Δt2 ⇔ Δttotal = 15 + 5 ⇔ Δttotal = 20 s.

Resposta: O tempo total será 20 segundos.

51
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Aceleração de Super Carros


Fonte: Youtube

Vídeo MRU - Esquema - Função - Tabelas - Gráficos


Fonte: Youtube

Vídeo MRU (Movimento Retilíneo Uniforme) - Mundo Física - ENEM


Fonte: Youtube

Vídeo Física - Cinemática: MRU


Fonte: Youtube

52
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos
casos, afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade
instantânea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas
situações, é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas
indústrias, um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade etc.

INTERDISCIPLINARIDADE

A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se
função afim, definida como f de  em  dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que
será a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.

53
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso


comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares,
textos publicados em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos,
fenômenos, explicações cientificamente inverídicas. Além disso, não é raro quando o sen-
so comum acaba levando a uma conclusão equivocada.
Neste contexto exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpre-
tações baseadas no senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a inter-
pretação técnica-científica. Problemas que envolvam referencial, movimento, velocidade
relativa são ótimos nesse quesito.

Habilidade 20 - Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

Tal como já foi dito anteriormente o movimento é objeto essencial da física e das ciên-
cias naturais, pertence ao cerne da construção do pensamento físico e filosófico. Fator
importante no desenvolvimento da física e do pensamento científico. Após o domínio dos
conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de tempo e velocidade
partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento.
O primeiro e mais básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante
todo o movimento numa trajetória retilínea, situação essa que é explorada em inúmeras
situações-problema em diferentes contextos dentro das ciências naturais: desde um au-
tomóvel, um trem, um avião que se deslocam com a mesma velocidade numa trajetória
retilínea ou mesmo o movimento de uma onda sonora, uma onda luminosa que também
trafegam com velocidade constante.
Deste modo sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, desde compreender fe-
nômenos naturais como enfrentar situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo co-
brado do estudante a capacidade de construir argumentação consistente com a realidade
das informações apresentadas como elaborar propostas através do conhecimento obtido.

54
Modelo 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é ne-
cessária a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no
palco. Como a velocidade com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do
que a velocidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário
atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no mesmo instante em que
o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técnico de som pensou
em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para o sinal elétrico chegar
ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680 metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 × 103 km.
b) 8,9 × 104 km.
c) 1,3 × 105 km.
d) 5,2 × 105 km.
e) 6,0 × 1013 km.

Análise Expositiva 1

Habilidade 20
Outro exercício onde há o contraste entre o senso comum e aplicação da física. Mesmo sem
calcular a resposta, analisando somente as alternativas já é possível notar que o comprimen-
to do fio seria quilométrico. Sabendo que as contas se propagam com velocidade constante é
possível facilmente calcular o comprimento do fio para que o som chegue no mesmo instante.
O intuito é que o aluno perceba quão absurda seria a ideia proposta.
Primeiramente, deve-se perceber que o intervalo de tempo deverá ser o mesmo, tanto para o
sinal via cabo quanto para o som. Assim sendo, basta igualar as equações:
L Lcabo
∆tsinal = ∆tsom ⇒ ____
​ v cabo  ​ vd   ​ ⇒ _________
 ​ = ____ ​  ​  680 ​ ⇒ Lcabo = (2,6 3 108) ⇒ Lcabo = 5,2 3 108 m =
= ____
   ​ 
sinal som 2,6 3 108 340
5,2 3 10 km.
5

Alternativa D

Modelo 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando
voava a uma altitude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca
parada perto de sua face. Apanhando-a rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de
um projétil alemão.
PERELMAN, J. Aprenda física brincando. São Paulo: Hemus, 1970.

O piloto consegue apanhar o projétil, pois:


a) ele foi disparado em direção ao avião francês, freado pelo ar e parou justamente na frente do piloto.
b) o avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade visivelmente superior.
c) ele foi disparado para cima com velocidade constante, no instante em que o avião francês passou.
d) o avião se movia no sentido oposto ao dele, com velocidade de mesmo valor.
e) o avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velocidade de mesmo valor.
55
Análise Expositiva 2

Habilidade 3
Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso comum que em muitas
vezes nos leva a respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um
referencial traz conclusões corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava para-
do em relação ao piloto, o estudante compreende que o movimento depende do referencial
adotado, pois se estava parado em relação ao piloto, estava em movimento em relação ao
solo, por exemplo.
Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o
projétil se encontra parado em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a
mesma velocidade, com o mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido.
Alternativa E

Estrutura Conceitual

80 km/h
km/h

Referencial Movimento
Posição Velocidade
inicial Função horária
constante
da posição

80
km/h

Referencial
Posição Movimentos
inicial Movimento
simultâneos
relativo

56
0 8
7 0 Gráficos do MRU

Competências Habilidades
5e6 17, 19 e 20
© Konstantin Tronin/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Gráfico horário do movimento retilíneo uniforme
O gráfico da função horária de um movimento em um sistema de coordenadas cartesianas é denominado
gráfico horário do movimento. No momento retilíneo uniforme (MRU), S (eixo das ordenadas) é uma função
do 1º grau em t (eixo das abscissas) e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
Lembrando que:

S = S0 + v ∙ t
v≠0

S0 → posição inicial
S → posição final
v → velocidade constante e não nula
t → tempo
Como vimos anteriormente, em MRU, temos dois tipos de movimento:
§§ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
movimenta-se a favor da trajetória.

§§ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
movimenta-se no sentido contrário da trajetória.

V<0

Gráfico da velocidade do movimento retilíneo uniforme


v = constante

O gráfico da velocidade (eixo das ordenadas) em função do tempo (eixo das abscissas) será sempre uma
reta paralela ao eixo t.
Como no MRU a velocidade é constante ao longo do tempo, a ordenada terá o mesmo valor para todos os
pontos (instantes de tempo).
59
Se o movimento é progressivo, a velocidade é Assim, pela definição de tangente, temos:
positiva e está acima do eixo. Já em um movimento re-
cateto oposto
trógrado, a velocidade é negativa e está abaixo do eixo. ​    ​ ⇔ tgα = ​ ∆S
tgα = ________________
   __ ​ ⇔
cateto adjacente ∆t
Progressivo Retrógrado
⇔ tgα = v.

Portanto, no gráfico S × t, a tangente do ângulo


que a função horária forma com o eixo 0 t é numerica-
mente igual à velocidade escalar da partícula. Trata-se
v> 0
de uma grandeza numérica, pois a velocidade é uma
grandeza vetorial dimensional e a tgα é adimensional.
Outra propriedade é que, quando o gráfico cruza
o eixo 0S, obteremos a posição inicial (S0).
v< 0
Observação: quando o movimento é pro-
essivo Retrógrado gressivo (v > 0), o ângulo α formado será agudo
(0º < α < 90º). Já em movimento retrógrado, o ângulo
será obtuso (90º < α < 180º).

Exemplo de gráficos horário e de velocidade


>0
para movimento progressivo

v< 0

Propriedade do gráfico horário


Considere novamente o gráfico horário do mo-
vimento S × t.

Corpo B Corpo A
t(s) S(m) t(s) S(m)
0 0 0 4
2 8 2 8
5 20 5 14

Podemos inferir que a velocidade do corpo B é


maior que a velocidade do corpo A. Isso pode ser dito,
pois a tangente de ângulos agudos aumenta à medida
que o ângulo aumenta.
Comprovando o que foi dito anteriormente,
temos:
∆S S –S
Pontos t S vA  =​ N​ tgα ⇔ vA = ___ ​  A ​ ⇔ vA = ______
​  A 0A ​ ⇔
∆t tA – t0
P1 t1 S1
⇔ vA = _____ ​ 14 – 4 ​ 
⇔ vA = 2 m/s
P2 t2 S2 5 – 0

60
∆S S –S
vB  =​ N​ tgβ ⇔ vB = ___
​  B ​ ⇔ vB = ______
​  B 0B ​ ⇔ Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em
∆t tB – t0
função do tempo será:
​ 20 – 8 
⇔ vB = ______  ​  ⇔ vB= 4 m/s
5–2

Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em


função do tempo será:
VA

VB

Teoria na prática
1. (UFSC) Dois trens partem, em horários diferen-
tes, de duas cidades situadas nas extremidades
Exemplo de gráficos horário e de velocidade de uma ferrovia, deslocando-se em sentidos
para movimento retrógrado contrários. O trem azul parte da cidade A com
destino à cidade B, e o trem vermelho da cidade
B com destino à cidade A. O gráfico representa
as posições dos dois trens em função do horário,
tendo como origem a cidade A (d = 0).

Corpo A Corpo B
t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6 Considerando a situação descrita e as informa-
4 0 1 0 ções do gráfico, assinale a(s) proposição(ões)
5 -3 2 -6 correta(s) e sua soma:
01) O tempo de percurso do trem vermelho é de
Podemos inferir que a velocidade do corpo B é
18 horas.
maior em módulo que a velocidade do corpo A. Isso
02) Os dois trens gastam o mesmo tempo no
pode ser dito, pois a tangente de ângulo obtuso dimi-
percurso: 12 horas.
nui, em módulo, à medida que o ângulo aumenta.
04) O módulo da velocidade média dos trens é
∆S S –S de 60 km/h.
vA  =​ N​ tgα ⇔ vA = ___
​  A ​ ⇔ vA = ______
​  A 0A ​ ⇔
∆tA tA – t0A 08) O trem azul partiu às 4 horas da cidade A.
⇔ vA = _____ ​ 0 –  ​
12 
 – 0 ⇔ vA = –3 m/s 16) A distância entre as duas cidades é de 720 km.
4
32) Os dois trens se encontram às 11 horas.
∆S S –S
vB  =​ N​ tgb ⇔ vB = ___​  B ​ ⇔ vB = ______
​  B 0B ​ ⇔
∆tB tB – t0B
(-6) – 0
⇔ vB = ______
​  ⇔ vB= –6 m/s
 ​ 
2–1

61
Resolução: c) A aceleração da partícula vale 20 m/s2.
d) A velocidade da partícula é nula no instante
01) Incorreto. O trem vermelho parte às 6 horas
10 s.
da cidade B e chega a cidade A às 18 horas;
e) A velocidade da partícula é constante e vale
logo, o intervalo de tempo será:
20 m/s.
∆tvermelho = tf – t0 ⇔ ∆tvermelho = 18 – 6 ⇔
Resolução:
⇔ ∆tvermelho = 12 h.

02) Correto. O trem azul parte às 4 horas da


cidade A e chega à cidade B às 16 horas,
tendo um intervalo de tempo igual ao do
trem vermelho.
Δtazul = tf – t0 ⇔ Δtazul = 16 – 4 ⇔
⇔ Δtazul = 12 h
No gráfico de espaço em função do tempo de
04) Correto. O módulo da velocidade média dos
MRU, temos sempre uma reta e, quando ela é
trens será.
crescente, a velocidade será constante e positiva.
​ ∆S ​ ⇔ |vm| = ___
|vm| = ___ ​ 720 ​ ⇔ |vm| = 60 km/h.
∆t 12 A velocidade da partícula será:
(200 – 0)
∆S  ​ ⇔ v = ​ _______
08) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul v = tgx ⇔ v = ​ ___ ​ 200 ​  
 ​ ⇔ v = ___

∆t (20 – 10) 10
parte da cidade azul às 4 horas. ⇔ v = 20 m/s.
16) Correto. Vemos pelo gráfico que o trem azul
Alternativa E
parte da origem (0 km) e chega aos 720 km,
e o contrário acontece com o trem vermelho.
32) Correto. No ponto de encontro, as posições Propriedade do gráfico v × t
dos trens são iguais; assim, temos:
A representação gráfica das funções horárias nos
SA = SV ⇔ S0, A + vA(tf – t0) = S0,V + vV(tf – t0)
trazem muitas informações para o estudo do movimen-
⇔ 0 + 60(t – 4) = 720 – 60(t – 6) ⇔
to de um corpo. Se considerarmos a função horária das
⇔ 60 t – 240 = 720 – 60 t + 360 ⇔
1320 ​ ⇔ t = 11 h velocidades, no MRU teremos, graficamente, um retân-
⇔ 120 t = 1320 ⇔ t = ​ ____
120 gulo composto pelo valor da velocidade e pelo intervalo
Resposta: A soma das corretas é 62. de tempo considerado para o estudo. A área sob a curva
2. (PUC-PR) O gráfico mostra a variação da posição será numericamente igual ao deslocamento do móvel.
de uma partícula em função do tempo. Considere um ponto material em movimento re-
tilíneo uniforme, com velocidade v. O espaço percorrido
até o instante de tempo t1 é S1, e o espaço percorrido
até o instante de tempo t2 é S2.
Tem-se:
S2 = S0 + v(t2 – t0)
S1 = S0 + v(t1 – t0)

Para calcular o deslocamento S2 – S1, subtrai-se


Analisando o gráfico, é correto afirmar:
a segunda equação da primeira, obtendo:
a) É nulo o deslocamento da partícula de 0 a 15 s.
b) A velocidade da partícula é negativa entre 0 S2 – S1 = v t2 – v t1 ou S2 – S1 = v(t2 – t1)
e 10 segundos.

62
É possível demonstrar que o deslocamento
DS = S2 – S1 pode ser representado pela área de um
retângulo, definido pelo gráfico da velocidade em
função do tempo. Considere o seguinte gráfico da
velocidade do movimento.

O produto da base AB pela altura BC resulta na


área do retângulo ABCD. No entanto, a base AB repre-
senta o intervalo de tempo Dt = t2 – t1 e a altura BC do
retângulo representa a velocidade v.
Teoria na prática
Portanto:
1. (Fatec) Um objeto se desloca em uma trajetória
A ABCD = AB ∙ BC = v ∙ Dt ∴ A ABCD = ​ N ​ DS = S2 – S1
retilínea. O gráfico a seguir descreve as posições
Admita-se aqui, sem demonstração, que quando do objeto em função do tempo.
o diagrama de velocidade não é uma reta paralela ao
eixo dos tempos, o movimento não é uniforme.
Para qualquer movimento, é válida essa proprie-
dade do gráfico da função horária da velocidade no
tempo. Sua aplicação é geral e, em diversos casos, muito
útil. Como é possível apresentar nos exemplos abaixo:

Analise as seguintes afirmações a respeito desse


movimento:
I. Entre t = 0 s e t = 4 s, o objeto executou
um movimento retilíneo uniformemente
acelerado.
II. Entre t = 4 s e t = 6 s, o objeto se deslocou
50 m.
III. Entre t = 4 s e t = 9 s, o objeto se deslocou
com uma velocidade média de 2 m/s.
Deve-se afirmar que apenas:
a) I é correta.
Observação: é importante lembrar que o des- b) II é correta.
locamento será positivo quando a área calculada estiver c) III é correta.
acima do eixo x, e será negativo quando a área estiver d) I e II são corretas.
abaixo do eixo x. e) II e III são corretas.

63
Resolução: d) Tinha acabado de sair de casa quando o
pneu furou. Desci do carro, troquei o pneu e
I. Incorreta, pois o objeto se desloca em uma
finalmente pude ir para o trabalho.
reta indicando um movimento retilíneo e uni-
e) Saí de casa sem destino – estava apenas com
forme, onde a aceleração é nula.
II. Incorreta, pois o objeto entre os instantes vontade de andar. Após ter dado umas dez
t = 4 s e t = 6 s fica todo o tempo na posição voltas na quadra, cansei e resolvi entrar no-
de 50 metros. vamente em casa.
III. Correta. A velocidade média do objeto entre
Resolução:
os instantes 4 s e 9 s será:
(60 – 50) Pelo gráfico de posição em função do tempo,
vm = ​ ΔS
__ ​ ⇔ v = _______
​  ​ 10 ​ ⇔
⇔ vm = ___
 ​ 

Δt m
(9 – 4) 5 temos que encontrar uma história na qual a pes-
⇔ vm = 2 m/s. soa saia de casa rapidamente por uma distância
considerável, pare por um tempo, volte, pare de
Alternativa C novo e vá diretamente ao seu destino sem parar.

2. (UFPR) Assinale a alternativa que apresenta a Alternativa B


história que melhor se adapta ao gráfico.
3. (UFSCar) O gráfico da figura representa a dis-
tância percorrida por um homem em função
do tempo. Qual é o valor da velocidade do ho-
mem quando:

s(m)

40
a) Assim que saí de casa, lembrei que deveria 30
20
ter enviado um documento para um cliente 10 x t(s)
por e-mail. Resolvi voltar e cumprir essa tare- 10 20 30
fa. Aproveitei para responder a mais algumas
mensagens e, quando me dei conta, já havia a) t = 5 s;
passado mais de uma hora. Saí apressada e b) t = 20 s.
tomei um táxi para o escritório.
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado no Resolução:
ponto corri para pegá-lo. Infelizmente, o mo- a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o ho-
torista não me viu e partiu. Após esperar al- mem está em um MRU progressivo. Logo,
gum tempo no ponto, resolvi voltar para casa a velocidade será calculada pela tangente
e chamar um táxi. Passado algum tempo, o do gráfico.
táxi me pegou na porta de casa e deixou-me (40 – 0)
v = tgx ⇔ v= ​ ΔS
__ ​ ⇔ v = ______
​    ​
no escritório. Δt (10 – 0)
c) Eu tinha acabado de sair de casa, quando to- 40 ​ ⇔ v = 4 m/s
⇔ V = ​ ___
10
cou o celular e parei para atendê-lo. Era meu
chefe, dizendo que eu estava atrasado para Resposta: a velocidade será 4 m/s.
uma reunião. Minha sorte é que, nesse mo-
b) Como o homem do instante t = 10 s em
mento, estava passando um táxi. Acenei para
diante não sai da posição de 40 metros; logo,
ele e poucos minutos depois, eu já estava no
sua velocidade no instante t = 20 s é 0 m/s.
escritório.

64
4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em 5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) com-
função do tempo de um objeto que se move em binam um encontro em uma praça próxima às
trajetória retilínea. suas casas. O gráfico, a seguir, representa a posi-
ção (x) em função do tempo (t), para cada uma,
no intervalo de 0 a 200 s. Considere que a con-
tagem do tempo se inicia no momento em que
elas saem de casa.

No intervalo entre 0 a 4 h, o objeto percorre efe-


tivamente qual distância, em relação ao ponto Referindo-se às informações, é correto afirmar
inicial? que, durante o percurso:
a) 0 km a) a distância percorrida por Beatriz é maior do
b) 1 km que a percorrida por Ana.
c) 2 km b) o módulo da velocidade de Beatriz é cinco
d) 4 km vezes menor do que o de Ana.
c) o módulo da velocidade de Carla é duas ve-
e) 8 km
zes maior do que o de Beatriz.
Resolução: d) a distância percorrida por Carla é maior do
que a percorrida por suas amigas.
O deslocamento de um objeto em um gráfico de
velocidade em função do tempo será calculado Resolução:
pela área sob a curva. Áreas acima do eixo do
A variação de espaço de Ana será:
tempo serão positivas e áreas abaixo do eixo se-
∆SA = 500 – 0 ⇔ ∆SA = 500 m.
rão negativas.
A variação de espaço de Beatriz será:
Entre os instantes t = 1 h e t = 2 h, temos:
∆SB = 500 – 400 ⇔ ∆SB = 100 m.
∆S1 = A1 ⇔ ∆S1 = 1 ∙ 4 ⇔ ∆S1 = 4 km.
A variação de espaço de Carla será:
Entre os instantes t = 2 h e t = 3 h temos: ∆SC = 500 – 450 ⇔ ∆SC = 50 m.
∆S2 = A2 ⇔ ∆S2 = 1(–6) ⇔ ∆S2 = –6 km.
A velocidade de Ana será:
Entre os instantes t = 3 h e t = 4 h, temos: ∆S
​  500  ​ ⇔ vA= 2,5 m/s.
vA = ​ ___A ​ ⇔ vA= ___
∆S3 = A3 ⇔ ∆S3 = 6 ∙ 1 ⇔ ∆S3 = 6 km. ∆t 200
A velocidade de Beatriz será:
Assim, o espaço total será: ∆SB
vB = ​  ___ ​  100  ​ ⇔ vB= 0,5 m/s.
 ​ ⇔ vB= ___
∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 + ∆S3 ⇔ ∆t 200
⇔ ∆Stotal = 4 + (–6) + 6 ⇔ ∆Stotal = 4 km. A velocidade de Carla será:
∆S
​  50  ​ ⇔ vC = 0,25 m/s.
vC = ​  ___C ​ ⇔ vC = ___
Alternativa D ∆t 200
Alternativa B

65
6. O gráfico abaixo representa a velocidade do veículo numa viagem em função do tempo. Determine:

a) o deslocamento do veículo na viagem;


b) a velocidade média do veículo em km/h.

Resolução:
a)

Pelo gráfico, vemos que o veículo percorreu as primeiras três horas com velocidade constante de 90 km/h
e as duas últimas com velocidade de 60 km/h.
O primeiro deslocamento será numericamente igual à área 1.
∆S1 = A1 ⇔ ∆S1 = 90(3 – 0) ⇔ ∆S1 = 90 · 3 ⇔ ∆S1 = 270 km

O segundo deslocamento será numericamente igual à área 2.


∆S2 = A2 ⇔ ∆S2 = 60(5 – 3) ⇔ ∆S2 = 60 · 2 ⇔ ∆S2 = 120 km

Assim, o deslocamento total será:


∆Stotal = ∆S1 + ∆S2 ⇔ ∆Stotal = 270 + 120 ⇔
⇔ ∆Stotal = 390 km.

Resposta: O deslocamento será de 390 km.

b) A velocidade média do veículo será:

vm = ​ ∆S ​  390  ​ 
__ ​ ⇔ v = ______ ​ 390 ​  ⇔
⇔ vm = ___
∆t m
(5 – 0) 5
⇔ vm = 78 km/h.

Resposta: A velocidade média será de 78 km/h.

66
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A interpretação de gráficos é de suma importância no nosso cotidiano, seja em notícias jornalísticas ou em


apresentações empresariais.
De maneira rápida e eficaz, podemos sintetizar inúmeras informações e apresentá-las na forma gráfica,
saber reconhecer quais são os principais pontos nos vestibulares ou no Enem.
Saber compreender gráficos é uma poderosa habilidade para sintetizar o movimento dos corpos. De maneira
rápida e visual, todas as informações ficam disponíveis ao leitor.

INTERDISCIPLINARIDADE

Uma dada função do primeiro grau pode ser representada por um gráfico, sendo este uma reta. Existem
duas possibilidades para este gráfico: crescente (o valor da variável dependente cresce com os valores da variável
independente) ou decrescente (os valores da variável dependente diminuem quando os valores da variável inde-
pendente cresce). De maneira fácil, relacionamos a função crescente ao sinal positivo do coeficiente da variável e
a função decrescente ao sinal negativo do coeficiente da variável.

67
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A habilidade 17 sempre será recorrente nas ciências da natureza, pois a matemática é


a linguagem com a qual o Homem interpreta a Natureza. Para sintetizar uma série de
informações será recorrente a apresentação dos dados em forma de gráficos ou tabelas.
Se na aula anterior vimos que a posição é uma função do tempo, agora podemos traçar
o gráfico que representa o movimento. Isso sintetiza muito a informação e aumenta a
capacidade de análise.

Habilidade 19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que con-
tribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar proble-


mas. Tal qual diz o quarto eixo cognitivo “relacionar informações representadas em diferen-
tes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas para construir argumenta-
ção consistente”. Aqui, essa capacidade pode ser explorada fazendo que o estudante tenha
que confrontar dados gráficos ou tabelas a fim de tomar uma decisão a respeito.

Modelo 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos
os veículos trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55
km/h a máxima velocidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permi-
tiu a elaboração da distribuição percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.

68
A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:

a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.

Análise Expositiva 1

Habilidade 17
Neste exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velocidade média na
interpretação estatística do gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a
velocidade média dos carros que trafegam na avenida cuja velocidade média é de 55 km/h.
Típico exercício do Enem, contextualizado com os problemas sociais, necessita de muita in-
terpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média,
e calculá-la, basta calcular a média ponderada das velocidades, onde a quantidade de cada
carro corresponde ao peso. Assim, temos:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1​
Vm = ________________________________________________________
​            
100
vm = 44 km/h

Alternativa B

Modelo 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de
tempo, quando são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo

69
Análise Expositiva 2

Habilidade 19
Neste exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em questão, sendo neces-
sário que ele relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de
tempo para qual a unidade de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estu-
dante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando, 3 km/h ou 4 km/h. Neste caso,
10 km são percorridos em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada
em 10 minutos, e não em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, desta forma, o diagrama
é compatível com essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos sua velocidade deveria ser de 4 km/min =
240 km/h. Fórmula 1 tudo bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja pró-
ximo de 1000 km/h.

Alternativa C

Estrutura Conceitual

Espaço

v min max
Relações
S matemáticas
Velocidade
Gráfico

Descrição do
movimento

Tempo

70
0 0
9 1 Movimento retilíneo
uniformemente variado

Competências Habilidades
5e6 19 e 20
© HodagMedia/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Conceito de aceleração
Analisamos, inicialmente, que a velocidade é a rapidez com que um corpo muda sua posição ao longo do
tempo, e, em seguida, estudamos um caso especial em que a velocidade permanecia constante ao longo do tempo.
No nosso cotidiano, no entanto, percebemos que nós e os objetos que nos cercam não estão sempre necessaria-
mente com velocidade constante, pelo contrário, vemos que os objetos possuem uma determinada velocidade em
um instante e, em um instante posterior, possuem outra velocidade. Esse é o caso, por exemplo, de um carro ini-
cialmente em repouso que adquire velocidade, mas, ao se aproximar de um semáforo com o sinal vermelho, reduz
sua velocidade até o repouso.
Precisamos então definir uma nova grandeza que esteja relacionada com essa variação da velocidade. A
aceleração é definida como sendo a rapidez com que um corpo varia sua velocidade.

A ideia de aceleração está sempre ligada à variação da velocidade.

Aceleração escalar média

Suponhamos que a velocidade escalar de uma partícula, em um instante t1 seja v1, e em um instante poste-
rior, t2, a velocidade escalar seja v2. A aceleração escalar média (am) da partícula entre esses dois instantes de
tempo é definida como sendo a variação da velocidade dividida pelo tempo transcorrido:

v –v
am = ​ Dv
___ ​ = _____
​  2 1 ​  
Dt t2 – t1

Nessa definição, a unidade de aceleração é igual à razão entre a unidade de velocidade e a unidade de
tempo. No SI, temos:

m ​ 
​ __
​  m/s
___
s ​  = ​  __ s  ​ = __
m __ 1 __ m
s​    ​ ​  s ​ ⋅ ​  s ​ = ​  s2 ​ = m ⋅ s
–2
__
1

Como o intervalo de tempo ∆t é sempre positivo, o sinal da aceleração escalar média é igual ao sinal da
variação de velocidade ∆v.
§§ Se vf > vi, temos (vf – vi) > 0 e a > 0.
§§ Se vf < vi, temos (vf – vi) < 0 e a < 0.
Observe que no caso de movimento retilíneo uniforme, vf = vi, e, portanto (vf – vi) = 0, ou seja, a = 0. Desse
modo, a aceleração é nula no movimento retilíneo uniforme.

73
Unidades de aceleração
A unidade de aceleração é a razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de tempo, por exemplo:
km/h
1​ ____
s ​ 

Contudo, essa unidade não pertence ao SI. O seguinte exemplo ilustra a unidade de aceleração no SI e seu
significado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua velocidade é de vi = 5 m/s; logo, após iniciar a queda.
Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v f – vi
a = ​ _____ ​
  ​ 25 m/s –  ​
   5 m/s 
  = ____________ ​  20 m/s
= ______  ​  ​ 10 sm/s
 ou a = ______ ​  

Dt 2 s 2 s
Esse resultado mostra que a velocidade de pedra aumenta em 10 m/s a cada 1 s. Então, no SI, a unidade de
aceleração é 1 (m/s)/s, que se costuma escrever da seguinte maneira:
m/s ​  = 1​ __
1​ ___ m ​  ∙ __
1 m
___
s s ​  s ​ = 1 ​ s2 ​ 
Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a = 10 m/s2. Destacamos, então:

No SI, a unidade de aceleração é 1 m/s2. A velocidade varia de 1 m/s a cada 1 s.

Movimentos acelerado e retardado


Vimos que o movimento pode ser classificado como progressivo ou como retrógrado, agora podemos ca-
racterizar ainda mais o movimento. Dizemos que o movimento é acelerado quando, em módulo, a velocidade
aumenta com o tempo e que um movimento é retardado (freado) quando o módulo da velocidade diminui com o
tempo. Matematicamente, percebe-se que o sinal da aceleração e o sinal da velocidade no movimento acelerado
são idênticos e no movimento retardado os sinais são opostos.

§§ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 o movimento é acelerado (a e v têm o mesmo sinal).


§§ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 o movimento é retardado (a e v têm sinais diferentes).

Por exemplo, se um carro tem velocidade v1 = 10 m/s em t1 e num instante posterior t2 sua velocidade é de
v2 = 30 m/s, dizemos que o movimento é acelerado. O mesmo ocorre se v1 = –10 m/s em t1 e num instante posterior
t2 sua velocidade é de v2 = –30 m/s. Porém, se em t1 sua velocidade é de v1 = 30 m e num instante seguinte t2 ela
diminui para v2 = 20 m/s, seu movimento é dito retardado.
§§ O movimento é acelerado, se o módulo da velocidade aumenta:
movimento acelerado ⇒ |v| aumenta

74
§§ O movimento é retardado, se o módulo da velocidade diminui:
movimento retardado ⇒ |v| diminui
Agora, podemos classificar o movimento como sendo progressivo acelerado, progressivo retardado, retró-
grado acelerado ou retrógrado retardado. Note ainda que o fato do movimento ser progressivo ou retrógrado é
devido a uma escolha da orientação, mas o movimento ser acelerado ou retardado não tem relação alguma com
a escolha da orientação.

Teoria na prática
1. Um automóvel se desloca por uma estrada, e sua velocidade aumenta ao longo do tempo. Em um determi-
nado instante, o automóvel tem velocidade escalar de 54 km/h e, após 2,0 segundos, sua velocidade passa
a ser 72 km/h. Vamos determinar a aceleração escalar média do automóvel nesse intervalo de tempo.
Resolução:
O intervalo de tempo é Dt = 2,0 s.
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h
Como o intervalo de tempo foi dado em segundos, façamos a transformação da unidade de velocidade:
​ 18  ​ m/s = 5 m/s
Dv = 18 km/h = ___
3,6
Então, calculamos a aceleração:
5,0 m/s
am = ​ Dv
___ ​ = ______
​  = 2,5 m/s2
 ​ 

Dt 2,0 s
Esse resultado mostra que, em média, a velocidade aumentou 2,5 m/s a cada segundo.

2. Um carro de corrida é acelerado de forma que sua velocidade em função do tempo é dada conforme a tabela:
t(s) 3 6 9
v(m/s) 20 30 60

Determine o valor da aceleração média desse carro entre t1 = 3 s e t2 = 9 s.


Resolução:
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, temos:

A variação de tempo e de velocidade entre os instantes t = 3 s e t = 9 s serão:


Δt = 9 – 3 = 6 s
Δv = v3 – v1 = 60 – 20 = 40 m/s
Assim, a aceleração média será:
am = ​ Δv ​  40 ​ = 6,67 m/s2
___  ​ = ___
Δt 6
Resposta: A aceleração será de 6,67 m/s2.

Observação: vimos que a velocidade é a variação do espaço no tempo, também vimos que a aceleração
é a variação da velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associada à variação da aceleração no tempo,
todos os exercícios de cinemática são resolvidos em função da posição, velocidade, aceleração e tempo.
75
Movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)
Além da aceleração escalar média (am), define-
-se também a aceleração escalar instantânea (a), que é
a aceleração escalar em um instante de tempo bastante
curto. Vamos considerar o caso em que a aceleração es- v

calar instantânea é constante. Nesse caso, em qualquer


intervalo de tempo, a aceleração escalar média tem o
Temos que pela definição da aceleração:
mesmo valor e é igual ao valor da aceleração escalar
v – v0
instantânea. a = ​ Dv
___ ​ = ​ _____ ​  
Dt t – t0
Rearranjando a equação:
aceleração constante ⇒ a = am = ​  Dv
___ ​ 
Dt
v – v0 = a ∙ t
Assim:
Como exemplo, a tabela abaixo mostra as ve-
locidades escalares de uma partícula em intervalos de
v = v0 + a ∙ t
1 segundo. A velocidade varia de modo regular, isto é,
a cada 1 segundo, o aumento da velocidade é 2 m/s. Função horária da velocidade escalar.
Portanto, a aceleração escalar é constante e dada por:
É possível demonstrar que a velocidade média no
a = 2 m/s por segundo = 2 m/s2 movimento retilíneo uniformemente variado é dada por:

v + v0
t (s) v (m/s) vm = _____
​   ​   
2
0 5
E a partir da definição de velocidade média:
1 7
S – S0
vm = ​ DS
___ ​ = ​ _____  ​ 
2 9 Dt t – t0
3 11 Podemos combinar ambas as equações de modo
4 13 que para t0 igual a zero, temos:
(v + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ___________
​  0  ​  = ​  0  ​
    
No caso em que a aceleração é constante e não 2 2
nula, temos um movimento uniforme. Utilizando a função horária da velocidade esca-
lar v = v0 + a ⋅ t e Ds = s – s0, obtemos:
se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
(v0 + v0 + at)t 2v t + at2 at2 ​ 
S – S0 = ​ ___________
 ​  = ​  ________
  0
 ​   = v0t + ​ ___
2 2 2
Funções horárias Assim:

Considere uma partícula realizando um movi- ​ 1 ​ ∙ a ∙ t2


S = S0 + v0 ∙ t + __
2
mento uniformemente variado em uma linha, como na
Função horária da posição.
figura abaixo. No instante inicial (t = 0), a partícula pas-
sa pelo ponto de posição S0, com velocidade escalar v0. Observação: para t0 diferente de zero, temos
Depois de algum tempo, em um instante qualquer t, a as equações:
partícula passa pelo ponto de posição S, com velocida- v = v0 + a ∙ (t – t0)
de escalar v. Sendo a aceleração escalar constante ao ​ 1 ​ · a · (t – t0)2
S = S0 + v0 ∙ (t – t0) + __
2
longo de toda trajetória

76
horária do movimento retilíneo uniformemente
Teoria na prática
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de acelerado, temos:
maneira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo
​ at ​ 
2
S = S0 + v0t + ___
instante, a velocidade do móvel é de 12 m/s. A 2
(8)²
partir desse instante, nos próximos 5,0 s a distân- 220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___
​   ​  
2
cia percorrida pelo móvel, em metros, é igual a:
64a
220 = ​ ___ ​  
a) 10. 2
b) 30. 220 ​ = 6,875 m/s2
a = ​ ___
c) 60. 32
d) 70.
Nos mesmos 8 segundos, aplicaremos a função
e) 90.
horária da velocidade escalar para obter a velo-
Resolução: cidade final do corpo:
O enunciado nos diz que a velocidade aumenta
v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
a uma taxa de 2,4 m/s em 3 s, assim a acelera-
ção do móvel será: No enunciado temos que esta velocidade per-
2,4 manece constante e ainda faltam 2780 metros
a = ​ Δv
___  ​ = ___
​   ​ = +0,8 m/s2
Δt 3 para o corpo percorrer. Assim, o segundo inter-
Admitindo o início da trajetória o móvel com ve- valo de tempo será:
locidade de 12 m/s, após 5 s aplicaremos a fun-
∆S ​ 
v = ​ __
ção horária da posição em MRUV para encontrar ∆t
a distância percorrida. 2780 ​
55 = ​ ____  
∆t
​ at ​ 
2
S = S0 + v0t + ___
2 ​ 556 ​ s
∆t = ___
0,8(5)2 11
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
​   ​   = 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
O tempo total será:
= 60 + 10 = 70 m
​ 556 ​ = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
Altenativa D 11

Altenativa D
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve
percorrer uma distância de 3000 m. Os primei- 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com movi-
ros 220 m ele os percorre em 8 s, sendo que o mento uniformemente variado, com aceleração
movimento é uniformemente acelerado. O res-
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posi-
tante é percorrido a velocidade constante igual
ção 10 m e velocidade escalar 4 m/s no instante
à atingida quando ele alcançou aqueles 220 m.
t0 = 0.
O tempo total aproximado para realizar todo o
percurso será de:
a) 20 s.
b) 30 s. s
c) 50 s.
d) 58 s.
a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a ve-
Resolução:
locidade escalar da partícula?
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre b) Determine a velocidade escalar média da
220 m partindo do repouso. Aplicando a função partícula entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.

77
Resolução:

a) Sabendo que a partícula está em MUV, e sendo a = 6 m/s2, v0 = 4 m/s e S0 = 10 m, temos:

a ⋅  ​
t2 
S = S0 + v0 ⋅ t + ​ ____  
2
e para t = 5 s:
6 ⋅ (5)2
S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
​   ​   ⇒ S = 105 m
2
v = v0 + a ⋅ t

e para t = 5 s:

v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s

b) Vimos que a velocidade média no MUV pode ser calculada como:

Vf + V0
vm = ​ ______
 ​ 

2
Logo, a velocidade média é:

34 + ​ 4 
vm = ​ ______ ​ 38 ​ ⇒
 = ___
2 2
vm = 19 m/s

4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motocicleta) persegue um automóvel, cujo motorista cometeu
uma infração e que se move com velocidade escalar constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante.

Nesse instante o guarda tem velocidade escalar 8,0 m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos dos veículos:
a) a partir do instante representado na figura, quanto tempo o guarda levará para alcançar o automóvel?
b) qual a velocidade do guarda ao alcançar o automóvel?
c) determine a distância percorrida pelo guarda desde o instante representado na figura até o instante de
encontro.

Resolução:

a) Adotemos a posição inicial do guarda como a origem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0) e
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m).

8,0 m/s 20 m/s

64 s (m)

78
O movimento do guarda é uniformemen-
te variado com S0 = 0, v0 = 8,0 m/s e a
Equação de Torricelli
2,0 m/s2, e o automóvel se movimenta uni-
Os problemas de MRUV podem ser resolvidos
formemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s.
com as funções horárias da velocidade e da posição.
Assim, as funções horárias das posições para No entanto, vamos mostrar abaixo uma equação que
o guarda e para o automóvel são: relaciona a velocidade e a posição, sem envolver o tem-
po. Essa equação será útil na solução de problemas que
guarda (MUV) automóvel (MU)
não envolvam a variável tempo no enunciado.
​ a  ​t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt Para obter essa equação, isolamos tempo na
2
2,0 função horária da velocidade:
SG = 0 + 8,0 t + ___
​   ​t 2 SA = 64 + 20 t v – v0
2
v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = ​ _____
a ​  

SG = 8,0 t + t 2

E substituímos esse valor de t na equação horá-


Para determinar o instante de encontro, igua- ria da posição, então:
lamos as posições do guarda e do automóvel
dadas pelas equações acima, então: 2 0
2
0 a ( 
v – v0 __a _____
at2 ​ ⇒ S = S + v ​ ​ _____
S = S0 + v0t + ​ ___  ​ 
   + )
2 (  v–v
)
​ ​    ​ ⋅ ​ ​  a ​ 0 
 ​

SG = SA
Efetuando os cálculos, obtemos uma equação
8,0 t + t² = 64 + 20 t
denominada de equação de Torricelli:
t² – 12t – 64 = 0
Resolvendo esta equação (de 2º grau), ob-
v² = v0² + 2a(S – S0)
temos:
t = 16 ou t = –4
 esprezando a resposta negativa, obtemos
D Teoria na prática
t = 16 s, ou seja, após 16 segundos do ins- 1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velo-
tante representado na figura, o guarda alcan- cidade escalar constante de 30 m/s. Em deter-
ça o automóvel. minado instante, o motorista pisa no freio provo-
cando uma desaceleração constante de 3,0 m/s2
b) Como o movimento do guarda é unifor-
até o automóvel parar. Vamos calcular a distância
memente variado, substituindo t = 16 s na
percorrida durante a frenagem.
função horária de sua velocidade escalar,
obtemos: Resolução:

v = v0 + at ⇒ v = 8,0 + 2,0 t A figura a seguir ilustra a situação:


t = 16 s ⇒ v = 8,0 + (2,0)(16) ⇒ v = 40 m/s
A velocidade do guarda no instante de en-
contro é de 40 m/s.

c) Substituindo t = 16 s na equação horária da


posição do guarda, resulta: Considerando a velocidade escalar positiva
(mesmo sentido que a orientação da trajetória)
SG = 8,0 t + t² e sendo o movimento retardado, a aceleração es-
t = 16 s ⇒ SG = 8,0(16) + (16)² ⇒ SG = 384 m calar é negativa, a = –3,0 m/s2.
Isto é, o guarda se moveu da posição inicial A velocidade inicial é v0 = 30 m/s, e a velocida-
S0G = 0 até a posição SG = 384 m, e, portanto, de final é nula (v = 0). Pelas informações forne-
cidas e a falta de informação sobre o intervalo
percorreu a distância de 384 metros.
de tempo, suspeitamos que, provavelmente, a

79
melhor equação a ser usada é a equação de b) Calcule a menor aceleração constante que o
Torricelli, então: carro deve ter para passar pelo cruzamento
v² = v0² + 2a (S – S0) sem ser multado. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS Resolução:

Daí, tiramos: a) O tempo de reação do motorista é 0,5 s e sua


DS = 150 m velocidade constante é de 12 m/s. Assim, o
deslocamento do motorista em MRUV será:
2. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo
DS ​ 
v = ​ ___
de 200 metros de comprimento, um automóvel Dt
de dimensões desprezíveis movimenta-se com DS  ​ 
12 = ​ ___
0,5
velocidade de 25 m/s. Durante a travessia, desa- ∆S = 6 m.
celera uniformemente, saindo do túnel com ve-
A distância quando o semáforo muda de verde
locidade de 5 m/s. O módulo de sua aceleração
para amarelo é 30 m e a distância na reação é
escalar, nesse percurso, foi de:
6 m, logo, a distância em MRUV é 24 m. Apli-
a) 0,5 m/s².
b) 1,0 m/s². cando a equação de Torricelli, temos:
c) 1,5 m/s². v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
d) 2,0 m/s². (0)2 = (12)2 + 2 ∙ a ∙ 24
e) 2,5 m/s². a = –3 m/s2
Resolução: Resposta: A mínima desaceleração é de
A velocidade inicial é 25 m/s e a final é 5 m/s. A 3 m/s2.
variação de espaço é de 200 m. Aplicaremos a
b) O tempo total é 2,2 s e o tempo de reação é
equação de Torricelli para encontrar a desacele-
ração do corpo. 0,5 s, assim, o tempo do carro em MRUV será:
v² = v0² + 2aDS ttotal = treação + tMRUV
(5)² = (25)² + 2 ∙ a ∙ 200 2,2 = 0,5 + tMRUV
a = –1,5 m/s². tMRUV = 1,7 s.
Assim, o módulo da aceleração é 1,5 m/s2.
Aplicando a função horária da posição em
Alternativa C MRUV, acharemos a aceleração do carro.
​ at ​ 
2
3. (Unicamp) Um automóvel trafega com veloci- S = S0 + v0 t + ___
2
dade constante de 12 m/s por uma avenida e (1,7)2
24 = 0 + 12 ∙ (1,7) + a ∙ ​  _____
 ​ 

se aproxima de um cruzamento onde há um 2
a = 2,4 m/s2.
semáforo com fiscalização eletrônica. Quando o
automóvel se encontra a uma distância de 30 Resposta: A aceleração será de 2,4 m/s2.
m do cruzamento, o sinal muda de verde para
amarelo. O motorista deve decidir entre parar o 4. (UEL) Um motorista está dirigindo um automóvel
a uma velocidade de 54 km/h. Ao ver o sinal ver-
carro antes de chegar ao cruzamento ou acele-
melho, pisa no freio. A aceleração máxima para
rar o carro e passar pelo cruzamento antes do
que o automóvel não derrape tem módulo igual
sinal mudar para vermelho. Este sinal permanece
5 m/s2. Qual a menor distância que o automóvel
amarelo por 2,2 s. O tempo de reação do moto-
irá percorrer, sem derrapar e até parar, a partir do
rista (tempo decorrido entre o momento em que
instante em que o motorista aciona o freio?
o motorista vê a mudança de sinal e o momento
a) 3,0 m
em que realiza alguma ação) é 0,5 s.
b) 10,8 m
a) Determine a mínima aceleração constante
c) 291,6 m
que o carro deve ter para parar antes de atin- d) 22,5 m
gir o cruzamento e não ser multado.
e) 5,4 m

80
Resolução:
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, temos:
​ 1000 m
v0 = 54 km/h ∙ ______ ​  1 h   ​ 
. ______
 ​ 
  = 15 m/s
1 km 3600 s
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, temos:

O vetor aceleração é contra a trajetória; logo, temos uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, temos:
v² = v0² + 2aDS
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 ​ = 22,5 m
DS = ​ ___
10
Alternativa D

Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de Galileu nos últimos três meses de vida do mesmo.
A partir das equações de Galileu para o MUV, Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Inventou o barô-
metro, instrumento que serve para medir a pressão atmosférica local.

Identificando as variáveis
Dada uma função horária de posição qualquer, é
possível por análise descobrir as variáveis de interesse v(t) = v0 + a · t
S0, v0 e a, afim de construir a função horária da posição.
E, assim, temos que:
Como sabemos, todo movimento uniformemente varia-
do tem a função da posição do seguinte modo: v(t) = –3 + 6 ∙ t
Do mesmo modo, podemos inferir a velocidade
a ⋅  ​
t 2 
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ​ ____  
2 inicial e aceleração a partir da função da velocidade. Na
função da velocidade, o coeficiente independente trata-
A posição inicial sempre será o coeficiente in-
-se da velocidade inicial e o coeficiente que acompa-
dependente, isto é, aquele que não multiplica nenhu-
nha a variável t é a aceleração. Seja uma dada função
ma potência da variável t, caso não exista teremos que
da velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
S0 = 0. A velocidade inicial será o coeficiente que acom-
panha a potência de t que tem o expoente 1. Por fim, a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
a aceleração será o dobro do coeficiente que acompa- da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
nha a potência de t que está ao quadrado. Caso falte o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
alguma potência de t, isto deve-se ao fato de que o S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função ge-
coeficiente é nulo. nérica da posição:
Se, por exemplo, for fornecido uma função ​ a ⋅  ​
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2 

S(t) = 5 – 3 ∙ t + 3 ∙ t2, podemos comparar com a função 2
da posição genérica e identificar S0 = 5 m, v0 = –3 m/s e Assim, teremos que:
a = 6 m/s2. Assim, podemos escrever a função horária
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
da velocidade, que de maneira genérica é dado por:

81
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Física - Aceleração (Khan Academy)


Fonte: Youtube

Vídeo Física Total - Aula 05 - Movimento Uniformemente Variado - MUV

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites O que é aceleração e Cinemática

pt.khanacademy.org/science/physics/one-dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
acceleration-article
www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/cinematica.html

82
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera,
parando devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; tam-
bém na queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil,
por isso “quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber
distinguir entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução
de problemas.

INTERDISCIPLINARIDADE

Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de  em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo
desenvolvido por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:
∆ ​ ​  
​dXX
x = ​ –b ± ​ ___
2a
sendo:
∆ = b2 – 4ac

Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá
raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.

83
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que con-
tribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar pro-


blemas cotidianos, relacionados também ao movimento de corpos acelerados. O exemplo
mais comum disto são os exercícios que envolvem veículos de transporte (carros, motos,
caminhões) que constantemente mudam sua velocidade ao trafegar pelas vias públicas.
Avaliar qual é a distância que um móvel percorre até frear em um semáforo, por exemplo, é
frequente nas avaliações do Enem, sendo esta uma situação-problema clássica.

Habilidade 20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo
do movimento dos corpos: agora os corpos podem possuir aceleração não nula. No coti-
diano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alteração do seu movimen-
to, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire
movimento, sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente
inúmeras vezes até chegar em seu destino. A mudança da velocidade é algo normal e se
faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.

Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente
entre a cidade de Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando
uma nova tecnologia de frenagem eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a fre-
nagem cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa distância caiu para 250 metros, o
que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2

84
Análise Expositiva 1

Habilidade 19

Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilidades de sistema de
frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação
e manipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedi-
mento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento
uniformemente retardado, vem:

v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒

( ​  20   ​ 
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m
a = ​ _____
0
  ​     
    2 · 400
⇒ ​  ​ _____________________________  ​  ​ ⇒ |a1 - a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 - a2| = 0,3 m/s3.
2 ∆S a2 = ​  20
_______2
⇒ a1 = 0,8 m/s
  ​  2
2 · 250

Alternativa B

Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a
possibilidade de acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois
motoristas, o primeiro atento e o segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus
carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma emergência, freiam com uma desaceleração
igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0 m/s enquanto o desaten-
to, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total
dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m

85
Análise Expositiva 2

Habilidade 20
Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das funções ho-
rárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias
atuais: motoristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as fun-
ções e manipulando as equações o estudante será capaz de perceber qual a real diferença
entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1' ⇒ d1' = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1' = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2' ⇒ d2' = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2' = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E

86
Estrutura Conceitual

80
km/h

Referencial Movimento
Velocidade
inicial
Alteração da
velocidade

Velocidade
final

Aceleração

Funções Condições
horárias iniciais

87
Abordagem de GRANDEZAS ESCALARES e de CALORIMETRIA
nos principais vestibulares.

FUVEST
Com questões mais aprofundadas, as resoluções necessitam de grande manipulação das equa-
ções matemáticas.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U Distribuição entre questões teóricas e questões numéricas de calorimetria.

UNICAMP
Questões que relacionam diferentes assuntos e amplo domínio das equações de calorimetria.

UNIFESP
Questões bem elaboradas que necessitam domínio das equações de calorimetria.

ENEM/UFMG/UFRJ
Questões práticas tanto teóricas quanto com manipulação matemática.

UERJ
Questões curtas e voltadas principalmente à manipulação das equações de calorimetria.
0 2
1 0 Grandezas físicas

Competência Habilidade
5 17
© nobeastsofierce/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Grandezas físicas fundamentais e derivadas
As três grandezas mecânicas – comprimento, massa e tempo – são grandezas físicas que independem
de outras grandezas e são denominadas grandezas fundamentais (ou primitivas).
Os símbolos dimensionais L, M e T serão atribuídos, respectivamente, ao comprimento, à massa e ao tempo.
A temperatura é a grandeza térmica fundamental – símbolo u –, e a grandeza elétrica fundamental é a
intensidade de corrente elétrica – símbolo dimensional I. Por conveniência, adotou-se a intensidade de corrente
elétrica como grandeza fundamental da eletricidade, em vez da escolha mais natural, que seria a carga elétrica.
As grandezas físicas, cujas definições dependem da relação entre outras grandezas, são denominadas
grandezas derivadas. Por exemplo, a velocidade e a aceleração dependem dos conceitos de comprimento e
de tempo.

Grandeza fundamental Símbolo fundamental


comprimento L

tempo T

massa M

temperatura u
intensidade de corrente elétrica I

quantidade de matéria N

intensidade luminosa J

Equações dimensionais
Utilizando o produto de potências de bases M, L, T, u, N, J e I, pode-se representar qualquer outra grandeza
física. A potência de cada uma dessas bases diferencia as grandezas físicas relacionadas.
A equação dimensional é a denominação dada ao produto de potências para determinada grandeza física.
As fórmulas dimensionais para grandezas mecânicas (A), térmicas (B) e elétricas (C) são expressas, generi-
camente, da seguinte forma:

[A] = Ma Lb Tc
[B] = Md Le Tf ug
[C] = Mh Li Tl Ik

No estudo da Mecânica, as grandezas estão associadas às grandezas massa (M), comprimentos (L) e inter-
valos e/ou instantes de tempo (T). Logo, as dimensões de temperatura e intensidade de corrente elétrica não estão
relacionadas. De modo análogo, para a grandeza térmica (B), na fórmula dimensional, não aparece a potência de
base (I).
Dado que uma potência de zero é sempre igual a 1, se uma grandeza qualquer for independente da
massa, por exemplo, a potência M0 não precisará ser incluída na fórmula, uma vez que 1 (M0 = 1) é o elemento
neutro da multiplicação.

93
Para obtermos a fórmula dimensional de uma g) Impulso (I = FDt)
grandeza, partimos de sua fórmula física e expressamos Como [F] = MLT–2 e [Dt] = T,
todos os fatores que dela participam em função das temos [I] = MLT–2T ä [I] = MLT–1.
grandezas fundamentais. h) Quantidade de movimento (Q = mv)
A seguir, são apresentados alguns exemplos de Como [m] = M e [v] = LT–1,
fórmulas dimensionais: temos [Q] = MLT–1.

( 
a) Velocidade ​ v = ___
​ DS ​  ​
Dt ) Nota
Como [DS] = L e [Dt] =T, §§ Quantidade de movimento e impulso tam-
bém têm a mesma equação dimensional e
temos [v] = _​ L  ​ ä [v] = LT–1.
T são, portanto, grandezas medidas nas mes-
( 
b) Aceleração ​ a = ___ ​ Dv ​  ​
Dt ) mas unidades.

Como [v] = LT–1 e [Dt] = T,

​ LT1 ​ ä [a] = LT–2.


temos [a] = ___
-1
i) Densidade ​ m = __( 
​ m ​   ​
V )
T Como [m] = M e [V] = L³,
c) Força (F = ma) ​ M ​ ä [m] = ML–3.
temos [m] = __

( 
Como [m] = M e [a] = LT–2,
j) Pressão ​ p = __
A )
​ F  ​   ​
temos [F] = MLT . –2
Como [F] = MLT–2 e [A] = L²,
​ MLT2 ​ 
–2
d) Trabalho (t = Fdcosw) temos [p] = _____  ä [p] = ML–1T–2.
L

( 
Como [F] = MLT–2 [d] = L e cosw é adimen-
sional (não tem dimensão física),
Q
k) Calor específico ​ c = ____
mDθ
 ​  ​
​     
)
temos [t] = MLT L = ML T .
–2 2 –2
Como [Q] = ML T , [m] = M e [Du] = u,
2 –2

ML2T –2 
temos c = ​ _____​ ä [c] = L2T–2u–1.
e) Energia cinética ​ Ec = __
2 ( 
​ 1 ​ mv2  ​ ) Mu

Como [m] = M, [v] = LT–1 e 2 é adimensional,


Q
l) Capacidade térmica ​ C = ___
​    ​  ​
Du (  )
temos [Ec] = M(LT–1)2 ä [Ec] = ML2T–2. Como [Q] = ML2T–2 e [Du] = u,
​ ML T   
2 –2
temos [C] = _____ ​ ä [C] = ML2T–2u–1.
u

( 
Notas
§§ Foi obtida a equação dimensional da energia
Q
m) Carga elétrica ​ i = ___
​    ​ ä Q = iDt  ​
Dt )
cinética, mas essa fórmula também se aplica Como [i] = I e [Dt] = T, temos [Q] = IT.

( 
a qualquer outra grandeza de energia, por E
exemplo, o calor (Q): [Q] = ML–2T–2. n) Potencial elétrico ​ V = __
​ qP ​ ​ )
§§ Energia e trabalho têm a mesma fórmula di-
Como [Ep] = ML2T–2 e [q] = IT,
mensional, consequentemente são grandezas
​ ML T ​ 
2 –2
medidas nas mesmas unidades. temos [V] = _____  ä [V] = ML2T–3I–1.
IT
Se, para determinada grandeza, a sua fórmula
( 
f) Potência ​ Pot = ___
​  t  ​   ​
Dt ) dimensional for conhecida, pode-se obter diretamente
Como [t] = ML2T–2 e [Dt] = T, sua unidade de medida em termos das unidades de ou-
tras grandezas fundamentais.
​ ML T ​ 
2 –2
temos [Pot] = _____  ä [Pot] = ML2T–3.
T

94
No SI, a unidade de tempo é segundo (s), a de A homogeneidade dimensional exige que as fór-
temperatura é kelvin (K) e a de intensidade de corrente mulas dimensionais sejam:
é ampère (A). Como exemplos: Em I: [A] = [B] = [C]
§§ Para a pressão: Em II: [D] = [E] · [F]
[p] = ML1T–2 · unidade · SI (p): Como exemplo, seja uma equação física do tipo
kg · m · s = pascal (Pa)
1 –2 p = mAh, na qual p representa pressão, m represen-
ta densidade e h representa altura. Se a equação é
§§ Para a capacidade térmica:
dimensionalmente homogênea, qual é a unidade da
[C] = ML2T–2u–1 · unidade · SI (C): grandeza A?
kg · m2 · s–2 · K–1 As fórmulas dimensionais da pressão, densidade
§§ Para a resistência elétrica: e altura são:
[R] = ML2T–3I–2 · unidade · SI (R):
[p] = ML–1T–2, [m] = ML–3 e [h] = L
kg · m2 · s–3 · A–2 = ohm (V)

Tem-se, então:
Teoria na prática
1. Faça a análise dimensional para a grandeza mo- [p] = [m] · [A] · [h] ä ML–1T–2 = ML–3 [A]L
mento angular, cuja fórmula é dada por:

momento angular = r ⋅ p ⋅ senθ Ou seja, é necessário que:

Onde:
[A] = LT–2
§§ r é a distância;
§§ p é o momento linear (ou quantidade de mo-
Pela fórmula dimensional obtida para A, pode-se
vimento); e
concluir que essa grandeza é uma aceleração.
§§ θ é o ângulo entre a distância e o momento
linear.

Resolução: Sistema Internacional de Unidades


Para determinar a dimensão de L, basta conhe-
cer a dimensão das variáveis envolvidas, uma Antigamente, eram difíceis as trocas de mer-
vez que: cadorias, pois em localidades distintas utilizavam-se
§§ [momento angular] = [r] ⋅ [p] ⋅ [senθ] unidades padrões distintas. Normalmente, utilizava-se
§§ [momento angular] = (L) ⋅ (MLT–1) ⋅ (1) medidas do corpo humano como padrão (especialmen-
te dos líderes), mas como pessoas diferentes possuem
§§ [momento angular] = M ⋅ L2 ⋅ T–1
tamanhos diferentes não era um método muito confi-
ável. Foi só em 1789 que a Academia de Ciências da
Homogeneidade dimensional França pensou em criar um sistema de unidades padrão.
Assim, surgiu o metro (m) sendo a décima milionésima
As equações físicas devem ser dimensional- parte da quarta parte do meridiano terrestre; o litro (L)
mente homogêneas. Isso significa que ambos os como equivalente a um decímetro cúbico; e o quilogra-
lados da equação devem satisfazer a mesma fórmula ma (kg) como a massa de 1 L de água a 4,44 °C. Em
dimensional. 1875, o Brasil aderiu, assim como outros 17 países, a
Nas equações I e II abaixo, A, B, C, D, E e F são esta proposta.
grandezas físicas e [A], [B], [C], [D], [E] e [F] são, respec- Em 1960, o sistema recebeu o nome de Siste-
tivamente, suas fórmulas dimensionais: ma Internacional de Unidades (SI). Desde 1962, o Brasil
Equação I: A = B + C adotou o SI, sendo que em 1988 o Conmetro ratificou
Equação II: D = E · F esta adoção.

95
Existem sete unidades fundamentais no Sis- Acrescenta-se, simplesmente, a letra s para se
tema Internacional de Unidades (SI), e cada uma delas obter o plural das unidades, mesmo no caso de violar
corresponde a uma grandeza: as regras gramaticais. Consequentemente, escrevem-se
metros, ampères, pascals, decibéis. Algumas exceções
Unidade Símbolo Grandeza existem para as unidades que terminam por s, x e z.
metro m comprimento Essa unidades não variam no plural (siemens, lux, hertz).
quilograma kg massa Caso as unidades sejam palavras compostas por
multiplicação de elementos independentes, ambos são
segundo s tempo
flexionados: quilowatts-horas, newtons-metros, ohms-
ampère A intensidade da corrente elétrica
-metros etc. A flexão também ocorre quando as pala-
kelvin K quantidade de termodinâmica vras compostas não são ligadas por hífen: metros qua-
mol mol quantidade de matéria drados, milhas marítimas etc.
candela cd intensidade luminosa Nas unidades compostas por divisão, o deno-
minador não recebe a letra s: quilômetros por hora;
A medida de ângulos é feita por duas unidades newtons por metro quadrado etc. Em palavras compos-
suplementares: o radiano (rad), para ângulos planos, e tas, nas quais os elementos complementares de nomes
o esterradiano (sr), para ângulos sólidos. de unidades são ligados por hífen ou preposição, tam-
A partir das unidades fundamentais, pode-se re- bém não se acrescenta a letra s: anos-luz, quilogramas-
duzir ou derivar, direta ou indiretamente, as unidades -força, elétrons-volt, unidades de massa atômica etc.
derivadas. Por se tratar de um número bastante grande, Os símbolos nunca flexionam no plural. Então,
essas variáveis não serão reproduzidas aqui. 50 metros devem ser escritos 50 m e não 50 ms. Múlti-
Oficialmente, a norma estabelecida para a gra- plos e submúltiplos, que são obtidos pela adição de um
fia de todas as unidades, fundamentais ou derivadas, prefixo anteposto à unidade, são admitidos em todas as
quando escritas por extenso, é que se iniciem por letra unidades, derivadas ou fundamentais.
minúscula, incluindo o caso de unidades que recebem A unidade fundamental de massa, por razões
nomes de pessoas. Devem ser escritos, portanto, me- histórias, é o quilograma, obtida pelo acréscimo de pre-
tro, ampère, newton, coulomb, quilômetro, pascal etc. fixo “quilo” à unidade grama. Por conta disso, as unida-
A unidade de temperatura da escala Celsius é a única des de massa múltiplas e submúltiplas são obtidas pelo
exceção (escreve-se grau Celsius, símbolo °C). Quando acréscimo do prefixo ao grama, e não ao quilograma.
a frase é iniciada pelo nome da unidade, inicia-se tam-
bém com letra maiúscula. Prefixo Símbolo Base de 10
Os símbolos são grafados, usualmente, com le- yotta Y 1024

tras minúsculas, exceto quando se tratar de nomes de zetta Z 1021

pessoas. Apesar de usar-se inicial minúscula, quando exa E 1018

escrito por extenso, nesse caso, o símbolo é grafado peta P 1015

com maiúscula. Por exemplo, usa-se A para ampère, N tera T 1012


para newton, W para watt, Pa para pascal etc. giga G 109
Se a unidade for composta, os símbolos devem mega M 106
ser colocados um em seguida ao outro, e podem ou não quilo k 103
ser separados por um ponto, exemplos: quilowatt-hora: hecto h 102
kWh ou kW · h; newton-metro: Nm ou N ∙ m etc. deca da 101
Os símbolos e as unidades por extenso não de- deci d 10–1
vem ser misturadas. Desse modo, é incorreto escrever
centi c 10–2
quilômetro/h ou km/hora. A forma correta da grafia é
mili m 10–3
quilômetro por hora ou km/h.
micro µ 10–6
Quando o símbolo de uma unidade contém di-
visão, pode-se utilizar qualquer uma das três maneiras nano n 10–9

exemplificadas a seguir: pico p 10–12


femto f 10–15
​ N · m
2
N · m2/kg2 = N · m2 · kg–2 = _____  ​
  
kg2

96
Operações com algarismos Teoria na prática
1. Calcule a soma a seguir e dê a resposta levando
significativos em conta o número de casas decimais.
O resultado de uma multiplicação ou uma di- A = 1,23 + 23,2
visão deve ser apresentado com um número de al-
Resolução:
garismos significativos igual ao do fator que possui
o menor número de algarismos significativos. Como se pede:
Por exemplo, ao realizar o produto 2,31 · 1,4, encon-
A = 1,23 + 23,2 = 24,43.
tramos 3,234. O primeiro fator tem três algarismos
significativos (2,31) e o segundo tem dois (1,4). Desse Porém, como a primeira parcela possui duas ca-
modo, o resultado é apresentado com dois algarismos sas decimais e a segunda parcela possui apenas
significativos, ou seja, 3,2. O arredondamento é feito uma casa decimal, devemos dar a solução com o
como se segue: após abandonar o primeiro algarismo menor número de casas decimais logo, a solução
(4), sendo menor do que 5, o valor do último algarismo deve apresentar uma casa decimal.
significativo (2) será mantido, se o segundo algarismo A = 24,4
a ser abandonado for menor do que 5, como neste
exemplo, que o valor é 3; se esse valor for maior ou 2. Um estudante está calculando a área superficial
igual a 5, acrescentamos uma unidade ao último al- de uma folha de papel. Ele mede o comprimento
garismo significativo. Portanto, no exemplo, o primeiro como sendo b = 27,9 cm e a largura como sendo
algarismo abandonado é o 4. Como o próximo algaris- h = 21,6 cm. O estudante deve expressar a área
mo tem valor 3, que é menor do que 5, mantém-se o do papel como:
número 2, que é o último algarismo significativo. a) 602,64 cm².
Seja o produto 2,33 ∙ 1,4. O resultado da ope- b) 602 cm².
ração é 3,262. Novamente, o resultado deve apre- c) 602,6 cm².
sentar dois algarismos significativos. Desse modo, o d) 603 cm².
resultado fica 3,3. Abandona-se o primeiro algarismo,
2, e, sendo o segundo algarismo, 6, maior do que 5, Resolução:
acrescentamos uma unidade ao número 2, que é o úl-
Para o cálculo da área, basta conhecermos a fór-
timo algarismo significativo.
mula da área do retângulo:
O resultado da adição e da subtração deve
A = comprimento ⋅ largura
conter um número de casas decimais igual ao da par-
A=b⋅h
cela com menos casas decimais. Por exemplo, a adi-
A = (27,9 cm) ⋅ (21,6 cm) = 602,64 cm2
ção 3,32 + 3,1. O resultado é 6,42. A primeira parcela
tem duas casas decimais (3,32) e a segunda somente Como o enunciado pede a solução com o nú-
uma (3,1), e, portanto, apresentamos o resultado com mero correto de algarismos significativos, temos
apenas uma casa decimal. Desse modo, o resultado é então que em 27,9 cm e 21,6 tem 3 algarismos
6,4. Já na operação 3,37 + 3,1 = 6,47, o resultado significativos. Como se trata de uma multiplica-
ção, devemos dar a resposta com o menor nú-
deve apresentar uma casa decimal. Levando em conta
mero de algarismos significativos que algum dos
a regra do arredondamento, obtemos como resultado
fatores possuir. Ou seja, daremos a resposta com
o valor 6,5.
3 algarismos significativos:
A = 603 cm2
Alternativa D

97
___
3. Uma estudante está calculando a espessura de se N for menor que ​√10 ​ , usa-se a mesma potência da
uma folha de papel. Ela mede a espessura de notação científica, isto é, 10n.
uma pilha de 80 folhas de papel com um pa- Resumidamente:
químetro e descobre que a espessura é l = 1,27
___
cm. Ao calcular a espessura de uma folha, ela irá ​ 10 ​ ä ordem de grandeza: 10n + 1
N≥√
___
encontrar? Dê a resposta com o número correto ​ 10 ​ ä ordem de grandeza: 10n
N<√
de algarismos significativos.
Resolução: Exemplo: o raio da Terra é igual a 6,37 · 106 m e
Uma vez que as 80 folhas possuem juntas uma a distância da Terra ao Sol é igual a 1,49 · 1011 m. Qual
espessura de 1,27 cm, temos que, para encontrar a ordem de grandeza desses valores?
___
a espessura de cada uma, basta dividir a espes- No primeiro caso, N = 6,37 > √ ​ 10 ​ , e, portan-
sura total pela quantidade de folhas. to, a ordem de grandeza do raio da Terra é dada por:
___
1,27 106 + 1 m =107 m. No segundo caso, N = 1,49 < ​√10 ​  ,
x = ​ ____ ​ cm = 0,015875 cm
80 e, consequentemente, a distância da Terra ao Sol tem
Como o enunciado pede a solução com o nú- ordem de grandeza de 1011 m.
mero correto de algarismos significativos, temos
que em 1,27 há 3 algarismos significativos; já
em 80, temos 2 algarismos significativos. Logo, Teoria na prática
a resposta final deve possuir apenas 2 alga- 1. (Cesgranrio) Um recipiente cúbico tem 3,000 m
rismos significativos, respeitando as regras de de aresta, n é o número máximo de cubos, de
aproximação. 3,01 mm de aresta, que cabem no recipiente. A
ordem de grandeza de n é:
x = 0,016 cm a) 109.
b) 102.
c) 104.
Notação científica d) 101.
e) 1010.
A notação científica é utilizada para apre-
Resolução:
sentar um número na forma N · 10n, na qual n é um
expoente inteiro e N é tal que 1 ≤ N < 10. Em notação Para encontrar o valor de n, basta dividir o volume
científica, o número N deve ser formado por todos os do recipiente pelo volume de cada cubo menor. Des-
algarismos significativos de uma grandeza. sa forma, temos:
Sejam os algarismos significativos das medidas
( 3000 mm ​  
n = ​ ​ _______ )
3
​ = 990 ⋅ 106 cubos =
a seguir expressas corretamente: 360 s e 0,0035 m. Le- 3,01 mm
vando em conta o número de algarismos significativos, = 9,90 ⋅ 10 cubos
8

a notação científica para essas medidas será, respecti- ___


Como 9,90 é maior que ​√10 ​ ≈ 3,16 , devemos
vamente: 3,60 · 102 s e 3,5 · 10–3 m.
somar +1 no expoente da base dez para deter-
minar a ordem de grandeza. A ordem de grande-
Ordem de grandeza za de n é 108+1 = 109
Alternativa A
A ordem de grandeza de uma medida é a po-
tência de 10 mais próxima da potência dada para o va-
lor encontrado para a grandeza. Mas como estabelecer
essa potência de 10 mais próxima?
Determina-se essa potência do seguinte modo:
___
se o número N é maior ou igual a ​√10 ​ , utiliza-se a po-
tência de 10 de expoente um grau maior, isto é, 10n + 1;

98
2. (UFU) A ordem de grandeza, em segundos, em um período correspondente a um mês, é:
a) 10.
b) 103.
c) 106.
d) 109.
e) 1012.

Resolução:

Para determinar a quantidade x de segundo que há em 1 mês, temos:


hora ​ · 60 ____ segundos
x = 30 dias ⋅ 24 ​ ____ ​ min  ​ · 60 ___
​   ​  
= 2.592.000 segundos = 2,592 · 106 segundos
dia hora min
___
Como 2,592 é menor que √ ​ 10 ​ ≈ 3,16, devemos manter a potência de 10, ela será a ordem de grandeza.
Sendo assim, a ordem de grandeza é de 106.
Alternativa C

3. (Unirio)
”Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento.”
(Manuel Bandeira)

A ordem de grandeza do número de batidas que o coração humano dá em um minuto de alumbramento


como este é:
a) 101.
b) 102.
c) 100.
d) 103.
e) 104.

Resolução:

Sabendo que a frequência cardíaca normal de uma pessoa saudável entre 15 e 20 anos pertence ao inter-
valo de 60 a 90 vezes por minuto, fica evidente que a ordem de grandeza é de 102.
Alternativa A

99
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Interpretação de unidades em fórmulas ...


Fonte: Youtube

Vídeo Lucie conta a História das Ciências – Pesos e Medidas

Fonte: Youtube

Vídeo Inmetro – O tempo todo com você

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

100
ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

pt.khanacademy.org/math/algebra/units-in-modeling/intro-to-dimensional-analysis/e/
working-with-units
macbeth.if.usp.br/~gusev/unidades.pdf
educacao.globo.com/matematica/assunto/matematica-basica/sistemas-de-unidades-de-
medidas.html

LER

tt
Livros
Introdução à Física – Aspectos históricos,
unidades de medidas e vetores

Esta obra aborda os principais conceitos e aspectos históricos da


Física. Ao longo de seis capítulos, o leitor conhecerá as principais
unidades de tempo, massa e comprimento, bem como as ferramen-
tas e técnicas necessárias para a realização de operações. Além
disso, aprenderá a distinguir as grandezas escalares e vetoriais.

101
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No dia a dia, referimo-nos de maneira equivocada a algumas unidades. Por exemplo, é muito comum uma
pessoa ir à padaria e pedir “meio quilo de queijo” e receber meio quilograma de queijo, mas quando pedimos meio
quilo de queijo, estamos pedindo 500 pedaços de queijo, e não a massa de 500 gramas. Outra situação que pode-
ria acontecer na mesma padaria seria a pessoa pedir “duzentas gramas de queijo” e acabar recebendo duzentos
gramas de queijo; a grama é uma planta e a unidade de massa pertence ao gênero masculino.
De maneira geral, sempre estamos nos referindo a diversas unidades, nem sempre tomando todos os cuidados
necessários. Saber converter diferentes unidades é uma tarefa importante, ainda mais quando visitamos outro país.

INTERDISCIPLINARIDADE

Como vimos, existem diversas unidades de medidas para a mesma grandeza física, sendo de suma impor-
tância conhecer as regras de conversão entre as diferentes unidades. Para tal, basta conhecer a razão de propor-
cionalidade entre as grandezas e realizar uma regra de três simples.
No caso das unidades de medidas, as grandezas serão diretamente proporcionais, isto é, aumentando uma
das duas, a segunda também aumentará.
O procedimento para a resolução de uma regra de três simples diretamente proporcional é simples.
Primeiramente, montamos uma tabela de duas colunas, em que na primeira coluna colocamos valores numa
unidade e o valor corresponde em outra unidade na segunda coluna. Após isso, basta igualar a razão obtida com
os valores na primeira coluna com a razão dos elementos da segunda coluna.
Exemplo:

Tempo em horas Tempo em segundos


1h 3600 s
5h x

​  ___ ​ 3600
1h  ​= _______
x ​
s 

5h
X = 18000 s

102
Disponível em <https://esportenamochila.files.wordpress.com>

FÍSICA
C N
3
0 40

6
Competência
Calor sensível

21
Habilidade
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Introdução
O estudo da termologia envolve muitos conceitos novos. A noção de equilíbrio, por exemplo, serve para
as mais diversas áreas do conhecimento humano, no entanto, nesta grande área que envolve as transferências de
calor, suas causas e consequências, definir adequadamente conceitos tornará a compreensão física dos fenômenos
algo mais sólido e duradouro. O próprio conceito de temperatura, que está associado às energias cinéticas médias
das moléculas que compõem o corpo, dá-nos a correta noção de que o calor é transferido do corpo de maior tem-
peratura para o corpo de menor temperatura, até que possam juntos atingir aquilo que conceituaremos como equi-
líbrio térmico. O termo energia cinética das moléculas refere-se à energia cinética de translação das moléculas.
Quando for necessário fazer referência à energia cinética de rotação das moléculas, será utilizado diretamente o
termo energia de rotação das moléculas. A grandeza termodinâmica relacionada à energia cinética média de
translação das moléculas é a temperatura.
Sendo assim, quando a temperatura de um corpo aumenta, a energia cinética de suas partículas também
aumenta. Quando a temperatura do corpo diminui, a energia cinética de suas partículas também diminui. Não nos
esqueçamos de que a energia de um sistema termodinâmico também é composta pela energia potencial das
moléculas, cujo somatório representa a energia necessária para desagregar as moléculas.
A estrutura física que caracteriza os sólidos indica que as moléculas que os compõem possuem uma organi-
zação tal que seu nível de agitação, e, portanto, sua energia cinética média, seja menor que a organização de um
gás em mesmas condições termodinâmicas. Assim, são percebidas as transferências de energias para as partículas
mais próximas. Chamamos de calor a energia térmica em trânsito.
Já os gases possuem moléculas com maior grau de energia cinética. As moléculas portadoras de maiores
energias cinéticas realizam colisões com outras moléculas menos energéticas. Nessas colisões, em geral, são per-
cebidas transferências energéticas de tal forma que, após um intervalo de tempo, em média, o grupo de moléculas
possuirá uma energia cinética média; nesta condição, podemos dizer que os corpos estarão em equilíbrio térmico,
ou seja, em mesma temperatura.
A transferência de energia, espontaneamente, de um corpo para outro devido à existência de diferença de
temperatura entre eles, recebe o nome de transferência de energia térmica. A energia térmica transferida nesse
processo é o calor.
Quando o equilíbrio térmico é atingido, ou seja, quando os corpos estão na mesma temperatura, a trans-
ferência de calor é cessada.

Observação
Por se tratar de um processo, a transferência de energia térmica, ou seja, calor, só é possível se entre os corpos
estudados houver diferença de temperatura. Justamente por se tratar de um processo, um corpo não pode estar,
ou possuir, calor, mas sim transferi-lo.

Escalas termométricas
A verificação do grau de agitação das partículas que compõem um corpo é feita de maneira indireta.
A temperatura de um corpo pode ser estimada pelo equilíbrio térmico entre dois ou mais corpos. Dessa forma,
existem estados termodinâmicos, nos quais os corpos se encontram, que servem como referência para a cons-
trução daquilo que chamaremos de escala termométrica. Todos os corpos possuem características térmicas; são
exatamente essas características termossensíveis que permitem a construção de aparelhos de medição, como os
termômetros de mercúrio.

105
A definição da escala está pautada na escolha adequada de pontos de referência. O ponto de gelo, condi-
ção em que se apresentam em equilíbrio térmico gelo e água em pressão normal, assim como o ponto de vapor,
condição em que se apresentam em equilíbrio água e vapor de água em condições normais de pressão, podem
ser escolhidos. Existe uma equação de conversão entre as escalas termométricas que pode ser utilizada para as
mais diversas conversões. Por exemplo, quando queremos converter um valor genérico de temperatura θc, medido
em grau Celsius, em seu respectivo valor θf , medido em grau Fahrenheit. Para tanto, comparando a razão entre os
segmentos a e b da figura a seguir, esta relação não depende das unidades de medida.
Dessa forma:

u – 0 _______
u – 32 u u – 32
​  a  ​ = ______
__ ​  c   ​  = ​  f   ä ___
 ​   ​  c  ​ = ______
​  f  ​   
b 100 – 0 212 – 32 100 180

u uf – 32
Simplificando: ​ __c ​  = ______
​   ​
  
5 9

Essa é a equação de conversão entre graus Celsius e graus Fahrenheit. Da mesma forma, podemos converter
utilizando a unidade kelvin, onde T representa a temperatura em kelvin, obtendo:
u uf – 32 ______
__
​  c ​  = ______
​   = ​ T – 273
 ​   ​  

5 9 5

William Thomson (1824-1907), lorde Kelvin, estabeleceu, em 1848, a escala absoluta, que leva o seu nome.
Ele determinou a menor temperatura possível, cujo valor é 0 K (zero kelvin).
Caso seja necessário converter variações de temperatura, podemos trabalhar com as equações apresenta-
das anteriormente e chegarmos às seguintes equações de conversão para a variação de temperaturas:

Du DuF
___
​   ​c  = ​ ___ ​
  
5 9

Duc = DT

Anders Celsius (1701-1744) foi um físico que propôs, em 1742, a escala de temperatura que leva o seu
nome, mas que originalmente era conhecido como sistema centígrado. Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) foi,
além de físico e engenheiro, um vendedor de termômetros. Criou o termômetro de mercúrio, além, é claro, da escala
de temperatura que leva o seu nome e que é ainda muito utilizada em países anglo-saxões.

106
3. (ITA) O verão de 1994 foi particularmente quen-
Teoria na prática
te nos Estados Unidos da América. A diferença
1. O álcool, ou etanol, possui ponto de fusão igual
entre a máxima temperatura do verão e a míni-
a –114 °C e ponto de ebulição igual a +78,5 °C. ma do inverno anterior foi de 60 °C. Qual o valor
É por isso que, em temperatura ambiente (cerca dessa diferença na escala Fahrenheit?
de 20 °C), o álcool é um líquido. Passando para a) 108 °F
a escala kelvin, o ponto de fusão e o ponto de b) 60 °F
ebulição do etanol são, respectivamente, iguais a: c) 140 °F
a) –387 e –194,65. d) 33 °F
b) +159 e +351,5. e) 92 °F
c) +387,25 e +194,65. Resolução:
d) –159 e –351,5.
Primeiramente, devemos identificar que o exercí-
e) +159 e –351,5. cio não pede a transformação de uma dada tem-
Resolução: peratura de uma escala em outra, mas a trans-
formação de uma variação de temperatura numa
Sabemos que para transformar a temperatura de
escala em outra. Sabemos que a relação entre as
graus Celsius para kelvin basta somar 273:
escalas Fahrenheit e Celsius é:
TK = θC + 273
∆θC ___
____ ∆θ
Assim sendo, basta substituir cada temperatura  ​​ = ​​   ​​ F
5 9
desejada para o ponto de fusão:
Substituindo o valor fornecido, temos:
TK = –114 + 273 = 159 K
∆θ
Para o ponto de ebulição, temos: ​​ 60 ​​ = ___
__ ​​   ​​ F
5 9
TK = 78,5 + 273 = 351,5 K θF = 108 ºF
Alternativa B Alternativa A

2. Qual é a temperatura na escala Fahrenheit que


corresponde a 40 °C? Efeitos macroscópicos
a) 313
b) 4,444
da variação da energia
c) 39,2 interna devido ao calor
d) 2,25
e) 104 As relações de transferências de calor, tanto para
o corpo que recebe quanto para o corpo que cede, po-
Resolução:
dem evidenciar relações de causa e consequência, nas
Sabendo que a relação entre as escalas quais, basicamente, isolamos três efeitos:
Fahrenheit e Celsius é: § variação de temperatura;
θ θF - 32 § mudança de estado físico; e
​​  __C  ​ = ​ ______
  ​​ § dilatação térmica.
5 9
Para as duas primeiras consequências caracteriza-
Basta substituir θC = 40 ºC e encontrar o corres- remos as quantidades de calores transferidos para subs-
pondente em Fahrenheit. tâncias puras, como: caso um corpo, ao ganhar energia,
θF - 32 aumente a energia potencial de ligação das moléculas,
​​ 40  ​​ ​= ​ ______
__   ​​
5 9 pode ocorrer a desagregação das moléculas e o estado
θF = 104 ºF físico pode mudar. Este tipo de energia é denominado
calor latente.
Alternativa E
1. Se houver variação de temperatura: calor sensível;
2. Se houver mudança de estado físico: calor latente.

107
Diagrama de aquecimento de água
Se observarmos o fornecimento de calor a um bloco de gelo, inicialmente a –20 °C, verificaremos que ele:
§§ Inicialmente, aumenta de temperatura até atingir 0 °C (ponto de fusão), indicando que a entrada de calor
está aumentando a energia cinética das moléculas.
§§ A partir daí, permanece com a temperatura constante, apesar de receber calor, e passa a mudar de estado
físico. Isso ocorre porque as moléculas estão aumentando sua energia potencial, e não a cinética.
§§ Terminada a fusão, teremos apenas água a 0 °C, que, à medida que recebe mais calor, aumenta a tempera-
tura até 100 °C (ponto de ebulição).
§§ Durante a vaporização, a temperatura permanece constante mais uma vez, apesar do recebimento de calor,
porque as moléculas, à medida que se desagregam, aumentam a energia potencial, permanecendo a ener-
gia cinética constante.
§§ Finalmente, após a vaporização completa da água, o vapor, ao receber mais calor, volta a aumentar a ener-
gia cinética de suas moléculas, aumentando a temperatura.

Teoria na prática
1. (PUC) Uma forma de gelo com água a 25 ºC é colocada num freezer de uma geladeira para formar gelo. O
freezer está no nível de congelamento mínimo, cuja temperatura corresponde a –18 ºC.
As etapas do processo de trocas de calor e de mudança de estado da substância água podem ser identifi-
cadas num gráfico da temperatura x quantidade de calor cedida.
Qual dos gráficos a seguir mostra, corretamente (sem considerar a escala), as etapas de mudança de fase
da água e de seu resfriamento para uma atmosfera?
a) b) Temperatura
Temperatura
25 ºC 25 ºC

Quantidade de calor Quantidade de calor


0 ºC 0 ºC

-18 ºC -18 ºC

108
c)
Estudo do calor sensível
Temperatura
25 ºC

0 ºC
Quantidade de calor Quando fornecemos a mesma quantidade de
calor a um balde com água e a um copo com água, ve-
-18 ºC
rificamos que, no primeiro, perceberemos uma pequena
variação de temperatura, ao passo que a variação da
d) temperatura do segundo é bem maior.
Temperatura
Isso acontece porque o balde com água tem
25 ºC
inércia térmica maior que o copo com água. Lembra-
Quantidade de calor
mos que inércia mecânica representa a resistência que
0 ºC
todos os corpos materiais têm à modificação do seu
estado de movimento. Assim, a inércia térmica é a re-
-18 ºC
sistência que todos os corpos materiais têm à modifi-
e) cação de sua temperatura.
Temperatura
Contudo, por tradição, faremos uso do termo ca-
25 ºC
pacidade térmica em vez de inércia térmica.
Quantidade de calor
0 ºC

Capacidade térmica de um corpo (C)


-18 ºC

Por definição, capacidade térmica é a relação


Resolução: entre a quantidade de calor recebido ou cedido por um
corpo e a correspondente variação de temperatura Du.
Para esta questão, vale lembrar que existem dois A capacidade térmica representa a quantidade
tipos de calor: sensível e latente. O calor sensível de calor necessária para variar a temperatura do corpo
é aquele fornecido a algum material de forma a em uma unidade.
variar a sua temperatura. Já o calor latente é o Assim, podemos fazer uma analogia com a me-
calor fornecido a um material para que ocorra a cânica, associando capacidade térmica à inércia tér-
mudança de estado físico do material. Durante mica, medindo a dificuldade de se variar a temperatura
esta etapa de mudança de estado, não há varia- de um corpo. Ou seja, quanto maior a capacidade térmi-
ção de temperatura. ca de um corpo, maior a quantidade de calor necessária
Diante disto, fica fácil observar que a resposta para aumentar sua temperatura. Matematicamente:
correta é o gráfico mostrado na alternativa A.
No primeiro momento, a água é resfriada até Q
C = ___
​     ​ [ Q = C · Du
uma temperatura de 0 °C. Após isto, passa pela Du
etapa de solidificação, na qual a temperatura
permanece constante. Por fim, o gelo continua a A unidade usual da capacidade térmica é
resfriar até que atinja o equilíbrio térmico com a cal/°C; no SI é J/K. Por simplicidade, consideraremos
temperatura do freezer em –18 °C. que a capacidade térmica dos corpos é constante du-
Alternativa A rante os experimentos. Contudo, é importante saber
que, na prática, a capacidade térmica pode variar com
a temperatura. Mas o estudo disso fica para um curso
de nível superior.

109
No copo, com um número menor de molécu-
Teoria na prática
las (uma vez que a massa é menor), a energia é trans-
1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo,
ferida para um número menor de moléculas e, portanto,
verifica-se como consequência uma variação de
a evidência do aumento da energia de uma mo-
temperatura igual a 50 °C. Determine a capaci-
lécula é maior, tornando mais perceptível o aumento
dade térmica desse corpo.
da temperatura.
Resolução: A capacidade térmica é proporcional à massa
do corpo. Contudo, também depende do material de
Como por definição a capacidade térmica é dada
que é feito o corpo. Desse modo, pode-se relacionar a
pela razão entre o calor e a variação de tempe-
capacidade térmica, a quantidade de água e um fator
ratura, temos:
referente ao material:
Q 300 cal cal  ​​
C = ​​  ___  ​​ = ​ ​______ ​​ = 6 ​​ ___
  
∆θ 50 ºC °C C=m·c

Calor específico de uma De acordo com essa expressão, a capacidade


térmica (C) é proporcional à massa (m).
substância (c) O fator c, calor específico sensível, repre-
senta a inércia térmica de uma unidade de massa do
No exemplo anterior, fizemos uma comparação material de que é feito o corpo. No caso da água, o
entre um balde com água e um copo com água. A dife- ​ cal  ​ .
valor é 1 ___
g°C
rença básica entre ambos é a quantidade de água.
Para aquecer 1 g de água a 1 °C é necessário 1
Pode-se argumentar que a capacidade térmica
caloria; para aquecer 1 g de rocha a 1 °C é necessário
do corpo de água contido no balde com água é maior apenas 0,21 caloria. Assim, é “mais fácil” aquecer 1 g
do que a capacidade térmica do corpo de água contido de rocha do que aquecer 1 g de água.
no copo, porque o primeiro apresenta maior massa. Por isso, quando o Sol surge ao amanhecer, a
areia da praia (rocha) se aquece mais do que a água,
pois quanto menor é o calor específico sensível maior é
a variação de temperatura.
Lembrando que:

Q = C · Du

Podemos escrever a seguinte relação:


No balde, com um número maior de molécu-
las (uma vez que há mais massa), a energia é transfe-
Q = m · c · Du
rida para um número maior de moléculas e, portanto, o
acréscimo da energia de uma molécula é menor, Observações importantes a respeito da capaci-
assim a evidência do aumento de temperatura se mos- dade térmica e do calor específico sensível:
tra menos perceptível. §§ A capacidade térmica de um sistema composto
é equivalente à soma das capacidades térmicas
individuais dos componentes do sistema.
§§ O calor específico de uma substância depende
do estado físico em que ela se encontra.
§§ A capacidade térmica é uma característica de um
corpo, enquanto que o calor específico sensível é
uma característica de uma substância.

110
Convenção de sinais 2. (Mackenzie) Em uma manhã de céu azul, um ba-
nhista na praia observa que a areia está muito
De acordo com as equações anteriores, podemos quente e a água do mar está muito fria. À noi-
inferir que: te, esse mesmo banhista observa que a areia da
§§ Se um corpo recebe calor (entrada de calor no praia está fria e a água do mar está morna. O
corpo), Q terá valor positivo e a variação de tem- fenômeno observado deve-se ao fato de que:
peratura será positiva. a) a densidade da água do mar é menor que a
§§ Se um corpo perde calor (saída de calor do cor- da areia.
po), Q terá valor negativo e a variação de tempe- b) o calor específico da areia é menor que o ca-
ratura será negativa. lor específico da água.
O nome da unidade caloria vem de uma teoria
c) o coeficiente de dilatação térmica da água é
abandonada. A teoria calórica propunha que existia o
maior que o coeficiente de dilatação térmica
fluido calórico que escorria de um corpo para outro, di-
da areia.
minuindo a temperatura do primeiro e aumentando a
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se
do segundo.
Historicamente, uma caloria é a energia necessá- para a água do mar.
ria para elevar de 14,5 °C, para 15,5 °C a temperatura e) a agitação da água do mar retarda seu res-
de 1 g de água. Desde 1948, por definição 1 caloria friamento.
equivale a 4,1868 joules. Resolução:

Teoria na prática O calor específico sensível da água é muito maior


que o da areia. Enquanto que cágua = 1 cal/g°C e o
1. (UFPR) Para aquecer 500 g de certa substância
careia = 0,12 cal/g°C. Isso significa que, para quan-
de 20 °C para 70 °C, foram necessárias 4000 ca-
tidades de massas iguais que receberam a mesma
lorias. A capacidade térmica e o calor específico
quantidade de calor, a variação de temperatura é
valem, respectivamente:
maior no caso da areia. Dito isso, vamos ao pro-
a) 8 cal/°C e 0,08 cal/g ∙ °C.
blema: devido ao calor específico sensível da água
b) 80 cal/°C e 0,16 cal/g ∙ °C.
ser maior, durante o dia a temperatura da água
c) 90 cal/°C e 0,09 cal/g ∙ °C.
varia menos; dessa forma, a temperatura final da
d) 95 cal/°C e 0,15 cal/g ∙ °C.
água será menor que a da areia, que, devido ao
e) 120 cal/°C e 0,12 cal/g ∙ °C.
menor calor específico sensível, teve uma maior
Resolução: variação de temperatura, acarretando uma maior
temperatura final. Por isso, durante o dia, a água
Primeiramente, vamos identificar os valores
está fria e a areia quente.
fornecidos:
À noite, acontece o resfriamento tanto da areia
Q = 4000 cal
quanto da água, porém, devido ao menor calor es-
∆θ = 70 °C – 20 °C = 50 °C
pecífico sensível, a areia sofre uma maior variação
m = 500 g
de temperatura e, assim, sua temperatura final será
Sabemos que a capacidade térmica é dada pela menor que a da água, que, por ter o calor especí-
razão entre o calor recebido e a variação de tem- fico sensível maior, possui uma menor variação de
peratura:
temperatura; logo, sua temperatura final será maior.
Q 4000 cal cal ​​ 
C = ​​ ___   ​​ = ______
​​  = 80 ​​ ___
 ​​ 
  Dessa forma, fica explicado porque, à noite, a água
∆θ 50 ºC °C
está morna enquanto a areia está fria.
Também sabemos que o calor específico sensível
é dado pela razão entre a capacidade térmica e Alternativa B
a massa:
cal ​ 
80 ​ ___
C
c = ​​  m  ​​ = ​​  ºC  
__ _____ ​​  cal  ​​ 
 ​​ = 0,16 ___
500 g gºC

Alternativa B
111
3. Um amolador de facas, ao operar um esmeril, é Além do termômetro, temos um agitador e um
atingido por fagulhas incandescentes, mas não aquecedor, caso queiramos interferir mecânica ou ter-
se queima. Isso acontece porque as fagulhas: micamente com o conteúdo no recipiente.
a) têm calor específico muito grande. Quando colocamos corpos no calorímetro, eles tro-
b) têm temperatura muito baixa. cam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação da
c) têm capacidade térmica muito pequena. energia, todo calor cedido por um dos corpos será absorvi-
d) estão em mudança de estado.
do por outro dentro do calorímetro. Dessa forma, a equa-
e) não transportam energia.
ção de transferência de calor para os corpos no interior
Resolução: no calorímetro é dada por uma soma das quantidades de
Apesar de as fagulhas possuírem altas tem- calor igualada à zero, uma vez que toda a transferência de
peraturas, devido a sua pequena constituição, calor só ocorre entre os corpos em seu interior.
possuem pouca massa e, consequente, uma
capacidade térmica muito pequena. Como o
calor é proporcional à capacidade térmica, o
calor trocado entre o amolador e as fagulhas
é muito pequeno.

Alternativa C
Matematicamente:
Qrecebido = –Qcedido
Sistema termicamente isolado
Qrecebido + Qcedido = 0

Teoria na prática
1. Dentro de um calorímetro, cuja capacidade térmi-
ca é desprezível, colocou-se um bloco de chumbo
com 4 kg, a uma temperatura de 80 °C. O ca-
lorímetro contém 8 kg de água a uma tempe-
ratura de 30 °C. Considerando cchumbo = 0,0306
cal/g.°C e cágua =1 cal/g°C, determinar a tempe-
ratura final do sistema.
Resolução:
Para sistemas de trocas de calor, temos que:
Dizemos que um sistema está termicamente iso-
Qágua + Qchumbo = 0
lado, quando as partes do sistema (os corpos) trocam
mágua cágua ∆θágua + mchumbo cchumbo∆θchumbo = 0
calor apenas entre si, mas não com o exterior do sis-
tema. Para conseguir esse cenário, é necessário o uso 1 cal
8000 g · ​​  ____ ​​ · (θ – 30 ºC) +
de um recipiente que isole seu conteúdo termicamente gºC
0,0306 cal
do meio externo. Esse recipiente tem paredes isolantes + 4000 g ​​  ________      
​​ (θ – 80 ºC) = 0
gºC
térmicas, chamadas de paredes adiabáticas.
Para monitorar a temperatura do interior, faz-se θ ≈ 30,7 ºC
uso de um termômetro. Desse modo, construímos um Dessa forma, a temperatura final do sistema é de
equipamento que recebe o nome de calorímetro. aproximadamente 30,7 °C.

112
Calorímetro real Teoria na prática
1. (Epcar – AFA) Deseja-se aquecer 1,0 L de água
Um calorímetro real consegue impedir com que se encontra inicialmente à temperatura de
eficácia apenas a troca de calor entre os corpos em 10 ºC até atingir 100 ºC sob pressão normal,
seu interior e o meio externo, no entanto, participará em 10 minutos, usando a queima de carvão.
das trocas tendo como referência a própria capaci- Sabendo-se que o calor de combustão do car-
dade térmica. vão é 6000 cal/g e que 80% do calor liberado
Nesses casos, temos de considerar o calor troca- na sua queima é perdido para o ambiente, a
massa mínima de carvão consumida no proces-
do entre os corpos e o calorímetro.
so, em gramas, e a potência média emitida pelo
Se o problema fornecer a capacidade térmica do
braseiro, em watts, são:
calorímetro, use:
a) 15 e 600.
Qcalorímetro = Ccalorímetro · Du b) 75 e 600.
c) 15 e 3000.
Certos problemas também podem fornecer o d) 75 e 3000.
equivalente em água do calorímetro. Equivalente
em água corresponde à massa de água, cuja capa- Resolução:
cidade térmica é a mesma do calorímetro. Em outras O calor necessário Qnec para aquecer a água será
palavras, com o valor do equivalente em água (E), con- dado pelo calor sensível:
seguimos obter a capacidade térmica do calorímetro Qnec = m ⋅ c ⋅ Δθ =
da seguinte maneira: 1000 g ⋅ 1 cal/g °C ⋅ (100 – 10) °C = 9 ⋅ 104 cal

Ccalorímetro = E · cágua Como somente 20% do calor fornecido pela


combustão do carvão Qforn representa o Qnec:
Por exemplo, se o equivalente em água de Q
um calorímetro é 25 g e o calor específico da água é Qforn = ___
​​  nec ​​ = 4,5 ⋅ 105 cal
0,2
4 J/g °C, então: Logo, a massa de carvão será dada pela razão
Ccalorímetro = E · cágua = 25 · 4 = 100 J/°C entre a quantidade total de calor emitida pela
combustão e o calor de combustão por grama
de carvão.
4,5 ⋅ 105 cal
Potência m = ​​​ ​​ _________ ​​ ​​​ 
= 75 g
6000 cal/g
Para o cálculo da potência, devemos transformar
A definição de potência é dada pela razão entre
as unidades para o sistema internacional:
a quantidade de calor transferido da fonte para o corpo
Qforn ________________
4,5 ∙ 105 cal ∙ 4 J/cal
ou de um corpo para outro, pelo intervalo de tempo P = ​​ ____ ​​ =   
​​      ​​ = 3000 W
Δt 10 min ∙ 60 s/min
decorrido nesse processo. A relação matemática pode
Alternativa D
ser escrita como:

Q
P = ___
​    ​ 
Dt

É comum utilizarmos como unidade da potên-


cia caloria por segundo, cal/s. No SI, a unidade da
potência é J/s, que chamamos de watt, representado
pelo símbolo W.

113
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Calor específico da água


Fonte: Youtube

Vídeo O universo. Temperatura = movimento - calor = transferência

Fonte: Youtube

Vídeo Temperatura: História do termômetro

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

114
ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

www.sensacaotermica.com.br/
pt.khanacademy.org/science/chemistry/thermodynamics-chemistry/internal-energy-sal/a/heat
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/equacao-fundamental-calorimetria.htm
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/calorimetria-o-estudo-dos-fenomenos-de-
transferencia-de-calor.htm
pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/water-as-a-solid-liquid-and-
gas/a/specific-heat-heat-of-vaporization-and-freezing-of-water

115
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No dia a dia, é comum as pessoas observarem as tabelas nutricionais que existem nos alimentos. Elas con-
têm o equivalente mecânico em calorias e em joules que o alimento fornecerá àquele que o consumir.

Também é comum ouvirmos, principalmente em dias frios e em uma aula de física, que o frio não existe, que
ele é apenas uma questão psicológica. Quente ou frio são comparações que fazemos, entre a temperatura de um
determinado objeto e a nossa temperatura corporal, diferentemente de calor, que é a energia térmica em trânsito.
Por isso, deve-se tomar cuidado com o vocabulário, diferenciar o termo técnico, presente em um livro, do usual.

116
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 - Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou
tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da física, sua importância


histórica e saber aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo “construir e aplicar
conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de proces-
sos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.”

Modelo 1
(Enem) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água
até 70 °C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30 °C. Por isso, deve-se
misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25 °C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111
b) 0,125
c) 0,357
d) 0,428
e) 0,833

Análise Expositiva 1

Habilidade 21
O Enem tem cobrado temas típicos dos principais vestibulares do país, entre eles a troca de
calor entre dois corpos. Nesse exercício, o estudante precisa dominar os conceitos básicos de
calorimetria e saber utilizar a fórmula.
Q1 + Q2 = 0 ⇒ mQ ∙ c ∙ (30 – 70) + mF ∙ c ∙ (30 – 25) = 0
___ m 50
​​  mQ ​​ = ___
​​   ​​ = 0,125
F 40
Alternativa B

117
Modelo 2
(Enem) As altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos fatores
que provocam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o superaquecimento e
consequentes danos a esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas de refrigeração, em que
um fluido arrefecedor com propriedades especiais circula pelo interior do motor, absorvendo o calor
que, ao passar pelo radiador, é transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico
b) Alto calor latente de fusão
c) Baixa condutividade térmica
d) Baixa temperatura de ebulição
e) Alto coeficiente de dilatação térmica

Análise Expositiva 2

Habilidade 21
Esse é um exercício típico do que é exigido pelo Enem. Nessa questão, é necessário que o
aluno saiba interpretar o problema e, principalmente, entender a propriedade do fluido que
está relacionada a este problema.
Da expressão do calor específico sensível: Q = –m ∙ c ∙ DU
O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer sobreaquecimento. Para tal, de acordo
com a expressão acima, o fluido deve ter alto calor específico.
Alternativa A

Estrutura Conceitual
TERMÔMETRO

Não altera
Potência
o estado físico

TEMPERATURA
CALOR
VARIAÇÃO DE SENSÍVEL
TEMPERATURA
Escalas
Termométricas
Calor Massa
específico

Kelvin Celsius Fahrenheit

Capacidade
térmica
Zero
absoluto

118
0 6
5 0 Mudanças de estado

Competências Habilidades
5e6 17 e 21
© Denis Burdin/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Estado físico da matéria
Em física básica são três os estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso. O estado sólido é aquele
onde as moléculas estão mais fortemente ligadas e mais próximas, dando ao corpo uma forma fixa. Já no estado
líquido as moléculas estão relativamente próximas e com uma força de atração mediana, o corpo já não possui
uma forma fixa; a substância no estado líquido acaba por se adaptar ao formato do recipiente que a contém. Por
último, no estado gasoso a substância além de não ter forma fixa, acaba tendo uma grande variação em sua forma
e volume. A força de atração entre as moléculas é a menor entre os três casos citados.
Observação: em física avançada existem mais outros dois estados da matéria – o plasma e o condensado
de Bose-Einstein.
Cada processo de alteração de um estado físico para outro recebe um nome que o identifica. Ao passar do
estado sólido para o líquido acontece a fusão, do líquido para o gasoso acontece a vaporização. Já o oposto, passar
do gasoso para o líquido é chamado de condensação ou liquefação e passar do estado líquido para o sólido é
chamado de solidificação. Quando ocorre de a substância passar do estado sólido para o gasoso, sem passar para
o estado líquido, ou o oposto, passar do estado gasoso para o sólido é chamado de sublimação. Todo processo
endotérmico é aquele em que a substância recebe calor, já no exotérmico ela cede calor.

Calor latente de mudança de fase


O fornecimento de calor para um corpo pode evidenciar muitas consequências, uma delas é a mudança de
estado físico, o calor fornecido é utilizado para alterar a organização microscópica, ou seja, o estado de agregação
das moléculas, modificando apenas o valor da energia potencial, mas não a energia cinética das moléculas.
A fusão dos sólidos de estrutura cristalina e a ebulição dos líquidos em geral obedecem a três leis básicas:
1. Para uma determinada pressão, cada substância possui uma temperatura de fusão e outra de ebulição.
2. Para uma mesma substância, as temperaturas de fusão e de ebulição variam com a pressão.
3. Se, durante a fusão ou a ebulição de uma substância, a pressão permanecer constante, sua temperatura
também permanecerá constante.
A quantidade de calor Q por unidade de massa m necessária para efetuar a transição de fase de uma subs-
tância é denominada de calor latente L.

121
Assim, o calor necessário para efetuar a mudança de fase de um corpo é diretamente proporcional à sua
massa. Logo, matematicamente:

Q = mtransformada · L

§§ Unidades de L:
Usual: cal/g
S.I.: J/kg

O sinal de L está relacionado à absorção ou à liberação de calor pelo corpo:


L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor.
Para a água, na pressão de 1 atm, os valores são:
Lfusão 80 cal/g
Lsolidificação –80 cal/g
Lvaporização 540 cal/g
Lliquefação –540 cal/g

Diagrama de aquecimento da água

Diagrama de resfriamento da água

122
Resolução:
Teoria na prática
1. (PUC) Podemos estimar quanto é o dano de Ao ser submetida ao aquecimento de uma subs-
uma queimadura por vapor da seguinte maneira: tância pura que esteja no estado sólido, teremos
considere que 0,60 g de vapor condense sobre a dois pontos em que a temperatura permanece
pele de uma pessoa. Suponha que todo o calor constante à pressão constante. Primeiramente,
latente é absorvido por uma massa de 5,0 g de há o aquecimento do sólido até o momento em
pele. Considere que o calor específico da pele é que alcançado o ponto de fusão, no qual encon-
igual ao da água. Considere o calor latente de tramos duas fases distintas (sólido e líquido) sem
vaporização da água como Lv = (1000/3) cal/g. que haja alteração da temperatura (região II do
Calcule o aumento de temperatura da pele devi- gráfico). Ao derreter todo o sólido, resta apenas
do à absorção do calor, em ºC. o líquido, que ao absorver mais calor, aumenta
a) 0,60 sua temperatura até que a pressão de vapor
b) 20 atinja a pressão atmosférica (região III), neste
c) 40 ponto estamos diante de mais uma mudança de
d) 80 fase (líquido para vapor) e a temperatura perma-
e) 333 nece constante até que todo o líquido vaporize
(região IV). No gráfico, temos líquido quando co-
Resolução:
meça a fusão até o término da vaporização, ou
A quantidade de calor trocada pelo vapor para seja, corresponde aos pontos II, III e IV.
condensar é igual ao calor sensível responsável
por aumentar a temperatura da pele. Alternativa C
Qlatente = Qsensível
mv ∙ Lv = mp ∙ c . ∆θ 3. (G1 – Ifsul) Sendo:

Isolando a variação de temperatura e substituin- §§ o calor específico da água líquida igual a


do os valores fornecidos no enunciado: 1 cal/g °C;
∆θ = [0,6 g ∙ (1000/3) cal/g]/(5 g ∙ 1 cal/g °C) §§ o calor específico do gelo igual a 0,5 cal/g °C;
∆θ = 40 °C §§ o calor específico do vapor de água igual a
0,5 cal/g °C;
Alternativa C §§ o calor latente de fusão do gelo igual a
2. (UEG) A mudança do estado físico de determi- 80 cal/g;
nada substância pode ser avaliada em função da §§ o calor latente de solidificação da água igual
variação da temperatura em relação ao tempo, a –80 cal/g;
conforme o gráfico a seguir. Considere que o §§ o calor latente de vaporização da água igual
composto encontra-se no estado sólido. a 540 cal/g; e
§§ o calor latente de condensação do vapor de
água igual a –540 cal/g.

Usando os dados acima, a fase e a tempera-


tura de 100 g de vapor de água, inicialmente
a 130 °C quando cede 75000 cal serão, res-
pectivamente:
a) sólida e –30 ºC.
b) líquida e 30 ºC.
c) sólida e –67 ºC.
No gráfico, encontra-se a substância no estado
d) líquida e 67 ºC.
líquido nos pontos:
a) I, II e IV.
b) III, IV e V.
c) II, III e IV.
d) I, III e V.
123
Resolução:
Calculemos a quantidade de calor cedida em cada uma das etapas. O sinal (–) significa calor cedido.
§§ Resfriamento do vapor de 130 °C a 100 °C
Q1 = m ⋅ cv ⋅ ∆θ = 100 ⋅ 0,5 ⋅ (100 – 130) = –1500 cal
§§ Condensação do vapor
Q2 = m ⋅ LC = 100 (–540) = –54000 cal
§§ Resfriamento da água de 100 °C a 0 °C
Q3 = m ⋅ c ⋅ ∆θ = 100 ⋅ 1 ⋅ (0 – 100) = –10000 cal
§§ Congelamento da água
Q4 = m ⋅ Ls = 100 ⋅ (–80) = –8000 cal
A quantidade de calor cedida até essa última etapa é:
Q = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 = –73500 cal
O restante da quantidade de calor cedida é para resfriar o gelo até a temperatura:
Q5 = –75000 – (–73500) = –1500 cal
Q5 = m ⋅ cg ∆θ → –1500 = 100 ⋅ 0,5 ⋅ (θ – 0) → θ = –30 ºC
Portanto, o gelo (fase sólida) estará à temperatura final de –30 ºC.
Alternativa A
4. (UFF) Uma bola de ferro e uma bola de madeira, ambas com a mesma massa e a mesma temperatura, são
retiradas de um forno quente e colocadas sobre blocos de gelo.

Marque a opção que descreve o que acontece a seguir.


a) A bola de metal esfria mais rápido e derrete mais gelo.
b) A bola de madeira esfria mais rápido e derrete menos gelo.
c) A bola de metal esfria mais rápido e derrete menos gelo.
d) A bola de metal esfria mais rápido e ambas derretem a mesma quantidade de gelo.
e) Ambas levam o mesmo tempo para esfriar e derretem a mesma quantidade de gelo.
Resolução:
As quantidades de calor sensível liberadas por cada uma das bolas são transferidas para os blocos de gelos.
Como o ferro tem maior condutividade térmica que a madeira, ele transfere calor mais rapidamente, sofren-
do um resfriamento mais rápido.
A quantidade de calor sensível de cada esfera é igual, em módulo, à quantidade de calor latente absorvida
por cada bloco de gelo.
|Qbola|= |Qgelo|
m ∙ c ∙ |∆θ| = mgelo ∙ Lgelo
mgelo = ( m ∙ c ∙ |∆θ|) / Lgelo

Como as massas das bolas são iguais e as variações de temperatura também, a massa de gelo fundida em cada
caso é diretamente proporcional ao calor específico do material que constitui a bola. Assim, analisando a expres-
são, vemos que funde menor quantidade de gelo a bola de material de menor calor específico, no caso, a de metal.

Alternativa C
124
5. (PUC) Um cubo de gelo de massa 100 g e temperatura inicial –10 °C é colocado no interior de um micro-
-ondas. Após 5 minutos de funcionamento, restava apenas vapor de água. Considerando que toda a energia
foi totalmente absorvida pela massa de gelo (desconsidere qualquer tipo de perda) e que o fornecimento de
energia foi constante, determine a potência utilizada, em W.
Pressão local = 1 atm
Calor específico do gelo = 0,5 cal∙g–1 ∙ ºC–1
Calor específico da água líquida = 1,0 cal ∙ g–1 ∙ ºC–1
Calor latente de fusão da água = 80 cal ∙ g–1
Calor de vaporização da água = 540 cal ∙ g–1
1 cal = 4,2 J
a) 1008
b) 896
c) 1015
d) 903
e) 1512

Resolução:
A quantidade de calor total é igual ao calor sensível do gelo de –10 °C até 0 °C, mais o calor latente de
fusão do gelo, mais o calor sensível da água de 0 °C a 100 °C e mais o calor de vaporização da água.

Equacionando:
Q = Qgelo + Qfusão + Qágua + Qvaporização ⇒
⇒ Q = m cgelo ∆θgelo + m Lfusão + m cágua ∆θágua + m Lvap ⇒
Q = 100 (0,5) [0 – (–10)] + 100 (80) + 100 (1) (100 – 0) + 100 (540) ⇒
Q = 500 + 8000 + 10000 + 54000 = 72500 cal

Transformando em joules:
Q = 72 ∙ 500 (4,2) = 304 ∙ 500 J

Calculando a potência:
Q
P = ___ ​ ​304500
​ ​  ​​  = _______
300
​​ = 1015 W
   
∆t

Alternativa C

6. (PUC) Dona Salina, moradora de uma cidade litorânea paulista, resolve testar o funcionamento de seu
recém-adquirido aparelho de micro-ondas. Decide, então, vaporizar totalmente 1 litro de água inicialmente
a 20 °C. Para tanto, o líquido é colocado em uma caneca de vidro, de pequena espessura, e o aparelho é
ligado por minutos. Considerando que D. Salina obteve o resultado desejado e sabendo que o valor do kWh
é igual a R$ 0,28. Calcule o custo aproximado, em reais, devido a esse procedimento. Despreze qualquer
tipo de perda e considere que toda a potência fornecida pelo micro-ondas, supostamente constante, foi
inteiramente transferida para a água durante seu funcionamento.
a) 0,50
b) 0,40
c) 0,30
d) 0,20
e) 0,10

125
Resolução:

Q = Q1 + Q2
Q = m · c · ∆θ + m · L
Q = 1000 · 1 · (100 – 20) + 1000 · 540
Q = 620000 cal = 2604 kJ
Como 1 kWh = 3,6 ∙ 106 J
Temos que Q = 0,72 kWh, dessa forma o custo C será de:
C = 0,28 ∙ 0,72 = R$ 0,20 aproximadamente.

Alternativa D

Sobrefusão ou superfusão
Durante o resfriamento de um líquido, eventualmente podem ser atingidas temperaturas abaixo da que
corresponde à de solidificação da substância, e ainda assim a substância se mantém líquida.

Na sobrefusão (ou superfusão), uma substância encontra-se no estado


líquido com temperatura abaixo da sua temperatura de solidificação.

126
O estado de equilíbrio da sobrefusão é me-
Evaporação
taestável, ou seja, existe equilíbrio, aparentemente,
porém, ocorre a mudança muito lenta do estado fí-
sico da substância. A introdução de uma pequena
porção sólida ou uma agitação perturba o fenômeno
e provoca uma brusca solidificação, parcial ou total,
do líquido. A temperatura aumenta e atinge o ponto
de solidificação. Esse aumento de temperatura ocorre
porque a queda de energia potencial (característica da
solidificação) é compensada pelo aumento da energia
cinética das moléculas.
Vulgarmente, a perda de “calor erroneamente
sensível” torna-se perda de calor “latente”.
O processo de evaporação ocorre na superfície
O estado de superaquecimento, isto é, quan-
livre do líquido, onde as moléculas têm diferentes ener-
do a substância atinge temperaturas superiores à tem-
gias: algumas estão mais agitadas e outras menos. Ao
peratura de ebulição sem que ocorra a ebulição, pode
colidirem umas com as outras, as partículas mais agi-
ocorrer ao se aquecer uma substância no forno micro-
tadas perdem parte de sua energia para as partículas
-ondas. Se o aquecimento é feito por uma chama, exis-
menos agitadas. Desse modo, a energia cinética das
tem correntes de convecção no sistema e essas pertur-
moléculas da superfície aumenta e, então, acabam por
bam suficientemente o sistema, fervendo a substância
se libertar da superfície do líquido: evaporam.
quando a temperatura de ebulição for atingida.
As moléculas que conseguiram se vaporizar
O superaquecimento também é um estado me-
obtiveram energia cinética das demais moléculas do
taestável. Desse modo, qualquer perturbação no siste-
líquido. Assim, as moléculas restantes no líquido ficam
ma diminui seu estado de energia potencial.
com energia cinética menor, e assim, a temperatura do
líquido diminui.
Vaporização Portanto, o processo de evaporação resfria o lí-
quido remanescente.
A passagem do estado líquido para o estado Os fatores listados a seguir influenciam na velo-
gasoso de uma substância é denominada vaporiza- cidade de evaporação:
ção, e pode ocorrer de três modos: ebulição, evapo- §§ Quanto maior a pressão atmosférica, menor
ração e calefação. será a velocidade.
A ebulição é o processo de vaporização que §§ A atmosfera, pressionando a superfície do líqui-
acontece quando a substância atinge uma determinada do, dificulta a vaporização.
temperatura. Esse processo é turbulento. §§ Quanto mais o líquido for volátil, maior será a
A evaporação acontece em qualquer tempera- velocidade.
tura nos líquidos, no entanto, especificamente na sua §§ Como a área livre é maior, mais moléculas estão
superfície livre. A água líquida, por exemplo, quando nessa superfície, o que aumenta a probabilidade
colocada em um prato, desaparece após determinado de haver moléculas “escapando” da superfície
tempo, ou seja, a água é vaporizada (transforma-se em do líquido.
vapor) e misturada aos outros gases da atmosfera. §§ Quanto maior for a temperatura do líquido,
A calefação é um processo rápido de vaporiza- maior a velocidade.
ção e ocorre quando o aumento de temperatura é brus- §§ As moléculas, com temperatura maior, e, portan-
co. Esse processo acontece, por exemplo, ao colocarmos to, mais agitadas, têm maior velocidade e, con-
pequenas quantidades de água em uma frigideira bem sequentemente, maior facilidade de “escapar”.
quente. A vaporização da água, nesse caso, é bastante §§ Quanto mais úmido estiver o ar (maior a pres-
rápida, quase instantânea. são parcial do vapor), menor será a velocidade.

127
Com o ar mais úmido, poderá ocorrer de as mo-
Pressão e estado físico
léculas de vapor presentes no ar aderirem à superfície
do líquido, condensando-se. Para determinada pressão, a temperatura dos só-
lidos é menor do que dos líquidos, e a temperatura des-
mevaporação A · (F – f)
vevaporação = _______
​   ​   = K _______
​  p  ​    ses, por sua vez, é menor do que a dos gases. Isso ocorre
Dt e
devido ao aumento da agitação das moléculas (aumento
da energia cinética de translação). O movimento é tal
Onde: que a interação entre as moléculas impede que se man-
§§ K representa a volatilidade do líquido. tenham agregadas.
§§ A representa área da superfície livre do líquido. Por outro lado, o estado de agregação das mo-
§§ pe representa a pressão externa a que o líquido léculas pode ser modificado alterando-se a pressão que
está submetido. é exercida pela vizinhança (geralmente a atmosfera) so-
§§ F representa a pressão máxima de vapor (que bre a substância. Comprimindo uma massa gasosa, por
depende da temperatura). exemplo, é possível aproximar as moléculas o suficiente
§§ f representa a pressão parcial de vapor na at- para que elas se agreguem, mudando de fase para o
mosfera (que caracteriza o grau de umidade). estado líquido (e até ao sólido).

Mais energéticas: evaporação


Moléculas de vapor com pouca energia: voltam ao líquido.
Moléculas com pouca energia permanecem no líquido.

Diagrama de fase
Vapor

A fase ou estado físico de uma substância repre-


senta o estado de agregação de suas moléculas.
No estado sólido, as moléculas encontram-se tão
agregadas que não têm a possibilidade se de moverem
umas pelas outras.
No estado líquido, existe alguma mobilidade das
moléculas, o que faz com que uma substância nesse
estado não tenha um forma definida. Entretanto, a in-
Líquido
teração é suficiente para que as moléculas ocupem um
volume bem definido, sendo, como nos sólidos, difícil
comprimi-las.
No estado gasoso, as substâncias não têm nem
forma nem volume definido, ou seja, é relativamente fá-
cil comprimir um gás.

128
Substâncias mais comuns
O comportamento normal do volume em função do estado físico está resumido na figura abaixo.

Como observamos na figura anterior, para a maior parte das substâncias, na passagem do estado ga-
soso para o líquido e do líquido para o sólido, ocorre a redução do volume. Observe, portanto, que é possível fazer
essa transição de fase reduzindo a temperatura ou aumentando a pressão exercida sobre a substância.
Conclui-se, assim, que o estado físico de uma substância não é determinado apenas pela temperatura, mas
também pela pressão.

O diagrama de fase é um gráfico que relaciona as


Reprodução

fases da substância com a pressão e temperatura. Cada ponto


no gráfico corresponde a uma combinação de pressão e tem-
peratura bem definida, determinando a fase da substância.
As linhas no diagrama de fase dividem as fases
e indicam valores de pressão e temperatura, nas quais
diferentes fases podem coexistir.
Para a maioria das substâncias, as linhas de fusão,
vaporização e sublimação têm inclinação positiva e a tem-
peratura de mudança de estado aumenta com o aumento
da pressão.

129
Observe, a seguir, o diagrama de fases do dióxido de carbono:

Observando o diagrama de fases, podemos concluir que:


§§ aumentando a pressão, o ponto de fusão aumenta (a curva de fusão é crescente).
§§ aumentando a pressão, o ponto de ebulição aumenta (a curva de ebulição é crescente).

Comportamento da água e do bismuto


A água e o bismuto, ao passarem do estado líquido para o estado sólido, ao contrário das demais substân-
cias, aumentam de volume.

130
Esse comportamento da água ocorre porque, ao se solidificar, as ligações entre as moléculas, que são pontes
de hidrogênio, formam cristais, cuja geometria afasta as moléculas. A figura, a seguir, ilustra a estrutura da água
no estado líquido e no estado sólido.
H2O líquida H2O sólida

Observando o diagrama de fases da água, é possível perceber que a curva de fusão é decrescente. Assim,
a temperatura de fusão diminui com o aumento da pressão. Logo, é possível derreter o gelo em uma temperatura
menor, caso ele esteja em uma pressão maior.

Observando o diagrama de fases acima, concluímos que:


§§ aumentando a pressão, o ponto de fusão diminui (a curva de fusão é decrescente).
§§ aumentando a pressão, o ponto de ebulição aumenta (a curva de ebulição é crescente).

131
Com base nisto, pode-se concluir que:
Teoria na prática
1. Para que a água na xícara não seja vapori-
1. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
zada na produção do café, a temperatura TA
deve ser de 100 °C, pois após a redução de
pressão, esta estaria no limite da vaporização
da água na pressão de 1 atm.
2. Para que o líquido já saia da caldeira B como
um gás, TB = 180 °C, ou seja, a caldeira B terá
seu ponto de operação de 1 atm e 180 °C em
cima da curva de vaporização do líquido.
Dessa forma, pode concluir-se que a diferença
de temperatura entre TA e TB é de 80 °C. Como
a variação de temperatura em graus Celsius é
igual à variação de temperatura em kelvin, logo
Uma máquina de café expresso possui duas pe- a variação em kelvin é também igual a 80 K.
quenas caldeiras mantidas sob uma pressão de
Alternativa C
1,0 MPa. Duas resistências elétricas aquecem
separadamente a água no interior das caldeiras 2. (Ifsul) A panela de pressão permite que o cozi-
até as temperaturas TA ºC, na caldeira com água mento dos alimentos ocorra mais rapidamente
para o café, e TB ºC, na caldeira destinada a pro- que em panelas comuns.
duzir vapor d’água para aquecer leite. Assuma Se, depois de iniciada a saída de vapor pela vál-
que a temperatura do café na xícara, TC ºC, não vula, baixarmos o fogo, para economizar gás, o
deve ultrapassar o ponto de ebulição da água tempo gasto no cozimento:
e que não há perdas térmicas, ou seja, TC = TA. a) aumenta, pois a temperatura diminui dentro
Considerando o diagrama de fases no gráfico da panela.
acima, quanto vale, aproximadamente, o menor
b) diminui, pois a temperatura aumenta dentro
valor, em kelvins, da diferença TB – TA?
da panela.
Dado: 1,0 atm = 0,1 MPa
c) aumenta, pois diminui a formação de vapor
a) 180
dentro da panela.
b) 130 d) não varia, pois a temperatura dentro da pa-
c) 80 nela permanece constante.
d) 30
e) Zero Resolução:

Resolução: Durante a mudança de fase de uma substância


pura e cristalina, a temperatura permanece cons-
Do enunciado, sabe-se que existem duas cal-
tante e depende somente da pressão. O aumen-
deiras, com temperaturas TA e TB e que ambas se
to de pressão aumenta a temperatura do ponto
encontram à pressão constante de 1 MPa. Ainda
de ebulição da água. Atingida a ebulição, basta
do enunciado, a caldeira A é destinada para a
mantê-la que a temperatura não se altera, não
água do café e a B para o vapor d’água para
variando o tempo de cozimento. Em fogo alto
aquecer o leite.
a fervura é mais violenta, mas a temperatura é
A temperatura do café na xícara é TC e TC = TA.
a mesma.
No processo de fazer o café ou do vapor, quando
a caldeira liberar o líquido contido nelas, a pres- Alternativa D
são sofrerá uma redução brusca para o valor de
1 atm (0,1 Mpa).

132
Regelo da água
O volume da água aumenta quando se solidifica, devido à geometria de seus cristais. Desse modo, o au-
mento de pressão sobre o gelo (água sólida) “quebra” os cristais, tornando-a líquida. O efeito contrário, ou seja, a
redução da pressão, pode reverter o processo, e provocar o regelo.

© Pressmaster/Shutterstock
Do mesmo modo, um patinador ao usar patins aumenta a pressão
sobre a superfície do gelo, tornando o deslizar mais fácil.

A figura anterior exemplifica o experimento de Tyndall que demonstra o derretimento do gelo devido à
pressão aplicada sobre ele por um arame preso a dois pesos. O regelo da água ocorre acima do arame assim que
esse desce. Dessa forma, o arame atravessa o bloco inteiro e este permanece inteiro.

Teoria na prática
1. (G1 – Ifsul) Quando um patinador desliza sobre o gelo, o seu movimento é facilitado porque, enquanto ele
anda, o gelo transforma-se em água líquida, o que faz com que diminua o atrito entre os patins e o gelo.
Se o gelo encontra-se a uma temperatura inferior a 0°, por que a água líquida é formada pela passagem
do patinador?
a) A temperatura do gelo aumenta devido ao movimento relativo entre os patins e o gelo.
b) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela lâmina dos patins diminui o ponto de fusão do gelo.
c) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela lâmina dos patins aumenta o ponto de fusão do gelo.
d) A temperatura do gelo não varia devido ao movimento relativo entre os patins e o gelo.

Resolução:

A temperatura de mudança de fase de uma substância depende da pressão. Para a água, o aumento de
pressão diminui o ponto de fusão. No caso, o aumento de pressão devido aos patins diminui a temperatura
de fusão do gelo, ocorrendo o derretimento.

Alternativa B

133
Estado gasoso e temperatura crítica
O estado gasoso pode ser subdividido em dois tipos: vapor e gás. Toda substância possui uma temperatura
denominada temperatura crítica. Acima dessa temperatura, as moléculas estão tão agitadas que, por maior
que seja o aumento da pressão, não é possível forçar as moléculas a se agregarem, isto é, não é possível mudar o
estado físico da substância.

Abaixo da temperatura crítica, o estado gasoso é denominado vapor, e acima dessa temperatura, é deno-
minado gás.
O “gás” de cozinha é, na verdade, "vapor" de cozinha, pois coexiste com o estado líquido.

Sublimação
A sublimação de uma substância ocorre quando existe a mudança direta do estado sólido para o estado
gasoso. Esse processo ocorre em temperaturas e pressões abaixo dos valores do ponto triplo. A região no diagrama
de fases onde ocorre sublimação é ilustrada na figura a seguir.

134
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Calor específico e calor latente de fusão ...


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Vídeo IES: Fusão do gelo no ar e na água

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136
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Sites Instrumentação / medidas / grandezas

educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/mudancas-de-estado.html
www.estudopratico.com.br/mudancas-de-estado-fisico-da-materia/
brasilescola.uol.com.br/quimica/graficos-mudanca-estado-fisico.htm
pt.khanacademy.org/science/chemistry/states-of-matter-and-intermolecular-forces

137
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Uma substância que constantemente tem seu estado físico alterado e é de suma importância para a manu-
tenção da vida no Planeta é a água. O ciclo da água é fundamental para o reabastecimento de água em rios, lagos,
nascentes e influencia o clima em todas as partes do globo.

O processo tem por início a vaporização da água dos oceanos, rios, mares etc. Sobe através da atmosfera até
alturas onde a temperatura é menor, sofrendo assim condensação, precipitando em outras regiões, pois as nuvens
que são formadas são carregadas pela atmosfera. Caso a temperatura seja ainda menor, a água pode solidificar e
precipitar na forma de granizo ou neve.

138
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usada nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A Física, Química e Biologia têm como finalidade entender e descrever a natureza e seus fenô-
menos. Uma ferramenta essencial para a Física é a matemática. Por muito tempo, a física serviu
como fonte de inspiração para a matemática. Com ela, foi possível explicar de maneira gráfica os
fenômenos e até mesmo quantifica-los.

Modelo
(Enem) A Terra é cercada pelo vácuo espacial e, assim, ela só perde energia ao irradiá-la para o
espaço. O aquecimento global que se verifica hoje decorre de pequeno desequilíbrio energético,
de cerca de 0,3%, entre a energia que a Terra recebe do Sol e a energia irradiada a cada segundo,
algo em torno de 1 W/m2. Isso significa que a Terra acumula, anualmente, cerca de 1,6 × 1022 J.
Considere que a energia necessária para transformar 1 kg de gelo a 0 °C em água líquida seja igual
a 3,2 × 105 J. Se toda a energia acumulada anualmente fosse usada para derreter o gelo nos polos
(a 0 °C), a quantidade de gelo derretida anualmente, em trilhões de toneladas, estaria entre:
a) 20 e 40.
b) 40 e 60.
c) 60 e 80.
d) 80 e 100.
e) 100 e 120.

Análise Expositiva

Habilidade 17
O aluno precisa saber interpretar o problema e identificar as informações relevantes ao pro-
blema. Além disso, é necessário um conhecimento da fórmula de quantidade de calor latente
e de transformação de unidade.
Q = m ∙ L ⇒ 1,6 ∙ 1022 = m ∙ 3,2∙105 ⇒ m = 5 ∙ 1016 kg
m = 50 trilhões de toneladas
Alternativa B

139
Estrutura Conceitual
TEMPERATURA
CONSTANTE

CALOR
SÓLIDO
LATENTE
Estados da LÍQUIDO - Evaporação
matéria
- Ebulição
GASOSO - Calefação

Mudança de Processo - Fusão


estado endotérmico - Vaporização
- Sublimação

AQUECIMENTO Processo
exotérmico - Solidificação
- Condensação
- Sublimação
DIAGRAMAS

RESFRIAMENTO

140
0 8
7 0 Transmissão de calor

Competências Habilidades
1e6 3 e 21
© vuttichai chaiya/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Vimos anteriormente que a energia térmica flui espontaneamente das regiões de maior temperatura para as
regiões de menor temperatura. Agora, vamos estudar como são as formas de propagação de calor.

Condução térmica
Experimente fazer brigadeiro utilizando uma colher completamente de inox (sem a proteção de madeira ou
de plástico). Com o tempo, não será possível segurar a colher devido à temperatura alta que terá atingido. O calor
é transferido para a colher pela extremidade em contato com o brigadeiro e é transferido para toda a colher. Isso
ocorre porque as moléculas do brigadeiro, aquecidas, colidem com as moléculas da extremidade da colher que
estão em contato com o brigadeiro.
A agitação das moléculas da extremidade é “transmitida” às moléculas vizinhas através da interação
(força) que existe entre elas e através das múltiplas colisões que ocorrem entre os elétrons ligados “mais fraca-
mente” aos átomos.

Por esse motivo, os materiais que apresentam elé-


trons externos (da última camada) ligados mais fracamen-
te aos átomos, são melhores condutores de calor: é o caso
dos metais.
A madeira é um bom isolante térmico (ou um péssimo
condutor). Por isso, é utilizada para revestir os cabos dos talhe-
res e panelas. É interessante notar que a madeira é um mau
condutor mesmo quando está em alta temperatura (cor aver-
melhada). Devido a isso, é comum ver shows de pessoas que
caminham descalças sobre brasa sem queimar os pés.

143
Embora a temperatura da madeira seja suficien- c)
temente alta, o pouco tempo de contato faz com que
haja pouco calor transferido da madeira para o pé, sen-
do insuficiente para queimá-lo.
d)

e)

Outro exemplo de mau condutor é o gelo. Os es-


quimós constroem suas casas de gelo, os iglus, por esse Resolução:
motivo. O gelo, por ser mau condutor, permite pouco a O jornal (papel) é um mau condutor térmico, ou
transferência de calor de seu interior para o exterior do seja, um bom isolante térmico. Diante disto, para
iglu, mesmo estando à temperaturas baixas. Assim, o evitar a troca de calor entre o ambiente externo e o
calor irradiado por uma fogueira ou pelas reações do sistema proposto, o ideal é montar o sistema com
corpo humano terá um maior intervalo de tempo para o jornal no topo, funcionando como uma tampa.
a sua absorção, evidenciando uma temperatura mais Como o ar frio é mais denso do que o ar quente
agradável do que a temperatura externa. e, consequentemente, ficará concentrado no fundo
A maior parte dos líquidos e dos gases são maus do isopor, o gelo deve ficar por cima do refrigerante.
condutores de calor. O ar, sendo um péssimo condutor Alternativa E
de calor, faz com que os materiais porosos também se-
jam maus condutores de calor. Esse é o caso dos co- 2. (PUC) Ainda nos dias atuais, povos que vivem no
bertores de lã (a lã possui uma camada de ar entre os deserto usam roupas de lã branca como parte de
pelos) e do isopor. seu vestuário para se protegerem do intenso ca-
lor, já que a temperatura ambiente pode chegar a
Teoria na prática 50 ºC durante o dia. Para nós, brasileiros, que uti-
1. (Cefet) Estudantes de uma escola participaram de lizamos a lã principalmente no inverno, a atitude
uma gincana e uma das tarefas consistia em res- dos povos do deserto pode parecer estranha ou
equivocada, contudo ela pode ser explicada pelo
friar garrafas de refrigerante. O grupo vencedor foi
fato de que:
o que conseguiu a temperatura mais baixa. Para
a) a lã é um excelente isolante térmico, impedin-
tal objetivo, as equipes receberam caixas idênti-
do que o calor externo chegue aos corpos das
cas de isopor sem tampa e iguais quantidades de
pessoas e a cor branca absorve toda a luz evi-
jornal, gelo em cubos e garrafas de refrigerante.
tando que ela aqueça ainda mais as pessoas.
Baseando-se nas formas de transferência de calor,
b) a lã é naturalmente quente e, num ambiente a
indique a montagem que venceu a tarefa. 50 ºC, ela contribui para resfriar um pouco os
a) corpos das pessoas.
c) a lã é um excelente isolante térmico, impedin-
do que o calor externo chegue aos corpos das
pessoas e a cor branca reflete toda a luz, dimi-
nuindo assim o aquecimento da própria lã.
b)
d) a lã é naturalmente quente, e o branco é
uma “cor fria.” Esses fatos combinados con-
tribuem para o resfriamento dos corpos da-
quelas pessoas.

144
Resolução: Observação: para uma parede, a lei é igual-
mente válida. Sendo e a espessura da parede e A a área
Nós, brasileiros, usamos lã, que é um isolante tér-
da secção transversal da parede, o fluxo de calor através
mico, para impedir que o calor se propague do
da parede é:
nosso corpo (mais quente) para o meio ambien-
k · A ∙ (θ1 – θ2)
te (mais frio). No caso dos povos do deserto, eles f = ____________
  
​​   ​​ 
L
usam lã para impedir a passagem do calor do meio
ambiente (mais quente) para os próprios corpos
(mais frios). A cor branca apresenta maior índice de
refletividade de luz, diminuindo a absorção e, con-
sequentemente, o aquecimento do tecido.

Alternativa C
L

Fluxo de calor na condução Teoria na prática


térmica (lei de Fourier) 1. (IFSC) A lei de Fourier, ou lei da condução térmi-
ca, serve para analisar e quantificar o fluxo de
calor através de um sólido. Ele relaciona esse flu-
xo de calor com o material, com a geometria do
corpo em questão e à diferença de temperatura
na qual está submetido.
Para aumentar o fluxo de calor de um corpo, sem
alterar o material e a diferença de temperatura,
deve-se:
a) manter a área da secção transversal e au-
mentar a espessura (comprimento) do corpo.
b) aumentar a área da secção transversal e a
espessura (comprimento) do corpo.
c) diminuir a área da secção transversal e a es-
pessura (comprimento) do corpo.
d) diminuir a área da secção transversal e au-
mentar a espessura (comprimento) do corpo.
e) aumentar a área da secção transversal e di-
Q
f = ___
​    ​  minuir a espessura (comprimento) do corpo.
Dt
Resolução:

O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é dire- De acordo com a lei de Fourier, o fluxo de calor
tamente proporcional à diferença de temperatura entre (f) através de um sólido de comprimento L, de
os extremos (θ1 – θ2), à área de secção reta (A) e inver- secção transversal A, sendo ∆θ a diferença de
samente proporcional ao comprimento (L). temperatura entre suas extremidades, é dado
pela expressão:

A ∙ (θ1 – θ2) k · A ·  ∆θ 


f = ​​  ________ ​​ 
f = k · _________
​​   ​​     L
L
Assim, para aumentar o fluxo, podemos aumentar
A constante k é a constante de condutivida- a área da secção transversal, aumentar a diferen-
de térmica, medida em cal · s–1 · m–1 °C–1, e depende ça de temperatura ou diminuir o comprimento.
do material. Alternativa E

145
Já um aparelho de ar-condicionado é instalado
Convecção na parte superior de um ambiente, pois seu funciona-
mento é o oposto do aquecedor. Ao retirar calor de uma
Convecção é o processo de transferência de calor camada superior, essa tem sua temperatura diminuída,
por meio do deslocamento de matéria do fluido de um lo- e, por convecção, tenderá a ocupar camadas inferiores.
cal para outro. Uma nova camada de ar acaba tomando o lugar mais
Essa movimentação da matéria é causada pela alto da antiga, porém, como o ar-condicionado continua
diferença de densidade criada pelo desequilíbrio térmi- em funcionamento, esta nova camada de ar também irá
co do sistema. ser resfriada e acabar descendo, e assim sucessivamen-
Em geral, as partes em maior temperatura são te resfriando todo o ar de um ambiente.
menos densas e tendem a subir, enquanto as partes em A convecção, juntamente com a diferença de
menor temperatura são mais densas e tendem a descer. calor específico entre areia e água, também explica o
Por causa desse comportamento da convecção,
sentido das brisas nas proximidades da praia:
os processos de aquecimento por condução devem ser
feitos de baixo para cima. É por isso que as panelas são
colocadas sobre o fogo e não abaixo dele.

No mesmo sentido, se o objetivo for resfriar atra-


vés do processo de convecção, o processo deve ser feito
de cima para baixo, como é o caso da geladeira. O con-
gelador situa-se na parte superior para receber o calor
oriundo dos alimentos através da convecção. O ar em
baixa temperatura, depois de resfriado pelo congelador,
fica mais denso e desce para trocar calor com os alimen-
tos. A geladeira é feita de prateleiras vazadas (grandes)
para não impedir que a convecção ocorra e por isso não
Durante o dia, o ar acima da areia está mais
devem ser recobertas com panos ou plásticos.
Outra aplicação são os aquecedores, que ficam quente que o ar acima da água, pois a areia encontra-se
na parte inferior de um ambiente. Devido à convecção em uma temperatura maior e acaba aquecendo mais o
o ar quente tende a ocupar regiões mais altas. Sendo ar que se encontra acima da mesma. Como o ar quente
assim, o aquecedor aquece uma camada mais baixa tende a subir, ele acaba criando um vácuo que deve ser
do ar contido numa sala, adquirindo uma temperatura preenchido, e assim o ar que estava acima da água ocu-
maior que o ar contido numa camada mais superior, por pa o seu lugar. A essa ocorrência chamamos de brisa
convecção esse ar sobe e o ar que estava acima des- marítima. O oposto ocorre à noite, quando a água está
ce. Como o aquecedor continua em funcionamento, ele a uma temperatura maior e consequentemente o ar que
aquece a nova camada inferior de ar, que, por convec- está acima dela acaba sendo aquecido. Mais uma vez,
ção, mais uma vez, tenderá a ocupar regiões mais altas. por convecção, o ar quente sobe criando uma região de
Devido a esse processo, todo o ar do ambiente passa a vácuo, que é ocupada pelo ar que se encontrava acima
ter uma temperatura mais alta. da areia. Essa ocorrência é a brisa terrestre.

146
Teoria na prática
1. (Ifsul) Em certos dias de inverno, é comum acontecer o fenômeno físico chamado inversão térmica, que
faz aumentar a concentração de poluentes no ar que a população respira, causando doenças respiratórias,
principalmente, em crianças e idosos.
Isso ocorre porque a:
a) densidade das camadas superiores do ar atmosférico é maior que a densidade das camadas inferiores.
b) temperatura das camadas inferiores do ar atmosférico é igual à temperatura das camadas superiores.
c) temperatura das camadas superiores do ar atmosférico é maior que a temperatura das camadas inferiores.
d) a temperatura das camadas superiores do ar atmosférico é menor que a temperatura das camadas inferiores.

Resolução:
A concentração de poluentes no ar aumenta porque a temperatura das camadas superiores do ar atmosférico
é maior que a temperatura das camadas inferiores, dificultando o fenômeno da convecção.
Alternativa C

Irradiação ou radiação
Sabemos que a condução ocorre preferencialmente em sólidos e que a convecção só pode ocorrer em flui-
dos (líquidos ou gases). Então, como a energia térmica do Sol chega à Terra?
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra através de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é de-
nominada radiação. Essa transferência é possível porque os campos elétricos e magnéticos podem existir em regiões
onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia radiante pode se propagar sem a necessidade de um meio material.
As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com velocidade de c = 3 · 108 m/s e são classificadas
de acordo com suas frequências ou comprimentos de onda.
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de rádio, as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravio-
leta, os raios X e os raios gama também são ondas eletromagnéticas.

147
turas bem menores, de modo que a energia radiante
Teoria na prática emitida está a frequências mais baixas que a luz visível:
1. (Uece) O uso de fontes alternativas de energia
radiações infravermelhas.
tem sido bastante difundido. Em 2012, o Brasil
As radiações infravermelhas, quando atingem
deu um importante passo ao aprovar legislação
nossa pele, causam-nos a sensação de calor, por isso,
específica para micro e mini, geração de energia
recebem o nome de radiação térmica.
elétrica a partir da energia solar. Nessa moda-
lidade de geração, a energia obtida a partir de
painéis solares fotovoltaicos vem da conversão Absorção de radiação
da energia de fótons em energia elétrica, sendo
esses fótons primariamente oriundos da luz so- Todo bom emissor de radiação também é um bom
lar. Assim, é correto afirmar que essa energia é absorvedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras
transportada do Sol à Terra por: emitem e absorvem mais rapidamente a radiação.
a) convecção. Assim, os corpos escuros, quando expostos ao sol,
b) condução. aquecem-se mais rapidamente, e quando anoitece, res-
c) indução. friam-se também mais rapidamente.
d) irradiação. O comportamento oposto ocorre com os objetos de
superfícies claras.
Resolução: Superfícies espelhadas praticamente não absorvem
Irradiação é o processo de transmissão de calor a energia que as atinge, refletindo a maior parte dela.
através do espaço, por meio de ondas eletro- A regra seguinte é válida para todos os corpos: a
magnéticas. Esse é o único processo de trans- temperatura aumenta quando o corpo está absorvendo
missão de calor que ocorre no vácuo, ou seja, mais radiação do que está emitindo; e a temperatura dimi-
que não há necessidade de um meio material. nui quando o corpo emite mais radiação do que absorve.

Alternativa D

Emissão de radiação
Foi constatado experimentalmente que todas as
substâncias, a qualquer temperatura acima do zero ab-
soluto, emitem radiação e que a frequência de ondas
mais emitidas é proporcional à temperatura absoluta T: No fogão elétrico:

Baixa temperatura

Média

Alta temperatura

A superfície do Sol, por estar a altas temperatu-


ras (comparadas às da superfície terrestre) emite ondas
em alta frequência, grande parte na faixa do espectro
visível. Por outro lado, o planeta Terra está a tempera-

148
cujas superfícies interna e externa são espe-
Teoria na prática
lhadas para impedir a propagação do calor por
1. (Unicamp) Um isolamento térmico eficiente é
________. As paredes de vidro são más con-
um constante desafio a ser superado para que
dutoras de calor evitando-se a ________ tér-
o homem possa viver em condições extremas
mica. O vácuo entre as paredes da ampola difi-
de temperatura. Para isso, o entendimento
culta a propagação do calor por _________ e
completo dos mecanismos de troca de calor é
__________.
imprescindível.
Em cada uma das situações descritas a seguir, Marque a alternativa que completa o texto cor-
você deve reconhecer o processo de troca de ca- retamente:
lor envolvido. a) reflexão – transmissão – condução – irradiação
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são b) condução – irradiação – irradiação – convecção
grades vazadas, para facilitar fluxo de energia c) irradiação – condução – convecção – condução
térmica até o congelador por __________. d) convecção – convecção – condução – irradiação
II. O único processo de troca de calor que pode e) reflexão – irradiação – convecção – condução
ocorrer no vácuo é por __________.
Resolução:
III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo en-
As paredes espelhadas refletem ondas eletro-
tre as paredes duplas de vidro para evitar que
magnéticas evitando propagação por radiação,
o calor saia ou entre por __________.
as paredes são más condutoras de calor para
Na ordem, os processos de troca de calor utiliza- evitar a propagação por condução e, finalmente,
dos para preencher as lacunas corretamente são: o vácuo entre as paredes impede a propagação
a) condução, convecção e radiação. por convecção e condução.
b) condução, radiação e convecção.
Alternativa C
c) convecção, condução e radiação.
d) convecção, radiação e condução.
3. (UFSM) As plantas e os animais que vivem num
Resolução: ecossistema dependem uns dos outros, do solo,
I. Convecção. Nas antigas geladeiras, as pra- da água e das trocas de energia para sobrevive-
teleiras são grades vazadas para que o ar frio rem. Um processo importante de troca de ener-
(mais denso), desça, enquanto o ar quente gia é chamado de calor.
(menos denso) suba. Nas modernas geladei- Analise, então, as afirmativas:
ras, existe o dispositivo que injeta ar frio em I. Ondas eletromagnéticas na região do infraver-
cada compartimento, não mais necessitando melho são chamadas de calor por radiação.
de grades vazadas. II. Ocorre calor por convecção, quando se esta-
II. Radiação. Esse processo se dá através da belecem, num fluido, correntes causadas por
propagação de ondas eletromagnéticas, não diferenças de temperatura.
havendo movimento de massa, ocorrendo,
III. Calor por condução pode ocorrer em sólidos,
portanto, também no vácuo.
líquidos, gases e, também, no vácuo.
III. Condução. Na verdade, condução e con-
Está(ão) correta(s):
vecção que são os processos que movimen-
a) apenas I.
tam massa.
b) apenas II.
Alternativa D c) apenas III.
2. (UTF-PR) A garrafa térmica tem como função d) apenas I e II.
manter seu conteúdo em temperatura pratica- e) apenas II e III.
mente constante durante um longo intervalo de
tempo. É constituída por uma ampola de vidro

149
Resolução:
I. Incorreta. Ondas eletromagnéticas quan-
do absorvidas transformam-se em energia
térmica.
II. Correta. Correntes convectivas formam-se
em fluidos, quando há diferenças de tempe-
raturas causando movimento de massas por
diferenças de densidades.
III. Incorreta. A condução dá-se molécula a Os gases de estufa dióxido de carbono (CO2),
molécula, não ocorrendo, portanto, no vácuo. metano (CH4), óxido nitroso (N2O), CFC (CFxCøx)
Alternativa B absorvem parte da radiação infravermelha emitida
pela superfície da Terra e irradiam novamente parte da

Efeito estufa
energia absorvida para a superfície do planeta. A super-
fície recebe maior quantidade de energia da atmosfera
do que a energia que recebe do Sol. A superfície fica,
O planeta Terra e sua atmosfera absorvem a então, com temperatura em cerca de 30 ºC mais quente
energia irradiada pelo Sol. Essa energia é composta por do que estaria sem a presença dos gases estufa.
ondas de frequências altas (luz visível, ultravioleta) por O metano, cerca de 20 vezes mais potente que
causa de sua temperatura alta. A atmosfera é transpa- o dióxido de carbono, é um dos piores gases. Esse gás
rente em relação à maior parte dessa radiação, princi- é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos.
palmente à luz visível, que atinge e é absorvida pela A pecuária representa 16% da poluição mundial. Um
superfície do nosso planeta. remédio está sendo desenvolvido para tentar resolver
O Sol emite ondas curtas, enquanto a Terra, em esse problema. Por exemplo, na Nova Zelândia, pensou-
baixa temperatura, emite ondas longas, a radiação ter- -se em adotar a cobrança de taxas para compensar o
restre. O vapor d’água, dióxido de carbono, e outros efeito dos gases emitidos pelas vacas.
“gases estufa” presentes na atmosfera refletem e/ou
absorvem as ondas longas que, de outra forma, seria
irradiado da Terra para o espaço exterior. Garrafa térmica
A superfície da Terra “reirradia” essas ondas, em
Uma garrafa térmica pode ser feita utilizando
frequências infravermelhas, por estar em uma tempera-
uma jarra envolvida por um material isolante, como o
tura menor. Para esse tipo de radiação, a atmosfera é
isopor (poliestireno). Por ser um condutor ruim de calor,
opaca, ou seja, os gases atmosféricos absorvem e ree-
o plástico da espuma dificulta a transferência de calor.
mitem essas radiações de volta para a Terra, mantendo
Além disso, o ar aprisionado nas cavidades da espuma
a superfície do planeta aquecida.
reduz a convecção, e, por ser também um condutor ruim
Isso é ótimo! Se não fosse o efeito estufa, a
temperatura média da superfície da Terra seria algo em de calor, diminui ainda mais a transferência de calor.
torno de –18 ºC. Por essa razão, a transferência de calor desse material
Contudo, os gases como o dióxido de carbono é bem pequena.
(emitido na combustão) intensificam esse efeito, cau-
sando um problema ambiental, aumentando demasia-
damente as temperaturas da superfície terrestre e cau-
sando o aquecimento global.
O efeito tem esse nome por ser semelhante ao
que ocorre nas estufas de flores, que usam vidros como
cobertura. O vidro é transparente à luz visível, mas opa-
ca às ondas de calor. Além disso, impede a subida do ar
quente por convecção, mantendo a temperatura interna
acima do convencional.

150
O vácuo, no entanto, é o isolante mais poderoso. O vácuo é a ausência de átomos, sendo que em um vácuo
perfeito, não haveria nenhum átomo. Porém, é impossível criar um vácuo perfeito. No entanto, pode-se atingir um estado
bem próximo da perfeição. A condução e a convecção são eliminados completamente sem a presença dos átomos.
Em uma garrafa térmica, o elemento principal é a ampola de vidro de parede dupla, que tem um espaço
entre as paredes evacuado. Essa ampola é frágil, e é, em geral, protegida por um invólucro externo de plástico ou
metal. Essa ampola pode ser desatarraxada e removida na maioria das garrafas,.
É comum que o vidro da ampola seja prateado. Dessa forma, por atuar como um espelho, reduz a radiação
infravermelha. Essa combinação, do vácuo e do prateamento, reduz significativamente a transferência de calor por
convecção, conduz e radiação.
Mas, mesmo na garrafa térmica, os líquidos quentes se resfriam. Por quê? A resposta é simples: não existem
isolantes perfeitos. Através da tampa, por exemplo, existe perda de calor, mesmo que seja feita de um bom isolante
térmico. Também ocorre perda de calor devido à condução de calor da ampola e ao revestimento externo, onde
ambos se encontram. Embora esfrie, o líquido quente colocado dentro da garrafa se resfria muito lentamente.
Existe alguma diferença se o líquido colocado na garrafa está quente ou frio?
Não. A garrafa apenas impede a transferência de calor através das paredes, evitando que a temperatura do
líquido no interior se altere.
Marshall Brain. HowStuffWorks – Como funcionam as garrafas térmicas.
Publicado em: 01 abr. 2000 (Atualizado em: 25 abr. 2007).
Disponível em: <www.casa.hsw.uol.com.br/garrafas-termicas2.htm>. Acesso em: 08 ago. 2010. Adaptado.

151
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Dilatação Superficial (Dilatação Térmica)


Fonte: Youtube

Vídeo Tema 04 - Propriedades Térmicas de Materiais ...

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/propagacao-do-calor.html
parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-termica-o-que-e-o-que-causa.html
www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/dilatacao-termica.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-dilatacao-termica-no-cotidiano.htm
www.if.ufrj.br/~carlos/inic/luizfernando/monografiaLuizFernando.pdf

152
ACESSAR

Sites Entenda a propagação da energia térmica

educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/propagacao-do-calor.html
www.if.ufrgs.br/~leila/propaga.htm
midia.atp.usp.br/ensino_novo/termodinamica/ebooks/propagacao_calor.pdf
www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10688.shtml
www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm
noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/meio-ambiente/-
quantidade-de-gases-do-efeito-estufa-na-atmosfera-bate-recorde-em-2015,8f51bca5
316de77e7c000ab9420cb66cg3lil8gl.html

LER

tt
Livros
Aquecimento Global – Frias contendas científicas
Apresenta um ensaio relacionando o aquecimento global à ação
humana, conforme constatações feitas pelo IPCC – Intergovernamen-
tal Panel on Climate Change; um segundo texto associando o aqueci-
mento global a um ciclo geológico do planeta (opinião defendida
pelos cientistas chamados 'céticos'); e, por fim, um terceiro ensaio
que procura conciliar argumentos das duas linhas de pensamento.

Emissão de gases de efeito estufa


Este livro apresenta estimativas de emissão de gases de efeito estufa
(CH4, CO, N2O e NOX) originados da queima de resíduos agrícolas no
Brasil, compreendendo as culturas de cana-de-açucar e de algodão.
Essas estimativas integram o inventário de emissão de gases prove-
nientes de atividades humanas, como parte do acordo celebrado por
países membros da Convenção Quadro de Mudanças Globais, inicia-
da durante a Eco 92, no Rio de Janeiro.

OUVIR
Músicas
Aquecimento Global – Mercado Negro
153
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No dia a dia, temos inúmeras aplicações práticas de condução, convecção e irradiação. Desde a escolha correta
de materiais que favoreçam a condução térmica, como em panelas (o metal é um bom condutor), quanto em materiais
que sejam isolantes térmicos para construir casas em regiões que possuem temperaturas mais baixas ou na escolha de
plástico ou madeira para o cabo da panela. Nas roupas que utilizamos, em um beduíno que anda pelo deserto total-
mente coberto por roupas de lã (lembrando que a lã é um bom isolante térmico devido aos bolsões de ar que se formam
entre o tecido) ou nas plumagens das aves, que assim como a lã, retêm bolsões de ar, servindo de isolante térmico.
A convecção está presente nas geladeiras ou na escolha correta da posição do ar-condicionado (na parte su-
perior de uma sala) ou do aquecedor (na parte inferior de uma sala) a fim de otimizar o processo, na brisa marítima
e na terrestre. Infelizmente na inversão térmica, que ocorre quando o ar carregado de poluentes acaba ocupando
regiões mais baixas da atmosfera, causando prejuízos à saúde da população de uma cidade.
Aplicamos a irradiação térmica na construção de estufas para fins agrícolas. Coletamos energia solar e
transformamos em energia elétrica, que pode abastecer nossas casas e nossos eletrodomésticos. Na cozinha,
utilizamos micro-ondas para aquecer alimentos, embrulhamos um assado em papel alumínio, a fim de conservar o
calor, além, é claro, da garrafa térmica.

INTERDISCIPLINARIDADE

Propagação de calor está intimamente relacionada com o clima e suas mudanças. O clima é influenciado
pela latitude, longitude, relevo, maritimidade e massas de ar, todos esses fatores sofrem ação direta da radiação
solar ou da convecção térmica. A movimentação das massas atmosféricas e dos oceanos, que se dão através da
convecção, comanda principalmente o clima no globo; relevo, latitude e longitude influenciam pela quantidade de
radiação solar recebida em cada região.
A vegetação também tem um importante papel na determinação do clima em cada localidade, porém a
urbanização e outras ações do Homem vêm ganhando cada vez mais força. A comunidade científica internacional
admite que a principal causa do aquecimento global observado, evidenciado no aumento da temperatura nas
últimas décadas, se deve por influência humana. Os gases de efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), o metano
(CH4), o óxido nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFC) e também o vapor de água contribuíram para o aquecimento
entre 0,5 e 1,3 graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
Uma consequência direta da urbanização no clima das grandes cidades é a inversão térmica que ocorre
em grandes centros urbanos industrializados, quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada
de ar quente e menos densa; como nessas localidades as camadas mais baixas de ar estão repletas de gases
poluentes, oriundos de carros e indústrias, a dispersão destes é prejudicada, o que agrava problemas respiratórios.

154
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso


comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

O senso comum costuma transformar palavras e termos de um assunto como tendo o


mesmo significado até mesmo para tentar simplificá-las. O problema é que geralmente
esses termos científicos possuem significado bem diferentes e a utilização equivocada
delas dificulta o entendimento do contexto científico.

Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da física, sua


importância histórica e saber aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo
“construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de
fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das
manifestações artísticas.”

Modelo
(Enem) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante,
são mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrige-
rador com as mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É
correto afirmar que:
a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata.
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o alumínio.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade térmica, e a sensação
deve-se à diferença nos calores específicos.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do alumínio ser maior que a do vidro.
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do vidro ser maior que a do alumínio.

155
Análise Expositiva

Habilidades 3 e 21

Essa é uma questão que exige do aluno saber diferenciar conceitos que se misturam no co-
tidiano. Era necessário ao candidato, saber diferenciar temperatura de sensação térmica e
saber qual propriedade física é responsável pela situação apresentada na questão.
A condutividade térmica do alumínio é maior que a do vidro, logo o calor será transferido
mais rapidamente pelo alumínio.

Alternativa B

Estrutura Conceitual
Lei de Coeficiente de
condutividade
Condução Fourier
térmica
Sólido

Meio de
propagação Vácuo Irradiação

Fluido

GARRAFA
Convecção TÉRMICA

PROPAGAÇÃO
DE CALOR

156
0 0
9 1 Expansão térmica de
sólidos e líquidos

Competência Habilidade
6 21
Pimnana_01/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
A temperatura de um corpo está diretamente relacionada à energia cinética das moléculas, isto é, com a agita-
ção das moléculas que formam o corpo. O aumento da agitação molecular causa o aumento de temperatura do corpo.
Em geral, esse processo provoca um aumento na distância média entre as moléculas, o que faz com que o
corpo sofra uma expansão (ou dilatação).
O efeito oposto também ocorre, ou seja, a diminuição da agitação das moléculas é acompanhada por uma
redução de temperatura e diminuição de volume (contração) do corpo.
Nosso estudo estará limitado ao comportamento dos sólidos isotrópicos, isto é, sólidos cujas propriedades
físicas não dependem de uma direção privilegiada.

Dilatação linear dos sólidos


Inicialmente, vamos estudar a expansão térmica (dilatação) dos corpos. A dilatação linear de um corpo é a
variação de seu comprimento em apenas uma direção. Por exemplo, a variação do comprimento dos trilhos do trem,
a dilatação do raio de uma esfera, variações no comprimento de fios metálicos, ou da aresta de um cubo. Esses
casos são estudados através da análise da dilatação linear dos corpos.
Na figura abaixo, uma barra tem comprimento inicial L0 e temperatura inicial u0. Após o aumento de tem-
peratura, seu comprimento passa a ser L a sua temperatura u.
Chamando a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dq:

DL = L – L0
Dq = q – q0
A experiência mostra que a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dq são relacionadas por:

DL = aL0 ⋅ Dq

em que a é uma constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de dilatação linear cujo valor
é dependente do material.
Da equação apresentada anteriormente, isolando o coeficiente de dilatação linear, obtemos:
a = ​ DL 1    ​
___ ​ ⋅ ​ ___
L0 Dq
Como DL e L0 têm a mesma unidade, concluímos que:
   1 
unidade de a = ​ ___________  ​= (unidade de Dq) –1
unidade de Dq
Em geral, adotamos o ºC–1 como unidade de a, mas poderia ser K–1 ou ºF–1.
Substituindo DL por L – L0, obtemos a seguinte equação do comprimento final do corpo após a variação de
temperatura:
L – L0 = a ⋅ L0 ⋅ Dq ⇒ L = L0 + a ⋅ L0 ⋅ Dq ⇒

L = L0(1 + a ⋅ Dq)

159
A figura abaixo mostra o efeito da dilatação nos L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]
trilhos. Devido ao aumento em seu comprimento, os tri-
lhos acabaram por se curvar.

Como L em função de θ é uma função do primei-


ro grau, temos uma reta com uma certa inclinação, em
relação à horizontal formando um ângulo v. Temos que:

Observação: chamamos de dilatação relati- tg v = ___


​  DL  ​ = aL0
Du
va a porcentagem da dilatação comparada ao tamanho
inicial do objeto. Isto é: Teoria na prática
dilatação relativa = ​ ___
DL ​  1.
L0
Observe que:

​ ___
DL ​ = α ∙ Dθ
L0
A tabela a seguir apresenta alguns materiais e
seus respectivos coeficiente de dilatação linear α. Per-
ceba que diferentes materiais possuem coeficiente Uma barra de aço tem comprimento de 5,000 m
de dilatação bem discrepantes, por exemplo o chumbo a 10 ºC. Qual será o comprimento da barra se
αchumbo = 27 ∙ 10–6 °C–1 e a porcelana αporcelana= 3 ∙ 10–6 °C–1, ela for aquecida até atingir a temperatura de
quase dez vezes maior. A escolha do material em situa- 60 ºC, sabendo-se que o coeficiente de dilata-
ções em que ocorram variações de temperatura é essen- ção linear do aço é a = 12 · 10–6 °C–1?
cial na construção civil, por exemplo. Resolução:
Material Coeficiente de dilatação linear em °C–1 As temperaturas inicial e final da barra são
Chumbo 27 ∙ 10 –6
q0 = 10 °C e q = 60 °C, respectivamente. Assim,
Zinco 26 ∙ 10–6 a variação de temperatura é:
Alumínio 22 ∙ 10–6 Dq = q – q0 ⇒ 60 °C – 10 °C = 50 °C
Prata 19 ∙ 10–6
Sendo o comprimento inicial L0 = 5,000 m,
Ouro 15 ∙ 10–6
calculamos a variação de comprimento:
Concreto 12 ∙ 10–6
DL = aL0 ⋅ Dq ⇒ (12 ∙ 10 –6) ∙ (5,000) ∙ (50) ⇒
Vidro comum 9 ∙ 10–6
⇒ 3,0 ∙ 10 –3
Granito 8 ∙ 10–6
DL = 3,0 ∙ 10 –3 m = 0,003 m = 3 mm
Vidro pirex 13,2 ∙ 10–6
Porcelana 3 ∙ 10–6 Portanto, o comprimento final é igual a:
L = L0 + DL ⇒
⇒ 5,000 m + 0,003 m = 5,003 m ⇒ 
Gráfico da dilatação linear ⇒ L = 5,003 m
Observe a equação deduzida anteriormente,
L = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)], podemos representar grafica-
mente o comprimento final L em função da temperatura
θ, isto é, uma função de L = L(θ).

160
2. (Cesgranrio) O comprimento ℓ de uma barra de latão varia, em função da temperatura é, segundo o gráfico a seguir.

Assim, o coeficiente de dilatação linear do latão, no intervalo de 0 °C a 100 °C, vale:


a) 2,0 ∙ 10–5 °C–1.
b) 5,0 ∙ 10–5 °C–1.
c) 1,0 ∙ 10–4 °C–1.
d) 2,0 ∙ 10–4 °C–1.
e) 5,0 ∙ 10–4 °C–1.
Resolução:
Para sabermos qual é o coeficiente, devemos utilizar a fórmula da dilatação linear:
DL = aL0 ⋅ Dq
Retirando do gráfico, temos:
50,1 – 50,0 = α ∙ 50,0 ∙ 100
0,1
α = _____
​     ​ 
= 2 ∙ 10–5 °C–1
5 ∙ 103
Alternativa A
3. (ITA) Você é convidado a projetar uma ponte metálica, cujo comprimento será de 2,0 km. Considerando os
efeitos de contração e expansão térmica para temperaturas no intervalo de –40 °F a 110 °F e que o coefi-
ciente de dilatação linear do metal é de 12 ∙ 10–6 °C–1, qual a máxima variação esperada no comprimento
da ponte? (O coeficiente de dilatação linear é constante no intervalo de temperatura considerado.)
a) 9,3 m
b) 2,0 m
c) 3,0 m
d) 0,93 m
e) 6,5 m
Resolução:
A principal diferença deste exercício em relação aos demais é que a variação de temperatura à que o mate-
rial foi submetido é fornecida na escala Fahrenheit. Para que possamos calcular a variação de comprimento,
devemos transformação a variação de temperatura para a Celsius.
DθF = 150
DθC ___ DθF
​ ____
 ​  = ​   ​   
5 9
DθC = ___ ​ 250 ​
  
3
Aplicando a fórmula da dilatação, temos:
DL = aL0 ⋅ Dq
​ 250 ​  = 2 m
DL = 12 ∙ 10 –6 ∙ 2 ∙ 103 ∙ ___
3
Alternativa B

161
Lâmina bimetálica

INVAR

ALUMÍNIO

θ = 0 ºC θ < 0 ºC θ > 0 ºC

invar (Ni + Fe) → αINVAR = 1,5 .10– 6 ºC– 1


alumínio → αALUMÍNIO = 22 .10– 6 ºC– 1
'

A lâmina bimetálica é um dispositivo em que duas lâminas de materiais diferentes são soldadas e unidas
fortemente e são utilizadas, por exemplo, como chaveamento elétrico (abertura e fechamento de circuitos elétricos),
pois, quando atravessadas por uma corrente elétrica, têm sua temperatura aumentada, sofrendo assim, o conjunto,
uma dilatação térmica. Como são constituídas de materiais diferentes, dilatam diferentemente, forçando uma curva
na direção daquela que tem menor coeficiente de dilatação, desligando assim o chaveamento, interrompendo a
passagem da corrente elétrica. Contudo, se diminuirmos a temperatura, o conjunto também se curvará na direção
do material que possuir o maior coeficiente de dilatação linear.
Este equipamento é muito usado em ferros de passar roupa, torradeiras elétricas, estufas elétricas, termos-
tatos e etc. como chave de segurança.

LÂMINA BIMETÁLICA

Dilatação superficial
Agora abordaremos o caso em que a dilatação ocorre em duas dimensões. Esta situação ocorre em chapas
ou folhas de metal, na superfície de uma estrutura (uma ponte), na superfície da calçada ou na parede com azule-
jos. Do mesmo modo que para a dilatação linear, imagine um corpo cuja área inicial A0, em uma temperatura θ0 ,
sofra uma alteração de temperatura para θ. Experimentalmente temos que a variação da área DA é proporcional
à área inicial, à variação de temperatura e a um coeficiente que depende do material.

DA = A – A0

DA = b ∙ A0 ⋅ Dq

162
Dessa forma, temos que b = ______
​  DA     ​, cuja unidade é definida por:
A0 ∙ Dq

   1 
(unidade de b) = ​ _____________ ​= (unidade de Dq)–1
unidade de Dq
b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma característica que depende do material e relaciona-
-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:

b=2∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação superficial podemos escrever:

A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]

Observação: quando há um orifício em uma superfície de uma certa substância, e esta passa por um processo de
expansão, o orifício também aumenta, esse aumento ocorre na mesma proporção que a superfície, por isso podemos calcular o
aumento do orifício calculando como seria o aumento de uma superfície da mesma substância de mesmo tamanho deste orifício.

Gráfico da dilatação superficial


Observe a equação deduzida anteriormente, A = A0 [1 + b ∙ (θ – θ0)], podemos representar graficamente a
área final A em função da temperatura θ, isto é, uma função de A = A (θ).
A(θ) = A0 [1 + b ∙ (θ – θ0)]
cujo gráfico também é uma função do primeiro grau.

Como A em função de θ é uma função do primeiro grau, temos uma reta com uma certa inclinação, em
relação à horizontal formando um ângulo v. Temos que :
∆A  ​= b ∙ A
tgv = ​ ___
∆θ 0

Um claro exemplo da dilatação superficial é a necessidade de juntas de dilatação em estruturas de concreto,


pontes, por exemplo, suportando as forças de tensão que se originam da expansão superficial da ponte.

163
Gráfico da dilatação volumétrica
Dilatação volumétrica
Observe a equação deduzida anteriormente,
Por fim, temos o caso em que a dilatação ocorre
V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]: podemos representar grafica-
em três direções: a dilatação volumétrica. Sendo rigoro-
mente o volume final V em função da temperatura θ,
so, todo corpo possui três dimensões, portanto, sempre
isto é, uma função de V = V (θ).
ocorre dilatação volumétrica. Os dois casos anteriores,
a dilatação linear e a dilatação superficial, são casos V (θ) = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
particulares, ou aproximações, quando a dilatação ocor-
re preferencialmente em apenas uma ou duas direções. Cujo gráfico também é uma função do primei-
Iremos utilizar a dilatação volumétrica quando os cor- ro grau.
pos estudados sejam, por exemplo, sólidos geométricos
ou líquidos (estes apresentam unicamente dilatação
volumétrica em todos os casos). Imagine um corpo cujo
volume inicial V0, em uma temperatura q0, sofra uma
alteração de temperatura para q. Experimentalmente,
temos que a variação do volume DV é proporcional ao
volume inicial, à variação de temperatura e a um coefi-
ciente que depende do material. 0

DV = V – V0 Como V em função de θ é uma função do primei-


ro grau, temos uma reta com uma certa inclinação, em
DV = g ∙ V0 ⋅ Dq
relação à horizontal formando um ângulo θ. Temos que:

Dessa forma, temos que g = ______


​  DV     ​, cuja uni- ​  ∆V  ​= g ∙ V0
tg v = ___
V0 ∙ Dq ∆θ
dade é definida por:

1 
(unidade de g) = _____________
​     ​= (unidade de Dq)–1 Teoria na prática
unidade de Dq
1. (Mackenzie) Uma chapa de alumínio
Coeficiente g é chamado coeficiente de dilata- (α = 2,2 · 10–5 °C–1), inicialmente a 20 °C, é
ção volumétrica, é uma característica que depende do utilizada numa tarefa doméstica no interior de
material e relaciona-se matematicamente com o coefi- um forno aquecido a 270 °C. Após o equilíbrio
ciente de dilatação linear pela seguinte expressão: térmico, sua dilatação superficial, em relação à
área inicial, foi de:
g=3∙α a) 0,55%.
b) 1,1%.
c) 1,65%.
Combinando ambas as expressões para a dilata-
d) 2,2%.
ção volumétrica, podemos escrever:
e) 4,4%.
V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
Resolução:
Observação: quando há um espaço vazio em
um volume de uma certa substância, e este passa por Para calcularmos a dilatação superficial, precisa-
um processo de expansão, o espaço vazio também au- mos, antes de tudo, saber qual é o coeficiente de
menta, esse aumento ocorre na mesma proporção que dilatação superficial.
o volume, por isso podemos calcular o aumento do es-
Lembrando que:
paço vazio calculando como seria o aumento de um vo-
b=2∙a
lume com o mesmo volume deste espaço vazio.

164
Logo: Note que os valores dos coeficientes dados pela
b = 4,4 ∙ 10–5 ºC–1 tabela são válidos a 20 ºC. Na prática, os coeficientes a,
b e g dependem da faixa de temperatura que a variação
Aplicando na fórmula de dilatação superficial,
ocorre, por exemplo, se a temperatura varia de 10 °C
temos:
DA = b ∙ A0 ∙ Du a 100 °C, ou se varia de 2000 °C a 3000 °C. Porém,
essa variação é pequena, e, portanto, na resolução dos
Substituindo os valores temos: exercícios ela será desprezada.
DA = 4,4 ∙ 10–5 ∙ A0 ∙ (270 – 20) Normalmente, o coeficiente de dilatação vo-
Queremos uma relação de porcentagem entre o lumétrica dos líquidos é muito superior ao coeficiente
aumento e o tamanho inicial, isso matematica- de dilatação dos sólidos, isso implica que quando um
mente é: recipiente contém um líquido e ambos são aquecidos,
___ a dilatação do líquido será maior que a dilatação do
​  DA ​ = 0,011
A0 recipiente. A tabela anterior apresenta o coeficiente de
dilatação volumétrica de algumas substâncias no esta-
Portanto:
do líquido.
___
​  DA ​ = 1,1%
A0 Imagine a situação como da figura a seguir. Te-
mos um líquido dentro de um recipiente, ambos a uma
Alternativa B temperatura u0, aquecidos até uma temperatura final.
O líquido preenche totalmente o recipiente até a altura
onde se encontra o “ladrão”, uma abertura por onde o
Dilatação dos líquidos líquido pode escorrer.

Durante a variação de temperatura dos líquidos,


apenas a dilatação volumétrica ocorre. Isso ocorre, pois
os líquidos assumem a forma dos recipientes onde es-
tão contidos, ou seja, não existe uma direção específica
no qual a dilatação ocorre. No entanto, é preciso cui- Quando o conjunto é aquecido por uma fonte de
dado ao estudar a dilatação volumétrica dos líquidos, calor, ambos, o líquido e o recipiente, dilatam. Porém,
pois também é necessário levar em conta a dilatação devido ao maior coeficiente de dilatação volumétrica,
do recipiente onde são colocados. Desse modo, tanto o líquido expande mais. Assim, parte do líquido escapa
a dilatação do líquido como a do recipiente devem ser pelo “ladrão” e é recolhido em outro frasco.
consideradas.
Os coeficientes de dilatação volumétrica de al-
guns líquidos, a 20 ºC, estão representados na tabela.
Os valores do coeficiente desses líquidos são da ordem
de 10–3, enquanto os dos sólidos são da ordem de 10–5.
Observamos, então, que os coeficientes de dilatação
dos líquidos são muito maiores que os dos sólidos.

Coeficientes de dilatação volumétrica Erroneamente, algumas pessoas pensam que o


de alguns líquidos a 20 ºC líquido que extravasou é a variação do mesmo. Na ver-
Líquido g (ºC–1) dade, é uma parte da dilatação do líquido, pois o frasco
álcool etílico 1,2 ∙ 10–3 também expandiu, dessa forma foi capaz de comportar
gasolina 0,95 ∙ 10–3 mais líquido. Chamaremos o líquido recolhido de dilata-
glicerina 0,5 ∙ 10–3 ção aparente do líquido. Matematicamente, temos:
mercúrio 18,2 ∙ 10–3 DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente

165
Aplicando a expressão para a dilatação do recipiente e do líquido, temos:
DVlíquido = glíquido ∙ V0 líquido ∙ Du
e
DVrecipiente = grecipiente ∙ V0 recipiente ∙ Du

Sendo o volume inicial do recipiente igual ao volume inicial do líquido podemos dizer que a dilatação apa-
rente é dada por:
DVaparente = (glíquido – g recipiente) ∙ V0 ∙ Du

Onde podemos chamar a diferença dos coeficientes de coeficiente de dilatação aparente:

gaparente = g líquido – g recipiente

Dilatação anômala da água


A água tem um comportamento diferente que a maioria das substâncias. Em geral, quando a temperatura
de uma substância aumenta seu volume também aumenta. Porém, não é isso que ocorre para a água.
Sob pressão normal, a experiência mostra que o volume da água diminui com o aumento de temperatura
entre 0 ºC e 4 ºC. E a partir de 4 ºC, o comportamento é semelhante ao das outras substâncias, isto é, o volume
aumenta com o aumento da temperatura.

Como a densidade é calculada por d = __ ​ m ​  , o menor volume V ocupado pela massa de água m fornece a
V
maior densidade possível da água. Desse modo, a água tem densidade máxima (1 g/cm3) a 4 ºC (sob pressão de 1 atm).

V (cm3) d (g/cm3)
1,0000

0,0099
V0 0,0098
Vmin
0,0097
0,0096
0 4 θ (ºC) 0 2 4 6 8 10 θ (ºC)

Teoria na prática
1. (PUC) O tanque de gasolina de um automóvel, de capacidade 60 litros, possui um reservatório auxiliar de
retorno com volume de 0,48 litros, que permanece vazio quando o tanque está completamente cheio. Um
motorista enche o tanque quando a temperatura era de 20 °C e deixa o automóvel exposto ao Sol. A tempe-
ratura máxima que o combustível pode alcançar, desprezando-se a dilatação do tanque, é igual a:
Dados: gasolina = 2,0 · 10–4 °C–1
a) 60 °C.
b) 70 °C.
c) 80 °C.
d) 90 °C.
e) 100 °C.
166
Resolução: a)
Para descobrirmos a temperatura máxima, deve-
mos aplicar a fórmula de dilatação volumétrica:
DV = g V0 Du
Substituindo pelos valores dados, temos:
0,48 = 2 ∙ 10–4 ∙ 60 ∙ (u -20)
Isolando a temperatura final e realizando os cál-
b)
culos, obtemos:
u = 60 ºC
Alternativa A

2. (FGV) O dono de um posto de gasolina recebeu


4000 L de combustível por volta das 12 horas,
quando a temperatura era de 35 °C. Ao cair da
c)
tarde, uma massa polar vinda do Sul baixou a
temperatura para 15 °C e permaneceu até que
toda a gasolina fosse totalmente vendida. Qual
foi o prejuízo, em litros de combustível, que o
dono do posto sofreu?
Dados: coeficiente de dilatação do combustível
é de 1,0 · 10–3 °C–1. d)
a) 4 L
b) 80 L
c) 40 L
d) 140 L
e) 60 L
Resolução:
Para descobrirmos o prejuízo do dono do posto, de- e)
vemos aplicar a fórmula para dilatação volumétrica:
DV = g ∙ V0 ∙ Du = 1 ∙ 10–3 ∙ 4000 ∙ (35 – 15)
= 80 litros
Alternativa B

3. Diz um ditado popular: “A natureza é sábia“. De


Resolução:
fato! Ao observarmos os diversos fenômenos da
natureza, ficamos encantados com muitos porme- O comportamento anômalo advém do fato de
nores, sem os quais não poderíamos ter vida na que a água líquida contrai-se ao ser aquecida de
face da Terra, conforme a conhecemos. Um desses 0 ºC a 4 ºC e dilata-se quando aquecida a partir
pormenores, de extrema importância, é o compor- de 4 ºC. Assim, a 4 ºC o volume de dada massa
tamento anômalo da água, no estado líquido, du- de água é mínimo e a densidade é máxima.
rante seu aquecimento ou resfriamento sob pres- Alternativa A
são normal. Se não existisse tal comportamento, a
vida subaquática nos lagos e rios, principalmente
das regiões mais frias de nosso planeta, não seria
possível. Dos gráficos abaixo, o que melhor repre-
senta esse comportamento anômalo é:

167
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Dilatação Superficial (Dilatação Térmica)


Fonte: Youtube

Vídeo Tema 04 - Propriedades Térmicas de Materiais ...

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-termica-o-que-e-o-que-causa.html
www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
educacao.globo.com
mundoeducacao.bol.uol.com.br
www.if.ufrj.br

168
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

É comum observarmos juntas de dilatação ao passarmos numa ponte. Ao longo do dia, o concreto é banha-
do pelo calor proveniente do Sol, podendo, assim, expandir o seu tamanho. Sem levar este fator em conta, obras
de engenharia civil acabariam rachando e desmoronando.

Na imagem, vemos uma junta de dilatação, ela possibilita essa movimentação da estrutura, reduzindo a
ocorrência de fissuras na obra.
Pelo mesmo motivo, há uma separação entre os azulejos de uma cozinha, e/ou deixamos pequenos vãos nas
calçadas de cimento, caso contrário, devido à dilatação, elas rachariam.
Você sabia que a Torre Eiffel cresce todo verão? Isso mesmo, a torre feita de metal cresce 15 cm todo verão,
mas isto ocorre porque o metal dilata ao receber calor. Devido ao acréscimo de temperatura no verão, a Torre Eiffel,
símbolo da França, acaba aumentando de tamanho.
Até é possível notar que a torre se curva devido à dilatação.

169
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da física, sua


importância histórica e saber aplicá-los no cotidiano, tal qual diz o segundo eixo cognitivo
“construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de
fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das
manifestações artísticas”.

Modelo
(Enem) Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um meca-
nismo inusitado para enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de
combustível compra álcool por R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 °C. Para revender o líquido
aos motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja
a temperatura de 35 °C, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto compra
20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende.
Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volu-
métrica do álcool é de 1 × 10–3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do
combustível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool
após uma semana de vendas estaria entre:
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.

170
Análise expositiva

Habilidade 21
Neste exercício, o estudante é colocado para interpretar a situação proposta sendo necessário
que relacione a variação do volume do combustível com o lucro obtido pelo dono do posto.
O principal problema era interpretar se o volume dilatado foi ou não comprado pelo dono.
V0 = 20 ∙ 103 L; Dθ = 30 ºC, g = 10–3 ºC–1
DV = V0 ∙ g ∙ Dθ ⇒ DV = 20 ∙ 103 ∙ 10-3 ∙ 30 ⇒ DV = 600 L
$ = 600 ∙ 1,60 ∙ 7
$ = 6720,00
Alternativa D

Estrutura Conceitual
Dilatação Mudança do
linear comprimento

Dilatação Mudança da
SÓLIDOS superficial área

GRÁFICO
DILATAÇÂO
TÉRMICA Dilatação Mudança no
volumétrica volume
LÍQUIDOS
Dilatação
aparente

Dilatação
anômala da água

171
Abordagem de ELETROSTÁTICA nos principais vestibulares.

FUVEST
Diversificados assuntos dentro da eletrostática e com intensa manipulação matemática.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U Questões com análise de gráficos ou situações teóricas.

UNICAMP
Variando dentro do conteúdo com questões mais objetivas do que teóricas.

UNIFESP
Questões com análise de gráficos ou situações teóricas.

ENEM/UFMG/UFRJ
Analisando gráficos e conceitos teóricos na prática.

UERJ
Questões curtas e diretas com necessidade de manipulação das fórmulas matemáticas.
0 2
1 0 Princípios da eletrostática

Competências Habilidades
1e5 3 e 17
© Roman Sigaev/Shutterstock

C N
BIOLOGIA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
A eletrostática é o ramo da Física que estuda as propriedades das cargas elétricas em repouso e suas
interações.
Vejamos os princípios que fundamentam a eletrostática.

Cargas elétricas
A observação e descrição dos fenômenos elétricos consta na história da humanidade há mais de dois mil
anos. O filósofo Tales de Mileto (640-548 a.C.) constatou que, após atritar âmbar com lã, os materiais se atraíam.
Da palavra âmbar originou-se a palavra elétron e eletricidade. Ao longo da história, inúmeros cientistas contribuí-
ram para o desenvolvimento da teoria da eletricidade, porém, para que houvesse uma profunda compreensão do
assunto, foi necessário o desenvolvimento do modelo atômico, sendo o átomo o bloco básico de toda matéria.
Atualmente, o modelo atômico mais difundido é modelo planetário.

Nesse modelo, o átomo é constituído de prótons, elétrons e nêutrons. O átomo pode ser divido em duas
partes: a primeira, o núcleo (composto de prótons e nêutrons); a segunda, a eletrosfera (composta de elétrons).
A atração elétrica descrita por Tales e por tantos outros físicos é justificada pela existência da carga elétrica. A
carga elétrica é uma propriedade intrínseca da matéria e existem dois tipos: as positivas e as negativas.
No modelo atômico, a carga elétrica dos prótons foi denominada de carga positiva e a carga elétrica dos
elétrons de carga negativa, e o nêutron, como o próprio nome sugere, não possui carga elétrica. As denomina-
ções de cargas positivas e negativas e sua associação com os prótons e elétrons são devidas a razões históricas.
A constatação do módulo e das características das cargas elétricas que prótons e elétrons portam só se mos-
trou possível empiricamente. A carga elétrica que cada umas dessas partículas porta é chamada carga elétrica
elementar, e este é o menor valor percebido livremente na natureza, assim, podemos dizer que a carga elétrica é
quantizada e seu valor em módulo é dado por: |e| = 1,6 · 10–19 C.

carga elétrica do próton: e+ = + 1,6 · 10–19 C


carga elétrica do elétron: e– = – 1,6 · 10–19 C

No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o coulomb, cujo símbolo é C, em
homenagem a Charles Coulomb.

177
Um corpo é dito neutro quando possui a mesma quantidade de prótons e elétrons. Por sua vez, um corpo
será chamado de corpo eletrizado se o número de cargas elétricas positivas for diferente do número de cargas
elétricas negativas. Sabemos que, em módulo, um próton possui a mesma quantidade de carga elétrica que um
elétron, desta forma, o excesso de carga elétrica que um corpo tem só pode ser múltiplo natural da carga elétrica
elementar, ou seja:

Q = n · |e|

na qual, a carga Q é positiva, se houver prótons em excesso, ou negativa, se houver elétrons em excesso. A
quantidade de elétrons ou prótons em excesso é dada por n.

Teoria na prática
1. Um corpo condutor inicialmente neutro perde 5 · 1013 elétrons. Considerando a carga elementar e = 1,6 · 10–19 C,
qual será a carga elétrica no corpo após essa perda de elétrons?
Resolução:
Sendo a carga do corpo igual a Q, temos que:
Q = n · |e|
Sendo n o número de elétrons ou prótons em excesso, nesse caso, prótons, portanto:
Q = 5 · 1013 · |1,6 · 10–19|
Terminando os cálculos, temos:
Q = 8 · 10–6 C
Isto é:
Q = 8 µC
Lembrando que Q > 0, pois o corpo tem prótons em excesso.

Princípio da atração e repulsão


A percepção das interações elétricas entre portadores de excessos de cargas elétricas são dadas por forças
que podem ser atrativas ou repulsivas. Em uma situação em que existem corpos eletrizados com o mesmo tipo de
cargas elétricas, por exemplo, cargas elétricas positivas, perceberemos repulsão. Essa força surge, por exemplo, ao
se aproximarem dois bastões de vidro eletrizados positivamente, ou dois panos de lã eletrizados negativamente.

178
Porém, caso um dos bastões de vidro seja carregado positivamente e um dos panos de lã seja carregado
negativamente, haverá atração entre os corpos. Desse modo:

Cargas elétricas de sinais opostos se atraem e cargas elétricas do mesmo tipo se repelem.

Princípio da conservação das cargas elétricas


O princípio da conservação das cargas elétricas estabelece que:

Em um sistema isolado eletricamente (ou seja, não há transferências de cargas elétricas com o ambiente
externo), a quantidade de carga elétrica, em excesso, de que um sistema isolado se mostra portador, é constante.

Por exemplo, sejam o corpo A carregado com carga Q1 e B carregado com carga e Q2.
Suponha que, após haver troca de carga entre os corpos, as novas quantidades de carga sejam Q’1, para o
corpo A, e Q’2, para o corpo B.

Os corpos A e B estão eletrizados com quantidades de cargas Q1 e Q2.


Após a troca de cargas entre os corpos, A e B estão eletrizados com quantidades de cargas Q’1 e Q’2.

Pelo princípio da conservação das cargas elétricas, a quantidade de carga elétrica total é igual antes e de-
pois da troca, ou seja:

Q1 + Q2 = Q’1 + Q’2 = constante

Essa expressão é válida somente se o sistema for eletricamente isolado.

179
Esses elétrons ocupam as posições mais afas-
Condutores e isolantes tadas do núcleo do átomo, e, por isso, estão ligados
fracamente a ele. Consequentemente, esses elétrons
Um bastão de vidro e um pano de lã, ao serem abandonam mais facilmente o átomo. Nos materiais
atritados um com o outro, evidenciam, em cada um dos isolantes, a forma como são distribuídos e como se dão
corpos, um excesso de cargas elétricas nas regiões atrita- as interações fazem com que esses elétrons não pos-
das. Isso ocorre porque o vidro é um material isolante suam os mesmos graus de liberdades que existem nos
ou dielétrico. As cargas elétricas, nesses materiais, se elétrons presentes em superfícies metálicas; os elétrons
conservam no local onde houve o processo de eletrização. estão fortemente ligados.
A denominação de materiais condutores ou iso-
lantes é apenas prática, pois não existem condutores e
isolamentos perfeitos. A melhor forma para a classifica-
ção é dada por bons condutores elétricos e maus
condutores elétricos.
Dessa forma, todos os corpos são condutores
elétricos, bons ou maus. Se o experimento anterior fosse
repetido sem o isolamento devido, ao segurar o bastão
diretamente com a mão, o corpo se comportaria como
um bom condutor, e não seriam percebidos quaisquer
excessos de cargas elétricas. Desse modo, o bastão não
se eletriza, pois suas dimensões são muito reduzidas em
relação às dimensões da Terra.

Um condutor eletrizado é neutralizado quan-


do em contato com a Terra.
Se essa experiência for repetida com um bastão
metálico, no entanto, sendo segurado por um cabo de
Quando um condutor isolado, carregado positiva-
vidro conectado ao bastão, a eletrização também ocorre,
mente, é conectado à Terra, sua carga é neutralizada por
mas o excesso de elétrons se espalha por toda a sua su-
cargas elétricas negativas que são transferidas da Terra
perfície. As cargas em excesso se distribuem pela superfície
para o condutor. Se o condutor estiver carregado negati-
externa dos materiais metálicos devido ao fato de existi-
vamente, a transferência de cargas ocorre de modo con-
rem, em sua superfície, elétrons conhecidos por elétrons
trário: as cargas negativas são transferidas do condutor
livres. Assim, esse tipo de material é denominado condutor.
para a Terra.

Condutor positivamente eletrizado ligado à Terra,


neutralizado devido a elétrons provenientes da Terra.

Condutor negativamente eletrizado ligado à Terra,


neutralizado devido ao escoamento de elétrons para a Terra.

180
1. pele humana seca 11. alumínio 21. prata
Eletrização por atrito 2. couro 12. papel 22. ouro
3. pele de coelho 13. algodão 23. platina
Ao atritarmos dois corpos compostos por dife-
4. vidro 14. aço 24. poliéster
rentes materiais, podemos perceber, em ambos, aquilo
5. cabelo humano 15. madeira 25. isopor
que chamaremos de desequilíbrio eletrostático, ou seja,
corpos com excesso de um determinado tipo de car- 6. nylon 16. âmbar 26. filmes PVC
ga elétrica. Isso ocorre porque um dos dois materiais 7. lã 17. borracha dura 27. vinil
possui uma tendência maior em portar o excesso de 8. chumbo 18. níquel 28. silicone
elétrons. Da mesma forma, em relação ao primeiro, o 9. pele de gato 19. cobre 29. teflon
segundo corpo possui uma maior tendência em ceder 10. seda 20. latão
os elétrons de camadas mais externas, ficando com ex-
cesso de cargas elétricas positivas. Por exemplo, se atritarmos seda e isopor, a
Como exemplo, ao se atritar um pedaço de seda seda, que antecede o isopor na ordem da lista, fica-
e um bastão de vidro, inicialmente neutros, uma certa rá carregada positivamente, enquanto o isopor ficará
quantidade de elétrons do vidro é transferida para o pe- carregado negativamente. Já se atritarmos seda e lã,
daço de seda. Então, a seda adquire eletrização nega- como a seda sucede a lã na ordem da lista, esta fica-
tiva (excesso de elétrons) e o vidro adquire eletrização rá carregada negativamente, enquanto que a lã ficará
positiva (excesso de prótons). É importante destacar carregada positivamente.
que, ao final do processo de eletrização, devido à con-
servação da quantidade de cargas elétricas que com-
põem o sistema de corpos, a quantidade de carga que Teoria na prática
um dos dois corpos envolvidos terá em excesso será, em 1. Um aluno realiza um experimento que consiste
módulo, idêntica a do outro corpo. em atritar lã num bastão de vidro, fazendo, as-
sim, a lã ganhar elétrons e, por consequência,
fazendo o vidro perder elétrons. Após o experi-
mento, quando estes dois corpos forem aproxi-
mados, haverá atração ou repulsão?
Resolução:
Haverá atração, pois os corpos possuem cargas de
sinais opostos, isto é, a lã está com carga nega-
tiva, enquanto o vidro apresenta carga positiva.

2. Com base no exercício anterior, se a lã ganhou uma


carga no valor –12 µC, de qual foi a carga que o
vidro ficou?
Resolução:
Sabemos, pelo princípio da conservação das car-
gas elétricas, que as cargas se conservam, isto é:
No processo de eletrização por atrito, os cor- Q1 + Q2 = Q'1 + Q'2
pos eletrizados apresentam, ao final do processo,
Sabemos que, inicialmente, tanto a lã quanto o
cargas elétricas de sinais opostos.
bastão de vidro estavam descarregados, assim,
temos que: Q1 = Q2 = 0. Logo:
A chamada série triboelétrica é uma lista de
diferentes materiais postos em ordem de tal forma, que 0 + 0 = –12 µC + Q'2
quando atritados dois materiais, aquele que está numa Terminando os cálculos, temos:
posição acima na lista fica carregado positivamente e Q'2 = + 12 µC
aquele que está mais abaixo na lista fica carregado ne-
Assim, temos que o vidro está com um carga de
gativamente.
+12 µC.
181
3. Um pedaço de papel higiênico e uma régua de plástico estão eletricamente neutros. A régua de plástico é,
então, friccionada no papel higiênico. Após o atrito, deve-se esperar que:
a) somente a régua fique eletrizada.
b) somente o papel fique eletrizado.
c) ambos fiquem eletrizados com cargas de mesmo sinal e mesmo valor absoluto.
d) ambos fiquem eletrizados com cargas de sinais contrários e mesmo valor absoluto.
e) nenhum deles ficará eletrizado.

Resolução:

A eletrização por atrito faz com que o corpos atritados adquiram cargas de sinais contrários, pois um dos
corpos irá retirar elétrons do outro, isto é, um corpo ficará com excesso de elétrons e o outro com excesso de
prótons, ficando, respectivamente, negativo e positivo. Além disso, pelo princípio da conservação das cargas
elétricas, ambos terão o mesmo valor absoluto de carga.
Alternativa D

Eletrização por contato


O processo de eletrização associado ao contato entre um corpo eletrizado e outro que pode ou não estar
eletrizado é chamado de eletrização por contato. É importante destacar que, nesse processo, assim como em
qualquer outro, a quantidade de carga do sistema é conservada; no entanto, ao final do processo, os corpos ficam
com o mesmo tipo de carga elétrica. Ao colocar em contato um condutor A, eletrizado positivamente, com um con-
dutor B, inicialmente neutro, o condutor B adquire eletrização positiva. Essa eletrização ocorre, pois o condutor A
retira parte dos elétrons livres de B. No entanto, A continua eletrizado positivamente, mas com menor quantidade
de carga, uma vez que a quantidade de prótons em excesso diminuiu. O condutor B, por sua vez, fica com uma
menor quantidade de elétrons após o contato, e, portanto, eletriza-se positivamente.

A positivo e B neutro estão isolados e afastados; colocados em contato, durante breve intervalo de tempo,
elétrons livres vão de B para A; após o processo, A e B apresentam-se eletrizados positivamente.

Entretanto, se A estivesse carregado negativamente, parte de seus elétrons em excesso seriam transferidos
para o condutor B. Assim, o condutor A continuaria negativo (apesar de ficar com um menor número de elétrons
em excesso), e o condutor B, por adquirir mais elétrons, seria eletrizado negativamente.

182
A negativo e B neutro estão isolados e afastados: colocados em contato, durante breve intervalo de tempo,
elétrons vão de A para B; após o processo, A e B apresentam-se eletrizados negativamente.

Se os condutores A e B forem iguais, por exemplo, a duas esferas condutoras de mesmo material e dimen-
são, as cargas em quantidade e sinais serão idênticas para os dois corpos.

Eletrização por contato entre esferas condutoras de mesmo raio.

Nesse caso de condutores idênticos, a carga final para cada condutor pode ser calculada pela média arit-
mética das cargas:

​ Q1 + Q2 + ​
   ...+Qn  
Q' = _____________
n

No processo de eletrização por contato, os corpos eletrizados, ao final do processo, ficam eletrizados com
cargas elétricas de mesmo sinal.

Teoria na prática
1. Um garoto que estava com os pés descalços, antes de sair do banheiro de sua casa, toca no interruptor
instalado incorretamente, com o objetivo de apagar a lâmpada, mas recebe um choque elétrico. O menino
então chama o seu pai, que averigua a situação e toca também no interruptor, mas, calçado com um par de
chinelos de borracha, não recebe choque. Explique conceitualmente por que o pai do garoto não recebeu o
choque elétrico.
Resolução:
A borracha é um material isolante, isto é, um mau condutor elétrico, por isso dificulta a transmissão e/ou
corrente de elétrons. Quando o pai usa o calçado de borracha, impede o contato elétrico entre o interruptor
e o solo, por isso não recebe o choque. Já o menino tinha seus pés como ligação entre o solo e o interruptor,
sabe-se que o corpo humano é um bom condutor de eletricidade, por isso recebeu o choque.

183
2. Um corpo eletrizado com carga Qa = –5 ∙ 10–9 C é colocado em contato com outro corpo com carga
Qb = 7 ∙ 10–9 C. Qual é a carga dos dois objetos após ter sido atingido o equilíbrio eletrostático?
Resolução:
Para sabermos qual é a situação final de equilíbrio, devemos aplicar a fórmula:
Q + Qb
Q' = __
​  a   ​
  
2
Substituindo os valores, temos:
​ –5 · 10 + 7 · 10
-9  -9
Q' = __
    ​  
2
Finalizando a conta, temos:
Q' = 1 · 10–9 C
Isto é:
Q' = 1 nC

Eletrização por indução


Ao aproximarmos um condutor A, carregado positivamente, de um condutor B, neutro, sem tocar, alguns
elétrons livres de B serão atraídos por A e serão acumulados na região de B mais próxima de A. Isso faz com que a
região de B mais afastada de A fique com uma quantidade menor de elétrons e, portanto, com excesso de cargas
positivas. Esse processo de separação de cargas em um condutor pela presença de outro corpo eletrizado é chama-
do de indução eletrostática. O condutor A é chamado de indutor e B, de induzido.

Se o indutor for afastado, o induzido voltará à sua condição inicial, na qual as cargas elétricas não estavam
separadas. Pode-se realizar o seguinte procedimento para que o induzido se mantenha eletrizado:
1. Aproxima-se o indutor do induzido;
2. Conecta-se ao induzido um outro condutor, e este à Terra (fio Terra);
3. Retira-se o fio Terra;
4. Somente após os procedimentos acima, afasta-se o indutor.

No condutor induzido, os elétrons em excesso se espalham pela superfície do condutor. Caso o indutor
esteja carregado negativamente, os elétrons livres do induzido irão escoar para a Terra, quando a conexão do fio
Terra for feita. Desse modo, no final do processo, o induzido ficará carregado positivamente.

184
Condutor B, neutro e isolado; aproximando A de B, ocorre indução eletrostática; ligando B à Terra, elétrons de B
escoam para a Terra; a ligação de B com a Terra é desfeita; o indutor A é afastado e B está positivamente.

Na eletrização por indução, o induzido ficará eletrizado com cargas elétricas de sinais opostos às cargas
elétricas apresentadas pelo indutor. A carga do indutor não se altera.

Podemos explicar porque ocorre atração dos corpos ao aproximarmos um corpo eletrizado de um condutor
neutro, a partir do fenômeno da indução eletrostática.
Considere um condutor metálico B, neutro, suspenso por um fio isolante. Quando aproximamos de B um
corpo A com carga positiva, o condutor B é induzido e uma parcela de suas cargas elétricas negativas serão atraídas
pelo corpo A, e suas cargas positivas serão repelidas. As forças de atração e repulsão dependem das distâncias
entre as cargas e, nesse caso, como as cargas negativas do induzido estão mais próximas das cargas positivas do
indutor, a intensidade da força de atração é maior que a de repulsão, de modo que a força resultante é de atração.

Se um corpo eletrizado A atrair um condutor B, poderá B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao de
A ou estar neutro.

Atenção: quando analisamos atração ou repulsão elétrica entre partículas, só existe um dos dois quando
se trata de partículas elétricas, isto é, prótons ou elétrons; não havendo força elétrica, trata-se de uma partícula
neutra, um nêutron por exemplo. Diferentemente, quando analisamos corpos extensos, onde um corpo neutro será
atraído por um corpo carregado, poderá haver atração ou repulsão se estiverem carregados.

185
um globo metálico não conseguiria manter eletricidade

Reprodução
no seu interior. Ainda Franklin relacionou o relâmpago
com descargas elétricas iguais às produzidas por uma
garrafa de Leiden. Foram os franceses Charles Augustin
Coulomb (1736-1806) e Charles Fraçois de Cisternay du
Fay (1698-1739) que perceberam que existiam apenas
dois tipos de fluidos elétricos, sendo que a designação
de positivo e negativo foi dada por Benjamin Franklin.

Teoria na prática
1. A figura abaixo representa um condutor A, eletri-
camente neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de
Uma pequena esfera neutra de isopor é atraída quando aproximada da A um corpo B carregado positivamente. Pode-se
esfera metálica eletrizada de um gerador eletrostático.
afirmar que:
Reprodução

a) os elétrons da Terra são atraídos para A.


b) os elétrons de A escoam para a Terra.
c) os prótons de A escoam para a Terra.
d) os prótons da Terra são atraídos para A.
e) há troca de prótons e elétrons entre A e B.

Resolução:
O filete de água desvia-se da vertical ao ser atraído por um bastão A Terra possui elétrons e prótons em abundância.
plástico previamente eletrizado por atrito com um pedaço de flanela.
Isso causa como consequência o fato de que todo
Como dito anteriormente, pertence a Tales de corpo carregado, quando conectado à Terra, fica
Mileto o primeiro registro de observações de fenômenos descarregado. Quando o corpo B, positivamente
carregado, é aproximado do corpo A, temos, pelo
elétricos. O estudo científico só foi ocorrer muito tempo
princípio da atração e repulsão, a tendência para
depois com William Gilbert (1544-1603). Em seus es-
atrair elétrons, logo, os elétrons da Terra serão
tudos sobre eletricidade estática, utilizou âmbar, que,
atraídos e irão migrar para a esfera A.
em grego, é chamado elektron, dando origem à pala-
vra eletricidade, cunhando, assim, entre outros termos, Alternativa A
a força elétrica. Inúmeros cientistas contribuíram para
o desenvolvimento da teoria da Eletricidade, entre eles
podemos citar Benjamin Franklin (1706-1790), inven-
Eletroscópios
tor do para-raios, que imaginou o fluido elétrico como Os eletroscópios são aparelhos utilizados para
sendo apenas um tipo de espécie, onde um corpo po- verificar a eletrização de um corpo. O pêndulo elétrico
deria ficar eletrizado positivamente ou negativamente. é um desses aparelhos e é constituído por uma esfera
Quando atritado, um corpo ganharia e outro perderia de material leve (isopor ou cortiça), recoberta por uma
a mesma quantidade do fluido, mantendo a soma líqui- camada metálica fina e suspensa por um fio isolante
da total das cargas constante. Percebeu, também, que (seda ou náilon) em uma haste-suporte.

186
Pode-se determinar a eletrização de um corpo A aproximando-o da esfera do pêndulo elétrico. Se a esfera
não se mover, o corpo A não está eletrizado. No entanto, se a esfera for atraída, o corpo A está eletrizado.

Teoria na prática
1. Uma esfera metálica, positivamente carregada, é aproximada, sem encostar, da esfera do eletroscópio. Em
qual das seguintes alternativas melhor se representa a configuração das folhas do eletroscópio, e suas car-
gas, enquanto a esfera positiva estiver perto de sua esfera?

Resolução:
Ao aproximarmos uma carga positiva, pelo princípio da atração e repulsão, atrairemos elétrons de todo o
eletroscópio a ficarem fixos na esfera, inclusive das folhas, ou seja, os elétrons das folhas irão migrar e se
concentrar na esfera. Com essa migração, as folhas ficarão com excesso de prótons e, assim, ficarão positi-
vas. Ficando ambas positivas, elas irão se repelir, logo, irão abrir.
Alternativa C

Gerador de Van de Graaff Hoje em dia, é muito comum a utilização de um


gerador de Van de Graaff em shows de física.

O gerador Van de Graaff é uma máquina utili-


zada para acumular carga elétrica, produzindo, assim,
altas tensões elétricas em uma esfera de metal. Baseia-
-se no princípio de eletrização por atrito, no qual uma
correia é atritada com a roldana de plástico. Seu criador
foi Robert Van de Graaff (1901-1967).

187
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Aprenda a fazer uma máquina de choques caseira


Fonte: Youtube

Vídeo Processos de eletrização

Fonte: Youtube

Vídeo Eletrostática História e teoria 15

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

Vídeo FIBRA - GERADOR DE VAN DER GRAAF (18/03/15)

Fonte: Youtube

ACESSAR

188
ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletrizacao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao-condutores-e-isolantes.html
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/carga-eletrica-e-eletrizacao.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/processos-eletrizacao.htma
www.newtoncbraga.com.br/index.php/meio-ambiente-e-saude/415-ionizacao-ambiente-a-
eletricidade-ambiente-pode-melhorar-a-sua-saude
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-isolantes-eletricos.htm

189
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No dia a dia moderno e tecnológico, a eletricidade está presente em todos os lu-


gares. Fugindo um pouco do óbvio e a título de curiosidade, vejamos algumas aplicações
cotidianas dela. Em caminhões que carregam combustíveis, existe uma corrente metálica
que é arrastada pelo chão a fim de descarregar para a Terra um possível excesso de carga
elétrica, que se deve ao atrito do caminhão com o ar, e que poderia originar uma faísca
e provocar uma explosão. Ao caminhar sobre carpetes com os pés descalços, é possível,
através do atrito entre eles, que a pessoa possua um excesso de cargas, e, ao encostar
em um objeto ou em outra pessoa, pode-se gerar um pequeno choque devido à descarga elétrica. Em dias secos,
é mais fácil eletrizar por atrito, por exemplo, ao escovarmos os cabelos; a repulsão elétrica entre os fios de cabelo
será maior ou atrair pequenos objetos com a escova será mais fácil. Já em dias úmidos, o efeito é menor. Isso se
deve ao fato de que as moléculas de água presentes no ar acabam roubando os elétrons e dificultando a eletriza-
ção por atrito.

INTERDISCIPLINARIDADE
Desde a antiguidade, o Homem se pergunta do que Após experiências, Ernest Rutherford percebeu que
é feita a matéria. Demócrito de Abdera foi um dos primei- na verdade o átomo era composto por um núcleo maciço
ros pensadores a postular a existência de um componente composto pelas cargas positivas, sendo orbitado pelas car-
básico para todas as coisas: o átomo. Muito tempo depois, gas negativas.
foi na química que a ideia atômica ressurgiu. Primeiramen- Por fim, o modelo atômico foi corrigido por Niels
te, com John Dalton, que no começo do século XIX rein- Henrick David Bohr, utilizando a mecânica quântica. Ele
ventou a ideia, postulando a existência de esferas maciças postulou que:
e indivisíveis, extremamente pequenas, onde cada elemen- I. Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas
circulares, chamadas de camadas eletrônicas, com
to químico distinto era composto de um átomo diferente,
energia constante e determinada. Cada órbita per-
com propriedades iguais ao elemento, mas diferente entre
mitida para os elétrons possui energia diferente.
os diferentes átomos; por fim, as reações químicas seriam
II. Os elétrons, ao se movimentarem numa cama-
apenas a união ou separação de diferentes arranjos atô-
da, não absorvem nem emitem energia espon-
micos. Seu átomo ficou conhecido como bolas de bilhar.
taneamente.
Após Dalton, Joseph John Thomson sugeriu outro
III. Ao receber energia, o elétron pode saltar para
modelo atômico, um que incluísse propriedades elétricas, outra órbita mais energética.
afinal a eletricidade já era conhecida e estudada. Seu Dessa forma, o átomo fica
modelo ficou conhecido como pudim de passas, pois o instável, pois o elétron tende
átomo seria constituído de um pudim, representando car- a voltar à sua órbita original.
ga elétrica positiva, e pequenas passas espalhadas, que Quando o átomo volta à sua
representariam a carga negativa, uniformemente distribu- órbita original, ele devolve a
ídas pelo pudim. energia que foi recebida em
forma de luz ou calor.

190
Estrutura Conceitual
Carga positiva CARGA FUNDAMENTAL

Dois tipos Carga negativa

CARGA
ELÉTRICA
Atrito

Eletrização Indução

Contato

191
0 4
3 0 Lei de Coulomb

Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© Ralwel/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Charles Augustin Coulomb (1736-1806) aplicou o método científico
sistematicamente em seus problemas, desmistificando a eletricidade. Para
a determinação da força elétrica, Coulomb utilizou da fórmula newtoniana
para atração gravitacional entre dois corpos, era de conhecimento geral a lei
m1· m2
da gravitação de Newton Fg a ​ __  ​  , isto é, que a atração era proporcional
d2
ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância
que as separava. Coulomb percebendo semelhanças entre essas forças, pois,
em ambas, atuavam a distância (ação fantasmagórica à distância), então aca-
bou utilizando-se dessa fórmula para supor a sua fórmula para força elétrica.
Para pôr à prova sua teoria, Coulomb utilizou da balança de torção, utilizada
por Henry Cavendish, fazendo algumas melhorias.

Forças entre cargas elétricas puntiformes: lei de Coulomb


As interações eletrostáticas podem ser evidenciadas pela força percebida entre portadores de cargas elé-
tricas. Essas interações podem ser atrativas ou repulsivas, sendo atrativas entre portadores de cargas elétricas de
sinais opostos e repulsivas entre portadores de cargas elétricas de mesmo sinal. De acordo com a terceira lei de
Newton, para cada ação existe uma reação, de mesma direção, mesma intensidade, sentidos opostos e que atuam
em corpos diferentes. Assim, caracterizaremos as forças de interações elétricas.

O físico francês Charles Coulomb determinou a relação que exprime o módulo da interação existente entre
dois portadores de cargas elétricas, conhecida como lei de Coulomb.

A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas.

onde k é uma constante eletrostática que depende do meio físico em que estão inseridas as cargas elétricas
que compõem o sistema estudado. Para o vácuo, essa constante é denotada por k0 e é chamada de constante
eletrostática do vácuo, ou simplesmente constante eletrostática, e seu valor, determinado experimentalmente, é:

Observação: a constante eletrostática k é definida a partir de outra constante, a chamada constante de


permissividade elétrica «, que, no vácuo, assume o valor «0 = 8,854187 · 10–12 F · m–1. Desse modo, a constante
eletrostática no vácuo é:

​  1   ​ 
k0 = ____
4π«0

195
Logo:
Teoria na prática
1. Duas partículas de cargas elétricas Q1 = 4 · 10–16 C k0 · |Q1| · |Q2| = 9 · 10–2
e Q2 = 6 · 10–16 C estão separadas no vá-
cuo por uma distância de 3,0 · 10–9 m. Sendo
Achamos o valor do produto dos valores cons-
k0 = 9 · 109 N · m2/C2, a intensidade da força de
tantes; agora podemos achar o valor da força:
interação entre elas, em newtons, é de:
Resolução: k  · |Q1| · |Q2|
F = __
​  0  ​  
. 
Para calcularmos a força entre as partículas, de- d2
9 · 0,12
vemos aplicar a fórmula da lei de Coulomb: F = ​ __   ​. 
(5 · 10-1)2
k0 · |Q1| · |Q2|
F = ​ __  ​​.    Finalizando, temos:
d2
Substituindo os valores do exercício, obtemos: F = 0,36 N

​ 9 · 10  · 4 · 10 · 6 · 10


9 -16  -16
F = _____________________
     
(3 · 10 )
-9 2
 ​ .
Força elétrica de várias
Finalizando os cálculos, temos:
cargas puntiformes fixas
F = 2,4 · 10–4 N
Sejam cargas puntiformes fixas Q1, Q2, Q3. A
2. Duas cargas elétricas puntiformes encontram-se
cada par de cargas, temos uma força_____ elétrica, _____ _____seja_____ de
num determinado meio e interagem mutuamen- ​› ​› ​› ​› ​
te através de uma força eletrostática, cuja a in- atração
_____ _____ ou de repulsão, logo, temos ​  F ​  1,2, ​ 
F ​  1,3, ​ 
F ​  2,3, ​ 
F ​  2,1,​
› ​›
tensidade F varia com a distância d entre elas de  
F ​  3,1 e  
F ​​  3,2. A força resultante elétrica que atua em cada
acordo com o diagrama da figura. Determine a partícula será a soma vetorial de todas as forças que as
intensidade da força de interação eletrostática outras cargas exercem sobre ela, isto é:
entre estas cargas, quando a distância entre elas
for de 0,5 m.

Resolução:
_____
​› _____
​› _____
​›
Para calcular, vamos retirar alguns valores do Na carga Q1:  
F ​​   =   F ​_____​  2,1 +  F_____ ​​  3,1
_____
​›e1 ​› ​›
gráfico, como para d = 0,1 m, temos F = 9 N, Na carga Q2:  F ​​  e2 =   F ​_____​  1,2 +  F_____ ​​  3,2
_____
​› ​› ​›
logo: Na carga Q3:   F ​​  e3 =   F ​​  1,3 +   F ​​  2,3
k  · |Q1| · |Q2|
F = __
​  o  ​    Quanto maior for a quantidade de cargas elé-
d2
k  · |Q1| · |Q2| tricas envolvidas, mais complicado será calcular a força
9 = __
​  o  ​    elétrica resultante. Por isso será importante detalhar
0,12
Por consequência, temos: cada força envolvida, representar geometricamente seu
vetor, prestando atenção se a força é de atração ou de
9 · 0,12 = k0 · |Q1| · |Q2| repulsão, para o cálculo vetorial da força resultante.

196
Considerações importantes o mesmo sinal de carga. Aplicando a lei de
Coulomb, a resultante será:
§§ Massa do elétron: 9,1 · 10–31 kg
* *
k  · |Q1| · |Q3| __ k  · |Q2| · |Q3|
§§ Massa do próton: 1,67 · 10–27 kg Fr = ​  __
​  0  ​  – ​  0
   ​    
​.
d2
d2
1 C é, em Eletrostática, uma carga enorme. Em
virtude disso, são muito utilizados os submúltiplos do Substituindo os valores, temos:
Coulomb:
§§ 1 milicoulomb = 1 mC = 10–3 C *
Fr = ​ __9 · 109 · 2 · 10 ​
​   
9
-6 
· 4 · 10-6   9 · 109 · 2 · 10
– ​ __
  
9
-6
 ​  *
 · 4 · 10-6 

§§ 1 microcoulomb = 1 mC = 10–6 C
§§ 1 nanocoulomb = 1 nC = 10–9 C Observa-se que os valores das forças são os
§§ 1 picocoulomb = 1 pC = 10–12 C mesmos; logo, temos:

A carga de um elétron ou de próton é a menor Fr = 0 N


carga elétrica livre encontrada na natureza. Essas car-
gas são iguais em valores absolutos, constituindo a cha- 2. Considere duas cargas elétricas pontuais, sendo
mada carga elementar (e): uma delas Q1, localizada na origem de um eixo
x, e a outra Q2, localizada em x = L. Uma terceira
carga pontual, Q3, é colocada em x = 0,4 L. Con-
siderando apenas a interação entre as três car-
Sendo n o número de elétrons em excesso de um
gas pontuais e sabendo que todas elas possuem
corpo eletrizado negativamente, sua carga elétrica, em
Q
módulo, vale: o mesmo sinal, qual é a razão __​  2 ​   para que fique
Q1
submetida a uma força resultante nula?

Resolução:
Essa expressão é usada para calcular a carga
elétrica de um corpo carregado positivamente, e, nesse Segue a representação do caso; temos, então:
caso, n é o número de prótons em excesso ou o núme-
ro de elétrons em falta no corpo. O excesso de cargas
elétricas que um corpo porta, em excesso, é múltiplo
natural da carga elétrica elementar.
Devemos lembrar que força é uma grandeza
vetorial, desta forma suas operações, causas e conse- __
​› ​__›
quências devem respeitar os métodos e procedimentos ​* F ​
​  1   *​= *​ F ​
​  2   *​
inerentes aos estudos vetoriais.
Usando a lei de Coulomb, temos:

Teoria na prática k  · |Q1| · |Q3|


__ k0 · |Q2| · |Q3|
​  0  ​  = ​ __
   ​   
1. Três cargas elétricas encontram-se alinhadas d2
d2
no vácuo. Sendo Q1 = 2 µC, que está a 3 m de
Logo, temos:
Q3 = 4 µC, e Q2 = 2 µC, que está a 3 m de Q3;
determine a força resultante sobre Q3. __ |Q | |Q |
= __
​  1  2 ​  ​  2  2 ​ 
(0,4L) (0,6L)

Por consequência, temos:

__ (0,6L)2 __ Q
​   ​ = ​  2  ​
Resolução: (0,4L)2 Q1

__Q
Se elas estão alinhadas, então teremos duas for- ​  2  ​= 2,25
Q1
ças aplicada em Q3, na mesma direção, contu-
do, em sentidos opostos, pois Q1 e Q2 possuem

197
3. Duas cargas elétricas puntiformes idênticas Q1 e Q2, cada uma com 1 · 10–7 C, encontram-se fixas sobre um
plano horizontal, conforme a figura abaixo. Uma terceira carga q, de massa 10 g, encontra-se em equilíbrio
no ponto P, formando, assim, um triângulo isósceles vertical. Sabendo que as únicas forças que agem em q
são as de interação eletrostática com Q1 e Q2 e seu próprio peso, o valor desta terceira carga é:

Adote: k0 = 9 · 109 N · m2/C2; g = 10 m/s2

Resolução:

Para que o corpo de carga q fique em equilíbrio, é necessário que a força resultante seja nula, isto é, a soma
das forças elétricas com a força peso deve ser zero.
Sabendo que Q1 e Q2 são positivas, é fácil concluir que q deve ser positiva também, para que ocorra força
de repulsão, caso contrário, q nunca iria ficar em equilíbrio.
Logo, temos duas forças de repulsão aplicadas em q com direções diferentes, mas de mesmo módulo, F,
que vale:

k0 · |Q1| · |q|
F = ​ __  ​   
d2
9 · 109 · 1 · 10-7 · q 
F = _____________________
  
​   ​  
9 · 10-4

Simplificando, temos:

F = 1 · 106 · q

Agora que conhecemos o módulo da força, é interessante saber a direção e sentido; para somá-las vetorial-
mente, temos então:

Como sabemos que as forças têm mesmo módulo, é fácil concluir que na horizontal a soma das componen-
tes é nula, enquanto na vertical a soma das componentes será o dobro.
Retirando, por geometria, temos:

FQ1Y = F · sen(30º)

198
Logo, teremos como FER, a força elétrica resultante, de módulo:

FER = 2 · F · sen(30º)

Logo:

FER = 2 · 1 · 106 · q · 0,5

Terminando os cálculos, obtemos:

FER = 1 · 106 · q

Por fim, sabe-se que a deve anular a própria força peso do corpo q, logo:

FER = P

Substituindo:

1 · 106 · q = 10 · 10–3 · 10

Finalizando:

q = 1 · 10–7 C

Medição da carga elementar


Sabemos que a carga elementar, cujo valor corresponde em módulo a 1,6021176462 ∙ 10–19 C, possui uma
incerteza apenas no dois últimos algarismos, mas deve-se a Robert Andrews Millikan (1858-1953) a primeira medida.
Em um atomizador, Millikan eletrizou gotículas de óleo; quando era atingido o equilíbrio dinâmico, Millikan igualou a
força peso com a força elétrica, percebendo que todos os valores de carga elétrica em excesso para cada gotícula de
óleo era múltiplo de um certo valor. Ele deduziu que o valor de cada carga elementar era de 1,64 ∙ 10–19 C.

199
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Lei de Coulomb


Fonte: Youtube

Vídeo Força Elétrica - Lei de Coulomb

Fonte: Youtube

Vídeo Cabo de guerra elétrico - experiência de Física

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

ACESSAR

Sites Partículas elétricas e suas interações

pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electric-force-and-voltage#charge- electricforce
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-eletrica.htm
www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm
educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/medindo-forca-eletrica-repulsao.htm

200
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A força elétrica é uma das quatro forças fundamentais da Natureza, logo, está presente no dia a dia de
todos. Graças à força elétrica, há união entre os diferentes átomos, moléculas etc., proporcionando condições para
que a vida exista. A atração e a repulsão elétrica estão presentes quando um pente é capaz de atrair pequenos
corpos depois de ser atritado com o cabelo de uma pessoa. Também ocorre nos processos em que gotículas de
água são ionizadas a fim de atrair pequenas partículas de poeira ou sujeira, processo esse que ocorre nas chaminés
industriais ou em climatizadores.

201
Estrutura Conceitual

Depende do inverso
da distância ao quadrado

Naturezas
iguais Repulsão
CARGA
FORÇA ELÉTRICA
ELÉTRICA
Naturezas Atração
opostas

Grandeza Ação a
vetorial distância

202
0 6
5 0 Campo elétrico

Competências Habilidades
5e6 17 e 21
© sakkmesterke/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Conceito de campo elétrico
Em Física, é muito comum criarmos modelos que possam tornar nossa compreensão da natureza mais ade-
quada às nossas observações e aos dados coletados. Exatamente aqui se enquadra o conceito de campo elétrico.
Como vimos anteriormente, as interações entre portadores de cargas elétricas podem ser analisadas do ponto de
vista das forças existentes entre esses portadores. Uma carga elétrica puntiforme Q, ou uma distribuição de cargas,
origina um campo elétrico no _espaço ao seu redor. Ao colocamos uma carga de prova q, puntiforme, em um
​_›
ponto P dessa região, uma força F ​​  e , de origem elétrica, age sobre a carga q.

De modo equivalente, a carga elétrica de prova q também produz um campo elétrico, a força de origem
elétrica também age sobre Q ou sobre as cargas da distribuição.
Michael Faraday (1791-1867) introduziu um novo conceito na física, as linhas de força, que, mais tarde,
originariam a ideia de campo. James Clerk Maxwell (1831-1879), aluno de Faraday, apoiou-se principalmente nos
trabalhos de seu professor e de Ampère para a formulação da sua teoria eletromagnética, descrevendo desde os
campos eletromagnéticos até a sua propagação em seu trabalho Treatise on Eletricity and Magnetism. Nesse tra-
balho, Maxwell consegue unificar as leis de Coulomb, Oersted, Ampère, Biot e Savart, Faraday e Lenz expressando
todas essas leis em apenas quatro equações.

Intensidade de campo elétrico


​___› ​__›
O campo elétrico ​E ​   foi definido a partir da força elétrica ​F ​  , sendo a razão entre a força eletrostática e o
módulo da carga de prova q.

A unidade de campo elétrico é definida por:

No Sistema Internacional de Unidades (SI), temos:


newton 
1 unidade de E = 1 ​ _______ N ​ 
= 1​ __
 ​ 
coulomb C
No Sistema Internacional de Unidades (SI), é utilizado o volt por metro (V/m) e esse é equivalente ao newton
por coulomb (N/C).

205
Teoria na prática Teoria na prática
1. Um corpo esférico carregado com uma carga 1. Calcule o valor do campo elétrico produzido por
Q = 5 C positiva provocou em uma carga de pro- uma carga Q = 5 µC, num ponto que dista 5 cm
va q = 2 C uma força de repulsão de 20 N de dessa carga.
intensidade. Calcule qual foi o valor do campo Adote: k0 = 9 · 109 N · m2/C2
gerado pelo corpo.
Resolução:
Resolução:
Aplicando a fórmula do campo elétrico, temos:
Pela definição de campo elétrico, temos:
k0 · |Q|
E = ​ __qF  ​ E = ​ __  ​ . 
d2

Sendo F a força elétrica provocada e q a carga de Substituindo os valores, obtemos:


prova, cujo valor, neste caso, é 2 C.
9 · 109 · 5 · 10
E = ​ __
    ​
-6

.
Logo, substituindo na fórmula, temos: 5 · 10
2  -4

​ 20 ​ 
E = __ Realizando os cálculos, obtemos:
2
E = 1,8 · 107 N/C
Terminando os cálculos, temos:

E = 10 N/C Direção:
​__›
A direção do campo é a mesma da força F ​
​  e .

Campo elétrico de uma carga Sentido:

puntiforme Q fixa
§§ 1° caso: a carga Q é positiva (Q > 0)
Se em P for colocada a carga pontual q > 0,
as cargas se repelem (pois Q > 0 e q > 0).
​___› ​__›
A seguir, são apresentadas
___
as características do
​› Então E ​​   , em P, tem o mesmo sentido de F ​
​  e ,
vetor campo elétrico ​E ​   em um ponto P, devido a uma
isto é, de Q para P.
carga puntiforme Q, fixa no ponto O.

Intensidade:
Igualando as equações Fe = |q| · E (definida aci-
|Q| . |q|
ma) e a lei de Coulomb, Fe = k0 · ______
​   ​,   tem-se:

|Q| · |q|
|q| · E = k0 · ______
​   ​   

|Q|
E = k0 · ___
​   ​  

O gráfico de E em função de d, mantendo a car-


ga Q fixa, é mostrado na figura abaixo. Se em P for colocada a carga pontual
q < 0, as cargas se atraem. Como q <__0, en-
​___› ​›
tão E ​​​​    , em P, tem sentido oposto ao de ​F ​ e , isto
é, de Q para P. Observando as duas situações,
vemos que, Q > 0, o sentido do vetor campo
​___›
elétrico ​E ​   em P é de Q para P, qualquer que
Gráfico de E versus d seja o sinal da carga de prova.

206
​___› _​__›
O campo elétrico E ​
​   produzido por uma carga O campo elétrico E ​
​   produzido por carga ne-
positiva fixa é de afastamento (divergente), em
gativa fixa é de aproximação (convergente), em
qualquer ponto.
qualquer ponto.

Vetores campo elétrico produzido por Q > 0 fixa Vetores campo elétrico produzido por Q < 0 fixa

§§ 2° caso: a carga Q é negativa (Q < 0)


Se em P for colocada a carga de prova q > 0,
as cargas se atraem. Como q > 0, segue-se
Campo elétrico de várias
​___› ​__›
que ​E ​  em P tem o mesmo sentido de ​F ​ e , isto cargas puntiformes fixas
é, de P para Q.
Considere as cargas puntiformes fixas Q1, Q2...,
Qn. Se a carga _Q__ 1 estivesse sozinha, originaria em P o
​›
campo elétrico ​E ​ 1  . Se a carga Q2___estivesse sozinha, ori-
​›
​  2  , e assim por diante,
ginaria em P o campo elétrico E ​ ___ ​›
até Qn que, sozinha, originaria em P o campo elétrico E ​
​  n .

Se em P for colocada a carga q < 0, as_​__cargas



se repelem. Como q < 0, ​_segue-se
_› que ​E ​   em P
tem sentido oposto ao de ​F ​ e , isto é, de P para Q.
Observe agora que, sendo
​___›
Q < 0, o sentido do
vetor campo elétrico E ​
​   em P é de P para Q.

207
_​__› Lembrando que, para cargas positivas, o cam-
O campo elétrico resultante E ​ ​ R   em P, devido po tem sentido divergente à carga; para cargas
a várias cargas
___ Q1, _Q__ 2, ..., Qn, é dado pela soma ve- negativas, o campo tem sentido convergente à
​ › ​___› ​›
torial de ​ 
E ​  1, E ​
​ 2  , ..., E ​
​ n  , na qual cada campo elétrico
carga, isto é:
parcial é determinado como se a carga correspon-
dente estivesse sozinha:
​___› ​___› ​___› ​___›
E ​
​ R   = E ​ ​
​   1 + E ​
​ 2   + ... + E ​
​ n  

Esse é o princípio da superposição dos cam-


pos elétricos.

Teoria na prática
1. Represente abaixo, separadamente, os vetores
campo elétrico produzidos por duas cargas
QA = 12 C e QB = –20 C, no ponto P, situado a
2 m de distância de ambos as cargas.
2. Sabendo-se que o vetor campo elétrico no ponto
A é nulo, a relação entre d1 e d2 é:
q

d
a) ​ __1 ​ = 4.
d2
Resolução: d__1
b) ​   ​ = 2.
d2
Calculando o valor do campo elétrico produzido d
c) ​ __1 ​ = 1.
pela carga A: d2
k  · |Q| d 1
E = __
​  0 2 ​   d) ​ __1 ​ = __
​   ​ .
d d2 2
Substituindo os valores, temos: d 1
e) ​ __1 ​ = __ ​   ​ .
​ 9 · 102  · 12
E = __
9
 ​    d2 4
2
Resolução:
Logo:
Para acharmos as distâncias, devemos analisar
E = 2,7 · 1010 N/C
os campos elétricos no ponto A gerado por cada
Calculando o valor do campo elétrico produzido carga. Se o campo no ponto A é nulo, isso signi-
pela carga B: fica que os campos de A e B possuem o mesmo
módulo e direção, porém, sentidos opostos.
​ 9 · 102  · 20
9
E = __  ​   
2 Sendo Ed1 e Ed2, os campos produzidos pela car-
Logo: ga +4q e +q, respectivamente, temos:

E = 4,5 · 1010 N/C Ed1 = Ed2

208
Substituindo:

k · |+4q| ________
________ k · |+q|
​  0  2 ​   = ​  0  2 ​  

d​ ​1​  ​ d​ ​2​  ​

Simplificando:

+4q +q
________
​  2 ​ = ​ ________2 ​ 
d​ ​1​  ​ d​ ​2​  ​

Logo:

__ d​ ​ 2​  ​
​  12 ​ = 4
d​ ​2​  ​
d
​ __1 ​ = 2
d2

Alternativa B

3. Duas cargas puntiformes no vácuo, de mesmo valor Q = 125 µC e de sinais opostos, geram campos elétricos
no ponto P (vide figura). Qual o módulo do campo elétrico resultante, em P, em unidades de 107 N/C?

Resolução:

Para calcularmos o valor do campo elétrico resultante no ponto P, devemos somar, vetorialmente, os campos
produzidos por –Q e +Q .
Esquematizando os vetores, temos:

Sendo E-q o campo produzido pela carga –Q, e Eq o campo produzido pela carga +Q.
Se decompormos os campos, teremos:

209
Lembrando que: Um campo elétrico também pode ser representa-

|E–q| = |Eq| do utilizando linhas de força.

As linhas de força são linhas tangentes, em


Calculando o módulo de Eq:
cada ponto, ao vetor campo elétrico naquele ponto. O
k · 125 · 10-6 sentido de orientação é o mesmo do campo elétrico.
Eq = ​  0 ________  ​ 

d​ ​ 2​  ​

Por Pitágoras, conseguimos descobrir que

d = 5 cm, temos então:


9 · 109 · 125 · 10
Eq = __
​   
-6
 ​  
(5 · 10 )
-2 2 

Terminando os cálculos, temos:

Eq = 45 · 107 N/C
As linhas de força em uma determinada região
Calculando as componentes temos:
representam,
___
aproximadamente, a direção e sentido do
​›
Eqy = E–qy = Eq · sen(a) e Eqx = E–qx = Eq · cos(a)
vetor ​E ​  nessa região.
Analisando os sentidos, temos que as compo- As figuras a seguir mostram linhas de força de
nentes horizontais se anulam, enquanto as verti- alguns campos elétricos particulares:
cais são somadas, logo:
ER = 2 · Eqy

Substituindo:
ER = 2 · Eq · sen(a)

Sabendo que o sen(a) = 3/5, temos:


ER = 2 · 45 · 107 · ​ __ ( )
​  3 ​  ​
5
Concluindo, temos:
ER = 54 · 107 N/C Carga puntiforme Q > 0.
As linhas de forças partem das cargas positivas.

Linhas de força
A cada
_​__› ponto de um campo elétrico associa-se
um vetor E ​
​  . 
Esse campo elétrico pode ser representado
​___›
desenhando-se um número conveniente de vetores ​E ​  ,
conforme indicado na figura.

Carga puntiforme Q < 0.


As linhas de forças chegam às cargas negativas.

O número de linhas de força é maior quanto


maior for o módulo da carga que origina o campo elé-
trico. Na figura a seguir, o módulo da carga positiva é
maior que o da carga negativa. Nas regiões em que as
linhas estão mais próximas, a concentração de linhas

210
de forças é maior e o campo elétrico é mais intenso. O
Teoria na prática
campo elétrico é mais intenso em A do que em B, por 1. Observe o desenho das linhas de força do campo
exemplo. No ponto N, o campo elétrico é nulo. eletrostático gerado pelas pequenas esferas car-
regadas com cargas elétricas e.

Duas cargas puntiformes de sinais opostos e módulos diferentes a) Qual é o sinal do produto QA · QB?
b) Em que ponto, C ou D, o vetor campo elétrico
resultante é mais intenso?
Resolução:
a) Observando a figura, é possível notar que as
linhas de campo saem de QA e entram em QB.
Logo, a carga QA é positiva e QB é negativa.
Portanto, o produto entre suas cargas resul-
tará num valor negativo. Assim, QA · QB < 0.
b) No ponto C, o vetor campo elétrico é mais
Duas cargas puntiformes de mesmo módulo e positivas.
Em N, o vetor campo elétrico é nulo. intenso, pois ele se encontra numa região em
que as linhas de campo são mais próximas
umas das outras.

Duas cargas puntiformes de mesmo módulo e de sinais opostos

O número de linhas de força por unidade de


área é proporcional à quantidade de carga elétrica
do corpo ou partícula.

211
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Física Geral III - Aula 2 - Campo Elétrico - Parte 1


Fonte: Youtube

Vídeo Campo elétrico

Fonte: Youtube

Vídeo Linhas de campo elétrico - Cargas iguais e anel

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

212
212
ACESSAR

Sites Campo elétrico

guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-de-fisica-campo-eletrico/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-eletrico.htm
www.todamateria.com.br/campo-eletrico/
www.efeitojoule.com/2009/01/campo-eletrico-e-conceito-campo.html
www.rc.unesp.br/showdefisica/99_Explor_Eletrizacao/paginas%20htmls/Campo%20
el%C3%A9trico.htm

213
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

Fenômenos eletromagnéticos são presentes no mundo moderno, no cotidiano das pesso-


as. Desde a Segunda Revolução Industrial, a eletricidade tomou conta da vida das pesso-
as. Contudo ainda trata-se de uma área mais abstrata da física, uma vez que o objeto de
estudo é pequeno demais aos olhos. A habilidade 21 cobra justamente que o estudante
seja capaz de perceber, relacionar e interpretar os fenômenos eletromagnéticos cotidia-
nos e trazer à luz a verdade através de respostas científicas.

Modelo 1
(Enem) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e ge-
ram intensas descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como ates-
tam as faíscas (Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se apro-
xima do gerador em funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a
descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes.
Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo,
se a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga
ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a
uma descarga elétrica, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.

214
Análise Expositiva 1

Habilidade 21
Talvez pelo fato de ser um assunto mais abstrato em comparação a outros da Física, o ele-
tromagnetismo quando cobrado possui um viés mais teórico que outros assuntos abordados.
Esta questão no caso, é de rápida resolução e cobra do aluno a capacidade de identificar o
fenômeno físico corretamente.
O campo elétrico gerado pelos corpos eletrizados faz com que partículas existentes no inte-
rior das lâmpadas movam-se, chocando-se umas com as outras, emitindo luz.

Alternativa B

Modelo 2
(Enem) Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os
raios, que podem ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens
(descarga ascendente) ou entre uma nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes
podem ocorrer por causa do acúmulo de cargas elétricas positivas ou negativas, que induz uma
polarização oposta no solo.
Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a):
a) campo magnético da Terra.
b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.
d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.
e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.

Análise Expositiva 2

Habilidade 21
Excelente questão, cobra do aluno a explicação de um fenômeno natural, muito comum, diga-
-se de passagem, que é a ocorrência de relâmpagos. O estudante deve ser capaz de explicar
cientificamente o fato, utilizando-se dos seus conhecimentos em eletricidade.
O aumento do campo elétrico entre as nuvens e o solo favorece o deslocamento de partículas
carregadas (íons) que acarretam nas descargas elétricas.

Alternativa D

215
Estrutura Conceitual
Depende do inverso
da distância ao quadrado

Carga positiva Campo divergente


CARGA
CAMPO ELÉTRICO
ELÉTRICA
Carga negativa Campo convergente

Grandeza
vetorial

216
0 8
7 0 Força elétrica e
campo elétrico

Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© worradirek/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Força elétrica e campo elétrico
Como vimos nas aulas anteriores, se houver uma distribuição de partículas, a força resultante que atua
sobre uma partícula é a soma vetorial de todas as forças individuais que atuam sobre a partícula. Assim como se
houver uma distribuição de partículas, o campo resultante é a soma vetorial dos campos individuais.
O módulo da força elétrica entre duas partículas é dado por:

E o módulo do campo criado por uma partícula é dado pela expressão:

O campo elétrico existe independentemente da carga de prova, ele só depende da carga Q que origina o
campo, porém só podemos perceber a existência dele quando colocamos uma carga de prova q e constatamos a
existência da força elétrica.
Porém, a relação entre força e campo elétrico tende a facilitar o processo. Se for conhecido o campo
resultante num determinado ponto, o cálculo para se conhecer a força resultante nesse ponto se torna muito
mais simples.

O campo elétrico é uma grandeza vetorial, assim como a força elétrica. Os dois sempre terão a mesma
direção, mas o sentido depende do sinal da carga de prova q.

​__› ​___› ​__› ​___›


Observe que F ​
​  e  e E ​
​   são grandezas físicas diferentes, ainda que sejam grandezas vetoriais: F ​
​  e  é força e E ​
​   é
vetor campo elétrico.

219
Pode-se criar um campo uniforme com duas
Teoria na prática placas eletrizadas com cargas elétricas de sinais opos-
1. Uma partícula carregada com uma carga de 5 C
tos. Para que isso ocorra, a distância entre as placas
está imersa num campo elétrico de 10 N/C. Qual
deve ser muito pequena, quando comparada com suas
é o módulo da força que irá atuar na partícula?
dimensões.
Resolução:
Para calcularmos a força, basta usarmos a fórmula
de relação entre força elétrica e campo elétrico:
F=q·E
Substituindo, agora, pelos valores do exercício,
temos:
F = 5 · 10 Campo elétrico uniforme entre duas placas eletrizadas

Logo:
F = 50 N
Teoria na prática ​___›
2. Uma carga elétrica puntiforme com carga de 1. Considere o campo elétrico uniforme, ​E ​ ,  repre-
4,0 C é colocada em um ponto P do vácuo e sentado pelo conjunto de linhas de força na figura
fica sujeita a uma força elétrica de intensidade a seguir. Sobre o campo elétrico nos pontos A, B e
1,2 N. O campo elétrico nesse ponto P tem in- C, marcados com o sinal, é correto afirmar que:
tensidade de:
Resolução:
Para calcularmos o campo, basta usarmos a fórmu-
la de relação entre força elétrica e campo elétrico:
F=q·E
Substituindo pelos valores do exercício, temos:
1,2 = 4 · E
Logo: a) é mesmo em todos os pontos.
F = 0,3 N/C b) o campo elétrico do ponto A é igual ao do
ponto B.
Campo elétrico uniforme (CEU) c) o campo elétrico do ponto A é igual ao do
ponto C.
Campo elétrico uniforme é aquele em que o ve- d) o campo elétrico do ponto B é maior que o
​___›
tor ​E ​   é o mesmo em todos ​___›
os pontos. Assim, em cada do ponto C.
ponto do campo, o vetor E ​ ​   tem a mesma intensidade, a e) o campo elétrico do ponto A é menor que o
mesma direção e o mesmo sentido. do ponto B.
As linhas de força de um campo elétrico unifor-
me são retas paralelas igualmente espaçadas e todas Resolução:
com o mesmo sentido. Por definição, um campo elétrico uniforme é um
E E E campo que tem a mesma intensidade em todos
E E E
os pontos.

E E Alternativa A

Linhas de força de um campo uniforme

220
Movimento de uma carga 2º caso: a carga é lançada
elétrica puntiforme num CEU perpendicularmente às linhas de força

1º caso: a carga é lançada paralelamente às →


E

E

linhas de força ou abandonada do repouso →


V0

E
q + →
F
→ →
q E E
+ → +

m v0 v
→ →
A V0 B V0

q + → → − q
F F
Seja uma partícula de massa m, eletrizada com
Neste caso a carga executará um lançamento
carga elétrica q, a partir do repouso ou lançada com
horizontal.
velocidade v0 do ponto A, como mostra a figura. Sobre
a carga atuará uma força F de intensidade F = IqI ∙ E.
3º caso: a carga é lançada
Pela segunda lei de Newton, FR = m ∙ a.
Então, IqI ∙ E = m ∙ a ⇒ a = ±IqI ∙ __E  ​ 
​ m obliquamente às linhas de força
Analisando a fórmula acima, percebemos que a y

aceleração é constante e que a partícula executará um hmáx → →


E g
MRUV. +

Observações: V0 →
P
1. v = v0 + a ∙ t; →
F
​  t  ​ ; e
2
S = S0 + v0 ∙ t + a ∙ __
2 q α
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ ∆S +
0 A x
2. Análise do sinal da aceleração.
Neste caso a carga executará um lançamento
Consideremos o eixo referencial do movimento,
oblíquo.
orientado no sentido do campo elétrico.
A aceleração será positiva para cargas elétricas
Teoria na prática
positivas que se deslocam no sentido positivo do eixo, 1. Uma carga elétrica puntiforme q = 4 μC e cuja
ou para cargas elétricas negativas que se deslocam no massa é m = 2 ∙ 10– 6 kg é abandonada, a partir
sentido negativo do eixo. do repouso, num ponto P de um campo elétrico
A aceleração será negativa para cargas elétricas uniforme de módulo E = 2 ∙ 105 N/C, conforme
positivas que se deslocam no sentido negativo do eixo, a figura. Determine:
ou para cargas elétricas negativas que se deslocam no a) o módulo da força elétrica que age na carga
elétrica;
sentido positivo do eixo.
b) a aceleração do movimento da carga elétrica q;
c) a velocidade da carga elétrica q ao passar
por Q, distante 20 cm de P.
221
Despreze as ações gravitacionais. Primeiramente, vamos indicar cada força que
→ atua em cada corpo. A força peso é dada pela fórmula
E
k |Q | · |Q2|
q, m, v0 = 0
P = m · g e a força elétrica é dada por Fe = _________
​  0 1 2 ​.   
d
P Q

Resolução:
T T
a) Sendo a carga elétrica positiva, implica que
Fe Fe
a força elétrica tem o mesmo sentido que o A B
campo elétrico. O módulo da força elétrica A P P
B
que atua na carga elétrica q é dado por:
F = IqI ∙ E ⇒ F = 4 ∙ 10– 6 ∙ 2 ∙ 105 ⇒ Dessa forma, no equilíbrio temos que a soma
⇒ F = 8 ∙ 10–1 N ⇒ F = 0,8 N
das forças será nula e podemos dizer que o módulo da
b) Pelo Princípio Fundamental da Dinâmica, força tensora é igual ao módulo da soma vetorial da
FR = m ∙ a. Sendo a força elétrica a força re- força elétrica e da força peso.
sultante que atua na carga elétrica, temos:
E 105 ______
a = ± IqI ∙ ​ __ –6 ___
m  ​ ⇒ a = 4 ∙ 10 ∙ 2 ∙ ​ 2  ​ ∙ 10
6
T=√
​ P2 + Fe2 ​ 
⇒ a = 4 ∙ 105 m/s2
c) Sendo o movimento da carga elétrica um No equilíbrio, o fio e a horizontal formam um ân-
MRUV, podemos aplicar a equação de gulo fixo θ. Utilizando as relações métricas no triângulo
Torricelli: retângulo, podemos escrever que:
vQ2 = vP2 + 2 ∙ a ∙ DS ⇒
⇒ vQ2 = 0 + 2 ∙ 4 ∙ 105 ∙ 0,2 ⇒ F
tgθ = __
​  e ​ 
P
⇒ vQ = 4 ∙ 102 m/s

Pêndulo eletrostático θ θ

P T
Vimos que dois corpos carregados com cargas
T
opostas se atraem. Imagine a situação em que dois
Fe
corpos esféricos idênticos (de mesma massa m) A e B, A
Fe
presos por fios ideais e isolantes carregados com cargas
A P
de mesmo módulo, mas de sinais opostos. Quando pró-
ximos a eles, passa a atuar em cada um uma força elé-
Esta relação trigonométrica entre a força elétri-
trica. Porém, já atuavam, e continuam atuando, a força
peso, uma vez que o corpo possui massa e está imerso ca e o peso é uma poderosa informação, simplifica em
no campo gravitacional terrestre, e a força tensora no muito a resolução dos exercícios. Um raciocínio análo-
fio, pois o fio está tencionado. go poderíamos fazer caso as cargas fossem de sinais
iguais e houvesse repulsão ou se fosse informado o
campo elétrico.

A B
A B

222
2. Duas bolinhas iguais, de material dielétrico, de
Teoria na prática
massa m, estão suspensas por fios isolantes de
1. Um pêndulo simples, cuja extremidade inferior é
comprimento L, presos no ponto P (ver a figura
composta por um corpo de massa “m“ e carga
a seguir).
elétrica positiva “q“, está imerso em um campo
elétrico uniforme de intensidade “E“, conforme
a ilustração a seguir. Considere como “g“ o mó-
dulo da aceleração da gravidade local.

a) Represente, em uma figura, todas as forças


As bolinhas são carregadas com cargas “q”,
que atuam sobre o corpo de massa “m“.
iguais em módulo e sinal, permanecendo na po-
b) Expresse, em termos das grandezas “m“,
sição indicada. Calcule o ângulo θ em função de
“q“, “E“ e “g“, se o ângulo é corresponden-
“m”, “g”, “q”, “d” e «0 (permissividade elétrica
te à situação de equilíbrio acima.
do ar).
Resolução:
Resolução:
a) Seguem as forças que estão sendo aplicadas
De modo análogo à solução anterior, temos:
no corpo:
(  )
E·q
θ = arctan ​ ​ ____
m · g ​  ​

Além disso, sabemos que:


k · |q|
E = _____
​  0 2 ​  

d
​  1   ​ 
k0 = _______
4 · π · «0

Substituindo a segunda e a terceira equações na

b) Temos que a soma da força P com a força primeira, teremos:


elétrica, que resultará em uma força que irá
igualar a força T em módulo. Por geometria,
não é difícil visualizar que:
(
θ = arctan ​ ​ ____
  
q2

4 · π. «0 · m · g · d2 )

​  ​

F
tan(θ) = __
​  el ​ 
P
Logo:
E·q
tan(θ) = ​ ____
m · g  ​ 

Concluímos, então:

(  )
E·q
θ = arctan ​ ​ ____
m · g ​  ​

223
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Força Elétrica


Fonte: Youtube

Vídeo A Lei de Coulomb (atração e repulsão) entre duas cargas ...

Fonte: Youtube

Vídeo Péndulo eletrostático

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites

224
ACESSAR

Sites Eletrização, força elétrica e campos elétricos

educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletrizacao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao-condutores-e-isolantes.html
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/carga-eletrica-e-eletrizacao.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/processos-eletrizacao.htma
www.newtoncbraga.com.br/index.php/meio-ambiente-e-saude/415-
-ionizacao-ambiente-a-eletricidade-ambiente-pode-melhorar-a-sua-saude
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-isolantes-eletricos.htm
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/forca-eletrica-e-campo-eletrico.html
pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electricforce-and-voltage/electric-
field/v/electric-field-directionm

225
Estrutura Conceitual
Dependem do inverso
do quadrado da distância

CARGAS Na presença de outra carga:


CAMPOS ELÉTRICOS
ELÉTRICAS força elétrica

Grandeza
vetorial

226
0 0
9 1 Potencial elétrico

Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© sakkmesterke/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Energia potencial elétrica
A seguir, estudaremos duas grandezas associadas a um campo vetorial conservativo: energia potencial
elétrica e potencial elétrico. Em um campo elétrico conservativo, o trabalho realizado ao se mover uma carga
de prova, independe da trajetória realizada pela carga, depende apenas da posição inicial e final da carga.
Considere um sistema formado por uma carga elétrica pontual Q (carga fonte) e uma carga de prova q,
separadas pelas distancia d.
A energia potencial elétrica para esse sistema formado pelo par de cargas é:
§§ proporcional ao produto das duas cargas, Q e q;
§§ inversamente proporcional à distância d entre as cargas.
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no referencial adotado, a energia potencial vale:

Q
Epot = k0 ∙ __
​   ​ q
d

Informação
Recordemos da Mecânica que a unidade de energia no Sl é o joule (J).

Nesse sistema composto por apenas uma carga fonte (Q), a equação acima relaciona a energia potencial da
carga de prova q em relação à carga Q.

Teoria na prática
1. No vácuo, uma carga de prova q = +3,0 nC está a uma distância de 2,0 cm de uma carga fonte Q = +4,0 mC.
Determine a energia potencial da carga de prova. (k0 = 9,0 ∙ 109 unidades SI)
Resolução:
Para aplicar a equação, devemos ter todas as unidades no SI:
q = +3,0 nC = 3,0 ∙ 10–9 C   Q = +4,0 mC = +4,0 ∙ 10–6 C   d = 2,0 cm = 2,0 ∙ 10–2 m
k0 ⋅ Q ⋅ q 4,0 ∙ 10 –6 ⋅ 3,0 ∙ 10 –9
Epot = ​ _______
 ​   = (9,0 ∙ 109) ​ _________________
       ​ = 5,4 ∙ 10 –3 J.
d 2,0 ∙ 10 –2
A carga de prova tem energia potencial de 5,4 ∙ 10–3 J. Pode-se dizer também que a energia potencial elé-
trica associada ao par de cargas q e Q vale 5,4 ∙ 10–3 J.

Potencial elétrico
Uma carga elétrica isolada Q (chamada de carga fonte) gera à sua volta um campo elétrico. Seja um ponto P,
fixo próximo à carga fonte, como na figura abaixo. Considere que uma carga de prova q seja trazida do infinito até
o ponto P.

229
Como vimos, a energia potencial da carga de Essa equação representa o potencial elétrico ge-
prova é Epot. O potencial elétrico V associado ao pon- rado pela carga fonte no ponto P, distante d da carga
to P é a grandeza escalar dada por: fonte. Observe que a carga de prova q foi cancelada e
não aparece na equação. Assim, o potencial elétrico no
Epot ponto P não depende da carga de prova. Se o ponto
V = ___
​  q ​ 
P estiver no infinito, a distância d é infinita e então o
potencial no infinito é nulo.
A unidade de potencial elétrico, no SI, é o volt Devemos ressaltar que:
(homenagem a Alessandro Volta). §§ o potencial elétrico é definido para um ponto P
Desse modo, as unidades volt, joule e coulomb próximo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
estão relacionadas por: §§ o potencial elétrico é uma grandeza escalar e
1 joule pode ser positivo ou negativo, conforme o sinal
1 volt = ________
​    ​ 
1 coulomb da carga fonte Q.
Em geral, a grandeza física potencial é simboli-
Q>0⇔V>0
zada pela letra V. Fique atento para não confundir com Q<0⇔V<0
a respectiva unidade, o volt, também simbolizado por V.

Teoria na prática
Potencial elétrico gerado por 1. Considere uma carga elétrica Q = +8,0 µC no
uma carga elétrica pontual vácuo. Determine o potencial elétrico no ponto P
distante 4,0 cm da carga fonte.
Considere novamente o sistema de cargas for- Resolução:
mado por uma carga fonte Q e uma carga de prova q
Inicialmente, devemos deixar todas as unidades
separadas por uma distância d, como na figura. A car-
no SI:
ga de prova q possui energia potencial elétrica dada
Q = +8,0 µC = +8,0 ∙ 10–6 C
pela equação:
d = 4,0 cm = 4,0 ∙ 10–2 m
Substituindo na equação do potencial elétrico,
teremos:
Q +8,0 · 10-6
Vp = k0 __
​   ​ = (9,0 ∙ 109) ​ _________  ​ 
= +18 ∙ 105
Q⋅q d 4,0 · 10-2
Epot = k0 ____
​   ​   V ⇒ Vp = +1,8 ∙ 106 V
d
O potencial elétrico é uma grandeza escalar e,
O potencial elétrico no ponto P, pela definição,
portanto, basta dizer que no ponto P ele vale
é dado por:
1,8 ∙ 106 V. Não há direção e nem sentido para
Epot
V = ​ ___
q ​ ⇒
serem especificados. O potencial elétrico repre-
senta um nível de energia no ponto P.
Epot = q ⋅ V
2. (UEG) Uma carga Q está fixa no espaço; a uma
distância d dela existe um ponto P, no qual é co-
Igualando o termo da energia potencial das duas
locada uma carga de prova q0. Considerando-se
equações, obtemos:
esses dados, verifica-se que no ponto P:
q⋅Q
q ⋅ V = k0 ____
​   ​  ⇒ a) o potencial elétrico devido a Q diminui com
d
inverso de d.
Q
V = k0 __
​   ​  b) a força elétrica tem direção radial e aproxi-
d
mando de Q.

230
c) o campo elétrico depende apenas do módulo §§ O potencial elétrico depende do sinal da carga ge-
da carga Q. radora (pode ser positivo ou negativo), mas o cam-
d) a energia potencial elétrica das cargas de- po elétrico só depende do módulo dessa carga.
pende com o inverso de d2. §§ O potencial elétrico varia com o inverso da dis-
(  )
​  1 ​   ​, e o módulo do campo elétrico varia
tância ​__
(  )
Resolução: d
com o inverso do quadrado da distância ​ __ ​  12  ​   .​
Com as expressões de força elétrica, campo elé- d
§§ O campo elétrico está relacionado com a força
trico, potencial elétrico e energia potencial elétri- elétrica, enquanto o potencial elétrico está rela-
ca abaixo podemos tecer algumas considerações cionado com a energia potencial elétrica.
sobre as alternativas expostas.
O potencial elétrico de uma carga puntiforme é
Teoria na prática
dado pelo produto do campo elétrico pela dis- 1. Uma partícula eletrizada com carga elétrica
Q
tância à carga geradora V = E ∙ d = k0 ​ __2  ​ ∙ d ⇒ Q = 8,0 pC está em um meio onde é feito vá-
d
__Q cuo. Adotando-se k0 = 9,0 ∙ 109 unidade SI,
V = k0 ​   ​ .
d determine:
A força elétrica, dada pela lei de Coulomb a) O potencial elétrico no ponto P distante
Q ∙ q0 2 mm da carga elétrica Q.
Fe = k0_____
​  2 ​   tem a direção da reta que une os
d b) A energia potencial adquirida por uma se-
centros das duas cargas, podendo ter o sentido gunda partícula dotada de carga elétrica
de afastamento se as cargas forem de mesmo q = 5,0 ∙ 10–12 C colocada no ponto P.
sinal (repulsão) ou de aproximação (atração), se
Resolução:
as cargas forem de sinais contrários. Alternativa
a) Devemos ajustar as unidades:
[B] incorreta.
Q = 8,0 pC = 8,0 ∙ 10–12 C;
O campo elétrico é a razão entre a força e a car-
d = 2,0 mm = 2,0 ∙ 10–3 m.
Q
Fe ​  = k ​ __
ga de prova E = ​ __
q0   ​,  logo não depende
0 2
d Assim, pela equação do potencial, calcula-
apenas da carga Q e também da distância entre mos V:
as cargas. Alternativa [C] incorreta. Q 8,0 ∙ 10 –12
V = k0 __
​   ​ = 9,0 ∙ 109 ∙ _________
​  ⇒
 ​  
d 2,0 ∙ 10 –3
A energia potencial elétrica é dada pelo produto
​ 72 ∙ 10  ​  
–3
do potencial elétrico e a carga de prova, então ⇒ V = ________ ⇒ V = 36 V

k ∙ Qq0 2,0 ∙ 10 –3
Q
Ep = q0 ∙ V = q0 ∙ k0 __
​   ​ ⇒ Ep = ______
​  0  ​   . A alterna- b) A energia potencial é dada por:
d d
tiva [D] está incorreta, pois a dependência é com Epot = q ⋅ V.
o inverso de d.
Sendo q = 5,0 ∙ 10–12 C, obtemos:
Alternativa A Epot = 5,0 ∙ 10 –12 ∙ 36 = 180 ∙ 10 –12 ⇒
⇒ Epot = 1,8 ∙ 10 –10 J

Comparações entre o campo elétrico


e o potencial elétrico Potencial elétrico de
diversas cargas elétricas
§§ Ambos são gerados por uma carga fonte Q e apli-
cam-se a um ponto P, distante d da carga fonte. Vimos como calcular o potencial elétrico de uma
§§ O potencial elétrico em P é uma grandeza esca- carga. Considere, agora, que, em uma certa região do
lar, enquanto o campo elétrico é vetorial, ou seja, espaço, estão um conjunto de n partículas eletrizadas
tem módulo, direção e sentido. com cargas elétricas Q1, Q2,..., Qn. Juntas, essas cargas

231
geram um campo elétrico nessa região. Considere tam- a) o potencial elétrico no ponto M gerado por
bém um ponto P fixo próximo a essas partículas. Vamos cada uma das cargas;
calcular o potencial elétrico resultante nesse ponto P, e b) o potencial elétrico resultante no ponto M.
para isso faremos o seguinte procedimento:
Resolução:

a) O potencial de cada uma das cargas em M é


Q
calculando usando a equação V = k0 __
​   ​  , em
d
que d = 2,0 cm = 2,0 ∙ 10–2 m.
Para a carga Q1 = +4,0 ∙ 10–7 C, temos:
+4,0 ∙ 10-7
V1 = 9,0 ∙ 109 ∙ __________
​  = +18 ∙ 104 ⇒
 ​ 

25 ∙ 10 –2
⇒ V1 = +1,8 ∙ 10 V

Para a carga Q2 = –2,0 ∙ 10–7 C, temos:

​ –2 ∙ 10 ​  
–7
V2 = 9,0 ∙ 109 ∙ _________ = –9 ∙ 104 ⇒
2 ∙ 10 –2
1. Calculamos o potencial que cada uma das car-
⇒ V2 = –9,0 ∙ 104 V
gas elétricas gera em P, isoladamente. Esse po-
tencial é dado pela equação do potencial vista
b) O potencial elétrico resultante no ponto M é
anteriormente:
dado pela soma dos dois valores anteriores:
Q VM = V1 + V2 (levando-se em conta os sinais).
V = k0 __
​   ​  
d Para facilitar a conta, expressamos os dois
valores na mesma potência 104:
A distância d é variável e corresponde à distân-
VM = (+18 ∙ 104) + (–9,0 ∙ 104) ⇒
cia de cada uma das cargas até o ponto P.
⇒ VM = +9,0 ∙ 104 V
2. Por ser uma grandeza escalar, o potencial re-
sultante no ponto P é “cumulativo”, ou seja, é
dado pela soma dos potenciais de cada uma das
cargas que o geram. Assim, somando todos os
Equipotenciais
potenciais obtidos pelo cálculo anterior, obtemos
As linhas ou superfícies imaginárias, cujos
o potencial resultante Vres:
pontos possuem o mesmo potencial, são denomina-
das de equipotenciais. Em geral, as representações
Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn de campo elétrico são feitas por um conjunto de su-
perfícies equipotenciais.

Teoria na prática
1. Duas partículas eletrizadas com cargas elétricas
Q1 = 4,0 ∙ 10–7 C e Q2 = –2,0 ∙ 10–7 C estão fixas
nos extremos do segmento AB, cujo ponto médio
é M.

Conjunto de superfícies equipotenciais


Usando k0 = 9,0 ∙ 10+9 Vm/C, determine:

232
Uma superfície equipotencial, em geral, é uma
superfície complicada. Para facilitar a visualização, de-
senharemos apenas sua intersecção dessa superfície
com o plano da folha, obtendo as linhas equipotenciais.
Para um carga puntiforme, as equipotenciais
são superfícies esféricas concêntricas. Desse modo, a
intersecção com o plano da folha resulta em círculos Campo elétrico de duas cargas elétricas opostas
concêntricos. Na figura a seguir, estão representadas as
equipotenciais em torno de uma carga elétrica pontual
Q. Os pontos A, B e C estão na mesma equipotencial, e,
portanto, seus potenciais são iguais:
VA = VB = VC = +10 V

Campo elétrico de duas cargas elétricas positivas

Teoria na prática
1. (UFSC) O ato de eletrizar um corpo consiste em
Linhas de equipotenciais de uma carga pontual Q positiva
gerar uma desigualdade entre o número de car-
gas positivas e negativas, ou seja, em gerar uma
Quando as linhas de força aparecem juntamente
carga resultante diferente de zero. Em relação
com as linhas equipotenciais, ambas devem formar um
aos processos de eletrização e às características
ângulo reto em cada cruzamento, pois são sempre per-
elétricas de um objeto eletrizado, é correto afir-
pendiculares.
mar que:
As linhas de força de um campo elétrico unifor-
01) em qualquer corpo eletrizado, as cargas se
me são retas paralelas. As linhas equipotenciais são,
distribuem uniformemente por toda a sua
portanto, perpendiculares a cada uma delas. Nesse superfície;
caso, as equipotenciais são paralelas entre si. 02) no processo de eletrização por atrito, as car-
gas positivas são transferidas de um corpo
para outro;
04) em dias úmidos, o fenômeno da eletrização é
potencializado, ou seja, os objetos ficam facil-
mente eletrizados;
08) dois objetos eletrizados por contato são
Campo elétrico uniforme. As linhas de força estão representadas
afastados um do outro por uma distância D.
por linhas cheias e as linhas equipotenciais por linhas tracejadas
Nesta situação, podemos afirmar que existe
Nas figuras abaixo, dois casos particulares estão um ponto entre eles onde o vetor campo elé-
representados. O campo elétrico é gerado por duas car- trico resultante é zero;
gas elétricas do mesmo módulo. 16) o meio em que os corpos eletrizados estão
Em ambas as figuras, convencionamos que: imersos tem influência direta no valor do
§§ linhas cheias são linhas de força; potencial elétrico e do campo elétrico criado
§§ linhas tracejadas são linhas equipotenciais. por eles.

233
Resolução:
01) Falsa. As cargas somente se distribuem Gráfico do potencial elétrico
uniformemente pela superfície de um corpo
Dada a expressão para o potencial elétrico de
eletrizado se ele for de material condutor
carga puntiforme, seja o potencial uma função da dis-
perfeitamente esférico e estiver em equilíbrio
tância, V = V (d), temos que:
eletrostático.
02) Falsa. São as cargas negativas, ou seja, os k ∙Q
V(d) = _____
​  0  ​  

elétrons são transferidos de um corpo para d
outro através da eletrização por atrito.
04) Falsa. Pelo contrário, dias úmidos prejudi- Para uma carga positiva (Q > 0), temos que o
cam a eletrização dos corpos, devido ao ex- gráfico do potencial em função da distância à partícula
cesso de umidade do ar, que funciona como é da seguinte forma:
se fosse um fio terra, descarregando os cor-
pos mais rapidamente através das moléculas
polares da água na fase vapor.
08) Verdadeira. Quando se faz eletrização por
contato, temos as cargas depois de separa-
das com o mesmo sinal de carga elétrica;
com isso, o vetor campo elétrico se anula em
um ponto entre os dois corpos eletrizados.
16) Verdadeira. Tanto o potencial elétrico como
o campo elétrico são influenciados pelo meio
(Q > 0)
em que estão imersos, basta verificar a pre-
sença da constante eletrostática do meio (k) Analisando este gráfico, percebemos que quan-
nas equações de ambas. to mais próximo à carga positiva maior é o potencial
elétrico e quanto mais distante da carga, menor é o
Q Q
V = k __
​   ​ e E = k __
​  2  ​  potencial elétrico.
d d
Para uma carga negativa (Q < 0), todos os va-
2. (Udesc) Ao longo de um processo de aproxima-
lores do potencial elétrico serão negativos, temos que
ção de duas partículas de mesma carga elétrica, o gráfico da função do potencial elétrico em função da
a energia potencial elétrica do sistema: distância à partícula é da seguinte forma:
a) diminui.
b) aumenta.
c) aumenta inicialmente e, em seguida, diminui.
d) permanece constante.
e) diminui inicialmente e, em seguida, aumenta.
Resolução:

Sabendo que a energia potencial elétrica é dada


k∙Q∙q
por Ep = ​ ______
 ​ 

, se a distância entre as partí-
d
culas diminui, a energia potencial Ep aumenta.
(Q < 0)
Alternativa B
Analisando o gráfico, vemos que quanto mais
próximo à carga negativa menor é o potencial elétrico,
enquanto que mais distante à carga elétrica negativa
maior é o potencial elétrico.

234
Linhas de força e potencial elétrico
Seja uma carga elétrica Q positiva (Q > 0), vimos que quanto mais próximo a ela maior é o valor do po-
tencial elétrico, enquanto que mais longe a carga menor o potencial elétrico. Logo, VA > VB > VC. Sabemos que no
campo elétrico a carga positiva puntiforme é divergente, isto é, o campo é de afastamento. Dessa forma, o sentido
da linha de força também é de afastamento, coincidentemente no mesmo sentido que o potencial diminui.

Carga Q > 0

Seja uma carga elétrica Q negativa (Q < 0), vimos que quanto mais próximo a ela menor é o valor do
potencial elétrico, enquanto que mais longe a carga maior o potencial elétrico. Logo, VA < VB < VC. Sabemos que
no campo elétrico a carga puntiforme negativa é convergente, isto é, o campo é de aproximação. Dessa forma, o
sentido da linha de força também é de aproximação, coincidentemente no mesmo sentido que o potencial diminui.

-
Carga Q < 0

De maneira geral, podemos dizer que:

O potencial elétrico diminui no mesmo sentido da linha de força.

Por exemplo, analisando a figura a seguir:

Percebemos que o potencial elétrico é maior no ponto C do que no ponto B.

235
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Energia potencial elétrica


Fonte: Youtube

Vídeo Mapeamento de equipotenciais de terminais lineares

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Instrumentação / medidas / grandezas

pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electric-force-and-voltage
www.estudopratico.com.br/potencial-eletrico-historia-definicao-e-superficie-equipotencial/
www.tecnogerageradores.com.br/blog/saiba-o-que-e-diferenca-de-potencial-eletrico-e-
como-calcular/

236
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

A habilidade 17 é quase onipresente nos exercícios da prova de ciências da natureza, uma vez
que ela cobra do aluno a capacidade de relacionar os fenômenos naturais com diferentes formas
de linguagem, fórmulas matemáticas e a capacidade de interpretação gráfica.

Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

A habilidade 21 cobra do aluno a capacidade de interpretar os processos naturais ou tec-


nológicos relacionados ao eletromagnetismo e termodinâmica. De forma abrangente esta
habilidade cobra do aluno conhecimento em duas grandes áreas. Por isso, talvez questões
relacionadas ao eletromagnetismo tenham aparecido um pouco menos em provas anterio-
res, salvo é claro a prova de 2017, na qual esteve muito mais presente.

Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação,
e é uma estratégia eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa caracterís-
tica eletrofisiológica está presente na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado
por uma célula que compõe as fibras de Purkinje, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos
para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca. Observa-se que existem quatro
fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.

237
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+ a po-
laridade celular pode atingir valores de até +10 mV o que se denomina despolarização celular. A
modificação no potencial de repouso pode disparar um potencial de ação quando a voltagem da
membrana atinge o limiar de disparo que está representado na figura pela linha pontilhada. Con-
tudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte celular. Assim, ocor-
re a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular,
respectivamente?
a) Fases 0 e 2.
b) Fases 0 e 3.
c) Fases 1 e 2.
d) Fases 2 e 0.
e) Fases 3 e 1.

Análise Expositiva

Habilidades 17 e 21
Essa é uma excelente questão, onde o estudante é cobrado tanto na parte interdisciplinar,
quanto na interpretação gráfica do potencial de membrana em relação ao tempo. O estudante
deve relacionar conceitos, fenômenos com as fases destacadas no gráfico.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização
ocorre quando o potencial está voltando ao potencial de repouso, como acontece na fase 3.
Alternativa B

Estrutura Conceitual
Depende do inverso
da distância

CARGA Na presença de outra carga:


POTENCIAL ELÉTRICO
ELÉTRICA energia potencial elétrica

Grandeza
escalar

238

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