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(Trechos em vermelho são anotações minhas, artigos das leis, ou comentários de

autores, doutrina e pans.. )

26/11/2016 - Primeira aula.

● Teorias legitimadoras e deslegitimadoras da Pena (ou do Direito Penal)

I) Teorias Absolutas
- Kant e Hegel.

A pena é um fim em si mesmo. Assim, carrega a função de retribuir, legitimam a


pena e o Direito Penal por compreender que se trata de um fenômeno necessário diante da
ofensa ao tecido social.

Em Kant, a pena é um imperativo categórico, como um mecanismo de expiação


moral. Em Hegel a punição parte de uma concepção dialética, em que o crime, que é um
mal, consiste numa tese. A pena, que é outro mal, corresponde na antítese, e a partir de
sua imposição teremos um resultado positivo, que será a restauração da norma/ do dano
causado ao Estado, sendo a Síntese.

II) Teorias Relativas

A pena possui função além de apenas retribuir o mal causado, mas ela serve para
prevenção de novos delitos.

a) Prevenção Geral - Prevenção de novos delitos, que se dirige para toda a sociedade.
- Positiva/Welzel
Para Welzel consiste no reforço da confiança do cidadão na norma e no Estado
através da previsão de uma pena e aplicação concreta em um determinado crime.

- Negativa/ Feurbach
Para Feurbach, a pena exerce a função de coação psicológica. Ou seja, é um contra
estímulo direcionado à prática de crimes. Dessa forma, o cidadão ao ver uma pena
abstratamente prevista em um tipo penal, bem como visualizando a aplicação concreta de
uma pena a um infrator, se sentiria desestimulado a cometer delitos.

b) Prevenção Especial - Prevenção de novos delitos, que se dirige ao infrator.


- Positiva - Ressocialização
Em verdade, a discussão sobre a prevenção especial positiva surgiu com Enrico
Ferri, durante o desenvolvimento da sociologia criminal. A prevenção especial é aquela que
recai sobre o infrator. Especial positiva é porque se refere à ressocialização do preso. A
perspectiva da função especial positiva adotada atualmente parte do programa de Marbugo,
criado por Von Listz, em que se compreende que a finalidade da pena é através do
trabalho, reeducar o preso para que ele possa retornar para o convívio em sociedade.

- Negativa - Reincidência

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A pena, aqui, tem a função de intimidar o preso, para que ele não cometa crime
novamente. Ou seja, é um desestímulo, para que ele não reincida no delito.

III) Teorias Unitárias ou Mistas


- Teoria Dialética Unificadora/Roxin

É minimalista, trabalha com a noção de bem jurídico e mínima intervenção. A pena,


aqui, é aplicada com funções diferentes em momentos diferentes.
Defende a mínima intervenção do Direito Penal e, por isso, primeiro trabalha com a noção
de Bem Jurídico, que são os valores mais importantes da sociedade, e que não podem ser
protegidos por outros ramos do Direito.

1) Cominação abstrata -> Prevenção geral


Prevalece a prevenção geral subsidiária, em que se parte da concepção de que o Direito
Penal é a Ultima Ratio.

2) Aplicação da pena -> Prevenção especial positiva/Prevenção geral


Aplicação da pena, irá se referir à prevenção geral e especial positiva, em que a
aplicabilidade da lei deve observar a teoria do delito (T + A +C) do funcionalismo
teleológico, perguntando, portanto “por que punir, para que punir”. Analisa-se o critério da
responsabilidade (culpabilidade + funções da pena).

3) Execução penal -> Prevenção especial positiva


Devendo a função da pena ser a prevenção especial positiva, observando-se os direitos
fundamentais do condenado.

IV) Teoria do Garantismo, Ferrajoli.

Em verdade, a teoria do garantismo não é teoria do garantismo. Ferrjoli em sua


obra “Direito e Razão” propõe a adoção do garantismo pela sociedade, mas seus
postulados encontram exemplos perfeitos do Direito Penal. Ferajoli inicia criticando a
confusão entre direito, moral e religião, bem como as funções da pena, seja da retribuição
ou prevenção. EM especial critica a Prevenção Especial Positiva, compreendendo que o
discurso da ressocialização é falacioso, anulando, inclusive, a individualização do preso.
Dessa forma, ele legitima o Direito Penal a partir da constatação que o DP limita o poder
punitivo do Estado e a pena privativa de liberdade impede a vingança pública e privada.
Teremos, portanto, a função geral negativa na perspectiva de evitar a justiça com as
próprias mãos.

03/12/2016 - Segunda Aula

O Direito Penal é um mal necessário. O Estado que deve punir, utilizando o Direito
Penal para proteger o infrator.

Postulados:
1) Não há crime sem pena - Princípio da Legalidade.
2) Não há crime sem lei - Princípio da Legalidade.

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3) Não há crime sem necessidade -
4) Não há necessidade sem ofensa - Análise do Bem jurídico lesado e o grau
do dano.
5) Não há ofensa se não houver ação - Princípio do nexo de causalidade
6) Não há ação sem culpa - Princípio da culpabilidade
7) Não há culpa sem processo - Devido processo legal e Acesso à Justiça
8) Não há processo sem acusação - Exigência de denúncia formal para termos
a percepção penal
9) Não há acusação sem provas - Exigência mínima de lastro probatório que
traga certeza da existência do crime e indícios suficientes de autoria.
10) Não há provas sem defesa - Exigindo-se observância do contraditório e
ampla defesa.

Ainda no processo penal, Ferrajoli traz a preocupação com a vítima,


compreendendo o caráter desumano do processo penal com relação ao sujeito passivo
(que sofreu o delito). O garantismo, portanto, também se preocupa com os direitos da
vítima.

Ferrajoli acredita na descriminalização de diversas condutas, permanecendo


apenas os delitos mais graves na tutela do direito penal. E, durante o cumprimento da pena,
o sujeito deverá cumpri-la em até no máximo 10 anos em regime integralmente fechado. É
contrário ao discurso ressocializador.

5)Direito Penal do Inimigo - Jackobs

O direito possui dois braços: O do cidadão e o do inimigo. O inimigo não possui


garantias fundamentais. A pena possui função retributiva e preventiva geral (positiva e
negativa). Se o tecido social foi ferido de maneira grave, precisa ser refeito de maneira
também grave. O inimigo é retirado da sociedade, ele não pode se misturar com os
cidadãos. Ou seja, medidas de segurança, que aparecem antes mesmo do processo em si.
Não há garantia. Por exemplo, existe a possibilidade de inversão do ônus da prova, aqui o
réu (inimigo) que precisa provar. Jackobs publica sua obra logo após o ocorrido de 11 de
setembro,apesar de que suas pesquisas já apontavam resultados semelhantes mbito
tempos atrás, ao tratar do funcionalismo sistêmico radical.

Para ele, o cidadão responde pelo Direito Penal Clássico com a imposição da
pena privativa de liberdade, observância de contraditório e ampla defesa. bem como a
responsabilidade pautada na culpabilidade do sujeito.
O direito penal do inimigo é dirigido a uma determinada categoria: Terroristas.
Para eles, não há direitos ou garantias, punindo-se por quem ele é , e não pelo que ele fez.
Ou seja, um Direito Penal do Autor. Temos a responsabilização pautada na periculosidade e
não na culpabilidade. Ao invés da imposição de pena, existem medidas de segurança.

Punir antes de acontecer. Justificativa = Proteção de um bem maior.

6) Movimento Lei e Ordem. Teoria das Janelas Quebradas.

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Surge na década de 70 nos EUA, e que encontrou seu ápice nos anos 90 em
NY, através do atual prefeito Rudolph Giulianni. A lei e a ordem defendem a máxima
intervenção do Direito Penal, e, baseado na teoria das janelas quebradas, propõe que as
pequenas condutas sejam punidas severamente, para que se evite a ocorrência de
condutas maiores. Dessa forma, ocorreram diversas mudanças legislativas, como o
aumento de penas e o estabelecimento das “guidelines”, que consistiam em critérios
objetivos que orientavam as decisões dos juízes, impedindo a condenação a baixo do
mínimo legal. Ou seja, atenuantes de pena não eram possíveis.

LoicWacqant, em “As Prisões da Miséria”, demonstrou que o movimento “Lei e


Ordem” encontrou apoio popular na venda de uma mentira, pois os dados apresentados
não condiziam com a realidade.

● Teorias Deslegitimadoras

O direito penal não consegue pacificar nem previnir. O DP agrava as desigualdades sociais.
A crítica ao etiquetamento surge, deslegitimando a teoria de que existia uma classe que é
etiquetada como criminoso.

Década de 70, principalmente na Itália, surgiram grupos de estudo formados por


criminólogos, que passaram a discutir a existência da pena e, particularmente, do DP.
Constatou-se que, O DP não alcançava a finalidade para qual ele foi criado, pois os índices
de criminalidade não reduziam. Concluíram que o DP e a criminologia tradicional eram
mecanismos de aprofundamento da desigualdade social, repetindo dentro do cárcere a
estrutura pautada na luta de classes.

Adotando a teoria sociológica do “labelling Approach”, etiquetamento social, constataram


que o crime e o criminoso eram etiquetas atribuídas a determinadas pessoas e condutas,
sendo uma qualidade negativa.

Minimalismo Radical - Nilo Batista

Defendido no Brasil por Nilo Batista, o minimalismo radical propõe o fim gradual do Direito
Penal. Para tanto, é necessário primeiro que haja uma mudança cultural, política e social,
bem como econômica, para que a sociedade esteja apta a solucionar seus conflitos por
outros meios. Já as teorias abolicionistas querem o fim instantâneo do DP.

Terceira Aula - 10/12/2016

Look Hulsman

Defende o fim do DP em si, por compreender que ele aprova as desigualdades sociais, não
reduz os índices de criminalidade e ainda “dissocializa”, “desacultura” o preso, piorando sua
condição pessoal. Em sua obra “Penas Perdidas”, o autor propõeo uso do diálogo e a

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resolução dos conflitos dentro da própria sociedade. O Estado é o Leviatã que apenas
oprime o cidadão, e quando transferimos a solução do conflito para a própria sociedade,
teremos uma aceitação maior da decisão, e, por consequência, uma maior preservação dos
valores, do infrator e da própria vítima. Percebemos, pois, o embrião da Justiça
Restaurativa.

Thomas Mathisen

O Autor adota Marx como referencial ideológico e teórico, compreendendo que o cárcere
embrutece e repete a estruturas do poder do estado, dentro do sistema carcerário. Há então
somente o aprofundamento da desigualdade social e a punição dos pobres. Diferente de
Hulsman, Mathisen defende somente o fim da pena privativa de liberdade, a prisão. Logo,
ele propõe o fim do sistema carcerário. O DP continua, com penas alternativas.

Nils Christie

Abolicionista da “dor”. Acredita que o sofrimento proveniente do Direito Penal precisa


acabar. Defende não o fim do DP, mas o fim tão somente das penas corporais, pena de
morte, pena de prisão perpétua, qualquer uma que ocasione em dor ao preso.

Eugênio Raul Zaffaroni( Teoria Agnóstica da Pena)

A pena serve apenas para punir. Ele percebe que o ser humano quer impor dor aos outros.
A pena alimenta o desejo de vingança. Desenvolve a teoria que a pena é a extensão da
animalidade do ser humano. É tão somente a representação da violência e do desejo de
provocar dor. O processo penal é o instrumento através do qual o sofrimento é imposto ao
infrator, em razão do descumprimento de uma determinada regra social.

Evolução do Sistema Carcerário

Introdução

A pena de privação da liberdade, era antigamente vista como apenas um


armazenamento prévio, que antecede a pena real, seja ela de morte, tortura, ou
qualquer suplício.

Sistema pensilvânico (1790)

Momento o qual a pena privativa de liberdade foi vista como pena em si, pela
primeira vez. Era o exercício do silêncio, reflexão sobre o que foi feito. Foi
implementado no ano de 1681 na Pensilvânia (EUA, colônia). Havia o isolamento
total, bem como o exercício do silêncio, em que o condenado ficava submetido a
cela individual, sem contato com outros presos, para refletir e orar. A função da

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pena, portanto, era expiar os pecados do criminoso, havendo ainda a abstinência
alcoolica.

Sistema Auburniano (1816 ou 1821)

Surgiu entre 1816-1821, e, em razão da Revolução Industrial, da necessidade do


mercado capitalista, passou-se a prever o trabalho carcerário. Os presos são
classificados e divididos entre aptos ou não aptos para o trabalho. Os aptos
trabalhavam no cárcere de dia, se recolhendo a noite na cela. Os inaptos ficavam
recolhidos na cela durante todo o dia, imperando a lei do silêncio.

Quarta Aula - 17/12/2016

Sistema Progressivo
- Sistema Inglês - 1846 “Mark System”
- Sistema Irlandês - 1853
- Sistema Espanhol - Montesiños

Sistema Progressivo :Possibilidade de sair de um regime mais gravoso para um


menos grave. Baseado em disciplina, trabalho e estudo. (Fechado -> Semiaberto ->
Aberto). Tal progressão de regime é baseado, portanto, em bom comportamento,
trabalho e estudo. É importante ressaltar que essa classificação traz a generalidade,
portanto, nos sistemas específicos a seguir listados existem algumas semelhanças,
mas cada um apresentou uma característica nova.

● Sistema Inglês
Primeiro sistema progressivo a ser implementado foi o sistema inglês em 1846.
Apesar do nome ser “inglês”, foi iniciado na Austrália, na Ilha da Norfork. Segundo
ele, era possível que o preso, através de trabalho e bom comportamento, reduzisse
o tempo de pena, ou seja, teríamos a remição da pena na proporção de dias de
trabalho, que irão corresponder a dias de pena efetivamente cumpridos. Eram
anotadas as marcas que significavam os dias de trabalho. Os presos marcavam nas
paredes das celas, com traços. A cada três dias de trabalho, um dia de pena era
descontado. Por fim, será no sistema inglês que teremos, ainda, o surgimento do
livramento condicional, que é a possibilidade do preso terminar de cumprir a pena
em liberdade. O surgimento do livramento condicional é o diferencial do sistema
inglês, principalmente comparado com o sistema auburniano.

● Sistema Irlandês (1853)


Acumula os benefícios do sistema inglês com o seu diferencial, sendo ele a criação
de uma etapa intermediária entre o regime fechado e o aberto, o regime

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semiaberto. Dessa forma, no regime semiaberto o preso ficará numa colônia
agrícola ou industrial, trabalhando durante o dia e recolhendo-se a cela durante a
noite. Há, ainda, a possibilidade de trabalho na cadeia, retornando a noite.

● Sistema Espanhol (1858)


Desenvolvido paralelo ao sistema irlandês. Além dos direitos já previstos,
estabeleceu, ainda, a ressocialização como principal função função da pena, as
saídas temporárias e a proibição de quaisquer castigos corporais durante o
cumprimento da pena.

Lei de Execuções Penais, Lei nº 7210/84

A função da pena é a ressocialização do preso “prevenção especial positiva”. Nova


defesa social, Marc Ancel. “prêmios para o bom comportamento do preso. O preso
que é mal tem o regime regredido, perde garantias.

A reforma do código penal e a edição da lei de execuções penais (Leis 7209 e


7210/84), passaram a adotar expressamente a doutrina da nova defesa social e,
consequentemente, a ressocialização como principal função da pena, assim sendo,
através da atribuição de prêmios pelo bom comportamento carcerário, e a imposição
de castigos pelo mau comportamento, passa a ser o meio utilizado durante a
execução da pena para a ressocialização.

Regimes Penitenciários -> Artigo 33 Código Penal. Lei 7209/84

● Regime fechado, artigo 34: Será submetido ao regime fechado o


condenado a uma pena de reclusão igual ou superior a 8 anos. O artigo 34,
por sua vez, estabelece que o regime fechado corresponde aos presídios de
segurança máxima, e neles o preso passa o dia no estabelecimento, sendo
permitido trabalho diurno interno e a noite ele é recolhido à cela. Admite-se,
porém, o trabalho externo somente em obras públicas.

● Regime semiaberto, artigo 35: É aplicado ao condenado a uma pena de


reclusão inferior a 8 anos e superior a 4 anos. Salvo quando reincidente, pois
neste caso poderá ser a ele atribuído regime mais gravoso. Será cumprido
em colônia agrícola ou industrial, na qual o preso trabalha durante o dia e é
recolhido à cela a noite. É permitido, ainda, o trabalho externo, bem como o
estudo.

● Regime aberto, artigo 36:Segundo o artigo 36 é baseado na autodisciplina e


na confiança do Estado, pois o condenado passa o dia em liberdade,
devendo, apenas, se recolher a noite, fins de semana e feriado. O preso

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deveria se recolher para uma casa de albergado ou estabelecimento
adequado, como redige o art.33, parágrafo 1º alínea c. Porém, hoje não
existem casas de albergado ou estabelecimentos do tipo. Quando um
condenado vai pro regime aberto, responde em prisão domiciliar. O regime
aberto é aplicado para o condenado à pena de reclusão menor que 4 anos.

● Regime Disciplinar Diferenciado. Lei 10.792/03: Criado a partir do caso


Fernandinho Beira-Mar. Alta periculosidade, conduta subversiva contra o
sistema, ou falta grave. Estabelecido no artigo 52 da lei de execuções penais,
que o preso definitivo ou provisório, nacional ou estrangeiro, que tenha
praticado falta grave ou conduta subversiva, ou ainda, seja suspeito de
integrar crime organizado, poderá ser submetido a este regime, por até 360
dias, renováveis por até ⅙ da pena aplicada, em que ele ficará em cela
individual sem acesso a meios de comunicação, tendo direito, somente a
banho de sol (12 horas diárias).

14/01/17

Detração penal: De acordo com o art 42 do CP, é direito do preso ter o tempo de
pena provisória, que por ventura tenha sido submetido, descontado do tempo de
pena o qual foi condenado em definitivo. Abrange pena provisória cumprida no
estrangeiro, prisão administrativa, ou ainda, medida de segurança provisória.

Remição da pena: Direito de computar como dia efetivamente cumprida da


pena. Através de estudo ou trabalho. Remição significa libertação, quitação de uma
dívida.

● Lei 12.433/11. Alteroua lei de execuções penais, passando a prever


expressamente a remição da pena através do estudo no reg fechado e semi
aberto. Dessa forma, para que haja remição, o preso deverá estudar por 12
horas divididas em 3 dias, e será computado um dia de pena como
efetivamente cumprida.
● Observação: Súmula STJ 341. Antes da lei 12.433/11, o STJ, através da
súmula 341, admitia a remição pelo estudo. Não havia, entretanto, a
fdefinição da quantidade de horas para a remição.

● Remição pelo trabalho, cumulação com estudo:O próprio artigo 126 da LEP
possibilita a cumulação do estudo e trabalho, desde que haja compatibilidade
entre as atividades (tempo hábil) Ocorre que não havia a previsão de

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computo de 2 dias efetivamente cumpridos da pena em razão da cumulação
do estudo com o trabalho. O TJ/RS compreende que deverá existir o
computo de dois dias.
● Falta grave: Antes da lei, o preso condenado pro falta grave (prevista na
LEP) perdia todos os dias remidos. Após a lei, o Juiz poderá determinar a
perda de até no máximo ⅓ dos dias remidos.
● Remição ficta: O parágrafo 4 do art 126 prevê que se o preso estiver
trabalhando regularmente e vier a sofrer acidente de trabalho, não provocado
por ele, terá direito a remição ficta. Ou seja, que se continue computando os
dias de pena como se ele estivesse regularmente trabalhando.
● Paulo Queiroz acredita que no caso de regime fechado, quando é
vedado o trabalho externo, presumindo a aptidão do preso e requerendo
a vaga, o Estado é obrigado a fornecer a vaga, e não o fazendo, é direito
do preso a remição ficta.
● Destino da remuneração do trabalho: Artigo 29 da LEP. Vítima, família,
Estado (despesas) e Poupança.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo
ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do
condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras
anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para
constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado
quando posto em liberdade.

● Progressão de Regime: Por adotarmos a doutrina da nova defesa social, de


Marc Ancel, e, portanto, o sistema progressivo de penas, é direito do preso,
após cumprir os requisitos objetivos e subjetivos, sair de um regime para
outro imediatamente menos gravoso. Determina o art 112 da LEP, que a
condenação por crime comum, autoriza a progressão quando cumpridos ⅙
da pena. E desde que tenha bom comportamento carcerário, que é o
requisito subjetivo.

● Progressão em crimes hediondos:

I) 1990: Redação da lei 8072/90 vedava, no seu art2, a progressão de regime em


crime hediondo e dos equiparados a hediondo.
II) 1997: Ocorre que, em 97, entrou em vigor a lei 9455/97 de tortura, que é
equiparado a hediondo. Em razão disso, vários advogados (as) começaram a pedir

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que o mesmo tratamento fosse dado a crimes hediondos, ou seja, progressão de
regime ao cumprir ⅙ da pena.
III) 2003: Em 2003, o STF deferiu um HC na BAhia, autorizando a progressão em
crime hediondo, após cumprimento de ⅙ da pena.
IV) 2007: Em 2007, entrou em vigor a lei 11.464/07, que passou a prever
expressamente a progressão de regime em crimes hediondos e equiparados, desde
que:
● Cumpridos ⅖ da pena, se for reu primário.
● Cumpridos ⅗ da pena, se for reincidente.
● Reincidente em crime hediondo não progride de regime.

Surge a dúvida de qual lei aplicar, para pessoas que praticaram crime antes da lei
11.464/07. ⅙, ⅖ ou ⅗.. Como se daria a progressão?

Em 2009, através da súmula vinculante 26, determinou que a progressão por crime
hediondo se daria

● Nos delitos anteriores a lei 11.141. ocorre com o ⅙ do cumprimento.


● Nos delitos posteriores, aplica-se os critérios da lei.

Progressão envolvendo comum/hediondo

Caso o sujeito seja condenado pela prática de crime comum em concurso com
crime hediondo ou equiparado, deverá ser observado se o hediondo foi praticado
antes ou depois da lei 11.464 (observar o critério do ⅙, ⅖. ⅗.). É necessário que
se proceda o cálculo do cumprimento dos crimes separadamente. Assim sendo, o
crime comum utiliza-se o critério de ⅙ da pena, ao crime hediondo, ⅖ ou ⅗ ,
caso seja após a lei. Em seguida, soma-se o resultado final do cálculo do crime
comum com o resultado final do crime Hediondo. alcançando-se o tempo necessário
de cumprimento da pena para a progressão de regime.

Progressão por saltos -> Súmula 491 do STJ.

● expressa vedação. Sair de fechado para aberto é vetado.

Regressão por saltos. Artigo 50 da LEP

● É a possibilidade do preso de , em razão de condenação por novo crime ou


falta grave, sair de um regime mais brando para um mais gravoso, por salto.

Progressão antes do trânsito em julgado.

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● A súmula 716 do STF permite a progressão de regime antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória, desde que preenchidos os requisitos
objetivos e subjetivos.
Progressão no regime aberto
● Vide artigo 113-116 da LEP.

Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu


programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi
submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de
responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo
117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for
determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado,
desde que as circunstâncias assim o recomendem.

21/01/2017

Direitos do Preso.

Livramento condicional.

● É o direito do preso de cumprir o restante da pena em liberdade. Desde que


preencha os requisitos objetivos e subjetivos

Requisitos Objetivos. Incisos do artigo 83 do CP


● i) Cumprir ⅓ da pena, se réu primário. II) Metade da pena, se for reincidente.
em crime doloso. IV) Ter ressarcido a vítima pelos danos causados, caso
possível, salvo impossibilidade de fazê-lo. V) ⅔ da pena se for condenado
por crime hediondo ou equiparado. ( reincidente em crime hediondo não pode
pedir livramento)

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


Requisitos Subjetivos:
● Bom comportamento carcerário, não se envolver em brigas ou motim,
trabalhar bem ou estudar. (art 83, inciso III)

Prognose Favorável:
● Em caso de sujeito condenado por crime doloso envolvendo violência ou
grave ameaça, o apenado precisa comprovar que está apto a não fazer mais
esse tipo de conduta, além dos outros requisitos que ele já precisa cumprir.

Condição para o livramento:


● Podem ser obrigatórios ou facultativas. O preso se compromete a cumprí-las.

Condições obrigatórias:
● Parágrafo primeiro do art 132 da LEP. Consiste em: obter ocupação lícita por
um prazo razoável, não se ausentar da comarca sem autorização prévia do
Juiz, bem como periodicamente prestar declarações ao Juízo sobre suas
atividades.

Condições facultativas:

● O Juiz pode estabelecer outros comprometimentos, facultativamente,segundo


o 2 parágrafo do art 132 da LEP. O que for estabelecido de forma facultativa,
será de cumpriment obrigatório pelo apenado.

Revogação do livramento.

Obrigatória: Art 86 do CP
● Haverá, obrigatoriamente, a revogação do livramento se o sujeito, durante o
livramento, praticar novo crime de reclusão. (crimes de detenção torna a
revogação facultativa. são de baixo perigo). Neste caso, perderá o tempo
de pena que cumpriu em liberdade.

● Com relação a prática de crime anterior ao livramento condicional,


(lembrando que o crime pode estar em um processo longo, e só ser
julgado no meio do livramento, sendo que ocorreu antes), deve ser
analisado a nova condenação exarada. Dessa forma, por se tratar de crime
anterior ao livramento, o sujeito não irá perder o tempo de pena cumprida
em liberdade. Assim sendo, calcula-se separadamente o tempo de pena que
precisa ser cumprido na condenação antiga e na condenação nova; Em
seguida, somam-se as penas e analisa-se se o sujeito já cumpriu o montante
final. Se sim, continua em liberdade cumprindo o restante da pena. Caso

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contrário, volta para o cárcere para o cumprir o que resta para pedir
novamente o livramento condicional.

Facultativa: Art 87.


● O juiz poderá revogar se o sujeito descumprir qualquer condição imposta na
sentença que concede o livramento, ou se o sujeito for condenado em
definitivo por prática de contravenção penal ou crime de detenção, ou
qualquer outro que não preveja reclusão.

Efeitos da revogação
● Revogando o benefício, não há possibilidade de conseguir novamente. Vide
artigo 88 do CP.
● Art. 88 : Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele
benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado

Extinção, artigo 89 do CP.

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento.

Autorização de saída. Artigos 120 e 121 da LEP.

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os


presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta,
quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente
ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento
onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à
finalidade da saída.

Permissão de saída. Artigos 122 - 125

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter
autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes
casos:
I - visita à família;

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II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau
ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de
monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos
o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4
(um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo
ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
Parágrafo único. Quando se tratar de freqüência a curso profissionalizante, de
instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento
das atividades discentes.
§ 1oAo conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes
condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser
encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 2oQuando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino
médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades
discentes. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 3oNos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas
com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar
fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições
impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição
no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do
merecimento do condenado.

Aula 04/02

1. Medidas de Segurança

1. 1 Espécies de medida de segurança e sua natureza jurídica.

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


O artigo 96 do código penal determina que ao inimputável condenado pela prática
de crime será aplicado medida de segurança, que poderá consistir em internamento
em Hospital de Custódia e Tratamento (o HCT), ou submissão a tratamento
ambulatorial. No primeiro caso o sujeito é condenado a pena de reclusão , já no
segundo a pena de detenção. O parágrafo único proíbe que o sujeito seja
condenado a pena privativa de liberdade e em seguida a medida de segurança. A
medida de segurança é reconhecida legislativamente como “Tratamento”, mas o
informativo 496 do STJ e em diversas decisões do STF a Medida de Segurança
consiste, na verdade, em pena aplicável aos inimputáveis. Assim sendo, deve ser
dado o mesmo tratamento de pena privativa de liberdade à medida de segurança,
reforçando a adoção do sistema vicariante, em detrimento do sistema binário.

1.2 Prazo - art 97, §1 e §2 do Código Penal/ Informativo 628 do STF

O Código Penal no seu artigo 97, §1 e §2, prevê a pena mínima de internação de 1
a 3 anos, entretanto não estabelece pena máxima, estipulando, tão somente, a
realização de exame para a constatação se houve ou não cessação da
periculosidade do sujeito. Assim sendo, a medida de segurança perdura enquanto
não cessar a periculosidade do agente. O que consiste em previsão legal de pena
perpétua.

1.3 Informativo 628 do STF.

O STF, justamente por considerar que a medida de segurança é também uma


espécie de pena, decidiu que esta não pode exceder o prazo de 30 anos, como é
aplicado ao imputável, vide artigo 75 do CP.

1.4 Prazo prescricional

O prazo prescricional para o direito estatal de punir não era previsto para medida de
segurança, até o informativo 549 do STF,que atentou a observação do artigo 109 do
CP.

1.5 Desinternação/Liberação condicional

O artigo 97 prevê o direito do interno em ter a desinternação progressiva ou a


liberação condicional, que corresponderiam a progressão de regime e ao livramento
condicional do imputável. Diferentemente do tratamento dado ao imputável, além da
quantidade de pena cumprida, a desinternação fica condicionada ao exame
criminológico. O informativo 549 do STF decidiu que é dever do HCT estabelecer
um planejamento para que haja a desinternação progressiva do interno, a fim de
que sua periculosidade seja atenuada ou cessada.

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


1.6 Direitos do Interno - artigo 99 do CP

Prevê que o inimputável terá os mesmos direitos que o imputável durante o


cumprimento da pena.

Penas Restritivas de Direitos - artigo 43

As penas restritivas de direito, junto com a pena de multa, consistem em alternativas


à pena privativa de liberdade, podendo ser aplicadas isoladamente,
cumulativamente ou alternativamente à pena privativa de liberdade. As penas
alternativas relacionam-se com a segunda velocidade do direito penal, que surgiu
após a segunda guerra mundial, em que se constatou as mazelas do
encarceramento. Dessa forma, aplicam-se as penas alternativas aos crimes de
menor potencial ofensivo.

A condenação cumulativa de pena restritiva de liberdade e pena restritiva de direitos


é cumprida em separado. Por exemplo, o caso Kátia Vargas. Após o cumprimento
da pena restritiva de liberdade, ela pode ficar sem dirigir, como pena restritiva de
direitos.
Conversão - Artigo 45 do CP

1.1 Restritiva de Direitos - Restritiva de Direitos.


O artigo 45 permite a possibilidade da substituição de uma pena alternativa para
outra quando se perceber o seu descumprimento ou inadequação para o caso
concreto.

1.2 Multa - Restritiva de Direitos ou Privativa de Liberdade


Quanto à pena de multa, uma vez não cumprida não pode ser convertida em
restritiva de direitos ou privativa de liberdade (vedação constitucional à prisão por
dívida)uma vez que a multa possui natureza fiscal, devendo ser executada quando
descumprida pela Fazenda Pública.

1.3 Restritiva de Direitos - Privativa de Liberdade


Em relação à pena restritiva de direitos, quando não descumprida, caso seja
alternativa à pena de prisão, há divergência jurisprudencial, admitindo o STJa
conversão em privativa de liberdade.

Questões Especiais

Lei Maria da Penha

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


A Lei Maria da Penha veda expressamente a prestação pecuniária e através de
cestas básicas nos casos de violência doméstica contra a mulher, ainda que a
ofensa ao bem jurídico seja mínima. Dessa forma, aos crimes de menor potencial
ofensivo não se aplica o regulamento dos Juizados Especiais Crime, mesmo
que a violência seja “mínima” ou moral.

Lei de Drogas
O artigo 28 da Lei de Tóxicos prevê somente pena restritiva de direitos ao usuário
de drogas e, por tal razão, discutiu-se se houve a descriminalização do uso de
drogas, ou somente a descarceramento. Mais correto afirmar descarceramento,
pois subsiste lei penal tipificando a conduta do uso como proibida, com a sua devida
sanção.

Aula 11/02 (Segunda Chamada)

Aula 18/02

Prisão Domiciliar - art 117 da LEP/ Súmula Vinculante 56


É a possibilidade do preso cumprir a pena não em estabelecimento prisional, mas
em sua residência. A lei de execuções penais no artigo 117 prevê que somente
caberá a prisão domiciliar no regime aberto, desde que o preso seja maior de 70
anos ou possua enfermidade grave, ou ainda, possua filho menor ou portador de
deficiência física ou mental, ou ainda se a presa estiver gestante.

OBS, Súmula Vinculante nº 56


O STF consolidou o entendimento de que não havendo vagas no regime prisional a
qual o preso foi submetido, não poderáser recolhido para regime mais gravoso, pois
configuraria punição por culpa exclusiva do Estado. Há, ainda, a possibilidade de
acordo com jurisprudência do STF do preso, ainda que em regime fechado, ser
submetido ao regime domiciliar em razão de doença grave. Deverá existir
monitoramento eletrônico.

1. Dosimetria da Pena
A dosimetria consiste no cálculo realizado pelo Juiz após a condenação do sujeito,
para determinar a quantidade de pena que será por ele cumprida, bem como para
fixar o regime inicial do cumprimento da pena. É na dosimetria realizada da

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


sentença penal condenatória que haverá uma nova individualização da sanção
penal.

1.1 Critérios

1.1.1 Critério Bifásico.


Antes da reforma (lei 7.209/84, que reformou a parte geral do CP.) vigorava o
critério bifásico de Roberto Lyra, em que a primeira fase correspondia às
circunstâncias judiciais somados os agravantes e os atenuantes. A segunda fase
eram as causas de aumento e diminuição da pena.

1.1.2 Critério Trifásico


Após a reforma da parte geral do CP, o código passou a adotar o critério trifásico de
dosimetria da pena, sugerido por Nelson Hungria. Dessa forma, dispõe o artigo 68
do CP, que a dosimetria da pena deverá seguir 3 etapas. A primeira corresponde às
circunstâncias judiciais para a fixação da pena base. A segunda consiste na as
circunstâncias agravantes e atenuantes para a fixação da pena provisória. A terceira
e última fase refere-se às circunstâncias de aumento e diminuição da pena, fixando-
se a pena definitiva.

Fases do Sistema Trifásico.


1.1 Primeira Fase - Circunstâncias judiciais.
Na primeira fase da dosimetria da pena, o juiz irá analisar as circunstâncias judiciais
que se referem, em sua maioria, à vida pregressa do sujeito, o que, segundo Paulo
Queiroz não é devido, pois ou o sujeito é punido de forma mais grave por questões
pessoais que nada tem a ver com o delito, ou termina sendo punido duas vezes por
circunstâncias do próprio do crime. Defende, portanto, que o ideal seria a supressão
desta primeira fase, ou, a análise somente das circunstâncias aptas a reduzirem a
pena.
1.1.1 Culpabilidade
É a análise do grau de reprovabilidade social da conduta. Aqui, deve-se
compreender a culpabilidade como um grau aprofundado de reprovabilidade, afins
de que não se confunda com a culpabilidade da teoria do delito (fato típico +
antijuridicidade + culpabilidade. Não é a mesma culpabilidade, caso contrário seria
um bis in idem, pois a reprovabilidade social da conduta seria levada em
consideração duas vezes. Aqui é analisado a profundidade.).

1.1.2 Maus Antecedentes x Reincidência


Consiste na análise (no J2, ou seja, análise durante o segundo julgamento) se o
sujeito praticou o crime (C2, crime analisado no segundo julgamento) antes ou
depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (j1) do outro delito
(c1). Se o crime em análise for praticado antes do trânsito em julgado, será
considerado como Mau Antecedente. Se foi cometido depois, será Reincidência.
(Independe se é reincidência de crime específico, repetição do crime. o tipo do

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crime cometido só será levado em consideração para fins de progressão de regime,
livramento condicional e afins, se for hediondo)

c1 - c2- j1- j2 → O crime analisado foi cometido antes do julgamento


do primeiro crime, logo é Mau antecedente.

c1- j1- c2- j2 → O crime analisado foi cometido depois do julgamento


do primeiro crime, logo é considerado como Reincidência.

1.1.3 Súmula 444 STJ


A referida súmula veda, expressamente, que inquéritos policiais e ações penais em
curso sejam levados em consideração para a configuração de maus antecedentes.
Ocorre que o STF diverge neste sentido, havendo decisões com a mesma
conclusão da súmula, e decisão totalmente divergentes, como no informativo 524.

1.1.4 Súmula 241, STJ


O mesmo fato não pode ser considerado mau antecedente e reincidência ao mesmo
tempo. A súmula veda por se tratar de bis in idem.

1.1.5 Conduta Social


O Juiz pode levar em consideração a postura do sujeito na sociedade para agravar
a pena. Se o indivíduo se envolve em brigas ou se utiliza entorpecentes.

1.1.6 Personalidade do Agente.


Assim como na conduta social, que inclusive se confunde com aquela, é uma
análise subjetiva do Juiz. Pode, facilmente, decorrer em bis in idem, por levar em
consideração uma característica duas vezes com nomenclaturas diferentes,
piorando a situação do preso.

1.1.7 Comportamento da vítima


Neste caso, a circunstância judicial é interpretada para a redução da pena do
sujeito, pois se leva em consideração se a vítima injustamente provocou a prática do
crime pelo autor, ou se alguma forma contribuiu. Exemplo, podre por sinal: quando
afirmam que a vítima do estupro “pediu” por estar com tal roupa, ou por ter
escolhido estar ali e tal.)

1.1.8 Circunstâncias do crime


Refere-se a análise da maneira pela qual o delito foi praticado, se houve, por
exemplo, o abuso de confiança da vítima ou mesmo o emprego de violência
desnecessária.

2. Segunda Fase - Circunstâncias agravantes e atenuantes


Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.
Previstos nos artigos 61 e 62, as circunstâncias agravantes e nos artigos 65 e 66as
circunstâncias atenuantes. É nesta fase que será fixada a pena provisória. Aqui
também não há critério objetivo quantificador da pena (seja reduzida ou
aumentada). A doutrina e a jurisprudência apontam para um sexto, seja para o
aumento ou para a redução. Atenção, o cálculo é “em cascata”. Ou seja, um
montante final e vai sendo calculado. Tipo um “juros composto”.

Exemplo: Alguém comete homicídio utilizando veneno, emboscada e por motivo


torpe. O Juiz escolhe o uso de veneno como qualificadora, (primeira fase),
pegando 12 anos. O motivo torpe e a emboscada são calculadas em cascata com
a pena base nasegunda fase : 12 anos + ⅙ de 12 ( pela emboscada) = 14. Daí,
pega-se o 14 e usa a mesma lógica, mas agora o ⅙ se refere ao motivo torpe.

2.1 Agravantes art. 61/62

2.1.1 pela motivação do agente art 61 a) e b)

O motivo fútil é aquele que é desproporcional, que é ínfimo quando se leva em


consideração a ação da vítima e a reação do sujeito. (Pisou no pé, tomou um tiro)

O motivo torpe é aquele que provoca uma repugnância, é o motivo do objeto. Ex:
matar por herança.

Se o sujeito pratica o delito para ocultar um crime anterior, garantir a sua execução
ou impunidade, teremos um motivo vinculado à finalidade do sujeito.

Não é possível que um crime seja, ao mesmo tempo, motivado torpe e fútil, pois o
motivo é sempre um só. Com relação à última motivação, no que se refere ao outro
delito, teremos em verdade, não uma motivação, mas uma finalidade na prática do
delito.

(Aula do dia 04/03/217)

2.1.2 pelos meios - art 61/ d)

Refere-seaos instrumentos eleitos pelo sujeito para a prática do delito, sendo que
tais meios estão elencados na alínea d) do artigo 61. Refere-se às hipóteses em
que se atribui um sofrimento “desnecessário” à vítima. Crueldade.

2.1.3 formas de execução - art 61/c)

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Maneira pela qual o sujeito pratica o delito, são as hipóteses previstas na alínea c).
Referem-se aos casos em que o sujeito surpreende a vítima, impossibilitando-a de
resistir ou de se defender.

2.1.4 peculiaridade da vítima - art 61 e) f) h) i)

levamos em consideração as características de vítima, como no caso de parentesco


com o autor do fato (alínea e), ou no caso da idade ou qualidade da vítima (alínea h)
ou levando-se em consideração a relação de confiança ou autoridade do autor do
fato (f e i).

2.1.5 reincidência

Consiste na análise (no J2, ou seja, análise durante o segundo julgamento) se o


sujeito praticou o crime (C2, crime analisado no segundo julgamento) antes ou
depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (j1) do outro delito
(c1). Se o crime em análise for praticado antes do trânsito em julgado, será
considerado como Mau Antecedente. Se foi cometido depois, será Reincidência.
(Independe se é reincidência de crime específico, repetição do crime. o tipo do
crime cometido só será levado em consideração para fins de progressão de regime,
livramento condicional e afins, se for hediondo)

c1 - c2- j1- j2 → O crime analisado foi cometido antes do julgamento


do primeiro crime, logo é Mau antecedente.

c1- j1- c2- j2 → O crime analisado foi cometido depois do julgamento


do primeiro crime, logo é considerado como Reincidência.

2.1.6 Sujeito

Refere-se às peculiaridades do sujeito ativo ou a sua postura para a prática do


delito, como previsto na alínea G e na alínea l.

2.1.7 Concurso de pessoas

Os incisos I, II e III do Art. 62 punem de forma mais grave o autor intelectual que aquele que
planeja ou coordena a prática do crime, bem como o autor que coage fisicamente ou
moralmente terceiro para prática do crime e, ainda, o autor que corresponde “ao homem de
trás”, o qual se vale de interposta pessoa, que é o incapaz, para prática do crime. Já no
inciso IV agrava a pena se o sujeito pratica o delito para receber recompensa ou qualquer
pagamento.

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2.2 Circunstâncias Atenuantes

O artigo 65 determina a atenuação da pena quando:

a) Idade. O agente for menor de 21 de anos na época do fato ou maior de 70 na data


da sentença. (inciso I do artigo)

b) desconhecimento da lei. O Inciso II prevê o desconhecimento da lei como motivo de


redução da pena, uma vez que o artigo 21 do CP determina que o desconhecimento
é inescusável.

c) motivação. Leva-se em consideração as condições pelas quais o sujeito praticou o


crime, que consiste na relevante valor social, valor partilhado por toda a sociedade
(ex: inimigo da pátria) ou ainda na hipótese de relevante valor moral, que é aquele
experimentado pelo sujeito (ex: matar o estuprador da filha) e ainda, após injusta
provocação feita pela vítima, sobre a influência de violenta emoção. (alíneas a e c,
parte final)

Confissão: Está previsto na alínea (d), III, a redução da pena em razão da confissão
espontânea do sujeito.

Ou aindase o sujeito se arrepende e procura evitar ou minorar as consequências,


bem como, se repara o dano antes do julgamento (alínea b). Hipóteses nos quais
não se observou o interesse, arrependimento posterior ou eficaz (artigos 15 e 16)

Haverá, ainda, diminuição se o sujeito pratica sob coação moral resistível, ou em


observância de ordem hierárquica que era manifestadamente ilegal. Ou seja, são
hipóteses que não preencheram a inexigibilidade de conduta adversa (alínea c,
primeira parte)

Por fim, reduz-se a pena se o sujeito pratica o crime sob a influência de multidão,
oriundo de tumulto que ele não provocou, (alínea e).

● OBS: A pena não pode ser atenuada a ponto de passar do mínimo legal. Apenas na
3ª, nas causas de redução/aumento. (Assim como passar do mínimo, na terceira
fase pode passar do máximo.)

3. Causas de Aumento e Diminuição

Nesta etapa o Juiz irá definir a pena definitiva do sujeito, aqui ele poderá reduzir a pena a
menos que o mínimo legal, ou aumentar passando do máximo. As causas de aumento e
diminuição de pena estão previstas na parte geral do código ou a especial, referindo-se
sempre a uma determinada fração, diferente na segunda fase que a fração não é definida
legalmente.

3.1Concurso de crimes

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


3.1.1 Concurso material

O artigo 69 prevê que haverá o somatório das penas quando o agente pratica mais de uma
ação ou omissão, produzindo mais de um resultado lesivo. Neste caso, aplica-se o sistema
do cúmulo material e as penas serão somadas.

Na dosimetria, o juiz deverá realizar o cálculo de cada crime em separada, e , ao final,


somar as presas. Assim, temos pluralidade de condutas e de resultados.

Obs: Material pode ser homogêneo e Heterogêneo.

No heterogêneo, teríamos a prática de dois ou mais crimes da mesma espécie. Já no


homogêneo, será de espécies distintas.

3.1.2 Concurso formal - art 70

No concurso formal o sujeito, mediante uma única ação ou omissão, produz mais de um
resultado lesivo. e o outro resultado não era por ele desejado teremos um concurso formal
próprio. Se, entretanto, houve desígnios autônomos, ou seja, dolos distintos sejando o
sujeito ambos resultados, teremos o concurso formal impróprio.

No primeiro caso (próprio) aplica-se o sistema da exasperação das penas, e o artigo 70


determina que o julgador irá levar em consideração somente a pena do crime mais grave,
se distintos, ou de apenas um deles se forem idênticos, e em ambos os casos a pena será
aumentado de ⅙ até a metade Se, todavia, se tratar de concurso formal impróprio aplica-
se a regra do concurso material. (soma-se as penas)

OBS: se, na dosimetria da pena do concurso formal próprio o magistrado perceber que por
esse sistema ( o da exasperação) a pena será superior a correspondente do acúmulo
material (artigo 69) aplica-se a regra deste em detrimento daquele.

Aula do dia (11/03)

3.2 Crime continuado – art. 71 CP

O art 71 do CP prevê a possibilidade do crime continuado que se trata de uma ficção


jurídica, pois teremos aqui vários crimes autônomos que, por uma questão de política
criminal, serão considerados comoum único delito, sendo que últimos crimes serão ávidos
como continuação do primeiro. Para tanto devem ser preenchidos alguns requisitos:

● O primeiro é o lapso temporal, a doutrina e a jurisprudência convencionaram que se


tratam de crimes praticados em intervalo de no máximo 30 dias.

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.


● O segundo é a circunstância de lugar, convencionou-se que os crimes devem ser
praticados na mesma comarca ou, no máximo, em comarcas vizinhas (Salvador –
Lauro)
● O terceiro é Formas de execução, refere-se ao modus operandi, ou seja, o sujeito
deve ter praticado os crimes da mesma maneira.
● Por último, tem-se as mesmas circunstância de motivação: o sujeito deve praticar os
crimes pela mesma razão, observando a mesma situação conveniente.

● Obs.: Crimes de mesma espécie. É o Último requisito para configuração do crime


continuado. A doutrina diverge se o crime da mesma espécie corresponde ao
mesmo tipo penal ou se refere-se a crimes que violam o mesmo bem jurídico.
Embora a posição majoritária da doutrina entenda que são crimes que violam o
mesmo bem jurídico, a jurisprudência que prevalece é que são crimes enquadrados
no mesmo tipo penal.

● Obs.2: Crimes que envolvem violência e grave ameaça – súmula 605 STF. A
reforma promovida pela lei 7209/84 alterou a parte geral do código passando a
prever o crime continuado nos delitos que envolvem violência ou grave ameaça
contra a pessoa. Dessa forma poderá o juiz, preenchidos os requisitos previstos no
caput do 71, aplicar a pena de um só crime triplicada. De qualquer sorte, o benefício
do cúmulo material, já abordado no concurso formal, deve ser aqui observado. Tal
súmula não é mais aplicada, pois vedava o crime continuado para os delitos que
envolvem violência ou grave ameaça.

Caso:
X quer matar o pai após discussão sobre a nota de penal prepara uma emboscada e antes
ingere bebida alcoólica para usar como justificativa. Durante a execução, além de matar o
pai, atinge um transeunte sem intenção, provocando a morte do pai e a lesão de terceiro.
R: Qualificadores : Motivo fútil, emboscada, ascendente, embriaguez, atinge 3º sem dolo.
Pena base 12 a 30 anos – motivo fútil.
2ª fase mais 1/6 pra cada agravante em cascata
Atingir transeunte é concurso formal simples, você escolhe a pena mais grave, homicídio e
aumenta a pena de 1/6 ou ½.
Até a segunda fase não pode ultrapassar a pena máxima, nem ficar abaixo da pena mínima,

(18/03 - Prova)

25.03.2017

> PUNIBILIDADE

Refere-se ao poder dever do Estado de punir o sujeito que pratica crime ou contravenção. Trata-se
de direito abstrato e autônomo que estará concretizado a partir do momento em que ocorre a
prática de um delito. Para a teoria finalista do delito, a punibilidade não integra a teoria do delito,
sendo uma consequência deste.

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2. Causas excludentes da punibilidade

2.1 prescrição

a) definição: refere-se ao exercício do direito de punir do Estado, pois o Estado, em razão do decurso
do lapso temporal, poderá perder o direito de punir. Dessa forma a perda de tal direito configura
prescrição.

b) Natureza Jurídica: natureza penal material e consequência processual penal.

c) Imprescritibiilidade – art 5º incisos XLII e XLIV: Estabelece que são imprescritíveis o racismo e os
crimes contra a segurança nacional, previstos na lei 7170/83

d) espécies

d1) Da pretensão punitiva: Em abstrato, O direito de perseguir e punir o sujeito, ou seja, da


pretensão punitiva, regula-se pela pena máxima em abstrato do delito, pois, não há ainda sentença
penal condenatória, de acordo com os prazos estabelecidos no art 109 CP.

Já prescrição da pretensão punitiva em concreto leva em consideração a pena atribuída na sentença


penal condenatória. A partir daí, havendo transito em julgado para a acusação, se procede analise
do art 109.

D2)Da pretensão executória: Refere-se ao poder dever do Estador de executar a sanção penal
condenatória, que surge a parir do transito em julgado da sentença penal condenatória.

e) cálculo (obs, causa de aumento e diminuição)

Quando não houver sentença penal condenatória com transito em julgado para a acusação, teremos
somente a discussão quanto a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, levamos em
consideração o máximo da pena previsto no tipo. Se houver causa de aumento, levamos em
consideração o máximo da causa e se houver diminuição, levamos em consideração o mínimo.

Em se tratando de prescrição em concreto, ou seja, quando não há mais a possibilidade de aumento


da pena, tendo em vista o transito em julgado para a acusação, leva-se em consideração a
quantidade da pena atribuída na decisão.

Obs.: Idade ::Em sendo o autor do fato menor de 21 anos a época do fato ou maior de 70 anos a
época da sentença, o prazo prescricional do delito é reduzido da metade.

Obs. Reincidência , súmula 220 stj:: veda que seja levada em consideração a reincidência para fins
de prazo da prescrição da pretensão punitiva. Leva-se em consideração, entretanto, para fins da
prescrição executória.

Obs. Pena de multa – art 114 CP:: o art 114 refere-se ao prazo prescricional da pretensão punitiva
do estado no caso da multa. Assim sendo, se ela for aplicada isoladamente o prazo prescricional será
de dois anos, se for aplicada alternativamente ou cumulativamente com a pena privativa de
liberdade, levando em consideração o prazo prescricional desta nos termos do art109.

F) contagem do prazo

F1) termo inicial: o termo inicial do prazo pres. Da pret. Pun. Ocorre com o momento consumativo
do delito, em sendo o crime permanente, o prazo começa quando cessa a permanência. Em se
tratando de crime continuado, o prazo prescricional de cada delito é analisado separadamente. Em
se tratando de bigamia e falsificação de registro civil, o prazo tem início quando é descoberta a

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fraude

F2) causas interruptivas art 117 Cp:; são aquelas que uma vez ocorrendo irão determinar o retorno
do prazo prescricional do começo, sendo portanto zerado o prazo. O hall do artigo 117 e taxativo.

Obs.: Lei 12234/10::: Em 2010 houve uma alteração no CP, modificando o prazo prescricional dos
crimes com pena máxima em abstrato inferior a 1 ano. Nesses casos, antes da reforma, prescrevia
em dois anos. Após a reforma, passou a prescrever em 3 anos. Além desta alteração, modificou o art
110 não mais prevendo nos casos da prescrição da pretensão punitiva em concreto o termo inicial a
data da consumação do fato. Assim sendo, o 1º intervalo da prescrição entre a data da consumação
do fato e o recebimento da denúncia ou queixa crime, não mais existe na prescrição em concreto.
Subsiste, entretanto, na prescrição em abstrato.

Obs. Acórdão que confirma a sentença: a doutrina e a jurisprudência concluíram que o acórdão
proferido pelo tribunal, que somente confirma a sentença condenatória, não configura marco
interruptivo da prescrição.

Obs. Recurso do MP:: Já será analisada a prescrição em concreto quando o MP não recorre ou seu
recurso é rejeitado ou ainda mesmo quando ele recorre é conhecido o recurso, mas o que se
pretende não será capaz de alterar substancialmente o prazo prescricional, não havendo hipótese de
modificação da prescrição. Dessa forma, já é possível analisar a prescrição em concreto, como se
houvesse o trânsito em julgado para a acusação;

01/04/17 -

Extinção de punibilidade, continuação.

● Renúncia do direito de queixa (Ação penal privada). Disponibilidade do direito de


queixa, antes de prestá-la. Pode ser expressa ou tácita, com uma conduta
condizente com quem não quer que o processo de fato se inicie.
● Desistência da queixa.(Ação penal privada) Feita após a queixa ser prestada, antes
do trânsito em julgado da decisão. Pode ser expressa ou tácita (perempção, por
exemplo)
● Perdão.(Ação penal privada). É bilateral. O polo passivo precisa aceitar o perdão.
● Perdão Judicial. Clemência do Juiz, quando a consequência do crime já forma uma
espécie de pena, sendo “pior” que o cárcere. (Caso de Cristiane Torloni, que
atropelou o próprio filho culposamente)
● Indulto. Ato presidencial, decreto de fim de ano. Categoria de presos. O presidente
extingue a punibilidade de um determinado grupo de presos.
● Graça. Indulto individualizado, ou seja, ato presidencial.
● Anistia. Congresso extingue efeitos do crime. Mais crimes políticos.

Filipe de Sousa Alcântara – filipe.salcantara@gmail.com.

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