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LicicoN
Revista de Licitações e Contratos
Editorial
ISSN 1984371–2 A edição do mês de abril conta com uma série de assuntos importantes! A
Abril.2013 | nº 62 | ano VI Arena desse mês trata da hipótese de dispensa de licitação inserta no inc.
XX, do art. 24, da Lei 8.666/93.
Larissa Panko
OAB/PR 45.890
Revisão
Consultoria NP
rEsPostas obJEtivas..............................................................................25
1 É possível licitar coleta de lixo hospitalar por Pregão? 25
2 Ao encerrar o certame licitatório, independente da modalidade, homologa-se o certame primeiro e adjudica-
se os itens à empresa vencedora depois,ou vice-versa? 26
3 Pode ser constituída Comissão Especial de Licitação (CEL) para a realização de Pregão presencial
internacional? 27
4 Considerando que a Administração abriu certame licitatório, tendo como objeto a ‘Contratação de Empresa Especializada
na Prestação de Serviços de Informática – Gestão Arquivística’. Considerando que foi impetrado recurso contestando a
documentação apresentada pela empresa vencedora de alguns itens do certame,com alegação de que o atestado de capacidade
técnica apresentado não atendia,em quantidade,ao que diz o item 31.1 do edital do certame: 30
5 Esta Instituição necessita realizar pagamento de anuidade para Associação Brasileira de Educação Médica. É necessária a
elaboração de Termo de Referência, sendo esta despesa classificada como pagamento antecipado? Existe na legislação algum
tipo de referência para este tipo de pagamento? 32
apresentar qualidade superior à especificada no edital, não tiver havido prejuízo para a competitividade do
Decreto 5.450/05. 44
Lei 8.666/93. Aplicação da regra prevista no art. art. 48, §3º. Inaplicabilidade a licitantes já excluídos em
outras etapas da licitação, sendo possível sua aplicação ou aos licitantes desclassificados, ou aos licitantes
RDC. Possibilidade da abertura do sigilo do orçamento na fase de negociação de preços com o primeiro
arEna................................................................................................47
índicE rEmissivo..................................................................................48
Pareceres Jurídicos Assunto
Alterações contratuais. Percentuais para acréscimos e supressões aplicados de forma isolada.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93.
Ementa
Alterações contratuais. Percentuais para acréscimos e supressões aplicados de forma isolada, sobre o valor inicial
atualizado do contrato. Exceção. Supressões por acordo entre as partes. Nova base de cálculo. Considerações.
Consulta Resposta
“Valor inicial do contrato (R$ As alterações de contratos administrativos dividem-se em duas
318.500,00), objeto: reforma.
grandes espécies, quais sejam, as ditas alterações consensuais, quan-
A área de engenharia solicitou
um aditivo negativo de 40,73% do avençadas de mútuo acordo entre a entidade contratante e o
- R$ 129.721,81 e um aditivo correspondente contratado de determinada avença, e as unilaterais,
1 positivo de 41,68% no valor de
+ R$ 132.757,29. Pergunta-se:
quando impostas pela Administração contratante ao particular. Estas
últimas, a seu termo, subdividem-se em qualitativas ou quantitativas
os percentuais dos aditivos
solicitados (positivo e negativo) e encontram-se disciplinadas nas alíneas do inc. I, do art. 65, da Lei
estão em consonância com o 8.666/93, respectivamente:
entendimento mais recente
do Tribunal de Contas da a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor
União (TCU) e com o Acórdão adequação técnica aos seus objetivos;
1.216/11 – 2ª Câmara, por meio
do qual se determina considerar b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
as reduções ou supressões de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
quantitativos de forma isolada por esta Lei;
e sempre sobre o valor original
do contrato?” Quanto às alterações quantitativas, individualmente considera-
das, estas dizem com a possibilidade de modificações tão-somente na
quantidade do objeto contratado, para mais ou para menos, dentro
dos limites fixados pela própria Lei 8.666/93, a saber:
I. (VETADO)
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Pareceres Jurídicos seja, 20% sobre o valor inicial atualizado do
contrato. As supressões por sua vez, poderão
pressivas acordadas entre as partes, ou seja, para
além dos 25%, têm o condão de gerar nova base de
ultrapassar 25% do valor inicial atualizado do cálculo para fins de incidência do percentual máximo
contrato, caso haja acordo entre as partes. para eventuais acréscimos contratuais. Caso contrário,
Importante ressaltar, ainda, que de acordo com o TCU, deverá ser sempre observado o valor inicial atualizado
as “alterações contratuais supressivas, acordadas entre do contrato. Nesse sentido comenta Joel de Menezes
as partes, têm o condão de gerar uma nova base de NIEBUHR:
cálculo para fins de incidência do percentual máximo Recorda-se que, de acordo com o §1º do art. 65 da Lei nº
de 25%”. A esse respeito vide o Acórdão 2.331/11 – 8.666/93, o limite, tanto para os acréscimos quanto para as
Plenário: supressões, é de 25% do valor inicial atualizado. O valor ini-
cial atualizado é de R$ 100.000,00. Portanto, o limite para
186. Por outro lado, o posicionamento desta Corte de Con-
os acréscimos e para as supressões é de R$ 25.000,00.
tas, delineado pelo insigne Voto do Exmo. Sr. Ministro-Relator
Ubiratan Aguiar, no Processo nº 013.971/2001-7, de forma Pois bem, a Administração suprimiu 20%, reduzindo o valor
a encaminhar a Decisão nº 1.575/2002-Plenário, mencio- do contrato para R$ 80.000,00. Agora ele pretende acrescê-
nado pela Equipe da SECEX/AL, firmou o entendimento de -lo. Poderá fazê-lo em 25% calculado sobre R$ 100.000,00,
187. Por este Decisão, salvo melhor juízo, com as alterações Síntese conclusiva
supressivas promovidas pelo ‘Novo Projeto Básico’, com a
retirada da Ponte-Canal, em comum acordo entre as partes, Isto posto conclui-se que, no caso em tela, o objeto do
por meio do 2º Termo Aditivo, gerou-se uma nova base de contrato envolve reforma (que deverá ser de edifício
cálculo para a incidência do percentual máximo aplicável. ou de equipamento, nos termos do §1º, do art. 65, da
Lei 8.666/93), razão pela qual o limite percentual apli-
Em tese, não há limites para a redução contratual
consensual, mas, a partir do momento da redução cado para acréscimos contratuais é de até 50% e para
da avença, por força de supressões de serviços lici- supressões, até 25% sobre o valor inicial atualizado
tados e contratados, ascendeu ao mundo jurídico do contrato. Os percentuais de acréscimo e supres-
um novo contrato (aditivado por supressão), que são devem ser aplicados de forma individualizada, sem
será a nova base para fins de incidência do percen-
compensações.
tual máximo de 25%. Por esta metodologia, introduzida
pela Decisão nº 1.575/2002-Plenário, com a retirada do De acordo com o entendimento do TCU, apenas as
item de orçamento ‘Ponte-Canal’ do orçamento licitado e alterações contratuais supressivas acordadas
contratado, no valor de R$ 25.690.573,68 a preços
entre as partes, ou seja, para além dos 25%, têm o
de agosto/2002, por meio do 2º Termo Aditivo, o va-
condão de gerar nova base de cálculo para fins de in-
lor total do contrato passou de R$ 41.778.628,39
a preços de agosto/2002 para R$ 16.088.054,71 na cidência do percentual máximo para eventuais acrés-
mesma data de referência (diferença entre o total cimos contratuais. No caso em tela, a Administração
do contrato e o que foi suprimido). Portanto, esta Consulente poderá realizar acréscimos contratuais de
seria a nova base de incidência (R$ 16.088.054,71) até 50% e supressões que não superem 25% sobre o
do limite legal máximo de 25%[2] (sem grifos no ori-
valor inicial atualizado do contrato. Nestas hipóteses,
ginal).
não há que se falar em compensação entre acréscimos
Da leitura do Acórdão acima citado é possível com- e supressões, nos termos do que determina o Acórdão
preender que apenas as alterações contratuais su- 1.216/11 – 2ª Câmara do TCU.
[2] TCU. Acórdão 2.331/11. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro [3] NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação Pública e Contrato Admi-
Valmir Campelo. Sessão: 31/08/11. nistrativo. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011. p. 834.
ser acordada entre as partes. Neste caso, conforme o Salvo melhor juízo, considerados os elementos fáticos
Acórdão 2.331/2011- Plenário do TCU, as alterações fornecidos pela Consulente, esse é o entendimento da
Consultoria Negócios Públicos. LC
contratuais supressivas acordadas entre as partes, ou
seja, para além dos 25%, têm o condão de gerar nova por Melissa de Cássia Pereira.
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Pareceres Jurídicos Assunto
Princípio da publicidade. Requerimento de cópia de processo administrativo.
Legislação Aplicável
Constituição da República. Lei 8.666/93. Lei 12.527/11.
Ementa
Princípio da publicidade. Requerimento de cópia de processo administrativo. Impossibilidade de negativa.
Documentos sigilosos. Exceção. Necessária justificativa. Considerações.
Consulta Resposta
“Uma Ata de Registro de Preços Sabe-se que, na seara do Direito Administrativo, a relevância do Prin-
cujo objeto é CFTV, assinada
cípio da Publicidade é indubitável e, considerando isso, importante
em janeiro de 2011, já expirada,
iniciar o deslinde do questionamento em tela com os seguintes co-
2 inclusive o contrato decorrente
dela. Ocorre que neste mês
de janeiro uma pessoa física
mentários de Celso Antonio Bandeira de MELLO:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
(...)
[1] BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 19. ed. São
Paulo:Malheiros, 2005. p. 102-103.
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Pareceres Jurídicos ser irrestrito, inclusive no que se refere às propostas
(depois de abertas), possibilitando-se ainda a obten-
contratos administrativos, cuja publicidade é expressamente
exigida pelo art. 3º da Lei n. 8.666/1993.
ção de cópias pelo particular interessado (mediante
o pagamento dos emolumentos devidos). 2. Ressalvadas as hipóteses constitucionais de sigilo
(segurança do Estado e da Sociedade e preservação
Assim, de acordo com exposto, depreende-se ser da intimidade de cidadão), todos os atos do Poder
vedado à Administração negar vistas/cópias do pro- Público devem ser transparentes, franqueando-se
cesso licitatório e respectivas contratações aos in- aos interessados e aos cidadãos ampla e irrestrita
teressados, ainda que os mesmos não estejam mais consulta[5](o grifo não consta no original).
vigentes.
Na mesma linha já se manifestou o Tribunal de Con-
E, nessa linha, importa citar as seguintes considera-
tas da União, que, por meio do Acórdão 1.305/08 – 1ª
ções de Diógenes GASPARINI:
Câmara, consignou que “permita o livre acesso dos
... na Administração Pública, é extraordinariamen- licitantes a toda a documentação do processo licita-
te relevante o princípio da publicidade. Atente-se tório, em observância aos arts. 3º, §3º, e 63 da Lei nº
que enquanto na Administração Privada vigora o princípio
8.666/93 e ao pleno exercício do contraditório e da
2
exatamente oposto que é o princípio do sigilo, o princípio
ampla defesa assegurados pela Constituição da Repú-
do segredo, na Administração Pública vige o princípio da
publicidade. A aplicação desse princípio muitas vezes é re- blica no art. 5º, inciso LV”.
legada a um plano secundário. Muitas e muitas vezes quan-
Desta forma, tem-se não ser possível a negativa do
do alguém chega, durante o transcorrer de um processo
licitatório e pede para o Presidente da Comissão: “Senhor fornecimento de cópias do processo, conforme soli-
Presidente, será que eu posso ver o processo desta licita- citado pelo interessado, salvo se, como visto, houver
ção?” O Presidente, todo cioso de suas responsabilidades, riscos à segurança do Estado, da sociedade ou da pre-
pega o processo e diz: “Não, o Senhor não pode ver este servação da intimidade de cidadão, hipótese na qual a
processo”. “E o princípio da publicidade”, retruca o interes- negativa de vistas/cópias deverá se limitar a tais docu-
sado no processo. “Aqui não tem princípio da publicidade
mentos (sigilosos), de forma devidamente justificada.
não. O Senhor requeira; o Senhor faça isso; o senhor faça
aquilo”. Esse comportamento, que não é raro, significa que Quanto à solicitação de documentos do interessa-
a aplicação do princípio da publicidade está sendo desvirtu-
do, salienta-se ser possível requerer que o mesmo
ada. Qual é a dificuldade? Aonde há ilegalidade em mostrar
apresente documentos de identificação pessoal, sen-
o processo para alguém? A própria lei licitatória diz
que qualquer interessado pode obter certidão ou do vedada a exigências de documentos que tenham
cópias autenticadas de todo o processo. Então, por o condão de obstar o acesso à informação desejada.
que negar vista daquele processo? Não há por quê Nesse sentido, segundo José Luiz LEVY:
[4]
(o grifo não consta no original).
Ainda que, nos termos constitucionais, todos são titulares
E, segundo posicionamento do Tribunal Regional da do direito de formular pedido de informações - tanto as
1ª Região: pessoas físicas como as jurídicas, tanto os nacionais como os
estrangeiros-, torna-se necessário que o requerente apresen-
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. LICITA-
te um pedido revestido das exigências processuais que pos-
ÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. VISTA DOS AUTOS
sibilitem a análise adequada do seu conteúdo, em atenção à
E OBTENÇÃO DE CÓPIAS. PUBLICIDADE PRINCÍPIO DE
denominada “processualidade administrativa”, que decorre
OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA (ART. 5º, XXXIII, LX, ART. 37,
CAPUT, DA CF/88, ART. 2º DA LEI Nº 9.784/99 E ART. 3º do princípio do devido legal, aplicável também ao processo
DA LEI Nº 8.666/93). administrativo (art. 5°, LIV e LV da CF).
1. A Administração Pública está adstrita ao princípio da Em consequência, impõe-se que o peticionário, ao deduzir
publicidade, conforme previsto no art. 37, caput, da Cons- a sua pretensão, preencha os elementos básicos formais do
tituição Federal, sobretudo quando se trata de licitações e pedido e demonstre a sua legitimidade e interesse.
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Pareceres Jurídicos Assunto
Contratação direta de Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”). Organizações sociais.
Considerações.
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93. Lei 9.637/98. Decreto-Lei 4.048/42.
Ementa
Contratação direta de Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”). Inexigibilidade. Aparente viabilidade
de competição. Impossibilidade. Dispensa. Possibilidade, desde que tais Serviços sejam qualificados como
organizações sociais. Art. 24, inc. XXIV, da Lei 8.666/93. Entendimento do Tribunal de Contas da União.
Requisitos da Lei 9.637/98. Impossibilidade de contratação no caso em tela. Serviço Social Autônomo
pertencente a outra esfera de governo. Julgamento ainda em trâmite acerca da (in)constitucionalidade do inc.
XXIV, do art. 24, da Lei 8.666/93.
Consulta Resposta
3 “Encontra-se em andamento, em
nossa entidade, ainda em fase
É sabido que é dever da Administração Pública instaurar pro-
preliminar, um estudo a respeito da cedimento licitatório para fins de contratação com tercei-
possibilidade de contratação direta, ros. A previsão expressa acerca da instauração de certames
via dispensa ou inexigibilidade, do licitatórios encontra respaldo, inclusive, em sede constitu-
SENAI-DF, para fins de prestação
de serviços de consultoria e cional. O art. 37, inc. XXI, da Constituição da República, con-
assessoria na área de uniformes/ signa expressamente o dever de licitar por parte da Admi-
vestuários, cujo resultado servirá de nistração Pública, com ressalva a alguns casos especificados
balizamento técnico de uma licitação
na legislação. Assim, a Lei 8.666/93, em seu art. 2º, determina
para a contratação de uniformes
a serem usados por servidores que as obras, serviços, compras, alienações, concessões, per-
da administração. Assim sendo, missões e locações da Administração Pública, submetem-se
solicitamos que a consultoria se ao disposto nela contido, ressalvadas algumas hipóteses. São
posicione a respeito da possibilidade
da referida contratação, indicando elas: licitação dispensada (art. 17 da Lei 8.666/93), licitação
o enquadramento jurídico-legal dispensável (art. 24 da Lei 8.666/93) e licitação inexigível
(dispensa ou inexigibilidade). (art. 25 da Lei 8.666/93).
Acrescento que o mesmo SENAI-
DF já foi contratado, via dispensa de No âmbito das contratações diretas, tem-se que para que
licitação, por outros órgãos federais,
uma licitação seja inexigível, nos termos do art. 25 da Lei
cujos resultados foram bastante
satisfatórios.” 8.666/93, deve haver o enquadramento do caso concreto
em uma das hipóteses descritas nos incisos do destacado
artigo ou em situação não descrita, mas em que haja com-
provada inviabilidade de competição, quando poderá
ser fundamentada diretamente no próprio caput do disposi-
tivo, ao que se denomina inexigibilidade inominada. Inviabili-
dade esta, passível de configuração nas seguintes hipóteses:
Noutro diapasão, outra hipótese de dispensa pode- [1] SENAI foi criado pelo Decreto-Lei 4.048/42.
ria ser enquadrada na análise que ora se faz. Con- [2] VARESCHINI, Julieta Mendes Lopes. Licitações e Contratos no Sis-
tema S. Curitiba: JML, 2007. p. 16.
siderando que as entidades integrantes do Sistema
[3] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São
“S” (in casu, cite-se o SENAI – Serviço Nacional de Paulo: Atlas, 2012,.p. 558-565.
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Pareceres Jurídicos União acerca da matéria em questão. A Colenda
Corte de Contas entendeu, em resposta à
qualificados como organizações sociais, na forma da
Lei 9.637/98 e b) caso objeto a ser contratado se
consulta formulada pela Câmara dos Deputa- relacione com as atividades insertas no contrato de
dos, que os serviços sociais autônomos (enti- gestão[5] celebrado junto à esfera de governo à qual
dades pertencentes ao Sistema “S”) também pertence a Entidade que almeja a contratação. E, a
poderiam ser contratados com base no inc. esse respeito, utilizando-nos das palavras de Joel de
XXIV, do art. 24, da Lei 8.666/93. Observe-se Menezes NIEBUHR, observe-se que “o inciso não
excertos do Acórdão 421/04 – Plenário, cujo inteiro diz respeito à dispensa para a celebração de con-
teor recomenda-se a leitura: trato de gestão; antes pressupõe que a entidade já
o tenha celebrado, já tenha sido qualificada como
Ementa: Consulta formulada pela Câmara dos Deputados.
organização social, para então ser contratada direta-
Contratação, por parte da administração pública direta, de
mente pelo Poder Público a fim de lhe prestar ser-
bens ou serviços das entidades dos serviços sociais autô-
viços”. [6]
nomos com dispensa de licitação. Prerrogativa dada às
organizações sociais. Requisitos para contratação Transpondo tais fundamentos jurídicos ao caso que
com dispensa de licitação. Conhecimento. Orientação.
ora se analisa, legitimar-se-ia, com base no inc. XXIV,
Arquivamento.
do art. 24, da Lei 8.666/93, o desiderato da Entidade
3 (...)
Consulente, o qual se consubstancia na contratação
do SENAI-DF. No entanto, uma peculiaridade da
Os requisitos de aplicação do dispositivo (art. 24, inc. XXIV) norma em voga merece ser analisada mais aprofun-
são, portanto, referentes a dois aspectos, isto é, a pessoa dadamente: as organizações sociais necessitam
do contratado (Organizações Sociais, qualificadas no âm- ser qualificadas no âmbito da respectiva esfe-
bito das respectivas esferas de governo) e o objeto da con- ra de governo do Contratante. E, acerca deste
tratação (prestação de serviços para atividades contem- aspecto, é essencial a colação do ensinamento de
pladas no contrato de gestão). (...) Resulta que, sob o Marçal JUSTEN FILHO, o qual corrobora com o
mencionado fundamento legal, não é admissível a
entendimento de Jorge Ulysses JACOBY FERNAN-
contratação de pessoa jurídica não detentora do
DES, por aquele citado:
título, ainda que seu regime jurídico ou seus obje-
tivos sejam assemelhados aos das organizações so- Jacoby Fernandes entende que a dispensa de licitação se
ciais. (...) Nessa linha de raciocínio, conclui-se que aplica para contratação direta entre ente estatal e organiza-
os Serviços Sociais Autônomos somente poderiam ção social que integre a mesma esfera de governo. Esse en-
ser contratados por dispensa de licitação com base tendimento merece adesão.Veja-se que cada ente federativo
no art. 24, inciso XXIV, da Lei 8.666/93, caso aten- pode criar as suas próprias “organizações sociais”. Portanto,
dam sobretudo aos requisitos contidos nos arts. 2º, há organizações sociais federais e pode haver organizações
3º e 4º da Lei 9.637/98 e venham ser formalmente sociais estaduais e municipais. Quando se cogita de
qualificados, por ato do Poder Executivo, como Or- contratação direta, deverá ter-se em vista um vín-
ganizações Sociais nos termos do art. 1º da mesma culo estabelecido entre um ente integrante de uma
Lei e, ainda, caso o objeto da contratação seja re- órbita e uma organização social, assim qualificada
lacionado às atividades incluídas em contrato de perante a mesma órbita (sem grifos no original).[7]
gestão celebrado com a esfera de governo à qual
pertence o órgão ou entidade contratante (sem gri- Assim, in casu, considerando que a Entidade
fos no original).[4] Contratante pertence à esfera federal, a con-
Em síntese, então: tem-se que, com base no enten- [5] Lei 9.637/98. (...) “Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por
contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a
dimento do TCU, os Serviços Sociais Autônomos, entidade qualificada como organização social, com vistas à formação
a exemplo do SENAI (entidade à qual se alude na de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas no art. 1º”. “A execução do contrato
presente consulta), poderiam ser contratados via de gestão será supervisionada pelo órgão ou entidade supervisora da
dispensa de licitação, com fundamento no inc. XXIV, área de atuação correspondente à atividade fomentada; o controle que
sobre ela se exerce é de resultado”. (In DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.
do art. 24, da Lei 8.666/93, desde que preenchi- Op. cit, p. 565).
dos dois requisitos, a saber: a) tais Serviços sejam [6] NIEBUR, Joel de Menezes. Dispensa e Inexigibilidade de licitação
pública. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 519.
[4] TCU Acórdão 421/04 – Plenário. Relator Ministro Augusto Sherman [7] JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Con-
Cavalcanti. DOU: 29/04/04. tratos Administrativos. 15. ed. São Paulo: Dialética, 2012, p. 393-394.
Por derradeiro, importante mencionar que a ADI Salienta-se, por fim, que o Tribunal de Contas da
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) 1.923/DF, União ainda não se manifestou acerca da irregulari-
em trâmite no Supremo Tribunal Federal, põe em dade apontada pelo Consulente, sendo indispensável
discussão o inc. XXIV, do art. 24, da Lei 8.666/93, que a Entidade relate a situação à Secretaria de Lo-
sendo este passível, por conta disso, de ser conside-
gística e Tecnologia da Informação. LC
rado inconstitucional. No entanto, o julgamento de
tal ADI ainda não se encerrou. por Elaine Cristina Bertoldo
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Pareceres Jurídicos Assunto
Licitação deserta do tipo técnica e preço. Necessidade do objeto. Procedimento a ser adotado.
Legislação Aplicável
Constituição da República. Lei 8.666/93.
Ementa
Licitação deserta. Necessidade do objeto. Procedimento a ser adotado. Dispensa e inexigibilidade. Análise
em abstrato. Lei 8.666/93, art. 24, inc. V. Requisitos. Licitação do tipo técnica e preço. Elementos a serem
considerados.
Consulta Resposta
“A Administração realizou Questiona a Consulente se em determinada licitação, ao que nos pa-
uma licitação do tipo menor
rece, do tipo técnica e preço, diante da ausência de interessados, seria
preço e melhor técnica e esta
ples ausência de interessados, para que esta hipótese [1] Sobre esta terceira condição, vale dizer que, in casu, uma terceira con-
de dispensa de licitação possa ser verificada no caso vocação ao que parece, conforme relato do Consulente, traria preju-
ízos para a Administração Pública, desde que adjacente a justificativa
concreto. Isto porque, o destacado inc. V, do art. 24, ao seguinte ensinamento doutrinário: “... realizar segunda convocação
para outra licitação trará prejuízos para a Administração, seja em conse-
da Lei 8.666/93, assevera que será dispensável a lici-
qüência do retardamento na execução do objeto, que poderia paralisar
tação “quando não acudirem interessados na licitação o serviço dele dependente, ou em função do aumento do custo, em
valor superior ao da força da verba orçamentária destacada para aten-
anterior e esta, justificadamente, não puder ser der à despesa; seja qual for o fundamento do prejuízo, haverá de
repetida sem prejuízo para a Administração...” ser explicitado, posto que a lei exige que a Administração jus-
tifique a inconveniência de repetir a licitação, o que equivale
(sem grifos no original). Desde que, portanto, in casu, se a apontar, concretamente, o prejuízo que dela resultaria”. (In
PEREIRA JÚNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações
verifique que a realização de uma nova licitação resul-
e Contratações da Administração Pública. 5. ed. Rio de Janeiro:
tará em prejuízo para a Administração. Renovar, 2002. p. 270).
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Pareceres Jurídicos processada”[2], além da “... ausência de interessados em
participar da licitação anterior, o que provocou a frus-
convocatório, como também de todos os docu-
mentos que dele são parte integrante (§2º, do
tração da disputa.” [3]
art. 40, da Lei 8.666/93); se atestado pela Admi-
Adverte, ainda, Jorge Ulisses Jacoby FERNANDES, que nistração Licitadora que a realização de uma
a licitação anterior “... deve ter preenchido todos os nova licitação resultará em prejuízo ao interes-
requisitos de validade, inclusive com a permissão de se público, desde que observada a inalterabili-
oferta de preços”[4]. dade das condições estabelecidas, será cabível
a promoção de contratação direta, com base
Ou, nas palavras de JUSTEN FILHO, “não se aplica o
no inc. V, do art. 24, da Lei 8.666/93, com obser-
dispositivo quando a licitação anterior foi eivada de ví-
vância obrigatória das disposições contidas no
cio e daí derivou sua anulação”[5] Isto porque, nesta si-
caput do art. 26 e no seu parágrafo único, da Lei
tuação específica, será dever da Administração realizar
8.666/93.
nova licitação, escoimada das causas ensejadoras das
nulidades oportunamente constatadas, mesmo porque Respondendo, por derradeiro, aos questionamentos
para que se efetive a contratação direta nos termos formulados pela Consulente, não haverá necessida-
4
alhures enunciados, deverão ser mantidas todas as de da juntada de “novas propostas” nos moldes das
condições preestabelecidas. que seriam apresentadas por ocasião da realização
Não se pode olvidar, no âmbito desta abordagem, que de processo licitatório. Sendo suficiente a juntada de
a alteração das condições editalícias (quaisquer delas, uma única proposta que atenda às necessidades da Ad-
em especial o preço estimado para a contratação ou o ministração. Atendimento este aqui entendido como
máximo, caso este tenha sido estipulado) importaria, a a apresentação de uma proposta cujo conteúdo e,
bem da verdade, ofensa ao princípio da isonomia entre cujas condições de habilitação de seu respectivo pro-
os pretensos licitantes interessados e os particulares ponente, atendam sim às condições do edital, posto
que não se apresentaram interessados na época em que conforme repisado anteriormente, na contratação
que se procedeu ao primeiro (e/ou o segundo, con- direta deverão ser “mantidas (...) todas as condições
forme o caso que ora se analisa) certame licitatório. preestabelecidas”. Contudo, mesmo em se tratando de
Corroborando com este entendimento, observe-se “proposta única”, nos termos do já citado art. 26 da Lei
posicionamento exarado pelo Tribunal de Contas da 8.666/93, nos autos da contratação deverão constar
União: “b) determinar à Superintendência Regional do tanto a “razão da escolha do fornecedor ou executan-
Trabalho e Emprego no Amapá - SRTE/AP que: (...) b.3) te” (inc. II, do parágrafo único), quanto à “justificativa
quando se utilizar da dispensa de licitação prevista no do preço” (inc. III, do parágrafo único).
inc. V do art. 24 da Lei 8.666/93, mantenha inalte-
Neste sentido, no que tange à justificativa de preço,
radas todas as condições preestabelecidas no
esta, a princípio, será atestada por meio da juntada
certame licitatório anteriormente realizado”[6]
de orçamentos de outros particulares que forneçam
(sem grifos no original).
objeto similar. Contudo, levando-se em conta que nas
Do exposto, após a reavaliação do acervo do-
contratações que envolvem o critério técnica do exe-
cumental concernente ao certame licitatório
cutor, a análise da Administração Contratante não se
realizado, propugnada anteriormente, após
resume apenas ao fator preço do objeto; na hipótese
ser constatada a legitimidade do instrumento
da Entidade apurar, no caso concreto, que apenas um
[2] JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Con- fornecedor dispõe da técnica adequada, em nosso en-
tratos Administrativos. 11. ed São Paulo: Dialética, 2005. p. 242.
tender, por analogia, a justificativa do preço poderá ser
[3] Id.
[4] FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação Direta sem Licita-
dar nos moldes procedidos nas situações de inexigibi-
ção. 6. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2006. p. 392 lidade de licitação, veja-se: “9.1.3. quando contratar a
[5] JUSTEN FILHO, Marçal. Op. cit., p. 243.
realização de cursos, palestras, apresentações, shows,
[6] TCU. Acórdão 1.634/10. Órgão Julgador: 2ª Câmara. Relator: Ministro
Augusto Sherman Cavalcanti. DOU 23/04/10. espetáculos ou eventos similares, demonstre, a título
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Pareceres Jurídicos contratação direta deverão ser “mantidas (...) todas as
condições preestabelecidas”. Contudo, mesmo em se
demonstração relativa à justificativa do preço, como
também, em nosso entender, deverá restar evidenciado
tratando de “proposta única”, nos termos do já citado que o fornecedor selecionado atende aos requisitos
art. 26 da Lei 8.666/93, nos autos da contratação deve- técnicos mínimos ao à satisfação da necessidade admi-
rão constar tanto a “razão da escolha do fornecedor nistrativa envolvida ou, em termos mais específicos, se
ou executante” (inc. II, do parágrafo único), quanto à obteria, se estivesse participando da licitação, a pontu-
“justificativa do preço” (inc. III, do parágrafo único). ação mínima exigida, analogamente ao que dispõem os
incs. I e II, do §1º, do art. 46, da Lei 8.666/93.
c) Por fim, no que tange ao processamento em si da
contratação direta, em se tratando de licitação do tipo Salvo melhor juízo, considerados os elementos fáticos
fornecidos pela Consulente, esse é o entendimento da
técnica e preço, em que pese não haver disposição le-
Consultoria Negócios Públicos. LC
gal específica sobre o assunto, temos que nos autos
da contratação deverá haver não só a mencionada por Larissa Panko
Legislação Aplicável
Lei 8.666/93.
Ementa
Licitação. Objeto da licitação com entrega imediata para 30 dias e obrigação de respectiva instalação no mesmo
prazo previsto. Termo contratual indispensável, consideradas as características e condições da entrega/prestação.
Possibilidade de atrasos e/ou entrega/instalação inadequada(s) pelo particular contratado. Obrigatoriedade da
estipulação de compensações e penalizações financeiras em edital de licitação. Regra prevista pelo art. 40 da Lei
8.666/93. Considerações gerais.
Consulta Resposta
“Para um objeto em específico, Sobre o contexto apresentado por nossa Consulente, vejamos al-
qual seja, a ‘contratação de pessoa
jurídica para fornecimento de
compressores e válvulas de
gumas considerações iniciais que se fazem necessárias à melhor
visualização da questão. A Lei 8.666/93, em seu art. 62 e §§, assim
5
estabelece para as situações descritas:
expansão para aparelho de ar
condicionado modelo splitão, Art.62º. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
marca Trane, instalado no Tribunal concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
do Júri X’, na contratação,
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
realizada pela modalidade
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
licitatória Pregão eletrônico,
constou apenas termo de garantia, que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais
não havendo termo contratual, como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de com-
mas somente a nota de empenho pra ou ordem de execução de serviço.
uma vez que o bem era para
pronta entrega. §1º. A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
Acerca do art. 40, inc. XIV, catório da licitação.
alínea “d”, da Lei 8.666/93, o
fornecimento e a respectiva §2º. Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização de
instalação dos componentes nos compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
condicionadores de ar, a serem aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei.
realizados em oportunidade
única, no prazo de trinta dias e (...)
pagamento em igual prazo, por
si, desmerece a estipulação de §4º. É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substi-
compensações ou penalizações
tuição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-
financeiras?”
pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência técnica (grifamos).
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Pareceres Jurídicos b) Independentemente do valor da contratação,
poderá ser afastada a obrigatoriedade de formalização
o valor da aquisição, somente se se tratar de compra
(inaplicável a regra, portanto, a obras e serviços) que
da avença mediante a celebração de termo de contrato se exaura com o fornecimento integral e imediato da
propriamente dito, naquelas contratações destinadas a coisa pelo vencedor à Administração, sem encargo
“compra com entrega imediata e integral dos previsto para depois da entrega.” [3]
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações
Sobre a “nota de empenho”, a Lei 8.666/93 esclarece
futuras, inclusive assistência técnica” (grifamos). Nesse
em seu art. 62 e §4º, que se trata de um instrumento
caso específico, repita-se, a substituição independerá
alternativo e hábil a substituir o “instrumento de
do valor estimado para a contratação pretendida.
contrato” em casos em que a Lei permita esta faculdade,
Comentando o dispositivo, Odete MEDAUAR pontua como nos casos de compra com entrega imediata e
que: integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
Nos casos de concorrência e de tomada de preços, de obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
dispensas e inexigibilidades cujos preços correspondam a A nota de empenho é o instrumento procedimental
essas modalidades, é obrigatório o instrumento contratual
que autoriza o início dos serviços ou entrega do objeto
completo (art. 62). Para tanto, o art. 55 arrola as cláusulas
pelo Contratado.Trata-se de uma das formas previstas
necessárias(...). Nos demais casos o instrumento con-
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Pareceres Jurídicos duzidos pela Administração. Poderá requisitar a repetição
das provas já realizadas e realização de outras. Mantida a
imperiosa, destacando-se ao ocorrido seus incs. II, III,
XIV (especialmente alínea “d”) e XVI.
decisão de rejeição, o particular deverá adotar as providên-
“A Administração não pode receber, por liberalidade,
cias cabíveis. Se possível, caberá a ele reparar os defeitos.
objeto que não seja perfeito, pois não está investida
Se não, deverá substituir a coisa ou repetir a prestação. [5]
de competência para praticar atos dessa natureza. Por
Assim, prescindidas tais considerações, pela necessária isso, há o dever de rejeitar, total ou parcialmente, a
prestação defeituosa.” [6]
existência de digna aprovação pela Administração da
entrega dos objetos licitados e da correspondente Síntese Conclusiva
instalação dos mesmos, realizada no prazo de 30 dias
Ex positis, abstraídos os comentários tecidos à situação
pela contratada, além da existência de termo contratual,
fática apresentada, sobre a dúvida objetivamente
entendemos que a estipulação de compensações ou formulada entendemos que deveria constar em edital
penalizações financeiras também seriam indispensáveis. e no adequado termo de contrato, in casu, celebrado
Isso porque, no campo das probabilidades, por conveniência administrativa, tendo em vista as
peculiaridades que envolvem a execução do objeto em
consideramos previsível a hipótese de haver, nesta
liame, previsão relativa à estipulação de compensações
5
contratação, atrasos no cumprimento das obrigações
ou penalizações financeiras indispensáveis ao caso, bem
contratuais, tanto pela Administração (pagamento)
como ao cumprimento dos requisitos previstos no art.
quanto pelo contratado (entrega e instalação dos 40, da Lei 8.666/93, especialmente incs. II, III, XIV e XVI.
objetos licitados no prazo estabelecido e dentro das Salvo melhor juízo, considerados os elementos fáticos
condições de adequabilidade e funcionamento). fornecidos pela Consulente, esse é o entendimento da
Lembra-se que nestes casos, a observância dos Consultoria Negócios Públicos. . LC
requisitos previstos pelo art. 40 da Lei 8.666/93 seria por Rogério Corrêa.
... bem e serviço comum são aqueles que possam ser definidos no edital por meio
de especificações objetivas, que se prestam a estabelecer o padrão de qualida-
de desejado pela Administração Pública, de acordo com características usuais no
mercado, sem que variações de ordem técnica eventualmente existen-
tes entre os bens e serviços ofertados por diversos fornecedores que
atendam a tais especificações objetivas sejam importantes ou decisi-
vas para a determinação de qual proposta melhor satisfaz o interesse
público e desde que a estrutura procedimental da modalidade pregão,
menos formalista e mais célere, não afete a análise da qualidade do
objeto licitado ou importe prejuízos ao interesse público [1](sem grifos
no original).
[1] NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 3. ed. Curitiba: Zênite, 2005. p.
61-62.
[2] TCU. Acórdão 165/03. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Benjamin Zymler. DOU
17/03/03.
[3] TCU. Acórdão 817/05. Órgão Julgador: Primeira Câmara. Relator: Ministro Valmir Campelo. DOU
09/05/05.
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Respostas Objetivas Para determinar, portanto, se determinado bem/serviço é considerado
comum, no entender desta Consultoria Jurídica, as seguintes variáveis de-
verão ser avaliadas:
a) Existência no mercado de mais de um prestador/fornecedor apto à
execução do objeto a ser contratado – isto porque, em não o havendo
estar-se-á não só diante de hipótese que inviabiliza o uso do Pregão, mais
sim que prejudica a própria realização de licitação;
b) Se no segmento específico do objeto a ser contratado, este pode ser
considerado comum, no sentido de que não seria executado tão somente
para o uso/atendimento da Administração Contratante, estando disponí-
vel de modo amplo no mercado correspondente;
c) Se uma descrição em edital das características/especificidades do ob-
jeto a ser contratado, pura e simples (não sendo necessária, portanto,
a atribuição de critérios de pontuação tendentes à avaliação da técnica
preponderantemente empregada em sua execução), é capaz de resultar na
apresentação de proposta que atendam às necessidades da Administração.
Cumprirá, então, ao Setor Requisitante, numa análise específica do objeto
a ser contratado, de posse de elementos afetos à realidade de mercado
respectiva, bem como das especificidades/características que serão utili-
zadas para melhor descrevê-lo, sem desconsiderar, advirta-se, os padrões
exigidos e legalmente permitidos para a consecução do objeto dada a
sua peculiaridade e submissão à legislação específica (dentre elas, deve-se
observar, no que couber, a Lei 12.305/10 – que instituiu a Política Nacional
de Resíduos Sólidos), precisar se a coleta de lixo hospitalar pode ou não
vir a ser considerada serviço comum e, consequentemente, ser licitada
por meio de Pregão.
A título ilustrativo, por fim, traz-se à colação excertos de julgado do Tri-
bunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC), por meio do qual a Corte
de Contas catarinense entendeu pela inaplicabilidade do Pregão, ao que se
recomenda, por cautela, antes de uma decisão terminativa sobre a matéria,
por parte da Administração Consulente, a realização de consulta direta
aos seus respectivos órgãos de controle. Veja-se: “A modalidade pregão
não pode ser utilizada para contratação de empresa prestadora de ser-
viços de coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos com-
pactáveis e lixo hospitalar, haja vista a complexidade de tais serviços, que
demandam a responsabilidade técnica de um engenheiro sanitarista.”[4] LC
2 Resposta
Ao encerrar o certame A ordem inerente à prática dos atos de adjudicação e homologação é ob-
licitatório, independente jeto de polêmica na doutrina, a qual é suscitada em razão dos seguintes
da modalidade, homologa- dispositivos da Lei 8.666/93:
se o certame primeiro e Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo ad-
adjudica-se os itens à empresa ministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização
vencedora depois, ou vice- respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e
versa? ao qual serão juntados oportunamente:
(...)
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes proce-
dimentos:
(...)
O aparente conflito entre o art. 38, VIII (sic), e o art. 43, VI – ou seja, se a aplicação
seria realizada antes ou depois da homologação -, é, a nosso ver, aspecto de menor
relevância, pois ambos os atos são igualmente importantes para o epílogo eficaz do
procedimento. A vivência de situações concretas induz nossa opinião de que o cami-
nho mais lógico seria de proceder primeiramente à adjudicação (ato sob a responsa-
bilidade da comissão, autoridade competente ou pregoeiro, conforme a modalidade e
o disposto no instrumento convocatório), dado o caráter ratificatório e convalidatório
da homologação (feita pela autoridade superior). [1]
Pelo art. 43, inc. VI, não há antes da homologação, uma “adjudicação” nem haveria
possibilidade de a Administração adjudicar sem ter, anteriormente, homologado. A ho-
mologação deriva da análise global e completa dos trabalhos da autoridade respon-
sável pela licitação. A adjudicação concentra-se no resultado da licitação. Pressupõe a
homologação da qual decorre. [2]
Desta feita, ressalta-se que a adoção de uma ou outra ordem para a práti-
ca de tais atos dependerá da corrente que a Administração, amparada em
sua assessoria jurídica, entender por bem adotar.
[1] MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e contratos. 12. ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2011. p. 565.
[2] JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11.
ed. São Paulo: Dialética, 2005. p. 426.
[3] Na acepção de Joel de Menezes Niebuhr (in Licitação pública e contrato administrativo. 2.
ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011. p. 578) o ato de “indicar o selecionado, o escolhido, aquele com
o qual a Administração deve firmar o contrato – é o que se denomina adjudicação”.
3 Resposta
Pode ser constituída
O conceito de Comissão é trazido pelo art. 6º, inc. XVI, da Lei 8.666/93,
Comissão Especial de
segundo o qual, para efeitos da aplicação da lei, as Comissões criadas
Licitação (CEL) para a
pela Administração podem ser permanentes ou especiais, tendo por
realização de Pregão
função essencial o recebimento, o exame e o julgamento de todos os
presencial internacional?
documentos e procedimentos relativos aos certames licitatórios e ao
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Respostas Objetivas cadastramento de licitantes.
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Respostas Objetivas 4 Resposta
Pode ser constituída
Considerando que a Administração abriu certame licitatório,
Comissão Especial de
tendo como objeto a ‘Contratação de Empresa Especializada
Licitação (CEL) para a
realização de Pregão na Prestação de Serviços de Informática – Gestão Arquivística’,
presencial internacional? considerando que foi impetrado recurso contestando a docu-
mentação apresentada pela empresa vencedora de alguns itens
do certame, com alegação de que o atestado de capacidade téc-
nica apresentado não atendia, em quantidade, ao que diz o item
31.1 do edital do certame:
Outrossim, temos que o inc. II, do art. 30, da Lei 8.666/93, ao mencionar
“comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e
compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da li-
citação”, igualmente possibilita que as quantidades que se con-
sideram similares sejam indicadas no edital, a fim de imprimir
objetividade à análise a ser realizada pela Administração. Assim,
é necessário estabelecer quantitativos com vistas à indispensável segu-
rança do contrato. Nesse sentido, vide Acórdão 2.993/06 – 2ª Câmara do
Tribunal de Contas da União (TCU), por meio do qual a Colenda Corte
de Contas entendeu que: “É válida a exigência de quantitativos mí-
nimos a propósito da experiência anterior, desde que o aspecto
quantitativo, seja exigência essencial à identificação do objeto
licitado”[2](sem grifos no original).
[1] JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11.
ed. São Paulo: Dialética, 2005. p. 336.
[2] TCU. Acórdão 2.993/06. Órgão Julgador: 2ª Câmara. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
[3] A esse respeito vide Acórdão 1.052/12, do Tribunal de Contas da União (TCU). Órgão Julgador:
Plenário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer. DOU 10/05/12:
Consoante a jurisprudência assente deste Tribunal, é indevido o estabelecimento de número míni-
mo de atestados de capacidade técnica, bem como a fixação de quantitativo mínimo nesses
atestados superior a 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos bens e serviços
que se pretende contratar, a não ser que a especificidade do objeto o recomende, situ-
ação em que os motivos de fato e de direito deverão estar devidamente explicitados
no processo administrativo da licitação” (sem grifos no original).
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Respostas Objetivas No caso em tela, ao que nos parece, a Administração não estabeleceu
quantitativo mínimo no edital. No entanto, percebe-se que a apresenta-
ção de atestado de capacidade técnica por parte da licitante declarada
provisoriamente vencedora do certame, relativo a apenas 103.000 do-
cumentos não é compatível com o quantitativo do objeto licitado, qual
seja, contratação de gestão arquivística em um quantitativo que varia de
6.000.000 à 7.000.000 documentos. É de fácil constatação que o quantita-
tivo apresentado está muito abaixo daquele que a Administração espera
ter sido executado pelo licitante. Por essa razão, correta é a conduta da
Administração em inabilitá-lo.
5 Resposta
Esta Instituição necessita
De início, cumpre o esclarecimento de que a Associação Brasileira de
realizar pagamento de
Educação Médica (ABEM), a qual se alude na presente consulta, possui
anuidade para Associação
natureza jurídica de sociedade civil com atuação em âmbito nacional,
Brasileira de Educação
tendo por escopo os seguintes objetivos, além de outros elencados em
Médica. É necessária a
elaboração de Termo de seu site oficial: “aprimoramento da educação médica por meio do con-
Referência, sendo esta graçamento das escolas médicas e de saúde pública do Brasil, com vistas
despesa classificada como a atender às necessidades médicas do País e o aperfeiçoamento dos
pagamento antecipado? métodos de ensino nas instituições de ensino médico, compreendendo
Existe na legislação algum desde o processo de ingresso e avaliação do ensino-aprendizagem, até o
tipo de referência para este estudo e o aperfeiçoamento das teorias de educação médica”. [1]
tipo de pagamento?
Não se olvide, entretanto, que o ato de associar-se a qualquer institui-
ção (mesmo por parte de órgãos e entidades da Administração Pública)
é facultativo, vez que de acordo com o art. 5º, em seu inc. XVI, da
Constituição da República, “é plena a liberdade de associação para fins
lícitos”, sendo que “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado”, com base no inc. XX, igualmente do art. 5º em
referência.
em voga.
[2] Segundo dispões o art. 8º, inc. II, do Decreto Federal 3.555/00, “o termo de referência é o docu-
mento que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração,
diante de orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a definição dos
métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução do contrato”.
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Edital Comentado
por Consultoria Negócios Públicos
Edital do Pregão Eletrônico para aquisição de materiais de limpeza
Licitação Exclusiva para ME e EPP- (...)
EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº XXXX
OBJETO: Aquisição de materiais de limpeza destinados à XXXX , na forma contida neste
Edital e seus anexos.
- Licitação Exclusiva para ME e EPP- A XXXXX, a legislação mencionada no preâmbulo deste Edital:
pessoa jurídica de direito público, entidade da DATA: 11 de julho de 2011 HORÁRIO: 9:00
Administração Indireta do Estado de XXXX, inscrita hs. ENDEREÇO ELETRÔNICO: www.licitacoes-e.
no CNPJ sob o nº. XXXXXXX, com sede na Rua com.br RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS: a partir
XXXXX, nos termos da Lei Estadual nº 5.119/1990, da divulgação do Edital no sítio http://www.licitacoes-e.
alterada pela Lei Estadual n° 5.762/1995 e reestruturada com.br.
pela Lei Estadual n° 6.785/2006, e este Pregoeiro, 2. DO OBJETO
designado pela Portaria nº. 0162/2011 – Reitoria/ 2.1. A presente licitação tem como objeto a aquisição
XXXX, publicada no Diário Oficial do Estado de de produtos e artigos de limpeza, destinados à XXXXX
XXXX de 29/06/2011, levam ao conhecimento,
a serem entregues de forma parcelada na cidade
exclusivamente, dos interessados qualificados
de XXXXX, conforme especificações e condições
como microempresa ou empresa de pequeno
constantes no Termo de Referência – Anexo I.
porte, inclusive cooperativas assim qualificadas,
2.2. O objeto licitado poderá sofrer acréscimos ou
aptos a se beneficiarem do tratamento
supressões, nas mesmas condições contratuais, dentro
diferenciado e favorecido estabelecido pela
dos limites previstos no §1º do art. 65 da Lei Federal
Lei Complementar nº 123/2006, que, na forma
nº 8.666/1993.
da legislação pertinente, especialmente Lei Federal
3. DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
nº 10.520/2002, Decreto Estadual nº 1.424/2003,
3.1. Poderão participar da presente licitação
Decreto Estadual nº 3.548/2007, Lei Complementar
exclusivamente os interessados qualificados
nº 123/2006, Lei Federal nº 11.488/2007, Lei Federal
nº 5.764/71, Decreto Estadual nº 4.123/2009, Decreto como microempresa ou empresa de pequeno
Estadual nº 4.054/2008 e, subsidiariamente, Lei Federal porte, inclusive cooperativas assim qualificadas,
nº 8.666/1993 e Lei Estadual nº 5.237/1991, farão aptos a se beneficiarem do tratamento
realizar licitação na modalidade Pregão Eletrônico, diferenciado e favorecido estabelecido pela Lei
do tipo menor preço por item, mediante as Complementar nº 123/06, cadastrados ou não
condições estabelecidas neste Edital. 1. DA SESSÃO no Sistema de Cadastramento Unificado de
PÚBLICA 1.1. A abertura da presente licitação dar- Fornecedores – SICAF, que atenderem a todas
se-á em sessão pública, dirigida pelo Pregoeiro, a ser as exigências constantes deste Edital e seus
realizada conforme indicado abaixo, de acordo com Anexos.
Art. 49. Não se aplica o disposto nos arts. 47 e 48 desta Desse modo, compreende-se que nem sempre as
Lei Complementar quando: licitações cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oiten-
ta mil reais) serão exclusivas para microempresas
I - os critérios de tratamento diferenciado e simplificado e empresas de pequeno porte. A licitação exclusiva
para as microempresas e empresas de pequeno porte não não poderá ser realizada quando não houver pre-
forem expressamente previstos no instrumento convoca- visão no edital, não houver um mínimo de 3 (três)
tório; fornecedores competitivos enquadrados como mi-
croempresas ou empresas de pequeno porte sedia-
II - não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores com- dos local ou regionalmente e capazes de cumprir
petitivos enquadrados como microempresas ou empresas as exigências estabelecidas, quando o tratamento
de pequeno porte sediados local ou regionalmente e ca- diferenciado não for vantajoso para a Administra-
pazes de cumprir as exigências estabelecidas no instru- ção Pública ou representar prejuízo ao conjunto ou
mento convocatório; complexo do objeto a ser contratado, ou quando a
licitação for dispensável ou inexigível.
III - o tratamento diferenciado e simplificado para as
O Decreto Federal 6.204/07, que regulamenta o
microempresas e empresas de pequeno porte não for tratamento favorecido, diferenciado e simplificado
vantajoso para a administração pública ou representar para as microempresas e empresas de pequeno
prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser con- porte nas contratações de bens, serviços e obras
tratado; na Administração Pública Federal, estabelece reda-
ção semelhante à prevista nos arts. 48 e 49 da LC
IV - a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos
123/06. De acordo com o art. 6º do Decreto Fe-
dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
deral:
1993.
Art. 6º Os órgãos e entidades contratantes deverão rea-
Em comentários a esse dispositivo, Jonas LIMA sa- lizar processo licitatório destinado exclusivamente à par-
lienta: ticipação de microempresas e empresas de pequeno porte
De todo o modo, é interessante mencionar que a idéia nas contratações cujo valor seja de até R$ 80.000,00
inicial constante no projeto da lei era de que o limite (oitenta mil reais).
para essas licitações fosse de R$ 50.000,00 (cinqüenta
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo
mil reais), mas houve ampliação para R$ 80.000,00
(oitenta mil reais), ou seja, exatamente o limite vigente [1] LIMA, Jonas. Licitações à Luz do Novo Estatuto da Microem-
para a licitação na modalidade de convite, nos termos do presa. Campinas: Servanda, 2008. p. 89-91.
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Edital Comentado
por Consultoria Negócios Públicos quando ocorrerem as situações previstas no art. 9º, devi- da competição é vantajoso para o contratante, ou não
damente justificadas (sem grifos no original). causa prejuízo para o conjunto ou complexo do objeto
Enquanto a LC 123/06 prevê a faculdade de reali- a ser contratado, vez que, quanto maior a competição,
zação de licitações exclusivas quando o valor não ul- maior a chance de obter propostas melhores. Não se ol-
trapassar R$ 80.000,00, o Decreto Federal 6.204/07 vide também, que médias e grandes empresas têm po-
determina a obrigatoriedade da realização de li- tencialmente maior capacidade econômico-comercial, ao
citação exclusiva para microempresas e empresas
menos em tese.
de pequeno porte quando o valor não ultrapassar
R$ 80.000,00. No entanto, assim como prevê a LC
Por derradeiro, o afastamento dos médios e dos gran-
123/06, o Decreto Federal 6.204/07 estabelece hi-
póteses em que a licitação exclusiva não poderá ser des dos certames pode ser prejudicial não somente em
realizada. Nesse sentido dispõe o art. 9º do ato nor- relação à proposta de preço, mas também, sob, o ângulo
mativo citado: da capacidade técnica para executar o objeto do futuro
Ministro Relator 240. Essa é a posição adotada por este Tribunal, a exem-
plo dos Acórdãos 1925/2006-TCU-Plenário (relatoria
André Luís de Carvalho
do Ministro Augusto Nardes) e 114/2007-TCU-Ple-
“Relatório: (...) nário (relatoria do Ministro Benjamin Zymler). Neste
último, constou no voto do Relator que ‘não se afigura
V.5.3. Análise
cabível, portanto, defender a aplicabilidade da Lei nº
IV.5.3.1. Da sanção prevista no art. 7º da Lei 10.520/2002 8.666/93, uma vez que esta norma somente é aplicável
236. A Constituição Federal de 1988 estabelece no in- aos pregões de forma subsidiária e que, em relação a
ciso XXI do art. 37 que: este tópico, a norma específica possui disciplinamento
próprio, o qual afasta a Lei de Licitações e Contratos’.
‘ressalvados os casos especificados na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serão contrata- 241. O tópico aplicação de penalidades, no âmbito das
dos mediante processo de licitação pública que asse- aquisições de bens e serviços comuns realizadas na
gure igualdade de condições a todos os concorrentes, modalidade pregão, encontra-se regulado pelo art. 7º
da Lei 10.520/2002, que dispõe:
com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga-
mento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ‘Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de valida-
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à de entregar ou apresentar documentação falsa exigida
garantia do cumprimento das obrigações.’ para o certame, ensejar o retardamento da execução
de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou frau-
[1] TCU. Acórdão 3.171/11. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro-
Substituto André Luís de Carvalho. DOU 30/11/11. dar na execução do contrato, comportar-se de modo
inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de
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Jurisprudência Comentada
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licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Fede- IV – declaração de inidoneidade, conforme o inciso IV
ral ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou do artigo 87 da Lei nº 8.666, de 1993; e
nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que
V – impedimento de licitar e contratar com a União,
se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo
Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme o
de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previs-
art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.
tas em edital e no contrato e das demais cominações
legais.’ (sem grifo no original) §1º A aplicação da sanção prevista no inciso III deste
artigo impossibilitará o fornecedor ou interessado de
242. Vê-se que houve uma opção legislativa de adotar
participar de licitações e formalizar contratos, no âm-
sanção própria, mais rigorosa, aos participantes de
certames realizados mediante modalidade pregão. Tal bito do órgão ou entidade responsável pela aplicação
escolha deveu-se à necessidade de coibir condutas que da sanção.
viessem a embaraçar o andamento dos trabalhos, haja §2º A aplicação da sanção prevista no inciso IV deste
vista o fim buscado pelo legislador de agilizar as con- artigo impossibilitará o fornecedor ou interessado de
tratações governamentais, para fazer frente a processo, participar de licitações e formalizar contratos com a
até então, moroso, burocrático e muitas vezes inefi- Administração Pública.
ciente, consoante consignado na exposição de motivos
da medida provisória que deu origem à lei. §3º A aplicação da sanção prevista no inciso V deste
artigo impossibilitará o fornecedor ou interessado de
243. Tal agilização foi implementada na lei com a in-
participar de licitações e formalizar contratos com a
trodução de facilidades e a redução de formalidades
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.
e exigências em relação aos procedimentos adotados
nas modalidades tradicionais. Dessa forma, se de um §4º O disposto nos parágrafos anteriores não impedirá
lado deu-se maior liberdade, por outro se estabele- a atualização cadastral do sancionado.’
ceu sanção mais severa para contratações por meio de 246. Ante essas considerações, constata-se que não
pregão do que aquelas estipuladas na Lei de Licitações
há lacuna na Lei 10.520/2002 em relação à imposição
e Contratos.
de sanção em certame realizado na modalidade pre-
244. Portanto, verifica-se que a sanção disposta no art. gão, de modo que, acerca desse tópico, mostra-se im-
7º da Lei 10.520/2002 não se confunde com aquelas pertinente a aplicação analógica ou subsidiária da Lei
previstas no art. 87 da Lei 8.666/1993, visto que são 8.666/1993.
penalidades distintas.
247. Uma vez definido que a sanção disposta no art. 7º
245. Essa posição, de que se tratam de sanções distin- da Lei 10.520/2002 é diferente daquelas previstas no
tas, é corroborada pela Instrução Normativa SLTI/MP art. 87 da Lei 8.666/1993, passa-se ao exame da abran-
2, de 11/10/2010, que estabelece normas para o funcio- gência dos efeitos da sanção e da autoridade compe-
namento do SICAF no âmbito dos órgãos e entidades tente pela sua aplicação.
integrantes do Sistema de Serviços Gerais. O art. 40
desse regulamento dispõe que: IV.5.3.1.1. Abrangência dos efeitos da sanção prevista
no art. 7º da Lei 10.520/2002
‘Art. 40. São sanções passíveis de registro no SICAF,
além de outras que a lei possa prever: 248. Quanto à abrangência da penalidade imposta com
base no art. 7º da Lei do Pregão – se compreende to-
I – advertência por escrito, conforme o inciso I do art.
dos os órgãos e as entidades do ente da federação ou
87 da Lei nº 8.666, de 1993;
se está limitada ao órgão ou à entidade que a aplicou
II – multa, na forma prevista no instrumento convoca- –, o texto da lei dispõe que ‘ficará impedido de licitar
tório ou no contrato, conforme o inciso II do art. 87 da e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Lei nº 8.666, de 1993; Municípios’, de modo que não deixa dúvida de que a
III – suspensão temporária, conforme o inciso III do art. sanção incide sobre o ente federativo a que pertence
87 da Lei nº 8.666, de 1993; o aplicador da sanção, ou seja, sobre todos os órgãos
249. Esse é o entendimento desta Corte de Contas, cisos III e IV do art. 87 desta Lei não são úteis para o
conforme consignado no Voto condutor do Acórdão presente caso.
653/2008-Plenário, de relatoria do Ministro Benjamin 253. Além disso, destaque-se que, no texto do disposi-
Zymler, que enfrentou a questão relativa à abrangência tivo relativo à penalidade na Lei do Pregão, supratrans-
do art. 7º da Lei do Pregão: crito, existe a conduta ‘falhar ou fraudar a execução do
‘(...), a lei do pregão utilizou expressamente o termo contrato’, na qual se insere a sanção em análise, con-
‘União’ não havendo justificativas exegéticas para se soante consignado no DOU, por isso não há motivo
considerar esse termo como ‘órgão ou entidade atu- para alegar omissão e socorrer-se subsidiariamente às
ante no caso concreto’, sob pena de se subverter o sanções estipuladas no art. 87 da Lei 8.666/1993.
claro comando da lei. Veja-se a respeito as lições de
254. De acordo com o explanado até o momento,
Carlos Maximiliano:
não há que se falar em utilização subsidiária da Lei
‘A prescrição obrigatória acha-se contida na fórmula 8.666/1993 para fins de aplicação de sanção em cer-
concreta. Se a letra da lei não é contraditada por ne- tames regidos pela Lei 10.520/2002. Entretanto, ainda
nhum elemento exterior, não há motivo para hesita- que por hipótese, se admitisse a interpretação defendi-
ção: deve ser observada. A linguagem tem por objetivo da pela Dismaf e pelos responsáveis, de que a penalida-
despertar em terceiros pensamento semelhante ao de do art. 7º da Lei do Pregão equivaleria ao do inciso
daquele que fala; presume-se que o legislador se esme-
III do art. 87 da Lei de Licitações e Contratos, melhor
rou em escolher expressões claras e precisas, com a
sorte os manifestantes não teriam.
preocupação meditada e firme de ser bem compreen-
dido e fielmente obedecido. Por isso, em não havendo 255. Tanto na oitiva quanto nas razões de justificativa,
elementos de convicção em sentido diverso, atém-se o citam-se posições doutrinárias, jurisprudências desta
intérprete à letra do texto.’’ (Hermenêutica e Aplica- Corte de Contas e decisões em ações propostas na
ção do Direito, 15ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 1995. Justiça Federal por empresas que não participaram do
p. 110-111). Pregão 4/2011, todas na linha de que a punição do in-
ciso III do art. 87, combinado com o inciso XI do art.
250. A lei dá margem de liberdade apenas quanto à de-
finição do prazo de vigência dessa penalidade, que está 6º da Lei 8.666/1993 implica suspensão temporária de
limitada ao máximo de cinco anos. Logo, uma vez de- participação em licitação e impedimento de contratar
terminada a imposição da sanção, somente na fixação com o órgão, a entidade ou a unidade administrativa
do quantum cabe a análise discricionária da autoridade que a aplicou (Administração).
competente para aplicá-la. 256. No que tange a esse ponto, necessário mencionar
251. No caso concreto, a sanção aplicada pela ECT à o recente Acórdão 2218/2011-TCU-Primeira Câmara,
empresa Dismaf tem como fundamento o art. 7º da que acolheu voto revisor do Ministro Walton Alencar
Lei 10.520/2002 e como origem a conduta irregular Rodrigues, no qual este Tribunal, na mesma linha do
da empresa na execução dos contratos firmados com Superior Tribunal de Justiça (REsp 151.567/RJ, REsp
a ECT (peça 68, p. 196). Portanto, os argumentos tra- 174.274/SP e RMS 9707/PR), passou a entender que a
zidos nas razões de justificativa e na oitiva acerca da sanção prevista no inciso III do art. 87 da Lei de Licita-
interpretação da abrangência do inciso III do art. 87 ções e Contratos abrange toda Administração direta e
da Lei 8.666/1993 não se aproveitam na presente si- indireta e que se presume a fraude quando a empresa
tuação, uma vez que não dizem respeito à penalidade que participar de procedimento licitatório possuir ob-
em análise. jeto social similar e ao menos um sócio-controlador e/
252. Conforme já exposto, em se tratando de contra- ou sócio gerente em comum com a entidade punida
tação por meio da modalidade pregão, a sanção cabível com a referida sanção ou com a declaração de inido-
é a do art. 7º da Lei 10.520/2002, afastando a aplicação neidade, nos seguintes termos:
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‘1. A vedação à participação em licitações e à contrata- 264. No segundo caso, ao se adotar subsidiariamente a
ção de particular incurso na sanção prevista no inciso Lei 8.666/1993, verifica-se que este diploma legal tam-
III do art. 87 da Lei 8.666/93 estende-se a toda a Admi- bém é silente sobre o assunto, uma vez que, conforme
nistração direta e indireta. explicitado anteriormente, a sanção preceituada na Lei
do Pregão não é a mesma daquelas previstas na Lei de
2. Incumbe a cada órgão da Administração impedir a
Licitações e Contratos.
participação de sociedade empresária que comparece
a certame licitatório no intuito de esquivar-se de san- 265. Nesse caso, deve-se adotar a mesma sistemática
ção aplicada por ente diverso da Administração. de interpretação utilizada na Lei de Licitações e Con-
tratos, qual seja: quando não há uma autoridade es-
3. Presume-se fraude quando a sociedade que procura
tabelecida expressamente, como ocorreu em relação
participar de certame licitatório possui objeto social
à declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
similar e, cumulativamente, ao menos um sócio-con-
com a Administração Pública (§3º do art. 87), depreen-
trolador e/ou sócio-gerente em comum com a entida-
de-se que a autoridade competente é aquela responsá-
de apenada com as sanções de suspensão temporária vel pelo certame, consoante acontece com os incisos I,
ou declaração de inidoneidade, previstas no inciso III e II e III do art. 87 da Lei 8.666/1993.
IV do art. 87 da Lei 8.666/93.
266. Ambas as linhas de raciocínio coadunam-se com
Voto Revisor: (...) o disposto no art. 17 da Lei 9.784/1999, que regula
261. Pelas razões expendidas, conclui-se que quem so- o processo administrativo no âmbito da Administra-
frer a sanção disposta no art. 7º da Lei 10.520/2011 ção Pública Federal, nos seguintes termos: ‘inexistindo
ficará impedido de licitar e contratar com toda a esfera competência legal específica, o processo administrati-
(Administração direta e indireta) do órgão ou entidade vo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
que a aplicou e deve ser descredenciado no Sicaf, ou grau hierárquico para decidir’.
nos sistemas de cadastramento de fornecedores refe- 267. Em qualquer das hipóteses, conduz-se à mesma
ridos no inciso XIV do art. 4º da mesma lei, pelo prazo autoridade competente, qual seja, a autoridade respon-
de até cinco anos. sável pelo pregão.
IV.5.3.1.2. Autoridade competente para aplicação da 268. Pode parecer abuso de poder ou um excesso a
sanção prevista no art. 7º da Lei 10.520/2002 autoridade responsável pelo pregão ter competência
para sancionar uma empresa em face de toda a Ad-
262. Em relação à alegada omissão de autoridade com-
ministração Pública da esfera a que pertence, mas o
petente para aplicar a sanção prevista no art. 7º da Lei
impedimento da Lei 10.520/2002, assim como as de-
do Pregão, um exercício de exegese leva às seguintes
mais sanções da Lei 8.666/1993, é decorrente do prin-
possibilidades: (i) por não haver na Lei 10.520/2002
cípio da moralidade, elevado a princípio constitucional
restrição quanto à autoridade responsável por aplicá-
com previsão expressa no art. 37. Da mesma forma, se
-la, a competência recai sobre a autoridade competen-
uma empresa não é digna de contratar com um órgão
te responsável pelo pregão; (ii) por haver omissão na
porque feriu tal princípio, não tem lisura em relação a
Lei do Pregão quanto à indicação da autoridade com-
outros órgãos ou entidades...”
petente por aplicar essa sanção, conforme preceitua
o art. 9º da mesma lei, aplicam-se subsidiariamente as Publicação:
263. Na primeira hipótese, uma vez que a Lei do Pre- Sessão 30/11/2011
gão não restringe nem remete a aplicação da sanção
Dou vide data do DOU na ATA 52 - Plenário, de
a uma autoridade específica, considera-se competente
30/11/2011
aquela que, dentro da estrutura do órgão ou entidade,
seja responsável pelo certame, nos termos dos incisos
Acórdão
I e IV do art. 3º da Lei 10.520/2002. (...)
(...)
Ata 51/2012 – Plenário
9.5.2. ao Município de Britânia/GO, a fim de que, em fu-
turos editais de licitação, que envolvam recursos públi-
Sessão 10/12/2012
cos federais, abstenha-se de incluir cláusulas de qualifi-
cação técnica que restrinjam indevidamente o caráter
Dou vide data do DOU na ATA 51 - Plenário, de
competitivo do certame tal como verificado no Edital
da Concorrência nº 2/2012. 10/12/2012
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Jurisprudência Comentada
por Negócios Públicos Consultoria 239. Reforça esse entendimento o art. 9º da Lei aplicador da sanção, ou seja, sobre todos os
10.520/2002, que prevê: ‘Aplicam-se subsidiaria- órgãos e entidades da respectiva esfera. O
mente, para a modalidade de pregão, as normas da referido dispositivo legal não dá margem à inter-
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993’. pretação diversa. (...)
Isso significa que, quando um tópico possuir 250. A lei dá margem de liberdade apenas
disciplinamento próprio na Lei do Pregão, quanto à definição do prazo de vigência des-
fica afastada a aplicação da Lei de Licitações sa penalidade, que está limitada ao máximo
e Contratos. de cinco anos. Logo, uma vez determinada
a imposição da sanção, somente na fixação
240. Essa é a posição adotada por este Tribunal,
do quantum cabe a análise discricionária da
a exemplo dos Acórdãos 1925/2006-TCU-Ple-
autoridade competente para aplicá-la. (...)
nário (relatoria do Ministro Augusto Nardes) e
114/2007-TCU-Plenário (relatoria do Ministro VOTO REVISOR (...)
Benjamin Zymler). Neste último, constou no voto
261. Pelas razões expendidas, conclui-se que
do Relator que ‘não se afigura cabível, por-
quem sofrer a sanção disposta no art. 7º da Lei
tanto, defender a aplicabilidade da Lei nº
10.520/2011 ficará impedido de licitar e con-
8.666/93, uma vez que esta norma somente
tratar com toda a esfera (Administração
é aplicável aos pregões de forma subsidiá-
direta e indireta) do órgão ou entidade que
ria e que, em relação a este tópico, a norma
a aplicou e deve ser descredenciado no Sicaf, ou
específica possui disciplinamento próprio, o
nos sistemas de cadastramento de fornecedores
qual afasta a Lei de Licitações e Contratos’.
referidos no inciso XIV do art. 4º da mesma lei,
(...)
pelo prazo de até cinco anos” [2](sem grifos no ori-
246. Ante essas considerações, constata-se que ginal).
não há lacuna na Lei 10.520/2002 em relação à
3) Quem é a Autoridade Competente para a apli-
imposição de sanção em certame realizado
cação do impedimento de licitar e contratar?
na modalidade pregão, de modo que, acer-
ca desse tópico, mostra-se impertinente a “262. Em relação à alegada omissão de autorida-
aplicação analógica ou subsidiária da Lei de competente para aplicar a sanção prevista no
8.666/1993” [1](sem grifos no original). art. 7º da Lei do Pregão, um exercício de exegese
leva às seguintes possibilidades: (i) por não haver
2) Qual é a abrangência territorial do impedimen-
na Lei 10.520/2002 restrição quanto à autorida-
to de licitar e contratar disciplinado pelo art. 7º da
de responsável por aplicá-la, a competência recai
Lei 10.520/02?
sobre a autoridade competente responsável pelo
2.1) Qual é o prazo de duração de tal penalidade? pregão; (ii) por haver omissão na Lei do Pregão
quanto à indicação da autoridade competente por
“248. Quanto à abrangência da penalidade imposta
aplicar essa sanção, conforme preceitua o art. 9º da
com base no art. 7º da Lei do Pregão – se com-
mesma lei, aplicam-se subsidiariamente as normas
preende todos os órgãos e as entidades do ente
da Lei de Licitações e Contratos.
da federação ou se está limitada ao órgão ou à
entidade que a aplicou –, o texto da lei dispõe que 263. Na primeira hipótese, uma vez que a
‘ficará impedido de licitar e contratar com a União, Lei do Pregão não restringe nem remete a
Estados, Distrito Federal ou Municípios’, de modo aplicação da sanção a uma autoridade es-
que não deixa dúvida de que a sanção incide pecífica, considera-se competente aquela
sobre o ente federativo a que pertence o que, dentro da estrutura do órgão ou en-
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Jurisprudência
TCU – ACÓRDÃO 349/13 – PLENÁRIO
Resumo do Acórdão que se refere ao desempenho, quanto à durabilidade’.
“Representação formulada por empresa noticiou su- Noticiou ainda que a norma técnica que trata desse
postas irregularidades no Pregão Eletrônico 21/2011, quesito foi posteriormente alterada para admitir a
conduzido pelo Centro de Obtenção da Marinha no gramatura 203 g/m2 para os tecidos desses unifor-
Rio de Janeiro – COMRJ, cujo objeto é o registro de mes. Concluiu, então, não ter havido afronta ao inte-
preços para fornecimento de macacão operativo de resse público nem aos princípios licitatórios, visto que
combate para a recomposição do estoque do Depó- o procedimento adotado pela administração enseja-
sito de Fardamento da Marinha no Rio de Janeiro. A rá a aquisição de produto de qualidade superior ao
unidade técnica propôs a anulação do certame funda- desejado pela administração contratante, por preço
mentalmente em razão de a proposta vencedora ter significativamente inferior ao contido na proposta da
cotado uniformes com gramatura superior à da faixa segunda classificada. Ressaltou também a satisfatória
de variação especificada no edital (edital: 175 a 190 g/ competitividade do certame, do qual participaram 17
m2; tecido ofertado na proposta vencedora: 203 g/
empresas. E arrematou: ‘considero improvável que a
m2), o que deveria ter ensejado sua desclassificação.
repetição do certame com a ínfima modificação do
O relator, contudo, observou que o tecido oferta-
edital (...) possa trazer mais concorrentes e gerar
do ‘é mais ‘grosso’ ou mais resistente que o previsto
um resultado mais vantajoso ...’. O Tribunal, então,
no edital” e que o COMRJ havia reconhecido que o
ao acolher proposta do relator, decidiu julgar par-
produto ofertado é de qualidade superior à prevista
no edital. A esse respeito, anotou que a Marinha do cialmente procedente a representação, ‘em face da
Brasil está habilitada a ‘emitir opinião técnica sobre a verificação de apenas de falhas formais na condução
qualidade do tecido’. Levou em conta, ainda, a mani- do Pregão Eletrônico 21/2011, que não justificam a sua
festação do Departamento Técnico da Diretoria de anulação’.” (Publicado no Informativo de Jurisprudên-
Abastecimento da Marinha, no sentido de que o pro- cia sobre Licitações e Contratos nº142, do Tribunal
duto atenderia ‘à finalidade a qual se destina, tanto no de Contas da União). LC
“Representação de empresa apontou supostas ir- direito de participar das fases subsequentes’. Citou
232/2012, realizado pela Comissão Nacional de Ener- consignado que,’se um único licitante preencher os
gia Nuclear e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nu- requisitos estabelecidos no edital, não se deve admitir
cleares (Ipen), com vistas à aquisição de cela de dispen- o saneamento dos vícios por parte dos demais. Além
sa e processamento de radiofármaco. Destaque-se, disso, a regra não pode ser aplicada relativamente a
entre elas, a aplicação indevida do disposto no art. 48, licitantes já excluídos em outras fases no curso da
§3º, da Lei 8.666/1993, uma vez que não se poderia licitação’. Ressaltou que no Pregão há uma inversão
permitir que licitantes inabilitadas e desclassificadas de fases, mas que,’ainda assim, há etapas distintas da
reapresentassem novos documentos. Segundo a re- licitação (...). E como a aplicação do art. 48, §3º, da Lei
presentante, o dispositivo legal citado prevê situações 8.666/1993 ao pregão se dá de forma subsidiária ... o
alternativas, evidenciadas pela conjunção ‘ou’. O Rela- entendimento adequado acerca da aplicação do dis-
tor observou que, no mencionado Pregão, ‘em razão positivo ao pregão deve ser mesmo aquele segundo
da desclassificação de duas propostas e da inabilitação o qual se considera distintamente as etapas do pro-
do único proponente com proposta classificada, deci- cedimento’. O Tribunal, então, ao acolher proposta
diu o pregoeiro pela aplicação do referido dispositivo, do relator, considerou parcialmente procedente a
de modo que fixou prazo para que todos os licitantes representação, sem determinar a anulação do certa-
credenciados reapresentassem propostas ou novos me, ‘uma vez que o procedimento adotado não influiu
documentos...’. Concluiu que, de fato, houve irregu- no resultado do pregão’. Em relação à irregularidade
laridade no procedimento adotado. Ressaltou que ‘o apontada, deu ciência ao Ipen de que a regra prevista
dispositivo prevê a possibilidade da chamada ‘repesca- no art. 48, §3º, da Lei 8.6668/1993 não pode ser apli-
gem’ das propostas ou das habilitações, de modo que cada a licitantes já excluídos em outras etapas no cur-
sua aplicabilidade está adstrita a cada uma das duas fa- so da licitação, ‘sendo possível sua aplicação ou aos
ses (ou etapas) previstas em uma licitação: ou se apli- licitantes desclassificados, quando houver desclas-
ca na fase de habilitação, quando todos os licitantes sificação de todas as propostas, ou aos inabilitados,
são inabilitados, ou se aplica na fase de classificação quando todos os licitantes participantes da fase de
das propostas (julgamento), quando não há propos- habilitação forem considerados inabilitados, e não a
ta classificada’. Valeu-se, então, de deliberação deste ambas as situações simultaneamente ...’. Precedentes
Tribunal (Decisão 85/1998-Plenário) segundo a qual a mencionados: Decisão 085/1998-Plenário e Acórdão
própria interpretação sistêmica da Lei 8.666/93 indica 2.048/2006-Plenário.” (Publicado no Informativo de
a distinção entre as duas fases da licitação, ‘pois esse Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº142,
diploma legal em seu art. 41, §4º, preconiza que: §4º do Tribunal de Contas da União). LC
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Jurisprudência perior ao valor orçado. Como o valor final negociado
representou desconto irrisório (0,023%) em relação
notadamente por se tratar de novidade em matéria
licitatória, pois ‘existem situações em que não vislum-
ao orçamento da administração, a ocorrência poderia bro como manter, de modo judicioso e a estrito rigor,
apontar para quebra do sigilo do orçamento em be- o sigilo na fase de negociação’. Após apresentar situa-
nefício da empresa licitante e em prejuízo à obtenção ções hipotéticas para corroborar seu entendimento,
de proposta mais vantajosa. O relator considerou concluiu: para se ‘fazer valer a real possibilidade de
não haver elementos materiais mínimos para cor- negociar, desde que em ato público e devidamente
roborar a ocorrência da irregularidade. Considerou justificado, não vejo, em princípio, reprovabilidade
também que, não obstante o momento da publicação em abrir o sigilo na fase de negociação’. O Tribunal,
do orçamento estar previsto na Lei 12.462/2011 (ime- então, endossou o entendimento do relator quanto a
diatamente após o encerramento da licitação, art. 6º) essa questão.” (Publicado no Informativo de Jurispru-
e no Decreto 7.581/2011 (imediatamente após a adju- dência sobre Licitações e Contratos nº141, do Tribu-
dicação do objeto, art. 9º), a questão merece cautela, nal de Contas da União).. LC
A forma jurídica do contratado deverá ser associação civil congregadora dos portadores de deficiência
física ou de seus responsáveis. Outras entidades não estão abrangidas, como fundações de amparo aos
deficientes físicos, sociedades beneficentes que auxiliem deficientes, igrejas e empresas, que não podem
se utilizar desse dispositivo para serem contratadas diretamente. ²
[1] “Contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins [2] FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação:
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da dispensa de licitação: inexigibilidade de licitação: comentários às
Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento modalidades de licitação, inclusive o pregão: procedimento exigidos
de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o para a regularidade da contratação direta. 7.ed. Belo Horizonte:
praticado no mercado”. Fórum, 2007. p. 488-498.
A contratação faz-se com a associação, a qual não pode ter fins lucrativos, parece inquestionável que
também pode fazer-se a contratação com outras entidades que desempenham idêntica função, ainda
que sob forma jurídica diversa. Assim, não há impedimentos em contratar-se fundação, por exemplo.
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Índice Remissivo
Índice Remissivo
Admissível a flexibilização de critério de julgamento da proposta. Licitação do tipo técnica e preço. Lei 8.666/93, art. 24, inc. V.
Hipótese: quando o produto ofertado apresentar qualidade Elementos a serem considerados. (PA04, p.16)
superior à especificada no edital, não tiver havido prejuízo para a
competitividade do certame e o preço obtido revelar-se vantajoso Liberdade de associação. Pagamento de taxa/anuidade.
para a administração (Jurisprudência simples, p.39) Considerações. (RO05, p.32)
Alterações contratuais. Percentuais para acréscimos e supressões Licitação. Adjudicação. Homologação. Ordem dos atos. Polêmica
aplicados de forma isolada, sobre o valor inicial atualizado do doutrinária. Entendimento da Consultoria. Considerações. (RO02,
contrato. Exceção. Supressões por acordo entre as partes. Nova p.26)
base de cálculo. Considerações. (PA01, p.4)
Licitação exclusiva para ME/EPP. Requisitos. (Edital Comentado,
Bens e serviços comuns. Conceituação. Definição legal. p.34)
Entendimento doutrinário e jurisprudencial. (RO01, p.25)
Licitação. Processo findo. Requerimento de cópia. Negativa.
Coleta de lixo hospitalar. Contratação por Pregão. Entendimento Impossibilidade. (PA02, p.8)
do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC). Inaplicabilidade.
(RO01, p.25) Licitação deserta. Licitação do tipo técnica e preço. Elementos a
serem considerados. (PA04, p.16)
Coleta de lixo hospitalar. Contratação por Pregão. Variáveis a
serem consideradas.Análise pelo Setor Requisitante. Necessidade. Organizações Sociais. Contratação direta. Considerações. (PA03,
(RO01, p.25) p.12)
Comissão especial de licitação x Pregão presencial internacional. Pregão. Cabimento. Contratação de bens e serviços comuns.
Único agente responsável pela condução do Pregão: Pregoeiro, (RO01, p.25)
auxiliado por uma Equipe de apoio. Necessária avaliação do objeto
Pregão. Contratação de serviços de assessoria de comunicação.
(simples ou tecnicamente complexo) e de outras peculiaridades
Possibilidade. Necessária e precisa definição do objeto e de suas
envoltas no procedimento. Escolha da modalidade cabível. (RO03,
especificações, em atendimento aos requisitos estabelecidos na
p.27)
Lei 10.520/02 e no Decreto 5.450/05. (Jurisprudência simples,
Compensações e penalizações financeiras. Licitação. Objeto p.44)
da licitação com entrega imediata para 30 dias e obrigação de
respectiva instalação no mesmo prazo previsto. Termo contratual Pregão. Sanções. Abrangência. (Jurisprudência Comentada, p.44)
indispensável, consideradas as características e condições da Pregão. Sanções. Autoridade Competente. (Jurisprudência
entrega/prestação. Possibilidade de atrasos e/ou entrega/instalação
Comentada, p.37)
inadequada(s) pelo particular contratado. Obrigatoriedade da
estipulação de compensações e penalizações financeiras em edital Pregão. Sanções. Lei 8.666/93. Inaplicabilidade. (Jurisprudência
de licitação. Regra prevista pelo art. 40 da Lei 8.666/93. (PA05, Comentada, p.37)
p.21)
Pregão. Sanções. Prazo de duração. (Jurisprudência Comentada,
Contratação direta. Associação de portadores de deficiência. p.37)
Art. 24, inc. XX, da Lei 8.666/93. Forma jurídica do contratado.
Considerações. (Arena, p.47) Pregão presencial internacional x possibilidade de criação de
Comissão especial de licitação. Único agente responsável pela
Contratação por inexigibilidade de licitação: art. 25, caput, da Lei condução do Pregão: Pregoeiro, auxiliado por uma Equipe de
8.666/93, em tese. Possibilidade de duplo enquadramento por apoio. Necessária avaliação do objeto (simples ou tecnicamente
ausência de licitação: art. 25 e inc. II, do art. 24, da Lei 8.666/93. complexo) e de outras peculiaridades envoltas no procedimento.
Dispensa de publicação. (RO05, p.32)
Escolha da modalidade cabível. (RO03, p.27)
Contratação direta de Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”).
Princípio da publicidade. Requerimento de cópia de processo
Organizações sociais. Considerações. (PA03, p.12)
administrativo. Impossibilidade de negativa. Documentos sigilosos.
Dispensa de licitação. Art. 24, inc. XX, da Lei 8.666/93. Pessoas Exceção. Necessária justificativa. Considerações. (PA02, p.8)
jurídicas constituídas na forma de associação. Única forma
Qualificação técnica.Atestado de qualificação técnica. Necessidade
admitida para contratação. Entendimentos Divergentes. (Arena,
p.47) de comprovação de compatibilidade no que diz respeito ao
quantitativo do objeto licitado. (RO04, p.30)
Lei 8.666/93. Aplicação da regra prevista no art. art. 48, §3º.
Inaplicabilidade a licitantes já excluídos em outras etapas RDC. Possibilidade da abertura do sigilo do orçamento na fase
da licitação, sendo possível sua aplicação ou aos licitantes de negociação de preços com o primeiro colocado, desde que
desclassificados, ou aos licitantes inabilitados, e não a ambas as em ato público e devidamente justificado. (Jurisprudência simples,
hipóteses simultaneamente. (Jurisprudência simples, p.44) p.44)
Licitação deserta. Lei 8.666/93, art. 24, inc. V. Requisitos. (PA04, Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”). Contratação direta.
p.16) Considerações. (PA03, p.12)