Sei sulla pagina 1di 11

Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE

E.E. Professor Domingos Aparecido dos Santos


Atividades Escolares
2º ano do Ensino Médio
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Objetos de conhecimentos
Códigos das Habilidades
• A prosa indianista e a simbologia do nacional:
(EM13LP51) romance indianista; toda a sua estrutura
linguística, morfológica e sintática,
organização, assim como seus veios semânticos
e semióticos.
• A linguagem jornalística, organização,
estrutura, função, efeito, estilo, emissão,
(EM13LP01) recepção, veículo, contextualização temporal e
espacial dentro da sociedade e cultura.
Nome do professor:
Nome do estudante:___________________________________________________________
Período: ( ) matutino ( ) vespertino ( ) noturno Turma: ______
CONTEXTO
O Romantismo, movimento artístico que se iniciou na Alemanha no final do século XVIII, e se
difundiu por toso Ocidente na primeira metade do século XIX. No Brasil, a transferência da corte
portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, e a Proclamação da Independência, em 1822, acarretaram
grandes mudanças culturais ao longo do século XIX.
Os autores românticos foram importantes não apenas por participarem da afirmação da nacionalidade
brasileira após a Independência, mas também por promoverem um amadurecimento literário e cultural
no país, seja pelos esforços de produzir uma literatura nova, brasileira, seja pelo trabalho de reflexão
estética e crítica em relação à obra literária.
Havia a necessidade de criar uma identidade para o Brasil, desta forma há a valorização da
nacionalidade e, portanto, das raízes históricas nacionais; o índio, a fauna e a flora, elementos também
valorizados pelo Romantismo europeu, foram eleitos como os representantes da nacionalidade brasileira.
O mito do bom selvagem, do filósofo Rousseau é aqui traduzido na figura do índio que, além de
valente e defensor da sua terra, é livre e incorruptível.

1
CONHECIMENTO EM PRÁTICA

Texto 1
ENEM 2012
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que
colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar
(1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de
criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também
folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da
Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu
acervo inédito será digitalizada.
História Viva, n. 99, 2011.

Questão 1

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua
obra, depreende-se que

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária
com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância
para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória
linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.

Texto 2
CAÇADA
[...]

O tigre tinha-se voltado ameaçador e terrível, aguçando os dentes uns nos outros, rugindo de fúria e
vingança: de dois saltos aproximou-se novamente.
Era uma lata de morte a que ia se travar; o índio o sabia, e esperou tranquilamente, como da primeira
vez; a inquietação que sentira um momento de que a presa lhe escapasse, desaparecera: estava satisfeito.
Assim, estes dois selvagens das matas do Brasil, cada um com as suas armas, cada um com a
consciência de sua força e de sua coragem, consideravam-se mutuamente como vítimas que iam ser
imoladas.
O tigre desta vez não se demorou; apenas se achou a coisa de quinze passos do inimigo, retraiu-se
com uma força de elasticidade extraordinária e atirou-se como um estilhaço de rocha, cortada pelo raio
Foi cair sobre o índio, apoiado nas largas patas detrás, com o corpo direito, as garras estendidas para
degolar a sua vítima, e os dentes prontos a cortar-lhe a jugular.
A velocidade deste salto monstruoso foi tal que, no mesmo instante em que se vira brilhar entre as
folhas os reflexos negros de sua pele azevichada, já a fera tocava o chão com as patas.
Mas tinha em frente um inimigo digno dela, pela força e agilidade.
Como a princípio, o índio havia dobrado um pouco os joelhos, e segurava na esquerda a longa
forquilha, sua única defesa; os olhos sempre fixos magnetizavam o animal. No momento em que o tigre
se lançara, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho. A fera, caindo com a
força do peso e a ligeireza do pulo, sentiu o forcado cerrar-lhe o colo, e vacilou.
Então, o selvagem distendeu-se com a flexibilidade da cascavel ao lançar o bote; fincando os pés e
as costas no tronco, arremessou-se e foi cair sobre o ventre da onça, que, subjugada, prostrada de costas,

2
com a cabeça presa ao chão pelo gancho, debatia-se contra o seu vencedor, procurando debalde alcançá-
lo com as garras.
Esta luta durou minutos; o índio, com os pés apoiados fortemente nas pernas da onça, e o corpo
inclinado sobre a forquilha, mantinha assim imóvel a fera, que há pouco corria a mata não encontrando
obstáculos à sua passagem.
Quando o animal, quase asfixiado pela estrangulação, já não fazia senão uma fraca resistência, o
selvagem, segurando sempre a forquilha, meteu a mão debaixo da túnica e tirou uma corda de ticum que
tinha enrolada à cintura em muitas voltas.
Nas pontas desta corda havia dois laços que ele abriu com os dentes e passou nas patas dianteiras
ligando-as fortemente uma à outra; depois fez o mesmo às pernas, e acabou por amarrar as duas
mandíbulas, de modo que a onça não pudesse abrir a boca.
ALENCAR, José de. O guarani. Porto Alegre: L&PM, 2011. P. 28. Edição digital.

Questão 2
Compare as atitudes da onça e do selvagem enquanto se preparam para a luta.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Questão 3
Releia o terceiro parágrafo do texto. Com base nele e no desfecho da luta travada entre Peri e a onça,
explique a idealização do índio realizada por Alencar e pelos indianistas românticos.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Ao criticar a idealização romântica do índio brasileiro, Monteiro Lobato toma Peri como exemplo:

Texto 3
Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o sonhava Rousseau, protótipo de
tantas perfeiçoes humanas que no romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobreleva
em beleza d’alma e corpo.
Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um selvagem real, feio e brutesco, anguloso
e desinteressante, tão incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, moralmente,
de amar Ceci.
LOBATO, Monteiro. Urupês. In_______. Urupês. São Paulo: Brasiliense, 1985. P. 145.
Questão 4
Você concorda com a crítica de Lobato? Justifique sua resposta.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE INDIANISTA
Nacionalistas; Exaltação da natureza; Idealização do índio; Temas históricos; Resgate de lendas; Índio
como um herói, europeizado, quase medieval; Contato do índio com o europeu colonizador;
Os romances mais conhecidos da fase são O Guarani, Iracema e Ubirajara ambos de José de Alencar.
Peri, Iracema, Jaguarê, Poti vivem nas matas brasileiras e, por meio de seus gestos nobres, participam
do processo de “nascimento” do Brasil. Dessa forma, os mitos e lendas que surgem remetem à fundação
do país e, posteriormente, do povo brasileiro. Estes romances do século XIX eram publicados em
folhetins diariamente, por meio da imprensa. Esse contexto de produção e de circulação explica, em
parte, a grande influência que os romances europeus exerceram sobre os escritores brasileiros.
O romance indianista cumpriu com um claro objetivo: dar aos leitores brasileiros obras em que o
passado histórico do país fosse reconstituído, quando possível. Nessas obras, é fácil identificar a estrutura
típica dos romances históricos europeus, nos quais o herói, sempre representante de um passado glorioso,
3
eleva e honra a identidade de seu povo. além disso, vemos o heroísmo em primeiro plano de um índio.
Ou seja, o índio visto como o símbolo da pátria que traz o comportamento refinado e a nobreza de
sentimentos de um cavaleiro medieval.
Os romances indianistas sempre destacavam o choque entre as culturas: entre o índio, elemento nativo
e “selvagem” e o homem branco, ou seja, colonizador, provindo do continente europeu.
Outro ponto de grande importância para o romance indianista é sua linguagem. José de Alencar
afirmou, em diversos textos, a sua preocupação em ter uma verossimilhança linguística aos seus
indígenas. É por esse motivo que conseguimos reconhecer nas obras indianistas muitas palavras de
origem indígena. Essas obras indianistas vêm recheadas de notas de rodapé explicando o que significa
da palavra ou expressão indígena. Já era assim na época dos folhetins e continua até hoje.

O QUE É VEROSSIMILHANÇA? VEJA AQUI NESTE LINK OU EM UM DICIONÁRIO


https://www.google.com/search?q=dicion%C3%A1rio+de+portugu%C3%AAs&rlz=1C1NHXL_pt-
BRBR914BR914&oq=DIC&aqs=chrome.1.69i57j35i39l2j0l5.3614j0j8&sourceid=chrome&ie=UTF-
8#dobs=verossimilhan%C3%A7a

PARA SABER MAIS SOBRE O ROMANCE INDIANISTA ASSISTA ESTE VÍDEO


https://youtu.be/gBFKtiD036I

QUE TAL LER UM DESTES ROMANCES INDIANISTAS? PROCURE EM UMA BIBLIOTECA


OU ABAIXO ESTÁ O LINK DO LIVRO IRACEMA. VAMOS LÁ!
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000136.pdf

CONHECIMENTO EM PRÁTICA

Questão 5
(USP) O índio, em alguns romances de José de Alencar, como Iracema e Ubirajara, é:
a) retratado com objetividade, numa perspectiva rigorosa e científica.
b) idealizado sobre o pano de fundo da natureza, da qual é o herói épico.
c) pretexto episódico para descrição da natureza.
d) visto com o desprezo do branco preconceituoso, que o considera inferior.
e) representado como um primitivo feroz e de maus instintos.
Questão 6
Não raro encontramos no livro diversas notas explicativas do próprio autor. Muitas delas explicam algum
termo indígena relacionado à nossa fauna e flora ou a costumes estranhos mesmo àquela época. Pode-se
dizer que isso tem um valor didático. Mas com que intuito, afinal? Que tese, que ideia Alencar está
defendendo?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Leia, a seguir, a letra de uma canção de Chico Buarque inspirada no romance de José de Alencar, Iracema
– Lenda do Ceará.
Texto 4 Com um mímico
Iracema Voou – Chico Buarque Ambiciona estudar
Iracema voou Canto lírico
Para a América Não dá mole pra policia
Leva roupa de lã Se puder, vai ficando por lá
E anda lépida Tem saudade do Ceará
Vê um filme de quando em vez Mas não muita
Não domina o idioma inglês Uns dias, afoita
Lava chão numa casa de chá Me liga a cobrar:
Tem saído ao luar -É Iracema da América.
in: BUARQUE, Chico. As Cidades. Rio de Janeiro: Marola Edições Musicais, 1998.
4
LINK DA MÚSICA https://www.youtube.com/watch?v=AqrpGN96OCo
(PARA RESPONDER ESTA QUESTÃO PESQUISE SOBRE A OBRA IRACEMA, ABAIXO ESTÁ
UM LINK ONDE VOCÊ ENCONTRARÁ UM RESUMO, COMENTÁRIOS E OUTRAS QUESTÕES
SOBRE A OBRA)
https://geekiegames.geekie.com.br/blog/resumoiracema/#:~:text=Iracema%20%C3%A9%20uma%20%C3%AD
ndia%20da,aos%20guerreiros%20em%20rituais%20espec%C3%ADficos.

Questão 7
Que papel desempenha Iracema no romance de José de Alencar? E na canção de Chico Buarque?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
GÊNEROS JORNALÍSTICOS NO BRASIL
A leitura de textos jornalísticos permite que tenhamos acesso a diferentes informações, divulgadas
por meio de diversos gêneros do discurso. São textos que circulam não apenas nos jornais impressos,
mas também em revistas, sites, propagandas de rádio e TV, entre outros meios.
1º estudioso: Luis Beltrão. Em seguida, José Marques de Melo (discípulo de Beltrão) propôs uma
classificação de GÊNEROS que até hoje é seguida pela maioria dos periódicos nacionais:
Informativo; Opinativo; Interpretativo.
• Informativo: Inclui os gêneros que correspondem ao universo da informação, ou seja, que descrevem
ou aprofundam um fato noticiável. Pressupõe busca pela objetividade e imparcialidade. Os textos se
estruturam a partir de um referencial exterior à empresa jornalística e se fundamenta pela eclosão dos
acontecimentos no mundo exterior.
• São eles: Nota (base do lead: Q+Q+Q+O+C+P); Notícia (contextualiza fato gerador); Reportagem
(Aprofunda para além do factual); Entrevista (Registro nos formatos de ping-pong ou relatos de
fontes/personagens que mereçam ter sua história publicada).
• Opinativo: Construções textuais que promovem uma leitura da realidade, e não um relato objetivo
dos fatos.
Opinião de quem? Da Empresa Jornalística (política editorial), do Jornalista (natureza humana), do
Articulista (experiência), do Anunciante (política comercial), da Fonte (testemunha).
“Jornalismo objetivo NÃO existe. A prática é sempre subjetiva” (Mino
Carta, diretor da revista Carta Capital)
“A separação entre opinião e informação é uma FRAUDE teórica e
moralista” (Carlos Chaparro, 2006)
• São eles: Editorial (opinião da empresa), Artigo (opinião do colaborador), Resenha crítica (avaliação
de um evento/produto cultural com objetivo de orientar o leitor), Coluna (análise sobre conjuntura ou
evento/produto, Comentário (típico do jornalismo digital), Crônica (aproxima-se da literatura com
relatos da realidade), Charge/Caricatura (expressão artística ilustrada de evento factual com apelo
crítico), Carta (opinião do leitor – feedback).
• Interpretativo: Elementos que o constituem - Aprofundamento; Antecedentes; Contextualização;
Humanização. Formato – Reportagem.
“Trata-se do esforço de determinar o sentido de um
fato” (LEANDRO; MEDINA, 1973)

Questão 8
Você já deve ter ouvido a expressão “ler nas entrelinhas”. Já parou para pensar no que isso quer
dizer? Argumente.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Sobre as entrelinhas, leia o texto abaixo e veja o equívoco que ocorreu, segundo o autor Cláudio de
Moura e Castro.
5
Texto 5
DA ARTE BRASILEIRA DE LER O QUE NÃO ESTÁ ESCRITO
(Cláudio de Moura e Castro)
Terminando os poucos anos de escola oferecidos em seu vilarejo nas montanhas do Líbano, o jovem
Wadi Haddad foi mandado para Beirute para continuar sua educação. Ao vê-lo ausente de casa por um
par de anos, a vizinha aproximou-se cautelosa de sua mãe, jurou sua amizade à família e perguntou se
havia algum problema com o rapaz. Se todos os coleguinhas aprenderam a ler, por que ele continuava
na escola?
Anos depois, Wadi organizou a famosa Conferência de Jontiem, “Educação para Todos”, mas isso é
outro assunto.
Para a vizinha libanesa, há os que sabem ler e há os que não sabem. Não lhe ocorre que há níveis
diferentes de compreensão. Mas infelizmente temos todos o vício de subestimar as dificuldades na arte
de ler, ou, melhor dito, na arte de entender o que foi lido. Saiu da escola, sabe ler.
O ensaio de hoje é sobre cartas que recebi dos leitores de VEJA, algumas generosas, outras iradas.
Não tento rebater críticas, pois minhas farpas atingem também cartas elogiosas. Falo da arte da leitura.
É preocupante ver a liberdade com que alguns leitores interpretam os textos. Muitos se rebelam com o
que eu não disse (jamais defendi o sistema de saúde americano). Outros comentam opiniões que não
expressei e nem tenho (não sou contra a universidade pública ou a pesquisa).
Há os que adivinham as entrelinhas, ignorando as linhas. Indignam-se com o que acham que eu quis
dizer, e não com o que eu disse. Alguns decretam que o autor é um horrendo neoliberal e decidem que
ele pensa assim ou assado sobre o assunto, mesmo que o texto diga o contrário.
Não generalizo sobre as epístolas recebidas – algumas de lógica modelar. Tampouco é errado ou
condenável passar a ilações sobre o autor ou sobre as consequências do que está dizendo. Mas nada disso
pode passar por cima do que está escrito e da sua lógica. Meus ensaios têm colimado assuntos candentes
e controvertidos. Sem uma correta participação da opinião pública educada, dificilmente nos
encaminharemos para uma solução. Mas a discussão só avança se a lógica não for afogada pela
indignação.
Vale a pena ilustrar esse tipo de leitura com os comentários a um ensaio sobre nosso sistema de saúde
(abril de 1997). A essência do ensaio era a inviabilidade econômica e fiscal do sistema preconizado pela
Constituição. Lantejoulas e meandros à parte, o ensaio afirmava que a operação de um sistema da saúde
gratuito, integral e universal consumiria uma fração do PIB que, de tão alta (até 40%), seria de
implantação inverossímil.
Ninguém é obrigado a aceitar essa afirmativa. Mas a lógica impõe quais são as possibilidades de
discordar. Para destruir os argumentos, ou se mostra que é viável gastar 40% do PIB com saúde ou é
necessário demonstrar que as contas que fiz com André Medici estão erradas. Números equivocados,
erros de conta, hipóteses falsas, há muitas fontes possíveis de erro. Mas a lógica do ensaio faz com que
só se possa rebatê-lo nos seus próprios termos, isto é, nas contas.
Curiosamente, grande parte das cartas recebidas passou por cima desse imperativo lógico. Fui
xingado de malvado e desalmado por uns. Outros fuzilaram o que inferem ser minha ideologia. Os que
gostaram crucificaram as autoridades por negar aos necessitados acesso à saúde (igualmente
equivocados, pois o ensaio critica as regras e não as inevitáveis consequências de sua aplicação).
Meus comentaristas escrevem corretamente, não pecam contra a ortografia, as crases comparecem
assiduamente e a sintaxe não é imolada. Contudo, alguns não sabem ler. Sua imaginação criativa não se
detém sobre a lógica aborrecida do texto. É a vitória da semiótica sobre a semântica.
(Veja, 8 de outubro, 1997, p.142)
Questão 9
a) Qual é o tema do texto?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b) O que teria motivado a escrita desse texto?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
a) Qual é a crítica implícita no texto?
6
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) Que intenções há no texto e que estratégias foram utilizadas para alcançá-las?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c) “É preocupante ver a liberdade com que alguns leitores interpretam os textos.” Qual a relação
dessa frase com o tema tratado no texto?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
d) Que sentido você atribui à frase que dá título ao texto: Da arte brasileira de ler o que não está
escrito”?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Nos meios de comunicação, escrita, como jornais e revistas, encontramos textos específicos para
manifestar opiniões. Quando nos deparamos com esses textos, já sabemos que vamos encontrar opiniões.
• Pesquise, em jornais e revistas, textos escritos que possam ser caracterizados como opinativos.
• Em parceria com um colega, ou individualmente leia um dos textos que vocês selecionaram e analise-
o, procurando identificar o tema tratado no texto, o ponto de vista veiculado e os argumentos
selecionados para a defesa da opinião apresentada.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
QUALIDADES ESSENCIAIS DO TEXTO JORNALÍSTICO
• Clareza- visão clara e exposição fácil;
• Concisão/ brevidade- capacidade de síntese;
• Densidade- reunir a maior quantidade de informação possível;
• Simplicidade- emprego de vocábulos comuns/ familiares;
• Exatidão/Precisão- fugir da ambiguidade;
• Naturalidade- expressar-se sem formalidade exagerada;
• Variedade estilística/ritmo- diversificação no estilo textual.
CARACTERÍSTICAS TIPOLÓGICAS DO TEXTO JORNALÍSTICO IMPRESSO
• Uso de frases curtas;
• Uso de frases simples, evitar orações complexas;
• Evita-se a intercalação excessiva (apostos, travessões, parênteses);
• Evitam-se locuções verbais com mais de dois verbos;
• Uso da ordem direta da língua;
• Evita-se ambiguidade;
• Uso de repetições que contribuem somente para a percepção e a memorização das informações do
texto.
CHARGE
Você sabia que a charge e o cartum, assim como a crônica, são gêneros textuais muito presentes na
linguagem jornalística e bastante utilizadas em vestibulares e no Enem?
A charge representa a atualidade, ou seja, ela necessita de um contexto temporal. Certamente você
já se deparou com charge e cartum em jornais tanto impresso como on-line, revistas, propagandas, mas
você sabe dizer quais são os elementos que constituem esses gêneros textuais?

7
Sendo assim, o desenho da charge (ou cartum) geralmente concentra uma crítica moral, política ou
cultural em sua estrutura. O chargista (desenhista profissional), portanto, procura sintetizar uma ideia
em seu desenho. Às vezes o desenho da charge pode estar acompanhado de uma mensagem escrita, que
objetiva reforçar a crítica, mas isso não é regra geral. O humor, a sátira e a ironia dão a tônica da charge.
Sob o aspecto cômico reside a crítica e os personagens principais podem ser figuras públicas, como
políticos ou artistas.
As charges podem ser construídas também em forma de tira (ou tirinha), uma sequência de
quadrinhos, que divide os desenhos e quadros de ação, com críticas aos valores sociais. Podemos dizer
ainda que a charge é originária de uma notícia e revela ao leitor a posição editorial do veículo de
comunicação que está sendo veiculada para transmitir uma visão crítica sobre determinado assunto se
utilizando de alertas à política e a sociedade.
Texto 6

Fonte: Quadrinhos e tirinhas –


http://www.facebook.com/tirasarmandinhohttp://tirasbeck.blogspot.com/
Questão 10
O tema do texto acima é atual? O filho conseguiu confortar o pai? Por quê?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
CARTUM
O cartum assim como a charge trata-se de um gênero textual também muito utilizado no meio
jornalístico, retratado em jornais, revistas, entretanto, se difere da charge pela sua característica
atemporal. Seus temas são abrangentes e universais, relevantes a diversas sociedades, e fazem referência
a valores sociais, mas sem se preocupar com o aspecto temporal, contexto específico da atualidade como
a charge. O cartum não retrata uma pessoa de maneira isolada, mas a coletividade com a intenção de
satirizar costumes humanos, representados por pessoas comuns.
É um desenho humorístico acompanhado ou não de legenda, de caráter extremamente crítico
retratando de uma forma bastante sintetizada algo que envolve o dia a dia de uma sociedade e de uma
cidade que é extremamente difícil.
A partir do que você estudou, analise o cartum abaixo para responder as questões a seguir:
Cartum de Ricardo Ferraz
Texto 7

8
Fonte: http://universodainclusao.com.br/cultura/2019/06/06/perfil-de-ricardo-ferraz-cartunista-que-usa-
o-humor-na-luta-pela-inclusao/
a) Qual é a mensagem que o cartunista quer transmitir ao leitor?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b) Quem é o personagem desse cartum?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
c) Sabemos que Ricardo Ferraz utiliza-se de sua arte de cartunista para reforçar sua luta pela inclusão,
sendo assim, qual elemento o autor utilizou para conferir o tom crítico do cartum? Justifique.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
d) Que função a linguagem verbal utilizada pelo autor desempenha nesse cartum?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

SIGA ESTA TÁTICA E EVITE RISCOS DE “ENCHER LINGUIÇA”:


1. Não deixe suas opiniões se esgotarem logo nas primeiras linhas: deve-se dar uma ideia clara de para
onde as coisas estão indo, mas se você disser tudo de uma vez, não terá como continuar.
2. Não fique preso às suas próprias opiniões, mas caminhe com a ajuda de opiniões diferentes. Rebater,
criticar, mostrar desconfiança frente a determinadas ideias, diferentes das suas, é mais fácil do que ficar
explicando o que já disse.
3. Parta de um detalhe, de uma questão menos importante, do assunto abordado, para chegar aos poucos
até o aspecto central que você quer abordar. Isso torna o texto mais concreto, podendo criar um
certo suspense no leitor, sem parecer que está enchendo linguiça. Pois encher linguiça, num texto
argumentativo, é quase sempre inevitável. O importante é você fingir que não está enchendo linguiça.
(Adaptado de Marcelo Coelho. Folha de S. Paulo )
Na verdade, se você parar para pensar, perceberá que o tempo todo estamos emitindo nossas opiniões e
pontos de vista sobre os mais variados assuntos, seja em conversa com amigos, com a família, na escola,
etc. Também estamos expostos aos textos veiculados pela mídia (escrita e falada), que a título de nos
manter atualizados, despejam informações sobre nossas cabeças. As notícias, as resenhas, os artigos, os
editoriais dos jornais e revistas, além de apresentarem os fatos, veiculam opiniões e pontos de vista de
seus enunciadores (autores, diretores, proprietários) implicitamente, e é preciso estar atento a esses
detalhes para podermos formar a nossa opinião e não nos deixarmos ser persuadidos por opiniões alheias.
Todo texto tem poder de persuasão, mesmo os textos jornalísticos/opinativos, pois o que se pretende é
convencer o leitor da veracidade dos argumentos apresentados, fazer com que acreditemos neles.

COMO DESCOBRIR AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NOS TEXTOS OPINATIVOS?


Para entender um texto, uma boa leitura é fundamental. Para falar, opinar sobre alguma coisa, é preciso
ser um bom leitor. É através da leitura que você identifica opiniões e argumentos empregados
pelo enunciador, e as informações implícitas no texto (algo que está envolvido naquele contexto, mas
não é revelado, é deixado subentendido, é apenas sugerido). Já aconteceu de você ler um texto ou ouvir
uma piadinha e não entender nada? Isso acontece porque, muitas vezes, não lemos as informações
implícitas, ou seja, fazemos uma leitura superficial, literal do texto.
• Considerando a temática “Acessibilidade, inclusão social” construa um Artigo de opinião abordando
a questão, a partir da mensagem do autor evidenciada no cartum. Você também poderá pesquisar mais
sobre o assunto em livros, artigos e/ou sites sobre o tema para contribuir com sua produção textual.
Atenção:
1. O seu texto precisa ser escrito em prosa e em consonância com a norma culta da Língua Portuguesa.
2. Seu texto deve conter no mínimo 15 linhas e, no máximo, 20 linhas.

9
3. Não esqueça de que seu texto deve ser construído, respeitando-se a esta estrutura: Título, Introdução
Desenvolvimento, Conclusão.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – p 208.


ISBN: 85-85380-38-1
1. Língua portuguesa. 2. Literatura. 3. Ensino médio. 3. Ensino de língua portuguesa. 4.
Ensino de literatura. I. Folhas. II. Material de apoio pedagógico. III. Material de apoio teórico.
IV. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. V. Título.
CDU 806.90+373.5

GUIA DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ESCOLAR. Volta às aulas não presencial.


Secretaria Adjunta de Gestão Educacional. Mato Grosso. 2020

CEREJA, William Roberto. Português contemporâneo: diálogo, reflexão e uso, vol. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2016.

AMARAL, Emília; Mauro, Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio. Coleção Novas Palavras. Ensino
Médio, vol. 2. Ed. FDT. 2018.

OBRAS CONSULTADAS ONLINE


https://descomplica.com.br/artigo/como-e-caracterizada-a-prosa-do-romantismo/4q0/
https://cursoenemgratuito.com.br/romance-indianista/
http://educacao.globo.com/provas/enem-2012/questoes/98.html
file:///C:/Users/Cliente/Downloads/romantismo-150525014503-lva1-app6891.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000136.pdf
https://www.google.com/search?q=IRACEMA&rlz=1C1NHXL_pt-BRBR914BR914&sxsrf=ALeKk01vMmieIqS-
W04oLh2zunDHDQiqA:1598233853756&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjE1_uI3bLrAhUqGrkGH
XfoA7YQ_AUoAnoECB8QBA&biw=1034&bih=620
https://pt.slideshare.net/serradani/reviso-de-textos-jornalsticos-gneros?qid=e9e4f13d-b714-4c21-a396-
612000b46be1&v=&b=&from_search=3

11

Potrebbero piacerti anche