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Leia o texto para responder às questões de 1 a 4.

Texto 1

Procura da poesia
Neste poema, o eu lírico define o fazer poético.
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia. [...]
As afi nidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. [...]

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro


São indiferentes. [...]
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia. [...]

Penetra surdamente no reino das palavras.


Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero, há
calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós
e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. [...] Não
adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma
defi nitiva e concentrada no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.


Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra e
te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste
a chave? [...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. In: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
p. 95-97. (Fragmento). Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond (www.carlosdrummond.com.br).

1 Na primeira e na segunda estrofes, o eu lírico define o que não deve estar na poesia. Que elementos
ele enumera?
a) O que as negações indicam a respeito do fazer poético?
b) Considerando que as negações estão relacionadas a prováveis temas para um poema, o que é
possível concluir a respeito da opinião do eu lírico sobre o tema na poesia?
2 O que é necessário, segundo o eu lírico, para chegar até a poesia?
a) O eu lírico afirma que o interlocutor encontrará, no “reino” a que se refere, os poemas “sós e
mudos, em estado de dicionário”. O que isso significa?
b) “Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.” O que essa afirmação, associada às
“proibições” da primeira estrofe, indica sobre o fazer poético?
c) Transcreva, da segunda estrofe, o trecho que indica a importância do trabalho com a forma
no
poema.
3 Como o eu lírico caracteriza as palavras na última estrofe?

a) Como pode ser entendida essa caracterização das palavras?

b) Levando em conta essa caracterização, o que significa, no contexto do poema, ter a chave desse
reino?
4 Considerando a análise desse poema, pode-se dizer que o fazer poético, para o eu lírico, depende
mais de inspiração ou de “transpiração”?

O poema a seguir refere-se às questões de 5 a 7.

Texto 2

Soneto de contrição
Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa Mais
cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto


Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma


Nem melhor a presença que a saudade Só
te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade Que


tão mais te soubesse pertencida Menos
seria eterno em tua vida.
MORAES, Vinicius de. Livro de sonetos. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. p. 19.

5 Na primeira estrofe, há uma descrição do sentimento amoroso do eu lírico por Maria. Como
ele caracteriza esse sentimento? Qual o seu efeito sobre o eu lírico?
6 Nos dois últimos versos da estrofe é estabelecida uma relação entre o amor que o eu lírico
sente e a dor que este provoca.

a) Explique como essa relação é construída.

b) O que essa relação sugere sobre o sentimento amoroso do eu lírico?


7 Nas duas últimas estrofes há expressões usadas para caracterizar o sentimento amoroso e seus Contrição: arrependimento pelos
pecados ou faltas. Acalanto: canção
efeitos sobre o eu lírico. a) Transcreva-as. de ninar. Berçando: no contexto do
poema, significa embalando.
b) De que maneira essas expressões revelam a natureza idealizada desse amor?

c) Nesses versos, a apresentação de uma visão do amor que não necessita de con-cretização retoma
uma tradição clássica. Explique.
.

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