Sei sulla pagina 1di 5

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL


JUÍZO DA 136ª ZONA ELEITORAL
ITAJUÍPE/BA

Processo : 348-34.2012.6.05.0136
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE)
AUTOR(A): COLIGAÇÃO BARRO PRETO NÃO PODE PARAR
RÉU(S): JAQUELINE REIS MOTTA e ISABELA WEILL DA SILVA ROCHA

Trata-se de AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE)


POR ABUSO DE PODER ECONÔMICO E/OU POLÍTICO ajuizada pela
COLIGAÇÃO BARRO PRETO NÃO PODE PARAR em face de JAQUELINE REIS
MOTTA e ISABELA WEILL DA SILVA ROCHA, já qualificadas nos autos, ao
fundamento de que estas em data de 13/04/2012, na cidade de Barro Preto, teriam
supostamente iniciada sua campanha eleitoral antes do prazo legal, dissimulando
esse ato em evento comemorativo dos 13 anos do Partido dos Trabalhadores.

Aduz, ainda, que os 13 anos o qual partido fez referência, em verdade,


era uma menção ao número 13, aquele cuja candidatas usariam nas eleições
futuras. Ressalta que na ocasião do evento, fora promovido um Showmício, no qual
os participantes discursaram em tom nitidamente político, havendo inclusive, a
distribuição de brindes, adesivos, dinheiro e camisetas. Alega, ainda, que em data de
30/08/2012, dia da convenção do partido retromencionado, as rés teriam, sobre um
trio elétrico, discursado em comício. Pugnou ao final pela procedência do pedido,
com a consequente declaração de inelegibilidade, bem como, a cassação do seus
registros ou diplomas.

Juntou documentos de fls.15/29.

Ás fls. 37/52, contestação da segunda acionada, Isabella Weyll da Silva


Rocha, na qual alega, em síntese, a decadência da AIJE, ao fundamento de que a
mesma não se aproveita a debate de fatos antecedentes ao pleito de registro de

1
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
JUÍZO DA 136ª ZONA ELEITORAL
ITAJUÍPE/BA

candidatura. Aduz também, a ilegibilidade das provas carreadas ao processo em


face da sua baixa qualidade auditiva e degravação incerta.

No mérito, suscita a inexistência de qualquer abuso do poder econômico,


porquanto não teria havido qualquer tipo de gasto eleitoral ilícito, muito menos vícios
de arrecadação de recursos em campanha, e que, na ocasião da suposto evento
comemorativo, os seus participantes teriam se pronunciado tão só em tom de
agradecimento e felicitações aos habitantes de Barro Preto, inclusive, os gastos com
o trio e banda, não foram realizados às suas expensas. Alega que, não existiu
potencialidade lesiva de modo a influenciar expressivamente no resultado do pleito.

Por derradeiro, salienta que é permitido a realização de atos de cunho


partidário no dia da convenção, não merecendo, destarte, prosperar a alegação
autoral de que o evento realizado no mesmo dia, isto é, 30/08/2012, foi ilegal.
Pugnou ao final, pela improcedência da ação.

Às fls. 55/75, contestação ofertada por Jaqueline Reis da Motta, a qual


reitera todos os argumentos esposados na peça da segunda acionada.

É o relatório. Decido.

O feito comporta o julgamento no estado em que se encontra, eis que a


prova documental acostada aos autos é suficiente para julgamento de mérito. Nesta
esteira:
“O magistrado tem o poder-dever de julgar antecipadamente a lide, desprezando a realização
de audiência para a produção de prova testemunhal, ao constatar que o acervo documental
acostado aos autos possui suficiente força probante para nortear e instruir seu entendimento”
(Superior Tribunal de Justiça, REsp nº 94.026-MT, Min. Vicente Leal, publicação da Escola
Judicial Desembargador Edésio Fernandes, Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Diário do

2
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
JUÍZO DA 136ª ZONA ELEITORAL
ITAJUÍPE/BA

Judiciário-MG, 31.10.1997).

Suscitam, preliminarmente, as representadas a decadência ao


fundamento de que a AIJE não se presta a discussão a respeito de fatos anteriores
ao registro de candidatura.

Cediço que a Lei Complementar nº 64/90 não fixa o prazo inicial para o
ajuizamento da ação de investigação judicial eleitoral. E apesar do dissenso
doutrinário acerca do seu manejo antes do início do processo eleitoral 1, o TSE2 já
assentou que os fatos ocorridos antes do início do processo eleitoral podem ser
objeto de impugnação através da AIJE. Portanto, rejeito a preliminar.

Outrossim, afasto a alegação de nulidade quanto a prova, porquanto


plenamente claros a imagem e audição do vídeo apresentado.

Segundo a inicial as investigadas teriam realizado condutas vedadas


antes do registro de candidatura, como prática de showmício e distribuição de
adesivos e camisetas.

É incontroverso que ocorreu um evento no município de Barro Preto em


13/04/2012 em comemoração aos 13 anos do Partido dos Trabalhadores naquele
município.

Muito embora, na oportunidade a candidata ao cargo de Prefeita, ora


representada, tenha participado do evento, tal fato, por si só, não caracteriza motivo

1
Émerson Garcia (Abuso de Poder nas Eleições – Meios de Coibição. Lúmen Juris 2000 pag. 143/144), Edson
Resende de Castro (Teoria e prática do direito eleitora, Mandamentos, 2004 pag. 298) concluem pela
possibilidade de ajuizamento da investigação judicial ainda que não tenha sido apresentado o requerimento
de registro do candidato. Távora Niess (Direitos políticos – Elegibilidade, inelegibilidade e ações eleitorais,
EDIPRO, 2ª ed., 2000, pag. 216 e José Jairo Gomes (Direito eleitoral – Del Rey, 4ª ed. 2008, pag.448)
entendem que a AIJE somente é possível após o registro da candidatura.

3
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
JUÍZO DA 136ª ZONA ELEITORAL
ITAJUÍPE/BA

suficiente a ensejar a condenação pugnada pelo representante.

Com efeito, a prova orienta-se no sentido que o evento hostilizado


ocorreu em 13/04/2012, muito antes da própria convenção que deliberou pela
candidatura das representadas aos cargos eletivos de prefeita e vice-prefeita, ou
seja, em 30/06/2012 (fls. 80).

Não obstante este lapso temporal, para a adequação típica do art. 36, §
7º da Lei 9.504/97 era de rigor a realização do “showmício” no período de campanha
eleitoral e o direcionamento da conduta com o fito de obtenção de voto, o que não se
verificou no caso vertente.

De outro lado, quanto a alegação de distribuição de camisetas e


praguinhas, analisando o conteúdo da mídia do fatídico dia, verifico a existência de
alguns simpatizantes portando bandeiras, camisetas e adesivos com a insigne do
Partido dos Trabalhadores, não havendo menção ao nome das representadas e,
tampouco relação direta de que estas tenham autorizado, patrocinado ou promovido
a distribuição destes itens.

Sem embargo disso, após ver e revisar os registros acostados, posso


afirmar com convicção que o evento realizado não apresentou a dimensão que o
representante pretende incutir, não se revelando apto a seduzir o eleitorado local,
bem como capaz de promover um desequilíbrio do pleito. De igual sorte, não se
constatou o oferecimento de qualquer vantagem, seja aos curiosos e aos
transeuntes que se aglomeravam junto ao trio antes, durante ou após o evento.

Neste contexto, dúvidas não há de que os fatos narrados na inicial além

2
Representação n. 929 – j. 07/12/2006 – Rel. Cesar Asfor Rocha

4
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
JUÍZO DA 136ª ZONA ELEITORAL
ITAJUÍPE/BA

de não se enquadrarem no conceito de abusivos (art. 22 da Lei Complementar


64/90), também não se qualificam como passíveis de afetaram a lisura do pleito que
se consumou seis meses depois de seu acontecimento.

A propósito, calha trazer a colação Rodrigo Lopes Zilio3: é indesmentível


que a maior distância do fato em relação à data do pleito enfraquece
substancialmente a viabilidade de procedência da ação na medida em que
mais improvável seja afetada a normalidade e legitimidade do pleito.

Portanto, cumpre enfatizar que dada a época em que ocorreu o evento,


muito antes da candidatura das representadas e do pleito, tenho como
absolutamente improvável a ofensa a normalidade e legitimidade das eleições por
inexistência de gravidade das circustâncias aptas a influenciar o pleito.

ANTE O EXPOSTO, JULGO IMPROCEDENTE a presente


IMPUGNAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.

P.R.Intime-se.

Itajuípe(BA), 20 de maio de 2013.

FREDERICO AUGUSTO DE OLIVEIRA


Juiz Eleitoral

3
Direito Eleitoral, Ed. Verbo Jurídico, 2008, pag. 389

Potrebbero piacerti anche