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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA

JUÍZO ELEITORAL DA 64.ª ZONA


Fórum Eleitoral de Guanambi
Avenida Presidente Castelo Branco, s/n.° - Aeroporto Velho
Guanambi – Bahia – CEP: 46.430-000 – Telefax: (77) 3451-3986

Representação nº 157-69.2016.6.05.0064

Representante: Jair Florêncio Rocha; Coligação Guanambi do Trabalho


Advogados: Eunadson Donato de Barros – OAB/BA 33.993; Robério Sílvio Morais
Cardoso Filho – OAB/BA 19245

Representados: Charles Fernandes Silveira Santana; Jairo Silveira Magalhães; Hugo


Vanusco Costa Pereira
Advogado: Gabriel de Oliveira Carvalho – OAB/BA 34.788; Daniel Mascarenhas Passos –
OAB/BA 37.134

SENTENÇA

Jair Florêncio Rocha e Coligação Guanambi do Trabalho propuseram a presente


Representação em face de Charles Fernandes Silveira Santana, Jairo Silveira Magalhães e
Hugo Vanusco Costa Pereira, todos já qualificados nos autos.
Alega-se na inicial que em 23 de julho de 2016, por volta das 13h50’ foram
apreendidos equipamentos da Prefeitura que realizavam serviço em área particular, com
vistas a beneficiar a este, significando oferta ao particular em período vedado com vistas a
promover candidaturas apoiadas pelo então Prefeito do Município, revelando abuso do
poder político.
Os representados requerem seja julgada procedente a representação, condenando a
multa e cassação do registro dos candidatos, além da decretação de inelegibilidade. Junta-se
documentos e rol de testemunhas.
Notificados para defender-se, os representados, às fls 60/76, aduziram ser inepta a
inicial e no mérito alegam não haver participação dos representados quanto aos atos
apontados na inicial, não se configurando conduta vedada ou abuso do poder político, bem
assim não há comprovação de benefício aos candidatos. Requerem a improcedência da
representação.
O Ministério Público eleitoral manifestou-se à fl. 76-v pela designação de audiência
para oitiva das testemunhas.
Realizadas audiências, fls. 90/100 e 370/374 e juntados os documentos de fls.
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101/357, o Ministério Público Eleitoral apresentou às fls. 377/381 parecer pela


improcedência do pedido.
Embora intimada para apresentarem alegações as partes mantiveram-se inertes.
É o relatório.
Os fatos mencionados na inicial carecem de força a ensejar as medidas requeridas
pelos representantes, nos depoimentos constantes das mídias de fls. 94 e 374, as
testemunhas Antonio Marques Domingues (fl. 90/94), bem como Jason Nogueira de Brito,
operador de máquinas e Diomar Lopes Teixeira, encarregado de terraplanagem, apontam
que a atividade que ocorreu em terreno de particular, tratava-se de medida preventiva uma
vez que no local havia uma demolição inacabada, necessitando-se a derrubada de uma
parede que oferecia risco aos transeuntes.
Conforme se percebe nos depoimentos colhidos a demolição ocorreu com
autorização do encarregado de terraplanagem da Prefeitura, Diomar Lopes Teixeira, não
havendo qualquer elemento que aponte o conhecimento prévio dos representados, o que
corrobora a tese da defesa.
Ademais, conforme se verifica nos autos o beneficiário, Raimundo Aparecido Dias,
não é eleitor do Município de Guanambi, desqualificando a tese de eventual captação ilícita
de sufrágio no caso.
O abuso de poder político, por meio de condutas vedadas, deve ser caracterizado de
maneira inequívoca e bem como demonstrar-se a finalidade de influenciar no resultado da
eleição, provando-se a ilicitude das condutas.
Em precedente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, que transcrevo a seguir,
verifica-se a necessidade de prova adequada, quanto aos fatos noticiados como conduta
vedada e captação ilícita de sufrágio:

Eleições 2010. Representação. Preliminar. Inépcia inicial. Rejeição.


Nexo lógico entre a causa de pedir e o pedido. Mérito. Condutas
vedadas. Comemoração de aniversário do Município promovido
pela Prefeitura Municipal. Utilização do referido evento para fins de
propaganda de candidatos apoiados pelo Prefeito. Denúncia de
outros fatos. Entrega de ambulância em posto de saúde e
inauguração de prédio público. Não comprovação. Fragilidade do
conjunto probatório. Improcedência.
1. "A disciplina das condutas vedadas aos agentes públicos em
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campanha eleitoral visa coibir a utilização da máquina


administrativa em benefício de determinada candidatura, o que não
se verifica na espécie." (Precedente: TSE, Recurso Especial
Eleitoral n° 6469-84.2010.6.26.0000, SP/SP, Relatora Ministra
Nancy Andrighi, julgado 07.06.2011).
2. In casu, os candidatos representados compareceram ao
aniversário de emancipação do Município promovido pelo Prefeito
Municipal, igualmente representado, contudo, ante o acervo
probatório constante dos autos, não restou demonstrado
auferimento de qualquer vantagem político-eleitoral com o evento.
3. No tocante aos demais fatos, entrega de ambulância no Posto de
Saúde bem como à inauguração do mercado público, também, não
há nos autos prova de ilicitude praticada pelos representados.
4. Com efeito, no caso em testilha, não se vislumbra a prática de
conduta vedada capitulada no artigo 73, incisos I e IV da Lei n°
9.504/97 por parte dos representados, razão pela qual a
improcedência da representação é medida que se impõe, consoante
bem destacou o douto Procurador Regional Eleitoral, em sede de
alegações finais.
5. Improcedência da representação.
(TRE-CE, Representação n.º 836183, de 4.6.2013, rel. Juiz
Raimundo Nonato Silva Santos) - (grifei)

Em todo o esforço probatório dos representantes não foi possível constatar elemento
que amparasse os pedidos.

Ao se requerer aplicação de multa em um patamar elevado, cassação de registro de


candidatos a prefeito e vice-prefeito, bem como a declaração da inelegibilidade dos
representados, que se afiguram como sanções de importante gravidade, a prova dos fatos
deve ser bem demonstrada seja por documentos ou por testemunhas.

O que se vê nestes autos são articulações de argumentos que não se completam com
as provas produzidas, afastando-se de demonstrar as condutas vedadas atribuíveis aos
representados ou mesmo a participação destes nos fatos descritos na peça inicial.

Diante do quanto expendido, não existem fundamentos para procedência dos


pedidos formulados pelos representantes, merecendo acolhida a promoção ministerial pela
improcedência do pedido.

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS dos representantes,


extinguindo o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Código de

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Processo Civil.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Arquivem-se.

Guanambi/BA, 11 de maio de 2017.

JOÃO BATISTA PEREIRA PINTO

Juiz Eleitoral

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