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Em Colatina algumas comunidades que residem em distritos enfrentam esta


realidade. Nestas localidades os sistemas de abastecimentos são operados muitas
vezes por funcionários sem treinamento e preparo para função, sem fiscalização e
suporte técnico, o que dificulta a distribuição de água potável de qualidade. Exemplo
desta realidade é o distrito do Ponte do Pancas, que opera de forma precária sem
energia elétrica. São Gabriel de Baunilha e os demais distritos abastecidos com poço
também se inserem neste cenário. De modo geral em todos os distritos falta um
suporte técnico em relação a material para análise da qualidade da água que está
sendo tratada, falta infraestrutura e equipamentos.

Sendo assim, o abastecimento público de água, o esgotamento sanitário e as


melhorias sanitárias domiciliares e/ou coletivas de pequeno porte, merecem
prioridade nesse contexto atual de saneamento básico municipal, pois estão
diretamente vinculadas as prevenções e ao controle de doenças de veiculação hídrica
nessas populações vulneráveis. Desta forma, torna-se indispensável, a
implementação de ações de educação sanitária e ambiental, bem como, seu
monitoramento pelo poder público.

10.4 SISTEMAS DE CONTROLE E VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA


ÁGUA

Há controle da produção e da qualidade do processo, com operadores devidamente


treinados e laboratório adequado para realização das análises físico-químicas,
principais análises de rotina. Os exames bacteriológicos são realizados de acordo com
a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde utilizando o laboratório da própria
ETA.

Para garantir a qualidade da água produzida nas Estações de Tratamento de Água,


os profissionais técnicos de operação da ETA trabalham em regime de escala e, além
das atividades diretas de operação do processo de tratamento da água, realizam
também análises da qualidade da água por ela recebida e produzida levando-se em
conta os parâmetros: pH, Turbidez, Cor, Flúor, Cloro e bacteriológico. O jartest é
realizado apenas pela ETA II para otimização do controle operacional.
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O Quadro 10.13 apresenta o significado de alguns parâmetros que são analisados
para atendimento a Portaria MS nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde – Norma de
Qualidade da Água para Consumo Humano.

Quadro 10.13 - Significado de alguns parâmetros analisados no controle de qualidade de água.

PARÂMETROS SIGNIFICADOS

TURBIDEZ Característica que indica o grau de transparência da água.

COR APARENTE Característica que mede o grau de coloração da água.

Indica a quantidade de cloro presente na rede de distribuição,


CLORO RESIDUAL LIVRE
adicionado no processo de desinfecção da água.

Indica o quanto a água é ácida (pH baixo) ou alcalina (pH


pH alto). É importante parâmetro para o tratamento da água e a
manutenção de boas condições de canalização.

Indica presença de bactérias na água e, não


necessariamente, representa problemas para a saúde. A
legislação permite a presença de Coliformes totais em função
COLIFORMES TOTAIS
da população abastecida. Até 20.000 hab. só é admitido a
presença de CT em apenas 1 (uma) amostra entre todas
coletadas no mês.

Indicador microbiológico utilizado para medir eventual


ESCHERICHIA COLI contaminação de água por material fecal que pode ou não vir
a veicular microrganismos que afetam a saúde do homem.

Indica a quantidade de flúor presente na rede de distribuição,


FLÚOR
adicionado no processo de fluoretação da água.

De acordo com o Art. 40º da Portaria MS nº 2914/2011 os responsáveis pelo controle


da qualidade da água de sistemas ou soluções alternativas coletivas de
abastecimento de água para consumo humano, supridos por manancial superficial e
subterrâneo, devem coletar amostras semestrais da água bruta, no ponto de
captação, para análise de acordo com os parâmetros exigidos na Portaria, com a
finalidade de avaliação de risco à saúde humana.

No Quadro 10.14 estão apresentados os dados de qualidade da água tratada nas


ETA’s que abastecem a Sede de Colatina.
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Quadro 10.14 – Dados trimestrais de qualidade da água tratada das ETA’s da sede.

Parâmetros

2,4,6- Cilindros
Mês Ponto Bromato Clorito Cloraminas saxitoxinas Trihalometanos
triclorofenol
permopsina
mg/L mg/L Total mg/L µg/L Total µg/L
µg/L µg/L

ETA I < 0,1 <0,001 <1,2 < 0,1 < 0,1 < 0,5 < 0,001

Mar ETA II < 0,1 <0,001 <1,2 <0,1 < 0,1 <0,5 < 0,001

ETA IV NR NR NR NR NR NR NR

ETA I <1,00 <0,01 <1,2 <0,1 <0,01 <3,00 52,9

Jun ETA II <1,00 <0,01 <1,2 <0,1 <0,01 <3,00 42,23

ETA IV < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 0,3 < 0,5 0,023

ETA I < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 < 0,02 < 0,5 < 0,022

Set ETA II < 0,01 < 0,001 <1,2 < 0,1 0,1 < 0,5 0,034

ETA IV < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 < 0,1 < 0,5 0,014

ETA I < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 < 0,1 < 0,5 0,006

Dez ETA II < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 < 0,2 < 0,5 0,006

ETA IV < 0,01 < 0,001 < 0,5 < 0,1 < 0,2 < 0,5 0,012

A quantidade total e média dos resultados das análises da água tratada na rede de
distribuição para atender a Portaria MS nº 2914/2011, bem como relatórios anuais são
sistematicamente disponibilizados por correspondência e mensalmente na conta de
água.

10.4.1 VIGIAGUA

É um Programa Municipal de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano


que tem como objetivo realizar a vigilância da qualidade da água para consumo
humano no Município (de todos os Sistemas de Abastecimento de Água), bem como
detectar situações de risco à saúde relacionadas ao seu consumo.
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O Programa está pactuado entre as esferas federal, estadual e municipal, e sua
atuação está embasada na Portaria MS nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011
(republicada em 4 de janeiro de 2012), do Ministério da Saúde, que define o padrão
de potabilidade da água para consumo humano no país.

A Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA), por meio da Gerência de Vigilância


em Saúde Ambiental (GVISAM), e do Programa VIGIAGUA realiza as seguintes
ações:

- Monitorar a qualidade da água fornecida pelo Sistema de Abastecimento Público e


Soluções Alternativas Coletivas, realizando coletas e análises mensais de amostras
de água;

- Acompanhar e avaliar as análises de água de controle realizadas pela


Concessionária de Abastecimento de Água e pelos responsáveis pelas Soluções
Alternativas Coletivas;

- Realizar inspeções no Sistema de Abastecimento e nas Soluções Alternativas; e

- Conceder e acompanhar os cadastros do Sistema de Abastecimento e de Soluções


Alternativas.

Em Colatina o VIGIAGUA atua no município realizando o monitoramento em pontos


estratégicos como escolas, hospital, postos de saúde, na rede de distribuição do
SANEAR, ou em casos de investigação de surtos e pedido de análise de sistemas
individuais. O município realiza coleta em cerca de 396 pontos por ano dos quais 156
são em sistema de abastecimento individual (SAI), distribuídos em 53 amostras ao
mês, onde as amostras são enviadas ao Laboratório Regional de Saúde Pública do
Espírito Santo, que faz parte da Rede Nacional de Laboratórios e é uma unidade
pública vinculada à Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo - SESA/ES e
subordinada diretamente a Gerência Estratégica de Vigilância em Saúde – GEVS.

O Plano de Amostragem é um instrumento que permite ao gestor do programa


organizar as amostras através de um resumo quantitativo dos parâmetros a serem
monitorados, localidades e pontos específicos. O atual Plano de Amostragem do
município está descrito no Apêndice 2 (Plano de amostragem).
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Colatina é responsável ainda pela gestão do VIGIAGUA em 14 municípios vizinhos,
onde é responsável por montar os planos de amostragem, realizar análise das
amostras e publicar os resultados no Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA).

10.4.2 Indicadores Técnicos, Operacionais e Financeiros

O Quadro 10.15 a apresenta os principais indicadores técnicos, operacionais e


financeiros do SAA de Colatina.

Quadro 10.15 – Indicadores do SAA de Colatina

População Urbana Total (projetada) 121.670 hab

População Urbana Abastecida 106.219 hab

População Rural Abastecida 5.446 hab

Índice de Atendimento 99,92 %

Habitantes por ligação 4,17 hab/lig.

Habitantes por economia 2,65 hab/econ.

Consumo por ligação 0,86 m3/lig./hab/dia

Consumo por economia 0,54 m3/econ.

Consumo per capita total 206 L/hab/dia

Número de ligações totais 26.767 unid.

Número de economias Totais 42.064 unid.

Volume produzido 10.679.000,00 m 3/ano

Volume faturado 8.402.000,00 m3/ano

Captação e Manancial Rio Doce

* Mês de referência: jul/2014


Fonte: SANEAR
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10.5 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

10.5.1 Sistema Administrativo, Comercial e Financeiro

O município de Colatina é atendido pela autarquia municipal, SANEAR, para os


serviços de Abastecimento de Água e esgotamento sanitário.

Tabela 10.1– Receita Operacional De Serviços De Água – Em R$ Milhões

População coberta (hab.) População atendida


População População
Município
Residente Urbana
Água Água

COLATINA 14.229 13.524 113.054 99.509

Alguns dados financeiros do sistema de água podem ser observados abaixo.

Tabela 10.2 – Desempenho Operacional Do Sanear

Ítens 2010 2011 2012 2013

Receita Operacional 18.288.606 20.063.344 22.517.934

Receita Operacional Direta - - 20.330.276 21.280.942

Direta dos Serviços de Água - - 14.115.246 16.398.942

Direta dos Serviços de Esgoto - - 6.215.030 4.882.777

Água Exportada - - 0 0

Esgoto Bruto Importado - - 0 0

Receita Operacional Indireta - - 1.213.701 1.236.991

Em R$ 13.188.793
Despesas Totais com os Serviços (DTS) 9.646.579 10.479.803
correntes

Despesa de Exploração (DEX) 9.646.579 10.479.803 2012 12.874.041

Pessoal Próprio - - 21.543.977 5.166.157


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Produtos Químicos - - 366.040 505.070

Energia Elétrica - - 3.604.773 3.353.349

Serviços de Terceiros - - 1.198.195 1.753.800

Fiscais ou Tributárias Computadas na DEX - - 253.455 279.477

Outras Despesas de Exploração - - 1.709.918 1.816.185

Fonte: SNIS (2013).

Tabela 10.3– Desempenho Operacional Do Sanear

Total (ativas + Ativas Total Residências


Ativas Micromedidas Residenciais
inativas) micromedidas (ativas) micromedidas

27.948 25.586 25.586 40.202 40.202 36.368 36.368

Fonte: SNIS (2013).

Tabela 10.4 – Volume Faturado De Água (M3)

VOLUME 2013

Volume faturado de água (1.000 m3) 8.402

Fonte: SNIS (2014)

Quanto as questões comerciais, o SANEAR, para o município de Colatina mantém um


canal aberto de atendimento em agências também via telefone, que podem fazer
solicitações de serviços, reclamações ou tirar dúvidas

A seguir, são apresentadas algumas tabelas que resumem o desempenho financeiro


/ administrativo da prestadora de serviço – SANEAR – no abastecimento de água em
Colatina, válidos para o ano de 2012
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Tabela 10.5– Indicadores De Desempenho Financeiro 2013 – Água

Incidência
da
despesa
de
Despes
Despesa Tarifa pessoal e
a total Despesa de Tarifa Tarifa Índice de
de média Indicador de de serviço
com os exploração média médi evasão
exploraçã de desempenh de
serviços por praticad a de de
o por m3 esgot o financeiro terceiros
por m3 economia a água receitas
faturado o nas
faturado
despesas
totais com
os
serviços
R$/ano/econ R$/m percentua percentua
R$/m³ R$/m³ R$/m³ R$/m³ Percentual
. ³ l l
1,74 1,65 285,89 1,62 1,62 92,98 0,00 58,72

Fonte: SNIS (2014)

10.5.1.1 Identificação dos contratos de fornecimento de água


existentes

O SANEAR é a concessionária para os serviços de abastecimento de Água no


Município de Colatina. Não há outros contratos de fornecimento a outros municípios.

10.5.2 Outorga e Licenciamento Ambiental

Desde a publicação da Resolução CONAMA nº 01/1986, todos os empreendimentos


novos devem ser licenciados a partir de sua concepção.

A Licença Ambiental é uma autorização, emitida pelo órgão público competente,


concedida ao empreendedor para que exerça o seu direito à livre iniciativa, desde que
atendidas às precauções requeridas, a fim de resguardas o direito coletivo ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.

Em observância aos preceitos estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente,


para garantir a qualidade ambiental de seus empreendimentos, os dados do
licenciamento ambiental dos sistemas de abastecimento água de Colatina encontram-
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se no Quadro 10.16 e constam apenas os empreendimentos licenciados pelo IEMA
conforme consulta online.

Quadro 10.16 - Situação do licenciamento ambiental do SAA.

LOCALIDADE ATENDIDA SISTEMA SITUAÇÃO DO PROCESSO

Processo nº 52285529 – LS 229/2014


ETA I ETA
Situação: Válida - Validade: 14/04/2018

Processo nº 52285529 – LS 226/2014


ETA II ETA
Situação: Válida - Validade: 14/04/2018

Fonte: Consulta Online (IEMA, 2014)

Para a utilização de recursos hídricos para a captação de água, visando tratamento e


abastecimento humano e industrial, a concessionária tem que solicitar ao Instituto
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), órgão gestor das águas do
domínio do Estado do Espírito Santo, a outorga do direito de uso de recursos hídricos,
cujos critérios estão estabelecidos pelas Instruções Normativas da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos SEAMA e IEMA.

A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos instrumentos da Política


Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e tem como objetivo assegurar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso
à água.

Outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante o qual


o poder público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado
(requerente) o direito de uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e
nas condições expressas no respectivo ato administrativo.

A avaliação dos pedidos de outorga de captação requer a análise quanto à


disponibilidade hídrica, que por sua vez deve conter a avaliação dos limites
outorgáveis estabelecidos pela legislação de recursos hídricos vigente no Espírito
Santo e a demanda de água existente na bacia. O IEMA adota como vazão de
referência a vazão com permanência de 90% (Q90).

Para garantir o direito de uso do manancial que abastece a população do município,


o SANEAR já providenciou a certificação destes quanto à outorga de captação,
321
conforme pode ser observado no Quadro 10.17, estando em conformidade com as
exigências contidas na Legislação Federal e Estadual de Recursos Hídricos.

Quadro 10.17 - Situação dos mananciais em relação à outorga de captação.

OUTORGA
LOCALIDADE MANANCIAL
Vazão
SITUAÇÃO N° DATA Validade
outorgada (l/s)

ETA I 92,82 20 anos


02501.001
ETA II Outorga/A
Rio Doce 518/2005- 25/09/2006 103,18 20 anos
NA
68
ETA IV 15,87 20 anos

As captações no manancial atualmente explorado para atender os três sistemas de


abastecimento de água de Colatina estão acima das vazões outorgadas pela ANA e
precisa, portanto, se regularizar para atender a demanda futura.

10.5.3 Situação Jurídica dos Imóveis das Unidades Operacionais

Os imóveis em que se situam ou que se pretende inserir unidades de abastecimento


de água, para que possam ser plenamente utilizados para os fins pretendidos e vir a
atender os interesses da coletividade, hão de ser declarados públicos. Desse modo,
os imóveis particulares que se localizem em locais a serem utilizados para a instalação
de unidades de abastecimento, como estações de tratamento de água, reservatórios
de água tratada, adutoras de água bruta e/ou de água tratada e eventuais elevatórias,
hão de ser declarados de utilidade pública por meio de um Decreto Municipal, para
que o bem imóvel seja desapropriado e o seu uso destinado à finalidade social
pretendida.

O instituto da desapropriação está previsto na Constituição Federal (art. 5º, XXIV, CF)
1 e se trata do procedimento pelo qual o Poder Público, mediante prévia declaração
de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe a expropriação

1
Art. 5º, (...) XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
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justificada de um bem particular, substituindo-o em seu patrimônio pela justa
indenização. .

Este procedimento, regulado pelo Decreto-lei n.º 3.365/41, decorre da necessidade


do Poder Público fazer uso de bens ou serviços privados para a satisfação de
interesses coletivos, justificado pelas hipóteses descritas nas modalidades acima
transcritas, que podem ser configuradas, nas palavras de Hely Lopes Meireles nas
seguintes hipóteses:

(1) utilidade pública: quando a transferência de bens de terceiros para a


Administração é conveniente, embora não seja imprescindível;
(2) necessidade pública: quando a Administração defronta situações de
emergência, que, para serem resolvidas satisfatoriamente exigem a
transferência urgente de bens de terceiros para o seu domínio e uso imediato;
e
(3) Interesse social: quando as circunstâncias impõem a distribuição ou o
condicionamento da propriedade para seu melhor aproveitamento, utilização
ou produtividade em benefício da coletividade, ou de categorias sociais
merecedoras de amparo específico do Poder Público.
Embora o Decreto-lei n.º 3.365/41 apenas faça menção expressa à utilidade pública,
há de se registrar a sua aplicação subsidiária aos casos de necessidade pública e
interesse social (art. 5º, Lei n.º 4.132/62), ressalvado o interesse social para fins de
reforma agrária que possui regulamentação própria (Lei Complementar n.º 76/93 e Lei
n.º 8.629/93). Essa aplicação decorre do fato de que os conceitos de necessidade
pública e interesse social são abarcados pela utilidade pública, que é mais abrangente
2.

Vale dizer, portanto, que as premissas básicas para que se efetive a desapropriação
é a declaração de utilidade (art. 2º, do Decreto-Lei 3.365/41) 3 e a prestação de justa
e prévia indenização (art. 5º, XXIV, CF/88).

O Decreto-lei n.º 3.365/41 ainda estabeleceu em seu art. 5º, um rol exemplificativo de
hipóteses/finalidades de uso em que se reconhece a ocorrência de utilidade pública,
quais sejam:

a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;

2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 17. ed. rev., amp. e atual. Lumen
Juris: Rio de Janeiro, 2007. p. 699.
3
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
323
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento
regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e
da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde,
clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos.
Vê-se, portanto, a indubitável utilidade pública na instalação de unidades de
abastecimento de água, a justificar a desapropriação de bens privados para este
mister, bastando a sua declaração pela municipalidade (ou outro ente federado) e
prestação prévia do valor correspondente à justa indenização.

Via de regra a declaração é ato formal, dando-se, casualisticamente, via decreto do


Poder Executivo. Desse modo, a declaração do interesse há de ser editada
previamente pelo órgão executivo interessado (União, Estado ou Município).

No município de Colatina, destacam-se as desapropriações efetuadas pelas Leis


Municipais n.º 4.326/97, n.º 4.552/99 e n.º 4.574/99, em que o interesse público
tutelado se destinou à realização de obras de saneamento básico para a população.

A Lei Municipal n.º 4.326/97, autorizou o Poder Público Municipal a desapropriar área
de 500.000 m² situada no Município para a instalação de um aterro sanitário destinado
a disposição final de resíduos sólidos de origem doméstica, pública, industrial e
hospitalar gerados em Colatina, como as atividades de tratamento a eles atinentes.

As Leis n.º 4.552/99 e n.º 4.574, por sua vez, trataram especificamente das questões
de abastecimento de distribuição de água.

A Lei n.º 4.552/99 foi editada com vistas a declarar o interesse público do Município
para desapropriar dois terrenos em benefício do SANEAR, para que a mesma
realizasse a instalação de reservatórios de distribuição de água destinados a atender
as comunidades onde se localizam os terrenos.

Já a Lei n.º 4.574/99 declarou como de interesse público uma área a ser destinada
para a criação de uma reserva de preservação ambiental e para proteção do
manancial onde é captada a água que abastece o Distrito de Itapina.

Não obstante, para além da desapropriação, importante se faz a atenção para outros
institutos jurídicos que possam se fazer aplicar em situações futuras. Um instrumento
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que possui forte relação com a questão de abastecimento de água é o instituto da
servidão administrativa que pode vir a se fazer necessário durante a vigência deste
Plano Municipal.

O instituto da servidão administrativa consiste no direito real público que autoriza o


Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e
serviços de interesse coletivo. Com a sua declaração, o particular deixa de ter direitos
dominiais exclusivos sobre a coisa (res), permitindo a intervenção do ente público para
o atendimento das finalidades do gravame. Nesse caso, não há uma expropriação do
particular, como é o caso da desapropriação, e sim uma autorização de intervenção
em sua propriedade privada.

Algumas hipóteses de servidão tratadas na legislação merecem destaque por terem


relação direta com o uso de água, como é o caso das modalidades de (1) servidão de
aqueduto, que confere ao seu titular o direito de canalizar água pelo prédio de outrem
mediante prévia indenização (art. 1.293, do Código Civil e arts. 117/138 do Código de
Águas) e da; (2) servidão em favor dos recursos hídricos, cujo tratamento dado pelo
Novo Código Florestal (art. 5º, Lei n.º 12.651/12, alterada pela Lei n.º 12.727/12)
buscou co-relacionar o uso dos recursos hídricos com o manejo e proteção das áreas
de proteção ambiental, que têm função primordial para a sua conservação. Nesta
hipótese, a implantação de reservatório de água artificial destinado ao abastecimento
público demanda licenciamento ambiental, cabendo ao interessado adquirir,
desapropriar ou instituir servidão administrativa das áreas de preservação
permanente no seu entorno, nos termos da licença expedida, observando-se a faixa
mínima de 30 metros e máxima de 100 metros em área rural e a faixa mínima de 15
metros e máxima de 30 metros em área urbana.

Não obstante, outro ponto que merece destaque quando da verificação da


regularidade dos imóveis em que se situam unidades de abastecimento de água é a
observância acerca do atendimento às limitações de intervenção em áreas de
preservação permanente e de reserva legal, estabelecidas no Código Florestal, bem
como ao atendimento aos arts. 46 e 47, do SNUC (Lei n.º 9.985/00 - Sistema Nacional
de Unidades de Conservação), que exigem a prévia aprovação do órgão gestor da
unidade de conservação para que sejam instaladas redes de abastecimento de água,
esgoto, energia e infra-estrutura urbana em geral dentro de unidades de conservação,
cabendo ao órgão ou empresa responsável pelo abastecimento de água (beneficiário
325
da proteção proporcionada pela Unidade de Conservação), contribuir financeiramente
para a proteção e implementação daquela unidade.

Em razão destas responsabilidades, fundamental se faz que o órgão público ou


empresa concessionária interessados em se fazer instalar unidades de abastecimento
de água tomem as devidas cautelas em relação aos imóveis. Desse modo, importante
se faz a pesquisa da situação do bem junto ao Cartório de Registro Geral de Imóveis
e, em havendo incompatibilidades fáticas, se fazer averbar tais fatos ao registro, posto
que o mesmo deve se pautar segundo a primazia da realidade.

Além disso, primordial se faz a verificação acerca da existência de gravames ou até


mesmo autos de infração/processos administrativos e/ou judiciais que tenham por
objeto a discussão acerca da violação de obrigações propter rem, como é o caso de
danos ambientais. Isso porque, tais obrigações recaem sobre a pessoa por
decorrência de sua relação enquanto proprietário de um bem, incidindo diretamente
sobre o bem (coisa) e não à pessoa.

Desse modo, em havendo a transferência do bem, transfere-se em conjunto todos os


seus ônus, independentemente dessas obrigações terem origem anterior à
transmissão do domínio, o que torna essencial a verificação de sua existência antes
da assunção da titularidade do bem, sob pena de assumir a responsabilidade por sua
regularização.

10.6 DIAGNÓSTICO DO ESTUDO DE PERDAS

10.6.1 Perdas nos SAA

Em um Sistema de Abastecimento de Água (SAA), desde a retirada da água do rio


até a chegada à casa do cliente, ocorrem perdas de água que correspondem aos
volumes não contabilizados. Assim, a perda de água é a diferença entre a água que
é produzida e o consumo autorizado.

Diversos custos estão associados às perdas de água, são eles: o custo direto de
produção de água perdida, o custo de interrupção do abastecimento e da eliminação
dos vazamentos, custos sociais pela interrupção do abastecimento, o custo associado
ao risco de contaminação, e os custos ambientais de utilização ineficiente de água e
energia.
326
As perdas de água podem ser de diferentes tipos, podendo ser classificadas em perda
física ou real e perda não física ou aparente, também classificadas como perda
operacional e perda comercial, respectivamente. As perdas físicas, que representam
a parcela não consumida, e as perdas não físicas, que correspondem à água
consumida e não registrada.

As perdas físicas originam-se de vazamento no sistema, envolvendo a captação, a


adução de água bruta, o tratamento, a reservação, a adução de água tratada e a
distribuição, além de procedimentos operacionais como lavagem de filtros e
descargas na rede, quando estes provocam consumos superiores ao estritamente
necessário para operação.

O controle das perdas físicas pode ser realizado por meio da implementação das
seguintes ações:

a) Controle ativo de vazamentos;

b) Agilidade e qualidade na eliminação do vazamento;

c) Controle das pressões e reabilitação da infraestrutura.

As perdas não físicas originam-se de ligações clandestinas ou não cadastradas,


hidrômetros parados, fraudes em hidrômetros e outras. São também conhecidas como
perdas de faturamento, uma vez que seu principal indicador é a relação entre o volume
disponibilizado e o volume faturado.

As perdas aparentes podem ser minimizadas através das seguintes ações:

a) Inspecionar periodicamente as ligações evitando que estas tenham consumo


não autorizado;

b) Impedir o acesso de pessoas não autorizadas aos hidrantes e tomadas de carro


pipa;

c) Instalar e realizar manutenção de hidrômetros.


327
10.6.2 Balanço Hídrico

As melhores práticas do processo de controle e redução de Perdas de Água,


consolidadas em metodologia de âmbito mundial, direcionam as principais atividades
básicas na redução das perdas de água para a correta medição e quantificação dos
volumes de água que compõem o Balanço Hídrico e dos parâmetros necessários para
o cálculo dos indicadores de desempenho.

O balanço hídrico consiste numa contabilização, o mais rigorosa possível, de todos


os volumes de água de um sistema e é um instrumento indispensável na avaliação
das perdas de água. As parcelas de perdas que contribuem para o subfaturamento
são indicadas no modelo de balanço hídrico, conforme pode ser observado no Quadro
10.18.

Quadro 10.18 - Modelo de balanço hídrico de água.

CONSUMO FATURADO - MEDIDO


ÁGUA
AUTORIZADO

AUTORIZADO
CONSUMO

FATURADA
FATURADO FATURADO - ESTIMADO
VOLUME DISTRIBUIDO NO SETOR

CONSUMO NÃO FATURADO - MEDIDO


AUTORIZADO
NÃO FATURADO NÃO FATURADO - ESTIMADO
ÁGUA NÃO FATURADA
CONSUMO NÃO -
PERDAS
AUTORIZADO
NÃO FÍSICAS OU
PERDAS DE ÁGUA

APARENTES
ERROS DE MEDIÇÃO

VAZAMENTOS- RAMAIS

PERDAS VAZAMENTOS- REDES


FÍSICAS OU REAIS
VAZAMENTOS EM
RESERVATÓRIOS

Fonte: (Tsutiya, 2004)

10.6.3 Indicadores de Perdas

O desempenho com relação às perdas tem sido acompanhado pelas empresas de


saneamento através dos indicadores percentuais: Índice de Perdas na Distribuição
(IPD) e Índice de Perdas de Faturamento (IPF). No entanto a International Water
328
Association (IWA) não aconselha o uso deste indicador para a gestão de perdas.
Apesar de ser de fácil compreensão, este não possibilita a comparação entre
sistemas, localidades ou prestadores de serviço, além de não considerar as variações
de características de um sistema para outro.

Considerando que para acesso a recursos de investimentos em Programas do


Ministério das Cidades é obrigatória a adimplência do Proponente junto ao Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, são apresentados a seguir os
três indicadores de perdas contidos no referido Sistema que utilizam em suas fórmulas
volumes anualizados, ou seja, representam a média dos dados dos últimos 12 meses.
Os indicadores são descritos a seguir:

 Índice de Perda por Ligação (IPL):

Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol.


Consumido
Índice de Perdas
por Ligação (IPL) =
(Nº Ligações ativas do mês + Nº Ligações ativas do mês do
ano anterior) / 2 X 360 dias

 Índice de Perda na Distribuição (IPD):

Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol.


Índice de Perdas
Consumido
na Distribuição
(IPD) =
(Vol. Disponibilizado – Vol. Consumido)

 Índice de Perda de Faturamento (IPF):

Índice de Perdas Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol. Faturado


de Faturamento
(IPF) = (Vol. Disponibilizado – Vol. Faturado)
329
A fórmula de cálculo do Índice de Perdas por Ligação (IPL) segundo metodologia da
IWA – International Water Association.

Vol. Disponibilizado – Vol. Água de Serviço – Vol.


Índice de
Consumido
Perdas por
Ligação (IPL) =
Média de ligações dos últimos 12 meses x 365 dias

A seguir são apresentadas definições que constam no glossário do Sistema Nacional


de Informações sobre Saneamento (SNIS):

a) Volume Disponibilizado: Volume anual de água disponível para consumo,


compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta
importada, ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de
serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s).

b) Volume Consumido: Volume anual de água consumido por todos os usuários,


compreendendo o volume micromedido, o volume de consumo estimado para
as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado e o volume
de água tratada exportado.

c) Volume Faturado: Volume anual de água debitado ao total de economias


(medidas e não medidas), para fins de faturamento. Inclui o volume de água
tratada exportado.

d) Volume de água de serviço: Valor da soma dos volumes anuais de água


usados para atividades operacionais e especiais, com o volume de água
recuperado.

e) Volume de água para atividades operacionais: Volume de água utilizado


como insumo operacional para desinfecção de adutoras e redes, para testes
hidráulicos de estanqueidade e para limpeza de reservatórios, de forma a
assegurar o cumprimento das obrigações estatutárias do operador.

f) Volume de água para atividades especiais: Volume de água utilizado para


usos especiais, enquadrando-se nesta categoria, os consumos dos prédios
330
próprios do operador, os volumes transportados por caminhões-pipa, os
consumidos pelo corpo de bombeiros, os abastecimentos realizados a título de
suprimentos sociais, como para favelas e chafarizes, por exemplo, os usos para
lavagem de ruas e rega de espaços verdes públicos, e os fornecimentos para
obras públicas.

g) Volume de água recuperado: Volume de água recuperado em decorrência da


detecção de ligações clandestinas e fraudes, coincidência retroativa dentro do
ano de referência. Informação estimada em função das características das
ligações eliminadas, baseada nos dados de controle comercial (ganho
recuperado e registrado com a aplicação de multas).

10.6.4 Perdas no SAA de colatina

O primeiro passo para se ter um conhecimento sobre o nível de perdas em um sistema


de abastecimento é saber o volume disponibilizado e o volume utilizado. A relação
entre o volume disponibilizado e o utilizado resulta no Índice de perdas na distribuição.
É importante ressaltar que, visando uma melhor contabilização do volume utilizado,
recomenda-se que todas as ligações de água possuam hidrômetros (SANTOS, 2008).

De posse desses dois volumes pode-se obter o índice de perdas de água na


distribuição ou água não contabilizada. Normalmente esse índice tem sido
representado pela equação 1:

IPD = (Volume Disponibilizado – Volume Utilizado) / Volume disponibilizado eq.1

De acordo com o Relatório de Estudo de Concepção fornecido pelo SANEAR, têm-se


os seguintes de perdas na distribuição.

Estes valores foram calculados tomando-se como referência o mês de outubro de


2009, considerando que este possui um consumo normal em relação à média anual,
conforme Quadro 10.19 a seguir.
331
Quadro 10.19 - Cálculo de Perdas

Volume (m³) Perdas


Ano
Captado Fornecido Microm. (%)

2004 783.185 769.021 448.391 42

2005 839.231 821.371 427.863 48

2006 823.396 808.672 448.909 44

2007 812.911 791.797 447.638 43

2008 838.692 808.538 425.032 47

2009 845.186 823.394 473.405 43

Fonte: SANEAR - Relatório de Estudo de Concepção 2010.

De acordo com a o Quadro anterior, podemos tomar como média para o sistema de
abastecimento de água o índice de perdas de 45%

Pela facilidade de cálculo, este índice de perdas, é amplamente adotado no Brasil,


porém, não utilizado isoladamente para medir desempenho, entretanto, a título de
análise superficial, pode se considerar que (SANTOS, 2008):

• IPD > 40 %.........................Sistema com mau gerenciamento


• 40% > IPD < 25%...............Sistema com gerenciamento de nível intermediário
• IPD < 25% ........................Sistema com bom gerenciamento
Na falta de outros indicadores de perdas, os valores de IPD apresentados acima
servem como uma primeira avaliação. Deve-se lembrar que o IPD leva em
consideração todas as perdas de água no sistema, não expressando se há
predominância de perdas reais ou aparentes, o que impede o indicativo das condições
da infra-estrutura do sistema (SANTOS, 2008).

Recomenda-se para avaliação do sistema de abastecimento de água outros índices,


como:

• Índice de perdas de água por ligação (m³/lig/dia);


• Índice de perdas de água por extensão de rede (m³/km de rede/dia);
332
• Índice de vazamentos da infra-estrutura;
• Índice de extravasamentos.
O SANEAR em 2013 abriu contratação para executar os serviços de consultoria
técnica especializada para elaboração do Plano de Redução e Controle de Perdas de
Água e de Faturamento do órgão prestador de serviços de abastecimento de água e
de esgotamento sanitário do Município de Colatina. Com isto, os dados de perda no
sistema apresentarão índices mais consistentes.

10.6.5 Ações de Controle e Redução de Perdas

Reduzir o índice de perdas traz reflexos diretos na eficiência operacional, na gestão


econômico-financeira do SANEAR e na utilização racional e eficiente dos recursos
hídricos.

Algumas ações são importantes no combate e controle de perdas, são elas:


Complementação e Gerenciamento da Macromedição, Implantação da Setorização,
Atualização e Manutenção do Cadastro Técnico, Controle de Pressão e de Nível de
Reservatórios, Controle Ativo de Vazamento, Agilidade e Qualidade na Eliminação de
Vazamentos, Gerenciamento da Infra-estrutura, Melhoria do Sistema Comercial,
Gestão da Micromedição, Pesquisa e Retirada de Fraude, Regularização de Ligações
Clandestinas, Vistorias em Ligações Inativas, Controle da Qualidade dos Materiais,
Telemetria e Telecomando (Operação e Comercial), dentre outras ações
complementares.

10.7 ESTUDO DE DEMANDAS

10.7.1 Caracterização de planos, programas e projetos

10.7.1.1 Planos Programas e Projetos em Desenvolvimento


Valor do
Objeto Órgão Concedente Empresa Situação
Convênio R$

Implantação do centro de referência de TC - Obra em


UNIÃO 2.000.000,00
saneamento - cisabes 0334/2010/FUNASA andamento
333
Implantação do sistema de
FDM – FUNDO
abastecimento de água do distrito Obra em
DESENVOLVIMENTO CALAZANS 2.988.500,00
industrial de Santa Helena (polo andamento
MUNICIPAL
industrial)

Construção de sistema de
0241.749- Em
abastecimento do distrito industrial de MESTRA 1.200.000,00
27/MCIDADES/CAIXA andamento
maria ortiz

Implantação da segunda etapa do


FDM – FUNDO
sistema de abastecimento de água do
DESENVOLVIMENTO CALAZANS Finalizada R$ 400.000,00
distrito industrial de maria ortiz (bagó e
MUNICIPAL
alx)

Construção de sistema de FDM – FUNDO


Em fase de
abastecimento do distrito industrial de DESENVOLVIMENTO - R$ 139.000,00
licitação
Maria Ortiz - 3ª etapa MUNICIPAL

FDM – FUNDO
Reforma e melhoria das captações - eta Em fase de
DESENVOLVIMENTO - R$ 500.000,00
01 e eta 02 licitação
MUNICIPAL

CONSÓRCIO
Programa de estudo de perdas BID Andamento 1.200.000,00
NIPSA

8.497.500,00
Total

10.8 REFERÊNCIAS

ANA – Agência Nacional de Águas. Atlas do abastecimento de água. 2010. Disponível


em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx. Acessado em jul.2014.

BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445,


de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico.

BRASIL. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais


para o saneamento básico.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de


Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
334
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe
sobre os procedimentos de controle e de vigilância da Qualidade da Água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade.

BRASIL. Ministério das Cidades. Guia para a elaboração de planos municipais de


saneamento básico. Ministério das Cidades. – Brasília: MCidades, 2006. 2ª Edição,
2009.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente.


Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação
dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências.

ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. Instituto Jones dos Santos
Neves – IJSN. Perfil Municipal Baixo Guandu.

FUNASA - FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Ministério da Saúde. Termo de


Referência para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico e
Procedimentos Relativos ao Convênio de Cooperação Técnica e Financeira da
Fundação Nacional de Saúde. VERSÃO 2012.

RELATÓRIO MOBILIZAÇÃO, 2014

SANTOS R.B. Perdas de água no sistema de distribuição para abastecimento


público. 2008. 68p. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) -
Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo.

TSUTIYA – Abastecimento de Água/ 1a edição – São Paulo – Departamento de


Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, 2004. XIII – 643 p
335
11 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
(SES).

O Diagnóstico Situacional procurou identificar e retratar o estágio atual da gestão dos


serviços, envolvendo os aspectos quantitativos e qualitativos operacionais e das
infraestruturas atinentes à prestação do serviço de esgotamento sanitário do
Município de Colatina. Para isso, foram identificadas as suas deficiências e causas
relacionadas à situação da oferta e do nível de atendimento, às condições de acesso
e à qualidade da prestação do serviço.

Sendo assim, este Diagnóstico compreende o levantamento da situação e descrição


do estado atual do sistema de esgotamento sanitário do Município de Colatina,
focando os aspectos estrutural e operacional, e suas dimensões quantitativas e
qualitativas, relativos ao planejamento técnico (Plano Diretor, estudos e projetos), à
cobertura do atendimento, às infraestruturas e instalações, às condições
operacionais, à situação dos corpos receptores dos efluentes de esgotos, às áreas de
possível risco de contaminação, à existência e situação de áreas eventualmente não
atendidas pelo sistema público, à existência de soluções alternativas de esgotamento
sanitário e aos aspectos de capacidade de atendimento futuro.

11.1 CARACTERIZAÇÃO OPERACIONAL SES

O município de Colatina está dividido basicamente por quatro bacias de contribuição:

 Bacia do Rio Doce (margem esquerda e margem direita);


 Bacia do Córrego São Silvano;
 Bacia do Rio Pancas; e,
 Bacia do Rio Santa Maria.

Todas as bacias deságuam no Rio Doce, sendo o principal corpo receptor do


município de Colatina.

O sistema de coleta adotado pelo SANEAR é o separador absoluto com coletores


tronco, interceptores e emissários que coletam os esgotos lançados na rede,
conduzindo-os, numa pequena parcela (estima-se que 6% dos efluentes coletados),
à Estações de Tratamento. O fato do esgoto ser conduzido a uma ETE, não significa
336
que seja tratado, devido às condições precárias em que se encontram essas
instalações. A outra parcela coletada é lançada em córregos que cortam o município
e também em fundos de vales.

A maior parte da rede coletora de esgoto da sede municipal está instalada num terço
da rua, sendo que no outro terço está a rede de abastecimento de água e no centro a
galeria de águas pluviais. Ocorrem também poucos casos em que existe rede coletora
dos dois lados da rua.

Após visitas ao município, verifica-se também a existência de ligações irregulares da


rede coletora domiciliar em galerias de águas pluviais, contaminando os rios onde
estas galerias deságuam.

As elevatórias existentes operam para alimentar as duas Estações de Tratamento em


funcionamento em sistemas isolados, com a previsão de implantação de outras 9
Estações Elevatórias de Esgoto para integrar toda a rede e encaminhar todo o esgoto
de Colatina para a ETE Barbados. Destas 9 EEE, duas já estão em construção e mais
3 tem previsão de conclusão até 2016.

Os distritos de Colatina possuem, cada um, sistemas de tratamento anaeróbios do


tipo fossa séptica e filtro anaeróbio nas áreas urbanas de Baunilha, Itapina, Graça
Aranha, Ângelo Frechiani, São João Grande e São João Pequeno, no modelo Pró
Rural. Estes sistemas atendem às residências destas localidades, de forma
simplificada, muitas vezes, onde não há outra solução de tratamento disponível.
Ainda, estes sistemas não englobam todas residências destas áreas urbanas
estabelecidas e não há monitoramento da eficiência de tratamento atual.

Os principais componentes e características técnicas do sistema de esgotamento são


descritos a seguir.

11.1.1 Redes Coletoras e Ligações Prediais

11.1.1.1 Rede Coletora

As redes são muito antigas, executadas em manilha cerâmicas não vitrificadas, e com
grande profundidade, tem apresentado inúmeros problemas quanto à operação e
manutenção.
337
A Tabela 11.1 mostra a evolução histórica da extensão da rede coletora de esgotos e
a sua relação com o número de ligações.

Tabela 11.1: Evolução da extensão da rede coletora de esgotos (1998 – 2012)

Extensão da rede de
Extensão da rede de
Ano de Referência esgoto por ligação
esgotos (km)
(m/lig)
2012 208,00 9,30
2011 206,00 9,65
2010 199,00 9,67
2009 190,00 9,67
2008 189,00 9,72
2007 189,00 9,89
2006 189,00 10,19
2005 188,00 10,42
2004 187,00 10,67
2003 185,00 10,96
2002 182,00 10,95
2001 178,89 10,89
2000 178,39 11,19
1999 178,10 11,66
1998 175,00 11,99
Fonte: Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (SANEAR), 2011; Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012.

Observa-se que, mesmo com o aumento da extensão da rede total, o índice de rede
de esgoto por ligação tem diminuído ao longo dos anos, o que significa que tem havido
o aumento considerável no número de ligações na rede.

A predominância de tubulações DN 150 faz com que a rede fique limitada e não
suporte lançamentos industriais, por exemplo das lavanderias, devido às suas
dimensões. Como solução destes casos, tais efluentes industriais são tratados em
unidades compactas particulares e seu efluente tratado é lançado nas galerias de
água pluviais e fundos de vales. Via de regra, apenas os efluentes domésticos
gerados nestas empresas são lançados na rede coletora.

Os novos loteamentos, recentemente implantados e a serem implantados no


município, são obrigados pela prefeitura a implantar toda a infraestrutura necessária
para o Saneamento Básico do ponto de vista hídrico tais como rede coletora de
338
esgoto, rede de abastecimento de água e galerias de águas pluviais. Este retrato é
exemplificado pelos Loteamentos Vitalli e Ayrton Senna, do Programa “Minha Casa,
Minha Vida”.

A rede de esgoto implantada é interligada a rede de esgoto existente ou fundo de vale


mais próximo.

Coletores e Interceptores

O sistema de esgotamento sanitário de Colatina é formado basicamente por dois


interceptores: Interceptor São Silvano e Interceptor Santa Maria.

O Interceptor São Silvano tem início na Rodovia do Café (ES-080), próximo ao Morro
do Café e percorre todo o vale do São Silvano, dos dois lados da rodovia, coletando
os efluentes pertencentes à bacia de mesmo nome.

Devido à profundidade que este interceptor chega próximo ao trevo da Rodovia do


Café com a BR-259, o trecho do lado direito é interrompido e une-se com o trecho do
lado esquerdo, de forma a realizar apenas uma travessia neste trevo.

Nas proximidades da região denominada de Posto Ipiranga (próximo à Rua Marechal


Deodoro) o interceptor, então no lado esquerdo da rua, cruza e passa para o lado
direito.

Neste local inicia-se o trecho canalizado do Córrego São Silvano, com as tubulações
dos interceptores assentados encamisados em ambos os lados do canal.

Dentro do córrego (tendo trechos a céu aberto e trechos fechado pela galeria) o
interceptor é envelopado em concreto em ambas as margens, tendo seu lançamento
no Rio Doce próximo à Av. Brasil.

Dentro deste trecho interno da galeria estima-se que faltam ser realizadas 30% das
ligações de esgotos domiciliares no Interceptor São Silvano.

Segundo informações dos técnicos do SANEAR, em muitas ligações de esgoto


domiciliares estão ligados também as contribuições pluviais, prejudicando o
funcionamento correto deste Interceptor.
339
O Interceptor Santa Maria está executado na margem direita do Rio Santa Maria, com
início no final da Rua Antônio Fausto. Foram implantados cerca de 1.700 m deste
Interceptor.

Entretanto, entre os prolongamentos das ruas Guilherme Soela e Elieser Pires com o
rio Santa Maria ocorreu o desmoronamento da estrutura de gabião que protegia a
tubulação, tendo danificado aproximadamente os 700 m finais deste interceptor, tendo
toda a coleta à montante realizada pelo interceptor lançada no Rio Santa Maria neste
ponto in natura. Deste ponto em diante, os lançamentos coletados também são
lançados no rio pelo trecho final do coletor.

No interceptor, estando situado às margens do rio e em uma região sujeita a


alagamento recorrente, ocorre, conforme os técnicos do SANEAR, assoreamento da
tubulação devido ao barro transportado pelo rio, estando sempre susceptível à
manutenção após tais eventos.

O local para serviços de reparo, seja no trecho existente como no prolongamento, é


de difícil acesso, pois não existe rua paralela margeando o Rio Santa Maria, apenas
ruas perpendiculares terminando um tanto quanto afastado das margens deste, em
uma cota superior.

O Interceptor São Silvano sofre do mesmo problema da rede coletora: afogamento


devido às ligações irregulares de água pluvial em rede de esgoto. Em épocas de
chuva, este excesso de contribuição causa o afogamento do Interceptor e
consequente refluxo para dentro de algumas residências, forçando os moradores a
danificar estas ligações de esgoto já feitas no Interceptor e lançarem seus efluentes
no córrego.

Quadro 11.1: Descrição dos Coletores Tronco existentes em Colatina.

Descrição do Interceptor Vazão Início (l/s) Extensão (m) Diâmetro (mm) Material
SÃO SILVANO MD 01 12,76 3.650 200 PVC
SÃO SILVANO ME 01 23,82 4.150 250 PVC
SÃO SILVANO MD 02 90,49 3.150 300 PVC
SÃO SILVANO ME 02 35,34 2.400 200/250/300 PVC
RIO SANTA MARIA MD 7,80 300 300 PVC
Fonte: Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (SANEAR), 2011.
340
11.1.1.2 Ramais Prediais

Os ramais de ligação dos imóveis com a rede coletora, executados a partir de caixa
de inspeção localizada no passeio, são executados em tubos de PVC, com diâmetro
de 100 mm e inclinação mínima de 1%.

Com diâmetro mínimo de 150 mm, as tubulações são instaladas no terço médio do
leito carroçável. São utilizados poços de visita (PV) padronizados, espaçados em 100
metros, no máximo, para inspeção e manutenção.

11.1.1.3 Ligações Domiciliares

Em se tratando de número de ligações e economias na rede de coleta de esgotos, a


Tabela 11.2 resume estes indicadores numa série histórica entre 1998 a 2013
segundo dados do SANEAR e do SNIS.

Tabela 11.2: Evolução da quantidade de ligações e economias no município – Série Histórica (1998 –
2012).

Quantidade de
Quantidade de Quantidade de Quantidade de
Ano de economias
ligações totais ligações ativas economias ativas
Referência residenciais ativas
de esgotos de esgotos de esgotos
de esgotos
2012 23.130 21.225 34.172 30.859
2011 21.392 20.390 32.872 29.646
2010 20.577 19.710 31.834 28.672
2009 19.644 18.722 30.482 27.399
2008 19.322 18.694 30.456 27.367
2007 19.552 18.457 30.346 27.069
2006 18.661 17.616 29.322 26.179
2005 18.308 17.226 28.880 25.792
2004 17.653 16.648 27.905 24.890
2003 17.191 16.213 27.328 24.293
2002 16.287 15.497 26.491 23.494
2001 16.644 15.810 26.940 22.828
2000 16.156 15.392 26.986 22.867
1999 15.682 14.981 25.466 22.393
1998 14.588 14.528 25.050 22.027
Fonte: Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (SANEAR), 2011; Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012.
341
Segundo o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), em 2010 o município
possuía 29.801 domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, o que
corresponde a 82,34% do total municipal. Destes, 29.496 estavam na área urbana
(contemplando sede municipal e demais aglomerados urbanos), correspondendo a
81,50% do total de domicílios.

Conforme a Tabela 11.8 mostra, a sede municipal de Colatina possui cerca de 81,44%
da área urbana provida de rede coletora. O restante da área do município, cerca de
18,56%, não dotado de rede coletora, segundo informações dos técnicos do SANEAR,
são regiões da sede municipal, tais como: parte do bairro Santa Helena (margem
direita do Rio Pancas), Estrada do Córrego Estrela, residências da porção Norte
situada às margens do Rio Doce, as quais possuem soleiras baixas em relação à cota
da rua e também na região próxima na bacia do Rio Pancas a qual já possui projeto
de rede de coleta de esgoto ainda não implantado.

Outras regiões da cidade sem rede coletora estão na bacia Sul, no Bairro Benjamim
Carlos dos Santos às margens do Rio Doce, parte do bairro Bela Vista e outras poucas
ruas pulverizadas na mancha urbana.

Existem algumas ligações irregulares em galerias de águas pluviais com lançamentos


de esgoto in natura nos corpos hídricos que cortam a sede municipal, facilmente
reconhecível pelas características visuais de degradação dos cursos d’água. Ocorre
também o inverso: contribuições de águas pluviais são realizadas na rede coletora de
esgoto, o que pode ocasionar o seu afogamento em precipitações mais volumosas. É
o que ocorre com o Interceptor São Silvano.

A irregularidade das ligações nesta região ocorre por conta da maior facilidade que o
morador tem de encontrar uma rede mais próxima de sua residência e efetuar os
lançamentos, ignorando a qual tipo de efluente esta rede se propõe a distanciar, ou
seja, ligações de esgoto realizadas em redes pluviais mais próximas e ligações
pluviais realizadas em redes de coleta de esgoto.

Existem também, na região do Bairro dos Operários, alguns lançamentos irregulares,


da rede de coleta de esgoto diretamente no córrego São Vicente, o qual está
canalizado. Parte desse trecho canalizado encontra-se sob as residências do bairro e
parte se encontra nos fundos dos terrenos, passando por dentro das propriedades.
342
As construções existentes entre o Rio Doce e às margens da Rua Fioravante Rossi e
Av. Brasil na porção Norte da sede estão, na sua maioria, implantadas com soleiras
baixas, tendo seus lançamentos domésticos realizados no Rio Doce. Esta situação
também ocorre no trecho compreendido entre o Rio Doce e a Rua Pedro Epichin, na
porção Sul, no bairro Benjamim Carlos dos Santos.

Por meio do Sistema de Recuperação Automática (SIDRA), que apresenta


informações registradas pelo levantamento censitário do último Censo (IBGE, 2010),
foi registrada a quantidade de domicílios particulares permanentes que utilizam rede
como solução para esgotar seus rejeitos no município e nos distritos.

Em todo o município, o IBGE estimou que em 2010 cerca de 29.496 domicílios


lançavam seus efluentes domésticos por meio de rede (coletora de esgoto ou pluvial).
Isso corresponde a cerca de 81,5% dos domicílios municipais.

Na Sede, esta realidade é semelhante, pois cerca de 86,6% dos domicílios utilizam
este tipo de sistema para esgotar seus dejetos, precisamente 29.091 domicílios. Já
na área rural do distrito Sede, cerca de 279 domicílios foram identificados pelo Censo
como usuários de esgotamento por rede, menos de 1% do distrito.

No distrito de Ângelo Frechiani, cerca de 21% dos domicílios urbanos ( 85 domicílios)


utilizavam rede, porém não houve registro de domicílios rurais com este tipo de
esgotamento. Em Itapina, mais de 1/4 dos domicílios do distrito estavam na área
urbana e utilizavam rede para lançar seus efluentes, aproximadamente 214 domicílios
em 2010. Outro distrito com bastante urso de rede é Boapaba com cerca de 17,8%
dos domicílios urbanos utilizando este tipo de esgotamento. Entretanto, Baunilha e
Graça Aranha possuem poucos domicílios utilizando rede, não somando acima de 3%
em seus respectivos zoneamentos, urbano e rural, como mostra a Tabela 11.3.

Tabela 11.3: Domicílios particulares permanentes, por situação do domicílio com Rede geral de
esgoto ou pluvial como tipo de esgotamento sanitário.

Município e Situação do Domicílios particulares Domicílios particulares


Distrito domicílio permanentes (Unidades) permanentes (Percentual)

Urbana 29.496 81,50


Colatina - ES
Rural 305 0,84
Urbana 29.091 86,64
Sede
Rural 279 0,83
Ângelo Frechiani Urbana 85 20,88
343
Rural - -
Urbana 2 0,53
Baunilha
Rural 8 2,12
Urbana 94 17,84
Boapaba
Rural 10 1,90
Urbana 10 2,14
Graça Aranha
Rural 1 0,21
Urbana 214 25,57
Itapina
Rural 7 0,84
Fonte: Sistema de Recuperação Automática (IBGE, 2010).

Observa-se que esta realidade de redes como forma de esgotamento


predominantemente nas áreas urbanas, vai de acordo com o exposto no Atlas de
Saneamento (2011, pg. 6):

[...] as redes de saneamento podem estar presentes em áreas restritas da


cidade, sede do município, e nas vilas, sede dos distritos administrativos.
Assim, na escala intraurbana pode-se presumir também um processo de
universalização incompleta, no qual se estabelecem diferentes inserções nos
sistemas de saneamento básico por parte da população.

[...] Neste sentido, o saneamento é parte da complexidade do espaço urbano


tanto em termos de seus equipamentos, resultado de obras de engenharia
que dão conta da extensão de suas redes com estações de tratamento,
emissários, interceptores, etc., e que acabam por promover salubridade à
população e cuidado com o meio ambiente, como em termos do impacto
direto e do indireto de sua ausência perante às sombrias condições de vida
de parte da população que habita uma mesma cidade.

11.1.2 Estações Elevatórias de Esgoto – EEE

As estações elevatórias de esgoto (EEE) são conjuntos de instalações destinadas a


transferir os esgotos de uma cota mais baixa para outra mais elevada. Geralmente
possuem pré-tratamento, com o objetivo de evitar danos às bombas, composto, em
geral, por gradeamento e caixa de areia. O gradeamento é uma estrutura de barras,
com espaçamento de alguns centímetros, que tem o objetivo de reter os sólidos
grosseiros presentes no esgoto bruto. O gradeamento é seguido da caixa de areia, ou
desarenador, que permitem a remoção da areia por sedimentação nas EEE.
344
Segundo o Estudo de Melhorias do Sistema de Esgotamento Sanitário encomendado
pela Prefeitura junto à Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos
(COBRAPE), estão implantadas na sede do município três Estações Elevatórias de
Esgoto, das quais 02 (duas) estão em situação precária de conservação.

Existem projetos de outras 9 EEE a serem implantadas sendo 5 na porção Norte e 4


na porção Sul. Duas da porção Norte já estão em fase de construção e outras 3 estão
previstas para conclusão de obras até 2016.

As EEEB atuais serão descritas a seguir.

11.1.2.1 Estação Elevatória de Esgoto Bruto Columbia

Implantada na esquina das ruas Tocantins e Bahia, nas coordenadas 19°31'39.9"S


40°42'20.8"W, possui como características um poço seco com sistema de entrada
composto por cesto, sistema moto bomba horizontal único constituído por bomba FAL,
com frequência de 3500 rpm, vazão de recalque de 10,8 m³/h, altura manométrica de
46 m.c.a com motor WEG, 7.5 cv, com frequência de 3490 rpm.

Esta estação elevatória recalca os efluentes de uma parcela do sistema isolado


Columbia para o PV receptor na entrada da Estação de Tratamento do mesmo bairro.
Seu estado de conservação mostra a presença de vegetação em seu entorno e difícil
acesso de máquinas e equipamentos. Segundo o Relatório de Melhorias do SES de
Colatina, devido a essas condições operacionais e pela localização onde se encontra
instalada, presume-se, de antemão, que dificilmente será aproveitada num novo
arranjo do afastamento.

11.1.2.2 Estação Elevatória de Esgoto Bruto Novo Horizonte

Implantada na Rua Bernardo Augusto Sperandio no bairro Novo Horizonte, possui


como características um conjunto moto bomba submersível marca SPV de 3 cv, vazão
de recalque de 10,8 m³/h e altura manométrica de 15 m.c.a.

Esta EEEB recalca os efluentes para a própria rede com o intuito de recuperar cota.
Encontram-se em precárias condições de conservação com a presença de vegetação
em seu entorno e difícil acesso de máquinas e equipamentos, segundo o Relatório de
345
Melhorias do SES de Colatina. Devido a essas condições operacionais e pela
localização onde se encontra instalada, presume-se, de antemão, que dificilmente
será aproveitada num novo arranjo do afastamento.

11.1.2.3 Estação Elevatória de Esgoto Bruto Barbados

Esta EEE localiza-se no bairro Barbados no prolongamento da Rua Pedro Epichin e


transporta o efluente gerado pela parte baixa do bairro para uma cota mais elevada e
possui um conjunto moto bomba submersível marca SPV de 5 cv, vazão de recalque
de 5,4 m³/h e altura manométrica de 15 m.c.a.

11.1.3 Sistemas de Tratamento de Esgoto

Os sistemas de tratamento de esgotos sanitários coletivos presentes no município de


Colatina encontram-se nas áreas urbanas tanto do distrito Sede quanto de outras
localidades dos distritos.

Destacam-se, a nível municipal, o uso de redes de coleta de esgoto, principalmente


na área urbana da Sede (há também o uso das redes de drenagem para lançamento
de esgotos), e o uso fossas rudimentares utilizadas principalmente na área rural,
correspondendo a cerca de 82,3% e 8,7% dos domicílios municipais, respectivamente.
Em ambos os zoneamentos, os lançamentos diretos e o uso de fossas sépticas
somaram cada um cerca de 3,5% dos domicílios municipais.

A Tabela 11.4 apresenta os dados do Censo 2010 registrados no SIDRA sobre o tipo
de esgotamento sanitário utilizado pelo número de domicílios de Colatina e o
percentual que este número representa sobre o total de domicílio particulares
permanentes do mesmo.

Tabela 11.4. Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e o tipo de
esgotamento sanitário.

Situação do
Município Tipo de esgotamento sanitário DPP (Unid.) % DPP
domicílio

Rede geral de esgoto ou pluvial 29.496 81,50


Colatina -
Urbana Fossa séptica 525 1,45
ES
Fossa rudimentar 562 1,55
346
Vala 179 0,49
Rio, lago ou mar 1.124 3,11
Outro tipo 29 0,08
Não tinham 49 0,14
Rede geral de esgoto ou pluvial 305 0,84
Fossa séptica 763 2,11
Fossa rudimentar 2.588 7,15
Rural Vala 297 0,82
Rio, lago ou mar 177 0,49
Outro tipo 58 0,16
Não tinham 39 0,11
Fonte: SIDRA (IBGE, 2010).

11.1.3.1 Sistemas Individuais de Tratamento - Distrito Sede

Pode-se destacar na área urbana do distrito Sede o lançamento direto com 3,1% e o
uso de fossas rudimentares com 1,4% como principais formas individuais de
esgotamento segundo o Censo 2010, como mostra a Tabela 11.5.

Tabela 11.5. Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e o tipo individual
de esgotamento sanitário no distrito Sede.

Distrito Situação do domicílio Tipo de esgotamento sanitário DPP (Unid.) % DPP

Fossa séptica 323 0,96


Fossa rudimentar 469 1,40
Vala 164 0,49
Sede Urbana
Rio, lago ou mar 1.062 3,16
Outro tipo 29 0,09
Não tinham 46 0,14
Fonte: SIDRA (IBGE, 2010).

Percebe-se que o uso de soluções individuais na área urbana é menor por conta da
disponibilidade de redes de coleta de esgotos. Entretanto, o número de lançamentos
diretos em rio pode ser ainda maior quando o lançamento é feito em rede pluvial ou
rede de esgoto que não possui tratamento. Este quadro acaba tornando-se ainda pior
por conta do adensamento populacional que sobrecarrega os corpos hídricos com
cargas elevadíssimas de matéria orgânica e de contaminantes.
347
11.1.3.2 Sistemas Individuais de Tratamento - Distritos e Comunidades

Na Tabela 11.6 são apresentados quantitativos de domicílios particulares


permanentes, por situação e tipo individual de esgotamento sanitário, nos demais
distritos e comunidades urbanas de Colatina.

Tabela 11.6. Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e o tipo individual
de esgotamento sanitário nos demais distritos e comunidades.

Distrito Situação do domicílio Tipo de esgotamento sanitário DPP (Unid.) % DPP

Fossa séptica 6 1,47


Fossa rudimentar 1 0,25
Vala 1 0,25
Ângelo Frechiani Urbana
Rio, lago ou mar - -
Outro tipo - -
Não tinham - -
Fossa séptica 4 1,06
Fossa rudimentar 75 19,89
Vala 1 0,27
Baunilha Urbana
Rio, lago ou mar - -
Outro tipo - -
Não tinham - -
Fossa séptica 37 7,02
Fossa rudimentar - -
Vala 2 0,38
Boapaba Urbana
Rio, lago ou mar 44 8,35
Outro tipo - -
Não tinham - -
Fossa séptica 149 31,84
Fossa rudimentar 4 0,85
Vala - -
Graça Aranha Urbana
Rio, lago ou mar 14 2,99
Outro tipo - -
Não tinham 2 0,43
Fossa séptica 6 0,72
Fossa rudimentar 13 1,55
Vala 11 1,31
Itapina Urbana
Rio, lago ou mar 4 0,48
Outro tipo - -
Não tinham 1 0,12
Fonte: SIDRA (IBGE, 2010).

Percebe-se, de maneira geral, que nas áreas urbanas dos distritos de Ângelo
Frechiani e Itapina a rede é tida como principal forma de esgotamento sanitário, pois
soluções individuais tem apresentado pouca participação no esgotamento doméstico.
Já nos distritos de Graça Aranha, Baunilha e Boapaba, cerca de 35,7%, 21,2% e
15,8% dos domicílios urbanos, respectivamente, utilizam formas individuais de
348
esgotamento, com destaque para fossas sépticas ou rudimentares. Em Boapaba,
destaca-se o lançamento direto de efluente em rios.

11.1.3.3 Sistemas Coletivos de Tratamento - Distrito Sede

A sede de Colatina possui dois sistemas de tratamento de esgoto em operação, que


atendem a diferentes bairros, e são eles a ETE do bairro Columbia e a do bairro Luiz
Iglesias. Há ainda uma ETE desativada no bairro Vista da Serra, uma em construção
com recursos da FUNASA no bairro XV de Outubro e uma em construção no bairro
Barbados que tem previsão de atender toda a área urbana da Sede de Colatina. A
seguir é feita a apresentação de cada sistema.

Atualmente está em andamento a obra da construção da ETE de Colatina, localizada


no bairro Barbados. O Projeto prevê que todo o esgoto da cidade, margem sul e norte
do Rio Doce, será encaminhado para tratamento na referida ETE.

As estações em operação atualmente utilizam o sistema de fossas sépticas e filtros


anaeróbios.

O princípio do tratamento no tanque séptico consiste, basicamente, em uma unidade


onde se realizam, simultaneamente, várias funções: decantação, flotação,
desagregação e digestão parcial dos sólidos sedimentáveis (lodo) e da crosta
constituída pelo material flotante (escuma). Sendo os tanques sépticos reatores de
fluxo horizontal, tendo lodo passivo em relação à fase líquida, o processo biológico
que ocorre na fração líquida é de pouca importância. O principal fenômeno que ocorre
sobre o efluente é de ação física, através de decantação.

O efluente do tanque séptico parcialmente tratado entra no filtro biológico, constituído


de um leito que pode ser de pedras, ripas ou material sintético. O efluente é lançado
sobre este por meio de braços rotativos e percola através das pedras (ou outro
material) formando sobre estas uma película de bactérias. O esgoto passa
rapidamente pelo leito em direção ao dreno de fundo, porém a película de bactérias
absorve uma quantidade de matéria orgânica e faz sua digestão mais lentamente. É
considerado um processo aeróbio uma vez que o ar pode circular entre os vazios do
material que constitui o leito fornecendo oxigênio para as bactérias. Quando a película
de bactérias fica muito espessa, os vazios diminuem de dimensões e a velocidade
349
com que o efluente passa aumenta, devido a isso surgem forças cisalhantes que
fazem com que a película se desgarre do material.

Pode ser de baixa carga, onde o lodo sai parcialmente estabilizado devido ao
consumo da matéria orgânica presente na células das bactérias em seus processos
metabólicos por causa da escassez de alimento, com eficiência comparável ao
sistema de lodos ativados convencional, ou pode ser de alta carga, onde o sistema é
menos eficiente que o sistema de filtros biológicos de baixa carga e o lodo não sai
estabilizado. O segundo modo ocupa uma área menor e a carga de DBO aplicada é
maior. Há uma recirculação do efluente para que mantenha os braços distribuidores
funcionando durante a noite, quando a vazão é menor e, evitando assim que leito
seque. Com isto há também um novo contato das bactérias com a matéria orgânica
melhorando a eficiência. Uma outra forma de aumentar a eficiência é colocando filtros
biológicos em série (VON SPERLING, 1995).

I - ETE Columbia

Localizada no Bairro Columbia (Coordenadas 24K 0321459 UTM 7839698) recebe a


contribuição da EEE Columbia, com capacidade de tratamento de aproximadamente
15,0 l/s (operando entre 8,0 e 9,0 l/s).

Seu tratamento preliminar se constitui de gradeamento e caixa de areia manuais, que


tem por objetivo a remoção de sólidos grosseiros, areia e demais materiais
sedimentáveis. O tratamento primário é composto por 03 (três) unidades de fossas
sépticas, seguido de 03 (três) filtros anaeróbios. Completam o sistema de tratamento
02 (dois) leitos de secagem para desaguamento do lodo digerido nas fossas sépticas
e nos filtros anaeróbios.

O lançamento dos efluentes tratados é feito no rio Doce e não há monitoramento da


eficiência de tratamento desta estação.

Os processos de tratamento da Estação estão esquematizados e serão apresentados


a seguir, bem como o estado de conservação das unidades que compõem o sistema.
350
Figura 11.1: Esquema dos processos de tratamento da ETE Columbia.

Figura 11.2: Caixa de areia e gradeamento do Figura 11.3: Detalhe da caixa de areia.
tratamento preliminar da ETE Columbia.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.

Figura 11.4: Os três filtros anaeróbios do Figura 11.5: Leitos de secagem de lodo.
tratamento.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.


351
Esta Estação de Tratamento já foi reformada 3 vezes, atualmente opera dentro da
capacidade projetada, porém não há informações acerca do monitoramento da
eficiência de tratamento.

II - ETE Acampamento

Localizada no Bairro Luiz Iglesias (Coordenadas 24K 0325009 UTM 7838365), opera
com aproximadamente 3,0 l/s. Composta por grade e desarenador no tratamento
preliminar para remoção de sólidos grosseiros por processo físico, seguido de sistema
constituído por uma fossa séptica e dois filtros anaeróbios.

Esquematicamente, as etapas de tratamento estão descritas na Figura a seguir.

Figura 11.6: Etapas de tratamento na ETE Acampamento.

Fonte: Autoria própria.

Segundo o Relatório de melhorias do SES de Colatina, esta ETE apresenta condições


de conservação e manutenção precárias, tendo pouquíssimo efeito no tratamento ao
qual se destina, lançando no rio Doce seus efluentes.

Entretanto, haverá investimentos da Prefeitura para a melhoria nas estações dos


bairros Colúmbia e Luiz Iglesias que serão unidades descentralizadas de tratamento,
fundamentais para atingir os 100% de esgoto coletado e tratado na área urbana, após
as obras.

III - ETE XV de Outubro

Localizada no bairro extra Sede XV de Outubro, este sistema encontra-se em fase


final de implantação, com capacidade de tratamento de 5,7 l/s. Com recursos do
Governo Federal da ordem de R$ 860.000,00, este sistema contempla além da
implantação da ETE, a construção de rede coletora com aproximadamente 2.388
352
metros e duas estações elevatórias de esgoto bruto, e atenderá cerca de 47
domicílios.

IV - ETE Barbados

Está em fase de implantação o projeto da ETE de Colatina no bairro Barbados para


tratar todo o esgoto de Colatina. O projeto está em execução sendo financiado pelo
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BID) e Banco Nacional
do Desenvolvimento.

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barbados está entre os projetos de


tratamento de esgoto no Brasil que foram aprovados para receber verba do Programa
Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), ficando em sexto lugar, dentre 11
escritas, na avaliação feita pela Agência Nacional de Águas (ANA).

O Prodes consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de


pagamento pelo esgoto tratado, a Prestadores de Serviço de Saneamento que
investirem na implantação, ampliação e operação de Estações de Tratamento de
Esgotos (ETEs), desde que cumpridas as condições previstas em contrato. O
Programa não financia obras ou equipamentos, mas paga pelos resultados
alcançados, ou seja, pelo esgoto efetivamente tratado. As ETEs que participam da
seleção são aquelas ainda não iniciadas ou em construção, com até 70% do
orçamento executado (ANA, 2014).

As propostas de tratamento de esgoto são analisadas pela ANA após inscrição,


habilitação e seleção, sendo contratadas e os recursos aplicados num fundo de
investimento do Prodes na Caixa Econômica Federal. O dinheiro só é liberado quando
as ETEs estão operando plenamente e atingindo as metas definidas em contrato, o
que é auferido pelas certificações trimestrais realizadas pela Agência. O projeto
oferece R$ 27 milhões para estações que ampliem o tratamento de esgotos no Brasil.

Para classificar os empreendimentos inscritos, a ANA considerou diversos fatores,


entre eles o porte e a eficiência do processo de tratamento empregado; a localização
das estações em regiões que contavam com comitês de bacias instalados e em pleno
funcionamento até 31 de dezembro de 2013; a localização em bacias prioritárias (São
Francisco, Doce, Paraíba do Sul, Paranaíba e Piranhas-Açu); e a localização em
353
municípios considerados em situação crítica em relação à qualidade da água,
conforme a Portaria ANA nº 062/2013 (ANA, 2014).

A seleção do Prodes também considera se o empreendimento está em municípios


nos quais o Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, da ANA, tenha identificado
a necessidade de investimentos em tratamento dos esgotos para proteção dos
mananciais de sistemas de produção de água, entre outros critérios.

Figura 11.7: Fase de implantação da ETE Barbados.

Fonte: ANA, 2014.

11.1.3.4 Sistemas Coletivos de Tratamento - Distritos e Comunidades

O município de Colatina possui sistemas coletivos de tratamento de esgoto em 6


comunidades, sendo elas Boapaba, Baunilha, Itapina, São João Grande, São João
Pequeno e Ângelo Frechiani. Todos os tratamentos são do tipo fossa séptica e filtro
anaeróbio.

O princípio do tratamento no tanque séptico consiste, basicamente, em uma unidade


onde se realizam, simultaneamente, várias funções: decantação, flotação,
desagregação e digestão parcial dos sólidos sedimentáveis (lodo) e da crosta
constituída pelo material flotante (escuma). Sendo os tanques sépticos reatores de
fluxo horizontal, tendo lodo passivo em relação à fase líquida, o processo biológico
que ocorre na fração líquida é de pouca importância. O principal fenômeno que ocorre
sobre o efluente é de ação física, através de decantação (COPASA, 2012).

O efluente do tanque séptico parcialmente tratado entra no filtro anaeróbio, onde a


matéria orgânica é estabilizada através de microrganismos que se desenvolvem e
ficam retidos nos interstícios ou aderidos ao meio suporte que constitui o leito fixo
(usualmente pedras ou material plástico), através do qual os esgotos escoam. São,
354
portanto, reatores com fluxo através do lodo ativo e com biomassa aderida, ou retida,
no leito fixo. Os filtros anaeróbios podem ser de fluxo ascendente ou descendente.
Nos filtros de fluxo ascendente, o leito é submerso e no fluxo descendente, podem
trabalhar submersos ou não (COPASA, 2012).

A seguir é feita a apresentação geral de cada sistema.

I – Boapaba

Localizado na área urbana do distrito de Boapaba nas coordenadas 24K 0330142


UTM 7828295, este sistema consiste no tratamento anaeróbio por meio de fossa
séptica e filtro anaeróbio, com lançamento no rio Santa Maria do Doce ao lado do
ponto de captação de água do distrito, embaixo da ponte. O sistema está
esquematizado e será apresentado seguir, atualmente em funcionamento, porém não
há dados de monitoramento nem de atendimento do número de residências atendidas
ou vazão de projeto.

Figura 11.8. Processo de tratamento da ETE em Boapaba.

Fonte: Autoria própria.

Figura 11.9: ETE em Boapaba. Figura 11.10: ETE em Boapaba: proximidade


com captação de água.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.


355
Figura 11.11: Ponto de lançamento de esgoto.

Fonte: Autoria própria.

II – Baunilha

No distrito de Baunilha, há um estação de tratamento de esgotos na área urbana com


um sistema mais simples, constituído por caixa de areia e tanque séptico, localizada
nas coordenadas 24K 0342687 UTM 7836612. Este sistema não abrange a toda área
urbana do distrito, operando atualmente, porém sem dados de monitoramento, vazão
ou quantidade de residências atendidas.

Figura 11.12: Ponto de lançamento de esgoto.

Fonte: Autoria própria.


356
Figura 11.13: ETE em Baunilha.

Figura 11.14: Vista externa da ETE Baunilha.

Fonte: Autoria própria.


Fonte: Autoria própria.

III – Itapina

Este sistema fossa filtro não está atualmente em funcionamento. Localizado nas
coordenadas 24K 0310077 UTM 7839244, foi construído há aproximadamente 15
anos e funcionou por pouco tempo, devido a uma rachadura. Este sistema foi
dimensionado para uma vazão aproximada de 10,0 l/s. Após o tratamento, o efluente
era lançamento no rio Doce.

A seguir, seguem-se o esquema do processo de tratamento nesta Estação e as


condições atuais das instalações.

Figura 11.15: Etapas de tratamento da fossa filtro em Itapina.

Fonte: Autoria própria.


357
Figura 11.16: Vista externa da ETE Itapina. Figura 11.17: Gradeamento do sistema
paralisado em Itapina.

Fonte: Autoria própria.

Fonte: Autoria própria.

Figura 11.18: Filtros anaeróbios da ETE Itapina.

Fonte: Autoria própria.

IV – São João Grande

Sistema fossa filtro, localizado nas coordenadas 24 K 0315714 UTM 7859583 que
está operando normalmente. Atende a aproximadamente 40 casas (toda a
comunidade próxima). O efluente tratado é lançamento no córrego São Pedro Frio.
Não há dados de monitoramento ou limpeza para esta ETE.

A seguir são apresentadas as etapas de tratamento nesta ETE e as condições atuais


das instalações existentes.
358
Figura 11.19: Esquema de tratamento da ETE São João Grande.

Fonte: Autoria própria.

Figura 11.20: Área da ETE São João Grande. Figura 11.21: Cercamento da área da ETE
São João Grande.

Fonte: Autoria própria.

Fonte: Autoria própria.

V – São João Pequeno

Sistema fossa filtro localizado nas coordenadas 24K 0315714 UTM 7859583 com
lançamento no córrego São João Pequeno. Segundo informações de moradores da
região, há muito mal cheiro proveniente desta Estação de Tratamento. Não há
informações a respeito da vazão, monitoramento da eficiência de tratamento ou
número de residências atendidas.

A seguir, é mostrado um esquema das etapas de tratamento e as condições das


unidades que compõem esta estação.
359
Figura 11.22: Esquema de tratamento da ETE São João Grande.

Fonte: Autoria própria.

Figura 11.23: Área interna da ETE São João Pequeno.

Fonte: Autoria própria.

VI – Ângelo Frechiani

Este sistema, localizado nas coordenadas 24K 0322757 UTM 7864004 foi projetado
para atender a aproximadamente 1.000 habitantes, com vazão entre 1,0 a 2,0 l/s,
localizada atrás de uma escola local. A limpeza da grade é feita diariamente e limpeza
geral, com remoção de lodo, é feita anualmente com lançamento no córrego
Miracema.

A seguir, é mostrado um esquema das etapas de tratamento e as condições das


unidades que compõem esta estação.
360
Figura 11.24: Esquema de tratamento da ETE Ângelo Frechiani.

Fonte: Autoria própria.

Figura 11.25: Área interna da ETE em Ângelo Figura 11.26: Ponto de lançamento do esgoto
Frechiani. tratado.

Fonte: Autoria própria.


Fonte: Autoria própria

11.1.4 Esgotamento Sanitário em Localidades Rurais

A Fundação Nacional de Saúde – Funasa, é o órgão do Governo Federal responsável


pela implementação de ações de saneamento em áreas rurais de todos os municípios
brasileiros, inclusive no atendimento às populações remanescentes de quilombos,
assentamentos rurais e populações ribeirinhas, conforme estabelecido no Plano
Plurianual de Governo (PPA 2012-2015).

Ao Ministério da Saúde compete a coordenação do Programa de Saneamento Rural,


bem como a elaboração de um modelo conceitual em concordância com as
especificidades dos territórios rurais, definido como Programa Nacional de
Saneamento Rural, conforme expresso no Plano Nacional de Saneamento Básico –
PLANSAB. No exercício de suas atribuições e em consonância com sua estrutura e
361
organização, o Ministério da Saúde delega à Funasa a competência pela
coordenação do Programa de Saneamento Rural.

Segundo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística – IBGE/2010, no Brasil cerca de 29,9 milhões de pessoas residem em
localidades rurais, totalizando aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.

Os serviços de saneamento prestados a esta parcela da população apresentam


elevado déficit de cobertura. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD/2012, A situação é mais crítica quando são analisados dados de
esgotamento sanitário: apenas 5,2% dos domicílios estão ligados à rede de coleta de
esgotos e 28,3% utilizam a fossa séptica como solução para o tratamento dos dejetos.
Os demais domicílios (66,5%) depositam os dejetos em “fossas rudimentares”, lançam
em cursos d´água ou diretamente no solo a céu aberto (PNAD/2012).

Este cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de doenças de


transmissão hídrica, parasitoses intestinais e diarreias, as quais são responsáveis
pela elevação da taxa de mortalidade infantil.

As ações de saneamento em áreas rurais visam reverter este quadro, promovendo


também a inclusão social dos grupos sociais minoritários, mediante a implantação
integrada com outras políticas públicas setoriais, tais como: saúde, habitação,
igualdade racial e meio ambiente.

É importante frisar que o meio rural é heterogêneo, constituído de diversos tipos de


comunidades, com especificidades próprias em cada região brasileira, exigindo
formas particulares de intervenção em saneamento básico, tanto no que diz respeito
às questões ambientais, tecnológicas e educativas, como de gestão e
sustentabilidade das ações.

No município de Colatina, as alternativas de tratamento/lançamento de esgotos


sanitário por domicílio, e sua representatividade percentual por distrito, estão
apresentadas na Tabela 11.7.
362
Tabela 11.7. Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e o tipo individual
de esgotamento sanitário em áreas rurais.

Situação do DPP
Distrito Tipo de esgotamento sanitário % DPP
domicílio (Unid.)
Rede geral de esgoto ou pluvial 279 0,83
Fossa séptica 187 0,56
Fossa rudimentar 1.567 4,67
Sede Rural Vala 185 0,55
Rio, lago ou mar 133 0,40
Outro tipo 23 0,07
Não tinham 17 0,05
Rede geral de esgoto ou pluvial - -
Fossa séptica 192 47,17
Fossa rudimentar 85 20,88
Ângelo Frechiani Rural Vala 14 3,44
Rio, lago ou mar 17 4,18
Outro tipo 2 0,49
Não tinham 4 0,98
Rede geral de esgoto ou pluvial 8 2,12
Fossa séptica 167 44,30
Fossa rudimentar 114 30,24
Baunilha Rural Vala 3 0,80
Rio, lago ou mar 2 0,53
Outro tipo - -
Não tinham 1 0,27
Rede geral de esgoto ou pluvial 10 1,90
Fossa séptica 65 12,33
Fossa rudimentar 247 46,87
Boapaba Rural Vala 1 0,19
Rio, lago ou mar 2 0,38
Outro tipo 24 4,55
Não tinham 1 0,19
Rede geral de esgoto ou pluvial 1 0,21
Fossa séptica 79 16,88
Fossa rudimentar 144 30,77
Graça Aranha Rural
Vala 59 12,61
Rio, lago ou mar 3 0,64
Outro tipo 2 0,43
363
Não tinham 1 0,21
Rede geral de esgoto ou pluvial 7 0,84
Fossa séptica 73 8,72
Fossa rudimentar 431 51,49
Itapina Rural Vala 35 4,18
Rio, lago ou mar 20 2,39
Outro tipo 7 0,84
Não tinham 15 1,79
Fonte: SIDRA (IBGE, 2010).

De acordo com a Tabela 11.7 nas áreas rurais do município, a solução alternativa gira
em torno das fossas sépticas e rudimentares, muitas vezes construídas pelos próprios
moradores, em virtude do conceito construtivo simples e bem conhecido (o que não
se traduz em bom dimensionamento e eficiência de tratamento), e economicamente
mais acessível.

Cabe registrar que a existência de lançamentos em fossa rudimentar, em valas a céu


aberto e em corpo d’água, está longe de representar soluções alternativas e
constituem, antes, a confirmação da precariedade da coleta de esgoto no País (IBGE,
2011).

Nesse sentido, até mesmo a principal solução alternativa adotada para suprir a
inexistência do serviço de coleta e tratamento de esgotos, no caso a fossa séptica,
está longe do desejável, apesar de implicar na redução do lançamento dos dejetos
em valas a céu aberto, fossas secas e em corpos d’água, amenizando os impactos
ambientais decorrentes da falta de rede coletora e tratamento de esgoto.

Logicamente, para se avaliar a eficiência do tratamento de forma a estar em


conformidade com a legislação vigente e evitar danos ao meio ambiente, faz-se
necessário que haja um Plano de Monitoramento, com a coleta de amostras e análise
dos parâmetros legislados com frequência estabelecida.

Desta forma, de posse das informações a montante e a jusante do lançamento, pode-


se avaliar os impactos que a estação supracitada causa no curso d’água e, quando
qualquer parâmetro monitorado apresentar resultado em desconformidade com a
legislação ambiental, é fundamental a elaboração e encaminhamento à gerência
competente um laudo técnico indicando a causa da não conformidade e as ações que
devem ser adotadas para a solução do problema.
364
11.1.5 Corpos Receptores de Esgoto

A discussão neste tópico do Diagnóstico não tem a pretensão de analisar todos os


parâmetros físicos químicos de uma análise laboratorial, tampouco se equiparar à
discussão do grupo de Recursos Hídricos. Aqui, será apresentada uma breve
percepção de campo através de uma análise estritamente visual dos principais corpos
receptores do município de Colatina.

Rio Santa Maria Trecho com Interceptor

Neste trecho do rio Santa Maria não há lançamento da rede de esgoto in natura no
rio, porém, nas galerias de águas pluviais existem ligações irregulares que acabam
contaminando o corpo de água por meio destas galerias.

Mesmo desta maneira este trecho do rio está em melhores condições visuais do que
o restante onde não existe o coletor.

Outro ponto característico se dá onde houve o colapso da estrutura a qual protegia a


tubulação de transporte de esgoto e consequente quebra desta. Neste ponto, todo o
efluente coletado pelo interceptor é lançado no rio.

Rio Santa Maria sem Interceptor

O trecho urbano do rio Santa Maria, a jusante do trecho onde existe o interceptor, todo
esgoto coletado na rede é lançado in natura no rio, seja pela galeria de águas pluviais
(ligações irregulares) ou pela própria rede esgoto.

Córrego São Silvano

Em toda sua extensão urbana possui coletor em ambas margens, porém, conforme
informações dos técnicos do SANEAR, cerca de 30% das residências não estão
ligados ao interceptor e lançando esgoto in natura no córrego. Por se tratar de um
corpo receptor de menor porte em relação aos outros (menor vazão), esta condição
acaba ocasionando um aspecto visual ruim bem como mau cheiro próximo ao córrego.

Rio Pancas

Em sua extensão urbana recebe diretamente esgoto in natura gerado pelas


residências próximas, as quais não possuem rede coletora de esgoto.

Córrego Operários
365
Está canalizado, porém as residências situadas sobre ele fazem o lançamento do
esgoto diretamente na galeria.

Rio Doce

Trata-se do principal corpo receptor dos efluentes gerados no município, seja por
lançamentos diretos, por ligações irregulares em galerias de águas pluviais e por seu
afluentes. Entretanto pelo porte do rio não ocorre um comprometimento generalizado
da qualidade das suas águas, a não ser as inúmeras línguas de esgoto formadas nos
deságues dos diferentes afluentes.

11.1.6 Cobertura por Coleta e Tratamento de Esgoto Sanitário

11.1.6.1 Atendimento

O município de Colatina está situado na porção baixa da bacia do rio Doce sendo que
nesse trecho, que corre no sentido oeste-leste, o município é dividido em duas
porções: a Norte, situada do lado da margem esquerda, e a Sul, situada do lado da
margem direita do rio Doce. Desta forma, temos duas grandes sub bacias de
contribuição, sendo a bacia Norte responsável por 60% (59.037 habitantes) e a bacia
sul com 39.358 da população urbana.

Um dos principais indicadores sociais e de eficiência da gestão da prestação do


serviço de esgotamento sanitário é o índice de atendimento com o serviço de
esgotamento sanitário. Observadas as considerações sobre este indicador, relativas
ao abastecimento de água, os dados do SANEAR e do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS) apontam para um percentual de atendimento
sempre acima de 76%, chegando a 100%, isto é, pleno atendimento relativo no
período de 2003 a 2008, como mostrado na Tabela 11.8. Logo, pode-se afirmar que
a área urbana do município se encontra numa situação satisfatória de atendimento,
muito próximo da condição de universalização plena deste serviço, porém com
esforços ainda necessários para alcançar este objetivo.
366
Tabela 11.8: Índice de atendimento urbano de esgoto referido ao atendimento com água (%) – Série
Histórica (1998 – 2012).

Ano de Referência Índice de atendimento (%)


2012 81,44
2011 85,00
2010 85,00
2009 98,80
2008 100,00
2007 100,00
2006 100,00
2005 100,00
2004 100,00
2003 100,00
2002 79,00
2001 76,81
2000 99,89
1999 85,38
1998 92,72
Fonte: Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (SANEAR), 2011; Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012.

11.1.6.2 Esgoto tratado

O indicador que mede a quantidade de esgoto coletado e tratado em relação ao


esgoto gerado é uma boa medida de eficiência do prestador do serviço e de eficácia
da política pública. Em 2012, cerca de 92.070 habitantes tiveram o serviço de
esgotamento sanitário no município (76% da população), dos quais 86.203 estavam
na área urbana, representando um crescimento no serviço de 3,5% frente ao ano
anterior. Foram coletados pela rede pública de esgotos de Colatina, em 2012, cerca
de 5 milhões m³ de esgotos, porém apenas 276 mil m³ foram encaminhados para
Estações de Tratamento de Esgoto. Isto significa que apenas 5,49% dos esgotos
gerados no município recebem tratamento antes de serem lançados no ambiente.

Conforme a Tabela 11.9 reproduzida a seguir, relativa aos dados da série histórica de
coleta e tratamento de esgoto no município de Colatina, vê-se que o crescimento do
volume de esgoto gerado ano após ano se dá independentemente das variações de
367
atendimento à população e que, embora o serviço de coleta esteja em crescimento, o
índice de tratamento reflete uma estagnação ou mesmo uma decrescente oferta deste
serviço.

Tabela 11.9: Índices de coleta e tratamento de esgoto - Série histórica (2001 – 2012)

População total
Volume de Volume de Índice de Índice de
atendida com
Ano de esgotos esgotos coleta de tratamento
esgotamento
Referência coletado (1.000 tratado (1.000 esgoto de esgoto
sanitário
m³/ano) m³/ano) (%) (%)
(habitantes)
2012 92.070 5.030,00 276,00 75,99 5,49
2011 88.941 5.479,00 303,00 76,00 5,53
2010 86.656 4.685,00 292,00 74,79 6,23
2009 95.773 4.405,00 280,00 77,32 6,36
2008 103.995 4.319,00 332,00 75,59 7,69
2007 102.862 4.264,00 328,00 71,89 7,69
2006 111.424 4.069,00 325,00 71,13 7,98
2005 98.010 3.920,00 302,00 71,06 7,70
2004 94.582 3.769,00 300,00 69,69 7,95
2003 92.313 3.657,00 292,00 64,86 7,98
2002 80.984 3.581,00 286,00 64,77 7,98
2001 79.898 3.750,00 337,00 45,62 8,98
Fonte: Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (SANEAR), 2011; Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2012.

11.1.6.3 Qualidade do tratamento

A sede municipal possui 3 estações de tratamento, identificadas como ETE Columbia,


ETE Acampamento (no bairro Luiz Iglesias) e ETE Vista da Serra. Esta última
encontra-se desativada. As duas primeiras encontram-se em precárias condições de
conservação, o que torna mais difícil o seu reaproveitamento, mesmo se reformadas.
Na realidade não há tratamento algum na unidade situada em Columbia. A ETE
Acampamento encontra-se com sua operação prejudicada, devido à falta de
manutenção, presença de vegetação em toda sua área e tendo seu lançamento final
diretamente sobre os leitos de secagem. Uma ETE de pequeno porte, com capacidade
nominal de 5,7 litros/segundo, no bairro de XV de Outubro, está em fase final de
construção.
368
No município estão implantadas diversas lavanderias (sendo aproximadamente 11 de
grande porte), que na sua maioria possuem estações de tratamento antes do
lançamento.

Segundo informações dos técnicos do SANEAR, estas lavanderias não lançam os


efluentes industriais na rede coletora, por esta ser basicamente composta por
tubulações DN150 e que não suportariam a vazão por batelada dos efluentes destas
empresas. Estes lançamentos ocorrem em galerias de águas pluviais ou fundos de
vale próximos. Algumas apenas utilizam a rede coletora de esgoto para o lançamento
de efluentes domésticos produzidos dentro das empresas.

O município é a sede do Frigorífico Frisa, que trata seus efluentes por meio de lagoas
antes do lançamento no Rio Doce.

11.1.7 Déficit de Instalações Hidrossanitárias

É papel do Estado intervir e promover melhorias sanitárias domiciliares com o objetivo


de atender às necessidades básicas de saneamento das famílias, por meio de
instalações hidrossanitárias mínimas, relacionadas ao uso da água, à higiene e, no
caso, ao destino adequado dos esgotos domiciliares.

O conceito de melhorias sanitárias, no programa de repasse de recursos não


onerosos, está relacionado ao saneamento individual do domicílio. Na Figura 11.27
são apresentados esquematicamente os eixos de atuação e exemplos de itens que
poderão ser solicitados dentro do programa.

Estes itens podem e devem fazer parte da proposta apresentada à Funasa, na medida
exata da necessidade domiciliar percebida de forma integrada e devem ser
combinados de acordo com as características da localidade.
369
Figura 11.27. Eixos de atuação e exemplos de itens que poderão ser solicitados dentro do programa
de Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD).

Fonte: Programa da Funasa de Melhorias Sanitárias Domiciliares.

O Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD) da Funasa tem os seguintes


objetivos:

 Implantar soluções individuais e coletivas de pequeno porte, com tecnologias


apropriadas;
 Contribuir para a redução dos índices de morbimortalidade provocados pela
falta ou inadequação das condições de saneamento domiciliar;
 Dotar os domicílios de melhorias sanitárias, necessárias à proteção das
famílias e à promoção de hábitos higiênicos; e
370
 Fomentar a implantação de oficina municipal de saneamento.
Segundo o SIDRA (2010), nas áreas urbanizadas do município de Colatina foram
contabilizados 31.763 domicílios com acesso a instalações hidrossanitárias, seja de
uso exclusivo ou coletivo, representando 87,8% dos domicílios municipais. A área
rural municipal, geralmente qualificada muito mais negativamente que a área urbana
quanto ao déficit hidrossanitário, apresentou 0,11% dos domicílios municipais (39
domicílios) não tinha nem banheiro de uso exclusivo nem sanitário, todos estes na
área rural.

Na Tabela 11.10 a seguir são apresentadas as informações de déficit hidrossanitário


em Colatina, distrito a distrito. Observa-se que para a categoria "banheiro de uso
exclusivo" o distrito de Boapaba apresentou o maior valor, 99,8%, seguido da Sede e
Graça Aranha com 99,3%, Ângelo Frechiani com 97,5%, Baunilha com 97,4% e
Itapina com 95,8%.

Tabela 11.10: Domicílios particulares permanentes (DPP), por situação do domicílio e existência de
banheiro ou sanitário e número de banheiros de uso exclusivo do domicílio.

Existência de banheiro ou sanitário e DPP


Município e Situação do %
número de banheiros de uso exclusivo do (Unid.
Distrito domicílio DPP
domicílio )
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 31763 87,76
Urbana Tinham sanitário 152 0,42

Colatina - Não tinham banheiro nem sanitário 49 0,14


ES Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 4147 11,46
Rural Tinham sanitário 41 0,11
Não tinham banheiro nem sanitário 39 0,11
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 30992 92,31
Urbana Tinham sanitário 146 0,43
Não tinham banheiro nem sanitário 46 0,14
Sede
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 2353 7,01
Rural Tinham sanitário 21 0,06
Não tinham banheiro nem sanitário 17 0,05
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 92 22,6
Urbana Tinham sanitário 1 0,25

Ângelo Não tinham banheiro nem sanitário - -


Frechiani Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 305 74,94
Rural Tinham sanitário 5 1,23
Não tinham banheiro nem sanitário 4 0,98
371
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 81 21,49
Urbana Tinham sanitário 1 0,27
Não tinham banheiro nem sanitário - -
Baunilha
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 294 77,98
Rural Tinham sanitário - -
Não tinham banheiro nem sanitário 1 0,27
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 177 33,59
Urbana Tinham sanitário - -
Não tinham banheiro nem sanitário - -
Boapaba
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 349 66,22
Rural Tinham sanitário - -
Não tinham banheiro nem sanitário 1 0,19
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 177 37,82
Urbana Tinham sanitário - -

Graça Não tinham banheiro nem sanitário 2 0,43


Aranha Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 288 61,54
Rural Tinham sanitário - -
Não tinham banheiro nem sanitário 1 0,21
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 244 29,15
Urbana Tinham sanitário 4 0,48
Não tinham banheiro nem sanitário 1 0,12
Itapina
Tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio 558 66,67
Rural Tinham sanitário 15 1,79
Não tinham banheiro nem sanitário 15 1,79
1 - A categoria ‘Tinham sanitário’ inclui banheiro de uso comum a mais de um domicílio.
2 - Dados do Universo do Censo 2010.

Fonte: SIDRA (IBGE, 2010).

11.1.8 Sistemas de Monitoramento

Não existem informações sistematizadas acerca do monitoramento dos efluentes


lançados nas localidades de pequeno porte e nos bairros que se utilizam de sistemas
fossa séptica e filtro anaeróbio, seja do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo,
nem dos corpos hídricos receptores.
372
Supõe-se que os esgotos desses sistemas tenham suas características semelhantes
aos dos esgotos domésticos, cujas características são amplamente descritas na
literatura científica, como mostra o Quadro a seguir.

Quadro 11.2: Características físico-químicas e biológicas dos esgotos domésticos brutos.

Parâmetros Físico- Contrib. Per capita (g/hab.dia) Concentração (mg/l)


químicos Faixa Típico Faixa Típico
Sólidos Totais 120-220 180 700-1350 1000
35-70 60 200-450 400
Em suspensão
 Fixos 7-14 10 40-100 0
 Voláteis
25-60 50 165-350 320
85-150 120 500-900 700
Dissolvidos
 Fixos 50-90 70 300-550 400
 Voláteis
35-60 50 200-350 300
Sedimentáveis - - 10-20 15

Matéria Orgânica
 DBO5 40-60 50 200-500 350
 DQO 80-130 100 400-800 700
 DBOu
60-90 75 350-600 500
6-112 8,0 35-70 50
Nitrogênio Total
2,5-5,0 3,5 15-30 20
 N Orgânico
 Amônia 3,5-7,0 4,5 20-40 30
 Nitrito
~0 ~0 ~0 ~0
 Nitrato
0-0,5 ~0 0-2 ~0
1,0–4,5 2,5 5–25 14
Fósforo
 P Orgânico 0,3–1,5 0,8 2–8 4
 P Inorgânico
0,7–3,0 1,7 4–17 10
pH – – 6,7–7,5 7,0
Alcalinidade
20–30 25 20–50 35
(mgCaCO3/L)
Cloretos 4–8 6 20–50 35
Óleos e graxas 10–30 20 55–170 110
Esgoto fresco: ligeiramente cinza;
Cor
Esgoto séptico: cinza escuro ao preto
Esgoto fresco: odor oleoso, relativamente desagradável;
Odor
Esgoto séptico: odor fétido, devido ao H2S e outros gases.
Parâmetros
Contrib. Per capita (g/hab.dia) Concentração (mg/l)
Biológicos
Bactérias totais 1012–1013 109–1010
373
Coliformes totais 109–1012 106–109
Coliformes fecais 108–1011 105–108
Estreptococos fecais 108–109 105–106
Cistos de
<106 <103
protozoários
Ovos de helmintos <106 <103
Vírus 105–107 102-104
Fonte: Silva (2004).

11.1.9 Áreas de Risco de Contaminação

Em todo o município de Colatina, há ocorrência de lançamentos de esgotos in natura


nos rios e córregos locais, especialmente nos rios Santa Maria e Doce, assim como o
uso de soluções individuais pouco eficientes no tratamento, como é o caso de fossas
sépticas e fossas rudimentares principalmente nas áreas rurais. Estas soluções
adotadas deixam de ser um ponto a favor para a saúde e segurança da população
quando não são operadas de maneira eficiente, passando a colaborar severamente
para a alteração da qualidade dos corpos hídricos.

Embora não haja um mapeamento exato desses locais, nem um sistema de


monitoramento dos lançamentos e dos corpos hídricos, exceto para a ETE Sede, as
áreas nas quais as citações acima se encaixam como realidade devem ser encaradas
como áreas de restrição dos uso da água para determinados fins, pois se mostram
com elevado risco de contaminação por patógenos e substâncias químicas lançadas
nos rios córregos e solo, ameaçando o bem estar humano. Um sistema adequado de
coleta e tratamento dos esgotos, juntamente com o monitoramento dos lançamentos
e dos corpos d’água, trariam os corpos hídricos a condições mais naturais e menores
restrições do uso da água seriam adotadas.

11.2 CARACTERIZAÇÃO DE PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS

Evidentemente, o objetivo almejado em qualquer sistema de esgoto sanitário é de que


a oferta do serviço prestado no município de coleta, transporte, tratamento e destino
final de esgotos atenda a 100% da demanda do município, situação na qual
chamamos de universalização do serviço de esgotamento sanitário.
374
Para um diagnóstico das condições atuais do SES e da prestação dos serviços de
saneamento básico é importante verificar a existência de programas, projetos e ações
já em desenvolvimento (implantação) ou a serem desenvolvidos dentro do município.

11.2.1 Planos

Foi apresentado à Prefeitura Municipal o Diagnóstico do Sistema de Esgotamento


Sanitário e posterior Estudo de Concepção do SES da Sede de Colatina, elaborado
pelo Consórcio CKC/COBRAPE em cumprimento ao escopo do Projeto ATN/JC –
11114-BR – PROCIDADES celebrado entre o BID - Banco Interamericano de
Desenvolvimento. Até o momento este é o único plano desenvolvido para o município
no setor de esgotamento sanitário.

Após a revisão e conclusão do Estudo de Concepção, a solução selecionada para


compor o sistema de afastamento e tratamento de esgoto de Colatina resultou na área
urbana dividida em 2 grandes bacias:

 Bacia Norte: ao norte do rio Doce com uma área total de 1.760,86 ha e
população contribuinte de 77.401 habitantes em final de plano, ano 2030;
 Bacia Sul: ao sul do rio Doce com uma área total de 1.066,54 ha e população
contribuinte de 51.607 habitantes em final de plano, ano 2030, segundo a
projeção populacional do Estudo proposto.

Portanto, este sistema abrange uma população total de 129.008 habitantes, sendo
que 125.637 são contribuintes do sistema integrado que segue para a ETE do bairro
Barbados e 3.371 habitantes pertencem aos sistemas isolados Acampamento e
Columbia ou ainda compõem alguns sistemas individuais de tratamento.

11.2.2 Programas

O Programa de Desenvolvimento Urbano e Saneamento Ambiental de Colatina visa


promover a melhoria das condições ambientais urbanas da população do município,
afastando e tratando 100% do esgoto coletado na sede municipal. Serão investidos
mais de R$ 35 milhões no sistema de esgotamento sanitário para que todo o esgoto
375
coletado seja destinado a ETE, onde passará pelo processo de tratamento antes de
ser lançado no Rio Doce.

11.2.3 Projetos

No Estudo de concepção conforme já citado, a equipe de projeto, ciceroneada pelos


técnicos do SANEAR, visitou, avaliou e analisou as vantagens e desvantagens de
cerca de 12 áreas distintas, em ambas as margens do rio Doce.

Destas 12 áreas, 7 foram descartadas quase que de imediato e restaram 5 para


avanço dos estudos de arranjo da unidade de tratamento, e destas, apenas 3 áreas
(uma ao norte e 2 ao sul) compuseram as 5 alternativas ora em fase de seleção da
melhor.

Por outro lado, no desenvolvimento do estudo de concepção, constatou-se, das


primeiras tratativas para verificação do grau de dificuldade a ser enfrentado pela
prefeitura para a desapropriação das áreas do estudo, que apenas a área de
Barbados (alternativa 5) não apresenta empecilho a um início de desapropriação
rápido e amigável. A área da ETE Norte, presente nas alternativas 1 a 4, pertence a
um grande empresário local, que inclusive já possui projetos que visam a construção
de depósitos e galpões, não apenas na área selecionada para a ETE, como também
para seus arredores. Este fato, fez com que os técnicos da prefeitura e do SANEAR,
sugerissem à equipe projetista o descarte desta área na continuidade do projeto.

Nesta abordagem as alternativas 1 a 4, simplesmente se inviabilizam quanto à sua


efetiva implantação, restando portanto apenas a alternativa 5, onde se considera a
área de Barbados.

Portanto, com apenas uma área possível de ser desapropriada e utilizada, a área de
Barbados, das 5 alternativas concebidas, a alternativa n° 5 configura-se como a única
e melhor opção para o Sistema de Esgoto Sanitário de Colatina.

A configuração proposta de afastamento e de tratamento permite que o SANEAR


implante um sistema de esgoto sanitário que atinja índices de cobertura próximos da
universalização em curto espaço de tempo, ou seja, as unidades propostas têm
condições de ser construídas durante o ano de 2011 e estarem em operação a partir
do ano 2012.
376
Estão descritas nas Tabelas a seguir as principais intervenções da alternativa 5
selecionada.

Tabela 11.11: Coletores projetados para a Alternativa adotada de melhoria do SES Colatina Sede.

Vazão Vazão
Início Extensã Diâmetro
Descrição Fim Material
o (m) (mm)
(L/s) (L/s)

CT RIO DOCE ME 01 10,49 11,46 480,00 200 PVC Vinilfort


CT RIO DOCE ME 02 3,60 3,60 380,00 150 PVC Vinilfort
CT RIO DOCE ME 03 6,64 6,64 1170,00 150 PVC Vinilfort
CT SÃO SILVANO MD 01
12,76 22,92 3650,00 250 PVC
(EXISTENTE)
CT SÃO SILVANO ME
23,82 35,61 4150,00 200 PVC
01(EXISTENTE)
CT SÃO SILVANO (Projetado) 23,82 57,27 3150,00 400 PVC Vinilfort
CT SÃO SILVANO ME 02 200/250
35,34 35,34 2400,00 PVC
(EXISTENTE) /300
CT SÃO SILVANO MD 02
90,49 90,49 3150,00 300 PVC
(EXISTENTE)
CT RIO PANCAS 2,31 3,39 670,00 150 PVC Vinilfort
CT RIO SANTA MARIA ME 01 10,71 15,37 440,00 250 PVC Vinilfort
CT RIO SANTA MARIA ME 02 2,68 3,84 230,00 150 PVC Vinilfort
CT RIO SANTA MARIA MD
7,80 7,64 900,00 300 PVC
(EXISTENTE)
CT RIO SANTA MARIA MD 01 20,57 30,62 800,00 300 PVC Vinilfort
CT RIO SANTA MARIA MD 02 1,19 1,19 235,00 150 PVC Vinilfort
400/500 PVC
CT RIO DOCE MD 01 111,08 143,13 2650,00
/600 Vinilfort//PRVF
CT RIO DOCE MD 02 1,04 1,25 600,00 150 PVC Vinilfort
Fonte: CKC/COBRAPE, 2011.

Tabela 11.12: Elevatórias projetadas para a Alternativa adotada de melhoria do SES Colatina Sede.

Q Bombas Alt.
Instaladas Potência Comprim. Características da Tubulação
EEE Bomba Manométr.
(cv) (m) Material, DN e Classe de Pressão
(L/s) (un.) (mca)

PEAD PE 80 PN 6 DE 225 mm DI
N1 35,00 2 38,43 40,0 4.300
203,4 mm
PEAD PE 80 PN 8 DE 90 mm DI
N2 5,00 2 24,91 5,0 765
79,2 mm
377
PEAD PE 80 PN 8 DE 110 mm DI
N3 8,00 2 22,58 7,5 330
96,8 mm
PRFV DN 450 PN 8 - rigidez 5000
N4 170,00 3 39,92 200,0 6.580
N/m²
PEAD PE 80 PN 6 DE 200 mm DI
N5 30,00 2 30,12 30,0 1.340
180,8 mm
PEAD PE 80 PN 8 DE 125 mm DI
N6 8,00 2 29,65 7,5 1.020
113,2 mm
PEAD PE 80 PN 8 DE 90 mm DI
N7 5,00 2 22,38 5,0 440
79,2 mm
PEAD PE 80 PN 6 DE 180 mm DI
S1 22,00 2 13,40 10,0 620
162,8 mm
PEAD PE 80 PN 6 DE 225 mm DI
S2 35,00 2 24,79 30,0 1030
203,4 mm
PEAD PE 80 PN 6 DE 110 mm DI
S3 8,00 2 18,09 5,0 525,00
96,8 mm
PRFV DN 400 PN 10 - rigidez 5000
S4 120,00 3 29,57 100,0 3.350
N/m²
PEAD PE 80 PN 8 DE 110 mm DI
S5 8,00 2 30,61 7,5 1.190
96,8 mm
Fonte: CKC/COBRAPE, 2011.

Tabela 11.13: Características da Estação de Tratamento de Esgoto de Barbados.

ETE SUL ÙNICA


Descrição
(BARBADOS)
População 2020 (hab) 110.133
População 2030 (hab) 125.637
Vazão média 2020 (L/s) 200,35
Vazão média 2030 (L/s) 229,13
Capacidade nominal da ETE (L/s) 240,0
Calha Parshall 1 pé
Desarenador mecânico 2 x (4 x 4 ) m
Reatores anaeróbios (ud) 3,0
Capacidade do reator anaeróbio (L/s) 80,0
Altura dos reatores (m) 4,3
Seção dos reatores (20 x 24) m
Volume de cada reator (m³) 2.064
Volume total dos reatores (m³) 6.192
Filtros biológicos (ud) 3,0
Diâmetro do filtro biológico (m) 20,0
Altura do recheio (m) 2,5
Decantadores (ud) 3,0
378
Diâmetro dos decantadores (m) 15,0
Vazão da EE de recirculação (L/s) 116,5
Seção da câmara de contacto (7 x 21) m
Altura da câmara de contacto 2,8
Adensadores (ud) 1,0
Diâmetro dos adensadores (m) 8,0
Vazão nominal da centrífuga (m³/h) 3,0
Tempo de operação diário (h) 12,0
Torta produzida por dia (m³) 6,8
Fonte: CKC/COBRAPE, 2011.

11.2.4 Licenças Ambientais

O levantamento de licenças ambientais foi realizado junto ao Instituto Estadual de


Meio Ambiente (IEMA) sob a forma de consulta pública ao sistema online de licenças
para o município.

Segue abaixo o Quadro 11.3 com as informações das licenças ambientais no setor de
esgotamento sanitário.
379
Quadro 11.3: Licenças ambientais no setor de esgotamento sanitário de Colatina.

N° da Data de
Atividade Licenciada Empreendedor Localização Situação
Licença Validade
ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE LOCALIDADE
PREFEITURA
ESGOTO (ETE) PONTE DO PONTE DO
LAR 75/2013 11/04/2015 MUNICIPAL DE VÁLIDA
PANCAS - COLATINA - ES, PANCAS - ZONA
COLATINA
COORDENADAS UTM 24K RURAL
322886 E / 7851340 S.
ESTAÇAÕ DE
SERVIÇO RODOVIA
TRATAMENTO DE
COLATINENSE DE GETHER LOPES
ESGOTO, NAS
LS 223/2014 14/04/2018 MEIO AMBIENTE E DE FARIAS, KM 12 VÁLIDA
COORDENADAS UTM
SANEAMENTO - XV DE
323.906/7.848.497, DATUM
AMBIENTAL - SANEAR OUTUBRO
WGS 84.

ESTAÇÃO DE RUA SILVIO


SERVIÇO
TRATAMENTO DE PESSOA,
COLATINENSE DE
ESGOTO (ETE), NAS PATRIMÔNIO DO
LS 227/2014 14/04/2018 MEIO AMBIENTE E VÁLIDA
COORDENADAS UTM MOSCHEN -
SANEAMENTO
315709/7859576, DATUM DISTRITO DE SÃO
AMBIENTAL - SANEAR
WGS 84. JOÃO PEQUENO

ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE SERVIÇO RUA EUCLIDES
ESGOTO (ETE) SEM COLATINENSE DE PRETTI - RETA
LS 225/2014 14/04/2018 LAGOA, NAS MEIO AMBIENTE E GRANDE - VÁLIDA
COORDENADAS UTM SANEAMENTO ÂNGELO
322.751E/7.864.012S, AMBIENTAL - SANEAR FRECHIANI
DATUM WGS 84.

ESTRADA
SANEAMENTO - SISTEMA PREFEITURA VICINAL - ANTIGA
LI 238/2011 19/09/2015 DE ESGOTAMENTO MUNICIPAL DE FERROVIA VÁLIDA
SANITÁRIO. COLATINA VITÓRIA MINAS -
BARBADOS

SERVIÇO
ESTAÇÃO DE
COLATINENSE DE AVENIDA COSTA
TRATAMENTO DE
LS 519/2011 06/05/2016 MEIO AMBIENTE E RICA - S/Nº - VÁLIDA
ESGOTO (ETE) SEM
SANEAMENTO COLÚMBIA
LAGOA.
AMBIENTAL - SANEAR

Fonte: IEMA.

Como visto no Quadro acima, todas as unidades de tratamento de esgotos de Colatina


estão de acordo com a validade de suas licenças ambientais.

11.3 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

Atualmente, o conjunto de serviços, manutenção de infraestrutura e instalações


operacionais de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário, do município
de Colatina são administrados pelo SANEAR Serviço Colatinense de Meio Ambiente
e Saneamento - autarquia de Serviços Autônomos de Abastecimento de Água e
Esgoto de Colatina

DO SANEAR - COLATINA
380
A lei municipal de Nº 4.511, de 29 de dezembro de 1.998, criadora do SANEAR, define
que a companhia tem por objetivo exclusivo o planejamento, a execução, o controle,
bem como a transferência de tecnologia de todo o serviço de saneamento ambiental
praticado no Município de Colatina.

Ainda de acordo com a legislação do município, O SANEAR, tem por objetivo


exclusivo o planejamento, a execução, o controle, bem como a transferência de
tecnologia de todo o serviço de saneamento ambiental praticado no Município de
Colatina, compreendendo os imprescindíveis à população de água; esgotamento
sanitário; coleta, tratamento e disposição do lixo; meio ambiente e planejamento e
desenvolvimento urbano.

As autarquias são entes administrativos autônomos, com personalidade jurídica de


direito público, que desempenham funções eminentemente públicas, rígidas pela Lei
nº. 4.320/64. Dispõe de autonomia administrativa, embora esteja submetida ao
controle Público. A autarquia é um desmembramento do Poder Público e, embora não
seja uma entidade estatal, executa serviços próprios do Estado. Uma vez que está
vinculada ao Poder Público, a autarquia está sujeita ao controle político, administrativo
e controle financeiro, este último via Tribunal de Contas.

Dispõe do privilégio de ter imunidade de impostos sobre o patrimônio; prescrição de


suas dívidas passivas em cinco anos; impenhorabilidade de seus bens e rendas;
impossibilidade de usucapião de seus bens imóveis; e condições especiais de prazos
e pagamentos nos processos jurídicos, etc.

Abaixo, alguns indicadores do sistema de esgotamento sanitário do município.


381
Tabela 11.14– Alguns Dados Sobre O Saneamento No Município

População População
total urbana
Total
atendida atendida
(ativas + Ativas Total (ativas) Residenciais
com com
inativas)
esgotamento esgotamento
sanitário sanitário
habitante habitante ligação ligação economia Economia
92.070 86.203 23.130 21.225 34.172 30.859

Fonte: SNIS (2014)

Tabela 11.15– Alguns Dados Sobre O Saneamento No Município

VOLUMES DE ESGOTO
Bruto Bruto
Extensão Consumo
exportado importado
da rede total de
Bruto tratado nas Bruto tratado nas
Coletado Tratado Faturado de energia
exportado instalações importado instalações
esgoto elétrica
do do
importador importador
1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
km
m³/ano m³/ano kWh/ano kWh/ano m³/ano m³/ano m³/ano kWh/ano
5.030,00 276,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.644,00 208,00 53,00

Fonte: SNIS (2014)

11.3.1 Descrição do sistema de regulação, fiscalização e


controle do sistema de esgotamento sanitário

Seguindo o estabelecido na Lei Federal 11.445/2007 o município de Colatina é o titular


dos serviços públicos de saneamento básico. A Lei Orgânica Municipal do município
ratifica a competência reservada ao município para promover as ações de
saneamento básico. Porém, a Lei Federal faculta ao município delegar a
responsabilidade de regular e fiscalizar os serviços públicos correlatos ao saneamento
básico para outro ente. E a legislação municipal permite a município celebrar
convênios com entidades de direito público ou privado para prestação de serviços de
sua competência.
382
Sendo assim, é com base nesse aparato legislativo que atualmente estão estruturadas
as atividades de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico de
Colatina, descritas abaixo.

11.3.2 Regulação e fiscalização dos serviços públicos de


abastecimento de água e esgotamento sanitário

O decreto presidencial 7.217/10 que estabeleceu as normas para execução da Política


Nacional de Saneamento Básico definiu que por regulação “se entende todo e
qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas
características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações
dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do
valor de tarifas e outros preços públicos”. Esse decreto estabeleceu também o
entendimento em relação à fiscalização considerando esta última como “(...)
atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de
garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a
utilização, efetiva ou potencial, do serviço público”.

No município de Colatina, essas atividades foram delegadas ao SANEAR – Serviço


Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento, Autarquia Municipal. Assim, cabe
ao SANEAR a regulação e o controle que abrangem os serviços públicos de
abastecimento de água, incluindo captação, tratamento, adução e distribuição de
água e a operação dos serviços de esgotamento sanitário, incluindo a coleta,
transporte, tratamento e destino final de esgoto e demais serviços correlatos para a
prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Para além da regulação e fiscalização da prestação de serviços de abastecimento de


água e esgotamento sanitário, cabe destacar que o município possui uma ampla
legislação municipal que estabelece um conjunto de normas a serem seguidas pelos
agentes. As leis contemplam também a função reguladora ao estabelecer normas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário para aprovação de novos
loteamentos. As autoridades sanitárias do município cumprem também uma função
de fiscalização, pois ao realizarem vistorias e inspeções podem lavrar autos de
infração quando o agente econômico está descumprindo com as normas relativas ao
saneamento básico.
383
A Figura 11.28 apresenta o Organograma do SANEAR.

Figura 11.28: Estrutura Organizacional do SANEAR

Fonte: Prefeitura Municipal de Colatina / SANEAR

Os principais departamentos e as principais atividades quanto ao saneamento


ambiental e atividades correlatas no município estão centralizadas no SANEAR, que
comporta a prestação e administração dos serviços de saneamento do município.

O Quadro 11.4 a seguir relaciona as atividades de saneamento com as secretarias


responsáveis.
384
Quadro 11.4: Atividades de Saneamento do Município x Setor responsável

Atividades de Saneamento Secretaria/ Departamento responsável

Administração do Sistema de Abastecimento


de água SANEAR – Autarquia Municipal

Administração do Sistema de Esgotamento


Sanitário SANEAR – Autarquia Municipal

Operação e manutenção do sistema de


Secretaria Municipal de Obras
drenagem

Coleta e transporte de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal

Reciclagem de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal

Destinação Final de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal

Varrição de ruas SANEAR – Autarquia Municipal

Capinação e serviços congêneres SANEAR – Autarquia Municipal

Fonte: Prefeitura Municipal de Colatina

11.4 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

Segundo informações dos moradores na reunião de mobilização, a cobertura do


esgotamento sanitário é parcial pela cidade, haja vista que não tem rede em alguns
bairros como Lacê, Carlos Germano Naumann em sua parte alta, Ponte do Pancas,
utilizando como alternativa fossa séptica, lançamento direto nos rio e córregos ou uso
de rede pluvial quando esta existe. No bairro Lacê, devido ao greide da rua estar
acima do terreno das casas, não há ligação na rede de esgoto existente.

Quanto ao tratamento dos esgotos, alguns citaram a fase de implantação da ETE em


Barbados e a ETE Columbia, sistema isolado que atende apenas a este bairro.

Quanto ao lançamento de efluentes industriais, os moradores citaram a instalação de


uma indústria de laticínios no bairro São Braz e de lavanderias no Centro. A existência
de pocilgas foi mencionada no bairro Mário Giurizatto.

Segundo os moradores presentes na reunião de mobilização, a ocorrência de


lançamentos de agrotóxicos nos cursos d'água é desconhecida, mas o IDAF e o
SANEAR fazem fiscalizações para coibir esta prática mediante denúncias da
população.
385
No que se refere ao esgotamento sanitário, a população estabeleceu como
prioridades a necessidade de se planejar melhor as redes de esgoto, bem como
fornecer o tratamento melhorado para a população e ouvir as comunidades como
forma de execução e elaboração das políticas que se relacionam com o Saneamento
Básico.

11.5 REFERÊNCIAS

AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO BÁSICO E INFRAESTRUTURA


VIÁRIA DO ESPÍRITO SANTO – ARSI. Resolução ARSI nº 19 de 31 de julho de 2012,
que homologou o reajuste da Tabela de Preços dos Serviços Cobráveis da
Companhia Espírito Santense de Saneamento – CESAN. Vitória: ES, 2012.

BRASIL. Lei Nº 12.593, de 18 de Janeiro de 2012. Institui o Plano Plurianual da União


para o período de 2012 a 2015. 5 p. Disponível em:
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/
Arquivos/spi/PPA/2012/120118_lei_12593.pdf. Acesso em 28 de Agosto de 2014.

COMPANHIA BRASILEIRA DE PROJETOS E EMPREENDIMENTOS - COBRAPE.


Estudos de concepção e projeto básico do sistema de esgotamento sanitário de
Colatina. Coord. Edgard Jordão Tonso. Colatina, 2011. 146 p.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 430, de 13


de maio de 2011. Dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 9 p. Disponível em:
http://www.legislacao.mutua.com.br/pdf/diversos_normativos/conama/2011_CONAM
A_RES_430.pdf. Acesso em 18 de Agosto de 2014.

COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS - COPASA. Processos de


Tratamento. Atualizado em 30/05/2012. Disponível em
http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=29&sid=34&tpl=printerv
iew. Acesso em 12 de Setembro de 2014.

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA. Relatório Técnico de Projeto:


Convênio nº 0310/2009. Itarana, ES.
386
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro, 2010. 218 p. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNS
B_2008.pdf>. Acesso em 11 de Setembro de 2014.

_____. Atlas do Saneamento 2011. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/atlas_saneamento/default_zip.sht
m. Acesso em 11 de Setembro de 2014.

_____. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Disponível em: <


http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/default.asp>. Acesso em 11 de Setembro de 2014.

_____. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2012. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2012/d
efault_sintese.shtm. Acesso em 11 de Setembro de 2014.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento –


SNIS. Série Histórica dos Diagnósticos dos Serviços de Água e Esgotos. Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.snis.gov.br/PaginaCarrega.php?EWRErterterTERTer=6. Acesso em 17 de
Setembro de 2014.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Plano Plurianual de Governo (PPA 2012-2015).


Relatório Anual de Avaliação. Brasília, 2012. Disponível em:
http://www.planejamento.gov.br/
ministerio.asp?index=10&ler=s1086. Acesso em 25 de Julho de 2104.

SANEVIX ENGENHARIA. Etapas de tratamento de esgoto. 2014. Disponível em


http://www.sanevix.com.br/produtos. Acesso em 13 de outubro de 2014.

SILVA, C.E. Caracterização qualitativa dos esgotos. UFSM/CT/DHS, 2004. Disponível


em http://jararaca.ufsm.br/websites/ces/download/A1.pdf. Acesso em 15 de outubro
de 2014.

VON SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias -


Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Minas Gerais: ABES,
1995. v.1.
387
12 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DRENAGEM E MANEJO DAS
ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS (SDMAPU)

12.1 AVALIAÇÃO DA MACRODRENAGEM

A área urbana consolidada da Sede está implantada às margens do rio Doce, que
neste trecho, corre no sentido oeste-leste, dividindo em duas porções a área urbana
da Sede. A porção norte está situada na margem esquerda, e a sul, na margem direita
do rio Doce, conforme mostra a Figura 12.1

A Prefeitura disponibilizou altimetria, com curvas de nível de 2 em 2 metros para a


área urbana consolidada da Sede, para as demais áreas, o GEOBASES disponibiliza
curvas de nível de 50 em 50 metros. A Prefeitura não possui cadastro do sistema de
drenagem da Sede e nem dos distritos.

Durante os trabalhos de campo, foi realizado um levantamento qualitativo das


principais redes macrodrenagem, junto à equipe da Prefeitura, para caracterizar suas
dimensões transversais e seu estado de conservação e operação. Desta forma,
verificou-se que a rede de macrodrenagem é composta por galerias retangulares de
diversos tamanhos e galerias circulares em concreto, de 600 a 1000 mm de diâmetro.

Para caracterizar a macrodrenagem municipal, foram realizados trabalhos de campo,


reuniões junto à equipe da Prefeitura, reunião de mobilização com a comunidade e
entrevista com moradores em campo, sendo observado que o Município apresenta
alguns problemas de convivência com o sistema de drenagem existente, como
inundações, alagamentos e assoreamento dos cursos d’água.

As áreas sensíveis em relação à drenagem das águas pluviais, apresentadas nas


figuras a seguir, foram georreferenciadas no DATUM SIRGAS 2000 na Zona 24K, e
consistem em áreas de inundações, alagamentos e assoreamento dos cursos d´água
na área urbana de Colatina.
388
Figura 12.1 - Visão geral da bacia do rio Doce, destaque para o município de Colatina.

Fonte: Autoria própria.

12.1.1 Áreas inundáveis pelo Rio Doce

 Margem direita

- Rua Pedro Epichim, bairro Colatina Velha -Sub-bacia Urbana 15

Uma área ocupada por cerca de 10 residências, instaladas em nível mais baixo que a
pista da rua Pedro Epichim (Coordenada 330011 E / 7839821 S) são inundadas
durante as enchentes do rio Doce. O tracejado em azul na Figura 12.2 mostra as
marcas das inundações, com nível das águas atingindo 1,5 a 2 metros nas paredes
389
das residências, o tracejado em vermelho mostra o nível que a água atingiu durante
fortes chuvas ocorridas em dezembro de 2013. Para retirada antecipada dos
residentes, quando da ocorrência de inundações, de acordo com o CPRM (2012), é
utilizado o sistema de alerta contra enchentes no Rio Doce, com medições
automáticas dos níveis d´água e dois pontos com réguas para acompanhamento da
subida do rio, quando cotas de alerta são atingidas, são enviados avisos para a
Defesa Civil.

A área de inundação mostrada na Figura 12.2 também foi identificada pelo CPRM
(2012) como Setor de Inundação ES_CO_SR_16_CPRM.

Figura 12.2 - Área de inundação devido extravasamento do rio Doce.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

- Bairros Esplanada, Centro e Colatina Velha-Sub-bacias8, 11, 12, 13, 14,


15, 16

Durante o período chuvoso, a rua José Jacinto de Assis no bairro Esplanada, a


Avenida Luis Zovain no bairro Centro e a rua Pedro Epichim no bairro Colatina Velha
são afetadas por inundação devido extravasamento do rio Doce. A região mais
afetada durante o período chuvoso anual são as calhas das ruas que margeiam o rio
Doce, conforme mostra a Figura 12.3.
390
Figura 12.3 – Área de inundação pelo rio Doce, durante período chuvoso.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

A Figura 12.4 (b) a seguir, mostra um viaduto localizado na Avenida Luis Zovain, bairro
Centro, próximo a Rodoviária, está localizado em uma cota mais baixa com relação
ao restante da rua, segundo moradores, esse é um dos primeiros locais a ser afetado
por inundação pelo rio Doce durante as cheias.

Figura 12.4 – (a) Área de inundação na Avenida Luis Zovain, bairro Centro.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

A Figura 12.5 mostra área de inundação devido ao extravasamento do rio Doce


durante as grandes enchentes, como as ocorridas nos anos de 1979 e 2013. A área
afetada pela inundação compreende os bairros Esplanada, Centro e Colatina Velha,
entretanto, a área mais afetada é o bairro Centro, onde se localiza a principal área de
comércio da cidade, órgãos públicos e hospitais.
391
Figura 12.5 - Área de inundação pelo rio Doce nos períodos de grandes enchentes.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Durante período de grandes chuvas ocorridas em dezembro de 2013, o CPRM


delimitou a mancha de inundação observada na calha do rio Doce na extensão da
área urbana consolidada nos dias 19/12/2013 (em azul) e 24/12/2013 (em vermelho),
conforme mostra a Figura 12.6.
392

Figura 12.6 - Área de inundação pelo rio Doce no perímetro urbano consolidado de Colatina.

Fonte: Adaptado CPRM (2014).


393

 Margem esquerda.

- Bairro Columbia - Sub-bacia56

A área baixa do bairro Columbia (Figura 12.7) localizada na margem esquerda do rio
Doce é afetada por inundação nas grandes enchentes, como as ocorridas nos anos
de 1979 e 2013.

A Figura 12.8 (a) mostra área de inundação pelo rio Doce (Coordenada 321038 E /
7839799 S) na parte baixa do bairro Columbia e a Figura 12.8 (b) mostra altura que a
água atingiu, que foi entorno de 2 metros.

Figura 12.7 - Área de inundação pelo rio Doce na parte baixa do bairro Columbia.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


394

Figura 12.8–(a) Vista para área de inundação pelo rio Doce no bairro Columbia (b) Altura que a
lâmina d’água atingiu na região.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

- Bairros Martineli, São Bráz e Lacê - Sub-bacia49

Uma parte dos bairros Martineli, São Bráz e Lacê (Figura 12.9) está localizada próxima
à margem esquerda do rio Doce e são afetados por inundação nas grandes
enchentes, como as ocorridas no ano de 1979 e 2013.

Figura 12.9– Área de inundação pelo rio Doce na parte baixa dos bairros Martineli, São Bráz e Lacê.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


395

A linha destacada em azul na Figura 12.10 mostra a altura que a água atingiu em
algumas casas localizadas na Avenida Fioravante Rossi, bairro Martineli (Coordenada
326840 E / 7839804 S), durante fortes chuvas ocorridas em dezembro de 2013.

Figura 12.10 - Áreas de inundação na Avenida Fioravante Rossi, no bairro Martineli

Fonte: Foto própria.

12.1.2 Inundação por Rios Estaduais

Três rios estaduais desaguam no rio Doce, dentro do perímetro urbano da Sede. O
exutório do rio Pancas ocorre dentro da área urbana consolidada situada na margem
esquerda. Os rios Santa Maria do Doce e Santa Joana desaguam na margem direita,
na área urbana de expansão e na área urbana consolidada, respectivamente, Figura
12.11.
396

Figura 12.11 - Sub-bacias de rios estaduais, que deságuam no rio Doce no município de Colatina.

Fonte: Autoria própria.

 Rio Santa Joana

A nascente do rio Santa Joana encontra-se no município de Afonso Cláudio, em seu


caminhamento atravessa os municípios de Itaguaçu, Itarana e para desaguar no rio
Doce em uma área urbana de expansão da Sede municipal (Sub-bacia 57). Durante
visita a campo, reuniões com a equipe da Prefeitura e reunião de mobilização não
foram identificados problemas de convivência com inundações deste Rio.
397

 Rio Santa Maria do Doce - Sub-bacia 8

O trecho do rio Santa Maria do Doce, junto ao exutório, apresenta diversas áreas
inundáveis durante as cheias (Figura 12.12). Algumas áreas, com ocupação indevida,
são inundadas, anualmente, durante o período chuvoso.

Figura 12.12 - Áreas de inundação pelo rio Santa Maria do Doce (em azul).

Fonte: Demarcação em Google Earth.

- Rua Padre João Bertolo, bairro Vila Lenira (Coordenada 0328336E /


7837363 S) - Sub-bacia 8

A área destacada em azul, na Figura 12.13, apresenta área de inundação devido


extravasamento do rio Santa Maria do Doce, na rua Padre João Bertolo e
proximidades, no bairro Vila Lenira. A área demarcada é afetada anualmente nos
períodos chuvosos, mas no período de chuva de dezembro de 2013, a lâmina d’água
atingiu mais de 2 metros nas residências e comércios próximos.
398

Figura 12.13– Área de inundação (em azul) na rua Padre João Bertolo, bairro Vila Lenira.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Figura 12.14 – Nível que a lâmina d’água atingiu (em vermelho) em algumas casas e comércio na rua
Padre João Bertolo durante fortes chuvas em dezembro de 2013.

Fonte: Foto própria.


399

Figura 12.15– (a) Nível que a lâmina d’água atingiu durante fortes chuvas em dezembro de 2013 (b)
Vista para o rio Santa Maria do Doce a partir da rua Padre João Bertolo, bairro Vila Lenira.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

- Rua João Jonas (Coordenada 0328369 E /7836963 S). Região conhecida


como "Buraco da Comadre", bairro Vila Lenira - Sub-bacia 8

A área destacada em azul na Figura 12.16 está localizada na planície de inundação


do rio Santa Maria do Doce, onde as casas, principalmente aquelas de padrão
construtivo mais precário, situadas junto à sua margem, estão sujeitas a danos
causados por inundações. A área de inundação mostrada na Figura 12.16 foi
identificada pelo CPRM (2012) como o Setor de Inundação ES_CO_SR_05_CPRM.

Neste trecho o rio Santa Maria do Doce, localizado nas proximidades da Rua João
Jonas foi classificado como Média Vulnerabilidade a Inundação, de acordo com o
Atlas de Vulnerabilidade, apresentado pelo IEMA (2013).

Segundo moradores da região, durante o período chuvoso, ocorre o extravasamento


da calha do rio e a altura da lâmina d’água nas casas localizadas na margem direita
do rio é entorno de 1 metro. Durante fortes chuvas ocorridas em dezembro de 2013,
o nível da água subiu entorno 7 m, atingindo o segundo andar de algumas residências
conforme mostra a Figura 12.17.
400

Figura 12.16 – Área de inundação (em azul) na rua João Jonas, Vila Lenira.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Figura 12.17 – (a) Seção do rio Santa Maria do Doce no trecho crítico (b) área de inundada na rua
João Jonas. Linha amarela - nível da lâmina da inundação em dez/2013.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

– Rua Doutor Joaquim Ribeiro Filho esquina D. Pedro Il, bairro


Esplanada (Coordenada 328396 E / 7838745 S) –Sub-bacia 8
401

Durante o período chuvoso, as ruas próximas a Casa de Saúde Santa Maria são
afetadas devido extravasamento do rio Santa Maria do Doce e a água chega a atingir
em média 20 a 30 cm nas ruas.

Nas chuvas ocorridas em dezembro de 2013, a água do rio Santa Maria do Doce
atingiu entorno de 1,80 m na Casa de Saúde Santa Maria. A área delimitada em azul
na Figura 12.18 mostra área de inundação ocorrida nesse período.

As ruas Doutor Joaquim Ribeiro Filho D. Pedro Il, Virgílio Gomes Barreto, Aroldo
Antolini e Álvaro Antolini, todas próximas à Casa de Saúde de Santa Maria, estão
localizadas em uma região baixa, paralela ao rio Santa Maria do Doce. A Figura 12.19
mostra vista parcial da rua D. Pedro ll, próximo à Casa de Saúde Santa Maria.

Figura 12.18 – Área de inundação (em azul) no bairro Esplanada.

Fonte: Demarcação Google Earth.


402

Figura 12.19 - Vista parcial da rua D. Pedro ll, próximo a Casa de Saúde Santa Maria.

Fonte: Foto própria.

- Rua Nossa Senhora das Graças (Rua do Tiro de Guerra), bairro Sagrado
Coração de Jesus (Coordenada 328196 E / 7838724 S)- Sub-bacia 8

A área destacada na Figura 12.20 também foi identificada pelo CPRM (2012) (Setor
ES_CO_SR_15_CPRM). A área situa-se na planície de inundação do rio Santa Maria
do Doce. As casas foram construídas muito próximas à planície de inundação, desse
modo, durante o período de fortes chuvas, a lâmina de inundação alcança de 0,5 a 1
metro. Durante as fortes chuvas ocorridas em dezembro de 2013, a água atingiu em
torno de 2,5 metros em algumas casas e comércios da região, conforme destacado
(em azul) na Figura 12.21.

Figura 12.20 – Área de inundação no bairro Sagrado Coração de Jesus nas proximidades do rio
Santa Maria do Doce.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


403

O esgoto (não tratado) da cidade, também é lançado no rio, ocorrendo o retorno desse
material nos períodos de extravasamento das águas. Durante os períodos de seca, o
rio Santa Maria do Doce, com vazão reduzida, tem aumentada a concentração dos
efluentes nas águas, ocasionando o deterioramento da qualidade de suas águas.

Figura 12.21 – Local de inundação na rua Nossa Senhora das Graças, bairro Sagrado Coração de
Jesus

Fonte: Foto própria.

 Rio Pancas

- Inundação por extravasamento do rio Pancas, no bairro Santa Helena


(Coordenada 0330314 E / 7842984 S) -Sub-bacia 59

O polígono delimitado em azul na Figura 12.22 mostra área de inundação no bairro


Santa Helena. De acordo com as curvas de nível, a área afetada por inundação
apresenta cotas mais baixas. A Figura 12.23 mostra uma seção do rio Pancas, no
bairro Santa Helena.
404

Figura 12.22 – Área de inundação às margens do rio Pancas, bairro Santa Helena.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Figura 12.23 – (a) Vista para uma seção do rio Pancas (b) Vista para o rio Pancas a partir da rua
Vitório Cosme, bairro Santa Helena.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.


405

12.1.3 Alagamento nas Sub-bacias

 Margem direita do rio Doce

A área urbana consolidada da margem direita do rio Doce está localizada em nível
mais baixo, em relação à margem esquerda, sendo então mais impactada por
inundações devidas às cheias do rio Doce, principalmente no bairro Centro.

A área afetada pela inundação compreende os bairros Esplanada, Centro e Colatina


Velha, entretanto, a área mais afetada é o bairro Centro, onde se localiza a principal
área de comércio da cidade, órgãos públicos e hospitais.

Figura 12.24 - Sub-bacias localizadas na margem direita do rio Doce na Sede Municipal.

Fonte: Autoria própria.


406

Quadro 12.1 – Sub-bacias afluentes do rio Doce na margem direita.

Área de Sensível à
Sub-bacias Área urbana consolidada
expansão inundação
Bacia 1 - Bacia Córrego
não sim rio Doce
D'Água
Bacia 2 bairro Luiz Iglesias sim rio Doce
Bacia 3 bairro Luiz Iglesias sim rio Doce
Bacia 4 - Bacia Córrego
bairro Luiz Iglesias sim rio Doce
Sossego
Bacia 5 bairro Luiz Iglesias sim rio Doce
Bacia 6 bairro Fazenda Vitali sim rio Doce
bairros: Raul Guilbert, Vila
Lenira, Maria Ismênia, Vila
Bacia 8 - Bacia Santa
Nova, Esplanada, Sagrado sim rio Doce
Maria do Rio Doce
Coração de Jesus, Adélia
Giuberti
rio Santa Maria do
Bacia 9 _ sim
Doce
rio Santa Maria do
Bacia 10 _ sim
Doce
Bacia 11 bairro Esplanada não rio Doce
Bacia 12 bairro Centro não rio Doce
Bacia 13 bairro Santa Cecília não rio Doce
bairros São Vicente, Bela
Bacia 14 sim rio Doce
Vista
Bacia 15 bairro Colatina Velha não rio Doce
Bacia16 bairro Santa Margarida não rio Doce
bairro Benjamim Carlos do
Bacia 17 sim rio Doce
Santos
Bacia 18 bairro Barbados sim rio Doce
Bacia 20 bairro Barbados sim rio Doce
Bacia 21 bairro Barbados não rio Doce
Bacia 22 _ sim rio Doce
Bacia 23 - Bacia Córrego
bairro Barbados sim rio Doce
Barbados
Bacia 57 - Bacia Santa
_ sim rio Doce
Joana
Bacia 58 - Bacia córrego
_ sim rio Doce
do Viático

- Av. Presidente Kenedy, bairro Vila Lenira (Coordenada 0328416 E /7838205 S)


-Sub-bacia 8

A Avenida Presidente Kenedy está localizada em uma área plana no bairro Vila Lenira
(Figura 12.25). Segundo moradores, no ponto mais baixo da Avenida ocorrem
407

alagamentos em todos os eventos pluviométricos. A Figura 12.26 mostra o nível que


a água já atingiu durante eventos de chuva.

Figura 12.25 – Depressão na Av. Presidente Kenedy, bairro Vila Lenira -Área de alagamento.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Figura 12.26 -Local de alagamento na parte mais baixa na Av. Presidente Kenedy, bairro Vila Lenira.

Fonte: Foto Própria.

 Margem esquerda do rio Doce

A área urbana consolidada na esquerda do rio Doce está localizada em nível mais
elevado, em relação à margem direita, o que permite não haver inundações pelo rio
Doce.
408

Figura 12.27 -Sub-bacias localizadas na margem esquerda do rio Doce na Sede Municipal.

Fonte: Autoria própria.

Quadro 12.2 - Sub-bacias afluentes do rio Doce na margem direita.

Sub-bacias Área urbana consolidada Área de expansão Sensível à inundação


Bacia 24 _ sim rio Doce
Bacia 25 _ sim rio Doce
Bacia 26 - Bacia
_ sim rio Doce
Córrego da vazante
Bacia 27 _ sim rio Doce
Bacia 28 _ sim rio Doce
Bacia 29 _ sim rio Doce
Bacia 30 - Bacia
_ sim rio Doce
Córrego da Lavra
Bacia 31 _ sim rio Doce
Bacia 32 _ sim rio Doce
Bacia 33 _ sim rio Doce
Bacia 34 bairro Mário Giurizato sim rio Doce
Bacia 35 bairro Mario Giurizato sim rio Pancas
Bacia 37 bairro Mario Giurizato sim rio Pancas
Bacia 38 - Bacia
_ sim rio Pancas
Córrego Jequitibá
Bacia 39 bairro Santa Helena sim rio Pancas
Bacia 40 bairro Maria das Graças não rio Doce
409

Sub-bacias Área urbana consolidada Área de expansão Sensível à inundação

Bacia 41 bairro Maria das Graças não rio Doce

Bacia 42 - Bacia
sim rio Doce
Córrego do Ouro
bairro Carlos Germano
Bacia 43 sim córrego do Ouro
Naumann
Bacia 44 - Bacia bairros Ayrton Senna e
sim córrego do Ouro
Córrego Estrela Ind. Alves Marquez
Bacia 45 - Bacia Alto bairro Carlos Germano
sim córrego do Ouro
Córrego do Ouro Naumann
Bacia 46 bairro Morada do Sol sim córrego do Ouro
Bacia 48 bairro São Bráz não rio Doce
bairros Martineli e São
Bacia 49 não rio Doce
Bráz
bairro Honório Fraga,
Bacia 50 não rio Doce
Matineli, São Marcos
bairros Novo Horizonte,
Bacia 51 sim rio Doce
Honório Fraga
Bacia 52 bairro Honório Fraga não rio Doce
Bacia 53 - Bacia
bairro Honório Fraga sim rio Doce
Córrego do Macaco
Bacia 54 bairro Honório Fraga sim rio Doce
Bacia 55 - Bacia
bairro Colúmbia sim rio Doce
córrego da Saúde
Bacia 56 bairro Colúmbia não rio Doce
Bacia 59 - Bacia rio bairros Mario Giurizato e
sim rio Doce
Pancas Santa Helena

- Bairro Columbia – Sub-bacia 56

A área em amarelo identificada na Figura 12.28, mostra local de alagamento na parte


mais baixa da rua Alice Torezani (Coordenada 0321312 E /7840558 S). Nas
proximidades da rua Alice Torezani, em seu nível mais elevado, várias ruas estão
sendo pavimentadas, assim, durante eventos pluviométricos, sedimentos são
transportados para as partes mais baixas, causando assoreamento das redes de
drenagem, como pode ser visto na Figura 12.29. Também pode ser observado o
depósito de resíduos, principalmente de construção civil.

Nas proximidades da rua Canário se localizada uma lagoa, que durante fortes chuvas,
apresenta risco de extravasamento, colocando em risco a população que mora no seu
entorno, conforme mostra a Figura 12.28.
410

Figura 12.28 – Bairro Columbia.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

Figura 12.29 – Parte baixa na rua Alice H. Torezani, bairro Columbia.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

- Córrego do Ouro - Sub-bacia 42

A sub-bacia do córrego do Ouro está inserida quase na sua totalidade na área urbana
consolidada e é composta pelas sub-bacias 43, 44, 45 e 46, conforme mostra a Figura
12.30 .
411

Figura 12.30 - Sub-bacia do córrego do Ouro.

Fonte: Autoria própria.

Os seis (6) pontos críticos identificados na Figura 12.30 serão descritos a seguir.

- Ponto 1: Rua Soeiro de Castro Soares, bairro Carlos Germano Naumann


(Coordenada 325406 E / 7843663 S).

A área de inundação está localizada próximo à confluência de um pequeno córrego


com o córrego do Ouro. Segundo moradores, a rede de drenagem não suporta o
volume de água durante fortes chuvas, causando desse modo, inundação na rua
Soeiro de Castro Soares, bairro Carlos Germano Naumann.
412

Figura 12.31 – Vista para área de inundação na rua Soeiro de Castro Soares, bairro Carlos Germano
Naumann.

Fonte: Demarcação em Google Earth.

A Figura 12.32 mostra: (a) e (b) área de inundação na rua Soeiro de Castro Soares,
(c) rede de drenagem e (d) altura que a lâmina d’água atingiu (linha pontilhada em
azul) durante período de fortes chuvas.

Figura 12.32–Área de inundação na rua Soeiro de Castro Soares, bairro Carlos Gernamo Naumann.

(a) (b)
413

(c) (d)
Fonte: Foto própria.

- Ponto 2: Rodovia Gheter Lopes de Farias (Rodovia ES-080), bairro Industrial


Alves Marques (Coordenada 325758 E / 7842989 S).

Durante o período chuvoso, ocorrem grandes inundações em alguns trechos na


Rodovia Gheter Lopes de Farias (ES-080), um dos trechos é mostrado na Figura
12.33. As setas apresentadas na Figura 12.33 indicam a localização do córrego do
Ouro, que é drenado por uma galeria sob comércios e casas ao longo da Rodovia
Gether Lopes de Farias (ES-080), e a direção do fluxo do córrego. No local indicado,
a galeria também recebe contribuições de águas pluviais durante eventos chuvosos
do bairro Ayrton Sena.

Figura 12.33– Área de inundação (em azul) pelo córrego do Ouro, na Rodovia Gether Lopes de
Farias (ES-080). As seta indicam o sentido do fluxo do córrego do Ouro.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


414

A Figura 12.34 mostra: (a) e (b) local de inundação e a altura que a lâmina d’água
atingiu durante fortes chuvas na Rodovia Gether Lopes de Farias, (c) sentido (seta
azul) das contribuições de águas pluviais oriundas do bairro Ayrton Senna e (d)
situação que se encontra a rede de drenagem na referia área de inundação.

Figura 12.34 – (a) (b) Local de inundação e altura que a lâmina d’água atingiu durante fortes chuvas
na Rodovia Gether Lopes de Farias (c) Sentido das águas pluviais, durante eventos pluviométricos,
oriundas do bairro Ayrton Senna (d) Rede de drenagem parcialmente assoreada.

(a) (b)

(c) (d)

Fonte: Foto própria.

- Ponto 3: Inundação na Rodovia Gether Lopes de Farias (Rodovia ES-080),


bairro Industrial Alves Marques (Coordenada 325989 E / 7842316 S).
415

O polígono delimitado em azul na Figura 12.35 mostra área de inundação na Rodovia


Gether Lopes de Farias (ES-080), próximo à confluência do córrego Estrelas com o
córrego do Ouro. Durante o período de fortes chuvas, ocorre acúmulo de muita água
na Rodovia, dificultando o trafego de carros, o que causa transtornos à população.

Figura 12.35– Área de inundação na Rodovia Gether Lopes de Farias (ES-080) próximo à confluência
do córrego Estrelas com o córrego do Ouro.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


Figura 12.36–(a) Área de inundação pelo córrego do Ouro (b) Galeria sob Rodovia Gether Lopes de
Farias, seta indica o sentido do fluxo do córrego.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

- Ponto 4: Beco Pedro Peixoto, bairro Santo Antônio (Coordenada 326083 E /


7841092 S). Próximo à Avenida Silvio Avidos.
416

Segundo moradores da região, após a construção do Residencial São Miguel no bairro


Morada do Sol, inundações pelo extravasamento do córrego do Ouro durante o
período de grandes chuvas começaram a ocorrer na área identificada na Figura 12.37.
No local de inundação há o lançamento de esgoto por meio de uma galeria, conforme
mostra a Figura 12.38.

Segundo moradores, as inundações só começaram a ocorrer após a construção do


Residencial São Miguel no bairro Morada do Sol.

Figura 12.37– Área de inundação identificado com marcador amarelo e sentido da drenagem
superficial (seta azul) do bairro Morada do Sol.

Fonte: Demarcação em Google Earth.


Figura 12.38–(a) Confluência de galeria de esgoto com o córrego do Ouro (b) Área de inundação.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.


417

- Ponto 5: Avenida Silvio Avidos, bairro São Silvano (Coordenada 328387 E /


7840330 S)

O córrego do Ouro ao longo do seu percurso segue canalizado por uma galeria e
passa sob várias casas e comércios. A Figura 12.39 mostra o final da galeria,
localizada paralela à Avenida Silvio Avidos, a partir deste local, o córrego segue na
em calha natural. Durante visita de campo, observou-se que a presença de esgoto no
córrego é muito elevada e odor oriundo do córrego é muito forte na região.

Figura 12.39–Vista para o córrego do Ouro, no bairro São Silvano.

Fonte: Foto própria.

- Ponto 6: Avenida Brasil, bairro Lacê (Coordenada 328958 E/ 7840216 S).

A área destacada em azul na Figura 12.40 está localizada a poucos metros da


confluência com córrego do Ouro com o rio Doce. Assim, durante o período chuvoso,
quando o nível das águas do rio Doce estão elevadas, não ocorre o escoamento das
águas do referido córrego, causando dessa forma, inundação na Avenida Brasil
(Figura 12.42).
418

Figura 12.40 - Área de inundação (em azul) na Avenida Brasil, bairro Lacê.

Fonte: Demarcação Google Earth.

Figura 12.41– Vista para o córrego do Ouro na Avenida Brasil, bairro Lacê.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.


419

Figura 12.42 – Locais afetados por inundação pelo córrego do Ouro na Avenida Brasil, bairro Lacê.

(a) (b)

Fonte: Foto própria.

12.1.4 Pontos de assoreamento

O rio Santa Maria do Doce desagua no rio Doce na área urbana da Sede de Colatina.
Antes de desaguar no rio Doce, travessa os bairros Vila Lenira, Maria Ismênia, Vila
Nova, Esplanada, Marista e Adélia Giuberti. Ao longo da sua extensão nos bairros da
Sede Municipal, o rio apresenta-se bastante assoreado, conforme mostra a Figura
12.43.

Figura 12.43 – Pontos assoreados no rio Santa Maria do Doce.


420

Fonte: Foto própria.

12.1.5 Diagnóstico participativo

A reunião de Mobilização Social no município de Colatina ocorreu no dia 24 de julho


de 2014 e contou com a presença de 43 participantes. A participação da população
presente foi bastante efetiva e contribuiu de forma muito positiva para a indicação dos
problemas relacionados à drenagem de águas pluviais, os quais são apresentados no
Quadro 12.3.

Quadro 12.3- Problemas de drenagem levantados na reunião de mobilização.

Problema Locais identificados pela população

Rua Melvin Jones e Rua Pio XII, bairro


Esplanada, próximo ao hospital Santa Maria e
ao INSS.

Alagamentos Parte baixa do bairro Columbia.

Bairro Carlos

Germano Nauman, nas proximidades do Corpo


de Bombeiros.

Alagamentos por chuvas mais intensas e com


período de duas a três horas para escoar as Rua Dionízio Dalla Bernadina, bairro Novo
águas, segundo moradores, não há rede de Horizonte.
drenagem nessa localidade.
421

Rede de drenagem obstruída. Bairro Novo Horizonte

Toda a região baixa da cidade, às margens do


rio Doce, Rio Pancas e Santa Maria.

No período das chuvas inunda as localidades de


Inundação
Buraco da Comadre, Maria Ismênia, Vila Lenira
e

Lace parte baixa, Vila Nova e Centro da Cidade.

Localizadas ao longo do córrego São Silvano e


Construções estreitam os rios às margens do rio Santa Maria do Doce de
forma generalizada.

Fonte: Autoria própria.

Durante o diagnóstico de campo no município foram visitados quase todos os pontos


identificados pela população a fim de avaliá-los e verificar as possíveis causas dos
problemas. Os locais apontados com problemas de alagamentos e inundações estão
descritos no item Avaliação da Macrodrenagem.

12.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MICRODRENAGEM

Para caracterização da microdrenagem do município de Colatina, foram utilizados os


dados obtidos na Base de Informações do Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2010),
uma vez que o município não conta com cadastro completo de redes de drenagem.
Esta base apresenta dados individualizados por setor censitário, de modo que
possibilita a análise das informações produzidas em nível municipal.

A microdrenagem do setor censitário de determinada região é visualmente identificada


pela presença de estruturas como bueiros ou bocas de lobo, que são destinadas a
captação da água de chuva que escoa superficialmente pelas vias, para posterior
transporte pela rede subterrânea.

Assim, na coleta de dados censitários, sobre o entorno dos domicílios visitados, é


verificada a existência ou não de bueiros e bocas de lobo, na face do domicílio ou em
sua face confrontante.
422

Para ter uma visão geral sobre a situação da microdrenagem de cada setor censitário
do município estabeleceu-se um indicador baseado nos dados mencionados
anteriormente. Esse indicador consiste no percentual de domicílios que possuem
bueiros ou bocas de lobos instalados em seu entorno. É importante ressaltar que esse
indicador foi estabelecido considerando os domicílios particulares permanentes
urbanos (próprios, alugados e cedidos), uma vez que os domicílios situados na área
rural não dispõem de dados dessa natureza.

O indicador percentual de domicílios que possuem bueiros ou bocas de lobos


(%DBBL) pode ser matematicamente representado pela seguinte relação:

𝐷𝑜𝑚í𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢𝑏𝑜𝑐𝑎𝑠𝑑𝑒𝑙𝑜𝑏𝑜𝑠𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
%𝐷𝐵𝐵𝐿 =
𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜𝑠𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑡𝑒𝑠

Os setores censitários da maior parte dos bairros situados na área urbana Municipal
apresentaram percentagem de quantidade de domicílios com bueiros e bocas de lobo
superior a 90%, com exceção apenas dos bairros: Aeroporto com 50%;Colatina Velha
e Santa Margarida com 55%;Maria Ismênia, Residencial Nobre e parte de Moacir
Brotas com média de aproximadamente 70%; Barbados 76%; Ayrton Sena apresentou
uma parte 100% e outra parte apenas 52%; Carlos Germano Naumann; maior parte
acima de 75% e uma pequena parte 33%; e o pior atendimento foi apresentado pelo
bairro Morada do Sol, com apenas 10%.

Os distritos de Itapina, Boapaba, Baunilha, Graça Aranha e Ângelo Frechiane


apresentaram, respectivamente, percentagem de quantidade de domicílios com
bueiros e bocas de lobo em torno de95%, 100%, 93%, 78% e 68%. A representação
espacial dos dados obtidos pode ser observada na Figura 12.44.
423

Figura 12.44 - Distribuição espacial do indicador %DBBL.

Fonte: Autoria própria.

12.3 DETERMINAR AS REDES EXISTENTES (SEPARADORES


ABSOLUTOS E REDES MISTAS), COM ESTIMATIVA DE
ATENDIMENTO

A responsabilidade pelo esgotamento sanitário do município é competência do


Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento (SANEAR).

O sistema de coleta é o separador absoluto com coletores tronco, interceptores e


emissários que coletam os esgotos lançados na rede, conduzindo-os, numa pequena
parcela às Estações de Tratamento de Esgoto, no qual se encontram em condições
precárias. A outra parcela coletada é lançada em córregos que cortam o município e
também em fundos de vales.
424

A maior parte da rede coletora de esgoto da sede municipal está instalada num terço
da rua, no outro terço está a rede de abastecimento de água e no centro a galeria de
águas pluviais. Após visitas ao Município, verificou-se a existência de ligações
irregulares da rede coletora domiciliar em galerias de águas pluviais, contaminando
os rios onde estas galerias deságuam.

Nos distritos do município de Colatina, há sistemas de esgotamento sanitário,


compostos de rede coletora e estações coletivas de tratamento de esgoto, tais como,
Boapaba, Baunilha, Itapina, São João Grande, São João Pequeno e Ângelo Frechiani,
todas de responsabilidade do SANEAR.

Os novos loteamentos, recentemente implantados e a serem implantados no


município, são obrigados pela prefeitura a implantar toda a infraestrutura necessária
para o Saneamento Básico do ponto de vista hídrico tais como rede coletora de
esgoto, rede de abastecimento de água e galerias de águas pluviais. Este retrato é
exemplificado pelos Loteamentos Vitalli e Ayrton Senna, do Programa “Minha Casa,
Minha Vida”.

12.4 AVALIAR A INFLUÊNCIA DO ACÚMULO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


NOS DUTOS E CÓRREGOS, VERIFICANDO INVESTIMENTOS EM
LIMPEZA E DESOBSTRUÇÃO DE GALERIAS E MICRO-DRENAGEM

No município de Colatina existe um quadro de horários da coleta específico para cada


bairro da Sede Municipal. Nos distritos de Baunilha, Boapaba e Itapinha a coleta
ocorre, geralmente, duas vezes na semana. O Serviço Colatina de Meio Ambiente e
Saneamento (SANEAR) é o responsável pelo serviço de coleta.

Assim, onde a coleta é feita regularmente avalia-se baixa a pressão de lançamentos


de resíduos nos cursos de água. Os locais em que o morador deve ir até o ponto de
disposição dos resíduos, podem ter uma maior pressão de lançamento indevido de
resíduos nos cursos d’água.
425

12.5 AVALIAR A INFLUÊNCIA DAS VIAS NÃO PAVIMENTADAS


SOBRE O ASSOREAMENTO DAS REDES E CÓRREGOS

Observou-se a existência de ruas não pavimentadas nas áreas periféricas da Sede


Municipal, principalmente em novos loteamentos, nos distritos há vias não
pavimentadas e em estradas de acesso às áreas rurais.

As plantas apresentadas nas Figura 12.45 a Figura 12.51 indicam as ruas


pavimentadas e não pavimentadas da Sede e dos distritos do município de Colatina,
construídas com base no shapefile disponibilizado pelo Instituto Jones dos Santos
Neves e a partir da visualização da imagem de satélite atual do Google Earth.

Figura 12.45 - Revestimento das vias na Sede Municipal de Colatina, margem esquerda do rio Doce.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).


426

Figura 12.46 - Revestimento das vias na Sede Municipal de Colatina, margem direita do rio Doce.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).

Figura 12.47 - Revestimento das vias no distrito Graça Aranha do município de Colatina.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).


427

Figura 12.48 - Revestimento das vias no distrito Boapaba do município de Colatina.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).

Figura 12.49 - Revestimento das vias no distrito Baunilha do município de Colatina.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).


428

Figura 12.50 - Revestimento das vias no distrito Ângelo Frechiani do município de Colatina.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).


Figura 12.51 - Revestimento das vias no distrito Itapina do município de Colatina.

Fonte: Adaptado de IJSN (2011).


429

12.6 MAPEAMENTO E ESTUDO DO SISTEMA HIDROGRÁFICO

O município de Colatina está situado na porção baixa da bacia do rio Doce, sendo que
nesse trecho, que corre no sentido oeste-leste, o Município é dividido em duas
porções: a norte, situada do lado da margem esquerda, e a sul, situada do lado da
margem direita do rio Doce.

O rio Doce apresenta uma extensão de 853 Km, tem como formadores os rios Piranga
e Carmo, cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e
Espinhaço, MG, onde as altitudes atingem cerca de 1.200 m (CBH-Rio Doce, 2009).
Seus principais afluentes no Espírito Santo são: pela margem esquerda, os rios
Pancas e São José e pela margem direita os rios Guandu, Santa Joana e Santa Maria
do Doce.

A Sede Municipal de Colatina é banhada diretamente pelo rio Doce que atravessa sua
extensão, o Córrego do Ouro, o rio Pancas e o rio Santa Maria do Doce estão inseridos
na área urbana consolidada da Sede e desaguam no rio Doce, há ainda pequenos
afluentes que desaguam nesses três últimos cursos d’água.

O distrito de Itapina está inserido na sub-bacia do rio Laje, afluente do rio Doce, que
atravessa sua área urbana. O distrito de Ângelo Frechiane suta-se na sub-bacia do
afluente do córrego Miracema, o distrito de Baunilha na do rio Baunilha e na do córrego
Pastinho, o distrito de Boapaba na do córrego Mutum ou Boapaba, afluente do rio
Santa Maria do Doce, e o distrito de Graça Aranha na do rio Graça Aranha e seu
afluente córrego Pau. As comunidades de São João Pequeno e Ponte de Pancas nas
dos rios São João Pequeno e Pancas, respectivamente.

O córrego do Ouro nasce no próprio município, no bairro Carlos Germano Nauman, o


rio Pancas nasce no município de Pancas, ambos desaguam no rio Doce, em Colatina.
O rio Laje nasce no município de Itaguaçu, a nascente do rio Baunilha é localizada no
município de Colatina e desagua no rio Doce

O detalhamento das sub-bacias municipais (Ottobacias Nível 5) pode ser visualizado


na Figura 12.52, a qual foi elaborada a partir de shapefiles disponibilizados pelo
GEOBASES.
430

Figura 12.52 -Sub-baciashidrográficas do município de Colatina.

Fonte: Autoria própria.


431

12.7 ESTUDO HIDROLÓGICO COM IDENTIFICAÇÃO DAS


DEFICIÊNCIAS NO SISTEMA NATURAL DE DRENAGEM

No Estado do Espírito Santo, embora existam os Comitês das Bacias Hidrográficas


do rio Santa Maria do Doce, do rio Guandu e do rio São José, bem como os Consórcios
dos rios Santa Joana e Pancas, foram constituídas no âmbito do Plano Integrado de
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Doce - PIRH DOCE (2010),
unicamente para efeito de planejamento e descrição de dados, as seguintes unidades
de análise:

 UA Guandu, abrangendo predominantemente a sub-bacia do rio Guandu;

 UA Santa Maria do Doce, abrangendo as sub-bacias dos rios Santa Maria do


Doce e Santa Joana; e

 UA São José, abrangendo as sub-bacias dos rios Pancas, São José e a região
da Barra Seca, ao norte da foz do rio Doce, que drena diretamente para o Oceano
Atlântico. A Figura 12.53, adiante, ilustra este aspecto.

O município de Colatina está inserido em duas Unidades de Análise (UA), sendo elas,
a UA São José, abrange a área do município localizada a esquerda do rio Doce e a
UA Santa Maria que abrange a área localizada a direita do rio Doce.
432

Figura 12.53 - Unidades de análise da bacia do rio Doce no Espírito Santo.

Fonte: Adaptado PARH São José (2010).

No que diz respeito ao balanço hídrico, a situação na Unidade de Análise dentro da


bacia do rio Doce, UA São José, onde se insere o Município, foi considerada, pelos
parâmetros da ONU(Organização das Nações Unidas) em 2010, como confortável
para os Rios (ou sub-bacias) Pancas e São José, e excelente para o Rio (sub-bacia)
Barra Seca, em razão de que as vazões de retirada estimadas(Qret) são praticamente
50% menores do que as vazões Q7,10 estabelecidas para os três rios(sub-bacias)
considerados, permitindo o atendimento dos usos consultivos.

Entretanto, o prognóstico realizado em relação à disponibilidade hídrica no cenário


inercial mostra uma situação crítica em grande parte da UA São José (PARH SÃO
JOSÉ, 2010). A Figura 12.54 apresenta as projeções de demanda (Qret) no cenário
tendencial para cada uso da UA São José até o ano de 2030.
433

Figura 12.54 - Projeções de demanda (Qret) no cenário tendencial para cada uso da UA São José.

Fonte: PARH São José(2010).

Caso se confirme a elevação das demandas de irrigação nas três sub-bacias, a


situação poderá tornar-se ainda mais crítica, visto que todas estas apresentarão
saldos hídricos negativos em 2030. Esta situação é bem ilustrada na Figura 12.55, a
qual apresenta o resultado da modelagem para o cenário tendencial 2030 (PARH SÃO
JOSÉ, 2010).

Figura 12.55 - Saldos hídricos para o cenário tendencial 2030 na UA São José.

Fonte: PARH São José (2010).


434

No que diz respeito ao balanço hídrico, a situação da sub-bacia do rio Santa Joana
demonstra que as retiradas impactam sensivelmente sua disponibilidade hídrica. Em
2010, estimava-se que eram retirados 0,88 m³/s de água da sub-bacia do rio Santa
Joana. Segundo avaliação da ONU, esta situação é preocupante, uma vez que esta
demanda ultrapassa/é superior à vazão Q7,10 estabelecida para a sub-bacia do rio
Santa Joana, que é de 0,8 m³/s. No período de seca do ano de 2008, o rio Santa
Joana chegou a ficar intermitente em alguns trechos, ocasionando problemas no
abastecimento humano (Adaptado de PARH-SANTA MARIA 2010).

No que concerne à sub-bacia do rio Santa Maria do Doce, embora não se tenha feito
cálculo de balanço hídrico, por falta de informação hidrológica consistente, a situação
também é preocupante. As sub-bacias dos rios Santa Joana e Santa Maria do Doce
são contíguas e, portanto, contam com condições geomorfológicas e climatológicas
semelhantes (PARH-SANTA MARIA 2010).

A Figura 12.56 apresenta as projeções de demanda (Qret) no cenário tendencial para


cada uso da UA Santa Maria do Doce até o ano de 2030, considerando-se a sub-bacia
do rio Santa Joana, a sub-bacia do Rio Santa Maria do Doce e também a área
incremental.

Figura 12.56 - Projeções de demanda (Q ret) no cenário tendencial para cada uso da UA Santa
Maria.

Fonte: PARH-Santa Maria (2010).


435

O curso principal do Santo Joana apresenta condição crítica (as retiradas de água
superam a disponibilidade hídrica, em situação de escassez – vazão Q7,10) em
praticamente toda a sua extensão para o cenário tendencial 2030, Figura 12.57.

Figura 12.57 - Saldos hídricos para o cenário tendencial 2030 na UA Santa Maria do Doce.

Fonte: PARH-Santa Maria (2010).

12.8 ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E


DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES FÍSICOS (HIDROGRAFIA
PLUVIOMETRIA, TOPOGRAFIA E OUTROS) PARA AS BACIAS E
MICRO-BACIAS EM ESPECIAL DAS ÁREAS URBANAS

O levantamento planialtimétrico da Sede Municipal possibilitou a divisão das bacias


hidrográficas urbanas, conforme apresentada no item do Diagnóstico do Sistema
Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas (SDMAPU). Colatina não dispõe de
cadastro do sistema de drenagem existente.
436

12.9 CARACTERIZAÇÃO E INDICAÇÃO CARTOGRÁFICA DAS


ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES, INUNDAÇÕES,
ESCORREGAMENTOS, EM ESPECIAL PARA AS ÁREAS URBANAS

Durante a elaboração do Atlas de Vulnerabilidade à inundação do ES em 2013, foram


classificados como alta vulnerabilidade à inundação o trecho do rio Doce o qual passa
pela área urbana da Sede municipal, assim como seus afluentes nessa região, como,
por exemplo, o rio Santa Maria do Doce, rio Pancas e córrego do Ouro.

O trecho do rio Doce a partir do distrito de Itapina à montante até a Sede Municipal à
jusante é classificado como média vulnerabilidade à inundação. Parte do rio Doce que
atravessa a área urbana no distrito de Itapina classifica-se como alta vulnerabilidade
à inundação.

A Figura 12.58, elaborada a partir de shapefiles disponibilizados pelo IEMA, apresenta


o mapa de vulnerabilidade à inundação do município.

Figura 12.58 - Mapa de Vulnerabilidade à inundação do município de Colatina. Variável -


Vulnerabilidade à Inundação.

Fonte: Autoria própria.

O trabalho realizado pelo CPRM, de fevereiro de 2012, delimitou as áreas com risco
de alagamento e inundação do município de Colatina. Este trabalho foi desenvolvido
437

com visita de campo às áreas com histórico de desastres naturais ou naqueles locais
que já identificaram situações de risco, ainda que sem registro de acidentes. No local
foram observadas áreas consideradas de risco alto e muito alto em função de sua
ocupação e de fenômenos naturais que ocorrem potencializados por obras e
intervenções mal dimensionadas que incluem algumas encostas e regiões de
planícies aluvionares (CPRM, 2012).

A Figura 12.59 apresenta área de inundação do rio Santa Maria do Doceno local
conhecido como Buraco da Comadre – continuação do bairro Vila Lenira. Neste setor
o rio Santa Maria apresenta o solapamento de suas margens, principalmente nos
períodos de maior vazão.

Figura 12.59 - Área de inundação no bairro Vila Lenira próximo às margens do Rio Santa Maria do
Doce.

Fonte: CPRM (2012).

A Figura 12.60 retrata uma área de inundação no bairro Marista próxima ao Tiro de
Guerra (rua Benjamim Costa) próxima a foz do rio Santa Maria, que nas épocas de
cheia do rio Doce possui seu curso represado inundando a região e por consequência
ocorrendo o retorno do esgoto descartado em grande quantidade.
438

Figura 12.60 - Área de inundação no bairro Marista próximo às margens do Rio Santa Maria do Doce.

Fonte: CPRM (2012).

A Figura 12.61 mostra a área de alagamento nas residências abaixo do nível da


Avenida Moacir Dalla, no bairro Colatina Velha, próximo ao enrocamento construído
nas margens do Rio Doce.

Figura 12.61 - Área de inundação no bairro Colatina Velha próximo ao Rio Doce.

Fonte: CPRM (2012).


439

12.10 ELABORAÇÃO DE CARTAS COM ZONEAMENTO DE RISCOS


DE ENCHENTES PARA DIFERENTES PERÍODOS DE RETORNO DE
CHUVAS

O levantamento planialtimétrico da Sede Municipal possibilitou a divisão das bacias


hidrográficas urbanas, além da identificação das áreas de risco, conforme
apresentada no item do Diagnóstico do Sistema Drenagem e Manejo das Águas
Pluviais Urbanas (SDMAPU).

Para elaboração de cartas de risco são necessários para os trechos urbanos dos
cursos d’água os seguintes dados básicos:

- Batimetria do rio Doce, dos rios estaduais e de córregos que extravasam de suas
calhas para a área urbana,

- Levantamento planialtimétrico do caminhamento e de seções transversais


abrangendo as áreas às margens,

- Cadastro dos imóveis situados nas áreas às margens.

12.11 ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS E


SEDIMENTOLÓGICOS E SUA INFLUÊNCIA NA DEGRADAÇÃO DAS
BACIAS E RISCOS DE ENCHENTES, INUNDAÇÕES E
ESCORREGAMENTOS DE TERRA

O município de Colatina está inserido em duas Unidades de Análise (UA), sendo elas,
a UA São José que abrange a área do município localizada a esquerda do rio Doce e
a UA Santa Maria que abrange a área localizada a direita do rio Doce.

Com relação à suscetibilidade à erosão, na UA São José predomina a classe Forte,


ocupando 56,5% da área (Figura 12.62). A classe muito forte, que ocupa 2% da área
ocorre nas partes altas da UA, onde os processos erosivos estão associados à
declividade do terreno. A classe baixa está distribuída na porção próxima ao litoral e
à calha do rio Doce. Os eventos predominantes nessa área estão relacionados à
inundação e sedimentação. Eventualmente, podem ocorrer desbarrancamentos
localizados nas margens dos cursos de água.
440

Figura 12.62 - Classes de suscetibilidade à erosão da UA São José.

Fonte: PARH São José (2010).

De acordo com PARH-Santa Maria (2010) no que diz respeito à suscetibilidade à


erosão, a área da UA Santa Maria do Doce encontra-se distribuída entre as classes
forte (42,09%) e média (43,09%). A classe muito forte ocupa apenas 0,25%, enquanto
a classe baixa ocupa 14,57% da UA (Figura 12.63).
441

Figura 12.63 - Classes de suscetibilidade à erosão da UA Santa Maria do Doce.

Fonte: PARH Santa Maria (2010).

A área municipal de Colatina está classificada como forte suscetibilidade à erosão.

12.12 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE OPERAÇÃO E


MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM IDENTIFICANDO
LACUNAS NO ATENDIMENTO PELO PODER PÚBLICO E
CONSOLIDAR INFORMAÇÕES SOBRE AS TECNOLOGIAS
UTILIZADAS E A COMPATIBILIDADE COM A REALIDADE LOCAL DO
SDMAPU

A manutenção das galerias pluviais é de responsabilidade do SANEAR. Segundo


alguns funcionários, a manutenção é realizada uma vez ao ano apenas em algumas
galerias pluviais, com a utilização de caminhão-pipa e mão de obra braçal como
ferramenta para desobstrução das redes. A última limpeza foi realizada em fevereiro
de 2014.
442

As redes de drenagem do Município de uma maneira geral apresentam-se em bom


estado de conservação, em alguns locais foi verificado pontos de capitação entupidos.

Os cursos d’água apresentam-se bastante assoreados, visto que não são realizados
limpeza e dragagem dos mesmos.

12.13 CARACTERIZAÇÃO DO ARRANJO INSTITUCIONAL DE


SISTEMA, PLANEJAMENTO E GESTÃO DO SDMAPU

A Prefeitura Municipal de Colatina opera com dezoito secretarias. Dentre estas, a


Secretaria de Obras é a responsável pela implantação, operação e manutenção das
redes de drenagem pluvial. E o órgão responsável pela prevenção de desastres,
registro de ocorrências e preparação e respostas para as emergências é a Defesa
Civil Municipal.

12.14 CONSOLIDAR A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E RESOLUÇÕES


DE COMITÊS DE BACIAS RELATIVAS AO PARCELAMENTO DO SOLO
E USO DOS RECURSOS HÍDRICOS DENTRO DAS UNIDADES DE
PLANEJAMENTO

No município de Colatina os serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais estão


regulamentados pelos seguintes dispositivos legais:

- Lei Federal N° 6.766, de 19 de dezembro de 1979: Dispõe sobre o Parcelamento do


Solo Urbano e dá outras providências.

- Lei Federal N° 11.445, de 05 de janeiro de 2007: Estabelece diretrizes nacionais para


o saneamento básico; altera as Leis N°s 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036,
de 11 de maio de 1990,8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de
1995; revoga a Lei N° 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

- Lei Estadual N° 7943, de 16 de Dezembro de 2004: Dispõe sobre o parcelamento do


solo para fins urbanos e dá outras providências.

- Lei Municipal Complementar N° 26, de 29 de setembro de 2003: Institui o Código


Municipal de Posturas e dá outras providências.
443

- Lei Municipal N° 5045, de 23 de dezembro de 2004: Institui o Código Municipal de


Meio Ambiente.

- Lei Municipal N° 4226, de 12 de fevereiro de1996: Dispõe sobre o Código Municipal


de Obras.

- Lei Municipal Nº 5273, de 12 de março de 2007: Institui o Plano Diretor do Município


de Colatina, estabelece objetivos, instrumentos e diretrizes e dá outras providências
para as ações de planejamento no Município de Colatina.

- Lei Municipal N° 4227, de 12 de fevereiro de1996: Dispõe sobre parcelamento do


solo urbano e dá outras providências.

12.15 AVALIAÇÃO DE PLANOS E PROJETOS DE DRENAGEM E


MANEJO DE ÁGUAS URBANAS, QUANDO POSSÍVEL

O Município está instrumentalizado com o Plano Diretor Municipal, porém não dispõe
de Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano de Drenagem. A Prefeitura
Municipal de Colatina não possui plantas digitais de drenagem pluvial, os projetos
realizados são antigos e foram confeccionados manualmente, e não existe registro
destes atualmente. Vale destacar que esses projetos antigos já foram executados.

12.16 DEMANDAS NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DESISTEMA


DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

Após a verificação da baixa disponibilidade de dados para elaboração deste


diagnóstico, foram identificadas demandas para possibilitar a avaliação da prestação
de serviços relativos ao sistema drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. As
demandas observadas estão listadas no Quadro 12.4 de forma a direcionar as ações
que deverão ser formuladas nas etapas seguintes dos planos.
444

Quadro 12.4- Demandas observadas no diagnóstico do sistema de drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas.

DEMANDAS DIMENSÃO DA DEMANDA PRIORIDADE


Desobstrução das galerias assoreadas na Sede e
Manutenção do sistema de
nos Distritos, não se tem informação da extensão Curto Prazo
drenagem urbana
total de redes.
Limpeza do caminhamento urbano da Sede no
Manutenção do sistema de córrego do Ouro e rio Santa Maria do Doce,
Médio Prazo
drenagem natural retirada de material assoreado e vegetação
invasora.
Elaboração de modelo digital de terreno para a
área urbana consolidada da Sede e dos distritos
Dados básicos para traçado com curvas de nível de 1 m em 1 m.
das bacias e microbacias da Elaboração de modelo digital de terreno de toda a Médio Prazo
área urbana região compreendida entre as cumeeiras dos vales
urbanizados na Sede e nos distritos, com curvas de
nível de 5 em 5 m.

Dados básicos para análise da Cadastro do sistema de macrodrenagem existente.


cobertura e capacidade de Todas as galerias circulares de concreto com
Médio Prazo
atendimento do sistema diâmetro superior a 600 mm e todas as galerias
existente de macrodrenagem retangulares.

Cadastro do sistema de microdrenagem existente.


Dados básicos para análise da
cobertura e capacidade de
Longo Prazo
atendimento do sistema Todas as galerias circulares de concreto com
existente de microdrenagem diâmetro inferior a 600 mm.

Levantamento planialtimétrico do trecho de


caminhamento urbano dos rios Doce, Santa Maria
Controle da ocupação das
do Doce, Pancas e Santa Joana com cadastro da
margens dos cursos de água Médio Prazo
posição das construções situadas junto às
naturais
margens, levantamento de seções transversais,
levantamento das seções sob pontes.
Determinar a capacidade
instalada das bacias urbanas e Elaborar Plano de Drenagem urbana. A sub-bacia
determinar a prioridade de que tem apresentado maiores impactos na área Longo Prazo
intervenção para medidas urbana consolidada é a do córrego do Ouro.
estruturais e não-estruturais
Elaboração de plano de convivência com as
cheias. Áreas mais impactadas por cursos d'água:
Ordenamento de áreas Rio Doce - bairro Centro,
inundáveis pelo rio Doce, Santa Rio Pancas - bairro Santa Helena Longo Prazo
Maria do Doce, Pancas Rio Santa Maria do Doce –bairros Raul Guilbert,
Vila Lenira, Maria Ismênia, Vila Nova, Esplanada,
Sagrado Coração de Jesus, Adélia Giuberti
445

12.17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CBH DOCE – Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. A Bacia do Rio Doce:
Caracterização da Bacia. 2009. Disponível em:
<http://www.riodoce.cbh.gov.br/bacia_caracterizacao.asp>. Acesso em: 01 set. 2014.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Ação Emergencial para Delimitação de Áreas


em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa. Colatina, 2012.

GEOBASES - Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo.


Disponível em: <http://www.geobases.es.gov.br>. Acesso em: 17 out. 2014.

IEMA - Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Atlas de


Vulnerabilidade às Inundações do Estado do Espírito Santo. 2013.

PARH-SANTA MARIA. Plano de Ação de Recursos Hídricos da Unidade de


Análise Santa Maria do Doce – PARH Santa Maria do Doce. Consórcio Ecoplan –
Lume. 2010. Disponível em: <http://www.riodoce.cbh.gov.br/PlanoBacia_PARH-
Doce.asp>. Acesso em: 04 agosto 2014.

PARH SÃO JOSÉ. Plano de Ação de Recursos Hídricos da Unidade de Análise


São José – PAHR São José. Consórcio Ecoplan-Lume. 2010. Disponível em:
<http://www.riodoce.cbh.gov.br/_docs/planobacia/PARH/PARH_Sao_Jose.pdf>.
Acesso em: 21 jul. 2014.
446

13 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO


DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (SLUMRS)

A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei Federal nº 12.305
de 2 de agosto de 2010, representa um marco jurídico e um importante instrumento
para organizar a gestão de resíduos sólidos no Brasil, que ainda é um dos maiores
desafios a serem enfrentados pelos entes federados. Esta lei contém instrumentos
importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos
principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo
inadequado dos resíduos sólidos.

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a


prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para
propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos, bem como a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

Um dos mais importantes instrumentos da PNRS são os Planos Municipais de Gestão


Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que se configuram como ferramenta de
planejamento para ações de curto, médio e longo prazo, visando à melhoria na
prestação de serviço de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos. Sendo que, o
equilíbrio entre as interfaces ambientais, sociais e econômicas inerentes a este
assunto deve visar a melhoria de qualidade de vida da população usuária do sistema,
bem como dos que utilizam este recurso como fonte de renda.

Por outro lado a Lei 11.445 de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, também traz como instrumento os Planos de Saneamento
Básico, onde as quatro vertentes do saneamento devem ser planejadas de forma
integrada, dentre elas o manejo de resíduos sólidos e limpeza pública.

O parágrafo 1º do art. 19 da Lei 12.305/2010 estabelece que o plano municipal de


gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento
básico previsto no art. 19 da Le1 11.445/2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto
nos incisos do caput e observado o disposto no parágrafo 2º deste artigo.

O presente documento apresenta, portanto, o Diagnóstico Situacional dos Resíduos


Sólidos para o município de Colatina/ES como parte integrante do Plano Municipal de
447

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), conforme Art. 19 da Lei


12.305/2010 e do Plano de Saneamento Básico, conforme Art. 19 da Lei 11.445/2007.

13.1 PANORAMA DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

As questões relacionadas à geração de resíduos e sua destinação adequada são


discutidas mundialmente, seja pelos fatores econômicos, seja por questões
ambientais, sociais, ou de saúde pública. A escassez dos recursos naturais, a
degradação de solos e águas superficiais e subterrâneas e a contaminação de
pessoas, seja pelo contato direto ou indireto com o resíduo, tem afetado tanto os
países desenvolvidos como aqueles em desenvolvimento.

Estima-se que a população mundial, que gira em torno de 6 bilhões de habitantes,


esteja gerando entre 2 e 3 bilhões de toneladas de lixo por ano (CEMPRE, 2010).
Essa enorme quantidade de resíduos tem trazido à tona uma preocupação mundial
sobre qual a melhor forma de gerenciá-lo.

Essa questão mundial está diretamente relacionada ao nível de desenvolvimento dos


países sendo que a geração per capita de resíduos sólidos depende de fatores como
a densidade demográfica e o nível de renda da população, dentre outros. A Figura
13.1 apresenta a relação entre as características dos resíduos e de sua gestão em
relação à densidade demográfica e o nível de renda da população.
448

Figura 13.1- Situação dos resíduos no mundo considerando densidade demográfica e nível de renda.

Fonte: Adaptado de CEMPRE(2010).

13.1.1 Panorama dos resíduos sólidos no Brasil

O momento atual que estamos vivendo no Brasil quanto à gestão dos resíduos sólidos
é o início de um processo de mudanças comportamentais seja por parte do setor
público, setor produtivo e sociedade civil. Impulsionados pelas Leis 11.445/2007 que
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e 12.305/2010 que instituiu
a Política Nacional de Resíduos, e pressionados pela população e por órgãos
fiscalizadores, observa-se uma movimentação por parte dos municípios brasileiros no
sentido de atender as questões legais.

Constitucionalmente é de competência do poder público local o gerenciamento dos


resíduos sólidos produzidos em suas cidades. Segundo a Pesquisa Nacional de
449

Saneamento Básico (PNSB) 2008, 61,2% das prestadoras dos serviços de manejo
dos resíduos sólidos eram entidades vinculadas à administração direta do poder
público; 34,5%, empresas privadas sob o regime de concessão pública ou
terceirização; e 4,3%, entidades organizadas sob a forma de autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e consórcios (PNSB, 2008).

Segundo a mesma pesquisa os serviços de manejo dos resíduos sólidos que


compreendem a coleta, a limpeza pública bem como a destinação final desses
resíduos, exercem um forte impacto no orçamento das administrações municipais,
podendo atingir 20,0% dos gastos da municipalidade (PNSB, 2008).

Em território nacional existem ainda diferenças regionais como pode ser observado
na Figura 13.2 que apresenta a presença de aterros sanitários e vazadouros a céu
aberto nos municípios brasileiros.

Figura 13.2 - Diferenças regionais na destinação final dos resíduos sólidos.

Fonte: IBGE (2011)

13.1.2 Panorama dos resíduos sólidos no Espírito Santo

No Estado do Espírito Santo a situação do gerenciamento de resíduos sólidos não


destoa da realidade brasileira havendo grande presença de vazadouros a céu aberto
450

(popularmente conhecidos como “lixões”) e coleta seletiva incipiente existente apenas


em algumas localidades dos centros urbanos.

A partir de 2005, com a organização do Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA),


por meio da CURSUCC - Comissão Interna de Resíduos Sólidos Urbanos e da
Construção Civil, para atuar na gestão dos resíduos junto aos municípios, o Espírito
Santo inicia seus trabalhos a fim de regularizar as atividades de destinação final de
resíduos nos municípios do Estado.

A partir de 2008 o Governo do Estado, por meio das secretarias de Saneamento,


Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEDURB) e a Secretaria de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (SEAMA), implantou o Projeto Espírito Santo Sem Lixão com o
objetivo principal de erradicar os lixões do território capixaba, por meio de sistemas
regionais de destinação final adequada de resíduos sólidos urbanos (RSU).
(SEDURB, 2011).

A Publicação da Lei 9.264/2009 que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos


e a formação do Comitê Gestor de Resíduos Sólidos (COGERES) por meio do Decreto
nº 2362-R/2009, são ações importantes que consolidam as intenções do Governo do
Estado em atuar efetivamente na gestão de resíduos sólidos.

Entretanto, com a publicação da Lei federal, a Lei estadual passou a necessitar de


revisão, o que ainda não foi concretizado. Por outro lado, o COGERES, importante
instrumento de controle social, encontra-se desarticulado e sem atuação efetiva.

Atualmente o IEMA juntamente com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES)


firmaram Termos de Compromisso Ambiental (TCA) com diversos municípios do
Estado com vistas a adequar a gestão de resíduos sólidos e recuperar os lixões
existentes nos municípios que necessitam não somente serem desativados, como
também serem recuperados ambientalmente.

A Figura 13.3 apresenta as formas de destinação final dos RSU no estado do Espírito
Santo em 2014.
451

Figura 13.3 - Formas de destinação dos RSU no Estado do Espírito Santo.

Fonte: IEMA(2014).

A Figura 13.4 apresenta a regionalização do Projeto “ES sem Lixão” e o Quadro 13.1
apresenta a listagem destes municípios.
452

Figura 13.4 - Regionalização do Projeto ES Sem Lixão.

Fonte: SEDURB (2014).


453

Quadro 13.1 - Divisão dos municípios nas três regiões do Projeto “ES sem Lixão”.

Região Municípios

Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Conceição


Região Norte
da Barra, Ecoporanga, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro
(15 municípios)
Canário, Pinheiros, Ponto Belo, São Mateus, Sooretama e Vila Pavão.

Afonso Cláudio, Águia Branca, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Colatina,
Governador Lindenberg, Ibiraçu, Itaguaçu, Itarana, João Neiva, Laranja da
Região Doce Oeste
Terra, Linhares, Mantenópolis, Marilândia, Pancas, Rio Bananal, Santa
(22 municípios)
Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Gabriel da
Palha, São Roque do Canaã e Vila Valério.

Alegre, Alfredo Chaves, Anchieta, Apiacá, Atílio Vivacqua, Bom Jesus do


Norte, Brejetuba, Castelo, Conceição de Castelo, Divino de São Lourenço,
Região Sul Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Iconha, Itapemirim, Irupi,
(29 municípios) Iuna, Jerônimo Monteiro, Marataízes, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui,
Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São José do Calçado,
Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante.

Fonte: SEDURB (2014).

13.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A classificação dos resíduos sólidos visa agrupar os resíduos com características


afins, de forma a tornar mais fácil a sua gestão e seu gerenciamento. A NBR
10004:2004 classifica os resíduos em duas classes considerando os seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. A Política Nacional de Resíduos
Sólidos classifica os resíduos sólidos quanto à origem e quanto à periculosidade.

13.2.1 Quanto à origem

A PNRS classifica os resíduos sólidos quanto à origem em 11 tipologias, conforme


descrito no Quadro 13.2.
454

Quadro 13.2 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem, Lei 12.305/2010.

Tipologia Descrição
1 Resíduos domiciliares Os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
2 Resíduos de limpeza urbana Os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas e outros serviços de limpeza urbana;
3 Resíduos sólidos urbanos A soma dos resíduos domiciliares e resíduos de limpeza
urbana;
4 Resíduos de estabelecimentos Os gerados nessas atividades, excetuados os resíduos de
comerciais e prestadores de limpeza urbana, dos serviços públicos de saneamento básico,
serviços de serviços de saúde, da construção civil e de serviços de
transportes;
5 Resíduos dos serviços públicos Os gerados nessas atividades, excetuados os classificados
de saneamento básico como resíduos sólidos urbanos
6 Resíduos industriais Os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
7 Resíduos de serviços de saúde Os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em
regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS
8 Resíduos da construção civil Os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da
preparação e escavação de terrenos para obras civis;
9 Resíduos agrossilvopastoris Os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais,
incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas
atividades;
10 Resíduos de serviços de Os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários,
transportes rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
11 Resíduos de mineração Os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;

Fonte: BRASIL (2010).

13.2.2 Quanto à periculosidade

A PNRS classifica os resíduos sólidos quanto à periculosidade em duas classes,


resíduos perigosos e resíduos não perigosos, conforme descrito no Quadro 13.3.
455

Quadro 13.3 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade, Lei 12.305/2010.

Classificação Descrição

a) Resíduos perigosos Aqueles que, em razão de suas características


de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade
ambiental, de acordo com lei, regulamento ou
norma técnica;

b) Resíduos não perigosos Aqueles não enquadrados como resíduos


perigosos.

Fonte: BRASIL (2010).

Ainda segundo a PNRS, os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores


de serviços, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua
natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo
poder público municipal.

Da mesma forma, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na


NBR10004:2004 já classificava os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais
ao meio ambiente e à saúde pública, também em duas classes conforme Quadro 13.4.
456

Quadro 13.4 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade, NBR10004:2004.

Classe Descrição

Resíduos que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou


infecto-contagiosas, podem apresentar: risco à saúde pública,
a) Resíduos classe I – provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus
Perigosos índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de
forma inadequada; ou ainda inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade ou patogenicidade.

- resíduos classe II A – Não inertes: os resíduos que não se enquadram


nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe
II B - Inertes, nos termos da Norma. Podendo ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
b) Resíduos classe II –
Não perigosos
- resíduos classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, amostrados
segundos Normas da ABNT, não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Fonte: ABNT (2004).

13.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A caracterização dos resíduos sólidos é uma importante etapa do diagnóstico, pois irá
permitir o conhecimento dos diversos tipos de resíduos gerados em um determinado
espaço. A caracterização deve ser realizada de acordo com o objetivo do estudo, o
detalhamento das informações deve ser coerente com a necessidade do estudo, ou
seja, planos de gestão, projetos básicos ou projetos executivos. Desta forma permite
que os investimentos aplicados no levantamento dos dados sejam compatíveis com
as fases do processo. Desta forma, os dados devem ser coletados no momento em
que forem realmente necessários a sua utilização, otimizando desta forma os recursos
públicos.

Neste estudo a caracterização foi realizada seguindo a classificação por origem


definida na Lei 12.305/2010.
457

13.3.1 Resíduos sólidos urbanos (RSU)

Segundo a Lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS), os Resíduos Sólidos Urbanos englobam os resíduos domiciliares, originários
de atividades domésticas em residências urbanas e os resíduos de limpeza urbana
originários da varrição limpeza de vias públicas e logradouros e outros serviços de
limpeza urbana (BRASIL, 2010).

Em termos de composição, os resíduos comerciais e de prestadores de serviços


basicamente são similares aos resíduos domésticos sendo que muitas vezes os
mesmos acabam sendo dispostos junto aos resíduos domiciliares e coletados pelo
poder público, principalmente quando as quantidades geradas são pequenas
(BRASIL, 2010).

Geralmente estes resíduos são coletados e destinado pelo mesmo sistema, não
havendo mecanismo por parte dos municípios de diferenciação em relação a
quantidade coletada e destinada destas três diferentes parcelas, apesar de suas
especificidades. Portanto, neste estudo o termo RSU estará englobando estas três
tipologias, em se tratando de quantificação.

13.3.2 Resíduos Sólidos Domiciliares(RSD)

Os resíduos sólidos domiciliares são gerados nas atividades domésticas em


residências urbanas, são compostos por resíduos secos e resíduos úmidos. Os
resíduos secos são constituídos por embalagens fabricadas a partir de plásticos,
papéis, vidros e metais diversos. Já os resíduos úmidos são constituídos,
principalmente, por restos provenientes do preparo dos alimentos, podendo
apresentar em sua composição folhas, cascas e sementes, restos de alimentos
industrializados e outros (BRASIL, 2012).

Os rejeitos, que também são resíduos domiciliares, referem-se às parcelas


contaminadas dos resíduos, tais como embalagens que não se preservaram secas,
resíduos úmidos que não podem ser processados em conjunto com os demais,
resíduos das atividades de higiene e outros tipos de resíduos (MMA, 2011).
458

Segundo o censo demográfico 2010 do IBGE o número de domicílios existente no


município de Colatina era de 36.153(IBGE, 2011).

13.3.3 Resíduos Sólidos Comerciais (RSC)

O regulamento de limpeza urbana de cada município pode dividir os resíduos


comerciais em “pequenos geradores” e “grandes geradores”. É importante identificar
o grande gerador, pois é necessário que este tenha seu resíduo coletado e
transportado por uma empresa particular, pois esta prática diminui o custo da coleta
municipal em cerca de 10 a 20% (IBAM, 2001).

O Decreto Nº 769 de 23 de setembro de 2009 que regulamenta a gestão dos resíduos


orgânicos e rejeitos de responsabilidade pública e privada no Município de Londrina e
dá outras providências, define Pequeno Gerador como pessoas, físicas ou jurídicas,
que gerem resíduos provenientes de habitações unifamiliares ou em cada unidade
das habitações em série ou coletivas, cuja coleta é regular, limitada à quantidade
máxima de 600 (seiscentos) litros por semana disponível à coleta pública. Os grandes
geradores, por sua vez, são pessoas, físicas ou jurídicas, que geram resíduos
decorrentes de atividade econômica ou não econômica, excedentes à quantidade
máxima de 600 (seiscentos) litros por semana (LONDRINA, 2009).

A Lei Municipal nº 12.382, de 28 de agosto de 2007 “Dispõe sobre a implantação de


coleta seletiva de lixo em Shopping Center no município de Curitiba”. A coleta seletiva
é obrigatória em Shoppings Centers de Curitiba que possuam um número igual ou
superior a quarenta estabelecimentos comerciais (CURITIBA, 2007).

O fato dos centros comerciais originarem grandes quantidades de resíduos recicláveis


pode contribuir com a coleta seletiva desde que os geradores separem os resíduos
produzidos em todos os seus setores, de acordo com a sua natureza. Os resíduos
orgânicos, quando separados dos resíduos secos, podem ser encaminhados para
sistemas de compostagem. Deve ser feito o recolhimento periódico dos resíduos
coletados e o envio destes para locais que garantam o seu bom aproveitamento.

Os estabelecimentos comerciais podem contribuir também para a logística reversa,


disponibilizando postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis. Os
comerciantes devem efetuar a devolução, dos produtos e embalagens que foram
459

devolvidos nos postos de entrega, aos fabricantes ou aos importadores que por sua
vez deverão encaminhar para o reaproveitamento e o rejeito para a disposição final
ambientalmente adequada.

Segundo do censo demográfico 2010 do IBGE o número de empresas atuantes no


município de Colatina era de 4.159 incluindo indústria e comércio, empregando 35.775
pessoas, do total de 111.788 habitantes, o que representa 32% da população (IBGE,
2011).

O Apêndice 4 apresenta a listagem de instalações comerciais existentes no município


e que devem ser objeto de ação nos programas de coleta seletiva, sistemas de
compostagem, sistemas de logística reversa e na normatização de pequenos e
grandes geradores de RSU.

13.3.4 Resíduos de Limpeza Urbana (RLU)

Os Resíduos de limpeza urbana são os resíduos originários da varrição, capina, podas


e limpeza dos logradouros e vias públicas, como folhas e solos, além dos resíduos
advindos de outros serviços públicos de limpeza urbana prestados pelo município,
como galhos provenientes das podas de árvores e limpeza urbana em geral. Nesse
contexto, enquadram-se ainda como resíduos de limpeza urbana os móveis usados
que normalmente são descartados pela população junto a logradouros públicos
(BRASIL, 2010).

13.3.4.1 Resíduos de Varrição

Os resíduos de varrição são aqueles referentes às atividades de remoção de resíduos


no chão de ambientes públicos. Nestes serviços estão contempladas as remoções de
resíduos provenientes de lixeiras instaladas ao longo de vias, logradores públicos e
também a varrição pontual, remoção de papéis, plásticos, latas, embalagens e demais
resíduos de pequenas dimensões que se encontram nas calçadas, ruas e canteiros
centrais que foram carreados pelo vento ou oriundos da presença humana nos
espaços urbanos (SANETAL, 2011).
460

13.3.4.2 Resíduos de Capina, Roçada e Poda

São resíduos provenientes de atividades de corte e retirada total da cobertura vegetal


que é realizada em vias e logradouros públicos (SANETAL, 2011).

13.3.5 Composição gravimétrica dos RSU

A composição gravimétrica dos resíduos sólidos apresenta as porcentagens


(geralmente em peso) das várias frações dos materiais constituintes dos RSU. Essas
frações normalmente distribuem-se em matéria orgânica, papel, papelão, plástico
rígido, plástico filme, metais ferrosos, metais não ferrosos, vidro, borracha, madeira e
outros (couros, trapos, cerâmicas, ossos, madeiras etc. (PEREIRA NETO, 2007).

Esta é uma informação importante para estudos de aproveitamento dos resíduos e de


compostagem, uma vez que traduz o percentual de cada componente em relação ao
peso total da amostra de resíduos analisada. Quando da elaboração de projetos
básicos e executivos de sistemas de coleta seletiva e compostagem é necessário que
se realize um estudo gravimétrico. Neste estudo trabalharemos com dados
secundários, visto que se trata de um instrumento de planejamento sem detalhamento
de infraestruturas.

A Tabela 13.1 e Figura 13.5 apresentam a partir da média simples a composição


gravimétrica dos resíduos coletados em 93 municípios brasileiros.

Tabela 13.1 - Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil.

Materiais Participação Quantidade

2000 2008

% t/dia t/dia

Material reciclável 31,9 47.558,5 58.527,4

Metais 2,9 4.301,5 5.293,5

Aço 2,3 3.424,0 4.213,7

Alumínio 0,6 877,5 1.079,9

Papel, papelão e tetrapak 13,1 19.499,9 23.997,4


461

Plástico total 13,5 20.191,1 24.847,9

Plástico filme 8,9 13.326,1 16.399,6

Plástico rígido 4,6 6.865,0 8.448,3

Vidro 2,4 3.566,1 4.388,6

Matéria orgânica 51,4 76.634,5 94.309,5

Outros 16,7 24.880,5 30.618,9

Total coletado 100,0 149.094,3 183.481,5

Fonte: IBGE (2010) e trabalhos diversos, apud IPEA, 2011.

Figura 13.5 - Composição gravimétrica dos RSU no Brasil.

Outros
16,7% Material
reciclável
31,9%

Matéria
orgânica
51,4%

Outros Metais Papel,


16,7% 2,9% papelão e
tetrapak
13,1%
Plástico
total
13,5%

Vidro
2,4%
Matéria
orgânica
51,4%

Fonte: Autoria própria

A composição gravimétrica média dos RSU coletados no Brasil é bastante


diversificada nas diferentes regiões, uma vez que está diretamente relacionada com
características, hábitos e costumes de consumo e descarte da população local de
cada região (ABRELPE, 2011).
462

13.3.6 Peso específico aparente dos RSU

O peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume ocupado


livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Ele é fundamental para
o dimensionamento da frota de coleta, assim como de contêineres e caçambas
estacionárias (IBAM, 2001).

Os valores de peso específico são influenciados pela composição gravimétrica dos


resíduos, sendo que quanto maior a quantidade de resíduos orgânicos maior será o
peso especifico do RSU. Por outro lado, valores mais elevados de peso específico
podem ser indicativos de práticas relacionadas com a coleta seletiva de materiais
recicláveis como plásticos, papelão e vidro, que ao serem retirada dos resíduos, os
conferem proporcionalmente maiores teores de material orgânico e
consequentemente maiores pesos específicos, devido maior teor de umidade deste
material (CARNEIRO, 2006).

Na ausência de dados mais precisos para peso específico pode-se utilizar os valores
descritos na Tabela 13.2.

Tabela 13.2 - Valores típicos para peso específico de resíduos gerados nos municípios brasileiros.

Peso específico
Tipo de Resíduo
aparente(kg/m3)

RSU 230

RSS 280

RCC 1.300

Fonte: Adaptada de IBAM (2001).

13.3.7 Geração per capta

A geração per capita determina a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente


e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos consideram de 0,5
a 0,8 kg/hab./dia como a faixa de variação média para o Brasil. É muito importante
para determinar a taxa de coleta, bem como para o correto dimensionamento de todas
as unidades que compõem o Sistema de Limpeza Urbana (IBAM, 2001).
463

Para se avaliar corretamente a projeção da geração de lixo per capita é necessário


conhecer o tamanho da população residente, bem como o da flutuante, principalmente
nas cidades turísticas, quando esta última gera cerca de 70% a mais de resíduo do
que a população local (IBAM, 2001).

A fim de comparar os dados do fornecidos pelo município e valores de outros


municípios do estado do Espírito Santo, foram utilizados dados cedidos pela SEDURB
(2014).

A SEDURB realizou por meio de um questionário uma pesquisa em 42 municípios


capixabas, participantes do Programa “Espírito Santo sem Lixão”, a fim de obter o
panorama da gestão de resíduos sólidos no Estado do Espírito Santo. A Figura 13.6
apresenta a geração per capta média nas sedes e nos distritos capixabas. É notória
uma maior taxa nas sedes dos municípios motivada pelo maior desenvolvimento
dessas regiões quando comparadas com os distritos.

Figura 13.6 - Geração per capita média dos 42 municípios capixabas que participaram da pesquisa.

1,00
Geração per capta Média

0,82
0,80 0,70
0,65
(Kg/hab./dia)

0,60

0,40

0,20

0,00
Sedes Distritos Municípios

Fonte: SEDURB (2014).

A Figura 13.7 apresenta uma comparação de geração per capta entre as regiões do
Projeto ES Sem Lixão. O CONDOESTE, do qual Colatina faz parte, apresenta
números um pouco superiores as demais regiões.
464

Figura 13.7 - Comparação da geração per capta média entre os Consórcios do Projeto “ES Sem
Lixão”.

0,90 0,85 0,82


Geração percapta média (Kg/hab./dia)

0,80 0,76
0,71 0,73
0,67 0,70
0,70 0,66
0,58
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Sedes Distritos Municípios

CONDOESTE CONORTE CONSUL

Fonte: SEDURB (2014).

13.4 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC)

Resíduos da construção civil são os provenientes de construções, reformas, reparos


e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (BRASIL, 2002).

Marco legal na gestão dos RCC é a Resolução 307 de 2002 do Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA) que estabelece e determina a execução de um Plano
Integrado de Gerenciamento de RCC, cabendo aos Municípios e Distrito Federal,
buscar soluções para o gerenciamento dos pequenos volumes de resíduos, bem como
com o disciplinamento da ação dos agentes envolvidos com os grandes volumes.

Esses resíduos representam um grande problema em muitas cidades brasileiras,


especialmente pela disposição inadequada em córregos, terrenos baldios e beira de
estradas. A disposição irregular desses resíduos pode gerar problemas de ordem
estética, ambiental e de saúde pública. Esses resíduos representam um problema que
465

sobrecarrega os sistemas de limpeza pública municipais, visto que, no Brasil, os RCC


podem representar de 50 a 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos (BRASIL,
2005).

A quantificação do volume de resíduo gerado em uma determinada obra de


construção civil é algo bastante variável. PINTO (1999) com base na análise de seis
municípios brasileiros estima uma massa aproximada de 1200 kg/m² para edificações
executadas por processos tradicionais, sendo que, 25% dessa massa se constitui em
perdas no canteiro de obras e dessa perda, cerca de 50% ou 150 kg/m² são
simplesmente entulho. Ou seja, 12,5% da massa de uma determinada edificação
caracteriza-se como resíduo.

No Quadro 13.5 são apresentadas algumas práticas em execução em municípios


brasileiros na gestão dos RCC.

Quadro 13.5 - Boas Práticas na gestão de RCC nos municípios brasileiros.

Em 2011, São José do Rio Preto/ SP possuía 16 PEV´s sendo 14 padronizados, e


Rio Preto / SP
São José do

estando previsto o total de 30. Segundo a prefeitura os 16 Pontos de Apoio


recolheram em 2010 cerca de 30 mil toneladas de entulho, elas se transformaram
em 5 mil guias de rua, 2,5 mil filetes para canteiros, 2 mil blocos de vedação, entre
outros produtos. (PMSJRP, 2011).
Em 2011, o município de Guarulhos implementou o IPTU (Imposto Predial Territorial
Guarulhos/SP

Urbano) Verde, que se transformou em política pública municipal conforme Lei


6.793/2011 e estabelece descontos de 3% a 20% no valor do imposto para
edificações que apresentam requisitos de sustentabilidade como: separação dos
resíduos para reciclagem e utilização de materiais ambientalmente sustentáveis na
construção (FERNANDES, 2013).
Horizonte/MG

O município de Belo Horizonte é uma referência fundamental na gestão de RCC, por


ter desenvolvido desde 1993 o Programa de correção Ambiental e Reciclagem de
Belo

Resíduos de Construção que previu uma Rede de Atração contando com nove áreas
para recebimento dos resíduos e quatro centrais de reciclagem (PINTO, 2005).

Fonte: Autoria própria

13.4.1 Gestão dos RCC no município de Colatina

A gestão do RCC no município de Colatina é realizada pelo SANEAR, que realiza a


coleta, transporte e destinação final dos RCC apenas de obras públicas.
466

Já a gestão de coleta dos RCC de obras particulares é realizada no município através


de empresas terceirizadas contratadas pelo próprio gerador, sendo essas empresas
responsáveis desde a coleta até a destinação final dos resíduos. Segue abaixo a
relação das empresas que prestam serviços de recolhimento de RCC.

 Colman Máquinas e Transportes LTDA;


 Arenorte Indústria e Comércio, Transporte, Terraplanagem, Pavimentação –
LTDA;
 Irmãos Gomes da Costa LTDA – Colatina;
 Jarjura Transportes;
 Empresa AC'Dalcol.

A coleta de resíduos de construção civil é realizada diariamente por essas empresas,


e os mesmos são destinados aos aterros devidamente licenciados no município. A
Figura 13.8 apresenta um desses aterros particulares.

Figura 13.8 – Aterro particular de RCC

Fonte: Autoria própria

O serviço de recolhimento dos RCC, são solicitados diretamente com a empresa


prestadora do serviço, onde o cliente solicita o aluguel de caixas estacionárias (KABI),
as mesmas ficam a disposição por um período conforme contrato firmado com a
empresa, esses resíduos que ali ficam depositados nas caixas estacionárias são
destinados ao aterro de RCC.
467

13.5 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)

Os resíduos de serviços de saúde são todos aqueles resultantes de atividades


exercidas nos serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal;
laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde
se realizem atividades de embalsamento; serviços de medicina legal; drogarias e
farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na
área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos
farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para
diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura;
serviços de tatuagem entre outros similares que, por suas características, necessitam
de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua
disposição final (BRASIL, 2005).

Todo estabelecimento gerador de RSS deve elaborar um Plano de Gerenciamento de


Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Este plano é um documento que aponta e
descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas
características, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final,
bem como a proteção à saúde pública (BRASIL, 2004).

Os resíduos do serviço de saúde causam riscos potenciais e merecem atenção


especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento,
armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) em decorrência dos
imediatos e graves riscos que podem oferecer a saúde da população e ao meio
ambiente, por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos
(BRASIL, 2006).

13.5.1 Gestão dos RSS no município de Colatina

Os resíduos de Serviço Saúde - RSS no Município de Colatina, são coletados


diariamente de 2ª a sábado em todos os estabelecimentos geradores de RSS, através
do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Norte do Estado do Espírito
Santo- CIRSNEES, sendo encaminhados para a Autoclave para esterilização de
resíduos de serviços de saúde. Os principais geradores de RSS no município são os
468

apresentados na Tabela 13.3. As quantidades de geradores particulares não foram


informadas pelo município.

Os RSS coletados nos municípios consorciados do CIRSNEES, são levados para o


município de Colatina onde tais resíduos são tratados por autoclave (Figura 13.9) e
posteriormente dispostos em aterro sanitário.

Tabela 13.3 - Principais geradores de RSS no município de Colatina.

Unidades de Saúde Quantidade


Hospitais 05
Unidades básica de atendimento 23
Clínica/Centro de especialidades 12
Consultório isolado 04
Laboratório central de saúde pública lacen 01
Farmácia popular 01
Policlínica 03
Posto de saúde 11
Unidade de apoio diagnose e terapia 13

Fonte: Sanear, 2014.

Figura 13.9 – Autoclave no município de Colatina

Fonte: Autoria Própria.

No primeiro semestre de 2014, foram geradas 110,5 toneladas de RSS no município.


A Tabela 13.4 apresenta as quantidades mensais de RSS geradas em 2014.

Tabela 13.4 – Quantidades mensais de RSS geradas em 2014

Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho


Quantidade
17,83 17,07 16,76 18,53 20,13 20,18
(toneladas)

Fonte: SANEAR, 2014.


469

Em 2014 o contrato com o CIRSNEES que realiza a coleta, transporte, tratamento e


destinação final dos RSS foi renovado por mais um ano, de acordo com o contrato No
008-A/2014. O contrato prevê pagamento mensal de R$ 20.964,80 totalizando R$
251.577,60/ano.

13.6 RESÍDUOS VOLUMOSOS (RV)

Os resíduos volumosos são constituídos por peças de grandes dimensões como


móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens, podas e outros
resíduos de origem não industrial e não coletados pelo sistema de recolhimento
domiciliar convencional. Os componentes mais constantes são as madeiras e os
metais (MMA, 2011).

Os resíduos volumosos precisam ser diagnosticados em conjunto com os resíduos de


construção, pois são manejados pelo mesmo tipo de transportadores. Em alguns
municípios são organizadas campanhas, cujos encarregados conseguem indicar o
percentual do volume composto por este tipo de resíduo. Os inventários de alguns
municípios revelaram taxa de geração de 30,0 kg anuais per capita (GUARULHOS,
2011).

Os impactos ambientais causados pelos resíduos volumosos comprometem a


qualidade do ambiente e da paisagem local. Quando esses resíduos são depositados
de forma irregular podem dificultar o tráfego de pedestres e veículos e causar
acidentes. Podem ainda comprometer o sistema de drenagem urbana, obstruindo os
coletores superficiais e ainda assorear o leito de córregos e rios, resultando em
enchentes.

O município de Vitória/ES, destaca-se o projeto Papamóveis que tem por objetivo a


recolha programada de resíduos volumosos tais como mobiliário, sofás,
eletrodomésticos, colchões, entre outros, provenientes das residências de todos os
bairros do município (Silva et al., 2004).
De acordo com Silva et al. (2004) após a recolha, os resíduos volumosos são
transportados para a central de triagem do município, sendo que os objetos em
condições de uso são encaminhados para organizações de caridade e os restantes
desmontados e encaminhados para reciclagem.
470

A criação deste projeto foi uma alternativa adequada e vantajosa sob os pontos de
vista de saúde pública, ambiental, econômico e social. Ao nível da saúde pública e
ambiental, uma vez que evita o lançamento indiscriminado destes resíduos em
terrenos baldios e vias públicas, bem como a sua acumulação de forma inadequada,
e ao nível econômico, uma vez que ordena e otimiza a recolha destes resíduos. Por
último ao nível social, uma vez que facilita o acesso de artigos recolhidos em bom
estado de utilização a famílias com necessidades, além de gerar emprego tanto na
operação do sistema como na oficina de recuperação de objetos recolhidos (Silva et
al., 2004).

13.6.1 Gestão dos RV no município de Colatina

A gestão dos RV no município de Colatina é realizada pelo SANEAR que é


responsável pela realização do serviço de coleta, transporte e destinação final desses
resíduos.

Os RV são coletados pelo caminhão da coleta seletiva diariamente por meio de um


pré agendamento esse serviço é solicitado através do Disk SANEAR. Os resíduos são
dispostos no Galpão de CATA-TRECO (Figura 13.10) situado ao lado do Centro de
Triagem de coleta seletiva, esses resíduos passam por uma triagem e grande parte
deles são destinados para o galpão de coleta seletiva para reaproveitamento. Os
resíduos considerados inservíveis, são destinados por caixas estacionárias para o
aterro sanitário - CETREU.

Figura 13.10 – Cata Treco

Fonte: Autoria própria.


471

13.7 RESÍDUOS VERDES

Os resíduos verdes são provenientes da manutenção de parques, áreas verdes e


jardins, redes de distribuição de energia elétrica, telefonia e outras. São comumente
classificados em troncos, galharia fina, folhas e material de capina e desbaste. Boa
parte deles coincide com os resíduos de limpeza pública (MMA, 2012).

As fontes de informação para a quantificação destes resíduos são principalmente o


setor de manutenção pública de parques, áreas verdes e jardins, e o setor responsável
pela manutenção das redes de distribuição de energia. Em cidades pequenas e
médias, não densamente ocupadas, costumam constituir volume bastante
significativo (MMA, 2012).

Em Porto Alegre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e a Secretaria


Municipal do Meio Ambiente reaproveitam seus resíduos verdes. Os troncos e ramos
maiores são fornecidas a olarias e trocadas por tijolos, utilizados na construções de
edificações do próprio Departamento. Na Central, um funcionário faz a triagem e
orienta os motoristas a descarregarem separadamente o material a ser reaproveitado
como lenha ou composto orgânico (WALDEMAR, 2000).
O sistema de compostagem dos resíduos está sendo realizado através de um picador
de resíduos arbóreos de porte médio que uniformiza e diminui o tamanho das
partículas a serem humificadas e que aceita ramos de até 10cm e através da
compactação de um trator de esteiras, de 22 toneladas de peso, que diminui o
tamanho do material a ser fermentado. A produção estimada de composto orgânico é
de 2.408 t/ano (WALDEMAR, 2000).

13.7.1 Gestão dos Resíduos Verdes no município de Colatina

Para a realização dos serviços de corte e poda de árvores o SANEAR firmou contrato
com a empresa RT empreendimentos serviços LTDA. Os serviços são realizados,
normalmente, de 2ª a 6ª feira, das 07:00 às 17:00 horas.

A coleta de resíduos é feita simultaneamente ao corte ou poda e transportado até o


CETREU, onde é dada a destinação final dos galhos e folhas e feito o armazenamento
dos troncos para posterior destinação final.
472

Para a realização dos serviços, acima citados, o SANEAR dispõe de um veículo


(modelo 708) de propriedade do SANEAR e um veículo (modelo 816) com carroceria
e cabine na carroceria para transporte de 6 funcionários, pertencentes a uma empresa
terceirizada.

Os resíduos Verdes são recolhidos e depositados em uma área dentro do CETREU


fora da célula de resíduos. São dispostas no local até que as mesmas fiquem secas,
e posteriormente são levadas para uma área revegetada dentro do Horto Municipal,
onde as folhas e galhos finos são reaproveitados para cobertura nessa área.

13.8 RESÍDUOS INDUSTRIAIS (RI)

De acordo com o Artigo 13 da Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de


Resíduos Sólidos, resíduos industriais são “os gerados nos processos produtivos e
instalações industriais” (BRASIL, 2010).

A Resolução CONAMA nº 313/2002 que dispõe sobre o Inventário Nacional de


Resíduos Sólidos Industriais, define que resíduos industriais são todos os resíduos
que resultem de atividades industriais e que se encontrem nos estados sólido, semi-
sólido, gasoso - quando contido, e líquido - cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição.

A adequada destinação desses resíduos é um dos grandes desafios da humanidade.


E, no caso do Brasil, o desafio é ainda maior, pois poucos são os casos de destinação
final correta dos resíduos sólidos industriais (LIMA, 2007).

13.8.1 Gestão dos RI no município de Colatina

A gestão dos resíduos industriais é de responsabilidade do gerador, os quais devem


apresentar seus planos de gerenciamento de resíduos como parte do processo de
licenciamento ambiental. Entretanto, parte dos resíduos industriais gerados nas
fábricas de cerâmicas também são coletada pelo município. A frequência de coleta é,
473

geralmente, semanal e sob solicitação das indústrias à secretaria de obras. Estes


resíduos são destinados a uma estação de transbordo licenciada para posterior
utilização em obras de terraplanagem e recuperação de estradas vicinais sem
pavimentação.
Os dados referentes às atividades que geram resíduos industriais foram levantados
junto ao IEMA e o SANEAR.
Ao todo o município possui 26 indústrias licenciadas pelo SANEAR 09 licenciadas pelo
IEMA, que geram resíduos industriais. Não estão incluídas nestes valores as
atividades incluídas em outras tipologias detalhadas neste estudo, como mineração e
construção civil.
A quantificação detalhada destes resíduos, devido à diversidade de atividades e porte
dos mesmos, não apresentaria resultados totalmente fidedignos com amostragem e
extrapolação dos resultados, bem como o levantamento em todos os
empreendimentos se torna inviável considerando tempo e recurso disponível.
A forma mais coerente de fazer esta quantificação é por meio da cobrança por parte
dos órgãos de licenciamento ambiental e estadual, do relatório de movimentação de
resíduos, em meio digital, bem como implantação do Sistema de Informação de
Resíduos que é outro instrumento previsto de Lei 12.305/2010, que deverá ser
implementado pelos municípios, estado e União.
Outra ação necessária, por parte do município, é a definição de pequenos e grandes
geradores de resíduos com características domiciliares, os quais deverão ter cobrança
diferenciada para coleta, transporte e destinação final, caso o serviço seja prestado
pelo município.

13.9 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE (RST)

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal no 12.305/2010,


os resíduos de serviços de transportes são definidos, em seu Artigo 13, como aqueles
“originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira” (BRASIL, 2010).

São exemplos de RST: restos de papéis, alimentos, plásticos, óleos, ferragens,


resíduos químicos, material de escritório, resíduos infectantes e sucatas, entre outros
(IPEA, 2011).
474

Dos impactos causados pelos RST, pesquisas apontam que os resíduos gerados por
embarcações, por exemplo, contaminam o mar em grandes proporções, pois
representam cerca de 8 bilhões de objetos (resíduos sólidos), dentre esses os
principais são materiais plásticos, metálicos e de vidro, encontrados diariamente nos
oceanos (Schindler, 2007 apud IPEA, 2012).

Já em relação aos veículos em fim de vida e todos os seus componentes, o material


em deterioração dos veículos sucateados pode contaminar o solo e o lençol freático e
contribuir para a proliferação de doenças, como a dengue e o tétano. Adicionalmente,
há os impactos sociais relacionados à desvalorização do entorno onde se encontram
os veículos abandonados e a depreciação das condições de trabalho no local (CNT,
2010).

13.9.1 Gestão dos RST no município de Colatina

No município de Colatina, existem alguns geradores de RST, conforme apresentado


no Quadro 13.6. Não há, por parte do município, a exigência quanto a gestão
diferenciada deste tipo de resíduo por parte do gerador. Os resíduos são destinados
para a coleta pública convencional.

Quadro 13.6– Geradores de RST em Colatina

Endereço
Geradores
Estação Rodoviária de Avenida Prof. José Zouain -
Colatina Centro

Estação Ferroviária De Avenida Champagnat, S/N -


Colatina Bairro Adélia Giuberti
Avenida Silvio Avidos,
Viação Joana D'arc Bairro São Silvano
Rua Fioravante Rossi -
Viação São Roque Bairro São Brás
Rua Ucelcino Malta Bauer -
Viação Marilândia Bairro Lacê
Av. Silvio Avidos - Bairro
Viação São Gabriel São Silvano
Viação Águia Branca Rua Muqui - Bairro Lacê

Fonte: Autoria própria.


475

13.10 RESÍDUOS DE MINERAÇÃO (RM)

A Lei 12.305/2010 em seu artigo 13 define resíduos de mineração como: “os gerados
nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios” (BRASIL, 2010).

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo na melhoria


da qualidade de vida da população, desde que seja operada com responsabilidade
social e, principalmente ambiental, estando sempre presentes os preceitos de
desenvolvimento sustentável (FARIAS, 2002).

Os resíduos de mineração podem ser pilhas de rejeitos sólidos (minérios pobres,


estéreis, rochas, sedimentos de cursos d’água e solos), as lamas de serrarias de
mármore e granito, as lamas de decantação de efluentes, o lodo resultante do
processo de tratamento do efluente da galvanoplastia no tratamento de jóias e
folheados, os resíduos/rejeitos da mineração artesanal de pedras preciosas e semi-
preciosas, o mercúrio proveniente do processo de amalgamação do outo, rejeitos finos
e ultrafinos não aproveitados no beneficiamento, entre outros (IPEA, 2011)

O estado de Espírito Santo se destaca com grande polo de setor de rochas


ornamentais, mármore e granito. O grande volume de resíduos gerados na atividade
de beneficiamento de rochas ornamentais ocasiona significativos impactos ambientais
quando descartados em locais inadequados. Assim, deve-se buscar o gerenciamento
adequado, desde a etapa de acondicionamento até a destinação final (MAGACHO et
al., 2006).

Uma pratica comum é utilizar os resíduos mais finos do beneficiamento de rochas


ornamentais na aplicação de compostos de argamassas, cerâmicas vermelhas
(tijolos, tijolo solo‐cimento, telhas), vidro, tintas, bloquetes, manilhas, corretivos de
solos e mosaicos, e os resíduos mais grossos em fábricas de cimento, brita e areia
artificial, artesanatos, seixos ornamentais, bijuterias, degraus de escada, muros de
contenção de taludes, meio‐fio, pavimentação e filetes para muros (CAMPOS et al.,
2009).
476

13.10.1 Gestão dos RM no município de Colatina

O município de Colatina informou que existem 55 geradores de resíduos de


mineração, já o IEMA informou que emitiu 39 licenças autorizando a realização dessas
atividades de extração e beneficiamento.
Da mesma forma como ocorre com os demais resíduos industriais, a gestão dos
resíduos de mineração é de responsabilidade do gerador, os quais devem apresentar
seus planos de gerenciamento de resíduos como parte do processo de licenciamento
ambiental. Entretanto, parte dos resíduos gerados nas indústrias que possuem as
mesmas características dos resíduos domiciliares também é coletada pelo município.
Os dados referentes às atividades que geram resíduos de mineração foram
levantados junto ao IEMA e o SANEAR.
A forma mais coerente de fazer esta quantificação é por meio da cobrança por parte
dos órgãos de licenciamento ambiental e estadual, do relatório de movimentação de
resíduos, em meio digital, bem como implantação do Sistema de Informação de
Resíduos que é outro instrumento previsto de Lei 12.305/2010, que deverá ser
implementado pelos municípios, estado e União.

13.11 RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS (RASP)

Os resíduos agrossilvopastoris precisam ser analisados segundo suas características


orgânicas ou inorgânicas. Entre os resíduos de natureza orgânica há que se
considerar os resíduos de culturas perenes (café, banana, laranja, coco etc.) ou
temporárias (cana, soja, milho, mandioca, feijão e outras). Das criações de animais
precisam ser consideradas as de bovinos, equinos, caprinos e ovinos, suínos, aves e
outros, bem como os resíduos gerados nos abatedouros e outras atividades
agroindustriais.

Os Impactos ambientais associados a esses resíduos decorrem da alta geração em


termos quantitativos e da degradabilidade, em certos casos, muito lenta e em outros
com geração de subprodutos que podem ser tóxicos, cumulativos ou de difícil
degradação. Reduzir, reciclar ou reaproveitar os resíduos gerados com o objetivo de
recuperar a matéria e energia, objetiva fundamentalmente preservar os recursos
naturais e evitar a degradação ambiental (IPEA, 2011).
477

A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos trouxe dados


interessantes sobre as culturas, produção total, resíduos, efluentes e potencial
energéticos, usando como ano base 2009, como pode ser visto na Tabela 13.5.

Tabela 13.5 - Produção e potencial energético dos resíduos sólidos agrossilvopastoris.

Setores Produção Resíduos Efluentes Potencial

Agroindústria
Indústria Efluentes Energia
da Total (t/ano)
(t/ano) (m3/ano) (MW/ano)
agricultura

Subtotal 845.668.872 290.838.391 604.255.461 22.999

Dejetos Efluentes Energia


Pecuária Cabeças
(m3/ano) (m3/ano) (MW/ano)

Subtotal 5.042.993.340 365.315.261 -- 1.291

Animais Total de
Agroindústria Efluentes Energia
abatidos / litros Resíduos
da Pecuária (m3/ano) (MW/ano)
de leite (t/ano)

Subtotal 16.861.313.361 266.163 121.540.947 14,6

Madeira em Resíduos Efluentes


Florestal Energia
toras (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano)

Subtotal 122.159.595 85.574.464 -- 1.604

Fonte: MMA (2011).

13.11.1 Gestão dos RASP no município de Colatina

O município não realiza gestão sobre esta tipologia de resíduo. O SANEAR informou
que exitem 28 geradores de RASP no município, dentre elas se enquadram secagem
e pilagem de grãos de café, laticínios e suinocultura.
Para as demais atividades agroassilvopastoris dispensadas de licenciamento
ambiental não se tem dados reais quanto ao gerenciamento dos resíduos gerados.
Para esta tipologia de resíduos deverão ser previstos projetos visado uma melhor
gestão por parte do município.
478

13.12 RESÍDUOS DE ÓLEOS DE COZINHA (ROC)

O óleo de cozinha saturado ou resíduo de óleo de cozinha é aquele utilizado em


processos de frituras de alimentos em residências, restaurantes, lanchonetes e
cozinhas industriais.

Grande parte da população ainda não sabe o que fazer com o óleo residual e acaba
descartando-o de forma inadequada – jogando na pia, ralo, vaso sanitário – (BIOLEO,
2013):

 Causa a impermeabilização do solo, impedindo a infiltração da água causando


impactos negativos para a vegetação e colabora para aumentar enchentes e
erosões.
 Cada litro de óleo contamina 20 mil litros de água. Se considerarmos que cada
domicílio tem uma caixa de água de 1000 litros, cada litro desse resíduo
descartado inadequadamente, deixa 20 famílias sem água para beber, cozinhar,
tomar banho, etc.;
 Ao descartamos na pia, ele chega, por meio dos encanamentos, aos córregos, rios
e mares onde flutua, impede a entrada de luz e oxigênio, altera o ecossistema e
extermina muitas espécies de vida aquática;

 O acúmulo de óleo nos corpos d’água dificulta o sistema de tratamento da água


chegando a impossibilitar a sua utilização para consumo humano;

 Quando jogado no ralo ou na pia, o óleo residual de cozinha provoca entupimentos


nos encanamentos e aumenta os custos de limpeza nas caixas de gordura das
residências.

 Contribui muito para aumentar a proliferação de ratos, baratas e outros vetores


transmissores de doenças;

 O óleo de cozinha usado jogado em pias, ralos e vasos sanitários aumenta o custo
de manutenção das redes de esgoto.
479

13.12.1 Gestão dos ROC no município de Colatina

Os ROC são gerados de forma difusa, pela população em geral e de forma pontual de
em maior quantidade por bares, restaurantes e padarias e afins.

No município existem ações visando a coleta diferenciada, contribuindo para o


descarte correto deste resíduo. O SANEAR recolhe o óleo de cozinha em todos os
LEV´s existentes no município. Em setembro de 2014 foram vendidos 500 litros
através da associação de catadores, Associação de Catadores Colatinenses de
Materiais Recicláveis - ASCCOR. Os grandes geradores desses resíduos no
município comercializam o óleo para a empresa Marca Ambiental.

Foi realizado um levantamento da quantidade e destino do óleo de cozinha usado de


grandes geradores produzidos por mês no município. A quantidade levantada foi de
1.199 litros/ms.

O Apêndice 5 apresenta a planilha com o levantamento completo da quantidade e


destino do óleo de cozinha gerado no município por comerciantes.

13.13 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS COM


LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA

A logística reversa é definida na PNRS como um instrumento de desenvolvimento


econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010).

Devido à importância da fiscalização do ciclo de vida dos produtos, desde sua


fabricação até sua destinação final, a Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto
nº 7.404/2010, passou a obrigar que os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de certos produtos estruturem e implementem sistemas de logística
reversa mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

São resíduos com logística reversa obrigatória definidos na PNRS:


480

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja


embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas
técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Além dos resíduos citados também são passíveis de logística reversa àqueles
definidos através de acordos setoriais, firmados entre o Poder Público e os
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

No Apêndice 6 é apresentada uma listagem contendo as legislações federais e


normas técnicas correlatas aos resíduos com logística reversa obrigatória ou com
acordo setorial em andamento.

13.13.1 Resíduos de embalagens de agrotóxicos (RAGRO)

As embalagens de agrotóxico apresentam um risco potencial de contaminação de


solos e corpos hídricos quando não acondicionadas e destinadas corretamente. As
embalagens lavadas por meio de tríplice lavagem ou lavagem sob pressão são
classificadas como resíduos sólidos não perigosos. Enquanto as não lavadas são
classificadas pela como resíduos sólidos perigosos.

Existe no município um ponto de recebimento de embalagens de agrotóxicos (Figura


13.11) pertencente ao sistema Campo Limpo, gerenciado pela Associação dos
Revendedores de Insumos Agropecuários do Espírito Santo (Assoagres).
481

Figura 13.11 – Ponto de Recebimento de Embalagens de Agrotóxicos.

Fonte: Autoria própria.

13.13.2 Resíduos de pilhas e baterias (RPB)

As pilhas e baterias contêm metais pesados, possuindo características de


corrosividade, reatividade e toxicidade, sendo classificadas como Resíduo Perigoso
de Classe I. Os principais metais contidos em pilhas e baterias são: chumbo (Pb),
cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês
(Mn) entre outros compostos. Esses metais causam impactos negativos sobre o meio
ambiente, principalmente ao homem se expostos de forma incorreta. Portanto, existe
a necessidade de um gerenciamento ambiental adequado (coleta, reutilização,
reciclagem, tratamento e disposição final correta), uma vez que descartadas em locais
inadequados, liberam componentes tóxicos, assim contaminando o meio ambiente
(MMA, 2012).

No Brasil são produzidas 800 milhões de pilhas e 17 milhões de baterias por ano. Um
estudo realizado na cidade de Natal/RN revelou que são descartadas por dia 475,6 kg
de pilhas, o que corresponde a 0,036% da produção total de lixo da cidade e 0,08 do
lixo doméstico, excetuando-se o lixo hospitalar (TRIGUEIRO et al., 2006).

De acordo com informações colhidas em campo, não foram encontrados no município


postos de coleta para recebimento de pilhas e baterias.
482

13.13.3 Resíduos pneumáticos (RPNEU)

São considerados resíduos pneumáticos aqueles que não mais se prestam a


processos de reforma que permitam condições de rodagem adicional.

Segundo o Relatório de Pneumáticos, instituído pela Instrução Normativa nº 01/2010


do IBAMA, preenchido pelos fabricantes e importadores de pneus novos e também
pelas empresas destinadoras de pneumáticos inservíveis existiam 17 empresas
fabricantes e 6041 importadoras de pneumáticos cadastradas no Brasil até o dia 31
de março de 2012 (IBAMA, 2013).

De acordo com a Resolução do Conama nº 416/2009, os municípios com mais de 100


mil habitantes têm a obrigatoriedade de implementar os pontos de recebimentos.
Atualmente, 1.165 pontos de recebimento encontram-se em municípios com este
porte. No total, estão cadastrados 1.768 pontos de coleta no território nacional,
conforme apresentado na Figura 13.12 (IBAMA, 2013).

Figura 13.12 - Pontos de coleta de pneus inservíveis declarados, por Estado.

Fonte: IBAMA (2013).


483

O município de Colatina possui atualmente um ponto de recebimento de pneus usados


(Figura 13.13). O galpão está localizado no CETREU onde é feito o armazenamento
dos pneus destinados por particulares e posteriormente é coletado pela RECICLANIP.
Em 2014 já foram enviados para empresas de reciclagem de pneus 162 toneladas.

Foi identificado em visita de campo que existem bota foras de propriedade particular
no município que também recebem pneus usados.

Figura 13.13 – Ponto de recebimento de Pneus usados

Fonte: Autoria própria.

13.13.4 Resíduos de embalagens em geral (REMB)

São os resíduos compostos pelas embalagens que compõem a fração seca dos
resíduos sólidos urbanos ou equiparáveis, exceto aquelas classificadas como
perigosas pela legislação brasileira, as embalagens de agrotóxicos, de óleos
lubrificantes e de medicamentos.

Embora não contemplados na PNRS como resíduos de logística reversa obrigatória


já está publicado o Edital 02/2012 de Chamamento para a elaboração de Acordo
Setorial para Implantação da Logística Reversa de Embalagens.

Os REMB têm fontes diversas de geração e são comumente misturados aos demais
resíduos domiciliares.
484

13.13.5 Resíduos de óleos lubrificantes e suas embalagens


(ROLEO)

Os óleos lubrificantes, sintéticos ou não sintéticos, são derivados do petróleo e


apresentam diversos impactos ambientais quando descartados inadequadamente.

Em dezembro de 2012 foi celebrado o Acordo Setorial para a implantação de sistema


de logística reversa de embalagens plásticas usadas de lubrificantes com o objetivo
de estruturar e implementar um sistema de logística reversa de embalagens plásticas
usadas de óleos lubrificantes, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP, 2007)
a geração estimada de embalagens plásticas de óleos lubrificantes é de cerca de 150
milhões, sendo a maioria das embalagens de 1 litro e faltam informações para estimar
a geração em residências.

Não foi identificado no município nenhum programa de coleta de ROLEO.

13.13.6 Resíduos de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio ou


vapor de mercúrio (RLAMP)

A lâmpada fluorescente é composta por um metal pesado altamente tóxico, o


mercúrio. Quando intacta, ela ainda não oferece perigo, sua contaminação se dá
quando ela é quebrada, queimada ou descartada em aterros sanitários, assim,
liberando vapor de mercúrio, causando grandes prejuízos ambientais, como a
poluição do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera.

Já está publicado o Edital de Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para


Implantação da Logística Reversa de Lâmpadas (Edital 01/2012), mas o Acordo
Setorial ainda foi celebrado.

Diversos tipos de lâmpadas contêm mercúrio (fluorescentes tubulares e compactas,


de indução magnética, de luz mista, de vapor de mercúrio, sódio ou metálicos). Em
2007 foram comercializadas cerca de 169 milhões de lâmpadas contendo mercúrio
485

Foi identificada a inexistência de coleta diferenciada de lâmpadas pela administração


municipal de Colatina. Durante o período de coleta de informações constatou-se que
sua coleta e disposição final são realizadas junto aos resíduos sólidos domésticos.

13.13.7 Resíduos eletroeletrônicos (REE)

São os resíduos compostos por de equipamentos eletroeletrônicos (computadores,


televisores, geladeiras, telemóveis/celulares, entre outros dispositivos) descartados
ou obsoletos.
Além de serem de logística reversa obrigatória já está publicado o Edital 01/2013 de
Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para Implantação da Logística
Reversa de Eletroeletrônicos.
Segundo FEAM (2009) o aumento da geração de REE é decorrente do aumento do
consumo, se tornando um problema ambiental, e requerendo manejo e controle dos
volumes de aparatos e componentes eletrônicos descartados.
O Brasil produz cerca de 2,6 kg por ano de resíduos eletrônicos por habitante. Estes
produtos podem conter chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, bifenilas policloradas
(PCBs), éter difenil polibromados, entre outras substâncias perigosas (FEAM, 2009).
No município de Colatina não foi identificada nenhuma ação de recolhimento desses
equipamentos por parte dos fabricantes.

13.13.8 Resíduos de medicamentos (RMED)

Corresponde aos medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso, após o


descarte pelo consumidor, industrializados e manipulados e suas embalagens.

Embora não contemplados na PNRS como resíduos de logística reversa obrigatória


já está publicado o Edital 02/2013 de Chamamento para a elaboração de Acordo
Setorial para Implantação da Logística Reversa de Medicamentos. Tendo o mesmo
sido prorrogado para 2014.

De acordo com informações colhidas em campo, não foram encontrados no município


postos de coleta para recebimento de RMED.
486

13.14 CARACTERIZAÇÃO OPERACIONAL DO SLUMRS

O Serviço de Limpeza Pública de Colatina é de responsabilidade da Secretaria


Municipal de Obras e Serviços Urbanos e contempla os serviços de coleta e transporte
de RSU, varrição de sarjetas e serviços especiais como capina, roçada, pintura do
meio-fio, dentre outros.

O sistema de limpeza urbana e manejo de RSU é composto tanto por atividades de


varrição e limpeza de logradouros e vias públicas quanto pelas atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo e
destinação final de resíduos sólidos urbanos. Sendo considerado um serviço público
de saneamento básico pela Lei 11.445/2007.

O gerenciamento dos RSS e RCC também estão sob a responsabilidade da Secretaria


Municipal de Obras e Serviços Urbanos, não havendo legislação municipal que trata
de pequenos e grandes geradores e os serviços de coleta, transporte e destinação
final destes resíduos são disponibilizados a todos os usuários sem cobrança pelo
serviço.

Atualmente os serviços terceirizados são realizados pelas empresas:

 Disposição final de Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares. Serviço realizado pelo


Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental – SANEAR.
 Coleta, transporte, tratamento e destinação final de RSS. Serviço realizado pelo
Consórcio Intermunicipal de Resíduos do Norte do Estado do Espírito Santo.

13.14.1 Limpeza de pública

O serviço de limpeza pública engloba os serviços de varrição de vias e logradouros


públicos e serviços especiais como, capina, poda, limpeza de cemitérios, dentre
outros.

O Quadro 13.7 apresenta as etapas do processo de limpeza pública informando a


responsabilidade e os responsáveis pela execução, no município.
487

Quadro 13.7 - Etapas do processo de limpeza pública e respectivos responsáveis pelo serviço.

Atividade Responsável pelo serviço

Varrição SANEAR

Acondicionamento SANEAR

Limpeza de boca de lobo SANEAR

Limpeza de sarjetas e pintura de meio-fio SANEAR

Limpeza de cemitérios PMC (Secretaria de Administração)

Limpeza de feiras SANEAR

Poda capina, roçada SANEAR

Fonte: SANEAR, 2014.

13.14.2 Varrição de vias elogradouros públicos

O serviço de varrição de vias logradouros públicos, feito de forma manual ou mecânica


tem a finalidade de remover do ambiente público os resíduos dispostos por vias
naturais como folhas e galhos de árvores, areia e terra advindas de terrenos vizinhos
ou pelas águas da chuva e por via antrópica como guimbas de cigarro, embalagens,
papéis, entre outros.

No município de Colatina o serviço de varrição de logradouros públicos é realizado


por agentes públicos ao SANEAR em todos os bairros e distritos do município.
Estimativas feitas pelo município apontam que, atualmente, são varridos cerca de 660
km/mês. Esse trabalho conta com 246, sendo 222 designação temporária e 24
efetivos.

A varrição em toda a zona urbana é feita obedecendo o cálculo de produtividade por


gari de 2000 metros por dia (2 km/dia/gari), dessa forma a cidade foi dividida em 10
regiões administrativas, o roteiro de varrição segue uma agenda definida nos bairros,
sendo, segundas e sextas-feiras varridas as ruas principais. Nas terças e quintas-
feiras as ruas transversais. Todas as quartas-feiras é feito um mutirão de limpeza
488

como capina, roçada, limpeza de escadarias e bocas de lobo. Apenas o centro da


cidade possui varrição atendida por equipes dispostas em cada rua e feita varrição
diurna e noturna com outra equipe de varrição, ou seja, somente o centro da cidade
possui varrição diária e noturna.

13.14.3 Serviços especiais

Os serviços especiais englobam atividades de limpeza urbana como:

 Capina;
 Raspagem;
 Roçada;
 Manutenção de vias (pavimentação e drenagem);
 Recolhimento de entulho;
 Manutenção da limpeza de cemitérios;
 Pintura de meio-fio;
 Instalação e manutenção de papeleiras
 Limpeza dos locais de eventos;
 Remoção de animais mortos.
 Limpeza de bocas de lobo;
 Limpeza de caixas ralos.

Devido à diversidade destas atividades muitas vezes elas carecem de equipamentos


adicionais como guinchos e caminhões caçamba que oneram o serviço de limpeza
urbana.

No município de Colatina os serviços decapina, roçada, limpeza de escadarias e


bocas de lobo são realizados semanalmente, todas as quartas-feiras.

Os outros serviços também são relizados, porém, não possuem cronograma e são
realizados de acordo com a necessidade.
489

13.14.4 Acondicionamento

O acondicionamento dos resíduos urbanos impacta diretamente na paisagem de uma


cidade. Um correto acondicionamento prevê a instalação de lixeiras ou containers que
acumulem os resíduos dispostos pela população até a coleta pelo serviço público de
forma a evitar que os mesmos sejam dispostos no chão e ao alcance de animais. O
modelo de acondicionamento depende ainda da presença ou ausência de sistema de
coleta seletiva, que caso exista, carece de recipientes que possibilitem segredar os
resíduos recicláveis dos não-recicláveis.

No município de Colatina os RSU ficam acondicionados em sacos plásticos e


dispostos no chão em pontos de coleta determinados dessa forma. No bairro são
silvano existem 22 caixas estacionárias além dos 132 LEV’s que são utilizados para
coleta seletiva. Existe também na cidade as papeleiras, porém, estas sofrem com a
degradação constante. Ocorre também a disposição de resíduos de maneira incorreta,
devido à inexistência de lixeiras ou simplesmente são jogados fora das lixeiras
existentes, atraindo a presença de animais.

Todos os resíduos provenientes da limpeza pública no município, à exceção dos


resíduos da construção civil e resíduos verdes, são acondicionados em sacos
plásticos e coletados pelos caminhões compactadores junto aos resíduos sólidos
domiciliares e comerciais.

13.14.5 Coleta, transporte e transbordo

Os serviços de coleta, transporte e transbordo devem ser projetados e implantados


de forma a manter limpo o ambiente público na maior parte do tempo. Para tanto
carece da adoção de um sistema de coleta eficiente que maximize o trabalho dos
coletores e evite que o caminhão de coleta passe mais de uma vez por uma mesma
rua. Ao mesmo tempo é necessária a adoção de uma rotina na coleta para que a
população saiba em qual horário deve dispor o seu resíduo nos acondicionadores para
que este não fique na rua por muito tempo a espera da coleta. Outro cuidado
importante é a localização de áreas de transbordo a certa distância de aglomerados
domiciliares para que evite o mal estar da população pelos odores advindos da
estação de transbordo.
490

O SANEAR firmou contrato com a empresa Colatina Diesel Ltda para prestação de
serviço de coleta, transporte e descarga dos RSU. A coleta é feita de forma
convencional em todos os bairros e distritos do município.

O resíduo coletado é transportando diretamente até o aterro sanitário em Colatina.

13.14.5.1 Coleta

A coleta dos resíduos sólidos pode ser realizada de forma manual (convencional) ou
de forma mecanizada. A escolha da coleta ideal depende de certos fatores como tipo
de pavimentação das ruas, custo da mão-de-obra local, custo dos equipamentos de
coleta mecanizados, entre outros. De forma geral vê-se que em grandes centros
urbanos com pavimentação asfáltica e valor mais caro de mão-de-obra a coleta
mecânica, embora mais custosa, apresenta ganhos ante a coleta manual.

No município de Colatina a coleta é feita de forma convencional em pontos já


conhecidos pela população dos bairros e distritos e tem periodicidades diferentes, de
forma que os bairros da sede tem coleta feita em mais dias da semana e os distritos
mais longes da sede tem uma menor frequência de coleta. A forma de disposição dos
resíduos pela população é em sacos plásticos que geralmente ficam dispostos no
chão ou em caixas estacionárias.

Juntamente com a remoção dos resíduos domiciliares é realizada a coleta dos


resíduos das papeleiras implantadas nos logradouros públicos.

A coleta é feita em 8 caminhões compactadores. A equipe é composta por 47 pessoas


envolvidas nesse trabalho.

13.14.5.2 Roteiros de Coleta

O município de Colatina possui 29 rotas de coletas definidas. Cada rota de coleta


apresenta os dias da coleta, o horário, o veículo utilizado, os componentes da equipe
e quais logradouros são abrangidos.

O Apêndice 7 apresenta as rotas de coleta do município.

No município também existe horários e dias da coleta em cada bairro.


491

O Apêndice 8 apresenta por ordem alfabética, os horários e dias de coleta em cada


bairro do município.

13.14.5.3 Transbordo

As estações de transbordo são locais nos quais os veículos da coleta de resíduos


sólidos (geralmente caminhões compactadores) transferem suas cargas para
caminhões de capacidade maior. Esta atividade visa diminuir os custos do transporte
dos resíduos do município até o local de destinação final, que por vezes se localiza
em outro município.

No município de Colatina não existe estação de transbordo, os resíduos coletados são


encaminhados diretamente para o aterro sanitário.

13.14.5.4 Transporte

O transporte é caracterizado pela atividade de condução dos resíduos coletados até


o local de tratamento ou disposição final. Essa atividade pode gerar grande impacto
nos custos do sistema caso o destino final se localize a uma grande distância do
município.

De segunda a sábado, os resíduos coletados são transportados até o aterro sanitário


localizado no próprio município. Através de contrato firmado, o transporte é realizado
pela Colatina Diesel Ltda.

O SANEAR possui um sistema de controle de quilometragem percorrida de cada rota


pelos veículos coletores, conforme a Figura 13.14.
492

Figura 13.14 – Quilometragem percorrida pelos veículos coletores de Resíduos

ROTA Nº ROTA COLETANDO /KM ROTA TRANSITO/KM TOTAL

01 19.700 26.500 46.200


02 14.400 22.000 36.400
03 15.800 24.000 39.800
04 23.200 29.000 52.200
05 30.500 26.000 56.500
06 15.500 23.000 38.500
07 14.300 28.000 43.300
09 13.000 48.000 61.000
11 21.000 32.000 53.000
13 18.000 58.000 76.000
14 9.500 48.000 57.500
17 18.000 46.000 64.000
18 25.000 20.000 45.000
20 10.500 28.000 38.500
21 10.200 28.000 32.200
22 19.000 56.000 75.000
Fonte: SANEAR (2014)

13.14.6 Tratamento e disposição de RSU

O tratamento dos RSU visa modificar suas características de modo que os resíduos
possam retornar ao meio de forma ambientalmente correta. Já a disposição é um meio
de armazenar os resíduos de forma segura até que se tenha tecnologia adequada e
acessível para seu o tratamento.

O que existe no município sobre tratamento de RSU é a coleta seletiva que, após a
coleta, os RSU são destinados a usina de triagem e comercializados. A coleta seletiva
será tratada em um capítulo específico.

Os demais resíduos coletados na coleta convencional são destinados diretamente ao


aterro sanitário sem passar por qualquer tipo de tratamento prévio.
493

13.14.7 Disposição final dos rejeitos

A disposição final dos resíduos corresponde as atividades de distribuição ordenada


de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos

A forma de disposição final dos RSU do município é em aterro sanitário (Figura 13.15).

A empresa que opera o aterro é o Serviço de Meio ambiente e Saneamento Ambiental


(SANEAR). O aterro está localizado no próprio município.

Figura 13.15 – Aterro Sanitário em Colatina

Fonte: Autoria própria.

A série histórica da quantidade de RSU destinados a aterro sanitário pelo município


nos últimos cinco anos é apresentada na Tabela 13.6.

Tabela 13.6 - Série histórica dos RSU coletados no município

2009 2010 2011 2012 2013


Ano

Quantidade 33,063.35
30.293,24 35.986,09 36.294,08 31,565.16
(toneladas)

Fonte: Autoria própria.

A média de destinação final de RSU nos últimos cinco anos foi de 34.191,14
toneladas.
494

Para fins de prognóstico será considerado o valor médio dos últimos cinco anos.

13.15 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL

A cobrança pelo serviço é feita diretamente no boleto de água através da Taxa de


Limpeza Urbana. A prefeitura também cobra pela prestação de séricos de manejo dos
RSU.

Quanto aos custos envolvidos na prestação dos serviços, alguns valores podem ser
observados abaixo.

O município tem as seguintes unidades cadastradas: (a) Aterro de resíduos da


construção civil; (b) Incinerador de resíduos de serviços de saúde; (c) área de entulho;
(d) Centro de Triagem Seletiva e (e) Aterro sanitário.

Em termos de gerenciamento de resíduos sólidos, alguns dados podem ser


apresentados:

Tabela 13.7– Quadro Populacional Em Colatina - 2012

População total 113.054

População Urbana 98.395

População atendida 108.610

Fonte: Informações cedidas pela prefeitura e SNIS (2014)

Tabela 13.8- Despesas Com Os Serviços De Manejo Dos Resíduos Sólidos Urbanos

Tipo de serviço Despesa Empresa Total


própria

Coleta de res. domiciliares e públicos 1.621.832,00 4..340.591,87 5.692.424,47

Coleta de Serviços Públicos de Saúde 0,00 0,00 0,00

Varrição de logradouros públicos 2.613.484,71 3781.763,11 6.395.247,82

TOTAL 4.235.317,31 8.122.354,98 12.357.672,29


495

Receita Orçada com as taxas e tarifas R$ 5.500.000,00


referente à gestão e manejo do RSU

Receita Arrecadada com taxas e tarifas R$ 5.768.663,00


referente à gestão e manejo de RSU

Fonte: Prefeitura Municipal de Colatina e SNIS (2014)

Tabela 13.9- Estimativa Da Frequência Do Serviço De Coleta Regular

Percentual da população atendida com frequência diária 29%

Percentual da população atendida com frequência de 2 ou 3 vezes por semana 70%

Percentual da população atendida 1 vez por semana 1%

Fonte: Prefeitura Municipal de Colatina (PMAC), 2014.

Os principais departamentos da Prefeitura Municipal de Colatina envolvidos na


prestação e administração dos serviços de saneamento do município são:

 Secretaria Municipal de Obras


 SANEAR – Autarquia Municipal

O Quadro 13.8 a seguir relaciona as atividades de saneamento com as secretarias


responsáveis.

Quadro 13.8: Atividades de Saneamento do Município x Setor responsável

Atividades de Saneamento Secretaria/ Departamento responsável

Administração do Sistema de Abastecimento


de água SANEAR – Autarquia Municipal

Administração do Sistema de Esgotamento


Sanitário SANEAR – Autarquia Municipal

Operação e manutenção do sistema de


Secretaria Municipal de Obras
drenagem

Coleta e transporte de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal

Reciclagem de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal

Destinação Final de Resíduos Sólidos SANEAR – Autarquia Municipal


496

Varrição de ruas SANEAR – Autarquia Municipal

Capinação e serviços congêneres SANEAR – Autarquia Municipal

Fonte: Prefeitura Municipal de Colatina (PMC), 2014.

Abaixo alguns dados e indicadores sobre os resíduos sólidos e limpeza urbana no


município.

Tabela 13.10– Existência De Um Plano Municipal De Manejo De Resíduos Sólidos

Existência
Ano de
Nome UF Situação/existência de Plano
referência
Munic.

Colatina ES 2012 Implementado Sim

Fonte: SNIS (2014)

Tabela 13.11– Alguns Dados Sobre Manejo De Resíduos Sólidos

População total População


Existência de
Ano de (IBGE) urbana (SNIS)
UF Natureza jurídica do órgão municipal responsável algum serviço
referência
concedido

habitante habitante

ES 2012 113.054 93.396 Autarquia Municipal sim

Fonte: SNIS (2014)

13.16 INFRAESTRUTURA DOS SLUMRS

Para uma correta gestão do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos
Sólidos (SLUMRS) é necessária uma infraestrutura mínima de equipamentos e
recursos humanos que abarquem as atividades de limpeza pública, coleta, transbordo
e transporte dos resíduos sólidos.
497

13.16.1 Equipamentos

São considerados equipamentos do SLUMRS os veículos utilizados para a limpeza


urbana e para a coleta de resíduos como, por exemplo, caminhões compactadores,
baú, basculantes, poliguindaste, tratores e carretas.

A Tabela 13.12 apresenta os equipamentos utilizados no SLUMRS de Colatina.

Tabela 13.12 - Equipamentos utilizados no transporte de resíduos sólidos.

Tipo de resíduos Transporte

Coleta dos Resíduos sólidos domiciliares


08 caminhões compactadores
(RSD) e de Limpeza pública

Resíduos da Construção Civil Veículo de empresa terceirizada

03 caminhões baú (mesmos da


Resíduos Volumosos
coleta seletiva)

Resíduos Verdes 02 veículos

Resíduos de serviço de saúde 02 veículos especializados

Coleta Seletiva 03 caminhões baú

Fonte: Autoria própria

13.16.2 Equipe operacional

A equipe operacional do SLUMRS compreende os servidores contratados e treinados


para a limpeza urbana, coleta e triagem dos resíduos sólidos.

A quantidade total de pessoas envolvidas no manejo de RSU é estimada em 683


pessoas, tanto do setor administrativo quanto do setor operacional.

Para o serviço de coleta e transporte dos RSU são 47 pessoas. Para o serviço de
varrição são alocadas 246 pessoas que fazem o serviço na sede e nos distritos. Para
o serviço de capina e roçada não existem trabalhadores específicos, trabalhadores de
serviços gerais fazem esse serviço, em torno de 310 pessoas, no CETREU trabalham
51 pessoas fazendo o serviço de manejo de dos resíduos e no setor administrativo
são 29 pessoas que são envolvidas nas atividades de planejamento, coordenação e
498

fiscalização dos trabalhos. A Tabela 13.13 apresenta o resumo das informações sobre
a equipe operacional do SLUMRS do município de Colatina.

Tabela 13.13 - Dimensionamento equipe operacional do SLUMRS.

Atividades Número de funcionários

Coleta e Transporte de RSU 47 trabalhadores

Limpeza Pública (Varrição) 246 Varredores

Limpeza Pública (Capina e Roçada) 00 Pessoas

Setor Administrativo 29 Pessoas

Fonte: Autoria própria

No Apêndice 9 é apresentado o mapa de localização de todas as unidades de manejo


de Resíduos sólidos existentes no município de Colatina.

13.17 INDICADORES OPERACIOANAIS, ECÔNOMICO-


FINANCEIROS E ADMINISTRATIVOS

A medição da eficiência dos processos do SLUMRS é fundamental para a avaliação


periódica do desempenho dos serviços.

O Governo federal criou e administra o seu Sistema Nacional de Informações sobre


Saneamento – SNIS, vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
(SNSA) do Ministério das Cidades (MCidades).

Dentre os objetivos do SNIS destacam-se: (i) planejamento e execução de políticas


públicas; (ii) orientação da aplicação de recursos; (ii) avaliação de desempenho dos
serviços; (iv) aperfeiçoamento da gestão, elevando os níveis de eficiência e eficácia;
e (v) orientação de atividades regulatórias, de fiscalização e de controle social. Além
disso, permite a utilização dos seus indicadores como referência para comparação e
como guia para medição de desempenho.

Portanto, para avaliar a eficiência do SLUMRS de Colatina, iremos utilizar o banco de


dados do SNIS – Resíduos Sólidos, e de forma a sistematizar esta avaliação, foram
selecionados nove indicadores relacionados a prestação de serviço de coleta de RSU,
RSS, RCC e limpeza pública.
499

Os dados do município de Colatina foram comparados com os dados gerais do Brasil,


Região Sudeste e demais municípios do Espírito Santo, que também responderam
aos SNIS no ano de 2012. Os Indicadores selecionados são apresentados na Tabela
13.14 e os dados são apresentados individualmente nas Figuras 13.16 a 13.24.
500

Tabela 13.14 - Indicadores selecionados do SNIS - Resíduos Sólidos

Região Espírito
Indicadores do SNIS - Resíduos Sólidos Brasil Colatina
Sudeste Santo

IN001_RS - Taxa de empregados em relação à população urbana


(empregados/1000 hab) 2,08 2,1 3,52 3,7
IN010_RS - Incidência de empregados gerenciais e administrativos no
total de empregados no manejo de RSU (%) 6,67 5,91 7,02 2,99
IN018_RS - Produtividade média dos empregados na coleta (coletadores
+ motoristas) na coleta (RSU) em relação à massa coletada
(Kg/empregado/dia) 2.116,40 2.181,70 1.717,57 2.535,63
IN019_RS - Taxa de empregados (coletadores + motoristas) na coleta
(RSU) em relação à população urbana (empregado/1000 hab) 0,54 0,5 0,62 0,46
IN021_RS - Massa coletada (RSU) per capita em relação à população
urbana (Kg/hab/dia) 1,02 0,97 0,91 1,01
IN029_RS - Massa de RCC per capita em relação à população urbana
(Kg/habitante/dia) 294,87 258,55 719,99 --
IN036_RS - Massa de RSS coletada per capita em relação à população
urbana (Kg/1000 hab/dia) 4,28 4,5 5,8 6,18
IN044_RS - Produtividade média dos varredores (prefeitura + empresas
contratadas) (Km/empregado/dia) 1,31 1,54 1,34 --
IN045_RS - Taxa de varredores em relação à população urbana
(empregado/1000 hab) 0,67 0,66 1,44 2,96
Fonte: Autoria própria
501
Figura 13.16 -Taxa de empregados no manejo de resíduos em relação à população urbana

4,00 3,70
Nº empregados/1000 hab 3,52
3,50
3,00
2,50 2,08 2,10
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.17 -Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total de empregados


no manejo de RSU

4,00 3,70
3,52
Nº empregados/1000 hab

3,50
3,00
2,50 2,08 2,10
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.18 -Produtividade média dos empregados na coleta (coletadores + motoristas) na


coleta de RSU em relação à massa coletada

3.000,00
2.535,63
(Kg/empregados/dia)

2.500,00 2.116,40 2.181,70


2.000,00 1.717,57
1.500,00

1.000,00

500,00
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria


502
Figura 13.19 -Taxa de empregados (coletadores + motoristas) na coleta de RSU em relação
à população urbana

0,70 0,62
0,60 0,54
Nº empregados/1000 hab
0,50
0,50 0,46

0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.20 -Massa coletada de RSU per capita em relação à população urbana

1,04 1,02
1,02 1,01
1,00
0,97
Kg/hab/dia)

0,98
0,96
0,94
0,92 0,91
0,90
0,88
0,86
0,84
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.21 -Massa de RCC per capita em relação à população urbana

800,00 719,99
700,00
Kg/habitante/dia

600,00
500,00
400,00 294,87
258,55
300,00
200,00
100,00
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria


Figura 13.22 -Massa de RSS coletada per capita em relação à população urbana
503

7,00 6,18
5,80
6,00
Kg/1000 hab/dia
5,00 4,28 4,50
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.23 -Produtividade média dos varredores

1,60 1,54
1,55
Km/empregados/dia

1,50
1,45
1,40 1,34
1,35 1,31
1,30
1,25
1,20
1,15
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria

Figura 13.24 -Taxa de varredores em relação à população urbana

3,50
Nº de empregados/1000 hab)

2,96
3,00
2,50
2,00
1,44
1,50
1,00 0,67 0,66
0,50
0,00
Brasil Região Sudeste Espírito Santo Colatina

Fonte: Autoria própria


504
Ao se comparar com os indicadores do SNIS observa-se que o município
apresenta valores próximos aos valores médios nacionais, da região sudeste
e demais municípios do Espírito Santo.

Já os indicadores de Produtividade média dos empregados na coleta


(coletadores + motoristas) na coleta (RSU) em relação à massa coletada,
Massa de RSS coletada per capita em relação à população urbana e Taxa de
varredores em relação à população urbana apresentam valores superiores às
médias do Brasil, da Região Sudeste e do Espírito Santo.

Em relação a Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total


de empregados no manejo de RSU apresenta valor inferior aos valores médios
do Brasil, região sudeste e demais municípios do ES.

O SNIS não apresenta valores de Massa de RCC per capita em relação à


população urbana e Produtividade média dos varredores o que impede uma
comparação com demais valores.

Ressalta-se que os dados são referentes a 2012, pois são os dados mais
atuais disponibilizados pelo SNIS, que permite uma comparação com outros
municípios brasileiros, mas como ocorrem mudanças de um ano para outro,
estes valores podem ter sofrido alterações.

13.18 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE DISPOSIÇÃO


INADEQUADA DE RESÍDUOS E ÁREAS CONTAMINADAS

A identificação de áreas de disposição inadequada de resíduos visa averiguar


onde a população normalmente dispõe seus resíduos e que necessitam de
intervenções por parte do município com vistas à readequação destas áreas.
No caso de pontos viciados, programas de educação ambiental associados a
fiscalização são procedimentos necessários para que as áreas não continuem
sendo utilizadas pela população como ponto de disposição inadequada de
resíduos.
505
13.18.1 Lixões

É uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos municipais


que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de
proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de
resíduos à céu aberto ou vazadouro (CEMPRE, 2010).

O Estado do Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente


(IEMA) e Ministério Público tem firmado Termos de Compromisso Ambiental
(TCA), com vistas a regularizar a situação dos lixões nos municípios
capixabas.

Em 18 de junho de 2013 foi firmado o TCA02/13 entre o Ministério Público do


Estado do Espírito Santo, o Ministério Público do Trabalho, o Instituto Estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Prefeitura Municipal de Colatina, a
fim de que sejam adotadas as medidas de destinadas a adequar, corrigir,
minimizar e prevenir eventuais impactos e degradações ambientais causadas
pelo compromissário em áreas utilizadas para disposição de resíduos.

Existem no município três áreas que já foram utilizadas como lixões mas que
hoje estão desativadas e uma que é utilizada como aterro sanitário (CETREU)
e que estão em processo de recuperação. De acordo com os itens 2.1 e 3.2
do TCA 02/13, ás área degradadas encontram-se referenciadas pelas
coordenadas geográficas. O Quadro 13.9 apresenta a localização destas áreas
em coordenadas UTM, Datum WGS 84.

Quadro 13.9 - Áreas inadequadas de recebimentos de resíduos a serem recuperadas

Locais Coordenadas

Aterro Sanitário (CETREU) 327687E 7843603 N

Lixão Desativado (Aterro Desativado no 329084 E 7841546 N


Bairro Maria das Graças)

Lixão Desativado (Área Fioravante Rossi) 323587 E 7839361 N

Lixão Desativado (Aterro de RCC) 328003 E 7843424 N

Fonte: Autoria própria


506
As plantas de localização destas áreas encontram-se no Apêndice 10.

13.18.2 Pontos viciados

Pontos viciados são aqueles locais comumente utilizados pela população para
descarte e acúmulo de resíduos sem, no entanto conter as estruturas
necessárias para condicionar os resíduos. Em geral, ocorrem em terrenos
desocupados e calçadas prejudicando o paisagismo da cidade e atraindo
animais.

O Quadro 13.10 apresentada a localização dos pontos viciados constatados


em visita em campo ao município.

Quadro 13.10 - Localização de pontos viciados no município de Colatina.

Pontos Viciados Coordenadas Tipos de resíduos


São Miguel/ BR 259 - Antigo 0325471 E
RCC/Volumoso/Entulho
parque das águas 7841202 N

Bairro Honório Fraga - 0323921 E


Domiciliar/RCC
estrada de chão atrás do frisa 7839164 N

Bairro Santa Helena. Estrada 0330689 E


RCC/Verdes
Colatina - Graçaranha 7842893 N

0320871 E
Bairro Columbia Verdes/Entulho
7840476 N

Córrego estrela - BR 259, km 0326517 E


RCC/Verde/Volumoso
55 7842799 N
Bairro Raul Giuberti / Estrada
0329616 E
Colatina - São Roque do RCC/Volumoso
7836344 N
Canaã
Bairro Raul Giuberti / Estrada
0329137 E
Colatina - São Roque do RCC/Volumoso
7836886 N
Canaã
Bairro Carlos Germano
0323802 E
Nauman / Rodovia do Café RCC/Verde
7846148 N
(ES 080)

Fonte: Autoria própria

O Apêndice 10 apresenta mapa com as localizações do ponto viciado e das


áreas degradadas pela disposição inadequada de resíduos sólidos que estão
listadas no TCA 02/2013, incluindo os lixões desativados.
507
13.19 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

A segregação de materiais dos resíduos sólidos tem como objetivo principal a


reciclagem de seus componentes. A reciclagem é o resultado de uma série de
atividades, pelas quais materiais são desviados, coletados, separados e
processados para serem usados como matéria-prima, na manufatura de novos
produtos (CEMPRE, 2010).

A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais


como papéis, plásticos, vidros e metais previamente separados na fonte
geradora (CEMPRE, 2010).

13.19.1 Formas de coleta segregada e triagem

Existem diversas formas de operar um sistema de coleta seletiva. Cada


município deve avaliar e adotar aquele que melhor lhe convier. As quatro
principais modalidades de coleta seletiva são (CEMPRE, 2010):

 Porta-a-porta (ou domiciliar);


 Em postos de entrega voluntária;
 Em postos de troca; e
 Por catadores.

Os galpões de triagem são locais onde os materiais recicláveis são recebidos,


separados, prensados ou picados e enfardados ou embalados para fins de
venda (CEMPRE, 2010).

O lançamento do projeto Coleta Seletiva em Colatina ocorreu no dia 26 de


outubro de 2011. Após o lançamento foram instalados LEV’s (Locais de
Entrega Voluntária) para o depósito de lixo seco em vários pontos do
município. O total de Lev’s instalados no município de 2011 a 2014 foi de 132.

Em Colatina a coleta seletiva porta a porta é realizada no bairro Centro e São


Silvano e foi implantada no bairro Vila Lenira, Santa Terezinha e Maria Ismênia
em julho de 2014. A coleta é feita de forma binária (Resíduos Seco x Resíduo
Úmido), no Centro e em São Silvano a coleta é feita de Segunda a Sexta-Feira
508
a partir das 17:00 horas e aos sábados a partir das 13:00 horas. Em Vila Lenira
a coleta de resíduo seco é feita Terça e Quinta-Feira a partir das 07:00 horas
e o lixo úmido é coletado de Segunda a Sexta-Feira a partir das 13:00 horas,
conforme apresentado na Figura 13.25. Nos bairros Santa Terezinha e Maria
Ismênia, o município não informou em quais horários é realizada a coleta.

Figura 13.25 – Folder Coleta Seletiva no bairro Vila Lenira

Fonte: SANEAR (2014).

No município existe uma unidade de triagem, conforme apresentado na Figura


13.26. A unidade de triagem está sob a responsabilidade da ASCCOR. A
triagem é realizada de forma manual pelos catadores da associação em uma
esteira mecanizada (Figura 13.27). A comercialização dos resíduos triados
também é realizada pela ASCCOR

Figura 13.26 – Unidade de Triagem de Figura 13.27 – Esteira mecanizada na


RSU. Unidade de Triagem.

Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.


509
13.19.2 Mercado de reciclagem

A atividade de reciclagem só é possível de existir uma demanda pelos produtos


oriundos desta atividade. Assim antes da implantação de sistemas de
segregação de materiais é importante verificar os esquemas pelos quais possa
haver escoamento desses materiais (venda ou doação) (CEMPRE, 2010).

No município de Colatina os resíduos coletados eram triados e


comercializados pela empresa contratada, de 2012 até maio de 2013 e o
dinheiro era repassado para o SANEAR. De maio de 2013 até junho de 2014
o SANEAR realizou leilões para venda dos resíduos. A partir de junho de 2014
a triagem e comercialização dos resíduos é realizada pela ASCCOR.

Em 2013 foram recuperadas 451,8 toneladas de resíduos. A Tabela 13.15


apresenta a quantidade de material seletivo comercializado em 2013.
510
Tabela 13.15 – Quantidade de material seletivo comercializado em 2013

Quantidade (Kg)
TIPO DE
1º LEILÃO 2º LEILÃO 3º LEILÃO 4º LEILÃO PERCENTUAL
MATERIAL TOTAL
(%)
07/05/2013 13/08/2013 out/13 jan/14

PAPELÃO 100.000,00 70.000,00 84.000,00 110.000,00 364.000,00 80,57

PAPEL
4.000,00 5.800,00 2.800,00 5.600,00 18.200,00 4,03
MISTO

JORNAL 300,00 1.980,00 1.080,00 1.200,00 4.560,00 1,01

LONGA VIDA 300,00 1.200,00 1.200,00 1.400,00 4.100,00 0,91

PLÁSTICOS
8.400,00 16.270,00 9.350,00 10.100,00 44.120,00 9,77
GERAL

VIDRO
4.000,00 1.000,00 0,00 0,00 5.000,00 1,11
INTEIRO

MATERIAL
7.970,00 150,00 3.000,00 700,00 11.820,00 2,62
FERROSO

TOTAL 124.970,00 96.400,00 101.430,00 129.000,00 451.800,00 100,00

Fonte: SANEAR (2014)

De acordo com dados de comercialização dos materiais recicláveis são


aproveitados 1,7 % dos resíduos, ou seja, deixa de ser enviado para o aterro
sanitário mensalmente, em torno de 30 toneladas/mês de resíduos da coleta
seletiva.

13.20 ASPECTOS SOCIAIS RELATIVOS À INCLUSÃO SOCIAL


NO MANEJO DE RESÍDUOS

A PNRS tem como um de seus instrumentos o incentivo à criação e ao


desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Além de ser peça chave da
atividade do beneficiamento dos resíduos recicláveis oriundos da coleta
511
seletiva, a associação possui relevante importância devido a sua atividade
agregar valor aos resíduos recicláveis.

A Associação de Catadores Colatinenses de Materiais Recicláveis – ASCCOR


foi registrada em 17/07/2014 e está sediada Rua Fioravante Rossi, 4.854 -
Honório Fraga. Possui 12 associados e todos estão registrados no CAD Único
do Governo Federal. A renda por associado é, em media, acima de 1 salário
mínimo.

Nos lixões desativados não existem catadores de material reaproveitável.

13.21 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

Os serviços prestados foram avaliados pela população como sendo de boa


qualidade e com regularidade e frequência compatível com a demanda de
serviço. A população tem conhecimento do horário da coleta dos resíduos e
esta é feita de maneira regular.

A coleta seletiva foi implantada no Centro e no Bairro Vila Lenira. Existe um


galpão de triagem que recebe os resíduos da coleta seletiva. A triagem do
material é realizada pela associação de catadores existente no município.

As prioridades identificadas pela população para o município de Colatina são:

 A população presente apresentou como demanda prioritária a coleta


seletiva em todos os bairros e todos os dias;
 Implementação da Destinação final adequada de óleo de cozinha e lixos
especiais (eletrônico como exemplo);
 E a Implementação de “cata-treco”, um recipiente que recolhe resíduos
como sofás e resíduos volumosos.

13.22 DEMANDAS NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DESLUMRS

Após a análise dos dados primários e secundários obtidos para elaboração


deste diagnóstico, foi possível identificar algumas demandas na prestação de
512
serviço do SLUMRS. As demandas observadas estão listadas no Quadro
13.11 de forma a direcionar as ações que deverão ser formuladas nas etapas
seguintes do PMGIRS.

O município de Colatina mostrou-se de modo geral com uma boa organização


dos serviços e atendendo a questões básicas no gerenciamento dos resíduos,
desde a limpeza pública até a destinação final dos RSU, RCC e RSS.

Os serviços prestados foram avaliados pela população como sendo de boa


qualidade e com regularidade e frequência compatível com a demanda de
serviço.

No município não existem lixões e tem Termo de Compromisso firmado para a


recuperação das antigas áreas degradadas pela disposição inadequadas de
resíduos.

As lacunas observadas serão listadas de forma a direcionar as ações que


deverão de formuladas nas etapas seguintes do PMGIRS.
513
Quadro 13.11 - Demandas observadas no diagnóstico de Colatina.

DEMANDA DIMENSÃO DA DEMANDA PRIORIDADE

Limpeza Pública: Os serviços são Elaboração do plano de varrição Curto Prazo


prestados diretamente pelo SANEAR. Não que contemple mapas de varrição
existem programas e projetos específicos e medição de produtividade dos
para a limpeza pública como projeto de varredores.
varrição contemplando mapas de varrição
e medição de produtividades dos
varredores. Estas lacunas fazem com que
os não tenham uma apuração quanto à
efetividade dos serviços prestados e
recursos utilizados.

Acondicionamento: Existem projetos de Elaboração de projeto de Curto Prazo


acondicionamento de resíduos dos LEV´s acondicionamento de resíduos.
porém, a maior parte da população dispõe
os sacos de lixo em pontos específicos,
próximos a suas residências o que
favorece a criação de pontos viciados

Coleta seletiva: A coleta seletiva no Elaboração de um projeto de Curto Prazo


município é incipiente e necessita que seja coleta seletiva, adequado a
elaborado um projeto de coleta seletiva. realidade local de contar com um
número pequeno de catadores de
materiais reaproveitáveis.

Compostagem: Não existe no município Elaboração de um projeto de Curto Prazo


sistema de compostagem de resíduos compostagem.
orgânicos e toda esta parcela é destinada
para aterro sanitário.

Inclusão social de catadores: Existe a Elaboração de um projeto de Curto Prazo


ASCCOR no município que conta com 12 coleta seletiva, adequado a
associados, a renda por associado em realidade local de contar com um
média é acima de 1 salário mínimo. Estão número adequado de catadores de
todos registrados no CAD Único do materiais reaproveitáveis.
Governo Federal.

Resíduos de Serviço de Saúde: O Elaboração de legislação que Médio Prazo


município faz o gerenciamento dos RSS diferencie pequeno e médio
gerados, por meio do CIRSNEES. Diante gerador.
este cenário, contata-se que o município
não possui legislação que diferencie
pequeno e médio gerador, a arca com os
514
custos de uma parcela de geradores que
não deveria, os grandes geradores.

Resíduos de responsabilidade dos Elaborar projeto que vise Emergencial


geradores: O município não tem controle adequação das estruturas do
de gestão sobre os resíduos de município em termos legislativos,
responsabilidade dos geradores. Não pessoal e infraestrutura que
possui legislação e instrumento normativo permita o controle sobre o
que indique quais atividades necessitam gerenciamento dos resíduos por
apresentar os Planos de Gerenciamento parte dos geradores.
de Resíduos, quando licenciados pelo
município ou quando são licenciados pelo
órgão estadual competente, conforme a
competência. Não existe sistema de
informação de resíduos.

Resíduos com logística reversa Elaborar planejamento de ação em Curto Prazo


obrigatória: O município não tem controle relação ao acompanhamento do
de gestão sobre os resíduos com logística comprimento das obrigatoriedades
reversa obrigatória pelo gerador. da logística reversa pelos
respectivos responsáveis.

Sistematização das informações: Na Implantação de sistema de Médio Prazo


etapa de coleta de dados verificou-se que informação de resíduos que se
os dados não estão sistematizados, e que integre ao SNIR.
parte das informações está sob controle do
SANEAR.

Fonte: Autoria Própria.

13.23 REFERÊNCIAS

ABILUX – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação. Reunião do


Grupo de Trabalho sobre lâmpadas mercuriais do CONAMA. Descarte de
lâmpadas contendo mercúrio. São Paulo, 2008.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004:2004.


Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro. ABNT, 2004.

ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e


Resíduos Especiais. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2011. São
Paulo, 2012.
515
BIOLEO. Instituto Bióleo de Desenvolvimento Sustentável. Descarte
inadequado do óleo. Disponível em:<http://bioleo.org.br/programa-
bioleo/descarte-inadequado/>. Acesso em: 20 de Junho de 2014

BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 307,


de 05 de Julho de 2002.Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF. 2002.

BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 313,


de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o inventário nacional de resíduos
sólidos industriais. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2002.

BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 358,


de 29 de Abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos
resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 4 de maio de 2005.

BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei


no 12.305, e cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas
de Logística Reversa, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, 23 de dezembro de 2010.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. 1. ed. rev.


Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004. 408p.

BRASIL. Lei nº 12.305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos. Diário Oficial da União, Brasília, 03 de agosto 2010.

BRASIL. Lei nº. 11.445/2007. Estabelece diretrizes nacionais para o


saneamento básico; altera as Leis nº. 6.766, de 19 de dezembro de 1979,
8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13
de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 05 de janeiro 2007.
516
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2006. 182 p.

BRASIL. Ministério das Cidades. Ministério do Meio Ambiente. Área de


manejo de resíduos da construção e resíduos volumosos: orientação
para o seu licenciamento e aplicação da Resolução Conama 307/2002.
2005.

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resíduos sólidos: manual de orientação. Brasília, 2012.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Resíduos Sólidos.


Brasília, agosto de 2012.

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econômica da coleta seletiva e reciclagem dos resíduos sólidos
domiciliares gerados nos municípios de Belém e Ananindeua-PA.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro Tecnológico da
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CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Lixo Municipal:


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a ser seguido. Edição Informativa do Sistema CNT ano XV, Número 175.
Mar/2010.
517
CONDOESTE. Termo de Referência para Contratação de Consultoria para
Elaboração dos Planos Municipais de Saneamento e do Plano Regional
de Saneamento Básico do Consórcio Público para Tratamento e
Destinação Final Adequada de Resíduos Sólidos da Região Doce Oeste
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523
14 DIAGNÓSTICO DA SAÚDE

No Brasil, a Constituição Federal, de 1988, incorporou o direito à saúde como


um direito de todos e um dever do Estado, garantido "mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação". A previsão de um “direito de todos” destaca os
princípios de equidade e universalidade de acesso a ações e serviços de
saúde, incluindo o acesso universal ao saneamento básico entre outros.

A realidade de saúde da população é hoje avaliada sob vários aspectos. Dentre


esses aspectos estão os sociais, os econômicos, os ambientais e os de saúde
e doença. Estes avaliam as condições em que vivem as pessoas, a educação,
a moradia, a capacidade produtiva como renda, índice de desenvolvimento, as
condições do ambiente onde as pessoas vivem, trabalham, a qualidade de vida
e o adoecimento. Quando há integração de tais aspectos, produzimos uma
análise de um determinado grupo humano, e a partir da referida análise,
produz-se a identificação de uma determinada realidade, que denomina-se de
diagnóstico da realidade.

A gestão pública utiliza o diagnóstico da realidade e das necessidades em


saúde para garantir o adequado acesso e oferta de serviços à população sob
sua responsabilidade, buscando sempre a melhoria de seus serviços.

O planejamento em saúde por meio de levantamento de aspectos


demográficos, econômicos e sociais, e principalmente da análise da situação
de saúde e doença deflagra a tomada de decisões para o alcance das metas
estabelecidas. Esta análise sistemática das informações e dos indicadores de
saúde constitui ferramenta fundamental para a elaboração das políticas
públicas, o planejamento de ações individuais e coletivas, a definição de
prioridades de intervenção.

Este documento tem por objetivo reunir e sistematizar principais dados e


informações inerentes à análise situacional de saúde e saneamento do
Município de Colatina, contribuindo para a elaboração do Plano Municipal de
524
Saneamento referente ao período de 2014 a 2017. Este Plano busca incentivar
também o planejamento local junto às regiões e territórios de saúde, por meio
da busca do conhecimento e análise das necessidades de saúde de acordo
com as especificidades locais.

Este diagnóstico está organizado de forma a dar maior compreensão sobre a


realidade em estudo, sendo composto por:

- Levantamento dos dados de saúde;

- Dados epidemiológicos, capacidade instalada;

- Modelo de saúde vigente;

- Análise.

14.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE COLATINA

Colatina é uma cidade de 1.439 quilômetros quadrados, com 111.361mil


habitantes, sendo 81% na área urbana e 19% na zona rural. Estrategicamente
localizada no centro do Estado, a cidade registra a maior potencialidade
econômica da região Norte. Situada no Vale do Rio Doce, está a 135
quilômetros de Vitória, capital do Espírito Santo. Por ela passa a estrada de
ferro Vitória-Minas, a BR-259 e a Estadual 080 (Rodovia do Café)..

A gestão municipal da saúde está definida com Declaração de Comando Único


(Ficha de Informações Municipais da SESA, 2013), localizada na região
Central de Saúde, estabelecida no Plano Diretor de Regionalização da Saúde
(PDR, 2011; SESA, 2014).

O Índice de Desenvolvimento do SUS (IDSUS), criado pelo Ministério da


Saúde, foi lançado em 1º de março de 2012, com o objetivo de monitorar e
avaliar o desempenho das políticas públicas e prestar contas à população
quanto a aplicação dos recursos (MÉDICI, 2014). Constitui uma importante
ferramenta que avalia o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no país,
e permite verificar como está a infraestrutura de saúde para atender as
525
pessoas e a capacidade de resposta dos serviços no atendimento aos
problemas de saúde da população (MÉDICI, 2014).

De acordo com este índice, o IDSUS, o município está classificado em 45º


lugar no ranking estadual, com índice de 5,82.

14.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada através do levantamento em base de dados,


tais como: DATASUS, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Secretaria de Estado da Saúde do
Espírito Santo (SESA), Sistema de Apoio a Relatório de Gestão (SARGSUS)
e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Para o levantamento dos índices de morbidade e mortalidade de doenças, foi


considerada a classificação do Capítulo da Classificação Internacional de
Doenças - CID-10, suas categorias, grupo de doenças e doenças identificadas
no banco de dados para o referido município, priorizando as doenças
infecciosas e parasitárias, relacionados ao saneamento ambiental inadequado.
O banco de dados consultado para a obtenção dessas informações foi o site
do DATASUS: http://www.datasus.gov.br.Abaixo segue classificação das
doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.

Quadro 14.1– Classificação das doenças relacionadas ao Saneamento Inadequado.

GRUPO DE CID -
CATEGORIA DOENÇAS
DOENÇAS 10

1.1 Cólera A00

1.2 Infecções por Salmonela A02


DOENÇAS DE
TRANSMISSÃO 1. Diarreias 1.3 Shigelose A03
FECO-ORAL
1.4 Outras Infecções bacterianas A04
(E. coli, Campylobacter, Y.
enterocolitica, C. difficile, outras)
526
GRUPO DE CID -
CATEGORIA DOENÇAS
DOENÇAS 10

1.5 Amebíase A06

1.6 Outras Doenças Intestinais por A07


protozoários (Balantidíases,
Giardíase, Criptosporidiose).

1.7 Isosporíase, outras e as NE

1.8 Doenças Intestinais por vírus A08


(Enterite p/rotavirus,
Gatroenteropatia aguda p/agente
de Norwalk, enterite p/adenovírus,
outras enterites virais e as NE)

2. Febres 2.1 Febre Tifóide A01


entéricas
2.2 Febre Paratifóide

3. Hepatite A B15

4. Dengue A90;
A91

5. Febre Amarela A95

6. Leishmanioses Leishmaniose Tegumentar B55


DOENÇAS
Leishmaniose visceral
TRANSMITIDAS
POR INSETO 7. Filariose B74
VETOR linfática

8. Malária B50;
B54

9. Doença de B57
Chagas

DOENÇAS 10. B65


TRANSMITIDAS Esquistossomose
527
GRUPO DE CID -
CATEGORIA DOENÇAS
DOENÇAS 10

ATRAVÉS DO
11. Leptospirose A27
CONTATO COM A
ÁGUA

12. Doença dos Tracoma A71

DOENÇAS Olhos
Conjuntivites H10
RELACIONADAS A
HIGIENE 13. Doenças da 13.1 Dermatofitoses B35
pele
13.2 Outras micoses superficiais B36

14. Helmintíases 14.1 Equinococose B67

14.2 Ancilostomíase B76

14.3 Ascarídiase B77

14.4 Estrongilodíase B78


GEO-HELMINTOS
E TENÍASES 14.5 Tricuríase B79

14.6 Oxiuríase B80

15. Teníases 15.1 Teníase B68

15.2 Cisticercose B69

Fonte: Adaptado de Costa et al., 2002.

Quanto a Estratégia Saúde da Família, as informações foram levantadas


através dos Planos Municipais de Saúde e Relatório de Gestão. Estes
documentos foram solicitados por intermédio da coordenação do projeto às
administrações municipais. As informações incompletas enviadas pelos
municípios foram complementadas pelas bases de dados do Ministério da
Saúde.

14.3 CARACTERÍSTICAS POPULACIONAIS

De acordo com os dados do Censo de 2010 do IBGE, observa-se que houve


um aumento dos extratos de 20 anos a mais. A população predominante do
528
município, concentra-se na faixa etária entre 20 a 54 anos, constituindo,
predominantemente, a população economicamente ativa da região. Estes
dados demostram uma tendência de envelhecimento da população do
município, assim como o observado no Brasil.

Figura 14.1– Pirâmide etária de Colatina, segundo grupos de sexo e faixa etária (SageSus,
2014).

14.4 INFORMAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS

14.4.1 Mortalidade

Os indicadores epidemiológicos de mortalidade nas diferentes regiões


brasileiras mostram uma realidade na qual se observa no país a ocorrência de
doenças prevalentes em países desenvolvidos, as doenças cardiovasculares
e as crônicas, como também de situações encontradas em países menos
desenvolvidos, como as mortes por doenças infecciosas, desnutrição, óbitos
infantis e maternos.

No município de Colatina, mais da metade do número de óbitos se concentra


nos grupos das seguintes doenças: doenças do aparelho circulatório (32,18%),
529
Neoplasias (16,68%), causas externas de morbidade e mortalidade (14,69%)
e doenças do aparelho respiratório (12,15%).

No caso das doenças infecciosas e parasitárias, que tem relação direta com
as condições de saneamento, se encontra em 9º lugar, de acordo com a tabela
abaixo, representando uma reduzida influencia no quadro da mortalidade.

Tabela 14.1- Mortalidade Geral, por grupo de causas, 2009 – 2012.

Capítulo CID-10 2009 2010 2011 2012 Total

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 12 18 23 21 74

II. Neoplasias (tumores) 90 131 123 150 494

III. Doenças sangue órgãos hemat e


3 - 3 3 9
transtimunitár

IV. Doenças endócrinas nutricionais e


47 32 36 38 153
metabólicas

V. Transtornos mentais e comportamentais 4 3 8 8 23

VI. Doenças do sistema nervoso 19 27 32 40 118

IX. Doenças do aparelho circulatório 242 229 276 206 953

X. Doenças do aparelho respiratório 92 119 76 73 360

XI. Doenças do aparelho digestivo 32 32 33 42 139

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo - - - 3 3

XIII.Doençassist osteomuscular e tec


- - 3 8 11
conjuntivo

XIV. Doenças do aparelho geniturinário 13 18 15 30 76

XV. Gravidez parto e puerpério 1 - - 1 2


530
XVI. Algumas afec originadas no período
13 6 16 13 48
perinatal

XVII.Malfcongdeformid e anomalias
6 3 2 6 17
cromossômicas

XVIII.Sint sinais e achadanormexclín e laborat 16 18 7 5 46

XX. Causas externas de morbidade e


111 105 113 106 435
mortalidade

Total 701 741 766 753 2961

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. DATASUS, 2014.

A mortalidade geral por doenças relacionadas ao saneamento ambiental


inadequado está representada pelas seguintes causas: Outras infecções por
Salmonella que apresentou um caso em 2012, Diarreia e Gastroenterite, que
apresentou 7 casos em 2011 e um em 2012, Dengue, 3 casos em 2009 e um
em 2011. Destacamos que estes óbitos poderiam ter sido evitados por meio
do diagnóstico precoce, garantindo assim um tratamento adequado.

Tabela 14.2– Mortalidade geral por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no


município de Colatina, 2009-2012.

Categoria CID-10 2009 2010 2011 2012 Total

A02 Outrinfecc p/Salmonella - - - 1 1

A09 Diarreia e gastroenterite


- - 7 1 8
originfeccpresum

A90 Dengue 3 - 1 - 4

A91 Febre hemorragicadevvirus do dengue 2 1 1 - 4

Total 5 1 9 2 17

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. DATASUS, 2014.


531
14.4.2 Mortalidade infantil

A mortalidade infantil reflete a efetividade de intervenções governamentais no


âmbito da saúde pública e sofre influência direta dos modelos
socioeconômicos adotados por um país (SANTOS et al., 2010).

A Taxa ou Coeficiente de Mortalidade Infantil estima o risco de uma criança


morrer antes de completar o primeiro ano de vida. É definida pelo número de
mortes em menores de um ano para cada mil nascimentos vivos (NV). Nas
últimas décadas no Brasil, houve uma redução acentuada da taxa de
mortalidade infantil no período de 1990 (47,1 por 1.000 NV) até 2008 (19,0 por
1.000 NV). A redução da taxa de natalidade, a melhoria das condições de vida
da população e as políticas voltadas para a melhoria dos serviços de saúde,
são apontadas como alguns dos fatores responsáveis por este declínio
(BOING; BOING, 2008).

A análise das variações da mortalidade infantil é extremamente importante,


representando um indicador sensível às condições de saúde, da qualidade de
vida da população, a falta de infraestrutura e acesso aos serviços básicos,
principalmente o saneamento ambiental (SANTOS et al., 2010).

A precária infraestrutura dos serviços de saneamento básico nos países em


desenvolvimento, desempenha uma interface com a situação de saúde e com
as condições de vida da população (TEIXEIRA et al., 2014). As doenças
infecciosas continuam sendo uma importante causa de morbidade e
mortalidade nesses países, e são um indicativo da fragilidade dos serviços
públicos de saneamento (TEIXEIRA et al., 2014).

De acordo com a Tabela 14.3, a mortalidade infantil no Município de Colatina.


A causa principal foi por algumas afecções originadas no período perinatal,
representando um alerta para as condições de acompanhamento do pré-natal,
assistência ao parto e puerpério. A taxa de mortalidade infantil no ano de 2011
para o Município de Colatina foi de 13,93/1000 nascidos vivos.
532
Tabela 14.3– Mortalidade infantil por grupo de causa CID10, 2009-2012, Colatina, 2009-
2012.

Capítulo CID-10 2009 2010 2011 2012 Total

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias - - 2 1 3

III. Doenças sangue órgãos hemat e


1 - - - 1
transtimunitár

IV. Doenças endócrinas nutricionais e


- - - 1 1
metabólicas

IX. Doenças do aparelho circulatório 1 - - - 1

X. Doenças do aparelho respiratório - 1 1 - 2

XVI. Algumas afec originadas no período


13 6 15 13 47
perinatal

XVII.Malfcongdeformid e anomalias
6 1 2 4 13
cromossômicas

XX. Causas externas de morbidade e


- - 1 - 1
mortalidade

Total 21 8 21 19 69

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade –SIM. DATASUS, 2014.

E quando inspecionado as doenças com relação a falta de saneamento


ambiental em menores de um ano, o datasus fornece a Tabela 14.4.

Tabela 14.4- Mortalidade Infantil por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no


município de Colatina, 2009-2012.

Categoria CID-10 2011 Total

A09 Diarreia e gastroenterite originfeccpresum 1 1

Total 1 1

14.4.3 Morbidade

Morbidade é a variável característica das comunidades de seres vivos, refere-


se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças (ou determinadas
533
doenças) num dado intervalo de tempo em uma determinada população. A
morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde na
população (DUARTE, 2007).

As doenças infecciosas e parasitárias têm ocupado um papel de destaque


entre as causas de morbidade e mortalidade no Brasil. A análise desse grupo
de doenças é importante devido ao significativo impacto social, já que está
relacionada a pobreza e a qualidade de vida, enquadrando doenças
relacionadas a condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além
disso, a análise do comportamento dessas doenças, serve como subsidio para
avaliar as condições de desenvolvimento de determinada região, através da
relação entre níveis de mortalidade e morbidade e condições de vida da
população (PAES; SILVA, 1999).

No período de 2010 a 2014 ocorreram 1258 casos de morbidades relacionadas


ao saneamento básico no município de Colatina. Considerando o total de
casos ocorridas no período estabelecido, 845 (67,17%) foram de Diarreias e
gastrenterites de origem infecciosas presumíveis, 130 (10,33%) de outras
doenças infecciosas intestinais e 237(21,70%) casos de dengue clássica,
conforme Tabela 14.5.

Tabela 14.5– Morbidade por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no Município


de Colatina, 2010 – 2014.

Lista Morb CID-10 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total

01 Algumas doenças infecciosas e


16 273 355 269 219 126 1258
parasitárias

.. Cólera - 4 - 1 - - 5

.. Amebíase - - - 1 - 1 2

.. Diarreia e gastroenterite origem


13 85 231 230 175 111 845
infeccpresum
534
.. Outras doenças infecciosas
2 68 29 18 9 4 130
intestinais

.. Outras doenças bacterianas - 3 - - - - 3

.... Leptospirose não especificada - 3 - - - - 3

.. Outras febre p/arbovírus e


- 105 92 12 28 5 242
febrhemorr p/vírus

.... Dengue [dengue clássico] - 103 92 11 27 4 237

.... Febre hemorrágica devida ao


- 2 - 1 1 1 5
vírus da dengue

.. Outras hepatites virais 1 5 2 3 3 - 14

.. Micoses - 3 1 2 4 2 12

.. Malária - - - 1 - - 1

.... Malária por


- - - 1 - - 1
Plasmodiumfalciparum

.. Outras helmintíases - - - 1 - 3 4

Total 16 273 355 269 219 126 1258

Fonte: DATASUS, 2014.

14.5 PROGRAMAS EXISTENTES QUE TEM RELAÇÃO COM


SAÚDE E SANEAMENTO

A organização das ações de Vigilância em Saúde no SUS se estrutura a partir


dor referenciais: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância
Ambiental e Saúde do Trabalhador.
535
14.5.1 Vigilância Sanitária

As ações da Vigilância Sanitária, incluem um conjunto de medidas capazes de


eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
sanitários decorrentes do meio ambiente, inclusive o do trabalho, da produção
e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde
(BRASIL, 1990).

Deve-se buscar uma maior aproximação da vigilância sanitária com a


população, proporcionando condições políticas, sociais e culturais favoráveis
à disseminação da informação, segundo o pressuposto ético da defesa e
proteção da vida e da promoção da saúde. A grande função a ser trabalhada
é a da educação sanitária, pressuposto fundamental para um processo
transformador nesta área (COLATINA, 2010).

14.5.2 Vigilância Epidemiológica

A vigilância epidemiológica abrange um conjunto de atividades que visa o


conhecimento, detecção e prevenção dos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual e coletiva, com a medida de recomendar
medidas de prevenção para o controle de doenças (BRASIL, 1990). Suas
ações incluem: coleta e processamento de dados coletados, análise e
interpretação dos dados, recomendação das medidas de controle apropriadas,
promoção das ações de controle indicadas, avaliação da eficácia e efetividade
das medidas adotadas, além da divulgação de informações pertinentes à
saúde da população (BRASIL, 2007).

14.5.3 Vigilância em Saúde Ambiental

A Vigilância em Saúde Ambiental compreende as ações que tem relação com


a saúde e meio ambiente. É definida como o “conjunto de ações que
proporciona o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
536
humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle
dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à
saúde” (BRASIL, 2007).

Dar continuidade ao desenvolvimento dos subsistemas, avançando nas ações


de vigilância em saúde, relacionados à água para o consumo humano,
contaminantes do ar, áreas de solo contaminado e substâncias químicas de
interesse para a saúde pública (COLATINA, 2010).

14.5.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador

As ações da Vigilância em Saúde do Trabalhador, refere-se ao conjunto de


atividades que se destina à promoção e proteção à saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos provenientes do ambiente, das condições de
trabalho e de atividades potencialmente nocivas à saúde.

14.6 CAPACIDADE INSTALADA DA REDE DO MUNICÍPIO E


OUTROS SERVIÇOS

O Plano de Saúde Municipal de Saúde de Colatina 2010 -2013 , informa que


Colatina passou nos últimos 08 anos por um movimento dentro do seu sistema
de saúde que buscou viabilizar uma assistência à saúde descentralizada, mais
próxima ao usuário, com a implantação de várias unidades de saúde nos
bairros.

O município possui hoje um total de 35 unidades de saúde, divididas entre tipo


01, 02 e 03, sendo 26 urbanas e 9 rurais. Além destas, existe outras unidades
de atendimento, conforme listagem.

01 SAE-CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento

01 CREFIM – Centro de Reabilitação Física Municipal

01 PAM – Pronto Atendimento Municipal

01 CCZ – Centro de Controle de Zoonoses


537
01 Unidade Móvel de Saúde

01 Laboratório Central (anexo a US3 Centro Policlínica)

01 CRAI – Centro de Referência em Atenção ao Idoso

01 CEREST – Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador

01 CEM – Centro de Especialidades Municipal

01 CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

01 CEO – Centro de Especialidades Odontológicas (anexo à Policlínica)

01 Sede da Vigilância em Saúde

01 Hemonúcleo

01 Núcleo Regional de Especialidades

01 Hospital Estadual

Além desta rede de unidades públicas, o município possui uma série de


serviços de saúde privados e filantrópicos, como segue:

02 Hospitais Filantrópicos;

05 Hospitais Privados;

02 Centros de Hemodiálise;

06 Clínicas Radiológicas;

10 Laboratórios de Análises Clínica;

É imprescindível citar o funcionamento na cidade, de uma importante rede


educativa em saúde com 03 escolas técnicas em enfermagem e várias
unidades oferecendo cursos de pós-graduação. Possui uma universidade
privada que oferece vários cursos superiores na área de saúde, tendo um
importante relacionamento com sistema de saúde do Município.

Mesmo com toda evolução neste período se faz necessário uma série de
investimentos na ampliação, reorganização e manutenção nesta rede de
atenção. É necessário evoluir para uma visão “em rede”, regionalizada, com
unidades de maior porte, centralizando alguns atendimentos.
538
Segundo o site cnes.datasus.gov.br, atualmente Colatina apresenta a
capacidade instalada do município, como representada na Tabela 14.6 abaixo,
esta mesma tabela demonstra a manutenção no número de Unidades de
Saúde do município, quando comparadas com a quantidade exposta no Plano
de Saúde Municipal de Saúde de Colatina 2010 -2013, apenas ocorreu o
acréscimo de uma Unidade de Saúde Móvel.

Tabela 14.6– Quadro de estabelecimentos municipais de saúde públicos e privados


conveniados ao SUS.

COD. ESTABELECIMENTO TIPO PROFISSIONAIS


CNES DE SAÚDE

6074731 Unidade Móvel De Saúde Municipal/Publico 0

2446170 Us1 Santa Margarida Municipal/Publico 01

7341369 Ccz Centro De Controle De Municipal/Publico 02


Zoonoses De Colatina

7236158 Centro De Atenção Psicossocial Municipal/Publico 06


Álcool E Drogas CapsadIi

2705540 Centro De Atenção Psicossocial Municipal/Publico 08


De Colatina

5973635 Centro De Especialidades Municipal/Publico 28


Municipal

3845419 Ceo Centro De Especialidades Municipal/Publico 30


Odontológica De Colatina

5516714 Cerest Centro De Referência Municipal/Publico 09


Regional Em Saúde Do
Trabalhador

5148545 Crai De Colatina Municipal/Publico 11

2448491 Crefim Centro De Reabilitação Municipal/Publico 07


Física Municipal
539
COD. ESTABELECIMENTO TIPO PROFISSIONAIS
CNES DE SAÚDE

3005658 Hemocentro Regional De Estadual/Publico 14


Colatina

2448521 Hospital E Maternidade São Privado 289


Jose

2446030 Hospital e Maternidade Silvio Privado 336


Ávidos

5939712 Hospital Unimed Noroeste Privado 198


Capixaba

2448467 Núcleo Regional De Estadual/Publico 47


Especialidades De Colatina

6430090 Penitenciaria De Segurança Estadual/Publico 10


Media De Colatina Psmecol

6580262 Superintendência Regional De Estadual/Publico 20


Saúde De Colatina

2446065 Us1 15 De Outubro Municipal/Publico 09

7566875 Usf Centro Colatina Municipal/Publico 07

2446073 US1 Acampamento Municipal/Publico 12

2446103 US1 Barbados Municipal/Publico 04

3838943 US1 Moacir Brotas Municipal/Publico 10

5930588 US1 Nossa Senhora da Penha Municipal/Publico 08

2446154 US1 Perpetuo Socorro Municipal/Publico 14

2446162 US1 Reta Grande Municipal/Publico 13

2446189 US1 São João Grande Municipal/Publico 10


540
COD. ESTABELECIMENTO TIPO PROFISSIONAIS
CNES DE SAÚDE

2446219 US1 São Marcos Municipal/Publico 09

2550512 US1 Simonassi Municipal/Publico 22

2550504 US1 Vista da Serra Municipal/Publico 04

2446081 US2 Ayrton Senna Municipal/Publico 28

2446243 US2 Baunilha Municipal/Publico 17

2446251 US2 Bela Vista Municipal/Publico 47

2446111 US2 Boapaba Municipal/Publico 11

2446340 US2 Carlos Germano Naumann Municipal/Publico 27

2446332 US2 Cesar Merlotti Municipal/Publico 41

2446278 US2 Colatina Velha Municipal/Publico 14

2446138 US2 Columbia Municipal/Publico 21

2446286 US2 Honório Fraga Municipal/Publico 25

2446294 US2 Itapina Municipal/Publico 10

2446308 US2 Maria das Graças Municipal/Publico 17

6893775 US2 Nossa Senhora Aparecida Municipal/Publico 24

2446146 US2 Paul de Graça Aranha Municipal/Publico 11

3182878 US2 Ponte do Pancas Municipal/Publico 03

2446316 US2 Santo Antonio Municipal/Publico 23

2446197 US2 São João Pequeno Municipal/Publico 12

2446200 US2 São Judas Tadeu Municipal/Publico 16


541
COD. ESTABELECIMENTO TIPO PROFISSIONAIS
CNES DE SAÚDE

3883418 US2 São Marcos Novo Municipal/Publico 12


Horizonte

2446227 US2 São Pedro Municipal/Publico 19

3887278 US2 Vale do Santa Joana Municipal/Publico 05

2446324 US3 Centro Policlínica Municipal/Publico 80

2446359 US3 São Silvano Municipal/Publico 28

Fonte: CNES, 2014.

*- As informações sobre o quantitativo de profissionais por categoria profissional e por


especialidades encontram-se no Anexo I.

14.7 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é caracterizada como uma equipe


multiprofissional composta por no mínimo: um médico, um enfermeiro, um
auxiliar ou técnico de enfermagem, e 6 agentes comunitários de saúde (ACS).
Considerando a proposta de uma equipe com profissionais variados, a ESF
pode possuir profissionais de saúde bucal como cirurgião dentista geral, ou
auxiliar/técnico em Saúde Bucal (BRASIL, 2014).

O número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) deve cobrir 100% da


população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por agente e de 12
agentes por equipe, não ultrapassando o limite máximo recomendado
(BRASIL, 2014).

Cada equipe de ESF é responsável pelo acompanhamento de, no máximo,


4.000 pessoas de uma determinada área, que passam a ter responsabilidade
no cuidado com a saúde dessa população (BRASIL, 2014).

De acordo com o Plano Municipal de Saúde, o município conta com 34,53%


(12 equipes) de ESF e de 48,48% (16 equipes) de EACS o que totaliza 28
542
equipes, com cobertura de 83,1%, entretanto para o Ministério da Saúde, essa
cobertura para o ano de 2014, é de 71,47% e 25 equipes, demonstrando
divergência das informações (SAGE, 2014).

14.8 APLICAÇÃO NA SAÚDE

A Emenda Constitucional n. 29, de 13/9/2000.Altera os Artigos 34,35, 156,160,


167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições
Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das
ações e serviços públicos de saúde (BRASIL,2000).

A aprovação da Emenda Constitucional nº 29 (EC-29) em 2000 determinou a


vinculação de percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União,
Estados, Distrito Federal e municípios seriam obrigados a aplicar em ações e
serviços públicos de saúde (CAMPELLI,2007).

A EC-29, ou Emenda Constitucional da Saúde, foi criada com o objetivo de


evitar a repetição dos problemas que comprometeram o financiamento do
Sistema Único de Saúde (SUS) nos anos 90 (CAMPELLI,2007).

A Lei Complementar nº 141/2012 do Governo Federal define que os estados


deverão aplicar no mínimo 12% de seu orçamento na saúde, já os municípios
deverão aplicar no mínimo 15% (Brasil, 2012).

O Município de Colatina, segundo a secretária estadual de saúde, informou a


participação da receita própria aplicada em Saúde conforme a EC 29/2000 e a
Lei Complementar nº 141/2012 foi de 20,58%, sendo superior ao preconizado
na legislação.

14.9 DESPESA PER CAPITA

O município de Colatina, segundo secretária estadual de saúde, apresentou


despesa total com Saúde, sob a responsabilidade do Município, por habitante
de R$397,11.
543
14.10 TIPO DE GESTÃO

O município de Colatina é Gestão Plena do Sistema Único de Saúde, e integra


a Região Central de Saúde, definida através do Plano Diretor de
Regionalização da Saúde do Espírito Santo (2011).

14.11 REFERÊNCIAS

BRASIL, Emenda Constitucional n. 29, de 13/9/2000. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm.
Acesso em 18 de julho de 2014.

BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições


para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providencias.
Brasília, 1990.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do


Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL, Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e


eventos de saúde pública, Portaria nº 1.271, de 06 de junho de 2014. Ministério
da Saúde, Brasília. 2014.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde /


Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2007. 278p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Cadastro nacional de estabelecimentos de


saúde – CNES. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/. Acesso em 25 de
agosto de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de informática do sistema único


de saúde – DATASUS. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/datasus.
Acesso em: 23 de agosto de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de apoio ao relatório de gestão –


SARGSUS. Disponível em: http://aplicacao.saude.gov.br/. Acesso em 20 de
agosto de 2014.
544
BRASIL. Ministério da Saúde. Sala de apoio a gestão estratégica do sus –
SAGE. Disponível em: http://189.28.128.178/sage/. Acesso em: 01 de agosto
de 2014.

BOING, A. F.; BOING, A. C. Mortalidade infantil por causas evitáveis no Brasil:


um estudo ecológico no período de 2000-2002. Cadernos de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 447-455, 2008.

CAMPELLI, M. G. R.; CALVO, M. C. M.O cumprimento da Emenda


Constitucional nº. 29 no Brasil.Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ), v. 23,
p. 1613-1623, 2007.

CAZELLI,W.DE M.; Interfaces da atenção básica à saúde e o saneamento


básico no estado do Espírito Santo nos anos de 2001, 2006 e 2011.
[Dissertação de Mestrado]. Vitória, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do
Espírito Santo, 2013.

COSTA, A. M. et al. Classificação das doenças relacionadas a um saneamento


ambiental inadequado (DRSAI) e os sistemas de informações em saúde no
Brasil: Possibilidades e limitações de analise epidemiológica em saúde
ambiental. In: XXVIII Congresso Interamericano de IngeniriaSanitaria y
Ambiental, Cancum, México, 2002.

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo - SESA.


Plano Diretor de Regionalização da Saúde Espírito Santo – 2011. Vitória.
2011.

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo - SESA.


Ficha de Informações municipais. Vitória. 2013.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE


Cidades 2010. Brasília, 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em:
01 de agosto de 2014.

IJSN - INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES. Disponível em:


http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/. Acesso em: 01 de agosto de 2014.
545
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Atenção Básica - DAB.Atenção
Básica e a Saúde da Família. Acesso em 04 de setembro de 2014. Disponível
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MÉDICI, A. O Índice de Desempenho do SUS (IDSUS). Disponível em:


http://www.idisa.org.br/site/documento_7234_0_o-indice-de-desempenho-do-
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PAES, N. A.; SILVA, L. A. A. Doenças infecciosas e parasitárias no Brasil: uma


década de transição. Revista Panamerica de Salud Publica, v. 6, n. 2, 1999.

PEREIRA, SHEILA DUARTE. Conceitos e Definições em Epidemiologia


importantes para Vigilância Sanitária. Revisão Bibliográfica e Organização
de Sheila Duarte Pereira. São Paulo, março de 2007.Disponível em
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/epid_visa.pdf> acesso em 2 de Agosto de
2014

SANTOS, H. H. et al. Mortalidade infantil no Brasil: uma revisão de literatura


antes e após a implantação do Sistema Único de Saúde. Pediatria, São Paulo,
v. 32, n. 2, p. 131-143, 2010.

TEIXEIRA, J. C. et al. Estudo do impacto das deficiências de saneamento


básico sobre a saúde pública no Brasil no período de 2001 a 2009. Engenharia
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COLATINA. Plano Municipal de Saúde 2010-2013. Secretaria Municipal de


Saúde, 2010.

COLATINA. Relatório de Gestão de 2013. Secretaria Municipal de Saúde,


2013.
546
15 DIAGNÓSTICO DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
URBANO

Este relatório tem por objetivo apresentar as características físico-territoriais


do município de Colatina.

As informações aqui sistematizadas são parte de um estudo elaborado através


do levantamento de dados realizado em duas etapas distintas. A primeira
etapa consistiu em uma organização de informações secundárias através de
sites de organizações governamentais e demais instituições de pesquisa.
Nesta etapa buscavam-se informações que subsidiassem o entendimento da
forma de distribuição da população sobre o território municipal com destaques
para as áreas de precariedade e áreas ambientalmente frágeis.

Na segunda etapa foi realizada uma consulta ao corpo técnico da Prefeitura


Municipal, através da aplicação de um questionário estruturado com perguntas
abertas que objetivavam validar e complementar os dados previamente
colhidos (ver estrutura do questionário em anexo). Cumprindo o mesmo
objetivo serão apresentados também os dados levantados pelo diagnóstico
participativo.

15.1 CONTEXTUALIZAÇÃO MUNICIPAL

15.1.1 Localização e caracterização

O município de Colatina pertence à Macrorregião Central e à Microrregião


Centro-Oeste, juntamente com os municípios de Vitória, Serra, Vila Velha,
Cariacica, Fundão e Guarapari. Limita-se com os municípios de Marilândia,
Linhares, João Neiva, Santa Teresa, São Roque do Canaã, Itaguaçu, Baixo
Guandu, Pancas, São Domingos do Norte e Governador Lindenberg.
547
Figura 15.1 - Localização do município de Figura 15.2 - Localização do município de
Colatina, em vermelho: Macrorregião Colatina, em vermelho: Microrregião
Metropolitana. Metropolitana.

Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves – Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves –
modificado pela autora. modificado pela autora.

15.1.2 Aspectos demográficos

Possuindo aproximadamente 1.439km² de área em seu território, Colatina está


localizada estrategicamente no centro do Estado, à 135Km da capital.
Subdividida em seis distritos – Graça Aranha, Ângelo Frechiane, Itapina,
Boapaba, Baunilha e Colatina Sede. A população em 2000 era igual a 112.711
habitantes, no último Censo, em 2010, houve um decréscimo (-0,08%) da
população para 111.788 habitantes, segundo dados do censo que podem ser
verificados nas tabelas a seguir. Atualmente estima-se uma população igual a
121.670 habitantes.
548
15.1.2.1 População residente

Segundo o Censo de 2010 a população de Colatina tinha um total de 111.788


habitantes, dentre estes 92,73% encontram-se residindo no Distrito de
Colatina.

Tabela 15.1 - População residente do município de Colatina

População residente
Municípios, distritos,
subdistritos e bairros Total Homens Mulheres

Total do ES 3 514 952 1 731 218 1 783 734


Colatina 111 788 54 291 57 497
Ângelo Frechiani 1 291 680 611
Baunilha 1 194 620 574
Boapaba 1 716 886 830
Colatina 103 672 50 083 53 589
Graça Aranha 1 410 744 666
Itapina 2 505 1 278 1 227
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
A Tabela 15.2 apresenta ainda a distribuição da população residente por sexo,
segundo o Censo de 2010. Percebe-se a existência de um leve predomínio
feminino, com uma diferença de 2,87%.

Tabela 15.2: População residente por situação do domicílio e sexo

População residente
Mesorregiões, microrregiões, Situação do domicílio e sexo
municípios, distritos,
subdistritos e bairros Urbana Rural
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Total do ES 2 931 472 1 422 604 1 508 868 583 480 308 614 274 866
Colatina 98 395 47 235 51 160 13 393 7 056 6 337
Ângelo Frechiani 288 152 136 1 003 528 475
Baunilha 248 126 122 946 494 452
Boapaba 582 290 292 1 134 596 538
Colatina 96 074 46 077 49 997 7 598 4 006 3 592
Graça Aranha 507 257 250 903 487 416
Itapina 696 333 363 1 809 945 864
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Pode-se notar ainda que a maior parte da população é residente em domicílios
localizados em área urbana (88,01%), e apenas 11,98% habitantes residem
em área rural, número expressivo que confirma a potencialização do município
na região norte.
549
Tabela 15.3: População residente por grupo de idade.

População residente

Municípios, distritos, Grupos de idade


subdistritos e bairros
Total
0a9 10 a 17 18 a 29 25 a 39 40 a 59 60 a 69 70 anos
anos anos anos anos anos anos ou mais

Total do ES 3 514 952 509 336 484 942 442 092 881 108 832 729 199 507 165 238
Colatina 111 788 14 004 14 507 14 030 27 449 28 859 6 812 19 066
Ângelo Frechiani 1 291 163 197 130 269 342 98 92
Baunilha 1 194 160 159 127 259 310 89 90
Boapaba 1 716 210 231 190 379 482 113 111
Colatina 103 672 13 014 13 428 13 207 25 794 26 552 6 190 5 487
Graça Aranha 1 410 163 173 133 277 434 101 129
Itapina 2 505 294 319 243 471 739 221 218
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br

Figura 15.3: Pirâmide etária.

Fonte: IBGE. Disponível em http://www.censo2010.ibge.gov.br/apps/mapa/

Com relação à distribuição da população de acordo com os grupos de idade


nota-se (Tabela 15.3) uma predominância, com 50,37%, nas faixas entre 25 e
59 anos, faixa etária considerada idade economicamente ativa. Este fator
indica que o município possui alta possibilidade de crescimento econômico,
porém observa-se ainda uma população relativamente jovem, concentrando
25,5% de zero a 17 anos.
550
A Tabela 15.4 e a Figura 15.4 apresentam a estimativa do crescimento da
população baseando-se nos dados do Censo 2000 e 2010. Observa-se que há
uma queda do crescimento da população a partir do ano 2007 e uma
ascendência em 2008.

Tabela 15.4: Estimativa populacional de Colatina (2000 a 2014).

ESTIMATIVA ANUAL POPULAÇÃO RESIDENTE

2000¹ 112.711
2001² 104.702
2002² 105.794
2003² 106.902
2004² 109.226
2005² 110.513
2006² 111.789
2007³ 106.637
2008² 110.713
2009² 111.365
2010¹ 111.788
2011² 112.432
2012² 113.054
2013² 120.677
2014² 121.670
Fonte: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas populacionais - IBGE; (3)
Contagem populacional - IBGE (1996/2007)

Figura 15.4: Gráfico da estimativa da população de Colatina (2000 – 2014)

POPULAÇÃO RESIDENTE
125.000
120.000
115.000
110.000
105.000 POPULAÇÃO
RESIDENTE
100.000
95.000

Fonte: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas populacionais - IBGE; (3)
Contagem populacional - IBGE (1996/2007)
A Figura 15.4 apresenta o gráfico da estimativa de crescimento da população,
vê-se uma oscilação na curva do gráfico aponta um desequilíbrio de
551
crescimento da população municipal, com quedas em 2001 e 2007. Apresenta
uma taxa de crescimento anual igual a -0,08%.

15.1.2.2 Distribuição dos domicílios

Analisando as primeiras tabelas apresentadas é possível observar que o


município possui uma baixa densidade demográfica, em torno de 79 habitantes
por quilômetro quadrado, sendo Vitória a maior densidade do Estado com
3.510 hab/km².

15.1.2.3 Número de domicílios


Tabela 15.5: Distribuição da população residente por situação do domicílio.

Situação do domicílio
UF, Microrregiões e
Total Urbana Rural
Municípios
Absoluto (%) Absoluto (%)
ESPÍRITO SANTO 3.514.952 2.931.472 83,4 583.480 16,6
Região Centro-Oeste 256.673 183.524 71,5 73.149 28,5
Alto Rio Novo 7.317 4.256 58,2 3.061 41,8
Baixo Guandu 29.081 22.512 77,4 6.569 22,6
Colatina 111.788 98.395 88,0 13.393 12,0
Pancas 21.548 10.099 46,9 11.449 53,1
Governador Lindenberg 10.869 4.226 38,9 6.643 61,1
Marilândia 11.107 5.648 50,9 5.459 49,1
São Domingos do Norte 8.001 3.437 43,0 4.564 57,0
São Roque do Canaã 11.273 5.584 49,5 5.689 50,5
São Gabriel da Palha 31.859 24.325 76,4 7.534 23,6
Vila Valério 13.830 5.042 36,5 8.788 63,5
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Observando que há uma tendência de crescimento da população urbana no
Estado, Colatina acompanha esta tendência mostrando-se um município
urbano, onde 88% de moradores estão na área urbana, contra 12% na área
rural. Estes dados estão assim distribuídos com relação aos domicílios:
552
Tabela 15.6: Domicílios particulares permanentes e moradores por situação do domicílio.

Domicílios particulares Moradores em domicílios


permanentes particulares permanentes
Municípios, Distritos Total
e Subdistritos Situação do domicílio
Total Situação do domicílio
Total
Urbana Rural Urbana Rural
Total no ES 1 101 394 928 725 172 669 3 496 686 2 919 836 576 850
Colatina 36 191 31 964 4 227 111 025 97 646 13 379
Ângelo Frechiani 407 93 314 1 291 288 1 003
Baunilha 377 82 295 1 194 248 946
Boapaba 527 177 350 1 716 582 1 134
Colatina 33 575 31 184 2 391 102 917 95 325 7 592
Graça Aranha 468 179 289 1 409 507 902
Itapina 837 249 588 2 498 696 1 802
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Na Tabela 15.6 , quanto à distribuição da população em relação ao número de
domicílios, ao dividirmos os valores totais da população urbana pelo valor total
de domicílios localizados na área urbana teremos uma média aproximada de
3,08 moradores por domicílio, valor que se assemelha à realidade do estado
do ES.

Cabe acrescentar ainda a Tabela 15.7 que apresenta os bairros da região Sede
e sua distribuição territorial municipal. Nota-se que

Tabela 15.7: Domicílios particulares permanentes e moradores por situação do domicílio dos
bairros da Sede.

Domicílios Moradores em
particulares domicílios particulares
permanentes permanentes ÁR DENSID
EA ADE
Município e bairros Situação do Situação do
(km (HAB/K
domicílio domicílio
Total Total ²) M²)
Urba
Rural Urbana Rural
na
1 101 928 172 3 496 2 919 576
Total no ES 394 725 669 686 836 850 - -
31 111 13 1.43
COLATINA 36 191 964 4 227 025 97 646 379 9 77,15
Nossa Senhora
Aparecida 1 893 1 893 - 5 478 5 478 - 31 174,57
Santo Antônio 1 486 1 486 - 4 639 4 639 - 29 162,38
Vila Lenira 1 372 1 372 - 3 990 3 990 - 35 112,41
Carlos Germano
Naumann 1 315 1 315 - 4 095 4 095 - 388 10,56
Columbia 1 261 1 261 - 3 999 3 999 - 120 33,40
Ayrton Senna 1 201 1 201 - 4 014 4 014 - 134 29,89
Centro 1 201 1 201 - 3 229 3 229 - 49 66,45
553
Honório Fraga 1 166 1 166 - 3 507 3 507 - 218 16,07
São Silvano 1 165 1 165 - 3 466 3 466 - 48 72,62
Bela Vista 1 151 1 151 - 3 809 3 809 - 24 160,44
Maria das Graças 1 125 1 125 - 3 383 3 383 - 120 28,20
Colatina Velha 1 107 1 107 - 3 500 3 500 - 44 78,70
São Vicente 862 862 - 2 545 2 545 - 21 122,89
São Marcos 828 828 - 2 560 2 560 - 33 77,92
Perpétuo Socorro 732 732 - 2 150 2 150 - 15 146,84
Novo Horizonte 712 712 - 2 277 2 277 - 23 100,71
Vila Amélia 695 695 - 2 168 2 168 - 13 161,45
Operário 653 653 - 2 108 2 108 - 17 123,48
Vila Real 626 626 - 1 835 1 835 - 27 68,14
Maria Ismênia 575 575 - 1 711 1 711 - 21 80,89
Lacê 572 572 - 1 681 1 681 - 75 22,30
Aeroporto 556 556 - 1 647 1 647 - 9 191,66
Padre José de
Anchieta 517 517 - 1 624 1 624 - 41 39,40
São Pedro 492 492 - 1 529 1 529 - 7 212,39
São Braz 492 492 - 1 508 1 508 - 63 24,01
Santos Dumont 459 459 - 1 434 1 434 - 13 110,76
Jardim Planalto 442 442 - 1 368 1 368 - 43 31,60
Vista da Serra 425 425 - 1 398 1 398 - 9 159,24
Santa Terezinha 387 387 - 1 154 1 154 - 20 58,80
Mário Giurizatto 378 378 - 1 117 1 117 - 61 18,21
Pôr do Sol 359 359 - 1 070 1 070 - 8 142,02
Santa Helena 305 305 - 970 970 - 73 13,37
Francisco
Simonassi 304 304 - 937 937 - 18 53,08
Moacir Brotas 268 268 - 789 789 - 21 37,37
Santa Mônica 255 255 - 775 775 - 19 40,68
Luiz Iglesias 254 254 - 778 778 - 168 4,63
Olívio Zanoteli 251 251 - 744 744 - 15 50,10
Vila Nova 228 228 - 617 617 - 5 132,21
Esplanada 226 226 - 650 650 - 22 29,65
Barbados 222 222 - 764 764 - 320 2,39
Santa Margarida 217 217 - 686 686 - 48 14,31
Nossa Senhora da
Penha 210 210 - 612 612 - 6 100,37
Adélia Giuberti 208 208 - 613 613 - 15 41,73
São Judas Tadeu 200 200 - 705 705 - 13 54,32
Castelo Branco 181 181 - 547 547 - 19 29,08
Morada do Sol 179 179 - 565 565 - 73 7,73
Residencial Nobre 176 176 - 555 555 - 7 76,59
Fazenda Vitali 152 152 - 483 483 - 199 2,43
Marista 126 126 - 393 393 - 30 13,00
Fioravante Marino 122 122 - 384 384 - 1 306,36
Sagrado Coração
de Jesus 120 120 - 366 366 - 7 52,52
Martineli 101 101 - 349 349 - 97 3,58
Alto Vila Nova 101 101 - 298 298 - 7 40,92
Santa Cecília 89 89 - 240 240 - 3 72,19
554
San Diego 75 75 - 225 225 - 5 46,91
Raul Giuberti 41 41 - 120 120 - 56 2,15
Industrial Alves
Marques 31 31 - 104 104 - 199 0,52
Benjamin Carlos
dos Santos 26 26 - 73 73 - 42 1,73

Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br


Fazendo uma análise da situação dos domicílios nos bairros da Sede de
Colatina, observa-se que os cinco bairros com maior número de domicílios
também são os bairros de maior população residente:

Tabela 15.8: Cinco bairros em ordem decrescente com maior número de domicílios e
população residente.

Domicílios particulares Moradores em domicílios


permanentes particulares permanentes
Total
Município e bairros Situação do
Situação do
Total domicílio
Total domicílio
Urbana Rural Urbana Rural
1 101 172 3 496 576
Total no ES 394 928 725 669 686 2 919 836 850
Colatina 36 191 31 964 4 227 111 025 97 646 13 379
Nossa Senhora
Aparecida 1 893 1 893 - 5 478 5 478 -
Santo Antônio 1 486 1 486 - 4 639 4 639 -
Carlos Germano
Naumann 1 315 1 315 - 4 095 4 095 -
Ayrton Senna 1 201 1 201 - 4 014 4 014 -
Columbia 1 261 1 261 - 3 999 3 999 -
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Porém ao analisarmos a densidade populacional dos mesmos bairros a ordem
varia, apresentando, por exemplo, como os cinco bairros mais adensados os
bairros de: Fioravante Marino, São Pedro, Aeroporto, Nossa Senhora
Aparecida e Santo Antônio.
555
Figura 15.5: Bairro Santo Antônio, em destaque áreas ainda não ocupadas

Fonte: Google Earth.

Nota-se que dos bairros mais populosos apenas Nossa Senhora Aparecida e
Santo Antônio apresentam um adensamento um pouco maior quando
comparado aos demais bairros e considera-se ainda, na figura 15.5, que o
bairro de Santo Antônio possui ainda áreas para crescimento o que indica um
aumento na densidade.

15.1.2.4 Condições de ocupação dos domicílios

Com relação à condição de ocupação dos domicílios, observa-se que 66,2%


são próprios, situação característica de uma região pouco adensada, visto que
nas áreas mais adensadas os imóveis muitas vezes são utilizados como
segunda renda da família, ou seja, há um excedente de domicílios utilizados
para aluguel e da mesma forma uma parcela da população que não possui
habitação própria, fator que contribui para o crescimento do déficit habitacional
municipal.
556
Tabela 15.9: Domicílios particulares permanentes por condição de ocupação do domicílio.

Domicílios particulares permanentes

Condição de ocupação do domicílio


Municípios, Distritos e
Subdistritos Total

Próprio Alugado Cedido Outra

Colatina 36 191 23 998 8 117 4 025 51


Ângelo Frechiani 407 213 12 181 1
Baunilha 377 220 15 140 2
Boapaba 527 327 42 157 1
Colatina 33 575 22 393 7 986 3 157 39
Graça Aranha 468 282 18 168 -
Itapina 837 563 44 222 8
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
A Figura 15.6 mostra ainda que 75,4% dos domicílios são casas e 24,5%
completam o quantitativo de domicílios com apartamentos ou casas de vilas
ou em condomínio, fator que difere Colatina dos demais municípios analisados
no Condoeste, caracterizando o município mais aproximado ao que o corre aos
centros urbanos, com relação à verticalização das edificações.

Figura 15.6: Condição do domicílio por tipo e por ocupação.

Fonte: IBGE. Disponível em http://www.censo2010.ibge.gov.br/painel/?nivel=mn

Segundo os dados sistematizados pela Fundação João Pinheiro observa-se


um total de 3.823 domicílios vagos.
557
Tabela 15.10: Domicílios vagos

Domicílios
Unidade Domicílios Domicílios Vagos Domicílios Vagos
particulares
Territorial Vagos Total Urbano Total Rural Total
permanentes Total
Colatina 3823 3101 722 36153
Fonte: FJP, 2013. Disponível em http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/deficit-
habitacional/216-deficit-habitacional-municipal-no-brasil-2010/file

15.1.3 Renda
Tabela 15.11: Domicílios particulares permanentes por distribuição da Renda

Pessoas de 10 anos ou mais de idade


Municípios, Classes de rendimento nominal mensal (salário mínimo) (2)
Distritos e Total Sem
Subdistritos (1) Mais de Mais de Mais de Mais de
Até 1/2 rendimento
1/2 a 2 2a5 5 a 10 10
(3)
Colatina 97 784 3 734 49 137 11 233 2 994 1 000 29 681
Ângelo Frechiani 1 128 48 334 49 10 3 684
Baunilha 1 034 51 461 65 9 7 441
Boapaba 1 506 108 742 74 13 3 566
Colatina 90 658 3 259 45 845 10 870 2 930 976 26 773
Graça Aranha 1 247 80 674 51 5 1 436
Itapina 2 211 188 1 081 124 27 10 781
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br. Nota: Os dados de rendimento são
preliminares. (1) Inclusive as pessoas sem declaração de rendimento nominal mensal. (2)
Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. (3) Inclusive as pessoas que recebiam somente em
benefícios.
A Tabela 15.11 apresenta que mais de 54,06% dos domicílios com pessoas
com mais de 10 anos ou mais de Colatina têm renda mensal familiar inferior a
02 salários mínimos. É considerável também, o percentual de 30,35% de
famílias sem rendimentos mensais. Sendo assim, Colatina pode ser
considerado um município com predomínio de população de baixo poder
aquisitivo e um provável déficit habitacional elevado. Este último será melhor
analisado nos capítulos sequentes deste relatório.

15.1.4 Rede de infraestrutura


O espaço urbano não se constitui apenas pela tradicional combinação
de áreas edificadas e áreas livres, intimamente relacionadas entre si
ou fragmentadas e desarticuladas, conforme o caso. Do espaço
urbano também fazem parte as redes de infraestrutura que
possibilitam seu uso e, de acordo com sua concepção, se
transformam em elemento de associação entre a forma, a função e a
estrutura. (MASCARÓ, 2005)
558
A cidade constituída sem qualquer regramento tende a oferecer serviços de
baixa ou nenhuma qualidade, quando falamos de infraestrutura. A primeira
legislação a mencionar diretamente a necessidade e obrigatoriedade da
implementação das redes básicas de infraestrutura foi a Lei de Parcelamento
do Solo. Nesta lei, é obrigatório e condicionante ao processo de aprovação de
qualquer loteamento urbano ser incorporado ao desenho urbano, além das
divisões de quadras e lotes o sistema viário e a infraestrutura básica. Entende-
se por infraestrutura básica o sistema de abastecimento e distribuição de água,
rede elétrica e coleta e tratamento de esgoto.

Para esta análise, portanto, foi englobado o conjunto de elementos estruturais


que enquadram e suportam toda a estrutura urbana, sendo: abastecimento de
água, coleta de esgoto, destino do lixo e fontes de energia elétrica.

15.1.5 Abastecimento de Água

Colatina, segundo os dados do Censo 2010, não apresenta carência na


distribuição do abastecimento de água, tanto na área urbana, quanto na área
rural, como demonstra a Tabela 15.12.

Tabela 15.12: Domicílios particulares permanentes por forma de abastecimento de água.

Domicílios particulares permanentes


Forma de abastecimento de água
Municípios, Distritos e
Subdistritos Total Rede geral de Poço ou nascente
Outra
distribuição na propriedade

Colatina 36 191 32 111 3 342 738


Ângelo Frechiani 407 57 292 58
Baunilha 377 175 145 57
Boapaba 527 169 295 63
Colatina 33 575 31 257 1 916 402
Graça Aranha 468 176 288 4
Itapina 837 277 406 154
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
559
De acordo com os dados demonstrados na tabela a rede geral de
abastecimento de água atende a 89,7% dos domicílios de Colatina, sendo que
apenas 7,45% dos domicílios utilizam água de poços ou nascentes, fator
característico dos domicílios localizados na área rural.

15.1.6 Coleta e Tratamento de Esgoto


Tabela 15.13: Domicílios particulares permanentes por existência de banheiro ou sanitário

Domicílios particulares permanentes


Existência de banheiro ou sanitário
Municípios, Tinham
Distritos e Tipo de esgotamento sanitário
Total Não
Subdistritos Rede geral
Total Fossa tinham
de esgoto Outro
séptica
ou pluvial
Colatina 36 191 36 103 29 801 1 288 5 014 88
Ângelo Frechiani 407 403 85 198 120 4
Baunilha 377 376 10 171 195 1
Boapaba 527 526 104 102 320 1
Colatina 33 575 33 512 29 370 510 3 632 63
Graça Aranha 468 465 11 228 226 3
Itapina 837 821 221 79 521 16
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
A Tabela 15.13 demonstra que as áreas urbanas e rurais de Colatina
apresentam um índice de carência na coleta e tratamento do esgoto, pois como
observado a rede geral existente cobre apenas 80% dos domicílios particulares
permanentes.

Em contrapartida observa-se que 3,5% dos domicílios possuem esgotamento


no sistema de fossa séptica e rudimentar e que 0,2% não possuem sequer
banheiro em seus domicílios.

Todo atendimento de coleta e tratamento de esgoto existente é feito pelo


SAAE.
560
Tabela 15.14: Domicílios particulares permanentes por existência de banheiro ou sanitário
nos bairros de Colatina

Domicílios particulares permanentes


Existência de banheiro ou sanitário
Tinham
Municípios, Distritos e
Subdistritos Total Tipo de esgotamento sanitário
Não
Total Rede geral tinham
Fossa
de esgoto Outro
séptica
ou pluvial
Colatina 36 191 36 103 29 801 1 288 5 014 88
Adélia Giuberti 208 208 144 2 62 -
Aeroporto 556 556 553 - 3 -
Alto Vila Nova 101 101 98 - 3 -
Ayrton Senna 1 201 1 199 1 079 23 97 2
Barbados 222 222 193 13 16 -
Bela Vista 1 151 1 145 1 122 3 20 6
Benjamin Carlos dos
Santos 26 26 13 1 12 -
Carlos Germano
Naumann 1 315 1 313 1 238 16 59 2
Castelo Branco 181 181 175 3 3 -
Centro 1 201 1 201 1 168 33 - -
Colatina Velha 1 107 1 105 1 027 7 71 2
Columbia 1 261 1 260 1 174 15 71 1
Esplanada 226 226 195 12 19 -
Fazenda Vitali 152 152 131 1 20 -
Fioravante Marino 122 122 119 - 3 -
Francisco Simonassi 304 304 295 7 2 -
Honório Fraga 1 166 1 165 1 148 4 13 1
Industrial Alves
Marques 31 31 17 7 7 -
Jardim Planalto 442 442 429 10 3 -
Lacê 572 572 457 16 99 -
Luiz Iglesias 254 253 220 6 27 1
Maria das Graças 1 125 1 125 1 087 13 25 -
Maria Ismênia 575 574 538 8 28 1
Mário Giurizatto 378 378 144 16 218 -
Marista 126 126 126 - - -
Martineli 101 101 87 1 13 -
Moacir Brotas 268 267 266 - 1 1
Morada do Sol 179 178 163 3 12 1
Nossa Senhora
Aparecida 1 893 1 893 1 835 5 53 -
Nossa Senhora da
Penha 210 210 209 1 - -
Novo Horizonte 712 711 708 2 1 1
Olívio Zanoteli 251 251 251 - - -
Operário 653 646 628 1 17 7
Padre José de
Anchieta 517 517 504 4 9 -
Perpétuo Socorro 732 731 723 1 7 1
561
Pôr do Sol 359 358 357 - 1 1
Raul Giuberti 41 41 34 - 7 -
Residencial Nobre 176 176 175 - 1 -
Sagrado Coração de
Jesus 120 120 118 - 2 -
San Diego 75 75 68 6 1 -
Santa Cecília 89 89 89 - - -
Santa Helena 305 305 198 4 103 -
Santa Margarida 217 217 210 - 7 -
Santa Mônica 255 255 251 4 - -
Santa Terezinha 387 387 346 1 40 -
Santo Antônio 1 486 1 480 1 417 3 60 6
Santos Dumont 459 459 450 - 9 -
São Braz 492 492 339 3 150 -
São Judas Tadeu 200 200 185 1 14 -
São Marcos 828 825 809 3 13 3
São Pedro 492 490 489 - 1 2
São Silvano 1 165 1 164 1 151 6 7 1
São Vicente 862 862 861 - 1 -
Vila Amélia 695 693 690 2 1 2
Vila Lenira 1 372 1 369 1 284 6 79 3
Vila Nova 228 228 224 - 4 -
Vila Real 626 626 600 1 25 -
Vista da Serra 425 425 425 - - -
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
A tabela acima apresenta a distribuição dos domicílios particulares
permanentes da Sede Municipal, Colatina, distribuídos por bairros. Através
dela pode-se notar que há um bom atendimento apesar de um total de 88
domicílios sem a presença de banheiros. Dentre os bairros há maior ocorrência
desta deficiência em Bela Vista (6), Operário (7) e Santo Antônio (6).

Da mesma forma observa-se que o tratamento de esgoto através de outras


formas diferentes da rede ou da fossa séptica demonstra a existência de uma
carência, além da confirmação da ineficiência do serviço. Observa-se que esta
grande ausência concentra-se nos bairros Mário Giurizatto (254), São Braz
(153) e Ayrton Senna (120).
562
15.1.7 Coleta de Lixo
Tabela 15.15: Domicílios particulares permanentes por destinação do lixo.

Domicílios particulares permanentes


Destino do lixo
Municípios, Distritos e Coletado
Subdistritos
Diretamente por Em caçamba de Outro
Total serviço de serviço de
limpeza limpeza
Colatina 33 170 31 052 2 118 3 021
Ângelo Frechiani 231 154 77 176
Baunilha 175 71 104 202
Boapaba 320 219 101 207
Colatina 31 811 30 078 1 733 1 764
Graça Aranha 258 255 3 210
Itapina 375 275 100 462
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Com relação à coleta de lixo a Tabela 16 demonstra que 91,7% dos domicílios
possui lixo coletado, seja por serviço de limpeza ou coleta em caçambas. A
preocupação com relação ao meio ambiente e a poluição que o descarte
inadequado pode gerar se revela em 8,3% dos domicílios que possuem como
tratamento para a liberação do lixo a queima ou o armazenamento enterrado.

15.1.8 Distribuição de energia elétrica


Tabela 15.16: Domicílios particulares permanentes por distribuição de energia elétrica.

Domicílios particulares permanentes


Existência de energia elétrica
Tinham
De companhia distribuidora
Municípios, Existência de medidor do consumo de
Distritos e energia elétrica Não
Subdistritos Tinham De outra tinha
Total m
Total De uso Comum fonte
Não
exclusivo a mais tinham
Total
do de um
domicílio domicílio
36 36
Colatina 134 038 34 498 30 234 4 264 1 540 96 57
Ângelo
Frechiani 406 404 377 242 135 27 2 1
Baunilha 376 351 343 317 26 8 25 1
Boapaba 527 527 505 454 51 22 - -
563
33 33
Colatina 523 457 32 065 28 274 3 791 1 392 66 52
Graça
Aranha 467 466 454 308 146 12 1 1
Itapina 835 833 754 639 115 79 2 2
Fonte: IBGE. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br
Com relação à distribuição de energia elétrica pode se notar pela Tabela 17que
99,94% possuem acesso à energia através de fornecimento pela companhia
distribuidora. Dentre estes, porém95,4% possuem uso exclusivo de medidor
de consumo de energia.

15.1.9 Marco regulatório

Para a elaboração deste relatório foram observadas as legislações municipais


que regulamentam as questões territoriais, entre elas a Lei Municipal de
Parcelamento do Solo, o Código de Meio Ambiente, bem como a Lei de
Perímetro Urbano, o Código de Obras e o Plano Diretor Municipal.

Sendo assim, para a elaboração deste relatório foram analisadas as seguintes


legislações:

 Código de Obras: Lei nº 4.226/1996 é a legislação que permite à


administração municipal exercer o controle e a fiscalização de todo
espaço edificado e seu entorno, de forma a garantir a segurança e a
salubridade das edificações.
 Lei de Parcelamento de Solo: Lei nº 4.227/96 dispõe sobre o
parcelamento do solo do município de Colatina.
 Plano Diretor Municipal: Lei nº 5.273/2007regulamenta o planejamento
e a política de desenvolvimento territorial municipal.
 Código Municipal de Meio Ambiente: Lei nº 15.045/2004 estabelece as
diretrizes e políticas de proteção do meio ambiente.
 Leis de Perímetro Urbano: Lei nº 5.789/2011
 Outras legislações:
 LEI Nº 6.042/2013: altera redação das letras “E” e “F” inciso III do
Artº 120; inclui-se o inciso XIX ao artigo 146, altera redação dos
artigos 150 e 155 e acrescenta novas vias identificadas ao anexo
564
3.1; modifica os anexos 1/1.1; 1/1.2; 1/1.3; 1/1.4; 1/1.5; 1/1.6; 1/1.7;
1/1.8 E 1/1.9 E 1/1.10; nomeia de “anexo 6” o mapa de zoneamento
urbanístico, intitulado de “anexo 5”, todos da lei municipal Nº 5.273,
de 12 de março de 2007, que “dispõe sobre o Plano Diretor do
Município de Colatina”; institui o “anexo 5”, da lei Nº 4.227, de 12 de
fevereiro de 1996 - Parcelamento do Solo; altera a observação “4” do
anexo 1, tabela 2; acrescenta os §§ 1º, 2º e 3º ao Artigo 10, todos
da lei municipal Nº 4.226, de 12 de fevereiro de 1996 - Código de
Obras.
 LEI Nº. 3.770/1991: Autoriza o Poder Executivo Municipal doar lotes
a família de baixa renda, situados no ''Loteamento Bairro Honório
Fraga III”.
 LEI Nº 5600/2010: institui como ZONA ESPECIAL DE INTERESSE
SOCIAL – ZEIS, a área de terras urbanas que compreende o projeto
de parcelamento do solo denominado “Conjunto Habitacional
Parque das Águas”.
 LEI Nº 5.644/2010: Modifica o quantitativo da área prevista no artigo
1º da Lei nº 5.600, de 06 de abril de 2010 “que instituiu como Zona
Especial de Interesse Social – ZEIS, a área de terras urbanas do
projeto de parcelamento do solo denominado “Conjunto Habitacional
Parque das Águas”.
 LEI Nº 5.850/2012: institui como ZONA ESPECIAL DE INTERESSE
SOCIAL - ZEIS, a área de terras urbanas que compreende parte do
projeto de parcelamento do solo denominado “Loteamento
Morelatto 1”, localizado no bairro João Manoel Meneghelli.
 LEI Nº 5.871/2012: institui como ZONAS ESPECIAIS DE
INTERESSE SOCIAL - ZEIS, as áreas de terras urbanas que
compreendem parte dos projetos de parcelamentos do solo
denominados “Loteamentos Nilso Soella 1 e Nilso Soella 2”,
localizados no Bairro Carlos Germano Naumann.
 LEI Nº 6.029/2013: declara de interesse social, para fins de
regularização fundiária, as áreas urbanas que compreendem o
565
“Loteamento Bairro Bela Vista - Gleba 01 e Gleba 02”, no bairro Bela
Vista.

15.2 ANÁLISE DE PLANOS E PROJETOS MUNICIPAIS

Busca-se aqui sistematizar informações sobre a situação do município de


Colatina quanto à estrutura, legislação e instrumentos de planejamento e
gestão territorial, de modo a fornecer subsídios que permitam traçar um
panorama da dinâmica de institucionalização e da execução da política urbana
pelo poder público municipal e estadual. Neste item será avaliada a
influência/integração entre os planos e projetos de implantação de obras
públicas municipais, estaduais e federais, planos diretores, planos de uso e
ocupação do território.

15.2.1 Planos e projetos de infraestrutura

Com relação aos últimos 5 anos, os técnicos da PMC afirmaram que diversos
foram os investimentos com apoio dos governos municipal, estadual e federal
em melhorias de infraestrutura (sistema viário, saneamento básico, drenagem
de rios e córregos, ferrovias, aeroportos, entre outros), dentre os investimentos
citados tem-se:

Em saneamento:

 Criação do Programa de Desenvolvimento Urbano e Saneamento


Ambiental de Colatina, que está em implantação e prevê o afastamento
e tratamento de 100% do esgoto da área urbana do Município;
 Construção de reservatório de água tratada na ETA I;
 Construção de reservatório de água tratada na ETA II;
 Rede de distribuição de água tratada para o Polo Industrial Maria Ortiz;
 Rede de distribuição de água tratada para o Polo Empresarial (BR 259).
566
Figura 15.7 - ETE de Colatina receberá recursos Figura 15.8 - Prefeito de Colatina assina ordem de
do programa de despoluição de bacias. serviço para construção de estações elevatórias de
esgoto

Fonte: http://www.colatina.es.gov.br/noticias/
mostrar_noticia.php?area=sanea&materia=2124 Fonte:
http://www.colatina.es.gov.br/noticias/mostrar_
noticia.php?area=sanea&materia=1241
Em mobilidade:

 Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana;


 Reforma da Ponte Florentino Ávidos;
 Pavimentação de diversas vias municipais;
 Construção da variante da ES 080 x BR 259;
 Construção da Rodovia Colatina x Itaguaçu via Pontal;
 Melhoria do aeroporto regional.
Figura 15.9: Construção de calçada na Av Figura 15.10: Primeiro trecho da rodovia ES-245, que liga
Brasil. Colatina-Linhares

Fonte: Fonte:
http://www.colatina.es.gov.br/noticias/mostrar_ http://www.colatina.es.gov.br/noticias/noticias.php?area
noticia.php?area=obras&materia=1758 =obras&materia=0308005
567
Outras:

 Obra de enrocamento em trecho do Rio Doce: uma parceria entre o


governo do estado e Prefeitura de Colatina viabilizará a ampliação da
Avenida Beira Rio. A obra propõe aterrar 130 mil metros quadrados
ampliando a Avenida Beira Rio em 1.300 metros, entre o 8º Batalhão da
polícia militar e a Associação Banestes, com um investimento de R$ 15
milhões, o maior do Governo do Estado na gestão Paulo Hartung.

Figura 15.11: Enrocamento do Rio Doce

Fonte: http://www.colatina.es.gov.br/obras/?pagina=enroncamento

15.3 BLOCO 03: DIAGNÓSTICO DE HABITAÇÃO E


DESENVOLVIMENTO URBANO

 O município possui Plano local de habitação de Interesse Social


(PLHIS)? (Informar a existência e possibilidade de disponibilização de
arquivos digitais ou cópias, do texto do plano, bem como de todos os
seus anexos)
RESPOSTA: Sim, Arquivo anexo.

 Na ausência do Plano Local de Habitação de Interesse Social, quais são


as medidas da municipalidade relacionadas ao tratamento do
déficit habitacional? A) Existem programas e políticas específicas no
município, voltados para a habitação (aluguel social, minha casa minha
vida, entre outras)? B) Existem projetos de regularização fundiária de
alguma região? C) Existem levantamentos de demandas por novas
habitações de interesse social? (Citar bairros e regiões, bem como
número da população atendida e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: O Município possui PLHIS

 O município conhece o quantitativo do déficit habitacional atual, qual


é?
568

 Nos últimos 5 anos o município foi contemplado pelos programas do


governo federal PAC e/ou Minha Casa, Minha Vida? A) Quando e
como andam as obras (elaboração de projeto, aprovação e licitação,
execução, já concluídos)? B) Quais são os bairros e quantas famílias
serão beneficiadas? C) No caso do Minha Casa, Minha Vida, as famílias
que ocuparão as novas habitações atualmente moram em quais
bairros/regiões? (Citar bairros e regiões, bem como número da
população atendida e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA:

 Existem áreas ainda desocupadas (ou em fase de desapropriação)


destinadas à implantação de programas habitacionais? Onde estão
localizadas?(Citar bairros e regiões e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: Há áreas já parceladas destinadas a programas
habitacionais por parte da iniciativa privada.
Quanto ao Município não há até o momento projeto de
desapropriação com este objetivo.

 Quais são os bairros mais precários do município? As precariedades


estão relacionadas à quais problemáticas (renda familiar, violência
urbana, falta de infraestrutura, precariedade habitacional, risco de
alagamento, desmoronamento, inundação, outras)? Onde estão
concentradas as famílias que sobrem diretamente com os problemas de
saneamento (lixo acumulado e/ou esgoto diretamente lançado em
cursos d’água)? Quantas famílias, aproximadamente, vivem em cada
bairro? (Citar bairros e regiões e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA:XV de outubro, Parte do Bairro São Marcos, Bairro
Fioravante Marino, Bairro Santos Dumont, Bairro São Pedro, parte
do Bairro Vila Amélia, parte Bairro Santo Antônio, partes altas do
Carlos Germano Naumann, Ayrton Senna. Bairro São Judas Tadeu,
Colatina Velha, Alto São Vicente, Parte do Bela Vista, parte do
Bairro Operário, parte Bairro Perpétuo Socorro, parte Bairro Olívio
Zanotelli, Parte do Bairro Vila Lenira (buraco da comadre).

15.4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO HABITACIONAL -DIAGNÓSTICO


DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO

A existência e caracterização de um órgão gestor bem como do Plano Local


de Habitação de Interesse Social (PLHIS); do Conselho e Fundo Municipal de
Habitação; de um cadastro de famílias interessadas em programas
habitacionais; de programas específicos na área de habitação; do Plano
569
Municipal de Riscos de risco (PMRR) e ações de gerenciamento de riscos são
fundamentais para o direcionamento habitacional qualitativo dos municípios
brasileiros. O quadro de pendências é alto, no entanto superar o déficit
habitacional das camadas mais pobres da população tem sido um dos grandes
desafios no Brasil. Há a ausência ou ineficácia de políticas habitacionais por
parte do poder público municipal, resultando em territórios cada vez mais
segregados e excludentes (SEPE, 2006).

Dessa forma, o município de Colatina deve agir no sentido de se capacitar e


instrumentalizar para o tratamento dos problemas habitacionais. Atualmente o
município atende a este objetivo tanto com a elaboração do Plano Local de
Habitação de Interesse Social como com a elaboração do Plano Municipal de
Redução de Risco, importante ferramenta a ser aliada às diretrizes e
planejamentos propostos pelo PLHIS, identificando as áreas de maior
vulnerabilidade e risco para a população residente.

15.4.1 Caracterização do déficit habitacional

A Fundação João Pinheiro (FJP) ligada ao Governo de Minas Gerais


desenvolve um estudo anual sobre o setor habitacional no país e a evolução
de seus indicadores, considerando a falta ou inadequação do estoque urbano
de moradias no Brasil, para unidades da Federação e regiões metropolitanas.
O estudo é desenvolvido em parceria com o Ministério das Cidades, Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do Programa Habitar/Brasil/BID.
(FJP, 2014)

Neste sentido para a caracterização do déficit habitacional municipal serão


apresentados os dados elaborados pela Fundação João Pinheiro, através do
tratamento dos dados do Censo 2010.
570
15.4.2 Déficit Quantitativo

O déficit qualitativo correspondendo à necessidade de reposição total de


unidades precárias e ao atendimento à nova demanda não existente não
absorvida pelas condições dadas de mercado, ou seja, o número de novas
habitações que deverão ser produzidas/construídas/disponibilizadas.

Tabela 15.17: Déficit Habitacional Quantitativo

Domicílios Déficit Déficit


Unidade Déficit
particulares Habitacional Habitacional
Territorial Habitacional total
permanentes total Urbano Rural

Colatina 36153 3499 3325 173

Fonte: FJP, 2014. Disponível em: www.fjp.mg.gov.br/index.php/produtos-e-servicos1/2742-


deficit-habitacional-no-brasil-3

O município de Colatina, segundo a Tabela 15.17, apresenta um déficit


habitacional urbano (3.325) maior que o déficit rural (173), tendo um total
acumulado de 3.499, equivalente à 9,67% do número de domicílios existentes
no município.

Figura 15.12: Produção de HIS com iniciativa do poder público.

Fonte: PLHIS Colatina, 2012.


571
A Figura 15.12 apresenta um quadro extraído do PLHIS de Colatina onde estão
apresentadas as ações no campo da construção de unidades habitacionais. O
quadro apresenta que entre 2000 e 2010 foram produzidas 1586 novas
unidades, quantitativo que daria conta de suprir com 45% do déficit
quantitativo. Atualmente, segundo levantamentos dos técnicos municipais
1.358 famílias serão beneficiadas, em novas unidades habitacionais
distribuídas nos bairros de Parque das Águas, João Manoel Meneghelli, Renzo
Morelatto, Nilson Soella I, II. Outra iniciativa é a implantação de um conjunto
habitacional de interesse social, através de benefícios do MCMV, (Loteamento
Nilson Soella III) com 443 unidades habitacionais a serem entregues até
dezembro do corrente ano. Neste sentido serão construídas 1801 unidades
habitacionais.

Ainda relacionado ao déficit habitacional podemos afirmar através dos dados


apresentados no PLHIS, que eles estão assim distribuídos, quando
relacionados à renda familiar:

 Sem rendimentos: 25
 De 0 a 3 salários mínimos: 2.563
 De 3 a 6 salários mínimos: 513
 De 6 a 10 salários mínimos: 294
 Acima de 10 salários mínimos: 129

15.4.3 Déficit Qualitativo

O déficit quantitativo correspondendo à inadequação, que aponta para a


necessidade de melhoria de unidades habitacionais com determinados tipos
de precarização, sejam elas pela ausência da infraestrutura básica necessária
para uma condição de habitabilidade ou ainda do padrão construtivo da
edificação.

Tabela 15.18: Déficit Habitacional Qualitativo

ITEM COLATINA
Inadequação de domicílios urbanos/Infraestrutura (pelo menos um componente)
Total 2061
Inadequação de domicílios urbanos /Abastecimento de água Total 411
572
Inadequação de domicílios urbanos / Esgotamento sanitário Total 1741
Inadequação de domicílios urbanos / Destino do lixo Total 272
Inadequação de domicílios urbanos / Banheiro exclusivo Total 157
Inadequação de domicílios urbanos / Iluminação elétrica Total 87
Inadequação de domicílios urbanos/ Adensamento em domicílios próprios Total 342
Fonte: FJP, 2014. Disponível em: www.fjp.mg.gov.br/index.php/produtos-e-servicos1/2742-
deficit-habitacional-no-brasil-3
Dos recursos qualitativos necessários para uma boa condição de habitação
em Colatina, observa-se a necessidade de melhorias em relação
principalmente esgotamento sanitário, porém no geral existem carências a
serem vencidas em todos os itens de infraestrutura básica.

15.4.4 Domicílios Vagos

Outro dado relevante à produção de programas habitacionais que sanem o


déficit existente é a análise do quantitativo de domicílios vagos existentes.
Muitas vezes estes domicílios estão em áreas infraestruturadas e sofrem o que
entendemos como um processo de especulação imobiliária, ou seja, seus
proprietários preferem mantê-los fechados e vazios aguardando uma possível
alta no valor do imóvel do que cumprirem a função a que são destinados,
habitação.

Tabela 15.19: Domicílios Vagos

Domicílios
Domicílios
Unidade Domicílios Domicílios Vagos particulares
Vagos Rural
Territorial Vagos Total Urbano Total permanentes
Total
Total
Colatina 3823 3101 722 36153

Fonte: FJP, 2014. Disponível em: www.fjp.mg.gov.br/index.php/produtos-e-servicos1/2742-


deficit-habitacional-no-brasil-3
573
Figura 15.13: Diagrama de distribuição dos lotes vagos em Colatina.

Fonte: ALBANI, 2012.

Pode-se observar, portanto que os domicílios vagos de Colatina correspondem


a um número maior que o seu déficit habitacional quantitativo. Dessa forma, o
município carece de políticas municipais que fomentem a inclusão dessas
moradias vagas para as pessoas que apresentam déficit habitacional, fazendo
com que as mesmas cumpram sua função social na cidade.

A Figura 15.13 apresenta o mapeamento destes lotes e imóveis vagos. Pode-


se observar que a maior concentração está nas áreas centrais, mas também
na região periférica onde a oferta de lotes urbanizados e a demanda de novos
loteamentos vem se consolidando.

O que se vê nas cidades, devido a este estoque de mercado, é um incentivo a


periferização. Na busca por locais de moradia barata a população é obrigada
a se instalar em áreas cada vez mais afastadas do centro urbano, o que
acarreta mais custos ao poder público para implantação de infraestrutura,
equipamentos comunitários e o próprio atendimento da população e demanda
mais custos e tempo para a população que deve se movimentar para qualquer
atividade, seja ir ao trabalho, ao médico, à escola, ou mesmo buscar opções
de lazer.
574
O problema do custo da terra é tão grave que mesmo as prefeituras tem neste
um dos maiores desafios para a implantação de Conjuntos Habitacionais de
Interesse Social e acabam por replicar o que a própria população de baixa
renda realiza e adquire terras também nas periferias da área urbana do
município.

15.5 REFERÊNCIAS
ALBANI, Viviane. Trajetória do Crescimento da Cidade de Cariacica. Dissertação
defendida no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFES. Vitória, 2012.

CALVARIO, Aislan Cazéli do. Descentralização Urbana de Colatina: Subcentros.


Monografia defendida no Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades
Integradas de Aracruz –FAACZ. Aracruz, 2013.

FJP - Fundação João Pinheiro. Déficit habitacional municipal no Brasil. Belo


Horizonte, 2013. Disponível em:
http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/docman/cei/deficit-habitacional/216-deficit-
habitacional-municipal-no-brasil-2010/file

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo. Editora Perspectiva. 2013.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. CENSO 2010. Disponível


em:http://censo2010.ibge.gov.br/
____________________________________________. Cidades @. Disponível
em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php

IJSN - Instituto Jones dos Santos Neves. MUNIC 2011/2012 - Análise da situação dos
municípios do Espírito Santo quanto à estrutura, legislação e instrumentos de
planejamento e gestão territorial. Vitória, ES, 2014.
_________________________________. Cadernos de pesquisa: leis urbanísticas
dos municípios do Espírito Santo. Vitória, ES, 2014.
JACOBS, Jane. Morte e Vida das Grandes Cidades. São Paulo, Martins Fontes, 2000.
LOPES, Diva Maria Ferlin, HENRIQUE, Wendel (org). Cidades médias e pequenas:
teorias, conceitos e estudos de caso. Salvador: SEI, 2010.
MASCARÓ, Juan Luis e YASHINAGA, Mário. Infraestrutura urbana. Porto Alegre,
2005.
SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO. Espírito Santo
2025: plano de desenvolvimento. Vitória, 2006.
575
16 DIAGNÓSTICO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Lei n° 11.445/2007, que define as diretrizes nacionais para o saneamento


básico, estabelece a educação ambiental como estratégia permanente de
fortalecimento da participação e do controle social desta política, em seu artigo
49º no inciso XII, a mesma sugere “promover educação ambiental voltada para
a economia de água pelos usuários.”, dentre outros aspectos técnicos e
políticos relevantes previstos na legislação nacional, como na lei nº 9.795 /
1999, em seu art. 1º que preconiza que a educação ambiental compreende:

Processos por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade,


constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências, voltadas para a conservação do meio ambiente, bem
de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade. (BRASIL, 1999, s/p)

Deste modo, a educação ambiental se insere como elemento estratégico no


conjunto da Política de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos. Os motivos são pertinentes, uma vez que a questão do saneamento
tem como condicionante central a relação direta com componentes naturais e
sociais, bem como o modo de produção e de reprodução da vida que
estruturam e viabilizam as relações nos espaços urbanos e rurais.

Daí, consta no desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico de


Colatina e substanciam este documento, os seguintes objetivos específicos:

- Levantar as políticas públicas e programas sociais em educação ambiental


em saneamento que possam potencializar as ações desenvolvidas na
comunidade;

- Mapear as informações gerais da organização social, grupos sociais que


atuam na área ambiental e;

- Captar as formas de percepção da população em relação à saúde, ao


saneamento e ao ambiente.

Tais objetivos se apresentam aqui como parte da 2ª etapa de elaboração do


PMSB, desenvolvido por parte da equipe de mobilização social e sua
576
coordenação, realizados nesta fase diagnóstica por meio do levantamento de
dados secundários disponibilizados pela PMM pior meio de endereço
eletrônico e disponibilizados em site da Associação dos Municípios do Espírito
Santo (AMUNES), e, abordagem grupal incluída no rol de questões presentes
na reunião com a população durante a Mobilização Social 1.

O relatório está dividido em 03 itens, a saber: Os aspectos teórico-


metodológicos da questão da educação ambiental na área de saneamento
básico; as ações desenvolvidas no âmbito governamental e da sociedade civil
e por fim, as percepções da população em relação à questão da educação
ambiental no município. Finalizamos com as considerações gerais indicativas
para a fase prognóstica deste Plano.

16.1 ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS SOBRE A


EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O PLANO MUNICIPAL DE
SANEAMENTO BÁSICO E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE COLATINA
“Cuidar do ambiente é cuidar de nós mesmos”

(Harvey, 2011, p. 294)

A implementação do Programa Nacional de Educação Ambiental e a


Mobilização Social em Saneamento surgem como um dos desafios
estratégicos de mudar a realidade das ações de Educação Ambiental em
saneamento, de forma que elas sejam continuadas, permanentes e
transformadoras do atual panorama dos investimentos desenvolvidos.

Os documentos oficiais da FUNASA e do Ministério das Cidades, bem como


os estudos na área de meio ambiente, saúde coletiva e educação relacionados
ao saneamento básico, reforçam a efetividade desta política, uma vez que,
seja estabelecido um padrão de vínculo entre os vértices que representam as
diversas políticas e passe a existir uma dinâmica criativa, construtiva, de
parceria e cooperação a favor do saneamento básico entre as diferentes áreas
de gestão das cidades.
577
Esta integração se coloca como potencialidade real para a efetivação da
complementaridade entre os setores, planos e ações, tendo como elo a
educação ambiental e como combustível a participação social qualificada e
permanente na área do saneamento. Estas práticas podem representar um
avanço na efetividade desta política pública em seu caráter universal,
democrático e emancipatório. Deste modo, a integração água - saúde - meio
ambiente - educação ambiental - saneamento básico - direito à cidade,
funciona como uma mudança de percurso do roteiro de vulnerabilidade que
leva à crise e à insustentabilidade, para abertura de novo caminho, de alcance
de imunidade e do desejado cenário de sustentabilidade (CHRISTOFIDIS,
2009)

Os princípios básicos da PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental (Lei


9.795 / 1999), são:

I. O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;


II. A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural,
sob o enfoque da sustentabilidade;
III. O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas na perspectiva da
inter, multi e transdisciplinaridade;
IV. A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V. A garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI. A permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII. A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais e
globais; e
VIII. O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual
e cultural.

Ao se articular a educação ambiental ao saneamento básico, numa perspectiva


crítica dos processos de desenvolvimento e gestão do urbano, tem-se um olhar
mais amplo, e se bem internalizados e compreendidos, podem ser
enriquecidos e complementados permanentemente pelos diferentes sujeitos
que compõem a cidade. Deste modo, as ações ganham aspectos que
578
articulam a totalidade, a integralidade, a participação dos sujeitos e a visão
mais ampla dos aspectos que envolvem sociedade e meio ambiente, como
unidades indissolúveis, apesar de seus inúmeros aspectos contraditórios
gerados no modo de produção industrial capitalista, que tende a fragmentar e
cindir esta noção totalizante.

Nesta direção, Loureiro (2011) afirma que

A educação ambiental é uma práxis educativa e social que tem por


finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes
que possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação
lúcida e responsável de atores sociais individuais e coletivos no
ambiente. Nesse sentido, contribui para a tentativa de
implementação de um padrão civilizacional e societário distinto do
vigente, pautado numa nova ética da relação sociedade-natureza.
Dessa forma, para a real transformação do quadro de crise estrutural
e conjuntural em que vivemos. A educação ambiental, por definição,
é elemento estratégico na formação de ampla consciência crítica das
relações sociais e de produção que situam a inserção humana na
natureza. (LOUREIRO, 2011, p. 73)

Este autor reforça a ideia de que a educação ambiental ganha um contorno


emancipatório, na medida em que se expandem dos espaços restritos à
educação formal e do seu caráter instrumental, técnico e individual; e se amplia
para o exercício constante de reflexão e práticas em ambientes formais e não
formais no âmbito do Estado e da sociedade em geral, a partir de
problematizações e das contradições e impactos gerados pela forma de
organização da produção, que tende à dilapidação dos recursos naturais e
humanos com objetivos e interesses hegemônicos de sustentação à
lucratividade do capital em detrimento da existência da natureza preservada e
sustentabilidade da vida humana no conjunto das cidades.

O aumento das “liberdades individuais” para o consumo e aumento da


produção, criam uma sociabilidade voltada ao indivíduo, e a noção de
liberdade, se restringe ao consumo e acesso que estes podem lhes garantir. A
prática é a da produção de excedentes e de desperdícios. O desdobramento
do capitalismo mundializado, coloca na escala global um padrão de
579
insustentabilidade. Logo, capitalismo no estágio atual das forças produtivas e
sustentabilidade, são incompatíveis em sua essência. “Por isso, a ação
educativa ambientalista, sem as devidas orientações políticas e teóricas, perde
seu efeito transformador, por mais ricas que sejam as propostas metodológicas
e práticas” (Loureiro, 2011, p. 82), quando apresentadas de forma isoladas do
conjunto de processos decisórios dos rumos de uma cidade.

Sinteticamente, as estratégias locais e regionais, precisam levar em conta a


dinâmica e o desenho do desenvolvimento das forças produtivas em curso e
poder criar estratégias de democracia local que consigam não somente
acompanhar de forma subordinada os processos externos que podem
impactar no meio ambiente, mas intervir na crise socioambiental que nos
encontramos, podendo agir nas determinações sociais geradoras deste
possível colapso ambiental, por meio de uma democracia local fortalecida
pelos processos e práticas de organização política e social de preservação das
localidades, seus recursos e identidades.

Nesta direção, Meszáros (2007) insta

Pois sustentabilidade significa estar realmente no controle dos


processos sociais, econômicos, e culturais vitais, pelos quais os
seres humanos não apenas sobrevivem, mas também encontram
realização, de acordo com os desígnios que estabeleceram para si
mesmos, ao invés de ficarem à mercê de forças naturais
imprevisíveis e determinações socioeconômicas quase naturais. (p.
190)

Portanto, é possível inferir que a educação ambiental, possui um leque de


abordagens que seguem desde as mais instrumentais de caráter positivista,
de gestão dos problemas ambientais e ações imediatistas para a sua
contenção dos aspectos mais aparentes do fenômeno de destruição ambiental,
até aquelas mais críticas, que evidenciam a dimensão de totalidade e a
indissociabilidade da relação humano e natureza, mediadas pela forma
trabalho e transformações ocorridas através dos diferentes modos de
produção. Esta última se coloca como potencialmente radical no sentido de
apresentar as contradições e insuficiências das repostas imediatistas dos
580
acordos multilaterais propostos pelos Organismos Internacionais (ONU, Banco
Mundial, OMS, dentre outros) e as sucessivas propostas fracassadas de se
estabelecer no plano global medidas que ultrapassem as contingências, sem
conseguir avançar de fato, para um modelo de sustentabilidade no sistema de
produção desigual do capitalismo em escala ampliada (vide ECO 92, Tratado
de Kyoto, e outros). Os indicadores ambientais evidenciam o esgotamento
deste modelo e se mostram suficientemente claros para a urgência que temos
de desencadear processos de transformação neste padrão de sociabilidade.

Nestes termos, a educação ambiental tem como objetivo a formação


de uma consciência crítica, do ponto de vista ambiental, posto que
seja capaz de, criticamente, compreender a desigualdade social, a
padronização cultural e o fetichismo da política como dimensões de
uma mesma totalidade complexa. (SILVA, 2010, p. 138)

Diante deste quadro, trazer o diagnóstico e futuras proposições para a


educação ambiental em um município, de forma articulada ao contexto social,
político e econômico do desenvolvimento e sua direção no cenário local e
estadual, é promover o diálogo crítico e ampliado com todos os setores da
sociedade que se pretendem planejar o futuro em relação à questão do
saneamento e suas interfaces com as demais políticas públicas.

Portanto, o que vai balizar a análise e a elaboração de projetos de educação


ambiental para o Plano Municipal de Saneamento Básico pode ser sintetizado
na seguinte afirmativa:

Normalmente, os temas ambientais são tratados pela órbita das


responsabilidades pessoais e do apelo moral. Não se aborda as
condicionantes econômicas e culturais da questão selecionada e,
portanto, não se problematiza a realidade e nem se permite uma
mobilização coletiva que interfira em espaços e políticas que podem
reverter os processos destrutivos. (ARAÚJO, 2013, p. 56)

E ainda,

Portanto, quando falamos em educação ambiental, não basta o


conhecimento, a transmissão de informações e a vivência em
ambientes preservados para nos sensibilizarmos. É preciso associar
à dimensão ecológica os processos sociais pelos quais agimos no
mundo, conhecer a especificidade das práticas escolares,
historicizar os problemas ambientais contemporâneos, identificar as
características culturais de cada grupo com o qual dialogamos, saber
581
como ocorre a aprendizagem e construir coletivamente novas formas
de existir na natureza. (ARAÚJO, 2013, p. 42)

16.2 PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO

Vale ressaltar que este relatório esta pautado em análises aprofundadas dos
documentos que registram e sistematizam as ações de Educação Ambiental
do município disponibilizados pela Prefeitura de Colatina em endereço
eletrônico como o site da AMUNES.

Nesse sentido, o documento que foi disponibilizado é o da sistematização do


“Programa de Educação Ambiental: Educação Ambiental e Coleta Seletiva –
Colatina Cidade Sustentável (PEA) que sistematiza as ações em Educação
Ambiental promovidas através do SANEAR (Serviço Colatinense de Meio
Ambiente e Saneamento Ambiental), em comunhão com as representações da
sociedade civil e defesa ambiental.

Com as parcerias com a População em Geral; a Comunidade Escolar; Líderes


comunitários; Líderes Religiosos; Servidores e funcionários de entidades
públicas e privadas; e, Comerciantes.

Sendo assim, se há ações desenvolvidas por outras Secretarias ou mesmo


pela Sociedade Civil as mesmas não foram disponibilizadas pela prefeitura
para a Equipe de Mobilização Social.

16.2.1 Projetos desenvolvidos pela Municipalidade

O documento que foi encaminhado e disponibilizado é o Programa de


Educação Ambiental do Município de Colatina é um instrumento que tem vistas
a exercer um papel estratégico na disseminação das diretrizes e propostas da
Política Municipal de Meio Ambiente, em vigor desde 2001, viabilizando o
fomento, a integração das ações governamentais, dos seguimentos sociais
organizados, bem como a integração público-privada, incentivando parcerias,
implantando atividades e projetos educacionais formais e não formais, de
modo que a Educação Ambiental seja compartilhada como um processo que
582
promova não somente o enriquecimento do currículo escolar, mas, acima de
tudo, a mobilização, envolvimento e participação efetiva das comunidades em
sua diversidade, comprometendo todos os entes da sociedade na implantação,
monitoramento e aperfeiçoamento da gestão ambiental, em consonância com
os princípios fundamentais de um desenvolvimento menos degradante e mais
sustentável ao futuro promissor que se anuncia em Colatina (PMC, 2014).

São ainda objetivos do PEA:

GERAIS:

 Promover de ações de educação ambiental, atingindo e


conscientizando os diversos públicos sobre a necessidade de proteger
os recursos naturais.
 Despertar os moradores do município sobre a importância da Coleta
Seletiva, e o reaproveitamento dos materiais recicláveis, para que
assumam atitudes que possibilitem a redução na geração dos resíduos
sólidos e a correta destinação destes.
 Programar Coleta Seletiva no município, para o seu sucesso sendo
investido em educação ambiental de forma continuada e sistêmica,
ultrapassando o tempo limite do Programa.
 Contribuir para a abertura de um maior espaço para reflexão e a
argumentação em torno das questões ambientais, fugindo da
“conscientização” por imposição de ideias prontas e favorecendo a
incorporação de mudanças de comportamento no cotidiano.

ESPECÍFICOS:

 Incentivar atividades de caráter educativo e pedagógico, em


colaboração com entidades do setor empresarial e da sociedade civil
organizada;
 Promover a articulação da educação ambiental na gestão dos resíduos
sólidos com a Política Nacional de Educação Ambiental;
583
 Realizar ações educativas voltadas aos comerciantes e distribuidores,
com enfoque diferenciado para os agentes envolvidos direta e
indiretamente com os sistemas de coleta seletiva e logística reversa;
 Desenvolver ações educativas voltadas à conscientização dos
consumidores com relação ao consumo sustentável e às suas
responsabilidades no âmbito da responsabilidade compartilhada de que
trata a Lei nº 12.305, de 2010;
 Apoiar as pesquisas realizadas por órgãos oficiais, pelas universidades,
por organizações não governamentais e por setores empresariais, bem
como a elaboração de estudos, a coleta de dados e de informações
sobre o comportamento do consumidor brasileiro;
 Elaborar e implementar planos de produção e consumo sustentável;
 Promover a capacitação dos gestores públicos para que atuem como
multiplicadores nos diversos aspectos da gestão integrada dos resíduos
sólidos;
 Divulgar os conceitos relacionados com a coleta seletiva, com a
logística reversa, com o consumo consciente e com a minimização da
geração de resíduos sólidos.
 Promover ações de educação ambiental, atingindo e conscientizando
os diversos públicos sobre a necessidade de proteger os recursos
naturais.
 Despertar os moradores do município sobre a importância da Coleta
Seletiva, e o reaproveitamento dos materiais recicláveis, para que
assumam atitudes que possibilitem a redução na geração dos resíduos
sólidos e a correta destinação destes.
 Contribuir para a abertura de um maior espaço para reflexão e a
argumentação em torno das questões ambientais, fugindo da
“conscientização” por imposição de ideias prontas e favorecendo a
incorporação de mudanças de comportamento no cotidiano.

Nas abordagens metodológicas esta demarcado que as ações devem se


desenvolver de maneira interdisciplinar com vistas a promover a participação
584
do processo como um todo. A metodologia também prevê ações como a
distribuição de recipientes para destinação final adequada dos resíduos sólidos
entre muitas outras (PMC, 2014).

Tabela 16.1: Cronograma de Atividades Previstas em PEA

Atividades Período (mês)


Início Término
Mobilização e sensibilização da Junho de 2011 Setembro de 2011

equipe técnica pedagógica do


município.
Elaboração de material de Julho de 2011 Agosto de 2011

divulgação.
Lançamento Oficial do Programa Outubro de2011 Outubro de 2011

Coleta
Ação deSeletiva.
conscientização com os Agosto de 2012 Indeterminado
comerciantes do município.

Continuidade através de solicitação Março de 2000 Indeterminado

do projeto OFICINARTE (Oficinas de


Materiais Recicláveis).
Visitação monitorada ao galpão de De acordo com a Indeterminado

triagem de coleta seletiva e Centro demanda de


de Tratamento de Resíduos Sólidos solicitação
Urbanos.
Implantação de fábrica de vassouras Outubro de 2013 Indeterminado

ecológicas
Implantação do Projeto de Coleta do Janeiro de 2014 Indeterminado

Óleo de Cozinha Usado


Realização de Seminário de Fevereiro de

Educação Ambiental englobando a 2014


temática resíduos sólidos
Fonte: Programa de Educação Ambiental de Colatina. Disponível em
http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.
585
Figura 16.1: Registro Fotográfico do Projeto “OFICINARTE” (Oficinas de materiais
Recicláveis) desenvolvido em escolas e comunidade locais.

Fonte: Programa de Educação Ambiental de Colatina. Disponível em


http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.

Figura 16.2: Registro Fotográfico do Trabalho de Conscientização realizado nas


comunidades locais e escolas do munícipio

Fonte: Programa de Educação Ambiental de Colatina. Disponível em


http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.
586
Figura 16.3: Capa da Cartilha utilizada com os alunos do município para conscientização e
formação no tema dos resíduos sólidos.

Fonte: Programa de Educação Ambiental de Colatina. Disponível em


http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.

Figura 16.4: Folder Informativo sobre a Temática dos Resíduos Sólidos

Fonte: Programa de Educação Ambiental de Colatina. Disponível em


http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.
587
16.3 PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO A PARTIR DAS QUESTÕES
DA REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL DO PMSB

Diante da perspectiva teórico-metodológica até aqui destacada, de articulação


entre educação ambiental e mobilização e participação social nas questões
relacionadas ao meio ambiente e sua preservação, no que se refere ao
saneamento básico, destacamos as seguintes questões e respostas
abordadas pela população na reunião para o diagnóstico participativo realizado
pela equipe de mobilização social do PMSB de Colatina. Estas respostas,
servem como uma amostra da percepção geral da população em relação ao
tema da educação ambiental e sua relação com a cidade. Abaixo, listamos as
mais relevantes observações:

A educação ambiental é parte da cultura da cidade? Quais as formas


mais importantes para a população? Quem é responsável por elas?

Observam que os investimentos em Educação Ambiental ainda são


insuficientes apesar deles terem crescido nos últimos anos, porque a
população despertou para esta importância.

Os presentes relataram a experiência da comunidade de Vila Lenira que tem


convênio com o SANEAR para o projeto de educação ambiental, e, todas as
comunidades foram convidadas, mas algumas associações encontram
dificuldades para cumprir os requisitos de adesão ao projeto.

Mas no geral observam que os investimentos em Educação Ambiental são


muito pequenos descumprindo a lei de diretrizes e bases no que se refere à
Educação Ambiental.

Sobre a questão da destinação do esgoto:

Há lançamentos de esgotos provenientes de pocilgas, matadouros,


granjas e outros semelhantes nos cursos d'água? Onde se localizam?

No geral, desconhecem, mas apresentaram a ocorrência de Pocilgas no Bairro


Mário Giurizato.

Sobre a destinação dos resíduos destacaram ainda:


588
Destacou-se a presença expressiva de “Pontos Viciados” caracterizando o
hábito de destinação inadequada dos resíduos pela população, observou-se
também o desconhecimento em relação à destinação final adequada de
resíduos especiais como lâmpadas e medicamentos.

Sobre a questão da água:

Diante destes relatos de dificuldades da população em relação aos cuidados


com o meio ambiente e à questão sanitária, constatou-se a importância de se
priorizar ações de Educação Ambiental no sentido de orientar à respeito dos
processos simples e acessíveis de potalização da água.

A educação ambiental foi apontada como uma das Prioridades para o


PMSB, a saber indicaram:

Através de uma escuta apurada às colocações nas discussões fez-se possível


estabelecer como ações prioritárias para o município de Colatina que possuem
uma interface com a Educação Ambiental: Melhorar e universalizar a qualidade
da água em todo o sistema, melhorar a estrutura de preservação e distribuição
na rede. Propuseram a substituição da rede de água e investimentos em
Educação Ambiental. Também destacaram ser importante promover ações
que possibilitem a escuta às demandas da população.

16.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS:

O leque de possibilidades de ampliação e investimentos na área de educação


ambiental encontra em Colatina um potencial subjacente que pode ser melhor
articulado e potencializado para outras áreas do saneamento, a exemplo, a
manutenção e preservação de recursos hídricos e seus mananciais, bem como
ações de reflorestamento e preservação de parques, reservas e florestas.

Pelo o que foi identificado no “PEA” (2014), em campo existem algumas ações
sobre educação ambiental no município, entretanto estas precisam ser
potencializadas e divulgadas nas comunidades, de maneira que possam atingir
maior público.
589
Concordamos que as ações de educação ambiental devem ser realizadas de
forma regular, frequente e dinâmica. Deste modo as parcerias são de grande
importância para que haja continuidade e melhores resultados.

É interessante destacar que nas parcerias sejam delimitas as


responsabilidades de cada parte, mas que haja o envolvimento e interação
entre as atividades de todas as instituições. Entretanto, é necessário dinamizar
no âmbito da Prefeitura a estruturação de programas de caráter permanente e
com financiamento para estas ações como parte das políticas públicas, bem
como, dinamizar instrumentos de incentivo às boas práticas de educação
ambiental, comunicação com a população e a fiscalização mais efetiva das
situações problema.
Descrevemos abaixo as sugestões das possíveis atividades propostas no
PMGRS (2014) que se afinam ao conjunto de medidas aqui arroladas no
diagnóstico do PMSB (2014):

• As Instituições de ensino são responsáveis pela educação sobre o meio


ambiente, com atividades de ensino-aprendizagem. Como contextualização
das disciplinas com o meio ambiente com transversalidade entre assuntos,
realização de oficinas de reciclagem de papel, atividades com uso de materiais
reutilizáveis, produção de sabão e detergente de óleo de cozinha e produção
de adubo orgânico através da compostagem e ainda gincanas.

• De forma a aprimorar ações de educação ambiental, poderá ser firmada uma


parceria, O polo de educação se tornaria um centro de apoio às ações de
educação ambiental para a prefeitura, bem como responsável por promover
projetos que envolvessem escolas e comunidades com a responsabilidade
ambiental e social.

A educação ambiental pode ter com uma grande parceira a população, com a
ajuda dos pais conscientes eles podem transmitir valores de sua geração para
os filhos, afinal, eles viveram em época em que os recursos eram mais
escassos, e para isso buscavam alternativas de baixo custo para suas
propriedades, racionalizavam o uso, reaproveitavam e reciclavam mais do que
hoje por uma questão de necessidade.
590
Para melhor desempenho do programa de educação ambiental faz-se
necessário que adote pequenos projetos de educação ambiental com públicos
específicos, como por exemplo, as crianças, agricultores, donas de casas,
professores, comerciantes, gestores públicos.

Estes projetos deverão ter linguagem específica para o público alvo, devendo
atender as demandas de cada um, bem como, projetos para preservação,
conservação do meio ambiente, como Limpeza de encostas, plantação de
mudas, coleta de óleo de cozinha, pilhas, baterias e lâmpadas para destinação
correta, incentivo ao consumo consciente.

16.5 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, N. M.; SANTOS, J.S.; SILVA, M. das G. e. (orgs.). Educação


Ambiental e Serviço Social: o PEAC e o licenciamento na gestão pública no
meio ambiente. São Cristóvão: Editora UFS, 2012.

BRASIL, Lei nº 9.795 / 1999, Política Nacional de Educação Ambiental.


Brasília: Camara Federal, 1999.

CHRISTOFIDIS, Demetrios, Educação ambiental e mobilização social em


saneamento, em Coletânea da LNSB, MCidades, Brasília, 2009.

HARVEY, David. Espaços de Esperança. 4 ed. São Paulo: Loyola, 2011.

MESZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico. São Paulo:


Boitempo, 2007.

SILVA, Maria das Graças e. Questão ambiental e desenvolvimento


sustentável: um desafio ético-político ao Serviço Social. São Paulo: Cortez,
2011.

BRAVO, Melise Alves; ALBANO, Vilma Rosa de Souza; SOUZA, Geórgia


Zaché de; JARJURA, Werley Joaquim. Programa de Educação Ambiental.
Prefeitura Municipal de Colatina. PMC, 2014. Disponível em <
http://www.amunes.com.br/tca.php#item=1449.> . Acesso em 15 de Setembro
de 2014.
591
17 CRONOGRAMA FÍSICO DE TRABALHO

Quadro 17.1 – Cronograma de trabalho.

MESES
FASE ETAPA PRODUTO(S) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
A M J J A S O N D J F M A M J
O início do projeto ocorre a partir da
CONTRATO e
1 assinatura do contrato de prestação de X
ORDEM DE SERVIÇO
serviços, pelas partes interessadas.

ETAPA 1: Definição da Grupo de Trabalho Produto 01: Plano de Trabalho;


(GT) e Elaboração da Metodologia de Produto 02: Plano de Mobilização X X
2 Trabalho Social; e Produto 03: Minuta do GT.

REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO 1 COM GRUPO DE TRABALHO X


ETAPA 2: Diagnósticos Técnico- Produto 04: Relatório do diagnóstico
X X X X X
Participativos técnico-participativo
REUNIÕES DE MOBILIZAÇÃO 2 X X

Produto 05: Relatório dos


ETAPA 3: Construção de Cenários de
Prognósticos e Alternativas para a
Evolução com Prognósticos - Prospectiva X X X X
Universalização, Condicionantes,
de Planejamento Estratégico
3 Diretrizes, Objetivos e Metas;
ETAPA 4: Plano de Execução e Programas, Produto 06: Plano de execução;
Projetos e Ações (incluindo Emergência e Produto 07: Relatório dos X X X X
Contingência) Programas, Projetos e Ações;
ETAPA 5: Mecanismos e Procedimentos
Produto 08: Relatório dos
para Avaliação Sistemática e
Instrumentos para Avaliação X X X X
Monitoramento da Eficiência, Eficácia e
Sistemática e Monitoramento da
Efetividade das Ações dos Planos
592
MESES
FASE ETAPA PRODUTO(S) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
A M J J A S O N D J F M A M J
Eficiência, Eficácia e Efetividade das
Ações dos Planos;

Produto 09: Plano Municipal de


Saneamento Básico;
ETAPA 6: Documento Final dos Planos e Produto 10: Plano Municipal de
X X X X
Minuta Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos;
Produto 11: Minuta dos Planos.
Relatório mensal simplificado de
4 Relatório bimestral de acompanhamento X X X X
acompanhamento das atividades;
5 REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO 3 (AUDIÊNCIA PÚBLICA) X X
* Contrato de Prestação de Serviço: 11/12/2013; Ordem de Serviço: 02/04/2014. Prazo de 12 (doze) meses para entrega da versão final dos Planos.
593
APÊNDICE 1
Mapa do SAA da sede de Colatina
594
APÊNDICE 2
Mapa do SAA dos distritos de Colatina
595
APÊNDICE 3
Plano de amostragem - VIGIÀGUA
596
APÊNDICE 4
Estabelecimentos comerciais
597
APÊNDICE 5
Quantidade e destinação de óleo usado no comércio de Colatina
598
APÊNDICE 6
Legislações federais e normas técnicas

RESÍDUOS DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção,


a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,
o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 334 de 03 de abril de 2003. Dispõe sobre os procedimentos de


licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens
vazias de agrotóxicos.

RESÍDUOS DE PILHAS E BATERIAS

Resolução CONAMA nº 401 de 04 de novembro de 2008. Estabelece os limites máximos de


chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os
critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras
providências. Alterada pela Resolução nº 424, de 22 de abril de 2010.

Resolução CONAMA nº 228 de 20 de agosto de 1997. Dispõe sobre a importação de


desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo.

RESÍDUOS PNEUMÁTICOS

Resolução CONAMA nº 416 de 30 de setembro de 2009. Dispõe sobre a prevenção à


degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente
adequada, e dá outras providências.

RESÍDUOS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES E SUAS EMBALAGENS

Resolução CONAMA nº 362 de 23 de junho de 2005. Dispõe sobre o recolhimento, coleta e


destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

RESÍDUOS DE EMBALAGENS EM GERAL

Não possui legislação específica

RESÍDUOS DE LÂMPADAS FLUORESCENTES, DE VAPOR DE SÓDIO OU VAPOR DE


MERCÚRIO

Não possui legislação específica


599
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS

Não possui legislação específica

RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS

Faltou

Legislações comuns a todos

Resolução CONAMA nº 008 de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a entrada no país de


materiais residuais.

Resolução CONAMA nº 023 de 12 de dezembro de 1996. Regulamenta a importação e uso


de resíduos perigosos. Alterada pelas Resoluções nº 235, de 07 de janeiro de 1998, e nº 244,
de 16 de outubro de 1998.

Resolução CONAMA nº 228 de 20 de agosto de 1997.Dispõe sobre a importação de


desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo.

Resolução CONAMA nº 420 de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores


orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece
diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em
decorrência de atividades antrópicas.

ABNT NBR 8418/1984. Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos


- Procedimento.

ABNT NBR 10157/1987. Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto, construção e
operação – Procedimento.

ABNT NBR 11175/1990. Incineração de resíduos sólidos perigosos - Padrões de desempenho


– Procedimento.

ABNT NBR 12235/1992. Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento.


600
APÊNDICE 7
Rotas de coleta de lixo

ROTA DE COLETA DE LIXO DOMICILIAR

ROTA 01
SEGUNDA A SEXTA - Após as 17:00 h.
SÁBADO - Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 (Locado)
MOTORISTA : Rogério
AJUDANTES : Valdir Alves (SANEAR)
: Deusdeth (GC)
: Ailton Rangel (GC)
BAIRROS : Centro, Santa Cecília, Esplanada, Vila Nova, Tropical, Adélia
Giuberti
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acesso : Becos, escadarias. Etc...
 Coleta realizada por 02 (dois) Ajuntadores : Arthur Ulich e Edivaldo
Mendes

ROTA 02
SEGUNDA A SEXTA – Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Ailton Grassi (PMC)
AJUDANTES : Almiro Gomes da Silva (PMC)
: Elias de Jesus (GC)
: José Luiz dos Santos (PMC)

BAIRROS: Parte do Bairro São Silvano (Ruas Maria Angélica Dias, Santa
Cecília, Atílio Zaché, Valdir Jarjura, Luiz Zouain, Jacinto Bassetti e Oreste
Bongiovani e Avenida Silvio Ávidos) e Bairrro Carlos Germano Naumann
CONSIDERAÇÕES:
601
 Locais de difícil acesso: Coleta realizada pelo Ajuntador José C. de
Paula (PMC)
 Aos Sábados após as 13:00 h – Avenida Silvio Ávida (do Posto Ipiranga
até a Ponte Florentino Avidos - Drink

ROTA 03
SEGUNDA A SEXTA – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Reginaldo Souza Martins (SANEAR)
AJUDANTES : Marcelo Poncha (PMC)
: Pedro Vicente (GC)
BAIRROS: Maria Ismênia incluindo a parte alta, Avenida Presidente Kennedy,
Vila Lenira e Santa Terezinha.
CONSIDERAÇÕES:
 a) No Bairro Maria Ismênia: parte da Rua Alegre, Ruas Luiz Foletto,
Ângelo Polchera, Bruno Ceotto, Jair Moreira, Francisco Cunha e Prof.
Aloiso Leal.
 b) Em Vila Lenira parte da Rua José Bertolo, Ruas Luiz Bachour, Eliezer
Pires, Guilherme Soela, Paulo Zanotelli, Antonio Fausto e Pedro
Palácios.
 c) No Bairro Santa Terezinha as Ruas Vitório Damiane e Drasto Fabris.
 Locais de difícil acessos.
 Coleta realizada por 02 (dois) ajuntadores : José João e Sebastião
Mariano (Garis Comunitários)
ROTA 04
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 7:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Reginaldo Souza Martins (SANEAR)
AJUDANTES : Marcelo Poncha (PMC).
: Pedro Vicente (GC)
BAIRROS: Por do Sol, Operário e Perpétuo Socorro.
CONSIDERAÇÕES:
602
 a) Bairro Por do Sol: Ruas Muniz Freire, Mestre Eugenio, Dr. Gama,
parte do Bairro do Operário as Ruas Antonio Damiani, Raimundo
Palhano, César Resende, Luiz D’Isep, Ocarlino Moraes , Ricardo Zon,
Porfírio Carvalho, Manoel Quedevez e Godofredo Baião.
 b) Bairro Perpétuo Socorro no Beco São João, Travessa José Inácio,
Travessa Santa Inês, Travessa São Roque e Ruas Godofredo Baião e
Santa Luzia.
 c) Bairro Operário nas Ruas Porfírio Carvalho e Manoel Quedeves
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 02 (dois) Ajuntadores: José João e /Sebastião
Maria ( Garis Comunitários)

ROTA 05
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 7:00 h.
VEÍCULO : Placa 1264 (Locado)
MOTORISTA : Rubens
AJUDANTES : Luciano Felipe (PMC)
: Varley Camilo (PMC)
: Júlio César (PMC)
BAIRROS: São Judas Tadeu, Bela Vista e parte do Bairro São Vicente: Ruas
Luiz Presti, José Lavagnolli, Manoel Antunes Moreira, Alfredo Zurlo, Antonio
Cheroto, Ailton Vieira Ferreira e esquina com a Rua Joaquim Lucas Sobrinho.
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 01 (um) ajuntador José João (Gari Comunitário)

ROTA 06
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – após às 7:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 ( Locado)
MOTORISTA : Gilmar
AJUDANTES : Marconis P. Soares
(PMC)
: José Nascimento (SANEAR)
: José Barbosa da Silva (PMC)
603
BAIRROS: Lace próximo ao Colégio Antonio Nicchio, Maria das Graças (
Avenida Brasil até esquina com a Rua João Azevedo, Ruas Luzia Favoretti,
Amadeo Negrelli, travessa Verlúcio Coutinho, escadaria 1,2 e 3, parte da Rua
Salvador Pireda – loteamento , Rua Jacinto Torati e Loteamento – Riviera)
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 02 (dois ajuntadores: Valdecir Pereira (PMC) e José
Balbino (SANEAR).

ROTA 07
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 7:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2137
MOTORISTA : Bráulio A. Brito (PMC)
AJUDANTES : Josimar Luiz de Paula (PMC)
: José Nilton (PMC)
BAIRROS: Parte da Rua Castelo Branco iniciando no Bairro Aeroporto, Vila
Amélia, Vila Real , parte da Rua João Pretti até esquina com Antonio Engrácio –
São Silvano)
CONSIDERAÇÔES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 02 (dois) ajuntadores : Lindomar e Adilson ( Garis
Comunitários

ROTA 08
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1264 (Locado)
MOTORISTA : Rubens
AJUDANTES : Luciano (PMC)
: Julio César (GC)
: Varley Camilo Alves (PMC)
BAIRROS: Olívio Zanotelli, São Vicente parte baixa, Colatina Velha, Santa
Margarida coleta no CEFET, IBC coletando também na Casa de Detenção,
saindo pela Rua Pedro Epichin até o Batalhão da Polícia Militar.
604
CONSIDERAÇÕES:
 Coleta realizada por 02 (dois) Ajuntadores: Valdecir Pereira (PMC) e
José Balbino (SANEAR)

ROTA 09
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2137
MOTORISTA : Bráulio Antonio Britto (PMC)
AJUDANTES : Josimar Luiz de Paula (PMC)
: José Nilton (PMC)
BAIRROS: Bairro São Silvano Rua Antonio Engrácio , Bairro Nossa Senhora
Aparecida, parte da Rua Antonio Del Santo, Ruas Marechal Costa e Silva, Primo
Pertel, José Gama, João Rabelo, Fidélis de Castro, Querubina Negrelli, Denis
Rodrigues, José Henrique de Castro e Afonso Schwab.
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizado por 02 (dois) ajuntadores – Garis Comunitários: Adilson
e Lindomar.

ROTA 10
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 13:00 hs
VEÍCULO : Paca MQT 1266 (Locado)
MOTORISTA : Gilmar
AJUDANTES : José Nascimento
(SANEAR)
: Marcondis P. Soares
(PMC)
: José Barbosa da Silva (PMC)
BAIRROS: Santo Antonio : Ruas Anízio Souza Passos, Benjamin Constant,
Arthur Bernardes, Francisco T. Tardin, parte da Rua Padre Manoel da Nóbrega,
Marechal Deodoro e Escadaria da Rua Santos Dumont, Bairro Santa Helena,
Parte da Rodovia Colatina a Graça Aranha, saída para Cachoeira do Oito,
605
Rodovia Colatina a Marilândia até a antiga pedreira da PMC, Bairro Maria das
Graças parte da Av. Brasil até esquina da Rua José Azevedo.
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Serviços realizados por um Ajuntador: José da Silva Barbosa (PMC)

ROTA 11
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Ailton Grassi
(PMC)
AJUDANTES : Almiro Gomes da Silva (PMC)
: Elias de Jesus (GC)
: José Luiz dos Santos (PMC)
BAIRROS: Córrego do Ouro ( Rua Fioravante Zanetti), Bairro Carlos Germano
Naumann as Ruas José Tozzi, Santa Luzia, Rodovia do Café até o Ponto final
do ônibus, Rua C, Rua Projetada nºs 1 e 2, Matadouro, Morro do Café e Morro
do Liberato.
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por um ajuntador José Carlos de Paula (PMC)

ROTA 12
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA – Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 (locado)
MOTORISTA : Antonio
AJUDANTES : José Darci Zotelle (PMC)
: Elizeu Pires (PMC)
BAIRROS: Alto Vila Nova ( Barão de Mauá II, Rua João da Mata), Bairro Luiz
Iglesias e Praça Sol Poente.
CONSIDERAÇÕES:
606
 Locais de difícl acessos
 Coleta realizada por um ajuntador Edivaldo Mendes (PMC)

ROTA 13
TERÇA, QUINTA E SÁBADO – Após as 7:00h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Reginaldo Souza Martins
(SANEAR)
AJUDANTES : Marcelo Poncha (PMC)
: Pedro Vicente (GC)
BAIRROS: Residencial Nobre, Moacir Brottas ( parte da Rua Frederico Arthur
Loss e Arnaldo Cotta), Bairro Jardim Planalto e Bairro Vista da Serra ( Rua
Esmeralda, Luiz Murad e Helio T. Carvalho).
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 02 (dois) ajuntadores José João e Sebastião
Mariano ( Garis Comunitários)

ROTA 14
TERÇA, QUINTA E SÁBADO – Após as 7:00 hs.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 (locado)
MOTORISTA : Gilmar
AJUDANTES : Marcondis P. Soares
(PMC)
: José do Nascimento (PMC)
: José Barbosa da Silva (PMC)
BAIRROS: São Pedro, parte de São Silvano ( Ruas início da R. Cícero
Guimarães, parte da Rua Pedro Giurizatto, Rua Ângelo Balarini, Rua Olívio
Costa Ferreira, Rua Simplicio Cardoso, Rua Guiomar Scarpatti e Rua Cearense),
Bairro Santa Mônica, São Diego .

ROTA 15
607
TERÇA E QUINTA – Após as 13:00 h.
SÁBADOS – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 ( locado)
MOTORISTA : Gilmar
AJUDANTES : Marcondis P. Soares
(PMC)
: José Nascimento (SANEAR)
: José Barbosa (PMC)
BAIRROS; José de Anchieta ( via Santa Casa) Rede Gazeta Noroeste,
complexo do CTE, BR 259 Via Colatina/Itapina, Posto Dallas, Motel Flowers,
Bairro Colúmbia e Colégio Edessa.
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por 02 (dois) ajuntadores: José Balbino (SANEAR) e
Valdecir Pereira (PMC)

ROTA 16
TERÇA E QUINTA - Após as 13:00h.
SÁBADOS – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1264 (locado)
MOTORISTA : Rubens
AJUDANTES : Júlio César Rodrigues (GC)
: Luciano Felipe (PMC)
: Varley Camilo Alves (PMC)

BAIRROS; Lacê : Viação Águia Branca, Marilândia, SEST/SENAT, Rua


Fioravante Rossi (parte), São Brás , Santo Martinelli ( nos Becos 1, 2, 3, 4 e 5 e
Honório Fraga.
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Os serviços são executados por 02 (dois) ajuntadores: Lindomar e
Adilson – Garis Comunitários.
608

ROTA 17
TERÇA E QUINTA – Após as13:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2137
MOTORISTA : Braulio A. Brito (PMC)
AJUDANTES : Josimar L. de Paula
(PMC)
: José Nilton (PMC)
BAIRROS: BR 259 ( Colatina/João Neiva), Trevo de Barbados,Barbado,
Baunilha, Vila Juquita e São Gabriel de Baunilha
CONSIDERAÇÕES:
 No Distrito de Boapaba coleta caixa estacionária às Quinta-Feiras.

ROTA 18
TERÇA E QUINTA – Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2147
MOTORISTA : Ailton Grassi
AJUDANTES : Elias de Jesus (GC)
: José Luiz dos Santos (PMC)
BAIRROS: São Silvano ( Ruas Marcilio Dias, Córrego estrela) e Bairro Azul
(Carlos G. Naumann)

ROTA 19
TERÇA E QUINTA |- Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1266 (locado)
MOTORISTA : Rogério
AJUDANTES : Elizeu Pires (PMC)
: José Darcy Zotelli (MC)
BAIRROS: São Marcos
609
ROTA 20
TERÇA E QUINTA – Após as 17:00 h.
SÁBADO – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa 1264 ( Locado)
MOTORISTA : Antonio
AJUDANTES : Elizeu Pires (PMC)
: Darcy das Neves (PMC)
BAIRROS: Simonassi, Fioravante Marino,
CONSIDERAÇÕES:
 Locais de difícil acessos
 Coleta realizada por um ajuntador Elizeu Pires (PMC)

ROTA 21
AS TERÇA – FEIRA – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1264 ( Locado)
MOTORISTA : Rubens
AJUDANTES : Júlio César (GC)
: Luciano Felipe (PMC)
: Varley Camilo (PMC)
BAIRROS:Apoio no Bairro Vista da Serra, Fábricas de Confeções ( trpos) lado
Sul.

ROTA 22
AS QUINTA- FEIRAS – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1264 (Locado)
MOTORISTA : Rubens
AJUDANTES : Julio César (GC)
: Luciano Felipe (PMC)
: Varley Camilo (PMC)
BAIRROS: Confecções (Trapos) – lado Sul e Norte, Vidraçarias.
610

ROTA 23
QUARTAS-FEIRA – Após as 17:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 1264 (Locado)
MOTORISTA : Antonio
AJUDANTES : José Darcy Zotelli (PMC)
: Elizeu Pires (PMC)
BAIRROS: Santo Antonio do Mutum e Cerâmica Fereguetti

ROTA 24
QUINTAS-FEIRA – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MPS 2137
MOTORISTA : Bráulio A. Brito (PMC)
AJUDANTES : Josimar L. de Paula
(PMC)
: José Nilton (PMC
BAIRROS: Rodovia do Café, 15 de Outubro, Campestre, Ponte do Pancas e
Reta Grande
CONSIDERAÇÕES:
 01 (uma) caixa estacionária em Ponte do Pancas e 02 (duas) na Reta
Grande.

ROTA 25
AS SEGUNDAS-FEIRA 07 horas
QUINTA-FEIRA– Após as 07:00 h.
VEÍCULO :Placa MQT 2958
MOTORISTA : Pedro Paulo Milanez (PMC)
AJUDANTES : Darcy das Neves (PMC
: Manoel Messias (PMC)
: José A. Rodrigues (PMC)
611
: José Moreira (GC)
BAIRROS: Ayrton Senna
CONSIDERAÇÕES:
 As Segundas-feiras apoio ao Restaurante Drink, Av. Silvio Ávidos até a
Viação Joana D’Arc

ROTA 26
TERÇAS E QUINTAS – Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 2958
MOTORISTA : Pedro Paulo Milanez (PMC)
AJUDANTES : Darcy das Neves (PMC)
: José A. Rodrigues (PMC)
BAIRROS: Santos Dumont e Vila Amélia
CONSIDERAÇÕES:
 Coleta realizada por 01(um) ajuntador José MoreiraC)

ROTA 27
SEGUNDAS, QUARTAS E SEXTAS – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 2958
MOTORISTA : Pedro Paulo Meilanez (PMC)
AJUDANTES : José Darcy Zotelli (PMC)
: Manoel Messias (PMC)
: José A. Rodrigues (PMC)
BAIRROS: Parte de Novo Horizonte e parte do Honório Fraga as Ruas; José C.
Andrade, Agostino Nogueira, Amarilio Caiado Fraga, Aurélio Bonatto e Rua Tupi.

CONSIDERAÇÕES:
 As Sextas – Feiras continuação da Rua Fioravante Rossi ( após o Frisa)
e Rua Projetada ( Bico da Coruja). Coleta realizada por 01 (um)
ajuntador: José Moreira
612

ROTA 28
QUARTAS E SEXTAS- FEIRA - Após as 07:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 2958
MOTORISTA : Pedro Paulo Milanez (PMC)
AJUDANTES : Darcy das Neves (PMC)
: Manoel Messias (PMC)
: José Alves Rodrigeus (PMC)
BAIRROS; Morada do Sol, Rua Projetada atrás da Garagem da Viação são
Gabriel, parte da Rua João José Spelta, parte da Rua Padr Manoel da Nóbrega,
parte da Rua Marechal Deodoro.
CONSIDERAÇÕES:
 Coleta realizada por 01 (um) ajuntador José Moreira (GC)

ROTA 29
TERÇAS E QUINTAS-FEIRA – Após as 13:00 h.
VEÍCULO : Placa MQT 2958
MOTORISTA : Pedro Paulo Milanez (PMC)
AJUDANTES : Darcy das Neves (PMC)
: Manoel Messias (PMC)
; José A. Rodrigues (PMC).
BAIRROS ; Novo Horizonte (parte), Polícia Ambiental, Rua Maria Tereza Bertolo,
Travessa A, B, C, D e Rua Bom Pastor, Rua Cariacica.
 Serviços realizados por um ajuntador: José Moreira (Gari Comunitário)
613
APÊNDICE 8
Horários e dias de coleta em cada bairro e distrito
614
APÊNDICE 9
Mapa de localização das unidades de manejo de Resíduos Sólidos
615
APÊNDICE 10
Plantas dos pontos viciados e áreas degradadas pela disposição
inadequada
616
APÊNDICE 11
Mapas de esgotamento sanitário
617
APÊNDICE 12
Questionário para diagnóstico técnico e participativo da situação do
saneamento básico e da gestão dos resíduos sólidos

BLOCO 01: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

O município possui Plano Diretor Municipal (PDM) aprovado? Qual é o número


da Lei? (Informar a existência e possibilidade de disponibilização de arquivos
digitais ou cópias, do texto da lei, bem como de todos os seus anexos)
RESPOSTA: Sim, Leis nº 5.273/2007 e 6042/2013.
Em sua opinião, o PDM continua atendendo a realidade municipal ou já caminha
para a necessidade de revisões de alguns de seus artigos e anexos? No caso
da necessidade de revisões quais seriam as mais urgentes?
RESPOSTA: Atende, tendo em vista a revisão realizada através da Lei 6.042
de dezembro de 2013.
O município participou do Plano de Desenvolvimento Local Sustentável
(PDLS), implementado pelo Governo do Estado, com o objetivo de definir
diretrizes estratégicas de apoio ao desenvolvimento local e propostas de
ordenamento territorial? Dos anteprojetos de lei elaborados (Perímetro Urbano,
Código de Obras e Edificações, Código de Posturas, Parcelamento do Solo
Urbano e Código de Meio Ambiente) quais foram aprovados? Citar o número da
lei. (Informar a existência e possibilidade de disponibilização de arquivos digitais
ou cópias, do texto das leis de perímetro urbano, bem como de seus anexos)
RESPOSTA: NÃO RESPONDERAM.
Na(s) área(s) urbana(s) do município existem concentrações de comércio e
indústrias? Onde estão localizadas estas concentrações? (Citar bairros e
principais vias e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: Sim, o comércio está concentrado no Centro da Cidade e no
Bairro São Silvano.
Centro: Av. Getúlio Vargas, Rua Alexandre Calmon, Rua Expedicionário
Abilio dos Santos, Rua Geraldo Pereira, Praça Municipal, Rua Hilário
Delaqua, Rua Santa Maria, Praça Frei José, Rua Michel Dalla, Rua Cassiano
Castelo, Travessa Tulio Margotto.
São Silvano: Av. Silvio Avidos e Rua João Pretti.
618
Industria: Estão dispensas em vários bairros: Polo Industrial Mario
Cassani, Polo Empresarial (BR 259), Bairro Maria das Graças, Bairro Carlos
Germano Naumann, Bairro Columbia, Bairro São Silvano. Distrito de
Boapaba, Distrito de Angelo Frecchiani. Bairro Santa Margarida.
Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as
residências de mais alto padrão? (Citar bairros e principais vias e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: Bairros: Noêmia Vitali, Marista, Maria das Graças,Fazenda
Vitali(Santa Clara, Vila Noêmia, Monterosso, Recanto dos Pássaros),
Moacyr Brotas, Jardim Planalto, Santa Mônica e San Diego.
Com relação ao crescimento urbano, quais são as regiões onde se observa o
crescimento da cidade (expansão urbana), em que direção? (Citar bairros e
principais vias e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: A Cidade expandiu a leste e principalmente no sentido norte
onde estão localizados principalmente os loteamentos destinados ao
programa MCMV e ao longo da BR 259(Bairro Columbia e Distrito de
Baunilha).
A expansão verificada a leste da margem direita do Rio Doce, ex-fazenda
Vitali (loteamento Noemia Vitali, Monterosso, Santa Clara, Caminho da
Floresta, entre outros, desmembrados da gleba fazenda Vitali), destinados
à população de alta renda e entre o centro e o Bairro Luiz Iglesias.
Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as
edificações de maior importância patrimonial, ou seja, aquelas em que o
município tem interesse de preservação do bem arquitetônico? (Citar endereço
e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: Casario do Distrito de Itapina (resolução CEC 003/2013),
Prédio da Câmara Municipal de Colatina(decreto 5.915/2012, Colégio
Aristides Freire (decreto 5.915/2012), Catedral de Colatina(Decreto
5.246/2006), Iate Clube(decreto 5.915/2012), Igreja Nossa Senhora da Saúde
no Distrito de Baunilha, Casa da Cultura, Centro Social Virgínia Calmon em
Baunilha, Biblioteca Municipal de Colatina e Antiga Estação Ferroviária na
Praça Sol Poente.
Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as áreas
mais precárias, onde vivem famílias de menor poder aquisitivo e em situação
precária (loteamentos irregulares e habitações improvisadas) ou de risco (áreas
sujeitas à inundações, alagamentos e deslizamentos)? (Citar bairros e principais
619
vias e elaborar mapa de localização, especificando cada situação de
precariedade)
RESPOSTA: De acordo com IBGE (censo 2010) o há no Município cinco
aglomerados subnormais: Morro do Café (população 350), Novo Horizonte
(população 468), São Brás(população 228), São Judas Tadeu(população
1.308) e São Marcos(população 1.625).
Foram assim caracterizados em decorrência de lotes de tamanhos e formas
desiguais, vias de circulação estreitas e alinhamento irregular, inclinação
das vias com alta declividade.
Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizados os novos
loteamentos (surgidos nos últimos 05 anos), regulares e irregulares? Dos novos
loteamentos citados todos foram aprovados pela prefeitura municipal? Quais
desses loteamentos são destinados à população de mais alta renda e quais são
destinados à população de baixa renda?(Citar bairros e endereços e elaborar
mapa de localização, especificando cada situação de precariedade)
RESPOSTA: Todos os loteamentos implantados e em fase de implantação
tem a aprovação do Município.
Os loteamentos Ayrton Senna, João Manoel Meneghelli, Parque das Águas,
Renzo Morelatto, Vicente Soela I, II e III atendem ao programa Minha Casa
Minha Vida,
Os Loteamentos Vista do Vale, Residencial Sol Nascente, Loteamento
Reinaldo Guerra são destinados a população de mais baixa renda,
Os loteamentos Santa Clara, Condomínio Residencial Caminho da Floresta,
Residencial Village Jardins I e II, Monterosso, Vila Noemia, Anete Vitali
(desmembrados da gleba fazenda Vitali), Loteamento Universitário,
Loteamento Talin, Residencial Riviera II e III Loteamento Itajuby,
Loteamento Ratinho, Loteamento Casa do Menino, Residencial Alto da
Lagoa, Loteamento Guilherme Cofler, Loteamento Américo Ferrari,
Loteamento Villagio Pancieri, Residencial Villa Verdi, Recanto dos
Passaros, Condomínio Brotas são destinados a população de média/alta
renda.
Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as mais
importantes áreas naturais, podendo ser rios, lagos, lagoas, formações
rochosas, áreas de mata natural, entre outras? (Citar bairros/localidades e
elaborar mapa de localização, especificando cada situação de precariedade)
RESPOSTA: Junior Loss
620
BLOCO 02: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO
No caso do município possuir Plano Diretor Municipal (PDM) aprovado, existe
definições das áreas de interesse social ou zonas de especial interesse
social (ZEIS)? Como estão divididas (por nível de precariedade? Por
importância ou definição de investimentos? Outro tipo de definição?) e quais são
os bairros inseridos nestas zonas? (Citar bairros e principais vias e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: Conforme Lei nº 5.273, e 6.042/2013, estão divididas pela
proximidade com áreas já urbanizadas.
No caso do município não possuir Plano Diretor Municipal (PDM) aprovado,
existem definições das áreas de interesse social ou zonas de especial
interesse social (ZEIS)? São aprovadas em lei? Como estão divididas (por nível
de precariedade? Por importância ou definição de investimentos? Outro tipo de
definição?) e quais são os bairros inseridos nestas zonas? (Informar a existência
e possibilidade de disponibilização de arquivos digitais ou cópias, do texto da lei,
bem como de todos os seus anexos e/ou citar bairros e principais vias e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: O Município possui PDM (Leis 5.273/2007 e 6.042/2013) onde
estão definidas as ZEIS e estão próximas a áreas já urbanizada.
Com relação aos últimos 5 anos, quais foram os investimentos dos governos
municipal, estadual e federal em melhorias de infraestrutura (sistema viário,
saneamento básico, drenagem de rios e córregos, ferrovias, aeroportos, entre
outros)? Dentre os investimentos citados, pode-se afirmar que estão em que fase
(elaboração de projeto, aprovação e licitação, execução, já concluídos)? De que
forma estes investimentos irão melhorar a vida da população municipal? Onde
estão localizados estes investimentos? (Citar bairros e endereço e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: Saneamento: Programa de Desenvolvimento Urbano e
Saneamento Ambiental de Colatina, que está em implantação e prevê o
afastamento e tratamento de 100% do esgoto da área urbana do Município.
Construção de reservatório de água tratada na ETA I,
Construção de reservatório de água tratada na ETA II,
Rede de distribuição de água tratada para o Polo Industrial Maria Ortiz,
Rede de distribuição de água tratada para o Polo Empresarial (BR 259),
Mobilidade: Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana,
Reforma da Ponte Florentino ávidos,
621
Pavimentação de vias.
Construção da variante da ES 080 x BR 259.
Rodovia Colatina x Itaguaçu via Pontal
Melhoria do aeroporto regional
Com relação aos últimos 5 anos, quais foram os investimentos dos governos
municipal, estadual e federal em melhorias da condição habitacional da
população? Existiram projetos de regularização fundiária, remoção de famílias
e/ou construção de novas habitações de interesse social? Dentre os
investimentos citados, quantas famílias foram beneficiadas em cada projeto?
Dentre os investimentos citados, pode-se afirmar que estão em que fase
(elaboração de projeto, aprovação e licitação, execução, já concluídos)? Onde
estão localizados estes investimentos? (Citar bairros e endereço e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: O Programa de Regularização Fundiária, realizado nos Bairros
Aeroporto, Bela Vista, Olivio Zanotelli, São Judas Tadeu, Bela Vista, Ayrton
Senna, Ponte do Pancas, Morro Azul, Fioravante Marino e Columbia
(Torezani), possibilitou a regularização de 3.969 imóveis.
Implantação do Programa Minha Casa Minha Vida, com os conjuntos
habitacionais, Ayrton Senna (303 unidades), Renzo Morelatto (174
unidades), Vicente Soella I (227 unidades), Vicente Soella II (103 unidades),
e Parque das Águas (552 unidades).
Está em implantação o conjunto habitacional Vicente Soella III com 443
unidades.
Dos investimentos citados nas perguntas 13 e 14 quais deles atendem de
alguma forma, as diretrizes previstas no Plano Diretor Municipal?
RESPOSTA: Todos Atendem.
Em sua opinião, com relação aos empreendimentos citados nas perguntas 13 e
14 existem impactos negativos com as obras? Quais seriam estes impactos?
RESPOSTA: Aumento da demanda de transporte público, grande impacto
no tráfego rodoviário em algumas vias arteriais, produção de RSU, expõe
a fragilidade do tecido social (vulnerabilidade), demanda por
estabelecimentos de ensino, creches, assistência social, lazer e recreação
e unidades de saúde.
BLOCO 03: DIAGNÓSTICO DE HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
URBANO
622
O município possui Plano local de habitação de Interesse Social (PLHIS)?
(Informar a existência e possibilidade de disponibilização de arquivos digitais ou
cópias, do texto do plano, bem como de todos os seus anexos)
RESPOSTA: Sim, Arquivo anexo.
Na ausência do Plano Local de Habitação de Interesse Social, quais são as
medidas da municipalidade relacionadas ao tratamento do déficit
habitacional? A) Existem programas e políticas específicas no município,
voltados para a habitação (aluguel social, minha casa minha vida, entre outras)?
B) Existem projetos de regularização fundiária de alguma região? C) Existem
levantamentos de demandas por novas habitações de interesse social? (Citar
bairros e regiões, bem como número da população atendida e elaborar mapa de
localização)
RESPOSTA: O Município possui PLHIS
O município conhece o quantitativo do déficit habitacional atual, qual é?
RESPOSTA: Segundo dados do IBGE (Censo 2010) o déficit do Município
é de 3.499 (Urbano 3.325, Rural 174) unidades assim distribuídos (renda):
Sem rendimentos: 25
De 0 a 3 salários mínimos: 2.563
De 3 a 6 salários mínimos: 513
De 6 a 10 salários mínimos: 294
Acima de 10 salários mínimos: 129
O déficit está assim composto:
Precários: 429
Coabitação familiar: 1.240
Ônus excessivo com aluguel Total: 1.711
Adensamento excessivo de domicílios alugados Total: 129
Inadequação de domicílios urbanos /Abastecimento de água Total: 411
Inadequação de domicílios urbanos / Esgotamento sanitário Total: 1.741
Inadequação de domicílios urbanos / Iluminação elétrica Total: 86
Inadequação de domicílios urbanos/ Adensamento em domicílios próprios
Total: 342
Inadequação de domicílios urbanos / Destino do lixo Total: 272
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Nos últimos 5 anos o município foi contemplado pelos programas do governo
federal PAC e/ou Minha Casa, Minha Vida? A) Quando e como andam as obras
(elaboração de projeto, aprovação e licitação, execução, já concluídos)? B)
Quais são os bairros e quantas famílias serão beneficiadas? C) No caso do
Minha Casa, Minha Vida, as famílias que ocuparão as novas habitações
atualmente moram em quais bairros/regiões? (Citar bairros e regiões, bem como
número da população atendida e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: Sim, há até o momento 1.358 famílias beneficiadas,
distribuídas nos seguintes bairros: Parque das Águas, João Manoel
Meneghelli, Renzo Morelatto, Nilson Soella I, II.
Há em implantação outro conjunto dentro do MCMV (Nilson Soella III) com
443 unidades habitacionais a serem entregues até dezembro do corrente
ano.
Existem áreas ainda desocupadas (ou em fase de desapropriação) destinadas à
implantação de programas habitacionais? Onde estão localizadas? (Citar
bairros e regiões e elaborar mapa de localização)
RESPOSTA: Há áreas já parceladas destinadas a programas habitacionais
por parte da iniciativa privada.
Quanto ao Município não há até o momento projeto de desapropriação com
este objetivo.
Quais são os bairros mais precários do município? As precariedades estão
relacionadas à quais problemáticas (renda familiar, violência urbana, falta de
infraestrutura, precariedade habitacional, risco de alagamento,
desmoronamento, inundação, outras)? Onde estão concentradas as famílias que
sobrem diretamente com os problemas de saneamento (lixo acumulado e/ou
esgoto diretamente lançado em cursos d’água)? Quantas famílias,
aproximadamente, vivem em cada bairro? (Citar bairros e regiões e elaborar
mapa de localização)
RESPOSTA: XV de outubro, Parte do Bairro São Marcos, Bairro Fioravante
Marino, Bairro Santos Dumont, Bairro São Pedro, parte do Bairro Vila
Amélia, parte Bairro Santo Antônio, partes altas do Carlos Germano
Naumann, Ayrton Senna. Bairro São Judas Tadeu, Colatina Velha, Alto São
Vicente, Parte do Bela Vista, parte do Bairro Operário, parte Bairro
Perpétuo Socorro, parte Bairro Olívio Zanotelli, Parte do Bairro Vila
Lenira(buraco da comadre).

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