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Arte,literatura

e seusagentes
Em todos os tempo' em todos os lugarcs,homense mulheres
de difercntesculturcs,costume' credos,etniaspÍoduzíram arte.
Por quê7O que é afte? O que explìcaesseimpulsode criação, i
essane.ess/dadede manífestarsímbolícamente a vida?
Ao longo destecapítulovocêpoderá pensarsobreeiias guestões.
Elasintrcduzem uma reflexãosobrealgunsaspectos
do conhecimentoe do fãzer humano.

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Haring,Keith Ándándona chlva 24o!t.1989


Esmate e acril.o sobrêtelê, 1,82cm x 2,43 cm

CAP|IULa
1
O que vocè deverá saberao
Í. Observe o quadrode KeithHaring.
r Quecores predorn
nam?
L Q Uê r elaç ãa ê x i J te e rtrê r Quefigura(s)você
vêp ntâdãG)
noquãdrol
ârte e reptêsêntaçào.
2. ot possívek sentídos atri- 2. JuliaGruen,curadora de umâdâsexposições
on /inede KeìthHa-
sobreo quadroapresentado:
ring,Íez a seguinteafirmação
3. Quais agentes pafticípan O qur.lro fü um:1retèÌôrÌcìa produzntlspelâpolui
àsmuraçi)cs
da produçâo artístìca. ção e pela chu\ã á.i.h.
é
4, Que relaçãohá entre arte e r Comoâsimaqens
do quadrotraduzem
essaintençáo?
Ao respondel
considere
também
o títuo daobra.
. As íunções do texto lite-
3, O modocomoHaringpintouessequadronosobrigaa interpretar
o olhardo artìstaparâa realidade, comessaâÍir
Vocêconcorda
. Qual é à ìn'portância do
mação? Justifique.
leitor para o texto lìterário.
4. A Íot o a s e g u irmo s t ra o e Í e it o d a c h u v â é c iduôma
e mÍ lo res t a d a
A lem a n h a ,

Queelementos dafoto vocêdestacara?


Obserue provocado
o contraste pelascoresda
produz?
CompaÍea lotocorÌìo quêdro
deKeth Harn9:quêrs
sãoas nten(oes
decadauÍf? Comofealzam essasintençÕes?

KeithHaring(19581990)peF
tenceÈ ger!çáode aÍnas norte DeÍinesetexto conìoa go quê podêsêrlido ê intêrpretado, q!€ pro
anìercênos do5ano51980qLe pÕeLrmsentidof na d Íer€nÌ€do senÌdo de cadaurnada5partesoLre ê
agregoLr êsartesplê9tcas ouÌras r.entoç qLrêo constrtLrem,
q!e suq€reou rev€! uma nten!áo e5pê.i1ca
fôrmasdeartê mrãdac! turah/P'
hop,sLra obraaliolrelêrnentosda QLrândofa ãmos dê texto, poÍtanto, dentí.ãnìos LrnìLrsodâ llngLra-
culturêpop(exÍ.ídosdo Lrnverso geìÌ (vefba oLrnão-vêfba ) q!€ tenì s qn íicãdo,un ddd€ (é LrrfconlLrnto
dâ lV e dasHQs)âoLrnv€Ísodas e n ìqLrêaspârÌesgam 5eLrmae èsouÍat e ftenção oquecontêÍê exç
ruas(cãÍÍos,
vioêncìâ, rìu Ìdóês). tênciaão têxto é sLrâpo5sb dddede eiur. e de nterpreta(ao

r Combasenessas nformações, o quadrode Keith


vocêconsideraria
Explque
Narng Lrmtexto?Èa foto daf oresta?

Ádê, /rlêËturáe Je!5a.renies 3 I


IITERATURA
-

Artee representação
Nafoto dachuvaácÌda,ldentficamoselementosdaÍeaidadequenossão
O quadrode HarngtaTnbém
famI ares,comoa chuvae asárvores. nosremê-
te a elementos cornoa próprachuvã.
da realdade, IvlasnestêelaapaÍece
Tecfiaoa,
TepÍeSenraoa.
O quedistingue
realdadedef cção?Esses
dosconcetossãornuiioimportan-
tesquandotrabaharnoscoma eituradetextosveÍbas ou não-verbais.

i
Realidâdêé tudo âquiloque exlsteno mLìndoconhecdo,que ìd€ntiíjcamos
como concretoou qLrerêcontìêceraos coÍnovefdadero
A Íicção,poÍ sla vez,relaciona-se
à cr ação,à invenção,
à fantasa, ao magnáro
Nessesentido, aliccão pfomoveaconstruçãode uma reãlidade paÍdatender
a unì obj€tvo especítico(pronìovera reflexão,encantaÍ,crticêr,divertir,etc.) Os
nundos f cc ona s podemcoÍesponderè rea dade,talcomo a conheceíìros, ou
propornova5rea dêdes,intelraÍn€nÌeimaginadas.

Assirn,todâobíã de arteé urnarepresentação


da realidade.l\4esmo
quando seocupadee ementos emquepodeÌ|osI
da é Íepresentação.
Observe estequadrode Caravaggio,
plntoÍ taiano do
sécuo XVI.
Nessequadro,TeconheceÍTros
e erÌìentosdo rea, comoasfrutas,
a cesta,o aparadoÍ. N,4as
asfÍutas,
pintadas conìbrÌhoe ÍeaisÍÌìo,es-
. tãocurdadosamente coocadas em
urÌìacestae o rnodocomo-ostão
2 disposÌas atÍa o o har,formando
urnacompos çãoconcebida para
q!e todaselasapaÍeçam, paraque
ãs ÍolhêsLaterais criemum certo
equilibÍio.
Trata-sedeurnarepÍesen-
tação,porquea orgânizãção do
quadrorevela o ohar singuar do
artista,que escolheu um modode
repÍesentarfrutas e folhasparacau-
sãrdetêfrninada impressão no ob-
seÌvador

CaÍaragdo,
Cesta
de ftutas,15-71
Óêô5obre1ea,47
cmx 62cm.

Algunssentidos
daarte
A históradêhumandadeé maÍcêda pelacÍiaçáodeobletosqLte
nosaux
iam a superãrnossasirnitaçõesfísicas.
UrÌìtelescóp po
o, r exemplo,Íunciona
comolma poderosa extensão do o ho hurnano. Tratores
e máquinaspeTm,
tem quea teía selatrabalhada de modornaisrápdo e êf c ente.
Pormeiodâ observáção e da análsedesses obietos,podemosforrnuar
a gurnashipótesessobreasd ferentes necess dadesquesempredesafiaÍam o
seTnumano.

. 4 CAP|TULa
1
TITENA T U R A
-

As crações,porém,nãoselm taTamà nvenção e à produçáode objêtos


de usoprátco.A arteseÍÌìpÍe
ocupouugar signiflcatvo navidade todasas
socedades humanas. OsmaisantigosobletosartístcosquechegaÍam aténós
l sáopequenas figuras porvoltado ano25000a.C.Supóe-se
esculpidas que,
? com o auxíiodessas imagens,nossosantepassados tentavamcontrolarou
aplacarasfofçasdanatureza.PaÍaeies,
símbolos deanirnais e pessoas
tinham
urnasigniÍcaçãornágica,sobrenatural.
Queimpusolevounossos anceirra
s a rcpÍesentaTem,dealgumamaneira, a
vidaque evavam e o quesentâm?EpoÍque,desdeentão, todososseÍeshurna-
nos,emtodasasculturas, emtodososternpos e lugaÍes,produzirarn
arte?
{
"Vênusd€Wi erdorf,enatueta de
cací o do períodoPae! il co
r O queé arte,afinal?
Superor(cêrca
dê25000â 22000
a.C.),encôntrêdêem1908nas AsmutasÍespostas possíveis
paraa pergunta sobÍeo quedeíineartevaria-
proxmdades dac dadede ÍaÍÌì mensaÍÌìenteao longoda história.
W I endorf,naAustÍia. DuranteÍlìutoterÌìpo,a aÍtefo entenddacoÍÌ,carepresentãçãodo belo.
Maso queé belo?O queessapaavras gníicaparanós,ocidenta s,hoje,
e o ques gnifcouparaospovosdo Otienteou paraoseuTopeus quevvêram
na ldadeN,4éd a?
NaAntigúdade,por exemplo, o beloestavacondc onadoaoconceitode
harmona e proporção entreas JotnTas. Poressernotvo,o idea de bêlêza
í entreosgregos ganhaforma nareprêsentaçãodosseres humânos. vstoscomo
modelode pêrfeiçáo.
Noséculo XlX,o Ronìantismo adotaíáossentimentose a irnagnaçáo como
princíposdacraçãoaftístca. O belodesvincula-se dahaÍmon a dasÍorrnãs.
Do sécuo XXem diante,dlferentes íormasde conceber o signficadoe o
mododo íazeÍaÍtístco impuseraÍn novasreÍexÕês ao campoda ane.Desde
êntão,e a deixade seraÌlenasa representa(áo do bêo e passêa expressar
3
tambéÍlìo rnovimento, geométrcâ clasÍormasexis
a luzou a interpÍetêção
têntes,ou até recrando-as. EÍna gunscasos, chegaa enfrentar o desaÍo de
representaro nconsciente humano.Portudoisso,a artepodeseÍentendida
comoã peÍmanente rê(riação de umalinguagem.
Afìrma-se tanìbém, entretanlasoutÍaspossiblidades,comomeìodeprovo-
cara reflexãonoobservadoísobÍe o lugêrdaprópraartênasocedadedeconsu-
moousobrea relaçáo entreo pÍóprioobservadore o objetoobservado. Ouseja,
a artepodeserurnaprovocação, espa(odê reflexãoe dê interrogação

As váriasformasda arte
Quando lmprm u sla arienaspêredes
dãscavernas,
oserhumano conìeçou
a
sevãleÍ paracriarrepÍesentaçÕes
de nìagens e daprópravda.Desde
domÌrndo
êntão,
mìrta5outrasmaniíesta(Õês
aarkiicas
sesomafam
a èssemododeÍepre
Estátua
de umaamazona. senlaçao.
Obràdô escúiorgregÕCréslas, Pintura,
esorltura, r.ú-
sécVlVa.C.Nâânegrega,
Ë
f otogÌâ-
sica,arqlltetuÍa,
a beezasemaniÍeÍanaharmon a fia,dânçâ, c nema,ltera- ?
e napÍoporçãold,ê.dasÍorma5 tuÍã ora € escÍitasãoa
gumas dasmaniÍeíaçÕes
da aircqueconhecemos
t'é
hoje€ pormeiodasquas
podemos coníruirmun- :
doslccionais e expÍessar 5
nossas lnterpretaçÕ-ôs da 3
realìdadee os rnodosde Cenado espetéculoSáhwáãd Ruada encanÍrc,
5ãoPauo,2004D reçãoe co.c€pçáode valdoBêrtàzo

Arte,lìteãÍuq e seusaqentes 5 a
L I Ï ER AI U N A
-

Todacração press!póe umcriadorquefitrae a reaidadee nospermite


recria
? suainterpretaçáo.
A afte,dessepontodevista,é tambémo reÍlexodo artistâ,
e
deseusideas,dêseuÍnododevere decompreender o mundo.
Comotodo artistaestásempfenseTdoem um tempo,em umacultura
comsuahistóriae suastradições, a obrêque produzserásempre, em certa
medida,ã expressão de suaépoca,dê suacultura.
SeÍiaposívelacrescentar outrâsobservações sobreos diversos s gnifica-
dosquepodeassurnir a artea cãdaobraanalsada. No entanto, a Íeflexão
paradara medidadosrnuitoshorzontesquea arte
feta atéaqulé suficiente
nosabree dasrealzações queelapossibillta
comoformade repÍesentaçáo.

Rlbens,PeterPau. O/i//gamentode PJrÀ


(detêlhê),
1632-35. ó eosobrepaie, L Observeo quâdro de Magritte. :
199cm I 379cff O deade beleza lá Ío I No quadro,pode-seer a segunte af Ê
rnutodiferenìe
do âtual.obsetoecomose mação:"lstonãoé umamaçá".Consi
retratava
a belezâ
íeminnâne íormas deÍandoa magem,comovocêexplca-
generosâsdasmllheres renascentíâs I
Ía essaaf rmação?
r VocêconsideraÍia
a propoíade Mâgrtte -e
umaobrade arte?
Mêgritte,
René.
btonãôé ,na maçã,1964 3
Ë
Oleo
sobreÌela,152côrx 100.m.
A p ituÊ deReiéf,1à9t1e(1898-1967) marco!
ê anedosécu o XX.Sêlsquãdlosnterrcgân a
própÍia natlezadap nturae ê açãodo p nror
sobreaimaqemComumhumorcoÍosvo, j
Íezdap ntura.strúmentode
l\,4agrte um
côrhêcmentoln*pârávedo mstéro.
ó
2. Leiaagora esteÍrâgmento de'4 mefâmorfose.
Reparecofiìoeementosdo mundorea contrbuempaÍãqu€,como eito-
res,ãceitêmosa cÍaçãoíiccionalpropostapelonaffãdor.

Qumdo certa mmhà CÌegor Smsa âcordoü de sonhos inhãnqülos,


emquadrinhos
Metamorfos€ encontÌou4e em sua cma meramorfoseado nun insero monstruoso. Estz-
va deitado sobre suascostâsdüâs como couraça e, âo lelântãr um pouco a
cab€ça,\'iu Fu ventre abaulado, mürom, di\idido por reÍrm! arqueaddj
n o ro p od o q u al , , úbFru I' pre\ â d..l ,r' dF \e/. Ji nd" m,l ,u' ü1hr.
'"
Suasnümerosas pernas. lastima\elÌnente finõ em comparação com o volu
me do res|o do corDo, tÍemuÌavam desâürDüadas diante dos seusolhos-
o que aconteceucomigol - pensou.
Não era um sonho. Seu quâÌto; m aurênti-
co qudto hÌnâno, ú qÌìe un pouco peqÌÌe,
O artstagráflconorte-america- no demais,p€rmdecia caÌmo entre 6 qua-
no PeterKupeÍíez umaãdãptã- ht pftdes bem conhecidtr. Sobreames,
na quaÌ seespalha\q deÉmprcoiado, m
çâodeÁ melamolos€,de Kafkã,
mostÍuário de tecidos - Samsaen cai
Paraquaddnhos. Ciador da tiÍa
xeirGviajante -, pcDdia a imagem qüe
spy !.s..çpy,pLrbllcada
na.revsta
Mad eleprocurou exploraraveia ele havia recoÍtado íàzia pouco tempo
humorÍíÌcâ da história
deGÍegor de uma revista iÌusrÌada e coÌocâdo
Samsa. Kupertevea idéÌadepois nurììa bela moldua dou.nda Represen-
de descobÍir queo escritortinha tarã rúa dâmâ de châpéu de peÌe e boá
ãcessos 0e nsoao eÍ passaqens de p€le que, sentada em posição erera,
dessêobra,que,paramuitoslêi- erguiã ao enconao do espectâdoru pe
tores,é ãssustadoÍae sombÍã. edo regaÌo rãmbem de pele, no quaÌ desa
pdecia todo o seu mtebÊço.

. 6 CAPIIULO
I
I.IIERAIUR A
-

O olhd de Cregor dirigiu-se entâo para ajmcta e o tempo turvo -


ouúam-se gotas de chuva batendo no zinco do parapeito - dêixou{ in-
teiÌamente meÌancóÌico.
Í<N tA r@t. A wM'L,to-.1r ducrc: Modero t c' onr
14. sja PJLIo:Conpc a:" di truô. lqS7.
'c'mp'í.-o

r ObsêÍve asinfoÍnìãçõesdo teKo sobreo qLlaÌ


to e a píofissãode Samsa.
ComovocêcaracteÍzaria a personagem a partirdesses dados?
a Samsa"encontrou-seem suacalÍìametamorfoseado numinsetomons-
de seunovocorpojustificao adjetivodeíacado?
truoso". A descriçáo
Porquè:
r.ProcuredescÍever comovocêimagna quea personagem tenhasesen-
tido qL"ndo sedeuco.ìlàde,satÍa'ì)Ío rd!áo.
I Indiqueos elerÍìentos
que,no texto,podeÌnseÍ considerados Íeaise o
@ roa, .ç.i. a. .'totu .n.ia .
.ôrprid! uedââo?€roçô. quevocê dentfcãriacomoirÍeã|.
Reg.lo: agàslho pam 6 nãos dô folm 3. Vocêviìr que â arte pode provocar,emocionâí,retrâtar uma épo(a,
nú ou nenos cilind.icã
etc. Paíâvocê,qual dessessentidosda arte é o mâis importante?
r Qua a obía (qualmúsica,filme ou Jivro)que mehof representa
esse
sentido?Explque porquê.

r Osagentes
da produção
artística
O contextode produção de umadeterminada obrapodenosdaÍ muitas
j
p stassobÍeseusigniíicãdo e sobreasintenções dequema produziu.
E Sea aÍtenosrevelaumãmaneira devero Tnundo, cadaartistarevelaseu
o harparaa reaidadedê seutempo,seleclonando e ementosque recriaem
€ suaS00ras.
O aarìstafÍancèsMârcelDu- Histófia,cultuÍã,ldeologia,Íeligáosãoalgunsdosfatores queJazem parte
champcêusou poêrnicã aoapre- do contextodo aÍtiia e qúecohtribuem para"moldaÍ"seuolhaÍ ndividual.
sentarobjetosdo cotidanocomo Nesse sentido,podemosidentiflcaÍ, nasescolhas que Íealiza, revela-
lndÍcios
obrasde arte,considerando que doresdessecontexto.
atê entao a aÌ1eera vtstacomo No rnornento da cração,alémde expÍessãr um olhãrindvidual,o aÍtista
ê umamãnilestaçáo eevada.que ta'nbérnpÍêservd vdloese.oqtLr'ìesdaeDocde-nquevivepàídèsgeraçóes
provocação há por trás dessaes-
futuras.expressando a godenatureza coletiva,social.Eleestabelecepormeio
colhado aÌÌía?
dassuasobrasum d álogocomos seuscontemporáneos e lhespropõe uma
reflexãosobreo contextoemqueestãoinseridos.
Todaobradearteinteragê comum público.O públicopassa, portanto,a
serconsideÍâdo um interlocutor e, por lsso,''participa",de ãlgumamaneira,
dâsescolhâsque o aÌtistafêZE,ao estabelecer um diálogocoma obra,paÊ
tcipa da construçáo dossentidos queessaobrãpodeexprimir
Todaobrasemanifesta emumadeterminada linguagem, quesedesen-
volveem umaestrutura,Alémd sso,a obracirculaem determnadomeio,
em deteÍmnadosupoÍte!t lizãdopararepfesentá-la. Porexemplo,um Íil-
rneproduzido paracinema é diferente deumfilmeproduzido parâTV que
temduÍacão menore momentos adequados aoscortesdosintervalos co-
merciais. É por issoqueo meo de circuaçãopodedeterminar a manêiÍa
de seconcebef um f me.
Duchamp, lúaÌce.Rodade Muto do significado dasintenções de quemproduziuumaobrade arte
ó,ttleia,1951 Rodade rneta podeseÍrevelado peloreconhecimento
montada sobrêbancode dosvários agêntesquecontrlbuíram
paÍasuacriação: o ârtista,o contextoerf queviveu,o públicoparao quâl
128,3cm x 63,8cm x 42 cnì. a obrafoi criãdae, âinda,ã linguaqeme a estrutura emquefoi pÍoduzida
ê seucontêxtode circulação-

Áde /rte.êturde ieu5dqenter 7 I


TI TER AT U R A

Je an- M ióel B as qu i a t1 1 9 6 0
1 9 8 E ) nas c êLrem N o v a Y o rk
(EUA )f , ho de paihdita n oe mã e Observe,no quadro de Leo
p o n o - Í quênnaE m r 9 l / c o .rìe nãÍdoda Vinci,comoa Mona
ço u a gr aÍ Ì Ì aft er Ì os n a s rL ra s LìsapãÍeceestarolhandoparã
nova-iorqlinas slra cêÍe ra ga nose pensanoo em atgo,com
nhou projêçãoão 1Íabahar coÍÌr seusorrisoenigmático.
o art slaAndyWâÍho.A obraqlre
produziureÍeie assuasinflLrènc â1
cLrluras, o arìrbi€nteurbanoêíÌ-l
q l revv a, a s la c of dç ã od e a Íts

Dâ V n., Leonãdo,Mona 16ã


1 5 0 ! 0 6 O e ô 5 ô b r ên a d e r a
77.m: s:.m

r Dequemodoos€ emeftospresentes no quadro,pr ncpamenteã pai


sageÍrì,contrbuernpãraque a aten!ãode quenìo observãselãdirc
conadapaÍaa JigLrrada N4onaLsa?
r Seo hafrnos comatenção, veremogqueã pàisaqem do adoesquerdo ;
nãose "encaxa ' coma do âdodifeto. Qu€eleto ssopÍovocaquando
o hamosparaa f,/lonaLsaT
r Qu€elerììentosda pasagemajudama daÍ "movmento"ao quâdro?
agoÍa,a Íeleituraquelean-Michel
2, Observe, BasqLriat
Íez do quadro
de Leonardodã Vinci.
:
l
!
è

1
?,

Basquiat
e a nota
deumdólaÍ
A g ! n5ê ênìentos da notade urn
d ó a rapar êc €m noqLr a d Ìo d eB d s
qLrêt.Conì elsa rÊlaçãôinterlex
1 u :, o ar ts t apaf êc eq l rê s to n ê ro
r QLreeementos,presentes no qladrc de Basquat, estêbelecemuan"d á
vao f d á ar t et r adlc on aal o a tr-
bu r à va iosístm. te a de Lêonar
oqo" corno quadÍode Dêvinc ?
do o va or nì. s ba xo da5 nolâç I Que€ emeftosdo quadÍor€vearn que e e fo p ntadoem Lrrnaépocê
diíerentedaquea em quefo p ntadaa Mora l/iá?
r QueinÌerpÍelaçôes o usodê nìâqemoÍ ginalprovo.anaobrade Basq uiat?
r As nlorrìraçÕêsquevocêtenìa respeÌtoda lvlonãLsâde DaVinc nf u-
]
€ncararììo seLro harpâraa [,r]ona Lsade Basquiat? Dequ€manera1
i r Consderando dscarãderíst casdo quadÍo anaisado, qu€t po de públ
co, na sLraopinão, teí ê nt€ressepor urnaobraconìoessa?

I A CAPIIULA1
LIÌERAÌURA
-

A artedaliteratura
umaaíanha
nomuseu Comoacontece coTaasoutrasartes,todasassocedades, todasascultu-
ras,êrntodosostêtnpose ugares,Ìlroduziram lteTatuTaeTTlsuaforTnaoÍa
ou escÍitaPorquê? Que atfbutosespecífcosteÍiaa paÍa
iteratura serÌìostrar

i: tãoimportante parahomens
Há rnuitasrespostas
e m!lheres
possíve
desde sempÍe?
s paÍaessapergunta,maso fato de ter sido
pÍoduzdapoÌcuturase eÌrìtempostãodifêÍentes
itetaturacumpteÍunçõesTnuto mpoÍtantes
nosperrÌìite
nassociedades
concu r quea
humanas.

-:
;a
Bourqeo s,Louise,
r Funções
do textoliterário
Aranha,1996.Erc.ze1/6,
l:8 cmx 668cmx 631cm A paavrê"função"aqulserefere ao papequea literatura
desenìpenha
nassociedades; urnpâpêlqueseconfgurou, emgrande parte,
a paÍtr daqu-
Sevocêvissea esculturaacrna
concuÌiaquee a é
enìunìmLrseu,
o queo púbicoleitoíreconheceu comovalornessa arteao ongodah stóriâ
consderddêumaobrade arte.O
portanÌo,queatrbuíramurnpapeà produção
da eÌtuÍa.Foramos lêitoÍes,
quee âtemde"artistrca
" ?Dscuta iteráriae quea rnantêrn
vivaatéhoje
comselscolegasevejaseelestêm
i. umâopinãosêmeh:ntêà sua. .. A literatura
nosfazsonhar
0s textostêm o poderdetransportar
o leitor,provocar
a êgraou tristeza,
diveÍtir
ou emocionar. Ernoulraspalavras,a lteraturanospermite'viver"
I outrasv das,sentiroLrtí45
emoçõese sensicõêçN,asse sentdo, a literatura
nosofereceLrmdescanso dosproblernâs cotidìanos,quandonosdes
cortinao espa(odo sonhoe da fantasia.
j

l
provoca
A literatura nossa
reflexão
seráqueos textoslteráriostêm o podeíde transíormara íeaidade,ou
existemapenaspêÍanosalivar o pesoda vidêcotdiana?Velao qLrepensa
JoséSêrãmago,escrtoÍportuguês conternporâneo,prênìio
NobeldeiteÍatu
ra em 1998,em entrevstaconcedida ao a'nalO Globo:

Josésáíãmâgo
é umdosmais

ranãoterno poderdemodifcara Ìeadãde,comoreconhece


A I teratu SaÍa-
Tnago, é câDaz
mascertaTnêntê detazercomquêâspessoas reãvãliema própfia
vidae mudemde comportarÌìento.Seesseefeitoé ãlcançãdo,o textoÌiterário
desempenha papetrançíoÍmãdor,
um rnportante aindaquedemodoindreto.
Pea Íesposta de Saramago,podemosd zerquea literatura podeprovo-
cara reflexãoe responder,poÍ meiodeconstruçÕes s mbójcas,a perguntas
cluen0!telarÌì05seresnumanos.

Áde,/rreËturrâ
erêusáqêntes 9 I
I . I Ì CR A I UR A
-

o códigoDaVinci
Gemendo de dot concentrou rodas
Sozinho,JacquesSaunière loltou ouüa vez o
as suâs fâcuÌdades e todâs as suâs for-
olhar paÌã o portão de ferro. Estampreso, e aspor-
iâs nâo se reabririam em menos de 20 minutos. ças. À Iènomenal tarefa que rinha di-
ante de si, sabia, iria exigir todos os se
Quândo aÌg!ém conseguissealcançá-lo,elejá estâ- gundos de úda que lhe restalm.
Ìia morto. Mesmo arlsim, o medo que agora o assâl'
ravàera müiro maior do que o dasua moÍte. BRo$ìrl, DaÌ. O didtpDa tÌtrd
Precisopassàrô segredoâdiúte. TËduçãôr Ceìina Ca€lcanre IaU.-Cook.
Riô deJaneüo:SeÍtâ.te, 2004 {Iagm€nür).
t...lJacquesSaunièreeÌa o únlco elo que resta
!a, o único guardião de um dos mais poderososse
gredosjamÍs srardados.
Tremendo, obrigou-sea Íicd de pé. Esse Dã y,ircium lvro de slrspensê
trechode O códll7o no
PrecisoencotrtEr uma maneira... qualas pintuÍasde Leonardo da Vinciescondem plstãspara
Estavâpreso dentro da Grande GaÌeriâ, e só ha- u r -,.é oo urod-rc- e.p..oì.ro.r'doq a .oo êd.
üaumapessoano mündo â quem eÌe podia pa$ar turapoded vertÍ, entreter.
EÍnpoucasInhas,o autorconse-
o bastão.1...1 guecrar umasitlraçao queprendea atenção do eitor

A literatura
diverte ;
A experiência
apaxonante de oassarhorasendoumbornlivroé íarÌìliar
a mutã5pe55oa5 emÌodoo mLrndo.
Ao acornpanhaÍasinvestigaçôes de um detetvecomurnarnenteógica
cornoa de Sherock Holmes, por exemplo, ou as análisêspsi(oógicasdo
nvestgadorPoirot,o letor sevê presoàspágnasdo livro,ansiosoporche-
garaodesfecho, geramenteinesperado.
E quemjá nãodeuboasr sadas soznhocomastrapalhadas cotidanas
que tantoscronistãs
reqistram,comose dissessem que ternostambémde
: ôr âôdêr â r r . la n Á ( m a ( m ^ ( 7

PorqueescÌèvo? Sejav ajandono tremquelevaos a unosparamaisum anoletivoem
NeÍe depomentodo €scÍitor HogwaÍts, nashistórias de HarryPotter,
sejavagandopelâTeÍra a,
uruguaioÉduaÍdo é pos-
Galeano, na naÍat va de O.Senhor dosAnéis, queernbarcaTn
os eitoTes ^/léd
nas ãven-
slvelobservar
a inìponânciã
da li- turaspropostas peloslivrosSabem que,aconteçao queacontecer,
terão
teratuíapêrãa comunhão entre semprêconsigo a memÓÍ a dasemoçóes sentidas
em cadaumade suas
jornadas literáÍãs.

A gente esúeve a pârtir de A literatura


nosaludaa construir
nossa
identidade
ma necesidade de comui.âçâo
Aindaouenasçae motrÂsó,o jôdvídtotêrna suaeystên.iamarcada pela
e de comunhão com os d€mais,
pda denuncid o que dói e com- coletvidade dequefazoartee queÍunclona sequndo"les" e "regÍas"pÍeesta-
patilhd o que dá aÌe8ria.A gen belecidas. Umdosprimerosdesafios a seremer'ìfrentadospeloserhumanoé
te esÌev€ cont€ a própria südão compÍeender que eise reqrassãoêssasdecidirq rais.lelãsdeveseguiíe quais
e à dos ouFos. A g€nte supõeque precisam serquestonadas demodoa permitirquesuaornadarndvidua tenha
a ÌiterâtuÍa tiansúite conheci- identidade oróoria.
menlo e atüâ sôbÌè ã lingu"gem NostextosllteráÍios.de certomodoentramos eÍn contatocom a nossa
e a conduta de quem a re€ebei históra, o que nosdá ã chancede compreender melhornossotempo,nossa
que ajudâ â nos coDheceúnos trajetóra comonação.O interessante, porérn,é queessa"históÍia"coletivaé
pda nos uìEfrosJuros... pormeiodashistórias
Í-^criada individuais,dasinúrneraspeÍsonagens presen
BRrTO,JoséDoningosde (Org.). tesnostextosque emos,ou pelospoernas quenostocamdealgumêmaneira.
PofCu,,sm, ?SãoPaulo:
Escria{rd,Ì99s.(Lign€nto). Comoletores,intefagrnoscomo que emos.Somos tocados pelasexperiên-
cas de letufasque,muitasvezes, evocamvivências pessoais e nosajudama
rcfetirsobrenossaidentidadeindividua e tambéma construí'la.

.1O CAPITUL)
1
TITERA T U BA
-

A literatura
nos"ensina
a viveÍ"
Comotodamanifestação artístÌca,
a lteraturaacompanha a traietória
hu-
rnanae, poÍ meiode palavras, constróimundosÍamliaÍes,em que pessoas
semelhantesa nósvivem problemãsidênticosaos nossos,e mundosÍantástcos,
povoados porseresimaginários, cujaexistênciaé garantdasomente poÍ meio
daspalavÍasque hesdáovida. Também exprime, pêlãcriação
poética,reílexões
e ernoçõesqueparecern sertão nossasquantodequemasÍegistÍou.
Porrneo daconvivênca cornpoemas e históriasq!êtraçamtantose diver-
sosdestinos, acabapor nosofereceÍpossibiidades
a llteratura de respostaa
i_dègècoes con,nsè todososse.es -urra-os
Nalteraturaesperamos encontÍatema gumades!asrnanifestaçÕes, uma
respostaquedêsentidoa nossaexistência, quenosaj!dea compreender um
poucomaisdenósmesmose denossavida.Ír lharessescaminhos da iteratu-
ra nospóeem contatodiretocoma nossahLrman dãdee ajudaa revelar urn
Doucode nósa nósmesmos,

A literatura
denuncia
a realidade
./
Emdiferentes rnornentos dahistóriahumana. a iteraturateve
ffijgnffiR&tr um papefundamenta: o de denunciara reâlidade,
sobÍetudoquãndosetoresda sociedade tentam
€ Umpoemadenúncia
r ocultá-la. Foi o que por
ocorreLr, exeÍnplo, du-
EÍe tÍêchodo poemã"No ranteo período da ditadura miitarno Bfasrl.
mundohár/ìutãsaÍmadhãs':de Naquelemomento,inúÍÌìeros escÍitoÌesar-
Ferre
raGuLlar,
denunciã
aÍâtãde .
Íi,(dãÍr d propria,ida pdraden-nriat eF
iguddadeentreaspessoas.
suasobras,a v olênca quetornavaa exs
r tênciaumaaventura arÍiscada.
i...1
Esús preso àüda como ouma Wf A leiÌ-rddê.sasoora\. nêsrìoouevF
5 varìos en sociêdâde deno(rarcae
úâu1a. S{ _rvÍe,'ìo' -nâ
e Estamos todos presos ec na a vaor|7ãrnos"o\.irÍêr-
K
nestajaula que Gagáín foi o fiS tos i'dv duãi!.no<a udâ a desê-volve'
Y , u-na TelloÍ (onsclenclê poit(a e soclol.
lpímeiÍo a ver peÍmite
I En resumo, que ohemosparaa
de fora e nos dizer é âzuÌ.
o nossah stórlae, conhecendo a guÍnasde
Ejá o sâbíamos.lanto
suãspassagens maisatefTadoras, busquemos
que não te mataslee não vâis
construirurnfutuÍomelhor.
Masnão é apenasem momentos de opÍessão política
e a8üentârás até o fin.
quea iteratura denuncia pof
â realdade.GraciianoRaTnos, exem-
p o, ao contara sagade Fabiano e suafamília,em yldãssecas,denuncÌa a
o certo é que nestajauÌa há
de umapaÍtedo Nordeste
tÍisÌefealidade brasileiro,
até hoiecondenadâ à
tos que tên secae à faltade perspectivas.
O poetaFerreifa Gullar,eÍnvárlosdeseuspoe-
mas,apontapaÍaas njustiças e asestretaspossibiidades de realização das
há os que têm tanto que Dessoas por
limitadãs umarealidade socaladveÍsa.
lsozinhospoderiam

e os que não têln nem pâÌa o r O pactocomo leitor


talmoço de hoje
t...1 Paraqueos mundos literárosganhemv dà,precsamos habitá-los.
Emouiras
palavras,temosde aceitaro convtefeto peloautor paraentrarmos, sem
CULIÁ& Feü€iE. &Ìt dz mr,
"el,Ê.
Rio deJarcúo:José olrmpio, 1998. medo,nosbosques criadospelaficçáo.
r. .l
CoÍnosabeÍ,porém,quecaÍninhos trilharernum rnundodesconhecido?
\***,**."..".",Ér O própíiotextoliterárionosoferecerá ossinaise àsp stasque,interpreta-
dos,indicaráo o camnho.Ìodo Ìextoestabelece um pactode cÍediblidadê
comseuspossÍves leitores:
casoelesaceÌtem ascondçõesqueregemo mun-
do ficcionalaliaDresentado. essemundoÍaÍásenttdo-

Aíte,literatuÊe seusaqentes 11 a
TI TER A T U R A
-

Vela,porexemplo,o quedizo narrador conto"O gatopre-


do conhecido
Umcontode suspense to", de Edgar
Al an Poe:
e mistério
"O gãtopreto"é um dosmais
conhec dosconlosdê Edgar
Allan
Po€.Nee,acompanhamos a his- Nâo cspcro nem peço que se .Ìe cródiro à hisróriâ sumamente exraordìnáia
tóra deunìhom€rìque,semcau- c, Do cntanto, bastmte doméstio que \ou nârrar. LoÌÌco seia cu se espcÌN{ d
5Aaparente,passa
a secornportaf coisn, tràtìndo{e de Lm c$o que os lÌÌc.u, próprios senridos se ÌìegaÌÌÌ a à.eiràr
de modomuitoviolento,mudan Não obstàÌìtc. nào cstou Ìolrco c, coÌÌì toda a ceri€ra. não sc,nho. Mas ànàúã
docompletamentedepeÌ5ona da posso rÌorcr e, por isí,, gostaÌia. hc,je, de aÌiüaÌ o ìÌeu espíriúr. NÍeu pÌ opósito
dê.ApósmataÍPuto,s€ugatode iÌDediato ó aprcsntd ao mudo, clâÌa c srcinramenre, ma! sem co ìeÌÌtárìos.
lma séric dc simFÌcs acontecimentos donéÍicos. Ì)e\ido a suasconseqúêÌìcias, È
tais acontccimentos me atenorizaftnj rornrraraÌì e desffuíruÌÌ_ No cnrìtrto,
nio tcntdci cscldccôlos. En mim, quase náo prodÌÌziüm ouha coisa seÌìào
horor - mas, em múias pessoãsi t?Ì\ez lhes pafeçarì menos teÌÌí\€is quc gro-
tcscos. Tallcz, m!üs tude, haja aÌguÌra inteligênciã $rc redüza o Ìneu lãÌÌtâsna a
cáves à apariçãode
u m se gundogat o, .ìlgo comuÌn - uma inteÌigência mais sereìÌa, mais ìógica e muiro menos .'xciá-
lcÌ do quc a minha, que perceba, Ììâs ciÌcÌrDstâDciàs a qüe ÌÌÌe reliro conÌ tcÌÌo!
nada mais do que ]Da sucessãocomum de causa! e efeibs ÍÌuito raturais.

POE. Edga ÁÌÌìÍ. O garo preÍo.In: .lliLúias dtrt0tlinarì^.


Trrdu!:no:BFno Silvein e ouúos.Sio Ìaulo: E
lbrìl (ìnnrral, 1978.(Ingmenb).

O naríadoÍcomeça declarandonãoespeÍar queosletoresacrediterÌl


nahìstó
Í a quevaicontarOÍa,senãoterntalexpectat va,dequeadiãntacontara hlstó 9
Ía? Observe que,apesar decaÍacteTizar
suahistóriãcomo "extraoÍdinária",
ele
afÍrna:"Nãoobstante, nãoestouloucoe, corntodaa certeza,
nãosonho".
D antedo desafiode er umahistó|aque,eÍnboraverdade ra,pareçêab
surda, a cufosidadedo leitoré estimuada.Porqueo naíadoÍmêgina não
sef possívelacredtar nela,mesmotendocenezade que os fatosocoÍÍidos
não sãotruto de suain'ìaginâção? A resposta é dadasob a forrnade uma
h póÌeseforrnuadanofinaldo trecho:

l!

T:ìÌvez, üìnis tàÌde, haja JÌgxma inteligôncia que redÌua o meu fanlasma a
aÌgc,comu - uÌÌx nìtelig€rcìa Ìnah serenâ, mais lósica e muiro menos exdú
Íel do qüe a mhha. que pelÌreba. ÌÌas circüÌsLâncias a que me refiÌo com teror
Ììrda ÌÌÌais do que uma sücessàocomum de causâse eÍòitos muito nanrÌais.

Dequemserìãessã"intelgênca rfa s serena, mas ógjcae muitomenos


exctável" quea do naÍador? A do leiÌoté claro!Enredado pelodesafio
pío
postopor quemcontaa história, só restaao eitorpÍosseguir suêaventuÍae,
chegando aof nâ|,produziÍunìaexplicação quemostÍecomoosÍatosnaÍfa,
dos,apaÍentemêntê nêcTeditáveis,
nãoDassam de "umasucessão comumde
causas e efertosmuto natuÍais".
Quando aceitao jogoproposto peloÌexto, o leitofreconhece
comoválidasãs
condiçÕes peo nârrador
crjadas e podeniciarsuaviagern pelomundodaf cçáo.
O pactoentreleitoretexto é produzido paraquea lteratura tenhaiberda
de f cconal.ErÌìbora sesaibãqueosacontecirnentos naÍrados
náosáoÍeas,
ádmitese que,se o mundotvesseêqueas caractefÍsticas apresentadas
no
texto,estepoderÌaserreal.PoÍ ssodizemosqueo textoé verossímil, queí
di,,ê.n"o ê .e-dddêi'o.-'ìd pareceverdàdeiro

a 12 CAP|TULA
1
L I Ì E RA T U R A

tr Asquestões
de I a 5 referem-se
âo texto 1.

Conünuidadedosparques
A históríade um homemque lê um romancenoslevaa indagar:quais
sãoos límitesentrc a realìdadee a ficção?A t€rto tumbém nospemite
pensarsobreuma dasfunçõesda !iteratura.
È

Começaràa ler o roma.ÌÌce.lias antes.AbandorÌou{


por negócìosuBentes, voÌtou à Ìeilura quando rc-
gressaÌade trem à fazerda; deixaíÌa-seinteressâr len-
tamentepela íama pelo desenhodos personagerÌs.
Nessatarde, depois de escreverulìta carla a seu pro-
curador, discüúr com o capatxz uma qüeslào de par-
ceria, \'o1.oÌr ao liiro na íaqüìlidade do esclitóúo
que da\a parâ o pârque dos caÌvâÌhos.RecostâdoenÌ
sua poltrona fàvorita,de costaspara a porta que o
teria iÌìcomodadocomo ÌÌma iÍirante possibilidade
dade escondida. Um diáÌogo enioÌ\enie coriâ peÌas
de intromissôes, deixou que suamãoesqüerdaacari-
páglràs como uÌn riacho dc seÌ?entes, e sentia-se qüe
ciasse,de quando em qüaÌÌdo, o Ìeludo \€rde e se
tudo estaÌ? decidido desdc o começo. Mesmo essa!
pôsa ler osútjmos capítÌ os.SuaÌnemória retinha senÌ
c,rÌícins qrÌe envolviam o corpo do ammte, como que
esforçoos nomese asimagensdosprclagonistâsia fân-
desejando retêlo e dissuadi-Ìo, desenhaw desagra-
a irì-riâno!€lesca âbsol-veu{ qüase enì seg.ìidà Cozavâ
davelmente a ligura de outro coryo quc era necessá-
do pr^zer meio peÌïerso de seâfastâÌtlinha a liÌúa, .la-
Iio desiruir. l,\ada foE esqueci.Ìo: impedimentos, üa-
qúÌo qüe o rodeala, e sentir ao ÌÌÌesÌnotenìpo que suâ
rcs, possiveis eÌÌos. A IrdtiÌ aÌesa hom, cada inÍmte
cabeçadesca$avacomodaÌnerte no veludo do àlto ree
tÌnha seu emprego minuciGamenre aúibuído. O ree-
i patdo, qüe oscigaros colìtiÌìuavâtrÌìao a.ÌcãÌceda mão,
ume cruel rÌaÌ se intenompia para que a mão de um
que além dosjânelõesdâÌÌçâvao ar do entar.lecer sob
acdictìsse a Íice do outIo. CoÌìeçalã a anoitcceÍ
oscâÌ'!alhos.Palâm por pãÌârà, absorlido peÌatÌ ágicn
desÌrniãodos heróis, deüàndo-se levàr pelas ìmaÍjeÌÌs .JásenÌ se oÌhnr Ìigados firmemente à tar€fà que
t os agÌnrdava, sepdaram se na poriada cabana. EÌa
que se ÍòÌïavrm e adquiriD co. c molimeÌÌto, Íòi
testemunha do úÌtimo enconúo na cabma do mato- deria coÌìtinuar peÌo caminho que ia ao Norte. Do
, i mi nho opu' rÕ. pl e \oìrou um i n' áì,,ê prra \ i-
'e
c Ìa coÌrer com o cabeÌo soÌ1o. CoÌreu poÌ sua rez,
,.q,,i \?' rdo-ç d. t^úri di ,Ìi rgui r , , â
ríNea bÌ'ttÌÌÌa do crepúscuÌo a alameda quc o Ìcvàriã
àcasa. Os cacÌÌonosnlo deüam ÌatiÌ, e não ÌntiraÌÌì-
O capataz não estaria àquela ÌÌora, e não cstava-
SÌrbiu os tlês iìegraus do pórtico e entrou. PeÌo san-
gue galopàndo em seus ouvidos chegavam lhe a, pa-
ìi \ n' di Inul h" r: pri rnpi r. umr.aL .yul . rìepui . u m a
vdanda, umâ escadariaatapetada.No aÌto, duas poÌ'
tas. Ninguém no p mciro qudto, ninguém no se-
Prim€iro €ntÌàva a mulher rcceosaj agora chegavao gl ndn. A fo, td do ' al i o . enrJ. o punhal nâ mi u. d
amante, a caraferida pelo chicotaço de um galho. Elâ lÌu dos.janelõcs,o aÌto respaÌdo de uma poÌtÌon.r de
eslâÌìcaraadmiràvelÌÌìente o s,ìrÌguecon seusbeüos, veÌudo verde, a cabeçado homem Ììa pohona lendo
mas eÌe recusaiâ as cârícias,Ììão vierà pâÍa repeúr as
cerimônias de uma pâi\ão secretâ,protegida por um coRTÁzAR,Juìio. dospaÌquesln:
CortiDuidade
nundo de folhas secase caminhos ftutivos, o pünhal Finalda tat.'lr^Itr\:n : Rent (lorgâ, fiìho. Rjo d..Jânciro:
ficarã mornojunto a seupeito, e debaiÌo baúa a liber- L:pr$ão . CnlNü, 197 | ,

Af.e,lìteÊtu@e seusaqentes 13 4
tI Ì E RA Ì U N A
-
\l
Todotexto narÍativo se constróiã partir dã pÍesençade ãlgun5elê-
mentos básicos:narradot personagens,cenário,tempo e enredo.
Quemcontaa históriaem "Continuidade dosparques"?
+ Quas sãoaspersonagens envolvdas na h stóÍa?CoanoeJassãocarac
terlzadas?
B O textoapresenta do s cenários.
Quas sãoeles?O quese descobre so-
breo primeÍocenárono I na dahistóra?
n EÍrìque intervdlode tempoa históÍd se passa?
n Há,no texto,um aconlecirÍento quedesencadeia a açãof nal Qual
é ele?
È
o êscrtoÍargentlno JulioCor- tì!, No conto,há duàshistórias
nârradas:
a do {azendeiroìeitor
e â dos
tázârfcoLrconhecrdo peìotrata arnantes.Uma reflete a outrâ, e as duas históriastermìnam por se
menrofantáíico d.doà r€alidâde êntÍelaçãr.
Expliquecomoo trâbalhode.onstruçãodo cenário,das
em slrasobrâsliteráras.Nãscdo personagense do enredo ajuda â promoveresseeÍeito,
eÍn1914,Coarázafganhâ famain- :!. Apósa leituÍado conto,podemosãÍirmarque â primeiraplstãque
ternâciorìalaopublicar,
em 1963,
CortázarnosfoÍnece sobreo caráter Ía ntásticode suanãrrativaé o
Jogode amareljrha,ronìanceque
podeser do de íorrna nearou título da história.Porquê?
naolìneaÌ, conÍÍu ndodiÍerentes Releiaa seguintepassagem
do conto.
h íóÍias, a depender do tÍajeto
adotado peo e tof l\4oreuem14
de feveíero de 1984,vítìmade
" 1...la fantasiano\€lescaâbsoÕru{ quaseem segrida.cozãlã do pra j

No conto"Contnuldade dos zcr mcio peNcrso dc sc aídtar, lnìha a linlia, daquilo que o Ìodea!ã l...l ."
paÍques",o e êmentofantástlco
p€lotrabãlho
é construído comos
doisp anosem quea histôa sê t O narradoÍdo conto,êo fâ ar do prazeÍsentdo pelofazendeÍo eitoÍ, j
desenÍoa o do letorquelê um aude a umadasfunçõesgerãmenteassocadas à iteÍalurâ.dentf
romêncee o do romance queé quea
iil, A lÌteraturae asdemais{ormasde artepodemlevâro serhumãnoâ
refletirsobreasangústiase alegriâs
da própriaexistência.
A leitura
do contonosajudariaa compreender Porquê?
melhora realidade?

UffiiAs questões6 e 7 referem-seâo texto 2

texÌo z
AurüstaealâmBada
Ao relembrarun epìsódìo
marcantede suaadolescência,
o escritor Érico Verissìmo
nosajuda a refletír sgbre
uma dasfunçõesda litentura.

LenÌbro-mc cÌc quc certa noite - eu tc r uns quatoÌze anos, quando


Ìnuito - cncancgarâm-mc dc segürâr uma limpada elérÌi.a à.abeceira
damesade operãções,enqÌranto um médico fâ7iaos primeìros curativos
num pob.e diabo que soldados da Polícìa N{Ìrnicipal haliaÌì "cârnea
do". f...1 Apesar do horror e da náusea, (o,ìtinrÌei firme oÌìde estaÌ1ì,
ialrez pensando assim: se essecabocÌii po.Ìe agìientu rxlo isso sem ge
ner poÌ qÌre não ÌÌei de poder ncar scgurando esrr Ìâmpada para ajudar
o.loutoÌ a cosnDar essestalhos e sâÌlrr essa\idal [...]
JJ'

4 14 CAP|TULA
I
I . I T E RA T U R A

Dcsdc quc, acÌulto, .orÌecci a escreïer e


.'-""..r, i.- rté hoje aidéia @
de que o DreDos -"."i-ado
qÌÌe o escritoÌ pode lier,
n u ma é p ocrÌ de âtrocìdades e i nj usti ças
como a nossa,é acender a $ra lânìpada, 1à-
\r::
,r" ì,, / + ,l ' r. i d. ,eL,x,L!,Ìu. r\i
' ..' l ,,l i dê
,J r ' ìô l ,, c côì" ê Fl e , l , i
'r ' - ' ri ,l ;u t,rupr, '
aos ìa.lfões, aos âssrìssìÌros e aos üraÌìos. Snn, sc
gurar a Ìâmpada, a clespeito da náusea e do hor
ror. Se não ti\'efmos unìa lâmpadâ eÌétÌicì, arcn.Ìa
moi o rÌosso rocc,cle lela ou, em últnÌÌo caso, risqueDros fósforos repe É
tidaÌÌÌeDte. coüÌo u1ÌÌ siÌral de que Ììão dcscrramos DossopoÍo.

Ì.'bAìegÌe, (;Ìobo, 1978.r: ì. (Iragmerto).

!:i, A lâmpada,no têxto,tem um s;gniÍicado


simbólico.
Quesignìfìcâdo
n ^ .la (Â r:rri hL'i .l ^ â êl ã )

ir A que Íunção literáriaErÌcoVerissimose reÍereem seudepoimento? l

l' Leiâa nolíciaâbâixo,

Sem que ningL!ém sâiìr? conìo


l! l
- e muitr menos por qrÌê - umâ
câtkca enfèrrujâd1 foi coìocâda cm
Ei
1i
r cnÌa de um peciestal no ÌaÌgo .lo ii.

Ârouche (ce'Ìtfo de SP), Ìocal lrn J;


tes ir.upado lelo busto do escdror ã';
GuilhemrecìeAìnleidá (1890-1969). 3l
ii;
É o "monuÌnento à cetrdca müsí
vel', infoÌma uma plâca prctâ .om
BÍêcherêt,
V ctor
rÌoÌdrÌra e letr:rs douradâs, coloca-
i
Depots
dabanhÒ
Esclltura
embronze,
1945 da abai\o do objeto, on.lc airda
se lè, "PÌo€rama pal1r a desca! aca,
O escutor Victor Brecherêt
nasceuem S;o Paulo, em 1894. Ìizaçãoda vida.Julho de 200,í".
Mesmoausente do pakenì1922, A estáluafica ìrem eÌÌÌ ffente à
panicipo!daSemana deAie N,4o AcadennaPaullstade Letns, ao Ladodâ esculÌura'Dcp.rj.sdo BâÍúo', ..
dêrnacom 12 obÍês lvlultasde de Victor BÌecheÌei. e de maís qÌretro pecì-.stâis.um .lcles 12nrbéfi :
escutuÍaspodernseÍvstas
sLras sem o busto de brcÌìze. j
êmpaÍquês êêspaços púbìicos dd
cidadede5ãoPaulo, cornooMo i
FaLhnú s.Paúta 1 te1..2Ò04,çóddì:uro. DjrporivcÌ ed: i
numenroàr bar.íelar, no Parque <hrÌp,//\s\$Ì.follÌru.ì..oú.br,/fsp/coti.lia!/lÌì]1O92OOil19.hú>. :,
(fmsoento). ..
-{{ e$o en: 3 ser,:00.1
..--''--.'-.-,'..''..-.-..
l!

/de, ,teféluré 15 I
ê 5eu5,rqertes
t I Ì E R AÌ U R A
-

't, Com seuscolegâs,discutâasseguìntesquestões.


6 Nasla op nião,o quesimboizaa "catraca invisíve
"?
rÌ VocêconsdeÍaesseTnonuÍrì€nto urnaobrade ãde? PoÍquè?
r Osd zeresda p ãca("ProgrãÍìaparaa descatracàlzãçãoda vida.lulho
de 2004') sugeÍemas possíveisinlencõesde quemcoo{ou a catraca
em um pedesta Qualsseriãmelas?
E Dequemaneira o localescoh do e a proxmidadede umãescuturad€
V ctof Brecheret
contribuemparâconstrur o sentdo da obÍa?
ã. Comovimosnestecapítulo,o públicoé um dosagentesdâ produ-
ção ãrtística.Leia,agora, dois depoimentossobre o monumenÌo à t
catracãÌnvisível.O primeirofoipublicadoemumjornaldeSãoPau-
lo e o segundo,divulgadoem um b/og,na internet.

'.':-'-'
:
1
5.9.04

Não possoclcixar dc comcntâr que o monumento à catracaÌNisivel é


snnpÌcsuÌentcdeúÌrisl \Íc dcscuhe lorye Coli, mas a arte não dependc
dc irÌstituiçõcs paÌa cxistiÍ Ela é e ponro fÌnal. ,{Ìte é erpresão, é bele
za, é o símbolo do in.ons(icnie, da ma do mundo. Se hoje rm mi.tó-
.io podc ser considerado ütc Dão é por cle esta
vocô diz, mas snn porquc cxpÌessr uma rcrdad€ da quãlÌÌão po.lenos
fugir o homcn sc csvaziou.
[...] Esraniosconplctaniente pÌesos clenúo daquilo que é polirica
rìcnte corÌcto, poÌiticamcrtc aceiáyeÌ, acépti.o, lÌipócÌita. 1...1
É por iso quc apóio o PÌograma dc Dcscatracalizaçãocla Própria
Vida. Lnquanro ainda houreÌ irrclerôncia, enquaÌÌto a afte pu.ler tra
zcr aÌí!io, cnquanto os dtistas dc lcrdadc lutarenÌ por seus espaços.

Dli SIÀIONE, (lLudir Pocnìrdo$â


Dnponírl.Íì, <hhÌt:,//írs.poenabLôgiâ.bloggcr.onì.bf /,>
en: 8 set.2004.(lragneÌtô) .
^.eso

F A partirdosdos depomentos, qualé o perfide púbicocomo quala


obrad aloga?
4 Vocêacredtâ qlrea reãçãodo comercantede florcsdecepcionãia
os
autoíesda olría?Porquê?
E QuaÌdasopinõesmaìsseapÍoxÍrìãdaquioquevocêtambénì

a 16 CAPi\ULO
1
Dar n na' , a n n r lè' Porolere pesquisor
Ër
httpJ/www.ltaucuÌtural.com.br/ C omosetratãde um capi tul odedi cadoàart e,
de modogeral ,sugerÌmos que vocêprocurea l
Deíaque para a en.lclopédiade artesvisuals, gumasobrasque abordam a trajetórÌa da arte
com â reproduçãodeobrasprimasdaaíte brasi- âo longo dos tempos.Os livÌosãbaixosâo ape-
lêira ê umâ opçãoque permltenavêgâíentíê os nãsa qumas ndicâçõesdos muitostextos sobrê
" m ar c osda ã Ítê b ra s iê i ía " .

http://wwwmêsp.ãrt.brl tní.iaçãoà histórÌada ârte,de H W lanson.


Ace$o ao acervode obfas do Museude Ane 4. ed 5áoPallo:lvlêÌ1ins
Fortes,20Q1.
de 5ão Paulo (MASP),ã ém de informaçõesso-
Paraentendera afte,.1eRóbertcumm n9 ço
bíê curoose exposçóes.Deíaque para as obras
m aisim poí ta n te sd a c o l e ç ã on, a q u a l íi g L rrâín
quadr osdê Mo n ê t, R e n o i r,D ê q a s ,C é z a n nê, Afte conentadat da pté-história ao pós-
ChagaÌ,Goya,TurnêÍ,Van Goghê, êntre os brê moderno,de C êrol 5l rckl ând
R i odel aneÍo
sileiros,AnitaMa fattl, DiCavalcanti, LasãrsegaI EdoLro,1999
História.lapìntura, de\t'lendyBe.kert São
http:/ Àuwmam.org-br/
Ateso ao acervo on-lme do Museu de Arte o que é árfe, de lorgeCo . 5ãoPaLìloBras-
fvlodêrnâde 5ào Paulo,inforínâcõessobreartls- ense,2003(C o P rmerosP assos)
tas, êxposlçõeseeventos.É possivêlver,na "vis
t ã v ir t uê|" ,ã ã ra n h ad e L o u i s eBo u rg e os q u e Questõesde arte, de Crn na CostaSãoPaulo:
It4oderna,2004
reproduzimosnestecãpítulo.

http://VWwmuseus.art.brl
5/fe coÍn/lrks para musêusdo Ínundo todo.

Poroossistir
+r
Sociedadedot poetas noftas, Ocàrtei roeopoeta,
de PeÌerWe r. EUA,1969 de lvlchaeRàdfordlÌé a, 1994

N uma remota i l ha d o
MediteÍáneo. Mario Ruo-
Achegâdade uín novo ppo o, um tímido esimp ó'
p ro fe s s o rd e l i te ratura rio fi ho dê pêscadores, é
tra n s fo rm ãa v ì da dos contratadopara êntregâr
ê l u n o s d a tfa d ci ona I cârtês ao poetâ P ãblo
Welton Academy.Desa- N erudã.C om o i nk o d a
fi a d o s a v i v e r i n tensa- amizadeentreosdois.Ma-
mente o moíÌìênto pre- ri o pede aj uda a N eruda
sentê.os jovensfundâÍn parâ âPrendêÍa usarrn-ê
a "sociêdadedos poetasmortos", insplíadospêlâs l hor às pà àv,àse coroui sràro co.àçàod€ Ln'è
palàv r âs
de T h o íê à J ": F J p à à o s b o s q u e parè
s v bel si na nJl heí.O dese.ode dorì' i na.àspâl ad ê'
vêr livremente,paÍa sugâra essêncâ da vida, parê fazcomqueMarìoreaprendaaoharomundoem
aniquilãr tu d ô oq u ê n ã o ê ra v i d â e , p â fã ,q uando qJe !i vê. ê.orhêíerdo ê poeri àem Lmd rd.ur- -
morer, não des(obrirque não vivi". zã quê l he é mui tofami l i ar.

Ádê, irtêráiurâê J€tlsáq€nt€s 17 |


rr

ra e
|

Lrteratu
I 1

um al i nguagem
!nvèntar m undo' despertâr"roi5ês /ernljaêrçât
desencadearsen:açrjes,compartilhar eínaçoet, prcvac$ nassa
íeflexãa sobrê as mã,i úJiíéieniesâspecf,rsdâ eristência: t
cono a lingLiãgem liteiir;a, ]ìÇ-5
Jôô5e sertidos que prcciLtz,
adqLtìrc estepode!'? Ê para reíletir scbre eJ5€êssl-]ír':o
qüe ccnvìdancs v'Jcêa entrar neste cêpítu!ó.

qle gav. Chi.âgó


Rota66, â endára eÍrada norte-ameri.ana
a LôsAngee5toffou{e5imboo de aveftuÈ e berdade

.-aPi|.)La
2
O que você deverá saberao t. observea íotogrâÍia.
r FaçaumabrevêdêscÍição doselementospresentêsnaimagêm.
. Cono secaacteriza a linsuà-
2. A posiçãoêm que a foto Íoitiradachamaâ nossaatençãoparaa
. A difercnçaentÌeconota^ estradê.Que efeìto o fotógrafo pode ter prêtêndido desenca-
çãoe denotação. dearno espectador âo optar por essâtomada?
. OsdiferentessignÍfì.ados
3, Leiâumadeclarâção doÍotógraÍo suíçoRobertFranlçque percor-
da palàwa no texto lite-
reuâ Rotà66 registrando imàgens da paisàgem àmericànà.
{
. AlSunsrccursosda linguà- Quandoaspessoas
olhamasminhasfotos,eu queroqüe elasse
sintam como quando d€s€jam reler ìr1ì verso de um poema.
r ObservemaisuTnaveza foto daabertura.
See a Íossevlstacomoum
"versode uTnpoema",sobreo quefalariãesseverso?

4, Vamosvercomoa literatura explorapossibilidades


da linguagem.
A Íotografiacomo Leiâum trechode On the road, de JackKerouac.
linguãgem
! Comoem ouÍas linguagens,
diferentessentdos podemser A aiagem
construídospoi meoda fotogra-
fia. Eladlspóede elementos(coÌ; CenaI
luz,foco,ãng!o, etc.)cujaexplo- Num piscaÌ de olhos esú\,ãmos de volta à estrada principaÌ
raçãoé Íesponsável pelosefeitos e naquela noite ü todo o estado de Nebaska desenrolândcie *í
F queprovocara no especlâoor diante dos m€us oÌhos. Cent ì e setenta qúlômeEos por hora,
3 direto sem escalas,cidâdes âdomecidrs, tÌíego nenhum, üm Fem €ib
da ünion Pacific deixado pará dás, ao luaÌ. Eu não esta\.ã nem
È um pouco assuitado aquelâ noitei me paÌecia algo perfeitamen-
ã
te normaÌ voar a 170, conversândo e obeÌ1mdo todas ascidades
do NebÌãska - OgaÌlala, C,oúenbur€. Ke?Ìney. Cììnd IsÌmd,
t Columbus - s€ sucedercm com uma rapidez oníricâ enquanto segúâmos
viagem. Era um caü.o magnífico; portalãse na esbrada como um nâúo no
oc€ano. Longas cÌurEs gÌaduais eÌ?m o seu foÌt€. "Ah, homem, ese bdca é
um sonho", suspna\ã Dean. '"ense no que podeúamos fazer se tivésemos
um carro âssim. t...1 C\D1iúamos o mundo inteiÌo num cmo como €ss€,você
e eu, Sat, porque, na verdâde, a estrãda finalmente deve conduir à todos os
cantos do mundo. Não pode le!ãr â ouúo Ìugd, ceÌto? t...1"

Cda 2
"QuaÌ é a suâ estrada, homem? - â estrâda do místico, a estÍada do louco,
a esFada do dceíris, a esrada dos peixes, qüalquer eú?da... Há sempre uma
estrãda em quaÌquer ÌugâÌ, paÌã qualqüer pessoa,em qualqü€r circunsáncia.
Como, onde, por quê?" Concordamos gravemente, sob a chüva. "[...] Decidi
abriÌmão de tudo. Vriime úu quebrar a caÌâ tentando de tudo, me sacrficm-
do € rodsabe qüe isso não importa; nós sacamosa úda, Sal - sabenos como
donú-ìa, e sabemos que o negócio é continuar no caminho, pegando leve,
cüÌtindo o que pintar da velha mâneira úãdicionâl. AÍiÌÌâl, de que oüúa ma-
nena podeúãmos cüÌn? Nãr sabemos dìsso." Suspirár"mos sob a chu\a. t...1
'tr asim", disle Deân, '\'ou s€guindo a úda paÍa onde ela me lerãr. t...1"
KEROUAC,.lach. O, tn, mrÌ (pé na esmda) Tmduçào: Eduddo Bueno,
[] oüi(* (l,dnao" sonhos. Porro Alegre: lÂÌM, 2004 (IrâgnêÍto)

Litentuaé una lìnquaqen 19 |


t I Ì Ê R AT U R A
-

r Quee eraentos, pfesentesna cena1, êssegurárn


ao e tor tratar-se
da

il
h stófa de urnavaqern?
r dentiÍqueno textoas pãssagens querevearnseressaviaqema con-
íE cretizaçãode urììdesejo1ipco da luventude:
a buscada iberdade
5. No trechoa seguir,expliquede que mâneirãa pontuaçãocontribui
paradarao Leltora sensaçãodevelocidâdedo carroem que viajarn
E Sale Dean.
o Clenloe serenraquilôÌÌcr'os poÌ ÌÌora, .Ìirúo sem escaìas. cidades
.E adorÌÌìecidas,
tÌ á1ègoreÌìÌÌum, unÌ tÌcnÌ.Ìa Union Pacifil:.leiMdotara
Ja(k KerouâctornoLr se o o á
ldôlodesLra geraçãoq!dndoo
6. Logo no inícioda cena 2, Deân perguntaa Sal:"Quâl é a suâ es
romanc€ o/l theroadfoipLrb
cadoenì 1957.A vagenìde trâdâ, homem?".O que ele quer dìzercom isso?Que sentidoatri
doÈamgos,5aParâd 5eêDeên bui ao termo "estrada"?
Moriarty,peosEíddoslln dos, 7. ldenti{ique,nâ cena2, uma passagem que permiteassociaro corn-
boaparteie ta nâRotã66,estra porÌamentodâs personâgens
dâqle lga Chcagoa LosAnge- â valoresprópriosda juventude,
esequ€apaEcê nã maqem de r Expquê por q!e elaÍênsrniteva oresassocadosà lLrventude
abertura, trdduziu â vsãode 8. Como DeanresumesuâÍilosofiade vida?
rnunoooê u'Ì: luvenrloeque
r O queelasugefe,em teÍÍìosde cornportâmento?
decd ! qreÍ onarosvalor€scom
osquaisiinha sidocÍiadaA obÍë
acâboupor insprarmuitosjo- i:
vensa sâr dêcasaêmbuscado -""
-!r-
, . . : n o Íifm e :.,
Dentrê
osmasconhêc dosÍas
dêKerou.cd€stdcam-seoscan- A viagemdo jovemChe
toresBobDyanel m l\.4oÍson,

!
:j

Cenadô I me Diiroi de notô.r./êÈ, dê Walcr 5a eslr EuA,2004

E mI9 5 2 , o €stLrdanted€ medc na E rneÍoC h€GuevaÍapêrcorre a A rner


ca do Su enì unì. v€ ha rnoto corÌì5€Lr.nì go A berto cránado. O .ontáÌo
c o m. d v e r sdadel eoqráfr:., poi tca€r:!t!ral atno-arnêr.an. Ê vaoj o-
v € m C h e Guevara a enìbãrc!Íenì Lrnìaj orfadade aLrÌo.onheci mêntoqLrêo
tra n 5 ïo rm d fáno dea Íd d spoíô a l Lrt.Ípor mudâneas so.Ìas Ê o fará !e
tornaÍ Lrmdos Íderesdir revo!çãô cLrb.ndde 1959.O f rìe ì!írâ Lrmânrê-
fe s 5 a n te
a b o rdaqenì
do tenrada vi :qemconìoexperênca nd v dua quê qa-
nh. d mênsãopô ít c:

| 20 CAP|!ULA2
I.IÌERAÌU R A

A linguagem
daliteratura
A essênc a da arte iteráfaestána palavra. Usadapor escrtorese poetas
emtodoo seu potencial significatvo e sonoÍo,a palavraestabeeceumainte-
ressantereaçãoentÍeum autore seus1etorevouvntes.
"Ah,homem, essabarca é urÌìsonho',afirmaDêannotextodeJack Kerouac.
Parâcompreender a rÌìagern cÍadãpelapeEonagern, nósprecisamosrêazar
umasériededecodlficações. Sabemos queDeane Saviajamdecaío;ebemos
queuma"barca"nãotrategaemestÍadas. Comessas inÍormações,procurarnos
reconstruir
o sentdo dacomparação mpícitaqueestánabaseda TÌìageTn cÍa- {
da:o carroemqLre viêlamé tãograndee conÍortáve quepaÍece umabaÍca.
Em5eguida, íeconhecemos quea afirmação dequeo caÍo "é urnsonho"
tambérnfoi cr adaa partr dê outracompaíação êntrenossossonhose todas
ascosãsque dese.lãraos muto. Reconsttuída a comparação or ginal,pode-
mos nterpretar queDeãnqueÍdizerqueaqLreÌe é unìcàrronìarêvlhoso,ob,
!ên-d< têdo.
lêio de dê(êo ê dorr or," -..
paavrascomobãrcae sonlloíoTamusadas
Notextode Kerouac, enTsen,
tidoconotatvo.
g
{E@il
O sentido conotativo (ou figurado)é ãqLrêlê que ês paavrase expressoes
adquÍem em um dadocontexto, quandoo seusentidoìteralé modifcãdo.Nos
textosteráÍos,predomnêo sentdo conotativo. A linguagem conotatvaé cãrâc-
Ì€r,.i-dde e o. Lom Ll\do êsÌetcd. oL \ejo.o.e ê)oloídI d Íer"*e,r(L o.
1qri9L:cos e €rt i-tLo5pdr"orodr?I Lmefeto dru-r.o.
! Èmextosnão' teráros,o qre pÍedonìnaéo sentidodenotativo(ouliteÍal).
Dizer.os queurnapal.vr.fo ut zadãenìsentidollteÍaquandoé tonìada€nìseu
siqnìficado'básco", quepodeserâpreendidosem ajudadocontexto. Â lingua
gêmdenotatÌva é tÍpcàde textoscorÌìfunçãoLrtilitáíia,
ou seja,quetêm como
Sc'i".\.a -" çl';'.ir''o'r' ' 'n":oad"o.êoo- d ê,ã-iq,è-ê ddlg.na a.êsdàdeespec-ica. co-o -'o.
-'ìè"..'gurÊnÌar.o'rvÊì'ÊÍ,er.
!
O traba ho com o sentidoconotatvo ou fiquradoé uma caÍacteÍístcaes-
se_ca dè n9uègenliterêrt
1 A Inguagempermtiuque JackKerouaccrasseuma magemque nós,
leitores,reconstÍuímos poÍ meio de um processode decodficação.É irÍìpor-
tante, poÍêm, TeconlìêceT que a repÍesentaçãodessaimagemnáo é necessa-
Alémdo objeto riamenÌea TnêsTna para o autor e seus e tores. Podemosassociara fa a de
Dean ao caTrode nossossonhos,e é possívelque essecarro sejadifeÍente
daquele ma9 nado por JackKeÍouacao escTeveÍ An the road.
Quandoa lteratura expora a conoÌaçáo,como no exemploacima,esta-
be ece-seunTanteíessante reaçãoentTee toTe texto..AoleÍ urn romanceou
Jr OoerÌèo- èo ouvi. uÌd -isro:è o lei.o/o,\ n e-Dìì," eLon-eceto
sg'i'cèdodasp"lè\ as e reconstruiros ---do, ccio'ar, q-e e a, descre-
rer O-è]ÌonoJvi-tedese'roe-ha,porantò ilr pãòìlãtvo. j; oue td.roer
cr a, em suarrÌìaqrnaçao, mundoslrccronats coíespondentesâquelespropos-
ros -os re'tos oJ \ivê, na -anrasrao*oe.ienciãise-meìhJãìãiãiìèÌlìì31

A foto mostrauÍìa escaddem


caracol,raasva aémdaÍepÍesen r O poderde explorarsentidos
taçãoobletivê de um objeto:re
qistÍâproÍLr
ndidade,sugeíe
sensa Comov mos,o usoliterário daspalavras promove a rnutiplicaçãodossen-
ções,lmacêrtainstabidâdeVocê perrnite
t dose, asslnì, queo textosofÍadiferentes leiturase interÌlretaçõês.
O
dÌa q!€ êssafotoé unìtê\tode- Lrsoconotativoda litgllgem:faz,lo[!lle n5 pi]lavras,.ãq qpal.eceíenìem
\. noiatvo o!
,:onotarvo?
,i contexÌosnesperados ou irnprevsív-^s,ganhemnovoss gnificados e prodÌ-
\+-,*'.r"- zamlnteÍessantesefeitosdesentido.

Lìtüaturcé una lìnquaqen 21 a


TI TER AT U R A

@il
Quandoasp:lavrasôssumemnotextoliteÍáriod fêrêntês
sgnficados,
dizemos
dÊptu.issignifi(açáo
o .eo(o..e-- oÍo.Ê..o

estetrechodo poerna"ProÍundarfente",
Obserue de ManueBandeÍa.

Profundammte
t...1
Quando eu tinha seisanos
Não pude ver o Í-Ìm da feslâ de SãoJoão

Hoje não ouço mais asvozesdaquele tempo


Minha nvó
Meu aiô
Totônio Rodrigues
Tomásìa
Rosa
Onde estão todos eles?

- Estâo todos donÌrindo


Estão todos deitados
Dormindo
I

BANDEIRA,Ìvlanel. ,1,107,Éìì
,orta RìodeJ2nrno: I
NoÌrFÍonreiÍa,2001.p.8Ì. (FÌÌgnicnlo).

O trechodo poemacorneça coma embrança de umãcontecmentopas-


sado:um menn o d e s e s a n o s a d o rmeec n
eãu o v u o f m d a f e s t ad e 5 áo 3
loão.Nessê trecho,o verboadormecer é usadoemsentido teÍale signf ca
"doÍmr,car no sono".
A segunda êstíoferetomao momento presênte, evocado peloadvérb o
hoje,quea inlciaA listade familiãres, associada à peÍgunta Íinal("Onde
A infânciacomotema estãotodoseles?"), cr a o contexto necessáíìo paíaqueo verbodormlr
as rnemórias da infãnciâsáo ganhe,na ú tirnaestroÍe, urnsentido figuíado. Passados muitosanosda-
fonte nesgotável de nspiraçáo. quelalongínqua ïestade Sãoloão,a avó,o avô,Tomás a, Rosa"estão
Esteoutropoematematza a in- todosdormindo". lmediatamente concluímos quedofmndos qn ficaque
fànclaexporandovárossentdos elesTnorTeTam.
O usodo advérbo profurdamente íeforçaa idéa de sonoprofundo,do
qualosíarnilaresnãoiÍãornais despertar Quando associamos a passagem de
ternpoao "desapaÍecimento" daquelãs pessoas,percebemos que fo cÍiadoo
Minha páiÌiaé minha infân.iâ: contextono oua o vefbodormt qanhaum novosentido.
Por issovivo no exílio.
cac*o. B.ijo bata. tutM 1,M6.
^d Brasili€Dse,
SãoÌaulo: Ì985.
r Recursosdalinguagem
literária:
p, 63, Diponível €h:
<httpr//rsa{iLluculturil. ôrg.bf /
o poderdasimagens
apü.€Ì1emas/en.idopedia/poesiè.
Accss em: I roÌ 2004. consultadopor
umlovem sobreaqualdadedospoernas
queescíevia,o escd-
toÍ austríaco MaÍaRilkelhedeualguns
Rainer emfornìadecaftas.
conseJhos Na
primeira umprocedlrnento
deas,explìctoLr queeíá naraizdaciaçãoliteÍária:

.22 2
CAP]TULO
IITERATU R A
-

Aproxine se I...1 da natureza Depois procure, coÌÌrc se


rosseo priDeiro honìenÌ, dizer o que vê. vile, ama e perde.
f...1 UtiÌize, pua se exprimir as coisascÌe scu anÌbicnre,as
iÌÌìagensde scussonhose os objerosdc suastcmbrancas.Sea
própria exìstôncia cotidiana ltÌe pareccr pobre. não a acrxe.
l , rr," .i Ir" .mo. drr,, * t^,ã,,,c puerdpJrd
' " n,i e,,.ìrre
c\,,Ji, a, .ua5riq,,c/r\ T,r.uircü , om;Gncr;ãlì,
P:EU1 ry-Lf1e, inh;;lla ir;; *.
"".,r,
qe ure é bo qìúndo '
Ìdceu per Ìì(essidna..Ne.ì.ìarát i
d c ,rr i gê,n i * u o rü, fi re,j o. ouni ,;" \i .ren,..
RTLKE,RairieÌ tr4àÍia. airrrnr d tn
íntu pÒtu e A úntã! dÌ anú
| .h hatu dal)o a+-,rmtanc (n, iìõ! Rithe
Irrduçtor lauto Rófuì Ceciliâ Mei..l.s. p. ed. .cÌisrr.
--
s:io Ì)âuÌ,: Clobo, 2003.(Fr4jmeDror.

Comoensina Rike,â ltefatura


pÍopõeaosleitoresurn,,novo pâía
olhar,,
coisas,
acontecimentos e sentimentos
conhecoos.
Comocaracterizar Llm"novo,,o harparaa go queexstehámuitotempo
IH
ou qLreé muitofarnilar?A fesposta,
malsumavez,estána I nguagem.
t-i Observe.

j
ExPlica.çãodepoesia semninguémpeitir
Um trem-de-fefio é uDâ coìsanecânica,
rnÀsaÌra\cssa â noitc, a rnadrugada, o dia,
Ë aÌfavessouminlìaúda,
ïirou só sentimcnro.

P P \nô. A !-r'. p ,, l nL. ,j , {,,i t. uto \i i tr.,. 4r


o

No poema,o s gnificado
de tremde fenova alémda suadescrição fun-
ciona("coisamecânca"):elerepÍesentaaschegaclas e partidas,traiou leva
F pesso?sde quemgostamos mLritoe, assim,,,atravessa,,
a v da dêspessoas,
rJ d -(Ío ,.ìd \êeÌ ên-rìen.o.
"
.j
A magemfinãl do poemarevelaa sensiblidacleque marcao olhardo
: aÍtistae lhedá condições parareconheceÍ, no mundoà sla vota, â beleza
presente nascosasmaisstmples. Encontrando aspalavras adequaclas, elere
ç gistrano textoa belezaque reconhecêu e propóe âo etor que pefcorrao
., rÌìesrnocamnho.
De certafoÍmá,podemos concluirque a literaturacriaâs concliçÕes pafa
quetambém nós,leltores,o hemosdenìodonovadorpara o mundoe,aoÌazer
isso,reconheçarnosumabeleza que,à prirneiraviçta.nãoparecia estara i.
O poderdesugestão e evocaçãodotexto tteráfÌodepende dacapêcidade
de o escÌitoÍescolher
as paavÍascapazes de ,,clesenhar,,,
paraseuslettofes,
P caso, Yaso.om íoreJ. gua.hesôbre umasériêde imagens. Porrneroda decodifcação clessasimagens, o leitoi
papel Ne$a obrê,a bee2âseequ ibrã consÍó. nasuêimagnãção,Llmarepresentação
efr um Õbletobastâôtecotdano, cJosm!ncJos Ílcconaisapre_
represenÌadô
sentados nosterÌos.
com ecônomiade cores,ê
traços E provâcomoa bêêza pode
.
Obse've.on o ê9tetê\tocon<eqLê. po.neiodêi-rdgen\, ç,gen,.ênario"
h€smô êstarnasco sasmês simptes o"dts
ouê ooder ' hobrados-
-L ".' po.1obo\ -os

Lneratura
é una linquaqen 23 a
TI TER A T U R A
-

15 de maio de 1905
Imagine um mudo cm que não há tempo. Somcnte imagcns.
LÌma criança, à beira do md, enfeitiçada peÌa primeira visão que tem do
oceano. t...1 Um baÌco na águâ, à noìte, suasluzestêrues na distância, como
uma pequena Ìuz vermeÌhà no céu nesro. 1...1urÌajovem em um bmco,
lendorma carta, Ìágrimâs dc conienlâmento em seusoÌhosveÌdcs. i...1 Luz
do sol, em ânguÌos abertos, rompendo umajànela no fim da tarde. [...] o
primeiro beijo. Planetas no €spaço, oceanos, siÌêncio. Uma gota d'água na
janela. U'na corda enrolada. Uma rÌâssouÌaamaÌela.

LIGÉI Ì NIA.N,AlaÌ. .Srn/d lr rìardr. T.adução: [4.a&lo lÁ].


são PâuÌo:CompalÌia dasLeúas,190?.(rfagmelto).

No texto,nãohá acontecmentos,apenas a enumeraçãode diferentes


cenas.A primeira
ìmagem desperta,
no letor,várias quepodem
sensaçÕes
sefiÍnedatamenteassociadas
àJ guradaquea criançaquecontemplao oce-
anopelêprimeiravez.Dessaforma,ascenasdescrtas "a mentam"nossa
rnagnaçãoe nostransportarnparadentrodo mundof ccjonalconstruído
pelotexto.

Comparações:
a concretizãção
deemoções
Ascomparaçõessão umimportante Íecurso
dotextolteráÍo.Pormeiodelas, j
procurarn
osescritoíes tÍaduzr certas
emoÇÕes,ceftosmodosdeveÍe sentir
O poemade JoséPauloPaesilustÍacomoo poderda linguagem de pro-
moverapÍoxmaçóes e explicitar
sernelhanças
tornapossÍveldefinr um sent
mentotão comDlexocomoo amor.

Madrigal
Madrigal
NIeu mor é simpÌes, Dom,
poéticabreveq!e
Conìpolição
C omoaáguaeopão.
e:primêumpênsamêntof no,têÊ
no ou gèlènt€.suígiuno sécuo
XIVno noÌteda lúlia,e deí na- Como o céu refletido
va sequasesempÍe a sernìusica- Nas pupiÌas de rm cão.
do.Aìndâhoje,muitospoeiases-
ARRICUCCÌJR.,Dâ\'i (Sel.). rÌ|eláoãlaz6:
cÍevemmadrgais.
JoséÌanlo laes.SâoÌaúo: Clobal,2003.

Paíadefinr o seuamoÍpor Dora,o eu líricorecorreà semelhança entÍe


essesentjmento e doisalmentosvitaispêÍaos sereshumanos: o pão e a
á9u4.A apÍoxmaçáoentÍeo amoT, o pãoe a águasugerequee5sesentimen-
Darao eu líÍicoquantoos a iÍnentosmaisbásicos.
to é tão essencial
A segunda comparação pfesente no poernareforçaa idéiade simplici-
dadedo amor.UÍncão,aoolhar parao céu,nãointeÍpreta o quevê,Além
Eu líricoé o "eu" quefalánâ
disso, a comparação entreo amore a imaqem do céuíeÍletido
noso hos
poesa.Seuêquivaênte nostex- do cão(síÍnbolo,talvez,dafide dade)êstabelece umaponteentÍeo queé
tosemprosaé o narradoÍ. pequeno/particular (ossereshLìmanos,os ã mentos)e algogÍãnde/univer
s a l (o c é L ).

.24 CAP|TULO
2
TITERAT U R A
-
O efeitodascompãraçôes naconstruçãoclosentidodo poemaé claÍo.São
e asquenosaludama rdentificar ,,deÍlndoras,,do amor:
duascaracterísticas
o Íato deeleatuarcornoumalimento, quemdIrernvvososamantes, e tam_
bémcomoumaforçãtransformadoÍa, quepromoveuÍracêlrasuperâção da
di-nênsáo oe\soàe-r d,rê(áo
d u-i!e-çèlo"dê.

MetáÍoras:
afirmação
de semelhanças
inusitadas
UmoutÍorecurso Ln9üíst
co queexplofaaspossiblidadescriativas
da lin
glagemsâoasrnetáiorês. f'
EÍÌìgrego,o Ietna netaphorás gniíca rnudança, transposição. Nã
oÍigemdasmetáforas,poÍtanto,êxisteurnprocesso
de substtuição:apro
xrmarn-se que,em urncontexto
ootse eínentos quardarn
e5Ìlecífico. a ou
n d re l d ,.é oOe ren ê tsànl o,r.dnl ' et , do S e,oa.a I,n de er rt , , a.
oo ouÌro. ^s,i a,oc

Ditoassm, parececomplicado,
masnãoé. Obseíve
os sequintesveÍsos
deCacaso.
A palavÍaparaNerudã

; -Amo tdlo s prÌaúàs ... Âs Liure-arbítrio


nÌespèÌa.las ... Ar que aridâmen-
rc a gente cspen, êspreita aré qüe Todo mundo é roüreìro.
dc repentc caem ... \'o.ábulos
amados... Bdlhm como pedras
Cadâum escoÌheo t
j touro que quiserna vida
i
r
coìoridas, saltam como peües de
prata. são espM4 fio, mctaÌ, oÌ, O toureiro escoÌheuo
f
!ãlho ... Pê$igo aÌglmas paÌalras proPno
... São Lãobelas que qu€ro coÌocá
las rodd en neu poenn ... Agâr'
rGâ\ no vôo, qundo !ão anbin
.lo, e capturo,às, ìimpcas, apao
as, prepdcúe diare d{} prato,
sinrGàs cÌistaÌnks, libÌìÚes, ebÌír-
I neas, 1r8etds, olcosas, côúo au-
ras, .omo algas, comô ágatas,
cono ueitonas... [...] Tudo está
na pâÌa@ ... LÌma idéìa iÍreira
muda poryue uha palavra nu-
dou de Ìugar ou porquc oura se
sentou cômo üma rainhz denro C\cAsO. LtuÌ.ìú []96, t98tl. tuo de Jeeiro/São ?aüÌo:
de uma f.ase que nãô a cspe!âva 7Ìr' ,. Cô.J, \; ,2uu_.

NERtiD-{, PabÌo. Cafllsd ,1u a,it


fi?dução: OÌga s"$ry
Rio d€Jturèi.o:Difel, 19?3. O titulo do poerÌìa,"Llvre-arbÍtro,',
faz referêncja
ao diretode escolher
(lrãgmeìto) . DilPonivet em: nossoprópriocâminho. Notexto,essaidéiêé associada àsd ficudadesqueo
<h(p://$$.relciúd..on/ caminhoescolhdo nosirnpÕe
pr-ê.udam.n!.rsP>.
Acesô em: ?.1ago. 2004, QuândoafjÍÍÌìaque "Todomundoé tourero',, Cacaso transÍetepaÍaas
pessoãs um comportaÌìento típicode quernenfrentaÌourosem uTnaarena:
Pormeodê Lrína sére de com,
passartodo o ternpotentandoevitaros ,,ataques', do inlmigo,enquanto se
pãraçóes
e mêtáfoÍas,
o poêtâchi
procuraderrotálo.
eno PabloNerudadefirì€,Ìricê Assrm, o poemaafiÍmãumasernehançaentrea açãode umtoureiro e
mentê,à rìpoftãnciê
da paavra o rnodocornoaspêssoas enírentam seusproblemas e desafros.A análise
dosdorscomportamentos revelaa substituiçãoqueestánaoí gemdessã
metáfoÍa.

Literatuâé unê |ìnquaqen 25 a


L I ] EN ÀÌURA

I As questóesde 1 à 5 reÍerem-seao texto 1.

Pelo ralo
Esteconto foì ít1spìradonos atentados de 1l de setembro de 2001
às torres gêmeas do world Trade CenteL em Nova York.
.f
Ìal em seu lugaÌ. E â ÌÌÌuÌher âbÍe a tonÌeira. Encostadã
à pia, espera, tocando a água de vez enÌ quando com a
pona do. rl edos.Li quu u aquê,Fúo, no mdrmn. p.i .
&:ìbeque precisará dela tumegânte, paìã deÌÌet€r Àscros
tÀs fomadas depois de tantâs horas. Logo o !ãpor c(}
neça a suÌrir. Emana da pl.:Ì, primeiÌo lentamente, de
pois numa nuvenì mâìs encorpada, quase apocalíptica,
en$mto o.jato d'água chia conb? a süperIície da Ìou'
os pràtos esião empilhados de um dos Ìados da ça suja. A mülher despeja aÌgunìas gotâs de detergentc
pia ÌìurÌìa toÌrc irregular, equilibrarìdcse uns sobre os na esponja e coÌneça a 1a\':ìÌ.Esfrega com vigor, come-
oütÌos de fomìa precária, como os destroços dc rm \dndo pplá, rl?vê$ quF c.rj\âm imer.ò rJ jgua pâ- 1
p 'e d i o bom bâf . lc id o i m e a (d n d o i ri ' . F ' ri ô ' u i ú s. rada, pegmdo em seguidaos copos e, porfim, a piÌha
Muito sujos. FoIam deixados âIijá fa? algum tempo c de praftis. Vai acumulândo-os, já envoltos em espuÌÌÌa,
os pedâços de detritos sobre eÌes se cristalizaram, to- de rD dos lados da pia, num trabâlho Ìongo, áÌduo. E
mândo Íbrmas absurdas, surreais. Há grãos e Ìascas, .o .ì"pÕi. .e poe J cta\Jguâ-Io..dFl\,,ndo que d igu i
restos de Íolhas, âmontoados de ÌÌma indefinida màs êc.oe.l ê\ddo, on(i eo o que fe,rado. dcrro,.
sn dc cor acinzentada. Copos e tigelas de üdÌo, tm De repente, amulher sori. As pessoâsnão acredi- ó
béÌn empiÌhâdos Dum desenho caótico. exibem a su- lam, mas ela gosta de laÌa.r loÌrça. Sempre gostou. A
perÍicie ìÌraculadâ, cheiâ de nódoas, e o metal das pa- sensação da á$a quente nas ÍÌáos, seujato carregan-
neÌns, charÌÌuscàdo e sujo em úrios poììtos, Ìembn a do as impuÌezas, são paÌã ela uÌÌÌ bálsamo. 'T bom
fus€ÌâÍjerÌÌ de uD â\áão incendiado. ì\4as há mais do :-ssistir a essa pasagem, à tÌãnsformação do suJo en
que isso. Há taÌhcres por toda parte, lâmina-s. (abos, limpo", ouviu dìzer um dia om poeta, qüe também
cxtremidades pontingudas qüe surgem por enúe os gostava de Ìaiãr Ìouça. Ficâra feliz ao oulir aqujÌo. Só
pr.rtos, em sugesti)es irÌquietaìtes. E há ãinda a crate então se deÌã contr do quantíÌ hâúa de beleza e poe
ra da pia, onde ouüos tìntos pratos e tràvessas,iguaf sìa nessesgestostio simpÌcs.Mas agom a mulher sus
mente ujos, estào quase submersos n{rmâ água escu piÌã. qreria podcr tmbóm Ìâ\,aÌ os eìÌos do mÌrndo,
ü, cono se, num càmpo de bâralha, a chÌrã tivesse desfa?er seus escombros, apagar-lhe as nódoas, envoÌ.
caído sobre as cinzas. O ccnário é desolado. \cr em rudúj u\ Jdi o. ê hol Íurc., ò mi .éri /. Ê
" rbão
A muÌher sc apf('xima, os olhos fl.ros na pia. Sua; mentiÌâs. Porque, rÍìnal, dojeito qüe âscoisasandam,
mãos, cujos dcdos enÌJem dobas rcssecadar, resultado é o própÌio mundo quc Ìaì acabâr - ele inteiro -
de muitos anos de contato c.Ìm água e detergente, desceÌìdo peÌo Ì?Ìo.
movc'm{e em tomo da cintura e ctuniÌìÌÌarÌÌ aÉ as cos
sltDGS,Hel(;s2.JoÌal d, Brddl,Rü dejaneiro, 23ser.2001.
tas, Ìevddo astiràs do nvcntaÌ \€nnelho e bÌànco. Com Revisb d. DorÌüìgo, S--çio Conios NliÌÌnros. Dispolrvelem:
gestos úpidos, ágeis, f'ìzs a ìaçadâ, qüe {usta o a!€n <htF://jbotr1iÍe.tedâ.ônì.br/>. Àcc$o en: 30 ser, 2001.

1, ldentìfiquêa situâçãocotidianaque servede . Deque maneirâascompaÍaçóe! gâÍantema asso-


ponto de partida pãra o conto. caçãoentÍeo textoê o atentãdo?
2. como â descriçãoÍeita no primeìro pãrágrãfo 4. Explìquede que íormâ o prazerda mulhercom
evocâo mundo real em que se insereo leitor? o ato de lavâr â louçâ remete à reflexão que o
texto pretendedesencadear.
Transcreva,do primeiro parágrâÍo, trechos em
que â ãuiora(onslÍoidlgumasimàgense a5a5- 5, Que sentidospodemosâtribuir âo título do
sociaao âtentado ão World TradeCenter texto?

.26 CAPITULa
2
I.IÌËRAÌU N A

atentãmenteo texto âbaixo parâ responderàs questões6 e 7.

Aüòesbatememedificio
d.oWofld Trade CenteremNY ;

Do aviões se chocaÌãm hoje pela màÌhã, por voÌtà das 8h48 (9h48 de Bn
sília) , com ar to[es clo edifcio übrld Trnde Center, em Nova York. Anrda não
há detalhes sobr€ o acidente, Íìas o prédio cstaÌpeglDdo fogo. È
A toÌ-re norte do üiorld TÌãdc CcnteÌ foi a priDeira a ser atingida. Segundo
informações ainda não coníimadd, o aüão atingiu entre os ândares 80 e 86 do
norte. Em segúda, o segmdo aüào chocou-F com a tore sul do ediÍicio.
Testemunhas qüe estavâm prónmas ao Ìocal do acidente afirnÌaram que
o alião eraüm Boeing 73Ì, mas n inÍoÌrÌação nio é oficiaÌ. FIá possibiÌidade

O prédio é um dos maiores em todo o mlÌndo c tem 4i 7 metros dc aÌrura.


FolÀaO,&ra ll set.2001.Dnlonír€l em:
3*s{1.fo]n..uol..on.LÌlntÌÌâ/üìurdo/ult94u2a3s2.shì> A.e$o en:25 âSo.2004.

;
OsdoistextosIidosremetemaosãtentados de 11de setembro.ldentifi,
que âs informâçõesreíêrentesaos ãtentadosapresentadâsno texto 2,
. Deque maneÍasãoapÍesentãdas taÈ nformaçÕes?Explque
j
7. EscÍevaum parágrafocompârandoostextos 1 e 2 com basenosseguin-
tes critérios.
. Perspectiva: objetiva,subletvã.
. Função: estéica, ut litéra.
. Linguagem: pÍedominantemente denotatva,pÌedominantemente
conotatvã.
F CombasenacornpaÍação quevocêfez,i asslfquecada
textocomoliteráro
!
ou não-iteráíio.

I As questõesde 8 a 11 referem-seao texto 3,

As palaaras
Estepoema de Eugêníode Andrade discuteasmuìtas possíbìlídades
de signìfícaçaodaspalavras.

Sâo como um cristal, Desanpar.Ìdas,


inocentes,

Algumas, um punhal, Tecìdassãode Ìuz

E mesmopálidas
verdes pariísos ÌerÌÌbram :ìinda.
Se.retas vêm, cheias cÌe memóda. queÌn asescuta?Quen
InsegurÀs navegam:

as águas estreDecem. nassuasconchaspuràs?

ANDRÀDE, Eugênio {Ìe. ÁDraLrAaa


rrâra Rio deJaneiro: Cirilizição Bnsil.in, 198J

Literatura
e unê Inquaaeït 27 4
L I Í ER ATURA

8, Expliquequal é o temâ do poemãconsiderando


ãsdeÍinições
âpre'
sentadassobreas Palâvras.

9. Releiaatentamenteestetrecho.
''Sâocomo um oistaÌ,

Âlglmas, um pü!haÌ,

t Qua é o signflcâdoque o àutorprêtend€atr buÍ às pàlavÍãscoÍnas


comparâçóes deslacadas
nosversos?
t
tO.O que â metáïorâ conchaspLrras
sugeÍesobÍe âs pâìâvÍas?
Í'1,Com bâseem tudo o que vocêâprendeunestecapítulo,escolhaum
texto (pode ser um trecho de romance,poema ou peça de teatro)
que ilustreo trabalhocoma linguagemcaracterí5tico
da literatuía.
Leiao iextoescolhido que
e expl a seuscoleqas
comoel€exenìplf cao
trabalhoteráÍiocom a nguagenì.

'
Neste vocêviucomoa fotograf
capítulo, a é umainguagem que,além
de regstÍare ementosda rea dade,expressa emoçóes, sugeresentimen
tos,levâquema obseNa a êxploÍaf outrossentdosdaquilo quee a rêgs !
tÍa.V Lrtambémquea nguageÍÌì teÍária
fazusodeoutrosÍecuÍsos para
alcançar objetìvos
sernelhantes. a você,em um pÍirÍreiÍoTno
Pararr]ostrar
mento,comoa teÍatura faz sso,usamos o textodelackKeÍouac corìo
umaseglrndã " ente"que "tiraurÌa íotografia" da realidade,fazendo
usodasPãavras.
a
Evocê:setivesse deescolheÍ outrotextoe oltra magempafaa abeÍtu-
ra destecapít!lo,quaisseriam? FoÍmeumaequipe coma gunscolegas e
escolham umaiÌìãgem(Íoto,pinturê,escuturê,etc.)e unìtextoque,com-
o n"do..po,s"r i'l'oduz- d dl\.r '!àoquelèleros'es.ê_aplr'o.
Selecionem umamagemque,a émdeofeTecer pafaquern
"pisÌas"claras
a observa,tambémexpresse eÍÌìoçÕese sentirnenlosd ferentes
e leveo ob-
seÍvador a exploraros sentidosque a pessoa que prodlzLressamagerÌì

CuÍlìprdaessapartedo trabalho, a êqupedeveprocuÍar um lexto


teráÍioquediaoguecoma imagem escohida.ValequaLquer textoiteÍá-
rio- poeÍÌìa,trechode roÍÌìance ou conto,umacenade peçade teatro.
O ìmportante é quea pâssagem escolh daestabeleçaumarelação eviden-
te coma imagern
Cadaequipe poderá,porI m, êpresentaro tÍabaho paraâ classe.
Para
isso,deveÍá:
. rnostraÍ
a imagemescolhldâ e Lero textoseecionado;
. apresentar, urÌìaãnáisedo textoquelustifique
oÍalmente, suaêssociâ-
çãocoma imêgemescoh da
ÉpossívelfazeÍ f nal,e egendoo textoe a magemdeque
urnaavãliâção
a cassemaisgostoue/oua associação de imageme têxtoqueãchournais
apÍoprada.

.2A CAP|IULA
2
PoronovegorJS PoroossisïirF
http://wvw.cis.ya le.edu/ãíììstud/166lfr 1.htmI A históriaselÍ,fin,de
site em inglèssobrêo fotógrãfo RobertFrank
êsua obrã TheAneri.ããs. Este ivro defotos íe- FU A 1984
,
gis t r ããsc ena se p a i s a g e nasme rl c â n adsa d é ca Fìlnreque contaã fantáíka
dã de 19s0,resultantedã viãgemfêita por Frank,' âventurãvi vÌda por B anl an
durãntedois anos,por 48 dos 50 êstadosamer BaltazârBuÌ.que.depoisdeteí
roubado um livro íÍisteíioso,
inrirulada A histótia semfin, ê
http://educaterra.terra.com.bíliteraÌurâ transportadopara o reino de
5lte sobreosbeâtnlkse ê culturãdosanos1960, Fantasiã. RegidopelafÌguradê
nos Estãdosunidos. Destaquepaía as inÍornra de i cadai mperatri zMeni na,
çõessobreos objetivosda GeíaçãoBeête o con essemundo mágico enírentã
t ex t o polí t lc o e s o c i a l q u ê d e te rm i n a o s eu um perigoteríve: eíá sendotragado pê o Nãdê
surgjmentona Améíicado pós guera. Pá àperd, Ln" espercnld: o jov-"rrevà enreAfleiu
dèvêêncontrãíum ser humanoque se dÈponhaa
http://wwwsecrêl.conì.br/jpoesiã/ salvarFãntasia.Então,Bastianpercebeque é ele o
h- orqJetodosesperãmA pan r d" . Ìu ." ' dven-
site com discuBodo e(ritor portuguêsJosé ur" . çrëo vv,darpor e,i e rrìi do 9" ro.o l i o àpè
saramagoproferido em dezêíÍbro de 1998pe xonadopeloslivrose suashistóriasque não rêsiste
ranÌe ã Realacademlê suêcã,já como o novo ao âpelodeviver uma hiíórla que nãoÌenhãfim.
Prêmio Nobe dê Ltêíatuíâ. Ne$e tocãnte dis
A princesapronetida,
cuís0,o primeiro eÍritor de línguâ portuguesa
de RobRener EUA,1987
L
â recêbêresseprêmio re embfa cenase pesoas
quê m ar c ar a m s u av l d êe q u eo a j u d ã ra ma c o ns U m meni nogrl padorecebe E
t r uir s uaobr a l i te rá ri a . ã vkita do ãvó, que lhe tfãz
r de p.esenteum l i vro:A pri n-
cera promêtidã. O menino
fica frustrado, mas concordâ
em ouvÌr a hlstóriãquando o
avô promete que o livro tÍa
.á lutas, vingança,os piores
vi l ôesê osherói smai ,corêj o
sos.À medi dãque vai sendo
ê n 'e l ( " d o p e l d l : n g L d g e n l 'r e d o n e r i 'ì o r Ì 'ê l
".
q u l h d ê m L m L n i v ê r \ o t k {i o i d q L ê 9 u à 'd à a s L r

Porolere pesqulsor
õ pr€sa de grandes emo!óes e muito dlvêrtimento.

Muito aléln do jardin,


como se tràta de um capitulo qLreapresenta de Ha Ashby.EUA,1979 ..
característicasda linguageínliterária,sugerimos Chanceé um homemingê
que vo.ê procureã gumasobras quê âbordem nuo,que pãsa todã a suãvida
e$e as pec t oO. sl i v ío sa b a i x os ã oã p e n â si n d .a - cuidandode um jardirn. seu
cõesdos muitostextossobreo assunto. unico contato com o mundo
sãoospíogramasdetelevisão.
lltêratura: eitores& leitura, de \44Írsatajolo
QuandosêupatíãornorÍe,êle
5ãoP auo:M o d e rn a2,0 0 1 . é obri gadoa deìxaracasa em
Cono e parque leros clássìcos unívesaìs quesemprêMveu e ãcãbasen
desd€cedo,de An. Mofi. L4o.hÒdôRo le do ãcidentalmenleatropela-
l.nê Íô: Oi-.]--rn.2002 do por um magnata.Íornam-
tntroduçãoaas estudasliterárlot de [4arê seamigose o magnatâo aprêsentaa Lrmasériede
Vita ia Lea de \4atos.Lsboa:Verbo, 2001 pessoà. i rpoddl l e. qJê i l tê' píetàÌ rudo o qLe Á
d Ìo pel o j à' oi 1ei ' ocorì' oàrqogeri á1.ts,ê Íi ' Í1 e.
Dicionáriode ternos tterárbJ, de Ma$aud d em de rernatzara in+luenc'ada lelpvi\áonà vidc
M ois és5ão
. Pê !o C ! trx , 1 9 7 4 . das pessoas,também abordã as confusõ e5
A linguagemliterária,deDonìicoProênça F ho desen.ãdeâdas quando ôs pessoasjnteípretamde
, 9 7 (s é reP ti f.i p o s )
6. €d S ãoP au l o :AÌ.4r9 modo íigurãdo o queÍoidito em sentidoliterâ1.

éuna linquâqen29 |
Lneratura
rae genero
Literatu
(l o eprcoe o lírico
):

Quando ouvìmas íalar de um filme épicr:. imedìatanente


visualizamascenascle batalhas grandíosas,co!11ã prc.,erìçaCe heróìs
destemidos,deíendendo valaí4s camo a hanra e à justiçâ. i
Por sua vez, quando se têta d-. un fílne ramântico.
sabëmosíluê prcvêt-retr\entevercrí|osceúas!irita3,
em qLíea5 emoçóes€r_iârãoprereDte5.Pat que iazeí!rcs
essal 1iqâções?O qre n,Jslevâ t asscaidra épicc a a4n4s
cÍe/utê espçtâ.u/ares e o lit'icc aai sentimenfl)s?Í,testecapítuia,
você vai ler alguns textoi lãJcifiante.re eitenrier ccno
eJsesdo7'scorceitoi êstâa liEadÒsà literêtutã.

::

Cenadô I me O serior dor ,4nèrt O tetô.hÒda rei,2aA3


odô.ol-o.lo .qo po opô r ' o po.\ôó.
o que vocêdeveá saberao
Í. A foto nosmostrao momentoem que Frodo,o heróide O SerlÌor
dosÁné6, chegaao topo da Montanhadâ Perdição.Láele deve
1. O que sãogênèrosliterários. destruiro UmAnele livrara Terrâ-médiada amea(ade serdomi-
2. O que é gênerc épíco. nadapor Sauron, o SênhordasTrevas. Quãlé a aparência
do he-
. A função dospoenas épí- rói nessemomento?
cosna Antigúidade. . O queessaaparência
sugeÍesobrea jornadade Frodo?
. O conceitoclássicoe o con
2. Expliquecomoessaìmagem5imboliza, no contextoda históriade
ceito noderno de heróí.
O SenhordosAnéis,que o maior desafioenÍrentadopelo hêrói F
3. o que é gêneÍo lítico. não estavanos obstáculosa seÍemenfrentadosna iornada,mas
. Càrc.terizêçãodasprimeí- na lutaquetravarìaconsioomesmo,
râsnãnifestaçõesda lhica.
. A atual definição de línca.
. Alsunas daspríncípaisfoÍ-
|nas e alguns rccursosaa
t. No trechoabaixo,Elrond,o senhordos Elfos,apresentaFrodoao
Conseìho que irá decidiro que deveráserfeito com o Um Anel.
Que características
de Frodosãodestacadas por Elrond?

Elrond chamou l'rodo pda se s€ntar ao seu lado e o apresentou ao

o desaÍio
do Anel Àqui, meus amigos, cstá o hobìrit, l'rodo, filho rle Drogo. Poutrx
! cÌregaram aqui, passarÌdoporperigos maiores, ou em missãomais urgeDie.
t . . .1
Ì'rocio oìhou para todos os rosros, mas eles não estaiaDìvoltados pda
ele. lbdo o Conselho se sentavacom os olhos para baixo, pensando pro'
fuÌìdameDte. LÌm graìrde pavor o domnrou. coìììo se estìvesseaguârdan'
do o proÌìrnciamen.o de alljuma seniença qu€ ele tiDha preristo havia
muÌto tempo, e esperado em Ìão que afinal d€ coÌìtas nunca fosse pro-
nuÌìciada. Um desejo incontÌolável dedes.ansar e perÌnanec€r em paz ao
lado de Bilbo eÌÌì \'alfendà encheulhe o coração. Finalìrìente, com rm
esforço, 1áoü, e ficou srìIPresoao oÌúr as próprias palavras,como se al
Em2001,d Sagado An€lche- guma outra vonlade estivcsseusatÌdo suâ pequeÌÌa voz.
gouàstêlasdecinema do mundo - Lei'arei o ADel dissc eÌe- Embofa não conbeça o caminho.
ifteirc.Dkiqida peloneozêlandês
Elrond levantoÌr os olhos c oÌÌrou para eÌe. e Frodo sentiÌr o cornção
PeterJackson, a tr oglacontaa
h stóÍiado hobbtFrodoBoserroe devassadopela agudeza daqucÌc oÌhar Se entenclo bem hr.to o que foi
suamÈsão dêdestruiro UmAnel. d i i o -d i sse el e,penso quccssataÌefaédesi i ' radaavo.é,FÌodi i ; cquc,
O tercero filr.e da série,O r+ se você náo achar o cannnÌo, ninguém sâberá.E chegada a hon do povo
torro do reÍ,noslevaà ft7]ontanha do Condado, quando deve sc Ìer'antar de seÌrscampos pacíficos para abr-
dâPerdição, úncolocalonde pode 1âr âs tofes e as deliìrefaçõcs .tos Crandes. Quem, entre iodos os Sábios,
seÍdenÍuídoo ênelforladopoÍ poderia preÌer isto? Ou. se sio mesmo sábios. por que deverim espcrìr
SauÍon paradominaÍospovosda sabèlo, até qüe a hora chegasse?
TerÍa-méd a.
Ma-so laÌdo é pesado. Tão pcsado
ApóssupêÍartoda sonede pê-
que ninguéìì podeÌia impòlo a outÌa
r gose obstáculos, ÊFodoe seufìel
dmgo SamGanìgichegamao pessoa. Nào o imponho a você. Mas se
iopodovulcão, ondêo heróipre- o toma liÌr€mente, direi que sua es.o
cisavencero desafiornaisdifícill lha foi acertâda e s€ todos os poderiÈ
resistÍà tentaçãode náodeÍÍuiÍ sos amigoedosrlios de artiÍjàmente,
o UmAne € usufruirde todo o Hador e Húrin. e Tuin, e o próprio
podêÌqueelêlhedá,sucumbn- Beren. esti\€ssemreuÌidos jüÌìtos, ha-
dô assìnì à doÍninêção do nìal. '!€ria um hrgd pm você ente eÌcs.

é qênerc(1):o Eìco e a lhka 31 a


LitêtâÍutâ
T I TER AT U R A

NlasceÍtarlente o seühor náo o eNiaÍá soznÌÌ]o, X{cstÌcÌ - gritou


t ::!:, o SarÌ, i1ìcàpàzde se conler poÌ maìs rempo, e p!ìÌâr.lo do canto ondc ti-
nlÌa eslado senlâdo, qÌrielo, sobre o chão.
i;;.'1;fl o - Re,ìlnÌcÍte ÌÌiol- disscElroncl,voÌt trÌdo{c para eÌe.oni um sÌn$.
G - Pelo meÌìos\oca dcle ìr com eÌe. É qurc impossftel sep:irálo cÌeFrodo,
até mcÍno.Ìuan.to cÌc é cor\o.ado puaum conseÌhoseüeÌo, e não.
'ocê
Sanì !e seÌrtou, coràÌìdo c sâgue.jando.- Quc boa cnrasca.lncsta cnl
que üos ìctcnÌos, Sr. FÌodo -.lisse eÌc. b dÌçuÌdo a caÌrcça.
rt
È I CJLIí!\..j R R. aJ5ì,nro1lri,Ì,á\. lÌ rhljur LeniÌr \'Íaria Rjmoìì E$eles
c Alnú. Pì\eri Si. P",l,,: \Í"Ìrìr\Fonie\. ?000. (Frrgrl-nnr.
; è
ô

4 . L e i â u mâ deÍi ni ção de heró.


A triloga o senhorc/or | . . . I nrcÌi\íduo notabiÌizaclopor seusfeitos guerreiirs, sua co ragem,
Ánélslo escÍta peloingêsl tcMcntade , abDegaçio, maglìarÌnnidade, erc.
R R Tolkiên(1892 197:),pÍo
D)ôan.irú
Húüai.r\
/b tugtafu,htsr6a Ri. deja.eno Obj.tn:,200Ì.0:ngm€lrol.
íessoÍde teratura e ngúía.
Seupr merc |vÍodef cçãofoi r O que, no texto, perrÌìite identif car Frodo corÌìo o herói da histór a de
o hoób/ípublicado em 1937. O se/rhordo5ÁnéÀ?
ExpiqLre
A r€pêÍcussãoeo sucesso
dahs
lónadosseres pequenos,depes no texto,â passagem
5. ldentiÍique, em que Íica evidenteque as
peroos,quêgoÍarnoêcorneí âçõesde Frodoengrandecem todosos hobbits.
muto e vverem pâ2,fizêEm
6. Os heróissão"predestinâdos"a cumprirumâdeterminadâ mis
conìqueTolk€n.omeçasse aee
crevetnessernesmo âno,acon- são.Tambémessacarãcterísticapodeseridentificadâ
em Frodo?
tin!açãodahisÌória
doshobbiÌs lustiÍiquesuarespostacomum trechodo texto.
.s trêspaftesde O Sernofdo, t. Explique que outracaracterística
do heróipodeseridentiÍicada
AnéÌs(4 Sociedade doAnel,As nestas palavras
de Elrond:
duastorres,O retarnodo reì).
N4asÌárdeessaÍogasetor "1...1o fà.doé pesado.
TãopesadoqüeÌìnìguéúpodc nnntrôìoa
narãLrma dâ50brê5 masfamo c,utfâpessoâ.Não o ìmpoÌÌÌÌo a você.NÍasse o ro!Ìâ Ìi!ÌcnÌcntc. direi
sase dasno rnundotodo qüe suaescoÌhaÍoìacerrada:1...1"
8. Ob5erveas imagen5corÍìalgunsheróisÍamosos.

li
,tri

Câraderísticas
do heróì
ra..-
Umacêracteftticadssocadaao e
h€ró é o fâto de ele, mu tas ve
zes,r€prêsêntârseLr pfÓpÍo povo É:i
O conìportamentoêxemplardo ..':
heró, nessescasos,deixadê ser :' a
u ma m ar c a f div ldua p a ra s ê f ;
dÌÌìpiado e aÌribuldoão povo a
:
UmaoLrtracara.teristcâé a dê I
o hêróienarpredeÍ nadoa cum-
prlr !rìa dLrternì
fêda missão. I Discu'tê colegâs:que caÍacteÍístcâsem comum !tneraêsses
com seLrs

.32 CAP|IULa
3
tIÌERAT U R A

Osgêneros
literários
O termogêneroé uulzêdo,nasd ferentes formasdeafte,paradenom-
q\re
narumconjuntodeobras apresentam caracteÍíst defor-
casseraìelhanles
Ílìae de conteúdo.
A prirìrera tentativade organizar a produção literáÍiade acoÍdocomas
característìcasdasobrasfo ÍeitapoÍ Ar stóteles, naAntigüdadec ás5cê
A divsãoarstotêlcã degêneros baseia-seerndoiscrtérosro conteúdo e
pela
a forrnaassurnida nêrração. Quantoaoconteúdo,o fi ósofogregoden
tif coutrêsfocosdeatenção daobra:a9paixóes, asaçõese oscompoÍtãrnen F
tos humanos. Quantoà Íorma, identficãva corÌrodramático o textono qual
nãohava um naffador, apenasâ ãtuaçãodãspeÍsonagens, e comoépLco, o
textonoqua o poetanarradorfa a direÌámenteou poÍ meiodeumapersonã
gern(comonospoernas de HorÌìero).
Ar stóteles
nãotrataespecficamente dã
pioduçáo ir ca.
NoRenascimento, a grandevalorização dâpoesa lírica,desencadeadê pela
produção de Petrarca e seusseguìdoÍes, consoidouo estabeecimento detrês
um conteito'muito mportante categorias báscasou gênerositeráros:o épico,o líricoe o dramático Essa
paÍaAÍiitóteÌes é o dê mimese, classficãçãocontnuasendousadaem nossos d as.
que,emgrego,sgnificaiÍntaçáo. NestecapÍtuo, vamosapÍofundar o estudodo gêneroépicoe do Iírco
Nasuaobra,Doér,cd, ee de5envo
vea idéladequeafunçãodalitê-
Ìaturê,p hcpàlmênte r O gêneroépico
do têêtro,
ê cnãíÍêpíesênÌãçoês ( m Ìãço-asl
dãsaçôês ê conìporiâmentos hu- Todosos povostêrnassuasnarrativas. A formacomoasorganizãm pode
manos,daspaixÕês ê forçasque variaÍ,os meiosatravés dosquais podeÍÌìseÍdiferentes,
circulam rnaso fato é/
nosevârna ãqir quecontarhistórias pareceseÍumaãtividade própriada natureza humana.
sêgundo aÀiótees,quandoob Dospoemas oras ao Íomance contemporáneo, a lteraturaregistra
a traje
seÍvamos às|epÍesentãçÕes cÍiadas tóÍiadãsnaÍÍativas e seuestudonosaludaa compreender as mudanças lor
nost€xtoslilerários,vveúosèxpe mas e deconteúdopor quepa55aram.
,iènoasseÍnelhantes dr dasperso
ndgens e èprenoeraos conìEso as narrativâs ÍÌìaisantigasapÍesentaTn
umacaÍacterÍstca comum:todas
coftaÍ os Íe,ro\ê'trdord
náíios
deurnheroi

Oslongos poemas narrativos,


ernqueumacontec mentoh stóri.oprotãgon
za-
do porumheróiécêêbrado êmeslilosoene,grandioso,
sãochamâdos deépicoi
oL epopeià5o rêÍìo d"r "d do qrego-oo-.q-e derfe o<\ôL..ioniÍ,"do..
o.etú.eí p.ld,d.t.ra. d' urÕ

Na cenade abeÍturada OdÀsélã,podemosldentíicara gumasdêscarâc


teíístcêstÍpicasda épica.Observel

lllÌNa. reconta{ÌÌe os lèitos .Ìo herói asruciosoque muito


peregrnÌou, dês qüe eslèz as muaÌhas sagÌadasdc Tióìa;
muitas cidades dos homensüajou, conhcccu scriscoslrÌmes,
(omo no mar pâdeceu sofrimerÌtos inÌimeros na almâ,
p:úa quc â lidâ sâh'assee dc seuscompmhcnos a volta.

HOìÍIRO. Oln;ìd. Trìdução: Cà los Albe.i. Nünes


5..d Rjo de.Ì"reirô: [diou.o,1097. Ooleção U]Ìiver si.bdc
(Irâgnento)

Lhentura-aqènero(t):a ea.n e o litkÕ 33 a


L I Ì E R ATUNA

O poetapede nspraçáoàs musaspaÍacontara históriade um heró,


Odsseu(tarnbém charnado queperegT
de Ulsses), nou por muitascÌdades e
terríves provaçóes
soÍTeu desdequedesfezasmuÍalhas sagradas deTróÌa.Aí
estãodeineados a voznarratva(o poetaqueirácontara história),
o heróie
suasupeiordadediantede ouÌroshomens.

Asepopéias ou primárias
clássicas
Provavelmente, a narrativamaisantigadequeseternnotícaé a quecon-
ta, ernveÍsos,a h stóÍiadeG lgamesh, re deuruk,naBabilôn a,queviveupor
vo ta de2700a.C.Étambéma priÍneira eoooéa a narrarosÍeitosdeurnherói F
pátro.Apesardisso, consdera-se queasobrasépicas mâisimportantesparaa
literaturaoc dentalsãoa íadae a Odisseia, que surgiraÍnbemdepos, por
voltado séculoVll a.C.,e culaautoriaé ãtribLrída a Homero.
Supõe-se que tanto a //ladaquantoa Od6sélêtenhamse originadode
cantospopuarese declaÍnações emfestivais Íelg osos.
AestrutuÍadospoemas homéricosserviu debaseparaoutÍosépicos, como
a Fnelda,de V rgíio,e Os/usladas, de Camões. PoresseÍnotvo.a /radae a
Odbsélasãoconsideradas poemasépicosclássìcos ou primários.Todosos
quêseinspirarn nelessãoconsderados de imitaçãoou secundários,
A /rêdênoscontao últÌmoanoda guerrade dezanostravadapelosgre-
Võo comcênadâodúséa U ses gos(aqueus) contÍaostroianos. O títuloderivado nomegregodêcldadede
(ods'eu)e seushomens.ombâtêm
ô
.iclopêPoíemo,século
Tróia: íion.
V a C.
O confito histórcoé o panodefundoparao poetadesenvolvero núcleode
suanarrativai a iradeAquiles, que,apósdiveÍsas peripécias,
mataHeitor, Íi ho
do reìdeTróia,ê vencea guerraparaos gÍegos.A /radaé um poêmãsobÍea
guerra,sobreasatitudes herócas e ossoffirnentos queeladesencadeia. a
Odisseu (Uissesé a forrnalatinae maisconhecìda do nomedo heÍói)éo
heróidasegunda epopéia homérica, a Odlsséla. EleretornadaguerradeTróia,
naquã tevepapeldecisivo: foi eleqlern tevea dérade presentear os ininìi-
goscomLrmcavalode Tnade ra dentrodo qualestavam escondidosos gueÊ
rero5gíegos.
Ernsuavoltaparaítaca,cidadeondeo esperam a esposapenéopee seu
ï lho Telêmaco, enfrentará mutos peÍigos e sofrimentos. Ao contaressavia-
gern,a Odlssé/ê retratade TnodoÍnas próxmo a vda cotidiana dosgregos.

O (on€eitode heÍóinasepopéias
clássicas
NaOdlssé/b,os píinclpais
obstáculosenÍrentados peloheró sãoprovoca
dosporPosido (tambémconhecido comoPosedon),deusdosmaÍes.Enfure
'dopo-OoisseJre cegèdose,lilo ooi'eno.ur oodêro.o 9 ga-fe
-iclopê,
com um só oho no Íneo da testa,PosdocriatodasoÍtede peÍiqos pêía
i'rpeoi'q,eo reioellècèco c uo oÍ \,iddrLd.o n"d" dêíeg-esso
No Íecho a seguir,vemosOdisseu seÍatacadopeas forçasda natureza
cornandãdaspor Posdo,quãndoestevotavadaÁfr ca.

No quaÌto dià o trábalho lÌcou cc'ncÌuído a conrenco,


e no seguintc a diüna Calipso mandou que s€ fosse
dn iÌtÌa dcpois de o banhaÌ e provcr de vestidos odoros.
t...1
Fez quc soprasse,em seguida, unì bom venro propício e agradá\cÌ
ao quaÌ as r'€Ìr o dil'o Odisseu sâtìsfeito desfralda.
t...1

a 34 cAPiTULo3
TITERAÌU R A
-'

Eis que Posido, de vollâ dos homens Eúopes, o erÌi(erga,


Dos aÌtos montes dos povos Solimos. De pronto o pcrcebe,
q ,,c p e ì o mJ. nJ\egr\r. \ì dd mr' n.e exJ.perá,om i $o:
move nÌdignado a cabeçâc a si pÌóprio dirige a palawa:
"Ohl Por scm dúvidâ os deÌNes por ÍÌodo dìverso acordâÌ?Ìn
sobÌe Odisseu, qudÌdo esti\€ em üsita entre Àsgentes Etíopes.
t...1
Penso. porém, qìre ainda posso causarìÌÌe ouiÌa série de ÌnaleJ'.
'Iendo isso dito, conglobâ os buÌcões, cleixa o mar agitado
com o tridcnte. Suscita,depois, tenÌpestade violeÍr;i
dos ventos todos cm nuvens eÌÌvolve cinzcnt^ a ,eÌ r a
conjruìtâmente com o m Baixa a Noire do céu entremenies.
t...1
o cor4ão de odisseuse abaÌou.ftaquejâÌaÌìjlìe osjoelhos.
Veìdo-sc enì tân1âaÍlição, ao ma8Ììânimo espiÌiro Íala:
"QÌÌão infeÌizl ,c.ide mìml que me ÍaÌt:l passardc màis gftvc? '
t...1
ui,sies(detalhe),obrade Longe Ìâs ondas é a\'ela.jogada con a verga ainda presa.
c P eegr noÌba l d is,é c u oX V Por nìuito tempo Odisseu submergido ficou, sem que do ímpeto
da ondà pudesse Ìivrar-se e sürdiÌ rovamerÌre à ÍÌor da águâ,
õ [U otlor* quee{ãrm un odoÌasÌa.râ€l pois Ìhe pesàvam âs vestes qrte a nnìfi Calipso Ìhc dcra,
conglôba Ímh, Éúne. té que, por fim, veio à tona, expelindo dabocà a salgada
8lúó6: nh,ens cspcss ,ìuc údi.tun a
água aì"argosa. que eD Íìo the cscorre, também, da cabeça.
chegada de uni tenpe$ade.
Não se esqueceu dajangadâ. conquanto se achasseextenuado;
j
Màr, peÌas ondas âbrindo caminho, agâÌÌou-selhe presto,
sobe e se assentano mcio, escaparÌdo,conÌ isso, da Morte.

HONIERO. O,risád. TEdução: Cârìos Núes.


Receita para fuer ]m herói 5. Èd. Rio deJd€n.: ^lbertÒ
Idioü.o,19!t.
Coleção Unire$idade.
(Frasmento) .
Feito de nàdà .ômo nós
Enr tanìanho naturàl
EúbebecÈlhe a came
t De úÌjeito iÌrà.iônd Naepopéia clássca,osdeusessãoapíesentadoscoTnoseíesíeas queaju-
Cômo a fome,.onìÒ o ódio darnou preludcarno herói,dependendo Tarnbém
deseuscaprichos. os peÍi
gosenfrentadospeo hêróisãoextraoÍdinár
os.Odisseu,porexeTnpo, mostra
bravurae coragemao enÍÍentaÍa Íorçadasondase dosventos.Masvemos
na obfaqueelenãotera chancede sobÍeviver se nãorecêbêsseurÌìaaluda
\u p ê o - no . d\o, da de- d
^rê.è
DnponiveÌe'Ì: <ÌÌtF:/rrru.r.dì. Mesmo sabendo serimpossíve fugirdasprovaçóes quelheforammpos-
múho.Pt /-ì j/nnn.a/hLÌr1/ tas("Quãoinfeizl Ai de ÍÌìml Quemefa ta passar de rnaisgrave?"), Odis-
rcúaldcrec€iúPanFz€ruDI ldo| nem por Íecuaou fraqueja.
hrnl>. Ac€$oen: 29juÌ.200.1
seu sso Cumpfe, assim, o seudestino e consa-
9ra5ecomoserhumano supêÍior,extraordnáÍio,dignodeserimoÍtalzado
por seusfe tos.
No discoA/coa.ús.rca (1988),o
grupo lrãl r.!sico! o poêmade OutroêSpecto presentenaepopéa clássica é a preocupação em inlofmar,
Reinado FeÍeiÍa," Rçceita parase a todo nstênte, a quepovo peÍtenceo heró,ou qual é ã suaÍliação.Por
Íazerurnheró",coÌÌìagumasnìo assoc açãoao heÍó, a ïamíla e o povoâ quepedence tambémseengrande-
dificaçÕes na êtra. Nele,qleíio- ceÍr comsuasaçõesextraordlnáÍiâs (avitóriade Aquiessobreos tro anosé,
na-seê v 5ãoda gueía comoo es tarÌìbém,a aÍ rmaçãoda superior dadedo povo9Íego).
paçode consagração dos heÍós.
Esse i po de queÍonamentos-â- Dessa foÍrna,os poemas épcoscontÍibuem paÍadivugaÍa idéiêde iden
da posslvêl naépocaenì q!ea /tra- tidade pátrìa. podeser
ÌalcaÍacteÍísticâ maisbemcoÍÌìpreendida sê embrar
ri da e a Odlsséia forêm escrtas? , mosque,no morÌìento em queessasnaíativassuÍgenì,a noçáode Estado
arq!or*d*r*nr**n*r'dr* e*${d aindanãoestava defnidae a organizêCão.sociêlvaÍiavarnulto.

lrterdlrid
eqen€ro
ír. o e/r/coe
orrro 35 I
TI Ì ËN AÌ U R A
-

de imitação
Asepopéias ou secundárias
E e/dê,a prìmeiraepopéa de mitação, peo poetaromanoViÊ
fol escrita
gíio,entreosanos30e 19a.C.Esse poemê é conslderado "a epopéla
nacio-
naldosrornanos", poÍqueÍo compostoparagloriíicar a gÍandezade RoÍÌìa.
Nessa obra,Virgíiofaz urnaespéciede sÍntesedasfábuas gÍegase das
tradiçóes latinasOsseispÍimeÍoscantosde F,1erdê nspram-senaestrutura
da Od6séiê e apÍesentãmas aventurasdo heíóiEnéiasOsseiscêntosfinais
aÌlresentam umasérledecorÌìbâtes desenvoÌvidosde modomuitosemelhan
te èoLrelescontadosooí Homerona/rada.
É no RenascÌmento,poíém,quesurgeo maisconhecìdo poêrnaépco de F
irnitação: de LuÍsdeCamões.
Os/usladês, Escrtoemumasocedade bastantê
Mosa.ôdo séculô 3 d C Ên.onÍadon. diferentedaquelaque viu suÍgira lliadae a Adisséìa,o poemacamonÌano
Ìunisi.quemonrêVÍqilô escrelendo,
nspnâdo porduasmusas. revela,na caracteÍizaçãodo heró Vascoda Gãma.o obietivode exaltara
bravuÍado povolusitano, poí eleÍepresentádo no poema
Nâ cenaãbãrxo,extraídado cantoV de Os /usladas. testemunhamos o
encontrodeVascoda Gâmacomo o oanteAdamastor

BraÌìindo. o negro maÌ de loÌÌge bmda,


Clomo se desseem úo nalgum rochedo.
A exaltaçãodo povo I
"O Potestade (disse) sublimada:
O fètô de Camõêsês.FVêrêm
qrre am€aço diúno ou que segredo
LrnìínoÍnentoêm que o Estado
eíá claramenteÒrganlzadoe é Este cÌinÌà e este ÌÌìâÌ nos âprcsenta,
rêsponsávepelavlda das pessoas Que núr coufl parece que tornìenia?"
faz com que a individualidade do i
heÍóidexe de serjmportante. Não acaba\a, qÌDndo uma fig1llâ
O que meíecedestaquee elo Se nos mostra ìo ar, robustâ e váÌi{Ìa,
g o são os fêitos do povo, que a De disforme e gmDdíssima estitlrra;
cançaa imoÍtãlidadêpoÌ meioda O rosto canegàdo, a barba es{ÌuáÌidâ,
Í qura dci hêÍói que o representa
Os oÌÌÌos eÌìcovados,e apostura
Mcdonha c má e cítr terrenâ e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabeÌos,
A boca negra, os denies amarelos.
t...1
E disse: "O gerte ousada, ìaìs qrÌe qüa tas
No nÌuDdo conÌeteràÌì Fandes cousas,
Tu, que por guenâs cruas, tais e tantâs,
F.por irabalhosvãos nunca repousas,
Pois os vedados térnìiDos qrÌebrantas
E avegar ìeus Ìongos mares ousas.

LIJ Po&sLdê: {ìiúndà.lc po.leb!â


Que eu taÌìto te po hájá quc gÌlardo e tenho,
\u I J d rrd u' i l , i \E à' ,Ìruuufrofri u l .rìl ru:
Vêdados 1érninc o Jìn do rmr,
sinìboliâdo peÌo Crho {ìó Toment!!
cAMòEs, L,í d.. o" r,oi"das-rt: , otÌa.anptrta.
onde nuihs ddrnÌuções nâutì âgâ.ú.
Nor2 AguilâÍ,1938.(Èi8mentt.
Rio dÈ.Jânei.o,
quebmrls: supaìs, ÌBces. .
Nüc. edos dc €stuho .n púlrio
lenìo: nun.a ânts nâFgdos. IalD i
ì6ado, aqüi,coúo uúà ÌcliÌêrcir
!ìet,nímia para enìba..aqio O giganlc Essãpassãgem revelãuTnacara nfluênclãda epopéa clássica: um seí
,{ddnrÌor refeÍ* ao fab de os monstíuoso (AdaíÌìastoÍ),
deorigeÍnmitológica,represêntao obstácu
o a seÍ
travcgadorcs pdtugneses kren os superãdopelo"herói",Vascoda caÍna.A referência aosseresdê mitologia
I,ÍineiÌos a consgun úhpastu o càb.
gregamostraqueCarnÕes pretendeu
dtu T(trme.Ìa, que fia localizado no $l seÍfiel ao Ínodeloda epoíléaclássca
do.onlúcnre l1Íieno. erÌìouese nsDtrou.

.36 CAPITULO3
TITERAÌU R A

Nesse trecho,Adarnastor desempenha umaduplaÍUnçáo:simboliza um


acdentegeográfìco (o CabodasTormentas, desafioa sersupefado peos he-
ÍóìcosnavegadoÍes portugueses)
e cuÍnpÍeo papeldeseÍm tológco quede-
verlãestarpresente eÍnum poemaépico.
OutrãcaÍacterística importanteque essetÍechoilustraé o fato de o
herói,aqoÍa,"encãfnar" todoum povo.ËrÌìborã diaoguecomVasco da
Gama,é ao povoportuquês queo g ganteÍaz reÍerênc;a em suafala(1Ó
gente ousada,rnaisque qLrantas/ No mundocometeram grandes cou-
sas").É o própro Adamastor quêmreconhece a grandosidade dosnave-
gadores portugueses, cujosfeitossupeÍam os de todosos outroshurna-
nos:sóelest verama coragem deenfrentaÍ osperigos do "maroceano"e r
conq!5tá-o comsuascarâvelas (" navegârmeusongosÍnâres ousâs,/Que
(antigoCabodas
Câbódê Boatsperânça hájá queguardoe tenho,/Nuncaãrados
Ìormentâs),
ÁfacâdÕsül
eu tanto tempo de estranhoou
píópro len h o " ).

AstransÍoÍmações
do herói
Ao longodosséculos, o concetode poemaépicose transfoÍrnou paÍa
acomodar as rnudanças sociaise polítcaspoÍ que passaram as socedades
humanas. A maÌortransformação aconteceunoséculo XVlll,quando os lon-
gospoeÍÌìas naÍÍativos
entraÍamem declíno e suÍgiu,comoa ternatvamas
apreciada pelopúbico e tor,a narratva ernformade romance.
Escritoem prosa,o roTnance tambémfocãlizaâsavenÌuÍas de um herói.
Mas,diÍeÍentemente do heÍóiépco, o heróido romancerepresenta muito
A5lransformaçõesdo herói maiso ndivíduo do queo povoâ quepeftence. O tempoda g oriflcação das
conqustaspátras,por ÍÌìerodo herói,hava pâssado.
Gu adô pê!ãsdiv ndades:i/iáda,Od6séô. AssociedadeseuÍopé asencontrêm-se claÍãmente estruturadas,
comseu5
!m povol
RepresênÌândô
liÍÌìtes geogÍáÍicose po íticosdeÍinidos.Nãoé maisnecessár o, portanto,
E constÍuiÍ liteÍaÍiamenteo concetode "pátria"por meiodasreãizações
q extraoÍdnáriasdosherós épcos,cornoacontecêu duranteparteda Anti
H!mânô e individla: RoblniônC/usoé, güidade e do Renascimento. Agoraé a horadotriunfodo indvíduo,do seÍ
a @nde de MÒnte Crista, er.
humano comurf.

E Narrativa:
o heróimoderno
Na narrativa moderna,é a 'foÍçado caráterque deíineo herói.O herói
modernoenfrentaumaséÍiede problemas e lutapaÍasuperá-
cotidianos os
seÍÌìqualqueÍ tipodeauxílo divino.Porsetratãrdeumapessoa " normal",
o
heróimodeÍnopodefraquejar e sucuÍÌìbir
àstentações (eleé, ãntesdetudo,
humano), rnas,ao fiÍÌì de sla jornada,09vaoresquedefineÍÌìseucaÍátero
ajudaÍão a superarobsÌáculos e tentêções.Pormeiodes!âsaçÕes, a dimen-
sãohumana e individual é vaorlzada.
Osobstáculos queaÍavessam seucaminho tambémnãosãoextraordi-
náÍiose, rnuitas vezes, simbozamês dificudadesde seaílímãra própria
dentdadeerncentros urbanos nosquãisseãglomera urnsemnúmero de
ndivíduos "anônimos".
Vistaassm,a "epopéia" rnoderna é a utado seÍhuÍnano corÌìum pata
constíuÍ sua dentdadee sobrev vereÍnumasocedadequeopÍ meo indví-
duo em nonTe dosvêlores coletivos.
Esseé o nìotivo explicaa enormepopuardadedo romance
que ao ongo
do sécuo XlXie e Íaz histórasde pessoas muto semelhantes ao seupúbico
êitot quetêmbérÍìenfrentaurÌìaséÍiede obstácu oscotd anos
Nacenaa seguiÍ,extraídã do rorÌìanceAs ayenturasde Rabìnson Ctusaé,
veremos comoo herói,um hornemcomum,nãosedeixaabaterpelascircuns
tâncias d fíces em queseencontra.

LìteGíoG
éqêneral):a épi.oe o litka 37 4
LI T ER AÌ U R A
-

Esia\a iá há treze dias eÌÌÌ tena e estìi€ü onze vezesno nalio. DuÍânte
UmCrusoé modeíno esse peúodo trouxera tuiìo quc um único pâr de mãos serì:Ì capaz de carre-
gar, mas estoü certo de que se o tempo tilesse coniinuado bon teria truido
o fÌlme faz umaÍe
o barco inteiro, peçapor peça, paÌa acosta. ì{as qumdo rìe prepaÌala para
^/áufrago
eituradeAs ayerturasde Robrn
sonC,.usoé, ao contdÍa histórìa minha décimâ seguÌÌda viagem, ÌÌotei que o vento começâra a aumentaÌj
dê Lrmhomernquesevê desêf mas alsim esmo apro\'€itei a nìaré bain e fú a bordo. 1...1
adoa sobrevveÍenì Lrmalháde- 1...1 seria melhor ir embora mÌes que à maÌÉ começaa€ a encher do conbrá-
seda,deporsqueo avãoemquê rio me ariscaria a nào con$gdr alcarÌçar a ì,ìÌgem. Atirei-me irÌediâtàne te
viajavacã no mardurantelrìa n'4lì.:l e cruzei a nado o cmaÌ com grande dìficlìÌdâde, cm paÍe por causa do
peso dâs coisasque le rã, em pdi€ deüdo âo md agitâdo, pois o vento ãlmc.ntì-
Ao ronÍáro do heró épico, \Ìì Ì?pidamente, e aÌìtes que a maré estivesseaÌta desaboÌr uma tempestade.
querealzaÍe tossobre-h!rìanos EscÌ\è de voha a minha pequena tenda, onde me retugiei com tudo quc
e contacoma ajudadosdeuses, püdera
sah . V€rÌtou com múta forcn naqueÌa noite e, pela ÌnanÌÌã, quando
o heródofilnìeé unìhomem con
Ìêmpôraneo que teÌÌìapenasos sâí para obsel'lrì! já não ha\ia mais Ììenhum barco à üsta. Fiquei um tmto
rêcursos oanaüTeza paíasaÌisÌa surpreso, ma-, me refiz ao reflettu que não perdcra tcmpo lem poupra esloÈ
zersuasnecêssidades bésicas,
ao ços pam tiÌìar dele tudo que me pudesse scr dc uiiÌidìde e que dc fato pouco
rnesmo tempoqle precisa man reslara ali que eu ainda seÌia capaz de tràzer, caso tivcssc riclo mais tcmpo. 1...1
tersuasandadementaea espe- Nrinha]] pe$pecti\tìr eran soDbdas, pois cono nno ndfEgdâ nese iÌhn
rançâoê sêrresqaraoo. sem arÌtes ser impelido a $ande disdncia por üoÌent tempestade, ou seja,
a z centenas de légìu! fora d"s roiÀs habìtuais de coméÌ.io, tinhâ rzão sufrciente
õÉ parà ver tudo como üma determinação dos Céus. pda que nesseluga desÌado
e d€ modo ião desolador eu terminasse os meu dias. IágÌimõ rcÌayd copiosa-
Ìnenie peÌo merr roÍo enquanto fuia 1âisreÍÌexõcs, c ãÌgxnõ1czcs peq+uÌtava
â mim mesmo por que a Pro\ndênciâ ìadnava su6 criatuÌas dessafomâ, lan-
çaÌìdcas na mais aìrsoÌuta miséria, abàr'Ì&rÌadas, cÌesmpaÌ?cÌas e a riÌ ponto
desespemdas, qüe ateÌìtafia coniÌa a rìzão agrldeceÌ poÌ semelhante úda.
Mas sempre brolava em mim âtgo quc detinha tais pensamentos c me

DDIìOL Daniel. ÁJ d/M/zÌd ,t It binson CtNi.


T.ad!ção: Abnn, Poìi JÌ rorto Alegre L&PI{, 2002. (IragnenÌo).
ÀJdráqo,de RoberÌzem€c[s.
! Ê114,2000.
j
"src:rwnn:n* raffimamráf
fg r,úp.üdo,l,,,ç!,1o. As aventuras de Robtnson Crusoé,escÍitopeo nglêsDaniêlDefoe,foi
publcadono sécuo XVll. Nesse rornance, o pÍotagonista
é o únicosobÍevi
ventede um naufrágio, que pÍecisaenfTentaT as ÍoÍçasda naturêzae sua
soìdão,sequsersobreviveÍ em uÍÌìalhadesetta.
O trechoi ustÍaê gunsdoçdesafosa serem superãdosporRobnsonCrusoé:
alémdã d ficudãdeêm transportaÍ do navioparaa terraf rmeos utensílios e
mantTnentos, â personagem e êmeaçada porumatempestade queseapÍoxma.
O seuheroísmo seconstró],nessapassageÍÌì,pelasupeÍação dosobstácu-
losdã natureza e dosI m tesfísicos
DÍóoÍios do serhurnano.
Comosetratâda histófadeum indvíduoe nãodeuÍnheÍó sobre-huma-
no, outfâdificuldade se lmpóeà personagem: a soidão,Íazendocom que
Crusoéquestonea determnaçãodos"Céus"emcastgá-lo("a gumasvezes
perguntava a rnimmesÍÌìoporqueã PÍovidência arruinava
suascÍiaturas des-
safofrna,ançando-as na maisabsoutamiséria, âbandonadas, desarnparê-
das").Negse moÍÌìento,o queseaf rmaé a humanidadeda peÍsonageÍn.
Robnsonteme pelapÍópÍiav da,sente-se dêsamparado e irnpotêntê d an-
te da tarefaque precisa No firÌì,porém,prevalece
enfrentar. a foÍcade sua
deterrninação: "lvlassemprebrotavaem rnimalgoque detnhatas pensa-
menrose mecensufava
Comnarrativas conìoessa,emqueo tr unfodo indvidLro reafirma a qfãn-
diosidadeprêsente emtodososseres humãnos, estavãaberloo caminhopara
a gÍandepopularização do romance e redefindo o conceto de heró.

I3A CAP|TULO
3
LIÏE RATUR A
--

O condede MontecÍisto

Ë ){X - O cemitdo dafortaleza detrf,


ì
1 Aprísìonadoinjustamentepor 15 anosna foÍtalezade lf,
! uma Drisãoem alto-mar EdmundoDantèstenta
! uma fuga desesperada na esperança de sobreviver
a para vìngar-sedos seusínimigos.
F
Edmundo Dantèsé urn otcia
da mãÌnhaque,tÍaídopeo se! Sól AclÌa\"a-seoÌrlrâ kz só! OlrtÌa \cz no mcio do si-
rnehoramigo,é pÍesonluía l ê n c i o ,cmfteni e do nadal ...1...1
rnente.acusado porcÍmêcontrã ,{idéiado suicÍdio,repelidâ pcb anrigo,nfaÍ,rde pelà $Ìa
a segurançado Nâprsão,
Estado. prescnça,!€io eDtão ergner se ourl'a ver.ono Ìrú ÍàntdÌna
razamzaoecomouÌÌopnsroneL- ao pé do.a.Ìá!er de ldia. 1...1
rc,oabadeFara, quelhêÌêvêla a -NÍorrerl.-. oh!nào, não: e\.laÌìout não mlia a
existênciade Lrmtesouroê o âlu- pcna leÍ Íilido tânto tenpo, pâdecido (ìnlo, parà rnofrer
daa preparar um plânodeíuga. agoriì!Nloííer era bon, quardo o Ìeìohi e oÌr('o tempo,
Quando o abade morrê,Dântès háÌúuitos ànostnÌd hoje seriâreâlÌnerre âúxilnr muÍo o
esconde-se no sâcoêm quede- meu úisêrákl destino. Não, quefo viver: queL Ìutar até
; vêla êsraÌo corpodo aÌÌigoe é ao fimtquero reconquiÍd alentufe que nÌe toi rorbada.
ançadoao mar Resgatado Por ,\Ìtes de ÌnoÌÌcr cvÌucciarne que tenlÌo cle úngãrìnc dos
um barco,el€ va até a ilhade nìeusalgozes,e talvez,quem sabe?alerecoÌnpensd algunsuni'
ÌMont,"Cristo,onde encoììtrao
tesouro.ÌransÍorma se,assim.no cn" l l
j
ricoe ÍnÍeriosocondedeÌ\,4onte Puseramo srìpostomorto ÌÌa padiolâ.EdÌnundo eÌlresorlsc
Cristo,conquìstando umLuqaÍ na par:ì rÌeÌlÌor Íigurü dc dctunto. O.ortejo, ãlümiado pclo lìo-
nobrezafÍancesa e dando nÍcio menÌ da lãnt€rna, quc ia adiante,$Ìbiu a escada.
aoseuterríve panodevnqãnça. De súbito, oãrfrioefortc clanoite bmhou o pnsioneiro, que
l o g o r' ' "rrìr.,...' .e_t" dúnúrd..L.l :u, u' ,.' Irt,r" ' i ' ,âçen.di o.,.pn+
sadadc angú\liâs e.Ìe delícias.1...1
E logo Iìan lèsseniiuie atirido pira u!ì enor e !á.uo, atÌ ã\Gsando os
aes como un pássxÍôÍèrido, .anido, scmpre coÌn uD Ffto. indescrití\cÌ
que lhe geÌavao c.,tâçâo.Embora puxado pan baiao poÍ âlgum oblcto
qrìe llÌc aceÌera\âo rápido vôo. parcceuìhe, contudo, que essaqucda clu-
lD Bah h,ìa delèno àhda. ún detrnro, ne um sé(ulo. Por lìm, .ou paroroso ruido, cntrqr.otno uma seta na
ptuãltr4r ónì qk o coryoanude fo nr água gclada, que ÌÌÌe Íez da ÌÌ grito, sufocado inìcdi,Ìlãmente pelaime6ão.
DanrèstinlÌa caído ao ma! paíaoÍurdo aloquãl o puxaÌaurìabàla de

o md era o ccmitério dalòftàleza de ll [...]


Dântès,atordoado, quüe sufocado, L6€, entÌÈtâÌ1to,a prcsença de espirito
de .onter a respiFçãoi e conìo nâ nÌão direitâ, prepdado, como dissenìosque
esraq, pm tods õ ecntualidadeqle\ãa ã fa.a, rõgou Fp aD,enteo sa.o,
tirou o brãço c depois ã cabeçai apesd, poróm, dos su nìoüÌnentos pdz
l ê \.n H r bdi r.' unÌi n' ,o,,,\ nü çpr.vdopdrhuu:, nLìu\{qôuo.oìpo.
pìocurmdo a corda que lÌÌe aMÌra\ã 6 perÌÌõi c com um ès1òrço$'prcmo
.onseguiu coÍ.ilâ nô morDento cm quc r seDt asfixia. Depois, dmdcÌÌÌe
um pontapé, subiu li!Íe à lona da ágra enqumto a bah lcv.rla ptu â desconìe-
cidos abismos a s€Ì'.Ìpilhei|n que ia sndo a su mortìlha.
DU\Í,\S, Aldàrd.c. O .rdx .t ,ÌÍan, L'nl/a
?oío: L.lLo& I.!Ìão Edio.es,s/d (F.àgnìenro)

l. lxptiquequesentimentosdominâmEdmundoDantèsno momento
tortaezadelí, Mâtsêhâ,Frânça,
1999 em que eeen(onlrddiãntedo cadáverdo ãmi9o.
>
é qênera(l):o épicae a líti.o 39 a
LiÍeraÍura
I.IIERAÍURÀ
-

2. ldentiÍiqueo trechoem que o heróiexplicita suamissãoindividual.


r Qua é essamEsão?
: De que ÍoÍma os anselosde Dantèsreveêmque,diÍerentement-" das
epopéias,nessanarratvao heróiapresenta de modomaiscafo suad -
rnensãopessoale huÌnana?
! Porqueo falo de Dantèsdesst r de coÍnetersucídioreveasuad men-
sáoheróica?
3, O que há de heróicona fuga de Dantèsda fortâlezade lÍ? Explique.
4, Leiaestepoema.
F

Urgantee confidencial
Dispaúndo por deríís
nem a alDa do .orpo
quf ficou em outfo llÌga.
elâ mata com os oÌhos.
() olha. não erfa o aho Só um pouco dâ roz, sem vol|ì
enì pala\Ìas iìnais
mâs apenas as pedns p.rtpddo lágrimâs no espelho
onde ele bate e quebra. monaÌisa e incóluÌne.
l IrT\sl l l H o \,..ndo,a.!a .. \04,ã., ta'ì taa.
R i ,, ì-l , r',,-'.i , l qa:
','\,,.

r Com baseno tÍechopropostopaÍa estudo,é possíveafirmarque O


candede MonteCristonaírda trajetórade unì heró. Podemosdizero
'e-oco1 'eè!ãodo ooer-""'" q rê ,e'è. ra(.èopriáo. d
principantenção ';o
do poema?

r O gênerolírico
NaGÍéca Antiga,ãsepopéias curÌìpr
ran a importãnteÍunçãoded vulgar
os dease vaoTes queorganzavama vda napors(emgfego,c/dade ou
estado).Ospoemas épicos,porénì, nãorespondiâm ao anseo hurÌìano de
expressào ìndividuãl" subietiva
A poesialírìcasurgecon'ìolrna formâde ãlendera esseanseo. Elase
deÍlnepelaexpressãode sentiÍlìentos pessoais.
e erÌìoçóes Umaoutramarca
caÍacteÍíst
cadesuaestruturaé o fatodedarvoza urnsujeitolírìco,difeÍen-
te da nãrraçãompessoaprópriada épca.
Emumatêntatvêde expjcara relaçãoenÍe a poesa e a expressão de
o poetanoÍte-amercano
sentÍÌìentos, RobertFrostdlziaqueo poemanasce
deurnnónagaÍganta, deurnsentmentodequealgoestáerrado,dassauda
desdecêsã, dãsãmãrguras doamolpafa9anfiarloÍrÌìa nopensamento, que
encontra aspalavras
exatasparaexpressá-lo.

{@
O g è n e ro In i (oo" i p ìe. poddnro.co-odo-êl e" f oJê .^" orodrr,Ldi
o e L h r:L o o u er poeÌdti (o n dr' " s.d d e.p es-" odo - .noo - e ro. ou
s e tè .è a o e ç rt _ entos.erocoeí e " ]" do oê esor' Ìo

| 40 cApÌTULa
3
TITENAÌU R A

Asprimeiras
manifestações
líricas
i No início,os poemasírcoseÍamcêntados, qeramenÌeacompênhados
pea lra,urninstrurnento musicalde cordas.Foido nomedesgeinstrumento
quedeÍivoua denomnaçãodo gêneroliÌeráriocoÍÌìolírico
Aseparaçãoentre poeeae músicasóaconleceu deposdainvençãodâ lmpren
sa,nosécuo Xl quando a cultura passou
escrila a preva
ecefsobrea culturaora. É
poressarazão que,parâosântgos,a lírcaé sempreãssocadaà músicaê ãocanto,
enquanto,paÍaosmodernos, e asedefineessenc
aìmente peaexpresúo subletiva.
EmboÍa vár os poetasda Ant gü dadetenharnsededcadoà cornposição
Apo/o.om/m, pratode.erém.a,pêça
ArqleoóqcodeDeÍos,Grécia. de poemasíÍicos,
do l,,luse! essegêneÍoiterárionãoeÍatãovaoÍ zadoquantoo éplco *
ou o ofatÌlatco.
Foisomente no Renasc menÌoitalanoquea poesa deexpressão subjetiva
ganhouo reconheclÍlìento equvaênteao dosdemaisgêneros.ssoaconte-
ceuquandoo gostodo púbico e tor fo conqustadopelapoesiaarÌìorosa de
PetraÍcae seusseguidores Desse mornento eTndiante,consoidou-sêa iden
tÌícaçãoda írcacomoumdostrêsgÍandes gênêros lteráros.

Formas
da lírica
Desde o nascinìentoda Íicâ,várasforamasestruturas
utilzadasnacom-
poslçáodepoemas. A gumas setornaram maisconhecdas,unìavezquepeÊ
rÌraneceTarfeTnusoao ongodossécuos 5ãoelas:
. A elegia:poemâsurgido naGréca Antiqaquetratadeêcontecìmen-
tostr stes,mLlÌâsvezesenfocando a mortede umentequerdo ou de
algumapêrsonã dadepúbica.
i . A écloga:poernãpastorI que retratãã vldêbucólica
dospastores,em
unìaTnbiente cãmpestrê.Muto desenvov doentreossécuosXVeXVll.
. A ode:poematambémoÍignadonaGréca Antigaqueexata valores
_ob.êç. .à'".rê'za_dosepeo ton dê lo-\d(áo.
3 . O soneto:a rnaisconhec da dasfoÍmaslíÍcas.Poerna de l4 veÍsos,
organzadosern duasestrofes de quatÍove5os(quartetos) ê duas
estrotesde trêsveÍsos(tercetos).

A estÍutuÍâdo soneto
Asduaspr me rasestrotes do sonetoapÍesentam o desenvolvimento
do
temae ãsduâsú t mas,suaconclusão. Essaestfutura
revela
forteinfluência
do Renasc mento,po s a literaturadessaépocaé marcadapeo desejode
soucionâr o embateentreÍazãoe emoção. A formado sonetoustrauma
lentativade conciar essas duasrìranifestações
humanas aparenternente
porquepÍocuÍasubmeter
tão contlitãntes, os sentmentos e erÌìoções
hu-
manas a !rnaexposição mas óglcaou raconal
Combasenopoema deFlorbelaEspanca,
vamos analsara
estrutura
dosoneto

o poderda poesia
NoÍ lm€Mentesperqosas ldeiohn N 5mth, EUA,I 995),LoLrAnne
lohnsoné
urnãprolessoraqueprocura inspirarsêLrs
a unosa desafarosestêÍêóÌìpos
socias
queihe5sãoÌÌìpostos. os,eLapronìovêã
Paranìotivá- leturadãpoesalÍrcã.1ána
o filósoíogreqoPlatãopropÕê
Antigüidade, dospoetãs
a expulsão da Repúbica,
suac dadeutópca,ao Íe.onhecer coÍno"slbversvo"o podêrda êxpressão de
sentmentose emôçóes. Vocêdchaquea poesapodê nspiÍar asp€ssoasa ques
. o' ì i ' - ilê
n*"cri*s,.rwlw*fi"

LitêtâÍutâé qênerc(t):o épicaê a li ca 41 a


LITERATURA
-

Fanatismo
Mình'àÌmà, de sonhd-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de tever! Dêeenvolvimentodo tema
Não és sequeÌ razáo do meu úveÌ, NosdÒsprimerosquãÍ1etos,
oe! lÍrico(!mamu
Pois que tu ésjá toda a minhavida! her)Íevêaâ ío(ê dô âmorqle sentêsêusôlhos
ênxeÍgam apenasoamado (porisso
"andamcegoí'),
quesetÍaníoÌmou nasuaprópriavda.PoÌe$emo-
Não vejo nada âssim enÌouquecida...
tivoaÍ rmê êrsemprea mesmahiíór á nôsêrámê
Pãrso ÌÌo mundo, Ìneu Amor, a Ìer do:ahnóradoseLâmÕr, dôsentmento q!ê a aÊ
No misterioso Ìirro do teu ser ebaÌaetoma.ontade5euser
AmesÌna história taÌìtâs vezesÌidâl
'Tudo no mundo é 1ïágiÌ, tudo passL.."
Aooúvr ã ôp nìãodeoltrasp6oas sobÍea iransto
Quando me dizenì isso, toda a graça redêdedoamoÍ("Ìudono mundoéÍráql,tudopas'
Duma boca divina Íina em mnnl sa"),ô eu iÍìcoEpondecoma " ósica"dosselssen'
tmêntoscomooseÍamadoseto.nousua própravda,
E, olhos postos em ti, digo de rastrosl ee pasu a serse! "PÍincJpo" e çü "Fm" É M
"Ah! Podemvoar mundos, moÌÌer astros, racocino quenosea â ómpreê.der 6 vê6o5í naÈ:
nãoháa.ont€ mên1o, pormaìoÌqle eleseja,cêpazde
que tu és como Deus: Púncípio e Fiml..." enhaqúêcef o poderdeseamor,a pontodedestÌuí- o
ESPANC,A' FLnÍbell^. Pmà\ dr FüÌL*.L1Egann.
Sâo ?àú1ô: Àf.Ì titu Fortes, 199tì. EJ o..-m,' .r.e,l".

Apósa análsedo soneto.o s gnificâdo


de seutítulotorna-sernaìsclaÍo:
"Íanêtismo"é paixão,dedicação O poema,por meiodo de-
cegã.absoluta.
senvolvimentoquefaz do temado amoÍincondicional, revelao queserao
veÍdadeiro
signiÍcadodo fanatisÍno
amoÍoso
{
poéticos
Recursos è
Quando lemosumtexto,a nossa
atençãocoÍumasevoltarparao sentido
dãs
palavras.
Ao fazerisso,anaisamos
seuaspectosemântico. Aspalavras.
porém.
tambémtêmuÍÌìasonoridade peã liteÍatura.
muitoexplorada Essa
sonoridadêé
a baseparaa construção poéticos,
derecursos comoo aitmq o metroea rima.

aE@podesèÍdefinido
RitÍno cornoum movímentoÍegulaí reperitivo.
Na música,éa
srcessao de temoosÍo4ese Í acoso-Ê psràbeEleo ríro. Ndpoêsid,elee n d.cddo
oanopa"1e"teperdaleÍráncie e.ìrÍèãcêrtosrsilèbas
âto.dúór.u\ie pdJsas.

o efeltorítmicocÍiadopelaspãlavras
Obserye poema.
no seguinte

Mw sonho
Fxt Ca\ãleiro, quem és?o remolso?
Carãleiro d.ìsarmasescuÌãs, Do corcel te dehìrçâs no dolìso...
Onde ìs pelasÌre\ãs impuÌìs E galopardo vale atrâvés...
Com a espadâsanguentana mão? Oh! da estrâdââcodândo /s poeirâs
Por que brilhânì t€usolhos ardentes Não escutagÌitâx .ìscaveill
E gemidosnoslábiosfrem€ntes È moder-te o fantâsrììâÌì(x És?
Veriem fogo do teü coração? t...1
AzE\ÌEDo, Âva..s d.- ,iz rò ú1rz a,o!
são raulo: AÈliê Editorial, 1999. (Fragmento) .

FrontispTcio
daobÉ de PèÍãÍcâ,€m ediçàode 1549 Peça
do àceNoda Bb otecaNacónalda Espanha, €m Màdr.

a 42 CA TULA
3
TITERAïURA
-'

Osvêrsosdo poerÌìamantêmo mesanoesquemarítm co Pea a ternânca


Vocêsabeo queé rap? de síabastôn case átonas,peÍcebemos
a Íepetição
de uma un dadesonora
formadapoÍ duasátonâse uma tônÌcâ.Observe:
:
È cavaLElro
dèsARmasescUÌas
a onde VAISpe as ÌRÊvasÌrÌìPuìss
corna esPAdêsanGÜENta
na MÃO?

Quandoo esquemaritrnicoapresentao rnesmonúrnerode sílabasmétÍi


cd, / be . ch"n"dèsde . l"bd( poeLiLd-,.os \e -or oo ooe-o sào'ô9uè
"r
res.Seo núffrerode sílabasfor difeÍente,elessão irrequaresou ivÍes
Apresentaçãodorápper50 Centê
se! grupoG Unitem!m proqfama
d. Mry norte-amercana
A palãvÌarâp, nomêdê unì gê- O mêtroé o núnìeÍo
dêílabasméÌÍicas dêLrnrvêÍsoA côntagerÌì
dêssas
íla-
neromusca muto prãtìcadoatu- basch.mâ-semetrificação
QLiandocontamosassÍlabasêm umverso,
nâodeve
a mente, é a s gla paÍãrh,,thm ard mosconsderarasqueocorremapósa ú iiÍnasÍlaba
tôncâdoverso.
poetry ou seja,ritmo e poesia.É
porissoqL]eo|âptem sempreunìa
maÍcaçãoÍtmìca rnuto forie. Noexemplo acima,assíabas desconsdeÍadas nacontagem loramcorta-
daspaÍâfaciitaÍsua dentifcação
Corfotodososversos apresentam novesílabasmétricas e a alternânc
a
entreátonas e tônicasacontece demododêntco,o efeto é irnediatãrÌìen
te percêbidopeo e to. SeÍnarcarmos compalmas asbatidas dastôncas,
que
verêmos o ritmodesse verso "marte ado' é semelhante ao galopede
um cavao.
O númeÍodêsíabasmétrcasde umversonemseTapre coÍresponde ao
r númerodesílabas grarÌìaticais.
lssoocorÍeporque, pararnanter a regulaÍ
-
dadedo poema,podern serfe tasno rnomento da leit!raa junção(elisão)
devoga;s í nas e nicã s de paavrasparaformarumaúnicasíabamétrica
oLra sepãração de d tongosparaqarantiÍa íoÍmâção de duassíabasrné-
Ìrjcas.Nosconhecidos versos de CasimiÍode Abreu,vemosexemplos da
e sãode vogas:

"Oh/que/sau/da/deí que/te/ òho

Daau/rol fal da/nì/ nha/v /ì*ê,


Dã/m / nhain/ tân/c a/ que/r/dÀ

Ou ê o V d/ _o / n.j ol dl /êr/ r è .tt'

A junçãodasvogaisf nas e in clãs gêrantequetodosos versos


tenham
méÍicas,mantêndo
setesílabas a reguardadedo poema.
sonoromuitoexporadona poesa é a r ma.
O ouÌroaspecto

Rimâ é a co ncidênciaolr a senìelhançã


d€ sonsa padir da últ ma voga tônica

Nosversos de Álvares de Azevedo, támbémobservamos a ocorTênc


a
de Íimasentreas paavÍasescurâs/ mpuras,mão/coração, ardentes/tre-
mentes.
Casovocéquera conheceT t posde rimae metÍo,
melhoros diferentes
consute o Anexo,no fim destelvro.

e qeneta(l):o epra e a hn.a 43 a


LtÌetèÍL)tè
T I TER AT U R A

.Ainda assim, an me leuanto


Estepoema,um das fiais famosos de Maya Angelou,
aDordaa questão da preconceito racíal.

\rocê pode me rìscatr da Hisórir


Í
CoDr meniìras laìÌçadÀsao d.
Pod€ ìÌìe.jogar coDFa o chão de tena,
NIas a Ìda assiÌì, como a poeìm, cu \.ou Ìne levanlar.
t...1
Pode ne atirar palalras afradÀs,
Dilacerâr-rÌe corÌ seu olhar.
Você pode me matar cÌÌÌ nome cÌo ódio,
Mas ainda assim. como o ar eu!oü ÌÌe Ìe\antal
t...l
Da favcÌa,da ÌÌunìiÌhaçãoimpostapela cor

De uÌn passadoeÌrraizadona dor


j

Sou unÌ occâÌìo negro, profìÌndo na fé, I


Crescendo e expandindo-se coÌno a maré.

DeixaÌÌdo para rás noites de teÌÌor e atrocidâde

Em dìreção a um ÌÌo1o Íìia dc inteÌìsa cÌaridadc ,l

Trazendo conìigo o dom de 1ÌÌeusaDtepassados,


Eu cârÌego o sonho c a esperançado homem cscralizado.
[. !Ìssim,eu me leranto

ÂNGtrLoL. M4â. Srllba TEdução,NlãuroCaÌopodn.OmgnÌcnrô).


Dúporilel em:
<1ìq://sw*pâ1âúe1e..om/ro€sia
Nründornd/ poeperonnì*iil;ïXìï;liïiiËì.

Transcrevaos versosem que o tema do poema estejaexplicitado.


i CoÍnoo eu lírco aboÍdaessetema?JustfquecoÍnversosdo poema.
Comoo eu Iíricoreageao preconceito?Que quâlidades
podemser
identiïicadasem seucomportamento?
r Assoceasqualidades quevocêidentÍicoua algumaG)passagem(ns)

,, É possível,
a pãrtirda leiturado poema,construiruma imagemdo
eu lírico.Que experiências pode ter tido âìguémque diz coisas

r Explique
comovocêforÍnouta magem.

. M CA P T ULA 3
LITERAÌU R A
-.

ldentiÍiquerecursos de linguagempresentês no poemaquê mar-


cam a resistênciâdo êu lírico dìante de seu inteÍlocutor.
Releia.

.Sou uÌn oceâno negÍo, prolundo râ fé,


Crescend.,e expândindGe .onÌo arâÍé.

Del\mdo para trás noires de reÌÌoÌ e atFcidade

Em direção a un no\o diã de intensacÌdidad."


Í
r Expique por que essesversospodem ser inteÍpretadoscomo um rÌìani
festo de orguiho pela própria Íaça e de espêrançano íuturo.

Nestecapitulo,a émdeestudar caÍacteÍíst


casda írica,vocêvu comoo
conceitode heÍóisetransformou ao ongodo ternpo.ObseÍvou taÍÌìbém
queessatransloÍmação estárelacionadaao contextoem queos poemas
épcose asnaÍatÌvas foramconceb dos.5e,naAntigüidade, o heróassu-
mecaracterísticas
sobíe-humanas, dosécuo XIXerndiante.ee sehuman-
€ zaparase aproximaTma sdosletores queacompanham
suaS avenÌura5.
E hoje,comose caracterizarn nossoshe-
Íóis7Emequipe,vocêvaifazerLrmapesquisa
emlornaise Íevistas paraidentiÍìcar
ascarac-
teÍístcas
do heróicontern poÍâneo.ProcuÍe,no
materialconsulÌado, pãraassegun-
respostas
tespeÍguntasi
. Quet po de açãoé vsta, hoje,como
"heróica"?
. QueÍequisitos dêvetero heróicontem-
porâneo(físcos,emocionais, sociais,
etc.)?
. Queasped[o o d ferencia
eo aproxirnadoperÍil
de heró "clássrco"e "moderno"apresentado
nestecaPítuo?
O resultêdodessapesquisa deveráserreglsÍa-
do por escÍito.UseesseíêgistroparadebateÍas
questões êm classe.Oralmente, tracecom seus
ro egas,rì pèrae o ên-'eoshêÍos dêonrene oe _oe.

é qênerc(1):o épìrce a líica 45 a


LiteraÍura
PoronovegorJfl Porolere pesquisor
ft
http://êducãt€Ra.tera.com.br,t/oÌtãire/anti9ê/ ArÍe 9.e94 de \.4arkFullerlon.5ão PaLr
o:
2004/05/141004.htm Odysseus,2002.
sobrehistóriaantigae medieval,ese sitea pre- Tomando ãs esculturãsdo Parthenon como
sêntaãlgumãsinÍormaçõesa íespeitodâgueÍâ pontodê partida,ê$e lìvroabordaa rêlaçãoen-
de Tróiae da obra de Homeío. tre a narrãlivavisuale a flistóriã,além de dÌs(u-
tir como as imâgênsinÍluênciavãmas identÌda- i
httpi//warj.med.br/maparite.asp des pessoâise coletÌvasnâ GréciaAntiga.
5lterobre cultura grega naAntigüidade, per- 6récÉ e Roma,de PedroPâuo Ab€u Funar.5ão
mit€ que rêjam feìtas p€squkassobrearte, cul Pa! o: Contexto,2001.(ColeçãoRepensando a
Ìu ra, f ilor of ia,m iÌo l o g i a ,g e o g ra fi ae h i s tó ri a H stória)
gregas,entre outros tópicos interessantes; des- Livroque dÈcuteã importânciadeestudãrmoE
taque para os verbetes sobre poesiâ épica ê hoje,a AntigúidãdeClá$ìca.o autor demonstra
l Íi câ. comoa cultura9 recoiomãna eíá muitopresen-
http://w!wv.paideuma.hpg.ig.com.b/eneida.htm teem noesocotidiano:no direito, na política,na
eírutura de pênsâmento,nô linguagem.
site robre Vìrgílio,o poeta ìãtino e autor da cãsovocêdesejesâbeÍmâissobreos deusêre
Eneida. Há uma biograÍia, retumo dã Enerdã deusasquêpovoãmos épicosde Homêro,Virgllio
e apresenÌaçãodos €onteúdosdos cantos.De} e Cãmõès,uma boâ idéiaé consultârlivrorsobre
tâque parâ o artigo sobrea poesiaépicâlãtinâ. mitologiâ.Indicãmos,ãbãixo,ãlgunstítulos inte- i
htip:/ vÌru.unive6al-pUscripts/hlp/hlp.exe/
ouÌras_Ìnfoìip0-6&p-61&texto= Deusese heróis da nitolosía grega e latina, de
5ite com verbetesênciclopédicossobreliterã Od ê Gandon.5ãoPaulol,4artins Fonles,2000.
j
tura portuguesae universal,trãz um verbete Mitologia qrega,.le )ffiira de SouzaBrandão.
Riodelane ro Vozes,1996 3 v
http://wwwmundocultural.com.brllitêratura
1/ ' As nãis belashinóièt da Antìgüidade Clássie,.le
grega/poesia_epicã.htm Gustav Schwab5ãoPauo: Paze Ìerra,1996 3v
Versõesromanceãdasdos mitos gregos e ro'
5ite com bibliotecaon ,re, análisesliterárias manos,recontãdosp€loautor, um enudiosodos
e verbêterenciclopédicor. clá$icos.LeituraÍá.il e inÍigante.
http/ww.tvcultura.com.bÍlaloescolã/ ' Mifos gregot de RoberlGÍaves.5ão Pãulo
Màdras,2004.
Site dô ÌV Cultu.ô com uma pequenacoletâ- Livro que aboídâ o univeBo mitológico dos
neâ de poêmase lêtrasdê cânçôesdâ lúPBdê deusese hêróisdâ créciâ Antiga, informandoo
épocâsê âutoíesdiveísos.Há umã brêvêanálisê lêitor sobre os elêmentosfascinantesdessacul
dorÌextos poé
dos aspe€tosmak signiJÍcativos tufa quê nos influen(ia até hoje.
Há,também,lÌvrosqueabordãmde modo mais
detalhãdoâs eíruturas própriasdã lírica.
. http/wwwreleituías.com
. A poesra/ridc4dê Sãete dê A rnêidãCâÍa
Stte voltado pãrã a ap.esentaçâode têxtos
SãoPauo: Ática,1985
variâdosde escritoresd ive6os-Dêstâquêparââs
informâ(ôêssobíêosautoresê têxtosseleciona' Li v' oque tem por obj el vo dpresentar
o con-
(êito de poesialÍricâê suâstraníormaçÕesno
dos.Têxtosdos mâiorêsnomesda poêria brasi-
leira podem s€r encontradosaqui. dêcorrerda História.
. vetsos.sonsê ritmos, de NormaGoldnein.
S ãoP àuo: A ti cã,1985
Li vroque dp,e\errdo! pri n(i pdi sreLuri osso-
norosde quê sevâle o têxto poético.
. PeCuenodi.ionário de ane poética,deçel
CamposSãoPêllo CLrltix,1978
Como o própr'o nome indkã, esselivro ãp(
sentèum gl osá,i o do\ rermospoéri o( de' or-
mã didátkâ e objeüva.

f 46 CAPITULj3
Poroossistir
F
i . o conde de Mante crísto,
a de KevinReynôdsEUA,
Adaptaçãopara ocinema Í 2002.
do poemaépko de Home Adaptaçãoparêo ctnêma
f o.E m1193a .CP.,á ri sfÌl, h o do conheci doromancêde
do rej d€ TÍóiâ,rãptaHele A l exandreD umas.O fi l me
na,esPosa de Menelau, um íocãl i zaodesej odevi ngan-
dos reisgregos.E$e acon ça que dá fo(êr ao jovem
tecimentodá inkio a uma E dmundoD antèsparâ so-
sangrentã batalha,quê,por brevlvernosanosque passâ
maisde umadé.ada,opõe ãpri sl onãdonâÍortal ezade
l f. Quandoconsegueíu9i r-"
encontraru m tesouro, dé inícioao seup êno parêdes
truir 05responsáve s pela sua prisão.

E ai, meu írmâo, (adê ç Mãt r-x,de AndyWà.howski


yo.ê?,deloel cohen EUA, e LatryWaclrowtl EUA,
2000 ! 1999
.: Com éda " l i v re m e n te " Filme de ficção (ientífica
ins pir adana O d i s ré l ãd e què conrâ ã hi stóíi ã de
Hom er o,am b i e n tê d an ã rhomâsAnder50n,um jovem
z ona r ur al do M i s 5 i s s i p p l , programadorde computa-
j
em P lenaer ad a d e p re s s ã o dores que se descobreprê-
am er ic ana. E s e f l m ec o n - deíi nado ã ser o hêrói de
t a a jor nâda d e Ev e re tt umã sagafantástica.Elêsê,
M c G i i lq, u e fo g e d a
Uly s s es ri â o messi ãs,
.uj ã vi nda é
c adeiac om m a i sd o i s p re anuncradêem umã antrgã
sid árÌos desajêitados.Ele proÍecia,único humãno ca
tentâ dêsespêradamente voltãr parasuaêmãda pã2 de vencera quêía conrra ã Mêtrix, um sistema
e seusfilhor e encontrarum tesouro,massede de máqui nasl ntel i gentêsque domi nao mundoê m
par a. omobs té c u l oi sn e s p ê ra d opse o .a mi n h o. q' ê vl en o, ç.e5 hJmèro!. a Mr i . mâni pré à
Vários indkios carâctêrizame$e íilme como mentedaspesoês,criandoailusãode um mundo real,
um a " r eleit u ra "d o p o e m ad e H o me ro :on o me enquantose alimentade sêus.ér€brose côrpospara
do protagonisÌa(Ulyssete de suãesposa(Penny, produzkenergi a.Quandoacei tããmssãoquelhet oi
um ac laf aalu s ã oê P e n é l o p eo),l o c a p
l a rao q u ai confiêda,ThomasÂndeEon ãdota o nome de Neo e,
êlê íêtorna (ítaca,umâ (idade locêlizadano Es- com a âjudã de Morpheus,dá ink o à guetra contra
tado dê NovaYork),e até um vendedordebiblias

Poroouviríì
Aífonsa Romanode sant annè potTônia
O seloLuzda cidadereuniu,na cole- CaíeÌo. Riode lânero LLrz
da Cidade,
ção PoesiãFãlada,grãvãçôes famosas 199E.Poesia Êaada,v l
dea guns do s meh o re sp o e m ãds e ã u Destêq!êparã o poema "Epitéfio pêrao
toresbraslleiros
dedamadospelospró séc.xX", em quê AÍÍonsoRomânoÍaz umã
priospoêtasou ppr âtoresconhe(idos. releiturãdosa(ontecimentos
mãismafcãntes
Víníciusde Mones por Odete Lan.
Riodeiaie r o L | ]?d a C i d a d e1, 9 9 8 . o ton de Adélia Pftda. Beo Hatl7-ar|e
K afmnì,2000.
Destãquepara os conhecidossonê' N esse C D ,A déÌa P radodecl ãmapoem as
tos dê sepaíaçãoe de fidelidâde,aiém de seu livro O/éculosde málo acompanha
. lo bel' s s ì mpoo e m a" Pá tri am i n h a " . da pel ãtri l hasonorade MauroR odri gu es.

LÌteratuÊé qênetoll): a épi.n e a liri(a 47 |


Literatura é gênero
(il): o dramático
TodÕsnós, sêreshLÌfianas,somosfiaví.ja5 por nossãJemoçôe5.
AleEría,tneda,trìsteza,èngústiê,ôpreersãosãc forçd5
j
que sees(onCem por tràrde nossêr_
d(õcr màissinrprasou meno>
comprcensíveìs. Desdea l,rtigúídàde, a gênêrodramáti.o
p.ìviíegiao estudodasemoçõeshun,ìanas.
E dessegêneroque ìremastratar nestecapítuio.

Cenêda peça6ola d';g!r, .ôm B b Fêff€ra no pape de loana.Ìexto de Ch.o Buarquee Pauo
Pontes,d reçãode Giann Ratto,Ro d€ lane ro, 1975

4
CAPIIULA
G!@
O que você deverá saberao
1, Descrevê, a Íoto que abre estecapítulo.
resumidamente.
1, O que é o gênerc drènático 2. Qualpodesera relação pessoàs?
entÍeessas lustifique.
. Cono secamcErizàn umà t. Peloolhârdâmulheredo menino,podemos
deduzirqueeíão oÍhan-
tragédia e una conédia. do parãoutrâ pessoa.
Comopodeserdescritoo olhãrdo menino?
. Qual é à difeíença ente rE od a mu lh e r?
4, Quetipo de posturapodeseridentiÍicado
no gestoe no olharda
2. Quais são as linitações do mulher?Exolique.
conceitode gênerc litètário
5. A Íoto mostra uma cenê da montâgemde 1975da peça Gofa
dãgua. O que essacenãsugere?

E- Jr a Ê ore,enl dl do
raatal ,cèddcenãe u n" Jr d.o. de a\;o.

6. Observeos trâjes e o cenário.O quê esseselementossugerem


sobrea condiçãosocialdaspeÍsonagens? Justifiquesuaresposta.

A foto de Gotadãguanosaiudaa compreendeÍ o concetode encena-


ção,ou seja,a montagem deuma cena eos elementosquefazempaftedea.
umaMedéia
bÍasileira TodamontageÍnse apóiaeÍn um texto.Nessetexto,seránecessário
lndicarao leitoÍ(ea querndeselafencenar a peça)comoo autofconcebeu
a montagem, ou seja,cornoimaginouo tÍabalhocomcadaurn dose e-
mentosda inguageÍÌì teatral,VaTnos
compÍeender melhoÍcomoseorgani-
zamostextosdfaÍÌìáticos ã partirda e turade umacenaextraída da peça
Gotad'água.

Primeiro Ato
Em1975,Pauo Pontes eChco
BuaÍque adâptaram a tragédia t...1
gÍegaMedéla,de Euípedês,o- Apaga a luz do set dasvizinhas;orquestrasobe;
calzando-a em unì slbúÍbiodo JAsÃOi/al aparecerdono outro lada do palca;
RiodeJaneiío. NaÍagédiacarÌo- JOANA,fazendomovimentosqqe coffesponderão
caurbana,Medéiaéloana,com-
pãnheÍâ de Jãsão,!m samblsta à suacaminhadaaté em casa,começaa cantar.
queaabandona parasecasar com
Alma,filhado podêroso enìpre- J OA NA Quándo mFu bem-que' eì me ül
sáÍloCreonie.Conìovingança, Estou certa qüe há de ür atlás
loênêmâtãôsí hose çesLri.dê Há de me seguir por todos
Ambentâdaemlrmconjuntoha- Todos, todos, todos os umbrais
bitaclonal,60râ dãgua pÍopÕe,
comoPanode fundo Paràessa
históra.a vidadiÍlcildos
ÍnoÍêdo: Nafn da Lançat,JASÃOe JO/NA encanÍïanaefente úírènte
Íesda V a do À,4eio Diâ.O pape JASAO Jozna.. (r,npò
d,"Joana,naprimeira encenação que é queveio fazeraquì,,Jasão?
(Teml)a)
JOANA
d-"Gotádãgua,fo fe to pelaatr z
quêaparecê
B bi FerÍêira, nâfoto JASÀo como rail
de aberlurã desiecapÍtulo. JOANA Fala baixo que os meninos tão

é qenüa(ll):o dranatis. 49 a
LiÍeratura
L I TER AT U R A

JASÃO E você,como é que €i?...


q JOANA Ah, eu vou
bem, voü muito bem,Jasào1...
(s jAsÃo você remoçou
o uÌÌÌ bocâdo...eÌnagrecerì...
ficou maisbonìla...
Só teÌn uma coisaque á meio esquìsira...
(yai â slaei"lÍa
o se1^cabdos,kitos únênte)
o Pr oqr o. . . d ç , i m . . . ô q p f o i q u i l h e . l e u . h p i n .
E
o Parece uma menina...
JOANA O que é que você quer
Jasáo?...
t...1

jASAo Joana, me escuta


você âssim borita, ainda moçaj enxutâ,
p u d c e ,,, un,,J, Jmd pc* ú" ... Que' dtel
você pode úarÌqúilamente refuer
avida... queÌÌì sabe,talvez até voÌtd
pro seu maúdo, eÌc n;io cansa de esper,ìÌ,

S e i ...E oqu€nìai s?...


JOANA i
JASAO Como, o

Responde ao qre cu tou faÌando... 3


t...1

JOANA Pois beD, locê


Íài escutar às contas qüe euvou lhe fâzer: t...1
Maí ia Peraem cenanapeça
Madênoiçle ChânelleÌro de Malà Te deì câda snìal do leü lempemmento
Adelaidêdoaúara,d Íêçào
dêJorqe Te dei matéria-prima para o teu rutano
Ìàr a 5ãòPauo.már(ode2OO5
E mesmo essaambição que, ncste momento,
o iêaÌroapresenta uma nguâ- se volta contra mim, eu te dei, por engano
gemprcpna:umnaçaoimusca, Fui eü, Jasão,você não se encontrou na rua
fiquÍinos,cenários sãôèlementos
da lìnguãgemcênicàque con-
Vo , è a n d ar.rtonto r| ,an,Ìo eu re en, onrr" i ('r
tÍibuem,luntocomo textoe ã in- Fabriqu€i energia que nâo era tua
teÌpÍetação dosatoÍes,parãcdaÌ pra iÌuminar uma cstÌàda que eu te aponrei
a usáode ugares, temposepeÍ- E foi assim,enfim, que eu !i nâscer do nada
sonaqens nosespectadoÍes. No umà âÌma ansiosa,tàminta, buÌiçosa,
rnornento de criaro textoieatÍd
e corabinaÍ esses Íecursos,o au- uma aÌma de homem. Enquanto eu, enciumada
tor Pensanâ Patéiae no tìpode dessaexpÌosão, âo mesmo tempo, eu, vaidosa,
ÍêaçáoquedesejaprovocarPeÍ orgnÌhosa de ti, .Jasão,ela feliz.
cebe-sê.ssÌm, nesse gênerolite eü eÌaÍèliz,Ja!ão, feliz e iludida 1...1
ráÍio,a pafticipação mês direta
Certo, o qüe eu não teoho, Cxeonte tem de sobra
do públicocomoum dosagen-
Prestígio, posiçáo... Teu samba Ei iocü
em tudo quanto é progÌama. Tenho certeza

.50 CAPITULA
4
t: TIIERA T U R A
I

o quc a gota d'água não vai paraÌ de pingaÍ


a de boca enì boca...Im troca pela geÌìtilezâ
vaìs engol afilha, aqueÌa mosca-mofla,
.u ,' ,u cngol i u meu\ dpl ãno(. E \\e F o rêu p' e(o.
E
{! dez àIos. Até que àpìÌeça uma oütra porta
que te Ìcvc direto pro inferÌro. Conheço
E
o a úda, rapaz. Só de ambição, sem anÌor,
tua alma mi ficar lorta, dcsgrenhada,
.E aleijada, pesrilenLa...Aproveitâdorl
!! &
BUARQU!, chico e tONTliS, lanlo. GoraI ii!24 ura úâgédia bruileiE.
Rio deJaÌei.o: cnìlizrção Brasileira,2002.p. 83-85,8ggl. (Ir.gmenb).

7, Queêlementosda linguagem
teâtralestãoindicados
no textode
Gotad'águê?
8. Emtorno de qual acontecimento
seorganizaâ cenaque vocêleu?
L O comportamentoe a Íala daspersonagens nospermitemperce-
ber seueíado de espíritodurantea cena.Comovocêdescreveria
9
asemoçõesde Joanae de Jasãonessediálogo?
íO,PelodiálogoêntreJoànae Jasão,é possível
ìmâginaro Íato desen-
cadeadordâ tragédiaapresentada em Gotadãgua. ldentìfique-o.

O lamento
deJoana

Asmúsi(as
de Gotadãgua Gota d,'água
Já lhe dei nìeu coì"o, ninha alegÌia
Já estânqDeimeu smgre qumdo fema
Olha a voz que me resta
Olha a \€ia que saÌta
Olha a gola que falta pro desfecho da festa
Por ÍãvoÌ
Deixe em pâz meu coração
Que ele é um pote até aqui de Ìnágoa
E qulquer desatenção,façâ não
Pode ser â gota d'água

chi.oBüa.quc.Pan a peçaCor.a Ì 975.


diíÊsadeChi.oBudquee PauloPonres,
capàdo d (o dapeçàGoradãgua,de DnFonilelem:<lìttp://ww.chicohE.que.com.brl>.
Ace$oem:27set.2004.
chicôBuarquee Pàulo
PonÌet1975.

A tÍì hê sonorade Gotádãgua


Na peçade Chco BLrarque a personagem
e Pauo Pontes, Joanacantaa
é caniãdâpor BibiF€refã, â aiÍìz
música "Gotad'água".Ea podêservistâcomoumaabordãgenì Írcaêqu-
que nÌe|preiouioana na pnme-
de Joâna?PoÍquê?o quepodereprêsêntar
valenteà fa a dÍamá1ica o título
Ía encenação da peça.composta
dessamúsìca? Penseno quevocèapÍêndeusobreo gènerolÍÍco e discuta
de apenasquatío cançÕes, "Flor
da idade", "Benì querer", cota
d áqua" e "Bãstãum dìa", asou
tÍâsf âixascontêmtrEchosdê peça
declâmãdospêlaatrz. tt, A últimaÍaladeloanaoÍere(eelementos
caoazes
de aDroximar
o
públicoda personagem?Explique.

Litefttuãé qènerc(11):
o dranáüca 51 a
t I T ER A Ì U R A I

OulrossigniÍicados O gênerodramático
Nã ínguapoduguesa, o termo
dramâtambémfdz referêncid a AístóteesobseÌ1,/a, queotermodrama(dogregodrán:agr)faz
naPoética,
s tuaçÕesproblerÌláticas,como- referência aspessoasserenì
aofatode,nessestextos, repÍesentadas "ernaçáo".
ventes,de conflitoMvemosum o dramacomouÍrìdosgênerositerários,AÍ stóteles
Ao identificar conside-
draúa quando papaì perdeu a rouuTna caTacteTlstca
mpoÍtante
desses letosparaserrepresen-
textos:eraÍlì
emprcgo.).Pode, a nda,serdeuso tados,dramatizados.
maiscoloquiaparandca.ocom
portamênto ey€gerado deaÌguém
(Elaadarafazer dramê!). @
ÌêxtosdramáticossãoaqLreesemquê. "voznarrativa àsper,
" estáentregue F
sonagêns,quecontarna h stóriaporr.êiode d álogose monólogos.

r Origens
do gênero
dramático
i Emd vêrsas socedades pri
rntivaseÍacoTnurn a Teazação
de danças rtualísticas.
Acredi
a Ìava-sequea oançarenao po-
3 der de alteraralgumas condi-
t çõesnecessár asà sobrevvência
e ao oeTf-estar oaspessoas.
Comoos paÍtcipantes íepre
sentavarÌìd íeÍentespapéìs, há
queTn teconneça nessaaÌvroa
deo germedaencenação tea-
tral que defineo gênerodTa- f
Tnatlco.
Outraexpicaçãoparaê or
gemdo dramaseran-ìos Íest
vaisanuas reaizados,na Gíé
ciaAntga,eÍìrhonraao deus
Djonísio (ouBaco,paraosroÍlìa-
not. Nesses Íestivais,
bebia-s,^
e
Rtúâxâvântê
Wànaridobê,
a dea cantava-se paÍa ouvafo deus.
PmenteBarbosa,
múnc1pÕ de A ernbriaguezeravsta cornournestádoquefacÌitavaa entradadospartic-
pantesem outÍad ffrensão
No nicio,haviaapenas urncoroqueentoava os hinos,chamados diti
râmbos,que naÍavaTn passagens da v da de Dionís o. Depois, essecoTo
oi o vididoen p e rg u n t aest o s p o ra cs o oo e n a d aoso u r (o ie u o e -
genteou d retordo coro).I\/lais tarde,surgu o hypokrités, o ator protago-
nista,slmbolizado porTéspis, urnpoetagrego.Nasca, assm, a tragédia.
A representaçãodoatorpToÌagonlsta pÍovocava sentirnentos nocoro,que,
nesse mornento,trênsfoÍmava se ern platé a, porque avaliava o cornpoÍta
Mudania
desentido mentodo protagonista. Cãntãndo, o coroÍespond a a e e, paraconcordaÍ ou
Emgrêgo,o termo hypokr,lés
laza referèncja
ao intérpÍetede EssaexpicaçãopaÍaa origemdo gênerodÍamático destaca
doiselernentos
umsonho,de umavÈão,e desig que,atéhoje,sãoessenciaÌs
paraessetipo do públcoe
detêxto:a irnportânca
nav?tambéri uÍÍ adv nho, uÍn a possbi idadededesencadear
emoções porrneioda represenÌação.
profeta,um atoí Hole,por urna
expdnsão do sênÌidoor g nâ, o
adj€tivoh4rócrtâcaÍacterizâ o r O gênerodramático
naGrécia
Antiga
compoiramentof ako,dìssimulâdo
O gênerodramático,
na GréciaAntigã,desenvo
veu-sepor meiode duas
r odèldêdes:
d tragédiè
e a conedd.

| 52 caPiruLa4
TITERA T U R A

Tragédia A tragédia
No níco, dramâe tragédìaeraÍf pratcamente s nônirnose fazÌamrefe-
daordemsociao! famlar
transgressáo
rêncaa umaencenação queapresentava açõeshurnanas ques mbolzavam a
peEonagefsnoDres(oeusesou transgressáo daordemnocontexto íamìlarou soca . O e eTnentotrágco poÍ
semdelset mov d.s pe âs PâxõÊç deílnçãoeraa paxão(pâthoJ), que levavaos seÍeshurÌìanos a poÍtaaem se
de modoviolentoe rracional e, dessaíorma, qnoÍaremasleishumãnãs ou
djvinasqueofganizavam a vida.
AÍstóteles estabeece,naPoétlca, queastragédias desenvolvem certoste-
pa
ffras,corÌìoas xÕes h!rmanas por
e osconfltos elasdesencadeados, e apre-
sentam peÍsonagens nobres e herócas (deuses,semdeuses ou membros da
âristocfaca).TarÌìbérn que
escaÍece o objetivo daencenaçáo deumatragédia é
desencadear, no púb p
ico,terÍofou edêde.A "purìfcaçáo"desentimentos da
p atéiê,provocada poressaexperêncâ estétca,rccebeu o nornedecatarse.
a

! a trâgédia,poftanto,podêsêrdefinda coÍnoLrmapeçateatralna qua figu-


Íampersonaqêns nobÍese quêpÍocuÍa,poÍ mêo da açãodramática,levara pa-
téiaa umêíãdo de grandetênsãoemoconalGêralÍnênt€, aspeças trágcastêr-
minar.comLrrnacontecimento funês1o

Os conf tos encenadosnastÍagédiãsqLrãçe sempretratavarnde questões


aceÍcada honfa e do podeÍ.Leia,como exempo, urn tfecho da Medéla,de
Elríp des. Escritaerf 431 a.C., Medélã apresentao drarfa vivido pof uma
rnu her que cometeas ma ores oucuraspor arnor A cenaque vocêva leí nos
i rnosÌrao momentoern que, depos de abandonadã,Medéa se dá conta do
quanto errouao depositaÍsuaconÍiançano coÍaçãoÍaiçoe ro de Jasão.

Paixãoe ódio
Medeia, apaxonadaporlasao,
CORO l
íderdosaÍgondutas, usasels
poderesde {eticerraparaajudá' t...1
loa conquistaÍove
ocnodeolrro, Idos sáo os tcmpos derespei
quepeÍtencad seupai,o re de
CólquidaApósÍaiÍ suafamÍllâe
to aos juÌamenros. ,{ ÌÌoÌìrn de I
s â p a re c e u da nobÌc H éÌa.l e. a"
suapáÍia, N,4edêia
toqecomla-
são,conìquemteÍndoÌsÍlhos. Náo se encontramais em lodr a
Anosdepos, erÍìtrocade po l:lsticÌão cÌâ nossa terraj voou
der,lasãodecideabandoná la :ilém dos céus. Não tens ÌÌÌais es-
parasecãsarcoÍn a fiha decre Pliço na.Àsa de tcus Pais,pobre
onte,reidecornto.Avingança de ti; era reu poÌ1o, o teu abdgo
de Medéiê râléiÌdêfa-
-ÁiêfÍÍv-ô seguro Pat! ãs temPestàdes da
zer comque cÍeonlee a frlhâ eistência. E aqÌri icu Ìeito foì
rnofiarnquermaoos, eramaraos
própíio5f lhosê amaldçoalã- ocüpado poÌ outra mais ditosa, lôsé Mâyer.onÍacenandocom Renâtâ
são,paraêm seguda Íuglr. teu ì:Ìr Ìem outra raiÌÌha. SoÍâh na p-"çaMedéla.Direç;odê B a Le5sê,
VárosdrarnatuÍgos escíeveíam (Enta .ldv:io) R o d ê l â n er o ,a br 2 0 0 5
peçs sobrea histórêÍágicadeç .T.c.sÁo
sa peÍsonagenì, Não é a prinìeira \,ez que noto, muitas vezes ÌÌotei, a desÍFçâ
dentreeles.Es
quc ó um teÌnpermento exacerbado. Por exemplo, agora, beÌÌÌ
quilo,Ovídìo,
Sêne-
poderia, pcnÌìâneccr neste pâís e nest.1cas:l,sc soubessesobedeccr à
vontacÌc dos qüe te são supeÌiores. Qucm te expülsa de Connro o
somos nó\ âté condcsceÌÌdenres. São tuas paÌavÌ?s insensatas. À ÌÌiln
essaspaÌâu asÌÌão me düem nada. Pode continuar apregoaÌÌdo ao mun-
.lo que Jdào é o mais viÌ dos homens. Mas, depois do que gÌitas coÌÌtia c)
soberano, o banimento é aió uma plnição bastanteeeÌreroe. t...1

Litüatuaê qênercO: a '1?nática 53 a


I I T ER A Ì U R A
--

ú r*ua",c.ea. MÈDÉLA
Ex.cerltdo: eugendo,
(SabTba)
Mlgmìnìd.de generdidrde, bondade,
A únicãelpressão que minha língua encontra paÌa definh reu
caráter tuà faÌta de ürilldade, ê o mais bait:o d.ostanalh6. ylcsre a
mim, estásaqui, para quê, tu, serodiado petos deuses.odiado por
mim c por to.ta a humanìdadc? Não é pÌova de coragen nem de
nÌâgnanimidade oÌhar na cara os ex-amigos,nâ csperança cÌeque
esqueçam todo o m,ì.Ìque Ìhesfizesre. A isso se chaÍu cinismo, e
vem com âs piores doenças do crrárer humano - a ÍàÌtn dc prL
dor, â âüsêncìa de vergonha.
1...1Abandonci pai e pátria e \im contieo pam Iolco; mcu mor
È
eÌ:a màioÌ que a minha prudência.
Depois proi'oquei a morte de Péliasdo modo mâis rerí\eÌ: nas
nÌãos das próprias fiÌhas. E assim re Ìivrei de todos os remores.
Tüdo ìsso eu fÌz por ti, e, ül traìdor, pÌocurasre üma nola esposâ,
emborajá tivéssenosprocÌiado doisfilhos. Se eu não houlesse re
dado descendência, teriâ perdoado tua busca de ünì Ììovo leito.
Já moneu em miÍÌ há muito tempo roda e qüalquer confiança
A influência
do teatro em tüas juras. [. .] Cóus, a que coração traiçoeiÌo confÌei minha
naeoucaçao grega g-
A impoÍtâncìado teatro na t...1
educãção de um gÍeqoera tão CORIFEU
qrande,qlre,enì Atenês,o co
méÍciochegavâa sêr suspenso FIá aÌgo terrível e incürável, acima de quaÌqÌÉr compreensão
duÍanteor feívãis dramátcos. mortaÌ, no ódio qüe nasce entÌe prónÌnos e àmados.
geÍalmentê
As nìLriheÍes, exclul
das de muìtosacontecir.êntos ÊURÍtEDÈs.,ltrá,ia Tãluçâo: tvliltô.!€ÌÌìàrder. j
públÌcos,
erambemrecebdas no Rio de]aneifo: Ci!ìlizaçãoBÌÌsiìeirr. ?00.1.p. 32-35.(ÌÌagncnro).
têãtÌo.Easêimpoaráncia é êxpÌi-
cadâpêlaíLin(ão pedaqóq icaque
aspeçâs deveíam€umpÍiÍ:fazeÌ
comque,através
pelocoroqueanunca: "ldossãoosternpos
A cenaé introduzida de res-
daslorteseÍno
çOesexp€rimêntadas, o público peitoaosjuramentos.
A honradesapareceu danobreHélade'1 CornessaÍa a,
refetissesobre.s pãÌxôese os ãpontaa transgressão quefazparte
da oÍdeÌntamilar e soca , característica
vicoshuÍnanos- Assrn, aléÍnde da definição
dêÌragédia.
salrdo teàtrc l'purificada"peã Sernpoderretornar
paraa casadospais,MedéianãotempaÍaondeir Resta
a plaÌéiãÌambém
cataíse, apÍen- ã essarnulher,
consumda peloódo, apenês
deÍiaalgosobre
o desejode vingar-se.
lvlas urÌa
o comportêmen- vez,o públcoé advertido
to huinaÍìo.aoobseivafa êção sobÍea insensatez de se dêxarlevafpelaspaxões
oaspêrsonagens. ("Háalgoteríívelê acimadequal-
incurável,
quercompreensáo moftal,noódo quenas-
cêentrepróximos e amados.").

A comédia
A orgemda comédia é a mesrnada
tragéda: osfestvas rêalzados em hon-
ra a Dioníso. Alqunsdosfestejosocoíi-
am durante a pÍimaveÍaê costumavaTn
apresentafumcortejodemascarados. Es-
sescortejosrecebiam o nomede komos
e delesderivao norÌìecomédia(komol-
día: komos,"procissão jocosa"+ oldé,
"canto").A pé ou em carros, elesper-
corriarlì
oscampos dançando, cantando
e Têctando poemasjocosos êTnquesat-
Ì€âtrode D onrsioem Atenas,GÍécia rizavam personalidadese ãcontecimen-
tosdavldapública.

. 54 CAPITULO
4
TITENAT U R A

QuandoEspafta deÍrotouAtenasnaGueÍÍado Peloponeso, a democracla


chegouaoÍ m, comprometendo a I berdadedeexpressão dosaltofesdetex_
toscômicos. Ascomédas,então,abandonaraÍr] po ítLca
a cTítica e passarama
âbordaÍatosdo.ôtdrano
satiÍizaÍ e costumes
corÌrpoÌtamentos daspessoas com!lns
Assim,enquantoa tragéda desenvolve iemasséÍios,apoiadosna açáo
mitológca,e ãspersonãgens sãodeuses e a comédia
5erÍrideuses, 5ecaractê_
peEonaqershlmênos,reas por
Tza sualeveza abofda
e alegria, cotid
episódios anos eãs peÍsonagens5ão
sereshuTnanos e Teêls.

r O gênero naldadeMédia
dramático
Devido à fofteiníluênca daÍeligãocatóica,aspeças deteatromedievalpâs-
saÍaÌna enfocaÍcenasbíbcase episód osda vìda de santos Duâsmodaidades
o.drìdtcãs _o \ê
ro an od)d " populè'es^ê\.e per,ooo. o auto e a farsê
o autoé umapeçacurta,emgeraldecunhoÍelìgioso As personagens repÍe-
sentavam conceitos comoabondade,
abstratos, a v rtude,a h pocr
sa,o pecado,
a gula,a luxúria.lssofêzacomqueosautostivessem umconteúdo loftemente
siÌnbóLicoe, Ìnutasvezes, Tnoralzante.
A Íarsa eratãmbémurÍìapeqllenapeça,5ó que seuconteúdoenvolvla
situaçÕes ridículasou groÌescas. Tìnhacomoobietlvoa cÍítcaaoscost!mes
O fim daldadeÌVléd para
a traz, o teatlo,umperíododeintensa atlvidade
.: gênero que procurê-
A tá iavênascelnosécú oXll, a commediê del/ãrte,
!
va resgatar astradiçÕes da comédia clássca.
Na Inglêterra, nessemesTno peÍíodo,o dramaturgo Willamshakespeâre
.l
esc'eve n-n e-d' pe(ã<. enlre lldqedios e Co-redios.oue 9ê d's oí-Ílon e1
do teatÍounNersa
clássicos .
t De á parãcá,o gênerodramático paraã
eLementos
continuaofeÍecendo
! da
repÍesentação gama
arnpla de ernoções
do serhurnano

emêquipe
Umtrabalho
! tedtralé o pÍodutode urneíorçocolêtvoOsatoressaoÍês-
UíÍa aprêsentação
polsà.ôpêo ôp"êe'rdcàooêLÌ oàpôlor', 'oooorLndramàturgon' d
interpretaço,fazemusodêdiÍeÌêntesrecuÍsos: o f g! r no,quecaracterzda pêrsona
Af eqúLm,da .omtìê.í€ de//ã.Ie, gêm;g€stos, êxpressóescorporas, expressoesfacia s (aludadaspelousoda maqua-
gravlrada obradê AtÍedo Màquere, gê.r ô -rr, a o .êo;od -à tr o o-ràr opo'€n.|d êoêq.ddd aopàpê|".er€pÍÊ-
com mesmôtilú o, de 1577 o tom devoz,aspausas, grtose onomatopéias tambémsão
ientado.Alémdisso,
Íecursos LrlilzadosnainteÍpÍetaçãodotextoÌudoé transÍormãdo em lnguagem.
O dirêtoré o responsávelpororlentar o tÌabalho dosatoÌesdetahêsdan1eÍpre-
taçãodo 1exto, geÍose expÍessôês quemehoÍcaÌacterizarão aspersonaqêns, po
scionarnento de cenao dirctoriambénìcooídêna o trabahodostécnicosqLre
cuidamdá pÍ€paÍação dosce
nários, da iuminâção, dosfi
qurlfos,da música, etc.Asslm,
deShakespeãre
A atualidade soba oÍientação do d retotos
Avtalidade dramáuca d.ç P€ças városêementos de uÍnaence_
de ShakespeaÌe conlln!. PÍesente naçãoganhamundade.O in-
nasmui1;sencenaçÕes e adaptaçoes têressante é que essaÌunção,
nospacosdo mundo
quesãof-"itas tão rnpoftanleparâ asencena
todoe nasversÕes Parao cinerna çóesteaÍaìs,sósurgiunot nâ
TantoÍagédias, como HamlelOie- do séculoXVll.
/o, Romêue lullet , quantocome- o dietoÍ FêrpeH E.h
d a9,corÌìoSonhodê umanodede (i lhuetade côrtas)orentaatÔres
. veÉo,Amegeradamada,aftâ de' duÉnteensaô Paraa Peça
ÁvênldãD/op5/€,ÌextodeWil Esnêt
safiamdiÍetorese encantamas 5àoPâuo,23 T€v2005.
masdiferentês p atéiâs.

é qênêio(ll):a dtunáÍico 55 a
Literatura
LITERATURA
-

As limitacõesdos
gêneros literários
Ostextosapresentados,nestecapítulo e noanterjor,iustrambema defini
çãodosgêneÍos épico/naÍÍativo,
líricoe dramático, porapresentãrem
carãcte
típicasdosgênerosque representam.
rísticãs N,4asseráque todosos textos
iterárrosjá
escÍitos"cabem"em um desses tÍêsgêneÍos?
Lea LrmüechodeA5rgaçôes pergosés, do fÍancêsChoderlos
de Lacos,
publicado em 1782,poucoantesdeecod Í a Revolução Francesa.

Cdrkr IV
Do risconde De Valmont à marquesa De Merteuil,
em Paris

1...1Depositália de todos os segredosdc mcu coÌação, quero confiaÌvos


o maior projeto que um conquistador haja podi.Ìo concebeÌ. I...1 g
CoÌìheceis a presidenta De TouÌvel, suadevoção, seu amoÌ conjugal, seus
princípios arÌsreros.Eis o que âtnco, eis o inimigo digno de mim, eis a mera
que pÌetendo aiingir 1...1.
t...1
O presidente, cumpre que o snibais. está na BoryoÌÌha por motivo de
uma grande causa (espero fazê-lo perder outra maìs importànte). Sua in- j

consoÌável metade deverá permarecer aquì durante todo o tempo dessa ìÍÌi-
{
ü'a \iuve?. [...]
;
I...1 Só tenho Ìma idéia; penso neÌa durante o dia, sonho coÌÌÌ ela à noi-
te. Tenho necessidadede possuir cssanuÌher para rediürir-nìe do ridículo
dc cstar enamomdo.ÌeÌa. t...1
Do C1L:;teÌo
de . . ., nerk 5 dz agostôde lJ*+. -
ô

CdrtdY
Da marquesa De Merteuil ao visconde De Valmont

Sabeis,visconde, que vossacarta é de uma insoÌência rara e qrÌe eu bem


poderia ter-ÍÌe zangàdo?Màs €Ìaprolou-me cÌarmente que tinheis perdido
a cabeÇa,e somentc issovos saÌvoude minÌra indignação. Amigagenerosa e
sensív€Ì,csqueço a injúÌia pda me ocupar rão somenre de vosso perigo, e,
por abo ccido que seja chamd alguém à râzão, cedo à necessidade que
tendes dìssoncste momento.
Vós, possüirdesâpresidelìtâDe TouÌ-veÌl Mas que.apricho ridícuÌol Re
corÌheço nisso vossateimosiâ, que só sabe desejìÌ o que acredita náo podcr
obter. Qüeé, ÍìnaÌ, ess.rmulherì T.aços reguÌares, concordo. mas nenhuma
expressão;passaveÌmcrte bcm-feitâ, mâs sem graçai sempre ridiculamenre
vestida,com seuspunhados {Ìe fichus sobre o colo eum büsro que sobe aié o
queìxol Digcvos como miga: ÌÌão seria preciso duas mulheres como essa
pâÍa perderdes toda à vossâreputação. 1...1Vamos, \ìsconde, eDvergonhai
vos e recobmi â raz ão. Prometo-vos guardd scgÌedo.
Ü ri"Ir*, t Oao,U",, a. to-oo
tiagulr, rcn o qrHì as mulheres I...1
Pans, nesíe7 de agastaàe 17**.

.56 CAP|TULa
4
tIÌERAÌU R A

Carta WII
Da presidentaDe Tourvel à sra.De Volanges

t...1
O vis(oÌìde De ValmoÌÌt, seu sob nho, qüe de bom glado concordou
en nos sacrificaralguns diâs, alegn nosso retiro. Só o coÌìhecia de reputà-
ção, c esra não me induzia â coDhecêlo meÌhoa mas parece que ele \Ìale
mais do que ela. Aqui. onde o rurbilhão dasociedade não o aringe, elefala
sensahmente com espantosâfacilidâde, e acusa-sede seus €üos com üma È
càndura mra. Fala-m€ com grande coÌrÍiânça e eu o acons€lho com muira
seveÌidade. Vós, que o colÌhec€is, conüreis em que seria umabela conver-
são a fazel mas estou certa de qüe, apesar de suas promessâs,oito dias de
Paris o farão esquecer todos os meus sermões. Sua esrada aqui terá, peto
menos, avaniãgenÌ de aÍàsálo algum rempo de sua úda comum. E creio
que, ajuÌgar pela süa maneiÌa de livcr, o que melhor pode fazer é não
fazer absoÌuiametìte Ììada. 1...1
Do Castela de . . ., neste 9 de agasta de 17*+.

[-{CLOS, Clodclos dè. nE,tõtt pob66 aÌ Cartot reblhi,1at


-4J
nunaiociü1atu.!üuìtutt lúa ìníru pa d. aÌeuúe\ atïe
Tfadnçáô: Séryiô Milliet. Sãótàülo:
cir.ub do LiFo. p.2G23,28-29.(Imgn.mo).

No textoquevocêacaboude let é Dossível dentifìcaf um emjssor e um


j
UiffiM'.'ffi destnatário;
aspectos
alémdisso,há a referência
caracleísticos
a urÌìadatae a um local.Esses
da estÍutuladascaÍtaspessoa s.
são
O jogodãsedução Comosetratade cãftas,náoexistea vozoe uÍÌìnaÍÍaoor€omoonenre
NoÍ lmetlqaçÕerpêroorâ'Lrmê definidordostextosdo gêneÍonarràtivo. lènben -ào -d, nesreÌonen-
adaptaçao do Íonìance de Lacos to, comosaberseessãs pessoas sãoreas oufoÍamcriadas pelaimaginêçáo de
parao c nema, vemos o desenro ar um autor.Levando em consideração essescritérios, náo se pode deÍnir o
de umjoqode sedução aÍqutet.-
È do pelaÍnarquesa
texto como uTna narÍaÌva.
DelveÍteui, uÍrìâ
icaviúv.,eovisconde D€Valmont, No entanto,cãbeperguntariseráque são "apenãs"cartas?Aparente-
conhêcido peêssuasconquisÌas mente,não.Lidas emseqüência, essascartâscomeçam a contarurnahistóra
amorosas. Vamontdeseja conq!ç solrreaspessoas quesãomencionadãs nelês:o vÌsconde DeValrnont, a mãr,
têr um bêlajovenìrecénìcasada, quesaDeMerteui, a presidenta DeTouÍvee a senhoraDeVolanges.
competamente fe ao mardo.A
nrarquesa tentadêmovêlodesse
SobreValmont,sabemos trataÊsede um nobre(é uÍnvisconde), conquis
objetivoOsplanos Íogênrâocon tador, qLre planejasêduz Í uma mu her casada e v rtuosa (a presidentaDe
troe do vsconde e eleseãpêìxona Ìourvel).Sabemos aindaqueé sobrinhodasenhoraDeVolangês.
pêêlovern queoev€rã engãnar as A rnarquesa De Merteuilé aÍÌìigado visconde e proc!íaconvencê-lo a
conseqüênc asdess€ sentmentos+ abãndona r seuplano.ÉtãmbéÍnmembroda aristocfac a, como nformaseu
rãotrágcas. titulode nobreza.
A presdentaDeTourveé umarnuhercasada, fie ao maridoe muitoíel-
s; giosa.A cartada marquesa DeNlerteuirevelauTnaoutraimageÍndessamu-
2É her:a guémculostraçossãoÍe9ulêÍes, semgÍandes atrativos. suapretensão
detransÍormaÍ o visconde DeValmontem uÍnhornemcastoe reigtosorevela
suaingenuidade: nóssabemos, porqueemosa cadaqueeleenviou à mar
quesa,quepretênde"possuiressamulheroarãredimir-me do ridícuo de es-
tar enamorado dea".
O queserevea, agora,vaiaJéÍnde umconjuntodecaÍtas:elasofeÍecem
JohnMal[ovcheMchele PfeiifêÍêm intofmações sobrea v da,o caráteÍe asintençÕes daspessoaípersonâgens
ì cenadóÍlmeLlgàçõespenboras, 1933. r que
asescreveraÍn.Tratase,poÍtanto,deurnanaÍÍativa, apesarde nãoapre
\'****,*-**,/
sentarum nãíadoÍ nem dar aos leitorescertezasobÍeo caráterrea ou

é qênercO: o dêmálca 57 a
Literatura
TI Ì ER A Ì U R A

f ctíciodosautoresdâscartas.Textos comoo de Chordelos de Lacloscostu


As (artasde WertheÌ rnamseÍdeÍinidos comonarratìvaepìstolar, ou seja,umanaÍativafelta
atravésde cartas.

1E
.E
i-ô
A análsede uTnêxempo comoessemostraa dificuldade
nostextositeráros,todos05elementos
qêneÍos apÍesentados.
quecaracterzaÍÌì
de encontrar,
cadaurndostTês

O que impoÍtaé que as definiçóes apresentadas paraos gêneroslíÍico,


épico/narratvo e dÍarnáüco selamvistascomouma feÍeÍência que aludaa
p
coÍn reender comoossereshumanos buscam d ferentesÍoÍmas lteTáriaspãÍa
;ã expressaÍ suasvisòes de mundo,seussentiÍÌìentos e perp exidades.
:. O conhecimento dascaracteísticas dosdiÍerentes gêneÍos faclitaa leituÍã
dogtextos,poÍquealudaa nterpretaÍdeterminados recursosde inguagem
queaparecem, ÍÌìarsou menosexpoTados, emcaoaurndeles.
AléÍÌìd sso,o estudodosgêneros peÍÍÌìitepeÍcebermelhorcomoos d fe
rentesagentes do discur5o partcpaÍÌìda constfução do texto.Quandotrata
Deralhedô murãlde àzllejosdo s{ulo mosda evolução do gêneroépicopaÍao narratvo,vimoscomoalterações
XVll em quê esÌãoÍ€prcs-êntadôs
do s
cMlheiÍose!rcpels.Eesvestemos
s gnficatlvas do contextodesencadeaÍam tÍansforÌnações naprópíiaestÍutu-
üa esqueseúÍnaÍanìmooacoma radostextoslterários. Ao estudarmos o gênerodramático, constaÌaíÌìosque
plb icaçãode Ossotime.to5 do a crlação dostextosé inÍ uenciada, entreoutÍosfatoÍes,peloperfi depúbico
queo dÍamatufgo pretende ãÌ ngìre peot po deÍeaçãoquepÍetende desen-
Há outros exemplos de naffâti- cadear emsuaplatéa.
vas epíolâres. A nìais conhecida
Esses exemplos ilusÍamde qLrernanerao estldo dos gênerosoterece
de âs é a novelê OJisolrimentos do
de Goethe.publ- ferramentas que podem esclaÍecermuto daconsÌrução e dosentldodost-"x- I
/bvem l4le,'Ífier,
cadaem 1774.EÍncêrtas dirigdas tos iterárlos.
ao amlgoWlhelnì,Weftherconta .ìL
a históriado seuâmorporCêrlota
Esse livÍofoÌo pÍimeiro
qrandesu-
cessoda lteÍatuÍaeuropéiã e fo
tao apieciado queêsíoupãsusã-
daspelopíotaqonista - casâta F Releiaostrechosde Gota d'águâe Medéia para responderàsques- €
azul,coletee calçaoamarêlo
- tor- ë
tõesd€1a5.
nâram-sè modaentrêosloverìs.
Jasãovai ao encontroda mulherque
Í. Nasduascenastranscritãs,
abandonou(Joanaou Medéia).O que ele dìz ã essas
mulheres
tem
o mesmoseôtido,nasduascenas?Explìque.
l. AcondiçãosocialdaspeÍsonagenscentrâisem Medéíae Gotad'água
é a mesma?JustiÍique.
3, Nosdoistextos,â razãopelâ qual Jâsãoabandonaa mulhêÍcom
quemviviaé a mesma:suaambição,De que maneiraessaambição
nàsduèspêçasÌ
se r'ìâniíêsla
a tm Gota d água, um subúrbiocariocafol o espaçoescolhdo paÍa a
adãptaçáo do dfamagrego.Explque por que essamudançade espaço
desencadeia de adequara Íorma como a ambiçãode
a necessidade
Jasãose maniÍesta.
4, O coro, na ação dramáÍìcâ,representââ "voz da reÍlexão", Que
"reÍlexões" o coro apresentaao públìco no trecho de Medéia?
5, O elemento tÍágico na ãção dramáticaé a paixão.Tanto Medéìa
quanto Joana podem ser definidâs,nessesentido, como persona-
genstrágicas?Explique.
i PoderíamosafirmaÍque o compoÍtamentoe asâçõesdasduasperso
nagensdesêncãdeiam,no púbico,ossentimentosde piedadê
eteÍor.
Porquê?

E O texto â seguir reíere-seàs questõesde 6 a 10.

a 5a c\PÌruLa
4
I.IÌERAÏU R A
-

O encontro
O fantasmado rei morto da Dinamarcaronda
o seupalácio.EIetem um teffível segredo
a revelarparao fílho, o p ncípeHamlet.

CenaIV
Ni E.\püüaàa. (Enban Hanu, Honâcio e MarmtÌ.)

HoÌácio: OlÌra só,meu scnhor lá estáelel

HaÌ et Anjos e meÌÌsngeiros de Deus, defèÌìdei-Ììosl


Sejastu uÌÌÌ cspírito sagrado orÌ.luende nìâlóficoj
Circündado de auras celestesou das chamas do jnferno;
Terhas intenções bondosas ou peÌ-versãsl
Tu te apresenlâs de fòrma tão estraÌÌha
Que eu vou te faÌâr. Tu és Hamlet,
Mcu rci, nÌeu pai, SenhoÌ da Dinamârca. Vai, ÌÌÌe responde!
Não deüâ que erì ej|pbda em ignorância: me diz
Por qÌre teus ossos,delidamente consagrados,entenados com as
devidas cerimônias
Rompeüm a mortìlha: por que o sepulcro,
Onde te depuscmos tio traÌÌqúilamentc,
,q.búu suaspcsadas ìândíbulas de ìáìÌnore
Pra tejogar outÌa vcz neste ÌÌlundo?
t...1

Cm aV
OutrapanedaE Pkhada. (Entun aI antasm eHamu.)

Fdt4ma: Sou o espírito de teü pài


Condenado, por um certo teÌÌÌpo, a Ìâgar pela noite
E a passarfome no Iogo cnquanto é dìa,
Até que os crimes coÌnetidos €m meus tempos de vida
Tcnham sido puryados, se transfonìando enì cinza. 1...1
Escuta, cscuta, escutâl
Sc vocô aÌgxrÌ dia aÌnou seu pai. .
Hanìret ó, Deusl
Fântasma:Vinga essedesnaturado, inrame assassinato.
HâÍìle! A-ssâssiÌrato!
t...1
FutllsrM: 1...1Então,Hamlet, escuta:SedivuÌgou que Íìi pìcâdo por

QuaDdo dormia cm meujardnn;


Com essaversãomentirosa do meu ÀÌecimex,o
>
LitentuÊé qênercO: a dranáti.o 59 a
TI TER A T U R A
-

Se engana grosseimmente o oüüdo de toda a Dinamarca.


Mâs saiba!ocê, meu nobÌejovem:
A rrp e n rê , ui a mo' d,dd ,i ,úu r üdd .l e reu pal
Agora usa a nossa co.oa.
HaÌnÌer: O, minha aÌma profétìcal Meu tio!
Fantâlmar Sim, essabesta incestuosa e adúltera,
C o m .e u engenho mdìrgnoc da.l i rai de I di ( no -
Maldilo engenho e dádims maÌdilas
Por seü poder de seduçãol -.lescobriu, pË srÌâ lalcíviâ

Avolúpia da minha râinha 1ãoütuosa - em aparência.


SH,{r\ESPIIARE,$ìllian. ãa-&r. Tradnção: Nrilbf Fe.nandes.
PortoAÌegre:Ì,&tM, Ì9{i7.p.27,3G31. ([ragnenro).

6. O que pêrmiteclassificar
essetextocomodramático?JustiÍiquecom
eÌementosdo texto.
7. Dê que âcontecimentoÌrâta a cenaV?
g. Transcrevâum trecho que comprovaa existênciâde âlgum âconte-
cimentooue ìmpediao descanso eternodo fantasmado reì,
9. O que o leitor descobre,ã pârtií do diálogo entre o Íantasma e
Hamlet sobreo assâssinâto do rei? E sobreseu responsável?
ÍO.Aconversâ entreoÍantasmâe Hamletdesencadeia
toda a acãodrâ-
mática dessetexto. Expliquepor quê. j

t
I
3

Ao estudarêsmodaldadesdogênero dramátco naGrécia


Antiga,você
v u queÌantoê tragédiã
quantoa coÍrìédia
tinhaÍÌìurnafunçáopedagógca.
Através daspeçasencenadas,
o públcoerâlevadoa refletirsobre
aspalxões
e osvícioshumanosAs9rêndes questõesdasocledade emquêviviêmaca
bavamtendo,comoespaço de discussão,
o teãtro.
Hoe, emborao teatrocontnuêexstindo.nemtodostêm acesso a ele.
Umoutrotipodetexto,taÍÌìbémescrÌtoparaserencenado, ganhouo gosto
popJlèí. ès .elenovelès.
Disculacom seuscolegasas seguintesquestóes:
1 I Podemosaf ranarqLre
astelenoveas pertencem ao gêneÍodramátco?PoÍ
quê?Queelementos dessegêneropodemserldenÌificados
estruturais nas
e teenoveas?
!
3 r As te enoveas,por seÍemexibidas em uÍÌì m€ìode coÍrìunraçáode Ínas
sa, poderÌìdesempenhar funçãosemehanteà do teatÍo na GÍéciaAnt
E ga?PoÍquê?
r QueiemasimpoÍtantes parãasocedadebrasìle raláforamabordados eÍì
novelas?
I ExisterêcorÌênca nostemasaboÍdados?O que ìssosugeresobrea re a-
MarceloAntony,SteLa çãôentÍeos interessesdo púb ico brasleiroe asquestõesevantadas nas
FÍei1as,
ioséMayerê
SusanàVe raem cenada.ove a senhorado telenovelãs?
DestinôRedec obo, 15ju 2004 r O públcodasteenoveas exercea gumt po de nfuêncasobreatÍama?
Dequetipo?

.60 CAPITULO
4
,ï;;l,,.

HOÍOnOVeOOrJn PoroossislirFl
httpr/9reciãnti9ã.org íamlet, de KeineihBranàghEUA,
sitesobrecultlra gr€gânaAntlgüidêdê.Pêtr 1996
mite quesejamfeitaspesqulsêssobre è.re,cul Adaptaçãopara o cinemado tex
tura, íilosoíia, mito 09iã, geografiã e históriê to c ásico de Williãm Shakespeãre.
greqas,entreoutrostópkos interessantes. Des Shak et peare ap aìxo nado,
taque parâ os veíbetêssobretragédiã clá$l.a dêl ohn Maddei .E U A 1998
, F
5hakespeãrê passapoÍ um bl o-
quel oartkti .ôêsomênteuÍnamusa
http://wwwmundocultura.com.br
i nspl radorapoderáêj udá o.5urge
si.e com bibliotêcaonJre, análisesllteÍárias a encantadora Lãdyvìoê, porquem
everbetesenck opédlcos.Destâquepãrao ver o l ovem oíamaÌurgose ôparxonê.
bête literatura9rega,(om /mkJparã osverbe D estaque pâÍa ascenasem que são
t ess obr epoe s i aé p l c a l, írk a e te a tro . ie tos ensãiosdas peçasde Shakes
pearê,que recrlamos bastidoresdo
http://educatera.terê.com.brlvoltêlrê/ teêtro na Inglateríaêlizãbetana.
cultura/traqedia9Íega4.htm
site sobreê cultura e o pênsamentogregos,
cori verbetesintêressâ ntessobíêa tragédlag re- de B azLuhrmènn E U A 1996.
,
9a, o sur9imentodã tragédjã,
ocu to ã Dionisio A daptãção paraoci nemada peça
e â fllosofla9íe9a à épocãdã tragédla. Romeue,/u/leta.Nestave6ão para
osdiãsãtuêis,ã históriade amo. dos
http://educaterã-teÍa.com.btvotêire/ jovèns Romeu Montéquio e Ju ieta
cêpuleto tern como cênárioVeronã
j B eêch.
Jireêm quese encontrânìinforÍnaçõesdêta- A ri val i dade
€ntreasíami l i as
lhãdass obr eã v i d ae ã o b rad e w ì l ê m s h a k ê e deteÍmna ofi mtráqi codesseâmor.
peãre. Destaquepârâ o texto que traz Lrma uma apresentadora
análisebastantecompletâdã peçaBãmlet. de televisãonesseshakerpeareíno-

http://M.chicobuarque.com.br
Roneu e Julieta,de FtancoZefte)1i
s it e of c iê l d o c a n to r e c o mp o s i to rC h i co
E U A ]968
,
B uar quede H o l l a n d ac, o m i n fo rrn a ç õ esso b r e
A êscol hêdê doi s j ovensatores
a peçãGotã dãgua ê ãs etías das cançõesdo
desconhe.i dos para os pâpéi sde
R omeueJul i eta(Ol i vl aH ussey,
de 1s
ênos,e Leonêrd W hl ti ng,dê 17),um
textobanantefi el ãoori gi na,êsl o-
Porolere pesquisor
È/ cações no cenári oori gi nã (i tél i a)e #-
a trilha sonorade Nino RotaJoram
lnícíaçâoaa teatra, de tábãtoMagàld são dêteíminêntesdo g rãnde su.eso al ft:"
cançadopelo filme, âté hoje a mais
Livroque abordaêrquestõesbásicasrelacio-
popu ar adaptaçãode umâ peçade
S hakespeãfe parao ci nêma.
w,'
=--&*
nadasao teãtro, desdeasaÉisticasaté âseco-
1Acoisãtque eu adeio em vo.ê, de
G l l ngeí E U A 1999
,
O gue é teatro, dê Fernando
Pexolo.5ãoPaulo A daptaçãomodernada peçaÁ
mege.adonada, de WilliamShakes
Livro introdutório que êpresentao teatro e peare.B ancaé a filhã maisnovada
discutea gumasde suãscaracterinicas
prlncipaÈ. Íami Ìa Strãtforde desejaênconúar _l
um namorado, masseupai nãopeF
caviarpêra o General?,de [/]chaelN4a.Ìoie. mite que elê saiacom garotos.A so-
5ãoPauo: Botterdan, 1994 l uçãoé.onsêguÌrquê a l rmà mai s
obrê nteressanteque explicaas principais velhã,KatharÌna,também comecea
frasesde peçasde 5hakêspeãre que foíam n- namorar. S óqueel aéumaverdãdei
c or por adasã o i n g ê s e a o u tra s l Ín g u a s , Ía " megera"ê não parecemui to i n-
êm provérbos ou dltados. tere$ada nos Íapãzesda escola.

é.tênerc(I):o dranán.o 61 a
Literatura
Literatura
e expressao
de umaepoca
A líterctura nos revela camo viveram e o qre per5arãÍÍ âs pêssoas
em difercntes épo.a5 e so.ledâdes. Essas;nfaínaçõet, que fìca'?.'
registradas nas textos literádcs e sobrevìven à pâssagemdc tefttpa,
ajudan a entender quern fahos -oa avaliãr quem sama'
É dessapossìbílidade de 1eíturado tempc atftvés .ja !ileêtun
quê trata este capitula.

:3

i:

JT

'f_ .,3
;ri
',: '
: ,: a

.: ;:,
......:'.

.t-ã I .

cAPi[uLa
5
O que vocêdeverásabetão
í. Queelementos
compõema tela de RoyLichtenstein?

L O que é estílode épocâ. 2. Algunselementos


da linguagem da tela a aproximam
da lingLrâ
gemdosquadrinhos.ldentiÍiqueesses
elementos.
. Que aspecbsde um tex-
to revelam iníormações 3. Queimagemdâ guerrao quadrosugere? JustiÍique
suaresposta.
sôbrcomomentoemque
4. O fâto de Lichtenstein
explorarelementos
da linguãgem dashis-
tóriâsem quadrinhos sugereem que épocaa telâ Íoi pintada?
2. O que é historìograíialìte Porquê?
. Ouêri sâo as esco/ase 05 5, Agoraobserve
umaminiaturade um manuscrito
Írancês
do sécu-
n ovine ntosI ìterár íos. lo XIV
3, Comoum mesmôtemâ fôì
tratado em épo.ase so.Ìe-
dâdet diferentès.

Arteparatodos
A aÌlepop lo um Tnov mênto
que5!rgiunêdécada dê 1950na
e tevesêuâugênosEs-
nglaterra
ÌadosUnidôs, nâdécada de I960.
Elaprct€nd a promover a popua
rzacãodaad€,subí Ìuindooste
masgrandosospor€lem€ntos da
vidacotìdana,aproxmandoass m
á culturade ejjtee a popuar Os

RoyLchrênlte n, AndyWarhol€
RchardHarnton,incorporaranìà
pnturaelerìrentosde ôutrâs n- N/ln aturam€d eva representando
(p!bicdade,teevsão, . Bâràha de N:jera,1367
qLragens
h íórã em qlrãdr nhos,c n€mã,
foÌoqrâfã)conroformadêtornâr r Reparequea batalha já corneçou
paraoscombatentes a pé,enquan-
â arteâcÊssívêl
àsmassas to oscavae Íosaguardam a oÍderndeenttaremação.Quemagem
dagueÍraé transm tda nessa cena?
6. A (omparação entreo quadrode Lichtenstein e a miniaturare-
!ì veladuasvisõesmuito diÍerentes
ferenças?
r O mornento
da guerra.Quaìssãoessas

ernqueas obÍasforamproduzdas nf uencìa


di-

o trata
iõ mentoqueosartistas deramaoterna? Explque.

i-,.
i

and/ Warho Campbeíi !!p, 1q62. t, Leìâum fragmentodo romênce


A esperança,de AndréMalraux,
quetem comopanode Íundoâ GuerrâCivilEspanholade 1936.

Lrterat{rrâ de{rmaépo.â 63 I
é e.rprcssão
LI T ER A T U R A

o
o Sa,ngue
de esquerda
o o silêncio,já profundo, aproÍündou se
o Jirda mri\: CIe'ni, o rF\r r inrpr,(\jn
de que, daquela \€2, o céu estau cheio.
c Não era aquele ban ho.lecÂrrodecor
o
o da que, em geral, identifica um
ariãoj era uma úbração muiro aÌn-
o
*::""ï:ï,ïiìri:$:::;it:i: ji.t- :.-.(: - .È.
ÌÌÌo dos aliôes qüe ele tinha ouÌido
-.{ -rÍ* .
até então ela como que aÌteÌnâdo, su
ï[:ï::.',ï::ï:,ï:]Jïl*ï:ï;"* *'' - .:
*.
numerososo sÌúicìentepara que tudo se
misnrrasse,
em um avarÌçoimplacáveÌe Çc;---
A cidade estavaquase sem luzes; como os ariões dc caça governis
tas, ou o que restavâ deles, podc am encoÌÌrrâr os fascisrasnaqueìa
escuridão? Ì aquela vibraçáo profÌrnda e gmve que enchia o céu e a
cidade como se enchessc a noitc, irÌiraÌìdo cuemico e percoüendo
seus cabeÌos, tornâva-seintoleráveÌ, pois as bonbas não caíaD.
Por fim. uma explosão rbafadâ vei{r cÌa ieÌra, como uma mina dis
ì
tante e, cle repente, três er.pÌosòesdc cxtrema violêÌrcia. Outra expÌo
são surda; mais nadâ. Mâis uma: acima de Cuernico e todas ao mesmo
tempo, asjaneÌas de um gmnde âpaÌramento se abrirm. j

Ele não acendeu sua Ìante1ÌÌa elérricaj os miÌicianos esraüm sem


prc prontos â acredit,ìÌ eÌÌ siÌìais hrminosos. Sempre o banÌÌho dos
motores, mas rada de bombas. Naquela escuddão compÌeta, a cidade
não via os fascistas,e os fascistasmaÌ.!iam a cìdade.
GueÌnico tentoü coÌÌer As pedras acumuladas o f,rzìam tlopeçd
sem parar, e a escuddão mrÌito dcnsa iornan irÌrpossíveÌ seguir a
caÌçadâ. UrÌÌ caÌro passou em vcÌo.idade, os faróis azulaclos. Cinco
novas explosões, aÌguns tiros de tuziÌ, uma vaga ràjada de mebalhadora.
As etplosões p,ìreciam I'ir da tc a, e os esr'ond(x, de uma dezena de
mehos acima dcÌa. NenhurÌì raio de luzrja eÌassc abrjam, empuüadas
de denüo. NuÌÌÌa c\pÌilsão ÌÌìaispróxima, vidros se esparifaram,caímm
remica
bombardeadè,
mao de1937. de muilo aÌto no aúiÌto. Com o barullìo, Cuemico se deu conra de
Polcotempodepoìs dâeleçáo que só enxergava até o priDìeno andar. CoÌÌÌo uÌn eco do üdro
de um governorepubcano,erÌì qrFbrado, um soln de sircne tornoÌr se percepúveÌ, ,rproi
1936,a Espanha erìfrentolr
uma mou-se, pâssou diânte deÌe, perdeu se Do negÌor:
queÍÌacjvÌ|.As for(is de dìÍêita a pdmeiÌ? de suas mbuÌâncias. Che-
(naronãlistas,
rellgosos€ monar- gou ÍiÌìaÌmente à CentÌaÌ Sanirária; a
quìstas),
.poiâdas pelosgovernos rua se enchcu de gente na escuridâo.
da Alenìanhâ ê da tália.lLrtavam
Nlédicos, enÍèrÌnciüs, organizado
pêÍaderrubãr o govefnoÍepub
res, ciftÌ|eiões sejuntaü
cano,consderado de êsqLrerdae
apoiado pelapollca,peoscarab tempo que eÌe, a seuscoÌegâsdc ser
nêirose peasrì llciâsopêrárÌas. \iço. FnìahÌentc halia mbuÌâncias.
como aliadosrlosÍêpubicanos, Um médicí, cra o respoDsávcl peìa
apâreciêm alndaa UnlãoSoviéti prtc saniráÌia .Ìo tÌabalho, GueÌnico,
ca,a GÍã-BÍetanha, o Méxco, a peÌa orgânizaçio do socoÌro.
França e as Brgadas lnternaco-
nais,Íormãdas por35 milvolun- v\Ì I.^U Ì \nd - À
".1. o+a. tt..:l .J,,: I tk d \r
,i . ,.
táriosde 50 países Rio d€Jâneìro: Record, 200ír. p.3Ìt313.

.64 CAPITULÕ
5
I.IÌERATU R A

o I Quêle o acontecmentocentradacenã)
E r No iníclo,
parecequeGuernlcoestátugindodosavoes,rÌìasa suã
intençãoé outraParaondeelecorree porquê?
feitasno textoque podemajudaro leitor
8. QuaissãoasreÍerêncìas
l!
que
a identificar o eplsódionârrâdoocorreuno séculoXX?
E 9. Releia.
o,
r! ''1..1clessar,ez,osrnotor Íil:ìenie para quc tudo
!e nrilrrrÀsse, em um rv^nço i"L.|)lacA)elen..âiÍico."

ô I Os do s adjetivos deslacados evam o leìtor ã Íeflet r sobre a violência .F


Porquê?
daguerra?
íO.Adescriçâo
do ataquenoturnoexplorâdiÍerentes
elementos
sen-
Destaque
soriâis. alguns.

r De quemodoo usodesses contrbuparâtÍãnsrn


elementos tif ao
quetomamcontade Guernco?
e tor asSensaçÕes

Ì{*j;ìii:!ü'riiãiíiiii;
contÍaa guerra
UmmaniÍesto

l9:7 ÓleosobÍetela,350x 782.m


Pabo PcèÍo, Grêrnrca,
Peça doAceryodo tvluseu R.i.hâSôta,emt\4adÍ.
No d d 26 de abÍildê 1937,a pop!laçãoda pacêtaGuernca,umac dadeznha
no noire da Espanha,Íoi surpreendidapelo êtaqle dê avóês ã eÌÌìães,que
êpoavamâsforcasde d reta que qLreramtomaro podêÍ.Erãd a d€ fe ra LvÍee
â praçãdã cdade ertdvamovimêntâdã, quândosoaÍâmos bãdalosdo5sinos
a ertandoparamaÈum ataqueaer€o.só que dessavezloi diferente.Porapro'
x mâdamentetrêrhoras,os dvóesdêspeiaranì bombassobr€ a cdadê ndefesa,
ênquantocaçasãt ravèmconìrìeÌralhadoÍâ,noshabitantes quetuq anì.D!ran-
te trêsd as,a c dadenáo pdro! d€ quê nìare, ao Í nal,a tÍág cê conlãqern:dos
7 000 nìoradoÍe5, cercade 1.600ênavamrnortose mas de 800 feíldos.
Ad€stÍuçëoda c dadêinsprou Pcãssoa cr ar sudte a Ììrasfamosa.Guerrlê
permènece:téholecornoìrm dosrndnifestos r.as contundêntêscontra os hoÊ
roÍesda GuerraCiv EspanhoãO quêdroillríra mâgsÌramentea visãoqLre
i Pcassotinha da plnluracomo"Lrmâârmâdê aÌaqueê d€fesacontrdo n miqo' .,

ê c^p.€çsãó
LrreGrLrrd de unê epocd 65 |
LI T ER A Ì U R A

1
Estilodeépoca
OsaÌÌistas reveameTfsuasobÍaslrrno harnìarcado Deocontefloem c1!e
v veram.Asrepresentações mostram Lrmaconcepção dernundo caracterzadapor
que
vaoresejulgamentos semanfestarÌì naabordãgem dosternas escolhdos.
Assirn, a representação do êviãoat ngidoe do piloto,no quadrode
L chtenstein,permiteao observador fazeralgumashipóteses sobrea visão
queo artistatnha da guerra, dasarrnas e de seupoderde desÍução.A
rninlaÌuÍaretrataumabatalha emquecavaleifos esperam o nnomento deen
trarernação.O textodeMalrauxrevea o mpactodagueríanossereshLrma
nos.Ernbora tenhamurntemaeÍÌìcoTnum * a querra , cadalma dastrês è
obraso tfatade modoberf d st nto.
Nate a deLichtenstein, ascoresutilzadas, ê onomatopéia e o tipodeletra
caracterizam um usoespecífico dã | nguagem quedeÍiniua artepop.
A intencão degaÍantr urÌìÍegstrode natufeza rnas h 9tóÍica ficãevidente
OüÍ:s InguâgenstambémreqÍÌam na rninatuÍamedieva . Seuautofsepreocupa erÌìcaracterizar,por rÌìeiodos
valoresetemadê 5 ú maép oc ê,c om oéo detalhes da Íoupae dasbandeifas, a filaçãodosexérctos. O cudadono
casoda propagandâNesrêânún.ô do posicÌonanìento doscavalerÍos e a repÍesentação dasarmâsut lizâdas (ãrcose
leansU5Ìop, o.ortê doscabelos,as
Dupas€ o violão.omo ímbolo de anças)tarÌìbém mostram comoeTam asgueTTas nãldadeMédia.A paisagem,
â ê9r a ejlveitude rcmetemao fina ao Íundo,funcionaquasecomoLrmcenáÍioparâconlera cenapÍincpa: o
momentoemoueoscavaleiros entraráonabatahã.
No Íecho deÁ esperança, a Inguagemdireta,marcadapeÌareÍeréncia
aoselementos sensoras,revelaumestiloquecaÍacteÍizou a literaturado pós-
9ueía,quandoostextosapresentavam um usomalsobjetivoda linguagem.
O reconhêc mentodessas caracteísticas aiudaa dentficaroselementos do :
contextode produção d€ssas obfasê o estlo adotadopeosârtstas.Quando
compaÍamos suasobrasàsdeoutÌosartistas queatuaTam no mesmo momento,
obseryamos aspectoscomuns,queexplicitam nãosó o eíilo da época,mas
tambéÍÌìo usoDarticuar,cluedeÍinea dentidade arthtcadecâdãum. I
t

a o n , d rd .; o dô Ír' o. ro--19 n" o odL,âo oe Lìa resmd ppoLêroent,tc"


i n e s ti l o d e epocà O" " r.dooà ." .dt-rr oepe' ìoedo rel or' ec-ento do\
p.dÍoê ê oa" )erÍôl ànça9qLe con,r .LÊÍÌ uïì es.lo oe epo,d.
O i o p"-..1, r' q i. urÌ ê'.rito. ou Do" a -azoo. ôlône1ÍosqJe o'í -gueï urrà
estétlcadeflneo estilo individual de um autor,semprêmaÍcadopeloolhareipec!
,o o .F d i ri g êdo.l ê nd ao .n,rco5deLnpê odoêpÊ oU cos.gL,i .quèrà7
do" e. . \o oe qLaqê- dr\o idooqa Lïd oêrerir ddd p.rÊ .. d li..r" d.

obrastarnbémposslb
Alémd sso,o contatocomessas litaaconstrução
deum
1 novoo haÍparaostemasãbordêdos.Eestaé !ma dasfuncóêsdaarte:provocar
ã reflexão, passados,
sejãea sobreâcontecirnentos presentes
oufuturos.

t
Um clássicode Shakespeareno cinemâ
z Of meHerrlque y, d€ Kenn€th
Branagh, é a adaptaçãodeumapêçadeShakes-
] peare€contaahistóradoredalnqlarêÍa,qu€decìdenvâdiraFrançapararevin
; aoquê tinhadreito.O flnìestuda açao€nìl415,d!rarìteabataha
otronoírancês,
l
de Azncou.t,ern queos nglesesrnpusêÍamdo exércto francês,( ncovezesmas
numêmso, Lrm:hÉtóricãdêÍÍotâ
Ascenasdâbatâhã5ãograndosasernostrêmcoíìro
EmmaÌhompsone Ken.ethBíã.âgh sedâvâo rltuadaquêÍranaqLrêemornento.
€mcenadoÍime HêrrqueY,1989

4 66 CAATULAS
LITERATURA
-
' taí

Amesma
sonêto,Bocage{àla sobreospÊ?eresvividospelosamantesem um cenáio acolhedor
^/este

Se é doce Ììo recente, ameno Estio Se é doce maÌes, céusv€r anilados


Ver toucar-sea manhãde etéreasflores, Pela quadra gelÌtìÌ, de Amor quedda,
E, ÌambendGse as areiâs,e os verdores, Que esperta os corações,{ÌoÌ€ia os püdos:
Ntole e quelxoso deslizar-se o do:
Mais doce é ver-te de meus aìs velìcìda,
Se é doce no inocente desafio Dar-me em teus brmdos olhos desmaiados
Ouürem'se os voláteis amadoÌes, Morte, morte de anor melhor que a vida.
Seüsversosmodr ando, e seusrdores BOC"{CE,MmuÊl ÀIri7 Rdìroe dü. Obastu bÒrage
Denbe os aromas do pomar somb o: roÍo: LelÌo& Imiio Edno.es,
Ì968.p.423.
á

Doçura de, no esüo recente,


Manuel Bandeirareelaborc,nestepoema,o sonetode Bocage.

Doçura de, no estio recente,


! Ver a mmhã toucarse de flores
t
Eo ri o

queixoso

DesÌizìÌ, Ìambendo âÌeias e lerduras;

Doçuâ de ouviÌ as aves


Em desÍio de amores

risadas
Na ramag€m do pomaÌ sombrio.

Doçrra de ver mâr e céus


Anilados pela quadÌa gentil
Que fÌoreia as cmpinas
Que aÌegra os corações.

DoçuÌ? muito maior

VeÍcida peÌos ÌÌìeus ais


Me daÍ nos teusbmndos olhosdesmaiados
BANDEIRA, Mmuel. PdrÚ
Moíe, mort€ de amor muito melhor do que aücÌa, anllra I lron No àe Jaíënõ:
pu-xal Nô€Âgunar,1985.

Literatura
é exuessâÕ
deuna epaQ 67 f
t I Ì EN AÌ U N A
-

1. O oue há de comum entre os dois ooemas?


2. Ëmterm05Íormais,em que elesse diferenciâm?
3. futrêsprimeirãs eírofesdosoneto de Bocageintroduzemum racio-
.rnio baçeadoem hipoteses.A conclusáodesseracioctnìoé àpresen-
tada nã última estroJedo soneto,Oue raciocínioé esse?
r Qualaconclusáo a quechegao eu 1írco?
4 . A linguagemé um eìementofundamental da releituÍaque Bandei
ra faz do sonetode Bocage. Porquê?
O poemade Bandeiraapresenta palavras de forma di-
organizadas
Íerente. O que essadìsposiçãosugereao leìtor?
6. Com bâsenasdiÍerençâsidentificadas,é possívelaíirmãr que o se
gundo poemâé maismodernodo que o primeiro?Explique.
r A nterjeiçáopuxa1,prêsenteno fina do poemade Bandeira,
aludãa
caracteÍzafum o hãr mas êtualpaÍao temado aÍnor?Porquê?

Historiografia
literária
Umestiode éoocapodeserassociado a umaescolaliterár;aou a um
movimentoliterário. .i
O estudoe a descrição dascãÍacteÍístÌcasestéticasdasdiferentes escolas
ou rnovimentos recebeÍÌì
liteÍéÍios o nomede historiografiaÌiterária.
Quandoestudamos osestlosdeépocae osmovmentosliteÍários, conhe I
cemosos teTnas e os recursosexoressivos oÍeferidos dosautores. À rnedida
quevamos tendocontato comumãrÌìaiorquantidade detextos,observamos que
há uÍÌì núrneroI m tadodeterÌìase recursos expressivos que,detemposem
tempos,sãoretonìados pof ãutoÍesde diferentes épocas. 5
Àsvezes, o resgalede um temaé feitopaÍaquestionar abordagens ênte- i
riores(umexempo é o índio na literatura brasleira,dealrzado peos român
ticose tratadode modomãlsreaistapelosautoresdo séculoXX).Outras
vezes,eleé reafrmêdo,comoacontece com a idéìade valoriza(ão do mo- 3
mentopresente (carped/èm)defendda por poetasgregos,naAntigüdade.
á
por Carnóes, no sécuo XVl,e pêosárcades, no XVll.
Alérndostemas,asfoÍmasiteÍárias tarnbémsáoretomadas. Quandoas-
sstirnos,hoe, a umanov-Â a de televsáo,vemosum folhetimdo sécuo XIX
retratado demaneira marsmodernaE,ã cadavezque|]maÍoÍrnaé recupera
da,elaé tambémtranstormada, porquêsoÍreasadaptaçóes necessáras para
",
seÌoÍnãr"atua ou seja, para expressârascaracterísticasdo momentoêm
queé produzda,Assim,ospoetasqueholecompóem trovase sonetos v ncu-
arÌì-sea todosos orJtfosque,antesdeles,tambérnusaramessasrÌìesTnas
formaspoétcas.Maso fazemdeixando suamarcaque,noÍuturo,serátam-
bérnÍecuoeradê e modficada.
Essas retomadas e ÍecoÍências estabelecenì mportantes diálogosentre
autoresde ÍnoíÌìentos diversos,cr andouTnatradìçãono interiorda produ-
çáo ìterára localeuniveÍsa . QuandocomeçaÍÍÌìos a tÍatardasêstéticasliterá
Íiê5,Vamos sempre Ìrazera gunsexernplos detextosque,ao "conversarem"
entÍes, cr am umatradiçãoe reveaTnasconexões entrepassado ê presente.
ObseÍve, napágnaao lado,ascaíãcteríst casbásicas dasoitoescolas lite
rárastradicionã menteestudadas e osescrtoÍes ouenelassedestacaÍam.
Aém dessas oto escolas, a produçãoiteráriacontemporânea teÍn sido
associada a um novoestlo de época:o Pós-Modernismo A suapr ncipal
caracteÍístcaé a ausêncade urnaestética uniflcadora da Droducão artístcâ.

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I . I TER AT U R A

Ummesmo tema:
olhares,
diferentes
diferentes
linguagens
UmaformadeestudafaiteÍatura atravésdosternDosé acomoanharcomo
um mesmotemafo trabalhado em momentos d versos.
AgunsdostemasrnasaboÍdados pela têraturasãoo arnor,a natureza,
a
muheÍ,a morte,a pátria
e o fazerlterério,VeÍemos,
agora,comodoisescritores
queviveÍam
emsocedades e éDocas muitod ferentes
trataramo teÍnadoamor.

18 de agosto
Por que âquìÌoque representaa{eÌìcidadedo
hom em J , d b a , c ì r a 'r J o ' m i I d o . Um drâ, nd lon-
te de sua desdita?Por que tem de ser assim?
O seÌìtimento iÌúenso, cáÌicÌo pelâ natureza
paÌpìtânte, que me i undava de felicidade, tlans-
ÍbÌÌìa1ìdo em paraíso o mundo ao neu redoç j
tornou-se agora para mim um suplício insüpoÌ-
tai€I, um tormento que me persegue por toda
parte. Outmrq quando, do alto do rochedo, para
além do riâcho, üa o \âle féti1 esiendendo-seâté j
Cincoséculos
de história as coÌinar, e tudo gerÌÌÌirÌa\'? e fÌondeja\.Ìà em ror- T
pelosolhosde um iÍronal nodemim; 1...1qualÌdo, ãos zunidos e morimen-
ConnoÍJvlacleod é umguerrei rú . â o I e d u r. meú5ol ho\.e vol Ìá\Jmpdrâ o, háo.
ro escocèsquevivenasteÍas al e o nÌusgo que extÌãì s€u alimento da rocha dura,
tas(Hiqhlandt,no séculoXV Êe os arbustosqüe crescemna encostada colina are-
descobre,em meo a uíncomba- nosa, tudo issome reveÌavaa vida interìor arden-
têcomgueíreÍosde uÍ. cá Íval, te e sagrâda da natureza: com quanta ternura abri-
quenãopodemorrer,AssiÍnco- gavâ todo este unìverso no meu coraçào amorG
meçaumaavenÌL.tÍa queaÌraves-
sol Tomado peÌa emoção trìnsbordânte, sentia-
sempíêmârcaaa
me como uÍÌ deus, e as imagens maÌâúlhosas
peo duêo enÍe os mortas até
sobrarapenasum.Enquanio as' deste mundo inÍìnito nÌvadìam e üvificavam a mf
sistmosà eteÍnalutaentreo bem nha alma. 1...1
e o mal,vernostambérn dstÍans Meu irmão, â lembrança daqueÌas ÌÌoÌas me
Íormaçoes pelasquais passa
d so faz bem. Até Ìnesmo o esforço de evocar aquel€s
fg D6dita: úúõÌ rúúio,
ciedadeentreosséculos XVeXX. sentimentos indizíveis e expressálos traz alento
: m i n h i J l m d. md. Ídl , om qu" . em ,cgÌxdi ..i n-
e t.r dupÌamente a angústia do estado €m qüe me
Vieiliovm: rdiviu.

E como se un véu se tives.ser$gado cÌiante cÌa


= minha alma, e o palco da ücÌa iÌúinita rrtusfoma
se, pâÌã mim, ÌÌo abismo de um úmuìo eternamen
1eabeflo. 1...1E a.\simsigo m€u caminho inseguro,
)-
Ê amedrontado. Em tomo de miD, o cá! a terra e
süas forças âtilãs: nada \€jo aÌém de um monstto
F rm a m e n rc de\orãdor,,,m Ìumi núl f erêrno.

o querc|rc tnortê|,
Highlandet, COETHE,.Iôhann trolfgmg ron. Ossqlìi"rúú6 dajaun Wothd.
deR!$e Mulcahy. EUA,1986i Tndução: Marion neú.IÌ€i 2, ed. SãoPâulo:MaÍins lo.r€s, 1998.p.96. (Imsmento).
f
'qU,uqerüsín|eJ**m*çsr*wçmP

a 7o .APITULO\
T I T E RAT U R A

Nessetexto,o amoraparece comoumapaixãoqueconsome o ìndivíduo e


O sucessode um setransfoÍrna em forçavitâ|,necegsériã à suasobrevvênca. A separação da
heÍóiatormentado mulheÍamada,segundo essêconcepção de amoÍ,seránsuportáve .
A inguagem uti izadaajudaosleitores a perceberem a forçado sentmen
to. Osadjetivos,osadvérbios e asgeneratzaçóes cÍiama irÌìagerndanatureza
exuberante vistapeloso hosapaxonados deWerthêr
Nacaara,Werther caracterza a angústa desencãdeada pelaimpossibilda-
de de concretizaf seuamot A natLtrcza, antesfontede inspirãção parao jo
vemapaixonado, agoraperdeuo encanto.A d ferençaentreesses doismo
mentosestána lusãodequepoderiaconquistar o amorde Carlotae â ceÍte
za de queelairárresmocasar-se cornA berto,comojá estavadeteÍminado.
5uadeslusãosemanfe5tataÍÌìbémnaI nguagern: "ãbismodeumtúÍrìulo
eternarnente abeÍto","rÌìonstro devoradoÍ", "Íuminante eterno"sãoalgu
masdasexpressões comquecaractêriza o mundoâo seuTedor
O amorÍomântico é umsentmentovital,libertadorSuapresença a egrao
apaixonado; suaausência tornaa sobTevivência umtoÍÍÌìentoquesóé alivia
do pelaÍììoÍte:desesperado como casamento de Carotae AlbeÍo,Werth-^Í
sesucida.O o haÍ apaixonado de Werthervê a natureza atravésdo véudo
Por sso,quandoacredìtana possbiidadede concretzação
sentìÍÌìento. do
amor,a natureza lhepaíecêum paraisoquepapitadevidâ;qlandosefrus-
tra,o queerabeo toína-sêrnonstruoso.
EmuÍÌìasociedade marcada pea convenção e moderação de corfporta
mentos,queidolatÍava a racionalidade,o livroOssofrìmentas dojovemWer
therprovocouumaverdadeìra revolução. O públcoleitorse Teconheceu no
Íomance, poquenaque e momento predorninava a vÌsáode queos senti-
n e_lo\erdT o4asre-d"deir", e ioeradora..
Ao longodahistóra mujtosforamosescritores que,coÍnoGoethe,desen
voveÍamo temado amore. ao fazê-o, trataramdo sofÍimentoprovocado
pelaseparação dosarnantês. Osversos de Pabo Neruda, apÍesentados a se
gui. dboddr'ldênodo dr'êíer te d nêsnà! tuè\oo.

Possoescreverosvenos maistrìÍcs estanoiac.

Escreverpor exemplo:'A noite esá cstÌeÌada


e tiriiam, os astros,ao longe".
^zuis,
I...1
Possoescreveros versosmais ristcs esta noitc.
Eu â amei, e às vezesela também me amoÌL

Em noiles conìo esla eu a tj\€ enrre os meus braços.


Beüei-a lantas vezes sob o .éu infìnito.

t...1
Posso escreveros versosmais tdstcs estanoirc.
Pensar qüe não a tenho. SenriÌ que a perdi.

OÌúr a noìte inÌeÌìsa, mais imensa scm eÌa.


E o verso cai na alma como no pasto o oNaÌho.

t...1
A m€sma noite que Ín bÌanqueàÌ às mesma-sáÌvores.
Nós,os de então,já não

uteÊtu? ê expressáo
deuna $oca 71 a
TI TER AT U R A

t...1
Já rão a amo, é verdade, mas taÌveza ame.
É tão curto o amor, e é tão Ìongo o es<luecimento.

Porqüe enÌ noites como esiã eu a tive entre os meÌls braços,


a minhâ alma não se contenta com têìa perdido.

Ainda que esta seja a úÌtima dor que ela me causa,


e estessejam os úÌtìmos versosque Ìh€ €screvo.
*

NERUDA, Pâbìo. ,.l,,ol,gla dr.a TnduÊâo: trüaDe Zagury Ì9. ed


Rio deJaeüo: José O\npio 200.1.(rnsnento).

I
Ne55e poema,o eu lklcofalasobreseussentimentos apósa sepaÍação da
mulherãmãdâ.Procura analisaÍos diferentes estágios por que passouesse
ãmor("Eua amei,e àsvezes elatambém Íneamou","lá nãoa amo,é vêTda-
de, masta veza arÌìe").
:
O usoda linguagern é diíeÍente nosdoistextos.O eu líricodo poeÍnafaz
Íeferènciaaosversos " ÍÌìaistríes" queescrcverá, Ínasessesentimento nãocon-
tarnnaaspâlavÍas utilizadas notexto.Demodogeral, osadjetvosutilzados iden- E
tfjcâmcaracterísticaspróprias doselementos danatuTeza queaparecem nosveF
sos.A note é " estrelãdã", osastros"azuis"tÌ tamaolonge,o céué "infinito",
Esseusomaiscontrolado dosadjetivostraduz paÍaos etoresuma mpÍes-
sáogeraldetrlsteza doeulírco,masernnenhum ÍÌìornentose identifica
o seu
sêntimento comodesesperado, êriebatador. O tom qeraldotextoé deacetã-
cãode um lato:o ãmoíaca[ìou.
O eulírcornaniÍesta a tristezapea sepaÍação, ÍÌìasreconhecequea trans-
foÍnìaçãopÍovocada por e a nãoTnuda o fiìundoao redor:"A mesmanolte
que Íaz branqueãr as mesmas árvoreslNós,os de então,/ã rão somosos
mesmos'.QuerÌìsemodficouforarnãspessoas, nãoa noiteou asárvores.
Osversos fina5 do poemareforçam a necessidade de seaceitaro inevtá-
vel:ié queo amoíacabou,nadaÍnas resta,a náosefescÍever versos tTstese
reconheceT a dordasepafação.
En AssafìmentasdojavemL4leÍ,her, o leitortomacontatocomasidéas
coíentes naEuroDã doséculoXVlle deoartedoXlX.A émdoseleÍììentos do
quesãoapfesentados
rÌìundoÍÌìaterial no livro,osvaoÍese coÍnpoÌtamentos
daqueã sociedade tambérnsáorevelados.
O mesmo acontece emÍelaçãoao poerna deNeÍudã. Comohomemdosécu-
lo XX,Nerudã nãotemmaisa necêssdade deapÍesentar ossentTnentos como
umaÍorçalibertadoÍa do ndivíduo. Asocledade emquevvenãoémaisrnarcada
porumcomportamento tãocontrolãdo e fofmalquanto a dosséculosXVll eXX.
O estudodostextoslitefários e dasobrasdeafteeÍtìgeral- nãoapenãs
reveladferentesconcepçõesdemundo, mastarnbérn perrÌìiteindagarcomoeas
fofamconstruídas, o quesugereÍlì sobrepessoas qu-aviveÍam enToutrassocieda-
des,emoutrasépocas. SualeturanostransfoÍTna, porque, aoolharparao pãssa-
do,modficamos o ÍÌìodocomovemos o oTesênte e coTno construímoso futuro.

.72 CAP|TULA
5
TITERAT U R A

I O texto a seguìrrefere-seàs questõesde 1 a 4.

Aumpoeta
O fazer poétícoé o tema destesonetode OlavoBilac.

LorÌge do estériÌ turbiÌhão da Ì-ua,


Beneditino. escÌeve!No aconchego
Do claustro. na pâciência e no soss€go,
Trabalha, e reima, e Ìima, e sofre. e sual

Mas quc nafcrrma se dislarce o emprego


Do esforço; e a trama ri\'ìì se construa
De tal modo, que a imageÌn Íique Ììuâ,
Ricâ mas sóbria, como rtm tempÌo grego.

fr'"--...:-,,
0l Búêtlitido: NnbÌo da oüem .elisìou
dos benedin.os.ror exeniô, pà*du a
{le\ignaÍ rìguérì qüc sc devoh
iftànevclnenÌ€ a un lÌ?baìho auío

ClaulÌo: loül de ft.ôlhìncnto, de

Não semostrena fábncao suplício


Do mestr€. E natura.Ì,o efeito agrade,
SemlembraÌ os andaimesdo edificio:

Porquea BeÌeza,gêmeada Verda{ìe,


Arte puÌa. inimiga do artìficio,
f, a força e a gÌ?çâ nâ simpÌicidade.
BÌLAC, Olarc. Prai,r. São P"uÌ,: Mâ.üB Fôrtcs,
1996. p 3i6. (Co1 Ìoed do B6il).

t. O quê os versosde BilàcsugeremsobÍeo tràbalhodo poetapara


produzií um Ìexto?
r Essetrabalhose baseiàna râzãoou na €moção?JuÍif que.
2. Quâissãoâs condiçõesnecessárias,segundoo eu lírico,para que se
possãescreverum bom poema?
condiçõesconÍ buemparaobteraformapeÌÍetâ
r DequerÌìaneÍa essâs
no poema?
3. Na segundaeíroÍe, o eu líricocomparao resultadoa serâlcançado
pelo poetaa umtemplogrego,Quequalidãdescomunshaveriãentre
o poemaideale um templogrego?
r ldentf queoutrostÍechosdo lexto em que a aÍìesnìa
ldéiaé retorçada.
4. Na terceiraestroÍe,é utilizadaa metáJorâdo ândâimee do edìÍÍcio
paíâ rêpresentãro poema.Expliquecomo esseselementosse asso-
ciâmà ariaçãode um poema.

deuna épacâ 73 4
LìEtâÍuÊé exprcssão
IITERATURA
-

m O texto a seguírrêÍere se àsquestõesde 5 a 7.

têxto I
Poesia
Drummandtematiza,na poema,a dificuldade
de transformarem versaa paesiado momento.

CarlosDrummonddê Andra-
de (19021987),nìinerod€ llabi Gastei umr hora pensândo um Ìeno
ra,éconslderado o rÌìâsimportan- quc a pcÌÌa ÌÌão qrer escreveì: .F
Ì€ poêÌabrasileÌodo séclroXX No cntaDio ele esú cá deÌìtro
Ël€ténìatizoi.r
ê v dacotìdanãêos
aconÌecmenÌos 00mundoern vêÊ
EÌc c s tá .á denrro
sosqlrefocazarno serhumano,
a famíã, a9 qLrestÕes socais,a
exÈtênclae a própfa poesialvlui N'lasa poesia {Ìcstc momento
tosdeseuslivros forâmÍaduzdos iDunda miÌÌha \,ìda nÍcìm.
parao espanho,inqês,frâncês,
itãlano,alerÍìão, sueco,tcheco, ,!\DR\DF., Caflos Dr trÍtrr.Ìlll .le. Olta tt4ltata.
entreoutrasÍnguas. São PauÌ(,: 196.1.p.6j.
^guilat

: 5. O poeÍnade Drummondtambémabordao fazerpoétco.Comoeleé


câracteíizadono texto?
3 Nessepo€mâ,o íazerpoéÌicopodeserentenddo comoumãaçãoraco,
I n; ? Expliqlre
6Oeu kco alÍma que "a poesadestemomerfo nundamnhavda
interã". O quesugerea expressão
destacada?
5. Releiaê compêre:a visãodo Íâzer poéticoexpressa !
no poemade
à do poemade Drummond?por quê?
Bilacé semelhante

TextoI
''TÌabaÌha,c tciÌna e Ìima, e soÍie, c sual
NIas.tuenaÍõìnra se disfarceo empr-êgo
L)o eslôrço;e a hamaliva sc constÌ.rÌa
Dc tal modo, que r imager, fiquc nua.
Ricamas sóbìia, como unÌ tenìpÌo grcgo.

olalo lìih.

Texto2
'-(lastciuÌÌÌâ hora pensÂndouÌn vers.,
que a PcÌÌa nao qucr cscre\Éf.

(arl$ DÌuÌ.mond d.
-{ndmd.

7 . Os poemasÍorãm prod!zidos em épocasdistintas.eue eleÍnentos,


na foÍma e notratamentodadoâotema, oermitemassociarosdoÌs
poema!d diferentesestilosde epocd?Jurr'fique.

4 74 CAP|TULA
5
I.IT ERATURA

Nestecapítulo, vocêv u comoé possÍvel identificar,


em cadaépoca,
um conjuntode caTacterGticas e ãSpedcosqle matcamo estio dascr a-
çÕes artísticas.
A selecãodeteÍìas,o modocomosãotratados,a ingua-
gemutiizada, os recursos
expressvos, tudoissoconÍibuiparadefniro
estlo de unìaépoca.As mãrcãsdesseestio podemserencontradas na
Iteratura,napintura, naescultura,
nadançãe tambémnamúsca.
PararefletrsobTesso,proporÌìosquevocêe seuscolegas, emequpe,
tÍagampaÍaa saladeaulaa gumas múscas brasierasquepossam repÍe-
sentar épocasespecííicas:
década de 1920,1960,1980,etc.Emseguda,
selecionem umaparacadadécada, discutndoquaissãoosaspectos majs
maÍcantes do estilodaqueleÍÌìomento.
Feta a seleção,a equipedeveíádiscutí asseguintesquestões:
. Dequefalacadaumadasmúsicas seleconêdas?ComocadaumâtÍâtâ
o tema?
E A década de 1960fo marcada lovem",pelodesejo
peà "Íevolução de
iberdade,peêíiosofada gerceáo hippie.Há,nasmúsicãs quevocês
escoheram,as marcas quecaracterizafama geração dessãdécada?
Dica Quais?
f, Sea equpe seeconoumúsicas atuas, queÍnarcasdo nossotemposáo
Quandovocêe seLrs. coegas
forempesquisàràs rnusicàs,
esco- nessasmúscas7O que e as íevelamsobÍeo modocomo
identificadas
Ìhàm.prinìêiro, um tem. ípor vemoso mundo?
exer/ìplo.
a irnaoèm dà Ínulherõu s A inguagem utilzadãnasmúscas dasdécadas trabalhadas
é diferente?
ã r€lacào
entÍe;as e f Lhos)ts'o Emquê?
vãLÌacrLrar
a comparaçao emreas r As músicas dessas taÍnbémidentf camde queíormao púbico
décadas
músicasproduzldas emdiíerentes na produção
lnfluenca musìca? Porquê?
épocas.umaoutrasuqestão é Ía'
zer!m levantamento dasmagens * A mudançanos veícuos de c rculaçãodas múscas(rádio,d sco,CD,
quesáousadês. nasletras,para nìp3)tanìbéminteríeÍeenì suaproduçãoe cìrculação?Como?
representaÍo tema,É mportantê
! obseryaÍseeas refleiêmo olhàÍ Ao finì da d scussáo,sua equipedeveÍáorganizarumã apresentãçáo
caíacterístco do momentoè|.n dasmúsicasse ecionadasparaos demaiscolegase expicarcomo o esli o
queforamcrÌadàs, de épocase manitestaern cada uma de as.

Lìteratura
é exprcssãa
deuntaépaca 75 a
Poroossisïìr
Fl
Râ2ãae sensíbilidâde,
de Anq Lee,EUÁ,/ng
âteÍa, 1995
Essaadaptaçãoparâ o cinemado romancêdainglesa
lêne Austên é um bom exernpLopara observara lite"
raturã como a expressão de uma épocã.Na Ing êterrã
do iníciodo séculoXlX,a morte de um lorde deixasuã i
já que ã ler de
esposae astrès filhãsem diÍiculdãdes,
termina que todos os benssejamherdadospelo íi ho
homêm.Emumasociedôdequesóadmitiãparaasmu-
heíêso papelde esposa,cabeà prátÌ(aeracionaElinor
DashwoodâdìíÍcìltâíefade en(ontÍar meiosde garãn'
tir Lma rcbrevivèncà diqlê pèràè mèe e as i'nás.

delam e sM a n g o l dEU
, A,2 0 0 1
Stuãrt Beser é um pesquisadorêrnêricanoque dês
.obre um portal no tempo e viãjã pàra o pasãdo.
Quandovoltãparao presenÌe,éseguidopor Leopold,
o Duq J ed e A l b " n y ,i o b ,e d o \é ' ü l o Xl x qJê l pmseri d,
difÌcudadespara se adaptar à vida em NovãYork no
séculoXXl. Quando.onheceKãte,Leopoidapaixona-
s e pe a b e l a p u b k l té íi a e tê m i n íc i ouma di vêrti dâ
comédiãronrântlca.O filme exploÍa o confronto ên
tre as dlferentesvisÕesque um nobre do séculoXlx e
um a n o v ãi o rq u i n ad o s é c u l oX Xl tê m do amor e do
papel d am u l h e rn ã s o c i ê d ã d e .

En algum lugar da pasada, !


de leannotszwârc,EUA,1980. il
Em mãiode 1972,na estréiade suapeça,o teavólo
go Richãrdcollierconheceumã idosaque lhe entregã
um relógio de bolsoe pedepãravoltãf pãfã elã. Anos
m dis ld rd e ,e nì9 8 0 .ê n m e i oo u md' r'\e de bl oqJeo
íiativo, Richârdse hospedaem um hotel antigo. ao
visitaro salãohistórko, o íêúato de uma bêlã nrulheí
ãtrai sua ãtenção:trata se dê E ise McKenna,famosa
at.iz do inkio de 1900.Maistafde,descobreque ã atfiz
5 ã o am e s mêp e s s o ãIntri
e av el h a s e n h o ra . gadope ã
descoberta,Richãrd,por meio de hipnose,consegue
v ol' d p d ,ao ã ro d p o 1 ) e ê r' o n r-ã Fl nê.o\doi \,e
apaixo n a m. ma ss u rg eo d i l e ma :c o n segui ráR i chard
fjcar no passâdo?O Íl me conseguemostrarbem. por
rnêiodos figur nos e dos cênários,as difêrençasentre
asduasépocãsem que sê passaa hÈtória.

.76 CAP|IULÔ\
t;l'*ir
PoronovegorJS
. http://wwlichtensteinf oundation.org/
Slle dã FundaçãoRoyLichtenÍein(em inglêt. DeÍaque
pâra ê reproduçãode todas asobrasdo pintoí norte-amê'
rkano e pafã o conjuntode âftlgos publicadosêm revistas
sobresuãvida e seutrabâlho.

' httpv/rrwv.starnews2001.com.brlliteratura.html
5/te sobre a vidê e obra de lohànn W. Goethe. Desta-
qu€ para as informãçõessobre a novela Os sofrímentoj
da javen werthere sabteo movimentosturm und Drãng
(Tempestãdee ímpeto),que está nas orlgensda estética

D n rn l o r o n a cnr rrcnr tÈ r

Como eíe câpítulovatâ dâ lit€ratura como expresão


de uma épocâ,achãínosinteressantesugerirãlgumãsco-
letâneasde contosque abord:m um mesmotema.Assim,
v o c è tê ráê o p o l t! ni dãdede,duranteaÌêi tuía,íeíl êtkum
pouco mãú sobreessaquestão.
13 dos nelhorescontos de anor cla literatuÌa brasileíra,
o rg a n i 2 a çdãeoR osa
A mi ndâS trausz
R odel anerorE di ouro,
2001
!
A obrã, coíno o título indica,traz 13 contosescritosso
bre o temâ do amor.Hádesdeêutoresdo sécuoXlX como
N,,lãchado de Asskê RaulPompéiã,a escritorescontempo-
rãneos,como Luk FernandoVerissìmo,Lya Luft ê Lygia
FãgundesTelle enaquêpârao bêl otexto" O amoracã
Ds.
b a , d e P a u l oM e ndêsC ampos.

Mrssâdo Gãlo:vâraçóes sobreo mesmotema.5ãoPa!o:


S u m n ì!s1, 9 7 7 .
Autores brasileìro5contemporân€os(Lygia Fagundes
Teìlês,Nélida Pinon,Autran Dourado,entrê outíot íêêÍ
crevemo clásko conto de Machâdode Assis,variandoo
l o ' o rd l d ri v o e o Íe êce1dodi ferenÌesrrerprel d!óe\p" ra
a inesquêcível históriâd€ Nogueirãe Conceição.
. De primeira viagen. 5ãoPaulorcompanha dasLeÍas,
2404
Tomandocomo ponto de partida o conto ".luventude",
d e i o ,e p h(o i rd d . Ln grupode eÍíi toi e( b.ê\iei .osê* rê
veu contos que descrevêmmornentosde inkiação pelos
quãis passamos jovenr. Textosde Ìony Bel oto, lúÌton
Hatoum, Ana M irandae outroses.ritorescontêmporãneos.

Lil!|atuÊë e(prcsttudeunê época 77 a


(Fuvêst-sP) O peíodo de maturâçáô nâ gãveta é nece$áÌiô, úa
"OhÌ Mâldito o priúeirc q!re, no úundo, nâo deve s€ prolongd muitô. "TeÍtÒs güãftIadôs âcabãm
Nâsondãsvelapôs em íecó lenhol cheiÍando mal", disse Silvia Plath, t...1 que, com esÌâ frâ-
Digno dâ eteha perà dô Profundo, \ê. dêu ,e.Ìemunho ds dúüda quê ârormênÌd o eq ri
S€éjNtaajustâLei que sigÕe tenho! tor: pubü.d ou não publicd? Guàrdar oujogãr fora?
Nuncajuízo aÌgúú, âltô e profundo, MoâqÌ Scliai O am.d ? r% daaj,r
Nem cítdà sonora ôu üvo engenho,
Te dê por isso fmâ nem memóriâ, Nesse texto,o escrjtorÌi,4oacyr
ScÌiarusairnaqens pararê-
Mas contigo k àcabeo nome e a gÌória"
flêtÍsobreumaetapâdacraçáotêrárla. A idéi.de queo
pÍocêsso de matuÍação do textonerÌìsempre ê o quega-
Cmõos,OJtus-add, 'ar.e bo ( 'esutddo\esrá) gÊidarã ,ÊgLnlÊÍ'ase:
Nosquatroú timosversos,eÍá mp icadêuma determna'
da con.epçãoda funçãoda ãde.ldentiÍque essâconcêp-
a) "4 gavet.é ótimaparaaplacar a fúÍa clatva". t
b) "EÍÌìcêrioscasos,a cestade papeé mehora nda",
(ão, explicando-a
brevemênte. () "O período de maturação nagavetaé necessário, [...]".
d) "Ì!4aso queo escritorquer,mesrno, é lssorvero seLl
(Unicamp-5P)Leia âtenlâmente:
teritoem etradetÔrma",
-4.poesia,ao contrário da filosofia, náo é ÌÌm conheci- e) "elâ(âgaveta) fazamãdurecer o i-axtodâ mesmaÍorma
meniô teórico da natureza humana, mãs ihita, nãÍâtiM quea adegaíazamãduÍeceÍ o v nho".
ou dÍmaticm€nte, âções e knÌimentos, feitos e viÍtu
des,situãçôese !ícios dos sereshumdos. No entanto,a (Unifesp-SP)
O poemaa seguir,de RaimundoCorreia,é a
poesia é diferente da hisrórià, embon esta rmbém seja baseparaasquestõês4 e 5.
ümã nãnati€ de feitos humànos e de situaçôes,dãs\ütu-
Á6 pomb6
dese dosú.ios dos hummos ndrâdos. A diferençaesú
no fato de que AQUELA. !ìsa, poÌ meio de uma pesoa ou Vai6e a primeirà pômba despertada...
de um fato, a faÌar dos humuos em geÌal (cada pessoa Vaiaeoutra mãis.-.màisôutra...enfrm dezenas
t..-l não é ela €ú sua ihdiúdualidade,ú2i é e1acohô De pombàs !ão{e dos pombais, ãpend
eremplo miversà1, positilo ou negãtivó, de uú tipo hu- Raia sãngüíneãe fresca a nadrugada...
nmo) e ã fâÌd de sihra4õesen geraÌ (poÍ neio, poi eÍen E à tard€, quddo â ígida noitada
plo, do relato drMático de uma gEÊâ, fa]â sobre a guer sopE, aospombaisde novo eias,serend, l
ra) , enqudlÔ ESTAse refere à indiïidualidâd€ .orcreta Rúlando d ãsàs,sacudjndo õ pens, 3
de . pesÒá c dê .âdâ .:rL"(;ô. q poe"ü úâgi, d não Voltm todas em bando e ern reroada...
"d"
fala de Èdipo Òude El€t€, md de üm destino humânoi â
epopéia nâo faÌã de HeÌena, Ulisses ou AAmenon, mâs Tambémdos corãçõesonde âbôtod,
de tipos humanos.A história,ao conüário, lala de pee Os sonhos,um por um céÌeresvom,
soõ singalarese situaçõespãrticuldes. Por isso,diz Aris Como \oàm aspombs dos pombaisl
!-
tóteles, a poesia estámais próxima dã filosofia do que da No zul da adolescência
asõõ soltm
históiã,já que estanunca se dinge ao universal. Fogem...Ma aospombaisõpombasrcltam,
l"Íúilc^" Cl ò Ji. rnhld-, àa à tl-uia no jL ,afü. E elesaoscôúçôesnão \oltam mais...
As paavrasqueesiáoem maúsculâs íoÍam niroduzidas 4 H á uma equi val ênci entrê
ã osdoi squartetoseosdoi s
notÍechoacir.âemsubstituçãoãduas palavÍas-chave
para tercetosdo poêma.Assim,é correto âJirmarquê pom-
a exposiçãoquefazlV. ChaLrídâs
idéiasdeAristóte
esre bas, metaforicâmente, repr€senta
ferentesa distintas
formasde conhecrnento,Um leitor
â)a adolescência.
atentoserácapazde identficaras paavrasqueestavam
norÊ\too' g _a,a pa'Ìirãpe_as
da e'trradot'echoaq-i b)os sonhos
c) os coraçÕes.
a)Substtua aspalavrasemrnaiúsc!laspeaspalavras que d)o envelheclmento.
estavar.no textooriginal. e)a dêslusão.
b)DeacoÍdocom o iexto,comopodemsêÌcaracteÍizadas
Os dois últimos versosdo poema revelâm
asformas deconhec pêâvrãs? 5
mentorcÍerdaspoÍêssas
c) Combasenestetexto,a quesedií gea f osofia,s-"g!n- â) um ênobrecimento da ve hicêãpósa reallzaçáo
dos so-
nhosde juventude
do Ar stótees?
b)uma menïaldadeconÍormistã€m rêlaçáoaoamore às
(Enem) desilusÕesvividasna juventud€.
Do pêda.inhô de papel ao liúo impre$ô vai úã Iôn' c) uma irritaçãocom a d fculdade de se Íea zaÍem os
ga distância. Mâs Õque o esfiior quer, úesmo, é isso:ver
o seu texto em l€tra de fôma. A gaveÌàé ótimã pàn apla- d)um relatvo menosprezoparacoÍÌì os sentmentoshu-
car a fúria criati\ar ela fe dadurec€r o texto dã mesma rÌìanosv vidosna juvêntude.
foma qu€ a ad€ga fe amadurecer o \inho. Em certos ê) umavisãopessm stada condiçáohumanaemÍeaçâoà
casôs,âcestade paPelé nelhoÍainda. voa € ao rempo.

f 7A UMDADE
1
6 (Unicamp-sP)O poêmâ âbâixo pêrtenc€ ao Carcto- QuantoaogëneroteráÍio,é coÍretoafìrmaÍsobreoÍrag-
nelÍo de F€rnando Pêssoa, mentodo texrolido:
An, quântâ vez, nã hÒú suarc a) nãohá liÍsmo,poisê fêitopaíaserrcpresentado;
Em que me esquêçô, b)é n.rÍativo,pelocunhorêgionalista
e soclal;
Vejo p6sâr um vôô de ã!e () é drãnìático,
comumalinguagem forternentepoética;
d)é umapeçateatra,semqualquerlirsmo,pea rudeza
Por que é Ìigeiro,levê,certo dâ llngLraqeÍn;
No ar dê âmavio? ê) é mas épicoqueÌíÍcoou dranìático.
Pôr que Ei sob o cét! aberto
(UerjRl) Com baseno têxto àbdiÌo, Í€spondêà5quet
tõesde números9 e 10.
Por que ter asâssimboliza
"t..-l Nãoresguddeiosãpôntame.nios
obijdoseo lar-
t
Qu€ à údà negàe ã ãlna p.ecjsal 8os di6 e meks de ÒbseMção: num momento de aperto
tui obngado a aúálos na água.C€rtamente me iÉo fu€r
Sei que me inede
íaÌL1,mõ terá sido uma perdà iúepaÌáveF qÌ6e me incli-
Um hoüor dê me t€r qu€ cÒbre no a supoÌ que foi bom priú-me desre maierial- S€ el€
Como uma cheia existise, kr-meia propens a consulúlo a.adà ihsrdre,
Meu coração, e enbrnã sobre mortificd meia poÌ dizer com rigor â hon exârade mà
Minh'âlmaalheia pârtidã, quantâs demoÌad6 tdsteza se aquecim ao soÌ
pálido. em múhã de bruma, a cor dd folhs que tomba-
Un desejô,náo de ser ave,
lrm d6 ánôres, num páÌio brmco, ã foma dos montes
zi
verd€s,tintos de Ìuz, íìàsesautônticd, gestos,Britos, gemi-
Têr nâo sei quê do ïôo suave
dos.Mõ que signúcà is$ì Es6 coisd verdadeiÌ$ podem
Denbô em mêu ser
não serverosímeis. E seêshoreceran, deirá-lãsno esque
remando P€soa. ot ,ariid. tuo deJaneim: c,mentô; ldiam pouco, p€Ìo úenôs inãgino que Íãri?m
Nova AguiÌa 1995, p. 133
pouco. Outrõ, porém, co
@ Àrwio: feitiqo, encmto.
ciàÌam*, e é infliúvel mencionálas. AÍìmei que se
jm absÌutârente eet6l Lelimdade. 1...1Nestârecons
que repÍesenta
â) dentifqueo recursolingüístico a ave tituição de fatos vclhos, neste esmiuçmenro, exponho o
a ldnro_oparo soroíoquèiro no r']1dgé1,o. ouc nori . o que i uìgoIn nohdo Ouuosdevemp osuil
b)Querelação o el-]íricoestabelece
entÍeâ tÍistezâe a l êmbrr\ò dtrc' qÀ N áos.orÌê" b. mòê,peroqúenão
re.usem asnúhõ: conju8m{e, compÌerãmie € me dão
É hoje impressão de rêàÌidã.le.[...]"
7 (Fuvest-SP) CEìÌido RmG. rÌ4mtniT d, .áM Rio, Sáo Paulo: R(ord, 1934,
- A tua saudadecorta
como aço de naua,,, 9 O frâgmêntotrans(rjtoexpressa umarêflexãodo au-
4 O coração ficã aflito tor-narradorquantoà €scritade seulivÍo contandoa
t Bateuma, a outrãfúa... êxperiência queviveucomopresopolítico,duranteo
E os óio se enche d águâ EstadoNovo.
Que até a üsta se atrãpaiã, ai, ai... NoquedizrespeÌtoàs reaçÕes entÍeescÍtaiterárae rea,
Fràgmenb dè Cúblirho", .úçào foÌ.Iórìca.
d.de.e po..r/Êl oepr""roer. d" le.Ld oo .e..u " 5.
gu ntêcaracteÍGtica dã ltêratura:
a) Nosdo s primerosveÌsos háumacomparação. Recons' a)r-,alrào le .o v vènr'".h .-"nascon-?-ã- ê.eài,:
ruaessesversosr u'nd' d,e ncdddpor"4..n .on o b)Íepresenta
(...)",preservando !ma conscentzaçáo do aniíã sobÍêâÍ-aã-
os elernentos
compaÍados e o sen- ldadê;
tdo da coínpaÍaeão.
c) d spensaeementosdâ Íeaidãdesocalexteriorà arie
b) SeafoímadoverboaÍapahaÍestvesse ÍlexonadadeãcoÌ- Iterária;
docoma normapadrão, parao efeitode
pÍelLrízo
haveÍia
sonoridade êxplorado d)conÍitu umâ nterpretação de dadosda readadeco,
nofÌnado últínoverso? Poíquê?
a (UJês-Es)
!O A relaçãoenÍreautor€ narradorpodêâssumirÍeições
quem eb€ se nstà tefr-
diveÍsasna literâtura.Podê-sê
dizerquetaI relação
Ìem
nao p1dÌâre1 mrnm snâr papelfundâmentalnâ caracterização de textosque,a
Náo rcnhô medo da tèra
exêmplodo IivrodêGrâciliano Ramotconstituem umã
cavei pedra toda a vi.Ia
autobiografia- gênerolitêráriodefinidocomorela-
e para quem lutou a bÈço
to dâ vidã dê um indivÍduoÍeito pof el€ mesmo.
contra a piçdra da ceringa
fácil seráamansar A partr dessadeÍniçáo,é possÍveafirmarqueo caráter
està àqui, tãô feúinina autobiogíáfico peo eìtorem
de !rnã obraé reconhecido
João CabrãÌ de Melo Neto. ì4d ? ,'da ramtr v rtuded-ôl

794

I
PREPARE.SE:
VESTIBUTAR
EENEM

pêssoais
veídicodãsexpedèncias
â)conteúdo € coletivas Emsêutexto,RubemBragaaíÍmaque"esteé o llxo do
grandeartna, atlngro máxrnodenìatlzes
como mÍnÌrno
b)identidade de nonìeentÌeautor,naíadoÍe persona- deeemenÌos'.Afirmaçãoseme hantepodeseÌêncontra-
gêmprncpâ; da no textode CarosDÍummond de Andfêdê,quando,
c) possibdadede compÍovâçâo histórcade contextose aoanasaraobÌadeBrêga, dizqueea é
ÌãIosnãÍÌãoos; a) umênarratvêdiretae econômca.
d)notoÍìedade ao púbico
do autoÍe desuahistóÍialunto b)Íeal,pêpável
c) sentmentode realidade.
d)5êuexpedentede homem.
ÍÍ (Enem)
e) seuremédio.
E considerei a glóÍia de um pã!ão ostentatrdo o es
pÌendôr de sus .or€s; é um Ìuo imperial. Mõ andei len- 12 (Enem)L€iao que dissêJoãoCabralde Mêlo Nêto, t
do Ìivros, e des.obri que aqueld cores rodas não existem po€tapêrnambucãno, sobrêã funçãode sêustextosl
na penã do paúo. Nâo há pigmenros. O que há são mi Falnsatuktecanaryefald à Ìinguàgen€nxuÌà,conta-
núscuÌasbolha d ágra eú que a lu sefiagmenta, coúô ro c,e\sotlatosa@tedoquelzldâ üdà sêcâ,áspera€ .lâm
em um prisà. O pa!ão é um arco-íris de plumõ. .Io serÍÃo;falo sawntePü qmÊ1,: o honem sertanejo
Eu considerei que esteé o luxo do gÌande dtistâ, atin sob.oiÌ€ndo na aò€rsidà.Ie e n^ mi^g!a. Fal, sMta
8ir o mâ\imo de matiz€scom o mínimo de êìêfrêíÍôs Paraqumíata ptÀ osqle precism seralertadospam ã
De água e luz ele fu seu esplendori seugtânde mistério é situaçãôda misériano Nordeste.
Considerei, por fin, que Bim é o mor, ohl Minha PaíaJoãoCâbÍ. de MeloNeto,no texto teÌáÍo,
@ada; d€ tudo qu€ ele suscitae espÌend€e estremecec a) a inguagêmdo textodeverefletìÍo tema,ê a fa a do
deliÉ em min eijstem apend meusoÌhos recebendoa lu autordêvêdenunciaro fato socalparadetêrminados !
d€ teu olhd. Ele me cobrê de gÌóriàs e me fd magnÍflco.
Pthn AÍ^A . Ai Aeti ütú.a't tu. 20.ed. b)a lnguagemdotextonãod€veterreaçãocomo teína,
eoautordevesernìpaÍcialpara queseutextoselalido.
O poerê (a4os DrL-Ìo_d de A d'ade e-L evêr èssi-n
sobrea obra dê RubemBÍaga: c) o escritor
devesaberseparara nguâgem do temae a
perspectivapessoada perspedvã do eitor j
O que ele nos contà é o seu dia, o seu expediente d€
podeserseparad.do tema,e o escÍtoÍ
dla lìnguageÌ_Ìì
hóúem, apânhãdÒno €senciaÌ, nãüãtiÉ dir€ta e ecc
devesero delatordo fatosoci. paÍatodosos eitoÍes.
nôúicã. (...) É o poetâ do r€aÌ,do pãlpálel,guc !c var ó
diÌuindô em cisúa. Dá o sentinento dã realidade e o re' e)a inguagêm está.êmdolema,êofatosocaldeveser
a pÍopoÍado escltoÌ pâraconvêncer o leitor €

. AO UNIDADE
1
j

e
Literatura na
ldadeMédia
Reìs,castelas,nobrescavaleìÍos!utandoem tarneiosparamerecera
atençãade formosasdamassâoalgunsdcs elementosque compõem
uma cêrtarepresentação da ldade Medía. Essaimagemfoí, em parte, i
canstruídacom basenos textosdos trovadorese das novelasde
cavalaría.Eiesdìvulgaran os ideaisde um comportamentocottêsque
se totnou um modelo até hoje exp!oradopela literaturaacidental.
CÒnheça um pouca da produção dessaépa.a nestecapítulo.

-i

Mini:tura representando
ojafd n dÒâmÒídô mãnúscritôdô ÂÕnênceda rcsa,
d e 6 u L a u m ed e L o t r 5€ l e a n d e N l € ! n ,1 4 9 0 - 1 5 0 0 .

CAPITULa
6
O que você deveÉ saberao
í. A imâgemde abertura
Íoi retiradado manuscrito
do Romance
da
rosa,poemafrancêsmedieval.Descreva o cenárioe asroupasdas
1- Quaís eran as carccteÍísti pessoas retratadas,
cas da produção literária r Combasenesses a qua segmento
elementos, dasociedadevocêima-
g nã queessaspessoas
pertenciam?lustifquesuaresposta.
. Qualfoio poderdalgrcja.
2. Ao fundo, âlguémtoca o que pareceser um alaúde,instrumento
. Quaisforam as rèlações
tioicãmentemêdieval,Outrasoessoas têm textos nasmãos.Com
entre a èstrutura soctale
a I iterètura trovado rcsca.
bãsenesses êlementos,indiqueo que elasparecemestârfazendo, t
I A situação
Íetratadaparececompatível
como segmento dasocieda-
2. Cono se caracteizou a lite deouevocêidentificou?Porouê?
raturã gàIego-porfirguesa.
. Quaisercm as estruturas
e os temasdasGntigas Ií-
ricase satíricas,
. Oque ehm asnovelasde podêra estarsendoìdopeas
umacantgã rnedieva,
O textoã seguir,

Se eu nã,o a tenho, eld me tem


Se eu ÌÌão a tenho, ela me tem Eu s€i cantâÌ como ninguém
o telÌÌpo toclo preso, Àmo! nìâs meu saber perde o sabor
e tolo e sábio, alegre e tÌiste, se eÌa me nega o que me assiste.
Os(ompoÉamentos
doamor eu soíio e não dou troco. \rEo-a só, Íão a toco,
o ,Romance darorá,de Guilau É inaereso quen' amo. mas sempre qu€ me chama
nìedeLorriseJean deÌVern,é um
poemafrancêsnìedevalno qual à escraúdão mais branda meu corpo, sem demandâ,
umjovemsonhaqueestáno JaÍ-
dìrndasDelícas(Íepresêntaçao
do
ambenledacorte)e, após€ncon-
tíaÍ o deusdo Amo[ .paixona-se à dura Ìida que eÌa me ohidalr''r'..i. ' ,
por ün-ìbotãode rosâ(símbolo
do que rne é deferida k."i:' l:' a paga merecida.
amorpeÌÍeito)Foi!m vêrdadeiro
naEurcpadefinsdalda-
best'se//er
t...1
de M-ódiâ,quândo setransÍomou L tà Lr l uz que dera \êm
êmurnãespéc e de"encicopéd a" qüe até me aqueço nessador
senÌ outÌo soÌ que me conquiste,
3 mas no sol ou no fogo
.!
I não digo quem ne inflama.
o olhar me abranda,
t s ó o s o l hos i êm üddâ,f . .. ',

ô
:
mais dìstendida

DÁNIEL, ÀüuL Ìni C.AìIPOS,Àrgxsto de, &mpâo


t...1 SãôFâulo:AÃ,2003.p.9043. (IEgmertt.

fü D€reridã:con-dida.
Detahedam n aturado manuscÍto
Romár.edâ Âora.A maqem
"o quesê 6bie". aquilo a que tenhodneno.
retrata!m supcanteno portãodo

naldàdeMédia 83 4
LiÍeÊtura
T I TER A T U R A
-

3. O primeiroversoresumea relaçãoexistentêêntre o eu líricoe a


q) damasobrea qualeleÍâlã.Querelaçãoé essa?
r Combasenotexto,comovocêcaracteÍzaÍiao eu lírico?E a dama?
o 4. O termodestacado no trechoa seguirassumê
doissentidos
diÍe-
rentes.Quâìssãoeles?Explique.
.,É
taÌ â Ìuz qüe deÌa vem
q) quP are mê aquF(o nesd dol

r! ,i
s€mouÌÌo(rorAue_meconquÌsre,
masnorsorpuno Ìogo
; n;o dìgoquêmmc inÍâma."
r UmÍovador,dênominaçãodequemcoÍnpunha cantgas,nãopodeda
nuncarevêar o nomedadamaa queÍÌìdedcavasuascançóes.
Desta-
quedotrechoacÍnaosversos
quemostÍam que ssofo cumprdo.
5, ldentiÍiqueastrês metáÍoraspresentesnã segundaestrofe.
r Comoessas rnetáÍoras
ajudaÍna caracterzar
a posÌção
desubmssáo
,1 ^ ô " ír.^ ôm rô :.i ^ ì rl f,mìt

Naterceiraestrofe,o eu líricoafirmasuasuperioridãde. Transcrê-


va o versoem que rssoocorre.
í
i Suacondlção
superior
étratada coÍnoa 9òpositivo Porquê?
ounegativo?
r EmdoismoÍÌìentos,nessa estroÍe,o eulÍrcoíaÌado papequea mu- ;
herdeveexercefnojogodo arnor.dentfique-oseexplqueemque
e55epapet.
constsre

ldadeMédia: f

:
entreo mosteiro
e a corte
A ldâdelvlédiaé um pêÍíodoquetem iníciocom a conqusta de Rorna,
capitaldo lmpéro Romano do Ocdente,peos comandantes germânicos no
anode476 (século V),e tefrninacoma quedade Constantlnop a, capta do
lmpéÍio RoÍÌìano do Orente,tomadapelos turcos em 1453.
llma dasheranças do períododedorninação romananaEuropa durantea
ldadeIVIédiafoi o crstiansmo.Aospoucos,a lgÍejaCatólicacresceu,
acumu-
louvastasextensões deterra,enÍiqueceue concentrouum gÍandepoderrel-
goso e seculaÍ. Essaherança conviveucom ÍÌìudançasna ordemsoca que
tiveÍamexpÍessão signficatvana iteraturado peÍíodo.

Podersecular r O poderda lgreja


A palavrã"seculãr"Vemdo la-
tim saecu/aÍi(Íêlativo
a mundo,
Noperíodo cornoAta dadeMédia(séculos
conhecido XlleXlll),o poderda
mundano). Nesse
sentido,fazrê. eratáograndequeo paÌlaInocênc
lgrejamedieval o | | (1198-1216) af Ímou:
ferência queé pÍo'
a tldo aqLrilo
fano,ques-ôdistancadoêspírito
e, portanto,nãoestásuboídna- Os príncipestêm poder na t€ra, os sacerdotes, sobr€ â âlmâ. E âssim
do à íe gião.Naldadelúédia,a como a âÌmaé muito maisüÌiosa do que o corpo,assimtmbém maisraÌio-
êxpressãopodeÍseculardesigna' so é o cÌerodo qÌreã monarqüìat...1.NenhuÌn rei pod€ reinar com âc€rtoâ
vã. autordadêquepínc pes,rês menosque siÌra deÌotamenteao üsário de Cdsto.
e impêradores recebiam do papa
paraÍazercumpÍiÍ,noirìundo pro- P ITR X Y\Ía^l n a t rh.r à., Ln 1 r, t .,..^, i É r
"
^d,atat
\; P d. o: Mi r"Fon'rs.198i
lano,â vontad€de Deus. .p.1.8. ì'dgnrn'o.

a a4 cAPlruLa
6
TITERA T U R A
-.

O papadode Inocênco il toÍnou-seo centroda vida politicãeuropéa. EÍa


e e q!rerncoroêvãos res, decdia disputâsterritoriarse excom!ngavaprínci
476 Desoue discordâssern de suasdecisõesoo íticas.
O rlcío " _r rlê\aêi.dà ds oê\,od,a èTodièÍ q.ê e.èn no".íêtèr ê
i^íô,o,ôsê è b.(.a,d -ôdo-(;o.d ord \L,br..áoã tqjejà,quêíêp,Ê(êrÌdvd.
no Íu.do. a vo.tèded" De," [\\àpoiÌjàserroe..[eDe,sfè]dretàô
denomnaclateocêntri(a.

800
Âpaavrateocentrisno (deivado qrego
doterÍÌìo rhéos:deusoudivlndade)se È
reióiea uìe r,ão rteÀúnloãìstã-quetín-Ìt-=pedeiGoé ã sLFerÌoÌiúdrJè
de
8t 4 .Dc!5,lenÌrqde1a!hsascgtsa;e1e9 sq !91ano ionroiÍnperídtoê pecãdõr

ili' ..840
Religião
e cultura
Umamportante maniJestaçãodo poderdê gÍejarnedeva eÍaseucontrole
quaseabsoutoda produção cultura.Emurnaépocaem que apênas 2% da
populaçáo européia eraalfabetizada,
a escritae a leturaestavampratcamente
restritasaosmosterose abadias. OsÍelgososreproduziam outraduzaTntextos
sagrados docristiansmoe obrasdegÍandes fiósofosdaAntgúidade, comoPa-
táoe Aristóteles, quenãoreprcsentassem urnaameaça aopoderdalgÍeja.
t 061- Comoa circulaçáo dostextos dependia dasuareprodução manuscíta,q!a
1091 sesernpre fe ta sobenconìenda, a divuÌgação daculturatoÍnavê-seaindamãis
oi '( | poqueo 1,r" o deLop.çê'r ' íc . açáoe'èber peq-eno
O usodo latirncomolínguaiterára, outÍahêrança do ongopeÍíodo de
donìinação rornana naEuropa,tambénì paÍa
contribuía difcultaloacesso aos
textos.PoerÍras e cançóeseranìcompostos enìlatirÌìpormonges eruditosque
vagavarn defeudoemfeudoe, dessemodo,divugavamsuasconìposções. A
1086- rnaor partedessaprodução abordava Ìêanas re igiosos.
't12 7 No mapaabêixo,é possíve vercomo,na Europarnedevã,todosos cen-
tros de produçãoe dvulgaçãode cutura estavarn aosgrandes
associêdos
Ílìosteirose abadiasRe g ãoe cultlra eranìinseparáveis
t
1190

1198-
1216

1140

Literaturâ
natdêdeMédia a5 a
I I Ì E TA Ì U N A
-

Ë Umanovaorganização
social
A mortedo mperâdor CarlosI/lagno,em814,desencadeou o enfÍaqueci-
menÌodo podercentrale obrigoua sociedade medieval ê se reoÍgan zarem
tornodosgrandes propriêtários
deterra,ossenhoresfeudais.
Umapequena cortepassou a seÍeuniTemtornodo senhoÍ feudal.Dea
faziam partemembros empobfec dosda nobreza, cavaleiÍos,caÍfponeses i-
\'e. e se'vos.
l-stà\à^1 u_do. oo u,l d Íêló(dodê dêpêndé-.d pe"od d
vassalêgemOsmoÍadores do feudoluravamdefendeÍasterÍasdo senhor
(seususerano) e, comoSeus vassalos,recebamo d reitodevivernã propre-
dade,cultvaÍpaÍtedãsteías, aléÍnde receber proteção do slserâno. A po.i- É
ção de destaque nessas cortes
era oclpada peloscêva eirosque, em tempos '
de ataquese invasÕes bárbaras,foímavam o exército
do senhoÍfeuda.
Asíeaçõesentrenobres,cavaeirose senhoresÍeudas eramregdasporum
códigodecavalaria baseado nalêadade,nahonra,nãbravura, nacortesia.
O sewI srnodosva55alo5 aoseususerano e dosfiéisa Delsdáorlgemao
princípiobásicoda lÌteratuTa
medeval:ã af rmaçãodatotãlsubserviênc a de
umtrovadorà suadaÍÌìa (nocasodapoesa)oudeumcavaleiro à suadonzea
' _ o .d o o d . ^ o , ê d de.avaa a.l ' o que l e eìo, d seg-i .

O ïrovadorismo:
poesiae cortesiËl
NoséculoXll,o períododasgÍandesinvãsÕes naEuropahava passadoe jsso
permt u o ressuÍgimentodascidadês, o progresso
econôÌnco e o intercâmbio
cut!ral.Oscãva eirosvram-sedeumahoraparaa outraseÍÌìfunçãosocal.Eía f
precisocriarparaeesum novopapel.
A solução dessequâdro veiocoma dealzação deumcódigo decompoÊ
tamento aTÌìoToso,queficouconhecido comoamor€ortês.Quemo ideal-
zouÍoi cuilhefmelX, nobree senhoíde um dosnras poderosos feudosda
Europa. Esse códigotransferia
a Íe açãodevassa agernentÍecavaleìÍose se
nhoresfeudaisoârao louvoràsdamasdasociedade.
0s pratlcantes
doamorcortês teÍiarna chance
dedemonstrar,
d antedacorte,
queovaor pessoalnãose ÍundarÌìentavaapenasnosanguêounaspíoezas m li-
taÍes,maspodiaserdentiÍicadonocon'ìportamento soca:a cortesia.

O projetoliterário
doTrovadorismo
Naor gemnobfedoTrova dorisÍÌìo,
emseucontexto depÍoduçãoe circua
ção, no públicoa quese destinavae na jnguagem utilzâda, podeÍlìosidenti-
ficãros elementos de seuprojetollteráro: egitimatpoÍ Ílìeìoda
definidoÍes
Iteratura,urra novaoÍdemque redefnisseasfunçóessoca s doscavaleiros
nacortedo senhoÍfeuda.

r Osagentes
do discurso
NascoÌ1es dossenhoresfeudaìs,
cenÍosde at v dadeaÍtístca da E!ropa
medeval,se exibiamosjogÍas: recitadores,
cantoÍes e múscosambulantes
queeÍamcontÍatados peo senhoÍparad vertÍ a corte.Ascantgasapresên
tadaspeosjograiseramcompostas, quasesempre, por nobresquesedeno-
m navaÍÌìtrovadores,poÍquepratcavama artedetrovaÍ

a a6 cAplTULa
6
IITËNA ÍU N A

Projelo literáriodo Trovâdorismo Assm, enquanto nosmosteÍose nasabadias circulavamostextosescritos


ern latm, noscastelos e nascortesciTcuava oÍal,produzidã
a literatufa ern
língLralocal,voltadaparao deleitedoshomens e dasmulheÍes da nobreza e
ôra parêentÍêtêr
lÌeíê1urâ oshomens
êês mrlhêrêsdâ nôbrê7â paralegitimaÍ o novo pape pelos
socalassumido cavaeiros.AsregÍasde con
dutasocalexpÍessas nocódiqodecavalarã passaram a definiro Íazerliteráro
edefiniçãodo pêpe dôs medieva que
. Foiassim os princÍpros
báslcosdessecódigo- suboÍdnaçãoã
Deuse àsdãmas tornafarn seo centrodostextositeráriosdo oeríodo.
criaçãodeesÍlturaslteÉrasequva
lentesàsdarelaçãodevassaLagêff e o público
O Trovadorismo
socedade:subseryênca rotãlaDeue A I ricdtrovoclorescè
e JmdooerrdoeioLreddde. O )e- Ío'1eco.vên(ono- ë
iteoceú smo),represenrêdâlitêrêrã
lismopodeserrnasbemêntendido se embraÍrÌìosda intêrãçáo constante
rnenlepelãsubmssãodo trcvadoÍà
dãma(pôêsiê)oú do cavêleÍo à donzea entreLrmtrovadore seupúblico.A feaçãodosnobÍese, pr ncipalmente, das
rnulheres dacortea umacantigaeraimedìata e Íepresentava uTnlulgamento
da maor ou menorcortesiadoartistã.ErÌìum mundogovernado poífórmu-
las,nãohaviaespaço paraa oÍiqinaldade:
sercortêssignifcava seguir asrc-
grasdo "]ogo"amoroso cradoporGuihermelX.
Cornotestemunhas do coÍnportamentodo trovadore dadamaa queÍnele
diriga seusgaanteios.osmêmbÍos dacortejulgavaÌno comportamento social
deambos.ErafunçãodadaTna reconhecefe Íecompensaro trovadorque curn-
ptssetodasas regÍasdo ãmorcortês.SenãoÍlzesse isso,o trovadortinhao
direitodedenunciá-la publicarnente
poÍ melodecantgassatíricas. Outrostro-
vãdores tambémpodiamcensuraÍ, emsuascantgas,o cornportamento nade-
quãdodetrovadores quenãoseguissem asregrasdo amoÍcorrês.
13

I Asregrasda condutaamorosa
ô Segundo o códigodo amorcoftês,uÍÍìtrovadordeveraex
pressaÍseuselogiose súpicãsa umamulherda nobÍeza, casa-
da, que Ì vesseurÌìâposçãosocialreconhecida. Essaposição
Í socialeranecessária paraquefossecr âda,nostextosliterários,
umaestÍutuÍalíÍicaequivalente à da ÍelaçãodevassalêgeÍÌì. Por
esse motvo, osterrÌìosque definiam as relaçõesíeudais foram
transpostosparâascantgês,caracterizando a Inguagem doTro-
ê vadorisÍno:a mu[her eraa senhora,o horÌem erao sêu servi-
dor; prezava se a generosidade, ã leadãde e, aciÍnadê tudo, a
A
coÌtesiâ. avaÍeza ea v lania erarncoÍnportamentos despreza
dosquedesqualficãvãm o trovadordianteda corte,
o arnoreravsto coTÌìo umaformadesublirnação dosdese-
josquetransformava o trovadorem homeÍÌìcortês.A damaeIa
vstasobumaperspectiva idealzada, deperfeGo absoluta.

r O amore a sátiranoTrovadorismo
AscantgasdeamordoTrovadorsmo um mes
desenvolveTn
motema:o sofrimento provocado peloaÍnornãocoíespondido
a coìtade amor.Comoo princípo do amorcortêsé a idea
lizaçãoda damapoÍ seuÍovadoÍ,os textosnão rÌìanifestam a
expêctatva de que esseamoÍseconcretLze.
Ascantigas sêtírcasabordamumavariedade detemas,sem
pÍeexpÍessando L-rm olharcrítco paraa condutade nobÍes(ho.
aomêsde agosroôollvrc cíaJ
!m.urâ reÍerente mense mulheres) nasesferas individualou soca . Assm, ostro-
harascloDuquedeqetry,14121416A cenamostra podernr dicularlzar
nobresquevãoèscáçadas.
obsetoe
asrolpasda vadores um nobrequeseenvove comuma
épocâAoí!ndó,ÒcâíeloqredomnaoÍeudo servçalou aqueles quenãopercebem a traiçãoda êsposa.

LitetavanaHadeMédla 87 a
t I Ì E R AT U R A
-

A linguagem
davassalagem
amorosa
- Unindopoesiae música,os textosmedieva s eramdivulgados de forma
ora. Essemododec rculaçáo deternìinou algurnas dêsuaspr ncipas caÍacte-
ríSticas
estruturais,cornoo ernprego de metrosreg!larese a pÍesença cons-
tantede r mas,pofÍaciitarema memorização dascêntgas.
OutracaÍacterísticadessaprodução lterárìa
eraa obediência a a guÍÌìas
regÍas
que
no usode termos definÌam a vassaagemãmorosaO trovadornáodevia
As regrasdo amor revear,ernsuacantrga, o noÍÌìedadamaa querndirigiaeogios,masprecsava
Escrtono fnêl do século XllpoÍ a dernodoa permitir
aÌtresentá- queosmembros dacorÌea dentficasserÌì. Uma
séÍe dêexpressóes eÍauti zada parã nomearâ damalsenhat,mìasenhor,senhor &
AndréCapelão, o Iratadodo amor
co,Íéscodfico! asregíasdaartede f/emosê,etc.)emfunçáodaposçãoqueelaoc!Ìlavêsocalmente.
amaÍ.O textotêvegrandeciÍclla Tarnbérn é fÍeqüente identificarmos,nascantigas de aÍlìoÍ,a referênciaaos
çãoe contribuiu paraconsoidaÍ o principa
s valores dasociedade coftês.
Assim, o trovadoría a damesura (mérito,
aÍnorcortêsnaEurcpaajglrnasdas valor)desuadama,pedequeea Íeconheça suacorfezla(ouprez)elhegaranta o
regraspodemserdêntÌflcadas nas galardam (prêÍÌìio)
a queteÍlìd rcitoporsequrãsregíêsdavassa ageÍÌìarnorosa.
cantgdsdostÍovadoÍes.
. Oêmorsempreabandonaodo-
nìcÍlioda avareza. I...1;
. A conq!stêfáciltoÍnâo amor
sêmvaoÍ; ê conquista difícildá-
lheapreço. [...];
. Ìodo.m:nte deveempalidecer
em presênçâ da anìante[. ];
. Sóa vldudetornaalSuém
Canção
diS-
nodeseramãdo. [...]; fuessa
cântigôde amor provençal,Betnart
. Qlem é atoÍm€ntado por cu- :
de Ventadornnosofereceum bom
dadosde amoÍcomemenose
exemploda coìtade amor. a
c\PEt AO, \rê, Trutu10.1aM :-
.,ÌrÂ. Trrdução:
^n hone Cdrilho
BeDcdctú.SãôPãúìo:M2íins Ao ver a âve leve mover Bcmfeminino é o proceder
Ionres,2000.p. 261-26?.
{col. cmdham.) {IEsnenio). Alegresasalascorlrã a 1ü2, Dessàque me Ìoubou a paz.
que seolvidae deira colher Não quer o que deve querer
Peladoçuraque a conduz, E tudo o que não deve fâ2.
Ahl 1ãogra de invejr nÌc lcm Má sorie enlìm me sobrevém,
3 Desses que ventrmsosÌejol Iiz como um louco numa poÌte,
E mravilha qrÌe o meu ser E ludo me foi suceder
a
Nâo sedissolvade desejo. Só porque quis mais horizonie.

Ahl tantojulguei saber Piedade já não pode har€r


De anor e menosqüe supus No üniverso pda os mortais.
Sei,pois amarnão me faz .er Se aqueÌa que a devia te.
E$a a que nunca fareijus. Não teÌn, quem a teÌájamajs?
Amim de mim e a si também Ah! como acreditaÌ que a.Ìguém
De ÌniÌÌÌ e tudo o quc dcscjo De olhar tão doce e cl,ra Í.onte
Tomou e só deixou qucrcr Deixe que eu mona sem beber
Maiírr e um coraçio sí,bejo. Agüa de amor em suaÍonte?
I...1 t...1
ÌENIAIORN, Bemâí de. TÌÌduçãol
ü ,qu., tro-, Augusb de C.mpos.
Alegôrâdojoqo dÕamoÍ.ÕrÌés qu,ê ^-
Veítuosos: icftd, -.,i.o
afortülad0s. Ì!: l/nr pna.,,tmr!â Sào ÌanÌol
moíra o amantedvd do entr€o sob€jo: anda, ousdo le$p..1ìÌ2, 1973. (Frugnennt.
àmo.Ê à cortesallufllnuÍamedievâ1.

a aa cAPIruLa
6
IITENÀÏURA
--
v
X. Qualé o estadode espíÍjtodo eu Ìírico?
r Queimagemseopõeao seuenado?
r Deque maneÍa o usodessamagerÌìconÍ blri paracaracterizaÍ
o sofri-
mentodo eu Íico?Explque
Na cantiga,o eu líricocaracterizâ
o objetode seuamor.eue
gem de mulheré apresentada?
r Expquede qìremaneiraessairnager.é ÍundanìentapaÌacaracÌerzaT

Releia.
"Pìedadejánão pode harer
No üÌiverso pan os Drortais."
r Porqueo eu írcofazta afirmação?
d De que mâneiraessaaf Ímaçãocomprovaa Íe açáode subordinação
dee em r€açãoà danìaque ouva?
Comomostraa linhadotempo,a Europãviveu um períodode mui
tâs disputas
territoriais.
Discutã
com seuscolegasa reJãção entfe a5
invãsõese o apârecimentoda produção literária do Trovadorismo
maisde 500anosâpóso iníciodã tdadeMédia.

O nascimentoda
j
portuguesa
literatura
Ë Em1140,Portuga seseparou do reinode Leãoe Caste a parasetornar
urÌìestadorndependente. Essa separação poÍticênãorompeuseLrs profundos
lèco.e o_o. r,os.so(è s e L- lu di!. 01 o Fsrocl"o"-t-. ,lèloe,:4"O rÌì.
fortedesses "
laçoseraa íngua:o galego-porluguês.

l
ó

1;
Ìrovadorsdo5àÌém da RainhaMara -
.ô mvo lno e g uiÌ at r a, .1300
0svô nosusados ne$aépôcãderam
ôrgÊmào5vo nosaluâis.

O nascirnentoda portuguesa
literatura coincidecorÌìo do própropaís.Énas
cones dosrese oosrnagnatas portugueses,9alegosecastelhênosqueo irismo
galegoportuguês germinaOstrovêdores galego-portug ueses desenvolvem sua
írcaamorosa c aramentenfluencados pelalteÍatuÍapfovençal.
queo pr nìeirotexiolÌteráriogalego-português
Acredila-se sejâa ,,Cant-
gada RibeÍinha"(tênìbém conhecdacomo"Cantiga dacuarvaia"), quese
s,Dòee 'do. o n o o s . è
eÌ I198

Litetòtútâ
naldadeÌ\neriê a9 a
L I Ì ER AÌ U R A
-

No murdo non me sci parelha, Não há no mundo nnrgóm quc sc


mentre ÌÌÌe Íìrr' coÌÌìo ÌÌìe val, compare a nìim cm infeÌicidade, en
caJa motro poÌ los - ci ay quanto â ìnÌha üda contnÌÌÌaÌ as
mia senhorbrn cr e vemeÌha, sim, porque norro por vós e, ai,
queredes que vos retraya ÌniÌrha seÌìÌÌom bnnca e de faces
.osâdas, queren que vos Ìetrate
qrnÌrdo lus eu vi e sayal
qüa1ìdovos ü sem mmro. Mau dia
il,Íao dia me levântei, Íoi esseeÍÌ que me Ìe\dtei, porqÌre
qÌre lus €nton non vi lea! vos ü tão bcÌa (ou seJa:melhor se
da se vos tivesse rnsto feia) .
E, mia senhor des aquel di', iarl
Ot tancioneiros
medievais me foi a mi mrÌ).n mal, E, minha senhora, desde aquele
As cantigasfoÍampreseruadas e vos, filha de don Paay dia, aì, tudo para mìm foi muito
graças àscoletãneãs rÌìan!scr
tãs, Moniz, e b€n r-usseDelha maÌ, mns 1ós, fiÌha .le D- Paio N{o
conhecìdas comocancionêiros: niz, paÍece-\os muito Ìrem que eu
. Canciançiro d'aver eu por 1ós guanrlm,
da Ajuda:acrcdra- tenha de vós uma gaFaia lmanto
sêquetenhã sidocompadona pois €u, miâ senhor, d'aÌfala
de luxol quândo nunca re.ebi de
cortede D. AfonsoX, no f na nu ca de vos oule nem eÌ
lós o simplesvaÌor de uma coneia.
do sécuo X ll. Cohténìapenas vaÌía d úâ conca.
câniigasde amordos poetas T.aduçàolnÌ€ dasaubras.
mã1s ântigos. TA1rF]ROO5, tal Soa.esdr. IÌÌ:
. Cancianeiro vAscoNclIÌ,os,caÍoììmMichaêlis dr. 9
da Vatìcana: campl akfltrfldl, lz ,!nla. RenÌpÌrsstó da edição
açãoencontrada na bibliotecê de }Iaìl€ (1904). Lisbor:ÌmpfeDsaNacional/
do Vatcano(dalo nomeqLre Casada NÍoeda,1990.n L p.32.
re.ebeu).Incuicantìgasdeâmor,
deamigoe deescárn o e maldi-
2ergalego-pon!guesas: i
. Cancìaneioda BiblioteeNa.io- A "Cantiga daRiberinha"iustrao temamasÍÍeqüente dessa produçáo lite-
nal o mahcompl€to doscanco- TáÍa:a cotadeamorNela,o eulírcomasculinofâ a desêusoírimento. quetevê
nejros.
Contém umpequenotra- níciono da ernqueavstou,semseuTnantouxuoso, a belasenhora. Desdê
tâdo de poéticatÍov€doresca,a então,suspÍaporelasemrecebeÍ qualquefrecorÌìpensâ.
galego-portuguesas
As cantigas sedividern
em líricâse 5atíricas,
depen
3 dendodotemaquedesenvolvem

Ë
r Ascantigas
líricas
:
Ascantgaslíricas
sãod vdidasemcantigasde amore cantigâsde amigo.
é

Cantigas
de amor
Comoascantigas provençais,
dasquas se originaÍÌì,
as cantlgas de amor
galegopottuguêsas
exprnìema palxãoinfeliz,o amornãocorrespond do que
umtrovadordedicaa suasenhora,
conTo na "Cantgada Ribeuinhâ '.

Estrutura
A estruturada cãntÌgãde amoÍapÍesenta a gunse ernentos
caractefísti
cos.O eu líricoé sempremascuino e representa o trovadorque dirigeos
quesofrecomíÍeqüênca, seautodenomina
e oglosa urr]ãdarna.O trovador,
coitada,cativo,aflìto,enlouquecìdo,
sofredar.Adamaé rdentificada
port-"r-
mosquêdestacãm suasquaidadesfísicas(fremosa,delgada,de bem parc
.er), mofais(bordade,lealdade,campridade bem),sociaislbom sen,falar
mui ben).Aa coTnpêtar suadarÌìaàs outrasda mesmacorte,o eu Írco a
SãnialúarÌa.Nãm n àÌurada págna o apresentã comosupeíioÍ. AscomparaçÕes tarnbémsáoutiizadasparaacen-
Íei a Íonsoé representado
côn mús.os tuaÍ as caÍacterÍst
e escÍivãosdLrante públlca.
audiê.cia
casdo trovadoÍ:suadoÍ é maiordo que a de todosos
outÍose seusta entossuperam os deseusTlvai

.9O CAPITULA
6
TITERA ÏU R A
-'

As cantigasde amoÍtrazempoucasÍeferêncas ao cenáÍio,mas,quando


e asocoÍeTn,costumam fa ardo ambiente dacodeou de umanatureza ide
allzada.
OuÍa caÍacteÍístca de suaestÍutuíaé a presença de uÍn númetoíe
duzidodepeísonagens, alémdo trovadore dasenhora: geralmente sãoÍeitas
a a gumrìvaou ã Deus.
reÍeÍências
NorÍnalmente, 09trovadores galego-poÍtugueses utiizavarn versos coTn Sete
síabasméÍicas(redondi ha maor). Comoinovação em relaçãoàs cantgas
pfovenças, rnutãscantgasapíesentam refrão,queé o conjuntode versos
queseÍepetemaoílnaldasestroÍes, corna íunçãodeeníatizar o sofrirnento
doeu líÍicoou Íeafirmar a beezêdasenhorã a quenìelesedirige.
Ob,ev e è lg u n d \o ê \ d . . è í è CL es rt Ca s_ ê Cà n i9 dd ê . o a oCd r c i è
oe é
C- hdde.

Canüga d'amor de refran


quânto5 an gran coiía d'aroÍ
cúíigâ d€ mor de refrão Deïinição do lenã o sôírimênto
eno mundo, qüal og'euei,
Quantos o anor ra' ladíÌr qü€iÍiãn m.tner, eu o sei, Va$ara9E6 adcro3ã ostermos ut -
penas $1€ t€nLo prd€.idó, pâÉ dentícara damafêzêm
lLzadÕs
queren nbí.r . úo durido o averian én saboÌ:
reÍêrênciê
ès re açóesdevassãlãgêm
9 qüe âl.g.erncnie queimnÌ rnon€Ì Mais meììtr' eu vos ür', ,1riaçenhoa
Porén enqndro vos ludeÍ ver
sempre m'eu querria üver, Refrão:osvêrcs repetdosnoÍ m de
wendo dsin eu {l ue.ô eí4.
e atender e aterdeÌ: cêdaeltroíereíorçama suboÍdi.ação
d o e u i r c o a s l a s e n h o Í âE e vi ve à
Sei qle a sofrer eÍo!.on{lenrdo esperade uma fôvâ posibiLdadede
3 e poÍ vós cegâm os oìhos tr.us. Peroja non posso guarir,
Nto me a.udìsireÌn vós, ncm ca lâ cegaÍ os olho8 meus cegueira do olhar: desdobÍamên1ô
por vos, e noÌì melaÌ ì Deus dâ temát.ã do soÍÍmentoanÒroso.
I4.*, ie sâherdo-m. abandonado, Após ver a amada,o e! lÍco Ìca
!er-vos, senlÌom, me fof dado, ÌÌem vos;mars porïos non ÌÌìenÍr; "cego paratodasãsoutraspessoas.
aircndo a$jn eu qu--.o estx. enqüant' eu vos. iìri sarrhíÌ, vú' , o dê6ejo d3 rcír€r, a5so.ado nesô
cântrgâaÕcomportamenÌo de ouÍÒs
sempre m'eu querria viver, tambémé umâ êxpre$ão
trovâdor€s,
!$es qn€ rt€m tnremenre e atender c atender!
desmpa adã su paixão,
qu€Ì€ndo m.ner ì{)ü.os esla.. €ômpêrêç,rccom 05 dê!Èr51Év&
MnÌÌÌa forturã nàó é dìlèr.nicr E teDho que fazen nlàÌ-scn dore.: procedimenlotÌeqüentenâs
porém eu digo .onsântenênte: cênt gêsdê âmor .omo Ísu6o êxples
q|tâí.nri d'amo' coitâdús sôn evô pâíâ Ë$â]Ìar uma pÌova 0e mâ or
vivêrdo rsinì eu qucrc estaf
de qúerêr râ m6t€, se ron coa@s ê do e! ír co, porqúê Êe sotÍe
mas queÌodososôLtós peoamorde
ouveron nunca d anÌor bcn, suâdâma,o! 5tá d spostoa Íazêrô
CORREA, Nàlálìâ íÁdâp.) .
Cantúd .16 úaúdttis gaÌ.gÈ .om' esÍàç'. E, serhor, por én qle nngLémmasíaz. No câsÒdessa
,orrÌdu d.r 2. ed,l,jsboa: seúpre m'eu querria viver, canÌqa: conÌnuaresperânooser Íe-
Editoúd EstupÀ 1973. p. Ì25. campensado côm úm o hêrda dama.
e atender e atendeÍl

c RcLdDÈ cLrll-r LÀDE,João.Ìn:


Natália(ScL,nú. e norrt.
CoRREÌ,q.,
cnta6 d6 tÍaúdút gahgÈpoúue\eÍ 2. c.l
LdiroriaìÈ*rrÌpa, l!78. p. 1t4.
Lisbotu

O sêrviismoarììorosoé simboLizado,notêxto,pelaexpressáomlasenlÌot
pÍesente em todas a5 produções do gênero.
A coitade amoÍ, nomeada no
pÍirneiÍoverso,é caracterizadapr ncipalmentepêladecaraçãodo desejode
fiìorrerque tornacontadosamantesnãocorrespondidos. O eu líÍicodessa
cantigaconsidera viverserf o amorde suasenhora um castjgop or que a
rnorte.Afirrna,poÍ isso,
a determ naçãode permanecefvvo, soítendo, so-
nìente pela possb lidadede contnLrar vendosuasenhora.

naLladeMédìa 91 a
Literatura
L I TER A Ì U R A
-

Ostiposde (antigas Cantigas


deamigo
deamigo De modo gera, ascantigasde amigofalarÌ de un'ìaTeaçãoaTnoTosa
con-
Comoâs cantigas de anìigo cretaque aconteceentrepessoass mples,que vvem no carnpo.O tema cen-
desenvolvem umasérede cená
rosnosquaisotema dasaudade
se maniíesta,eláscostlnìênìser EstrutuÍa
êgÍupadas deacoÌdocomotemê
paía€roqu€apresenÌam: As peÍsonagens, o arÌìbentee a nguagempresentes nascantigas líricas
. Cantigas de romaria:a affiga Íazemcomquee asrepresentem dlfeÍentes unve|sosdasociedêde medeval.
convdaasrrÍnãs ouamgaspara Se,nascantigas deanìor,todasa5referênc asd zernrespêto aosmembros
rremcomerêa Lrmacapea, onoe da coÍte,à v da nospaácios,às dârnassofstcadase r cas,nascantgasde .f
encontraraseuamgo,ouascon- am90, elasdizemrespeiÌoaossentmentose à vidacarÌìpesina, às rÌìoças
vidap.ra bêilêrenìem fÍenteà simpesquevivemnasa dease noscanìpos.
srela. Oe! íÍco dascantgasde amqo é sernpÍe femlnno e repÍesenta a vozde
. ..:ntìgasde barcarolêau marì
umaÌ'nulher(amiga) quenìênifestaa sêudade pelaausênc a doanìigo(nanìoÍado
,ha: a amgad rgèse ao mêí, quecompõe
ou arÌìante).comoo tÍovador essascantgasé urnhomern, a ado-
comoconfdentê aquenrfalaso-
brea ausênciêdo sêuamado. çãode um eLríÍcoÍemninoacabapoí apresenÌar, paraos rnembfos dã corte,
. Caní9á5 dea/ba:rea. onao tema
aquiloqueoscompos toresconsidêravêm avìsãoferÌìninadasaudade e doamor.
do amoraoamanhecer do diâ o cenário é Ì'nuto jÌ'nportênte
nessestextose sempÍecaracteÍiza Ltmarnb
entecanìpes no,VáraspeÍsonagens partc pamdo "un versoêmoroso"cria
do na cantiga de amigo,alémda donzea e de seuamãnte: fflãe,amgas,
darnãs de companhia personagens
Essas sáotesterÌìunhâs do amorqueâ
;m/gá dedca ao seunamorado. A rnãe,às vezes,Íepfesenta um obstácu o
paraa realzação dosencontros entÍeosamigos
Agunstermossãouti zadosparacaíacteÍizêÍ ê rrulherquefaa nessas
cantgas.Ea seìdentficacorno/ouçã(cara,branca), velìda(,bonIa),fremosa,
delgada,de bem parecer.O tom dascantigasde amigoé mas positvoe
otimstaqueo dascantgâsdeamor,porq!e,ernboÍafa erndasaudade, tra-
tarnde uríìarnorqueé reã e ocorÍeentrepessoas de condição socal seme-
hante.Poresse motvo,a amigasedeÍneÍÍeqüenterÌì entecomoalegre(/eda).
EssascançÕes sernpre apresentarnÍefÍâo.OsveÍsos ut lzadosnessas com-
posçõescostunìam ter cìncosíabasmétÍicas (redondi hênìenor)A organza-
çáodosversos e dãsestrofes dascantigas deârnigoé rnuto mas regularque
a dasoutrascantgas.Ostrovâdores uti izãmversosmuitosefflehantesem
estrofes d ferentes, criandoassimumaestrutura comparaelsÍÌìo. I
Comoo refrãoé repetdo ao f nal de todêsasestrofes, elenáo sofreas
a teraçÕes de posição quecriâmo parae smoentreosversos da cantiga:

Lerad', amigo, queÌ dorúides as manhãâs friâsi A


todâsìas ayes do mrüì.lo d"ânìor dizi3!4: y'
leda Ìn arÌd cu.

Levad', amigo, que doÌìddê'-lG frias mdüã6t A


ro d a s ìa \ d \e . d o muni l o d a' nor.â' ,rd\a' ,,1
l e d â n i a d' eu.'

Todaìas a\es do muüdo d'amoÌ cÌiziâhi B


dô dlcr aí.'Í e do losi'rn ment'Âliõrl

" ." --@


TOR\EOL Nnm r.mandcs. rn: CORRF.IÁ,Niúlii (Sel.,ürt. e noLlr). c,z/drz! laÍ
,útanú\ eaLgc!úlagrM.2 ed. üsÌroaì rrlìn,ial lsúìnpa, Ì9t8. p. 218. (Frìsmcnr,.

| 92 CAP:TULA'
I.IÌERA ÌU R A

O usodeunTaêstruturaparalelístca
fazcomqireosveÍsos dascantgasde
amigovariêrnmuitopoucoem Íelaçãoao vocabuáro ut lizado.ssotornaa
Inguagemdessas composiçõesmaissimpes quê a dasoutrascomposiçóes
tíovadoÍescas.
A cantigadeNunoFernandesTorneolé umexeTnp o deestrutura paÍalelís-
ticaperfeitae demonstra
a grêndehabiidadedo trovadorpara ntercalaros
veTsoS,gaÍantndoequivaênCiadeestrutura
e dê sentdo entÍeasestroíes.
As coresdiferentes
mostÍãancornoa estrutuíaparaleísticaé construída
nacantiga.

Cantigad'amigo Cantiga de amigo (aIba)


Lemd', amigo, que dormides as múhâs frias; Ergue-te, âmigo que dormes nas mânhãs iìiasl
todas-Ìas âves do mundo d'eoÌ dtian: Todã, as aves do mundo. de âmor, dizìam:
Ìeda m'and'eu. alegrc eu ando.

Levad', migo, que dormidelas frias mânhâ6; ErÍjue te, amiÍjo que dormes nas manhãs clamsl
todâ-lâs aves do mudo d'aror cântâvanl Todas âs aves do mundo, de amor, cdtall:D
Ìcda m'and'erÌ. aregre eu ando.
3
Todalas aves do murdo d'amo? diziaúi Todas as al,es do mundo, de amor diziam;
do ne,ì amoÍ ê do voss'en mert'avian: do meu anor e do teu se lembÌ?Ììãm:
:
Ìeda n'and'eu. alegre eu ando.

Toda-lâs aves do mrúdo d'ànoÌ cantavdi Todas as avesdo mündo, de âmot cantavâm:
t
da ineq amor e do voss'i ennlenlavâlr do neu amor e do teu se recordaBm:
leda m'and'eu. alegÌe eu âIdo.

Do rneu amor e do ross'en acnt'aviãrl: Do meu amor e do teu se Ìembrarian;


vós lhi tolhestes os rdos e qüe siianl tu Ìhes tolheste os ramos em que eu âs \,ìa:
Ì edam ' ân d ' e u . alegÌe eu anoo.

tlo lneü ârnor e do rosB'i enmeiìtavan; Do meu amor e do teu se recorda\.amj


vos lhis lolhestes os ramos en qlle poüsavân: tu lhes tolheste os ramos em que pousa\l:Ìm:
Ìeda m'dÌd'eu. aÌegre eu ando.

\rós lhi toìhest€€ os ramos em que süâÌr Tu lhes toÌheste os ramos em que eu as úa;
e ìhis secdtes as fontes em que beüan: e Ìhes secasteas fontes em que bebiam:
Ìcda m'and'eu. â.Ìegreeu ando.

Vós lhi tothest€s os mmos em que poüsâvaÌr Tu lhes toÌheste os ramos em qüe pousavanìi
e lhis secastes as fontes u se baìhavm: e Ìhes secasteâs fontes que as refresca\ãml
Ìeda m'âÌìd'cu. alegÌe eu âIdo.
I oRNtroL, Nuno lemand€' ln I CORREÌ,{,Narália CORREÌ,\, NrtáÍa (Ádap.).
(seÌ.,nÌt e nord). CaÌr,r4 l,r údadms gaLg>?a.tu9u64. c antuns àas t d adúes gaLeÈlotu g1pyt.
2.ed.Lisboa:EdnoiaÌEsmpâ, 19?8.p.21&220. 2. ed. üsboa: DdnonâlEstunpà,Ì97a.p.21922Ì.

Literatura
naldadeMédia 93 4
RA
I . I TER Al U

r Ascantigas
satíricas
As cantigasde carátersatífco apresentavamcriticasao comportamento
socialdeseuspares,difamavaÍÍrãlguns
nobÍesou denuncavaÍÌì asdamasque
deixavam de cumpriÍseupapelno jogo do amorcoÍtês.Elaspodemserde
escárnioou demaldìzer.

Cantigas
deescárnio
de escárn
Nascantigas o, o trovadorcrticaalguémpor meo de paavras
para
de duplosentido, que não sejamfacilmente O eteito
compreendidas. tr
que
satíTco caÍacteÍiza essascant gãsé obt do por meo de ronias,
trocad-
hose jogossernániicos.De rnodo gera, r dic!laÍizamo comportamenÌode
as
nobresou den!nciaÍÌì mulheres que nãoseguem o códigodo ãmorcortês.

demaldizer
Cantigas
Nascantlgas demododireto,êxpí-
deÍÌìad zeí,otrovadoÍÍazsuascríticas
a pessoa
cito, identiÍcando satrizada.Essas
cantigascostuÍnamapresentar
I nguãgemoÍensva e palavrasde baixocalão.Àlu tasvezes,
tratamdas ndis-
cricões amorosasde nobrese membÍosdo clero.

Canüga de maldizer
Ai, dona fea, fostes-vosqueixâr :
que vos nÌrÌÌca Ìouv'en (o) meü canrar;
mais ora qÌrero fâzer un cantar
en que vos Ìonr€i toda \ia;
e vedes como vos quefo Ìoar:
dona fen, \,elha e sandial
@ "q* *" r"'"'- t"t
que nuna'.'*
vos en meu "*r..",
-"".anÌa. DonaÍèa, se DerN mì pardon,
'onver
pois avedes (a) tan grâÌì coraçon
"SêD€u ni p.rdon": qüeDeusne que 1os cu Ìoe, en estaüzon
vos querojá loar toda \ia;
LaçoD: elogio,loNãção. e vedes qrÌal será a ÌoaçoÌÌ:
dona fea, veÌhl e sandia!

Dona fea, nunca ïos eÌr loei


en meu tÌobâr, pero muito trobei;
nais oÌajá un bon cantar farci,
cn que vos Ìoareì toda úa;
e direi-\,oscomo vos Ìoarei:
dona fea, veÌha e sândìâl

GARCT{ DE CUÌL}rÀDÈ,.Joio. Íì | CORREI,{, Natália (Sel., int. e noÌat. drlda dor


tututulaa gtqcPa rgu^a| 2. .d. t isboa: Ediond E$mìpâ, lg?a p. 136.

O trovador,nessacantiga,rnaniÍesta por urnase-


seudescontentamento
nhorater sequeixado,
dizendoqueelenáoa elogiava
eÍnsuascomposLçóes.

.94 CAPÌULa
6
IIÌERATU R A

ParaÍevjdaÍã ofensasofrida,elê prometeouvá-lae diz que ea é feia,


velhae louca.
Nãohá,notexto,a noTneação damulhef a queÍno eu írcose
dirgèe, emboÍaa linguagêrn
sejaoÍensiva,o tÍovadoÍoptapoÍ utilzarmaisa
roniado quetermosqÍosseiros.
.).v

I O terto a çeguirrefeÍe-reãs questòesdê 1 a 5.

As principaìscaracterísticas
dat.antÌgas de amor
galego-portuguesas apare.emnestaCantigad'amor de refran.

Canti.gad'amor de reÍran Canüga de amor de refrão

ÌÌnN queredes,mia s€nhor Seem pdtir, senhoraminha,


e fiq' end' er con gran pesar mágoashaveisde deixaÌ
que nunca souberen amar a quem fime em vosmar
ergo vós, des .Ìumdo ws ü. Íoi desdea primeira hora,
E pois que rus idesd'aquì, seme aba doDaisâgora,
j senhorfremosa,qüe faÌei? ó ÍoÌrÌìosâlque Íâ.reì?

E que farei eu, pois non úr'


Que lârei senuncâ mâis
o vossonìüì borì pârecer? contemplarvossabeÌeza?
Non poderei eu maisvn'er Morio sereide tisteza.
se me Deuscontravosnon val. SeDeÌrsm€ não acudir
MaisaÌ dizedeme vosal: nem de vósconsellìoouür,
senhor fienosa, qrÌe farei? ó fornosal qu€ Farei?
!
E rogu' eu a NostÌo SenhoÌ ANosso SenhorerÌ peço
que, sevosrus fordesd'aquen, quando houver de vos perder
que me dê mia morte poÌ ón, seme quisercompüzer
ca multo me sera nester. --: qüe a morte me queira dâr.
E s e m i- a e l d a r rÌo rLq u j rr' l Mâr se a vida me poüpar
senhor ftemosâ, que farei? ó Íonnosal que tãreì?

Pois mi-assi força voss' anìor Vossoamor me Ìeva a tãúol


e non ouso vrÌsco guarir, Se, partiÌìdo, provocais
.les quando me de vos partir', quebranto que ÌÌão curais
eu que non sei al ben quereÌ a quem de amor desespem,
queÌria-me de vos saber: de vósconselhoquisera:
senlìoÌ fremosa, que farei. ó formosa!qu€ farei?

TORNEOL, Nuno lernades. úÌ: CORREÌ,{, Natdia


(s€r., iní e m6). cìÌ.uA d6 tdad,T6 Fahgcíúülu*! CORRLú, Nrúria êdrp.) . Carttps doÍ tftiaTar-\ grbgÈ
2. cd. üsòoa: Ednodâl Estànpa,19t8.p.2Ìtì. y'"nlg%^A 2. .d. tl,bo". Ur""Jl | ,. lo78 p 217.
"nm,,

LitefttuanaldadeÌ'nédiâ 95 f
I.IIERATURA
-
V
t. Qual é o Ìema tratâdo na cantiga?
o texto como uma (antiga de amor?
2, Que elementosestruturaispermitem classiÍìcar
3. ldentifique o refrão da cantìga.Que sentimentodo eu líricoele refoíçâ?
4. (Jmâdas pÍincipâiscaíacterísticas dâs cântigasde âmor é â relaçãoentre o eu líricoe sua amâda.
QìreÍorma de trâÌâmento o eu lírico usâ pârâ se refeíir à muìher?
I O que essetratanìentoÍeveaa respeto da reaçãoentreele!?
5. Vocêacreditãser possível,hoje, existirum sofrimento àmorososemêlhante?Por quê?

t O texto a sequirrefere-seàs questõesde 6 a 8.

Fico assimsemaocê
As questõesamorosascontinuamocupandogrande espaçona música.
Vejacomo essetemaé desenvolvidoem uma can
-cãoatual.

Avião sem asa,fogueL? sembra|a Eu não existoÌonge de você


Sou eu assimsem \.ocê E a solìdãoé o meu pìor castigo

Pìü-Pìu sem FËjola


Sou eu assimsemÍocê Mâs o relógio tá de mâ1comigo €
Por quc é que tem que ser âssim Por quê?Por quê? j

Seo meu desejonão tem fim


Neném semchupeta
Eu aequero a todo iÌÌstante
Romeu semJuÌìeta
Nem miÌ aÌto faÌantes
vãopoder ÍàÌar por mim Sou eu assimsemvocê
t...1
Queijo sem goiabada
Tó louco pra te veÌ chegaÌ a
Sou eu assimsem l'ocê
Tô louco pra te rer !âs mãos t...1 !
D€itâr no t€u abràço
Eu não exjstolonge de vocé
Retoma.ro pedaço
que lalta no meu coraçáo E a soÌidão é o meu pior castigo
Eu conto ashorasprapoder te ver
Mas o ÌeÌógio rí de maÌ comigo

Por quê?

,{BDULL{H e MoR ES, Cacá.Ii.o dsnn sen rccê. Inérprec:


AdÌiaÌa Cal.anhob. ÌrÌ: Ádriana PúÍinpiw 2001.No d,eI^neiro: SonÌ Nluic, Dirtoni?ì em:
<lÌttp://ÍM{.addma.alcanhotúr.on/discog.ânã/ìndd.php>. Ac€rv, em: 20 rôÍ 200i1.

6. Qualé o tema desenvolvidoem "Ficoassimsemvocê"?


r Queeementosindcamquesetratade urÌìtextoatual?
. Poderiamos
dizerqueee desenvolve
um temasemelhanteao da cant9a de NunoFernandes Porquê?
Tornêol?
7, Quaissãoos sentimentosque o eu líricoexpressa
pela mulherâmada?
! A relaçãoentreo eu líÍìcoe suaâmadasedá do mesmoraodoque na cantga de amoÌ?Expllque.
Que elementosÍormais e de conteúdo da cançãopermitem compará-laa uma cântiga de amor?

a 96 cAPiuLo6
tIÌERAT U R A
-

Asnovelas
decavalaria
As novelasde cavalarìã sãoos pr merosromances, ou seja,longas
nafTatvaserÌìveTso,suTg dasnosécuo Xll Elas contaÍÌì
asavenluras vivdas
peoscavaeifosandantes e tiverarnorÌgern do pÍestíg
no declínio o da poe-
s a dostfovadores.TiverarnntensaciÍculação pelascoftesrnedievas e aju
dafama divulgar osvaorese ã visãodemundocaracteríst cosdasocedade
desse perÍodo.
EstãooÍganzadasemtrêsc c os,deacoÍdocomo temaquedesenvolvern
e como tipo de heróiqueapreçentam:
. Cicloclássico:noveasquenarrãm a guerradeTróia e asaventurasdeAle
O reiArtur no ano3000
xandre,o Grande. O c c o recebe essadenomnaçãoporqueseusheíós vêrÌì
do Írìundoclássicomedterráneo.
. Cicloarturianoou bretão:histórasenvolvendo o re Artuíe oscâvaleiros
daTávolaRedonda. Nessas novelas podemserrdentficados város núcleos
temáticos:a h stórade Percival, ã h stórade Trstãoe lsoda,asaventuras
doscavae rosdacortedo reiArtuÍe a demanda do SantoGrãâ|.
. CiclocêrolíngìoouJrancês: h stóÍãssobreo rciCarosMâgnoe os 12 pares
deFrança
DostÍêsc c 05,o ãrtuÍiênopefnìanececomoum dosternaslteráÍiosmas
sendoobletode romances,
explorados, poemas, f lrnese óperasaté hole.
Comoâcontec a comas cantgasdostÍovadoÍes, as novelasde cavalaria
erãmapresentadas pafaos membros da corte.Pofse tÍatarde textosrnas
ongos,gerêlmente efam idospoÍ seuautorparaos nobrese darÌìas; estes
! ouviâm,tascnados,as aventLtras vividaspeloscavae rosandantes, que en-
frentavamtodasortede rnonstros e perigosparasavaÍdamase donzelas.
Camêloi3000,de M ke BaÍ e
Bran80 :nd,é umarêeêboÍação
da h íórã do reiArture doscã
valêrosda TávoaRêdonda parâ Tradição
medieval
emGoiás
o fornìatodosquãdrinhos. Afesi.dasCavãlhadas, queâcon
Nessanìinsséri€passada no te{eernváriaspanesdo BÍasi,Ínas :
lLrturo,umjovemdescobre o tú- sedesiacaemPrenópois(Goás)pea
rnuo do Íe AÍtuÍqudndod ïerra õ
grandiosldadee Íadicão,é umae
é invàdidaporai-"nígenas O en- prêsêntaçãoda bataha épicâtÍava
dáÍo reibretão-"seusféis cava da,no#tu o V, porCaros fi/lagno
e
3
erÍosressuscramrnaqcamenree os12 paresdeFÍança contraosguêr-
utar. paradefendera Ìeía da r€rosmouros. Essd bêtalha tornou-
nvasão dosalenígenas, quesão 5eunì símbolo da Íesstêncrê crstã
deradospôr MorgânLê Fay,â contra05avanços muçulmanos nd
mea-rrnãdê AÌtur Essâdivêrt- tentatvadeconquEtar novasterras e
dãtrãnsposiqão da histórado rê fléisEínPiÍenópolÌs,
desde 1a26,ca
ArturpaÍâoano3000luíra bêÍn vaeirosrepíes€ntando
criíãoseÍnou-
quêasnovêasart!riâ-
o fãscinlo ros !1as ê competçÕes,
-ônc-ônara em PÍenópols(Go),1992
Cavalhadas
I nas€xercênì atéhole paras mboizaropoderda fé.

r Cronicões,
nobiliários
e hagiografias
ÌextosdecaráteÍmaisdocumentalforam Droduzdosnaìdadêlvléda. Ëram
conhecidos coÍÌìocronicões
e nobiiárìos.Oscroncóesregistravarn
osaconte
c mentosmaÍcantes dav da dosnobrese dosres em ordemcronológica. Os
nobiiárlosregistravarn
os nascimentos,os cêsamentos e as mortesde uma
deteÍÍÌìnadafamíla de nobres.Outrostextosque ciÍcLrlãvam peas cortes
medevas eramashagiografias, Íelêtosdasv dâsdossêntos.

LiteÊtuanêtdadeMülia 97 a
TITERAÌURA
-

A tentaç&* de Pst'tivw.í
Una ílas fgímas assumidaspelo cleman@
nas navelas de cavalatia é a de uma danzala,
que seduz os cavaleift)spaía ievá !as à perdíçáo.
No trecho abaixa, é a vez de Percival
erfieniar essaproya e demanstrar F
sua dedi.ação ao serviço de Deus.

Oscancioneiros
medievais
EmA demandada SantoGraal,
sãonarradas asíaçanhasdosmajs
conhecdos cdvalelÍos
do re Arrur
em buscado craal,o cáliceque
lêsusCíistotera usddona útima
cêiae noqualterd sdorecohido
o sanguequêêscorrêu desLrast-ô'
ridasprovocadâspêlacrucificação.
Persiral olhou a donzeÌa, qÌre lhe pdcccu tão ÍoÌrnos.Ì, qüe nünca
Lance otê,Tristão,
PêrcÌvã|,
Galaaz
e outÍãspersonagens endãrasv- virâ .IoD,ela, .uja belcza chegasseà Lelcza que ela úu. En1ão come-
venìnunìeras avenrurasenquan- çoÌ he a mu{ìar o coftção muitissinìo, que toclo seu costüme passoü.
porque o seu costtrmc cra trl que muÌca oÌhava doMeÌa por causa de
amo! mas agora estala assim iocado de arnor qüe não desejavanada j
Ë do mundo; assiìn qÌÌe lirÌ csta donzela, pareciâ-lhe que Íora em bom
I
dir n.,scido, ie pudesse ter ru amor t...1
; - Senhor disse ela, niúi há Ììada o mundo quc por vós não faça,
salvanÌe DriDha honÌa.
E ele não respon.lcu àquiÌo, mas deÌÌÌaÌÌdala-a de ìÌÌìores. e diise
que. se quisesseser su aÌnigr, a torÌadà por mülher e a iària ser rainha
-
de ieÌra mÌÍto ri.a c boa.
f. -.1E eÌe esrando nisto ÍìÌando, eis que vem do céu üm tão graDde
ruído como se fossetÌo\ão, el€z tão ÍlÌândc rcbuliço, coÌÌìo se rÌovesse
a tena, assjm que Persi\'ãl tremeu todo de pavor c cr|ucu-se espânlâ-
do, e orúu uma vo, qÌre ,ìizia: 'Ai, Pcrsi!ãÌ, como ÌÌá aqui lão mau
coÌìselhol DeixN toda âÌegria por toda tristcza, donde tc lirá rodo pe
sar e toda mávenrum".
I paÌe(eulhc quc aqueÌa voz fora tão forte, que deveria seÌ ouúda
por todo o mun.loi c cair csmorccido por teÌÌar e Íìcou assim ìnuìto
tenÌpo. E depois acordou c olhou ào redor de si e viu â donzela rìr,
porqüe iira qrte tivera me.lo. È quàÌìdo a vni riÌ, cspâÌìtou-se e logo
te"dinaúl Leeke,Percivà:en b'<a do
s.nro Grél sécuo X X e1ìrendeüque era o demo que lhe ìpàrcccü cm scÍÌcÌÌÌarÌçade cloÌÌze
Ìa para o engarìar e o meter em peczìdomortâÌ.

dnmda do Sa a 6'Ml: úaiú.Ì ib da sé.uÌ, XÌIÌ. Texio i,t os .uid-a.los d.


^1lciÌo.Megale. São Paul.: T. Â. QncnÒz/Lrsq 193s. p 212-211r.(lÌagn€nb).

.9 9 CA P I I ULA '
LITERA ÌU R A

Porque,quandoavistaa donzela,Percival sente,,mudâro coração


muitíssimo"?
t Podenìos ro ed ão dê Dêr ' ol J^ è adàpt"\do do "md o"
identiÍicaÍ,
"cêgrr-âira
do olhaÍ' quefo mu to €xploradopelostrcvãdoresnìedie-
vaÈ Explique
Releiâo trechoem que PeÍcival recebeum avisodo céu.
"4, Pêrslval,
comohá aqujÌão mauconselhot todaaegriapor
Deixas
todatrsteza,dondete virátodo pesaÍe toda máventura"
. Essetrechorevea urnacerta magenìde mulheÌO que elas Ínbo za?
t A que alegía se referêo Íecho? Í
. Â ^L l 1 ô e. A A(.O idodèOpe,a.ed^d .êrt-,d. E,olto,epot qLÀ

Depoisde ouviÍ o âvisodo céu,Peícival que â donzelaé o


descobre
demôniodisfarçado paradesviálo do bom caminho.Comoessaso-
luçãose relacionacom o teocentrismo mêdieval?

:
:

(1947-)
lvlichelPastoreau J
É!nì dospr ncpãispesqu
sadoÌes
francesesdo unveÊ na de Pars,êspecialistd
enì brasóes s, pdío
rìredievd
so m€ntaleda vidacotdanada5populaçÕes euÍopéiasrêa! ê tanìbémÍrroíessor
de anÍoÌrotoq.histórcana
medievas.PaÌ€ógrafo,consetuador
da BibiotecãNêcro- ÊcoêclerHàutesEtudesen Scenc€sSocEt€s(pars).

AproximadaÌnente dc I 100a 1280,seisgerações de rroudorescan-


tam como o .r-üor é unÌ prnÌcípio \iìficrdor, I fonre de todas asürru-
des,que roÌna o honìeÌÌìdcÌicadoe generoso,lÌumilde e conquist+.
dor sinceroe âlegre.| .l O amanre.ioiaìmeÌìresubnìisso à suadamq
,lc\*ìlr, um ì,,1;o ,eni, o am.r..u.ern e,ln.mrre,ompcnv.
",ô,iì
P,\ST()RF.^U, MiclÌel. i,o r.,rra l!: LutuürÕsd! 1tiúta peìan,la Sãop^tro:
(ìnnpmlÌir d?ul_erru/ Circntodo LivÍo,198S.p. Ì.14.(FragnÌentÒ).

Explique
Redijaum pârágraÍoârgumentativo explican- | ComoessaafÍmaçãose reaconacom o quevocê
do em que consisteo serviçoamorosoque o trova- aprencleu
nestecapítulo?
dordevededicarasuadâmâ. I De que mocloas cantigaslírtcasapfesentadas
Antesde desenvolversêuparágrafo,reÍlitâsobre (proven
ças ou galego-poÍtuguesãt ustÍaÍÍìo serviço
âs questõesa seguir. amoÍosoa que o t€xtose Íefere?
. Porque t\,4iche afirmaqueo âmoÍ "torna
Pastoreau
o homerÌìde cadoe generoso"?

LiteratúÊ
na ldadeMêdìa 99,
líteratura medieval
I IdadeMédia:osprimeiros
passosde uma longa
z história de amor
GulhermelX deulníco, coma criaçáo do
: amorcortês,a umalongatradiçãoqueperma
' È
necevivaatéhole:umeu líricomasculino que
è s 5 u Ì ê-n d p o \ ç ; o . u p t , " n t ê [ d dd o s o :
ê
mento pÍovocado pelo amoÍ sentepoÍuma
que
n ì uh e r n a c e s s í v eid, e a lz a d ad, e p u re z a
an9erca
oèd Lonp el"r o quddro d" dedcècáo èno
rosa,entraeÍÌìcenaafiguraheróica docavaeiro
àndo'lô.q .e\óqdpelo-ì ,rdodj .d",doosr e
cesstados e resgatando donzelas em pergo.

Humanismo:a consolidação
i
dascantigas
Represeftaçãode cavae ro Como f m da ldadelvlédia,poesiae músca
malafdo o dragãoparasalvar se separaTam.Mesmoassim, dascantgasde amoÍpeÍmaneceu j
ã Ìradicáo
â dôôzêâ N4ô êtu rãd ô forte O amorcontinuaa seÍapÍesentadocornoum sentimento queprovoca
LivÕ dasHoras da 4.ala
sofÍimentoe dor,quetornêa vidado apaixonadodependente de seuamor. rl
:
:

Canüga
A vìda, sem ver-vos, Já tânra pãi!ão
.!
que sinto dobrndo
qüef endo esqücccr-vos;
PorqÌre, scÌn qucÌ cFos,
já não podeda meu bem, Ìm só dia

Cordc d. \rmioso Ìn: SILVÌìIRd fúr.is.Ò Mi.iú. Potia .l^:iüL


Siio Ìador Globil,1988. F.31. (Iragnernt

Romantismo:o renascimentoda visão


medievalde amor
Osromântlcos encontraramnãsdonzease cavaeiÌosmedieva 5os
modelos peÍÍeltos pararepresentar
osvaloresquepretendiam divul-
garnasociedade burquesa:
honestidadê,esfoÍçolndividual,
bfavura
n Wll dÍ Wdtêúoúrê,A bêlèê diantedo pergo,devoção religosae amorosa.
dama,18 93 .Óe osob rete a,112 x 81 c m
Os p ntoresÌomãntcoscontrb!iÍam paÍ.
No BÍasil,a impossiblldade urÌìâldâdêMéda hisÌóricã
de resgãtar
a retomêdáde temasmedievêisaÒ ÍêtrâÌâr evouos ÍomancsÌasa cnarpeÍsonaqens quese compoÍtamcomo
os idÍ os d ú cêvâê úse sú a5bêasdam s . mesmoqueseiamíndiose vivamem meioà selva.
cavêleiros.

a loo cAPiruLa
6
Em Pci o scntinÌeÌìto cra um cülto, r'spaciedc idolaria fanáticâ, na qual
úo enúa!ã um sópcnsâme.to de egoísÌno:unaeCe.ílirnão parâscrtìrunì
piìzer ou tcr unÌl satiúã!^âo, m a-spara dedicâHe nÍciramcÌÌtc a cla, para cum-
pú o mcnor dos seusdescjG, parâ elitaÌ que,ìÌÌrorr tircssc unÌ peÌìsâmento
quc n:'ú fosscnnediatìÌÌÌexre unÌa reâÌjdâdc.
Ao contrário dos outÌos, ele nào esrìva aÌi, lcm por urÌ ciúme nìquieto.
ncm Por umâ csPcrâDçârisonha: aÌÍostala a ÌÌìortc unicamente pâfà ver se r*
CccíÌh cstâla contcnte, ÍèÌiz e alegrei [...].

de. OÉ!d/a"L Ì?. ed. São Pruì,): ÁÌi.r. 19..12.


p. õ2. lfr âgdrnto).
^l-lN(],\R,José

Os trovadorescontemporâneos
llm outÍo terrenoem que a estruturada írca amorosaé Íevisitadaconì
freqüênciaé o damúscapopuãrbrasieira.CorÍlpositores
comoChico BuaTque
de HolandaerapÍestam vozcontempcÍânea à teÍÌìátcado servlço
aÍlìoroso.

Cen'l.io
i t...1 Merecem, CccíÌia, teu Ììome
Quarìtospoetas EspalhaÌ por aí
Românticos,prosas L,orÌìo Ìântus PoeÉs
ExaltâÌÌÌsuâsmusas
Com todasa! leuas Iantas ClecíÌiâs
Com mil refleiores
Eu te slrspiro Eu, que não digo
Eu, que soletro I,IÀsÂÌdo de desejo
Teu ÌÌoÌne no escuro Te olho
Te gÌrafdo
t...1 Te sigo
Nlas nem as sutis melodìas

R{NIOS, Luiz CÌátrdió . BU-\R!Ìì-lj ClÌico. útérpfere:


Chico D{a4u. In:,,1id/dLi 1!98. DnpofíeÌ em:
<11$r:clìi.obuirqu€.con.bDA.eso enÌ: L2 nor 2í)0.1.
' t i1it

'!-: A idealzaçáoda muher ouvâdaé tãograndequantoa apTesentadã emunìa


Dai, Nu s1br.daa 6..da,191) Bnnze cantigamedieva : "Nlasnemêssutismelodias Cêcilã,teu norne/
/ N,4erecem,
p ãin ad ô,212: 139: 117. m .
Ae5culluradádeÍ'aqueaolem. io.
EspalhaÍporaí" O t po de reaçãotarnbémsemostradesgual,porqueCeclla
existeerÍrum planosuperorêo do eu lÍ co,que ardede deselo,masnãoo
reaza.A comparêçáo entreo eu líÍco e os outrospoetas,
própriada írcanìe
dievê1,
êf rmaa devoçáo maiorqueee dedcaà suaafflada.
Dostrovadores medevas aoscantores contemporáneos,os papés repre-
sentados no logo do arÌìorpermanecem os Tnesmos A inglrágem podese
atualzaÍ,oscenáriosse rnod ficârn,nìasmúscose poetas
continuam a cantar
o sofrmento causadopea saudade e peoamoÍnãocorrespondido.

Lìteêtu?naldadeMédia101 a
. : i' ' : . .
;1:',

Poroouvirí^) Poronovegor-ífl
Mythsãhd legendsof KíngArthur and http://wwwu(.èy- Igaypproíano-html
the Kni9h6 oÍ the Round Table(ti tor e
endèsdoscavaerosda Ìávoi Redoida), S l teda U ni veui dadede S anti agode C ompostelque
â
apresenta uma pequênaantol ogi adè cènti gasga ego
portuguesas profanasorgani zadãpôr seuspíofessorês.
O m agodos t ecã d o sd ã d é c a d êd e 1 9 7 0 D estaque parãascanti gas d€ amorde B êrnalde B onaval
co m pôs es snat
a r ã ti v am u s i c â j d a
l e n d ad o e para as cânti gãsde âmi go dê A i ras N unese P ero
reiAÌ1uí e seuscãvaleiros.Há uma grâvê
È
çã o Í elt â em 2001 p e l a B ã n d as i n fô n i c ê
loveiÍì do Estadode 5ão Pãulo. http/web.ipn.pvliteratura//trôvãdor.htm
Site do ProjetoVercÌal(Ponugal)com algumascanti-
gãs de amigo, êmor. es.árnioe mêldizeí de trovadores
gal egoportugu€ses.

http/web.ipn.pVÌÌteratufa//bgrafkê/m€dieval.htín
mãgensmediêvak de trovâdôrese suasdamas,â ém de
pági nê(dê rê4o5do ,dr i or.rose
' vo,dedori .d..
!
hÌtp/w V W .mundocul tura.com.br
si te com b bl i otecaon l ne,ânál i ses
l i teíéíi asê veíbe-
tes en.ic opédcos.Deíãque pâraovèrbeteTrovâdorismo,
que pode ser ac€$ãdo atrãvésdo sÈteínade buscado
Jife. Apresentaas cãracterístkas gêraisda produeàodos
trovâdore5garego-portuguesês.

http://wVW.universal.pt
5lte com verbêteenciclopédicosobre a produçãolite-
CarminaBurana,Cat aúÍ rári êportuguesana épocamedi êvã.A ém dâsi níormã,
çôessobreêscantlgaslírÌcêsê satkicas,e$everbetetratã
Compoías por mongeseruditos,ascan tãrnbémdã5novelasde cãvâlariae dã produçãohistorio
çõespíofãnasde Cã.mlm Burana expla qráfica.
rãm urn simboÌoda Antigüidâde:a Rodã
dã FortunaGoítê, deíino), que, ao girar httpi//mernbers.cox.nevacadêmlâ/label e.htm
constantemente,tíaz boa e má sorte. EÍ
5i te em i ng ès.om mui tasl nfoímaçõessobrea pro
sas.a nçôesapÍêsentamuÍnaparábolapro-
duçàoãÉ Ísti cêque,desdeâ l dâdeMéd ã, rrâtã dã ten
fãnâ dã mudênçaíreqüente que carac.e-
dâ do rêi A rtur D estaquepãra os /i nkJsobrê(àvãl hei ,
ri z aa v ida hum an a o
. conhecidoâ íra n j o
rismo e amor cortês e para as obras de ane e ilustra-
fe to por Cãr orff serviude Íilha tonora
pâra ínuitosf mesambientãdosnã ldãde çõesque expl orãmas vári ãsveE õesda hi stóri êdo rei
A rtur e doscaval el rosda Távol aR edonda.

.' httpr/w\ jwmusee moyenage.ír


5tte do l\/luseuNècionãldaldadeMédia (Museucluny),
ernP ars,com i númêrâsobrâsde arte do período,al ém
de obj etosde uso cot di ãno,armêse arrnaduras,bÍi n,
ouedo\. er.. D ês dqJê pá.à à seri ê de ràpeçèí:ès
intltu adã Á dama e o urLórnlo. Em inglês,ííancèsou

http://wwwmetmuseum.org
O C l oi ste6é um cãíel o medi evalque foi " desmonta
do" na Europae "remontado" em NovaYork para abri-
9ãr ã coleçèôde obras de ane medievaldo Museu de
arrê Mêrropôl tràr o. DrtLràs,escJtLíà5.tdpe\dri ds,
n d-
nuscntosconstituemestarìquúsimâco eção.Paraacessar.
clicarnã opção lhe c/oÀters.5rteern inglès.

4102 .APITULO
6
Poroossisi
r F1 D nrn or o nacn cnr í-'

. O rome dá rosa,de Jein l..ques Annaud, A vi.la.otìdiana notenpo dos cavaleiras


da rávÕlaRedÕnda,ae Mi.he Paíoufea!
Adaptâçãodo romancedeunìbertoEco, 5ãoPa! o Compênhia dêsL-êtf.tc lbe do
no qua Willam dê Batkeruille, um monge Lvrô,1989
Jranciscêno, invèstÌgãumã sére de estra A pãdi r da ênál i sede al q
nhasmonesocônÌdasemum môsteirôme á.turi anosêscri tos
nossécul os X l l e X l ll,o á
diev a.of im eü ã u m i n te re s s a nqte
u a d ro autoí apíêsêntaas caracteristicas da vida
da sociedade medievalemostrâo a cance na socl edade medi evã,úatandodesd eos
do poderda lgrejaCatólicaao tematizara hábl tosa mentares àtéãsvesti mentasut l-
disputaentre francÍanos e domlncanos I zadasno periodo.Destaqueparaã peque-
sobrêaopçãodêCíistopê a pobreza.Além na antologiadetextoserÌraidosdasnove'
disso,ll]stra o contextode produçãoe cÍ
culaçãodacu tura,quandoretratê o mundo
dosrnonqescopistasmedievais. Cantarcsdos travadoresgalega portu-
gueses,.om seecão,nÍodlcão e adapta
. Ex.á/lbur,de lohn Boorma. EUA,l98l .ão de N atál aaotren Lsbü: E dl l ora
Nessef lme, ã fantásticanaratva dãs
ãventurãsdo rei Artur e dos.avaleirosda Exceente anto og a introdutóriêà poe
TávolaRedondaganha vida na tela com siêtrovâdoreÍa. Além dê apresentarcãntÌ
s êus€ em en to sm a l s i m p re $ i o n ê n tê s . gas Í case satirkas,trazvêísõespãrao por
a ,es p a d ãd e p o d e r,q u e d a ri ao
E x c âlibur tuqÌrêscorteíÍporâneodetodaselas,o que
titu o de reÌ àquele que a removesseda íacilitaa leituradostextosmedievais.
rochêem que estavacfàvêdã,ê fet râdã
da i pelojov e mArtu r a Ìn d au m s i m p l e s Po€s/a.ÌrediêvaI d€ YaraFràteÍh Ve râ
A p a rÌi r d a í, â fo rma ç ã od e
es c udeir o. 5ãoP âro: Gl oba, 1987
Cãm elotac , ãu s an o b re d a Ìá v oa R e d o n pãra i ntroduzlío
A ntol ogi aorgani zada
da na buscãpe o Graale a disputãpelo estudantebrasileiroao lirÌsmo9ale9o'poF
poder entre N,4erlim e Morganavão sen- tuguês,trãz um texto de ãberrurãque ex-
do a presentados aosoihosdo espectador plicaa origem da poesâ trovadore(a e os
. 4s brurÌrâsde Ávalor, de U EdelEUA, desdobrâmentôstemátÌcose formaisque
2A A 1 assumÌu em P ortugê1.A obrê contaai n dã
o f ilm e c on tãê h i s tó ri ãd o n ã s c i m e n .om um gl o$ári odostermosgal egopor
t o de A r t ur , o re i q u e c o mã n d a ri aê tuguesetmaÈÍrêqüentêsna5cêntigãs.
Bretênhêe sa vãriã Avalon, Ìlha mística Naspassasdo reiArtut, de C.udine G oi
( om andadap o r V i v i a n eu, m a s a c e rd o ti Ro de lânero: Rocco,2003
s apagã.Ée a q u e mp re p ã rão n a s c i m e n -
 hií:órlado reiArtuí e doscãvalerosda
t o de A r t ur , m a n i p u l a n d oa i n h a g ê m
Távoa Redondaé rêcontada,enì seusêê
r êal,e t r einan d os u as o b ín h a ,Mo rq â n a ,
pâr ês er s uas u c e s s o ra n-ientosessêncais, desdea tomãdã do po
N.a te a , v ê m o sê
dêí porUtheí Pendragon, paide Artur,até o
lendãdo r eiA rtu rc o n tê d a s o bu mã n o v a
íimdorelnode Logres, apósa batalhãentre
visão,nessefilme adaptãdodo berfse//er
Arture Mordred.Destaqueparaãs páginas
hom ônim ode Mê r o n z i mme rBrê d l e y .
encklopédi.asque ofêrêceminformãções
. tndíanaJonese a última .ruzada..1e sôbrecarãcteristlcas históricâsdã sociedãde
StevenSpe berg EUA,l9a9 i medi evê|como
, o pêpel damu her,acavala
IndianaJones,um proÍe$orde arqueo- :: riã, a coftesiê,â lgrêjae ê guerrâ.
1o9la,é chêmadopaía íecuperaío santo
osmístérios da reiArtur, .le E zaberll
G r aê1.A pósr e c u s a ra rn i s s ã o ,Inêdn ãd e s
c ôbr èqueo s e up ê i ,q u e d e d .ô u ã v i d aà lenk ns 5ãoPa!o: M-"horãmentos, 1994
estudaroGraã,desapareceu. Ee parteem A autorã faz uma apresentaçãôdas ori
buscado pai e acabaenvolvidoem uma qensdo nìito altuíiano destacandoaspec
.otrida paraevitarque o sànto Graal.aia tos histórkos,ãrqueoló9kos e literários.Há,
nasm ãos deh o me n sg a n a n co s o sÚ . l ti mo ão longo do livro, umã sér e dê jlustraçÕes
f ilm e da t r ilo g i ad o h e ró irn d i a n aJ o n e s , que mostramcomo a históriado re Aít!r
í êz qr andes u c e $ oq u a n d oÍo i l a n ç a d oÉ . fecundouo i magl nári odê artGtasdesdea
divelsãogarantidê.

LitetàÍuanatdadelr'léúa1O3 a
Humanismo
Entre as sé.ulos XIV e XV uma ínudãnçà significatìvd
-
passaa oaatrer na Eurapa ínêdievàÌ. A set hLtma a
carneçea se íìbertat da po.ieí rcnilalizadaí cla lqrcja i
e a desenvolveruma nova mefital!.jade eü aiiLeaôbeÌi
preoctipaçcese liftzeies fttaÌskuiíjanos.
Õ quê /eroir â esJequ*!íoíani'jnta aio íjadrl
de lJêu-{ê â valoizêção Co se, humana,J
A seguia preaí.!raíernosreiponcíe/ a esia qre5ïáo,

.2- a

Lor€nz€tt,
Amboqro,Ot eíeitorde rm b.nì g.vê.no,1!!8 l3l9
N e Íaobfa, mbrogo
rcÍat:ô É fore5cmentodavda urbana e do.oméÍ.o

. 104 CAP|IULa
7
@@
O que voaêdeverásaberão í, Quecenafoi retratadano aÍrescodeAmbrogioLorenzettìe onde
ela acontece?
t. o que íoí o Humânismo. r Queeleffrentos
da mageTnvocêobservou para dentifcêÍo espaço
. Quaissãoàscancte sticas emquea cenaocofTeT
da prcdução literáia do r Vocêreconhece,
nesseespaço,a gumacaÍacteríst
camedÌeva ? Qual?
2. Observeas pessoasretratadas.Ëlasparecempertencera um mes-
2. Cono se caracterízouo mo segrrentoso(ial?Justìíìque.
Hunanísmoportuguês.
t. O aÍrescofoi enaomendado a Lorenzettipâradecoraruma das ?
. Quaìssão os elementos
nab matcantesda poesia salasdo Palazzo Publico,em Siena,nâ ltáÌiâ.O objet'voera moÍ
trar oseÍeitosde um bom governo.Comoissoestárepresentado?
. Quàissãoos traçoscarcc- r A nformaçáo de queo aÍrescofoi feitosobencornenda
nteÍfeÍena
terísticosdo teatro de Gil quefazemos
nteÍpretação dalmagem? Porquê?
não há qualquerreferênciã
4. No aJresco, O que essaau-
à religião.
sênciâsugereem relaçãoà perspectiva
teocêntricamedievale ao
papeldo 5erhumanona construção do própriodestino?Explique.

i
3. A dìvinacomédia,de DanteAlighìeri,ilustrao olharhumanistâ
paraa religiãoe o desejodê compreendere explicarascoisasdo
mundo,da vidae da morteque caracterizam a literâturano Hu
1 manismo. Leiaum trechodessaobra,

Conta IV
Após cruzarcmo rio Aquetante e entraremno Límbo,
o p meìro circulado lnferna, Dantee Vìrgílìoencontram
asãlmasdosgrandesmestresgregose ramanas.

,{ dcscansadaentão laÌìçando
em'istâ
deÌredot oÌhei detidaÌnerte,
a .t€r on.lc me a.ha\,?, e como. e quan.to.

Bem à distâÌrcia estávamos,mas ÌÌão


€nlo que eu não pudessever em parte
{Ìue a gente aÌi ìostÌava distincão.

"ó nr, que glorfican ciência e aÌte,


quem são estes",falei. "com dignidade
tìÌ que os conseÌm arsìm dos Ìnais à pâÌte?"

Disse-Ìnc,entâo:'â Ììotaìrilidade
deles, que soâ Ìá on{lc tens \ádâ,
do céu Ìhes houve ajrNra prioridade."
t...1
O meu bom nìest1eprossegüiu, falândo:
[q Nohbiúdâdeaúibuto.La "Olha o que à mão aqucÌa cspada traz,
!e$oa
qneénotálel.adnnálel. à fìente dos demais, como em comando:

Hunanisrna1OSa
I I TER A T U R A
-

ÊJl r*-' p..r api.oroti"o.qu" Íl Honcro, cantor alto e capaz:


ú!ú erte osa.os39e 6Í d.C
IlscrdÒuItrrrliá en queÌar rx Com Horácìo, o satírico, ali vem;
Q')
epnódiosdâ güeÌÌr .niÌ Ì onÌaru. Oúdb logo após, Lrìcano atrás.

o E porque cada um comigo ten


lE
estc nome em corÌrlìm que a voz crÌton,
.risb nìe orguÌho, e a nadr aspiro aìém."
q)
,\ssnÌÌ rcuÌÌi.Ìa a bela escola e boa
o
cu vido nìestr aÌtíssimo do.anlo.
quc $bre os outros, coÍÌo a águiâ, revoâ.
(! t
Depois de lerem conversa.Ìo a um canto,
volveram se e Íìiaram-nÌe, acenâÌdo:
c meu nestre írniu dc favor iaÌto.

E honra maior ne foram demonstÌândc,,


tal, que acolhido em sua companhia,
eü eü o sexro aoi mais âÌi somtuÌdo.

AÌ ICHIERI, Datrl.. Á zldik.,-táa.


Tradüçaú: Clnsiano ìJà.tiDs. ô. cd. Belo IÌoizonlc:
Villà RnÀ 1991. ! 128134.r: Ì. (IngnÌetrb).

r No catocismo,asalrÌìasdâspessoas nãobatizâdâs
sãoencarninha
dasao Limbo,po s nãopodernperrnaneceÍ empresença
deDeusserÌì :
ter s do purifcadas
do pecado or gina. Dequemsãoasa masque
Dantee V rgíioencontram no LirÌìbo?
r DequernodoDanteapÍesenta essas peÍsonagens?
l
6. Dantepêrguntaa Virgíliopor que razãoos poetasgregose lati
nosencontram-se dasoutrasalmasque estãono Lim
separados
bo. Queexpli(ação elerecebeu de seumestre?
7, Alémde chamarVìrgíliode "me5trê",Danterevela.nessapassa-
gem de A divina comédia,que o considerasuperioraos outros
poetasidentiÍicados,Transcreva os versosque comprovamessa
afirmaCão.
r O queã referênciaà "belaescolae boa" revelasobrea importânc
a
dessesÌloetasnãvsãode Dante?
r Qualé a "rnãior porDantenesse
honrâ"vivida ÍìrorÌìento?
Explique.
8. Que elementosdessetrecho ilustrama tentativa, caíacterística
do Humanismo, de conciliâr
a religião€âtólica
e asinÍluências
da
culturaqreco-latina?
Porouê?

Ummundoemmudanca
O afrescode Ambrogio Lorenzett mosÌfacenasda vidacotdianaem
Sienê,no séculoXIV Emmeioàsconstruções as pessoas
Ílìedievais, padici-
pamatìvêmente dediferenÌes
ações,s nalizandoo surgirnentodeumanova
mentaidade.Pormeo doolhardoartrsta, é possiveidentícaralgumasdas
transïormaçõesquecomeçãm a ocorref
naEuTopa dof rndaldadeMéda a
Dárie fogEr'a.o1or dadêSàÌvddor
Da pàrào Gnó r dê 4 dluru coroaj@. vidanascidadesé Íetomadae o comérco se intensf ca,provocando maoÍ
nteÍaçãoentrepessoasde diferentes
segmentos da socledade.

. 106 CAP|TULA
]
TITERA T U R A
-

r O surgimento
da burguesia
Umairnportante transformação nasociedade européa aconte
ceuna ltáliado sécuo Xll . As c dadesEstado quese desenvo ve
ramno nortedo paístornaÍam-se próspeÍoscentroscomeÍciêise
bancáÍios.Roma,N,4 lão, Forença,Venezã,MântLra, Ferrêrâ,

dua,Boonhae Gênova domnavamo coméÍc o mêít mo como
Orentee controlavânì a economia mercantL A riquezapassoua
.êr o iddddo p.l6 61 "' o ô ndo'rd ó ô d.
". "pi."lob do
comoocorra nasociedade feudal.
lVuitoscamponeses, atraídospelaspromessas de prosperida
paraos burqos,
de,transfeÍÌraÍf-se ondecorneçararn a tfêbalhar
comopequenos mercadoÍes. SuÍga, assm, a burguesia, consti
Mâfnú5C aeszonVanReym€Ewaee,
tuídaportodosaqueles que,seÍnnobfeza desangue, âcumulavam
O .anb6tá Ê suá êspóJá,I 519 Paine, capta pormeiodeãÌvdades mefcants. O númeÍodebuÍgueses
83 x 97 .m O p 'ntô rhôandêsr egnÈ verdadeiramente r coseÍa peqLleno,rnaso crescimento dasatividadescomer
aq! o €nrqlec mentoda burllúê5â ciaÌsfez coffrque essegÍupo se forta ecessee conquistasse poder po ít co.
A partrdosécuoXV ascidades-Estado ta anasdesenvolverarnformâsrepu
blicanasdegoverno.UrÌìrÌìagistrado-chefeeraeleltope osc dadáose adminstÍa
va a cidadecorÌìpoderesdef nidospor ufflaconstituição.
O podefcomeçou â ser
repartidoentrea aristocracia
e os Ícos mercadores.

r Umaculturaleiga
Enriquec dacomasatividades cornefcals,a buÍgues a necess1âva deuma
fotmação cuturalrnaissólda,qLrea ajudassea adrnin stÍara r quezaacumu-
ada.O burguêspêssaâ nvêstr em cutura,algoque atéentãosó eraferto
pea lgrejae pelosgrandes sobetanosAospoucos, os e goscomeçêm ê con
DebuÍgoa buíguesia qustarum papermpoÍtante naprodução e c rcuaçáodacutura
A buscapor umalormaçãolevouà redescoberta de textose autoÍesdâ
Antigüidade c ássca,consideÍada
umafontedesabeÍ a respeto doserhuma-
no.As !nivers dades criarãmprogrârnas
êspec a s denorÌìinadoshumanida-
deslstudiahumanitatis), nosquas os alunoslam textosgrecoatnos pêfa
estudarpoética,retórca,éticae poítica.OspfofessoÍes desses cuTsoseraTn
conhec doscomohumanistas.

O Humanismo:umnovo
VÈraaéreado burgomedievalde
car.a$onn,",trança
olharparao mundo
NãldadeMédiâ,burgo erao O Hurnanisrno
fo urnmovimento quesurgiuna táliano
aftístcoe ntelectual
nomêdadoà nìurâha êdìfi.ãda finaldaldêdelv1éd a (século
Xl\4e alcançoLrp enámaturdade no Renascimento.
emtornodasvasoucidadêspar. Ee buscava reviver
osrnodeosartísticos
daAntgüdadecássica, consdeÍadosexem-
pÍotecãode seusrnoÍadores. O posdeâfiímação da ndependência doespítohumano. OfocodoshurnaniSlas,
ternìopassoua denonìnara pró-
pÍa cdádefoÌ1ifìcada portanto,
era o serhuÍlìano,
o que osafastava doteocentrismo
rnedeval.Resga
Desse teF
nìoderivoua paavraburguesia, tava-se,
assirn,
a visãoântropocêntrìcacaÍadreríst
cadacu turagreco-latina.
qLredesgnavaoriginalmente o
segmento da soc€dadefornìado
peoshonìens quemoÍavam
livres
nosDLríqos,
oeorcavarn seao co t@il
méfcioe desfrutai/.m
de ìJmas
tuâçãoeconômica confortéve

1O7 a
HunanìsnÕ
t I TER A Ì U R A
-

1275
-
lílarco Po o cheaa â
ch 'n" O projetoliterário
do Humanismo
O Humanisnìo é ura momentode transÇãoentÍeo mundomedieval eo
moderno.Assifir,o proeto litêráriohLrrnanistê
nãotem características
com
pletamentedefinidãsro velhoe o novoconvivem, provocãndo umatensão
queseevidenc a napÍoducãoaÍtística e cutural.
In'cio da reíauíacão Ernhnhasgerais,essaprodução serán'ìãrcadapeloabandono dãsubordi
culr!ralnaltá a,desen- naçãoâbsolutaà lgrejaCatóicae peo resgatedosvaloresclásscos.Corno È
conseqüênciado estudo dasobrasgreco-latinas, ganhaforçaum olhaÍmais
+ Íãr.ã G'.iiÕ .lPÍnc raconapaTa o Tnundo, queprocura naCiênciêurnãexpìcação para+enôme
novor tumÒspâÍa a nosatéentãoatrbuídos a Deus. Essa novavsão,queafirma a potenca idade
. p.tura, ao humanizar humana e nveste nacapacidade deo indivÍduo contÍolaÍ
o própriodestino,
a representação dos apareceránasobfasliterárase ârtísticasdo peÍíodo,preparandoa sociedade
ânlose santos
euÍopéiapaÍaa gÍanderevouçãoestétÌca quev rá como Renascinìento.
n(o d d 6 ueí a dos A obrade DanteAlghieri(12651321)e de Francesco (1304
PeÌraÍca
+ CemanosentÍea Fran '1374),
poetasitalanos,consttuiu a basepaÍao desenvolvirnentodaltefatura
no períodohumansta e serviu de lnsptaçãoparaartstasde outrospaísês
euÍopeu5.
r! 141!- tam ceuta nico do
r os agentes
do discurso
Su roena Aem ànha.
a O contextode produ(ãodalteraturahumanista é o mesmodoTÍovado-
c.1455 -. ,-. - rismo:ascortese ospalácios.O objetivodessaprodução, porém,seÍÌìodfica.
NãoseÍata maisdecriarrepÍesentaqões lterárasde urnanovaordemsoca ,
porqueos diasdo feudaismoestãochegando ao firÌì, levandocom e es a
ï
tradiçãodacavalarìa. agoÍa,voltaseparao prazere paraa diver-
A lìteratura,
* sãodaafstocÍaca.
Porvota de1450,lohann Gutenberg cra a prensa e revoucrona a pÍodução :
fazendocomquea culturaoTacomecea perderespaço
de livrosna Europa,
paÍaa culÌuraescrita,E55arÌìudançano contextode circulaçãodasobras
peÍrnitirá
quêescÍtoÍes e poetasexplorerÌìnovosrecuEos que
de linguagerÌì
E náodependem daoraidadee damemória, comoacontecia atéentão.

OHu man is m oeopúblic o


O públicodastrovas produzidas
e cançÕes durante o Humanismo é essen-
o mesaaìo
cialTnente dascanugas dostrovadores:os nobÍes.
AospoLrcos, porém,o perfi dessepúblcocomeçaa rnudarComo nves-
t mentoda burgues a nã aquisição de culÌurae coÍÌìa maor faclidadede
: produção ec Ícu açãodo lvro,um maioÍnúmeÍode pessoas passaa tef ace:
aces-
Ê so à produção lteráíia,antesresttita
aosambentesda corte.Essamudança,
mudanç;
I ooÍém.é entaê sóseráconsoldada duranteo Renascirnento.
!
: a importância
Linguagem: dasmetonímias
-
A grêndenovidade da iteraturahumanista é a adoçãodo sonetocomo
forÍrìapoétcafixa.Comotoiv stonoCapítulo
3, essafonnapoétcaconqusta-
Íá o gostodaelte,porêcomodar, emumaestrutufa fixa,o novoolhaÍindaga-
queprocura
doÍ,analítico, expicarÍaciona
menteossentimentos hurnanos.
LJma conseqüência
dessa
intençãohumanstaf caÍáevidente naseleçãodema
Gravurarepresenta
GLtenberq gens trabalhadãsem poemas da época.
PaìÌes
do corpo humano - geTaTÌìente
veÌficandoprovade mpÌe$ão olhos e coração sãomenconadas nospoemas parêlustrar osefeitos
do anTor

a 1oa cAPiTULo
7
IITERAÏ U R A
-.

ProjetoÌitefáriodo Humanismo
Cantiga
Íesqate
devalores
c ásslcos
Acho quc mc deu Deus tudo
ôlhârdêmôdomâÈrêcona
Para ma$ mcu Padecel:
os olhos - pda vos Íer,
conçáo - paÌn sofrer.
e língüa - pâra ser mudo.

Olhos com que los olhasse,


coraçõo qu€ consentisse,
língu qre mc condenasse:
nâs niojá quc Ìne salÌâsse
de qÌrantos mnÌes senlisse.

Assi que me cÌeu DeN tud

os olhos para los \er,


coÌação paÌa sofrer
e Ìín$a para seÌ mu.lo

SOU!i{, fmncisco de. Ìn: SllN]\, segisnnndo. Em zdazL8. ed.


SãÒÌa.lo: DifeÌ, Ì935. p. 1j6. {cdl. P.csúçà dà Lit.nlu.a lo.tugresa).

:
A m€lonímiâocorrequândosêoptapor utilzarunìapaa-
vÍaemlugardeoutra. PodeseÍempregadâ êmvárias situâçóes.
JÍrdded.eod do"od-"ÊL i."d"p"r" epe.er.. orooo.
Nascantgasdo Hurì'ìanismo,ospoêtas recorÍemàsmetoníÍnas
par:ïì"1_o; u. o. ere o do o o e- (o
". "r '

FssemesmoprocediÍnento tambémé utiLzadoparamostrar


cornodetermnada partedocorpoÍeminino todãsasqua-
simboliza
idadesda rnu her louvadano poeTna.

l:l
A produção
do Humanismo
!9
q: emPortugal
!i
ii: Quando o Hurnanismo chegaa PoÍtugal,
no nÍco do reinado da Di
nastiade Avis(1385),a produçãopoéÌlcapassapor umacÍise.EntÍe
1350e 1450nãoseteÍÌìnotíca dacÍcu a(ãodetextospoéticos nopaÍs.
È período, e da
3 Nesse PoÌtugalviveo ãpoqeuda crônicah stoÍiogÍáficã
prosadoutrináÍia,t po deman!a escÍitopoÍ Íeise nobresqueapÍesen-
tavênormase Ínodelos decomportaÍìentoparaosf dagosdacorte.
O ressurgimentodapoesia,entãoseparada damúsca,ocoÍeduranÌe
o reinadode D. AÍonsoV no sécuo XV impusonãdopelarcnovação
Dôm AÍonsoV o AÍÌ cano(1432-1.181). cultuÍapíorÌìov
danacorteportuguesa.
Ret.atode a!Ìordesconhecdo oÍ g nãL
pertefcefte ao acervoEstúgardâ,
Lêndes Destacâseaindanessaprodução o teatrode Gi V cente,queÍaz
uTnretratovvo dasociedadê portuguesadaépoca.

Hunanìsna1O9 a
L I Ì ÊN AT U R A
-

r FernãoLopes:
A tragédiadasaudade dosreise do povo
cronista
A nomeação de FernãoLopescomocronistamor do reno. em 1434,é
consdeÍada o rnarco ìnicial
do HumanisrÌìo português.5uafunçãoeraregÍ
tÍar,em crôncas,a h stóriêdosfeìsquegovernaÍam PoÍtuga EleperrÌìane-
ceuno cargoaté 1454e escreveu trêscrônicas:
. Crônicade EI ReiD Pedro/: complaçãoe cfíticadosprncipasacontec-
mentosdo renadode D. Pedrol. Nesse volume,encontta-se o relatodo
epsódo da nìortede Inêsde Castro,amantedo rei,assass nadaa rÌìando
de D AfonsoV pa de D. Pedro.
. Ct'ôntade El-ReiD.Fernando: do períodoquesein ca corÌìo
reconstitulção
Sepulcrodenêsde Castío.a qÍelâlo
monêÍô de SanÌaMàra de Acobar.a, casamento de D. Fernando comDonaLeonorTelese encerra-se coma Re-
voluçãodeAvis.
. Crônica D.laão:divdidaem duaspaÍtes,
de El-Reì a prirneracorneçacoma
O tcu Pcdro quef fàla.: deiu moftedeD.Fernando, eÍlì 1383,e teÍmnacomã íevolução quelevaD.loáoI
odner.. [...] Orossúìo! âÍÌo! aotÍonopoÌ1u9uês;na segunda parteé descrito
o renadodeD.Joãoaté1411.
ainda cra pouco. 5ó abraçldo à Fernão Lopesdistnguia-se dosdernas cronstãspelamportánc a quedava
oÌte ele ini.ìa: só a Saudadeíe
aopovo,tratadopoÍelecomocoadjuvante dê históradosres. Essaopçáodo
\eir, sbe â Deus. Ohl Os neus
dias..-osn,eus long6 dias - dias
cronstaêxernpif cao seuespÍitohumansta
dc hiera tdste, a Ír ìar sãngÌÌe...
( ) rcu Pedt! qüeÌ nosü-arìos pra
gue osbeijes: e seúo puos na
r A poesiapalaciana
A poesiâpalacanaconsist a em composiçóes co eÌvas,produzdaspaÍa
lATRiClO, A'Íarin,. P.d'", .'u serapresentadas nosseróes do PaçoReal,d anteda coíte DuÍanteo reÌnado j
111:Tútn .otu bLo.Ltstro^: " e
Atin, 1982.(ÈagmcrlÒ).
^s!j\io
deD.Afonso V conhecidocomo"O Human sta",essesseÍões eramfreqüen-
tes,corna Íeaizaçãode concursos poétcos,audiçãode músca,rectaçáode
poesiaOcorriam tarnbéÍÌìa qumasapresentações de caráterÍlìaÌsteatra- 3
A hnrória iiágica do amof do espetáculos dealegoras ou paródas.
.ei PêdÌo I e DoDa Inês de Câs
Lo, contã.lãpeìa princiErcz na
Ospoemas palacianos
apresenÌarammuitasinovações em relação aoÌro-
crônica de Femão Lopes, nane vadoÍisrno,pr ncipalmentenotratamento dotemado amoÍ,agoraapresenta-
tormou sè em um teììa rccorfcn- do de rnodornenosdealzado.Esses poeÍnas Íoramcompiadospelopoeta
te da Ìiteralüre porrugÌcsa. Apa- Garciade Resende em um ún co vo urne,o Cêncloneìrogeral,en 1516.
fcce etn Càúóes e tarì bém nc$a
pcça deAntónn, Ìairn:b. es.riia
em 1913. A peçà àcon,panha r da poesiapalaciana
Formas
rragadia dos dois fdìosos apaixo
A poesiareunda no Caraoneìro gerallrazalgt)mas difeÍençasirnportan-
,. mdos qm a monc tenLaseparai .j
tesemÍelação à íÍicadostrovadoresgalego-poftugueses.A prirneradelasdiz
\n,,*,",",*o,"*,"1 rêSpeitoà expoÍaçãodeversos cornÍÌìetrofixo,dentreos quas sedestacarÌì
as redondÌhas(dec ncoe setesílabas métricas).Outrainovação se refereao
usosistemáticodeformaspoétcêsregulares, como:
. a trova:conìposta de duasoLrrÌìars
qLtêdras de versos de setesílabase
riÍìras
ABAB;
. o vilancete:composto de um mote(motivode do s ou trêsveÍsos) se-
gu do de voltasou glosas (esÌrofesem queo moteé desenvolv do) de
Sete veT505;
. a cantiga:composta de um motede quatroou c ncoversos e de umaglosa
deoitoou dezvercos, coÍÌìrepetçáo
totalouparcialdorÌìotenofÌmdag osa;
. a esparsa: composta de umaúnicaestÍoÍede o to, noveou dezveÍsos
de seissílabasmétricas.
A ÍlìétÍcaregular,
asestrofescommenornúmerodeveÍsose o usodeglosas
queretornavarn o motederammaoÍ autonoma à inguagem poétÌca. O acorÌì-
panhamento musca dexoudeseÍnecesséÍ o pãíagarantiro Í trÌìo,porquea
próprianguagem passou a desempenhaÍ essêíunção.

l tlo 7
cAPlTuLa
TITERAT U R A
-

E O teatrode GilVicente
Nê ÌdadeMéda, as peçasde teatfoeramtodasde caráter
religosoe costurf]avam serapresentãdês no pát o dasigrejas
e dot mosÌerÍos. Quandoo PaçoReêlêdqLr re ma or irnportán-
. d. ro " ô .ên ro dd - o.i, ô d.;o
peçasserãoencenadas. A at vidadeteêtrâl9eintensticae passa
a âbordêÍtemasma s vaÍ ados.
ErnPortugâ , o grandenomedo teatrono Humansmoé G
V cente Ern71 anosde v da,estma sequetenhaescT to ceTca
de 44 peçâs(17 em português, l1 enì câstehanoe 16 b ín- È
gües) Escrtaem 1502,suãpr me ra peçàÍo Áuto dê y/iifa
ção,ernhoraìenagem à rainhaD. MâÍiãpe o nascirnento de seu
íl ho, o futuro fei D loão I Como não se teffr norÌca oe aulo-
rcsteatrãìsãnteÍroÍes a G lVìcente,ee é consderadoo"pa do
teaÍo PoÍtuguês"

Teatro,críticae humor
AspeçasdeGi VÌcente ousela,pro
têmcaráteÍmoraizante,
curamternatizaroscornpoÍtaraentos
condenáves e enateceras
v rtLrdes.
A reigãocatólcaétomadacomoreferênciaparaa den
ti caçáodasvlrtudes
e dosefros
huTTranos
I/las,
ernborãcrt que
o' or por d1 " ' oì. d" r odê' r" bo ddl g" "
. yd , d Õ dòooq è " rord . ; o
-.-. -.1 D, - medeva faz corì que as crítcasde G IVÌcenteselamsempre
GàierÕ i BÀrónddr ltÊràr!tu PÒtlugueta
llúsüa.ia, paraos ndvíduos,laffra
voltadas s paÌaasinsttuicõesÌe g o!âs.
SeffrlazeÍd st ncáoentreossegrìentosdasociedade, o te
atro vicentinocoloca no centro da cena eTTos de ricos e pobres,nobÌese
p ebels O altor denunca os exploradoÍes do povo,cornoo f dd go, o sapa
teiro e o â9 otê do Auto da barcada tnfernatÍid (u ar za os velhosqLrese
nteressam por rnuLhefes ma5lovens,na farsaO yelhoda hoda;enf rÌì,Íaçâ
': !m qLrâdro anirnado da socedãdepoduquesa do sécuo XVl,proc!rando sern
pre, à érÌìde d verÌ r, estirnuar um comportafflentovirtuoso.
Llrnrecursomu to explorêdo por G V centeé o usode alegorias,ou sejã,
de representâçóes, por meiode personagens ou objeÍos,de deiasabíratâs,
qerarnentereaconêdêsêosvíciose virtudes humanasAs al-"gorlas facltarÌì
o reconhecraento,por parteda p aÌé a, do
víco oLrda virtudea queo textoqueflazer
,:ìjl: , 'o ôrô ld a a d" b", da,t
' "' ^ ^u "
ferno,oag ota trazconsigournabo5ãchea
0e rnoedas que Ìepresenta, a egorcamen
re, a 5uaqananca
A- obr" de Cil V Lene o rm.r "'
dvid dasenrtfêstipos:
.AuÌos pastor's(eclogas): g. e o a o."
-! peÌtencern a guffrasdaspr rnerasobÍâsdo
autor.A guffrasdessaspeçastêm caráter
'a Íe lgioso,corÌo oÁuto pastotilpartuguês;
o ... P o ano. o'a o 4.!a P" ,o'l d.
serrada Estrela.
A p Ì € 5 e n t â ç ãdoo " a l t o d à Í n da , d € c l l ! i . e n tê ,
ò- ô odo oóo õooo, .oD rlo o . o
l
A píesençade pe$oâr dô pôvô q!e ã.ompanham
._ì a àprêse.Laqão â1ê5iâe pôpu ardade do terÍo
do altóí i BÀtónr dá LnêràrútêPônq@sa
/!Jrrã.J.r D áro do Colcrno, L!bô:, 1928

Húrnanitr.io
111 a
TI TER AÌ U R A
-

. Autosde moralidade: gênero emqueGilVcente Suaspe-


secelebrizou.
çasmaisconhecdassãoautosdemoraidade,comaê o.asoda Trìlagia das
barcas(quto da barcado inferna,Auto da barcado purqatórioe Auta da
barcadaglórìa)e do Auto da alma
. Farsas:peçasde caÍátercrítico,lrt lizamcornopeÍsonagenstipospopula-
emtoÍnode problemas
Tese desenvolveÍÌì-se dasociedade.As mas popu-
aressáoa Fa6áde InêsPereirê, históra de urnaiovemquevê no casa-
mentoa suachancede ascensão socia,e a Farsado velhoda harta,gue
ridcu arizaa paixãode um velhocasadopor umajovernv rgem.Leiaum
rÍecnooessa TaÍsa.

Entraa MOçA na horta e diz o VELHO Faa, Íalaidoutramaneiral


Manda -medara hortaliça.
Senhora,
benza-vos
Deus.
MOçÁ Deusvosmantenha,
senhoí. VELHO Grãofogode amormeatiça,
ó m nhaalÍnaveÍdade
ral
YËIHO Ondesecrìoutal f or?
Eudirjaquenoscé!s. MAÇA E essatosse?
AÍnoresdê sobÍêposse
MOçA Masno chão.
serãoosda vossaidade;
YEIHO Polsdamasseãcharão
o tempovostiroua posse.

MOÇA Ail Comoissoé tão vão,

de barato!
YÉIHO Quebuscais
vóscá,donzelã,
me! coÍação?
SenhoÍa,
MOC_Á Vinhaaovossohortelão,
por cnerospãraa pan-ÂLa.
VELHA Ea issa
v ndevós,meuparaíso,
minhasenho ra , e n ã o a a ?
MOÇÁ VistesvóslSegundoisso,
nenhum velhonãoternsiso
natura. lvlas amoquesemoçofosse
corna metade.
YEIHO Ó meusolhnhosgaÍfdos,
rninhaÍosa,meuaÍÍÍìinhol MOÇA E qua.seráà desastradâ
queatenteemvossoamol?
MOçA Ondeé vossoÍatinho?
Nãoternoscheiroscolhdos? VELHO oh m nhaalrnae minhadot
quernvost vesse
furtadal
YEIHO Ìão depressa
vindevós,rninha
condessê, MAÇA Queprazerl
Quemvosissoouvr d zeÍ
cuidaráqueestaisvósvvo,
MOçA lesusllesus lQ u e c o s a é
e55a? ou queesla5 paravrverl
E qLreprátrca
Ìão avessa YELHO Vivonãono queroser, a
fú c*iao,, a.g*., B-.io*,
R t'rìo: de\ìgnaçãopan onponês da da tazáal mascaÌvoL t
regiáodaslen ar (Litd rÌ, AÌÌâ e Baiu
\ICENTÈ, c'il. O ulàa da htu. 22. e.l
Ámor* de sbFpo$s anoresfoÌçadoi São Pânlo: Àicliê Ednôrìâ], Ì998. (r.âgnc!to)

:.

a 112 CAPITULOT
TITERAT U R A
-

Preocupado coÍlì a corÍeçãodos costumes,G Vicenteadotavacorno


ernauÍÌìaíamosafÍasede Plauto, dramaturgo latino:"rndo,corrigem-se
;tã
q i! os costumes".Eleescohiacomoargumento paraumapeçaumasituação
fac mentereconhecida pea platéia,
comoa do velhoqueseapaxonapor
ii.,í umêmulhermuitojovem,paÍar dicuiarizar o comportamento condenado
õ'ë peLosvaoíe5da época.O tisodesencadeado peascenasrevelava que o
públco dentificãva
e censurava uTna condutasocalrnente nadequada.As
srm,ão mesmo tempoquesuaspeças divertiam
a nobreza,tãmbém contr
buÍarnparaeducá- a.

2rêdiçãÒ,1586
In

lf O texto a seguir refere-seàs quêstõesde 1 ã 3.

0 meubent,pois tepartistu
Estepoema é um exemploda poesiapalaciana
apresentadanosserôeido PaçoRea/
portuguêsno téculoXV

O meu bem, pois te partiste


dânte meus oÌhos coitado,
os Ìedos me farão iriste,
os Fistes desespemdo.

Triste üdà sem pÌazer


me deiÌas com grã cuidado,
que por meu negro pecado
me \ÌeJouvo moÌreÌi
meü pràzeÌ De destruíste,
meü nojo seÌá dobrado,
porque sou câtrl'o, tnste,
do meu bcm desesperado.
!l Ddre,,liúrc.
IÍIRAIiDA, Diogode. Ìrì SPINd Segnnundo.
Zrun.rpaa,8.e.l,SãoPaulo:Dif€I,1985.p,139140.
( coì , PÍescn ça da Li ieÍanrra PoÍÌüRue$) .

õ ié
Qualé o tema do poema?
r Corìo êleé desenvovido?
r Queeementoiorma peÍmitereconheceÍ
o poemacomocarãcteístico
õt
da poesiapaãcana?
O que o vocativo"Ó meu bêm" sugerea respeitoda relaçãoentre o
eu lhicoe â mulheramàda?
. Expliqueeraqueessetràtamentoé diferentedaquelecaractêrístco
das
cantgastTovaooTeScas.
Comoo eu lkicoestásesentìndo?
. QueiÍrìagemo eu íricoÍaz do amor.qllesente?lustifique.

Hunanisna113 a
LI Ï E RAÌUR A
-

I O texto a seouir reïere-seàs ouestõesde 4 a 8.

Auto da alma
No trechoa seguir,a Alma fica dividida entre a salvação
oferecidapelo Anjo e a tentaçãodo Diabo.

(um o Anjo Cusíóàio, com a Atna, e d.iz) (AJàsta:e a Anjo, . latía Saíanás)
f
ANJO Almahunana, formada DL{BO t...1
de nenhuma coisa tèita, Ardais muito desauto zad4
muì preciosâ, descaÌça,pobre, perdida.
da morte separada,
e €smaÌrada não ÌeÍìis de losso, nâda.
naqueÌa forja perfeita. t...1
€ glonosa. Ves.i ora este brial;
t...1 metei o bÌaço poÌ âqui.
ArN{-{ Anjo que sois,rinba guarda, Agora, esperai:
oÌhai por minha Íiaqüezâ oh, cono vem tão reì.Ìl
IÍo tal
Seja de ioda a pârte r€sguardada. me pâ.ece bem a mlm:
* que não arda
+ a minha preciosa riqueza t...1
principal.
t...1 (uatíao Anjo, ediz à AhM)

(Afanúse o Anjo; tm a Diabú e d.izà Atma) ANJO que andais âquì fazendo?
ALMA Faço o que \€jo fazer
DLABO Tâo depressa,ó deÌicada, peÌo mÌmdo.
a.hÌaporÌìba, para aonde idesì ANO O Almâ, vosestnìsperdeÌìdo, a
Qucm vos etrsana, t...1
e vos Ìeva táo cansada O quaÌrto caminhais avaÌìte,
por esta esbadâ, o ÍÌesmo andastespan atrás
o c nPm qcnr,êr !cnÌi!

se soisÌÌumana? Tomastes,depressa ê
t...1 como guia,
Gozai,gozaidos bensda terra, o corsário Satanás,
procurai por senhodos porqüe quereÌs.
Ohl caminhaicom cuidado,
que avirgem gloriosa
t...1 vosespeü.
ANJO Oh, andai!Qüemvos detém? Deixaisvossoprincipado
Como virÌdesparâ a GÌória deserdadol
devâgarl Injcitais a gÌória vossa
Oh. meu Deus!Oh. sumobem! e pátria veral
Jáninsuén
t...1
fg FoÍj* rò.nàlhâ.
não seprezada ütória
ALMA Andail Dai me cá essamãol
Andai vós,que €u irei,
t...1 quantopuder
Eavd6: .ôniuúÒ de Oh. como úÌíeis pressurosa
e desejosâ,
PÉN$: alre$da.
se \íss€is quanto gmhais
Bdal rdldd Ì0n90 {le \.IC,ENTE. t7i1. Fdrv tb Inôt Püta/
neÍâjornadal Auta .td húrtu ao inínalAuta .tà AtnL.
t...1 são raulor Mdrin C,ldet,2004. (IügnìeDto).

. 114 CAP|IULA
7
TITERAT U R A
-'

4, Que âcontecimentossãoapresentadosno trecho transcrito?


A lutaentÍeo beme o mal fr Querasãoas personagens?
EÍno Áutodaa/ma,GìlVcentê n dentfqueopapequecadapeÍsonageÍn desempenha no auto.
tratâ da eternêdisputaentreo
berneo mâlpeasa masdosmor- 5. Qualseriaa "pÍeciosariquezaprincipal"dâ Alma?
tos. Na pe(a,o Anjo Custódio { De que rnanelra
essafala sugereo objetvomoÍaizantedo texto?
conduza Almaa!êurnâêstâlãgem Expque
(aleqofada lgÍejaCâtócã),onde
elâ rá descansãr No caminho,
o 6. Que argumentoso Diaboutilizaparadesvìara Almâ do caminho
Diabotenta a Almacomtodosos
t posde pÍãzercsmundanos. t A Almasucumbeà tentaçáo?Porquê?TÍanscÍeva o trechoeÍn queea
sejuíificaao Anjo. F
I Osargumentos ut lzadospeloD aboe a lustfcativadã All.nãpermtem
identificaÍosvaloresda sociedade
criticadospoÍ c I Vicente?Expique.
r^ GìlVicenteé conhecidopor Íazer uma críticaÍorte aoscoslumes
de suãépoca.Releiaa última fala do Anjo. Que críticãele Íaz?
Selecioneum íato da linhado tempoque possaserrelacionâdo
ào
questionamentodo teocentrìsmomedievã1.Expliquecomo se dá
essarelacão.

J
!
a
j a
" r 'l ' S r S l n , , u n d o S p i n a

SegismundoSpina(1921-)
:
p€o estudodalteraturamê- d çãod€êstudos
É!nì dosrêsponsáves Ínedievaisen unve|5dadêsbrasle -
!
enìéÍtoda l-ln- rar. Dedcou 5eà prepèraçao
diêvalno Bras Fióogo e professor de .nto ogiasquetor'
! vêrsdadedê SãoPâuo (USP),íorÍnoumutôs pêsqu- narnacesslvês parao etor lê qotextosmedêvas poÍ
sâdoresquê,segundos€uspassos, n ciaÍ:mumatra- tugueseç.

Vivendo €m pl€Do Renas.imcnto, Cìl Vicenie não se deixa toda


vià nnpregnar daqüela concepção horizontal da vida em que o
homem é a medida de todas as coìsâs;ÌÌão übÌa o menor sopro de
pagânismo em toda a sÌD obra, PeÌo cortráÌio: nela está evidente
uma concepção crisiá.Ìaüda I...1 A sáúra c as peçÀspia^sestáo conti
nüamente a seÌ-viçodo missionáio, preocupado na edificaçáo do
homem e na sua suboÌdinação à Providência.
SPIN'4,Se8ìsmund{,.nì,2,zlk.l 8.ed.Sãotaulo: Difel,1985.
p. 8.1(( kt. PreençâdaLiteutuÍa ÌotugÌt€s). (rÍaSnenio).

Expliquè
Redijaum parágraÍoârgumentativoem que r Comose cãíacterlzou a mudançada peÍspectiva
você explique por que o Ìeatro vicentino, ão dei teocêntricamedievapaÍaa antÍopocêntricain c ada
xar evìdenteuma concepçãocristãde vida, ilustrâ no Humanismo?
a convivência entreo novoe o velhoque defìnea r De que anodoa obrã de GlVcent-" ilustÍao
literatura do Humanism omportamento humano(tÍaçoanÌÍopocênÍico) pãra
PãrarêJletirsobreos pontoscentraisde seu pâ Íessdtar a necessìdadede savaçãoda alma e de
rágraÍo,vocêpode se apoiarnasquestõesa seguir. rÌìoralzação (traçoteocêntrico)?
doscostuÍrìes

115 a
Hunanìsno
literatura humanista:a sátira de costumes
O teÍmo"humanismo" designaa pefspectÌva
f osófcaquedesencadeou,
nosécu oXV a valorzaçãodo seThuÍÌìano.
Nesse sentido,
nãoÍãzreÍerên-
ciaa umacorrenteestétcadefinda.Mas,nesse pêríodo,destaca-se
a obra
deG V cente,quese ìnsefenatradçãoda ÍidiculaÍização de compolta-
mentoscomo nstfumento decíticasoca . ÉessatradiçãoqueêpresenÌa-
no5 o \eguir.

Antieüidade:o riso moralizador


dascomédiasde Plauto
Pauto(c.254-184 a.C.)foi talvez
o maisconhecido co-
nìedógrâfoat no. SuascomédasdesÍrutavam de enoÍrne
popularidade e reproduzianìcomgÍande fideldade a vida
dosromanos de suâépoca. Usando umaInguagem rnaLs
coloqua e cÍiandopersonagens deorlgempopular(escra-
vosmêntiÍosos, adíões.vehos,cortesãs, etc.),Pauto rc-
produzstuações cotidanascomenredos simpes.O objeti
vo de suaspeças eracaTo:pÍovocaf o ÍisoquelevaÍia a
platéiaa percebercomocondenáveis comportaÍnentos ca-
racterizadosdemodoexagerado peìâspersonagens. Eefoi
o priTneroa demonstrarque,ãtravés do Íiso,o serhurnano
podesêr levadoa reÍletr sobreatitudesnadequadas e
modficá-as.ShakespeaÍe e Mo ièreforaÍÌìalgunsdos ÍÌì-
portantes teatÍólogosque buscararn nspÍaçãonascorné- f
diasde Plauto.

O teatro humanistaportuguês
Comseusautose farsas, G lVicentecriao teatroportuguêsdecrítÌcasoca ,
desnudando a socedade em quevive.Ao escolhêr asíarsaspaÍasatlÍizaÍ
cornportamentosqueconsidera condenéve s, nscÍevê-senatradçãoinaugu-
radapor Plauto:
a sátía decostLrmes.Parãprovocar a reÍexãodo públco das
cortespoítuguesasdo séclro XVl,Gi Vicenteutilìzao mesmoÍecuÍsodo co-
atno: criatipos populares
rÌìediógÍafo quesimbolzanì városcompolra-
rnentoshumênos inadequados (olovem obtuso,a a còvteiÍa,
ovelhoibidlno-
so.etc.).

Romantismo:o teatro de costumes


de Martins Pena
DuTante o Romantsmo, ojovemMartinsPenaescÍêve asprimeiraspeçaste-
atras bËsieirasque d alogarão com a tradiçãoda cornéda de costumes. A
sociedade brasrleiÍa
do inícrodo séculoXIXé apresentadasoba óticade uma
Íortê Íonia.DesfiamêmSuaspeçasoscasamentos por nteresse,
a dissirnula-
çãopaÍaobtenção debenefícios pessoa açáodepessoas
s,a rnanipu ingênuas,
a chantagem. Emsuacoméda maìsconhecida, O ,ovlço,o homempobreê
arnbcosoquesecêsa poÍ nteressecomurnavúvaricaéafguÍaimpiêdosamentê
sàLr raoa

a 116 cAPiuLoT
!

+
AÀ,IBROSIO QÌundo eü tc \i pela púneira Ìe,,
ÌÌão sabia que efts üú\2. (rÌ
1" r:\ se o \âLi ,r: , ìr.., LÌP rP
3 por smParta.
;
FI-ORENCIA - Sei disso,r'icÌinha.
\V B R ucìo - f ,r" ., t,' : ô i n,eÌF-e q rFuLr i gú ts, , r r F
a casaÌ.ontigo.
FLORÊNCLA - Foi o amor que nos unnr.
Cenada peçateatrêlO roúço, texlo d€ túartns AÌÍBRÓSIO Foi, Íbi, mas agora que nÌe âcho
Penà,d Íeçãode Bran Penidô,Ìêâirc Alança
câsadoco1ìtìgo,é.Ìe mer dever zelar
Frâncêsâ, SãoPa! o, 1994.Em.ena, André
car o l (n ovçoCa Íos) eM ár c iaD b ( Ror ) essarorrüna quc semPÌe desPre?e,.
FLORENCLA, âfal,e- Que maridol
ÂLlrõ(uòru., pr, r.- !_tuerolnr

lljNA, NÍaftús. O rai.d. Sã. Paulo: O F.Íado de S. Ìauio/


KlickEdnorâ, Ì99Ì. p. 12 l3 (rÍagrnento).

Do teatro ao cinema
Nasocedadecontemporânea, a tradçãodacrítcasocialconstÍuída
corno
auxírode srtuáçÕes
cômcasteras do nìuto exploÍada peo c nema.l/lestÍes
comoCharesChapln seencarregararÌì o papernoralzante
derevìtãlizaÍ do
J r so,em obrasmoÍtas corÌìoO grardedltadare lemposmadernas.

il

ChesterConkine ChaÌ e ChaplÌnen cenado fimê lemposMadernas,1936

Hunênisr.p117 a
PoronovegorJfl
http://ãfaÍa b io.u m.9eÌa.pvveíciêl/gvicente.htm#ind

stte com um grande bancode dadossobreliterãturaponuguesã.TfazÌnformãçóes
blográíicassobre Gil Vicente,trechosde ã qumasde suasobras e textos dê aná itê
literéíia sobreaspectossigniíicativosda píoduçãolitêfária do autoL

pvscrptíh lp/hlp.êxe/ani9o?cod=6-27
http://wvw.un ivetsã1. 5
Sitecom verbeÌesencklopédkos sobrêlite.atura portuguesêe unìvertã1,
trãz um
vefbetesobreo Humãnismo.

htÌp://wwwcÌti.pvgilvkenteonline/htm/index.html
5,ïe poduguês que permìtê assistirà representaçãocontemporâneãde algumas
peçãsde cll vicente (Áuto da alna, auta da índía,Farcade tnêsPereirãe Pranto de
MarË Pá.da).Merecêmdêstaquêtambémãsseçõês"5abermã s,sãbe.melhor",que
contém intere$antesinformaçÕes sobreo contexto de produçãoe de circulaçãodo
teatro vicentino,ê "Redede conceitoí'. que ofêreceinformacõessob.eos conceitos
centraispãía ã obrâ do âuÌor, mostraas relaçÕesentre temas de diíerentespelas e
traz iníormaçÕêssobre o contexto cultufê1,socãl e estéticodo momênto em que

http://wwwmundocutural.com.br
Sttecom blbliotecaon Íre, ãnálisesliterária!e verbetêsencldopédjcos.Destãqu€
para as informaçõessobreFernãoLopese Gil Vicente,que podem ser ãcêssadâs por
meio do slstemade buscãdorite. 1

http://pãginas.terã.com.br/arte/drarnatis/divina.htm
site com imagensproduzidãspor grãndesartlstasa partir de petsonagensda lite- 3
ratura. Destâquêpara 05 marãvilhososquadros,produzidospor diÍerentesãítistas,
Ál y l n ãc o m é d i âd, e D anteA l i ghi eri .l -l átambéín
ins p i râ d o s e m d vári aspi nturas
íêtra-
ldn d oo è u ro rÌê l i à l o e L n d \' rte sede suaobrd p mé.

PoroossisïirF

fm no.ne de Dêus,de C ve Donner,


llqonáva/GrâBretaihá,1988.
FiLmeque trata do amor entre o Ìeójogo
e proíe$or Abêlardo (10791142)e He oísa.
sua discípula.êscritoraquê viveu nã Frãnça
en ú e 1 1 1 0e 1 1 6 2 . Es s ea mo r p ro ibi dopê-
lãsi mp o s l ç Õ e s dl gare j ãc a tó l i c an a soci êda
de rnêdieva!,que exigiaa (astidãdêdeinte
lectuaiscomo abelardo, tem tristesconse
qúênciaspâraasduaspêrsonagêns.Apartir
dã hiitória dos amântês,o fllme apresentã
um excelentêpanoÍama do estilo de vidâ
íeudã|, do pesodas prêssÕes felÌgiosasme'
die v a i s s o b re o s i n d u o se d o p ã p el damu-
v íd
lhê. no contextoda ldade Média.

a ra (aPÍuLa7
Poroere pesquiscr
fu
P a fa e r e p e s q u i s ã Í
. Renascìmenta e Humanismo,de MêriâÌêrêsâ
VanAckef 5ãoPaulo:Atuâ|,1992
Livroque tratâ da tíansiçãodã ldade Mé
diã pãrêa ldadeModêrna,denacandoos ãs
pectosmaisinteressantes do mundoeuropeu
do séculoXIV Aprêsêntadocuínentos. mapas.
inventose quadrosrenascentistas, lêvandoo
leitor a conheceros valoresrenascêntistas
ê
os grãndespensadores desã épo.a.

HistóÍìa âftística da Europà: A ldadê N4édia,


de Georges Dlby Riodelêneiro

Coordenadopor um importãntemêdievâ
listaÍrancês,e$e livrotraçã um ãmplo perfll
t dâ produçãoartisticaeuropéìaentre os sé-
ì
:
culosV e xV com capitulosque tíâtam dãs :
variadasformas de arte, desdea iluminura
c a ro l ín g i êp,a s ã n d op e l am ú si capol i fôni ca

E/è nedleyal, de SegÉnì!ndo Spna.


sêo Paulo:Diíel,1985
(Co Presença dê LiteraÌura
PorÌuguesa).
Antologia que trâz os maissignifkêtivos
textos de$e pefíodocom comentáriose no
tas do autor Destãquepãra a seleçãodos
poemãse dos autoresmais imponãntesdo
Cancioneirogerale dosÍtechosdâ obfã de
G i l V i c ê n te .

Co espondên(íade Abelado e Heloísa,.le ?


PauZumthorSãoPaulo:
N4artnstontes,2002.
Livro que tíaz as cartastrocãdasentre o
teólogo Abelardo e Hêloisa,sua discípulae
9rênde amor. Nessacorrespondên<ia, além
do àmorentreosprotêgonistâs, revêla-seum
quadro bàstanteêscarêcêdorsobreasqueÍ
tões maisimportantesdesseperíodohistóri
CanesPntlhcía eìe
co: o poder dâ lgrejã,o papel da mulher na
sociêdadêmedievalê a evoluçãodo pensa AbelaÍLa e Heloítú
óênto humano nas univeísidades.

Hunanisno119 a
A sécuie XV Ìraz c ser humarrc para o centío dÕsacontecímentcs,
rclegando para sequnda plano o Deus tc'la-poderasa do
petíoda medieval. Essantldança de nentaíídaCe, que te it,iciou t
(aftì c i4umaiisÌnc, chega aa dpageu com a Renascinenta.
llesie capítula, voaê vài iabe!'cotkc $sa udànçê acorreu
c ciLtè!5íor.tí, suàsíonrerÌa;ejr.;r\.

Ì .a n o , 8 a . o e A f E d " e ( d e t a ì h e1) ,5 2 31 5 2 4 O e o s o b r et e a , 1 7 5 x I 9 0 . m

CAPI|ULA8
O que você deverá saberao
í, A pinturade Ìi(iâno representa o en(ontroentre Baco,o deus
romanodo vinho,e Ariadne,a filha do rei Minos,de Creta,por
1. O que foio Renasciir'ento. quemo deusseãpaixonou à primeirâvista,Queelementos reme
. Quaissãoãscaracterhtícas Ìem ao universoda mitologiagrecolatina?
do prcjeto líterário do por quê?
Classicisno. 2. Vocêâssociariâo quãdrode Ticianoà artemedieval?
r Queeíeto tem o usodâscoresno quadro?lLtstifque.
2. ComosecaracteÍìzouo CIas-
sicismoportuguês. 3. Aspinturasrenascentistassecarãcterizavampelacomposição equi-
libradae harmoniosa dâ cena.Façaumaexperiência: trâceduas
F
. Quaii ião oi €/emertos
nais narcantesda épicae linhâsdiagonaisligandooscantosopostosdo quadro.Sobreque
da líricade Luísde Canõè' íìguraessasduâslinhassecruzam?
r O quea posìçãocentfalqueessaf guraocupasugerea seurespeito?

Nopoema
a seguif,
Cupido
despêrta
ArÌìorcomsuasflechas

Bendito seja a dia, o mês, a ano


Bendito seja o dia, o mês, o ano,
A sazão,o lugaÍ, a horâ, o momeDio,
E o país de ìeu do.e eÌrcanramenro
seusolhos de Ìume sobemno.
^os

E bendjto o pdmeiro doce ìâno


Que ri\,e ao ter de Amor co hecimento
tr o arco e a setâ à que devo o f€rimeDio,
Aberta a clÌaga eÌÌÌ Íiaco peito humano.

I
BeDdiio seja o ÌÌÌÍsero Ìamento
QrÌe peÌa terra eÌÌì !ão hei dispersado
E o desejo e o susplo e o soÊiÍÌenro.

Bcndito seja o canto subÌimado


Que a.elebra e irÌÌrbém meu pdÌsrmenro

Quc na terra nào renÌ ourro cuidâdo.

PF.'r]iARa\. I'unzs d. útut rtr prrar., Tradução:Janil Atnalsu Iladdad.


Rio drlrnen-: Ediouro, Ì9!8. p.37.

[] Su áo: .r.h unn dÀ esús;esdo úo (pÌinareÌa, reio, ôúno. ÌnrnÍr.


Cuid.do:pÌeo.upação, i.leÌe$e.

i
4, Ao longodo poema,o eu líricobendizcoisasde naturezabem
diÍerente,comoum dia,um país,um gesto.O que todosos ele-
mentostèm em comum?

Classicisna
121 a
T I T ER AT U R A

5. Ostrovadores tratavamdo temado sofrimento amorosoem suâs


Fran(esroPetrarcã(1304- (êntigês.No poernade Petrar(â,
(!) o eu lírìcotambémse referea
1:74),poetae humansta, é
conslderado uni dos rnaores
essesoïrimento, ldentiïìqueosversosem que issoacontece,
nom€sda poesataliãnaCo- o r A abordagerÌì
do sofrinìento feitapor PetfaÍca,
êrnoroso, asserne
ha-
nhecdo prncipaìmentêporsua t! seàscantgasdeamortrovadorescas? Porquê?
rncdanìorosa e porrerrxaooa
formadosoneto,PetÍaÍca repre E
o)
6. Releia.
a masper
sêntâ,na liteÍatura, "[. beÌÌdito o prirìeiro .Ìo.e a]ãÌio
feitaexpressãodosdeats renas- o
QJ, i \, r,r,, dc.\l ,,,,, ,,,,,\c, i -en,.
E o ar.o e a seraa quc {Ìc!o o ferimenio,
;
AbeÌta a.haga em tiaco peiro hrmano.i'
r l d e n ti fq u e a metáforauU l zadapafa o anìor pel o eu l íÍi co.
poetaseuropeus.
Os
I O e u ír co atr bu o i níci odo amor a C upi do.Que e ernentosdo texto
peÍm tem essaidentlicação?
r A a usáoa elementos greco-atinaé caracteÌístca
da rìritologia da pro-
duçãoartistcadoRenascmentoPorquea referênc a a esses
rntosind!
Sáde MiÍanda caumape6pectva d ferentedaquela pÍedominantenaldadeIVIéd a?
e Shakespêar€, !
comunspodemosidentificar
7. Quecaracterísticas entreo quadro
de Ticiànoe o poemade Petrârca?

A Europa
do Renascimento
Comosev u no Capítulo 7, um novoesto devidacomeçou a surglÍcom !
a prosperidâde dãsc dãdesEstadota anas.OsvaoregÍeudãiscederaTrì seu
ugarparaa ãnìbçãoe a realzação pessoaA oÍigern nobrecomobasede
pÍestígioe podeÍsociâlÍoi substltuídapeloesforço,pelota entocriativoe, no
casodosaÍtistas, peo 9ênìolndividual.
O abandono dãperspectiva teocêntricamedievae a retomada dosensina-
raentose modelos dã Gféciae de Roffradef nemo Renascimento. Esse teÍ-
rnofoi escolhdo paradentifcâro desejode promover umarenovação Í losó
f ca,artistjca,
econôm cae polÍtca, dernodoa ÍecriêÍ,nãE!íopa, umasocie-
d"deoro"rr"d" o" . do p' _ -roo dà 9. dddêílà ( à.
" ^n
O fascíniopelav dadascidades e o dese.lo os prazeres
de desírutar queo
dinhero podiapropoÍconar levâÍanìa socedade renascentigta
â cutvaf cada
vezmas os valoÍês terÍenos. O serhumanoe suafe ìcdâde rnedrata eramo
centrodessa novavisão, segLrndo a qua o desãfode vverbenìno mundo
terÌìporaeÍamas excitantê doquea promessa deumparaíso futufo.A Europa
reencontTa, renascent
no TÌìoviTnento quehavadefin-
sta,o antropocentrisrao
do a civllzaçáogreco-at na
Atéhoje,asobrasdeaÍtstas comoN4ichelange o, LeonardodaV nc,Tica-
no,Botticelle Rafaelrefleteríìo esplendoÍdaformahurnana comomedidada
perfeçáototal.

Luzese trevas
Â.ôn â.oo oê o.o oÊdÊ.Êr,ol.'-e-.oê,pêr.êr
"d"por--.sta9eà- -
tas a parÌirdo HLrman smo crou um o haÍ d€íavorávelpaÍaa ldadeMéda.
EÍnpenhâdos em reconírur, no contnenteeLrrcpeu, a civlização greco-Íomana,
êssês homens passaÌam a sereÍerr à ELrropa
medevêlcomo ê " dadedasÌrêvas".
Essa vsãodepreciativa da ldadeÌíédialezcomque,dllrantesécLros, todoo pro-
gresso cultuÍa,drtísil:oe filosófico
alcançadono peíodo,quefo bartani€gran

4122 (APITULO
a
LITERAT U R A

Mistérioe morteentreosmestres
da ointurarenascentista

Ao nìeste flo.enrino, falúlân paìa!Íaspara mald;er os fianengos. t...1


DepÌoràla o |oscoempreg.,dosescorçosl..-l , que srÌrsdnría{ìa espiÍitualidede
pÌópria da pintuF pela oslentação domésrica qlÌe câra.refizârã â bur$esia.
lntÌetDto, G no\os mcce!às rehãtados não podiâm esconder sua oÌigem:
poÌ baixo dos hìnosos ornâüentos, das ricd roupas doundd, en possí\el \cr
o sapato do homem comum, quc sedesÌoca\a a pé e não â cavalo ou em liteiÌa,
.omo fuia a nobreza. A pinturâ de Vm ]l,\,ck conÌprovârã isso: o mdido do
casãlÂÌnoÍìni, embora se lilcsse feito pintd roaleado .le pompas, sedase pe
Ìes. aìrdecia Dosanclo.om ústicos tuancos de madeira.

AN'DÁÌ tAzr, I€{1eri.o. o rÁ}?dodo:fnn'nga''Ír,Ãxçtb:


SórgiolisclÌer Ìo.b AlcgÌr: L&PNI,2004.p. 43. (Frâglndb).

A rivdidadeentreos p ntorêsitali.nose os grandesp ntoreshoandeseséo


tenìdc€ntrade O seEfredodosíamerqos.Alémde recriarocontexto aarístco
do
Renasc mento,o escÍitor
aÍqentnoFêderco AndahazirnostÍaquem,êsmoosnìds
L exÌraoÍdinéros poden-ìserviÌ
artistas mâ5dacobçae daambiçAo. ,i

O Classicismo:
valorizacão
9
dasrealizacões
humanas
gregosê Íomanos,
Nasobrasdosrnestres os artistas
do Renascimento
en-
contraram
o modelodea oaradefiniro "novo"indivíduo.

Classicismo é a dênoÍninação da tend-Ânca queÍ-"vita


artJstica ÌzoLla tradição
cá5scade afirmâra supeÍioridade hlrmana.Paraíecriaros ideais
daAntgüdadê
grecol.tina,o fl.sslcismo valoÍzolraspropoÍções,
o equilíbrio
dãçcomposlçõês,
hr.ror â od. nd.^ ioôà-d áod" rêddrdÂ.MànIê(rourôràrro-d. dÍa
"pÌáíicasquanto'or "
na nìúsica.
ná teraturâe naflosofia.

O projetoliterário
do Classicismo
Prcjetolitêráriodo classi(ismo Assoc adoaoRenasciÌnento,
o Classicsmo revea eÍÌìseunoÍÌìea principaicâ-
cadeseuprojetoteÍário:
racteríst a rêtoTnada
derÌìode osdaAntgü dadeclássicã.
O modelornêdiêval
nostrava umserhuTnano atoÍrnentado,aioelhadoaospés
deDeuse ansiosoporverpeÍdoados osseuspêcados. Segundo essaviúo cÍstã,
umavidamarcada pelosofrìmento é quepermitriaa puÍificação
dospecados.
adotara .azãocomo parámeÍo de A n o \o p e,oeL \oooLl o' .i ci sÍoproro,eul l-
d l rdìso -l a\.orddcèl
ôbsêtoâçãôe rterpÍetaçãoda reaidade
horade o seÍ hurnanoorguhaÊsede suasconqustase buscaÍa fe icidade
al rmição da superÌofdadehumana terrena.PaÍaisso,é necessár
o vâlorizar queserÌìaniÍesta
o esforçoindividual,
tantono nvestÍnentoem êducação comonê pafticpaçãosocialmas ativa.
OstextosdoClass csmofaÍãoa propaganda davisão demundohLrrnanis
vaorização
do eíorço ndivldua
ta, quepassaa definr todaa produção estética
do peÍíodo.

'123 a
Classicisno
t I Ì E R AT U R A

r3 51
r Osagentes
do discurso
As transformaçÕes soca s pTomov daspeloenfquecirnento dasc dãdes
afetaÍãod Íeta.nenteo contextode oroducãoda literatura do Classicismo.
1 4 15 Sena dadeMédiaÌìu tosdostrovadores eramnobres quecompunham suas
cantgase asapresentavarr]pafaou1ros membÍos do mesmosegmento socral,
no RenasciTnentoessecenáro sefáalterãdo como surginentodelovens artis
tas,geramentefilhosde pequenos quevivemsoba proteção
comercjantes,
dosmeTcadores rnas Íicose poderosos,paraosquaispfoduzem.
A cult!íaviraum bem precioso pafaosnovosr cos,porque,patÍocnãndo
1420- aftistase poetãs,eleslustifcamsuaaceitação pea nobÍeza.Essatrocade È
1436 interessesentrebuÍgueses e aftlstas
tazaparecera t gufado mecenâs.
O mecenas eíão burguês Íicoqueexibã suãfortunae seupodeÍporTneio
Ë: dasp ntuías queencomendavã
e escultuÍas paradecoÍarseus palácios
oudos
Ëìi
poerÌìasqueimortalzavam seunoTne. É nessecontextoquea pinturade re-
tratospa55a ê sermuto vaor zaoa.
Ei
e explosãoartísti(a
Mecenato 2
AanêassurÌìl! uÍnpapepolítico paÍaos
:
1441-
1443
novosricosita anos.PoÍmeo dosarlstas
quefinanciavanì, osnìecênas afiÍmavanìa :
extensão de seupoderA baiaha de eqos J
tÍavadaentÍeÍìrecenas de cdadescomo
lvântua,FerÍaraê venezadesencadeou
umaverdadeira explosãoartística
naÊuro-
pado século XV A lgrêja,quehaviaperd-
do podertemporal, entÍound d sputâire- 1
l.rsárlistas
mâs famosos etez aumentar a
coÍÍicl.porobrasd€ p ntorescoÍnoRdÍael
e N,4 chelãngelo. porsuavez,
Estes, taÌnbém
coÍnpeïam oesupeTaro
ent̀sr,oeselosos
] tÍãbaho dosÍivas. Comoresutadodessa
concoÍrênr a,íoramcÍ adasobrasmortais, Federi.odâ Monteiêtío, o dlque de
comoosafr€scos da Capeâ 5í nã,enco urbno,Ío um dos mas podeÍoros me.enas
: i1aanos.Suacortetôrnouseum ativo
Ínendados a M chelangelo pêlopapaJúlo
centrode produçáoàrtÉtcae terára.Lá
ll, e osâfrescosdaStanzâ dêllàSegnãtura, nasceue.Íes.euRaÍâeSãnzio,um dos
tambémnoVaticano, fêitosporRaÍae. qÍand€smenreido RenascmênÌo nã ltá a.
'1492

A circulaçãodasobrasliteráÍiâs
continuasobo impacto da nvenção da
prensamóve.A maioÍíaciidade de impressãoíazcomqúemaiscópias de
'1495- o c!sto dos ivÍose tornan
umamesmaobÍaseiamÌlroduzidas, barateando
1497
a um rnaloT
do-osacessiveis núTnerode pessoas.
As universdadestornaTn 5e
osgrandescentrospúblcos Osmecenas
de eturae d scussão. encomendam
cópiasdostextosdefiósofose poetaspaÍamonÌarbibiotecas partrculares.
15OO Gà màp àÍa aÍ ndâ. Ch+

e o público
O Classicismo
NaEuÍopado Renascimento, ascortesaindâsãocentÍosde podeÍe, por-
'1509- tanto,de pÍodução .
cultura o enr quecirnento dosmercadores e comercian-
l51l tes,poÍém, ampia o públicodos textosliterários
e f losóficos,
incu ndoagora
a buÍguesa ernascensão.os f lhos dos coscornerciantes partirdesse
r são, a
rnomento, maisnumêrosos nas dãdesdo quemembros
univers danobÍeza de
1508- atrês.os
doÌeÌodacâ sangue. A cuturatorna se,para pessoas,
essas sinôniÍÌìo de qua ficação
so-
1S.tZ pea sisÌnâ, no Vali ca, já quenãocontam comurnsangue "nobre"que hesgaranta prestÍgoe
íeconhecimento inìediaÌo:

4124 8
CAPIfULO
I I Ì E RÂ T U R A
-

A educação trazparao primelro


planoa lelÌura,
e oslo-
vensburgueses Ìêemmuito.AsobÍasdePlatão eAÍistótees,
astragédiasdeÉsquo e Eudpdes,ostratadosdeoÍatóÍa de
CÍcero,ãsodesde Horáco,os poernasépicosde HomeÍoe
V rgÍliosáo
a gunsdostextoscláss
cosestudadosediscltldos
nasuniveIsidades.

Lnacaoe rmrtâcao
- O conceitode orì9naldadenacriação lteráÍiaé urna
nvençáo moderna. Durante o RenasciTnento,
osescÍilores F
nvestram na recriação de temascásscose TetoTÌìarêm;
lar d n s d a Un leEd êdede Pádua, lt éa,
emsuasobras, o princíp o arstotélico
da mimese. Como
tundadaem I545 por Francesco foi vistono Capítulo3, Aristóteles
atribuíaà literêturaa
BôôâfedÊAs un versdadesecebem funçãode reproduzir oscompoÍtamentos huTnanos,paraqueo seÍh!mãno
í hos doscoflêrcia.tesrcos qüe ãl pudesse aprenderconna "irnÌtação" (mmese)da realdade
bus.amcuturâ e prestÍgio.Gravurâde
1854de autor desconhe.do LeonaÍdo da Vinci,en Tratado dapintura,defendequeo aftstaé quern
pr meiropercebe"aquiloqueestánounvetsoemêssência, pÍesença ou magi
nação".Suafunção,poÍtanto, é reveaÍ êssapercepçãopormeo desuasobras.
Parasso,pÍecisafazeraÍÍìehorrepresentação danatureza.Nesse sentdo,
o desafo da criaçãoartístca é desenvo ver umalinguagern quefavoÍêça a
comuncacáo daquio queo artçtapercebeu antesdetodos.
!
r Olharracional
parao mundo
Pararevelaro queeS!áno unlverso, adoÌaa razão
o artistado Classicismo
t
cornoparâÍlìetrode obseÍvaçãoe nterpretação O ohar racional
da realdade.
desencadea, nalteÍêtuTa,umadascaÍacterístcas mas maÍcantesda poesâdo
períodoa tentatvadeexplicaÍ
ossentTnentos easemoqões humanas. Osoneto,
tipodecorÌìposição
pÍeferida
dosc ássicos,
rêvela
o deselodeãdaptara expressão
Íca a umaformaquepeÍmta o desenvolvimento deumrãcocínìo conrpleto.
Desenvolvimêntodo tema
NasduasprlmeiraseÍroÍes, o eu ir- Nosonetoa sêquiT, o eu1ÍicoreÍetêsobrêa essênca e oseÍetosdo amor.
.o mosÍa, com as pelqlnÌasqueÌaz, a
nâtufezêconÍadtÓÍia do sent m€fto
amôrÒsÒEm pr ncípo, o amor dever.
serum bom sênlimentô,massúâãçãôé Sc anbr ÌÌão é quaÌ é este sentimertol
mortêl;dev€ra serdoce,masprovôcao
tomeflo de quemse apaxora. LÍns sc é âmoÌì por Deus, que cousa é a túl
A segundãestEíerevea q!e, mesmo Se boâ por que lenr ação morial?
quandoérau iadôdá ntênçãôdôsllêitô
Se má por que é tão doce o seu tormento?
( euado poÌq!erei'),osenumentôamo
rosonão calsaas reaçóesesperadas,
ta-
manhoopoderquetemsobre
Se eu ardo poÌ qreÌer por quc o lamento
aspe$oas
S€ sem quereÌ o ìameDtar quc vaÌ?
Conchsão do râ.io.inio O víâ morte, ó deleitoso mal,
Incapêzdeexpl caÍracô.âimêntêanâ Tanto podes sem meu consentimcnto.
Ìueza do amor o eu lr.o .oncú que
n;o pode recamardos eí€tos do amor E sc cu co intí, se ì Íazão prânteio.
porq!êeEsocoíemcoh o re! consenÌts
mento("se êu conrinloremr:zãô prân A tão coÌÌlrário vento em fÌágil barca,
lero ). Proclra,então,lma imagemque tsü vou poÍ alro-maÌ e sem governo.
po$a def nÍ me horo se! comportamen
tÒ e ãpresenÌa{€como uma bar.a deÍ Ê táo grave de error. de ciêÌìcia é parca
Na út m: esÍoÍê, âdmìe que Ô;o Ío QLìeeu ÌÌìes'no não sei bem o que eu anseio
capazde exprGr o qúe é ô âmór (seu E tremo em pleno estio e aÌdo no inverno-
cofhecmeito é nsuÍicente)n€m de de
íi. fôqúe desejasó consequereconhe- IETRARa-4. lend ú an,r d, P?tnra TÌ âduçãol
cer sê! côúpôrtanênÌô .ontÊd tóno (Íe
Janil ÀÌnìanrrHidd.d. Rio deJanei.o,E{inìn., 1098.p. 63.
mer no lerãô e arderno ivêriô)

Chssicisna125 a
I I Ì E RA T U R A
-

A educação trazpa|ao primero planoa lelÌura,


e oslo-
vensburgueses Ìêemmuito.AsobÍâsdePlatão eAÍistótees,
astragédiasdeÉsquo e Eurípdes,ostratadosdeoÍa1óÍ a de
CÍcero,ã5odesde Horáco,os poernas épicosde HomeÍoe
V rgíliosáo
a gunsdostextoscláss
cosestudados ediscltldos
nasuniveIsidades.

Lnacaoe rmrtâcao
- O conceitode orì9naldadenacriação lteráriaé urna
nvençáo moderna. Durante o RenasciTnento,
osescÍitores F
nvestram na recriação de temascásscose TetoTÌìaram;
lar d n s d a Un leEd adede Pádua, lt éa,
emsuasobras, o princíp o arstotélico
da mimese. Como
tundadaem I545 por Francesco Íoi vistono Capítulo3, Aristóteles
atribuíaà lÌterêtura
a
ÊôôâfedÊAs un veEldadesrccebem funçãode reproduzir oscompoÍtamentos hurnanos,paraqueo seÍh!mãno
í hos dos.oflêrciantesrcos qúe âl pudesse aprendercoma "irntação"(mmese)da realdade
bus.amcuturâ e pre5tÍqio. Gravurâde
1854de autor desconhec do LeonaÍdo da Vinci,en Tratado dapintura,defendequeo artstaé quenì
pr meiropercebe"aquiloqueestáno unveÍsoemêssênc a, pÍesençaou magi
nação".Suafunção,poÍtanto, é reveaÍ essapercepçãopormeo desuasobras.
Parasso,pÍecisafazeraÍÍìehorrepresentação danatureza. Nessesentdo,
o desafo da criaçãoartístca é desenvo ver umalinguagern quefavoÍêça a
comuncacáodaquio queo artçtapercebeu antesdetodos.
!
r Olharracional
parao mundo
PaÍarevelaro queeS!áno unìverso, adotaa razão
o artistado Classicismo
t
comoparâÍfetrode obseÍvação e nterpretacão da realdade.
O ohar racional
desencadea, nalteÍatura,umadascarâcterístcas mas maÍcantesda poesãdo
períodoa tentatvadeexpicaÍossent mentos easemoqões humanas. Osoneto,
tipodecorÌìposçãopÍeferida
dosclássicos,
rêvela
o deselodeadaptara expressão
Íca a umaformaquepeÍmta o desenvolvimento deumracocínìo completo.
De5envolvimêntodo tema
NasduasprlmeiraseÍroÍes, o eu iÍ- Nosonetoa sêquir,o eulÍico reÍetêsobrea essênca e oseÍetosdo amor.
co mosÍa, com as perq!ntasqueÍaz,a
nâtufezacontradtória do sent m€fto
âmôrÒsÒEm pr ncipo, o amor dever.
serum bom sêntimentô,massúâáçãôé Sc anbr ÌÌão é quaÌ é este sentimentol
mortêl;dev€ra serdoce,masprcvôcao
tomeflo de quemse apaxora. LÍns sc é âmoÌì por Deus, que coLsa é a t l
A segundãesÌEíereveaq!e, mesmo Se boâ por que leÌn âção morial?
quandoérsu tadôdá ntênqãôdôsllêitô
Se má por que é tão doce o seÌr tormento?
( euado poÌq!erei'),osenumentôamo
rosonão calsaas reaçóesesperadas,
tã-
manhoopoderquetemsobre
Se eu ardo poÌ qreÌer por quc o lamento
aspe$oas
Se sem querer o ÌameDtar quc vaÌ?
(onchsão do râ.io.inio Ó víâ morte, ó deleitoso mal,
Incapêzdeêxpl câÍracô.â!mê.têânâ Tanto podes sem meu consentimcnto.
ÌuÍezado amor o eu lr.o .oncú que
n;o pode recamardos eí€tos do amor E sc cu co into se ì Íazão prânleio.
porqúêeresocoíem coh o re! consenÌts
mento("se êú conrinloJemr:zãô prân A rão coÌÌlrário venro enì fÌágil bafca,
teio ). Proclra,então,lma imagemque tsü vou poÍ alto-maÌ e scm governo.
po$a def nÍ me horo seLrcomportamen
tÒ e êpresenta{€como uma bar.a det Ê táo grave de error. de ciência é paÌca
Na út m: esÍoÍê, âdmte que Ô;o Ío Que eu 1Ì}eíno não sei bem o qüe eÌr anseio
capazde exprGr o qúe é ô âmór Geu E tremo em pleno estio e ardo no in\.erno-
cofhecmeito é nsuÍicente)n€m de de
íi. foque desejasó consequereconhe- IETRARCA. lend ü an,r d, P.tnr.a T.âduçãol
cersê! cômportanênÌô coniÊd tóflo (Íe
Janil ÀÌnìanrurHidd..l. RiodeJanei.o,E{inìn., Ì998. p.63.
mer no lerãô e arderno .vêriô)

C\òsstosna
125 a
TI TER AT U R A

Na poesia,a tenÌaÌvã de conc ar razãoe sent mento.:oÍuma ser apresenia-


da por rneiodê LrmafigLrrâdê Inguaqernchamadapafadoxo o paradoxo a

ã s s o c á ç ãdoê Ìdél ãs contrãdi tóri .s.
P êtÍaÍca
usaessafg!ra parãdêÍi ni ro âmoÍ:
€ ê é a p Íê s ê n tado como" doce[...]tofmento" ", v va mortê"ê " de e tosoma " .
Mo n e é o c o n l ÍáÍo de v dê QLrando o amor é caracrerrzado
comouma ' ,vvê
ÌÌìorÌe', crìa-sêa contrâdção dÊ déiasqLredef ne Lrrnparãdoxo.
OL rtÍaÍl q u rade I nguãgêm!ti zadaparã.pres€ntari nìagêns ou .arâcÌêís-
t cãs qle se opÕerÍ é a antítese. A d ferençaêntrê ã antít€see o paradoxoé
peqLrena. A antítes€€xpr€ssdÌÌodos d f€renrêsê opostosde cardct€rzarurn
rn e s m oe e rn ento.N o son€1ode P etr.rca,ocorrêuma antítesena oposção
ê n tÍe " c o i s db o ã" e " coi samá nosdoi súti mosvêÍsosddpri m€raestroíe
O s a d j € tv o sb o a e má ndi campo5si bl dadêsopostâsde caracteri zãção do
ã m ô r S e to s se!m parddoxo,o âmor seri aãprêsentâdo como bom e mau,

duasf gLrras
Essas de linqLrãqem
íorarì muitous.daspe os poÊiasdo c ãssrcsmo

r Perspectiva
humanista
OutÍa conseqüência do deselode compreender o mundo é pÍocufar
conheceT a natuTeza hLlmanâ.Esseinteresse se rnanfesta,por ex-omplo,
nosdetalhados esiudosde anatornia realizâdos por p ntorescomo Leonar-
do da V nc . OsgÍandesartistasse pÍeocupêvam erncompreender a rrecâ-
n ca dos rnoviffrentosparasererncapazes de representar o corpohurÌìano
de modo haÍmônico,Tespe tando as re açõesde proporçáoen-
j
tÍe as partese rêveando uÌìa concepção de lle ezaassocacla
è harrnonã e à s rÍìetra.

rìt" u Tendência
a universalidade
A lruscadê novosterrtóf os e ã expansãocoTneTcta
amp am os horizonteshumãnosEfflterrnosespacia s,
o rnundodo Renascrnentoé mu to rÌlaoÍdoqueaqu-o-
lê on o.oo dlo"oeVed" Ou" or"i lorg"."o
os comerciantes,
rnaiofodesejode estudare compre-
enderas paisagens,
os costurnes e as reig õesencon-
r5t0 tradospeo caminhoEmOi /uslaaíát pof exempo, CarÌìóes
revelaesseo har investigador quandocir-
do RênascirÌìento
factefzaos costLrmes Teg ososdosrnaabarese espanta-se
coma possb idadedeumâmesmâ rnuherseÍcorÌìparti
ha-
da poÍ rnas de |]rnhomern

A bêlezada perfeiçãohumana
ì V, Êd qêlorê oarto o ô pê-ooò
que só trravãês sobras,porquee asjá êstavarìdenúo do
: do - b" r" dd N a ê.dédôd p ô. _
" odo.d" " l " .." popo
pressivdãdêdo o har,a representâção m nLrcosadê ve -
".
e.r. Lo.d" o" rèddo do, o.ìLê., | ê. ,o q j ê ê ê
Li i ' d do ooo| oêpêi oo no ^a
dá peÍeição dâ nëtLrreza.

Mchêa.geo,
D arl l 50l 1504,mármore

4126 CAPITULA
A
T I T E RA Ì U R A

BrâuÌenes são os scus reÌigiosos,


\..oÌÌÌe an.go e dc grande preminència:
ObseÌïam os prc.eiroi tão lamosos
Dun que priÌÌiciro pôs Ììonìe à ciê[cia;
Nio matan cousa li\â e, lemerosos,
Das cunes tèrn grandíssimâ abstinència.
t...1
Geüis são âs nìuÌheres, mas somente
PcÌa os dâ geração de serlsmâridos. F
Dìtosa condiç:ro, ditosa serre,
Que Dão sio de ciúÌnes ofeÌìdìdosl
l,stes e olÌtros cosÌumes !ârìanÌcnte
São peÌiis MaÌabaresadÌÌìitidos.
À tcna é grossa em tra|(r, em tudo aquilo
Quc as ondâs podenÌ dar, dâ Chnìa ao Nilo.
[! Brân€n6: scer.loÌesda Èlisiio bÌmdisÌa
?EniÍêncir dnri!ção, elor C]-{\íõtis, r,un Vu d€.OslLri Obú r",q,t!tu
Malaham: hàI anre\ de NÍrìâlai Ìcgiio dr i.dia RiodeJa!eúô:Nor-r ^d6.In:
1988.p. l7l. (Ingnej,nt.
^guilar

ErÌìlugãrde espeÍarqueo conhecirnentodo rnundohe seladadopoí


.
reveaçãodivina,o novoindivíduo obsewar
Ìlrocura a natuÍeza, e
docLrmenlaÍ
ãnãisaro quevê.Essa posturãfazcornqueostextosdo Classlcismo
ganh-^m
umãDeísDectva maisuniversaista.
a
r O resgate
da poesiaclássica
Ospoemãsdo CassicisnogirarÌì
emtoÍnodatemátcaarnorosa (emqueoe!
íricomânfestaurnamof puÍo,deabsoutadevoção à ÍÌìuheÍamada.donade
umabeezâperfeta)oubucóca(erÌìquea natureza écaracterizada
comoespaço
emqLrea harnona, â s mpicdadee o equlíbrosãoexpÌessãodefelicdade).A
poesiaépca,qle exaltavê
osfertoshefócos,tambénìé retomada.ErnPoÌÌuga,
surgeo maiorpoemaépicodalínguaportuguesa:Os/uiladas,
deLuísdeCamôes
Outrostemasexplorados serãoextÍaídosdapoesiade Horáco (65-8a.C.),
grandepoetalat no. DestacarÌì-se
o carpedleme as Íefexóesa respeto do
mpactoda passaqern do temposobreo serhumanoe a natuTeza.

A origemdo calpedíem
Corìot€ma teráro, o cãrpedÈm Não indogues,Leuaínoe
à Í losofa de vidaque
Íaz referência Não indagr.s, Lcucónoe, ímpio é sabcÌ:
recomenda aprove taÍ rntensamente a duração daúda
o monìentopr€s-ênte, da luventldê, que os deusesdccidiÌam concedeÌjìos,
porqueofut!Íotrará a velhce,ã dê- nen consuÌtesos asüosbrbiÌônios:
cr€ptud€e a morte Essa êxprêssão, elhor é suporGr
"cantaro
quesignìfi.a dja",fo util- Ludoo qDe à.onrecer
zadapea pr mêra vêzem um poe- t...1
mêde HoÍá.1o. EnqÌDnto ÒnÌdsâmd,
Ufr Inpìo: ( n! .
Ìoge o rcmpo
'nveloso. acreditmdo
Desfrurao.lia de hoje le*dml,
o mínìmo possível no ãmmhi.
:E.OÍ|-i.alO. I'úsia g.Ca e tanú, Tradncão: léÌicles EügêniÒdâ
snvâRamos.Sãorauìo: Cdnix, 196.1. p. Ì85. (Frâgmenro).

classi.isna127 a
I.ÍIERAÏURÀ

A naturezã
comoexpressão de beleza,harmonÌae equilíbrotambéÍÌìé
lÍeqüenternente
usadacornoteTrnode comparaçãoparaa beezafemn na
ou comoparãmetro paraosSentÍÌìentoshumanos.
Veremoç,mas adante,comotodosêsses temasaparecem nâpoesa lÍricâ
de Luísde Camões.

r Linguagem
e formas
Ossonetos dePetrarcamostrarn uÍlìnovomododetrataratemática amorc-
sa,eÍÌìvoqanaltáliadesdeo sécuo Xll e chamãdode " doceestilonovo" (doce,
porqueospoetãs consderãvãm osversos dedezsílabas maismusica s queosde .â
sete).Essetratamento é bemd ferentedavlsãoidealizada adotadãnoTrovado
rsrno,urÌìavezque procurareinteÍpÍetaÍ o arÌìofa paftirde lrna perspectiva
rÌìais dáaospoemas
rãcionaleflosóÍica.lsso urÌìtoÍlìmas indaqãdore anaÍtco,
coÍÌìonosoneto"SeamoÍnãoé, qualéestesentimento?". A nguagem, mar-
cadapelousodeantÍteses e paradoxos,refleteessamudança deperspectiva
A nf uênciagrecoat nãtambémsemanïêstano reapafec mentoda ode
e da eÌegâ, rnaso sonetocontinuasendoa ÍoÍrÌìapoétlcapredorninante. lá
osversos de dezsílabas métÍicas(decassílabos),chaÍÌìadosde medidanova,
substituem a preferência
medieval e huTnanista pelosveÍsosde setee cinco
ílabasnrétrcãs(redondi has),denominados medidavelhâ. q

Quandormsônica do tempoquepassou
/Vestesoneto.Shêkespearc Íeflete sobre(amo
a helezaé registrudapela!íteratuft.

Qumdo na crônica do tempo quc passorr


Eu Ìeio lls des(rições dos seresmais forÌÌÌosos
E as lelhÀs Ìimâ-sque a beleza eÌnbelezou
Para Ìoular ou damas ou vaÌões gìrbosos,
Vejo que no meÌhor da doce fornÌosum.
Em mão ou pé, em lábio ou frontc, ot num olhar,
Um.Ì beÌeza t:ìÌ como a qÌre eìÌÌ ti tüÌgura
Foi o que apena antiga aìnbicionou mostrar.
,dssim,todo o louvor é apenas pre.Ìição
Do nosso teDpo, pois tão só .e pÌefÌgura,
E como o antigo olhar foi só divinação,
Não pôde lerãniar seÌÌ \eÌso à tua aliura.
Mas nós. os \&os, que podeÌÌÌos te adrÌÌiraì:
Não temos Ìíngua qÌre te poss.r.elebÌar.

SHAAISPEARE, 1\riUiarì. .!D.ioJ.


TrãduÇão:PéÍi.les EÌÌgêrìo da SilÌa tl.rtros.
Riô de.lâneno:Ediouro.p. 10?.

.12A CA IULAA
L I Ì E RA T U N A

V
Qual é o âssuntodo soneto?
:, Qualé a imagemde mulherapresentâda no poema?
I Essaimagemdetermina
o sentirnentodo
eu ír co em Íelaçãoà suaama
da?Porquê?
Comopodeserinterpretãdooveíso"Foioqueapenaantigaâmbi-

4. Comopoderiaser câracterizado
o ripo de amor que essâmulher
despeÍtano eu lkico?
r Dequêformaa mânìfestação
desseamor ndicaa f iaçãodo sonetode
s lolê oFdreao.o.\c(.o

5. Compareas inïormaçõesreferentesà produçãoariGticaâpresenta-


dasna linhado têmpo destecãpítulocom âsda linhado tempo do
capítuloânteÍior.
r Drscltacornseuscoegãs:o terrno"Renãscrmento" traduzo pÍocesso
de tÍansformaçãoocorridona EuropaduÍanteo sécuo )0/? Porquê?

O Classicismo
em Portugal
Os reisportuguesescomeçaram a lançarsuascaravelas ernltuscacle
novasterrase novasTotasmarítrnasaindano sécLr o XV lmpuls onados
peo desejo deacurnu ar r quezas,pea sedução daaventura, pelomistéÌio
: queceÍcava a Ínagem quetinhamde ugêres d stantes e, pÍ ncipalmente,
pea necessidadede se Ìvfãrem da dependênc a dos ÍÌìercadoÍesvênezia
:
nospaTaconsegu I asespec arastão valorlzãdas pe
e apÍecêdas a corte,
seumaioÍdesejo eradescobÍ r o carninhomarítimo paraasÍndase parao
Extremo Oriente.
O sécuo XVIencontÍaPortugalÍeaizandoas grandesnãvegaçÕes, que
; cruzavamooceanoAtántcoeiam,aospoucos,arnplandoo mpérioustano
É nessecontextocJeprosper
ultramaÍino. dadeeconônìrca queo Classicismo
chegaao país.

r Francisco
de 5áde Miranda:
entreo passadoe o presente
AvotadopoetaFÍãnciscode SádeMirênda daltália, em1526,éconside,
radao momentonicialdo Classicismo em Portuga. A irnportânca de sua
v agenìé muto 9Íande,porquefo naltá iaqueSáde N,4iranda, educado com
umêmenÌaldade medieva, entÍouemcontato corÌìa visãohumanÌsta e com
as novações do peÍíodo,pr ncipamentea partÍ da e turada obra
literárias
de Petrarcâ.TântosLra formação rnedievalquantoasnovasidéasrenascentis-
tasterãoexpreçsão emsuâobÍa.
Inspiradono mestre ìtaliano, a utlzaÍ as Íormêspoétcas
eleconìeçoì.r
característicasdo Clãssc smo,inovando a cenaliterárlaportuguesa, quea n-
da cultivavaestruturas típcêsda poesa medìeva .
ljsouâ medidanovae a velhaemseuspoemas, que,peostemasaborda-
dos,tarnbémreveaÌì una facevotadaparao passado e outraparao presen
te. Quandofazo elogo davidarústcâe defendêa preservação da I beÍdade
ndvdua, assume um pedl renascentistã.Quãndocrtcê os costumes, ã
ambição provocada peloouroe a corrupçãomorâ1, mostíasuáfacemãiscon
seÍvaooÍa e moTa tsra.

Ciarslcfmo 129 I
TI I ER AÌU R A

r Camões: cantorde umaépoca


'')
e de um povo
í LuísVaz
deCamõeséconsderado urndosmaioÍespoetas
da ínguaportu-
guesa.Emsuavastaobra,irnortazo! asgórasde seupovo,regstroude
modosublmeos sofÍimentosarnorosos,ndagousobreas nconstâncias
e
- inceftezas
dêvidã.
r
OsIusíadas:reinvenção
épica
I
da História
de Portugal F
{
ii Comose viu no Capítulo3, Os /usladarsãoumaepopéa de lmrtâção,
porqueseguem o rnodeo estabeecido,naAnt güidade,
peospoerÌìas horné
rcos Quando Camões pLrbjcousuâepopéia,cumpÍiua função deÍelembrar
a gÍandosidade portug!esa, já emdecadência
naquee rnomento.
cãmõesem retÍatode aútoÍ a ComohomerÌì d-Âseuter.po,Camõesfaz
ernOs/uslãdas urnacritÌcaexplí-
escônriecda,
sé.uloXV. cta à cobçae à t Íaniano epsódo doVeho do Restelo(CantoV).O veho,
aoprotestarcontraasgrandes navegaçóes
no rnornentoda parldadaesqua-
d ' " d " v è s L oo d -" r d. d.i ,l " ro oue o oo!o ê queì na\ê9d ê | or,ê. ô1.
"
quantoo rêie a buÍgues a dividementres os Lrcros.
Assm,aomesmo ìempoqueglorficou osfeitosherócosdenavegadores
e I gurash sÌóricâs
portuguesas,
o poetacritcouaqueles quefoÍarntorÌìados
pea sedede podeídes.nedido

A estruturade Oslusladat
A estrutura:
dlvd doenìdêzCantos
qlrêapresentarn,
noÌotât,1.102êírofes
organizadas enìoitavã| ma(ABABABCC)-tambénì conhecda comoolÌavareâl
ê quepertazem 8.816versos,
rodosdecâssílabos.
O têmâ cantar"a g óra do povonavegador porÌuguès',
e a meÍnóÌadosres
qrê "forãnìdlatêndo a Fé,o nìpero".
O hêrói: o navegêdoÍ Vasco
da GânìaA eit!Ía do poema,poÍém,íeveldtam
bêmo caráteÍheróicodo povolLsitano.
A divisãodosCantos
Proposlção: trã1a-sê
da ápÍesentaçâodo poenìa,
coma dentficãção do ternae
do herói(constÌuÍdãpêlastrêspr merãsêírofesdo Canro).
/nyocação: o poetaped€àsrììusâsque hêdêeÍrì" um enq€n " e " um
hoardenr-"
5oína to e subimado"(eíroles4 ê 5 do Canto) Nocasode CamÕ€s, asmusâs
escolhdassãoasTáqd€s,n nfasdo ío Telo,q!ê coÍtaã cidadede Lsboa.
Dedrcató'a:o poetadedcao poemaa D.sêbastáo, Íelde Poiruqaquandoo
poemafo publìcado (estroÍes
6 a 18do Canto,.
ruarãção: d€senvolvmentodo ternê,coÍno realo dosepisódosda vidgemde
Vascodã Gamae coma reconsttu çãoda histórapêssada dosres portug!€ses
(nica na êÍÍofe 19 do Canto e teminana eíroÍe 144do CantoX)
ÉpllogoêncêrraÍnênto do poenìaO poêtapedeàsnìusas quecaêm a vozdê
sualÌa, poissêêncontra deslLrdidocornLrmapátriaquejá nâomerccerersuas
g óriaslouvadas (êstrofes
145e 156do CãntoX)

A poesialíricacamoniana
Camões domnoucomexceênca várasJormas do gêneÍoíÍico.Escreveu
sonetos,odes,éclogãs
e e egas.Usou,com rnaestr
a, os rnetroscaractefísti-
cosda rnedidavehae da nova.ErntodasasÍorTnas
poéticas,o poetaporÌu-
guêsdexoua marca desuagenialdade

| 13O CAP:|ULAS
LITERA T U R A

Ospoemasda medidavelha
As Íedondlhascamonanaseranìcornpostas geÍâmentede um mote
queconstituíam
urnâou mêi5estÍoÍes voltasou glosôs
ao mote.

[laíta a canüga aíh eia


Naíont. esÍtíLianot
Lataì da a talha . nÌ.ran do, t
Às an4as Tttgunnnao: M o t e : m o t v ó n . i a l Í Ò m e cd o p o r â
qlem o!, como ocôre .ênâ rcdô.
ItisÍ.t li o ne11an|r? d ha, tomado empresladode únâ
.ânt 9a e5crtaporouÍo poeta opo
Po s i o o fenúD enro.el c. €14tem lberdadepararepetir,nasvo-
lÌrÌquc r tLrilo o aÌÌior obrisr. Ìas,versospre5enÌes no flôte ôu s m
p e s m e n t e x p o r a r a d é a b á s caq u - "
( lrDla\x. nÌrs a cantiga e e dês€nvolveCamóesadotaos dos
I r ú ' s usl rnospoÌ cl c.
Ni\ro c\talx LiaDor
o \eu dcs(jo c!:jatrando,
E ;\s amigas pelgunumcìc,:
\iisres lá o meu amor?

() Ìosto írbr. rìa Ììììo.


Os o l Ììos ì!r .l ì,!r pÌ.gxdos.
(l u . d o.horar j i .rnsi dos.
!
\lqum .Ìes.rnso Ìhc .lno.

S u l l J c Di Ì..Ìi iqnando cm quan.l o Voltâs (ou glosãs):o têmê deínidô


n o m o t e é d e s e n v o l i d ô c ê mõ e s
S u r d o Ì: c, cnÌ si tdrÌando.
m:ntém presenteo mote peâ reto
NIxii prsacìascnlc r .loÌ: m ê d ad ã d é i ad o . h o r o e d a s p e È
quntas íetas por Liânorpãràdesco
-
Nio .Ìeita dos oìhos ágna b Í r o p ê r â d ê Í od ê s ê ua m ê d o
Que nli:, q',r. que iLdoÌ se irbÌand.
p'r'que. erÌì rìÌágoa graÌÌdc
^DoÌ:
Se.i as lágrimas I nráqor
D c l s l p oi s Ítue de seu amor
Soubc novas pcrgurÌtanclo.
Dc nnproliso r !i (ÌÌoÌaÌÌ.Ìo
OÌhri quc c\trdnos.Ì( .1.Ì:

CìÀ\ÍOljS, Lui3 \iz d.. í)rra drry'rrr.


Rio deJaneiro:No!.Aguiìal 19ss.

Alémdamétricauti zada,um outroêspectotíp co dasredondihascâmo


n anasé o tratarÌentodadoao temâdo amoÍ.Nelas,o poetareproduzumâ
na quagerÌìedieva
visãoJerr]in sobreasdoresde amor,revelandonfuênciâ
dascantgâ9dearnigo.

Sonetos:domínioabsolutoda medidanova
Ossonetos sãoa pariemas conhecdã dalíricacarÌìoniana.
Essaformapoéti
caperrntia aopoetatrataÍdemodorÌìaisrâconalalguns deseustemasprefer-
dos:o desconcerto
do Ílìundo,asmudanças constantes,o sofrnìentoamoÍoso.

Ciass/trimo
131 I
I I T ER Aï U N A
-

do mundo
O desconceÉo
Nossonetos quetratamdesse tema,CaTnões procura demonstÍarqueaquilo
queé observado nãocorresponde necessariamente o quepodêlevar
à Íealidade,
aoeouívoco lncaoazdecorÌìoreendeÍ o ouedesencadeia
o desconcerto
domun-
do,o eu íricopÍocuÍa
analisáo raconalmente paÍadentficaruÍÌìparârnetro
que
possa adotarparaorientarseucornportamento.comoabasedodesconcerto -Áa
fata delógca,a anáiseÍracassae o Íesultado
ésernpÍeo sofrimento
doeu íÍco.

Correm tun'as as águasdestc o,


Qre asdo céu e asdo monte asentuÌbaràn;
os camposÍ]o.elslcidos sesecaratnì
IÌÌüâlár€1sefèz o vale.e frio.
PâssoÌro Verào, passouo ârdeDte Estio;
lJas cousaspor ours se tÌ ocârmr
Os femeÌÌti.los Fadosjá deixaram
Do mundo o regimcnto ou deslairìo.

TeD o iempo sua ordeÌÌìjá sabidai


O mrÌndo ÌÌãoj Ìnas anda tão confÌNo,
qÌe parece que deÌc Deus se esque.e.
Lü n"-t*, ai,,*-.
FmdLidos: cngdosos, ilnsórios Càsos,opiÌrìão, naturâ e uso
Fuem que nos paÌ eça cÌesta\ida
Que rão há nela nÌais que o que parece.
CANÍOES,Ì,üí \Lr de. orz .,t$&ra Rio .t€JaneiÌo: No€ Aguild, 1988.

As mudanças (onstantes
O m!ndoâpresentado poÍ CamÕes é d nãmico.
Assim,seThumanoe natu- :
Íezaestãosuleitosa constantesmodificações.
Porénì.enquantoasmudanças
a
da naÌureza seguernum ritmoprevisível
(asucessão do êno,por
dasestações
exernplo), peaspessoas
assoÍridas nãoseguem uma"le " natuÍal,o quepode
tÍazertÍstezae sofrmenÌo.Leiaseumas conhecidosonelosobreesseterna.

MLdJm ce oc rempo' . mudám ' e a. \.n r!d, ..


Nluda-seo ser muda-se a confÌançai
Todo o Mundo é composto de mucì.mça,
ToÌÌìando sempre nolas qÌDÌidades.

ContinuaÌìente vernos novidadcs,


DifèreÌìtes em ÍÌdo da espcrànça;
Do mal ficam ãs nÌáÍjoas n.Ì ÌembraÌça,
Ì1do bem (se aÌgunÌ houvc...) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


quejá cobeno foi de nele Íiiâ,
È eü mjlml coDverte em choro o docc canto.

E, afoü cste mudar se cada dìa,


Outra mudaÌìça fü de mor espanro.
Que não se mudajá como soía.

-[! so;u,.*n'-^" (] MoEs, Luis\'r íl€. O&uD,r&ra. Rio deJaeiro: Non Aguiìãr,Ì988.

a 132 CAPÍULA
I
t ITERATU
RA /

O eu ír cofa a dasucessão
dâsêstaçóes comoalgoesperado:a pr mavera
sucedeo inveÍno ("Otempocobreo chãodeverdemanto/quelá cobertofoi
denevefÍia"),anoapósano.Pâra e e,contudo,a passagem
dotempotrazas
saudades dasenìbranças boaçe o sofrimentoprovocado
peasmás("domal
Ícamasmágoas nalembÍança,/e do bern,seãgum houve,
assaudades').É
por ssoquee a serásernpremotivode dor

O soÍrimêntoâmoÍoso
A íricaamorosa camon anareíeteoconfltoentfe oarnofrnatefa(pÍofa-
no,rnanifestação dosdesejosdacaTne)e o arnoridealzado (puÍo,espiÍitua
i-
zado),capaz deconduzir o Ìndviduoà reaização p ena.Quando o sentmen-
t
to arnorosoé a expÍessão
deun-ìdesejo, a mulheré cãracterzadacomoirÌìpe
dosa,cÍuel,a guémquesesatisfaz como sofÍirnento dãqLlelequea arnâ.
Quando o sent mento amoÍoso é tfatadode modoraãisesprituazado,a
Molrér,de M chean qeo, 151: - 1515
PaÌaos neôplâtô..ôs, o colponãoé um rnuheré apresentada de manera deaizada,exempo da peÍfeição absoluta,
€í exodo divnÒ,masdâ Íôrçâdâ ã ma culaconterìrplacãoé sufc enteparapurJlcaro eu íf co A caÍacterizaçáoca-
hlmana.A maneúacomoMi.hêangeô rnonianadesse arÌìor
espirtualzado,oposto a umsentimento rÌìas profano,
Épesefta em Molsé5lma intensa repÍoduzumavisáof osóficaresgatada da Antiqüidade e redefnidano Re'
êspritua dadeeÍorçaaÍavésde um.orpô
dê enôme5proporçÕes é Esutado dà nascmento:o neoplatonismo.
nJ!êiciâ dô neopatorismoem suaobra.

@
S"gJ r do P t d o . o v - d " o " I nê o. rod- dô p .iÌ. d. o !
humano, perrn tindoqueee sedêsprenda
dasÍealldades
usóriasecontempeo
beo erns , o mufdodasessêncìasComoesseamoré som€nteuma déa, náo
oL a r ' r d - d l l d ( d o I s r . o . . o o . - . 1 | | ê . r d o o i o e a . o d d a o . a r r . Ê n r o o - 1 o o\o
odr o. o - drddodeplatónkà
NoRenâsc rnento,alqunsfósofosprocurarara
conc aro amorplatónico conìos
valores
crlstãos.
Segundo v. ores,todoprocesso
esses de pu ficaçãodeveapÍoxi
maro lndìvídlro
deDêus.Dâfusãodessas duasvsóessurge, entáo,o neoplatonis-
,'Ììa'o.r.oeàro roooÊdli-âo.o ê | aooesetè ea açèo,d.adl.
bertandoo serhuÍnano daesúêvdãodosdeselose âpnrxmando-o dê Dêus.

Amoï e sero
A.r.' ;, ri. ìô <. \ u ê
lHb"u
\, ,n' ; ì ||tu .liô - \(\, ( iu\ariu
r\nor é dnino Sexô é âninìaì
ÀDor é bosa no!ã Sexo é.à.nâvàl
t...1
ÀÌnor scm sexo é amizadc
Sero seÌnaÌnor é \ór1àde
ÀDor C um Sexo é doìs

L!lj, tuúi C"{R\ÌAlì{o, Roberoj.lAl]oR, ÀÌì do. AÌror è sciÒ.Ìdé|Pf.L:


Rih Lc.. I!: rUIt ao,,aolìr, r,a 2004.Riod..janci.o:LìÍI Nrüi.. (IngrenÌo).
:l
ïÉ
Rta Leeapresenta, n€ssacdnção,várasdeÍ n çÕesparaamor e sexo DscutdcoÌÌì
ï seuscoleqasessadistnçãoentrêos doistermosdefinidospodercpresentaÍ a visão
t, coftemporân€a da d ferençaenÌrêo amoÍ platônco e o arnorpÍoÍdno?Justifq ue. .-
4,,u,.,"",,,,u,,"n,,uo,,,,u,,,,.u*u,.

C/a55rcismo
133 I
L I TER AT U R A
-

O sonetoa segur LLrstÍa berÌìastranslolmacóes que o amoÍ neopatÔnco


desencade a no indvídLlo,evando-o a perdeÍa própriaidentidade
e a alcan
çar a un ão espirtuaplena coÍf o ser arìado

O eu lirico abreo soneÌo.oú úmatese Tr.ìrsforma sc o ruÌìâdóf na cousa xnÌxdn,


queseráa basedo racôcíno desenvo !-
do no Ìeito se qlem ama lamado, ãl Pof \,ìfirÌe .lo muiÌo imagitÌar:
.ançalma denÌÍcaçãototã côn o s€r Náo rcÌÌlÌo,1ogo, mais quc descjat
êmado,náopodedeselãr nâ s iadê, por
qu€lá Íaz cof5go tldo o que qler O Pois dn ÌÍitrÌl ieìÌho r pàte dcscjada.
proce$odeÍàníômâqáo é desenca.lea
do peo "mutô magnàf Ìrata{€, FoÉ Se neÌa cstá mìnha alnlL tÌ.ìÌÌsfòÌnÌada.
Ìãnrô,deum prc.ersoamorosoem qúeo
êr Íl.o va perdendosuadentidàdêêse Q,k nÌais deseja o coÌ?o rle alcançar?
''modando à formaperfeitâda amada a m ! h e ra m a d ãé . ã r a . t e r-
Em si somente po.Ìc .lcsc:rnsar,
Poìs consigo âÌ aÌÌÌa elrá lia.Ì:1. s e md € l s a ( i . d à e p u r ã )L t l a
perÍeeãôéprópradaesiêrâdas
Na5eqlndaenroÍe,a leseé retomada:a e55ên.a5PoÌ ssoe â * màn-
rraníormaç;odâ ã mà (€tpirto)deve.pn Nhs esta lin.Ìr c pufâ ieìÌri.Ìóia, Íeía no pensaÍrênLo do e! ÍL
GÌ o deselodô côrpo(matéra) como ó .o .omo idélâ {resqat€do
dúã5àlÍrã! quê 5e aúam enão gadae,Ò Que, conìo o rcideÌìre em seu sujeiro.
.on.eto patôn.o) e taz com
.iesetocârnadelxèdeser mportà.tè ,d\si|11Ìlcom a alÌnà minhr sc .ontorma, q u ee e , n s p r a d op o r ! m a m Ôf
t.mb€m púro e ÍanÍorfrâdot
Eíá no pensmeüLo como idéir: úóldê sêa e$ãtormas mplete
p€rfetè E o Íh do pÌo.essod€ ì
lll o fi\o c puÌo aDn' de quc sou f;ito, prr Í1.ãçãôamorosaq!,ê.ãrâ.
Como a ÌÌìrÉria simpÌes brÌscã a fòrnÌâ.
(
[E Liada:r.n]a, ÌLtrdx "L\ÍOI S. Luis \t dc. a)rm /r,/,rtr. j
Ri. dej"rciÌo: Nou AgriÌrrr 1988.

OsversosdeCamóes permanecem
vivos compoetas
ãtéhole,dlaogando
que
de épocasd ferentes vão buscãr,
no mestÍeportuguês, para l
nspiração
seustexros
.j u
' fi
I

M ObseÍveatentâmenteã imageÍnabaixopâra responderasqLle5-


tõesde1a3.
:

!;i
E

I . anó, Anú sèg?da -" ptôíãnÒ,

.134 CAPIIULA
A
LITERAT U R A
-
V
1, Descrevaos êlementosque compôemã cena re- AssilÌn] {Ìuc a \icÌa e alma e esperança,
presentadano quadroÁmor sagradoe proíano, E üdo quanto tcnho, tlrdo é lossii
do pintor renascentistaïciano. E o prorcito Ílisso eu só o lero.
r QueÍela(áovocêpercebeentreo tÍtu o do quadÍo
e a cenaneeapresentada? JustíÌque
suaresposta. Porquc é Ldanhabem aventuÌança
O dar-r'osquanto tenho e quanto posso.
2. A criançaque brincacom a água da fonte, êntre
Quc, qüanto uÌais vos pago, mais l'os de1'o.
asduasmulheres, é umarepresentação de Cupì-
do. Observe a posição
centralqueocupano qua- Ci\NIOÈs, Lnis Ìz de. Or,r.@l&Ía.
dro. o que ele podesimbolizarna pintura? Rü de]rnei.o: No$ 2003.p.29õ.
^guiìrr,
3. O tema dessequadro revelaa inÍluênciados ide-
aisestéticosque marcaíâmâ épocâem queTicia 4. Comoa mulhêramadãé caracterizadã no sone-
no viveu?Porquê? to?Eoeulírico?
I O texto a seguir reÍere-seàs questõesde 4 a 7, I EssacaÍacÌeÍzêçáoda rnulheícoÍespondea uma
ided zação?Porquê?

Quanaê, Smhora, r A magemde Ínu her presente no poemãpodeser


consdeÍâdãtÍpicado C asscsnìo?Expqlre
claro e tnanrlesto 5. Qual é o raciocínio pelo eu lirico
desenvolvido
paraexplicãrseus5enlimenÍosna5duaspíimei-
/Vesteioneto, o eu lítíco expressa Íâs estrofesdo soneto?
seussertimenÍos pela mulher amada. ReleÌâ.
"A-ssi [rÌÌ] que a üda c alma e espcrançâ,
E tlido qrHnto tenho, tudo é vosso;
QüenÌ\ê, senhom, cÌaroe ma1ìifesto Ìt o l,nüita dìssaeu sóo huo."
O lindo serde lossosolhosbelos,
SeÌÌão perder a vistasó cnÌ vêlos, t Qua seráo "proveito"queteráo eu líÍ co?
! r Expque por queessaatitudedo eu írco expressâ
J á x i. paga, , q u r d r\ r à \,6 \0 g c \to . r-
umavisão de amoÍcaÍacteríst
cado neoplatonismo.
tsstenÌe parecinpreço h{rDesto;
Ntaseü, por de lantâgeÌÌÌmerecêìos, 7. Considerando o temà desenvolvido
no sonêto,â
qual dasvisõesde amor representadas no quã-
Dei maisavida e alÍÌa por querê-los,
dro de ï( ianoelepoderiàserassociado?
Porquê?
Dondejá me não Ècamâisde resro.

Imitar os Artig-os supunlÌa opor-se à Ìinguageü nÌde, às formas


MãriaHelenaRibeiro
da indisciplinadase ao cünho popuÌâr'da poesiâúedievaÌ. SupuÌìha I
Cunhaé pÍofessora
docuÍsode prìncipalmentc imitaÌ a perfeição dos nìodclos, dos pâradigmas,
Lelrasda UniveÍsdadede São
Pêuloe dedicasua p€squisaao dastormà.j, dasirÌìagcDse dos proccssosclássìcos.
eíudo da Poesiêcamoniand. CUNIad Ma ú HeÈna Riben o di. PreÌimnraìÌs. In: ,.1,iaa |uú l,otugu5a M pallntiaa:
Plrblco!, em 1989,suatesede cìa$i.úmo/B"roco/Ar.2disnÒ são prulo: ,{tl:L\, I 993. Í 2, p. Ì 9. (Fr:\ínêrio) .
livre-docênca A d/â/ér,i.adó
úrerqo êm Camôêr, pe a Explique
lmprensaNaciona/Casada Redijàum parágrâÍodemonírando como a llteraturâdo Renasci-
Moedã,de Poarúga . mento desenvolveu-se a pâÍtir do resgatede modelosda Antigüidade.
Antesde desenvolver seupârágrãfo,sugêrimosasseguìntesetapâs.
. CaÍâcterize,resumrdamente, as formase os temas9Íeco-latinos
TecoÍentesna iÌeÍaturado ClassicisÍÍìo.
r Expique,com baseem a gum sonetocamonlãno, por quea ãdoçãode
umafoÍmdíixafavoÍeciã o desenvolvimento de umavisãomaisracional,
ca do peíodo
caracterÍst

135 I
Ciass/trsmo
Classicismo

H a n sB a d u n g - G r e n , Áí5r è J
ì.la.|es.la nu lher e â noft e,
I 5 1 0 O q u a d @r Ê g r s t roês
êÍeÌôs dâ pãsagemdo tempo.

Um tema clássico
A poesa íf cagreganauguro!, naAntgüdade,êlguns coÍÌìoa m
ternas,
potênciêdossereshuÍìranos dlantedosdeuses, os efetosda passagerÌì
do
tempoe a mportánc a de vver o momentopÍesente. A questãodo rrÌìpacto
do temposobrea natureza e os indivíduos
seráretoTnadamultasvezesao
longodossécuos O prirììeIo á retomaressetemafo Horáclo,queanalisoua
íugacidadedotempoe a lnêvltáve subrnissão
hurnanaà moíte.

Como, àr,eìozpassagernclosanos, os bos.ltÌcsmrÌdâÌn de toÌhas,


quc as ânügâs\'áo caindo, assiìÌìperece ageração\dha de pala\rff
c. tal como âjì.NenhÌdc, fÌoÌejam. riçosrÌs,âs nascediças.SonÌosrtm
haver da morre, nós c o que é nosso.

HORICIO.Ate Pôén.a€pìÍuìr id lGonet.


\n: A lhana Ltt^riü7.e.l SãorrnÌ., (ìnlnx, Ì9!ì7.(Ingmenlr.

a 136 caPiruLoï
ParaHoráco, todasascosaspassarÌì. asfolhase aspalavras,
Assimcon-ìo
ossereshumanos à mpãcávepassagêm
nãoescaparão quetraz
do ten-rpo,
consgo a vetnceê a morÌe

Shakespeare
relê a temáticahoraciana
Duranteo Renascmento,Shakespeare tratouda passagem
do tempoem
várossonetos,
rÌìostrando
a vitâldadedo terna.

Se os homens seì quc coÌno as pÌnntas a.rborescem


E o céü que lhes dá aplauso é o céü que os lem vararl
t...1
Enlão, pensândo ncssaiÌÌsrá\'elpernranência,
NlaisjoÌeÌn eu te 1€jo, mor à miÌÌha frente,
F-h." a qI, i -r ,, Terpu. uu\:l d,, J D p, r.l À a,
".
NhÌdar tcujolcm dia enì noite desÌuzcÌÌtc.
l : tr. ri , | !a, rJ.., -pn er l rcn n:
" -or ' ìe
QÌÌanto eÌe en ú siìpÌime. é qumto te ãcrescento.
SIiqlGSlE^RE. I{iÌliãm SrnrrÀ.Tradução:PéÍi.ì--s
Eügênü{tr sìn?Ranos.Rjode.Jareno: E.üìÌr.. p 40.(Frrgnerb)

Navisãode Shakespeare, o destinoda belezaé desapafecercomo coíeÍ


1 dosanos.Paraevitarque ssoaconteça coma amada,decde mortaizá-lapor
meo deselsversos. Essa lormadeenfrentaÍ a decadênc a humanaé tíoicada
Nea, a arteé mlmese(lrìrjtação)
visãorenascentista. -o, recÍiaÍlterararììen-
ao
te a natureza
e adotá-a comoteTmode cofflparação pafaa beezafemnina,
estabeecesuaadocãocorÌìomodelode beloabsoluto.

Da GréciaAntiea ao Brasil do séculoXVIII


I No sécLrloXV | , os temasclássicos
renascern com poetâsáfcades,comoTo-
másAntônio Gonzaqa, anlot de Marílidde Dirceu.Ërauma de suas ifasÍfa s
conhecdas,o eu Ír co deíendea necessidade de os arfantesaprovetarem o
p eíenê. .á quêê i I po ."ldel" d"\aodo ô-.ìpo\ob.êd pê.od.

.-'
È OÌnemos ìossas testascom asflorcs,
I c façâmos dc Ítno um bünaÌo Ìcito:
Ì preììdano-ÌÌos. NÍaúlia, em Ìaço cstrcito,
gozemos do pràzer de sãosâÌnores.
\
Sobre as nossâscabeças,
seÌÌì que o posia!Ì deterì o tenìpo corre;
e pan nos o rempo, que se passai
também. NÍarília, moffe.

GO\Z^CA, Tomás Müilìo t1!DiÍtu è aii ptusit. üsb.a:


-{ntôriÒ
I ir.na 5á da Cosia !.ho.a,1982 p.38. (F.rgmennt.

GôvanBarbêrid€tto i 6 uer.fo, ,4rcádla,


. 1620.O€osobretea,
82 :91 .m. O cíârionaspnturasdo5éc!oX'/l a ertava a pâ$êgem
sol,re
dotempo,a cene2a dâmortee a fecess ô pÉsente.
dadedeaprovêitãr

C/arsrt/smo
137 I
.l,ti:l*
,t.li;ii

Poronovegor
Jfl
http://p ênetã.teía.com.brlarte/mu ndoantigo/vnci/
site com dados biográíicossobre Leonardodê Vinc, lníorma
ç ô e ss o b reo c o n te x toh i s tó rkoem quevi veuesobreo R enã(i men
to- Destaquepôrâ ãs imagensde seusquadros,projetosde arquite-
turã, êstudoscientíficose desenhosd€ engenharà.
httpi//wwry.univetsaLpt È
5ite com vêrbetesenciclopédicos sobre Literaturaportuguesae
l . o rm -" i o d os íe ma de buscaé po$ível acessar
u n i v e l s aP um verbê'
tê sobrêo Renascimento.
http://educatetrã.teía.corn,br/voltaire/cu tura/2002/05/06/004-htm
slte com nformãçóessobreo.ontêxto histór.o renâs.entstae
sobÍêa produçãôarÌGtl(âde$e período.
http://www inst tuto camoes.pt
5ite com dêdos biográflcos de CamÕes,apresenta!ão de Os
/.rsladasnê íntegra,ãlém de inÍoímaçÕessobrea vida e a obra do

h ttp /w V W.mu n d o c u l tu ra,com.br


Sitecom bibliotècâo. /lne,ãnálisesliteráriaseverbetesen.iclo-
pédkos.Destãquepãra as lnfofma!õestobre Pelrarca,que podem
sêr acessadãs por melo do sistenìade buscado rite.
j

e pesquisor
PoroLer fu
. A arte da renascença ltaliana,Kônemènn Fort,2000
Llvfo que Íornece unr quadro gêrãl e bastanteabrângenteda
R ê n " { " .\" , Ìo ,rrd n d o L o Ìo se dê êrvol vedn ds p' i acpèi sèreas
ãrtístlcasdo Renascimento (a arquiÌetura,ã es(ulturê,a plntura e o
I
s ê mai ôrdestaque.
d e s e n h oe) s e u sa rti s ta d
. Po e s i a ./ã s s i cdae,F ra i .s c oM ã. e S l l ve
ra.5ãoP a!o G obà. 1998
Antologia dos poêmase ãutoresmãissiqniíicatlvosda literatura
poÍtuguesano períodoclá$ko. Destêqueparêa parte introdutória,
c o mi n Ío rma ç õ esso b rea so r l gensdocl ãsi ci smoemP ortugal e5uâ5
principaiscara.terísticas.
. Poenasde anar de Petrar.á,àpresentaç;o de AlÊrelBuenoe
trad!çãode lamllA maÍìsurHaddadRo de laie ro: Ediouro,I 99E.
Livroque tfaz uma cuìdadosãseleçãodos poemasdã líricãâmo
rosãdo poeta italiano.
. Lirica Luh de Camões,oÍgarzaçãode Mà$a!d Moisés.5ão PaLro
c L rtrú ,1 9 9 9
antolog a com os poerÍasmaú .â racterGticos dã píoduçãolíricá
camoniênã(redondilhas,odes,éclosas,elesiase cãnçõet, ãcompâ
' nhada de notâsexplcãtivasparê os textos.
. Leonatdoda Vinci,.leFtankzo ner SãoPi! o Ìâschendo Bràtil,
2000.
Livro divid do em Íês partescom inÍoímaçôessobrea vida e a
obrê de Leonardoda Vincl, reproduçõesde suaspinturase dese-
nhos, nterpretaçõesde seusquadrose tudo de mâis signlficativo
p ro d u z i d op o r e l e .

| 138 CAP/IULO
8
,.Ïr+fr

Poroossistir
F

de Slìekhar KapLrrngêtetrã,1998
F i m e q u e tra tad a a s c e n são e
q u e d ad e Êl l z a b e th l ,a R a ìn haVr
g e m , c o m oíi c o u c o n h e c Ìd ê. Eli
zabethchegouaotrono em 15s8,
durantêuÍn dosmâisconturbados
pêííodosda história dê Grã Bre
tâ n h a ,e s e tra n s to rm o un ã mu
her maispôdefosade suaépoca.
A l é md e u m a c u i d a d o sre a c o nsti -
tu i ç ã od e é p o c ao, fi ín êa p resen
tã uíÍ êxceente retrato da nglã
terÍa êbsolutistâ,comtodãsasin
tri g a s p a l â c i a n a€t o s j o s o s de
p o o e r q u e c a ra c Ìe n z ã râ m e se

. ParasempreCindetela,
d eA n d yÌe n n a n lEU , A,1 9 9 8

adãptaçãodo conto de fadas
lfiant Cinderela,o fiLmènâÍa
â históriâdafllha únicãde um no
breirêncêsque pâssaa sertrata
d a c o moíi a d a p o rs u am a d r ana
depoisda mofte de seupãi.Avida
d e D a n i e e d e Ba rb â rasce com
p l i c aq u a n d oe l as ea p a i x o n a
p el o
prÍncipede seur-"ino.ajovem so
Íêcom asconspúações e osmauÍ
tratos de suê madrasta.que de-
sejãver uma de suasfilhas casa-
d a c o m o h e rd e i rod o tro n o . N o
entanto. os planos da baronesâ
sêrão frustrados pero âmor dos
doÈ jovênse pela ajuda de Leo-
nârdo dâ Vinci, que se traníoF
.mâ n u m ã e s p é c i ed e " fa d a ma-
d ri n h a ' d o sã m a n te s .

139 I
C/a5src6mo
(Unesp-sP)
Instrução:As queslÕes de númêros1 â 3 to- a) indqueoìnterocutorolr rìÌerlocutores
doeu poenìát
co
mam por bâseuma cantiga do tÍovador gâlêgoAiras eÍncadaumdost€xtos.
Nunes,de Santiãgo(séculoXlll).e o poêma"ConÍêssor b)Ìdentfique,enì cadapoema,corÌìbasen: ílexãodos
medieval",
dê Cêcíliã
Meireles(1901-1964). verbos,a pêssoa gÍa.naticaut zâdapeo eu poemát
(@tíg co parad rigÊsedo nterocutorou nterocutores.
Bàilenos nósjárodas rrês, ai migâs, A leiturada cântigade AirasNunêse do poema
So aquesiasalrlaneirõ ÍioÌidas, ''Confessormediêval",de CecíliaMeirelês,revêlaquê
E queú for lelida, como nós, rcliclas. estepoema,mesmotêndo sido escritopor uma po-
Se amiijo andl eta modêrnista. aprêsêntaintencionalmente algu-
So aqucsÌs alelmeiràs ftolidas mascaracterí9ticas da poesiatrovadoÍesca,como o
lipo de versoe a construçãobaseadana repet;çãoe
Bajlemos trósjátodd |rès, ai nnìd,as, no pâralelismo,
So aquestc ramo desns a\rÌdÌâs, ReeiacoÍnâtenção osdostêxtose,eÍnseguida,consde
E guem for Ìouçana, conÌo nós,louçana, randoqueo efeto de paralesmoerncadapoemas€tor
Se dnigo amar napossÍv-êa pârtirdaÍeiomada,
eírofe a êíÍofe, ctomes
So àqueíe raÌno desta5 alrldas motipode fÍasêadotadona estroleìncãl (!ìopoenìadê
AifasNunes,porêxemplo,a retonìada da frasemperat-
va),aponteo tipo dê fÍasequeCecíla\t€ireesretorno!
lÌrr Dcus, ai amigâs, mentr'd non fucmos,
d€ estrofêa eírcfe paÍapossib
ÌitartaÌeÍ€ito
so aqucste rmo frolido bejÌemos,
E qucm benÌ püece., como nóspdecemoi As cantigasque focâlizâmtemasamorososapresen-
tam se em dois génêrosnà poesiatrovadoresca: as
Se ànìigir amar, "cantigâs de amoÍ, em que ô êu poemático repre 9
So aqueste rmo so lo quc bailemos sentaa figura do namoÍado(o "âmigo"),e as"canti,
gâsdê ãmigo",em que o eu,poemáÌi.orepresentâ a
Âins Nunes.In:SÌINÂ,ScgÀúüdo. ÍÌgurâda mulheramadã(a "amiga")falãndode seu
]+am@d! kbatLn pntgu| t. Èran aicr^\. ãmorão "amigo",poÍvez€s dirig;ndo-sea elêou dia-
2. ed. São?àulo: Diii6ão luropéia do r,nÌo, Ì 90õ. logândocom êle, com outras 'amigaí' ou, me!Íno, j
Éì [rolid!. Í]oridrs Áqne"€: sr. com um conÍidente(a mãe, a Ìrmã,êtc.).Dê posse
VelidE fomrosa. lônqm, fomoF. destainformação,
Àqo6h sds. Ayelana: anlànenàs. a) cassifique
a cantigãde A rasNunesem um dosdois
V €Ì n:. M r oEJ : . un' o o. I , oi". . gêneÍos,
" ',l apresentando
a luíiflcatvadessarcspoÍa. !
htuõ: ünãs, Bm pmc€i ú?r le|o a\le.rì,
b)identifque,levandoemconsdêraçao o própriotítulo,
a
lgura quêo eu poenìáticodo poenìade CecÍliaN,4,ô
re
Co,!í6sú Medidst
(1960)
Irias à bailia .onÌ teu àhigo, 4 (Unifesp-SP)
Lêièã cântigaseguinte,de JoânGarcia
Se eÌe nâo te derà saia de siÌgo? de Guilhade.
se te deE apenas um mel de vidtu LÌn caulo non conc!
I.ias.om ele poÌ sombra e perigo? á seisnes€s nen Cergucu
mais prougu'a Deus quc chovcu.
trias à bailia sem teu amigo,
S. cÌe nâo prde$e ir baild contigo?
e pcr càbo si paceu,
lnas (om eÌe se te houlessèh dito
Que o anigo que mà!às é teu ininiso? Seu dono non Ìhi bus.ou
Sem à flor no pcito, sem saiade siígo,
Iris sem ele, e sem aneldcridro? mai Ìo bon rcmpo tornou,
lÌiõ à bailia, já sem leu ànigo,
E scm ncnÌÌum suspiro?
cecnú Ì!Í€üeÌesPoaiÀ .'urr.ar nt oriüd tt.iíh:. \. a.
Rio dcJdrüo: CiiÌizaçào Brxsilena, l Í)t.1. Setr dono non Ìhi quis dar
trì si.g",
*a"
nkis, cabo dum Ìânaçal
Í Tantona cãntígacomono poemadê Cê(íliaMeirelês,
persondgers:
ve if cãm-sêdi+êrentê< u.r eu.poemá-
tico, que asrumea palâvrâ,ê um interlocutorou in-
terlocutoresa quemsedÌrigê.CombãsenestainÍoÊ (:ri t:anti{.'
Ían lhe caLi oÍLan Liak
mação,releiaos doispoemase, â seguir, . Ha.rìon Mundi, LrSA,199õ.

.14O UNIDADEZ
A êitur. pêrrìte afirmarq!e setratade uma{:antjga
d€ Anda.l Pcto NÍdqucs sejal
gÌero ionãÌ por esposo
a)ê.{"r'ìo "r qLe.p. rlrdadl -dedodo-odorà.à
qu€m se tenha por ditcô
o, quedelenãocudaÍa,masgÍaçasao bomtempoê de cãda \€z que ne tja.
à chuva,o matocresce!e o aniÍnapôderecuperar se Meu dcsejo eu retcnper.:
a\n qw w I"a. Etm,
b)ãmor,êmquesemostrao arnoÍde Deuscomo cavêo nììo canla úLníão:
que,abandonado peo dono,come!a etuaqle crês.êu antes ÌebÌe que leào,
graças
è chuvêe ao bomtenìpo dtes ÌàúadoÍ que Ner!.
. ) es c àn o. - Ì àq L à è .o -. â d \Êri d d Êi . ó i d do o\o 5 sobí€a Farsade /nêsPêreira,é corretoafirmâÍque é
lo qLr ê,qÍ âç a s ã ob o mte Ín p oe à c h u v aa, l mentouse, um texto de natufeza
recuperou-se e pÕde,êntão,fug r do dono que o ma ê) .ã-rr.à.p€ Ì€rcerÌ€ èoH-Ídr s_ô pô-Lguê"ê_ìq F
serldicularzd a ascensãosoca de nêsPeÍeraporrÍìeo
d) am go,êm qu ê s êrn o s tra q u e o d o n o d o c a v al não
o he dê !nì casarnento de conv€n êncas
buscoLr cevadanenìoferrou por.ausado ÌÌrautenìpoe b)didáiico-nìoralizê
nte,do BaÍÌocoportlglrês,
no qualas
dâ clìuvaque Deusmandou contrãdìçóês humanasentreavda teÌrenae a espritua
o pôdê recupeÍaÊse. sãoapresentadas â paarÍdoscasarnentosconp câdos
e) md dìz€r,sat rizêndoa attude do dono quê ferÍou o
c av alo, L) "iqo$. peÌ€.ce-Ìeào Re1êscrÌ"_-o
m as e s q u e c e u -s e d e a l i Ín ê n Ìá -l o ,dexãndo-oen- po' .gup..no
Íegue à própriasorteparaobter â ir.ento quâsedelnelaopape coÍnvstasà trans-
ÍnoÍalizênte,
formação a partr dasstuaçÕes
do hornern, êrnbaÍaço-
5 (UEL-PR)A questão rêfere-seao texto a seguir sasvivdaspoÍ nêsPereÍa.
' Não queirÀ\ ser úo senho.a: d)r€formãdorâ, do RenâscimêÌìtopoÍuguès,corniorte
apelorelgioso,poss€apresenÌa a reig ãocomoforma
càsâ,f,lha, e aproleitei
aspessoas
deoÌ€nlaÍe salvar pecadoías
não pcrcõ a ocasjão.
pertencenteao
e) cômicã, HLiman snroportuguês,noqual
QueÌes casãÌpor pÌu er G Vcêntê,deformasuti ê rônca,cÌticaa sociedade
No tempo de agora,Inês? quepÍiorizaosvaoÍesessenod
rnefcanternerqente,
t...1 rnêntemateÍraLrstas.
s€mPr eu ouú dizer:
ou sejà spô ou sapinÌìo, Osve6osem destãqueno texto,observadas asidéiâs
ê â regêncÌa,equivalema
ou mdido ou nÌüidinho,
tcnha o quc houve. po$es
a) Convém asnoâ quenrelevede quecavao valentão
b)Pr"'o r dn d, oq j"rÊ1",p"
Est eéoc er r oc am inhÒ . "v" o vdl-1.èo
c) Épreferíve
asnoquenìe evedo quecavao valêntão.
Cil lìcente. Fr5d d? Ia Peiz.
São ?aulo: SINAC, Ì996. p.32.
d)Prêfro asnoqueme evea cavalovaêntão.
e) Émelhorasnoquemeleveantecavao valentão
Combasenessas paavrase nosconheciÍnentos sobr-"o
Humanismo, é coffeto.ÍiÍmaí: a (Unicamp-sP) Lêlaos diálogosabaixoda p€çaO ve-
a) O HumansÍÌìoprocuÌaretrataÍa realidade d€fornìaìn //ìo da áorfa, dê GilVìcente:
gênua,revelando umavisãodeaizadado Ínundo,"x (Mô.inba) - Está6 doeni., ou que haleis?
pressa peloverso"casd,lilha,e dpÍoveite" (\'erho) -Ail não sci, dcsconsolado,
qüe nas.i dcslcntundo.
b)O Íragmento citadotratao casamentocomoÍesLrltâdo (Mo.inha) - Não choren;
de umenvolvmentoamoroso p eno. mais mal làdacla vai aquela.
c) A letura do fragmentoconfÍmaque o HuÍnanismo, (ve]Ìo - Quenì
enìborad rigdo a um púb1copalaciêno, adotaalguns (Mocinha) - BÌanca Gil.
padÍÕes do d scursopopuaÍ,comosêobsêrva nosqua-
tÍo últ mosversos. (Mocinha) CôrÌ cenl açoutesno lombo,
e úa corocha por capeÌa+.
d)O veÍso'Esteé o cedocamnho" indicao pÍedoÍnínio
de umavisãodÍicaê idêãzadaem qÍandepartedo
Ìe!ã tâo bom coração,*'
0 scur50 n!mânrsÌa.
como se lôsse cm toìia.
ê) o o h.r hlmansta, no fragmentocitado, mpÍme à ó que g.ddes que Ìhos dâol+**
Lrniãoconlugal umamotivaçãosentìmenta.Tal postura
* corocha:.obeÍur pân a cabcçapúpria dõ alcÕitein\i
supãntao irlsmoamoroso ema g!mascantÈ
presente (pÒr.apela) por gÌimlda,
gãstrovadorescas.
(UniÍesp'SP)Instrução:PãrârêspondeÍàs questóe,de 'i* O que g.rnd8 açoilesqÌe llìe dâol
Cil Vi.ê!re. O rrlÌo dahôrtâ.I!: CÌeoniccBerardineÌli(OÌ9.).
números6 e 7, leiaosversosseguintês, da famosaFarsa Artokgla à0bain aecil lienk.
de /rés Pereira,escritâpor GilVicente. Rio de.laneiro,NoÌã Frontein/Brtuilú, INL, Ì93.1,p.2?,1

141 I
PRCPARE-SE:
VEsÌIBULAR
EENEM
-

a)A qualdesventurarefere-se
o Vêho nenediéoqocom Un encollÌido ôusdj uma bran.lünj
a Mocinhd? UnÌ n,edo senÌ Lerculpà, un aÌ sercno:
b)A qLre5ed€veo caíigo lmpoÍo a Brânca
cÌl? UnÌ ÌoDgo c obedierre &rftnnenro:
c) D antedo canigo,
BÍdnca G adotalmaâtÌudêpaÍa
Flsta foi a cclcste fornÌosuía
doxa PoÍquê?
Da ninha Circe, e o nági.o \€neno
9 (Unicãmp-sP)
Leiâcomâtençãoospoemastranscritos Q!. pi..lc,r"n.lo n.r ÌFL p! n.JnÈ ,,.

to O sonetoacimaé de Luísdê Camôese se enquadra


Cantíga, .partindxe em suapoêsialíÍica.Relêia-oatentamentee indique
Scnhora, pturem tão tÉstes a âlternativâerrddda fespeitodelê.
mcus oÌhos porvós, den bem, a) Pnta o rêtratoda nìuherarÍìadâ,cornposto
de tÍaços
quc nünca Lãoüisrcs lisr€s Usrcos e dê carátere realçado
por rnagens
construídas
outros nenhuns por ningÌrém.
'I ão rÌistes, tão saudosos, b)Apresenta unìasucessãod€ frasesnor. nâs qLre,no
tão doentes da paftidà, .onlunto,caíêcterizam
umaclãraf!nçãodêscrtÌva.
rão .ansa.1os,rão chorosoe, c) Marca-5eporuÍnaforçapoéticaqu-"atravessa
o textoe
dÀ úorie nãis descjosos d \à ,eL áp ê -o -oÍ€ C ÍLe n ..l -o d" no. êd\" o
"
cem nil !êzes que da üda. e metétorada m!lher âmadâ.
Pütem úo Listes os tÌiste\, d) ,or o .Íê. , i , dì " r ' ., o qJê-l ô.ore o pr ' - o
Lìo foiâ de èspenr bem, "
terc€tocomo apoÍos da proposlçáocontda no segun
+ìe nun.a tão iÌistes listes
outros.nenhus pô. ninguém. e)Apre5entarêqu.ridades ntáticaporqLrêtanto os quâÊ
J.io Roizde CaÍelo BÌãn.o.íraãan in Annú 1t 16. têtoç quanto os teÌcetoss€ con5troernda idêntca es-
tÍutura ógico-oracionãl
Smeto
AqueÌã triste e le.la dadrtrgada, It O riíkmo e umà dès vertentes da poê<ià.èmonià.ì. ê
cheia toda de mágoa e depjedadc. perpetua o poela na história dâ sênsibílidadehuma-
lnqudto hôuver no nNndo sãudadc. na. D€sselirìsmo é incorÍeto afirmar:
quero que seja se Pre celebÌada. â) se r.ostra êm sonetos,cujosveIsossão nìaÍcãdosp€lo
"doce estilo novo", traz do do Rênascmento Ìa ano
Ì:la só, cÌutuüo anìerâ e úàrchetadã ó
por sé de M rãndë €
sàia, dando ao mundo cÌaridade,
viu àpartãÌ-se.lc uìna ouüa lonràde,
b)di aoga coma sênsbìl j dade e coma nte gêncado te-
ror.rd.À oo.Í.ôt.êo:è e-el 1o doê." ,do.j ;qF
q!€ runca Poderá veFc apütada.
o desconcertoamoroso nêxisten€Íe gêneropoétco
[Ìa sóliu às ]ágÌima5 em fio,
qu€ duns e dôutros olhos dcriÍadas, c) seexprêssaernsoneÌosde conÍÍução raci onal eque
se aáes.èniàÌam em gÌandc c ÌaÌAo doi o^b_à,,or oo.-l ooô\êroê q.-ê.,rdoapê
Ela viu as paÌa\Ìas magoàdàs nas de conl ssãoafêtva, ínãs questonadoÍ da pró
quc pudem torÌü o fogo frio
e dar descansoàs alnìas coDdenada. d) âpÍêsentatensãoenÍe oschamadosdo amorflsco, no
é, os desejosê âs paixoes,e os do amof pãtôn co, ou
LÌnsde Crmôes
selâ,ovslumbredoÍanscendenta e a buscada unlda-
l!0 t,"a. otg.. dê d vina do seÍ no reinodds deas.
Mmhetad4 esmalÌrda,raüâdâ.
ê) dêsênvove p urâ dadedetemas,comoatrãnsÌoÍedade
A - bo.o \oo a^ o do .ô- v o. eÌ o e t ud"do dd. - p" davdê, d fugacidadedo teÍnpoe da beleza,ã precarle-
" "o
mèstratanì-no delormã difêrEntê.Exponhaeín que cons ste dadedo deíino, â necessidade de fru r o níanre qu€
êssetrêtamento d Íerên. ado do temã, êm cadã poema passae o oesconcerro do mundo.
(P UC -S P)L eiã o lexlo à 5eguir par a r es ponder as quê s - (U FF-R lLei
) ãos dok l eÌtos paÍa rêsponderà quêstãoa
tões10e 1 1. segurr:
UúnìoleÌ de olhos bÌando e piedoso, Anor é fogo quc a.de sen seler :
Sern ver de quê, um riso bÌando e honeslo, f, fcrida que dói . Dãoseserrel
Quàs€ forçadoj un docc e humiÌde geío, E um contentamcDtodcsconlerre;
De quaÌquer àlegÌia du\i.1osoi E dof que desariDa scm doer;

Um dcspejo quielo e vergonhosoj É um nio quefer rÌais quc bem quereri


Um repouso gm!í$inÌo e nìodesÌo; E soÌiLárioandü porenlre àgente;
Uma pura bondade, rnaniteío E nun.a conrcntme de correntèj
hdí.n, da alma, ]nlpo e gracioso; E cüidar grc ac gdÌha enÌ se peÌder;

4142 UNlDApf2
PnEPARE-SE| EENEM
VESTIBUTAR
-.

É querer estarpresopor ro"tatL; d)O h€ró do poemade camõêse co etivoe fao indÈ
a serlir a qucm vc! cc, o lencedor; v duaL.
E ter conÌ qucm nos maiâ lealdàde. e)Osportugueses,coÍnoospovosantigos,ÍÍereceram
serobjetodê po€sa épica.
NIascomo causü podc scu taÍrr
Nos conçôeshumanosamìzade, 14 A estrofetranscritaé a €strofelìl da obrâdê Camões.
Serão contrárioasì ó o mcsmoÁÌnor? Leia-a,conìatenção,paÍaÍ€sponderaoquê eíá pro
tÌis decamóes Aba ún!b|a. postoem a) e b).
A rcspeito
da estrofe,
expliquêasrefeÍências.
Stketo do mú tuìú
a)a Netuno,aMaÍteeà Musã.
Maior mor ncm mais cstranho existe i
que o neu, que não soscga a.oisa amãda
b)àPoí rg"
"o
po .gJê,ê..SeeLione.da ê1tíoÍelll,
E quàndo a sente aÌegre, lica inste
os versosquê comprovem suaexplcaçáopârâessa
f s€ à\É descontenre, dárisada.

E que só iìcacm pu se lhe resúÌe


15 (Prise/UEPA-PA)como dissê,um dia, o têatrólogoê
jornâlislãNelsonRodriguês, 'toda unanimidâde é
O amado.oraçn,, e que se agradà
Mas daeiemà avertu.àem qu€ p.rsistc
burra".CompÍovando isso,também,ao êxalÌaros
que de un'à \,ida naÌàlenturada. fêitos do povo poÍtuquêsem Os /usíadãs,o poetã
câmõesmostrãque houveoposiçãoà viagemde
Loü.o aÌlor nÌeu qúc, quàndo toca, tcÌc
vãscoda camaàsindias.Essa oposìção foiïeitapelo
E qÉndo fere, libra, Íìa pretërc
'Fenr a)DomMênuel, reidePortugalà épocadavagenì.
a feÍecer e lire à esmo
b)Dorìsebastião, a q!êm o poetadedicao poema
' FieÌ à sraìci dc ca.lãinsrante c) Inêsde castro,quefoi rainhadeposde ÍÍortã.
Dcsa$ombÌado, doido, deü.tune
Numa paixão de tudo e de si mesnÌo.
d)o Veho do Reste o, quecondenê a cobçãdosportu-

Vi'ìi.nx de Ì!Íorxes.Orra rdlrrla querecêbê


e) Pauo da Gama,rÍnãodo capìtáo, o gover-
nadoÍda regão de lúaabar
t2 Viniciusdê Ìúoraes(séc.XX)e LuísdêCamóês (sé(.vül)
se aproximâm,nestessonetos,êm relaçãoà fofma (U ão que
poétÌca.Compareos poêmâsdê Viniciusde Ìúorâes 16 FlF-MG)Leìao Írâgmêntoabaixoe rêspondâ
e Camõe9, destãcândo:
pêa Íor- Amores da aÌta €sp6a de Peleu
! â) dosonetodê camÕes, umaantitese
construÍda
Nlc lizeram tomaÌ iaìlanha empresa.
mâçãode nomêsquetenharno mesmoÍadical.
'l'odd as dcusas dcsprczei úr .éu,
b)dosonêtodêv nicusd€MoÍaes, constrLri
urnaantlÌese
Só por amar das águàs a prin.esa.
dâ pea formação de nomescornradicasdiferentês.
Um dia à vi co asfiÌhas de Nefeu,
(Pism/UFIF saü nua na pmii: c logo prcsa
MG) Leia,com âtênção,a estÍoÍedo CanloI
trônscritaâbaixopararetponderàsq uês-
de Os/usíadas, A vontad€ s€nti de tat maneiÌâ
tões13e 14. Que inda nÀo sinto cousa qÌrc mais quena.

C€$em do sábiô G.egì e do Troiano


Como fosse impossíbil ãlcànçála
As nalqaçóes g.údes que lìzerm:
Pela Srandezà feiâ de nÌeu gesto,
cale-se deAÌerard.e e de Trajao DeteinÌinei pof dÌnas d. tomála
A fama das ritórid que iilerami E a Dórb.3rc cõo manitèsrc.
gJ'e eu canto o pcilo ilustÌc Lusnano
De medo adeusâ entáo pofnì lh.li a;
Àquem NctuDo e NÍarre obedecemÌ. Mas ela, c'um tertnoso riso honesro,
Ce$c tudo o que a l{usa ddga cdta, Respondeu: "Quàl será Ò àmoi baÍüre
Qft outrõ vâlof mais alto se iÌelata. De ninfa, que sstenle o dum giilatci"
(l,nões. Or&rtdd6.
1l Assinalea alternativâncorÍêta:
a) Parao poetêépìcoÍênaçcenÌista,
o Gregoe o Tíoãno NasestÌofês
acrna,extrãÍdas
do êpsódiodo Adamãíor,
sãonìodeos insuperáve
s. observamoso amorentreo Gigantee Téts,a "Princesa
quêseesÌende peo od.Áo.d..Ap"n o
b) Háumfo.€ naconalisnìoaudêtório
poemacornourntodo a) comosemanifesta, notexto,o amordog gante,e como
c) Parao poetaépco português,
os portuglesessãohe' Ìétis reaqea esseamoÍ?
Íós de marê gueffa. b)Quemé, no poênìade camôês, o g ganteAdamastoÍ?

143 a
PREPARE-SE:
VESTIBULAR
EENEM
-

tz (UFRGS-Rs)
Lêiao sonêtoâbaixo,d€ Luísde Camões. a)CãractêÍize
brevêmente
a concepçáo
demulherque este
sorìetoapresenta.
Um nÌover de olhos, brando e piedoso,
scmlerde qüê;um risó brando e honesto, b)Aponteduasraracterkticas
dêssesonetoqueo fi am
quase foÍçàdô, un doce e hunildc gcsto, do Cldssicsnìo,
expicando-as
sucintarnente.
de quaÌquer aÌegÌia dulidoso; (UfscãrSP)Leiâo trechoabaixoparârêsponderàsqueÍ
un despejô quieto € \€rsonhosoi
tões 19e 20.
um desejo gtuí$imô e mo.leÍo:
una purà bondade, ÍÌadfesto os bons\i sempÍepassaÌ
indicio da alma, Ìimpo e 8Ìacioso; No Uun.lo g.a!Ìs tornetrrosl
ud encolhido ousarj üma brddÌìral E pera majs mc.spanrà
um úedo sem reÌ curpa, um dsereno; Os maus !i senpre nadü
um lôngo € obediente soliimetrto: Em ma. de .onrenramenros.
Esta foi a celestc formosun Cuidando alcançd a$im
da úinha CiÌce, e o mágico leneno o be râ{) mal oÌ.lcnàdo,
que pôde tÌaüformar meü pensamento rui ma!, nìa\ fuj .asrigado,
.\ssim que s.t pera mim
EIÌ relação êo poenìa ac rna, consideÌe asseguintês aliÊ Anda o Mundo .oncertado.
Luis de Clnões. 'Âo descoD.eÍo dô Mundô'.
. O poetaelâbor.!nì modelode muherped€itae supê- In: Rrnú. orz.onPrda. fto deJaneiro:
rior,deãlizandoa fgurafemnina. Aguìh lditora, Ì963,p 1756.
.Oooaã _áosede,asedLrr pódbóeo pr 1 d o - Í9 O poemaêstácompostocom versosdê sêtêsÍlâbasê
sumindoumaâtitLrde de insensibdade. na forma conhecidacomo"esparsâ", quê,junto com
| .O poetãsugêre o desêloerótcoaoreferÍafigurarnito- outrâs,constituÍao estoquede formasmêdievâisquê
óq cade C rce muitospoetasclás<iíos de Porrugal,denÌre os quàis
Camões, (ontinuaram usandono século XVIe quese
Quais€stãocorretas? denominavam de 'nìedidavêlha".Aém d€ssas for
â)Apenas L d)Apenas le lll. mds,Cdmoes usouas irã ianizànies ou cléssi(d5. que
b)Apenas |. e)l, lle lll. sedenom;nâvam de "medidanovê".
j
c) Apenas lê ll. â) C teoutraJoÍmade "mêddavehâ' L.lsada porC.móes
b)Cte duasformas de "meddanova'.
Ía (Fuvest SP)
quan do da beÌa e doce Ìisô, 2(t Estecurto poemade Câmõescompõe,sede partes
'isÉ oÌhos rnànúneúto
tomando estão meus corÍ€spondentês ao desÌâquedado às personagens
tão enÌerãdo sinto o pcnsm€n|o (o eu poemáti€oe os outros).Quântoao significado,
que úe t:z ver na t rrao Püaiso. o po€mabâseiase em antítêsesdesdobradâs, de tal
rnaneiÍa trânçâdas quê parêcemreJletiÍo "descon
Tar|o do bem humano estou diliso, ceÉodo rnundo".Postoi!so, !
o'F q urlq L-' n uu n b. m j , lgo t or \ Fn, .
dsì, quê €n.aír È1, scgundo sento
a) identíiquea antít€se do poemae moíÍ€ oss€us
básica
qesooDrâmênÌos.
dsü de pouco fz qucm per.lc o siso.
b)".olioredorposr,"ooorê.roor oo.ô o<.iÌo.
En vos louÉr, Scnhorà, não rìe fundo,
porqu€ quem io$d cous.s claro senLe,
sentiÌá qre não podc tncrecèÌas.

QUP d e úu .. d, ' \ F/ J . on "o m unJ o


que não é d'esEànhar, Damacxcclcnte,
que queÌn los f€2, fizesc Cóu. cst cld.

EE ro.-ao t...1 onddo corsciêrci..


^r-""to,
Èliou divis. esou !dpâÌãd., rprhd..

Não ne núdo: nio ne enpelho.

. 144 UN]DADE2
I
Primeiras visões
do Brasil
A chegada das caravelaspct-Luguesasà íastâ da Eehía,ern Ì 5A0,
<clccou frente .1 fíente doi5 pavos ítìuirÊ $líêrerìÍes. As viajartes que
aqLtÌe'itil/enm üa séaulaXVI nastnram çoÍro ie deu esseaortâio.
Not rclàias ciue liz€têm, Ê raôrìtfã,?os ó regrstr.3c/eimâ91.,ìid€ te!"Ë
e de suatgeúie qlre narcateft para sempte a ìcienti.Jadebrdtileìía.
Saíba,nesÍe capltula, aamo tudÕ bsc aaíneçoLi.

+
:
l

Iê r.éA rá 1 1ma
6 , p ad eL o p ôH ô m em,
daobraÁ tèi Mrl êr,I5l 5-l 519,
manl s.rtoúmnado
5obreperqam nho,41,5: 59.m. Elaborado no sécúô XV, estemaparetrataa mànera
c o m oL o p oH o m em
va a nat!rcza ql e aquvvam
bra5e Í: e osi ndi l enas
o què vocèdeveÁ saberao í. A imâgêmde abêrturareproduzum mapadâsterraabrasileiras
ííkàl deste estudo. Íeito no séculoXVl, poucotempo depoisda chegadade Pedro
1. O que íoì.oprcjeto coloniat ÁlvaresCabrã1. Que elementosnâtivosos autorêsdo mapaâchâ-
ponugues. ram importanteregastrar?
2. Quak foran à cono se ar- 2. Observe os indígenãs.
Queatividâdes elesrealizâm?
ticulàram os agèntes do r O Íêto deseremreÌratados
dìscurso,
realzandoessas
atividades
Íevelao modo
coÍìo eramvstospeloseuropeus.ExpiquecomopodeseÍcaracteri
3. Cómô a literãtura de vià zadoesseo hêÍeuropeu paraosindígenas.
gehse a dê catequesecgn *
trìbuítan para o projeto co- 3. ldentiÍiquêno mapâoselementos que dão idéiada exuberância
lonialpottuguês. dê naturezabrasileira.
. Que naciona r QueidéiásobÍeo NovoM! ndoessemapatransmit
a àscortes
européias?
'ínbolosde
lidàdè o othar eurcpeu
identiíicou ?m te àt btà-
':*'.
mundo essestextos aprè- 4. Leiaumfragmentode umtextopublicado em1556, emqueoalemâo
do Brasilparaos leitoreseuropeus.
HansStadendeÍreve aspectos

Ondcf ra o terrd da Anerica


ou Brasil, que ai empdrte.
A Ama.úca ó LuÌa tcna \.ãsta oÌìdc ü\em Ììuiüìs tribor de homens seha
gens coÌn dive$à! Ìíngus diteÌentes. Tmb€D há muitos aÌjmajs bizaros.
Essâtcrà tcm lDa npüôncia anistosa, viÍo que as ánores n(am lerdes por
todo o dìo, ÍÌas os tipos dc mâden a quc Ìá cxistem não são compaúveis com
os nos\os. Todos os homens andâ.ÌÌì Ììus, pois nâquela paÌÌe da t€m sinrada
enlre os ú-ópicos mìncâ Ín tmto hio quãÌúo, cnre nós, no cÌia de São l,Iiguel.
1...1Na tcÌÌa eÌÌ questão nascem e cÌ csccnÌ, tìnto na^sán'ores quaÌ !r na terra,
Íìrtos de que os homens e os aÌnÌÌÉis se aÌimentam. Por causa do sol forte, os
habiumtes da tena têm üÌÌÌa cor
f-opoHomeme a de peÌe ÍìârÌ oÌn-a!€rmeÌhada.
"feÍra BÍasilis" Tràla{e de um polo olguÌhoso.
NomêadomesiÍede carfasde nÌuito ãstrÌto e senìpr e pronto a
mareatpelore D.N,4anue l,ocaÉ perseguir e devorar serÌs inimi
tógÍaíoporlugLrês LopoHomem gos. ,{América estende-sepor al
Íoi êncãrÌegado de paeparar Lrnì gruÌr.ìs certerÌas de ÌÌìilhâs, tanto -
âtLas mânlrscrÌo querepresentas- ao sul qütuÌto ao none.Já\€Ìejei
s€asnovasterras descobenas pe- 500 milhàs ao Ìongo dâ cosia e 1
os porÌuguesês. Slrgiã,âssm,o esti\'e em ìüitos Ìügares, nuÌìa
Atlasde N/iler(nomêdê sêuúlìi- parte daqrìelâ te1Ì?.
lnopropÍietáro), conjunto deplâ-
Ìt sféiiosíeitospor LopoHomern sTAnEN,Hanr.]l ,mrrlÀra Àiriinil
ao: :thasms, ax: t liÌú ttdúa.Laü d.
coma ajudade PedÍo elorgeRei- lì,r,ã, ( 15i18-1555) . Tradnção: Pe.tÌ.
nel.O mapa"Terralràsilis"tâz Siiss€kitrd.
Rio d€Janeiro:Dâries,
146 nomesde pontosdd coíâ Ì993 p. ì32. (FÍagn€ntô).
brasilerra,do lMaÍanhão à ernbo-
cadurado rioda Prata. lúpinâhbás.an p éa, atô e ôtháhenrodepeias, x ogravlrade Fans
Ao noite StadenEleregnÍou naobray,iéqen púÌri.âdapêâ primeÍâlez
(atuêlc! ana)e ao s! (atualAF ao 8ráJr/,
em1557,naA emanha,suas mpre$óes5obreêÍi boeseu5Í t uas.
gênrnàìàparêcem a5 0anoeÍas
queassrrìaErn osponros êxÌrêmos
do avânço poru4ìrês êm 1519.
r Queaspectos
dãAmérica
o a emãoHansStaden
destaca
emseutexlo?

üineìrasvisÕes
doBrasìl147 f
tIÌERATURA
-

5. Observeos êdjetivosutilizãdosno trechoa seguir


gl "A ADrérica é uma tc a rarta o de viveÌÌì ÌÌìuitâs tÌibos de homens
sehagens com dirersas ÌnÌgÌras difmtes. Tàrr\bím h nÌuitos .rnimâis
lE

r Considerando
osadjetivos
utiizados,
cornpareamagemqueHansSta-
E denfazdaÌería,dosnêtvose dosanima
s cornaquealdentfcada no
q)
rnapade LopoHomem.Eassãosemelhantes PoÍquê?
ou d ferentes?
G
6. O uso de descriçõestornou se uma característica
recorrenten05
relatosde viagemdo seculoXVl,Eisa(ara(teÍistica e5tápre5en
;
te no texïo de HansStaden? JustiÍiquecom uma passagem do
Íragmento.
t. A experiênciâ pessoal no séculoXVl, pois
era muito vaÌorizada
âtestavaa existênciade um conhecimento adquiridopor meioda
açãoindividual.ldentifique,notexto,umâpassagem emqueessa
pode serobservada.
carâcterísticã
! Quefunçãoa valorizaçãodãexperênca pessoaìpodeterernunìrea
to sobre
o Novo IVlundo?

A revelacão
do NovoMundo 9

Nodia9 denrarço de 1500,o comandante PedfoÁlvaÍesCabralpartu


dasrnargens do rioTejoparaíefazero camnho marítirnodescobertopor
Vascoda Garnaufi anoantes.T nhacomom ssãoinstaarentÍepostos ern a
Sofaa (atualMoçambique), naAfrca,ãdquirr ouroe especarasemCa -
cute,naÍnda,e transportaT
m ssonárose frês capuchinhospaÍadariníco
à catequesedoshabitanteslocais.
Apóschegar às lhasCanárias,a arrnadaafastouse da rotaorigina,
rumando paÍaoesteNod a 22deabfI de 1500,asnauscheqaÍam aosu
do atualestadoda Baha e, apósnavegarem cefcade 66 qujlômetÍosao
ongo da costa,apoftaramênì urnabaíaã que derarno nomede Porto
Segufo.Estava "descobeÍto"o Bfasll.
PeroVazdeCamnha,escrlvão daarmadapoÍtuguesa, envou uma on
gacartaparao feiD. Manuel dandonotícas do achamento da "novater
ra", batizada
deVeÍaCÍuz.

Umalemão entreos Neste mesmo dia, à hoÌà de réspcras. aristamos tenal PÌimeirmcÌÌte um
canibais
tupinambás gÌdÌdc ÌÌroÌìte, Íìuito aÌto e redoido; depois, ouiras serra-smajs baixas, da pdÌe
u r m€ ãaff )rdoen ( vvy órè sÌrl em rcÌnção âo ÌÌìonte e, mais, tcra chã. Com graììdes :rÌÌoredos. ,q.omontc
si), de Luz AlbearoPe€Ìa, Íetratê aÌto o Capitão dcu o ÌÌonìe de NÍonte Pasco:Ìl; e à iena. Terra de Ven Cru.
as aventuras de HênsStaden,que
poucoânte5de retornarà EuÍopa, cÀs I RO, silvb (InÌi, arzl. e !aas) . A carlad. Pm uü ,1ÌúninhL
em 1550,fo capÌuradopêlosin- Po.b r\lcgÌe:Ì,&rV,1996 p.7t. (FÌ:Ì8niÈúo).
diostupinambás. Pa|asobrêviveÌ;
ele
[Ú 1'é3peÈ: nà lnlÌ gia átóü.a, asÌéspertu úo à PlÍe do oí.io dnìno qìre o.ore enrre a ] ó e Ì8 ioÌs.
precìsãva convêncêr sêus.captoÌes
de quenãoê|a ponuguèsêde que
Deurficara mu to Íãníornado sê
Íossedêvoradopelosindos o fl- ErnboÍa
a CartêdeCãminha contenha a primelÍa
descÍição
dasterrasbra-
me, baseadono relãtodo própio que gou, para públco
s leÍas,nãofoielê divu o europeu,
ascaÍacteÍíst
casdo
vajante€ Íaado em tup antigo,
Porserurr]docurnento
teÍiÌóÍioamericano. quecontlnhainJorrnações
inìpoÊ
moíra o conÌfontoenÍ€ a cutuÍa
\, ndrqenae o europeubranco
tantesparaa coroaportuquesa,a CarfaficouguardadanosarquvosdaToíe
_;i
tË"#ldfiËhtr:fusfiÚtr!Ú@!||'. do Tomboatéo iníciodo séculoXlX.

a 14a cAPlruLag
TITERA T U R A

A vidaa bordodascaravelas
O malorobstácu
o ddstrdv€ssiãs
maÍtin.s erasobrevv€r àscond(Õesde vda
. êm umacaravea.Quasetodoo egpa(o d sponiv€lera
reservãdoparao aíraazena-
. nìêntodêágLa
ealmentos, oquêfaziacomquesobrassem cercade50centírnetÍos
pâÍâcadapassageÍo
ÊramposçÍveltonìar pÍo
banho:pohos,p! gase percevejos

Osa mentos, porões


ârnìazenadosern úmdos,apodreciam rapdamente. Quan-
,l umãcalmara,os mârnheiros
do as nè!s entrentâvãm comianìd€ tudo:soLa
de
] sêpato,papéis,bscoÌtos
comlarvds
de ìnsetoe aniÍìajsmoa|os.
Dìz-sequemaia
, a- a5ede . o - " o r Ó o , d u 1" \erd o 'l d . o F oe pd o.oêo obr"..-e"
àslonqas
vagêns
marítmas. f
de.aGrea daeltuadradePedÍo
únração
Avares
Cabra,queÍazpartedaobrarro de
LLeanêdeAbEú,155a-1564
r Américo
Vespúcio:
o criadordaAmérica
O navegadoÍ
italanoAmércoVespúcio
êraÍ lhodeurìra
Íanìíiadeclêsse
d -" d d rd "dê dê | o e_. d Ld..êdooe" .oroo(o o,pr ' .pos ì. * èn - d\ .
convveu com mportantes artstasdo Renascimento ta ìano,comoN4chean
gelo,Bottce i, PieÍodi Cosmo e Ariosto.Vespúco explorouo NovoMlndo
pr meiroa sêrviço dosres de Castelae Aragão(lsabele FeÍnando) e, de
pos, do íei de Portugal.
Foie e querÌì
concu u queosteÍritóriosencontÌados
nãoÍaziam pãrtedaÁsla.
o (ordeldo NovoMundo DoistextosaÍibuídosa AmércoVespúc o, Mulìdus e QL/ãtronave
A caaraMurdus A/ovusiez unì gaçóes,foram,na verdade, peLás
os responsáveis ^/ovus
pr rneirãsmag-Âns que os
sucessoesÍondosonaE!ropd.Pu eufopeus fizeram da "quarta paÍtedo mundo"(comoeraconhec dâa Íegão
b cada(onìo unì fo hetoseme do quadrante oestedoAtântcoSul),dosseushabtantes e dacuriosa t'auna
lhant€a umahistóÍiade corde, eforê ocas.Osestudosos dosrelatosdosvalanÌesreconheceTn emMundus
teve25 edçóesenì mas de ses de 1504,o textoque "cr a" o Novol/lundo.
tuoyus,
línguasentÍeos ànosde 1504e
1506.Cacua sequecefcède20
mi exemparesdessêsfo hetos
foÍâmvenddoçem pÍaçâse feÌ-
qu-ôrnstlrfãvase-
ras.O reLato,
O projetocolonialportuguês
vageÍiae sexo,vsôesdo paraTso O sonhodo impéro poÍtuguês u tramafno teveinício
noséculo XV quan-
e cenasde canlbasrno,al|ãTao do infanteD. HenÍique
do o inÌeresse pelosestudosde navegaçáo o fez rÌìu-
púbiio. O sucesso
aumento!em paraSagres, possiblldades
daFse deondecornandou êspesqusassobreas de
1505,q!êndo!r. dosêdLtores
ãcrescenro!grâvurasquererrarâ' tÍavessias
oceáncas
vâmasqêntesda novalermdeÍ A partiÌde 1422,todosos anos,o infanteenvroubarcosparaexporaÍa
coberÌaOseuropeus agoracon costaãírcanaEm1434,G I Eanes ultrapassou nosuldaÁfr ca,
o caboBojador,
tavaÍncomìmagens queperson abrndoo caminho que evariâosnavegantesaoOÍ entee, maistarde,tÍaÍiaas
ficavanì
osm steriososnauvosdo .d a re a s p o' tug' F d d ' orà bra. êi d.
contnentearnencano D.Manuel,oVentuÍoso, contnuouo proleto dasexpedi-
ções marítimasincadonosécuLo XV PretendiafazerdePor-
tugaá maor potência ndadeorenta. Paraisso,pÍe-
dacrista
csêva dominar o coméfcodeespecaÍas e conqustarnovos
terÍtóriosparaa coroae novasalmasparaa lgrelacatócê
Quando envou a arÍfadadeCabraà Afrcaembuscã
depinìentê, cravoe gengbÍe,o re portuguêsjásabaqLre
encontTariateTTasa noroestedosAçorese da N,4adeira.O
portanto,fo ncorporado
Brasil, a unìprojetoco onialque
dete nn.r d, ;o.ot ê^-ô o.
-dê,po.o.;oôoc.po.;o.,
tambéma natuÍeza do nteÍcâmboculturaquesedaria,
desdeo pdrrero momento,entfeportugueses
e nativos.

Reprodução
der o!Íavuràdeiohànn
paraô Ío heÌoMudus
Fro5h.hauêr
^rorur

PinenasvisÕes
da Erasil149 a
I . I TER A Ì U R A

1492 CrÈtóvãoC olonbo r O impactodosdescobrimentos


chegaà América
luntamente coma invenção da prensamóveporGutenberg, osdesco-
br rnentos
mãrí1rnos sirÌbolizam
o inícioda EraModerna.Depoisdadesco-

ii bertadasteÍrasamercanas,
Osportugueses
naInda, naChina,
comcultuías
noJaÌlão
todaa geogÍafia
foÍamo prÌrne
e,acfedita-se
e Íe iqiõêsmuto d ferentes
medevaltevedesermudada.
ro povoeuropeu a desembarcar
tarnbérn,
naAustrália.
daseuropéias
no Brasil,
O contato
foÍçouo iníciode
umamudãnçã dementãldade, aindaqueoscolonizadoresimpusessem seus
1494 vâoresàspopulâções natvãsqueencontravaTn nosnovosteÍrtórlos.
Í

r Osagentes
do discurso
Relatos,
tratados e diáriosnas-
dam da penade escÍvãos(Pero
Vazde CaÍÌìinha), re giosos(Fer
nãoCardlrn, Jeande Léry), aven
tureiros(Hans Stêden), h storãdo
res(André Thévet) ounavegadoÍes
(Arììérlco
Vespúc o).Osaltoresdos
textosdalteratura deviagens não
apresentâm, poítanto,um pedi
semelhante. Tambérn nãocornpaÍ
t lhamumavisãodemundopaÍe
cida,porquehéentÍeelesrepÍe
sentantes tantodo teocentrsmo Pêjelança, rilua paraa.!Ía dedoênçâs,retrâtada j
medievalcomo davisãohumanis- na xloqÌavuraque ltÍa a obra Coeogréta
unlveBal(Paris,157s),de AndréÌhévet
ta doRenasc rnento0 queosune
é o mesmo contextodeprodução:todos Íelatarn a experência ÍealdeconheceÍ
novospâíses e suanat!Íezã,experÍÌìentâr novosalimentos, entrarerncontato
compovosindígenas, descrever seuscostumes e rtuas.
Ascondiçôesde circulaçãodesses textosvariavam bastante. A CarÍade
PeroVazdeCaminha, porexeTnpo, eraumdocumento confidenca, pofque
fornecianformações muitoespecÍficas sobrea rota adotada pea fÍota de
Cabralparaalcançar o itora brasie Ío. PoÍessemotivo,nêquee momento,
só fo conhecida pelosmembros rnaisinf uentesda coftedo íei D MênueL
AscartasdeAméricoVespúc o, poroLttro lado,forarnÌrnpressas comopanfe
to e idas por nobres e plebeus.
Ostextosescrtospelospadresjesuítas apresentarÌì condiçõesde produ-
ção e de circulaçãobemdifeÍentes dosrelatosdê viagem.Ees nascem da
intençáo decatequzaros índiose mânteÍpresentes, entfeosco onosportu
gueses, os elemenÌos da fé crstá.Seusautorestêm urn mesrr]o perfl: são
rêlI o5o5,quasesemprelesuitas, quebuscarn loÍmasdecontatocoma popu
laçãonatjvaparapoderconvertê- a. Sãoelesos pÍirneiÍos a estudara língua
dosíndose a descrevêla ernumagramátca,porexempo.
A circulaçãodesses textosÍelgiosos, nêcoônia,sedáessenc a mentede
formaoral.

Osrelatosdeviageme o público
Eragrandeo inteÍessepelostextosquedescÍeviam o NovoN,4undo.Alémda
generalzada,
curiosldade haviêtarnbém o desejode o potenca econô-
descobrir
rnco dosnovosteÍritórios
e deconhec€Í rnâs sobreascosasdesse mundo.Em
urnrÌìoÍnento em queo conhec
histórico mentoeravaloizado e a experÌência
ndividuaestimuada,textoscomoesses encontravam urnpúb co qarantÌdo.

a 1so .APITULO
9
L I Ì E RA Ì U R A

FlósofoscomoMichelde l\lontâignee Erâsmo de Rotterdan, escrtores


comoThomasMoruse Rabeais,pintoÍescomoLeonardo da V nci e Sandro
Botticell,o ÌlensadoÍ
Nicoau N/laquiavel.
todoselesleramascaftasdeAmérl
co Vespúcio e foram,dea gumêffranêira,nspiÍados
por e as.

e o público
OstextosÍeligiosos
Enquanto os cronistas
escrevem paraos europeus,os lesuítas
destnanì
seustextosaosnatrvosãmetcanos, porquesãoeiesos interlocutoÍes
a serem
peo discurso
convertidos Íelgoso.PaÍaa cançêresse
obetvo,ospadres che-
garna incorporarelementosda culturandígenaàspeçasteatÍas queescÍe- *
vem.A gumas apresentam, nclusive,
tÍechos
escritos
em ínguatupi.

/rdtorêco,Íádo
Gaulther Essâ
dêxiôgrêvuradeLeon.rd
ldêgêmllústrârehtôsdê
A literatura
deviagens
v agensao NovoN4undo. Ao longodo sécuo XVl,diversas expedçóesJoÍãmenviadas paraasteffas
bfasieras.Osviajantes queas ntegravaÍn t nhamêlgumas m ssõesespecÍí
casa cumprir:descTevera terrae o povonativo,cêtalogôrespécirnes
dêfauna
g e daf oÍa,identifcaÍpossíves interesseseconômcospaíaa coroaportugue-
sa.EÍanecessário, a nda,apresentar a novaco ón a de modopositvoe pro-
missor,paraestlÍnulaÍnosportugueses o desejodeseaventuraremnaocupa-
.È çãoe colonizaÇão do vastoterrtóro descobeÍto.

(E@il : i.:
j
OsÍelatos sãotextos
devlagens essêncalÍnente
inforrnativos
e secãracieÍzam
coÍnoumaespéciedecrônicahistóÍica.
Poressemotvo,sãoconhecidos
corìo
lileíãturà
deviãqênso . deinformãção

A liteÍatura
deviagens o primeiro
registra parateíasbrasieÌ-
olharestrangeiro
Ías.Podugueses, francesese alenTães
descrevem
a novateíracomoumaespécie
de pâraÍsotropcâ, v stocomorìranifestação
dãbondade divna.Comsso,Íeve-
lamumavisãodenìundoaindabastante modadaoeloteocentÍsmo Ílìedieval.

r A linguagem
doscronistas
O obletivoda literaturade viagensera ìnforÍÌìarË ssocriouum desaÍio
paraseusautorescorÌìo,porflìeiode paavÍas,apresentar
interessante um Te-
tratocompreensivel de urnareaidadeinteiramente desconhecdae eÍranha?
A primeirâ
câradeÍíst caquecharnaa atenção, nostextos,é suaestrutura
descrtivã.
Todosos v ajantesrecoTTeTf à descíição paÍafalardascoisasque
r ar. Ve-erpdpsraoup o 'solteq-ênÌêoà. .o1pè,è(oe, Obsene
1C
!i
;; Capítulo Sexto
a DasFruitas Da Tbna
e Tambem hn huma fruita que lÌÌe cÌÌamão Bananas, e pela lingua dos
indios Pâcovas:ha na rerra nìuita abundaDcia de11à!:paÌeceÌÌ-sc na fèição
com pepinos, ÌÌâscem numas arvores nÌui teÌìras c não são mrito aÌtas,nem
de 84il màp; de cio€.n
têm ümos s€nào foÌhas mui compddas e Ìargâs. [...] Esta Ììe huma fruira
mui sabrosa e das boas que ha na terra, tem huma pelle como de tigo, à

P neìlasvitõesda B?sil 151 a


T I T E R AÌU R A

l=il PacovÀ,L'ânana. en,ÌnÌsuâiÌnliserâ. qual Ìhes Ìanção Íóra quaÌÌdo as qÌrerem conìef e se corÌìe nìuitâr dellas
seiaçotes. cera úricdade dc ligo rãzem.Ìano á sârcÌe e causào rebre a qucnÌ sc dcsmandâ neÌÌas. 1...1Ha
duas qüalkLades desta tnÌita, huÌnas são peqÌrenlìs como figos berjaçoies,
âs outÌas são mâiorcs c nÌâìs compridas. Estaspcqucnas têm dcntro cÌÌÌ sì
huma coì.Ìsaestranha, a quâlhe quc quando as cortão pelo rÌeio coÌr hÌrDra
faca ou por quaÌqucrpartc quc se.jaacha-senellas ÌÌum signaÌ á mancìü dc
CrrÌcifixo. e assì tonlmeDie o pareccm.
.r\\ r\\u P ,1,'L' .l ':'t'.' . /'-a I, t4.t. B,
F,.: tl l \a, t\.1,,.L,1,,h,Ívô"', Lu',
<.'o I'd.l o. ì J hf. l o,j o. l ,\' r n
i

Paraexpicaro que sãobênanas,Gandavoparteda sernehãnçaentfea


frutae o pepino,
a imentoconhecidodospoftugueses.Maisadante,tambénì
compara ã5bananas pequenasaJigos,
umafrutaconsum dánáEuÍopê. Quan
do o cronstaapontaumacuriosdadesobrea frutaquedescÍeve, revea um
o harrnuitonfluencado pea relgãocatóica.Paraele,dentÍodasbananas
háunìsnã idêntico aocrucilxo.
DetãhescomoesseacÍescentavam seÍÌìpÍe
caractefíst
casexóticasou mis-
Panelas
centenárias teriosasaose ernentosdo NovoN/lundoTambérn ao pú
refoÍçâvaÌì,.lunto
a
bl co europeu,a déa dequea travessia
dooceano At ânticooshavê posto
eTnconÌatoComumaespecie de paraíso
teÍÍestre
abençoado porDeus.
'
r Asvisõesdo paraíso
PefoVaz de Caminhaé o pÍirnelroa descrevero Novo lvlundode Ífodo
ldeaizado.NasuaCarta,as rÌìatas,a águaabundante,os animaisdesconhec
- 3
Dentreas muitâscurosdad-Às dose os índiosconlguramo cenáro de um paraíso tÍop cal.
reqstÍâdâsna it€raÌ!radosvialan-
Ì€s,-êÌrconüam-se asumasnÌoF
nìaçoespr€ciosas paraconìpÍeen-
sãodê nossa herdnça cultura.Éo
câsodadescr 1...1a (erra por cima é ioda chã c
çãoabaixo:
müìlo cheiade grandesaÌ1oredos.De
po taâpo ta é ludo praia recloÌÌcÌa,
Ospo€s què elesütilizànsão muito chã c rÌÌuito ÍòrnÌos2l 1...1
produzidospeÌàs nulhcÌes da se
NcÌa ató aÍjoÌa Ìì;o pudemos sa
guinte maneirà: pegmì o baüo
e âmi$anÌ, nÌokÌando apüdrde ber que hâja ouro, nem plâra, nem
Ìes os pot€s.l.scjâdos t...1. se os coisaalgüÌrra de metal orÌ ferroi cÌn
potes precisaÌn ser queimados, o \'imos. Porém a terra em iì é de ÌÌìui'
apóiam ú.s cm pedÌas, boÌaú to bons ares, assim Írios e teÌ:Ììpeü'
dos comos de E tre-DoÌrro e llinÌx),
IroÌque estc teÌÌìpo de agora os âchá
ST DEN. Hans.; r@rad?i?z ,!ráia lrÍÌos como os dc Ì:-r.
àr: rtlagms, m6 | fÍn!: ìãiüada4s Ar águas são ÌÌnlitas e iÌÌftÌdas. E
.?rndldó, (151$1i55). Ììàduçãól
Ìe.lÍo siissekind.Rio deJaì€iro: eÌÌì lal marenâ é gmcioia qÌÌe, quc
Dútes,199tl. p. Ì4t. (Fra8mentr. fendo apro\'€itála, tudo dará rcÌa,
pof causadâs águâs qüe tem.
A5pênelas de baÍo sãoconsi Poré1ÌÌ,o meÌhor 1ÌrÌto que deÌa
derâdaspatÍmônocuturadoBra se pode úmr me pafece que será saÌ
s Atéhole,aspaneeÍasdoba|l v esta gente. E esta deve seraP n
rodeGoab€ra5,emVtóia,noEç cipal senìente que VossaAlteza ncÌa
pÍritoSanto,
!t lìzam
o mêsmo pnr-
c€ssodêsíndas paraconÍ€cção
dãsfamosas panelasde baÍroenì CASTRO, SiIìo. -1 .zrra lr-Pd l.E t1!Canhha
quêé ieta a rnoquecacapxaba ?oìt AlegfeìL&lNt, 1!9ô p.9t-98. (IÌagn€nto).

a 1s2 cAPtruLa9
IITERAÌIJ R A
-

Outrosv alantesapresentam a terrade modomuto seÍÌìelhante. É esse


olharestrangeiroquevaidefn r osfuturossírÌìboosdanêciona idadebraslei-
ra:os índose a naturezaexuberant-ô.
I OscÍonistas
seusre atos,
do séculoXV vãotransfoÍmá-
inaugurandoternas literár
os em e emêntoscentrâs de
os rÌìuitoexporadosana5 tarde,de
Tnodos d versos,porescrtoresde diferentesépocase movirnentos literárlos.
I O textode Carninha tambérnrevelaos princpais nteÍesses dã rnáquna
E colonizadora portuguesa:
encontrar ouroe metaisprecosos e "sêlvar"os Ín
dlos.Ësseúltimotrabaho cabeíáaospadreslesuítasque,embarcados nas
cãrave as poÍtuguesas,
chegamao NovoN,4undo para5ubÍneter
os indígenas
aodomínlo dafé catóica.

Os principaisrelatosde vìagêns
Cenadoí meÁ rr$âo, de
Dentreosvários poÍvjajantês
textosescÍtos portuguesêssobrco Brêsi,des-
RoàndiofÍé,IngaÌeÍã, 19a6. tacaan-se
.ïu,aìo aà rn* ao a^it(escÍito,pÌovavelmente,
ern1570,masplrblicado
urnvoentoraercador deescÍa- apenãsem1826)€ H6tórÍãdaProúnciaSantaCruza quevulgatmente
chana-
vosindÍgenas matao própro rr.ão mo5Arasl (1576),de Perode MagalhãesGandavo.
e,paraÍeomÊse,rcTna seuram5- . Naïativa epistalar (5a, e hatados da terra e da gerie do Bràsil do jesuÍta
sionárojesuíta naregião dosSete
Povos dasN,4 ssóesEraboÍa a ação
do filmeocoía no sécuo )0/lll,
êssefilÍìre !íra de modorevêla-
doro mpacÌoda açãodosjesuí-
tassobÍeospovosndígenasame
ÍicanosA múscade EnnioN4orr
: coneeocenáro des!nìbrantedo
filmêcriama ambi€ntação perf€-
ta pãraascenasépcasdasbata
hasentreos ÍndiosguaÍans e os
sodados enviados paraexpusálos
'! desuasteÍas. )
\,,,,*",""***,*,*,",*,,"*"-"/
A sombra dacruz:
t a literatura
decatequese
A históradasor rneiras décadãs do Brasilcolôniã é tambéma históra
jesuítas
dosÍÌìssionárjos quechegâram em 1549e aqu perrnaneceram êté
1605.Nesse período,
fundaÍam várascidades, comoSalvadof, Ro deJanei-
-oê SdoPduo.
A pfesençadoslesuítasnasc dadese povoados erasinônimo deeducaçáo.
Aondechegavam, nauguravam ogo umaescolaqueíuncionava cornobase
dam ssão.ElesmpuserarÌì suamarcêè êÍquitetLrralocal,inÍoduzrarnnoçóes
elementaresde medicina,trouxeramo c! tivodacanade açúcare nf uencia-
rama v da dosnativoseÍlìdiveÍsos
âspectos prátcos.
Durantesuapêrrnanênca no BÍa91, os ÍÌììssionárosjesuítasêscÍêveram
poemas e peças
de teatro paiaconverter os índos à relgiãocatólica.
A día'
ÍÌìatzaçãodecenasbíblcase de passagens davìdãdossantoseraÍeita,mui-
tasvezes,emtupi,paÍagarantlÍqueosensinanìentos relg osose rnorais
íos-
semcomDreendidos oelosnativos.

Ptìneràsvsoetda 153 a
Brasìl
T I TER A Ì U *A
-

A inspiraçãomedievadesses textosse reveanã estruturadaspeçastea-


OspeÍegÍinos
da fé trais,quasesempre autosÍelgiosos,encenados nosdiasdêfestadacristanda-
Fundadd em1534pelop6d|ê€ç de (Diade Reis,Páscoa,Natal,etc).
panhollnácio deLoyoia, a Compã- CoÍÌìo objetivosernprec ârodeseduzir pãraa religião,
o indÍgena oslesuÊ
nhiadelesus foiumdosinÍrumen- tasrecorreram a algumas lormasrnaispopulares,
to5ut llzadospelâlgÍejacatólic"pârâ cornoo canto,o d álogoe
a peda de poderdêsen- ãsnarrativas,
como apíovetamento de m tosdatradiçãoindígena.
-ônlrentâÌ
cadeada peldÍefonnapÍotestante dê
N/lart
nhoLúeÍo.ComooÍdemÍe-
liglosa,osjesultãssuÍgÍaÍncoma
r Anchieta:
apóstoloe poeta
mssáode evaro catolicismo aos Nascido naslhasCanáras, JosédeAnchieta chegou aoBrasilaindacomo
mâsdisiantes terr{óric6,
conveíten noviço,em1553.Fundou, como padre ÀlanueidaNóbrêga, o ColégiodeSão
doosqentio6 dasteÍrasÍecéÍndes Paulo de Pratninga,ern25 delanero de 1554.Emtornodo coégo, surgi-
cobeftas ê,sepossível. tambémos
mLrçulmanos. EntÍeosjesuítasc+ ramalgumas casas:nascâ, assirn,
a cidadede5ãoPaulo.
lebr€squepassêÍam p-"loBrasi
, des A famade Anchetacresceu êm 1563quando,duranteumaÍebeláodos
kcam-sela6édêAnchiêta êo gían- índiostamoios,permaneceu comoreférÌìpor ceÍcade trêsmeses. Teriasido
deoradoÍbaÍrocoAntóno VieiÍa. duranteo cativeroqueee escreveu.
nasareiasda pÍaiadelperoig
(atualUbatu-
ba),um poeÍnade 5.786versos dedicadoà V Ígem.S!a permanênca enÍe os
tamoiosfol decisvãparao processo
de pacificação
daqueesíndios.
Em1587,toi paraa capitaniado Espírito
Saftoe lá oÍganizou
inúmeras a-
deasindíqenas. emReritba(atuaAnchieta),
taleceu noEspíritoSanto.ern1597.
Mas de3.000ÍndosãcompanhâraÍÌì o conejofúnebreatéa captal,Vitóra.

Ostextosliterários
JosédêAnchietaescreveu poemaslírcos,a maor partedecunhoreligo
so,que costumava dedicaÍà Vrgemlvlara,e peçasde teatro.Alémdas
influêncasdaeducação re giosâ,
recebeu tarÌbéÍna nspraçãodosroman- Í
2 .. cesescutados em sua nfánciae dospoetasdo cancioneiro ibéÍico.Seus
JohannMoÍÌz RLqêndãs, Á/de,ãdoç poernas Íeveam a visãoteocêntricaÍÌìedieva
Lpurat I toqravurá
do séculoXtX
Anchieta foi o autoÍdaspÍimeiras peças de teatÍoencenadas no Brasi.
Seusautostêmfunçãoc aramente Teig osae pedaqógica.O maisconhecdo ì
delesé Nafestade5ãolourenço,com veTsos eÍntrês ínguasdiÍefentes:tup ,
português e espanhol.
Outraobrade grandermpoirânc a escrtapoÍ AnchetaÍo a Arte dagra-
mátìcadalínguamaisusadanacostado Brasìl, de 1595.Trata-se da primeira
gÍamática dalíngua tupi.

Não há coisà sguì


I Tudo quinto sc \t, sc qri pacsarrdoi
; A üda não teD .lura;
O bem F mi gã.sian.to
= Toda crianrra rãi voando.
:
a EmDeus, meu CÌiadoa
Só 'sl.i todo o ÍÌeü benì, toda a espeÌ?nçâ,
Meu gosto e meu amor
ts bema\€ntrìÌãnça.
Quem seÌve a tì Senhor io faz nÌudâÌcn.

ConleÌìte :Ìssi minha alma,


Uo do(e amor íle Derrctodâ íenda.
O mundo dcixâ Fm , âlna,
\j\í HÌrÌ\ Ìo ; d_ Ì Hor a\Ìì \
BuscaìdoaoutÌa\ida,
Candido Port.âr,Padre Ánch€ra,1954 Na qual deseja ser toda absoraida. "*n^*o*^.,-ffì"I'Ëïiii,
Rrãsjìiense,
2000 p. 4i3. (FmsnìeDto)
.
Oe oso b r le
e â, 54x 46 c m

| 154 CAPIIULO'
LITÊRAT U R A

Nospassos
deAnchieta
Todogos anos,nos ú trmos
d as de mao, a caminhãda Os M O texto a seguir reíere-seàs questõesde 1 â 5.
Passos de Anchietâe íeitê Por
mihares
durânte
defes.EesPêrcorÍenì,
quâtrodias.os 100qu_
Texto1 A carta de Pero Vaz
lômeÍosques€pêÍam vitóÍ ê, â
captaldo Espírto sãÍìto,da cr' de Caminha
dadede Anchieta, no ltoralsul
do êstado,Íefazêndo o canìinho Camínha,nessetrechode 5uaCarta,revelao olhar
felto poÍ Anchietanos últimos do europeuna avaliaçãoque faz dosíndios
ânosde suavlda.Er. pêÍtêsdo
peícurso, ospeÍegrinossaosau-
dâdoscomPetalas de rosas.
An.Ìaram nâ prìià, quando saímos, oìto ou dcz delesi c dai a
pouco conÌeçarrÌì a vir mais. E Parece-me qu€ viriam, este dia, à
praia, quaúocentos ou qüatrocentos e cinqüenta. Alguns deles
ú-aziamàrcos e Ílechas, que toclos trocaraìì Por caraPuçâsou por
qÌlalquer coisa que thes davam. ColÌÌìam conosco de tudo quc
thes ofercciamos. AÌgurÌs deles bebiam vinho; ouúoi nio o po
diam sÌrportar. Mas qucr-nìe parecer que, se os acostrÌmarem. o
ÌÌão de bcber de boavoÌÌrade. Anda\"am todos tão bem disPostos'
tão bemfeitos e gaÌantes com srüìstiÌÌturas qÌre mui|o agradavâm.
1...1n cstavam iá nìais maÍsos e scguros eÌÌtrc nós do que nós
eÍávaÌnos entÌc eles. l . l
que
Quando saínìírsdo batel, dissenos o CaPitão que serin bem
Íôssemos .lìreiâmcrÌte à cruz qrÌe estâvaencostada a ümì tuïore,
jurro ao rio, a fim dc scr colocada anÌanhã, sexta-Íêira,e que nos
puséssemostodos dejoeÌhos e a beijássc ìos paÌa qüe etesnssem o
acalamento que Ìhc tínhaÌnos. E assim tizemos. E a essesdez ou
doze quc 1áesralaÍÌ, accnâràm lhes que fizessemo mesmo; e logii
l!Ìr Babt èúbâraçio rrqúcna. Íoram todos beijíìa.
Ácârânerto: rtsÍ,.no, r€n{à! r,
Degredados: quc loFn ( oüdcmdos Parcce-me gcÌÌte de tal inocêDcia que, se nós eÌìtendêssemosà
sua fala c eles a nossa,sc nÍÌ logo cristãos,\'isto que não tem nem
Te.çào:proÉsit , irÍençio. cÌÌterdem crença aÌguna, segxndo as nParêncjas E, portìÌÌto, se
os degredados que aqüi hão de ficar aPrcndercm bem a su fãÌa e
Cürro: .xÌ,ifti nrdole,Ìndêr.ir.
os entendcren, não du\ido que eìes, scgundo a sânlâ teÌÌção de
VossaAlteza,se larão cristãose hão de crcr na nossâsântafé, à quâÌ
OsÍecurtosda prazaaNosso Senhorque ostragâ, Porque ceriãmcnte estagente é
dominaçãocultural boa e cÌcbela simpÌicidadc.I nrÌPdmir-se-áfacilmenÈ neÌcs todo e
clualquer cunho que Ìhes quìserem dd, urna \'e? que Nosso Senhor
Pofserfalêdaem té5 Tnguas,
Ìhcs deu boÌìs corPos e bons rostos, como a homens bons E o làto
Nalerfade5ãoLourençoPêÍmt a
quêcoonizadores e índìossevLs de Ele Ììos haver até aqui iÌzido, creio .Ìue não o foi sem causa E
semrepresentados naspersona portânto \bssa Alteza, qrÌe tanto desejaacresceniâr à saÌìtafé catê
gensdo auto o detêlhemaìsre licr, dele cuidaÌ da sahaçãodcÌes. E aPruerá a Deus que compou
veador,porém,é observaÍ queas co trabalho seja âssim!
íalasem tlipi sãoassociadas ao
(IÁSTRO, Síhìo. I .aria d, Pm laz tu úmtuha
demÕnio; ê os veÍsos€scntosem Po.b-Alegre l,&PM, 1996.p.9994 (FngnÌenb)
portuguès, aoAnlo;querepíesên-
ta, siÍnbolcamente, o Anìore o
Temor,fogosenvladospor São
Lourênço paraarìrasaras a mãs.
1. Nessetrecho da Cârtâ,é possívelperceberque o primeìro conÌato
Porrneiode recursos comoesses, entÍe portuguesese índiosfoi bâstanteâmistoso.Que informações
Anchleta rcafirmava,d€diferenies do primeiropaÍá9rãfocomprovamessâaÍirmação?
nìaneiras,a superoridadeculiuÍal
E Dequemanelrao comportamentotranqülo e aÍnstosodos ndígênasé
e espirituadoscoonizadores.
pelos
lnterDretado colonzadores?

daüatil 155 a
üineìrasvisões
TI TER A T U R A
-
v
2. Alémde encontrarouro e metaispreciosos, os portugueses tinham
outro objetivo pâraa teiÍâ recém-descoberta.ldentifique-o
etrans-
crevao trecho em que issofica claro,
Comoos índiossãoÌetÍatadospor Caminha?
Porque,segundo ee, os índos "seTamogocÍìstãos"?
3, Releia.
"E r' pìinìr+e<i latìtmmte neÌêstodaequatqud drnho qu. lhesqu^úm
dun uma \,€, que NossoSenhor lhes deu bons coÌpose bons ros.os,
como a homensbons."
r O trechodestêcado
Íevea os princíposque nortearama coonização
FxPiquepor quê.
PortugLresa
I Porque,segundoCãminhã,a aparêncìã
dosíndiosrevelasLra
lndoleboã?
4. Que elementosdo texto indicama visãode um homemeuropeu
que desconsidera a culturâindígenâ?
r É possívelexplcaro pfocesso de aculÌuração
dosíndiosã pad r dessa
. .àodê -rJ ìdo do olo.ì ddo ? Do qJè
5. Observe asinformações re{êrenles
ao ânode 1549,na linhado Ìem,
po. Discutacom seui colegas:há contradiçãoentre âs âçõesautori-
zadâspor Portugalnessâdata e o projeto de sâlvaçãodos indí9enas s
peìâÍé católica,declaradonâ Cãrta?Explique.

I O texto a seguirrefere-seàs questões6 e 7.

Cafta de Pero Vaz


Murilo MendesÍaz, nestepoema,
uma críticaaosinteresses
envolvidos
no processode colonizaçãodo Brasì|.

:]
-
A tcna é mui graciosa,
Tio fértiÌ eu nunca!i.
A geDt€ m' Passear
No chão espeta um caniço,
No dia seguiDtenasce
BcngaÌa de castão de oiro.
Tem goiabas,meÌmciâs,
BanaDa que nem chuchu.
Qua.to aos bichos, ten-nos müitos.
De plumagens nÌui ústosas.
Teìn macaco até deÌÌais.
Diamantes tem à vonlade,
Esmeralda é paÌa os üouxas.
RefoÌçai, SeìÌhor. a arca.
Cnúados não laÌtarão,
Vossaperna encanâreis,
ü c*r* ornm,entom pr,e,,pe.io, Salvo o de\ido respeito.
Ficarei mÌúlo saüdoso
CÌuados: pluÌi de cwado, anti8a
Se ror enìbora d'aqui.
EíctuÈ: pÌotAeÌen (un oso
fÌaru[do côrntâÌ6 oü .anas,paÌa MENDES, Muilo. Ì lnió.ir do Bnsil. rn: PE-tí6canlhta {t pwd
g[aDlir que r olcìtì.âçtu o.om na RiodeJúeltr: Noìa Aguild, 1994.

a 156 caPíruLa
9
tIÌERAT U R A
Y
MurìloMendesé um poetamodernlsta que,no séculoXX,Íâz umâ
releiturâdotexto queé considerãdo a "certidãode nascimento" do
Brâsil.Quemé o eu líricodo poemâe a quem sedirige?
t dentfqueoselementos da terÍadescobertade5tacadospeo eu írico.
I A maneracomoo eu líricoapresenla
as "riquezas"do BÍaslreveaumâ
nten(ãocíÍtcado autorExpiquecorno ssoefeto.
O que signìficamos versos"ReÍorçãi,Senhor,a arca./Cruzado5não
faltarão"?
5 Qua é a crítLade N,4uÍ
lo Mendesnessesversos?Expque.
È

&

DãrcyRibêho(1922-199,
o àrfopôogoô dôd o I boàpd-ôdô (.à . dé.o do est.dodo Ro de Jênero Eletosenador
enì l99l,
; esludoded vêrsosgruposndlgênas brâs€ro, crouâ oa- oo o .o^ê1-odrôjoo.à(àoa€ êr(dôpÍotêçoô
Univerrdade da qualÍoì o primeiroreitor
d€ Brasília, aosmênoreseeÍÍÌÌìuo a programa,educac
onaÌs.
Com
Teveurnantensaatuação polítca:torninstroda Edu a suamorte,caou se urnavozem defesãdosindos e
9
cdção,rnn stÍo'chefe
da CasaC vi e vce'goveÍnador dascrança5do Bras.

1...1Ao Ìongo d$ püias brariÌeiràs dc 1500, se deÍioníàram, pas-


mos de se veÍenì üns aos c,utlos lal qual emm, â sehÌãgeria e a cì!iÌi-
zação. Suasconcepções, ão só dÍèreÌÌtês mas opostas,do mundo,
da\ida, damorte, do amor se chocaram cruamente. Os nâvegantes,
ìrr.b u í1 u .. l ,i ,s ,rru ,. Íì ,l .nro. dF mc.c\ de rravêgd.i o o, rr i , z.
escaÌauados de feÌidas do escorbuto, olhavam, em cspâÌìto, o que
parecia serainocênciae a bcÌcza cncâmadas. Os índios, lcstidos da
nudez emphma.Ìa, espÌêncÌi.losde úgor e dc bcÌeza, tapando as
ventas contra a pestiÌênciâ, úm, ainda mais pasrÌos, aqucÌcs seres

RÌBEÌRO, Drr.rl O1,.ffi,ra'iì:a4 a fomaçãÒ € ô sc.iidó do RÍasil.


5 J P ul u r'ônp"nh'ddJ.l e'd\.r94_.p.!1. r'Jo
'.n';.

[g HiÍ$los cabelndos.
FedqtN: rednrentos.
ElcìÌâdâdos rràúidos

Ëxplique
Rêdijãum parágrafoargumentativoemquevocê dentifquea
imãgenì queDarcyRibe rofazdos
índios
demonstre ( omo os jextosdâ lileÍaluÍdde viagens e oosportugueses.
podemserlidoscomoo registrodo enfrentamento .o^ p"Íe a. ôp e(ê^rê\oê, de tld o.
" oê
de duascivilizàçóes:a euíopéiae a indrgena. portuguesesfejtaspeos reãtogdosvialãntes e por
Antesde deçenvolver seupàÍá9rafo, sugêrimos DarcyRibeiro.
ãs seguinlesetapas. FxpiquecoÍnoôs relatosde valantese o texto de
. dentfique,nostextosdosvalantes,a magemque DarcyRibeiro
aplcamde mododiïerenteos conceitos
fazemdosíndiosea imagemquefazemdes mesmos de "sevageria"e de "c v lzação".

daBqsil 157 a
Prineì..svìsóes
relatosde viagem
Marco Polo e o misterioso
mundo do 0riente
O venezêno MâÍcoPoloencantouleitoÍes
do séculoXV comseusreatossobÍeâstefrês
que estavarÌì sobo domíno do GráCã do
Oriente. naugurou urngênero
que nf uencou È
muitas outÍasnâíatvase estmuÌoua irÍìêg
naçáode inúmeras pessoas
comasdescrçÕes
doslugares exóticosporondepassou.
Nosregistrosde suasvìagers,
a émdasindi
caçoes das rotãsrnârítmasque percorreu,
N,4arco PolocaTactefzou, com ÍiqLreza de
detahes,ospovos, osÍecursos
natlrÌãs,oscos
que uírè
MaÌcoPolodi:ntedê Kúbâ Khan,m niaturamedieva tuffìese ãs pecuardadesde locaisatéentão
a obtarhe ttavelsôf sìttahn Man.levÌlle.
desconhecidos do rnundoocdentaì.

i
Hamens ou animais?
LaÌÌrbd é um reìno nÌdcpen.Ìenie, cÌjos habitantes se consi.Ìe
ram súditos do Crã-Cã: são rodos adoracLoresde ídolos. Nas florei
tas. há Ìrrito pau-rosa, cânfora e !árias ouras cspécies caras de

A nÌâioria dos habitant€s desie feiDo vive nas montiÌnhas. lon


ge das cidades: são lÌoÌxcns qÌre tênì uÌna cauda cLetìais de urn
paÌmo de coÌÌÌprÌnÌento, grossr como as dos cãesi lìá por aí mui
LcÍlL!t".1- .
tos uÌÌicónìios, nÌuitâ caça e muitrls aves.

llli rmb'l: anÌiLÌpÍn,'..ir de , Lcin^. !\\ ttut:or .tt lv.n pott 2. c.1
coN! crlos Heir.Ìi ALCLTRL
RiodrJancn!:!dnÌìm.200Ì. p. 1!r8.(l.ng!uÍo)

Os elernentos fãntástcosdâsnarratvasde N,4arcoPoo íìzerarÌr com oue


rnutosduvdassem deslrêveracidade (oshomensa quee e !e referesão,na
vetdade,oranqotanqos, qLreele confundecom homensinonstruosos). Po-
rérìr,a confirmaçãode muitosdosdadossignifcatvosdesses ÍelatosdeÍama
elesa importânc a e a nf uênciaquetêmatéhoje.A e turêdesses textos,nos
séculos seguntes,al mentouo deselopeasgÍândes nãvegêçôes e iníluencou
exploradores comoCrstóvãoCoombo

As crônicasdasprimeirasconquistas
marítimasportuguesas
Quando asnausportuguesas chegarama Ceuta,naÁfrica,
transpoÌtavam
osfilhosdo re D.loáo , quesesagrariamcêvae roscoma conquista
daquee
território
africano.A h stóra datomadêdeCeutã, êm1415,fo regisÍêda por
GomesEanes deZurara,croastaencarregado de escíever
sobreosfêitoshe
Íó cosdospríncpespoÍtugueses. Seustextos
torneceramumretratodo mun
do exóticoquêsedescortnavacornasgrândes nãvegaçÕes.

.1 5 4 CA P I I ULA 9
Como níco dessas navegaçÕes, a tradçãodos relatosde v agemganha
forçaemPortugaNostextosdev alantes diversos,
encontraTnsenãosomen
te ash stórasdasconquistas,ÍÌìastarÌìbémo Íelatodosnaufrágios.
Dosécuo XVlemdiante, sejaemformadetratado, relato,
d áro debordo
outesteÍÍrunho,
o fascínio
dadescobeÍta do novocontnuousendoregstrado
porvralantesdeváriasnacionalidades.

Aventurasde um naveeadorsolitário

VeeÍ opoèr Á d p a N u i c o m o q u a A m y r K i ô k i n i c i o ! s u a v i a q e m à A n Ì á r t c a €1m9 8 6 .

Nosú tiÍlìosanosdo séculoXX,o brasleiroAmyÍKlinktambérÌìse nscreve


na tradção dos relatosde viagensinaugurada por lvlarcoPoo. Seutexto,
naÍadoeÍÌìpÍirneira
pessoa,recra parao leitorasaventu rasqueprotagonizou
erÌìalto-mar

Borcos sem mar


O tcü+o n,io eÍava üadà bom c simplcsmcntc n,ro cra o
monÌeDto dc caiÌ na áeua. NIas cu jí cstaE vomdo dc costas
para Íòra do l,ãrco e merguÌlÌando com botas c roupas c tudo
cn pÌcnoAtlândco, a uDs dois mctros do Rdpa À'Li. Não é pos
sílell Não po.Ìe se. lerdadc! Virei me, em pânico, aiììda mer
gÌrÌÌÌado e, antes de conscguir tiraÌ acabeçapam fora da ágüa.
riìqrei com as ÌÌãos o Íìndo do casco do Rapu rv?t Toquei e
scnti o barco afastando-sc coDÌ rrpidez. Não ÌÌavia oÌÌde mc
segurar apenas sentia o cìsco, á núÌhr sâÌÌaçio, dcslizmdo,

KIJNK. Paraiit entÊ dois pólos. SàotaÌno:


(ìÌnl,2nhir
^nìr di's l,en ó, l9{ì2.p. 30. (Imgmenú).

Corna narração
dinârnica
e emociona porcená-
deAmyrKlnk,o leitorviaja
ros geadose rnaravilha-se
com âs descobertas
de novosmundoscomose
estivesse
tambéma bordodo seuveleiro.

PtìNrjeiÊs
visõesdÕüasil 159 |
ffi
Poronovegor
JS Poroouvirdì
http://\Ww multirio.rj.gov.bílhistor â/rnodulo0lÍe itorias.htmI NandeArandu Pyguá:t\lenót a
5lte eLaboradopêla Secretariãdâ Educaçãodã Prefeiturado Rio vvà ql arani 2 5ãoP a!o: \4C D
de Janeiro.Apresentatextosbãrtãntesimples,masfaz abordâgêns
vêriâdãssobre o momento dã conquistada teÍa brãsllêirapêlos cD duplo com músicase .an'
europeus.At imãgensilurtram bem ostertos. tos dos índiosguaranis.Mais dê
200 cri ançase j ovensde al del ês
http://M.cce.ufsc.brl-nupill/lìtêratura/obras.html do Sul e sudestedo pãíspãÌt ci
s it e s ob r es po n s a b i l i d â ddêa U n Ìv ê rs i d a dF e ederalde S anta pafam das grãvãçôes.EssedÉco
Catarina.Neleé po$ível eí na intêgra os dois volumesde Perode faz parte de um projeto do Iníi-
MâgalhãesGandavo.Irãtado da terra do Brasile Históriada pro- tuto ïekóA randuque vi sãdi vul
vincia SantaCruz,livros recomendãdosneÍa seção.Há tambénr, gaÍ e preservaras trãdiçôesdos
e n t r et ant êsobr a sn a c i o n ã idsi g i Ìã l i z a d aus m
, av e 6ãoori 9!nal dos
e(ritos de iean de Léry,Récítd un vayageFaíctenla Tenedu Brésil,
e um a t r aduç ãode a l e n c a rAra ri p e . D/êvan,DlavanRo de lênero
Er!'l, 2001
cD do di s.o ançadoori gÌnal -
mente em 1978.C ontéma ínú-
si ca" C aíâd-" índl o" . cuj a l êtra
PoÍolere pesquisor
D sugêrerefl exãocri Ìi cãsobreas
condi çõesdos povosi ndígenãs

Tratado da Íena do üasíllHistóia da Pravinciè cruz,


dê Perode NragahãesGandavoBeo Hoi2onÌe ltaÌê 'èntã
ê/Edusp.1980. Jagot de armat,ÍanZé
Publicdos juntos pêlâ tatiãia/Edusp,
essetdoisvol! mesoÍerecem, 5ãoPè! o Ì.ama,2000.
em texto original,os re ãtosdevlagemdô autor obra referencialna " P ei xev va {i ê-qui tíngue)"ê
históriada liÌeraturadê informação,trêduz o olhar do homemeu- "PeÍissêia"são duas cançÕêsdo 4
ropeu dâ epocâao se depêrãrcom o novo.ontinente. Íopìcalktã Tom zé em parceria
comJoséMiguelWisnikêCapinân,
viagen à tera do Brasil,de lea. de Léry.Beo Horlzonle: que enão regi strâdas no cD .5èo
cançoe5recenresque re(uperâm
Relatode viagem do âutor íiancês,em que deÍreve ê fèuna, a ri tmos nacl onai s
Ílora e os costumesdos povosindígênasbrasilelros.apesãrde não tempo atualizama críticaacerca
te.ambÌçõesliterárjas,chegâa píoduzir descriçÕestão precisasso- da condiçàodos povoslndÍgenat
b r ea r eligios ida daep. rá ti c ã d o c a n i bsamo
l ,ê s rê l a çÕessoc ai sentre
os indígenas,que muitas vêzêso leltor do sé.ulo XXI pode ter a
çr r aç èo de eí ãr è rrF _ i 1 d ão L n fi l Íê . l á l v ê /p o r i ss A afte de CaetanoVelaso,
o br ãÌ enhâins pirã d u o m d o sd á s i c o sd o c i n e m abrasi ei ro,ofi l me CaetanoVeoso Ro de lanero
Cano era gostasoo meu francé, de Nêkon Perêirados sêntos, UnveAaL, 2004
indicãdonestaseção. " Ìropkál i a'é umadâscãnções
A verdadeira históría dos selvagens,nus e ferozes devoradares de de caetâno Velosomâis emble
1998
,â om ens lr s 48- 1 5 5d5e),H a n sSta d e nR. i od el a re Ìro :D anl es, máticasem se tratando de iden
ti dãdenãcÌonalLãnçada
. no di s-
o m ais í am osroê l a tod e v i â g e rnd e e u ro p e u d
s o sécuo xvl . com
co caetáro Yelosoem 1968- há
modo dê narrâr e descrêvermaisrefinado que os dã mãioria em
umave6ão em CDde 1990 , fèz
seutêmpo, sêu5textossãoreplêtosde ação.surpresas, descobertas
ê d. éde\ êr t inêr l o " n o ro .o .l o d o .o s e e me l to ,q Jese èrracer sucesso ãté hojee aindasoacomo
já estão prêsentesne$ês provocaçãoaos caminhose dês
tuados no sé.ulo xlx, no Romantisrno,
cíônicasde vìa9em.Outío íâtorquê contribuiparasuadiÍusãoentre ti nosdo paístraçados pel oscol o
n ós at éhojef ola v e /s ã o d eMo n te k oL o b a top a raj ovens ecfi ãnças ni zadoresportuguêses.ouvl r
â indano ink io do s é c u l oXX . esã músicãmarcãntedo movi-
mento tropicã lsta pode reveâr
crcnistasdo descobinento,oryanização deAnÌono cârloso iverie a mportânciadostía'tados,relê
N4arco Antono v la 5ãoPaula: ÁÌica,I 999 tos ê ensaÌosdos primeirosvla-
com linguãgembãstãnteàcesívele comentáriosesclâíecêdores j antesetradosque poraqui pas-
a nt es de. adãt e x to o ri g i n ôo, l i v ro â p re s e n ta
u m abrev€antol ogi a saramcomsuacul turaj éconsol
de documentosproduzidospoí viajantesê cronlstasdo séculoxvl.

I i6o cAPiïuLa
9
PoroossisÌ
rF
ComoeragostÕsoo neu frân.éi, de NesonPerêrra 1492:ãconquistado parãíso.de Ridey 5co11,
dos5anÌ osB, rê r, 1 9 7 0 EUA,/
nqlaieía/Frânça/Espanha,
1992
t-ì

FRr\
GOS',l0SO
O MEU

Q uãndoo f i l me fo i l a n ç a d oo, d l re to ra fi rm ouque A viagemdeCristóvãocolombo, que acreditavaseí


s ua Ì nt enç ã oe ra d e q u e o p ú b L i c os e i d e nti íi cãtse possível ãti ngi ro ori entenavegandoparao Oci dên
c om o í ndio q u e , a tra v é sd a a n tro p o fa g i ê,com€ o te, ê o cenário épico de$e Íilme. que I ustra o coti
Írancêse seusconhecimentospara vencerseusin mr diano desgastantedas grandêsnêvegãçÕes. A histó-
gos ' . Nek onPe re i rad o sSa n to sn ã o u t l i z aa p enasos ri a dof l me basêouseem umasérl edepergaml n hos
! r elat osdo al e ín ã oH ã n ss ta d e n ,m a s i n c l u i. rõnrcas da época,dêrcobertosem pesqui sareã i zada pe ì a
do í . anc ês( d a ío n o m e )J ê a nd e L é ry .R e à l ìzado em rotei ri staR osêl yneB osch.Ofi l mefoca i zãtambémo
pleaolov iÍ e 1 .o tío p i c a l ,s ta .5 J q e ' êrÌd d o ori md- e\pni rovànqua.di srà de(ol onbo..uá\re9o, d!òes
ç ão c om a c u l tu íãa n tro p o fá g l c amo d e rn i s tãi dea i - com a coroa espanholae a têntativê de estabeecer
zada por Oswêd de andrade. colõniasna América,reÍatando ãté a velhlcedaque'
l e que l oi , or. dêrddoum do\ ndvegdntes ' nai so J
sâoosoe suaepoca.
. Der.rundo, de Aain Fresnol,
Bras,2003 . Detcabrinento do Brâsil,de Hlmb€do N4a!ro,BÊsl, 1937

adaptacãodo lÌvro de ana ÌúiÍanda,aÍnbientadono Documêntá rioJÌcçãoem pÍeto"êbrancoquerepro-


Brasllcolonial,o íÌlme conta a históriade órfãt duz a viagemde PêdroÁlvaresCabral,o encontrocom
enviãdas pela.ainhade Portuqâ|,parasêcasarêm comos
'ovens ãculturã brasileiÍaea primeiramissano Brêsi.Írata+e
primeirs colonizadorês A traínãsêcêntranavldade umã de uma ãdaDtacõoda Cartède PeroVazde Caminha.
delas,a lovem oribêia.obrisâda a sê casar.omo rude
Franciscodê Albuquêrqueê 5êguir(omo maridoparaum
engenhodeaçúcãr, a moçãnãoaceitaeudeíino etenta
Íug pard,ud r",rd nárdl.\endo dqu àda loqodepois.

PinenasúsÕes
da Erasìl161 a
Barroco
Na século XVll, a ser humaìno vìve em canflita, etorfièntècla pol
dúvídas existen.ìaís,clívìdìdoentr-- uma pastue êcional e hunanìsta e
iJma existêncìaassambrada pe!a culpa relìgiosa. aanheça camo o t
Barroaa representou esJefêfipo de i,lsrabilidade e incerteza.

=i
l:

5áoM/guelArcarlb,sécuo XV I, madeG
pôi crómêdâ,
13! cm A si mágê.ssêc r as
1 pÌedominaramnâârtedope{odo.A
rqu€zadaornamentação é caracterislca

CAPITULA
10
O que você deveÍá sabeÍao {" Observe a escultura
de SãoMiguelArcânjo.Queoutroselemen-
tos, alémdo nomedâ obrâ,sugeremtrâtar-sede uma imagem
7. Comoa Reformae d Contra' lioâdaà relioião?
Reforna iníluenciãtam o
suÍgimento da arte batrc.a.
2- Dentreos adjetivosabaixo,quaisdelesvocêescolheriapara ca-
racterizãr
essaescultura?PorqLrê?
2. O que foí o Barroco.
a egre trste sinqela exuberante trági mponente
. Como os conceitosde
agudezà. rèlruscamento è t. Umadascâracterísticasdessaesculturãé a riquezade suãornâ t
conúastedefiníran o pro mentação.Descrevâ-a,
jeto líterário do qaffoco.
r O usoexcessivo
do ouro,naescu1ura,podeseTv stocomoumafoÊ
. O que foì o cultismoe o madeaf maÍ o poderdalgÍejacatólcaExplque.

. Qual foi a ìnportância


das metáforcsparc essà

3. Comose.araderizoua pro- 4. No séculoXVll,diÍerentes temasligados


Íormasde arteexplorãm
duc.aobaffocà no Brasil. à religião,O poemaabaixocãracterizao momentoem que um
. Camoos sermõesdo padte pecadorarrependido pedeperdãoa Deus.
Vieira refletem ascaracte
rísticasdo conceptismo

. Cono ã poesiade Gregórío


Ato dc rcntriçan"ríepoisrte seconfcssnr
de Matosmanífèstaàs ca- Bem sci, mcu Pai Sobemno,
ractêrcticasbanocà'
QÌÌe Da oìrstnÌacãosobejo.
CorÌi, scm lenor nem pejo,
Pelos caÌlnÌÌros cÌo enganol
BcnÌ sci, SeÌìhoÍ, qÌÌe o meu.lano
N{uito vos tem agra\,adoi
PorérÌì venlÌo corúiailo conrriçao: aLLeper,]l-."r,
-[LJ
Em lossa gmç! e aÌÌÌor.
sobcjo: er{:cd. os ln ics.
QrÌe lãc, bem seì quc ó mú)r
ScnÌÌoÌ, do que o meu pecacÌo.
Dâno:comprào pesorl.
tìe'ì nio vos amo, coÌìÍesso, usrdo aqui ro seniidode
Váriisjuias proferi,
\Íissa intciú nun.a ouïi,
,\ mcus pais não obedeço,
Luuiosô: $nÍÌ.1, lrscLro.
IÍatar aÌguns apctcço. qrc sc cnüe8aaosPra?eres

BcrÌs do próriÌÌÌo turtei, "t...1$sm6/ coíeíes


LclaÌìtei Íalsos às .laras, do voso ìado":,úcrô!.Ìa
Dcsejei mulheres nras. ào súguc .lrc .scorc das
.hrgis dc CrisÌo,feÌjd...
Cousxs de ouLrem coÌricei- lado do.ÕÌÌo peì,x goìpes
de h.ça{]e u.i tàris.ì.
Pam la\,ar.ulpas tturtas
Ê ofeÌÌsâs Scnhor tão Íeias,
Sào fortcs dc gra.a.heias
tr$as chagassacrossãnirsl
SoÌrrc nÌnÌì verÌEm as santrìs
Correntcs do !os$ ìado;
Para quc fìquc Ìa\,a.Ìo IIAIOS, CregóÍiode ÌÌÍroduÇio,
E Ìnnpo Ìlessascorrenres, \eÌeçã. e noÌ : Segì{rundo Spnr.
CorìuÌricai'me â! encÌÌcDtcs !\ Iair tu Gttório t1t]!'ldtas.
Da g1âç4,meu Dcus amado. Sãoranlo: ldusp, 199! p. ì l9 ]20.

qaÍa.o 163 a
T I TER A T U R A

r Queelernentos
dãoao poernaurncaráterreligioso?
o Leiaos mandamentos da lêìde Deus,segundoa religiãocatólica.
(! 1.Amara Delrs sobre todasascoisas.
o 2 Náotomarseusantonomeemvão.
3. Guardardomngose testas
1. Ho ra.pã'ê.rdê
o)
?"ê 5. NãorÌìatar
E 6. Nãopecarcontraa castdade
ãÈ 7. NãoiuÍar.
â 8. Nãolevantar fa sotestemunho.
i! 9. Nãodeselar a mulheÍdo próxirno.

r DeacoÍdocorÌìa 19Íejacatóica,osf é s corÌìetem


pecadomoítaI quan
5ãoMrguêl,4r.árló,
obr: dô meíre do coniÍariamurnou maisdesses rnandêmentos, Quasdeleso eu
Pitanga,
sécLloXVI, madeÍa íricoconfessa
ter contraÍiado?
porcromaoa I DantedeÌantospecados, por queo eu lÍrco confiana possbilidade
do perdão?
6. Emtextosliteíários,o pecàdoé às vezesassociado à imagem
Campos€mântico é o conjunto
da sujeira,que se opõeà limpezadospurosde corâção.Releia
formadopoí paavÍasquese refe- â últimqestroÍee ident;Íiqueo verboque simbolizao perdão
rErna |]mmesr.o<on<eito
ou idéa. oospecâoos.
r Segundoo e! lkco,o quetem o poderde elm nartodosos seus
pêcados?
t, ldentiÍiquena últimaestrofeos váriostermosrelacionados
ao
câmposemántico da água.
r Explique
de quemodoelesÍeforçama déiade perdão.
Lutero,rebeldê
e ìibertador
Do momentoem qu€se1oÍna
mongedtéo ÌÌìpacto de sudste
sessobÍ€a população a enìã,oí
medconìpanha
tero€mostÍd
a rrajetór
comosuabusca
a de LLr
pela no mundodafé
Tensão
5.vaço humana conÍariava osin
dosnìdspoderosos
teresses mem O séculoXVl,na Europa, fo rnarcadopor umaimportantedispLrÌa rei
brosda grela.A cudadosa Íecons giosa.Ìudo começou em 1517,quandoo padreâlemãoMaÌ_t nho Lutero
ttução de épocae a nÌensidadê divulgouum conjunto de 95 tesesem quedenunciãva a vendado perdão
do dramav vdo pêlohomeÍnquê (ndugência) comouma práticacorrupta
da lgrejacaÌóica.Segundo ele,o
ateraraoscam nhosda rêlgãono únicocamnho paraa savaçãopessoaerãumavìdãregrada,marcada pea
séculoXVlsãodoÌsbonsmoÌvos peo arrepend
relgiosidade, mentosincero dospecados e pelaconflançana
misericóÍd
a de Deus.
Nessape5pectiva,o podeÍda grejaê dospadÍes d rninuíabãstante.
Se
osfiéisnãodependiam rnaisdospadres,b spose cardeais pêraalcançarem
o peÍdão,por que deveramse submeter a suêsexigências de doaçõese
oenitêncas?

r A debandada
dosfiéis
ErnooucoteÍÌìDo.toda a Alemanha toÌÌou conhecirnento
dês déiasde
queseespalhararn
Lutero, pelorestanle
tarnbérn daEuropa.MLritos
fiéisabãn
Cenãdo ílmê lul€.o, dÊEr. Ìl donaÍama lgrelacatólicêparaSeguir
os preceitos
luteranos.
Martnho Lutero
i A€ m ãnhã, 2003/ pelopapaLeáoX, poréma ReÍorma
fo excoÍÌìungado nãopoda
Prolestante
Ìt'rmu'"o*-**/'

a 164 .A TULa
10
LITERATURA
-'

1545 Quando loãoCalvino,


umluterano conveftdo,passoua deÍendera dé;a
dequeâ prosperidade obtidaÌlormeiodotrabahoeraumarnaníestação do
favord vìno,a debandada decatóLcos PelapÍirneÍa vezna histó
aurnentou.
rjada reig ão, o ucropassoLra servistocomoalgoacetável.Erao impulso
t549 quefaltavaparaâ burgues a aderÌrao protestantismo.

r Reação
católica
Quâse üêsdécadas depois, ern1545,a reação católca,conhec dacorno
ContrêRetorma, começou coma instaaçãodoConcílodeTrento paÍadefnir É,
medidas queDudessern conterasconseoúências da ReÍoÍÍnaProtestante. I
Alqumas dasmeddasmaisimportantes foÍam:
. o ressurgirÌìento
do Tribunado SantoOfício,tambémchamadosagrada
nquisção.Oslnquis dores t nhamo poderdepÍender aspessoas acusadas
de heresã, conflscar
seusbense condená-las à mortenafogueira.
. a crãçãodo /ndlcedo.' tivrospraìbìdas(tndexLìbrarumProìbìtorum),úma
relaçãodetextoscujaleturaeravetadaaoscatólÌcos. Ao longodotempo,o
índcecoecionou umasériedenomesconsagrados. Entreeles,encontTam5e
Copérnico e Gaieu, Descartes, Rousseau, Vctor Hugo,AexandreDumas.
saÍtre.Essaíeaçãosódexoudeserfeitanasequnda metadedo sécuo XX.
. a criaçãoda CoÍÌìpanhla
de lesuspelopadre lnácode Loyola.Segundo um
modelom litãÍizado, comourngÍupodecorÌìbate
Loyoâ v a osjesuítas à ReÍor
mã.Comovimosnocapítuo 9, eesatuaraTn nascqónias poÌluguesas
e espa
nholasemterrtórioamericano. O Brasfoisua pÍrneraprovíncia
ê ém mãr.

i
Barroco:
a harmonia
dadissonância
Con'ìo movimento cuturale aÍtístco, o BarTocose estende do fnal do
século XVlatéo nÍco doséclloXVll.Começa na táiaeacancavárospãíses
euTopeus e algurnãsdesuascoôn as,comoo BÍasL
! A Íeação católca proleÍanÌisrno
ao terágÍandeinf uêncianadefin(ão das
caÍacteríst Na
casdo BaÍoco origemdessas háuÍÌìatensãoque
característìcas,
nasce datentatvade ïundir vsóesopostas: a perspectva antropocêntrica, heÊ
dadado Renãscimento, e a teocêntrica, resgatada pelaContra-Reforma.
CorÌìoconçeqüéncia dessas postuÍas conf tantes,a aftebarroca serámaÊ
cadapelaangúÍiadeumserhumano atormentado paÍgÍandes dúvidás exls
tenciais.OsÌenrasrelgiososseTão tÍatadospor rnestres da p ntura,cornoCa
Íavaggio, Rubens, Rembrândt e Velázquez, queexpressarÌìdefoÍmaenfátcâ
ascontradçõesda época.
A obradosprìncipais artistas baÍocosbuscauniraspectos contradltórios: o
sagradoeopÍofano,as uzese assombras (oposçáoquedaráorigerna uma


õÁ
técnica conhecidã

superandoos
Náose
comochlãroscuro,
n smo,o raconâleo irraconê.Essa
serhumano duranteo período:
obstáculos
pode, porém,
istoé,caro€scuro),
busca
avontade
qued ÍicultavarÌì
que
expressa
deaproxiÍÌìara
a savação
maginaÍ o Bafroco
o paganisrÌìo
o deselo
esfera humana
e o cÍstla
maiorquemarcou
dãdivna,
o

daa rnae o diÍeitoaoPãraíso.


seafastadetodasasidéas
aÍtístcas produzidas no Renascmenlo. Na verdade, o que se observa é Lrm
processo detransformação e continuidade.
O dêsaÍodo Barroco erarepresentar urnrnundoníável.Porsso,a artedo
períodovive decontrastes quêtÍaduzem a tensãoentrea aspiração à harmonia
e à Íelicidadeeternae a beleza ouesevê na utae nosoírrnentohumanos.

Barrcca
165 a
T I TER AT U R A
-

+ A dúvidadeTomé
l O prm€roaspecto qu€chamã a atenção noqladÌodeCa
Ídvaggoeo contraste entreuz€sombra, característcodatéc
=
nicado chlaroscuroOscontornosc arose prêcisos, ÌTpcosda
ü estétcdr€nasc€n1 stâ,perdeÌÌì paraa mpre.sãobarro,
espaço
l jdealzada.
caquecaracter zao serhumano deÍorrnarnenos
ljr.a outracaÍdc€ristcabarrocaé a t€ndènciade retratar
a
õ readâdêdênìodoexâqêÍado (hpeÊÍea srno)Noquadro, isso È
é exêmpficadopelorcgíro pefeitodo dedoqu€Sãofomé
ocanachâq.de crisÌo(ainìpÍessao qu€seterné a deque
':o
€e êvanÌaapeeecoocaodedono nreroÍ daf€rda).o Ìesul
tadoínalnìostra a harnìonlâ
dssorìante dêestéticabarroca O
nìomento reÍatadoé subme:lesus,rêssuscitddo, surg€entre
seusapóstoos. O dedoqu€Íemexe a ferdã,poÍán,a5sinalaa
incredu idadeh!Ínên.,o derejodesecêrtficãrãntesdêá.etáf
aatavagg a, A .lúvì.la de Ianë, 1599
óleo sôbrêtela, to7 x t46 cm.

O projetoliteráriodo Barroco 9

AÍaadopoek ta anoGiarÌbattlsta MaÍn (15681625)resurneo proieto


doBaíoco:" a poesia
literário temo desejo deproduziro espanto " . A chavepara
cornpreender
ascaracterísticas
da literatuÍa
bârÍoca é acetaÍqueelafoi escrita j
como objetvodedesencadeaÍ umaÍeação erÌìurnleitordeperf muitoespecífico.
o êsplendor
daópera
Embora tef hasurgìdonacidade
eÍn 1597,paÍaÍecraÍ
dê FfoÌênça, r Osagentes
do discurso
a trãgédiaqrega,a óperacêsou
peÍe târnentêcoÍn o espírto do No nìomentoemqueasobrasbarrocas começam ã serproduzdas,a c;r-
séculoXVll,Suagrandosidade e culaçãodos textos literáÍios
aindaestábastante restritaà corte,centrode
pronrovianì
tealralidãde um espe- oodel e àsunversÌdades,centÍosdesaber.
úcu o drarnáticoquêmaravllhâvâ Paracriarcondçóesde um diálogocontínuoe produÌvo entÍeosdifeÍen-
pelâtÍãnsfomãçãode cênáÍios d- tesescrjtores,
suÍgemasAcademias,agferniaçÕes culturas enTque êlesse
antedoso hosatônitos da plaÌéa, reúnernpaÍaleÍ e estudaÍa poesiae os tratãdosde Íetórcados clássicos
cumpÍindo assim o dêsêlo
barroco Latinos.
Combasenesses textos,realzamcornpetiçÕes
de provocaÍ
lterárÌasparaavalar
espanto. quemrnelhorÍeproduz os modelos clásscosda retórica
e dacomposção.
Demodogeral,ostextoscircuamemcópias acessíves ã poucos.Osescíto
publcarseusÌroernas
resÌrÍefeÍem emÍolhasmanuscritas e nãocomoivío m
pÍesso,paraevitaÍquesejamlidosporum púb co maior, t docomo"vugaÍ".

OBarro c oeopúblic o
Frutode muitoestudoe trabaiho,a poesiabarÍocaé escrtapor poetãs
parêpoetas.As dÌsputas literárias,prornovÌdas
nasAcâdernias,estirÍìu
am a
sofrsticaçãodostextos,porqueo objetivoé deÍÌìonsÌrar
o melhordomínioda
retóÍicacássca no desenvov mentode temasconsagrados De perfI multo
especiíico,essesetoresaprovama repetiçáo de temas, polselê permrtea
cornpaÍação entfeosd ferentes poeÌasQuantorììâs elaborado o texto,mai-
oÍ a distnçáoconfer daao e tor capaz decompreendê o.
O logoda poesa produzida nasAcademastinhasempreumaduplaface:
de um ado,o poeta,quebuscava compoÍuÍÌìtextobastanteelaborêdo para
seÍreconhecrdo; do outro,o letof que,porcornpreendeTessetexto,semos
Ìravatão sofstcadoquantoo poeta.

a 156 CAPITULO
10
TITERAÌU R A
-.

r O fusionismo
:
O terrnose refereà fuúo dasvsÕes
medieva
e Íenascentista,
antagônicas,
I Essa
fusãosetraduz,napintura,
pelâmisturã músca,pela
entreluzesombra;na
combnaçãodesons;na teÍatura, pelãassociação
entreo raclonae o iÍraciona,
entrea razãoe a fé.A buscancessante da unão dosopostos levaosescritores
baírocos ao usointensode duasfigurasde linguagemq!e criamesseefeitode
sentido:asantiteses
e os oaradoxos.

r O cultodo contraste
comoconseqüência dadualidade namaneiradeveromundoe interpreÌaÍas
cosas,o BaÍrocotende
a apÍoximar os destacãndoo
opostos, contraste,
ao mes-
TnotempoquetentaconciiaÍextremos pecado/perdão,
cornocarne/espÍrito, lu-
ventude/veLhice,
céu^eÍra,eÍotismo/esplritualidade.
Na iteratuÍa,
alguÍÌìas
ima-
genss rnbolzarn
a indefniçãorcsutanÌedoscontrastes.
Asmas freqúentes 5ão
o crepúscuo(tÍansçãoentÍeda e noite)ea
auroÍa(trans!çãoentrc
noteedia).
sÒb re
telê ,1 43 x l4 l c m o Éals m o
rômbrlô dê â quóspntoresdo Bêffoco r O pessimismo
deíaca a decadêncahumanadecorente
da passaqem do tempo.Nestaobfa,5ão A Íelgiosidade acentuãda pelasd sputêsentfeprotestantes e católcos
Pauo, erquelétcoe envelhecdo,
cÕnlemplã!m cÍê.io, q!ê s mbo za a
empregtou um caráterTnas dÍamáticoà v dã no sécuo XVll.Dv d do enÍe
rãzãoe Íelgião,
o serhurnano pÍeferea reìgãonaesperança decompartilhar
g
ã ór a divina.Essaopcáoênfraquece a posturahumansta,quedesdeo f m
dã dadeÀ/édla haviat radoo contro e daíelcdadehurnana dasrnãosd-^
: Deusparaentregá-lo aosêÍhumano.
Nessecontexto,um olharmaispessmstapãrao mundosobressa ern
muitostextose eÍlìoutrasmanfestaçÕes aÍtistcasA vidateÍÍenaé caracter
zadãpor traçosquesugeÍeÍÌì tristezae sofrmento,pãrarepresentá-la como
opostaà felicidadee à góra dâvda celestiâl

r O feísmo
o pessim
N,4anifestando sÍÌìodosautores,
váriasobÍasbarrocas
explorama
miséria
dêcondição
humana, apresentada
emalgunsãspectoscruéis,
doloro-
<ô( ê m it:< vê7ê< ÌênI.n:ntê<

r O rebuscamento
O drlisrdod ocoe n nucosoI d or po çoodo- oeldhese nàn íêsÌdo
gostopelaornamentação êxcessiva.
Essaornamentaçáo acabapoTcrrãrum
efeitodesuntuosdadenasobfasdeartedo períodoe revelao desejodecriar
uÍÌìd scursopaÍaconvencero púbìcoda glóriade Deus.
A utilzação deumalinguagerÌì
tÍabahada,cheiadeirnagense defiguras,
pÍocuÍa a r queza
daÍà lteTaturâ visualdap nturae daescultuÍ4.
l55otazcom
queosjogosde paavrãse ãsíiguÍasde inguagem muto exporados
selaTn
nostextosdessepeíodo.

r Dinamismo
e teatralidade
O artstabaÍocodesqacrãrsensaçáode movmento,querepresentaa insta-
Prot'etêosé/ãr,es.lltura em bi dadêdo peíodo.Asljnhas nãp nturaopõemseclaraÍnente
cuÍvasut lizadas
pedrarbão deAleüad nho, àsretasqueorientaram
a arterenascentista.
Ostraços dãoàsobras
hiper-feãlistas
artistado Barocobrasierô dêaTteurncarátefmaisexagerado,
teatral, a chocãÍo observador
destinado

Baftocô 167 )
I . I TER A T U R A
-

Projêtoliteráriodo BaÍoco r Reflexão


sobrea fragilidade
humana
desencadear €açãÕêm !m públcÕ A leituÍados orincoaispoetasclásscos lnfluencia a escolhadostemas
especlfco/prôv@aro e$ânto do púb lcô maisrecorrentes na poesiabarfocã. Várostextosabordama fÍagiidadeda
v da humana,a fugacidade do tempo,a crítÌcaà vaidade(a beezaé sempre
destruída pea passageÍÌì do tempo),ascontradiçóes do amor
O de eo de p o d , rirle lo \ _ ì . i. oe ld b od d o \ .(o n ru o o! ,ó 7í o n q , â ó
escohadosternas tenhamenosÍÌìpoftánciadoqueotrabâlhocomalngua
gem.PoÍessemotivo,percebe-se queurntema(o péde umadâma,astran
çasnegrasde ouÌra)pooesersomentêum pretextoparaqueo poetaman
l". ê \Âudon n o \upê o odD.lèvd. Í

r Linguagem:
agudeza
e engenho
Ospartc pantesdasdisputas
lteráÍiasavaiavarna qualdadedosescrito
respelaagudezacom que cÍiavarne peloengenhoque demonstrãvam ão
proÍÌìover
associaçóesinespeÍadãs
entreidéas.

A agudez a e L d p " c r o d o eo e d , , Ê Í . q o d e 1 1 o o oI n p ó v i i r o ê . e . g Ê 1 1 ÊP. o


"
essemotivo,ospoetasdoBaÍrocoseêsforçaÍamparacÍìarmetáÍoras,
anaog ase
magens quepudes5emservistas
comoagudezas. O €ngenhoé a capacidade
de
pÍomover coíre5pondênciás
nespeÍadas
entÍeidéãseconseguirs umpenl
ntetìzaÍ
.â1ìô -o Êr oàtãvrà\
b.il.arre<'
j

!'
A retóíi(abarrocadasedução
amorosa È

üe$a: indo parc o leito


Deixa qÌre a máo eÌrante adenire Nudez totaÌl Todo prazer provém
AtÌás, na frente, em cima, em baixo, eÌìtre. De un coÌpo (cono a alma sem corpo) sem
Minha Américal Ntìnha rerra à\'ista V estes.t...1
Reino de paz. se um homem só a conqÌrista, aiomo cncadeÌnação vistosa,feita
Minha mina precìosa, meu império, Para iletrados, a m her se eDfeita;
FeÌiz.le quem penere o leü mislériol Mas ela é um Ìino místico e somente
Liberto me ficando teu escravo; A aÌguns (a que taÌ graça se conseÌìte)
Onde câi Drinha mão, ÌÌeu selo gÌavo. tr dado Ìô-ìa.Eu sou um que sabe;
t...1
Ê DONNÌ,.John. rn: r'r', ,RÊ-rã, ainh!ãr
Tradnção:-{qnsto de Canpos.Sio ?âuÌo:?e.spe.tivà.tgta.
!

John Donnê(15721631)fo um conhecido poetainglêsdo séclrloXVl.


Relgioso,€scÍeveu que lusÌraÌi.bemd retórcado Barroco.
seÍnìÕes A gunsde
seuspoemasexpordmtemasarnorosos, coÍnoé o casode "E êg a: ndopãrao
parao português
eto", tradLrzido poí ALrguÍod€ Campos e rìuscadopor

comseuscoegasqua é o sêntidodasmetáforas
D scLrtê ut zadaspeo poeta
ngês?Ê posslvêl
dêntlfcarLrm
mesnìo carìposemãntico a partrdoquaforarn
O poemaapresenta
criadas? caracteÍkticâs
dã êstética
bãÍÍoca?

a 16A CAPITULO
10
L I Ì E RAT U N A

o'2'

3 A Íábricade metáforas e7t
Ã
õ O trabaho corna inguagem é o segredodaconsÍuçãodasagudezas_ Os
"l
:!
poetasdefn rêrnum pTocesso quêos auxiiavaã cíiaTmetáforas.O temaeÍa
ül submetido a umaanálise baseada erÌìdezcategoras coÍnoquaida
d íeÍentes,

'!
de(q!ãissãoascaÍacleÍíÍicas do tema),ação(o queelepodeprovocar), etc.
:t Seo poetaestivessêprocurando metáÍorasparaurnaqualdadedo teÍÌìa,a
corbrancã, porexemplo, poderia defn -o conìoneve,lÍjo ou armnho,poÍque
todosesses eernentos sãobrancos. ParacadaurÌìadascateoorias. ee deveÍia
ê_con.'aioeiès I t casq-e D,deccerì
o- cdrdcler reaconart-emao diterenter
imagens. Quantornenos comLtrn e esperadafosseessarelação, melhoÍ.
Nofirndo pÍocêsso,o poeta dispunha de dezespéces parã
de definiçóes
o tema,dezespécesde serÌehançaentreos termosobtidose dezt posde
nd!íìentára barcca ita an: bodâdá,
dâ primeirâmetadedo séclloXVll A d ferenças.Elecorneçava,então,a produzir combinações quecrÌavam asima
arte bârccâ é Darcadapea exuberânciê 9êr! nesperddd..Veido poara . sêgur.

rì Morte de F.
EÍejasmim, que aÌminhosdesacata,
EssaAuron, que nácìres aüva.
Essarontc, que àljôfàÌesdeúâ
EssaRosq que púryurasdesata:

Troca em cnÌzavoraz hÌslrosâ prâtn,


Brota enì pranto cruel púrpura !iva,
f Profana em tu1ïo pez prata natì!â,
Muda em luro iÌìÍeliz tersàescdÌata.

lasmim na ãl\,urafoi, naluz Aurora,


Fonrena graça,IÌosano âtributo,
o
EssaheÌói(a Deidade,que em luz repousa.
I
Porém fora melhor que âssimnão Íìrrâ,
Poisa ser cinza,pranro,bãÌro, e fuio
r[0 ,u,i"r,*, .-ir.o, .'t*"",
NasceuJasmim, Aurcm, FoÌìre,Rosa. de!ügem bm6 m inrrìo.
rn rnÌido lìg!üdo: aquiìoqueé
VISCONCELOS,Imcn.o dc. lÌì: IÉCoR{, mniio alrc, nuiÌo brúcú.
Al,r O e. ì êr . . r 4, - ì r " t c nlJ c . J , Lid i8 P o , d l : o Nálm nãdÍepád?6. Era
de Âpolo. SãoPauìorHedE,2002. p. 150. senbdotigu.rdo: .oÍ ro\ada

ÁliôIax goi1d'ágracon õpero


dc póÍnr Emsntido ngnndo:

O sonetodesenvove o ternada moÍtee ilustracomoe a chegaapósum


pfocesso de trãnstormação que desÍó tudo o que haviade belona vida.
Nesse casoespecíïco,a sra.F.,umanTulhercaracterlzadacomodivina,é redu-
zdê a cinzas poÍefetoda morte.
ÊnnteÍmosforrnas, o sonetoío organzadopeo desdobÍamento dequa-
tro metáÍoras (jasmim,aurora,íontee Íosa),que repÍesentarn
asqualdades
superorêsda sfa.F.O Ínovirfentoentrevda e morteé constíuído pelaa ter-
nânca entreasrnetáforas davida(apÍesentadasnaprimeira, e quarta
teÍceira
êçtrofes)e èsdèÍo. e íorê.e.tes-d egJnoa ê quarlaes..o'es/

BarrccÕ
169 |
TI TER AT U R A
-

A FéníxÍeDascidaeo
Postilhãode Apolo Ad strbuçãodasnetáfoÍaspelopoematâmbérn caÍacterzaurnprocedmento
típicodo Barrocodenomrnêdo dissemÌnãção e recolhã. Nee,asimagens são
A pÍodução ddsacadeÍnlas poê "espalhãdds" ao ongodasÍês pÍ nìerasestroíes
e " recoh das"naú tirna("Pos
deÍetóricdpoirLrguesas
1lcãs lo rc'.] d sercinza,pranto,baÍo, e uto,/Ndsc€Lr
lasrnrn,Alrfora,Fonte,Rosd").
ndê enrduêscélebres anloogas,
â Fênixrenascidae o Pastilháode
Ápoló.Dentíe05autoÉscor. poê
masÍêproduzdos nessas obras,
Outrosrecursos
da linguagem
barroca
destacam seFrancsco de Vascon- Comoiodo o trabalhoiteráro do BarÍoco estácentradono uso-olaborado
cêosê5ÓrorViolante docéu,umê dos recursosda lnguageffr,os autoresdo períodoexporamváriasf gurasde i
írêirêdomincanêque se ÌoÍnou inguagerÌe.logosde palavras
urnâd.s autoras mêisrenoÌìadas No soneto "À N4oÉede 1", ocorrerìrdoislogos de pa avÍasd íerentes:o
do Barrocoportuquês, sendoco'
usode tefmoscornsenlidosseÍlìehantes(sinonímia),em ".lasrn
irn/fosa", "tro-
nhêcdâ, nôsínêÌo5.uturaisdaépo-
câlmuda'1" pez/barro";e
o uso de termoscom sentdosopostos (antonímia),
ca,como"décinìa nìLrsa"ê 'fênx
em "jasmim/cìnza","auroÍa/pranto",'fonte/pez","Íosa/uto".
dosêngênhos Lrstânoç'l
Ao ado da metáfora,ouÍas f gLrÌasde I nguaqemrÍluto ut I zadasna ite-
raturêbarrocâ9ãoantíteses,paradoxose hipérboles.

A hipérbolê é u'ìa af rmaçãoo! caracterização exageradapâfãênfâtzâr uma


d é a o u a c o n tecmento.Quandoal gLrém
d z queestá' rìoÍrendode Íome: cr a
!ma h pérbo€ paÍaexpressaÍme hoÌ qlrê 5enl€umaÍome nì!ito grande

e paÍadoxos
Cornot'o vistonoCapítuo 8, antlteses sãoíguÍasquetÍatam
deconce tose dequa dades contrad tóÍiasEasslmboizãm,poÍtânto, uma
quedeÍnea estétcêbarroca:
carêaterÍsticã a tensão,o rìovlmento, J
a tenÌat
va oe concrãÍãspectosopostos.

r A estrutura
dospoemas
llmadasmanilestaçoesdatécncadospoetasbarÍocos é a cudadosaofga-
n zaçãoquedãoaospoemasPaÍaressa pÍocuÍam
taÍ asagudezas, criêrpartes
quepodenrserd vididosemduâs,1íêsou
eqlivâentesno nÌeriordosve|sos,
quatropartesNotÍecho dopoenâ'Aumdesenqâno", quevocêvâ et veraos
urnexernplodeversosd viddosemduaspartesparacriarLlmeíeitoconstênte
deoposçãoentreasimaqens escoh dasparao desenvov mentodo terna.

Mutlo oe lrole rrcou MArs&aRRoco,


oz Cosrnlza Pnscor-,mo
Por A.l,iana (hrcia
SI-A.OPÀULO (Reurc$) À conNnrora .le moda e empresáda Cosrúa
Pâscolato acrediÌa que a üoda do loro mi1ônio rcnr rfaduzindo üm üseio
colci\o dc .sqDcc.r o que ó bí5ico e rÌergulhaÌ nuììa liagcnì .scaphti cnì
h. , , n , d r , , 'i . \ c F \ r . " d . . . .
' d. ' . r . , nnh ; 'i . '
; 'Não .xnte a possibilidnde de r lder o bísico, is superfi.ìcs .$ão n-ahalha-
É dar, ri.!s, rçplells de textuÌà\. Há uma\onude de ser ntenos minimalìsà" I...1
Disponiyelenr <http,,//$ryÌ.uol..on.br/dntMo,rreuÈN/{-
' 2005/0ì/10/u1o6uÌ816.1.sh1>. A.e$o en: ì0 ìan.2005.i

Deí le de um dos modelos


foíanza Pascolato ao têrmo"bdrroco'paradefn r astêfdèncãs da
rêcoffeLr
de ChrÍ an La.roixno Fêihrbnsrow, modaenì2005.Discuta em quesentidoessêt€rmoestásendo
conìseuscolêgas:
en P ãfr,21 l01 /20 03 . usado?Ê€caracteriza
umatendêncadâ modaatua?

a 170 caPlruLo
10
IITENAï U R A
-

Aum d.esmgano
Será bra dc, o dgort fifme a nÌrÌarçâ,
HumìÌde a presuÌìção, !ária a firìÌeza,
FÍâco o valo! coïaíde a Lortaleza,
Trisle o prazet clii.reÌ, a.onfiaDça
Do (ÍLr, viôtâÍtÈ.rì: tÉcoÌ{A, At.i. (org.) âF-@
P,sta nl,,rÀra: lêlix fenas.jdã& PostjllÌãodeApolo
SãoFaulo:Fledn,2002. p. Ì27. (Fragmenro) p
Todosos quatroversos dessaestroíepodernseTdividdosernduaspaÌ-tes
equvalentes (destacadasern rosae ãzul).Cadaumadelasexpora magens
queseopõem,contrêdizeÍn ou apresentam polcocompatÍveis.
características
Porexempo:o rigoré caracterizado comobrando,Nessecaso, observamos a
presença deumacontradição (paradoxo).
O resultadodessaconstruçãos ntáti
ca é um eÍêto de s meÌriaentreos pãresde características
êpíesentadas enì
cadaversoda êírofe.
Essesjogos deling!agern e deconstrução,feitospãraprovocaTo espanto
do leiÌol acabavam portornarostextosmas complexos. PoÍessemotivo,os
eitoresda épocasabam queos poemêsbarocoseramescÍitos pafaserem
idosvárasvezês, até que todasasirììãqensfossemreconhecidas e decodif
cadas. Sóentãopodamjulgara qualdadedo autor,

! r Ascorrentes
do Barroco
Duascorrentes
5ãodentiícadasno Barrocoiteráro:ocultìsmoeocon-
! ceptismo.Ambasbuscârì,pormeiosdiferentes,
urÌìmesrno
fim: cr arãftifí
quereveLeTn
ciosdeInguâgern agudezae engenho

Cultismo
Pfedomlnante na poesa, o cutismocaracteriza-se pelaelaboração muito
Íebuscada da inguagem. Ospoetas utiizamtrês artíícios:jogos depaavÍas
(trocadiho, s nonínìia,antonírnia, homoním a, perifrase),
logosde magens
(usodasf gurasde linguageÍn) e jogosdeconstfuçáo (estruturaçáos ntática
e aborada).A exporaçãodasimagens procuraenvolver o e toÍ por meiode
estímulossensor ais,coÍÌìdestaque parao traballìocoTnossonse ascoTes no
texto.O soneto"À Vlortede F.' é urnexernpo dessatendência barroca.
O cutisrno tambérn eraconhec docomogongorismo, poÍteralcançado
expressão máxÍÌìanapoesiado poetaespanhol Luísde GóngoÍa.

Conceptismo
O conceptisrno,tambérnconhecido comoqlevedsmo(deFrancsco QLre
vedo),prêdomnanostextosernprosaEmugãrdeinvestir no rêbuscarÌìento
lingüístico, procuraseduzÍ o leitorpelaconstrução
o escritoíconcêptista n
te ectual,valoÍizando o conteúdo,
a essêncladasignifcação.
Perífrase
è a utilzãçãô
demui- Paradeslumbraro leitorcomo desenvolvirnentodeumraciocín o, o êscri-
las parâvÍas
pãÍaexpímI o que
poderiaseÍ dto com pou.asou
toÍ conceptsta recoíea comparações ousadas, exêrnpificaçõesfreqüentes,
umasó palavÍa.PoÍ exenìplo: metáfoÍas, iÍrìagens,h péúoles,analogas.O resultadodessaelaboração na
sumopontífice(papa),pãhdo sol apresentação do raciocínio
rnultas
vezesd flcultaa compÍeensão do conteú
,ascêntê(Japão). do.OsserrnÕes do padreAntônoVe ra,apresentados maisadante,sãoma
nifestacóesdo conceotismo barroco.

Bètrarc171 |
tIÌE RAT U R A
-'

:
Í
O Barroco
brasileiro
Í SãotrêsascondçõespêÍaa existência de uma iteÍaturanacional: a pÍe-
sença deescrtofes que produzarn continuamente,a possibildade de publì-
: caçãoe circulaçãodasobÍaslterárase u|-Ììpúblicoque e a Íeguìarmente as
2
obrasproduzidas. Quandoessas trêscondlçôes sãoãtendidas, começaa lun-
c onaro queo critico
AntonioCanddo chamou desistema literário.
Essascondiçõesa ndanãoestavam presentesno pefíodocolonìal. O Brasl,
i no séculoXVll,aindaera um vastoterritórìonexplorado. Apenasos centros
uÍbanos mas mpoftantes, comoSalvador e Recile,
apresentavam agumaor-
ganzação.DeÍesto,o paíserauma mensidão dematasquecomeçavam a seT
desbravadas entamente. PoÍ sso,os poucosescritoresquesurgÍamestavam
soados,separados porm lharesdequjÌômeÍos, vvendonosrarosnúcleos de
povoamento exstentes naépoca. fu obrasqueescÍev amrêramente chegavam
a serpubicadas,o quedificutavamuitosuacirculêção. Ostextosdependaíì
de umâd fusãoora ou rnanuscrta, masissonáoaconÌecia coÍÌìtreqüên cia.
Poressemotivo,quandoseest!damasobrãsdosescritores quevvetarn
no perÍodocolonial,diz-sequeelascarêcterzanì manifestações literárias.
nãochegando a fofmaTuma lteratura naciona.5ó se corneça a Íaar êm
ìiteÍaturabrasileira
noséculo XlX,quando é possíve carumaprodu-
identif
ção constênÌede obras lteráras pub icadase idascorn reguar dade.
Urbs SalvêdÕt,qa\úta de 1625.
No sé.uo XVl, Salvadorera !m
dos poucoscerÌrcs uÍbanosq!ê
ffonrav.m a19umaô19an2âção
r Comotudocomeçou
EmT601 suÍgiuo poerìraépicoProsopopélá, escÍitopor BentoTeixeÍa.
Esse Ìextocostuma serconsiderado o marconiciada iteÍaturabarroca brasi-
e ra,err]boranãoapresente grandes qLraÌ
dadeslteráÍias.
OsÍÌìaorese melhofes escritores
barrocosem ínguãpoftuguesa no Brasil
surgirânr na Bahia:padreAntôno V e ra e Gregóro de Matos.
Essefato nãoé gratuto: o BrasI vv a a faseda expoÍaçãoda cana-de
ãçúcar, razãopea qua os pÍincipais centrosuÍbanosestavaÍÌìocaizadosno
Nordeste açucarerÍo.Comoa vda econÔmica dã coôniaestava concentTada
na regiãoNordeste, eralá queseencontravaÍr] os principaìs
aÍtstase escriÌo-
Íes,comdestaque paraSavador, quefo capiÌaldoBrasildel549até1763.
Ostextosde Gregóriode À/latos e de V e ra peírnanecem irnportantes
e
inÍ uenciam escritores e portugueses.
brasileÍos Conheça a seguiÍum pouco
da obradesses doisautores.

Vieira,
o engenhoso
pregador português
No século XVll.em meioàsdisoutas entrecatólcose
proÌestantes, o sermão,discuÍsoreig oso sobÍealgLrma
veÍdade dadoutrnacristã,
toÍnou-seumaimportante arma
parad vulgarosvãoresdã lgrelaromana.
OsserÍÌìões Deo DadreAntônroVieraíicaranr
escritos
farnosospea argumentaçáo engenhosa e pelaretóflca
peÌJerta. O domÍnioncomurÌì daspaavrasgarantiu ao
joveÍÌìjesuítaentÍadênascortesmaislmportantes da Eu-
ropae nfluênciajunto ão rei de Portuga. Essamêsrna
ÊÍansPon Engenhode açLcdr, 661 habiidadetorno! o vÍt ma da persegu ção peloTÍibLlnal
o pintorhoa.dêsílcoúcorhecdôentr€nós.omoopintordo açúcal do SantoOfíco.

Baïoca 173 a
tIÌERAÌURA
-

Entreos sermóes maisconhecidos dos, em


do PadreVieira,destacam-se
queo pregador tratade aspecios
davidana coôn a:
. Sermáa pelobamsucessa dasarmdsdePortugalcontra asdeHolandalTe
gêdona Bahâ, em 1640): Vieifaconvoca o povobaiano a reagir
contraa
invêsãoholandesa,defendendo-se da ãmeaça protestante
. Sermão daprimeiradomingadaQuaresma (prcgadonoMaranhão, eÍrìI653):
Vieíatentaconvenceroscolonosa ibertaremosindígenasqueescrav zavaÌì.
pos(ãô iÍiÍluent€
Po(ugãl-D.Jóão
r A montagem
argumentativa
deumsermão
Pãrapersuadir suap aÌéia,VielÍacombnavatrechosmaÍcados pelaforma
lidãdecorììoutrosdorÌìinados pelaoÍaidadee pea descontração. HavìatarÌì
bémumapreocupação em Tnanter uma 'âmarÍação ' constante entrea parte
e o todo Outrade suasmaÍcasest ístcêsfo o uso nsistente do paralelsmo
kepetjção de estÍuturas s ntáticat.
As rnetáfoÍas e asanaogiasaludavaÍÌì osfiéisa compreender as passagens
mãs obscuras da doutrnêcatóca.ParademonstÍar, pof meiode exempbs, o
pontode vistaquedefendia, VeiÍaut lizou,comgÍandeefeito,passagêns do
antigoe do NovoTestarÌìento
O sermãobarrocodeviademonstÍar umaposição mora por Tneio de urna
imãgemque,associada a urnfato ou a urÌìacitaçãoda Bíbla,pudesse serum 9
o daposçãoa serdefendida.
sírÌìbo
Argumentos baseêdos nê observação da realdade, em verdades histórÈ :
cas,eÍÌìprncípios étcosou tlosóficos devarnseÍevtados. A agudeza eo
engenhosó se nìanìfestavam casoo autorda arguÍìrentaçáo fossecapazde
Passos
da argumenlação lustrarpof ÍÌìeo de irnagens e metáforas o temado sermão. V e ra eÍa um
AestÍutura consagrada pêrêos TaestTenesseplocesso.
sernìóes no sécuoXV envolvia Nosermãodase,\agésma, prêgado nacapelaRealdeLisboa, em 1655,ee
quaÌropâssos, em quese pêrce- pretende Íesponder a unìapergunta básicapoÍquenãofazfrutoa palavíâ de I
biaa preocupdção coÍi as dêas D,ous?Comsuaargumentação, olesuitalentaconvenceÍ osf éisdequea c! paé
quemaÍcaram a coíenteconcep-
do9pregadoÍes, que,em ugaÍdedesenvolverem umaargurÌìentação conslsten
Ì stado BaÍroco:
te,preocupam-se emenfeltaÍ a nguagem, toÍnandoo textoincompÍeensível.
. Exórdio:ooradorconìêçã aex-
poro plaìoaquevasubmêter Noüechoa segur, Vieirausaa maqemda áÍvorecorfo símbolodo con
9ee a5 0eÌ45 quevãroeÌenoeÌ: cetoqueprocura demonstraÍ: o sefrnão precisa desenvo verum únicotema
. Invocação:
(umãsó matéria),que deveestaferr seuinícioe ao qua deveretornaro
o oradoÍpedeauxÊ
o divinopaÊêxporsuasidéas.
pregador aoconcìu r suaaÍgumentação
. Confirmação: desenvovimen
toe exposcão dotema,realça'
do coma egords,sentençês e 1...1Nào nclaoÌìem quero dizer que o scmão n;io ÌÌda de ter lrrieclade de
discÌrrsos, mas esscshio de nascer lí)dos da mesma matória c continüa.r a a.abar
. Perorâção:conclusao; o ora- nela. Qrrer.is lcr tudo isto com os oÌÌÌos? Ora vedc: una Ínore iem raízes. tem
doÍ,recdpitulandotudoo qLre ron co, tem ramos, tcnÌ fòllÌas, tem rdas, tem lÌores. tem Âìtos AssiÌn há de ser
foi dito.termìnacóm unì dês- o sermio: há de ter rÍzcs Íortes e satidas, poÌqÌre há de ser tundado Ììo E\':rÌÌge
fechovibrantepara rnprcsso- tho; há .Ìe ter rm ronco, porque há de teÌ Ìrìn só assunto e úatiLÌ Lüna só nÌaté
nar05fiéise enimuálos a se- .ia: .leste tÌonco ÌÌão dc nâscer dìvcrss Ìmos, que são dilcnos discursos, mas
guiierìos ênsinamentosbíbh'
na-scidoscÌa mesma nìatéria e coÌÌtinuados neÌa; cstes ramos Dão hão de seÌ
cosapr€senüoos.
secos,senão cobenos de folhas, porque os dncurvx hio dc scr vestidos e oma
dos de p:Ìla\ras. I Iá dc ter esueán ore r,uns, que são reFessio dos
tU s".r"nç*,r'n*' q.. ..*- !íciosj há de rer floÌes, quc são as seniençâs;e por remate {Ìe
"- rrÌdo, há de ier firtos, {Ìue é o iìxto e o fim a que se ÌÌá de
IfnurÌenr) de oilenÌ gerÌÌ e dc !aÌo.
!,o' âÌi pr oúÌ Lnx, .Ìixi,ÌÀ. orclenaf o serDìão. De maneiÌã que há de lÌa\'er fruros há de
Mirâr€lt6: apeas ou la{as de mrleiÍà. harer Ílores. há de ÌÌa\u \âras, ÌÌá de ha\€Ì lolhas. lÌá de lÌa\€r
Vcrç6: fì)Ìha {le .oü\ e. lnì *.údo
lÈÌüidoÌ paraúcâdo pobÈ de idéias, o.o
ramoq mâs rudo nascido e ÍuÌrdado em um só tÌonco, quc ó
,9dú@ l@: en I Íìm. \emerÍ x sÍ'enÌe. umasó mâtéria. Sc tudo são troncos,nio é sennão,ó madcira.

a 174 CAP|TULA
10
-I.ITERAÌU R A

Se üdo sào Ìãmos, não é semão. são mâra\.ãlhâr. Se tudo sio foÌhar, não é
sennào, são verçâs. Se tudo s;io rarãs, não é sermão, ó fei\c. Sc rudo s,io florcs,
não é selÌnão, é mmaÌhete. Serem tudo 1l-utos,nio pode serj porque não há
lì"utos km inorc. A$iÌÌr que nestâ árÌore, a que podemos ch:mr áryat du
t1ía h,Ì de Ìu\€Ì o pÌo\€itoso do lìrto, o fomoso da., 0ores, o rigoroso da-s
\"das, o lestido das ÍòÌhõ, o eslendìdo dos r:mos, mâs tudo isto nascido e for
mado de um só tÌonco, c cssenão levìnlado no d, senão fundado nas mízes do
ItugeÌho: ,Saa,au y.na Eis aqui como hão de ser os senììões, eis aqui como
nio sio. E ósinÌ n;io é muito qrrc se nio Í&a Êxto com eles.

\al!lR{, Antônio. ,1flÌ,6. Ì 2. ed.Rio deJaneiro:Agir, 1995.F. 132-1J3.(üagìÌeDto).


È

Observe,no esquema
a segur, corÍrofLrnciona da árvofepara
a rnetáÍora
represenlar
o seÍmão.

RAMOS

! só idas

Evangeho

FLORES

tudo nascdo e fundadoerÌìum sótronco(umasó ÍnatéÍia)

S et ldo s ão 5e tudo são S,"tudosáo S et!do são 5ê tudo 5ão Setudosão

verças.

mastudo issonascdo e foÍrnadode unìsó tronco


fundado
nasRAIZES

ÊISAQUICOMOHÁODESEROSSERMÕES.
EIsAQUIcoMo NÃo sÃo.

Baffaca175 a
-
tI Í E RA T U R A rI
de Matos:o primeiro
Gregório
Acondçãosocia píivieqiadaêos
grandepoetabrasileiro
eíudosenìPolruga derâÍna Gre' cregóriodeMatostevesó daformaçãocutural.Estudante emCo-
deDireito
góro de lvl.tosa posslbildâdede corÌìa peBpectiva
irnbÍa,á entÍouemcontato huÍÌìanstaqueincentivavaa e tura
lerosprincpêls po€ias dosseculos dosautores Eeseguu osensnamentos
clássicos. aprend doscomesses mestres
XVIêXVI. Elêconhecìa a poesa de poÍsuapoesia
5áde MiÍanda e CamÕes, osr.es'
literáÍosemsuaobra.Tornou-seconhecido lírica,
sacra
e satÍrca.
úêspoÍtugleses do classcismo
Le!, também,a obrade Gón- r A poesialírica '
gorae de Quevedo, autoresque
defìnÌarnascoÍÍentesdo Baffoco. A írìca
aÍÌìorosadeGÍegório deN/latos
retomatemâsclássicos,cornoa opos
ComGóngora, aprendeu o gosto ção entÍeespírito
e para
rnatéra, desenvolvêr
sua poesia.
pea eaboÍação da Inguag€m, como cuidadonaconstrução
N,4esÍÌìo demetáforês e naestrutuÍação5ntá
peo desdobranrento dasìmagens ticado poema, GÍegório de ja
Nlatos mãisÌrãnsíorma suapoesiaeÍlìurnexercí
e metéÍo|as no poêrìa.EmQue
vedo,conhecêu o gostopelaaF cioexaqerado do artÍciaismoda inguaqem c!ltistaPortÍásdesuasimagens,
gunìentação raconalee aborada sempÍe é possível o
identiíicaÍ desenvovimento deum raciocíno exemplar.
quê,êm agunsde seussonetos
re g osos,f cabemevidente.

F
Pintura ad.mircíaelde uma beleza
\rôs essesol de luzes coroado? Delxao prudo;\'em(á, minha adoì?da:
È Em péÌ olas a aut oE convertidai Vêsdessemar a esfera$istâÌina
J Yês .Ì Ìua de esteìas gumecida? Em sucessivoaUôfaÌdesaÉcÌa?
Vês o cérì de plaÌretas adomdo?
*á Parcceaosolbos ser de pratn ÊÌÌa?
o céu deixemosivêsDaqueleprado Vêstudo isto bem?Poistudo é Ììada
A l osa com Ìì7áo desvrÌecida? À rnsu do au rosto, Catarina.
A açucena por aÌ1ãpresumida?
o cràlo po. galã lisonjeado? l!1 IOS, Creg.lno de. sel.ção, úrodução
e notu:.José Nligucl $ìsÌit. Pmndr
a.,lÁìrd Sãol.ulo: Cultri{, Ì997. p.223. Ì
Ê
0J &ucena plarra pror<r-t. ,là Ái4 nuib conhecidarÌâ\ tìo.esaÌus ê p.rfuna,ias.

Âljôrr pé.ola úú1o niirda. rm rntido ÍLgudo: gotà de ágra,o onaìho dâ


'!àúã.

Segundoa tÍadição ina!gurada porShakespeare decorfparara


e CarÌìões
belezafemninaàs marav lhas da naturêza, €regóro de Matos retomaesse
tema paradesenvovê-o segundo os princíposdacon'ìposiçãobarroca.Perce
be-se qLreosonetofoiestruturado a partir
de questões quedirgem oo hardo
e tor aosmaisbeoselemenlos dê natuÍeza.
A beezadeCataÍina é afirmada porrneo deumêestíut!rabastante Íegu-
larctueidentifica
os aspectos mas louváve s do 5ol,da Lua,do Céu,da rosa,
da açucena e do mar.5e o ideãlclássicode beezapodesêrencontrado na
naturezá, o qued zeÍde Catarna,quea tudosupera,comoexpressa o paÍa
doxoÍina: "tudoé nada/A vsta do teu Íosto"?

r A poesiasacra
O quesobíessâ, napoesia sacradeGÍegório deN,4atos, depecado,
é o 5en5o
aconstataçãodafÍagidadehumana e otemordiante damortee dacondenaçáo
eterna.EssaÍacetade pecador arÍepend do aparece nospoemas na
compostos
fasefnal desuavida,lá que, naju.r'entude,
o poeta fezvárias que
composiçÕes
desafâvarno Ìloderdivino.O poenìaa segur é dafasemaismadura do poeta.

a 1i6 caPiruLo10
IIÌÊRATU N A
-.

Buscand.oa Cristo
A vós concndo !ou, bmços sagrados, Avós, pregados pés, por ÌÌão deixar-me,
Nessacruz sacrossartadescobertos, A vós, sâ1ìguelcrtido, paÌ a uìgir-me,
Que. paÌa re.eber-me, cstais abertos, A !ós, cabeça ÌJaixa, p-ra chamar-me.
tr, por não castigar'me,estaiscÍavâdos.
A !ós,lado pâtentc, quero unil'me,
A rós, dìvinos oÌhos, ecÌipsados Avós, cmvos prccìosos, qr.Ìeroatar-me,
De ianto smgue e Ìágdmàs abertos, Pâra ÍicaÍ ünido, ntado e lirme.
Poìs, para perdoârme, estaisdespcrtos, È
E, por náo condendme. estaisfcchâdos.
ìL{IOS, cr€góno de. Seleçãô,nÍ.odxÇão
e Dotas:José\Íi$ìcl $'isnik. P@n6 a.olÀidor.
SãoFaulo:Culfix, 1997,p.300.

Essesonetoilustfaumacaractêrhtca típcado estlo baÍroco:


o usodestua-
A primeiÍaediçãoda obra çÕes quepossbilitam
ambivalentes, duplãinteÍpretaçáo.Assm,osbraços deCristo
poéti(ade G sãoaprcsentadoscomoabertos e cravados (pÍesos);seusoÌhosestãodespertose
A c rculaçáo dos poemas de fechados.Cadãum desses esÌadospermÌteao poetafazerumaÌntefpretação
GÍeqóÌod€ ivlatosd€pend a dos pos va
sempre t dogestodivino. Osbraços eÍáo abertos paraacolher
o f e quese
manuscÍ|ros que passavam oe para
dÌge ê Deuse cravãdos nãocasUqá-o peos pecados quecorneteu. O ÍÌìes-
maoem rnáo.O pÍópriopoeta paraosolhos.
nao se prcocupouem garantrr, rnoéveídade Quando abertos, s mbolizamo peÍdãodivno;quan-
comofezo padreVie ra,umaedi- dofechados,a recusa a condenaro pecadoÍ aÍrependido.
çãocudadadeseuspoemâs. 50- O sonetodesenvove umaaÍgumentação quebuscaconvencer o leitoÍde
j menteno séculoXX,enÌre1923 umaverdadefelÌgiosa: o perdãode Deusé absoluto. A iínagemdeJesus cÍu-
ê 1933,a Acadenì a Brasilefâ d-â cifcadodá origemàsmetonímas(utilizâção da paÍteparareferirseaotodo)
LetÊspubico-u o q!ê, na época, queconstituirãoos "argumentos" apresentados peo poeta.Cadaurnadas
sera obfa poética
acredltava-se partesdo corpode CristorepÍesenta
integraldê GÍêgóÍio.lvlas,ainda umaatitudeacolhedora, magnánma,
hole,há,múìtã d scussãosobrca umanìanlíesÌação de bondadee comiserãção.
aurora oe aqunspo€Ínas. NaúltÌmaestrofe,Ìlodemos ÌdentifcaÍo ternadofusionismo:o f e, Í-oco-
nhecendo ossÌnaisdeq!e seráacohÌdopor Deus,ÍÌìanifesta o seudesejode
"fcarundo,atadoe firme"aoCrstocrucfìcdoo.

r A poesiasatírica"
ForarÌìos poeTnas quedeÍamfamaao poetãbaano,chegando
satÍricos
mesmoa causar o seudegredo paraAngoa, em 1694.No poemaa seguir,
GÍegóriode Mêtosexpõede modoexempar a prátcada maledicência.

Reprouações
Se sois homem \aloroso, Se falaìs muito, palreiro,
Dizem que sois temeÌáÌio, Se falais pouco, sois taÌdo,
daprmefa edição
FÍontisplcio Se \alente, espadachim, Se em pé. nâo tendes assento,
de abEs de cÊgoda dê Mt Ìtas
E atreüdo. se esforçado. PregÌriçoso, se assentado.
Seresoluto, arrogante, E assin nâo pode üver
Se ppcífico, sois fraco, NesteBrasiÌinf€stado,
Se precatado, - medroso, Segundo o qüe vos reÍiro
El Espadachin: en Yntido fisxrodo,
E se o não sois, confiado. qtem não sejâreprovado.
pcs.â quc brigr.nuno, !àlcrtona I...1
Precdado: prflenido. ìIATOS, Gkgório de. Sel€ção,intodnçáo e lotu:José lvli$€l $ìsnik.
PaÌÌeirc fiìdor, ugrreìà. PM er.dÌ.rÌìdaiSãorallo: cuhir, 1997.t. 9G99. (Irâgmsúo).

gaffaca177 a
I
TI TER A T U R A
-

O o harcrítco de GÍegóriode Mãtosrevelaaspectosnegativos dav dâ nâ


Bahia e ernPernambuco ernfinsdoséculoXVll.Eledenuncâ. comirreverénca.
a corrupção econômica dospoiticose a corrupçãomofaldospadfese íreiras.
Comoe e rÌìesmo aÍirmouem um deseustextos:"Eufâlo,seiao quefor".
A leituÍadeseuspoemas atesiaa impoÉânciãe o vgoÍ desuaobrano mo-
ÍÌìentoemquea pÍodução lteráriâbÍasleÌacomeçãvaa daÍospÍ rneiÍos
passos.

O Bo(ado lnferno

"Esta cidade acabou se". peÌÌsou Cregório de Nlâtos, oÌhando pcÌaja-


nela do sobrado. no lerreiro de.Jcsus."Não é Ìnâis a Bahiâ. AÌìrigamcnk,
haria mÌrito respeìto. Hoje, até dcntÌo da praça. nas barbas dr infantària,
nas bochechas dos granacÌÌas,na Íicnte cÌafoÌca, fazem assalrosàüsra."
\reio à sÌla men ie a figura de Cbngora y Argote, o poetì esp,ìrúoÌ que eÌe
tanto adminlã. \€stido como nos retÌaros em serÌ hábiro ecÌesiásrico de cape-
lão do rei 1...1CÌegório de Matos queria, como o poelâ espânho| escÌever
conas que não rossem ïulgar€s, àÌcançar o cul.eranisrÌìo. 1...1crcgório de
Mabs esta\2 ali, no Ìado escüro do muncÌo. comendo a paÌ1e podre do baú- ã
qucte. Sobre o qÌre poderia lìaìar?
ÌÍÌtdANDÂ Ana. aoa do1,/ma 2. cd. núta pclâ aürori.
;
são Prulo: Compânlìirdâsl?úrs. ì 9i14.p. 13. (Èagnelto) .

u Sermaoaos pêfies AnaM randarecria, êmseurcmance,a coÌruptâe violenta


sociedade baianado
OSernãodeSantoAntôni,.(aas zadoporGrêgóÍio t
réculoXV . Protagon de N/lâìos,
o Bocado Inferno, e pelopadÌe
pe/x€s)íoi pregadona cidadede o livÍor€vea o perf dasociêdade
Vìeira, quênegaÍá tanto! m comooutroporsuas
SãoLukdo Mãranhão, em 1654. cÍítcasafiãdasão.enáÍopoíUcoê soca do pêíodo Nofna daobÍa,háumab
Deposdefaai sobrê a responsãb
' \,.bliogÍafiabastantevaslado materapesqu sadopama produção do íoÍnance. ,i
idádedospÍegadores,Vi€irapassâ 'çlroFru{*!ís. qftrmm{s'rmu{mí/
a pregaíparaos "peixes êxeÍn-
plo do quefez SantoAntôn
"a o, lá
qLrenãoestava sendoouvidopor
selsfiéis.
Seuobjetìvo eraimpÍes'
sionarosouvintes,poÍnìeiodaut-
lizaçáo
t
de metáforas e aÌegoÍjas,
mostrando-lhêsa necessldade de Sennãode SantoAntônio (aospeixes)
sermão,Vieirautilíza seupoder argumentativoparc
tratar da tarefa do pregadorem uma terra corrompida.
^/este

Vós, dìz Cdsto, ScnlÌor nosso, falando com os pregadores, sois o sal
da terra: e cÌÌama-ìhessaÌda terra porque quer que Façâmna rerÌâ o que
Ínz o sal. O eÍèito do saÌ ó impedir a corrupção, mas qÌrando a reÌÌa se vê
áo corÍupta como está a nossa, hâvendo tanros neÌa que rêm olicio de
sal, qüâlseú, ou quâÌpode ser, acausa destrconupção? Ou é porque o
sal náo sa.lga ou porqüe a terra se não dei\:ì saÌgal Ou é porque o sal
Dáo sâlgae os pregadores nào pregam a verdadeiú dourrina; ou porque
a teffa se não deixa sâÌgar e os oÌrúntes, sendo veÌdadeìra a douFina
que Ìhes dão, a não querem receber ou é porque o sal não salgâ e os
p ' F g d d o Íe sd i /em oi {d " i rem ouE J:
' rmd ' querem
deixa saÌgaÌ; e os ouvintes ãÌtes imirâr o que eles fdem, que
fazer o que diz€m. Ou é porque o sal não salga e os pregadores se pre
PadrêVìêrc, htr l e pcinÌ
gam a si, e náo a Cristo; oü porque â ierÌâ se ão deüa s gar e os ouün
tes, em vez de semir a Cristo, servem os seusapetircs. [...1

a 17a c\PlruLa
to
I"ITERA T U R A

Suposto, pois. que, ou o sal não saÌgue ou a tcÌrn € não deixe saÌgâ.r,que se
há dc fìzcr â este sâl e qüe s€ há de fazer â €sta terra? O que sehá de fazer ao saÌ
que não salga Cnsio o dise logo: 1...1'Sc o sn pcrder a subsrâncin e a ürtude,
e o pregàdor Íâ.ÌtâÌ à doütrina e ao exemplo, o qu€ s€ lhe há de fazff é lançálo
foìã como inÍÌtiì pm que Fja pìs.rdo de todos." Quem F aúeveü â dizer Ld
coisa, se o ÌÌìesmo fifsto a Ììão proÌÌmciaÌa? Arsim como não há quem seja
mis cÌigno de reverêÌìcia e de ser posto sobre a câbeça qüe o pregâdor que
erÌsinâ e f^z o que dexe; aqsimé mereccdor de todo o desprso, e de ser metido
debaiì{o dos pés, o que com a paÌâra ou com a üda prega o conráno.
Isto é o quc se deve Íazcr ao sal que não salga.
vrül.{, Pàdre AÌúônio. Slmt r 4alridor.
SãoPanlo: \íaria Cliret, 200i1.p. 43-44. (Fragmento) ,

Nessesermão, os pregadoressãocomparadosâo gue e ÍrìnaÍ a corrupção.ldentifiqueos ÌÌìotvos


sãl da teÍÍa. Oual é, segundoo texto,à Íunçáo poree apontados
daqueleque prega? õ Sêo| ìdoo ter.o.qle'.zóesÈrr o. ÍrêNo" d ìdo
I ViF d ir ( d o ,ê.-ào o^ ê raè deCÍsÌoaoqpÍ"- acatarem as pêlavrasdospÍegadoÍes?
gadoÍesparafazeÍ uÍrì questionamento aosseus r De que ÍecuÍsoeíilístco Viera sevalepãracons
ouvintes.Quã é ele? truua suaargunìentação? Explque
t Explique poÍqueessequestonaÍÌìento é, naverda- I Explquede que nìaneiraesserecursocontíibui
dô.J"è ê<rè]êgia pa è in í è. o.aciorÍ1o qLese; paraque a argumentação seldefcaz e corvença
apresentado ao longodo texto
2, Releia. 3. Quâl é a conclusão ã que Vieirachegasobreo
Pregador?
"Ou é porque o saÌnão saÌgaou porquc a tcr-
.l. Vocêâchâq ue ascolocações Íeitaspor Vieìrâper'
j ra senão deixasalgar."
manecemválidasaté hoje?Nosdiâsâtuais,ain-
. A paítir dessetrecho,V eira evantahipóteses
so- da é possível
identiÍicâr"o sâlque não sâlga"e
bre os Ínotvospelosquaisa prega(ãonão conse- "ã terraque não se deixasalgar"?Explique.

!
l
é
!
I
:;

JoséMiguelwisnik 094&)
 lí c:Ì amorosa de GÌegório de Matos [...] t€mâtiza basica- E
mente os choques entle asulismo e seLtuaüsmo,espíriloe matéria,
Êpauistadesãovicente. Poe- Iazendo os contráÌios passaÌem por umâ série de úânsformaçóes
ta, rnúsicoê profêssor
dê litêra- e aproximaçõesque os Iãz inseparáveis.
tLrrabrasieÍ; ra Unvêrsidâdêde
WÌSN[lJosé Mìguel (Se],,inú e notas).In: MAIOS, C.eAóriode.
5ãoPauo, publicouváriosensã- PM,v,Ìãtdd Sãolaulo: CLtltrú, 1997.p. 22. (Lagne!út.
os sobÍea rcaçãoêntrêpoeea
e múscâ, comdêstaque paraO Erpliquê
some oJêrt/do:uÍnaoutÍahis- Redijâ um pârágrafo argumentativo em que você explique de
tóriadamúsca(Companh a das que modo â obra líricade Gregóriode Matosdesenvolveêssetema
LetÍas,1989).OÍganizou, parda dentro dos padrõesde composiçãodo Bârroco,
editoraCutrìx,.uma excelente Antes de desenvolverseu parágrafo,sugerimosas seguintes
antologa da obÍa poétca de êtâpâs,
Gregório de ÌVatos,Poemds ês
Píocuíe,no dicionário,
osentidodostermosascetismoesensuâlismo.
ReleiauÍn poemadeGregórode MatosemqLrefiqueevidente o choque
entreascaÍacteÍísticas
apontadaspor losé M guelWisnik.
Reflitãcomo o processode ãproximaçãodos contráros pode ser
identificadocomocaracteístco do BãÍoco.

Bàtrcca
179 a
literatura barroca: a sdtira polítíca
AntigüidadeClássica:o nascimentoda sátira
O qênêÍo\d, rico_a..êna An- g-idddêcld(ç;cà.
--úe os poeta,quedese--
volvêd1 og"n"ro,oe.-ardç L\e_d ?60 ?'27 q-eoeoicadporteoesud
obrd; .á rd ool li a.Opoed d-no- .iro.d-'dTe-rêèco.',pçáodoin'pe-
Íio ToÍÌìanoe a figurado imperador ÌÌto Fávo Donìiciano,ÌÍano bruta e
a.to.ia'o. A d. .lari7ã.ào do gole.nooe Do-ic è-o el Lorì q.e.uvendl ,
= fo\\e dê\rêrradopa-ao fgio. Cor, derdoouÍ oosnè:ore, eprese-td-te, da "
. sát râ rornãna,
suaobía lnf uenciou númerosescÍitoÍesde épocasd stinÌas.

li Gregório de Matos e o retrato crítico da Bahia


Ê NoBÍasil,
Gregório de N,4atos nasátiraa armarnaispoderosa
encontÍaÍá paTa
crÌticaro
cenáriopolítcodesuaépoca.Seguindo ospassos o poêta
deJuvenal,
mperadorromêno
polítcoscoÍruptos
TitoFávioDomicianÕ vairÌdculaÍizaros
quegovernam a Baha deíormatáodebo-
(sl 96) maqemde 1596,deêúor que
chada issolhevalerátambémo desteÍro de suateTranatâ. ObseNe, no
trechoabaìxo,comoelecÍticaâ Íaltadeprjncípios
dospolítcosdesuac dade.
!

t...1
nâ poÌíticade estado 2
ÌÌuncahouveprincípioscertos,
t...1
Eial Estâmos na Baàia.
onde agrada a adrìÌàção, ã
onde a verdade é bâÌdâo, ú
e a úrtud€ hipocrisia:
sigamosesta harmonia I
[ü r"raao' otio'c. u..go't'o*.
"**., de tâo fátua consonância.
Fíua: insêísâh, dÌ
Coff onâft ú: âcordo. confornidad.. e ìDda que seja ignoúncia
seguiÌ eros conhecidos,
sejam me a mim permitidos,
se em ser besta está a ganância.

Ìú\IOS, G.egóno de. SeÌ€Ção,nÌrodtrção


e notu: José MigueÌ üisnit. aM6 drôar{rd,r
são Pxulo:Cnlrìx. p.6s a 65. (IÍaAm€nto).

O olhar ferino de um inconÍidente


Tarnbém no AÍcadismo, a crítca aospoíticosveo pea veiasatíÍica.
Tomás
AntônioGonzaga, LrmdoslÍderes da InconÍidêncaMineira,
escÍêveusuasCar-
táschlerásparãridicuarizarogoveÍnador deVilaRica,LuísdaCunhaN,4enêsês.
CasadeÌomásAntónlo Gonzaga em Notexto,Gonzaga denunciã osdesmandos administrativos
de N,leneses,
trans-
Ou roPÍ êt o, lv lc , qaVl aR i c ac,e n é ro íormando
anÌ o em motivo de riso perante povo.
de mportêntês acôntêcimenlos poíicos o As Ca,'Ías
chlênês,trocadas
queaqtarama segunda mêtadedÒ entreosarnigosCritioe Doroteu, tratamdacofrupção queassoara o péssirno
governode FanfarrãoMinésio, alcunha ao goveÍnador
atribuídã

a lao caPlTULo
10
2s Cdrttr
Ah! tu, meu SâÌÌcho Pânça, tü que foste
.ta BdatáÌia o ch€te, não la\Tâste
nem uma só sentença ráo discretâl
E que qu€res, amigo, que sucedâi
Espemvas, acaso, um bom go\'elno
do nosso Fanlarrão? TrÌ não o liste
em trajes de casquilho, nessacorte?
E pode, meu amigo, de um peralta
formâr-se, de repenre, um homem séno?
CàÌccc, Doroteu, qualquer ministÌo
apertados estudos,miÌ exaÌnes-
E podc ser o chefe onipotente
qucm não sabe escreverÌma só regra
o n d ., !o In .n ú i , ' e en, ôru, um l oìc.,' ro?

GoNz^C]\ TomÍ C,na! (tragnÌento) . Disponivet eÌn:


[Q c.'qoitr'o,p.oouqu. * .o,n ^nÌônio. 'Àjld6.
<htrp://os1Íbibri.l.tutüô.urp.br/rettÒs/hÌrrs/tonazagonzag,/clìiÌems/
refinânìeib engeÌado. '"c" .â âs.Ìriìenas.húll+(l{RTA2>. en: 3 t€r 2005
^ceso
j

Tomás AntônioGonzagâ pagoucaropor suaolrsadia.


As constantes
desa-
vençascomo qovefnoe seLrenvolvimento coma InconfÌdêncraN,4ine
ra aca-
bariaÍlìpor determnara suaprisãoe posteíior
degredoparaIVloçarnb
que.

Os novoscaminhosda sátira política


GÀMÂRADos DEPUTADoS Ao ongodotempo,a sátiracontnuousendo
um recuÍso bastante utilzadoparacrtcar a
coÍrupçáo política e asf gurasdo poderpúbico.
Co'ro .sÍèbelec nen.odd nprensd b er
' d .n o ^ r. io d o s é c u o t rl\ , " . ,ic "s ed e ""i
so " o .
do' oo"rìêspa'èèspég_d.dos[o hel", e o -
nas, "colodda" pelasirnagens doscaÍtuns e
daschêrges.
De .Juvena aoscartunstasda atualidad-", a
palavra impTessa consttuium impoÍtante meio
dedenúnca doscomportamentos inadequados
dospo íticos,culafunçãoé zear peos nteres-
sesdo povoqueíepresentarÌì.

- Eu, minha múlher, úriúhafrlha, ,neu genro,


fieus netos,minhas irmiis, euscuúlmdos,ninhas
tias, measprimos e ,neussobrinlos declaÍatnos
ABER'TAA SESSÃO ! chârgêpubicada
naFol/rá
des.Paúlo,
em30 dênarçode2005.

Barcca'181a
''.'r.

PoroossistirFr

Palavrae utopia, delúarcelde O lveiraPortuga/


França/Espanha,/Brasi, 2000
M â n o ê ld e O l i v e i raé u m d o s m a i si mportantes e
pí odu tl v o sc l n e â s taps o rtu g u e s e ste, ndo real i zado
m aisd e 1 2fi l me s n , o sú l ti mo sd e za n os.N essê fi l me,
é c o n tadaem trêstem
a v idad ê p ê d re a n tô n i o v i e l rã
pos:n ê juventude,na fãseadulta e na velhice.Apesãr
oe s e r.o n ç i o e .ã o o " \r" r.e d e n s o p . èl àvrae r' opi á
í oim u to b e mre c e b i d o p ê l ac Íi ti c ae p el opúbl i coeu-
r op" J . L i n re e -d n Ìe v e í a .e p re s e rrd(rodp V i ei ,d
em ãção,considerãdoum dos maioresoradoresem

_a
A t ui n h èMè tg a t d õ P o è L ô è a ' a^ê
nila,'ì1á a, 1994
A n o i e n rd o o e m ./2 .o Íi m e l e Íìconoceni ri oo
conflto entre protestantese católicosna Frãnç4.O
( mdxdo q u à 1 d o à fè m àM" dni -à
-rre d o s e d d
quã p e rte n c e ap ro ta g o n i s ta -p ro m o ve um ma$ã-
c r e d e p ro te s ta n tens a s ru a sd e P ã ri s,no epÈ ódi o
que íi c o u c o n h ê c i d oc o mo ê N o i Ìe d e S ãoB ãÍtol o'
m eu. T o d o so s ê l e m e n to sd o fi me - venuáfl o,
m ús i c ac, ê n é ro s ,c e ri m o n i ê ire
s l g i o sos- ê o com
portamênto da aristoía.iã entre ô Reformaprotes
t ant e e a C o n traR e Ío rmac a tó l i c aofêíecemumê
ex c e l e n tei l u s trâ ç ãpoã rão s e s tu d o sdo pensamento
r êbu s c ê d do o Ba rro c o .

pinturà: velásqueze Rembtândt,


B ra 5 ,1 9 9 5
Documentáriodidáticoelaboradopãía apretentãr
ôpen s a me n to a e p ro d u !à od ê s s êdsoi sgrêndes afti s
tas do Bãtrocoque soubeÍam projetar,em suãspintu-
e s, ti l oq u ec o n s e gulexporos
r as ,o c l á ro -e s c u ro u con-
ílitos da épocageíadosenúe o sagrãdoe o proÍano.

a 1a2 cAPiTULa
rc
PoronovegorJfl Porolere pesquisor
fti
http://ww.bibv n.f uturo.usp.br Sabervetã èrte barraca,de l!ãn RamonÌÌiadoÌ!r
Portalsob responsabilidade da Unlversidadede 5ãoPauo: MarlinsFontes,1991
s èoDêLlo, d B i b l i o r-,d V rrL d ld o L íu d à rt" d ê | r Livroque trãz informaçõesê i[]straçõessobreo
qLè Dor lr , gJ e soèl e e ' e J Í!d s ro v o d e obr" ,
" (e -ç i l o baIo, o rd p rrL.à. escLhJrèê à qL;reìJ r ".
Iteráriâ5escritãsêm língua poftuguesã.Destãque P e.Íte àqL-l e\ qJê dese.arrêdqui i dl gJm (o-
pêra os sermõêt de Antônio V eira,e a se eçãode nhecmento sobreessâestéti cacompreendeíe
obraspoéticasde Gregóriode Matos. apreclarsuasdiferenter manÌíestações aítístkâs.
httpr avía.com.br
^vwnavedapã
Ndv. dd Pàt"vtêè Lma.evistàêlekoricà e.pe,i- Poen", e,rclhidas
èlz ddoêT l re o rJ i r. a e m d e o fe re c eor s e rrráo cl el osóM gl eLW 5nk 5ãoP ã!o C !Íx, 1976.
dds e\ dger @ drd
. In re 9 r"o. .ró á p rÊ \e n ' èL Íë se
rie de outrosimportantestextosliteráriosda lín9|.]a seleçàode poesiãsde Gregóíiode Nlâtos,poeta
portuguesa.Há também várlasanálkesreã izãdãs mãi or do B aro.o brasÌl ei ro,rêal i zãdapoí Jo se
por especiàist.s. d en op p\erl d\. ê\Jn o , drri M qLel W rni \..prol ê* or de l i re.àtLíadâ U l ver -
got e uma sêçãodedicadããos prlncÌpãs vestibulâ si dadêde 5ãoP auo.

http://ww.môvimento.coín se/rÌrões,orqanzêdopof Ak r
Sife que trãta de todâ ã histórâ dê múrica (na H edra,2000
oè9i1"p r . ip " l . d F J n { Iq u ê ê n 8 :b .ô ,e .à ede i ' sà col ê,do.d vi oi dãen do,svol uÌes.àp,esêl-
pois em Históíiada lvúsicãocidental)e mostrêse tâ s0 rêrmòesdo padre Antônio Vieìra,além de
bêr t ant eút ilp a raq u e mq u e r,â o e s tu d â rãl i te râtu notas sobre as citaçõesem latlm ê úadução das
rê de uma dêteímlnadaépoca,conhecera música reíefêncasêscriturais.
do pe/ odo.C o Íì J rrd l i n g J d g e m d g rd d i v êel à (e\
\ v ê, pe. r it e a à p ío \i n è (ã oío .no J l rdá rÊ dd e md-
aiÍêçaçãoè'trsticà,r,Íìà boà mdrei oe.ordr . oi.
"
tato com ascãrãcteristicas d€ um cedo pêríodo.

- Poroouvr íJ
As quatrc estações, \ti\a d
O br êc r ad ap e o i ta l i a n o A n to n i o V i v a l (1678-1741),compostêdêquatroconceÉ
d osparâvi ol i noeor quesr r a. O
pr im eir om ov i me n toé b a s ta n tê c on h e c i d oâ i ndahoj e,sêrvi ndodeÍi l hãsonorãparãfi tmes,campanhas pubti cit á-
r iâse at é des e n h oasn i m è d o sA. te n ç è op ê rao rnovi mento poi sé comV i vadi queseestabetece
dosvi ol i nor, o que
5ec ham â" es q u e m a tra d k Ìo n a d l e m o v i m e n tos ráp do l ento rápi dol
Tocatae fuga em ré nenor e variaçõesGoldberg,Ba.li
Essasduâsobrâs ofe.ecembonsex€mplosdorebuscãmeniomusicalpromovidopêlo compositora temãoJohann
sebêstianBâch(1685-17s0). A fuga e as yariâçõersãoestilostípìcosdo períodoestudadoneÍe cãpítuto.
Na prÌmêiraobra, é possTvel
notãí os váriosplanosmelód cosexecutôdosa !m só têmpo, criânoo um vorume
musicaI conflituosoe complexa.)â nasVatiaçòesGaldberg,é po$ívêlouvira ornamentação,também caíac.erísti-
câ da época.Ambâssêruemde bonsexemplosdastênsõesda mentãlidadebaÍoca.
Concefto pâra órcãos e otquestrã emfá maìa4 opus 4, ne4, Haende
Um a dasc o mp o s i !ó edso p e río d om a s c o n heci dãs
no mundo.ceorgeFri edrchH ãende(168si 7s9) escreveu
s uaspar t it u râ sd ê ío rm a e s p e ta c u l a rme nte
barrocã.Mui tãsvezesparti è de têmas musi .atspopu ãres par a
trênstornìálos em músicasaÍã. Emseguida,ofereciãuma ve6ão píoÍana dã mesmamêlod a. pãrao ettor brasi
leiro, não é difkll rêlaconálo ão nossopoeta maÌordo períodobêíoco, Grègórlod€ [/]ãtos.
I r ans ã,c aet a n o
V êo s o R o d e J a n e ro :P o y g íârn,
1972
Dessedisco,faz pan€ a músicã 'Ìriste Bah a'i uma releiturado poema de mesmonome de crêgórto dê Matos.

Batraco143 a
Arcadismo
A luz da razãovalta a brilhar farte sobrca Europana séculaXvlll.
C.ientìstaalha patao céu€ seperguntasobreã.onfiguraçãa
dêi estre/at 6 filósaía questionao dìreitô da nobrezaa uína vida
privilegíadd.Razãoe.ìência iluminama trajetóia humatJa. Í
exialicafidcíenômenose propando novasformasde organizar
a secie.!ade.veja, nestecapitula,cama e Iiteratuft
reìrleteesgdçrrar)5formaçôes.

PierePate,vlstaemperspe.tlvá .]e vernlhes,166aoeô sobr€te a. 115)( 16l cm a manera


dÒPalá.ia
é ÍêÍ:têdanestaobraÍeveaa nÍ úên.ada czáoe da. ênca úô ô hêrêuropeu
.omoa v€qelação

11
CAPITUL)
Q que vocêdeveíásabeíao í. Observea naturezaretratâdano quâdro-Quecaracterísticavocê
final deste estudo. destacariano modo comoas árvoresestãodìspostas?
7- O que íoío lluminismo. 2. A organizaçãodo conjuntocriadoentreo palácioe osjardinssu-
. como a naturczapassou gere uma preocupação com o equlíbÍio,aomâ harrronia,com a
a simboliz o Belo. Explique.
sirnetra.
2.oquèfoìoArcadis,l.,r.,o.
cronistado rei LuísXIV aÍirmavâque o
t, O duquede Saint-simon,
. como o uminismo inÍtu-
monâr(àmaniÍestavadesejode subjugarànatLrreza,Deque modo
encioua estéticaárcade.
a (onslruçáo
do Paláciode Versàlhes
ilustràessedesejo?
'
. Comoos conceitos de equi
r Porqueo domínioda naturezã a aÍ rmaçãodo po
podeÍepresentaÍ
líbrio, oden e sinplicidã-
de deíiniramo prcÌeto lì- derrea?
teráÍiodo Arcadismo.
3. Quaisfóram as càra.terhti-
casda píodução árcadeno
4. Leia o sonetoabaixo.Nele,o poeta portuguêsBocageconstrói
. De que modo CláudioMa- um cenáriomuitoespecíficocomoselementos da nâtureza.
nuel da Costae TomásAn
tonìo GonzaI a exploraran
o nodelo da poesiaárcade.
i . Comoaspriíneirastendên- Recreioscampestres
ciasnativhtas se manife*
'taram na poesia 6pìcà de
nd con.lrcrnhiade Marília
Basílìoda Gamae de Sãn- OÌhr MìÌ ílìa, âs flautas dos pastorcs
: ta RitaDurão. qre bem {Ìue soâÌÌÌ, corno cstão cadcrtes!
OÌhr o Tejo a sorrir sel OÌhâ, não senles
Os ZéÍiros briÍ(ar por cntlc as ÍÌorcs?

Vê como âli beijan.Ìo se osAmores


IÌÌcitam nossosós.uÌos ardentesl
Ei-las de plÌnta em planta âs inocentes,
Al vagasborboletas cÌe mil corcsl

Naquele afbusto o roÌrxìnol suspira,


Orâ nas folhas a abeÌhinha pára,
Ora nos ares sussurrardo girai

Qre aÌegre caÌÌìpo! Quc maDhã tão cÌaral


MÀs aÌÌ! Tudo o qüe vês, sc er te não \ira,
Mais tÌist€za que a mortc

BOCìAGE.ì1ânu.i M. tsafbosadu.
: Ot6 .t ja.4ge Po.to: lÌUo & lrmão, Ì96s.

[! Ìejo: rio que.oú a .i{]ade de hboa, em r.ÍnÌsrl.


ZéIìrcs:m niÌologü BÌega,osrnr.s qüe!,p'Ì do Ocidenlt
Ì
t

A quemsed rigeo eu írico?


QueconviteeleÍaza essapessoa?

Arcadrimo185 I
tIÏÊRATURA
-

5, Comoa naturezâé apaesentada no poema?


"Magrô/d-Àolhosrzu s,ca,
rão Ínoreno".4ésim5êdefi r No últ rnoterceto,a caracterização
danâtureza Íunconacomoargu-
niuem |rmdÀsêussônêtos o rÌìentopaíaconvencer Maríla doquanto
e a é arnadaExpiquequaé
poelaportuglrês ManlrelMa t! a relaçãoeíabeecidaentrea nêt!reza e ossentimentosdoeu írco.
riaBarbosadu Eocaaê(1756 o
805).Na5L do ê;setúba 5. Observe osverbosassociâdosaoselementos da naturezae o dìmi-
Po.tuqã|,crêscêu €Ínum am- nutivoempregado no texto,O que elesdemonstram?
bientêlitefárioqueo nÍluên- r Explquedequerìrodoa inguagerìr
cioubaíanle Depoisquese (! foi ut lizadaparãsugeíirumespã
àlistou
naL4ènha,v.lou pelo ço agradáve
e inocente.
Orentee chegou a visiaÍ. ci- t. Há,no cenárionaturaldo soneto,umaevidenteartiÍiciâlidâde.
dadedo RrodeJènerÍo
t
Devol-
Ìâ a L5DOa,€Ín l/9U,passou Emque ela podeserpercebida?
a Íreqüentârcafésonde sedis- r Essa podesercorÌìparada
artficialdade aoslardins
do Pêlácio
deVeÊ
cLrtamasidéids daRevoução sahes?Porquê?

Pâncipoudaacêdemia hte-
ráriãNovaArcáda, em que
adotouo psêirdônimode Ê- O Século
dasLuzes
mânoSadrno.ConsagÍor.r-se
Ltmoosnì46tmponan- Conìov mos,a estéticê barroca sofreuforte nf uêncjadatensáoreiqìosa
':omo desencadeada peìaReforrna Protestânte Superado o rfornentoda reação
tes poetasporìúgueses,
ten
dorompostbsonêtos árcades católcarnaisvÌolenta,
corno reaparec mentodoTrbunadoSantoOííco(ln
quisição)
e da perseguição aoshereges, o f m do sécuo XVlltestemunha o
início
deumêimpoÍtante mudança dernenta idade.
A pãrtÍdasdescobeftas dofisco saêcNeMonsobrea gravitaçáo univerale
sobÍeo movmentodoscoÍpos, a pesqLr sacientíf cacomofoma decompreen-
deÍe explcarofunc onanìento danatureza ganha fortempulso. O sefhumano
recupera,aospoucos,seudeselode encontÍar explcaçÕes faconaispafaos
lenômenos que obsenr'aà suavota As ameaças de condenâção eteÍnae a
necessdadedesubordnaçãoabsoutãao poderdivno peÍdemforça.
No iníciodo sécuo XVll, pensadores e clentslasjá havìam deteÍmlnado
novosrumosparao pensaTnento hlmano e, cofflisso,corneçam a redeÍinÍ
tamllérnos padrõesda pÍoduçãoculturado sécuo XVI
O reÌnadodafé fo substituído pelacrença naraconaidâde. GÍandesÍlló
sofos,comoDescart-os,VoJtaire, D derct,Rousseau e Í\4ontesquleu, ãdotarna
ÍazãocomoparâmetÍo paraanaìsaÍascrenças tradc onas,ãsop n õespolÍt
case a organizaçãosocia
Parae es,a Íazãoe a ciência seriam os "farós"queguarãmo seÍhuma
no paralongedo obscurant smoe da gnorância quehavampÍedom nado
emsécuosanteriores. Poressemotivo,a razáoé metaforlcamente apÍesenta
d" ess^ o " lo . o rì o " lu z n -ê ro r c " d p o |, t d , q , ê / d o . z d o o r ' ô '
mentocientíficoe raciona , foi deín da coÍrìoiluminista.

lluminismo é a denonìinaçáodâda ao conjuntodas tendênclasdeológicas,


íilosófcasecentíficèsdesenvolvdas
no séculoXvlll,conìoconseqüCncia
da rec!-
pêraçãode LrmesplrÌo experimental,
raconal,que buscavao saber€ncicopédco

En(iclopédia:
o livrodoslivÌos
A princpa expressão
do lluminisnìo
fo a Ên.lclopéd,ia,
urnaobraêm 28 vo u-
m€scujoobjetvo pf ncpa eracontêrtodososconherimenros f osóficos
ê ciení-
fcos da época.Suapubicação,coordenada p€losfilósoíos
írãnc€sesD derote
D'Aernberl,ocorre!entre1751e 1780.

a 1a6 .A TULA
11
LITERAÏURA
-

1670 ÌéÍminoda.onÍÍuÉo r Natureza:


medida
deequilíbrio
e harmonia
dô Pâécó deveelhes
As descobertas do fisco lsaacÉ
NewtonpeÍmitranìqueocosmosa
tivesseumainterpÍetaçáo mecâ t
n ca precisa.PaÍae e, o mundo
1698
t!99 poda serdescrtocomournamá :.
quinacujofuncionanìento eÍare -t
g do por eis nf exíves e univer
sas. Nabasedeseusestudos, en
contravam-se os três elementos
quedefinrarna postura iurninls-
!a
1750 ta: Íazão,natuÍeza e verdade
;i:uì. A natureza
éo únicodessescon-
:tt::l
ceitosquese manifesta de modo
i,;t:rl concÍeto paraa observação huma-
r,li na. Poressernotvo, eratomâda
i'iì coÍno exemploda concretizaçãodo leanllonoréFÍago.ard,
opêqúenÕpary@,1764 1j65.
:!t' : ì1751
: 1751
b e o , a c a nçado pea haÍrnona e Óeosobretea,37x45cm a nature ar epr esent
o a
equiíbrio de seus elementos Os deadevdatÍanqüiaeíe2 pêraosartittas
neoclásscos
artistasdo sécuo XV lle egema natuÍezacomopÍ ncÌpalmodeloa seí imitado.
A possibll
dadede analsare expicafosfenômenos naturaisevacientistas
e fiósofos a concluirque e es não eTaÍÌìpÌovocadospelaintervençãodivina.
Dô,J po dd e "n'd.rdo o'r o (d- d p'rìêi'ê, \upê'ot
E --o --ìa razáo
cradora do universo,rnasa quem náo deveriamser atribuídostodos os pe-
quenosacontecmentosda vida.
:
e O seÍhumanotorna-se, mas urnavez,senhordo própriodestino. Câbea
e e estudafe compÍeendeÍos fenôrnenosnatuÍaìsà luz da razãoe, poÍ me o
1756
da cìência, submetêos à vontadehumana.

1759
O Arcadismo:
ordem
I e convencionalismo
Hava, na Gréca Antiqa,urnapartecentraldo PeoÌlonesodenorÌìinada
Arcádìa.Dereevomontanhoso, essafegiãoerahâbtadapor pastores
e vsta
comourn uqarespecial,quasemítico,em que os hâbitantes
assocavam o
' ' è b d q o ; ooe d,' dr ' dndoopd" so ,,l t,oô.rq.ev/àÌ.
!i NoséculoXVll, o termoarcádiapassou
a dentiíicâÍ
asãcademias
ou agre
de poetasquese Teun am paTaÍestauÍaf
o estlo dospoetascássico
zi
a)
m açÕes
renascentistas,
corf oob etivodecla
radodecombatero reblscamentobarÍoco.

1714
Mozart,o gênioincomparável 5:

'1776
Naríadopeloo harinveloso
meÁmadeus
do desconhecjdo
(1984),de N/lilos
zaÍte o cotidâno nascortêseuropéias
usÍaas núgasêdìvertmêntos
compositoÍ AntonioSaier, o f l-
nìoífa. vda do grandecompostôrMo-
Forman,
do séculoXV I AmbenÌâdoêm Vena,
queoclpavam a nobÍêza O destaquêfcâ para
c1
t!
emqueascon-rposçÕeçde
a Ìrilhasonorâ, Vlozartrêvêlâmo meç
mocudadocomã harmonã ê o equ íbro prcsêntê emtodãsas
ÍoÍmãsde artedo séculoXvlll.

r3
Arcèd\no1a7 a
I I TEN A Ì U R A

A buscade íecrâr,por meioda iteratura,o espaçobucólicoda AÍcáda


gregatoínaa produção lteráriado períodoÍrìuto convencional. Oscenáros
âpresentados nospoemas mostranì sempreo Tnesmo padÍáo:camposverdes,
árvores frondosas,ovehãse gadopastando tÍanqüilos, diasensolarados,Íe-
gatosdeáguacrstaina,avesquecantam.
CadaurnadasarcádaslteráÍiascontavacomdoutrnadores - estudiosos
da poétcaclássca , responsáves pelaelaboração dasnoÍÍÌìâsquedefn am
os pÍincípios
dê produção ãrtística por
reaizada seusmembros. UÍlìavezesta-
belecdêsasíegras, de umcenáfo dea paraosencon-
coÍÌìoâ deteííninação
tÍos amorosos, elasdeveÍiâmser Íigidamente seguldas peos poetascomo
forrnade garantr umêcomposçãoadequada ao est o daépoca.A adesão a
essas regÍasassegurava à lteraturaneocássica o seucâráterconvencional.
As caÍacteÍístcasda esÌética áÍcadeganharnfoÍmanospoemasproduzi-
dos.Portrásdecadaumadessas cas,pode-se
caracteÍíst reconhecera crença
na máxiÍÌìado ooetafrancêsBoleau:"só o verdadeiro é belo".
i

0 projetoliterário
doArcadismo j

Vota re,escritoreÍ
lósofofrancês, íoiumadasí gLrras centrais dolurninis-
rÌìo.ElepÍocuÍou,com suassátrasmordazes e seusescritos f losóíicos,
de-
monstfar totalaversão
à rntolerânca, à t Íanìãe à hipocÍisa da lgrela.Emsua
postura,é possíveidentiÍcaÍos e ementosessenc a s do proletolteráriodo
Arcadsmo:fazerda lteraturaum nstÍurÍìenlo de m!dançasocâ. t
Éimportante quesecompreênda o verdadeiro sentido daartficìalldade pÍó-
priadapoesaárcade. A repetição nsistente deumcenário acohedore natura
foia formaencontrada peosautoÍes do período paÍadivulgar os deaisdeuma
sociedêde mas gualitárae justa.NâsimpicdadedospastoÍes quesepreocu
parÌìsomente erncuidarde seurebãnho e desfruÌardosprazeres da nãtureza
estáa proposta deumavidaquevaorizernenosa pompae a soÍistcaçáo carac-
terísticas
dascorteseuropéias.
Nesse sentido,cadapoemaáÍcadetrânsformâ seem umae9pécie de pro-
pagandaque pretende, cornoÍesutado finâ1,rÌìodificãr a mentaldadedas
e ìtesdo período.Poressemotivo,o combãteè fut lidadeé umdospÍincpais
ob etvosdosautoÍesda éooca.

r Osagentes
do discurso
As condiçõesde produçãodostextosárcades sãomuitosern-olhantes
às do Barroco. Os poetasse reúnemerr]ãcademias, agoradenomìnadas
arcádias,e deÍnemospÍincípios segundo osquaisostextosliterár osdevem
serescfitos.Combasenesses pÍincípios,
julgãma produçáo unsdosoutfos.
A d ferençaentÍeasacêdemias poÍérn,é signìíicativa.
e asarcádiâs, Nasaca-
demias barrocas,
a criação erafeitapãrasurpreender,
literária espantarporrneo
deseuÍebuscamento Asarcádiãs porsuavez,
llteÍárias, combatem esseobjetvo
Easacohemtênìbém membrosda nobrezaedaburguesiâ, cdandoumamb-
entede gualdade bastênteinovadorparaasociedadeda época. é a prrnera
Essa

| 1aa caPIruLa
t1
t I Ì E RA T U R A
-.

insttução "ofca " de produçáo culiuÍaqueabresuasportaspaÍaos artistas


burgueses, sêrnqueeesestqarna servço deagumsenhoÍou mecenas.
Nocasoespecíico do Arcadrsmo brasleÍo,porém,é precisoconsideÍarrnais
umaspecto:as condçõesdaprodução literáíaforambastanteafetadaspelocon
textopoit co.A crisedasociedade coonialevapoetas comoCláudloManoelda
Costa,AlvaÍenga Peixoto
eToÍÌìásAntônio Gonzãga ê seenvoverem comosacon
tecmentospoliticos,queculmnamcoma nconfidência A partcpação
IVlineira.
dessesautoTes nesse Tnovrnentotazcornquemuitosdosprincípìos quedeten-
dêì p" d o Br"-idpèrecèÍdirelóou -diíeLdrê-F_osversos q-ê 'orìpo"rì.

Roman(eiro
da lnconfidència

Vão cavâÌos,\'ênì ca\Ìalc,s, Padres escrerendo cartas...


por cinìa da Mantiqueira. Doutores Ìendo Gazetas...
Donasespreìtãìdoasruàs, Uns querendo ouro e diamantes,
pelas1|adesde urupenìa. outros, Ìiberdade, apenas...
NfEIRELIS, Ce.iììa. Ronìm.r XXXVII ou dc nÌàio dc 1789. Ì!:
or,z l"tìi.a Rio dc Jârei.o, Norâ Aguiìâr, r99r. p. ,163. (!ìâgncnto).
l! úwm. pcncnì dc palhaou hqum.

Os poêmasde Âomancelrodâ lncaníìdência,de Ce.íliaÌMeÍees, fazeÍnumâ


reêtura Tricâ
doseventos
da nconfdêncalvlìneÌa. Seusversos
seÍvramde nsDi-
raçãoparaouÌÍoslov€ns
bfasile
ros,nosdifíces momentos daditaduranì itarque
j
sê nicou êm 1964 NapecaOr ncorftdertes, diÍ gidaporFlávio
Rangele encena-
dâ em 1968,a denúncia
dasatrocidades eraïeitapor meo dosve6osde Cêcília
Mêr€les:"Todav€zque uÌÌìjLrío qritê,/urìrcaÍascoo vemcãaí/ Quernnão
\ preíã,ficavvo:/quemé bom,mandammatar"
\\o**""nu,uunuu',!NB!'oue!rR,E.rtr**o:É.*ì#$=s#,*ft
are.Ì!EíBlìi,B#s,íF

A s mpicidadedostextosárcades gaÍanteumacirculação Ínaisarnpla.


Duranteo Barroco,os poetasescrev aÍÌì pratcamente paÍasi mesmos. No
Arcadismo,a intençãoé d vu garas idéasenìtextosacessíves ao maiornú-
meÍodeleitores.Parãque 55oaconteça, a poesiãdeixadeserumdiveÍtimen-
to dossaóesarstocíátcos e coÍÌìeçaa ciTcu rnas públicos.
ar em espêços

OArcadis m oeopúblic o
A rèo'Íà. iodo"oêío'rp eensdood po"\dd (acleLo-q-isld ul gra^de
númerode leltores. LJmboÍì exempo do sucesso por algunsdos
alcançado
poetasdo perÍodoé a oÚa Marílìade Dìrceu,de ToÍÌìás AntônioGonzã94,
quesetransíorraou no primeÍo best-ie//erda lteraturabrasiera.
An madospelah stóÍiatrágca do poetaque,pÍisoneiro,compunhê ver
sosernouvoràsuaamada,os e toresdaépoca a pÍiÍÌìe
logotÍansforrnaraTn
raedçãoeraumsucesso absolLrto.Osversos sepopularizararntambémqLrân
do forammusicãdos oorcomoositores Doouares.
A impor-tánca do sucesso dosveÍsosde Tomás AntônioGonzaga é muto
grande,poÍqueâjldaa identiíicar o Íromentoemquese n ciao processo de
Íormação de um públicoleitorbÍasileiro. ComofoivistonoCapítu o 10,a
existênciadeletoíeséul-Ììa
dascondçóesessencais paraa constitu
çãodeuma
Iterat!rãnãcional.Gonzaga e ouÌrospoetasárcades, coÍnseusversos,abrem
Lertu.adejonàL dtàrúíade 1'Ì5o camnho paíãque,no nkio do sécu lo XlX,os escrtoresrornânticos
lé encon
tren'ìurnpúbicoquelêsistemaÌcãmente e seinteressaporautoresbÍasileiros.

Atcàdi\na1A9 a
TI TER AT U R A
-

ProjetoliteÍário do Arcãdismo r O bucolismo


divú9açãódôs ìdê.isde uma socedade O modelodevidaidealadotadopelosâutoresdo períodoenvolve
a rêpre-
sentaçãodeaizadada Naturêzacornoum espaçoacohedor,pr maveri, ale-
gre.OspoeÍÌìas
apresentamcenáfosemquea vidaruralé s nônmodetran-
tentatlvade modÍ.âÍ á mêntâ dadê qüiidadee harmonia.
Observea caracter
zaçãodo espaÇo nosversos
abaixo.

Lìra XXilI
t
Nos poêmasér.ades, o uso
dos adjetivos contrb! para

z cãrãcterzaf à nètur-"zà.ohô
!m espêçÕ positvo,aqradáv€,
acohedor Ê ssoque aconte-
ce nessasest.oÍesde Ìomás
Antóno Gorzagê:o oca de

ameno,dêcôrêdopor muitas

I
CONZ,{CA, TomásAÌÍônio. MaÍlia de Dircen.
ln: IROENÇA IILIÌO, Donicio (OÌ9.)
Fo n te
d eM ãr í la
deDir c eu
e mO u roP re toMi
, n a cs e ra s ,2 0 0 1 . laxia dnsi"ftnfdmt6. No .le JãneiÌo: A9rìlâr
A personêgem Mârílâerâinspnada emumapaÈoverdadelÍa ^ 1996.t. 6Ì0. (FÉgn,entô).
deÌomésAnlônioGonzêgâ: MêÍâ Dorotéi.deSeixa5 Brandão j

O adlêtivobucólicofaz rêfeÍência
a tudo aqulo quêé reativoa pastorês
e 3
\a ..êbd ho. .vdjêoo..orLre.do ãmpo.PoÍe,s 1.ìorvo,
r..Ía.rô1ii-
' d dr (e.ì"rio.
rdr no. ooa.1ès.
"dÊd" dpÍ.\ê dêviodr dmperr"to dênomi-a-

r O resgate
detemasclássicos
O poetãportuguês CorreìãGarçãoÍecomendava aoscolegas da Arcádia
Lusitana: "devemog mtar e segLtir os antigos". Naorigern da imitãção dos
clásscosgregose Latnosestáa retomada de temasqueexpressâm alguÍÌìas
filosoírasdevidacaracterísticas do rnundoantigo.Esses temascosturnam ser
identifcâdosporexpressôes queÍesurnem
latinas, a ìdéiacentralporelesde
senvolvida. Osmaisconhec dossão:
. fugercuúem: Ílga dâ cidade,da urbanzação;afirmação dasquaidades
davidano campo.
. aureamedia.rìtas. literalmentesignfica mediocridadeáurea (dourada);
sirnbolza a valorzação dascoisascotidianas.simpes,focalizadas pelarazão
e petoDomsenso.
. /ocuJ amoenui: caradefização deurnlugar ameno,tranqüio,ãgradável, onde
osãmãntes seencontrãrÌì parãdesfrutardosoÍazeres danatureza.
Étienne-tvlauce Faconet, Crpldo
sentãdÒ,1151 Mámorc, 91 t 5 t 62 . inutiliatruncaxsigí.,i+icacortaro inútil;pf ncípiomuitovaorizadopeospo'
.m. A elLtu€ tambémreÍele o qoío etasárcades, quese preocupãvam em elminaros excessos, evitandoqual
neocláss.opeê s mp cidâdêA escôhâ queÍusomaiselaboradoda inguagêrn. pr ncípioestava
do mármorebran.ocontrasta com ê
Portrásdesse o dese-
preÍÊrênc a pe o ouroe pe ascoresíortes lo desepaÍaÍo borÌ do defeituoso,
a fim de gaÍantirque ostextos iterários
se
LsâdasnêsôbÍasdo Barcco aproxirnassem da perfeçãoda natureza quepÍetendam imtar.

a l9o cAPiTULo
11
tIÌERATU R A

cãrpedrem:cantaro dia; o maisconhecido


dostêrnâsdesenvolvidos por
Horácio,
ÍaÌa da passagemdo tempocornoalgoquetraza ve h ce,a fÍagi-
o momentopresente
ldadee a morte,tornandoimperaÌvoaproveltar de
moootnren50.

r O pastoralismo
UTndosaspectos masartifc ê s daestétcaárcade
é o fatodeos
poetas ê deSuas Ínusês
e amadas sererndentfcadoscoÍÌìopasto-
rese pastoras
A trocadosnomesdosTnernbros I
dasarcádaseraumaforma
efciente de e imnarasmarcas desuaorgemnobreou plebéia.
( oÍro .odoso. 1êÍoros ^onê\ dê pdsoÍê\ . ôrar'ì
,l "doldv.rr
.SpSeLOon.ro.. ldbêlê.ó\ê ê^t? êlê.
a rado oo \ê e -r-,ìd
espécede nobÍes mp icdade.queelÍÌìinava tudoaqulo quepo-
deriaseÍ assocadoà ãl[ifcia idadee à h pocfisada vda na cofte.
Valorizarosaberea cultura, cornodefendaa perspectva i umÈ
nista,s gnificava
encontraÍrÌìeiosde"neutralizar"difercn(associas
e\ dênlê\.O\áíàdesf"_amL\od rdves do ,so dÂ.ç .lô-rn .

r Linguagem:
simplicidade
acimadetudo
Ostextosbarrocos secaracterizavamporuÍnagrãndesofst
j caçãono usoda linguagem. Poetase pregadores ealtoravam
coÍnpicadasmetáforas, fêzãm u5oÍecoÍent-Â dê paradoxose
antileses,promovaminvergões paradaraostextos
5lntátcas uma
esÌruturas métÍica.O Arcadismo adotacomoTnissão combateÍ
FÍançois
Boucher,
Paitora/
deoutoro,1749 Ó eosobre essa artficialidade
ve|ba . Por sso,elegea icidade
sirÌìp como
te â,260I 199c m .Ote ma dpoa s to ra l s mo a l m e n ta a
mâ9naç;oárcade:
osamantesf€lzes levamumavida nornìa para â criação
liteÍáriâ.
simples
êmmêo è.âtLrêzâbucólica

Enquanto pasta alegre o mânso gado,


Minha beÌa Marília. nos sentenìos
l: À sombra deste cecho leva.rrado.
Um pouco meditemos
Na Ìegular beleza,
Que em iudo quuto lire Dos des(obre
A sábia NatlÌreza.
CONZ{C,\ Ibnìis Âdô!iÒ. Mârilià de Dürú Ìn:
PROÌ'Nç^ FILHO, Donicio (Otg.). A lr@siúdasihúnl 4t
rerRiodeJaneiÌo:
Aguilar,1996.p.605.(Ingn€nb).

poéticãs
Formas
Sêguindoos modêos clássicos, Osversos deTomásAntônio Gonzaga ilustram
bemo deselo
árcadedeescre
os poetasáÍcadesdão prêfeÍèn- veÍde mododireto,simples e caÍo.Nãohá,no trecho,qualquerrebuscamento
cia às ÍoÍmãslá consaqradas pe- I ngüíst
co,as nversõess ntáticas
sãomínmas,ostermosutilzadossãobastante
os escritores
do séculoXV : sonê- comuns. Ao adotaressafoÍmas mples, o poetadesejadaÍdestaque
àsidéias.
to, canção,ode e çlegia.Dênirê
No casodesse fragTnento,o êu Íco convdaMaÍíia(e,poÍ mêo dêla,
e|as,o soneroaDaÍece cornocom-
posiçãocuja íorma expressêde tambéÍÌì o eitor)aÍefetirsobÍeaouioouenosensina a "sábla
NatuÍeza".Seu
modo êxernpaia vãorzaçãodo DÍoDósito é reafirmara necessidade de tomara natureza comornedidade
equillbÍioe dã poÍura Íacional. tudo queé boÍn,beloe verdadeiro. É essa,na visãodosárcades.
a condção
oaraumavidafe ize Íanoüila.

Arcadisna
191 a
t I Ì EN A Ì U R A

Contite à Marília
AlgumasdasprincipaíscaÊcterístícas
da poesíaárcade
podem seridentificadasnestesonetode Bocage.

Já se afâstou de nós o Inverno agreste Vem, ó Mârília, r€m log1 âr comìgo


ÈrÌvoltonos seusúmidosvapores; DestesaÌegrescâmpos â beleza,
A fértil Primavem, a mãe dasÍ'lores De$tascopâdas án ores o âbÌigo:
O prado anÌenode boÌìinasveste:
Deixa louÌãr da cofle a r,ã grandeza:
[E Ìonìnõ:rip..1.r.r
Varrendoos aÌeso sÌrtilnordeste Qüanto me agrada ìnais eslâÌ contigo
Os toÌna Àsa\es.ìe mil corcs Not;rndo as perfeições da Natureza!
^zuis:
A.lejam entÌe ZéfÌros, e Amorcs,
BOC"{]E, I{duel Mada Dafbosa (ú. t) úlbiÒ o,ttuo I
E toma o fÌescoTejo a.or ceÌeste: ,rr.r ,M6. Porto L&lNÍ, 2004. p. ?7.
-{egfe:

Í. Qual é o âssuntotratado no poema? r QueouÍo temaárcâdeé desenvovldo


a partI dês-
saoposição?
Expiqu€.
2. Um dos elementoscaracteíizâdores do Arcadismo
é o cenárioem que seencontrão eu lírico.Quece- 5. O poemapodeserdivididoem duaspartes:uma
nárioé apresentado no poema?Comoé descrito? que enÍatizao cenário,e outrâem que o eu lírì
r Expiquequetemada po€siaárcadeé apresentado co fâz um conviteà suâ amâdâ.Indiquequais j
n: .lprí.;ô .lê<<â .cn: r n estÍoÍescompõemessaspârtes e o que é âpre
sentâdoem cadaumadelas.
3. observea Íormae o conteúdodo poema.Que r ÉpossíveaÍirmarqueaconstrução ô
do cenáriotern
elementos evocâm o clagsicismo?
Explique, comoobjetivopreparaÍo desenvovimentodo se-
4, R eleia. gundotemaárcade do poema.Êxplque
"Dei\a Ìou!-.ìÌ da coÌ1e a !i grandezâ: 6. ldentifique,na linhado tempo,âlgunsaconteci-
Quatrto me agüda mâis cstâr contìgo mentose idéiasque gerãm,nas maniÍestações
NotâÌìdo as perfèiÇõcs da Nâturezal' artísticasdo Arcadismo,a buscapelo racìonãlis-
r NessaestroÍe,o eu Íico opõe dois cenários.Quais
moeo retornoaosmodelosclássicos da Antigüi-
dade.Justifique suaresposta.
são eles e como são carêcterzados?

O Arcadismo brasileiro:
a febredo ouro
AdescobeÍta deouronasl\/linas
Geras desocoLl Darao sudeste
o desenvo
vimentourbanobrasieiro no séculoXVlll.A produção cutuÍal,queno século
anterioracontecaprincpalmente na Bahiêe eÍÌìPernarnbuco, agora5econ
centranacidadedeVilêRica(ãtualOuroPreto), a mas próspera da íegião.
Conhecda como"a pérc4preciosa do Brasi",V ÌaRcaapÍesentava umaor
ganizaçãobemrnascomplêxa doqueosnúcleos uíbanos nordestinos
criados
em
tornodocultivodacana-de-açúcar.
Nascrdades doNordeste colonial,
asocÌedade
eraconstitu
ídaessenc
a rnentedesenhoÍese escravos,JáasdeMinasGeraiseram
habitadasporourvês,cornerciantes,
mercadoíes e artstasqueparalá iamâtraÍ
dospeaextração doouÍo.Essa diveÍsidâde quemaÍcao inÍciodo povoa
social,
juntamente
Írìentodaregão,cÍesceu coma exploraçáo mineras.
dasriquezas

) t92 CAP|TULA
11
L I Ì E RA T U R Â

:! Emboraa maiorpartedo ouTosegusse


paÍaPoÍtuqai,o poucoquepermanecia no
;a Brasi,a ém de enÍiquecer
benrsucedidos,fãvoÍecia
os mineradoÍes
o desenvolvirnen-

Ë! to culÌuÍale

Íicosserern
artíst
porexernplo,
codaÍegiáo.
osfihosdessês
Eracomum,
buÍgueses
envadosà Europa
mas
paraestudar.
i.

r Ecos
daliberdade
chegam
à colônia
Nâsútimasdécadas do sécuo Xvlll,iÌ-n-
portantesacontecimentos nternacionas de-
sestabizaramo controlepoftuguês sobÍea
colôniabrasieÍa.Em1776, asTreze Coônias
none-amencanas TompeTam coTno 0oml
Rlgendas, delahede trftaçaod€ orro, nio ngês,aprovando a Declaraçãode lnde-
iécuo xlx, togravlraAexpansãodà5 pendênciadas EstadasUnidosdaAmérìca
ãtvd àd êsd ê m ne ràção,
no É. ú o XV,
.ausouo desenvovmenÌoda vidauÍbana A independênc a norteamericana inspirouoslovensbrasi eirosque,na
eo aufre.tada cnc!âçãôde iqúezarqúe,
por5uavez,Ìornouposrveo.resomenÌo
Europa, lá tinhanìtomadocontatocomos textosdosÍlósofoslumnstas
Rousseau propunha o estãbe ecmentode um contratosocialqueassegura5
sea iguêldade de todos perante a lei,à qua seÍiam subordinados Nascia,
assm,o conceito decidadania.
Erahoradea nobÍeza abrr mãodospriviégiosdequedesfrutaÍa durânte
sécuiose começaí a d v diro poderpoJítco comos buÍgueses, cadavêzrnars
Íicoscomo cÍescimento do comércio e dascldades.
Independéncla surgiucoÍlìoumaafirmação do diretode
^Declaraçãode
todos os seres humãnos à rquadadee à iberdade e, conseqúentemente, à
conqustadaíelcìdade
nspÍãdospeostextosque êêrn,lovens inteectuaisdecderÌìmudaro de9
tino do Brasi Desuacabeça, brotamos ideaisrevolucionáriosde conqlistãr
rndependência politcae cult!ra paraa tãoexploÍada Desuapêna,os
colônia.
versosárcadês, nterrâmente subrnetidosàsÍegÍasdo Neoclasscismo.

r Inconfidência
Mineira:
ilustração
e revolta
A opressão adminlstÍatva poÌtuguesa, o declÍnioda pÍoduçáodo ouro,a
convivênc a com asidéias iberais
de Roussêau, lvlontesquieu,JohnLocke ea
rêvouçãonaArnércado Norteforamos princpalsfatoresquecontrb!ÍÍam
oêÍêo lnícode um ÍÌìovimento revolucionárioemVilaRica.
Os nconfidentes pretendiam proclamar a Repúblca e tornaro Bíasilnd-Â
pendente de Poítuga . Havia aindaa ntenção deÍundarumauniveísidade
ernVilaRca e construr tábricês nasÍegõesmaismportantes do país.
Entreos paaricipantes,ÍÌìutos erêrnfavoráves à aboiçãoda escravatura,
emborãessanãofosseumaposição defindê do movmênto.A bãndeiÍã es
colhidaestarÌìpariao ernados nconfidentes, extraídode urÌìversodeViÍgí
lio:Lìbeftasquaeseratamen(Lberdade alndaquetaÍdia).
Os partcipântes do ÍÌìovimento íoramdeatadosporloãqum Slvéíiodos
Res,um dosínancstas do grupo. ErÌìsuadenúnca, loãqumSivéfono
Tneou TomásAntôno Gonzãga como "pÍÌrneiÍacabeçada inconfdêncla".
Elee os demas lídeÍes foraÍnpresospelacoroaportuguesa. Chegavaa uÍÌì
trste f m o pÍirneiÍo
movìÍÌìento paratoÍnêÍo Brasilivreda exploraçâo eco-
nôÌÌicada metÍópoe.

Arcadìsno193 |
T I TER AT U R A
r
o direitoà Íelicidade

Ê L o n 'i í l ê r â m o ' . o m ô \ p r d a í ] ê c . á g 'a í l b . i n , S j -


I !ei.: quF rôdo. or hoìnen. s;o, ridrlus, um igxal.l!-
; d e e i r 'd F p . n d e n . ia. que,lcsr ig!uld.d, n!. r(-,ú
o\ homFn(dcn\rm d i , F i r ô . i , 'e , . n , F 5 c I n d l i . n , i \ , i \ .
denre os quàis a presemção da própÍiâ !i.Ìa, â li-
L,r,dá,1,c J hun r ílJ ti l! idJde.

l 'ì h o m d
l Ê n e r 'o n

Bqxl I ll f Pl\\A' CFm I ll.\c gro.IÌdr.raala f


alur:@r.'o . .
SãoPaulo:Ma.tils Fontes,200Ì.(Iragnelto).

Os dêãisluminsiasìnspraraÍno textoda Declâração


d- hdèpêndenLrao e-arÊ Íidra , d-1rcacon,.rt-f
l do oo n u doqLe i r-1"o oi rarooê.ôLs.d.dèo. oô
"
JohnÌrumbul,Ádêc/drãç;o dâ
17861794OleÒsôbÍe
-dependér./a,
te ., l :,6 x 9, 75. m E s t ob
ê rarê g n fâ

Cônsttliçáoamer.ana. Cláudio
ManueldaCosta:
ossonetos
amorosos
C áudo Nlanuel daCosta é consideradoo in ciâdor
doArcadsmonoBras I
Ìnflüo: eluiÌ.ãìeúe à nd&heia, no io. quando publcaObras, 1768.
en'ì
Cornopoeta,adoÌo! o pse!dônimo árcadede Glauceste SatúÍno.Escre- j
veu,alémdernLritossonetos,umpoemaépco,ylléRlca,devalormas hÌsiórico
do queÌiiefário,
pelasnJormaçóes sobrea descobeÍtadasm nas,a funçáoda
cidadee aspr rneiras
Íevoltas
do lugarO sonetoa segur mostrao poetarefe
t ndosobreê naturczãdesuapátria,ernumatenÌativa de mortalzá-la.

Leia:Ì postefidade, ó pátrio Rio, poe


O e! l Íi .ode.ârâÒpopósi todo
Em meÌrsversos (erÌ Ìrorne celebmcÌo, ma:cel ebrar paraa ponerdâdê,ó
nomedo ro páÍro,paraquenãôseja
Porque \'€jas uÌÌÌa hora despertado esq!êddocomo pasardo tempo.
O sorÌo viÌ do esqrÌe(ìmento frio:

Na çqunda esÌúÍê,ee oê !mâ €spé


Não vês na, tuas margerÌs o sombrn). c e de reÍerêncê n€gâtvaem Íe açãoaôs
lrcsco asscnto de um álamo cop,ìdo; deai5árcades de Waraqradáve(/ocur
ánôêôur):nãohá, .ó marq€nsdo ro,
Não lês NiÌÌfa cantar pastaÌ o gado, lma áfrôÍequeoÍere{.boa5ombc,em
Na tardc cÌara cÌo ralmoso estio. suaságlasnéoGntâôás Ninlâs,ô gâdô
não pastanastardesde verão

Turro, bdhaÌÌdo as páÌidas areia!, A calsa da.elebraçáodo ro é dent


Nxs porções do iquíssimo tcsouro í.ádâ ôâ terceiraestroÍe.suasáquas
escondema rqú€zà do ouÍo, qle al
O Ìasto canÌfro da ambição recreiâs.
mentaas ambçóeshumana5

Que de seusraios o Planeta louÌo, Naú timaeíroíe,o eulirco" ex-


EiriqueceÌìdo o nìfìuxo e ì tuasveias pic ap@sença dometapre-
c osô.Òmo!mê conseqúêncrê
Quanto eÌÌÌ chama! fecunda, brota em ouro dosraios$ eesqúêaquêcêó
cosTA, ct:iudj()I{"nueì{Ìr. ob.:s.In: ÌRoENÇA o rlocomoumèíoÌmadebên
ÌrLÉrO, Domi.io (oÌe.) . ,r ,,4ia n$ ìn ahli.ttntt:.
RiodeJaleiro:Águilrr, Ì9!6.p.51

a 194 CAPITULô
11
I.ITTRAÏUR A

Detodosos poetasárcades brasleÍos,CláudioManuedaCostafo o que


rÌostÍouteÍ sofÍdo rÌìaioÍinÍ uéncado mestÍedo Classcismo português.
Luís
VazdeCamões. Emmuitosdeseussonetos árnorosos,
a nfluênciadeCaÍnôes
e PeÍarcaé bemevidente: a louvacão da mulheÍamadaé feta a oairr da
escolhadeumaspectolísco eÍnquesuabeleza se gualeà per{eição
danature-
za.Nosonetoa sêgut oso hosdaamadasãocomparados estfelas.
a dLras

Estesos olhos são da minlìa amadal


Qüe belos, que genús, e que formososl
Não sâo parâ os ÌÌÌortais 1ão preciosos
Os doces frulos da eslaçãodourada.

Por éles r alegria derramada,


Tornam se os campos de pmzcr Íaostososi
Em Zéfiros suavcs,e mimosos
Mas ah dclírii) merÌ, qÌre me atropclasl
Toda esta região se \'ê banhada.
Os oÌlns quc cu cuidei que estavàvcndo
Eüm (quem crera taÌl) duas estÌeÌas.
\rinde, oÌhos bcÌos, ündc; c cúinì tÌazendo
(IOST , CÌáudb llanueÌ ObÍas. Ìn: PROENTìA
Do rosto dc nÌcu bem ar prendas beÌâs, '12.
IrLHo, Dotri.n, (ors.) . i 1,aía .1!s iamlì1tdú\.
Dai alíïios ao mal, qüe estou gemendo: Rio dc.I.!ci.o: A$ìihr 1996. p.6.1

TomásAntônioGonzaga:
o pastorapaixonado
LembÍadoe ceebradoaté holepelâpLrbicaçãode Maríliade Dirceu,fo
ÍÌìásAntônioGonzaqaé o maisconhecdo entÍeosárcades bíasleiÍos.

r Artificialidade
singela
Osversosde Marl/rade D/rceu,escrtosno peíodoem queo poetaen-
contrava-se encaTcetado,sãoa razãodeseuenornìe sucessoliterár
o EscÍÈ
tassegundo asnormas do Arcadismo, ãslirasquecorÌìpÕern essêobÍaÍe-
contama paixão do poetapea joverÌìMaÍiaDorotéia de SexasBrandáo,
moçade I6 anosdequemGonzagâ chegou ã f carnovo.
Divididaem duaspaftes,Ma lia de DìrceumaniÍestaa transíormação
sofrda no o harpoétco de Tomás AntónioGonzaga apóssuãprisão. Na
pr meiraparte,o tom caÍacìeÍístco daslirasé malsotimista,espeÍãnçoso.
D rceu(oseudôn mo áÍcadedo ooeta)descreve á anìadaMaííliae Jãlãsobre
a v da futuraqueterãoquandocasados. Naseg!ndãparte,composta na
pr são,pÍedomnamSentiTnentos mas meancócos,comoa saudade, ante-
cipando algurnas
caÍacÌeristcasqueganharão destaque no Romântismo.
AslÊs de Mèrílìade Dìrceuconstroem o âmbientede artficialdade sin-
gea quecaracter zouo NeoclassicisrÌìo.
NosveÍsos do poema,vemosìnúrne-
rasreferênciasao gadoque pasta,aospastores nosmontes,àsovelhjnhas
quedãolete e lá, à vidatÍanqüia e naturalPortíásdessaâldea exemplar,
poÍém,escondê-se umaimportanteinovãção prorÌìovidã
por Gonzaga. Ao
ladodasÍeferênc as bucólcase da criaçãodo /ocusamoenus, DirceuÍaz o
elogiodosaberlnteectual. Elenáoé um "pastoÍ"comooutroqualquer.

Arcadisrr,a
195 |
I . I TER A Ì U R A

Lira I
Eu, Marília, não sou algum lllqueiro, Oêu ir co,Dn e!, 6tábê{e clâfamen
Que liva de guardar alheio gado, têa suacondçãodesúperlordàde50
. a : não.! do do qadoa heo, meuu-
De tosco lralo, de expressõesgrossciro, to néoé gro$erc,nemqueimado peà
êxposçãÒêo so; tenhôcâsâpÍópÍia,
Dos fÌios gelos e dos sóis queinado.
moron€a,tenhobensde quemesut
TeDho pÌópÌio cÀsale ncÌc Àssistoi tento. E$ascaÍaarerinicas sãoapEseô
tadó comoqu. Í cção àoso h6 de
Dá me rìnho.legume, fruLa, azeite; Mâíliâ Porçl "mêlhÕr"qúê 6 ou
Das brancas ovelhinhÀs riro o Ìeiie, iros pastores,ê e é d gno de .ortelá la
obçfre aÌndao d€*nvovimentodà
B maìs âs fina.slãs. de qÌre me üsto. temátca da ár@ Dedlocr/las: tudo
aqu o qle é ap@sentado comoidêâ
Craçãs,MaríÌia beÌa, êíé Íú.dâdô êm umâ vdâ smpes,
Graças à minha EstrcÌal

Eu ü o ÌÌÌe0 senÌbÌalìte numaÍòrtc,


Dos àrÌosìndâ não está corlâdoi Na2" enDíe, a ém de apresentarsla
luventudecomo!mbem,Dirceucom
Os Pastorcs,que habitârn este monte, parasels dotesartistcosaosdosou
Íôs pâíÒÍe5que hêbrãm ô m-êsmô
RespeitaÌìì o poder do Ìneu ü!ado.
mônte(Íêlerêncââôsdemâs pÕelas
Com tâl desheza toco a sanfoDinha, que pertencâmè A.adema). O qle
6onz.ga slqere, nesa pa$.gem, é
Que inveja âté m€ tem o próprio Alcestc: muitÒc âb: émelhorpÒêtãquê*ú5
Ao som dela coÌìcerto avoz.eÌeste compânhê16 A cêsleé!mâ íêierên
ca dÍeta a C áudo lvlanueldaCosta,
NerÌÌ câÌìto letra que náo seja minha. porqueesseÍoiLm dosseut pseudô-
Craças,M:uíìia bela, n mos árcades o fato de despertara :
nvelaem cláudio,a quemadm Íava, =
Craças à minha Estrela! signí câ.pâE Gorâgâ. ô recôihê.
mêntôde súã.ômpêtê.cl: poética
Mas tendo tdÌtos dotes dâ ventura,
Só aprcço ÌÌÌes dou, geÌÌtil Pastora,
Depoisde dexar.ara sua
Dcpoìs qüc o tcu Íèto Ìììe segura condção prv egada,o eu
QrÌe qucrcs do quc icÌìÌÌo ser Senhora. Íico eníatizaum oulÍoaÍ
pecÌoimportante:sem o
E bom, minha Maúliâ, é bom ser dono âhordeMarílâ,dênâdâ!â
De um rebanho, quc cubrâ ÌÌIonte e prado; ên propredêds.júrentudê,
tâ ento.sê todosesfs atfl-
PorérÌ, gertiÌ pâstorà, o leu agrado butossão mportantes, o
V,ì.Ìemâisqüe üm rebanho,e maisque um trono. " agrado"de Mari l i ôvãe
mêsquearquêza{ É bâ nho)
craças,Marília bela,
Cì açasà nìinha Ìlstrelal
GoNZAGA, Ìbmás Anlônio. tr{arília de DiÌcer h: PRODNC"A. IilLHO,
Donìi.i{r (oìs.) A taüia.1a' i,.inÌkLnks. No Íte Ianeno:
\auil2r 1996.p. 57157.1.(Èãgmentr.

r A poesiasatírica
EmCa,ïaschlenas.osdesmandos Ínorais
e êdminisÍativosdogovernêdor
da Captaniade l\linas,charnado de o "FanÍêíãoMinésio", sãoduÍamente
cÍiticadosdeformasatírica. Durantemuto tempohouvedúvidas sobrea sua
autoria,rìas hojeelaé atrbuídaa TomásAntôno Gonzaga. Nessetexto,o
ChilecoÍesponde a lvlinasGeÍãise suacapitã|,
Santiãgo,
a VilaRca.Gonzagâ
os-uneo o)êudo_in o deCri.loêdralogà coÍ o à-nigoDoro.eu.
Notrechoa seguir,a h pocÍisia
dogovernador minelro porCritilo.
é ironizada

a 196 cAPhuLô
11
TITERA T U R A
-'

AqucÌc, LoÌoreu, cÌrÌc não é sânro,


nás quer lingìr-se san to âos outÌos hoÌÌÌens,
prìtica muito mais do qrÌe pratica
queD seeue os sãoscaminhos da vcrdade.
MaÌ se põe Ìì$ isrejas, dejoelhos,
abrc os braços cm .ruz. a teüa beija,
entorla o seu pescoço, fecÌla os olhos,
faz que chorâ, süspía, Íèrc o peito
e executa orÌtras nuitas macaquices, È
eslzÌÌdo crÌ parte oÌìde 1,mundo as veja.
Assnn o nosso cheÍè, quc procuÌa
nìost ar-secompâssivo,não descansa
conÌ estâspoucas obm$: passaa dar,nos
da flÌa cc,üìpaiião maiores provas.
(X)NZACA,lonìi! Anlôrnì.CâÍrÀ\.hilenas.
Ìn: IROIN{jA}lLHo, Domi.n,(org.).
A fuia d6 inúnlìduta Rn, de lrnei.ol
199ô p. 80ô (l_ÌÌgÌì.nlo).
^gxilar,

Outrosárcades
r 5ilvaAlvarenga
ManuelInácoda SilvaAvafenga (1749-18'14)
destacou-sepeloiÍismo
de suaobra.Ëscreveu várascomposiçõesdedcadasà suaÍÌìusa, GauÍa.
L-lt
lizousebâscâmente dedoÌstiposdecompos
çáo: o (de
rnadrÌgal origem
ita ana)e o rondó(írâncês),
queo poetaadaptouà sensbilidade
e aoÍitmo
bÍasieiÍos

Osépicosárcades
- Duranteo Arcâdsmobfasleiro,do s poemas épicosforaTn
i ;! escrIos:O Uraguai,de JoséBasío da Gêrna,e Caramuru, do
ia , fre JosédeSantaRtaDurão. Nasduasobras, podemos dent-
f caro embrião
dossímbolos danacionaldadequepovoarão os
Ea2 textosromántcos:a natuíezaexubeÍantee osíndÌosvaloíosos.

Representaçáo
de ind o. LouisRochêi,
Fo Maderra,1856,es.u iura €m qesÒ

Atcâtlisno 197 a
LIIERAïURA
-

O Unguai
;i-ï:' ,
dacarna(1741-1795),
loséBasíllo
: queadotouo pseudônimo árcadede
a -r Termindo Sipí
io, eraestudante jesuÊ
ta quando o Marquês de Pombal de-
termnoua expulsão da Companhia
delesusdoBÍasil. Caiunasgraças do
minstro português quandoescÍeveu
uTnpoeTna em nomenagem ao casa-
mentode suafilha.
O UËgualé urnpoernaescÍitoem
versosbrancos,ìstoé, sem Íirnase
semestfofação, mascujadivisãose-
guea de um poemaépco (pfoposi
çáo,invocação, dedicatórla,
narração
e epÍlogo).
A narÍativa
contaa h stóriada uta
tÍavada entfeosíndosquevivamnas
Rülnardâsm ssõesjeeullicâsno m ssõesdos SetePovos(Llruguai) e
mL n .i p odeS ãoM gueld aMi
s s s ó êRsS
, um exéÍctoluso-espanhol.ParacumpÍiro acoTdo celebrado peloTratado de ã
lvladr,quedelimitava dêAméÍicado SulpeÍtencentes
osterritórios a Portugal
e Espanha,os soldadosdeveriarntÍansfedÍasteras dossêtePovosparãos ;
portuguesese a colôna de SacÍamenÌo paraos espanhóis. O trechomais
conhec dodo poema é umapassagem doCantolV emqueé narÍãda
lírica, a
moÍieda índa Lndóia

Esre lugar delicioso e tist€,


Cansada de viver tiÌÌha escolhido
Para ìnorrer a mísera Lindóia.
:
I-á reclinada, como quc dormia,
Na branda rehã e nas mimosar tlores,
Tìnha a face na mão, e a mão no üonco
De um ÍiÌn€bre cipreste, que espalhava
MeÌâncóÌica sombrà. Mìis de perto
DescobÌcm que sc enroÌa no seu cofpo
Verde seryente, e lhe pâsseia,e cinge
Pcscoço e lrrâços, e llÌe lambc o seio.

CAì4{, Basíúodâ. O ú/aezai.2.ed.


Rn, de]Deiro: R€co(I, 1998.p.8182. (Fragmennt.

Caramuru
FreiJoséde SantaRitaDurão,nascido em Mãriana(1722)e fa ecidoeÍÌì
Portugal(1784),Íoi o segundodosárcades da êscolamineÍâ ã dedcaÊseà
Doesia épica.EstÍutuÍouseuooemaCai.amuru de acoÍdocoÍno modeloca-
rnoniano:dlvisãoem dezcantos,todoscompostos em oitavarìma.
Car"ámuru contaa históÍiado descobÍirnentoe daconoulstadã Baha oor
Dogo ÁlvaresCorreia, poriuguêsqle nauÍragouna região.A exaltação da
pasagembÍasleiÍa,dosÍecursos naturas, dastradições
e doscostumês dos
índlosdá ao poeÍnaostraçosnativistasquêseaão pelosindla
desenvolvidos
nistasromántcos.

.19A CAPÍIULA
11
LITERA ÌU R A

I O texto a seguir reÍere-seàs questõesde 1 a 4.

Ltra ){IX
Preso,o eu líricoencontraaonfortono seuamor
por Marília e naslembrançasque guardada amada.

Nesta tÌiste mãsmorra,


De um semivivo coryo sepultüa,
IÌìdn, Maúlìa, adoro
À tua formosura.
Amor na Ìninha idéìa te ret|ataj
Buscì extremoso, que eu assim resista
À dor imensa, que ne cercâ, e mata.

QÌundo em nìeu Ìnal pordero, Depois que represento


Então nÌâis üvàmente tc cÌi\i$: Por Ìargo espaqoa imagem de um defunto,
\rejo o teu rosto, e escuto Movo c,smembros, sÌrspiro,
E ondc estou pergunto.
Nlovo lìgeiro para o \uÌto os passos; Corìheço então que,Amor me tem consigoj
Eu beto a ríbia luz em vez de face; Ergo a cabeça,que indaÌnâl sustcÌìto,
: E aperto sobÌc o peito em vão os braços. E com doente voz assim Ìhe digo:

Corheço â ilusão minlÌa; ''Sc queres ser picdoso,


A üoÌência da mágoa não supofto; "ProcÌrra o sítio cD que Marília nÌorâ,
Foge me avista, € caio, '?iÌìtâlÌÌe o meu esaago,
Não sei se üvo, ou morto. "E vê, Amor, sc chora.
Enternece se Amor de estrago tanto; "Se lágrimas vert€r, se a clor a aúasta,
RecÌina-me no pcito, c com mão tema "UÌÌÌa delas mc trâze sobre as penas,
À{e limpa os olhos do salgado pÌìanto. "tr pal? àÌíüo merÌ só isto basta. "

CONZÀGA,ÌbinásArÍaÌ,b. ,líaJtltad, ,D,te.


3r. e.l.RiodeJatreúo:
IdiourÒ,2002. p.79t30.

Í. Qual é o âssuntodesenvolvido
na lira apresen- 'Büscacxtremoso,que eu âssi resista
tada? ,C.dor imensa.que me cerca,e mara.
r A s rJa(óê( poé. , d. dpte .F d.la . ê^ Motilid d-
t...1
Dlrceuguardamestreta relaçãocom ep sódiosda
Á vioÌêrcia .ta nágoa Ììão supor|o;"
vidade ÍonìásAntônioconzãga.Quesemelhança
entrea stuaçáoernqueseenconìíao pastor
exrste I O quêessesversos sugeÍeÍn
sobreoestado de espí
Dirceueavdadopoeta? rto do eu lírco?
2. Quaissãoos doisinterlocutores
ã quemo eu líri- r Ossentimentos expressos
condzemcom as caÍac-
co sediÍigeno poema? teístcãs normalrÌìente
encontradas na poesiaár-
r ô.' ê p lê ni?: . : . 1: m . lêla< 7 cade?PoÍquê?
'
r Expliquede quemanerão diálogoeíabele.do conì r Queoutrose ernentosapresentados no poemaÍom-
esses inleíoc--ores
ndr d d re oÍn"d"de -"rdL.e- pemcom o convenc onaÌisrÍìoárcade?Explque
da poesade Camóes
Íísticas 4. Observea linguagemutilizadano poemã.Que
t. Releia. elementoscaracterizamâ simplicidade
loÍmâl
pretendidapelospoetasárcâdes?

Arcêdìsno199 a
LIÌERAIURÀ
-

I O texto a seguirreÍere se às questõesde 5 â 9.

Destespenhascos
fez a nahreza
Nestesversos,a paisagemde MinasGeraisdesempenha
papel muìto impottante no desenvolvimento
do soneto.

Deúes penhascosfez a natuÌeza


i O berço em que nasci: ohl quem cuidàÌa
Que enrre penhas tão duüs se criara
.
UÌna aÌna terna, uÌÌì peito sem durcza.
a
í ,\no! que vence os úgres, por emPresa
Tomou logo rerÌder-me; ele decÌda
CoÌÌtra o meu corâção güeÌìa tão rara,
Que ÌÌâo me Íoi bâs1a1ìteaÍortaleza. í
Por maìs que eu mesDroconhecesseo dano,
que da!? ocâsiáo DinÌha brandun,
^
Nun.a pude fugir ao cego cngano:
Vós, quc ostcntâis a condiçio mais duü,
Temei, penhas, tcnÌci, queAmor tirano,
On.le ÌÌá mais rcsistênci.Ì,mais se apurà.
Vna deOuroPÌeto,lvl
nasGeras

Lli P€ú6: desisnação.lc nn.eníio (IOSTA, Cláud l\'Imüel da. ln: ?RO!\_(l\ FILHO, Domi.io
lorg.). |@sia lú múnÍdm16 Rio .le Jariro: {qrild t9{ì6.
^

5. Nâ segundaestrofe,ocorre uma personiÍicaçãodo Amor. Comoele


é apresentãdoÌ
: Qua éa mageÍÌìut lzadanaterceiraestrofepeoeu lír co paraserefeÌiÍ
a esseAmor?Éxpiqueo usodessamagem
6, Quemé o interlocutora quemo eu líricose dirigêna últimaestro
fe? o que o êu líÍicolhe diz?
7. No sonetotranscrito,o poeta evidenciâuma forte câracterística dê
suaobía:a incorporação de elementosda paisagemlocalao cená-
rio árcade.Qual é o elemento local presenteno texto?
r Querela(ãoo eu íricoêstabeece,nâ prinìeÍa eslroÍe,entÍeessecená-
rioe simesmo? Expique.
a. A apresentãçãodo cênárioé importante para o desenvolvimenlo
dotemã do soneto.ExplìquedequemaneiÍao eu líricorelaciona
o
cenâÍroem que nasceuâ êsse1ema.

Leia,a seguir,um sonetode Luirde Camòe!.

I 20o .aPiTULo
11
I.IÌ ERA ÌUR A
-

Soneto12
BusqÌre Amor ìÌova, artes, no\.o eÌÌgenho,
PeÌa matarjne, e no\'rÌsesqÌrivançasi
QÌrc não pode iìrarme as espeÌanças,
Que mâl me tirará o qÌÌe eu não tcnho.

Olhai de que esperânçasme maìtenlÌol


Yedc que perigosas segura çasl
O eu Íico apresenta um desaíioao Amor:encon-
Que não teÌÌo contÌastcs neÌÌì mudancas,
tTarnovasioTÍnaspara matá o. Sentese segufo
,{ÌÌcÌando cm bralo mar, pcrdido o leìho. poÍque"nãopodelirar-measesperanças,/Que mal
me tÍará o que eu nãotenho".Consdere essas
Mas, conquânto Ììão pode hâver desgosto inÍorma!óese d scutacom seuscolegas:
OÌìde esperança1â.1€,lá me esconde ,O"L fl.over -o g er'd ortrdoArro -\
Amor urÌ mâ], que mala e não se \'€; p rque.
. O comportaÍnento do eu lírl:o,no poemade Ca
-'ìoe.ê.êm-l,rdre "o do.or" o d" t"Ldot/"
Qüe dìas há que na alma ÍÌe tenì posto
nue da Cona?E o doAnìoÍ?Porquê?
Um ão sei quê, que nalslce não sei onde.
. Ìodo sonetodesenvolve um Íaciocínioógìco.Ca
Veiì rão sei conÌo, e clói não seì porquê.
'roê, pÍo.LíèdôÍo1-l à q' - o <êrl'Lnè1oê
C:,lMO!S, Ì uG Ía, de oàra ncapazde fesst r ao arÌìorEssaconclusãoé se-
Rio drJãneiro:Nou ',nllr,
Ì988. p. !?3. Ìê I do poe-'ìdde CldJdioV.r re dd
" " "
^guiüì: Coía?lustfque.

i
JoséÁ.leraldô CasFÌlo
Anronb (landido dc Mclk, e Souza

Tmto â busca da simplicidade formal, quâ[to a da clïeza e eficácia


Antonio Candidode lúello das ìdó.id, se Ìigam, ros áÌcades, ao glìàÌÌde \Elor dado à natuÌ eza, como
e Souzaí918' ) basc da haÌnonìa e da sabedoria. Daí o apreço pela coÌìvenção pâstorâÌ,
losé Ad€raldoCast€llo isto é. peÌos gêneros bucólicos, que úsânì repres€nta.Ì .Ì LÌocência e a
(1921") sadia rusticidade dos costuDes ru|ais, sobretüdo dos pastores.
ProfessoÍeseméÍitosdaUnveÊ
sdaded-"SãoPauo,orsanzaram, Ci\NDÌtlo, /\ltrìi{)i C,\STELLO,.lósaAa.èt^LL.PE:mçaú títrãturuLre\íltital
hllóÌià e anrologia.
Sãoraxlo:Dilil,1985 p.73.(ftagnento).
luntos,a antoogiaPresençadar:
que reúneos
aeraturabras,/elrê, lxpllqua
autorese textosrnas repÍ€senia Redijaum parágrafo argumentativoem que você explique por
tvos dd teraturabÍdseÍa, das que a nâturezaé vista,pelospoêtasárcades,
como "baseda harmo-
origensêtéo lvlodernismo O È nia e da sabedoria".
vToconta a ndacoraumaêpTesen- Antes de desenvolver seu parágrâfo,sugerimosas seguintes
taçãodasprncpaiscarãcteíísticas
dasváÍiasescoas terárase no-
Ìassobrêosautores seeconâdos. r Refta sobrea felaçáoenÍe o concêitode mimesee â estétca áÍcãde.
I ProcuredentiJicaÍde que modo o Aícadisnìoproletana natuTeza os
pr nc paisvaloresquedesejadivulgarjuntoao púb ico eitor.

Ai1dt'na 2o1 a
Arcadísmo
A naturezacomosímbolo
dossentimentoshumanos
Atemátcada natuÍezA cofflorepresentação dossentTnenlose eTno
çoeshumanasnascena GrécaAntga ParaosgÌegos,o pÍocesso de
cornprcensãoda ndivrd!adadesedápeloconfÌonto entredosmun-
dos:o subletvo(Ìnteror)e o rea (eÌ1erof). Paraque ssopossaocor- È
Ìer,eementos do mundo nterof(ossentmentos, as emoçÕes)5áo
comparâdos ê tenôrnenos natuÍês. Obserue o poernade Sêío

{} *.rd*r
Oa n âgi ta rÌxìÌ espi dto
coÌÌrc se lossc um lenclalaÌ
a dcsabar soÌ)rc os car! lros.

I ISB()S, S11òde. ìrÌ: R,\\IOS, Pén.ÌesIrÌgêÌio daSiÌrl


(SeÌ.. rol c úad ). P'ltri'gl?3?rrrlt/r Sio PruÌ() (ìLÌhi\, 196.,1p. íi7.

G!Íave Moreà! tárhô óêo rôbreteâ


sé.uoxixsapho!;eú
nacré.ia,
na Naimagenìdas árvoresbatidaspelovento,Safoencontrê
atÍaduçãoperíei
seqlnda
metàdedoré.!loVaC tê paÍâê agitêção peo
desencadeadA amor.Ê cornoseo elrlkCod Ssesse:eu
nãoconsgo deíìnÍ o quesinto,masum processo podeserobser
semelhante
vâdo no5efe tos dê !m vendêvasobreas éruorêsOnde anteshaviacê ma e
trênqüI dade,aqorâhá ag têçãoe instabI dade.
O sentmento,apresentado dessamanera, toÍna se maiscompreensíve
porquesuaanálseparteda obseÍvação (o ventoforte)
de umacausanatLrraÌ
e suaconseqüênc a (a agitaçãodoscaÍvahos).

Retornoà natureza:abelezaclássica
No Renasc mento,grandes poetãs coffloShakespeaÍe e CamÕes sequirão
os
passosdos mestresgregosna ut lzâçãoda natuÌezaconìo símboo.
A mudançaconstanteé iustradapea passageffl dasestaçóes
do ano,o enve-
hecrmentohurÌìanoé contrapostoao eternofrescortÍazdo pea pTrìavera,a
[ìeezatenì ninaé corÌìparada a um d a de sol.Portrásdessas
aompataçoes,ìden-
a filosofiaarstotélca,que vê a natufezacomo modeo de equiíbÍo e
tifLcarÌìos
haTmon a a seTnì tado pelosartstâsern buscade uma fepÍesentação do belo.

Arcadismo:a criaçãodo lugar agradável


A voltaaosideajsclásscos,promovda no sécuo XVll, daráà natureza um
. novopapeliteráro. Agorae a representao cenáro períeitonoqualospoetas
cflamurnaalegor a dasocedadeiguãitáriaeÍìrquedeselam vver É o/ocus
amoenus quechegaparapermit| ã realzação lteráÍiadosprincíp
osde urìra
vrdarnarsvree lusta
Nessa peÍspectva, a natureza
iustrêa buscado indivlduopeo espaço aco-
hedor, peo ugaramenoem quea ârtlfcaldade da vda urbananãotern
vaor,em qle as dÍerenças socaissãoignoradas e ondeo que mportaé
sornente ã a egra decoÍfente
dav daequiìbradá e sirnpes.

a 202 CAPI|ULO
11
A transformaçãoda natureza:
o lusar de sofrimentoromântico
NoRomantsrno, a natureza
mês uTnavezseaÌlresentacoTno espeho pârââs
emoçÕes queâgtarnosseleshuTnanos.
Agora,e a é caracteÍzadacoTlìo
o ugaÍ
desofrrnento,simbozadoporcenáriosúgubres,quetraduzenì ossentìmentos
e passona
arrebêtados squesetornarn
a marca doperíodoObseÍve.
daliteratura

N*ite tempestu.osa
.a {lá denrro lúa.
QÌre rempo ÌÌorrílcli
O quadro horrerclo
r
No céu tìúgll|â |
I.. . 1 ExpÌnÌiir pode

Noitc Ìnâis Ìregra


! N{ìÌÌÌif, alÌna enhúaj Nl]{cArÉlts. co!çàlcs dc
Lì:1',^z ,ftt tz: ÈmrllisnÌo Sà. laul.
Ári.a,200.1.!. 1920 (Fì,g.reìnt

losephMâ ó.d Wi âm Ìurner,det:lhe


de Vapü núúa ÍenpesÍade de neve,
x 122. m
18 42 Óe o5 Õbre tea, 91, 5 Osversos de GonçavesdeMagaháestÍaçarfseffrehancas entreurnanoite
ternDestuosa e ê "temoestade nterior"ouetornacontado eu írico.Emllora
o equilíbro neocláss peo arrebatarÌìento
cotenhasidosubstituído rornântico,
a natureza continua sêndoo slmbolo dasemocões hurnanas.
ll reÉza,r, d.,j. . rrdrde
".
Um poeta contemporâneoe a natrrÍeza
A ndaholêolhârÌìos paraa naturezae buscamos ê en
uffracorrespondênc
tÍe um diaTnas a eqreou tÍistêe nossos
estados
de alnìa.

Vento n* íitoral
De tarde qrero dcscansatcÌÌegâr alé a prãia Dos rossos pÌaÌìos ó quc tcnho mâis saudade
\rer se o vento ainda cstá fòÌ te QrìdÌdo ollÌávarÌos juntos na ÌÌrnÌìì .lrreçao-
E râi scr bom subn nâs pe.lra!.
Se; qÌÌe faço isso para csquecer
Àondeesá\ocê âgofâ
EÌr deixo a onda mc accÌtâÌ
\lénì de aqui clenúode ÍÌim?
tr o lcnto rai ÌcvaÌÌdo tudo embora. I...1
R!:SS(), Renú): \1Ì L\lÍ)BOS, tlrtoiB()NfÁ, À'hÌtclo. xtrcrl]rc
Ìe L.liio LrrlxnÌa ÌÌÌ: ll Rio dc Ì:urno: |NrÌ, 199Ì Dis!.Ìírel em:
,q.gori csá tào Ìonge <!tp:/:'lbonliììc.tcD..on.bf ,'útr/ììusì.ilì/espe{u\/'
\t, a linhr do hoÌìzonte me cÌistrai: ! dì:ìlonr$/lÈó.1ìnìL. &esr eD: 1.1nÌ"i 2fi)5. (FÌ rettnlÒ).

0 venloquesopranosveÌsosde RenatoRussonãoé muìtod ferentedo


vendavalnopoerna nopoemê
deSalo.O eulirico, deSato,pÍocuÍa,nanatu-
o quesenteNoo!tro, desejã
reza,compreender queo ventoeveemboraseu
pelaausênc
soÍrirnento a doserarnãdo.Nosdos câsos,veTnos
o seThumano
pÍoc!Íândo queo auxI ema cornpreender
símbolos a foÍçadesuaserfoções.

203 I
Ar.dd6nro
++j,Í,

PoroossistirFl

Moça com brinca de pérala, de PeteÍWebbe.Reno Unido/


j
LLr x ern b L rrq o ,2 0 0 3
F m e q u e e x p l o rad ê m o d ofi c c ìo n alu m períododa vi dado
pintor hoiandêsVermeerNe evemosum ar.istãque tentã êqui-
librara suapãixãope a pinturacomaspressões do seupãtrono
ê â obr i g ã ç ã od e s u s te n taur m â fa míl a numerosã (teve11 íi - t
lhos )É. q u a n d oe n trae m c e n au ma j o v em(ri adâquecomeça a
àtraemo pi ntor
t r abalh a rn a c a s a .A s ubãe l e z ae s e n s i bi Ìi dade
que a re tra tan a q u e l aq u e é c o n s i d e rada a suaobra-pri mã.
O diíêtor consegueíecíia luzesdas tela5 de
Vermeer O filme é também urna ótima oportunidadede co
nhe.ef como êra a vida no séculoXVll.

O,rsolente, de FdoLrard l,4o naru.França, 1996. :


Essefi me ofêrecê Lrm íetÍato das últiínasdécãdasdo século
xvlll frâncêsa pênir da mov mentadavlda do escrÌtorde tea
t r o P ie rreA u g u s tl nc ã ro nd e Be â u ma rchêiOs.dramaturgoío,
ao mesmotempo,assistente de vo taife, agentesecretode Luís
XVI ê sêdutoí à moda Câsanova.EntretenÌmentoã iado ê uÍn
bom r e g i s troh i s tó ri c oH. u mo ríê fi n â d o edel i câdezã
na re(ons
t it uiç ã od e e p o c âd ã o a p o s s Ìb l l i d a d e compíêêndeí
oambl
ente cu turalfrancês,bastanteresponsáveltam bêm pela Revo
1

O pat r i o ta ,d e R o a n dE m m e rc hEU A,2 000


O f llm êc o n taa h i s ró ri ãd e Be n j a m i nM arti n,um heróicansa-
do dã g u e rraq u e d e s e j ãa p e n a sv i v e re m paz(om suafãmi i a,
na Carolinado Sul.Porém,quandosua.asaé ata(adapeloexéÍ
c it obí itâ n i c od u râ n tea 9 u e Ía p e Ìai n d ependênciameriã cana,
Bênjarninse vê obrigado â lutãí novãmente.Ao lado de sêu
f ilho,um j o v e ml d ê a l i s tal i,d e rãa b a ta l hãcontrãâ col oni zãção
ingles ap a rai i b e É a ra s u an ã ç ã o O . e s p ectêdor é col ocadodi
ante de um perfeito retrato históricodessãdÈputâ sãngrenta
travadaem nome dã iberdade.

BatryLyndan,de Stanle\K!b.i.k. EUA,r975


Arnbientâdono sécuo XV ), Baïy Lynclonnatíò a hlsrótìa
de um jovem lr andêscujo objet vo de vida é fâzeí pãrte dã -
nobrezãdã Inglêtêra a quêlquer custo.Até reâllzartêÌr so
nho, R e d m o n dB ã rryv i v e i n ú m e ra sê venturãs: é obri gadoa
de x ar o s e up a ú ,to rn ã Ès ee s p i ã os, ô l d ãdoe j ogador O fìl me
prima pela reconíituição de época,que permjte ao espectã-
doí ver com exatldão os.ostumes e ã sociedadedo período
vitoíiano- O diretor foitão rigorosona re.onstruçãohistóricê
que o fi q u íi n o ,g â n h a d o d
r e u m o Ía r, é íormadopor roupês
r eâlm e n tec o n fe c c i o n a dnãos s é c u l oXV Ìl l .

a 2o4 .APITULO
11
ffi'*
Porclere pesquisoÍ

httpr/VWwbibllo.com.brl Metaatê\po-nè, dê Ba,àgF.\e ò do 4 p ò õ. o d


Bibliotecavirtuãl de lite.atura que traz textos C l eonce B efardne 5ãoP a!o G obê, 1987
r t eg di. de o b íd 5 e Ì d o rrn i o o J b c o .E p o ssve o l v.o !.èz urfa seeçàorLi dddorador!e.sosdo
consultarmu tos dos autorêsestudadosaté o mo poeta maior da lÍÌìguapoftlrguesano sécuo XVlll,
merro. Sobr€o A(àdirÍo. deÍàq re pàrã o à' auior de umapoesiêdêtrânslçãoenve o Arcadismo
soàsproduçÕes de ÌomásAntônio Gonzãgãe Cláu

e o Ronâ1nsÍo. No p.eíàc,o.CleoÌce Bera.dilelli t
d o v ênue dã (o s tã e p a .àà â p re s e rrà ç a 1oa. n êxplorapanoramicamentê â pãssagemdeum estilo
tegrê, do épicode BãsílÌoda Gama,o Uraguai. à oJl ro.or às-e< pe.r vàscàràcte' ;sr
càsA e< trJt u
.è do\ ooemèsdé à.orrà ô€ Ln poerr qLê segLi
http/wVW.historlanet.com.br
o5pasos deCamôes,enquânto o (onteúdo,muitas
s ir edeLr isó i d b " s rd l l e ,o Ìp e to e à tL ê l i z àdo vezes,taíá de Bocâgeum pré{omântico.
Der t " oueodr dd s ru i à ) rÍo íÍrà ç ô e ss o b ' eà 11
c onÍ dencè M i re Íè . q u ep o d e Íìs e râ c e s s ê d ês por Antologiè dos paêtasbrasìleircsda fasecalonial,
me o do s íema de busca. de Sérqo B!êrqLre de Hoanda 5ãoPaLr o: PeÍspecÌl
va,1979
httpi//wwwbibviÉ.futuro.urp.brl
e\prersia! da prodLçàob èsi l erè dè' é s"
S êl e(ào
A B ib|ot ê. à v i rJ ã d o Ês tu d á 1 idêp t i rg J d Pol co oni a que apresentêos pri nci pai spoetasdo
t ugues â ãpr e s e n tã o s p ri n c i p a i s p o e m a s do A rcãdi smo nãcl onalTextos
. de çl áudi oMãnuelda
o s i l e i roA.o ã c e s a ro/l n k " L i v ro fal a-
A r c adis m brà côstã,Ìomás Antônio conzagã, Basílioda Gama,
do", é posíve até mêsmoouvlí as lirasdê Mãrllla A l vàrerqàP ei rotoe t" mbér de poe.d.do B dl o.
de Dirceu,de TomásAntônio Gonzagã- co e dãsorlgênsda literãturãemnossas têías com
póem" .\àà1toogi a.a ÍeLnrào. àcà.qodêLn dc
http;//www.ouvre.frl
principaishÌstorladoresdoBrasi1e consÌdêrada pe a
O s lt edo m u s e Jd o L o J v reo fe rê ," u m à b o " , L íítica â mêiscompl€tajáíeìta no pais,contou conì
leçãode aÉe neoclásslcâ. PÌnturâs,esculturãs,ob pei qu \" reél i zàdé
àpàni rde nanLrcri ros l ào pL
jetos decorativose ãnes gráÍicas.Parãfacilitãr a
navegãção,ã ém do frãncês,é posíve ace$ar a
pá9inaem esp a n h o l o ue m i n g l ê s . Ronanceirada tn.anfidên ía, de cecíliaMeÌe es,
Ìrlsirêdopor ReninaKâtz $o Pauo:Edusp,2004
http//wa1/wsu-sc.com.brlaf
o hê/pag/êltêy
t$à êdi çãocoÌero.àL vâdo Li l qüenrerÁ ri dô
o
poemêdê C êcíl ìãMei rêl es,coÍnas bêl asi l ustr â
PágÌnasob responsabilidãde dê unlveB dêdedo
!oê, de R er 1ã l ètz. pe Íì Ìê .evrveíos àcontê ci
Extremo5ul de SantaCatarina(uNEsc).apfesen merl o, qLe derernrnârèno ' n dê Incoríde r
t à J Í bom pè 1 o .à Íà d o p e ri ô d oe L md \' ã b d,
tante comp eta dê pintura neoclásl.a em vá.ios

Poroouvir(-)
. A flauta nágica labe"tría)e ÂéguÌem,túozad . Pâtti.ípaçãoespecial,
duaso b ra sd o ú l ti m oa n o d e v d ê d o c ompo5i
E s s as C ássaE l l erR i ode Janero
t or wolf gãng A m a d e u sM o z a n (r7 s 6 1 7 9 1 )a presen
tãm cãrã.terísticas diJerentes,masexempliÍicâmbem
o pertjl da .omposiçãoneodésica.A primelra revela
r oddd v i. dlid a d êd o 9 è n i od d m ú s i l às e te re r(i s!à
eâ iorma a música"A rainhada noite" em uín interessan
segundâ,seu ri99r e intensdadê drãínática. te "dlálogo" enve tÍechosda ópeÍâ A llâuta màgicã
. ElisRegina-20 núsÌcasparauma nova erè, Na':)o de Mozaft e I cân't get no ísâtlsfacton)dos Rolling
S .one\.a q.àvaçèocaJ!è' orte i noàcto pel ààsso ciã
. d el ã n € i mU n v e rs aMl s c B rê s,2005
1, 4enlunìRio
ção da potênciavocaI rnêrculina uti i2êdapelêcántorã
casano Campa (zê Rodti\ Tãvlto),na voz de E k na i nterpretaçãodo sucessode Mi cki âggerà manf-"t
Regnà. Ì or nô u ' e J Íà ê ' p é .i e d " h ro d d gê a!áo têçõo intencionãlmenteJem nÌnã do vocãl lírico de
h,pple.o eloglo da vida slmples,em me o à naturêzã, EdsonCoídeiro. O casãmenÌoentre a Ínúsicaclássica
é uma reìeituracontemporâneados ideaisárcades. do séc(rloXVlll e o rock não poderiasêr mâlsíêliz.

Arcadìsno
2os a
I (UFsC-sC) c) Estudou
o tupi guaran,escrevêndo umacddilhasobre
A @nt .le Pm Yú .le Caminha a qramátcâ
dê línguadosnatvos.
Numdostrechosde suacaÍtaa D. Manuel;PêroVazde d) EscÍeve!
tanto uma Ìiteratlrra
de caráterlnroínduvo
Caminha cornofo o conlatoêntÌêos porÌuque-
descÍeve comodê caráterp€dagógico
sese ostuplnqulns,queaconteceu
êrì 24dêãbr de 1500: e)SuaspêçêsapÍesêntarn sempreo dueo entreãnlosê
O Capitão, quando cles \iermÌ, estâra sentâdô êtu tma
.adcjrô aos pés de unìa al.aúa poÌ €strtrdo: c bcm icsti I (UíscaÊsP)
do, con un.olrde ouro, muiio gmde,.o pescoço f-..1
o.a, süposro quejásonospó, e nãopodedeiur de
Acenderam{ tochas. E eles enr'ÀdÌ. NÍàs nem sinal de
i or.csir tue-dh r'-n Íl. tãL, ao LJpiLio: n, In J nirguc n.
ser pois Deuso dise, perg!n1àr-nì€+js,e com muita ra-
zão,en que nos distin$imos logo os üvos dôs ü)rr$?
Ldavia m deÌes iìtou o coÌd dÒ Càpitão, c Lorucçou a Í
Os morbs são pó, nós ràrnbémsomospór cm que nos
fuer acenos com a não cm direção à tena, e depois pà.a
distìngui!Ìos uns dos outros?Disringuimo,nos oslìlos dos
o .ola, como se qui*se dizer-nos que havia ouo da rern.
mo' ,o" ." ..i Ì.omo.-drongu, ol odopo.O" i \o.' -u
E rrm b;m olh n', p /,. um , s . i( a dc pÈ, ". c a\ i, . ' m ! \ r n
p' ; eri ni adu.,. nn,ro,;o po, a,do.u. \ \, ^ vn Iì.,1, ,
accDava pm a ten a, e novanenrc parã o csnçal! como se
anda,os moriossãopó queju: Hi(jacet. Esrãoesdpra
LámnbéÍì houvcsú pntal [...] Viu un deles tllm .oúras
de ÌosáÌio, bmcsr fez sinal que lhas desem, folgou mÌLi-
ça no verão cobertas dc pó: dá um péìe ventÒ, levdra-
to com elàsj e l@çou-õ ao pcscoço, e depois tirou as e
ú!os. NAO,\QUIETA O PO, NnM PODE ESTAÌ QUE-
Ìneteu-d cm ÌoÌ1À do braço, e à.en2!a para a tera e no!a-
DO | ,{NDA, CORRE,VOÀ ENTR{ POR ESTARUA, SAI
mente pda õ coDtas c pm o coÌar do capitãô, coho f
l rìR \QL.rtLA :l A \ U \nL\N l l .JA fol s-A \tR A 5
dalnm ouro por àquilo. Isto tomá\amos nós ne$e sentido,
TUDO ENCHE, TUDO COBRE, TUDO ENfIOL\.E,
po. asim o dercjamosl Md se eÌe queda dizer que ÌeÍTia .Ì'UDO PERIUIìBA,
TUDO TO\ú{, TUDO CECA, TUDO
as contd e úais o colâr! isió não queíamos nós entender
PENETR{, EM TUDO E POR TI]DO SE METE, SE]VT
por que não lho h4íamos de dar! E depois 1omôn d con-
ÀQUIEIAR Nf,M SOSSEGARUNI I,IOMENTO, EN- t
tàs a quem lhõ dera. f, enrão estiÊrm-se de costas na al-
catila. a domn reh procuÉrem maÌeiras de escondei Nas QU,{NTO O \BNTO DUR{. A.almou o lrnior cai o pó.
e on.le o lrnro par.u, alì fica; ou denro de .asâ,ou úà
leryonhõ, a3quais não enm fdadàs; e às cãbeìeiras delas
n ou Fn,, mr de u,. rêì\,d,,,,,.'.o mJ,,o,, no r,o,o I
eslaem ràspadõ e feit4. O Capirão mmdou pôr por de ".
ìô n,,.rc. ou n, .i mf.nhr \;oéò.i r.' l \\mí.
haixo de @da um seu corim; € o da cabclciÌa eslorçaeje r
por não a €stÌagai E deilaÌm unì ÍìâÍto por cirnã delesi Ánónio vieìtu. Trechod. (iap.V do S@ào da Oú I€nã de Ci.za.
\ p 1 d :\ " n p . . . P " d v t . t i ò '. . . . v , p r u t - .\ , , . r u t o o . p . t 2 , _ r . J
e, coBentindo, àconchegaram{c c adomecerm.
CoÌeção,unl tud uÌ6, l as. I, SãôPaÌìo, ì 999. J
^hÌn, Dddê!iô a L dFr_."d
[ü eur:ru,op"*, .,.po.. tr o-rãcêo €s-, .dede.e
cabarroca,quesemateÍaÌizâm emsêrmÕes consideÍados
coxin aìnofada que sene d€ ascnto. a expressão
máxrnddo Barroco em prosarelgiosa
em lín
guaponuguesa, e urnâdasmatsmpoftantes expressÕes
De acordocom o têxto, âssna e a(s)proposição(Ões)
VERDADE]RA(S): deoló9icase liteÍárias
da Contrã-RêfoÍma. È
1 ( ) PeÍoVâzde Camnha,um dosesclvães a) Coment€os recursos de linguagêm queconfereÍn
ao
da armada
portuguesã, escÍ€vêparao Reide Portuqal, textocaÍãctêístcasdo Barroco
D. Ma
nue, Íelatando comoíoi o contatoênÍe os po(u b)Antesdeiniciârsua preqação,V e raÍundam€nta-se
num
guesês e ostup ntqutns. argumento que,do pontode vÍa Íe gioso,moífa-se
2()Em"EeesentÍaram incontêstável.
Transcrêva
esseargumento.
N/las
nemsinaldecortêsa frê-
Iarì, nemdefalarao Captão;nema n n9!ém",Í ca 4 (lTA5P)Leiao têxto abaixoe âs âiiÍmaçõe5que se
implcito queostup n qu nsdesconh€camhierarq! â sequem.
ou categoria sociaÌustanas.
3 ( ) Nada,na embarcação poÍtuguesa,
paÍeceudesper- Que fàlta ncsta cidade? VeftIàd€.
que nais por sua desonrai Honra.
tar o inteÌessedostuplniquins. FdìE , o , '. q F l h e p o n h r ? \ 'F , 9 . , . h r .
a( ) Otr€cho"t..leacenavaparâaterraenovamentepaÍa 'á i .
ascontase parao colardo fapitão,corno5edavam O deno a !ì!er se exponhà,
ouroporaquio.lstotomávamos nósnessesêntido,poÍ Por màis que a fama a exaÌra,
assim quehavaprobìeÍnâs
o desejarmos".evidencia de Numà cidade onde faÌla
coÍnuncação entÍeosportugueses
etupiniquns. Verdade, hÒnra, lergoDha.
Gregóio de Maroscuena. {)5rur{rarM6 dr
2 (UFlavras-MG) Todâsas alteÍnativassãocorretasso- cr.Ètt o deMarat(tuma. RÌ' d. Ia.cn!: Rc..rd, 1090.
bre o PadreJoséde Anchietâ,EXCETO:
- manÌêrnumaêstrutuÍâforÍìa e rítrnica
Íeguar.
ntejesuTta
â) FoioÍnas impoara emaUvidade no Bras do I enfaÌizâ
as déiasopoçtas.
sécr-r
o XV. ll empregâ a ordemdiÍ€ta.
b)Foio grandeoradoÍsacroda lÍnguapoduguesã, coÍn lV ÍeleÍe-sê
à cidaded€ SãoPallo.
seussermóesbarrocos. v-empregaaqradação.'

.206 UN|DADE
3
Então,podê-sed zer quê sãovêrdadeÌas ( ) A obfapoétcâ de GreqóÍiode N,4atos oscijaentíeos
a)apênas ,ll, V d) apenasl, lV V vaoÍestranscêndêrtâis e osvaloíes
mundanos, êxeÍn-
b)apênas P Íicando astênsóesdo seutempo
, ll,v
( ) OssermôêsdoPãdrêVêir:caíacteíizam sepoÍurnacons-
c) apênas, lll,V
truçãodê inragensdesdobrêdas em numerosos exem
(UEL-PR)Ao ladodosversoscríticose contundêntes, plosqlrevsamenfatizar o conteúdodêpregação
em geral dirigidosconlra os podeÍososê os oportu- ( ) Gregório deMatoseo PâdÍêVie ra,êmseuspoenìasê
nistas,há os verroslíricos,tocadospelo sentimento sêrr.Ões,mostramexacerbados sêniiÍnêntospatriót-
amofosoou peladevoção (ri51ã.
Nume noutroca- cosêxpressos em rnguâgem barroca.
sos,èourdvàm re o ergenhoverbà1, à9cor9LrucÕe9 ( ) A prod!çãosatíricadeGÍegórode L4atos
pãrâlelísti€as,
o empíegode antítesese hipérboles, -"otom dos
serrìóêsdo PadreVeÍa representam duasfacesda
por vezesinspirãndo-se dÌÍelamenteem versosou a mâbarÍoca no Brasl.
{órmulâs dosespanhóis Gôngorae Quevedo rnes ( ) O poêtaeopregadoraleÍamoscontempoÍâneos para
o dêsvioopeèdopet ê o i." rer.r b" e e .d-d
à obrapoétìcacle
O trechoanteroíestáserefeÍindo
Asêqüêncìa
corretadepreênch
nìentodospãÍêntesês,

a)C áudioManuelda CosÌa.
b)Gregóriode Matos.
c) ÌomásAntônioGonzaga.
b)V -V .V V F
5 (UEL-PR) O Bârrocomânifestâseentreosséculo9XVI
e XVll, momentoem que os ideâisdâ Rêformâên-
trâm em conÍrontò.om a Contrã-Reforma caÌólica, (UFRRI-R'
9 ocasionando no planodasartêsumâdifícilconcilia- Mmlín o Po.hr n6 Qciílotzs do Sol
çãoentfe oteocentrismoê o antropocenlrismo.
A al 6InMúôn í6 cl6 B^ ílo Mundo.
ternativaque contémos veÍsosque melhorexpr€s Nàs.e o Sol,e não duÌa mris que um dia,
samesseconflitoé: Dcpoisda Lüz sesegle a noite es.urà,
a) UmpaiádeMonal,bonzobrmá, En tnsif,s sombm morre a lormosura,
Plimu da CaÊaiado Pegu, nnÌ cortínuàsúsrezasa alegria.
Quesenìserdo Pequi'n,por serdo Açu, Porém,seacabao SoÌ,por que nscia?
Quer sef lilho do soÌ. nas.endo cá. Sefonìosa a Luz é, por que nnr dura?
3 C'Ì8ófio d. Mabs GtÍa
Côno abelezaa$im sc tì.aníìguraì
€ (loìno o goío da peÍà à$iÌtr se fià?
b) Tenìeiária, soberbà, .onnada,
Md nô Só1,e na Luz fahc z firmezz,
Por aÌtila, por d€nsâ, por lustrosa,
Na tòrmosura não se dê cônsúncia,
A exâÌtação,a névoa, a mariposa, E nà aleSria sìnta-scrristeza.
Sobeao soÌ,cobreo dia, a luz lhe enlãda.
(lomeçao mundo ennú peÌaigÍorârcia,
I Borclho
dcoÌivcn.
E teh qualqucrdosbcnspornãtucza
d Fábnr,guepouco ertend€sd€ finezsl A ÍiÌìlczr somenrcna ilì.otrstâncià-
queÌn Ê& só o que pode àpouco obrigà: C:rcgótio d€ Vatos Cucr Ì â. /da&gÌa pr..u
qDem contia os imposíleis se af.diga, Rio deÌarcÍ.: Idi.uro, rsel. p.84.

,\ e$e cedemor em miÌ ternezd. Um dosãspectos da drquiteturado poemabaÍoco é aquele


Gregó.ìo dc Matoi Cüe.fa em quê concetose/ou pd avrassão nicalmentectados
ao ongo do poemapara,maisad ante,seremretomados
d) Luz$ qud sol entÌe astros bnhadores,
conclusvamente. Esserecurso,no sonetod€ Gregôo de
Se bem rei mais propicio, e mais ahado;
Matos,acontêceíespectivamente
Que €le estrells destenâ€Íì régio estado. a) nos dos quãrtêtose no 2cterceto.
Em régìo estdo não desteirâs Oores.
b)no 1! quaÍeto e no 2aqu.ftêÌo.
BoeÌho d. Oìircna
c) nos dos quadetose nos dos teÍcêtos.
elPêquei S€nboÌ;rlas não porque hei pecado, d)no 2c qla(eto e no 1eteÍceto.
Da lossã âltâ clemên.ia me despidoì e) no 1! tercêtoe no 2! terceto.
Porqüe quanto mais tenho deÌinqúido,
Vos tenho à perdoar mais empenhãdo. 9 (FatecSP)
At M.lo Nn lo
Gregó.iô d. ÌÍâbs Grcra
Neíe úundo é maisrjco o qüe maisrapa:
(UFRGS-R5)
assinalecom v (veÍdãdeiro)ou F (falso) Qu€n rìais li po sèfaz, tem mais.ãÌepai
ãbaìxosobreos doisgÍandesnomesdo
asafìÍmações Con sta Ìíngua, ao nobre o úl derepa:
O lelhàcô ÍìànrÌ senrpretem.apà-

?9Ll
PREPARE-SE:
VESIIBULAR
EENEM

NÍostlaopaüfe da robreze o Íìapa: PreGxdc, Doroteu, o losso chefe


(Ìüc'n tem nÌno de aganar, Ìigeiro tlepa efguer unã cadcìa maje,rosa,
qìcn menos1àlüpode, nìaisiicrepai qüc posa escuÌ.ccr a !Ìlha iìüÌa
(2uemdi!ìÌeiro tnfr, pode se.Papa. cla toüe dc Babel e nÌajs dos grddeq
cusrovx cdilicios que fizeMÌì,
A IÌor bani senÌ.ulca por tulipa; pa.à sepulcros seus,osfeisdo Egiio-
BengaÌÀhoje na!'áo, onLed gàÌlopà. Talrcz, pì czado üÌigo, que iúàgnÌe
[Íais isenlosenÌosúao que nâis chupâ. que ncste monunrcnto se consene,
.rcrna à sua glarria,b.m quc os polos,
liãÌâ a n opa do n apo vazoa n ipa ingÌatos, úo .onsag.em Ìi.os hustos
E maisnão digo, PoÌquc a Nr6a tôPa
Enì 1pa,cpâ, ipa, opa,upa. Llesiste,lou.o chefe, dcssacmpÌcsa:
(;Ìq(tio dc !Íaros GucrÌa. um soberòo edìficb lcviniado
:Httnr lb r|,n !^iiú\ vrbrc osos de nrx:entes, .on srÌuido
()nÌ lá8rìnìàs dos pobres, nrncascnr
Aa têÍnatvaque rnelhoÍexprrn€ascardcterGt casdd poe de glóÌià ao seu ãunr: mas sim de opróbÌio.
td ê , ' êgo odôV à ro r e -c o .ra d è ro p o e Ìè rr-s
Tonis InÌônio Gonzrgr "Cxrtrs .hiÌenal'. l'ì: .\lrãÌen8ã PeiioÌo,
to, e a q!ê dêíâcã â presênçâde
ClnudioNlaônelda Co{r,TorÌ,is-\niônioConzagì,4lrAÌaaA
a) nv€rsóêsdâ s ntaxe €orrente, como ern "CoÌn suâ ,tr-ú7,rA Ri!)d.Jaici,o: NovaAguu. Ì996.f.8la
ín glr a,ão nobr êo v i d e c ê p a "e " Q u e m m e n o sfa ar
Íodds as álÌernatvdsaba xo apresentarncaracÌerkti.asdess€
eíio têráro,pres€nt€
nosversos
ãcima]:
tados,EXCETO:
b)conílito entre os unversosdo profanoe do sagrado,
comoseyê na oposiçao"Q!€nì d fherrotiver" e "pod€
a)vaorzação do deadavidas mp€se tranqüa
b) e dÀ1, à èo d.. . o 4r o -o d- dia oqo do - poê
c) metáforasraÍase desusadas,
rco comum Inrêrocuior
conìono v€Íso€xpernìen
lal "a Mlsa top€/Enìapa,epa,ipa, opd, upa". c) ut ização
de nguagêrnêêgantê,reblrscâda
eaÍtfi.a
d) contÍaíe entr€os pólosdêântÍtêsêsviolêntas, como"lÍn- d) nÌ€nçóesddáticas,expressas
no tom dê dênúncae
gua" x "dêcêpa"ê "mênosfalâí x "mai! increpa" sáÌira.
e) m.gefs que exploramos eemenios ma s eTêmeros e
e).aractêrzação
do poeÌacomournpinÌordêstlracÕes€
d i áï anos
da nat uÍ e z ac,o mo" fo Í" € " tu i p d " .
(UFRRI-RJ) 12 (uF5M-RS)
'O Lta )aI
TtÌ Dão !eÌás, Nlarília, ccnì canios
ti.aì.m o cas.alho e a rica icìn,
Não kxììr€s,nìinhâ musã,não, nn) nxlues ou dq cef.os dos nos.:audalosos,
Na sonorosãÌin, ou da nìinàda sena.
Que àsalnas,(oÌno a nìinha, nanx)Ìadas
Docescançôcsinspiral Ni{}v.Ìás separaÌ ao háÌriLnegro
Ássoprino cÌàriÍÌ que apenàssoà, do pt\ado esÍìèÌil a gÍ)ssaareiâ,
Enchede âsÍ)mbro a Ìenal cji brilbarenì os gnnetes de oiro
Naqrcìc, a cÌrÌosor cantouHom.fo, ro lún.lo da bateia.
CàntouVirgílio a gtrerD. NolrechodeMarlr;dêDr,.ceu, expr€ssoescorÌo"cemcati
Tomás Áìtônio Conzâgx. rÌíatàa l, rtrr vos","roscaudaosos' ê "qrênetesdeoÍo" Íemetempara
Rio deJaneìro Anriuìo do Dntril, s/d, p. 30.
a) a proÍissáo
de m nêrador exêrcdaporD rceLl
!m dospr ncpâs traeosdo
ívlaÍía d€ DirceuapÍêsênta b) LrmâêtvidadeêconôÍn câêxèícidanaépoca
c) o dêsagradode D fcêuemreaçãoà atvdadêdo pa de
Aopçãoqueapontaessacaractêííicatêmátca,píesenÌe Maí a
d) preocupaçoesde D rceureÌdtvasà po uicãodosros
e) a prosperÌdade
em que vivao povobÍasileÍo.
b)" pr-.ê r' d dê .dlo a oL alê- ì ê o d. . , o í3 (UFLâvrâs êm sêguidatíês pfo-
MG) Apresentam-s€
c) o pessimismoe neqatjvddde. posiçõês:
l, lle lll.
d) a fixação do momento presênte L O nx,mcnto ideológico, È liteúnü do Sete.ert6,
ê) â descíção
sensualda
nìuheramada. tracÌuz a.rítica da burgu.sia culta aos aì'usos da.o-

Í! (UFV-MG) os ár.ades,no Brasil,assimilarâm


âs idéiãs I l. O nronetrto poéiico, na lircÌaüua do tucadismo, n a*
nêo(á5sicasêuropéiâtmuitãsvezês,rêinterpretando, .e de uìn enconro, eÍìbora àindÌ dràtrèiÌado, coÍÌ
e (ul-
cadâum ao seuestilo,a realidadesociopolíticã anatureza e os alchs comuns do hoììem.
tuíaldo país,cornoseobrêrvàno seguintêÍraqmênto IIL Fâçanu, sinÌ, façamos, doce aúada,
dà( Cdddi ch,/enas: Os nossosbrÕ€s dias mais.Litosos.

I2OA UMDADE3
PREPARÊ.sE: EEÍ{EM
VESTIBUIAn

queestépresente
AcaracteÍística Ììêssesve|sos
de Mãrlra a) ndquequâ a formaconvêncionã em quese
clásslca
de D/ceu,deÌomásAntônioGonzaga,é o "carpediem" enquaorã o poemã.
("qozaÍa vida"). b) r"r ' e\" e.rroF do poê-o ê- qLòo e pÍessàô
"
Marquel da natuÍeza sltladano passado,
apÌazíve, doÍìina
sobrea êxpÌessãodo sentmênÌodapersonageÍnpo€
â)sesóa píoposiçãoé coÍÍeta

c) sêsóa proposição
Llé correta. ,16(UFVMG)Sobreo ArcadisÍno,
anotamor:
d)sesósãocorretasasproposiçÕes le ll 1.desênvovlmento do gèneroÍco, em que os poetas
e)setodasaspÍoposçoes saocoíretâs. poÍLrrade p.norese ÍafsfornìaÍna rea da
assurìênr
de numqLradro idealzado
í{ (UFlavÍâsMG)LeiaosseguintêsÍÍâgmentos d€ Marí 2. composlção do poenìavilãÂ/.ãporc áldio Manueda F
/,â de Dlrceu,de Tomásantônio Gonzãqa. Costa,o G aucesteSatúrno.
L p -do1r-od.rê.ìdên, d -\-i." Ê.ê go " - p - :"d
da b!scado transcendente.
Vcrás cm .jma de espaçosahesa
Altos loÌuÌtres de enredados feìtosi 4. propdgação de manuscritos ê
ênônÌÌìosdeteorsatírico
Ver úe ás folhear os grandes li\Ìos, conteúdopoít co,atrbuídos Antônioconzaga
a ToÌÌìás
E decidir os pleitos. 5. prêsença da m toog a qregâna poesialí'
de nìetáfoÍas
rca,divLrlqandoas déasdosinconfidentes.
Texto 2
Os PaíoÌes, qu. habìtam csie monte. Considêrando asanotaçóêsântêroÍês,
assnaiea alterna-
RespeitanÌ o podcr do mcü.ajado; tiv. CORREÌA:
cóm tal d.Íreza roco a sãnfoninha, ã) Apenas1 e 3 sãoverdadeÍas
Quê inreja me ten o próprio ÂÌceste. b) Apênas2 ê4sãofalsas.
!
c) Apenas2 e 5 sãoveÍdade
Ías.
d)Apenas3 essãoÍãlsas.
a) EmqlaldosfÍêgmentos
o sujeÌoTrico
ê caracterizado
de acoÍdocoma convenção
aÍcádicã? e) ÌodassãoveÍdade ras.
9
b) Explque. ,r7 (PUC-MG)
E
'15 (UÍecãr5P)
Oúde estou? Este síüo desconhcço: Discreta
e fornosissiúaNÍârià,
Quem f€2 dlferente ãqücl. prado? [nquaÍto estamôsreÍdo .laramente
Tudo ouüa natureza rcm tomado; Na lo$a üdenG \isú o sol ardente,
E em.ontempláìo únido csmoÌeço. c na rosàda face a aurorà frial

Uma fonte aqui Ìrouvci cu não nìe esÍÌueço


Enquànto pois pfoduz, enquânlo cria
D€ eslar a eÌa um dìarccìinado.
Esà esfera gendl, nÌina ercelente
AÌi em vàÌe um monte estáDudàdo:
No cabeÌo o meÍÌl m.is reÌuzente,
. Quuto pod€ dos an()s o prog.esol E na boca a Ìnais lina pedrarir.
Ánrres âqui !i tão ÍÌoiescentes.
Cozai, gozai da flor da foÌmomra,
Que faziârn peryérua a prinúrra:
NcnÌ r.oncos rejo agora decadcntes. ,\úes que o fiio da mãdura idade
TÌonco dcixc dcspido o quc ó lerduÌa.
E! ne engmoi a re8ião csia não era
Mas que lenho aestranhar se estão presentes que passãdoo zenjth da mo.idâdè,
Meusm.Ìcsi com qu€ tudo degenen! Sern à noite €n()ntràrdâ sepultuÌã,
É .adâ dià o.a$ dà beldàde.
ClÌáudìoMãnne1da Co*a..çmddr{!lI).In: PaÌ eslüCênio
dã SiÌm Rmos (Inú , seÌ e nota, . Pdta d, rrr0 ani.lôgiã. Cregó.io de Matoi Cu.r'n
SãoP.!lo: lvteÌhôÌãmenios,1061,P 17.
Textoìl
O est o neoclássce,fundamento doArcadsraobíêsile ro,
de quefezpâdêcláudo Manueda Costa,caÍacteriz.-sê Nlinhabela [Íaília, tudo pa$ãj
pea utilzação dasformascássicas convencona s, pelo A sorredestemundo é mal segrni
ênquadramento têmátcoeÍn paisagem bLrcó Lcâp ntada Seleh depoisdos malesàlrntuÌã,
comolugârâprazíve, peadelegação dafal. poêtcâã um \'€m dcpo\ dos przcrcs a desgrtrça.
pâstorculto pelogostodasorcunstãnciâs
e airista, comuns, trstào os nÌesnÌosdeuses
peo vocabu áro defác entendmentoe porváriosoutros Sujeilosao poder do ímpiôFàdo:
elê-enlo.queb-scaràaôo.à'rçe.olidddF.dd-"o." ApoÌojáfugju do Céu bnhant€,
naturezd e a beeza.Dadas estasnfornìaçÕes: lá 1oipstor de grdo.

209 I
PREPARE-SE:
VESÌ|BULAR
EENEM
-

Atrl enquaDto os Destinos impiedosos 2 Despojada de oLrsadias sintátÌcâs


e vocabu ares,a n
Nâo volt2m contfa nós a íace iúdà, oLaqeìdr.rdrcdnopoendoo, or-àqà.o tereLrè -
façànos, sim façamos, doce amadâ, da inguagêm Íebuscada, lsadapêo BaÍroco.
Os nos(N breves dias mús di[osos, 3. O textodêVeira,sendoBarroco, estéplenodemetáïo
Um coração. que iìouxo ras,de nquag€Ín Ígurada, dêtermos nusitddoseeru
A grtrtz po$c de seu bem difere, ditos,sendode diÍícilcompreensão.
Asi, Marilia, asi próprio rouba, 4 Viera adotâê tendência queleva
barrocâ conceptsta
E à si pÌóprio lère. parao textoo predonìínio dasidéiãs,do rãcoctnro,da
lógrca,procurandoadeqLrar ostextosreligososà r€a-
Onemos úosas t€stas con õ Íloresi
E tììçamos de feno um hÌa.do lcito,
Prenddno nos, Mdilià, en laço csncìto, Está(ão)coÍeta(s)
ãpênas:
Gozemos dÒ pÍàzer de sãos Amores. a) 1,2 e3. c)2. e)2,3e4
Sob.€ às nôs$ cabeçõ. b) 1. d)1,2e4
SeÌn que o pôstun d€ter o tcmpo coüe;
E pan nós o ten,po, que se pa$a, í9 (UfâlAL)considera ndo-sêã prôduçãopoéticad€ Gre
Iambém, Mdília, morè. gório de Ìúàtosê CláudioManueÌdâCoslâ,é coíêtô
'ronr!^nónio Conzaga afirmarqueambos
a)cutivaramo soneto,fornìafxa pea qua êxploÍâranì
O texto| é barroco; o textoll é arcádco.ConìpaÍando,os, ooé.i-ospop o do d Íêr'--" p"'o-
sónãoé coÍretoafirmârqle dosê est os iterérosquetão bemÍepresentâraÍn.
â)osbdrÍocos ê árcadesexpressam sentimentos. b)c! uvâÍanì o sonêto,poisvaorzaÍamo mesmoêsto rlê
b)asconÍruçõessintátcasbaÍrocas íevelamum nterior épocapredom nanteno sécuoXVl,quandoessaformâ
íxa depoesa eraconsldeÍadã5uperoÍ a todasasdemas.
c) o desêlode viveÍo prazeré dÍgido à amadanosdos .) notêb zaramsepelasátira, d rg dãconÍaosnìanddtá
ros da CoroãpoarugLresa responsávêÈ pelaexploração
d)osárcades têmumâvsãode mundoÍnajsanguÍada econômca doaçúcaÍepeacorrupção políticê
na Bahia
queosbaffocos. d) notâblizaram-seporumt podelirsmosentÍnentaquejá
e)a fugacdâdê do tenìpoé temátcacomumaosdois prenunciavao movimentoromânrico,
influndod Íetamente
nasobÍas dêConçalves DlaseAlvarêsdêAzêvêdo.
ê) noÌabilizara
m-sepea idealìzação
doamorê danat!reza,
Ía (UFPE-PE) ê..Ê doì ólónarrosp-.dr5pdradri
padrôês "qLÊ,"qjido.
Basta senlÌor porque .oubo en lma bdca sou ladrão, e osvêlores
do chamado estiloneoclássco.
e tós qu€ roubai, em uma armadà sois inrpêÌadori A-ssjm
é. RoubaÌ pouco é cuÌpa, ioubà. üi1o é gÌândeza. O m (UELPR)A chamadâ ãlividade literáriâ
dâsprimeiras
lad.ãÒ que furtã pda .omer, nâo vài Íètu leva ao infeÌno: décâdâsdê nossafofmàçãohktóricacârãcterizou se
os que nn{, ú vio. nãs que le\ãnì de què eu trato, são os por seucunhopragmátìcoestrito,s€jâa €iÍcunscÍita
outros.-. ladrões de maioi .alib.e ê màis alta esfera...Os ao parãmetrojesuítico,sêjâa decoíente de viagêne
ouros ÌadÌõcs rouìrm unÌ homen, estes rouham cida- de reconhê.imentoe inÍorÍnâçãoda teÍra.
des e reúos, os ouiÌos tirrtam debairô de ser ns.o, esres SãorêpfesentantesdosdoistiposdêãtvidadeitêráraÍe
scÌn temor nem pengo; os outÌos se fuflãnì são enfÒr.a lerdosno ex.eaoacma
dos, e o bucoÌismo €stes firÍaà e mfarcatu.
a) Gregórìode N.latos
e C áldio ÌVanleldaCosra.
t\nÌDnto \\.it^. smà\ d' banladtü.
b) AntônioVierãê ÌoÍrìásAntôno conzaga.
c) losédeAnchieta e câbÍielSoaresde Sousa.
Quc halcmos de esperàr, MaÌilia bela?
QrÌc rão pdsmdo os IÌÒrescenies djasi
d) BentoÌêixeÍae Gonçavêsdê N4agalhães.
A-sglória que \€nÌ tdde já !êm friasi e) Basíiodâ Gêmae GonçavesD as.
E podc entim mudare a úosà estrela.
2Í {UÍal-AL)Considere asseguinlesaíirmâções:
Âìl Nno, minha Marília, . GregóriodeMatoseÌomásAntón o Gonzãga comp!-
Aprôven€+e o tempo, ates que fâçà serampoesalírica,Ínaso talentodeambosen.ontro!
O estrzgo de roÌÌbir ao corpo as forçàs suâêxpÍessão
máxmânassátÍds
E ao senblank a gÌaça. ). EmMaríliade Dnceu,a cademlneÌobuscou figuÍar
Torús Aìtônio Gonzãga.Lra ,vu umequilíbÍio
entrêâ vidarústcae a cultuÍailuÍrada.
ll . Cláudo ManueldaCoÍa confronta ê paisagenìbucó
SobÍeã obradessesautores,
analise
asafirmativas
â seg!Ì: icdidealizada
coma dê suãÌêrranata.
1.A obÍadê Gonzagê é exeÍnplar
do AÍcadismo.O têrna
dosversosãdmaé o "caÍpediem"(gozara vda pre- Esná
intêúamenre
corretoo quevenìaíiÍmado5oN4ENÌE
ênì
sente),
escrto num. nquagern arnena,
sernarroLtbos, a)l c) ll ê)l l el l .
própriado Arcadismo. b) . d) êr

.21O UNIDADE
3
!
Romantismo:
idealização
e
arrebatamento
È
As rcvoluçõesburguesasmudamo peiil da sociedadeeuropéia
no inícioda séculaXlX.Liderandaas trcnsformaçõessociais
e econônicas,a burguesiaganhapoder política e passaa bus.ar
uma arte na aual poisa recorhecer-se.
O movimentaromântico
nascepara respandera esiêanselo.Nestecapítulc,
voaêcanheceráo começodessahistóriã.

'. e

Íutret,A.lestruiçáa.le
un navìotlè tànsparte,1A1Oó eosobrete a, 173: 245.m.
A liôlêncâ dâtêmpeíadereÍâtâdaporÍúrnerécaÍacteÍi5tcade pÍod!çóesrcmánÌcas,
pos nehsrìâsempredenaque paraâsêmÒçÕes

CAPITULa
12
O qüe você deverá saberao t. Descrevã
a cenaretratadana tela de Ìurner.
2, Comoo artistacaracterizaa natureza?
a O que íoío Romantismo-
r Eos seÍeshumanos,
comosãoretratados?
. Como as .evoluções bur-
guesasdesencadearam o l. Ascoresutilizadas
contribuemparacriarumaatmosfera
dramátì-
novimento roinântico- ca?Justifiquesuaresposta.
. Qudisforâmas caractetís o quadrodeÌìcianoquêâbr;uo Capítulo
4. Observe 8.
tkas do projeto literário
do Bomantismo. È
. Quàisíomn as^príncipaít

I . a.Õ,Ba.oe Arìa.lne
(deral he),
rs2l - r 524
a
r compare o modocornoa natureza e osseÍeshumanoS foÍamrepre
J sentadosporelee poÍTurner asprncipas diJerenças
e identifique
I
r CorÌìbasenessas é possíve
d íerenças, caracterzarapnturadeTicia-
no comornas racionâle a dêTurnercomorna5 emocional? Expl-
quepoÍquê.
:
i
:

5. Leiaumacenado romanceO morro dosvertos ulyartet de Emily


Brontë-Elâmostrao reencontrode doisamantes,Catherinee
HeathcliÍf,
separadosna juventude,momentosântesda morte
de Cathêrine.

Caiherine e Heathcliff
[...] Cìatherinefitava a porta do quâ.lo (om üma intensi.lade á\ida. E
como HeathcÌitrÌÌão atìnavalogo com â entrada doaposenro ondc cÍáva-
mos, ela me fez um gesto para o inirodu?ir. qllarìdo, porém, mc aproxi-
mei da porÌa,já eÌc a àÌcançara; num ou dois pâssoschegou ao Ìado da
moça e a tomou nos büços.
Durante uns ciÌÌco nìinutos Heatlìclìtrnão falou neÌr solioÌr suâprcsa; c
na$Ìele momento gâstou deceÌÌo mais bejjos do $rc todos qÌre já dcÌa.ìÌì-
tes, na vida iÌÌteiÍa. FoÌã, poróm, CatÌÌenne qÌre o beij a pímeiroi \i cÌrÌa.
meÌÌte que eÌe mal podia suportü oÌhála no rosto, conNmido dc dor No
iÌÌstantc cln qüe a abraçou, coÌÌvenceÈse, iguàÌ a mim, 'de +Ìe nào ÌÌaúa ali
esperdrça de cüra", de que ela já cstae ircmecÌiavelmente fadada à ìorte.

RananÍisna:
idealìza.Àa 213 a
earrehatanento
TI TER A T U R A
-

- Oh, Cathyl Oh, minha üdâl Como hei de suponar


isto? - foi a p m€ira fiase que eÌe disse, sem cüidaÌ em
t4)
ijP escoÌìder o serdesespero- Depoisolhou acom ral intensida
de que, pensei, tantì força de olharÌhe haveria dc encher os
oÌhos de lágrimasj seusolhos, porém, queìmaÍam de angús-
tÌa € não se umedecenm.
t...1
ío n Heathclif dobraÌâ un joelho a fim de abraçála. Procu
o rou ergueÌse; ela, entretanro, o segxroÌr peÌos cabcÌos,man
.;
RuinasdeÌop Withman,Hâtuorth, - Querìa nantêlo assim- continuou amaÍgmcnre
nqlatetraLocalsupostamente ô
pôrEmy Brontè
descrÌto em até que nós dois morrêssemosl Não me importava que ro.ê
O nata dosvehíosuivantes sofresse.Pouco me nnporto coD os seus sofrimenros. Por
que não hádevocê sofrer? Eu sofÌol Quer 1nc esqueceÌ?Há
de seÌ feliz depois qüe eu estiver debaixo da tera? [...]
-Não me torture, até me pôr tão louco quãntovocêl
bradou ele, lib€rrando .Ì cabeça e Ìhando os dentcs.
Para Ìrm esp€clâdorindifercnte, compunharn os dois um
fq R íúdo: ,ansendoosdcnr,, úimrndo. quadro €s.ranho e assustador t...1 tufacesbrâncas, oslábios
f,mgües: $nÌ sangìre exangues, o olhar fniscante, exprimìam uma seÌügem sede
Ptuxirno: e9àsnÌólgudo,.on\rrlsão. de üngança;nos dedos crispados ainda rinhn um pouco dos
cabelos que agaÌrarâ. QrÌanto a
Heaiìclifi, €rgueü-se apoiado
àumadas mãos, mas com aou-
tÌa lhe segnravao brâçoi ao sol-
táìo, deiou qudÌo mdcas Ìrem j
nítidas na pele descondà: bem
prec,lia era â sua reserva de
doçÌlrâ em reÌacão à fragilida
de do estado de sua amada.
- Seú que u ì demôÌúo a
possuÌ - pmsseguiu ele, num
Iuror de palxão - fuendGà fa
lar desse Ìnodô, qrlddo já esrá
morrerÌdo? Então não compre-
e de quc todas estas palams Ììe ]ìcaxio gnmdâs a feÌÌo eÌÌì
bra-saÌrâ Ìcmbruça, e me hão de elern|rmcnre corroer por deÌì-
tro, depois qrc você me dei.tr? Bem sabe quc é menúa quan-
d o d rq uêeuJmrreì:età,,bemvbc.( dd,cnnê.quêmcrFri a
mais íá.iÌ esqucccr a pÌópriâ \'ida do que Ìne esquecer de você |
Não lràsra ao se.Ìregoísmo {Ìiabolico quc eu ne debauÌ Ìos tor-
mentos do inferno quando I'ocêjá estìver em paz?
- Nio hei de estar cm p^z ! - geDeu Caúedre, que
voltara a tcr consciéncia da sua fiaquezà fisica anre o úoleÌì-
to e desigual puÌsd do coração que, sob aquela agiração ex-
trema, âudívcÌ c insivelmenre lhe rumllltuar? no peiro.
E nada mais disse,até que o parolismo cedeu; ai, conú-
nuou com brandura:
- Não qüero que você sofra ronnento maior do que o
me ,,. H cârh.t;d. QuP ni ãpenaçquê

BRONTÉ,Dnilt O z,z la! !rÌr.r z,taflld. rÌâduçro: ÌhcheÌ de erei.oz.


3.ed.Riodcjâneirc:R€.oÌd,200i1. p. 1sj l03. (lragmeDto).

a 214 CAP|TULA
12
L I T E RAT U R A
-.

r Comopodesercaracterzado o cotÌoortarnentode Cãtherine


ê de
() HeathcifÍ?
"rvâopossoviversema r O nãrradorchamaa atenção
do eitorparaa paixãoquêuneasperso-
posso
o nagens pormeo deumadescriçãoexageÍãda deseucomportarnenÌo.
minhavida! o
^/ão alma!" r!
viversema minha urnapassagem
Citee coTnente dotextoemquesepodeperceber isso.
6. Releia.
c, "ds faces branctus, os lábios exangues, o olhar faiscaìte, exprimiâm
o ]ma seÌúgem sede de \üÌgarÌça; nos dedos crispados ainda tinha um
pouco dos cabeÌos que agaÌÌaÌa. Quânto a Fleathcljtr, eÌgueEre apoia
IE do a uma das mãos, mas conì â outra lhe seguraÌã o bÌaço; ao soìúlo. È
deixou quatro marcasbem nítidar napele descoÌàda t...1."
r Combasena descrição comqueo
acirna,indentfiqueos elementos
1êíado'nd/d è \iolen'i" dê\ê-'ìo,óêsdèsperso.age-s
aenãdeA noro .losvqtosui@ntes,
dePetêÍ Kosminsky EUA, 1992. 7. ldentifique,
no diálogoêntrêCatherine
e Heathcliff,
àsdiferentes
a norrc dôsventosuivêntes emoções e sentimentos pelaspersonagens,
experimentàdos
éã llpjcah stória dearìorinfeiz, r Porqueessaalusãoa difeÍentes fazcomquea Ìntensidade
emoções
naquaobstácLr o9sociais e eco- dÍamática
dacenaaumente?
nômcossepaÍam oslovens ãpaÈ
xonados. Todâviã, nêmã rnorte L No quadrode Turner,os seÍeshumãnosse mostramimpotentes
êcapazde$ÍLngu r o aÍnorpâ5- diantede umasituaçãoque Íoge ao seucontrole.lssotambém
sona quesenrem um pe|oou- aconteceno texto lido?Porquê?
ïo. Apasagem, sempre tempes'
Ìuosa,tunconacoÍno!m eco
dasemoçÕes turb!lentêsque
dominarn aspersonagens
c pas:fathyê Hêathc
p tascharne<as
prin
iff Á6lnót
deYorksh resão
Diadeglóriadosfilhosdapátria
o cênário perfeitopârâa nìâisâr- O d a T4 dejulhode1789amanheceu nubadoemParis. Snaldatempestade
rêb.tâdora h nóriade âmorda queviriaquandoa multidão,reun danafrentedo HôtedeVile,sededapreíeitu
teratu|a.
!''ìq6c"o*í'*ft i rae localdereunião dosrevoltosos,
marchasseemd Íeçãoà prisáodãBastlha.
í*r**múít Sírnbolo a pÍsãodo Estado
dodespotisrno, representãvao poderda nobreza,
que,graças àscairasassinadasembrancopeÌorei,pafaláenviavaseusdesafetos.
lvluitos
deesnãoçheqavam nemmesmoa seTnformados deseLrs" de tos". A
massa humana que marchou em direção à Bãstilha
eÍa composta de guardas,
marceneiros, ros,
sapate diaristas, escultores,
operários,negocantes de vinhos,
ê chapeleiros, Erao povo
a Íaiatese outrosartesãos.
dê Pd'isq .ê pegarè en . rrès e. è o(à. tíè15
E
I foÍmavaem reaidadeos deãisdefendidos peos
filósofosilumnistas.
e A RevoLrçãoFÍance9haviacomeçado.Suas
(onçq:ê_cèsnudariano perÍ po[tco.sora
e rLrli-íèdà | uropè.O Séc-lodas J. es Èèvè
chegadoao firn.
:
I
r Nós,o povo
A RevouçãoFrancesa dádestêque a umãnovã
oe'conagFr'è cenaeuropeièo po\o Osue'óiç
\oliráíosseÌo'naíanelerìertosdo passdo ago
'd, quen' Íèr a tríor peld[orçdde seusbrèços
".
e pelaconüc(ãodê seusideais,é o indivíduo.
-r reoa .odososa.on.ecimen tosdeseacè
deddoqpêLãtonada do podeí nè l-íè1(a,a As
Hoúe,lonadada Bastilhê,1189.
Atomâda dâ Bast ha simbolza sêTbléial\èCio-èl Co'íit-inte CoÍeço. à êã
o. ".o,d po p d ,o b" d pd"d" doÀ, 9ooeginê boroÍos à.t90! dè _o\à consriÌuiçáo. lJìê p.
"b

Ronantisna:
i.iealìzêçõa
e anebatanento215 a
I I TER AT U R A
-

1760 quenacomissão dedeputados decdu redigr, paraa futuracanafrancesa,


urna
introduçãont tu ada" Decêraçãodosd retosdo homeÍÌìe do cidadão'i Nela,
ê\ drdr de indo"or p incipàs an,ao , dd'ê.o u óo
ApÍovadoem 1789,o textoÍesuma os diretosbáscosdasocedaderao-
j derna. Emtodoselesse podedentficar odesejo deaLrtonomiadâbuÍguesa,
que,cornoclasse unve|sal,fa avaem nornedo povointeiTo e tomavapaÍãs
a tareíádeemancipar o mundodofeudalsmo e dosprv légios
damonarqu a.

O nascimento
do cidadão
1789 . dospriIìcipa
A inf uência s í ósofos
iluminÌstas
e dotextoda Declaração F
de ndependênca dosEstados Undosfoi decsvaparaa redaçãofina dos
I7 artigosda "Decaraçáodosdireitosdo homerìì
e do cidadão'l
1799

:r' r lao.l Art. Ìq- Os honÌens nascem e são Ìi\rcs e iguais em dircitos. As distirÈ
ções sociaissó podem ter como ÍundaDrento a uiilicÌade comÌrm.
AÌt. 2" - À finaìidade dc toda associâcãopolítica é a prcservação dos
1 8 03 dircitos atufais e iÌÌÌpres(rjtíleis do horÌcÌn. Esscsdìrcitos são a Ìiberdade,
a prospc dadc, a segurança e arcsistênciâ à opressão. l.-.1
6" À lei é a exprcssãoda lonlade geral. [...] Todos os (idadáos são
^rt.ã seüs olhos e i$almente adnìissí\€is â todâs a! digÌÌidades, lugares e
iguais
empregos pÌiblìcos, se$rndo r srÌãcapacidadee seÌÌì oütra .listinção que Dão
sejaa da! suasvirüdes e .Ìos seustaleüros.[...]
1808
DispÕnileL er: <http:// rtu1(âÌibúim.e.oÍg.ÌÌ /'1 ,1Ío20jÌnho./dÈ.1{lÌoì$ hhü.
A.e*o €Íì, 6 tèv.2005. (lÌâgmctrro).
j

A líbedade guíandoo povo


T
1

ai
a-a

1 815

18t8 DEIà.toi\,A lb;ídêtlè goiândaa porc, 1830 Ó eo rcbÍe Ìela, 260 x 325 .m
A conhecldê
heclclê DelacÍo
te a deEuoène
Eugène do povo
x 1uÍÍaa lmDortânaia
lmportânaia Dovopara
oaraos
ot d'tistás
d'ti
1422 ronìárticos. ospêsdeumamulhersensua
Enìpilhadoss;b quesimboizaa ibeidade,
oscorDoseúbTam oueomovÌrn€nto
tíansfoÍmadoÍdôcenáÍio
socìáleutoDeucusloLr
a vidademutoscidadãos par;lenses.
O o hardecidclodaspesoasreqstraa escolha
1 4 30
devvêrêmorrprDeiod reltoà beÍdade.èiouâldadeeàfrêteÍnidade

a 2t6 12
.APITULO
L I T E RA T U R A

Apóssécuos deSegregação, exporaçãoe sotrimentonasÍÌìãosda monar-


ql] â, o homeÍÌìcomuÍÌìtemsuãiberdade e gualdade
aÍirmadase, maisimpoÊ
tante,transforma-se emcidâdão.AgoÍâee é súditodêsles queexistem paÍa
asseguÍaÍ desdequeeassejama expressão
sêusdireitos, davontadegeÍal.
Portrásdosartgos,poderÌìser dentificadasasideiasdo filósofolumn sta
leanlacquesRousseau, que,comofo vistono Capítulo11,deíendera anos
anteso estabelecimento de urncontratodeigualdadedetodosperante as eis

r Darevoluçãopolítica
à revolução
econômica
A quedada rnonarquia, naFÍança, abaou asmonarquìas absolutstaseuro-
péiase desencâdeou umasériêdetransfoÍmaçóes polítcasernoutrospaíses.
NaIngaterra,ondea Tnonarquiã eramaisestável, asmudanças acontece-
TáTnno Ìerrenoeconômico. Emmeadosdo sécuo XVll, o pãísconìeçoua
acoÍnpanhar a passagem do modode produção ãrtesânal parao fabÍi.A
máqunaa vapoÍ,osrÌìotores movrdos a carváoe ostearesmecáncosmutip i
cârarn o rendÌmento do trabaho e aumentaram muitoo ganhodo buÍguês
dono do capital:depoisde fazerfoÍtunacom o corÌìérclo, ele investiuseu
caDital nasfébrcase oassou a acumular lucfos cadavezmaoÍes.
Comisso,a teÍaÍÌì-se asrelaçÕessocias, quecolocam, de urnlado,os em-
presár os (capita
istãs),detentoresdo caplta, dos imóveis, dasmáquinas, da
matéria-pÍ mae dosbensproduzdos pelotíabêlho, e, deoutÍo,o proletarado,
quevendesuafoÍçadetrêbahoe produzrneÍcadorias emtÍocadesalários
No inko do séculoXX, a Inglaterra estêvê em pena Revolução Industrial.
! FeÍrovasfoÍarnconstruidas paramehorãra distribu ção da produção fabrilpelo
paísA nstaaçãodâsíábrcas pÍóximas aoscentros urbanos atraiuurnsignficati
vo númerodecamponeses, queabandonêram o campoemblscada pÍomessa
deorosDeridade assocêda aocrescTÌìentodocoméÍcio nazonaurbana.
A ondado progresso tecnoóg co se expandeda Inglaterra paraoutros
países da Europae consolida as chamadas Íevoluções burguesas do século
! Xvlll.Juntas,a ndependênc a dosEstados Unidos,a RevouçãoFfancesa ea
Revolução Industrial
determinaraÍna queda doAntigoRegmee consolidaram
comonovos stemaeconôÍÌìico.
o capitalisrno

q O Romantismo:
a forcadossentimentos
-
Até o sécuo XVIì|,a artesernpreestevevoltadôparaos nobTes e seus
vaores.Quandoo burguês conquista poderpolítco,preclsacr arassuasTefe-
rênciãsártístcas,definr padrõesestéticos nosquaisse reconheça e que o
d ferencemda nobreza deposta. Énesse conÌextoqueo movmentoÍomânt-
co surge,provocãndo uÍÌìaverdadeira revouçãona produção arÌística.
corna posturaÍacionalda estética
PararoTnpeÍ árcade,o movirnento Ío
mânticonterpreta a reaidadepeloÍitÍo daemoção.Comìlinadê à origina-
lidadee aosubjetivismo,a expressão daserÌìoçÕesdefniráos pr ncípios
da
novaproduçáo aÌ_tlstica.
L toqraÍiade 1855Íêpresêntêndo ascâsês O rornânticoconsderaa ìmaqinação superor à razãoe à beleza,porque
ag omeradase asaltaschamnésdas e a nãoconhece limites.Poressemotvo,a originaldadesubstltua m tação,
íábfcasde 5heffed, fa rqatera quedesdea Antlgüdadec ássicà oÍientãvao olhêÍdo artsÌâparao mundo,
Aintíodúçãôdâsméqú].âsa vapôrnêssâ
cdade do none,conhe.dapê a qualdade
no processodecriação. da inÍ uênciapassada,
Livres os novosartstasencon
de sla clte ara, assequro!-he luqarde tramna própÍiaindividualidade,traduzda pelasêrnoçóes quesentem,asÍe-
desr.qle na ndústrado aço. ferênciasparaa nterprelaçáo da realdade.

RonanUsna: e anebatênenÌo217 a
dealizacáa
TI TER AT U R A

o Ìeinadodo indivíduo @
o teÍmoRomantismo Íazrelerênc deínìdapelaexpressao
a à estética da md
q nação,dasêmoçÕêse dacr at vidâdeindvidua do artsta.RepÍesenta
Lrnìarup
Tomo una.esolÌ'ção de quc tuÍacornor padróe9 dê beeza
clásslcos
janìàis Ììouve elenpÌo e que não
tefá iÍìiuìdor Querc nìosrâr aos
nÌeus senìelhmresum homcnì
em loda a \Ìrd:Ìde de sn nah! A estétcaromántica
subsituiaexaltação danobreza peêvalorização
do indi
rczajc css. noìì.m s.r.:i cu. sG vÍduoedeseucâráteÌ.EmugaÍdeouvara queexge
belezacássica, umanature-
mcnredÌ. (ioDhc@ meu coÌacio zae umfísicoperfeitos,
o novoaftistãeloga o esÍorço
indvdua,a sinceridade,
o
c .onhcço os homcns. Nio ÍÌu trabalho.
Pouco a pouco,
osvaloresburgueses vãosendoapresentadoscomomo- È
da mcsma ìlssa daqurt:s .oÌn socanasobÍasdeaftequecorneçam
delosdecornportârnento a serproduzdas.
qucm lidcij ouso crer que nro
sou fcito (omo os outros. Me!Ìo
quc n ão teDh a ma ior m ér it o,
pel() Ìnenos v)u.liferente. O projetoliterário
ROUSSE"{rr,Jeanja.qles. .,\Pnd:
llnR\ l\'Íãrljr CirilìzaffÕ r.itunÍal:
u.ìrnìs6na c.ncisã.Sio Prnlo:
do Romantismo
O f lósofoque nspÍouboapartedospr ncíplos
V2rin* F.n,tes,Ì985. p. 468. ron'ìâ
nticosío ieanlâcques
(Irisnrrto).
Rousseau Quando e e ãÍirmê,na autob oqrafaÁs conrssóes, quedeseja moÍ ;
tÍãÍ a geussemehantes "urn homemem todaa verdadede suanatureza",
As páãvrãsde Rolssealr resu- lurìrinao grandeprojetoiterárioa sercumpridopeo Romantismo: cÍ ar uTna
mema êssênciâ do olhafromãn- dentidade estéticaparao burguèsAssim,o Romántismo podeseÍde+ìnido
licoparao mundo:tudo o queé comouTna arte0ê 0uÍguesla.
èscritopaarede unìapeÍspectiva O meÍo passopêrãalcançar
pr esseobletvo é valorÌzaÍ, naobraliteÍária,o
ndviduaê, po.ranto,subjetiva.
ndvíduoetodaa suacornplêxidade emoconal, aboindoocontrcleracional. EÍr 2
ugarda orjgernnobÍequeasseguÍa o diretoà distnçâoe ao reconhecimento
soca, ostextos teráÍostraçarão o peíi de heróisque pÍecisam âgìr,soÍreÍ,
supeÍafobstáculos detoda natureza paÍêsequallíicarern cornoexemplares. Na
sociedade queÍemunefa
capitalista o tÌabâlho,sacrfícoe eíorço
passam a vaer ma5 quea noÔTeza queserecebe 0eneTança.
A literêturaseÍámaisirnportante doquenuncaparadifundir
os valoÍesburgueses. Os escíitores rornánticos assumem essa
t'unçãoe povoarÌì seuspoemase romances connfig!íashonra-
dâs,trabahadoras, sinceras, heróicas Cadatramaqueenvove
dos jovens apaxonados é umaoportunidade paramostráf que
o sentinìento verdade ro, puro,transforma o indvíduoe hedá
condçõesparaenÍfentarã hipocris a da sociedãde. Nospoe-
Trìas,
o aTnoT à pátriae os símboos nacionars sãoexatadose
dealzadoscorÌìoexpressão de beezae boôdade.

r Osagentes
do discurso
O contextode produçãomodiÍca-se basÌanteduranteo
rÌìovinìentoromântrco.O desapaíecirnentodaf gurado rnecenas
contÍbu paÍaa profssonê izaçãodosartistas.OsescrtoÍes fo-
rnánticos,pelaprimeraveznah stória,escrevenì parasobrevver.
Poressemotvo,procuÍam concliêrdoisobjetvosdistintos:
d vul
garosvalores daburguesa e aomesnìo teTnpo divertiroseitores.
Esse é também umnovocontextode circulação pêÍãã lte
rãtuÍâ.Comovirnos,nossécuosXVlle XVì1,o númeíode erto
constab e, Serhofas da íamll€ de Masan .le aalchesÍel íeseÍa bastanteimitêdoê muitasvezesos textoseíârÍìlidos
OleÒsobre1ea,59,5 x 49,5 cm Os p ntore5romê.tcô5
dôcúmêntâhâ.hegndâ dâ êtuÍã âÒsmÒme.tosde azeÌ somente peos nobres e poroutrosescTtores CorÌìãpossbii-
Í àmi ar:a mãee êsÍ hâ souv em alenlas
, a, et ur a dadedepublcação emveículos deqrande comoos
circulação,
jornêise fevistas,
o a canceda litêraturê
seampia bastante.

a 21A CAPITULA
12
IIÌIRAÌUR A
-.

Dorodapéao Ìomance
.. i,.t
êsvendas queenfÍentêvarnumacrisepoí
,: ili [flAll[$
lElllttfl0f,$
ül '.. voPara
J[ü01
aumentaÍ doslomasfranceses,
dop 8l0. .urg, r,TdrovdÍo_ndoenè' êt,vao Íolhetim.PJblicddo.o
Íoda'
-
' i, pé(feul/eror,
s!!!!,\sLu"s!is-i."-'i' emíÌancês)doslorm s,asnaÍativas peipécias
apÍesentavarn
multas
dasquaisparticpavâÍn|]m gÍandenúmercde personagens.
e aventuÍas, Logoo
espaçodo rodêpépêssou a sero maislidoe asvendê9creÍeÍamimediatamentêO
maisfamosoÍolhetimfoi O condede Mantê Ctisto,de Dumas
ParapÍênderaãtênçãodosetorese gâÍantirquê ^lexandre
contìnuassêÍr
ã conìpraÍojornal,
publcãdos
osfolhêtins, aospêdâços, exploravâmiécncasnarÍarvas A
-aspecÍficas.
masconhecda eÌaa inienupção da h íóÍia emLrmmomento desuspense,cnando È
. 11ganc h o o L ê Ê o r Ê l o r d d o r o c a p | . o 'e g J A . " o Ê d l r o t e r a . d c l ê l A v:,á o ,
" 'Ê .
rêãlização
contêmpoÌánea dosfolhetìnsdo s€cuo XX, fazêrnusodessae$Íaréga.
Astramasexploravarn sempre osmesrÍìos ternas: seduçÕes,ãdultéÍios.
atosde
vioênciaê cruêldade. A coníruçãodaspersonagens e do enÍedoseguiaum pa
drãopreeíabeÌecido. Essa Íepetiçãodeternas eo modopadÍon izddodeconsÍuÌ
personagens e enredofac itdvama leituÍâê pernìtiamao leltoríeconheceÍ Ë-
pidaÍìrente
ose ementos narratvosquelhê.grâdâvêrn, o queo motivavaa continuãr
.o-npardo o o .dl od'â
"(ono"'ìl_dÍ" h \Ìo'.â
Honoré deBêlzac, AlêxãndÍeDumas, WaterScoit,CêÍniloCastelo BÍanco,loaquim
N,4anuel
de l/ã.edo, JosédeAlencartodoselesêscrevêrãnì suãsobÍassoba formade
fo hetins
e,desse modo,conqLr staÍamLrmleirorfel. Qlando,maistaÍde,reuniarnos
Fô het m da obra de aexafdre osdashistórassotrâ formadelìvÍo,já t fhamgaanta desucêsso.
capltLr
i D!mat, O .ónde deMórle Crsto,
vo 1 , n' 1, 18 60
ORom ant is m oeopúblic o
0 públcoqlle lê os textosÍomántcosterÌrum perfI beÍÌìrÌìas heterogê-
neodo queo Ìlúblicodeséculos anteÍiores,cluevivianossaõesdaCortee no
anìbenterestrtodãsacadem ase dasarcádias.
Osburgueses quelêemjoÍnasefolhetnsnãocontãm comã mesma forÍÌìação
dosnobresNãoconhecern os autores clássicos,
têm d ficudadeerÌ decÍraras
à rnitooga grecolatna.Porsso,preferem
referênciãs umâlinguagem maisdÍe-
ta, passona,quenãose guenecessaÍjamente aospâdrÕes daherança literáÍa.
EssenovoperfI farácomqueseestabeleça umoutfotìpoderelação entre
e e tot Comã necessidade
escritor deconquistar o nteíesse dos e torespara
venderash stóÍase gaÍantirsuasobrevivência, osescÍitoÍes pTocurarão aten
derao gostopelopitoresco, pea aventura, de modoquêa lerturasejataÍÌì
bémum rnornento de d veÍsáoe entÍetenimento.
Projetoliteráriodo Romantismo Asnarrativâsdosécuo XX catvamaindaumoúbicoegDecífico: asleitoras.
mulheÍes burglesâs qle sebeneficiam do acesso à escola,faciitâdopeo pro-
,ao lzaçaodo .d \ duo cesso de urbanzaçãocrescente. Ao ladodasêulasdemúscã,costura e borda-
do,a eiturapassa a sermaiSumaativdadecongtânte nosambientes famlares.
divugaçãodosvaoresburqueses: Essepúbirco tanìbérné consideÍado poÍ qLlemescreve romances. A5históras
trâbãlho,
sacríi.oe eíofço dasheroínas e dosarnoresdeaizadosalimentam a magnaçáodasjovensso
nhadoras enìreaçãoaocasamenlo e à criaçãodesuasÌlÍóprias famíias.Nesse
exaltaçáodo amor à páÍa € dos sentido,os romances Íoanántcos Íealzama educação sentmentâldasrÌu he-
rese aludama divugêra mageÍÌì dafarÌìíiacomobasedasociedade buÍquesa.

r A exaltação
da imaginação
e dossentimentos
OsÍomântìcos acredtavamnacapacidade indviduaparadeterminar a foÊ
mae o conteúdo deumacriaçãoartísticaAssim,ibertaram-se
dênecessidãde
deseguÍ foÍrìase padróesjá
consãgÍados,abÍindoespaçoparaa maníestãçâo
da ndviduaidade,rnuitasvezesdeÍlnidaporenìoçõese sentnìentos.

RanÊntisno:
i.lealizaeão
e aïeba,ênenta219 a
I . I Ì ER A Ì U R A

f...1
AÍÌo-te cÌÌì cada clia, hora e seguÌÌdo: Àmo te até nrs coisasma's pequenas.
A luz .Ìo sol, rÌa rÌoite sossegada. Por toda a rida. E, âlsinÌ Deus o quisesse,
E é ião pÌrra a paixão de que me iÌÌuÌìdo Ainda ÌÌÌais te àÌnàÌ ei depois da nìorte.
Qunto o ptr.Ìor dos quc rÌão pedelÌÌ nacLâ.

ADo te .onÌ o docÌ dâs veÌhas penasi LÌRO$NÌNG,


EliâLrdÌ BàrÌcú.Ìn: BA,NDEIRA,
Com s,rrisos, com lágrimas de pÌece, Nlducl Ì'a,n6 /,!r"tl,J Rio deJanei.o,
I a Íõ.Ìa !ÌnìÌÌa iÌrfturcia, ingênua e forte. Idiouro. P.65, (Fragmerk,
i

O poernaexpÍessaa dlrnensão do anìorqueo eu líÍicosente.EssesenÌ


mento,presençaconstãnte e absou1aernsuavida,torna-se seurefeÍenciãlde
observaçãoe avaâçãodascoisas do mundo.Cornosugereo ú t mo verso,a
forçêdesseanroré tão gÍandequepodesuperar a própra moíte.

r A fugado presente
e da realidade
O autorrornântco escreveparaurnasocedade queseformousoba influên
ciadosf ósofoslumn stãse que,porÈso,vaoTizava osprccessos
Íaconais e as
postuÍas coletvasÉ essamentadadequeee deseja mudafe contraa quêL5e
rôanfesta.Deceftaforrna,seuSentimento dedesajustamentosociaéverdade ro
e nasce do confrontoentreosvaoresquedefende, centrados
nosubjetvsmoe
naemoção, e osqueorgênzarf a sociedade emquevive.O embateentreess-ôs
j
doissistemas de vaoÍesganhafonìa em urÌìdosterÍrasmas expoÍadospela
iteratuÍa
romântica a fugadarealidade.
Nêsse contexto,a rforte passaa servistacomopossbì idãdede fugado
rea e, poí isso,é dea zada.Elase mãníêstacomoopçãode â ívioparaos
Ílìaesdo mundoou pãrão encontrodefintivodosarnantes, separados peos
obstácu osda reaLdade
A émda morte,o Ífundodossonhos tornêseumespaço deiugaparao
romãntco Nee, o escÍitorpÍojetasLras utopias(pessoaìs
e soca s).O passa-
do,apresentado denìodocompletarnente deazado,também desempenha ã
mesmafunçáo:acohe o o harsubj-"tivo desseautorquesesentedesocado
nâsocjedade emquevive
Osteffrasmedevas ressurgem cornforçatotal.A dadeMédiarepresenta
paraos ronìânticos urfa épocaem quea sociedade estêvarepeta de fe tos
' F o i c o ., S e -Lre l o\^obe " Ld-ìO.t.
RecupeÍar o passadohistórcosignifcava,de ceftaforrÌìa,reconstr!Í os
passosde uÍÌìpovoe reconhecerossírÍrbo
osdesuaidentidade, aqulo queo
tornâúnco e ncompaÍável. mportantes rornancesromânÌcosportugueses e
brasieÌosexporamessa tendência.

r Osfilhosde umamesma
nação
lôhn lverelt Mì as, O cav./Êrrôándânte, O nacionasmoé unìadasffralsinìoortantes do Romantismo.
características
1870 Ô le o5 0b Íete a,1 84 , 2x l! 6, 1c m
Os.avae Ío5mêdLêvês,.ôm s€ucódqo
oe.ono!Ìa €xempêr,Ìornamie os
mod€oses.oh dosp€osÍomãnìcospaÊ
â cômpÒliqão iteráÍ. dôsnÒ!Òsherós
Ee5serãohomênscompLêtamente
d€aizados,.apazes deenÍentaÍtodo t po
de obÍác! o em nomedoverdadeno.mor

a 22O CAPITULA
12
T I T E RAÌ U R A
-'

polítcãdecorrente
A tÍansformação do pÍocesso revolucionário queabolu
o AntigoRegjrne
estabeeceuuÍÌì novopr ncípiomuito rÌ portante a soberana
nãotemexisÌênca ems mesma. Eladerivadanação,do povocomoumtodo
O ndivíduodeixadesevercomosúditode um Íeie torna-se o cidadãode
umapátria.Essarelacãoentreasesf-Ârãs e ndlvdua passa
coletiva a serobjeto
derefexãodoartsta.Vejao quediz,porexenìplo,Wat WhitfÌìan

t...1
Esta é a cidade e eu soÌr um dos cidacÌãos,
O quc intcrcsü aos outÌos a Driììì ìÌìteressa,políticas, guefas, mcrcados,
jomnis, escoÌas,
O prcsidcnte dn cânÌarâ c os conieìhos, bancos, tafifas. ÌÌalios, fábricas,
nÌeÌ cadoria!, armzéns, bens púbÌicos e prilados.

$rlÌÌ I ìlqN, (Ixlt. Cr,/o d? ?rn rur-o, 'fÍaduçãor


J$é ABxtjrho Biplisla
Lisbor À\siÍi() &Aì!ìÌì,1992 p. ÌÌ7 (lrgnÌenro).

a do povoe seuvínculo
É da uniãode duasdéias a soberan a uma
mesmanaçâo quenasceo dea naconaista
!
r Linguagem:
a liberdade
formal
A llnguagem dostextosromânticos pea beÍdade
é rnarcada pófóÈ
forrnal.
t
muaslitefárias,
comrigorosos esquemãs métricos
e rimas,sãoabandonadas.
Paraexpressaro aTrebataÍnentoquecarâcterizâ o olharrornânticoparaa
realdade,osescritoÍesÍecoÍÍemà ãdjetivãçãoabundante, comonotrechode
A marrodosventasuNatfe5OutÍoÍecursoimDortante Daratraduzirossen
t mentosé a pontuação. Nospoemas e TomancesroÍÌìânticos,
o usodêexcla
q rÌìações,
interrogaçÕese retcêncasprocuÍafazercornqueo etoÍ reconheça
asemoções, angústase aíliçõesquetomamcontade quemasexpÍessa.
Todas essas casapontam pãraã preocupaçâo
característ emtraduzirasub-
jetivdade,deÍÌìodoa caractefzaro o haÍespecificode umautorparao Ílìun-
do e assegufar que elese manifestê de modoúnico,dÍerentede todosos
...l rn " \' ri nre,

Trêspaíses,
trêscorrentes
romanilcas
Alemanha,nqlaterra e França maisfoÊ
forarÌìo beÍçodastrêstendências
tesdaestéticâromântca:o nacionasmo,o gostopelopitoresco e pelogro-
tescoe ã ternátcasoca

r Alemanha:
a almado povo
O nãconalsmo ÍoÍÌìántco originousenaAemanha, ondesurgiuo con-
ceto dealmado povo. Sequndo esseconceto, cadapovoé únco e criatjvo
seugênlona Inguagem,
e expÍessa na iteÍatuía,
nosmonumentos e trad
çõespopulaÍes.
lvluitosescÍitoÍes
ÍomântcoscantaTam, eTnveTsoe prosa,as
quêldadesdesuaterranatal,comoGoethe.

RonanÍisno: eaïehatanento221 a
itlealizacaa
I . I Í Efi A T U N Á
-

Mignon
Cí, heceso paísonde os ìimõesflorescem t...1
E Ìdmjas de ouro acendem a folhâgem?
Sopra do céÌr zzul uma doce üIagem Conheces a montanhae a veredâ de bmma,
A âlimária que h$ca a enevoada senda?
Junto ao loureìro altivo os mitos âdormecem.
Nas grutâs ainda úve o dmgao dì Ìegenda,
A rocha cai em ponta e à roda a ondà cspuma,
Ì, ond€. pda onde Conheces a montanha?
Eu quiscra ir contigo, mado!Longel Longe! i onoe, púa ôn(le
Nosso caminho, pai nos chama. Vânos. Longe.
-'---_--_ GOIjTHE, \r\I. MAÌÌon. Ìi: CAMPOS, Ha.oldo de. O draítr ta"ú:
cnsaios de liteEdm c cullürâ. Rio deJanei.o: Imago, 199?.

@ Ár;a.i,, ,ruaqo., Goethedesenhã o ÍeÍãto dapátriaidealizada poÍ meiodeseuselementos


<ãracterísticos:
a vegetação defineo espaçoquedá identjdade ao eu líricoe
aoqualdeseja retoÍnaLLá,emmeioaoslÌmoeiros a promessa
e laranieirâs, de
Íelicidadeé maior.
A temáticade valoÍização da pátriae de buscano passado hìstóÍico dos
símbolos deidentidade de um povoseespalhou daAemanhapaÍao festoda

A buscâdã vidaeterna
ffifiíffiffi
Europa. NaInglaterra,
tivaem quea íecriãção
WalteíScotÌdeuformaao ÍomâncehistóÍico,naÍÍa-
do passãdo funcionacomopretextoparaassociar os
valoÍesburgueses ãossÍmbolos da nacionãlidade.
Essaadaptaçáo paÍao cinema EmPoÌtugal, a ondanacionalistacoincidiucomasmudanças decorrentes da
do lvfo de MaÍy Shelleycontã vindada famÍliãrealparao Brasile assançôes sofridas
apósa decÍetação do
comufÌìelencode celebridades. bloqueio continental porNapoleão. NoBÍasil, o sentimentonacionalsiafoi Ìm-
d
no quã sedêstãca RobertdeNÌo pulsionãdo pelãPíoclamação da Independência, contextomas do queÍavorá- È
comoa cÍiaturâmonÍruosaquê
é tíãzidaà vda pelosêxpêrlmen-
velparaa aÍjrÍnãçãoda noção de pãÌriaea criaçãode umã identidadenadonal- t
tosdodr VictoÍFrankensteìn.Em
unìaépocãemqueoslìmiteséti- r Inglaterra:
exagero
e exotismo
cosdaciência voltama serobjeio ã
de discussáo comasextraordiná- Alémdo romance hiíórico,os autoÍesinglesesescreveram longospoemas
rÌasdescobertãs no (ampoda g€- sobrepaÍses
desconhecido6
e exóticos
e exploraraín
a mitologiaceltae astÍadições
néticae da repÍodução humana. iÍlandesas
e escocesas. maispitoÍesco
ã h íória do cientGtaquepÍocu Quanto e singulaíÍosse
o tema,meihoÍ.
ra meiospêravenceÍamortega- A onda nostálgica
desencadeada pelos romances históricospromoveu o
nhanovavitãlidade. Íesgate
do góticomedieva, que, associadoà Ínelancoliaromântica, acentuou
a expressão de sentmentose emoçóes. O interessedos escritores
ingleses
É pelamorte,peloscemitéÍios, pelêsÍuínasÍicou evidenteem umasériede
1 Íomances queexploraram teÍnassobÍenaturais.
As mãiscélebíeshistóriãs
de
* terrortiveramorigemnessatendência Íomántica:O médicoe o monstro,de
z RobertLouisStevenson, e Frankerstêm, deMarySheley. A elessejuntaramos
contosdoalemáoE.T.Hoffmane do norte-aÍnericano EdgarAllãnPoe,quese
E ÍiliaÍamà tradiçáoinglesado rornance gótico

França:
consciência
social
- De todosos países ondeo Ínovimento romântico se manifestouinicial
rnente.eÍanaturalquena FÍança eleassumisse umafeiçãomaisvoltada para
asquestôes sociais.já queesse paíshãviasidoo berçodaRevolução quetinha
CenadoÍi meFfarkeíeir, de
comolemâliberdade, igualdadee fratêínidadeentreos homens.
renn€ihBranàgh
I qffi!Ú!'Ímffi/
EUA.]s94./ VíctorHugoé o grandenomedo Romantismo queseencaÍrega
fÍancês de
criaroscenários
literáriosparêtematizarasgrandesquestõessociais
do momento.

a 222 CA4TLO12
LITERA T U R A
-

Poeta, Íomancista,
dramêturgo, HugoescÍeve emqueo povoda
roÌnances
compafticpaçãodestacada,
cidadeapaíece comoé o casodeNotre-Dame

Regstratarnbémo desejodetransformação dasestrutuÍas


sociaisemobras
comoOsmlseíáve/s, umquadrosLrgestvo do dramahuÍÍranoque5edesenro-
a na novasocedade a A pefsonagern
europé leãnvaieané uTnhornem
comumquefazum esforçoextrêordinár o pãrêsobreviveÍ 5uadiq
e resgataÍ
n dadeapóspâssãr dezenoveanospresopeo roubode um páo A história
mosÍaa Íajetóriadesse"anti heró]"quev ve comoummártirdê leie morre
coÍrournmártída pfópTa conscênca.
poÍqueêpresenta
Osniseáveisé uTrìmarconâ literãturarorÍrântica um
libeo contrao sofrmentohurnano,a pobreza eâ gnoÍância.
Ao escÍevê-o,
que
VictorHugoassumlu a tLrnção polítìcã
da terêturapode sertão In'ìpor_
tantequantoa lteráriã.nsplíadospoTseuexempo,poetas e roÍÌìancstas
' d 7 e r d o r e' r" d" l b" dddê sL,"' ì d or ,_ p è.áo.
VáÍiosoutrosÍomancistas merecernfiguÍaÍao adode V ctor Hugo.EnÌre
eles,AexandreDurÌìas, queseconsãgTou corÌìoo mestfedo Íomance escrto
Cenado Íi me O homeD dã nãJ.árá dê emcapítulos e p!bl cadonosfolhetinsComsuasnarrativas dêaventura histó-
tuno, de M ke Newe, 1976 O iimê io
nspDdo noomêncedê me5monome, do Í ca,conqu stouurÌìpúblicofie, que seencantava com romances como Omás-
frahcêsAexândÍeDlmas,que a.ançou caradeferroe Ostrèsmosquetelros seuf lho,Alexã ndreDumasFiho,é autof
grandesúcesso de públ.o no sé.uo XlX. deumdosrÌìaisconhecidos romafcesrornânticos,A damadascamélias, hlsló
riadeuffraprosÌiÌutáquesetÍênsforma ao5eãpaxonãrporuffrjovemdaeìte.
O lvro corÌìoveuos eitoÍese escãndalzou a sociedade daépocaporÍatar de
uÍlìtemaconsderado imora.
o elogiodassombras MeÍecem destaque tarnbémpoeÌêscomoLamaÍtine, Chaìeaubíand eA-
ffed de que
IVlusset, qanharam a admiração do públco e de outÍosautoresao
jl Nosanos1990,jovensnsatis
fetos coma êxclLrsão compor poeÍÌìasíricos e fi o5óílcos.
EntÍe os poemas Íoffrânticos ros,
brasile
-"conômica serárnuiÌocomumencontrar citaçõesda obradesses autores,um testernu
e socalpÍovocada pêa cri5edos
grandescentrosurDanos encon- nho eloqüente da inÍluència que exerc-eÍamentre osseus contemporáneos
tÌãrarìno exageroultra-rornânt .l-i;
courìalormadeexpressaÍseu n )iï;
conlorrnsrno EÍdrnosgóticos
PaÍamanfestarseu gostoPelâ
esclrndão,vestaÍn-secomrcupas
predomirìarìtemente u5ã-
Pretas, I O texto a seguiÍ refere-seàs questõesde 1 ã 5
vam capas,sobÍetudos e botas.
EníeìtavaÍnsecomsímbolos reli-
giosos,cornoã cruzêo pentagra- Fot"quenaa pu.de
ma.Nosdedos, murosanéis;cor
rêntespoÍ todoo corpo.Autorcs
Íonìãnticos,como LordByrone
barar bTa Marte
ÁvarêsdêAzevedo, tornaramse
rêfêrên.ãsdêsìrâ.u]nra
Nestepoerra, EmilyDíckinsonapresentaum rctÍato
bastantercmântìcoda morte.
1
È
Porquc não pude parar p'ra Ìvlorte, cÌr
õ
Parou P m nim, de bondade.
I
No .ocÌÌc só cabía'ìos âs duÀs
4
tr a InÌortaÌi.ÌacÌe.
a
Viâgenì Ìcnta EÌa não tirlÌâ pressa,
E enjá püsera dc Ìado
O meu trabalho e todo o meÌÌ lazer
P ra seu excÌusiÌo agrado.

RananÌìsna: e aïebêÍânenro223 )
ìlealizacáa
TI TER A Ì U R A
-
V
Passamosn escola- o Dn3 cdânças
Brinca\"am de lutador -
Passamosos canpos do grão pasmado -
Passamospelo soì pór -

Melhor dizer, eìe passoupor nós.


E o sereno baixou gélido
E cra dc Sue fina a minha túDìca -
E mnìha câpa, só tule.

Paranìos ruma casaiparecia


Um ì tuÌnescido torrão:
O teÌhado dâ casa mal se \,ìa,
A conìija rente ao chão.

Desde en.ão faz sécülos ÌÌÌâs parccem


Menos qrc o dia, em ver.Ìade.
trrì qÌÌe vi, peÌas frontes .Ìos cavalos,
Qìre ìam nlmo à etenìidade.

DÌCKINSON, Emìlrl ah, drda d. foen6.'ln lrçào: ,\ila <teOììleiri Comes.


SãoI'aulo: 1:4. QncnÒz/Editomdâ UnireÍsìdade.leSiotaulo,1984. p.105.
T
t
[q Grãopsnido: sÌ ãorudue.ido, ptunlo pan comaa: moLdun&úienÈ,]re
ÉÌ .olhido. turnrtà n h.h,Ìda de urì ediírio ou
Sol'pôr pôrd6ol. .asà,inpcdnìdo queâ ,tguâda ch$â
rntuescido:nì.hido,dila6do,aumtnhdo. escomp.lâ PàÌêde.

t, De que Íormã sêdá o encontroêntre o eu líricoe a Morte? Explique.


I Quaié a imàqemno po€nìaque represenÌa o íiÍn da v da?
r O eu k co vê a ÍnoÍtecomoalgopositvo ou negatvo?Fxpiqueporquê
2. Releiaa terceira estrofe do poema. Que elementossão descritos
peloeu lkico?
. Consdeíandoo teÍnado poêma,esses elernentos
represe
ntaÍamã vida
em oposçãoà mone?ExpiqLrê
3. Expliquequal é a mudãnçaque ocorreno "cenário"do poemaa
partir da quarta estroÍe.
. O queessamldançdsimboza no poema?
4. Adescrìçãoda casaa que €hegamo eu líricoe a l\,4orteé uma metá
fora parâo Íìm dâ vidâ.Considerando a viagemempreendidâ por
elê<e essàdes(riçáo,que lJ9ãre esse?Explique.
r Ìranscfeva
osveTsosqueindcamqueo eu íricotinhaconhecirÍìentode

5. O temã do poemâe o tratamenÍodadoa ele indicâmsuafiliaçãoao


Romantismo? Expliquepor quê.

a 224 CAPÌULA
t2
tIÌERAÌU R A

lvanhoé,umheróidascruzadas
Ambentado nê ngateÍra do5éculoXtt, du-
íênteosconÍlitos entÍesaxóes e nomnandos,
lvanhaéìaïa as dvent!Íasdo cavaleiÍô dê .i
rnesmo nome,flhodeCedric, um mportântê z
sdxáo.Rowena, proteqida do pa de Lvanhoé,
é amadapelojovemcava eiÍo Esseamoré t
coÍesponddo,masCedrlcdesêjãocasdÌÌìen
to daloverÌcorÌ !m nobre.Porissodeserdd
o própÍlofiho.vãnhoé segue conìo íeiRicaÊ
do CoÍâção dê Leão,de quemse tornaum F
fiê amiqo,paralLrtârnasCruzadas
Parârêcupêrar
sla honrae garantlÍavoltade
RrardoCoração de Leáoâotrcno,lvanhoé re
tornaincÓgnto à nglatêrrã vve m!tas avên-
luras:vence emurnÌorneotodos oscanìpeões
do príncpeio;o, o usurpadofda coÍoa;ganha
o coraeão deumêpveÍneéíeto prisoneiÌopelos q!ê ÍepÉs,ênla
Gravúrâ
protaqonÍa da
lvanhoe,
a êdosdoprincpe.Deposdetodasesçsãv€n-
tur.s, vdnhoé€ Row€na secãsêm, gdÍantindo obÍade waÌer scoÌt
o í nalíeizquecomovd osletoÍesdaépo.a.

j
ffi O texto a seguir reÍere se às questõesde 6 a 10.

2
0 Caagleira
T Deserdado
t
!l Lìsr.s:rrcus.cÌradnspor pìliâdásde Semrevelar sua verdadeiÊ identìdade,
mrdeiraqre .iÌcrndar"moscaÍclos
niedieai\ e onde ocoúar ostorneios lvànhoé apresenta,5ecomo o
CavaleírcDeserdada e demanstra
Dieis: cnìblenu snrbi,ln o itrà.otagem e hàb;lìdadeao ae<aÍiar
(a.onpanhâdo ou d. prÌâvaon
t ^ãó aNõ,
rraÉ)uüdo en Lnsóes. e deffatat o maìs temido campeão
bândeirasou tÌajesde caeleiÌos pam de um torneio.
nnüxÌ írâ Ìnìhrgeme dútinEão

Todos os olhos se roltâranì pa.a ver o trovo campeio 1...1,e cÌ€ gaÌ
goì.,as listas. Pelo que se podia.juÌgar dc urì homem eD armadura, o
no\o a\eÌÌhrr€ìiro nio excedir rìriio o tamanho ÌÌrédio e parecia ser
reìath'ameDie esbeìio e de compleição Íorte. Sua âÌniaduÌa cÌaÍèita de
aço, ricanìeÌìte incruslada de oÌt|o, e a dilisa em seu es.udo eÌa de car
vaÌho Ììovo, ìnâÌrcado pela raiz, coÌn a p alra espanhol^ D.sài.hada,
sigDifÌcando Dcscrdrdo. Ele viÌÌha montado em um galante (avalo De
gÌo, e quaDdo passiu pelff listâs,cumprimenrou graciosanìente o Prin-
:p c ê r' . e" 1' .,âç hdi \drrd. r l " n, r. \ Ll e.rrel i , u,r tj L. r,/L
' i â\J .êu
gaÌanÌÌio, e unìaespécie ctegraçajuveDiÌcm scusmo{ìos, coDquistaram
O* n snnpatia dã multidão [...].
O campeâo t...1,para suÌ?rcsa.Ìe rodos ospresentes. cavãlgoÌraré o
pavilhão central e rocorÌ.c,nia exireDidade agüdâ dâÌâÌrçao escüdode
+@ l ìrrâ d c B or-C u ' be' | í
' ' .,l Jrdc
ro gêral pcl ., p, i 5,,ri .i u arJ. ni nqü , l
1Ìcou maissuÌ?reso que c,foÌmidá\€l Câvalciro {ÌrÌc rcaìrara dc s.r ctcsa'
Íiâdo paü unÌ coÌÌìbate mortal, e quc, nào esperãndo rào rude desafio,
cstala postado distraidamente à porra do pavilhão. [...]

Ronannsno:
it1.álìzâüa
eâffebâÍanenÍo225 a
LI Ï E B A T U R A
-
v
Com os dois canpeões ocrpando âs extrcmidades das listas,de frcr-
|e um para o orÌtro, a expeciati\a do púbÌico atingiu o pico. Poucos en
treúnham â possibilidade que o confronto terminãsre bem parao Ca\,â
leiro Deser.lado; mâs sua coragem e valentia gaÌaÌìtiaÌn-Ìhc o inccntivo
geraÌ dos espectadores.
Tão Ìogo soaÌam as troÌÌÌbetas, os campeões desapareceram de seüs
postos com avcÌocidnde de uÌn raio e colidimm no centro das lisrascom
o choque de um tÌov'áo.As Ìanças se esmigalhar:ìÌrì,e, no ÍÌoÍìeÌìto, os
dois ca\ãleiros pareciam tcr caído, pc,iso choque lizeü cndì ca!âÌo recu-
ar. Com âs Ìédeas e ã, esporas,os cavaÌeirosrecuperaram o manejo dos
animâis, e após se encararem com olhos que parecìam eÌÌìitir foeo por
meio dâs barras das lisciràs, cada um deu uma meia-volta c, retoÌrìando
à extremidade das Iìst2.s,receb€ü ìoe Ìmça dos iìÌetes. f.-.1
Após aÌguns minütos de pausa para que os combatertes rccuperaç
sem o fôÌego, o PríncipcJoão deu o siÌÌâÌ paÍâ que soâssenìâs tronÌbetas
novamente. Pela s€gÌÌndar€2. os câÌÌÌpeõespdtirâm de seuspostir e sc
cncontraÌam ÌÌo centro dâs listas, com a mesma ïelocidade, a mesmà
destrezae a mesma lioÌência; mas não com o mesno res tado.
Nesse segundo encoìÌtro. o Templário lisoÌr o cenrro do escudo dc
seu antagonista, c atiÌìgiu-o com ianta força, qüe suâ Ìançâ se eslàcelou,
e o Ca\aleirc Deserdado girou rÌa seln. Por outro Ìado, esse campc,io
I
tinha, o começo do ataque, dirigido aponiâ de lança piÌra o escudo de
BoiscuiÌbert, mas, ÍÌudâÌìdo de alvo quase ÌÌo ÌÌÌonìento do enconlÌo,
levorLaao elmo, um alvo muito ditìciÌ, mr quc, se aÌcdÌçado, tomava o
choquc mais inesistíveÌ. HabiÌmente, ele acertou o noÌmândo na visei
ra, c,Ìrde a poÌìla da lança 0cou prcsa enrre as barÌas. ì!Íesmo com essa j
desvantagcm, o TcÌnPÌário mìnteve a süa repulação; e se o cìrÌ|tÌrão de
suaselanão tivesserompido, ele não teÌiacaído. Entreianio, sela,ca\ãÌo
e homcm rolaram no cÌÌão sob uma nu\€m de poeira. j
[...] Tomado de Íúria, lalrto poÌ sua desgmçrquanto pelas aclamações ë
eDì favor do feito do oponente, ele sàcou a espada, brmdìndo-a eÍÌ desa-
fio ao seu conqüìstadc,r. O Cìai':ìleiro Deserdado saltou de seu gaÌaDhão e
também desembainhoÌr a espadâ.Os oficìais do cmpo, poróm, esporeâ-
rìÌÌÌ seus cavâ.Ìosentre os dois, ÌembÌando-lhes qrrc as noÌÌÌÌas do tornejo
não pemìitiam, na presente o(asiào, âqucÌa cspócic de confronto.
"Nós nos ree'Ìcontrremos", disse o TcmpÌírio, lançando um oÌhìÌ
viÌìgativo coÌìtÌa seu ânlagonista; "e Dão harerã Drn
guóm para nos apanar".
[ü vr.o'1.*n' .*,a.i.o, qu. p..,..on
sc,\içoa un .xrâìeir.. "Sc isso não acontccer", dissc
PriNipeJoão: nnìãodo Ìci Rnrdo I o Calaleiro Deserdado, 'tìão será
(conlìccidôpclarl.unna d. Cohçãô dc
Ì,eão).Joàorsurpou
c'LlpamnÌha. Apé ou montâdo,
o úonodo nnão
{lÌando esteF encontÌavalutatrdorõ com lâÌÌça, nachado ou espada,
estou rgualmente prorto pÀft Ìe
Tmplúio: ncnbÌ! da ofdcn nilnaf
ÍeligiosadoscaÌãleiÌosdo TeDpÌo,
inÍìtüidâ en I I 13,en Jerusaìén.pra Majs paÌa\,Ìas iÌadas teri-
deiend0 o sútó SepüÌ.Ìtr. àÌì sido proÍèridas dosdois la-
dos,seosoficiais,cruzandoas
ÌàÌìçaserüe oshomens,não os
oÌrngassem a separarse.

SCOTT, sn $Llter 1,a,raí Tfadução: Maf.os Nialvczi Lcir.


São Fãulo: MrdÍas, 200.1.p. 7477. (F.agmeDro).

a 226 CAPI|ULA
12
TITERÂÌU R A

6. /yanáoéé considerado um romancehistórico.ldentÍfioue.no tre


cho que vocèleu,os elementogque permitemtàl ctâssiii(âçào,
7, Queelementos caracterizâm
lvanhoécomoherói?
r vanhoéapresenta-secomoo Cavae Ío DeseÍdadoExplquede quema-
ne Ía essadenominaçãocontrbui paÍaa construção
da figLrrado herói
romântico, sabendoqueelefo deserdado por seupaiem razãode um
amoÍprob do
A, Na descriçãodo combate,é possívelidentiÍicar algunselementos
quê trânsformârâmessetipo de românce em sucessode público
durânteo Romantismo. Quaissãoeles?
tr Quã é o eíeiÌocriadopeLousodasseguintesexpregsões destâcadãs
na .F
descrçãôdo combate" oscampeõesdesapã recemde seuspostoscom
à velacìdadede um raio"; "col diramno centÍodaslstascom o cho
auê dÒLm tro\àa ?
9. O adversáriode lvanhoé pode ser classiÍicadocomo um dos vilões
do romance.O que, na suàÍeaçãoà derrota sofrida,comprovaessa
afirmação?Explìquêpor quê.
{O. Discutacom seuscolegas:a "fórmula" âpresentadano trecho o
embate entre dois adversários,a derÍotâ de um delesê o desafio
paraum novo(onfronto- âindapodeserencontrada em narrati-
E vâsâtuâis?Emquais?
tí, ldenÌifique,na linhado tempo,acontecimentos e idéiasqueÍavo-
recemo ãparecimento de uma mentalidaderomântica,marcada
pela ideaiização, pelo arrebatamentoe pelo nacionalismo.Justi-
fique suâsescolhas.
j

:
E possíveldizer que o romantismo vivcu mrito do chamado amor .
Ê
AdilsonCìtelli idealizado; dapÌojeção pum e simpÌesde um modelo amoÌoso, cujas
É professoÉdoltoí dê Escola origels mais r€moias pode am ser enconiradas junto às caDtiga-s E
dêconìunicaçóes ê ArtêsdãUn- troradorescasmedieïais. Daí â consiância do tema do amor ausente,
versdadêde 5ãoPâuo ê autor oü seja. da enÌeração de âlgrÌém, um homcm ou üma muÌÌÌer, cuja
de váÍosadigose ivrosrobfeo distân.ia permitissc apenas o exercício de um descjo pcÌa imagem,
Íaba ho com d ferentesingua-
gens No lvro Ronantìsma, fê l o d eçenl ,o.P tìi fi sufdrâo.
C te I anaisã.omo ãs caracte- CITEÌiII, Adiltu!. À,',a"rrw. ?. ed.
rístcas do movìmen1o românt- sio Pãnle,ÁdcÀÌ990,p.81.(Èagmertt.
co s€manfeslardÌÌì em diÍeren-
tesfoÍÍnasdeartee d scutequas Expligu€
delaspodenìserobseÌaadas na Redijaum parágrãfoârgumentâtivoêm que vocêanãliseaafirma-
proclLrçãocontenìpoÍãneã
çãode AdilsonCitellidê que a origemdâ idealizâção âmorosaromân-
ticâ pode serencontradânascântigasdostrovadoresmedievais,
Antes de desenvolveíseu parágraÍo,sugerimosas seguintes
etapas.
. Relembre qualéa baseda idealzação amoÍosa no TÍovãdorsmo.
r Cornpare dos textos,!m medevale urÌì romântco,pÍocuÍando
comosemanifestã
identificar a ideaizãçãoamorosa em cadaurndeles.
I SeeconeãÍguanentos parademonstrarque, embofaãideaizaçáoesleja
píesenteno TrovadorisÍno
e no RorÌìantisrÌìo,
suasbasessãodlÍerentes.

RonanÍisna:idêâlìzâúae affebâÍanenta 227 a


Romantismo
Romantismo:
a o eu e suasemoções
Duranteo Romant vivea "apo
smo,a lteratura
l teosedo sentimento'Parao êscÍitoÍromântco,
tudo é pessoae o poenìaé o espaçoparaa ex
pressãodeseueíãdodêalrnae dêsêmoçÕes q!e
!
o dorninarnÉ o queilustramosversosdo poeta
ingêsAìfredTennyson.

fuigrímas,inúteislágrfunas
LágriÌÌ1as, nìíúcis ÌágÌj!Ìas,
Não sci o que signifrcrm,
kance5Dafby,Ámof d{ep.iorado t5pecinin. em p:úâgenspoéticas,o I
l áglimas !indã, do fundo
randôsFra nces Da nb y1 17 9: - r 861) , a 5uam ôdê,pãs ol a s e f
após
des.r lô côÍnóô dais distntô p ntor nq ês do Rômantsmo. lle aÌguma aJÌição suÌrliÌìie
Emergerr ro coração.
E chegan ató os oÌhos,
!'endo os aÌegrcs cmpos outonais
È peÌÌsaÌÌdo nos dias qÌÌe não mais existem. j

t...1
Tiistcs e estrânhas como em
Soribria alba de veúo
Prineiro pio de avessemilúcidas
Para ouvidos modbuÌìdos,
Qrancìo pÌa olhos decadentcs
l,entâÌÌìcrtc a jaÌÌcÌa dcsenvolvc
tÌm quadn.Ìo de luz tênuei
Tristes,estÌrnÌÌos dias {Ìue não mais existeÌÌì.

t...1
T!\NYjON, AÌti e{Ì. Ttuduçã(,,.J{ÈéLnìo Gfúncrãl'l.
lü,rtlu,.r,"oa.. | . , , . , - . \P a . \ . .
Novalront.úa, Ì988. p.91. (tìÈgnenb).

O Simbolismoe a percepção
do mundo atravésdossentidos
A visãodarealdâdea paÍtirde umapercpectva subjetiva,
in-
divduã1,encontraÍá ecoerÌìoutraestética
iiteÍáÍia:o Simbols-
rao.SenoRoÍÌìantisrìoo poetadevera seÍguiado porseussen-
'l mentos,noSimbolismoe e deverásepautarpelassensaçôes.É
necessáf o perceber
o mundopor rneiodossentdose se "em
bÍiaqêr" come e, cornomostra CharesBaudelaire.

a 22a c\PiuLat2
O spleen de Faris - XWÍ
Um hemisfério wpna cabeíEira

D€ixamc rcspiür Ìrastante,blìslàìte, o odor de tcus câbeÌos,Ììeles mer-


guÌlÌar toda a ÌÌnÌlÌa ficc, como ÌlnÌ horÌìerÌì âgitaLlodcÌrtÌo dr águâ de um
mdÌanciâl c sacudi-loscorÌì nÌinha mão conÌo uü leÌlço aronìático a fim de
abaÌìrr is ÌembraÌìças no ar.
se pudessesver tüdo o quc vejol flÌdo o que sinto! rudo o qüe escrÌroem
È
t us câbcÌos: N{núìâ .ìÌnla \,ìâjasobfe o peffunìe coÌrro a alma de ouúc,s ho
DÌenssobre a DÌúsica.

ts\Ì L,ll\.R1.' l . '" '. r, l ,li , i . , ,",


I t " I l /'1 , . - / vYF . 1 j a '.i .
LUspt*n,r.a,, \n\'Io c' lril l. I' i gmr"

Os ecoscontemporâneos da visão
âii subjetivada realidade
RãymondDu.hãmpV on,
õ BaudelaÌe,1911, btÕnzè A exoressão dasemocÕescoÌìo forrna de moslrara ind v dua dade conti-
nuará a aDarecerna iteratuÍa.Outros ooetase escrtorestransforrnarãoo
texto litefáriono espaçoparamãnifestaçãodossentmentosma s ptofundose
ntensos,como nosveTsos de PabloNeruda.
j
Vejãcomoo eu ír co, ao tentardefiniro amorque nutrepor suaamada,
ã descíeveã ag tação de seuespirltocorÌìouma entregatão ntensaque e e e
elaseíundemnlrrnsó.

Não te JÌììo como sc fosscsrosa de sal, ropázio


ou ftecha de cralos que proprÌgin o fogol
te amo como se aÌnam .eriÀs corsasobscrÌrãs,
sccrelârÌrenle,cntÌe asombrae a aìma.

'Iè amo como r pÌalta quc ÌÌ:ro florcs.. e Ì€va


denrro de si, o.ullâ. a Ìuz.ìaquclas ÍÌorcs,
F gr r\ J e.r r' mo' \i \, ,,,.,, In In, u , ,rp
" ' ^,
o aperndo aroma {luc ascoÌdcu da rerra.

Te amo sem saber corÌo, ncÌn quan.Ìo, ncm oDdc.


re amo diretameÌr|e serì probÌenas rÌcÌú orguÌÌro:
J..i T r' Jru pnr.l ,' c ,r;o . ." nd, dê.ur,J tl ]rnFi ,.' .
"

.cnj .
-\i m {l p{ e modu .n, quc | ;u ..J | .r, c,
tão perto ctúr iua nìão sobre meu peito é núìha
tno p.rrk) cluc se lecham teüs oÌhos co meu sonho.

N'ERUDÀ,PìLÌ,). a-17 ,/, r,/


',nlra L&I'tÍ,
:fradnção:Ca.los\cjii Ìo.to Al.grc:
l!98. p.23. (rìagDent,

Ranantisno:
idealìzâeão
e ar|..baranenta
229 a
rl.f :i I

PoroossistirFl
Danton,o processoda :r. Jeffersonen Pãris,de
.evolução,dê Andrzej lèmet vory EllA, 1995
Walda ÉÍança/Polôn a, 1982. E xcel enteproduçãode
Fllmeapontadopelã cíÍti- epocaque tratade urnapas-
caespêciê lizadacomoa mâis sagemdâ vidapessoaìde urn
didátÍcãproduçãosobre os doslÍderesda Indepêndência
primeifosênosdêRevoução dos Eíâdos Unidos,Ìhomas
Francesa- A obrâ dê Andrzej l effêrson,quando atuavâ
Wajdacolocêfrenteã frente como ernbãixadordãque
pãisnaFrãnça. -.
Robespiere e Dãnton,íderês Duranteô pe
da Revolu!ão o pri
Francesã. riodoem que ecode a Revo
meirochêíÌouã íadicalzaçào uçãoFrancesã, JefÍêÍson
íixa
revolucionárla d05Jâcobinot resi dènci aem P ari s,onde
que levouà gu lhotinamaisde 20 rnilsuspeitosde ações toma contãtocôm os ideais
.ontf a revolucionárias.
Dânton,outro artiíiceda Revolu luministas- o futuío presiden-
NesecênáriocontuÍbado,
ção,era chêf€do grupo denominadoIndulgentes, que tê dos Estados Unidosvivêum complêxotrÌânguloâmo'
pêd á ofim dàspe5eSLrçoes poLrtkàs.
ao ÍÌkàr asèçoes rosoao 5eapaixonarpor urnalinda co.tesãê poí umã
de Roberpierèe osrumosdo rnovimento,Dantontrans
íormã eem mãisumãvítimãdô períododo "teroí'. 9
OsmÀerávelt dÊB e !
Mìhha amada inartal, A ug!Í E U A 199E
, .
Adaptaçãode Hollt,\ir'ood !
EUA4nglaÌerra, 1994 para o roman.e dê victor
o f llm e t r az ã v i d a e a H ugo. O B em enfrenta o j
obrê de Beethoven,um dos Mal êm uÍnatípkê rel ação
m aior esgêniosdê m ú rÌc ã românti ca.O .enárÌo i ns
clássica. O enredocentra se ti gantedofi l meéo dâsãtl
na buscapela identidadede v cladesrevolucionáras de t
u ma r nulhera que mo m ú - 1832.l ean V al j eané o he-
si c oc ham ade " m i n h a ê m a ' róiconstruídoã partk de ca,
da imortã1"em !ma íâmo raderísticasrebeLdes. 50 i
sa cãrtêde âmorescritaêm tário e corajoso,torna,se
1812.Nãrradaem f/ashback, um homêm bem suceddo
a hktórlâ tem Ìnícioem 1827.Beethovenestá moÍto depoi sde ter pã$ado 19
e, entreseuspãpers,encontrêseotestarn€ntoemque ênor encêícerãdôpor roubâÍ pão. O conÍ ìto se esta-
ele deixasuasposes para a misterosa "amada imor belececom a presençado chefe da PolÍcia,ex carce
tal". Começa,então, uma jornada ao passãdo,rumo relro de Valjean,que pareceter como único objetivo
aô relato do romancevivido pelo coíÍpositor nã cãíêira o desrnascârãmento de seu antigo pnso-
neìro,que ãgoral evaumãv da exempl arO dramãeÍ
D.ã(u/ã,de Frèn.isFord tabelêcidono enredoresponsabilizâ a Juíl!a e outras
CoppolaE UA , I 99 2 instituiçôespelasdêsiguâldadessociãs.
Adôptaçãofiel do livro de
Bramstoker,sobreã vida do Os m,Jêráveltde losée i
CondêDrácula.Ofilme narã
ê históriade como um guêÉ produzidãpê a
M inissérie
te evisãofrancesa, essavêÊ
to-vivomãisfamosode todos sãotolrea izadaparacome,
ostempos.Noséculo)(\rio lí moràr os 200 anosdo nê
d e í dos Cár pã to s " Vl a d sci mentode V i .tor H ugo.
Drácula.renegaa rgrejapor crandesnomesdo ci nemê,
que suaamãdanão pôdeser como Gerard D épardi eu,
enteíadâemsoosagradopor l ohn Mâl kovi che l eanne
ter cometldosrìicídio.Elese l \l oreau,garantem atua-
trênsformanofarnosoCondeDíáculâe pãssaosséculosa çòeslrÍpecáveisê bastante
buÍar ã reencarnãção de era amâda,encontrêndo-ana
lng atera, na pesoã da nolvade urììjovemadvogãdo.

a 23o caPiruLa
12
"ar'i

PoronovegorJ$ Porolere pesquisor


f;r
httpr/wwwitêucultural.org.br FaustoZerc, ) W Goethe.5ãoPauo
t ( ' ê s if êdp re \e n rdL m a e n ,i l o o e dè d i g Ìà oe Cotêc& NaÍy, 2001
ar ies v is uai s q u e trd z v ê rb e te cÌn o rn
fo rma ç ó êsso P ri mer" vèR áoda mdi \ corheci d"obrd do e , -
bíê a eíética rornânticanasartèsplástcas. íri Ìo. al erdo. Li êl e1rpoporrJl di de dê èp.e c
ãr o ínrpêtoj uvêni l emírânco desênfol arde ações
http://educaterra.tetra-com.br e i de às .evoLC i o,ìàri ès.
E !(ri .ono pre comài ri
s/reco-nilfo.ráçoê\ . ob ê ã , origen\do Romàn- Ío è emào. êssebrêve poema d.aÍìàt,co jã co"
tkmo, caracterktcas,conteÍro histórco-cultura,ãs Ìérn as prncipais déiasque sêrão dêsenvolvidas
geraçõesromânt case prlncipakpoetas. p" ôaJtorduíènreè vdè e que nJi to i r' Luen, id
http://ww.musee delã(oix.Írl rão o Romântismona Europâê no rnundo.
5neidr Lesd o ML s e uN à c i o raEL g e re D e là-oi ^. RomantlJno,de AdilsonCltel 5ãoPa! o: Atica,
A pr es ent aumã c o m p o s i ç ãvok u ã q u e fa c i l i tao 1993 lco eçãoPrncípiot.
acessoà pinturâ do mestrêfrancês,po$ibilitando L vro qLedpresentd,
de Ídnei àdi dàtca,ès 'ol
o c ont èt oc o .nã o b rad e J m d o \ ro m ê \ m " i \\ i 91i - rnasdê erpresão da estétka roíììântica,tÍatando
ficativosda escolaromântkã. de suâsconexôeshistórico-cuturais.
http/www.tête,org.uk a pintura da erc rcmânticâ,de NorbertWolfsèo
t , r e er ng l ê ( d á r" re G rl l e i q J e d p rê s e ,ìtà
o P a!o Ìaschen do B rasl1999
l,
m áiorê.er y od d \ o b J d ,d o p :n to rW i ê rìT L rne. Livro quêãprerenta da pintura
èscarêcterísticas
románu.a, com mãgníficãsreprodu!õescoloridas
dôsp' i 1( pdi soordsp odL/i dd\ro pe' odo. Or c
recêtambém uínâ análÌsedos principaisartistas

1 Poíoouvlríì o nédico e o nonstto, de Rob€rtLous stevenson


=
Po.(oA egÍe:L&Pl,/],2002
ll QufuÍasrfonia, LudwigvanBêethoven R omance que narraa dramátkahÈ tóri ade DL
Com post o r m à i o r d o s è c l rl oX X. B e ê ]|^over Jêl yrl ,Jm honem êm íontl i ro om \Ld outrdpeÊ
'
( 1770- 1827 tra) n s mi têê m s u a ss i n fo n i ãto
s d a a Íú soìêl i ddde.O medno umd po!ào que tíà z à
' ri d
r iàdèspàir ô e se d a sa re b à tá d o rr\rrd i \Ío n o !ões Ìo1à o l ddo mdi \ sorbri o ê dnordl de suèpersa
revolucionárìas.Recusêvê se a compor do modo nalidâdê,peísoniÍicadona Íiguía dê lúr Hyde.A
c ès s ic eo eÍ r e v e J s u êo b ' à ' o m o o \ p o Êl d 5
d e .eu partÌr daí, DL lekyll pa$ã a viver duasvidas:uma
ternpo, baseadãnos sentimentose na Liberdade com sua identidadereal,outra como o íÌìonstr!o
de expr€ssão. Tambémconhecidapor Sinfoaa do so Mr. Hyde. Ese liv.o produz umã lntêressantê
destino,aQuintasinfonìaêumade suasobrãsmai5 reflexãosobíeosvaloresmoíaisê sobrea lutã en
populares.Retumbante,é a típi(a composiçãoque treo B emêo Mãl na a ma hurnêna.
oJ v d d em o ,!à oê c i màd ê q u à ' o u e ro L Íà p xpres Frãrkensten,de MàrySheey PortoAe9Íê:
L& P N 1987.
4,
Barão Vernelho ao vívo,Eêrãovermelho.Ro de F/arkenrtei ré uínâdasma , conheci das e im
lâneiÍ o: 5om L v re ,1 9 9 2 prêssi onântes narratl vâsdê têrror dê todos os
A c à. ì ç èo" T o d od Ío r q L e h o u v e n e \d v dê" . t€mpos.A hi stóri ado D r V i ctoÍ Frankenste in e
f ãi^adês s e d ío , Íá ' ã o o o e \e j od d e rr' e 9 àà bso da monstruosâ cri aturaconcebi dapor e e con n
lur dd Lm ãm o r' rre n \oN . e l do, se l o sd o s e n ti m enro nuá fàsc,nandonJneros l e rores.Frenpl o pe -
d e b d l " d o .(o n o a q u e l ep .e s e rte.oç íei to dã i magi naçãoromânti cà,esa naÍativa
" m or o\ o mostracomoa obsessão de um homempârado-
lex t o. om àn tk o s d o s e c L l o Xl xrd . i c à m dp e nd
ner c ià.nos d i à sd € l ^ o j e ,d á v i s i o \u b j e ri v"qJe mi nar os mi stéri osda mol te l eva-oã cri ar u m
caractêrizouo Rornantismo. ser mons.ruosoque serád sLè prooíi a derr L
(èo. N d dn\i a de sdberoLen e. à cri àtLraperse
chculadô ao víio, aaeranave oso Ro de lafê ro guêseu(ri ddorpdràtênl d co,npree' ìde.su ào'i
Polygrarn, 1992
\ ãc àr ldo " v o ' è e ' n d d . d d e d l i u à ç àdoà ' nJ o romancefoiêscrlto por lúary Shellêy,segun-
lher ê( uã' d ' d L re i z d l d o (o m o u n s e rq u à s € d:vi da esposadopoeta Percyshêlley, como respoía a
no que t or n a a e x i s tê n c Ìã d o e u l ú i c o m a i sfel i z Jm de$.o p.oposropor tord B yÍon:e.reverJm à
êv oc èr Í os p írc p a rs a s p e c ro rd ê p ro d L \;o: l e' d- h stória de teror para um concuEorêãlizadono

Ranântitnô: iiealizaçã,.e êffebatanenta 231 a


Romantismo noBrasil
geração:
Primeira
literatura
e nacionalidade
Comoçanstruira identìdadeIíteráia de um país? È
Essafoi a pergunta feiÍd pelosp meirosrcmàntìcosbrasileiros.
lnspircdospela Praclamação da lndependênda,javens
ídealìstãscomeçaftma búsaarsíÍibÒlosvetdadeìaamente brasileìros
que pudessemser cantãdosem versoe píasa. Nestecapítulo,
salJeremoiqúalssâoe,çseJ síÌrbolose aomaíonm esaolhìdos
e representacosnasprirneirasltanifestdções
ciãIltêra tura íomên tìcà brasiIeìra.

i
!;

7-

CondêdeC ârac,F/orêrtá /rtqehdo Bras41816.Gúâchê solrÈpapê,6i x 81,6.m


p ni ua €ra.onsderada,
E s Ìa nosÉ cuo X X ,a prmerareprodúçãôartícamen t e
peìJe
ta e cenliícahefteconvin.ent€ Íopi.a ".
da!Íqem Íloresta

cA ruLÕ13
O que vocèdeveá saberao Í, Descreva
ã cenarepresentada
na imâgemde abertura.
vocêusariaparacaracterizar
2. Que adjetivos a naturezapresente
1. Comose caracterizouã pto-
nâ cena?Justifique.
dução literáia da prìneira
getaçãoromântica. 3. O quadrosechamaFloresta virgem do Brasi. O adjetivov rqemsig-
. Quala rclêçaoentrca in- n;fica,nessecontexto,que a {lorestanão foi trânsformadapelos
dependênciapolítica è o sereshumanos, Nacena,porém,vemostrêspessoas andandona
Ron a ntisno b rasì |eiro. mata,Qualparecesera relâçãoentreos índiose a nãtureza?
. Cono os viajantes estran r O adjetivo
virgemtraduzbemo queo aftistapretendeu ÍepresentaÍ
geírosìníluenciaran a es- como seucluadro?PoÍouê?
colha dos sínbolos liteá-
rìos da nossaidentídade

2- ComosecancteÍizou a poe-
sìa indianista de Gonçalves 4. Muitos âutoresromânticosfizeram,em seusÌextos,retratosdo
Dias, Brasil.
Leiaum dosmêisconhecidos feìtoporGon(alves
deles, Dias.
. Dequenodoo índiosím-
bolíza o encontro enúe
ot ideàisronânti.os e o
d èsêja de ind èpendênciã Cancão do exílio
ti.nL\t llu .lds Land, uo dir CìtraÌeÌ blíihü,
In dunhetn dìe CoA Oraq.n Enhd'
rrnÌ\t du 4 tojhl? Dahtu. dahin!

NÍnìÌÌa terra tem paÌmeims, Minha terra tem primores.


Onde ca1ì1ao Sabiái Que tais não encontÌo eu cái
tu âves,que aqui Borjeiam, trm.ismar soznÌho, à noite -
Não go4eìam como Ìá. Mais pÌazer encontro eu Ìá;
Minha tena tem palmeiras,
Nosso céu tem mais estrelas, OÌÌde canta o Sabiá.
Nossar várzeas têm mâis flores.
Nossosbosquestênì maisvida, Não permita Deus que eu morra,
Nossasvidar mais âmores. Sem qrte euvolte para Iái
Sem qrÌe desfnrie os primores
Enì cismar, sozinho, à noite, Que não en.ontro por cá;
Mais prazer encontro eu Ìá; Sem qu'inda aliste as palmeiras,
lÍnÌÌìa te1Ìa tem palnìeiras. Onde canta o Sabiá.
Ondc canta o Sâbiá. Cahnba Jutho.Ie 1813.

DLAS,(k,rçâlrcs. Perk r ,lDr, .r,,rrrur


RiodeJan€iÍo:
Noa ÁgujìarÌ993.p. l0õ 106.

l! PrinDres:qualidades,
beìeas.crcelêr.ià\No p.emr,o rermoé nsd. paÍr freÍ
referêr.ìaÀ.ojs\ heÌa\en.ortradas
somc.ten. amsil

na üasil.Pineìraqencão.233 a
Ronantìsno
I . I TE R A T U R A
-

r Qualé o contextoa partirdo qualo eu íficofa a sobrea suapátrla?


O iníciode umatradição
r ldentfiqueas rnarcas que confrmamessecontexto.A que
textÌ.rais
QuandoGonçãlves Diasdeu
lorma poéticaà sãudadedos e a55eÍelerem?
ex ados,lnauguroìr umatradr- G 5. Qualé a imagemde Brasilpresenteno texto?
G
çáona lteÍatuÍabrasiera.A r Comoe a é construída
peo eulírco?
s mplicid.dêdo poênracham.
è at€nção do lêtoí A forç. do o, 6. Releiae ânalise
o usodostermosdestacados.
tevtofasceclapÍesen(a cons-
tanÌedascomparaçóes que,€m "Miúha terÌa tem paÌmeims,
tôda4às estrofes,reÍorçama Onde cantao Sabiá-
ÍnesmaidéÌa:não há pak tão t5
ô Nossocéu tem maisestrelas.
ãcoh€dorcoúo o Brasil.nspi-
fadosporseusveÍsos, inúúeros NossasvárzeâstênÌ mãisfÌoÌes,
es0torpsbÍasleiros, cornoCa Nossosbosquestêm maisüda,
simrÌode AbÍeué MúÍib lúen- Nossasf idas mais âmores."
des,Íevisitararn
o temê,d alo
gandocoma "Crnçãodo exl . Explquea ã ternânca, no poema,entreo usode pronomes possessi
lio" orginal. vosna pÍimeirapessoã do singuar e do pluraÌ.
. Qua é a irnportânca do uso dos pÍonomesna primeirapessoãdo
plura na segundaestrofe?
. Exp qle poÍ que, nasoutrasestTofes,o possessivo
vo ta a seÍ flexio
nâc1on0 5 ngutat
7. Que semelhançaé possívelidentiÍicar entre o retrato da natureza i
feito no poemãde Gonçalve5
brasileira Diase no quadrodo Conde
de Clarac?

Umacorteemfuga
a No niciodo sécuo XlX,o Brasiviveum peÍodomuto
especial desuahlstór a:a crseernPoÌlugê, provocada pe
lâs rnãnollÍas expans onstasde Napoleão Bonãparte, de
" quemodifcarãoa v da nacoô,
sencadeia acontec mentos
n a. O prncipal deles é a vindadafêmíla reapaÍao Bras L
Ern1807,D.loãoVl, Íe de Portugal, sofriaforiepressão
o . r' aí " L a ro p o o \ o o Ì g . ê ô ç a o rio sn g e e . . o o o de
cendoao bloquêo contnentadecÍetado por Napoleáo Bo-
napêrteCasossonãoocoÍÍesse, êstÍopasfrancesas nvaclF
ranìPortuga. Astuaçãoficou insustentável pard o rÌro|drcd,
pos a IngiateÍra eraumaa iadaantigae poderosa.
Esgotadas todasas negocações dipoÍrìáticas, D. loãoV
embafcou coma cortepãrâo BËsilAmu tidãoqueÍoi aoTelo
nod a 29 denovembro âssistu àpaftidadosnobres: maEcle
700caÍruagense caÍfoças âbaíotadas, e cerca de60rÌil ivros
e manuscrtos deb bliotecas reasatÍavancavam a chegada ao
poaro. Oslsboetas haviam sdoabandonados pelamonarquia.
DoaltodaToÌrede Belém, ogeneralJunot, comandanteclo
exérclto ÍÍancêsquehavêentradoem Lsboasemencontrar
qualquer resistênca,corÌìandava o ataqueaos navÌos emfuga.
| .9êsÍa.osoo t-.os e d, oêd /t^ddcoa -r opàríiàr o
o"'o dê '. doouêd.enn"rdd p n,tpd prêoíupd\;o
dos nossosinteectuas no iníciodo sécuo XIX: a Íormação
A egora sobreo gÒvefôo
deJlnoìem Portlgêl
tstaobraé lma entÉ17deseihos anÒnimos
da naçãobÍasleirae a def niçãodossírnbolosde nossana
ê âbôÈdosertÍe 18081809cômo oblêtivo c ona idade. ÊssêpreocupaçãoperTnaneceÍá presentedu-
deo rcarâ rvasãoÍrarcesè
em Portugal Íantetodaa produção Íomântcanaconal.

I234 CAPITULO
13
-I ITERATURA

r Osnobres
invadem
o RiodeJaneiro
1808
QuandoD.JoãoVlche
gouao Ro de Janero,em
1808,asÍuasdê c dadetl
nham sido cobertaspor
.2 ale a oa pÍatae eÌvasaro-
':i máticas.Ao desernbãrcar,
05 rneTnDÍos 0a corle Ìo
tarn 5au0a005 com uma
chuvade ílores Nadad s
so, porém,fo suficiente
parad sfaÍçaÍa rea dade
o Rio de lane fo eÍa uma
1414
cidadedescudada,com
nstaaçóesprecárias, ruas
sulase nìalcheirosas PoÌtnar, abeqãd, dê DoDJoia r'lao Bãel,1942
tea,50r 73. m
Oeosobr€
1816 O mpacto daÍansferênc a dacorteparao Bras líoi grande e rnediâto Os
portos do paísíoramabertos "a todasasnações amgas'. Oscharcos do Ro
íoramdÍenados, asruasforarn ampladas, construíÍarn-se caçadas e surgirarn
1A17 novosbairros, comoG ória,Famengoe BolafogoO re estirÌìu ou a irnpantã
çãodasescoasrégâs,equvaentesao Ensìno Médo dehoje,e cr ou á Escoa
íVlédico-Crúrgca,naBahiâ, a pnrne çãodeensnosuperoÍ do pêís
Ía institLr
TarÌìbem cÍiouà nìprensa Régia, o quetevegÍandeirnpâcto na cutuTa
Pea prirÌìeraveznasuahistófia, o BÍascontãvâ comunìampÌensa oí c a , o
quefaciitariaa crcuaçãodeloÍnase peródicos e Íepresentaria umsgníca
tvo estimulo à produção iterára.
E rìr181 5f,o i c ra d oo Re n ot ln id o d eP o rt u g aB, ra sel A g a rv eO B r ã s
deixava ofciarnente â condçãodecolôna.

"Ponha-sena rua"
qu€dcomtvar€ades€rnbaÍcou,
Logo uÌì problema
íoipecaoenÍrentar e-
comp
xo € nìeddto prcvdencar nìorada paÍaos qlase 12 m I poÌtugue5es qle v êfam
conìo rei Aíamí a ea eseus350 acãosfoÍêminstaêdosno PaçodoVce Rei.
A 5c)uç.o eiconúadapãráa aconìodãção de nobrcse corlêsãosfoimas Íãd ca.
o ÍêiordenouqLrêc€Ícãde 2.000casasfoss€m req! stadasparââcomodálor. Na
po a dasmorâdiâsconfiscadâs, eÍêm nscrtasas €trasPR.,d€ Príncpe Regente.Os
ï.-
moradores, desâlolados, revotaran secontraaqueedblsoda CorodecomeçaÍam
.Ì! â sê rêfêrr às ìn c a s como "ponháse ia rud" ou "propÍiedad€Íoubada'l
: ta
a'.-
!i- j

'
:

t:
Vi.Ía.|aa.latle.1.Rì.del.neÌt.ïìt.rlàclaCÕnv€ntÕdaSànïarerczã,.1335 Pnturàsobre
pãpe,à!Ìôr der.onho.do No nico rlô sécuo XlX,o Ro delanero: ntu apenas 46 tuâr, l9
a E o s , 6b Ê . o 5 e 4t r a r e Í â r C
. ômoa.omôdà
DÍ l ó ã o V l es ú à .o r te ?

na BrasilPrinenaqencao.235 a
RanantÌsno
T I TE i A T U R A
-

A Missão
Artística
Francesa
Dando contnudadeao proleto de "crvilzar"
a ãntìgã
coÕna,D.JoãoV1Íouxe parao Bras
lumgÍupodeaftútas
Íranceses
chefiâdospor Joachn LebretonAcornpanhado
peos p ntoresN colas-Anto
ne Taunay,Chares Pradier
e
. D eOe.. l " brôro. rí o . o q ,evi adserd .d -
Jedn-B .otit"
derna rÍrperaldeBeasAÍtes,ondebÍasieroscome(aÍarÌì
a aprenderdesenho,p nturae diferenles
oíícosartistcos.
A trânsforÍfação porérÌì,
mas radicai, fo desencâdeadã
peloarquitetoGÍandjeande Montgny,quemudoua íace È
arquitetônica
dac dade.Eiefo o responsáve pea constru-
çãodaPraça doComércoedo Mercado daCande ária,além
deprojetardvelsasresdêncas particu
ares.
De6tèr, Una enhanbrasllei.a en seú
/èr 1830 A guhâs d.s obÍasde Debret
compõemlma verdádenâcrôôicada vda
.ô Ro de la.e ro d lran teo r enâdo
dê D lôão V Na cenadoméíca
O Romantismo
no Brasil:
retratâdâna ltograv!Ê a.ma, a mãe
bordãe â ílha é Os escravos
nteqradosaó ãmbjenteÍam iaf
apare.em o discurso
danacionalidade
NãpÍ nìeiÍêmetadê dosécuo XX, várias missões estrangerasvieÍêrn aoBÍa-
s EÍárncompostas porcientistas que,coletando
e ãrtistas espéc mes,fazendo
desenhos e escrevendo texlos,registrarâanascaracterístcas do novoreino.
O jardimdosreis Desses vìãlante9,doismerccem atenção especial:Auguste deSant ll laire,
Em 13 de junhocle1808;D. respeitado proíessor do MuseLr de H stóriaNatura de que
Pars, veo em 1816
loãoVlcÍÌouumjâÍdìnìparaac[- acornpãnhando ê M ssão Artíst ca Frãncêsa, e Car FredÍich von Àlartus,nã
matãÍãsespecaÍiâs trazdasdas tuÍâistaque chegou erÌì1817, como ntegÍante da Missão AÍtístcaAusÍíaca
indiasOÌìentas. EÍao Jardimd€ Forameles que apontaram os índiose a natureza exuberantê corÌìoele J
Aclimâção,que oqofoirebatiza- mentosraaisrepresentativos da dentrdade brasie ra, sÍmboos deaisparaa
do comoJ.rdimBotãnicoUÍna nação quecomêçava a ganhar foÍma.
dasprimeiÍaspantasa i Ìntrodu
zdasfoi unìamudadê pãlnìêirá,
Ernseustextos,osintegrantes dasrnssóes tambérÌdivugavam
c entíficas
peoprÍncperegente. O as déias iberais e nacionâ istas que estavarn ern moda na EuÍopa. Comoesses
Pantada
"jaÍdn€,o iustrefêzcoÍnque textosc ícu avam entre nossos inïe ectuais,e esloram aospo!cos revelando a
elêpèssarse.serconhêc dacoÍno face "brasi e ra" aos ptópÍiosbras leirose aiudando a constrLtif
urna rdent da,
paLmeÍa-Íea quêsê
ou imperial, de nacona, foftementeinf uenciada pea deoog a rornántica.
tornoua marcaregistradã
do lâr-
d m Botãnco.Em1972,a árvorê
p antàdêpo D JoãoV Íoifu m - r O resgate
do mitodo "territóriosagrado"
nèdaporurnÍèio.Se!tÍonco,
pre
servãdci,
êncontraseexpostono O modocomoSaintHilâire
v a a natureza
brasieiraf ca ev dentenostex
MuseuBotânico:

Após pôr-me a câmiÌ ìo, subi .ÌrÌmnte algum tcnpo, rlravessando flores
iasvirgens da mais belalegetação e chegüeiìo pó dc uÌna monranha iDaces
sí\'eÌ qrÌe, mais alla qüe lodâs as outras, apresenta a forma aproxìmada de
un pão de açíÌcar e cqjr vegetaçàomagra e rasteira contrasla com as maras
\igoÌosas dos moÌìtes vizinhos. [...]
ComeceÌ a descer e logo o nais nÌajestoso cspetá.ulo se ofefeceu aos
neüs olhos. Ao redor de miÌÌÌ altas nìonlarhas, coberrâs de espessasnores
tas, dispurÌhanÈseeÌÌì senÌicícuÌo. [...] O cóu mais bÌiìhaDre e os efeiros de
lu7 nraisÌariados aumenlavâm â belezadessa\ista nnensa.Nio pude, (onfes
so, contemplála sem prolünda cmoção.
SAINT-1IrL{RL, ÀusuÍc dr Ìì ndu! àô: Le.rân, de ATekdo P enna. Viagon p.t diJtrila d6
dilnantE t h Lún! da B6A. Belo r lo.izor Ìe: Ìiatiiiâ/rdurp, sÀ, PruÌr, Ì 17.1 (F.agmenro)

| 236 CAPITULO
13
tIÌERAT U R A
-.

!
a

!
,.

'

R!I endas, Pa,saqemr@pi.r/b.ã5leira,183I ÓeÒsobrêtêlã,90! 74cm Enaéa únl.a obra


5obretel. co.hecidêde Rúgendâs,artlstaque part. pou por um.urto peÌiododa Expedção
Lã.grdôrÍfâô Bras (1821-1829),umã m$ãocieniiJc. ideradapeo ru$o Grlgorylv:.Òvtch
Lênqsdoífeda qua Íazam parteafda boÌêncôs,ânrônÕmÒs, c.tógrâfos,pi.ÌÕÉtê médcos

; A vegêtêção é "bela",o espetácu é "malestoso",


o da natureza o céué
. "rÌìalsbrlhante" 0 textorevelaque a expressão de emoçãoe desluÍìrbra-
mentodianteda natureza Íaziaoartedo discurso
cientifico
do iníciodoséculo
XlX.Expressõescorno"ÍloÍestas "montanha
virqens", nãcessíve ", "espessas
llorestas"somarna essaemoçãocaracteÍÍstcas própriasdeumteÍrtóÍ o qua-
:
sesagrado, urnaespéc e de paraíso intocadopelacivilização

r VonMartiuse a "gênese"
do povobrasileiro
Em1840,o recérnjundado icoBÍasleiropro
nsttuto Hstórco e Geográf
moveu umconcuÍso paraprerniarotrabalho
queapontassea mehorrnane ra
deçecomporumah stóra geraldo BrasI
Pónco da Ac.demlade Èeê5Adês, O vencedor fo VonMartius.
EmseuÍabalho,eLedestacoü a mportánc a
laíd m BÒtâncô, RrÒdêJ:nê ro,2002 das1rêsraçês(branca,
indígena
e negra)nêfornìação do povobrâsie ro.

BonànÍtsnana BtèslPtmenqetêcêa 237 a


t I Ì ER AÌ U R A
-

A deoogiaromântca em vogâna Europa ens-


no! a VonÀlâÍtusquesomente queé nâti-
aqLrilo
vo podeserentenddo comonacional.Desse
modo,os verdaderamentênativosoo
-ôlernentos
NovoÀ,4undoseriamospovosndígenas queaqu
seencontrãvarnantesdachegada dosco
!l : " !
lonrzadoÍes poÍtugueses. PoÍesse
pontodevsta,nãohava dúvdade
rË: queo indo representavaa essênca
!:ì:' danacionalidade.Corna vindados
it-i Portugue5e5e, postêÍioÍmente,
dos negros,as três raçasque
-gáa: aq!li5e
encontÍaTam defamoT
gemao povobrasileiro.
!:
Èç

Daesquêrdâ pêraadeta Hldebrandt,


Ilpc denêgÕt 18,14.Aq!ôìelasobre
papê|,25,1
dasêpiacõs.breann6, 1a2A Agúâtea r Proclamação
: 36,1cm Fôte ce,Èabitaçãa
da Independência:
sobíepêpê,40,8 x 51cm.Debre!O
homemdesêntãCáêrl.â,sécuo XlX, o impactona produção
cultural
ItôgravlraNeqroafrcano,Í.dôlôc e
bísco êuropeu,astresraçasqLederam DetodososacontecirÌìentos
desencadeados
pea chegada
dafamíìaÍeal,
oriqemâÕpovobfaseÍo o queteve
ÍÌìaioÍ
rmpacto
culturêlfoja
Proclamação politicâ
daIndependênca
bÍasile Ía,ocorrida em 1822. !
Esse Íato ofereceu aosintelectuas brasile
ro5o orerexlo oe queÍlreosavam
paraevaradanteo quevinhasendosugerido pelospartc
pantesdasvárias expedições cientíïicas
e arrístcasestrange -
ras.ErauÍgentecriarÍeferênclas concretasqueconsoidas-
sema idéiadeumanaçâobrasile ra,separadâ de portugal.
OssímboosescohidospaTamaTcaÍ a dentdadellrasi- -a
leiraforarn apontados pelosestrangeirosquepercorrerarn o
paísdescÍevendo oscostumes dospovosnativos, catao-
OsjovensêscÍitorêe q!e ança gandoespécimes dafa!nae daflora,pintando osqua-
r anì a Íevistalvlrrêroy ê daÍ am dros de uma natureza que desluTnbÍaria
nTcio ao Romantsmo brâsiêÍo ascaprta s européas.
erârÍávdosIeitoresVivendo em lovensnteectuais, muitos delesedu- a-
Pars,t nhamcontalocom ospÍn- cadosou vrvendo na EuÍopa, entusi-
c Pas êutoresfranceses do rno- asnìados coma independência poíti- 29
menÌo,comoChateaubriand € ï;
ca,abraçaram a missão deescTeveros
VictorHugo.Dosportugueses,
textosqueapresentariam, parabrasl "t
liamAlmêda carrett.
aíacedo novopaís
eircse estÍangeiros,
O deselodê traçâra evoução
ndependente. Os poemas e os Toman
da teratuÌabÌasile rafez,porém,
cornquerecupeÍassem agunsdos ces que produziÍam tiverarnpapelde- Wi iâm Swafson, Mala-leqre, 1841
terminante nadlvulgação do índo e da Gravlra,24,3x 16,4crn.Naturalna
poêtasárcadesOs rìais idose amãdor€unradorcêntíÍcô,SwansonÍez
d scutdoseramBasío da GarÌìa natuÍeza exubeÍante comoos eemen- partedo qrupodeestrângêróe qúê
êsântaRltaDurão,pelatêmática tosdefindoresdaidentidade brasilera regstraÍâmmagens da nêtuÍezabÌêsera.
ndianstaquedesenvovêrarlì
ern
sêls poemas épicos.
tambémapÍecavarn
Alemdeês,
osversosd-â r O manifesto
romântico
brasileiro
Clá!do ManLre da Coía, Tomás
Anióno conzãqa, AlvarengaPeì Vivendo naFÍança,a gunsescritores,
conhecÌdos
comoo Grupode Paris,
re-
xotoe SilvaAlvaÍenga. Solveíam
cTiaTumarevSraemqueserÌaÍÌì tÍatados
terÌìas
de nteresse
naciona.
Entreêsses
escritoÍes,
estavamGonça vesde Mâgahãese AÍaúloPortoAegre

a 238 CAP||ULA
13
I.ITERAT U R A
-.

I A/ Ì hêr o Ì . Â ê r , \ , d 8 / d l 4 ê n \ ê d e ( r e n l l d \ I eüdJ F ArF\,u,9 u e- ì 8 <o ê


^
i ernepígrafe:"TudopeloBrasl, e parao BrasL'lEstava
declarava, dadoo pri-
meiro"9rto" deindependênciateráÍia
do Brasi.
l -^ .ô , o 11eÍo n.r ê o. d íê\ ' td trol i a .n I pot d .ê.e .o. d-si èdo po'
Gonçalvesde N/laqahães,ntituado"DscuÍsosobrea hìstóiâda iteraturano
t Bras1",ernque5eprocuÍâvã deTnonstrar como,até1808,a produçáo lterária
nacionatinhaseI rnitadoa mpoÍtartemas,forrnase vaorespoÍtugueses
: segundo Gonçá vesdeMagalhães, a vìndado rc criaumcontexto querevela
a necessdãdedeosbraseirosÍeconhecerern o pÍópro paG cornournanâção.O
rnododeconstrur essaconscênca eTavaoÍzaTa cultLlíê local.Erao rnomento, É
detrabahaÍpaÍadefnir I teraramenteostraçosdanacionadade.
portanto,

Câpadâ revíâ /Vthê.óy

A poesia
indianista
daprimeira
geração
Fo Gonçaves hãesquemÍesumiu
de N,4aga o espírtoqueanmariaa pro-
duçãolteráíiadospoetasda pÍiTne
ra geraçãoromântca "Cadapovotem
sua teraturapÍópria,comocadahomemseucaráterparticuaf,cadaárvore
seufrlto especítco". paraeles,s gnifcavap antara áNoÍeda itera
Escrever,
t ,ÍJ b ' " J ê t d, gd d r ndo q-" ê d' - ,ti C àssC .
A intençáo poetês
desses naconalque,al-ÁrÌì
eradivugaÍunìaidentidâde de
pÍoTnoveTo sentimentodeamoràpátria,tambémnos ibertasse
dasinf uências
O "bomselvagem" poÍtuguesas.
i'lerárias
de Rousseãu CorÌìov mos,osv alantes
estrangeirosapontaram
o carninhoparaa rea -
zaçãodesse nopassado
objetvo:Íesgatar, daAméÍicanãoco onzada,o índio
e a natureza comosírnbolosdo caÍáteÍnacional.

OstêxtosìtêÍários pãr.d vugara ÍÌìagem


escrltos do lndioe d: nâtlrêzã
ãmêrcanacomoe enì€ntos dêflndoresdaidentrdèd€
brasê rasãoconhec-
doscomonativÌstas oLrindianktâsPorêxtensão, ospôetãs ê romancstas
q!edes€nvoÌvemessa temáticatâmbém sãochamados ãssim.Osmaismpor-
z tantesautoÍes
românticos sãoo poetaconçâlvês
ndianistas Dãse o roman
c sta-rose
deA€ncar.

Osrománticos, nspirados peladefn çãode"bornselvãgern" feta poÍJean-


RetraÌode leanJã.qLes Rou$êau. Jacques Roussêau, prcje1aÍáo no índ o o espírtodo hornem vree incoÍuptí-
ve . Trãtasede urnaimagernìterára completamente dea zada, bem d feren
UmdosmalsadrnlradosÍ óso- _ed" e" iodoê'ri..orirà do( ìo o\ quê dqu .r\rdn.
Íos do séculoXVIl, leanJacques
Rolrsseau elaborou uÌnateseba O nteressedos autores nd ân slaseraencontrar um veículo ideapara
seadana ãí rnìação.da bondade os vaofese princip os quêdeselavam êpresentar êo púb co e tor.Na Eu-
do serhumano. Parae e,todasas ropa,esses vaoTes foramÍepTesentados pelocavae ro medeva; no BTasi ,
pessoassão guase boasquando pêloíndo.
nascem. A vda enìsocedêde é Gonça vesde Magalhães é consderadoo ÍundadoÍ do Romant smono
quevaid í€Íenciálase, ernmul-
Bras l, cornã publicação de Suspiros paéticase saudades,em 1816.Orna
toscasos, coÍornpè-as. O "boÍn
sevâgem" éoserhumano livree mentados corÍrreferênciasneocássicas, os poemas desseìvÍoafirrÌìamuma
crença no pTogresso da hurnanidade, notriunfodo beo, dosantoe dojLrsto
peo exercíc o da razão

na BrasilPnnenaqeracão239 |
Rananüsno
I I TER AÍ U R A
-

Projêto lÌteíáriodo Romantismo:


poesiada primeirageração O projetoliterário
dapoesia
aÍ rmação
da ìdentidâde
brâsrbnâ daprimeira geração
resgate
dô índo e da nallrezaexlberante O proletojiefáro queoÍientaosprimeÌfos
romântcosbrasle íosfo deca
comosimbôlos daná.ónãidâdê radoporGonçavesde N,4aga hãesnaspáginas darevista criar textos
quedivugassem os símbolosda nacionalidade ^/lúeroy:
brasiera, resgatados de um
passado queantecede
histórico a chegadadosportugueses à AméÍica.

r Osagentes
do discurso È

O contextode produçãoda prirneiÍageÍaçãoÍomântcabrâsìleira foi


muto influenc adopelapropaganda nacÌonalkta quetomoucontado país.
comostextosdospartc pantesdasmissóes
PrirneiÍo, estrangeÍãs;segundo,
coma concretzação da ndependência poítca
Alénìdl55o,boapartedosescrtores romântÌcos vivianaEuropa, paraonde
tìnhamidocompetarseusestudos. De Lsboa,CoinìbÍa e Paris,lançam uÍr
olhar dealizadoparaa pátra, fazendocomquea representação lÌterária
dos
e ernentos nacionas ganheo tomexãgerado dasaudade dosexilados.
Aq!i no Brasitanìbérnsãoobservâdas rnportantesrnodf caçóes no con-
textode aìr(ulâção dasobrês. A fundãção da lmprensa Régiafaciitoubas-
tanteo processo de mpíessão de peródicos, lornaise revstas,que cr ararn
urnespaçoatéentâonexstenteparaa pub caçãodostextos teráros.
Aém deNitheroíduasoutÍasrevistas sufqiramparadivulgafostextosdos
prÍÌìeÍosrcrnâ
ntjcosMinerya (18431845)e Guarabarã
Brasìliense (1849 1856).
Aos poucos selormava um público leitorde pedìlmas definido e que
consuma iteraturabrasieÌra.Eraesseo passodefintivoparaqLteseconsor
dasseo nascimento da iteÍatuÍabrasieira,coma nterãção reguar entreãu
toTes,ettoTese obÍas.

A poesiada primeirageração
e o público
GonçavesDiascontacomofo a recepçãopea cÍítcae pelopúbicode
seupTmeTovo uTnede ooesìas.
P meìrascantos.

Al$m tempo se passouFm que ÌÌenhumjornal ralass€ÌÌessevolüme 1...1


Dcpois acordaram todos ao mcsmo tempoj e o aÌrroÌ dos primeiros canros se
üu cx/Ìtado muito acima do seu merccimento. O mais conceiruado dos escri
tores porhrgueses Aexandre HercuÌano falou d€ssevoluÌne com expres.
sôesÌrem Ìisonjeirase esseartjgo causoumÌrita impÌessãoem PoúBal e BÌàsil.
Masjá nesseiempo o poro tinha adotâdo o poera, rcpetiÌìdo e ca rando
em to.Ìos os ângulos dô BrasiÌ.
DIAS, ConçaÌves. Apud: CÁNDI[}O, ADtonio. Imkíno ld á7úarúa l,utiLn1d.
r 2.6. ed. BeÌoH.ri-nr€r lllìtiaia, lt8l. p.82 83. (lmgnerto).

Ëmborã o elogiodeAlexandre HerculanocompÍove a qualidadedaobÍa,


mportantemesmoé a observação f na do poeta:
seusve6osjá haviãms do
decoradospelopovo,qLreos rêpetae cêntavaêrndiversas paÍtesdo país.
Deia lrede !írâção dâ revistâJeDána Essaé umaboa medidado mpactoque as obÍãsromânticas
//rstádã, Riode lane ro, 1863.
tiveÍamentÍe
A imagêmrê9strao intere$edas nós.Mesmoque os críìcosdernorassem a se manfestaÍ,quandoos textos
m! herespela5Íêvislêsque plblcavam começavam a circular
entTe
os etoTes,seusucesso eraimediato,porqueÍes
pondiama urnanseo geraldeafirmação daidenlidade brasleira.

. 24 CAP|IULa
13
LIÌERATURA
-

r Linguagemi
imagens
e ritmos
OsversosndanstasnãoexploÍaÍÌì ã lbêrdadeforrnalcaracreríst
cãdp Ro
mantsnìo. Elês peo controle
são.nìarcados dêmétricae pela escohadasÍimas.
Cornoveremos empoenìasapresentados adiante,urÌìadasfoÍrnasdeapro-
xirnaÍos eitores
doscostumes ndígenas é fazeÍcomqueo ritmodosveÍsos se
assemelhe aotoqueÍitua dostâmbores, usados nascerjmôn asdessespovos.
OutroÍecursode inguageÍÌì uÌ | zãdocomÍreqúência pelospoetasé unìã
delica
dacaracte rização
danaturezabraslelrâ,espaço noqua sedêsenvovem
05acontecmentosnârrados nos poemâsindian5ta5.N,4u tasvezes,as ima
gensda natureza sãousadas parãexpíessar os sentirnentosdosíndos(veja, t
porexempo, o poernaLeitodefolhas verdes),üarnovendo inteÍessante
uma
dentficação entreosdoissímbo osda naconaldade brasiera.

s
I-Juca Pirama
O trccho tnnscríto aprcsentaumjovem guerreirotupi à esperadã morte.

Em Íì dos rãsos d'aÌvaccÌÌtì ârgiÌa Mas um mariírio, que cncobrir ÌÌâo pode.
:1 Ferve o cauimj Eì]] rugas 1z
Enchcm sc as copas, o pru er começa, ,{ mentirosa pÌacidez do Ìosto
Reina o fesiim. Na fronte audaz I

O prisioneiro, cuja mortc anscianr, QÌÌe tens, guerreiro? Quc temoÌ te assalta
Sentado está, No passo hoüendo?
O prisioneiro, que outro soÌ ÌÌo ocaso Honra das taba.rque nasccr tc \.iram,
.laDais vcrál Folga moÌÌendo.

Ë t...1 Folga morrendo; porque aÌém cÌosAndes


Contudo os oÌhos d'ignóbil pranto Revi\'e o Íorte,
Sccos cstão: que soube Ì ano contÌastar os medos
Müdos os Ìálrios nio descerüm qucüas Dâ fÌia morte.
Do coração.
DIdS, Cor çaìrs Ìn: B^RBos^, fred.ú.o (seì. e oÍ9.) . (:ìüa s;.artrsd. ,esìn:
^nÍo]l.Hi^
rla loeíì2.1t$i, ) brasilcim.SãôPâulô:lìnq1?003. t. Ì.,5. (FràgôeNo)
U Ah{eír.: qüase
b.r.á. sbÌà,{Ìú.rü.
C.im: bebnÌaquescpreparacor
mandio.a .ozida e feÌnenhda.
I$óbü: que não é nobre. qne .auÉ 1 . Nessetrecho,
o índioserásacrìficado
em um ritualdeãntropofagia.
Folge alegru+, Ìer praeÌ:
Queimagemo poemafâz dele?Juslifique comêlemêntosdo texÌo.
Ufúô: coni ìêntê .tl lÍ(-)pú ho..J, do ! Porqueessaimaqemé importantepaíao Romantsmobrasieiro?
.-ú 2. No trecho.há uma voz que Íala com o jovemguerreiro.O que ela
diz?com que ìntenção?
t. Paraos povosque praticâmo Íitual de ãntropoÍagia,ãqueleque se
alimentada carnedo inimigoincorpoÍasuacoragem.A àtitudedo
índiodianteda morteo torna dignode sersacrificado?
Explique.
4. Observea linhã do tempo destecapítulo.Que âcontecimentos refle-
tem as mudânçâsno contextoculturaldo paíse Íortalecemo desejo
dosescíitores
de criârumaliteraturaouetrate da identidadenacional?

RananÍisna tuìnenaqeraçÀa.
no Brasil. 241 |
TI I ER AT U R Â
-

Gonçalves Dias:osíndios,
apátr i a e o a m o r
O grande nomedaprmeira geração românt cabrasieíaïoiAntônio Gon-
çalvesDas(18211864).Deorlgenìmestiça, filhode uÍÌìcomeÍcantepoÍtu-
quêse umacafuza(descendente denegrose índios),o poetaorguhavasede
serdescêndente dâstrêsraçasquefoÍÍnaramo povobÍasleiro.
FoiparaPoftugal mutolovem,comoeTacostume naépoca,êstudarD rei
to na célebreUniversdadede Coimbra.Láentrouem contatocomostextos
ÍománticosdeAlmeidaGarrette deAlexandre Herculano.cìueinÍ uenciariam
suaformade escTeveÍ.
Emsuapoesia, Gonçalves Diasabordou os grãndes temasromântcos:
natureza,pátra e relgião.O casámento entÍea expressão dossentrnenÌos
indviduais,a idealzação, a relgiáoe a natureza mostÍaa íoTça dav ncula-
ção do poeta ao arÍebatamento fomânticdj6tie suas obras,merecem des-
taque P,metos canÍos (1846), seu pÍimeirolivÍode poes;a,Segundos cêlr
tos,4 ê^rtlhà\ da lt.ì Antàa(dTbàsde 818,e Ú4moscanror\ì851
Escreveutambémalgumas peçasdeteatro.A mas conhecdãdeasé leonor
de Mêndança (1847).

r Osbravosíndiosbrasileiros
Gonçalves Diasa cançouseupontoÍÌìajsa to comopoetanosveÍsosnda-
t
'istaçq,eê1'í ê \ êPuo. ê T o \ ' o _ ì o0 5 rì b r" ' . _ L d n lo d o p d g d
. ' De p ' e
cação"e " -JucaPirama"construíram a magemheróicae nobÍedosíndos
brasiieiros
O domínio do r trÌìofezcomqueosversos caGsem nogostopopular
e fosseÍÍì
memoÍzados e Íepetidos pelosquâtÍocantosdacortê,contrbuindo
paradivulgaÍa vêrsão Íomântcadossímbolos naciona s.
O primero índo a apaÍecer naspágnasdePrimelros carÍosé uTngueírei
Ío Faandoem primera pessoa, eleenumeraseusfeitose pergunta:"Quem
há.comoeusou? ".

rJ (anfo ao guerz'erro

]T

Aqu nafloÍesta ValentenagueÍa


Dosventosbatda, Quemhá,comoeusou?
'ã.ènÈa\de b.avos Ouerìvbè o tdLdpe
Nãogerarnescravos, CornmalsvaentiaT
Queestirnem a vida Quemgo pesdaÍia
Sernguerrae idaÍ. Fatais,
comoeu dou?
O-v nê, C rerairos. Gue ei'os,ou.i-ìe,
Ouvlmeucantar. QuerÌìhá,cornoeu sou?
DtAs, coir ]res. Pu:ia . lran .nnqt ta:
RiodeJ.!eúo: \o€ Agnilar,1998.p.106.

a 242 caPiruLa
13
IIIERATU R A
-'

NaperguntafêiÌapeloguerÍeifo, podemos identíicaíumaoutrã,implÍci


ta: quemhácomoos bÍaslleiros, descendentesdeserestão nobÍes?
terniníco, empoemas
Assirn cornoesse,a construçãodeumaimagern de
_dLonolodoeoeÍi'dèpelossrnboo\ pat.os.
O cenáro é a selva,composta poÍ umanatuÍezaintocadapeLos co onza-
doÍes.O eu líricoreatafeitosde guêía e caçadas,
atividadesfreqúentêsdos
povosnativosdaArÌìérca.AscaracterísticâsdosindÍgenas sãosempreposit-
v d e ê n ê k eredo.o.:b êvuÍd,Ê onTè,edl dadr
PaÍao poeta,a h stóriaa serÍesgatada
nãopodeignoraÍa chegadados
poÍtuguesese o massacredastribosndígenas.
Porisso,ern"Deprecação",
o &
eu r'(o d ge uì dpeloao dêLsTupá.

Deprecação
TUPã,ó Deus grandel cobrìs.e o teu rosto
CoÌÌ denso \elàmen de penas gentisi
Ejazem teus fiÌhos clamando lingãnça
Dos bens que Ìhes deste daperda inÍèÌiz!

;
t...1
Anhangáimpiedosonos trouxe de Ìonge
j
os homensque o Ìaio manejamcmentos,
Que üvem sem pátria, qüe \âgam sem tiÌÌo
Tráscloouro coÌrendo,vomces,sedenros.

fg DêpÉcãçm: úpìi.!, rt,so, pêdìdô. Ë a terra em que pisam,e os campose os rios


; Velând. Ìeflìo usdo en senrido
6gnrado, para nìgeú qne Tüpã Ìeria véu
Que assaltaÌrì,
sãonossos;tu ésnossoDeus:
de pen6 úbre os olhos e, poÍ nso, não Por que Ìhesconcedestão alia pujança,
M" o que estaÌr ronte.endo c.n seu Seos mios de morte, que übram, sáoteus?
! Èúvo ÍÀ nãos d.s .dÌô.txdô.es

ÂnlìoAt fmtzsma spirilo {lo maÌ, di2bo. Dl-\s, l]:ôrçãlvês. Po.nu rlna en1,&tò:
Vofu6: vôru es, dêvorâdôres Rlo deJaneiro:Nora Agúlaf, Ì998. p. 113-11i1.
(Insnento).

com a popuarjdade peospoemas


alcançada deGonçalves Dias,o projeto
Iterárioda poesia pr
dê meira geÍaçáoganha foÍça.OsbÍasleirosvãotornan-
do contatocomos heróicos guerreiros
ifdígenasquelutaTêm contraos con-
qustadores portugueses. ComoancestraÌs, osíndlosseÍÍìodamperfeitaTnen-
te ao DaDel o quelhescabe:deineaÍoscontoÍnos
litefár da nacionãlidade a
partirdetraçospositivos, comoa honrae a cofagem.
O Íetratodospovosnativosdesenhado por Gonçalves DiasÍaz conìque
algunsde seuspoemasganheÍncaracteísticas épicas:introduzeÍÌìa figura
de um herói(o índio)e naÍamseusfeitosadmréves. É o queocorre, por
exemp o, erÌì"l-lucaPiÍarna"e "Canto do piaga".Essestextos,porém, náo
reproduzem a estÍutuÍadosooemaséDcosclásscos.Podemserassimcon-
siderados peo tratamentodãdoao heróie pelofato de apresentarem uma
naÍrativaem queo leitorpodeacompãnhaT os êcontecimentos queenvol-
vema personagem pnncrpã.

Ranànü\mo
na üàstl Pnnen.aetò<ào243 4
t I Ì E R AT U R A
-

) O queé dignodesermorto:
t
"l-Juca
Pirama"
2
1 O poema"l JucaP rama"I ustÍaâscaracteúst cas
dos poemasndianistas do autor.Nee é naÍadaa
t h stórlado últ rÌìodescendente da tribotupi, feito
prisoneiropelosíndiostimbirâs. O poernacomeça
apresentando o cenário da aldeiaondeo pÍ sionero
s e r; -o o ê , d e p o , .d e ro e n u n r-u à à ^ -í o
pofágico. "do
r

No meio das tabas .Ìe menos verdorcs,


Ccrcìdos dc troncos - cobertos de flores,
AÌteìam-se os tetos d aÌtìrâ nação;
São muitos seusfiÌhos, nos inimos foÌtes,
TeÌníveis na gueüâ, que cn densâscoortes
AssoÌnbranì das mair r imensa eÌte1ìsão.

Obsetoeo efeitoí adopelo


São rudos, severos,sedentos de glória, Ítmô do poêmãas pausas
Já pÌélios incitam, já caÌìiâm vitória, no nterordosveBos,qu€
indcamsuadivsãoritm.a,
Já meigos atendeÌn à \'oz do cantoÌ:
Sáo todos Timbiras, guereiros valentes! qlebrememduasundades
Seu nome ìávoa na boca das geDtes, Pôrmeiodesserec!|so,o
pÒetâprôduz!mâ bâtida
Condão de prodígios, de glória e terroÌ!

5
No centro dâ taba se csteÌìde uÌÌì teÌÌeiro,
Ondc ora se adüna o concíÌio guerreiro
Da tribo senhora, das tribos seÌ-r'is:
Os veÌhos sentados pratican d'oütrora,
fü ruaos: ruaes. I os mocos iÌìquìetos, que â fèsta enamorâ,
Prólic: lubs, conbâtes DeÍamam-se em torno durn íÌìdio infeliz.

Pnticm d'otrhara:làlan sbr DÌ{S, ConçàÌv€s. PÍf;lia,lrora ún r,6. Rio d€Jaìeiro:


\_ôvâ-\guìlâr 1994. p. 379. (IiÌgmott.

As pr meirasestrotes,
todascompostas por ses veÍsosde 11 siabas
métrcas(hendecassílabos),cfiarnpaÍao leitorum efeitode reguaridade
queé reÍoÍçado peasrimasdo poerna (AABCCB). Quando o poenìaé ldo
emvoza ta,o ritmoganhadestaque e podeserpercebido comoasbãtidas
dostamboÍesndígenas.
Certode queserámortopor seuscaptoÍes, e temendopea v da de se!
velhopai,ceqoe soznho nasmatas,o jovemtup pedeclemência. O gesto,
quedemonstÍa nobrezae desprendimentoporpartedeumf lho,é interpÍeta
do comosnalde covardÌa. O cheíedostimblÍãs decde,então, beítálo,
porquenáoquer"Comcarnev | ên{raqueceÍ osfoÍtes".
Quandoo tupireencontraseupã],é renegado pofele.EnveÍgonhadopea
do ho.o ueÀoo dn"ldi(oè
, ovardi"

| 244 cA TULa13
LITERA T U R A
-.

wil
'''Iu choraste eÌn presença da modeì
Nâ presença de esúanhos chorasrel
Não descende o cobarde do forte;
Pois clÌc,raste.nìeu Iillìo náo ésl
Possastu, descendenre mal.Ìito
De rma ribo de nobres gue eiros,
ImpÌomndo cruéis Íìrrstciros, È
SerespÌesa de vis Aimorós.

"Possastu, isolado na tcna,


ScÌn animo e senì pátÍia vag.Ìndo,
Rejeitado da morte na guelra,
Rejeitado dos honens na paz,
Ser das genies o espectro execrado;
Não encontres amor nas mulheres,
Teus amigiis. se amigos tiveres,
Tenham aÌma ;rcoÌìstante e falâ21"

DIAS, Co.çaLts. P6à rroJa oar&i6. Rio deJ2neno:


. g" ,.
-tEruru",,1n Nou Aguiìar Ì993.p.339. (I.igmertó).

O efeitodessedÍamaque nteíompeo rtual antÍopofágico dá densidade


psicoó9ca ao poemae Íaz co.nquea maldlção do pa mpÍessione mas os
e tores.Emlugaíde ÍeconheceÍ o esfofço do filho,queabdicou da própra
honrapêrãprotegêlo,e e interpÍeta o gestodeaÍnorcoÍnocovaÍdia eafitrnal
"Nãodescende o cobarde do íorte;/Pos choraste, meufi ho nãoésl'1
P aropr p d r r.o -p \ o la d -b o . n o i' è e s e e _ t re g dp è rè s ero
r _o . f
nessepontoque fìcaclaroo sentdodo títuo do poema:"l-lucaPìrama"
signficâ,em ínguatupi,"o queé d gnodeseÍrÌìofto".A bravura deTnonstra-
da peloíndo o d gnifcadiantêdeseusin Íìrigos. O chefedostirnbras,quan-
do percebe q!e o jovemserámassacÍado poÍ seusguerreÍos,oÍdenaqueo
so le-r.pe à.orage_ì deTo'(trddd, o l"p ,l e e(evi\".
É mportante perceber queos índiosdo poema
! repÍesentaTn um índo quaquet integrado à sua
tribo,a seuscostumes. As qualidades de cada!rn
podêr ,er g" t ô d l .o.rs pd o l ooor A ,s ì. í O I ( è,
honra,vãentiae v ftudepassam a ser nteTpíeta-
.; dascoTno do povoindígena,
cafactefísticas do quê
descendemos brasleiros.

Íarnay, Grupa.le ín.|ìas ba@rc atentas aa elêía que fêz uh dêles


de una caça.]ade onça, 1A21 Agra@la,22x 26,6.n

na üâsì1.üìneìrêqenção.245 |
Ronàntìsno
tIÌERAÌURA
-

r Ospoemas
líricos
Gonçavês Dasse consagrounáosó pof seuspoemas indianstas,
mas
tambérnpor seuspoemaslífcos.O seulÍisrÌroabordaos prncipastenìas
Íomántcos:
osencantosda rnuherarÌìada,
a nalLtreza
ê ossentr|enÌosmats
arrebatados,
comoossoÍrmentosdavida,â solidáo, a morte

O clássico
amorromântico
os versosem quêassociaos temasdo arfor e da moÉerevelam
o olhar
nspirâdopelaêituíadosgíandesmestres rorÌìânticos
europeus È
Umdosseusmaisconhec dospoemas írÌcos,"Sesemorredeamor'1lus
tra de rnodoexenìplar
a visãode anToÍrecoffenteemsuaobra.

Sesemorre de amor!
jVeN M.l Bery. un d ÍIaizonk ztuivhen
den tiebmden ab di. SdÌzn rdvtz,t
si.h aus .len sÍarbigd Kdhd Lnn íElÍèn
sX im Púadiev.lt üclE,

SchitlÈi ,Dt Âa,r.f

Se se morre cÌe arnorl Não, não se ÌÌìorre,


a
Quando é fÀrcinação que nos surprcende
De nÌidoso sarau entre os festcjos;
Quando lÌues, caloÌ, orquesú-ae flores Íomânr.o é deÍ nidope o
J
t
Arsomos de przer ÌÌos raiam r'alma, 4
o sentm€ôtôé àpresêntadÒ
Que embcÌczada c solta em tâÌ ambieDÌe
No que ou!€, e no qüe vô pmzer aÌcançal i n d v i d u o èa 9 r d e m o d o
t...1
Ìempo qle ne permÌe a
compÌeensãode todasas
AÌnoróüdaj é ter .onstante nìente
AÌnìa, sentidos, corzìçio - abertos sênlmêmo.ô âpãxó.âaô
vive€m.onfito, d vid do
Ao grânde, ao beÌo; é ser capaz d'extrcmos, enÍe asmaDresaEgrase
D'aÌt2s Íirtudes, té capaz de crimes: âstr slezasmai5proÍlndas
Compr'endef o iÌÌfiniro, a ìmensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos canÌpos,
D'ar€s, flores, mumúrios soliiários;
Buscar tÌistezâ, a soledade, o erìììo,
E r€Ì o coÌação em Íso e festa; Diloso:feliz, afotunado.
t...1 MÈé.rino, supeirÌnr
àbsoÌulôú.téti.ô de núe,
Conhccer o prMer e a.lesr€ntura
No mcsmo tempo, e ser no mesmo poDto
O ditoso, o misénimo dos enles:
Isso é anor e desseamor se mo el

I:tt^s, c'otçak.s. Po$ia ! pÌa:o Lanl,!.I^.


tuo d..lâneiro: Nova 1998.p. 292 ?93.
^guilar (rÍasmenro).

a 246 .APITULa
13
I.ÍÍENA IüN A

t A natureza
tÍansfigurada
A líricade conçalves
Diasrevelaum outrotraçoda Íiliaçãorornântica
poeta:o gostoporteÍnascomoo dã soldãoê o do sofrirnento amoroso.
do
A
nãtuÍezasuÍge,nessespoemas,comoo espaço quêabrgae acolhêo sujeito
Enìcairaenviêdâ
aoãnìigoAie quesofre,muitasvezesdandoexpÍessão concretaao seuestadode espírito.
xandÌeTeóÍo de caÍvalhotea, UrÌìpoerÌìaexemplatnessesêntido,é "Leitodefo hasvêrdes".
GonçalvesD aspedequeestepro
videnciea conìpÍae o ênviode
umareaçãode livros.Entreostl
tu os encomendados, destacam- Leito de folhds aerdes f
sêobrãsde raestres
romãnticos: oeL Íflco,íemnino,começa o poe-
Por que tardas,Jatir que tânto â custo maqueíionando osmotvosdaderro-
À voz do meu anor moves teus passos? radoamado. ObseNecomo,.esseno
B)Ìon (rulz.tior de Prehot - mento,o seuenêdodêêspÍrto revea a
ou de ouro qu€ hower) Da noit€ a viração. movendo as foÌhâs, ênsêdâdedeê guémqueespera o en-
Poend de ossio (cm inglas) Já nos cinos do bosque ruÌnoreja.
Os mesmos- tÌadução itãlida
Eu sob a copa dà mâÌìgxeira ìÌtiÌa
Pdã preen.hêr ã.onta es O l€to deamoÍê iêtó sóbâ cÕpa da
Nosso Ìeito gentiÌ cobd zeÌosâ mângúe É e cóbertÕdêfo hâsbrandas
Com mimoso tâpiz de folhas bÌandas, a natureza,nê$emomento, cra o es-
g PôesiÀ dô Hugo - IÃndtine paçopererc parao enconúooosamar
Onde o frouo Ìuar brinca eÌÌtÌe flores. ts. Élntere$aftenotarquetôd6 ôçêlê
De Vigny Auguste Bdbier
mêntos êvocèdospêo êú írcocôntqu'
- SÀiarBeü!€ - Bé.mger - ou rama magemromãnuca do encontro
; o Teairo dos 3 Drmátrcos íran- Do tamârindo a flor abriu se, há pouco,
amoroso:asíohó brardas,ô luêrque
ceses- ediçõesde Chapentier Já solÌao bogdi nais doce doma! bÍinc êite 4 fores,ô perfume doce
- ou d'rltt a qüe hoúve. Como pÌece de amo! como estas preces, do bogari.comosimbolo dosentimei-
toquetomacontadoe! Íico,a nallre
I DIAS,Gôrçâì!ès.Po&arrdâ No silêncio da noite o bosque exâla. zatodaseabreparaacohêfa expÍesão
arrrkr. tuo d.Jmeno: doamo.entreessas dlaspêsÕâs
NoE AgriÌaf, 1998-p. 104i1. t...1
(IEenenb).
OtÕmdo poêmamudaà m€didaquea
A flor que desabrocha ao romper d'alva
esperado eu iri.o sea onqa.Ose emên
a A nfluência dosautor€s estrên Um só giro do soÌ, não maìs, vegeiâ: t6da natureza, agoÍa,pêssãm à simboi
geirosnê obÍade Gonçalves Dias 2êrô âmorqúesa mú herq!€ Ía a de-
Eu sou aqueÌa Ílo. que espero âinda
tambérn ficamêÍcada nasepígra d c a a l a t i r E a é a Í o f q u ed e p e n d ê
fesqueabÍem muitos deseLrspoe Docc üio do sol qoe me dê vi{ìâ. dos ÊÌos do sol (o amado)paÍa vivel
mas.5ãoversos de Byron,Sheley,
! VicorHugo, Lamart ne,SainfBeu Sejam vâÌes ou mortes, lago ou teÌ]a,
ve,Alexandre HeÍculano,CamÕes, Onde quer que tu \'âs, oü dia ou noite, Quandoa muherrecoihecea impôç
Schiler,
Goethe, Dante, ovÍdo, Éç sibldâdêdeãmaroütrohomem, a ca-
Vai segunÌdo após tj meu pensaÍÌento; ra.tefl
zadodoamorromânt cosecorn-
quilo,ViÍgÍlo.Ess.seplgrafesrcve- p eta:"ésm€u,soutlaLMãGlmavê2
lamque,coÍnoseus coegãsrornân- Ouro amor nunca tive: és meu, soü tuâl
âsimag€.s lsadâspârátrad!2irossen-
ticos,Gonçãlves DiaseÍaunìleitor t mentd fm n nossãôe aboradas a pats
voÍâzdos poetâsc ássicos e con- Meus olhos outros olhos nunca virâm, tirdee ementos danatLeza:vales,
mon-
tenìporáneos e quenelesbuscava Não seÌÌtiram meus Ìábios ouEos lábios, tes,Laqo,terc represertam
osobstêcu
ose a distâncaqueo pensâmêntodes
inspinçaoparaseLrs veÍsos. Nem outÌãs mãos.Jatit que náo as tuâs 5an! hertíônspôrá pêrâpêímaneceÍao
A aÌì7óia na cinta mc àpertà]ìm-

t...1 A ú t maêsto1ererea a mudançacom-


pletanoeíêdo deespiriÌodoeu Íco A
Não ne escutâs,Jatir! nem târdo acodes esperançae a expecÌatNapea cÌìegadê
Avoz do meu amor qüe em úo te châÌna! do aÌnado,que íìaÍcamó fl mêirõ es
ÍoÍes, dão lgar è Ìrstêzâe à decepçéo
Tirpãl Ìá rompe o sol! do Ìeiio inútiÌ pêiâ cónstâtaçãode q!è ele não respon-
A brisa da manhã sacu.ta d folhas!
O eto defolhasvêrles, oãdô peâ re
[E rapiz:upee; poraaoga, reteno DLqs,Gonç lres-Pa6ia. I,ma .onqbtus. cêbè o, é mê s umalez slmboo dasemG
.obeÍo denorcsoufolhõ. Riô d.Jaftüo: NoE I 998.p. 3??-378. çóesdoeuÍr.o, quepedeàbre dahê
^guiìar, (FrasmeDto) . nhãparavaÌ€Í asfo hêsdo etô .úti.
ÀÌzóia: sajoÊ de |irar NadÒ pela

Ranantisnano Brêsìlhineià qeaçaô 247 a


TI Ì ER AT U N A
-

A Íofçada poesìaíricade Gonçalves Diaspodeserreconhec da nesses


versos.PoÍtÍásdo quepodeseridentifcadocomoo lugaÊcomum román-
tìco(a escolhada noiteparao encontro entTe os arnantes,o desenvo vi-
mentodatemática dãsolidão e da des usãoamoÍosa), eleconsegue atin-
gir um adnrráveqraude elaboração poética.A natureza se tÍansfgura
paraexpÍessar as eTnocões do eu iírico.O eto de fohas é, ao TÌìesmo
tempo,símbolo da espêrança (nasprimerasestrofes) e da des lsão (na
últ ma)querÌìovem essamu her.A psco og a Í€Írìn naganha,assm, uma
novaÍontede expÍessão.
A obrade Gonçalves Diasé ÍnuitoTnportante no quadÍoda iitefatura
nacional.5uapoesia rndanista consolidao índiocomosímbolo da dentida
denacional. Seusversos dãoÍoÍmapoétcaà rnenta
líricos ldaderomântica
quecomeçava a seÍÌìanlestafno BÍasilA "Canção doexÍio" inaugura umê
tradiçãode desenvo virnento do o harnacionalista
quepeÍmanecê v vaãté
hole.Portodosesses motivos seusveÍsoscontribuíram paratoÍnaÍrnais
pr
tiÍmesos nìeros passos dâ nossandependênc a literér
a

Dias& Dias

t...1 [Iaria Luíza a.ha que eu scria pdàAntonio uma es


pécie de areiamorediçà que o podeìia conden.r à uma obs
cuÌalida pÌolincima, e corraria nÌas asasde poeta.Ántonio j
ne.essrtava mesnìo e.à de uma cond.$a que lhe ofefe.e$e
lanrâres ondc pudesse búlhãr .om nÌas lides espirituosas
diante dos nìíìisÍos e dos S€neÌais, Ílos cmbaixadores e das
.ôrtesãs, diante do iÌnperador e de ourros pocias. p.soas
que o puse$en nos cofnos da luà, afinal, paÌa que diabos
una pessoaestuda ia!to? disse Nlaria Luízà. Ele era l(nnado
conÌo poctr, apfe.iava no nÌomenro, ÍÌas depois lhe vinhà
una idéia de o quanto tudo aqüilo e.à vãzio e que elc nio
pasara de uma curiosidade, a aÌna peÌdidã e envolia em
nebÌina, balouçada cm caÍelos de truvens.

vlR!,\DA, Ana.ri6 , rt,i


SãoPâulo: (Ìrmpãnhiadasl,e!.as, 2002
(F,ãsnrertr.

Os protagonistasdesseronìancêque, se
g u n d ol o s é l vl i ndi n, " náo seconseque parar
d e l e r" ,s ã o !ÍÍë l ovemsonhadorã e apai xo
n a d a(F ê i c ã nã),o poetaA ntôni oGonç.l vês
D a sê u m ímbol o l teráro (o sabá da " C an-
ç ã o d o ê x Íi o : ql e represênta é pátri adi s-
ta n tê ).A n a N ,4 Íãndadá novãvi da teráraao
poêta romãntco ao cornbnãr históriae Íic-
ção parafã âr sobrêo arìor, a descobenada
c u t!rã Ìn d Íg enã, a bel ezãda poesi ae os cos-
t!me s p ro v ncânosno i nterof do B rasLd!-

a 24a caPlfuLa13
L I T E RA T U R A

I O te)ctoa seguirrefe.e-seas questòesde I a 5,

Marabá
Estepoema é maisum exemploda capacidade
poética de GançalvesDiaspara dar voz
à àlmafeminina.

:
Eu vivo sozinha, nnÌguérÌì me pÌocurâ!
Acaso leitura
Não sou de Tupá?
Se algum dcÌìttre os ho!ìcN de üìnn nio se escoÌÌde: RodôÍô aiioedô, Malab"i, r 882
Ôleo5obr€ÌeLa,l20x l7l .m
- "Tu és'l me responcie,
'"nt és Mârabá!"
t...1
E NÍcrÌsoÌÌÌos sio garços, são .or .Ìas safiras,
Meus ÌoiÌos c;ìbelosenÌ ondas se aÌìelam,
TênÌ Ìuz das estreÌas,têm meigo b ÌÌÌar; O oiro mais puro n:'rc tem seu fuÌgori
Imitam â-snüvens de üm céu anilado.
Ar bÌisâs nos bosques de
Al cores imitam das Égas do marl De os ver tão formosos como üm beija-ÍloÌ!

Se algu ì .los guerrcirí,s nào fòge a rÌeus passos: Mas eles respondem: "TeÌÌs Ìongos cabelos,
a
- 'Teus olhos são garçosl "São loilos, sâo bcÌos,
Responde aÌÌojado,'hìâs és ltarabá: "Mas sáo anelados, trÌ és MaÌnbá:
"Quero ântes Ìms oìhos bem pretos, hÌzenies, .Qucro
antes cabelos,beÌÌì lisc,s,corÍiclos,
"fÌÌìs oÌhos írÌÌgcntcs, "Cabelos compridos,
.Bem pretos, .Nio
relìrlos, ão cor d aüjál
cor d'oiÌo 1ì o, em cor d'âÌìdá."

E aÌ\'o meü rosto da ahura dos lírios.


tr as do.es palarÌÌs que eu tìnha cá deÌÌtÌo
Da coÌ das areias batidas do mari
A-sìves mris bÌâncas, as conchas mais puas
O raÌno d'acácia Da frorÌte de üm homem
Não têüì nìais alvuÌ?, ìão tônÌ ÌÌÌâis brilÌìâr
l ìais cingirci:

Se ainda nÌe escuta meÌrs agros.lelírios:


Janìiis un grÌerreiro da nÌirÌha aÌazóia
- "Es aÌva dc Ìírios'l Me desprcndeÌá:
Sorrir.Ìo respoÌìde, \ÌÌas ós Marâbá: EÌr vit'o soznìÌra,choÌando mesquinha,
"Quero antes um rosto de jnmrro corâdo,
Que sou MaraÌJál
"Um rosto creslâdo
"Do sol do deserto, não flor de cajá."
Dr{s, (;onçaì!es.ln:
BARBOSA, Irede.ico(Srl.eorg.)
' o-, t" t,' u j r' r/l ' .es/
SãoParlÒ:hndy, ?003.p. t4t 1,12. (Fúg!rn{o).

ü Múabá: Ìnistúà de nÌdio e brho. 1. Quaissãoascarâcterístlcasfísicâsde Marabá?


I\rlái Tnpã.Conçrlc Dns alr.r. à
.edâÉo daìognì nnal paÌa gaÌdri. que r A que idea de be ezaessascaracrerístcas
correspondem?
o terno nne.om lÍr.rhí".
2, Parâapresentaras característicasde Marabá,são usadascompara-
C!4os: dc cor azule$odcada
Ânojado:enrÍisrrido çõese metáÍoÍas.A que elementoselã é comparada?
Fúkêítês: ìÍilhànres. r A Lrtlzãçãodessesrecursos
refetea postlrrãnãconaistadosautores
da
Ân,iíÌlô.'lr Dr'n.irl o r^ o|o oera\doroÍro1Ìird.
_'plqL".porqu;

noBEsl.tuimaraqeraçaa.249 a
RonaníÀna
L ! TE i A T U R A
-

I :" Desprezãda por seupovo,Mãrabáreproduzasfalasdoshomensdã


t tribo que Íogem do contâto com ela- Explique,com basenessasfa-
j las,por que â índiaé despÍezãda.
r QueeLementos, presentes
nessasfalas,comprovam essedespÍezo?
I
| {r, Essepoemâ,embora relacionadoâo indianismo,apresentãum tom
I mâislíricoe confessional.
Quesentimento dominao eu líÍico?Justi
Íique com elementos do poema.
Ì
I t dentfque,na inguagem utiizadae no conteúdo,os elementos do
poemaque mostraÍn que ee peÍtence à pÍmera geração da poesa
I
romanr
ca.
I È
Ì 5. O poemamostraum conflitoentreduasÍormas de belezafeminina.
Ouak sãoelase de que maneiracada uma é apresentada?
I
í . PF FbFr. _o ooêmà. a ,a o dç;o oe . | .er.o oao.áode oele/"F
ì Ln dodo or.F lo., l' ra e qreÂd bôr (ado.- p oLe
I O texto a seguirrefere-seàsquesÍõesde 6 a 8-
|
t.---_
-
re'dó2
II Olhos aerdes
E
I Nestepoema, GonçalvesDiastratadossertlmentos
I deiercadeadosno eu lírìcoao contemplal
os olhos verdesde uma mulher. '
I
I
j
Sáo uns olhos ver.les, \crdcs, t...1
$@ UÌìs oÌhos de !€de-mâr,
qüando o tempo rãi boÌÌmçai Dteilós, ó ÌÌìeus amigos,

qF Uns olhos cor de espemnça.


Uns oÌhos por {Ìue ÌÌÌoni;
Sc \os pcryuntm por ìi,
qÌe eu vjvo só da lenbÌaça
Qtrc ai de nil Ì)e rlns olhos cor de esp€rançr.

êsg€ Nemjá sci quàÌ lìquei seÌrdo


Depois que os ü |
De Ìms oÌhos lerdes que ü |
Que ai de mil
Nemjá sei qual fìqÌlei sendo
Como dua-sesÌÌÌerJÌdas, Depois que os vil
IÍí1ìais Ììa Íònna e na corì

Ëb Têm Ìu nÌais ÌJràìdâ e nìais lòrte,


Diz uma !icÌâ, outÌa * moriej
Dizei úsr Triste do baÌdol
Del{ou-se de ànor tuarl
Uma - Ìoucüa, outÌã - anìor ViÌr uns olhos verdes, \€rles,
Mas ai de mil fÌns oÌhos da cor.lo marl
Nemjá sci quáÌ Âquei sendo Lram lerdes sem esp'raÌça,
Depois que os \nl Da\ììnì àÌÌor senì amaf !
Dizei. vós, nÌeus amigos,
s;io 1cÌdcs da cor do prado, Que aì de nil
lkprimem quaìqÌrer pâi\ão, Não peneÌÌço mais àvida
Tio fìciÌrnente se núL ÌÌaÌÌÌ, Depois que os ü |
Tão meigameÌÌte denmam
Fogo c Ìuz do coração; DLAS,CoDçaLves.
Ì!: IACIOLL \âennmj
Mas ai .le mil OÌÃallRl,AntônioCarlos(oÌAs.).P*triz
tõ?/..ard: Rdmnrisno. Ì Ì. €d. Sao fâtrÌo:
[E Mi: lorna dcaiú na
N..eÌÌÌjá sei $lal fiqÌEi sendo
ÁÌi.â, 200,1.p. 3ij-i8. (lhgm.nro).
'ie Dcpois que os vìl

a 2so cAPIruLa
13
L I Ì E RÂ T U R A

O eu líricose apâixonapor umâ mulherdepoìsde ver 5eusolhos


verdes,Que efeitos esseÍato lem sobreele? Exolioue.
7. A referênciaà beleza da âmada é feita cotrt odse na
olhos.Que recursoo poeta utiliza pârâ câracterizá-los?
r Quee ementosdo poemaindcamqueo sofrimentodo eu íÍicojáeía-
va anuncado nosohosda amada? ExpliquepoÍ quê
. Quemal rÍnano poema:"Eramverdessemesp?ãnçâ"e poÍ quê?
9. Emtodâsâsestrofesdo poemâhá um mesmorefrão,com pequenas
alterâções,Trânscrevâ-os.
I A quetipo de poesiaa pr€sença do Íefrãonosremete?
r O usodo refrãopermte identiÍicarumacertãinfluência
I terér a na Íica
de GonçavesD as que a d st ngue dâsoutÍasobrasdesseautor Que
nfuêncaseriaessa?PoÍque ea reveâ umadiferença em Íelaçáo à
produção ndianstado autof?

Er-r
i
1

3
Indidni.snn nâo signific? apenas tomar como temà e nssunro da Ìite- 9
LuizRoncâri(1946- ) ratuÌÌr o indigeÌìa e seus costumes. [...] Isso, de ceÌÌa forma,já rinha
E mestÍêêm Histórrâ Sociae sido feìto por Basílio dâ cama e Santa Ritâ DuÌão, no Urteual e no
dolrtorem têraturâbraslle ra.Pro- Cár"mrru. Nessâsobras, sobretudo no Uragzai os indígenas aparecem,
Íessornâ Faculdâde dê Fìlosofa, em aÌguns momentos, o nìesmo pldo que o português, sem qrrc ne,
Letras e C êncasHumanâs da nhum desses aulores manifestasse a ìrtendio de realizaÌ utÌa poesia
Universdaded€ SãoPaulo, pub - no\ê ou americana. 1ìì1reaÌização implicavâ tâmbém e pÌincipalmente
cau Literaturabrasìleira:dos pri-
a consüxção de uÌn Ììovo pon to de visL1e de uma no\a üsão do indíge
meias úonistasaos últìmosra-
lÌa, aprcciado agom me1ìos como una reaÌidade raciaÌ que como ou,
mánt/tos,livÍoquecompÕe um
extenso pdneldoperíodo deÍor- rtì rF â l i ,l Jdcéri .d c.uìrurãì. di súrri Ll dcuôpéi r.

rl ma!ãodâteratura nadonaetraz RONC"{RI,Luiz. /,iiaztuz tftr,ltd dosp.imeiros.rônistâs


umaantooga deteì1os represen- aosúlÌinôsroÌnànri.os. sãoParlo:Edusp,1995. p 3ô5.
dosperíodos
tativos apres€ntados. (Ifasnento) .

Explique
Redijaum parágÍafo argumentativoem que vocêdemonstrecomo
os poêmasindiânistas
deconçalves Diaspromovema construção de
"um novo ponto de vista e de uma nova visão do indígenâ",dife-
rente dâquelaque aparecenostextos dos viajantesquinhentistase
.l^< nôâr:<;r.:.1â<

Antesde desenvolver seuparágrafo,considereasseguintessugestões.


r Reveja qua é a visãode indígenaqueapaÍeceno Urâquai.
r Compare a lmagem de ÍndioconÍruÍdaporBasíiodêGâmacomã que
é apresentada por Gonçalves D as no poema"l-JucaPiíama"PÍocuíe
dêterminaÍdeque modoo olhardêcadaautorpaÍaosíndosdetermina
essasdiferenças
r Reflitasobrea necessdade de umamudançana representãçãodo índio
parao cunìpfmentodo projetolteráÍo da pdmeirageÍaçáofomântica:
a coníÍuçãoda identidadenacionaL.

no BÊsil.tuìneiraqeraçáa.251 a
RamênÍtsna
primeíra geraçãoromântica: as cançõesdo exílio
Goethe:a inspiração
toÌternentenfLuencìados pe o naconalsmoque ca-
racterza a estéticarománÌca, os poetaspassama can
d qu"lddd" d" .d e
"r " ""l "o"rìor "p"ti".
corÌìonosvêrso5de Goethe,apfesentâdos no Capitulo
l/ a de..ri,doquêoê .o oe ooÍà. d" 'pà
tdÕdlddo.pdÍdo.dôoô 1...odo."" t. ,o.da n prc. .f
çãoparao poemade GonçavesDias,quelnâugura, na
Iteraturabras e ra, a iÍadiçãodascançóesdo exllo
I
Os ecosimediatosda primeira
"Cançãodo exílio" a
Nornomentoern quenasceaiteraturaromántica
bra
s e ra,o poemade Gonça vesDasseráa refeÍênca
Lite-
ráriado nacionasnìoê do sentirnento
de sêudâdeque
predomina entÍeos exlados.O impactode seupoema
serátãograndequepoetâscornoCasimrodeAbÍeu,da
segunda geração,se nspiraráo
nee

a
Cflnçiio d0 ex'{í;o
Oh! ,nln lqs sút n.s anouls
'thujauB. CarGuíêvCarls,OnonumerÍÕ a Gaethe,1432.
Ó€osobrereb,7lx,55:,5cmOpftoraemãoC arl s(1789- 1869)
a:haÌenbiird era!m admnàdôrde GoetheNeÍeq!ad@, elecÍiou!m túmúrô
magnárioq!€ evdâ!hã iúãgemsôitérã ê etér€ã
dógÍândê eír lor
Eu ÌÌas.i além dos marcs:

NIer$.amores Íìclìm lál


OncLecanta oi reliros

Cançaa do extlio
,\BR!.Ir,Casiri.o.le Aiu,rezÍ.
Pôrb.\le8Íe: Ì l&\'I,2001. p 2õ. (FJrgnniÍoi. ìVIinhã rerra terÌì Ìnaciciras da C:ìÌifómia
oncÌe cantam Í+turamos de Veneza.
I...1
[,u morro srrfõcado
O exílio dentro eìì ieÜa esúângcim.
da própria pátria Nossasflores são mais boDitas
nossasirutas marsgostosâs
MuitosoLltÍos
escrtores braslero5recriêranìos
versos mas custâm ceÌìÌ mìÌ réìs â dúzia.
daprimerê"Canção doexilo' Durante o Modern smo,
a refexãosobrca verdadeira ìdêntdadenaconalmoti
vdÍá núrÌìeÍas
releturasdosversos do poetarornântico. Ai qucn Ìne dera chupaÌ unÌa caÌnrnboh de \€r.lade
Dentreelas,destaca-se a de N,4ur queÍata c ouliÌ uÌn sabiá com cerúdão de ìd,àdei
lo N4endes,
do sentrfentodeexíiodentÍodo própropaís, doÍque \ÍF-NDltS, Àlruilo.ÌrÌ:ÀIOÌUCO^.'I, ltalo (O$.)
âcomete os braslerossufocãdos pea inf uênciaestran O: rn nt tapslo.nas l,atilxìiDJ.l, Jrela Rio deJanei..l
9eÍâ. ôs versosde Murio Mendes o desejo
expressarn oÌ,jeiilr. 200ì |. 33. (FÍrgnent,

| 252 13
CAPI|ULO
Uma versãoresumida
Soba inÍuênca dasexperlências
lteráÍias
davanguardê modernista, losé
PauloPaescra urnaversáo
ÍesurnÌda
e rônicada cançãoernquetantosse
nspÍarêm.A concsãodeseuÌextonáo mpedequeâ saLtdãde dâlerrêque
gêrân1e
â dentdãdedoeulÍ conãosejapercebdâ Parao exíio,rertão bãh|

F
lá?
al Ìl

sabi á...
Pnpá .
Ìnanã...
Íúii..-
si nhá...

brlÌl

PAESloséÌ'aulo.ÌiìlRRlGL(i(il IR.,ìrr\i (scì). or rullú'6


!@mt ú.li\t P h Ptk\.4 ed.sio Ì'.nlr: clobrl, 200: p. 130
Geoqe L Bown, Cer;rc /raüàro,1846
Oe ôsôb rête la,lo l,a x 117, 6c m Eí e
a quadrÒ,dô p ntor nÒrteameraano
CeorgeL BÍôw. {1814 1889),mÒsÍà
qle a deêlzaçãóde !mâ natureza
sevaqemexlberantenáo a.onte.ê!
A ditadura expulsaos brasileirosda pâtria
Duranteos anosda ditadurami tãf,as pa me rase os sabiás
retornampara
simbolzaro quenãosetem ÍÌa s: a pátÍia.Agofa,nosversosde Ch co BuaÍ
queeTomJobinì, a idéa doexí o 9ênhaconotação politìca:é
paisda dltadurâ
expusandoseusf lhosengalados.

.çírlt{í

Sei qu. ainda \ou lrltar


Pare o meu lLrgar
Foi lá e é xirdr Ì:'Ì
On.Ìe eu hei dc oulir canrar

Seì que ânrdr \,orÌ \,olrar


Vru deilaÌ à soìÌbm
D e uni a ìraìmei fa
QLrejá nào há

c hc o Blar qle dc Ho. nd. .joBrn1,rbnÌilrUIRQIJË.(lhi.o.Disponnrl


em: <hÍp: '/ Ìs{r.Í hnlnÌnÍque..om hi
-,.
,\.ew, eD 2: lir.:005 (F.:Ìgnennt

B?srlPnneÌÊqe?ção253 a
Ronantisnona
PoronovegorJ$
. http://www.Ítaucultural.orS.br
O rite do Instituto ltaú cu tural oÍerecebiografiasê anto ogiasdos dois maisdlvulgadospo€tasdê pri
mekâ gerâ!ão íomânticabrasielía, GonçavesDiase Gonçãlves de Magalhães.A ém de materÌalautôrale
dê crono ogia dê íatos, há a aprêsentaçàode algumãspáginasda críticasobre os escritores.Tambémé
possÍveconsultarmaterialiconográficorelaclonâdoà Mksão ArtísticaFrancesa, responsávelpela produ'
È
c ão nac ì onal d os é c u l oX l X .

' http:/ ^/wacadêmia.org.br


^
A AcademiãBrasilelrade Letrãsâpresentaem seu site um sistemade buscalnterna que oÍereceuma
ãm p ãpo$Ì bil i d a d e d ê p e s q u i s â s ô b re p ro
ê d uçãode Gonl al ves
D â5.5ãoconferênci as€
arti qos,al émde
biogr ãf iâ,bib l i o g ra fi ae b re v ea n to l o g i ad o p oeta.
. http://M.museudoindio.org.br
da Funã].
5lt edo M us e ud o i n d i o ,s o brê s p o n s a b i l d a de A mbl ent€de íáci lnavegação
q ue prop.i à ãceío
â lníoímaçõêsvâriadas:ínúsicâ,ârtigos,brêvesênsaior,imãgens,entre outros Ínkr que conduzèmà rea
lidadêcontemporânêae histórka dos povosindÍgenasno Brasil.

Porolere pesquisorl-r
. A MissãoArtísticaFrancesá e ieus dirclpuloi: 1816-1840.de QuÍ io c ãmpoforiio
Riodelâner o Pn ê k o th e k 1 e9, 8:
P int or dese n h k tai,l u s t.a d o re c ríti c od e a r te,Qui r no C êmpoÍi ori i o(19021993)êspeci ãl i zou
sê no
estudo dâ pintuía do sécuo X X no Brãsil.seu texto é natrãtivo e bastanted id âri.a. A MissãoArtístìca
Francesae seusdiscípulosé um dos cinco volumes,ordenadoscronologlcamente,de sua obra Hliióriã
da pinturc brâsileirana séculoX/X O livro aprêsertã um pãnorama bem cuidado da ativ dade pi.tórl
c a nac ionalqu a n d on o s s ãp ío d u ç ã ol i te rá rl ai deal i zavao pêíse o senti mentoamoroso.
. Vocês,bnncot não tên à/mai hÈtóriasde fronteÌês, .le lorgePozzoboi.
ParáEduipa/f,/lpeg Edtorâção,2002
c ont adorde h i s tó ri a es ê n tro p ó l o g oJ, o rg eP ozzobonpa$ou 20 anosde suavi dãem contatocom os
M ak u, pov o s e m i n ô ma d ed ã re g i ã oâ m a z ôni caque tem como pe(ul i êri dêdeê transmi ssão de 5ua
p o . v i a o íâ 1 ,u m a v êz que não desenvol veu
c ult ur a ex c lu s Ìv a m e n te o regi strogréfi co.5ão contos,
c onv e6ãs ele n d aps .e s e rv a d opso re s s ap u b l cação,quetrê2aténósumol har brêsi l ero paraomundo
s em pr em uit o d i s ta n ted o i ma q i n á ri oq u ê s e êstabêl ece!em no$asci dades.
. Panará"A Volta das [ndiasGiqârtês'i de Ricardo Arnl, LúcioFévo Pnto e Ramlndo Pnto
SãoPâuo: inntlto Socoambeiial, I998
O ivro rêúneváriosfe atosdos indiospanarés,nãçãoque soÍeu d ivisãoteÍitorlai quandofoi .onstruída
â BR 163Cuiabá 5antêrem,em 1970.A ém das histórias,há um excelentêensaioÍotográficoque registra
a .ultufa panará.o livro propl.ia um interesante conÍronto do índ o ldealizadona poesâ da píimelía
ger aç ãor om â n ti .ac o ms u as i tu ã ç ã o
a tu a , a j udandoaíêfl etl rsob.e pol i ucasda
âsdi mensôes col oni zação

. Grandespoemasdo RanantiJmo braslleto, Aexe Buano(OÍq).


SãoPa! o NovaFrontera. 1995
Colet âneaq u e re ú n e o sme l h o re p
s o e m a sd êal gunsnor.ìêsdo
R omanÌi smo
brãsi l ei ro-
D oépl coãol íri co,
o livro âpresentatextos dê Gonçalvesde Maga hães,Mârquêsde Sapu.aí,Maciel Monteiro, conçalves
Diat, FrancscoOtaviano,LaurindoRabelo,Aureliâno Lesa, Àlvãresde Azevedo,lunqueira Freire.Félix
Xãvierda cunhã, JuvenalGaleno,caslmirode Abreu, FagundesVarelaê CastroAves.

a 254 aAP|IULA
13
:"=t3.

Poroossistir
F

carlota toaquina,Princesado 8.áJíl de CaraCamurat


B r a s l ,1 9 9 5 . .f
D e mo d o c ô m i c oe ã l g o i rô n i c o .o íi me trata da chegada
da f a míl i are a la o B ra s i lfu, g i n d od a scuêírasN apol eôni .as,
em 1 8 0 7 T . ra ta { e d e u m i n te rê s s ante panoíamapol i ti codo
B r a s i p ré -i n d e p e n d e n tê .

. Búncãndonoscãmposdo Senáo4de He.torBàben.o, EUA,1991.


Fllmeque reúneumasérlede cãracterísticasque iustram ou I
servemde contrapontoao indianismoe ao nacionalismopre
sentesna primeirageíaçãoÍomântlcabrâsiêira.Além de expor
a culturãindÍgêna,promoveum deí lê dê imagensdo ambien-
r e ê Íã z o n i c oo n d es ed é o . o n Íl i rô \dê r' erêne\ e' orónko5.
Posseiros, missioná riosestrãngeiros, políticos,coronéis,avên-
tureiros,garimpeirose lndígenasdlvidem o espaçobãstênte
desrãdêdo,seja pelã de,isualdadesocial,sejâ pe as dôenças
impostêspeLosbrãncosao desprepãrêdosistemãimunológico
de no$os primei.oshabitantes.Choqueculturãl de perfil ro
mânticoapropriãdoao debateãberto noséculoXIX pe o poe
íÌra "l-lucâ Piíamã",dê GonçavêsDiâs.

ÁmélÉ, de Afa Carc na,BÍas, 2000.


A atriz írancesaSarahBernhardt,verdadêiromito do iní.io
do século)(Xquêpãssoupelo Rio de lâneiro em 1905,teria se
en. à n -à d o.o m è p o e s i àd e c o i (é l v e\ D t\ e i mdgi rà.e que
teria feito deLêuma apresentação (ênicaquandovoltou a Pa-
ris.Momento imporrãntedo cinemãnacional,ofilrÍe agradou
ã críticae quasenão foi exibido nassalascomêrciaisde nosso
país.Oporiunidadede visitar a poesiado píincipal nome dã
pr i n p i a g p rd !i o ro m d n l n dn d ,i o n d em Íi l mêde ur i Ìpor
tante nome do cinemabrasiLeiro conteíÍpoíánêo.

Poroouvirdì
/hui rodosoJ Jons Mar ui Mirãnda.SãoPaulo:Pau-Brasil,
199s.
MarluiMirãndãrealizáumtrãbêlhode pesquisâbaíante sériosobrea culturaindísenabrasileÌra
e a pãrtk
desuaspesquisascompõe ãscanções.Oportunidadeexcêlentêparaentrarem contatocomossonsdospovos
indígenasdo BrasilecomporâtrÌlhasonorêdo indianismopresentenâ poeriãdãprimeirageraçãoromãntica.

noBíâsil.tinena qeraçaa.255 a
RananÍisna
Segunda geração:
idealização,
parxão e morte
Amor e môrte, meCoe sçlìdãc,culto a uma nãturezasambria, t
ídealizaÇão
absalutada realìdade:os ultrê-rcmântìca5 levaram
a extremosa expressãade sentí|:,entos
aontraditórios,vividospela
maiorìadelesdè rnodaatçtmenl:eda.A literãtllra ílue produziram
expr.imees5emodo de sentií e, algumasvezes,nanífe5tâ um alhar
júvenil patà os temds dd epoe. f- etia !;rerdtu!è ete vace
canheceránesteaapítula.
l
:
i
; 9

GúnãveDôré,Á.dróDedá, 1869 O eó sobrete ê, 256,5 : 172,7.h


O affebatamento,
a exposãôdô sentmento,Ò de5espero deía Andrômeda
à.orcntada sãomar.asda regundafasedo Romantsmo.

.API|ULA M
O que você deverá saberao í, Observe que compõema imageme a situação
os elêmentos em
fínal desteestudo. que seencontrâa per5onagem, Descreva,
brevemente,â cenare-
1. Quaissãoas carccterísticds
dà tratâda por GustaveDoré.
. tegunda geraçãoromântí.a. : EssacenapodeserdescÍitacoÍÌìodramática. poÍ quê.
Explique
. De que modo a temátíca
do anór e da motte deíine 2. Nâsobrasrománticas, a associação entreo beloe o Íeio sugerea
o ptojèto liteíá o dessa aproximação de Íorçasopostas e complementares. De que modo
geraçao. o quadrode Gustave Dorérepresenta essaconcepção de beleza?
2, Comoo Ultra-Romêntismo r (JÍÌìaoutratemática,caracteííst
cadasegunda qeraçãorornântca,é a
se nanifesta nà titeratura oposição entrebelezae fe úraassoc adaà oposiçãoentíeo beme o
mal.A lmagemtarnbémproTÌìove essesequndoconfronto? Expique.
. De que íoma a obrc de
Casimircde Abreu tràduz 3. O faÌo deAndrômeda serretratada nuãcontribuiDara provocara
ospíí ncípìosuItrc -român- impressão de fragilidade da mulherdiantedo monstroque está
ticosem versossingelos, prestes a atâcá-la.Porquê?
. ComoÁlvatesde Azevedo r Emboraa stuaçáoretratada seladramátca,a obÍaapÍesenta traços
revela,em sua obra, duas sensuais. Expiqueconìoa sensualidade porDofé.
é sugeÍida
r 'Íacesda temáticaamorosa.

4, Leia este poema de Álvaresdê Azevedoe veja comoa lìteratura


ultra-românticârepresentââ mulher
j

Sonhando
Na pmia dcsertâ que a lua branqueia,
Qüe nnolque rosalque filha de Deusl
ü c-. g-.; t"-naoru'" oun'p'.ur" rão pálida- ao vêla meu ser cìevaneia,
" SuÍoco nos Ìábios os háÌiros meus!
Não conas ÌÌâ aÌeia,
Não corras assiml
Donzela, onde rais?
Tem penâ de min!

A praiâ é tão longa! e a onda bm\ia


As Ì oupai de gaza te moÌhâ de escuma:
De noite - àos serenos- a aÌeia é ião fria,
Tão-íÌmido o vento que os ares perftÌmal
Es tão doential

DonzeÌa, onde vais?


Tem pena de ÌÌÌim!

A brisateusncgroscabelossolrou,
O omlho dã faceìe esfriao suor;
TeusseiospaÌpitarlÌ- a bÍisâ os roçou,
Beijou-os,sNpira, desÌì1aia
de amorl
Teu pé bopeçou...

Donzela, onde i'ais?


Tem pena de miml

qenção:ìdealizaçãq
Sequn.la paixàae natte 257 a
L I TER ATURA

o Deitou-se na areia que a vaga moÌhoü,


ImóveÌ e branca na pÌaia dormiai
o,
Mas nem os seüsolhos o sono fechou
E nem o seu coÌo de neve tremia.
O seio geÌoìr?...
Não düÌm.Ìs assiml
O páÌida friâ,
o Tem pena dc miml
clì
ío
'=
t...1
Aqui ÌÌo meu peìto vem arÌtes sonhar
Nos Ìongos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aqu€nnr
Teu colo, €ssasfaces, e a géÌida mào...
Não durmas no maÌl
N"ãodurmas assim-
Eúátua sem üda,
Tem pena de miml

t...1
E a nnagem da üÌ€em nâs águasdo md
BrìllÌavatáo brancano Ìímpido véul t
Nem mais trmsp.ìrente luzia o ÌuaÌ
No ambientesemnuvensda noite do céu! [ü eq*"*'
Nas ágÌusdo mar "q*-.
Não dumas assiml AzEl'EDo, ÁraÌ€s de.
l
Não morras.donzeÌa, Otna.anllaa, Riõ íte.làn iÌo: f,
Esperapor miml Norâ Aguilaf, 2000.
p. Ì23-124.(Ffagnenb).

r AvaÍesdeAzevedo exploraa apresentação deirnagens,


sucessiva cri o
andoum efeitoquasecinernatográíicono texto.Ldentifique
asdife-
Íentesimagensassocladas
à donzela. I
r Qualé o cenárioapÍesentado notexto?
5. as estrofesoodemserdivididas em duâsoartes:umanarrativãe ou-
trâ em que o êu líricoestabêlece
uma interlocução
coma donzeìa.
como essas duaspartescontribuemparaa construção do poema?
os vo(aïivosutilizadospeloeu lrricoenì seusèpelosá
6. Observe
oonzetà.
"ópdidafria, "Estátuasemvida,
Tempenade mim!" Tempenade miml"
r O queesses vocativosSLrgeÍem?
r dentiíque,no poema,outTosteÍmos
qLreconfirmemessaconclusão.
,. Apesarde Írágile doentia,a mulhertambémse mostrâsensuâ1.
Comoa sensualidadese manifêstano texto?
a. O quadrode GustaveDoréilustraumavisãoromânticadâ beleza
O poemade Álvà-
que seoriginado conÍronloentreos opostos.
resde Azevedotâmbémintroduzuma noçãode beÌezâpouco
comum,Oualé ela?
I Deque modoessanoçãode belezapodeserfe acionada
àquelarc-
presentada
no quadrode Gustave
DoÍé?

a 25A 14
APIruLA
tIÌERATU R A
--

Byron (1788 1824)ïo o mais


i.rno9odospoetasrománUcos n
geração
A segunda romântica:
g esês EnÍe suasob|asmaÈco
nhêcd.s estáDo,lÌ.rân, em que
apresentaurnretrêtosatírico
daso
um apoesiaarrebatada
cêdade nglesadd épocd.Deíen A sequndageracáoroffránticaé rnarcadapor urna posturade exagero
sor ardorosoda LbeÍdade,Byron sentmentalquea torna nconfLrndíve. nspradospof escftofes ingesescomo
vvêLrdê ácordôcom sels priÌìcí Byrone she ey,os repfesentantes dessageração am urnapoesiaque exata-
pio! e nìoÍelr utandôpea nde va os sentTTrentosarrebatadosao rnesrÌìotefflpo que apresentava o poeta
soado da socedade,ncompreefdido pof defendervaloresmoraise ét cos
Aclarnadopelos gregosconìo contráros aos fteresses econômicos da burgues a
lìeró nacona, tevê seu coração Flhosdo séculoXX, essesloven5 sernostram maisvo tadosparao próprio
na cdade de M ssoon- que pafa gÍandes que
-"nteffado coraçáodo os tefflas definfam a poesa da prirÌìera
qh . O 5eucorpoembasâmadofol
geração(adivugaçáodossímboos da identÌdade nacona e a cr açãode urì
conceto de pátra).
Poressemotivo, ncoTpoTaTn â magernde uffl heró romântco que defen-
de vaores ncoffuptíve s coffroê honestdade, o arÌìore o d reto à berdade.
Ernnornedessesvalorcsestãod spostosa sacrifcaÍ a própra v da

A ponLrfaerègeÍ.dê, ê5socadaaô arrebëtam€nto5€ntirnental,


cèracterístca
doç âltores dâ sêgundaqêrdçãoromãnÌca,fêz com que íicassemcônhecidos
conìo ultrê-românti(os

1818- _
by.on
eÍrtueDnruan
1S19-

'1839
ClropI plb.a 05PE
que er€Ínplf
rLidioJ,
O projetoliteráriodos
.am ô ten.le.ca u tfà
ultra-romanucos
D Pedrô areunreo A deazaçãoabsoutae o nteÍesse
Dorduasdéias
essenca menteÍomán
1840 . ío.o, âo5l4anosD! ticas- amore morte deínemo proletoteráro dasequnda geração
- Ía.te r eu É. ad. , o geração
Essa de poetasatorrnentados,
queíreqúenterr]ente a n-
morriarÌì
Brastem!Énnearê.
pea expressão
dalovens,fo maÍcada exacerbada pessi-
de um subjetivisrìro
ço.u tur à
m sta, pê o desejode evasãoda rea
ldade,pelaatraçãope o ri stéÍioe
a ndd pe a conscêncã da nadapta
ção do ârtìstâà sociedadeern que
v vê.A so dão,o cLrto a umanatu
Íezamórbda e sot!rnae, ac rnade
tudo, a idealzação dà mLrlher
virgl
na e etereasão ds torrnaspoét cês
'1845 encontraoas paTatraouzlTem rnâ
gensos sentrnentosarreltatadosque

'1845

fgrês,ÂeÍélódeMèdenóÀêre aaro//re
R r/e re ,1805
Óeosobr€ tea 100x 79.m
Ap e 5 arda
sensuadadequase drâmátcõ
.om q!-ê nqr€5retrataestapá dàlolemde
15âiór ruâÕresença er.eÍvamente
e e!ànÌee 5otí.adê €m meo à pãsaqem
ruraTrancesa ÍanÍorma'aem!mâ espé.e
deaparFo, mpo5sÁ/e delÕcâÍ

q?ÊÇâa:ideâIâçêa, pai\aÕe notte 259 a


'êqúnda
L I Ì ER AI U R A

Urnaoutrafacetado projetolterárioulÌra-románticoseráexemplfcadapoÍ
à
Câsimro deAbÍeu Ernoposìçãoexpressáo pessimstadosentirfenloamoro-
so,típica,poÍexempo, dêÁvaíesdeAzevedo, quêfa a daso dãoe damode,
caslrnÍodeAbreufaladesonhos dearnore susptosdesaudade, ãssocados
a
belâsìrììagensdechácataselard nspor onde passeiammo(as v rgens
e puras.
O trâtamento dadoaoamol poréffr, é o rnesmonosdoisautores. Ambos
apTesentam o sentirnento
aTnoroso deaizadodetal formaquenãoencontÍa
espãço no rÌundorea,poÍ issoé serÌìpre
projetadoemsonhose raarcado pof
suspÍose lamentos.

r O s agentes t
do discurso
No Brasldo Sequndo nìpéro,os poetaseramem suaTnarora
jovens que,longe
estudanteg dacasapatetna,vvamernfepúblicas.
delesrumava
N,,luitos m Ìlara5áoPêu o, ondeãm cu|sara faculdade
deDÍeitonoLaÍqo deSãoFÍancrsco Havámutopoucooquefazer
nacdade,comocontaÁvaíesdeAzevedo emcartaparasuamãe

NuÌìc:ì r'i lÌÌgâÌ ião ÍÌsípìdo, como hoje eÍá S. PauÌo. Nur-
ca 1i coìsÂÌÌiús tediosa e mais inspifadofa de fl4n. Sc fòsse
eu só qrÌe o pcnsasse.diÈse'ia que seriâ moléstia - mìs todos
pensam rssim. - A\ida aqui é um bocejaÌ infindo.
Não há passeiosqre eDtretenham, n€m baiÌcs, nem socie
aonv€nto de sáoFran.s.o,5ãoPauo, em 1862 dades, prúcce isto uma cidade de mortos - nio hánem uma
A proxmidad€ coma Íac! dadedeD reto iazã dô páto \
carabonitacm janela só r'LÌgosas
caretasdesdctrtâdâs- e o
daiqreialo.a deen.ontropaÍaosjovenr silêncio das ruas só é quebrado pelo ruído dÀs tlcstas sâpate-
âÌìdo no L dtlà, das mas.
Essesilôncio con\icÌa mais ao sono qÌÌe ao cstudo, enlan-
guesce, e entorpcce a imaginnção e pode se dizcr que â rida
aqui é um soÍo perpétuo.

.\ZE\DDO,,{lQresde. Oa,z.a?,1&iaRn,de ídcno:


N.re ,\guiìrÌr?{)00. AlexeiBueno,p. tìI Ì. (Fr:gd.nlo).
OrganizaÇão: n

IJJ.rpr"-,,aaio
ütlüg!€$e: enhi\Ìere

a Longedavdã no RiodeJane;
i ro, entãocapitalfederal,ond-"os
acalorados debatespo íticosesti-
nìulavanìa partc paçãodeescrto-
rese trazãm á questãoda naco-
naidade pârêprìrneiro
plano,odia-
a diadosestudantes erÌìSãoPauo
eTapo!coInsprrâoor

D€scidado Brás,SãôPauó, 186!


Na 3êgundametadedo séc! oXlX,
5áo Pa! o não oÍer€caa eíeÍvescê.câ
tão apreciadapealuventlde

a 260 aaPifuLo
14
LIÌERATURA
-

Projeto litêráriodo Romantismo: O soÌaÍnento culturalem queseviamdefinia urnãcondì(ãode produ-


ção Ínarcadapor uínacaracterísticamãiscosmopolita.Em uqardeseocupa-
remcomos problemas nactona s, poêtascomoÁlvaresde AzevedodedÌca-
êxpressãode sentLmentos
affebêtêdôs varÍìsuashorasà leituradosmestres íomântcoseuroDeus. lssofaztaCornoue
por meio de imaqenscomoa soldãoe p'oouTis\e1 .rà poê9ia oe(drarêÍ
rìai tni.osoecti\o, nênoSnèco-a
A circulaçãodostextostambérnera influenciadã pelocontextoem quê
amortotãmenÌeideazado viviam.Comohavrapoucasoportundadesde interação social,os saìões
toF
navãmseo espaço maisíreqüente paraa divugaçãodaprodução poéticado
períodoNessas reunióes da eÌrte,ao chegar,urn poetaera medatamente
convidado a declamar algunsversos. A difusáodessapráticãfez com que
\-rq .er dos r posdêpoê.osocdecaÌèdo esô o\ rôpe-ii\rã(.
Osdeclafiìadores apresentaÍÌì
versos de suaautoria,previamente compos-
tos,oudeclarnaÍn quadrinhaspopulares. Osrepentistas
animarna festa,porqLre
aceitamo desaíiode urn motepropostopelopúblco,a partirdo qualconì-
põemosseusversos.Poetascomo MunzBarreto e LaurindoRebeoseconsa-
grarampeãcapacrdade deirnprovisação dernonstrada
nossalões daburguesa.
Essapráticaassociava poesa a umaÍoÍrnadedivertirnento popular, o que
contnbuía paÍaa suad vulqação

A poesia geração
dasegunda e o público
! QuandoÁlvaÍes deAzevedonqressou naíaculdade de Direto, em 1848,
já a freqüentavam,anosmaisadantadosdo mesmocufso,osescrÌtofes Bef-
3
nardoGumaÍães, Aureliano Lessa,JosédeAlencaT e JoãoCardoso de N,4ene-
ses,o ÍuturoBaÍãode Paranap acaba.O convivo esÍeitonoespaço âcadêmi-
j
co estimuavaa tÍocadetextose ÍazacomqueosautoÍesÍossemleitoÍes uns
dosoutros,realmentando o nteresse por temasãssociados à expÍessão de
sentiÍÌìentos
indviduais,à solidãoeàsv sÕes ideãlzadasdainfânciae doarnor.
Naspequenas sociedades estuda nt s queseformavam, a vidaboêrÌìlafac-
€ itavaa aceitaçáo,
sernluízomoral,dostextosdesêusÍnembros. A leituÍae a
g produção
discussão dessa lterára foÍnecla aospoetãs um públcode peÍi
ntelectualrnente
Íespeitável,diferente daqueleparao qua recitavam nossa-
lõesburgueses. Erarn
todosleitoÍes dosversos arrebatados
deByron,Shelêye
Alfredde Àlusset.Reconheciam, portanto,o nteÍesse queostemasassocia-
dosaoamore à rnorte t nhamparaseuscompanhe Íos.

Locushorrendusi
!l
- a natureza
tempestuosa
O cenáriopreferdopelôspoetasultra-Íornânti-
cosé tempestuoso, sotuÍno.As forçasincontrolá-
vesda natureza raios,chuva,ventos- sirnboli-
zam,decertomodo,ossentimentos volentosque
precisam ganharexpressão iteÍáÍia.Essânatureza
compõeumaespécie de ugarhorrendo (/ocus
hol-
rendus),queacohe o poetapor refetirsimbolca-
mentêseusoÍrimentondvidual.
Somente no contextodo sonhoa natuTeza seÍé
apÍêsentadaemtonsmaispostvos, assumindoumê
feiçãoparadisÍaca.
Éspaço dasfantasasirreais, ela
funcionarácomocontraponto aoscenários rnaisíre-
qüentes em quea escuridáo, os lugaresermos,os
cemitériose aspÍaiasabandonadàs servemderefú
lvarA\amnl<t,A Muftê7ìo,1A71
. ÓeosôbEteâ, 11Ox 129,5cm
ÌêmpêíadessãoumdostemaspeÍerdosdôspinloresomânticd
gioparaossofredores desesperados.

ja aenção:
Se.run paixãa
ìdealìzaçao, enafte 261 a
TITERAïURA
-

r O "maldo século"e a sedução


da morte
A idéiademorrer, parao u tra-ToÍÌìântco,
temsentdopositivo,porquega-
ranleo térÍÌìinodaagoniade vivêr.
É no contexto
dasdesilusões
e da maneÍa
pessÍÌìistade encaÍaÍa ptópraexistênca quea moÌtesurgecomosoução.
I

Morte
(Hon de delirio)

PcnsarÌerto gentil de paz eterna.


I
Amiga noÍte, vem. TiI és o termo
Dc dous ÍantasÌnasque a existêÌìcìâlormam,
DessnâÌÌrÌa\ã e dessecorpo enfermo.

Pensamento gentil de paz eterna,


Amiga morte, ve1n.Tu ós o nada,
Tu és a ausência da! noçales dì \áda,
Do prazer que nos custâ a dor passada.

Pensaìnento gentil de pàz eterÌìâ,


Amiga mortc, vem. Trì és âpems
A \isão ÌÌìais real das qu
Que ÌÌos eÍtiÌÌgues asvisões ierrenas. 1...1
Amei-te semprer- c pertencertc quero
j
Para senÌpÌe tâmbém, amigã rnorte.
Q' ,c, o o, hão. qu, ,,, d re,,.,. e' .ppìême,,,ô
fE uoço*,.o'1..'tn' Qìre não sente doslaivéns dã sorre. 1...1

Amigosde morte! JmqreiÍz. In: R]\NtlEll-\, Nlânuel(OÌts.).


I_REIRE,
Anün\ìa dosl@tds tlasibitút: lasc.omânú.â. Rio deJanetro:
Estecasoentrcuparaa h stóriâ Nora lÌonteim, 1996.p.218-219.(IEgnenb).
da FacLrldaded-"DÌeitodo Largo
de 5ãoFraÍìcisco.
Ìêntandoganhardinhero parâ
flnanciaÍâ vda boêmia, Bernãrdo Osv-"fsos delunqueira FreÍe (18321855)revelam ãs razões romântcas
Gumãrá€steve â déade"ÍÌìatar" paÍao cultoda morte.Ea é aTniga, acabâcorno corpodoentee coma a ma
Á varesdeAzevedo, jovemdesaú- inúti,dápaza quemvveemaqonra.
de fÌágil.AjudadopoÍ ouÍos ês PÍomessa de descanso eterno,Íefúgioparaasdoresdavida,a motteãpa-
tudantes, BeÍnaÍdo convence! o recenospoeTnas u tra romântcosdiretaÍÌìente I gadaaoamornáocorrespon-
poetaa detaÊsesobleumarne5a insuportável.
dido,fontedesofrirnento O binôÍÌìioamor-morteé tÍaduzdo,
comasmãoscruzadas sobíeo peÈ
muitasvezes,pelaoposiçáo entreo desejode amare o desejode morrer.
to e o corpocobertopoí um en-
É tambérna morte que fãz cessar outrafonte de grandeaf içãopaÍao
çol.Depois, espalharam a notÍcal
"Morreuo Á varesdeAzevedol ', ultra-romántico: os irnpulsossexuais. Adeptosda total dealzaçãoamorosa,
Eíudântes e prof€ssoresforam essespoetasnãopodemnegarã lorçadosdesejos, masos associam ã um
atéa repúblicã ondeelenìorava, sentmentode cu pae destÍução.PoresserÌìotvo,seuspoeÍlìas êpresentam
paíaâ despedìda. ú contÍibuÍam a possbi idadeda reaizaçáoamorosa v ncuadasomentea contextos iíeai5,
paÍaas"despesas doenterro'iBeÍ seiame esa manifestação do sonhoou a prornessa davrdaeteÍna.
nardoeseus amgos,comod nher O fascíno pea mor1e, pelaescuridão, pea doença fezcoÍÌìquemuitosdos
roaTTecadado, cairarnnaJìoie em meiosartficiaisdefugirda realdade
blrscadedlversão. Logo,porém,a
lovensescÍtoÍês buscassem e conquistaro
rnundodossonhos. Drogas,cornoo ópjoe o haxixe, e bebidasÍories,cornoo
farsafo descoberta: Álvaresde
Azevedo pÍecisouvoltâràs.uase absnto,eTam ê gunsdos"paraísos artifc ais"a quereconlam. CoÍÌìoresutadoda
expcarquetudonáopassara de v dãboêrnla,muÌosromântcos rnorreram cedo.quase serÌìpre
vítirnas
datuber
umagÍandebrncadeÌa. (tâmbém
cLrlose conhecida como"tGrca'). Essê compoftamento autodestrLrtivo,
associado aotédo e à depressão. Dassou a seTconhec docorno"maldoséculo".

a 262 cAPiTULa
14
-T ITERAT U R A

liì1:i:
iiilliiiÍtiiìitìì'i
A releitura no Íockqóticodo Evãnêscence
do amorultra-Íomântico
?
púru a aidrí
Trtígd-me
(Brig nreu tife)

Meu espírito doìnìe cn aìguÌ lugü iiio t


ató quc voce o encoltre
e o levc de vollâ pra.âsâ

,\coìderne por clcntro


(liu não coÌÌsigoa(oÌdaÌ) O €stlo dérkdâ vocâlstãAmy
Acol(:]er!e po. denl.o Leeê asmúscasdeprêss vasetrá
g casdogÍupodêrockEvanesc€n
Me.hanìe e rne sahc da escu,idiÌo cerêcriam a êltetcaultraromân
tca. A maor parredas etÍasdo
gr!poexporao o€sesp€ro, Ìa.n
Obrigìe meu san$c a liuir do dê amor,doÍ e soíÌrrnento,
(eu não consiso r(oÌdar) comoé o casoda músca"Brng
antcs quc cu úe deúâçÀ
cômseuscoegasqua
Discuta
sàÌr'enÌe do nãda cni quc eu me lomei é o estâdodê êspÍto ernqLrese
l encontTao eLrlírco da canção?
t...1 Q!e eeÍìrentosde lingragem ìn
t-!I, Am]'; MOODÌ] Beni H()DGES, Darid. tlring nìc d camesseestâdo dê espírto?A
do eu lir co pode
to ìife .IÌìbÌtìrrl.r Lvtu,es.en.e.b:aal,.r. cafâcterização
Ri(,de làrüo: sÒnr 2003.L.úrdisponí?ì em: seÍintêrpr€tada comournar€lei
<httP://eraìes.en.e.Ì€d:s.rcÌÌâ.onLLìÌ:.t!Ía contemporânea da visao!l-
À$oenÌ:13!úr2005. deamoÌ?PôrqLrê?
tra-ronìántra

i
Amore morte:asvirgenspálidas
Conseqüênca do deslumbramento coma idéada rnorte, a mãgeÍn de
ferninnaseíámodfjcada.IvlulheÍes
beleza lânguidas,pálidas,e1éÍeas substÈ
tuemasvirgensrobustas
de estéticas
anteÍiores.
Assaltados pelodeselofísico,osultraÍomán-
tcos compóempoemasem que a assocração
entrea peíelçáofeminina e ostÍaçosda rnorte
parece condenaÍ quaquerpossib ldadedema
I nlfestaçãofisicado aÍÌìor.

O idealde belezaultra-romântico
é povoado
O rnaqnároullra-fomãntico por
pádês,imaculadas.
v rgens Esseldealleminino
pelareeitura
seÍáconcretzado aarktica
deal'
gumas personãgens
célebres
da teratura
un-
versal, dapeçaHamleídeShãkês-
comooíélia,
peare.Amantesnfeizes,coÍnoRomêue lulie-
ta, iambémseÍãoíconesLrltra-romãnt
cos.
M lãs o/ è/ ia,l35 l 1 3 5 2ó l e o 5 o b rÌep l d

qeracáo:
Sequnda paìxâ'.
ideaiizêçáo, e noÍe 263 a
L I Ì ER AÌ U R A

Pálida Tn dgem
No deÌírio da ddente mocìdade t...1
Por tua imàgem pá.Ìida livil
Se a vida é Ìírio que a pâi{ào desflora,
AfloÌ de coração do amor dos aÌìjos
Meu lírio ürginaÌ eu consen€ii
OrvaÌhei a por til
Somente no passadotive sonhos
O expiraÌ de teu caÌìto ÌaÌìentoso E outrora nunca meil
Sobre teus lábios que o paÌor cobria,
Foi por ti que na ardente mocìdade
Minhâs noìtes de lágrìmas ardentes
E de sonhos enchiâi
Por uma imagem pálidavivil t
E a flor do corâção no alnor dos arìjos
Foi por ti que eu pensei que avida in.eira OÌ-vaÌhei...só por ti.
Não iâÌiâ uma Ìágrinìa- sequet
Senão num beijo tlêmuÌo de noite... V ,\ r' D o.Ú ,,,,.,r.. tu" " ,.JJn4
\o-. \!r,i .' 2000^-,..." 1r,. ì /I'
NuÌÌÌ olhar de muÌher! t. rÍ<16 'gmcnro\

lq PaloÌ prrd? bid. r,


O eu ír co do poeÍÌìasuspira
e chorapor lma mulherde lábos páidos A
souçãoencontrada paraa desllusãoaTfoTosavêTn
expressaemunTaestranha
condiçáo: sea v daé umlífo quee destruído (desflorado)
pea paixão,entáo
elefoqedo amor(mantéÍÌì-se vifgem).
O u tra-rornântico
desenvolve otemadoaTnoTsexualzado dernodonegã-
tvo, sempÍe associado à condenação desuãrealzaçáo e comoum fatorde
corrupção humana.
Porcausa dessa postuta,idealzatotamenteo íelaconamento amoroso.
Somente em sonhosos amantespodemse tocar.A ÍrustÍação geradapelo
desejonãosatsfeto dá ao poemaumatensáoeíótca bastante grande.Essa
ren\áoserd,nê dd\ÍordLe s.rco, dèooesa oeÁl\ère-deAlevedo, a,

r A linguagem
da poesiadasegunda
geração:
imagense ritmos É

Embora a iberdade forrnalcontinue sendouÍntÍaçocarac-


teÍístco da produção poéticadã segunda geração,os autores
do período fazemusofecoTTente de a gumaspaavrasqueos
auxiliêm a construiÍas imagens de saudade, soÌdão,moftee
pessmrsmo.
Ostermosescolhidos a udema umaexstênca rnas depÍessi-
va, marcada em a gunscasospela ÍÍaconaldade:pálpebrade-
mente, natéria ìmputu,Iongopesadelo,desesperapálido sáa
apenasalgunsexemplos dasexpressÕes q!e os autoresseleco-
nam para registrar
urnolharmas pessiÍnista
paraa vÌda.
EmoutÍosmomentos, a obsessáo pea mortelevaesses mes-
mospoetasa evocarmêgensde anjosmacÌentos, leitospavo-
Tosos, virgenstr as,etc.Todaa séÍiede substantvos e adjetivos
queindcampaldeztambém seráut lizada
comfreqüência para
caracterizaT a belezafeminínaetéÍealdolatradapeos autores
do período.
O trabaho intenciona coma ÍnusÌcaldadedaspalavras me-
receatençáona poesada segundageraçâo. No ÍÌìoÍnentoeTn
johnNenryFu se i,silé r.È,
1 799- 1301 Em m uÌ as obr as que essapÍoduçãopoéticacomeçaa ganhardestaque nossa-
Íòmântcas,venospe$óasmedtândoa respeto do destino.
NestaobÍade Fusel,o desesperoe a Ía9 | dadedo seÍ ões,ã música tambémestáemvogae pÍovocaurnaceÍtaconta-
huhânod anÌedà5inceneza5 da vidaÍ.àm bemevdenÌes m i. à . . à ô . 1 ô < . Ì m ô < n ^ ò r . ô (

| 264 CAP|TULO
14
TITERAT U R A
--

Aaaka
I
De üvo,
Na daÌÌça
aüe cansa, Tranqúila,
Na \âÌsa,
Tão fìÌsa,
Corriâs, D e mi ml
Fugias, t...1 t
ABREU, Ctunún. de. Ár 1tua'õ. são Pâulo:
MadDs lonÌes, 2002.p.00-91. (Ingnento).

Bonnemâon, /ôÉr árcbái;./é pelá


reDpestade,I 799, ó eo $brc re a. o esv@çar Osversos de queo compasso
curtoscriarn,no leitol a impressão davasa
dàsrcupàse cbelosdêía mulherÊo
cÒntêíeentresuâpelebÍanó,ô têcdôê â estásendorecÍadopelaspaavras, pTomovendo um nteressante
eíeitornusical.
es.urdãô,
tÍâníôÍmannaen umafquÍa
quas fantasmagóÍiG Íágil e inlo(áw

Lanbrança de morrer
j
Nestepoema,Álvarcsde Aze\Ìedotrata dasquestõesque moveram
a segundageração:a morte, o amor e o sonho.

Qualìdo em meu peito rebentar-sea fibÌa. Só tu à mocidade sonhâdom


Que o espídto €nlaça à dor vivente. Do pá.Ìido poeta deste flores...
Ë Não deÌramempor mim nem uma lágÌima Se vileu, foi por ti! e de esperaÌça
Em pálpebrademente. De na vida gozâÌ de teus amor€s.

E nem deúòlhem na matériaimpura Beúarei â l€rdade santa e nua,


Aflor do vaÌeque adormeceâo ventol Verei cristalizar-seo sonho amigo...
Não qüero que umâ nota de alegria O minhavirgem dos errantes sonhos,
Secatepor lìteü tristepassamento. FiÌha do céu, eüïoü amâr contigoi

Eu deixo avida como deixao tédio Descansemo meu leito solitâio


\
Do deserto,o poento caminheiro Nâ Íloresta dos homens esqu€cida,
- Como ashorasde um longo pesadeÌo A sombra de uma cruz. e escrevamnelâ:
que sedesfazao dobre de um sineiro; -Foi po€ta- sonhoü - e amou na \idâ.:

Como o desterrode minh'alma errante, Sombns do !ale, noites da monlanha,


Onde fogo insensaroa consumia: Que minhâ aÌmâ cantou € amarâ tântoi
Só levo uma saudade- é dessestemPos Prot€gei o meu corpo abandonado,
Que amorosaiÌusãoembeÌeciâ.t...1 E no silêncio dermai-Ìhe canto!

Seuma Ìágrimals pálpebrâsme inunda, Mas quando preÌudia ave d'auÌora


Seum suspironos seiosiÌeme ainda, E quando à meia-noite o céu repousa,
E peÌaúryem que sonhei...que nunca Afloredos do bosque. abrì os ramos...
Aos lábiosme encostoua faceÌindaÌ Deìxai a lua pmntear-me a lousal

f q Pr€ludü: anuncia{,, prenunciara. AZE\"EDO,Ávdes de.In: BANDEIR{, Manuel1Or8.).Á,r,1"8ra doslÈta: |Ìa:íür l


h|e: ìápidêde ünâ !êprÌtürâ. fasefonânnca. Rio deJmeiro: Noa frônteirâ, 1996 p. Ì ?5-1?7 (FragneDto).

SEunia qeaúa: rlealizacáa,


paixãoê narte 265 |
T I Ì ER AT U R A
-
V
Í. No poematranscÍito,o eu lÍico falã de sua moF que,a parÌirde elemenlos
do texto,qua éavsão
tê. Que imagemele utilizaparase referirà vida de amorpresenteno poerÍìa.
e ã seufim na primeiÍaestrofe?
4. No poema,o eu lÍico Íaz reÍerênciaà mulherama-
r Qu€expressáo dessãestrofesugerequeo êu kico da. Elatem existênciarealou não?Justifique sua
or . der"" . d" -m -q" de olrìerlo? I 'p rq ê respostacom elementosdo poema.
porquê.
. Qua é a magemde mu herpfesentenosversosde
NâsduâsprimeiÍâsestroÍe5, o eu lúicose dirige Avaresde Azêvedo?
àquelesqueoconhecem eÍaz um pedido.o que
5. Nas últimas estrofes,o eu lírico pede pâra seÍ
ele pede?
enterradocom um epitáfioquepodeserenten-
r A justf catva paraessepeddo apaÍecena tercerâ dido como um lema ultra-romântico. Explique
estrofe,em queo eu lírco comparaa mortea duas por quê. {
situaçoes.Quaissãoe as? r NessasestroÍes,
o eu ÍricoestabeeceumaÍelação
. ConsdeÍandoessascompârãçÕes, explquede que de pÍoxinìidade
e ntegraçãoentÍe si rÌìesmoe a
rnêneÍao eu lír co vê a morte. natuÍeza.
Qualéea?
I E \" /r.d o d d ro r e - dr , o d
' t d\ do de. poê- n d a
-
g ê
6. Compareâs inÍormaçõesapresentadasnã ìinha
-g I'd d d oo o- nd ì r F piq r " por qlr -
" dotêmpodestecapítulocomasda linhadotem-
Releiâ. po do caprtulo13e dis(utaàsquestòes à següir
"SóÌevouÌna saudade- é dessestempos com seuscolegâs,
Que amoÌosaiÌusãoembeÌecia." r OLêlÁ d difeÍôr-èê-lÍô o. ê o..ê_i"êr-o"êpÍe-
r A quese Íefereo eu Íiiconesses
veÍsos? sent;dos nasduasinhasdo tenìpo?
ireÍsosind cãm a pfesença
r Esses de outro grande r De ol F n o1eÍa e.qaoifeÍ"r.è oolêr11
^ê. 1a se-
temada poesadasegunda geraçãooamor Expi 9undd geÌaçãororaântca,a produção de obrasl-
terárasmas voltêdaspêraquestÕes indviduals?

j
I rr
Lasrmrro
oeAoreu: g

versosdocese meigos
Casm ro deA b Í e u(1 8 3 9 -1 8 6f 0
o )o p o e t a ma s t id o e d e c a ma d o d a s e
!
gundageÍaçáo roÍÌìântica brasleira.Começou suaatvìdade literáriaem Lis
boa,ondeentrouem contatocompoetaseuropeus. Ernbora tr lheum cam
nhoindv duald ferente,acabaseìnteÍessando pelosrnesmos temasquefas-
cinavam os estLrdantes de Diretodo Largode SãoFrancisco.
A muscaldadede seusve|sos,oue acentuava a suavidade e faclitavaa
memorzação dospoemas, o modosensívelcom quetratoudetenTas comoa
saudade, a natuÍezae o desejo, sema cargade pessm smoe cu pêqueãpa
ÍeceeTnoutTos autoresda época,explicam suapop!ìaridêde, pr ncipalmente
entreo públÌcofeminino.
Comoaconteceu cornváÍiosescritoÍes desuageração, Casnì Ío deAbreu
morreucedo,aos21 anos,viUmadatubeÍcuose.

r Leveza
e suavidade
O o har ngênuoparaasquestóesdeamordestacã-se emsuapoesiae lhe
dá dentdade. Suasfiguras por
femnnas, exempo,náovêmassociadas a
imagens oemone.
Seuspoemasla am de aspectos
cornunsda v da: ã moçaque vendeas
floresco hidasnojaÍdirné comparada
aospássarosquebrincamentreasro
sas.Algunscríticos
identiÍcam,nessa
evocaçáosentimenta de peqr.renos
ob
]etose cenas,umavaoÍizaçãodoselementos prosacose um usoda ingua-
gerncoloquial quesóteaparecerá,
muitotempodepos, nosversosrnodernis-
-"" de lvldn-e
B"nde ra.

a 266 cAPlTuLo
14
TITERAT U R A

r Osbelosdiasdainfância
perdida
ç
Osêntimento também
aTnoÍoso âpaÍece pêlosaudosisÍno
srnbolizãdo deuÍrìa
áã infâncianocente, e perÍêiÌa.
ingênua Entreosnossos Casimirc
u trâ-romêntìcos,
È
deAbÍeué quemva exploraf
oternado saudosismo.Seusvê6os 5irnpescâíram
! nogostopopulaÍeêlesetornou poetãs
uÍndosmaisconhecidos desua geração.
! A inÍáncia
como momenÌo de fe cidadesupÍeÍÌìa nosco-
foi imortalizada

nhecidos de Casm ro deAbreu.
versos
:

Merc oito anos


t
Ohl que saüdadesque tenho Que auroras, que sol, qüe vida,
Dâ auroÉ da minha \ìda, Qu€ noites de meÌodia
Da minha infânciaque da NaqueÌa doce âÌegÌia,
Rô Mâcêé,
reliãoserÌanaFguera Qüe os anosnão tÌazcm mais! NaqueÌe ingênuo tòÌgar!
BËnca,
tu,ondecasimrodeAbrcu
pa$o! a inÍãnca Que amor,que sonhos,que flores, o céü bordado d'estrelas,
NaqueÌas taÌdes fàgueims A telrâ de aromas cheia,
Àsombra dasbmaneiras, A! ondas beÍardo a ar€ia
E
Debaixodoslarmjaisl E a Ìüâ beìjândo o marl

Como sãobeÌosos dìas


Do despontarda €xistênciâl
- Respin a alma inocência
Como perfumesa nor;
O màÌ é - lâgo ser€no,
O céu - um manto azuÌado,
o mundo -üm sonho doumdo,
Aüda-um hino d'amorl

U ÌasEn6, amena, uaÉs, rsradtui! ABREU, câsimi.ô de. ,4r @haxdd. São Ìauìol
Mrii rontes, 2002. p.38-39. (FraSment,.

Todasasimagens associadasà infánciasãopostivas.


A natúrezaé cafacte-
rzadapoÍ árvoTesde sombraacohedorâ,o maré comoum lagoserenoe o
céué estÍelado.
Nesse cenáriopaÍadisíaco emeÍgeo traçopfinci-
do passado,
pa quetoÍna a infâncaum momentotão saudoso paÍao Lrltra-româ
nt co:
erao tempoda inocênc a. Casm Ío deAbreufa a expictarnente dissoquan-
quea almadacf ançarespra "inocênc
doafiÍÍÌìa a" e mencionaasbrncade -
Ías"ingênuas".
A nocência da crançaé perdida na idadeadulta.O poemareprcsenta
uÍnapossibiidadede deÍoÍma deaizada,essetempoperdido.
reviver,

r A idealização
da pátria
Ao ladodo olharmaisposìtivo
paraa vida,CasimiÍo
tambémidealizou a
pátra,cantando
oternadassaudadesdosexlados inaugufado poÍGonça ves
Dias.Urndosseusooemas maisconhecidosé um cantode louvoÍao Brasi.

qeÊçâa:idealìzação,
Sequnda paixáae nafte 267 a
I . I ï ER A T UR A
-

Minha terra
Minha tetra tem palmeiras
Onde.anta o sabiá.
G. Dias

Todos cantam sua teÌÌa, Tem tântasbelezas,tantas,


Tãmbém vou cantar a minhâ, A mìnha terra natal,
Nas {ìébeis cordâ, da lira Que nem assonbaum poera
Hei de f^z ê-Ìa ranÌha; E nem ascantâum mortâll
Í
-Hei de d,ì he a reaÌeza É uma terra de a'no.e'
Nesse trono de beleza Alcatifada de flor€s
Em qu€ a mão da natuÌeza Onde a b saem seusmmores
Esm€rou-seenquânto tinha. Murmüra: - não tem riEÌ!
LübM - 1856.
t...1
ÁBREU,Casiniro de. ÁrlÌm,m. SãoPaulo:Martirs
!0 nct*, naco,semto4a. Fôntes,2002.p. 1!-23.(Fragmento).
E3ítuu*: caprichou,
Èalizoualgo
cor .nìdàdo e lelfeiçáo,
Alc!úIadâÌ arapêbdâ.
A pátra é a "ra nha" a serloLrvada.
Asjóiasdasuacoroasãooselementos
da natuÍeza semiguaicornquefo agÍacadapoTDêus.

.ì!,
j
;
ó
Sonhosde uirgem
yeÁot o eu lírìcopergunta a uma virgemadormecídao que ela sonha.
/Vestes

Que sonhâs,üryem, nos soÌìhos Quandotu dormestranqüila, [E racivo: rclari\. à rnììaÌidade, à


Cerradaa negrapupila ê
Que à mente tevêm risonhos
Na primavem inda em IÌorl E o lábio doce a sorrir Áçü.M: pÌrnrd daranília doslirios.
No ceÌestederaneio, trntão o soÌìhodourado Vn!çào: rcnto lÌescoe sìaÉ.
No doce bater do seio, Nas dobr:Lsdo cortinado
Que sonhas,üryem? - amor? Vem esmaÌtarteu dormirl Lou{á: bela,rgrâdiveì à Àâ.

Que céus, quejardins, que flores, Oh, sonha!- FeÌiza idade


Que Ìongos cântos de amores Dasrosardaú.gindade,
Nos Lindos sonhos te vêm? Dos sonhosdo coraçãol
E qüândo a mente delira. Puro verg€lde açrrcenas
E quândo o peito suspiÌa, ou lago d'águasserenas
Suspira o peito - por quen? Que estremeceà üraçáol

Sonhando mesmo acordada, Feliz!FeÌizquem pudera


Pendida a fronte adorada, Colher-tena primavela
Num cismd mgo e sem fim; D€ galasrica e louçãl
Do oÌhaÌ o fogo tão vivo, Feliz,ó l'lor dos amores,
A voz, o nso Ìascivo, ÀBREU, CasnÌìim de. Paìa! .o,Pll.h'
Quem te beber os odores d, íiannin d. Á1,a. Rio deJd€úo:
O pensâmento é -pra mim?l Nos orvalhosda maÌìhãl Ediou.o. p.72.

a 26a cAPlruLo
14
TITERAÌU R A
-.

Nasduasprimeiras estÍofes,o eu líricoquestionaa virgemâdorme-


cida.O que elesupõeque ela sonha?
I O poetasebaseiana dadeda rnoçaparafazeressa Explque
suposição.
porquê.
t De queíoÍrnãessaidadeé caíacteÍzada?
Observeas expressõesutilizadaspelo eu ìírico pârâ se reÍeriÍ âos
sonhosda virgem,
"que sonhas,úrsem, nos ro"à(rs
Que à m€nte te r'êm ÌÌronÀorI...1
No utPÂkdatdn.io 1...1
Nos li'idor ron l,or te vêm?
F.ntào o sanha àourdtlo

Íefleteã visãode amor pÍesenteno poema.


. O usodessasexpressões
Expiqueporquè
3. O eu lírico se refere tãmbém a momentosem que a jovem "sonha
acordada".Releìa.
"Sonhandomesmoacordada,
c P€ndidaa fronte adorada,
'1e Num ,,.mar ragoe.em fim:
Do olhâr o fogo tâo vivo,
A \ o/, o ri-o ìr, irÕ,
O pensamentoé - prâ mim?l
r A descÍçãodasreações
da Íìoça nessemornentosugereutna mag-ôÍì
t porquê
massensualde mulherExplique
1900.
.t- Qual é o desejoexpressopelo eu lÍico nâ últìma estrofe?
t A nìanfestaçãodessedesejoÌevêlaumav sãodo amorquesedlstLngue
dâ quecaracterzoua segunda geração romântcaExplqLleporquê.
AÍieleCalibã
Ade e Caibasãopeuonagens
dêú t nìapeçaescrita pofShakês-
peare;A lempestãde. EspÍftos
queservern a um rnesmo
.presentamcornporramenros
sênhoÍ,
ÁlvaresdeAzevedo:
opoÍos.Arielé cordatoe, a nda
queàs vezescontêste
recebidas,é obediente.
as ordens
Calibáé
ironia,amore morte
MOEntO, tempesÌuoso mas,em- Emtodosos textosqueescÍeveu, ÁJvaTesde Azevedo sernpreexpoÍouo
boraeventualmente obedeça,não tema dos desesperos passionais,
tratadosa partr de duas peÍspectlvas:
a séÍia
o faz semprotêstar. A vaíesde ea rônica.É o póprlo autorquern deÍ ne,no preÍácioà segunda parteda l/ra
Azevedose rêtêreao contraste doi vmte aros, asdLrasinhas da sua produção lteráíiêi"Nos mesmos lábios
entÍees9a5 duaçnâÌlrrezasno pre- ondesuspravaa monodiaarìrorosa, veÍÌìa sátiÍaqueÍìorde".Monodiâé a
íácto da Liràdas vinte anas: A denomnacãoouesedáa umcantoem uníssono. O sentido do teínroé im-
Íâzãoé simples. Êquea unidade poftanteno contexto,poÍquefevea queo poetaperceba sua íTcaamoÍosa
destelvÍo íunda-senumab no-
miã:- duasa rnasque moram comotextosoueexpressavam uÍnamesrnê visãodealzadado amor
nascavernas de urÌìcéÍêbro pou \e
Ap'eseì.èndo cor'loAIrele cê|bà.d_ioe oe'rò^to, Álvèresd" Aleve-
co mâiso1rmenosde poetaes do prepara o etor para poeÍnas que exploÍãma5angúst asarnorosas ou as
crêveÌarneÍe ivro,verdadeira ÍidicuaÍ zam.Desse jto,
conf nasce a identdade iteÍáradopoeta, qLleotoF
medalhade dlas faces".Ee Íe_ na únicoentreos ultra-Íománticos: o modocontrastante de tÍataros temas
conhece, assnr, suacapacidade que
da éDocafaz coTn rompao tom monocórdio e desafieumaconcepção
de apaxonaFsêperddâmentê, hoínogênea de lteratura.
e estática
mastambém de riÍ do própÍioar-
Álvaresde Azevedotêmbémsê distnguepor seÍ o pÍimero a trazeTa
ironiapaÍao centÍodacenaÍomântca.

pè,.êoe nane 269 a


qeracàade.hzàçàa.
Sequnda
t I Ì ER AI U R A
-

r Liradosvinteanos
Obradivd daemtrêspaÍtes, a llra dosylnteãnos
: revea as diferentes íaces iteráras de Alvaresde
: ATevedo. A p. -eird e et(êÍã pdÍrêc \áo Ìã-cà
"
Ë daspelosentimenta hsrnoe egocentr snìo típicosdos
u tÍa-românticos.
5áopoemêsque fegistram o fascÍno pêa déia
de morrer e a atraçáo pelasv rgenspá dase fras.
a Neles, a possibildadedeconcretização doamorfica
co' Íi ' ddd do -1u_do do) on_o\êdd nèg l a.áo. r
:

RôdoÍoAmoedo, 1885 óleo sobreÌea,65,5


x 36,5.m Nesrarea,
^/u, podêmôsdentiÍicarrraços
da dealzaçéoultra{omântcada mllher a
se.s!â rdôdeassocada à larquÌdez.

Quandoà noite no leitopetfumado


Qumdo à noite no leiio perfümado I
Lânguida fronte no sonhar reclinas,
No lapor dâ iÌusio por que te on aÌha Obsetoea "cenâêmorosâ cr
âdanopoemaoe! iÌco descre-
Plânlo de amor âs páÌpebrâs divinâs? !Ê !ma ml l hefql e dorme. E aé
âpresênÌaoê a€ acoroocom os j
.ichèsutÍa romêiticos lvrg iô,
E, quândo eu te contempÌo adonnecida Íostoângudoi expressãó sÕnha
SoÌto o cabeÌo no sual€ Ìeito, ó
A aproxmação e o beilorou-
Por qüe üm suspiro tépido ressona bãdo(terceÍêenroÍ€)acortecem
E desmaia süa,!Íssìmoem teu peiro? .om a donzeêâdÒrmecdã Essâ
condçãoé o quepermiea apro-
x màçãosemÌscode cofcretza-
Virgem do meu amor o beìjo a furto çéô dÒ encofÍo arnoroso. En-
qLanioêã doÍmeesônhê, elenos
que pouso em a fâce adormecida Íaa sobrcs suasíêntasas, dê
Nâo te lembra ÌÌo peito o xandoclaroqúeé governado peâ
E a febre do sonhar de minha vida:
Alémdosc ásscosromãntcos
queízerama deÍcãdospoetas
da sequnda geração Byron, DoÌme, ó anjo de amor! no teu siÌêncio
parêqueêvrgeíìpets
Nôêpêlo
MLrssete Hene , ojovenì Ávê- O meu peito se afoga de ternum maneçaadormecdâ, ô e! Íricô
rêsdê Azevedodevorava oLrtros E sinto que o poÌì'ir não laÌe un beúo deixa opçáopelafan
entreversua
auÌoresna so dãode SãoPaulo. tasiaEa nãoevta, porém,a ma-
Nos poemasda Lira das vinte E o .éu um teu srÌspìro de ventural niÍêstêção do desejoele afirma
quêó íltuÌo vae menosqueum
âroi, ee Íevela,pormeo deepí- beijo;o cé!, menosqle uíì sus
grafês,.s fontesde sua nspÍa LÌm beiio dn'inal que acende as1€ias, p rodea eqradamr hêramadâ.
ção ierára:ceorge Sand,Vctor
Que de encantos os oÌhos iÌumina,
Nê5duasúltimasestroÍes, o e!
Hugo,ShakespeaÍê, Dantê,Ìhé- íf.o, âÕmêsmôÌempoen qLre
Colhido amedo como floÌ da noite assocaa manfestâção Íír ca do
ophlleGautet Lãmartine,A exãn- amorao medo{o bejo d v nalé
dreDumas, Goethe,Afred.dêVg- Do reü lábio nâ rosâ purpurina,
''.ôh do a medo), aÍirmao de-
ny,Slìeley,Cervantes,
Chatêãubr - sejodêterrevvdasas usõesque
ande Andrédê Chéner,entre E um voÌver de t€us oÌhos bansparentesj
outros.A presença de poetãsn- Um oÌhar dessapâpcbra sombriâ,
gl,"ses
e fÍdncesesenircosprefe-
r dosde Ávaresde Azevedo Talvez pudessem reviver-me n'alma
toF
namâisclara a nfLrêncaeuropéia As santas ihNôes de que eü ïiüâl Ázl\':EDo, Ínfes de. orla â,nlâk. Rio de
Jú€ìro: Nor: Aguitaf,
2000.p.13313.1.

a 27O CAPITULO
14
L I T E RA T U R A

Nasegundaparteda Lirâdosymteanos,o hufiìor,a roniae o sarcasmo


emergerncomforça.Ernlugardo medoda concretizaçáo físca do amoí,o
queselnteÍpõeentreosamantes prosacos,comoa d stância
sãoobstáculos
q .e c ô o d .ó\uds !dsds.ou os gó\l o\ ^ô(e. dÍro pórd coÍl ê.d d Toçè

Namoro d cdaalo
nÌr moro em Catumbi.Mas a desgraça
Que rege ÍÌinha vida malfadada, t
PôsÌá níÌ Íim da rua do Carete
A minha DuÌcinéianamorâda.

t...1
TocÌo o meu ordenado \âi-se em florcs
f, em Ìindas folhâs de papel bordado,
Onde eu cscrevo trêmülo, amoroso,
Aìgum vcrso bonirc... mas furlado.

o poetacriacenasengÍaçadas
NessecontextoÍÌìaisdescontraído, que eTn-
!
nemsemprecolaboracoÍÌìosjovensapalxonados.
bramao e tor quea realidade

9 t...1
onteÌn tinha chorido... Que desgÌaçal
Eu ia à trote iÌÌglês ardeÌÌdo em châmã,
NIàsÌá vai s€nào quando uma (arroça
Minhas roupas rÀfuis encheu de lama...

Eu não desaÌÌimei. Se Dom Quixote


No Rocinante eryuendo a Ìarga espadâ
Nuncavoltou de medo, er! maisüleDte,
Fui mcsÌno sujo ver a nâmorada...

Mas eìs que no passarpelo sobrado,


È Onde habita nas lojas minha beÌa,
Por v€r-me tâo Ìodoso eÌa i itàda
Bateu-me sobre as\,rntas ajaneÌa...

O ca\':ìlo ignormte de namords


Enhe dentes tomou a bofetada,
Anepia-se, puÌa, e dá me um tombo
Com pemas para o aÌ, sobre a caÌçada...
GustâveDoré, Dom Quiote e sancho
Parça,qíavura.Dom Quixote,o ntrépidô t...1 AZEI'EDo,Àures de.ohz ear&/.aRn,dejâncto:
(lmgnenro).
NoE r\güìlar?000.p. 2,12'243
cavaeÍo que bÍaôda suâespadacontÍa
terríves nìonnrosqúe náô pa$avamde
moinhosdêvênÌo,é mencionadoneíe
pôemâpôr Á vÍês dê Azevedopac
compoÌa tÍ íe f9!Ía do apaxofado O pobrecavae ro enarÌìeado,aém de rejetadopelanarnofada, acaba
qu€ não m-êdeeÍorços paraencontÍêr caindodo cavao. ÉeÍlìveÍsosassimqueo hurÌìorganhaformana poesiade
ÁvaresdeAzevedo.
Podêrìo.ver,_d\eidsèrüsr|(dê rón,dde poena\,o'ro e)re, a\iqo
-r
deque o poetadasvirgens lângudasé capaz
detratarde rÌìa5 mun-
assuntos
E Túoú, lèsriús, elcganrs, exagda'las danose expícitos.

qeraüa:ideâlinçaa,
Sequnda paixãoe nafte 271 a
t I Ì E R AT U R A
-
:i1>
r ,Voitena tavernal
históriasdeamore morte
-SiÌêncio, moços!acâbai com essascantilenâs horrí\'eisl Nãoredes que
as mülheres domem ébrias, macilentâs como detuntos? Não senús que o
sono da embriaguez pesa negro naquelâs pálpebms onde a beleza sigilou os
olhares da volúpia?
r\ZD!ÌDo, Áwes de. Orra .dull'r,. Rjo deJaei.ol I
ÉÌ s;gir.",,.roo. NÕvàAguiÌar 2000.p.565 (Frâgúêrlo).

A cenadeabertura dasnarrativasde natáverna nãopodeTia seÍmais


em um cenároem que mulheres
explícita: ^/olfe
bêbadas dormernsobreas mesas,
4 um gtupode Íapazes dá inícioao reato desuasaventuras amoíosas. Sãoeles
Sofiêri,BertÍam,
Gennaro, C audiusHermann elohann.CãdêurÌìadessas oeÍ-
sonagêns iráassuÍÌìiravoz
narratvã paracontâraventuras queenvovem o lado
rustraçóesde DiCâvacêftipara paraosu tra-roÍÌìânt
destÍutivo, cos,do sentimento amoroso: o deseio cãÍna
Noriena tayerrá,dê Á vâresde
A2êvêdo, edçãode 1941
Ashistóriascontadas nãodeixarÌì dúvidasobfea lçãoftnal:o amoÍverda-
dêro ro e oo- ve ópoca 'ro1e l\es\èobrd,o de; izdção p'esen.e -d p o."
ultra-Íomántca,agoraJeitaeTnteÍÍnosnegatvos, a cançasuaíorrnaÍÌìáxirna.
Macá,o,a únicâpeçadeteãtroescrita porÁlvaresdeAzevedo, apTesenta um
cenárionìuitosemehanteao de na têyeana.É em umataverna, à note.
quetem Ìnícioo d álogoentreo ^/olte
estudante Macároe um estranho, quê Tna s
tardeseapresentâ comosatã.Essa obra,quernostÍao nteresse do autoÍpor
teTnassatânicos,
seráestudadâ qLrando for apresentado
o teatroromântico.
O conluntoda obrade Àvarêsde Azêvedoé povoadopor magensde d
cu paassociadasà erotização do relaconamento amoroso, quêsimboizama
obsessáo desseautorcomo adornacabro davidae do amor.

Hístó asextaordiná ai: entrea lucideze a lou(ura

Durmte lodo úr pesàdo,smbrio e siÌentcdia outonaÌ, em qu€ 6 nurem pâim

=a-4p/ m op)lsimrnentt baius tro céu,eu esrivêpNcmdo, sozinho,ã ca1,alo, atrz!Ésde


úrà r€gúo do iDterior,sin$úmenre trjsbnha, e ainal me enconrei, âo oírem as
smbràs da tade, perto da ÌnelancólicaCas de Ushe! Nào sei .omo fôi, úas, ao
primeiro olhd sobreo ecliticio,irãdiu-me â alúa um senrinenro de dgúsrià insu-
porável t...1.Qrc €ra-parei pda peDsd que erao que tmro me peÍrurbà\ãà
.onÌemplàção da Caa de Usher?f,rã um misrérió iúreiEmente inslú\€l e eu nào
podia âpeender õ idéid sombris gue seacuhlÌla\am em mìm, ao mediLr nism.
tOE, ìldgm A. A quêdâ da câe de Ushe. I!: Pdta r lr,'a T.adução: Oscü
[E sa"or", NÍendese Milron Aniàdo. Rio d€Janeiro: Ddiouo. p. Ì 36. (Fragmento) ,
"l.".io-.

Qua serão ÍÌìÍério da Casade Usherquê dêspeÍta no narÍadordo conto


sentimentostãomeancólicos? AdmiÍadoÌrorescrtorestãodiíeÍenles.ornoBau-
delarc, CortázaÍe Verne.o norte-amercano EdgaÍAllanPoeé um mestredo
fomanusmo gót co.NasHlstó,êsexrraordlnárái,poereun LrunìacoeçãodeobÍãç
pnmasdo slspênsê conìo"A quedad. casade usher':"A cartarcubada', e seu
contomas conhecido, "O gaio prero".Emtodosees, é possíveidentficaro
qostopeo rnacabro e peo inexplicáve,
alémdo c manot!rnoe enjqmático que
fo umâdâspr ncpas caÍacteristcêsda litêÍâÌura
u tra romântca.

a 272 CAPITULO
14
LITERAÌU R A
-

1 Fagundes
Varela:
umapoesia
detransição
LuísNcoauFagundesVaÍela (18411875)costumã aosautores
serassociado da
segundageraçáo
Ernboratenha aparecido nomundoliterárodeSão
tardanìente
Pãúo,escreveu
textosu tÍa-românticos.
Oconjuntodasuaobrã,porérÌì,
trazalquns
poernas
emqueapaÍecem ospdmeross naisdapreocupação corntemassociais.
Êssã
caracteÍística
antecipa quedeíinirá
o traçoíundãmental osautores
dateÍceira
g ê rd G o o Tdnl k o dr e o.P o-es.c1' oi \o." uN toco10una--oÍoêIo_.i .oo. I
Juz de DiÍeito,Fagundes Varelatevesuavidamarcâda poÍ umatÍagédìa
pessoa : seupr meÌrofi ho Tnoffeu
coTnapenas devida.A dor pro-
tÍêsnreses
vocada poÍessaperdalevou-o à vidaboéma e âo alcoolsmo. Emhomena-
qernaofho,compôs urÍrdeseus poemãs masconhecidos: 'Cânticodocal-
vário'. Leiaa pÍimeiraestrofe.

Cânüco do calaário
A nenóÍìa de neLt filho narto a I tde clezembrode 1863.

Eras na!i.Ìa a poÌnbâ prediÌeta Eras o idíÌio dc um amor subÌime.


QÌre sobrc um Ìnar de angústiascoÌÌduzia Eras a gÌória, - a nÌspiração, -a páiria,
O ümo da espeÍançâ.- Eras a cÍrcÌa O porliÍ de teu paìl -Ah! no entanto,
Que cntre âr né\,oasdo inveÌno cintilala Pomba, - \,arou-te a {echa do destinoÌ
! ApoÌÌtando o câminÌro ao pegüreiÌo. Astro, - engoliü-te o temporal do nortel
Erlls a messc de Lrm doumdo estio. Teto, - caístel - CreÌÌça,já não vivesl
\AR[LA, tìgundes. P@,ar l]le.hin: EdeìbÍa t.2]2 2Ì3. (Fragm.nlo).

deabordaros
Apesar ternasrnas caTos
aosultTa-rornántcos soidão,ÍÌìoF
socal , Êaglndes
te, nadaptação Varea compôsalgunspoemas ernque a
escravdão corÌìoumainjustiça
é apresentada sociae urìraofensa
à humanidade.
j)

7.;'

I O texto â seguirrefere-seàs questõêsde 1 â 3,

Bertram
Bertram,uma daspersonagenssentadasna tavernasombriaem que se anbÌenta
a navelaultra-românticade Álvarcsde Azevedo,cÒntaa "perdìção"a que
íoí levado pelo amor de uma mulher.

LÌm outro conviva se Ìevarìtou. 1...1 tou-me os Ìábios ÌÌo aÌdor dos vinÌÌos e Ììa moleza
Es"eiou o copo cheio deúnho. e com a baba nas de seusbeljos, .Ìuem me fez delassar páÌido as lon-
mãos alvàs, com os olhos de v€rdemar fixos, Ênou: gas noites de insônianas mesasde jogo, e nadoidi
- Sabeis,uma mrÌÌher le]lou-me à pcrdiçào. Foi ce dos abraços coÌÌ\a sos com que ela me aperrâ\a
elâ quem me queimou a tronte nas orgias, e desbo- o sei ol I...1

seqúndaqe?üa: idealizaçaô,
paixãae nofte 273 |
tIÌERATURA
-

Um dia eÌa partiu; partìu, mns deixou-De os Ìá-


bios ainda queimâdos dos s€us e o coração cheio
Foi uma \ida insana a minha com âquela mu- do gerÌne dos úcìos que eln aí Ìmçra- Partiui mas
Ìherl Eü un rìajar sem fim. 1...1 sua lembrânça ficou como um fmtasma de um mau
Nús , ^ dir ' ef Jm ìrn (J d o \ a o ç o ' ro ' o m o p Fro- ânjo perto de meu leito.
Ìas âo amor; nossasnoites sim emm belasl
AZE\trDO,Alvres de.
Naih na talna e fDenat 6.abidú (]t Lìtu tÌ6 únb atuü).
são Panlo: [tôdernâ, 199.1.p. 25 28. (IngnenÌo).

í. ldentifiqueo que o narradordescreve


comoa "perdiçâo"a que foi
f
levadopor umã mulher
2. Bertramâtribuisuâdegrâdação moralâessamulher.ldentiÍiquea5
que se rêíerema ela e âossentimentosdo narrador.
expressões
r Que magemde mulheré suqerdapor essas expressões?
3. A construção dessaìmagemdê mulhercontribuipârailustrara vl-
sãoquê os poetasdã segundâgeraçãotêm do amor sexuâlizâdo.
Qual é êssavisão?
lustraçãode DiCavacant pãfê ê obrê . Deque maneirao relatode Bertramde xa mp ícitaa v sãode amorque
Nofe ,a aaverrê,edçâo de I941. seÍádefendidapeos poetasultrâ-Íomânt cos?

I O texto a seouirrefere-seàs ouestõesde 4 a 6.

E ela! E ela! E ela! E ela! j

Nestepoema,Álvaresde Az,-vedotàta de modo írônìcoo amor ultra-romântìco.

E eÌal é elal - muÌÌÌìurei tremendo, Oh! de certo... (pensei) é doce página


E o eco ao Ìonge murmÌuou - é elai Onde a alma derrâmou genús amores;
Eu aü... minhafada aérea e purâ- São versos dela... que amanhã de certo
A minha lavadeira najalìelal E1âme enviará cheios de flores...

Dessâs águas-fÌutadas oÌÌde eu ÍÌoro Tremi de febrelVenturosâ folhal é


Eu arejo estendendo no telhado quem poüsassecontigo neste seio!
Os vestidos de chita, as saiasbrancas; Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu a vejo e suspiro enamoradol Eu beijei a a tremer de de\.?ÌÌeio...

Esta noite eu ousei mais atreúdo É cÌaÌ é cÌal-repeti tremen<ìo;


Nas teÌhas que estalavamnos meus passos Mas cantou nesseinstante uma coruja...
Ir espiàr seu venturoso sono, AbÌi cioso a página secreta...
\rèÌa mais bela de Morfeu nos braçosl Oh! meu Deusl era um rol de roupa sÌú:i

Como doÌ:Ínial que profundo sonol... NIassc \{crther moÌrerì por \€r Cdlota
Tinha ra nìão o Íèro do engomacÌo... DarÌdo pão com nanteiga às c mcinhas
Como rorcara maliosa e pural... Se achou-a âssim mais bela, - cu mais te
Quase caí nâ rua desmaiadol Sorhlndo-te a Ìavar âr camisinhasl

Atastei a jarÌelâ, entrei rÌedroso... É elal é eÌal ÌÌÌeu amor, minh'aÌma,


Palpitâva-lhe o seio âdormecido-.. A Laura, â Bentriz que o céu re!eÌa...
Fui beijá1a... roübei do seio deÌa E cÌrl é eÌ.r! - murmurei trênendo,
Um bilhete qüe estâvaali metido... E o eco ao Ìonge suspiroÌr - é elal
MDvEDo, Á\zÍes de. P@r,6.,n t 16.
Rio d€Jâftnì: EdiÒuro,1995.p. 60.

a 274 CAPlruLA
14
I.IÌERAT U R A
V
ü ,1gü*rütarl6: espéciesde só1io. 4. Álvâresde Azevedo temâtiza, no poemâ, os sentimentosque to-
"De Morfeu DG bFços" domìndo. mam o eu lírìcoao ver a mulhêrãmada,Transcrevâalgumaspassa-
Mnioso agÌrdáÉÌ ad Òu\idos ndodioso gensque remetemao sentimentâlismo cârâcteaístico
da segundâ
CiGo: .on .Ìidàdo. zelo. geraçãoromântica,
5. Asituacãodercritano ooemâremetea um tema recorrentena lírica
âmorosa: a visãoda mulherâmadaâdormecida, ldentiÍioueasoas-
sagensque indicãmã idealização da cenae da mulheramada.
r Que elêmentosnão coíespondêmà deaizaçáocaracteísticâ da se
gundagerâção?
I Explique
de que maneirâesseselementos revêlarnumaposturáÍôn cã
em relaçãoao irisnìoexãcerbâdo
dosultra-ÍoÍlìântrcos t
literáriausâdâpêloeulíricopârajustiÍicar,
6. Quâléa re{erência ironi-
camente,o seuamor por uma mulherque não corresponde à ima-
qem de musaultra-romântica? Explìque.

Ìh
:
a
t

?
?
Antonio Candido(1918-)
e professot
Erìsaísta é hojeunìdoscíticosi prolessoÍ,
Antono Canddo contribuu paraa
teráriosde nìaiorprestígio
no Bras. Recêbeu, fornìaç;ode mutos doscrítcose professor€s
em1998,o pÍèmo Camóes cornoÍêconhecnìen' quehojeatuamnaspr ncpas unversdddespú
to nternaconálpêloconlLrnto
desuaobra.conìo b casbraseiras.

O poema até certo ponto peÌ'vêrso, "E ela" I...1; ou oütro, mais
ftincãm€ntejocoso, "Namoro a caEÌo ", pâÌecem à primeiÌa üsta mero
antídoto, ou pelo menos corretivo ãos intangíveis amores de outros
poemas. No entanto, têm lambém a tunçâo de r€forçálos. Uns e ou-
tros, com ef€ito, faÌam de amor€s não reâ.Ìizados;o burÌesco de uns
coÌÌesponde ao platonismo de ouúos.

IaANDIDO,Anbnio. aomdfaì d, ltrahra hBirzu monertos d€.isilos.


6.ed,BeloHo.izonteÌtariaià. Ì !81.112. p. 18?.(Imgmento)
.

E .1o"o,o,
.ng-ç"ao, .a.i.o.
Bulam: que pÌ.rcca o úo,

Explique
No comentárioqueÍaz sobreos poemasde lirâ r Releiâos poemas "Quando à noLteno eito
do5vmteanot Antonio Candido(onclui quehá uma perfumãdo" e "Namôro a cavalo" e procure
equivalénciâ entreo trâtâmentosérioe o irdnico oer-i-i(ar de que -ooo à rêla(áoaroÍosa e
dâdo âo temâ do amor nos poemàsde Alvàresde dp'eseriadaem -èdaLm oelê(
Azevedo,Redijaum parágrafoargumentãtivoem I ObseÌve, a paÍtirdacompaÌação
entreosdoistextos,
que vocêexplique€omoocorreessâêquìvalência, de que modo o "buÍesco" de um coríesponde ao
Antes de desenvolver seuparágrafo, sugerimos " platonsmo" do outÍo.
as segurntesetapas,

qe@çaodeahzêçao
Sequnda paj,'àô
e mane 275 4
segundageraçãoromântica:ofascínio da morte
j
t

1 t

Joseph DênsOdevêere,Byrón em5e!/e/ro


d emo ne, . 1826.
Ó l€os ô b fê te1ta6,6x
2J4,5cm A pinturamÕírâByron, que
hoÍe! ao utârpelandependênca g.eqa
côntraa Turq!a,côrnuÍnacoroade Ò!ros,
comoum anÌiqoherólgreqo. Osítú ôsde
s€Lspôenasaparec-êmins.rlosnacama.

Byron: a morte comolibertação


No ll ltTa-Romant sÍÌìo, ê morteexerceÍá
um gTande entreos poe- I
fascÍnio
tas.Byron seráo pÍinìeiro a cantar
a mortecomoo caminho q!e lvrao indÌvÊ
d!o da exstênca semsentido,maÍcada pelosofrmento ETn seuspoenìas, a
morteê apresentada corÌìournansêiodo sujeito.No trechoabaixo,a v da é
detndacorfo um "padecer" tncessantedo qua cada,,huTnana cratuÍa,,
gostaria de selbeÌlaf. :
!

Eut&násàa
t. . . 1
Monerl Alhures ir... Aonde? Ao paradeìro
Pârdo íÌJrl rJ,ìo foi r on,l c ud,, i r; rFr'
Ser outÍa vez, o nadai o qüeìá íui, primeiro
Que abrolÌÌasseà erisiência e ao \i\,o padeccrl...

Contadìs do ü\.er as horas de rentura


E as que, iseÌìtasda dor, do murdo hajaÌì co1Ìido,
Em qualqÌrer condição, a hÌrmanâ criatura
Dirá: "NteÌhor me foÌn o nÌrnca haver nascidol"
ü,u,*e, o, oro r.sr
Aìúlhàse:Áurgr$e, !às.c$e, bÍÍ,Ne. B\RON, CaoryeG,rdon Noel. Dispônn€lÈÌn:
<htrp://\$ajuna.âúigos.co!ì.bD. Á.e$. em: t5 abr 2005

do poetanglêsencontrararn
Osversos econavozdeváriospoetasbÍasei-
rosdasequnda geraçáo
fomántica,
sobÍeiudodeÁlvares
deAzevedo.

.276 CAPÌTULA
14
O descansode uma alma atormentada
A mortevistacomoo I m deurnav dasemalentotambérnganho!l!garnâ
poesiapré rnodernista
deAugLrsto do poeta,elêseÍáa
dosAnlos.Nosversos
vozquedrá âo eu ífco queo nìorìrento
do deseladodescansopara!mâ
existênciê enÍrn chegou.
atorrnentada

A esperanea
t...1 t
N{uita gcrte inlèliz assim Dào pensa!
No cntâÌìto o nìüÌÌdo é uÌÌÌa iÌÌrsão completa,
E n:'ú ó a Esperânçà por sentença
Este laço que ao muDdo ÌÌos rnanieta?

t...1
E eu, que \i!o arcÌado ao desâleÌrto,
Também espero o Ínn do meu tor|rento!
Na\'oz d;l N{ortc a nÌe bradar clescaÌ âl

ÀNJOS, ,{uguío dos. -Lì ú ,,/zr drd Rio d€Jan+.


i tr v íLood r l ,| | 'Ò . | |
1, .n

lI u-i"ru o,o.
"o'..0.
i Uma prece
No poeffrado modernista BandeÍa, o pedidoparaa chegadado
N,4anuel
f m deriadeirovem em forrnade prece.Paraurnav da semalegras,o eu ír co
roqaque lheseladâdoo quesemprebuscou:uffraboa morte

Oracão a NossaSenhorada tsoa Nlorte


t...1
DesengaDeime das ortÌas saDils
: (Pedi â muitìs, rczci a tantas)
i Âté que rìnì dia nÌe apÍese taram
\ S rnrJ R i rr du,l hl ,uìr\, i ..

Fui despacÌrado de ÌÌìàos vuiasl


Dei a rc,ftâ ao nìundo, leütei a sorte.
Nem deglias mais peço agoÌ.,
Qu, .,, ,e o i !F.,o,1.. dl egr.ò
Iudo que I'iesse,\,ì a tardel

O quc nalida pÌocuei sempre,


- XÍcus impoisí\'eis de Santa Rita
Darrne eis Ìrm diâ. náo é verdade?
Nossa SeÌÌhora da Boâ llortel

ÀÀNDEIRA, MrnueÌ. /jìú"ld ,, ,,/d ìrrta.


Riodc.jineno: No\.rrortcnì, Ì993. p 154155. (Ingnefb).

qeÊçãaìdeêlìzacãa,
Sequntlê paixão
e n,.rle 277 a
:'ilii:r
, i! tiÌrrÌ
" t' l
...' 1

PoronovegorJfl
htipr/www biblio.oíg/wm/
o Wèbmuseumestáno aí desdê1994e oÍereceacê$o a obrêsde a.te por períodoshistórcose
€Í ilos , s e p a ra n doos p o r p ê ísd e o ri g e m.Hé boâsi mêgensde W i l l am B ake (r7s7 1827),ârti stâ
notáveldo Romãntismong ês,que regjsüêvaem sêusquêdrose pôemaso místco e a emoção.O
s/tetambem apresenÌaobrasde casparDavidFredrich(1774-1840), románticoa êmão.Em inglês.
httpr/www.ínêtmuseum.org
O stte do Museu Metropo itano de Arte, de Nova York, oferêcea posib lidâde de visualzar
obr asde G é Íl c a u l(1 t 7 9 1 -1 8 2 4C),o ro t(1 7 96-187s)
e de ouÌrosnomesda gerâçàoromênti cado
s éc uo x lX E n ìi n g l è s .
httpl/ww.bibvift .í!turo.usp.br
O Jite da Escolado Futurô da Un vèuidade de 5ão Pauloofereceê Bib lotêcaV rtual do Enu
dãr t e de L ín 9 u aP o rtu g u e s aq,u e p o s i b l lta o a.e$o à obrê de Á varesde A zevedo,o pri nci pal
autoí dã sê9unda9erãçãorománticabrasileira,organ zada ern quãtro volumes:Lna das vintes
anos,Macátio, Noìtena tavernae Poemasmal.lìtos.
httpt/V\/\e. itaucr,rtura .or9.br
O ilte do InstÌtutoCultuíâl taú ofêreceaceso a b ograÍiase a uma breveantoiogiã do poeta
Casimifode Abreu. Além de matêrialdo êutor e de cronologiade fãtos, há a apresentaçãôde
:
a
a gum asp á 9 i n ã sd a c ríÌ.a s o b reo ê s c fÌtor.

ContasfantástícosdÕséculoX/X o Íânlán co vroféro ê o Í.ntán .o .olidiaÌro.trao C. vinoÍOro)


5ãoPàuo ComparhàdàsLetràr200,1
E s as el e ç ã d pe o escri torl ta o câl vi no,reúneos mãl s mpor
o e .o n Ìo sd o s é (u l oXl x , rê a l l zada
tantes nomesdã narrativa.urtã em temposromânÌicos.Nersaobrã,estãoos nãrrâdorese petro-
nã9ensque povoãramo magináro literárlode m stério,sombras,paixõesêvassaadoras,íeaçôes
ntempeíjvas, .iú mes.vingãnçasetoda ã sortede pesadelôs e desencantos aÍioro5os.HoÍímann,
EdgârAllanPoe,Chríian Ande6en, Stevenson,HenryJãmes,Walter scott estàoentre os norÍês
Ì ndic adopso r C âv i n o e q u e ta n to i n íl u e n cl aram a segundageraçãoromânti cabrâsi l ei ra.
Chopinem Paris,de Íàd SzLr c sãô PêLr o Re.ord,1999
B iogr a íi ad e F ré d é rlc h o p i n ,o l v ro â p rêsentâ
um reÍato do âmbi entecul ruíãlctuecercouo
compostor durãnteos 18 ãnosquê v veu em Parir.O ãutor ioi buscêr,na vastêcotrespondência
m ant idãp o r C h o pn , o s re a tô s d a se x p e fi ênc
âsde umâvi damarcadapel apã xão€ que setradu-
z u nâ músicaque o consa9roucomo reprelentantedo ultra-Romantismo,
Ret t at oc l oa n o r q u a n d o j o y e m,
d e D é c i oP9n.i ar sãoP a!o:C ompanhl ãdasLetra5,t990
orgânlzadopor Déco Pignataíi,o lvro apresentaum panoranìado amor jovem ão longo dê
.incoséculos, atravésdasobrasde grandesnoniesdê lterâturaun v€rsal,cornoDãnte,shãkespeãre

O Cavaleìradas Trevas. de FrankM ler r986


Históíiaem quadrÌnhosresponsávepelã reÍofmulaçãoda triste e vingativaf qura de Batman,
o hor nem-mo rc e ghoa,b i ta n ted a s u g e s tl va cothãmci ty,cfi adoem 1939por B obK ânê,B l Fi nger
e -ieíy Robìnson.Odão desdemulto cedo, na versãode FrankMiller,seguidapor rnuitasoutías
de ì gua in d l n a ç ã oro mâ n tk a ,e $ e h e ró i sombri cãrrega
o em suaã ma a certezãdè que umâdor
9er ãdape a p e rd êd ê p e s s o aasma d ê sj ê ínai spoderásersuperada. O ambi entesoturnoque câ
racterza as produçõesdê segundageraçãoromênticapodêrá sêr reconhecidonasíalas e dese,

| 274 CAPTTULA
14
ai a .

PoroossislirFl

Dan luan DeMar.a de leremy Levef EtlA, 1995


I ií ; ôqLê ê \ i \ e . e n i or.eÍpordreu.
"rbie.ró
a m í t ic a f gur a d e D o n J u a n , p e u o n ê q ê m c r i a d a
pe o e . p " n r r o T i . o d p M o l i . à e r e 0 1 , -
- n 610
d" . dl r i dr er l e p o r B , o . e Í '8 2 r . T o d ã ! â s c i
í ac t er Êt ic âs d o Ut r a R o m a n t i s m o e s t ã og â f ã n t i d a s
er plelè \ o\ è Y o r l d " r ô o " d qLr.do Jn
"..
jov em de 21 â n o s a $ L m e a p e B o n a l i d a d e d e D o n
J Ld. ê pr s d d . p r r d - d d o p o r u 1 p . , q ú i d rr"
".
pr "r ddo po. V r r l o l B r r . d o e r J - Ì a d e 1 " , J l l
m âs apar iç õe sn o c i n e m a .

PoroouviÍdì
. Ao vivo:o tempo nãa párá, de CazLrza Ro de làre ro
l.lnversaL, I999
A música"Exêgêrêdo, de câzuzã,evocao ro-
mê n ti s moê x acerbâdo dos poetêsdã segundage-
ração.O ideã de amor eterno e o exãgerosenti-
mentalesÌãopresentesne$a cãnção,estãbeecen-
d o L n i .l e re ,' dr " d dl oqocon d poê, é qLè .à
râctêfizolro chamado"mal dô século'1
. PrclúdÌas(Opus28),de tÌédèrc Chopi.
C h o p i né c onsderêdo,na músi ca, aquee queme
l h o r re p re s e ntaê 9eraçãou tra-roínánti .a.05
24 prelúdiosdô compostorsão consldêrados o pon-
to m a i sa l to do R omanti smoe suãobrâ Ínak peÊ
íê ré .e n q L -,e dp\l ol d à qeri dl i dàdedô ÍJtco
ao corìsêguirêxpressartodã a sua individualidade
atrãvésdas notasdersapãrtiturè.

qeËçioride;rëGqpêÀão
Sêqunúrâ e mÕri-.279 I
geração:
Terceira
a poesia
social
itú:tt::t:.i;.1:- !'t1,.;+ iai|.i.1. .. .',:Lrrt:;.a.t iit rt.i!: t:.it ;.iví,?
-
i :.,, ? a ! Í..t,:\.tt!Í7 4 !i t ì= ::..)i j .i t !).ai ,.: da te:-.aj tè a,-a:rai ;j .:
.a :i )i :i a i ' -à b :.' :i i :i :.t. ai tt.Li t ti i ê' i .)..,i :.::!ti ,.i t ::t: :1::+ t' ;i ' e,;:,
xj--: :;. aì::.:t..;:.:,rt !tli:;.: rri., t,tr.:ll':. .|:t,. iìi!,.-i.t:)r
! ..aí àitiaiat .,j .í,,!'..,,-t:j iti j ;..:t.aa' njj :.-,,:,j.:a.
_j t
--r)
: - .,.
-

-,rtrr

là.q!cs Ft en.e AÍ:q., 4;iúo dF c5.rãfo, lal9,


A e5.'n!.1;o Ío !mà làs pr i. fa 5 pre..úpdçõer ao5 poeÌãi dã tlr.e fâ

f 2ao cAPiruLa
15
O que vocêdevèrásaberao t. A imagemde abertuÍâretrataum serhumanonã condìçãode
escravo. da imagempermitemqueessaafirmação
Queelementos
1, Cono secancterízou a pro- possaserfeita?
dução litèÁrìa da terceí.a
geraçãorcnântíca. 2. A observação de umaimagemcomoessâdesperta que reãção
em
urÍìobservador do séculoXXI?Justifique.
. o que íoio condorchisno.
r (lm brasileiÍo
do níciodo sécuoXIXreagirado rnesmoTnodo?
. Quaisíonn as carc.teÍís- Porq!ê?
ticàsda prcduçãopoéticà
da tet.eítageração.
2. cono secàracterizoua obrà
QüarÌdo t|a7idc,sde roha. além de Àçoita-
. Qual é a naÍca dospoe dos, eles passam a scr disiingaÌidos por uma
mas abolicíonístas. marca que lhes é colocada ao re.Ìor do pesco
. Que difercnçâssua líticà çoe é muito eslÌanhâ. Trata{e de um colar
amorosêtnÍrcouz em re- de fel.ro, do qual se projeta quaseem
lação à poesiadà sègun- âÌìguÌo reto uma bârra também de
dâ geíação. fcrro termiÌÌâda por Ìrma cruz oü
aÌgo senìelhante à uma flof de liz.
9 1iÌÌâlidadedessecoÌd é não só estìg ^
matizáìos como escràlosfujôs nõ
tarÌbénÌ dificullar â sua tuge,já que,
ao tentarem abrir caÍÌinho no meio do
malo, a barÌâ de felÌo se embaÌaçaria nos
dbuúos e âcabaÌiâpoÌ esüangulálos. 1...1
I A muÌtidão de escrarosfistôsD:ìi nÌas com
e$c coÌãr de ferro ó umaproïa de como é
Ílrande o IÌúnìero dos que esião sempre
te tardo fttgit e taÌÌrbém uma pror? de
como Ìhes é iÌìsupcìrtrilel o tipo de .!ida

$ LSH, Rob. Àroiti,.' l,lraltl (11J2&Ì1129)ìlelo Élofizolte:


Ìhtìaià!São Prulo: Edusp, 1!ìa5. { 2, p. 13U60.

Dispônnt1.Ì!: <hhp:,//al$rcliolÌúbria.lìpg.ig.com.br/bco inì"genrl


escr"rorríoìen.ìâ.hÌm>. enì, 6 nrr 2005.
^.e\$

i CorÍrbasenessetexto,a que se reÍereo titulo Cast/go


de escftvo,
atrbuídoà imagem?
r o ,d \e ó d p o,d,ê nêloèoeoe--è iÍage- conoôc(d-
4. A máscarã de ferrocolocadasobrea bocaìndicaque esseescravo
já tentouo suicídio comendoterra.Explìque por queessamásca-
ra e o colârcontribuemparapromoverumacertaànimalização
do 5ernurnano.

5. A representâçãoliteráriâdo tema da escravidãoteve um intéF


pretede destãqueno Brasil:o poetaCastroAlves.Emmuitospoe-
mas,como "O nãvionegreiro",êle descreveu o sofrimentodos
negrose o absurdode suâcondição. Lerâ.

qeraçaa:
Tercetn a poestê
sacâl 281 a
I. I Ì E R A ï U R A
-

5s
SenhorDeusdos desgraçadosl Sáo os lÌlhos do deserto
G
IE Dizei-mevós,SenhorDeus! Onde a terra esposaa luz.
Seé loucura...se é verdade Onde voa em campoaberto
c Tanto horor pemnte os céus... A tribo doshom€nsÌìus...
att
o mârl por que úo apagas Sãoos guerr€iÌosousados,
{t Co'a esponjade tuasiâgâs Qüe com os tigresmosqueâdos
.E De teu manto esteboÌÍão?... Combatemna solidão...
ô Astros!noite! teÌDpestadesl Homenssimples,fortes,bravos...
Rolaìdâsimensidâdes! Hoje míseros escmvos
Vnrrei os maÌes,tuÍão!... Semar, semluz, semrazão...

Md$êâdos: mânchàdos. I...1


SeÍa lsc pais a óesc da Àiica.
Ontem â Serra Leoa,
A guena, a caça ao Ìeão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão...
Hoje...o P,rr, nesro, fundo,
Infecto, apertado,imundo,
Tendo a PÉrísporjagxar...
E o sonosemprecortado
Pelo ârrìrco de Ìrm finado,
E o baquede um corpo ao ÌnaÌ...

N-ì.BS, c,L\ií.. Ol,a únlLta. RjÒrleJãnêì.ô:


F
Nola-{güilai Ì9a6. p. 2al-:32. (r.agnc!to). 3

ã

I O eu líricoestabe
eceumainteÍlocuçáologonospÍimeirosve|sosdo
poeÍna.A quemelesedirlge?
I
r Qualé o adletivoquepartÌcLrlariza
esseintêrlocutor?
r Comoessaparticularização podeser inteÍpÍetadano contêxtodo
poema?
6. Quemsãoos outrosinterlocutoresdâ primeiraestroÍe?
r Porqueo eL.ríricotambémsedirgea e es?
t, Comoosèfricanos sãoini(iàlmente apresentàdo;?
r dentifique
os versosque ntÍoduzernufiìamudançanessamageÍn
Qualéa caradteístìca paradefinÍ osafÍcanos
escolhida nessesve|sos?
8. Releiaa últimaestrofe.Nela,maisuma vez,duasimagenssão
contrapostaspeloeu lírico.ldêntitiqueosversos
que introduzêm
cadaumadessas imagens,
r Quemomento da vldadosafricanos cadãumâdessas imagensTe-
presenta?
r Dequemodoo espaço pãrasirnbolizara
é utiizado mudançâ dalibeÊ
dadeparaa escravìdão?
9. O movimentoentre pãssadoe presentetornâ mâisevidentepara
o leitora tragédiâdâ escravidão? JustìÍique.
. A pontuação, prlncipaìÌÌente
o usodeexclamaçõese reticências,
é uÍn
impoÌtante paradesencadear
ÍecLrrso dosletores.Porquê?
a reação

a 2a2 cAPiruLa
15
L I T E RA T U R A

Umanaçãoembusca
deordem
Desde1840,opaiseragoveÍnado peo mperadoÌ D PedroI Cornl4ano5,
PedroI herddrado pa, aem da coÍoã,Lrrnpãísafundadoem lma de suês
TTla
oTescÍ seseconôrnicas
'1850 Lutassangrentas e revotasse alastravâmpe o terrtófo nêcjonâ haviaê
BaÌaadano Maranhãô, a revotados berâsemSãoP;!oeernMnasGeras,
o movimento dosfaÍÍouplhasno RioGrandedo Su. DuÍante05dezpr meiros
1854 dnosdo re nadodê Pedrol, a atuacãode LulsAvesde L ma e S vê,o DLrqLr-o
a paraconteros focosde revoltae abalaÍos qfito5de
de Caxias,íoi necessár f
repúbca e abolçãoqLre5e havarntornadopê êvÍasde orderapâramLrtos
oo5revoÌcì505.
r

!
1860 =

1462

1471

o"\" . q 3 d Õ oo b óô

Com ; prosper dadeda cu turã do cafe,na décèdade I850, o contexto


econômco brase ro corneÇou ê se modí car lentarnente.Os novostempos
de prosperdadeeconômca an anavanì a c asselntifundária EnÍe eles,egta
vam os ma s Íervofososdefensores
do s sternaescfavagsta

r Umamaioria
silenciosa
Desdeo nícioda coonização do Brâsi,o núrnerode escrávos aÍrcanos
vndos paracá superava erÌì muto o de portugLreses Entre1500 e 1822,
estma-seque a reaçãoentreessasduãspopulâçóes serà dã ordeffrde três
aÌr canosparaum p0rrLrg!es.
Apósa ndependênciã, a expansão da cultuÍado caféêumentoua neces-
s dadede nìão-de-obrâ,o quefezcrescer a mportação de egcfêvos
afr canos.
O tráfco neqrero hava s do pfo b do, por e , desdeI831. ssonãosignficou
o seu desaparec rnento,porquesemprehava aquelÊsque encontTavaTTl
meiosde burlara prc b ção
A Le Eusébode Querós,pronìugadaern 1850, nsttuíapLrnicóes para
aqueesqLrefosJemsurpÍeendidos realzando Tudosso
o tráficode escÍavos.

IÉrcÊiraqêfrçio á poÊriaro.iâi 283 I


TITERAïURA
-

lean-BaptrsteD€br€1,Cafreqadores
de café, loqravlfa,5écuoXX
Aén d etrà bâhãrf â âv ôuÍ ã,Ò 5
ês.fâvô5tfanspÒrtâvâm â pód!çáô
dÀ iâzeidã, dê câÍéparaa c dâdê

r A sociedade
sedivide
A meddaquea polêmcaemtoÍnoda questão dosescfavoscfesc
a, tTês
posçóessedef niarnentíeospolitìcosbrase Íos Osemancipacionistâs de-
fendarna extnçãolentae gradLra daescÍavdão, permtlndoqueos atfun-
d árosseorganzasserf paÌaslbsttur a mãodeobraafrcana, sempreluizo
a
oa5tavouTaS.
Urnaposçãonìas radca efãdefend da peos abolicionistas.Comoo
nomeindca,ê ê5propLrnhaÌ'na libertaçãomedatadetodosos escravos
ContraessasduastacçÕes, oíganzavam-se que deÍen-
os escravistas,
diarna manltençãodosstemaoLrexg arno pagamento deindenzacoes aos
-
propretáros,
casoa escravidãofosse aborda. i
Essaêgtaçáopolitic;compõeo cenáÍiono qua suÍgráa poesia daterce-
rageracãoromântica

;O Condoreirismo:
!a poesia
clamaporliberdade
Na regáo de SáoPaulo,pr ncpãlnìente,
rnuitaseramasfazendas de caÍé
queut lzavam,emlugaÍdamão-deobfaescrava, osirngrantes,
pÍ ncparn."n
quecomeçararn
te ta ianos, a cheqar êopaÍsporvoltade 1860.OsbarÕes do
café,a énrdefazendeiros,
erarÌìresponsáveìs
Ìarnbérnpea organzaçãoda n
ffa estÍutuÍa al quepernìitiria
conìerc negocaro prodltoquecutvavarn.
A pfospefdadeeconôrn ca,geradâpelasexportaçóes de café,fezde São
PauoumacdadecoÍf rnutosÍlìehoramentos: uz eétrca,rededê águae
esgoto,estradas novaspara evaro caíéatéos portosde exportaçãoNesse
ambente,lestase saraus ocorriarÌr
cornrnaor freqüênciaTinha-se a sensa
ção de estar
v vendoem uma cidade euÍopeia.
DieÌentedaEuropa, porém, a manchadaescrav dãomêcuavao solobrê
m qra.tes tè ânosem F antaçãode caÍé
em5ãôPâ !ô,.1 90 0 ElesalúdâÍ : mã sie ro.Nosengenhos, assenza asúmdase fr áseíãrÍìtestemunhá dadesgrê
qerarapro sp eÍd êde.o
e nô m . a pa! 5t a çaoe urnpovo.

a 2a4 caPlfuLo15
T I T E RA T U R A

pelosprÌncíp
Inspirados os ibertários
defenddospoÍVtctorH!90, poetas
comoCastÍoAlves,PedroLuíse SousándradeescÍeveraÍr]
sobÍeo hoíor da
escíav
dáoe outrosternassociais.

Ospoetasque1Íatamd€ ternasrcl.cìonados
a qu
nhê.dos.onìô
on"ec do i o ccondorei.ôs êdã vêrrênÌê
o n d o Í e 'r o i e qô.]âl.l;
/ ê 'l ô r Ì e 9 o Ld l d d
-or
clesqnacãode Condorêirismo.

Preocupado comos rurnosda prod!çãoartística Ì


deseugcontempoTâneos,
VictorHugorecomendava: "a artedehojenãodevebuscarapenas o belo.mas
sobÍetudoo bem".Umdospi aresdo berné a ibefdadepaÍasegurr o conseho
do mestrefrancês,
oscondore rosidentlÍcanìo obstácu
o oarãa ibeídaderel-
nar ivTe
eTnsoloamerica
no:um sstemãêconôm co baseado
nâescravizaçáode
negíos.ÉcontÍaessesistema,portanto,
quedevemseÍÌìanfestar.
Assm conìoVictorHugohaviaÍeitocoma água, o condor,avedâCordi
lheradosAndescapazde voaÍerÌìalttudesbemaltas,é escolhido como
símbolodaI berdade,daía origerndadenomnaçãoCondoíeir smo.
,z
;F
AmHca
A@rda a páúiâ e vè que é pesadê|o
L0 ri-u.i' ri,,r'.. O tonho da lgnomínía que ela sonha!
: Ádanlê:ÍeÌarirc à lendáriaÁÌtânÌidr.
Tonás Rìbeiro

F À tépida sombra das marar gigaÌÌtes,


DaADérica ardentc ÌÌos pampas do Sul,
3
€ Ao canto dosventos nas paÌmas brilharÌres,
Revoltano maÍ
,{ luz transpârente de um céu todo azul,
Ámirta4 de Steven Spelberg.
EUA,1997.Umarevoltê deescra- A filha das mat.as- cabocla morena-
c vosno navo negrero Amlsaad é Se ìnclina iÌÌdolente sonhando talvezl
o ponlode paftdadessedÍama
A fronÌe nosAndes rechÌa screna.
hÍórico Of nìetemo nìéÍitode
Íeconstitur Lrmâpâssagemda his- E o Adântico humilde se estende a seuspés.
tóriaaÍn€rcana quê ustrâasd s t...1
clssóessobreo stafusa serga-
Í.ntido dosafrìcãnosdêvêram ó pátda, desperra...Nào.ün€s a froÌÌte
sêr tfatadoscornomercador as Que enxuga-re os pruntos o Soì do Èquador.
pêrlencenÌes aosseuscaptorpsou Não mirâs na fimbrìâ do lasto horizonte
comôhornensvÍes,comdirêto ÀÌuz da alvorÂdâ de um dia melhorl
a voltarè sla terranatal?
Já lâìta bem pouco. Sacodc a cadeia
Que chamanì riquezas...que Ììódoas ie sãol
Não manches afolha de tua epopóia
No sangue do escravo,no imündo baÌcão.

Sê pobre, que inìporra? Sê lì\re... és gigante,


BeÌÌì como os condores clospíncâros reusl
Arünca este peso das costasdo Arlânre,
LevarÌta o madeiro dos onbros de Deus.

AÌj\DS, CâÍr!. orrz.o,ll,,a. Rio dejaneüo: Nov: Agnild,


(F.agm€rro).
Ì936. p. 2,142,15.

'fercena â paesìa
qerêcãa: saclâl2a5 |
I.IÍ ERATURA

O projetoliterárioda poesia
daterceirageração
A poesia,
atéentãoexpressãosubjetiva
deumsentmentalsmo exaceÍbado,
torna-se,cornCastroAlvese oscondore
ros,o nstÍurnentocleurnacausa socia:
a libeÌtação
dosescÍavos Poressemotvo,o projetolteráriodaterceira
geração
Íomántica brasileira poÍmeodapoesia,
sefádenunciat asinjustçassocas.

ZêzéBôtelhoEqas,Esíavo,
19!6,brofz€e pedraA
r Osagentes
do discurso
p r€o. upaçêméôdên u n c a ra s A condiçâo de produção dostextoslteráÍossemodiÍcaurnpoucoern
nlusÌças.omeÌoâs cônÍãos geração
.egrosnãotermno! cÕma relaçáoà da segunda romãntca.5eos u tra romântcoseÍamlovens
bertâção
do5€scravos em que, nf uenciados peosâutorÊsestrangeiros, isolavaÍÌì
sedasociedade e pro-
1888.Aindâfô sécuo XX, cuTavam darvazáo à fofçadossentirnentos,oscondoreiÍos participavamapai-
xonadarÌìente dos debatessociais.
ê nsprarnúmeros
artirtas
5êu nteresse pelasquestões políiicas
oslevaa escfever umatÌeTatura mars
engalada, ÍÌìâs consciente do contextobÍasle Ío do mornento,
Ascondições de circulação dostextoslterárosnãosemodifrcarn muito
eTnrelação àqueasdescrtas paraa segundageração Íomânticatsaraus, bailes,
assocações estudant s.Ao lãdodessesespaços, osjoÍnaisseÍortalecia
m como
instrumentos de divulgação dasobraslilerárias.
Eos escrtore5 sãbianTdisso.
Emcartaa LuísCornéio dosSantos, CastroAvesrecomenda:

]
OÌha. Tüdo quarto sair a respeìto de meu ljrÌo Io poerâ rcfere{e a /,,?.lJ
-8
l"rza,Íd'l , quero que Ìne Ìnandes imediatìmenre. Sejulgares ÍnesÌno que qÌuìÌ
qucr arÌigo deve ser transc ]fLo io lo'\ãl do Connrk,\è se o obténs, por quaÌqueÌ
Ë
pÌ eço. - Nos oferecimentos que tueres à Red?ções d.áquaÌÌúrjulgaÌes preciso €
à vnidade de s€rÌsred.,rtores.Queìn \,ãi à pcsa dÕe lerãÌ.aüóis t...1.
'!
ÁL\rEs,Casll.o.Orf d,r{rra RiÒde]anen.: Nor2ÂBxnd, 1986.p. ?tjt 768.(r.agnerto).

O poetabaanonãoseconstrangeemoÍientaro amigoa subornar fedato


ÍesparaconsegLrí
uín bonìespaçode d vulgaçãode seu ivÍo.Talvez,
iá na-
quea época, quea propaganda
soubesse é a aÌmado negócio.

A poesiâdaterceira
geração
e o público
OspoetascondoÍerospíocuÍamatingirum públicomaisnumêroso. para
sso,vãoaosteatros,àssâcadas doslornaise àspraçaspúb icasdeclamaÍ seus
vetsos.Ê o poeta-orador.castroAvêscomentaem cartaparaurÌìamigo:
"Vive-seaquide poesia,
ÍÌìúsica,
teatro,discussóesiteráras,etc.etc.[...]No
dia2 vouÍecrtarno Teatro".
Cornoele,TobiasBaÍreto,V ctoranoPalhaÍese outroscontemporâneos bus-
camarrelratarosouvrntescompoesasretumbantes queconclamam à ação.
No nteÍvao dasencenaçÕes principal
teatrais, fontede d versãoparaos
jovensestudantes,os poetassubamao pêlcopafadisputar quemerao me-
lhorglosadordemoies.
O público, pf ncipalmente
constituído peosa unosdãfaculdade deDjÍeto
deSãoPaulo, tornavapaÍtidode urnou ouÌro nìpÍovisador. CastroAves, dez
anosmãisjovêTn, erao quixotesco moçodeaíebatadas emoçóes e costuma-
va sar venceqoToessesemoaÌes

a 2a6 caPlfuLo15
TITERAÌU N A

Projetoliteráriodo Romantismo: r Linguagem:


a oratória
emocionada
A poesa condoreratemalgurnas característcas
bernmarcantes.
Cofflpos-
ta parasefdeclamadê, faz uso ntensode vocativos e excanìacóes.
A oon
tuação,alás,é um dosrecursos mas exploradospor essespoetas,urÌìavez
ftênçãodeat nqr um púbicômaror queprocuram dâíãostextosurntom característco daoratória.
Outroaspectodo Condore risrnoe o gostopeâs rnagensexageÍadas, h
perbóicas,que provocarnrnpacÌono leitore despertarn emoçóesmaisfor-
1es,comoosversos do poema"Vozesd'África"
iniciais
Ì
D c r.: o ti c,,, oIJ,
' \" cqr,,,:,orF.fur,Lt...
Em que mundo, enÌ qu'estreÌa tu fescoÌrdes
llmbuçado Dos céus?
H:r dois miÌ anos te mãìdei meu gdro,
QrÌe cmbalcÌe desde então.orre o iÌÌfiniro..
OÌÌ.Ìe estás,Senhor Deüs?...
t...1
Alvljs. cr*.o. O/,2.r,rrk Rio dc.lân.nol
[! Frb"Éd", ."."b.,.ro, oculÌo \oe Agìilir, Ì986. p 2902!3. (ììragn€nb).
Enbalde inulilnìente,em ÌÀ,.

Nopoerna, o contnenteafrcanod rigeun'ìâpeloa DeuspaÍaacabar com


o soffmentode seu5í lhos O Lrsodo vocãtivo (Deus),
segudo porexcama
! ções,já dá ao prmêiroversourntorngfandioso. A seqüência de perglntas
âssemê ha-sê
a uTÌìa
acusação:como Deus podetesterÌìunharo sofrrnento de
todo urì povoe não ntederr?
Ash pérboesaludam a grãvdêdedoapeo: hádoismi anosa
a auraentar
Aífcapedi!ãjudaa Deuse, desdeentão,seugrto "correo nfnto" sem
qualquer resposta.
Comessââbert!Ía,o poemaexpÍessa o díãrnado apelodesesperado de
uma"rnãe"(a ÁíÍica) quenãosuportâ mas o sofrimento de seusíìlhos. A
pontuâção e ash pérbolessãoos TecuTsosusados paratornaressedesespero
^ìêi.".ide tF.a beez" d"' naop l e ,o1-po". "^d\ -ràis, .àr .d
imaginação do letor "ri".
Eraesseo obletvodospoetas condoreìros

9
I

I
e

Ruqendas,Merádó dê êJ.ráló5
5é.úo XX, toqraÍa co or da a mão

lü@ia qetêcêo.ê paestòsaeal 2A7 a


T I TE R A T U R A
-

4s
No quarto aantodo poema "NavÌonegteìto" o Ieitor é apresentadoà recriaçãopoética
da rcalidade enfrentadapelosescravos
durantea trcvessiada Áfrìcaà Amérìca.

Era um sonho dantesco...O tombadiÌho E ri-se a orquestra, irônica, estridente...


Que das ÌueÌ1ìas averrìeÌha o briÌho, E da ronda lântástica a serpente
Em sangu€ a se banhd. F^z doudas espirais...
Tinir de fè1Ìos...estalâr do açoite... Se o velho arqueja... se no chão resvala,
Legiões de homens negros como a noite, Ouvem se g tos.-.o chicote estala.
HoÌrendos ì dânçar... E loam mais e mais...

Negms mulheres. suspendendo às tetas Presa nos eÌos de umà só cadeia,


MagÌas crianças, cujas bocas pretas A muÌridão faminta cambaÌeia,
Rega o sangue das mães: E chora e dança alìl
Outras, moças-..mas nüas, espantadas, t...1
No turbiÌhão de espectrosarmstadns,
]J-\jEs, r:,ttô. ObÌa.anpbta. Rio dejaneüôl
Em ânsia e mágoa vãs. NolaAgnilaf, 1986.p. 280, (FÍrgìeÍto).

[0 omrm: nedonho, pa*"osÒ o adjêtiÍo roi .Ìiado a paíir do none dô F.eh


iÌalido Dmr ÂÌighierì,quedescÌeveuo ìntènD nr ôbri ,,1lúira .rrrria
Lue.na: ìú intensr,clâúo.

"Eraum sonhodantesco,,." O termo "sonho"é usado,geralmente,


para Íazer referênciaâo conjunto de imàgensque vêm à mente
durânte o sono. Ele está sendo usâdocom essesentido no verso?
ExDlioue,
I EsseprìnìeiroveÌsoãnuncã as cenasque serãodescritâsno poema.
DescÍeva-as
:, Umã dasmârcasda poesiacondoreiraé o usode hipérboles.ldenti-
fique,na primeiraestrofe,exemplos
dessafigurâ de linguagem.
I DeqLremodoas h pérboescontÌibuempaÍadar dramatcidadeà cena
áoresentada?
3, o projetoliteráriodâ poesiacondoreira tinha intençãode denun-
(iar as injustiçassociâis.o que representa,parã o contexto do poe-
ma,a apresentação de âlgumasescrãvas comomães?
4. A terceira êstroÍeÍaz referênciaâ uma "orquestrar',A que corres-
ponde essâmetáfora?Que idéìâ essametáÍora explora?
r Porque a "orquestra"atuacomoum contrapontoaosescTavos?
I ldentf que,na rnesmaestrofe,outrametáÍora.
: Expiquecomoe a foi construída consdeÍandoo serquea representa.
5, Observea linha do tempo destecâpíluloê discutacom seuscolegasr
que acontecimentos âpresentâdossugeremuma mudançano pensa-
mento escÍavocrata de âlgunssetorêsda sociedade?Deque maneirâ
a poesiade CastroAlvesrefLetea necessidade dessamudança?

a 2aa .APITULA
15
LITERAIU R A
-

Castro
Alves:o último
dospoetasromânticos
A estréialiteréria
deCaslroAlvesacontece em um nìornento de modfica,
ção do contexto econôm co e po ítico braslero O crescimentoda cutura
urbana,osdebates emtornode deas democráticos, a revoltapea rnanuten
çãode um sistemã escravagista
sãoaspectos que nf uenciam o ãdoescente
quechegaao Recfe,paraÍreqüentar a facudadede Direito.
E sudp'od,(áol le dÍrd'êvelè uÌ -'rpoÍonledê\lo'Jre_ro ên Íêloldodo\ ì
1 textosdosautofes da pr meiraê segunda geraçÕes roTnánt
cas:o sentmento
: danatureza é substtuído peo dahumandãde;aordemdocofaçáo étrocada
e peã do pensanen'o. f..asduoiI aÍ.â\sáoo tíã(od sti-tivodaç .ãobra.
1 Entreos lvrosde poesa queescÍeveu, destacam se Èspumas í/utuartes
(1870),publcadoa nda em vida,A cachoelra de PâulaAfonsa(1876)e As
escrâvos(1883),pubicaÇóes póstumas.

r O cantordosescravos
Comod ssernos, CastroAlvesaderiuà causaaboicionista
e Íezde muitos
Esiétua fa praça
deCastroAves, poeÍÌìas
o espaçoparadìvulgar, o sotrmentoem quevÈ
entreseusleitores,
; queLevãÕnomedo poêta,
emSalvadorl4marçode2005. v arnosafricanos
escravlzados.
Ousado. o poetachegoua desafiaÍseusleito-
resa acornpanhá-o eTÌì
urnavsitêà senzala.

Tragédia no lar
t...1 Nãovenhas tu que acha triste
Leitor se náo tens {ìesprezo À vezesa própria festa.
De ür descer tu senzâÌâs, Tu, graÌde, que nunca ouüste
!
TrocaÌ tapetes e saÌas Senão gemidos da orquestÌâ
Por um aÌcouce crueÌ, Por que despertar tu'aÌmâ,
Vem comigo, mas... cuidado... Em sedasadoÌmecida.
Que o teu vestido bordado Estn excrescênciadà üdâ
Não fiqu€ no chão manchado, Que ocuÌtas com tànto esmero?
No chão do imundo bordel. t...1
Não i€nham essesque negam
A esnìolaao leproso,ao pobre.
A lüvabnnca do nobre
Ohl senhores,não mancheis...
Os pésÌá pisamem lama,
Porén asfrontes sãopuús
Mâs vós nas facesimpurãs
TendesÌodo, e pus nos pés.

Ar\.Es, c^úo. otm Riô deJDeúo:


"nl,,la
NôlaÁgnìlar,1986.p 232. (Ingnerb).

TüceìEqüaçao:a paesìêsaclai 249 a


I I Ì ERAT U N A

Osúltìmosversos sãoiÍônicos:o eu lírco confíontaa ourezadosescravos


à imundície dos senhores.ïambém sãoiÍônicosos versosqle adveÍtemas
moças para que tenhãm cuidado ê não rnanchem os vestidos bordados no
cháo imundo da senzala.O mesmo jogo é fetoÍnado, na últ ma estrofe, erÌì
reaçãoàsluvasbrancas do nobre.
Pormeiodecenascomoessa, Íca claraa ntençãodo poetã:há,nasoce-
dadêbÍasleiÍa,umasujeiraproÍundaque preclsa seÍ avada.A manchada
escravidão contarnina o tecidosocial.EmboÍaa elitesêmostÍeelegantenas
Íestase baiLes quefreqüenta, nãoconseguirá selivraÍdasujêrada alrnacau-
sadapea expoÍaçãoirnperdoável de urÌìpovo.
Ostextosmaisconhecldos sobÍea escÍavdãoaÌlarecerarn no lvro O.5e5-
crayos. em quea maiorpartedospoemas é dedicada aoterÌìa,Doisdeesse
destacamr "Vozesd'ÁfÍica"e "O navo negrejÍo".
"O nãvonegÍeiro"é umlongopoemaquetratado sofrimento dosnegros
confinados em um navio.Cadãurndosseiscantos compóernque o poerna
cíiaumacena para essa
caTacterzar ÌTavessia a
at ântica. imãgem in cla é a
que
de um baÍco singraos maÍes. Pedindo auxílioao a batroz,a água do
oceano, do
o eu líricoseapToxima baÍcoe descobre, horÍorizado,que o cená-
rio paradisÍaco escondia cenasmacabìras.
A últimapartedo poernapíopõeumainteressante Íeleituradaquestão da
nacionêldade, tão caÍaaospoetas românticos. 5e os versos indianstas de i3
GonçavesDiasdeÍendiam o orguho da pátÍia,a poesa abolcionista de Cas-
tro Avesdenunciao paísque eÍnpresÌa suêbandera síÍÌìbolomaiorda
naçãolvre- paracobriÍoscoÍpostoÌturados dosescravos.

ï
6s n
E existe um povo que À bmdeirà empreslâ Fatalidade atroz que a mente esmaga! Ë
P'ra cobú ranta infâmia e cobâÍdia!... Extingue nesta hora o òngas tn ,Ìrl,
E dei'(â-a transformar-se nessa festa O triÌho que CoÌombo abriu ÌÌâ iaga,
Em manro impuro de bacarÌte Írial... Como rm íris no péÌago proÍììndo l...
Meu Deusl meu Deus! mas que bandeira é esta, ...Mas é infâmia de mâis... Da etérea pÌaga
Que impudeÌìte na gávearripudia? 1... LeÉnta;\'os, heríiis do Nolo Nlündo...
SiÌênciol... Musa! chora, chorn tanto AndÌadâl man.a esie pendão dos aresl
Que o pavilháo se Ìã!e no teü prarìto... CoÌombol fecha a portâ de teus maÌesl

Auriverde pendão de nìinha tena, ru,vEs,casúo.otd.dnlrr, tuo deJaneiró:


NovrÀguilâr1986.p.28!284.(FragndÍo).
Que a búsa do BrâsìÌ beljâ e balança,
EstandaÌte qre a luz do sol eìrcerra"
E ar promesss diüÌIa! da esperança... @ Inpt.tdb: qnenào en pudor
Tu, que da liberdade após a guena,
Foste hsteado dos heróis na Ìmça,
Antes te houvessemroto nabatâÌha,
Pélago:abnno oceânico.
Que serviresâ üm pol'o de mortalhal...

A musica ìdadedosversosqueserêferemà bandejra bfasileirampressio-


na.a repetiçãoda consoanteb ("Quea brisado Brasilbeja e balança")cr a
umaaliteração quesugeíeo tremulardabande ra..ApósenurÌìeraÍ
a inspira-
çáorepresentada peo símboo pátrjo,o eu líTco concu ã estroÍecom uma
aíirmãçãosoÍrda:sera preÍerível
vero pavilháo naconalrasgado nocampo
de guerraa vê-loservindo
de Ínortalhaa um povo.

A 29O 15
CAPITULA
LITERÁ T U R A

Essaconstatação abrecaminhopaÍao apelof na. CÍistóvão Colombo,


descobridor daAmérca, e José
Bonifáco deAndrada e Slva,patronoda nde-
pendência bÍasleifa,sáoconvocados seusgestoshistórcos.
a desfazer Sea
descobeÍta do carninho rnaítmoparaa Amércae a Proclãmação da nde
Comooslovens ronìânicos que pendência brasileía signficama possbiidadedesubnìissão detodo umpovo,
o precederarn,CastrcAlveserâ entãoseÍiamêlhorquenáotivessem acontecido
um eitoÍvorazdosnìaiscélêbÍês
escrtoÍeseuropeus:
shakespeaÍe,
Aindaholea leitLlra de "O navo negreiro"revea a ÍorçapoétcadeCastro
Lamartine,lMlsset,V ctor Hugo, Alves e aluda a compreender poÍ quesuaadesão represento! um mpoftante
ByÌon.Ernvárascartas,pedeao irÌìpulsoà causa abo icionistâ.
amqo ReguelÍa Costaque he
ênve as trad!çóesque fez dos
0ea gunsoesses
veTsos aulores:
r A poesialírica:erotização
feminina
Ao ladodã poesiasobreosescravos, CastroAvestambémcompôsbelos
poemas lÍricos.
SualÍrcaamoTosa traráuÍÌìaimportante emrelação
diÍerençê
Como $i a Noìaa de Aqtbs. d.
B)Íon? A tua miúosã 6r;ntlaíãú
aosexageros idealzados dospoetasu tÍa-romántcosda segundageraçâo.
dapoesiadeLàmartine? Md por
Marcados uÍnasensualdade expícita, poemas
esses substtuemasvlF
da-as, qu€rô senlir o doce peitu gensnacessíve s poÍ rÌìuhercsreas, lascivas,
sedutoras.
me dos teus \crsos tíúidos e üÍ
gens como um seiô velado de lir
a 8e n... Que ro ler By r on e
LMtine na meÌodiosa |oada de 0 "adeus" de Teresa.
Avez primeira que eu fitei Tèresa,
j AI\tsS. Casüo. art% .rhy'lda
Rio deJaneüo: Nala A$iìaf, Como as plmtas que aÌ:|astuâ correnteza,
g
1986.p. ?r. (Imsmento). A !âÌsa nos Ìevou nos giros seus...
E mamosjuntos... E depois na sàÌâ
"Adeus" eu disselhe a úemer co'afaÌa...
castroAlvestambémfoì etor
apaxonado de poetasbrasleiÍos. E êÌn. corândo, murmurou-mer "adeus".
t Entreos seuspreferidosestavam
Gonçaves Diase FagLr
ndesVarela. LÌma noite...entreabriuseum reposreiro...
è
E da alcovasaíaum calaleiro
Inda beúandouma nulher semvéus...
Era eu...Era a píida Teresal
3
Ë 'Adeut' llìe disseconseÌ'vãÌìdo-a
presa...
E ela entre beijos Ìnurmurou ne: "adeusl"

Passdam-setempos... sec'Ìosde deÌírio


Pru eres dì\inaìs... gozos do EÌÌÌpíreo...
...Mas um dia.!oÌ\ì aos lares meus.
P,ìrtìndo eu disse- 'Vohâreil... descansàI..."
EÌa, chorândo mais que üma criançâ,

EÌa em soÌueosmurmuou-me: "adeusl"

Quando roÌtei... era o paÌácio em festa!...


F J \o/ d fI. e .ìê um húmem h na or.l ue.r' J
PÌeen.hiam de amor o azul dos céus.
Entreil... EÌa me olhorÌ brancn... surpresal
Foi a úItimâ lez que eu vi Teresà1...

E ela ârqüejando nurmurou-me: "adeüsÌ"

fü Rêpô3tÊiro: corrinâ pendente rle uma poÍà. ÀrvLS. Casbó. o/'a .,n rra tuo dcJaeifo:
\oa-{euild, 1986 p. Ì07.

qeracaa:
ïercena a paesìa
sactal291 a
tIÌERAÌUNA
-

A mulhertanìbémperdeostraçosdeperfeìção comqueerade-
natlngível
senhada ooTautoTescomoAvaresdeAzevedo e CasmirodeAbreu.TeÍesa não
sóseentrega aosbejosapaxonados do eu líÍco,cornonãohesta emtrocá-lo
poroutrohomerÌì.
TantonospoerÌìas sobreos escravosquantonosversos de amof,o quea
obradeCaslroAlves regstraé urnaÍÌìudança detomno RonTan'iisrno
braslefo.
questóes
Ao teÍÌìatizar sociais
e urnamormaiserotizado, suapoesiarepresenta
o amadurccimento da no55alteraturâ.Aospoucos, nossospoetasam encon-
tÍandourÌìavozrnãisbÍasieira, que por
ainda inspirados autoÌes estÍangeros.

Sousândrade:
a identidade
americana
Ao contÍárode outÍospoetasromânticos bÍasileiÍos,
Sousándíade se
pÍeocuÌrouerndefnir uÍÌìa dentidade de toda a ArÌìérca,e
reprêsentativê
nãosódo oovobrasìe ro.O Doema "Guesaerrante"usaelementos danatu
rezaandinaparaexaltara exuberânc a do cenáÍioamericano e a forçados
habtãntesdo NovoContinente. E
Emse! poernaépco,o autorretornaumaJenda dosíndiosquíchua, hab
O ternìoguesé,que signiíca "sem
tantesde regõesda Boliva e do PerLr.
casa"e mostfabema condição de errantee de desamparo queé abordada
no poerna,Íetere-se
a umacÍiançaÍãptadapelos que,
sacerdotes apósrepetr
as peregrinações
do deusSol,serásacÍifcada àos15 anos.As imagens da
forêmescohidãsparasimbol
natuTeza zaÍo espaçoa ndanãoÍansformado I
pelêcoonzação européa. j

!
Eia, jnaginação divinnl
osAndes
VuÌcânicos eÌevnm cümes calvos,
Circundados de gcÌos, mudos, alvos,
\u \c r' fl u h znd,, - q' rF ê\pcrá. ìo' I' dndc,' í
t...1
"Nos áureos tempos, nosjardins da,{mérica
lnlànte adoraçáo dobrando a crelÌça
Arte o belo sinal, nuvem ibéricâ
Em srÌa noite a envoìveu nÌidosa e densa.
"CâÌìdidos Incas! QÌrando já campeian
Os heróis vencedores do inocente
Índio nu; quando os templos s'incendeiâm,
Já sem ürgens, sen ouro reÌuzeÌÌte,
t...1
"E da existência meiga, alortunada,
O róseo fÌo n€sse ãÌbor âmeno
Foi destruído. Como en$angiientada
A tena íèz sorri ao céu serenoÌ

SOUSANDR\DE.cuesaeÍan1€.lnr C^IÍPOS, AuguÍo c Ha.oldÒde.


ü etor anmtrecer. Rr.I;ìião d! Sau:ãtulrtde.3. etl. Sto Pxul{,: Pe$pe.úrã, 2002.

a 292 15
.A TULa
L I T E RA T U R A

Nopoemâ, a 5ocedade inca,destruídapeoscoonzâdores espanhó s,é


apresentadácornournEstado rÌìodear,caracterlzado
poí umaorgãnizãção
socâ quefavorece a reêizaçãode grandes obras.
A tragedia
doGuesa representaa destrurçãodo mpóro incae suarnor-
: te tofna-se dof m detodasaspossibl
sírìrboJo dadesgrandiosasassocladas
àquee povornassacrado peosco onzadores. A oposcáoentrea veìhaor-
I dem(dosincas) e a nova(espanho a)pfornove o resgate
dacultura ameÍica-
nã,rnarcadaporvalores mas h!rnanos e juslos

Um homemà frente de seutempo


llrnadascarêcterísticês
Ínas notáves
deSousândradê nopoema
sedesÌâca
''cLrêsa
êrrante. Porrnero
dasandancas
dap€rsonagêrn,
quêpêrcoíeprâticâ-
mêniêtodaã Arìrérica
doSuatécheqaraosEíadosUnidos,
ondêossâcêrdoÌês
eÍão d íarçadosde enìpresáfios
emWal Stfêet,SousándradelácÍtìcaa esco
comoo novo"deus"dahumânidade
thado d nheiro Es5avisáonìuroavançada
paraa épocdfez conìqueo poetacomentâsse:"Ouvid zertá poÍ duasvezes
queo'GLresa errante'
serádo 50 anosdêpos;êntrsteci decepçáo dequem
escreve50 anosantes"

Wai ltíê€i,Novaorque,1890.
Sousândradê êÍêveeú Wa slreetem
1 8 7: ,ano€mquehô ú v e p â n .ó n ô

m O texto a seguÌrrefere-seàs questõesde 1 a 3.

A'mãe da caüao
lleste poema, a eu líríca revelaà mãe de utn íutura
escravÕo safrimento que aguada seufilho.

I
Ó Mãe do catirol qüc alegfe baÌaÌrcas
A rede que atâste nos galhos da selvâl
N{elhoÌ ru farias se à pobre criança
Cavassesa co\ã pof brixo di reha.

ó I{âe do.ati\ol qÌre fìas à noire


As roupas do filho na choça.Ìe paÌhal
NÍeÌÌÌor tu fuias sc ao pobrc pcclueno
Tecesseso parlcì da bmnca nÌorr lÌa.

Nlisérrimal E ensnìasao risre nÌcnino


Qrìe eìiìslem \,irlLrdese c|imes no mundo
!l eÌìsjrìasao filho quc seja b'joso,
QrÌe evite dos vícios o abismo pfofrlrìdo...

Iêtc,"in qeÊçaa:a pt esiât'.cial 293 a


TI Ï ER A T U N A
v
t. Releiââs duasúltimãsestíofes.Quãl é a imâgem
II possíveldeser
do senhordê êscrâvos identiÍicada?
1....ì r A escÍavidão
eravistade fonÌa negãtivapea so-
ciedadedo sécuo XX? Porquê?
Nào vês no futüro s€u rìegro fadário,
O cega diüna que ceeâsde amor?l
Ènsina a teu fiÌho - desonra, misérias, I O texto â seguirreÍere-seàsquestõesde 4 a 7.
Aüda nos crimes - a morte n.Ì dor.

Qu e ' jr . o\ af dc . . q ,,ê m u .h e e n ' u n a d u 'iÈfriiã,,.Ad.ormecida


Que de homem se torne sombÍio r€ptiÌ.
A visãode umajovem que dome é a t
Nem core de pejo, nem trema de raiva
Se a face Ìhe cortam com o Ìátego vil. inspíraçãopara estepoema de amor

Arranca-o do Ìeito... seu corpo habitue"re


Ao frio dàs noìtes, aos raios do soÌ.
Naüda- só cabelhe a tanga rasgadal
9..- Uma noite eu me Ìembro... Elâ dormia
Numa rede encostada moÌemente...
Na morte - só cabelhe o rcto lençol.

t...1 d quase abeÍo o roupão... soÌto o cabeÌo


E o pé descalço do tapete rente.

EÍsìna-lhç as doÌes de um fero trabaÌho... 'Stavaaberta ajanela. Um cheiro agreste


Trâbalho que pagD com píttriclo pão.
Depois que os migos açoite no tronco .
Depois que adormeçâ co'o sono de um cáo.
P É,xalalâr as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
üâ-re a noi|e plácida e dilina.
9

Criança, - não trema dos hanses de um márti.i De umjasmineiro os gaÌhos encuÌ'vados,


Maìcebo - não sonhc delídos de amorl Indiscretos enhavam peÌa sala, !
MaÌjdo - qüe a esposacoÌÌduza sorrindo E de le\€ oscìlando ao tom das aürâs,
{
Ao leito de\âsso do própdo senhorl... Iam na Íãce trêmÌ os beijála. c
t&) EÌa um quadro celeste!...Acada afago
u \ t\. I d uo fô , 44arrr. ìro P"uìo a"m.'rhú \í
Mesmo em soÌìhos a moça est emecia-..
trditon N2.n'ìâ1, 1959.p.2Ì!'22Ì (FmemÊnto). I
qundo ela serenaü... a flor beija\a'a...
\ quando ela iabeijarlhe... a flor tusia...
LU Íad,íÍio: ílestino& qurl .ró scpod€irsir
Rellil nese oÍêìtó, $ que t amso \
Pejo:vergonha,pudor \ Dir-se-iaque nquele doce instante i?
LâFg!: Li o- f\ Brincavâm düas cândidas cridças...
r cÌo :p'n, f.d u' o g
' ". A brisã, que agitâ\a as foÌhas verdes,
Púú do :qrid _d - np. ôôú' do
Fazia-lhe ond€ar as negras trãnçâs!
W
E o râmo ora chegavaora ;íastara*e...
'1. ldentiÍique,na primeirapârtedo poema,os ele- -
Mas qüando a via despeitada a meio,
menlosque indicamo desconhecimento da mãe
sobre o futuro do {ilho. P'ra nào za1ìgá1a...sacudia âÌegÌe
Uma chüva de pétalas no seio...
r Expiqueo qu€,segundoo eu lírìco,seriamelhor
 a <<? mi ê f?Â<( ô nal^ Í lh^
^'
Eu, fitando esta cena, repetia
. O quea mãeensinaao Íilho poÍ ignorarseudest
Naquela noite lànguida e sentida:
no comoescÍavo?
"O íÌor!- tu és a virgem dâs campinasÌ
2. Na segundaparte do poema,os ensinâmentos '\rirgem!- tü és a flor de mìnhavidal..."
que o eu líricoaconselha que a mãedê ao filho
sãodiÍerentesda primeirâparte,Que ensinâmen_È q â Arwç.r ruu.l".B\RBO\\ l r c d c ' i 4 5 '1 . ê o r 8 \ . , 4 "
p ú . ú . ò n t o l õ g id/ a p . - s " , 1 " . i , " b 'd , ì c i 'd q 1 u
tos sãoesses?Por que são necessários? Y -.úra,ò
P,u.o l dn "'u i. p .2qÌ-211.F zraefloj
r Pofmeiodesses consehossãoapÍesentadosaspec- !
dentfque-os
tos do cotidâno da escravidão. ' @ s tu: pÌanrasdafamiliá dd rosáceõ.
r Expique que visãosobr€a escravidão o eu Íico \ Álm: úrsens, bristu.
revelaao enumetaT essesãspeclos. \_
b
a 294 CAPITULO\,
TITËRAT U R A
-

9-* 4. O poemadescÍeveuma cenâ presenciadâpelo eu lírico:suaàmâdâ


adormecidaem uma rede.Comoa jovem é câíacterizâdâ?
t Essãcaracterização
sugereumaimagemde mulheÍmaissensual. di-
d ferentedaqLrela
mântica.
pe os poetasdâ legundageíaçáoÍo-
apresentada
Junflque,exemplif
candosuasafiÍmãçóes comexpíessões

5. Alémda moça,ouÌra "personagemrraparece:ojasmineiro,Que papel


,p ele desempenhã?
r Transrreva que indcamã peÍsonificação
as expressÕes desseelemento
,/
da nãtureza.
do jasmineiro
6. A personificâção jovemâosseus
e asreaçõesdâ "bei
jos" contÍibuempâra reforçarâ sensualidade
dã cenâ.Explique

& poÍ quê.


7. Releia.
"ó íor!- tu és aïìrgem.las campinas!

Y "\rirgeml- ru ésa floÌ dc minhavida!..."


I De que manerrd,nesses veÍsos,o eu líÍco estãbelece
dêntf cãçãoentrea rnulhere a ndtureza?
umâ relaçãode

i
1

Dantê MoíeiÍa Leite (1927-1976)


F
Fo professorna laculdadêde lilosoÍa da UniveÍsda oufroJtemas,desênvolvê!uma ìntêrêssantêãvaiação
de de SãoPauo. Em 1974,toÍno! sediÍetoÍ do nÍtu das lacetasassurndãs peLonacionasmo na produção
tod€PscoogadaUSPNovroO dmorromárnco
e literáriâ
do Romantsnìo
brasl€iro.

Com CâstroAlves,o ÌÌacionâlismoromânticoencontra,provavel-


mente,a suaexpressãonìaisâutênticae maiscompletâ.Algumasde
suaspoesìa!Ìnais belâ! adquirem dimeÌÌsãoe protundidade exalâ-
mente porqüe contrastama sinnção presentecom os símbolosesta-
belecidospelospoelâsânteriores.Em outÌ-d paÌaq:.s.a imag€mde
umpaís lilre ciada pelospoetascontrastacom a situaçãode escravo;
os.rmbolo.dâ Iâr urF/d.c, ho,a)n, om a r ali.lade E is\oquc
' 'ocidl.
ocoÌÌe, Por exe plo, em {Amédca"
LLITI. DanÌc Morein, O affi nnânttÒ t tuttú tt t^
São Pallo: NacionayEdup, l!79. p. 47, (FragmeDto) ,
ãr(plique
Dânte Moreirâ Leitecontrãpõeo nacionâlismo símbolosnaconaisqueeleapresenta.
dos poemasde CastroAlvesàqueledos poetasro- Procurcestãbelecer,por meioda comparâçáo enÍe
mánticosque o,àntecederam. Redijàum paÍágra- essepoeínae ã "Cançãodo exílio",de Gonçalves
Ío argumentativoem q ue vocêdemonstre qualé a Diãs,qualé a difeíençano usollteráÍioda natuÍeza
inovaçãoem relaçãoao nacionâlismopromovida brasilelfa.
Com basena comparação feita, identifiqueos
Antes de desenvolverseu parágraÍo,considere argumenÌos quecomprovarn queo nãoonãÍsrno oe
as seguintesetapas. CastÍoAlvesadquire"dimensáoe profundidade"
o poenè'A_eÍ ía' e oer-!qLeqLra.ssãoos poÍqueenfÍentaasquestões
I Rereia socìals.

qeraaaa:d
Terceira poesia
sacial295 a
da terceirageração:a poesiasocial
: Victor Hugo: o primeiro libertário
;
A poesia decunhosoca e ideaisI bertárosganhavozno RorÌìantismo
nosversos do lrancês
VctorHugo.lnaugura se assirn
urnãtÍadição em
queostextosexpoemasdoÍesde seutempoê tTaduzêÍlì-se êm grtosde
beÍdade.A influênca
do escÍitor
serásentidaêmvárosauÌores quelÍão
utarcontraasin]ustçasda sociedêdeeÍlìquev verÌìVeja,nestes
veTsos,
t
a cornoa funçãosoca estáassociadaà poesia

Elogio da dislética
A iDjustiça passeiâpelns Ì.llasconÌ passosse$ros.
Os doìninadorcs sc cstabelecem por dez nìi1 anos.
Só a foÌça os garante.
Tu.Ìo fÌ.ará como eslá.
Nenhumâroz se Ìe\aÌìtâ a.Ìómdavoz dos dominadores. t...1 !
De quem depende a conlìnuação dess€domínìo?
De quem deperÌde a sua destruiçio?
IguaÌmente de Ìrós.
L
Os caídos que se lelãDternl
Os qüe estão perdidos que lutcmÌ
Quem recorÌhece a situação como pode c:dàÌ-scÌ
Os leDcidos.Ìc ìgora scrâo os vencedores de amaÌÌhã.
E o "hojc" nascerá do 'jamaií'.

DisponíEl rmr <!trp://geociiies.)2hoo.(,m.br/edÌe.Ímóvà./


ricÌo.pô.17.húD. A.eNì cÌn:25 âbr 2005.

NoBrãsl,CãstroAlvesseráo poetaquemas
fodemente selnspiraránalutapelâlìberdade
deÍendidaporVctoí f']ugo.CoÌììovimos,ela
ganharáa íormado grandedÍarnasociare
presentadopelaescravidão e expressêÍáos
desejos
abolcionistasdo poeta dosescrêvos.

Jorgede Lima
e a negraFulô
a poesaseráonstruTnento
NoN,4odêrnlsÍlìo,
dedenúnciadaexploraçáo dosescravos
e do
tÍatamentoque Íêcebiamde seussenhores.
Vejacomoa questáoda escTavdão retornã
napalavÍa
delorgede LiTna pararnanifestaÍ,
ronicamente,
a suacríticaaossenhoresde
AndrcwW BêÍ ê Ì Leô r,Fs.rávasch(ÒteadÒspot ar.len no poema"EssanegTa
escravos Fuô 1
deieri serhoreJ
{detahe),semdata,ltoqrafa.

a 296 CAPITULO
15
Essanegra Fulô
O Fulôi O l-uÌôl Cadê meu fiâsco de i:heno
(Era â 1alâda SinÌÌá) Que teu Sinllô me lnandou?
I...1 AhÌ foi você que Ìoubou!
\,em coçâr mÌnha.oceim,
Ahl foi locê qÌre Ìouboul
vem me crtar cafuné,
vcm balançaÌ minha rede, O Sinhô íoi ver a negra
vem me coDter LLmâhisrória, Le\,ar (ouro do feitor
t
que eü estorÌ.om soÌÌo,Iulôl A negra trrou a roüpa.
t...1
O Sinhô disse:FÌtìôl
O luÌôl O Fuìôl
\iai botar para.ìormiÌ essesmeÌìinoi, FÌrlôl vì \'1sÌâ sc escì.re(eu
QtLenem a nesn FuÌô.)
i ...l
Futôì O FuÌô?
t...1
\ÍoRRicoNÌ, ÍÌalo (org.). oJ..n tr]r,p-!
(Erâ a fala da Snìhá
lMhat LrasiLìtus daÍírlb. Rio de JüeìÍa:
Chanìandoa Nq.aÍa!'ulô.) Objerira,2001.p. :rt'40 (Iragmentô)
*

responsáve
Fuô é a escTãva porsatisfazer
osdesejosdesuaSenhora e cum_
pririnúrÌìeras rnasé acusada
táfefas, pe
de roubo a Snháe castigada. O se_
por
nhor,aovera n!dezdeFulô,vê-se"doÍrìlnado" suabeeza.Dessa iorma,
Jorgede LirÌìasugeÍeurncomportamento cornuTnno séculoXIX:asescravas
tambémsewarnaosseussenhoTes sexuamente.

A misériaem versos
Mâs umavez,a poesiacumpÍefunção sociaêodenuncaÍamjséTãdenosso
o poetaFeÌÍeÍa Gullartraduz,pea repetição,
país.NosseusveTsos, a ladanha
q!e vtima78crjanças
darnorte
brasieira emcada100nascdasno Pauí

No Piauíde cacÌaÌ00 criançasque ascem


78 morrem anresde cornpÌetd 8 anosde idade
No Piauí
dc c.rdâ100 criançasque ÌÌâsceÌÌì
Ì8 moÌìem antesde compÌctaÌ8 a1ìosde ìdãcÌe
No Piaüí
de cada 100 c anças

antes de conìpletar 8 anos de icÌade


antes de coÌÌÌpleÉr 8 anos de idacìe CllÌl-AR. lcÍeira. ltr:rrá ldnar
antes cÌ€ compÌeiâr 8 dos de icÌacìe tuFalrin Gnb Sàola\\kil
anres dc .ompìetar 8 àÌÍx de idâdc p. ?0.
cÌrbal, 200.1.

qerêcaa:
Têrceia ê paêsiasa(ìal297 a
. httDr/vwwDro etomenoria.ãrt.bí
stte dô Prôjeto Memória,que se propõe a valorizara cultura e a hisiória do nossopâís.ofere.e vàr ès
abordagenssobrecastro A vès,o poetê maior dê terce rê geraçãorománt cê brasieira. Destãquepara as
lnformãçÕesbÌoqíáíicãse para uma boa antolog a da sua obrã.
. http://VWwseüèl.com.brljpoe5la/calves.html
*
Slte com inÍoímaçõessobre à v dà e ã obra de castro Alves,aléín de texros críticosa rêspeto de sua
pr od! ç ão t €r á íi a D
. e ía q u ep a ra a s trâ d u ç õ do
es poema" o nãvl onegrei ro"
em ng ès,francês
eesperanto.

Poroere pesqu
sor I

MelhorespoemascleCastraA/ves.Oiqan zacãode Ledo!o. SãoPa! o c oba, 2000


Seleçãodospoemasmaisslgníkêtivosdopoeta mõk importantedãtercêiraqeraçãorománrÌcâbrasilerê.
/Vegrlnha,de MonieÌo Lobato5ãoPa! or Brãsente,1994
Vo ume que reúne algunsdos me horescontosêscrltôspor Monteiro Lobato.Entree ês,o que dá título
ao lvro, que naÍa a histór a de uma e(ravã crlâdâdêsdepequenana .ara de sua senhora.Semdiíêito
algumê s oí r e n d oto d o tl p o d e m a u stra to s ,Negrl nhanão sâbi ao que podl êl er fe ci dadeaté o di ã em
que v ê um a bo n e c aB€ d e L o b a to,êm que à cruedêde(om què erêmúêtadosos escravos
. l ís s i mo .o n to t
está pe6on ilcada nos castgos impoíos a Negrinhã.
Á es c r áv/ás âu râd, e B e rn ê rdGoLma r íã e 5 ã o F d!o:A tcd,l 99E
Llvroquetrata dã sofridâhÈtórÌêdê umâ eÍÍavã brancaque acabavlvendoum qrandeamor nosmetho
resmo d€sromânt cos,com um àbolkjonistaexatado. O moçofêz de tudo paraqarãntira liberdadede sua
am adâe liv r á -l ad o j u g o d e s e us e n h o rN e s Ìerômance,
é ãpresèntãdo
um quadrocomovênte
dã si tuâção
do eÍ r av o no B ra s in o p e río d o q u ea n te c e d eâ ãbo Ìçãô.
o negrc na fotagrafia brasileift da se.ula XIX deGeorleEmakoÍf Rodelanero c ErmèkôÍfcas.
E dilor ê, 2004 .
Llvrôque apresêntãuíÍ panoramado sécuo xlx, mostrandocomo era a vida dos negrosbrêsilêiros50
anosdepoisda chègadada fotografia ao BrãsL Comimagensobtidasem acervosde co e(ionadoresparrÌ
cu arese de instÌtuiçõespúbl cêse privãdêsbrêsilêiras
e do exterior a obrê oíeíeceum íetrato da popu a,
ção dê negrosafrkanos trazidã para o no$o pãíse de seusdescendenres. Dêstaquepara a ,,Galeítados
condênadoí', íotograíiasde negrospresosno cenÌro de coíeção da Corte.

Poroouvird^)
. P êr Í l, deZ éRa mah o R o d e l a n e ro s o n ìL l v re ,2001
Zé Ramâlhoé um dos compoetoresda NIPBquê êssuíÍemo segmentomaissocialdo can.ioneironaoonã!.
Comtemáticaevidentementeibêdáriê,ê cançèo"Admlrávelgadonovo', quefaz pãrtêdeía seLeção de seus
maioressucessos, apresentêjecomoherdeirêlegitimado estilocondoreirôdaterc€ra qêraçãoromantLca.
. l/vro, de CaeÌênoVeo5o.Riode laÍìeiro:Unive6a,1999.
coma pãlticipaçãodêMariaBethâniaede CãrlnhosBrown,CaetanoVeloso dedãmanestedÈco,de fôrma
bastanteI tmãda e respeitandoo estilocondofeirodosvêrsos,um trecho dê "O navionegre ro', de Castro

| 29a CAPITULO
15
t,
i.,r
,

Poroqssistir

A cor púrpura, \leStere.Spe befq EUA,1995


o íilme contã a históíiadê celie, uma jovem que, aos 14 anos,é
v iolênt a d ãp e l o p ã Ìe d á à l u z d u a síi ã n ç ã s.sem podermãi ster f- i
lhos,ela é separadadascriançase de sua iímã queridãe entregueê
um hômemque a rratã comoescravaê compênherrê ao mesmot€m-
po. Ambientãdana Geórgia,sul dos EUA,em 1909,a na.rativa5e Ì
c€ntrãnê vida dessajovem negía,quê,câdavez malssolìtária, escre-
D e u s e p a rã s uiarín ãc o mo únkomei ode compal ti har
v êc ar t as p a ra
suãtristeza.a históra comovêntede Ceiê cômpõeum bom quadro
da vida dos nesrosãmêíicanosdepoisda aboliçãoda escrâvidão.

a
Corina,una babá perteita, de.lesjeNeLson EUA,1994 wHooPl
GoLlot[c tÁÍuonÁ
Em1959,um publicitárlo ficã v úvo e precisa
fllha pequena,que dêixoude falâr apósa morte da mãe.Depoisde
de uma babáparasuã
EOruNA,
muitâ procura,e êfinãlmènte sed€cldepor Cor na, uma babánegra
l*,.r$m"
1 quê c onq u i s ta
ã c o n fi ê ri çdêo p a i e d a í l h a .A cuínpl l ci dêde
enúeos
doìs êdultose o cãrinhoque ã meninanutre por Corinatàzerncom
que ê gâfota sonhecom o cãsamentoentrê seu pãi e ã bãbá,o que
despenão preconceitoe ã desaprovação da vizinhanç4.

Mississipienchãnas,.1eA an ParlerEUA,198E
Ambientadona décãdade 1960,o íilÍnetrâta dâ lnveÍlgaçãopelo
F B Idoãsa $ n a Ìo d e d o i s i o v e nnse g ro sê d e outroj udeu,mi l i Ìãntes
dosdlreitosclvis.Osdois aqentesêncarregados do.aso enÍrentãmâ
n e q ro se m u rn ap e q u e n aci dadeno MÌssi ssi pi
v io! ênc i a .o n tra cuj
. ê
populaçãoé divldidãêntre brancose negrospelaseqregâção.Exce
lente íêtrato do rêcismoe da Ìntolerânciano sul dos Eíêdos Unl-
dos , det e rm i n ã d o s e m g ra n d e p a rte poí uma mental i dâde
êscrêvocrãtã .arãcterísticado sécLrlo XlX.

Iercerraqef,rçãora poêía Jo./â/ 299 I


Com sLtashistóríãs de arncr| os r-on]arcesíÕfi1ântiacta{ìafi u11
ptiblica leitor ávida a fìel. E!Ì1tneio d eÍìcantiçs e desÉncontrasd.)t t
prateganistat, cs ieitares sãe inaorpai.edosaa textÒ e se aiìvërt4m
caÌJ a retrata arimada de s?ús vaíarese (astL'nes"Esle capitulc
aonla aama 4 fcÌ1)aDc--sèiu aiat páginds dot jotnais para pavoar a
imaginaçãoCa.oíte brasiieìrana inícic dÒ sécuioXlX.

:j

üíi,Êr.

Fé x - Em Ì eÌ aunay( at r blidoa ) ,F u ãD i r É r bR r o , 1 8 2 ! A q L â r ê as ô b f êp â p e , 1 7 , 7x 2 ! 6 . m
, ô d€.rane
O Ro d€ lanenodoí m dÒsécúÒ XX ê a vdâ da e te bras e ra 5ãoaDr€sentados em mu to5 rôman.e5!Íbanos

CAPIfULO
16
O que vocêdeveÁ saberao Í. Observea aquarelàde Taunay.Quetipo de cenárìoelâapresenta?
2. Há,nacena,um grandenúmerode pessoas. Elaspertencem todas
a pro-
7, Comosecarãcterízou à mesmacÌasse sociãl?lustiÍique.
sa uhanã do Romantismo
r O que a presença
de todasessaspessoas
sugeÍesobrea vidanessa
. De que modo os rcman-
c dade?ExDioue
.es românticoscontama 3, A partirda ob5ervação do quadro,ê que séculoé
doselementos
histótia do Riode Janeiro oossível â cêna?Porouê?
associar
no ìní.ío do séculoXX.
. Quaisrccursosnatrativos
atuam na formação do
pú bli co Ieito r bâsi Ieiro.
2, Quaissãoâs caracteristicãs 4. Osromances de algunsêscritores
romênticosapresentam algumas
dos ptìncipakromandstàs da vida
carêcterístìcas da êlitebrâsileiraurbanã no início
do século
ronênticos nacionais. XlX. Leiaum trechode Memórìasde um sarqentode mìlícías.
. De que nodo loaquin
Mênuèl de Macedopro
nove o abrasileìÍanento
dâs hístóríat de amor
Origem, nascimmto e baüzadn
Era ÌÌo tenÌpo do Ìei.
. Comoa cìdção de heroí- Umâ dâs quatro esquinasque forÍÌam nsruâs do oüvidor e da Quitan
nasexemplàfèsfavorèceà dr, corfandoae munramente, chaÌnava-seresse tempo - O cantoílat nei
uítica aos.ostumesso.iais t/,Àrr-;e bem lbe asseììtâÌao noÌÌe, porque ela âí o lügar de encontro
nos ronan2s de losé de 1àlodto de todos os incÌividüos dessaclâsse(que gozavaeÌìúo de náo pe-
2
quena cons eraçáo). Os ÌneÍinhos dc hoje não são mais do que a som
. Qualéo petfilda sodeda lrra caricala dos ÌÌìeirinhos do tcmpo do reii csscscrâm gente temí\'eÌ e
de retratadapot Manuel tcmida, respeilálel e fespeitâdai fomaÌam um dos extl emos da formidá
Antônío de Alneidã. \cl cadeiajudiciárja qìre envoÌvirtodo o Rio dc]meiro
no teÌnpo enì que a demanda era entre nós
um cleÌÌìerÌto de vida: o extrelÌÌo oposto
eranìosdesembâÌsadores.
t...1 a
XÍas loÌteÌÌÌos à esquina. QuenÌ
passassepor aí enÌ quãÌquer dia
útil dessaabençoâdâ épocaleúa
sentado em assentosbaixos, cn'
tio usados, de couro, e que sc
detroninaÍàm - cadeiras dc
carÌìpaÌÌha- um gÌxpo mais ou

gcnte coÌÌversalìdo pacificaÌÌ1cn-


te em tudo sobre qì.re eü Ìícito
conversar: na r,ìda dos fida.Ìgos,nas
notícias do Renìo e Ììas astúciaspoli
ciais do vidigal. [...]

-{Ì-ì!Í!lDÀ Mauel AìÍôrìo de. Mnóias tu uÌn sa|5entarll


/líddr Sãoìlaub AieìiêldnoriaL, 2003 p. 6ó4t. (Ìngnerto) .

&l Meiriúos e5É.ìe de otìcìxi dejuÍip !1e duaram no


BÍasiìno n,irn)dô sécntô\lX.
Delfuda: aÇào judniãl
Vidigãl,.ererèncirr Nlignô1
Nune\Vidigal(ì7ai Ì843).
.hêiedepoli.ir DoÌempodo rcúâdddc D. Jriôvl

O rcnanceubana 3O1|
LI T EN AÏ U R A
-

a r "EÍano têrnpodo rei." Qua é a intenção


do naradorao oÍereceÍa
seusleitores
essainfornìaçáo?
o
r A quemomentoda h stóra do BrasI o textofazreferênc
a?
g 5. Paracârãcterizara vida no tempo do rei. o narradorescolheper-
o sonagêns que desêmpenham umafunçãoespêcíficã na socìeda
de.QueÍunçãoé essa?
E r A irnportâncã
dadaa essafunção contribui parasugeÍir
quea soce
o
o oèoeo'èsie'ada epocaronc,avaa -"Í a oígàn7a(ãopíoprièoo(
grandescentíos
urllanos.Expqueporquê
o 6. Releiào últimoparágràfo. As conversàsdosmeirinhossugerem t
ô que a vidana cidadeeratrânqüilaou agitada?Porquê?
r O'a"èdorescohêuo. Teir.ho pd-acoTeçdí a.o4rarcuâhiìÌorid.
quefa arásobreo "tempodo re". Dequemodoessaspersonagens
podemajudáo a realizaÍ
esseobjetivo?
t. O quadrode Taunaypoderiaserusadocomoumailustração para
o trechoquevocêacaboude ler?Justifique.

O romance urbano:
retratodavidanacorte
Adécadade 1830tfouxe paÍaosmoÍadores dacaptaldolrnpério umanova
formade entretenimento: a leiturade rornances estrangefos,principalmente
franceses,
traduzidos e publcadosemioÍnas bÍasleÍosnafoÌÍÌìadefolhetns.
Os romances, marcadospor lances rneodramáticos e finas felzes,faziarn
o go5Ìodoslovens dacoÍte.Escrtoresbfasileiros,
entusasmados pelosucesso
dos fo hetinsfÍanceses,aventuram-se na cÍiaÇãode romances e, em 1843,
surgeo pr meiroromance h.asieto,O filhado peJcador, deTexeirae Sousa.
Masfoi comJoaquirn Manuede Macedo e JosédeAlencaf queosfo hetins
a cançaram grande sucesso.
Pfeservando caractefísticas
estrutura s dosfolhe-
tinsestrangeros,esses escrtofes,
aofa arcrnde amoresidealizados, introdu-
zeTnelernentos nacona5,comoa vidana coÍtee os costLrmes burgueses.
Estava defnido,entrenós,o peÍfi do romanceurbanoou de co5tumes.

O projetoliterário
do romance urbano
A Íepresentaçáodoscoçrumes daelì1e definu o proletoliterário
brasilera do
Pá9nèdo CarciÒMercantilde 2J jú.
roÍlìance
urbano.As dezênasde títulos
escr
tosporloaqu m l\/lanueldelvlacedo
1852,ondesepub cou!m doscapitulos e José deAlêncaradotarãoummesrno panodefundo RiodeJaneiro, capital
deMehóriâs.leun eryenÍode nilí.ias. do lrnpério- paraashistórias
dearnoÍquefarãoo deleite dasmoças dacorte.

a 3o2 cA TuLa
16
IITERAT U R A
-

r Osagentes
do discurso
Cornovimosno Capitulo 12,as condições de produçãoda lteratura
.a Íomântcainovamem Íelação aoqueseviaacontecer atéfinsdo séculoXVll.
= A prof5sonalzaçãodosescrltores a a craçáolteráfa porque,corno
estirÌìu
3 deoendêrn davendade seustextos-oassam a escrever mãs.
A (irculação inicial
dos ronTances ocorre nas páginas dospeÍiódicos.
A ém
: jornais
de noticar os pÍ ncipaisãcontecjmentos, os pub icamtaÍnbémfolhe-
tins estrangerostraduzdos,dandoinícioà Íormaçãode um novot po de
t etor:alguémqle aprecìã as histórias
fo hetinescas e comprao jofna para
poderacompanhá as. .Í
Ofolhetim, quesurgiu naFTança paÍaaumentafavenda dospefódicos,já
chegaao BrasI fazendo sucesso e abrindo caminho paraque,aospoucos,
escritorescomoloaquimÌvlanuel de N,4acedo, Joséde Aencar,ManueAnÌô-
niodeAlrneda,entreoutÍos,passern a crlarh stóÍias"brãsleiÍas"quesubst-
tuema5estranqe rasno qostodosleitofes.

urbanoe o público
O romance
Devidoàselevadas taxasde analÍêbetisrnoda popuaçãobrasiêira, o nú
ã merode e toresna primeirametadedo sécuo XIXnãoeragÍande.O censo
de1872estima quesornente 18,6%dapopulâção ivree15,7%dosescrãvos
i sabiamef e escreverComonessa épocao BTasiltinha quasedezmihóesde
habtantes,o univeÍsodospossÍveis leitoresentrebrancose escravosnãoche-
gavaa quatrom lhõesde pessoãs.
j
Nãoé de admÍar,portanto,queos etoresdosfo hetinsromânticos fos-
ÊË semÍÌìernbfosdaelite,profissionais
I beras dãcoÍteou daspíovíncias,moços
il 3e e moçasquedeselavam seguÍ o exernplo dascoÍteseuropéas,ondea leitura
de rorÌìànces
e folhetins,
a ém do entretenirÌìentotÍazdo por essaatìvidade,
- ocupavã papelde destaque no cenáÍiosocial.
A leitura
semanal Dassou a íazeroartetarnbém dasfamílias
do cotidiano
ã burguesas,comocontaJosédeAlencar, emsuabiografiê lterária.
o

I
Era eu qucm lia para minha boa mãe náo sG
mente as cartas e osJornais, coÌÌìo os \,oÌunìes de
uma diminuta Ìiuana românticaÍonnada âo gosto

1860 1...1
\' l i nl ,â m;c F mr,,ha ri J .e o, uD a!€m ,om D d-
bàÌhos de costürâs, e as amigas para não ficar€m
1864 ociosai â3 âjudâvam. Dados os primeiros momen-
tos à coN€rsação, passava-seà leiíìra e era eü cha-
mado ao Ìugar de honra.

' dèedèúãçáonoRiôdê:

ÂMc.Ar, Joséde.can,,ldqzr
Jaru canpinas:Ìont.s,
'aa,.nia
Ì990.p. :i3.(Frrgmento).

a rcnanceuúana 3O3a
L I TER A T U R A
-

HenryChânberârn,
Umáiaml/librail/eira,
1819cÍavuracoÕrdê,
Ë 20,5:29cm O pêseiôemiâmiaeraumèdaspoucas oponlnidâdês
quea mllherdosé.uo Xx tnhaparasar desua.asa
F
3 Nesse Íecho, percebe setambémque um dosrnoÌvosparaa
e tuÍafamI arnaquêla época erao ïatodea maioria dãsnìulheres
- nãoserem a fabetzadasPorém, dêÍormamas lenta, o mundoda
educação seabTu paraelas.Após1820,segundo reatao pintoT
Debret, erapossivel encontraÍ senhotas capazes de "apTecar a
eituÍa,coTno na Europa".
I
Mantidas duranterÌìuitotemposobestÍto contÍolê de paise de t:l
rnaridos,asnìulheres ganhãnr lrnportãnc
a signficatvanosroTnances
é geralmênte
roÍÌìânticos: a easqueo narradoÍ sediÍge,cornquem
dialogae a quempretende comoveÍ comash stóÍasqueconta.
Osescrtofesfomânticos, pofénì,sabiamqueprecisavarn ampliaÍesseuni
veÍsode lertores e trabaÌhavam para ssoquando,nasnarÍativas que escre-
v aTn,apTesenGvam pefsonagens tenooToTnances.
Dosm ssonárosnìetodías eín poÍexeÍÌìplo,
Magempêo Bras coniamcomo
JosédeAlencar, apTesenta todasassuasprotagonstascomo
eÍao conìpodamenio€ ãspreÍe- leìtorasAuréia CamaÍgo, deSerìhoré, porexempo, apaÍece erncenaendo
rências
deleitura
dãsmlrheres
nas Dlya,romance escritopelopfópÍioA êncaÍ.Essa eÍauÍÌìanteÍessante estraté-
décadasde 1850e 1860. giadefãzera propaqanda comoumaprátcafemninadignadas
da leitLtÍa
heroínasÍÌìaisadrniráve s
As mmeird e os coÍumes dd
d@6 bnsileüd sãogenÈ, e seu r Umasociedade
emformação
poÍe 8Ìacjoso.I vcrdadc quc não
têm lma bqe de conhecim€ntos Emseusromances,
loaqum MãnuêdeMacedo o perfI deurna
desenhou
vàriàdÒspdã tornar agFdílcl e socledade quepTec
a ndaemfofrnação, savasereconhecer
nostextoslteÍá- 1
lnsÍuti\â a su palestÌzj mat taSa- rìos.Obserue
comoÍaz ssonadescÍiçáo
de umsarau. T
ieÌdr insignificâncias d€ modo
senpre agràdálel t...1. SuasÌsd' 3
\6 literáriâs cônsiste prin.ipal
men|e eú no\elò de Bâlzà.,Eugè Um saraüé o bocadomaisdeÌiciosoque temos,de telhadosabai
nio Sue,Dulm, pú € 6lÌì0, Georye xo. Em um sarautodo o mundo tem que IazeÌ.O diplomataajusra,
Smd, em intrig6 de pa.otilhs e fc com um copo de champanhena máo, os mais inrricadosnegócios;
thetiN dosjomis. A$jm els sepre todosmurÌÌÌuram e não há qüem deixe de ser murmurado.O velho
paÌm pei esposs e mães. lembra-sedos minuetese dascantigasdo seutempo, e o moço goza
KrDDEr"Da.ieLe FIETC|E& J. C. todososregaÌâdosdâ suaépocaiasmoçassãorÌo saraücomo asesre,
+ud: L{oLo, NÍanuiZILRERì'\N, Ìâsno Céuj estàono seueÌemento:aquiumâ, cantandosüave cavatina
Neginl Aíútuçào .]a L ura tu Bn:it Sáô peÌos
l...li daí apoucoïão outras, braços de seuspares, se deslizando
Paulo: Ati.a, 1996. p.24i1. (Fn$Ì€nb).
pela sâ.lae marchandoem seupasseio,t...1ao mesmotempoque con
ÍersâÌÌÌsempresobreobjetosinocentesque morem olhadurase risa'
A ú t ma obsêrvaçãodêstacãa dinhasapreciáveis. t...1Finâ.lmente,nosaraunãoé essencial ter cabe
p€dagógicã
inìportáncia do ronìan- porqìr€, pa-ra
ça rÌem boca, aÌguns é regrâ,düraÌìte ele, p€nsar pelos
c,"Íomântco:as heroínasdas his-
pése fàÌâr peÌosoÌhos.
tóÍias dastornavam-sêos modê-
losparaospapéisdeesposa e mã€. E o maisé que nós estâmosnum sarau.Inúmerosbâtéisconduzi
mm dacofle pâraailhade... senhomse senhores,recomendáveis por
; carátere qüalidadejalegre.numerosae escolhidasociedadeenchea
I grandecâsa,que brilhae mostraemtodaa parteborbuÌharo pfuer e

q \|ACÈDO,Joaqnin Ìilducl dc. 1rÌldrirra Rio deJmeúo:


I
tace|da, 1997 p. 194195.(Ingmenb).
!
: Lü rr-.a." lpr*a a. aunço
ao Cr im: pequenatuia.
-i,",.t.; Olhndü6, espi{ÌeÌas.
A m€dãlún or,Á /éh,r. (deÌahe), Daléis:baÌcosp€quenos.

. 3O4 CAPITULA
16
I . I T E RA T U R A

Umacenacomoessaf!ncionaquase comoum "manualde boasmanei


Ías" paíaos meÍÌìbÍos da coÍte.o narradornfoTma sobreasconversas mur-
muÍãdas, o o harsonhador dosenhoto compoÍtamento dasmocinhas, che-
gandomesmoa destacar que "conveÍsam seTnpresobíêobjetosìnocêntes
queTnovem olhaduras e risadinhas apreciávêis".
Quemlá viviano aÍÌìbiente da cortefeconheciae aprovavao comporta-
rnentodaspersonagens. Aslovensquesepreparavarn pafaentrarno mundo
dossaÍaus e dasfestas,depos de eremumapassagem comoessa,aprende-
Íianìqualerao comportamento esperado de umaboaTfoçaeÍÌìumareunáo
social:conversar sobregeneÍalidades inocentes,SorT
í SempÍe, acornpanhaT
seuparpeo saáo...Essa é a íeiçáodasociedade ideal("senhorase senhores,
recomendáveis porcarátere quaJidade")eÍrìurnãreuniãopTazerosae debom
gosto,comoassina a o naíadoraofimdacena.
o Íonìance uÍbanocum-
pria,assm, duasÌunçÕes q
compleTnêntares Davarepre- í
sentação lteíádaà elitebÍa-
PoímeiodePersona-
sileira,
:
ge_r ddèsè suaindqe- e
-r é
semelrlança, e contÍbula
paraa dvugaçãodevaloTes ó
I pol dntet parà und 'oLie-
'o'nàção
ddde e'r
laí ì e s l ê c q u e s J o s e p h Ìs d o d e m a1871,óeosobrêteLê
Coet, 6,
PintorÍrà.cês radkado naInqateÍa,T $o1(1836-1902)tornôu sepopuar
cômÕsqLadros qu€retratavam eventos socia s dâarstocÍâc
a inqee do
! séclloxlx.os membÍos dacôrtebraseÍa procuravâm imitareses eventos

O tÌáoi(oamorde uma(ortesã
-!
1...1en.ontrei \ocê, jovem, üdente, fel; e tentei fuer de você o ho-
mcm por quem dmaÌ?, do meio da minha ruidosa solidáo. O que eu
amala em você náo en o honem quejá existia, mas o que \ina a €xistir.
Vocênão aceiLlessepâpel,rejeita-ocomo indigno de sii vocêéum amante
\u l g d ,.fdJ omo os ou,_u\.pdql p-meF n;o l âre1' o.mJi snrsso.
t.. . 1
- Perdão. peidão - mumurei [...] . Esqueçmos o resto e não nos Ìem-
bremos senãode uma coisa:que pertencemos un ão oütro, que sonosjovens
equc no\Jmimô\ \4dcuPri.ê.Ír, á de mrn o qJF Íìuis
cão. Ms, pelo amor de Deus, ãsgre â cãÍa que enüci e nâo me deixe pà1ir
maÌüã. Eu Ììoreriâ.
DUI{AS FlülO, AÌ€xmd.e. Á dana da: Lòn li6.'lraèneão:
Manna Cuaspdi.Rio d€Janei.o:EdiÒu.ô.p.124125. (IÉSnento)

Podeo amors nceroÍedm r ospecados davidade urnacorÌesã? Quândo Aexan-


díeDurÍasêscreveu a h íória delvlâúuerteGauter,a Íespoíadasocedade france-
GÍêtâGãóo e RobenÌay oÍ em cÊnadô €sca1dà,7ad"p"lo erè dese'r.ol\do o r.ío foi r-so1o'orao.
tt ne A darnadascànélìês,1937 -. retÍatoda rnoral
A etura deÁ damadascaméllas aDÍ€sentaum inÌêresçante
burguesâ, q!€ acredta natransformação peloarlìor,r.asnãoa pontodê apagaÍ
o passado e asorgensda ãpaixonadâ N/lãrguerite.A obÍafoi adaptada parao
teatÍo,paraa ópêrae, no Brasi,insplrouo Íomance luclo/a,deloséde Alencar

ubano 305 |
A rcmance
TI TER A Ì U R A
-

ldentidade
e democratização
cultural
O roìdn.eu ba_o.poÍnêiodad . -lgd(;ooepe/ r. e5poços e corpoÌa
mentosfeconhecidos, tambémnveste naconstÍução deurnaidêntidadena-
cional.A conso idação dessê naconaidadeé componente fundamental de
seuproletolteráÍioe ocorretodasasvezesquê um eltorse reconhece nas
cenasque ê, poÍqueoscompoftaTÌìêntos daspersonagens mostraTn-se íam
iares.Seos bÍasleirosdosTomances agiamsoca mentede um rnodoSeme-
hanteaodessee tor,entãoe e tambémeraum bÍasleiÍo egítìrno.
CoÍnumaestrutura Tna5simpese semlançarmãodeÍefetênc ascultura5
\o lRdodrh,Ì o ric èèsrt. rs licea'so Lrì lo . o q (d \ ,o o ' ì d _ . e o Ì è ' . ic o u ' t
banocontrbu paÍaa democratzação daliteÍatura, ampiandoo seualcance.

r A linguagem
do romance
urbano:
do leitor
a sedução
A I nguageÍrì
do romancerornánt co uTbano porérnumaspecto
é âcessive,
rnerêce ÉfÍeqüente
atençáo. o narÍador d álogocomum eitoreÍ
estabelecer
pecíflco,quepodeserumarÌìigoou umpaTenÌe. fazcomque
Êssanterlocução
ê hstóriacontadãganheo aspectode umaconfidênca trocadaentreduas
pessoas InÌrma5,

E coisa singular, mi.ha pÌiM! O anìor que é iÌr$cável e exìgente € ììào se


sâtisfâzcoÌn tudo quânto rma muÌher pode dar, que deseja o impossível, à, vezes j
contenta{e com üm simples gozo d'âlÍÌa, com uma des.sa!emoções deli€ada-s,
com um des!€s n Zã, dos qrÌais o coração f^z um mündo novo e desconhecido.
Não pelìse, porém, que €u íui aPetrópolissó pâÍa conremplarcom enÌe-
ro asjaneÌas de üm chalé; náo; ao passo que sentiâ essepmzer Íefletia no
meio de rêla e falarlhe.

Se soubesse todos os expedientes, câda qual mais extÌãïagante, que inv€n-


tou â minha ìmaginaçáo! Se vise a elâborâção teraz a que se enüega\a o meu
espíÌito pâra descobdr um meio de dìzerìhe que eu estâva ú e a €speÍaml

AÌ,ENCA&Joséde. Cr,a n,mldi Ì7. €d. SàoÌaulo: Aticã"Ì993. p.22. (lfagmenb).

=
A interlocuçáoentreo nârradore a prima dá
ao leitora impÍessão dê estarouvindoumacon-
versapartcuãrentredoisprimospróxmos,emque
4 um dees contao que fez parase apÍoxmar de
: uÌÌa moçapoÍ quemseapaixonou,
Ao rnesrÌìo
tempo,esseêrtiÍíco simulauÍnacon-
Ë veÍsacorÌìo leitor,cÍiandoum c imade curnpicÈ
dadecoÌ e e. Es,"es ètegiè-a aLvètoÍndr'ìdis
9
s mplesa taÍefado româncê decostumesidiscutiÍ
compoÍtamentos e fazera "propagânda" de ã-
9Un5 VAlores mora S.
3
PeÍópolsnosécú
o XlX,como PalácolmpêÍlãâofundo.
O d Ínaameno
dacidâdê çtrãna,Íundada
em 1841,íara
comquesetornsseo refúgiodeverâodeD.Pedrol.

a z06 caPÍuLal16
TITERA T U R A

coma Íicção
da realidade
o entrelaçamento
Urnsegundo naestrutura
ÍecuÍsonafiatvo sobressai desses Íomênces:
queo leitorpossaÌeconhecer
ã e eraentos
as referências no rlìundorea.
Assm,os autores fazemcomquesuaspersonagens passeem por ocas
púbicosfanìi âresaosleltoresda corte.

Sc passaisehá .Ìcz aDospela pnia.Ìr


CÌóiia, ÌnÌÌha pr;ma, mtes que as norãs
nras quc abrìram tiresem dado um aÌ de
.i.ìâ.Ì. a'sÌnrdà! encostas.Ìo morrc de SaD
ia Tercs4 leda de ìonge sordrlhe enüe o
an oÌ€cÌo. xa qì.lebrada iÌa montaÌìhrÌ, rÌmã
casinhadc qLÌalro.janeÌas com ü1n peque
nojãr.Ìin nâ liente.

AIIN(AR Joséde ,1 ú,,,/u.


L7 ed SãoI'xnlo:.Aricã,
p. 5l (I.:Ìgmenn,).
199:J.

O narrãdor comenta a tranSíormaçãosoíridâ


peês rLrãs
da praa da Glória,provave
menteês
sLrnto
dáconveÍsa derìuitosletoresda época.A
d\a rô^. ondod ê t o o o i l à g t - " , d o d F o \Á
de A encar,maso ffrorrode SantaTeÍesa, a5no
-; vasruase a praiadaGlóra fêzempartedatopo
g ' a à o o o io o ô ' " n êoi o n (o d o e ' lo '
\ o p ' r " ' o o " l" o " Í o d e ' t n o n ; n u a . o r "
.: radorinsiste conìa prma:"Éumahistór a curosa
a qle he voucontar, ffrlnha prma N/asé urna
históíiâ e nãoum romance'Porqueessapíeo
cLrpação ern evaÍo e tor a acreditaÌ queosacon
tecmentosnârrados sãoreaisT ParalazeÍcomque
eleacete,jlnto comose ementos reas nselidos
r.n.r' a. a,.ooo o o I' o,eo-ên-o.rn ionèi .
EduaÍdH ldebEndt,/grqã dè 6ióta, nventêdospel â i mâgi naçãodo autor
A q úa Íea ,l:,9 x 4 9, 8c m

Umatramarocambolesca
A viuvinhalo plb cado ênì 1851 rc Diátioda
Â,o dê -/ãrelroconìo fo hê1r. Nee, um nâffâdor
contâa çLraprirnaos obstácLrosque 05lovenslor-
gê ê caÍo na tiverámde enirêntârpâra podêÍem

lorge é !Ír moço rico que, depos da mort€ dê


seu pd, passoua gaíar a foÉund q!€ herdoLreÌi.
ÍeÍds e prãzerêsmundanosQuandose apdrona
por Carolina,rêsolvemudarde vida No d a de seu
râsam€nto,é informadopoÍ seu antgo tltor q!ê
e s táfa l do e êndl vdado R esove
tomarumaati tu-
d e e x tÍêmâparanãomrncharonorn€desLrá ama-
dã f nge suìcídìoDêpoisde nìlitas ãvêntlrraç, os
doistênì !rn finalfeliztip camêntêrcínãnÌico.

A ônânceuÍbano307 a
I . I I ER AT U R A
-

Aaiuvinha
trccho abaixo,Jorgevê Carclínapelaptimeha vez
em uma ígrejae apaixona,sepelamoça.

Nesse momento viu ajoeÌhada ao pé da gÌade que t


sepam a cap€Ìa Lìma m€nina de qunìze anos, qumdo
muito: o perÊl suavee deÌicado, os longos cilios que
vendõ?m seus oÌhos negros e brilhantes, as trânças
que reaÌça\'?m a sua fronte puÌa, o impressìonâram.
Começoü a contempÌâÌ aqueÌa menina como se
tosseuma santaj e, qüâÌÌdô ela se Ìevantou para reti-
Que característicasde Carolìnasãoapresentadas
mr-se com suâ mãe, segxiu a insensiveÌmente até a na descrição do nâíâdor?
ca saquejá Ì he des c re ü Í...1 . I Jorgef ca Ínpressionado dajovem.
conìa iÌÍìagerÍì
Escuso coÌìtarlhe o que se passou depoìs. Quem AqueeeãrompaÍa?
não sabea história simpÌese eternade um amorino- r a ía
,e n Ìe. que, om e( a p o r u m.ìh a r. p d \a d o .o n i ,u. ".teí "(do dd rìo(a " " rp"\dode Jo.gesào
traçosromãntcosdo texto?Porquê?
chega ao apeto de mãos às escondidase acabaâÍinaÌ
por Ìrn beijo e por üÌn sim, palarras sinômÌnàs no 2. A cenaÌematizaum sentimentomuito explorã-
dicionário do coração?
do na literaturaromântica. Qualé ele? ê
I O narfadoÍaÍirmaque nãovai contaro qLleacon
Dois mesesdepois dessediâ começou âqüeÌâ üsi- j
tp,eu d"poi.do prire ío er.orr-o eìtÍe Jo.ge"
ta ao cair da tarde, aquelâ conversa à sombra das ár-
CaÍoina.QueaÌgumento apresenta parajustfcar
vores, aqueÌe serão de famíia, aqueÌa doce intimidâde
suadecsão?
de um âmor puro e tranqüiÌo.
r Expiquepor queo argumentodo narradoÍcontri-
Jorg€ espera\'?apenasesquecerde todo a sua üdâ bLr paraa idealzaçãodo sentinìentoque nasceu
passada,apagar completàmenre os vesrígios desses emíe050ot5lovens,
,e mpo, de ì nu, u' d. p d rr .ò â r* ê (o m a q u e l amê n i n a r Deposde apresentar i
seuargumento,o narractor
e darlhe â sua alma pura e sem mancha. descreveas"etapâs"do pTocêssoãmoíoso poÍque
Já nãoem o mesmo hom€m: simples nos seushá- passamos apaixonados. Deque rnodoêssepÍoce-
bitos € na süa existência, ningüém dida que aÌgum dimentorevea o pâpeldedivulqadoíde costumes
tempo eÌe tinhagozado de rodas as i'oluprüosidades do romanceurbãno?
do Ìüxoi pareciâ um moço pobr€ e modesto, üvendo 3. O narradorÍevelâque o âmor despertaem Jor
d o \cu t nhdì ho c ign o rJ n d o i n L e i ra mc n reo (.o mu- ge o desejode transÍormâção. Que mudanças
serãoêssas?
Como o amor pürifica, D...Ì Como dá forças para r [ qr e de q rFÍrd'ìer.dessa_ èr , or-']d.ood.rod
tê n i c r ; n. r inr o. e v i .i o s .o n r a o ç q u ã i , a ra z i o . d 'p
a caracterizaÍ Jorgecoflìoum heÍóìromânico.
amizâde e os seusconselhos severosforam impoten-
4. A transfoÍmaçãoda personagemé exigida por
umaconcepção de âmoÍ quedeÍineos românces
romãnticos.Transcrevao tre(ho em que essâvi
sãoé explicitada.
. Qualé essavisáo?
. Dequeíorraao nãÍêdor contrÌbuipaÍaapreseniar
essav.aodeamo eosrolo'e(o.r"r |(o. ", o(td-
dosaea?
s. Observeâ linha dotempodeíe capítuloe dhcula
ALENCÁR,JoSéde. Á ,nd,i,Áa lofro Aleg..: com seuscolegas:que acontecimenlos criâmo
, t"&ÌM, 199t. p. 15-16.(Fngnenro). cenário que favoreceâ produçãodos romances
uíbânose o surgimentode seupúblicoleitor?

a 3oa cAPlruLa
16
TITERAÏU R A
-'

O amorsegundo
Joaquim
Manuelde Macedo
loaquimN,4anue de MacedooLr\,4aced nho,cornoêrê conhecido, con-
quistouum público letorÍe poí produzlr, em grandequantidade, textos
rnarcadospoÍ umacertangenudadenarraÌvae rnuto bomhumor
dae te braseiÍadacoÉe,quesurgedas
O retrato págnasdeseLrs romances,
contacoÍÌìagunstipos nconfundÍveis a moçanamorade
os estudantes, Ía, a
crada ntroÍÌìetlda,
a senhora fofoquerae nconveniente,
a avócarinhosa,todos
elesenvovdos emcenasque sedesenrolamemesÌlaços
claramente brasileiros(a
llhade Paquetá,
asmatasdaTluca,osespaços do Ro deJanero).
urbanos
Aém do boÍÌìhumoturìradosedesuspense tambémé componente fun-
damentadashistórias que escreveu.MestÍena artedo fo hetim,Macedo
sabiacomoentÍelaçar városflosnaíatvos,crandoÌlarao etor momentos
deemoçãoiÍÌìpÍevistos queajudanìa desfazer
e cenascônricês a tensão,en-
quantoo naÍÍadorprepaÍao Íina fe iz reseNado paraos protagonrstas.
Essas
caÍacteríst
caslá aparec àm no seuprimero @nat\ce,A Mareninha.

"Tenhoquinzeanos
-e soumorenalinda..."
A MoreninhaÍai a V ne ro romanceroÍÌìânt-
j
co urbanocomqualdade literáfaquealcançou gÍan-
desucesso depúblicoeabrru carnnhoparaumavasta
produção escrtosporautores
defolhetins brasileircs.
Ee contaa história de do slovens,Augustoe Caroi 9ó
na,queseconheceTn aindacÍianças em uÍÍìapfaia.Nesse pr meiroen-
contro,iuramarnoreteTno e, comoprovadef delidade, trocarÍìdoisbÍe-
ves,uTnbTanco e um verde,O bÍancoslÍÌìbolizava a candurada almade
Caroina,e o verde, a esperança do coração deAugusto.
Anosrnaistêrdê,1á cLrrsando N,4edic
nanoRodeJane ro,Augusto, queÌem
t ldndoe n(onldnle èr -nd dposrâ con osa-'ìgos:çepe-nd^ere dpdxo^è-
do pelamesrna rnoçaduranteummês,escreverá umromance. AovsitaÍa casa
daavódeumcoega,conhece a iÍnã do rapã2, tarnbém chamada de "a lvlore-
ninha". Elaé a Carolnâ desuainfánca, maselenãoà reconhece.
IVluitas peÍipécasinteÌíerrãono destinodosjovensapãxonados, atéque,
eÍlìumacenaemocionada, Caroinâdá uÍÌìbrevea Augusto,paraajudá-Lo a
encontrar a menna a quen-ì eleluÍaraarnoretêrnoe pedr que o ibêreda
promessa. QuandoabTeo breve,o Íapazdescobre quecaroinaeraa menna
da praa. com o Íeconhec mento,estáabertoo camnhopaÍao fina fe iz dos
a doispÍotagonlstas.
O Romant smopresente nâtramadesenvo vldapor lvlacedo seÍÌìanifesta
3 emdiveÍsos aspectosdaêStrutura. Háa pureza doamorinfanti,quesêcon-
cretizana dadeaduta; háa rnanutenção do mistéfo da dentidade dosaman
tes,quesefeencontÍam najuventude, masnãosereconhecem; háatéoÌraço
naciona istacoma aprêsentação de umalendalndÍgena, a h stóra dasLágf-
masdeamoÍdeAhye Aotirn,quefunciona comoumespelho parao amoÍ
dos protaqon stas.Arrematando todosessese ementos, o autorasseguÍa o
Paquetá,Ro d€lanero, 1890.UUzada fina fe iz pafao casaAugustoe Caroina.
cômôcenáao porloâquimMânuelde
Macedo emse! romên.emaistamoso, a
Ìendocomopanodefundoa históriadeamoÍdosprotagonistas, Á More
pedraqueÍ.a napraada Guarda passou nlnhatrazumaséÍiedecenês queretratam a sociedade cariocado sécuoXlX,
a serconhecida
como da N4orerflra revelando seuscostumes e d scutindoseusvaoÍes.

o rcnan.eurbana3O9a
L I TER A Ï U R A
.ì'Ü

Mau tempa
Augusto,já apaixonadopelaMorcnínha,é ímpedidopor seu
paì de visitá-lae sofrepor nãopoder estarcom suaamadã.

Chegou o úbado. O nosso AugrÌstl), depois de múúx rodeios e c€riÌnè t


niâs, pediu finaÌmente ücença pda ir passaro domingo na ilha de... e obt€ve
em respostaum não redondo;juou que tinha dado sua pâla\'Ìã de honra de
1áse achar nessedia e o pâi, pìÌa que o filho não cumpds.sea pala\Ìê nem
lalta-rseà honra,julgou múto conv€niente trancálo no s€u qlÌarto.
Mania antiga é esa de qu€rer triunfar das paixóes com fortes meios;
Ü Pdlm: gnnde. eridem€ eüo palmar principâÌmente no ca.soem qüe se acha o nosso estudm'
Es@.pela: amnha con õ nnhas te; o amor é um menino doidinho e malcdado que, quando alguém
È!6bujar debatese,ücudnÌ{1. pésê .ìã.s. intenla refreálo, choÌ?, escarâpela,esperÌìeia, escabuja,morde, beÌiv
ÁgâdaÌúa*, sgu.r, agaÌrã.
ca e incomoda mais que soÌto e livre; pÌ.tldente é facilitarìhe o que
lscúelow: deÉsperon4e 3
deseja,para que eÌe disso se desgoste;[...] acabar com âs dificuÌdades e
oposiçõ9í, para que cÌe durna e muitas vezesmorra. Amor é uÌn anzoÌ
que, quando se engoÌe, agadanha se Ìogo no coraçáo da gente. donde, ì
se náo é comjeito deshavado, poÌ mais força que se faça mais o maÌdi-
to rasga,esburaca € se profünda. t...1
Já eÌ? tâÌde. Augxsto aÌÌÌala deveÌ?s, e pela primeira r'ez em sú üda; e
o amor. mais fofte que seü espínb, exercia nele um poder absoluto e
invencíveÌ. Ora, não há ìdéìâs mais li\'res que as do presoi e, pois. o nosso
encarceÌ?do estudante sôÌtou as\€las da barqúnhâ de sua alma, que voou,
areúda, por esle md im€nso dâ imaginação; então começou a crid miÌ
süblimes quadros e em todos eÌes lá aparcciâ a encantadoü Moreninha,
toda cheia de encanios e grâçâs.\4u-a, com s€ÌÌ vestido branco, espeÌãndc

o de cima do rochedo, úu-ì chorar, por ler que €Ìe não chegam, e sum
lágrimas qu€ima\amlhe o coração. 1...1Aqui, foi o nosso estudante às
nuvensi sâltoü €xasperado fora do leito em que se acha\'ã deirado, pa.\seou
a ÌâÌgos pâssospor seu qÌraÌto. acusou a cru€Ìdade dos pais, expedmentou
se podia anombar a porta, fez mil planos de tugâ, esbrâvejôu, escabelou-se
e, como nadâ disso the mÌese, ati.oü com todos os seüs lirros para baixo
da cama e deitou-se de novo,juÌando qüe nâo haúa de estudâr dois meses.

l{ACEDO,Joaguin Múüel de. Á rvddtrÁa Rio deJeer.ol


Lâce.dâ,1997:p 252-253.(Lagnerb).

t, Releiâ.
"t...1 o pai, pãÍa que o fiÌho não cumprissea paÌâ\Ìa,
nem faÌtasseà honra,julgou muito convenìentetÌacá-lo
no seuquarto."
I A souçãoencontradâ pelopa deAugustoconciiaduasattudesapa
renteÍÍìentecontÍadtóriâs.Quaissáoelas?
I Expque de qLremaneira o pa, mesmoagindode íormaautoÍitáÍa,
procurapreservar um importantevaoÍ da sociedadeda época.
2. Qualé â críticâfeita pelo narradoÍà atitudedo pai de Augusto?
r Paraexpllcarseu o, o narradordeflneo amorpor m'eode duas
raciocín
metáforas.Qua s sâo eãs?

a 31O CAPiTLA
ft
I . I T E RA T U
RA

r Explquepor que essasmetáforas ãjudamo narradora expicitara ina-


,\ dequação da atitudedo pai de Augusto.
r Qua seÍa a melhoratit!dea sertôrnãda, segundo
o rarrador?
t. O narradordescreve o sêntimentoque seapossoude Augusto,Trans-
crevaa passagemem que issoocorrê.
. Qua é ã concepção de amorsugeridaporessadescfção?
4. sabêÍ que CârolinasoÍre com sua âusênciâé motivo de angústia
paÍa Augusto. Como o narrâdor mostra os efeìtoí dessaconstata-
çãosobreo rapaz?
r Expiquede que mãneiraa descrição dasattudesde ALrgusto
em seu
"cativelro"exempificaa meláforado amorcomo um "meninodoid,
nhoe malcriado".

JosédeAlencar:
umcríticodoscostumes
Josédê Aencarfoi querndêuao Íomanceurbanournaformamaisbern
acabada. Suasobrasnãose imitama contarhistórasÍorÌìánticas. Elasapfe-
sentamurnaestÍuturapensada paÍaconduziro olhardo leitora exarninal
maisdetdãmentealgunscornÉoÍtamentos qLteÌÌeTeceÍn anáisee reÍexáo.
AoÍazersso,Alencarpromove urnavefdadeiracrÍticaaoscostuÍÌìes
daépoca.
DenìodournpoucodiÍeÍente dosoutrosescritotes desseperíodo,Alencar
priorizaas relaçóeshuÍnanas, estudadas em funçãodo ambienteem quese
encontfaÍÌìas personagens. EmboÍaa deaizaçáoromántcacontnuesendo
uTnamaÍcacaracteÍÍstica dassLras narÍativês,
eleexêÍÌìinaa sociedadedemodo
maisdetalhado, crticandovaloÍes condenáveis,comoo casaÍÌìento pof nle-
Íesse,o quedá um caráteÍmaisrealigta àsh stóriasde aÍnor.
Heróse heroínas criados porAlencarapíesentarÌì a gunsaspectosbastânte
humanzados, sendovítÍÌìa5daspressÕes econôrÌìicase socÌas.Énessesentido
queo contexto emquevvemtornaseumaforçadentroda narratva,porque
provoca comportamentos rÌìuitas
vezescondenáve s.A história,porém,sempre
dá aosprotagonistas a oportunidade da redenção que
fÌnaÌ, seráalcançadê
qua-do ê "-r.ega.enã senti-'ìê^ios. oorer.Lo,lo o dno. ê â CorÌpà\áo.
DentreosmutosroÍÌìances escritosporAencar, queconsttuem umaverda,
deracrônica doscostumes do Ro delaneirodosécuo XlX,destacam seCinco
mìnutos11856),A viuvinha(1a5n, (A6D, Dìva(1864)e Serhora
Lucíola (1875).

tS e n h oraeaeducação
sentimental do burguês
O rornanceSenhoraé urnexcelenteexemplodahabildadecomqueJosé de
Alencar,
ao mesrnoternpoquereproduz a estrutura
dasnaTrativasroÍììânticas,
apresentaunìolhaÍcríticoparãalgunsdosdesviosdasocedade daépoca.
0s protagonistês
dâhistóriâsãoAuréla Camaígo e FeÍnando Sexas.Apai-
xonados nãjuventude. acabam seseparandoporpToblemas f nance ros.Sei-
xasaceta um doteparaf caÍnoivode umamoçamâisÍica,Adelaide AÍÌìaral.
Quandorecebeurnagrandêherança de seuavô,Aurélaresolve vingaFse da
humlhaçáo a quefo submetida porSexas. DecidecasaÊse como rapaze,
parãtanto,"coÍnpTa-o" cornum dotede 100contosde réis.

A ronanceurbano311 a
TI TER AT U R A
-

XUI
t...1
AuréÌiaÌ Que sigrÌÍìcâ ìstol
Representmos uma comédiâ, na qual ambos desempe
-=e nhDos o nosso papel coÌn peÍícia consuÌnâda. Podemos ter
este oÌ€uÌho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas
==
é tempo de pôr teÌmo a esta cruel mistjfrcação, com que nos

-- = estamos escdnecendo mütüamente, senhor. Entlemos na
reaÌidade por majs triste que elâ seja; e resigne-se cada um ao Í
que é. eu, umamulher traída;o senhor unì homemïendido.
Vendidol exclâmou Seixâsièrido dentro d'alma.
\rendìdo simr não tem outro nome. Sou rica, mÌ to
rica, sou miÌionáúa; precisavâde um marìdo, trâsle indispen
sá\'eÌ às muÌheres hoÌìestas. O senhor eslâ\'Ìano mercadoi
compÌei{. Custou me cem conbs de réis; foi barato; nâo se
fez raler Eu dada o dobro, o t iplo, toda a minha riqueza
poÌ este momento.

, ATENCAR,José de. $r/ú/a.


23.€d. Sáô?âulo:Atica,1992.p.75. (Ìragnelto),

Alencar,atrãvés de Auréla,faz LrmaduracÍíticaà sociedade da época:a


moçadeclara ter compÍado urÌìÍÌìardo poÍ seresteum "trasteindspensável
CoÍnoera costumeno sécuo àsnìulheres honestas". Comomulher, Aurélaé independente, capazdecui
XlX,AlencêrfoÍmouseleitoÍapa- dar da próprrãvidae até mesmode gerirsuaÍoÍtuna. sevê obrlgadaa
xonadonaspágnasde clásscos ãtenderàsexgéncias da socedadedaépoca,queespera queasmoçasarru
^/las
estrangeìros.
Eeconta,eraComo ÍlìeTnum Tnarido paraãssumr o peÍfi idealizado paÍaasmoçashonestas.
e pofque5ouromarcBfa,queso- poÍém,nãoapagaa h stórra
fÍêLrparaaprendero francêsde
A crítica, deamor.PelocontráÍo,fêzcornqueo
nìodoa podeferosronrancêsde sent Tnento Surja
cada vez mais
va orizado comofoÍçaredentoÍa detodasa5fa-
Bâlzãc,
Dumas, Vigny,
Chateaubr - tas.É o arnorque sente porAuÍéla que desencadeaÍáa Íaníorrnação emSexas.
ande VrctorHuqo. Recuperada a dignidade e o caráter de Fernando, Auréliaestálvrepara
AlémdosestÍânge ros,causou decaTar sêuaTnoT. Comoseriade espeÍato romance terminacornã reconc
muta Lmpressão em Alencaro lÌaçáodosarÌìantes. Essareconclaçãosóé possível porqueSeixas é capazde
sLrcessoalcançadopor Joaquim compÍeendeÍ quealgoSocialrnente aceto,o casamento porconven ênca, era
Nlanu€lde lúacedocoma pLrb- moramentecondenáve.
cataadeA Marcninha. Éassm queosromances decostuTne váo,a pretexto decontaÍh stórasde
arnor,consoldando o proletoliterário gaÍ
de divu valoÍesmoÍas e criaruÍÌì
que estranho sendr nâo dee espelho no qual o púb icoburguês possa verÍeflêtidaa suaface.
perta\ã em meu coração adotes
cente a noú.ia desas homena
gens de admiràção e respeito ri
r Osperfisde mulher
butados aojolem autor d,4 MG
Mìrnal Qual régio diadema la-
Umdosasoectos marcantes dosronìancesdeJosédeAlencaré a cafacte-
liâ esa auréola de ennNiasmo a rzaçáo que faz das heroínasfomânticascomoTnuheresfoTtes,senhoras de
.ingir ô none de un escÌiior? seudestlno. No âmaqo dessas personagens,
pulsaum coração romántco,
queoTentaseucornpoÍtamento emnomedos dêaisrnãispuros,mesmoque,
AIiENC'AR,.loséde. Ceno, r,q,? paraisso,precisem a condenãção
rou mróra. cmPims: Fotries,
enfrentar dâsociedade.
1990.p. 38. (Iragnelto). É o caso,por exemplo,de Mariada Glória,moçarecatada e puTaquese
tÍanslormanacortesã Lúcã,ernL!c/o/a.Essegestodedegradaçáo rÌtorêltem
Ma sabia â gunsanos
eleque, umafunçãonobÍe:aludar a famÍla, empobrecdadurante urnaepidemia de
nìaistãÍde,ãlcançar
ã suc-"sso
se' febíeamarela. Expusa de casapelopai,a heroínaseguênav da de coftesã
nìelhantecomO quarár;. paÍasustentaros estudosda Ímã.RepaÍenaforçêdêssamulherão denun-
caT,pêrao amante Paulo,a h pocrsiadasociedadequea julgae condena.

a 312 cApiTULa
$
TITERAT U R A

Baro SantaÍêresa, RiodelaneÍo,1875


SêrtaÌeresa,
aofundonaÍoto,Íô o E
prmerobêÍb a seiormaremLm morc
noRiodêlân e ÍoE l e s u rqpi uo Ìu m a I
queíãode$brêvvência, pos ánão
havao mosquito propâgador daí€bre
epdemâ q u ea t n g Ìuo R od e
âm ar ea,
Jênêroentre1849e 1850.Essâ epdemâ
p€lo€mpobrec
1o r-"sponsável mentodâ
iãmliade Lúcia, emlrclo/ê

U Patê$.: bae$e coD ospés,en siní de - Gozâda tua mocidade,éjusro: tü podese devefazer;mâscomo só eu
pfoÌ8sô ôu desSndo.
\€nho à tuâ casae todo mundo sabeque não sou milionário, compreendes
únpudêrci.: dekrânent,, raÌÈ de
qüe, se isto continuasse,suspeirariam,diriam mesmo,sejá não disseüm,
que üvo à tua custa!
Lúciâ ficou Ìí\ida; tinha compr€endidÒ.
- Então não possodar-mea quem for d€ minhavontade?
- Qucmdi/ is\u?| u e quc nãorepo\soa.êird por.emethanre prero.À
custâda honra...é muito caro,Lúcia!
-Ahl esqueciaque uDamuÌher como eü não sepertence;é uma coisa
a pública,um ca.rÍoda prâça,que nâo pode recusarquem chega.t...1 Esqüe-
ci, que,paÍà ter o direito devendero meu coÌ?o, perdi a liberdadede dálo
a quem me âprouv€rl o muÌìdo é lógicol ApÌâudia-mese eu reduzisseà
misériaa famíliâ de âÌgum liberrino; emjusto que pareasse se eu rivesseâ
: loucura de arÌadnâr-mepor um homem pobiel Enquanto 1...1osteÌÌraÍa
! UmadiÍícilescolha:
È amor impüdênciadâcortesãe fu er timbre daminhâ infâmia,üm homem honesto
ou prosPeridade? pode roÌâr-senos meus braçossem que a mais Ìeve nódoa marche a süa
t NaNovaYorkdo fiÍr do sécuo honraimâssepedirìhe que me aceire,sethe supìicara esmolade umpouco
XX, LilyBãrtvivedvÌdidaenireo de âfeição,oh!entáo omeü contatoserácomoa lepra para a suadignidade
coração e ã râzão.Sla belezaa e a suareputaçáo.Todo homem honesrodeverepelir-me!
tornao centrodasatençôessoclais, t . . . 1
despertando a nvejâdasoutras
Írìuheres. pêloloveÍri Saiü aÌ:rebâtâdâm€ntee fechou-seno toücador.
Apaixonada
Lawrence Sedon,Liiyabdca do Voltei, reÍletindo se o que tinha feito em realmenteuma açãodigna ou
amorenìbusca daeÍab dadefi- uma refinada cobârdia;servilismoà invejae malevoÌênciasocial,que se de-
nãncera suahistóÍa mostÍaque cora tantasvezêscom o pomposonoÌne de opinião púbtica.
o casamento por Interesseé um
iênì.quefo exploÍado rnLrtasve- Al-ENO.4R,José de. aú.told.2?.ed. Sãopaulo:Ádca,2003.p.6?.68.(rÈgnenb).

Paulosentesehumihadoporque Lúciâ
abandonou todososoutros amãn-
tesparaÍranter-sefielsornênte teÍfe queã socedade
a ele.Fraco, o imagine
ËË sustentado pelabea cortesã.
O queeraurns naldoaTnoTque Lúciasenta por
eletorna-se umaTnancha aoso hosdaopiniãopúbicae é issoquea protago,
nistadenunca, compalãvras fortese nd gnadas.
As heroÍnas de Alencârtêm umafoÍça nteriorque âs rnovee as toÍna
Á essêrciáda pá&ô, d€ Ìêrence bastanteavançadàs em relação à sociêdâdeem quevivem.A criâçãode per-
! DaviesReno Lrnido,20001 sonagens femininas de caráterfortee belezainsuperávelgarantiua Joséde
:!*ãsI,=É*@rylF AlencaÍo títulode mestredosoeÉsde ÍnuheÍ.

Oramance
urhêna313 |
IITERATURA
-

.o choque
danudez
o quadroo/lmpla,do pÌntorfÍancês
ManêÌ,causouÌântochoquee es.án
dao qlandofoi exb do pelapÍlmera
vez€rnPari5,€m 186s,qu€Íoi prerso
chanìarguardds paraprot€qêo O nu
ÍeÍnninoadístconáoera novdad-".En'
tão porquehouveÍ€dção lão exdtêda
por part;do púb .:o? *
Paraencontrar Lrnaresposia, prêste
atençãona Postura da mlrhêr,na êx-
pressaodesêLrrosto, noo harquêdìr-
qe ao obseÌ.r'ador
do quadro,naservi'
çalquêapr-asentâ um bLrquê de foÍes

Manel,Ormpl.,1363 Oleo5ôbrêÌeã,

Qtinção I

Na noite de núpcìas,Aurélía revelaa Fernando


ãs verdadeírèsrazõesque a levarama casar-se com ele.

f..-l A moçâ aÌraslou runa .adeiÌa e colocoÌr se em face do


marido, cujas racescrestìva a seu hálìro abmsado.
-Náo preciso dizcrlhc que ãDror loi o meu, e qÌre a.Ìoração
llÌe votou mnÌha alÌÌrâ desdc o primeim momenio eDr que o cn-
coÌìtrci. Sabe o scnhoa e sc o ignora. sua pÌesença ãqlÌi nesta
ocasiãojá lhe re\,cÌou. Pau que uma mulher sacrìÍìque assim
Lodoseu futuro, como cu fiz, é preciso que a existênciaie iornas
se parâ ela um deserto, onde Ììão reía seÌìão o cadá\'er do ÌÌo
Ìnem que a âssolo'i para scmpre.
\L ê ìr. ' , , Õu r' n,;u.ub,ê o.cro pd,i , ompri mi , emo, i .
' "
que a ia cÌoÌninando.

Conhcci que não amala-me,.omo eu desejala c ÌÌìereciâ


ser amâdã. NÍasÌÌão erâ $a a cuÌpa e só ninha que não soube

hd
ìÌÌspirarlhe apaixão, que cu sentia. NÍaistarde. o senhoÌretirou-
rìe essamesma aÍciçio com que me consolarã e iÌansportou-a
pa|aoÌrtra. em qrcm nãc,podia enconlrr o que eu Ìhe dcü, uÌn
coraçÀolirgem c cheio de paixão com que o adora\ã. EnÍetân-
n ..,i rd J i \' ÍorJ.pn,?perduJrl he. Jrni l

a 314 cAPíruLo
16
L I T E RA I U R A

À moça âg1touentão â ftonte com uma vibração altivar


Mas o senhornão me abandonoupelo âmor de Adelaide
e sim pelo seudote, um mesquinhodot€ d€ trinta contoslEis o
que não tinhao direito de fazer € quejamâisÌhe podiâperdoarl
Despr€zass€-meemborâ, mas não descessedâ âÌrurâ em que o
havia colocado dentro de minha almâ. EÌÌ tinhâ um ídoto: o se-
nhor abat€ur d€ seu pedestâI, e atiroü-o no pó. Essâd€gÌadâ-
çâodo homem aquem eu adomva,€ìso seucrime; â sociedade
náo t€m l€is pam puniÌo. mas há um remorsoparâ €le. Não se
assassìnaâssimÌrm coraçâo que Deüs criou pâra amâÌ, incutin-
do-lhe adescrençaeo ódio.
SeL\a..que cinha,uMdo a tronre.eÍpêu-d de novo.e firou
osolhosna moça.Consenâ.?aindaâsf€içõescontrâídaie gotas
de suor borbülha\'ãm na raiz dos seusbelos cabeÌosnegÌor.
- Â riqueza qu€ Deus me concedeü chegoÌr talde; nem ao
menospeÌrnitiu-meo prueÌ da ilusão,que têm asmulheÌesen-
sanadas.Quandoa recebi,jáconheciao mundo e suasmisérias;
Ja çdbiaque â mo(a ri.a è um drrânjoe náu uma esposa: poi.
bem, disseeu, essariqüeza servìÌá paÍa daÍ-me â única sâtisfação
que ainda possoter nestemundo. Moshar a ôssehomem que
nâo soübeme compreender que mulher o amavà,e que àlma
q p€rdeu.EntÌetanto,aìndaeu afagâ\.? üma esp€Ì?nça.SeeÌe re-
! cusa nobremente a proposta aviltante, eu irei Ìâ.ÍÌçâ.r-mea seus
pés. SupÌicar-Ìhe-€ique âceite a minha riqüeza, qüe a dìssipe se
quis€r;masconsinta-meque eu o ame.f,stâúltima consolação, o
sentìora aÌrebatou.1...1
ALENCAÌ,.IôSé dê. sntrz 25. ed. são ?aulo:
A ü i I 'r a 2 p . 1 " 9 l 0 / l d B m ê n r n\
'. '
LU Clt*{: Jôgu€Àã.

t. Nâ suâ primeirâtâlã, Auréliâ descreveo sentimentoque nutria por


Fernândo,Quê tipo de amor â moçadeclarater sentido por ele?
r Queefeitotem sôbreelasuadecepçãoem reaçãoa esseamoT?
r De qLremaneiraêssãdecepçãoexp cã â decisãode AuÍéia de "coÍn-
prar"Fernãndo?
2. O fato de FeÍnandotê-la abandonâdo por outrâ mulher não é o
que motiva a vingançadê Auréìia. Expliquepor quê.
r Qualfo,segundo Auréia,o crimecometido pofFeÍnando?
r A expicãçãode AuÍéia sobÍeessecrimeÈvea umalmagemdealizada
do êmado.Explque.
t. Relêiâ.
"-A riquezaque Deusme concedeuchegoutardei nem ao m€-
nos peÌrnitiu-me o pnzer dâ iÌusão, que têm asmülheres enganadas.
Quândo â recebi,jáconheciâo mundo e suasmisériasrjásabiaque a
moça ricâ é um ananjo e nãô uma esposai...1"
r Qualéa duÍacrÍtica feta porAurélia a umcompoÍtâmento da soceda-
de em quevive?
. Explique de que maneirãessafalasugerea expeclãtìvaromânticaque
Auréia tem em relaçáoaô casanìento.
4. Porque Auréliâdiz â Fernandoquê ãindatinha uma espêrançã em
relâçãoa ele: que suâ propostâde cãsâmêntofosserecusadâ?

A rcnanceurL,ano315 |
LIÌERATURA
-

ManuelAntôniodeAlmeida:
a estética
da malandragem
U^.ê.;.o r" por-o d rô'ô-ledo. o^ó^.ô dôvoédoêÂô. d, .g
rá dasmáosde N,4anue Antôno de A rìreda.O Ro de -laneÍo qLreapaÍecenas
pág nasde Memórlasde um saryentade mìlicìdsnão é o da elÌe bLrrgueea,
1". o d" b" da pop .1" .
" "da. -"s ", "
Entremeadode episódos engraçados, Memóras de um sargentade mtli-
c/ascontaas aventurasde urn certo Leonardo,f lho de LeonardoPatacae de è'
N4ar a da HorÍaça.
Cr adope os padrlnhos,urnbarbero e urnapartera,Leonard nho rnete-se
ernm peÍipécias, compoítando-se comoum verdade queapre-
ro anti-herói,
c a a Tr]a
andTagern e envolve-se
com vá|asmulheres.
Todaaquea idea zaçãodospfotagonstasquenìarcaasobrasde N4acedo
e de AlencaÍdesaparece no casode Memórasde um sargentode milictas.As
Bernard Weqândt,Âuatão a/emenre
Frbde-/aneiro,I 884.O€o sobret€ a, personagens dessahistóriasãohomense rnuherespress onadospe a necess-
9 4 x 6 8 .m .r v lar u€
A nt Ôon d eA m e d . dade.Na tentativade dr blaÍo destno, recorrem a pequenos go bes,expo-
êscóhe! osbaú@s maspobres do Ro ram relaçoesde influênca e proteçãoe se d veÍtemerf leslaspopu ares
delan-"rôpâGc€.árodeseusrcmâôcê,

Comoo povosedivertia
U.nêdêsiestasrnaispopuaresnoRodêl.nerodoséclrìoXX,aFo
êdoDivno,oll
festado EspíÍito
Santo,é descÍita
de maneram nucogâem um doscaplt!os dê
l\4emaiasde un sarqenbde milicìas. j

t...1 uú Ìatrcho de menitros, iodos


denoleaonzeàros, I...1spâtosde co"
dercsa, úeia! bÈn.as, .àlçào da cor do è
sapà|o, faixs à .intuíà, .amisa benca
l de loDgose cúdos colarinhos, chapéus
de paÌha de abs Ìdga, 1...1.Càda um
dcsscsmeninos leM!à un instnrmento
ldtmlenÌ que tocaM'n, pandei.o, ma-
chcte e úÌnborü. Caminhalnm torDd-
l" do um quadrado, no mcio do qual ia o
chamado Imp€Ìador do Diüno, acom-
pmhados por uma músicã de bTbèì-
ros, e pÍe.edidos e cercàdospor umi
chusma de ;ftrtor de ópa le!àndo ban
deiÍàs encaúàdâs e Òuros emblems,
os qrais ri.â!âm esmoÌò ehquanrô eles

-{-MEÌDA, Mânuel Aìrônio dc Mèmótrastu Ln tuEènta ú nilí.i6


!E orl rolia,faü sã. Paulo:Ateliê Editofial,2003.(Lagnrento) .

Todasessas fâzeffrcomqueesserornance
carêcteísticas ocupeumapos-
denÍodoquâdro
çãodiferente do RomantisrÍro
brase fo Quaseumacomé-
d a decosturnes,
Memór'las
de umsargenta gãnhãcontornos
demillclas Íea-
| -ê \ q . è _ d o è p ." s.1 êod,esode ìs r' .t oô\ o.,q. " ^óS _d,ol
sérase respetadas. poÌ exempo,dos trechos
CoÍÌìpare, em queo major
Vidga aparece
enìcena.

| 316 CAPIIULA
16
L I Í E RA ÍU R A

o v idigal
!
t.' O som daqÌrela voz que dissera abra a Ìrorra" lançìm enrre eles, corÌÌo
a dissemos,o esp:ìnroe o medo- E não Íoi scm ruão; em ela o anúrÌcio de ünì
grande aperio. de que por certo nãopoderiam escÀpar.Naquele rempo aiÌÌdâ
] nio cstava organizÌda a polí.ia dâ cidde, ou mres esr"r'â-o de rüÌÌ ÌÌÌodo em
= ÌÌamoniacoÌn arÌendêrì.iâs c i.Ìêiasdâ época. O najor Vi.ligal e ra o reiabscÈ
Ìuto, o árbiiro sÌrpreDo de tudo que dìzi,ì rcspciro a esseramo de adnÌinisüa-
.:'úiera ojrÌì? que.jÌrlgalae dsrribuíâ apcna, c ao mesnÌo rempo o guardaque
darã .aça aos cfim ir ososl [...] â suaju s,,çacra infalí\,eltnão haüâ apelaçãodas á
seÌÌteìÌçrsque da!a, faziâ o que queia, c ninguém ìhe ronÌarã contas. 1...1

-\IÀ$IDA l\'1.nueìAnrôni!ì de. llèrÌó1iús tL Ln rytnhúnitíit.


SaÒPruì,):lÌeliêFdiro.ial,200J p.!1. (!Ìagncnto).

Napróxmêcena, a Tnadrinha deLeonardlnho e duasarngasvãoprocurar


O sarqerro,é9úâiódê de DarepaÍaa
abtaMenanasde ún sêeehta de o majorVd q ap a rap e d irq u e e ma n d e
s o t a fo râ p a zp,ie s op o rum ao È
nil.ias,edlçãode 195! demsua.o queestáernquestão, rnas umavez,é o poderdêVd gal Veja
coÍÌìoo nâÍãdoro descÍeve.

As três em comissdo
a t...1 O major rccebeu ai de rodaque de chilâ e tamàrÌ.os, nio tendo a pnncí
pio suposto o quilate da \ìsita: apcn:L! porém reco hcce'u as tÌês, coneu apresa
do à cedinha lizinha, e enrcryou o mâis deprcssì quc pôdc a fdda; como o
tcÌnpo ur$a, e eE uìna inci\iÌidade deixâr sósas senÌÌoras, nào.ompletou o uni
firmÌe, e \oÌtou de no\o à sala de faÌda, calçasde eÌlnd, ÍmaÌ.os, e ]m lenço de
AÌcobaça sobÌe o ombro, segÌndo seu nso. .\ co1ÌÌadÌc, ao \êlo assiÌn, apew .Ìa
àÍÌiç;io cm iÌue seacha\ã. md pòde conter rtma dsada que lhe leio aos Ìábios. i...1
ÊJ n.a,q"", .n .o ...urì',o
AÌ-IMD^. i!ÍaDucl
-\Íôrìo {Ìe. ivmônat deutu iogato demilí.iat.
são laulo:-{Gliê r{Ììtorìrl, 2003.p.321 (tra8neìio)

ter.dopelaautorÌdade
Homern quetnha,Vdiga
ês, o êê d doe" i . es 1e oe\p" l d.I ul qee. q- ê
vãoà suacasapedr um favorO espanto e o rnedo
o. e . .óp-ê\"_\àdesen.ddearop' -re a ona""o
subsltuídos peo Íisomacontdoda"
comadre
Pormeo
Í
destuações comoessa, N"4anue
AntôniodeAlmeda
prjviega o humoÍcomoum Íecurco naTTatvo
capaz
deemprcstâr rnaoÍ Têasrnoàspersonagens
e acon-
tecffrentosdesuah 5tóra
: -. e o Ló' ' íô.ôíôntepdr. ., _-t' l -oe, so- o,
seÍáreí ado,â gunsanosrÌìas tarde,por [/]achado
deAsss,o rnes'tre
danatratvaÍealstanoBrasi.
.
.reanBâptíe Debret,tui2êJ.iegêth âÒpàlé.tÒdaÌunìç",
tôgralura,5écuo XX iuize5des.êmde.:n!aqem à Ír€nte
d o P â á c od a l u 5 t e â ,n ô R o d e l a n e r o ,n o n i c o d o 5 é c ! l o
XX As foicesadeandôâ pôrìã p. n. pal ndcam que ún
crm fôsô ená s€ido lu qado

o rananQukana 317 a
I . iÏ EB A I U I Á

Origem, nascimentoe baüzado


O texto abaìxonafta a festade batizadode Leonardinho,
prctagonístado romance.

Chegou o dia de bâtizaBe o rapaz: foi madrinha â pâxteim; sobre


{
o padÌinho houve suâsdúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr.Júzj
porém teve de ceder a insttucias da Mãria e da comâdre, que queriam
que fosse o bdbeiro de d€fronte, que afinal foi adotâdo. Já se sabe
que houve nesse dia função: os conúdâdos do dono dâ casa,que €raÍn
todos daÌém-md, canta\ãm âo desaÊo, segìndo seus costumes; os corÌ-
üdâdos da comadÌe, que emm todos dâ teÌ.lã, dânçâlãm o fâdo. O
compadre üouxe a Ebecâ, que é, como se sâbe, o instÌrmento favori-
to da gente do oficio. A princípio o I-eonardo quis que a festâ tivess€
aÌes aristocráticos e pÌopôs que se dânçrse o minuete da coÌÍe. Foi
ac€ita a idéia, ainda que houvesçe diÍicuÌdâde em encontrarem-se pâ- B
res. t...1 O compadre foi quem tocou o minuete na rab€ca: e o âfilhâ-
dinho, deitado no coÌo da MaÌi4 âcompmha\'a cada acada com um
guincho e um esp€Ìneio. Isso fez com qu€ o compâdÌe perdesse mui- t
tas vezes o compa-ssoe fosse obdgado â rccoDeçd ouúas tantâs.
@ ruÉo no rxlo, temo sentidode Depois do minuete foi desaparecendô acedmôniãe â bnncâdei-
ft aÍenmtou, como se dizia naquele tempo. Chegaram uns Ìapâzes !
Macn€t€:i.rhnentó nuìal dê ônffn deüola e machete: o Leonardo, instado peÌassenhoÌ2i, decidiu-sea
potugn€É, mior queo câmquinìroo .
neno. qüea riola, núb usadono
romp€r a parte lírica do divertimento. Sentou-se num tambor€te, x
âconpuhanento de ünçõespopulms em um lugar isoÌado da saÌa, e tomou uma üoÌa. Fazia um beÌo efei- 3
to cômico vèlo, em tr4ies do oficio, de casaca, calção e espadim,
é
acompanhando com um monótono zum-zum nas cordas do insúu-
Elpadim espadap€'luena.
mento o garganteado de uma modinha pátria. 1...1
-
O canto do LeonaÌdo foi o demdeiro tooue de rebate DaÌa es
quen taÌ-sea brrn.ddeird. joi o adcu. a".erimó;ìá.. Tudo dai m dìd- a
t€ foi bürburinho, qü€ depressa pa.e'ou à gritaria, e ainda mais depree
sa à algazaÌÌa, e não foi ainda mais adiante porque de vez em quando
úam-se parsâr atràvés das rótulas da poÍâ ejaneÌas umas cert?s fÌ$rE
q u e d e n u n .i a!ãm que oV i drgdl ddd€ pe,ro.

ALMEIDÂ Mmuel Anrônio de, Mmúi6 deun süEdto d4nilíci6.


SãoPaulo: Ateliê EdiroÍiâì, ?009. p. 6&70. (LJgúenb).

í. Qual é a classesocÌala que pertencemas personagensdescritasno


trecho?
r Cornpareessetìpo de personagem côrno que ãpãÍeceem outrosío-
mancesurbanosdo RomântÌsmo.
2. Leiaos trechosâbaixo.O primeirq é de Manuel Antônio de Almei-
da, o segundo,de JoaquimManuel de Ìúacedo.
"Dêpois do minuete foi desapârccendoâ cerimônia e â brincâdei-
rà o,íenenttlu,como se dizia naquele tempo. " (Mm ôiqs deum saÌgento
(;ael dançandônihuete, gÍavúã de
1875.Comorigemno sé.uloXVll,o 'T o maisé que estâmosnum sarau.t...1alegre,n
minlete,paavÍaques gnificapassos
.urtos, cêrãcterzvê-se pelaleve2ae lhida sociedadeenche a gÌande casa,qüe brilha e mostra em toda a
graciGldâde dosmovìmentos. pâÌte borbuÌhar o prazer e o bom gosto.'r (Á Mo,"?,tnÁd)

a zla CAPITULj
16
TITERAT U R A

O Vidigal
:
O som daquelâ loz qtìe dissera "abrâ a porta" lançda entre elcs, como
cÌisserÌÌc,s,
o esparlo e o rnedo. E nào íòi sem razãoi era eÌa o anúncio de um
grande apeno, de que por ccÌto não podeÌiarn cscapar \aquele tempo ainda
não estarãorganìzada a poÌícia da cìdâ.Ie,ou antcs estala{ de um modo em
hÂrmoÌìia corÌÌ âs tendêÌrciase idéiâs da épocì. o Ìnajor \ridigaÌ em o rci.Ìbso-
ìuro, o árbiúo supremo de tudo que diziâ respeito a ese ramo cÌeadministra
ção;era ojrúz quejÌÌlga\,âe disn ibuíaapeÌìa. c ao mesmo rempo o grarda que ,
da\'ãcaçaaos crimìnososì 1...Ia sìrafurrra cra inÍaÌír'el;nào haüa apeìaçãodas í
senlençasque da!a, ftia o iÌrc qüena, c ningxórì lÌÌe tomâ\ã contÀs.[...]

ALM|TDA, ìlânkÌ Ann_)rh de. Monó as da an:atg.nta d? niúia:


Sãó Plulo Ateìiô ldiro,iaÌ,2003. !.91. (frãgmenÌ.).

NapTóx macena,a madÍinhê deLeonardinho e duasaÍÌìlgas váoprocuraÍ


áquaÍortedê DarepâÍââ
O sargerao,
abta Menònas de ún çryentÒ de
o n-ìêjor V d gpaa rap e d irq u e e ma n d e
s o t a rof a p a zp, f e s op o rum ao Ê
DrLè5, edlçãode 195:. demsua.O queestáem questão, rnas umavez,é o poderdeVldgal.Veja
cornoo narrador o descÍeve.

As três em comrnsso
j 1...ì O major recebeu as de rodaque de chita e lamaÌlcos, não tendo a pÌirÌci
pio suposto o quilate da\'isìta; âpcnar porém reconheceu âs três, co1Ìeu apres,sâ-
do à camarinha \'tinha, e e eÌgou o mais depressâ que pôde a fardaì como o
i€mpo ürgiâ, e era ì.rma incÌ\'ilidade cleixar sósâs serÌhoras, não compÌetou o üni-
toÌìe, e loltou de novo à sala de fard:r calçasde enliar, tânÌàncos, e uÌn lenço de
AÌcobaça sobre o ombro, segundo seÌr uso. A comadre, a., \ê1o assim, apesar cla
aJÌiçãoem que se acharã, mal pôde .on rer luÌÌa risada que Ìhe veio aos lábios. l...1
U Rodaqúe'd,xd,
-r{,ti'-. ATltjjÌD^, Nlrnu.l Ànônio d.. M9nóit\ .k rn nrymb & nìüâa:.
são tanlo:AÌeliêDdnoÌiâì.200J p. 321 (l.agnì.mo)
:I

Homern temidopeaautordadequetinha, Vdiga


é5urpÍeend
doemtrales menorespeasmulheÍesque
váoà suacasêpedr LrrníavotO espanto
e o medo
o.e ud p' ê ô1.à dF ê' C êdeavè' " p1-e' a C e _ã5ão
subíituídospeo risornacontdodacomadre Poímeo
destuações comoessa, ManueAntôno deAlrnerda
privileg
a o hunìoícorÌo urnrecursonarratvocapaz
deemprestar rnêoÍ reasmoàspersonagens e acon
tecffrentosdesuah stóÍa
rs.eoLó. .rôlôíônrê pàrèà. ,s it .,-óe\o,
".
seÍárecrado, a guns anosTnas tarde,por N,4achado
deAsss,o rnestre dânaÌTativa
ÍeastanoBras.

J€anBadne Debret,/urzer.beqan êapaláeadaiustiça,


toqrav!ía,sé.uoxX .ruizes
desc€m d€caíuaqemà Írenle
do P àácodal !í ça,.ôRô dêl àneo, noi ôícÒdÒséc!ô
a porl âpr..pa ndi camqú€ú m
X X A sÍocesl adeando
dm nôsôenásendoju qado.

A tonan.eurbano317 a
I I Í E f , AÍ ü 8 â

Origem,nascimnttoe baümdo
O texto abaìxo narra a festa de batÌzadode Leonadinho,
protagonistado romance.

Chegou o dia de batiz?Ì se o üpaz: foi nÌâdrinhâ ã pâÌ'teir4 sobre


o padrinho houve suasdúüdas: o Leonardo queria que fosse o Sr.Juiz;
porém teve de ceder a insúncias da Mâriâ e dâ comâdÌe, que queriâm
que fosse o baÌbeiro de deftonte, que â.6nâÌ foi âdotâdo. Já se sabe
que houve ness€ dia funçâo: os conüdâ{tos do dono da cd4 que emm
todos dãlém-mar, cantar€m ao desaÊo, seguÌÌdo seuscostumes; os con-
vidados da comadre, que eÌam todos da terâ, dânçâ.!€m o fâdo. O
compadre troÌr-xe a rabeca. que é, como se sabe, o insFumento favori-
to da g€nt€ do ogcio. A pdncípìo o LeonaÌdo qús que a festa tivesse
arcs aristocúticos e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi
aceitâ a idéia, ainda que houvesse dificuÌdade em enconúaÌ€m{e pa-
res. t...1 O compadre foi quem tocou o miruet€ na rabeca; e o âfÌÌhâ-
dinho, deìtado no colo da Maria, âcompanharã cada aÌcada com ün
guincho e um espemeio. Isso fez com que o compadÌe pedesse mui-
*
tas vezes o compasso e fosse obrigado a recomeçd outÌì; tãntâs-
@ r*ça", no t o *"lau a" Depois do minuete foi desapaÌecendo â cerimôniâ e â brincadei- E
"to,.. n ãfementtu, como se dizia nâqueÌe tempo. ChegaÌam uns rapazes
M.úetc: úsl'ìmerb nusicalde ongen de viola e machete: o L€onardo, instado pelas senhoÌas, decidiu-se â
portuSusa naior qüeo evaqri.ho e
romper a part€ lírica do divertim€nto- Sentou-se num tamborete,
neúÍ quea üola, nujto údo no B
aconpâÌümdtô d€.dções populâres em üm 1ügâ.risolado da sala, e tomou uma vioÌa. Fazia um beÌo efei- õ
to cômico vê-lo, em üajes do oficio, de caia€a, caÌçáo e espâdim, €
é
âcompaÌÌhaÌÌdo com um monótono zum zÌm nas coÌdas do instru-
E3padiúi6pâ& peqüenâ.
mento o garganteado de uma modinha pátria. t...1
O canto do Leonardo foi o derÌudeiro tooue de rebate Dda es
quenlâ^e â brinudêirà.lor o âdeu\:ts, erimó;ias. Tudo dà m diàn- 3
te foi buÌbuÌinho, que depressa paisou à grita a, € aindâ mais depres-
ê
sa à âÌgâzârÌa, e não foi âìnda mais adiante porque de vez em quando
üâm{e pâlsaÌ atràvés dar rótülas da porta ejanelas umas certai figu6
quê dcnunLiddm que o Vidigdl dd,\a perLo.

AJ-MEIDÂ, Manuêl Artónio de. Mmúi6 dzun soBmto d. nilíà6.


SãDÌaulo: ÁtêÌè Editoúal, 2003. p. 6&70. (F.â8frênb).

t, Quâl é ã clâssêsocìala que pertencemas personagensdescritasno


trecho?
. CorfpaÍeessetlpo de personagem corÌìo que ãpaÍeceem outrosro-
mancesurbanosdo RomantÌsmo.
L Leiaos trechosabãixo.O primeiro é de Manuel Antônìo de Almeì-
da, o segundo,de JoâquimManuel de Ìúãcedo.
"Dèpois do minuete foi desapdecendo a cerimônia e â briÍcâdei-
rà aíenntôu, como se dizia naqüele tempo. " (M0n óias deum sargnto
Cael .lançandaminuete,qaruta de
1875.CoÍnor gemnoséculo XVl,o 'E o mais é qu€ estamosnum sarau. t...1 alegre, ÍÌ
>t mlnuete, pãlãvrâq!ê sgnificapa$os
peâ ìeve2ae
curtos,caracterizava-se Ìhida sociedadeenche â grande casâ,qüe brilha € mostra em toda a
gÍaciosdadedosmovmentos. part€ borbuÌhar o pÌ?zer e o bom gosto.n (Á Mri,rt'?,{a)

| 318 cAPÍruLa
16
I.ITERA ÌU R A

r ErÌìqueê Inguagem nesses


trechosse difeÍencia?
3. Transcrevauma passagemdo texto que mostre a veia irônica do
autor,
r EssacaracteÍíslca
rompe,de certaforma,com o que eÍa usualmente
dosromances
caÍacteÍistico urbanosPorquê?
4. O trecho mostrauma situaçãobastantecomum na culturâ brâsilei-
ra: a tendênciaa imitâr padrõesconsiderâdosdê "bom gosto", âs-
socìadosaos hábitos dâ elite socioeconômica.De oue forma esse
traço apareceno texto?
I Essam taçãofuncionaou elaé rompda?Compaove suaresposta
com t
elementos do texto,

Sepod€mosassÌrmiÌa hipótesede que cada romance constrói seus


MâÍisa Lajolo e Reginâ póprios leitor€s, Á Mrn ÌtzÀapaÌece testemÌrnharo esforço€ducativo
Zilbêrmansáo professoías de de Macedo, ao tempo de publicação do primeiÌo sucessopopulaÌ da
têrêtuÍana unicaÍnp e na PUC- nossaliteratÌrà Náo só o €stiÌo Ìiterário modemo é debatido em suas
RS,respectivam-ônte, Juntas, páginas,colno isso aconteceem termos e paüôes que pro velmente
: d€sênvovem importênte pesquisa
sobrea hstóriadalêiturano Bras. ú)ma\aÌì a discussãoacessívelaosdestinaláriosdo lilro.
EntÍeos livrospublicados a êsse Nesses€ntido,tambéma mençáoao Romantismot€m funçãode mer,
respeito,destãcar.-se
Á Íríráção gulÌÌar o ronÌanceno mundo bÌãsileiro contemporâneo,familiar portan-
da leitura na Brasile A leitura ro, aosleitores.ls"sos€verìficanos momentosem que Mac€doincoÌ?oÌa
o l?4r,e agrlado Rio d€JaneiÌ! dosanos40,exhâindo dâí elementosque
àvoreçãn a identjfrcâção,o reconhecimentoe, a paftiÌ deles,o €nvolü-
mento de suaaüdiência-Com essaestratégia,o âutor pa.receüâbilizar s€u
proje'ode Lriarão do pubLi(obrdsiieiropardroÍÌÌan.esna.ionais.
L{OLO, Mdiq ZILBERÀ{.AN,Re8ina, Á l,tturd rml,td
Ìiúo ê libraiu.â nô Bmsil.Sâo?auìô:Brasiliêns€,
Ì991. p.110. (FrasnêmÒ).

Explique
Marisa Lajolo e ReginaZilbermandestâcâma importânciados
romancesromânticosna formaçãodo público leìtor brasileíro.Redi-
ja um parágrafoargumentâtivoem quevocê exÈliquede que modo
o! escritoresde romancesurbânos,como JOaquimMânuêl dê
Mâcedo,Joséde Alencare ÌVlanuelAntônìo de Almêidâ, desenvol-
veram estratégias naÍrativas espe(íficas para promover o
envolvìmentodos leitorescom as históriasque contavam,
Antesde dêsenvolver seuparágíãíolêia as orientaçõesa seguiÍ,
r ReleaostÍechosde roraãnces românticos reproduzdos nestecapÍtulo,
identificando
reÍerências expiícitas
ao agule agorado Riode JaneÍo do
séculoXlX.
r Analisedequemodoessas referênciaspoderianìÌorçar"a identificação,
o reconhecimentoe I...loenvovimentodesuaaLldiênciã", comoafirmam
a5autoras.
. VeÍifiquese as estÍatégas utlizadaspelosautoresromânticossão
s-ômehãntes,de modoa configuraÍaspectos estrutuíars
dasnaÍrativas
queserepetem comumame5ma fìnaidadeienvovere seduzÍ o leitor

o rcnànceubana 319 a
I
do romanceromântico: o diálogo com o leitor
O convitedo narrador
Nosromances romántcos, naugurã seumatÌadi
çãoqueapareceráemoutrostextos
ljterários:
a utillzação
dea gunsrecursos paÍaestabelecer
de inguagern uÍlìa
interocuçáoentreo narrador
e seuse toTes, coTno o
usodevefbosnãpr raeirapessoãdo plural.

7,'7,nar à câmam nupcial, onde se represeÌÌta a


púneira cena do drama original, de que apenas .À
u,áa"núi o pÌóÌogo. Os dois atores aìnciaconreÌum a
mesma posição em que ,r drirúnor.

AIENLTAR,.losú
de. rirÌ[,ü. Sìo taulo
ÀÌi.a,1992.p 109.(lngn€rto)

ssopãíacr arnoleitora sen-


O autorÍomânticofaz ã
comaspersonagens
saçãodecumplicidade e ostatos
oesclttos
no romance,
Re.ôí Á /êirora,
1841.ÓleosobÍê!ela,
45,7x 38,1cm NôsÍÒmâncês j

românncos, o naradorconúda Machadode Assis:a seduçãodo leitor


os €toresa a.ompanhá-o emsua
naraçêopro.urando.onq! Íar Machado de Asssdâránovafunçãoà nteÍlocução corno etoTeaaseus
ê cúmplicidadedo púbko. roTnances.
Paraa cançarseuobjetvo- proÍÍrover unìareflexão do
a respeito
perfldã elitêbrasleirâ
do Segundo Renado-, precsagaÍântiT queseus
eitores,
rneTnbTos elte critcada,sirnpatizerìr
dessã como narrador,
construÍdo
à suêimaoem ê semehanca.

O pioÌ é que era coxa. Uns oÌhos tão lírcidos, unÌa boca tâo fÌescã, uma
compostura tão senlioúÌi e cox;Ìl Essecontraste faria suspeitar que a nature-
za é às vezesun imenso escá1ÌÌio.Por que bonita, se coxa? por que coxa, se
bonita? TaÌ era a peÌguntn que eu \ìnha fazeDdo a mim mesmo ao voltar
para casa,de Ìioite, sem atinar com a solução do enigma. 1...1

A uma alma sensíztel


Há aí, entre as cnÌco ou dez pessoasque me ìêem, há aí uma alma sensí
vel, que está de.crto uÌÌ1 tâÌìto agasiada com o capíÍrlo aÌìterioÌ, começa a
treìner pela sorte iìe Eugênia, e tìÌvez... sjm, tâh'ez,Iá no fundo de si mesma,
me cÌÌame cínico. Eu cínico, âÌma sensível?Pela.oxa de Dianal csta injúria
merecia ser Ìalada com sangue,se o saDguela\'ãssealguDa cousancssemün-
do. Náo, alma sensíveÌ,er não sou cínico, eu tÌri homem; meu cérebro fòi
um tablado em que se cteranì pcças de todo gênero I...1 Cruzâmm se neÌe
pensamentos de vária casta e Íeição. Náo havia ali a atmoslera somerte da
áeuia e do beija norr hafia tâmbén a da lesma e do sapo. [...]
s húetâde MachãdôdêA$s, de Rêú ASSÌS,NÍa.lìado de. r\tmt iar póstrnat d. Br,is cLrL:
PederneÌas,rê! ía Fonfor,lLnho de 1908 tuo dc.lseno: Ìjrrana Ca.rieì, ì99i.I.92. (Frrsmcnt,,.

a 320 :APITULO
16
BrásCubas, o nafrador,
assume umaposturapÍeconcettuosa
e cruel,ten-
tandojustlficar
â mpossibi dadede um romanceentreelee Eugênla,rÌìoça
queternumdeteitonêperna.Eleâfirnìa quenãopodeserconsderadounì
cínco,porque aÍibu à naturezahumanaofatodehaver dentÍodeleatitudes
nobrese outraspouconobres.
Quandooetoracetaoretratocrue queIVlachado,
através
deBrásCubas,
Íazdae itebrasiera,acaba porreconhecercorÌìováldas
assuasjustficaiivas.
Foiseduzdo pelonarradore contempa, entreadrÌìirado
e embevecido, Ltm
qle refetea suapíópraíace
espeho literár;o

Diiílogosmodernos:a co-autoriado texto


NosécLr o XX,o d á ogoentrenarrádoÍ e leitoÍenveredaporcamnhosdife-
rentesO desejodecr ar curnpicidêdecomo públco ou evá-o a reconhecer,
irÌìp;citâmênte,
seuscornpoÍarnentos mas condenáve s fica paratrás,nas
págnasdosíomânces ronìánticos
e reaìstêsA narratvaqueemerqecorììo
Modeínisrno dáã essediálogoa funçãodepronìover a reflexão a respeto da
esÍuturadostextosquenascerÌr sobo s gnoda novação

C oÌÌoeui rei di zeragora,esÌJi hi sófi aseráofesül l ado


de uma \isão gÌadual - há .Ìois aDos e meio venlÌo âos
poucôs descobrindo os porqÌrês. f, \'isáo daimnÌêncìa de.
De qÌrê?Qüem sabe sc mais taÌde saberei.CoÌno qÌre es-
iolÌ esüelerÌ.lo niÌ hoÌa mesìna em que sou lìdo. Só não
a ìnì(io pelo fiDr quejüstificeria o conìeço - como a morte
pafece dizer sohfe a lida porque preciso registrar os
fatos aDÉcedenres.
3
[.s.revo ÌÌeste inslante cotn algum pÉvio pudor por
vos esÉr inradiÌìdo com tal narratìr'a rão exterior e ex-
p ìíci É . I...l

Llsl'lcToR, ctaricc.l r,?dld 4r,1,.Rìo{Ìe.Ìrneiro:


Roc.o,l!ì98 p. Ì2. (rmgmcnto).

O naÍradordo rcmaraeA haradd


estre/a,deClarceLrspector, "conveÊ
sa" comseupúbico letor ("Escrevo
nestenstantecomalgumpréviopu-
dorporvosestarI ..1"),explicando-
he
osmotvosde terescrto suah stórae
asopçõesestÍutufaisfetas.AproxrÌìa
seassimdo eitor,queé alçadoquase
à condçãodeco-autoÍ daobra.láque
no proc-"sso
foi inseÍìdo de produção
do textoe toma conheclnìento das
angúÍiase dfculdades enfrentadas
paTa escteve-
o.

Marcéâ CârtâxÒ
êmcÊnâdôÍ me

A ranan(eurbana321 |
Poroncvegor-ífl p
Porolere pesquisor

http/wwwunicamp.br/iel/memoriâ Marc Ferez nas coleçõ6 do Quai D'O6ay, de Pedrc


slte do Proj€toMemóriãde Leitura,do Insttuto C oi rêê
do Lago.R i odel anero:C ontEC apa,2001
da Ling u a g e md,â U n i c â mpa. p fe s e n ta
d ê E s t udos obra que apresentaum aceívode ÍotograÍiai de
EnciclopédiaLiterárla,com âs biograílase os tex V a.c FeÍezí1842-' q2l ). , ol \i derddoo rì' ài orfotc
tos integfãisdas principaisobrãsde autoresbra grafo brasÍleiro.Nestellv.o, o íotógraío ofÌcia do
slleifos,entreeles.Joséde AlencaÌi JoaquimManuel mperadorD. Pedro I retrâtaos aspectoshumano,
d e M " ( edoê M dnu e l An ro no d e A rre i d ã .l -á rá 1 ' e geogfáfkosdo B rasl l nofi naìdosécul oX l X .
bém uma Linha do Ternpodividlda por asuntos,
como lìteratura,história,educãçãoê cLrtura.
http://wvw.cce.ufs..br/-nu pill/ lteratural

O sltedo Centrodecomunicôção e Expressão, que


perierceã Jn vê4id"dp ederd de sàntàCàtèrina,
d i , por ib iT ãá obraa M o re n i 4 h i d Ma
, ê .l o à q u i m
rJ êl dê M d( êdo,pd rdi e ' (o o à d è ' ìc c o m o u i à d o l
http;/
^/wwitauculturâl.o19.br
5ite do Instìtutoltaú culturãl- Posul uma árêã,
Biblot ec â.
eï ì quê è p ô $ ' v e l e no' n rrd ,u màn i ri e r
ciclopédiâde poesiêe.fônlcacomdadosbiográficos
e ã pr èç 1r êç ãodê o b ra \ d e l o d q u i Íì [/à ru e d e
MacedoelosédeAlencãíDestaquêparaasretefên O Ronantisno no Brêtí|,de AnÌoniocêndido.5ão
ciãsao.ontexto em que viveuo autore pafaarguns Paulo:HLrman ÌasFFLCH/USq 2002. j
Ìextosde críticaliteráriâsobresuaobra. Êíe livro é um resumodo pêríodoromântko no
Brêsilqueprocuramostrêr o ajustam€ntodessemo-
vi nenl o l i Ìê.áro èo ê(pt ro.oven dd rossdrdção
erì fo n d\áo.A ér di \\o, o àLl o' pro(uíàdestà-
PoÍoouvirdì caío que pe.ràre(eJ dp\É e! ordnosdi àsàtJa s.
Rio de Jãneia inperial, de Adolforvlorales
de Los
Multo: dentro da estrelaazu ada,Cêetanoveloso. R osF ho R o del anero:Ìopbooks, 2000.
Ro deianeir oUnv e É a l1, 9 9 9 Livroquê procurââprêsentarum revato fiel dã
a.anção "Muito romântico"apresentaumavisão cìdadedo Riode Janêiroentre l808 ê 1850,quãndo
d ê m unoopr odLz d dp o r u rr o h à í.o Íé l ri .o ê n \i setransformounã cortedo pah.O autorfocãlizãos
nLã Jmd brevedi!.Js!aosobÍeo be o no n Jrdo d" Íâtoresq!ê contribuharnparaqueela setornase a
arte.Tambémdá oportunidadêderefletira respelto capitãldo Bra5ìllmperial.
do usoÍìê1osãcader co dé erp esao " romántico". cano e por que ler o ronance bftsileirc, de
Áo vivoi Pafis,Chco Búarquê. Ro de laneÌo: BMG, MêfsaLãjoloSãoPa!!orObl€iiva,2004.
1999 E stel i vroíâz urnaanál i sêcui dâdosã
da êvol u
(áo do genero qLe nàsceuràs pàgi nàsdos fo
Estediscocontémã íalxã "Joãoê Maria", canção
que êstãbelece uma Íantasiaa pârtir da idealÌzação l heti nspubl l câdosêm
dé nLlher ê do ãmor.O,erár:o dpíesertèdopeloêL j ornai s.C om uma l i n-
l { o r ener e dm b i e r' ed à sc è ' ìti q a mê
s d i e v ã i r. 9ua9emsrrnprês ê en- ç
"o volvênte,a autora pfo
TLiro redproveitddope 05 rorèrtkoç. eÍ que l_e-
cura traÌa. das quet
'o s enÍíe'ìtèÌquà que'ôbíré.Jlopn romedo àrÍo1
tões quê Íizerãm com
(a n1â, . ant ànnhd g e .te V ê h o d " . Po d que o românceora5ts
"
1989
l êneir o: B M G , l el ro,consi de.âdo du-
Reqist.ado pe à p|imer" ve/ pn d s.o por Màrtirho rante âl gum tempo
dã vila, o sãmba-enredo Menóiâs de un targehto um gêneromenol gâ-
de m'T.ias,de PaulinhodaViola, escritoem r966para nhàssestafus e identi-
aPoneae inspl.adono íomâncede ManuelAntônio dade,tran#ormãndo-
de Almeidd.dldbou po'íender è eíolá de sãnbd o 5eeÍn herãnçalitêráriê
títu odêcãmpeãdo Carnavãlcãrioca daquelêâno.

a 222 16
caPiruLa
ffiff
PoroossislirF

Sintoníade amor. deNataEDhron. EUA.l99l


Ofilme contaâ históriaromânticade 5ameAnnie, unidospelodestino,com a ãjuda :
do fÌlho do rapaz.Preocupadocom a tristezâdo pâl depoisda morte da êsposâ,o
gâroto llga pafa um programade rádlo paratêntar arrumar uma namoradapâía5am-
Quandoé praticam€nteobriqadoa fa ar no proqrãma,5amíaz uma comoventede!
criçãodo amor quê ele e sua mulher viveram.5êu desabâfono rádio é ouvido por
Anniè,que estáviãjandodê caro, muito d stanteda i. A moçaacâbaãpaixonâdâpor
ele e, em umã cana,p.opõe um encontrono alto do EmpúèStâteBuilding.
Apesarda ambientaçãocontemporânea,ofilme ãpresentãos ingredienterda típi
c ã his t ór iad e a m o r ro mâ n ti c ãmo
: c l n h oè moci nhaenão deíi nâdosa seãoãìxona
rern um pelo outro, independentementedasío(as quê tentem separá-os.

Una linda nulhet,deCary N/larshalEUA,1990


I
HÈ t ór iad e a m o rê n Íe u mmi o n á ri oe u m agarotadê proqíamã.E dw ard,perdi do
d u l e v a rdp,e d ea j u d aa V i v i an,umê prosti tutaquetrabal haal i .Oecl -
no HÕ lly wo o Bo
de, então, contratá ê por urnasemanêparê ser s!a acompanhanteem compromis-
sossociãisque terá na cldâde.Nese período,a moçãse trãnsformaem uma jôvem
êlegântê e nâsceuma paixão entre eles.No finã1,tlpicamente romântico,o amor
ultrapâssaâ baíêirâ do prêconcêitoe os dols íicâm juntos.
O fÌlmê trâz, parâ o sécuioXX, uínâtrãíÍã que íoi explo.âdãpor â quns romances
romãnticos,como Á dãma dãJ cãméllât de AlêxandíêDumas.e ruclola, de losé de E5
Alencar.Llvresda vkão maisconsêrvadoía típka doséculoXlX,osãpaixonâdosEdward
e V lv ianpod ê mte r u m f n a l fê l i z .
IH

A éDocâda inocència.de Mairn scorsese. EUA.1993


t O filme traz a históriadê um tíiângulo âíÌìoíosoenvolvêndor cosnova,ioÍquinos
êm 1870€ expõê a hlpocrklâ da sociedadêda época.o advogâdoNewlandArchêr,
noivode uma belaêfútiljov€m da soci€dadê, desêjasêcretamênte umèvida mâícâdã
pelã paixão,masestáresìgnadocorna nêc€ssÌdadêde seadêquaÍaospadrõessociâÌs
que lhe são irnpostos.Tudo muda quando uma prima de sua noivà chêga a Novâ
York,fugindo de um escândalosociêle sex!al em que estêveenvolvidã.Apaixonado
por elã, o advogado enfrenta todos os obstáculospe a possibiÌdad€ d€ viver um
gíânde amor O filmetràça um excelenteretrato da sociedadeburguesa,seus.ottu
mes.vkios e vidudês.

Adaráveísnulheres, de GlllianArmstrongELIA,1994.
A m biênt â d on o s é c u l o X l Xe, n ê íi l m e n â rr aa hi stóíi ada mãede quat.oíi l hãsque
luta contra asdifkuldadesíinancelras,enquânto o mârldo pârtlcipada GuerraCivll.
lo, a maisintelectualzadadas irmãs,lêitorââpaixonada,sonhâem tornaÊseêscrto-
ra. CoftejadêpelovizÌnhorico, rejeitã o quando e e sedeclãrã,mesmosabendoque
is s or es olv e rioai p ro b l ê m ãfisn ã n c e i rodse ru ã fãmíl i a.V ai moraremN ovaY ork,onde
sê apaixonapor um profersor Quando .ecebea notk a de quê umã de suasirmãs
-Âstá gravementeenfermã,volta pãra.asa.Estefilmeregistrao inÍciodãtrãndormã
c ãodo oâoe l d amu l h e rn a s o c i e d a d e .

A rcnanceubânô 323 a
O romance
indianista
GoncalvesDias,em suapaesiaindíanìsta,tfttlsformoL!o índio em
um partìcipantede.ìsivodo processade canstruçãoda identìdade t
nacíanal.Jaséde Alencarfez o mesmoem âlgunsde seusromances,
de onde bratam, em meio à naturezaexuberante,modelosheróícos
podiam descendercom orgulho.
de índiosdosquaisos brasíleìros
Nestecapítulo,vacêvai sabercamo essesmodelossurgiram.

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lohann f,/lorltzRlgêndâs,Póntedê opó, sé.. XX, toqÍavura

CAPITULa
17
O què você dèverá sàbü ao í, Quecaracteíísticâ o quad.ode Rugendas
da naturezabrasileira
final dèsteestudo. colo(aem evidência?
1. Cono se deííníu o prcjeto
2. Observeos seteshumanosretrâtadose considereo modo como
liteÁtio do rcmanceindìa-
estãorepresentãdos.
Quetipo dê relâçãoseestabelece
entrê eles
e o espaço?
. Pot que o tndio e a natu-
rezaexuberanteforàm es- 3. Leia.
cothidospa? rcprcsental 'ApiniÌrra de paisagem de RÌ€endas no BÌàsil é a obra criativa de
a identid ade brãsi Iêíra- um artìstâ e Dão um mero regisFo documeÌÌral elâborado peÌo ilustra
dor de uÌna expedição científicâ."
- 2, Quàissão às cancterísticas
dos textos indìanistasde DÌENER,Pâbbj COST-A., Mrir de látnnâ
fi4a16 , o r/dil SãoPâulo:Câpíâ.à, 2002.p ó0 (l râgnemo)
Joséde Alencat
. Como um modelo de rc- r Comooutrosviajantes,Rugendas pretendiacfar uÍÌìaÍepresentação
mãnceeurcPeufoi uti|iza que apresentasse
artística o NovoIVlundo aoseuropeus. ldentifique
do pãh divulgat ossímbo' no quadroeleÍÌìentos
quesugereÍÌì deurna"obracÍ at va" e
trataÍ-se
Ios da nacionalìdadebâ nãode um "meÍoregstrodocumental elaboradopoÍ urf i ustrador
de unìaexpediçãocientífica".
. De que modo os rcman-
4. Estudossobrea obra de Rugendasmostramque o ãrtistaprocu-
aes indianistasapresen-
tam edivulgamosvàlorcs
rou representaro Brasilcomoum lugar pitorescoe exótico,aten-
da huryuesía. dendoaosanseios do públicoeuropeu.O quàdroPontede c4oó
revelaessaintenção?Justifique.
r Expiquea Íelaçãoentreessantençãoe os deas Íománticos.
:

ó
5. Escritoresromânticos,
comoJosédeAlencar, tambémcriarâmrêtra-
dospovosnativosda América.Leiao trechoabaixo.
tos ideàlizados

O caçador
i?
PeÌa màÌgem do grande rio caminha.laguarê, o joveÍn .â.âílôr.
O ârco pendelhe ao ombro, esquecido e inírriÌ. As Ílechas dormem no
coÌdre da uirâçaba.
Os veados saltam das moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zom'
bando do caçador.
Jaguaré não vê o timido càmpeiro, seusolhos brÌscan Ìrm ininigo cà-
p^z de resistir-Ìhe ao hÌ,!o .êÌ'u.ie.
O rugido doja$E abâlâ â fÌorestai mãs o caçador tâmbém desprezâ o
jasuaÌ. quejá cmsou de vencer
EÌe chama-se.laguarê, olDaistr""llCla & &lç!!3ios outros fog€m
espavoridosquando de Ìonge o pressentem.
Não é esseo inimigo que procrra, porém oütro mais terrív€l para veìÌ
cêìo enì combate de morte e gaìÌhar nome de gueÌÌa.
Jaguarê úegou à idadc em que o mancebo troca a faÌìa do caçador peÌa
gÌóda do gueÌÌeiro.
P a r a' cr a, ìrmi do guê, rpi ,o p^r -ur n ,!ào e pre.i \o.l uê oJo\em . d r .
dor conquiste essetítulo por uma grande façanha.
Por isso deixou a taba dos seüse a presença de Ìandirâ, a viryem for-
nosa que Ìhc gxàÌdâ o seio de esposa.

Orcnanceindianina325 a
T I T EN AT U R A

@ crúdd rio, dêsi8nação rlâ.ì4 pêlôs o Mas o sol tlês vezesguiou o pâssorápido do câçador atravésdascâmpi-
úpis, pm o mâiornô .h região
quehahibvân. Nesk cdo, a (1, nas, e três v€zescomo agora deitou-se aÌém na, montanhas da AÌãtubâ,
Ìefe.ênciaé m no ToanÌins. sem mostrâdhe um inimigo digno de seuraÌor.
Uinçaba:none tupi pm a al.jaÌã, o A sombra rlai d€sceÍÌdo da serÌ? pelo vale e a tristeza cai da Íìonte
conPsto de ,rá lsera)e aá' G
(dêdíên.i! 9üeirìdjo lügÍ). o sobre a face deJasuâÌê.
Ubaie dbNb mtivo do Br6il. t...1
È Lá estâcâo jovem caçadorno m€io da campina.Volvendoao céu o
Amnlb.: kno do sol,en tupi (M: {,
ãì olhâÌ torvo e iracundo, solta aindâ uma vez seu grito de guerâ.
solituta innnido do Ìe.bo dtzr: t!
eslardeihdo), Temo uedo Flos È O bramido rolou pela amplidão da mata e foi molrer longe nâs câver-
indiospara desiFar a nontânha do
PÒênb,odde o sÌ e e$ônde no
r! t
Respondeuo ronco da sucuri na madre do fio e o urro do tigre escondi-
lramdo: tuioso, colédco. do na furna; mas outro grito de guerra não acudiu ao desafio do caçador
xnbu@r áryorenatilã daÀnénúâ
do Sú, dê sâdêiô bú..â.
JâguâÍê anemessou a lança, que vibrou nos arese foi cravâHe âìém no
grossotronco da emburana.
A copa frondosa ramaÌhou, como âs pâÌrnâsdo coqueiro âo sopro do
vento, e o tronco gemeu até à raiz-
o caçador repousa à sombrâ d€ sua Ìança.
AÌ-ENCAR,JoSéde, a,ótuJau 18. ed, Sâo?tulo:
Âtrca,?002. p. Ì5 16. (Iiâgmêmo). g

È
r QueexpÍessõeso narradorLìtiizaparacaracterizar
laguêÍê?
I Porqle Jaguarêdespreza o câmpero e o jaguaÍem suacaçadae
procuraum n m go "ma5 terríve"?
r Essa
escolhaé importante
nadefinição de suaidentdade?
È
6. ErfiPontede cípó,RugendasprocurouÍetratar algunscostumes
dos índios.lssotambémocorreno texto?lustifique.
t. Releia.
"Iá estaca ojovemcâçadorno meioda campina. Volvendoaocéu {
o oÌhar toÌ'voe irâcundo,soltaaindaumavezseugrito d€ guerÌ?.
O bramido roÌou pela âmpÌidãoda mata e foi morrer Ìong€ nâs I
cav€rnas damontânha.
R€spondeuo ronco da sucuri na madr€ do rio e o uÌro do tigre s
escondidona funâ; mâsouúo grito d€ guerranão acudiuao d€safÌo

t Dequemodoo textosugereum "diálogo"entreo Índio,a sucurie o


Ìi9rel
I Quefunçãotal "diá1ogo"
desempenha
nocontexto criadopelacena?
8. As qualidadesdê Jaguarêe suaintençãode realizaruma9rãnde
Íaçaiìhapodemsêr vistascomo elementoscaracterísticos
dê um
herói romântico?Explíquepor quê.

Osíndioschegam
àspáginasdosromances
Osheróisnacionais ajudaram a dêÍrnr e a representaí
a identidadede
um país.OsescritoresÍománticosbrasileiroscompÍeendeÍam issoe saham
Mântotupinambá de penãs em buscade personagens, ou não,quepudessem
históricas comporo re-
de guãrá,sécuio
XVl. trato iterároda bravuÍado povobrasileiro.

| 326 CAPITULO
1t ..
T I I E RA T U R A

AexpediçãoLanqsdôrfÍ ComoseviunoCapítu o 13,a escolha doíndlocomosímbolo danacona-


cruzao BÍasldeËndô jdadefo muitoinfluenciada peloo hãrdosv alantes quepercor-
estÍangeiros
1a21 a
-----ìããõ_.
comolegadonioÍma reramo Brasiem expedições científicas. ,
çoessourea Íaura, a O prmeroa utilizaroíndioem suaobrafoo poetaGonçalves Das.Dosve6os
Í orae a etnograíìabía
s leiras
do sécuo XlX. de "fluca PÍama","Deprecação", "Cantodo piaga",suÍgeum índiodetraços
poucopanicularzados, o quepermite quesepareçafiìaìsfacilmente
comosbra-
PÚb]GçãÔ dE YiáqM 5 e Tos,
massempre associado a v riudesexeÍnplaÍes,
comolealdade e coÍâgem.
pitorescé átravés do poÍ suavez,iráapresentar
loséde Alencar, algunsÍetratosespecíficos
de
,.asil de JohannMo-
n! 9enoas ,q! e
heÍós indígenas. ndrvíduos cujasaçóesnspiÍamadmiração e espanto,essês
Índostêm noÍÌìepÍóprioe caracteÍíst casdefnidas. r
wEidàdesociadapo- Peri,lracema,
JaguaÍé, PotpêrcoÍêm e,pormeiodeseus
asmatasbfasÌleiras f,
pLãçãób6si€ rã. gestos paftcpamdo processo
nobres, degestaçáodo Brasi,constÍuindo
mitose
lendas queremetem à fundação do paíse aonascimentodo povobraseiÍo.

ËìP
O projetoliterário
g
,8 do romance indianista
O Íomancendianista cumpriuunì claroprojetoiterárotfoÍneceíaos e
obra5êÂrqucêpasâdê+isÌóriqqls parsle!:q Igçg!:!!I!Ído,
toÍesbrasileiros
õ quandopossível, ou nventado, quandonecessáro.
Nessas obÍas,o Índioé_e_Levid!ìlondiçaoì€heóifa€ alla:çqqper-
çonaqem oue Íepr€5qnta o p!!l aÍraeftcatla,-Êo
rnesTno tempoquese com-
j
portadeacoÍdocoTn osmas nobrespr ncÍpios dasociedade burguesa (hones
pa
t dade,bravurê. xão,humldade,etc.),táo valoÍizados peo Rornantisrno.
OsroÍnances indianistastrazem,ainda,!ma outTamarcêexempar:aapre-
sentação dospÍotagonstasé feitacom basenascaracterísticas da natureza
exubeÍante. AssiTn, os traçosnacìona s ficãmaindamas ÍeÍorçados, porque
essaspeÍsonagens náoapenasnasceíam no Brasrl,
massãotambémexem
plosvvosdasbelezas inigualáveis do paÍs.
!-
Nessas narratvas, é Íácjlfeconhecer a estruturatípcadosromances histó
rcoseuropeus, nosqualso herór, sempre representantêde umpassado g orioso,
ì elevae d gnficaa identdadede seupovo.A iníluènca européia nostextos
quedefinemiteÍariamente a dentdãdebrasiera ocorre,portanto,em dois
níves: nadefinçãodossírnbolos dessaidentidade e no mêiode c Ículação, o
fo hetim.A pergunta a serfeita,entáo, é evidente:
o que hádebÍas leironos
Íomances indianstas?
Alérnde apresentarem índos heróicos
E comoprotagon stas,osescÍitoÍes romêntcos
brasieirostambém contamumah stóriaque
I Íemeteos leitoÍêsao pTocesso de consttu-
çãodeseupovo.
6 Em/racema,delosédeAlencaÍ, háumexem-
ploclarodesse processo: dauniãoentrea bea z
j
índã têbãjaÍae lvlaÍtim,o nobrcconquistador
Ê português, nãsce o prmeiÍocearense.
l\loaciÍ,
= EssaÍeprêsentaçáo da formação do povo
quêse faz da fusãode d ferentes
bÍasileifo,
raças,tem, no proleÌond anistaÍomântico,
conotação postivê.A miscigenação raca se-
rra,do pontodevistadesseprojeto,umaes Aftesanato
ndígenâ
péce de pacficação entreo colonizado eo CêÍô tâprapéda regáo
colonizador. dêsãôFéi xdoA É gua a(MÌ)

A ronance ìndìanìsía327 a
I I ' E R AÏUÂA

ã -os agentes
dodiscurso
Comojáfo visto,osromances romântcoserampubicados
soba Íormadefolhetnsoaraatfar uÍnmaioÍnúmerode leito
Íesparaos periódicos. Esse contextode produçãoe de cir
culâção explica,em parte, a gÍandeinfluênca queos ronTan
ceseuropeus exerceraÍÌì
SoDre os escnlores btasteros.
os pÍ ì'ê rcsfolhet 5 en L . r"çdono Brd,ilerèn .ràdu(óe'
de narrâtvas rornânticasingesase francesas degTandê sucesso.
Assim, qlandoem1854JosédeAlencaÍ coÍneçou a pubLcarsuas
h stóíasnaspágnasdo Conelo Mercant4 eleassumu a respon Í
sabìidadedemanterfle e interessado o públicoquedevorava as
'dr'èt!ètdêVi.ro'Fugo e DL'ra. fer J-n"-.es,o.;o g,èrdê
juntoaopúblico quefo convldado a trocar delornale deíunção:
Dassou a aÌuaícomoÍedalor-oerente doD/áí,odoÂiadeJaneìrc.
(detalhe),
/racema deloséMara
Mederos,séculoXlX,
óeo sobrete a.
kacen'ra
dá nomea umdosÌnas Olnd ian is m oeopúblic o
ÊpÍêsêntativos
ronìances
nda.istás
No TnoTnentoem quefoÍampLrbicados.os romances indianstasÍizeram
gÍandêsucessojunto poTque
aosleitoÍes, respond arndemodod Íetoaogos-
to dãépoca:apÍesentavam urnheíó êssociado a um passadoh stóricoe pin- ë
tadocomascorêsfoítesdosvaloÍesbuÍgueses.
O qLlaranl,
por exeÍÌìplo,pubicadocornofo hetnì naspáginas do D/.í/o j
do RìodeJaneiro, provocouumaverdadeirê cornoçáo popular.
Vscondede
Taunayregistroua recepçáodo públicoa essaobra.

1...1o Rio deJaneiro, para assim dize! Ìia O gzamnt e segxia comoúdo e
enÌeado os amores tâo pìÌros e disoetos de Ceci e Pen. t...1 Qumdo a São Pâulo
chegâlâ o correio, com muitos dias de inteÌ1ãÌo, então reuiam-se mütos estu-
.lântes nuìa república, em que houvesÉ quaÌqueÌ feÌiz assinante do Dánú d,
5
Rio delarein, para oo'Jnem, boqüiab€Ì1os e ecudidos, de vez em quândo, por !
eléFico Íìêmiro, a leitura feìta em voz alia por aìgum deÌes, que tiv€sse óÌ€ão
mais foÌÌe. E o jornâÌ eÌ? depois disputado com impâciênciâ e, p€Ìõ Ìaras, se
viam agmpamentos em tomo dos tumegantes lampiòes da iÌumiìação pública
d€ outÌora ainda ouvintes a cercaÌem áúdos qualquer improüsado Ìeitor

TAtnlAY Alfiedo d'Es.aragrolle. Apudr ÂLENC-AR,


Josédc. olzura,i SãoÌaulor Ìc99. p. Ì2-19.
Terto ctado Da apresenÌação Martins (Un.jovenì.scnlot.
dê Edurdo ü€ì.a^tliêEdiionaÌ,

A fórmua do sucessode o guaranlpode pelacapacdade


serexplicada de
Joséde Alencar
de associaro sent mento de exotismo pelos
expe,ÍÌìentado
moradoíesdascdadesd antedasdescriçóes e dosros nacionals
dãsíloTestas
aohero{smoarrebatadode urníndio,sÍmbooda pátfaque encarnao cornpor-
tamentorequintado
e a nobreza de sentimentos
de um cavaeiroÍnedeva.

r Umalínguanacional
Outroaspectode grandeirnportância
parao projetoindanìstaé sualln-
quagem.losé de AlencardeclaÍou,em diversostextos,a preocupação em
garantr verossimi
hançalingüística
aosseusindÍgenas.
EmcaÍtaao amigoDr.Jaguaíibe,eleexplcacoÍnopÍocufou,eÍÌìseustex
tos,"modaÍa língua"àspersonagens quea ut lizavarn.
indíqenas

a 328 cAPfruLa
17
IIÌENAÌU R A
--

P.ojêto litêráriodo Romantkmo:


o romancêìndianìstã 1...1é preciso que a língìa ciüÌizada sc moÌde quaÌto possâ à singeÌeza
pÌimitie da Ìíngua báÌbara; e não represente as imagens e pensamentos
.ãmtvas queremetem ao passado ìndígenas senão por teÌmos e frasesque ao Ìeitor paÌeçam naturâis naboca
h íórico e aoprocesso
deconsltuição
O conhecimento da Ìíngua indígena é o melhor critério paraa naciona-
lidade da ÌiteratuÌ?. EÌe ÌÌos dá não só o lerda.teiro estiÌo como também as
do índlocômo
escolha ÉpÍêsêntante
do
imÀgens poéticas do seÌ\,agem,os modos de seu pensmento, as tendências
de seu espírito e até as menores particularidades de sua vida.
protâgôn
stãsâpÍesentam
caracter
Írcas É nessafonte que deve beber o poeta brasiÌeiÌo; é deÌa quc há de sair o
verdadeiro poemâ nâcional, tal .omo eu o imagino. !

-ATENC.A&Joséde. 1ftm Ìoto Alegr€: t,&PNÍ, ?002. p. Ì40.


(IÌasm€nb) câú íì DrJasuanbe.

É poÍ esseÍÌìotvo queencontraTnos, mutaspãla


nostextosindanistas,
vrasde origerÌìindígena,
aaÍtouìraçaba,
aratuba,canitar,
tocantìm,
morubí
xábã,cujoslgnifcadoeraseÍÌìpÍeexplcadopeloautorern númerasnotas.

ì+

j A caçada
o bomselvagem
brasileiro No trechoabaixo,A[enca| ao descrcvera luta de Peri
No rcmânceo guáranio heÍói com uma onça,caracte za, com riquezade detalhes,
indígena. Pèri,devotase! amorà o heúi nacionalqueelegeu.
belacecía,filhadeD.antôniode
lMariz,fidalgoponuguês. Modelo
decornportarnefto heróico,vaen-
te, íorte,nobree completam€nte Em pé, no meio do espaço que foÌÌÌìa\ll a grande abóbada de áÌ-vo-
devotado àsLr.amâda,o índio-"lei res, erÌcostadoaumvelho Ìronco decepado pelo mio,\na se um índio na
to porA encarcomòreprcs€nlan- Í1or da ìdade.
te ldêalizãdoda naçãobÍaslleraé Uma simpìes.!]ÌÌiqlqalgadão, â que os indígenâs chana\am aina-
o exêmplo do borlìselvagem. /n, apertada à enúuÌa poÌ ugra íair{a de peltaresearlât€s, caía-Ìhe dos
ombros âté ao meio dâ peÌna, e desenhava o talhe delgado c esbeÌto
coÌÌÌo uÌÌÌjunco seÌvasem. I...1
Nesse nrsiante eryxia a .abeça e fitava os olhos numa sebe de Íblhas
I que se ele\ar'!ì a ünte pâssosde distância. e se agiiava imperceptiveÌnìente.
Ali, por enire a foÌhag€m, distiÌìguiaÌn se as ondulações fcÌina! de
rÌÌÌì dorso negro, b Ìhante, marchetado de pardot às vezesinaÌì-se bÌ.i'
E lhaÌ na sombra dois raios !ítreos e pálidos. que semelhavam os reÍlexos
de alguma $jsEÌização de rocha, ferida pela luz do soÌ.
Erauma onça enorme; de garras apoiadas sobre um grosso ramo de
áfl'ore. e pés flspcnsos no gaÌho superior, encoÌhia o coryo, preparan-
do o salro gigaÌÌtcsco. [...]
Ouviu-se um forte sibilo. que foi acompaDhado por um brarnido da
fera; a pequena seta despedìda pelo indio se cÌavaÌa na orelhâ, e uma
segunda, açoitando o ar ia ferir-lhe a mandíbula inferiol
O tigre tinhâ-se loltado ameaçador e terrí\'eÌ, aguçando os dentes
Fóótspicoda prmeiraed çáode O
delo5édea encaÍ,l3s7
Guaranl, uns nosoutros, rugindo dc fúria eüngaìÌça: de dois saÌtosaproximou se

a rcnanceindianìsta
329 a
T I TER A T U R A
-

a F'd umàlurdde morrca que ia çeúa!âJ:o in-


dio o sabia, e esperou tranqüilamente, como da
q pimeira v€z; a inquietaçãoque sentiÌã um mo
; mento d€ que a presa the escapaise,desapaÌece-
+ ra: estavâsarisfeiro.
: / Assim,est€sdoiss€liâsensdâsmarasdo Bmril.
mal câalâum com a cong,
a /
ciênciade suâforça e de süacoragem,consid€ra-
\ vm çemurumenlêi omourimâ\queiamçerimo
ç \ na.".

f
O tigrc [...] nào se demorou; âpenas se achou
a coisa de quinze pâssos do inimigo, retÌaiu'se €om
umá torr d de el asú,i ddde c\ìrâúrdi nj ri a F dürou-
çecomo um e{i l ha( o dê ror ha..orradr pel o
' ái o.
t...1
Entáo, o seÌvagem distendeü-se com â flexibi-
lidade da câscavelao lançar o bote; fÌncando os
per e a ( oqta\ no rroni o. arremesou* e e l oi .ai r
sobre o ventÌe da onçâ, que, subjugada, prosúa-
da de costas,com a cabeçapresa ao chão peÌo ga- g
cho, debàtia-se con.ra o seü vencedot procuÌan-
do debalde alcançálo com âs ganas.
E LaIU l â duror m' nuroç: o i ndi o. r om oç pe.
âpoiados fonemente nas peÌ:ÍÌâs da onçâ, e o cor-
po i n,l i nâdo ,obre a l ofqui l hâ. mãnri nhà assi m
L
imdvel a fera. que há polr.o í or rid J mdrà n;o en
contÌando obstáculos à sua passâgem.

AIENCqR,JoÊé d€. OErdú,', SãoÌaulo:


lohâi n [,4oÌÈ Ruqendas,/ndioJíehándo unrÉ Atelié EditÒnâ1,1999.p. tÌ- t6.
3
orça,182 8O€ o sob €te a,9l x 66c m
ã
0
Ú Tdì€: pore e conÍì$n€o ftha. í, Como Perie a onça sãocaracterizados?
Seb€i.e.ca de plant2soü abuÍos.
3
r Queimagem querpassar
de índo o narrador ao letor? E
M0úelado: mti,ado.
Inoìa.bs: sacincâdas. 2. Trânscíevao trecho em que é Íêita uma comparâçãoêntre os dois
âdvêísários,o índio ê a onçâ,
r Éxplique
o sgniíicadodessacompãração, considerando ascaracteísti-
casoo TomancenotantsÌ4.
3" Analisede que modo, no contexto do projeto literário do Indianis-
mo. a apresentaçãode Peri e o desenrolâídâ cena transcritator-
nam-re elementos significativosparâ a construçãoda identidade

4. Leiâ â letrâ dê umâ músicade CâetanoVeloso,Nela,é aDresentada


umaimâgêmde índio,compostapor umaseriede referénciàsculturais.

Um índio
Um índio desceú de uma estrela€olorida,briÌhanr€
De uma estrelaqüe úrá numa velocidad€estonteante
E pousaÌá no coração do hemisfério sul
Nã América,num cÌaro instante

.33o CAPÍTULa
17
TITERAT U R A
--

Depois de exterminada a última naçio indígenâ


E o espírìto dos pássarosdas fontes dc água Ìímpida
NÍais avânçàdo qrÌe a mais a\'?nçacÌa das mais avançadas das

!
Virá
F Imp:if ido que nem NÍÌrhaÌnmad ,r,Ìi
3
.; ApaixorÌadâmentc como Pc
: I
TranqiìiÌo e iÌltìlí\'eÌ corìo Bruce Lce

; o L{é cLoaroxé Filhos de cândhÌ


?

Lìm nìdio preseÌnãdo enì pleno (orpo Íìsi.o


Em todo sóÌido, todo gás e rodo ìíqriido
Em átomos, paLâ\'ra!,alma, cor
Emgesto, cm.heiro, emsombra, eìn hu, em som magÌìifico
Num ponto cqüidistanre eÌìre o Atlânrico c o Pacílìco
D Õ ôhj , ,ú5i ,,, ,e,Ìr' án,ìr,r.,re.l ,-,. i u ,,Ll i u
tr as .oisâs que eu sei qÌÌe eÌe dirá, 1àrá
Não sci dizer assim .Ìe um modo cxpÌícito

: ürá
Impávido que ncm N{uhannnâd AÌi

Homeme mulhefbororo.AquaÍea dÊA mé Apaixonadamente como Peri


AdÍenÌaunay, paidoescrtôrVsconde
de
Íeta d!rantêa expedçéo
Ìaunay,
em 1827,28,4x 21,8cm
LangsdorfÍ, TÌarÌqúilo e infalílel conìo BÍrìce Lee

: O âxé do Âfoxé Filhos de CaÌrdhi

E aquib quc nesseÌÌonento se releÌará .Ìos poïos


SurpÌe€ndcrá a Ìodos Dão poÌ ser exíitico
NÍaspeÌo fàto de poder ter semprc estado ocr to
Quando terá sido o ób\no
\iEl,OSO,Caetano,
tnna Ì9t7. Po\'grdr.DisponiEreÌì,
<1it1p,//\s\$1.a€6noveÌ.xo.(nn.br> Â.6so enÌ 9 nìanr 2005.

. Qua é a inìagem de índo apresenlada


na música?
r Porquea figuÍa heróicade Pedé evocadanessarÌragemde indio?
5. comparea imãgemde índio,ldentiÍicãda no trê.ho de O guaranie
na letrade " Um índio",à que podemos percebeÍ comâ Leide 1845,
destacâda nã linhado tempo.
r Discutacom seuscolegasr a representacãodo lndo pres€ntenosdols
textoscoÍrespondeàquea que estána le ? Porquê?

o rcnanceindànistâ331 a
I . I TER A TUR A
-

Patriotaaténo noÍne!
A ondanacionalistã desencade
A prosaindianista
aèapèlaIndêpendência fez com
quemuÌo5braseirossubslitLrís
deJosédeAlencar
semos sobrenomes herdadosde Na apresentaçáo de Sonhor dburo, losé dê
parentes portuguêses pof or.rtros Alêncarexplco|] comoeaborouum panorama da
de orgem tupì.Ê o c.so,por por meo de unìasériede
h stóriae da cultuÍabrasileiras,
exeÍrpo,da ÍamÍlaGâlvão, dê
Pernâúbuco, quepassoua cha- romances íicciona s.
maÌ-seCarápeba. O vscond€dê O pÍime ro passo fo dividiÍo períodode formaçãodo
lequitinhonha, FranciscoGoÍnes povo e do país em trêsfases.EÍììseguida,escreveu um ro- Í
BrandAo, íoì rnaisradcãl:passou Tnance nd anista tÍatandodecadaumadessas fases.
a assnarFrancsco GêAcaiabâd€ Ubìrajara aho'dao rnornento que antecedeu ã chegada
Morìtezuma. Deumasóvei, ho- doscoonizadores portugueses.Nessa obra,o e tor é
mênageo!índioibrasle ros(Gê ntroduzdo a umasériede lendase mitosda terra
s gnfica 'tapua", Acaiabavem "sevagem" e do povoquenelahabtava.
do tupi) e o iraperadorasteca
Montez!mã,cujopòvofo drzmà- ,âceÍa" rrdlddo o" odo n r a dao.-pãçáodàs
do peosespanhói9. À4als amer têías conquistadas, quandocomeçararÍì a acontecer
os contatosentÍeindos e europêus
e tevetnictoo
processode m scgenação dasduasraças.
E
Er O gu"rdn,.o o ore) o de .olo-ildçdo.êe1tèadi-
antadoeo escntoÍpÍocuTa mostTarcomo osnobresportuguesesenfrentavam
osdesaÍosapresentados pea natureza v rgem,a émdeeníatizara impoÍtân- ;
c a do indio- verdadeiroheróiamercano nãsuperação desses dêsaïos.
AlencaÍtinhaplenaconsciênciadamissão brasleiros:pro-
dosromânticos
duzrobÍasqueconsttuísseÍn umaiteraturã nacional.
Suadedcação Ìncansá- 9
vel a esseprojetod vu gou entreos leitoresda épocaâquelavisãode Brasil
maÍcada peo o hafeuropeu,nàqualo índiorepresentava o casamento peÊ
fe to entreo elementonatvoe osvalores buTgueses,

Umbrancoque
r O nascimento
de Peri,heróibrasileiro I

aprendeu
a seríndio Oguaranllnaugurou, ern1857,aÍicçâondianstaA narratva contaa histó-
O í meA últina dosmaìcanas, Ía de Peri,índo queseapaixonapelabelaCecília,íiha do fidalgoportuguês
1992,d€ M chaeìN,4ann, contaa D.AntôniodeÀlãriz. Típcoagentecoonizador português,of dagoabÍga,eÍÌì I
h íó a d€ Hãwkêyê, !m homenì suafortaleza na SerradosÓrgãos,lustres
portugueses e tambéÍÌìbandosde
brdncocÍiadoporChingachqook, mercenários, homens deouÍoe prata,comoo aventuÍeìro
sedentos Loredano.
o últmosobrev ventedãtr bo dos D ogo,irmãode Cecíl
a, mataac denÌâlmente
Quando umandiaznhaa -
mocênos. Quandofrãnces€ç
ê n-
gêsesutaÍnpea poss€de terraç TnoTé,nica-seuTncercoà casade D.Antônio.Osaimorés desejam v ngança
naAmércêdo Noie,índosdedi- e osportugueses vêem-se emdesvantagem d antedosraVosos índios.PeÍi,a
JêÍênÌestr bossãousados
cornoso- pedldodo pa deCecía, tornasecÍistãoe Íogecoma moça,parasalvá-laO
dados. Hawkeye deÍendeo direito f dalgoportuguês expodesuafortaleza,matandoíndiose poÍtugueses Na
deosTndosnãoseenvolverem na cenaf nal,Pere Cecirumamparaurndestno ndefnido,quesugere a união
gLrerradoscolonizadores. dosdoisoovosoore ess mbolzados.
Apósâsslstiraoflme,dÉcutacom

. Ques€melhançãs
Asestruturas
românticas
ê d ferênças
podenìseridenrfcãdas entÍeo ldealzaçáoe Íismo,concetosbáscosdo RomãntisTno, manfêstam-se de
do s modoserÍìO guaËni.
T ÌÌìee o rcmanceO guarant?
(Consdere ê emêntos
de enÍe- Prmero,natrama nventadapoÍAlencar uTna deaÍÌìoÍquetraz
h stórÌa
consigoos obstácuos à suaconcretizaçâô Perié um selvageÍÌì; Cecília,
a
. Serapossíveltraçãr
umparalê- fllhadeurnnobre. A émdasor gens,
contrbuipaTa separá-oso fatodepeF
o enÍe o compoftamento
de tenceÍeÍÌìa duascuturasprotundarìrente
diferentes.
Apesarde todaa devoção de Peripor Cecíla,o índo nãocoíesponde à
inìagêrn de "pÍíncrpe
encantado"acalentada pea donzela

a 332 CAP:TULA
17
IITERATU R A
-

Ela sonha\ã que uma das nu\€ns braÌìcâs que passaram peÌo céu anilado,
roçândo a ponta dos mchedos, se abriâ de repentej e um homem únha câìr a
seuspés tímido € suplicmte.
Sonhava que corava; e um rubor üvo acendia o rosado de suasfacesimas
a pouco e Pouco essecâsto enleio ìâ se deswecendo, e acabavanurn gÌacio-
so sorriso qüe sua almaünha poüsàr nos lábros.
conì o seio palpitante. todà trêÍÌuh e ao mesmo tempo contente e feÌiz,
abriâ os olhos; mas voltalã-os com desgosto,porqüe, em v€z do liìÌdo cava-
Ìheiro que ela sonhara, \'ia a seuspés um selvagem
Tinha então, sempre em sonlÌo, um dcsscsâsçomosde cólera de rainhaofen- f
dida, qu€ fazia a.rqueâr as sobÌìncelhas buras e bater sobre a reÌ\Ìa a ponta de
rD pezinho de menina.
Mâs o escH'o suplicanle eryuìa os olhos tão magoados, tão cheios de
preces mudàs e de resiBnação,que eÌa sentia um quer que sejade inexprimí
veÌ, e íicava tdste, triste, até qìre fügiâ e iâ chorâr.
dc. O!zara"i.são?aulo:AteÌiêEdit'rrial,Ì99c.p.80.(Fragmenlo),
AI,ENC-AR,Jôsé

E Edesgostoo quesentea donzeìa aoconstatar queo homemdeseussonhos


ganhaas feiçõesde um índio.O quedesquaficãPeri,portanto,nãoé o seu
! comportamento, sempreexemplaÍ, masa suaorigem.Esse fato mostraqueo
papelcuturaÍnenteatÍbuídoa cadaeementodesse casa(ÍÍìoça bÍanca"cv iza
€ da"veriuríndio"sevagern")separao q!e poderia sero parrornántico
dahistória.
O segLrndomodode manifestação do lirismoe da Ìdeaìzaçãorornánticos
l teTncomofocoa construção e o comportaraento de Per Apaixanado pela
elevive
bea Cecília, paÍa garantir
a fel c dadedaamada,serÌìesperaÍretrbLri
çãoou Teconhecirnento.
Nocapitulo "Arnor",o narrador
lX,intitulado descÍeve o sentimentoque
movePeÍi.

c. Em Peri o sentimento €raum culto, espéciede idolatÌia fmática, naqual


não entrava um só pensamcnto d€ egoísmo; amava CecíÌia não pâra sentir
um prazer ou ter uma satisfação,mas para dedicar-se inteiramente a ela,
paÌa cümprir o nenor dos seusdesejos,pâra eütar que a moça tilesse um
pensamento que não fosse imediatamente uma.reaÌidade.
a
a ArENC{Ì,José de. O €rdrz,i. SãoPâulo:-{teLiêEdno.iâl,1999.p. Ì 1.1.(IÌãgúènto).

Serámpossível nãspá9inasde O guâranl,personageÍÌì


encontrar, mais
idealzadaqueo protagonista.
Nele,a forçado Romantisrno
sernanifesta
sem
tm Ìe50u reseÍvas.

nacionais
Oselementos
Napenade A encar,a natureza exuberanteganhaa dimensáo do espaço
paradisíãco
origina. Fazendo um peÍcurso semelhante euro-
ao dosviajantes
peusqueaquiaportararÌì no iníciodo sécuo XlX,a f cçáoÍornântica
redesco-
breum Brasiintocado pelacivlização, penode promessas e possibiidades,
comumtuturoa seÍconqurstado.
A floresta,
espaeo do romance, Íoi umdoselementos escohidosparasim-
Vstãdê sênadosÓrqáos, Ro d€Janeiro,
1875.EssaÌeqiãoseryu decenéÍopara bolzafa identidade bías leirã.
Às margens do Íio Paraíba,eTnmeo à densa
o romanceo quaranidelosédêaencar veqetãção, ergue-se a fortalezãde D. Antôniode MaÍiz.

Orcnancelndianìstê
333 a
I . I Ì ER AT U R A
-

Maisimportantequeo espaço, a introduçãode um índo cornopfotago-


nistarevela
o deselo
devaofÌzaÍo elemento naconal.Atéentão,osromãnces
románticosapresentavam
heróisurbanos,modeos dâ civilzação em quev-
v arn.EmO guarariPeriganhao papedepersonageÍn princÌpalporque
é um
selvagem.

Modeloimportado
Fo no RoTnantisrnoêuropeuqueAlencarbuscouinspiração paÍaproletaf,
em O guarani,as reaçóesde suseran a e vassalagemque sedesdobram na
natuTeza,
nasubrnissáo de Peria D.Antônioe nadevoção do Índioa CecÍlia. Í
Osrornântcos europeusviarììnaldadeMédiâumterreno fértl pafaa proje-
çãodos deaisbuÍgueses:cortesã, bravura,hunìildade,
heroÍsmo, ntegridade,
ãmôÍsemimites,Íé.Todos elespodiamserprqjetados noscavaleirose suasda-
ComosetÍãtavadeumpassado
Tnas. histórico
docontnente,o seuresgate, nos
Tomances,
cumpda tambéma funçãodevalorizar o êleTnento
naconaleuropeu.
Ëã Nadêscriçãodo Ío Paquequer, queabreo íomãnce O guãranl,Alencar trata
metaíoricãnìente
dareJaçãoentreo Brase seucoonizâdor podemos feconhecer,
!a queutilzapaÍafalatdosrios,o nìodelo
nasrnetaforas europeuqueo lnspTou.
fi
';
De um dos cabeços {ìa Serra dos Orgâos desliza um fio de água que se
dì ge pâÌ? o norte, e engÌossado com os manânciais que receb€ no seu !

curso de dez Ìéquâs,tornâ-se rio câudal.


9o Fâncisco,
c 1856.Escuturade
Índioemgêsso,
deLolisRochet É o Paquequer: sâÌtmdo de ca-scâtãem cascata, eÍÌroscando se como uma
serpente, \,ãi depois se espÌeguiçax na vâzea e embeber no Paraíba, qu€ rola
majestosâmente em seu €sto Ìeito.
Dir-s€-ìâ que, vassaÌo e tributtuio desse rei das águas, o pequeno rio, alti-
vo e sobrânceiro conüa os rochedos, curvâ-sehumiÌdemente aos pés do sü-
serâno-Perde entâo a beÌeza s€h'árica:suâsondâssão caÌmase serenâscomo
as d€ um Ìago, e não se r€voltam conúâ os bàÍcos e as canoas que res\alam
sobre eÌai: escmvo submisso, sofre o látego do senhor.
!
Não é neste Ìugar que ele dev€ ser ústo; sim rrês ou quarro légìas acima de
suâ foz. onde é lilre ainda, como o frlho indómito desta pátria da liberdâde.
:
ALENCAR, Josó de. O Irzrari São Paulor Áreliê
Edito.ial,199c.p. 52. (F.ãgmênio).

a @ M.ìüciú, nõ€nts, fonts
C.udâÌ:.oÍenE nurial queesconeen

: VNdo: en sentidoígrmdo, dêpêndenr lndôúito: indonâdo,nâodôú€sti.âdo.

:
O r o Pafaíba,
majestoso, é o "rel" daságuas,diantede quemo paque-
quer"curua-se humldemente", comoumvassêlo peÍanteseusenhotNoro-
mance,reaçáosemehanteseestabelecerá entreo índloPerie o Í dalgopoÍ-
tuguêsD.Antôniode IVlafiz.
O naÍrêdoradverte, porém,quea imagemcoíetado Paquequer deveser
feita"trêsou quatroéguasacimadesuafoz,ondêé livreainda,comoo filho
indômto destapátÍiadã liberdade". Tomá-locomoescravo do paraÍba é des-
conheceÍ suaverdadeÌra natureza.
O mesmoé verdadeparaPeÍi:suad mensãoheróica,representativa do
espíritolÌvreda pátriabraslerrà,deveserreconhecidaquandocorÍesoltope-
Ro Paquequer,
Pârq!êNacionadaseÍa as matas,ondedeÍÌìonstra bravurainiguaável,e nãoquandoo vemosaloe-
dósOrgãos,
Ro delênero. hèdod a te oeD. A-lo- o oe \,4èril.

a 334 CAPITULA
17
tITERAÌU R A
-.

r Doseiodelracema "nasce"
o povobrasileiro
:

Íá.ema,deAntõnio
o X X,ó e ô
P aÍ er ass, éc u
sobretê â
Cornf a c e ma , A e n c a ra p re seenndt aaad a f u n d a ç ã o d o Ce a r á , s m b o l z a
da peo reãconamento amoroso de ÍaceÍÌê, jovemdatÍibodostabajaras, ê
[/]artm, um doscolonzadores portug!eses queaportaÍìna Íegão.
Mãrtlmenanìora-se de racemaComoguaÍdiã do segredo dalurerna, a
jovenrlabajaÍadevepermaneceÍ v rgem.O amoÍentrea índiae o português,
porém,supera os obstácu os e lracerna ãbandona suatÍiboparaviveÍcom
MêÍtimDessa unáo,nasce N,4oac r (nomeques gnìfca "f ho da doÍ"),que
representa ã formaçãodo povobrêsie ro,fÍuto da rniscqenação do sangue
ndígena corno portuquês.
:
O prenúncio
da colonização
Emm! taspassagens do românce podeseobservar umavsáosmbólcado
pÍocesso de conqustade nossopaíspeosponugueses Nessesentido,
a cena
rnaisreveladora
dasconseqüêncas emque,acom
dâcoonzaçãoé o rnornento
panhando seuamlgoPot,l,/lartrnvâ conhecer
BatuÍeté,vehochefedos pit-
guaras português
e avôdePoti.AoveruÍÌìguerÍelro ao adodeseuneto,Bature
â visãocomourf sinaenvâdoporTupãsobreo futurodoseupovo
té nterpíeta

CspíIulaXXII
Poti saudou o amigo e faÌou a!sìm:
- ",\ltes que o pai dc.Jacairna e Ì'oti, o valente gÌÌerreiroJat(n)á, ÌÌìaÌÈ
dasscsobre todos os gÌrerÌeiros pìtiguà1as,o gmÌrde tacape da nação cstarâ
na dcstra de BatÌrireré. o naior chefe, pâi deJâtobá. 1...1
Q,,rn d..ui . " ' ' di ' " .i m m.,i ,J.. F a.,r.,l ue çeu r' m' ,:- i- , , lu
cabia as câslanhâs que mar.âÌ" m o número. o cofpo r€rgou parâ a tcrü, o
braço erdüreceu como o galho do ubirâtã que não !ergã: a luz dos oÌhos

A ronancetnclÊn\lâ335 a
L I TER AT U R A
-

"Chamou então o guerreiroJarobáe disse:- FiÌho, roma o ÍÌcape da


naçãopitiguda. Tupã nâo quer que Batuireté o Ìeve nais à gue a, pois
tiroü a Íòrça de seucoryo, o mo\imenro do seubraço e â luz de seusolhos.
MasTupãfoi bom para ele,pois lhe deu um fÌlho como o gue eiroJatobá.
'Jàtobáempunhoüâ tâcapedospitiguarâs.Baruiretéromou o bordáode
suaveÌhicee caminhou. 1...1
'Batuiretéveio pelo câminhodasgarçasaté aquelaseÍa que ru vêslon-
ge, e ondeprimeiro habìtou.Lá no píncaro,ovelho guerreirofezseuniìÌho
alto comoo gaüáo,paraenchero resrode seusdias,conversârÌdo com ïrpã.
Seu Íilho já dorme embal\o da terra, e ele aìnda na outra Ìua cisììa\.ã Ììa
portà de sua cabana,esperândoa noite que rraz o grand€ sono.Todosos t
I
chefespitiguaras,qumdo acordamàvoz da gxeüa, vão pedir ao velho qüe r
lhes ensinea venceaporque nenhum outro guerreirojâmaissoubecomo
eÌe combater.Assimasúibos não o chamammaispelo noDe, senáoo eran-
de sabedorda guelra, Mar,úguab.
"O chefePoti vai à serrav€r seugÌande avô;mas.anresque o dia morra,
ele estaráde volta nâ cabanâde seuirmão. Tensiu ourravontade?,,
- O gueÌÌeiÌo b?ÍÌco re acomp,ìnhapâra abraça.ro gÌa.Ììdechefe dos piri-
gu,ìÌãs,arô de seuirmão, € dizer ao anciàoque eÌerena.sceu
no fiÌho de seufrlho.
1...1
Batuireté esta\,?sentado sobre üma dâs lapas da câscata;e o sol ardenr€
Á3 caía sobre sua cabeça,ÌÌua de cabetose cheia de rugâscorììo ojenipapo.
Assimdorme o jabuÌx na borda do Ìago. !

-Poti é chegadoà cabanado grandeMarânguab,pai dejarobá,e úoÌr €


a2 xe seuirmâo brancopâraver o maior guerreiÌo dasnações.
O veÌho soabriuâs pesâdaspálpebras,e passoudo nero âo esrrangejro j
üm olharbaço. Depoiso peiro arquejoue os lábi
- Tupã quis que estesolhos rissem, anresde seapagarem,o gâüão bran
Desenhode HélculesForencerêâ 2ado cojulÌto dà narceja.
duÈnte a erpedção Lanqsdorff,em O abâetédeìruboü a Èonte aospeitos,e não fàÌou mais,nem Ìnâissemoveu.
set€mbrode 1827,no |\,4aioGrosso.
AI,ENCA&JoSéde. lradma.Po.roÀlegre:L&pM, 2002.p. 7t-?9.(F.agmenb).
fq D6ha, a não diFìrà.
Cmucin: ub de buo €n qüeos
Ìn']Ìgenarentemvam seusnoÍô'
cãher: no t€(ô é empregadono senrido Nacena,o chefeBatutetéafasta-se do cornando daÌí bo quandosenteo
dc ,n1or,ü (o anu.in conporrau pesoda dade.Notexto,expÍessões metafór casrepresentam oshábÌtos indiqe
nasÁé5r.e'rlugàídedrze q-eBèluietêêsÌardrìu o vêlho,A enLd,d z qu; o
Ndêje aved€ cer.x de 20 .m de noo è'dslou-sê oàtí oo qud-dos,ase.t.êlas e dI-ìn Litãs-.aluonoodoo.o-
coÌrpri.ìento, bico Ìoedo .ôÌn a ponta ceoinenlor^drgê_a deCo_.dor d_ospelo-ascn e' to daso,êèdes noO ente
cunaú pÍâ haixo e pesoqo conì trixã
brancaqueatingeo dono lvlerece
atenção, também,a fa a de Batureté.aovero oortuouês IVlaÍtm
Ahdó honen bon e de paìaÌm. ao aoodo InoioDoÌ IVèí."1 ê o 'od\iáob d (o . -1è a,e ãe apno,"
reprêsenta o conqurstadoÍ poÍtuguês. Poti,poÍ suavez,é a ',naÍceia,,,ave
menotqueserápresaíácI parâum gavião.Vstaassm, a falado velhoguer
reiropÍofetzaa destruição de seupovopeos conquistadoTes portugueses
PorÍ m, é s gnrficativo
o íato de que,apósanuncar essadestÍuÌção, a
ongav dade Batuireté chegueao ftm: "O abaetédeÍÍubouê fronteaospei-
Ìos,e nãofa ou mais,neTnmaissemoveu".Écomose ,,Ìupã',o t vesseman-
tido vivoapenasparaprenuncaressaderrota
Comosromances indanistas,
JosédeAencar levao oroieto deconstrucão
dè nèco-dldaoe u,l pèsroêd,èn.e
b.asilei.è daq-eooàdooedsn tsr;e< Í
científicas
européiês e pelêpoesiade Gonçalves Dias,aludandoa divulgãr,
jlnto àse ites,a idéa de quesuasoÍigensétntcas e a natureza exubefante
erame ernentos definrdoresdo caréternacionae, porÌsso,motivodeorqulho
í
e louvação.
i

a 336 CAPITULA
17
TITERA ÌU R A
-

I O texto â seguirrefere-seàs quêstõesde 1 a 3,

A prece
o trecho a seguií extâído do capítulo Vll de o guaÃni, mostraa prcocupação
de Ce.ílìaao saberque Pe íon vístocaçanda uma onça.Ajovem receiaque o índio,
para atender a um captichodela, tenha morrido.
t
AhaÍo, desejosode ouür a voz doce e argentina - I Peri a foi bÌBcd para satìsfazer o teu desejo,
d€ Cecília,dâ quaÌele tinha saudâdepelo muito tem- replicou o fidaÌgo rindo. Não há que admiÌa. ou-
po qüe não a escuta\ã,procurou üm pret€xto qu€ a
chamasse à conveÌJq - Porém, meu pai, isto é coisaque s€Íaça!Aonça
- Esquecia-me contâÌ-\os, Sr.D. Antônio, disseeÌe
âproveitando{e de uma pausa,um dos incidenles dâ -Nãovos assusteis,D. Cecília;ele saberá d€fen-

- qltal? vejamos,respondeuo fidalso. - E vós, Sr. Al\aro, por que não o àjudastes a de
- A coisade quâtro léguasdaqui encontnmos Peri. fendeÌse? disse a moça sentida.
t...1 Ohl seússeis a laìva com que ficou por qüerer-
- Bdnca\ã com uma onça como vós com o vosso mos atirar sobre o animal!
veadinho, D. Cecília. E o moço contou paÍe dâ cena passadana florestâ.
- Meu Deusl excÌaÌnou a moçâ soltando um grito. - Não há dúüda, disse D. Antônio d€ Mariz, na
! - Q , , e r en. . me n i n a ?p e Íg u n ' o u D . Il u ri a nd. suâ cega dedicaçâo por Cecília quis f^z erlhe a vontâ-
É que eÌe dei€ estârmoftr a estahoÌã, mìnha mâe. de comris.o de üda. n para mim umadas conas m s
E - Nâo seperde gÌande coisa, Ì.espondeu a senhôn. admiráveis que tenhoüsto nesta terra, o caúter des-
- Mas eü serei a causade sua mortel se indio. Desde o pÌim€iro dia que aqui entrou, saÌ-
!ândo minha filha, a suâ üda tem sido üm só ato de
- Como assim, minhafiÌha? disse D. Antônio.
âbnegaçáoe heroismo. Crede-rne,Alvaro, é urn cava-
-Vede!ós, meupai, respondeu CecíÌìaenxugan
lheìro português no corpo de um sehâgeml
do as lágrima; que the salta\am dos oÌhosi conversava
quinta-feira com Isâbel, qüe tem grande medÒ de Õn- ALENCAÀJoÉ ÀEüêEdibdal,
de.OE!M,,I5ãoPâulô:
çâs, e brincando, disse-lhe que d€seja\a\€ruÌìa\ivâl . 1999. (Fragnenb)
p. 100-102.

E vozüsflriM de hmhr fin.


Existementre Cecíliâe Peritraçosda relaçãoentre o cavaleiroê sua
senhora,presentenostextos medievâis?Explique.
2. Tíans(revâ o trechoem que D. Antóniode À,4ariz 'fazumãcompara-
ção ao referir-seao caráterde PeÍi,
! Qualé o modelode heróiescohido Íeveado por essãcomparação?
i Explique dessemodeo de herói,.ons derandoas ca-
as caracteÍístcas
Íacteístcasdo RomanÌismo.
Leiaesta aÍirmâçãodê Joséde Alencar.
"Digo-opor mim: se aÌgum dia fossepoeta, e quisessecantar à
minhâreÍm e qua.hele,,as. eeq,ri\es,F
, nmpo um pocmanr.ie
^
nal.pediria a Deu' que me fi,,e\ce'que."' pn, um momcn,ozqmi-
nhasidéiasde homem ciúlizado."
ATENC"AR,José de. càrtd $brc 64..ldor,ia dnsTanaios.otra .oiúhta.
Rio deJ.!eúo:José ^Aguilat 1960.p.865. Ì 4. (FmgÌnenro),
de seuprojetolteÍárioé
I A pí me racondçãode AlencaÍpaÍarealìzação
esquecersuãs "idéasde hoÍnemciviizado"Eleconseguiu
realzaressa
de Peri?PoÍquè?
ntençãona câfãcterizâção

o rcnanceindiànistà337 |
IIÏERATURA

I O texto a seguir refere-seà5questõesde 4 a 7,

A COnAerSdO
O trccho abaixofoi extrcídodo capituloXXXI/ de lttacema
e mostrao bètìsmode Poti, amÍgode Martim.

[D M.irl nomedadopelosírdios à ci.lades Poti Ì€Íìntava a tabâ de seus guerreiros na maryem do rio e esperâla o
ou povorçõesdoshonens brancos.
M€dÌou:pÌdperou, .Ì ês.eu.
iÌïão que Ìhe prometera voÌtar. Todas as manhãs sübia ao moÌÌo das areì- t
MT(í chocalhoindig.nà Nado eÌn as e voÌüa os oÌhos ao mar, parâ ver se branqueavâ âo longe a veÌa miga.
lcsas e .enmôniõ .eligios e gueüeüas. AfÌnì.Ì voÌta Martim de novo às rerrâs, que fomm de sua felicidâde, e
são âgora {Ìe amarga saudade. Qü.mdo seu pé senúu o câlor das brancâs
a rê i â \. ê n r s r u .ord!:o denrmou5e um togo. quê o requei mou: cÍa o
Íogo das recordações que ardiam como a centelha sob as ciÍúas.
t...1
Muitos gueneiros de sua Ìãça acompanharam o chefe blìnco, p ?fiadar
com eÌe a mairi dos cristãos. V€io também um sacerdore d€ sua r€Ìgião, de
negns vestes,pm prantar a cnÌz na tena seh.ãgem.
E
Poti foi o pÌimeiro que ajo€lhou ãos pés do sagÌado lenho; não sofrìa
eÌe que nadamaiso separassede seu irmão branco. Deúam rer ambos um
só deus, como tinham um só coração. i
Ele recebeu com o batisÌno o noÌne do santo, cujo erâ o úaj e o do rei,
a quem ia seÌ-vir e sobre os dois o seü, na Ìíngua dos novos iÌÌnãos. Sua fama
cresceu € âinda hoje é o oryuÌho da tera, onde ele pnmeiro \iü a luz. j
A mairi que Mdtim eryuem à maÌ€em do rio, nas prúâs do Ceará, me-
droü. Ckrminou à pâÌâ\Íâ do Deus \€rdâdeiÌo na reÌlã seliãgeq e o brcnze
'agrado revuu no. ule' onde rugia u mm( r.
ÁIENC R,Joséde, 1m@a lorb ÁìegÌe L&PM, 2002. p. 134-r35. (Imgú€mô)

4, Qualé a missãode Mârtimaovoltâr?


r Transcreva
o tÍechoem queessamis!áoJicâevldente.
. Nessetrecho,AlencaÍconsegue
esqueceísuas"idéiasde homemcivii
zado"?Explique.
5, Mârtim e Potirêpresentam,respectivamente, a culturâeuropéiâe â
indígenâ.Como se comporta Poti diante da possib;lidadede con-
verter-seà religião de Martìm?
r O quesimbolza,do pontode vistacultltral,a conversão de Pot?
16. Releiâdois trechosde fâcemâ.
"O veÌÌlo soabriuâspesadàspáÌpebììi, e passoudo neúr ao estraÌÌgei-
ro ún oÌhd baço. Depoii o peito axquejoue os lábi
- Tupã quis que estesolhos vissem,anresde se apagarem,o ga-
vião brâncojunto da nârceja."
"Poti foi o primeiro que ajoelhoüâospésdo sagradoÌenho; [...]
DeviamteÍ âmbosüm só deus,como tinham um só coraçáo.1...1
Germinoü a palavra do Deüs verdad€iÌo na terra selvagem;e o
bronzesaqrddoÍe5coou no\ lalcsondc rugian mdra,;.-
r O que podelustificara presença dessâaparentevsão contradÌtóÍado
pÍocesso de acultuíaçãodo índioem duascenãsde umaÍìesmaobra?
Lembre-se de consideraí
o contextoda época.

a 338 CAP|TULA
17
I I Ì E iA ï U N A
Y
7. Darcy Ribeiro, antíopólogo brasileiro do século XX, ao analisaí os
desdobramentos do contato entre índios e portugueses durânte o
p ro c essode col oni zâção,fàz a segui nte afìrmaçáo:
"Mais târde, com a destr ção das basesda üdâ social indígena, a
negação de todos os seusEÌores, o despojo, o cati\riro, müitíssimos
índios deitâlam em süas redes e se deixalam moner como só eÌ€s
têm o poder de fazer. Mo iam de lÌisteza, certos de que todo o tutu
ro possíleÌ se a a n€gaçào mais ÌÌorriveÌ do põsâdo, üma üda indig
na de ser vi\ida por g€Ììte \€rdâdeira.
Sobre essesíndios assombrados com o que th€s sucedia é que caiu a
pregâção missiontuia, como lm flageÌo. t...1 A cristândade süÌgia a seus
olhos como o mundo do pecâdo, das enfemidades doÌorosas e mortais,
da comdi4 que se adonâ\ã do mundo índio, tu{ìo conspücando, tudo

RÌBElRo,D{+ OPdo ,úi/arr a fomação c o ienlido dô B.âsiL.SãoÌauÌo:


Conpanhir drs Leras, Ì993.p. 43. (Ifagn€nio) .
r Expique por que DarcyRìbeiroâfirma que a cristandadetomou conta
dã vida dos indígenas,"contãm nãndo" toda a sua cultuÍa.
I Alencara presenlauma visãopositivaem relaçáoà conversãode Poti.o
ç texto de Darcy Rbeiro leva à reavalaçãodessavisáo. Que "reetura"
podernosfazeÍ dâ cena fina de /racema?

!
=
lKrrr."uo"o,, I
5 Nas histórias de PeIi e de Imcema a enEega do índio ao branco é
AlÍredoBosi(re36-) incondicionaÌ, faz-sede corpo e alma, impÌicando sacrifício e aban-
É pÍofessof universìtáÍio,cÍíti' dono de sua penença à tribo d€ origem. Uma partida sem retolno.
E co e h noÌadoÍd€ IieíaturaEs Da virgem de lábios de Ìnel diss€ Machado de Àrsis em aÌtigo que
crêveu,entreoutrasobras,HÀ escreveu logo que saiu o romanc€: "Náo resiste, nem indaga: desde
tóriâ conctsa.la |íEratura brasi que os olhos de Martim se t[ocamm com os seus, a moçâ curvoü a
leìra\1970),A sere o tempoda cabeça àqueÌa doce escrâüdão".
paesìa11917)e Dialéticada co-
(1992).Poresteúlt mo O rin o de .otri mcnro e mofl e ê dcei to pel o .el E gem scm qua t -
/onlzação
lìvÍoíecebeu, eÍn 1993,os prê- qu€r hesitação, como s€ a sua atitude devotâ para com o braÌÌco re-
miosCasaGrande e Senzã ãe presentasse o cümprimento de um destino, que AÌencâÌ apresenta
Jabuti.Em nìarçode 2003,foi em termos heróicos ou idílicos.
eleltomembrodãacademi.Bra-
B])SI, êlÍrcdo.Dialiti.a da olodarda Sãôlâulo:
silerade Letras. compehia dd Letìê, ?003.p, l7gÌ 79-(Fragm€nto)
Expliquê
Redijaum parágrâfoargumentativoaprerentandorazòesquejuÍ
tiÍiquem a afkmaçãode que "NashiÍória5 de Periê de lracemaa en-
Íaz-sêdecorpoe alma,impli-
tregâ do índìoao brancoé incoridicional,
candosacriÍícioe abandonode suapertençaà Ìrìbo de origem".
Antes de desênvolvêrseu parágraÍo,considereestâsêtâpas.
I ForÍnueumã explicação geralparao comportàmento dos índiosem
com baseno quevocêleuao longodo capítulo.
relâçáoaosbrancos,
I Juíif queessaexplicaçáocomexempJos dostextosindlan stas..
retirados

a ronanceindianiía339 a
Indianismo: os símbolosda nacionalidade
Aut o a aèntodë Amerr ê5d;tprcnp, ënçòeses-
".
.uta" Walt Whitman)

A visãopitorescade Caminha
e outrosviajantes
A primeira nìagem cloBraslqueconhecemosfo regis- I
tíadapoÍ PeroVazde Caminhã. Nalongacartaescritaa
D. o escribã dafrotade Cãbradeíineosíndos
^/lanuel,
como inocentes, curiosose, atéceÉoponto,hospta ei-
Tos,poisrecebem os portuguesesdemodoacohedor
Essa prin'ìe
Ía rÌìagerÌì
não Íá variafrnurtonosreatos
deoutrosvialant-"s dosécuo XVl.ArnércoVespúcio, por
exemp o, passou por aqu em 1502e registÍou, naCarta
del/sboa,assuasimpressÕes sobrea terrae o povo
DêtahedeumpaníéÍiôíÈôcês
dersso,de
altord€sconhecido
AAmérca pa$aa fazer
[...] Essaterra é muito amenâ e cheia de inúmeras e muito gràndes árvo- I
res verdes, que nrÌncaperdem as folhas; todâs têÌn odores suavíssimose am
máticos, pÌoduzem muitíssimas fÌutâs, e nÌuitâs delas saborosase salut"res
ao corpo. Os campos produzem muitâ! ervas,Ílores e raízes muito suavese
boas. ÀlguÌìas vezesmc maralilhei tânto conì os sua\'esodores das eÌüs e
d a . Íl o re . c ( o m o' vbo, es desa\ ÍrxÌô Ê rri l c,. ,ân,u qur pênra\J , omi g o ;
esrar perto do paraíso terresrrei 1...1 !
Achamos toda a teÌÌâ hâbitada por geníe nua, tanto os homens como as
muÌheres, iem cobú suasvergonhas.De coryo, são bem feitos e proporcio' ;
n a d o s t...1 . ê
Náo têm nem Ìei nem fé alguma. Vivem s€$uìdo a natureza. Nào conhe-
cenÌ a imortaÌidade da â]ma. Não possuem entre si bens púpdos porque tudo é
comum. Nâo têm fronteins de reinos ou pro!ínciâi não têm rei nem obedecem
a ninguém; cada um é senhor de si. \ão âdministramjustiça, que não é nece$á-
riapdaeÌes, porque neÌes1ìàoreina a cobiça. [...]

\'trSPÚCÌO, ,\Ììérico N,ro,Vzdo: õ .aMs que baii,rmì à


Amél.â. SàoPauÌo:lìãneÌ?, 2003.p. 134Ì35. (Irâgncnlo).

Urnpaísparâdisíaco
cujoshabtantesnãotêm -" nem
íé. Éessaa imagemdeBrasiqle predoínina nostextos
dorv a è rê,êu'opêLc
quêpo.èquiâpoÍra"ì ^o oe o-
do imediatamenteposteror à vindadafrotadeCabra.

Um olhar árcade
A bravuradosíndosdosromances rornânticos
é cla
'41e_tensprdddpôo poen.rêpFo O úd9""/. deBà
sÍliodaGama,pubicadoem 1769.Ao ongodecnco
cantos,o poetaárcadecompÕea históÍia
da resstênca
dosÍndiosaoataqueportuguêsaosSetePovos das\,4is
sóes Interessadoem condenaros lesuítas,Basíioda
Gamânâugura a apÍesentação
dostÍaçosheróicos dos
_d
9" n" .. q-e pe d p r.re td \el , go ì d' r vo. pà - d
loha.n Mortz Ruqend as,PárÇgêmropi.á/ Brásrielá,r 83I . Ó eosobre denunciar de queerarÌìvítmas:
a exploraçáo
te a, 90 x 74cm.A lea denacaa exlbeÍâ.cada natlrezabra5etrà

| 34O CAPIIULA
11
TITENA ÌU R A
v
7. D a rc y R i bei ro,ântropól ogo brasi ìei rodo sécul oX X ao ânal i sa ros
desdobraÍnentos do contato entÍe índios e portugueses durante o
p ro c esrode (ol oni ràção, Íàz a segui nte àíi rmàção:
"Mais tarde, com a destnição das basesda vida sociaÌ indígena, a
negação de todos os seus\ãlores, o despojo, o cativ€iro, muitissimos
indios deìtâïam em süas redes e se deixavam moüer como só eÌes
têm o poder d€ fazer. Moriam de tristeza, certos de que todo o tutu-
ro possível seria a negação mais horríveÌ do pa-ssado,uma vida indig-
na de ser viüda por gente vcrdadeira.
Sobre ers€síndios a.$ombrados com o que lhes sucedia é que caiu a
pregação missionária, como lD nageÌo. t...1 A cristandade surgia a seus
olhos como o mÌuìdo do pecado, dâs enf€midad€s dolorosas e moriais,
da co\2rdia, qlle s€ adona% do mÌrndo índio, tudo conspurcando, tudo

RIBEÌRO,Daf.y. Op,ú, ór6i&im a fornação e o seltido do B.õil SãoPauü,:


Compa.biadd Ì-eL6, 1995. p, 43.(F.agnertó)
.
I Explque por que DarcyRibero afirÍna que a .rstandade tomou conta
da v da dos ndígenas,"contâminando" toda a sua cultuÍa.
I Aencar apÍesentauÍÌìa visáopositivaem re ação à conveÍsãode Pot. O
ã texto de DarcyRibejro eva à reavâiação dessavisão Que "releitura"
poderÌìosfazeÍ da cena f nal de hacena]

9
b
2
1
3
E
ã Nas histórias de Peri e de Irac€ma aent€ga do índio aobranco é
É Alfredo Bosií936, incondicionâ.Ì, f'12-sede corpo e âlma, implicando sacriffcio e aban-
É professorunversitário,
cít- dono de sua p€rtençâ à tÌibo de odgem. Uma partida sem r€tomo-
! de liteÍâtura.
co e histoÍiador Eç Da rnrgem de Ìábios de mel disse Machado de Assìs em artigo que
creveu,entrêoutrasobÍãs,Hrs- escreveu logo que saiu o romance: "Não resìste, nem indaga: desde
tóia rcncìsâdã lìterâturâbrâsi- que os oÌhos de Martim se trocar:am com os seüs,a moça curvou a
bna \1914),O sete a tenpo da cabeça àqueÌâ doce €scÌãvidão ".
poesia\197719 Dìaléticada ca-
/orl2açáo (1992).PoÍesteú timo O risco de sofrimento € morte é ac€ito pelo seh'agem sem quâl-
ivÍorêcebeu, em 1993,os prê quer hesitâção, como se a sua atitud€ devota para com o branco re-
m os CasaGrandee Senzalê e presentasseo cumprimento de um destino, que Alencar apresenta
Jabuti. Emmarçode 2003,foi em tenos heróicos oü idíÌicos.
eleto membro daAcadem a Bra-
BOS\,AltÍ.dõ. Dialitìtuda úlÒ,ú,rr,iaSãoPaulo:
sileirade Levas. Compmhiadastf,d6,2003.p. 1?&179, lFragmento).
Expliquê
Redijaum pârágrâfoargumentativoapresentândorazõesqueju5-
tiÍiquêm â afirmaçãode que "Nashiíórias de Perie de lracemaâ ên-
trega do índioao brancoé incoridicionà|,
íãz-sedecorpoe alma,ìmpli-
candosacriÍícioe abandonode suâpêrtênçâà tribo de origem".
Ante5de dêsênvolverseu parágraÍo,considêreestasetapas.
r Lo m i e urìa e\p icaqáoge dl paroo compo.tomenLo oo\ Inoro(e^1
relaçãoaosbrancos,conìbaseno quevocêleuâo longodo capÍtulo.
I lusi f queessãexplicação
comexemplos dostextosindianstas.
retirados

A rcnanceìndianista339 a
Indinnisrno: os símbolosda nacionalidade
Au.ÕA rënrcdè Amd\o ë: dtt.r.nte tën,a. e
i
I
cuta"uvalt whitnan)
:
i
A visãopitorescade Caminha
e outrosviajantes
A prmeiraimagem do BÍasiqueconhecernos foi regs
Íada porPeroVazde CaÍÌìinhâ. Na ongacartaescrita a
D. Ivlanue, o escrbadafrotadeCabradefneosÍndos
comoinocentes, curiosose, atécertoponto,hospta ei
TO5,pOrSÍecebem os ponugueses demodoãcohedoa
E55a prirnera rrnagem não rávariafmultonosreatos
deoutrosvia.lãn1es dosécuo XVl.ArnéÍcoVespúco, por
e erpo pd((o-oo douÂn 502ê reg(t.o.. ra aâaá
dêl/sboa,assuasmpressóes e o povo.
sobrea teTra
deum paní&ô tân.êsdê 1550,de
DeÌalhe
auÌôfdeÍonhe.dóA Amér6 passa ÍazeÍ
l. -.1Essateüa é muito amena e cheia de inúnÌeras e nuito grandes áno
resverdes, que nunca perdem arfolhas;todas têm odores suâl'íssimose àro-
máticos, produzem muitíssimas frutas, e muiras delas saborírsa!e saÌutares
ao coÌ?o. Os canpos produzem muitas en'as, flores e mízes nuito suâvese
boas. AÌgumas vezesme maravilhei tanto com os sua\es odoÍes das erlâs e
d:B floÌes e com os saboresdessasfì'utas e raízes, ranto que pensala comigo
estar perto do paraíso terrestÌej [...]
Achamos toda a term habitada por genae nua, ranro os homens como as ó
muÌheres, sem cobÌiÌ suasvergonhas. De corpo, são bem feìros e proporcio-
n a d o s 1 ...l .
Nào têm nem Ìeì nem fé àÌguma. \rivem segudo a narurcza. Não conhe-
cem a imordidade dr âhìa. Não possuem entÌe si beÌÌs próprios porqüe iudo é
comum. Não tôm íionteins de reiÌìosou proúncia; nâo têm rci nem obedecem
â ninguémj câda uÌ é scnhor de si. Não adminisúamjusriça, que não é necessá-
ria parâ eles,poque neÌesnão renÌa a cobiça. I...1
É
YESPÚCIO, Anìé.ì.o. ,\'@, rÌ,Ír?Ì.1,:asca1as que barizaran a
AÌìéIica.SãotaniÒÌPlâneâ,?005.p. 184135.(F.aSmenro).

U'r pd'"pêíadisd' o u_o\h"b td_iÊs_áo-êr e e-


Ìe. Èesraa ìè9e10eb-a\r q.epÍeoo.rt-à.05'ê\to<
dor /d.d_t"seu ooe- o-ê oor aqu èpo-àn'o pe'o
doi'r edi"iãìen epo le-o'ê \ i oã oè ÇorãoêCàoíà

Um olhar árcade
A llravuradosíndiosdosrornances Íomántcosé c a-
rãmenteinspradapeo poemaépicoO Uragual, de Ba-
síioda Gãma, pub cadoem 1769.Ao longodecnco
cantos,o poetãárcade corìrpóe
a história
da resstênca
dosíndiosaoatãquepoftuguês aosSetePovos dasMis-
sõesInteressado em condenar os lesuítas,Basíioda
Gãmanãugura a apresentaçãodostraçosheróicos dos
ndgênàsq-" pêà pri-ero ,el g.n d1 vo_ po'd
loha|n Mor]zRugendas,
PaeqM ftôpt.alBrasilei?,1A31
Ôe. soó!è denuncar a exploíação de queerarnvítlÍlìas:
tela,90x 74.m Atea desta.aa erubeÍâ..âdâ naturêza
b'd'e,à

a 34O CAPITULA
17
[] r6to: iau$o,luxo.
A nóssoment€
1...1 E o ãco, e as setâs,e a! Ìislosas penas
Nos toca araÌ, e cuÌrivd a terrì, São as nossâsÍantásticasriquezas.
Sem outra paga mais que o repartido NÍuito suor, e pouco, ou ncnhum faío.
mísero sustento.
Por rÌÌãos escassas V)lta, Senhor Dão passesadimte.
Podres chc,upânas,e algodões tecidos, QrÌe mais queres de nós? 1...1
Cr\\[{, Bâ\nio da. O Ltdlzdi Diiponnrl rni: <húp //Ì$rÌ(urìicanp br/iel/'
nenoria/Enciclo!€diaut r.ià/nìdc!.húD.
-{..No en: 1t najo 2004.

NosToraances ndianstasdeiosédeAlencar,reconhecemososecosdaapre t
oe Jr d n.lu'ô/d \ .tosèe do ê_ o lro" le d\ ' u | ,rdre-'opeièe
se_ta(éo
feltosno poemade Basíloda Gama.
ameríaarii

A imagemromânticada exuberância
Apósa chegadadafarÌìía rea,ean'1808,
e a decaração
daIndependência,
ern1822,o nteresse
dosescftores peo passadopÍé-co leiroé íeto
onialbras
rnado.BuscaseÍesgatara
irnageTn deum povoivÍee sobetano,
deuTna terra
exu0erêntee Incomparave.
q

?
O resgatemodernista
q A magernideazadâde pátrlae de povoé questionada peos modernistas,
que prornovem uma"re e tura" dostextosquinhentstasê romãntcos,para
proporumavsãodesmtlficada do Brasie dosindios.
j O exempo nìalscéebÍedessanovavisãoé Mêcuralma (1928),de Máriode
Andrade. Mãcunaíma é o índo indoente,pregu çoso, s nteíessado
ma em
'oràí ba-hoco1 ã. (unhaçdo q,e e1 tdle oe ,.i pa'ès.a -'bo.
"HerósernnenhuÍÌì "lgo
z caráter", eleabrecamnhopaÍaa desconstÍução dos
nlo5'o'rá iií o ' ê ô (e ì o r ' a è . s à o d rt o p o p e 0 5Ì od " '
d e le " d o è
"g "
n s'tasr
comoíndos antÍopófagos, dêveríamos "comer"da cutura européìã
i
apenas o quenosinteressasse, em lugardesirnpesrnente rejeitálê,

Um olhar documental
Na itetatuÍabÍase ra contempoÍânea,algunsÍomances reÌratamo indo
emumadirnensáo bemÍÌìas próxlrÌìa
do real.Éo caso,porexernplo,
deQuarup
(1967),deAntonio Calado.

AÌgumas mulheresjá estâram acocoradas à porta das maÌocas, cercadàs


de crianças. Quase toda! enveÌhecidasprecocemen.e, os peitos caídos, ma-
mados às vezes por c anças grandes, a sugarem de pé o seio. 1...1Já lhe
haüam dito e eÌe lera em tâÌtos relatos, como é raro uma índiaverdadein-
mente beÌa depois dâ adoÌescência.
C'ATLADO,AÌÌúnio. Qrdzy' Ì2. ed.tuo deJâftiro: \o\ã l_rorcirã, 1981.p. 155.(Iragnenro).

OutraÍÌìpodanteobraquese nscreve na tradçãoindanstaé o romance


Malra(1976),de DarcyRbeiro.Antropóogo,Darcyconheca lnt maÍÌìente as
tradiçõese oscostumes dosíndos,comquemconvlveLr porlongosperíodos
Vrcentedo RegoMonte ro, Malrancofporaesseconhecmentoà cr açãode um mundof ccionalno qual
o retratodosíndiosé feiÌode modonìas orecso.
A tradçãolndiên staperrnaneceÍá vva na lteraturabrase ra, enqLranto
houverromances escntos sobreo temada ierrae dosíndios.

341 a
A rcnanceintlìênistâ
Poroossìstir
F PoÍoouvird^)
Dânçâ.om /obot de Kevn Connef O guaratl, de CarosGomes
E UA 1990
, E xcêl enteoportuni dadepara
O fÌlme conta a hlstóriado tenente
nortê'amêricano lohn Dunbar,queé en- ópera bãsêâdano româncêi n'
viadoparao ongínquoFortesedgwkk, dianistadê Alencar.Assimcorno
locêllzadoem teírtóíio ocupadope os a obra l i terári a,O guarani ,de t
índiossioux.Numaespéciêdê acultura- Car os Gomes,obteve bastante
ção às avessas, aproxmã{e dos índios, êxito no séculoXIX e tornou se
que aos poucospassamâ considêíálo popu ar até os diasde hoje.A es
pane da tr bo. Aclrsadode traldor por trél a, em 1870,no ÌeaÌro al l a
novossoldadosque chegamào Forte, scaladê Milão, projetou o nom-"
Dunbarvêos índios o.aisseremexpul dê CarlosGornêsno cenárlomu-
sosê boa pãrtedelessermorta. sicã intêrnaciona I e tam bémchê-
Ambiêntadod u rantea Guera de Se- mou a atênçãodosêuropeuspara
cessão,o íilme retrata a relaçãocolo- a produçãoliteráriabrâsileirada
nìaiistado bíancosobreteíitórios in-
dígenêsdê AméÍicado Nortê.Tãmbém
neste cãso,os índ os, carãcterizâdos Cãntol,ã3, de Eomaf Ro de
pe a nobfezêde prÌncípiose pela alt l êneto:K uafLrp,
1994.
vez de sua gente, são representãdos Pesquisadorde mitos,"causos",
corno rêsponsáveis pela cultura origi lendas,linguagensda culturãser-
n ôl da A m ér ic a , q u e â c a b â s e n d o tãnejãe lndíqênâ,Elomarrêtorna
subjusadapêla cu tura brâncã. em suêollra a estruturadas can
ti gasmedi evaimâscom
s, a cor o j
cãrámuru:ã invençãodo Bíâsil.de
ca . Entre seustemas, estão os
cue A t r aesB r ês,2 0 0 1 l
deslo.amentossolitáriose ãs mi
o f im e c ont ad e Ío rm afa n ta s l o saa graçõesde grupos forçadosã
história de Diogo, um ta entoso pìn abandonarsuasterras em lruscâ
tor portuguêsque. por voltã de 1500, dê melhorescondiçõesde sobr-"-
é deportado e acabãnãufragãndona vÌvênci â." C anto do guêrrêi ro
cotta brãsileira-Aqui, enamora{e da mongoió"é umacomposição que l
i n diaP aí a9uãluO. fi l m e p e rm i teu ma nafè o êncontro do poetã com
reílêxàosobÍêâ íelaçãoenire índiose um contadordeh stóri asque,na
o colonizãdorbrãnco,têmâ de vários . dade, rêcordaa saga de seu
rom ênc e5 indian i s tâ s . povo,osmorgoró, dêsdeo'tem
. O guárar,,deNormaBengelEÉs, 1996 po da.onqui stadê tetrã pel oi n
A dapt ãç ãopar ao c i n e m ad o c l á $
co de losé de A encar O destaquedo Á5 cldades,de Ch co BLrarqLre.
Rlo
fi m e f k a pãr a a b e l ís s i m âo c a ç ã oe deJanero B N 4GB ras, 1998.
P ar ã ã t r ilha s o n o ra . c o m mú s l c a s E m " l râcema voou" , C hi co
Ìncldêntaisda íâmosaópera homôn ' B uêrquê eÌpl ora o a nâqíâína
ma de Car os Gomes. conÌroononomêoa personãgêm
e do romancêi ndl anktade José
' No cahinha dè expedìçãaLangsdoííf, de Alencãr dê /rãcemã parã
d e M alr i. o Dà5 B rê s,2 0 0 Q
Ámé./.a e tfãníormã a heroí
Documentário.Entfesetembro e ou
na doséculoxlxem ÌmigrãnteiLe-
tL r bí ode 1999,umã e q u i p ed e 1 1p e s
gal nos E U A .5ubÍi tui o cenári o
soâs,a bo.do de Íês botes iníláveÌs,
ideallzadono Romantismopela
saiudê P or t oF eiz ,e ÀìS ã oPa uo , ru m o
real l dadedâsgíandesci dâdes dê
a Santarém,no Pará,íêfazêndoo tra-
j et o da últ iÍ nã ê ta p â d â e x p e d i ç ã o nossosdias,e o eníedo romãnti-
co sê torna uma espéciedê rêla
Langsdoúf.Entreos membrosdâ êqu -
tório dã vida práticapara o sécu
pe, a presençada tatêraneta do dese-
nhista l'lérculesFlorence,que paÉk
pou da ex pediç ã o ri g i n a .

a 342 CAPi|ULO
17
Poronovegor-ífl
http://wvw.itaucultuíal.or9.br sêntaçãode infofmaçõessobrea vÍdae ã obra dêlosé
site do Institutotaú CulturaI que apresentaumaEnci' de.alencar,além de Íotos ê imâgensrejacionãdasao
c lopédiadeA rtê s V i s u a l rc o m v e rb e te s o b reos" arti stas
viajãnteí'. Na página,há informaçõessobreos prlnci http.//v\/\W.bibvÌrt.f uturo.usp.br
paisôrtistasquê participaramde expedlções ârtísucâs e
cientííicaralémdêuma referência específica sobrêaquê
slfe dã Escolado Futuro,da USequetrãz a Bibliotê
ca Virtuãldo Estudantede LínguêPorruguesa,com as
I
lasreâlizâdas nosécuoXlX-Destãque pôíaornkde apre
obrãslndianistasde losé de Alêncar
sentaçãomultimídiasobreos " artiíâs viaianteí'.
http://wwwJunai.gov.br
httpV/ww.mre.govbr/cdbrâsil/ltamaraty/web/port
P oÉ ãll níi tuci onalsob responsabi l i dade do Mi n k
siÍe do Ministériodas RelaçÕes Êxteriorescoín um
manti dopel a Funaie atuãl Ìzado
téri o da.l usti ça. to '
/ ial, A r r e e ( u l rJ ro ' . q J e à p re s € n tà
ã h \l ó ri d dd o- dos os dias,com notkias recentessobreos povoslndÊ
togfãÍlà no Brasil,com biografiasdos pioneiros.como genas.Mu to abrangente,ofefece um mapeamento
HérculesFlorence,que participoucomo desenhistâda nacionã e hhtórico, entrevirtas,ãrtigos e legislâção
expediçãoLangsdoíff,e Militão auguÍo de Azêvêdo. específica sobrêa questãoìndígenàno Brasil.Excelen
\o me\mo /ia*, hd rànberì informr!de. .obr e lirê.à te contràpontopãra as idealizaçôes realizadaspêla li
r ur d, r edigid à sp e l a p ro rê * o rd W a ri (e N o quei rà terãtura do séculoXlX.
Gâlvão,destacandoo Indiãnismoeâsobrasde Joréde
http://ww$/.socioambiêntal.org
http://www.multirio.rj.govbíhistoria/modulo02/ O Instituto socioamblentalmêntém em seu portal
Lmd j .eã dedi càdãaos povo5i .d gerd\. rom várias
:rÍo, nà!ôessempreatudl i zádã\. H ; de\denotk èsr e
síte da SecretariaMunicipãlde Educaçãoda cidade centesaté um mapa de línguãsdas naçõesindÍqenas
j
do Rio de lôneiío que traz Ìnformãçóessobre o Ro- brasileirãs. O //nk " Povosindígenasno Brasil"âpíesenta
m ant ls m o bí a s i l e i ro . D ê rta q u e p a rô o tê Ìto " O em "Os índiose nóí' 12 nãrativas indígenãsbaseadas
Ìndianismocomo projeto dê nãcionâlidadê". na origem do mundo e nã chêgãdados branco, ao
http://ww.mec-9ov.brlseed/tvescola/mestres Brasll.5ãoh istóriascontãdaspelos anomãmis,sateré-
màw es,tLpi ndmbds. l ,ui l J' os,entreouro\ povosir -
Páginado Ministériodã EducaçãosobremêsÌresdô
literaturabrasileìra.DeÍaque paraocuidado na ãpre-

Porolere pesquisor

Bugendaseo Brasí1, de PahloD enel e Mêra de Éátnìâ E$êstrêsobíasdê EduardoBuenoÍazem informaçõês


Conê 5ãoP a u l oCr a p l v a fã ,2 0 0 2 . pãraquemdêsejasabermaissobrêo pro(e$o decoloni
Livroïu ndãmenÌaI a respeitoda iconogrãÍlàprodu- zaçãodo Brasil.Elerelatã,demodolnteresanteedescon
trãÍdo,os primeifoscontatosentre.índios
ê portugueses.
zldê por Rugendassobíêo Brasil.Reproduçôes colorl-
dãs,informaçõesdêtalhadassobreas9rãvurasde via' A índio e a .anquistapottuguêsa,de Lui2Koshba 5ão
gem pitaresa aa Brasile apresentação dos desenhos
preparatórlospara assuasmaisconhêcidâsgravurãs.
Lrrè drdl i seqLede!ÍdzqLdl querti pode dêál i 2àio
,
O Brasildos viãjantes,de AnaN/laraBê uzzo Rocle no relacionârÌìênto entíê poÍtuguesesêínd os brasilei-
J aneir o: O b l e Ìv1ê9,9 9 ros.comtextosclaíosê argumentospenlnentes,reve-
l a ã dêgradação cul turaldos tupi s guarani squândo
Aprêsentao maiscompletolevântamêntoda icono-
transformãdospeloseuropeusem "trabalhadoíêí'.
gÍafia prodlzida por artistase cientistasque pasaram
pelo Brasilentreos século5XVI ê XlX. Interesantepâ- htstoti"stútú\," detÌ ede dsaràf obrêa,od, d" o"l"
norâmadâ íorínaçãoda ldentidêdebrasileirã. Assocâção Es.oLa ndiqenaUtapl.oponaruyüka.5éoPêuo:
ISA/AssocaçãoEÍola lndígena Utapnopona Ìuyuka,2004
a viagen do descobrinento Ro delaneÌo: obiet!4, 1998
Habitântesdo Alto RioTiquié,os tuyukãstêm arga
Náuíftga' taficantese deg.edados.Ro de JêneÌo: 'tradlçãode culturâoíal. De âutoriacoleÌivã,essaanto-
O bjet iv a,
199 8 . logiã,agorâtraduzldaparêo português,foi.oncebldã
Capitãesdo Brasil:asagados píimeiroscolonizado_ como basede têxtos parã um projeto educacionalque
r ês .RlodeJ a n e i ro ro b l e tv1a9,9 9 . incluíssea cu t!rã dos habitãnteslocais.

A rcnancein liânistà343 a
o romance
regionalista.
o teatroromântico
Do sertãode Mato Grossoao interíar de MinasGeraís,passandopela
vastidãodoscamposgaúchos,surgeno roman.e ramânticaa imagem
.le um paísgrandíoso.Á descrlçâode espaçoJe costumes
desconhecidos estabeleceo confronta entrc tipos ruraise uÍbanos,
amplìandoassimo conhecímentoque se tinha do Brasilna primeira
metadedo séauloXlX. Estecapítuloproauracompreendercomo íssose
aprcsentano romanaereqíonalìstae no teatro romântíco.

i
&
I
l

P e d ró Wê rq ã rtn êr,/nter/ordoempónb(detãhe),
1882ÓeosobE i ea,
75 x l O0ch
A tel areqÍra!ma cênado nterorde!maregÊ odoB ras

CAP|TULO
18
O que você deveé saberao
'|. Observe
a imagemde âbertura.Quetipo de espaçoa cenaretrâta?
r ldenlfique,
natelê,eementos
quecomproveTn
suaresposta.
7. Qual foi o projeto literário
dosrcmêncesrcgionãlistas, 2. Agoraobserve aspessoãs.O que elâsparecem Íazer?
. Qual a inportància de
r CoTÌìo
paTeceseTo Teaconamento entree as?
conpor un panorana dos
r O que,nairnagern,
sugeÍeesseclmaentreaspessoas?
esqaçosbesileííos no iní t. Podemos o climaentreaspêssoâs
associar que estãono empór;o
cio do séculoXlx. a umâcenâcaracterísticadâscidadêsde interior.Porquê?
2. Quaisas dílercnçasentrc o r ErÌìqueregãodo Brasipoderaterocorrdoêssacena?
rcgionalismo de José de r Quee ementospermtem dentifcaressaregão?
Alenaaìi o de Taunay,o de
FrcnklinTávorãeode
Aenardo Guimàrães.
3. Comose caracteÍìzouoteà-
4. Osdlferentesespaços de um paístãograndecome-
característìcos
4. De que modo MartínsPenã çama surgirnosromances
regionalìstas.
Observecomoo Visconde
usao teatrc como espaçode de Ìaunayprocurââpresentarde mododetalhadoa configura-
rcflexão sobÍe conporta- cãotíoicade umacidadede interior
men tos típicosda sociedade
9

A aila de Sant'Ana
Debaixôdo céul'á una caisaque nuncase viu:
a peqLienasen falatórìas,nentirase bisbilhotícet.
é umacìdàcte

t)

De longe é suÌÌÌanÌeDte pitofesco o pfiÌÌÌeiro aspecto da po

Ì'onto terminaì do sertão de ìÍato Crosso.assenlâÌìo abaÌrlado


dorso de uÌn ouLeiroziÌìho.O que lhe clá,poréÌÌì, encanto particu
Ìarparaquena rê de Íora. éo extensolârarjal, coroado arualnìen
i
tc dc miÌlÌares de áureos poÌìos, em cüja folhageÌÌÌ verde-escürase
e crav,rn a! casase ressaÌta a cruz cla modesra igrejâ matriz.
Tralìspondo límpiclo rcgato e vencida ped.egosa ladeiri com
casinhoÌasde sapéàdireitac àesqÌrerda, chega se àruaprincipal,
que tem pof mais grandìoso edificio espaçosrìcrìs,a de sobrâdo,.Ìe
consbução antiquada. Ornanenta-a uma raranda de ferro e um
telhâdo qüe se adianlâ para a ruâ, como a querer abrigálâ da
totalidade dos ardo.es do sol.
f di auc mo d o mai ur [Íá| | i nho Jê \Icìo TJ.l ,,e,.b ri rote. r
"
chonchudo, corâdo.
Na sua Ìoja de fu eDda!, ao rés do chào, reúne sea meÌhor gcnte
da localidade, pda ouli lo disseÌ1ar sobre poÌítÌca, ou D:rar a gucnâ
dos farrâpos no Rio GÌândc do SuÌ e â \'ida qÌre se ìela na coÌÌe do
Rio deJaneiro, onde estiveràpeÌos anos de 1838 e 1839.
De vez eÌÌ quando, ÌÌâqucÌa silen.iosa Ìua em qÌre tào Ìrem sc
estampa o dpo melancólico dc uma povoação acanhada c cm de-
cadêDcìa,apaÌece uma oü outrì tropa cdre8ada, que Ìevanrì ru-
lens de pórermelho e atfai àsj aneÌasrostos macilcntos de nulhe-
res, ou à poÌta cúanças páidas das febres do o PaÌanÍba e bar-
úgudas de concrem terra.

A rcnancerEtanalisáA êatu tanântica345 a


LITERAÌURA
-

TaxÌbóm aos domingos. à hora da misia. pc,r âli cruzanÌ nÌLÌÌhc


Ìcs!cÌÌÌas, embruÌÌÌadas em nuntilhN, acoÌìparhaDdo outÌas mais
o
nÌocnrÌÌas, qüc trâjanÌ .:apole (onipri.Ìo aré â.,s pés c usanÌ daquc-
o lcs poÌtes nD.Ìahres, de nroda eDr tenìpos quc já !:ú l.,nge.
l!
o T À L r.À \:\ n.Òrdr.l t.1n,.h.t2{ r.d.si oP Ìuì,rÁ Ìi .r,2001.p1l S .(IÌ:g!r.n lo]

E
o IJ Piiorcsco:
qr. é.ligDo.le
5erÌrsisrxd.re!rol\.n(,tLynirrÌe.
. Oulêüo,nrho: Ìi{ucnì cÌr\x.:ìr .r1!ì.1
NÍ iillì6: rìro de i,ant.onì.LL,e inÌÌh.Ìt!.núlrcri r (xhe(x e ÌrrÍe d...,p.
E ^
.\rddnzcs: da,\fdrlüi,.rÉgi:ì..L! n drLsÌrmla.
)
ô
A frêdo d'Escãraqnoe Ìau-
n a y (184: - 1899)er d n e to d o r Procurcrnagfar a v la deSant'Ana.
Deacordocorao texto,quaissão
p ftor N colalrAntôno TaLrfay, ôselerÌìentos
centTa s emlornodosquaisseoÍganzaessapovoação?
uÌÌì dos pa sagistâe intêgrântes
d ã n ìss ãoí r ânc es Íaâz d â a ô 5, Quefunção,alémdo comércio de Íazendas,tem a lojado major
Bfãç por D.loãoVl Pãraevltar Taques? JustiÍique.
a assôcrdçáo com o âvÔTarìo- r ldentifque
serne hanças entreessavendae o empóroretratado poÍ
ço,PLrbcot]o ronìancê/rocén- PedroWeingãítn-"Í
./a sôbo pseudôniÌÌìo de sylvlo
D narte Apósoêxitod€ sêuro- 6. De que modoo narradorsugereâo leitorqueessavilaestápara-
mancê,Ìêunay não teve mals da no tempo,que nãoâcompanhâ o progressodo país?
comoêscondÊr sLrëorqeÌì no
bre Fnìbofâtenh. ê5.rto mars t. Releia.
dec nqúenÌalivroç,apênasdoi5 "f...1 frld o l.rrarìjal,coroado àÌìLÌalncntc.Ìe Dìilhrres.le ,,t i
0e et aÌcançararìsLrr€sso: /ro-
cência (.1812) e A rctiada da l...l lrârÌspüìdo ízlrl,rcgirc, e lcnc a l,.dÌp.g,r,?
ladeim 1...1che
La]una(1412) gâ-se à ru.ìprnrcip, quc tcm por liais gÌ2,/;.', edilício,j?d!rr4 casa
clesobrado1...1
I apê o 0êo'. coo 0o\,.ô\õ u. dpo o" ;o à
", odoee,lde.o
déncã ', os adletvosdestacêdos Teve am um o hêr romântico paraà
Via de sant'AnaExpque pof quê.

Regionalismo:
o Brasil
literário
ampliasuasfronteiras
O regona srnotraz parao centfo
oo ToTnance rofnantco a5 pa sag-Õns
e os t posde um Bras desconhec do,
corno os vaqueÍos do9 pampêse os
.
'::t'* , ':: sertanejosdo Nordeste.Nessas obÍas,
=l I é apresentada umasocedadeÍura de
*
ll
cornportamentos e valoÍesbem dife
rentesdaqueesda code O paísque
emergedos romancesfegionalistas
confgura-se comog gantesco na ex
tênsãoe arcaiconoscosturÍres.

Mã( Ferez lfopa .íe aulãr de.arqâ lr'l nâs

134q .1![!La]3
TIÌERAÌU R A

vaiaospoucos"conq!ristãndo"
A ficçãoromãntica o teí tór o naconalpe
'-'- h d ã d e ïPÍ ior à da asmáosde escritofescomolosédeA encar,AlÍredod'Escaragnole Taunay(o
MATÔ GÍÔSÓ. Visconde deTaunay),
trênkln Távora
e Bernãrdo
Guimarães. Observe no mapa
osespacos s ondesepassâm
tegiona os Tomancesndicados nalegenda
18 08 '+":":P''""

1424

1848-
1859

O projetoliteráriodo
romance regionalista
Reve aÌ o Bras paraos brasleirosesseobjetivodêfneo proletoiteráro
dosroìdn(e, egionèl sÌès
NapfmeÌrametade do séculoXlX,a conduta daspessoasquevviamnas
c dadeseramuto influencadapormodeosirnpoftados da EuropaOs vÍose
Ío'letin,oueldr Lo^tribur"n pèíàa oi\ug"!;o de-ses -ooeos
A gunsdos escrtoresÍomántcosdecd rarn,então,usar5uasnâÍÍativas
paÌad vulgaÍos aspectoslocaislgnorados por seuscontemporâneos./no-
do Visconde
aé/ìc/a, de Taunay,exempliÍca bernesseprocesso.Quandoum
e tor do Ro deianeÍo ou de5ãoPauloâ essaobÍa,entravaemcontatocom
unì BÍaslpatriarcal,
ondea vÌdadasmulheres eía nteiramentedecldda e
controlada pêloshomens(paisou mãrdot Observe.

,{ntes de sail.dâ sala, detele Perein o hóspede com


aÌde quem precisa!ã tocar em assì.mtode gravidade e ao
mesÌÌìo tempo de dificil explicação.

A rcnancereqionalìsh.
A Íeatrotonântìco347 a
T
I.ITERAÌURA
-

Afinal começou meio hesitante:


- Sx CiÌino, eu cá sou Ììomem muito bom de gônio, mÌriro
ãmigo de tocÌos,muito acomodado e que tenho o coração per-
to da boca como vc's1ÌÌecêdere ter visro...
Por cerlo, concordou o outro.
Pois bem, ÌÌìas... tenho um grande dcfeiror sou Ìnuiro
descoìÌfiado. Vai o doutor enrrarDo inreric,r da minha câsae...
derc portarie como...
- O h. sr P ê-ei r.' :i r.l hou U i r i n,' .ôm dn nâ!;ú, má. .p-
gÌande cstÌanheza, pois conh€cia o zelo com que os homens
do sertio guardam davisrn dos profanos os seusaposenrosdo-
mésticos.posso gabarjne.Ìe ter sido recebido ro seio de muira
fimíÌia honesta e sei proceder como cÌe!o.
túdwiô] & BÍgqs,fanilìa irda ò
m/sê , 1846,t oqr aÍ a.rè ms s âê râ TAIÌNAY \,iscondÊ dc.1ndánd, 29. ed. São lallo:
umdospoLcos pêsseios permtdos Íri zuur. p rr [ .LA mrnÌ.)
à smuheÍ esnoint er or d ó
B raIn
s o
sé.uoXlX N€ssas ocasóes, vêstêm
suasmenôresoupasqLe,
nvariave
mente,cobÍamrodoo PeÍeira pedea Cirnoqueexamnesuafi hadoente.É mpÍessionante cons-
tataíque,mesmopÍeocupado como estadodeInocênc a, Pereira
hesitamui-
to empermtir queo médico C r no entreno quairodaf lha,oaranáocom, !
pforneleÍê vrtuoe0a rÌìoça.
Essa cenalustrabemcomo,no Brasido rnpéro,em d ferentes oaÌ1es do !
país,ÍÌìultos
â ndavivamsegundo estrutuÍas
coonats.Nesse sentido,asobras
Íegionalstasmostíam mas retratosocas daspêssoas e doscosturnes do rneio
ruÍaldoqueo quadro geradeumaépocã. Aémdssotransferem patao serta-
j
nelb,o horÌìem do interor,a responsab ldadede repfesentaro elêmento nac-
ona que,nosÍorÌìancesndianistas, eras mbolzadopea naturezae peloíndio
Osleitores dosprincipais centrosuÍbanossãoapÍesentaclos, assiTn,
a cos-
tuÍÌìese a comportamentos típicosdo nteriorEvidentemente, porém,esse 5
Braslquesurgedasmãosdosescíitores é um pãisdeaizado,
regronalistas
construído ooÍ Lrmolharromântico.
i
r Osagentes
do discurso !
As condiçÕes de produçãoe de circulação dosromances regionalistas
sãoasmesmas dosoLrtros romances rornânticos. Osescritores quasesernore
ouol"d\oÍ' r í n dd elo l-ê --s ,n o , o -o s . Do p o . , q , à r
êso o Í ã (p ' re ro e ' lo
do cresciao nteresse do público,organizavarn os Tnutoscapítulos em Ltm
rvroe, nacapa,acrescentavam o "rótulo"queexpressava a.of gerndo ivÍoe
o orguhodo ãutor:um romancebrêsileiro.
Grande paÍtedosromances em ínguaportuglesê v nhadeportugal, mas
nossos escÍitores
romântcoscontribuíarÍì paracÍiaÍ,aospoucos,umcatálogo
deobras"brasieras".

O romance
regionalista
e o público
Projêtoliteráriodo Romântismo:
o romanceregionâliíâ
O públicodasnaÍÍativas regonaistasera exatamenteo ÍÌìesÍÌìoque la
todososoutrosrornances românticos:moradoresdeclasseméda doscentros
urbanos, prncipamentedo Ro deJaneiro. A gumaspassagens de rornances
tormação
deurnaidentidade
nâconà regionêlstas perrniteÍn
cornpreender ãrndamelhorpor queo brasleirodo
revelãçãô
do Brasilpãra
osbÍãrbnos interor nãoliaosromances romântcos EêvvadistantedasrnÍuênciaseuro-
péiase via o conhecimento comoago perigoso. Associava
os ivrosa uma
ameaçã à moradasÍÌìoças defarníia.
O Visconde deTaunay, em /,roaércria,
registra
essamãnelrade ÌlensaÍ

| 34a CAPITULO
1A
IITENA ÌU R A

L01,u-n"go,o.u. .. rin": Eu Ìepito, disse ele com calor, isto.de ÍÌuÌhcres. nào há que fiar Bem
Fonçonab: brile populd, aÌõra,pé
faziam os nossos do tempo nntigo. As raparigas anda\ãm direirinhas que
Tafúâo: $dü!)r, .onqunhdoÍ de
Dem um füso... Uma piscadela de olho mais dulidosa, era logo pau... Conta-
lam-me qüe hoje lá nas cidades...arrcncgo!... nào há menina, por pobrezi-
nlìa que seja, que não sâiba ler lilros de letras de forma e gararujar no pa-
pel... que dei:.e de ir â /ôuroralô com lesridos aberros na frenre como r.,1a.
?Ìgdrlddtrrar e que saracoteiân em danças c faÌam e no\tau asílütes pol
^lÍo
dá cá aqÌrela paLhaconì quaÌqÌÌer taÍulãír naÌcriado...t...l
Ì\u\ \ Y \ i . , , , r e . l c / a t . , . 2 oc J . \ , , o Ì"u Ìo
\ Í ? z u u r .| ì o l r r a s rcn o l

pas s a g eem
E ssa xpõe
a ma g e md ov Ì o e d a e t u Í a c o mo a g o qu e c o Í -
a rornpeocaráterfemininoetransfoÍÍÌìarÌìoçasdefamilaenì"rapargas
tas"quesorriem,dançam eÍa amalto.A própriânocênca,
protagonista
des-
sêh stóra, é mantda anafabetade acoÍdocoma vontadedo oai.

Ë- Linguagem: a apresentação
idealizada
E do territórionacional
A magemgÍandosaqueos romântcos
desejaÍÌì
fazefdosespaços biasierossefor
loséF-êíaz
deAmeda.lúnioÍ, Moça ma atravésdoscenários que aparecem na5
/erdo Oeosobrete a,50 x 61 cm.
j
Asm uher €s t ót nh apm
e Íms s ã ó
d ,"
narratvasregonãistas.A vastidãodos pam-
ândarcomos.abeossotosqúandô pasqaúchos, o aspectorÌìas exótco do inte-
riorde N,4inãs
e À/latoGrosso e a natltre,
za ún ca do seÍtãonordestinoreaf r
maÍÌìa idéiade que o carátetori-
gÌnaldoBrasll
podeserpercebido
já na observação
de suascâracte-
ÍístcasgeográÍcas.
Fêhan RudoÍWendroth,
6ar.ho, 1852,aquarela
!
QÌrtuÌtos sereshabitânÌ as estepesìmericanas. sejam homem, aniDal ou
pl ìtâ, nÌspiram neÌâs uma alma pâmpa. Tcm grancÌesI'iÌiudes essaalma. A
.oragem, a sobriedade, arâpicÌez são indígeÌÌàs da saena.
t...l
Até a ánore solitária qüe se ergue no meio rÌos pampas é tipo dessas
\irtrÌdes. Seu aspecto teÌn o quer que seja de aÌrqjado e desremidoi DaqueÌe
ronco derreado, ÌÌaqueles gaìhos convulsos.u folhagem desgrenlÌada, há
uma aiitude atléúca. I-ogo se conhece que a ánorcjá Ìutou com o pampeiro
Dencado: cunndo, aÌqreado. e o venceu. Uma terra secae porcos oÌ.\alhos baÍnm à sua rutriçio. A áno-
?mpeio: F.t, que $pÌã do nÌÌ da re é sóbriae feitâ às incìenêrcias do sol abmsado. \rcio de longe ascmcntcj
,\.genÌina e podc .lingú 0 tur GÍànde troue a o nfào nas asase atirou a ali, oÌìde medrou. t...1
ìledmn: cÍeÍeu. AIENCÁR,JoSédc. o gan.ra 5. ed. sâo Pàuì(,rriÌic!, 1999.p. 16, (Fúgmennt.

O olharÍoÍÌìântico
fecorreà adjetvaçãodeaizadaparap ntaro cênário
brasieÍo.Deposde enumêraÍ as cârãcteríst
casdosseres que hêbtamos
pampas do sul(coragem, sobriedadee râprdez), para!ma
A encârtransíeTe
áÍvorepartedessascaracteísticas,paraexernpif caÍ de que modotodosos
eleÍÌìentos
da natuÍeza trazemasÍÌìarcasdo esoacoemoueseêncontram.

Orananceregianalìsh.
a Íeatronnânnco 349 a
L I T E R ATURA

Osadjetivosuti izadosparacomporo retratodaáÍvore(aspectoáffolãdoe


destemldo; galhosconvubos, troncoderreado, folhagemdesgrenhada) Ía-
zemdelao símboloda atitude"atiétlca"que mãrcaos habtantesdospam-
pas.EmboÍaa terraÌenha he fornecldopoucaágua,a árvoreenfrentouas
d ficuldadese sobreviveu ao calordo sol.comô o gaúcho,tarnbémelacon
qulstou o espaço para o qualfoitÍanspantada.
Parao públicodosromances ÍoÍlìânticos,
essencialmente
urbano,descoftÈ
nava-se uÍn Brasilcompletãmente desconhecido,desafadoÍe heróco.

I - Ofeiticeiro
No trecho transcrito,o nafiador apresentao cenárioem que se desenrolaráa histó a.

$
EÌ:a lindâ a sitÌração da f^zenda d€ Nossa SaÀdta À direita da casa, onde se erguia a aÌ\ã capeÌinhâ
do Boqueírào. da fuenda, sob a invocâção de Nossa SenhoM, â co-
t
.A-ráguas majestosàs do PaÌaíba regavaìn aquelas ìi ni de,ünJndo,om .urve dep' e$:^ ìd múner a\
terras fertilíssimas,cobertas de abundantes lavouÌas maìg" n' do P drdi bd.D e$e ìJdo en, onnavâ^. o i ar-
e exrcnsas matas lrgens. drm. . pom-t. d hofrd. ê rari o' çi ri oçde re.ìci o ar-
A câsa d€ habitação chamadâ peÌos pretos lard ranjados com muito gosto. l
gïaÍld, \asto e custoso edificio, €siava assenlada no Se a naturcza blasileira, toucada peÌa arte euro-
a
cimo de formosa colina, donde se descorúnava Ìrm péia, perdia ali a flor nativa e a graça indígena; em
soberbo horizonte. compensação tornava-se mais faceira.
{$om a% dn lon g e .e mc ,g i rìd o d o d /u ì d o , e u. , ' Tudo isso desapareceü; a fazenda de rvo$a Saàâ -
dô$o alcmtiÌado dâ SeÌ:ra do Mar, que ainda o cava- tu da B aqupi l i j!à nao e\i i e ô. e,ìi l Ì, i o' d rui nâram-
l o d \ " por n: o ê. . d á ' r i o | -ì J ÍF n e a In g u ì. . se, aspÌantaçõesem grande parte ao abandono mor-
reÌ?m sufocadas pelo mato; € as tenas, âfÌnâÌ reta- á
Das aba, da montanha desciam como safenas e 3
bambolins de verde brocado, asÍÌorestasque ensom lhadas, foÌam reunidas a oütras propriedades.
bravam o Ìeito do Ìio. 1...1 { genrê do l ugd,. tânro o. fal endêi ro. e ri .a(o\.
Nas fraÌdas da coÌina à esqueda estaram asfábícas como os simpÌes roceiros e agregados se preocupâÍam
e casasde Ìa!oú4 .Ì habitação do adminisEãdor da fa- muito durdte aÌgrm tempo com o desmpaÌo em que
zcndâ c ìs seüàlâs dos escravos. Todos estes edificios o dono deixara uma fazenda tão féÌtiÌ e apÌ?zível.
foÌrm\xm um rãsto ptu"alelo$ãmo, com um pátio no Al$ms atribúam o fato singr d à sedüções da cor
cenrro; pm este pátio, Íèchado por um grande poìÌão tei e protestâw inteúomente não caq suasfilhas com
de feno, aÌrriam os cubículos das senzaÌas.t...1 \nmÊm habìruadoai delcia dn Bdbilónia Íìumincnse
de, O b,adod,Irú SãoIâ
ÁLENcìAÌr"José ÒÌÁtica,1998.p.1gi4
,/,
@ Âlcdiilado: íngÌeme.
Esmd. 6ú\r (o solo).
Urgula urha ou I'a'r. o nârradorapresenta o cenárioem que a hìíória ocorrerá.Qualé êle?
Bmboliro tâìxrs ìârgrs dc ccido que É
s.bÌêpaenad. lnado de poús ou de
r QLreaspedosdo cenáÍiosáodestacados peo naÌÍador?iustifiquecom
elementos
00 texto.
Touad!: adoÌnada, enreisdr.
Iaftin: dengosa, brgênâ.
Releia:
"Ar águas ,,riJdrtora'do Paraíba regàvarn aqüelas terrâr feÌtiÌíssi-
m ò . , o b e ' tâsdê dbunddLeç Id!ourd, e êxrênrd\mdti . ürgenç.
A casa de habiração chamada pelos pr€tos r.rra gÌandp" râsto e cüs-
toso edificio. estava âssentadano cimo de r'zrra colina, dorde se
descortina\'? um rordú, horizonte. "

I 350 cAPlruto
rB
I.IÌERA T U R A
--

r Unìdosobjetivosdo projetolteráÍo Íegonaistaé retraìaros espaços


O trcncodo lpê brasleirosde ÍÌìãneragrandiosa.Ëxplìque
de que modo os adjeiivos
O troncodo /pé é ambentado deÍacadossãousadospaÍaÍealzãr€ssantenção
na zonada rnâtê{luminense, às . Porqueessacaíacterzação docenáriorevea um o haf românticoparaa
ÍÌìaígensdo ro Paraíba,e rctrâta paisagÊm?
a decadêncada Íegãodocaféna
décadd de 1850.O cenároó a Ao descrevera Serrado Mar, o âutor se vãle de uma imagem parã
fazendaNossaSenhorado Bo indicarque â regiãoaindanãofoitocâdâpelo"progresso". Qualéela?
q!êiÍão,âniêsprósperâ e,depos, . Poroutro ado,a presençã humanase faz senlirna Íegião,nãshabita
decadentê. Sêuestãdode âban- çÕese nãsconstruçóes da fâzendaEssapresença não "perturba",se-
donoé s nìbolzado, noÌomãnce, gundoo nâÍador,a purezada naturezabÍas eira.Porquê?
poÍ uÌÌìv€lhotÍon.o de pê,que Ì
NostÍês últimospâÍágrafos,o "tom" do texio seãltera.Emque con-
dánomeaowo.Natrãma, a his-
sisteessaalteração?
iória de um adoescêntê châma-
do lváro e de se! amorporAl- r A r.udançaocorÍda na fazendae ntensificada peladesrÍçãode suê
ce,suãprimaCriadonãJãzenda apaÍênca anteriorExpque.
desdepequeno, Mároseangus t O que, gegundoo trecho,supostarÌìente
determrnou o abandonoda
ta com o mistéroem toíno da Íazenda?
mortedeseupa. Para5eudeses
pero,,descobre qle o paide sua Rela€ione
âÌgunsdosâcontecimentos Ínencionados
na linhadotem-
po aosobjetivosdo projeto literário do romancêregionalista.
amaoa,parapooer9eapooerar
dasteÍfasda fazendã,podeter
soo o Tesponsaver por essaÍa-
géda Até o finalfe z, corno ca-
samento dosdoislovêns,muitos
obstáculos surgiÍãopaÍainìpedr
Alencare osheróisdos
a concretizaçãodesse amof. brasileiros
sertões
Dosvntee umÍorÌrances porAencêÍ,
escrltos sãoconsideÍados reírcnaÌs
ús: A gdúcho\1870),O trancada lpè(A71J,Til(1a12) e O sertanejo (A75).
Nessas obras,háumamudanCa nocampodeobservação do escrtor.Desloca
seuolhardãcapta do mpério,o Ro deJaneiro, arnbenteurbano,e passa a
seconcentTar nascaracterlsticasregonais.
Essa mudança serÌìanifesta
a ndanaconstrução de personagens, apÍesen-
tadascomof/poJ,com características poucoparticuares,lnsuficientes para
lhesqarant r dentdade. O obletvode Alencãr, ao construílas, édefniro
pedldeunìhomern trabalhador,queenfrentê asdiícudãdesmpostas pelo
espaço e sa vtoroso.
Nesse sentdo, há uÍÌìaclaÍanversão de pâpés em relãção aosromances
uTbanos queescTeveu, nosqLras asmuheresocuparno pr rneifoplanoe são
figufasfortes.Nosromances regionaistas,o destaque f ca coÍÌìas persona-
a gensrnasculinas,apresentada5 erntodaa suagnoÍância e Íudeza, enfÍentan-
doosdesafios davida.fu mulheres assumem papés iubmssos.
:
EnlreasobÍasÍegonalstasdeAencar,destacam se,pelaquaidadeiterá-
Íia,O serTanejoe O gaúcho.
-

r r Umvaqueiro
romântico
.

EnìOse,têrqb,o heróidofomance é ATnado LoÍedo,Í lhodeumvaquei


ro dafazenda Oiticca,
na regiãodeQuxêramob m, Ceará. Quandocrança,
Arnadoconvve cornFloLfllhadocapitão-morconçao PresCampe o. Arna!
do e tlof se apaxonam, e o rapazganhaestatuto de heÍó ao defendera
arÌìadadetodot po de perigo.
Alencar aprovêitao contexto paraÍanspor,parao sêÍtãonordestno,
disputascavalherescaspresentesnaficçãoromântcae!ropéia.Exernplod sso
sãoascavaLhadas, que embram muitoumajustamedevâ1, esãoprotagoni-
Ceará,Palhoça,o sertáo,c. I 880. zadas,em O sertanqo,poÍ vaquerosnordestnos.

o rcnancetegianalisã.
A Eattorcnântica351 a
t I Ï ER A T U N A
-

3
:
Lamento
sertanejo

Ttistezq do Jec(l
N€st€sr€rsos tão snrgelos Num Ìanchinlìo bcira{hão
uinha bell, nleu àrno. 'lbdo .heio .le burã.o
Pràrccê quero cantar Onde a luz fàz cÌdão
O nÌcu soÍicÌt a minha do. Quddo chegàa nad Sàd.

Que quatrdo canta ó só tristeza


Lá no àÌto a pasaúda
Pfincipi. unÌ barulhÀo
t
Desde o gaÌho ond. cle está t...1
de OìireìE Disponnrì enr
Ncsta\'ìolaeu canto e genx) de v.rdade ^ngeÌinô
<l,tp://sltrnpbnetcdì.brlxnúicos/
Cada quadra ÌepÌesentà umà saudade .idâ.moÌdn/leütu/ttuÈzn_do jc.a.!b.
Eu nàs.i ràquela serra Acess en: 28 na ?005.

cornpostãpoÍAngêno deOlìv€ira
A rnúsicê parâo f meInltezadole.á,eÍre
adopoíMêzzaropconhêc doatordoc nenìanaconanaçd-ócãda!de 1950d
1970, toÍnou5esTÍnbo o do ãnìento
searanelo
Ouçaa música e depois
disrutd
comselscoeqas:a maqêmdosetanejo, apresentadân€rseç
vêrsos,
é semehdn c
t € r qlê o qLô d p o ê i ê o . o r o r . ô s p q o , ] o . r d . l
=e:mru'mrmnrnrtrtr:*-tg-*,***"**ffi
.-.srt

NoÍetratoquefazdeAínaldo,Aencardestaca
a perfeitantegração
entre
A guerrãdo5fãrrapos indivíduo
e natureza.
Observe.
Em1835,unìlongòconflito teve
lnÍconoRoGrandedo sul.Osre- e
votosos,conhecidoscor.o "fafiê-
pos",defêndianìmãioÍautononìia A par conì a coÌnitiva, mas por dentÌo do :
poíticae econômica paraas pro- mato, caminha\ã Ìrm r'ìajante à escoteira. 1...1
víncias.
A lndlcaçãodo presidente Suapaciência nào se cÌnsa\ã, tinh:ì caÌÌÌinha-
da província
p€logoverno sediado clo assinìÌrcras e horas, por muitos dias, com a
noRiodelaneÌo ea permssão de Perseverançae sutiÌezado caçrdor que seguc o
entrada de.arneargentina noBrâ- rasro do campeiro. I...l
sl a pÍeçojmasbdlxos queosda
O ca\ãlo cardào, que ele rÌÌonta\'ã, parecia com-
carnegaucna provocêram urnaÌor
p' êênd;-úi ,u\i ìi i ' .nJêmÌ' e.r:ri nerJpr' ' i.u
teÉâçao.Osgaúchos, I derados poí
.l uc á rededl \. i rd ' J\F Õ , rmi ,,hn. o nr, ìi sr ,Ì.
BêntoGonçalves, tomararn o po-
d€rna capitaniae proclamaam a aìinal sabia qumdo sc dcvia meter mais pclo Ìnato,
RevoÌta dosFârrâpos.Dêsse mov- e quaÌdo podiâ scm rcccio aproximd{e do comboio.
nìentoparuciparam tambémG !- ,q.nda\'ãpor entÌ e as ánores rom .lest:ezì admiÌále|
seppe e Anta Garibaldi. sem quebrì os ralÌÌos nem malhar o anoredíÌ. 1...1
Em1945,um acordoencerrou Era o viâjaÌÌte moço de riDte e um anos, de es-
a disputa:os reb€ldes Íeceb€rârn ,r.rr r.gxl i ,.;gi ì. e ' ìêIgJ,ì.,ìp S u,,'-
an5ta,oscomandantes foÍam n ' Jìhc.
h pd\d-ìì,r ú rui ro. quei mad,' p.l u
corporados aoExércitonaciona ,e ' ul . um
5' ( o nêqru , umú u, , ,,mÌÌ i du. i JLcl ú. our
osimpostos sobreo5produtos ar- Jnêl drdrÌ^ê feìo pêr u, u. < ru. ol ho.. r.i ssi
genÌnossofreram umaumênto.
do' c \ n i do,. dd dci z\/,n z\ \cFrrc,,, rò,l r
um coLal i o i ndumá\rÌ
3
U! À€soteií. dxjr.t sólnári..
ALENO\R,JoSéd€.O râia,E 13.ed.,st, Pàülô:
Clopeno Ì€ado.ompeno. 1 E{ nro, s/d.p. Ì3. (FrrgmentÒ).
Ca\áÌÕcardio, .ÀaÌo {te ( or rr.xeâdx. :
Éraelhàntcì roMliúd. da1lôrdo àúo lohênnMort2 Ruqendês,
Á/egona
Ran nuÌr baìmça.(o arcredo) da Revolução
- AnitaGaribalclì,
Èldüindo rui{lo HneÌÌimte âosu\sur 18461848Ó êôe panesobrêcârvãÒ,

DâÌdej m: biÌha$m, cnìÌilaìam

a 3s2 .APITULO
18
I.ITERA T U R A

r Navastidãodospampas,
Umaguerranospampas
do herói
a solidão
A .ara dasser€muiheres, de Eú O gaúcho, A encarnoscontaa história de ManuelCanho,Ínenino
laymê Monjardrnìe Marcos ÍÌìarcadopelo âssâssnato do pai,rnortopelo cêstehanoBãrreda.Revoltado,
Schê.htrìãn. Brãsl, 2003 o garoto luravingança, que sóconsegue a canqarnaidâdeadultã. O cenáÍio
D rg ddporJayrne VlonjaÌninì
e h íór coem que a ação sedesenToLa é o daGueíados Farrapos
e o conteúdo
baseada no ronìancede Letíci: Íomãntco ficãpoÍ contada h stóra de arnorentreManueCanhoe Catita.
w erzchowsk , Á casadãrrêtêmu- O tÍechoa seguÍ ilustraa rÌìpoÌtânca do cenáro pãíaosromances regio
/heres
retrata!Ín dosêpisódiosrìais
nãrstãs.
eraocionantes dah 9tóÍa brãsêira: t
a Revou(ãotaÍroupha.a narÍât-
vaé centrada navisãodâsmuhê-
resdafanìílêdo Tder dosfarrapos,
q!e sãotestemunhâs ê pÍotâgonrs- at ataJante
tasda lutaÌravada no RioGrande
do 5u. Emtomépco,essdrnnìs Na ÌÌÌàrlÌã de 29 de setembro uÍÌì cavâÌeiro coÌÌìn a toda brida pela \crde
sérìeluntafìc!ãoe readddeemos crÌìpanha que se estende ao longo dr ÌÌÌÌgem esqrÌerda doJâ$uáo. 1...1
Ía o oeasmo,a cordgem easpê Era o cavaleiro moço de 22 âÌìos quaÌÌdo muito, alto, de taÌhe dclga-
xÕesarrebatadords comotraços do, nÌâs robüsto. Tirìha a face tostadapclo sol e so ìbreada por ìrm buço
qu€delnêmslaspersondqens. negÌo cjá espesso.Cobria-lhc a fronte Ìarga um cÌÌapéu desabado d€
baetaprcta. O rosto comprido, o ÌÌariz adunco, os oÌhoslivos e.iniilaÌ
tes davaÍÌ à suaiisionomia a exprcssâobrusca e alcrta da5 a\es de altana-
!
ria. Essââlma devia ter o afrcjo e ìveÌocidade dír vôo do gavião.
Pelo t|aje F reconhec o gaúcho. O ponche de pãno zuÌ fonndo de
ï pelúcia escarlai€ .aíâlhe dos ombros. A abâ re\irada sobre a espádua dìreiLì
t nostrava â cinta onde se cnua\ârÌì a tonÍaa Íàca de ponta e o amolador cÌÌì

Era cor de laranja o chiripá dc Ìà cntuhdo nos quadris, em rolta das


braÍtasescurasque desciam pouco aÌém do joeÌho. TÌ azia boirs iDteiriças
de potflho, rugadassobre o peno do pé e orÌÌadascom asgrossascÌÌiÌeÌìas
de pÍarà. [...]
Cenâda m n íér e Á .à5adassete
Quenì nâo conhecesseos cosrumes da proúncia do Rio Grude do
SuÌ, suporiâ qÌre essecâvaleiroia uqueÌa deúìlâda correÌ algumâ rês no
campo; ou làzer uma excursào a quaÌqucr châÌqueada próxima. Mâs ãs
pessoasvaqueanâsrecoÌheceliam ì pdmein vistaltrtr viajanteà escoteirr
dc. Ogdr./ú.Po.Ìo.\Ìegre: (ÌIagnenro).
l-&PV.Ì999.p.Ì?-11ì.
l1J B4o: perugen no hbtu supcior
^LEN(IAR,.josa
Bela: rccidofelprdo de lâ ou de

Aduo, (no,.0nÌ l.rúrto dc grn.ho


Allândia: .â pacidade, ciracÈristica de A ldeaizaçáoromãntica manifesta-se
naapresentaçáodo vaqueiro
rlgnDas arts, de roar al.o. Canho.Depols deenurneÍar suascaracterGticas
físcas,o narÍador ^lanuel
afirma:" Essa
Chiripí: retâ.guìo de prüo, en geÌâÌ dc
li ìrrmeÌh{ pa$ado ert c ai .oss t
almadeviater o arrojoe a veocidadedo vôodo gaviáo".
prc$ à.nNá, üúdo anÌiganìent por Chamãa atençáotanìbéma grandequantidade de termosespecíficos,
homeDsdocanpo,n .€la.de.Fi conhec dosporquemv ve noSuldo paísoutemfamI ardadecomoscostu-
xÌgennnosi urÌ8urrN e llÍxt{uxxx
Br.gd: cspé.icdc.alçis, Ìa8as ou
mesdosvaoueiros. Tantoissoé veÍdade.oue o narÍadoraludea esseíato
lNús, apeúdõ FoÌ baixo on ntu.
("Pelotrajesereconhecia o gaúcho"ou "Quemnãoconhecesse oscostumes
Chil€Ds (re$onaÌi\mo),'itD dc sporà daprovíncia...
"),o quecontrbuipafarefoÍçara ntençãodeAlencardecaÍac-
.on roseu gÌrnde. ,
terzâÍaspectos típicosdaquelareqìão.
clúrqüeada: lÒ.aldc abatc de bon e
pÌrparôdc.harque (carnecoÍàda e

vaqners: p6r* que .oú(rn muno


bdú ..Ì lor Lxìulìos ou rna ÌegÌão.

Oteatraronânttco353 a
a ronanceregìonallsta.
T I TER A T U R A
-

voÌtâ,que o levoü âostundos da habitação,compÌe-


O desmaio tamented€serh nessemoìnento t...1
SaÌiou o mancebo em terra sem esperaÌ Nxílio, e
Emuma cenadígna de uma novela de atravessando a varandadeitou o corpo desÍatecido
cavalaria,Arnaldo arriscasuavida para salval de D. Flor no Ìongo canâpéde couro âdamâscado,
DonèFlorde morrcr em um incendio. que oÌna!ã a salapÌincipal.
Compôsmpidâmente,mas com €xtrema delica-
deza,as ampÌâsdobrasda saiade montar, para que
O incêndio, causado por alguma queimâda im- não ofendessemo castorecaúr da doÌìzela,descobdn-
prudente, propagâla-se com tuÌminante rapidez pe .lolhc a pon,rdo pc.nemdêÍ on.Ê'rr\.cma gÍ!.io-
las árvores mirradâs que não passa\am então de rma sapostum dessalinda imagemàdormecida.Com os
extensà mata de Ìenha. [...] olhose e\ãdosna contenìplaçâodâ formosadam4
Do m€io desse toÌvelinho, o dragâo de fogo se agita\'ãconìo leque a aba do seu chapéude coum,
á ,,ê m e, \ ar i dc s í nld r,,.to a d ,,a \ ã c ô { b m x ,,," .., uj u refrescandolheo rosto.
baío abrasadojá crestavaas tàces mimosas de Donà .\LENc"{Ì,.tosó dc. O rdaníì. Ì3. ed. sãÒPâulô:
Fìor e a revestìam de reflexos purpúreos. Ddiotrfo,s/d. p.14-Ì5.(F.âgÌEntÒ).
Entre as duas torrentes igneas que nansbordavam
inundando o campo e não tâÍdavm soçobráìa. a don-
a
zela não desanimou, e fez um supremo esforço para {, AÍnaldoé o herói regionàldesseromance:um
arrancar seu cavalo do estupor que Ìhe causâvao ter' brâvo vãqueiroceârênse.Que elementosdo tre-
cho mostramesseheroísmo?
Negros rolos de tumo, porém, a envolvemm, e su- 2. ldentifique os elementosregionaispresèntesna
focada pelo vapor elâ sentiu desfalecerlhe a vida. l...l caracterizãção de Arnaldo e na âpresêntaçãodo j
O coryo desmâiado reslaÌoupeÌo flanco do baio, cenano,
mas não chegou a cair. Um braço robusto o suspen' r Quetraçosda caracteÍzação deAínaldopermitem
deu quandojá à fràÌda do roupão de montar arrâsta compará-lo aoscavae Íos medievais?
ra peÌo chão. 3, Queimagenssãoempregadas paraindicaraÍor-
Apenas o sertanejo conheceu o periÍjo em que se ça do incêndioque ameâçaa vidade DonaFlor?
achavaa donzela, rompeulhe do seio um grito seÌva-
: De que modo êssadescriçáo contribuiparareÍoF
gem, omesmo gÌito que fazia estremecer o touro nas
çara bravuíade AÍnado ao savar DonaFlor?
brenhas, e que dava asâsâo seu bravo campeador.
4. Nosdois últimos parágrafosdotexto, uma outra
No mesmo instante achava-sepeÍo da moça, a imâgêmde Arnâldo5e apresenta: ele não agê ê
qüem tomâÌa nos bÌaços. Para salvála era preciso i'ol- mâiscomoo destemido vaqueiro.Quecaracteri-
tar antes de fechaH€ o círcuÌo de fogo, queja o crn zaçãoé feita do herói nessêsparágÍaÍos)
gia por todos os Ìâdos com exceção da estreitanesga
r ArnaldoaÍÍìaDonaFlor,f lha de seupatráo.Que
de terra por oüdê âcabâvâde passar.1...1
t po de arnoro rapaznutÍe pea jovem?Explique.
As duas trombas de fogo, que desfiÌarâÌn peÌo cam
po forâ, se haviam encontrado, não íren.e a frente,
nÌas enbeÌaçando'se, de modo que deixa\Em ainda, [ú ro.""riot'o,.a".oint'o.
de espaço em espaço. restingas de mato poupadâs Í1lllm16: con a cor da bnu, Íernelhâdos
Creslltar queiruÌa de ìsÉr tos6rã.
PúÍpútu dr o 11. oPlh,oJ.
Arrcjou-se o mancebo intÌepidamente nessavo
Ígíe6: Flaijvo a rogo.
ragem. Esheitando com o brâço direito o corpo da SoçobEÌ: pcdêr à.oÌagem, desmind
donzeÌâ cujo busto envoÌvem em seu gibào de couro,
com um Ìe!€ aceno da mão esquerda suspendia pe- Baio: cavãlÒde coÌ cõhtrhâ.
las rédeas o bravo campeador qu€, de saÌto em salto, lnldd saü lrúca que se põe debaixo do retido
trànspôs aquelas toüent€s de fogo, como tantas ve- Bnnìd: nak bnvl\ tachâda,
cm!€.dôr: caÌãlo usadô ptu" àrdú pelos cmps en bu{a de RrdÒ
zes sobrepujara rios caudalosos, abaüotados pelas
chuvas do invemo. t...1
N6gr pequem porção dê cspâp.
Para rodear à coluna de fogo que Ìhe cortava o Vor.g€n: re.tenoinbo.
caminho da fuenda, teve o sertanejo de daÌ grande Cihão cm.o de .ouro redo por Équeiros.

. 354 CAPITULO
18
I.IÌ ERA T U
RA
--

Heroísmo
no sertão
Èm u rêftanqo, o sêftãonor-
ViscondedeTaunay eo
oesÌnoe aprcsenËoo comooce-
náriode uma hrstórade anìor,
patriarcado
do interior
lìêroTsrno
e bravura,protagoniza-
No sertáodo lvlatoGÍosso,
em meioa um cenáro de rarabelêza,Taunay
da poÍ um heróiÍeqÌonal, Nessa
obÍã,loséde Aêncãfn.Írâês nosapresentata vezo maisbem Íornance
escÍito regionalista
bras
le ro.
aventuras de arnaido,um corã-
josovaqueiÍo cearense.
A serviço
do capltão-mor GonçaloCampe-
lo, o rapazenÍentaos maoÍes
peÍgosparaconqurstarocãr nno
de DonaFloÍ,Í lhado íazendelro,
já pronìetidaa outÍo.No d a do
casanìento da moçâconìseupr-
mo Leêndrô, a fazendade Càm
pêloé invadda peosseusinirn-
gos ê o noivomorÍe.arnaldo,
sêmpÍeso lcitoe ncapazdeultra-
passar qLteo 5e-
a oarreÍã Socrar
parade suêamada,procura con-
solarDonaFlorpêlarnortedeseu

.ê q e la ,à o d " " ado i l Ê or dr M. o ,êho..ood oò ddo

Enì/nocé/rcla,
o espaço regional
destacado é o do interor do MatoGrosso
e suaaptesentação sugereumaretomadaronìântica do /ocusamoenusda
tradiçáocássicarlocalharmonoso, pacífco,ideal.A dferença, aqul,é que
esseespaço é o do sertão.Suadea zação,porérn,é absouta,comósepode
observarno trechoalraxo.

,{Ìi começa o sertão clìaüÌado bruto.


Pousos sucedem a pousos, c ÌÌcnhum rero ÌÌabitado
t ou eÌn minÀs, DenhrÌnìa paÌhoça ou râpera dá abrigo ao
caminhante contra a ÍiiaÌdade das noites, contra o tem
poraÌ que ameaça,ou a ch$ã qÌÌe esrácaindo. Por toda
a parre, a calma da ca1ÌÌpinr n;io arroteada; por toda a
parte, a lcgctaçio vìrgem, como quando aí ugiu peÌa
vez PrÌmcÌra.
A estÌadaque atraves$ essasregiõesincuÌtÀsdesenrcÈ
ìã.e ; márei rd dc i hêi anrp Ini \ ,. Jbel r .Ì,rec nJ árêi r.
elemeDto dominante nà coÌìposição de iodo aqrrcìesoÌo.
ferrilizado aÌiáspor um sem númeÌo de límpidos e borbu
lLJì,rê- regá,Õ..ri bêrrú.. i ri o.., uj ..,on.i ì,gcì,re,,i ô
ôLrrô' .rrr' a o i ìì,tari u. d,, .ìJro c l ur.ìo P Jri n; o , na
coÌÌtÌaverteÌÌte! do coíïertosr Pdaguai.
TAtn\I,{I ViscoDde dc. /,,,â.td 29. ed.
SÁór"nÌo: r(ica,2001.p. ll 12 (Iragmento).

AIémderealizar verdadeiras
"p nturas" emquesepãssa
doespâço a ação,
ãspersonagens do lvro tambémsãomuto bemconstruídas,
meÍecendodes-
taqueotrabahocoma inguagerÌì, quedávidaaotextodoromance.
Observe
o diálogoentrePerera e a escTava
N,4aria
Conga.

A l€attoranântica355 a
A tonancereqianalish.
T I TER A T U R A

Umsucerso
interna€ional - Olá, NIaria ai.'rgâ, pcrguntou Pereit]r. que há .Ìe nolo por cá?
Quêndoo íornance/nocéncr;foi -Abênção, nrerìsenhor,pccÌiua escmla chegan.Ì6e com âÌglÌmr ÌcÌÌtìdão.
pLrbcado,ern 1872,conqLr stoLl Dcus tc lâca sanla, respoD.leuo ÌniÌìeiÌo. Como |ai a ure nina ,\',.iu,;d!'
inredatamente o gostodo púb ' Nhá cstá co!ì rdrìo.
co. A históriafo ogo tradL.rzida kro sci cu, Ìap.ìriga de (lristo; rÌas conÍ) passoueÌa de lrânsanlontem
parao Írancês, o tdliano,o ale'
mão,o nglê5, ô croâ-
o espanl-rol,
ta,o su€co, o d namarquês,o po" Todo o .lia, \indc, a hora, nhá brtc o queixo. nh.rÈsim.
onês,o f amenso€ o japonês. - Está bem... al qüe o mal aindâ não abrândou... L)aqui a pouco !ere-
Daspáginas dosfo hetinse do mos. E a /a/.t... Está p|ontâ? Venho vàrad{r de lome. l...1
\to, lnacên.ìaÍa adaptado pard T\UNA\ Vn.or.lcd..lút{.ia.29 e.ì
o teatro,v rou bretode óperae sio PrÌLlo:Árilr 2001 p.ll(r. ()rngtìenh)
chegouao c nenìa€mtrêsadap
taçóes difer€nle5,
de 1915,1945
e 1983. Suaimensa pop!aÌdade
Nafa a daescravã, vemosasfofmãsdetratarnento ut zãdãspâÍafazerrefe-
atestaa capacdadedeTaunaydê patrões (^/há,
fâzêrum nìpÍêçsonãntê retÍato rêncaaos Esse usodetermoscârâcteíístìcos daÍalaé unìa
interessanteinovação que^/hor).
aluda a carâcterizar as peÍsonâgens apresentadas.
oasp€ssoas, aoscosrumes e oâ
rêgãodo irtêrordo Bfas I A estruturêda obraé outroagpecto cudadopeo âutor Taunay dornna
cornexceênciaa técncado corte,o queestrnua a cuíiosdadedo LetoÍ e laz
com que perrÌìaneçê pÍesoao vro, desejando sabercor.o 5ê Tesolvem as
s tuaçõesdesuspense apÍesêntadasnosf naisdecapítu os
I
O quadÍosoca queemerge dâspág;nas de /rocérc/á
reÍetevaorese
costunìêsdeLrmBraslqL.renãofoatingidopelãstransíoÍrnaçoestrazida
chegada dâfanìíiaimpera e pea Independênc a.
No nteror do l,4atoGrosso,
as pessoãs v v am de acoÍdocomcostumes
feudas,emq!e o patrafcadomperava e a vontãde pêrticu
arvaia rÌìas que r
oscódigos socia5 Nenhurn outÍorornênce romãnt coãpresenta
esse unveTso
Cenâdo f úe /ro.,ónc€,1933, de modotão precsoe berncaracter zado
direçãodeWàter Lma Ì

r Amor:ummalsemremédio
lnacència é a h stóratrágicado amoÍde nocênca e C rino- a mesrna
Íagédiâqueâcompanha outrosaÍÌìantesiterárosnesqueciveis, comoRo
meue.iuietã,Trìstão e lsoda,etc Cirnoé umjovemqueseapfesenta como
médco nâsviêgens queenìpreende peo sertão. Conhece, em umadesuas
andãnças, o gertanejo pa de nocênc
Pereìra, a, personagem quedánomeâo
ivro.o fazende ro heoferecehospta idadeerntrocada curaparasuãí ha
aconìetda pelarnaára. O jovemcorìrpani haessahosptal dadecomMeyer,
Lrmnêtuíaistaa eÍlìáo,que pêsquisava insetose fora reconìendado peo r
rnãode Pereira Desconfiado dasntenções do a ernãoparacorìInocênc a, o
pa dagarotanãopercebe queo arnorentreelae C Í no nasce coma conv
vêncd Maso destinodesseaffrofnãoseráÍe iz, poiselajá estáprorÌìetdaa
Manecào, umseÍtanejo vo ento,queporáf nì à hìstóra dosdolslovens
O envov mentoentreos pÍotagonistas é o pretextodequesevae Taunãy
pâÍaapresentaÍ, aos e toresda corte,um mundodesconhec do,esconddo
TécnÌcêdo corte é a lnterrlrp- no nteroÍdo Brasi.Ee retrata os rnoradoÍes do campo,apeqados a seus
çãoda d!ão,geralmente ernr.o- valoles e costume5, que5eexpressarn de Tnooo s nceToe coma I ngLragem
mentodegíêndesuSpense, nofi- ' a rc a d à p o ' " p' ê Õô d a ' " 1 d dd ' ôg;o ô^ ou . vô" r.
nal do capítuo,pafaprenderâ Nesse un verso,o soberanoé o paide Íãmíiâ Suasdecisões
regemo corn
at€nçãÒ do eitorê êvá-loaespe- portãrnentode todos os rnernbrcsda casa.Enr/nocérc/a,Perera representa
ÍaÍ ansosamente o capTfro s€-
gurnreMuto ut z.danoslohe todo o poderdo pater famlr'asHomeffrrudee gnorante,e e contrc a ã ex s
tênciada Ílha com mão de ferro,nìantendo-a pÍatcamenteprsioneÍa no
t ns,pod€s€Íobsetuada.hole,nat
novelâsdete €vsão. nteror da casa,longeda vistade forasteÍosque passamde vezem quando
pelâregráo.

a 356 1A
CAPI|ULO
tIÌERATU R A

tinalinfeliz
Poo"ro. er.on.,d'." ié.àÌ-".hir-o.",oêd-oíÌê9.ds.e-qrco a. o 9e
deserfe iz,é a ríìonedosapaixonêdos. EnÍ€asrca5farnosds, podemos c tarRomeu
e lul eta,deW I amShakespeare, e Ìr íão e lio d:, adaptaçode uma endêceltã.
Aslamílasde Rorìeuê I ulietasãonjmìgas ê,porisso,osdo ssecasaÍÌr secr-"ta
rnenteParalvrarsede um casamenio comPadç,aÍanladopor seupa, lu eta
tonìaumapoçãoqueTaz comquetodosacreditenì quêêíá n-roÍta.
Ao serinfoÊ
r.adodê mortede lu eta,Rorneu voltaa Verona, de ondêhavìasÌdobanido,e
matâPaÍisAntesdo entefro,dáã e a !nì ú tinìobejoe s€maiacomumveneno.
| . êtáa.o dã /ó Dorêd-1).o. a ,ê(. c dc
' ào " holo.|;o ro'.ìe,e'r- -irãl-ès ter-.À pêdioo oo ê od drda.
Ìr stãoescoltasodaa CoTnwai pâraqueea secaserom o re deCornwal(crã,
Brê1ânlìâ).Mas,durantêa vlagem,poracdente,TÍstãoe lsoddtomamumapo-
çãode arìor ê se aparxonaTn. sodã cas.como Íe, mascontinuaa encontrar
Ìr stão QLrando a irãiçãoé descobeara,TdsÌãô é bando. D stantedesuaamada,
Fr€derc Leghtôn,/ rê.ón.iráção eaÍe casase,masacabadoentede saudade. [/anda.hanaÍ so]da.Engahado pel,
ManÍêqutas e CapuleÍÕs dÌanÍ,.de RÒnêú €-oo-a. pore- dred aqLêl.odàoe,a.ê ê ê rìo'Êoodôsoo-o.Àoçâoêrouê
' s . dop5 . a - o
e,b/ieramorior(d€rahe),18531855. o,I.od"d-r à Ì r '( e d ó d rorA
Ô eos obrteea,177,8r 2 3 1 ,1 .m
Nâ iteraiura sãomuÌasashisióÌa5
trégic âs
v iv da5porc a s a 5 :Bo ne€ !
l! eta,Ìr íãô e Lôldà,Oteo e Pormeo dePere rã,Taunayabordavároscomportamentos caÍact-"rístcos
dos
Desdêmona, Lan.€olee GúinêvêÍê habitantes
doBÍasrurê|, comoa hosptêdadeemreaçáoaforasteiÍos e v ajantes,
a preocupâção
coma preservação dahonra,o cêsarnento acordadoentrefarnilas
parapreservação paÌtÌcu
de interesses ares,a visãodê leturae da escoaTzação
comoameaça à torrnaçãodarnulher,
o exercíc
o dav ngancandvidua,etc.
1

Franklin
Távora:
cantordoNorte
loão Frank in da S vera Távora eraceaÍense e âtrou cornoadvogado,
h storador,critco,teatróoqo,contstae Tomanc sta.EscÍeveu os ToTnances:
A casamenta na arrabalde 11869),O Cabeletra 11876), A ndtuta (.1878)
e
lourerço(1881). Ganhou a gumanotoriedade quãndopromoveu urnacam
panhacontralosédeA encar, corÌìo apoo, entreo!Íos, do románticoportu
guêsloséFelc anodeCastlhoe do mperêdoÍ D. Pedro I
Frankln Távora aÍgumentãva queosfornances deA encarnãoeramcapa
zesde mpfinìir caráteÍveÍdade Íamente nacona à iteratufã brãseira,pof
issonãorÌrerecer arÌìtantaatençãoe pÍestígio.

r Umregionalismo
diferente
Naso[ìrasqueescTeveu,Távora procuÍou exemp]lcar o queseTauTnã
abordagem diqnade se quâÍicarcornonacona.Lançou a teorad-ouma
do noÍte"(1876),
" iteÍatura defendendo o aÍgumento dequeose ernentos
brase rossoÍÌìentepodeTamserencontrados naquelaregião.
AdotouurÌìavisãoseparatistâ
na iteraturaSegundo ele,comoNoÍtee Su
sãoduasfegóescoTnforrnação h stórca,nìentaldadee pasaqefflcompleta-
mented sÌnta5,nadaseÌiamâs natuÍado qle reconhecer ìa s d fefençase
ahàrêrLand5.qse.r.rú o! /.quere
.torÈrlãodePÊrnrrrS!.o. la:0 exporá asnostexÌosÌeráfos Porlsso,seLts Tomances seTnpTe tTêz aTn,na
Aqr : r êâe áps , 385 i 2 l ,l .m capa,a rÊïerênca "Lteraturê
do Norte'
Suasnarrativas
situarr-se
ernPernambuco, nosécuo XV| . Nelas, a ques-
oo Õ oo d a p d , ô o o, o.ê o o ..!oo
Ludd.. dô óg ó,o. rê, _

Frankn Távoraeconsdefadoo "fundadol'dofegiona que,


srnodo Nordeste,
no sécuo XX,ressurg
fá corntorçatotalnafcçãomodefnstada segunda
gefação

O fomên.êfegrorâr'stâ
O ieaÍo rónéftrco 357 I
T I TER A T U R A
-

r O Cabeleira
Noromance O Cabelelra,suaobramas conhecda, FÍanklin
Távofacontaa
h stóÍiadeJoséGomes, o band do "Cabe eira".O Ìêfro píocuralevaro eitora
que
corÌìpreender circunstâncas ambenta para
s contribuêm tornarloséGo-
que,
mesumbanddo e a concluir casotivesse tdo educaçáo e cultura,o desti
no delepodeÍiateÍ sdo d ferente. A ÍegeneÍaçãodo Cabele Ía sedá pormeio
, por Luisnha,uma amigade nfâncâ queeleencontra
do aÍÌìor, inveÍossími
quando estáfuqindo. A ÍÌìodedaamada fazcomqueee sedeixecaptuÍaf pea
ooícianof m da história.
A cenaabaxo,extraída do capítuo XVl,rnostrao momenÌo emqueCabe-
leÍa,esfomeado e ernfugã,encontra escondêriloe alirnento
emumcanavia .

Era qude Íoite.


Alongou os olhospeìas inensas quebÉdasonde a carÌa acamâva,e só rnu
um nÌundo de i€rdura qÌre ÌÌìe acenavacom doces presentes.
Ahl ele podiâ passarmesesdentro dessemundo, senì que orissem, e sem
Ìisco de ser deaorado por animaislèrozes. Era uma regiio àmigâ aque se lhe
ab a diante dos oÌhos. ã
ApÌanta quc estavadestinada a ser mais taÌde abse principal da fortuna
e qucza de uÌÌÌ vàsto império; essapÌanta abençoada que daÌi punha à sÌra
disposição nütritivo e precioso suco oferecialhe lâmbém proteção à sombm
dâ suâ bâsla folhagem. Podia eÌe, pobre Íomgido, refazer as forças no seio
dcssa solìdão genercsa qüe lhe daria â sorver licor suavíssimo,como o que
mann de um seio maternal.
CrbcÌcira, rápido como umjaguâr pôs a cabeçadc fora do maro, olhou.
obsenou, e, nadavendo, âtravessouo aceiro e pen€bou no cânaúal. t...1
Ia adia tada a noite qÌrando ele terÌÌÌnÌou sua retèição.
A lüa discoria sua\€nente, eniÌe câsteÌosde nüvens, rÌa msta campina celes-
te, e a \úação ciciava bÌãndamente no canaúal onde dekava asfragr.ância-sque, ã
como abelha da Ììoite, trazia do paud'arco da mâta plór.ima em suas a.sâssutis.
TÀVORr\ FÍanklin. O Oalrlrir,. Dispônivcl €m:
<hÍp://w\slbiblirt.runro.usp.bÈ. À:e$Ò em: 5 âbr 2005 ì

i
! Nã cenaapresentada, observam-se a gun'ìas
caracterÍst
castípìcasdo ro-
mãnceregionalista. Em prirnero lugaÍ,o destaquedadoà paisagem. Emnolte
de lua,o fugitlvoé acohidopeo vastocanavial, quelheÍorneceal mento.o
destaque dadoà plantação decanatãmbémajudaa cêracterizar a agÍicultura
local.Obserua se,ainda,a preocupação do narÍadorem dêscrevero espaço,
nìêsrnoqueparaissoselaobrgadoa intêÍompeÍo andãmento da açáo.

Bernardo Guimarães:
o folhetimregionalista
Bernaídoloaouimda SivaGuimarães nasceu e faleceu ernOuroPreto.
Advogado,joÍnalista, ju z e pÍoíessoL
críticoiterário, fol o autordo priÍnero
TomanceregionalistabrasleiÍo,O ermitãode MuqLlém, pubicadoem 1864.
Rlbensde FâcÕe LucéiêSântÕs em cena
Ernsuasobras,Íepete-se a fórmulãsmÌllesdo romancede fo hetirn o
da novea EJ.rêvábêu€, baseadaem hefóinobre,o Daiifee a heroína aDaixonada enfrentam diversosconfitosaté
Íomancede Bernardo6uimaÍães. alcânçafofna feliz.

a 35a caPtruLa
18
TITERAT U R A

Assm acontece emÁ escraya /iaura,históriade umaescrava brancaque


sofreas perseguiçóesde Lêôncio,
seusenhorPublicada eÍÌì 1875,eÍÌìplena
pe
carnpanha a I beÌtação dosescTavos,
essaobratornou-se um dosgrandes
best-se//e,.s
deseutempo.TÍansformou-se, yü,
noséculo emLtmadasnovelas
de televsãomaisvstasemtodoo ÍÌìundo.
As peripécias
do trabalhadoÍ
Elasoaracasar-se comsuaamadae rrcaLú-
ciasãoapÍesentadas ernO garlmpelro.
Nesse romance ambientado no interi-
or de IVInasGerais,
BernardoGuimarães fazuÍn retfatodoscostumesocas.

0 Doutor
/Vestetrecho,o naÍador nosaprcsentaCirinoe a hístóríade seutítulo
de doutot; garãntido peloscostumesdo sertãorural.

TiÌÌha então dezoito dos e, como era üvo, con- AfaÍâva-se em todo caso, ainda assim com os
seguiu, t...1 ir servirde caixeiro numabotìcâveìhâ seusdefeitos, do comum dos médicos ambulantes
e manhosa, onde, entre drogas e receituários, the do senâo, dposque se eÌÌconFam freqúentemeììte
foram vollândo os hábitos dâ câsapâteÌnâ. t...1 naqueÌas paragens, eivados de todos os atÌ-ibutos
E nr ì o, âlid ã d e p e q u c n a .d r .ìmp l r\b ,i i ,a ri ,' i da mais crassaignorancia, mas rodeados de regali-
médico não há ÌÌÌâis quc um passo.Ci no, pois, foi as completameììte €xcepcionais.
a aos pot'cos, e com o tempo, cnando taÌ ou quaÌ Por lodr a parte enüa, com efeìto, o doutor:
:] pr ar ii a d. r . il i t!, c . l g d n á n d e s c r u m í l a oJ' r. peneua nu i nreri or .ta Íãmrl i a..vêrdadcD o.gi ne -
já sebosode tanto uso, entrou a percoÌïer com âÌ- ceus. TenÌ o melhor Ìugar à mesa dos hóspedes, a
guns medicamentos no boÌso e na m,ì.Ìa da gdtrpa, mais macìâ cama, é enfim um peÌìonagem caído
âs úzinhânças dâ cidade à procurà dc quem se uti- do céu ejunto ao qual acodem logo, de muitas lé-
lizassedos seusseniços. guas €m tomo. náojá enfermos, mas fanaúados
Nessâscurtas digressõespúncipiou aÌeceber o creÌÌt€s, que drrant€ largos anos se haüam ÌÌìedì-
tratamento de doutor. [...] , ddoo,, pn,, on.cl hosde !i /i D h,^,,u por,uà. pró-
Contém Chernoüz, dizem os entendidos, muL pri ãç i n.pi r ácõeçc que. nâ i hegdddde5sc\' l es\i ac.
tos eÌÌos, muitaÌacunâ, muiLÌ coisa inútiÌ e até die .l epo' i tâm Indáçar ardenrc\ cspe'â (r\ do al mcj d -
paratada. Entretânto, no interior do BrâsiÌ é obl? do restabelecimento.
que incontestaveÌmerte prestâ bons serviços, e cu-
jas indicâções têm lorçâ de elâÌgelho.
CoÌúecia Cìdno o seu exemplàr de cor e s,ìÌteàdo
t...1
CuraÌÌdeiro, simples curìndeiÌo, ia por todâ a pâx-
te granjeândo o tmtamento de doutor, que gÌ?du.ìl-
mente the foi parcceÌÌdo, a si própdo, titulo ìnereD-
te a sua pessoa € a que úÌha inconteslável diÌeito.
Bem formadq em o coÌâção daquele moço, suâ
aÌma eÌe\Bda e incâpaz de pensâmentos menos dig-
no'. fnuetanto no irlìmo do cJJârer.e lhe haúaD
insensivelmente ennizado certos hábitos de orga- TAUN-{! Alf.Èdo d'Escragnoììe (\'is.onde de).
Ira.tzdz, SãoPaulo: Ediouo, 2001. p. 33'i5. (F.âgm.úo).
ì ho. r c pd\ s dd od e tâ l o u q u â l .h â rl a ra n i s rn oori
. un-
do não só daÍÌagrante insuficiência cienúfica, como fq [ivâdos: conhnnÌâdos
da roda em que sempre úvem. Cin€c€ú: parredalrabiraçâoquc, nâ Cúcia anriga,or rcÉ.ada

O rcmance
tEìanalìsta.
O teata rcmântica359 a
T I TE R A T U R A

ldentifique no texto os tíaços mâis importantes l. Neste outro trecho, a palâvrã do pai de Inocên-
q u e c om põem â c â ra c te ri z a ç ã od e c i rìn o . cia revelâ aspectos importantes do contexto Íe
r Cir inoé o her ó Ío mâ n ti c od e s s an a rra tv a .D esü tratado no íomânce, Lei a.
que dotrecho ido caracteÍistcasque heqarantem "- \rEo, disse ele .om aÌgum acanhamento,
essâtond ção. quc o doÌrior não é nenhum pé rapado, masnun-
,n;homi d, ri ri f.. Fj .' qre rì;o ì ;ou' r' ,,emé-
2. R eleia.
' F m n, i. lJd . p (q u .n â .d c .rm p ìc \h n ,i ,.;n n dio, \'or dizerllÌe todos os meus segrcdos...Não
' mctem\rrgonha a nìngÌréÌn,.om o fa\or de Deus;
a ì ne' li' ô n: u h; In a i . q ,rÊ' rm p r\' o . r" i n o p o i 5
foi aos poucos, c coÌÌì o tempo, criaDdo taÌ ou quaÌ nÌas eÌr negócios da Dinha casanão gosto de ba
pÌáti.a de rcccitr e, agaüando se a um Càaz" tcr Ìíngua...IÍinha filha No.ênciafcz Ì8 anos pelo
??!,jásebosode tanto uso, enlmu a percorret com Nâtal, c é rapâ.igiÌ qÌre pela feiçào parece moça t
alguÌìs medicarnentos no bolso e Ììa mala d;ì ga de .idade, muito ariscaz;nha de Dodos, nÌâs bo-
rupa, as\izinhanças da cidade à procüra de quem ì,i t3 p hôd dc\êms . Loi tâ.1â,toi , r:ã.1áqem mi ê,
se utilizassedos seÌNseniços. e arÌui Ìestes fundões. 1...1
Ofâ Ìmrilo qüe benÌ continuou Pcreirà,
. a Dìaonèr:ode Med. tnd Popll/d do D . L'ìe 10'iz
canrdo aos poucos na habinnl gaÌruÌicc. - Qüar'
ls ado por Cir i n oe ra u ma o b ra m u i to re s p e tada
no nt er ior doB râ s i lQu. e o u tro sc o n h e c i me n tos
do do\ì a menina tomJr corpo, rratei loÍjo de casáìa.
' êpdz gd' ê t d^ 5 1 " F d b l d d d ô . * o è q L e  ' o(e -Ahl é casacla?perguìrtou Cirino.
se va aÍn de seus5erviços? Isto é, é e não é. coisa esrá apaÌaÌrìda.
r \ o' ì ideÍ dr doo Ìr" ,,rod ê td .o d o .ô .p l q re p o qLe f...t" ^
TAIÌNrüi 1ÌtiedÒd'EslÌÌgrôllc 0'nconde.le)
L,,i.,dd SãôPauloìEdiouro,200Ì.
t. Releiao último paÍágrâfodo texto. Com bãse
nele,descÍevâ comoos médìcos ambulantes do r QueeeÌÍìentosdo textocomprovama estruturapa-
sertãoerâmtratadospelâpopulação. triarcalbas€adâ
nã figurade PeÌera?
de quemaneraos recursos
I Explique disponlveis
no : Pereirarepresenta,
também,ã s Ínp cidadedo 5er
serlãopaÍaa cufade doenças
lnf uencavarno tra- t >ì ê ô F.l- r ê . - i 'a - e e)d
tãmentodlspensado aosmédcosaÍrìbuantes caÍacterísticas
em suãsattudese em suaIngua-
gem.
4. Releia. J
"Por todâ paÍte entra. com efeito. o doutor: pelopainessetre-
r CorÌìonocênca e caÍacterzâda
I
penehâ no interior das famílias,vcrdadeiÍosgi
r Antesde permtlr queC r no entreno quartode i
Ioê'Lopd'Je an r"-".Paar" ro r'êespé-
r Inocência,
cornooutras mu heresdesua época, era
ce de suspenseemtornodafiguradaf lhae deixa
mantda pÍatcãmentepÍ sioneTaemsuacasacon- c aro que ea estáprometda em casâÍÍìento.
Por
5deÍandoêssainfoÍmação, expiquepor queo n-
terlordasfamíiasera consderadoum verdadero
g neceu. 6. Observe ã linhado tempodelte cãpítuÌoe discu-
r Essetrechopermte dentificara estrutuÍalanìi ar ta com seuscolegas:que acontecimentos nela
do serÉono quedizrespeto à proteçáodã familâ âpresentados são retÍatâdos
Íiccionalmenteem
da presençade estranhosExpque /nocéncia,de Viscondede Taunay?

O teatroromântico
Paracomp etaÍ o proleloromântco de forÍnaçáode uma iteraturabtas-
leira,osescftoresda épocapTecisaramtambémsededicaràcÍiaçãode peças
p
teatrês Máisumavez,o onefo íoi Gonçalver que,ei. 1837,
de [/]aqalhãer,
entregoLra ÍagédlaAntónia laseou A poeta ea tnquls/çâoparaserencenãda
pe o atorJoãoCaetano.
JoãoCaetanoserá,ao ado de [/]artns Pena,Íesponsável pe o gÌandesu-
cessodo teatroÍoraântconaciona O ator foÍmou,ern 1833,uflìacompa
nh â brasie racorno objetivodecaradode acabarconì "a dependênc a artís-
parao nossoteatro" Foi,por essemotlvo,o qÍan-
t ca de atorese5trangeiros
dê encenador daspeçasescTtas porvár05autores romântcos

a 360 caPiToLa
18
L I T É RA Ì U R A
--

queÍãvoreceTam
llm dosaspectos o crescrientodo teatrodurantea prl
meía meladedo sécuoXLXfo urncontrêto ceebíado, eÍlì 1842,enÍe a
companhladeloãoCaetano daPÍovínciâ
ê o GoveÍno doRo deJanero Esse
deteÍminava
conÌrato queJoãoCaetano montassê aspeças,em Niteró,dLr
ranteuTnperíodo
de l2 anos.

e o público
O teatroromântico
O públcodo teãtroromántco,coÍnoo dosromances, seconcentrâva na
corte.A expicação paraessefatoé 5mpes.a maor partedasencenações
ãconteciam no Ro delãneiro,principalrnente
depoigquea companhia detea *
tro deloãoCaetano passou
a receber o patÌocín
o do GoveÍno da Províncla
sernenfrentaro dramado anafabetsmo, que díicLrtava a leiturados
romances, o teatroconqustouurìrpúb co entusiasnìado e fiel GaÍanta de
divertimentoemurÌìac dadeemquea elte nãocontavã commutasopçóes
alêmdosballes aspeças
e saTau5, logoganharaan !m ugardedestaque entÍe
o púb co femn no Emumãdesuascrônicas, JosédeAencarcomentâ

1...1minÌÌas belas leitorâs,sorrì, sorÌi sempÌe, como


sorÌi o céu, o maÌ, e tudo que é beÌoi poÌcÌuc fòi este o
destino qÌre Dcus deu à, coisâsDrimoes:porque é es(aa
i ÌÌìissão quc rcprcsentam neste mundo a bcÌeza e a graça.
E quando qaiscrcÌes sonn, nio esqueçais o vosso
protegido, o Gnãí,, aquele pcqueno e lindo teatro,
sobre o qualtnntasveTescoDversamosoutrom, nos do
mi ngos. t...ì
Depois qÌre nos separamostão repennnameÌÌte, tem
ÌÌaliclo nele mriia coisa de nolo, muita representação
interessante:porém de ÌÌÌ.Ìo o que se mc tcm contado,
d ,i r, bel ., nÕrrrdô C , a.,oi .: J d. Fm
' Ì,.i nrJ-Íri fd-
que teve lugar o beDeÍìcio dos pobrcs.
Se er já não soubesse,
minha, ìeitoras, que anìais
de coraçâo esÌe bom te:ìtÍi-
Ììho, que \os dá tantas ho-
ras de agÌacÌávelpassrlem'
po, pô(tiacontar qrÌc depoìs
deste ato dc bcneticê1ìcìa,
não lhe ÌecNaúcis â \ossa
proteção, e sobretudo a !os-
sa presença. que e r nìàor
proteçáo que pode.Ìar uÌÌìa

ALiNC,\R..l{xéde
Àt LàoÃ,n"i.õ. SnÒPauLo:
Global,
20íì2.
| 221222 llngmertn

r O dramahistórico
Um ásDectoque surpreendeno estudodo teatfo íomântco brasie ro é a
oDcãoíeta,oorvárosautores, de desenvoveÍtemãs h stórcosAntônoGon
ca vesD âs fol urì dos auÌoresque fizerarnessaescolha.

A ranênceÉ.giÕnali\ta.
O teatraranââhca 361 a
T I I ER AT U R A
-

O poeta,quesedestacou nodesenvoviTnento deternasindianistas,


escreve
dramas suapeçamas significat
decaréterrnaisuniveÍsal. vaé leororde Mer,
donçã,queaboídaa mposs b lidadedeo serhuÍnanoescapar aoseudestino.
O nteresse
deGonçalves Dias,nessecaso,vota-seaoestudo dainíuência
do
contextono comportamento do ìndivíduo.Essaperspectiva
sugerea ní uência
dâstragédasdeShakespeare, dequêmGonça vesDiaserãgrandeadÍnÌadoÍ.
En Leonorde Mendonça, é apresentada a tragéda conjugaldosduques
de BÍagança,laimee Leonor,quevvam nacortedo re D..Joãoltl, dePortu-
9a . Apaxonadapor umjovemda corte,Acoforado,a damatermnaassassi-
nadapeo Ììarido,emboranãotenhêcheqadoa trailo.
t
r Asquestões
sociais
José deAlencêí esc.eve urnLeètro mdismà-
a (ddopoíql,esro")b'a(leíàs.
pÍoieiopes,oddeprooLrz
Coe.en ecorìse-
- uÍè | te'ètu.èque
É ajudasse a constru ro sentido danaconaldade
ô e treos b dsierc.,Inveçtru .a c. acáode pe-
: çasdeambientação urbanaqueÍetrãtavam as-
pectoscaracterísticos dav dã nacorte.
Dentree as,o destaque Í ca paraMãee O
demòn;o fdmiliar. p'i'rêi.àé a _irtorèdeuÌ"
escravê, Joana,que ^ faztodo tipo de sacrfício ;
pèrdgàrèn. Ì d Íei(iddde deseusenhoíA e,
p .dçáopd'd esseco.nporta.renlo èbnegèdo
"\Ì; no tr.-o dapeçã: e e e'aseuÍi hoe, :gno- j
rd^doos v nculos(à.guneo5(or d esctdv. E
chegaa vendêla parasaldardívìdas do futuro
sogro. Como;çáopaíao públco,A encaÍdes-
ÌeatrolosédeAêncaíeÍnFortâLeza. ld (d ' a d e d r(o Ì o Í a d o d . è rì a ' s e h a o iè m a n t e
inaterado é o coração mateÍno, quemaisbrihaquantornasespessa éa
trêva;sêntêsqueranhaou escrava, a mãeé seÍÌìpre mãe".
A escravdãotambémseráteÍra desuapeçamas conhecida, O demório
familìar.EssacornédiapÍovocao ÍisoatravésdasintrigaspÍomovidãs pelo
escravoPedÍo- o "demôno" do título , que teTncaráteÍâÍÌìbicioso e
dlverte-seao provocaÍembaraços paraa famíliade seupfoprietáro.O tom
rnoralzante queconfirma o romanttsmo da obrasurgequando, no útimo
ato, Pedroé a forradopor seusenhor.

Eduardo - t.-l (Á P&lm.) Toìna: é â rüa carta de Ìiberdade,


eh será a tua puniçáo de hoje em diante, porque as tuas faÌra!
recaúão unicam€nte sobre tij porque a nìoral e a Ìei re pediúo
uma conta severade tua-sações.Lilre, sentirás a necessidâdedo
trabaÌho honesto e apreciaús os nobres senrimentos que hoje
não compreendes. (Peàn heija-ke a não.)
ALENO\R,JoSé de. O lmó?ì,/dnjrax SãoÌaulo:
Mâriin Cldet, 2003.p. 12srÌ30.(Fragnenio).

A alforriaé o meioencontÍado pelosenhorparateformaÍo caráterde


Pedro.Umavezinserido nasocledàde,o fapazteráde pÍestarcontasdeseus
atose "apreciaÍá os nobressentiÍnentos"que,na condiçáode escÍavo,é
incaoazdecomoÍeendeÍ.

a 362 caPiïuLaiB
TITERA T U R A
--

r Umaaparição
satânica
em5ãoPaulo
OutroooetaÍomântico a seaventurar deAzevedo.
Deloteatrofoi Álvares
Autor de urnapoesiacarregada de pesslnìismo, Ávaresde Azevedoassina
umaúnicapeça,Macá'o.
M stode teaÍo, narração diãlogada e diárioíntimo,Macár'io
apresentaa
vidadasrepúblicas de estudantesde uÍnaSáoPauloprovinciãna. Nessaobra,
todaa influência desuasleituÍãsdeBvfonvemà tonaemumcenárlonotuÍno
e fantasrnagórco ondeÀlacário e Sãtãdiãlogam.
!È A pe(èi usrÍãã v dadosiovenspossudospelo Íìal dosécuo , n"sÌdveÊ
nèsen q'.Je ci.c.lan asoro\Ìtutèse onoeè oegraoaçáo .e con'-nde
pêsçoal !
E comos orazeres fÍsicos.
2
Nodiálogocomodesconhecido, quemastaÍdeseapresentará coÍnoSãtá,
È N,4acáÍio poÍta-voz do tédio quetomoucontada imaqinação
existencial de
: -Á
mutosdos ovensu tra-românticos quevivamem 5ãoPaulo.Observe.

T,f,{CÁRIO
[...] eu sou rm estudante. Vadio ou estÌdioso, taÌeDtosoou
B estÍÌpido, pouco importa. Duâs palalras só: amo o fumo e odeìo
o D i Ì ei ro R omrnu. A mo a mul herese odei o o
' omanü.mo.
O DESCONHECIDO
lustração
de Leons:! t, MêíJtófêleJ,
pelotédo, Fausto,
sécuô XX. Lêvãda Tocail Sois um digno rapâL. (AqeìIam a não.)
peuonagem decoethe,comolvlacário, NtrA.CÁRÌO
acabaem diáloqo
exnenca corÌruiìa
! fqurademoníaca:rúeÍnóÍees Costo mais de uma ga1Ìâfade ünho qüe de um poema, mais
de rm beijo qüe do soneto mâis haÌ:Ínonìoso.Quanto ao canto
a dos pâssaÌinhos,ao luar sonolcnto, àsnoìtes límpidas, acho isso
sumâmenteinsípido.Os pâssârinhos sâbemsó uma canúga.O
ÌuàÍ é sempreo mesmo.Essemundo é monótono ã tazermor-
ã
t...1
a O DÉSCONHECIDO
Fâlascomo um desc do, como um sâciado!E contudo ainda
I tens osbeiçosd€ ciançaÌ Quìntos seiosde mulher beijasteaÌém
do seio de tua amade leite?Quântoslábiosalém dosde tua iÌ-ruã?
À,LACÀRIO
A vagabundaqu€ dorme nas ruas,a mulher que se vende
corpo e alma. poÌque sua almâ é tão desbotada c
po, te digam minhasnoites.Talvezmuita virgeh tenha suspira-
do por miml TaÌvezagoramesmo alguma donzeÌase ajo€lhe
râ camae rezepor mim!
AZE\EDO, Ala.es dè. Mâcáriô. Or% a,lrla Rio deJdenol
Norã Agtrilar,2000.p.5lô518. (Fragnaúo).

MartinsPena
e a comédia
decostumes
Emmeioaosdramash stóricos,às questõessocas e aosexagerosultÍa-
romántlcos,
o teatrorornântico
brasiêiroencontrarásua representação
de
maiorsucessonascomédias
decostL.rmes
dê IUarÌns Pena.

Orcmance A @atorcnàntica363 a
regianalìsê.
L I TE R A T U R A
-

CÍiadoÍ dacomédia brasie ra,MartnsPena tarÌìbémé reconhec docorno


o prjmeÌo autorteatral a desenvolver temasnaconaisnaqulo quee estêm
de nìaisespecícoe autêntico, sempÍe apresentando obseryaçóes satíricas
sobrealgurn aspecto darealdade brasiera.
Demodogeral,suaspeças têmestrutura simpes,mutasvezes um único
ato,e apresentam caÍacteÍes e siÌuações quenãochegam a seraproíunda
dos.O resutado obtdo eÍa umaencenação eve,qLteprovocava o Íisoda
platéa ao ffresrÍro
terÌìpoque apontavaaspectos reprováveis em d Íerentes
setoresdasociedade brasiera.
EmlloÍaf,4aìÌnsPena tratedequestÕês reigosase politicas,
d scutindoo fun
cionêmento dostrês poderes - Executivo, Legislatvoe JudciáÍo , destãca se Ì
emsuaobraoenfoque sobreasdiÍerenças entreost posseÌlaneiose osmetropo
tanos,o confrontoentreasreaidades e osvaloresdacâp ta e daprovínc a.
O ntuitodo autoré rdculaÍizalpormeiodã ãpresentação carcata, os
tiposroceiros e provncianos, que se transformavarÌì erÌìJontede Íisofáci
patao púb co ílurnnense. EmsiluâçÕes côrncas,N4art ns Penacr.tcava os
cornpodamentos censurávers dessaspersonagens, conìoé o casodo juizve
nalda peçaOjuìz de paz da roça.

Juiz - 1...1SrEsc vào. Ìeia ouro requcdmcnto.


Es.rÌ\'ão, bdr- O abaixo-âssinado\lem ílar os parabóns âY S!. por tcr
enrrdo com sar'rdeno novo rìrìo ÍìnaDceiro. ErÌ, ll- Sr.luiz dc paz, sou sc-
nhor cle unr ,írjo que esiá na beiÌ.Ì do rio, aorÌde dá nniro ÌJoâsÌJaÌìaÌìase
laranjas, e coÌno ïellÌ de eÌìcaixe, peço âY Sa.o favor dc aceitar um ceÍinho
da!mesmas que eu nìardareihoje à tarde. \Ias, coÌno iadizen.Ìo, o cÌiro sírio i
tòi comprado coÌÌÌ o.linheiro que mi4ha Ìnulhcr ganhou nas coshrÌas e
outras cousasmaisjc,vai scDàoquaÌÌdo, um mculizinho, homem daraçacÌo
Judas, dtz que nìelade do sítìo é dele. E errão, qtrc Ìhc pare.e, SÌrJui,, nio é
desâiorc,?l,las, como ia dizendo, peço a \i Sa.paÌa vir asisrìr à marcaçào do
sílio. NlânuelArìdré. E. R. lL"
Juiz - \ão posso delerir por estãr nìuito atralan.ado com uÌn roçado:
portânto, rcqrÌcna âo suplcntc, que é o nÌcu corìpadre Pantâleão.
NlaÌìuel AÌìdÌé - X{às,Sr.Juiz, eìe tâmbéÌn cstá ocrÌpado com uDra pìan tação.
Juiz -Voca rcpÌica? OÌhc que c, ìaDdo para a cadeìa.
NlarÌrtel.q.ndré- \bssa Senhoria não podc pÍcrÌderme à toai a ConÍi-
tÌrição não nìarÌda.
JrÌiz A Constiiuição... Está beml... Eu, oJÌìiz de pâ2, hei por beÌÌÌ derro-
gar âCoÌÌsijtuiçãol Sr.EscÌi\'-.ão,lometerììo que â Co1ìstituiçio estádcrrogzÌ-
da, e mande-me prender este homem.
PIN-\, IÍãtriÌs an,ìlrt^. ldtio..ídca por Darcf Danas.eno.
fJ o. ,1,,,, Rio d.Jàfuno: Ediouro,s/d., p. 28. (Fngmentr.
-s-

Recebendo cornosubornocâchosde banana,cestosde aranla,leitõese


cLrâs de ovos,o lu z de paz representê ã inìoradadedos funconáros do
s sterÌìà
lud c ár o qLre
se fãvoÌeceffl
do cârgoqle oc!pamem ugarde cuida-
rerndo curnpriffrento r goÍosodas e s O nteressanteé que,apesarde acetar
o "agÌado",o lu z nãoatendeà solctaçãofe ta pelos t ante E,quandoÌ'4a-
nue André protesta, ameaçapfendêo
ApÍepotêncadojuznão recuaanteoargumentode nconsttucona dade
êpÍesentado por ManuelAndre Ee s mpernente "ordena"quea Consttuição
sejaabo ìda.A cenaiustrê o êxercícovoluntãrioso do do poder.
e desrìred

a 364 CAPIf|JLO
18
L I Ì E RA T U R A
-'

Doconjuntodascomédasescritas porN,4artins
Pena,ernergea irnagemde
urnpaísque,já no sécuo X X, viaimperar erna gumasinstâncasdo poder
púbicoa saÍadeza, o maucaÍatsmo, a prevaTcação Embora melancólco,
verdadeiro
esseretratosernostrou parao passado e pÍernon
tóTo parao tutu-
ro.A ndahojepodemos Íeconhecer a atua dadede a gunst posrepresenta
dosdemodocarcatonêsoecas desseautor.

r O fundador
dacomédia
brasileira
QuandoMartnsPenausaa comédâ decostumes paTa *
dr!êÍ'o publiLod" Lore e c. . ca è soc"dèoê,n e/. o(
teatrobrasleÍo ernumatradçáoqueÍernonta à Antiqü-
dade.Comov ÍÌìos,no Capítu o 7, a sátirade costumes
co^ìe(o, se u i ,/ddd po D" .ropd pro'ro\e', por1 eio
" platéia "
do riso,a reflexãoda sobrecompoítarÌìentos e va-
loÍescaracteÍísticosde umadeterminada época.
Antesde l\/artinsPena,o teatroproduzdo no Brasi
voltavasequaseexcusivamente paraa encenaçãode pas-
sâgens da BíbJiaou o desenvo vrmento de pequenos au-
Ìosreigiosos. EmboÍa a funçãofossenìoralzante,a apre-
9 sentâção da nìensagern erafeitaerntoTn50ene.
Ao apíesentar o contraste entTe a província e a corte,
opondotìposfuras e uÍbanos, N,4aÌtins Pena sevalemui-
tasvezesda imagemdo sertanejo mãtutoque,coÍlìsua
simpicidade ngênua, nãosófazr Í comoexpõe osvícos
a e ãsimpropriedades dasocedade.Esse mêtutovotaráà
qle
Cen ad eÍlm€ d e N/laz z êÍ op, cenadâcornédia brasieira nafigurainesqueciveldo Jeca
retoma,por meo do pe[ofagem Tat! dosfimesde l\/lazzaropi.
.lecaÌatu,a í q!ra do serlanejô N,4azzaropiadotouuma"fórmuLa"muitosemehanteà do teatrode N,4aÊ
mâtltô.râ dã pÒÍMa r Lns Pena
tinsPenae a cãnçouurnenormesucesso. Seusfiln'ìes trataramde questÕes
sociaismportantes, comoo racismo, o dlvórco,a religião, a po ítica,sempÍe
"a
fa ando língua do povo".
Aconìédia decosturnesganhou aste asdetelevisáo êmpÍograÍÌìas humo-
rísticoscoÍrìoA prèçaé no55a, ernquetiposcomoo "prirnopobre"e o "pr -
rnorco" trazempârao terrenodasd ferenças socoeconôm caso confronto
antesprotagon zadopeo sertanejo e pelo
ndlvíduo dac dade. a
No teatÍocontempofáneo, tarnbém I
dentfcarnos os desdobramentos da co-
umgêneroquetem ì
Ílìédiadecostumesern
*
sidochaÍrìado de "besÌeiro " O trabaho
deÀ/lauro Rasi,porexemplo, provoca o Í so !
sotodasp atéiasque otâmassalas dees- -
petácu o quando5ãoãpresentadas, de
modocaricatu ral,asagrurasdavidaa dos,
en Batalhade aíoz numÍinguepdradais
(1982), ouquando sãoíevsitados ostipos
provncianos ernPérolê(1995).
Osantgosjá sabiam queo risoé uma
boaíorrfadeptomover â reíexãosobreos
cornportamentos humanos, e N,4artnsPena,
ao naugurar nossacomédade costumes,
trouxeparao BÍasiumãprátcaquerende
VeÍaHoltzem cenada pÊçâPérólá,de
bonsfrutosatéhole. túauÍo Rasi,5ão Pâúo, 2513/1996

A ranancercqianâlisÍâ
o têatrarornânxco365 |
L I Ì ER A Ì U R A
-

O noviço
:
z Segundoato - CanaIII
a
ì
: Na cenatnnscrita,Carlosestávestídode mulheLdepoìs
! de ter trocadaseuhábìtocom Rosa- primeíÊ esposê
de Ambósìo -, para selivrar de serreconduzidoao convento.
A mulheí que viera atrásdo maríclodesaparccidohavía anos,
é levadano lugar do noviço.O bígamoentrana sala Í
e julgà estarfalandocomsuaantiga companheirà.
M ramMurzelLrcê
deOlveraerr
cenanapeçaOnoytço.
Têatro
Ar€na,
Entra Carlos, cobÌindo o rosto conÌüÌÌì ÌeÌìço. Ambrósio encminha-
se para o ììeio da sala,sem oÌhar paÌa ele, e assnnÌÌÌe fala.
O,ovlçotíatadocasamento por \mb rd .ro - S enl ror.ì.ml rì . hem , orhe, o r, \,* \á- i nren(À eç:p,-
nteresse,
AmbÍósio, o vião,casâ- Ém previno-vos que müito vos engânaÍes.
secoma rìcaviúvaFloÍência parã CaÍÌos (rLip;rando) -Ai, âi!
tomarposse desuafortunaEntre
Ambrósio -Há seisanos que vos deixei; rive para isso morivos muìto
e eê seuobletivo,
enconÍêm-seos
dosÍllhosdea,Emíiia e lLrcâ,
eo
sobÍinhoCarlos,o novlçodo tÍtìro, Cdlos (â1,a'1")- Que tÌarant€l
dequemFloÍência étutoÍã.Asolu- Ambrósio - E o mcusilêncÌo, dcpois desserempo, devia rer-Ìos feito
çãoencontÍada poÍ ambrósioe conheccr quc nnda nais cxiste de comum enrre nós.
providenciarquetodosngrcssêm Cartos (jngindo que ,:han) - Hi, hi, hi...
navidareligiosã.
ComCaros,esse Ambrósio - O pranto não ne comolc..lamais podemos ri\,€rjuD j
objetivojá tinhasdo alcançado: los... Fomos casâdos.é ïerdade, mas que importa?
Florência,
convencida peo esposo,
CaÌlos (no rur'n,) - Hi, hi, hi..
enviaÍdo sobrnhoparaumsemi-
fá o. lvlasosplanos deAnìbíósio AÌnbrósio - Estou resoÌüdo a livcr separado de ús.
seÉofrustÍado6pelojovemnovi- CàÌlos (âra'Í,) - E eu também ..
ço,quêfogedo semnárìopaíaía- Ambrósio * E para esseiìm, empreguei todos os meios, rodos, en- I
zêrcaÍ€Ìa Ínllitare casar-secom t€ndei$me? (Cddo' .d; dr joclhôs aos paÂ.le Anlrósìo, e aganaae às l)nt6
ÊmÍlia,pofquenìêstáapaixonado. dcl., .tnnndo.) Náo mlem sirplicas.Hoje Ìnesnìo dcixarcis cstr cidadc;
Nofinal,Ambró6ìo é desÍnascaÍa- senâo, serei capaz de um eraÌÌde crìtÌ1e.O sãìgue não me atera, e ai dc
do,pÍesoporbìgamÌa, e osdosjG quem Ì€sìstel Levantai-vos e ptúti. ( Carlor lura as pmas dc ,|ntúsia, ü
venspodemf jcarluntos. con ele no .hào e leliãnrã se,ri11àÈy.) - Atl
Carlos -41ì, ah, ahl
AJJtrhrôsi,o(l?untu$ mtì\o rlel)agar,olhatulo nuìta adnj.raào füa Ca is,
tü , ? a ì - í âr1of C drl o.:
C a rl o s - S cnhor nÌeu ti ol A h, âì, ahl 1...1
Ambrósio - Como te achas âqui assimvestido?
CarÌos-Este \'€stido, senhor ìn€u tio... Ah, alìl
Ambrósio - Nlaroto!
Carlos-Tenha-se lá1 Olhe que eu chamo por ela.
Ambrósio - Ela quem, brejeiÌo?
Cârlos - Sua primeira mdher.
AÌnbrósio - Minha primeira mdher? E falso.
CaÌlos - tr faÌso?

Carlos - Ê, será tânbém fàÌsa estâ ce.tidão do ügÍn' da frcgucsia


de... (Olhandalan o .êtridnr.) ]\'Íaranguâpe,ÌÌo CeàÌá, cm quc sc provn
qìre o senbor meu tio recebeu-se...(erlr) em saÌÌro ÌÌìatriÌÌÌô io, à fàce
.ta Igreja, com D. Rosa F.scolástica,Íilhâ de Antônio Lemos etc., etc.?
Sendo iestemunhar et(.

a 366 CAP|TULO
18
tIÌERAT U R A
-.

Amhósio - Dá-meessepapell [...]


Carlos- A1ì,o senhorÌìreutio encrespa-se.
AÌnbrósio- AoÌìde estáela?
CìÌÌos-Em lugar que apareceráquandoeu ordenar.t...1
PENA, Martins. O M,iro Aprcsênr2ção, comenú.ìos e notsJosé Pauìa RrÍdJ.
Sãolaül.r Áieliê Edito.iãì,1996.p. 39 91. (F.âgneúo) -

Í. Nessetrêcho, Carlostem uma informâçáoque pode dêsmascararAm-


bíósio.PoÍque essainfoÍmaçãopoderiaestragârosplanosdoseutio?
r Consderandoque Cã os íoi envadoao conventocontraa suavonta- Í
de, poí qLreessadescoberta ã so uçãoparàseusprobemas?
repÍesenta
cômicasao mesmotempo que cíiticãvâ
2. MârtinsPenacriâvasítuãções
costumesde suaépoca.O oue há decômi€ona cenatranscrita?
r Que elêmentos, nâ cena,fazemcom que Ambrósionáo
apresentados
percebãque€stáfa ãndocom Cados?
3. QuandoAmbrósiodescobreque se dirigia a Carlot tenta negãr 5êu
câsâÍhêntoanterior.ComoCarloscompÍova que otioestá mentihdo?
. Expiquede quernanera asatltudesde Caros,na cena,ridicularizarÌì
a
E fgura de Ambrósroe suatentatva de negarseuprimeirocasamento.
3 4. ldentifiouena cenao ouêcaracterizâ Amblósiocomovilão.
I I Expliquecomoa conÍruçãodessapersonagem e o seudestinorevelam
acítca de MartinsPenda comportamêntos "condenáveis"nasociedade
de suaéooca.
j
. Nofinaldapeça,Ambrósìoé desmascarado e presopeo cdmede b qa
Ín à Ana isede que foÍmaessedesfecho evocaa funçãomoÍaizèdoÍâ
quecaractenzou o teatÍode G lvicente,no Humanrsmo,

p
O ambient€ ì'ural representâ\â não só um mundo exótico, marca-
lrenêA. Mathâdo do pela exuberanciâ,grandiosidadee magiâda pâìsagem.Era, antes
Doutoraeh TeoriaLìteÍária e de maisnada,um mundo desconhecido,com pessoas € costumesto'
LiteÍatura
Coínparada pelaUSe talmenteestiìnhosserelacionadosaoshabitantesdascidades.
é professora da Escola Técnca
I4,{CId{Do, Ìrene Â. ,{riaD d. Liíva: \@cêoda dt lk ìndt
Federalde SãoPaLilo. Seu vro,
d. /JüÌJ). srô Pbu.ô. \r.r. 199?. p. ì6.
Rofeirode /e/tura:lnocênciade
Êxpliquê
Viscondede Taunay,aprciet\ta
umacuidadosa anásedo rornan- umpâíágràfoàrgumentativoem
Escrevâ quevo(éexplique porque
ce /nocéncla,.jud.ndo o ê tor o interesse
do9autoresderomân(es rêgionãlistas
nãosêlilnitãvâà apre-
contèmporãnêo a compÍêênder a sêntaçãodecenáiosexúberantês dâsdiÍèrent$regiões brasilekas.
mpoÍtãnca dessaobÍã pâfao Antesde desehvolverseupârágraÍo,cofìsidere e9tôsetapãs.
quadÍodo rornanc€ regìonalista r ldentifÌque
quas sãoasprincpai!diferenças
brasile
ro do séculoXlX.
entrèa vidanacortee na
provÍncia,
no Bra5idapf meirametade do século
XlX.
Releiaos Íechos de /nôcénciaapresentados
nestecapÍtuo e analisese
elesrepíesentam "um mundodesconhec do. com pessoase costumes
tota menteestranhosse relacionãdosaos
hãbtantesdascidades",corno
af rma renelvachado.
Compareo universoapresentado (om
pelàsnaÍrativasregronalistês
ãquelecaÍacterzado nosromânces urbânosestudâdos no Cãpítulo16.

OranancerEianalistê.
O Eatrorcnàntico367 |
romance regionalistü: umú tenü a retratar

O sertãoidealizadodo Romantismo
-
Comovocêv ! nestecapituo, o Rornantisrnontrcduz na iteraturaos tipose
ascenasdo ntenordo paÍs Nos ronìâ
nces regonaistâsdo sécuo XlX,o úst co
'] nì!fdo nterioranoé dealizadopaÍarepresentâro qLreos escritores
romântcos
percebem comorÌrai5puro no cenáÍoe nã suâbravaqente
t
Início do séculoXX:
um novo olhar para o Brasil
No PÍé-rnodern smo, â questãoregonal retornacornfacetasd ferentes.Nos
contosreunidosem Cidãdes MortãJ,MonteiÍoLobatoapresenta â reãidadeem
fuínasdascdadespâuista5do Valedo PaÍaíbaNotextoqLreâbrêo lvro, o aLrtor
descreve as"c dadesmorbundas"emqLre"aqu o quetudoÍoi', hole"nêdaé",
pos o tempodo progresso acalloLre dexou um rasÍo de nì sériae êbandono.
AsÌegÕesafaÍadasdo NoÍdesteganhaffrvozno reqistÌode EucdesdaCunha,
A me d: lf,l ÊJtrã dr,1 89 9Ó eô5ôbr e
queapresenta o sertàoà5e te! brâ5e rasao reataros episódiosde CanudogO
t e a, 120 : 8 0.m NeÍa t€n, AnedõJ r aLrtorretrataunìateÍa rerndono, urnpovofoÍte e sofrdo, abandonãdo, vven
rer.t. um. iipca pasalem do nlen.r oo.ooo gooô dlír'd"r o ""r Í" ooo lq-ood - d Ob\ê'.
"

A seut r
D e re p e n l e . uÌrxl eri ântc trági ca.
,\p ro { ,D ìa s ea sc.r.
O serraDeio a(Ìn'iÌÌha-r c ÍlràLas ao rirmo singular.oDr qu{, sc.lcscÌÌca-

FDirciânto n:!r fòJlc lo1jo, rbaÌcÌonando a Ìerfi a porco e Ìrouco ni\rdì-


d a p e l o ìi n ìb o .a ncÌoÌtc quc nradi a do C errã. 1...1
:\ seca nào o apaiora. É unÌ (rnpÌemenlo à iu. !i.la Ìorniiniosa, crÌoÌ-
,l ' .r." ,r,,,ê ' n ,.r,' i n.,r,m' r' ì' - l ' ,t' ," r.r., F.ôr,,,
Sio l' 1.,:AbrilCulnrnl.l!32 p.10i (F.rgnìenn,
CLr_llA.Lf.li.lesdr O' r,rriltr.

ËO Nordesteem GracilianoRamos
a o retratodo BrasI da secae da viclasoÍÍ oa oe 5eupovogannaoesraquenã
I prosade váriosautoresmodernstas.Entfee es,GfacI ano Ramos,que trãtaÌá
-: da feaidadetÍáq ca dos rct rãntesque fogerndo cenáriodesoador da fomê e
da privação, erìryldassecãr AÌÍaietóra da famlliade Fabiano,nesseromànce,
s rfbo iza a buscade todo noÍdestno poÍ a gurnaesperança de sobÍevvênca
onoeda Da5aoemárda e estérI da suareo!ão. Observe.

A&utl.sn{n
ff-rÌbiDÌol Tocou o braço dr nnÌlher, âponÌo o cén, fi.e nÌ os ílois al'
arfà do i mê údã55e.à5 196:, d rêçãÕ eoÌr reDrpo agiientaniÌo a cl.ìÌida.le do sol. Ìln\rÌgrram ãs l:'Ìgrnnas,foram
de Nê 5ô. Pêrcrà dÒr5ân1Õs ats-achrfie perio cÌos1iÌÌÌos,susuirando. (onseNanm ie en.olhidos, tcrìcn-

I 368 CÁPlru018
[l rx a".p.n* do que a nulcÌÌ sc tilcsse desfeito. r,elÌcida pelo azul terfível, ãqucÌc uuÌ
"mr,"
qüe .ÌeslÌDribru"ac eÌÌdoidccia a gerìte.
IÌÌtrala diâ c sríadìa. Às xoites cobfinÌn a rerrÌ de cholre. AtaDÌpaanila-
dr bãixala, escurccia, qrÌebrada apenas pelasleJmellÌidões do poeÌÌte.
\ÍnÌdinhos, pcrdidos Do.leserto queiÌnaclo, osfugiti\oi asarf am Ír, Í!
rìamm as sÌris.lesgraçasc os seus parores.
Cra.iliino rn
I(AÀIOS. 6,1dÌ Sio PiuLoRc.oÌ.l,Ì093.p 13 (lmBnìeÌiô)
^.sr..ai

t
o regionalismo
Travessias:
universaldo sertãorosiano
O cotdranoruradasdistantes reqiões
de M nêsGeras seráo cenár o das
personaqens deGuimãrães Rosa. Agora,o regionalsnìo
Íetornarevestldo da
déa deoueo unvêrsoestáno seftáo:o seuretÍatoé o retratodo mundo E
o cenár o ondesedesenÍolarn osdranìas decadaurne todossãohumanos,
no5Íecantos de N4nasou emqualquer outro uqar.Eo seÍtãoé bonto, corno
o N4utúm v stopor l'/lgu I m erf CampoGeral,e partlrácorne e, gravadonê
rÌrerÍrór
a doso hos,nav agenìde âutoconhec rnentoqueo rr]eninofaÍá.
n ôVêrdeGfêndenô serlãode lí na5
CeraÈ Ne55areqiãoÍo ambentadaboa

Ca*tpo GewÍ
j E )ÍiguiliÌÌì olhou para rodos. com tarÌta íorça. Saiu Ìá fora. OllÌou os
matos cscuros de cìma do ÌÌÌo o, aqri a casa,a cer.a .Ìe fcijãGÌrravo e são
caeianoi o cóu. o curral, o quintel; os oÌhos re.Ìondos e os vnhos à1toscLa
manÌÌã. OllÌou, nÌais Ì.rÌge, o gado pasrando perro do Ìrrcjo, florido de sào
josós,como urn algodio. O \ er.Ìc .los brÌritis, na Ìrrimcira lereda. O Nlr.úÌiDl
cra ìronitol Agora ele sabiã. l...1
Ro$,.1oão Guinr:ir\ Crrìpo Ce.ãl ÌÍírr.?:t, r,lÍ,4tìtìnL \(r,ra dèb.ih).
11. ed. Rio d.lDeìÍo: \orr rÍoìieiru,2r)01. p l5Ì Ì52. (rfaglrenrol

O regionalismona música
Tambéffrna rnúsca os temasregionaistêrì seulugar.Emgera,retrêtam urÌl
Brasdistante
daurbanlzãção, aindamarcado pelapuÍezapelasrÌìp cidêdeCom
-"
positores
conternporâfeos, conìoRenatoTeixe rae Arf I Sater,
entreoutros,
can
tarf osvaqueÍose suasrornaTase aschaanasquenaveqam peosr osdesse
pâis

Roensti.*.
É de soÌìho e de pa) c mprida ioì f...1
O desúrÌo de ÌrÌn só O meÌrpai'ifoi peão
NrinhaJnie solidão
Pcrdi.lo eÌÌì pensaÌnenros MeìJSirmãosperclemmsenâ !i.Ìa
iiobre o meu.a\,alo
'|EIXIIR\. Reulo. lì,/,dra. DisponiEl eÌn:
l)e gibein ojiÌó, .lcssa!i.Ìâ 1Ìtpr' /rsrr Ì.nrtr trÌÌ.if à.f omrd. hu{ aÌeÌ.rs.. onÌ.br>
-
A.e$ôem 3ì .le ruìo d.2005.

A rcnancercqionâ|inê.
A Íearrcr
tonânica 369 a
rffi
ri'r:!Ì
i:ì:tiai,:a:ì

Poroossisïir= PoÍoouviríì
/rocêDclá.de WãÌer Llnìâlr, Brâsil, 1. Almit Sater ao vivo, de Al"|l |
1 983 Bras Sonyl,4Lr'.Entertâinment, 'aret.
F im e bês eãdo n o ro ma n c ere g i o n a B râs, 1992
listã de VÈcondêdê Taunãyeíudado A l mi rS ateréum dospri ncpêi sre
nestecapítuo. A adâptaçãodê Walter Presentantêsda músicado Centro
Lim alr do r om a n c ea, é n ìd e re r m u - oette braslleiro.Além das composi t
to fiel ao enredo original, retrala o çôesinstrunìêntâs em violã e v olão
univ e6oemquè e rs ah k tó ri ad ê a m o í que expl oraínos ri tmos do Mato
sedesenrolã.o trãtãmentodado pe o crôsso,do l\/latoGroso do Sul e de
d k et or aoes paç o eéàp o c are v ê l ãb e m Goiás,suêsletrâscosturììamse dedi-
a c ut ur a int er lo ra n ab ra s l l e i rã
do sé caràspaisagens e reflexõestipicas da

A marvadacarne,de Ardíé K.rze , CaípirissìnÕ clátticas e jóìas da


B ias , 1985 Dú5tcacãlp/ra.Aftolog a. (uar!p
F ilm eque c on ta a h i s tó ri ad e N h ô P rodrçÕes Li da.R o dÊl :neÍo, 1995.
Qu m e Carulâ,moçarÌmplesdoirìterior, Umaverdadeiíaviagempelacultu
que desejaârumãr um mãridoa qua rã regiona brasilêiía.Entíeoscompo-
quer custo.Paraisso,rezatodosos diãs sitores do á bum Calptlssimo - c/ãisf
pãra5antoAÌìtônlo.QuandoNhôQuim cos e jóias clanúsi.a caipiê estè,oRe
ãparecenêsteràs de seupãi,cârulavê
a poslbÌlidadede seusonhosereâllzãr. ãìÍaruada a natoTêixeira, Alvãrengae Ranchlnho,
Mér o de AndÍade,Xavantinho,Ìeca
O moço,êcompanhadode seucachor új câlãzanse LauÍêano. Entreos ntérpre-
ío, perambulapelointeriorpaul stabus- tes,aiémde ãlgunsdoscompositores, j
cãndor ealiz ardo È g râ n d è rd e s e j o s : também estão R ol ando B o dri n, =
acharumaboa moçaparacasâfecom-"r Pasocã,RenêtoBorghêtt,PênaBrân-
caínedeva.a. Quando.hesâè casêde câ e ogrupoviôlê Quebrada.Tíãtã,se
Nhô Totó, pal de Carula,a mo!a, parã de uma antologiaque reúne,comoô
:]!
fisgá o, diz que seupa mãtaráum boi litulojá indlca,o cân.ioneirodo inte
no dia em que elàsecasarEssacomédia riorquesempíepovoao imaginárioru-
apíesentâum ex.elenrefètrãtodo Brâ ral dô povobrasleiío.5ãocanções q ue
si interiorãnocujoscostumese códigos
:
aÍêvessaran-i o sécuo XX e provamo
prôprlossão retratadosnos romances quãô viva p,êrnìãnece a cuÌturaregio-
regional;stas do séculoxlx. na mesmodistantêda grandemidia.
Osnatta.larescleJavé,.1eElia.eaaíÍé, Riode Janeira:1a42192A:uma
B r as il, 2003 trilhà nuskal orqai 7açãodo
A c oní r uç ão de u m ê u sn a h i d rêé - hslluto N/lore ra 5. es 5ãoPa! o:
tr c adet er mnãâ l n u n d a ç ã o dpoe q u e tM5,2002
no vliarejoÍictício de lavé. Pãrêêvitar A anto ogi aoígaFi zadã pel oIníi -
que e$a destrução ocorra,seushab i tuto MoreÌa 5a es reúne obras de
tantes rêsovem (ontãr a suã histór ê losé cêr ôsDìês(Dolenfe,1842)a Chi-
parêdemonstraràs "autoridades"qu-" quinha Gonzasa (cotta-jaca,190e),
a cidademereceserpreseruâda. lá que pasando por si l va l un or (reonor,
quasetodos os morãdorêssãoana fa-
1888), José l oaqui m Goi âno (Á
betos,Antônio BÌá,umâíigura bêstãn- Matcluinhã,1858),entreoutroscom
te polêm ic a, ées coh i d o p a rêrê g i s trê r positoresdo sécuioXIX e comelo do
o s dêpoim ent os d a c o mu n i d à d ec.o n XX. sãovahâs,polcas,dobíados.nìa-
fo r r nêa his t ór iad e J a v év a l g ê n h a n d ô xixes,entrè outros ritmos populares
corpo naspalavrâsdè Biá,o retrato de quevão consol i dâra MúskaP opul ar
u m paisr ur ãl e t râ d l c i o n a lm , ã rc a d o Brasileiraê quejá constituiamo n-ìa
pelorvaorescolêuvos e pelaoralidade, gi nári omusl .alnãci ônãlquandoo
vâls endoc ons t r u i d oN. o íi l m e ,v e m o s teãtro enc€navaas comédiasde côs
o sv alor esbr as ilerô sa p re 5 ê n ta d onso tumês.E ss€ C Dpodeseradquri dono
rêglonãlismodoséculoxlx ressurgirem r/te.<hup: / irns.com.
bíllmíloja/
nês histórlàsdos naradores de iâvé. ^1&w.

a 37O CAP|TULA
18
ffi
PoronovegorJ$ D ^r^ l ô' ô nacnrri car í-r

http://wwwims.com.br Um íarolna Panpa, de LetklaW Êrzchowsk. Rio


O llr t ir ur o \rl o .ê i r"s d rê . d i s p o ri b i l ,T êà n ' ê. deJane ro R e.ord, 2004
\ ir - o( o. leLd o rL e g .ad ê o b rd \r" rd . e o ra Continuãçãoda trajetóriêde algumasdas perso
'ob
v e6o m us ica l d o s é couXX . Éu mae x c e l e n te o po_ nãgensdeÁcàrádãJsetêmul,,ìeres.Ambientãdo no
r r nior dede.o n l -ê c e .o ." p e d ó ri o d " rJ s c è oo sécuoXlX, esseromancecomelaern 1847èterminã
pJ br ds ilerè o L e s ee Íu té v r n o " T p o d e Josê
"r
em 1903,retratandovários episódios da
irnportãntes J
de a en. ar ,M a n u e l An Ìô n l od e a l me i d aV , s conde vl dapol ítcado B rasi l quecul mi naram
na GueÍad o
de Taunay,entrê outros.Destãcã*edo acervoumã Paraguãi.Nese ivro, a autorâ contaã históriados
obra do cornpositorEduardodas Nevêsintitulada deÍendentêsda famíliêde BentoGonçalves.
"Mystérlosdo violão", es(ita eíìì 1905.Além de
es Í udor ob. êg e n e o ! p o p u ê re sà D re " i d d on\ o ' Á - ' viagen pelo dittrito das diamantese lítaraldÕ
BfáJll,de ALrqLrÍe
de sa nt H aire SãoPâLrlo
culo xlx os lundus,as cançôes,as cãncionêtas,
asm odinha s E , d u a rd od a sN e v e so Íe re c êu m ê an
to ogia da produçãoda épocê. Livroque trata dasviagensde saint Hilã re peLas
provínciasdo Riode laneiro e de l\/linêsGerais,det
http/www.rn n bã.gov.br crevendoo queseuoÌharatentodêscobreâ respeito
o u s e uN a c i o n ê l d B
5it eins t it u c i o n ê l dM e easaF dã natureza.da hìíória e das orgãnÌzãções huma-
r e! qJ e àpí e s e n taà n p l o r' d è p rn u .à e" l i nê' no! prdri o\qLev s (à.a curL.à.o r,obdl l ' o.as
: "1o ' _lo
zada no Brasllnos sécuos XIX e XX. Ìrãbalhos de relè,,oesso,id 5.ê pè6àgêm.à'dLr d e d a dè5rê
v it or M ei. el e \.A g o si 1 l ' od à Vo ' à . o ê d o Aré ri l o. gi oprdo,rrê-i ordoci oedê\,4i r
d\rosecLl oxl x\ do
ãlémdã obr ad e m u i to se s ú a n g e i roqsu eâ q u ipro retratadospof ese viajanteestíangeiro,fornecen-
duziíam plntufãs,es.ulturasê desenhôs. do èo e (oí Jn' e\ce.e1teq rédrodoB dsi lnpêri; 1.

http://wwwbibvirt.futuro-usp.br , AthdÌçào tegianalistano ronance brasileira,de


Lìnkpaâdawnload deváriasobíasdo reglona de A l medaR i odel aneÍo
JoséMa!Ìi . o Gomes
lis m or om án t.o b fa s ie i ro .
L vío que tíata da ÚôdiçãodÕromanceíêgiona
httpr/educaterra.teía,cor..br listãnêscdo nosécuo Xlx e seusecosra prosamo-
u m a b re v ea n á l s ed o sp ri n. _
S lt equeãp íê s e n ta dernista,com a geraçãode 30, apÍesentandouma
p" \ r em d. d à d o s1 o te d l ,o d e Md ' 1 n sP erà. visãogeraldo romancereg:onalistabrasileiro.
"bo
http://www.unicãmp.br/ie ' As viajantesolham Parto alegre - 1754-1890,.1e
Memóia da Leituraê um projêto de resgêtedã 5érgo da C onaFfan.oeV âterA ntôno N oãl Fho
produçãollteráriã nãc onal desenvovidô no poÊ sênlaN,laÌia(RS):
Analerra,2004
tal da Unlcâmppelâ proíe$ora lúârka Lêiolo.ao Eín dois vo umes,essâobrã reúne uma antolo
ãcêssáo, serápo$íve lertoda ê produçãoteatíal gia detêxtos com as impresõesde vialântêssobre
a c dâde de Portoalegre no peííodoque compre-
endepârtedosécul oX V l l êa quêsetotãl dadedo
http://w!/w.rãdiome..com.br em ordem
X!X.São 128Íragm€ntos,apresèntãdos
o P odald ê R á d i oME c o íe re c ea p o s s Ìbl l i dade cronoló9ìcâ,corn notas biográficãse biblográfi
dê ouviÍ as músicêsuÌ lzadasnaspeçasde arthur cassobresêusâutores.Por meio do oLhardos es
Azevêdo,odrãmãturgo brasilelrornaÌsligadoà lm- trangêi rosque passãrãm pel aci dade,o l êi tortem
pí ê1s àdè èp o ' e q L e rd .s e p o o J ê ri z o Je m .eu um panorama da cãpitãl 9aúchã,sêusaspectos
"
teÍpo. Lr. e oJtros req sr.oç$no o, 'dros,o ttr' uÍôàrô(e ràrLrdi \.dl en de Ln rerato do. ' o\ r L-
o s por ibili/dd rq L v o t ÍJ 5 rà \ o L e v ã o d e rde è me\ oe. r" 9e.r" . l rd rdnberrÍìu tr( i 1' orndçõet
z ar z uelaesp ã n h o l a té o s l u n d u sm u i to c omuns sobre a natureza ê â geograíia locãisque tanto
nasm ont âg ê ncsê n i c adsa q u e l ep e ri o d o . encantarêmos viajanteseÍrangeiíos.
http/wvw.resenet.com.br . Antolagìa de cÕmédíade cosnrmes, oÌga. zàçãoe
t r ê. om n l o ìn d !ô e ss o b reè q e v o l J \d oE à ríou preÍécodÊFávloAq! ar são Pàllo N4arlnsFonÌes,
pilhar contexto histórjco,causase desdobrãm-"n- 2003
tos do .ônflito, além de dados biográficossobíê A mpl êanto ogi ãdà dramaturgi a q ue
brasi l ei ra
seLspf in(ipak paíticipântês. sefi rmanosé.ul oX X com ãcomédi âde costum es
de Arthur Azevedoê dê Martins Penã.Obra que
auxi i a a compreensãodos textos teatrai s ao
organi zá-osdêformã cronol ógl ca
etemáti cã-

a têànaronènÍicô371 a
o ianàn.ercgtondltsrà
I (Cesgranrio-Rj) 2 (UFRJ-R,Leiaos fragmêntosdos poemas O canto
Pótri4 Mirha
do Piàgd"ê "DepÍ€cdcáo
, de Gonçaver Dias,e res-
pondâao que se pede:
Aminhà pátÌiaé cono senãó fose, é ínrima
Doçun e (rntade dc chorar;uma cÌidçadormjD(Ìo o Mto do Pidgd (ftagnmt6)
É ìlinha pálria.PoÌ isso,no exíÌio Ohl quen foi dõ eniranhs dàságÌÌas,
Assistindo doÌmir meu fiÌho O marinho dcãbouço drd.ar?
Choro de sârdadesde minha pátria. N6sas tc[às demanda,lueja...
Essemomcnlo... o que lrnÌ cá buscar:
se m€ perguntalemo que é a ninha pátria,direi:
Não sabeiso qu. o monsr.o procuÌai
Nno sei.De fato,não sei 1...1
\lr . . c i qupJ n' i n ì-"p i ' i i c J l u /. o .J l p , rg u d
que eÌàbonm e Ìiquefden à minha másoa
Não sabeisà que vcn, o que queÌ?
Venì matâr vosos bràros gueÍreiÌos, t
Veh roubar'vos a lilha, a nìulherÌ
lm longashgnmas amargas.
Venì truer los cÌue7a,impiedâde-
1 onuJ . de be r i ..o .h o .d ê m, l ' rp i ,, Dons cnréisdo.ruel Aì]ìaDgá:
"
De triná-la,de pasdlhe à mão peloscabclos... Ycm quebru-los â màçndenrc,
Yontadede mudar ascoresdoresddo l'rotìue ÀrÍanitôs,Mdàcás.
t (aurnrÌd.l ) tào feia
Vem rÌazerjd algcmaspesâdas,
Cornque a Ìribu Tupi lai ge!Ìe.;
De mÌnha pálria,de minhapátria semsaparos
Hãôìc osvelhosseNiremde es.Ìavos
E semmeias,párdaDinhâ
Mesno o Piag'aindacscravohá de serl
l'io pobrinhàl
FugÌreisprocurddo lm asìlo,
Porquete amo tãntô,pábia min ha, eu que não tènho Trist asilopor tNio se.ràoi
Pátiia,eu sem€ntcque nsci do renro Anhangá dê prazcr há de ririe,
Eu gue não rou e não Ènho, eu que permâneço Vendo os\osÍD quão pou.os sèrào.
En.oniacto con a dordô rehpo (...)
VossosDeuses,a,Piaga,conjun, s
Ponbo no\€nto o ouvidoê escuioa brisà Sustaõ irasdo fero Anhangá. E
Dlanirôs.iáfugirm da Taba,
Que brincà em teus QbeÌos e 1ealisa O desgraçal ó Íuinãl ó Ìirpál
Pátriaminha, e perfuúa o reu chão...
(ì!e \ontade úe \€m de adormecerme
Entre teusdocesmonrcqpátÌia minha Deprwçao (mgnmt6)
Aiento à fôme eú tus entÌdÌÌas Trpâ, ó Ders grandcl teu rosrodescobÌe:
E ao batuqueem teu.oÌação. BàstaDtesofremos conì ruÀ\.ingança!
Já restm bem poucosdosreus,qur inda po$am
Teü nome é pátriâ amada, ó patriazinhâ TeúsfilÌÌosque chorm |ào gÍândemudanç.. I
Não rima com mâegentil
vjlcs em mlm.omo umafilha. que és Anhdgá inÌpiedorr nos rrouxe de lorye
Umà ilha de i.rnur.: a Ilha os homensqüe o nio maìrcjdÌ .ruenros,
q,c scn pálria,que vaganìscm rino
'i!em
Trásdo ouro cofrendo,vor{sj sccLo|os.
\ìnicir de Nlora€s (Tfe.n.t

Apesèd- ^ ode.|sÌ..V n c L) dpê.ê1o.ro rÊ/ro. Tupà,ó DeusgÌandel descobreo teu Dsioi


car.c
têí51cas
da estétca rornántica. Bâstarltesoíìemos coÌn tÌìa úrgànçaÌ
Assinaea únicacãractêística foÍnântica Já lágÌimasdstcs chorartunreusfilbos,
NÃO pÍêsente TeusfilhosqrLechoramtão grdde rddànçd.

a)Píeocupação corno eu lírco,arravésda expressAo


de Dcscobreo reu fosro,ressuian os bra\os,
pessoais.
eraoçÕ€s Que eu vi.oìlbatendo no alboÌ damanhãi
b)Valoraçáode êlemêntos Conheçam'tcos feros,confessen\rncidos
da natureza,comoforrnade
exataçãoda t€ía brãsle ra. Q,Ìe ésgrãndc e re vingàs, qu és Deus, ó Tupâl
c) sêntmentosdesaudade e nostalg pêador
a, causados
Nessespoenìds,Gonç. vês D ês constÍó um rêtratoant-
-or.€- i o â do nd o brr, l ê.o se doo. o, par;-
pação
d) Preocu socìd, atÍavésda a probtemasbra-
menção -or.de
rÍetros rornãntcostípicosde Ìdealzaçãondígena,princ-
palmênÌea confguraçáocavahe rêscamedievêdo indio.
ê)Abandono do ldêa puÍstêdosneoclásscos
na pÍevd Ao assLrnì r o ponÌo de v sla do narivo,que v sãodo píoje
ênciado conteúdosobrea ïoÍrna. to.oon zadoreltropeua voz poéiicaãpresenta?

a 372 UNtpApt4
(cesgrânrio-Rl) a)Considerando osaspectos tenìáticos do poe-
e forrnais
1 Dei o noúe de PRIMEIROS CANTOS àspoesia que a8G rna,pode-se vinculálo ao segundo raoÍnentodo r.ov-
u publi.o, poÍque espefo que nào serão s ÍìÌiimd. rnentorornántcobraseiro,tanìbémconhecdocomo
2. Muitâs deìãs não têm uifomidade m estrofes, porque
"geração dospeen"ou "nìaldoséc!lo"
mê.o y'r/o ,êg Èdc n êÈ, o. \ F1\ io. ador eir c d o .c r i b)A pres€nçâ da m! heramadatoÍna-se o pontocêntra
úos da metrúeçâo portLgues, e usei deÌes omo me pa- do poêrìra.ssoé caraÍnente manfestadopeasrêcor-
e tun qu -aÜ , ' n c ì Ì o, on' uquêput ÉFì r dúFr p í i m i l ddçôesdo eu-1rico, rnêrcado por uÍn passado vivdo,
'F, querernpÍevota êm mâgens e sonnos.
3. Nào têm unidade de pensmento enrre si, porque (omm
,.mlìo.F. cm
"t ' n, i. , lr er u, -
Í r . bur d- , ; u d i \ - , s c) Otertorefleteumaaric!ladologoentreopanodo nìê
e $b a influência de imprcs":resúoúèntâneàs. (...) g náÍoe o p anoreal.Unìdoseernentos, entÍeouÍos,
qLrêarticLrla
4. Com à ridà isolàdà què üvo, gostô de aÊìsLT os olhos de
soÌJrea noss deú poìíricà pdà ler em minhà alm, fedÌ!
essaconstru!ão
verbas presente/passado.
é a a ternánca dosternpos t
zindo à liúgugem húDnnNa e .àdenLe o pensdnento d)FÊdlidàde e .eo .ncdreêrdade ^o ec-
qüe me rem de impÍo\is, e d idéias que em mnn despeÈ paçoda poesaíicaromântca, gênero priviegiadodên-
taà\isLìdeúFpaisàgemoudôocedo odpecloenlìm tro dessemovimenlo
da natueza C.M sim o penmento conÌ o sentimcnto ê)Ap€safde ut zardêcasslado, êssepoemâpossuroan
- o ' o É(,ìo, om o e. en. t im ' nr o- r i. ì i: d. om r p J \ ; n - danìentopróxmoao da prosaEsseaspe.toÍorma é
colort tuclo isto com a ìnagìnação, flndir iudo iÍo .om a importante paraintensifìcar certoprosaknìontimista
vida e com a natuÌea, puIificd tudo com o sentimentô dà
dã poesa ronìántìca
religjão c da divindade, eis a Poesia - a Poesia gràde e
@ú - a Pocsia como eu a compÌeendo sem a poder defi (UEL-PR) ConrideÍeas seguintesafirmaçõessobreã
F nir, coìlo cu a snÍo sem a podeÌ EãduziÍ poêsa de ÁlvaÍ€sde Azevedo:
Conçalves Diàs."P'nl.Aoao\ pr I Seu rsmodexou-se ernpolqarpeas utâspo1Ìcas trã-
Gonçalves Diês,er. seu Prólogoaospr meroscântos, vadas durântêâ consodaçãod. nossandependènca.
e poes-acon êp(àÔdêPoô'ir.q .ô 'orlêrêa o'ê ê i- L InÍluencadopoÍGonçalv€sDias,se!sveÍsosespeh
câsda enétcâ roÍìãntcâ. a forçapÍ mìtvada ndtureza
e a adnìraçãopeo Tndo
9
Açiràlêo qrê co.ìiràr'à is dÁâ. .or',do 10 rÀ\pr- I A soidãoextÍemae a t m dezamoTosa raarcarèm os
rneirosparágrafos,em reâçãoa Gonçalves D as. versosorasentirnentais,
oraìróncosde suallrca.
â)A PoesaÍêfêteos mas varâdosestados deespírito
do EstácoÍrêtoapenâso queseaf rínaem
poêtâ,sendofrutoda emoçãornomentân-âa ê).
blAs suaspoesasnãoapresentam apegoà rigdezméÍi b) ll
{ ca,apr€sentando Í tnìosvaÍlados c) [.
c) apesardeteÍemsdoescritês emépocâs d versas,
conç d) le I
.ètate ê Jr dêdede pe-sêÌe--oÂì .d poÊi.\ e) le I
d)Porseíemfruto decÍlações sobinfluêncasloca;s
d st n-
tas,suaspoesasapresêntaÍn-se d fêrenciadas. 6 (UEPG-PR) êum
"5êeu-ô.reççêàmènhã', com.ertêza,
e)A-o'çapoetcd desê1 "'sos'Êâ7d-."_dpÊrJÊ dospoerÍìas
mak lêmbradosde
Álvares dê Azevedo.
"hd'
nìona entfêformaê contêúdo. Se eu rnoÌrese amãnhã,1iria ao metros
Fcchü meus oÌhos Íìinha rÍiste irnìãl
4 (UnespsP)Baseândo sena leiturêdotexto de Álvares lvlinha mâe de saudadesmorerià
â úni(ôalternativãincorreta.
de Azevedo,âssinale Se eu nÌoüese dühãl
Junto amculeito, com as mâosunidas,
Olhoslìros no cóu, cabclos soltos, Quãnta glóriapre$into em Ìneu tutufol
Pálida sombÌa dc rulhcr fornosã Que aurora de ponir e que nuhãl
EniÌe nulrns zuis pranieiaoÌando. Eu perdera chorando essd cofoas
E um reirato rahez. Naquele seio Sc cu morfe$c manhãl
Ponentura sónhei doiÌàdàs noites.
TaÌvez sonhando desâlei sofindo QÌle soÌl Que céu eull Quedocenahã
AÌgunìa lez nos onbros perlumados Acofda a natureza mâis louçãl
Eses càbel6 negros, e em deÌíquio Nào me batera rmto üÌor no peito
Nos lábios deÌa suspirei tremendo. Se eu mone$e dnanhãl
Foi se minha !isão. E resta agora
Aquela laga sombra na parede Nlas es. dor da lida que devora
- Idtàsma dc canão e pó ccrúleo, À ânsia de glória, o dolorido aíã...
Tão vaga, tão cxtìnta e türarenta A dor no peito emÌÌdccera ao mcnos
(bmo de um $nho o re.ordàr in.erÌo. Se eu morrese amanhi!
iÌ \ - e, deee. edo \ I Pr Leae r deas Ì n ú m r ,
In: -AnÌonioCmdido &J A. Casre]Ja. Pt^m@ tu liLoatLtaba.idrq Neê enãocontenìpados em suapoê-
temasrecoÍrentes
ÌoÌ. II, SàoPrrÌoÌ Dìfrsto Europóìado Ìnro, 19ô8,p. ,6. siaê naestética
Íomántica,
coÍno

373 a
PREPARE.SE: EENEM
VESTIBULAn

a) a exata(ão de sentìmentospessoais,
coÍn desespero
e - Árabeerante, lou doÍmiÌ à tarde
À somb.alr€scada palneimerguidà.
b) a análisecítica ê ciêntÍfcâ dosfênômênossocaisbrãsÈ
Nessa eÍrofe de 'N,4ociddde
e N4orre',de CêstroAlves,
reúneÍn-se,comonLrraa espéciede súrÍua, váíosdoste-
c) o desâlustarnênto do Ìndivlduoâo mêo socìa,que con- mase aspêdos cosdesuapoesia.
rnaiscêracteríst sãoe es:
duz à dor,à aflção ê à buscadã solidão.
a) identíicâçãocoma natuÍeza,condoreirsÍno, erotismo
d) a va or zaçãode ê ementos gadosà naiureza,em poe-
ÌTanco,exoïsmo.
sa s m p€s ,pas t o ribl ,u c o l c a me n te
n g ê n u ae n o c e nte.
b)aspiÍação deamorênìodê,t tansmô,sênsuãlsmo, exo-
e) a morte cornoa ívìoparao 'ma do século".
c).Ê'ì.Lr5ïo. d p ro'áodê .-io ofl"r
{FuvesÌ-5P) "b.olLro.- on"
Tèu ronrdiisúo bebô,ó minhà luâ,
i
d) pelsonficaçãodanatuÍeza,h péfboles,
sensualìsnìove
A teusraiosdiÍinos mê àbàndono, ãdo,exotsÍno
ToúGÌle vapôroe,...e só dê ver'te e) aspÍaçãode aÍnore moÍte,condore Íismo,h pérboes,
Eu sinto os lábiosnèus seàbrir de sonô.
Ávares de Azercdo, Luar de rcrão , I;u dor lina anor
lO (PUCCâÍnp-SP)
Nesse excêrto,o €ulÍrco parec€aderLrcom iniensidade
f fui..ê rui...ê,q,,imê1o inr ,,i ô.
aostemasde quefala,mãsrevea, de imedato,deslnt,"-
Láônde o\ôo d'águiâ nâo se elevà...
ressee tédio.Essaatit!dedo eulÍco nìanlfesta
a
Abài\o \ia a teÍra - abismo ed treval
a) rona rornántjca. Aciha - o fimmenro abismo em Ìuzl
b) tendênca Íomântica aomistcismo. E
c) meancoa romântca. Osversos anteriorespertencem ao poema"O vôodo gê
d) aversãodosÍomãnÌicos à natureza. nìo",do vrc ÉrpuDás Ê/ufuantes.Essesve6os ustrâma
seguntecaracteíÍicada poétcâdê Caíro Alvês:
e) íugaromântcãparao sonho.
a)ênfasêemocionê|, apoiadanosrecursosretóricos
dasanti
(UFRJ-RJ)A9estrofêsapresentâda9â geguirJoramre- ieses,
dashipérboes e do paÍalesmorítnìicGsintat
co.
tÌradasdo poemâ"Vozesd'ÁÍrica",de castroAlves. b) ntimisrno lÍ co,maÍcado pea hesitaçãodasÍetcências j
'Vozesd'África"é um dostextosem que o poetôex- ê pelotemordo enírentamenro dasadversidades.
pre59a9uâindignaçãodiânledâ escrâvidão, c)sacrifÍcio
do tompessoalem nomede deaishlstórcos, re a
presentados porsÍmboos épicoshedãdos do Casscismo.
Lea,conratenção, seêconãdoparaÍêspon-
o frãgmento d) empregode paradoxos, coma intençáo a
de satirizaÍ
deràsquestões
propostas
enìa) e b): anìbçãodeqenalidade cultivadêpeosultra-románticos.
Y@s d',{ie e) contÍasteentreãsfortesmarcasretóricasdo disclrrso
eo
sentim€ntoda a,q!-ôatenua
mêlancol otomdecãrnâtório.
Deusló Deus,onde esúsque não respondesl:
lm que mundo. em qu eÍreÌa tu lescondes, íl (UFsM-RS)
Leiaosversos
de "Navionegreiro",
de Cas-
lmbuçado nos céus?
Ë
Hádois mil mos te mddei neu grito, Sào os filhos do deserto
Quc cmbaldc,dcsdccntào,corrc o infinito... Onde a teirã esposaa ÌLr.
Onde esÉs,SenhoÌ Deus?...
Onde !oà em cmpo âberlo
(...)
Á ribo doshomcDsnus...
Maset, SênhoÍ|...Eu tdste,âbândonada, são os gucrreiros ousados,
Em meio dos deserlosesgâradà,
Que con os tigres nosqueidos
Peididâmàr.hô em 1'ãol Combatcm na solidào...
Sechoro-..bebeo prmlo a areiaardentel Hom€Ds sìmplcs, fort s, bravos...
T dì . c / . .p,
. r q. ' Êm ê up ,d ro . ó D e ì,s .ìc ÌF n ,.. Hgje níseros escE\os
Não descubrs no chãol... Sem àr sem lu, sem nzão...
a ) C it ee ex plique a tra v éds a q ual o
a f g u ra d e n q u a g e Ín
[0 Mdq!éâd6: salpicados
de pintasoÌ nn.lrâs
poêtaeírutLrratodo o poênìa.
b) dentiÍiqueose ementosq ue represêntam, Í g uÍadamen' Assnae ê a ternativa coÍretacomrêaçãoao sentidoex
te, o abandonoê o desespero advndosdã escravidâo. pÍêssopeosveuosÌranscrtos.
9 (Fuv€'t-sP) a) Dêscreve a v da dosescravos
nasfazendãs.
Ohl eu quero liver, beber perfumes
b) saúdaa liberdade decoffente
daãboçãodaescravatura.
Na flor sihestre. que embalsma os arcs; c) Saientâa lntegÍação dosnegroscornos índros.
YcÌ minh alma adejar pelo intinito, d) Co-pdrâo rêg o li/e. 1r Ál cê.co'. o -"qroê..-"\i-
Qujl branca velã tr anplidão dos mares.
No seio da mulher há tânto àÍomâ... e) Propóequeos homens por queÍe
setornemescravos
Nos seus beijôs de fogo há tdtàridâ... remfug r do d€seÍto.

.374 UN]DADE
PREPARE-SE: EENEM
VESÌIBULAR

Í2 (Unicamp5P)O crílicoalfredo Bosl,êm suãHrifória A partÍ do fr.gÍnênto,e considêÍandoo Íomãnce como


Concisada LitercturaBrasilêlra,
tecealgumasconsÌde urntodo,podê-sêaÍirmãrquê
râçõessobreo fomancesenhora,de Joséde Alencâr: â)a cenaamorosa, emAlencar,é sempreemolduíada pela
sc aclÌnitimos que [a mola do ênÌtdô] é o fato de o n-ìatéÍa
sococuturalbÍasilera.
jolcn Seìxs casaEe pelo dore, eÌú vnÌude da educaçâo b) pode'seobsêÍvaÍ, nessã dê pÍo'
cêna,a supeÍloÍidade
que rcccbeE, damos a Alencar o.rédito de narrâdôr re- vínciasobrca rnêtÍópoe
alista, capaz de pôÌ no centro do românce nào mais he- c) desd€o pr mêircmomêntoPallopercebe a condção
Ìóis t...1nas um s€rlenal, inferioi o que sefia faÌso.pois socade Lúcia.
o fato Íào pâsa de um recu6o. d) a referêncidà questaoraciacoÍnpÍova o naturalsmo
a) Citeumapassagem deSenhora quêperr.tâ consderar
SeixasconìouÍn"herói' e nãocomoum "sêr nferior" e) o românce uÍbano,comoéocasodeLuclola, é o único
cu tivado no rornântismo bras eiÍo. {
b) "Ofatonão passade!m Íec!6o". considêrando€ssa aíF
maçãodeA. Bosi,expicteascaÍacÌêísticãs do Íomanc€ í5 (ruvest-SP) lrdiqJêà àlteínàiivã quesereíee coÍ.e
Serhora quepermternconsiderálo !ma obraromântca. tâmentêao protãgonktàde Memóiasdeum Saryen-
Í3 (Unícamp-sP) to de Milícias,de ManueLAnrôniode Almeida.
Amoçàràzianesaocasião um roupãodc cctimrcÌ- a) Eêé umaespéce debaÍÍovta,aindaêrnoÉo, a queo
pfazeÍ e o medo vão Ínostrando os c:rnlnhos a segur,
de cerado à cintura porum cordào de1ìos de ouÌo. Efa
o mesmo da noite ilo cdamento, e que desde então ela
até suâ tÍansïormação finalem íÍìboo sub mado.
n!!ca ÍÌàis usara. Por uma espécic de superstjção let! b) Enquanto cÍnco,cacua franìenteo carrerismomatri
b.dâie de restilo de no!o, ne$ahorana qual, a cÌêÌ èIr monia ; r.asosuletomora sernprêernerge, condendn
seus presentimentos, ianÌ decidü{e aÍnal o sen destino doo próprioc nismoâo nfernodâculpa,do remorso e
da expação.
argueuic cnião, e tirou .Ìa garcta urnà chalei àüa!€s c) A peÍsona idâdearsumida desátro é a Ínáscaía de sê!
i sou a câmra nup.iàl t...l e abÍiu aíoitãmente a.Ìuela poÌrã fundo írico,genuinanìente puro,a ustfara têsêda
que hdiã fe.hado oüe meses antes, num r'mpero de in- bondade natura', adotadapeloaLrÌor
digaâçãô e hôror d) Eíê heÍóide fo hetÍrì sedé a conhêcer sobÍeiudo nos
ronìancê diálogo9, nos qualsrevea âor.esmotempoa maíciaapren
No Íêcho ctado,extraído do capítLrlo Í nê do
didanasruase o ideasmoroÍìãntico quêbusca ocutar
Senhorâ, de Joséde Alencar, o narrador fêz refêrênciaa
umaoutrac€na,passada no rnesr.ougar,r.uito lmpof- e) Ne ê, comotambéÍn êm pêÍsonagêns menores,há o con-
Ìanteparao des€nrolar do enredo.PeíqunÌã-sê: tínLroê divert doeíorço de dÍib. r o acasodascond çÕes
I
adversãs e ã âvldezdê gozaros ntêrvalos da boasoíte.
âl quepersonagens pror.gonz.m asouascenase qua a
! reaçãoentreessas pêrsonagêns no romance) t6 (Fuvest SP)/racema Íaz paÉedatríâdeÌndianktâ deJosé
b) o queocorre!na pr nìerav€zernqueessas persona- de alêncar,juntamente(om outrosdoisromãnces:
gens5eencontrararn nacâmafan!pcal? ã) QLrais?
c) cor.oa cênadêscfitã notÍ€chocìtado reaconasecor. b) cada!rn desses rornances teÍiauraaf nê dad€h stóri
: a outra,refêrda peonarrador, noìnteroÍdo romance? câ QualteÍlasdo a intenção do autorcorlì/rãcema?
í4 (UFJF-MG) Leia.(om atençáo, o tàqmêntoà sêguir Í7 (PUC-SP)
pararêspond€rà questão.
Ve.des hares bÌàvios de minhà |efa nac , onde cãn-
Todü as raças. desde o caucãsiano seú tÌesclà, ate o tà ajddaià nas frondes da carnaúbai
alìicdo puroi iodat ãs posiçô€s, desde âs iÌÌNtÌaçòes da \'.rdes mares que briÌhais cono líquida csneraldà aôs
polÍtica, da fortuna ou do tãlento, àté ô proÌeLirio humil- r i o \ d o q o ì n d - e . , ê . l l e r ì o Ì , g d d o J qJ q q p . i i r .
cle e desconhccido; lodas as pÌofisões, desde o bmquei- ' - ì.ô m
brãdas de coqueirosl
ro até o mendigo; t...1 \ e , ! n . j . \ e ì d e . m o , e . . ê d ì i " a id o i , m . n r e r \ i B d i r '
E uma fcsta filosófica esa festà dâ Glúia! Aprendi petuosa püa que o barco àrentureiro manso resvàle à
n ii. ,ü.1 , .ld m - , " \ o, d- ub' ê^a\ ; o do qup ì o , . '. . .
"
anos que a.àba!â de esperdiçd em oÌinda cor uma pÌo'
digalidade verdadeirüÌente brdilcira.
Essetrechoé o inÍco qo romance/racema, delosédeA en-
A Ìua !lnh. asommdo peÌo cimo das montânhas f.on
car.Dele,comoLrrÍr todo,é possív€lafÍmar que
reiràsi descobri nesa ocasião, a alguns pa$os dt únn, ã) rac€ma é uma endacradapoÍ Alencarparaexplicar
uúa lindâ nÌoçã, que püara um ìnstante pãra .onreÍL poeticamenteasoigensdasÍaçasndígenas daAmérica.
pÌaf no horizonre as nurcns brancas esgãrçadàs sobre o b) as personagens rac€ma,Martime N,4oacir partcipam
céu zul e estrelado. Adnirci-lhe do primeiÌo olhd uú dâ utafratrcidaentÍeosTabajaras e os Ptiquarãs.
taÌhe esbelto e dc $Ìprema elegâncià. t...1 Ressumbrava c)o românce, elaboíado conìrecuTsos de nguagemfgu
.r .u / nu d" ' n. r "m p dr ' nFì oli. . ê n ; o 'c : rada,ê consderado o exêrnpârnraisperÍeto da prosa
". d. - ' n,
que laivos de úo ingênuâ .astidàde, que o meu olhar ÌÈ poétca nãJcçãoronìântcãbrasle ra.
pou$u cãlrno e sereno nà mimosa aparìção. d) o nomedâ personagem-títu o é anagÍamade Amérlca ê
Josérìe AÌcncü r,/t'r, ess.relaçãocaradreÌizaa obÍacornournTomance h stórco

31l l
PREPARË.SÉ
VESTIBULAR
EENEM
-

e) ã palavÍaracemaé o rêsutado dâ .glltirìação de dLras ã (UFPE-PE) Nâ(s)questão(õês) a segulrês.revânospa-


o ! úas da ing! ã g u a ra ne s i g n i fc â l á b i o sd e fe rêntesesa letfê (V)sêa aíirÌ.Ììativâ
ïor verdadeiraou
(F)seÍorÍalsa.
1a (CesgranrioRJ)O teãtÍo brasileÌfoteÍn ÌúaÍtins Penã
como um dos seusmaissigniJicativosrepresentantes. q!e ostextosa seguiÍrepÍesenÌam
ObseÍve a visãodoamor
Suasobras câractêrizãm-sêpor: emtrêsautoÍesdoRomantismo. Sâomom€ntosda poesia
Íomántìca
coincidndoconìtrêsgeraçóes.
ê) reproduzr os autosÍe gìososdo sécuo XVI
b) usar,como modeo, dstraqédlascásscds Boàloite,NlarÌalEulou nìeerìbôrà,
,\ luà nasjaDcÌasbateem cheio.
c) reallzarunìaconìéda dê costlrmes
Boa Doite,Manal É tardc...a rafde...
d) denìonstrarÍo.€ nÍ !ênca do ÌeãtroromântcoÍrancês Não me aperresãssimconin reu scio.
€) conÍr!Í suaspeçasem v€Ísos vÍes.
(1ja{roalk, t
Í9 (UFG-GO)ÌúaÍtins Pena íoi o íundâdoÍ da comédiâ
de (ostumes do teatro brasileÌro,dã quâl íâz pârte a Não ãcordestão cedol Enquàntódomres
Eu pôssodar-uÌebelos em seg.edo
Pe ç ã" O Nov iç o" .
NÍas,quandonos rctrsolhosraià à \,ida
Não ou$ te 1ìiar..[u renho medol
( ) o predomÍnioda caÍicatlrãna concepção daspeuona' (Ahdcs d. Azcvcdol
gens,bãs€ada naexporaçãodet possocaisÍaclmente
identifcados, o que evaao efeitocómicodesejado. EnfiÌn tc rcjo enfin posso,
( ) o B Í ds c oon al c o n ìop d n od e fu n d oh i s tó rl csoocl a, Cunado a teuspés,dizeÉe
épocaeÍn que a níluêncajesuítcafoi decslvand Quc nào cesseide .Ìuerfle
polítca,na econonìa e princpd mente na educação ÀpesaÌde qumlo sofri.
dosjovens,d reciofandoos pdraa vda re ig osa.
(Gonqal€s Düt
( )a ltilzaçáo de recursos dÍãmátcosconsidêÍados pÍi-
máros, como o es.onderijo,o disÍaÍ.eê o êrro de ( ) O amorenìGonçalves Diasé ,empre uráoperdda,
ldentifcação,dernonsÍandoa ingenudadee a s m- € a experiêncidconcretaé ofracasro e o sofrÌÌìento.
p ic dad€que p e rn ìe a ma e d Í c a ç ã od a tra rn a . ( já aparece
) EmAlvares deAz€vedo, urnnì ío de eÍo
( ) umavinclraçãonítidacomo cont€xtoronìántco, lnìa tisrììoeÍnedo,íruírandoass m a reaização daexpe-
vezquea Íesolução dosconÍ tosseencamnha parao nenoâêmoTosa.
f na íe zea conseq ü€nteÍealização anìorosadosdos ( )NaobrâdeCastro A vesprevalecea lenìática
doamor
jovense,a nda,a p!niçãodovilão,recursosostensiva ó
mêntecolhidósnosroínances de íolhel m da época. ( )O lìrsmoãnìoÍosode Gonçalves Diase ÁlvaÍeçde
Azevedo Ìdadepresentê
inclu a fa ta dê sensuê êm
m (Fuvest-SP) Iomadas enì conjunto, a! obras de Gon- C.stÍoAvese tambérÌìsedêscobrem, nosauÌores,
çalves Dias, ÁlvaÍes de Azevedo e Castro Alves de- ostraçosde donjuan smo.
monstram que, no Brasil,a poêsia romántica ( ) 05 tés autorêsaprêsêntarn, comoponÌocomurì,a
a) poucó dêveuàs litêÍaiurasêçtrãngerãs,conso dando vrsãodd muhercomoumãmlrsanacessive.
de foÍma homogêneaa inclinaçãosentìmentã-âo an-
seo nac onalis tdao se s c rto redsa é p o c a . 2:l (UFRGS-R5) Arsinaleâ alteÍnativacorrêta.
b) rêpeÍciJtiu, comefeitos locas, d íercntesvêoÍesetona a) Álvar€sdê Azevedo, cassficado na segundageração
idadesda ìterat!raelrropéa a diqnidadedo homeÍn do RoÍnantsrìo brasêiro,dexouumaobracornposta
natural,a exâcêJbação dâs pa xóese . crênçâêm lLrtâs dê poemas tipcâmentênd ânstase nacionast.s.
ÌibêrtáÍias b)ComCasÍoAlves,apoêsa brãsêraaÌìngiuoseuapo-
c) c ons t it uiuum pâ i n e ld e e s Ìl o s d v e rs i fc a d o sc, âda g€Lr,apesardo romtimidoqu€encontraÍnos noss€us
um dospoet âsc r i a n d ol v rê mê n tês u a n g u a g e n ìmas ,
preoc!pãdoçtodos com â af rmaçãodo, dêa s abo i- c) Ospoetas do Romantsmoforãm pêa.on-
Íêsponsávêis
c on Í as ê r ep! b l c ã n o s soldãçãodo sentnìentonacionae contrbuíramparao
d) Íef et Lrastendêncasdo int m snìo e à morb clezde a abrasìeÍâmentoda língudpoarugresa.
qLrnspoetaseuÍopeus,evtando oc!pêr-secom teTnês d) Gonçav€sDãs,autorda consaqrada "Cançãodo Exl-
sociâs e h stórcos,tdos como prosacos. o", conìpôstambém"O5Ì mbÍas","SeEuMorÍêssê
e) cultuousobreÌudoo.satanismo, insprado no poetain- Ar.anlìã"€ "MeusO to Anos"
g ês Byron,e a rÍìemórianostáglca das cvilzaçóêsda e) O saldossmoquêcâÌacteÍza o irsmo uso-brasierc
Antigüldadecás9câ,rcpresentadas por sLras ruTnag. nãotev€represêntanÌes no peíodoromãntico

.376 UNIDADE
4
i?
Realismo
Rìquezae mìtéria,.rescimentodesordenadodos centrcsurbano,
mudançaradicalnosmeiosde transportee comuniçaçãa, grcndes
avançoscientííicos.A Revoluçãolndustrìaltransfomou a fa.e
da Eurcpae trouxeconsigoa urgêncíade uma nova estétÌca,capaz t
de refletir esseprocesso.
O Realismorespondea eJsanecessidâde.
Nestecapítulo,vocèsabeÉ por quê.

3
1
a

Georq€ Cê!se.,ArrrodelDd c.ôponeró,1882.O€osobrêteLa,59,3: 40 cm.


Nenatela,ó p ntorpfo.uÍareqíÍêra vdê ruracom!n rêâsmôquaseÍotoqráÍico

19
CAP]TULO
l. Observeo retràto da camponesa que abreo capÍtulo.Comovocê
a descreveriâ?
I QuejmpÍessãoessamuherprovoca no observador?
z Que âspectosda imagêmpodem causarimpâctono observador
do quadro?
3. Vocêdiria que esseê um retrato ideaizadode uma camponesa?
JustiÍique.
f

4. Como surgimento do Realismo na Europa, os romance5de costu-


mes passama retratar as personagens e suasrelaçõesde modo
maisdistanciâdoê objetivo.Lêiaum trecho de MadameBovary,
que mostrao descontentamento dâ personagemprincìpaldiante
da realidade
de suavidade casadâ.

Cdpítulo 9
! quanto mais próximas Ìhe ficaÌ?m as coisas, mais o seu pensmcnro se
afastava delas. Tudo o que a rodea\a de peflo, os câmpos enfâdonhos, os
burguesinhos imbecis, a mediocridade da existêÌÌcìâ, pareciâ-.lhe uma ex-
ceção no mundo, um caso pàrticular em que se achâva eììvoÌvida, ao pas-
so que para além se es.endia. aperder de vista, o imenso país da feÌicida-
de e das paixões. Confundia, no desejo, a sensuaìidade{ìo luo com as
alegrias do coração, a elegância dos hálritos com a clelicad€zados senti-
nÌentos. Acaso rão necessitao amo., como ceÌtas plantas, tenelo pÌepa-
.rado, tempemtum especiaÌ?1...1
ã Charles gozaïa de boa saúde e tinha ótimo aspecto; a suâ reputação
estâva deÊnìtivamente fimada. Os camponeses gosravam .leÌe porque não
era orgulhoso. Agradâva âs c anças, não entÌava nunca nÀr taberntus e,
aÌém disso, nKpirâva confiança pela sua conduta. 1...1
!
1...ì ChmÌes, porém, não tinha ambições!Um médico de Yvetot, com
qucm se encontÌda cm conferência, humiÌhara,o um pouco, na pfópria
cabeceiü do doente e na presença dos parentes reunidos. quando Char
les contou. à noite, essefato. Emma exaÌtou{e em voz alra conrra o coÌe-
ga. Chartes sentiü-se entenÌecìdo com isso e deulhe um bejjo acompa
nhâdo d€ umâ Ìágrima. Ela, porém, estavaexâspenda de vergonhai a sÌla
vontade erâ de espancáìo, mas se ÌemnÌoÌr, dirigiü-se ao corredor abriu a
i " n " ìJ e a,pi ,ou o ar l ' êw o. pârd çe arl mdr.
Pobreìiabol Pobrerliâbol - dizìa eÌa em voz bâL!à mordendo o lábio.
Sentia se cada vez mais irdtacÌa. A idade ia-o cornaÌìdo pesadão; à so-
bremesa divertia-se em cortar às rolhas das gaÌÌafâs mzias e, depois de
comer põsa% a Ìínguapelos dentes; ao engoÌir asopa, fazia um gorgoÌe
jo em cada goÌe c, como começassea engordar, os olhos, já por si ráo
pequenos, pareciaD ter sido empurados peÌas bochechas.
Emma, às r€zes, metia-lhe pda dentro do colete â fralda vermelha da
car sa, arruma\alhe a grar"àta ou prnha fora â! luvâs desbotadas, que ele
pretendìa cãÌçaÌ: e isso não em por ele, como Charles pensava,mas por
eÌa mesm4 por expansão de egoísmo, por irritação neÌaosa.
FÌ-{UBERT. Gusralc. l/,zazdidla .]ìldncâo:
En.ico Conisiên. Porro Negre: l &PNl, 2003. p. 6&72. (Fmgmento) .

Reaiisno379 a
T I TER A T U R A
-

o\ r ÏÍanscrevaa passagemquerevelaossentirnentos
de Emrnaem rela-
!K
ql\ çãoaolocalernquevvecomo marÌdo.
r Cornoe a sesentemoÍando pêquena
nessa via no nteriorda
França?
ol Que iÍÌìagemfazdo lugar?
FI
ol r D ê o l rê 1ónêi .ó a i qudqeÍ I ddul pd d o el o o\j u,/o" de
-,dd.r
-l valorde Emrna?
(,t I 5. O que é possível depreendêrdo gesto de CharlesBovarydiante
0 ìl da reaçãorevoltadade Emmâ?
rE l
t ComoEmma vêseurnarido?lustfique.
' -l
ôl 6, Compareo retrato da camponesa, que abre êste(apítulo,com a .f
âprêsentâção que Flaubêrtíaz da vida de casadosde Charles e
I Emma. Quesemelhanças no olhârparaa realidadê podemos iden
II tificarentreo quâdroe o texto?Explique.
I t, Discutacom seuscolegas:uma cenacomo a de MadameBovary
I poderiafazerpartede um romanceromântico?
Porquê?

' A Revolucão
Industrial
mudaa faceda Europa
Do mesmomodoquea RevolLrção FÍancesa nÍuenciouo sufglmento da
mentâldaderomántica, a Revolução Industfa estád Íetamente associada
ao
nascmentodêestética reaìstã.Ëa desencadeou mudançês tão profundas
no
mododeprodução quesetornouresponsável pelareordenação daeconoÍnia
mundial noséculo XlX.
A rnultiplicação dasmáquinas e o cresclrnento do coméÍcioajudaram a
dissem nêí uÌÌ c iÍÌìade oÌ m smoqueassocavaasmudanças nosmodosde
píodução à possibi idadede lmportantes reÍormas soca s e pÍometa tempos
de orosDeridâde econôrÌìica e desenvolvimento técnco e científico.
A lndusÍiêlização, porém,ãcarretou umeÍeitosociacontráÍoaoesperado:
acentuou a distinção entrea b!rguesiae a classe tÍabahadoía(proetariado).
OstrabalhadoÍes, agoraassãlarados, foÍamernpurrados eÍndireçãoà pobreza.

r Umparadoxocapitalista:
desenvolvimento
e miséria
ErÌì1800,a popuaçáoda Europa chegava a 190m lhóesdepessoas. Cem
anosmaistarde,460 miìhões. Esses
números traduzem unìaevidente exÌlan-
sãodo mercado e do trabalho.
Como declín o dostipostradiciona s de lavourae o usodasrnáquinês, os
caÍnponeses
ÍorarÌìexpulsosdointedore iamparaêscidades busca
-am de empre
go nas ndústriase fábricas. os grandes
Ivlesrno comoLondres
centros, e PaÍls,
nãocontavarn coÌnumainfÍa-estruturaãdequada pêraabsorver
!m crescimento
populacionaJtáogÍande.Logocomeçaram a enfrentaíproblenìas
graves,como
asepdeÍnias.Nesse contextode pobrezacTescente,a mêndicâncã ê a prostitui-
çãotornaraÍn-sesubprodutos indesejáveis
e degradantesdasocedade.

Á peq,êôa
w i a mB Ò u q u ê rêâu, petl i nte,l aAÓeosobrerea,73,6x116,8cm
O
A artedenuncia asmudanças noperfida5ociêdêde europé depésdes.aços
a Umacriança,
esentadaem Lmdeqraudep€dra, estende a mãopêrapedre5moaaospassantes
A ma g e m
re v e l a o ssnasd€
umasocedâdei nl !íâquêeíIcaÒsmêsi ndeÍesos

a Sao cAPiTULo
19
I . I T E RA T U R A

1863 nâuquraçãodoprmei- r Ummundomenor ) 'i

1867 Ossetoresdecomunicação e detrans È!


-;_ portetarnbémpassaram pors gnÍicativa

1878
r-,1-'---_
transforrnação.

Íápidas
A invenção
peÍmitiucomuncações
e, depois
tÍansatlántico
do têlégraío
extÍemamente
queo cabosubmarino
entÍouemfunconãmento,
a
ern 1866,o contatoentrepessoãs em
lìi:i:
';iri i88o
diferentescontinentes foi agilizadode
A$ m .ômoô comédóÍôi benefciãdopea
forrnaextraordinára. expansãodÕstran$oa@s,o ntercâmbio .ultura f
Nostransportes,a substituição
dosca- .resceumlitocoma craçãodelma ede de
vaos pelasmáquinas movidasa vapoÍÍe- deÍeío I qandoosp. ncpaiscentros
estradês
iF europeu5noséclloxx
ií vo uconouosistema deestradas deíerro.
AsalteÍaçõestrazidaspeo avanço tecnoógco tveÍamum efeitoimediato
navidadoseuropeus: o mundoficoumenotO cornércio e a ndústíia Íabril
:n tornêÍam-seo centÍodosinteresses econôrnicos, mostrando queo üiunfodo
3
capta ismocornomêiode produção eÍaiíeversíve.

ï 1841 r Novasdoutrinas
sociais
Astransformaçóes sociais exigãrnnovasTnanelras deexplicaÍ
a oÍganlza
r ção do mundo cêpitaista.D Íerentesdoutrinas suÍg ram pâraresponder a
1884 êssedesafo.
O n9lêsAdam5nìithacredtavaque,umavezÍemovidas todasasrestrìçóes
j aocomércio e ao capita, o desenvolvimento econôm de modo
co aconteceria
natuÍal.Parae e, um Estadoiberaistatinhaa funçãode preseNaaa ei,ÍÌìânter
j
a oÍdeÍÌìe defendera nacãoA proposta do liberalsmo da não-intervenção
estatanaeconomia foi assocjada ã umaexpressão francesa,/aÀsez-Íáire,que
podesertraduzdacomo"dexaÍfãzeÍ'.
O econoÍn staThornãs lvlathus,poí suavez,af rmavaquea pobreza era
.H umaespéce de e natural,aindaquecrue. Parãe e, o descompãsso entÍeo
popuacionale a prodriçáo
crescirÌìento de alimentos geravauTnestadode
pobreza permanente e inevitáve. Cornbasenessa justiÍcativa
"cientÍÍicã",
t!
algunssetores dasociedade pâssaÍaTna condenar açóesgovernaTnentais que
r889 tvessemcornoobjetivoajudaros pobÍes.
A grandeinovação no pensamento social,porém,suÍgunosÌextosdo
f lósofoe economstãa emãoKaÍlMãrx.

Marxe a lutade classes


Kar N,4arxÍevoucionouo pensarÌìento de seutempoao lênçaras bases
t 89t teórcas para umanovaoTqanização soca . Interessadopeos proceçsos histó
ricos,pÍocuÍou identiÍ no
car, estudodasíelãções detrabãlhoe deprodução,
osfatotesquedeterminavãrn ascondições dev da deseuscontempoÍâneos.
1893
luntamente comFredrichEnges, lvlarxançouO ma,'llfesto comunlsta err]
1848,conclêmando asc asses
trabalhadoÍas a seinsuÍglÍemcontrao sistema
capitalstaqueasoprirniae condenava à ÍÌìiséria.
Segundo e es,o capitalsrno
condenava o proetéíioà pobreza,
porqueã câssede rnaiorpodereconômico
- a burgues a - tanìbémcontrolava o Estãdo, valendo-sede seupoderpo-
líticoparaoprÌmr ostrabalhadorese auÍÌìentãr suaspÍoprledades.
Acreditavam que a socedadeÍesutanteda revoltado pÍoletariado sera
mâÈiguãitária.As pessoas, lvres,tÍabahaÍiamem cônluntopelobernco
mum.Eraesseo sonhocomlnista quepromet a urnavidamaÌsdignae justa
paÍatodosos c dêdãos.

Âediismo
38t I
TI Í EIA T U BA

! a sociedade
Realismo: no
:
centrodaobraliterária
ê A reaidadedasmáqunas,dostÍanspoÍtes e dasnovasteoíiasso
é ciaistornavainviávea visãode mundofomántica, que proletava
no
E indivíduoe emSeusdramassentmentaiso centÍodo universo.
; Osartistãs,comopessoasdeseu tempo,procuraramum novopaÍá-
e metrode interpretaçáodarealdade.Foiassimquea objeÌividade
ocu-
pou o ugardo subjetivismo romântcoe a vaorização
desmedida da f
emoçáo fol abandonada. indviduas, o
Em ugaÍdetraÌardosdranìas
Daunlet,Vagáode terceiraclase, I a60-1863 olhaÍreâlstafocaizaráa socedadee oscomportaTnentos
coetivos.
Óleosobretela,65x 90 cm.O pinbrÍÉncês
Dêlmertnhaespecìa nteÍeseenìretratêr â
durâv dadâsc ssêsmêr pôbB, comoneíe
seuTamoso quadrc,êmqLedestac6 oío5
cansaoos06 pa$age 16 oeum̀m.

q
t MadameBovarye a crítica
ao Romantismo !

MadameBovary,de Gústave foi a primeiranarrâtivareaistaa


Flaubert.
surgr nã EuTopa.O romance contaa hlstóriade EmmaBovaryrììulheredu-
cadasegundo osideaisburgueses roÍnánticosquê,ênfãdada comô próprio
casaÍnento,setornavítimafácilpâra pr
o mero conquistador quelhecruza
I
o caÍninho.
O destinode Emmaé a morte.Dessa forma,FlaubeÍt apontaa morteda
O destinotrágicode uma ao mesmoternpoquecÍitica,demodoimpiedoso,
visãoromântica, a fa sidade
sonhadoÌa românti(a dasociêdade burguesa.Emsuaobra,todaa intrÌgamelodraínát ca,aventuro- :
A adaptação parao cnemado sae sensaconalé substltuÍda
oelasdescricões
deumavidacotidlana monóto-
I
Íomance deGuíaveFlaubeir conta nae ouase sêmorêvuloar
comaãtuãçao dêLrma dasgÍandes I
atrizêsdo cinêmafÌâncês,lsãbelle
HuppeÍt,nopapedapÍotagonista.
Entediada comseucasamento e A prinaveü retomou, e Emma sentiu se aíronta-
angandopoíaventuras e emoçoes, da com os primeims ca.Ìores, quando as pereiMs flo-
EmmaBovarypassaâ mantêrrêâ-
ções adúlteras.
Ambient donãFmn- Logo o começo dejuÌho, paisou â contaÌ nos
çado s&uloXlX,o filmêdestacou- dedos assômânâsque faÌtavam parâ cheBd o mês de
sepea excelente reconíituiçãode outubro, p€nsando que o maÌquês d'AndenilÌiers
épocae peo rigornaadaptaçao do
dária ôuEo bailc em Vdubyc'.ard: ma, Lodo o mè.
Íomance dêFlauberlÍnantendo diá-
de setembro pasçousem cartas nem \1sitas.
logosdo o g ral.
Após o aborecimento dessâdecepção, seu cora-
çãô ficou de Ìrovo vazio, recomeçando a série dos
6g
ILAUBERI,CusaverÌÍalaru rodD. Tmduçào:
EnricoConüeri. ?o.1oÁìegÌe t-&tM, 2003.p. 72, (Lagm€ltol.

Màdame8o,ary dec ãLdechãbÍo A mediocr dadedavidaburguesaemergedaspági.'asdeMadameBovãry


paramostrarque,napeEpecriva
realisia,
denunciafahipocrisia
dacassedom
\-'-'*r'--".#ïJ nanteé o quedáaoartstauma mportânte funçãonaeducaçãodasocedade.

a 3a2 cAPÍuLa
19
I . I T E RÁ T U R A

O projetoliteráriodo Realismo
EmumaconfeÍênca nova(o reaismocoTno
nttu ada A liteÍaÌuÍa novâex
pressão português
daarte), o escrìtor EçadeQueiÍós deÍine,em inhasgeras,o
proletoltêÍáriodanovaestétca:"o ReaisÍnoéa anatorn a docaráter'l
Eexplca:

[...] E a crítica do homem. E a arÌe quc


nos pinta a nossosprópnos oÌhos - paâ
condeÌìâr o que houveÌ d

QLTEIRóS, Eça.Apud:SAÌLAni{,A.J.;
LOIES, Oscar.Hì:,úia dahdaim
l'tu!ìr.ra Ì 2, ed.PoÍro:?oÍi. Ediio.a.
r98?.p.926.(Fr+qftmo)

Eçaresumeos obletvosque norteamtodaa liteÍaturarealsta:produzr,


por rneo da arte,uTnaTepresentação da realdadeque permta condenar o
quehádeÍÌìaunasocedade. O deselo depintaÍa ênâtomia docaÍáter huma-
no seexplca pelanecess dadede conìpreender ã origemde prátcase coÍr-
Umaleitoíaamericana ponaÍÌìenÌossocarsnegalvos.
dasMemóriaspóstunas Parafazeressaanáli5e,osescrtores fealistas
adotaráoa razãoe a objetivi
deBÉscubas dadecornoentesatravésdasquaisobservaÍÌì a realidade.O que reveam é
Em!m inteíessante
ensao so- umabuÍgues e fút l,
a hipócíita queexporao pro enquantopÍofessa
etariado
breMachado deAssis,
a escrtora o amorà justrçaeà gualdade. Essecomportamento serádenunciado ernboa
aÍneícana slsansont.g(1933- partedosÍomances escÍitosnessepeíodo.
2004)chamaa atençãoparaa m-
portãncada reação€nÍ€ narrã-
dor e púb co nasMemórãspós- r os agentes
dodiscurso
tumasde zrásCubas.
As condições de produção e de circulaçãodosrornances são
Tealstas
essencialrnente
asTÌìesmasquevirÌìospaÍaa narratva
ÍoÍÌìántca.
Osfolhetns
Em É Eâtmdô de úâ histê
ria dè vida ofer€cidá de fóúà di contnuarÌìsendoo principaveículode divulgação
dasnovasobras,tantona
I ret4 nã Pnmerì pesoa, pda o Eurooaouantono Brasi ,
úàior nÌirerc poúvel de leitolrs
(m "Ébli.o"), pmce apendun Orea lis m oeopúblic o
mínimo de prudência,bcm cono
corresia,que o autobjóglatô QuandoMadameBovaryaparêceu êÍrìfolhetns,despertou ãdrniÍação
e
'rm
buslue permisão paraproffigÌnÍ escândalo ao trataÍde mododiretoe Írancodo adutérode lma eqítima
O €splêtrdidoaúado do romoce, TepÍesentante do unveÍsobLrÍguês. O desejode compÍeender astíanstorma-
serem memória ercritas poÌ um çõessociaislevava o públco a pÍocuÍarobras ernque a romántica
idealizãção
morto, acrercentaum efeiio aú- fossesubstituídaporurnaposturaracional. O queesseleitornãoesperava erâ
cjonal a css cuidados regdadc encontÍarumacondenação do seumodode vda PoÍesseTnotvo,a Íeação
res com aquilo que o leitor peúsã.
do públcoío dedesqualifcar osautoresmaisincsivos, coTnoGustavetlau
[...] Pedirâo Ìeitor que tenha berte Eçade Querós,acusados de aboÍdartemasiTnorais.
p&iência com â lendência do nd-
Ìàdor pm a frilolidad€ é também No Brasil,lvlachadodeAsssÌanìbérn espantou o públcoapósa publca-
umâ mânobrã de'seduçâo, iai çãodeseuíomancemaisousado. Memórãspóstumas deBÁsCubas. A cau-
como prometer ão leitor emoçôes sado espanto, porérn,eÍaoutra:a estrutura dessanarrativaTompiatodasas
forFs e corì€cimenios nolos. exoectativasde um leitoracostumado aosroÍlìancesroÍlìânticos.
SONIÂO,susan.Qe.-í'; d?t lv, A h stóriada vidade um membroda e ite brasie ra,que resolve escreveÍ
TriduçãÒ:Rube fleúènrdo. suasmemódas paracombater o tédioda vidaapósa moÍte,náotraziane-
Sãolaúo: Conpanhiadastf,ras, nhlm dos ngredientes Íolhetnescosdêstnadosa conqustaro púbico da
2005.p, 505Ì. (IÉgnenÌo). época.Nãotnha um protagonista de caráteradmiráveL, não contavauma
história
de amor,náoapresentava aventurasou crlavastuêções desuspense.

ÂearJmo383 I
T I TER A T U R A
-

Fo,ve rìesrìoc'ÍriLa!quedoo'-avarì(o'r durerdd [.rlt"de qudhddde


dd obrà

A obü do Sr Machado de Assis é defìcienre, senão faÌsa,


no tuDdo, porque não enfrenta o verdadeiro probÌema que
se propôs a resoÌvd e só ftlosoloü sobre câráteres de uma
vulgaridade pedeita; é de{iciente na fol.Ina, porque Ììão há
nitidez, não há desenho, ìÌÌas bosquejos, não há coloridos,
mas pinceÌadas ao acaso.
DIrARTE, U.bano. Ápud: GUII4-{RÀ1jS,Hélìo de Seix: f
t . - . . , o P " u . o .\ . n q u r l d '. ; .
E r*qo";*, .u"uor,u. ,uoa p a,2 I dgÒc o,. Ic\oiddl,nd,,,

Nosdo s casos,a reaçãodos letores crítcosê êigos registrao


impactodos roÍÌìances realstasem um oúblco habtLradoà estruturadas
narfatvasÍomântcas.PaTa enírentaresseproblemã, Machadode Asss es-
tâbelecedesde o níciodesuasobrasumdiáo9oconstantê como letor,que
ganhacaÍacterístcasdef nidas:ora cínico,oÍa sensrve , reage às situâções
vvidaspelaspersonagens, fica ndgnadocom o narÍadorPortrásdesse
jogodecenãháuÍÌìobjetvo:conqustâra sirnpata dosletoresao provocâr,
entree ese aspersonagens e osnarradores dosromances queescrev a, uma !
espéciede identidade.
lvlachadode Asss ternconsciênc a de queestáescrevendo paÍaum pú-
blicoconsumidor delteratuÍa e não para p pass
urna atéiâ vae fie . PoÍesse
motivo,seusnaÍÍadores dexârnde se d r giÍ a letoresunversas, de perfil
i
vãqo.A nterlocuçáo que aparecenos romancês do autor é esÌabelecda
comum públco detÍaçosdefinidos (mêmbro dâe iteburguêsa, fam iaÍiza
do coma estrutura dosromances românticos.a guérÌiquevve nospÍinci
s
paiscentros urbanosbrasileiÍos.. sêbequeesseeitorprecsase È
). À/lachado
pe
interessaf a obÍa para adqur -lae, desse modo,garãntlí a suãativdade
oe escrÌor.

r Racionalismo
e objetividade
Comovimos,a lteraturarealista abandona a ideaizaçãoao optêÍpoí te
masqueprocuram expicitaÍos coÍ)ìpoftarnentos
Tnais
típicosdasociedade.
O artistaDrocura analSar a reaidadecrueo cercatendoa razãocomos-ou
instruÍÌìentopr ncipa.O subjetivismo poÍ urì.olharmaisobjeti-
é substjtuído
vo: o te)arollteráÍiopassaa ofereceÍdescÍiçõêse iníormâções Íactuais,para
queo LetorpossalormaÍuÍÌìaimpressão gêraldad nâmcasocialrepresenta
; 0aerncaoaoora.
ã O lnÌeÍesse pelofuncionamento e pea orgãnização da sociedadelevaos
escritoresrealistas
a aboÍdarerÌì asnecessdadesrnateÍiaishumanas (ãlmenta
P
, (. ' e d sL-ti ' or (o_di .óês ê_onórì ' 3s rz5pqçt6s' e' crcn-csoo
(d o , -' ìo rd o roel
mundodotrabaho)necessár asparasatsfazertai5necessidades.
Esgenteres-
t sepelarealdadeconcreta,ÍÌìaterial,
aÍastao romancê da perspectva
rêalista
E deaizadaquecaracterizou
o RomantisTno. ouandoasobrasiterárasnãoÍa
tavaTndosasoectosDráticosdav da,
A obletv dade"absouta" da prosaÍeaistapÍecisa,
poÍém,seÍquestiona
da.Decertomodo,o julgamentodo e tor sobreaspersonagens estápreviã
ínentedefindo pelonarÍador,láqueé elequemfãza seleção e organizaçáo
O anún.iomoíra um penteadoqLêêstavênê dessasjnÍoÍmaçóes.ObseÍvecomoo naÍadotde O prímaBaslliodescreve
modana ép(a de Ma.hadode Ass D.FelicdadedeNoronha.

a 3a4 cAPIruLa
19
IITERAT U R A

U Dipêpsiâ dcsonforlo ìnt€sdnàl rPós õ À nove horm, oralinariament€, eÌìtrava D. Felicidade de


Noronha. Vinhalogo daportacom os braços estendidos, o setr
l6paÌiiÌhr núr espânilÌo (espécie de
bom soÌTiso dilatado. Tinha cinqüentâ âÌÌos, €Ìa muito nutri-
da, e, como sofria de dispepsia e de gàses,àquela hora não se
podia espartillìar e as sua! formas úansbordâvam. Já se úàm
alguns ftos brancos nos seuscab€loslevemente aneÌados,mas à
cara era Ìisa e redonda, cheia, de uma ahuü bâça € moÌe de
fteira; nos olhos papudos, com a pelejá engelhada em redor,
luzia uma pupila negra e úmidã, muito móbìl; e aos cantos da
bocaunspêlosde buço paÌeciam tÌaços l€vese cìÌcunflexos de .f
umapena nÌuito fina. 1...1
QUÈIRóS,riçade. Olur A6úa Ì5. ed.SãoPauìo:
Atica, Ì99!t P 3:J (IfagnetkJ)

o narrador nãorevelasuâop niãosobreD. Felcidade, apenasa descreve.


PoÍém,as observações que faz sobrea dispepsae os gasesque aÍigeÍna
setho'èe o-lro"oetè,_e! q ie oes.ècàeÌì suadpdrenciè, _onod ca'a'dê
umaa vuíabaçae moledeÍreirã"e os "olhos papudos",acabam poÍlhêdar
um aspecto caricato.
Dessernodo,o olhardo leitoré dirigdo peo naÍadorrealsta,semque
issosejãfeitode mododeclarado comoacontecia
o! explÍcito, nosromances
ro_ìânr.or. Ao rÌ dêun pro.êsso co'roe i e,o e torpodê e Lon\en.e'dê
queÍormou,sozinho,uma mâgemsobreas pêrsonagens, masna verdad-ô
chêoaàsconclusões prevstaspeo narradoÍ.

r Contemporaneidade
O passado.
asoÍiqens, nãosãoÍÌìaisofocodeat€nção
asraízes doartista.
lntegrado
à sociedade pelarealdadepresente.
em quevive, nteressa-se Al-
g J n s ' e ( u or nèííàtl vo\\ ol dooÍdn odÍo dor do te\.o rêa i \Ìd d Ír a" a dd t o_-
tempoÍaneidade. O maisfreqüente é a referênca, pormeiodaspersonaqens,
BêrlndêdeapaÍato,sécuoXlXVeicuo a acontecimentos da vidasoca oLrpolítlca.
dâcãsalmpeÌialtil2ãdopeo ìmperador IVachado de Assis,em umapassagem de DomCasnurro, Íazo píolago-
D Pedrolem ocasióesespecials. nistaBentinho encontraÍ o imperador D. Pedro ll, quãndoo ônrbus em que
estápára a firn de dar passagem ào coche iÍnperiã|.Na cena,a pÍesença do
imperador eã reÍerênciaaos veícuos de tÍanspoíte púbLico
marcam o mo-
mentoqueestásendorecradopelanaÍativaficciona. O acúrnuo de infor-
nè(óecdesse tipo,no\ roTdnce., idl Lon q,e o ê lo'd" epo(èíeconheça
traçoscaracterísÌcos da sociedadeem quevive'
Esserecursotambém efautiizadonosÍomances A difeÍença
românticos. é
que,nostextosÍeaistas,a introdução de dadosda épocacostuma vlr asso-
ciadaã urnolharcítico,queparecemanifestar dosleitoÍes
a insêtisfação em
relãçãoa espaços e serviçospúbllcos.

r Materialismo
Conseqüênca naturadaoposçãoaosêntimentalismo romântico é a ãdo-
ção de uma posturamateriaista,queprocuraa verdadena concre-
realidâde
ra,'natêa. e nãono\,en rìenlose ndirègi_acáo.
reaistas,a sociedêde
PaÍaos escritores lmèdiatoe
é o objetode lnteress-"
suaanálisee compÍeensáo dêpendern da capacdadede 5eatereÍna fatos
verdadeirose compoftamentos obseNáve5.

Rearimo385 I
! I T ER A Ì U R A
-

a r A "anatomia
do caráter"
Condição paracoÍÌìpreendeÍa sociedade eÍaobservarcomosecompoftã
e varÌìas pessoas
e se nava a gurnâreaçãoentreessecomÌlortamento e pro
; blernassociais.Poressernotvo,os realÌstas deixãmde ladoo paÍticuar,o
! exótrco,e procurarn
t agrafo queé típ co,sisternático,
recorrente.
:
pe
Verndaíointefesse a anáisedasmotìvaçÕes psicoóg casquepoderarn
exprcarceÍtoscomportamentos. A érn disso,as personagenstambémpas-
sarna serconstruídasde modocoeíente como contextosocia, c! tural,eco-
nômicoe oolítco em oueseinseÍem
Machadode AssismostÍa-se um mestrena constÍução de personagens, È
pondoernevidência asmotivaçóes psicoógicasdo compoÍtamento de cada
(deMemórias
urnadelas.BrásCubase CoÍri-r, póstumãs de8/ásCubãs), Ben
to Santiago(deDomCasmuío),Paha e Sofia(deQuincas Baúa),pa? cilal
apenasalgunsexernpos,sáopersonificações perfeitas
dosmembros da elte
brasieirada segundametadedo séculoXlX.Aqemde forrnacoerente com
uÌnac assedominante que náoviâ nadade eÍfadoem exporâÍos outrose
nãotinhaescÍúpulos emfazervaleÍ a pTóDra vontade.

Retrâtode jovem pa! istana,1873


r O interesse
coletivoempauta
PaÍagarantr a reaizaçãodo pfojetoliteÍá|odo Realismo,
osÍomances do t
perÍodoãboídamternasde interesse coetvo. Osarroubos amoÍosos do Ro-
mantsÍÌìo sãodexadosdelado,porqueo escftoÌdeseja agoranvestigarcorno
é ã v dã apóso casaÍnento.Poressemotivo,encontramos diferentesautores
trêtandodo temado adLrhério. !
Noplanosocal, a opíessão,
a corÍupção, o mundo dapoíticaea frivoldade
daselitestambérn aparecêm ternatizados A paftirdelessefof-
conìfÍeqüência.
maum ÍetratodaSociedade que
daépocanãquio elatemde maisveÍdade ro.

r Linguagem:
a forçadasdescrições
cruéis -
È
Nop anodâlinguãgern, a tradução mas evdentedo novoolharadotado
peos escritores
realstasé a tentativade ofereceÍdescriçóes aparenteÌnente
se'taspè,4o u eeot o Í o ' Í e , rì j-r-o o a s c e ì a rd p t e . rd
e od\.
Reparecomo o narradordeAprimaBasílìodí ge aatenção dequemê paÍa
osagpectose comportamentos maisneqãtivos e Íidícuosda personagem.

Ha\ia cin(o anos que D. FeÌicidade o amava. t...1 ViaÌn-na


corada e nutrida, e Ììáo srLspeitavamque aquele senriÌÌÌento
concenüado, iritado semanalmente, queimândo em siÌênci{r,
aiadevastaÌìdo como umadoença e desmorâlizâÌìdo coÌÌo um
úcio. [...] Sempre tir€ra o gosto pen'erso de certas ÌÌÌuÌheres
pela calü dos ììomenq e aqucÌe apetite insatisfeito iníÌaÌÌÌara-
se com a idade. Quando se punha a oÌÌÌaÌ para a câlva do Cor-
selheiro, Iârga, redonda. polida, bÍlhanre à luzes, uma tr:üìs-
piração ansiosa umedecialhc as costâs, os olhos dardejalanì-
lhe, tinlÌa uma vontade absurda. áïida de the dcitar as mãos,
palpála, sentn'lhe as Formas,amassá-la,penerâr-se deÌal t...1

QUEIRÓS,Eçade. Ol"rtu tJ6trio 15.ed. sãoPxulo:


p. 3435.(l_râgnc!lo).
199.1.
U Dúdejavm:billìaun. ^ri.a,

a 3a6 CAPI|ULO
19
-L ITERAÌU R A

Projetolitêráriodo Realismo Nesse morfento,o o harcrueldo narrador


aparece de modoclaÍo.A atra-
çãoque D. Felcdade sente pelo ConselheÍo é apíesentada como"uTna
'
doença q!e a desrÌìoralizê '
"comouÍlìvíco Seu gostopeloshomens cavos
€preíentâçãoda Ëa idadeque per.rÍi1a
dêi!ôcar apêct6 n€gatlvosda socedâdê como"perveÍso".
é definido Nof Ìn dacena,pode-se imâginaro descontÍole
quetornacontadessamulher,quandocoÍÌìeça e tem d ficudade
a transpirar
olhar maisracioiâ, óbjetvo e úit co em contero desejode seapoderar da caÍecado Conseheiro,"palpá-a, sen
rr' -h e a r Ío' Íà(. d-a pe_êl d' -.ê de d" .
coetvô(adutéÌo,
temasde nter€sse " -1" .
coÍ!pçãÔ,etc)
opressão, A cenaexpoÍa o lador dículodessesentirììentoe, ernboÍanãosemani
festee dôao eitofa sensaçãodequee e é quemnterpreta a cena,o narradoÍ
conduza descrção a unìalntefpretaçãoespecíficê:
estamos contemplando a
degradaçãodãquela senhora.quemalconsegue 5econtro araovera calvã do
conseheiroAcácio.
.)ï
''tè'i'

O Faraíso
O trechoabaixonarrao pimeiro encontroamoroso
entre Luísae o primo em um quarto alugado.

la encontÌd Basílio ro Pa'a;s, pela primeira vez. I...1 Ia, enfin, ter
cÌa próprìa aqucÌa aïentuu que Ìcü tnntas veze
rosos! 1...1Era para c,sÌados de Anoios, adianÈ do LaÌgo de Sânta
BáÌb,ìÌa; lembra\"aic vagamente que haüa â.Ìiuma correnteza de ca-
sasvcÌhas... DesejaÌia antes qÌrc fosse ÌÌo caDpo, nüma quinta, conÌ
doredos Ìnurmurosos c rehas fofasi passeâriatÌÌentáo, com às mãos
cnÌaçâdas.num siÌêÌÌcio poético; c dcpois o som da água que car nas
baciâs de pedra ddia um ritÌno ÌânÍilrido aos sorÌos amorosos... Mas
eu nunÌ teÌceiÌo Ddar, qÌrem sabe como seria dentro?
t.. . 1
A cdì üagem pdou ao pé de uma cÀsaanÌiÌeÌada, com uma po 1-
nha pcquena. Logo à cniÌada um cheiro nìoÌe e sàlobro eDorou-a.A
escada,de degraus gastos,sìrbia ingÌemerÌe te, apertâda eÌÌtre paÌe-
dcs onde a cal .aía, e â umidade fizcra ÌÌódoa!. No paÌamaÌ dâ sobrelo
ja, umajaneh conì uÌÌÌ gradeadozintÌo de arame. parda do pó acumula
do, coberta de teiìs de àÌmha, coara a ìuz suja do saguão.E por trás de
uma portinha, ao Ìado, sentiase o rangcr de un berço. o cÌÌorar dolo-
roso dc uma oiançl.
NIasBasílio desccu Ìogo, com o chuuto naboca, dizendo baixo.
-Tão târdeÌ Sobe! Pcnsci quc rÌão vnÌhas. O que foi?
A escacÌaera tão esguia, quc nio podiam subirjuntos. E Rìsílio,
caÌÌìinhando adialìte, de esgueÌha:
- Estou aqui deide a üÌna hora, fiÌbal IìÌaginci que te tinÌÌas cs-

EmpuÌrou uma cancela, têla en1Ìâr nuD quarto pequeno, forrâ-


do de papeÌ às Ììstrâs àzuis e brancas.
t,uísa viu Ìogo, ao tundo, umã cama de feno com uma coÌcha
amarelada, Íèita de remeÌrdosjÌrìtos de chitas dilèÍentesi e os Ìcn-
(ènê oá m n sseneuprmo darrlo çóisgrossos, de üm brarìco encardido e maÌ Ìalado, estaulm impudi
cameÌÌtc entleabertos..,

Realìsna3a7 a
L I Ì ER A Ì U R A
-

Ú s"Ìob-, {lesagÌadáucl Fcz'seescarÌate:senrou se calâda,cnbaraçada. Eos seüsollÌos, muito


abcrros, iaD se fixando nosÌiscos ignóbeis dâ cabeçados ióúòros, âo
pé da cma; na esteira esfiada, coÌnìda, com rÌma nódoa de rinlâ ertor-
nada; nas bmbinelas dajaneÌa, de uma fzenda \€rmelha, on.le se viâm
passagens;numa Ìitografia, onde uma figura, coberra de u ìa rúdca àzuÌ
fiuruante. espalhava0ores voando... 1...1

QLÌEÌROS, Eçade. O1tu, aanTir. I5. ed. São ìlauìol


Aúca,1904.p. r1ír47. (FriFqnenk,.

Í. O que Luísaesperava do lugãrem que iriaencontrârBâsílio?


f
r O que essasexpectativas
ÌevelaÍÍìsobÍeea?
2. Que tipo de cenário Luísaencontraquando chegaao Parâíso?
r Expliqueporquea oposìçáo entíea descrçãodasexpecratìvasÍornánticas
dajoveme essecenáÍio indicaa filiaçãodesseromance
à eíétlcarealisÌa.
3. Releiaos trechosa seguir
'1...1Dcscjdia àrÌtcsque fosseÌÌo cmpo, numa qüinra.coìÌ aÌr/o
rcdos nzmzl,sor e rcÌlas ly'ar; passeaÌiamentão. com âs ìÌìáos enla-
çadas,nun silênciolrl.t.q e depoiso som daá$ta que cainâsbaciâs 3
de pecÌradaria ìrm ritmo lá"gz?doaossonosamorosos."
'A canuagemp.rrourc pé de umâ casaamareladajcom unapor
ti.n\È pequma.Logo à entrnda um cheio motze satoln enojo\ta. A
escada,de degraus gdrroq stbia ìngrüenmt4 apdtada entre paredes
onde acâlcaíâ,e a umidâdefizeraródoas.No paramarda sobreloja,
j
u1Ììa.janeÌacoÌú urÌ gradeadozinhode arame,?aftlactopó acwnuÌa
14 cobcrtade tciasdc danha, coâvaaÌu r,ya do saguão."
. Queimagemos adjetivosdestacados no pr meirotrechosugerem?
I Dequemaneiraos adjetivos deíãcadosdo segundotrechocontribuern
pdralnd cara dêgÍadaçáomorê por qLe passará Luísa?
:
4. QueoutroÍâto contribuipârâsugerira inâdequação da idealização
amorosaque Luísâfaz do relacionamento com o primo?Explique.

5. Observea linha do tempo destecapítuloe discutacom seuscolegâs !
as questõesa seguir,
. Queacontecimentos ou idéasnelâapresentadosindcamo pÍocessode
desenvovimentosociae cu tLrraldesse
período?
I Dequemãnelra essenovo"cenáÍio"socioclt
iuralãfetaráa construÉodas
pe6onagense deteÍmnãráostemasãbordados nosromances reastas?

UmBrasilemcrise
NaSegunda rnetade dosécuoXlX,o BrasienffentauÍncenáriodecrise.O
firÌìdotráficonegreÍo,em 1850,aceleraa decadènca daeconoma açucarei
ra e anunciaa Íupturadefinitvado regiTneescravocrata.
Asdiscussõessobrea abolçãodosescÍavos nãoafetamsomente osgran
deslatifundáfos, quedependiaÍn dessamão-de'obra paÍap antare colher.
As instituiçôespolítcastambémsãoabaadas,porquea a a pÍogressisÌa ga
nhaforça para seopof à mentaldâde conservadoÍa dosescravocÍatas.Essa
instablìdãdeinstitucona êtingea econorôta,
a política
e ameaça atéo mpe-
ÍadorD. Pedroll,como inícodãpropaganda republicana.O quadroé agrava'
do q-a.doo oàs envol!e ndCuorra do Ddtdgudi.
'e

.3AA CAPÍTULA
19
T I T E RA Ì U R A
--

Asbases quesustentavam
socials a ideolog desa
a romântica
parecem. O pensarnento
burguês maisconservadoÍ, queassum
ra o podereconômico,
entraem conïrontocomos anseios de
umaca55enìéda cadavezrnaisnumerosa
A socedadeprecisavade novosntéípretes paÍae55aÍeall-
dade.ÉMachado deAsssquemdesenvolve umnovoo haÍpãra
a socedadedo Segundompérlo,esboçando de modoÍevea
doÍ e impedososeuÍetÍatoÌnaisfiel.

victo r Me re les,Eata/ha,ava/ de Ârã.hreio (detalhe),c. 1s 7o Óleo sobre tela f


O d a I I de junhode 1865Íeq strouuma bat. hâ navã grandosaeftre â
esquadra brasìêÍáea paraqlaa, queÍoìdêíôtádé Nô.entÌo doquêdro,
desta.aie Lm marnhê@neqrcbÍasienôOs negrostiverampadcpaqão
expe$ va nâsiorçasbEsìe Ías nessâg!êra

MachadodeAssis:
umcéticoanalisa
a sociedade
Ivlachado deAsss çurDreendeu o oúbico eitoÍdosÍomances românticos
comã pubLcacáo de um ivrosupostamenteescritopoÍ um defunto:Memó-
riâspóstumas de BÁs Cubas. EssãobraproÍetiza
a constÍuçãode um Reai5
Íno dferentedaquee que surgu com Flauberte chegou âo BÍasilcom os
romances de
de Eça QueiÍós. como Machado avisou no prólogo,seulvro "é
j
taçaquepodeter lavores rnaslevaoutrov nho".
de igualescola,
A críticasociareaizadapor Machadode Asssé novadora, poÍque5eu5
romances representam o públcobufguêsde modotãorealistaqueacabam por
provocãr,entreos eitores,muitomalsldenÌifcaçãoqueconstrãngimento.

r Osprimeiros
romances
A caÍÍeirade MachadocorÌoescrltoT costuma serd vlddaem duasfêses,
determinadas ê pârtI danaturezadosromances quecriou.A primeÍa mostra
!m autofcujageniãldadejá começaa aparecer. Fazem pêÍtedessalaseÂe5
suffeiçáo(1872),A mãoe a luval1al4j, Helena (1876)e laiáGarcìa (1818).
Essasobras,apesar de marcadas portÍaços claramente românticos,tradu
zema pÍeocupação do escitorcoma questão da ascensáo socaì.pé histórãs
sempÍedinheiro,
dearÌìorenvolverÌì farníiae casamento e apÍesentam a estru
turadasnaTTativasrománticas, com princípo, meo e f m, consÍuídas como
obietlvode pÍovocarsurpresae emoçâo. Essa estÍutuÍaden'ìonstÍa nten
uma
çãoevidente ded vertr e moraizãÍ,muto pfesa à forÍìrampostapelofohetm.

r Romances
realistas:
melancolia
e sarcasmo
A obÍadasequnda fasemachad anaé coÌnposta pelosromancesMemótas
póstumas de BrásCubas(1881), QulncasEorbê(1891),DomCasmurrc\1899),
Esaúe)acó(9a4 e Memo,a/deÁ/es (1908). A tÍamadetodosdesenvolve se
duranteo 5ê9undoRenado,tendocomocenárioa cidadedo Riodelaneiro,
cãpitado lmpéÍio.
OsroÍnances dasegunda íasemachadìana concentram-senafa sdadedãvida
depoisdo casãmento,marcado pea tração.A nslstênca nessetemapareceter
orgerììno pessm srnodo autor,quevê asrelãçõeshumanas semplemotvadas
TalvsáofazcoÍÌìqueaspersonagens,
porinteÍesse. reflexo
dascarnãdasdoÍÌì-
nantes,busquem o pÍoveito
pÍóprio,sernespacoparaa5ações desntêressadas.

Red/iimo389 I
T I Ì ER AT U R A

deum"defunto
Asafrontas autor"
Costuma-se dizerqueo ênode 1881rÌìarca o inÍco do Realismo
noBrasi,
poÍquefoi nessa dataqueI\,/lachadodeAsss pLrbrcouMenóíìaspóstumas de
Machado eraumìeitorapaìxo 8rá5Cubãs,quepÍorÌoveuumarupturaradicacomo "modelo"romântico
nado.ÊÍnborã t€nha,comooutrcs oe naTTalva.
ronìa ncistasdeseutenìpo.lidoos O romance é ê autobiogÍafjade BrásCubas,narrador protagonista
quese
Íranceses (VictorHugo,Chateau
apÍesentã,no prirnero capítuo, comoum "defuntoautor",0 contextonaÊ
bÍand,Stendha,XaveÍ de Ì\,44i5-
Íatvocriado é, ponanto, suÍpreendente: um morto,cansado davidaeterna,
tÍe, etc.J,suapÍosamostÍalorte
inf uènciados êulorêsinqleses, Íesove escTeversuas ÍrerÌìór
as "póstuma5".
comoLâuÍence stêrnê,Shakespe- O estlo rÌìachadianoaÌlaTece bastanteateradonessaobra.l\lachadode. f
are,W M. Th.ckerây, ionatlìãn Asssabandona a preocupação como desenvovimento deLrmahistória
centÍal
Swifte D ckêns.Comeês,e Xa- e cuidadeaofesentaÍ urÌìaséÍiêdeeDsódosiustÍatvosdâvidâdeBrásCubas.
vleÍdêMaisrÍê, dêsenvolvêuag!- A histórìa
nãotemnadadeexcepcional. Naverdade, o quemeÍeceestudo
do sênso de humorê um o har e à l ê _ ç á oê d o r' ìpo* \" o de ddd ê êrê1.àdàs pêÍso' àqe' (.
marcaoo peo pessÌmsmo. "lL
ÌVachêdoeu tambénìmutos
rose portugue-
escrtoÍesbrasile
sesdo séculoXlX.ComocÍtco A mmino ópai d.ohomem
terário,produziuanálsesntei-
qentesde obrasdeA rneda GaÍ-
rett,EçadeQueÍós,losé deA en-
t...1
Desde os cnÌco Dos rÌìerecera cu a alcunha de "menino diabo"; e lerda-
car,loaqurnlvanueldeMêcedo,
Bernardo GumaÍães,Gonçalvês deiramentc não cü outra coisa; tuì dos mais mâìignos aÌo meu tempo, dguto, l
Dias,Álvaresde Azevedo, Castro indiscrcto, tÌ aquiÌÌase ïolunÌârioso. Por cxcmplo, um dia quebrci a cnbeçade
Alveseoutros,mostÍando pÍofun uma escrala, porque me negaÌa üma coÌÌÌcr do dricc dc coco que estava Íten-
do conhecinìentoda teraturaem do, c, não contente coÌÌ] o male6'cio,deitei uÍÌ Iru ìado de cinza âo taclÌo, e,
InquapoftugL]esa. n:o satiúèito da tial€ssura, tui dizer à minha màe que a escra\"aó que esdâga-
Ìa o docc 'Ìror pinâÇa"; e eu únha apcnasseisanos. PrucÌên.h, um moÌeque
cÌacasa,era o meu caralo de todos os dias;pÌrnha asmãos no chão, recebiâ um
cor.Ìel ÌÌos quci\os, à Suìsa de lreio, crÌ tÌeparãlÌie ao do$o, .om uma lãrnÌha
na mâo, fustig 'a-o, dava mil vollâs r um e ortÌo Ìa.lo, e ele obedecia, - atgu-
ma v.zes genÌendo, - mas obedecia scm dizcr paÌara, ou, quuÌdo rnuito,
um - "ai, ho hôi" -ao que eu retorqúa:- "Cah aboca, bcstâ|" 1...1.
t...1 3
O quc importà é â expressâogerâÌ do meio doméstico, e essaaí Íica indi-
ca.Ìa, \dgdidade de caracteres, moÌ das aparências rutiÌmtes, do,ìÌ-
Êì Rutilmtes:nrlgrnnrs, cúrilmrs ruído, frouid;io da vonlade, donìínio do cap cho, e o mais. Dcssa terrâ e
dcssc cstrurÌe é que ràtcerÌ esta 1ÌoÍ
ASSIS,lvlachâdó de. tÍ.-,tta! !óstunn\ d. R 1: (:uba: Sa. P^rlô:
p. (!Ìagne!to).
-\tliê Edito.iâl,200Ì. 37-90.

! Éirnpressionanteobservar e a pÍepotência
a aÍÍogâncÌa queconstituem os
traçosfundãmentais do caráterde BÍásCubas.DiÍeÍentemente do que s-Â
espeíãíade um narrador protagonista,elercvelaospiorestraçosdesuapeÍ-
1 sonalidade,"l berado"dasconseqüênc aspoísuacômodâ posição dedefun-
to ãutor,quenãoteÍÌìÍÌìaisnadaa perderporquejá estámorto.A frasefinal
J explcâo títuo "O menno é pa do homem": selormouemum
seucaráter
] contextofâmiiarquefavoreca comportamentos pTepotentes.
O realsmomachadjano é diferente
dosouÍos,Íogedacríticad retae fácL
De modoenqenhoso, surpreende comum retratofieLe sen'ìretoquesde uÍÌì
membrodãe itebrase Ía.Ao apresentar BrásCLrbâs emtodãã suadesfaçatez
e arrogânca,o quesepercebe é queesseerao comportamento que
daqueles
Machado deAs5se a esposaCarolina ocupavam asaltasposicões
emnossa socedade. Através
dee, o letoréÍorçado
e mu mâíúãdôRlôdêlê. ê rô o Íetratode suapfópriamiséÍahurnana.
a encaÍaIseÍ]ìatenuantes,

) 39O CAP|TULO
19
TIÌIRATU R A

DomCasmurro:
osmistérios
daalmahumana

1
BêmÍô dêAlmeida,
Árrufot

a9,l x 116,1cm.O retâtó


f
de um casaeÍn cr se,fêito
porBelmiro dêAlmeida, bem
podeÍiailusÍêrvéroscapitulos
dÕromanceDomCasmurrc,

Vivo só, con um criado. À ca-saem que moro é própriE Êla consnrir de
propósiro, le\Ìldo de um desejo tão pàrticulâr que Ine vexa ìmpimilo, Ìna-sú lá.
Um di4 há bâstantes anos, Ìemblou-Dc rcprodúiÌ no Engenho Novo a ca,saem
que me criei na antiga Rua de MatâcayaÌos, dãndclhc o mesmo âspecb e ecc
nomia daqueÌa oÌrtra, que desapâreccu. Construtor e pintor enteììdeÌàm bem
as iÌÌdicações que lhes tu: é o mesÌÌìo prédio a-s.solrrndâdo,trêsjaÌìelâs de frente,
\âÌìndâ ao fudo, as memas âlco\ãs e salas. 1...1o mais é trmbém aìáÌogo e
parecido. Tenho chacâÌinha. jìores, legìÌme, üma casuâ.ina, um poço e Ìava-
douro. Uso lor4a veÌhâ e mobíliavelhâ. ErÍìm, agoÌì:Ì, como oütÌora, há aqú o
mesnÌo contrast€ dâ úda úterior, qüe é pacâta, conì â exterior, que é ruidosa.
O meu fim e\'ìdente era atâ.râs duas pontâs da üda, e resL:rurar na velhice a
adolescência. Pois, senhor não consegxi reconrpor o que Íbì nem o que tui- Em
tudo, se o roúo é iguaÌ, a fisionomia é diferente. Se só nÌe fàlta.asemos outÌos, vá;
5 rlm homeDì consolaie mais ou menos das pessoasque perde, mas taÌto eu mcs
mo. € esta lacuna é tudo. O que aqÌú est.áé, nÌal comparÀndo, semclhmte à
pintura qüe se põe na bàÌba e ììos câbelos, e que apenas conse.rvì o hábito
externo, coììo s€ diz nas âutópsias; o intemo Ììão agiientâ tinta. [...]

iil
I q"
\5 sl{ . v h. Jo dr. D @, À 'L- \r,, P ,,.1,. ,i rr ,. l qr?. p. I L .Fri en' c r' ro
'i -n

M O textoquevocêacaboudeleÍÍazpartedo segundo
DomCêsmuffo. Nele,o naÍÍador,
toresa rãzãodeter decldido
Bentoconfessa
BentoSantiago,
escÍever
capítulodo romance
procuraexpicara seuslei-
uÍn lvro sobreiua v dã.
tertentadorêconstitu ra adolescênca
da consÍuçãode umaÍéplcapeÍfeiiada casaondepassou
navelhlceooÍ rneo
sua nfância.A
estÍatégiaÍracassou e o motivomereceatenção:ele náo é mâisa mesma
pessoa quevìveLrdiasfelizesnacasade N,4atacavalos ("5êsó meÍaltassem os
outros,vá;1...1
masfa to eu mesmo,e estaacunaé tudo").
E5sa5palavras do narÍadorsãopistasvalosasparaa compÍeensão
iniciais
do projetonaÍÍativoa quesededicaBentoSantiago; pÍovarpaÍao letor do
romancequesuafelicidade fol destruída pêlatÍaiçáocometidapelãesposa
Captu e peloamigoEscobar
SLrapersonalidade começa a transparecer nasprlmeiras quelaz
revelações
sobrea vidaque leva:solitário,sêmãmgos,em rneo àsrecoÍdações de um
passado que buscareconstitu r. O solãmento ern quevivee a posturaalgo
arroqantevaleram-lhe o apelido de "domcasmurro", comoelemesmo escla
receao expllcaÍo títuloda obfa.

Áearsmo
391 I
L I TER A T U R A

do livÍode receitas
OssegÍedos mulher
de uÍnaaudaciosa

Lstess.q\ilhos s@en LamÚém mo htlstiasaÒldn amas rla tuisa. aãal,Mt , B '


qü. laz a PattÌ., é qum tÍaz a da@.I l D\naathan Y na bn.a-ti@ dztí.ia! Menas'
ioré'n, que o beijoque |tuúnos aútrÒdia apó' a Pqt ado UtÌú r.ì t'isú! l . l Utu
6trewçãÒquc nar,lzirtu sn fala. Pú poúú nìnha nãe kão noss"tnaúle Í l
P.onto I Estàvâerplicado o nistório I Era Precisolaz.r segrèdopor is$: é que
a úenina usavao cideÌnô de rcccitõ comoumà espécìede diálio, desês úpicos .f
de àdolescente, qre atéhoje sobÌÕi\cm soba forma dasasendd cs.olà.es.t l
NIÀCIL{Do, Anâ Mada ,{ aalttta l.sa ?,4ü' Rio deJD'úo:
Nom FronÌ.i.a, 1999 P.67-ô8 (Ira8Ìü'nb)'

fazenìpartede unìgrupode pêssoas


Biãe FabÍícro queserEúneparadscuÌÍê
íiãçãodeuma novelano RiodeJaneÍo do o
sécu XLXQuando o encontra
FabÍíc um
de unìamenina
lvÍode receitas queviveuduânteo SeglndoReinado um inteÍeç
santêm íéÍio teráÍiocomeça a seÍevelaÍ, desse
o enrêdo
entrÊlac.ando romance0e
Âna\,,larìa cahistórê deDomCasmuÍo,
e a cláss
N,4âchado dêMachado deAssis

do indivíduo
completa
A destruição
DeÍnodobastante tdo,DomCasmurro
Tesum deumhomem t
aafftaa história
cornpletarnente por
perturbado umsentlmento mesquinho: o ciúme 1
daobÍadeMâchâdo
Muitoscríticos deAssisadveítem paraa necessldade
de o leìtorde DomCêsmono nãosedeixaÍinfluencaTpeassugestÓes e nsL-
nuações A questãobásicaé: até que pontoã narrativa
do narradoÍ. de um
homemceÍtodetersidotraído pelaesposa é conÍável?Comosabero quede
fato acontece!entleCapitue Escobar Geé que houvemesmouÍì envov
mentoamorosoenÍe ambos)? ApenasBentoSantiago, aÍnaTguÍado e so,
decdeo quedeveou nãoseÍrelatado ao leitol
Assim, do livÍodexadeserseCapitucometeu
a grandequestão ou nãoadul
téro.O que é
importa percebel
como I/lachado retÍata,de rnodo êxtraodinário,
o cornportamentodeuÍÌìhomemcompetamente transtornado peloclúrne

r O leitorno centroda cenaliterária


A íicçãode Machadoé caracterizãda por um d á ogo constantecoÍno
leitor.Ao contráro do queíaziãm05rorÌìânticos,
o narradoÍpÍovocainsulta,
desaÍa e íonizaseupúbico,transformado em a vo de chacoÌa

O senão do hwo
1...1Mas o ÌiÌro é enÍàdonho, cheiÌa a scPulcro, traz certa contÌâçáo ca-
da\'énca;vício grave, e aÌiásínfimo, porque o nìaior defcito deste Ìivro és tu'
leitol Tu Èns pÌessa de envelhecer, e o li\Ìo anda de\rÀgar; tu amas a ÌìaÌra-
ção diretâ e nutrida, o estiÌo reguÌar e flì.Ì€nte, e este livro e o ÍÌeu estilo são
como os ébrios, guinam àdireilae àesqu€rda, andam e ParânÌ' resmungam,
urram, gargalham, ameaçam o cêu, escorregam e caem- .
ÀSSIS, Vehado d. ,Ímôa' l)óslL"Ú\ d' Br'is CÚbã:
Riode.lâneiro: CaÍnìÈÌ: p l'10 (F ag!Ìentt

a 392 19
CAP|TULO
T I T E RAT U R A
-

E55ã mudança sinalìza


umalmportantecaÍacteÍíst ca da pÍosaÍealista:
o
obietivoé manteÍa atenção do leitote nãoconvencê- o a secornportardessa
ou daquea maneira, comoqueÍiamos foÍÌìânticos.
Nesse sentdo,todoo apelosentlmenta desapaÍeceeo etor é convidado
a contempar personagens quenãosedefnempelassuasv rtudes,masapÍe-
sentam, ernmaioÍou menoT gÍau,umapeTsonalidade mesquinha e sórdda.
O obietivodo naÍÍadoré d veftr e, ao fazerisso,seduzÍ de ta modoqueo
maisdufase cruéisde personagens
e tor acelteascaÍacreÍizações cuioperfil
é rÌìuto semelhanteao dele.

r Oscontos:
o exercício
crítico
emnarrativas
curtas
os contosde Machadode Asssconstituem oeouenas da
obras-ÌlrirÌìas
iteÍatuÍabÍasleira.Dasvárasco etâneas,quatro se destacam:Pêpé15avulsos
11882), sen data\1884J,Várìashistórìas
Histótids (1896)e Âerqulárde casa
velha11906).
"I/llssado Galo",por exemplo,apresenta a seduçáode um jovempor
umaÍnulhermas velha.Nesse conlo,MãchadoÍevea todaa suacapacidade
detratardo erotsmosemapelarpaÍadescrçõesdenatureza a go que
sexual,
criticavafeÍozÌnentenosromances de Eçade Qüeirós.
Outroexemplo é "O ál enista",narÍatvaqueobrigao leitora
de maestrla
5
olharde modocítico paÍao feruorcientíficoque dominoua sociedade na
sequnda do século
rnetade XX

ta
O texto a seguìrrefere-seàs questõesde 1 a 4.
-
n! Olhosde ressaca,
|]í
No entefto de Escobatseumelhor amÌgo,
Bentinhopensaver nosolhosde CapiIuasmarcas
da tftÌção de aue aaredita ter sido vitíma.
tl
f

I
Enfim, chegou a hoÌa da encomeÌìdâçáo e & paÌÍida. Sáncha qús despe
dirie cÌo màÌido, e o desespero daquele l ìce consternou a todos. Mrútos
homens choì?Ìàm também, as múhercs úod:Ìs.Só Capinr, mpdando aür:L
ra, pareda vencer-se a si mesÌÌÌa. Lbnsola\ã a outra, queria mmcíja dú. A
contusào cra ger: . No meio delâ. Llapilì! olhou alguns instanres pàâ o cadá
ver tão fixa tâo apaionadamente lìra, que não admiE ÌÌÌe sàÌtassemal$nnas
LágÌinH poucas e caÌadas...

I ,Csmhhas cess.Tm Ìogo. Fiquei â r'er as deÌai Capitu eÌÌ.ugou as {ìe


pressa, olhando a tuÌto para a gente que estâm na sÌa- Redobrou de cdí-
I( cia-spam a arniga, e çns Ìeúla; mas o cadáver pare{e que a tìnha lâmbém.
Momento houve em qrc os olhos de tlapitu fitaram o definto, qüais os da
úÌim, sem o praÌìto nem palavÌàs destÀ mas graÌìdes e abeÌ1os,como a\'ãga
do md Ìá Íbra, como F qÌrisesse üàgar tambéìn o nadador da manhã.
,dasls,NIi.lDdo de Donazqmr 32.<1.Sãolaulo: Ati.a,199t.p. Ì6G161.(Fngrn€n&,

393I
Âearlrro
TITERAÌURA
-

í. Que emoções ã despedida de sanchaao marido r Escobarmoíeu afogadoemum marderessaca. Que


morto provocounos presentes? reaçãoentíeCaptu e a mortedo amgo Bentinho
r EmboÍã Escobarfosse seugrande amigo,Benlnho estabelecea partiídotrechodestacado e do tltu odo
fèo àlàdê ,Looor po paroerr- gÍd1ded_ rqo. capitulo?
Qualé o foco da suâãtenção? 4, Bentinhoéum narradoremprìmekapessoa, Por-
r Expiquede quemanelra esseíelaloÌevelaâ des tanto, seurelatonão é isento,;mparcial, Releia
confancaqueijnhade Capitu. o trechoa seguir,
çào ÍÍeqüen- 'As mnÌhascessàÌ.ìnì logo. Fiqueia1€r asdeìai
2. lm DomCètmurrc,osolhosde Capitu
temente descritos,Transcreva os trechosem que CapitueÌLì(ugou-as depressa, ollìandoa Íür|o para
BentinhoÍazreferênciaao olharda esposaparao na.ila. Redohr.u de.drr,r.r'
para a amigâ,e quis levá-la;maso cadálerparece
.tF
r os o hosgeralÍìênte sáodefinidoscomo"espelhos que a tinha lâmbém."
para
daalÍna". Eaboreumâhipótese expcarâsalu . AoafÌmaÍqueCapitu enxugou suaságrmas"de
sóesde Bentinho ao olhãrde CãpituparaEscobar pressa,olhando a furto paÍâa genteque estava
3. Releia. na sdla",o queee sugere aosleitores?
[...] MomeDto houre em que os olhos cÌeCâ- r consderando a desconfança queo anguíiava, é
pitu litâranì o defunto, quais os da \'ìftâ, sem o possívelconf aí na descriçãoque íaz dosgestos de
prnnto nemaspala!Ìasdcsta,Ìnâsgrandese nh{:r- Capitu? Porquê?
ru. .umu J !"9â do mrr li lut?.' omo 'e íìui.'*'c r Transcreva o tÌechoque coÍÌìprovâque Bentrnho
rà9,ìr tâmbénÌ o nadador da malÌhã." "cont rmou" suassuspêitas em reaçãoao5sent
mênïô(.1ã ô<.^<; F<.^hrr
^ôr

I O textoè seguiÍÍeÍereseas queltòesde 5 a 7.

D. Plácida
j
BrásCubasrevelacomo D. Plácídaaceítou
a funçãode "alcoviteiq" para os encontras
adúlterosentrc elee Virgílía.

v.-f iÈt^-
I...1
Virgília fez daquiÌo üm brincoi dcsigÌìou âs alfaias mais ida)rÌeas,e
,rf,\' dispôìas com a nÌtuição estética da mülheÌ elegantei et Ìevei pâÌa lá
alguns li\ros, e nrdo fÌcou sob a guarda de D. PÌácidâ, suposia. c, a
ceftos respeitos, verdadcira dona da casa.
OustoÈÌhe muito a aceit{ a casa; fâre}m a intenç;io, e doíâlhe o
olicio;lÌÌas rfinaÌ cedeu. Creio que chorâva,a prin cípio: tinha nojo de si
mesma.AoÌnenos, é.ertoque não lelDtou os oÌhos pàrâ Ìnim dumte
DÒnãPlécdê, lustraçãode
os pnmeiros dois mcsesi fala\ìrrne corÌ eles baiÌos, séria, cmmcuda, às
vezes tristc. Eu queria angariála, e Ììão me da\ã por oÍcndido, úatalã-a
com caÌLÌho e respeito; Íorcejavã por obterlhe a beÌÌevolêncìa, depois a
conÊança. Quando obli\€ a conÍimça, iÌÌìaginei uma história patética
dos meus aÌÌores com ViÌgíÌia, um caso anterior ao casamento, a resie
têncìa do pai. a durezâ do marido, e rÌão sei qüe outros roqucs de nove
la. D. PÌácidn não rejeitou rma só página da nolcÌa; aceìtoü as todas.
Em uma necessidadeda consciêrcia. Ao cabo de seismesesquem nos
lisse a todos hêsjüntos diria que D. Plácida eÌa minha sogrâ.
[[l Aìf.id ,nóris c uÌensiliósem ünâ .a\x.
IdônêNr adeqìadõ, coreb\ Não tuÌ ingEto; fiz-lhe ì.uì pccúÌio dc cìnco conros, [...] cono ún pão
AÍgüú'la: cotrqutuíla. palã a velhice. D. Plácida a$ãdeceü-me com lágrima-, nos oÌhos, e nunca
Forejav tarx cslò.qo,empenlìamme. mais dei\ou de rezaÌ por mim, todas as noites, diante de üma imagem da
Pecúüo:Fsenas, econonÌai \ârgcm, que tinha no quaÌÌo. Foi assim que Ìhe acabou o nojo.

ASsIs, NÍâ.rr2do de. tt?ai;,r l)linuna: & nr.k lúb6. SeoP^rrÕ:


AieìiêEdiroÌiâI.2001.p. 1?l, (FÍ"gmento).

.394 19
CAPITULA
IIÌERATU BA

No trechoda pá9inaãnterior,BrásCubasfalâdo "arranjo"que pro-


videncioupâraque pudesse viversuarelãçãoâdúlteracomVirgíìia,
uma mulhercasada. Queãrrãnjofoi esse?
! Quâ devera sêro paped€ D. Plácda nessa
stuação?
r ComoD. PlácidaÍeagiuà fun!ãoquedeveriadesenìpenhaf?
6. Qualé a estratégia de BíásCubasparaconquistar D. Plácida?
, ElesugeÍe queD.Pécdaaceitou prontamentesuã hÈtórapaÍalcar eÍÌì
pazcom a consciência Èxplque por quê.
, D€ que manera o reãto de BÍásCubassobÍeo nìodocomoganhoua
confiança d€ Assispara
de D. Pácda revea o olharrealstade N/lachado
a socedade em que vv€? f
?, Quâl é o retrato, bastantecínico,que BrásCubasÍaz de D. Plácida
no final?
r BrásCubasé um representante da e te. De que maneiraesseretrato
Ìevelaa suã visão de rnundo em função dâ posçãosocal queocupa?

RobêdoSchwarzí938. )
Ao adotar um ndrador uniÌateÌaÌ, fìzendo dele o eixo da íorma
:1:
ÌiteráÌia, Mâchado se inscreüa entre os romancistas inoladores, aìém
a Prolessortitu aÍ dê Ltêrat!Ía de frcar cm linha com os espíritos avmçados da Europa, quc sabiam
na Uncàrnp(UnvêrsdâdêEía qlÌe roàa ft|)r\ütdçiio.<Dporta Ìrm eÌemcnto de üntad? or ìntüesse,
dua de Campinas), é.onsid€ra o clacÌo oculto a eÌaminar, o indício d(r dse da cì1riLìzação buryüesa. l .l
do o maiorespeciá ía brasilero de qualquer suspcitf, o bach:úeÌ com bela
O nosso cidadão acima -
€ml/]achado dêAsss.Ìendod€
cuhrra, o filho amantíssimo, o maÌido cioso, o proprietáÌio abasta
dlcado boâpãrted€suav ddacá-
do, avcssoaos negócios, o aÌrimo da pareniela, o moço com educa
dêmcaaoeíLrdodo autor,duãs
obrasdestacarn se na anásê ê ção catótica, o passadista refiÌÌado, o.avalheim ,rlk ifaque - ticú.-'^
erp icaçãoda lìt€Íaturamâcha- ele próprio sob suspeição, crecÌoÌ de toda descoDÍiançã disPonível
d:Êìa:ao vencedotas batêtas I...ì
(Duas C dad€s, 1977)e Ummêr- SCÌ lÌARz, Robertó. A poesia enlenenadr d. ,0, CaJnm?
tte na perìferia do capitalisma ,Dza\ /d,r6. São ì'anlo: ComprnlÌia da\ Leta\, Ìc97. P.13. (IÍrgÌnèrto)
(Duasc dades,1990)
Êxplique
RobertoSchwãrzchâmaa atençãopâra o sìgniÍicadoda adoção
de um narrãdorem primeirapessoanosromancesmachâdianos.Re_
dija um pârágrâÍoargumentaÌivoem que vocêexpliquede que modo
a carãcterizâçãodessenarrador constrói uma imagem realistada
que,comoafirmaschwarz,sinâlizâa "cÍiseda cìvili-
elite brâsileira
zàçãoburguesa".
Antes de desenvolveÍseu parágraÍo leia âs seguintesetapas.
I Relelao trechode Memórìaspóstumasde BrásCubâs," O menino é pãi
dohomem".ldentfqueqLra éa magemqueBrásCubas apresênta de
quando
st mesÍlìo menno.
! Reeiao trechode "D. PLácida".Que Ínagempodemosfâzerde Brás
cubàsnessa passageÍÍì?
r coríìpareas duasimagense, com basenessacompaíação, identifique
afgumentospara demonstrarqlrê BÍásCubas,como os demas
nariadoÍes eÌaunì egitimofepresentânte
machadlanos, da eliìebrasileÍa
do Segundo Renado.

Âêârsmo
395 I
do romancerealista: o olhar crtficopara a sociedade

Flaubert e Machado:o estudo


doscomportamentosindividuais
o Realsmo inaugura atradição decons
truçãodaspersonagens queespelnam a
: socedade em quevverìì.t aubeftfoi o
pÍirneroa fazeí sso,emMadameBavary. È
charesBovary é o buÍguês s mples
e en-
= fadonho; Enìrna, urnapresâtácl erf ra-
z ã o d e s e u sd e v a n e io ro
s mâ n t lc o s ;
t RodopheBoulanger, o sedutor seffrprin
cípos Dainteração entreessâs peÍsonã-
a gens,surgeurnaexpicaçãopalao com
poftamenÌo adútero
No BÍasI do finaldo sécuo XlX,o "Íe
tratofeasta"daalmahuTrìanaesuasconâ
tfadições fo cornposto poí Machadode
Asss.EmDomCasmuffo, o nârrador,Ben-
i
to Santiago, atormentado pelapossbi
dadedeter sidotraidopelaesposa, Íeve
a tambérn a suanaÌuíeza humanaEm
umaconveÍsê aparenlernente nocenÌe
coubert,lover5 194x 261.m EsteqladrÒmoÍra
davilã,1852Óleosobret€la, comSancha, BentnhoterndespertadosI
loveisoÍerecendo
esmÕ pôbre.c€naquediÍclme.ìeserla
â â uma.amponesa
reÍaraÕêãrguNãiÕsanGs. desejos claraÍfentenadequados a urn
horaìerr casado. O seucomponamento
contfadtór o é reveadonã cenaabaixo.

A mda d.eSsncha
Qrnndo sâínos, tornei a fnÌaÌ com os oìhos à doÌÌa da cì!â. A mão dcla
âpertou nÌuito â ÍriÌìha. e demomuae nrai! que de costunie.
,q.modí'stia pedìa então, conrc agoÌa. que eulissc,ìquele gesto cÌc SdÌ-
.hâ uma stuÌçãoao projcto do nuÌido e um agftdecimento. Assim dcviaser
mas unì Ílüido particuÌìÌ que üÌc coüeu todo o co+o des\Íou dc Ìninì a
concÌusào que deixo cscÌitâ. Senti ainda os dcdos de SaÍcha entre os meus,
apertando uÌÌs aos outros. Foi um instante dc lertigem e peca.Ìo. Pâssoü
depressano relógio do tcÌnpoi qÌrando cheguei o rcÌógio ac, ouvicÌo, tüba-
lha\ãm sa)os mnÌutos.Ìa \iÍude e da rüào.
Àl.clìadô.te ,D,?,Ca'rmu Sio taul.: ,\iì.a. 2004.p. r5t. (lÌagmentr .
^SSIS,

A denúnciada hipocrisia
Ambientando seugToÍlìancesnossubúÍbos do Riode laneiro,o esclitor
pré-rnodern realsta:Íocãiza,por meio
sta LirnaBarretoÍecorreà estÍatégia
dasdescr çõesdetalhadas, o cafáter daspersonagens quedesela analsat
Quando, em C/êradosArlbs,o narrador descÌeveCasslones,unìconqusÌa
dor "barato"queseduzirá e desonÍará a jovemC ara,o e tor é convrdãdo
a
refletirsobÍeãsintençõesde alguémcomessas caracterís'tcas.

| 396 CAP||ULO19
Era CìassiÌrm rapâz de pouco menos cle trinia anos,
LraÌrco, sardeDto, irÌsigÌiÍicaÌìte, de rosto e de corpo; e,
conqüarto fosse corìlÌecido conìo coÌìsuÍÌado "rÌìodinlìo
so', além de o ser tarÌìbém por outrìs Íàçanhâsverdadei
rameÌÌte ignób€is, não tinha às mcÌcÌìas do urlilov do
!ioÌào, nem outro quâÌqucr traço de capadócio. V€stia
se seriârÌìeÌìte.se$rÌÌdo asmoctasdâ rua do Ouvidor; [...]
O caÌçado €ra coììlonÌìe â ÌÌroda, ÍÌas com os aperfei
coameÌìtos exigidosporunÌ cÌelaantedos subírrbios,que
cÌìcân1ae seduTas damas com o seu irresìstiïel violáo.
[!Ì Modinüoso: qne to.^" x. Era bem mist€Ìioso essc scu vìolãoj era bem um eÌ;
"-di,'Ì*,
xiÍ ou talismã de amor. Fosse ele ou lbsse o rìolão, fos
Igróbêú: qüe não sio nobÌes, de caátr sc!Ì.Ìnbos conjuntaÌÌÌentc, o ccrto é que, ro seu ativo,
o Scrhor UassiJones,de iào pouca idàde, reÌativamen-
Mel€ms: cabekx Ì,)ngos, nÌrdcixàs
viltuose pe$à crüdútuÌente hábil em tc, coÌÌ|a\'a 1...1a sedução de tlarande íunerol de se
dctNüàda Íea do conbe.inento.
CapaÍLíoordüie.Ìe qucnÌ t .h
en8-rár os oüú!\. .ÌDr Ìaho, rìpa.eiÌo. BARRETO, Lìnìr L-l"rú la intt. SãoPaulo:
AtiLâ,1905.p. 2J. (Lagn€nb).

forTna,
Dessã um qLradro
LimaBarÍetocorÌìpÕe dasociedadedeseutempo
os comportamentos
e denunciê h pócrtasou visdos ndivíduos.

j
Uma alma angustiada
A sondagem do mundointeriofdaspersonagensqueapaTece em lvlachado
de Assisserántensifcada na obrade GracilanoRamos, naquioqueseÍá
I
deíindo, no sécuo XX.comoromancepscológico. Seo reaista;nvestìgao
caíáterhumano,en angústìaGraciianorevea, de formamaisexplícita, os
que determnamas attudesde Luísda Slva,narradoÍ-
dÍarnasexistenciais
protagon frlstradoe semd nhero,Sivasenterãivadetodosque
sta.Escrìtor
representem o mundoa quêelenãotem acesso.

Convcrsa vai, colversa rem, fÌquci sabcndo por alto


â r'ida, o onìe e as intcnçôes do hoÌnclr. FìÌDíÌia rica.
!
Talares & Cia.. regociantcs {ìc sccose ÍìoÌhados, donos
1 de prédios, Dembfos inflLrentes da Associação Comer-
ciaÌ, eÌ?m uÌìs ratos. Quando eu pâssavapela Rua do Co
mércio, via-os por detrás do baÌcão, dois sujeìtos papü
cÌos.câÌÌaìcudos, vestidos de linho pàrdo e âbsolülâmen-
te iguais. EssejuÌião, Ìitemto e bachareÌ,lÌlho de rÌm de-
les, tinha os dentes miúdos, afiados, e de'\ìa ser um râto.

R-\\{OS,Grrlilidô.,l"Cìrrln 53. ed
são PâuÌo:Re.ord,2001.p.44. (lÌagn€nb).

homemricoe seÍì escrúÌlulos,


lulão Tavares, sirnboliza do
a contradição
narrador:Íepresenta queelêdesprezã,
osvalores mastambémtudoo qle ele
gostarade ter sldoe nãopôde.O seuTancoT pelorvale poÍ aquiloque
llunÌação
de Mãrcelô para
Grâssmênf eleconsideracondenávelno
cornportamento
dooutfodetetrninarãosuasações
Án9ú5íÉ,dêGÍêcianoRamos. e seuolhar.

8ea/rJmo397 I
Poroossistir
çJr PoroouvirdJ
t Árna Kafenlna,de BeíraÍdRose Máchadode AssÁ:Contos.5ãoPâuo:
EU A,1 9 9 7 LuzdaC dade,1998
. Baseãdono romãncerea istã de E m uma sêl eção fei tâ por P auÌi nho
LeonÌolnoi, es.ritor russo,o Íilme Limã,esteCD duplo apresentacontos
foi rodadoem SãoPete6burgo,na de Machãdodê Assirlidospor Othon
Rúsia,e contacom excelentefigu- B astos." U m homem cél ebre" ," U m È
rino dê época.A belãjovêm Anna bi hete" , " O cãsodã vãra" , ' A segun
Kaíeninaviveunrcâsãmento lnÍe iz da vi da' , " A cãrtomanÌe" . " l l m
com um hornenìmuito maisvelho apóìogo" ," A S enhorâdo Gãl vão'e
quaõdotem seucotd ano ê terado " N oi tê de a mi ranÌ€" ganham
rãdkalmenteãô se ãpaixonãrpelo sonorizaçãoêtrilha muslcade época.
oÍiciãlda cavãlariacount Vronsky. o enc.rte que âconìpãnhâo CD peÊ
O romancedos dois irá expor to- mite o acompânhãmento dos contos.
dosos preconceltos dã conseívado-
ras o c i e d ê ddee l ú o s cou
noíi nal do rì
sécLrloXIX e custaráà mulher in A4ÂCHÁDODE A55IS
fi ê l u m p re ç om u to ê l to.OçÍaços !
rêalistasde$a obra de Toktôi en
contrãm se na.ríticã è instltuição POAOtfiON
d o .a s a me n toe à h i p ocri sidaa so-
ciedadee no retrato sarcástico de

Memóriaspóstumas,de A.dtê
Ko l z e l Br;t ,2 0 0 1
Memótiaspóstunãs é ateí.eirã
ê d ê p tê ç ã op a fa o c inemãdo ro
mancede Mãchadode A$is, Me-
nórias pónunas .le Brás Cubas,
apontadocomo pÍecu60rdo Rea O meio, de L! z Ìètt 5áoPaulo:Dàbliú
l i s mon o Brã s i lOs. c a pi tuos do l i
D scos,2000
vro, algumasvezesrêvolucionários
n o q u ê d i z re s p e i toà l i nguag-.m, ProÍessor
de llteraturae compositor
fl z e ra mn a s c e rc e n êss!reê stãs de músicapopulãr,LuizTêtt âpresenta
que projetanìo pot€nc al dã obra nesteCDa canção" Capitu", refefência
o ri g i n a l .O mã i o r d e safi ofi cou a a umadasmaisconhecidãs pe60nagens
cargo das digfesôes Ìão ffeqüen machadianas. Os dilemase mistérios
te s n o ro m a n c e m . a s,segundoa quêcercam osoÌhosmâi sci tadosdali
íítica espêciãzada. o íoteko do terêtura brãsileirasão retomadose
próprio diretorfoi bem sucêdido. atuãLizados,revitaizando o intere$e
pelã "musã"de Dom Cãsmurro.
OsMalas,de LuizFernêndo
C ê rv ihr o Bfê s,2 0 Q1
Outra èxceente adaptaçãôde
um fomancede Eçade Queiróspara
a te l e v s ã ob ra s i l e i r a.
O romance,
pub icâdoêm 1888,retrataa dêcã'
dênciada aristocraciaportuguesa
na segundametadedo séculoxlx
e narrê ê histórlêde amor úág ca
e n tre o s rmã o sc a ro s dã Mèi ã e
Ma rê E d u ã rd ãD. e a u tori ade Ma
riã AdelãldeAmafal, a minissérie
Oj
Máiãsapresentaumaimpecávelre-
connituiçãode épocae é bastantê
íiêl à obra do eÍritor portuguès.

| 394 CAPITULA
19
l: .
' l r' , :,:

Porolere pesquisor[li

! presentesasretlexÔese ê ironìaque pontuarãoasnar


rativãsdo Rea smo em toda a Europae também no
! Bíasil.Duasnanatívasfantãstrcasé um bom comelo
para quem quiserexplorarã grânde ruptura têmática
iniciadapelo mestrêrusso,autor de crime e càstigo.
È
Methotes.rônicasde Machâdode 4ssis são Pa!o:
G obâ| ,2001
sereção de êl gumãsdasme hores.rôni cãs do mes
tre fealistabfasÌlelro.O rêtrato da sociedadedo final
do séculoXIX na prora irônkâ e mordazde Mãchado

Âeâr3mo,delêmes\4alpas!ão Palio:Cosa.eNãt 2001

'

ogrãdourospúblkos,LuciãnoTrigoãprêsentatam bém
o c enár ios o c i a l dsae g u n d ame ta d ed o s é c u l oxl X ,q!e
gênhãvida em fotogrãíiase anún(iospublicitáriosda

I
Duasnatatívas fantástiGs,de FiódorDonoévski
ÌÍad!ção Vadm Nikirn SãoPêuo EdiÌora34, 2003
O snar ado re sd e D o s to i é v s (1
k i 8 2 1 -1 8 8o1bservam
)
o mundo das reìâçõeshumanase depositãmsêustoF
mêntosna impotênciãdos indÌvíduosem um mundo
que jé êstâbêlêceu suasregrâseJuncionade modo àu
iom áÌ ic o.Na s d u a s n o v e l a sq u e c o mp õ e mo l i vro,
" A dóc ll"e " O s o n h od e u m h o me mr d íc u l o " ,estão

PoronovegorJfl
http:/ ewwherrnitagernusêum.oíg/ de Aíres e de Esaúe Jacó,que podêm seí Ío hêados
O museurnaisimportariedo Lesteeuropeuãbresuas e etronicamente.
po. Ì asv nuàk D a .àq u e !e p o s d ,o 1 l ê (e . http://wVW.cce.uf
" p ,e, " re Í.brl-nupill/literaiura/
estudãra obra de HonoréDãumier Entretantos ou-
t r os aÉ is t ãs
do s é c u l oXIX D ã u mi e rs o u b ec ,o mopou
c os . t r ãbalh a rc o omp e É i ld a ss o c Ìe d a d eesm e rgentes O N -p l l \L( eo de P ê\qLsàser Intorínàt(à.L i-
êm um tempo de gràndestranrtormaçÕês, terãturae L ngüi stl ca da U ni veB i dade Federâl desa n
não só êco-
nõÍ ì ì ds , m d5rd n b é md ê ,o rd u rã \. ê r' (é ê m oral ,dé tã catarina disponibi izâ em seu sÍte a producão
de !1"(l^èdo dp A$ \. ( ontos, .o.nàa.e5,poe.i"s. pê-
burguesiado séculoXlX. O traço groÌes.o e .aricãto
de HonorêDaumìêrrêgistíânão só ocomportamento çàsde r-rrro. c oi i l d.. r' i (r' , rei exoesetooà è co r .
respordènci êoJbl i ,ddd.aprgi rèssaooãstànter|. ì .
humãno,mâs dá um passoírndamental para a revo- p es,o ãcessoé direto e é petmiÌida tazet dowhtaèd
luçãodasãrtesque cãracterzarama visãoreãlista.
http://ww.machadod€a55is.org.br http://Vewmusee-oroay.íf
O ( ên! o d e M " mó .i a d ê Ac a d e m i àB rà s e i à de O site oflcial do Musè! D'Orsayofêíêcea po$ibili-
Let r isdi. pon i b i l i /d o ê (e .v od e d o .L men-osre dadede contêtocom obrasde GustaveCouíbêt(1819-
" mp
' er er t êsa ob rèd e M d (h d d od e A$ i \. L n o o . êqu n 1877),considerêdoo maisrealistados pintorêsfrãnce
tes do site 5ão05 manuscritosdos romànc€sMeDo/€/ ses.E mfíancês,espãnhol ei ng ès.

Áe./ismo
399 I
N atur al i s m o
A presença marcanteda cÌêncìae ciaindust alízaçãonê vìda
toticlÌènadaspessoaslãnçanovosdesafiaspaft osescrìtores.
Qual deve serc papel da iìïeÌatuíèdiante dessapresença?
Osnaturalistãsprocuraramrespondera essaquestão(om o romance
experimenta!.Saibacomose caraaterizau essercmancenestecapítulo.

I
È

á
t

Wi i a m B ê l S c o t tF , e Í o e c a r v ã o1, 8 6 1 , ó l e o s o b Í ê te l ê
o m ! n d o d o t r a b a l h or ô d u Í r i a l g a n h da e Í a q l e c o m ot e m ad ê t ê â sd o p e n o d o
o que vo.ê deveÉ saberao í. Observea imagemde abertura.QueimpÍessãoo ambienteretra-
tado Drovocaem você?Justifique,
1. Comose definìu o prcjeto 2. O ârtistaregistrou seuolharparaum mundotransformado pela
literá o naturalísta. Revolução lndustrìã1.
Expliquecomoelefez isso.
. De que modo a evoluçãa r Predom naÍÌìno quadrocoresamaÍeladas Quesen-
e aveTmelhadas-
da ciênciainfluenciou èsse saçáoe asPÍovocarÌì
?
3, O destaqueda cenâÍoi dado paÍa os tíabalhadores.Qual pode
. O que foi o rcmànce ex- ter sidoa intençãodo artista? ì

. o queíoìo determínhmo 4, Do lado esquerdo,embaixo,podêmosver doissenhoresvestìdos


de modomaiselegante.A que classe socialelesprovâvelmente
e como ele se maníÍesta
nosrcmancesnaturãlistat. pertencem? Justif
ique.
r O quepodesignficaro ÍatodeapaTeceíem emsegundoplano?
2. Quaìssão as caracteísti.as
do Natuíalismo bnsileirc- 5. Discuta comSeuscolegãs: a presençâ
o que signìÍica dascrianças
3. Por que AluísioAzevedo foi no quadro?
o primeiro èscritot das 6, Osquâtro homensque aparecemno centroda cenavestemrou-
"massas"no Erasil. pasiguais.Podemosinterpretarissocomoum sinalda "desperso-
4, Dequemodoo Naturalísmo nâlização"do operáriona novaordemsocialeuropéìa. Explique
se modifica no rcmance O D O rOU ê.
t\tenèu, de RaulPompéia.

7. Os romancesnaturalistasapresentam,pela primeiravez, prota-


gonistasque representâm âs classessociaismenosfavorecidas.
T Gemlnal,do francêsEmilezola,inauguraessatradição.
Notrechoa segur, rninerosem gÍeveatravessam oscamposparades
tÍu Í asm nasde carváoonde eÍam exp oÍadospe os burgueses.

A marcha dos desaalidos


ÀSÌa. Hennebeau, sempre dando{e aresde máe condescendente,sor-
üa o leite âosgolinhos, quando um barulho esiÌanhoündo delorae que
ia num crescendo a inquietou.
- Que é isso?
- Devem ser outra vez os mineiros - disse a câmponesa. Jápâssaüm
por àqui duas r'ezes.Parece que a coisa \ai maÌ, eles estão donos da região
t . . .1
A Sra. Hennebeau, muito pálida, cheia de ódio contra aquela gentâ-
Ìha que estragam um dos seuspr^z eres,mmtinha-se ahás,lançando olha-
res obÌíqì.'ose enojados, I...1.
1...I As nulhcres tinhâm apdecido, cerca de mil, cabelos ao !€nto, des-
grenhados peÌa correria, os fârÌapos deirando à mostra a pele nua, nudez de
fêmeâs exausras de pariÍ mortorde'fome. Algumas traziam o, Êlhos nos bra
ços, e levâÌÌta\am nos, âgitmdo{s como umâ bandeiÌa de Ìllto e úÌgança
ourÌãs, maìsjovens, com peitos esÌufados de guerreiÌas, bràndim paus, en-
quânto âsïelhas, monstruosas, b€rramm tão aÌto que as i'eia.sdos seuspescc
ços descârnados pârecim rebentaÈ A seguir vier n os homens, doìs miÌ
frúiosos, aprend;es, britâdores, conseì tadores, verdadeim m6sa compacta
que rola\a como se fosse fèita de um só bloco, aperlada, coníundida, a pon
to de não se distinguiÌem as caÌças desbotâdas oü os suét€res esfanãpados,

Nàtural$no 4o1 |
T I Ì ER AT U R A

o esbatìdos na mesma uniformidade terrosa. Os oÌhos faiscamm, viam


o se apenar os buracos negros das bocas cantando a MúseÌhêsal ..l.
Reâlmente, acólem, a Íòme, os dois mesesde soÍiìmentos e aque
Ìa correria desenÍìeada peÌas minas tinham transfornìado em man-
G
G díbuÌas de animaisferozes as feições pÌácidas dos mineiros de Monl-
sou- Nâquele momento o soÌ desaPareciai os úÌtimos lâios, de um
púÌpuro sombrio, pareciam ensangúentar a planície E a estrada
o também pâÌeceu lavada em sangue; as nìülheres e oshomens contr'
o nua!.rm marchando, cobeÌtos de sangue, como cdniceiros em pÌ€

t!
t...1
Ira a rìsáo vermelha que arrastaÌia a todos, fataÌmente, numa des
sasnoìtes sangÌentâs dessefim de sécuÌo Sim, uma noite, o Povo em
toüentes, desenfreado, corÌeria assim pelos caminhoq gotejando o
sangue burguês, eribindo cabeças.semeardo o ouro dos cofres ar-
rombados. As mulheres gítarjam, os homens abririam suas queixa'
das de lobos, prontos paÌa morderem. t.. l Náo sobüria nada, âsfor-
tunas e os títulos das sitÌlações adquindas desapaÌeceÉam, até o dia
em que talvez ttesabrochasseuma novà sociedade. Sim, €ram essas
coìsasque estavm passandopela estradâ,como uma força da nature-
za, e ünha delas o vento terrí\'el qu€ Ìhes âçoitava os Ìostos [.. ].
Zol-A, Énile ctnmar Trâdnção:Fran.is.oBittencour{
Sãotaulo: Àbnl Culruâl 10?9.! 3i&3íi1 (liragmeÍtol

[0J c*ioa, Frmcesa


no-. a"ao p,lnenonêsdâpnÌÍà\da nocaìendinôdaRercìuçiÒ
-

f,
r Os mineros sáoapTesenÌadoscomo"rnassa "povoem
cofiìpacta",
torrentes".Com sso,o queo textodestacã?
lustitique
8. como a sra.Hennebeau vìaos minerãdores?
:
r Queirnagemdosburgueses o leitorÍormadianteda feaçãoda SÍa
Hennebeau à mêrchadostfabalhadoÍes? Explìque.
9. AIémda despersonalização,a descrìçãoÍeitã dosmineirospromovê
umacertaanimalização desses sereshumanos Comoissoocorre?
I Transcreva
a passagemeÍÌìqueo naíadorapresenta umaexplicação
paraessecompoÍtamento anrmaesco.
r O queo narradoÍ
pretende"expicar"aoleitorcom essacaracterzação?
íO. Releiao últimopârágràfodo texto.
r Explique comoumaÍepresen-
dequernodoe e podeserinterpretado
taçáoJiterária socialproposta
da Íevoluçáo comunis'
em O manífesto
e Engels.
ta, de l\,4arx
íí, Observeos termosdesta(ados,
"NaqueÌe osúÌtimosraios,de um rtÌ-
momentoo soÌdesaparecia;
pzm sombrio, pareciam m'angiimí.ï z planície E a estÌ?da também
pàÍeceu ÌaEda em ra"g?r; as muÌhe.es e os homens continuavâm mâr-
chando, cobertos de rargÌra como carniceiros em plena matanç4.
t...1
EÍà avis^o úm.lhã +re araastdia a todos, fatâlÌnente, numa clessas
noites r.irrgwrar desse fim de sécuìo
. A referência é feitãváriasvezesno trechoacimaDis-
à corvermelha
clrtacomseuscolegasque nterpÍetações podernseÍasso
d ferentes
ciâdasa essãcor.

a 4o2 .APITULAZO
I,ITEBAT U N A

Novas perspectivas
para
a origemhumana
Ao ladodetodoo desenvo vimenÌotecnoógco,a EuTopa presenciou, na
segunda metadedo sécuo XlX,umavançoc entíficomuitos gnficatvo.Nes-
secêmpo,ã publcaçãoem 1859do ivroÁ orgemdase5pé.les, do bióogo
ingêsCharesDarwin.causouespantoe revota desêtoÍesmaisconseNado-
Tentlhóesdê GaápaqosAs diÍe€fças Íesda sociedadenglesa.
nos b cos deses pá$aros foÍam ê$ênciâ s Após observarumasérìedeespécies dafaunae daÍ oranasilhasGaápa-
parao desenvolv mentoda teória gos,Darwn vo tou à InglaterÍaconvencìdo de queasteoriascriaconistas es
da evolução,porClra es DêNLn.
tavamequ vocadas.Sêgundo e e, o seÍhumano não eÍafruto da criaçãod vl
na, masresu tado de um ongo processo de evolução e adaptaçáo poÍ que
passaram todososseÍesvivos.Suadefesado evoucionismo causourevota ao
afirmaTque seres
humanos e pÍirÌìatas
tinham um ancestralcomum.
Dosestudos de Darwin,duasidéiasÍlìerecem atençáo, poÍqueinfluenca
Íamê definiçãode característicasdaestéticanaturalistê.
t A constataçáode que o serhumanoé um anirnalcomooutro quaquer
("umacosasórddã,nuã,bufante, seÍÌìquaqueÍalusão
aodivino")
. A crençadequea naturezãpÍomoveum processo no qua sobre-
deseleção
vvemos maisadaptados e os masÍracossãoellmnados ("da guerrada
natureza,dafomee da rnoftesegue-se
a produçãodeanimais
SupeÍiores").
Paraurnasociedade comfortesvaloresreig osos,essasduas déiassoa-
i vamcomoumanegação daoÍigerÌìd v nadossereshumanos, Entrecientstas
e filósofos,poíém,as idéas de DârwinforaÍnmas bernacolhidas e derarn
6
origern aoquesepassou a chãmar de "darwnisrno soca ".
Nessecontexto, o NatuÍaisrÌìo5urgecornoumdesdobramento daestética
voltadoparaa valorizãção
Íealista, daciênca comonstÍumento paraanálsee
coÍnpreensão da 50ciedade.
Ao ladode Darwn, outÍosdo s intelectua s nfluencaranìde mododefinl-
AugusteCoÍÌìtee H ppolyteTane.
tivoa estétca natufallsta:
Comtecr ou a filosofjapositìvista,
queapontava o saberpositvo,baseado
como
nasleiscientíficas, superior aoteo ógìcoou ao muitovaoÍi-
rnetaÍísico,
zadoeÍnmomentos h stóricos
antefioÍes.
H ppolyteTâneeraurncrítìcoliteÍárioe, emseustrabahossobrea litera
tura nglesa,utilzou pelêpÍirneifavezo teÍmodetermlÌllsmo paraexplLcar
quaìsÍatoresdeveriam serconsldefados na aprecjaçãodasobraslterárias
de urnpovo.Segundo ele,o indivíduo erasocia mentecondic onadopor
trêsfatores:
. a Êçadaqualelefaza paÍtee quelhegaÍantir herança;
a umadeterminada
. o meiono qua seencontíava;
. o momerìfoem quevtMa.
SuateoriapodesefÍesurnidadeÍormas mples,rnasteveenormenf uên_
naturalistas.
ciasobreos escritores

Ndt idl6mo 403 I


T I TER A T U R A
-

1 8 30
Naturalismo:a aproximação
entreliteratura
e ciência
InspiradospeLa
teoradaevolução, êcredtavamqueo impu-
osnêturêlis'tas
50paraa transfofmação
dasespécies
eraê Seleção tavamqueos
natuíal.Re55a
1464
sereshumanos nãoestãolvresdas eìsque regema natuTeza,
Tnesmosendo
dotadosdeÍazão.A personagem agemovldâpordesejos
natuÍallsta deoÍd-"rn
sexuaquequasesempre superamsuacapãcidaderacionadecontÍolá-los. ,

O projetoliterário
do Naturalismo
O projetonaturalstapretende colocaÍa iteratuÍa
a servçodaciência.Para
cuÍÌìpÍiresseprojeto,os escrtores buscamolharparaa Íealdadeatravés da
lentedo determinisrno e dasteoTias evoucionistas
Émle Zoa chegaê defnÌro Naturalsmocomoumaaplcação, na iteÍatu
ra, do rnétodode obseruâção descrtopor ClaudêBeÊ 9
e de experirì1entação
nardno lvro /rtroduçãoao estudoda medicina expermenfal. CÍia,assim,o
ouechama dê romance exoerimental.
Sêuobjetivoé claro:pfetendeexatara "evouçãonaturalsta q!e ernpoga
nossosécuo (oXIX),irÌrpulsiona aospoucostodasasmanÌfestações da ntel
j
gênca humana nLlmrnesmo caminho centífico".
deZola,no entanto,vaialémdisso.Ee acÍedltaque,cornpre- :
O interesse
endendoo compoÍtamenÌo hurnanoe suasmotivaçóes, é possível
atuaÍnã
transformação dos ndivÍduos pãra a cançaro melhoÍestadosoca .
: OsnatuÍaistasdeixamdeladoa análsepscológica queÍÌìarcoua lteratu
Ía realsta.Paraeles,ostÍacosndividua s náointeressaÍìr.
Dedicam 5eà análi-
sedosfenômenos co etvos,quecaÍacteÍizam por
melhora tesedeterrninista
e esdefendida. Porsso,voltamo o haÍpaÍaunìac assesocialque,atéaqle e
momento,nãohavameÍecido destaque nosrornances:o proetariado.
NasobrasnaÌuÍalistas,verÌìostrabalhadoresdasminasde caÍvão,dasp-o
marinheiros,
dÍeirasbrasileiras. todosconvocados a demonstÍar umamesma
ldéia:o serhumanoé fruto do meioem quevivee daspÍessões quesoííe.

EdolardMã.ê1,Nána,1877,ó êÕsobrete a
Emagrâdecmênto a Lm aÌ19oe oqôsÒdeZola
pintou!ara, peEonâgên
à sla ôbrâ,l,4anet
'.
do Íomance de mesmonome
queÍatavadavda de umacorlesã
z

@
natuíastãssão,corníre-
Osrornarices
qüência, corl]oliÌeratura
caÍacÌerizados
detêse,poÍquedesenvovem umaestru-
turapensadaparaprovarao lêitora visão
deierminstadasociêdadêoavltamento
ea perdadãdignidade
dosindividuos qlre '
vivêmem Lrmmeo degradante é a gran-
dêteseexposÌanessesromances.

| 4o4 caPifuLo
20
TITERAT U R A
--

ffiffiF*à4x r Osagentes
dodiscurso
os miseráveis
dãs O desejo dedarumcaráteí c entífco à obra ÌteráÍa defineascondiçõês de
minasdecarvão produçãodosroÍnances nãturalistas.Osescritores acoínpanham cominteÍesse
asdlscussóesfertasnocampodabioogiae damedicina, napossbi-
acÍeditando
idadedetomaresse conhecirnentocomobaseparaa craçãodeseusromances.
Nesse o pTocesso
sentrdo, decÍiaçãoiteÍárjafoi,de ceftomodo,"discipli'
-; nado"peo projetoda estética naturalstâ.A estrutura dosromances rnostÍa
:: queseusautoreseÍarnentusasrÌìados d vulgadores davsãoracionaleobjeti-
va,criandopeÍsonagens pãrailustrarcomportaÍÌìentos específicos,
conÍron- ,
tandoespaços de modoa peÍÍrìitiro choquede c asses sociais. í
A d ficudadernposta poÍessas condições deprodução é conquistarêadesáo
Cêrmiiàl de C audeBe,'i F ançà 991 dosetores.CoÍlìoa circulação dosroÍÌìancesainda acontece, principa na
rÌìente,
foma deÍolhetins, é c aro:comofazerumpúblcoacostuÍÌìado
o desafio àsaven-
Adaptação do Íomdnc-"lìomô turassentmentais Íománticasgostardo olhaÍ"científico" danovaiteratura?
nimode EmieZoa,o íilÍnede
nuncaas condìçoes desumanas
em que vivdrì os tÍabahâdoíês e o público
O Naturalismo
ddsm nasde cêÌaãono nterior
da Françado séculoXX A dire'
A uÍsoAzevedo,
NoBÍasil, emurÌìdeseusfolhetins, sobre
fa a abertarnente
a d ficudadede os
satisfãzer eiÌores
seÍÌì
a brirrnãodo pÍo eto natu
raista.
çãode CaudeBeí traduziude
forÍìrampecávea cruêlÍêâ da-
pôrzolâ.
de descrita
E prcciso ir dando a cousâen pequenasdosest...1Um poüco
conlÍaste entrea tÍaletóÍìamise de eüedo de vez em $Ìando, urrÍì ou outm situnção dmmática
ráveldasÍamílasdos minerÍosea l...I Depois, a.sdoses de romântisÌÌo iÌão SÌãduàlmeÌÌle dimimrin
vidauxuosa dospropretériosdas do, enquaoto as de natuÌìúismo ìrão s€ desenvolvendo; até que.
minasproduzd mesmaindgna
um belo dia, sem que o leiaor o sinta, cstejn compÌetamelÌte habj-
d
!ão quegerouasluiasoperáras tüado ao romance de püra obseNìção c estudo de câ.lã.teres.
,dapresentèdès em Germrnai I
llq'-"..-*-ffifut$#r' AzIivLDO, Aluisio.Apud: ClllM^RÂEs, Hélio d€ Seixat.or ,Ìroã,1,
nla.ladodr,4$ô Sãotaulo:Naüqún/Edúp,2001.p. 7S.(I_nemenb).

Essetextomostfaque,emboraestvessem engêjados na produçáo de ro-


mances queperrnitssemo estudode caÍactêrês, osescrtores t nham consci
ênciada mportância de conquistãr o nteÍessedo público.
PaÍaevtarãdifícldecsáo entreproduzirobras pêÍavender e,portanto,
de acordocomasexpectativãs dosleitores ou Íêzerumaopçãoradcal e
ãdotaÍa forma iteÍáriaqueÍÌìas lhesagÍadasse,A uÍso Azevedo tentaconci-
liarasduasopçóes e, aospoucos, "edlcaÍ"o gostodo públco.
| \(d l o l l \óo gd d l u que _oLV êç1êe to.es pà' à os rorìdn, e\ ndl u o||Jas
Masnão eviÌouque rnutos delesse chocassem comos terÌìasabordadose
como modocoÍnoalgunscornportarnentos eÍamÍrancamente descritos.
O
público,acosturÌìado
à deicadeza Íomántcaquejãmaisabra as poÍas dos
quaítospararìostrara int m dadedosamantes,f ca chocado
coma sexuali-
dostextosnaturalstas.
dadeexplícita

r A animalização
do serhumano
AérndedescreveÍ daspersonagens,
a intirnidade o romancenaturaistase
empenhâ eÍnrevear de quernaneìrã aspessoas,
submetdasa condçóessu-
bumanas de vidae de tÍabaho, ãcabamperdendo ã pÍópriahumandadee
sendodominadas oorseusnstntosãnmais.
Notrechoa seguitCatherine, umajovemde 15anosquetrabahano ãm
jnsalubre
biente dãsfiì nas,começaa secomportar
comournabestadecarga.

Nãturarimo405 I
f
I . I TI R A Ì U R A
-

AIinal, o que estavaacontec€ndo com ela naquele diâ? Nunca se s€ntira


rão mole. Deüasero ârcontaminãdo. Não haviav€ntiìação no fundo daque
Ìa üa longínqua. Respiravà-se toda espécic de \apores que saíam do caÌaão
com uma efeÌÌescência de fonle, e àslezcs com tal abundância que as lâm-
padas âpasavam se. 1...1
Não podendo nais, sentiü necessidde de tiràr a camisa. I...1 tiÌou tudo, a
codà e a camisa, com tìntâ ânsia que telià ânãncado a pele, se pudesse. E
agor4 nü4 d€pÌoráveÌ, rebaitada ao tÌote de frmea gâÌìhando a üdâ peÌa Ìama
dos cãÌìinhos, esfaÌfa\a-sc, com a gàrupa coberta de tuligem e bano àté ã bârÌi-
ga, como üÌìa égua.Ìe cârroçà D€ quÌtro patìs, ela empura\a o \agonete.
ZO\,A, Et\itê. CmiNÌ.'lÍ?Àúção: Frâ..iscô Bhencoxrt. São ?ãüLo:
cnltuâ1, 19?9. p. 31&319, (FÍagnEnlo)
^bÍil

dealmas
Umalavoura

Co rtruç/Ao
1...1
Subiu ã conÍtuçâo como se losse máquina
Ergueu no patâmar quatro pdedes sóÌidâs
Tijolo con tljolo nun desenho násico
Seusolhos embota.losde cimento c Ìágrima :
Sentou pm descmsar como se fosse sábado
comeu feijão con arroz como se fosse ulÌ príncipe
Bebeu e sohçou como se fosseum nfiú ago
Ddçou e gargalhou como se ouüsseÌnúsi.a
E tropeçou no céu como se fosse unì bêba.lo
[, Ílutuou no d como se fosse um pássaío
tr se acabou Do chão feito um pacole ÍÌácido
,q.gonizou!o mcio do põseio público
Moreu na contrmão atrapaìhando o t|íègo
t...1
BUÁRQLE, Chico. C,Ì!tuírd. lÌÍé.pfclc: Chico Ruarg€.
11i:Chi.oBüattw. P.il' de .I^tuì.o: Lhnc$al, 1971. (F.à!Fmnlo).
L€r.a disponnrl dì: <lÌrip://ssvclÌi.obu!Ìlne.con.bD. Aceso €n:5 naio 2005

Dìscuta com seuscolegas:é possív€l entÍ€o retrato


identifcaÍsemelhanças
Íeto do Íabê hadorda constÍu(ãocvj e aspeÍsonagens o pro-
queÍepresentarn
letaradono9roÍìances natuÍaistas?Porquê?

r Linguagem: impiedosa
a descrição
Osescritores comoos reai5tã5,pÍocuÍarão
naturalistas, daí ao textourn
caráterlmpafcial,
maisadequado ao "olhaícientífico"
comquebuscam tratar
aspe15onagens.
O foconaÍÍativoern3! pessoae as descrçõessãorecursos quea ingua-
gemdo roÍÌìance usapêÍasugerr umolharraclonae obiêtivopara
naturalistâ
a realdade.A descrçãodoscenários pretenderecrìara reaidadede maneira
fotoqráfica,
compondo um espaçofoÍmadopelaapresentação devárasiÌna-
gensquesesobrepÕem de rnodoã rÌìontarumquadÍofinalbastante pÍeciso.

. 66 20
CAPITULA
-LIÏERATU R A

Vejaumexemplo nesta
disso cenadoÍomance deAluísio
Oao,tlço, fuevedo.

Eram cinco hoÌas damânhã e o coriiço acordava, abriÌìdo, não os olhos,


= mas a suâ ininidade de Portas ejaneìas âÌinhâdas. 1...1
l...1 No confüso rumor que se foÌmava, destàcâlâÌì-serisos, sonsdevozes
que aÌtercavâm, sem se saber onde. grasnd dc maìÌecos, cantar de gaÌos,
3
Ê cacàÌeja.rde salinhas. 1...1
? Daí apoüco, eD votta das bicas e.a um zunzüm crescente;uma agÌome-
ração tuÌnültuosa de màchos e fèmeas. Unq após oütros, Ìa\ãvam a cara,
É
incomodamente, debaixo do fio de água que cscorria da alnrra de uns cinco
paÌmos. o chão inundam-se . -dsmrÌlheres precisawjá prender as sdas cntre
as coxas para não as moÌhar; rìa se lhes a tosrida nudez dos braços e do
pescoço, que elas despiam, suspendendo o câbelo todo pâra o aÌto do cascoi
os homens, essesnão se preocupa\'ãm em não moÌhaÍ o pêlo, ao contrárìo
metiam à cabeça bem debâi\o da água e esfregâÍam com lorça Àsventas e as
barbas,fossando e hDgando contra as palmas dâ Ìnão. 1...1
coriço l!íraçãodeArgeloAgôstn AÌuisio.o.,?rira26.ed.sãoPanlo:ÁticÀ1994.p. i5-3ô.(Fragnenk,.
pêraRevôta //ustada,ano1878,nq101 ^zE\.EDo,

Nêsse trecho,o naíadorusaveÍbose Substantivos paramostraÍa anma-


t lzaçãodaspersonagens, sendoque os teÍmosescolhidos podernsertodos
associados a urnmesTno camÌlosemántco. Assm, a érndeÍazerreferênciaàs
personagens como"machos" e "fêmeas", o narrador a ndausaosSubstanti-
voscasco, pé/oe ventês. ParadescÍever a higlenematinal,seecionãosverbos
fossare fungar,quenormamentesáout lizados paranomeaÍo atodefarelar
o-tevoverè t ê ' rae d ra d o p o p
r o (o e ü e -.
O usodeÌodosesses teÍmosprovoca umeÍeitohiperbólco, ÍazendocorÌì
queo Íêsutadoda descrição dê uÍn destaque paÍa
exageíado o comporta-
mentoanimaizãdodas personaqens.

I
t

V
Logo depoísde conhecerAmâncio,João Coqueirctrama
com sua esposa,MadameBrízard,um plano para fazer
com que o moçose casecom süaìrmã,Amélia.

.loio Coqueiro, quaÌìdo saiú d.o Eot".I doshíncil^ na manhã do almo


ço, iâ p.eocupado [...] e corrcu Ìogo para câ5â.
Ao ch€gar foi direto à muÌher [...].
- Sabes?disseele sem traÌÌsìção,assentandose ao rcÌJordo da cama.
- É preciso manjarmos cômodo para um rapaz que há de !ìr por aí
domingo. t...1
- É um achado precioso! Ainda não há dois meses quc clÌegou do
í
N o r re . a nda À apal padel â' :L.ú\(mú.a,orvcr\âr pormui r.r.mpo
é fiÌho úÌico e tem aherdar uma fortünal 1...1
Mme. B zàÌd escutava,sem despregar os oÌhos de uÌì ponto, os pés
cruzados e com uma das mãos apoiandGse no espaÌdar dâ câÌna.

Natunlisna4O7a
t I Ì E R AÌ U R A
-

- Orã, continuoÌl o outro gÌavemente. - Nós iemos dc pensar no


Asarmadilhas
de uma fuÍrro de AÌtrcÌinha... ela entÌoujá Ìos vnÌie e tÌês|... sc Ììào abrirmos os
casade pensão ' oÌÌÌos... adeos casâmento:
- ]llàs daí... perguntou a mulher fúgìrdo a participar da coÌìtiâÌìça
qrÌe o marido revelara naqucÌc pÌaìÌo-
- Dai - é qu€ tcÌÌlÌo cáünì paÌpitelexplicou ele. Nãoconheceso
AÌÌìân cio !... A gen|e le\ã{ pda onde quiser | ... LÌm snnpÌódo, nìâs o quc
sc pode chamar um snÌÌpÌório!
NÍme. BúzìÌd fez um gesto de dú\'ida.
-Aíiaúço-te, roÌvcu CoqueiÌo, - quc, s o Ìneler
duzìüÌÌos o ìÌegó.io com certojeito, nàc, 1lÌe dou rÌês meÈs dc solteirol
i
t...1
-Negó.io dccidiclo!.^ qrcsúo é arÌânjarlhe o cômodo, ejá!]u.
falâ com franqueza à AmeÌinhai a ìnìn nào fica bcm... 1...1
Nessa mesÌna tárde Mme. Bdzard erlendeu se com a cunhada. Fa
loÌLlhe suÌiÌÌncnle no "ftÌtuÌo", disselhe que "uma mcnnÌa pobre. fossc
quanto Íôsse boDita, só com nÌuita ÌÌabiÌidade e alguna espertcza pode
ria apanhar unÌ ÌÌÌarido rico". f...1
Amáncio é umjovenìrco, pÍe- AméÌia rir.l, (oDcentrou-se um iÌÌst.Dtc c prometeu fazer o que esú-
glrjcoso€semescíúp!05,queiem lesse ao seÌr aÌcance par" agÌada.rao 1aÌsujeiinrho.
conìoÍnaioramb çãovivêrnoóco
e dêíÍutardospÍazeres quêa.or- AÌdia, com efeito, por achàÌ mdi.lo, por se tomar donade-casa. ,A.posi-
t€ oferece.Quandochêgaao Rio ção sübordinâ.Ìa dc Íìenina solteirìà ão se compadecia.om a sua idade e
deJanerro paÍaestLrdar Medicina, corr asdcserì\,oltn:r-s do su cspÍìto. Gnças ao mcio eÌÌì cìuesedeseNltreu,
é convenc do poÍ loãoCoqueÌoa ebia perfeitaDente o que era pão e o que e1à queljo; por conseguinre 2-s
ÍnldaÊsepãrãâ casade pensao pÌecauções c õ resenas, quc o irmão tomam pda com cÌ4 tzìa'ì Da sorir
quep-"rtênce a elee à esposa.o À vezestinhawntade de acabnr coÌÌì isso. "que rliabo sigrificaram
objetvo do casâle garantÍquê tais cautelãs?...Se a supuDharÌ uÌÌìa toleirona, enganaldì-se - eìa era I
Amãnc o secase deco-
corÍìa Lrma muit.i capaz de os eDfiar a todos pelo oÌúdo de u1Ììaagulha! '
quêiro,Amélia,e,assiÌÌ,apoderaÌ- quc custa\,aao
- Agora, por cxemplo, neste caro do tal
s€do dinherodo Íapdz
CoqÌreiro cxplicf-se com cÌá fraDcamente?...^mân.io,
1...1Mas, Ììão senhorl -
ÊmCâsãdepensão,a u1so Aze-
mctcu-se ras encolhd e enlregou tudo nas ÌÌìãos da mulherl
vedoÍazumretrê1o naturâstâda
peÍsonalidade dê Amãncoe de 1...ì
seudestno,deteffiiinêdospeìaÍoÍ E AÌìélia, quanr() nÌais relÌetiano caso,tanto mais se revoÌtavacoÌrlra
nìaçáoque recebeu. A paÌiirda â reserva do imão:
histórìado píotagonista,o autor Elejá a.levia coÌÌhcccr melhorl pelo rÌeÌìos já devia saber qüe
procuramostÍaÍa influèncado aquela qì.reali estava era jncapaz de cair em qualquer asncnai aquelz
nìeo sobreosindivTduos. fio "cÌa!a ponto sern nó". OrtÌa que fosse, qudto nÌais - ela, que co-
nhccìa os homeìÌs, coÌÌìo queÌÌì conÌÌece a palma dãs própnas Íìãos!
Ela, que \iu de peío, com os seÌrsolhos del,irgem, toda a sofe de tiposl
- cÌa, que lhes conÌrecia as nÌanhas, que sabia das lábias empregadas
pelos velhacos paÌa obter o que desejanÌ e o modo peÌo qual se portam
depois d€ scnidc,sl EÌal tinha graça!
AZF]"EDo, Ca'a/,1nrã0.Sio tauLorÁtì.n,I992.p ?1't3.(Fmgnen
-clúisio.
t(, .
L-q M€ld* m €noìì*, ,.Ì,,"".

'1, A pârtirdo trechoàcima,que tipo de imâgemo leitortem de João


Coqueiro?
r O que,segundoCoquero, gãrântiriao sucesso
do plânoãrqutetado
pore e?
L Mme.BrizardÍica incumbidade falarcom AméliâsobÍeo planodo
casamento.Que argumento elâ usa parâ convenceÍa cunhada a

t Esse umaexpectativa
argumentotraduz d f€rentedaque-
sobreo casêÍÌìento
no5ÍoÍnanceg
a apresentêda Emqueconsíe essadiferença?
romántcos.

a 4oa 20
.APITULO
LIïERATUNA
-
V
t, Améliaconcordacom o êstrâtâgêma,masseincomodacom â atitude
do irmão.O que irritoua moçã?Porquêt
I Ao apÍesentaÍ de AÍnéllasobreo ocoíido,o narradoífoÍnece
ã reflexão
bastante"crua" dã personagern.
ao letoí umacarãcterização Qualé a
imagenrde Améliasugerdanesse trecho?
I DequemaneÍaAméLia vê os homens?
4. Leiaesta aÍirmaçãosobreo romancecasade peuão
Ca'a dePüBãaoferccejcosuma tela orde sepode ver o RomantisÍno
àsalessas:em \ar d:s doIÌzelaspassemdosuâcândidâbelezan?-sÌÌÌâ-
ta da Tijüca, ou nosbailesda CoÌ1e,ei Ìs cìteando o Passono ambiente Í
asfxiado da-scasâsde pensão;em lugaÌ da câstidadeimPecáveÌ,a câstr-
dade lendida, tÌ-ansfonÌìadaem mercadoria,objeto de troca [...] .
üALDÀ4-{N, BeÍa. Ve$o e r*€r$. Ìn: AZE\rEDO, Alúsio
Cdaúprad, SãoPrúô: Árica,1992.P 3 (lEgnelb)
. ExpquedequemaneÍa a caÍacterização deArnéla apreseniadano texto
éoques€ descÍeveno trecho
aciÍnacomo"a vendida,
castidade trânsfor-
madaem meÍcadorìa".
5. Comparêas linhasdo tempo destecapítuloe do capítuloanterior e
discutacom seu5colegas:que acontecimentos ou idéiascrìamo con-
texto parâ a produçãode obrâsque se propõema umâ "ânálisê
I cientíÍicâ"da realidâdê? suasescoìhas.
JustìÍique

i
d
chegaao Brasil
O Naturalismo
NoBrasi, o Naturêlismo conqulstou váfosseg!idores. o prlncipadêesfoi
: quando pubicou,em 1881,o
A uísloAzevedo, quedeuinício ãomovimento
romance O mulâto.
Tambérn teÍÌìdestêqueiÚlioRibeiro,quepublicou,ern1888,Ácarne,narra-
tivaque tematza urncaso de h Stera patológicã-No romance, a personaqem
Lenitaé dorÌìinadaporinstintosde natuÍezasexllal,
comportando_se demodo
ãnimalesco.A obra provocou vrolentasreaçóes dãsociedade daépoca, despre
paradaparaabordagens mas explícitasdetemasLigados à sexualidade
AdolfoCamnhaÍocalzaã decadência dasocìedade deFoítaleza nahlstó_
ra de Mariado Carmo, protagon stado rornãnce A normalísta (1893),
moça
educada queé seduzida pelopadÍinho. EmO bomcrloulo (1895),dêsenvolve
a iêTalicaoo -o-rosserudrisro ê'trendr nhei'os.
HouvealndaDorningos olírnpio,queemluzlaHomem(1903)tfatadacon-
diçãohurnana e socialdo sertaneio;e Inglêsde Souza,quêpÍocuÍaexpofos
aspectos rnoraìsda evoluçãode um sacerdote nasuaobrarnãisconhecida, o
nissianário(1888).

o autor
AluísioAzevedo:
das"massas"
AluísioAzevedo sablaqueumaboapropaganda e umapitadêde mistéÍio
erarÌìo segÍedopaÍadespertar do ÍieLpúblcodosromances
a curiosidade
românticos.Por sso, pouco antesdo Jançamento de O mulato,promoveu
umainteìigentee lnusrtada"carnpanha c tárja"noiornalA pacotlha
publ

Naturàlisna4O9a
I I TE R AT U R A

O escritor"plantou"umanotícja
nojornalanunciando à crda
a chêgada,
de.de um advoqado que,
na vêídade,
eraperto_aqen
do que
íorìdnce (o-
meçaÍiaa pubicár.

Dr. RaiÌnundo.losé dâ Sih,a, distjnto advogado qüe pariilha de nossas


idéias e propõe-se a bater os abusos da Igreja. Consta-nos qüe há certo mistê-
no na üda deste cavalheiro
!ÂRACO, cârLos.O povo como P.rsonage ln: AZE-\.EDO Aluisio'
O dtf, são Paxlo: Álica, 1992 P 8
*

A camoanha foi um sucesso e Íoramvendidos dolsmi exemplares, fato


raToentreas pub icações do período
foi "ds pag-ds o" -'r ouro ptnà],A Oè2êtinhd. oueAlu,ioATevêdo dêu
continuidade à suãcãrreira de escÍitorProduzindo enredosao gostopopulaÍ,
cheios deintrigasamorosas e aventuras eleconsegu
eÍnocionantes. a sobrevlvef
CarcaturâíeitapoÍAlúÍelo
Azevedoem comoescritoÍ profjssional,
umatarefadifcílimaemum pã15 potlcos
coÍÌì lelÌorcs
1877pêÍao joÌfaLOmeqretrEíe, Emsuaobra.destacam-se doisromances: Casadepensáo(1884)e O cor-
emqLêsêtrizaa cÔrtebraslleÍa.
tiço(1890). Êssasduas n arrativastematizarna gunsdosproblemas daÍealida- s
dê brasileravividospelasclasses socìals nasegunda
maisdesfavoTecidas, me-
tade do século X X. Com eles,A uísìoAzevedo consagrou-se"o pnmerro ro- í
mãncista de massãs" da literatura brasileirâ

f,
Diáriode umafaveladabrasileiÍa

: 21 DEJUNHO t...1 bdos os did é a Ìnesma luta. Anda.


: igr bl ú i u d í L ê ì , d . . a @ J ê d i ü . i , o . . o d i ì h c i r u q u e 'e
gdf hi n á o n i p É n c í l à .P â . 'ê i n o f r i P o n h , o g d t ì c i " n c r ú "
Oddo eu sí a Ven reconÌ€ndou-me pda t|eeÌ ôs ePatos
t...1 Perconi vdias tus e não haria Pàpel qr@do ganhei !
30 (ruetos, penÉi: já dá pe pagd os sapatos da \'ên Mas
em *bãdo e preciem ddjd dinheiro Pdâ o domingo Evera
já estâu ideàÌiado o cadapio de domingo. l. .l
catei màis um pouco de PaPeL e recebi 10 dueiros Fi
qüei com 7l crueiros. Dci 30 PãÌa os spalos, frqueì .om 41 E
úo ia dd paÌa conpÌaÌ café, pão, açucd e âroz e gordura
Pensei nos osss. f,u ia fae. uda sopã. Tem um pouco de d-
roz, um pouco de m&anão. tü misturo tudÔ e faço ua sopa
E averà se quize. comeÌ comei se não quizeÍ que se aperte A
epoca àtuaÌ nãÒ é dc ier Prefereúcia e nem trojo l. l

IESUS,CaÍolinâ dc. Q@,0 d, d$río: diário de úa faltlàdâ


8. ed. são lauìo: Aii.â, 1999.P 60 (F.agmento)

Caroln: dê iesusem p61o parê


auÌóqraÍôno cruzamento da Avenda EnìuÍiafaveaà berado rioT€tê,no baiírodo Canndé(SP), Carolina a de
N7lêr
a m Íânte Batroo côm RuaMéx .o, no Jesus emcadernos
registÍâva a histórla
deuma mulheÍ ra,
brâsile efavelâda,
neqra
ceftó do Ro de la.eo, quêndodo lutândooarasobreviver e sustentara Íarníia.5uâvoz,no llwaQuartodedespelo
ânçamento da êdiçãod€ bôLsodesla osobíéculos
revelade Íìodo fortee s nceÍoa realidadedaqu€lesqle enfÍentam
ohn Q@fta dê d$peja, en 141U19-/6
I n po, . ô. oo u r à . o , i e d . d e ( u e r .A i € m e r - â ( d e 1 Í 'ô c u o r 'i d óô ê d d . o ô <o _ d
é o retÍêtodasìnjuniças
qensde o codlçonãoé meracoincdêncla: que,
sociãls
ão ongodo tempo,sÓ seagÍavamem nossopaís.

a 41O CAPITULO2o
L Ì T E RA T U R A

r Casade pensão:a inspiração


veiodosjornais
ParaescreveÍ Casade pensãa, AluísioAzevedoinspirou-se ern urÌìfato
veídico:a "Quêstão Capistfano", crirnequesensibilizouo RiodeJaneiÍo du-
Íantea suapÍiÌneiraestadanacorte.
Umaprofessorâ de pianotÍansformara a própriacasaem umapensão
parasustentar seusfihos, Júliae AntônioAlexandre. UÍndos penslonistas,
JoáoCêp<ird_o dè C In_d,envovêL-sê (on JLlioQuànoo o e_volvrren o
sexuaI dosdosfoi descoberto,Capistrano foi processado.
Absolvdo,foi morto
peloirrnão delúla.
O caso,quesetÍansformaÍa em manchete dosjornas da
sensacionalista
por
coÍte,foi adaotado A uísoAzevedo. O inteTesse
dee, nessa obra,é mos-
trarqueassituações e os hábitoscomunstornamo indiv{duo vítimafáci
uma
dafataidade, traduzida aqu pelas iÍÍevogáveis"esnaturais". Odeseloque
Págna do noticiáÍopo câ dâ Âevtsla moveos protagon stas,Amánco e Améia,é a râizde sua perdição.Assm, a
//uJrada,de 22 de novêmbrode 1876, glra
história eÍÌìtornode pessoas que sãodominadas peas ÍorçasÌracionais
com desenhosqleiúsiram o crimeqle
inspro! Ahís o A2êvêdo deseusinstlntos.

r A fermentaçãosangüínea
de O cortiço
e sensuaf
A cotTiçoÍoi a últifiìofomancênaturallsta escrtopor AluísioAzêvedoe
tambémo mais bem acabãdo. Nesselivro,
náo hátantêpreocupaçáo comas
I peÍsonagens. seuobjetivoprÌncipal a tesedequeo seÍhumano
é derììonstÍar
é fruto do meioem quevive.
f
A obÍacontaa h stóÍiadeJoãoRomão, uÍncomeÍciante deorìgeÍnpoÌtu
guesabastante qanancioso, queconsegue subirnavidaà custadaexporação
daspessoas. Donode umêpedrera e de lma taverna, loão Romáoconstról
emseuteTTeno umascasinhas dea uguelbaÍato,ondevêÍnmorar
ordináriês,
asÍamílias dostrabalhêdores dapedreira.Juntocomele,rnofaa negÍãBefto-
leza,trabalhadora incãnsável, supostamenÌe alÍorriada,quêvivemaritalmen-
te comRomão.
Ao ladodo cortiço,há um sobÍadoondernoraa famíiado comendadof
-õ Mlranda. o sobrado s mbolza,navisãodeloão Romão, a ascensão socialtão
a meiada.l\,4iranda, porsuãvez,abomlnaa vizinhança.
Estáãsslmcr adoo ambiente idealparao naturaistaconduziÍsuas"expe'
rênciassociais":o que aconteceriase,nãqueleaÍnbiente degradado, fosse
inseridoumhomeÍlì honesto, dedlcadoàÍaÍníia e aotrabalho? seriaeetrans-
formadopelorÍìeìo,dexando-se coíomper,ou seucaÍáteT resistìÍia
a essas
pÍessóes e continuaÍia inalterado?A tesea ser demonsÌTada é a de que o
è enÍadade umcortçô no
MoÍadores meiodetermna o individuo.Essehomem honesto, o irnigíante poÍtuguês
lerônimo,estápoÍtantopreviamente condenado à degradação moÍal.
lerônimoÍnuda-se parao cortiçocom suaesposa, Piedade, eafilhadocasal
Infuenciado peo ambiente pTomíscuo, seduzif
delxa-se porRltaBaiana- A cena
a seguirTnostÍao moTnento emqueesseprocesso deseduçáo tem início.

Jerônimo levantou*e, quâseque maquinâlmente, e seguido


por Piedade, aproximoÌlse da gÌande rodâ que se tormrà em
,ornodo. doi' muli,o.. t ..1
E viu a Rita Baiana, que fora tÌocâr o vesúdo por uma saia,
surgiÌ de ombrose braçosnus.pda dançar.t...1

lktualisno 411 a
T I T ER AI U R A

ÊÚ Iuigx paes taerui" . iuuiores ao Ela sâltou em meio da Ìoda, com os bÌâços na cintura, re
bolmdo as ilhargà! e bamboleando a cabeça,om PJJa a es
S€lertno'd, próp.io do notu
querda, c,ra para a direìta, como nüma sofreguidão de gozo
Cüúnd6, iÌNdos de coloÌaçrJ \ode
doüÍ:dr .on renexosa\enclhados. carnaÌ, num requcbrado luxurioso que a punha ofegmtei já
correndo de barriga empinada; já recÌmdo de bÌÌtços eúeÌ-
didos, a tÌemer rodâ, como se se foss€ afundando num Pmzer
grosso que nem ueite, em que se não toma pé € nuDca se
enconna tundo. t..l
EJcrônimo \ia e escutâva, seÌìtindo ìr-se-lh€ toda a âlma
pelos oÌÌÌos enamorados.
Naquela muÌata estala o grande mistério, a síntese das
impÌessõesque eÌe recebeü chegando aqui: ela era a Ìuz ar-
dente do meioìia; ela era o calor l€rmeÌho das sestãsda
fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, qüe
o atordoara nas matas brasileirâsr eÌa a palmeira ürginal e
esquiva qüe se não torce a nenhrtma outrà planLa; erâ o ve-
neno c ela o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce qüe o
Ìnel e eü a castanhâ do caju, que abre Íèdda
azeire de fogo; eÌâ em a cobm verde e úaiçoeira. a Ìagarla
viscosa,;Ì muriçoca doida, qüe esloaçara haüa Ìnuúo tcÍÌpo
em tomo do corpo dele, assarÌhandoÌhe os desejos, acor-
dandoìhe asfibÌas embambecidas pela saudade da te a, p1-
t
cand{ÈÌhe as artérias, para the cuspir dentro do sanguc umã
centeÌha daqueÌe amor setentrional, Ìrmà nota daqueÌa nìú-
sicafeita de gemidos de prazer uma Ìana daquela nuvem d€
cantáridâs que zuÍÌbiam em tomo da Rita Bâiana e esPâlha-
r'Ìam se pelo ar numa fodorescência afrodisíâca.
!
AZE\IED(). AlLrisiode. O @na.'r26. ed. SãorâuÌol
Àica,1994 p. ??'73 (Fragmento)
E

ParadescÍeveros movimentos daRitaBaana,Aluíso recoíecomÍeqüên-


cia a comparaçÕes com aniÍÌìas e plantas,dexandoclaraa vìnculação do
naturaista.NoÍ m da cena,RitaBaiana
textoà esiétìca é apresentada como
uía\ì-eeieççir\ ê l d èf o ' (" _ " iu ' d dl o 8 " 9 i. q L ê\ e o u -o sê \ iÍ d ' q e i' o c
queaquichegavam. suasensua idadesiÍÌìboiza,portanÌo,umasexualldade
associadaaoselementos dã naturezã nacional, despedando deselos a qlle o
portuguêsJerônimo nãoconseguirá resstiÍ.
o indvíduoé, assiTn,coÍnpletamente envovldopeo meo, que de cefta
foÍmao dêvora.O coÍtiço adquìÍe a condição deumapersonêgem, quevalse
expandlndo e multlp icandoa cada dia. É nesse cenárlo pÍomíscuo e insalubre
queocorreo cTlzarnento dãsraças, a explosão dasexualdade.a v olênca e a
expJoraçáodo 5eÍhurnano, demonstÍando astesesdeteÍÍninistas e evoluco
nistasquetanto lnf uenciaram os escrltores do período.

Umcasoparticular:
RaulPompéia
dá exernposde autoÍesquese mortalF
A gumãsvezesa histórialiterária
zampelapublicaçãodeumaobíaemespecial. Esseé o casode RaulPornpéia
e do ÍomanceOÁtereu(1888),consagfado a críticacomoumadasobras
pe
da iteÍatuÍabrasie ra.
maisinteligentes

a 412 cAPiTULazo
LITERAÌU R A

Como subtítulo de "Crônica


de saudades", o ivrocontaa hstórada
foÍmaçáodo menno sérgiono internaÌoAtereue seassemelha muitoa uTn
romancede memóras.O romance da épocapoÍ
sedifeÍenca dasnãrraUvas
apresentaf
umÍoconaÍÍativo empÍimeirapessoa e porassumir
umtoÍÌìrelle-
xivooueo afastada obetvldade.

8
E
r "\,raisencontrar o mundo", disse-memeu pai, à porta do
Ateneu. "Comgem para a lüta. "
Ba.rtaìte qpcÌimentei depois â \erdade desseâüso. que ìne
d€spia, num gesto, das iÌusões de .riança educada exotrcamenie
Da estufa cÌe@inho qìÌe é o resinÌe do amor doméstico, difereD
te do que se cnco ra tora, tão dìfercnte que parece o poema
dos cuidados matemos um artiticio sentimentâl, com a \anta
gem úìica de fìz(Ì mais seffível a criatrrrJ à imFesúo rude do
primeiro ensimento, têmpen bnÌsca da útâlidade na influên
cia de un no\o dima Ìigorcso. t...1
Ateneu era o ÍiEnde colégio da época. Afamado poÌ um
sistema de nurida reclame, mântìdo por um diretor que de
tempos a tempos rcformâ!â o estabelecimenúr, pintandcojei-
tosamente de noüdade, como os negocìaìtes que liquidam
pa.a recomeçar com aúgos de última remessaj o Ateneu des
de mÌrito tinha corÌsoÌidado crédito na preferência dos pais;
sem levd em contâ asimpatia dameninada, acercd de acÌa-
mações o bombo üstoso dos aÌìúncios.
j
to\,ltl LÀ, R U l . ll. r.l \do Pdulo ,i i, ,
05 pêGonagensSérqioe se! pa, em "1. -,.
1!90.p. 11 12. (IEgnentt
desenhoÍeto por Ra! Pompéa.

Èl R€dmê: tòmÌx xr.xi.à d€lâre.


rclcrên.iràosúúncios,pnblicidade. Ao mesmoternpoquetratadosaspêctos partculaÍes davidado pÍotago-
Bonbo: hnbor, zabunbã.O ÌeÌno, nista,suaformação sexuae ntelectua,Rau PomÌléia traçade modocuida-
: usrdoen Fnti{ì() 6guÌad., It
ÌêteÌêd.i!aoesaÌnàúâçosobrco dosoo cenárioda sociedade brasÌeÍa que expermentavaa decadência do
.ológio prcnoúdo pelosannncios. regrmernonaÍqu co-escravocÍã14
Emboraa narÍação em prmeirapessoa comprometa a objetvdadepÍe-
tendidapelosnaturalstas, o aLrtorpreserva a tesecentralde queo meioin-
ïluenciao cornportamento daspessoas. sérgio,o pÍotagonista, expefmenta
qerâdo
o conflito pelos deselos no
despertados ambiente nocivo do colégio.
O romance tÍazalgurnas inovações jnìpoítantes parao cenáriodalteratu-
rabrãsleiÍa.Asdescriçóes feitaspoÍ RãulPompélã explorarn o expÍessonsmo
das magens, masrevearnum olharcrle parãaspersonagens.
A egcoafuncona,no ivÍo,comounì microcosmo da sociedade. Assm
comoocorriano rnundoburguês, paraAíistarco, o diretordo colégio,o vaor
maiorerao dinheiro;o prestíg o dosalunos,portanto,v nha da r quezãde
suasfãmílias.
As memórias de sérgio,eÍnO/tereu, podemservstascomouÍncontÍa
pontoliteÍárlo
a outÍascélebres memórìas: asdeBrásCubas. Machado deAssìs
fazseunarradoÍ defuntoíecoÍdaf e a vidaaduta erntom degalhofa,
a infãncia
rindode si rnesmoe do mundo.Sérgiofala do coégo nternodandotons
çombrios DaÍao contexto eÍnoueseformava a e ite brâsieirado moÍÌìento.
Nosdoscasos, cÍitca-se
a classedominante, rnasRaulPornpéia optaporfazêlo
de modomaisduroe ressent do, reveandoum olharmaÍcado pelasdoutrinas
que nfluenciaÍam o Natufalsmo. Porsso,Sérgo concui:"Nãoéo nternato que
faza socedade,o inteínato a reflete.
A corrupção quealivcejavêidefora".Vlais
umavez,reforça-se a tesedequeo indvíduo é frutodo meoernquevlve.

Naturalìsna413 |
L I ï ER AÏ U R A
-

I O texto a seguirreÍerê+e às questõesde 1 â 4

CapítuloI
No trecho abaíxo,a caracterízaçãode João Romão
e de seurclacionàmenlo com Beftoleza,
uma escravafugida, revelao deseiodele
de enriquecera qualquer custo.

z João Romão foi. dos tleze aosvinte e cin-


co anos, €mpregado de um vendeiro que €n-
riqu€ceuentre ãsquatro paredesde uma sujae
obscura taveÌìlâ nos refolhos do bairo do Bolâtogo; e tanto eco-
nomizoü dopouco que gânhara nessadúzia de anos, que, ao Ìeti-
mr se o patrão para a tena, Ìhe deüou, em Pâgamento de ordena- *
dosv€ncidos, nem só a venda com o qüe esLÌvâdentro, como ain-
da um conto e qüìnhentos cn dinheiro
P ro p n cúno ê crubel ê.ìdo por .ônrJ. o rdP , rri rou ' e d ì
' u.r
labutação aindâ com mais ardor, possuindo-s€ de tal delírio de
enriquecer. que âfrontava resignado as mais dums Prilações Dor-
mia sobrc o balcáo da Própria venda, em cima de uma esteirâ, t
O bâÍrodo Botafogo,cenáro de Ocoltlo, I^zendo tmvesseiro de uÌn saco de estopa cheio de paÌha A comL
começava a É !Íbâniur noÍìnadoe.u o
pêdrerase da aÌÍanjavalha, mediaDte quatrocentos réis por dia. uma qÌriiân- f,
XX.Otrabahonâsfébrcas,
conniuçoes âtÍãiua popuaçãodebaxa deim sua \izinha, â BeÌtolcza, crìoulâ trintona, escra\ã de um 1€-
enda,quêç iníaLou emhabrtações lho ccgo residcnte emJuiz dc Fora e amigadâ com um Português
coetivâs,oschamado!conços que tinha uma carroça de mão e tazia fretes Í' .ì.la.le
ã
Bertoleza também tÌâbalhava forre; a sua quitanda era a mas
bem âfreeuesada do bairro. [...] Um dia, Porém, o seuhomem, 0
depois de coner meia tégua, puxalìdo uma carga srtPerior àssuas 3
forças, caiu morto na ruâ, ao Ìado da carroça, estromPâdo como t

Joâo Romáo mostrou


gmnde interesse por esta
desgraça,fez-seaté parúci
pante direto dos sofrimerlos davizinha, e com tamanho emPenho a
i.mentou, q"e aboamulhero escolheu Pàra confidente da-ssüasdes
venturas. t...1 E segredoulhe entáo o que tinhajüntado Pan à sua
liberdade e acabou pedindo ao vendeiro que lhe guìÌdasse Àsecono
Írias, porquejá de certa vez fo.a roubada por gatunos que lhe entra-
üm na quitanda peÌos tundos.

a 414 CAPITULO2|
LI ÌERATURA
-'

úJ r"totro', p.t .oi' ai'^'r"r. Dãí em diante, João Romáo rornou se o caixa, o procu-
Lúrl'çào:
'
lràbaÌho eiforçado, mdor e o conselheirodâ cúouÌa.No fim de poüco tempo
FihonpâdÕ: fâdgãdó, cansado.
Cafua: ndnça ddcendent€ de
era ele quem toma\'? conta de tÌrdo que ela produzia e ela
tambémquempunhâ e dispunhadosseuspecúlios, e quem
seencarr€gava de remeterao senhorosúnte mil-réismcÈ
sais.Abriuìhe Ìogo rma conta colÌent€, e à quitandeirâ,
quando precisarade dinheiro paÌã qualquer coisa daÌâ uÌr
pÌ o atéà venda€ recebiao dâsmãosdo vendeiro,de "Seu
João",como ela dizia. t...1
E por raÌ forma foi o tavemeiro ganhaÌÌdo coÍlianca no
espírito da mulher que estaannal nada mâis resolviasó por
si, e aceitavad€le, cegâmente,todo e qüâlquer âÌbítÌio. 1...1
Quando deram fé estavamamigados.
Ele pÌopôsÌhe moÌ?reìnjuntose ela concordoude bnÌ-
çosabertos,feliz em meteÌ se de novo com um portrÌgìÌês,
porque. coDo toda caJuza,Bertoleza não íÌuena sujeilar-se
a negros e procumva instinti\ameÌìt€ o homem ììüma raça

Joáo Romáo comprou entâo,com asecoÌÌomiasda âmiga.


algunspaÌmosde teneno ao Ìado esquerdoda venda e l€,ran-
tou Ìrma casinhade duas portas, úúúda ao meio panilela-
a ment€ à nia, sendoa pafte da frente destinadaà quilandâ e a
do tundo paÌa um doÌ.Ìnitóío que searranjou com oscacâre-
cosde BertoÌeza.t...1
AZEVEDO, Alúsio. ír.,rlia :6. cd.
são PaulorÁtica,1994.p.1!;16.(lìaAmento).

Essetrecho apresentâloão Romão ê Bêdol€za,personãgenscen-


trais de O rorfiço. Comoelessão carâcterizâdos?
! Explique de quernaneÌaa apresentação
dessasduaspeísonagense de
suacondiçãosocìa ndicaa f |açãodesseromanceao Natufalismo.
z O derejo de loão Romãode enriquecerdeterminarátodas as suas
atitudesâo longo do românce.De que maneiraessacaracterístìca é
p
rêvelãdano trecho transcrito?
t loão Romão,com â ajudade Bertolêza, seráo dono do cortiço5ão
Romão.Nofinaldo romance, quandoestáde câsamento mârcâdo.om
a fi ha do viznho rico,lvra-seda companheÍa. Quecomportarnento
hurnano,denunciadopeos romances naturalstâs, pela
é simbolizãdo
at tude da personagem?

"Ele propôs-lhemoraremjuntos ô eÌaconcordoude braçosaber,


tos,ÍèÌiz em meter-sede novo com um porruguês,poÌque, comotoda
.díulr. Berrole/an;u quenâsuicirar{F a negrose pro, úJ\d ìn{in ri-
vamente o homem nüma raçâ superior à sua.
, O narÍadorâf rmaque a un ão de Bertolezacom JoãoRorÌìãofoi " ns-
tintivã".Explquequeteora, expoÍadape os autoresnaturalistas,
é ex-
pÍessâã pârtí do comportamento de BeÍtoleza,
t Ao âlÍmãÍ que Bertoleza, como "todã câfuza",procuÍava |JmhoÍìem
nlrÍna"rãçasupeíoÍà sua', o naÍâdorÍevelaquetipo de preconceito?
4" O Naturalismoutilizou-seda ciênciaparâcomporsuaspeBonagens, A
visãodessemovimentopode, hoje, ser considerâdâpreconceituosa.
Discutãcom 5euscolegas:de que forma, ao longo da históriâ,alguns
gruposutilizaÍâm-seda ciênciâparaLegitimarseuspreconceitos?

NatuÊlìsno
4154
L I TE R A T U R A
-

I O texto â seguirrefere-seàs questõêsde 5 â 7.

Sergìo,o narradot rememora nosprímeírot diasdo internato


a conversacom um colega,Rebelo,e os con'elhosdeste
'ua para que se possasobrcviverdento do colégio.

í
Era hora de descanso,passeávamos,conveÍsando. Falamos dos
colega-s. Vi enrão, de dentÌo da brandua patriarcal do RebeÌo,
descascd-seuma espéciedeinespeÌado Tersito, prodüzìndo injú-
Conve6aentreRebêôe Sérqio, rias e maÌdições."Uma co4al Náo imagina, meu cãro Séryio. Conte
de5enhôíê tô pÕrRa! Pompéia como uma desgraça ter de üver com esta gerte." E esbeiçou um
lábio saÌcástico para os rãpues que passavàm. 'Aí vão as carinhâs
sonsas,generosa mocidade... Uns p€n€rsos! Têm mais Pecados
nacoÌÌsciênciaqüe um confessorno ouüdo: umà mentìra €m cadâ
dente, um úcio em cadapoÌegadade pele. Fiem-seÌÌeles. São ser-
v i \.,rd i d orê' . b' ,,tai s.dd,,l òc. \âoj un,o" . p" n.a^e que si o amì-
gos...Sóciosde bândalheiml Fuja deles,Iuja {ìeÌes.Cheimm a cor-
rupçáo, empestam de longe. Co{a de hipócritâs! lnorais! Cada
dia de üda renr.lhes ve€onha da véspera. Mas você é criança: não !
dìgo tÌdo o que val€ a generosa mocidade. Com eles mesmos há
de aprender o que sáo..." 1....1
Um tropeÌ de mpazes atÌavessounos a fiente, provocando-me !

f,
t...1
"Isto é uma mültidâoi é preciso força dc cotoveÌos para rom-
per. Não sou cdanç4. nem idiota;üvo só e vejo de longe;masvejo.
Não pode imaginar. Os gênios fazem aqui dois sexos, como se :
foss€ uma escola mista. Os rapazes tímidos, nÌgênuos, sem san- !
gue, sáo brandamente impelidos parao sexo da fraqueza; sáo do-
miÌÌados, festejados, peÌ'verridos como menìnâs ao desamParo.
Quando, em segÌedo dos pais, peÌìsam que o coÌéÍjio é a meÌhor
r
das vidas, com o acolhin€nto dos mais veÌhos, entÍe brejeiro e
afetuoso. esrão perdidos... Faça-sehomem. mcu amigo! Comecc
por não admitiÌ protetores.
Ia por diante RebeÌo com os extraordináÌios avisos,quando
senti pudem-me abÌusa. Quase caí. VoÌtei-me; !i adistânciauma
cara amareÌà, de gordura baÌofa, olhos lesgos sem pestanas, úü-
da para mim, esgarçando a boca em cdeia de riso cínico. Um
süjeito evidentemente mais forte do que eu. Não obstante apa-
nhei com râiÍà üm pedaço de t€lha e anemcssei. O lÏatante Ìi-
vrou-se, injuriando-me com uma gargaÌhada, e sümiu-se. "Muito
[q Tesito: fiE!.a nn{tósìcà stga que bem", apÌaudiu RebeÌo. t...ì
peK,nìtì.â\a à.Dìedicência
súiâds: úias. Raul.oÁrr&.12. ed.sãoÌaulo:Árica,Ì990.p.2?28.(Ffagmenro)
PoMPÉL{,

5. No primeiropãrágíafo,Rebelo descreveos colegasdo Ateneu.Como


ele os caracteÍiza?
o pa do naÍradoÍafLÍma:"Vaisencontraro
I No inícodo rornance, mun-
coragem
do [...]. pãraâ luta".Pãraque "mLrndo', segundoa falade
Rebelo, SérgiodeveeslaípÍ€paÍâdo?

1416 CAPITULO2O
LITERAT U R A
--

Qual é o conselhodado por Rebelosobre o comporiâmentoâ ser


adotâdo dentro do Ateneu?
r Expiquea Íazáodesseconselho.
,. Releia.
'Isto é uma multidãoi é ltc.ko fü@ àe .otouks Para nn\fo. 1...1
faça sehomem, meu amigol"
I o trechodestacado e o conseho dadopoÍ Rebeloa Sérgo evocamuma
dasteoÍ asc entífcasexpofadaspe os natuÍaistâs.Expllqueessa
teoÍ a.
I Enquanto ouviãoscons€lhos Sérgo é "pertuÍbado"por uÍn
de Rebelo,
dosco egas.como ele reage?
r O queessareáção,em pr ncípio,paÌecesugeÍÍ sobreo "sexo"a queo
narradorperiencerá dentÍodo.oéqio?

'Í{fi":eì ïrã*#;***Y**W
*.0,, u..,
:
ô
lá apÍesentadonoCapltulo17,é unìdosmês depos dêdedicartodaa suavda prcÍsslonalà
€ respeitddoscÍítcosl;terários
brasle ros.Cor.o UniversdadedeSãoPauo, foieletoparaocu-
fofÍìoumaisdeunìageraçaode
pÍoíessor, pro- paÍa cèderade número12daAcadenì a BÌasl-
fessorese especiâstas€m teraturêEm2003,

!
1 o determinismoreflete-senã perspectivaem q
ndradores ao trabalhar as suaspenonagens. A pretensa neÌrtralida-
de não chega ao ponto de ocultar o fato de que o autor carr€ga sem-
pre de tons sombrios o destino dâs su?Jcriatüras. Atente-se, nos ro
mances desse período, parâ a galeria de seres distorcidos ou
acachapados peÌo Fatum 1...1.

,,.."3Ì';f.,iliL,íl:ïí,ïíiïi;.i;ï:'i:##
[l]Ac..hapados,{h,hdos,plânos,ercolhìdos.
Fai@: deslino.fatalidade
Expliq.te
Analisandoo romancenaturalista,AlÍredo Bosi r Reieia ostrechos
deromances naturattãsrepÍoduzidos
chama a atenção para o modo como o olhâr neSlecapÍtuloeobseÍvecomoé íeitaa caíacterzaçào
determinirta dos narrâdoresnaturãlistasâÍeta a daspersonagens.
estruturadas narrâtivas,Escrevaum parágraíoâr- . Anãllsea impoÍtânciâde um foco narrativoeÍn 3?
gumentãtivo em que você explique por que essa pessoâ,corn nãrÍãdoÍoniscentê,para dâr maioÍ
ria parâ â |iteratura de tese
cârâcteíísticaé necessá credibilidade
à " demonstÍação" que o autoÍ deseja
Antesde desenvolver seu parágraÍo, conlidere as fâzeÍ a respeitoda influênclado rneio sobÍe o
sugertõesâ seguir comPortâmento hurnano.

Naturalisno417 |
N aturslismo: os trabslh adores como pr otago nistas

A ausênciade dienidade
! É na literatura naturalista do sécLrlo XX que,pelapú
'l meÍavez,o papelprincipa serádestnadoà cassetraba-
f " d o a .ro . rd o o ' ro g ' . p o .o o p . ; o sÇo \ ô -
' que
resanônimos, nãotêÍìrfacedefinida. Sãoa lorçâde
trabalho quemovea socedade,rnasvvemerÌìcondlçÕes f
! indignas. EmGêrmlrìal, a lutadosm nerosflanceses pof
I
umavìdaraehoÍ é a queíáo tenìatizada. ÌarÌìbémna
iterâtura brasieìra,ostÍabalhadoÍês povoarão O col_fic-o,
-È de AluísloAzevedo, ânmalzados pelocotidanodã ex
ploração.
3

A faceanônimado proletariado $

Ostrabalhadores íetornamnosToTnances pTe-mooef


;
n stas.Aparecerndespersonaizados,cornonoséculoXlX,
masnãoconsttuem umaclasse quelutaporseus 0lrel
tos Sãoosmoradores dossubúrbios, peìâ
"coisficados"
Fotode M.Íc teÍêz íêita em 1899,qLê môírà men fos vêndêdores Íudeza e pelansigniícênca deseutrabalho. Náotêm t
dejoÍna s o tÊba ho ifantil começôu.o BrasI a parl r de 1891, nome,desempenhêm ÍunçõesquenáosãosoclalÍÌìente
devidôpÍ ncipamenteao desenvôvmentondu5tÍâ
valorizadas peloo harburguês e, por sso,são dentifì-
cadospeo ofíco queexeÍcern.
DentÍeos autoresdessepefíodo,LiÌìa BarÍetotÍaTá
paraa narrativa a caracterizaçãodoscontínuos,dos
escrituráros,daslavâdeifâs É a faceanônirnado pÍo-
etariado, apÍesentada paTapÍovocaÍ a refexãosobrê
a tÍ stezadesuacondlção socale desuafêltadeiden-
tidade. !

IÌ Espáxhosej'tares
1...1ele tRic do Coraç;io cÌos Outrosl baüou um
poÌrco o olhar à lerra e\ir quc, no tânque.la casâ,ìrm
taÌrÌo es.ondicla dele, Ìrma ftpariga prela lavava. Ela
âbaixava o corpc, sobre a roupâ, câÌÌega\,a todo o serÌ
peso, ensaboava-aligeira, batia-a de encontro,ì PecLra.
e fecomeçava. Teve pena daqueÌa pc,bre muÌÌÌer düas
vezestrisr€ nâ sua condição c ÌÌa stìa cor VenÈÌhe urn
aflüxo de terÌìrlrâ e, depois, pô$sc apensarDo nÌundo,
1/..1.' gr J\ .ì, dl ao rm i nr.' rr,, , rrl erdo n. , t i ett t t
',
rÌo nosso miseráveÌ destino humano.
ll,\RRETo,r,inìr'thtttlìn'L Patuaúa
qtnr\nL 14.c.\. SãoPado, -\tica,
1996.p.3!,. (Frâgnìenr.)
vendedofêmbúan1ê,Riode lane ro, 1895

a 41a cAPiruLa
2a
Colheitade homens:a exploração
nasplantaçõesde cacau
da economa e a consolidação
O desenvolvirnento do capiÌâlsmo,quese
íundamenta nagarênt a de lucropara ospoderosos,
contibuem paÍaintensi
fcaraexporaçãodo1râbalhomal remunerado. Éoquesevênâsfazendas de
cacaudos!l daBahiê,como lorgeAmado denunca em suaobra. ErnCacãu,
a vidadifícI e asprecárascondlçÕes
sãoretratãdas detrabalhonas"empÍeL-
do
tadas"oaíãa colhêita fruto err épocade sâ1r4.
F
:

;
:
!

de.acal, aqu Íetratadas.omosfr!1ôsjá maduros,


As planÌaqõês
prontôspara.o heìtâ,ambentâramromancêrdêlorqe amado

C,o'cau
No sul da Bahia cac.Ìu é o único ronìe quc soa bem. ,q.sroças sào belas
quando carrcgadas de Íiutos rmarclos. fodo Princípio de ano os coronéis
oÌÌÌam o horizorte e fazen as previsões sobrc o tempo c a sâfra E vêÍr
eÌÌtão as empreilâalas ciÌD trabaÌhadores. A emPreitàda, esPóciede corÌira-
to para colhcita de uma roça, fu-se em geraÌ coÌÌì os trabnÌhaclores, que'
casâdos,possuem nÌuÌÌÌer e fìÌhos. EÌes se oìrrigan a colhcr toda una roça
e podem alugaÌ trabaÌhadorcs para ajudálos ouúos trabaÌhadoÌes, aqoe
les que são Í,zinhos, lÌcanÌ ro scniço alulso TÌâbalham Por dja e traba-
lhânÌ em tu.lo. [...]
[...] Nós da colheita Ììos afastálamos uns dos oüúos e nìaÌ troc:i!ànos
alguÌÌìàs palalras. Os da iuntagcÌn conversavam c Ìiau. À tropa de cacau
moÌe chegãla e en.hia os caçuás.O cacau eü Ìcvado PaÌa o cocho Parâ os
três diâs de femÌento. Nós úÌìÌüÌÌros que cÌançârsobre os câÌoços PcÍjajosos
e o ÍÌel acteÌia aos nosírs Pés.NÍeÌ que resistia aos baÌìhos c ao sâbãoÌÌìassa.
Dcpois, li\Ìe do nìel, o cìcau sccavaao sol, esteÌìdido nasb caçÀs AÌi 1am
bém dançá\,amossobre cÌc c cantávaÌnos.OsDossospésfi calaÍÌ espaÌhados,
os cÌcdos abertos. No fim dc oiftr aliõ os cafoços (le cacaü estavamnegros e
clÌeiravaÌÌÌa cìÌocolaie. 1...1A mabna dos aLugadose emPreiteiros só.o he
cia do chocoÌatc aqueÌe chciro parecido qrÌe o cacau tem.
AMID(),.Io€e. ain.az.29.ed. sio P lo: MarÌins,19t1 p l64Ì65 (fragÌnenio)

419 I
Nàrurdrimo
ú,i;]í*ÍÍÍr,,ifi -

PoroossistirF1
. Quandotudo.oneça, de BeÌtrandÌavêÍnleÍFrança,1999 !
Ambientado em umã pequenâcidade ffãncesa,que sofre com o fechâ_
mento das mÌnat de carvãoê com as altastâxâsde desemprêgo,o filme se
cenlra na hktória do proíêssorDaniel Lefebíêe na suã relâçãocom os pro
blemasdos habitantes.Oriêntado pela direçãoda es(olaem que Le.ionaa
não se envolvercom as dificuldadesvividãspela comunidâdê,o professor
a que
não consegueíÌcarimuneà miséria,à íalta dê recuuose dê assistênciã
sêusãlunossãosubmêlidot. Resolve,então, anicularuma campãnha contra
o governo local pâra reivindicar<ondiçÕesdignasde sobrêvivên(iapara a

lmportânte retrato ãtual dâs condìçõesdos mineÌros,ã açãose passâna


mesmaregião dã Françaíêvatada êm Ge.minal,mostrãndoque as condi
çõessubumanãsdosminêirospermãnecempraticamenteâs m€smãs,desde
que gãnhafamas páginasda lìteraÍurânâ dênúnciàde ÉmÌìezolâ
gh. Inglateíâ,2002
' Agara ou nunâ, de lÁlkeLe "@*
o f ilm e nãí â a h k tó rìad e u ma Ía mi l i ad e c a m adâpopul ãri ng esaque
vive em úma espéciêde conjunto habita{ional,cercadade famíllâsseme-
lhãntes.O âínbientehostil, oprêssivoe deprimentêè o cenãrroem que as
vidâsdessâspessoassão âpresentadas, marcadaspelãsdlficuldadesfinan
cêiÍâsê pelafalÌa de peíspectiva.a Pe6onagên5sãofaxinelrâs,motorútas
dê táxì, garçonetesê desêmpregãdosque, na lutã pelasobrevivênciã, vêem
m^"
tÊlnÃor,Í{1116;
,

sêmergulhãdos num vófticedeaPãtiâ, desesperãnça e de agresividadêcons


ã l a (ã o e n tÍê aps e soâsêa vi dã,num retra_
tã nt e.É om eiode tê rm i n a n d ore !
to atual de um ambientedeqradantee mÈerávelcoínoaqueledescíitopor I
AluísiodeAzevêdo em O corriço.
. LuzíaHonên. de FábloBaíeto.Br.sil.1984.
Adaotâdodo romãn(enaturalistade DomingosolímPio.ofilmeconta a
históriade umàjovem quê, depoisde presênclaro assassinatode seuspars,
é criadapor um vaqueiro.Elaadota os compoftãmentosê valoresmasculi
nos do sertão.mât guârda em si a sêduçãofeminina.Adulta, procurao as
rasrinode seuspaispara sê vingar ê âcabãêncontrandoo ãmor
, vinhãsda íra, de )ohnFafd EUA,1940
Baseâdono romancehomônimode steinbeck(1902 I 968),o filme rêÚatâ
a história dos trãbâlhadoresrurais nos EstâdosUnidosno inklo do século
)(X.A açãolrãnscoÍe nâ êpocadã dePrêssão amêricànae secêntrãna histÓ
ria de uma ïãmília de trabalhadores.urais pobrese suâsdìficuldãdes.
Apóscumprirpena por homicídioinvoluníário,o Íilho rnaìsvelho retorna
paracasâe planêjal€vara íamíliâaté a cãlifórniâ,onde se diz quê trâbâlho
não íalÌa. Duíântea viãgem,elespassampo. diversostipos de píovaçõese,
quôndochêgamao seudeíino, descobremqueera um lugarbempior do que
ôouêleouêtinham deixado.Assimcomoem GermtnaíaobtaVinhatda irã ê
protagonizadapelosirabâlhadores e moíÍâ suâ lutã contraa explorêção.
. O colecioiado.,.lew .Ín Wlêr Ingaterra,1965
Intriganteeníedo dê um homêm comum que tem por hobby.olecionâr
borboletas.Apósre.eberum prêmioda loteria,passaã exercitaíuma excen_
tricidadê:aDrkionauina mulhêí para,ao menosêmluas concepções, tratálâ
bem,cuìdandoda, nêcessìdâdês básÌcasdeum sêr da espéciehumana
A5âproxìmações com 05demâisarìimâke asmetáforassobíêo compoíta-
mento humãno instintivosurgemlogo na píimeira leiiura. Mas,além disso,
o co/eciorãdoréuma qíande alegoriada vida contemPorânêacondicionâ
rn€nt os , ãpr k ion a me n l o s ,fru s trã ç õ e s e re p r estõessãoostêmãsdestecl ásì
co de 1965, muito adêquado pâra um momento em que estudâmoso

a 42o caPir.)La2o
Poroncvegor-í$

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Dec er t aÍ or ma ,o ÍÌn a l d o rê c u l oX Xe o i n íci odoX X l íêêdi tâmo entusi asmo de mode lo
burguêsna virada de sé(ulo anterior (xlx-vü) em íelaçãoaos avançoscientíficos.A linguagemadotada pela
literaturâ naturàìistanaouelestemDose5tavâreoletade influêncÌâsdâ onda cientlficista.
O sltê dâ revistaeletrônicade jornalismocientÍíicoda 58PC(sociêdâdeBrasilekãpaía o Progreso dâ Ciència)/
LâbjoÍ(Laboratóriode Estudosavãnçadosêm Jornalismo,ligãdoà Unicâínp)(ontém um /ink rêunindoendereços
F
e etíônicosda áreade d ivulgãçãocientíÍkâ e tecnológicaque podem permìtiruma viâgemàs ú ltimasdêscobertas
do mundo cientíÍlco.
http/wvw.bibvirt.Íuturo.usp.br
O site do p.ojeto BibliotecaVirtual do E(udante dê Língua Portuguerããpresentâobrasde aluísio azevedo,
RaulPompéiâ,Adolfo Camlnha,Júlio Ribeko,DomingosOlímpioe lnglêsde 50uza paradownload-
ht'rp://www.academìã.org.br
stte da AcadêmiaBrasileirade Letras,que contém informãçÕessobre ô vida. a obra e textos êscolhidosdos
escritoresRaulPompéÌaê Júllo Ribeiro,patronosda Academia.

Porolere pesquisor
D
Darwín e a evoluçãoem 90 ? MoacyrScllârtíaça os pâssosiniciaìsdã ciênciãno
mmutos,de PaulSÌrêÌhêrn : Brãsil,quândo recriaa trajetória de OswaldoCruz
Ìraduçãode rüêrê Heena e deCêrlosChagas, doisde nossosmaisrênomados
G eor dane.Ro d el è n e Ìo :l o Íg e sônitaristas.
O livro apÍ€sentaaindã uma boâ de$
Z àhar , 2001 cr(ão do ambiente nacionalna virãda do sé.ulo
Ne$e llvro,o leitoÍtomã con- XIX parã o séculoXX.
tãto com o percursoleito por Aventuras e descobertasde Datuvin è botdo do
; Chã. lesDaí w i n a té c h ê g a rà 8ea9/e,de Richard KeynesTÍadução de SérqioGoes
teoria dâ êvolução,que obri de P aul a.
R o del aneÌo:l o4eZahaÍ,2004.
gou o seí humano a repensãr
Keynes,bisnêtode DaíwÌn, narrâ o que foi tal
sêirlugarno procesoevolutivo.
t vez a maisiíÍìpo.tântêavêntura(iêntíficado sé.u-
Oswaldo cruz a carlas lo XIX: â êxpêriènciâde CharlesDarwin e de ou
Chãgas:o nascmenÌoda tro, vÌãjantesa bordo do,'íM5 Beaglêe âs desco-
Ciêncêno 8rês, de Moè.yr5c àr SãoPaulo bertas que resultaramna teoria dà evolu!ão dãs
O dy $e! t , 20 0 3 . e!pé(i e\.D urari pa l e l ura.á' ompdrl ' dmosê de s
cobendde l o$e s pre-hi \l orko\.o eaconríocom
sob a coordenaçãodo íísico MarceloGleiser,a
povos desconhecidos e todos os âcontêcimêntos
r ole\ ; o lm od d i sd à C i e n c i àp re te n d eà p o r' mdro
que dêrãm oíigêm, nâ mente de Dârwin,à têoriã
leir or( oÍ Lm d à sb a s e sd a c i e r( à . N " n e v o u m..
que rêvol ucÌonou o mundoda cìênci a.

Poroouvirí)
. amo4 ordem & prosressoIntérpreÌe: JardsMa.aé. LuaD scos,2003.
O cêntore compositorlards MacâlègÍavou nesteCDã músicâ"Positivkmo', dê
Noel Rosêe orestesBarbosa.Noêl Rosaé um dos sambistasma s gfavãdospor
intérpfetesde dìíerentêsconcepções musicãis.Íalvez sejapelofâto de ãstemáticas
abordadasem suascomposlçóêsúansitãrem comÍacilidadeêntre âscamãdasmais
DoDuÌares da socÍedadee também entre a elite lntêlectual.Em "Positivismo",a
íêíeíênciaa Augustecomte é d i.etã e eíá a serviçoda Íon ia, maisevidêntea indâ
nã interDrêtacãode JãrdsMôcalé.

Naturalsno421 a
(UFV-MG) Conrider€ass€guintesaíirmâtivas: .aÌifa, não conheci o casãment{}.Verdade é que, ao Ìàdo
a) "Eíorço-nìeporenirarnoespart hoesegLr Íuma nha d€$d faÌtâs, coubeme a boa fortua de não compúr o
retageométÍlca: nenhum rismo.nadade reflexóês, paô com o suoÌ do mcü rosto.
ausenre a peÌsonalidade
doautor" Gustav Fa!bert(Cf. rvttuhàdodeÀ$n,VadÌ6lnh1m6 àebiis C\brs.
BOSI,AÍredo. Históriacancìsada literatuê brâsileiâ
SãoPauo:Cultrix, 1994.p.169) a ) L 'o l q u - ê . . - d d n e e o q . ê ó d o 'ó r 1 p d . t o e ó o r
b) "EmÍhérèseRaqu/h, eu quisestudar temperamentos e quêdeveÍia tertrazdocelebÍdade a BrásCubas.
nãocaíacteres.aÍestáo vrotodo.Escohip€rsonagens b)Rêlacionando a sucntanìente ao contextosóco-histó-
sobêranaÍnentêdominãdaspêlosneÍvosepelosanque, r i o ê- q .ô<edese-/orô o ên'edodo romd_ê. ê p
desprovdas de vre-aÍbltro,
arÊíãdasa cadaato de quea Írase"co!be-mea boafortunâdê nãocomprar o
suavidapelasf.iã dâdêsda própÌa carne[.. ]." Émile pãocomo rJoÍ do rneuíosto" í
Zola(cf. BOSI,
Alfrêdo.Hrstórlácan.isa.la líteraturabft
r/e/rã.SãoPaulo: Cultrx,1994.p.169) (FuvestSP)
OsprincipiosesiéiicosnÍoduzìdospoÍ FaLrbeÍt
e Zolâ, ''Ao cabo, era ú lindo gdção, ìirdo e àudü, que
respectivamentê,
os mentoresdo RealÈÍnoe do Natufâ- cnira\a na lida de botas e espôms, chicote na mão e san-
comopaÍâÍnetro
lisnìo,servem paraquêsepossam êsta- 8ue ms !ris, càvàÌgàndo uú co..eÌ nenoso, rijo,\€loz,
beleceÍasdiferenças entÍeess.sduãsescoasl-
básicas romô o .orcel dd mdgs bãÌadas,que o Romantismo fÒi
bus.d âo castelo Ìnedierd. paã dd com cÌe nas ruàs do
Íosso sé.ulo. o pior é que o estzÍàÌm a ial pontÒ, que
Reflita
sobrcasaf Ímaçóesdosreferidos
escritores
fÍance'
t ', i u ê , h ô t l p , ú . o d m d E . m . o n d e o R . c l , . m L
sese destaqueos pontosconvergentes
ê divergenies
en- '
dc ldl, i,J, reìnc... p o ', , , r p r a ; o . o
lreasÍnanfestaçóesdaprosadefcçãorêãÍa-natuÌalista ",ìd.,um.ln
üansportdr Para os seusliuos."
no Bras.
(Uni(amp-SP) NoromancêMemórias póstumas de BÁs a) Épossíve consderãr o textocomoumaapooga do Re-
cubat o narradoÍ{orneceao leitor umô visãonada a smo?luíifque slrarespoÍa.
lisonjeiradasperronagens, especialmentêquandose b ) Q J ê r ê . o Ò o l 1 d . i . 1 1 ob d . e r o d . € r c o r . d â o .
tíâta daspeÍsonagens Í€mininas. N/édiã? Exponha seupontode vÍa a respeito do pro-
que
a) Sêbendo essa visãodo narradoréacentuãda
no pro- !
cessodeconííução daquela quefoiasuãprmêÌaegran-
(UFV-MG) Leiaalentâmenteo fragmentodê o cortt'
de paixãodejuventude, identfquê essapeEonag€m e 6
ço, qu€ se rêfereà personãgem Pombintìa: &
ote ao menos!m dostÍaçosquêa carãcterzam.
b)Rêfefindo-seâ D. Plácda,aÍÍmao narradoÍ:"Foìassrm E na sua ilmã enfeÌmiça e aleijada, no seu espírito t
que lhê acabouo nojo'. Quala funçãoexeÍcida por rebelde dê flor mimosa e p€regÌina cÌiada nuú nìontu- è
essapêrsoragern natÍamado citadoronìance?Deque ro, üoleta infeÌiz, que urn èsrnnÌe fortê d€mais pda cla
nojosetÌatae d€ quemodoee teriaacabado? atroiiara, à úoça pressentiu berr .Ìàro qüe nun.a duia
de si ao mâridô que ia ter unà conìpanhen a miga, Ìeal e
(Unicamp SP)L€iad s€guìro caprtulo cx dê Memdí- dedìcadai pr€seÍúu qre nun.à ô r8peilrià sinceramcn-
as póstunasde BrásCubar de Mâchadode Assk,e re como a um ser superior po. quern .IÀnos a vidar que
que signiÍicativâmentetem o título dê "31". nunca lhe votdia eÍtusiasmo, e por conse$inte nunca
presidenie lhe teria mor; dessede que ela se sentia capz dc amar
Umasemana depois,LoboNeves foÌ nonìêâdo
de provÍncia. à esperãnça dã Ìecusa,seo de alguérì, sc na reüa hou\€ra ÌÌomens diglos disso. Aìl
AqaÍre-rne
,"ê-oviê<êoL í.vê7dàrrdode1:r.oure. po ên . d" Não o ddia de.erto, porque o Costà cra como os ou-
" " 1.ôs, passjro e ÌcsiSnado. aceirancloa cxistência que lhe
de31,êeíã s mplêstÍãnsposção de a garismoseliminou
dÊlesa, jbs-â', O ." proÍurd".qJe ."o ds
i. d dboliÍd. iúpunhàm as circunstâncias, sem ideah pri)pÉos, sem
, ê m ê r i d â d c . . l e '! r o l d c c m á n n i m . ì o . d e m b : d o . \ F r
ví.ios bágicos, scm capacjcLadc para gÌandes criúest en
a) O narËdoÌÍêÍere-se
êí a uÍn epjsódo de baÍante m- mais unì ànimal quc ücÌa ao nundo parã pÌopagd a es
portâncapaÍao prosseguiÍnentode suavidaamorosã. pé.ie: uú pobrÈdjabo enlìm quejáaadora!â cegânen
Quais o naÍadorea personagem
asreaçÕesentÍe Lobo ,e e.lue | r d 'd r . ! , , F u L . - n , , n '. J ê í r m d i r n . l 'r e -
'r i s
ld ncsm$ lágrinàs, ridi.ula e leÍgonhosas, qre elaeÌa
b)Queepisódlo . nteÍiordêveseÍlêvadoemcontaparase deconendo em quenles .amdinhas peÌ.s ásperãsc nal-
entendero tíecho"Agarre-rÌìe à esperança
da recusa, traiadas barbàs do marido de Leocádia.
sêodecretovesseoutrâvêzdâtado de 13"?
az[vEDo, A]uisio.o .oftr,. 15.ed são?aulo:Àticà,Ì934.p. I 01.
c) Afrase"Queprofundês quêsãoãsmolasda vidal"pode
sêrintêÌprêtad.comoirônicano contextodo Íomance. Oautordo Íomance nâtuÍâista,soba nfluência
dasteoÍr-
as cientiÍcistas, o hornerncomoum caso a
apresenta
. e ê 1 è \ d o o . d ê â _ d o . m . Ê g L 'ì o o p d n o : Ê u ddoejpl
(FuvestSP) tlal. Notextomencionâdo,a peÌsonagenì
Pornbrnha re-
Estc útimo capítulo é todo de negati6. Nào àI.àn fete a iníluêncado derernìnismoambienta
? JustfÌquê
cei a cel€bndade do emplaÍo, não tui miaistro, não tui suãrêsposta.

.4 2 2 UNI DA DE ,
( UÍ alA L) Àúda intima do bEileiro nem é ba\tdtè côesà, nem
O seumorenotri8u.jro, de caboclàvêÌhà, ÍeÌüziâque b$lânt€ disciplinada, pra envolver ê dÒmind todâ  sua
nem meraÌ em brisa; a sua cnna preta, desgrenhada,es pêrbndlidjdc. J $ , m . I n r . F J - l r . . . m ì p e ç i i ô n q .i ê n
coriida e abunddÌte como s das ó$as *l!âgens, dàa te, no conjunto scial. Ele é lire, pois, pad se abàndc
ll,e um Lar"Ler-dtnntro de Ìu.id !r,d! do Inrdm, . na a todo rcpcrtóno de idéiõ, gestos e fonnàs que en-
contre e m su camiDhoi asiimildd@s freqúêúemente
O fÍagmentoanteror pêriencêao rornanceO cortlço,de sem nhiores <1ificuldades-
d€ SóAio Büaque de HÕlanda,Fúí$ doRr6iL
ã) a da.. .i ;o dd pp \o dgFr e\ênolil Ld um t oi.o 'ô- ^dapÌado
cuíso do movimentolteÍário a que se fi o! o autor
Essas à peBonagem
af rÍÍaçóesaplicãnì-se BrásCubas?
JustiÍlque
s!cintamentesuaÍesposta.
Q uêm ov im e n to ío j e s s e e q o
u Íe
a c u Ís o a q ua dot.do?
I
b) ExenìpliÍìq
ue,conìduasexpÍessóes retÌÍâdâsdo lêxto,a Íl (FEllSão Bernardodo Câmpo-sP) Leiaatentamente:
resposiaque vocêdeu ao item anteíior l. "A sêgunda Rêvoluçao Industriã,
o ciêntiÍlcismo,o pro
gÍessoiêcnológico, o sociâlismo utópìco,a fiosofiã
a (UFV ÌúG) Observecomo o nârrâdor inicia o prim€úo
positvistâ
.àpnulô de Mênotiàs póstunàs de üàs Cuba'l deAuguíoComtê,oevolucionismoforÍnam
o contextosóco-político-econôÍn icoíilosófico-cêntlfi-
A I B ' , m . m p ,, h ..,,c i .c d c \i r d b ,:, F ,u c Incmoi J\ co emquesedesenvolveu â estéticaÍea stã".
pelo pÌincipio ou pelôfim, isio é, seporiaem prtmeuo
ll. "O escritoÍrcalista dosobjêtosê daspessoas
ac-"rca-se
lugd o meu úàsci erto oú a minha mortc. Supostoo
de unì modopessoal, ãpoiando-se na intulçaoe nos
usolulgar sèjaconeçd pelo rascimento,duasconsjde'
sentimentos".
I r . i, c \ m c r r Lr 'd ,n d i l c ,ê n tF m;' o d o d pri m.i -
" â d u rà , lll. "Osmaiorcs representantesdaeíéticaÍealista-naturâ-
ra é que eu não sou propriderte un autor detunto,
nìas úm defunlo auior, para quetn a campa nli oütro lista
no BrasilÍoÍam:l\,4achado
deAssls, A uíso deAze-
berço;a segundaé que esüito licaÌia assimmaisg'àlànte vedoe RaulPompé]a".
lV "Podemos cltarconìocãfacteísticas da eÍéticarealis-
ASSI5, Iúthido dc. In: COU ÍNHO, AfÌânio (Org.) .
ta:o indivdualismo,a inguagem erud itae a visãoían-
ortu .rrrLra Rio de.Ìãneúo, Nôrã Aguih, 1992. r I, p. 513. tasiosã da sociedade".
: Escreva,deÍoÍmaconcisa, sobreo narrãdor-personagêm, Vêrlfcanìosque em Íelaçãoao ReallsÍno-Natura
ismo
BrásCubas, apontando eenìentos quejuÍifquêma pos' êstá(estao)
correta(s):
tura revoucìonáÍia
de ÌVachado de Asss,corÌìoinicador ã)apenãs ã le ll.
do movrnentoliteÍáriorealGta b)apenasalelll.
ï9 (UFU-MG) c) apenasa ll e lV
d)apenasallêlÌ1.
Não haw IèPtu
e)apenas a lllê lV
Nno houve lepra, mas há febres por toda ess terrd
hunmd, sejmlelhd ou no%. Onze mesesdepol, Eze t;r (Unirio Rl) Sobr€o Realismo,assinalea afirmativa
quiel moÍêu de úà feb.e tifóide, e Íoi ent rndo nas
ime .tjiçô e. dp J pn, s dl. m nn. le o' . 1úAr m igo' da u n i v e ' a) O romanceévisto comodìstÍaçãoe náocomomelode
ld dd ê lì'ê leu nt d. m M , , ln, r ì o , ôm e\ ú in\ . n ( t ú , ú cíticaàsinsUtuiçÕes sociaisdecadentes-
_Iu
rtrdâ do prôfetâ Ezequiel, em grego: eras perfcito nos
b) O! êscrltoresÍealstasprocuramsêrpêssoaise objetivos.
teus cãninhos". Mandanm'me àmbos os lexlos, grego e
c) O romancêsertãnêjoou rêgionalista originoLr'se no
latiao, o desenho da sepuÌtun, a conta dd.lèspèsàs ê o
Realismo.
resto do dinheiro qüe ele Ìeeet pagari o triplo paE
d)O Realismo constituiuma oposiçaoaoìdeãlismo romãn-
CoÍìo quisese @iÍi.d o rexto, con$,ltei a mjnhà Vul
e)O Reaismovê o Honìemsomentecomoum produto
gata, e achei que era exàto, úàs úrha aindã u compie
biológico.
mento: Tu eru pcrlèito nos teu .àminhos, ddde o di.
da rua diação'. Pdei e perguntei cãlado: "qEndo sèriâ € (Mackenzie-5P)Váriosâutorêsâíirmamquea diferen
o diã da cnação de EzeqúeÌl Niaguém me respondeu-
ça€ntrêRealismoeNaturâlismo é muitosutiì.Umclos

v
Eis ãí nais um mistéúo para zjuntr àôs târbs deste mun- trechosâ seguké.|âramêntenaturalista.Assinaleâ
do. Apesd de rudo,jãntei benÌ e 1ìi ao teatro. âlternativâem que ele aparêce.
Ma.hrdo deAsh. Dd (awlm. a) DesespeEdo, deüÒu o .Íàvo, pegou do papcl €srito
e ragôü{- NesÉ moúêntÒ, à moç., embebida no olhr
deDomCâsmuno
Estecapltulo pêÍmiteclassïicaÍa
naÍa- do mridÒ, .oúêçou â cântaÍoÌa à toa, inconscientê
tivadê Mêchadodê Asss comorealìsta.
Desenvo va essa mente,utu.ôus nuncâ mtes.mtada nem sabidà..."
; déâ,comprovãndo-acomdoiselementos do texto. b) "Enlìm chegou a lÌorâ alaencomendação ê dâ pütidâ.
Sa.cha qüs despedirae do marido, e ô dessp€ro da-
lO (FuvestSP)Lêiaãtentâmenteasseguintes
aÍirmações: quele lancc conÍcÌnou a todos-"

423 a
PREPARE.SE: EENEÍú
VEsÏ8I,LAR
-

c) "Etrlretdto. dõ portàs sur8iam cabèçàscongcanonà í6 (UEL-PR) É corretoâfirmarsobÍ€Ìúâchâdodê Assis:


dasde sono:ouviàmje amplosbocejos,fortescono o I Folsobretudo pea irnaginaçáo desuâsnarratvas, mals
manühd dÀs ondas; pigdreala{e groso por toda a do quêpeo eniloou sensode realismo, quesenotab-
pâriej começa@ asÍcãrs a tilintq Ôcìeiro do caJé lizoucomonossornaiorficcionista xlx.
do 5écuLo
aquecia,supÌaniandotodosos outÌos t...1' . SeLrs primerros ror.ancesconsagTaTam-no comourn
d) "Foi por essctenpo que eu me r€cônciliei outra lez grandêprosadoÍ fêâista,masa partiÍdêMemórjas pó5-
com o CotÌim, seú cheSara sab€ra caüsado dissênti tumo oâBtè"\uDè r"obrc.orouo'unoirespêÍr-
mento. ReconciÌiação oPoì'tuna, po.que a soÌidão pe do da ficçãofântástica.
saÍa-meie à üda era PaÌa mtú â pior dasfadigàs,que é ll . Seuscontos,sobretudo â pa iÍ de Papé6avuBos, são
a fadisa se trabalho." obraspr nìasdeanásepslcológjca, aegoízaçãosocal
e nteÍpretacão daslraquezas humanas.
e) "E €nqúto uma choú, oura rii é a lei dô mundo,
meu ri.o senhori é a Perfeiçãounilersal. Tudo .ho- Assinale
a a ternativa
corÍeta
Endo sêriamonótono, tudÒrindo, cansativo;md uma
boã distiibuiçno d€ lágriúas e poÌcas, soluços e sara_ â)Apênas a af rnìaçãolé verdaderÍd.
bàndâs,acabÀpor t zer à aÌma do mundô à ldiedade b)Apênas a afiÍmação Lllé verdad€Ìa
necesárià. e lt{e o equiÌibio da vidà- ' c) ApenêsasafirmaçÕes le I sãoveÍdade
ras.
d) d. dÍ r d\óe e l l <à o . ê 'd d d F i r d s
t4 (lTA SP) Assinãle ã opção cujâ câract€ííslicã, per- ^pê1"
l, lle ll sãoverdâdejras.
e)AsafìrmaçÕes
, ã o ã p a re c eno
tê n c enÍ eao Realis m oN a tu ra l i s m o n
t7 (MackênzÌe5P)Por suascaracteÍísticas,
não se en_
.O iísicodo rúmero 7 há dia esperaÉo seumomen_ câixanâ píosamâchadianaotrechoqueapãr€ce nâ
to dc moncr estendidona càna, os olhoscràvàdos no u,
a bocamúto abertã,poÌquejá Ìhe ià laliando ô fôÌego â) '.Este último capítuló é todo de ncgati6. Não alcãr-
Nãó tosiar apeDõ, de quddo cn quãndo, o €úor- cei a .eÌebridàdè do emplaÍo, náo fui minisiÌo, nâo !
ço .ônwÌsivo para atràvessaros pulmões desfeitos sacu- tui.alita, nãô .onheci o casamentó. '
diâlhe todo o corpo e arâncalalhe da garganta uma b) "4leitorâ, que é minha .miga c abnu este xlro coÌtr o
rônqueiraÌú8abre,que lembrala o arular ominosodos fiú de des.dsd dà cavatina de ontem püà a Érsa de
pombos.' hoje, quêr fechálo às pressas, ao ver que beiiMos uln j

a seguií,pertefcentesao Reâismo-Na
DascaracterTsticas abismo. Não faça isso, qucndã; €u mudo de nmo "
turalìsrno,apenasuÍna não apaTecêno excenoãntenol c) '1...1 Não sei se Ìhê neti alguns rabqens de Pessi
núsmo. Pod€ se. Ob|àdennado. Escrelia àcom aPeÍà
da galhofà e a tint. da mclancolià, e não é djficil àn|e
a) Animalzãçãodo honìern.
ver o que pôderá sàir desc conúbio."
b)Visáodetermnúta e mecancistado homem. ã
d)"Nâo sou didça, nen idiota: úvo só e lejo de Longe;
c) Patologismo.
na !ejó. Não pode inagind. Os sênios iìucm aqui
d )v er ac dade. dois s€xós.oÌno se fo$e umaescolàúislã. Osraptes
ê) RetÍatoda realidãdêcotdiana. ü m i d o \ . i f g e , 'u o . . i e m . a n g u c . \ a b - d n d r m . n r - i m
pelidospârâo sexo dã traqueTa: são dominados, teste
í5 (UELPR)Na obrâ-pÍima que é o românce O cort(o, jados, penenidos cono menìnàs ao desmparo."
a) podemoss!rcreendeÍas cãracteúticasbáslcasda pro_ e) "O pioÍ é que eÈ .oxa. Uns olhos tâo Ìúcidos, !úa
sa Íomãrìticã:narratvapassiona,tiposhLrmânos ideai
boca tão f.esca, una compostuú tâo senhorili e.o$:
zâdos,disputaentreo iniêrêssernateriaêosçent men n d r u '. / ó ; i \ L F l ê \
L s , 'o . r " q c l J i i J q r . p e r , d ', l u c à
tos ma s nobres.
umimeNo escárnio. Porque bônin, se coxa? por que
b)as personag€ns são apresentadassob o ponto de vst: cota, se bonita? '
psicológìco,desn!d:ndo-seanteos olhosdo eitoÍgÍa-
çãsà dellcadasutilezâcom que o autor as ana sa e -ôx- ía (Mâckênzie-5P)
"Imaginea leitoÌa queestáenÌ Ì813, nà igíejado Car_
c) o eitor é Íanspôrtâdo ao do oíoso u niversodos m se- mo, ouljndo uma daquela boàs lestà atigas, que cram
Íáves e opíimidosm glantesquê, tângidospeê seca, todo o r€creio púbÌi.o e toda a arre musicaÌ. Sabem o
abílgam-seern acomodaçóes co etivas,à esperade urna qLê ê úma Ini-â úrddr: Pôd.f m " g n r r o q l e . c ri r
opoÍÌunoâoê uúa missa càntàdâ daqueles lempos remotos. Não Ìhe
d)vemosrenascer, na décadadê 30 do nossosécuo, uma chmo a atenção pdâ os padrcs e os sàoistãos,neú pda
prosêvrril,de cunho reqon. ista,atentaàs nossasma o sermão, úem para os oÌhos das mÒça càriocas, queia
zelâssocias e capazde objêtvarem eíilo sêcopartede eúm boníos Íese tempo, nem pâÍà d maniilhas ds
nossadura realidade. senhoús grales, os calçõ€s, õ càbeÌeirãs, õ sanefas, ãs
e) consagÍa-se €ntrenósa prcsanaturallstâ, rnarcadapea Ìuzes, os incensos, nada. Não faÌo sequeÌ da orqúestra,
assocaçãod retaentremeioe peísonãgens e peloesn- quc é exceÌentei Ìimjto-me a mosttulhes uúa cabcça
lo agressvoq!ê êstá a serviçodas tesesdeterministas branca, a cabeça de$e velho que re8e a orqu€stra, com
alma e devoção."

4 424 UMDADT
5
PREPARE-SE: EEÌ'IEM
VESTIBUTAR
-

s , ex-
O trechoanteror,queìnicia Cantigade esponsa Zt (UEL'PR) O romanceMemóiaspostumasde BrásCu-
de 165s,apresenta
traoÍdnáriocontode lvlachado uma bâs,de Machadode Assis,é consideÍadoum divisor
câsdesuâpros..Ìratase:
dascaÍacteríst de águas- e nãoapenas em relação à obrâdo escri
toí masà históriadã literâturabrãsileirâ,já quê nâ'
a) do pessmisnìo. queÌaobrâ o autor
a)abandona deveza anásepsicoóg cae a Ìonia,dando
e do eqoÍsmo.
da hipocriçla
c) da denúncia ênfaseè trarÌìar€astacalcadâ nadescÍçãodosÍatos
da pe6onag-"nì b)introduzentrenósosprncÍpios so-
daescoa natuÍdlista,
d)da ânálsepsicológica
bretudoosquerepresêntâm o deterrnn srnoc entÍiico
e) do leitorincllso. c) passa rnoras eétcosateentáorelãt-
ã dealizaÍvalorês
19 (PUCCamp'sP) a estruturaçãodos capítulosd€ Me- cÍiandoêgorapêÌsonagens
vizados, foarese íntegrãç
d)"o"'rdodoroíê_Ìr.roo" u do _àcior"sl e p.. d ;
móriaspóstumàsde BrásCubas
ade- o d , r p o o e p e g g o ô p . ' ( d l d € s o ê , u l L d s Í e qo r o \'
emsentdoinveÍso,
umalinhacronológìca
a) estabelece
quando-sê, de
assm, à condição um "deÍunto
autor" e) renovaa forÍìã mesmado qênêroronìance, dando
lhe umaelasticdadena qua lroniâe análseobletNa
b)revelãos movmentoscapÍlchosos de um narÍ.dorsem
e a formado românce
obrg.çóescoÍna cronologia con-
22 (UEL-PR) PorÍorçadastêsêsdeterminktâsqueabrâça
c) reveadescompromisso coma linhatemporae coma em suâficção,AluísioAzevedo
consttuiçáodâs personagens,cuiocarátêrnãosedêf- a)( roo'oirã a n drcèsc.b-Êri\d. ;,
d€sLri.oer'oraqô'ì.
ne navertiqenrdascenas inÍluências do meioe da íaçâa quepertêncenì
dìretas
d)estabeece um padÍãoprópro,constiturndo 5e numa b) revela-seuÍìrautoÍot rnìstaquafto à possibdadede
.ere oeo^agdoessÔoÍêd_1pos< o d"dedes"og" os miseÍéves rêverteÍem suasltuação
h stoÍicarnente
nizaÍa narÍativa. c) âcreditaquea cuturapopuaÍ,porseÍmaisespontáneâ
ê cÍiativa,
sup€Íaráos modeosda culturaletrada
e) Íêvêlâa preocupação cÔns_
do narÍâdorem sllbÍneÍêr
d)Íazcomqueaspersonagens trunfantêssejamaqlrelas
tantemente narÍadâ
ê rnatéÍia aoju gêm-ôntodo eltoÍ,
rd\d el cujasvinudesmoras se mporìhdm sobrco podeÍeco-
o e q uÊn e sp eÍ êa do olv ( ao po. a d- Ì à dô
j nÔmico.
mGuvest-sP) ê) é umauioÍpessmistã,poseÍá convicto dequeosbons
O *nao do ütu nstntosnatuÍas 5ãoãbafados navidaaristocrática
Começo a drependcÌ-me destelnÌo Não quc ele me 23 (PUC-sP) O €apítuÌol- "Óbito do autoÍ' - e o úlÌi-
ã .ânse;eu não tenho que fazer;e, rcalúenre, expedi. àl- mocâpítuÌo- "DasnegâItuas" -, de Memóriaspóí
guns naSros.apítuÌosParaese mudÔ semprcé tâ.€Ia tumasde Bás Cubas,ÍazemrêfeÍências, respêctiva-
que distrai ú pouco dã eternidade. Mâs o li\Ìo é enfã- mente,â umahesitaçãosobreã aberturapelo princí-
alonho,cheiÍa a kpulcro, üu certa.onraçáo cadâ!éri pio ou pelo ïim dãsmemóriasdo deÍunto autoí e ã
cataício grave,€ àÌiá5ínfimo, porque ô tìàior.lefeito des um saldono balançoda vida.Considerândo essesca-
rc li\Ìo óstu, leilor Tu teDspÌesa de envelhecer,e o Ìivro pítulose utilizândoìnformâções de que vocêdispõe
anda dÕ€gà4 tu ma5 a naíaçâo diÌeita e nutridà, o esri- sobreo românce,é corretodê(larârquê o nârrador
lo r . F Lld,c nu e n t . c íi ê ' i \1 oe n íe u ê J rl nü u ' on' BrásCubas
os óbÌios, guinam à direita € à esquerda,údam e püam, a) éLrrnautordefuntoquê começa
oniscienlemênte a naÍ
ì . . m ungim . u n d n . ts d Í!r' l h d d n F .\Ú o i u êq' Ôní_ rar,pelamo(e,asnremóÍasde ê vado_
amigoscéticos
sos,inclundonessênaÍrarum bãlanço de suâpÍópÍa
Ma.hãdo de -Aisìs ü,ú'ar róanl\ tL BÍá: Urb6 hirtóÍa.
Tendoemv stao contextodasMenóriaspóstumasde Brás b)eíruturaa narratjvadeÍnodoa pÍincipá a peo Í rn,o!
Cubas, é coÍretoalirmarqu€,nesse excerto, seja,pea morte,e vai,aospoucos atéol nâ, Íevelando
ã) êsimagens queserêfeÍemao próprb vÍo,mesmoexa- ao eitoÍa rãzãode um defunÌoâutoÍseinteÍessar em
geradas, apontarn paracaracteísticasqueessêÍoman- escTeveT5uâsrnemonas.
cêde fatoapíesênta. c) é umâutordefunto querclaÌaseuentêÌrocomgrãnde'
novamênte za,emboÍanãodeixede conÍessar suavidade lÍacas
b)âoponderar a opinão do êltoí,o narÍâdor
evidencia quetemporele
o rêsbeto e a conslderaçao sos,conÍrnìados no Últjmocapít!o.

c) o r.ov mentoautocrí1co póeem íeevo,pÍ ncpêmen d)e.r'urJ'd -è_a-i.dd" n oooqlrÊo êiloísiqdorroro


do narrãdor
caractêístca .loga dos"acontêcimentos da vda do aLrtoÍdefunto,
te, a modéstae a contenção
desdea suamorteãtéo nascimênio.
d)ofato deo narÍêdor ao ê tor con-
diÌgÍ-sediíetarÌìente
fiquÍ. um monìento de exceçêo no vÍo. e)é umautordêfuntoquereLata a pÍópÍar.oÍte,narrân-
doslasmêrnóriasa paítLÍdonascmento,ntercalando-
ê) a . ir .deoo -arddorcolr'àd/ d ons-á_ci" e c oeÍ' _ âscomÍeÍexÕes e flna zândoascomuÍn
psicológicâs
têncacomquêhabtualÍrient€ executaseus píoleios pêqueno sado.

425 a
a
Parnasianismo
Na segundametadedo séculoXlX, em uma sociedadetransformada
pelasdêscobettasda ciênciae pela revoluçãodasmáquinas,a razão
toma o Iugar das sentímentosna prcduçãolíteária. Na poesia,
a impacto dessamudançaé profundo. Depoìsde se inspirarcm
por décadasnasemoçõet ospoefaspasiâma privilegiara perfeìçãa
da forúa- Essatendêncíadeu arigema uma nova estétìca,
o Fanasíanísmo.Vocêvai conhecê-lanestecapítLtlo.

F.Cx-) Rmpenors
l
a
t PARIs
il

A plrons€lúara l,,l!.ha,E aianpenaislr ppstaFE.ltÒt,


1a9J úaqaÍia,5a,2t 72,J.m
neÍe pôÍ€r,quedivuqao nomede!m edtor e mprê$ór,
Ob5erye a rqleza daonamentação
imagem?Explique.
í. O que mâischamaâ atençãonessa
da imagem.
a composição
2, Explique
r O quevocêachaqueo artisÌavalorlzou
mais:o detalheouo conlunÌo
daobfa?Justiflque.
3. O que essacomposiçãoe, em especiâ|,o uso de muitasÍormas
circulãres nasÍlores,na ornamentação do vestìdo -sugerem?

4. O cuidadocom o detalhee com o rebuscamento vêíbal apaíece-


rá, no fim do XlX,
séaulo associado
à poesiaparnasiana.
Observe

A drte
Êì [ibtuâio: p6ba que rr €sútu6. Faz sereiasazÌris
Sim, a obra sai mais bela
c'lfta: Ìipo de ndÍÌo.c enconfrado
na cidade de crrúr, m lìâia. Numa foÌm:Ì ão trabalho Torcendo de miÌ formas
Apolin€o, helo conìo o deN gtgô Apolo. Rebelde, As caudas,
ciúela: úabalhe .oú o cinrel Os monsúos dos brâsões-
Verso, ônlx, pedra, esmìÌte.
{iNdrnento nduàl qne tem na POnh
um lâninâ d€ neiìl usda prà erhlhar,
es.urPÌ.i .Ôtu ou gmuÍ nÌâaraB
dÌìÍo,. No poena, cinzeÌd ten o Énhdo
de [ÌüiiaÌ, apeÌfeçod os veMs.
Rejeita, estatuário, Tüdo passae somente
f,
A argiÌà que teu dcdo É ercrna a ìrte robrmta;
ModeÌà,
Quando alma está distântei
a Sobre\ive à cidade.
5
l
LÌlta com o carürâ, t...1
Com o mármore duro
Até os deusesmoüem
E ÌìÌO,
E os versos sobemnos
cuardâs d?s Ìinhas purâsi
Perdrram
Mais fortes qüe o bronze.

Lima, escülpe, cinzela;


Com a mão delicada
SegÌrc no cristaÌino Que o teü sonho Ìigeiro
Se entÌmhe
FiÌão
No bÌoco resistente.
O apoÌíneo perfil.

Pintor, foge à aquâÌela


E a cor ÌÌÌais \'?cìÌânte
Esmaìta
No forno do artesão. GAUTÌÈR Théophìle. A dte.
Ìn: \aEIGÀ,Cìáudio(org.)
Aniotobo ta fa6ia.íÍane:L ktn Ix
'éeh
a, rá,r' r!. 2. ed. mlliâdã
Ria deJaneim:Record,1999.
p. 177r8Ì. (Frâgm€nro).

rA9 f
Panasianisno
T I TER A T U R A
-

r Embora sejammencionados no poemao estatuáro e o p ntor,nãoé


q) sóa e esqueo eu lÍricosediriqe.A qlem entãoelesed rige?
r Na 3i e na 4i estrofes,
qualé a Íecomendaçáo do eu líÍicopafêo
artstaquefor escupiTo rnármore?
t!
rA partirdessa recomendação, concua:qua podera set paÍao eu
lífco,a funçãodoartsta?
a) 5. Quêorìêntâçõêsoeu líricoapresenÌa
ao pintor,naFe nâe eÍroÍes?
ctì r CornbasenessasrecomendaçÕes, qLrevisáodeaftêpodeser dentfi-
cadanessasestfofes?
r Observe a magêmdeabeÌ1ufa. Podemos identifcaÍ
nea umavisão
à queencontrarÌìos
de artesemelhante no poema?Expique.
6, NasestroÍesfinêis,o eu líricoapresentaum motivopãradefender
a importância da produção de arte.Qualé ele?
I DequeÍÌìaneira a ÌteraturaapaÍeces mboizadanessas estrofes?
.A eturado poemaperrnite concuirqueã literatura é vistacomoas
outrasartes?JustÍique.
r NaúltimaesÍofe,a conTpaÍaçâo entreo caráterlgeirodo sonhoe o
do blocopodetêmbémserconsiderada
caráterÍesistente urnalustiï-
cativaparao trabalhodo artista.Quelustificat
va seriaessa?
t. O que essacomposição e, em especial,o usode muitâsformas
circulares- nasflorês,na ornamentação do vestido- sugere?

O Parnasianismo:
a "disciplina
do bomgosto"
Noscapituos 19 e 20, acompanhamos as transÍormaçÕes no contexto
soca e econômco e naproduçáoitêÍáriadasegunda metadedo séculoXlX.
A necessidade deavallaroimpactodaRevoucãoÌndustriale dasnovasdesco-
bertêscientificasfez com que ílósofose artistaspassassem a nterpretaÍa
'eèldède a pè1iídà 'à7áoê n;o Ì"is ddêno\áo.
Osromances reallstâs
e nãturalstas e a poesiaparnasânã sãomanifestações
dessamudança nocampollterário.Novos parámetros estéticosforameletospara
defniío romance, masa transiormação malsradlcal ocorreu mesmonâpoesia.
Ea fo, durantedécâdâs, o espaço prv legiadoparaa expressão dãsemo-
çÕes hLrmanas. Em nome da expÍessão de sentmentos e dos estadosdealÍna,
osromânticoç haviamabandonadoos rgofesformais nacomposìção dospoe-
mas.Quandoa reaçãoânt romântcasuÍgena Françã, o primeifoaspecto a
í seratacadoé justamente essafaltade cu dadocoma forma.
ë Assm, em 1866,algunspoetasfÍanceses, comoThéophle Gãutiere Le
i contede Lisle,publicam umaantologa de poemãs inttu adaO Pãrrã5o con
:
femporáreo, emquedetendem a necessldade detraÌaÍostemaspoéticos de
rnodoÍnas objetivo,pondotirÌìàs " arÌìúrias" romântcas.
O tÍtulodaobrêfazrefeÍência a umaÍnontanha daGÍécia o PaÍnaso -,
queserã ã morâdado deusApoloe dasmusasnspÍadoras dosartstas.Com
essaescoha,os poetasíranceses ptocuravam resgatar a visãode aÍte como
sinônmo de beleza fornìalâlcançada por meo do trãbalhocudadosoe deta
DetêlhedâlitÒgrâíìa
de.losephNashqle lhista.Nascia,
assim, o Parnasãn srfo.
mostrao sêléode máquinas
dâ Grâ.dê O líderdessa Íeaçãoanti roÍnântica fo Théophle Gautieí. EeaÍ rmavaque
Êxpos
çãode 1851no Paáciode Cría, paÍa paÍa pâÍa
em LÒndres.o obletivo
declarado
do
a artenão exisÌe a humanidade, a sociedade ou a moral,mas
eventoeraêxibnâsreaizações
da paíasi mesma. EmoutÍaspalavras: a f naldadedaarteera,parae e,a pÍópfia
ndúnrae do cômérc Òdêtodâsãs arte.Essã sêfáã pÍincipalcaracteÍstcada estétcaparnasiana.

a 43o cAPíuLa21
LITERAT U R A
--

1466 O projetoliterário
1471
do Parnasianismo
O obletvodecaradodospoeÌasparnasanoseraumsó:devolver a beeza
foÍmalà poesia,
e imlnandoo que consderavamos excessos
sentimentalstâs
que
rornântlcos compÍometeÌiam a qualidade
artÍstìca
dospoemas.
Nabasedesse proletoestava
a cTençadequea íunçãoessencaldaarteera
' 1883 produzirobêo.O lernaadotadopelos peã
paÍnasanosa arte aÍte-tÍaduz
essâcrença. r

t88a
r Osagentes
do discurso
Comov mos,desdeo iniciodo Romãntismo, a circulôçãodostextosite-
1492 rárioserafeitaprincpalmentê e periódicos.
nosloÍnais Essa condlção deciÍcu'
,àçáo ol".ouoaç'dnle o co'te o de o oou.áooa\ ob "s. ooíouên u to\ d"
nossos rnas populares
escÍitores escreviêrnnosloÍnalse, assm, Ìolnavamse
conhecidos do públco.Logoos leitores, ÍamJiâÍizados comesses autoíes,
aguardavarn novasobfas,tÍansformando-se em públco{e .
: A publicacão dospoemas tambérneÍafeitanoslornas, masacabava Ìen
do uma outrafoÍma de cìÍculaçãoirnpoÍtante:a ÍÌìernóra dos leiiores Os
? versos maisbonitoseÍãm ogodecoÍados
consiclerados e ciÌadosna pr meira
!ì opoÍtunidade.
AlqunscÍonistas da épocacontarnque,quandoOìavoBilacpassava pea
1497 RJãdo ouvioo',a -.ìois r ov''nen.ooa do ce^trcdo P o, pooian-'e oJ\iÍ dl
gunspassantes íecoÍdando como"QLlandoumavlrgem
v-oÍsos morre i.rma
f estTea aparece"ou, os rnasconhecidos e preferìdos, "Poissó quemama
! podetef ouvido/ Capaz deouvife deentender estre as'.

e o público
O Parnasianismo
1901 I po -.e, io" iri.drdscè'4.e r,.cèsoopüblico doPd'rê{d_l o a pdï'dê
urnâ explicacáo,elaboÍadê pelo crítlco Nestor V tor, em 1902,paralustifcara
I grandeadmiração dopúbicopeospoemasde olavoBilac. Eleâfirrnava queBilac
corregpondia aos ideasda Socedade paraa qualescÍevia. RepÍesentava o brasile _
1903 Íomédo, "lendolivros quê5ê sempÍeligeiÍos, revìstas leves, fazendocrônicas paÍa
ganharalgumdinheiro e, no rÌìas,flanando coma gunsarnlgos, ÍÍeqÜen1ândo
caíése teatros, deìtando-se tarde,levantando setardeiguarÌìente".
Embora o retratoaq!i
âpresen t a dnoã o s e ja
muitolisonjelro parao
poeta,reveLa o perfildos
letoÍese admiradores de
suaotìrae permLte roen-
tif caÍascaracterístcasdo
Ë públlcodã produçãodo
I
P arnasia n iS mo A e.lt e
i brasieÍanãolluscava
tosproÍundosO queela
tex-

queÍta- e enconÌÍava
princrpamentenosversos
de Biac- eÍa a palavra r l a d o R o d e l a n eo ,l 9 l 1
P ê s o a sc o r v € E a n d o e m
deeÍeto,a rlmaüabalha- A socedãdêparâa qua Biac êscrevla apredãva
dê,o ritmocandente.

431 a
Parnasiantsn'.
TI TER AT U R A
-

r O modeloparnasiano
OsparnasanosadotamalgunspÍincíposqueorientama seleção detenìas
e os rnodêlos lìteÍários
a seremseguidos.VejaospÍincíposa queesses Ínode-
losdeveramobedecer.
. Opçãoporurnapoesa descritìva: usode magens queapresenteÍn de modo
mãisimpaÍcialfenômenos naturas,fâtosh stórcos.
. Preocupaçáo corna técnicano momentode composição do poema:o mê-
Ìro, o rtmo, a rirnê,todosos elementos formêisdêvemseÍharTnonizados
de modoa conÍibur paraa pêrfeição Íormal.
. Tentativã de manterumãposturampassível diantedo obletodo poema, *i
paTanãocometero excesso sentrmenÌalstadosromânticos.
. Resgate detêmasdaAntigüidade clássca(referências
à mitologa e a perso-
nagenshÌstóÍicat. II
. Defesa da "êrtepea arte":a poesiadeveriasercomposta comournfirnem
s mesrna.
. Busca da palavra exataque,muitasvezes,berãvao preciosismo.
porém,
Nãodevemos, confundirParnasian
smocomimpassibi dadê.A "oble-
pêrnêslanaerê,
tividade" porvezes,tocadaporurnsentrnentornaoÍ,quêãcaba- c
vaporaproximar
ospoetas
parnasianosdosromânticos
tardios.Essa
carãCrêrística
é maisbemcompÍeenddaa partirdeumcomentáro feitoporOlavoBilac.

No Bmsil nunca houveparnasianismo. O que há enüe nós âtualmenteé


9
a febre da Pefeìçào, a batalha sâgradada rorma, em serviço da Idéìâ e dâ
Concepção.[...]
N€nhum dos poetasda nom geração quer fazer do vefto um instrumen-
to sem vida; nenhum deles qu€r tÌmsformar a Musa num belo cadâ€r. O
que eles não quer€m é que a Vênus grega seja coxa e desajeitada e faça
caretasem vez de soÌÌi. :
I BIL{C, Olavô. In: CASTELLO,lÕsé }JJèL^1do.A tìíituÍa hnnb:rt
!
È origense nnidade.SãoPanlo:Idusp, 1099.tl Ì, p. 29c-300.(Làgú€nb).

Ë
Osparnasanosfranceses abdlcaram detodae qualqueÍemoçãoao com-
porseusversos. Apesarde os poetasbrasile
rosnãoêdotarem a obietividade
francesa,é o cu dadocoma cr açãodeversosperfeitos,
comâ rnanutenção
VtuusdeAres CópiadaescutLÌa do ritmo,coma escolhadasrimasquepernìiteidentiÍicâr,
no Brasil,
a estéÌìca
org na de Praxíte
es.sé.uloV a.C oa.nèsiãnè.

r Linguagem:
a "deusaforma"
É no p anodalinguageÍn
quea estétca parnasiana
seconstrói.
Vêjacomo
ssoocorre,no sonetoabaxo.

Abyssw
BeÌa e tÌaidoral Beijas e arsassinas...
Quem te vê nâo tem forças qu€ le oponha
Ama-te, e dorm€ no teu seio. e sonhâ,
E, quando acorda, acorda feito em Ìüínas...

f 432 caPiTULo2l
IIÍERAÌU R A

Umdosrec!6osde Inguâgêm
dosna poesapêíôasiânâ
muitÕusa-
é o politsíndeto:
a repeiiçãôdãsconlunçóet coordenatvas
Seduzes,e conüdas, e fascinas,
Colno o abismo que, pérfido, a medonha
Faucc ap.esenta 0óridâ c risoÌÌlÌa,
-*v"
/4.+

aditvasVêlâcomôOlavoB ac explocos
.^J{
w
pó ssíndêtos
pârêdesta.af
oseí€tosdestrli Tapctada de |osas e boninas.
dorêsdêrmâ mulhersedutora.
a recoíên.a daconjurção adtivaeníâtizâ o üàjor vendo as flores, Íàtigado
a açãoqle esÌásendodesota ós verbor, Foge o sol, e, deixando a eshada poenta,
apresentadosemseqúênca, têma sLaação A opçãoporapresêntarêsca-
"intêrômpida"pela.onjunção,que ntrod!z Avança incauto..- Súbito, esbroado,
sêmPre
ractêristicas emPares
umanovaaçãoe, assim,geraum ácúmuo igêdospeèconlunção e con-
decorseqüênciasdêsefcêdêãdâs pea redL' Faltaìhe o soÌo âos pés: recua e core,
trib! paÌadestacaÍainda
íìâ s
Vacila e gúta, Ìüta c se ensanguenta, parâo letoÍ a recoÍé.ciãdôs
O usodospolssí.de1ôs,
no poema,atnqe
qle ées-
o pontornáiimonâúltmâestroíe, E roÌa, e tomba, c se espedaça,e morrc...
seócâ mênteúmaenumeraçáo oescentedê RIÌ^c, olavo. Paìr O+anüaçìo € prel&io: Ìr€n Teiaerà.
luta fútldo valanteparas€salvar,
c! mi Sâolaulo: Mdrins Fortes, Ì996. P. r32.
nando.oma sLamoÌ1e.

Ü Áblsú: rhisúô, en latim.


?érfi dor engdador, úaiçoeiro. Umaassocação insóitaentrebeleza etraiçãoé a baseparaa construção do
Iauce: gagd@, aberuru eÍÌ tômâ dc poenìa.O sonetoé todoelaborado ã paÉirde umacomparação que,evocada
no título,é apresentada na segunda estÍofe.A muher,descritano prmelÍo
,g versopoTTneio decaracterísticas
aparenleÍìrente incompatíveis(belae trâidora),
lrc to: desdidado, inpndene.
&b@iio: dedeid pulnüàdo, aenoen pó
écompaíada aoabismo, querepresenta, alegoricamente,seupodeÍdedestru-
ção.A foíçadatÍaiçãoferninina é representada pea maneira cornooviajante é
sêduzido pelaapafência Í/otdae rsonhadafauce,peladelcadeza dasrosaie
dasbonnas.Quando eleseaproxmado abismo, porém,nãopercebe a fragili-
dadedo solo,quesedesfaz debalxodeseuspés,levando-o à molrê.
i O poemasugeÍe quemulhefe abismo têmo mesmo poder:dêpo sdeseduzìr
oshornens, quelutamparaselibedar, arrastam todosparaa destruição. A última
eçrÍofe, essenclaLmente
constituí.Ca deverbos,aoresentaa dramátca utametaió-
T Íca do homem, vítimaincauta dasedução íeminìna,contÍaa suamorteceiteira.
Esse sonetoé um beloexempo de comoos poetaspaTnasianos transÍor-
marna linguagem em exprêssão da aÍte mais pura.

[q Ì!mi!Í€rlE expÍesàô ìâtinà que


sigÌificà pâìdÌ àÁlìivolàs, oüs, ruias.

Inania Verba RefÌ gia: bilha\â, .espìan de.ìà

No sonetotrènscrito,o eu lírico comentaa luta


dos parnasianosem buscada foma peìíeíta.

A1ÌÌ quem há de exprinir aÌmâ impotente e escÌava, quem o molde achaÌá pam a expressâo de tudo?
O que a boca não diz, o quc a mão não escreve? Ail quem há de dizer as ânsias infÌnitâs
- Ardes, sangÌas,pr€gâdâ à tua cnu, e, em breve, Do sonho? e o céu que foge à mâo qüe se leranta?
Olhas, desfeito e;D hdo, o que te deslumbrava...
E a üa muda? e o arco Dudo? e o desespero mudo?
O Pensamento ferye, e é um turbilháo de laq: E as paÌaÌÌas d€ fé que nunca foram ditas?
AForma, ftia e espessâ,é um sepuloo de neve... E as confissões de amor que moÌÌem nâ ga€anta?l
E a Palalra pesâdâ abalà a Idéia leve, BIL{C, Olaro,P@'dr.orgàrizâçãoe prcfácio:
TeiÌeì.tr. São Pâub: Mâ.tjns loDtes, 1996, t. I 45.
Que, pedume e clarão, retulgia e voava. I'rn

Panasiankno433 a
I I T ER AT U R A
-

Í. Qualé a dificuldâde enÍrentadapelo eu Ikico?


r DeqLremaneÍa o s gniÍicadodotítulo do poenìãresumeoteÍnadesen-
volvido?
2. Releiãa segundaestrofedo soneto.Que imagenssãoutilizadaspara
caracterizaro Pensamentoe ã Forma?
r Essasimagensconítuem-secomoantíteses. Expiquede que manera
o enìpÍegôdessas ântíteses
contribuìparaderìonstrãrã dificLlÌdade
da
criaçãoliteÍáriapaÍaos parnasÌanos.
3. EssepoemapertenceaoParnasianismo, QueelementosÍorma;speF
mitem essaclâssiÍicação?
*
r Tambémé possíveidentificaÍ,
no soneto,tfaçosdo Romantrsmo.
QuaÈ
sáoeles?
4, Observeas linhasdo tempo destecapítulo,do 19 e do 20. De que
mâneiraâs mudanças socioculturais
registradâsnostrêscapítulos
contribuííamparao surgimêntode novãstendências literáriasna
poesiabrâsileira?

Osparnasianos
brasileiros
Em1878,osjornais brasieiros
deramnotÍcia de umapolêmica lìteÍária
inti-
tulada"A batahado Parnaso". O principal dospoetasqueparticpa-
interesse
ramdessa polêrnicaeÍadeÍender a possibiidadedecriãção deumapoesia f lo-
querefletisse
sóÍico-cieniífica o espíÍÌtodaépocaem queeraescrta.Esse não
foi o inkio do ParnasanÌsmo entrenós,ÌÌas o méTitodessacontÍóvéÍsa foi
agitarocenário cultufalepÍeparaÍo público, apegadoaoarrebatamento emo-
cionaromántico, paraumas gnificatjva ínudança notom dospoernas.
A primeiÍa obra a ncorpoÍar, de fato, os princíposdo pÍojeto iterário
paÍnasanoÍoi o lvrc FanÍaffas,dêTeófiloDias,publicado eÍtì1882.PoÍesse
motivo,essadataé associada ao iníciodo Parnãs anisÍÌìono BrasL
O apegomaisr gorosoaosprincípos estéticos
do Parnasianismo encontrou
no BÍasiìalgunsseguidores entusãsmados. Osmaisdestacados foramos poe-
.iif:t;,,
tasOlavoB lac,RamundoCorrea.Albertode 0 iveirae Vicentede Carvalho.

ï1'
OlavoBilaço poetadasestrelas
OlavoBÍásMaÌtins dosGumaÍães Bilâc(1865-1918) começou a pubicar
seusversos aos'18anos,ra Gazeta Acadèmìca da Faculdade de Medicina.O
sucesso dospfimeirossonetos fezcomqueo escrtorabandonasse a carreiÍa
de Medicina e iniciasse
o cursodeDireiÌo.
Fundou. comMachado deAsss.o
GÍêmiode Letrase Artesque.maistarde,sefa tÍansformado na Academia
Brasierade Letras.PaÍiota,coÍíìpôsa letrado Hno à Bandera. Pubicou
Poei/ãr(1888),qlresedivideem "Panóplias", "ViaLáctea","SaÍças deFoqo",
"AlÍnaInquieta", "As Vagens"e "O caçador de esmeÍaldas", esteúltmo
poemaem homenagem ao bandeiÍanteFêrnáo DiasPais.O seusegundo vo
uÍnede poesias Iarde.saiuem 1919.
inéditas,
Estrelamaiordo parnasianismo a populaÍidade
brasilelro, deOlavoBlacesta
associadaà grandecapãc dadedetrabahãraspalavrase cÍiarveBosinesquecíve
s.
Tornouseum mestrenaartedeescrever sonetos.oueaDrendeu estudan
do a obradosgrandes sonetistasportuguesesìBocage e Camóes. AbÍaçouo
cultoà formacomoumadevoção, quetfãduziuemversos noconhecido poe-
ma "ProÍssãode fé", publcadona aberturado livÍoPoeslas. Nessetexto,

a 434 caPiruLa
21
T I T I RA T U R A

regstrao desejodecompoTVersos
BiLac comoumourives cr a jóiasdeincom
paráverebuscamenÌo e beleza.
Algumasestroíes de criaçãoqueÍeco
depois,detalhaos procedirnentos
mendaaos poetaspaÍnasanos.
IT
3
* t...1
, Torce,aprimorâ,aìieia,lima
È A frâ.se;
e, enfim,
3 No ve$o de olllo eDgastaarima.
, Como um rubnn.
I RÌÌ"A.C, Ol:vo PtrJ,zi OÍgârizâção c pfclácio: han T€ìxeirà.
9 Sáo Paulo: Nrrtn* Fonles, 1996. p. 4. (Irâgmemo) .

Emìnúmeros sonetos,Biacseguu essesprlncípios, moldandoos versos,


cr andoinveÍsóes sintátcas,escolhendo a rima precisa
comoumo!rivesesco-
he urnapedfa pfecosa para f nalizarsua jóia.
Outrospoemas, poÍéTn,Tevelam umlirsrnoma5Sentimenta, quetezcom
luíraçãopâraa obradeJúlover.e
' VinÍenil 1e9úastubm n6, que os leitoresdecoÍãssem os versosqueescÍeviâ. O exeÍÌìploTnas célebÍe
edçãode I a70 desseir sfiìoé o sonetoXlllda "V a Lácrea".
O mênino Olavo fo !m le toÍ
apãixonado dosromancês d€ lú-
lo verne,que aLmêntavam a
imaginação do futuro poeta.A ilil
êÍante do Bilacaduto crpsceu
bastãnte.EntÍeos estÍange ros, "Orâ (direis) ouviÌ estr€ÌaslCeno
tinhamugaÍdedestaque Cervan
tes,Shakespeare, VictorHugoe Perdeste o sensol" E euvos direi, no entantc,.
ô
€ osportuguesês Bocage e Camóes Qu€, para ouvi-las,muitavcz desperto
(duasparxóes do poeta).Dosbra- E abro asjarÌelas,pálido de espanto...
sileros,
a admiração rnaiorera re-
rervadaa Gonçâves Dias,
Albeno E coNclsamos toda a noi|e, enquaDto
e Machado
de oliveira de Assis. Avia Ìácteâ, como um pálio aberro,
CìntiÌa. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
ê Inda as procuro peÌo céu deserto.

Dircis agom: ''IresÌoucado amigoÌ


Que conr€rsas com elàs? Qu. scntido
l c , n o que di l .m. qudndu.\ri ú.unri qo' ]-

E eüvos direi: 'Amaì para cntendèlasl


Pois só qÌrcÌD ama pode ter oulido
Cap^z.te ouvir e de entender estrelas."
@ rai., . B l l cí. Ol " ' o.P ,,ì.-.u g nui L,oc orrí o
--n
Trslou€do: de$ãirxdo, doido. IÍm Teircúa.SãoÌaulo:varlinslìltes, Ì996.p.55.

Nessepoema,Bilacdefende,poÍ rnejode um eu lírco maisromântLco,a


a de expressar
iÍnportânc OsbeosveÍsosfinaisquearremã-
os sentirnentos.
tam de modo nesquecível o sonêtotrazemo segredo paraouvirasestrelas:
amatAssiÍn,BilacmostrapoTquenãodevêrnos anìsÍno
conÍundiÍPaÍnas com
dadeou objetividade
impassibil total.O queeleensinaemsuãscomposLções
é a possbi idadede concliarã manfestação
peÍfeitas de sentmentosa lma
forrnapoéticabemcuidada.

435 a
ParnasianÉna
t I Ì Ê R AÍ U R A

Mistériono Riode JaneiÌoda belleépoque

Sâedicmdo na porra rla Coloobo, OÌâlo Bil& em um dsmbro. viúÉs, bÌG


riahos e madamespaisavdn pelà famosa conleildia alam GonçalvesDia Ìd
bendo{ com o rabo dôs olhôs. Nãô quc Bilac lòsscjÌrestritmente ldbílel. Podia
rcÌ alto, esbeltô,eÌegúte e o poeta úâis guendó do Bràsii, nàs eÉ vesgo. 1...1
Masnão era peÌosolhosde Bilacque,.óm frementeüepidaçãonÀsgmpas,
at cdioc^ dê 1903pasamm peÌâ po.ia rIà Côlonrbo, todos ôs dis, entr€ quatro *,
c cinco dà târde. Era na esperdça de que, ào \'êìô côNersddo com os amigos
na calçadadà.onfeilària, ele citase .àsualúenteuma dâsjóiasdo seurepenó-
rio poético.t...I Oulir BiÌacem pesôà rê.iraúdo àlgunsde seusversosde vintc e
quãtro quiÌates, mesmo cnquanto mastigavâum .roquete d€ sid, dsiã scr até
úelhô. do que ouür õ estrelasproprimenle ditas.
CASTRO,Rq aià. rá arrrÀ. SãoFãub, comtanhia dasLerns, 2000.p. 9. (Frâgmenio).

Ness€ o êscrtorRuyCaÍÍo m íuÍa ficçãoe readadeao en-


d vertidoÍomance,
voLveÍOlavoBilacemumatramãdem íéÍio no RiodeJaneiro: urnaespã portugue-
CaÍcatuÍãde OãvoBllê.publcêdana saientaap caÍuÍnqo pêpâraÌolbarospÍojetos do diíiqívenventadopêlojorna'
câpâda rêvistê
cãrÉrafundadaem 1908 Mâstudonãopassa
ía losédo Patrccínio. de uÍnbompretexto paraRuyCâíÍo
e votadaà publcaçãodelteratura
exooro arnb entêemÌrueviviarn
osooeÌasbÍasÌê nrsnofina do séculoX X.

Colocando seentreo PaÍnaslanismo


rÌìas rigoÍosoe um Romantsmo eTo-
tjzado,Biactornouseum mestÍe.CoÍnopoeta,soubeaprovetar o queessa
tinhade inovadoÍnotrabalhocoma Íorma.semâbrirmáoda sensi-
estétlca
bildadeparaidentficaraslmagenseostemês querespondiarn aosanselosde !
um públicoaté entãohabltuado ãosexageros sentiÍnenta
istasromânticos.
PoÍessemotivo,muitosdeseusversos sãolembrados atéhoje.

Correia:
Raimundo
maissugestivâs
asimagens
Ao adodeOlavoBilac,
Raimundo CorreiaapresentasecoÍnoumparnasano
quenãosubmeteu suasensib
lidadeà devoçãodaforÍÌìa.EmboratenhaabTaça
doa idéiadaperfeição
Íormal,seussonetos a forçadasÍnagens
exploraÍn suges-
comqueo autoroscile
tivas.fazendo enlrea descrçãoe a sugestão.
ObsêTVe.

Aspombas
Vai-seâ priÍÌeirâ pomba despertada...
V J i ,e o u ìm mâì5...mdr5ourra...Ê nfi m da.nò
De pombas \,ão-sedos pombais, apenas
Raia, smFúneãe lìesca, a madrugada...

E à tarde quando a rígida nortada


Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
RüÍlando as asas,sacudìndo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

a 436 21
caPituLo
IITERATU R A

Também dos coÌ?ções onde abotoam,


Os sonhos, um por um, céleresvod,
Como ïoam às pombas dos pombais;

No da adoÌescênciaas asassoÌtam,
^zul
Fogem... Mas aos pombais as pomb?s voÌtm,
E eles aos co.àçôes não voltam mais...
CORREL{,Rannurdo.In: R NDEIR-! Màruel. ,,l,tolrga loJr@Ízr
.--::i---

Ri{rdeJãeìro: Nóvâ}Ìrrtei.â, 1996.p. 15,1.


td,&,nÍr t sepârmsituiâ.

Esse sonetotornousetãoconhecido queseuautorpassou a seridentiïicado


coÍÌìoo "ooetadasDombas".
Notexto,a revoadadasavesé aoresentada
comoumacenadoamanhec-Âr. Na
teÍceraeçrrofe,porém,o conteúdodo poeÍnaganhadensidade comã anaogia
entrcpombas e sonhos:as prmeiras
partem,masrctoÍnarn sempre ão carÍda
tarde,enquanto ossonhos,quedeixarÌì
05corãçóes,peÍdem-sepêlovastoínundo.
Aexcelência dosversosde Raimundo estáint mamênte
Corfela ligadaa sua
capacidade de pinÌara natuTezaem tonsfoÌtes,crlandomagens de grande
forcaDoétca.ObseFr'e.

Aruitecer
@ Iéb.*.iâ, r-ie cor dc búe. xsbraÉià o Ocidente na agoniâ
ìsbâl* aÌcnur os conrÌafts dê .oÍ oü O sol... Aves em baÌÌdos destâcados,
= tom, Pasando SraduaìnenÈ d. Inât
foìL ao nais i'rco, ou Ìi.erdú.
Por céus de oìro e de púryula raiâdos
Fogem...Fecha-s€a pálpebra do dia...

DeÌìneiam-s€, aÌém da senaia.


i os véftices de chalm aureolados, CORREIA, Râinundo. ln:
tr cln tudo em tomo esbatem denamados B-ANDEIRA,Maueì. Á,r,rtga d,r
Uns tons suavesde melm('olia... 1@,6,rdii"Dri tnc Pâ.nasiana.
Rjo deJaneiro: Nola Fronteira,
1...1 1996.p. 158.llÌagrnenro).

parnasianos
Outros brasileiros
AlbefrodeO ivelÍae VicentedeCarvahotaÍÌìbémsedestêcaram nacorn-
posição dê poemas parnasianos.
Considerêdo, poÍO avoBilac,o "chefe"do Parnasianismo A ber-
bíasileiro,
to deOlvêlrêsededcou nteiramente aocultoàÍorma a partí dosegundoivro
depoesias quepubicou,Meldlonalr(1884). Ee é,entreosãutores do período,
urnÍÌìestrenaaftedecomporpoetcamente quadros,
Íetratos, cenas,em que
pÍedomina umacombinação entrea perfeição
daÍormêe a descrição.
Vicentede CaÍvaho, poÍ suavez,abordaumavãriedade de temaspaTa
ouvaÍa natureza, masmostraespecal Íascíniopeo mat Ficou,poÍ isso,co-
Págna da revistaKó5Do5 de 1904
nhecdo como"o ooetado rnar".
No conteúdodess.plb icâçãÒ, descrta Ernboraa Doesìa deAlbertodeO iveirae VicentedeCêrvahotenhacaTac-
com oum "p fmoÍô sô élb! mde nos s as individuais
terísticãs bemdistintas,e a conservaos prlncipalstraçospaÍnasia-
bê êzase pr mÒÉsêrtÍsticos,Í guravam gosto pe poética artísticos
ou
manfeíâçóes terárasdo Parnêriên smo
nos: a ÍecÍiação de cenasda naturezã, objetos
e repoÌlaqenssobrea eliteêndinhêrêda acontecimentos h stóricos.
Nasobras dessesãutoTes, é evidente também o
cuidadocom a forma, característico
da pÍodução ltêráÍiado período.

437 |
Parnasìaniíno
LI Ì E R A T U R A
ìL

I O texto a seguiÍ reÍere-seàs questõesde 1 a 3 4. Compare o poema de Bilac ao trecho de Romeu


eJul i etâ, deW i l l i am S hakespeare,em que oç i o
vens amantes se despedem,
Tercetos Roneu - qÌe ne preÌÌdam! Que me mateml
[...] Digo que não é â cotolia que lança notâs meÌodi-
Nestepoema,o eu lírico faz osai pda a alúbaú do cér! tão acinÍ,Ì de nossd câ-
um pedido à suaamada. beçai. Tènho mais ânsia de ficaÌ que vontade de PãÌ-
úr. 1...1Vamos coÌrveìlw... posúr que ainda ão édial *
Jul rctâ-Ldra i m. Fdr/ 5rn' .t .ì' orquì.mÈ
rê cmbon Ll êu' [a ve/: F i , uru.i i Ì que, útd ò\i m
Noite aincla, quando eÌa mc PedÌa tão desatinada, lòrçando iritüúes dissontúcns e
Entre dois beúos que mc Íosse enÌbora, a$dos desagràdáveis. t...1 Issavoz ãl,ìmarÌos, afas
Eu, com os olhos em Ìágrimàs. dizia: ta-nosunÌ dos braços do outo,já qÌre vem te caçìr
aqui, com o grito que dá inícìo à caçâdadesie drâ
"Espcra ao menos que desponte a auroral
A1Ì, \ai-te agorâ; iÌrDnina-se ÌÌìaìs e ìnais a manhã
Tua aÌcova é cheirosâ como um ninho .
Romeü - llrmjna se mìis e mais. cnquanto
E oÌha que escuridão há lá poÌ fora! anoìtece e ì nossoscoraçõcsl
ConÌo queres que eo vá, triste e sozjnho, SIIÀKF-S?LARE $ílidì. n@fl rllìd,, lÌ.dução de Beaúú
$és*I_aiâ PÒrtÒAlc$r: l-&PNÍ, Ì993. p. 10tì08 (F.i$!ento)
Casando a treva e o frio de meu peito
Ao frio e à tIeva que há peÌo caminho?l . Quesemehançase diferenças podemosnotaren-
tre os doìsiextos?
Ouves?é o veÌìtol é um temporaÌ desfeito! . PodeÍíamos pensaíque Bilac"se inspiroLr"
nessa
Não ne arrojes à chuvn e à teÌnpestâdel cenaparaes.reverseupoemâ?Porquê?.
Não me eiÌes do vaÌe do t€ü leitol
I O Íexto à seguir reÍere_seás questóesde 5 a 7
Morrerei de âflição e de saudade... !.
Esperal até que o dia resplandeça,
Aquece-me com a tua mocidadel
Mal secreto
Sobre o teu coÌo deixa-me a cabeçâ Nestepoema,o eu lírico trata da diferença
RepousâÌ, como há pouco repousava .. entre o gue osserei humanosrealmente
EspeÉ um poucol deixa que aÌnânheçaÌ" senteme o que mostramao muodo.
- E ela abÌia-nÌe os braços. E eu tÌca\ã É
BILÁa. ola\o. MelhúL\ lasL6 dz Olna BìLLL
Sel€ção dê ìÍari$ Ì.ajoÌo. il cd
Se a cóÌem que cspüma, a dor que mora
São lalloi GÌobal, 2003 P 87_88 N'aÌma, e destÌói cada ilusão cÌrÌcrÌâsce.
Tudo o que punge, tÌrdo o quc devom
O coração, no rosto se estampasei

t. ldentifique o iemâ desenvolvidono poema Se se pudesse,o cspíri.o qÌre cÌÌora,


r Qualé a stuaçãoapÍesentada nesses versos? Ver atÌa\'és da máscara da face,

2. Comque obietivoo eu líÍicose dirigeà amada? Quanta gente, taÌlez, qìr€ nlveja agora
Nos causa,então piedade nos causasse!
r Paraat ngií seuobietvo,o eu íricoapresenta al
gunsaÍgumentos. Qua s sãoeles? QuarÌâ ge te qì.reri, talvez, coÌÌsigo
t. O Parnâsianismocaracterizou-se por uma expíes- Guardâ uÍì âtroz, recôndito iÌÌìmigo,
siva preocupaçãocom a elaboraçãoformâl dos Como nìlisíteÌ chaga cmccrosal
poemas.Notextode OlèvoBiìâc,há càÍa(lerÍstÈ
(ds que àtestamesseformalìsmonè melIicã uti QuaÌta gente que .i, tahrz existe,
lizâdae no sistemâde rimasâdotado.Porquê? C{a veÌìtura única consiste
r As chamâdas r masricas,aquelasformadasentre Em parecer aos oüros vcnturosal
paavrasde classes gÍamatcaisdjfeÍentes,foram (IORREI , RaìnÌuÌdo. rÌrdÀ@.J l.m d. RaimdÒ ütreiL
multovaoÍzadas pelospaÌnasianos ldentiíiqueãs sclcção dc lclcria lÌiil.2. ed. stó ?auÌo: Clohrl,2001 l 49
queapârecem no poemãtÍanscÍto.

I 8A 21
CAPITULO
LIÌERAÌURA
-

LUIv€ntu& relicilade,alesia. 5. O eu lírico apresentâ,nâs duas primeirâsestrofes,os sentimentos


que os indivíduos "escondem"dosdemâis.Quaissãoeles?
r Segundoo eu líÍco, o que aconteceriase pudéssemos ver "atÍâvésda
máscara da face" daspessoas?
6, Qual seriaa "estrâtégia"utilizadapelâspessoas para "disÍãrçar"
seusreaissentimentos?
r Que palavras ou expressóes,
na terceiraestrofe,indicamaquio que as
pessoas "escondem"sobÍes mêsmas?
7, Releiâ.
"Quantagenteque rj, tahcz existe.
CÌúaventuraÌinica consistc
Em pareceraosoüirosrenturosal"
r NessesveÍsos,o eu ÍÍicoafirmaqueos sereshlrmanossêesÍorçanìem
aparentatãosoutÍos,Lrmafe icidadeque não é rêa. O que exp carla
esSecomportamento?

.:
É
5
lvan lunqueira(1934)
t...1 com ÌãÌas exceçôes,nossosparnasianos,ao coníáÌio de seus t
modeÌos fÌãnceses.náo amordâçaram a emoção, de modo que 1...1o
Jornaía, po€tã,tÍãdltofêên- Pdna.sianimo, úqÌrato escota litdáÍâ, não chegou a se conÍigunÍ
saísta.Emmarçode2000foêlei- múto nitidamente entre nós. [...] I Bilac não tugiu à Égra. Ao contÌá-
to pdraocupaÍa cadeiÍa37 dã
rio, fundamenta-a. 1...1Vìsto cÌesse ângìrlo, pârece-ÌÌos que Bìlac lòi
AcadenìlaBÍase rade tetras,na
parnasiâno antes na ì'?rrÌ çãaào 1Ìle na,enotri!, a quaÌ, como no caso de
vagade loâo Cabralde Melo
Neto.Comopoetae .ítico, ga- Raimundo CoÌÌeia, d€nunciâ Ìaízes acima de tudo românticâs.
nhouváiosprêmos EdtouLrma .JUNQUflR\ hnn. BiLac:lersenìàL{ ÌÌr: RÌt^C, OÌaro. Orrdp|Ìida
antologia crítcada poesiade O$ani?ação e intodüÉÒ: Alcxcì Bueno. Rio dejrneiro:
MânuelBande ra(Iesíêmenfo de NovaA$rilaf, 199t. p.59. (I_ngnì.nro).
PãJárçÍada)
e uÍn voluÍnecoÍnos
ÌeÍrosde nãojcçãodeJoséLins Expliquê
do Rego(D/ãsldose vivdos).A ém Observeo trecho destacadona €itãçãode lvan Junqueira.Escre-
dê traduziÍpoetasesÍangeros, va um pârágraÍoargumêntativoem que vocêexpliquea razãodes-
conìoonglêsl S Elìoteo an sa afìrmaçãocom baseem exemplosextraídosdâ poesiâde Olâvo
cêsCharesBaudelaiÍê, lunq!eira Bilac.Procuredemonstrartâ m bém que o aspectoformalda estética
tambémanasaãobradêssesau- paÍnasianapode ser reconhecidona obra dos poetasbrasileiros.
tores no vro Bâudêlâte,ÉÍot e
Antesde desenvolverseu parágrafo,considereasetapassugeridâs
Dylanlhorrâs:tÍêsv sÕesda mo-
a segurr.
r ldentifique,
no textocitado,a rãzãopea qual vanJunqueiraquestona
a presençado Parnas an smocómo "escolaliteÍárla"no Brâsil.
r Releiaa pas"agem e- oJFo ovoB lac'a1 Lmàdl r.n"("o.eÍrêl-è-.e.
A fazãoapresentada pelopoetaé a mesma?
. Releiao poêma"Ìercetos",apresentado na seção"TextopaÍaanállse",
.om odse1ee, dômor\lrd d rdldopo ld( o"
e \e.a ç e oos"rve',
a(ãode vê'rJLrqL^r".
"'Í^

Pa|nasianlsna
439 a
Parnasianismo:a lapidaçãodaforma

ttá ut . , í t$ , o Á L ./' A poesiaclássica


É na AntgüdadeCláss ca quea preocupação como trabaho formalna
tttìt construção da poesa apaÍece pea pÍimerãvez.Gregose lãtinoscrìamalgu-
tAFtríí masdasforrnasfixas- odes,éclogas e elegias queserãoretomadas em
*t'l lh a'.t'L dfefentesnìonìentos da históriada teratura.À/lasa elaboração
da foÍrÌìa
i ú itÁ'l
1\tati*-'1, 'at
4.'l,trf tF entfeosantigos náoseresÍngiuà ÍÌìetrificação
ouàverslficação
Jáem325a.C., È
tu t. t'tbí ,^.í.r.'t, Ntf
rí4t . i'tn ,Í.t 4 tt .- e esproduzam poemas visuas,comoosqueserãocriadospelosconcretstas
.J r,!úF çtat ,l;* ãtttntt'e a paítirdãdécada de 1950ObseÍve o poema êo ado,nttuLado "O ovo",do
ttâr; ;;Ò-t ttl aui.tt ldiÃr
t lr.t aitú t i,.a atr.i,i t* t poetagfegoSírnias de Rodes.
ú ;A' 4.ì at .' ,t htt'n FzO
attai,i,r rlttú a.:^'1à 4{ ,t J Nesse poeraa,
osversosvãosendo organizádos
deroodoa ÍeconstÍulrvìsua
men-
a1! t ,/tAt ht t1., i Ì L.ãa
r, I A.á^,, ^t,&t ú. t ì., àn.l.t ú4a.O t te o foÍmatodeumovo,sírnbolo daperíeçãoformalaseralcançada nopoema.
i t{;t tel ú.!at.n& t,Jt+.' adÀ,rú6
rn.,,,r'í,útelt rti'yta*, út .
^íà
tia,l- F.tt, tn ra-,plh Àíú *y'itr
t,'s\ /ú nwt
^.a
,{,t,*, tu.Ár.;'r.tt
J ní.tu'th4ir
rk h,íL ltlkt
4të A agudezadosbarrocos
pï, çrq;tt ln; .t* A tt4i"i A elaboraçáo forma Íetornêcornumêfeiçãodiferentena poesiabarroca.
È6' , lrn *", P eJút t\úhl
t , 4,ú L r.,',,4r., Nãose trata apenasde desênvover o temâem urnaformaperfeita,como c
|.Ìtd t),ú, ti4 nârl1'rt., aa/ rir*í \ t ,
tÊpnt ki .it4 l,ët .1. ízeraÍÌìos poetasc ásscos.O desaÍo do escrtordessaestéticaé outro:pÍo-
1r,. t4vt,
t i!'Nítut
ntk ttl
Lttt
duzirtextossofÌstcadosparaserreconhec do corïo poetamaior.Êssasoíist- j

itt4 i,tt* , t. caçáoé alcançada cornos jogosrÌìetafórcos,a rquezadas magense o


ttt4 r't!e. rebuscarnento veÍbal.Q!antorÌìars
e aborados fossemos poemas, rÌìas "va
or" iteráro tera seuautor,comovirnosno Capítuo 8. VelacorÌìoGÍegóÍio
n MENEZES, PhladephoRateia.ieleiíuta
poesacôncrêtâe v sual5ãoPauo:At.ã,
de Matosexploramagens e inversóess ntállcasno sonetoabaixo. i
1998p. 6 ,1

t
Aa braça do Madno Jesaude ltrcssaSenlrcra
ilas Maraailhas, A quem infiéis despeda.çaram
O todo setÌra parte não é todo;
,q.parte sem o todo não é parter
Mar se a pàrte o faz todo, seDdo pnrte,
Não se diga que é pãrte. sendo o todo.

EnÌ todo o sacÌamento cstá Deus todo.


E todo assisteinreiro cm quaÌquer parte,
ì|AIOS. C.cgório d€. I'Mar
E feito em pâÌtes todo cm toda a parte,
a.oá,?6. Seleção,i,r.oduçào
E1Ìì qualquer paÌte semprc fica o todo. € not s deJoséNfigueìürsnìk.
t...1 SãoÌaulo: CuìrÍix,s.d.p.30t.

O "bufianìento quedáíormaao poemãé construído


Ingüístico" a paÍtir
dejogosde paavrasqueexploram
os sentdosde todoe parte.
?
:
Ê
A forma parnasiana
Comovocêv u nestecapítulo, a poesa parnasanasedefne pea vaorza-
:
2 çãodaformacomoexpÍessão do poema,a buscapea
do belo.A e âborêção
: palavrarÌìas rara,o r gor na veÍsiÍcação farãodo poeta
e na metrlficação
paÍnasanoum artesãoiteráro. suaobradevesefo Íesultado do esforçode
Men no.les!5,c. 1640,leÍacota lapidaçãodafoÍrìraatéquesechegueà perfeição absouta.

I Mo CA TULa
21
A depuraçãomodernista
OsescrtoÍes Írodern5t45,deposde romperem como formaismoexacerba-
do dospoetaspaÍnas anos,prornoverão,
na Geração de45, umarestãurãção
dafofmapormeiodaprecisão dalnguageme do rigoÍnaconstruçáo do poe
ma.loãoCabrâdeN,4elo Netoseráo mehorexernplo desse esfoÍçodêconten
çãoemociona:na suapoesia, a forçada rÌìensagemestáno usoda paãvía
ceftae nacrìaçãodecampos semántcosparadizero quepÍetende. Veja.

F
Ríbula de um wquiteto
A arqrÌrtetuü como construÌ portas,
de abrirt ou como construir o abeÌ1o;
construir. não como iÌhar e prender
ncm construìr como fèchar secretos;
construir portas aberta!, em portâs;
casasexclusr\amente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o honÌem
(tudo sc saneada desde casâsabertas)
poÍtas por ondet jaÌÌÌais portas..onúa:
por onde, Ìi\res: ar Ìuz razáo certa-
NaTO,.loàoCabralde ltelo. Á ülúataal).la!"lra . dúaií
Rjodc.lânei.or
NoR Fronr€ira. 199?.p.15.(I gmsto).
:
=
O poetatraduzo desejopea constftrção
do "abeÌto"em oposçãoao "Íê-
chado"nessafábulêde um arquiteto.
PaÍamarcaressaantítese,
ao ongodo
p o e 1 d . L l i l dterÍosquê' d(dnê.\opo" Í d(do

A poesiavisual do Concretismo
A partr da décêdêde 1950,o movmentoconcretistatfaz um novosignfi-
cadoà e aboração formado poemaaoassoc arà escohaprccsadaspalavras
; a suadisposição napágnãem branco. No Concretismo,o queseconÍgura
i comoeaboraçãoforrna é, namaioÍpartedasvezes,
odiálogo enÍeê ingua
gemverbae asformassirÌìétrìcas
dageometra. Observe comossoocoÍreno
. poeTd deA-q1,.'o deC"r"ìpo\.
-onLre.o
; p
É Pl
! pl,
Plu v
vejacomo'deformas métÍi-
Pluvi
p ì u v i o ca' as pêlavrasp/uvla/(Íelativo
â chlva) e f/uvlal(referentea
p ì t t i . t
íio)esÌáod spostasparaÍepre-
t ì , , i t
" sentêrvisuêlrnenteachuvaqu_o
í I u v i o I
cêre o Íroqle corre.
í | u v i o I
ll uviol
I Iuv io I
O poeÌaAuqusto deCamposque, com
seu rmãoHarododeC.mpote o pêr.êrô I l'rv io I
DécìoPgfaiaÍ, n ciouô môvimêntôdê CÁIiIOS, -{n$sro de. P6iz / 9+9-1974Sâo
poêsa cÒncreta
no Br:s laulo: r\teììèEdnorirÌ, 2000.p.10ô.

Pêrnasianisna
441 a
ffi
Poroossistir
F
A /ân9ô de RaketStreet,de Migue FaÌiaÌ Bras, :
2 0 01.
A m b' enr àdo r o R i od e l d n e i rod. J rè n reo 5 e q u r
d o Reinado,es e fi l me tra z u ma a v ê n tu rad e
sh e4oc l r lor m e(e \e u d m g o i n s e o a rá v eol , D .
W êt s oì . A í onv il ed o i mp e rà d oD r . P e d rorl ,o ' à È
mosodetetivedesembâ.cânâ cidâdêcariocapèra
i n v ê\ r ' 9èro oes d p d rÍi m e l tod Ê u rr v è l i o s ov i o l
qu e o rê g e .têt n l ' a d a d o d e p p
n o s r r adiv dr ' us
se nr ed um dbàr on ê s àa.s u g e íà o d e (l ^ d m ãor d e -
têtivepàrtiu dè divaíràn.eràsèrã|"Bernhdrdt.oue
seàp' es er Ì àv ãpe l àp ri mê i .àv e / 1 o Brd s i le. n c à n -
tèndo a a t a s o( iê d ã d 'pd r:o (d H . o l m e sc h e q èã c
d a dêr naf av ihosa e a c a b ãa j u d a n d oa p o L i (i a
local
ã inv eí qêrt àm b è Í L md \é ri ed F d s s à s s i n à to c cs
m et idospor Lm mi s l e r' o \o( i m i ro s o .O o à ro d e
fundo dãs ãventurasda dupla inglesasêráa vidã
da elite brasìlêirâdo fim do séculoXlx, dufãnte o
pelodo que ostu.nàsê.chèmèdode aêl/êÉpoqüe
' i
N o f ilm e,à c dãdeíe ru i l h ãd e d ío n re {i n e n l o sc u L -
turaÌse intelectuaisealgumaspersonâlidâdês ilus-
tr es dd his t ór ian ã ' i o n a l s d o I d n s Ío rmà d aes m
p er s onagensc,om o c h i q u i n h a Go n z a g â o , lãvo
Bilac e lose do Patrocínio.

. Maulin Bouge,deBaztrhrmãnn ÊUA,2001


ir
Ambientado na Parisboêmia de 1900,o 'fÌlrnê
têm sua açãoc€ntradano famosocabâíé Moulin E
R ouge.A hk t ór iag i rd e m l o ro d d ! e ,p e íi è 1 cà s
vividaspor ChrisÌian,um jovem poetâ que, dêsafi-
ãndoseupai, muda{e pa.â Montmârtrê,naépocã
considerãdoum bai.ro amoral, fepleto de vícros.
Lá,o rãpazconhecêToulouse'Latrece seusamigos
e pa$d d i1lê9í à ' o rì.r1 d om i te .á v e lm , d s .h e i o
de glâmoui do cabafémaisíamosoda época,onde
se apãiÌona por satÌne,a codesãmãisrequisitada
da cidâdeê â estrelado Moulin Rouge.Deíâq!rê
para a primorosaf€crjaçãodo cenáriodecâdentê
dessa P ar k dof ina l d o s é c u l o x l xé, p o c ãê m q u es ê
dêsenvolveuo movimentoparnasianofrancès.

. M2 21
CAPIIULA
Poronovegor-í$
http://fâroldâslêúas.no.sapo.pt ro 1s como membrofundador Além de bio-
o Faroldas Letrâsé um portal dê Litêra- graÍiãbêm(uidada.o portôlofe.ecetambém
tura Po.ruguêsabastantêeficiente no quê umaseleçãodosseusmaGconhêcidos veÍsos.
diz respeito aos períodos históricose aos hrrpi//wvw.brasilcult.p.o.brlpaleíraíhtml/
pr i n (ìp a i ê
s s c ri to redsa q u e l ep a G.A pági na
dedicadãao Parnasianismo, além de oíere F
cer conceitose caracterGticas geraisda épo- . s/te com brevesinformaçõessob.e a Bellê
ca, apresenta/hks parâ os escritoresvincu Epoquee ã obra de AlphonsêMucha.
lad o sâ o e íi l o . Ap e s ã rd e n ã o a presêntar http://wwwita ucultuíal.org.br
dêrign atraente,oïerecetextossériosde im-
Neíe site,é posívelencontrarinformações
portântes nomês de críticose de historia-
a respeito do PãrnasiânÈmoe dos poetas
dores de Arte e Literatura.
http://www.ãcademia.org.br httpy/www.bibvirt.futuro.usp.br
o portal da academiaBrasileifadê Letras sitê com t€xtos intêgrak de poêtâs pâÊ
apresêntauma página espe(ialpara Olavo
Bilã.,o poetàqueocupouãcâdeirãde núme

j PoroleÍe pesquisoÍ
Ër
d
. Os nelhores poêmãsde O/ãvoBilâc,seleção e oryanzaçãode MarsãLajoo. SãoPallo clobal,
20 0 3
ExcelentêanlologÌarêalizâdapelâ proïêssoraN,4arlsâ
Lajolosobreo principalrep.esentânie,
: no Brâsil,do estiloconhecidopor Parnasianismo.
Apesardeproduzirumaobrâãcusadadê êstâí
disÌantedãsquestõessociais reaimenteimportantêsparãa Literatura€seuslêitores,Bilacéum
dos maioresresponsávêis pelapopulãrizãção da poesiaerÍìnossopàís.
. Osnelhores poemãsde Raìnundo Correia,teleeeode Ìe eniaH . 5ãoPalio G obal,2001.
Ântologìa com os mak importantêepoemasdo escritorpãrnasiânoRaimundoCoíêiâ.
. Muchâ,de Renate
U meí Ro delanero:Taschen do Brasl, 2001
Livrocom algumâsdãs melhoíêsobíâsde AlphonseMuchâ e sêu .etíâto dã.hamâda Belle
Époquê:grâciosâsÍiguÍâs Íemininâs,coresêncantãdorãsê cenáriospêrfêitos.

3
Poroouvirfi

o nelhor de chiquinha Gorzaga,Revvendo, s d.


EstéCDé umâcompilação dosgrandêsciássicosdê Chiquinha
Gonzaga,mulher de corageme dêtêrminâção, considêradãa
pionehada rnüsicapopularbrasileira.
Ás cançóês de Chiquinha
eramexecúëdasnorsalÕes da óe//eépoquecãrioca,no período
êm quê os poetaspahêsiãnosproduziãmsuã obrã. O álbum,
com 20 fôixar apresentaa fãmosâmãrchinhade carnàval"Õ
abrealaí'. comooía em 1849.

Pa|nasiânìsno443 |
Si mbol i s m o
Coma chegadado fim do sé.ulaXlX, o otimismoda eft Cas
revoluçõessaide cenà,cedendoespaçoa um olhar maísrcílexiro
e pesslm/itâ.Nestecapítulo,vocêvai conheceros côminhos
encontradospela afte para expressâr essarava perspectìva. .f

!
I

t't!
'ü'
f, ..::

* *l
IIONEÍ,A Bulevar.|asCapú.htnhor187: ÓLeosobrete a, 80 r 60 cm
Como a lterat!Íê, a ont!Íê tambéh pêssaa retraiarpasagensurbanas

:APITULa
22
o que vocêdeveÁ saberao 1. O guadaoO BulevardosCapuchinhos,pinlado do terceiro andar de
um ediÍício,registraumacenâde ruaem Parit nofim do séculoXlX.
L O que foio Símbolismo. r Queelementos podemser dentficados na p ntura?
. Pot que o projeto liter.á- . QuerecuÍsos o p ntoÍ ut lizaparasugerlra estaçáodo anoem que
tio sinbolista se deíine ocorrea cenêe queestação sefiaessa?
como una oposiçãoao 2. Leiaestecomentáriosobreo quadrodê Monet.
ÍacionaIìsno e ao cientif i-
"Alida no bouk!úl, a,t pessoas a passear para cina e pda bâixo, o
. Quata ínportância dapeh moümento dos pâssantes€ dos coches que, vistos d€ cima, se asseme- Í
cepçaosensonale da su Ìham a manchas coÌoridâr, paÍecem, pelâ reprodüçáo \aga, uma foto-
gestão paía a estéticã grafia que capta o moümento e em que os contomos não estão bem
delinidos. 1...1A imagem parece lìxâr um momento pâssageiro."
2- Comosecaraatérizoua oh'à SACNER-DUCHTING, - Unalatta!üa 6 oth^.
ì,idin. LlÒnèt
dos poetas sìmbolistàsbrà- Espaha:Tas.h€!,1998.p,58 {Frâgnênlo)
r O modocomoÀ/lonetrepÍesentapessoas,
coches, e pÍédios
árvores
3. De que nodo Ctuze Sousa sugere
movimento.
PoÍ quê?
explora imagens caleidos- r Que mpÍessáo
sobrea vldanacidadeo quadropÍovoca?Justifique.
cópìcasnà construçãode
l. A maneiracomoMonetpintoua cenachocouâ sociedade parisien-
sedoÍinâldoséculo XlX.Nãépoca, oscidadãos representados por
4, Comoo místícismoe a mor MonetÍoramcomparados a "lambidasnegras"natela.
te definem o Simbolisno dè
Alphonsusde Guimàmens-
r CornpaÍeessequadro,por exemplo,com a5 p nturasrealistãs que
aparecem no CapítuloT9.Qued ferençaé possivel identiÍcaÍenÍe a
maneira comoospintores comoIVlonet,
reaistaseoslmpÍessionistas,
! entendem a realldade?
r Porque podemos dizerquea "pÍecisão centífca" peÍseguidapeJos
ó realstasao DntarnãoeraaDreciada oor Monet?
4. Naépocaem què Monetpintouessequadro,nãoeracomumrêtra-
tar paisagens urbanas.Contudo,Parishavìâacabadode passarpor
uma remodelâgêm: edifíciosantigoshâviamsido demolidospara
dar lugara gràndes avenidatcomoo Bulevardoscapuchinhos.
. O quea escolha de l\,4onet
indicasobrea maneiracomoo procêsso de
urbanização eravistonaépoca?
ê r Esset po de mudança de umêcidadepermitequeas
na êÍquitetuÍa
oessoassetornemÍna5 Dróxmê5ou mai5distantes urnasdasoutras?

5, A literaturâdo fim do séculoXIXtambémcomeçaa registíarce-


nasda vida nos grandescêntrosurbanos.O poemaabâixo,de
ChaíesBaudelaire, Íalade um encontroque poderiater aconte'
cido no Bulevar dos Capuchinhos.

A umd pdssante
Arua em tomo era um frenético alârido.
Toda de Ìuro, aÌtâ e sutiì, dor majeÍosa,
Unìa mulher passou,com sua mão suntuosa
Eryuendo e sâcudindo a lralTâ do vesíido.

Sìmbolisna445 a
LI Ï E R AT U R A
-

fq ÁÌaÌidó:hmlho nüiÌo srande, o PeÌaâs de €státua, eÌalhe a imagem nobr€ e tina.


o qua.Ì bizarro bÀsbaque, afoito eu lhe bebia
BslFqu€: ingèrüô, p€soa qle No oÌhâÌ, céu Ìívido onde aÍloÌa a v€ntanìa,
fica adniràdà .on .onõ dÍiais.
o
A doçuÌa que envoÌve e o prazer que assassina.
Efén€É: pôucodmdoün,

Qu€ luz... e a noit€ apósl - Efêmera beldade


È
o Cujos olhos me f^zem nascer outÌa vez,
Nâo mais hei de te ler senão na eternidade?

Innge daquil tâÌde demâisl nuncâ talvez!


Pois de tijá me fui, de mim tujá tugist€,
Til que eu t€ria amado, ó tu que bem o üste!
BAUDEI{R0, Chdles.ÁJ/rEr d, naa Tmduçãode ÌÍr
Jnlqueìá. Rìôdejãneiro: Nola Fmntei.a,Ì985.P.34ó.

r Emquecenáriosêpassaa açãoapresentada no poema?


I A expressão "fÍenéticoalardo" é empfegada paraindicara reação
entreo êu lÍricoe o cenário, DescÍeva essarelação.
,9
6. A primeiíaestroÍetratâ do momentoem que uma mulherpassa
Qualé a primêìraìmpressão que essamulheÍprovocano eu líri(o? i
Exolioue.
I Asegunda estroÍe revela do o hardoeu líricoparaa mulheÍ
a trajetória
quepassa. Que trajetóriaé essa e o quedeteÍminaa dlreçáodesseolhar? l
I Também nasegunda estrofe,a descriçáo confunde-se comasimpres- E
sôesprovocadas peJa visãoda mulher.o queo eu lÍíicovê?comoe e
essavisão?
interoreta
t. "Que luz...e ã noìteapós!".Comopodemosìnterpretãressas duas
imagensque ãbrema terceiraestrofe? Í
I Queexpressão o eu lírìcoemprega nessa estrofeparãsereÍeÍirà mu-
lhere o quee a significa? *
r o eu líricofazà mulherurnaperguntaÍelacionada à vldae à morte
ldentfiqueessapeÍguntae âsÍeferências à vidãe à moÌte.
8, Leianovamentea última eíroÍe.
I As expressóes apresentadasno prirneiÍove6o indicamo lugâr-^o
tempo em que âl9o aconteceria.
Queacontecimento seÍiaesse?
r O quea últimaestÍoiesugeresobreo encontroentÍeo eu lir co e a
'Íugiiivãbeldàde '?
I com baseeÍnqueo eu lÍricopodeiÍnaginar quea mulher que
sabia
elepoderia tê-lãamado?
9- Leiao que Baudelaireescreveuem um texto sobreas multidões.
'Multidão, soÌidão: terrnos iguais e conv€Ìxíveis paÌâ o poeta diÌi-
gente e f€cundo. Quem não sabe povoâÌ a sua soÌidão também não
sabe estd só em meio a uma muÌtidão atar€fada."
BAUDEIARE, CÌraÌles Ás ú'dlndi)es Pequmospmas n lnm
TrâduçâDde Au.élio Bwque de Holândâ lerrcna 4 ed. Rio deJmeiro:
Nôa Ìrcnieira, 1980.P 39 (F.agmento)
I Erplqueporquepooe'nos dpÍesenrado
inÌeíp?taÍo e_Lonto cèsual
no poema como um sÍmbolo do e
ãnoniÍnato da solidão peo
trazidos
crescimentodascidades.
I O quadrodeMonet,ÍepÍoduzido e o poema"A umapas-
naabertura,
o nstantefugazdaexpeÍênciamomentâneã.
sante"registram Porquê?

a 446 CAPITULO22
-L ITERAÌU R A

1884
Veralne publcã afte
percã, eh queosPrn-
- crposda eÍôla s mbo-
O fim daeradasrevoluções
stajásãorydentes A Europano fim do séculoXIXenfrentagrandesindefinições e inquieta-
ções.As descobeÍtas centíficas deÍam nícioa um processode mudança de
mentalidade, porque provocaram a alteÍação centenár
devalores os e o ques-
t onarnento deconvicções religiosas.
A socedadetransformou suasbases paÍa
ãcomodaÍ a economia quetrouxe
capitalsta, paÍa
prospeíidade a elitee mìsé-
riapaÍao pÍoletarado.
A partirde 1870,a cornpetçãoeconômcae miLìtar entreasgfandespo-
têncas ocidentais e o avãnçodo movimento operáriotornanìa cÍisesocja
nevltável.E nessacrseencontÍa-se a oÍigemdasduasguerras mundiais que
abãlarãoosécuo/ü.
Umaondadepessimismoseespalhã pela
Europa. já
O artista não pode seapoiar nos
sentimentos que no Romantismo serviraÍÌì
defiltroparaã compreensáo da realidade.
Náoacred ta quea razão, chaveqLreadotou
paÍaa nterpÍetaçãoea explicaçãodo mun
do dêpois da Revo ução Industrial,
selãa n
paÍa
dasuíiciente orientarseu olharenspi
raÍsuaarte.Desconfa da realdade, consi
dera-aenganadora. Entende queo mundo
-i visíve,concÍeto,dáaoserhumano a Sensa-
Go deconhecimento, ÍÌìasqueafazãonão
lhepermite vero quevaiaémdo real,não
j
hedámeiosparaalcançaro desconhecido.
c@e de opêrénos,Lm dG Ínovment6 que
deÍlagê€mê oie sociadoÍm doséclloXX
lustÍâçáo
dosuplêmentodoPertJod,
O Slrnbollsmo: mao dê 1893

superao real
o desconhecido
AsfÍonteiras entÍea objeiividadee a subjetividâdecomeçam a serÍompi_
das.Náohá mas linhasclarasneÍnrespostas objetivãsque oTentemo ser
humano.A aÍtedo peÍíodorefletirá esseÍnomento deinceÍteza, ndeÍniçáoe
pessm smo,lançando urno harindagador paraÌodasascoisas e concretizan-
do esseolhaÍem Íepresentações maisvãgâs,fluidase abstratas.
Influenciadospelodesejodenvèstigaro desconhecido, doperio
osartistas
do exporãmo poderdossínìboìos, a possbi idadedeestabeleceÍ analogiasa
partirdeles.paÍarevelaÍas felaçóes entteo mundovisívele o mundodas
essêncìas.Poressa Íazão,serãochaÍnados dêsimbolistas. A aftequecriaram
pretendiaestimularos sentdoshumanos e, de55emodo,permtir a apreensáo
da realdade semo auxílio da razão.
\ã pr_tu'è.o l-noe,sonsrìo 5eÍdo cèTìnhoêrconlddooa'àuÍrd Íra'i
festaçãomêi5pessoal, queseafastadaspreocupaçóes sociaisrealistas.
Ivles
trescomoClaudel/lonet,AugusteRenoir, EdgarDegas, Êdouard Manet, Pauì
Cézanne e Vincentvan Goghcr am quadros ernque oscontolnos são menos
nÍtidosdo queos dasobÍasÍealistàs. As iÍnpressÕessãoproduzidas no obser_
vadoÍpelaexporaçãodos jogosde luze desombra.O usodascoresaludaa
captuÍaro Ínomento, o eJemento fugaz,ocasiona,queé a preocupação do
artistada civlizaçãodo fim de século.
Comomanifestação êstética,
o ìmpÍessionismo é muto mpoftante,por-
quemarcao afastamento defintivodaãÌteacadêmica e o nÍciodaabsÍação
característicadã artecontêmpoÍânea.

Sìnbalsno 447 |
I I Ì EN A Ì U R A
-

A natureza
comosÍmbolo
um campode trgo, amaíelo, i.1
contrãstacomo azuldo céue 06 Assassino serialou pintorsimbolista?
pássaÌo4 negrosque pareGmtía-
zera esclrridãodânoiie.Natelade Sickerr, de 28 anos, desisúa de Lmã obscura cmeira de ator pda atendcr ao
Vancogh,. natuÍeza é usadapaÍa àpelo superior da arte. Erà pintor graÍarista, ,luno deJànes McNeilÌ WÌÌistìeÌ e
simbolizar ê idéiade solidãoe de discípuìo de Edgar Degas. O joven Si.kert eÌa ele próprio uma obÌa de art€:
triíeza.OstÍêscamlnhos quêse delgado, co uú torso torte poÌ causa dà nataçio, nariz c naxilaÌ en âng!Ìo
êbÈrnenìpÍimeirc pano,d ântedo peÌfeito, .abeÌo loiro espeso e c{heado. e olhos uuis tâo inescnÌávêí è p€ne-
obseruadoi tíazema inquetação trantes qudto seus p€nsamenos 3ccretose sua mcnt PeÌspjcz.
do indefinido, porquesê perdem f
emrneo âotriqa. o centrodepeÌs- CORNú|DLL, Ìaúi.iarÌ. Rírzio d,masA\iru Jaèq a Ejt'*alú: .nsammaTÒ.'I.^drçàú.\e
pectìvâ trÍDoel ?auÌ, FeÍ€ni. são rauÌor Cnmpanhia da\ I?di 200i. (Fngmenb).
desaparece datela,ajudan-
doatornâroo harmasdifuso. o
céuazule o campoamaÍeopã- FêÍnosa poÍseu5 íomãnces poiciaisêíÉladospêãnìédjcaegía KayScarpetta,:
Íe.emÍepêrÊse, sepârados pero escrìtoÍaarneÍicana PaÍicia Cornwellnveíiuunìêoeouena fortunaparadesvendar o
bãndodê coruaB em pìenovôo.A mistérioda identidade delâck,o EíÍipadoÌ: O famoso assass noseÍiaqueaterroÍÌzoLr
pintuÍanáoé maisumarepÍesen- a cidadede Londrês comumaseÍiedecrimesbrutaiscontÍapÍosttutasseÍia,deãcoÍ-
tâçaofie da realdade. Elatraduz do comasinvengaçôes de Cornw€l,o rênonìâdo pintoÍs mbolía inglêsWâtêf
asimpressõei e ossentimentos do Sickert(1860 I 942).EmÂetratodeumãssassrnolê.k, o Etripadar:casaenceÍado,
artistaql]ea conìpôs,jníigandoo a autoÍaa atestesdêrêsquícios de rnatêra qênéticodo assass no à reconntu çãodo
observadoÍ 4de!.obrÍ o queopìn' '."perfipsicolóqico deslckerr paraprovar quee e é o verdade rolack.
q\a,,mú*ru:Ermruq .i
argurs*umr"no*rsmer
Ë

: O proietoliterário
doSimbolismo
i A partirdãpublicaçâo deAsíloresdo mal,em 1857,a Europa testemunha
o nasciÍÌìento
de uma lteraturade traçospessim stas,que exaltaa estéticâdo I
:
q feio,tematizaa decompos çãodoscorpose o caráterilusórodo real.Esses
V nceft vaf Gogh,cãmpode tr,1'o = traçosfarãocomqueos novospoetassejaÍndenomlnados decadentistas.
.om .orrcJ, 1890.Ó eo sobrete a, É,poÍém,a colaboÍação deautores comoBaudelairê, verlainee N,4allaÍrné
50,5x 1400,5cm. paÍao pr meironúmerodaantologia de poemas O parnasa contemparâneo,
em 1866,naFÍança, quedárealmente mpulsoa essanovaiteratuÍ4. Pode-se
d zet por sso,queo Smbolsmoe o Parnas anisrno têÍlìa mesmaoíigern.
O termoSimbolismo, porém,só aparece realmente em 1886,q!andoo
escÍitoÍfrancê9 leanMoréas aflÍmaem um artgo que a fnaldadeda arte
s mboLlslã nãoé Íevear a idéia,Írìassuger-la,de modoqueo púbico possa
peTceber a reaÇáoentrêa Tealdade aparentee as essências, vivendourna
experiência sensofiasemehanteà do artista.
Essa expicaçãodeixacãraa fiiaçáodo Smboisrnoà vsáoplatônica que
opõeo mundosensível, dasaparêncjas, ao mundodasessências. 05 poetas
dessaesìética cíiam síÍÌìboos paraaludaros leitores a iniciaÍa investigação
sobreo desconhecido.
A novaestétìca procuTa TevelaÍascoflespondências entrea nâtureza eo
humano, que só podem ser compÍeendldas quando penetíamos no nteÍior
dascoisas,ndoalémdo qrteé visíve. Paratornarpossíve essacompreensão
expandida dã realidade, os simbolstasfarão com que o texto iteíáro selao
pontodepaÍtidãparaasexpeT ências a seremvvldaspeo leitor.Por
sensofiais
esseTnotivo, a inquagem e a formasãomutovalorizadas por e55es artstas.
Essavalorizaçâo dotrabalhocoma llnquagem comorÌìeo deatjngirobje-
tivos-astéticose a posturaant-romántcasãocomunsa parnasianos e a sim-
Maso proletolteráriodo Sirnboisrnoterncaractêristicas
bolisÌas. próprias:
a
aÍlÍmação da pr ofidadedo mistério sobrea cência,da literatura sobrea rea-
ldadee dãartesobÍea vida.

| 44a cAPlTULo22
I T Ë RA T U R A

': A ndaassim,erÌìborâ
o Smbolsmotenha inúme-
abrigado
queÌlnhameÍÌìcomuÍÌìo dea da arteabsoluta,
rosãrtistas
elenãopodeseÍredLrzido a um programa com unidadede
poÍqueessedealfoiÍeaizadoded fefen-
e objetvos,
rÌìétodo
tesmodospord feÍentes desseÍnovmento.
repÍêSentantes

J
r Osagentes
do discurso
NãFrança, a necessidãde deapresentar umãreação à hte-
9 rêt!Ía romãntca seÍáo pontode partidaparaa produção de È
poenìa5 queproponhãm novosmodosdeoJharparao mun-
do.O Parnasianismo e o Simbolismo deramresposias diferen-
tesa essanecessidade, mast nhãmum rnesrno propósto:de-
íendêra déã dequea Íinêlidade daarteé produzir o belo.
Essásestéticas partlhãrãmtambéffras rnesmas condições
de produçáo. 0s ooi. ror nê-rosseo gà'i7àrdTco"rà
intenção defazerÍÍentea umasociedade tecnocrãtâ e cen-
tif csta,naquala cÍiatividade artístìcaencontÍava seamea-
çadapea crença absoluta narazão.Essas condiçóes definem
aquioqueseÍávaoÍizado nospoemas assensêçÕes, as m-
pressóes, o conhecirnento maisntutivo,ÍÌìenos racona.
NaÉuropa, a acohida à iteratuÍa paÍnaslanã éÌra e con-
; G!íav K mt, Á5 Íô rd.des dá n!/het .ioa. ênq rd--o osÌe/los (i'rbolr..dsle'r uara Íêíeo\do Íèis
1905 A artes mbolistêpro.lrê tazeÍ poetas
com qle o púbLcopercebaa re ação cêloíosa,lá que pêÍecerÌì captar a insatsíação do momento. No Bfasil,
entrea reâ dêdêaparentee a e$êncâ DaTnasianos cornoOlavoBllêce AlbeÌtodeOliveiÍa sáoadmirados e I doscom
! feÍvor.Város jornais abrernespaço ã dpara vulgação de seus poemas.
As"modas"rimbolistas O Slmbo isÍÌìo chega aqli a gunsanosapóso Parnasianlsmo, rnasnão
causao mesmompacto.As indagãções mÍstcasdossimbolstas mostram-se
o críiicolterário BritoBroca paraumêsociedade queaindãdavapassos incêl[osnoterrenoda
contaqueossiÍibostasd€staca
complexas
produção lteráÍ a. Para o Bras l, é o momento de definições, deobietividade,
vam-sepelosve6osqueescreMam
e peosÍajesqueveçraÍn. de desenvov mento. O Simbo rsmo, comovlmos, opõe-se frontalrnente a isso:
é a estéticaquequestionã essedesenvolvimento e ssofazcomqueentreem
Íotadeco isãocornosvalores maisimportantes paraa elitedê época,encan-
li.Ì@ polainàs, Gps espdhc
las, chapé$ ddàlÌdos, B6atas de iada corn a poss b lidadede progresso trêzida pela industÍialzêção. Poressê
cores be@ntes, monóclúc inF motivo. a c rcu ação detextoss mbolstas entre nós é bem mals tírnida do que
lenks, iúperlinências, aÌÍogân- erntodososoutÍospaíses em queessaestétrca semaniïestou.
cias, espàÌhââtos. MaÌlins Fontes A oposição aossirnboistasêratão pÍonLLncada, quelogofoíamchamados
àÌude aos sapatos bicudísitìos de neÍelibatas, ou seja,pessoas queviverÌìnasnuvens, quefogemdarealda
.om turlas de pÌatâ de Câ]i{|o de.Ouando. em 1896.Machado deAssis íundoua Acadernia BrasìleiÍade Le-
Coldelo, onde a-sìniciaiss en-
trasparaÍeunÍ osmas prestig adosêscritores e ntelectuais do momento, não
reÌaça\m, Íiaquès agudos,
em nbo dc tÌccticó, coletesàl'
haviaentreosprìmeiros membros um únaorepÍesentante do Simboismo.
td, colannhos ainda
Dais ã l to s t...1 e OSim bolis m oeopúblic o
@rririnÌm de ouo, dc
pràtâ, de coÌrl,.Ìc md- DuranteoSegundo lrnpérìo,
duasedtorassedestacavam nomercado brasl
Z fin pôr todo o coÌ?o, pen- leÍo:a rrnãosGraniere a Lammert. Noinkiodosanos1890, toicnada a Magã
dentesde cadeias,subindopd lhãese Companh a. Como05aLrtoíes conhec doslá estêvam contratados, a
1õ h.càd üd daÍ lFs . N,lêgahãestevede buscãr autoresinédìtos,
culolançarnento pudesse aludarã
BROC'A,Bi@, ,l !,nz rilrãna daÍ visbllidãdeà novaedtoÍa Folassimque o desconhecido Cruze Sousa
nÒBr6il 1goa 1. e.1.Rlo .le consegulu lançaÍdoislìvrosno anode 1891:Mlssâle BroquéÀ.
JaneiÌo: Jo* olymlio Edito.a, OseditoresdaN/ìagalhães e Compânhiãimagina ramqueo apeo corlìerc ãldo
2005. p. 186. (Ifagmenr.). da
lançamento de duasobÍasde !rÌì áutornegrcc ncoanosâpósa abollção
[q ftocãdú, tjpô dc enfeitereito escfavàtuÍano Brasil tantoa crítcê qLlãnto
serarÌìuitogrande.Infelizmente, o
con reLpode 1âou oúro recido, públicoreceberam oslvrosde Cruze Sousa comesÍênharÌìento.A recepção a
rl MissaleBroquéb Íoi Ítla,quandonãoclararnente negatva.
deiahedê umã.haÍgede
Evá.lsto,
J. Carlos,nico dosé.ulo/ü.
sìnbalisno449 a
L I TÊR A Ì U R A

porexemplo,
AlbertodeOliveìra,
O oarnasiano acusou Cruze Sousa dêagltar
P.ojetoliteráriodo Simbolismo
"chocalhosvazos".afirmando queseustextosnáotraziamqLlaquer contrjbuÈ
çãoparaa iteratura PoréÍn,
braslleira. entreosjovens comoEmillano
simbollstas,
Pefneta, VÍtor,
Nestor Gonzãga Duque e outÍos,CÍuz e Sousa causavafuror'Por
de
íoiapelidado
eles, "CisneNegÍo" e, de modo mu to "Dante
elogloso, Negro",
expressáoqueo compara ao grãnde poeta italianoDante AligheÍj
s mbÓlcasentreo
coÍespôndências Outroaspecto a serconsiderado na recepção dessaestétlcaé a regão do
mundovirivee ó êsên(as paÍsem queo Simbolismo píospera. Enquanto ReaLismo e Parnaslanlsmo to_
maÍncontado RiodeJaneiro, é nasprovÍncias sulinas(Paraná,Santa Catarina
e Ro Crdnde doSuì q,ê osprncioè s poêia1 si-nbolstasvêodesên\o veísua
êixocu tu'dl,oisunteiooce'iro de oesenvo v:nê'to econô11 -
obÍa.fotdoo
co.elescÍiamum focode resistência à exataçãodasvirtudesdo pÍogresso e
do materìaìismo,rnaspagam o preço alto de sereÍn incompreendldos pe o
público,entusiasmado coma peÍspectivadedesenvolvirnento porfazeÍ paÍte
daeltequesebeneficiava dee.

r Conhecimento intuitivo
F da realidade
a
PaÍaexploÍaro mundovisÍvel, racionale objetivo,os simbolìs-
tasvaloTzarna intução e os sentidoshumanos (vsáo,tato,audl-
È' pela
ção,olfatoepaladaÍ).A peÍcepçáo dasessênciaséestlmulada
:
se'5oÍa,rroataroLorìperfurêi,(ores,
êvperiencid el!.'. ouelevd
e o seÍhurfanoa percebeÍ a existêncade umadimensão quese
esconde alémdã íealldadeconcretaê queprecisaserexplorada o
poetaMaLlarmé resume,de modopÍecìso, coÍÌìoos smbollstas !
oretendem pÍomover essas nosleitoÍes
experiências

Sugerìr €iso sonho.E o uso perfeirod€ssemistérioque cons


ritüi o ímbolo: evocarum objeto pìra mostraÌ um estadod'alÌna
ou escoÌherum objeto e fazê-loemanarum estadod'aÌmamedi
anteuma sériede decifràções.
MÁLLARÀ4É,stélhane. sügêir ln: Eco, unbefto aidótia .ia Ì4r%
Tndnção dc Eliana Agui2Í Rio dejdeir: Re.Òrd, 2004 p. 943 (Fragnenlo)

odilonRedon,Ihe FbheMman,c. 1870,ó eosobÉte a


A a1môíêrâ desonho,presentenasôbrasslmboistas, poema"coÍrespondências",
o célebre decharles ilustra
Baudelaire,
revelêê d mensãoquêêstáalémda rêãldadecôncÌeta peascorÍelações
simbolista
o interêsse que,urnavézdecifÍadas,
abrem
asportasdapercepção parao mundodasessênclas
hurÌìana

Correspondèncias noqualõ corespondêncras


O cênário semostram paíaâspessoêç
A visãop atôn.adoe! líftó é rcvekdêpêa refeéicã
é â Natureza.
A Natureza é um tempÌo onde lnvos pil?Ìes êo "ohaÍ fêmiiar"dôsímbolospaÉ os seÌeshúmanos. A idéla,
rqr eoôóql e | op.rcdéP e i ê" "
Deixam escapar, às Yezês, contuss pâÌauasi parao planodareaidâdesen-
ÍunçãodâsíãLhês humanas, decâÍmos
o homern ali passapor enlÌ e florestas de síÌnbolos sivelAgorao serhumanopÍêcsadecodlicarôsímbolospÍê nova
Que o obsenãm com oÌhâres lâmilìar€s. menÌepêrrjlhúdomundodâse$ênclas.

Nêvisãos rnboista,a pêrcepção


dascoíelações é ê.havepâÍaâ
Como loígos ecos que ao longe se confunde.ú decodficaçãôdosímboos Nessa o e! li co.omeçaaâpre_
êstrofe,
Em uma tenebÌosa e pÌofmda uidade, sentarnâqensque" demonnrêm ", demodomaisconíeto,o sent_
do daçcorrespondên.asentrepêíumes,coÍese sonsAscompâra-
Vasta como a noite e como a daridade, o sentdodo queé d to.
çôesêjudamo leiÌora percêb€f
Os peÌtumes, as cores e os sons se coÌr€spondem

a 45O CAPITULA22
t IT ERÁTURA

Há perfmes ftescos como caÌnes de crianças, simboossáoapresentados pormêtáfôÍ8 quêapeLam paradF


Íereitessentdoshumanos. Osperfumes (q!e êímrlam o olÍato)
Doces como oboés, verdes como as Pradarias, sãoÍrcscos(tato),doces(pâêdar)
ê vedes(visão).
-l ou E o' . . o n o m p i d o ç . ri , o ç . E i u n íâ n rc.. Nêúl1maenrofe,o pÍojeiosnbó íâ é de.aradopeo eu íco:
Íansportaros a !déâ
e ossentidôsPêÍâfâzersso,associa
espirtos
abíratââ fomêsco.cretês (ó âmbâro a mÍscaÌ,
o benjoime ô in
Tendo a expansão das coisasinfinitas, .enso).O estímúósensôriâ pelo ndivíduo
é expêrimentado
Como o âmbìr, o âlmíscâr, o benjoim e o ìncenso,
Que cantâD os tÍansportes do espírito e dos sentidos.
BAUDÈL{RI, Chafl€s. ln: C'oMES, Àaro Cardoso.
Á arrlt a Jmòolòtd,Tradução {tt Eliam rittiPaldi Ìer€iÍa [ü ohoé: úshmenÌo nnsicai
sãô Paulo:ôìltn,1985. p.33. !€njoú: resinabahânicaúìüada m fab.icàçáodo itrcenb. I

Aadoçãodaintuiçáo comofoÍmadeapÍoxmaçãodarealldadefazcomque
istasselamÍortemente
osteÍrossimbo subjetivos, nav sãoindividual.
centrados

r Concepção
mística
do mundo
O abãndono e do positvsmo,
do cientiíicismo quemarcaram a segunda
metadedo sécuo XlX,levaossimbolisÌas a buscareÌn a fé, manfestandoum
ndefnido,rnasigadoà tradçáocfstã.A crençanaexstência
Ínisticisrno de
urnmlndo ideal,quesó se podea cançarpeJabelêzapuraquedeveseÍex-
; pressa pea poesia,res!ltaernurnaproduçãolteráÍiacercada deum c imade
fluideze d e ms t é ro .

: r Alienação
social
Comovimos,a pÍêocupação dosartstasdessepeÍíodonãoé nìas a aná-
lsedasociedade.Seupíincpalinteresse
é a sondagem do "eu",a decifrãção
doscaminhos quea intuição dêdepodemdescortinar.
ê a sensibil suabusca é
o paseio(detalhe),
c ê!dê MÕnet, r874. do e emento não
místico, consc ente,espÍitua,imatera.
óleosobre
tela.a arte mpressionlsta Essaé a explcaçãoparao tom de desintêressepelosocla,que belÍaa
tâmbém-êxplofao poderdesugeíãó allenacão. co
caracreÍíst do SiÍnboismo.
3 p
dalinqlaqemda nturê
:
r A linguagem
do Simbolismo:
caleidoscópio
de imagense desons
os efeltossLrgestivos
Paraaìcançar em seusleitores, investem
os escritoÍes
fortemente
naêvocação queceÌÌasimagens podemprovocar.
iterárias Diferentes
recursos
dalinguagem5ãoexploradosparacÍar,pormeiodatorma,umprocesso
querevelará
decorrespondências aoleitoÍo sentido obseÍvê.
essencial.

Antífom
O Formas ahâs, bÌancas, Formar ctaras
De luares,de neves,de nebÌinas!...
(J Ìormãsegàs.Ìrüroa!
Incensosdos turíbulosdasaras...
Formasdo Amor consteÌarmente puras.
De Virgense de Santas\,aporosâs...
BriÌhos errantes, má.lidas frescuÌ"r
E dolênciasde Ínos e de rosas...

Sìnbalìsno451 a
LITERATURA
-

U ÀÌrifoB etu veÃi.ülo É.ih.lo oì lndefi níveis músicas supremas, Obseruecomo o pf meúoverbo
.dìudo peb .eÌebnÍc, ant€se
Hafmonias dâ Cor e do Pertume... sóâpêÍêcê no 12evem do poe
dcpoi dc Lm slDo, e aoqul
Ìespondenaltema.ìnnent duas
ma A preo.upação dossmbos
HoÌãs do Ocaso, trêmÌ as, extremas, Ìêseíavaem oar rmaqens, eâ
T\Íibdo: w em {lu s qúenm
Réquiem do soÌ que a Dor da LuzÍes!üne... boradatde modoa prcvocar íor
tesmpre$óes noslê1ore5 Nêsset
Vìsões,salmos e cârÌticos serenos, p@mas, a ação(associãdââÔuto
Surdinas .Ìe órgãos Íléb€is, soluçântes... deverbot npôd: mú1opolco.
M&lids: unede.idas,omlhrús
Dolêncà:nágoà, tásúna,dor Dormêncìas de volúpicos vencnos
Róqui€m:pdte do on.io dl,sÍnnÒs, sutis e suaves,mórbidos, üdiantes... A rêpetçéode sonsconsonán
na lìrur8iacaóìi€, qüe.ôncÈ con as tais(ãliteraçõèt,rÍeqúen1ê
nos
pàl^ras],ana s ÍLïúúarMan dM
ti ('.tâi-lhes
o rcpoub ereno'). Infinitos espÍritos dispersos, poemõs mbolnôs,ercmplfcao
desejode exporaró câráteÌm€-
f
nê6n: hcrinGo, clìorosoj l6rinoso. IneÍáveis, edênicos, aéreos, ód co dalinguagêm. comomas
IDefôel que nãosepodeexprinnr Fecurdai o Mistério destcslersos um mododê esumúar os sent-
por piÌrvrasi nÌdiziveÌ.
Edêrìú:.clativo ao,on púpno do Com a chama id€al de todos os mistérios.

t...1
cRUz E sOUS4João da. ir6rol / Bnqü;ì:. oÍgxtn^çtu.lel]ü
Tcixen?.Sâolaulo: Mârtnh F,n,bs,1993.p.13t-133. (Èagnentl]).

Nopoema, encontramos városprocedimentos dalingua


caÍacterísticos
gems mbolista. Porexemplo, a lustaposição de váriosversos sêmverbo
(notequeo trechotÍanscritosó tem do s verbosem um tota de vintever-
sos).O objetivo,aqui,é cTiar
urnverdade ro caeidoscópio de imagens que
estimuleo letor a rneÍgulhar que
nassensaçóes começam a sersugeridas.
O eÍeitodessalongaenumerãção do sentido,queperde
é o esvaziaÍnento
mpoÍtânciaporqueã intenção do poetaé fazercoÍnqueo letor sedeslgue
da realidãdee embarque no mundosensorial de cores,periumes e sons.
A linguagem precsaseÍfundamentalmente sugestivaparãpoderevocaÍ I
sensaçõese lembranças. Assm, os escritores
recoÍrerãoàssinestesiâs. s
F
E
a I

OutÍãcaracteísticadalinguãgem s mbolista
é o usodaschamãdês "rnaús
culasalegorizantes",quepeÍsonifcamalgunselementos. No poeTna, oster
masformas,êmor,cot peíume, ocaso,sol,dot luz e m6téro aparecemper
soniÍcados semque,nocontextodosversos, sejapossivelatÍbu Í urnsentido
paÍaêsseprocedmento.A idéiaé, rnas umavez,criarno leitoÍa iÌÌpfessão
de que hé sentidosdesconhecidos, associadosa esses teÍrnos,queesperam
serdescobertos.
A presença constante dasÍêticênciastambémcontÍibupaÍatornarmais
indefindo e vagoo toÍn do textosimboistã.Assocadasà exploração da mu
sicaidadedas palavÍas,que atuacomoum estímulosonoro,as reticências
funcionam comopãusas emlinhasmusicais. Ospoemas s mboistãscaíacteri-
zam-se, portênto,peotrabalho cuidadosocomtodososníveis dalinglaqem,
OdlonRedon, Oba(o, c. I870,ó êo a ponto de, em alqunscasos,ÌeÍ seusentidoreduzidoa umãsucessão de
sobretêla A êxploração
dâs.oresestmua
a expeÍiêncêensoriae o conratocoma imagens que procuÍam, cornomenclona o eu íÍico,Íecundaro rnistériodos
dimeisão lmateÌada€a idade versoscoíÌìa "chamaldeade todosos mistérlos".

.452 22
CAPITULA
LITERA T U R A
--

AEIOU
NestepoeÍna, o eu lÍrico comenta os díversosestágíosda vida.

l. No poema,cada vogal se relãcionâa diferentes


Manhã d€ pÍimavera. Quem não pensa momentosou estágiosda vidã, Quaissão eles?
f
Em doc€ amor e quem não amaú? r Aém dasvogas, a queoutroselementos alguÍnas
lu<tifiqJe\ id
ddsÍase.oè vidaes.áoas)o\rddàs?
Começa a üda. Aluz do céÌlé imensã..
rcsposta
com trechosdo texto.
A âdolescência é to{ìa sonhos. A
2, Releiaas duasprimeirasestroÍesdo poemae ex-
pliquê a que sentimentosou sensações estãore-
O Ìuar ena nàs âlmas. Continua
lacionadasas letrasA e E.
o mesmo sonho de oiro, a mesma fé. quecoÍÌì
do Ìetrropalavrasou expÍessóes
r TÍanscreva
Olhos que vemos sob a lüz da Ìua... provemsuaÍesposü.
A mocidade é todaÌírios. E.
3. Nastrês últìmasestrofet o "tom" do poema se
alterà,Expliqueem que consisteessàalterà(ão.
Descamba o soÌ nas púÌ?üas do ocãso. I Que palavÍas sãoutilzadaspeloeu
ou expressões
As Ìosàs moÌÌem. Como é tdste aqui! líricopafas mbolizaressamudança?
O fado incerto, os venda\ãis do âcaso... 4. O poema procuracaracterizâras etâpasdè vidâ
MaÌÌlha o pranto peÌas fac€s. I. hurnanapor meio de impressõese sensações. A
cadâeÌâpâ correspondeuma vogal. Porqueesse
A noite tomba. O outono chega. As floÌes procedimento pode ser considerâdotípico do
Penderam murchas. Tudo, tudo é Pó.
Simbolismo?
N; o m âisb e i j o ' d e !m o ì. n ;o m 2 i . a m o ' e.... r ldentfiqueno poemaum ve6oem queseevtdenoe
ó sons de sinos a frnadosl o.
do Simboismo.
o trabalhocoma musicadadeÌípico
5. ldentiÍiquenalinhadotempoacontecimentosque
Abre-se a co\'?. LutuÌenta e lenta, possâmseí âssociados ao descontentâmentocom
- os prìvilégiosdâs elìtese à pÍeocupâçãocom o
Amortel€m. Consoladora és tul
subconsciente e íelacìone-osao Simbolismo,
SudáÌios rotos na mansão poeirenta...
Crânios e tíbias de detuntos. U. L0 r'i.p*, .o. tlr'.-. Èndendopúâ o roxo.
'.'.elh€{uÌo,
()60: pôr"lcsol, poente,
Ct lvARÁl N! Alphon.F'1" P-.;,
-,ar&ú
Rio deJaneìro:NorãAguild, 200Ì LrtuÌêÌr! cheiade Ìodo,larìâceúa
Sud,íÍiG:leuóii oü bcidos.on queF enloìveúú adtuÌ, nortihtu.

Cruze Sousa
: a transfiguração
humana
dacondicão
JoãodaCruze Sousaé consderadoo mãiorrepresentante do moMÍnento
entrenós.
sirnbolista
seduzido pelapossibilìdade
detÍansíiguraÍ o realpormeiodapoesia,cruz
e Sousâabíaçacom pâixáo o proleto lteráro s mbollsta,
mesmo dianteda
lncomoreensão do Dúbllcoe da cÍítica.
Oque mpressionaemsuapoesia é a proÍundidadeÍilo5ófìcaea angús-
tia metafísica,temasque semdúvidativeramor gemna suasofrda êxpe
Íiênca pessoal.
observea segLrir.

Sinbolisno453 a
I.IIERATURA
-

Alucinação
O soÌidão do Mar, ó amargor das ragas,
oÌÌdas em coN'ulsões, ondas em rebeldias,
desesperodo Mar turiosaventania.
boca em fel dos drões engasgadade pragâs.

VeÌhâs chagasdo soÌ, ensmgüentâdas cÌÌagÂs


de ocasospurpuüìs de atroz melalìcoÌia,
Ìuas tristcs, fatais, da atra mÌrdez ÍrDbria
dc trágica ruína em \.astidõespressagas.

Para onde tudo vai, p,ìrâ onde tudo voa,


sumido, coÌúlrdido, esbí,rí,acÌo. à toâ,
no caos tremendo e nu dos tempos a rolari

que NiNana geniãlháde engolir rudo isro,


mundos de Inlèrno e Céu, deJudas e dc CrisÌo,
luas, chagâsdo sol e tì.rrbilhõcsdo Mar?I
CRLrZ E SOL:SAl. ÌÌÌ: TORRES, trnheir..
Antabgil da fa6ia ,r.triLim I.Do Ì&lfe â.Joio (labrrÌ
^Ì€xandre
de Melo Nert.
-{nchi.b
PoÍro: Lello & lrmios ÌtdibÌrs, 1984 Í 2. p.1i18.

ÉB Trilio: ú únóbgia gÌ.gr, deÌu rdinho tìÌüo de Porido. e Anfit ir.


j

?nr?uãì de rc..oÌâ
?Iwgã: qne cônÌór prcságio (\isão do lnuÌ o, prenô.n,
ElhoÌoado: {teJeiÌ., pu\rÍi?ado.
Nilfu eihdd de LÌì.idàde pìena aLarlxdo, segxndo os !úlisras, pela
nìge$io do deÉjo e da corsièn.ja indniduali pm os nÌdirÌos, o aull)(onrroìe
e a nediúçio são6 caÌúhos pdà úngü o \úràú.

NasduaspÍimêrasesÌrofes do poerna, asirnagens do maragitado e dopôF


do soldesencade ama êlucinêçáo reÍerida
no titulotsensaçóes v suaÌs,auditi-
vas,táteis,olfãtivas,
ãtÍbuÍdâsa causas que,nareaidâde,nãoexstem.
objetivas
Emtompessimista, ã decadênciaé anuncada emÌodososelementos danature-
za.Aterceirã estrofeconcentra
o desejo decorÌìpreender o sentdodaexstência:
"paÍâondetudova?" perguntê o eulírco.A "conclusão" propostanaestrofe
f na sugerea incapac dadehuTnana de compreender a finalldadedo estâfno
nìundoe o desejo sirnbolsta
deinvestigara possibÌldade decomunicação entfe
o indivÍduo e o absouto (nopoerna, repÍesentado peloNirvana).

r Linguagem:
a obsessão
do branco
llma caÍacterística
nconfundÍve da obrade Cruze Sousaé o usode um
vocabu áro emquepredorÌìinêm,deÍnodoobsêssivo, teÍrÌìosassociados
à cor
branca,cornoneve,névoas, líros,paidez,ua.Essa
alvas,brunìas, recorrênca
indicaumâbuscaincessante pela"purezãdasFormas eternas, dasEssêncas
dascosas", deflnema basedo pfoletoliterário
que s nìbolsta.
A quaidadeda obrade Cruze Sousasó seráreconhec dê no séculoXX,
quandováriosestudos cÍítcosmostraÍãoqueseLls poernas têm lugarequlva-
lenleaosdosmegtres francesesBaudelaire,Veíainee I\/lalarmé.

a 4s4 caPlruLa
22
LITERAÌU R A

O reconhe(imento
modernisla
AlphonsusdeGuimaraens:
Aadmraçãci dospÍimeiros mo
pelaobrâde
derniitasbrasileiros
mineiro
o místico
Alphonsus dec! ma|aensé decla Autor de urnapoesa marcadapelareliqiosidade, AíonsoHenriques da
ÍadâexplicltamênteporÌíáÍìode Costa Gu maÍáes (1870 1921) nasceu em OuÍo Pfeto,
M nãsGerals.Em 1888,
Andíade, querelãtaumenconÍo fãto que o marcoupaÍãtoda a vda e seíá
morreusua noivê,constança,
conìo poeta,ocoÍÍìdoem 1919.
íeembfado constanternenteemmutosdeseusversos, Viveunapacata cldade
de Mariana (MG), ondecompôs uma vasta obÍapoéticaque,como a de Cruz
e Sousa, foi praticamenteignorada poÍ seuscontempoÍâneos. f
contrálo naescuidade ila suace Éscolheu comonomeiterároAlphonsus deGuirnaraens e publicou Sete
de trãbalbo,rczinÌrc € $"nde. t...1 (1a99), (a99), Kyriale\19a2)
nário dasdoresde NossaSenhora DanaMística
Natrjsnim!iüà do apoÉnto, pÌÌd€
e Pastoralaascrentes do amore da morte(1923),entreoutros.
dizeFlhbpasàddente, em calma,
aslìndd cois que eu scnriãsbre Utllzauma inguagem rnais
suave e tranqúla quea decruz-oSousa. Em
á suâ dte desècomPanh2dâe in urì deseusrnas conhecidos poemas, tratademododeicadodeumaquestão
.ompreendida. t...1VeMr encn queestáno centrodo projetosimboista:asilusõesprovocadas peo mì]ndo
tadôs, dos mais lindos .ìâ língu visÍve. Obselve.
porruguesà, dos mais comoúdos
dosnosos dis, dispcrsoseú reüs
t8 que os não Ealçami tunddo
I
núD ineditismo pasmado e bur
guês.t...1NâohdeÉno BnsiÌun
Ismálòa
edìtor quc lhËassiìlhe ospoem6, qÌran{ìo Ismália enÌouqueceu,
riFndrs da escüidão? t..,1
Pôs-sena toüe a sonhar... E como um anjo pendeu
Viu uma Ìua ro céÌr. As âsâsparavoar..
j
Viu outra Ìuâ Do mar Queda a lua do cóu,
Queriâ a Ìua do Ínar...
ô No sonho em que s€ perdeu,
BàrÌhorÌ-setoda em Ìua..- As asasquc Deus lhe deu
Queria subiÌ ao céu, Ruflaram de par em pal..
oswalddeAndrêde, mãscíti- Queda descer ao maÌ... Sua aÌma subiu ao céu-
coe dÌeto,aí rmava:"Alphonsus Seu coryo desceu ao md...
de Guimaraêns vaia semlúvida I, no des!'ano seu,
todosospoêtas juntosdaAcade- Na torre Pôs se a caÌìtal..
Í!ìa BÍâsile
ra". CUIÀ4{RAENS, Alpholsusde
Esta\':r perto do cêü, Pd6ìamr&ia OrganizrÉo de Alphonsüs
Estala longe do mar... de cuünan N lìlho. Rio d€JrftN:
Nou A$ìild, ?00Ì. P.314314.

A imaqern da moçaque,enouquecida, nãoconsegue distingur a luade


seureÍexono mare merguha paÍaa rnorteé um símboo da eternabuscã
quemarcouos poetasdo período.O desejode penetÍaÍnaêsferadasessên-
cias,deãlcançara déiapura,íezcomqueospoemas quecompunham apre
sêntassem imagens deirãntes, envolventes,queconvidavarÌìosleitoÍesa meÊ
: guhossensoriais tãoradicais quantoo delsrnália.
A ooesiadeAlohonsus caÍãcteÍizã-sepor urnmistlcismoassociado à ldéia
I de morte,quesurgecomoumainevitab ldadee é praticaTnente
translorTna_
da em objetode adoÍãção. Emtodaa obrade A phonsus de Guimaraens, a
morteseíátematizada diretaê indireÌamente,corninúmêrãs refeÍências aos
elementos a elaassociados (oscírios,osesqufes,os panosroxos,oscampos-
santos,asoraçóes fúnebres, o íéquem). ParaAlphonsus, a morteé acolhida
casado poetaaphÒnslsde Guimarães como momento de passaqem, de Íansformação, que abíeasportasda eter
nidade,ÌlondofiÍn ao so'frmentohumano.

tmbo/6mo4s5 |
L I TER AT U R A

I O texto â seguirrefere-seàs questõesde 1 â 4 r Queoutrostíaçossimboistaspodemset aponta-


dosaindânessesoneto,âlémdosiáãpÍesentados?

Dil.acerações 4, Expliqueotítulo do poema.


I O texto â seguir reÍere'seà5questõesde 5 a 8
Neite poema, o eu lírico descreveos
ientimertos despertadospor uma mulheí A catedral
ó carnes que eu amei sangr€nÍrmentei
Nestepoema,os sinosdobramPelo
O volúpias letais e doìorosâs,
eu líricoe suaangústia.
Essênciasde helioúopos e de rosar
De essênciamornâ, hoPicâÌ, dolente .
Entre brumas, ão longe, $uge a âurora.
Carnes viÌgens e épidd do Oiente O hialìno on':ìÌho aos poücos se e\âpon,
Do Sonho e das EstrelasfabuÌosas, Agoniza o alÌeboÌ.
Carnes acerbâs e maraülhosas, A caredraÌ ebúÌÌea do meu sonho
Tenladoras do sol intensameÌìte. . Aparece, na paz do céu risonho,
dilaceradaspelos zelos,
Pa-ssai, Toda brmcà de sol.
Através dos profündos Pesadelos E o sino ca ta em lúgxbres responsos:
Que me apunhalam .le ÍÌortais horores .
'"obre AlphonNsl Pobre AÌPhonsusl'
P,ssai, pa.ssai,desf€itas em tomentos, O âstro glorioso segue a eternâ esúada
Em lágÌìmas, em prantos, em lamentos, Umâ áuea setalhe cintila em cada
j
Em ais, em luto, em con\.uÌsões,em dores .. R€tuÌgente mio de Ìì.ì2.
CRUZE SOUSA.,rl4úsa7rD4za'r' Organìzâção IFn A caredÌaÌ cbúrnea do meu sonho,
Têireira.SãoPânlo:Mrlins lonies, 1993.p Ì79 Onde os meus olhos áo cânsadosponho,
[q D rcençõ6: nütifidçõ$, 6ti8o\ despe{]açmentos Recebe â bênção deJesus.
Volúpisr gnndes prueÌes tn$rns e \en$ìàr' ã
IÌúotrop6: Pldrd que se$€n o sÌ, girusós. E o sino clama em Ìúgubres responsos: !
"Pobre Alphonsusl Pobre Alphonsusl '
Ace.bd ândg6, úúéi,
Por entle lírios e ÌiÌasesdesce
A taÌde esquivâ: amargurada prece
P õe-seaÌuaaÌezãr.
1|.
O poemâpodeserdivididoem duaspârtes:osdois A catedml ebíÌrnea do meu sonho
quartetoie os doisteÍ(etos.O que é apresentado Aparece, na p^z do céü tÌistonho,
peloeu líri(ona primeiÍàparte?E nà segundà? Todâ branca de luar.
r O re^totr".d oo e'o (mo e de sLa,Lb'ilaLão
Emque parteestátÍatadocadaurndessestemas? E o sino chora em ìúgubres responsos:
Justfique. "Pobre AÌphonsusl Pobre Alphonsüsl"

2" O poematranscrìtoâpresentauma associação co_ O céu é todo tÌcvâs: o vento üiva.


mum na poesia âmor
simbolista: sensuale môr- Do Ìelâmpago à cabeleira ruiva
te. Aponte a5pâìavrasou expressões que estari- Vem açoitâr o rosto meu.
am Íelâcionadasao amoÍ e à morte. E a catedral ebúrnea do meu sonho
r Explque por que o eu íricoal Íma que as caÍnes Afunda se no caos do céu nìedonho
estáo"dìaceradãs peloszelos".
Coìno um astro quejárnorreu.
I Quala naturezados pesadeose poÍ que eleso
"apunhalaÍn"? E o sino geme em lúgubres responsos:
. Nesses veTsos,o amoÍ sensuâlé apresentado de '?obre AÌphonsusl Pobr€ AÌPhoÌìsusl"
fonìa negativa.Porquê?
AlphoDssde. OttNÀM: lM
CUrrúÀRAENs, d' A\,t'/'frE
t. O qosto pelo exoÌismotâmbém marcaâ poesia ,1"aàìmdÍ Seleção d€AlPhotsu$deCúmaúensliìhô
si;bolisÌa. No sonetotranscrito,que eìementos P 12cl2r'
3.ed.SãoÌaulo:GlÒbal,1997
revelamessãcâraderísticada estéÌìcâ?

.456 CAPIIULA22
I"IÌ ERAT U
RA
--

g Hiâli'o: que tr- , lprrôncia on a 5. No poema,o eu líÍico reÍere-seà catedrâlde seusonho.o seuapa-
tÍanspârèn.ia do {iüo. Íecimentoestá associado a diÍerentesmomentosdo dia. Quais
Ánêhol !.rmelhidão do nàs.er .u do sãoeles?
r Comoé cafacierizada a catedraerncadaum desses momentos?
LúglbE: relatn! r loto, lúnebÌe. 5. Apóscadaestro{emak lónga,apaÍeceum reÍrão.Qual â associação
RespoNos rc.i.ulos Ìezados.u que nele se Íaz entre o sino da catedrãle o eu lírico?
.ânhdd que, no cõo do poe.[. sãoas
f€sposhsdos sinN âo er liri.o.
.oeu Írco Lrthza d ferentesverbosparadesgnarodobredossnos.
RefrdCi. ìnlhtu intenemenÌe, Quas sãoeles?
. O quee essugeremno desenvo virÍìentodo poema?
7. Releia. ë
"E o sino chora em lúgubresrespoÌÌsos:
'PabrcAlphonsuslPobreAlphonsus!"'
I As vogalsfechadasutLizadasno refÍãocontribuempaÍaâ cÍaçãode
umaatÍnosferâ no poêmâ.caracterizeessaatrnosfeÍã.
8. Há,também, uma grâdaçãona carâcterização do céu em que a "câ-
tedrâl ebúrneã" âpareceao eu lírico.Ìranscrevaos âdjetivosutilizâ_
dos parâ caracterizá-lo.
r Explquede que rnaneÍaessesteTTnos e sua assocaçãoa dlleÍentes
momentosdo d a contribuempâra ntensiÍicat a ãngústiado eu íÍLco

Z
j :

)
Alvdo Cddoso Gom€s :
Desprezmdo o aparente, o visível,o simboÌista paÌte em busca do ! l-

Álvaío CardosoGomes que se ocuÌta, daqüilo que consti.ui a essência dàs coisas. ConcebeÌì' a
í944" ), pau stade Batatais, do assim o DuÌìdo, o poetâdescarta aidéiade que os objetos do reaÌ :
é professoÍda Faculdade de tenham sentido em si. 1...1
Filosoíã, Letrase Ciêncas
TrabaÌhando com inìagens sinestésicas, o poetâ deseja represen-
Éumanas daUniveÍsidadede
tar o instante dâ peÍcepção de uÍì objeto, de um movimento, sem a
5áoPaulo. pela
Pubicou, edi
incômoda inienenção dâ intcÌigência, qrte iende a sepanr as sensa-
toraCLrltrx, uma rnPortãnt-"
ções em blocos disúntos.
antologia detextossimbolis-
ïas l.A estéticasimbolìsta, LU \l t s \ 4ô r d'doú l n.,oo .\j u. 1 .1-r'a..qÀ ,ü.-..
'198s). Sao Pâulo: CuÌtÌix, Ì986. P.1G17. (IÈ8Ìreúo)

Éxplique
O críticoÁlvaro CardosoGomestrata de doìsâspectosessenciai5
do Simbolismo: o desejode ãlcân(aÍa essênciàdat coisâse o usode
recursosda linguagem parà alcânçaresse objetivo, Escrevaum pa-
rágrafo àrgumentativoem que você expliquede que modo as
sinestesiascontribuem para o desenvolvimentodo proieto literário
sìmbolista.
Antes de desenvolverseu parágraÍo,sugerimosque observeas
etapasapresentadasa segurr.
r Retomeo conceitode s nestesia, âpÍesentadonestecapítulo.
I Releiao poemâ"Correspondências", de CharesBâudelaire,e pÍocuÍe
são usadaspeLopoetapara
identiÍicaÍ,no texto,como as sinestesias
defiìonslíaroprincípo dascoÍrêlâçóes entleo mundovisível
existentes
e a esferadasessêncas.

tnbalìsno 457 |
Simbolismo:o trabalho com aÏormú e os senti'dos
A reiteraçãoenÍáticanãoapenasconsttu umacaracterístlca
estruturadã poesa s mbolsta,comotambérninÍluenciou forte-
mentea poeslamodernista. Segundo o cfítico teráriolvan
) TeixeiÍa,"essetipo de retefaçáoeníáÌcadevesefìnteÍpretado
1.: comoum modoÍragmentário e pr sÍìáticode conheceía leall
dadeicadaÍepetição corresponde a um prismad ferentede uma
irnpfessão.Assm, à adjetivãçáo dê8/oqué/smaisque
relterâtiva f
F
3 um simplesrecuÍsoretórco, é sobretudouma rnodaidadede
z
.l conhecimento, uÍntipodeapÍeensão essencialmenÌe
dareaJidade,
sensoÍial e poétco,queàsvezessecontundecoTno oeInoe o
Ê maravihamentodossentidos".
SobÍeã forçade55erecuÍsonospoetasque vrão depols0e
: Cruzê Sousa, TeixelraafiÍma:
"De fêto, a repetição viÍiaa se tornaÍum dosrecursos rnas
4 expÍessivos da poesiacontemporânea, como5e 0epreen0e 0o
rnas lgeiroexarneda obíade Drummond ('No meio do carÌìl-
3 nho'),de JoãoCabral ('Ocãosemp urnas') ou de Harodo de
:
Campos ('Galáx as')".
Porìsso,a Teiteração coÍÌìoheTança da poeslasirnboistaéo
focodestaseção.

As redundânciassensoriais
de Cruz e Sousa
lnaugurã-se,coma poesiade Cruze Sousa, o usos steíÌìatco
deum recurso que retornâÍácoÌnmultalorçanos te)itosmooeÊ
enfáticade termos.Comessarepetição,
nistas:a repetiçáo os
simbolistaspÍetendem píovocal os sentdosdo letor' fazendo
comqueo mundosejapercebdo pelasimpressóes quecausa, e
náo pelasuaaparênciaconcreta.Assim,a Íeaidade passa a ser
"Íitrada"pelossentdosaÍavésdareiteração doselementos que
a cafactenzam.

Braços nervosos, brancas oPülências,


BrunÌais brancuras, fÌrÌgid ìs brancurâs,
,ô\huras castas, virginais aÌwlas,
KoomanLloseiX///Áxposçao sêcesáo,
1902,29x 90cm NestãôbÍasimbolistê, Lãctescêrcias das ÌaÌas Ìactescências.
dasÍormâsé
a repetiçãô !m recuEopara CRtjz E soU:;À,J. rvi$a/au4át OÍgdização {1èrQn
'IeiFirr sãotaulorMâtinsl(Ìúcs, 1993.l Ì47 (F.agn.nto)

Os modernistasseinsPiram
em Cruz e Sousa
comoumÍecurso
O usodarepetição degíandeÍorçã expressvãseráresgaÌa-
do cornorecurso lvlas,enquanto simboistaspre-
poéticopeosÌnodernistas os
tendiamcomesseÍecuísoevocarsensãções, nosTnodernistas va
a repetição
acentua caÍacteÍíst
r determlnadas casparaforçalo eitora enxergá-lasVeja

| 4sa cAPiruLaz2
-:
j
Os NomesDados
a Terra Descoberta ô
Por se Lratardc uma ilha deram Ìhe o nomc
de ilha .le Vera{ìru.
llha chcia de graçâ
Ilha cheìa de pássaros
IÌha cheia de Ìu. 1...1

Depois muclâramlhe o nomc '' bê|, Lj. o00. ôpo \ob - Êd. Á eoÊ ;o de L d
p"
pra terrâ de Smta CÌ-uz. " , o r " '. " r , è , o o o p 1 à d Õ . "o
de ôlhârPaG um mundode tudas
Terft cheia de graça
TcÌÌa cheia de pássaros A pedra de Drummond
ler r a c ner J úe rÌ]7 . 1 ...
Outropoetamodernista darepetição
sevalerá exaust
vadeumaexpTessão cornomeìo de "provocar"o leltore
Mas como houresse em aboÌìdância,
levá-loa perceberpelos uma
sentidos Íealìdadeque se
certa madeiü cor de sìngue, .or de brasa nos poêmass m-
impõedìantedeseusolhos. Assimcorno
c coúo o fogo da manhã seÌ\ãgem bolstas,ern"Norneiodocamlnho",de CarlosDÍummond
iòsse um brasido no caflão ÌÌotllmo da paisagem' deAndÍade, daexpÍessão
éa repetçãoexaspeÍadora "ti-
e como a Terra fosse de ánores l€rmeÌÌÌas nhauma pêdÍanomeiodo cam nho" queobíga o leltor
e se hou!€sse moshado assazgentiÌ, a seconfrontarcomesseobstácuLoe 5edarcontadasua
deramÌhe o nome de BrasiÌ ìmpotência d antedele.Veia.
j
BlasiÌ cheio cle graça
BrasiÌ cheio de pássaros
No meio do caminho
Brasil cheio de Ìuz
No meio do caminho tinha um.r Pedra
; tinha umapedra no meio do cnÌninho

no meb do caminho tinÌÌâ uma Pedra


: Nunca me csquecerei desseacontecÌmenlo
na vida de minlìe, retiras tão fatigadas.
Nurca me esquecerei que no meio do caminh{}

Tinhâ üma pedra no meio do caminho


RIC"{RDO, Ci$imo D Potrivel
en: Fundâção Cultu.al Cdsiano Ììo meio do camìrho iinha uma Pedra
Ricar{Ìo. lÌup:/^s1$d..rorg.bÍl cãlÒsDrummoÍdde ÌÌrrIIORICoNÌ
ANDR-A])E,
carrìmo/casiano ÌÌúì#Poen$
Ir:lo l.OrE) o: am n lhú^ Wnat bnlitz,at dasótula'
À . e s o €n :2 9 j8 2005 or'jeti€ 200ì P ?l
RjodeJânci.or

A retorìrada
No poend, à -êpê.!áo oo\ e,o'esso' /Íra 'hêla de i'l- comalgumasvaÍ
daexpressão, açÕess ntátl_
ra cheìa
deeEêsìlcheìo decharnaa atençãodoleitorpaÍa case invelsóes, produzum eÍeitosurpreendentelnão5e
clopaísqueo eulídcodesqaqxv6r'Fss-osele trâtadasimples constatação (há
deumfato uma pedÍa no
osaspectos
mentos grãça, luz-também sãoíetomados meiodocarnnho),masdaforçadesse
pássaros, obsúculoncessan-
emtrêsmorÍrêntos a
refoÍçando
dlferentes, da
déia,JásugeÍ ternente rciterado
e da por
peÍcepção, partedosujeito,da
dequeos"nomes"do paíspodemrnudar, mposs
pelaÍepetiçáo, b lidadede contorná-o. que
É a repetição toÍna a
e,aomesmotempo, geTa
elepodeseívsto cornoilhaou terra,masos êlementos pedra umobstácuJo intransponíve
permanecem
queo caracterizaÍÌì SernpreosmesÍfos:é lu- a necessidade de desconso
dizer que
adarnênte,váÍiasvezes
gaíãbençoado, pelanatureza.
íavoÍecido e a estáall,nomeiodocaminho, e que nadapodeser feto

Sinbolisna459 a
Poroossistir
F PoronovegorJ$

Ctuz e Sousa- O paeta do desteL , http://ww.ínusee'rnoreau.tr


ro, de sylvioBack.Brasll,2000 A col eçãodê GustaveMoreâu
Fkção de sylvio Back bãseadana reúne,em uma C asãMuseu,ã vi da
vidâ de Cruz e sousô.ApesaÍ dê ter i nteíi orea obrade um cri âdorq!ê
sido um dosmaisimportantespoetãs buÍava "presetuaromistéíiode sua
da viÍadâ do séculoXIX pârao XX, o crÌãção"G. . Moreaufol meíre de
ÍundadoÍ do S im b o l i s mon o Bra s i l toda uma gerãçãode Pintorês
praticamenl€não deííutou dos am GeorgesR ouãul t,H enri Mati sse.
bientesintelectuaisde seutempo. a Albert Marquet - e lançouas ba-
biografiãdopoeta íêgistraum: dura ses de inveíigaçôesvisuaisãcerca
históriã de discrlrninaçãorãcial q're da i magi naçãodas cofes,funda
condicionouseusve6os, por multo mentaisparao cenáriodasartesno
tempo, a um cÍ(ulo restrìtode pes inklo do séculoxx. site êm f rancês,
so aspí óx Ì m aso. fi L m e d ê Sy l v lBa
o ck
tentâ, de âlgumaformã, Íêstâurara I http://rnuseu.sulbenkian.pt
impoítánclâde Cruze sousa.
- OêxcelênÌeãceruodo Museuca
O caninha para casa,de Zíaìg l oustêGul benki ãn organi zacuìda-
Y rnou Clì nê,2000. dosamentediveEascoleçõesde aF
pelacri tes decorativãs,Dêntresuasseções, i
zhangYimouéconsiderado
ticô espêciâlizada um meÍre dâs co podemosênconÍar o espaçodêdi
resno cinêmachinês.Nesêfilme, um (ado à essênciãda úiação dê Rêné
hom em bem - s u c ê d i dporo fi s s i o n a l Lalique- joalheiro,fotógraio, ês
mentevolìa parasuãantiga pÍovlncia cuhor-, notávelartistâque soube
devido à modê do pai. o ênredoex potenci al i zâro i magi náíi osl mbo_
tíemamentesimplescedê lugar pafã l i sta e art nouveauem vÌdro ee
oso haresmaissensoriâis, como05dos maltado, ouro e marfim em deze_
simbolistas do Íinal do séc!lo xlx. nasd e obras,jóias-objetosmateria-
lizadãsem joqos de transparência5
Sonhos,de Ak râ K!rosawa.lapão, ,a
1 990 -
. http://educaterâ.terã.com.bí
O quintoêpisódìo,dosoitoquecom
põem o íllme de Kurosawa,é dêdica
doaVincêntVanGogh.Emumatrarna site que apresentã.no /ink sim
banante Ìngênua,mas não siínplina, bolisÍno,infomàções sobre as ori
o viajantêprotagonistado filme sevê gênsdo movÌmentona Françãe no
dlantedãtela Corvosdo pintof holan- , pri nci paÌs
B rasi l as caracteri sti cas
dês. Por um eníanho fênômeno,en- de$a estéticâ,além da ânálisedos
tra noquadroê pâssaa viveralgumas aspectosmaÈsignificativosdã obrã
experiênciasda biogrâfia do âítista dos dois autoresrimbo istasbfa5i
que tanto legouà culturados séculos l el ros mal s i mportãntes:C ruz e
XX e XXi. S ousã ê A l phonsusde Gui maraens.

Vidaeobrà de um gênio Vincent . http://\Nwvan909hmuseum.nl


e lheo, de Roberialtmãn.EU4,1997 site em inglêse holandêsdo Van
Ne$e filme, ã história da vidô de Gogh Museum,em Amsterdã,com
VincentVan Gogh é contadade ÍoÊ um extênsoacêrvoda obrâ do Pin
ma ô apresen'tarum fetrãto do tem ior, iníormaçõessobrea suâ vida e
peramentoinstávêlè, ao mesmotem sobreâsêxposições em cartâz,
po, teíno e genial de$e pintoí céle
bre. Com uínâ fotografiâ bêlíss;ma
dâsí êgiõesdo s u Ìd a F ra n ç ãBé
, lgicã
e Bolanda,o filme apresentaa soli-
dão e a loucurade um homem para
quem a arte sempreesteveem píi-

| 460 cAPiruLazz
D^/^ lôr ô
^ê.^r
ri(^r ÍÈr Poroouvirdì

As melhoretpoemascleCtuze soura, seeçaode rá mer, de C audeDebussyLeonêrd Bernst€rn


F á! o W oí de A g ! ê r 5 ã oP a !o G l ô b a ,1 9 9 8 . orcheÍrêD el l acèdema e di santaC ec ê
N âzi onê
E(e enr" dnrologd oà p'odu' do do oí n.ipàl e C l audeD ebuss,quê vl veuentre 1862e 191 4,
prêsentante do siínboitmo no Brasil. rompeuconvençõêt. se! trabal hona músi caí ol
Osnelhorcs poemasde Alphonsusde
nruitasvezêscompãrãdoão dos impressionistãs
r
GuDaraen5,selêção de A phonsusde Guimarèens
F ilhos êoP a!o . Gl o b ê 2 , 001
arrolog d coÍì o' Ì"i\ iÌrroíràrteì poemdsdo
e! ; lor s inb o l F -àA l p h o r,u s d e c u i Ìo ro e n s .ol
ganiz ãdos po r s e uíi l h o .
víncente Van Gogh,.1eGtadimr 5mudlèsão debui sy l a Íner
P auo: loÌ geZ a h aEÍ dÌo re r,2 0 0 4
Históflaem quadrinhosiníigante que,atravésdâ
fkção, Íala da vidâ de êlgunsimpressonistâse pós'
. r G o g 1 s ê riJdrr a rt \Ìo d p o l há
ií pr ê$ioniì 1 d 5Vê
oã e V in{ er .L m q a to1 dê .l o ro . ã L ro rd o \ q J d d' os
famososâssinádos por seudono. ao mesmotempo

MúsiG Eletroa.ústica - Período do Pionenisno,


deJorgeAntunes A.adema BrâsleÌê deMúsica,2005
Um dos mais importantescompositoreserudi
tos conÌemporâneos êm nossopaís,lorgê Antunes
apresentaem suaobía urnãêxperiênciasensorial.
Criadorda (omocomposição,asÍaixas"Fluxolu-
minosoparasonsbrancoí', "Eíudo paracÍ.ulos
veídeseveÍmêlhoí'e "Estudosparêpontosãma'
re osêvio êtaí sãonítidosrecursos de sinenêsia.
Câ.fãsa Íhéo, de V ncentVanGogh.PortoAegre:
L& P M , 2002
Llvío que feúne as caítasescritaspor Van Gogh
a s eu iÍ m ãoT h é o ,n o p e ri o d oq u e v a d € 1 873ã
' 890.\ elas ,v e m o sJ n re ra to o o p i l to í h o L a ndè5.
oe 5r r èpr og re $ i v dl o -c u rà .d e .u " 5 o re o c J oà,õe!
ê um panorêmada época em que viveu. EdLção
. evr t á ê dr p i d d à ,e n o L e o rs € Í u m 9 l o \5d o
'
com maisde 200 nomescitadospor Vãn Gogh em
suacorêspondêncià,vária5llustrãções e o têxto de
P aulG augu i nq, u e d e Íre v e o e p l s ó d i oe m q ue o
pintor dos girãssóiscoíta a própria orelha
Monet o paìda pintuft inpressionista,í:ie
váriosiutores EditoraNovaGêli.a,2001.
I v r o qJ e d p re s e .tàè v i d d e è o b ' a d o o rl o
r úpr e$ior i.l d ê . l e r d e 1 o rl ê ie r u Í e x (e l e n lequà_
or o' Llr Lr d' .s o c i ae p o l rl ' o d e s u à é p o ' d e d ei \ãr
clarãa Ìnfluênciãde$e ãruna para a mudançãde
pe6pecuvadàsanesplásticâs no finaldo séculoxlr

461 g
SimborJmo
t (Unesp-SP)as questóesa seguiítomâm por bâseum a autorâapresenta
a)Apesarde rnodernista, tendèncias
texto do poêta simbolistabrasileiroAlphonsusde de outromovÍnentoliteÍário,
êvdentesno texto.QLte
cuimâíâens (1870-1921). nìovrnentoé esse?
Eros a súabtu .lo P@te do textoumêpassãgêm
b) Retire queluílique a suares-
posta è' e o' e. d segL ', .,-ê o dd4Flr'.lcê qLê alo
Eras a sombrÀ do pocni.
En .almdias beÌn calmasi
E nô ermo agreste, sjlente, 4 (Unêsp-sP) le a âlternativaem quese.aract€ri
Assinô
Pàlmein chcja de paldas. za a eíética simbolistà.
Erd a cançãó de outrora. a) Cultodo contraste, queopóeelementos comoamorê
Por cntre nüvens de precei sofrnìento,vidae morie,Íazãoe fé, nlrrnatentatva dê
PÀÌidcz que àô lônge cora pólosantagônicos.
concilìar
E beüo que aos lábios d€sce. b) Bu,""do Êq il'bÍioe od , r phcdêdedosr odFlo,q'ê-
.oore.Loo. deL11a lirgJdgefsin-
f,ras a hãúônia €spüsa p es,poÌemnoDíe.
Em \ìolas e üoÌoncelos:
c) C-ho do 5e il1e .o -àÌ /isrà,qu" ;/ do rro'1ê^1 pi
E c.no um \ôo de garça
mitivoe suacivilização um ímboo de ndependcncE
Em solirários cõtelos.
poítica,soclaleliterária.
espritLral,
Eras tudo, tudo quànto d) Exporação deecos,.ssonâ ncias,a teraçóes,numaten
De suave esperança êaistet rdrvdde vêor7à'r.o o d"dêd" kqLãqer,
"pro^'
Mdto dos pobres € Ìnânlo mando-.da rnúslca.
Com qüc as chagas ne cobrbre. ê) Preocupâção comâ perÍ€ição ÍoÍmal,sobrptudo corno ã
.
!o, "bul"Íio.".rêgddo de rermo) L ê-ìrf\o\.o o re e-
EEoCìordêiro,ÀPomba,
velaa objeiivìdadedo poeta.
A crença que o moÌ renovâ... I
És agora a cru que tonba (UFMA-MA)Sobreo Pârnasianismo e o Simbolismo,
A bei.a da tua coÉ. nâ LiterãturaBrasileira, é corretoaÍirmârque:
PatonÌ âósCrcnÈs do nmor e dâ Mort, Ì923. a)osêstlossãoabsolltâmente distntosqlarto à técnica q
Em: (]UIMARÀËNS,AlPhonsusdc Pdúr
Rio dcJueúo: OrS.Sinões,1955,nl, p $1
dã veÍsif
cação.
b)o. dokêcriossêâpro,m"-ì pêo\ preÍeíêncid. ror lcès
O textoenìpaut.,dêAlphonsus de Gumaraens, apÍesen- c) à metâísicado pr;nìeirc, seo reaisrnodosegu ndo.
ta nítìdas
caractêísticas do s mbolismo liteÍáriobrasêúo. luntou
d) osdosestlosseaprcxinìam quêntoàté(ncadaveÍsiïicação.
s
Releiê-ocomatenção e, a segLriÍ,
e) nãohá proximidade enüeosdos.
â)apontêduascaracterÍstcâs tipicarnente do
s rÍìbolstâs ã
6 (FEl/São Bernardodo Campo-SP) Escolhaa àllernati_
b)com bas€em elementos do texto,coÍnprovê suãres_ vâ que pre€nchacorretâmente, na ord€mapresênta É
dâ,aslacunas dâ fraseseguinte.
O S , m b o l i " m o * o 'p n F /p,n\inrn
(unesp-S P)A reiterâçãoé um pÍocêdimentoque,apli ". -
do{e do _, no que diz resp€ito à presença
(ado a difer€ntesníveisdo discuÍso,permiteao poe-
do subjetiüsmo e .la emoção, kgundo obscn"a, pôr exem-
ta obteí efeilosde musicâlidade e ênfasetemântica.
plo, em _, .éÌebre autor de ,Dgud.
Parâtanto, o escritorpod€reiterarÍonemas(âliÌerâ-
ções,assonâncias, rìmat, vocábulos,
versos,estroÍes, a) íl' oedr.r o / /2\ Po.]è_Ìrs-o, /_ í rLl e So-s-
ou, peloprocêsso denominado "paralelismo",reio- b)(1) Natura smo/ (2)t!4odern
smo/ (3)GonçalvesDiãs
mâr as mesmasestÍuturâssinÍáticasde frases,repe- c) (1)AÍcadismo/(2) (3)Castro
Roínantismo/ Aves
tindo âlgunselementose Íôzendovarìar outros.Ìên- d)\'/ Roï" i,ao, (21Baro.o,(ìVdrJe Bê1dêirã
do em vistâestasobservações,
e)(1) Naturalismo / (3)OlêvoBilac
/ (2)N,4odêrnismo
a) identfiqueno poeÍradeAlphonsus umdessês proced'
(UCP-PR) assinalea afirmâtivacorrêta:
b)seÍvndo-sede umêpassagem do texio,demonstre o a) O RoÍnantsmo é conseqü-Ânca do surtode centifics-
processo quevocêldentifcolrno ilemã
de reiteração mo e daÍadìgada repetição dasfóÌmuassubletvas.
(UniÍioRJ) b)O poetaparnasano deixa-seaÍrebatarpeo conflltoen-
tÍe o rnundoreale o imêgináÍio,êxpressonurnsent-
Canligd Mtúal rnentaLismo acentuado.
Outônô- Âs ánores pensardo... c) O ReâsÍnoé conseqüênca e
do surtode centficlsnìo
Trisrezasmórbida no mai.. dafadigada repetição dasÍórmuassublêtvas.
O !cnt{} pâsa, bendo, bEndô...
d) NoRomâ o escÍtor meÍguhano nterioÍdasper-
ntismo,
E sinto medo. susto, qlEndo
,onaga'lç -osFdnoooo e or seLgo'ã_1d. ê )Ld cooni.
Escuto o rcnto a$inì pdsar..
C€cilir Menelcs a pÍosa.
e) NoSlmboismo,predominou

.462 UN|DADE
6
B (Ufscar5P)A ên{asena seleçãodevocabuláriopoéti Íl (Unesp-sP) A questãoa seguìÍse baseiano soneto
co, com o objêtivode trànsferiíào poemao máxrmo "SolàÍ Encantado",do poeta pârnasianoVítor Silva
de coírespondência sensoÍial, é umãcaracterÍstìcado: (1865-1922).
a) RoÍnantismo,sobÍetudonã obÍade CastroAves. SolaÍ dmtd.l4
b) Baíoco, principalnìentê
erìrGÍeqôo d€ N/latos. Só, dóminândo no alto a zÌpesÌre seÌrdia,
c) Simbolismo,Íepresentadopelês de
obras Cruz ê SoLrsa EÍtre 2Ì.dtis, € âo pé de un rio maj€stoso,
e Alphonsusde Gulmaraens. Donnè quedo na nérca o sold ÌÌÌistenoso,
d)Parnasian smo,Íêpresentêdo pelaob€ de A beatode Encerado no horror de umaÌenda sonìbria
oliveÍa. Ouve-se ò !oit€, em torno. m clanlor lãmentôso,
pr ncpâmenteemloÍgede Lnìã. Piam ãles dc agouro, estru8c a ventania,
e) Pré-ModeÍnismo,
E briÌhmdo no chão por sobre a rie tiia,
9 (PUC5P)Cr.rze Sousa e Alphont'isdeGuimàíâenssão Correm chamassutis de um fulSor nebuloso
poêtasidentificados (om um movimentoartísti.ocu-
jas características
são: Denbo um luxo funéreo. O silên.io por tudo
da vrdae ApenÀs, alta noite, uma sombrã de Ìeve
a)o jogodê contrastes, o iemadê fLrgacidadê
Agita{c a ll€mer Íãs tre16 de veludo...
fortesinversÕess ntáticas.
b)a busca datranscendência,a preponderãncia
do simbo-
Ouvêsê, a.âso, enúo, vaguissimo susPÌrô,
o entreasfiqufase o cultivode umvocabuáÍo lgado E nâ sàla, espalhmdo um .Ìàrâo cor de ne!e,
àssensaçÕes. R.vdli..ro u m q o p , o r u l 'o d p u n \ d p i . o
c) â êspontaneidade cooqual, osternasdo cotidanoe o
SrL\^. Vítoi Im RAMOS,P E d^Sìka Pòaidlatutaam
aÌklrela SãoPaÌÌo: MclhoEn€ntos, Ì967, p. 245
d)o perÍeccionisrno
fonìa istã,a recupêraçãodosrd€as
e o vocabuáÍioPrecioso.
clásslcos l a n o o Ê - n a n r ê q . e V t o Í 'i h o Í o r o o e t ào â r 'ì d o - oo L d n -
; e)o jogodossentimentosexacerbâdos, da
o a aígâmento do o 5 rnboljsnìo oLrDecâdentismojá começavaa ser exeÍ
e a ênfasena adjetivação
sublêtlvidade citadoem nossopals,e poÍ ssorecebêu jnfluên
algumaç
casdonovonìovimeÌìto, leaopoemã'SolarEncantado'
íO Guvest-SP) e, emsegurda,
! L
a) ne, , io1- ouds ca'àcleÍ' .i d .rp.._"'ì e pè'1ê id d"
"Porquenâo mereciao quc logÍa!ã,
! Deixei, como ignoúnte. ob€ú que tinha, do poemaquedenuncarn
ce(a
b)idenuíiqueeementos
rúÍì sem consideE ãonde vinha,
iníluênc
a sinìbolÍ4.
Deixei scm àtender o que ddFÉ "
l! (unesp-sP) Emborasejâconsiderâdo um dos mak ti
picosrepresentantes ismobrãsileiro,
do Parnasian cuja
"Se a flâuta mal cadente estéticadêfendeuexplicitamenteno célebrepoema
nníoa agora o \eÌsô hdmonioso, "Profissãode Fé",OlavoBilacrevelâem boa parcela
Sabei, úe conunica €sre eudoso
de seuspoêmasalgunsingrêdìêntesquê o aÍastam
da êscolapôrnasiana
da rigidezcaracteÍística e o apro-
Inflüo a dor \tenìentei
ximâmda románticâ.Partindodestaconsiderâção:
Não o gônnr suave.
" a) ldentiflque forÍnaisdo poemade
d!aç caÍacterísticas
que oÌústejá no acento asudo e s6c
Blacquesejamt pcamenteparnasianas.
lì1. b)ApontelrÍìaspectodo mesmopoernaqueo apÍoxma
"Da deümt€ embriaguez de bà.do,
daeÍéucaronìãntca.
Sonhos em que ãfoguei o aÍdd da üda, 13 (UELPR)OlavoBìlace Alberto de Olivekarêpresen-
AÌdenle on€lho de febrjs prànleios, tâm um estilodê épocade acordocom o qual
Que Ìucro à ãlúa descridà?" a)o vaor estético dever-âsultaÍda inguagem sublênva e
de e.po .o1eo q-€ bíoÌa o Ê.a_]e .ô dê. e nocoêí
CadaestroÍe.a seumodo,tÍabahaoternadeumbem,
uftramoralmejado e passâdo pêrddo. b)alornìaliteÍária nãopodeaÍastaÍ-se dastradiçÓese das
crenças popuaíes,semasquaisnãos€enraÍza cllltural
Avaliandodtentâ|hente osÍeculsos poétcosLrtillzadosêm
cadaumadelaspodemos dizerqueos movLmentos têrá-
c) a poesia devesustêntãFse enquê ntofornìabernlãpida-
ros a quepertencern,ll e lll sãorcspectivãmente: e um vocabulár o Íêro,numas n_
da,cujanìatéria-prima
â) barroco,
arcadisnìo,rom.ntisnìo. ÌaxeeaDoÍâoa.
b)barroco,romantismo, paÍnas ansr.o d)devemserrejetados os v.or€sdo antigocasscismo,
c) Íomantismo, parnasanisrno, s ríìbosrao. emrorÊ od b. \.d oeioÍ"ÌìdI Fnovèdâ ' dê e\pÍôção.
d)íom.ntismo, smbolsrro, Ínodêrnismo e) osvercos devemfl!rÍ segLndo o rtrÌìoirÍeguaÍ dasim
e) paÌnasianismo,simboismo,modernsmo píê.sóê . pd d -relLor dÌÊnoêr oo ' oaro dd -sp 'd\áo

-3:'l
PREPARE-SE: EENEM
VESTIBUTAR

T4 (U NBDF ) EstácoÌretoo quesealirmêenì


Músím búileitu a) ll, apenâs. d) l e l l , apenas.
Tens, à5lrzes, o fógô sobermo b)le ll,apenas. e) ,l ê L.
Do mor:encerrs na câdên.ia,eesa c) le ll, apenas
f,m reqüebros e encàntos de impureza,
Todo o feiriço do pecado humdo. í6 (UFPË-PE) o Ar(âdismo(no séculoXVlll)e o Pârnâsia-
nismo(êmfinsdo séculoXIX)aprêsentam, em suâcã'
Mas, sobre esa vôlúpia, erra a fisteza racterização, pontosem comum.Sãoelês:
Dosde*rtos, da matasc do oceao: d) bLro sr o e bL. " ddsrrp crdàdêdê" pÍe üo.
BárbãÌa porâcé, bdzo afiicano, b)amorgêantee temêspastoÍis.
t. u u! u. dc r o\ J p o ìru g rc \ó . c) êusèncade subjetlvidêde e pÍesença e da
da tenìática
mitooq a grecolatina
ns Énbã ejongo, dba e Íàdo,cüjos d)prcfefência pelasfoÍÍnaspoéticasfixas,comoosonêto,
AcoÌdes sào desejose ortandad€s e pelasrimasÍicas.
De seÌvàgens,.aü\os e maÌujos:
e)a aarepêa ârtêe o Íetornoà natureza.
E em nostaÌgiõ e paixóes.onsistes, Í7 (F.CarlosChagãs5P)Ospoetasrepresentativosdâ es-
LdcìE dor, berjo de três saudades, coÌâparnasianadefendiam:
Flor moÌoú de três raçastristes. polTtico
a) o êngâlamento nascausas
históÍìcas
da época,
BII-AC, Olà!ô. Orru ftu"üd. Rio de Jmeirc: Non Águìlat lS96 fazêndodeasÍnatériapara
urnapoêsianf arnadaeelo-
Conìbasenaieiturado poerna e sabendoqueO avoBilac g.
é umdosmaioÍes expoentes da poesia paÍnasana no Bía- b)a idéiade quea livreinsplração é a gârantãmaoÍ de
sil,lulgueos tensquesesêguêm. qle o poenìêcoÍesponde à expressãod retadasenìo-
(1) Sãocaracterlíicasdo Parnasian smo,prêsentes no po€ çóesmas prolundas. i
ma:a;nô pelâare,d r-pdr b rdàdê, d ".o'ìorid voLd c) a siÍìphcdadeda artepí mitv., Íazãopea qua b!scâ-
bu aí,a poesiãdescÌitiva,
a revaoizaçãoda rnitoog a. varn05temasbucóÌcose umâ inguagem próxÍia da
(2) N/lúsicê é umexemp
brêsllêirã o depoênìâ defoÍmaÍxa. falâ-urtcèdo caroo-e9ês
j
(3) Enì"o fogosobeÍano / Doamol (v.1-2),tem seuÍìl d) o abandono dasloÌmasíixas,crando,portanto, ascon
exemplo de metáÍoÍa. diçóesparao posteror suÍgiÍnentodospoêmas emveÊ
(4) O Ìtnro do veÍso3 é bináÍio,eÍnurnaalusãoao mov- so vredo Ìúodernsmo.
nìentodosquadísfemninos. e)a drscip e o trabêlhoartesânâcoma n
inado aarisia
(5)A rimaentre"cllos'(v 9)€ "marujos" (ú 11)cassfi- glageÍn,de nìodoa ÍesultaÍumaobraadequada aos
ô:.lrÃô( .lê êçrêr.: rlj(<.r
ca secoÍnoÍica. 'mì

{PuccãmpSP)É incorreloâfirmar que no Parnasiâ- ã


13 (Ufâl)As ãÍirmaçõesseguintesreÍeíem-seao Parna íA
sianismo no Brasil:
ô) a nat!rezaé êpÍesentadaobjetvâmente. t
L Pêrabemdeflnircomoentendia otíab. ho deum poe'
Ì:.OàvoBlâ,o_'rpdroLoêodô.r'oohê o ou eja b) a dispoiiçao natums(áÍvores,
doselênìerìtos esÍelas,céu,
escrevêl poesaasseme hê-seà pêrÍeitaapdaçãode rior)é mportantêporobedeceÍ a unìaordenação ógica.
Lrrnamatenãprecosa c) a valorìzaçãodoselementos marsm_
nat!rai5torna-se
ll. Pelas convcçóesquêlhêsãoprópras,esserlìovimênto poítantequ€a vaorzaçãoda formêdo poema
se d Íancìada espontânedade e do senlmentalisrno d)a nat!Íezadespe-sedê exageíadâ cargaeÍnocona corn
quemuìtosromântcosvaorzavam. quefo explorada emoutrospeíodosliteráros.
lll.Porse rdentlcareÍicomos deaisdaantqÜdâdeclás- e) as númeÍas descriçóesda n:turêzasãoÍeitasdentÍodo
sìca,é comumqueos poetas des-
maìsrepresentatvos mitoda objetvidade absouta,poréÍìos melhoÍes t-ôx-
seeíilo alud.maosnì tosdaqueaépocâ. tosesiãoperrneados dê conotaçÕes subjetivas

.4 5 4 UNI DA DE 6
1

!
Pré-Modernismo
os primeìrcsanosda Repúblicasãoagítadosno Brasil.
O Nodeste é fiageladopela secae sacudìdopelaguerra de
canudos.No Notte,a borâcha traz riquezae prosperidadepara
uma íegíào ìsolèdòe des(onhe.lda.A riquezade SàoPaulo
é pravenìentedo aafé,a "ouro negro". lmigrantescomeçam
a chegar,comcostumes e cultutètdiíetente'.como dat voz
à dìvetsidadede um paíscadavez maiscomplexo?Veia,neste
capítulo,as diferentesrespo5tasdoseJcritorcspré-modernìstas

Ë:

::
Za
çã

:
E
:

I ,:i :|&Vt"r^*Éffi
em2 deoltlbro 1897.
doscônselheristas
Rendi.ão - Ìrezeniosprisione
roserôcanudos
emqle 5!r9nâmasobÍasprémodern
qu€Íaíezpartêdô cónÌexto
Es5a nês
O que vocêdeveÍá saberao í. Observe â ÍotograÍiada abertura.Elãapresenta doisgruposde
pessoas: asque estãosêntadas e outras, atrá5, em pé.comovocê
caracterizaria esses dois gruPos?
1. O que íoio Pre-ModernÌsmo.
. Por que o Pré Modernis 2. A Íoto Íoitiradapor Fláviode Barrosem 1897,durantea guerra
mo não é considerado de Canudos. O conflìtoopôsosseguidores do beatoAntônioCon-
umã ettética |íteráia. selheiroe âstropasdo GovernoÍederal.O que â âparência das
pessoas sentadas sugeresobre5uêcondição socioeconômica?
2. Comosecaracterizoua obra
de Euclidesda cunhã r AÌresaÍclarì1áqualidade dafoto, ã gunsÍostospodemser dentlflca f,
. De que modo Os sertões . , ê |p o d eô T o id o o . " _ ril e _ lo e _" \ l o s
oos " 1 p n ê t o p a _ 0 o
aqroximamionalìsmo ê tos revelarn?
litèratuft e. ao mesmo
tempo, consèrvamcarac
te sticasdo NaturàIsmo
:1. Leiaum trechode Ossertõetde Euclides da Cunha
3. Que rctrcto da so.iedãde queparalásed rigam,
brasileiâ é feito Por Lína Nadêscrçáo davia cleCanudos e dossertaneios
8àÍreto. o leto o-ro o^hê,.ì"-.ooe 11 oos de
Íèio-ê\ e ^1r d_esdo.o t io:
ã v daclesofrimentoe privações
no do
nterior sertáobfaslero
. Como a intetâção entre
acontecimentos hístór ícos
e penonagensficcionais
define a obrà de Linà Aspectooriginal
A urr ÌÌìonstruosa, de barro, definia bem a o,tl6 sinisra do crrc' O
4, como as cidadesdo interiol
àparecen na obra de Mon' povoaclo surgia. dent o de algumas sema[à!, já reito em ruiÌìas Nascia
veÌho. \risto Je longe, desdobrado Pelos cômoros, atulhaìcÌo 'ì! canÌÌadâs
! robÌnÌdo árc.Ì enoÌrÌe, úuncado nas qüebradas, reloÌto nos Pctìdorcs -
. Por que o JecaTatuse tot'
tinha o aspccro perfeilo de uma cirÌade cujo solo lÌowesse sirÌo sactdi'to
nou uma personagem
" imottal" da literatuta e brúalmente dobrado por um rerrcrÌìoto- l. l
Feitâs cÌe p;ÌÌr a-Pique e dilididd enÌ iÌês comp tnÌÌelìtos nìinúsculos, a-s
da casasenm pàró.Ìia grosseira da mtigâ ÌnoEdâ ronana: tìm l€straulo cÍgìto,
5, Quaissãoas.aràcterlsti.as
obn de Augusto dosanios un alrr', scn'in{Ìo ao mesnÌo iemPo .le co7jnha, sala .Ìc jaDüu c de reccpçãoi
e rúìa aìcova laterrÌ, Íürìâ escrüíssima mal rdcÌada por uma Portì estreita e
. De que moclo sua Poesta
i ' baiu. 1...1Traíanìa Íile tansilória eÌÌtre a ca\€nÌa primitirâ e a casa llC)
àssociaa crençana ciência
esmo clesconfbrto ô, sobrettÌdo, a mcsÌna pobrcza rePugÌìanie, tÌìadr'indo
e ìndagaçõesíilosóf ìcàs
de ccrto modo, mais do que a miséria do homem, a decrcPitude da Ìaça L l
os
1...1VinhaÌì tas cara\'ànascle fióisl de t.idos os pontos, caregrndo
ÌÌaveresrúlosre, trânrPosús as úÌtiÌnas voÌtas do clÌminho, quando divisri
vam o campanár hrmìlde da antiga CaPcÌa, caíam gennflcxos súre o
Hápoucas ìnformâçõesa respei chão aspér;imo. trstava atingicÌo o termo da romagerl tssta!ìÌn saÌ\'os cla
to de Augusto Fláviode Barros, pavorosaÌÌccalomÌrc, quevati(ina\ãÌn as proÍtcias do claÌìgeÌizador Pisa
únicofo!ógÍâÍoa documentãr ã
vam, aÍinaÌ, a terra cÌapromissáo CàÌìaá sagrada,quc o Bomlesüs isola-
gueía de canudos.conÍatado
peloExéÍcito pèíâaconìPanhaí as Ìa do resto .ìo ÌnüncÌo por uma (intuÌa cle serras ..
tÌopasdo generâl CarlosEugên o CÌÌega\-am,estropeados dajoÌnada longa, ÌÌìas feÌizes. t l
deAndÍad€ elecheqou
Guirnarães, Ìi: O,ra
ctrNÉA,Luclidesdr'os serÌòes. RìÒdeJanèi'o:
"l'l&rd
emcanudosno dia26 de setenì- Ì995. Í 2, p 2t?232 (IragnrcnÌo).
No!àÀguiìri
brodê 1897.Lápeímaneceu atêo
lú úúi en ÌxúÌ, .ì{ìr.lc, .apnaL. Álri!tr em ìrÌjni. áÌio, \rÌa princÌPaL
diê6 deoutubro, quandofotogra-
Ci,iias cm hnn, .idade, , oÌìjunn) ,lt
fou o cãdáverexlnìadode AntÓ- .idâdcs,nt de .iilizaçio O È.!Ìo ó Terno da romg"m: fiÌ da ÍÌnua
e registrou
nio ConselheÌro o fìm usadó,no te.ho, con o s.rúd. dc IÌ€câlonbe desüuiçao,de\gÌaça No.oìtxb d.
do mito quê mob zou o sertão DreÊariodo Ântônio ctnlclheiÍo. ÌcfeE \e Ìo
TLrou
brasieiro. ceÍcade 70 foios Cônotusr peqÌren.s eìeuções de iao;-Í. do bt. ri,*l, qu'",1. todos .\ ión Érú)
que,hole,sãoconsideradas lmpor-
hlstóÍicos da C.iìadd: plari.ies cnÌF nontãnhas CâmÍ nâ Biblia,é a 1enà prometidaao lovo crolhì{lo
tantesdocunìentos por Treus LugaÌ .le túN ra e ti li.idade reÌ .cnar
Pendots: ÌaÍÌPâs (de.ìive oü rdi!.)

PtêMo.leÍnisnô467 |
t I Í ER A T U R A

o povoado
i Cornoé descrlto pelosseguido-
queestásendoconstruído
q) resdeAntônioConse heiÍoemCanudos?
4. Releiaestetrecho,observando05adjetivosdesta(ados
o ''f crLÀ'dcpru á-piqUce.tiviílidbem u-è\.umPd'Ìim' Irroç4'alïh\'as
G c?-s$e|am p.Ìódia 8Ìútraj11da antig-aÌnonda mmaÌrar um vestíbuÌo 4iígo,
rÌm afirt|, s€nindo ao mesmo temPo de cozinh4 sala dejantaÌ e de receP
6te
o çáo; e Ìuna aÌco\â latcral, tur'ìa .-'emd,zr mal re\€lada Por üma Poiâ
G ídc,a. a f...1 Traí-ama ÊìsetÌmsitória eDtÌe a câverna PinÍttua e z c e-
È r O queos adjetivossugerem a respeltodascasasde Canudos?
; r NoÍimdesse parágraÍo,
o naÍradoÍconcuiqueaquelas casastÍaduzarn
ô
dohornem,
"rnas doouea miséria a decrepitude daraça"QueÍelação
há entreessaconclusãoe a comparação entreascasas romanas e as
habtaçõesdosf éis?
5. Depoisde des(rever o povoado,o nãrradoÍvoltà-se paràêspes-
so;s.Quemotivação elastinham pôrair atéo povoadoe aliÍicar?
r TranscÍevao trechoquecompÍove suaresposÌa
r "Vinharn detodosospontos,caíegando oshaveíes todos" Essa íÍase
oferece p stasobÍea condiçáo
urnairnportante socialdosf éisque Ínu-
damparacanudos. Quecondição é essa? uecombase
I ustifiq no tÍecho
6. Que explicaçãoo texto dá pârao fato de, mesmochêgando"es-
tropeados",os romeìroseStaremÍelizes? :
3
7, Obsêrvenovamentea fotografia e considereas inÍormaçõesdo
texto sobreâs condiçõesde vida em Canudos.Discutacom seus
colegas: queÍunçãoa religiãopoderiadesêmpenhar navidades-
sasDessoas? Porquê?

republicano:
O Brasil é

conflitose contrastes o
A Proclamacáo da República,ern 1888,não representou umamuoança
muitograncleno cenárloeconômico brasìleiroA das
situação famíliasque !"
vivam no campo,doisterçosda populaçãodo país, sendo
contlnuava oeteÍ-
Í"indddpelo g è^de a tu_olor'os. o.' ol foà\dn erL"^ds po-(oe dê
terratantono ltoralquantono Inteíot

r A reformadascidades
! com a aepública, os principa passaram
s cenÌÍospolíticos por umatraníor-
mac;o do F<pd\o ,'bdno quê dÕ"e_cooeou pro"'so de êulooe?ar.oo do
-n
' pas eioooos,oroRodêonei'o,."oPãulol/ènau e Belênloíà1"r'naj
! aÍetadas peloqueÍcou conhecido, naépoca,comobota-abaio: a abeiturãde
È laíoasaven dase a imitaçãode préd oseuíopeus, paraelminar ostraçosdaarquF
x portuguesa que oíientaraa dessas
construção cidades
tet-ura
Llmaconseqüência irnedatadareurbanlzaçáo Íoi o deslocamento demilha-
ÍesdeÍarnílaspobres dasáreas centrais ondemoravam em cortços, paralocaLs
Nasciam,
declifÍcìlacesso. êssim,asÍavelâs,corÌìoum desdobramento negati
vo datentativa de "embeLezaf' o país
Palé.iôRioNegro,êmMaFêus, Sea reurbanizêção suqeria pÍospeÍidade,
elaeÍãapenas apaÍenteNoscen-
naug!rado em 1900.O PrédoPosu trosuÍbanos, escravos libertosvviamem !ÍÌì estadode quase cornpleto allan-
do estio a/t DouveuÍances.
nÍlLrên.ias à educaçáo e nãoerammalseTnpÍegaoos pro-pelos
dono.Nãotinhamacesso
prjetárosruraìs.
Essae iteeconôm capreÍeria"importaÍ"imlgrantes euÍopeus
LITERAT U R A

RiodeJaneiro: r Osconflitosno Nordeste


â novâBuênos
Aiteg A regão Nordestedo paísenfÍentava o crônco píoblema daseca.Vivendo
Qlandoo pEfeiioPeÍeÍa Passos demodoprecáro, ÍÌìuitosaderirêm à pregacáo messânicãde,Antônio Conse-
inicoua construção da Avenda lhero,o beatoq!e protetizavêa tÍansformação do seÍtãoeTnmar,anuncan-
CêntE,no Ro de laneirc,2.500 do a aproxmaçãodo diado JuízoFnaì.
famÍlasÍoram desêlojadas.
PÍeten
dia-secoma obÍaelevara c dêdeè nstalado êrnumave hafazendano nteÍioÍda Bahia.Conselheiro cr ou a
alturada rvêlBuenog a res.O es- comundadede BeloMonte,paraondeiamrnihaÍes de fiéisem buscada
cÍitorLiÍnêBarÍeto
criticou: salvação.Logoo ÍdeÍreligiososedesentendeu comos poderes repubicanos.
Osernbates locas acabaraÍÌì
setransformando ernurn dosmaissãngrentos
t...l EsúunÌos fàligldos da confrontosinteínosdo Bras: ê guerradeCanudos, quedurouquaseum ano f
nosa mediaúia, do noso relaia (denovembro de 1896a outubro de 1897). o goveÍnoÍnobilzou uTncontn
menro; a !.iúr de Búenos Aires, qentede 10 rni soldados, vndosde 17 estados e oÍganizados eTnqLlatro
muito liúpa, Gtitâ, eÌegaìte, pr expediçóes. queo conflitotenhadizimado
Esiirna-se cercade 25 rni brasie
locavã nos e €ncÌÌiàúos de Ìou' Íos,entr€soldadose conselhe ristas.
cos desejos de igualáìa. Haliã
nisso uma grande quesiio dc
dor'próprìo Ìacjonal € um es
tulto deÈjo de não pemitirque
os esfeg€iros, ão \oltrcm. cn-
Eo sertãoviroumar
s .hesem de cÌíticas ano$a cida-
d€ € a nossa civilização. t...1 A
AÌgentina úo nos deüa \enceri
o Rio de Ja€iro nào podià.on Solrradinho
tinuar a ser uma estàção de .d O ÌÌon,eÌ chegaejádeíàz a naturcza
vão, erquànto Blenos Àres eri TnageÍte, põe represa,diz que tudo yiri ürudar
umã verdadeÍà .apitàl européia. O São F âncis.o,lá pra cima da Bâhiâ
j Cômó é que não tínhamos Ìdgas Diz que dia, Íìe.os dia, rãì suÌrlir bem devagJÍ
avenidas, pasêios de @ ruagens, E passoâ passo,ei.umpúìdo a profccia
hôÉis de casà.a, dubes dejogo? Do beato qìr€ dizia que o sertão ia àìàgàÌ
BARIiDTO, Lim, Recordaçóes O sertão vãi liÌar md, dá no corâção
do ewnão kaias Cminhr. ,4.ru
e.r,.a Rio dêJãEìro: Nd: Aguilm,
O m e d o qu' aìgxmdi i o m.tr tãmben,\r" ' efl Jo
2001.p. 20+210.(Fnsmend). vai viÉr md. dá Ìro coÍâção
- O medo quc algum diao mar tanÌbém vire sertão

Adeus Remanso.CàsâNoya, Sento Sé


IJJ c,'iâ u"i,", Adeus PiÌão AÌcàdo, \,ènì o io te engolir
E hlbr nMrúto,
"r"g"n,"
cíúpido Debafto d água,lá sèvai âlida inteira
Por cima dacâchoeirâ, o GaioÌavai sumir
Vai tcÌ bâÍragem no saÌto do Sobradinho
E o povo \'âi se embora con medo dc se afogai

O sertão \ãi úrar md, dá no coração


O me ,1nque dl sxm dr" ú mdì rafl hefl ri ' e.eì.i ô
Vai !n ar md, dá no coração
O medo que algrm dia o mar rambén üÍe serlão BêÍãgemdesobradnho,Rio

Renmso, CâsàNova, Sento Sé, Pilão AÌcado


Sobmdinho, adeus,adeus,adeus...
S^i CU^RAA\R{. Ìntó.p.ct.: Sá & ClarabtÌa, Ìn: O l. Sii € CLatultm: ao \iao.
Rio de Jânèì.ô: rndie Re.ofds, 2005. I-etÌâ disponn€1 -..4rÌ?r
èm: <ÌÌttp://sff lyri.s..om.bD.
A.cso €m: 4jun. 2005.

A Íìúsica Sobradnho', compoíaporSáe GLrarabyrã, fezmultosucesso nofinãl


da década de 1970.A evâfaladâsconseqüênciãsda coníruço dd baÍêqemda
usna hidÍeétÍic,ãde Sobradnho,concluídaem 1979,e ÍazÍeÍeÍênciê à pmfêcia
de
Aniôno Consehero, quêâcâbou de cei€ nìanerra
setornando reaidãdê Cidades
; nteÌas,ctadasnaletradamúsica, foramsubm€rsês,entÍeeê9,Canudos ,!
'\**,,,*,**,*** *,-.","",=*-,**,**#F

tuéModenisnô469 a
L I TER AÌ U R A
-
Primê irãeN pedç ão Aqueles quenãosenÌiam o chamado
.ontracanudos da reigiãoatendiam a um outroapeolo
1896 A e n!489 de 29 de do cangaço. O seitão nordestlno virou
-- - aezemço tornaoori paco paÍabatalhasentre a políciae gru
qátóriÔo en5inoda in_ posdecangaceiros, queexgarndosprin-
quânacional.
cipaiscoronéìso pagamento de "taxas"
fjgl de proteção para suasfazendas.O mais
famoso líderdo cangaço fo virgulino Noblheteescrito porLampãô,â etra,
1902 Flndaçãodô PaÍtdo FerÍêiradaSilva, Hava,a érÌì ê orÌoqrafia
o LaÍnpLão. eotêxÌotruncadôsão marcas
-- menor baE e<oLaÍ dâdêquearnda
se âlsÌaBÍasileirc de seubãndo, algunsoutÍos de da
poriee fama. zavaa maor paneoo povo
carâctef r
1903 Grevespor mèlhoÍes noíi nâdosécuoxlx
brasi eÌo
- condçóes
dêtrabaho
r A riquezada borracha
e do café
l9O4 Revotàda Vacnã,.o
A Amazôna vv a, nessemomenÌo,a faseáureadãextfação da boÍÍacha
Comã riquezaquee a geíava,c dâdescomol\,4anaus e BelémprospeÍaram
Ë: ToTnaÍam-se centrosculturais,
rnÌlortantes coÍnoregistfam atéholeosmonu

Èi ner tèrl pdlo(ios"-qudospeosba'óes


5ãoPaulotambém
çasà cutura do café,
passava
queacelerouo
odbo achèndtoudscèptd
porum momento
processo
deexpansão
de uÍbên
A c dadeatraíamuitosbrasie rosespeÍançosos
ljzacão.
zação
econÔrn
e de
de consegu
lcagÍa
indudtra_
r umtra_
balho estável
e mais bem TemuneTado.
O haÍpaÍao BÍasil,
nêssemomento, signiÍicavêrumpaísmulÌifacetado onde
Dequenas zonasde prospeÍdadeeÍ queza convvern com vastasextensóes mar-
cadaspela pobreza.O desafodaliteratura
serárepresentaresses
contrastês

O Pré-Modernismo: &

embusca
autorês deumPaís 3

Asgrandes nrudançaspolíticas,
socaise econômicasnãodeixavam maisespa-
Ço para a idea zação.Era o momento de buscaÍ urnconhecimento maisTeae
proÍundo dascondiçóes devidaquepodiãm eÍÌìumpaÍstãogran-
seÍobservadas
de. Poíisso,o focoda pÍodução lterárâsetragrÌìentãe os autoíesescÍevem
sobÍeas d ferentêsreqóes, oscentÌos urbanos,osfuncionáriospúblicos,
osSerta
nelos,os cabocos e os rnigrantes.
l-do e o rorivo de i i" ê\\e pordê\''i ores.orìo tu(loesod Lu'ha,
I/lonteiroLobato,LimaBarreto, GÍaçaAIanhae AugustodosAnlos
EssaÍÌìultpllcìdadedeíocose de intefesses ÌornairnpossíveltrataÍo Pré
Modernlsmo comoumaêscola !iÌerária.
Seessasernelhança agrupadiÍeÍentes
autores, o mesmonãose poded zerdascaracteríst casestéticêsdosÍoÍlìan_
cese poernas quêescrevem. Pore55arãzão,o Pré-Modernismo é consìderado
urÌì peíodode Íansiçáorconsetua algurfastendências dasestéticas da se
gundametadedo séculoXIX(Realisrno, Naturaisrno,Parnasianlsmo e Simllo

iË i5rìo/.àore'ro têrìpoq,e a_tecpao rÍd, queseráo


te o N,4odern smo
êp o -ndadd\dL'a_

Ëë

Ou erma d€úhÕ €s de
'- . sacasd€ c àfPar
é àêv

| 470 23
CAPITULO
IIÍENATU R A

O projetoliterário
do Pré-Modernismo
PodepareceÍ estranhofalardeum pÍojeto" literá r o" senãoé possíve def-
nir urnaestética pÍé-rnodernlsta. Mas,comoo conceitode projetosedefine,
entreoLrtros critéÍios,pelasìntençõesqueagrupam de uÍÌì
osváriosescritoTes
deÌerminado peÍíodo, ìlode-se reconhecel no PréModernsmo,urnprqeto:o
desejo derevelaÍ o "verdadeiro" BÍasilparaosbrasleiros. O mesmodeselo que ,
motvourornânticos a escrever dezenas de romances reqionasseráa mafca f
cafacterístcadalteÍatuÍanosprimeiros anosdoséculo yü:olharparao Brasile
usaÍa liteÍatura comomeioparatorná-lomas conhecido peosbrasieiros.
A pÍime ía condiçáo paÍa realzação dessepÍojeto eTa desvaro olhardas
classes sociaismais prvllegiadas que, até aquelenìonìento, ocupavam boa
partedosromances escritos.PeÍsonagens queaindanãohaviamaparecido na
coÍno
literatuÍa, o peqLreno Íuncionário público,
o caboclo, os sáo
imigrantes,
elevadosà condição deprotagonistas dosÍomances do peÍíodo. Outros,como
ossertanêjos, quejá tinharn sidoobjeto da atenção dos Íomances rêgionais
tasd-"loséde Aencar ê Frankln Távora, Íecebem um nôvo tratamento,n'ìais
obietivoe distanciado, bemdiÍerenteda ldealização dostexÌos
característica
romántcos,PoÍ meio dessa galeria
de pe5onagens, Noíte, Nordeste,nterior
e cidãde pãssaÍn a ser âpresentados de modo mais próximo do rea.

r Osagentes
do discurso
As condiçóesde produ!ão da ljteratura, naquelemomento,sáomuito
pelo
influenciadas nteresse da população dosgrandes centrospêlasnotícias
diáÍias.Eucldes da Cunhae Monteiro poÍ
Lobato, exeÍÌìplo, começam a es-
cÍeverern jornaìse falamsobÍe problemas nãciona s.
A buscapoÍ informaçÕes reforçavãa necessidade de umalterâturaque
ã melhora diversidade caracteísticãde um paístão gÍande.A
ë Íepresentasse
cobertura jornaístcadosconÍlitos entÍeosseguidores deAntônioConselhe -

t ro e as tropasfedeÍajsexeÍnplifica beÍnesseinteresse: jofnaisde Savador


lDiáriode Notíciase Jornalde Not/clas),do Riode Janeiro(GazetadeNot/cla'
larnal da Brcsí|,larnal do Commercio, A Natícìae O PaA e de SãoPaulo(O
Estadode S. Paulo)enviamcoÍÍespondentes paraacompanhar os aconteci
mentosem Montesanto,
Asinovaçóes tecnoló9icas contÍibuem parafavoreceÍ umacirculação mais
rápidadostextos.O têlégraío, poÍexèmplo, permitu queoscorrespondenÌes
enviados a Canudos atuassern cornotestemu nhasoculares doconflito,dando
rnalorveÍãcidade aosfatosnotiÍcadosparaos leitoÍes distãntes.
I A fotograÍiatarnbémaludaa estmularabuscapeloreal.o exército brasiei
rocontÍata o ÍotógrafoFlávo deBaffos (autoÍdaÍoto deaberiura destecapítu
lo),paraÍegistÍafo sucessodacaÍÌìpanha deCanudos.
Emlulhode 1897,oscariocas assistem,assombrados, à primerÍa
seçãode
"cinema".A lnvenção que tornarapossível gravare reproduzÍimagens eÍÌì
rnovirnento erao cinematógÍafo LumièÍe.A abrevlaçáo do nomedo aparelho
batizaa sétimaafte:clnema.
Umavezcriadono públicoo "gosto"pelaatuaidade,é precsoenconÌraÍ
meiosparafazercomqueostextosliteráÍostarnbémganheÍnÍÌìaor aqilda-
de.Astecnoogias queïavoÍecem rápidada ìnÍormação
arcirculação desper-
tam nos eitoÍesa expectatva dêquea lrteraÌurase"atualze",deixedeaprc-
sentãrcenários clararnenteÍcconaise comecea ofereceÍpontosde contato
coÍna reaidade.

471 a
PréÌt4at1enìsno
T I TE R A Í U R A
-

Projetoliteráriodo Prêlúodernismo e o público


O Pré-Modernismo
Emumcontexto decirculação rnals é naturaqueo públcobuÍ
eíiciente,
derelôdÊmÕnrar
o Brasìl qLre,tambémnasobÍasliterárias, naÍatrvasmaisvoltadas paraacontecmen
tos históricos
e atuas
crltìcaè rea dadesocialeecônômica Essa expectatjvaé confrmadapelo medato sucesso alcançadopelolivro
Ossertóes. Empoucomas de do s meses, a prime ra edçãoseesgota,Ten
lrguagemmâspÍóxima
do terÌo
dendoao autor2 contose 200 rni réis,comum Jucroestmadoem 700 m
réis.LogoEucides é procurado peloeditorlvlassowpararecebeÍ1 conÌoe
600 mlÍés pêa sequnda ediçáoda obra.PaÍase teí lrna idéiado valor,
naquelaépocapagava-se ceÍcêde 20 m I réispeloa uguelmensalde urÌìã
casa.UmanomaistaTde, a editoÍaLammert,animada pêlasvendas deOsserfões,
pobliaa critìcos,
Juízas 15artlgossobÍe
rlfi.,asérìede o llvro,publicados
emiornas
oo Ko e oe>aofauto.
o oueesses dadosreveamé a resDosta imediata dosleitoresbrasileiros
a
uTnãiteratuÍaque mostrava agiidadeno tratocomos acontecirÌìentos con
ternpoÍâneos. Outrosescritores do período,cornoMonteío Lobaioe Limã
Barreto,taÍnbémverãosuasobrasserembemrecebidas peo púbico.Erao
s nalmais cafodequeos etoresdeseiavam umamudança deabordagem em
reacãoaos dealzadosroírìances do séculoXlX.

r Linguagem: jornalística
a agilidade i

Comoconseqüência naturêldamaiolaproxmaçãoentreliÌeÍatulae reali_


dade,a inguagem ut lizadanostextosmodifca-se, tornasemas direta, mais
obietiva,mas próxmada linguagem do textojornaístico.
característica
Do conjuntode romances e contospublcadospelosautoÍesda época,
ernergem que
as tendências dentrode duasdécadas serãoagltadas como
bandeiras pelosprirnelros rnodernlstas:
â desmstifcaçãodo texto ã
literário,
utiização de um português mais"brasleìÍo",a crítlca
à íealidade sociêle
econômica contemporânea, enfm,a constìtuçãodeuma que
Jiteratura retra
te verdadeiramenÌe o Brasi.

una salrÍaa ganancra


numana
i O <onloA navaCalìfóniasaÌfizaa ambçãodo ho-
Ínerne o compodamento a q!ê ele
ãmoÍ: ê ÍjdícÌrlo
pod"sere\êdooeà .ou,áoodÍ querè9er êJorro.
I m --a peq,"_è, ioãoÊoo 'ÍÍeÍo. â pooLd.do
-: sêchocacoma profanãção detúÍÌìulosdo cêmitérÌo
ocal.UmaguaÍda,designadã poÍ moradorês vo un-
iáros,mataìJmdo9adrÕes € captura o outro.Ïrata
) sede umrcofazendêiro, querevea quehavjadesco
beftocomotransfomaÍossos emouro.Descoberto o
m . \ l Á Í i o , o { 1 ê o i Ì a n r â \ r e l o r _ d r è 5 s u â l d 5 a r ( o 'ì
. - 1 . , o o e r \ d n e t o g a Í ê - ì Í ' a 'q u e - o Í d c o J ê
resovera, Íapidamente,todos os problemase pÍo-
oo ' ordri d u_1",i dàder-' o.
Da mésmêÍoÍmaque os ossos,supostanrente, pô-
oer se .ro1,íorrdoogerno ,to,o' o.' o O" " o_." ,
que pessoasapaÍentementerêspetávespodenì se
tàrs,o -d eÍÌ seíe9vc. oLdrdo oaddoso^" ga-
_à_.i è

l oroeD o.a ê^ "rd dd.o!"" ou-Fi ar- .L


"
adàptàçãol vÍedoconl odeLi hã8âreto, 1989

a 472 caPiruLa23
LITERA T U R A
-.

ilI
Avida pacatade umacidadeé transfomadapela
ambicãodesmedídade seusmoradores.

lubiãcanga era uÌÌÌa pequena cidade de crêsou qu-


{Ìo mithabitantes, muito pacífica. eÌn cuiaesL:4ão,de
onde em ond€, os exprcssos da\am a hoÌll? de parar Se fossepossívelfzet se daqueles míseros despo
Há cinco anos não se rcgistÌ ava neÌa um Íüno oÌr rou jos íúnebres se pudesse fazer alguns contos de réìs,
bo. As portas ejanelai só eftn usadâ-s... poque o Rio como não seria bom pda todos eÌesl
as usava.1...1 o carteìro, cÌúo leÌho so ho era a foÌrnâhtrâ do
l{as, qu?l não foi a slúplesa dos seushabitancs qÌrm- fiÌho, vnr logo ali mcios de consegui Ìa. Casíioto, o
do seveio avenficd neÌa um dos repultÌâlìtes cÌ iìnes dc escnúo dojuiz de pâ2, que no ano passado conse-
que s€ teü memóriâl 1...1úolaran e as sepulturas <to guiu compÌar uma câsa,rÌas aiÌìda não apüdera.er'
''Sossego",do serÌ cemitério, do seu (jmpo sânto t...l car pensou no ìnÌuo, que the deiia proteger ã horia
c indiÍ Ì ì r a, a o ìJ .i d rd ' ro m o u rô .ìá .a . hhòê. e e a cúaçáo. Pelos oÌhos do sitiante MaÌques, que an
ë todas ls voÌÌlades. 1...1.A própda filha do engenheiro dava cÌesde anos atrapaÌhado parâ ar|aDjaÌ unÌ pasto,
Ìesidente da estÌada de fcìÌo, que \i\na dcsdenhando passou logo o prado verdc do Costa, ondc os seus
i aquele lugarejo, 1...1não pôde dei]tr de compariilhar bois engordariam e gaDhâriam 1orç4s...
da indignação e do honor qu€ taÌ ato provocara cm À necessidadcscte cada um, aqueÌes ossos quc
todos do lüearejo. Que tinha ela con o úmulo dc eranÌ ouro, üriam ìte der, satistÀzer e Íèliciii losj c
antìgos escÌÌÌïos e humildes roceiÌos? Em que podiâ aqucles cÌois oü trôs ÌÌìilhares de pessoas,homens,
j
interesu aos seusÌindos olhos paÌ.los o deshno de cúmças, mulheres, moços e velhos, como se fossem
rão humiÌdes ossos?Ponentura o turto deÌes pertuÌ uma só pessoa,coneram à casado laÌmacêül-lco.
baria o seu vrnho de fzer radiãr a belezadc sua boca, tsARRËTo, Lima. A noü Califómiâ Inr SAI-ES,
dos scus olhos e do seu busto nar calçad.ìs do IÌo? He.beÍn, (oÌ9.). cbn,oJt6iÌ.am Rio deJaneiro:
Decerto, Ììáo; mas era a Morte, a Morte imPÌacá- Ddiouro p jì5'27 (Fm8mentr.
!cÌ e oÌÌipotente, {te que ela também se sentia escra-
\-à, € que não de;Eúia uÌn dia de le!àr a sua linda
câleirinha para a paz eterÌÌa do cemitério. 1...1 Í" Que imagemo narrâdorapresentade Tubiacan-
orgmizaram então uma guârda Dez hoÌÌens.le ga e de seusmorãdoÍesno iníciodotrecho?
cididosjuraralìÌ perante o subdelegado vigid dunn I Dequemanêìra da cidadee de
essacâracterização
te a noite a mansão dos morlos. seushabitãntes a reaçãoprovocada
explica pelâpro
Nâdâ houve de monnaÌ rÌa primera noite, na segln- ïanaçãodostúmulos)
d: " t u , c í e, rd :ma \. n r q u rn a q ,d ,d o o s ú q i :si i + 2. Releiao terceiro parágrãÍo.o que levou â filha
dhpuÌÍÌam a cochild, tÌn delesjÌrÌgou Ìobdgar üm nü- do engenheiro a compartilharda indignâçãoe do
to esguenàndo-se por enr€ a quadra dos cánìeiros. Ci]Ì horror dos demâishãbitantes?
rerm e conseguiran apmhâr dois dos wPiros t.. l r Ao apresentarosrnotvosdã dafiha do
indignaçáo
A noúcia coÍeu togo dc casaem câsae, quando. engenheiro,o textocrtca o preconcetoe o elts-
mo da socedade.ExpliqLre comoo pÍeconcetoé
de mmhã se ü?tou de estâbelecer a idcntidade dos
reveado.
doi, m ãUeir ore ' .l o r d i r' | | ê d a p o p u l z i á o i n Ì ci Ìd l ue
r TÍanscrevaasexpressõesdo têxtoquerevelarnessa
foüm neÌes rcconhecidos o Col€tor Cmalhaes e o Co-
postuÍãpreconceituosa.
roneÌ Bertes, rico fu cndeìm e presidcnte da CâmaÌa.
Este uÌtimo [...],'a perguÌt2s repetidas que the fize- 3. Que mudança de comportâmentoé produzida
ram, pôde dizer quejuntarã os ossosParâ fâzer ouro e pela descòbertade que os ossosÍoramroubados
o companhciro que tugira eÌ? o farmacêutico.
para sertrânsÍormadosem ouro?
Houvc espanto e ÌÌouve esperanças. Como f^zer 4, Analisea linhado tempo destecapituloe discu_
otro com ossos?Seria possível?Mas aquele homem ta com seuscolegâs:quaisacontecimentosexplì_
úco, respeitado, como desceria ao paPel d€ ladrão cam o surgimento, na literatura, de obras que
de mortos se a cousa não ÍosseveÌdadeÌ negârãoãimagemde um Brasilsem problemas?

473 a
Prc-Madernisnô
T I TER AT U R A
-

daCunha:
Euclides narrador
daguerrado fim do mundo
EucidesdaCunha foìo ploneroentreosprémodernìstas
naaproxirnação
e a históíia.
entÍea iteratuía Quando lterára daguerra
publcoua íecÍiação
ra-d orìê lF Lo aTo\ q-" o sdlorêno on'iÌo
oê ad_uoo5.ên 1907 '
t nnaacaoaoo

r Ossertões:
"a Bíbliada
brasileira"
nacionalidade
05serfóes sáoumllvrodediÍícicLassificaÇão.Aobrããpresenta caracteÍstcas
Em e Durkhelm,um do5autores s ncerdade da a rfa sim
pr€ierdoide Eú.ldesdà Cunha cletexÌo iterárioporquecapta,emsuasdescÍções, a
pÍonto
peseleado sertanelo, a seguir um ídereâmorÍercornbatendoaseu
dacunhaeraumqran-
Euclides ado'de tratadocentífico,poÍqueanaisaas catacterísticas do 5oo do sertão
de adnìrâdoÍdâ obÍade vicÌor nordest no;de nvestigação socioantropo q
ógca,lá ue se preocupa emcaracte
Hugo,rnasbuscava outrosautoÍes o sertanelo ou explicar
a gênese de Antôn o ConseheÍo
"cìentífca'
pâraa Íizarminuciosamente
comoreferênciâ ê dematéra jornalística,
pois reqistra
ern detahesas
nteÍpretaçãoda realidadeTaine, cornoumlídermessiânlco;
Daftvn,Cornte,Spencer e Caryle utasentíeastloÌrãsoíicias e os Tevoltosos.
sãoalgunsdeles.Entrêos pensa Embora essarnisturade esulosaponteparanovastendênciás JileÍárias,o
doÍesso.as,o autoreraleitortie livroapresentá umaclaravsáodeteÍrnin sta,que o Llgaao NaturalLsrno eà
deKarMaÍxede ÉmieDurkheim, v sãodoserhuanano corìoproduto do meioemquevive.Euclides, porém, dá
"pa" da socologia;o bióo9o Er- ,a ,rrlrr-.n1q r-ogionaìao deterrìrinismo,antêcipando, em cercadetTêsdé-
nêsÌMacheraoutrapresença íìraÊ cadas, rnarcasda Ìlrosadêficçãodasequnda geÍação modernista: o roÍlìance
cantêentreseusPrêferdos. A n_ regionalsta, que5erádesenvolvido pormestfes comoGraci ianoRafflos, José
f uènciade todosessesaLrtoíes AméÍicodeAlrnedae Rachel de Queiíoz,entÍeoutros
naanáiseque
podeseÍìdentficada
dosertão,
Eucìdesíaz dosertanejo
€ daglenadeCanudos do livro
A estrutura
Paracr artodoo eTnbasarÌìenÌo o aoestudodascondF -
cientíco necessár
pãra
cõesoue contrbuíÍam um confltocomo o de Canudos, Eucides da
Cunha dividlusuaobraemtÍês partes.
. A Ìerra (pÍirneìÍa
parte):apresentãção
detahadêdascaÍacteístcas do ser
tão nofdestino,coÍf nformações sobreo cimã,ã composlção do soo' o
reevoeavegetação
. O HomemGegunda Parte): retrato
ernqueo textoProcura
do sertanelo,
do Ílìeo soDÍe
o rÌìpacto
denìonstrar
l
aspessoas. paraaapre_
Odestaqueíica
sentacãodeAntônoConselhe roesua
-I tÍaníoÍmaçaoemlídermessiânico
. a Luta(terceira
pafte):narraçáo dos
ernbatesentÍeastropasofcias e os
ConselheiÍo.
s-"guidoresde O livroter_
ÍÌìinacom a descrição da quedado
ArraaldeCanudos e a destru çãode
todasascasas ergudasno oca

Casade Pauè-Pque Môrâda


Ìípicâdô Aíaa de Cã.ldos

a 474 23
CAPITULO
TITERAT U R A
-.

Doisolharespaíao mesmo(onflito
Eucidêsda Cunha,no íinal dê Or Já Oavo B ac, escrevendosobíê o
rertÔês,rêgrstÍava: rnesmoepsódio,cornemoÍava:

Cdudos não se .etrdeu. Excnìplo Enlìm, dre.la a cida.lÍ,la máÌ


Ìnrico €m toda Ì históÌia. .esistiu ató ro dilzl cnÍìm, doÌninado o antlo úe
.:sgoramento .orìpÌelo. Expugnado g.o, e\ado no ccniro .1o2.1Ì$tó ser
pàlÍìo a paÌnìo. 1...1caiu no dia 5, ào úo, onde o lÌofeta dN lorsàs bd.
2 enl.a de.er quando caiEm os seus úÌ bò sujas .on.ènÍi!a Ìra forç! dia
dnìos defensres, que to.Los noüeÈn. bóü.a. fèita de fé e de padfâdÀ alr

ì
Emm quatro apcnas: nm 1rì ho. dois hc tuentada pela súpe$lição c pcla f
tn€Ds ièibs e uma criãnça, Da Irente
dos quais rugian nilosamcnre cnì.o

CllNH . Eu.kler dâ. Os se.1òes Orl, "",ïHÍ;,,11ï.",li1ll[ïilïii


C omprìhi ada\ l ,en, 199íj .p. i l l 2.
.,r,y'rra. Rlo d.Janeiro: Norã AguiÌrl (Insn€no)
1995,r 2,!.5Ì3. (Eragnrdr.)

Unco reqstrov5ua de.adáv€resde


DscutêcoÌì selrscolêgâs
a9queÍÕ€sa s€glrr
moÍadoresde cênldos; eftre e s, m! here5 . Quevisãocacla trechomaníestasobreo €psóclo?
e.rançs, mono5pe.5 tropãsíed€ràs . O q!e podeexplicarduasvisÕes
tãod ferentesa
respetod€ummesr.oa.on-
rê rÌô-ÌoLi .-o' ro
. Vocèsse ênìbram de outro â.ontecmento ma6 recenteda hÉtóÍ a do Bras
que tenha sìdoalvo de interprêtaçóes
opoíâs? QLr.l?

Linguagem:
o barroco
cientíÍico
O usoda nquagem detìneo estllodeEucdesdaCunha demodonìuito
partcularentreos pré modeÍnstasO empÍegoconstante que
de expressõês
sugerefiìum conf]to ìnÌeror que não podesersoluconadofez cornque09
cÍítcosreconhecessern a mêrcabarroca do seutexto.

c,! sPl14Inejíì
O sefúÌìe.lo é. anres de iudo, uri Íbrtc. Nào tcnÌ o raquitìsrno e\ãÌrsti\o
dos nÌestiçosneuastênicos do litoral.
r\ mJÌ lpâfên.ia, cDirctaÌto, ao priÌÌìeiÌo Ìa1ìcede vis|a, feïela o .oÌÌtrá
rio. Falralh{r a pÌásticannpccá\,eI, o desempeno, aesúuxrral:o eÍssiÌna das
ô " .,.ì' :ri ' J..
^ 1 3 .,n i l J ,
É desgraci<,rc,dcscngonçãdo, rorto. HérculeFClualimodo, feflet€ no as
pe(Ìo a feal.Ìade típica dos fracos. O ardàrsemfirmezâ, sem ãprumo, quasc
ginganie e sinuoso, aparenh a aaNlxção de membros desartìcuhdos. Agra
lll Raqúrúno: ,leri.haneúo firi.o va-o a posnrra normrlmcnr€ abatid,ì, ÌìurÌì nìaÌìi1èst.ìrde displicên.ia quc
\MtêÌiús: qk só1.cd dc docnçx lbe dá rm .aráter dc humiÌcÌade deprirneÌìte. 1...1
Desmpeno: potu esheÌnr. EìÌtreranto. toda estâ aparênciâ de cansrço ilüde.
Na.la ó nÌais surpreeÌÌdedor .Ìo que vê la .Ìesaparecerde improliso. | . . . l
lnpertigr sê (ãrirnÌcdc lnFrigar Bastao aparecimcDto de qualqÌÌer incidente erigiDdo Ihe o.Ìesencadcar da!
se'): apnìnarÉ, ronpoÌoÈre de rìodo
e nergias adormecidas. O hom e m traDsfigura-ie.Ìmpertigaie | . . . I c da tigu-
Tabaón, ( Ìipúx (.egnnÌrNúo usÌdô no mmìgar cÌo tâbaréu canhcsrÌo, repontà, iresperaclarìente, o:rspecto donÌi-
nador.Ìe um tiá acobrcado e poteÌrte. nunr desdobmmenro flrpÌccndeÌìte
clnh€slÌo d.sjeiÌad.. de força e agili.ìadc cxraordinárias.
Titã: m nÌíologix,.ada utu do! giganÌc:
quc.luNcranìescalaro .eu Pan (ru)iHd, lncftles d.. Osseraes ottu üúlhtn Rn, de.larcno:
Norì,\guiìar Ì99! Í 2, p 179l8(). (l_Ììg!ì.nÚ)

üé-Ma.lernisno475 a
TI Ì E R A Ì U R A

Nessa passagem, umametáforâÍesumea déiacentradetodaa caracteÍi


zaçãofeita:emboraa aparênc a sugrafraqueza e cansêço, o sertaneloé um
"ttã acollreado", quesuÍpreende nas sÌtuaçóesde emergência Aassocação
Navozdossobreviventes.
entreHércules (heróda m to og a grega,hornemdefoíçaextraordinár a, ad-
Canudos renasce
mirado)e Quasírnodo (serdisforme, ÍÌìonstruoso,
arnedrontador) é urnexem-
p o da buscapor imaqens ques ntetÌzem o queé dito.
O ÌÌotnen en àÌt{} e úo mjgÌo
quc paecià seúprt de per6Ì. Sua Paraelaborar essasimagens,o naÍadoru9afreqúentemente características
pele eìa.{ura, rcus osos prcenü conÍaditóras, destacando oconÍlitoperceb do noespaço nclemente doseftão,
nentes e s.u ollìos ddidn .otn navidasofridadosseÌlanelos, na resistêncÌadosconselhe ristasPoressaÍazão,
fogo perpéüo. CaÌçal€ mdáüs muitosoutTos exernposdeparadoxos povoam
e antíteses o textodeOsse/tóe5l
de pà\tor e a ninica ruì dc brinÌ paÊisotenebroso, tumultosemruidas,sol escuro,canstÍutorcs de ruínas,eIc.
que llÌc .aíã sobfc o coÌÌro lembF TaTnbém sedestaca naconstÍução da inguagem a buscada precsãoc en-
!â os bábitos dcsrcs misionáÌios
tíficae o desejodegarantr urÌìfealsmoabsoluto aoqueé narrado.Éa corì-
que, de quando cm quando, lisi
vivência detodasessas caÍacteríst
cas quetornaimpossíve definÍ Osseraões
LlÍ"dr os pomados do scÍão barj-
como um romance Olivroé sso e rnu to mais,o queexÌllcêa irnportância
zando mulÌidóes de oimças.: ca-
sando os am.ebâdos. Erà nÌìpo*
quetem,atéhoje.noconjunto dalteratura bÌase rã.
sí€l sbcr $E idade, su procedên
.:ia sa história, mas aÌgo haüà enr
^t.i
seu 2rPcct ) tmqüiÌo. etu seú .os
nmcs li!8ais, em sua iÍìpe.tu bá
rcl sencdade que, nÌesnìo aìtes de
dd .onsclhos, atraía âs pesss.
!1\RGÀS LLOSA, M2no. n gl@d dú
t- d, n&rla lìidúçao: RrÍrv íÌÌgr
Notas de um üário
Fììho.SãoPânlo:Compdlia dis Nestetrecho, é rctratada a chegadadosprìsioneírosentrcgue,
l,eÍas, l9!9. p.13 (Iragmento).
nosmomentosfínaisda conflito, por Beatìnho,àuxiliat de
Antônío Conselheíro,com a gaÊntia de que não seriam
Q!andoo perlrâno Maro Varqas moraoScaso5erendesJerr.
LosãÍesoveureescrêvêÍ â históra
da guerrade Can!dos,busco!os
rEâtos,reaÈou Íictícos,pÍeserva'
dospêlãtradç;o oralPeÍcorrendo eDirada dos prisioDeiros foi .omovedora. 1...1
os cãrìlnhosdo interorda Baha ^Os (ombatentes coniemplxem nos eÌtristecidos. SurpreeÌÌdiam sei
trlhâdosporAntôno Conselheiro, comoviam-se. O arraill.1,ìn eúm is, puntÌalhcs a.Ìianie. naqüele ar
refezsuãh stóriadandodestaque mistício, ünÌa legião desârÌÌÌada, mrìúlada, Íàminta e claudicanre, Ìrum
parao aspecto humanoe pdraas assaÌto mais duro que o dâs tÌincheìüs cm fogo. Cr$tâ\'allÌes admitì_r
quef (iÍam qEvadas
mpÍêssóes na qüe toda aqueÌagente iÌìútiÌ c lragiÌ sÍssc rio numerosa aindados câse,
mernóriado povos Íìrpes que,
bres boÌÌÌbardeados dufânte três meses. CortcmpÌancÌo lìÌes os rosios
82 anosapósoconflÌo(tosâpêÉ
corÌ€uo sertãobaanoêm 1979), baços, os arcaboüços esmirrados e srlos, cujos rnohmbos em tiÌas náo
mantnhavivoo mìtodobeatoquê eDcobriam lanhos, escarase escalavros- a \,ìróriá tào ÌongamenÌe ape
veopaÍasalvar ossertan€los. tecida decâía de súbito. RepuÍjnava aqüele hiuÌÌÍò. EnveÌgonharã. trÌa,
com efeito, conúaprodücente compen sâçã()a rão Ìrduosos grlrros d€ conì
. .Uanloíh,ta' LLtn bates, de revesese de DilhaÌcs de údas, o apÌesaDÌenro{Lâquelâcaquei-
i -,q o',ì,.," rada hurìara - t...1,entre trágica e imunda, passaDdoIhes pelos olhos,
" ìo íìn o nm)o ru m l o n q o e n \, rn o dê , a' i r, í, ê
" rul Jmbu,...
Nem üm rosto \ìril, nem um braço capàz de suspen.Ìer Ìrma arma,
nem um pejto resfolegaÌìtede cânpeâdor domado: mullÌeres, sem núme
ro de mulheres, i'elhasespectràis.moças envelheci{Ìas.\€Ìhas e moças nÌ
distintai na mesmaleâldade, escaveiradase sujas,fÌlhos escanclÌadosnos
quaúis desnalgados.filhos eDcarapitadosàs costâs,filhos suspensosrìos
peitos murchos, ÍiÌhos aÌTrstacÌospelos braços, pâssando;$ianças, sern-
nrimero de üianças;velhos, scmììúüerc dcvcÌhosj .aros hcr.ens, errter
mos opilados, faces oimiclas e mortas, de cera, bustos dobrÃrìos, andd-

t...1 Uìna megem assusbdoÌâ,t mxa Ìebarbarivae Ìnagra 1...1rompia,


em andar sacudido, pelos grupos miserandos, atnitrdo a atcnç:ú gerJÌ.

a 476 caPlTULa
23
I.ITERA T U R A

Tinha n os braços lìnos üma m eÌrina, neta, bisnetâ, L1tâÌãÌerÌ rìvez. E essa
criança houofjza\Ìa. A sua face esquerda fora âràìcâda, haüa tempos,
porrn estilhâçode gÌaÌÌadarde sortc que os ossosdos m:L\ìÌdcs sc desta
.arâm ahÌissnnos,entÌ€ bordos vennelhos da feridaìá cicaúizada_..A face
direita soÌÌiâ. E eÌa:ìpavoÌa tc aquele riso i1ìcompÌero e doÌorosissimo
atoÌmose Ìdo uÌÌìâ Íãcc e exringuindo,se repentinamenre na ourra [...].
veÌha c,ìrrcgara a criação mais monstruosa da cÌnpanha. Lá
^quela
se loi com seu ãndaÍ âgitanre, 1...1seguindo a extensa fÌh de infelizes...
(ruNtl{, furlides da. Os serõ es otra úmlt ta Í1io de Ia[eno
Nou\uiìaìt 1995.v.2, p.5Ì0 5Ì1. (Irifnenro)
ë

L! e-*oo-' o" t, Ao rêlatãr a chegadados prisioneiros,otexto enfâtizâ a reâçãodos


raúos:.ort"q,ar,,.*ut
s.leÌ nertx.
Èscrlaws: escofiiEõ.s
soldadosd;ânte daquelesque se entregâvam.Trânscrevapalavrâse
C.qüei.rlã, mo.bado de nìÍcs expressões do texto que descrevemos sentimentosdos soldados,
r O quêessas expressões
sugerenrsobrea sensação geÍa quecaracteriza
BsmchldN: tepados .0nÌ a\ Frnrs os combatentesT
Opilâdôs: anarelados en Ìaáo dc r O trechotranscrto,inserdona teÍcera paftede 05 serfóes,íaza paÍte
oÍq na mentedod áf o enìqueEuclidesda CunharegistÍavaosíatosque
Rebúhativa: dè .are!Ìado, deveramcomporum retratolornalístico do conflito.A apíesentação
^pe.b do
impacto.âusado nossodadospodes€rronsideÍada tmparcia? Expque
2. Osrebeldes de Canudos eramvÌstospeloGoveÍnocomoÍãrínorasa
seremcombatidos,Comoelessãoãpresentadosno texto?
I Ao apresentarum quãdrotáo dêpfmente,o relatodenuncia ã Íeaidade
de CanudosEmqueconsiste essadenúnca?
j r Qualéa descÍçãoquetraduzo horrore a vioêncádo conflto?
t, Releiao terceiropãÍágrafodo texto.
r Dequemaneirao usoda Íepetçáoe do paraleismocontrbu paraíefoÊ
çaro horÍordav o ênciae explcar.comoção
dosquepresenciam a cena?
r A enumeração de caÍacterísticas
dasmu herese de seusf lhostambénì
nìarcad Inguagerndo texto.QuecaÍacteristicas
dessaspessoâssãodes-
Ìacadaspor esserecursoT
4. O iivro Os serfões está divid'do em três partes. De que maneira
essadivisãorevelãuma visãode mundo determinista, associada
i? âo séculoXIX?
r ljmâ das novações da obraeÍá na forÍrìade abordaro Ìernaíegìona
| ía, dlf€rentedaquee adoladope os rcmântcos. Eflì que constste
essadiÍerenca?

LimaBarreto:
a vida . 1, , : : . ; ;

nossubúrbios
cariocas
O seftãodêobrêdeEucldesdaCunhaeradesconhe
cdo pelarnãioradosleitoTes bÍâsleiros,queseconcen l
tÍavamnoscentros urbanos. LimaBarÍeto
ve poÍcornpotumÍetratodepartes
seráresponsá-
doscentros urllanos
l ',
rono'ddo oe. àe rL eC, lt ud c lo p è ro . , o u -b o . , à . o -
cas.Êraláquevivaa pequena clãsse rnédla composta defuncionários púbicos,
proÌessores,
moçâs â espeTa decâsamento e umavaredade deoltrasÌteísona-
gensquepovoama obrado autor.DáassÍÌì voza urnaparceãdã popllação
quehaviasìdoignoradâ peospf ncpas escritores fomânticos e íealstas.

Prélúadernìsno477 a
LIÍERATURA
-
Suaspersonagens nãopassam do amor,comoos heróis
os diasa servico
deAlencar,nern sãomeÍlìbrosda elitequevêem a vidãpor ÍÍìeo de um olhar
comoBrásCubasou DotÌìCasnìurro,
pessm stae saTcástico, cÍiêções lmortas
de N,4achadode Asss
OsTomances, contose crônicãsde L mâ BarÍetocompÕem urnpãlneern
è quesedesenham deforrnamaisc araosverdadeiros Tnecãnismos de relacio-
namentosocialtípcosdo Brasino niciodo século XX

2 e Clarados Anjos'.
lsaíasCaminha
l - a denúncia
do preconceito f
Nopr meiroromance pubicadoporLmaBarreto, Âecardêções do escÍtvão
lsaias já
Caninha, se pade identficara denúncia do preconcelto comouma
év5k, aútoíru$o deqlem
Do51o dassuas preocupa(ões literáIias.
Lma BâÍetoherdouo ÔhaÍ
ldealSta e intelgenÌe,kaíasacredita vencernavloagraçâs
serpossivel aos
pe$ misll paÍaã sÔcedade
seusesÍorços e superaraté Tnesmo o preconceìtoracial.AssÍn quê chegaao
Lirìa 8arÍ€to acredfava qu€ a - querÌìhaviasidorcco-
Ro, v ndodo nteÍiol procurauminfluente deputado a
teratura devldajudaÍa diÍundr as poÍ umaíì go dafamília.seusuposto pfotetorTeclsa-se a ajLldá-lo
"gÍãndes huma_
mendado
e altasemoçôes e
nas"e a constÍuÍacomuniìão en- e o joveÍnpâssapor umasériede d ficudades.Apesarde suacapacidãde
de se E
Íê as pessoás de todãsasÍaçasê cledicação,é somentê urnfato casualquelheperrnitráÍealizaí o sonho
casses. LeitÒr apaixonado,usoÚa tornarrepórteÍ: sulpreende seusupeÍiol em umanotadadeorqlas
vozded ÍeÍentespeÍsonagens para A leituíado ivrodelxaevidente seucaráterautobiogÍático: assm como ì
difundiressacrênça no Podêrdos saías,Lin'ìa
Barreto soífeuo preconce to porsermuatoe, tambémcornoele,
ivÍoscomoaíÍmao narrador de consegu u felativoSucesso coma carreraiornallstlca
Itda e mônedei M. Gonzàga de Efi ClãradosAnios,un rcmance inacabãdo, o pteconce to Íaca retoÍna, j
5á,"aqlns dêles[..] medêramd enfocando agorauÍnamoça que é seduzidapor um tpo suburbano, Cass
saqÍada sabedoria demêconh€Gr pelaÍamíla do rapaz que a deson'
a minrmesmo, d€poderassjstirao lones.ApósreataÍa hLtmlhaçãodalovern
espetácu o dasm nhãsêmoçÕes e TOU,O nArrAdOÍCOnclLl
dosmeuspensãmêntos '
Ao ladode Balzac, Slendhã|,
Ìaine,Renan, anatoleFrancê,lo-
Narua, Clarapcnsou enÌ tÌtdo aquilo, Ììaquela cÌoÌorosacena
nathanSwít e Faubeft,a Posi-
que tinha preseÌÌcìado e Ìo vei{aÌne quc sotre.a. Agora e que
çãodedeíaq!enaeíantedo eç
crior era reservâoa aosgranoes tiDha a noção exata dâ süa situação na sociedade.Fora preciso
romancÈtês rLrssos:
ToLsloiê Dos' ser ofendidâ irremcdiavelÌÌÌeÌìte nos serNmelìIÌdres de soÌtei-
to évsk. Dêlêsherdou oolharP€s- râ, oÌúr os desaforos da mâe do seu algoz, pâÌâ
sinìíâ pãraêsocredâdequeapa .l e ,t,t eìâ nâo, I a rrmd mô( r ' omô J' ' d mrri ru Iner' ô'
' uìras:e'
Íêcede mododestacado em su, no coÌÌceito de todos. [...]
produção liteÍária 1...1Ora, unÌâ mulatinha, nlhã de um carteiÌol O que era
preciso, lanio a ela como às srns iguais, eË educar o caráte\
i rclestir-se de vontâde 1...1,para se cÌefender de Cassise seme
lhanres, c bater sc coÌìtra todos os que sc opüsessem,Por esie
ou aqucÌe modo, contra à eÌei'ação dela, social e moúlnÌente
Nadâ a Ínia nÌfcric,r às outrâs. senão o conceito geral c a colar
dia com que cÌas o âdmitiam...
B^RRriÌO, Li!Ìa. Cla.a dos Anjos. rìara J,?,ra.Rô de jdeiro:
NoaAguì14 2001 P ?43. (IÈgn€nto).

O aspectomaiscornovente dacena,a érÌìdadesilusão jovern,


sofÍidapeLa
é a constãtaçáoda mpossibildãde de venceÍ uma Sociedadeacostumadaã
determinaÍo valoíde umê pessoa pela cor de suapele
Núúero2 da revnâ F/orealplb câçãô A respostadeLirÌaBaíetoaopreconceìto perrnanecevivacomodenúnca
bim€nsal que
decÍiticâe teratura,
t nhaLim.Bâíêtô.omo'd reclôr daspÍáticassociãìsde um Brãsllnjusto

a 47a caPiruLa23
tIÌERATU R A
-.

r Policarpo
Quaresma:
quixotesco
umnacionalista
rornance
O rnas lidoe conhecido deL rnaBarreto
é Triste
fimdePolìcarpo
Qudresma A protêgonista,
Policarpo é um
Quaresrna, mêjor que trabalha
o ,l o .b \Â Led oC l oÁ ." n" l dêG," à (.à.eg.e d. .on..do," dpàt 'i"
Estudosodascosasdo Brasi,1emurnâb b otecadec ásscossobÍeâ fãunae
a fora bÍasleÍã, conhece êsobrascompletas dosqíandes escritores naco-
'1"i..nere sà ç p ê |" Ì í d d i\ o ê \ ô . o .r-ê
t d o p o \ o . s s ep a -' o . r od e -
meddoé ridcuarzâdo portodosaqueescomquernconvve,ncapazes de á
oeÍceberâ ourezáde seu deaisrno.

Havia u âno a esta püLc que se dedicalã ao nrpi€uafâDi- Todas as ma-


úãs, 1...1estüdavaojargão cabocÌii com afinir) e paixio. Na rcpdti,.^io, os
peqrenos empregâdos. a s, ten(ìo Dotícia dcsse seu
estudo do idioma nÌpiniqrÌim, deram n:o sc sabe Ìror qÌrc cm .hamá-Ìo -
Ubirajâra. CeÌtâ ve,, o escfevcntc,qzeledo, ao assinar o ponto, distrìído,
sem reparar quem lhe eÍaïa às .ostas, disse eDr toìì cho.ãrreiro: \t)cô já
liu quc hoje o Ubirajara esrátardeDdo?".
1...1Se1ìtìndo que i âìcr!Ìha ÌÌÌe era.Ìiigida. não peÌ.Ìeu a diÍtÌidadc,
não pror.onÌpeu eìÌi doestose iÌrÌrÌtos. ErÌdircitoÈse, conccrtou o y'tz.r-lr&.
lemniorÌ o dedo indi.adoÌ no ar e rcslroÌÌdcu:
A desilusão
dePoli(aípo
Sr Azevedo.não scja leviâno. Nào quenaÌcvar aori.lículo aqì.lelesqÌÌe
Quaresma
j trabalham em siléncb, paÌa a graÌìdcza c a cnÌâÌicipação dn Pátriâ.
Deposde várdstentativasÍra
: cassadaspelodesenvovm€ntodo B\RRF.TO, r.irÌa alfln ln de Palunúa QlLhnL
país,QuaÍ€smê sea staentÍeos Sãl) Pxuì{): I &l\Í. l99ll. p.20 2Ì. (FÌÌgÌi.n10).
chefadospoíFlodano
voluntáros, [E AlrnueÉe] Iur.,lnádo público lue , üidiìn da .oftrpondên.ia copian e Ìegn! am d.flìnìennN.
paradefender
Pêixoto, o rêgmeÍê- Chocúr€irc ?.nbeÌei,o
pubicano durant€ a Revotada Docstos,n' júnxs.rrusxçõcs.
Armadã,êm 1893.Ao acredLtar
nosprncÍposdomarechal,PolicaF
po terásuãút madêsilusãocom
Atravésde Po carpo,LirnaBarretotematlzao embateentÍeo real e o
Vencdoo conflito,o presidên' ideal,fazendo comqueo etof percebê, ao ãcompanhêÍ os infortún os da
Pexotopdssa
te Êloriano a perse personagem, o queacontece comos deaistasernnossasociedade. ÊnìPol-
guìros deÍotados,quesaoexe caÍpo,o patÍiotisrno
é umldea.Eleassunìe aresdev sonáro,ouco,pornão
cutêdosLndgnadocornessavio- pensãr ems, poÍnãose nteressaT poTsuacaTTe raou tentaÍobterquêlquer
êncã,o protaqonisÌapêdeo fìm
pêo Estâdo.
t po devántãgem pessoaSeuúnicoobjetivoe o engÍandecirÌìento do BrasI
doterroriraposto Pof
"tr
O ne f m" de Policarpo éa perda detodosos deais, quando peÍcebe
sso,ê presoê condenâdoà mor-
quededcousuãv dâa umacausanútL
A desiusãofina de Poicarpoé a desÌusãode Lma
Barreto, quemorreuacreditandosero deverdosescrito
res"deixarde adotodasasve hasregras,todaã d scipl
naexteror dosgêneros decêda!m deeso
e aproveitar
quepudeÍeprocutar, confornìeanspiÍação paÍa
própria,
tentar reforTÌìar Poressemotvo,o novo
ceftasusanças".
BÍasI quesuÍgianostextospré-modern stês,rìãrcado
porgfandes desgua dades s,náoeraumpaísque
socia
motivásse o orgulhodosletores.Maseraurnpaísreâl

|,lêtechêl Flaiana Pexata e a Revolta.la


/rmèda. útôgraÍa de ÀngeloAqonf paraè
ÍevLsta Dom QLrÌotÊde 29 dejunho 1395

Ptê'xtadentsno479 a
L I Ì ER AIU R A

Retlexaes
finais
Acusadode tràição,PoliçarpoQuaresmaespeftpela morte
e reflete com amaryurasobrea nacionalismoíngênuoque
o ímpedÌude ver o vedadeìro paísque tànto defendeu.

Iria morrer, quem sabe seÌÌaqueìa noite mesmo? tr quc tinha ele feito de f
sua !ida: Nada. Lema toda ela at1í d.Ì ÌÌÌirâgen de estudar a pátriÀ por
amála e querê la múto, o iÌrtuito dc coÌÌtÌibujr paÌã a srÌa f€Ìi.idade e
prosperidade. aìastarr a sua mocidadc nisso, a sü.ì úrjlidade tmbéq e,
agora que esla\ã na1cÌhicc, como cìa o rccompe sava,como ela o premix
vn, conìo ela o condccoÌÌÌvâ? Mahndcì<r. [...]
DeÍle dezoito dos qüe o cìi paffiotisÌÌro o absonia e por eÌe Íizera a loli.e
de eúrdaf imtiÌìdìdes. Que ìhe imporhlrìÍÌ os rios-1Erm grDdesl I'oìs qÌre
Íossem... Em quc ÌÌÌc cc,nlribuiria para a fè[cidade saber o nome dos hefóis
do Blììsil? Em nada... O nÌporiante é que ele tl€sse sicÌofeÌü- Foil Não. Lem
brcu+e da, srÌascoiss de tupi, do Ét4z,a dàs sÌlaslerì taijrâ, agÌícoh!... Iì.esta
\a di$o tudo em sua /ìna oma satisfãção?Nenhumal NenhÌ]lml
O nrpi encontÍou â increddidâde g€nl, o rho, â mofa, o escárnio:e i
levou{ à Ìoucua. Umâ decepção. E a agricuìnrra? Nada. As teÌras não erm
fefu es c cÌa Ììão eÌìr fá.il como d;im os lìrÌos. Outrn decepção. E, qundo
o seÌr patÌiotisÌno se fizeÌa combaiente, o que achdâ? Decepções. Onde
i
estala a doçua de nossa gente? Pois ele não a liÌÌ combatcr coÍÌo fera-s?Pois !
não a üa Ìnatr prisioneiros. inúmeros? OrÍra decepção. A suâ lida em Ìma
! decepção,rma séne,melhoa um encadeamentode cÌcccpções.
n párÌia quc quiserater emum mitoteraum faÌtasma criado porele
^
no siÌêncio do seu gâbinete. 1...1
CorÌtudo, quem sabese outÌos qÌre ìhe seguisscmaJ pegâdasnáo tun-
am mais ÍèÌizes?E logo respondeu a si mesmo: mns como? Se não sefzerà
comÌDicu: se nadâ disserac não p.endera o seu soÌìho, dãÌdo lhe corpo -

E essescgunÌìeÌÌtoâdiarÌtaria algunÌa.oisa? tr essacontinuidade trria


Cenada Revotê da Armadaparaâ qLa eÌÌfim pm a tcÌ]? alguma feÌicidade?Há quântos anos lidas mâis\ãljosâs
PolcarpoQuar€sma sealnô! DêÍesano que a.lcÌc se linham ofereccÌÌdo, sacrificando e as coisJsÍicaram namcs
Moro de SãôBeniô,Ro d€ lane ro ma, a te1Ìa na mesmamiséÌja, na mcsma opressão,na mesma tÌistcza.
B^RRETo, Lünâ. 'lhrrr t , ., Palr4a qüú^tu
ü lenzes: féÍen. sãÒPrulo: L&P\Í,19!8. F. 286289. (FrrsÌncnto).

í. O trecho âpresentadois retratosde Policarpo:o que câracterizoua


suavida e âqueleque surgediantedâ morte.Quaissãoas caracte-
rkticasde cada reÌrãto?
r Ao refetlr sobresuatÍaletória,o protagonna se dá contado que lez
em nomede seupatriotismo. QudisfoíarnsuasaçÕes?
2. Qualé a imagemidealizada que Poìicarpo tinhâdo povobrâsileiro?
3, Apesarde saber que a pátrìâ que buscaraera um mito, PolicâÍpo
aindamostrãesperança de quesuatrajetóriae seuideâlnãotenham
sido em vão. Mâsessaespefânçalogo sedes{az.Expliquepor quê.
. A amãrguíada pe6onagemé maisÍorte no Íecho f naldo textotrans
crito.Conìosuadesesperança
é apresentada no ú t mo parágralo?
4, DequeÍormã a transformação de PolicârpoexempliÍicaa intençãodos
pré-modernistasde criârumacohsciênciacrítìcaa respeitodo Brasil?

a Aao 23
.APITULO
-T ITERAÌU R A

!
MonteiroLobato:
i
l
a decadência
do café
I
t
À/onteiroLobatocorÌìeçou a suacatrera teráriaporacaso. TendovLvdono
pôdeobservar
nteÍior, asdiflculdades e osvícios davidarural.Suas
caÍacterÍsticos
. ooseíva\óê\ oooo igen a u^r long.r'drld.envèoèpè'ao jo-ndlO Étddode
5 Paulo,emqued scuteo problerna dasqueimadas, hábto Íreqüente no nteÍor
pãÍa"limpar"rnaisrapidamente a terraparao novocultivo.A caftaÍunciona
corÌroumadenúncia e chama a atenção daspessoasparaumprcbleÍlìaque, como
tantosoutros, eradesconhecido pornãoÍazer parÌedo Brâsì"oficial". f
cartalevouo editordojornala nsistiÍ
Essa paíaqueLobatolheenvassemâis
aft gos.
Nasc a, assim.umacaÍeÍadelongacolaboração jornalístca. A caÌÌaio
Montem Lóbâtôno dla de rnportantetarnbérnporoutra razáo:énea queo escTitor
c ta pelapÍ Íneravezo
sLâformaturana Fa.udade
de DÌeto de 5ãoPallo nomeda peÍsonagem a qLre para
eleficaráassocado Sempre:Jeca Tatu
O cabocloapresentado cornoo Darasta qLreincendea a terlaé, de ceda
forma,o "pai" itêráíodoleca, queseÍá aÌlÍesentadoemsuaÍorrÌìacompleta ern
outrotexto,Urupés (1918). Nesse livÍo,Lobêtotraçaum m nucioso perfildo ca'
bocoquevva peo interior de5ãoPaulo, encostado nasfazendas decafé,esgo_
tandoosrecursos dateÍa paradeDosrnudaÍ-se e continuar comseushál)(os.

r Ascidades
mortasdo interiorpaulista
o asDecto maisirnoortante
Literário da obrãde N,4onteiro
LollatoeaSua
preocupaçáo ern denunciaralgunsdosprobemasque maTcavam a vloa oas
j pessoas queentfou
do nteÌior.O focodo autoré a regiáodo valedo Paraíba,
êrndecadência apóso desLocarnento
dasculturasdecaÍéparao oestepaulista.
NoscontosdeC/dades morÍas(1919),Lobatocaracterizaa desoaçãopro'
vocadanêspequenas cLdadesque,atépoucotempo antes,pÍosperavam com
o culÌvodo café.
;

Cafë!Café!
E o\€lho najor recaiu enì cisÍÌa protìÌnda. A colheita não promeria pou
co: florada magníficâ, tempo aiuizado, sem renlania nem gcada!. Mas os
preços. os preçosl Umã nìfâmial C,rfé a seis mil-réis, onde sc viu isso?E eÌe
que anos atrásverdera'o a úintâl E esÈ governo, santo Dcus, qüe não protc-
ee a lavoura, que ÌÌão cria bancos rcgionais, que não obriÍja o estrangeiro a
Iìd g a ro p r" .i úsu c,i o a pe.o dê ouro: ...
Veio, porém, a baixa; a! excessivascolheitas foraÌn abarotfldo os mercados,
dia a dia os esÌoques do Ha\re e dc Nova York aumenta\am. Os preços baixaw
sempre, cada vez maisi clìegâra a dez miÌ-úis, a nove, a oito, a Fis. O major na
k e Ìimpando a, unha! pmÍètizau: "Emjàneiro o café está a 35 miÌ.réis .
Chegoujaneiroi o câlé desccu a cinco mil e quinhentos. "Em fer€reiro
eü aposto que lai a qoâÌenta!" Foi a cinco.
O major emagrecia. l...1 o càfé em março desceu a quatro.
O major enlouquecia. Estala à míngua de recÌusos, endividâdo, a fazen'
da penhorada, os canàradas desaÌldando, os credores batendo à porta. [ . . .]
E nnìguém o tiraÍa dìli. A f^zenda era uma desolaçáo,a penúria exúe
ma; os agregadosandavam esfomeados,a roüpas em trapo. imundos, mas a
irabalhar ainda, a ÌimpaÌ cJíé, a cother café, a socâr café. 1...1
LOB,\IO, Nlonieiró. Calél CaIé!. Cid,.J.r nrrid São Ìaulo:
Bàsiliense, 1995. P. Ì59 162 (Iragmenro)

Pé-Madernisma
441 a
L I TER AT U R A
-

A féÌÌ maqlnação do menno


Urupês
t!
loséBentofoi alir.entãda pelosli- Na descriçãode JecaTatu,Monteho Lobato
vÍosda bibliotecado avô..45Y/a-
gens de Gul/Ìver,de lonathan
swiÍt,erauÍì dosseusprefeÍidos.
Adulto,inter$sou-sepeosmesúês
despe-oda ídealizaçãoque, parc ele,
marcavaa representaçãoda figura do caboclo. ei
do romance: CamiloCasteloBran-
co,Machado deAssise o seucon- 1...1averdade nua m da dìzeÌ que en1Ìe âs ràça]! de \'?Ìiâ- f
temporãfêoEucdesda Cunha. do ÍÌaú. foÌmadoras da nacionalidade e metidas entre o e9-
Leitordo românticoJosé dealên- üzngeiro recente e o aboúgine de tabuinha no beiço, uma existe
car,a elêse refêÍia cor. uma a vegetaÌ de cócoÌãs, incap^z de evoÌuçâo, imPenetrável ao progresso. Feia
írêverènciadignadabonêcã Emí- e soma, nada apõe depé. 1...1
ã - como"Sheheíazadê ãimo-
Jeca Tatu é um pirâquara do Paraíba, maraúlhoso epitome de cârne
ré", a udindoà capacidade de onde se resumem todas as c?Ìacte.ísticasda espécie. [ . ]
AlencaÍ paraenred;ro leitoÍcom
De pé oü senlado as ìdéias se lhe entramam, a ÌíngÌa empeÌÌã e não há
queseguiaín
naÍdtvasf antásticãs
sempÍeumamesma esÌruruÍa. de dizer coisa com coisa.
De noite, na choça de pâ.lha, acocon+e em frente ao fogo pa.a "aquen-
tá1o", imitado da mulher e da prole.
Pãâ comer negociar uÌÌÌâ bâÌgah4 inBerir ün café, tostzr LüÌì câbo de c
foice, fazê Ìo noütÌâposiçâo seÌá destre iÌfâlível. Há de ser de cócoràs. t. l
Pobre Jeca Tatül Como és bonito no romance e feio na realidadel
Jeca mercado! Jeca Ìa\Ìãdor Jeca fiÌósofo. .
Quândo comprrece à feiras, todo mundo logo âdivinha o que eÌe j
traz: sempre coisas que a natureza delrama peÌo mato e ao homem só
crNta o gesto de espichar a rnáo e colh€r t...1.
Seu grande cuidado é espremer todas at conseqüênciìs da lei do me- 3
nor esforço- e nisto \ai longe. [. .]
[q sonÍ in.lolent, presüiçoso
Ììaqnm: peMà querive no canpo,
Um terreninho d€scaÌvado rodeià â casa. O maro o beira. Nem áno-
res fÌ utíferâs, nem horta, nem flores - nada reveÌador de pemanêncìa.
EÉone: sinrese,Fsuno Há mit razões paÌa issoi Porque não é sua a teüa; porque se o "toca-
Gflúha:relaii\o a Egârelice,falaúno rem" não frcará nada que a outrem aproveitei porqu€ p?Ìa frutas há o
ModoÌn: sônolèrcia,apatia.
matoi porqÌre a "criâção" come; porque... 1...J
Jeca, interpelado, oÌhaparaomo1Ìo coberto de moirões, oÌhâ PâÌa o
terreiro nu, coça a cabeça e cuspiÌha.
- "Não paga a pena. '
Todo o inconsciente filosofar do caboclo gruÌha nessa paÌa\,râ atra-
,lessada de fâtalismo e modorra. Nadâ paga a pena. N€m cuÌturas, nem
comodidades. De qualquerjeito se üve.
LORAIO, Mottei.o UruPês.atzret 3t êd SãoPaulo:
B.asilieNe,20o4P Ì6GÌt0 (Ingnelio)

't, o nârradorsugereque a figura do cabocloé idealìzadã indevida-


mente,Transcrevao trecho em que issoaparece,
r ExpiquepoÍ queo narradoÍcriticaessadeâlização
2. Releia.
"PobreJecãTatu!Como ésbonito no mmance e feio na reaÌidâde!
JecamercadorJecalauador Jecafilósofo...
. Deque maneiÌa,no trechodestãcado,o narradordemonstÍaa imâgem
"bonitã" que a peÍsonagem
adquire nos Ìomances?
. Comoé o lecaTatunã realdãde?

.4A2 23
CAPITULA
L I T E RAT U R Â

3. Essãcaracterizâçãodo caboclo,vistã por muitos como "preconcei-


tuosâ", valeu inúmerâs(ríticasa Monteiro Lobâto.Discutacom seus
colegas:â imagemdo cãboclono texto denotâ.dê Íâto, preconceito?
4, De que maneiraa críticaà idealizaçãodo cabocloreílete um desejo
de retrãtar um Brasilmai5"verdadeiro"?

AugustodosAnjos:
poetade muitasfaces
"Tome,Dr, estatesoura, e... corte/IVljnha pessotQueim-
singularíssima
portaa rnirnque a bichaÍiaroa/Todoo meucoÍação,depoisda morte?|".
Essesversos do poema"Budismomoderno",deAugustodosAnjos,lásuge-
Íemo caráteÍenigmático e soÍnbrio desseautoÍ.
A leiturade seussonetosrevelãinfluência de difeÍentes
estéticasdo sé-
culoXlX.DoSiÍnbolisrno, AugustodosAnjosrecupera o gostopelasimagens
lortese a preocupação comã construção Íormaldospoemas. O usodeter-
moscientíficos Ínarcaa inspiÍação do Naturaismo.A preferência pelosoneto
I
trazecosdo Parnasian smo.
t Ernbora tenhapubicadoseuúnicolwo emummomento noqualaliteratura
braseiramaniÍestava tendêncras pÍé-modernistas,o poetadeveservistocomo
um fenôrneno isolado.Rotuá-locomo"simbolna"."oarnasiano" ou mesmo
"pré-modeÍnista" signÍicafecharosolhospaÍaaqulo querealmente conÍituiu
: suapoesìa: umafusãodetodãsessas influências,
tornando-o únlco,singulat
e
s
3
r A marcadaangústia
e do pessimismo
t
As divagações metafísicas
e a expresúode umaangúíiaexistencialsão
as
rnasfortesdapoesia
caÍacteÍísticas deAugustodosAnjos.
OsoÍrimentonasceda
desilusão
orovocadapelaÍnpossbilidade
decontarcom
asolidariedade
humana.
quesobÍessai
Éesseo sentlrnento nosveÍsos
doseumalsconhecidosoneto.

Vercosínümos
ü quinm: na ,ntologn, Vêsl Ninguém assisiiu ao Íormidáveì Toma üm fósforo. Ac€nde teu cigârroÌ
Enteno de tuà úttimâ quimera. o beijo, amigo, é à vÉsperàdo escârro,
corpodeobra e cauda Somente a lngratidão - eÍa paÌteÌ? - A mão que aÍàga é a mesma que apedreja.
Foi tua companheiÌa inseparáveÌl
Se a alguém câusâinda penà â tua chagâ
l1i1':9-':T-.-: "*-.o A(osrumã re a ramaqüe te esp€rar Apedreja essamão üÌ que te afasa,
- o Homem, que, nesratena miseráveÌ, EscaÌÌ?nessâboca que te beijal
h*;;;;;:;;' -
ltuìúsid iní1.àÍçíveis,às MoÌa entÌe fcüs, scnte ineüáveÌ ANJos, Âugusto .los. _ÌìLÌn: BUENo, AÌexei (o|g.l
iluóes, à5ntopias Necessidâde de tâmbóm ser ÍèÍa. oa.. .,í,pú,. iü. a.j""..., r,r.\a Asu d, reeri. p. 280

A crençanaquimera fantasia, sonho,iusão- Íesume a causaparaa desi,


lusãohurnana.Nopoerna, o eulírcodirlge-se
aos para
leitores a impossi
aÍirmar
deumavidafelz.Alémdamortedossonhos,
bilidade aspessoasestãocondena
dasà maisirremediável
solidão.Osgestos desolidaredadedevem serviíoscomo
sinalda deslusãofutura.É esseo contextoqueexpca o terrÍvelconselhoína:
" Escarra
nessabocaquete beria".

Pre-lvladernìsno
443 a
I I Ï E RA Ì U R A
-

r Linguagem:
ciência
e símbolos
A Inguagern dospoemas
caracteÍísÌca deAugustodosAnlossuÍpreende
os eitores.o poetaÍecorreà ciênciaparãmelhordefiniÍsuaspÍeocupações
coma origeÍÌìdêangúsiiarnoralque,ê seuver,atoÍmentaa humanidade.
Augustodos anjosadotoucomoTnode o os estudosde ErnestHecke.
b ó ogoa emãoquepublicouurnaobraÍelacionando teoriasdenatureza
bio-
sobrea ãlmae a existência
filosóficas
lógicaa interpretaçÕes humanas.Por
isso,o( \,êrosoo poêÌddo'esen-èrterÍroscorìopviooPne,e.lrdmaneulo'
nìal,sìnergìa,marfoqênese,carbonoe amoniaco.

Psicologia de um amcido
Eu, fiÌho do carbono c do amoDiaco, Já o veÌÌÌìe - este operáÍìo das ruin.rs -
Monstro de escuridáo e rotilância, Que o sanguepodre dâsca.rnificinas
Sofro, desd€ a epigênesis da infincia, Come,e à üda em geÌd declaÌaguerra,
A influência má dos signos do zodíaco
Anda a espreitaÌmeusolhospam roêlos,
ProtuÌÌdissimamente hipocondúàcí,, E há de deixarme âpenâsos cabebs,
Este ambiente me causarepugnância... Nâ frialdâde iììorgânica da teffal
Sobe-me à boca uma âÌÌsia análoga à ânsia ANJOS,AueuÍo dos.Er.IÌÌ: Bú[NO, Aìexei (o.g )
OrÌu.mpka Rio de.ldeiìb: No\ã Aguilq 1c96 P 203 !
Que se escapa da boca de uln cddíaco

Obcecado com a ldéiadasÍorçasda matéÍia,que pulsamem todosos j


serese conduzem ao "nada"absoluto,o poetãusão vermecomosimbolo
desseprocesso de decomposiçáo.
A reíeÍênciaao "Sangue dapoesa
podÍe"assnalamaisulÌa caÍacterística
deAugustodosAnjos: o usodeÌeÍÍnosÍoltes muitasvezes
ê chocantes, asso-
ciadosàsíunçõescoÍpolals(comoo escaaro de Versos íntimos). Poressê
Íazão,ÍÌìuitoscÍítlcosda épocadestacavaTno "maugosto"do vocabuláÍio l
comoum dosdeÍeiÌosda poesa do autof.

O Deu,s-Verme
Nestesoneío,o eu lírico trata da morte em suadimensãofísìca.

Factor universal do iÌansforüìismo, Almoça a podridão das drupas agÌas,


Filho dâ teteológica maténa, Janlâ lÌidrópicos, rói \4sceras magIas
Na superabundancia'ou na mìséia, E dos defuntos novos ìnchâ a mão...
fa,2"- é o seu nome olxcuo de baúsmo.
Alì! Para ele é que a cal.lÌe podÌe fica,
Jamais emprega o acénimo exorcismo E no nÌvenrário da matériâ ca
Em sua diáÌia ocupação tunérea, Câbe aos seusfiÌhos a maior porçãol
tr üve em contubéÌrio coÍÌ a bactéria, ANJOS,Augukr dos.En.In: BUENo,
Liue das roupas do mtÍopomorfismo. AÌexei (oìs.). orrd ún rrra Rio deJaneiro:Norn
Á$ilar rc96 P 209.

a 4a4 cAPlTULo23
LITERA ÌU R A

Cl rel6lósiú: (nlosfir) dj, e dú lJma das característicasda obra de Augusto dos Anjos é ã incorpo-
dgnnento, íÌ,1ìe( incrló ou c+liaçe rãçãode um vocabulário cientíÍicoà poesiâ.ldentiÍique,no soneto
qne ÌeÌ:nnÌÌi urt tito côr nìa .aus 6nâÌ
trànscr;Ìo,d5paldvrâs queju5tiíi(a.n essèaÍiímàçáo.
tuórrimo: úliÌo acre, ácido, mxÌg.
CoúttrbérniD:.amarxdrgeÍÌ,
r A ém do Lrsode terrnosda ciênciã,o assunto tratadono poeÍnacfìama
fmiliaÌidade, Ìida en' .ônün a atenção:ã "caracterizãção"do veÍmequesea imentadoscorposem
Â.boponoíiso: aúibniÇào de decomposção. Quê é essacara'terizãção?
crÍà( teÌiiti.às | .onPoÌEmennN hPÌ.Òs
dâ .óndiçio hìmana àstnnm\ 2. O tema da morte é abordadopor muitos poetas,que trâtam de sua
inaninìadasdã .âtrezr ou âóss.rcs dimensãoespiriÌual ou sentìmenta. Como a morte é apresentâda
no poema"o Deus-verme"?
Dtup6: ltllos amoús, o Pe$cgo
'.úú : No titulo do poema,o vermeé definidocomo um "deus" a quemse
AgB, Ì.renos.uÌú\'íÌtis. destna "a carnepodre" Expque de que rnaneiraesseprocesso de è
IÌidnópicôs ,ìuc on aqn€les que \e "d v nização" dosveÍmes r€velaumavsãoÍaconadamofte.
pof nrcüação.n rerençr0
.xtuúrtrú 3. Porque a poesiade Augusto dosAnjos se opõe à estéiicapârnâsia-
nâ, que predominava comogostoliteráriono iníciodo séculoXX?
r ÌÍanscÍêva,dosveÍsosde 'O DeusVerÍne, elementos que podemtêr
pÍovocadouma reaçãodeíavoráveldos eitoÍeshabituados ao gosto

: !

j t
È

ú
s f...1 CoÌìÍbrme a historiogmfiâ tradicionaÌ, a chamada literatura
i lvãnTeixeiraé professor de pré modeÌÌìista apreseÌìtâ múlúplas ierìdências.Não possrÌi :Ì ünida-
bras
liteTatura le ra na Escola de estiÌísticâ que se obseÌ.\'a,por exempÌo, em cscolas como o Ro-
deComunicaçóes e AÌ1es da lnãniismo oü o Arcadismo. Os prémodernistxs não Íoram ProPria-
UnlveÍsdade de Sáo Paulo menre uma cscolâ literária, ÌÌìar am ÌÌúcìeo de trânsição entr€ a-scon-
1 (USP). Pubicou,entreoutros licções do sécuÌo )dX e âs do século XX.
iwas,Aprcsentação de
Álsls (l\,4artìns TETXIIRA,han. Polì."r!o Qmãresmì.omo .r.i.rtu.a de uììr idéìâd. Bruit
Machadode Ìn: tsÂRRETO. Lüu. 1ìâr,r?, d. Paü.dúr Quoteha,S o larlt :
Fontes),ernquefazuma p ([mgmen!,
-{teÌiêF.dìi..irl,2001 11
cudadosã cãracteÍização de Expliqrìe
todaa produção lteráÍa de
Com baseno quevocê âprendeunestecapítLrlo, juslifique a aÍir-
N,4achadodeAsss. CorÌìo
pÍofessor na maçãodocrítico, que entendeo Pré-lVìodernismo como "um núcleo
visltante
de transição entre as convicçõesdo século XIX e as do século XX",
UnveEidade do Íexas, em
Austn, aprofundou seus Redijaum parágrafo argumentativoem que vocêanalise que
po.
a produção literáÍiâ desse pêríodo não chegou a constituir uma es-
estudossobÍeahstóra
coonlal e a lìteratura tética comparávelà de outros momentos,como o Arcadismoou o
Romantismo.Além disso,explique por que o conceitode projeto
brasl-"rado sécuo XlX.
liteíário ajuda a âgrupâr escritorestão diferentesquânto Euclìdes
dà cunhae LimâBarreto.
Antes de desenvoìvero seü pârágrafo,sugerimosque você con-
sidereasseguintes etapas,
t Releia,nestecapítulo,a seção" ProletoiÌeÍáriodo Pré-NlodeÍn ismo' .
r ldentiÍiqu€,nostÍechosde Íomancesde Eucidesdâ Cunhae d€ L ma
BâÍreto,aspectos qu€possam vìncuálos a um mesmoproletolteráro,
aindaqueapresentem caracteÍGtlcãsestêtcas
diferenles.

Prél\/ladenìsnonASI
Pré-Modernismo: um olhar crítico pdrü o Brasil

r r i i As primeirasmanifestações
#tj sobreo País"verdadeiro"
I r) coÍnasestétcasrealstae naturaLista,
do:n-^gando a ideaizaçãoromántica,
urnnovoolhaÍparao BÍasié inauguÍa-
osescrìtores
desses passarn
rnoviTnentos
a refetira respeitoda realdadebrasilelra,apÍesentando personaqensdascã-
] madas mas bêixas dapopulação, ÍÌìasa ndacentrando5uaanálseno coÍtìpoÊ
tamentodasclasses dominantes. Éa vsãocrítìcado cinismoe da hipocrisìa
da
elitequemaÍcará a obra de lvlachadode Assis,
nossomaior Ea menta-
Tealsta.
;
E lidadetacanha, provnciânae pÍeconcetLrosa da sociedade seráexpostaem
todaa suaextensão no romance naturalstâO mulato,deAluísioAzevedo.

NI
- MrÌlâtol
Mercado,RÕ de ianeÍo, 1890. Esta só pala\Ìa expÌicalhe agora todos os mesquinhos escnipulos que a
O Rêêlsmoe o Nêturasmo
apresentamavda dascêmêdâsmals sociedade do Marãnhão usara paÍa com cÌe. Explicâ\â tudor a frieza de cer-
baixasdapopllação ascênasde rla tas Íamílias a quem üsitara; a con\€rsa cortada Do momento em qüe Rai
ãpârêcemnâsÕbfasde Ma.hadoe muÌÌdo s€ aproximalaiâs reticências dos qüe lhe falavam sobre seusaÌìt€pas
sâdos;a resem e a caüteladosque, em süa presença, discütiam questõ€sde
raça e de sangue: a 1?zãopela quâl D. Amância lhe oferecerâ um espelho e .
Ìh€ dissem: "Ora mirc'sel" [...]. E
(Lagmcntô)
AluGio.O nzrrla Po.nrAl€gÌe:IÌ&M,1S98.p.258-259.
AzEvÈDO,

As outrasfacesda nação
EssãnovaÍormade percêber nossopaísseintensifi-
caránospÍé-modernistas. Comofoi vsto nestecãpí-
tuJo,elespÍocuÍarão retrataÍa ÍacêrealdosbÍaslei-
Ío.,disld"ê do ?l-d o dedrddodasobra.rêgio'è-
listasrornânticas.
Elesseembrenharão no sertáonoÊ
destlno, o interiorpaulstano,
adeniÍarão sempre com
o obleÌvode desnudalparao etoÍ, a verdadêira d
mensáo dosprobemassociais, cuturaise polítcosde
nossanaçáoe de seupovo.

O retrato do Brasil pela sátira


Alimeniada peabusca prémodeÍnista,a necessidade
de retratara almaverdadeiramentenacionalTessurge
comforçana pÍirneÍa geraçãomodernjsta. As ques_
tÕesldeológlcasseimpóêmnaprodução deobrasque
d scutaTna veÍdaderaessênciado Brasi,unndoo oÊ
gulhode seÍbrasie ro ao debochee ao huÍnoÍ.O na
charge d€ PeÌeÍa Netô pârâ a Âev/saa//ostrada, de íêvere ro de
1897.A lege.dâÕriginaÍazia!m lo9o dê pâ avÍascom a s tuação conalsmoretoÍna, agoramarcado pelaconsciência
de AntÒnLo co.selhe ro, cer.ádopê âsforçasdo qovefio: "A críticado passadode submssãode nossopaíse pela
stlação lea doíanáticosebâstânista, metidoem Cânúdos,em sátirãaosnossos Éo quesêpeTcetìe
colonizadoreg. no
veÍdadêlos canrdôs(iv€L). nossertó€sda Bahiâ Éo.asodedEeÊ
he: Fê te n aVrg êmo L no BomJ es use, "
poemadeOswaLd dê Andrade.

a 4a6 .aPÍruLa23
Nunca mais um
erro d.eportuguês Brasil idealizado
Quando o português chegotÌ A hefançalteráÍiabraslelrado finãido séculoXIXe
Debaixo duma bmta chuvã iníciodo XX serásentidaern quãsetoda a produção
artísticadepoisdesseperíodo.NãoserámêispossÍve
Que penal pên\drno Brasld od.lirde uÌa peloe(.ivèq-ê não
Fosseuma mànhà de sol sejacÍÍtica,quenáoretraÌeLrmpaísmarcado peladesi-
O índio tinha despido gualdâde e pea diversidadecultural.
O português ÁéÍepresentaçóes queseinauguÍam
literárìãs, coTno
ANDRADE, OsÌ:nd de. Eno d€ porlüguês Ìn: RODRIGUIìS, RealisÍno e expodemna intençãopré-rnodern sia,diÍ-
f
c lr lr r . \ 4, aJ
\ . u, \ ddr d 100aü 'd l a 'i a país que
cultam quaÌqueÍ rnaniÍestaçãoartktìcasobreo
ú paDoramada poésiâ brasileira nô sécul. xx.
Rio deJaeiror O vÊr$ Ddicóes,200r' { [ P. Ìt1 náosejaa denúncia da realldadeque cercao seu povo.
NadaÍnaislógico,então.que escrever um leitãmento
pelas
doBrasllmarcado dificuidades enfrentadas poÍsua
gente,mastaÍnbém pelaesperanç4, comofezo escritor
de formairônica,
No poema,o eu lÍico sugerc, queo pós-moderno PauloIlêndesCampos.
resultado pd
do meìro encontroentre o portuguêse o lndo
em lugarde osportu-
podeÍa tertidoo eÍetocontrário:
guesescolonzarem osnativos,
serem porees
"libertados"
q processo
penal)mãÍca
A lnterj€içáo(que a visão cTítKa
do
deaculturaçãopromovida pelacolonização. Tbstamentodo Brasil
quejá sefaça a partiÌha.
Novossertões Só de quem nada possui
nada de nâdâ terei.
Osecosdadenúnca deurnBrasia ndapordescollÍlr,
j
cujosproblemas precisavam serconhecdospeloÍesto Que sejâ âberto na praia,
,i náo na saÌado otário,
do país,determinaram os rumosdã prosadosâÌrtores
regionãlistasdãgeÍaçãode 1930e, depois,da obÍêde o testamentode todos.
Guimarães Rosa. t...1
A produção desseperíodopriviegiou
llteÍária asques Da cidadeda Bahia
tóessociàise ideoLógicasde um país pea
Tnaltratado seca, quero os pretospobrestodos,
pearnsériadeseushabitantes, pelatÍavessia
deseusret quero os brancos pobres todos,
fantes.Osdíamêsda ÍêgiãonoÍdestina seíão traçomas
o qrÌeroos pasmostardostodos.
fortedâsobrasdesses autores.Rachel de Queiroz,em Do meu Rio SãoFrancisco
Oqulrze,seullvromaisconhecido, apresentaosefeitos
dã quero a dor do baranqueiro,
secasobre05Sertaneios. Ao narrara v|agemdeurnaraml_
quero as feridas do coÌ?o,
lia de Íet rantes,o rornancemostrêcomo o cenaío
quero a veÌdade do rio,
oesoèdOí e a.o-neOete,rinana vidadOSerranejo.
t...1
Dos mocambos de Recite
qüero asfiguras màis tristes,
E foram ândândo à toa. devagarinho, costeaÌìdo a
margem da caatinga. curiãdas maÌ nasceo dia
À vezes, o rnenino parava, cuÌ'lava-se, espiando em um infemo e Ìama.
debaixo dos paus, procuraìdo oüvir a cdreìÌa de aÌ' i...1
gum tejuâçu que parecia ter PassadoPerto deles. Ms Da aurorâ do BrâsiÌ
o siìênciofino do aremomesmo E amomaco ente- - bezerràparida em dor
za que ventavà, pássavasiÌenciosa como um sopro de apesd de tudo, quero
morte; na tena desolada náo haüa sequer uma folha
a üoÌência do pãrto
secai e as árvores negras e agressivas €ram como ares-
(meu vàgido d€ esperança).
tâs de pedra, enristadasconFa o ceu.
C"AMIOS,?âulo Meld€s
QUEIROZ, RÌ.helde.O,üi,,- Ìa ed RiodeJuenô:José
o: tuLhús P@M dePaLtoMnì.s Ctnlai
OliDPiô,19?1P,73.(IrâgmÊntr).
SãoPaülo:c]ôbâ1,1990.p, 124127.
Ël Tejü!çüì28ãdoúpicodats,ão Nôr.leÍe,aluso

Pté-Modenisna4A7|
Paroossistir
F
Je.a lâtu, de M ton Amaral Bratì|, GueÍtade canudos,de
1959 5ér9i oR ezende.
B râs, 1997. I
Nenhumapereonagemdã literatu- Filmêmaisrecentesobreos
ra brasilekãganhou tanta proje!ão acontêcimentosde Cãnudos
clnemãto9íéfkacomooleca Tãtu.dê retrêtêdosna obra de Eucli
Àlonteiro Lobato.Encaínadoêm vá desdã Cunha.Umasuperpro-
r ot íllmes por [,,lazzaropi,
leca Tatu dução naci onalcom destã-
é complêtamenteinspiradona flgu que pêfãâsrmâgensÌoÌ09ra-
ra crlêdapor Monteiro Lobato,antes tadãsporAntônio LuisN/en-
dãsd urêr criticasq ue recebeupor íi des e parâ a músicade Edu
ar uma peBonãgèmcom falta de lni Lobo. o fl me de 5ér9i o
ciativadisfarçadãem ingenuidade. Rêzendenão é uma adapta
PolicarpoQuaretma:heó c1aBtaei, ção do ivro, mas,segundoo
í dirêtor, uma novã leitura de
de Pa!oThiago BraeiL, 1988. C anudosque nãodesprezã o
Fìlmebaseadono româncede Lima registrodo escriÌorpré mo
Barretoquê trata a cultuía nacionâl
de forma .ômica. o sonhâdoímajoÍ
PolicãrpoQuaresmaluta para que a Deuse a diaba na teía do ; I
línguaoriginãldo pãis,otupl guãrãni, so/,de Gãlber RochaBras,
seja adotada .omo idioma nacional. 1964
Caíicãtoe irônko, ofllme, a$im como O filrnee o dÌretor sãover
l!ì(nlDo úxlipfj!1
o livro,é um hino de dêfesâdã cultu- dadêi rosmarcosna hi stóri a
do ci neÍÍana(i onalGl - auber 2
Rochaé ãpontãdoãinda ho !
Hìttórias do país.Btasil,1999 je pela c.íticã especiãÌzada
fiÀtórlasdo palsreúnecincocurtas, comoo P r nci pali deal i zãdor
entreeles,Á MátadeË, de lorge Fur do chamadoCinemaNovo e
tado. um dos maispromissorescine Deus e o diaba na tefta do
anas9aúchos,que âpresentaum epi- ro, como um dos filmesque
só d ioquet er iaac o n te c i deom C a n u - aÍi rmâm umâ estéti côverdadei ramente
d o sem t o. no de um c a n h ã o c o n h e c i - brasleira. Boa oportunidadepara €ntrar
do pelosse.tãnejoscomo Matadeira. em contato com as ousadiãsde Glauber
O canhào teria airavesado todo o Rochâ,que exÍãiu de Oi iertões os veìot
seítão pâra dar um únko tiro- essenci ai das trãmãque ut l i zôu.

PoroouvirdJ
Como tem patsado!!,.]eMir cenneCosta CPCUMES, Paraóelo,de Ìon zé e zé M qlelWis. k F o de lênerc:
1 9 99. Contiental^rvarneí1997
O cD de Mâricenneconã é um importãnreregistro Triha sonorâpêra a moniagemPãrabelodo Grupo
que resgãtao ambientesonorodo Brasi malspopular Corpo,que Íaz mençãodireta à obrã os te/tôes,com
rà v ir adàdo s e( u l o F
. d . e e d ) Íd { à 5 ,l J n d L srì'
. à.- dê\.douêpàrêà ' d;o " B -ndê.gó . A Jrori ddF om l é.
xes,chorosesambasque desêmbocaÍiâm nêscorrentes um dos grandesnomesdaTropkáliabrasileÌra. e dê Zé
da MPBquê ouvimosãtêhoje. MÌguelWisnik,que,alémde compositoitambémé pro
fesorde literãturanâ Univeísidade de 5ão Paulo.
Augusto dos Anjospor othon Bastos.Ro de lèneirc:
LLrzda C dade,1999 Poesa Faada sertão:cemanosde um reirê1odo Brasl,de ceÌebê são
Antologiade poemasdo escrtof paralbano Augusto P a!o P â!!s Mú5ca,2002.
dos Anjos, em leituràs dramáticasde othon Bãstos. Dlscohomenagèmã Osse,tõér de EudÌdesda Cunhã,
Trãbalhoquejuíiíica a aíirmaçãocomunìêntíe os crí- reâlizãdope oviolonistaGereba,que compõee vive na
ticosde que â poêsiadâ virãdadosécu o (X|X-XX),em
suam âioÍ ia,f oiêÍrl ta p a rãs ê Íd e ca rn a d a .

a 488 aAPIfULO
23
. . i' ; ,
*ffi

http/wvw.lobãto.(om.br biografiae jnformaçôèsbásicatsobreo poêtaAuguío


p ê l d( o n p rn h d d d M e m ó d . sJpe-
\ ne elébo rá d o dos A nj os,êl ém de tornãr dl sponívêluma peque na
visionadoper od.amente pe a íamíliado autorVida € ântologiade sua obra poética.
po.
oor ddê M or e ,o -o o d o , o r l e { ro !i u s trà d os ' rà ' http:/ dw w casêêucl i dl ana.oíg.brl
gensde épocae com uma inha do tempo orgênizâda
O \i + eda C a5àde C ul LJrdE uLl i des
da C .rnh"e Jn È
em /lnks BrêvescomenÌáíiose apresentãções delodas
poítalâtual i zadodi arÌamente.
por MonteiroLobato,ãlémde umã.o- A l ém de oferecerêrt i
asobrãsescrltas qos,ensaos êtesêssobreEucldêsda Cunha,pfomove
l€lãneãde artigose e nsaosque exploramváriosaspec-
encontros,èxposições e concurso5 que temêti2amo es-

httpr onas.pV . http:áÀ\w.euclidesdãcunha.or9.brl


^vwvidaslusof
Nô site ponuguês VldasLusóÍonas,há inforíÍações
P ági nael aborãda pe a A .adema B rasi l el ra
de Letí as
s obr e dois d o s a u to re sp ré -mo d e rn i s tã M s : ontêl ro
que aprêsenta,além da obra 05 se.tõer,íÍanuscfitos,
- obd. o ê A ug J .rod o A rj o t. \â p è q i 1 às o b . eo e" i
coÍespondènclapub icada, conogrãíia,biograíiaebi
t or M ont eiro L o b a to ,e a b o râ d â p e l ê e s cri tofae
bl i ografi ãde E ucl i des
da C unha.
pedagogaFannyAbrãínovkh, destaq!e pãrâ ãs boãs
iuí r aç ões c o m i ma g e n sd ê é p o c êe c a rtã sq ue reve . http/wvw.bibvift.futuro.usp.br
lam o per f lld o ê (rl to r N a p á q l n as o b rea u g ustodos O slÍê do projeto BibliotêcâVirtual dô Estudante
an. o\ .e àpí e s ê rtà d úè Íìà b ro q ' d _" :l J r' -d d p o md de LínguaP onuguesê êpresenÌã obrasde E ucl i deda
s
= gensdê épocâ,cãnâse poemãsãnalisados. cunha (poemas,ensaiose oJ çeÍdes), Lima Baíêto
http://wwwnilc.icmc.usp.bílnild itèrètura/ \Irkte fim de Policarpo Quaresma,Recotdaçõesdo
auguÍodosanjos.htm e\ti,do tsarasCàninhà. A hor|,eú q,.tesèbiëjâv"aà'
e outros coÌrfos,êntre outras) ê Augusto dos Anjos
! O s it e do N ú ce o In tê íi n ntu c i o n a ld e L i ngüktl ca para download graluito,
e e 5 ã oPa u l oôferece
Com put ac i o ndaal U n i v e 6 i d a d d

Porolere pesquisor

A vida de Lína Bâfteto,de Frâncscode Asss 8êrbosa MonteÌo Lobata:um brctlleiro sob medida,de
RiôdeJ aner o l o 5 éO l y mp o2. 0 0 2 . Màri saLaj ol oS ãoP a!o:\4oderi a,2000.
BiograJiade LlmaBareto mak respeitadêpor crÍti B ograÍlêde Monteiro Lobatoreaiizadapelaprofes
c os ehis t or ia d o re s dl iate ra tu rab ra s i e i Íao, l i v roãpre sora de têorÌa terár a dê Unicãrnp,Mãr sá Lãjolo.O
sentaa tíajêÌór ã dêssepolêmicoescritore jôrnaLÌsta (ex' ovgorôrc ê à(êçrvê ê ê( rdgêr\ dê epo d Í o-
indlgnado.5 e g u n d oporo fe s s oFrra n c i s cdoe a ssi sB ãÊ zêm dêste!ivro um documentoimportantepârãqÌrem
bosa,âté hoje LÌmãBareto não re.ebeo destaqueque ouê' col rre,-r. \em preLor' êi .o\. o ÍLrdo dessepo
mefecenã hislófia da cultura de noso pah. l èmi coescíi torej ornal i sta
que aqi touo cenári ocult u
ral e edl tori alde seutempo.
Os nelhares.ontas í1eLímaBãíeto, orqanizêção e
5eeç ão de F rè f.s c od eA Í s B a rb o ta$ o Pê u l oG oba, A úl ti mâ qui mera,deA nal " l i Íanda.5ão
P ê!o
2001 compành a dasLÊ 1rãs,1995.
S eleç ãodo s c o n to s ma i s s i q n i fi c a ti v o sd e Li mã A ew i tôra brasi l eìra
contemporêneã A na Ml ran da
Baíêto, que de(reveu como ninguém o período€m e aborou seu romãnceÁ últina quinera a padn da
q|]ê viveLê criou peBonâgensinesquecívek. vidê ê dà obrã do poetaAuguÍo dosAnjos.Consagra-
d" ' orìo om" r,i \rdl i \' ó i ,d,A rdMr.ndàco' ìstroio
Êoteiro de /eltu.raiOs sertões,dê Eucldêsda Cunha, enredoseguindoostemasexploradospêlo poeta.Boã
de Ad sonc lêlìi séo Pa!o: Át ca, 1999 i l ustração da be//eépoqueedoci enti íi ci smo mui toní
E s t udodâ o b ram a ìo rd eEu d i d e d s a C u n h ae de sêu tido no vocâbuláriode Augustodos Anjos.
' or r ê, - o. A lê n d ê e .p l o rd o .p i 1 , p d i sà s pêctos es
t r ut ur aise li te rá ri o sd e E u ci d e sd a C u n h a,A di l ton
Cit ellieí abe l e c ec o m p a ra ç ó êc !o mo f i l med e Gl auber
Racha,Deuse a diabÒna terra do sol.

PÍé-Modenisna4A9 a
Vanguardas
culturaiseuropéias:
ruptura e
ïransïormacao
.f

Na aEitadocenárioeuíopeudo cameçodo séculoXX, a arte se


renovaem dìferentesmovimentos.Emaomum,todospretendem
ctiat rcíerênciasestèticas
maìsadequadasao dinamismodosnavos
temqos.Nestecapítulo,vocêvai conhe.er essahistóría.

,ïir' :" -

UmbertoBocconi, Cargade /ôrceiroi,1914-1915.ÌêmpêÈ e cô ageh sobrepapeãô, :2 x 50 cm


A renova.ãotôma.onta dâ artê nô nTcÒ dô sé.u o XX.
O que você deveá saberao Í. Observe â cenâquè elâ retrâta.
a imagemde abertura.Descrevã
2. O quadropassâ a sensâçãode movìmênto, próprìãdê um ataque
7- O que forcm asvanguardas Analise
da cavalaria. ã imageme explìquê
comoesseeÍèitoé cons-
culturaìseuropéias. truido.
. De que modo o projeto
r Compareo modocomoos cavaeirose os soldados entrncheirados
dasvanguadasserelacìo-
na com o contexto histói- são representados
na imagem.Quemtern maiordêstaque? Como
a( ( a . l ê ( : ô ê ê fêirô7
.o do início do séculoXX
r Pormeo dessãrepresentação, o quadrosugêrequeos cavaleiros
se-
2,OquefoíoCubismo.
. PoÍ que os cubistasnulti- rãovitoriosos
nesseembate.Explique porquê. t
p Iícaràm as peEpectivas 3. No (antosuperior direitoda telâ,há umacolâgem dê rêcortesde
en suasobras. jornaisque descrevemos ataquesÍrancesêsà Alemanha,na re-
3, O que foío Futurísno. gião da Alsácia,em 1914.Pode-se dizerque os recortes
e a ima-
. o que signifìca a agressi- gem se referema um mesmotema.Que temâ é esse?
vidade que define essa . OsrecortespaÍecêm integÍadosà magem,PoÍqueissoacontece?

4. o quefoio Expressionísmo.
. Como a rcalidade é vista
peIosarti stasexpressíonb- 4, Os leitoresdo consêrvador jornãl {rancêsIe Flgaroforam surpre-
endidos, no dia 20 de ÍeveÍeirode 1909,por um textode Filippo
S.OquefoíoDadaísno. Tommaso Marinetti.Leiâ.
.È . Pot que a arte dàdàístaé
narcàda pela falta de Ió-
gica,
6, O que íoio Surrcalismo.
. De que nodo as pesquísas
0 Futwísmo
sobre o ínconscientehu - Vâmos,meus amigosldisseeu. PartâmoslEnfim a Mitologia e o
mano ìnfluenciaram os ldeal místico estãoultrapassados.
Vamosassistirao nascimentodo Cen-
princípiosdo SuírcaIìtmo.
tauro e veremos logo voarem os primeiros Anjos. - E preciso abalar âs
,. Como as vanguardaseuro- portasda vida para nela expeÌimentaros gonzose os felrolhosl...Parta-
péiàsinfluènciaran a arte mos!Eis o pimeiro sol nascendosobrea terral...Nada é iguaÌ ao esplen-
dor de süaespadav€rmelhaque se esgrimapela primeira veznasnossas

! l...1co1ìlo roÍo mascaradopelaboa lamadasusinas,cheiode escórias


de metaÌ,de süoresinúteis e d€ tuligem celesre,t...1nós dirarnosnossa!
primeirasvonrâdesa todosos homens?iüdida terra:

Manifesto d,oFuhrismo
1 Nós quereúôs.antd o amor ao p€rigô, ô hábito à €úergiàe à reneridade.
2. Os clemcntos €$encjãis de nosa poesiasexáoa coragem, a audáciae a Ìoolta.
3. Tendó à Ìirerarúia aré aqui enaÌre.ido â imobilidade pensàtiú, ô êrtâse e o
sono,nós qucremos€xaÌtaro moüm€nto agresilo, a insôniaÍèbnl, o pa$o
ginástico,o saÌtomortaÌ,âboferadàe o soco.
1. Nós de.lddôs que o esplendor do mundo sê enriquecêu .ôú umâ belezà
noE a beÌezada lelocìdade. Um automórcl dc conida com cu colÌe adornado
de grosos tubÒs.omo seÌpentesde fôlego e*plosivo... um ãutomóveÌÍugidor,
que pdece coner sobre a hetralha, é mais beÌo que a yirónu .1eSatuÍAda. 1...)
7 . Não hã mah beleza senãonâ lutã. Nãdã de obra-pnma sem um caráteÌ àgÍessi'
vo. Apoesiadele serum assaltoviolentocontrad forçasdesconhecidd,pda
intiháìàs àdeitâAe dianic do hom€m.
Nós estamossobreo promontó.io extreúÒ dÒsséculosl...t...1O Tenpo e o
Espaçomorreram ontcm. Nós úveoosjá no absoluto,jáque nós cÌianos a
êternàvelô.idâd€onipresente.
9. Nós queÌemosgìorifica. a gnerã - única higjene do muDdo- o militãrie

Vangua1las
cultutâis
êuapéìas:
ruptune transt'omàçaa
491 a
I I Ï ER AT U R A

o mo, o patrioiisúô, o Scsto destrutor dos ddquistas, às belas idéia que ma-
vítóia de Samotrácia tam, eomenospreTo àmdher
o t0. Níf querenos deúolü os huseus, a bibüotecat, cómba|er o úô.alismo, o
Acredta-sequeessaescultu-
ra(c.200a.C.)tenha
sidoenco- o feminimo e |odàs as co!àrdiàs oportunistas e utiÌitáÌias.
G Ì1. Nós.antârcmos âsgraDdes multidôes molimentadas pelo trabalho, peÌo Prtr_
|! zeroupela revolta; [...] os nalios aventureiros fà.ejando o hortonte. as lo.o
noti!às de BÌande peito. qu€ cscoucjnhàú os tlilhosi .ono enornes ca!ãlos
È de àço ticadospor longos tubôs, e ôvôo deslizante dos àeroPlanos,cuja héli.e
a vitórianâva a)
glegãem RodesElã rem os estaÌos da bândcjra e os aPlauÍN da multidão entNidta
G
representaN ke (pronun-
cia-sen que),dêusada .E É pra a ltália que nós Ìançamos este ÌÌrìniÍèsto de lioÌência
diária,peÌaquaÌtundamoshoje o aütunì'm, PorquequereÌnosli!Ìd a lúlia de
âgitadâ e nÌcen-
t
o
I
qurafemininaalâda de arqrÌeóbgos,de ciceronese d€ antiqüarios.
suagmgÌena de profes.sores,
F. T, MARINË,TTI
= embarcação. NIÀRINE:fTI, F f O ]\úrtunìo. ln: TEI-ES, Gilberb NÍendonça tbngua a
1 dnl,íia e natmisno !tutLfa.9. €d Rjo de JaÌeiro: \'{,4s, 1986 P. 89_92

i
[E cofte,.,pô do carc.

r NoprinìeiÍoparáqrafo, decaraquea mitologia,


N/laÍinett símboo da r
cuLturã clássica,estáultrapassada. Explique por que essa af rmação
mostrao desejode ÍompelcomasTeÍe rêncjastradiciona isusadas paÍa i
a produção artistca.
r Qlandoafjrma"Eiso prrÌìêro so [...]NadaéiguaaoesplendoT de
que
sUAespadãvermelha se esgnma peLa pnme Ía vez nas nossas
tÍevasÍnilenares", o textocrâ, metafoÍicamente, a imagemde unì 1
mornentode I bertação. O que podem s gn ficar as imagens do "pÍÈ
meÍo sol"e das "trevas mienares"?
5, Releiao segundoparágraÍo,em que MarìnetÌidescrevea si mes_
mo e a seuscompãnheiros. Essadescrição sugerea valorização do
progresso. Porquê?
r Ao se reíerlraos "homensvivosda Ietra", o texto pressupõe que
exisÌêÍÌìhornens mortos.No contextodo N,4anifesto, a quem pode
mosassociar osvivose os moÍtos?JLlstilLque. I
6, Ostrês primêirosprincípiosdo Manifesfodo Futurismoresumem
asidéiasvalorizadãs poÍ seuautor.ldentìÍique as
r "Nãohá rnalsbeezasenáona uta." ObseÍve a irnagem deabeÍtura
Podemos que
clizer e a ncoÍporao idea de beezafutuíistã? Porqué?
7. Emquaisprincrpios do mènìfesto o caÍáterviolentodosÍuturittàs
é apresentadode modo Positìvo?
I conocasta é a guéÍnquedesÍóios íconês, as imagens Vocêdira
queosfuturstassáo conoclastas? Éxplique.
r "Nósqueremos gloÍiÍicar
a gueía única higiene domrlndo" Como
essãaf rmêçáo polêm capode ser entendida?

Umagitadoinício
naEuropa
deséculo
NoinÍcio
doséculoXX, a EuTopa em ntensa
seenconttava turbulênciaProbe-
rnasdenaturezapolítica
ê paísesvizinhos
conílitosentre deÍam inÍcio
a desenten-
locas queacabaram
dimentos provocando,ern1914, a PrimeraGuerÍaMundial
LITERA T U R A
-.

Ao adodainstabijdade política, aspessoastinharìr tarn-


bémdeconstru r umnovoolharpaÍaav da,agora tlansfor-
rì1ada pelo mpactodêsdescobeÍtas tecnoLóg câsque co-
rÌìeçavam a causaÍespantoconsderadoa erada eletÍic-
dâde,o sécuo XXv u sLrrg r o telefone,o telégrafo semf o,
h o d e ' à io s\ , o ' n ê r d . o d u o r ó \ e . o a \ J o , n -
o à p ã -ê
venções queamplarêm o domínio humano sobTe o espaço

A cêncãdescobri! mundos invsíves como auxílodo


microscópio:vííus,bactérias,
seÍesÍÌìinúscuos pãssaÍam a
seÍ deniificadoscomoinimlgosmuitasvezes moÍta s.Ateo- I
ra dâ rclatlvdade abaloucertezascentenáras e provocou
uanâ verdâdeÍa ÍevoluçãonaFísca.Quando ErnsÌe n aíirmou
ãmer.anonumcêmpôdê
soldado a relatvidãdedotêmpoe dadistâncâ, tfansfoÍmou o rnodo
batalha
naFrança â Prime
durantê ra comoas pessoas
percebìam ã reaidadee avaiavãmo unverco.Nada rnalsera
nadaeracerto.
definitivo,
OutÍogrande abao paraã sociedade européia foi o surgirnentodapsca-
nálse.QuandoFreuddentiÍcoLro inconsciente humano,revêlouo ÍÌìpacto
dessaforçadesconhec da sobÍeasnoçÕes trâdicionaisde dentidade, perso-
naidade,responsabiidadee conscênca. MaiS!rmavezasceftezas ruíram
da vidae do pensamento
As dirÌìensões nãopodiaffrrr]as seTor entadas
peasreíerências
herdãdâs do passado. Erêo rnomento deo indivíduo estabe-
Lecerurnanovarêaçãoconsgo mesrnoe corf o mundoeÍnquevv a.
OspriÍlìerosanosdo séculoxx foÍamo cemtéro no qua seÍiamenteÍra-
dasasconvicçõesdo passado e o berçonoqualnasceÍia uTnaciviizaçãorÌìar-
cadapelancefteza pe
e a relatv dade.O impactodessarnudança ogosefez
sentìÍno mundodasartes

ventosde
Vanguardas:
e demudança
inquietação
NastrêspÍimerasdécadas europeu
do sécuo XX,o cenárioaftistico tarn-
bémvivaum momentodegrandeagìtação. Dìferentesmovmentosartísticos,
a denominados surgiram
vanguaÍdas, paraestabeleceÍ
novasreferêncas paraa
DlntuÍa. a música
a lterêturã, e a escutura.

..
I
uloX l,ãssocl

F r €ud,
si q m und 19:8 ,c o n trb !u
paf. abaâr âsceÍte2ês ao denlícar
ô lncÕ.scênte e seu mpaciosóbre ra lú

A paavra"vanguarda" estáhojeigadaa umapostura queantecipa


Íadlcal,
urnnovocarnnho,seiaeleLiterário, Pori55o,
artÍstcoou cientíÍico. asinúmeras
obÍasdeaftequesuÍgiram a umatendên
no inkiodo sécuo foraÌrìassociadas
Sendodiferentes
cavanguardista. detudoo quefoÍapÍoduzidoaté entáo,elas
novospadÍóes
anunciavaÍlì estétcosparaum mundoeTntransformação

Vanguêrdas
cultuaìseuropelas: 493 a
rupturae ïansfat.naçáo
I.IÌERATURA

r Umnovoséculo,
umnovoolhar
ApesaÍdemuitodiÍerentes entres, asvanguardastêm emcomum oques-
tionamento da herança culturaldo séculoXX. Haviaum consenso de queos
velhospadróes de umaarteconseNadora etãmcoisãdo passa-
e cÍistalizada
do: o novoséculoprecìsava criaÍas orópriasreÍerêncas estéticas.
É nesse
que nascem
contextohistóricocLrltural osvários" smos":Cubsmo,FutuÍis-
E mo, ExpÍessionismo,DadàÍsmo e 5urÍeaisrno.
PÍaticamente
todasasvanguaÍdas lançaram TnaniÍestos.
EssesmaniÍestos
eramtextosquedivugavamaspropostas dasnovasfoTmâs de expÍessãoar-
tístcae definiamestratégiasformaispaÍaalcançá-las. f

O projetoartístico
das
G acomoBa a, Velocrdade
abstrátá:
o leDpopd$o!, 1913.Óleosobretea,
vanguardas européias
50,2x 65,4cm NenequadÌodo pintor CadaumadasvanguaÍdas quesLrÍgem no iníciodo sécuo XXapresentarÌì
talanociêcómôB.lla(18711958), um projetopróprio,mastodase as têm uÍnaintençãoem comum:roÍÌìpeí
o.aro náoesú prêsêntê,
mêsúmâsére
de nlrassugereaveo.dadederua radicalmentecomosprincípios queorientavam a produção artístlca
do século
XlX. Podemos, então,ÍesurniÍo projetoartístcodasvanguardãs comouTn
rnovirnentoousadoquequeÍ ibertara arteda necess dadede representaí a
realdãde demodofigufativo e inear 3

O desafioenfrentadopelosartistas
é claÍo:encontraÍ uÍnanovalinguagern
capazdeexpÍessar a idéiadevelocidade, captufara essência transfoÍmadora
j
daeletricdãde,o dinamisTnodosautomóveis. PoÍessemotvo,todaa produ
CãoaÍtístcadevanguarda teráumcaráterderuptura,dechoquee deabertu-
ra.A rupÌuÍasedá comosvaorese pr ncíplos do passãdo; o choque,comas
do públco.A abeÍturaé marcada
expectativas pelàbuscãdenovosmodosde s
olhare nterpretara Íealidadeem peÍmanente estadodetransíormação. É

r Osagentes
do discurso q
NosútiÍnosanosdoséculoXlX Padséacapita culturalda
Europaepu 5a
t corna agitação caracterííicê
dâBee Êpoque. Éo augedoscafésliteÍáÍios,
-
ondeaftistase fibsofosseencontraÍnparaavallaroimpãctoqueãsdescobeÊ
tastecnológicas e astranstornìaçóes trarãoparâa humanidade.
cientÍÍicas
-l lovensdediveÍsas cidadesda EuÍopa corremparaa cdade,buscando
4 acolhida
Picasso,
nosatelêsda regiãode Montmartre
Georges Braque, FernandLégefforam
ou da RveGauche.
algunsdèssesjovens.
Pablo
A agi-
+ taçãoculturadePars é iÍnensa. A pfópriacidade esú decaranova,refoÊ
madapelopÍojetodedesenvolvimento urbanoimpernentado rneÌosécuo
antesoelobarãoHaussmann.
Énesse contextode produçãoqueasvanguardãs sãoeaboradas. Di-
a lercntesgruposseorganizam emtoÍnodelÍderes queassumern o papelde
pÍopore divulgar novoscaminhos paraa arte.
Surgem entãoos manifestos comomeiode darÍÌìaor visiblidadeàs
pÍopostas dasd Íerentes vanguardas.O contextode circulação dosmani,
iestosé ojorna. Cornoa intenção desses é prcvocaro
artistas choque êntre
asnovasidéias e aquelasa queo públcoestáacoíumado, quantomais
conservador o jorna,ÍÌìelhotAlguÍnas sãocÍadasparãampiaÍos
revistas
canaisded vulgação dasnovasidéas.

ê ÌôrrcEffe era,comcercade 300meÍosde allura,a mêiorconírucèodo mlndo naéDoca

.49Ã CAPÍTULa2A
I.IÌ ERAÌ UR A
--

1a69 Inâúg!Íação
do canal pinruÍdse e-cu-
Ao lddo dos mêni'âstos,
an sêlõô!egdÈ-
l,rà<( oTeçor è Se'e^oosLo(
E
Íiasde aÍte, provocandogÍandeiÍnpactono
públicoda época. I
PÍmeÉ págia dojornalcoise adorfÍân.ês
de 20 dêieveÍêm de 1909,quêtÍaz
LeFiqaro,
do Futurismô,
o lvlê.iíesto dê Mêrnetti.

e o público
Asvanguardas
O espírito dasvanguardas,
a9Íessivo anunciadonoManìfesto do Futurìsmo, f,
é confrmadopelareação, demodogera, horforizada do púbicoà apÍesenta
çãodaprimeira qLradro
obracubista:o ÁssenáorasdeÁvlgnor,dePabloPicas
so,quemostracincoprostitutas nuas,como Íostoe o corpodeformados.
Passado o espanto o púbicoparisiense
inlcial, dossaóese galerias acos_
tuma-se que
à "novaafte".Reconhece osartistas nemsempre seguem os
paÍa
camnhostradicionais fazercircular suasidéias.
Como quem ançauma
mercadoÍia e pretendeacompanhara recepçãodosconsumldoÍes, osjovens
ãã aÍtistasnvademiorna5,revistase salÕes,
bombardeando o público
com suas
propostas iconoclastas
6
I 3
3

Ode triunfal
Nestepoema,o eu líríco cantaa modemidadee o futuro.
T

ã
Àdolorosa Ìuz das grandes lâmpadas elétÌicas das fábricas
Tenbo febrc e €screvo.
Escrevo rangendo os dentes, Íèra para a beÌeza disto.
I Parâ â beleza disto totâlmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, ÌÌ'l//etemol


Fone espâsmoÌetido dos maquinismos em fír.iàl
1...1
Tenho os lábios secos,ó graìdes ruídos modemos,
D e \o . ouüÍ demd.i d.ti mên,c de pêÍo.
I arde-me a càbeça de vos querer cantar com um ercesso
De er<pressãode todâs às minhâs sensações,
Com um excessocontemporaneo de vós, ó máquinasl

Em f€bre e olhmdo os motores como a umaNatureza tÌopicaÌ-


crmdes trópicos hummos de ferro e logo e lorça -
cantoi e canto o presente, e também o passadoe o futuro,
Porqüe o presente ó todo o passadoe todo o tuturo
t...1
Alì, po.ler €]{primirme todo como um motor se er.primel
SercompÌetocomo umamáquinal
Poder ir na üda triunfante como um automóveÌ último-modeÌol I
Engenhos,brocas,máquin?i rotativasl
Eia! eial eial

Vanquardât ruptuÊe tansíumação495 a


cultuaìseuropéìas:
L I Ì ER A Ì U R A
-

Eiâ eletrìcidade, nenos doentes da Matéria!


Èia telegrâfia sem-Íios,simpatia meiilica do IÌÌconsciertel
Eia túncis, ciâ carâìs, Panamá, KìcÌ, Sucz:
Iia todo o passadocÌentÌo do preseÌrÈl
Eia todo o luiurojá deÌÌtro de nós! eial
Eial eial eial
Frutos de ÍêÌÌo e útil da árrore-lábrica cosrÌÌopolital
Eial eial eìa. eia hô-ô-ôl
Nem sei que üdsto para dentlo. Gìro, rodeìa, engeÌÌho-Ìne.
EÌìgatãÌì-me em todos os coDìboios.
Içam ne em todos os cais. f
ciro d€ntro das héÌices de todos os navios.
mofutunÍa t...1
CANIlos, Íìn.ode. ode ÍiuúlÌ. rr: PT,SSOA, f€rDando.
orrd rdtrtz. Rio deJancno:No\r \uilâi 200Ì. p. 306311.(Iragnìeìk,.

t. Queelementosdo mundo modefnoapafecemnosversosÌrânscritos?


. Qua é o efeto provocadopeLamodernidade que o eu lkco procura
tÍansmitirna pr meirae na sequndaeírofes? g
2. Qualé a impressão que o eu líricomaniÍestâ, na píimeiraestfoÍe,
sobreessãnova realidade?
r "Àdo/orosaluzdasgÍandes!âmpadase étricasdasíábÍcas."O adjetìvo
destacado ã realìdade
caracteriza dessenovomundo.Transcreva do tex-
to ouÌÍasexpressóesque indiquemque a modeÍnidade podeserde a -
gumamanera do oÍosa j

3, Íranscrevaos versosem que o eu lírico maniÍestao desejode tor-


nar-semáquina.
reniesdasde quemó crolr)do . O que explcaria,nesses
versos,o desejode o eu k co Ìer os mesmos
poêtanìodernrst.
Poítuquês FeÊ ãtÍ butosdêsmáqunas?
nèndoPessoaUmàd.s d men-
4. " O rodas.O engrenagens,r-r-r-r-r-reterno! " Nesseverso,um recur-
5Oe50e suapoesÉesü no ornaÍ
quecêracletzou so expressivosintetizaa imagemda civilizaçãoindustriâ1,o mLrndo
InovâooT o9mo-
vimentosdevangúardê:o futuÍis'
dasmáquinas. QuãÌó ele?Expliquesuaresposta.
mo.Em"OdetÍiünf.l",Álvaro de 5, Leiaos versosabaixo.
Camposdenìonstra çLrãcapaci- "Canto,c càÌÌtoo presente,e tâÌnbémo passadoe o 1ütu.o,
dadedeolhàrpãrão mundocon- Porqueo pÍesenteé rodo o passadc, e todo o futuro"
temporáneo,louva
ndoasmáqul
nase a modeÍnlza(ão. "Eia todo o passadodenío do presentel
fia ,o'ìoo h,,uì. jd ,Ie,,,,u de noç:eiJ:'
r ErfboÍao poeÍìasejaumanìanifestação nes
dasidélasdo FuturisÍno,
se! veTsoso eu íricodÈcordade unì dospr ncÍpos expressos no mani
feno.Qualéessepr ncípio? Expìque
6, O poemaexaltaa "belezâda velocidade", a queserefeÍeMaÍinetti
em seumaniÍesto.Transcreva,da última estÍofe,os verbosque indi-
camque o eu líricoé "dominado"pelassensações pÍovocadas pela
rapidezdastÍânsÍormações.
r Dequemaneirao usodesses verboscontribupara"traduzr" o rnesrno
expermentadopor Madnett diantedã velocdade?Justifi
sentiÍrìento
quesuaresposra
7. observea linhadotempo destecâpítuloe dìscutacomseuscolegas:
que acontecimentosindicamumârevolução e o surgì-
na sociedade
mentode umã arte maícadãpela rupturae pela radicâlizâçãodas
vanguardas?

4 496 CAP|TULO
24
T I T E RA T U R A

:
Cubismo
Ë ErÌì1907,a exposição de AvìgnonpÍovocaconìoção
da le a As senharas
nãcenaartístcaparsiense.
o quadrorevelaum modoÍevoluconáro de repÍesentãÍ a íeaidade,rom
pendocornos conceitostrêdcionaisde haÍrnona, propoÍção,beezae pers
pectvâcomessa obfanáscea p nturacubista, Pablo
e o seucriadoÍ, Pcasso,
seÍáo qÍandenìestredo CLlbismo, que rnaÍcouã ârtedo sécuo X\. Além
dêe,também sedestâcarão
Georges Braquee luanGíis.
F
r A multiplicação
dospontosdevista
o cubisrìroadotacomopí ncipo o questonamento dadescr ca.
çãocláss
Osartistas
deselam, ãgorê, apÍesentar relações e nãoformas acabadas Para
enfatzaÍessas reaçòes, propÕem d {erentes pontosdev staa partTdosquas
Lrmdeterminado objetopodeseíobservado. Éporissoqueessa vanguárdâ se
dêraôpêla. o be p o ; o d . d ê ê . . e . p à . o (
Comessatecnlcâ, oscubistâs pretendeaa forçaro obseNadora questonaÍa
ceorqesBÈque,Yioln. elãÍó, 1909 Íeaidade,náoacetandournanteÌpretaçáo únca, nearEffrunì moTnento de
l91 0 Oeo 5o br€ 1ê â117 x 7J , 5c m posçÕes poíticasarraigâdas e confltos inìinentes, a cãpâcidadedepondeÍar,
Ema qunsc.5o5,á p ntúracubna prodlza
úm: mutip .âçÁôde p anostãoqrande de âdmltr d ferentespontosde vistae abordãgens pÍecisa
servaloízãdae
qúesetôrn êvã d fkl d ent Í . af as f Ò m âs âpontada comournãsâída pâÍao cornpoÍtamento humano.
bás.asque d€ramofgerì aô qúadroÊo
qu.5e obsetuanenâôbrade G€orq€5
BEqle, l,/olinôÊ/ano(1909-1910) r A literatura
cubista
a
O pÍirÌìeÍo mânfestoda teraturãcull9ta,de autoriado poetâïrancês
GuJaumeApoI nâire,só surgeem I9l I, bemdepois daspÌiTnerasexpos -
dasobrasdePcasso
çÕes e BrâqueNotexto,Apo inareprocura alarâ v sáo
doradosfutürstasà idéã deconstrução
destru dea go novo

'
", ':. ' I l:.:;, .,. : ,:: :,,,,
,:::,. r ,.:-:,;i ,,.;, i.'ill:l:Ì
":"
Mulheres
nuase
aÍricanas
máscaías
N. têlâ,. nco m! heresnuas
êxbem.orpose roÍos dêf n dos
pof Íorrnasgeométricãs. A de
forrnaç;odáâoobsêrvador a rn
pressão d€ que fôram ta hddês
a gopes de nêchado.os brã
oscoÌo
çoss;o d rtoÍmês,
velospontaqLrdos, acen
tuandoos ângulosCoF
pos ê .ãbeça5rnoírãm
j s mLrtanedmenleo rosto
: € as conas,em LrÍraim-
li potsb idddefís... com
a obÍa, Prassodêstró o
miÌodabel€zd Íenìn nã,ao
melmo lenìpo quê ã lde à
divêrsidade étnl.a d€lxando
€vdentenosroíos a nspÍação
dasrnêscãras aÌr cânas. Pabô P.àÍô, /i i.nnor.s d€Áúq.ón, 1907
,,, Ó ê os o b E Ì e à , 2 4 1 , 9 : 2 3 1 , 7 . m

Vanguaílas tupturcê Ínntfamaçáa497 |


elturaiseuropëtês:
T I TE R A T U R A

É napoesiaquea iteÍatuÍacubista ganhafoíma.Explorando a associação


logisn rls.dn
o, s ^ìLh"neidède, dne,sno ê ^u1"o-,os ooeLas' ubslds
"n-'e
buscaÍn crjarnovãs perspectvas
e afirmara nêcessdade de manteras cosas
em permanente Íelação
\o Brd l. è r'fl-é_.d de5sd!d_g.dd" na obraoe oswdd de
"p"reco
Andrade. Algunsdeseuspoemas e passagensda prosasurpÍeendem o leitol
peas estranhas a55oc açóesque deslocarn
o o haí parâdiversos
aspectos da
realdade. ao mesrÌìoternPo

f,.
hípica

Correm jóqueis de Higicnópolis

chá
Na saÌade cocktails
ANDRAIE, Osrãld de. Po--sirs ftrj\i.jns. Ob'6 .jnq4^
tuo d€Janeiro: CìviÌi,ãção Brâsilcim, l9t4 ìr t, P 12{ì 9

A deslumbrante
luzdas A composiçãodo poemaé c ararnente
cubrsta. de
PararetÍataroamlllente
elétricas umacoÍridadecavaosnahipca,o eulírco
grandeslâmpadas promove
uma "sobÍeposição"de
quedeslocam o olhardoleiÌordapista,
ondeestão cavaloseióquels,
!
O ïascÍnio dadedâva imãgens
peaeletrlc
G aco'
identdadêà art€Íuturista pàrd p
o ,bicoe_líê-roo orqpeld re.lrd. ê
O,e,Jltado un d i'rdoe^rn |-[d'ê-
mo Baã, nspradoern !r. dos tada,composta de fragrnentos p
ded fefentes anosda reâl dade
pr nrêros postesde ium nação
êlétricanÍaladosen-ìRorìa,p n
tou essequadroêmquelusiapÕ€
os raìosde luzdescãÍregãdosem Futurismo
setasnìultcooíesp-"a âmpdda Em1909,a Europa é Surpreend dãpelosurgimentodeumanovavanguaÍda:
Perdida em meioãosÍaos,a Luê propostas mas organizãdas queo CubisTno, o FutuÍsmo e
paÍeceg Íar ao Íedofda lâmpd o Futurismo. CoÍÌì
d vulgado atíãvésde um rnanifesÌo peloseu
ãssinado líder,
Filppo Tonìmaso N,4a_
da,sugeÍndoa subrnssãodana
turczaàs forçãada tecnoloqiâ Ínett. Algrìnstrechosde55e tetrtoforamtranscritos
naabeÌturã destecapítuo
O terrno"futurisrno"derivado at m futuruse s gnificê"tempoqueháde
poÍém,elepassã
vit". ParaosfutuÍi5ta5, a designaÍ urnãnovâlormadeartee
ãção,uma e de "h gienemenial",um fiìovimento quepretende serantltfa_
dicional,Íenovador,oÌ m sta,heÍóico,d nâmcoe queseerguesobreasíuÍnas
do Dassad smo.
O grandeestardalhaço do Futursmo é provocado pea polêmcafigurade
que
ÍVlarinetti, lançamâs de 30 rnãniÍestos definndo diversosaspectos da
novavanguafda. Emtodos,a Ínesmã proposta violentadedestÍuçáo totaldo
passado;o mesmoíascínìo pelagueÍÍa queprornove a anlquiaçãodos5ílÌbo_
os do passado;a mesmaexaltaçáo peìas formasdo mundo rnodeTno: auto-
rnóveis,aviões,em um eteÍnocuto à veocidade que Marinetti,
fascinado
pêlasnovastecnologias, vê comoumaforçaÍnístca
Adotandoumaperspectiva violenta,aqressiva os luturStas
e iconoclasta,
exaltam"a bofetada e o soco"comomeiodedespertar o pÚblicoda passv_
dadeem que se encontfa.PoÍque o desejode destruição, o fascíniopela
guerra, o arnorà violência?
GiacomoBa a, Pdçtedê,7um,haÇão,
EmboÍanãohajaurnaúnicaresposta parataispeÍguntas,o íascÍniopea
\*"Ë:5:1;'giliili violência podeser nteÍpretado coÍnourndêsejode evara humandêdea um

a 49a .APIIULO
24
T I T E RA T U R A
-.

pontosemÍetorno'NósqueÍemos demoir os museus,asb blotecas


[...]"
s gnificael m nar a possbi idadede o passado coTnoÍnodelo,
seÍretornado
porque,coma destruiçáo deseussímbolos e desuamemória,elenãoexlstirá
rnas comoreteÍência.

r Umaliteratura e provocadora
agressiva
EncaraÍa obÌadê artecomournprocesso v olentocra expectativas quan-
to à sla recepção. 0 íuturstaespera píovocaT umaresposta no púbico.A
violênciãquedestróiascertezas e os modelos obrlgao e tor a íeagir.O pro_
cessode recep(ão dã novaêrtepassaa ser,assirn, mas dinâmico e nterativo ir
Paragarantr que
essareação,Marnettirecornenda os textos Íuturistas
destÍuam a sintaxe,
apresentando osSr.rbstant vos"ao acaso, comonascenT '
Osveíbosdevernserusados no infintivo,para que o leitoÍsela levadoa par
t c pardaconstrução do sentdo do texto.O ídeÍfuturistatambémÍecornen_
da aboir a pontuação, os adjetlvos e os âdvé|bios. O obletvoé sempreo
rnêsrÌìo:imped rquea ìteraturã "a
contln!ea exaltaÍ irÌìobildade pensatva"
o adosorÌìbro do Futursrno surge, na tá ia,coÍÌìa chegãda deN,4ussolni
ao ÌlodeÍ.o fascíniode N,4arnettipelaviolência e pelaguerra,aliadoa !m
patriotSmo exacerbado, fâzcornquetransíoÍffre o movirnento em uÍÌìaespé
ciedeporta-voz do regime Íascista,a pêítirde 1919.

Expressionismo
I Alernanhâ, 1910:unTanovavanguarda torÌìaloÍÍÌì4,apTesentando-se
coÍÌìoreaçáoà estéticampress onistadevalorização sensorialE o Expressi-
on smo contemporâneo do CubsÍrìoe do Futurismo, a basedo Express o-
nisÍÌìoé o Íesutadode uTnprocesso criatvo quesupõea peÍdêdo controle
consciente duÍantea produ(ão daobradearte.A realdadenáodevemãs
serpercebida emplanosdistintos (físìco,psíquico,etc.),mas
simtran5Íorrnada em expressão.
O movirnento expÍessionista é bastante influenciadopelê
PÍmeiraGueÍaNlundial, e se!squadros Íessatarnum lado
obscuro da humanidade, retratando facesmarcadas pea an-
gústiae pelorÌìedo.A mas conhecida staé O
te a expression
de
çÍrlto, Edvard Munch

Sangueno céude Nordstrand


NateLã, asInhasrêtorcdase ascoresfodêscontrbu€mpâra
cÍiarumcmadeaf içãoeangústa quepaÍecenì ecoaÍnogrÌo
que dá nonìeà obra.Emseud áro, Vlunchescrevê sobreo
ê a o€cer dó \o,o. rdlo c d.dêod \o ró9èoJê p ou o
quadro"ELreÍava a pdsseaÍ cáforâ.om do s anìgose o So
conì€çava a pôr'se de repenteo céuícou vermelho,corde
sangue Eupare,sentane êxãLrstoê aporeraeâ urìacercd
havi: sanguee línglasde fogo por c nìa do fiordeaz! -
€scuro e dêcdad€ 05meusamigos continuârama andêre
eu a i fiquêi,de pê,â tremerde nìedo esent unìqrto iniLn'
. dáveatrdvêssaÍ a Natureza".
EdvêídMlnch, O g.lto, 1893 OLeo,t-ômperà \'t-**,urur.***uuuoa,*r$r*.***qrffi
€ paí e em . anão,9 x1 7 3 ,5c m rr'i'

Vânguardas rupturae tônsfomaço 499 a


tultuaiseuapéias:
I.ITE RATU RA
-

r Literatura
expressionista:
a traduçãodasvivências
humanas
O únicomanifesto
expressionlsta
suÍqeern1918.Seuautor,
Kasimir mid,
Edsch
píocura osrumosquea novavisãoirnpunha
estãbelecer à iteratura.

[...] o üniveno lot do aÌtisÌa expressionìstator


nì'sc üsào.IÌe ÌÌão vô, mâs percebe. F.le não des(re
!e, acuÌÌÌuÌa vivênciâs.Ele não repmduz, ele estnÌtu
' i . Fì' r;ú, ol he. FìeÌÌ n.Iri . \gôrr r ìo ê\:.rc mi i ,
a cadcia dos Íàlos: Íábricas, câsas,doença, prostitutas.
gútaria e fome. Agom existe a visão disso. Os fâtos
rË m \rgn:fi 'rdu .um.n ê drF u po' r o cm quF â nìâo
do artista os âtÌâvessa para agaÌÌar o que se encontra
i Ìé m dcÌcs. 1...1
EDSCHIIÌD,l<.simir lÌì: ÌÌLttS, Gilbc.róNrcrd.nça.
\hnguaÍla tuftìl,ia t no.lanfna L]diLitu
L cd. feÌfópoìis:\rozes,1986. p I ll. (IÌagmdrb)

lnsprados poÍ essaspãlavrâs,


os poetasexprcssion slasaboÍdarn,eÍÌì suas
! obras,a derrocadado mundoburguêse capitalista,
denunc andoumunveTso em
deimpotência
crisee ã sensaçáo do homempÍesoemummundo"serÌìalma"
] Temascomoessesgarântemaostextosexpress onstasum forte caráteÍ j
fazendocornquemuitasvezes
negativista, a Íepfesentação do mundoseÍaça
deformagrotesca e deformada.
A lteratura criatarnbéÍÌì
expTessonistã magens dstofcdas da realidade
paraÍaduzirasvvêncashurÌìanas. UÍlìapassagem da rc.nanceAmat vetba
mtrarsltlyo,de MárodeAndrade, flagrao mpacto daFoÍesta daTijucaem
Fràue n Eza.Contemplando o espêtáculo magnífico da naturezabÍasleira,a
alerÌìãé tomadapoTSensações e impfessões que ateraÍÌìo modocornovê
montanhas e árvores.

A lu deÌirala, apÌessada a unÌ lago a\iso de rarde.


Eü taÌ c taÌÌta que eÌnbaçâü de oüro a amplidáo. Se
lia tudo Ìonge nüm h.Ìlo que di\nnizara e afastam as
Vistado Riodela.ê rÕ,cÕmfÕreía coisasmais.Lâssitü.tc.No quirjri tecido de ruidinhos
daÌjr.ê, paisâgemdeÁmêrverbo abafados,n cidade sc moüa pesada,lerda. O mar pa
ra ra az . t...1
FrãuÌein botâra os bÌaços cruzados no parapeito
de pedm, fincaÌa o meÌto aí, Ììas carnes rijas. E se
perdia. Os oÌhos deÌa pouco a poÌrco se 1ècharam,
cega duma vez. A mzft] pouco a pouco escanpou.
Desaparcceupor fi nì, escor.açadapela vjda excessiva
dos sentidos.Dâs paÌÌes profuÌìdas do ser lh€ \'inham
apelos râgos c dccretos fracìonâdos. Se mNtüravam
ãnnnaÌidades c iNcnções Benìais. 1...1AdqüiÌira en-
@ .^io,a",.-oro, r"aig". " fim uma aÌna vcÍjctal. 1...1
Qui.i.i .âÌada {ìr tuite.
Mento:queno. -AÀDÈ$)E, Mário dc. -{rkr /àltu intr^ikxa.
Bscmpor Ìinpon.tnouie rìârr,seÍera. 18.Èd.B.lo Ì IodzoDtel,'ilaRi.a,1992.p. 120.(IragneDto)

a 5oo caPlfuLa2q
LIÌE RATURA
-
"t.,.

sperTnao r En que momentodo d a sedesenrolaessacena?


I Que Ínagenssão utiizadaspaÍãcaÍacrerzar
esse
Nestepoema, a cidade de São Paulo da
décadade 1920 apareceem Ílashescubistas 2. Explique de que maneiraâ expressão "o cafévãi
alto" é a chãve pâra compreendero momento
Íetrâtado no poema,
A fcÌicidade aÌÌda a pé Dod ?,pordê è q-eq]ao..o'side'eo,egri ìlF o oo-
Na Praça ArÌtô io PÌãdo rnaloi escrtopoí voltade 1925,épocaem queo
São l0 horas Ãzuis 'dr" erdrespor ,ê.elpor ,000d 8000dd F pona
O cìíé lai aÌto conìo a manlÌã de arranha{éus çóesbrasle Ías
r "SãodezhoÍasazuis."O usodo adjetivono verso
Cigmos Tietê criaum nteressante A quepode
eÍeitoêxpresslvo.
estarse Íeferndo esseadjetivo?
A cidade sem milos
3. No verso"O caÍévaialto comoa mãnhãde arra-
nha-céus",doGaspectosdâ cidâdesesobrepôem:
o tempoe o espaço,Expliquecomoissoocorre,
!
4, Ostrêsúltimosversos
do poemãapresentam
ou-
da cidadepor meio de algunsele-
tros aspectos
. mentos.Que elementossão desta(adospelo eu
ANDRADE, O$aÌd de. Pd-!ia' pzÌì&\ Rio de Jaei' o:
ciilização Lr.asileúa, 1978.p. 126.
5. o últimoversoé uma sínteseda cidãdede 5ão
!
Paulo,o que ela revelasobreo quadroapresen
tado ao leitor?
1. Nosdoisprimeirosversosdo poema,qualéa ìma-
por que a composiçáo
gem inìciãlda cidadede 5ão Pauloe da "vida" 6. E,(plique dessepoemaé
que nelase movimênta? comparâdâ a uma pinturacubisia.

Dadaísmo
EÌn1916,durante a PÍimeirêGuerra Mundial,o romeno TÍistanTzara
es
pantao mundocommas urÌìãvãnguarda: o DadaÍsmo, ou Dadá,a mas radi
)
ca e a menoscorÌrpÍeensíve detodasasvanguardas. .
TzaTadeclara suasop n õessobrea arteoícia e tânìbérnsobreaspróprias
vanguardas de rÌìododesafiâdoÍ: "sou poí princÍpiocontÍaos manfestos,
comosoutaTnbém contÍaosoÍincíoios".
È
O Dadávemparaabolrdeveza lógica, a organização, o olharracional,
dandoà aÍte urn caráteÍde esÌlontaneidade total.A faltade sentidojá é
anunciada no norneescoìh do paraa vanguarda. Segundo o pÍópÍioTzara:
"Dadánãos qnticanada".
O prjncipãpÌobleÍrìa detodasasmanfestaçÕes artísticas
está,segundoos
dadaÍstas,emalrnelar go
a inìpossÍie: explcaÍo serhurnano. ETnTnais
Lrma
afiÍrnacãoretumbante, TzaradecÍeta:"A obÍade artenãodeveseÍã beeza
erns mesnTa, porquea beezaestáTnorta".
Esforçãndo se paraexpÍessar a negaçáode todosos valoresestéticos e
correntes,
artisticos osdadaíslas usam,aomíreqüência, métodos intenconal-
menteincompreensíveis. Naspinturase escultuÍas,
pof exernpo, aproveitam
í ev 1 9 3 5
ÌrnanÌ z âr a, 21 pedaços de ÍÌìateÍiais
encontÍados peasruasou objetoslogadosfora.

vanguàI1ês
culÍuarseurapéias 5O1 a
tupluÊetransfarnaçaa
T I TER A Ì U R A

r Literatura:
a negaçãodetodos
os princípios
e relações
A faltade óglcae a espontaneidade a cançamnalteraturasuaexpÍessão
nd'i'r a. fn se. - ri'ì.onè'fê.ro. Í7ardd,l q'e o gÍdnde,eg-êcio
d" ooê\i"
é oue "o DensamenÌo sefaz nabocâ".PaÍaorientar melhor
seusseguidores
cÍiaumareceltaparaÍazerum poemadadaísta

Peguc unìjornal.
Pegue a tesoÌrra.
Escolha nojoÌÌìal um artigo do tamaÌìho que você deseja dâr a seu Poema'
Recorte o artigo.
RccorG em scgüida corÌ atelÌção âlgumas PaÌa!Ìas que foÌìÌam essearti
go e nÌelâ-as num saco.
Aglte sÌralemenre.
Tire em seguìda cadà pedaço um aPós o ouro
seo pr ncPro
efr cêsa,1920,obseÍvê
dacoaqemsugerdô Pelos d.daistât Copie conscienciosdneDte na ordem enÌ qüe elas sio ti.adas do sàc',
seqlndoele,seúpropóstoêramostr.r o poemâ se parecerá com i'ocê
a imaqem dê úmhomemquêt vesse E ej.lo rm escritor intìnitamente oriÍiinàÌ e de uma s(nsibiÌidade gracic
apenãs mâqunasra cãDeça
sa. ainda que incompreendido do PúbÌico.
T4Áa.{, Tns2n I., TELES,GilheÍúMcúlÕnça Vansuarlatrala!
, naanì|na tm^itáa9 td PeÌfóPoh:voz4, Ì986.P.Ì:r2 (Imgnento)

EmboramutasdaspÍopostas dadaístaspareçam infantisãosolhoscon-


é
temporãneos,preciso
evar em cons deraçãoo momento emquesurgram.
EmurnaEuropacaótcae em guerrâ,
nsistr naïaltade e nagratudade
lógica
.áo !os(ô Ll 1 dorrroo.na.oespehottr.rode
d o , d C O n -ê ,' te tosi d\e T
incômoda
umareãldade

a Surrealismo
nãoé umestilo.Éo gritoda menteque5evotê
"O SuÍÍealisrÍìo
paÍas mesma."Assrn o atot e escdtoÍAntoninAitauddefinluã

z -l Ìi nó
dos rè_q drddse-rooe' ds
lgadoàsaÌtesvisÌla
FoÌtemente
emadquiÍlrumrnaior
da nt-^ressêdã
s,o SurÍealSmo
conhecimento
é umavanguar
do serhumano
Seusseguidorespretendem,pol Íneo da va oÍzaçãoda do
fantasia,
pela
sonho,do nteresse loucuÍ4, libeíaro huTnano,
ìnconscienÌe ter-
alndamuto poucoexpLorado.
renofér1iJe
peLoinconsciente
O fascínio e poÍ todasasforrnas quevão
alémdarealidade objetiva
aproxiÍÌìa dêteonapsca
ossurrealistas
nalÍticadeslgÍnund ParaFíeud,
FÍeud. o coÍnportamentoconscente
é. emgrandeparte,regidopoÍdesejos e rnpulsos que
LnconscEntes
poucoou nadatêma vercomasleisdalógicae daraciona idade

cômposicão Câdés deícadodeValêntnêHuqo,PaulEluâd,NlschBúêrde Andre


Er e t o n1, O 3 4 , c r a v o n s ô b Ê p âO
p êml é t o d o d a a s t ô c a ç ã o l v @ í ã d o p o r F r e u d p a r a
compreendeÌ proc4os mentaÈn.onscentesíôlin.oÌporado peossuíeêÉtês,que
ìnvenÌaram !mloqo chamadoGdáverdê câdo.Cadalogador.ontÌbúâ com umâ
Daavraoü desenho, vnâvâô papêlepa$avaparao próxmo. O nomênaÍe! 0e lma
dasÍÌasesÍormddasem um pqÕ Íles.Ã: a Gdé@ deli.ado bêbda da vnho novo

a 5o2 24
CAPIruLO
LIÌERAÌURA
-.

:
As basesda psicanálise:
o modêloÍrèudiano
FÍeudpropôS uÍn modeoexplicatjvo paraa êstrutuÍâ do nosso"sÍema" psÍ
5 quico.O compodamento humanoévsto;rìêssã teoriã,comoo Íesultado claìnte
p
ÍaçãoentÍeÍês partes:id, ego e superêgo.
ò ia serao aclomaisaqresevoean matesco,aominaao pelosdesejos
dendturezê
sexuale vÍedasiÍr.rpos s e sodas. O id evaà buscaÍsernpreo piazeÍ
çóêscLìltura
- O ego,domTnodã percepcão,dopensamento e docontiolemotoréoencãffega-
do deencontÍaÍ formas dealcançãrê ea izaçáo do desejo contidono d Quândoos
Ínp! so9sãoinãce táves (poÍquecontraÍiamÍegras deconvvència soca, porêxêrn-
o o\ o aqodÊrÊdÊ-,ed o é do\ rÍecè-gmosd€'eo€r9êo. q-e'un.ionâr, o-ìo
^'ìdFoÈ ÊoêdêÍed osoJ Lo onrrào' àlaq-es e oeÌà-ìdà.rrd,|o1di.do id
E 5crtó Ìod € Siqmln dFr eld( r 856- 1939) o supêregofuncionacornoo censordo d. É nêê quefcam guardadas as
probiçÕes, asÍ€grassocalmente rnposÌas ao ndvÍduo.
D€certaíoÍma,o embateentreo d e o superego simboliza o confrontobásco
enr'"o, deseosrrdNdL"r.'às)ocddo\ do orÌê -o ê o regd., o e.nd. oÍêê1-
lesno sequndoìo êqoe o arbtro desse embète

Ossurreâlstasvêema teora de Freud comosinalde quehámuitoa ser


descobertosobreo serhumano.Eêsacredtam ouea razãonãoé o melhor
nstrumento pãrâessas porqueela gnoranossounversoincons-
descobertas.
ciente.PoÍisso,as manifestaçóesartístcasque pÍoduzemsão um desafo
evdenÌeà orqanização racional
do mundo
Exporandoos m tesdo real,estudândo a loucurâ,
ossonhos, osestados
alucnatóros e outrasrnanifestações
do inconsc produ-
ente,os surrealstas
: zernLrmâ aÍtede ÍÌìpacto,quechegaaténossos diâsnâsteasde Savador
DãÍ, JuanN,4iró,
G orgo de Chricoe RenéMãgrit1e,en'treoutros.
ì
r Literatura
surrealista:
dimensões
oníricas
O grande nomedalteraturê sLríea Ern1924,e e pu-
istaé AndréBreton.
it blcaem Pariso Manfestodo SuffealÀmo, em qLre
defneo espírtoe osoble-
:: lrvos0a novãvanguaÍoa.
B:; NaliÌeÍatufa,
a liberação
do ìnconsc
entedeveseralcançadacomo auxilo
da escritaautomática.No À,1ãnifesto,
AndÍéBretonensnâcomousaro au-
o rìo . !' ro oà è' 47ê- " 1 " -oi o nconrLente
t

N{andcnÌ trzer âlgo (om quc cscÌe\ea dcpois de se hà\€rem esnbeìeci


do cm um Ìugar tão favorá\€Ì quaÌÌto possívcÌ à conccntração do espíriro
sobre si mcsnÌo. PonlÌaÌÌì-seÌÌo cstado mais prssiÍi, ou receptìvo que pude
rem. Façam abstracão de seu gônio, de seÌrstaÌentos e dos dc to.los os orÌ
tros. Dìgam a si mcsÌÌìos cìuealiteratu.a é um dos mais iÌistes camiÌÌhos que
Saradat Dai, Sanhacâusâdópelôvôode levanr a tudo. EscrevaÌn deprcssa, sem um assunio preconcebido, baslante
úhà àbêlhaêútÒrnÕde )na rcná un clepressapara n;io se contercm e não serem tentados â rcÌcr A primeira
segúndÒêntes.le a.arclat, 1944. O ea fraselirá sozinha, ta1ìlo é verdade que a cada segnndo é unìa fiase estraDhÂ
sobremadera, 51 x 40,5 cm
a nosso pcnsamenlo consciente quc só pcdc pàÌ.Ì se exteriorizar.
nRL'ION, An{ÌÍé In: TE],ES,Ciì!€ilo \{endonç]. vntaa a tutq)aa
\ir7es,198íi.p. Ì9,1.(lrgm€nb)
I núdmisflo |tanlìn.9 ed. Per.ópoììs:

O resutadodesse processoé sempreum textoemqueasrelaçõesógicasnão


deapoo paÍao leitor,porqueas magens
seÌveÍÌì criadas equiva
nãoencontrarn
lenteno mundoconhecido. Privado dasbasesracionais nãoregtaao
deanálise,
a nãoserentÍegar-se
leitoroutrasaída aouniverso peo texto.
desonhopToposto

Vanquardas
cu|tuÊlsêuapéias:
ruptuae tarìsfomaçao5O3 a
T I TER A T U R A

Ecos daliteratura
brasileiros surrealista
o SuÍealsmoançasuasraízesna obrado rnodeÍnista
No Brasll, N,4urilo
que trazemà
Mendes,que pÍocuÍ4,em váriospoemas,constÍuirin'laqens
tonao m Steroso nconsciente.

AproximaSo do terntr
Dos brâços do poeta O abismo bate palmas,
Pcnde a ópera do mundo A ÌÌoite apoÌItâ o revóhtr Pende a ópera do mu1ìdo.
(Tempo, cirurgião do mündo):- Ouço a multidão, o coro do uni\erso,
O trote das estreÌas
MENDES,Mndlo
lá nos subúrbios da caneta: Pa6ia nnlhk . tn6a
As rosas perderâm a faÌa. Rjo deJanei.or Nova Águìlã.,
EÌÌLregase a note a domicílio. 1991. P 131.

A Sucessáode magens no poerna


apresentadas nãopermtequeoetor
componha um quadroúnco. raconal,em que perceber
possa as reaçóes
lógicasentreas A
seqüências.atÍnosÍela
criadalembÍao espaçodo sonho,
em que acontecmentostotalrÌìente
não reaconadosse apresentamencã
deêdo5, como se formassem
umê seqÜêncla Ógica.

brasileira
A heranca
dasvanguardas
A prncipaherança dasvanguardas européas parêa lteÍatuÍabíãsieira, :
â émdainíluência quealgumas
localizada delasexerceram sobreceftospoetas
é o impulsa
e egcriÌores, os modeosarcaìcos,
dedestrulÍ desaÍiaÍ o gostoesta-
beecidoe pÍoporumolharinovadoí parao rnundo.Ruptura e tÍansformação:
doistefrnosquedefinem geração
bemo espírtodaprirÌìeira ÍnodeÍnlsta, como
veremos no próximocapituo.
lustamente porquetiveÍaÍÌì
emcomumo desejo de
questonaÍ posturasconvenconãts e cofagem paraou-
! sar,não se podefalarerÌìurnê"Ìradção"específica
clasvanguardas.serìaatéurnaconiradição pensarque
rnovmentos tãodesaíladoÍesestãbeleceÍ aÍÌì" padrões
"
a Serem Seguidosem momentos futuÍos.Seulegado
g foia rreverêncadiantedetodoe quêlquer padrãopre_
: estabelecdo.
1 ComSuas pÍopostasagressivas,iconocastãs, desa-
fadoÍas,asvanguaÍdas ibeÍtarêm ã aÍte dos modeos
que,duranteséculos, dominaram o olhardosaÍtistas
pêraa realidade.EmresuÍlìo, craíaÍnumanovãarte
paÌaum novomundoe umanovahurÌìan dade.

N eryD erqbdeaD or,l 9l 2 Óêosobretel a,54,5x4 7, 5cm


l rmael
E m1927,opnÌorbrasl ei fol smãê E !Íôp
N ery(1900-1934)tol à ê,
ondêtomoücô.tâtôcomêsobEsde Chagã|,DeChircoe PGso
Agúrs deseusq!âdÍÕsreíetemess.snÍúências.

a 5o4 caPlTULA2A
I"ITERA ÌU R A
.rl*

O pastorPiawista o poemaapresentaumô cena com elêmenlôs


esÍànhos ao rêal,que reÍnetemâo universodos
IJmaestranhasituaçãoé apresentada sonhos.Que cena é essa?lustifìque com passa-
gensdo poema.
nestepoema:pianossão "pastoreados' nasimagens criâdas
r o queproduzestlanhamento
f
Soltaram os pianos na PÌanicie deserta O título do poemaapresenÌa mâisde um sìgniÍi
Onde ÀssoÌnbras dos pássaros\'êm beber câdopossível. Qualseriao significado_maiscon-
Eu sou o pastor pianista, vencionaldã expressãopastorplanlsÌã?
Vejo ao lonÍle corÌì alegrÌa mcus pnÌìos r Quesignúlcadoea assLrmeno contextodo poeíìa?
RP.ÒÍrareÌn os vtútos nÌ
r QLree ementosdo textoiustflcarnsuaresposta?
Na última estrofe,o eu liÍico deixa de se re{erir
Acompanha.Ìo telas rosas mrgÌadoras aos pianose passaa refletirsobÍea natureza
,q.pasccÌìtoos pnnos: gltarÌÌ humanà.Quaissáo,sequndoo eu lríico,àsã{ões
E traDsÌÌìilem o antigo cÌamor do homem desempenhadâs pelo homêmno mundo?
Qrre Ìeclamìndo a contcÌnPìação, . Atíãvésdê queIÌìeosohomem"comunica-se com
Sonha e provoca aharmon'a,
'liabìlha mesmo à força,
r - plo-. poÍ o i" è. ^ooôr. aooo old md
E pelo leDto Ììas lolhagens,
êstÍanhaanento nessa€stTore
= P.ìos pÌaÌetas, Pelo a dar dâs m heres'
PeÌo amor e seuscontrâsÌes,
CoÌÌÌunica-secom os detÌses.
' NÍlNDllS N1uno'1rturamt0va
Rjo .l' iú e r r "Rr ' ' ' r l 00 l'
07 [! ÀpsceÌrô: .on,]Ì,o o pado,Pà$orio

-M
5

tiìdo o
A aÌtc pósiÌnpressionistâ é a pdmeira a renunciaÌ, cm prìncíPio' a
ptrdrreaqdi rb d\ A
ArnoldHauser (1892_1978) a ,o e ,r" i l u.ori u Ja real i üd' cre\P ri m' i ' uJrrnrd' (-LrbFso
d ì d e t.rììa.,o Ll .Ü berrd, < 1.' oúi er.' n' rurrr' l l urun 'm '
nascêunèHungiáe eíudou .une.ü'nro rÍdsum q i om f, mê!ÌrJ dê'r\ao ro
e\Dì dnrlii.mo c
aítee teraturanasúnivêÍs "*iuni.mo.
BLrdêPêíe,vêna, i rì' o ' ,.' ' " r' i .n' " ìi ' .r.l o, nanuea e:Jümador da Frhdrde l l
dadesdê -
adotouconìo
'À e, porém. artiimpressionistâ aiÈ{ia nouro $cntido: é
e Pans.
Bêrlirn
lvrosa u-^ arte "'"a.'ìiu
-r. r"na"menaineììte "feia", qÌle Íoge à eüforia, às fonnas Íàscinan-
prcmlssa paraseus
d-áade queaÉee socieda i.". i' i."*a"a*
. ;, .ores<roimiressiõrlsmo.t .l ImPlicaunìãtusa
nfllenclando ansusúada de Ìudo o {ìue é agradáreÌ e dá przer, de tudo o que é pum-
dê nteÍêgem,
5ê mutuarÍrente. D€Tendeu uente decomtivo e atracnte. l. .l
qLreas ÍaÍzessocaisda Lte HÁÚSER,Arnord -l/ir,@a9aaLA4ühttútueiaLnrt li^'l\çào: üârer tl Oetren
ratuËe da ãrtenãoPodram 3.t.L Sãorâúo: Vestì€ lotr, 1982 Ìbrno 2 P lrÌS1Ir9 (IEgÌrcnnr)
seÍignoradas.Dvulgouessâs c'{pllqee
idelasnasobrasque escrê- Rediidum pàragÍàfoãrgumentaÍivo em que vocèexpliquepor que
veu,entreasquas s€deíâ- oara Hiuser.a de{orma(ão da realidâde e â "Íugà anguíiãdà de tudo o
G Históriasacialda fteratu' oue é aqradável e dá prazer" podem ser vistas como ponto comum entre
iuuismã. futurìsmo,oadãísmo,Expressionismo e surrealismo'
Antes dê desenvolver seu parágíaÍo, sugerimos que vocêconsidereos
se9urntespãssos.
I Relea a seçáoque apÍesenta o pÍojetoãrtÍsUco dasvanguardas'
r Reeiaos textos ltefários e velase eles taÍrìbém apíesentam ãs caTactersÌ[as
apontadâs poÌ Hauset

rupturae Ínnsfamaçao5O5a
cultutâiseuropêiâs:
Vanguadât
Poroossistir+1 PoronovegorJfl
os ãmoresde Plcasso, de lêmeslvoryEUA,r996 http:/ lwwbcn.fjmiro.es
F ilm eãm bienta d oê m 1 9 4 3q u e re tra tâo ê n v o l vi men Mi ró que rêúnea
sti e dã Fundação.l uan
ro do pinr o . pn. . o . o m 6 0 d ro \, ' o m j o v ê mI r" n\oi .e obra do arti sta cata ão que trouxe ao
" sufieali5moa dlnrensãosênsívêlde uma pes.
G ilot ,de 23.A m o ç ãi d o l a trãP i .a s o e d e s e j ato rnaFse
p int or a.O s dois i n i c i a mu m re a c i o n a me n toq u e dura quisã de espãçosaÌmosfèricose de trans
1 0 anos ,m a( ado p e l ãi n fi d e i d a d ed o p n to í p e l o nas- iormaçõessubjetivas. *
cim ent odos dols fi l h o s d o c a s ã lê p ê a d ê s c o bêítade httpr//wwwmuseê-picasso.f r
Frânç ois e, c ondu z i d ap o r Pi c a $ o ,d o s g íã n d e síì ìestres O rte do MuseuPkãssoreúneobrasque
d a pì nt uí ãe s uaso b ía s . lustramasdive6asíases da criaçãodoartkta
espanhol.Válida parao estudodasvanguaF
das,a apfoxÌmaçãocom o acêruoauxila a
! coínpreensão do processoderupturacom os
modelosconsagíãdos pelâ burgueslado sé-
cu o XrXque íoireãlizadopeloscubistar.
http://ww.macvirtual-usp.br
o slte do Museude Aítê Contêmporânea
(N,aAc). entre seusprojetosiapresentêumâ
pági nadenomi nãda" arte do sécul oxx /
X X I V i si tando o MA C na W eb" , que
conceÌtua,-"xemplifka e ilustrãosprincipais
movimentosdasronhecidasvanguardâs eu-
ropéi ãsêdoModernÈ mo O MA ç
brasl l êi ro-
reúnebom aceruodepi nturãdo sé.ul oxx,
e o síte po$ibilita pesquisae visitav ftual :
què podern ajLrdarna compreensàodessê
O nistëria de Picèsso,de llenry GeorqesC ólzot Françè,1156 períodoque tênto Íá influenciarê pÍodu
Documentáriosobrea arte de Picãso.feito pelo.ineaía çãol i terárÌadese sécul o.
íran.êsHenry-Georges Clouzot.Realizãdoem 19s6,oíìlme
regiíra o procesode (Íação de Pica$o.Convencidopêlo I
'i nedn" .o p nr orr o n ,o d o ue Í m o írd ' (o mop o d J zi èsLàs PoroouviríJ
obíasdê ãrte.Parao documêntáro,íoíam criadas20tê a5,
oJe èooso rF m ro dès 'ilrì'àgpn:ío.èÍì desFLrdàs. .espê
ta n d o u m a d € te rm i n ação
do . Píanoworks,de EtkSaIe Mo!epay,200l
pintorfeitanocontrato,Couzot AmúsÌcadeErikSatieinfluencioua música
fÌlmou a execução de cãdãtela, do sé.ulo XX devido êo seu rêvolucioná.Ìo
.ãpturandoo pro.esso.fiativo proceso de compos(ão.Músko eÌcêntrico,
de Picasoemtempo real.O do- trêqüentavaa boemiaparisiensee í avasuas
cumentárioÍoi dedaradotesou- peçasmuskas a paruf de cenasda iteraturê
ro nacionalpe o govêrnofrân e do cotidianodã cidadecoínmuÌã ironiae
cês.Disponível ãpenasenr DVD. irismo.O discorêúnesuasínúsicas ma s po
. Metrópolis,de Friü Láng. pularesr"Gymnopédieí'ê "Gnossiennêí'.
Al e m a fh a1, 9 2 6 .
Ai n d ah o j eo me l h o rexem
plo parão ímpetoÍuturinâ do
começodoséculoXX.Metró-
polÍsoÍerecêritmo aceleíado
e o anúnciourÍ tanto ProÍé
t co do que serlamas metíó-
polesdo sécuo XX: cidades
c a ó ti c a sd i v i d i n d os eu ter
ritóíìo â partk dê divisãodè
c l a s s e s o c i ã i !.F o i l a nçado
e m D V De m 2 0 0 2 .F i me em

a so6 cA TULa
24
J oh n n y v a i àg u e ïâ ,d e D àto nÌr!m b o l adLrçãoE zavèny 5ãoP aul o
Re! m e D u ma rá ,2 0 0 3 .
o ìvro.ontã â história de um jovem soldadoamericanoque luta na
P r Ì m e i ra desuma
â real i dôde
c u e rrãM u n d i a l e s e .h o c a com na doscêm
pos de bataiha.Atingido por uma granâda,o rapãzíica completamen
t e m u ti l a d oe v i v es ê u s o íri m e n toem um hospl talmi l i tâ. P ri vãdoda I
visão,do olfato, dê ãudjçãoe da fala, pois ã granãdãatingiu seu rosto,
lohnny usaa pe.cepçãodo quê aconteceà suavolta para reconstruiro
pas s a deo o p re s e n teU. m ío rte re trè todogrãndeconfl i tomundi ãl que
mâícao períodoem que surqemasvanguãrdaseuropélase queíiona a
exaltaçãoda guerra pèlosfuturistas.

' asvansuardasartisti2s, de Maro de I\4chelii 5.ioPauloMêrtinsFonÌes,


2004
o livrotratd dãscorentes ãÌtisticasquesurgjramna Europêno inkio
do sé(ulo XX como ruptura com a arte do pa$ado. Expressionlsmo,
Cub i s m o ,F ri tu r s mo , D a d a ís m oe S urreal i smosão anal i sadose
exempliÍkâd05pelo autor

' cub,sno, de DavldCotÌ ngton 5ãoPaulo:Cosac & NèÍy,1999


atrajetórla do Cubismoé contadanena obrã pelo professorde histó
riã da arte Dãvid cotÌington. Ao ânalisarcercêde 60 obrãs, o ãltor
retoma a tíajetóriã do movimentovanguardisÌãquea9itou oambiente
l
H u n ìp h re y5sã oP a!o cosac& N ai y,2001
' F ufu r;s mod,e R i .h a rd
RichardHumphreys,cheÍe do Depãrtamentodê Educaçãodã Tate
GâllêÍy,apresentaumã rêtíospectivãdo maisradicalmovimentodevan-
guarda do séculoXX. Poí ínêio de suâãnálise,conhecêmosâs origense
os significãdosdos píincipas man iÍeíos íutu ristas,ãìémdeváriasobras
dos principaisartistasda arte Íuturista.
. Su.real,imo,de FonêBradey.SãoPâuo:cosa.& Nalt, 1999.
! a a u to ra c o m ê ç aa p re s e n ta n doum hi stóri .o do surgi m€ntodo
surealismo,idêntlficando nfluênciasdocontextoe mostfãndoos pon
tos de aproxiínaçãocom o Dadaísíno.Curãdorada TateGàlleryde Lon-
dres,FionãBrêdleyÍaça um panoramabãstantearnplodesa vãnguats
e x p l i c ad. e q u e m o do a pi ntuíaJoi contami nada
da, p ro c u ra n d o pel o
c lim ad e e s tra n h a me n to dossonho5.
ê i mp re v i si bi l i dade
. su.realismq de CaÌhrn KLingsôhFLeroy.
ÌaÍhen do Bras, 200s
após umã brevêaprêsentação da vanguêrda surea lista,aêutorèanê
lisaváriasplnturase esculturâsque definiram o movimento-Obrãsdos
mãisinfluentesartistas,como G orgio de Chirico,Hansarp, Mêx Ernst,
RenéMagíit1e,Juan Miró e salvadorDalLsão caracterizadas de modo
didátko. Boa lntroduçãopaía quem desejãconhecer,por melo da ob_
servaçãodãsobrasde âítê, a5principãs característicãs do Surealismo.
. Exp.eision/srro,de shulamth Behf 5ãoPlrulo:cosac& Nafy,2001
A aÜÌorãdiscuteo expressionismo alemão,o caráter revolucionáriô
dessaestéticae mostrasuasrelãçõescoma gueíaeã contra revolução.
. salvadorDali de GillesNeret.Tãschen,2004
Livro que ãpíêsentaa vida e a obra de um dos ma ores nomesdo
SuÍea1ismo. As feproduçõescolorldãsde suãsobíaspermitemvjslumbrar
o unÌvetsoonírko que o pintor, escultoíê êscritorretratou, inspiíãdo
pelavanguardaque cêlebrêvãa expiora!àodêslmãgensdo inconsciente.

Vanguâftlas ruptune ïênsfoïnâçaa507 a


cuituniseurapéìas:
Modernismo no
Brasil.
Primeira
geração:ousad
ia
e Inovacao )
t

Fe,/ereìrc
de | 922.Na eleganteTêattaMünícipal,ã e//teâs_ilsÍe
assambradà à aprcsentaeãcde iffeverctttese jovens artistas:
suaarte redefinede morlo ousadoospadtõesestéticosem voga.
A reèçãoà aprcsentaçàoé vìolentae imedìatâ.Nêstècapítula,
saíbatua{oa que aaonteaeiê corheçãr)5caminhasda lìteratura
brasíleiraÌnaugurcdaspela Semanade Arte l'./todema.
E

::

Ìar a doamara,carÌâóposía/,1929,óeo sÒbrete.A manera novadora


comoÌa61. representava
a nâtureza.a!so!polêúicanô nico do sécuo XX

cAPi[uLa
25
o que voaêdeverá saberão í. Observeo ouadrodã abertura.Oue elementosda naturezaestão
rêpresentados nessaobrã?
I . O que íoi a Semànàde Arte 2, O quadrorecebeuo tÍtulo dê Cartáo-postal, ou seja,um cartãoquê
. Qual a impoftância dos registraumã imagemcaracterística de um ìugar.Que aspectos da
màntíestosPâu-brasil e
naturezabrasileira Tarsilado Amaralescolheu comocaracterísticos?
Antropófago.
r A paisagem p ntadaporTãÍsia doAmaÍaé umarepÍesentação estrl-
zâdado RiodeJaneiro, como Pãode A(úcarocupando o centroda
2, Qual foi o caÉtet inovadol
das ohras de oswald de
te a. QueÍelação a artstaestabelece
entreo títulodaobÍa,o cenáÍio
escoh do e a Íormacomofo repfesentado?
. De que nodo o naciona- 3. Revejao quadroF/orestayirgem,do Condede Clarac,que âbÍiu o
Iisno de oswald associaa Capítulo13.
íronia à crítíca. r A natureza peloCondede rÌìodoÍÌìuitod fe-
brasie raé rêpresentada
3. Como se caraaterizamas rentedavisãodeTarsla. Explqueporquê,considerando aspossíve s
obrcsde Mário de Andrcda intencóes decadaobÍa.
. Qual a impoftância de
Macunaímana def,rição 4. O usodascoresfortese o modocomo os elementosdâ natureza
de um novopeiìlde "he- foram recriadossugeremumateleiturâmenosÍormal,maisale-
rói " IiteÉ rio bràsí|eho. gre e irreverente,
ComoissoÍicaevidenteno quadro?
4 Por que a obra de Manuel
Bandeìrà èbriu novasperspec-
; tivas paraa poesiabrasilei.ê.
. Cono o lìrisno passaa ser
deíinido a pattìr de ele- 5. A releituracríticadossímbolos é umadasprin-
dâ nâcionâlidade
mentot cotídianos. cipais<aracterísticas
do Modernismo.VejacomoRonaldde Carva-
5, como se define a píosã de lho âoresenta è novaidentidadedo oàis.
f Antdnìo de AlcântaraMa-

. De que moaloa íelação


entre pdulistase inigran- Brasil
tês ítalíanosé têtrctadd

E
Nesta hom de soÌ puro

t PedÌ?s polidas
CÌâridàdes
Fàíscas
CintiÌâções

Eu ouço o canto enorDe do BúsiÌÌ


t..l
Eu ouço todo o BÌasiÌ cantando, zumbindo, gdtando,
vociferando !
R€desque s€balançam.
Sereiasque apitam. Ilr Ílill
Usinasque rangem,maÌtelam,ârfam, estÌiduÌm, uluÌâm

Rumor de coxilhas e pÌanaltos, campâinhas, reÌinchos,


aboiados e ìnueidos,
Repiqües de sinos, estouros de foguetes, Ouro Preto,
Bâhia, Congonhas, Sabará,
Va i a . d c B oì.ã. empi nr ndo n úmr I o, , omo papagai o..
T u mu ìLode nrd' qu" qard,o' ci dm
" ub an !nhr-.cu..
Vozes de todas as raças que a maresia dos portosjogano sertão!

l\4odehlsna Pineia qeaçao:ausadia


no Brasil. e ìnovâção5Og a
LI T ER A Ì U R A

lB s*i6: sü-*,. o Nesta ÌÌola de soÌ puro eu ouço o Brasil-


o Todar a-snÌas conl€rsas, pátria morena. corem PeÌo ar. . .
o Aconversa dos fueÌìdeiros nos cafezais,
t! A conaÍa dos mnìeiros nas gâle as de ouro,
G A conversa dos operários nos fomos de aço,
A coÌì\,ersados garimpciros, peÌìeirândo as bnteias,
E A con\e$a dos coronéis nas varandas .las roças...
o Mas o quc eu oüço, a1ìtesde tudo, nestahora de soÌ purc

PedÌas polidas
CÌàrìdades
Brilhos
Faíscas
CintiÌaÇões
E o cãÌÌto dos teus beÌços, BrasiÌ, de todos esscsteüs berços,
onde dorme, com a boca escorreÌìdo leite,
moreno, contìanre, o homem dc amaDhãl
C-ARuALÌIO,RoMÌd .le hì: BANDÈIILd,Àlanuel(or g ) ldol,EÌa n^ Pa.tasÚa\ihiú
laseno{Ìèna.Riode.lâftiro:NomImnr€jÍ7,19Sôt: 1,!r 12 112ô (Fragrcnro)
e

r Segundo o eu íÍico,é possível do Brasipor


determnaí a identidade
rÌìeo de um ÚnicosíÍìbolo?lustifque.
j
5. Releiao trechoabaixo.
"Eu ouço rodo o Brasil .antatuÌo, zunl'indo, gitando,
1io.;ídandol
Redes que se áala?4rn,
Sereias qrc aftla,r
Usn\as q\1e rangen, maÌtulam, ariàn, estrìàulan lllulan
e ronc nl"
r Qualéa imagêm doBras peosverbos
lsugeÍida deÍacados? Explique
7. De quemsãoasconversas a que o eu líricose refere?Ondeelâs
acontecem?
r OsLocais mostramãtvidadeseconômicas
dasconvelsas lrnpoltantes
parao país.
Quais aÌv dades?
sãoessas
. O que asatividades
demonsÌramem Íelaçáoao aspectoeconômlco
d o p a lsl
8. Transcreva o versoqueÍaz referênciaà pârticipação dosimigrantes
no desenvolvimento do pâís.Expliquede que forma issoé feito.
r OsdoisveÍ5o5 a essetâmbéma udemmetaÍoricamente
anterioTes a
mportantes por quepassou
transforrnações o BrasI Qualssãoelas?
r Deque modoessas transÍormãçõessãointeqradas ao retratoque o
eu líricoÍazde suaÌlátra?
9. Depoisde Íalar dos imìgrantese dasriquezasdo país,o eu lírico
aÍirmaque esseé o "canÌo dosteus berços,Brasil,de todos esses
teusberços".Comosepodeìnterpretarousodo pluíaI nessevêrso?
I O homemde amanhá é "moreno". O queessatonaidadede pele
Sugere sobTe o povobrasleiro?
r Alémdemoreno, é apÍesentado
o brasieiro como"contiante", como
o "homêmde amanhã". Essa
imagem sugeÍe um Íuturograndioso
Darao DaísPorquê?

| 51O CAPÍIULA2\
LITERAIU R A
-.

A República
Velhachegaaofim
Nocomeçodosanos1920,o exéÍcitobrasieroviva umasituação desani-
madora:o treinarnento era nsatisfatór o, os arTÌìamentos eÍamantlgos,os
soldoseÍãmbaixos. Ostenentes estavam entreosmaisinsatisÍeiÌos, pos erarn
rnutose as promoções podiarnevarênos.Nadaindicãva queo goveÍnodo
oresidente EDtáco Pessoa riamudaÍesseDanorama.
Foiemmeioâ essasituação queocorreram váÍiasrevoltas militares,
conhe
cidascomomovirnentos tenentlstas ou tenenusmo pelapartclpação signiÍi
cãtrvãdetenentes. a
ErÌìju hode 1922,ocoÍeuumarevolta no FortedeCopacabana, Ro de
laneiro,promovlda por l7 tenentes e unìcivilquequeriam depoÍo pfesi-
denteda Repúbca Ep1ácioPessoa. Elaleve oÍigemna publicaçáo, antes
dase eiçõespresidenc ais,de duascârtãsanônimas petoCorreioda Manhã.
AÍibuídas aocândidato do governo ArturBeÍnaÍdes, ascaÍtasnsultavam o
presidente do C ubeMi tar e ex presdentêda República marechal HeÍmes
LuÍscarlosPreíese membros da aoluna dãFonçecã, chamado de "sargentão semcompostura".
€xladosnaBoÍvia,LaGaiba,1927. Bernardes saiuvtoriosonase e çÕes e suaposse Íoi rÌarcadapaÍanovem-
bro.Emjunho,o qoverno sofÍeu duÍascÍítcas deHêrmes daFonseca porsua
intervenção nasucessão estadual dePeÍnambuco. EpiÌácio Pessoa reagiue no
dia2 de ulhornandouDrender o Ínarechae determinoLr o fecharnento do
ClubeMi itãr,combaseemumalêiquedavapodeÍaoGoverno paÍaelirÌìinar
"associações nocivasà socedade".Trêsdiasdepois,o movimento tenentsta
começou.DuÍante24 horas,os 18 do FoÌte,cornoficêramconhecidos os
revoltosos, enÍÍentaram os maisde ÍÌìilsoldados dasfoÍçasgovernistês e en
tão seentregafamDoisfalsários conÍessaram, maistarde,seíos autoÍesdas
caftasatrbuidasa Aítur Bernardes.
Emluhode'1924, outÍogrupodetenentes, reivindicãndo rÌìaoÍ repfesen-
tativdadepolÍticã, voto secretoe justiça,deu níco a umanovaÍevoltaem
SáoPauo. Umnìêsdepois,diantedo avanço dastropasgoveÍnistas. os revo-
tososretraramseem direçãoao interor
ErnoutubÍo.troDasno Ro Grandedo SuliniciaÍam outro evantecornan
dadopeo capiiãoLuísCarosPrestes e encontÍaram-se corÍìos rebedespau-
lstas, que naquee momento estavam combatendo em Fozdo lguaçu, no
Parêná. Estava formadaa CounaPÍestes
Durantedoisãnos,PÍestesiderouumacolunade aproximadamente rÌìiL
homens, peÍcorrendo o Brasilporcercade20 mi quilômetros paradiÍundiros
ideaisÍevoluconáros comunstase concamaÍo povoa se revoltafcontraas
el te5\ege.àis, ou\e.d.o' grd"dêsdì lu_d.dr,os qu;'(onl odvdmè produ
ção agrícoa e pecuária e detinham o poder po ít co. A Couna Prestes não
consegulu derrubâÍo Governo,rnasa maÍchamostÍoua crisepolÍticae o
deselodosoÍcais deteÍemumaaÌlaçãopolíticamaislncislva.
Na economa, o mundoencamnhava-se paraum colapso, concretizado
coma quebrada Bolsãde NovaYork,em 1929.O Brasil,quedependiã em
gÍandepartedasexpoÍtações decaÍé,soÍíeuuÍnduroqolpee tevedeenfren-
taÍ !m peíodode gfandenstablidadeeconôÍnica.
O agravarnento da cíiseeconômica contrjbuiuparatornarmaistensoo
clmapolítrco, queatingru o seuaugenaseleicões de 1930,quãndo o presi
denteWashington Luísrompeucoma política do "caÍécom-leite".Essa polí-
t cã píevaa alternáncia entrepauistase m neirosna Presidência do Brasil,
Qu nla-íeüan€9Í. em NovaYofkem 24 garantndo poderpo ít co àsduasoligarqu as econômicas: os pecuaristas de
de oútubrode 1929 A mlltdão âo redor
dê Bo sadeVaoresda. dêdeenÍa em Ivllnase os cafeicultoÍes
de SáoPaulo.Emvezde indicaÍum mineiÍo.como
pâf co com o co apsoeconÔmco. eraa regra,Washington Luísindicouurnpaulista, JúlioPrestes.

lvlodenìsnanograsi\.Prinena
geraçâa:
Õusadia
e inovaçáo511 )
TI Ì ER A Ï U R A

A insatsfaçáo corno contÍolepau sta do ÌtoderuniulídeÍespo ít cose


t mi ìtaresde dlferentes
estados brasie Íos.FoÍrnou-se
a A iancaLibeÍa. Getú-
ìo Vargas concoÍÍeucoÍr Júio Prestes,quevenceuaseleições sobacusações
defraude.Comoo camnhodasurnasnãodeÍaceÍto,gaúchos e noÍdestnos
orgãnizârarn umamaÍcha emdireção à capta íedefal.
Quando láchegaÍam,
depuseram o presdenteWashngtonLuk.ÌeÍminavaassm a chamada Repú-
b i .à v ê l La . ' o n -oLddd pe o\ qrd^de, p op' rârd o\' -Íd ..
Getúlio
Vargastomouposse'provsóÍia"
em 3 de novernbro
de 1930.
Começava queseestender
a eÍaVaÍgas, a até 1945.
f
r 5ãoPaulo:
riqueza
e industrialização
Desde a v ndadafaÍÌìílarealparao BÍasl, eÍÌì1808,o Ro deJaneiro eÍaa
cldade de rnalorprestíg o polítcoe socialdopaís.Sededompéroe,mais
tarde,da República, o Ro concentrava boapartedosinteresses
tarnbéÍÌì eco-
nômcos,poÍquetuncionava comoportadeentradaparaasmercadorias irn-
Desenhode Bê môntÊ,dê 1923,reÍala
porladas da Europa e desaídaparaa êxportação da riquezanacional.
cenade nláo da bele époqde Esse cenáÍiocomeçou a rfudafcoma explosão do caféno interoÍ de São
Pauo. Novafontede riquezaquebrotavadasterrasroxasdo oestepauista,
cultvadasmuitasvezespelasmãosdos Ìmigrantes, o cafétrouxe,a érndo
degenvolvimento econômco,umatransfoÍÍÌìaçáo no eixode po-
irÌìpoÍtante
derdo pãís. Eleíinancoua industrialzação deSãoPauo, quelogosetornou j
umdosestados maisrìcos e influentes
do BÍasL
O glamour dabelleépaque a ndamaÍcavaasÍuasdoRiodeianeÍo,comseus
cafés,livrarias,
teatrose feçras.O Parnasanisrno,
comseusversos rígidose suas
rimasrebuscadas, reinava soberano no gostopopulaÍ. Mesmoo Simbosrnoe j

seuapeloaossentdosnáoabaavam o prestíg
o daestética deOavoB ac.
Poucoa pouco,poféÍn,a vidaculturade 5ão Paulopassoua sentiÍos
etetosdasvanguardas quetomavãrn a Europa de assato. Umamudan(ara-
dìcanasairescomeçava a seÍprepaÍada. Coincd ndocomofim daRepúbicã
Veha,o Modernismo cheqava ao Brasi.

r A polêmica
exposição
deAnitaMalfatti
Ern1917,ão votar dosEstâdos Unidos, a jovemAnital/lalfattiexpôs
ã guÍÌìas
desuasobras, queÌ ustrãvarn
a influência
dasvanquaÍdaseuropéi-
Lobatochanìoua atençãodo públco paraa expo-
asnoseuestio. lvlonteiro
sição,aopublicaÍnojorna A EsbdadeS.PaulauÍlìaduracrítca aotrabaho
da aÌlstae à necessdadede secÍiarumaaÍte"rnoderna". Paraee, essa
d e e ou,\'.ooodPd erol" proo,7ioàoot,n r". o, or -n pi Le onèr
"
Íaooao faoo.

Paranóiaou misüficafio?
Há dua! espécies de ârtistas. UrÌu composta dos que \€em normalmerr€ ã5
coisase em conseqiiência disso fâzem arte pllã. IuardaÌìdo os eternos riúìos da
údâ, e adotândo para â coÌÌcreúâçio drìs emoçóes estéúcas os processos cÌáisi
cos dos grudcs mcsrcs. 1...1A ourra espécie é fòrnìâda peÌos que vêem anor-
mâÌme te â nntuÌtza, e intepretàm na à luz de teori:Ìs eÍêmeras, sob a sugestão
cstrábica dc cscoÌâsreÌJeÌdes.süÌ1:idascá e lá como füúnculos da crÍturà exces-
siva. 1...1EmboÌã eles se clêem como novos precursores dÌu]]a arte a I'ir, nada é
mais velho do +re a arte anormâl ou tentológicâr nasceu corÌÌ a paranóìa e com
a nìistiicação. De há muito já qüe a esnrdam os psiqrúatras em serls tÌììiados,

a 512 cAPiTULo
25
L I Ì E RA T Ü R Â

docunÌcntando se nos inúnìcros desenhos que ornam as pâredes intenìns


dos manicômios. úÌìica diferença reside em que nos nÌanicôÍììos csta te
é sincera, produto^ ilógico de cérebros rmDsrorÌìados pelas Ìrais csrrmhas
psicoses;efora deles, nas cxposiçõcs píÌbÌicas, zaburÌìbadaspcÌa impÌeÌÌsa e
1920
absoÌïidas por ameúcânos malucos, não há siDceridadencnhuma, nem ne
nhuDa lógica, sendo mistficaçào puÌa.
ÍoB \Ìô \Íon,,l o tt. u-r,n I t n, cd \et, u,u
\,,."..,, .,. I tqòd o. | ú t.7 t'Jdì","r ,

È
Osarnigos daaÌ1ista oÍgânzaÍamsepaÍaresponder aoataque.Suaestrã
.P tégiafo tornarmaisvisiveis parao púbicoasnovastendências da aÍteeuro
Ê" péia.N,4árodeAndradepublcou,no-/orrêldo Commercio,lexto em queíaz
unìaleituracríticadosprlncipars poetaspãrnasanos.lnt tu ado "Mestres do
passado", esseaftigocoÍneçaa ÍeveaTos pÍincípÌos que orlentarão a ãrle
modeÍnista:rejeição ao artficialsmo,è "artepelaaÍte",àsregÍasirnitadoras
1921
dêctiação,à iÍìrpos(ão de um conceiÌode beezaconvenctonat.
A poêmicainiciada porLobato, alémdecontrbuiÍpafaa organização dos
novosartstas,taÍÌìbémdeslocou o eixocuturaldo Riode lanero oâraSão
Paulo. EÍalá quese encontrava o grupomodêrn stae de lá elesfariamo
" ançamento" oÍ cra de suâsnovado râsÌtÍooostas
estétcas
t

Semana deArteModerna:
trêsnoitesquefizeramhistória
I ErÌì1922,comemorava-se o centenário política
daIndependêncja do BrasÌ|.
Osintelectlaismodern stasviramnadataa oportundadedepTomoveÍ umeven-
to de gaa, erÌìqueasnovastendências estéticas
fossemapresentadas.Nasceu
assrrn
a idéiãdeÍeãlizarumasemana dearternoderna.
O grupo,formado poÍ Oswâld deAndrade, cuiheímede Almetda, l\le-
nottidelPcchlã,D Cavacantie Máriode Andrade,organizou umaséÍiede
conterências,exposiçõese conceÍtosparadivugarasnovasposturasestéticas
queees á discutam havia anos,
O avalde PauloPrado, importantemembroda aristocraciapaulistana,
garantiu qireos barões do cafépãgassem a contadaaventuramodeÍnista.
O entusasmãdo apoo deGraça AÍanhadeumaor cÍediblidadeà nicativa.
Logo,impoftantes inteectuaiscariocas
aderÍamao evento:SéígioBuarque
deHolanda, HertoíVla-Lobos, ManuelBandeira(quenãocompareceu. mas
enviouurnpoema)foram apenas algunsdosnomes quetornaÍarn partena
Semana deArteNloderna.

r Vaias,
relinchos
e miados:
o espantodo público
Na noitede 13 de fevereiro,
a elte paulstanacompareceu eÍn pesoao
começ â .Ícu àrafiÈ
úna deahtôpofasja
augadopor 847 rÌìi Íés (algopróximoa R$20.000,00),
Teatrol\lunicipal,
1g2A
paraassst Í à conferência Íeitapor GraçaAranha.
de abertura,
A conlusão aconteceu
nasegunda noite.MenottrdelPicchia,reagndoà re
pÍovação daplatéia,
af rmouqueosconseruadores provaveÍnentedeseiavarn
en-
1929 forcá-los
"uma uÍÌì,nosf nosãssobios
desuasvaãs'. Quando RonalddeCaÍva-
ho euo poêma"Ossapos", deManuelBandeirã, a agitação
vifouconfusão.

Madenisnona üasil Prineiragenção:ousadia


e inovaÇàa
513 a
L I T ER AÌ U R À

1. ..1 O lìeu lcIso é bom Clame a saparìa ü r*"","'


Em críiicas céticas: "ig"
Éle.iônxdó,puÌo
Frumentí' sem joio.
' N ;o hi mrr' poê,i a, Joi o.c.rr" d'
Parnasiano agüado, r' ìuoÀ gD rì èr
Consoantes de apoio. ' \ \pNo ?P I
Dizi "À{eu cancioneiro
ojoio do aigo', baÉ
l ,É o\.rpo-boi : "4 h
Vai por cin.Ìüenla anos :r..
&i i i8
rvi êrì pari ot ret rnì. 'if
Que thes dei a ÌÌonÌÌa: - - ,pd orl r.r,.f
-' \áoi or:--' l or' " \Ì,' f' ,i i . ri s" ' . .
F.m comer os hialos. " ru '
t l lom)
que artel E nuÌìcarjmo
Os rermos cog1ìatos. BANDtrrLA, Nlüuel, c|mNxl . PMn únlLaa I lúa
Rio deJaneiror,\uilài rc?4. p.158. (Irulqn.uo)

-"t Nopoerììã, Banderacritìcaseveramente parnas


a estética anae, à medida
que os versosforaÍÌìsendolidos,ê platélaos aconìpanhou cornapupos-Â
Íepetindo
assoblos, ru dosamente o refÍão"foil,não foii,ïoil".
O terceirodìafoi maícâdopeloincldente comVila-Lobos. Atorrnentado
porurncao, o músco nãoconsequ u caçaÍsapatos quecorn[ìlnassem coma
roupade gaa que usavae apresentou sede casaca e chineos.Atr bu ndoo
gestoa umaexcentficidade "futursta",boa paÍte dospíesentes sentiuse
ofendda pelaãtìtudedo maestfo.
Aindaem 1922,Máriode Andrade publicou o seuvolumede poemas,
Paulìceia
desvaìrada. Em1923,foi a vezde oswaldde Andfade,como ro-
mane Memórìas sentìmentaisdeloáoMìramar. ManuelBandeiÍ4, em 1924,
apresentouO,tmo dlsso/uto. Aos poucossurgiamas obíasque toTnavam a
asrnudançê5
rreversiveis anuncadãsemfevereiro de 1922.

Ë
deVilla-Lobos
os sonsbrasileiÍos

O trenzìnho do cai@rt T
L á ta i o trem.om0tneni no :
Lá vai e vida a rodaf z
I-á vai cirmda e destino
C l d â d e enoi teâgi rd
Lálai o tÌem sem destino
Pro clia no1'o encontrar
Correndo vai peÌa tcÍâ
\râi pela scrÍa,lãi pelo üÌtr
Cãntando peÌa scrra ào lüar
Corerdo entr€ as estrelasâ\oâr
Luar, no ãr, no âi, no ar
14LÌ"\ LoBOS, Henori GULLAR,IeÍei.r. Lúé.PrcÈ: Man" Bethâtria
A ía\a tu. mnn tuà No de Janeiro,BMG, 1999
DìspÒniveÌem: <hÌr1]:,//Ìw{:mtì)ÌÌ--i..ôn.b> A.€$o €m, 2i in! 2005.

cÍavada por Maria Bethánã, "o trenznho do caipra" tem músicade Heitor
V la-Lobose lêtfa do poeta Feffera Glllar. ouça a cançãocom çeuscolegase
depoisd sclrtâ:ea Íevea o desejode redescobÍr o BÍâsilqle Iìarcou a pr me ra
pêÊâ revsta g€Íaçãornod€Ínista?Porquê?
Chêrgede
Bemonte

a 514 (AP|!ULO25
I , I T E RAÏ U R A

O projetoliterário
daprimeira
Nãbiografiade SérqioBuarque
geraçãomodernista
de Holanda,eâborada pâralma Menottide Picchiê resumiu demodoobjetivoo projetoliÌeÍáriodaprimei
edição
or rnêenrcomemorâçaoao rageíãção Ínodern stas "náo
centenário
do5êunãscmentoe or-
de brasie ros.SegLrndo e e, o grupodaSemana
ganjzada
pelaUnive6idadedêcam-
formulouurÌìcódgo: íormouumaconsciência, um movmentolibetadora
pinas,
háumapassagêm queiluíra rntegrarnossopensamento e nossaaÍtenanogsapêisagem e no nossoespíri
avaredadedealrtorcsestrangeiros to dentroda autênticê brasiidade". Maisumaveza buscapelaidentidade
queanimâvãm asdiscus$es dospÍ- -ècional\o ta\àao.ê 1íodo o o .ro ltêíàíiodeu-ndgerè(ào ?
meìrosmoderniíasbrasie Íos. Paíacumpriresseprojeto,o l/odernsmo,inspirado pelaspÍopostasicono
c astasdasvanguardâs européias,deuinícioa um questionamênto sistemático
o grupodioa t.-.1Èunia{e dosvalofes q!e f!ndamentavarn o gostonacional. Podepêrecer contraditório
ò 4n fenàsdr ús do RonàÌd lde queo questionãmenÌodasinfluênc asegtrangerâsnacultura tenhasido
brasileira
CaÃãlÌÌol . Aí, âpareciú tànbém inspiÍadopor movimentos artísticos
euÍopeus. É preciso lembrêr,poÍém,quea
\'lÌla Lobos,Agripino Griecco,Pe renovação dasvanguaÍdas começava peÌãdestru do passado.
çãodosvalores
resrjno lúnior PauÌoSilveirat...l .
Éa cÍençana necessidade de destruiresses valores parapropoÍum novo
Lra Ìempo oo úrsl goveÍnJ
o haípaíaa altequeanimaospÍimeìros modeínistas AssiÌÌ,ao mêsmotem
do por Artur Bemddes. FaÌà\ãje
poquedavamseuqritodeindependênciã e sêrevotavamcontramodelos do
de políijca, de artc modema E.de
LÍeratnn. ,{ tôntc litcrána flosG passado, enfÍentavarnheroicamente â resstênc a deumpúblìcoqueculÌvava
fi.a en maisfiancesa.I...1MáÌio essesmodelos corÌìosinônimo de belezã.
t
irÍertssàva-\e por todos, alemã€s
e aneri.ànos nìclusive. O$rald e
Merotli ú pou.o peÌositãÌidos.
r Osagentes
do discurso
Liâje PrÒuÍ, lia se poêsià de Ascondiçõesde produçãoda primeira qeÍaçãomodernista estãod reta
i Vatérye QaudeÌ, Ìià* o grdpo de nìenteligadas aofenómenodasvanguãrdãs européas.ComovirÌìos,
cultuíais
lugudda (ApouinàlÍe, cocteau, An ta N/ìa
fatti íealizouurÌìaexposçãode quadros que,ao Íevelaíinfluêncas
C€nüds) e ossmeâÌistasBretô4
Am8ln, Eludd, nosquàishuden
cubstase expressionistês, chocouo gostoconseÌvador da elitepaulistana.
3
te e SéÌgio lBudque de Ho]andal Embora o Jorrãlde tenhêpubLicado
da Bahiã, a Mênìíestodo Fu
erm especiaÌizàdos.D€ ingleses, tulsmoem dezembro ^/otlcias,
de 1909,aspropostas de Marinettnãoalcançaíam re
c on. ac l. T hona s IIa rd y t...1 , percussáo enÍeosbÍãsieiros. Foisóem1912, anoemqueOswald deAndrade,
ktherinc Nldsli.ld, GaÌ$\orú)l devoltadasuaprmefê viagemà Europa, icaro têrro,quea divulga
fezrepLrb
Yeats,o irÌandôs $nge. Berndd çãodaspropoíasfut!rstascomeçolransplrarosjovens litêratos íos.
bras;le
Sha1v, x s. Elliot. t...1n osrusos, O progresso trazidoporinvençõescomootelégrafofaclitoumuitoo nteÊ
Tchccoy Dostoiélski, ToÌsúi. . dnb o Lulu oorq,eas ror daoe.d1,,tiLd, q.e ,JrgdT -ds pri_-pdis
"l.
DisPonivel
--n:
<htlP:// capta s da EuropalogoerarÌìnoticiadês nosiornas brasie ros.
{ai: urì.ânp.b./iiâ.q/sl,h/
bioemlia_ot.hdl>.
O inteÍesse deãlgunsrcosmecenas pelasnovidades comque
artisticasfez
Aceso em: lljun.2005. 5ãoPaulocontasse iteÍároscornoa Vila Kyrial,do gaú-
comsalõesartístico-
choFretasValle.As reuniões, ffeqüentadêstantopor rcosoligarcas quanto
porjovenstalentossemrecursos, eramanirnadâs peasposiçõesdeoógicês
muitasvezesd vergentes dospartc pantes.As idéasfew lhavame fecunda-
vama magnaçãodosnovosartlstas.

Modenisnana BÊsil.Prinelrageraçâa:
Õusadìa
e inavação515 a
L I Í ER AÌ U R A

Pdr"divugè es.ê'dói" ê. orin.pêl'rF^te. àpÍovêia'aaqia\.roo o\ocè


da pelaSemana dê ArteModerna, foi pÍecso magnãrnovosrneosde reaÈ
zara circulaçãodoslextos.Os primerosmodernstasbrasile rosinvestram
-o a^(dne_looerevislã1ê maniÍestos perri.idÍ à apÍê\ê_
A rê,vis.d- o-
çáodasproduçóesiterárasinspiradas pelanovavìsãoartístca Osmãn festos
t funcìonavam cornoespaçode deÍinição e d vulgaçáodosprópriospr ncípios
modernistas.
K/axor,a pr meirarevstaa surqir,a ndaem maiode 1922,traza no pri-
meironúmerournedtoriâlmanitêsto quedesÌacava seusobletvos:a busca
do âtual,o cuto ao progresso, a incorporação de novasfoÍmasartístcas,
comoo cnema,e a aíirmãção dequea artenãoé!Ìnêcópiadareaidade. A f
elasomãra m-seEstética(Riodelanêro, 1924), (ÍVinas
Á Âevlsta Geras, 1925),
TerraRoxae Outraslerras(SãoPaulo.1926)e yerde(N,4inas Gerals,1927).
to=@ A multpllcação dasrevistasmostraquea ondaTnodern staìa aospoucos
olando .on a do .ert o poli o e eLo-o1i(o do pd_ Lo--e.tíà do ê 'ì"
Càpa da Íev6Ìà K/ao, ne a ê i! 9
pr ncipas capitais
da reqiãoSudeste.

A primeirageração e o público
modernista
O públco brasileiro nãoestavãpreparado paraoseventosda Sernana de
Arte l\,4oderna. Osideaisiterárosaprecadospea elte a ndaeÍambastante B
conservadores, d tadospor rnestres comoOlavoBiac.
PaÍteda e ite pau istado período, quedesêlava cutivarumãimagemmo-
pelã
derna,interessou-se nova iteraturã, escÍêvendo textoseÍÌì]ornaispara
apoìaro grupo de 1922.O detensor maiseloqüente fo PãuloPÍado, que
Ospoetasnacionalistas escreveu váriosaÍtigoselogandoos prinìêrostextosmodernistas.
OsnìânifeíosPau-bráill e Nhen O apoioeconômico e socialdaelìlepermtiu queaspropostas devanguar- !
gáçurcrCe-ãmãre/o tÍazemo inte dacontinuassern a Ílorescer,
emboranãocontêssem como apoiodo públco,
ressepeo nacìonalÈmo parâa linhê quenãoasentendia. A esseÍespeito.é interessãnte notara di+erença entrea
d€fÍente.EnìMãrrimCe€re(1928), recepçáo dessas pÍopostas no Brasie naFrançê. EmParis, qlandoa pr mera
Cass anoRìcaÍdo(1895 1974)ado- exposìção cubista aconteceu, o estÍanhamentofoi geÍal Porérn, a eteÍvescên- !
ia comotemaa natuíeza bíãsiêiÍa pessoas
c a cuturalda capitalÍrancesa e o acesso Tnas fÍeqüente das a nova- :
"pÍimÍtiva",cantando o veÌdê,os
ções artístcas Í zetam com que, em pouco tempo, a5 vanguardas aÍtíst
cas
anirnaisda ílorestae o folclore.o
resgatede mtos e o usode onG dexassem de pÍovocar espanto. No Brasil,
a aceitação da produção modernis-
matopéias aonÍiblempâraa des- ta demoÍou muitomaispârâseconsoldarjunto ao públco :
criço danaturezatíoplcal.
RêulBopp(189&1984),conìCo'
brã (1931),êxploÍaas en
r Manifestos:
proposição
de
^/o/ãtó
dasda Amarôna pãradesenvo
o temadâviagemno tempoe no
ver novoscaminhos
estéticos
€spaço.ïânto o temadesenvolvi- Boapartedaspropostas da primera geraçãornodern statoi apresentada
do, a grandeviagenìde descobeÊ soba ÍoÍmade mênÍestos.O primeío deles,Manìfesto pau hrasil,Íai anea-
Ìa oo paE,quantoo apro do poÍOswad deAndrêde nodiâ18demarço de 1924
veìtamento de endase m naapági.,asdo Correìoda Manhã
tosindígenastoÍnamCoórâ O dea dessemaniÍesto eraconciiãra culturanativa
Norato"parente"deMacu- e a cultufaintelectua.
O rÌìanifestotambémpropunha
nãlrra,de MáÍiode And|a- "vercomolhosllvres",Íazerusoda lÍnguasemprecon-
de, e dê Malümcererê de cetose resgatar Íos
todasas manìfestações culturais,
losDrur.mond dêAndÍadé, sernda elte ou do povo.
Cobraivoratofol "possìvel- UmareaçãoconseÌir'êdora nêsceucom o manifeÍo
menteo mãisbr.silêiro de Nhengâçuvede-amarelo (tambémchamadode Manlfes-
todos os livrosdê poemas to do vede amarelBmo ou da Fsco/adãÁnta),publicado
br.sibro6,escÍiiosêmquaf em maìo de 1929,quedefendiã umestado íortee centra-
quertempo". izadore a adoçãode um nacionaismo ufan srae primiti
Capada pÍìmeÍa ediçãode v sta.O grupo,do qualparticipavarn
MenottldelPicchia e
cobfaNorato.de RallBopp.
Cassrano Rlcardo,
escolhe! a antacomo seu símboìo, por

a 5i6 cAPiruLa2s
TITERA T U R A

esseanTnateTsdoum totemtupi.O Verde-amaÍelismo assunu umâfeção


radca, prega
ndoidéaspoítcâsreacionáf
as,assoc
ãdasao ntegrasmodo íder
Plíno Sagado,umaveÍsão
brâsierado fascsmo.

â geléiageralantropoÍágica
Tropicáliã:
. a r" d" -..-d ' op '
" b€ t "
: à- rrrrèo c:' àÌeí' e\ô o ni
.o oo ô ìo.
I -ô1ro qJô,q.-o r o
.: F
....._:
:__- dêradaDêlosbâ anosCâêtanoVe-
:- :' _ - o.oê-i l bôíoC ." T' opi ré" ' " -
j ,-
:-. prê.antoL | .. o\i .ór,È oona-

oÌÌìo1ra proposradnüoporãgca
paÍè o' g uÌ ìoo Ir..-1êrÌêoquê
or al o ' ' ê d,
'd a' odoorr^o 1.9
DispoDnrlcni: ^
taÍa elé1ricae baiãoconvivanìem
oô €td c o
\ e''o r. ' v Jr ' -ì0:

Em1928,Oswad deAndradeançouo Manlfesto antropófago emreação


j ao naconasmoufanista do grupodaAnta A proposta, agora,tlnhafeição
anaÍquista
Valendo-se
daantropofâg a cornoumametáfora doquedevera sercul-
tuÍarfenteassmi ado,digerdo e supefado parâqLlese â cânçasse urÌla
verdadeiÍandependênc a cultuÍal,
Oswad sintetizouâ9conqu9tâsdo mo
v mentornodeÍnstaaoffresrao tempoque ançouumlemaparaosternpos
luturos:'Tupy,or nottupy,thatrsthequestion", paro-
:1 diandoa céebredúvda de Hãrnlet, personêgem de
Shakespeare, "to beor notto be" (serou nãoser).
O.,rad. -a . .r d .êz p'o.o'oloo poÀ-'a. dêlê
d a que,comoantfopófagos,os brasle fosdeveram ado
tar umapostura cÍítcadiantedaslnfluêncêscu turas eu
Íopéas, 'digeÍindo"o que interessâsse e e irÌìrnando
o
Iesto. Com essapÍoposta,afirmavãuma postuÍa naco
nalstadiferente que propunham
de todasas anteToTes,
ô i^ i óí tucloo oUô o ê ê\-.a,ìgêt.o
poÍJ ou,d. o J1
bo os da nacona dade.

r Adeusàsfórmulas
literárias
A iberdãde de crlação
deuidentidade à produçãodos
pr meirosrnodernstas.Ea se manifestoutanto na esco-
lha de temascomo no aspectofofnìalassumdo pe o tex-
to iteÍáro.N4anueBandera, en "Poétca",resurfiude
modo exemplara nova perspectivae9Ìética

ÌarslèdoAmâral,
Abrporu,
1928,óleosobretel:
O quadro (em1!p,.baqu€.d zer"homem"
Ábapóru
epo.!, 'que.ome ) nsFrou o mov mentoantropóíago

L4adenisna
na B?sil.Prlneirageraçêa:Õusâdìa
e ìnavaçáa317 a
LI I E N A ï UBA
-

?
z Poétim
E
Estou farto do lirismo comcdido
do lirÌsmo bem comportado
Do lirismo fiDcionáno público com livro de poÌìto expediente
lprotocolo e manifestaçõesde apÌeço ao Sr diretor
Istou farto do Ìirismo que pára e vâi averiguar no dicionário o
lcunho vernácuÌo de um vocábulo.

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universals


l o d a . d . , o r ' { ru!õe' ' ubri tudo as.i nrae. dc eÍ e!;o
Todos os ritmos sobrctudo os imrmeú\'eis

Estou fúto do Ìi smo nãmoràdor


Númeío 1 da Âe6ra de ÁrtropofagÉ, mao

Raquítico
SifÌÌítico
ã
Dc todo lirìsmo qÌre capitula ao que quer que seja fom de si mesmo.
De resto não é Ìirismo
Será contâbilidade tabeÌa dc co-senossecretário do amante exemplar ;
tcoÌÌì cem modelos de cartas e as diferentes
lmaneìrâs de agradar às
j

QueÌo antes o Ìirismo dos Ìoucos


a
O Ìinsmo dos bêbedos
O Ìinsmo dificìÌ e püngente dos bêbedos
o ÌìÌisìììo dos íl"irru de Shak€spe,ìÌc

- Não quero mais saber do ÌiÌismo que não é libertação.


BANDEIT(d Manücl. Libc.úr^gci. Ií: PMia únplúa . ?Ma,
Rio dcJaneifo: Nor? Agnilat 1985.p. 20?. I

Comos modernistãs, poétÌcaa cançouumaliberdade


a expressão formal
jamaisvista:veÍsosde todosos tamanhos,com Tmase semr mas,esÌrofes
comdifeÍentes númeTos tudoerapermitdo.
deversos,

r Linguagem:
o português
brasileiro
A novaposturanaconalstatanTbém seÍnaniÍesta no planoda I nguagem.
N,4áro deAndradelideraa campanha pelousoda língua"brasleira"nostex
tos llteráros.Por sso,optapor escreveralgumas palavras
de Ìnodomaisse
rÌìehanteà forrnacomosãoÍaladaspelopovo.Emseuslvros,encontramos
Íarmasaono mìlhor,sì,pra,entreoutÍas.
Alémda aproxiÍnação entreíalae escÍita,a linguagem da pÍosamodeÊ
n statorna-semaiságiL. AslongasdescÍiçóes fomâniicas e Íealistas
dãolugar
a cenasbreves. cuftas,que5ãoapresentadas em rápidasucessáo. cÍiandoo
eÍeitodefotogÍamãsqLreganhamrnovimento quandomontadosern seqüên
cla.OsroTnancês e contos,compostos de inúmeÍas cenascornoessas, lem
bÍamuÍnanovaformadeexpressão: o cinema.

a sla caPiTULo
2s
TITERAÌU R A
-.

Descobrimento
O eu líri.o refletea respeitode umê
descobertaque o comove.

AbarÌcacÌoà escrivaninha em Sio PâuÌo *


Na minha casada rua Lopes Châvcs
De sopetio scÌÌti um ÍrìúDìe por dcÌìtro.
Fi.ÌrÌci trônÌuÌo, ÌÌìuito como!ìdo
ConÌ o Ìivro paÌenna oÌhando pra mim.

Não \ê quc mc Ìembrci Ìá Ììo Ìrorte, üÌeu Deusl muiro Ìorge de mim,
Na escuridão ativr da roite que caiu,
UÍÌ honÌe ì páÌìdo, mâlaro de cabelo escorrendo nos olhos
Depois de Íazer umapeÌc com a boüacha do dìa,
Faz pouco se deitou, está cÌormindo.

Essehomem é brasileiro quc nen eu...


ANDITADD,I4irì. de. Clã doj.boti. P@r,ìr.,Ì"rrrd Belo Ho.üont€/
Sãotaulo: IÈtiaia/Edusp,Ì987, p.203.

1. No poemâ,a descobertafeitâ pelo eu lkico é apresentâdâ,em prì-


meirolugar,pelareferência
a doisespaços Quaissãoeles?
distintos.
2, O eu líÍico descreveo "homem do norte", Comoele o caíacterìza?
. Qualé a profÈsãodo hornemdo norte?Trànscrcva
o versoqueindca a
atìvdadedele.
I De que nìanera o trabalhodessehoÍììemdeterrninaa caÌãcteízação
felta pe o eu lirico?
t. Transcreva que ìndicamasatividades
osversos do eu lírico.Quetipo
de trabalhoesses versossugeremsero dele?
r Expiqueporquea readadedoeuírco é d íerente dav vidapeo " ho
à memdo norte"
I Porque a descobertada difeÍençaentreos dois "rnundos"provocao
! espantoe a corÍìoção
do eu lírlco?
4. "Essehomemé brasileiro que nem eu..."O versorevelãque a des-
cobertâfeitâ peloeu líricoé a do verdadeìro
signiíicâdo
da nacio-
nalidâde.ExplìquepoÍ quê.
5. O poema poderia se chamâr"Descoberta".O que explicàentão o
ìítulo "Descobrimenlo"?

Câsâdê MáriodeAndrade,f. RuaLope5


6. A linhado tempo destecapítulotrâz íatosque indicâmuma reno-
Chaves,no ba íô da BatraFundâ,em Sãô vaçãoem reìaçãoàsestéticâs
do passado. ldentifiqueos e explique
Pauo. Atuàlm€nie,flrciona no o.ala de que maneirâelesrevelâmo caráter"revolucjonário" que carac-
OÍc na da PaavÍa,espaçopúb .o teÍizoua primeirâgerãçãomodernista.
vó lado paÊ ê éÍeãdeÍação iteráriê

Alc)demisno
na Bnsì|.P nenagüâçÕ:ausa.llê
e inavaça 519 a
T I TER A ï U R A
-

OswalddeAndrade:
irreverência
e crítica
A obrade Oswaldde Andfadereúnetodasas característcas que mafca-
Íama produçãoiteráriado período. Escreveupoesia,
romance, teatro,crítca
e, eÍÌìtodososgêneÍos,deixouregistrada
a suavocaçãoparatransgredr, para
quebÍafasexpectatvas e criarpolêmlca.
Publcou, dentfeouÌrasobÍas,Oscondenados(1922),Memóriassentimen-
taisdelaáa Miramar\1924),PauBrasil\1925),Primeìrocadernodo alunode
paesiaOswaldde Andrade(1921),SerafìmPonteGrande(1933),A nofta
11937),O reìda vela(1937)e Marcozero 119431946).

r A poesia
EÍÌìseuspoemas, OswalddeAndradeafiÍÍrìaumairnagemde Bfasilrnar-
cadapelohumotpea ironiae tambémporurnacríticaprofunda e um menso
ârnorao país,comoatestao | |jsmode rnutosdeseusveÍsos.
Urnavisãocríticada h stóra do BÍasI semanfestanã Íe eturadetextose
eventosdo períodocolonal do BÍãsi.

'

Brasil
Pâh rrolyr j

O Zé PereiÌachegoüde câravela
E pregrnlou pro guaÌani .la üìata viÌgem

Não. Sou bravo, sou forte, sou fillìo da Morre


Teterêtetê QuizáQuì,á Qrìecêl i
Lá longe a onça resmungavrúül ual uu!
O negro zonzosaídoda fornalhâ
Tomou a paÌa\'Ìa e respoÌÌdeu
Sim peÌagÌaçade DeÌrs
CãììhemBabáCanlìemBabácrÌm Cuml
E fÌzcram o CarnavaÌ.

-ANDR \DE, Os{ald dc. PÌinÌèìro câdemo &) duro de


poesiâ Osrald dc Àìdnde. Obru\ ro,4)tNto: ú dúaa d.
nÌãad?,2. €d. São Paúo: Clobo, Ì994. p. i11.

O torncoloqua do poemarecÍã dê modoÍôncoa chegada dosportugue-


ses.O momento, normalmentetratadodeÍÌìodosolene,é apresentadoa partir
de umaperspectiva O diáogóentreo índo guaranì
irreveÍente. e o ZéPeÍefa,
ou sejã,um indivíduoquãlquer,
lustÍaasmultasinfluências
e vozesquecontri-
bLlírampafaa defnlçãodo caráternaciona .
O desejo de comporum novoretÍatodo Brâsle desuagenteseíortaeceu
comasÍÌìuitasvagensqueo escritor fezpeo país.Nospoemas quecompóem
esseÍetrato,Oswad alcançaum grandepoderdeconcisão e, pormeiode ima-
qensfortes,
reconstróipaisagens
físicase hurnanas
revestidas
deurÌ lirsmocrítico.

f 52O CAPITULO2\
LIÌERAT U R A
-

sdo Jose aet rel


Bnnaneirâs
O SoÌ
O cdsaço da ilüsão
Isrcjas
O ouro ÌÌa selra de pcdra

íJsÍdd de. Poesias rc\nt.ll\ Otúzs.rt4)lrt1r


^NDRADÈ,
5. ed. Riô de.Jmeiro: Ciilização RÍasiÌeìÍã, 1978. p. 13,1.
t
fu poucasrnagensSão paraÍecÍlar,
SLrfìcientes a cdadeÍÌìineira,
visualmente,
comseucená riocaracterístico
de banane Íase gÍejas.
O útimoversoresume a
tÍaletóra deuÍÌìaÍegiãoque,coÍlìo esgotamento dasm nasdeouro,vvea de(a-
dêA ndr âde e Ìâa6d oAma ra l a dênca.
Os wêld
Esse muitaspequenas
retratoÍepTesenta cldades e do BÍasil.
de N,4inas
bordodo vapôrMassia,emd reçãoà Oswald tambérn setoínouconhecido pelospoemas-piadê, textoscurtosern
queumtrocadilho oulogoverbalÍnaisllqeirodesencadea o efeitohuÍnoÍístico.

composto de um únlcoversode umaúnicapalavra,


êssepoernaexeÍÌìplfica comoa s gniíicação é construida
' o s p o e ' n a , -p , dod ae lo r, o o re s ' ro ê n p o q ue o r r i
dmof dotrocâdlho,percebe o questionamento contidonoveÍ-
humor so quedefineo amor:só exisÌriano planodo hurnor?
Semmaiores explìcações, o poemapladaobÍigao leiÌor
ANDRAIIÈ,Os{ald de. Po€sidreunidas.aJrrr .onlldd. 5 ed. a participar daconstrução do sêntidodo texto.
RiodeJaneiro: Brunen:,19t8.p. 157.
Cnjìização
Nasváras facesda poesiade Oswaldde AndÍade,
peÍcebe-se a habildade paÍadesencadêaÍ efetosdesen-
tido comumalinguagem s mplese ági. Essa caracteísti'
catambémseÍáum aspecto defindoÍ da suaprosa.
r A prosa
os dos ÍoÍrìancês poÍoswalddeAndrade,
escritos Menóriassentimentais
de loão Miramar e SerafimPonte Gnnde,trouxerarn para brasie-
a litefatura
ra umaestÍuturainovadorã, Oscapitulos curtosformamum imensomosaico
em quea realldade nacional êrntécnicaseme-
é flagÍadaem rápidosf/ashes,
Lhante à usãda na poesia.

N
s
"(\
146. Verbocrackcv
Eu eÍÌpobreço de rcpente
a.
qEr Tu enriqüeces por minha causa
EÌe azüla p:Ìra o sertao
[Ü ,r"oa giro

w Nós eÌÌtranos em concoÌdatâ


Vós protestâis por pÌeferência
Eles escaledem a massn
$

\
R
p8
-s -s
Sê piratâ
Sede trouxâ.s

OxaÌá qrÌe eu til€sse sabido qüe esseverbo era ìneguÌal


r\NDR 4ìE, O$?ld de. Mmóid wnmtuís dz.loã' Mitunú,
s 9. ed. SãoÌaulo: Clobo,1997.p.9t-s8. (Imgmennr)

Prìnei?geraçáo:
Mollenisnano Erasì|. e inovêçaa521 |
ousadia
I . I T ER A Ì U R A
-

A conjugação do verbo"cÍackãr"é umareferência rônicaà quebÍada


Bosade NovaYork(conhecida comoo crackda Bolsa) e suasconseqüências
nocenárionacional. Memóiassentinentaìs deJoãoMlmmarconla a históÍia
deloãoMifarnar, escrtoÍ,ntelecrual orovncianoe f lhode rcoscafecultores.
Consdefado um ivrodevanguarda, mantérr o humorcomo lentepeãqua
â socledade brasleÍa é exarÌìinada
demodompedoso.A estTutura do rornan
ce,composto de 163tragmentos, usae ementos daInguagem cinematográf
cê.EscrtacomqÍandeeconom a delinguagern, a obraé marcadã pelapíesen
ça de gêneros,
diterentes o que setoÍnou ÍÌìarcaregstrada da prosê do autor.
lá SerafimPanteGranderadicaizaa abordaqem Íeta en Memórias senti
mentaìs deloãa Miramar.O enredoseconstróDeoincessante deslocãmento
geogÍáfco dãpersonâgem prncipal,queembarcâ emurnnavocljosÌripulan
tesfundararnâ sociedâde dea, em pefmanente estãdodelíansformação. A
históriâdesãfiê
o eitor:são203fragrnentos organizêdos semlógicaaparente.
Personagens ãparecem e desâparecem repentinãrÌìente,o estlo Ílutuaentre
nãrração em prirneirã e terceirapessoas, cartas,diáiosíntimos,fragmentos
apresentãdos sobfoírÍìadetextoteatral,poemâs, abaixoassnados,etc.
[!] ocso üúd. enì rnrido fisìrÍrri'o, É consderadoum romance revoluconáÍioe seusignifcadonãose rnita
'isÌ,i6a
aleo qnc caDiÌnÌà pm r r unÌa, pÍ({e\v)
deadência, decÍnio dissó, o lcmú
de
aoenredo,nãscepr ncipamentedaorqanização dadaà obrapeo pnas nqu
-{ôn
pode si8ìifiar 'Íìn'. Cono o poenìa é o eto detodosos modeínistas da pr meirageração.
Íìldmo da sne 'Roieir o de Mirai', esa é una
otrh pô$ibikìade de leiÌu.r do tem..

a 522 (4PÌULA25
tIÍERATU N A
-.

MáriodeAndrade:
do Brasil
a descoberta brasileiro
Um doslíderesda primeiËgeração modernista,
Máriode Andrade foi um
apaxonado por5ãoPaulo,cdadeemquemoÍoupÍatica mentetodaa suav dã.O
poetaprojetavanosversossobÍea suacidadee seupaísa essência
desuaa ma
lírca.O poema" nspiração"
é unìadeclaração
deamoràcidade dasÍriasnebllnas.
túáro de Andradeem suacasa 5ão
Pauo, nicioda décadad€ 1940.

Inspiraçào
São PauÌo! coDroção de rÌìinhavida... Sào PauÌoÌ comoçáo de minhavida...
. ì \ m euçJ r nir i \ !;ú l l o ' .. Íc i ta d ê o ri g i n i ì ... GaÌìcismo âberrar nos desertos da r'\méÌical
AÌÌcqunÌaÌI... Trajes de losa gos...Cinza e ouro...
Lu e bnrma... FoÌrÌo e i
EÌegân.ias sutis scm cscâÌìdaÌos,sem ciirmes. -NDIì-{DE, lvlâio de. lanlicéia demúada.
Perfumes de Pdis... ,{rysl tdda ,,,1r.,r, BeLoHorizonre/São rauìol
llatiaìa/Edust, lgat. p. 83.
Bofetadas líÌicÀs no Trianon... AÌgodoaÌ!...

Homemde grandecultuÍae conhêcimento, atuoucorÌo umaespéce de


"rnestTe",
oue tornava parasi a tarêÍade aíticulaT as discussõesartísticas
e
pÍomovera Tefexão sobÍe o verdade Ío nacionaismo
Empenhado em pesquisaros e eTnentosTnas cêíacteríst cosda dentidade
vajoupeo Brasicolêlando
naconal, êxernplosdêmanifestaçÕes fo cór case
muscaisna tentâtiva de compÍeender melhora êssência do país.A língua
"brasileira"
eraoutÍadesuêsobsêssóes. Chegou a pensar nacraçãodeuma
"gÍamatiquinha dâlín9uabrasleira",queincorpoTasse osfa aresfegionase
seusneoogismos Sintátcos.
ComuTnê vidapacata, dedcadaà rnúsica o grandedesgosto
e à literatura,
dopoetaeraconstata r quea geração rnodeÍnistadequepartcipoufo relatva-
menteornissano qued ziarespetoà craqãode umaartesociamenteengala-
da,pragrnática,
cêpazdecontrbuirparao aperfeìçoarnento do serhumano.

r Poesia:
a liberdade
formale
aslongasmeditações
Em"Prefácio nleressantíssTno".textoque ntroduzos poemas dePaurtélã
desvalrada,MáriodeAndÍade ãpÍesenta a essênca dasuapoesa:arte+ lirismo=
poesia.Nessa visão,a crãçãopoéticapodeseriguaadaà capacidade de se
deixarlevarpelainspiração nstantánea, quenascedaobservação davida.
Nos poernas de Pãullcélã desvaìrada 11922),Losangacéquì (1926),Clãda
iabuti 11921),RenJatede males(1930)e Lìrapaulìstana (1946),os versoslivÍês
exprimem sensaçôes,idélas, momentos davida.O desafio enfrentadopelopoeÌa
éo deconciliarossinais recohidosdavidacotidianã e suasíefexões maisíntimas.
Essa tendência paraassociar imãgens a sentimêntos deuorigem,na obra
deMário,àsimportantíss masmeditações, poemas longosque mostram como
a expeÍiênciairnediata (o passe o, o espeiáculodaspêssoas, ã palsagem, etc.)
setransfoÍma emreflexão sobrea v da,a pátÍia.a própraidenÌdade.o autor
queuÍÌì d a escíeveu " Eu sou trezentos, coenta/Assensã-
sou tTezentos-e-cin
Capada prrneraedçéôdâobrâ
Paúlicéêdesvanada,
de Máia de çõesÍenãscem des mesmassem repouso"encontrou nesses poernasa loTma
poéticâpaÍaexpressar suasindagacões rnaisprofundas.

Madernisna geÊçaa:ausatlia
nô Bnsil Prinena e inovação523 a
T I Ì ER AI U R A
-

A meditaçã.osobreo Tiaê

.i!rJ

Ágìla do meÌrTietê, A goì â. d ránh!, éu' !" ìeìre' ,ìondê ' dl rzn
Ondc me queres Ìevâr? Os bichos blau e os punidores gatos verdes,
- Rio que eÌìtras p€la tera Em câlticos, em prazeres, em trabaÌhos c fábricas,
E que me afast$ do mar.. Luzes€ glóda. Eacidâde... EaenÌaÍanhadalorma
Huma:ra corrupta da vida que muge e se apÌaude.
É noite. E tndo é noite. D€baino do arco admn ável
Da Ponte das Bmdeiüs o rio
t...1
\'l u m ur a r r ur nba n z e i rod c d q Ìrdp e q ã d ae .ìi ' \i Meu rio, m€u Tietê, ond€ nìe le\'ãs?
E noire e tudo é noite. Uma ronda de sonbras, sd,,;{i',' rin que.ontrrdize'".urw da' igua'
Sotumas srmbús, enchem de noite tão \'?sta n te afastasdo rÌar e te adentra na tena dos homens, *
O peìto do do, que é como sj a noite fosse água, Onde me qÌÌeÌesleür?...
\g rz nor urnJ . noir' ìrq ,ri d ãd. l u g d n d od e a p re e nçòe' t...1
As altas toÌÌes do meu coração exausto. Dc repente Rìo quefzes terra, húmus da terra, bicho da terra. '
O óÌio das águas recoÌhe em cheio Ìuzes trêmulas, Me induzindo conÌ a tua LÌsistência turona pauÌista
E um susto. E ÌÌum momento o rio Pda astempestadeshumâna, da\n{ìa.rio, meu o1...
trspÌende em luzes inumeúleis, làÌes, paÌá.io e ruas, t...1
Ruas, ruas, por onde os dnÌosauros caxingam ÁNDRADD,MáÌio de. lin pallisrTa. P@\ia\nnlu6. B.tÕ
Ho.lzorte/lin,Pauìo:ltariaia/EòÁp, I937.p. 386-:137.(Frãgm€nb).

[q B&reirc: en sentidoa,suad., ma. de ordÀ

Eeplend€,òÌjlhâ üúb. poétcode Máro de Andrade,"A rÌìeditação T


Consderadoo testamento
CdiÍgm: (regionahno) aninham con
sobreo Tietê"foi concluídoÍeze diasantesda suamorte.O ooemausaas
águasdo rioquecoÍtaa c dadedeSáoPaulocomoumagrandete a ondesão
projetadososprincpaisrnotivos desuaobÍa:osamorcs, ossonhos,as utase
asirnagens ilumnadasdacidade e daestranha
Íaunahumana quea povoa.
Essas refexões,
ao mesÍÌìoteÍlìpoqueÍecupeÍam momenlosdavìdado poe
ta, denuncarncomamargura "a forrnacorruptadevida"quesujao r o. Aftì
culadãs soba formade símboos- a cidade,o rìo,a note -, taisrefexões
deÍlnema poesiade lvláro dê Andrade

2 Amar,verbointransitivo:o impiedoso
paulistana
retratoda aristocracia
ì
Ostextosem prosaescÍitos por Máro deAndraderepresentam uÍn ques-
tionamento dasestruturastíp casdo romance do séculoXlx. ErÍìobÍascorno
Amat veúo intansitivo,a escrtoTdêixaclaroseudesejode expermentar
diÍerentes
organizaçóesparao textoernprosa.orael mlnandoa ÍÌìarcação de
oracr andourr]nafradoÍque,rnesmo
capítulos, emteÍceirapessoa, atuaqua-
secomoumapersonagem do ìvro.
o rcÍnance váÍìos
apresenta quadÍosda vdadeurnafãmíliadenovos-ricosque
vva nacidadede5ãoPaulo nadécãda de1920.FelisbertoSousâCoía,o patriaF
En 1916,Anat, veba ìntansítivogaìtor Eza,professoÍa
umâêdaptação sensívepâraôcinemã. conÍãtaFràulein
ca daÍamília, aemã,comotutoradosf hose
A alrz LilanLemmeriz pe6ofÍlco! goveÍnantadacasa.Mas,naverdade, ea é uma"pÍofessoíadeamor",euÍem5-
Fràuein Elzêiô Íimê L/ção
deamo. moquesêreÍeÍeà íunçãode niciarsexuãlnìente osíilhosdeburgueses ricos.

) 524 CAPITULa2,
L I Ì E RA T U R A
-

O quadroÍamiliarcriêdo
noromance Íepresenta
umaimpacávelcrítica aos
endinhelÍados
burgueses e semcultuÍa,ncapazesde ldar comverdadeÍos
desempenhando
sentimentos, cadaum o pape que a socjedade capitalista
Váriaspassagens
estabeleceu. mostram Éo cãsodo trecho
taiscaracterísticas.
emquea religiosidade
dafamíla SousaCostaé apÍesentadacomoo curÌìpr-
mentodeumaDraxe soca, nadaalémdi55o.

qLìndo Ca.rlosna-sceubatiza.ram-no,pois não. As meninõ i,ìÌì nâs missas


de domingo, seera manhã de sol,o pâlseio atéfazia bem... Com no\€ ànosmais
Í
ou menosrccebiama primeiÌã comüìÌÌão. Dona l-aruâ manda\ã Ìhesensinar o
catecismopor u ìa parentapoble, muito religiosa,coitâda!cateqústr em Santa
C€cília-Donâ LaüÌã usa\auma crtú de brilhantes que o maÌido derá pra ela no
primeiro miversáÍìo de casamento.Eì? úna faÌìília câtólica. I...1
ÁNDR-ADE,Mário dc., rar /übo iníÍM\ittuÒ.la. ed.
Belô rbÌizonte: Vila tuca, 1992.!. 55. (Ir?Smento).

O narÍadorcontÍasta,
habìrnente, daparenta
aféverdadeÍa pobree a religo-
peJa
sdademarcada ostentação dariqueza Oo haÍirônicoe
deDonaLaura. crítco
paraa eltepaulistana,
quejáapareca emváÍiosdospoemasdel\,4ário
deAndra-
! en quea
de, explodecornÍoÍçatotaì naspáginasdeÁmat vetboìntransitivo,
íãnìíliâ
SousaCostaé oracriticada, peo
oÍaridcuarizada impiedoso narÍadot

r Macunaíma: do heróinacional
a Íedefinição
Con Macunaima, publicadona suãÍoÍrnadeÍnit vâ em 1928,Máro de
AndÍaderenovaa imagern do heróibrêsileiro.
Fosse
o índo ouo burguêsbern
comportado.o heróique aparece nos romances romântcos tinha muto de
e quase
irreal nadadenacional. Macunaíma é umapersonagem quesetÍans
foímaa cadainstante,assuínindoasfeiçóesdasd ferentesÍaçasquederam
!
origemao povobíasleiÍo(índìo,negroe eLrropeu).

No tundo do mato-viÌgem nasceu MacDaím4 herói de nossa gente. EÌ?


a preto rctinto e fiìho do nedo da noite. HoÌNe um momento em que o siÌêncio
foi tão gÌande escütddo o murmurejo do Uriricoeü, que a índia tapanhü-
mas pariu uma crimça Íèia. Essâdimça é que chrìmamm de Macunaíma.
Jánam€niÌÌice fcz coisasde sarapantd. Dc primeim passoü mais de seis
!
anos não fâlando. Si o incitavam a faìar excÌmavà:
-Ail qüe preguiçal...
ÁNDI{ADD, MáÌio de. Mae"aím o herói sem lenlÌum caÌábi
[E S-ng-tut' *p-* 30, ed. Be]o Hon,onie: üüa Ricà, 1997 p {ì. (IEgnsúÒ)

õ
Quandoa narraÌvacomela,Macunaímã viveà5margens do Íio UraíicoeÍa
- enì rneo à triboondenasceu. Coó a mortêda mulher(ci, a mãedo mato,
; tTansÍormada emestÍela),o "hèrói"pede a muiÍâqutá,amueto mágrco que
: Ci havialhedadode pÍesente. Sabendoquea muiraqutã estánasmãosde
Muraqutã pÌovenenteda rêgãode Venceslau PietroPietra,mascatemoradorde 5áoPêulo,Mãcunaíma deixaa
srntarén,PêÉ ÌêlhâdoqeGlmente em naG e, aco-npêrhddo pelosIndos,i_i(ids-a\iègeï pèraía uoe'dro àrru
formadêsapo,tartaruga, pexeou cobrâ,
o muÍaqLitã
erausado comoâmllêtopara leto.A maoÍ
partedanarrativacontaastentativasdeMacunaíma parareaveÍ
preven
r doençase êvtâÍê nferÌldade. a muiraquitã dasmáosde Vences au PietÍã,que,corÌo se descobre depos,

lladenìsnona üasìl.Pineiraqeraçaa: ê inavâçáo525 a


ausatlia
I I Ì E N AT U R A
-

eraPaimã,o giganteconìedor degenteQuandoconsegue derrotarPiairnãe


recuperâr o amueto,o herÓivoltaparao AÍÌìazonas e acâbasetransfoíman-
do naconstelêção da UrsaMãior.
Ao apíesentara trajetór
a de Macunaíma, a narrativa misturaendasindíge-
nas,Íolclorês.
tradlçõespopuaÍese cenasdavda urbana. Espaço e teÍÌìposão
poÍqueeíão d retamente
aÍbitráros, reaconados à5aventuÍas do herói,muitas
vezesdeÍnidaspeloeernento quesurgedernodonesperado.
fantástico, O res-
gatedamitologa ndígena sefundeconì a piada,a brncadeira eã maandÍagern
naciona, quedeÍinrãoo protagonista coÍÌìo"o heróisemnenhum caráter".
SÍntese dasrêflexóes de lvláfo de Andradesobreo BÍasil,resultado de
anosdê pêsquisas históricas,
etnográficas,musica s,MacuralmapodeseÍvis-
to, comosugenu o pfópro autor,comouÍnaalegoTa dosdestinos do país,
queescolheu carninhos eufopeus em lugarde explorar as possibildades de
construiruÍnagÍande civiizaçãotroprcâ.
NaobÍade MáÍiodeAndrade, tarnbéÍÌìmerecem destaque oscontosque
escreveu Reunidos erntÍêspubicaçÕes (Primelroandãr,1926, Belazàfte,1934,
e Contosnovos,pubicadopostuÍÌìamente em 1956),e estêrna capacidade
Pôster
dÕiimê Mâcunaíma.
de tTaçarbrevesquadrosdo cotd ano,capturando importantes aspectos da
realdade brasileira.

Maannaíma
Nestetrecho, o "herói semnenhum caráter" é apresentado I

comèscaQcte stíadtque o definitáono romanae-

[...] Ficavn no canto da maÌoca, tÌepado noji- Nem bem teve seisâ1ìosder.ìm água nÌrm choca
rau de paÍiúba, espiando o tabalho dos oütros e ìho pra ele c lvlacunairìa priÌìcipioÌr faÌmdo como
princìpalnente os dois manos que tinha, Nlaânape todos. E pediu pra ÍÌãe quc Ìdgasse da mandioca
já velhinho eJiguê na força de hoÌÌÌenÌ. O diÌerti- râÌaÌìdo ÌÌâ.e.mdenn e lewasse ele passearno mato. A
mento deÌc eÌa decepar cabeça de saúva.Vivia dei- máe não quis porque rio podia laÌgar da mandioca
u d o m d' r ì pJ nhá n ' n l h o ' e m d ' n h e rro . À 4 d ,u nJ r- não. Macunaíma choramingou dia inreiÌo. De-noìre
ìna dandarâ pra gaÌÌhar vinrém. E tambéìì) esperrâ- continüou choraÌìdo. I...1.A mãe 1...1pediu pm nora,
\'? quando a famíÌia ia tomar banho no rio, todos companhena deJiguê que Ìcvasseo menino. Acom
juntos e nus. 1...1No mucambo si alguma crüÌhatã panheira dcJiguê eÌ:abcm moça e chamara Sofará.
.c a p, o\ il r a\ , ,delê p ã -r trc r l e { i n h i . tr' l d u
, J r mJ Foi se aproximando rcssabiadaporém desrav€z Mâ-
pünha â mão nas graças dela, cunhatã se alastavâ. cunaímâÍicou muito quieto semborar amão na grà-
Nos ÌÌìâchos guspia na cara. Porém respeita!â os çã de ninÍ:iuém. A moça canegou o piá nas cosrase
velhos e freqiieniava com aplìcação a murua a po- fòi até o pé de âninga na beiÌa do rio. I...1. ,{ üìoça
racê o torê o bâcorocô a cucuicogüe, todas cssas bolou MacuÌÌaínìa na praia porém ele principiou
daÌÌças reÌigiosas da tÌibo. 1...1 cho.âmingando, quc tinha muira lormiga!... e pediu
N..âscoÌÌ1€$as das mulheres Ììo pino do dia o âs- pm Solará que o Ìev$se até o deüame do molÌo 1á
sunto erânÌ sempre as peraltag€ns do herói. As mu- denúo do maao, amoçl fez. Mas assim qüe detou o
Ìheres sc nam mÌrito simpatizadas,fâlando que "cs- i ufu,ì,i ,n nd\ ri ri ri i r,. ,Ji á. e I' dpoêmbr\ dd ,cfÍ" pi -
pinìo que pinica, de pequenojá traz ponra", e numa ÌheiÌa,clebotoucoÌponÌrm átinÌoeficouumprínci
pâjeÌânca Rei Nagô fez um discurso e âüsou que o pe ÌnÌdo. Andarâm por lá muiro.
herói era inteÌigente. AÀ:DRADE,Máriode. Muflrdtru: o hc.ói s.ú leúun.â.árer
i0 d. BeloHorizôüte:
\nìÌaRi.a,199t.p. ç10. (Ì.ngmcnÌo).

a 526 CAP|TULA2\
LIÌERAT U R A
-.

Êj Jinü: âmaÇio de nìldeiI a paecida com Í. QuecaÍacterísticâs de Ma€unaíma,âpresentadas notrecho, indicam


ur esrdo ou Pr':úqnc. sua "Íaìtâ" de câÍáter?
?diúha: r\x) dL palneÌn posilivas?
r Quaissãoas 5uãscãracterísticas
cn hâtã,nìerina,joÉn Ínnhef
Paielança: ritnal r eâlüf,d. pcÌo pajé 2, o româncede Mário de Andrâde cumpreo proieto modernistâde
nìdíg€na con o oì,jetivo de cuÌa ou de resgâtaraspectosorigìnaìsdâ cullura brasileira.Queelementosdessa
culturasãoapresentados no trecho?
cevdd€in: diposinrc que.]là oú nói a
núdio.a pda farÌ turn,hâ. t. A narrativa conta com vários elementos "fantásticos". No trecho
Alirga, Ìjpo de Èìàìo. transcÍìto,em que momento o fantásticoâparece?
Derrmê: dê.Iirc de noÍo.
Tirücâs Ìipo de enã {laninhr. 4. Leiao trechoa seguir.
Tajás ple6 coÍÌe{n'cl nattu das 'No mucambosì a$rma cunbaiã seaproxnDaiâdele Parattz er iestr- t
Ìúa, MacunaíÌnapunha a máo nasgraçÀsdcÌa, cütÌhalã seafasta\Ì:ì.'
TEpoc.ahs: plânta nedi.inrÌ
Serâpiúeira: caníìa dê tôÌhas e rmos r Comoaparecenessetrechoa preocLrpaçáo de N/árlode Andradede
que cobre o nto.le lôrcshs e bosqnes a linguagêmdo povobÍasieÍo?
cÍar uÍnalínguaque representasse
5. Macunaímâ não corresponde à ìmagemde heróiapresentada nos
roiìaììcesindianistas.Expliquepor quê.
r Macunaima e o sírnbolodo povobrasileÍo. Deque manera a constÍu
ção dessa peÌsonagem revelaa intençãode caracterizatpor meiode
seuherói,o povobrasleirode formacrítica?

Manuel Bandeira:
olharternoparao cotidiano
conhecer â vidade ManuelBandeirã é, de ceÍtarnaneira,conhecer a-
gunsaspectos fundamentaìs desuaobra Nascido no Recifeem 1886,mu'
douse comê Íãmíliaparão Riode Jãnêiro, ondepermaneceu por quase
tooasuavl0a.
Em1904,urÌìanoapósiniciar os estudos na Escola Poltécncade são
Pauo, tevedeabandonar o cursoe dedicarseaotrataÍÌìentode umadoença
la m Êova le (d re ta) e M ã. úe BandeÊ, que,naquela época,a ndaeravistacomolncuráve: a tubeÍcuose.Em1913,
1920 Íoi tÍataÊseeTnum sanatóro na Suíça.Lá,o ÌÌédicotraçou_he comlÍanq!e
za uína peÍspectivã
bastanteinceÍta:"Pode vivercinco,dez,quinze anos
Quenì poderádizer?".
A poesa passou a ÍepresentaÍurnasaidaparao desconsolo em queviviã
Bandeira desdea descobeÌta da tuberculose. ltêrário
É atravésdo exercício
queo poetareÍetesoblea vida,fa a sobresuas memóÍias de menino,Íegstra
cenasdocotdianoe,acmadetudo,apÍende a ldâÍcóma ameaça doença
da
e da moÍte,comonosversos de "Testamento

CrioÌr mc, desde eu mcnino,


Para aÌquiteto Ìneu Pal.
Foi-sc{ne um dia a saúde...
Fiz me ârquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, pedoaiÌ

r,-$"{-+-bek //1".:
B,ANDEÌRÁ,Manueì, Lirâ {Ìos .iogretr'úa\. P.aia dnpkra I l,osd
Rio deJreü!: No€Aguilal 198r,.P. 262. 1[ragnìên1o)

no BÊsilPrineiâgeraçâa:
Madernisna e ìnavaçâo527 |
ausadìa
T I I ER A Ì U R A
-

Essesversosseretefemà sombraquea tuberculose pÍojetouemsuêv da.


lroncamente,umav da que seimaginavabreveem funçãoda doençadurou
atéo da'13 de oritubro de 1968.ManuelBandera tinhaentáo82 anose
hava cradoum novorumooaraa Doesia brasiera.
Entreseuspr nc pais vros,encontÍaÍnseLìbertinagem (1930),Estrela
da
nanhá \1936),Mafuádo Malungo(1948),Lirados cinql)ent'anos e Bela
belo (pubjcadosem djferentes ediçõessob o títu o de Poes/as completas,
em 1948e 1951,Íespectivamente), Estre/ada tarde\1958)e Estrelada vida
inteia 11966).

r A poesia
da maissimples
ternura
ç
Umadasnovações daobradeN,4anuelBandeifaé o usoquefazda ingua-
gêrnnaãpresentação dâsstuações
cotidanas.A capacidade deveÍascenas
prosãicas, maisbanaìs
assituãções fitradasporlentesír case dê
do dia-a-dia
I recriá-las
poetcanìentepormeiode uma inguagem simplessãoascaracterís-
t ticãsmaismarcantesdãsuapoesia.

do passado
A evocação
Em 1653,o pintoÌhoandêsFransPon
retÌatouMalrìtsstad.omReciÍeao fundo Asmemórias entreos poe
da nfânciavividano Recfetêm ugarespecial
Mutô da a/qliteturaorìginaencontÍâ-se masde Bandera. Cenasde rua,pessoas comqueÍ| conviveu
vão revivendo
presetoâdâ
nâ pârtea.tigã de Recfe
err]versos
inesquecíveis.

Euocaçãodo Recife
Recife f
Não âVeneza ame cma que se chaÌÌìa\ã midubim e náo era
Nro à MaÌ[rtsstad clos armaclolcs drs lxchns ltorrado era cozido
lOcidentàis Me Ìembro de todos os pregôes:
Não o Recife dos MÀscates C-'vosfÌescos e baÌatos
\ em m eç m ôn R ê , i fe .Ì,," J trê n d i á d d ' d , púi . - Dez ovos por uma patâca o,
Recife cÌas revoluções ÌibertáÌi$ Foì há ÌÌÌuito tempo...
Mas o Recife sem história nem Ìiteratura
Avida rão me chegara peÌos.jornais nem peÌos
Recife sem mais nadâ
Recife da minha infánciâ tÌilros
Vinha dâboca do povo Ììa língua errada do povo
t...1 LíÌìgua ceúa do povo
Porque eÌe é que faÌa gostoso o po.tuguês do BrasiÌ
Ruâ dâ União onde todâs as tardes passavaa pr€ta
I...1
ldasbanlna! corÌìo xâle üstosode parÌoda Cosll
B-ANDEIRd Mdtrel. Libcrtnìag.D. Paúìa .iwlêra . intu
E o vendedorde roÌetesde cana Rio de.lãn€iro:Noa-{guild, 1985.p. 212-213.(Iragmento).

U Mauirc,Ltr none en holtuìdôs dc NapÍimeiÍaestÍofe,o eu lírcoescarece:nãovaifalaÍdo aspecto h stórco


Odade MauÌicia, €Ìglida por Mauricio
de Nr$au no Éculo XVIL AnTTÌnente, deReclfe, seuRecÌfe é "semhistória nemlteratura". NaRuada União, onde
fz pdte da .ida{te dô Re.ìte cresceu,aprendeu a lçáo maiorsobrea v da:sóseaprende a vìvêr,v vendo.
Púc noeda anúg" de plìh !o r"lol O poemailustÍao processo detransfoÍÍnaçáoda rnemóriapessoal em re
flexãomaisãmoa ouemarcaa Doética de ManuelBandera.Ao mesmoteíÌì-
po queo passado é apresentado comofontedasabedoÍia pÍesente, o portLl
guêsfã]ãdo(a "lÍnguacertado povo")tarnbémé valorizado, consolidando ã
proposta dapÍimeiÍageraçáo ÍÌìodernstade usaÍo poÍtuguêsdo BrãsI como
ínqualtefária,despndo o textodosarcaísmos e rebuscãmentos sintáticos
ouecaÍacteÍizaraTna Doesa do séculoXX.

| 52A CAPITULA2\
LITERAT U R A
-.

A mortecomolibertação
E t l .e OSterà9 .ê(o " _l ô a ObíAdO poêtd peÍnambucano,
a mortetem
luoardedestaoue.

Mommto rutm café


QrEDdo o entcÌÌo passoü
Os homens quc se acha\Em no caÍé
Tiraram o chapéu maqüinaÌmente
Saudaram o morto dìstÍãídos f,
Estâvam todos voÌtados pâÌa a üda

ConfiaÌìtes na üda.

Um no entanto se descobrtu num gesto laÍgo e deÌnorâdo


Olhando o esquifè Ìongamente
Èste sabia que â üdâ é üma agitaçâo feroz c sem ÍinaÌidade
Que avìda é tÌaição
C as:d ê Mê nu elBa nde
r a em
I saüdava a maiéna que passava
RecÍe.Atual EspaçoPassáÍgada Liberta paÌa sempre dâ aÌma extinta.
BANDEIRA,Ìvlanueì.Eí.elã da mannà.PPsin.anlhh eyora.
Rìodcjâneiro,Novã 1935.p.233.
^guiÌâr,

O poernatornaseo espaçode Íeílexáono quala doençae.amofce,fan


tasmas "Íeais"davidade Bandeira, transformam seem experência íricâe
fefexiva,ganhando umadimensão que
OshoÍÌìens vêemo enteÍro
universal.
passaragemde modomecánco, saudando o mortosemse dar contado
siqnifcadoda morte.llm doslndivíduos, porém,contempalongamente o
caixão porque sabe que "a vidaé umaagitação Íeroze semfinaldade".
A revela!ão queunveÍsâizaa reflexão sobrea vidae a ÍnoÍtevêmacom-
pãnhada das mpllcidadequedefinea poéticade Bandeira. A descobeÍta de
quea v da nãotem finaidadêé feta sêrndÍamao! sofÍimento, e é essa
t descoberta quepermiteconstataÍ a mortecomo jbeítação finalda matéÍia.
com veTsos cornoesses, N,4anuel
Bandeiraconsolidou um novocamnho
paraa poesia brasie íã.SuãobÍava alémdosI mltesh stóÍicos paÍatematizar
angústias e confltos humanos de naturezauniveTsê1,
como o amol,a paixão
Delavida.a saudade deumainÍância deaizadae o medoda morte.

AlcântaraMachado:
ositalianos
em I
)ao Pauto
à primelra
Integrado levade modeÍnistas, AlcântaraMa-
chadoregistrouemseusvroscenas urbanâsde!rnaSáoPau-
lo quese industria
zava.Suaprimeira obÍafo PathéBaby:
panoramas s (1926),
internaciona escrta navoltadeumavia-
gemà Europa. Ivlasseu vromasconhecdo é Brát Bexlga
e
Barra emqueo temadâintegração
Fundd(1921), doimigran-
te talanoà sociedadebrasleiraé a basedetodososcontos.

Modernisna
naBrasil. geraçáo:
Prìneìn eìnovação
ausadìa 529 a
tIÍÉRATUNA
-

A,socied,ade
-filha minha nào câsaconì ÍiÌho cle carcamaÌìol
.!
l A esposado CoDseÌÌÌcirolosé Bonifácio de lllatos c Anuda disseisso e foi
brignr com o ÌtaliaDo {ìas batatas.Teresa Riia misturou Ìágdnìa5 conÌ gemi
dos e entrou no seu quarto ÌJâtcndo a poÌtr. O ConscÌhcirojosé Bonìfácii)
Ìn pc,u as unhâs coÌn o paÌito, suspirou e sanr cÌe .^a rÌbotoaÌÌdo o tiaque.

O espeÌado gÌito do clà\on fechou o liu o de Hend AÌdel e iroÌEc Tère-


saRira do es.rritório para o terraço.
f,
O lâDcìa pasou coÌÌÌo quenì não quer Qulse paÍârÌdo. A mno enÌu\âda
Vnâ dó baÍrodo BÍés,tomadado
Pêlé.o das ndúnrias,
décadade 1920, cunÌprimeDrou .om o cÌnpéu Borsìlìno. Uüüia-uüiiìai AdriarÌo Melli cJÌcou o
âceleÌìrdor Na pnmcira esqujna 1èz a crNâ. Veio voltando. PassoÌr de novo.
Con d Duou. Nlais ducìtos nìeiÌos. OutÌ-à curu. Semprc na nesma ma. Gostâ\a
dela. ErÌ a Rua .la Libcr.lade. Pouco àÌrtcs do núnerc 259-C.jásabe: uiiiiaìüiiìai
- O qÌre você cstá tuendo âí no tcnaço, nÌeÌÌira?
- ÈÌìtão neìn tomar um potÌ.o dc ar cu posso ÌÌìais?
Él cüc!-a"o, r.-* p.i",rj'" úr.tà pdr Lalcia Lambda, remclhinho, resÌ]ÌerÌdente,ponÌreândo na rua. Vestido
derìgnrnÌ.ììú{lüo
nàs.ido naÌÌália. do CaÌÌÌilo. \,erde, grudado à peÌe, scÌ?ejaÌÌdo no terÌaço.
-Bntre.jÍ para.Ìcnttu ou eu faÌo com seu pai quaÌìdo eÌe chegar:
Pomp€ddo: e{ibindo ( on vaidâd.. -Ah neu Deus, mctL DeÌrs, que licÌa meu DcusÌ
seryejddô: húirntc de sryean.lo)
Adriano N{eÌli passouoütÌasvezes ainda. EstÌanÌìou. Desapontou. Tocou
norodGse de Dodo sinn.sì,
para a A\,eni.Ìa PauÌistâ.
NfA(IHADO, llónio de Brã:, Bdilü. AaÍaFrntla:
^Ì.ItrÍÃ.
noticias d€ são PrtrlÒ. são Pf,ìrìorNon Aìeran{Ìnr,1995. p. rLÌ-.1'2([ra$nent,. j

OtrechoacirÌìaiLustÍa queconsagÍou
a técnicanaÍÍãtiva Alcânlara Mãcha-
do.Ascenas répdas,Í agrando situaçóese tipos,quase cornotomêdãs cine-
matográficas, com coÍtesbruscos entreumacenae outra,coTnpondo qua- :
dros que seassemelham a instantâneos
íotográílcos
pelocomportamento
O leitorreconstrói, quasecaÍcatodaspeÍsonagens, peLas
informações do cenário,pea apresentação desituaçõestíp;cas
dacidade deSão
Paulo, o cotidanodospequenos comeÍcantes, dascostuÍeÍnhas,doseTnprega
dosdearnìazém, mortazandoo autorcomoo cronstadosimgÍantestalianos.
Brás,Bexìgae BarraFundaantecipâumatendêncianarrativa explorada
pornìutosescÍiÌoÍes conteÍÌìporáneos:acoÍÌìposçãohíbridaenÍeconto, crô-
En 1922,â íábÍic de caÍo5 ta anaLanca jornaístco,semquehajaurnapfeocupaçáo corno âcúmulode
.ô ocouno mercadoo modeo Lambdã.
nica e texto
quesediferencava dosdemaispú serbem -lo 'rd,oesr árdnld d.rLhrnd 9r8,oo-t.o|\'odeA
"n "rd
lvà.h"oo.'d
maisbaxo que 05caÍôs dã épÒcâ. daÍ continuidâde a essa técnica naffativa.
)'ú

PaemasóparaJaime Oaalle
Nestepoema.o eu Iíricoreflete melancoli.amentea respeitode sua vida.

Qu.Ìndo hoje acordei, ainda faziâ cscuro Chovia uma trisie chrNa d€ Ìesignação
(Embora a ÌÌÌanhájá estivessea1"ançada). Como contrrstc e consolo ao .alor tempcstuoso da Ììoiie.
Chovia.

a 53O 25
CAPITULO
I.ITERATURA

tìebì o caiéquc cu ÌÌÌesÌÌropreparci, "resgna


I Qualo sentdo, no poerfa,da expÍessão
DepoisÌÌìe deitci novanìente,aceÌÌdiuÌn cigarro
ü Cornovocêviu nestecapítulo,a mortesetnprelo
le fiquci pensando...
unì "Íantasma" nâ vdã de ManuelBandeiraDe
- HumildenìenrepcnsaÌìdonaüda e nâsÌnulheres que maneirao veÍsoquecaracteriza a chuvarefle
lquc J I n F i te, de ÍoÍma Íica, a poíura do poetadìãnteda
BANLTIÌR{, NÍankl. Beb, bcia. Púsìa nnfun t fiota
Rio {Ìe lDen!: NolaÀ8uiÌI, 1935 p 2?3
3. A'nanhà se opòe à noile no poema.Oue (èràc-
terísticâmarcaessanoite?
I Porquea chuva,nessecaso,s qnificaum consoo?
1. o eu líricoiniciao poemâcaíacterizando
â Ína- È
nhã.Que elementosele destacado momentoem 4" Expliquepor que no verso"Bebi o café que eu
mesmopreparei"o trechodestâcado é o recur
so utilizâdopelo eu ÌíÍi(o pãrâ se referir à sLìa
. A referênc a a êsses
elementos contrbui paracons-
solidão.
tíu r o tonì "melancóllco'do poema?Explque
I Queoutrose ementosdosve6o5lìnais revelam essa
2, A chuvaé cãrâcterizadacomo "tríste" e "de re soidãodo eu irco?
signãção".Considerando que esseé o "olhar"
do eu líricopara a chuva,o que essasexpÍes 5, No versoÍinã1,comopodesêrinterpretadã ã ex
5õessimbolizam? pressão "humildemenÌe" no contexto do poema?

i
&*
i


Ì@ã R',) EspnrheiiaF,lh )

; o que pretencÌiam, erì InìhÀs gerais, os modernistas? Resümida- É


RuyEspinhêirâtilhoíe42-) m c n Ì.. l ,ode' n.' .1:^ ì l ' rc r,rd\.' m :n' Jri ' Íi i ro., orn / po" .i J quê o
i poeta,cíticolile-
éjornalista, país lh€s oÍèrecia: dÌÌra, fria, pr esa a una fomì preestabelecida,per-
íároe professoÍdelterâtura dida enúe deusesgÌegos e paÌácios ronianos. 1...1UnÌa poesiaalheia
brasleirada Unversidade Fe ao meio c ao tempo. Al;enadà. fora da vida. trm preciso (como dizìa
deralda Baha. Estud osodo Mário de Arìúad€) dâr uma a.ln}a ao BrasiÌ, ciu üm gosto noïo,
Modefnsmoe deSeusprinci- reunir arte e t'ida. f...1
paisautoÍes.pufJico! Poes/a Em sunìa, o moümento fez uma Ìedcscoberta do BrÀsiÌ, incenti
e a/umbramento, Sobrea Po- rou a pcsquisa e a invenção, aposentou a idéia dà beleza como coÌì
esiade ManueBande ra, e 1€nção 1...1,pós o país t...1 no sécttlo xx.
Tumulta deamate autrastu- (rlâüIt;
ESIINHEIR\ rìlLIIO, RutrO nÌorúìeDtomodernisrr.h: RODRICITES,
multos,emqueanaisaa obÍa uÀLA.,AlenÌd.a lr0 ator dr/@ia: urn pano.dnà dr Foesiab,-rsilcüi no
poéticâdeN,4ário
deAndrêde. sé.uloXX. RiodeJrneìÌo: Ì 1,p.8?{9. (F.àgnÌcnb).
O VersoEdìs',cs,2001.
Éxplique
Redijãum parágraÍoargumentativo em quevocêexpliquecomo
a produçãoliteráriada primeirageraçãomodernista, ao promover
um redescobrimento do Brasil,"pôso país[...]no séculoXX".
Antes de desenvolvero seu parágrafo,leiã estâssugestões.
r Reea ã seçãointtulada "PÍojetolìterárioda prirÌìera geracão
ÍÍìodernista" e identifiqueas pf nc parspropostas
fetas nosmaniÍestos
Pau -brasiI ê Antropófago.
r Reeiaostextoslilerários apresentados no capítuloe procureidentificaÍ
a iÌÌragemde BrasI queestáconstruída neles

l,,ladenitnana ErasilPrìnenê e tnavaça 531 a


1e?çãa:ousadia
primeira geraçãomodernista:a poesiado cotidinno
O lirismo singelodascoisasmais simples

A.Ia Ma| ãú , a grupa.1a5 .iÒ.Õ,1922,


.anetae láps decorsobrepêpe
o dêsênho dean ta tvl.Íait moírê uma
cênâprosacaa próprâp nlorêdeitada
no50íáeos amlos Mérô deandradee
Ìar a do Amârade.ostas,aoPrâno, I
Oswâd deAndrade, nÒ.ên1ro,
e Menôtìdê Pl..hra

DentÍeasconqustasdo Nlodern smodapTmerageração modern sta,urna


seÍarásentirfofterÌìentena píodução que coaneçâcoTf essa a Incor-
estêtlcã:
poração, na teratura, do cotidiano, do prosaco AÌe então,pr ncrpamenle
na poes a, os temastratados teferiam-seàs grandesquestóes, êos aspectos
mais"sublmes" da vìda Como lvlodelnisrÌìo, prncipamentena obrade
ManueL Bandeira,os dramas rlìas banais,
as questões simpesdo dia-a-
rnãls
diaganhanr mportanle d mensáo poétca Nessa abertLrÍa ca,urnano-
tefflát
tíca dejoÌna podeser tÍanslorrrada em poesa.

F$etna lirado de uma nc!íúa dejonwl


loào GorÌoso cft cafrega.lor de feirili\Ìe c morala Ìro morro da
lBabiÌônia ÌìuÍr bafm.ão scm Ìrúmero
UnÌâ noitc cÌe clÌegou rÌo bar Vinte dc Novembro

Depois sc .Ìtirou na Lagoa lìodrigo dc Freitâs e morreu :úogado


R$*DEìR,\, NhnueÌ. EdÌ.la damanÌni PrAia Lotulbta. lnir'
Rio dcJaÌ€iÍo: Noìn \uilat 11r8i P. 2ÌiI

O comumliterário
O novocamnho aoontado0eos Ìrrlmeiro5 rnodefnlstasseduzlÍáoutlos
auÌoíes.O interesse pelocornurÌre pe a aventlrade tÍaduzI o cotidianode
foÍmaiterárafincâÍá raízesnanossa produção ca
aítíst Ostextos produzrdos
rnostÍaÍão
a consc ênciado art 5Ìade que quêlqueÍobjeto pode ser iteráÍio
Até mesÍìroo leiteiÍoqueveiodo subúrbio paíãíazel suas
entÍegas.

4 532 25
CAPTTULO
Morte d,aleiteiro
t...1
EÌÌtáo o rìoco que é Ìcitciro
de ma.ÌruÍaa.tâcoÌn sua Ìrta I
sai correndo e distribuindo
leiic bom para gente ruim.
Sua Ìnta, sÌrasgarralas,
e qeu\srP l tos de hor È
' 3JLa
váo dize do âos honÌens no sono
qÌre .ÌÌgrrémacordou cednÌho
e \,cio do últìmo subrirbio
traer o leire mais frio
c ÌÌìàis alvo da nÌcÌhorvaca
para todos cridcm foÌça
ÌÌa lÌrta brava da cidade.
t...1
AfiDÌaAL)I. (rrror Drurnno!.\ de. A ntn na!uo.
29 €d Rio d.Janeiro Re.ord,2005.p 108.

Os ensinamentosdiários
a A idéiadequetudosepreía à ltÚat!raseráumadasconstanìes napoesia
: produzida apósa ruptura promov pe
da 05 rÌìodern
stas
em 1922. Naobrade
AdéliaPrado, nãoseveríicará apenas a tradução poétcado cotdiano. As
"tarefasdomésticas", associadasao universo femnino,seÍãotransÍoÍrÌìadas
i, lÍicamente ê partr do o harda poeta.

Ensinannmto
MinÌÊ mãe ã.hara esrudo
a coisa mais fina do mrndo.
Não é.
A coisâ mais ÍiÌÌa do mundo ó o sentimenio.
,q.queledia dc rÌoite, o pÍ fucndo serão.

"Coirado. atÉ essahora no scriço pesado".


AÌÌümoÌr pão e cali', dcixou tacho no rogo com água queÌÌte
Nào me falou em amor
EssapaÌa\râ de Ìuxo.
PRADO.,{délia.I@ru rdrra. Sio r,trlÒ:
siciüaDo,199Ì.P Ì1ô.

daesposa
A cenacotidiana queprepafao lancheparaesperar o Ílìar0oque
aindaestáno trabaho é o ÍeÍato simpese poétco do signfìcadodo âmoÍ
Adé a Pradoensinaqueo I rismoestáemtudo,sea vidâfor vistêpor olhos
poétcos.Af nal,"a coisa
mas finado mundoé o sentmento".

Madernìsnonô üa\il PfineiÊ qeração:ausâdiae inovêçao533 |


PoroossisïirFl Poroouvir(J

. villa Lobos: urna vtda ouvíndo oswald,\ú orhréfpreies F!na.te/taúcull!


i
de paixào, de Ze tla Íâ1,1999
V ana B r as, 200c cD de poesi asêtextos de osw aìddeA ndrade.V á-
Vi la'Lobosfoi umã rios poemasgravadospelo ãutor modêínistatoram
das per s onalida d e s restauradose compÕema parte iniciâl deste disco,
rnâi5inìpoìlantespara que trãz âinda trechosdos manifestosPa! b.aJll e È
o M oder nis m o.S u a .aaropo' dgol i do\pêl o\,on,rê i .rà! D êci oP i gn" rdíi
pí es enç anã s em a n a e H arodo de campos,al ém de poêmasl i dos poí
dê Ar.e Modernadêu Arnaldo Antunes,Augustodê Campose ouÌros.
prenígÌo e vkibilldãde
po!5nã Bachiênasbrasìleí.asn' 4lcirandãJ.dev a{obos,por
ao movrmento,
JoãocànosA sss B rasiR
l i odeJanerorR obD q Ìl ri ,200r.
époc ajá er a m ú ri c o
respeitado. Ofilme de Villa Lobosestá paraê músicanacionãlcomo Má-
Zêlìto Viana trata do rio de Andrade está para a literatura. Pesquisador
a.tistadêforma blográÍlcãecolocaem cenaal_ popul ares
dosri tmosè mel odi as do pai s,V i l l ãLobos
o (ênci onei ro
redi mensi onã um nível eru-
brasi l êi roa
9unsd05êutoresmodernistas.
di to, contempl andouma dãs píìnci pai sbãndei ras
. U n s ó c or aç ão , d e modeÍnistas:a exaltaçãoda cultura popular Nest€
caÌ os M anga B f a s,i C D .èssLa5Lomposi ,l oessàoê\p(Ll rdd\ pel o pi aa '
2004 ta loão çarlosAssisBrâsil.
A minissérieun só Pa! o Ìra-
/voe/Âosã:songbook,
véros ntérpretês.5éo
corãção contâ parte
da hlstóriae do desen-
vo v lm ent o de 5 ã o A músl cãde N oe R osa(1910-1937)possuio corn-
P aulo,ent f e 192 2 e portamentopopu ar maÌsrei vi ndcadopel asbandeF
1954.Conc-"bida coíno rãs modernÌstasda primeiía gêração.As suasletrâs
umê homenagemdos revel anr
a cul turasi mpl es
e bem-humô.ãdâdodi a a j
4s0 anosda cldade,a dia nos moríose favelascarlo.âs.
obra mistuíaficçãoe O joven Pixinguínhat1919 1920,de PúiÌrgunha Rìo
re alidâde.A s em ã n a de laneÍo ELI, 200:
de A í t e M odêr n ã e
íi l ddo em versosê on' o\ dd pr' mêi ràqerr(;o.
seusarticuladores oswaldde Andrade,ÌaBilã Dx rgdi l h| 1898 9/l )eo.orposi Lormâi \o' o^i -
do A nr ar al,M árìo d e An d ra d ê ,Me n o tt d e l
mo dos conceltosmodern stas expêÍimentadosna
Picchiê, entre outros- rnisturãm5êaospe6o-
poê. o- vê- os I vre(e brd.(o1.E roJãr1o( omoõe
nagênse eventosfkcionaiscriadosparaa tra- "
.no os genLi rdnê11êD rd;l ei íos.cordu/ d ni skê
ma-A Revohçãode 1924 a crisede 1929,a Re
naci onã1a vari ados (poLcas,
ri tmosêmel odìês vãl sar,
voluçãode 1932,ã eía Vêfgas,os ecosdo nãzis
mo e do íascismosão ô pano de fundo pêrãã etc.),imprlínindoentre nós a ljberdãdecrlativaque
hlÍória narêda nâ minissérie,retíatêndo um terão êsorqueníasdejazz nor Êua. o dlscotíazumã
períodoíucia pãrao Modernisíììobrasileiro. séri edegravações real zêdasentre1919e 1920,bem
apropriãdasão periodo eÍudado.
. Líçãode anar, de taúoEs.orêl Brâsil,1975
Adoniran Earbosa Rio de laneÍo SornLvre, 2002.
Nã décadêde 1920,uma govêrnêntâalemã
é contratêdãpor uma
Um dosmaisconhe(idose aclamâdossãmbistas bra-
famillã ricã para claí
,i l ei ros,A dol rdr B d bosar.oL)e a í" l d dor i Fìi
a ulasãos J ilhosdcoã - ? síantesi tal i anos paraa múscâ popu ar em cl ássl côs
sal,o que inc lui ta m
como" 5arnbadoA rnesto' ," saudosa mal oca" ,' Ìi ro
bém inì c iar s exu ã|
m ent eoí ilho m a i tv e ao Á varo" e " A s mari posãí' C - hamadode " poeta
do Bexgã", Adonirãn dá ãos lmigrantêsum trata-
lho par a m ênt è l o
mento semelhanteàquele observadonos contosde
aÍastadode ambìen-
A l cântaraMãchado.
têspromíscuos. Deli.a-
da adaptêçãodo ro-
mãn.e amaa verbo
ìntt ansitivo, cle Mât io
de Andrade-Em DVD.

a 534 CAPTTULA
25
ffi ,,.fl+fiï*i
Dar n ar a n o c a r i c a r tts r

, e C a o Prrd o J5r ã o Pa!o:E di to


A c idadede sà oP a u l o d A PrìmenàGftnde Guetra:o confrontode imperalismos,
de t\4êrideâ Lou esl anott.5ãoP auo A Ì!ê, 1991.
LÌvroclásicosobreaíoímaçãoda cìdâdede são Pãulo. B rê!êrbo.ddsen sobr"o p i Ìei ro, orÍl i .o mài si m
t J ãr " dd. , on o .L o -.horr c è s s o b .ê p o d o* ;\ gêo9r.j - portanredosécuo xx e que determinoumuito da pro
'i qJe Ídvoreerdn o desenvovimerro dd ner'ópo- du!" oda,r' .o l i _ê.àri dndlJropderoB r" si l .Omo vi
".
le.Obraque ajudâa íesponderqLãlquerqueíionamênto Íìeìl o.o' ;dl i .1à nd R L\,i dê d dos pér es
" .onoÍi à
sobreo pa copaulistanodo Modernismo. êJropêL\p rol " que ,o re.àmabèl os
" rpr" dro' . ' ig
nificãtivos,influen(iariãmo comportamentorêvoÌu
Semanade 22 entrevaàt e apLa!- cionárioda juventudemodernistaque assumirápãpel
sos,dê N/lárca Cèmêrgos5ãoPauo: fu ndanrêntaI para o iníciodo queslÌonamentoldeoló-
B ot em po, 20 0 2 gico em nôssopais.Por issomêsmo,a leitura destêpe
EmurntextoelucidaUvo, bastan- queno volume pode ãjudar a compreendermeìhor a
te didátko, o livro tratâ da sêma píoduçãodã prlmeirageração.
na de Arte Modernade 22, ã par
tk de uma pe6pêctiva hlstórica, Tarsilado AmaraLa nodetn ista,deNadê BatÌeà Got b
apresentandoos píinc pâis êcon 5ãoP aul o: 5E N A C
5ãoP àu| o,2000
: t ec im ent osq u e E rt€l i vroaj udaa entendêraobraea personãl i d ade
êvehtoque marcouo iníciodo Mo- de l érsi l â.àl pmdp âprese.ìtàr
o! bésti do" \ do Ìovi-
dern smo bras eiro. Livrorepletode boasimàgensso- mentoModern5têno B rãs, êm padi cuar ã ántro po
' bre a semânae suascon5eqüèncias. fagia.Deíaque paraasreproduçõesde váriasda5obfãs
da aítista em todas assuasfases.
Paryueíndustrial,de P"\tlca Gavão.SãoPâ!o: Mercado
Mêlho.espoenàs de Máriô de ,andráde.orgd .
"."o
Romancemodernistaque revelao o har Íeminino e deGl l dide Mel o e S ol zi .5ãoP aLr
o Gl obê,2001
ativÌía paraa industrìêlizêção de SãoPauloê suascon I ivro que reure osmelho espoemèidê Lm do! prin-
seqüênciãs. Deum lãdo,osurglmentoda mêtrópoleque .ipaisautoresda primeìragerêção
oí gulhas eu h ê b i ta n te e ,d e o u tro ,a e x p l o Íãçãodoope modernistãbrêsieira. i
rêrladoquètrârácomoresultados â organizãçãodostra-
.
Melhorespoenas de Manuel Ban-
bâlhãdores. Obra importanteparasê levâfem consrde-
deira, ofgàn zêçèo de Ffan.isco de
: façãooespaçourbãnoquêabÍigouâsrelv ndicaçõesde
dã "geraçãoherol Assrs BãrbotasãoPa!o:Global,2004
artisÌasenteectuaisrevolucionários
c a" . P at r í c iac a l v ã o ,c h a m a d aP a g u p o r o s w al d de 5êleção comos melhorespoemas
A . d dd- . . ur9 :u c o rìo L ' Íè d à \p | i n e :rd s v o zesÍem,ns de ManuelB ãndei ra, apresentan-
tasdo paíseaindahojeé um símboo de lutâ pelosdirei- do um panorarnada obíâ dessê
r oì dd\ Í u ne íe se Í J n à o .i ê d d d ed ê p e r' i l n èchrstë.

PoronovegorJfl
http://wwwmêrÌì.org.br http://VWwestadao.com.brlmagãzine
O M A M , \ 41 < ê Jd e a ' te M ô d .,l d d p 5 ã oÒdLl o,oi e Pá9inaespe.ialdã revistaeletrônicaN,4aga.zÌne,
de
receâmplo acervoda pinÌura nacionalqueãtÍavessouo O Esfadode tPáulo, que apresentaãÍtigos de Mário
s ec ulox x e. he g o L d o x x l rÍl u e rc à d ap e l o sp' i nêi ro\ de Andrade publicadosoíiginã mênte no jofnaì, por
ocasèo do vigésimoânivêrsárlodâ semanade AÍtê
Moderna,em 1942.A páginaãpresentaainda umagâ-
http://wwwmacv rtual.usp.brma. leria de fotos e de obrasmodernistãs.
A pes arde nã o 5 e l ín i ' ta rè s p rÌm e i rads é c a das
do 5é
http://wwwcpdoc.f9v.br
culovü, o sonoíìzadoslte do MAC(Museude Arte Con
temporâneâdâ Unlversidade de 5ão Paulo)sê propÕea s/fe do CenÌrode Pesqukae DocLrmentação da Fun
s ero r ì disc om p l e rob ê n Ío d e i m" g e n sd o tè i sdo. pl dêçãoGetú io vargas (om muitãs lnÍormaçóessobre
ÍnêiÍosíÍodernistãsdo país.Fazemparte dê seu êcervo êrte e cu tura nos anos 1920,dadossobreo contexto
obr asde gr ên d e sn o me sd a p ri me i íag e ra ç ã om odernr- socÌâ| e êconômko, biografiadosprincipaisa utoresmo-
tà, comoÌa6ila do amaral,Anita MãlÍatti, Di Cavalcant dernisÌase uma lnhã do tempo com t ks paratextos
sobreasemânade A rte Modernã.

Modenisnônô EraslPtìneìâqeÊçãÕ:
ôusâdia
e inovaçao535 a
geração:
Segunda
mrsucrsmo
e
consciência I
socia
Expostoao haïor de duasgftndes guerras,o serhumanovìve tempas
sombriosem meadosdo séculoXX.O que significaestarna mundo?
A esperança deve serdepasìtadanosindivÍduosou projetadana
espiritualidade?Confrontadacom questõescomo eJsat a Iìteratuta
precìsaencontrcÍnovoscaminhos,abandonandoa relatìvalevezaque a
marcouno ínícioda séculoXX. Neste.apitulo,vo.ê saberáquaisfaram
as rcs'ostasdadasaelosooetasbrasíleìros
a essedesaflo.

L a 5 ê rSê g a l ,G u e n á ,1 9 4 2 Óêôsôbretêâ,270rl S 5chA sduasqueÍasmundaseos.onftosexist €f cas


gêÊdôspôr e n mârcaËmdê formas gniÍ.at!â â produçãoartistca da segundaq€raçãomodemi5iã

CAPITULA
26
O que vocêdeverásabeÍao í. Observe a tela de LasarSegallqueabreestecapítulo. ElaÍoi inti-
luladàC-ê'è. QueelemenTot rompóemejseretraÌodâ guerra?
t. Quàl Íoi o projetô líterário r E po ve ide li'r que".er.io ê r;o lL,d oo"
r Obs-orve "r
da poesiada segundagera- a posturadossoldados. O queelespaÍecem estarfazendo?
. Pot qúe a desilusãoe o 2, Ìodosossoldados têm o rostovoltadoparabaixoe ocultâdopor
pessinisnodefinen a po- um capacete. Que imagemdossoldãdos é (riadapor essemodo
esiêdo período. de rêpresentação?
2. Comose .drccterìzou a po- r As únicaslacesque aparecem sãoas dosmoftos,semprevotadas È
esÍadeCàosDtummond de parao céu.NasLra opinão,o quee assugerem?
r Ossoldados nãousamaTTnas nessacenâ.O queissopodetnclicar?
. Quaísüo os ptìncipàiseì- 3. UmâÍiguradestacâ-se nâtela.Éo homemque,decapitado, segu-
xostemátícosda poetiàde râ â própriacabeçã.Suâposturâé diÍerenteda posturados dê-
mâis-O que ele parecefâzer?
3, Comose caracterizoua po r O queo fatodee e carregar a própÍiê permite
cabeçã concu í?
esíède CecílìaMeirelèse de r Paravocê,o querepresenta
VìníciusdeMoraes.
essaÍigurat
. Por que a naturezà tona 4. MáriodeAndrade,escrevendo sobreê obrade LâsarSegall,afirmou:
se um par.tmetropaQ a "[...] pela ÌJruuÌa do pinccÌ,já (ÌemonsrÌava um honor nÌstinrivo
bttscàindividual nasobtas das cores radiarÌtes e teÌizes."
de CecíliaMeireles.
. Que concepçãode ànol A\Dn^DE, N1áriodc. LÀaì 5 e1a].Mujrninrd.: urtuLa\ilìra do intn .tX
predomina na lírìca de ?âns:NÍusard,\Í M.deÌÌjc {Lelã \'ille d. pâÌis,Ì98A.p. tl]
Dnponi!€l em: <{tujltrxuìm.ãl.oÌ.g.lìÈ. en 2i nìriÒ 200õ.
Víniciusde Moraes.
^.e$o
4. Dè qt)enodo a espítítualìda- r Observeatentamente a magemdeabertura.eue coÍespredorninam
dè marcaa poesiadeMurílo nate a?
Mendese loÍge de Líma. r Podemos queessaobralustrâo',horrorinstntvodascor-os
afirrnar
. ComoMuriloMèndesalia Íadiantes
e felizes",
comoâí ÍrÌìaMáro deAndÍade?Explque.
rclisiosidade a una visão
5, Queimagemda guerrao quâdrotransmite? Justifique.
. . Qoaissàoos tnços carcc-
terísticosda poesiadelor-
ge de Lima,

6. A literaturatambémcriourepresentações
paraâ guerra,Leiao poe
mâ de CarlosDrummondde Andrâdêparaconhêcerumadelas.

A nttite dissolae as home,N


Á noiie desceu. Quc noirel compleia, seÌÌÌ rcti(ências,
Já não enxergo mcus irÌìãos. n noite dissoÌveos homens,
E nem tão pouco os rumores diz que é ÍÌíúil sofrer
qre oulrora ÍÌe PcrÌÌrrDaÌam. a noite dissoÌvcas pátrias.
A noÌte desceu-Nas .asâ!, apagou os aÌrÌÌiranres
Dasmas onde se combate, cintiÌ!útesl nâs suN fardãs.
tros caìÌpos desia.Ìccidos, Anoite anoiteccu rrdo...
a noite espaÌhou o medo O mun.Ìo não tcm remédio...
c a total irÌcoÌÌìpreensão. Os suic;dastiÌìÌÌam ra7ão.
A noite caìu. Tremenda,
sem esperâÌìça...Os sÌrspiros
acÌrsârna prcscÌÌça neSrâ
que paralisa os ÍjucÌreiÌos. ertreranto eu tc diviso, ainda tímida,
I o amor ÌÌão abrc caminho lÌÌcxperiente das luzes que laìs aceÌÌder
na Doite. A roite é moÌtâI, e dos bens que repaÍirís con iodos os homellJ.

Segundâ
senção:nisticisnae @nsciência
sôcial537 a
Ì

LIÌERAÏURA
-

[X ]eImpróno: dcnriÌn!, de.isiro o Sob o úmido éu .Ìe üi!as, queixas e lÌumillÌâçòes,


q) adi\''inho te que sobes,vapoÌ Ìóseo, expulsa do a tlevir roturna.
O trìsie mundo fâscish se decompõe âo contato de reus dedos,
teus dedos frios, que aincÌa se não nx)deÌaram
IE
mìs que âvançam na esc[ridão como um sinaÌ r€Ìde e perenÌptórìo.
o
Mnìha fàdiga enconirará em ti o selr tcrmo,
minha carne estremece na.erleza de tuâ \'indr.
o O suor é um óleo suave,as mãos dos sobrcrivcntes sc cnÌnçam,
os corpos hirtos adqÌriÌem uìÌal1uìdcz,
unh nìocência, um pefdáo sirÌples c macio... f
o
HaveÌÌìos de anÌallhecef. O mundo
se tiÌìge coÌÌì as ún1ar da antemânhã
i u 5 d rg u c que e' onc é d., F. dê r;.' ,' r ' * ' i ri u
para coÌorir tüas páljdas faces.aurorx.
ANDRAIE, CâÍ16 Drnmmon{Ì {Ì--.Sentime.b {to tründo.
Ppria clfuM. Rio {Ìe.Iânsn!: NoràAguìlâa 1992. p. ?1}71.

! A pr meirapartedo poemaãpíesentauma"noite"qLredesceu sobre


o ÍÌìundo.Releia
osversos
e dentfiqueascaracterísticas
dessanoite.
. Considerando ascaracterísticas
dentíicadas,podemos concuir que
essanoiteé uma metáforaO quee a sirÌìboliza?
Expique.
t. O poemapodeserdivididoem duaspartes.QuaÈsãoelas?
r Quetpodêsentlmento caracteÍiza cadaumadessas partes? PorqLrê?
r A expressão "auTora"é umaÍÌìetáforaO queelaÍepresenta?
2
8. Observe os verbosnâsduaspãrtesdo poema.QuefÌexão(tempoe
modo)predominaem(adãumadaspartes?Justifique comexemplos.
r Podemos afrrnarqLrea flexãoverbaé usadapaÍadlstingu Í fatos
apresentados comoíeas deoutrosvistoscomournapossibi idêdêÍ!-
1ura.Qualpariêapresenta acontecmentosÍeaìs?Qualapresenta a5
oossibildades?
r Explqueporquea flexãoverbalé essencial paraconstruiÍ
esseefeto
cìesenroo. c
r "Havemosdeamanhecer" Esse é o únicoversoemqueo verboapa-
.".ê flê, o-ddo." orne td pê\soado p u-ar.A q .êr êlê " í"t"t.],
9. Nasegunda parte,o eu ìíricotaz umareferência histórica quê nos
permiteÍormulôrumâhipótese sobrea que guerraeleserefere.
Trànscreva o vergoem que essàreferència apãrece.
r A qua guerra elapodeserassocada? Porquê?
íO, A personficaçãoou prosopopé a é uma figura de pensamentoquê
atribuicaracterísticas humanas a seresinanimados, A metonímia
é umafigurade palavrêque ocorrequandose usauma paìavra
em lugarde outra paraindicarum objeto.Explique de que ma-
neirauma prosopopéia Íoi utilizada pàra caracterizar
metonimi-
camentea aurorano trechoa seguir:
"adiviÌìho-te que sobes,npor rósco, expuÌsàndo :ì trcvn roturna.
O tÌjste ìüÌrdo fas(ista se decoÌÌìpõc áo coÌìtato dc tcus dedos,
teus dcdos Írìos, que ainda sc n;io modeÌuam
mas quc ava çam na escuridão como um sinaÌ verde c peremptório."
r Qualé o sentidoproduzdo pea combnaçãoentfeessas
duasfiguras
de nguagemT
'l'1. Observemaisumavez a telâ de LasarSegall.A imagêmde guerra
queelaâpresenta
ésemelhantê à do poemâde Drummond? Porquê?

a 8a caPiruLa
26
-L IÌERAÌURA

'1930 Lnko dãeravaEa' om


a Rercução de 1910 Ummundoàsavessas:
È guerra
e autoritarismo
; AquebÍadabolsa
deNovaYork,
em 1929,9
' o i u -' l p e o , ,oa^rê r^di oê qLe d d" -dda sê
't
gu nteiera conturbada. os mercadosfinance - !
ro oo Ìodoo r-noo -o'dr abddooçpêlo (ra-
' ( ddoosa.0 Bíèsil náoÍoioorpaooa s-per-
safrade 1929,a incapacidade de o covernoI
fecleralcornprar o exceclente de café,a dim !
kãnkln R6N ltoma- nuçãodoconsunìo desse procluto nomercadc"
1932
.-- te DresidêrÍÌ€
dG EUA rÌìundã1, provocada pelacris-^desencadeada
oulao do atoro po, pelaquebradabolsê, ÍizeÍamdespencar o pre-
ço docafébrasile Ío no rnercado nternacional.
A Revolução de 1930,nomedadoao Íno-
vimentolÌderado poÍ políticos ê rniitares con pêulstanaPÊçadaSé,5ãoP.uo, duÊntê
a RevouçãoConsttlc onâlstêde19!2
tfa asolÌgarquias cafeeiras, Íesutou nadepo-
1933 s çãodeWashington Luíse levouGetúio Vargas ao podeÍ.Esse governo, que
deveÍiêserprovisório, foi, aospoucos,tornando-se duradouro. Ospaulstas,
nconÍormados coma perdade poderpo íi co,desencadearam, em 1932,a
; 1936 Revolução Consttucionalista, masforamlogoderrotados.
Coma prorn u gação deurnanovaConstitu çãoeÍn1934,Vãrgasfoi egtimãdo
nopoder. Noanosegu nte,asesquerdas seunirarn paraformara Aliança Nacional
Libertadora(ALN). SentndoseaÍÌìeaçado, cetúlioconseguiu a apÍovacão deuma
LeideSegurança NaconaLecomeçou a peÍseguÍos manifestantes deesquerda. O
conìunistaLuísCaÍlos PÍestes eváriosídeÍes daooosicão forãmoÍesos
Em'1937, o Congresso Naciona foi fechado. Estava decretâdo o Estado
3 :'ì Novo.Como golpe,Vargas, inspradopelofascsmoêurope!,assumiu pode-
e
?
resditatora s e passou a exercer o ooderdemodoêutotitáÍioê centraizador.
e O Departâmento delrÌìprensa e Propaganda (DP)perseguiu e prendeu muitos
j escritores,acusados dê subveÍsão.
Nocênário mundial, a quebra dabosade NovaYoÍkfo um dosestopins
t da crseque evaria à Segunda GueÍÍaMunda.Em1939,Htlerinvaduã
deam Ámerae .les Polônia. Em1941,a guerra agravou-se como bombardeio ernPeaÍl Harbor, e
a entrada dosnorteamericãnos noconílto.Em1945,quando osaladosde-
sembarcaram naspÍaasda Normand a paraf nalrnente Íetomaro poderna
EuÍopa, o cenárodedestÍu ção era inacred táve: a rend çãoalemãexpunha
1939 lrilcio
daSêolnda
GLets
- râMúndiâl ao mundoasatrocidades cornetidas contram lhõe5dejudeuse outrosc da
dãospertencentes a gfuposconsiderados " ndesejáveis" peo goveÍnonazista
(homossexuais, c ganos,portadores de deJiciência moioraou mental,comu
'1941 n stas,prisioneiÍosdegueía sovìétjcos, mernbros da e ite inteectualpolacae
íu554e outÍosgÍuposesavos,alqunssaceÍdotes catóicose pÍotestantes, tes-
temunhas deJeová, sindcalstas, pacentespsiquiátÍicot.
A Segunda GuerradeixoucomolegadoÍÌìas do queruínas decidades arÌa-
't942 sadaspor bombard,oos. Elanosobriqoua enfrentar a baÍbáriehumãnãe a
reconhecer queo preconceito e o desejodesmed do de poderpodernlevarà
peda dem lhõesdevidãs."l,,leus o hossãopequenos paraver/o mundoqr.le
seesvaiem sujoe Sangue', escreve Drummond em 1944,registrando o espan-
to dospoetas âorefetiremsobÍeê perversidade dequeo serhurÌìano é capaz.
O lançamento dasbombas atômicas, emagostode 1q45,contraascldades
japonesas de Hircxima e Nagasaki, Íevelou queã ú t maÍÍonteiradaéticahavia
s do cruzada pea cência:o serhumanohãvadescobefto urnafoÍrÌìãefciente
deextermnâraprópriaraçã.Estava criâdoocontexto paraquea arteãssum sse
umaperspectiva mas ntirnista e procurasse respostas paÍaas rnuitasdúvidês
existencais desencadeadas poÍtodoessecenário de hoÍor e dedestrução.

SEundageraçâa:
nisticìsnoe cansciênciê
sacial539 a
TITERAÌURA
-

geração
. Segunda
modernista:
a
a consolidação . r..
=
... oê utÌlâesreuca
' n instablidadesoclãe poiticaÍeÌaconaclaa essecontextofaz comque
surlãaa,ná iteÍãt!Íã,pÍopostêsdediferentes rnodosdeinterpretaÍ a rea dêde
e deresponder àsgrandes q!estões hurÌìanas
E âssmque,passáda a ãgitaçáo nicial, o Modern srnobraseÍo átinge, ë
oor\otdoe l9J O . )raê s e è u e oO -o Í à ' c e g d _ h " u ' rn p u o . . o d 1 à
To, corÌoveremos no próxmo capítuloNê poesia, afasedonaconalsmo
crítco,quepromova a releturado passádo h stórco do Brasl, é superadê, e
os autores passam a dedicãfse à reflexão sobreo mundocontempofâneo,
usandotodosos recursos à disposÌção da cíiaçáopoética,apÍovetandoas
conqustasda pr meirageração e outrasfeíarnentâs Íelaconadas à foÍma.

A pub cação,em 1930,do )uíô Alguna pt esìa,de C os Druúnìond dê An-


drãdê,é consideÍâdâ ã refêrênca do níco da poesiada segLrn
da g€raçãonìodeF
N luher.ô m seL stÉs f h o5c ãm . hàndo n sta. Os cÍtcos adotamo ano de 1945como data do f m da poesiadessaqera
pof uma cdade belgâdeírúida ção,eÌÌìboraos escritorespertenc€ntêsa ea continuema pÍo;uz Ì:
por bombardeionaz5ta(1940).
U m erem pod a ba rbá req ue ev ou
o sêr humãfo a rcverselsv.ores

O projetoliterário r
J

da poesiadasegunda J

geraçãomodernista
RefetìÍsobreo sentdode estarno mundoé ã pÍoposta quedefneo
proletoiteÍárodapoesiãdãsegunda geraçãomodernistaEssãrefexãoestá
assocada a urnagÌandepreocupaçãocoma íenovaçãodalinguagern,anun
ciadanagefação anteror
O contextosorÌìbro da Segunda
GueÍÍaIVlundial,
asatrocidãdescomet
dêsernnomedo podergerarnumafoÌ1enecess dadede resgatêÍ
a cÍençade
quea nossa espéciepodeserÍeãÍlìente"humana".
ê\o Íi .d dddêfanoôT \ \e .Íì -roTô^to o. grd-dê,o t io. po.oue
^
tornase tão dílail compreendeí Deus ndependentemente do nomeque
Íeceba quantocompreender a humanidade dianteda cruelexlstêncâde
bombasatôm cãse carr]posde concentraçáo.
A anáisedo serhumanoe de suasangúsUas, o desejode compreendeÍ a
Íelaçãoentre o nd víduo e a socedadeda qual faz parte são os elementos
Íecorrentes na poesiaproduzidanâ décadade 1930
Enquanto a pr me rageraçáomodernstaexpeÍimentou umagrandevarje-
dade de ternase de técnicas,a segundageraçáoé caracterizada por urna
produçáocom lote dimensãosocial.Assm, o contextosociopoít co def ne
um ioco paÍa a poesiadessemomento.
Ospoetasda geraçáode 1930fazemurìrusoda pa avÍasempÍecarregado
do sentdo da modernidade,da conternporane dade,mantendopresenteeÍr
seustextosa reflexãosobreos acontecmentosque testemunhame paraos
quas buscamuÍfa explcação.

a 54O aAP[ULA26
L I T E RA T U R A

A poesiada destruição
atômica

A rosd de Hìm)-imct
PeDsemnas criânças Da rosà de Hiroxima
Nludas telepáticâs A rosa heredirária
Pensem nas meninas ,q.ros:Ì radioativ;r
Cegas inexatas trstúpida e nÌ\,ílida
Pensem nas rÌuÌheres rosa com crrose
^
A tuÌti-rosa atômica
Pensenì nas ÍèÌidas Sem cor sem peÌfÌrÌÌe
Como rosa! cálìdas Sem rosa scm nada
Cúp ua d o Memo riald:Pâz em Mas oh não se esqueçâÌn
NIOR{Ì'S,Vüriliu\. t/i,i,,r d, rÌÍoz&
poena.oÌÌrplerr e provL. Riode
Jãneiro:NoQAguil4 Ì998.p.58Ì

Analise,com seuscolegas,"A rosadê Hiíoxma", po€madêV nic us dê Ntoíaes


peo grupo Secosê N/lolhados.
nìLrsicado

Ë Explqlieo que serièa " rosade H rcx ma" ê o que permre essacompâraçáo.
c D scutãpor qlie, nos pÍ me rosseisversos,são mencionadas asÍeridaspro,
vocadaspea rosãde H rcx mâ e poÍ que €ssâsfêrdês sãotdnìbémcompa
ra d a sa " rcsascál i das'
{ ReÍita sobreo mot vo de não sereÍnmenconadosos efetos da bombaso
b Íe € l ementosmascunos.l dênti fque
osi gni fcâdodosaÍ butosqLredÍo sa
recebenosseÌeÚtimosversos.
{ ExpiqLr€porqle a rosad€ Hiroxnìa seÍldumaanÌ-rosa. dêntifque ê cíticd
e o conviteletos peloeu Íico ao eitor
r! Conclua pode se aí Ímar q u€ essetexto levao eitorà rellexãoou somêntê
à aprecaçãodo objetoestético(o poêma)?Porquê?
\6 )

9. r Osagentes
do discurso
E As condiçõesde produçãodospoetasda segLrnda geração modeÍnista
sãomuitosemehantesàsdosrnodern stasde 1922.EnouanÌo Oswalde IVIá-
I o deAndradeseentusasTnavaÍÌì coma eitufadosmanifêstos dasvanguar-
dasêÍtístcaseuropéias, Drummond e seuscompanheiros Ìiam,peos ornais,
os manifestos dosmodernistas bra5lelÍos.
O erìrusrasmoqeTaoo Deas novas
oropostds e do q.dndêouao rÌioo poeo r rnoi.otorã _orèqeÌe n(a
!rna correspondência comvárosdosÌtrirneÍosÍÌìodernistas.
O rnesrnoespírtodetrocadeexpeÍiênc asquecaracterizou o grupoorgã
nizadorda Semana deArteI\,?lodernãcontarninaiovensescritoresde difefen
tespãr-tesdo BrasI e os evaa aderÍ ao pÍojetornaor de tÍansformação da
literêturênacional.
A circulaçãodostêxtostarnbémseguêospassos dospr meirosrnodern s,
tas:revistã5iteíárias
elornais.Alémdisso,o rnercado de ivÍosseaquec-o corn
a cr açãodeedìtoras llrasieiras.
NlonteiroLobatoé o DÍimeiroDrooretár o de
umaeditora nacional, o quefãciltaa publcação dasobras. euandoa edtora
lvlontero Lobatova à íalência,seulugaré ocupadopea Companhia Edtora
Capadá ôbÍa Poeia are agoré,de
Nacionafjm poucomas taÍdeé fundadaa "casa"que acoheu boapart-o
Drlmmond, publcadapelalosé Oympio dosprincpaisescritores da geÍaçãode 1930:a LivíãrajoséOlyrnpo Edtora.
tditora,que d vu 9óu o trabalhodos Assm, emrevrstas, jornaisou ivrosa produção poétcadaseg!ndageração é
princpa s escrtorêsda gefaçãode 1930 divugadae começa a qãnhaÍ a simpatiadosleitores.

"a"",1.!::j9.!::!lr9::9 _l
I , I Ì ER A Ì U R A

geração
A segunda e o público
modernista
ErnurnaséÍiede apontarnentos dÊtr_a-r:€
lterários,CaÍlosDrummond
fazurÌìacuÍiosaobseNação.

As 398 razõesde irconpatibìlidade enire a arÌe mG


,l c , nd ê o prbl t p^d, r{ i a .,, re' .pnLrr mri ' c..1" o
:
^
público geralÌnente procunoassunroi enquaìÌto a art.
modenÌa o esquiva ou cÌiDina.
ÂIDILADE,Calos Dnumotrd de. Faseiosna ilha
LnÌ Pdrd s!mr4 Rio d€Jüeúo: NorãAeuilaf,1992
(I.agnoÌo)
!. l'12?.-

O po-Âta apresentaumãexp caçáopossível parao estranhamento que


a lteratuÍamodernista provoca no públìco.O experimenta srnollteráÍo
ncal dá ÍfaoÍ rnporiânc a à formae à linguagem que ao conteúdo,
contÍariando a tendênciadê um públcoq!e costumava dar ÍÌìaioÍaten-
cáoao assunto
o própro DÍummond sevê alvode urÌìâacaofadapolêmca quando,
em 1928,pub ca o poema"No meiodo caminho". A repetçãodo verso
"No meiodo caminho t nhaumapedra",desocadopaÍad ferentes pos
ções,nãoé entendda poÍ mutos,quelu garnsero textoumabrincadeiÍa
de mêugosto.Anosrnaistarde,eÍlìuÍr escritoautobiográfico. o poetê
coTnêntar a: "souo autorconÍesso de certopoema,insgn ficanteenìsi,
ÍÌìasquea paÍtitde 1928vemescanda zandomeuternpo, e seweatéhole
paradividiíno BÍas aspessoas em duascategorias rnenta s".
A dif culdadede vencera bãfreiÍado gostopopularfaz com que os
poetascrieÍnuín intensovínculoterário,toÍnando-se etoresunsdos
outros.Êssa atividadeé confirmadã pea ntensa trocade coÍrespondêncl
asentÍeeles.
Quandoas experrÌìentações e9téÌicas dão ugaíê Lrmapoesa mais
voltadapaÍaasìndagações humanas, o nteÍessedos e toÍespelapoesia
dê segunda geraçáo cresceÍÌìuitoe tornacélebres a gunsde seusrepre
çentantes. comoVinicusde N/oraes. Cêcíla IVerelese CarlosDrummond
de Andrade.

Prcjetoliterá o da segundà r Linguagem:


tendências
diversas
oudndod' dt,d'rosè ooesa daseguroa gcÍd,doroo"ln rta,obso-vor os
quea pr ncipacaÍacteÍíst cano usodâ | nguagem é a I berdade paÍaexporaÍ
rcÍlexão
sobÍeo senrdodeestar
todotioo de recurso foímal.
A seleção de paavrasparecesugefr umaopçãopelas ÍÌìplcidade, masa
focono conterros.lopolitico estruturasintátcadosversosé muitasvezesÍnaiselaborada, snalizando a
d reçãoopostaEssamaiorcompexdadesintática podesefassocìada à pró
F*"GÃil.r*ç.l pra temátcadesenvovda nostextos. DÍumÍnond, CecílaMeirees, [,4urlo
ve6oscomeÍrutuÍassintétcasmãs Mendes, Jorgede L nìausama poesiaparaÍalaÍde um morÌìento em qle a
elaboradas humandadeestád antede questõês corÌìplicadas. Refletirsobreelasexge
umaelaborãção s ntática decompexidade equivalente.
A manera coTfosãousadosos recuÍsos própros da linguagem poétca,
comoversos, Íitmose I mas,tarnbémrefoÍçaa iberdade comoTnaTCa dessa
geração.VersosivÍese brancos conviveTn comoutÍosÍimadose de métrca
ílxa.Formas poétcasfxas,cornoo soneto,tambémserãorevsitadãs porto-
dosos poetas,quesubmetem a linguagem àssLra5 necess dades,valendo-se
de lodo\o, o, . r' o " (o rn d lo u 1 " o ê s u àd ' s p o (iç á o .

a 542 CAPITULO26
LITERAÌU R A

[E Uhpia] qualqns deÈnçãodeuu


sociedade idal nrn.ìrHh.ìa eú
E agora,José? lújüíõ e en üNrìrujç(apoüd@
eonômn-Á\d.ìadenancnrc
Nestepoêma, o eu líri.o questiona .ôÍÌptuÍìeüd.s.on o benstu da
ÒlÈúüdâdc.O tdrìo pasu a
seuìnterlocutor: como prosseguír? d6i8!aÌ, poÌ ealssão{lerntjò, Òs
snhor artrÌhia úerlti\tú.

E asom,Ji'sé? E asom,Josér
trstáscÌnmulher
a luz apagou,
e tudo fugiu se você morresse...
Mas você não mone,
já não pode beber e asora,Josél
e asora,José?
já não pode Íilmar
cuspir.jáÍão pode,
t...1 Sozinho o escüro
vocêque é semìÌome,
que zombados ourros, Se 1'ocê grit.asse, t...1
\rocêmarchâ,Josél 1992.p. 8&89.
você que faz veÌsos,
que ama,PÌotesta? José,para onde?

í. Na primeira estrofe,o eu lírìco mostrâlosé, seu I O usodessas estrutuÍas eníatizaum aspecto davida
interlocutor,no cenário de uma Íesta que âca- de losé.QLrâl?
bou.oue elementorrugeremo fim da fesla? r Aquiloquenão veio,"o bonde',"a utopia"e "o
I Afestaa queserefereo eu íricotem sênido meta rso' é colocadoem paraleo. QueeÍeitoissoproduz?
fórico.considerândo o poemana suatota idadee r E , , a e _ L m ê 'd ( é o d e I e 9 . v d . 5 , o , i d d d I e p ê
ofato dequefo escrlto em 1942,expiqueo quea "
j çãoda expressão "E agora,José?'lcontriburpara
festâe o seuf m simboizam. a r^ e -a'a pÍô<'áo e\e''ioê,oo e o5i. Do q lF
r Leâ unì tÍechodo comentáÍode JoséSêramago,
escritorpoÌtuguês,a Íespetodo poeÍnae dê urna 4. Na lerceira estroÍe,os verbosestãoílexionados
oLlí à Â p .ê c ô o p a Ídd Íre .d Ío d d d ÍF .1 ". no imperfeitodo subjuntivo. O que o usodessa
"Considcro priliÌéSio nìeu djspot deíe \€rso, estruturâ lingüísticâ indicà, considerando ã per-
porque me chdDo.kxé e muilÀsrczes nã i'ida nÌe gunta que é reiterâdâ âo longo do poema?
tenho intcúog'ado: 'E àgoú?' Fomtn aqxeÌas hons r EssaestrofeÍnaTca
umagradaçãonaspossibiida-
e que o rnunoo es.ufeceu,en que o oesdmo se desde açãode José.Expllque'a.
fez ÌÌrüÌâÌha, Íòsso de \'íborãs, em que as mãos fica-
.kn $ziâs e âtônitd.'E agor4josé?" r O qre e,\. g'ddêç;osLgeÍe e id ão êì
-ob "
S \ R \ìÍAc O J .1 À,!,ò ,1 /r,; a -.' à " i .. queseencontÍa José?
3.èd.usboa:Caninho,1986p. 35. 5, O que estesversosindicamsobreJosé?
I Como Josépode eslar s€ sentindo nessas tuação? .M6
você não Ìnorfe.
J uÍ if ique.
vocô é dÌrro,Joséj"
2. o eu lírìcocaracterìzâseu interlocutor nosveBosÍi r EssesveÍsos,assocadosaos da ú t ma estroïe,per-
nâis da primeirâ estroÍe,Quetraços o caracteÍizam?
mitem entender que o desfèchodo poema camt-
I O que repÍesentamas açõesde José,no contexto
nha paÍa duas direçÕesa da espeÍãnçae a da de-
do poema? sespeÍança.PoÍ què?
r Fssadescíção se opóe à situaçãode "Íim de ïesta"
eÍlì que se encontÍa Josée o cooca d ante do dre- 5. Relacione o acontecimento descrito a seguir à li-
ma teÌnatizâdono poema pela expíessão"E ago- nhâ do tempo e ao projeto literário da segundâ
". Porquê?
ra,José? geração modeÍni sta.
r EmboÍa tenhaumnome losé ,
o inte|ocutoÍ E m l oJ7. C u. nr' , toi bombrdcad, por aü-
o poa " \F FÍêr" è êô ro.1o "Você que é çem õesnuistas. Aasociação cnt e Hider e Flaco cau-
nome".Explique o queeles mboizano poema. soÌr a mortc dc 165.1pcssoõe feriú 889. Essa.i.12-
I o eulÍicodeÍne106é coÍÍìoa guém"quefazveÌsos". de foi escothida por nâo ter proteçào anti-aéreà,
DequemaneÍêessacaracterização revea queJoÉ r+ por rer "ipcnas T mil habitantese por eslãÌá unt
presentatambéÍÌìaquelesquesededicam à poesa? carlalho que represenÌa\ã,desde a ldade Média. o
t. Na segundaestroÍe,o paralelismoé empregado rcspeito à ìei e ào polo bàsco. Franco pretendiâ
para caraderizara vida de losé no pÍesente, que o araquesenissede Ìição a todos os que sonha
como ele é construído? vam com unìa Espanha descenfalizada.

SEunda geÊçãa:nisticìsnae cansciência


social 543 |
TITERAÌURA
-

Drummond
Carlos deAndrade:
poetadofinitoe damatéria
CarlosDrummondde Andradeconheceu a notofedadeem 1928.Nesse
ano aparecia,nas páqinasda rcviaïaAntropofagia,o polêrìico poema "No
meiodo caminho"

è
No meio do caminho
No nÌeio do caÌÌÌi Ììo ti1ìhà uma pedra
tirha umâ pedra ro meio do caminho

Ììo meio do camìnho tinha umapedn-

NuÌìca me esquecereidesseacontecimento
na\,ida de minhas reiinas ião Íatigadas-
NuDca me esque.eÌei que no meio do c:minho

Tinhâ uma pcdLÌ no ìeio do caminlÌo


no Ìncio do camnÌho tinhaümâ pedra.
ANDRADE,CarlosDrÌmnnrìd dc. ÂÌgun'?poesiâ.Púarr rrtud.
Rjo d..làr.nu Nor2AguiÌtu,rS92 p Ì5 :

O poemacausou controvérsa. Deum lado,osmodernistas o reconheciêrn


comoumamanfestação s gnficativãdosnovosvaloresestéticos.
Dooutro,a
opiniáopúblcaviao poernacoÍlìoumasíntese da novageÍa-
do desrespeito
çãode poetasem Íe açãoà "boa" iteÍatuÍa.
Durantetodaa vida,Drurnmond conciiousuaatuação comofuncjonárlo
púbicocoma craçãoiteráfa. A $ fieio lvra,Algumapoei/a,éde1930.
Dezênosmãs tafdesurgiaSenttmento da munda.Da emdianteaspublca-
çõessemultp cafam:Poeslas(1942), Á rosadapovo11945), Poesìaatéago-
ra (1948),ClaraenignaeÁ mesa(1951),Vialade bolso11952), Fazendeiro
doar& Paesìa atéaqora\1953),Violãdebolsanavamente encardaada \1955),
50 Poemasescalhidas pela autor (1956)e Paemas\1959).
A estréia
deDfummond cornoficconistaocorreuem 1950,quando pubi-
' a -' o n rc d - àpêndi /.. A Lón.èsC on n.ddt ddpdê(ê en otnds,en -
quantoerampublicadas asobrasdepoemas e decontos. Em1952,publicou
seusegundo volumede crôncas:Pásse/os
ra l/ha.
a, ern1962,suaprodução
CoÍf a aposentador seintensif
cou.Denveos
de poesiaançados
voluÍÌìes apósessadatadeÍacam-se Eoltempo& Á íéltã
que ama 11968),As ìmpurezasdo branco(1913),A paixáanedìda (gaOJ e
AmarseaDrende amanda1.1985\.

r "Mundomundovastomundo"
O poemaqueabreo prmêiroivÍode poesasde Drummond já anlnciâ
a gunsternasqueestaÍãopÍesentes
em todasuaprodução literáíiã:o ques
tionamento do sentdodâ vocaçãojterárae da funçãosocial do poeta,a
d ficudadedecompreender ossentmentos,ã impoítâncadafamília.

a 544 cAPi[uLa
26
TI TER A T U R A
-

r Família
e origens:
a viagemnamemória
como dasor gens,Íepresentadas
O temadafamíiaseconfunde napoesla
deDrummond peasinúnìerâs
reÍerências
à infâncã, e
à c dadenata,tabira,
de MinasGeras.
aoestado

Infância
Meu paì rnoÌìtala a cà!-aÌo,ìa pârâ o campo. Minha mãe âcava sentad;Ì coscndo
Minha mãc ficaÍa scntada coscndo- olhanrlo para mim: è
Mcu irmão peqreno doÌmia- - Psiu... Nio aco(le o menino.
Eu sozinho menino eniÌe mangueiras Para o berco oncìe pousou Ìrm mosqÌrito.
Ìia a história de Robinson CrÌNoé, E dava um suspiro..- que fundo!
comp da históúa que não acaba mais.
Lá Ìonge tÌleu pai campeava
No ÌÌcnldia branco de Ìuz uma loz quc aprcDdcu Ììo mãlo sem ÍiÌn da Ítcnda.
a nnrd nos Ìonges dâ senzala e nuncr se esqueceu
chama\ã pda o cJfé. E eu não sabia quc minha história
Café preto que nem â pretarelha era nÌâis bonita que a de Robinson Crusoé.
ANDR Di, Ca.losDrumrnond de.AlgxnaFer!.
ro Ë ?. " a.tu,, l , l , r' , \.. \+ . l q921. \.
'.

2 A Íecordação de umacenada infância é um iÍnportante


momento de
j
: reflexãopaíao eulírico.
Adulto,elerevêo slgní cadodo momentó fâmiiar
= ê conclui,no presênte,algoquea cÍiãnça nãopoda compreender: hava
mas beleza nasat tudesdê mãee do paido queno univeÍso de ficção
dãs
i aventuras de um heró literáro.O letor é surpreenddo poressa mudança
de "tom" nosúltimos versos,porque o poemacomeça demododespÍeten-
s oso,apenas cornoa Íecordação de urnacenaíami aí.Essareconsttuição, 5
porérÌì,peÍmiteque o pêssadosejareavaiadoe qle sua mportáncia sela
reconnec 0a no DresenÌe.

r "Otempoé a minhamatéria"
Eminúmeros poernas, Drurnmond abordaa íunçãosocialdo poeta:ainda
quearmêdoapenas palavras,
corÌìsuas denunciaÍa opressãoe lutarpea cons-
truçáode urÌìmundo novo. Boâ partedos poernasem que essetemaé abor
dadoconcentrê-se emRosado pava, ivropubicadoem 1945.Escritos sobo
mpactodaditaduÍadeVargas e daSegunda GueíaMundia, a i estãorepre
casâdê Cêf0 5Drummo nddeAndr ade sentados,ernpoemas maisforrnaisou rÌìâs despojados,
a angústia e o enga
amenioDolítco do ooeta

Mãos Dadas
Não seÌei o poeta de ÌuÌ muÌìdo caduco.
Também rão cantarei o mundo 1ìturo.
Estou preso à\ida e olho meus coDpanheiros.
Estão tâcitrunos mas nutem grandes esperanças.
Entre eÌes,coÌìsÌdero a enorÌÌìe renÌida.le.
O presente é tio graÌÌde, não Ììos âfastcmos.
Não nos afâstemosmuito, \amos de mãos dadas.

a 546 cAPiruLo26
TITENA T U R A

Poema de setefaces
Quando nasci, um anjo torto Na prme ra fê.e, o lom êltobiográfi
co do e! lkìcorevea a viGo da.rièção
dcssesque üvem na sombra iteráriacomo alqo qle marqnalza o
disse:Vai, CarÌosl, scr gau.h! na vid^. poêta tina anuncadapor um.njotoÊ
to (quênéo guiâvêçêu pÍôtêgdo pêíê
NopoeÍÌìa"lnÍãncia",o meni- cam nhos Íanqú lot, ser poetà é 5er
noquevêo pã pêrtÌpaíaocam As casasespim os homens géu.hê, esqlerdo,diierente Mas não
po consola-sê com a leiturade que corrcm atÍás de muÌheres. e aqo quê pôssêsêíêvrêoÒ
RoblnsonCrusoé.AdLrlto,desco A ta.rdetaÌvezlosse azul,
Á segunda facetratadosdesencontros
bÍiráquêa su. históÍiaeÍa rnais não hoÌNesse 1ântosdesejos. entreôssêntimentos AìãÊ
e osdesejos
boniiaquêa do náufragongês deazu,cÕrdapâ2,nãopodeeisi r por
criadopor DaniêDêfoê."Sinto quea .arne(mâtéria) p! sacomo de
o bonde passa(heio de pemas: sejoe tum! tuaa. crda de homens e
medevedorde todosos autores
que Ìi, na iníânciae na juvêntu- penas bnncas pr€ta marelas.
quênate
Nater.eÍatace,o dêsêlo,
de,e nìeconíesso a ndat butá- Para que tanla perna, meu Deus. gundaesÌroteeraa.ôn mo, aqorase
ro dosqueleioagora",declara o lpergunta meu coraçâo. tornâpêssoal:quemÍca abaadocom
DrumÍnond poeta,queseinteres- Porém meus oÌhos a vsão dâsÒêrnâs
é o eú líicô
sapr ncpaÌmente peÌospr meros
não pcrguntd nada.
modernistas: MáriodeAndrade e A quarta
faceé a daÍamiìa.O homem
N/ânLrê Bandelra, que sáos€us âtrásdo bqodeé, provavelmente, uma
O ho!ìem âLrásdo bìgode ÍêcÍiâqãôteráriâdo pa do poeta
mêstrcs. MasêletaÍnbémeÍaum Drummo.d, queteveumareLêçèo d fk I
ávidoeitoÌdesêuscolêgas dege é sério, sinples e forte. como pa, fazdee pe6onaqem ded-
ÍdçãorHenrquetê Lsboa,Graci versôspôemãsSêrêdãde, sobredade,
Quasc não conversa. íorçasãoascêra.terÍiticsdesçhomem
âno RaÍnos, JoséLinsdo Rego, Tem poücos, raÍos anìigos queaparece, aqui, escondidopeos
Vlurio Mendes, JorgeAmado, ócuose peo bigodeE$€sobnácuos
o homem atr.Ásdos óculos e do bigode.
PedroNava,entÍeoutros. íscosslmbozamâ diíicudãde de co
NIeu Deus, por que me abarÌdonaste
aÈ se sabiasque eu não crà Deus A qu nta Íaceabordaa impo$ibiidade
dê êncÒntrârrcspôstêspãrãtôd6 6 sê.
se sabias que eu era Íì:aco. timentose seneçó6 desen.adeadGpelo
:2 hlndo. O eu Íco aí rmasuaÍÍaquqa,
Mundo mundo msto mundo ao mêsmoteÍìpoqueinplolapelãajudâ
de um Dê15qúêo êbêndonou
ì: se eu me chmõse Râimundo
seÉa uÍÌa rima, não serìâ ma solução. Nâsextêfàcêapzrece umâidéa qle
ô-É seráretomêda em alqlnspoemasde
!Íundo mundo vasto mundo,
D rummond: o .oraçãomai orq ueo
maÌs vasto é o meu coração- ml ndo.A qui a
, ronaéorecuEousê
oo pêËoãÍróvâroup:gem êooeím
paÍoque,naesÍoíeanterior, havase
Eu não deüa te dizer ÍónsfoÌmadoem ndagação a DeLs

mas esseconhaque AsétimaíacetÍazà tora a diÍcudê


Umadas lustraçõesda obra Âobirson botãm a gente comovido como o diabo. dêemtÍatardesentimêntos, revêâdos
a partÍdêestímulos
m! to íôries(a uã
,{NDRADE, (à.los Dmmond de. e o á.ool) A rona,procedimento po-
Algunapoesia. éticotambémrecoÍentena poesia de
Pdda rPma Rio de.Jre;o: DrumÍnond, é usadaparatÍâtâr das
No!ã Águild, 1092.p. 4.

O desencontroentreo sere o mundodaráa tônicada ooesa de Dturn-


mond.Serpoetaé serdesajetado (gaucbe),difeÍentedosoutÍos.Esse"eu"
desocadovêo mundode rnodoparticuiar d ferentedo deseussemehantês.
A incapacidadedo eu Íricodecornpreender ascotsasdá urntom pessirnista,
argoresrgnaoo,aopoema.
O desejoderesponderàsindagações sobreo Ínundo,porém,ÍazcoÍÌìq!e
o poetacontnuebuscando Íespostas
e determina o caÍáterreflexvoda poe
s a deDÍumÍÌìond.

SEundâgeraçaa:
nisttcsmoe canscÊncìa
social545 a
LITERAT U R A
--

Náo seÌeio cantor de uma mulheÌì de uìla históÌia,


Ììáo direi os süspirosao anoitecera paisagemüsta dajaneÌa,
náo disúibunei entorpecentesou cârtasde suiciaÌâ,
não tugirei paü as ilhas nem screi nptado por serafins.
O tempo é a minlÌamaténn, o tempo presente,os homenspresentes

ANDRADE, Caflos Drummond de Senrin€nro do únndo


P@rk ,rrda Rio de.ldtn.: Noa r\8uìlâr 1992 P. 6a

(o mundocaduco)ou do futuro,o eu lÍrico


do passado
DesinteÍessado
anuncianessepoemao comprornisso A facesocialda
comseussemelhantes.
t
poesia
de Drummond têmbémsemaniÍesta
soba Íormadedenúncia daalie-
naçãodaelte.

Os inocentesdo Leblon
Os inocentes do L€bloÌì
Dáo viram o naüo eÌÌtrar.

trouxe emigrantcs?
rrouxe um grda de rádio?
O ' rn n , enri * . dêti ni ' i \' ãmrnr. i noi enrc\. rudu i tsrurdm.
md a arciâ é qì.ìeÌÌ.e,e há uÌÌÌ óÌeo süve
que eÌes pâssamnas coslâs,e esquecenì.
Ca.losDÍummord de Sentimenrodo mundo
^NDRADE,
P@Jà t p6a Rio deJaneiro, Nôa AgúiÌaf, 1992. P 63

Dosverbossãofundarnentais parapercebeÍ a cÍítca à ê iter"lgnoram"e


"esquecem". o pf ÍÌìeirosugerequeaspessoas náovêema reãlidade (osem-
gÍantes,a exploração,etc.).Osegundo, porém,toÍna Ínpossíve quenão
aceitar
vêem,porqlrenãoé possível esquecero quenãosev u. Portanto, seos "inocen-
iesdo Leblon"esqueceÍÌì, é porquenão sãotão inocentes assrm, nTaspreiereÍn
! ndo\e . _àoagí pàra \ê -rarre'erì à
èlenèoos 'êêlioade so, ia . É q-randoas u-
mea "vidapÍesente" como matériâ
desua poesia, como iaz nesse poema, que
Dr-'l n ono -nè'cdo pêpel do escí.oíco-1o i"-ê'p-êrê dê \eu .eÌìpo.

r O exercício
incansável
da reflexão
Umadasforçascr adoÍasda obrade Drummond lírìcade
é a expressão
A
suasreflexões. poesia
tÍansforma-se, paÍa
assm, emespaço investigar, ana-
questionar,
lsaÍ, em umaatitude fiosófca.
claramente
Às vezes,o camnho encontradoparadarÍormapoéÌcaa essareflexão
suÍpreendepeo inusitado.

Um boi ztêoshomeru
Tão delicaclos (mais que uÌn arbüsto) eco em
e coüem de um para outro Ìado, sempre esquccidos
de alguma coisa. Certâmente, faltalhes
Ììáo sei qÌÌe atÌibuto essenciaÌ,posto se apresentem nobres
e graves,Porvczes. Ah, esPantosamentegÌâves,
até sinistros. Coitâdos, diHe ia não escutam

güação:nìstì.isnae consciència
Sêgunda sacial547 a
L I TER A Ì U f , Â
-

@ naiJúcido,,lt{e d. ."pÒ qlc nem o canto do ar nem os segredosdo feno


"-
deiM pasúÍ ! lÌr, nìâs úo pe.niÌe que
yjân listx oljetÁ .oloedos poÌ deFás como tambóm parecem não enxergar o que é üsíveÌ
e , o m,rrn a , rda um de nd.. no e.px, o. E fi , am tri { " .
Ágônicoì que se enconúa en esbdo de e no rasto da triÍeza chegam à crueldade.
t...1 Têm, talvez,
cerra graça melancóÌica (um minuto) c com isto se Í^zem
perdoar a agirâção i cômoda e o tÌ?ÌÌslúcido
vazio inierior que os torna ião pobres e carecidos
d F c m ,,i , { ,nsJb{r,do' e zgón,,o.: derj o .rmo,..,úmc
(que sabemosnós), sons que se despedaçam e tombam no câmpo
como pedÌas ;ÌÍÌitas e queimam a el-va e a ágüa. f
e dilícil, depois disto, é ruminarmos Ììossaverdade.
ANDRADE, C2rì$ Drumnn'rd d.. Clam elignÌa, Prai, rrtud.
Rio dejrriro: Norâ A.ailaf, 1992.p. ?04. (F.rgmcnto).

No o hardo boi(qrande ironiade Drummond, lá quea expressão "o har


bovino" sugere estup dez), os sereshumanos são vistosa partr de seuscorn-
Dortamentos nexplcávels, da suancâpacidade de reconheceTo essenca, da
coÍreriaeÍn buscade alqo desconhecido. g
É moortanteobserva Í oueosveTsos dosDoemas têrÌìumaestÍu-
Íeflexivos
tura sntáticãmãiseaboÍada:a formaexpressa a complexidade do pensa-
presença rnaor !
mentoqueo eu k codesela explciiar.Oraçóessubordinadas,
de coniunçóes, advérbossãoâlgunsdosaspectos gramatcas querevelam a
elaboração do raciocínioconstruído no texto.
Sejapeo deslocamento inesperado do o haÍ,sejapelamaiorelaboração das q
estÍuturas a poesla
sinúticas, reflexiva
deDrummond define-seporpe6eguÍal-
gumasquestões fundamentais parao poeta:que "coisã"éo serhumano? O que
fazerpartedahumanrdade?
signlÍica ComocombateÍ asinluÍiçasdo presente? 3

r Fazerpoético:
açãoe transformação
A criaçáopoéticatambémé umtemaessencãparao poetam nerro. q

Consideraçãodo poema
t...1
Estespoemas são m€rN. E minha terra
e é ainda mais do qüe ela. E qüalquer homem
ao meio dia em quaÌquer praça. E a Ìantemâ
em quaÌquer estàlagem, se ainda as há.
-Há mortos, há nercados? há doenças?

Poeta do finito e da matéria,


cantor sem piedade, sim, sem frqeis lágrimas,
boca tào seca,mâs ardor tão casio.
t...1
Saber que há íudo. E mover se em meio
a milhões e milhóes cle formas raras, ANDRADE,ca.tosDrur,nÌoÀ.tÍt€.
secretas,duras. f,is aí o meu cmto. A rosado pôvo.Pdrta,PÂ'a
Rio deJDÈnÒ:No€ AgxjlaÍ,Ì 99?.
t...1

a 54a (APITULa
26
TITENAT U R A

Apresentando secomo"poetado í n to e da natéÍia",eÍrìum desdobra-


Serpoeta mentoda idéa de queo obletoda suaarteé o tempopresente, o eu írico
feta paÍaa
Em altobìogÍafia afirmater e sabeÍtudoe transforrnar
o Tnundo em rnatérlade poesa.
ÂêvlíãÁcadêmlta,
DÍumnìondíala O queseobserva é queDrurfmond.Tnesmo nostextosemquedecarada
!m poucodo lazerpoétco:"En mentetratada cração poétca, contnuaa desenvolveí urntemamaioÍia
tendoque poesiaé negócLo de poesa embusca des meçma. EssabuscaassuTne duasÍaces:a"material" (do
gÌêndeÍesponsabi
idade,
e nêocon' pa que
dê poêta verso,da escohadas
avras,dasrimas)e a do conteúdo, a vinculaaos
sderohoneíorotulaÊse
quemapenas por
ver9ele oor-o-a- outÍose xos temáticosda obrado autor.
cotove o, fata de dinhêiro
ou mo-
r.ent:neatomadadercntatocoÍn
asïorçasíÍicas do mundo, sernse
r A "concha
vazia"do amor f
entegaraosÍabalhos cotidianos
ê SepercoÍreÍTnoslodãsasiacesda poesia de CaílosDrummond deAn
secÍetosda t&n ca,da letura,da drade,reconheceíemos que
uma ndaga(áo se Ínantém presentedesdeo
conteínpâção e mesrÌìo
da ação.
atè os poetaseearmanì,e uÍn po
"Poeffrade seteíaces".Trataseda necêssidade decornpreender o Senti
etadesaÍmadoé, mesmo, umserà mento,quesemanifesta tantono nívepessoal, quandono social(o"es-
mercê deinspìÍaçÕesfác-"is,
dóclès tar no nìundo")
rnodase compromssos. critco e professor
O ensaísta, de iteÍãturaDavArf gucci,anaL Sando a
obradeDíumrnond, observaque 'a reflexão
é o carninho paÍao coíãção".
Mas do que regstraremoçÕes, reconhecersenÌrnentos, o poetade tâblrâ
g quercoÍÌìpreendê-os,e isgosó é possivepor rÌìeioda análise.

Amar
j Que pode uma criatura senão,
enúe crianrÌas, anÌnr?
f,

amar, desamrr, anar?


semprc, c até de olhos lidrados, amaf?
t...1
Este o nosso deslino: amor sem coÌìta,
I distritnÌído pelas coi!âs pérfidas ou Ììulas,
doação iÌimilada a uDa conÌpletâ ingÌalìdão,
c na conchavazia rto amor a procüra medrosã,
p:ìciente, de nrais c nÌâis rmor.
t...1
ANDR\Ì)E, CaflosDrìmnond de. claro enigÌnâ r'adia,rr?í
Rio deJanei.orNova 1992.p.:lÌ4. (frgmennr'
^gÌìiÌT,

0 sentmento,sempTe pÍesente,nãosurgecornoumaSolução paÍaasdores


dâ vda. o amorseapresenta ernuma"concha vaza', ncapazde sacara
doeulíÍco,q!e proc!Ía"maÌs
câÍência Essa
e Írajsarnor" é umabuscaconde
nadâaofracasso,porquejá nascedefn dapelaausênc a,pea falta,peovazo.
Destnado ao aTnore soírendo porvivereTnum rnundocnzento, o ser
humano vaga,cornoo poetade "A floÍe a náusea", entreosescombros de
uma rea que
ìdade precisãsertransformada.
ComontérpÍete de5eutempo,Carlos DÍummond deAndÍade reconstrói
poeticamenteosváÍioscãrninhostr lhadospeossereshümanos. Suaobrãl ca
comoumtestemunho dabuscê, do desejoincessantededescobÍiruTnãsaída,
mesrnoqueo percuíso sejamarcado pelosofrmentoe peladesiLusão.

SEundageração: sacìal549 a
nisticisnae consciencia
L I Ì ER AI U R A

Proana da poesia
Nestepoe,Ta,o eu líricodefine o fazerpoéti.o

Náo façâslersos sobrc acontecimentos.


Não há criação nenì morte peÌanie a poesia. [...] f
As afinidâdes, os mi\€rsários, os incidenres pessoaisnão conram [ . ]

Tita gota de biÌe, ruã careta de gozo ou de dor no escuro


São indifèrentes. [...]
O quc pensase senles,isso ainda nio é poesia [ . ]

Pcnetra surdamente no reino das paÌavras.


ì á ,* râ o o . Ì ì., mJ\ que e\pêrâm .er ê- ri ro' .
f,stão parâlisados,mâs não há desespeÍo,
há caÌna e frescurã na suPeúcie intâta.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Conüvc com reus poemas, antes de escreiêlos. l. .l
Não adÌrl€s o poema. Aceitâ-o
como ele aceit,ìÌá sua formâ deÍ-üìitiïa e concentrada

Chega mais perto e contempla as palalras.

tem ÌÌìil faces secretas $b a Íàce neutra ÁÌ{DRADE,cdÌos Dmmxroid


e te pergunta, sem Peta fesposta. de. Íos dÒpÕo.paia /rna 3
'nteresse ^Rlôd.JdeiÍo, Nom-{sriìÌ,
pobre orÌ tenível, que ÌÌÌe dercs:
Trouxeste a chai€? Ì992 P 95st (IìasnEÍo)

í. Na prìmeirae nâ segundâestrofes,o eu líricodefine o que não deve


estar na poesiâ.Que elementosele enumera? !
r O queas negaçóes indicama respeitodo fazeÍpoétco?
r cons derandoque as negâçõesestãoÌeaconãdasa provãvesÌemas
paraum poema,o que é possível concuir a Íespeitoda opinão do eu
líÍlcosobreo temana poesa?
2. o que é nêcessário, segundoo eu lírico,paía chegaraté a poesiâ?
r O eu Íricoãfirmaqueo inteÌlocutor encontrará, no "Ìeino"a quese
ÍefeÍe,os poemãs "sóse mudos,em estadode dconárìo" o que
issosignifica?
r "ConvvecoÍì teuspoemas,antesde escrevê-los." O queessaaíirma-
ção,associada às "proibiçóes"da pÍ Írìeiraeslrofe, nd ca sobreo fa-
zer poético?
r Trãnscreva,da segundaesirofe,o Íecho que indca a mportãncado
trabâho coÌÌìâ formano poema.
:t. Comoo eu lírico caracteÍizaas palâvrasna Últimâ estroÍe?
. ComopodeserentendidaessacaractêÍzacão daspalavras?
t Levãndoem contaessa cara.terização,
o que signfcê, no conlextodo
poema,ter a chavedessereino?
4. consìderandoâânálisedesse poema,pode-sedizerque oÍazer poéti
co,paraoeulírico,dependemâhdeinspiraçãoou de "transpìração"?

a 5so cAPlTULo26
TITERA T U R A

Meireles:
Cecília a vida
efêmera e transitória
PrirÌìeira
muhera alcançar destaque
nocenárlo da poesâbrãsieira, Cecíla
Merelesescreveu váÍoslvrosde ooesaemouedesenvolveu astendênciasda
coríenteespíituaistadasegLrnda geÍação.Nasuaobradestacam-se Espectros
11919),Baladaspaft El-Reì11925),Viagen\1939),Vagamúsìca\1942),Mar
absoluto(1945),Retratonaturall.1949),Romanceira da lncanfidêncìa(1953),
Cançóês (1956)e o lvÍo de poesiasnfantsOu/stoou aquilo(1964). f,
Suasensbilidade manifestava-se
navalorizaçáo
daintuição e da-omoçãocoÍlìo
formasde nterpretaÍ quecaracter
o mundo.O rismodelicado zasuapoesia está
intimamente ligadoa imagensda (aágua,
natureza o rÌaf,oaÍ,o vento,oespaço,
a rosa,etc.)e do intnito,cornpondo
umaatmosfera desonhoe defuga.

Cantiga
Ail A manhá prinorosa Vinde ver Àsase ramos,

Minhâ üda é uma pobre rosâ NnÌguém sabe pda onde vã os


agora.

Passamìrroios de coÌcs Os.jâÌdins têÌÌì üda e ìorte,


Ììoite e dia...
Mas tu erai a flor das flores, Qucm conhecess€a sua sorte,
Imageml

E é ÌÌisto que se resune

cai âÍl or,-c dei xao pe ume

IVIEIRELES,
C€.ilia.ViagenÌ,
o&z l,@ra Rio deJmeüol
Nou -A.guiìar,
Ì99Ì. p.Ì15-1Ì6.

A vidaé aoresentada metêforcamente cornouÍnarosa.O eu líricocriaa


analogiaa partr daidéa dequeossereshumanos seapegaÍlì
àsaparêncas(à
irnagem),queestãodestinadas a desaparecer coma passageÍtì
do tempo,A
regularidade doscicos da nat!íeza(vidae morte,note e dia)comprova a
transitoriedadeda vda. Na úlÌma estrofe,revea-se a razãodo soítimento
humano:aslembranças do passado (o perfumêda rosa)continuarna exjstir,
mesmodepoisda destruiçáo dãformaqueasgeÍou.
Recorrendo a Íormaspoéticas siTnp es comoa cantga, Cecíllal/]eireles
desenvolve temascorÌìoo aÍÌìor,o teTnpo, a Ìranstoredadedêvidae a Íuga
c dadedascoisas. Emsuapoesia, a natureza maÍcaos Íitmosdavida.Resta
nosacetá-oscomtranoülidade.
A autoraescreveu tambémo poerna"Romanceiro da nconfidênca", em
oueÍeconstitua h stóriada nconfidênc a MineÍa e rnostTa
comoo olhaÍdo
poetaconsegue atribur novasdiÍÌìensões deum povoe deseupaís.
à história

sequnda
geraçaa:
nìnìcisnoe.nnsciência
socìal551 a
TITERAT U R A

Foema de setefaces
Qumdo nasci, um anjo toÌro Nê pr me raíace,o tom autobiográfi-
co do eú lkico reveLê
ê vsãô dâ criãçèô
dessesque úvenÌ Ììâ sombra Iteráriacomo âl9o que mêrgnalzê o
disse:Vai, Carlosl, ser gau.tu na vìda. poeta sinaanun. adapor !m anjotoF
tô (q!e rão g! avase! protegdo para
Nopoeína"lÌìÍãncid", o meni- .âm nhos tranqülos), sêr póeta é sêr
noquevêo pa partiípaíaocam As câs.Ìsespim os homens galche, esquerdo,diÍerente Llas não
po conçola-9e que correm atrás de muÌheres. e ã 9o que possaser€vÌaoo.
com a leiturade
Roblnson C|usoé. Adlllo, desco' A tarde taft€z fosse azul,
A sequnda fêcetratadosdesencontros
brjráq!ê a suahistóÍiãeÍa Ínais não hoüvessetântos desejos. entreossentmentos e osdesejos.
AtaF
bonitâquea do náuJragongês deôzu,cordapaz,.ãopodeexinrpoF
cfiadopor DaniêlDefoe."Sinto- q!ê ã c.Íie (ma1ériê)purcôn ô dê
O bonde passacheio de penÌas: sel oetumutuâ a cÍândadêhomense
me devedor de todosos autoÍês
que li, na lnlância€ na juventu- peÌÌÌas branca! pretas am,ìreÌas.
NâtêrceÊ Íace,o d€selo,quenãsê
de,e me coníesso a ndatrbutá- Para qüe tantâperna, meu Dcus, glnda eíroie eraêfônimo,agorase
rÌodosqueleo agofa",decaÍao lpeÌgunta merÌ corrção. torra pessoaquemíca èbaadocom
DÍ!mmondpoeta,queseinteÍes Porém meus olhos a visãodasDemas é o eulírko.
saprincipalÍnente pelospr meÍos
nào PerguntâÌì nada.
modernstasrlMáÍlo deAndÍade e A q u a r t aÍ a c ê é êd â í â m íê . o h om ê m
que sãoseus aÍás do bigodeé, provalemente,uma
Mânue Bandeiía, r e c Ì a ç ã o i t e r á Ì a d o p a i d o p o e Ìa .
; mestres. Mêsêê támbérn eíaum O homem aiÌás do bigode
Drummond,queteveumaÍe açãodiÍíc
ávidoeitordesel]scolegãs dege- é sério, simples e forte. com o pai,íaz delepeBonêqemde di
ração:Henriqueta Lsboa,cfãc li- veEospoemò seri€dade,sobredade,
Quase não conversa. ÍoÍçê sãoascaracterít(ca5dessehomêm
ano Ramos, losé Llnsdo Rego, Tem poucos, raros amiBos que apêrêce.aqú. "esconddo" peo5
N,4uriloÌvlendes. JorgeAmado, ócrlos e peÕ b gode. Essês obsúcrlos
o homem atÉs dos ócÌ osedobigode-
PedroNava,entreortÍos. Íísicoss mbo zam a dÍ.lldade de co-
mun caçãoentÍee es.
=Ë Meu Deus, por que me abandorastc
fI A qunÌêíâceabordaa mposbÌdade
se sabia! qüe eu ão erâ Deus
;ti se sabias que eu era fraco.
deencontrèrespGtasparatodosossn-
t mêntô6 pêô
dê5e.cêdêadós
e sensaçóes
mlndo.o êu iricoaJirma
suafraqueu,
Mundo mundo !àsto mundo aomesmotempoqle mpoEp-"laallda
de!h Deusqueoaba.dorou
se eu me châÌÌìasseRaimundo
seria uma rìma, não seria uma soÌução. NasertaÍaceapareceumadéa quê
Mundo muÌìdo vâito mrtndo, serérerornadaem a gunspoemas de
D rl mmônd:ô .órâçãómaor q ue o
maislE-rto éo meucoraçáo. mundo. A qu,a Íôn aéo re.l rso! sa-
oo paraoarnovaÍoupaqem aooêsâm
pârÒq!e, nêenroÍêãnteÍôÍ,hâviase
Eu não deüa te dizer ÍaníoÍmadoem indagêção a Deus

mas esseconhaque Asétimaíãcetrãzà tonaa diÍic!d.-


Umadas luÍraçõesda obraÂobirson botìm a gentc comoúdo coÌno o diâbo. deemtraiaidesentmentos, eveladot
a paftr deestimuosmultoÍortes(âlua
ÁNDRADE, Cdor Druìriond d€. e o élcoo). A Ìon â, prccedmêntopo-
rllg]lm pÒêsiâ. étco tâmbémrecôrrente na poesia
d-"
Pdz d Püa Rio deJaìen!: DÌ!mmond,é lsada paratr.tar das
NoãAguìÌai Ìa,92.p.4.

O desencontÍo entÍeo sere o Ínundodaráa tônicada poeslade Drum-


mond.Serpoetaé seÍdesajetado GÍauche),diferentedosoutíos Esse"eu"
deslocadovê o ÍÍìundode modopaÍticulatd ferentedo deseussemelhantes.
A incapacidade do eu íricodecompreender ascosasdá urntom pessÌmista,
algoresrgnado, aopoema.
O desejoderespondeÍ àsindagações sobreo rÌìundo,porérn,Íazcornque
o poeta contnuebuscando respostase determina o caráterrcflexvoda poe-
s a deDÍurnmond

Sequnda
geraçaa:
nìsti(isnoe cans(iència
social545 a
I " I T ER A T U R A

de Moraes:
Vinicius
o cantordoamormaior
conhecido
N,4ãis pelassuascornpos çõesmusicais,Vinicius inÈ
de IVloraes
cioLrsuâobÍapoéticana décadade 1930,coma publlcação dê O camlnho
(1933).Sua poesra,
pan a dìstância naquee momento, conseÍvavãalndauÌnã
daestéticê
c arainfluêncla simbolista.
Nasobrasniciais, aproximou-se
Vinicius deteÍnastrabalhados por ouÌros
autoresdasua geração, como a Íelg osidade
e a angústa assocada à oscila È
çáoentÍematéna e espifto.
Aospoucos,porém,seuintercsse voltou-separaaspectosdo cotidianoe
pafão relacionamento amoroso. Nosseusinúmeros poeÍlìas
deãrnoÍ,a in-
Í uênciada poesiâ camonanãé muitofortee podeserobservada natenta-
tivade anaLsar o amor,na preíeÍência peo sonetocomoformapoética, e
no usofreqüenÌede antíteseç pãraexpTessar ascontÍadçóes próprias desse
sentirnento.

Sonetod.eseparação
j
De Ìepente do riso fcz-seo prmto
Silencioso e branco como a bruma
E das t ocas unidÀs fez* a espuma
È das mãos espalmadas fez-seo espanto. j

De repente da calma fez-seo vento


que dos oÌhos desrez aúltima chama
f, da paixâo tez-seo pressentimento
E do momento imóvel fe?.-seo drama.
!
De repente, não m:ris que de repente
Fez{e de triste o que se fez âmarte
E de sozjnho o que s€ 1èzcontelrte.

Fez-sedo migo póximo o dislânte


Fez'se da üdâ uma aventura erÌânte
De Ì€pente, Ììão mais que de repente.

MORAES, \'úi.ìus d.. O en.ond, do


.nftrì:úrt. PMla mltda . ltud
Rio deJan€iro: Nova A$ri] ì93t.P 2?ü2t7

Emmultossoneios devln clusdeIVloÍaes,


o amoréapÍesentado cornoum
sentirnento podeÍoso e Íugaz.É essaa idéiacentrado "Sonetode sepaÍa
ção",eÍlìqueasantiteses mostrarno impactoda peda do amornavidadas
pessoas:o r sotornasepranto,tÌaza dor,a trlstezaA tragédia,queprovoca
o espanto,é constatarquetodaessatransformação acontecederepente,em
um oÍevelnsÌanÌe.
Dasnúmeras obrasdev nicius,podemos destacar: Novospoemas (1938),
Poemas,sonetas e baladas(1946),Pátrìaminha (1949) ea peçade teãtro
Ot'feuda Conceìçáa \1956).

a ssz caPiruLo
26
L I Ì E RA T U R A

I O texto a seguirrefere-seàs quêstõesde 1 a 5, I Otexto â seguirreíere-seàsquesÌôesde 6 a 10.

Moüao Sonetodo maim amm


/VeJtepoem4 o eu líríco tQta sonetq as contraditõesdo àmor
do signìfìcado do fazer poético. ^/esfe
sãoapresentadas pelo eu lírico.

Eu canto poque o instaÌÌte existe Maior anor nem mais estÍânho existe
e a minhaüdn cstá complelâ. Qüe o meu, qüe não soisegaa coisaâmada
Não sou aÌegrc ncm sou risteì E quìndo a sentealegre,fica triste
E seavê descontente,dá risada
Iì:Ínão das coisas hBidia.r, E que só fica eÌ'Ìrpãz se the resiste
ão sinto gozo ÌìenÌ tormento. O aDado coração,e qüe se agÌada
AtÌ avesso Ììoites e dias Mais da eterÌìaaventüraem que persiste
QÌre de uma üda mâl âventunda.
Se desmomno ou se edifico. Louco amor meu, qüe quando toca,fere
se peÌmaneço ou me desfaço, E quândo Íère vibm, mâs preferc
13 FeÌir a fenecer- e vivea esmo
-não sei, não sei. Não sei se fÌco
Fiel à suaÌei de cadainstmte
Sei que canto. E a cânçào é ÍÌdo. Desa\súmbr iílô, doido,delìrzn,r
Tem smgue etemo â asa dtmada. Numa paixãode tudo e de si mesmo.
E um dia sei que estârei mudo: \{ORAES, Ínícius dÈ. ttm l, srrrtor
- mais nada. SàoÌauÌo: compãnhiadaslìtas, 1991.p.27.
@ftgid,",Â,g.*, ÌviEÌRELEs, (rè.i]ia I'iagem.Orzr,,aeu, [ü r**-, ,"",u....or".,
erêne.À, Rjo de.lâneiro:Nola Aguilar,Ì99L p. 2?8. -,r,'.
I

È 6. Na prìmeira estroÍe,o eu lírico âÍirma que seu


t . segundoo eu lírìco,o que deíineum poeta? amoré "estrãnho".Porquê?Aponteoscompor-
r Como podeser entendda a pa avÍa instante no tamentos que comprovãmessâestrânheza,
poemã? Elaestáreaconada apenas a ternpo? r O qLreessasmagensgugeremsobíeo sentiÍnento
t 2. Nosversosa seguir,porqueé umâ conjunçãoex- amoÍosodo eu lírico?
plicativâ.De que maneiraela retomao sentido 7. Trânscrevaoutras palavÍase exprêssões que ca-
dotítulo do poema? racterizâmo sentimentovivido pelo eu lírico,
"Iu canto porque o instanteexiste r DequemaneÍa essas expÍessõêsenlatizamascon-
e a minha üda estácompÌeta." tradiçÕesdesseamor?
. o usodessaconlunção geÍaduaspossibLidades cle r ldentiíiquea relaçãoestabelecidaentÍeessaspala-
leturado segundo versoQuassãoelas? vÍâsoLrexpressóes e o adjetvòestranho.
t" Expliqueâ relação estabelecidaêntre as inïor- O. EsseaÍior desejaa rêsistènciado "amado cora-
maçõesapíesentadasnos doi5 prìmeirosversos ção".Porquê?
dâ segundaestroÍe. r NessesveTsôs, â âpTesentaçãodeumav sãodo arnor
r Deque maneiraa expressáo "fugidãs", associada que só Ìem "valor" se não se concretizarÍêtôma
ê ê re.L . do _i |.la'lp . do ile o qJee -erpo- umatradiçãocássìca. Expique.
eta" parao eu írico? 9. ObseÍvea seqüênciade açõesdo amor nâ tercei
4. ldentifiqueotempo eo modo em queestãotodos Ía estroÍe, Essasaçõesexplicitãm âs leis desse
osverbosdo poèmacom exceçãode "estarei". amor. Porque ele deveserÍiel a elas?
r Comoo usodesse po
tem veÍbasereacionâ ao temâ r -sÇ d\oesdeire'no\e'r| Fr odoeL '.o1;osó
comoestranho, ÌnastaÍnbéÍncornoo"maìora[ìof'.
5. Naterceiraestrofe,o eu líricoapresentaváriâsanti- oqueseÍìa, nopoema, umaÍnor"menoÍ ? Explique.
teses.Quaissãoelâseo que simbolizam no poema? lO. O último versoé a châvepâra entendermoso
r Elasencaminhama concusãodo poema:a ún cacer- sentimento descrito.Como podemosinteÍpre-
tezaqueo eu lírìcotemsobres mesmo.Qua é ela? tar a paixãodo amor por si mesmo?

S€gurdâgsação: mrittfmo e coffcrêncàsoc/ai 553 I


T I TER A T U R A
-

MicrodeÍinição MuriloMendes:
i o calolrco
. t a.
vrsronano
:.'; A poesia Mendes(19011975)revea tendências
de N,4urilo bastante dlstn-
i",*Ì tas Na suaproduçáonca, a nfuênciado olharirreveÍente dos pr meiros
modefnstasé rÌìarcante,tendo o poeta dedicadourn de seuslvros (H/sfóra
doB'".;)" ..a eeluo ddri-oÍi"o (d
Tambémfoi um enlusiasmado seguidorda vanguarda surrealsta,
como
virnosno Capítulo24. Cr ou, porém,urÌì êstiloprópro, povoandoo un verso È
dê onl o\ \u êól td\ o ,l nagêt do Cèto. i\. o
O sentidode humandadee a conscênca socialsãoserÌìpre assocados,nê
NaÌeniativade explicafpor quê poesa de lvluriol/lendes,
à d rnensãoespr tual.O catolcsmo,re g ãosegu,
íoj compelidoao trabãlho terá- da pe o poeta,era a baseparaessareÍlexão.
ro, Murilo M€ndês rcvelo!, em
sua Ínicrodefnicão,poÍ meio de
1rêses,"spÍiuosas,um poucode
suap€Ísorìadadeevisãode mun' ú Renegnda
do:afìÍmouq!e deselava slrpriÍas
acunasda vida real;que dentÍo Cortìna que veÌâ a Í:ìce de Deus,
d e l e d úc ut am O céu ÍeclÌâ-se\ìolerÌianÌente sobre DìinÌ.[...
gÍêgo, unì neDÍeu,urn noano,
um cÍrsÌãopésslmo,relêxado,!rì
socalìstâamadoÍ;quej!lgâvâ 05 Qüe tenho eu.om a $cicda.Ìe dos nÌcus irrÌÌios?
textostão mportantêsqlanio os Àcãso serei resporÌsávclpcÌa sravida?
teíÍcu os; quê Ìemião d lúviodê S..r o mê a h rô .l p. J,." ì' d,,,m\â.r.,,.,l ' ..
j
excrêmentos, â bonìba aiôÍì ca, Sou rÌm na (onfüsão da massainsâciárcI:
a desaqregação dasgaláxas,a êx-
EnrretâDto vejo por todos, penso pc,r todos. sofìo por todos.t...l
piosãoda v€sÍcua d vlnã,oju sa-
ìÍF.NÌ)ES, \rÍu.no. A poesin em p^ni.. Pr6io .nnfLta I f,n\a
Ri(, d€ Ìareúo: No\rASuiÌ{. r991. p.289 (FrrsÍìerkr.

Oeu írcosente-se poÍDeus,


rejeitado "expuso"docéu.ncapazdetÍans-
forrfar a realdadeern quevive,íâz umasére de perguntas que retomam
aquele quefoi o princpal obletvodo proletoiteÍároda segunda geÍação
modernista: entendercomosedá ã relaçãoentreo "eu" e o rÌlundo.
Asprincpaisobras deMurlo MendesforamÁ poesiaempânìco\1938), O
visionário(1941)e As netamorfoses(1944)

JorgedeLima:
o católico
engajado
i
abeÌlurado vrcde poesias I
Tempaeeternìdadeérn
:
testernunhoeoqúentedafi
iaçãocatólicâ
do poeta.lor
9edeLrna:"Restãuremosã
poesraernCristo"Opí rnei
ropoernaoessevropodeseÌ
IdocomouÍÌìaapresentãção
dapoétcadesse autof.

4 554 (APITULA
26
LITERAT U R A
-

Distribuição da poesia
MeÌ siÌvcstre tirei das pÌmtas, ncm süÌgue de meus imìãos.
sal tiÌei das áÍjüas,hu tiÌei do céu. t...1
Escuiai, meus irÌìãos: poesia tirei de tudo A \ida está malograda,
para oferecer ao Senbor creio nas nÌágìcasde Dcus.
Não tirci ouro da terra t...1
LIÌt-\,.JÒ+c de. Tenìpo e etemiÍ|Jn,È.PÒlia..nftetu
t u o ô ' J J n . i 'o . \ o \ J \ l 9 '7 . p ì 2 1 .í I n r n ôì
"1.,, f,

Jorgede L ma aprendeu coTno TnestTe lvlanueBandeira a içãode quea


poesiãestánascoisãsmas s mples:o salda águae a luzdo céu.lvlasÍe ê a
liçáomodernista pelaentedo catolicsmo e atribuia Deusa exstênca de
ruoo.f ê o l_ d. q u " (l" lh d-o d è ç
à , . o ' a \ d eo rd (ao iv i' èè e ^ ro nld ' r è
téiã pafa poes a em tudo o que consideÍa manfestação de Deus, exp ica a
pl
mult c dadedetemastÍabalhados pelo poeta.
PoemãJ regrosé a sla obramaisconhecida. Nea,asmernórias do menlno
bÍanconordedino, queteveumânfâncamarcada peaconvvênca comnegros,
dãoorigerna uÍÌìapoêsia quedenuncia o píeconceito profundo e dlsfaÍçado da
socedãdebrasjeÍ4.O maisconhec do desses poemas é "Essa negraFuô", que
tematiza a reaçáoentreosescrãvos e seussenhores, estabeecendo umacrítkaà
manejra comoosneqros elamfísica e emociona ÍlìentetoTt!rados.
NaproducãoiteÍáriadeJorgedeLma,desracam-se: xlv alexandrinos 11914),
! O mundo da meninoìmpossivel (1925),Pa-âmas escolhidos11932),Tempoe
etern/dade (escrtoem parcerãcom Mudo Mendes;1945),Poemas negros
ó 1194'lJ,Anunciacão e encantro de Mirê-Celi (195q e lnvenção de arfeu (1952) .
,)"

I O texto a seguir re{ere-seàs questõesde 1 a 6.

OfiIho do séanlo
O eu lírico, nestepoema,se defìnecomo resultadodastransfomaçõesdo novo século

Nrrnca mais ândarei de bicicÌeta É a hora das banicadas


Nem conlersarei no portio Ê a hora do fruilameDto, da raiva maior
Com m€ninas de cabelos cacheados Os üvos pcdem üngànça
Adeus \ì.Ìsa "Danúbio AzuÌ" O, ìno, mi ne, a,, \ êgetdi .pcd, m !i ngdn( "
' .,
Adeus tardes pÌeguiçosns E a hora do protesto ÍjcÌ?Ì
Adeus cheiros do mündo sambis E a hora dos vôos descruidores
É a hora das barricadas, dos Íuzilamentos
Atìrei ao fogo'a m€dnlhinha da Virgem lolnes desejosânsinsso hos p€rdidos,
Não teDho forças para gritaÌ um grande grito Misérjas de rodos os paisesuni l'os
CaiÌei no chào do sécuÌo vinte Fogem a galope os anjosaviõcs
AgÌlaÌdam me Ìá fora CJÌregando o cáÌice da esperança
As mÌrltidões Íãmintas justiceiÌ?s Tempo espaçolìrmes poÌque me abândonastes.
Sujeitos com gaseslcnerosos NÍEN'D!S, Muriro. O úsionário. P@sìt.@lhtL t Wsa
Rio dc.Jâneno: Nola A$rilar, r9S4. p. 23+940

S-aúnoòg\rd\"a...st...snoê. an.,.pnt.èso.Èl 555 |


T I TER A T U R A
-
V
1. O poema apresentãdois momentosdistintos. I O texto â seguirreÍere-sêàsquestõesde 7 a 10
Quais5ãoeles?
2. Na primeira parte, o eu lírico trata de situações As palaaras resstncitarão
que deixam de existircom a chegadado século
XX. Quâissãoelas? O eu lírico aíiÍma, neste terto, que
r Cornoé o retratodo anltndocompostopor es5as a redençãodà humanídadevìrá pela
situaçÕes? restauraçãodo tentido "mágíco"
. Ao descrever
essasstuaçóes,o êu lÍrco utiiza ãs daspalavras.
expressóes
nuncãmais,neme adeus.O queeas
indicamsobreo que ocorfeuem reaçãoa essas
stuaçÕescomã rnudança de século?
,d, palaÍrâs envelhecerarn denho dos homens
3. o poemafaz pârte de um livro publicadoem
1941,quandoocorriaa SegundaGuerraMundi- sepaÌadasen ilhas,
al.Tfanscreva,
dotexto, asexpressões
que fazem as paÌamâsse mümìfÌcaram na boca dos Ìegisraoores;
reïerênciaà guerra. as pala!Ìas apodreceram nas promessasdos rranosl
r NasegundapaÍte,o poemacaracteriza
o novosé âspaÌâ\Ìas nada signiÍic;rm nos discursosdos homens
culo.Comoeleé apresentado?
r Que recuÍsosde inguagem sãoutiizadosnessa IpúbÌicos.
caracteÍização? E . \' crìr' , de D , L F u o Ini i mo , om d protda. j ,,
Queefeitoproduzem?
4. tJmadascãracterísticas tdos homelìs dc Babel.
da poesiade Murilo Men
desé apreseôtarelementosde religiosidade,em mÊ ' mu,.m â prol anJ,;u dn. homc . de l ruj r .
especialaqueles
ligâdosao catolicismo.Levando t. po' !' a' o. d prl d!r d i mu, LJ h,i de ddoc,cr:
em contâ a possibilidâde de os elementosdo E, por âcaso,as grândes pâlâ\Ìas semiraspodem
poema estarem relacionadosao catolicismo,o
ldesapiìrece.7
séculoXX poderiaser uma metáfora de quê? E, poracâso, o poetâ náo foi desìgìrdo para vivifica_r
r "At íei ao fogoa medalhinha
da Virgem".O que
la paÌarÌa de novol
essegestorepresenta,
no contextoda che9adãdo ï
PaÌa colhèÌa de cima dãr águase oferecèla ouíâ vez
. Queefetoãnegação do rnundoqueconhecia tem laos homens do conrinerre?
sobree e? E . ni o Íot el r JponÌrdo pãrd rcni rui rl he á \u êvn, ra. ô
r Relea:"Câireino chãodo século vnte".Consde e reconstttulr seÌr conteúdo mágico?
Íandoìudo o que o eu írico"perde",comopode Acàso o poeta não prevê
â comunhão das tínguas,
o usodoverbo"caií" nesse
seÍrnterpretado veÍso?
. O teÍmo chãofoi usadoerÌìsentdoÍneiafórico. quârÌdo o homem reconquisrar os arributos perdidos
O
queeles gnificano poema? tcon a Queda,
r Comoo "chão" do sécuo XX é carãcteÍzado? e quando se desfizeÌem as nações instâladasao
5. Releiaos últÌmoscincoversos. ldepois de Babel?
. Quas seÍiamas misérias Quãìdo toda a contusão for desfeira,
men.ionâdas peo eu íri
co e quesugestáo ee faza eas? o poeta rÌão fal,rJá, do poÌrto em que se enconraÍj
r No "Apoca|pse",partedo lestamentoeÍÍì á rodo\ o. hôìqcn. .l / rFr' ì. numz ,ó l rngua-
queserìam fetas revelaçÕesoupÍofecas,
^/oyo sãomen- Ia hÌÍjuagem do espírirol
conadosquatroanloscavaleiros que representam Se por acasovneis mergulhados no momenro
e no
a guerra,a fome,a pestee a raoíte.Consderando
essãinformação,explqueo que representam os llimite,
anlosaviõesquefogeÍna ga opee o ques gniíica não me coÌnpreendereis, irmão!
o tato de carregaremo cáice? IJ\iA,.lorge d€.A lini.a ircoisntj\. Pa6ia.awh!.1.Nò de
6. Segundoâ tradiçãocatólicâ,nomomentodesuâ Janèno:No!âAgüììar199t.p i33-339.(Irtrgn€nb).
morte,Jesusteria questionado: "Pai,por que me
abãndonasles?". Rela(ioneessainforÌìaçáoao ü v*u a"n* p,r,,-,a. rtu,.
último versodo poéma, PrefmÉor desr€speirJ ro que é sanÌo ou sgrudo.
r ldentifiqueo pedidoíeito pe o eu líÍco ã Deusno Búel .eleÉn ìr ao epiódio do CaDesisque o?h ü TÒÍe .oNhxida
peÌd de{endcrtes de Noó (quc t ìÀãn iodos um írìà lÌ!tsua É
últiÍÍìoveÍso.
coNúúitun um só p.\o), paa aldçd . céu e seÌeÌÌ admiÌâdos pôr
. No lesfamerto,muitêsvezesJesusé cnaÍlìa- w A To r,,i dÊ n4..t-do' tr',,.h,re.po q.
^/oyo
do de "O f ho do homem".Considerando '.'Ll ,
o s gni ' 8
r. o r,ni ,..r"tu',.,,.tdo n''oo p $,tu' r rtd
Íicadodo poema,coraopode ser interpretado F'^.11 ,on.e+ , e-d.dfl P o.,\,, Jó,
o "l :á,rL 'ui ." de ìirgn6.
"o Ìabel pasu r si$ú.d .onÂdo ou rìislüÌr
título Jiho do século"?

a 555 cAPiTULo
26
TITERAT U R A
-.

sênir8 rohúv. aor jud€usque,no ,\ìrigo Tesamenr.,ú) o alcançarosCéusnáopoÍ meo do aperfelçoamenio


espiritual,
nìasconstÍuindo ê ToÍÍede Babe.Que
queda ÌereÍè.ciâ $ episódn,Lìibli.o cn qrc. após.onetren o
co_1pè è(áoe'r'rêê<<e( .o-e-s e os de roe o eL
pHrdo ongiul (omd . nllÒ dàárore queÉ enconhm .o
Jnen)do Prrâíd), -{dão e [e ioún expulsN Íco estabelece?
r Apesaídãsâtitudesdos homens,a palavra"divi-
Porquê?
na' Persiste.
7. De que palavrasfala o eu lírico,ao longo do 9. Segundoo poema,que Íunçãotem o poetaem
relaçãoà palavrâde Deus?JustiÍique com pâssa-
r A queeas costumanìrefeÍiÍ? gensdo texto.
| (eg n do o F- l..iro.êssas
palêr.d,e1/elt-e\" . ,e
" I CoÍnpàê o rr I'do do poFê dêç.'-a^o poeÍnd;\
muÍÌìificaÍarl],
apodreceram, nadasignlicam.Explque
o queocorreu comeaseTncaoaurì oesses casos. características
da obrade loÍge de L Ína e identf .f
quea semelhança entÍeeas.
a. Releiâ.
íO.Porqueotítulodo poemapodeserconsiderado
"E o Verbo cteDeus é ur uma alusãoà vìdâ de Cristo?
lprofanâçãodos homens.le Babel, r Relacione os dois últ mos veÍsosà írâse b1blca
mesmocoÌn a profarÌâçáodoshomensde hoje." "Quemtiver ouvidosde ouvlr,que ouça". ConsÈ
. Segundo a históÍabíb ca,os homensproÍanaram
ã derequeasexpressóes "momento"e "l m te" es-
palavrade Deuscomsuãsaçóesquandodesejaram tão reacionadasà ìdéiâde ressuffeção.

:
a
a
.
:

SEundageraçãa: social557 a
nistkìsnoe canscìência
segundageraçãomodernista:o "eu" e o mundo
Romantismo:
:
um "eu" alienado
Urnaperspectva poéiicacentrâdãno "eu" e nas
]
suásÍeaçÕes corno mundonasce no Romantsmo.
Mâs,paraospoetasÍornânticos,o mundorepresenta
] aquiodequesedeseja fugr Êo lugarquenãocorÌì-
l preende a manifeíação da subjetivdade romântica
ou é vsto coTnourncenáro cruel,desagradáve.
Vejê
corno,no poernaa seguif,deÁlvares de Azeveoo,
o
rnundoé retratado comoum "lodaçaÌpeídido"qLre
5óreconhece como"valor"o poderdo dÌnheiro.

Miwka desgraça
Minha dcsgraça,não, Ììio ó scr poeta,
Nem na teÌrâ de aÌÌìoÌ Ìì;o tcr um cco,
E Dìeu a1ìjode Deus, o rneu pÌdcra
Tratar me como rÌaÌn se um bo eco...

Náo é aÌrcÌarde colovelos rotos.


Ter duro como pedm o tÌavcssciro...
F.ü sei... O nundo é um ÌodrçìÌ peÌdido
ClrÌjosoÌ (quem nÌo dcÌal) é o dinheiro...
3
\,Iüìhâ dcsgraça,ó cândidzì donzeÌa,
Frièdfch,M!/hef ra lãre/á, 1882.OleôsôbÍêie â,44 r lT cm No
R Õ mantsmo, na sce!mape r pe. t v ac ent r adanô' e! ": â m oç ã O $Ìe fxz que o meu peito assiD bÌasfemâ,
olha pê a lanea proteqdado m!ndo por umê Íort€ conírú.ãô E tet para esclerer todo um poema
Nãôvaiâo mlndo, fão se reaciofa com €e È não tcr rm vi téD parauD avel a.
,\ZE\"EDO,Árv,,rs de. ,\',t , a tÌúha ! poú6 as
lhn .losvìnteAnat)SãotauÌo:IÌodcrna,Ì99i1. ^Loth
p Ì01.

O sentimentodo mundo
e a redefinição
A perspectiva egocêntrcaque marcoua geraçãororÌìântica é substtuída
porumavisãornaiscríticano Realismo,quesefáconsolidada no l\lodernsmo,
pelospoetasdasegunda
especlalrì1entè geraçáo. Nesseperíodo
marcâdo pela
crse,o "eu" pêssa porurnaÍessgniÍcação,percebendo-se comounìsersoc
a : o rnundotoÍna-se
mas importanteqLreo eu íricoO deseio
decompreendê,
lo e compreender asreacõêsentreo ndvíduoe a sociedade def nea poesia
produzidê nessa épocaComovocêv u nestecapítuo, DÍumrnond seráo nome
princrpaldessatendência,mastambérnI\/lurilolvlendessedestaca comÌloe
mascomo"O fiho dosécuo", apÍesentado comotextopârããnáise.
A temática do "eu" versus"o mundo"é Íelida, napoesia de Murlo Nlen
des,ã pãítirdaperspec!vacatólcadãiÍmandade entÍeosseÍeshurnanos No
poeÌ'na "OspobÍes',a angústado eu lírcoveÍÌìdo reconhecimento dasua
responsabi dadepeloestadoem oueseencontrarr] seusirmãos.

a 55a cAPiuLa26
z nls púçrcs
j
: Chegam nrÌs. l:hegaìn laìniììtos
,.. gLnde nôssos
'rns ^rn^q
a' Expulsos cLatempeslâde de fc,go
VêÌÌÌ de qrxÌlqueÌ pafte do mundo,
ADcorzÌn ÌÌa ÌÌossainércia-

P ,ê, i \" _ ,ì, ,i \,^ n,^.,., { ì, .,,,| l r. r,i u.


È
Precisam dc:uados c sapatos
De lartcnÌas e bandas cÌe músi.a,
l)arìsào do licornc
E dâ comunidade .onÌ.lcsus.

Os ìrobres DÌrs e iaÍrnÌos


Nós os fizemos assim.
\Ill\DlS, NÍu iÌo. Po€sia Ìibe j AÀ.\e. Pú&a únfL.a
.l,,Jd. RiÒ dc.jincno: Nola 1!!.1. p. .12!
-{i+ilaÌt

.b' o" a . _l r".


r' l ' 'ml
l
o.l Ê
l -Jl d
'J
onde úi un .hilrc únnó, .onìprido . c.rc{adôi era ido .ono
ÈÒslúìor de po.ÌeB capaes de afash des$aÇN e ÌÌrìrn xx
Côrol,/ gãrct hé.!riõa,1850 1860,
óeo so bre têa No R eas m o,o m lndo
passaà 5ermale mportantequeo eu :
a men na não 5ó eÍá no mundo , como
se moíÍa at€ntaao qle estaaleh do
Adeusà ilusão:a necessidade
múroe ao obsetoâdôr dã têâ
de cantar a realidade
A peÍcepçãoque o poetateflìdo mundoqueo cercâílncaÍáraízesnapoesia
modeÍna e detefÍlìinafá,
Tnuitas
vezes,queo versosejâotestemunho critcoda
ÍêalldadeA partf dessemomento, o "eu" se rnênfestapea ÍeaçãocorÌìo
à s!âvoltae seneqãa cantar
universo a rrealdade:diz"âdeusà iusáo,rÌìas
nãoao rnundo",comoafirmao eu lírco do poemêde FeÍelraGulâr.

Ag*st* !964
Ent e lojâs de nores e de saparos,barcs. Digo adeus à ilusão
nrercãdos,bÌrriqÌÌes. mas não ao ÌÌÌur.lo. NIâs ào à \,ida,
meu re.Ìuio e meu rciÌro.
nunÌ ônibus EsFada cÌe FeÌro - LcbÌor. Do salário nìjusto,
\ioÌto do Ìrabalho, a noite cnÌ nÌcio. da punição iÍjusta,
fadgado.Ìe ìÌentiras. cÌa huìììilhàcão, da rorrÌnâ,

al ônibus sacoìeja.AdeÌrs, Rinbaud, retiÌamos algo e conì eÌe consfuínìos uü artetato


reìógio de lihses, concreiisìÌo,
neoconcretismo, fi cções da jrÌvennrdc, .ÌLlcus,

eü a compro à rìsta aos donos do niuÌÌdo.


_ GULLAR,FerÌ€nr.ÀgoÍ() Ì961. Lì: Nlí)RÌCONÌ
Ao peso dos nÌpostos. o l€Ìso sufòca, 1Ì^o lott.) o: un udtn\ panr t astlatus.10tiült
a poesia agor:Ì respon.Ìe a inquéÌito policiâl-mililal: Rjo de]aneifo: OìÌ€rila, 2001 p. 267268 lFregmerír.

qeâça'.:nìtlcisÍroe c'.nsdência
sa.ià! 559 a
'êqúnda
ffi
PoroossisÌirFl PoÍolere pesquisor
Ë/
Poeta dal rete fã.eJ, dê CàdotDtrnnond de And!dde..-t
Pa uo T hiago B r asl , 2 0 0 2 5ãoP al l o P l b foha,2000 -
E ntrodução ão uni vêrso poéti co de C arl os
Do(umentário que trata D runmond dê A ndrédê.eã zàdo poí Fíànci sco
d a v idaedè obr ãd e c a rÌo s a' r' ,dr,sobenromerdàdà se.reFol l .âE xpl i ca.
i ' ìi .
Dr um m onddeA nd ra d efa , ciativado jornal Folhade s.Paulo.Em linguag€m È
zê ndo us o de lin g u ê g e m bà,l dn_êace$vel ,A i l -(d' dpresel tèa obràdo po
sl m ples epoét c a.c o m i m a etã a pãrtir dê fasese temasdktÌntos.
gen5históri.ase depoimen
tos dê quem conviveucom tmãgÌnação de uma biografia literária: os a.ervos
o P ôet a- e t am b é m d e de M!t;]o M-adei & ChtoM a\ Utbàft\. a gë . ò
;o d" \4" l ú.". L"rD êê a F-n" nhd,; o
h kt or iàdor êse c r Í ti c o sn o "
p ã í s- , ãm pliããs i n te rp re Z mbrãoda S va lu z de Fora:UFJF EdtoÍa,2004
tã ç ôesdôs f as esda o b rad o O trãbalho reúne variado materiai rêferênte à
poe td q Le vdi de le m indr o per J l dà pr odLç éo m o produ,ãoesLri ro uÍì dosp. rci
oe MLri ' oMênoes.
deínìsta na metade do século XX. pdi\ rorres do (hdmdda\ê9Jrdè qe.èçaorroder I
ri !l d bràsi l ei rà.
A l émodobropoetkà.l ^ácore$oi I
Ovelho-A históriade Luís :: dênciôs,crônicase aÌtigos de viãgem e críticade
carlos Prèstes,Tof Ventlr. ì ârte realizadaspor esseintrigante intelectuãldo
Brêsl, 1997.DocLrrììentáf
Comroteirode DÌ Moretti
e naÍação de Paulolosé, o
o.
vrt}l :
È \éíLl ôX X .Lm pou.o naade 170pdgi .dsserd
.i vpl êrtraro Lni veaoi rêrá.ode N ,4ünlMendes.
o
po!

Yelho é um dos mais bem Os nelhorcs poemasde Murila Mendes, seeçãop


acabados documentários na o 0a- ddod" ..a-a Fgag-aa.
cionaissobreos meadosdo bal ,199s
séculoXX. Toda a reconíi- Li v' oqJe fèz Jíndsel e!do( Ji di Õo\ãoo( Íê ho
tuição do pêr{odoé basea- rê( poerd\ dà ob.a de55e I dnd- durord. \eS Ln-
da em depoim€ntos dê gíãn' dã geraçãomodêrni sta brasi ei ra.
desnomesda culturãnaciô Càncíoneiro Vinicíusde Mo.aes orfeu, seeçêoe
n a l. F er eir a G u la L o s c ã f o.ganizêção de SérgioA!9!Ío Ro d,êlêrìero: lob m
NÌernêyer.JacobGorender, Musc,2003
CarlosHêitor Cony,além de seremcompãnheirosde Can.íÕneìrodeOìíeu,inspiradano mito grego,
militànciae parenlespróximosde LuíscarlosPrester, é uma obra popular amb entadã em uma favelã
um dosêmblemasda politicanacional.ajudãma com
doR i ode i al e ro. \e$e vro. que homenágêã o,
por o quadro dessêmomênto históri.o.a reconstru
90 ànosdê vi nrc,urdê Morde\.sdodpre\ênrrdoì
çãodo cenáriobrasileirodâépo(acontextualiza
a pro o\ âÍal os pãré pi àro da rìj si d do espel ;.ul o
dução poéticêmodernistaern suâsfasêssubsêqüên- ãl émdo l -i sro' i íode.uê cr èçào.rrecl .os
oê íarras
tês à geraçãoheróicà. inéditasdo poeta e entrevistâsq!ê ele concêdêu
O vertldo, de Pa! o ïh ago ao ongo de suavi da.
Brâs ] , 2004 i aêlarsega//,
deverêD Horta5ãoPauotnambras,1999
o vestdo é umâ adapta-
Li vroquetratada obrade Lasafsegalumã l , dãj
çãolivredo poemâdê Carlos personôlidâdes artÍstlcasque se destacãmnã arte
Dr um m ond de A n d ía d e ,
brêsilêirado século/ü. Emreusquadros,conrem
"Cãsodo vestido', Tratâse
plamoso regìstrodê seu protêstocontía a opres
oe um poemâque desenvol
sâo,ã injustiçae ogenocídio,rêtratotristeda época
ve um enr edoapaíÍd e u m
vesudomisteriosoque duas
lmãsencontraÍnem casa.Ao aása.sega//,de PietroN/lêraBardr5ãoPãulo nnitu.
ser qu€íionada, a mãe dâs ÌoLnaB oeP M B ardl2000.
,
meninas,aospou(os,nârraã Reêd(ãodo livropublìcâdoem 1952.do qualpãr
triíe hinóriadeum estrãnho ticipou o próprio al1ista.À atuâliza!ãoda obra de
e marcanteepisódiodefami Piêro \4dr'd Bdrd, 'oràm àcrescerrèdos dolureq
liã. Contudo,ãsim como ô tos e textosque enriquecemseu contêúdo,preser
poêma,oJilme nãoselimitaao cãsopãniculafdeuma vandosuascarâcterísticãs origina:s.Excelente
úaba
fàmíliâ,masseestendede Íorma univeBalàsfragilida lho de análisedâ produ!âode Lasarsegall, propici
desdosre acionâmentos humanos. ando um contatoprofundocom astelasdo plntor

| 560 CAP|TULA
26
Poroouviríì

A palàvrado poeta viniciusde MoráeJ,Városartstat da a paÉ r de um poemade CecíLla Meireles.A muí-


B M G , 2O O 2 ca,de 1973,íoi libeíadapêlalustiçaem 2000paraessê
Chic oB uar q u eG, a C o ía ,T o q u i n h oP, ã u l i n ho
daV i álburn,graçasã um acordoênÍe ô grãvêdorado cãn
ola e outrostantosartistasda MPBprestamrua home ro, e às \d, de (e, ;á. D êpoi \de-ã e\peri ènLid,
nagernao poetlnha, como êra conhecidoVinkius de rdgaervo tdri dd uri l i /drve,\o.dd durordrd grdvd ! oo
Moraes.Suaobra Íìusicalnuncaestevedistantede sua de "t\,lotivo", no discode 1978(relãnçadoem 1993)
p. odLç ãopo e r| C e è e rà m L i ro c o n J ì r d e .l àmã'i o intituLâdoEu canto.5ãoduasexperiênciasintere$an-
em r ì ' êioa m e l o d ràM o m e n roé d ê q J à d ôp àrr oüvi r tes dô contato da MPBcom a poesiãda grande voz
êssabreveãntôlogÌa,enquãntoestudamosã segunda íemi n na da sequndagerãçãomoderni sta.
ger aç ãom od e rn i s tãnacionâ1.
CarlosDtunnond de Andâde por PauloAutan, deC.dos
Os piratasdo Karnak,de Kãrnak.ïfàtoÉ, 200: Dr!mn'rond deAndÉdesãoPaLrloLLrzdêCidadê,1999
o grJpo Kd nd. d$une urd dàsbènde.èsÌìodem. sel €çãode 29 poemasde C aros D rummondd e
t as nr alsint e n s a se, s e u rn e n to ri n te l e c tu alA
, ndfé A ndrâde reãl i zada
Abujãmía,sêvãlêda antropofaqiaoswâldianê paracom por P aul o A ui ran
pofsuascanções. N4uúas vêzesserápossivelouvirêm uma que, no CD. declôma
Lnicàcànçàovârièdosr Ìmose rrelodièí,àlên dê, tr\ó"\ a poesa oesegrande
explicitas de poetê! dinintos.No dis(oêqui indkãdo,o nome da l i te.atura
grupoaproxÌmâsêdã litèraturãnàfaixa"Iem espinhona na< i onâ1.opoítuni -
roseirà/drummonda",quãndoseapropriad6 versospe dadedesenti rasono
pulârs dê "Quadrilha ", deCarlo,DíummonddêAndrade. ri dadê das pal âvras
do poetaeín delicada
Ao Viva - Vol. t e 2 - Fãgrer, de Bêrmundo Faqner
e, âo mêsmotemPo,
S ony . 2000. preci sal ei tura Íei ta
j NessecD, com às q'àrdes co'nposiçoesdé cêre;à
de RàiÍ ì Lnd oF è q re re s taa c è n ç d o" ç à n re i r o{.(, i o
:

Poronovegor
Jfl
http://wwtvcultura.com.brl DrLrmmond de Andradeê Vlnl(iusde Morâes.A5 pági
o A/ó Ficolêé um projeto manÌido no af sob responsa nãsa elesdedlcâdâssãornuito bem elaboradasê apre
bilidâdedãrvculturâ e quê produziu,napar.ededrcada senldmdadosrele\,antessohe sLàsvidase obràsde 'or
i à litêraturã,LrmapáginãparãcecíliaMeirees.com ÍoF ma simplesê acêssÍvel,
alérnde dêdâmâçÕês rêalÌzàdãs
mâtod idáÌico,âpresenÌa ãspectos biográficorantologÌa pelosprópriospoetas.
poétÌca,brevesanálises e até algunsexercícios de lnter hr.p/vl,vúw-mêmorial.o.9.br/
píetâSãoê deÍixação,âlémde uma gravaçãosonorade
o porta eletrônicodo Memoria da AméricaLãtina
um pequenotrecholido pelãprópra cecíliaMeirees. oÍereceuma sériêde páginâsdedicãdasa grândesno
hÌtp/ww.vidãíusof onas.pV me5da .u lturâe dasartêslatino-amêrlcanarentreeles,
Umadasgrandesvantagensde acesãr o slfe portu- o de Murilo [/êides. No /inl Poetàs1è BrbL,oÌe.à,

guêsVidâsLusófonas é podef pesquisar9rãndesnomes umâ indkaçãopâÍa a páginâdedicadaà homenãgem
d ã sa rte s ãp ã n i fd e u m a" tá b u aíonol ó-
das . iên. ias e aos100anosdo autor.Nelã,5ãoaprêsentados dãdosda
gka". NasjnÍormações hisróricassobre a ldadeContem- vidâ e da obra do poetae tambémuma anto ogia bae
porânea.há um /inksobreapoetaCecíiaMeirelêscorn tà1te(onpl erd(om1e{o\ deroda(à.ìLa.pLb ndco es.
os dadosmaisêssênciãis sobrêa vida e ê obfa de !mã http://wwwvÌnlciusdernoraes.com.bí
dasprincipaisautorasda segundageraçãomodernista. Comlinguagêmêlêtrônicausadâcom bom gosto,o
http://memoraviva.djgi.com.br/ sÍe Vin (ius de [,4orâes
propkia umaravegaçãodeïaÌo
O síteMemóriãViva,no ãfdesde1999,tem comopro- klca e encãntadora.AprêsentâinformaçÕes vãriadãs
jeto resgàtãra memóriado paGã pairlr de seusgrandes sobrea vidã e a obra do autor,permltindoumã àmpli-
nomese de publicêções históriGçHáve6õesd igitallzadas açãodo(onhecj mento sobreo poêtamaÈpopul ãr do
pdr diÍ poadn p y p v \rd \ê .o tn à i ' -C d te të .C tuzeno.A
Malho-que marcaramépocae Ìnfluênciaram mu to da http://v\/\@.museusêgãl
.org.br/lndêx.asp
píoduSãoàrtGucãnãconalao lonqo do séculoXX. No S i tedo MuseuLasarS eqal que
l peííni têvi suêlizar
/rrkdêdkado à literaturae à poesiê,estãôos nomesde alqumãsdas obrasdo artstâ ern suasdifêrentestases,
dols poetas dâ segundãgêrãção modernista:Carlos além de aprèsentãrdadosbiogfáflcosdo pinton

5êgrndéq€rdçãoimÀntsmo e consdéndasol:iál 561 I


O romance
de1930
O Brasiltestemunhou,na décadade 193A,umê explosãa
do fomàn(e.PÌear,upados (om o pèít em que viviam,
esuìtorcsusatama narrctívacoma instrumentode denúnaìa
de uma realidãdeque, principalmeniena regiãa
Nordeste,condenanìiÌharcsde brcsileìrosà mìséria.
Nestecapítulo,vocêverácofio o regìanalísmodominau
a Íicçâoda segukdageftção nademísta.

a:
,

:.

P as a q e hd o s e r t é od â B á h ã N ô @ m a f . € d ag e r a ç ã o d e1 9 10 ,
o espaçoé a regáo Nôrdenemar.adapea s€caê peo sôrrmenlorr!mano

cAPiruLô
2t
o que você deverá saberao brevemente,a imagemde abertura,
Í. Descreva,
2. Que impressão o espâçoretratadoprovocano obsêrvador?
1, Qualfoio ptojèto literánodo
romanceda gercçãode 1930. :l Uma(aveirade boi âpareceem primeiroplano.Que leiturãdâ
. PoÍ que àíicçãodesse
Íoto o Íotógrafo sugerecom essedestaque?
pe-
ríodo é consideradâneo-
Se(a:umâtÍagédiaquenasceu
como Brasil
2, Comose caâcterizou a nar- o ,ê s Jrl d-ar1" o(è' ôr.vdj d ooD pl oB d. osecrl o.!1. o op è
-e Í o
ntiva de Grà.ilídnoRamos. e s c ' -o ' o' êgi ,l d o -pècl o dd ,Ê " o dF . l a. a9 fa/e' ìdo.dê ' dr oviasâ
Ììè -d o.r r,.o.,ê \e!d.r. por orde 10.,ó I dndetome,or' .i odl ne e 10
. De que||lodo o inpactodo
s€ado oa P ê no-bJco 4 re o, o no ,e r' è.tê e a uÌ oÍobemdo-ra_Ì eo
meio sobrc os indivíduos
pe' ooo, o or dl. De è oà d d. o p oble_idperÍÌ'drecee à o i\áo e (o_Ìr.di
ganha umê dimensãoun.í
por rn haresde noídestnos teÍn sido a rn graçãoparao Sul, principâlmente
versalnos romancesoo p o
d Do . d dLqL àC ào dâ aí'àoã B :n:i , ô'1 Iql q.

3. comò se caracterizou a obrà


de )ose Lìnsdo Rego.
. Dequemodoasnemórias
pessoais se trcnsformam 4. Osromãnces da geraçãode 1930revelam,em toda a suamagnr-
en natétiâ liteÌána. tude,os problemasde uma região pelasecâ.o principaì
assolada
4, Comoa estruturasocÌoeco- intérpretedessaregìãofoi Graciliano
Ramos.
nômicà do Nodeste ãPà-
recè nãsobrasde Ràchelde
Queìroze de Jorgeamado.
Mudança 't*
. De que nodo Rachelde
Queìrozrevata os rctiran-
+
Na planície al€rmcÌha.la osjuseiÌos aÌ,ìÌÍjnüÌÌì duas manchas
lerdcs. Os nÌfelizes iinÌÌam caminhado o diainteìro, estâvam.an-
. Qual é o rer.ratodo povo sndos e famintos. OrdiÌÌrriameDte anda!-àÌì potÌco, mâs como
baíano feito por Jorge ÌÌavian repousado bastaÌÌte Da deia do Iio seco, â iiagem pro-
Lredira bem três Ìéguas. Fuia hoÌas quc procunvam uma
5. De que modo a região sul $Íúra. A folhagcnÌ dosjuueiÌos aparcceu Ìo ge, através
é àprèsentadapor Etí.o dos gaÌhos peìados rÌa catinga rãla.
ArÌastaram-se para Ìá, .Ìevagar, sìnha Vití)ria coÌÌt o filho nais
ê . Cono a trilosía dêotem- noro cscanchado no quarto e o baÌi de foÌha na cabeçâ, l'abiano
po e o venlo reconstrói a sombrio, cambaio, o aió a tiracoÌo, a cuia peÌìdumda ÌìÌrma co eia
história do suldo Brasí|. presa ao ciDtÌrão, a espiÌìgarda de pcdcÌÌeìra ÌÌo ombro. O nìe ino
6- Quat íoi o foco dos rcman- mais\'elho e a cachora BaÌcia iam atlás.
cesde Dionélio Maúã.!o. osjuazejros aproximaram-sc,rccuararn, suniram se. t...1
. Cono DìonéhoMachado A catinga esterclia-se,de unrcrnìelho indeciso salpicado de manchas
rctrata o drama do ho- brancas que eram ossa.las.O !ôo negro dos uÌxbus fzzia círcuÌos altos eD
rcdor de bichos morìlruìdos.
R{\íOS, CnciÌiano. Ìâ'^ y..zr tl . ed Rio deÌaìÈi..: Rc.o.d, 1996. p. 9l L {Fngnì€Db) .

-[l cati"g.,
"o
Ì.r.,.
'ìcsmo
que úati.s,. r ObseÍveasduaspriÍÍìeÍasfrasesdo texto.Nelas,
o naÍradorntrod!z
Xscmchado: .ón rs pernd abertâs ,i
Ìndrm úc quenmoDü a.rìaÍ,.
sobÍeo espaçoe as
infoÍmaçÕes peÍsonagens.Queespaço é esse?
I O quêfazerr]aspeÍsonagens nesseespaço?
C@baio: t ôpeso. .ód dú.lldade paÍl
i. O uso dos adjetivos,no primeiroparágra{o,é muito importânte.
Aìó: bolsa leita de fib.d de .àÌ 0i. ldentiÍiqueosadjetìvosque se referemâo espâçonesseparágraÍo.
P.d€m€nr p.úâ qne produz lancrs r Porqueelessãompoftantes paraa cêracterizãção danarÍat
doespaço va?
qüândô aúiÌúapoÌ peçasde metrÌ.
thadâ na fab.icação de cipnìga.das e
r Releiao últ mo parágrafo.Anaiseo queasnovasinformações
sobreo
espaço sugeíem a respeÌo 0av 0ê naquee ocar.

de tBa S63a
o rcnènce
I " I T ER A T U R A
-

6. A primeiraidentiÍicação daspersonâgens é feitãpor meiode um


(, adjetivosubstãntivãdo. Quâlé o adjetivo?
A presença deumad goantes r Comopodeserexplcada a escolhadeumadjetivo substantivadopara
do adietvo fazcoÍnqueestedê- dentifcaraspe|5onagens?
sempenhó unìaíunçãosubstân- tú
í! I Explquecomoos adjetvoscansados ê ÍâmintosÍeveam o impâcto
tiva{nonìeie a90)e sejâ,qssinì,
cãssifcadonìorfolog .a rnenÌê oo espa(osooÍeaspersonagens.
I Vocêestudou umaoutraestétcalteráriaemqueosromances procura
oì vamdêmonstraro impactodo rneiosobíeãspessoas ldentiÍique
a esté,
ticae asSeTn-Â
hançasentreelae essetexto.Expquesuascoocações.
o 7. O segundoparágrafoé dedicadoà apresentação daspersonagens.
-: Querelaçãoêxisteentreelas?
r Que nformaçóes evamo eÌtoÍa concu r queessas personagens sáo
retirantes?Justfique.
r A cáchorrinhachama-se Bae a. Podese afirmaÍque há certaifonia
nesse nome?PoT quê?
8. Os juazeirosaparecemem três momentosdiferente5do texto.
Transcreva essaspassagens.
r Explqueo queelesindcamno desenvolv mentoda naíativa.
9. No trechotranscrito, a atençãodo narradoré dedicadamâisao
Oluazeroé a piãntâsímboo da
cââtngapeoTatode,mesmÕ espaço,o que sugeÍêessaênÍase?

A retomadadeum 1

olharrealista
:
A narratva ficcionalviveuurnmomento deexposãoentÍeos anosd-o1930
e 1945.A qualdadedasobras e o surgimentodeautores impoÍtantestornam
essepêríodoconhecdo como"a eÍado romance brasie ro".
Essatendêncìa seanunca em 1928,quandooparaibanoJoséAÍtrérco de
A meidapubjcaA bágácelrâ. Naobrã,o olharreaÌstaé assoc adoa Ltmtema
específico:
a v dano Nordeste bÍasleiro.O autorexploraoçcontrastes huma-
nose soclas entreos trabãlhadoÍes dosengenhos de cãnade açúcare os
habitantesdosertão.Aspersonagens, cíiêdaspaÍai ustrãra condrçáo do noÊ
destno,dáoao livrourntom critcoe panÍetároquevaorzaã honrado
seÍtanejoe denunc a a desumanidade dossenhores deengenho.
Á bagacelra defineumanovatendência nafccãonaciona:a apresentâção
crítica
darealdade braslelÍã,quepÍocura levaro lejtofatomârconsclência da
condcáode subdesenvo vìÍÌìentodo país,visívelde modomaisevidente em
a gumasregrões, coÍÌìoa Nordeste. Parattatardasquestões sociãis
regionais,
os ToTnancesescritosa partr dê 1930retomarn do s ÍÌìomentos anteToresdã
prosadeficção:o regona smoÍoÍÌìântico e o ReaisÍÌìodo séculoXlX.
Do Íegonalsmo romântco, vemo nteresse pêlarelação entÍeos seres
humanos e osespaços quee eshabitam, apresentado agorade umaperspec-
tivamaisdeteÍrnin sta.Do Realsmo, é recupeÍado o Ìnteresse em estudãrãs
relaçóessociais.
O romance de 1930 novaao abandonaÍ a deallzacão românticã eã
' ' ro e s ,o d l ;o d o -o
rod \l d, pdrd dpresentd.-Íè v:s;o . tt , d d" \ rê1" íóê. o
carse do rnpactodo meiosobreo indivíduo.Essas que
raízesterárlas
reacionarÌì
a ficçãode 1930às duasestéticas
do séculoXIXÍizeramcom
queos romances período
escÍtos nesse tossem conhecidoscomoregio-
nali5iasou neo-realistas.

4 564 CAP|TULO
21
TITERA T U R A

O quepretendiam osescrtorescornessapÍoduçãoiteÍária? Queramca-


ÍacteÍizaravdâsâcriiicada
e desurnanadosertane o e comoreenderotiDode
estruturasocioeconômica v cada que a iÍlìentava
a política
do coroneli5mo
nordestino. Navisãodosmodêrnstas,apontarta s pÍobemass gniiicava dar
o prirÌìe
ro passoem direçãoa umatÍansformação dessarealdadeinjlrsta.
AssirÌì,entre1910e 1945,a ficçãonaconaé domnadapor um novo
realsmo quernosÌrao indivíduo
subord nadoaoespaço emquevive,sendo
mutasvezesDoíe e aDrisionado. O comDortamento desses
indivíduos
tam
bérné ênêlsado,erÌìumatentativade traçarde modofiel o perfI sociãe
psco óg co doshabtantesde determinadas regÕesbÍasileiras.
I

O projetoliterário
:
do romance de 1930
O proletoiteráro do rornance da geração de 1930fo c aTo:Íevear como
uÍÌìadeterminada reaidadesocoeconôm ca,no caso, o subdesenvolvimento
? brãslleiro,
nf uenciou a vidadosseres humanos.
O raodoencontrado paramostrarissoÍoifazercom qLreo enredodasobras
nãscesse dareaçáoentÍeo contexto socioeconômlco e o espaço(caracterizado
n D , . , ^ r - a ,- À- l /-
demodobemdefinido). A maoriadosautoÍes do periodosebaseou noconhe-
c mentopessoalda reaidadenordestina parãdesenvolveressepfoleto.O escr-
oúe rôz acusada

- toÍ EÍicoVeÍssimofoi umaexceção, poissuasobrassevotaÍaÍÌìparaa reação
entreo hoÍÌìeme a sociedade a partir
da amplidão dospanrpas gaúchos.

r Osagentes
do discurso
:
o eixoda f cçãobrasie ra na décadãde I930 sedesocoudo Riode lanêi-
a ro e de Sáo Pauo para l\/laceló,cãpitãlde Alagoas.Eralá que moravamos
: JoséLinsdo Rego,Rachelde QueiÍoze Graciiano Ramos.
escritores
É natuÍalque as condiçõesde produ!ão da iteÍaturado períodofossem
-dvo'ôLod pêd gtd oe èp o\ _ìó\;o quê hava ên-'êê\\ê ou.ore. Relen
brandomoÍÌìentosmportantesda vida do pai, RicardoRamosconta:

A nossa casa,na ma da Caridade, \dúa firÌs de senuìa mo\,l-


meÌÌlâdos. Lá o gmpo se reuniâ. muìta geÌìte à hom do aÌmoço.
Sem dÍúda meu pai gosta!ã dessesenco tÍos donìiÌÌìcais, poìs
se prolongaÌ?Ìì Ììo Rio, iriam dül?Ì todâ ;r su;r \id.r. 1...1
RAMOS, Ri.rrdo atz.i,iara .en-rto fEgment do.
SãolanLo,silììimo, 1992.p..1Ì. (Èìgmdúo).

Cornosevê,eracomumosanìgosseÍeunirem aosdomngose conver-


sarem sobÍe iteraÌura.
Essainformaçáo porqueo pro-
ajudaa compreender
eto literárodo roÍnancede 1930teveum desenvov menÌotão só do e

a ronân.ede 1930565 |
T I TER A T U R A
-

dor a ém de sercompaÍtlhadopelosprincpaìsautoÍes,
2 bem-suced tam
i bémeÍaobjetode dlscussáo e análise
conçtanteentreeles.A convrvênc â
ÍÍeqüente, a camarãdagem, a trocade irÌìpressÕes
sobÍeo contextopoÍti
tudoissofezcomqueo o hardesses
co e literário, autoresparaa realidade
-"
noÍdest naguardasSê semehança.
E Adr(ulaçãodosÍomancesfoÍavoÍecidapeloíortalecinìento daseditoÍas
! A LivÍaria que,chegados
JoséOlympioacolhlaos escritoÍes ao Rio
brasileiras.
delanero,buscavêrn umaÍeferênclaparaseusdiáloqoslntelectuais.
Emumâ
cfônica. CaÍlosDruÍÌìmond de Andrade explcoua importânciada "Casa",
comoa e0ttoraeíacnãTnaoa.

Co h€itade cêna.A vldanosengenhos


de cana-de-açúcareÍa um dostemês os Ìitentos foram chegando,José Lins do Rego, Hermes Lima,
Jorye Amado, Murilo Mendes, 1...1Marqües RebeÌo, afoÌmosura de
Adalgisa Nery',o pessimismo de Graciliano, t...1 os derrmcs de uÌn,
as mentirâs de oÌrúo, e o Ìocal foi se convertendo ìÌo qu€ se châma
um foco. Rapazesquc desembarcassemde um "ita" do Norte oü do
tÌeüirho tumacento dc Minas tinham de ir coÍendo, respirar aqüe-

Com essecolorido de vanguarda, não ha\ia outra casano Rio.


ANDR-{DF.,CaÍìos DruDnìond de. Ììa m€ndoena. Po.-!ì'
'lna.
Rio de.lâneiro:No€ Aguila\ 1992.p. Ì,193.(Frâgncnto).

doquepubicar autoíesdediÍerentes
lvlais tendêncãsideológicas,a " Casa
"
I
JoséOlympio permitruquê o debateentreessesescritores acontecesse de
mododemocrático, aludando a produçáo
assima fortalecer literára do perío-
gãnhava
do. QLrerÌì cornissoerao púb ico,que seva convldado a conheceÍ
dezenas de romancese livrosde poesiada "nova"geração. t

de 1930e o público
O romance
A multiplcaçãode autorese ToTnances tornamaisdifícI consegu r inlor-
maçõessobreo públcoleitordo p€ríodo,porqueo seuperfi é variado.A
melhorindicação de comoas obrasda qeraçáode 1930foramrecebidas,
porém,sâoosnúmeros devendaa cançados porautorescomoJorge AÍÌìado,
loséLnsdo Regoe EricoVerlssimo.
Esgotando sucêssivast ragensde sêusromances, e esso!berarncr ar uTn
po que
t denarrativa cau no gostopopularos enredosdinãmicos e a ìngua-
Daesquerda paraa dÍeita:CÍo dos gerÌìsimpestornavaTn para
suasobrasatÍaentes o público
num momento em
Anlos,cu marães Ror, JoséOlyúpô,
Lus lardm,Ìhiaqode Melo e Nrlér
o queo contexto soca e políticofazia
aumentaro deselodeconhecer rÌìehoÍ o
Oympo.
Pamé.o n. LivÍ.Ía Jo5é Brasi. O surqiÍÌìento que
detantosnovosromancistas abordavam, por meio
daí cção,aspectos da Íeãlidadê socioeconôrnica
acabava por atenderàsex-
pedativas ded fefentesleitores,
contÍibundo paraconsoidaToperÍodo como
a ÍaseáuÍeado rornance modernista.

r Linguagem:
a "corlocal"
DernodogeÍal,o tÍabaho coma I nguagern pelosautoresdessa
Íealizado
geÍaçãobuscatrazerparaa5nafrâtivasa "cor oca ou seja,aslnformaçóes
",
sobreespaços,
comportamentos e costurnes, permitem
que aoleitorÍeconhe-
rê osd)peLor trpcos,.âra(rensÌcosde u'rè regáo especfi.a.
A cenaã seguitextraídado romanceO quìn2e,de Rachelde QuêÍoz,
comoa corlocalé nseridanosromances.
exemolifca

4 566 21
CAP|TULO
TITERAT U R A
--

:
Depois de sc benzeÌ e de beijaÌ duÀs\€zes a medalhinha de S José, Dona

? "DigÍai-vos oulir nossas súplicâs, ó castíssnno esposo da \rìÌgem MaÌia, e


a.Ìcançaio qüe rogaÌÌìos.Amém. "
! Vendo a avó sair do quarto do sanÍrário, Conceição que fâzia âs traÌìças
senradanuma rede ao canto da sala inreÌpeÌou-a:
ri - E nem chore, hein, Máe Nácia?Já chegou o fim do mês. . Nc ì por
locê lazer tânra noven2...
DorÌa In ácia Ìev:rntou para o telhado os olhos confÌantes:
- 'lèììho fé em S.Josó que ainda cÌÌovei Tèm-selisto iN'erno com€çar

maqemde Sãolôsé AÍelqo5idãdê QUEIROZ,Ra.hel de. O4!?n?,l'1 ed Rio dejrn.im:


está req stEdâ nos romancesde 1930. JoÉ Ol,vnìpio, l9?Ì p 29 (FÍagndÍo)

Lll Inverno:nasÍesniesNôre e Norde\e,


e$e Ìem. Íetct+c à es€çãodat .l,u!.s,
queo.oÍe notcÌão e .o oübno. Nessacena,vemoso apeloparaSãolosétÍazeÍê chuvaA religiosjdade,
em épocade gÍandenecessidade,
princpalÍÌìente é umacaracterÍstìcados
e suaavótambémcontribui
noÍdestnos.O diálogoentreConceição para a
_Íàd'ì_'de nodo ^dÌ-ld. sê,Ì ou"l-
apíêô^ld\oooê((d\perronoger L que
queÍ mpostaçãoou febuscarnentolingüistico.É o lomancedandovozàs pet-
sonagens e, dessamaneirã,
toÍnando-as mais"reas".
A nclusãodeteÍmosregionãistambémcontr bu pafaregistrãrreÍerências
oueaiudarnoetora constÍuiÍ umarepresentação maisÍe da regiáorêtrata-
da nessesTomances.

O mmd,o cobertodepenas
Fabianoe suafamíliadevemnovamenÍe
partiÌ; poisuma outra secachega,
anuncíadapeIasarríbações.

o mulungu do bebedouro cobria-sc de afibações. Maü sinaÌ, Prova


velmeìte o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, âÌTanchaÍánÌ-se
nas árvíÌresda bena do rio, descansavam,bebiarn e, como em redor não
haüa coükla, seguiamviagenÌ parao suÌ. o casalagoniado sonhavades-
gÌaçd. o solchupaí':Ìos poço!, e aqÌreÌascxcomuÌìgada Ìe\â\Em o resto
da água, queriaÌì mai2Ì o gado.
SinlÌa Vitória falou assim, mas Falrìalìo resmungoü, tranziD a iesta.
acÌúrdo a ftase extraÉganie. Aves matârem bois e cabras, que Ìemb.an
çaÌ 1...1LÌm bicho de penas matar o gado! Pm\aveÌmente sìnhavitória
não estavareplarlo. t...ì
CoÍìo era que sinhaVitória tinha dito? A frase deÌa tomou ao espi
úto de Fabiano e logo a signifÌcação apareceu As ar bações bebìam a
água. Bem. O gado curtia sede e morria. Muito bem. As aÌribaçôes
m.Ìta''âm o gado. Estava certo. I...1 Aquela horâ o muluÌÌgu do bebe
douro, sem Íolhas e sem flores, uma gaÌÌancharia Pelada, enfeitâva se

a rcnèn(ede 1930567 a
LITIRATURA
-

I...1 Desceu dâ ribanceira. agachou-seà beira da água salobm, pôs-


se beber ruidosaÍÌente nas pãlnìas das mãos. Uma nur€m de ar ba-
a
çôesroou assustada.Fabiano levantou-se,um brilho de indignação nos
olhos.I...1
1...1Serianecessáno
mudàr-se? que
ApesaÌde saberpeÌlêitam€nte
era necessário,agarrou-sea esperançasfrágeis.TaÌlez a scca nãoviesse,
tahez chovesse.AqueÌcs maldìtos bichos é que Ìhe fuiam medo. Procu
rou esquecêlos. Mas cc,mo podcria esquecêìos se esta!àÌì ali, voando-
lhe €m toÌno da cabeça,agitândcsc na Ìma, empoÌeirados nos gaÌhos,
espallìados ÌÌo chão, nÌortos? Se úo fossem eÌes, a secâ não exisdna.
I'eÌo menos não existida naqueÌe monento: ünadepois, seria mais cur-
tâ. Assim, começala Ìogo - e Fabiano seniiãa de Ìonge. Senlia-a como
se elajá úvessechegado, expe menta\a adìantadmente a fome, a sede,
ls Íàdigas imeÌìsa-sdas rctiradlls. AÌguns dias antes estal.a sossegado, pre
paralìdo láregos, conscrttrÌdo ceÌcas. De repente, um sco no céu, ou
tios rìscos,miÌhares de riscosjuntos, nuvens, o medonho nrmor das asas
[E Aribaçõ6, denoa-."i d.,*,.le â anunciar destÌuição. [...]
uma Íe8ìão Pfa outu en dea.nimdas
RÀMOS,Craciliano,rÌ./dr Í.di ?1.d. Rìôdc.lân€iro:
+m a rÌ êbções dÒ àio. Recod, 1996.p. 1081Ì3. (lÌagmetttr)
Mìnú$: árÌôÌ ê de norcs Érmelhd ou
alaúnjadõ, muiÌo .ulÌnãda .ono

ÂÌmclElm{e, ÍeüniàNc, a$egàm-


l. Queãcontecimento deixaFabìanoesuaesposâapÍeensivose porquê?
CdÌmchdia: hÌãço de i.1ue, raúos I dentfique,noprimêropaÍágrafo, que
a metáíoÍa indica
o Íetorno
dâseca.
sdobê dd go{o rìin, desagÌadáreÌ. . Porque a vota da secaangusliao casal?
lálrgrs: clÌicots, coneias ou (Ì{la\
própn6 pm aEoiú. 2. Que outros "sinais" revelamque o períodode secaestápróximo? j
r Esses"sinas" sãoianãgens confÍrnaÍaprevi-
peo narradorpaÌa
criadas
.;o de s -r" Vr or à O re. po de,era.ro... i-dqer..,iè- :
"s
3. Fabiano,a princípio,não entendea âfirmaçãode sinhaVitóriade
que âsãves"queriam mãtar" o gado, Quecaracterística de Fabìâno
essadiïiculdaderevela?Justifique.
4. No terceiro pará9raÍo,Fâbianotenta compreêndero râciocínìoda
esposâ.De que maneirâo narÍadordemonstra, pelã linguagem,ã
dificuldade da personagem?
r "Senão fossemeles,ã secanãoexst r a." O quesignifica,no contexto T
.1 ^ h ê .1 ì ^.rãíl ^ êç<r:f rhì.i ô7

S. Releiaumtrechode "Mudança",âpresentado na âberturado capítulo.


de ü ì vcmeÌho ìndecisosalpicadode mar-
'A catingaesteÌìdia-se,
chasbrancd que eram ossadas.o vôo ncgro dos ürrìbüsfzziací.crÈ
Io\ dìro. "m , edu' de bichosmorilúdos.'
r Compareo trechoacirnacoÍno cenáÍodescÍtoerÍì"O mundocobeno
de penas".QuerelaçáoháentÌeosdo s textos,considerando ostermos
destacadosT
r "O mundocobeÍtode penãs"é o penút mo capítulode yidassecas.De
que maneÍa o trechoapresentado permte percebeíqueessecapítulo
rnãrcão cco quedeterminaã vidadosÍetiÍantes?
6. Queacontecimentos da linhado tempomostramque os problemas
denunciadosem obras como yidâs secaseram preocupaçõesanti-
gase reaisdo Estado?
: As meddasadotadaspelo EstadoparacombateÍos probleanãs
cãusa-
dospelasecasurtramefeto?
r Relacione
essasmedidasa outÍasmaÈatuas quevocêevenÌualÌÌìente
conheça.

a 56A CAP|.ULO2T
I . I TERA T UR A

Graciliano
Ramos:
!
mestredaspalavras
secas
Detodaa obralteráÍiapubìicada por GraclanoRamos, dos rorÌìances
p e lo
\obÍê\.dê n n o d o . u Í o
e e d o n _ eo t o ê p ' F s e n . a rd Í e ' e . t e s . t \ e t d è
rfisériahumana:aouelacausada oelaoobTeza extTeraa em y/dasiecal ou a
ouÍa, frutodaaÍÌìbição,ern5ãoEernardo. Muto rnaìsdo queapenas roman-
cesÍegonalstas, que
ostextos nascern dasrnãosde Gracianofalamde pÍo
o e mo - h -mono, uni !er,oi 5. ì

r A linguagem
constróio olharrealista
O cu dadocomaspalavras é um dostraçosmaismportantes da prosade
Gracrlano Rarnos.
A economia ãbsoutano usode ad]etivose advérbos,a
escolhacudadosa quemehorcontam
dossullstantvos uÍÌìarealdade,
todos
os aspectosda construção
de seusromances colaboramparaa craçãodo
"reaismobruto" que defineo olhaÍneo-Íeaistadesseautor Observe,poÍ
exempo, corÌroo narradorde 5ão Bernarda,PaúlaHonório,fala sobreos
que heserviaÍÌì.
funcionários

"O meugrandeamoÍé pea Iìichos. As criatlÌras qrìe ÌDc seniram dumnte anos
prcsa",dissecertàvezGrãciãno
eram bichos. Haüa bichos doméstiros, como o Pad!
Ramos.Seusromancistas prefer-
dosajudaranì a moldaÍo ncon- tha, bichos do mato,.oÌÌÍr CasiÌÌìiÌo Lopes, e muitos
olhaÍpaÍaa readadeque
ïundível bÌchos pâra o selwiçodo . npo, bois mtuÌsos.os cur-
é um dostraçosda suaobra. mis que se escoÌâ.ÌÌìuÌìs aosorilos, lá embai:ro, tiÌÌhaÌÌì
ú Iâtnpadas eìéúicas. E os bczerrinhos mais taludos sG
t Ietmvam a(artiÌha e aprerdiam de.or c,smandalDelr-
Entr.: os auiorcs citados, con-
fessã a predile(ão por Ahtisio
Azevedo. L hàkr predonìlado RLìÍ()S, Craciliano. Sn, ls7trü1,. 62. e.l.
sobÌe o quc escrelr, cm lcrmos Riodc.Jânci.o:Recofd, 1095. p. Ì85. {lÌagrÌcnnr.
de influência, 'o rcalismo tru dc ül raÌndos: ben, desenlohi.los.

ÀÒ Ìongo do reÌnpo, aquì e alì,


suàs àdúnaEões úo sugitrdo enì
amgos, caru, no\ãs enüerNàs. Todaa apresentação dostrabahãdores é íeitaa paftirdo camposemênt
'-Ião ccdo não teremos líÌ6.omo pe
co cÍiado o substantvo b/thos,denomnaçãometaíórcaescoh da peo
Bangiiê,Iuüat\1e Jeo ÌIigúet' 1...1 para
narTadoÍ caTacterzá os.O adjetivodoméstrcos ê a ocuçãoadjetvado
Sabc de cor capítuÌos jnteiros de matoestabe eceTnuTnad ferençano gÍaudec vildadedea gunsdees.Pad-
Ì:ça cÌc (Ìxeiós ( Orruak! Á ilúrz
ha,heÍdero faldo dafazendaSãoBernaÍdo, é um blchodoméstrco, por ser
ma d?,'üntrr) , p@md de NlaÌuel
BandejÌa. [...] Os romarcbtd bn
um homern educadoCasirniro Lopes, capangadePauo Honóro,nãotern
úleiros que mais idmim: ltanucì
educação nemrefinamento, por issoé considerêdourÌìbichodo mafo
ôú) de Almeida, Nla.hãdo dc Osdernas fLrncionários
nãochegamseqLlef a seridentiÍcados.A metáfo
^
,\sis, Jorge Amado, Jsé Lins do ra escolhidapararesumirsuacondçãoajudaã corÌìpreender comoasques
Rego, RâcheÌ dc Quenoz. tÕes5oca s aparecem nosromances deGraclianoRamost sãobolsmansos. O
À !ésperas de ÍrorÌer, disse narrêdor fê2,nessemorÌìento,umapartc!laÍização do carnposemântico in
publicanìerre quÀis jüÌgavà as cial:os ólchos(funconáriosde modogeral)passam a bols(somente os que
suas irìfl uêD.ias: Dostoiévski, trabalharÌìnoscampos).Desse ponÌoem d ante,todasas nforma!ões dadas
ToÌstói, Balzac,Zola. t...1 a seurespeto estarãocontidasno novocamposemântico cÍiadoAssirn,suâs
RL\ÍOS, Ri.ar{Ìo. ar.itü&: .€r.ab casas sãocunaÀê seusf )hos,bezeffinhos.
lragmentdÒ.Sã0Pâuló:SìcìliDo, Porrneioda linguagem, Graciiano constróiseusprotêgon stês:hornens
19!2. p. 114115.(lÌagm.nto).
ãtofrÌìentados,
cheiosdeconflto,so tárlos,destruÍdos pelavidâ,cornoPaulo
Honóro.

o rcnan.edelBa 569 a
LITERATURA
-

t SãoBernardo:
retratoda
individual
destruição
o pfotagonistae narradordo ÍomanceSão Eernardo, PauloHonóÍio,é um
homemquesee êvo! rìu to acimades!a c assesoca . Orfão,criadopoÍ urìra
negÍaanalfabeta, Lutaparavencer nav daâ qualquer preçoQuando conquls-
Ìá ã fortunae o prestígiodesejados,descobre se soitárioe infeLz.Decde,
então,fazerum baançoda própriavidanaÍoÍÍÌìade umanaía1va.Sulgenì,
nessareconstÍução desuatrajetórla,
ostraçosmas rÌìarcantes de umaperso_
nêldade"mo dada"peo contextosocioeconômico do qua íaza pade
NocentÍoda narratvae do processo deauto-análse do protagonista,
está
seu casamento corn Mada ena,uÍÌìapÍofessora
de of gernpobÍe. Preocupado
ernconsequir urÌìhêrdeiÍoparaosbensqueãcumulou à custadem!itoesloF
ço, Paulo Honório tratao casamento coaaìouma negocLação qLtã que[a seÍ
decidida combasena oossibil dadede ucroDaraosenvov dos.

- t...1 A senhora, p(]ìo que mostra c cidaao serÌhor ouliu?Averdade é quc sou
peÌasnúonÌìaçòes que pcguei, é sìsuda,e.o' pobre comoJob, cntcndcl
ÌÌô m i c a ,s a b e o n d e te ma s ! c tasepodedar Não íalc assin, menina. E a insÍu-
uma boa nìãe de tamíÌia. t...1 ção, a na pessoa,ìsso Ììio lale nada? Quef
- O serÌ oferccnneÌì lo é Ìân taloso pu a {Ìrìc lhc digal Se chegafmos a um acofdo,
rÌim, seu PauÌo Horório, mumurou Nla- qucn fu uÌn negócìo supimpa sou eu.
dalena. Muiio l"ìÌìtajoso. Mas é prcciso re- ÌL NIOS,G.àciliâno. ztoto,rrd' 62.cd.
fletir: De qualquer nìaÌìeìra, esiou agÍade- Ri. de]aneiro: Rc.Òú, 199!. p.8989 (FÌ?gniento).
:

Como nÍcioda convivênciã, asdiferenças entrePãuloHonórioe Mãdâle


naílcamoqoevidentesr e e é um hornem quesó pensa
rLrde, em acumular !
d nheÌo, bens,pÍopredades. Elãé umam! hereducada, quese preocupa
[U.Jol,o q,. y;.ro riotio6i"o coÍlìo beÌì estardostrabalhadoÍes, defendendo osjuntoao marido.AsbrÈ
deja),-*-"
o denìi''n,+óía comDens que gasconstantes tofnaÍlìinsuportável a v da erncorÌìuÌÌ.Nemmesmoo nasci
rÌ ìa Lapr de lìzcf scu Ììan dedi( Ìdo
I].] àbxndonar a rclisiú. E\s
mentodeumÍ lhoé capaz deaproxmá-los.
pc$onagcn éJó, que. teúlìr PeÌO Aanálise dosconfitosentre Paulo Honóroe lvladalena a grandeques
reflete
denônio, peÍde nxl! à súâ,iquezade tãodesenvovdâ pofGraci ãno Ranìos em5áo Eefiardo:a tentativa
desespeÍâda
nma h.râ pâÌà r Ouúac, neÌì a$im,
rbudonr nìa crençaon.enega seu do pÍotagon stadeascendêr soca rnente na
esbarra suâ ncapac dade dese nte
Dens  eìpÌ.\úo F.iên.ir dcJó', grarà elite,mesmo queacuanu e a riquezanecessárã paraÍazerpartedea.
|!'r deiFÌàr nÍÌr pcsôr exuenra!ìenÌe D o . à s d d -t..o i d oe5se\ê-d eO ude. ,u' ge ul d ÍepF ." nl a\oo esoê-a dd
pâ.ìente.d.Ìi\a dcsÉ episódi. bibln..
SÍpinpe excelente, rnÌinì honÌ. ouÍa característica
da utade casses, novadorêdo íorìanaede 1930.A obra
retrataumapequena fa daqueaceitaosnovosrcoscorfoPauo Ho_
burguesia
nóio,masnãopermitequesejntegremverdade
raTnentea essacamadasocoe
conômica

Gnoquci-ÍÌe âcima da minÌÌa cÌdse, creìo que mc IÌâÌ.ammelborque o que eu eÌa qÌran.Ìo draslaia a pero-
elevei bastuie- 1...1Consideranrlo, porém, que os ÌJâ.Pelo meììos naqüele tempo não sonÌÌavaser o expÌ+
enfeites do mcu espíitn se Ìeduzcm a tàrrapos cle rador Íero7 em que nìe traÌìsformei.
conhecimentos npa hados sem escoÌÌÌâ e Ìrâl .os' t...1 Sou üm aÌeija.lo. Devo ter um cornçào miúdo,
dos, devo.oDfessar que a sÌrperioricladc que me eD Ìacunàs no cérebro, ner\os diferenies dos ÌÌcr\os dos ou
\ãidece é bcm nÌesqì.ìinÌÌa. tros homens. E unì ÌÌaÍiz enorme, rmaboca enorme, de-
Uc m di, . u , * ou , " , ro d " ,ÌJ p ., ,., ri h | l \;ô m " .
.antiÌ, os nHÌuais de âgficuÌtum c pecüária, qÌre for- sìi, ddtda 62. €d
IIAIÍOS, Cm.iÌian..
neccftm a essênciada minÌÌa instrução, não me tor- Rio d.Jancifo: Record,1195. p. Ì8È190. (Ingmcntr'

a 570 .aPITULO
21
TITERAÌU R A

O resultado do embatecontraa socedadeqLteo discfinìinava ouando


O dramadeumhomem poorêaodo-la\douonoo o ê o isod-rô1-o.l- êpà de<êi.legrAAoSSô-.
porsua
atormentado '
semehantesou de seraceto pelaelte, Pauo Honóro sofree constata que,
CONSCICNCE ernnomeda prosperidade econômca,deslrui!a própÍa hunìanidade.
PorrÌìeo de personagens corÌìoPauloHonóíio,GÍaclianoRamosconduz
seus e toresa uma aná se progÍessivada alrnahumana SerÌìsuaspropreda-
dese o prestíq o poítco qLreconqustoLt,PauloHonórioé um "explorador
feroz",um aninìalsevagem.Suprema iÍona paÍãalguémcorÌìoe e, quev a
aspessoas que lheserviamcomo"bichos".

.f
t Vidassecas:
a desumanização
provocaqaperometo
y/dáisecas é, noconjunto daobradeGraclianoRamos, umlvrosinguar
emd t'erentes aspectos:é o únicoÍomênce desse autofcornloconaffatvo em
3' pessoa; nãoto planejado comoromance: nasceu de urnconto,"Baleia";
seuscapítuos toramescÍitos fofa dê ordernque recebefam na edçãoí nal;
lústrâçãode Ma..eo Grà$ríànn nãoapÍesenta ura aprofundamento pscológcadaspersonagens,
da aná ise
Paraà 39úed ção dã ob.a ,4rgnsrã,
publcadapelaeditoraRecoÍd. cornoacontece ean5ãoEernardo e Angústia.
O lvrofaz !m reÍãto bÍuta da duraexistência no sertãonoÍdestno,ern
: NêÍádoem 1âpessoa pof LuTs
quebichos e homens são igua ados na tentativa de sobrev veràsagruras da
da S v:, Ár9ú5tàé um roÌÌrance
claramêntê confessbnalEmum seca. Fabiano, sinha Vtóra, os doisfi hos e a cachorrnha Ba eia corfeçam o
fluxop-"arurbador, sêrìa Íad cio' ivroà procura de um lugar melhor para vveÍ. Após onga caÍflnhada pea
nal divsãoem caplÌ!os, 5i va caatnga,cheqam a una iazenda abandonada, onderesolvem seinstaar.
: constrósuaauÌobografae reve que
O nícioda nãrrativa, vocêconheceu na aberturadestecapituo, ÍÌì-
la o desêspero eÍnqlrevve êpó5 pressionã pea ârdezdocenáro, qLleseexpande e at ngetaÍÌìbém o compor-
: assass nar o flvarrurao avafes, tamentodãspeísonagens, cafactêr zadapor falasrnonossi ábcase gestos
que he roubaraã novâ l\,4a. na, votadosparaa sobrevivênc a medata.A anmalzação daspeÍsonagens se
àsvésperãs do cêsamento. mantestade d versãs JoÍmasnesseTor.anceas crianças nãochegarna ser
Enìoconanìenteabalado, p€F nomeadas (sãoíeferidês como"Tnenino rnas novo"e "menino rr]asvelho");
turbãdopelode írioe pelaÍfag-
comoacontece comos anrnas,seucomportamento é deteÍÍfinado pea ne-
mentação de sudsidéids,Lukda .ê id"dêd e . o b ' e \ i. a
e , r ê p d lo -o . p ro .
silvacontaunìdhlstófadeclúme,
dê doí e de hum haçáopelatra - EmurÌìapâssagerÌì rnuto conhêcida, o vaquero Êabanoquestiona a pró-
çãosoÍrida O processo de desln- pÍiê human dade para conc u r,orgu hoso, que é um "bicho"
Ìegraçao por que passao pÍoÉ-
gonstâé mLritosemelhante dode
Pa!loHonóro, êÍn5ãoEerraldo.
Passddo e presentêsê misturam - r'rÌbiano,r'ocê é um honìenÌ. excÌamou emvoz alt.1.
nesses Íomãncesiclrlâvrsâopes- 1...1F.,pefsando bcn, ele ÌÌào cr.Ì ÌÌomcm: era ape
sinìista
dâvidae dosserêshuma- ra ' ,r m,ahr: u, ,,tìJdu" m guj rLl /r
' d,F.,,r" ô,.\el
' ,'
nosrevelaa clafâ nÍluèncãda nÌeÌho, queìÌÌÌado, úÌìha osolhos azuis,a barba e os cabe
obrad€ Dostoiévsk nâ ficçãode Ìos ruivos;ÌÌrâs coÍro vilia enì terrualheiâ. crÌicÌavacleani-
mais aÌheìos,descobia se.eÌrcoÌhir-seÌÌapresen
ça dos brallcc,se j ulgalaie cabra.
O Ihoü enì i orD o. com ferei o cl eque,Íoraos
meninos, al$Ìém tivessc percebido a 1ìasc
imprudente.CorÌigirÈa,muÌmürândo:
Vocêé ürÌì bicho,FabiâÌìo.
lslo para ele era Ìnoiivo de orÍÌulÌÌo.
Sim seDhor uD bicho, capaz de lerceÌ di-

RAIlos. cn.iliano. ri/aj y,^. tl. ed


Ri. deJaneiro:Rc.oÌd, ì!96 p. 18. (lÌagncnú,

A rcnancede
1qA 571 a
TI TERATU R A

Detodosos rornances dê segunddgeraeáo modernls-


\, .o agu.orríê ô-a dê o 1d;oo.ep o-
" -"
nâl a realdademassacTânte desses sefeshumanosN/la s
:
umãvez,a questão centralda obraestána Íelacáoentreo
ndivíduoe a socedade,agoraatlavessada têmbémpê o
espa(odomnadopelasecaqueempurraas pessoas para
urnacondçãode vidacoffrpetâmente desurnana e astoÊ
na vítrnêsde "patrões"inescrupu osos.
ylda5secdsperrnanece, ê nda hole,urnãobra assusta-
dorãmenteatua no retfatoque faz dos fet rantesnordes_
tinosque acêlentarnunì únlcosonho sobrevvel È

Câfddo Porlnar, Felifarle5,1955

Asa hïtlnte

Quândo oici a rerra ardcn.Ìo


Quá fosrcn à de s:'ü,.Joio
Eu peÌ€untci, ài. praDcusdo (iaÌ1,ri
tÍuque tarÌaÌÌha ju.liação a
QLLibf$eiÌo, qui Íomeiâ
Nc!Ì um pé .Ìc plântação
tru 1ãllâ .Ì'igua perdi Ìnet gâdo
Nlo reÌÌ .Ìc scde Dìen aÌazão

Inté nÌesmo r asa branca


Batcu asasdo scrlão
Lntonce eu.Ìisse, adeus Roiinh.
(lÌÌar{la coDrigo nÌcu coÈçãc,
II(,jc ÌoÌìge muitas Ìégua
\-uma trisrri srÌidão
Espefo a cÌÌuü cair dc rÌovo
PÌa mim \1)rtá pro ìÌeu serrÌl

Quardo o lerde rlc,sieüs óio


Se .Ìpoi:r lr2 praxtìção
aqrene Muni.iplodelat.úbã, num.hore nãc,.vnr?
tru tc asseguro,
Quc cu rortarci, viÌl, Dìert.c,raçnol
(;()NZ,\L;A, Ìliri Ì LlxËll{4, ÌlLÌnÌb€Ío
Dìslnmirel enr: rhtp://$!Ìr fundrj.goÍtÊ
A.r$o e.ì l2ÍÌl 2005.

C ésslcodo canconerÍopop! âr,ês(ritoem 1947,a etÌa dê "4!a br.nca" tÌaz


ès vã açÕes ngÜlsÌcasquê IÌaÍcâm a fala do homen dÔ sertãonordestno€
re âtã imaqen5dâsêcae doç rêtlrantesque,inÍ€lzÌÌìentê,â nda 5ern.ntêrnafuas
Além da vêrsãoqu€ sê tornou Íamo5and voz dê LulzGonzdga,aì1stascomo
o Ê' o 1 ov ô o , o ó l oo.ô o o

a 572 27
CAPiLtLa
TITERA IU R A
--

t9
PauloHonórioreflete,com amargura,
sobre a sua trajetória de vída.

Conheci que NÍadalenaera boã em demãsia. mÀr não conheci tudo cÌeuma
vez. Elâse re\€lou pouco apouco, cnurcase revelou inteÌramente. Aculpaloi f
Ìnnìha, ou antes, â culpafoi desta.!ida agreste,que me deu üma alma agreste.
È, falândo assim,coÌnpreendo que perco o tempo. Com efeito, se me esca-
pao retràlo rìoral de minhamuÌher. paraque selïe estanâÌÌaúva? Pâra Ììada,
mâs sou lorçado a escrcvef.
QuancLoos erilos caniami senro-mc aqui à ìnesada saladejantar bebo café,
acendo o (achim bo. As lezes as ìdéiâsnàovên, ou\êm ìnuiio nÌrmeÌosas e a
folha perìÌaDece ÌÌeio escriia. como estâ\,ã na réspera. Releio aÌguìnas linhas,
qüe me desagrâdam. Não !ïrLe a pcna teDtar corrigi las. Alàsto o papel.
f,moções nrdefiniven me agilâm - inqr eÌ4ão teffíi'el, desejo doido de vol
L:ìr,lagareÌar ovaÍÌente com MadaleÌÌa, como fâziamos todos os diâs, a esta hora.
Si u d n ,l e ì \á o . náo ê i ' ro: ê de\e.p.,,' . rJi rá.rm pei n enorn,e no, nr' rrâo.
t
PÌonÌro recoÌdaÌ o que dizíamos. Impossí\cÌ. ,{s miìhas palawàs erm apc.nrs
paÌalÌas, reprodução impclfcita de 1àtosextcriorcs, c às deÌa tinham aìguma cois.r
qÌre não consigo expímir Prà senti-las nì.ìÌÍ}I, eu apìAâ\a asÌues, dei!àvâ quc a
i sombra nos envoì\'ese até ficamos dois ldtos indistintos na escuridão. I...1
O tique trque do relógio dimi ui, os gÌilos começam a cantar. E Madalena
surge Ììo lado de lá da mesa. Digo baixinho:
3
Avoz delâ me chega nos ouüdos. Nào, Ììio é âos oulidos. Tnmbóm já não a
rejo com os olhos. 1...1

",,,
".,.".,.J*:::; ;Í
!ãllïi;ilïïfõl?;11
n
't. Comoo narradorcarâcteriza
suamulher? r QLre sentmentossáo desencadeâdosem
Paulo
Ho
r DÊquemé â culpa,5egundoel€,pelofâto de Nla- nór o peãs lenìbrançãs?
dalenanuncater se revêlado
inteiràmente? I A queo naÍadoratribuessessentimentos?
2. No trechoã seguito âdjetivodestacado qualifi- 4. PàuloHono.iosemprese consideíouinferiorá
catânÍo â "vidã" quantoâ "alma" do nârrador. esposa, por ela serinstruídâe ele não,Transcre-
Quesigniïicado ele âssumeem câdâexpressão? va o trecho em que ìssofica evidente,
r PoÍqueessetrechorevea o seusentmentode n
" [..-I a.ulpafoi destalicÌaag' Íp.que me deu
uma aÌma ag)r",." r Emqueoutromomentodo textoo narradorsuge
I Que reaçãoo narÍadorestabelece, a pat r desse resuaincapacidade
conìas palavras?
recurso,entÍesuatrajelórlae sêutêmperamento?
I Dequenìaneraa caÌacterzação 5, No último parágrâfo,PauloHonóriovê e ouve
queo narÍadorlaz
Mâdalenade novo, embora ela não estejalá, de
de s nìesmoé uma.onseqúência do luízoquetaz Íâto. o que provocâessasensaçãonele?
de tvladã ena,a quemconsidera"boaeÍndemasa"? r como a nguagem parágÍafo
utilizada
nesse mostra
t, PauloHonórioresolveescrever um livro parâten quee etem conscênciadequea imagemnãoé rêal?
tar coÍnpreender porquesesenteatormenÌado,
6. No romance,PauloHonório percebeque, embo-
De que maneira,no trechotranscrito, ele deixa Ía tenhaenriquecido,nào(onsegue seintegíarã
claro que essaintençãoseráfrustrada? classe quetantoalmejou.Expliquepoí queejus-
rOqreoobrgddêLever2 tifique suasâfirmaçõescom exemplosdo trecho.

Oranan? de 1930573 a
LITERATURA
-

JoséLinsdo Rego:
lembranças
deummenino deengenho
Nasobrasque compõerno cicloda cana-de-açúcaÍ, JoseLinsdo Rego
recriaa reaidadedostrabahêdores daregáocanavie rapeÍnarnbucãnã
a partr
dassuasrecordaçóes da intânca nãfazendado avô.
As narratvas dexamclaraumagrandepreocupação coma Lnguagem,
construída paTadarveracdadeàscenase àspersonagens. Menlrode erìge-
rho é o romance que nauguÍa esseciclo.O dia-a-da deurnengenho ganha È
reaidadepormeiodo cêsarììento peÍfeto entrea descrição e a ta a
do espaço
daspeÍsonagens, coÍnonoÌrecnoa segur.

Estalam na Ìimpa do parrido da ráÌzea. O eiro bem pertinÌÌo do enge-


nho. Dacalçadada casag.turde viam se no Dreio do caÌÌali aqueÌnscabeças
de chapéu.Ìe paÌÌÌa vcÌho subnìdo e descencÌo.no ritmo rLi maÌìcjo da enxa-
dâ: urÌs oitenta h oDeÌÌs coÌÌÌaÌìdrdos pelo feitorJosé Felismino, de caccte na
mão, repârando no sennço deÌcs. f...1
- Deixa de coÌÌversa,gcntcl grirava seujosé t'elismino. Bota pra
diàÌìle o senìço. Com pouqunÌho o coronel esráaqui g.i!ìndo. l.-.1
ì4arÌrel Riachno puxnva o cito na Frente, como Ìrm baÌiza. Eü o mais
ligeiro. 1...1 seÌnpÌc na diaÌìteira, deixando na bagagem os comparheiros.
O moÌeque Zé Passdhho reman.hando, o último do eito. Nào haüa gdlo
que animasseaqueÌa prcguiçâ a.Ìcoolizada.TambéDr.gaDhala dois cruzados,
dnvan-lhe a ÌÌÌesma diáúa das muìheres nâ âpanlìa do algodão.
l
-Tirâ a peìa da caneÌa, moÌeque saÍadol O diabo não.ndal
REGo,.l$a Lins do. ru,t,a & dg,ÌÀa 66. e<r
Rio deJaìÊifo:JoséOl,qnpio,199t.p 5s59. (F.rgn,e!to)

O pontodepartidaparaa íecraçãoiterária deum mundoquelá corÌìeçava


[q Ìattido, planÌ]rio de canâìêaú.aÍ ã sedesagregaré a própriêh stóra doautot perdeu
que a mãeefolevado para
Eilo:
'oça,
Ì(âl de trbâìho {lÒsoÍúros. "Eu
viveÍcorno avô. tinhauns quatroanosnodiaem que rnnhamãernoíeu",
Ri:ììncìfl do, anddÌdO ràgàrosancntc.
começa a contaronarÍadot deMeninadeengenho, extfandodarnistura entÍê
íicçãoe reaidadefatoscêpazes deenterneceÍ osletoresmas sisudos.
As embranças do pÍotagon stadãovda a umaÍealdade econôrn ca,polítca
esocia quefo sedesgastandoao ongodoternpo. Ad fcudadedeseacostun'ìar
à vda no engenhodo avôcriainúrneros epsódios destnaelos a sensbilzaro
eitor,quesofrcjunto comessernenino desqarrado,queandava triste"pordebai
xodasárvores dahorta,ouvindo sozinho
a cêntoriâdospássaros". Nacenafina,
embâícãdo que para
notrem o evaria a cidãde, novorìoÍÌìentodeÍuptura:"Os
olhosse enchefam delágrimas. coftavameaa rnaa saudade dorneuengênho"
As embra nçaspessoa s estãonabasedo processo decÍ açãodeJoséLinsdo

ti Rego,oquedeÍìne
detransfoÍrnar
seusÍomances

radoo ProustbÍasileiro,
comonãrrãÍlvás
a pÍópriahistóraemmatéria
nurÌìarefeÍênclã
memo,a/Àtas.
fezcomquefosse
literária
aoÍamosoescÍtorfÍancês,
A capacidade
consìde
autorde
i Embuscada tempaperdido,romance mêmoriaListaformadoporoto vo umes.
I O poetaCârlosDÍummond deAndÍade,eÍÌìumacrôncaescriÌano diada
rnortê do amigo, âfirrnouque"osromances maisautênÌ cosdeloséL ns[...]
DáÊsquerdê parââ dnenâ:José Lnsdo continuam doendodepois de ìidos,porquea narrativã foi a érnda simples
Rego,CarosDrummond deAndrad-", dlmensão ãpârente".Essa doÍ a quese íefereo poetaeraa angústia gerada
C ã n dd o P or t inar i, los
O ly
émpo
e Ma n u e l
BafdeÍa.Foïot fadanadécadâ de 1950, pêla sensação de, juntocoÍÌì astraletórìãs
dâs personagens, acoÍÌìpanhaÍtam-
llémo apogeu e a decadênc a dosengenhos decanade açúcar.

a s74 27
.A TULa
TITERAT U N A
-.

.f

a íonancede 1930575 a
LITERATURA
-

Rachel
deQueiroz: umolhar
femininoparao sertão
Únca muhera figurar entreosescritores dageraçáo de 1930,Rachede
Queroz(1910-2003) erâ prmê delosé deAJencarpelo adoda mãe.Cedo
manifestou a paxãopeloslvros.Costumava contarque eu Ubiral;r4de au-
toriado prinìocéebÍe,aoc ncoanoSì "obvamente SeTn entendernãda".
A vidadurado Nordesie, porém, expôssuafacecÍuel paraa menina de
cincoanos. A íãrniiaQueiroz, fugndodoshoÍoresdasecade1915,mudou- f
sedeFoÍtaezapaÍao Ro deJaneìro. O episódiofìcougTavado ems!amemó-
||. Â_o, 'r a . La'dê. Lr-l7"riàsu", lenbr"n(d,Lo"roir pi'è(áopêrda
êlà
naÍÍativade O qumze,quetratâdaterrívesecadaqueleano.
Publcado em 1930,O qulrzefoi escÍitoquando tinhasomênte 18ãnose
aludoua firmãrã tradiçãodosrornances vstos,naépoca,comocriadores do
"ciclonoídest no" na iteraturabÍasileira.
M ltãntecomunista, Rache deQ!e rozpermaneceu trêsmesespÍesa,ern
1937,perseglida pea ditadura do EstadoNovo.CoTno Jorge
os escrtoÍes
Amado, 6racilano Râmos e loséLinsdo Rego, teveseusivÍosqueirnados na
Bahia oorsercmconsderados subversvos.
Defn ndosecomoiornaiía, RachedeOuerozescreveu cÍôncasemdlveÍ-
sosjornãis bÍaslerosatéo fim davida EnÍeseusromances destacam-se,
a ém
de O quinze,laáo Mìguel(1932),Camìnhade pedras(1937),As trêsMaias
(1939), Dôra,Doralìna11975)e Memorìalde MarìaMourá(1992).FoiapÍ mei-
raescrtorâ aconqusiarumacadeÍa nâAcaderÌì a BrasleradeLetras,
em1977 i

RachedeQuêiÍoz liarnuito.En MariaMoura:


a lutade umamulher
tÍ€ seusautoresprefeÍidos,
apare
cldcoÌì destaqleDostoiévsk, de emummundomas(ulino j
2
querntraduziu váras narrdtvas Parâ5obrevv€rao assass natoda ÌÌìãe,aosabusos
parao português, ìnclsiveostrês do padra5toe à ganáfciados pr mos,que desejam q
.
vo unìesdeos /rmáosKarámazov. Íoubarsua heran(a,Mara N/loura precsã se Íêbêlar
Também vieÍamdosÍussos aslei conrraa socedadeque a d,ê5ela subÌÌìissa.
A m n s-
.
quesedLrziÍaÍn
turassociaiistds a tét e l\|em.'rialdeMaia MÒuruinspradanoÍonìan-
lovênì: abÊç:r o Íotsksmo.N,4as ce de nìesmonomêdê Ra.he de Queroz,faz umd
a escrÌorãnãopênsâvasÓerì po- excelente rêconsttLrçãodavidano lnterornord-"n
itcaê goíavade lêrBalzac, lane n o n ô s é c uo XIXê i l unrao queÍi onamênto do pa Gl ú4P re5íani $éri e
Auíen,ErìilyBÌontë, lackLondon, ', perda presenre
murhêr nasobrãs
daêscr
tora
-"^"'i'!f,ij!l"r!Ë[1,:t
JúlioVemeê EdÌhWhãfton.Ìo-
oosêsses aurorêsÌ vêrama gumas
de slas obrastraduzdasparao
português poÍ Rach€l deQueroz. r A secacomomotivoliterário
ÊmO qulnze,doÌsaspectos TneTecemãtenção: a estruturã
e a I nguagenì.
A
narrâtvaé constÍuídaeÍÌìdos planosdisÌintos.
Emurndeles,o eìtoracoÍlìpa-
nhaa h stóriadeConceção,protagonista do livro.Mu hereducãda, professora
quegostade eÍ lvrosavançados pafâã época,a personagem foi desenvolvlda
parapern-ì
t Í a aÍirmação
socaldamulheremumasociedade machstae orga-
nizadaerntornodoscoronéis. No sequndoplano,é narradaa trajetófiado
_
laq .êi'o i o Bênloê \-d a'l i d, o. Ê à'ibèr' pà.àÍug,rdê
-êr"
A tragéda humanadesencadeada peloclmê dâ Íe9ão flcaÍegstradaenì
â gumaspassaqens inesquecíveis, comoã do enterrodo íllho maisnovodo
làneAlne n(17 751 81 7) .
vaqueÍo, que moÍre durantea v agernparâa capital.

a 576 cAPiruLô2l
TITERAT U R A

Lá se tiiha fìcâclo oJosias, na sur co\'a à beira da estrada,com unÌa (mz


de.lois paus ami.rrados, feitì pelo pâi.
Ficou eÌÌì paz. Não tinha mais que chc,râf de ÍòÌÌìe, esrrada afora. Náo
tinha ÍÌ s aÌguÌÌs àÌÌos de Ìniséria àfrente da !ida, palâ cair depois no mes-
mo bura.o, à sombft da
Cordulina, no cÌÌtaÌìto, queria-c,\,ivo. E ìbora soÍicndo, ÌÌìas em pé, an-
daÌìdo juÌÌto.leÌa, chc,rando de fonÌe, brigândo coÌÌi os ouros...
E quaÌìdo reencetou a mìÌcha peìa estàda inÊÌìdável, chanìejante er€r
ÌÌelha, não cessavade passarpelos olhos a máo tlêmulal
- Pobre dc, nìeu bichinho!
QUIIROZ, Rr.ÌÌel íle. O íznrr Ìrt. rd
Rio dcJanci.o:.josaol}'nÌpio, Ì97Ì. p. ?1 (lmÂm.nro)

A Íorçado romance de Rachel de Queirozestáem apresentaÍcenascomo


essade modod íeto,expondoa Íealldade bruta qle carâcteriza
a vidados
Íetirantes
ernépoca deseca:osfihos q!e vãofcãndonascovasãbertas nosolo
durodo sertãotalveztenhammehorsortedo oueosoueoermanecem vLvos.
O segundo aspectoquemerece atenção naobraé o usoda inquagem.
Preocupada êm reproduz r a faa queouva nasruãs,a escrilora inovaem
íelãçãoã outÍoçrornances sobreosnordestinos GÍãcliânoRamos, e ogando
ã nãíãt va da arniga,costurnavad zeÍquesuaspersonagens "sabarnÍalar",
coÍnonâfã a deChicoBentoemoutÍapassagem do lvro: " Emtodopéde
pauhá uragaho modea gentearmara tpóìâ...E comumasnoitesassm
t lmpasatédávontade de sedofmirno tenìpo...Sechovesse, querde note,
.. qLe dedi". h" Lèecido.e g"r\ã- o 1 L_doa.'èsde qà 'qo? .
-n

JorgeAmado:
retratodadiversidade t. I
economrcae cuttural
UÍndosescÍitoÍesbrasie rosmaisconhecidos e I dosdetodosostemDos.
loÍgeAmadoconsegu u, comseusromances, traçarumvastopaineldo povo
bÍaslejro,usandoê Bahiêcomorepresentação da diversidadeétnicae soca
oÍasreÍa
Comessepaine, imprm u umrecoÉe pãrtlculârãoproletolteráriodesua
geracão:o estudodasreações humãnas q!e levaíam do peÍfi
à consttuição
muticuturale mutirrãcã quecaracter za o povobrasileiÍo.A esseproleto,
elesededcouaolongodeumavasta obra
compostade 32 titulosentreromances,
biograÍlas e ìvrosinÍantìs.
Osnúmerosreferentes à obrade Jor-
geAmadosãorevelâdores deseusucesso
no Brasie no rnundo. Seusromances ul-
trapassarâm a mâTCa dos10 mihõesde
titulosvenddossó ãquino paíse foÍam
tÍaduzidos pafa49 línguas estrange ras

a rcnancedê
1930577 a
tIÌERATURA

r Retratos
da Bahia
Detodasasfasespor quepassou suaobÍa,a gurnasmerecem destaque,
comoa queretÍataa vdê na Íegãocacaue Ía de llhéus,caracteÍizando a
EmdiscLruo dêsaudação alorue opÍessão emquevv amostrabahadores ruraisem contfaste conìa stuação
amado,êlêto parâaAcãdemla Bra
dosgÍandes coronés da regão,enÍiquecdos peo cultvodo cacau, o "ouÍo
silêrade LêtÌas, Raimundo Maga
quepeÍtence
hãêslúniorÍecompôs a histórìd
de negro" Ea essafase d Íomance que muitos criticos
consideram
toi o je5uíla
eiturado escÌitor: Lu5 suaobraprjma:Terras do sem-fim\1943).
Gonzaga Cabraqu€descobí Lravo- OutrâobÍâmerecedora de atençãoé Cap/tães da Arela(1937),que per
cacão delorgeA..êdoe se
literária tenceà fasedosromances urbanosde Savadore que retrataa vidade um
encarrcgou delheapresentaf nìLri gÍupodemennosderua.Acompanhando o amorentreDoÍae Pedro Bêla,o È
tosautores, cornoA medêGaÍreti, ídeÍdo grupo,o narÍadorlevao eitorpelosbecose v e asde Savadol peJos
walterScott,lonalhanSwfr e ChaÊ teÍeirosdecandornb é, localizando nocenáÍioLrrbâno o quejáhava registra
l€sDickens, umdeseuspreíer dos do na regjãocacaue ra.
Ìúastarde, entlsiasmâdocom os
A érnd sso,a sensua idadebrasie ra ãparece emÌodasasobrasdeloÍge
ventosmodêrnis1ãs, o êscrtorba-
ânocomêçou a er Márod€ An Arfado. Povoadas de moÍenas como Gabrrea, Ìeta e ÌerezaBatsta,suas
drade,oswãlddêAndrade € lvle nêíaÌvas falam de um anìor mundano, allamente eÍotizado, quepulsacorf
noÌtidêlPcchla. Ostempos d€ag o rtmo q!ente do sole exp ode com a forçadas ondas. Ricose pobres,pretos
ÌaçãopoIticatÍouxêrãrn osmestÍes e brancos, operárose fazende ros,todossãotomadospelaforçaavassalado
russos: Ìrotsky,Marxe N/láx nìo radasensuaLidade latina.
coÍk . Detodoseles,JorgeAmado A partÍ dapubicação de Gabriela,cravae canela (1958),a ficçãodeJoÍge
âpDveiÌou alglmalção,comoèca Amadoafasta sedasquestóes ispaÍãconcenÌrar
socìa senaconstÍuçáo det pos
pacidade de Dickens de exporos hurnanos, exploÍando cadavezmaiso temado amor.Essa novatendência de i
prooremas socasenLrmânos olro 5uasobrasgarantiu aoautoÍa coniinuidade deseu mensosucesso popuãL
paraâ9lutas
olhaÍvotêdo dêc as-

m O texto a seguir refere se às queslõêsde 1 a 4. A loz leDta e cansadaübm!r, cryuia-se, paÌeciâ


,,,,uâ. al ìJ,,dndo t-.j ê ., p anbi , ,-,... F a i ,nagi ,,i 5
A reürad,a çio csperâDcosaapìannm as estradasdifíceis, esque
cia saudadcs,foÌÌìe e arìgnstias,peneiral"ì na soÍìbra
\€rde cìo AmâzorÌa!, \,erìcìaa natureza bruta, domi-
semtâbalho em rczão da Je.a que atinge nam as feÌas e âslislgens, faziã dele rico e vencedo.
a rcgiáo que habitam,ChícaBentae sua CoÌdrÌlina orìÌiâ, e abda o coração àquela cspe-
íamílìasãoobrigadasa partir em busça rxr,,:mds,ofl crJoo.ol l oç Ììêl d,pdrêdeçde r/i pr.
de rovâs ahancesde sobrevìvêniía. [...] novaÌnerÌte serÌtiüüm âpeÌto de sau.lade,c Ìasti-

Mas. Chico, eu tenho lân ta pena cÌaminÌÌabàÌ.


Agora, âo Chico Benlo. conÌo ÍÌnico rccuno. só mquinhalOnde é quc age le Íai vìver pof essemun-

Scm lcgrmc, seÌÌì sen'iço, senì meios dc ncnÌÌu-


ÌÌÌa espécic, Dãír ÌÌxvia de lìcar moüeÌÌdo dc fonie, Chico Bento Í-Ìcou só. Tnrha-se deixado esinÌ na
eÌìquaÌìto x secâ.1uÌ.âsse. rede, sentado, âs mãos pendentes, descarÌsancÌoos
Depois, o nnìndo é gfaìrcÌe e no AmzoÌÌas sem- pülsosDosjoelhos,o pensâmerìb mgando numa con-
fiÌsafisão de boaventura e lbÌtuna.
AÌta noitc, nì câmârinhâ fèclìacla que uma Ìâm- Pouco a pouco, poréür, com a luz do clia que cn-
parnÌn modbuÌì.la âluÌÌìia\â rÌal, combinou com a LraÌn pelas frinclÌas da cìrÌÌ,ììnha, a névoa oriììista foi-
mulheÌ o plâno dc pdtida. se adelgaçaÌÌdo, e se foi smnrdo a onda aquecedom
EÌa oulia cÌÌoÌ:uìdo, errugando ne varanda en- de €ntusiâsmo; e do projcto ânbicioso só lhe ficou,
cunadr da rcde os olhos cegos de lágrimas. íiste e aguda, a ÍÌc'lancoÌia do desten o próximo.
Chico Bcnto, rÌa coifiança do ser sonho, procrÈ QIJEÌR()Z,Râ.1,.1de.
O4rnz 1.1.€d.
ì o J :ur i, Ì r J l, , , unr d ,,.l .-l l reo ' m tl , .' ' o ' d e ' " t i trn t,. Rjodejdeü.:.Jda Olrnìpio,1971.p,.1,1--1ã.
cnn{ìuccidos no Norte.

a 57a caPjruLa
27
ttTERAÌU R A
-.

L! aÌribd: müdrde unaFgio pxÌa.nrtaiÍ,isÌ x. I O texto â seouií reÍere-seàs oueslõesde 5 a 7.


Cminìa: quâ.ro pàa dornn:
Vamda: enfenerendadoqneseeÍen.le,geralmerie, dosdon
Ìado\dasÌ.de\dedomii 0 trapiche
visrBm.:, ! i , . ì i. , l' " i. J lln: "ì , , ' i ' , i . , ,
'
NeJÍe tÍecho, a rcalìdade miseíiivei
rrinchú: lcndàs,tì.sàs.
Adelg.çúdoaednninunrdo, eniaqne.end. dos CapÌtãesda Areìa é apresentada.
Dcdcno: sidr de ünì ìü,arÍ

l.-.1 uma pdte dos C:Ìpitãcsda AÌriì doÌ.-


t. Porque chicoBentoe suafamílaprecisavamar- mia no ïelÌÌoÍ},ìÌÌdc
irpiche abandonado, em conÌpuìhia È
dos ratos, sob a hn rma.eÌn. Na lrente. a rastidão d.Ì
da pÍeposicão
r observeâ repetição semfo segundo areÌa, üÌna brancrÌra sem fim. longe, o mâÌ quc
pafágrafo.Qualésuafunçãono texto?Justifque afÌebe1ìtNã Do cais.Pelapo|Ìaliam ^o as luzes dos na'
r Paíaonde ram?Porquê? lios que cntra\,ãm e saíam. Pelo teto üaDr o céu dc
A mulherdeChicoBentoentristecesecoma neces esÌrel , a Ìua que os ihrmina\ã.
sidâdede partir.como o maridotentaânimá la? t...1 moÌequcs dc rodas as coÌ€s c dc idades à!
r QueexpÍessões do texto indcaana conÍian(aem mais \'ãÌjâdas,desde os I aos l6 anos, quc à ÌÌotte se
um flrturome hoÍ pôÍ paÍtede ChicoBento? esrendialÌÌ peÌo assoalho e poÌ debâixo da pontc e
r Porqueessaconfiançãdexa de existí no ïina do dormiaÌÌÌ, indilerenÌes ao \'€nto que circurÌdavì o
, :ì. | ;ú,,i r,u,,ìo. i ndi Íc,ênrc.r, 1,,,\r.Ì' reInIi ..' ' \.
zes os la\-á\'a,mas com os olhôs pìrxa.ios paÌa as ÌLÈ
Releia.
zesdos n:Ìüos, .om os oulncìospÌesos às cançõcsquc
"Agom,ao Chico Bento,coDìoúnìco recurso, 1nÌihãnrds cmbarcações...
só reslâ\'aâÍribâÍ." E aqui klÌìbóÌn quc nnira o ch.'fc dos Câpities da
' ..1c.l.p,ojF,oJ,,,bi,,o.^\d ,,i\ Areiai Pedro BJa. Desde .e.lo foi chamado assixì, des
te e aguda,a meÌancolìa.lodesteüo "efi,o',
próximo." de os seuscirÌco arÌos.Hoje iem I5 mos. IÌá dcz que
r As duaspaavrasdestacadãs, emboÍãserc{ifàmao \Egaburdciâ nas Ìuã-sda Bahia. NÌrnca soub€ dc sua
mesmôíato (â "rêtirãda"),êxpressaÍÌìmaneÍãsdì rÌãe, scu paj ììorrìerìde rÌm balxço. Ëìe ficoÌrsozinho
ferentesde ChLo Bentovefsuãtitudção.QueÍna e enÌpresou mos em .onhe.er a cnllde. I...1Qudido
neirassãoessas? Fxpllque. se ìn coÌlorou aos Câpirãesda Areia (o ais recém{oÌÌs-
. o quedesencadea essarnudançade perspectva a tÌrÍclo at1-aiupm assuasdeiãs todas asdimçõ abân-
íespeito do mesmofato? doÌìrda! d? ciclìde) o chefe elì1 RaìmÌrnclo, o (labG
4. TantochicoEentoquantoFabiano,protagonis- cÌo, Írulato a\€rmelhacto e lorte.
! Ìâ de yldâssecas,sãoobrìgadosâ abandonarsuas \..ào durou muito na chefiâ c, caboclo Ran,,uu-
terrâs em razão dâ secâ,mas â atitude de cãdã du. P , .ì,. R r' l i F,d In,,i r ,âhi i pì ,ì,"jJl
um diântedessarealidadeé diÍerente.Explique o. | ' d rr , om o\ oIr' ô,, ,rál i ] r'h
em oue elesse distinouem. ' db.,l hoc,' xhrd
olhos e na voz a anroridade cle chefe. l..l
Todos rcconhecel?n os direitosde PedroBaÌaà
chefÌa, e foi {ìesn époclì que a ridade comcçou â
otNÌr tàlu nos Capiáes da r\|eia, c anças abandiÈ
nadà! {Ìue vivianÌ dofurto. Nuncâ ninguéDì soube o
triunero exato de meniÌros que assim riviam. F.raD
beÍr uns cem e destes mais de quarenÌa dornÌam
üs ruíras do \,€ìho trapiche.
vesüdos de faÌrapos, srjos, semi esfomcados,
agressilos,soÌrâncÌopala\Ìões e fiÌman.lo pontas dc
cigârro, €ran, em verdade, c,sdonos da cidadc, os
que a conheciam totaìmente, os que iotalmentc a
aÌÌarami os seuspoeras.
: ÁNÍÀDO,Jo$.Carirã4/arrÌrd. Ì1t. €d.RiodeJaneiro:
Re.ord,2005p. L+2Ì (Íì rgmentr '
[q Trapichc: loalüadojnn.oa liÌoÌaìnanrìmooüuL]virì
amrazénr
uúlúrdo prÌa dep,i\ìÌ. de neÍ(ld,tri,Lr.m hârsiú).
erôta !èdoí
.aíiqaÍ m€nores

a rcnance
de 1%a 5194
t I Ì ER AÌ U R A

Comosãocaracterizâdos os Capitãesda Areia? 6. Depoisque PedroBãlase tornou o seu líderé


r O localondevveÍrìretrataa ansé a da vidadesses que "a cidãdecomeçouà ouviÍ Íãlarnos Càpi-
meninos. PoÍquê?Justifique
suãrespoíacomo texto tães da Areia".De que mâneiraessaliderança
influìuna "Íâma" dosmeninos?
r No últimoparágrafo,os anennossãoêpresentados
comoos "poetas"dâ cidadeo que sso ndicaso- 7, É possívela{irmãr que o tema tÍâtâdo em Cap/-
bÍea atiiudêdo narrador garotosmar-
d antedesses táes da Areia peímânecebãstanteatual, Expli-
glnãizados? que poÍ quê.

Z
I EricoVerissimo: f,

I
dosgaúchos
o intérprete
t
Foinac dadedeCruzA ia, RioGrandedo Sul,quenasceu ErlcoVeÍissimo
(1905-1975). Seus pas erarÌì
pessoas abãstadas,
masã farnÍialogoenfÍentou
problemas econômcose o queprometia serumfuturotÍanqüioparao men-
no Íecém-nascido traduziu-seem urnaadolescênc a demuitotrabalho.
A carÍera literáriade EricoVerissimocomeçou em 1932,coma publicação
deFa,rtocheJ, livfodecontos. Suapopulãrdade, porém,chegounoanoseguin-
te, comC/arirâ,quandotrabalhavã comosecreÌário e Íedatorda Âevlstádo
G/obo,eÍÌìPortoAegre.Nascia al .oqÍandecontadordeh stófasda literatura
brasleÍa quepermanece. atéhole,comoumdosmas idosautoÍesnaciona 5
Nasdécadas de 1940e 1950,sempre publicando Íomances, fo corna
íamílaaosEstados Undos,ondedeuaulas delteratura brasleiranaUnivelsl-
dadedaCaifórnia.DevoltaaoBrasi,tofnouseumdospouquíssirnos escÍito- j
resaviverapenas dalteratura queproduzia Quando !m infaítopôst m à sua
vida,o Brasilperdeu umescritorcu.laspersonagenspenetíaram tãofodeÍlìen-
te no imagnáriopopuar quepermanecem vìvasatéhoje.

r
Ê Retratos
da classe
média ì

. os romances daprimerafasedaprocluçáo deEÍcoVerissimo constroem uÍÌì


Í pane da burguesia do RioGrandedo Su. AlérndeC/ãrssê, essafaseengloba
! os romances Camlráorcruzados Música
11935), ao lange\1935),um lugaraa
Ë so/(1936)e Saga (1940),sérieerÌìqueãpresenta a vidadaspersonagens Clarls-
sae Vâsco, Fernandae Noeì.5ãoaindada pr meirafaseos romances o/haios
\íriosdo canpo \1938)e O restoé silêncio(1943),a ém da novea Nolie(1954).
Nessas naÍfatvaspode-se a preocupêçâo
identificar do escÍtorcoma crise
moraleespiritualdo homem e dasocedêde emquevive,cúmprindo, assim,a
ntenção decarada de luÍÌìinaÍa sociedadecontempôrânea coma chãmade
Biblotecada casaem qle Erco
suaobfa.Na conclusão de O restoé silêncìo.o narradoT anuncaaclue e que
seráo gíandepÍo.leto dosromances dasegunda fasêde EÍicoVerisslmo: Inves-
tìgara relaçãoentreo pÍesente degrâdêdo poÍ crisese íêvoluçõese o passado
histórico maÍcado Deoheroísmo do oovoqaúchonãdefesa deseuteÍrltóÍo.

Quânros milhares dehomens tinham Ìutado, sof.i o perigo dã invãsão, o úopel das ÌevolÌrçi;es e das Íjuer-
do e morido parâ mrÌter as ftorteìms dã páüh? que Ì?s. E únda as crianças tristes e pacientes, esperando,
soma de sac ficio, de fé, csperança e colagem ÌÌavia \, ndo u ,.mpo pd5õdfuom o renro. e o renro agi raro'
sido nccessáÌiapara que o BrasiÌ co1Ìtinuassecomo ter r úquêì' o. ê o. , oquei Ìo. d, en" ' p.m di { án, i b.
".
dtório c como naçiio? 1...1
[...] Por sobrc tudo isso,sempfe e sempre o ven to e a \TERISSIMO,Enco. O pí, ; ritsu.tr Pórto Alcgfe:
solidão, os horizontes sem Êm e o tempo. Á cada pa-rso, Glolo, Ìc?8. p. 102.(ÌÌagn€!to).

a sao cAPíuLa
27
tIÏERATU R A

! r Ote mpoeovent oi
entreo mítico,o histórico
e o social
=
- ParalevaÍadianteo proletode ntegrarasd ÍÌìensóes
rnÍtica,
históricae social
do RioGrandedo Sul,EÍcoVerisslmo crioua sagade duasfamíias:osTeÍa-
Cambafá eosAmaral, quedaráorigemàtr ÌogiadeO tempoe o yento,cornpos-
ta dosrcmances O contlnente11949),A retato 11951)e Oarquipelago 11961).
"Noitedevento,note dosrnortos",costuÍnavã dizeíAnaTeía,umãdãs
inesquecíve s personagens sufgìdasdaspágnasde O tempoe a vento.A5
h stórascontadasvão tecendo, emmeioà v dadeAnaTerra,PedroN,4iss onei f
ro, PedÍoTerra, Caprtão Rodrigo CambaÍá, Bìbanae seusdescendentes, o
painelde umaregáocoracontoÍnosbemdifeÍentes do cenárioáridoe Ílììse-
Na saqacriêdâpor EÍ.o Verssmô, o rávequesurgu daspáginas dosrcmances do Nordeste.
qaúchotip co é reÍâtâdo
A sagadosTeÍra-Cambârá começaem unì territóriornítco,ern que as
releÍênciasde tempoe espaço sáo ndefnidas.Q!andoos eventosnarrados
emA tempae o ventocoÍÌìeçâm, noséculoXVll,o RioGrandeaindanãoêstá
plenamente ocupadoAo chegaraoú timovolumedalúiagia,Oarquipélago,
o eitofteÍá pefcorfdo a h stóra dasor gensda Íegão e vistoo ternpoe o
espaço míticosdaficçãosetransÍorrnarem emtempoe espãço por
históÍicos,
meiodanarÍãção deFor anoCambará.
A reconstituiçãodo passádo dexa c aroo deseiode pronìover a reflêxão
.i criticadasocledade presente. Nessesentldo,o inÌeresseda obranáoestáern
revelarosaspectos regonastípicosdosgaúchos, maserníeconhecer comoo
eleÍrentohurnano, heróco ou não,paÍticÌpa daformação de um povo.
j

- t...1 Sc nós os ÍjaúchosjogaÌnos fora os nossosìriros, que é que sobra?


FÌoriano oÌÌÌa para o cstancieiro c diz tranqüilamente:
- Sobra o Rìo Gràrde, d(nrtor. O Rio crdidc sm máscará. O Rio cre.Ìc
sem belas nentn âs. O Rio tìân.le au têntico. Acho que à nossacomgem fisica d€
guereros devemos acrcscentìr a (oragem ÌììorìÌ dc enÍìentd a reaÌidade- l.-.1
\ERÌSSIMO, Po.ro\l€Bre:Cloho,19t8.rÌ 3. p. 863.(Fragnì.Dro)
E.i... aJa,qrúrlar,,. .

Osromances de ErcoVerissiTno,
ao mesmotempoqLrefâlamdo Su, afas
tarn-sedo regionalsÍÌìomaÌsestreto, eÍf queoscostuÍÌìespafrcuares,o com
poftarnento coletvo,ascaracterísticaspróprias de umâdeleÍminada Íeglão
nteressarnmaisdo quea reflexão sobrea Íe açáoentreo ìndivíduo e a socie-
dade.Paraeìe,o serhurÌìano tem sempreinìpoÍtância rnaor
Osromances da terceiraÍaseTnostram um escÍitoroÍeocuDado em aoÍo-
fundarosternaspo ít cos,dandoà suaobraumtornmaisenqãjado. ssoapa
Tece nosÍomances O senhatembaixador (.1965J,
O prisioneiro(1967)e lnct'
denteem Antares (1911).
Esteú t rÌìolvroapÍesenta umâalegorado Brasilda ditaduramiitarO título
Jazreferênca a um incdenteocorridonumasexta-fe ra 13:seteÍnortosda ci
dadedeAntares deixam deserenterrados porcausa deurnaqÍevedeíuncioná-
rios.Oscadáveres, forade seuscaixóes. revndicamo diretode descansaÍ em
paz.Representantes ded ferentes
classessocias (urÌãvehãdama,urnadvoga-
do,umaprosttuta, urnbêbado, umsapate roanaquista, ump anistae umpreso
quemorÍeutorturado), osdefuntostranstornam osvivoscomsuasconÍissóes.
A veiahumanística de EÍco Verissrno abÍiuirÌìDortantescamnhosDara
queoutrosautores 5eaventurassem naexploÍação dasangústias e dosconfl-
tosvivdospeo homemeTnum rÌìundofrancamente emcÍÌse

o rcnênGde 1$A 5a1 |


t I Ï ER A Í U R A

Dionélio
Machado:
dohomem
asangústias comum
o ÍÌìascéebreautorgaúcho contemporâneo deEricoVerissmoÍoì D oné
lo N/achado (1895-1985). Em1936,e e publicouo seufoÍÌìance
mas conhe
cido:Osrcfos.Estranha quereata mlnuciosamente
nárrativã as24 hoÍasda
vidadeumfuncionário públco,essaobrarepÍesentaum passoimpoÍtantena
ficçáosocialdo peÍíodo.
A aflçãodeNaziazeno, desespeÍadoporquenãoÌerncornopagâÍa conta È
do leiteiro,é relatadapor meo de urnestiloseco,enxuto,quetransmte âo
leitoropavore a angústia deumhomem comum, cujosaárionãoé suÍcênte
parapÍover o básico à suafamÍla.
Donéioescreveu taTnbém Umpobrehamen\1921),OlaucodaCêtì11942),
DesolaÇàa (1944),Passos perdldos(1955)eOsdeuses ecanòmìcos(1966).
,:.

Um certo cctpitito Rodrigo


O capítãoRadrìgoe BentoAmaralse
enírentamem um duelo que tem j
comopivô os sentimêntos que ambos -Tc Fepara, porcol - griiou Rodfigo tr agoÌã.
nuttem por Bíbiana. E riscouìhe verticaìmente a face. O sanguc bro-
tou no tâlho. [..-]
ClhegaranÌcìuaseao rnesmo lempo ao ponto Íìar: - Falta a voÌta do Ãl
cado para o ercoDtro. .^pearam em silôncio e amar. tr nlm golpe úpido lèz ÌuÌÌa pequeÌìa meia Ìu, às
ftam scus cavalos. 1...1 l:ega-s.Bento cüspiu-lhe no roslo, ÍieÌrético, e num rcpe
L J p, . r m ar dn" . e ,,m d ô o rrr-o .l e n r.' . In c i ,' Fn- 1ãosâforÌ{e e tombou dc costì!, deix,ìrìdo cair a adaga.
cuÌ-vados.PâÌ?Ì arn quando a distâDciaque os scpara- Rodrigo imaginou que ele ìa le\âìlar-se, apanlÌãr
rr , ra pur r o r r r ai'd e , tn o Ììd * o ' F fi , J rá m :' I ri - de no\'o a anÌìa e voÌtr ao ataquc. Mas, Bento, senia
- do ÌÌo cÌÌão ficou oÌhaÌìdo ataranladameÌìte pan to-
râÌt regacea tcs. lÌod|igo oDvia a respiraç:Ìo àÌque-
jaote do inimìgo. dos os Ìados. t...1
VorÌ te mostÌar o quc acontece qualìdo se bate -' .üi o\,{ttêm.' ,dr Ìr,erárFì dF.eR " dri S U -
na cara dum honenÌ. patifc - rosÌìou ele. E seÌìtiu mar nâo cosnmo deixâr seniço in(ompÌeto. Quero
que a raiva o fazia leli,. rcmnúÌ csseR Fallâ só à peminha...
E camnÌhoÌr paìa o adverúno, cÌe!:rgdinÌÌo, àÌìte-
Quem \'âi te mostrar sou cu, cânalha.
tr dizendoisto Bento avnnçoubmndindo aadaga. g' J npê,a(;o e l i ÍIcntnndo.ÌIe n:ô fô-" nui
' /ddú
os feros se enconraraÌÌÌ rÌo âr com violêDcia e rini t€ de Ìua cheia paÌì ele poderl'ef bem a caÌa odiosa
üm. No pdmciro momenlo ÌÌodigo teve de recuar
alguns passos.llas logo ÍïÌ]Ì1ou o pé no .hão e des' ulRlSsÌMO, lrjco a'n .do .dri,no,4,.iÌÉ,. 3. e{Ì.sio Pìrlo:
CoÌnpanni2da\Lelrr, 2005.Ir.3Ì 83.(Frâgm.nto).
üou todos os prânchaços do oütro. 1...1
Por rÌguns nÌ$àrÌtes os dois injmigos ieÌçjr].m lìmas, [E N.g,..-to, .i.a" a" p.o"o.-,.4.,
B|müdo: ìeyìrrãnilo, sa.udindo, nânejando
disrm{e prÌrrões, enquanto sÌlâs camisas F empa'
?mclraSls: pan.rda\ com espâdaoü tt a.
pallD .le suor P(rr fim se âtracâràn ÌÌum corpo a{orpo
f,úioso, cabcça contra cabeça, p€ito coÌìtra peito. 1..-l
- voü te bo1ârm in ha nìarca na caÌa, pústuÌal [...]
f,mpregando toda sua força, que o ódio âümeÌìlâ-
L Que motivo Ìevou Rodrigo a duelarcom Bento
\a, o capiião conseguiu prcndcr a mão direita do ou
iro entre süascoxÀs 1...1. Z Releiaotrecho a seguií

a saz cAPiruLa
2t
TITERA ÌU R A

"E aproximarâÌÌÌ-se unÌ do outÌo, Ìcntos, Ìncio eÌÌcünâdos. Para


Umsímbolo faDi quândo a dislância{Ìuc os separaracra pouco maìs de .inco
do espíritogaú(ho prÌssose ficaràÌnâ seÌÌirâÌt negaceaÌÌtes.
Rodrigo ou'ia ã resp;ração
RodrigoCambará, umêdêspeÍ- arquejante do ìnn igo."
sonãgens centraisd€o tempoe o r QLresentianentos domrnêmas peTsonagens nessacenê7
verto.é intÍoduz do em o conf/l
nerte.Homemmulo bonto e de E PorÍlìeo de querecursos essessentmentossãoapresentados ao leitoÍ?
grandecarsma, conqusta5mpa- O capitãoRodrigoé um dos"heróis"de O fempoe o vento.Deque
tase nimlzddes assiÍrìquêchêga maneira,nessacenã,percebemos que ele êncarna"o códigode
à viadeSantâ Fé.5Lra histórlaserá honra"que cãrâcteriza o gãúcho?
marcada peâ paxãopof Bibiãna, I Queoutrascaracterísticas de Roddgo,destacadas na uta,constioemno È
netade ÂnaÌerra,cornquemse
texto o "simbolo" do gêúcho?
casará,dêndocontln! dâdeàsge-
raçóes qle povôãrn a saqade En- 4.
coVerisslmo Pofela, duearácom "Rodrigoimalanìouque elejâ lexaÌÌtarsc,.ÌpanÌÌarde noïo a arma
Bento Amarã1,'fllho
docoronel que evoliaf ao ataquc-Mas,Bcnto.seDtadoDochào,comaÌÌìào no rosto.
mandano povoãdo. ComuÍnqê ficou olÌÌando atâraÌrtâclanÌcntepara todosos Ìados.1...1"
no ndomável, guadop-"odese
r BentoArÌìaralé o fiho do homemmas poderoso de SantaFé.Píotegido
lo delutdÍepeosprazeres davidâ,
pelopai,náoestáã[ostumado
o câptãoRodÍigo setransformo! a serameaçado,JáquetodostememÍepresá-
no simboodo gdúcho,conìsua lias.O quesuaattude,no trechotranscrito,
revea a respۓto
deseucaÍáter?
misturade lanÍarron ce.bravuía. I o queessa derrotasmboliza,consderandoa oposçãode BentoAmaÍalà
generosÌdãde e espÍto libedáro. f gura"heróca" do cdptãoRodrigona sociêdade loca?

"j
1

:
3 TaÌvcz s possa dte. qüe os romaÌcistrr da gera Ëxplique ]
!
ção dc EiÌÌt! de certo modo, inauguraÌanì o rorÌÌaD ParaAntonio cãndido,o romanceda gerâção :
cc blas cno, polqüe lenia|lÌm re$Ìvcr a gràÌìde con de 1930teveumafunçãomuito importanteparaa
tradiçào que caraclerjza a nossâcuÌtú4 a sabet a op(È literaturabrasileira-Redìjaum parágrâfoargumen-
i sição cntÌc as estrulüràs civilizadÂs do ÌitoráÌ e ns câ- tâìivo em que você explique por que o pÍojeto li-
madashumanas que Povom o interiof entcnde - terárìo que buscouresolverâ oposiçãoentre lìto-
cll-se por litoraÌ c iÌÌteúor ÌÌìenos as regiões geogrúi- ràl e irteÍio, lêve romo eÍeito superaro rêg-onâ
camenr€ concspondeÌÌtes do que os tiPos de enstôr- lismopitoresco do Romantismo paracriaro roman-
cia, os padrõcs de cuÌturà comumen te sÌrbentcndidos ce sociâlem que o aspectoreqionalé um meiode
cÌn tais dcsigÌações. I...1 revelara luta de classes,
t...1 o ronìance procedeuauma espócìcde pre- Antesde desenvolver o 5eupardgrdÍo,sugeri-
paro do tcÌÌeÌÌo à inGgração das DÌassasÌìnvidado mos as seguintesetapãs.
país. Na fase rcgìonalista, sertaDeja,o cabo.lÒ erà r qêêo d \e do o p oê'o .erdro do .o"rê^LeFqio
consi.terado sobretudo como um motiro, um obje- nalista",no Cãpítulo18,e dentfiqueosaspectosde
io pitoresco. t...1 A fòrça do roÌnance modemo Íòi Íinidoresdessetipo de ronìance.
teÌ entrelisto Da ÍÌassa, não assünto, mas rcaÌidade . Reeiaâ seção"O projetolteráÍo do romancê de
criadorl Os escÌjtores aprcndeÌam. no scntido Ple- I930", nestecapítuo, e velaquequestáoInteressoLr
ni' . . úm u' ,,â b a l h J ,l u rF çd c e n 3 ' n h ,' ,r e' ri rd de peÍtoãosescritoÍes do peÍíodo
dores, os plaÌÌtadores de cacarÌ,os opcrÍios de fá- r Releiaos trechosde romancesapresentados neste
h, i' r . 1. . . F r i u n ìJ ê \p c ' ;c d e ,.m d d J d " , ' I..i èrts rap' ilo. dr dr do de q' rn661e -è^a.i/dm
, i I dr m J s ( dd | ' r\.. d J .i n ,p J Ii , n .,]Õ' J d' h arri - "h " "
ÍelaçãoenÍe o ndivíduoe a socedade.
tas que se dirigirm a eÌa. troi, poflanto. o desPeÌÍar
de un senti.Ìo novo do Brâsìl. 1...1
CANDIDO, Á on . tÒrsiâ,do.um€rb e ìisnirìâ.h:
dc Btu os(O|g.)./o9,a,,r,, Ix,wre t..fi. São
ìÍr\RTINs,.lÒsé
p.109,ÌÌÌ Ì1?. (l'Mg!Ìenro).
Ìiülo: Lnnria NÍaÍins,lC?2,

A rcnancede 1%0 5a3 |


geraçãode 1930: a consciênciada subdesenvolvimento
brasilciro

ì Pré-Modernismo:a visãoda misériado país


; pr ncipálmente
E no Pré-l\/lodernisnìo, coffrasobrasde Eucldesda Cunha,
LimaBarrêtoe MonteiroLobato,que o subdesenvo vimentodo BÍasI e as
mazeasSociais qle dee decorrem passam a seÍtÍatadospelaliteratura.Si-
tuêdano Nordeste, no nteriorpãulstano ou em pedaços do meiourbano
carioca,a denúnciado subdesenvo v mentoque surgenessemomentose
inscrevenurnatradçãoque5efoftaeceráno romance dageração de 1930:o
nascmentode urnaconsciência da miséÍiêbrasiera e do âtÍãsoernd st ntas
regiõesdo país,pr ncipamenteasquef câmd stantesdo Sudeste. Observe,
notrechoa segur, o retÍatodo Íetranteãpresentado em 05 se/tóes

Ítuu!,anzentano desa"to
1...1O sertâlìejo, assoberbadode rcvczcs,rÌiihra-sc ìfinaÌ.
fassa (erto dia, à sua porta, a primeiü tuma dc 'ïctirantcs''- Vê-se, a!-
A prmenãpé9nãde O 8esôu/o, dê sombrado. atravessaro terreiro, misemnda, dcsaparcccndo adiantc, ulnanu-
a p a nrd e
l u h od e1878,r epr ôdlz !, \enì de poeira. na cuFa do camjnlìo... No outÌo dia, oütrr. E our,ì!. E o
matrlzer ÍotoqráÍicas,
asteúves
sertao que se eslazia.
cônsêqúênclas d. qÍandesecêocoÍda
.Õ NÕrdênê entre1877e I873, Não rcsistc mais. ,{mxtuÌa-se num daqueles bãÌdos, que 1á se vãc, caÌni
cônsdêrâdââ maiordôsé.!lô nÌìo em loÌa. deÌrruando dc ossadarasveredas,e 1áse vai cÌc Ììo êxodo peÌìo- i
síssimopaÌa a cosra,para as scrÌas distantcs, parâ quaisqucr lug,ìÌes onde o
não mate o eÌenìento priDordiaÌ da \,ìda.
Salvase.
U Misiídâ: úisdrálrl,làsúÌÌircl. ^tinge{s.se os meses.Acaba-seo f:lagelo.Ei-lo de volta. Vence-o a saüdade 3
Passam
ÀnaturN: j!nÌa{e, agÌegare.
do sertão. Rcmigra. 1...1
"O elencúo p.imo.diãÌ .la ridr":
CtnlHA, EÌ.k1--s da. or $r,r-!: .âmpanhâ de Car udos. 2. .d.
Iìenigra. rclú .0 lugar dc oigcnì SãolâÌlo, AteliêEdinnirl.200Ì. p.237 (FÌrgln.nio).

As doresdo Brasil
ComoÍoiv stoneste capítulo,
o romancedageração de 1930tÍaz,paÍaas
págnasdesuasobÍas,astragédias sociaìs a partr dosdÍamas
brasleifas de
suaspersonagens.Éa consoldaçãoda "consciênciã
denosso subdesenvolvi
rÌìento",anunciadape05pté-modernistas,
e se!se{etos sobreâ popuação
cafente.
O retratodamiséria
deFabanose Chicos Bêntos.dadecadênc a dos
engenhos, dav darndigna
demeninos deruaganha íornìalterária
nasmãos
dessesescÍitores,
denuncandoa realdâdeexclLrdente
danaçãobrãslelÍâ,s n-
tomaevidente denosSo Subdesenvolvimento.

0 retrato de uma sociedadedesizual


Segundoa trajetóÍa ÍeafiÍmadapelaprosaneoreãistasoclaproduzida
em
1930,algun5êutoresconlemporãneos buscarão
rcgstÍaremsuasobrasosdra-
do BÍasqueapontãm
mascoletivos paranossas
m sériasdepaÍssubdesenvolvi-
do. Muitasserãoâç pergonagens no paineldas njustças
retratadas nacionas:
davidâ"pequena"
ílagrantes dascamadas populares
seTãoexpostos
emÍoman-
Íazendo
cese contos, queenfrentam
dasd fcu dadescotidianas uma1Íaducão

a 5a4 caPlTULo2i
brasleÍa.Eo quesepodeobsenrar
daÍealldáde Perus
ernMalagueta, e Bacanaça,
de loãoAntôno, queapresenta,
de foma simplese "dura",o dramadetlês
personâgens
suburbanasdeSãoPauo, undasnarnesrna miséía econdenadas
à
ver,utamcomasaÍmasque
anquiaçãopeâv daserìrperpectva.PaÍasobrev
podernsão"vÍãdores".

1!lrlngiti{c, l}rnts r Sttrsn**


Emnì rfêslaÍjabunrlo!, ritadorcs, scm cna, ncnbcnà. Softe.Ìorcs. Se gfâ
nìassemaifás.Ìc dnìheiro, indo c rìntto c rcbolarldo, se enlrentasscnÌ o 1ò3o è
do joguinho. se e()ÌuísscÌÌÌ nalan.Ìrag.iÌs, sc cÌrcarasseÌÌì? pcllícia e a abas-
tcccssem,se se aiilasscnrteiam o de (oìner c o (ì.r lcstiÌ 11odia se$intc; se
U viracõès:
Ìri.os,0ibalhos
dcsscÍr âzar se troÌricasscrnnãs \,ìraçôes,ìÌinguarÌÌ lhcs dària a minima co-
ÌÌ,(r J e L h .r ' ,,r i * ' r ' ur ' , F fô-c e , .,.1/i :' .
lxrirNrO .1oao.matagr,,r,. r,,-,r r 4,,?"rú 4. cd rel: Sii,) PrLLÌo:
(i,w s\i1ì,200'1. P. 173.(F.{gni.trlo).

Cenasde pobrezae violênciaurbana


ì A exclusão, determnadapor uma organzáçãosoca deslguae injLrsta,
cont nua a produzir,hole,maÍg nâ izados,cujaÍea ldadeé fetratadana tera-
turabrasie ra Cornurno harvoltádooâraê oobfezae a violênciê urbanadas
favelase dosba Íos de pefiÍera, surgeTaìautoresque regstlam o cotidianode
pergonagens culasespefanças deìxararn de existirhá muto tempo Sãoos
rÍìúndo9descÍitos,poÍ exernÌllo,effr Cìdadede Deus,de Pauo L ns, e Cápáo
Pecada,de terréZ. ObseTVe, no trecho a sequlr,corno a vefdadeteÍive de
CapãoRedondo, em sáoPâuo, um dosbairros aomo rnêoÍ índicede v olên
clãno Bfasi,é apresentâdâ por Ferré2.

8à do c.p ao PFd ondo, 2005


'o
{i*,píhtíodaze
l...1 BuryosseguÍoLto câro tirlrcrÌcÌIle n.ì bocr (le Testac ÌÌÌc fèz elogìos
coDr (ÌeDÌasiadoü de supefioridade, nràs palavfas náo âlcançar2ÌrÌo Peque
Do ÌÌienino \iciàdo em pedm e pix.ìclor Das homs ragas, pcouero rleredor.
Dnrito pcqucÌìo pam râ.r gr:ude clÍlicLr. lei Da quebrada trão é r qMntia,
nrassinÌ o respeito, que .ÌcYea.ima de tudo ^ prevalecer 1...1E1ese enregou
e rceitdr aÌnoÌre como se rceìLasseum grancLepreseni.i, dn scuspensanÌen'
tos as pala\ras Íiìais de RrÌrgos nio conlâ!âm, ele viÌr Ìindas paisageni, ele
esta\1r\,iajan(lo. ÌÌì foi ruirì o ar quc cÌÌ|Ioü em srrì bocâ{Ìuaxdo o prjmei
ro liro foi efct!Ìado, l)eÌÌsl 1...1
$IIRLZ. aríy'tl/Ína,.SàoI'aún,:Lrl,orcìt ldnoial, 2000.t. Ì 09r 10 (l rgnrr Ì.t.

Nesse trecho,Burgos, umdospfotagonistas daobra,cumpresuataÍefaern


CapáoPecado: a Ìiros,os debitosdosvìcadosComoee, há outTos
âcertar,
pjstoeirosde p antão,capazes detifara v dadea guérììporc ncoÌeas. Esseé
dafavela,
o Íetratocotidiêno feveadopelaf cçáodocurnentâldo autordolvlo:
os TnorãdoÍes convvemdraÍamente corÌìa vioênca, a fê ta de alrnento,a
ausênca de emprego e de condçóes dignasde moradiã.Do desenroaÍ das
m séras,a conclusão:esseé o resutadodo nossosubdesenvolv ffrento

de l9J0 585 |
O rorrânce
ffi
I i Iiri::ìiil!lr:i Ì i
ìì I :,i:r;,,: ,,: '

Poroossislir
F
Um.efto.apìtão Rodrigo,dÊAnte mo D!ârte so/uçose ro/uções,de Ed! Felstoq!ee Nere!
B f as, I 971. C erdera.B ràs,2000
Rê"lilé,àô 5àt,<faro'ià
do c nemdb d\i ei o d p" P rodJ.oddrovd sàtrédoci nemdn" , on" .5u-
ti r de per onãgemc ri a d êp o r E íi c oVê ri s m
s o ,q u e /uçose so/!çôesé um f l me l i ri co que vai tocar
tíaz comobordão"Vivercom honraou nrorrêrcom em um dostemasmai scarosdo cenári opol ít co

pèr' . . secàda! re- ry ^di

Poronovegcr/fl
httD://wVW.f ãcom.ufba.br/Dexslteímuslcanordêstinã/
M ús ic aNor destj néa u m s /tes o b íe s p o n s a b i l i dade dã Facul dade
de C omunkãeão
da U ni versl dade
Fedêíaldã
Bahia.Amp ê abordagemdê compositorese poetas nordestinos.Entrê ouÌros, estão RalmundoFagner.Alceu
Vã ençâ,Patatva de Assare,Ze Llírìêirâ,Bãndade Pífãnosde Caruaru,Quinteto VÌolado.E um bom câminhopara
i n lc iarpes quis ãs
s o b reo c a n c Ìo n e i ro
re g i o n ab ra s i l ero.
http://wwv.jorgeamado.org.br
A F undaç ão aspri nci pas i nformações
Cês ad ê J o íg êA m a d oma n té mn e s sesi te acèrca
doescri toímai sãdamado
da Bêhiã-Crladorde pê|sonagensenraizãdasna cu tura bãlana,JorgèAmado é pêça mportantê nos estudosdo
regionalismobrasileiro.O rite pernìitê pesqusa sobre a obra e se mostra um bom início para quenì quêí se
ãproíundarnos estudossobreo autor.
http://VWwgraciliano.com.br
slteoficÌaldo e(ritorêlagoano GracilênoRãmos,um dosprincipas nomesdo reg onalismoliteráriono séculoXx.
As obras,os manuscritos, as ilustrâçôes,
reportagênssobreo esíitoí, biogrãfiae inha do tempo fazem oese ffe,
mantido pelaíamília,um endereçoobrlgatórloparaseconhecêrmaisa respeltodessêsrande escrito.
http://VWwfundaj.govbr
slte dã FundaçãoJoaquín NabucoqueoÍereceo /ink Pesquisa escoêr,com vár ostemãsde interesse.Entree es,
uma excelentêaproximaçãodâ obra dê losé Linsdo Rego,autor paraibãno(onsagrêdonã histórlada iteíaturã
brasileirã.BiografÌa,b bliogrãíia,âítigo do amigo cilberto Êreyree uma pequenaãutobiogrâfiaajudãma com
preendero un veuo regionalsta de losê Linsdo Reqo.
httpr/wv1/westãdo.r.gov.br/erico
slte do qoveÍno do enado do Rio Grãndedo sul comemofãtlvôdo cenrenárlode Er co Verksmo. Além de
íotos, àrtigos,é po$ível ouvlr trechosde o tempo e o venro lidôr pelo próprio escfiror
biogrãfìa,êntrevistas,

a 5a6 cAPiruLa
27
D^r^ lêr ô nÃe^, ,i(^' t7=

.l
cra.í|íano Ramos,de \"NàrderMeloM Ìanda.5ãoPa! o Pub Ío h4,2004
Estelivro apresentaâ obra de GrãcilianoRârÍose s|.]âimportâncã nã literaturãbra-
s Leira.EmlinguagerÌrbastânteace$ívê|,Wôndêf Melo exp ka por que ler Gracilianoé
fundamentalparã quem desejaentêndero Bfãsi e sêu povo
Buarq!ede Hollândê5ãóPa! o
As nelharescrôniÀs de Rachelde Queíroz,de Helolsê è
G obal,2004
Livroque reúneãsmelhoÍescrônkêsq ue aescritoíapub lcou nê jmprensâ,rêgìstran
do suãslembranlas,opiniões,afetose indignãçõês.
candído Portínati;19031962 Pnt!Ìas e desenhos,de Fábo \4aqahãese Max
PeningeÌoPìnakotheke, 2001
LÌvroque Íeúnê uma seleçãodasobíasmaissignificatÌvãsde Portinari,posibÌitando
visuaizar o conjunto da produçãode um dos mãioresartÌstasplásticosbrâsilêiÍos.
2001
RêmosRo de laÌrero: Edioúro,
Htrtórlasagrestes,de Graclliano
E Livío ern que estãoreunidoscontosde GrãciliãnoRâmosde Históriasde Alexandre,
ãlémdetrechossele(ionadotdelnfância,Memóriasda cãr.eree vidar5ecã5.Nostextos
ãpresêntados, pequenosÍlagíantesde tlPo5e dramash umanosconstruídospe a palavra

A voltâ da Gnúna, deNenÍ SãoPê!!o:Geração Edloral,2002


Diretodas páginãs dã imprensanacionaldos ãnos1960e1970,dêcertaíorína,Graúna,
FranciscooÍêllanê e o cangãceiíoZeferino,peEonâgensdêstiras e chârgêsde Henfil,
serviramde resistènciaintelectua nos tempos da ditadurê mllitar. Enquantoo leitor
âc om panha com o bom humorl egãdo
o s d i l e m a sd e G ra ú n êe d e s e u scornpanhel ros
poÍ sêu autor,tomã tambéíììcontãto com ã culturã dã região.

Paroouvirdì

' A t r is t epar t i d a ,d e L rz G o n z ê g âR i od el a n Êro B V IG, O acordeonistaRenatoBorghettlé um dos grandês


1998 representantesda músicã9aúchãê urn dos melhores
_o
rsl rumêrri (' ã\do B rd!i l .Í i e c:5uèsrdi 2ê\ (l ó' i cès,
O encontro de Patãtivade Asaré e Lulz Gonzaga,
ilunresdã músicanaclonal,fãz des masaberto a outros estilos,coma a Ìazz, o pap, o Ìango,
doisrèpresentântes
nesteCD e e toca cânçõesgãúchastíadicionaise de
sa grãvaçãoum mârco nã históíla da cuLturapopular
compositorescornoHemeto Pascoal, Klêiton e Kledir,
úasilena. A ttìste partida revela,em seu rtmo e êm
que Heitor Villâ Lobos.
s uãlêt Í a,a co n d !!ã o d oh o m e rnn a s c i d o e m te(as
o obíigam ê migrar para regiões em que haja cofdi C h" ngê/taút: òçdo dòO' o çao
C.o rl o n l " r e $ê càr " ,b.p" brrod
! oe! m r l m à ( d e \o b re v i v è n c i à
! ào ( o11/ idâ , \- d 5 .d e G rè c i l è n oc à m o .' e v el aà àtL Otto é um jovem compositordo RecÌfe.herdeirodo
êlidãdeda p ro d u ç ã od o ro mã n c ed e 1 9 3 0 . movimentointituladomanguebeátquef irmouseuteÉ
I Naçâônordestìnâ,de té Ranìalhoe váriosèrtistas.Ro rÌtórÌoartínko na mesclade rìtmosbrasilêros.Ene cD
delaner o:B MG,2 o o o ãproxima,cornum olhãr renovado,â culturâ regional
brasi€iradocenárjopopnacional, tendosidomuitobem
Naçâanardestínaé um CDorganizãdopelo compo
recebldopêlo públko e pelacríticâêspeciallzada.
sitorZé Rêmâlho,que reúne muitosarÌistaspoPulares
e m \u d \ r-9 i o e s n ã s d ê p o J rd p' oj eçãô
' on. ì ec idos RacheldeQueiroz,paÍ NeÌe 5a et Riode lânero Llz
nacionã1.Documentoimportânte da MPBe bastante da C dade,1999
oportuno para o momento em que é estudãdaa cul N esteC Ddupl o.sâoâprêsentados al gunsdos m e
turê regionalpoí intêrmédiodã literâtlría nacional.
l horêscontosde R achelde Quei roz.al éín de s uas
. Música brasileira do Rìo GfãÌrde do su/, de Reraio mêi s conhecl dascrôni cãs,Ìnterpretadospei a ãt r iz
BorqheÌt Riode ianeiro C D, 2ool

O rcnân? de 1$0 sa7 |


(Unicanrp-sP) o trecho a s€guir,es(olhidopor Lima Ánda a espÌcitaf nÌeus oÌhos para roa,los,
BarretocornoepígrãÍepaÍêintroduzirsuaobra,Irs- E há-de deiiaÌ-me apenas os cabelos,
te fìn de PalicdtpoQuatesma, com€ntao €onÍÍonto NafÌialdade inorgâDicà da reÌral
entreoidêaleoreêl: ANJOS,-{Ìsn*o d.s n . Ri. deJaneifô:
O g.ande in.onvenientc da re.l e o que a lornà Lnr Sio.josé,196ã.
üNuporLí\Ìl ào hoÌneD rÌpeììora'id.que, se transponúÌos A partr desse soneto,é corrêtoaf rraar
pdaela os pÌin.ípnx.1o idcaÌ. d quaÌklàdespasm aser
delêilos, de tàl ú)do que, na maiori. das kzes, o ho
L Ao sedefnir comoíilhodo carbonoe do arnoníaco, o
mem intcSro não conseguè se saiÌ tão bem quanro aque'
êLríÍicodescê ao liÍììte nÍeriorda nìâteÍialidadê b oó-
r, .t,r.,.r to r F..r,u ì r u. "u, m , , , , . , , . . J . r . t 8. , gicapos, pensândo emtermosde átonìos(carbono)ê
" nìoéculas (anìoníaco), quesãoestudados pea QuÍmi-
ca,constata s€umãd mensãoonde nãoexjst€ qualqler
a) Cte dos eplsódios
do I vroenìqueo corÍìportarÍìento
idê-
resquÍco de a nìaou de espÍto.
d ÈtadePocaruoé ÍidicuarizadoporoutraspeÍsonãgêns
b)Considera ndo-sêa eplqÍafecitdda,conìopodeseÍana- .1. O anìoníaco, nosonêto, é und ÍnetáfoÍa dea nìa,pos,
segundoo €! írico,o homenìé conìpostode corpo
lsadaa tralêtóriâ
de PocarpoQuaÍ€sma? ((aÍbono)e dlma(amônlâco) e, no f nì da v da,o co,
(uFU-t\4G) po(orgánico)acaba, apodrêce, enq!anto d a nìa(inor
qânca)mantém se nÌa.tã.
ra h. B u/ u1d- , gh: \ ' , lì r . r.r. Ì.,o'
'.nr '1" ' 1{ O sonetoprlncìpê descrevendo asorgênsdãvidâê têrmÈ
pd,-.,' n 'op ì/n.u . od. r . u' . ' is \ ior ê, n! d, , , , r , r
ridà, e alicuDdidade ptua os ouLr.s, pois nunG os.ìue
na descÍevêndo o destino fnal do sêrhumano; rêtrãÌao
rèla nasccram, os qne nela !i\eràn, os que a amaÌaìì c
cicodav daê danìoite,permeado dêdotdesofrimênto e
sugaramrlìc o leite, ti\rranì sossego$bre o seu snol
dâpesença constante e arnedçadora damoftenevitáve
BÁÌREr'1), rimr. Oi llr,,,,J,rg6.
Êstá(ão)
.orr€ta(s)
Senhora Dorà BalÌia, a) apenasl
nobre e opnÌenta.idàde,
hàdrsta dos Naruràis,
E dos Estrügeiros màdre. c)ápênaslel.
Dizeime por rida !osa,
d)apenas
le ll.
em gue lìndàis o ditanìe
de exaìtar, os que ú !êú, € Dp e n a s r€ i.
e abarcr. os que aÌi ms.enÌ?
4 (Unesp/llha SolteiÍã-SP) No livro de poemasPauBra
iÍ,rlIOS, Gregório de PBia, r.]dn,zlar
5il,o e5cÍitormodeÍnistaOswalddê Andrãdêtâmbém
LiÍna Baíeto e Gregório de Matos êstão d stantes, crono sêapropriadâ iteratuÍadoscronistãse viajânteseu-
og câmênte, na LteraturaBrasieìra.f/lasos autoÍespo ropeus.No êxemplosequinte,pode-seobsêrvarque
demseraprox madospeloteorsatirico que mprrnramàs o poêtautilizâum ÍragrÍìentoda cartâdê Cãminhãê,
suasolrÍas. roÍneosfragmentos cÌadospârarêsponderàs ã pãrtírdele,criaumanovacomposição textual.
quênÓes seguinter: I
Trechoda (arta dê Caminha:
a) Falêsobreo temaqueaproxmãosdos têxtos.
'!Ui andav.n, entrc clcs nis o! qüar1o nìoças, beÌn
b)DeÍaqle do terto de GÌegórode Matosum par de
n 'o , ò F Ì , , m q F , ', i . . , u n , i b . l . . 'n , , , . l , 'c o , c . o n l { i
versosquêtênha'umaf gurêde oposiçáo" rnuto co-
dos pels espáduas,e suis ,agoulmr Ìão alÌas, rão safadì-
nìunìao Barroco, cassficando a.
nlìas c úo ljmpas dd càbeleiras quc, .lc as ììuiro b.n
c) Apontena pÍosadê LimaBaffêto"Lrnì:fglra de €Íeto olhaì m os, rào ú1hüÌos n et\hn1[ x6g.nha" .
i'
sonoÍoqueselacomumaogêneroírco,c ê5sif cêndoa.
Poêma de Oswa d de Andradê:
t (UFSM-RS)
Leiao sonetoã seguir
As Mnn6 da gav+
Psi@logid de ün rdcidn r in r.q uL quJr o ,.o(/, oe,n mu. . L-.,, S- ,rN
".
Eu. fillro .lo carboDo e do aÍÌoníaco, Conì cabcÌos Íìui pr€ros pcld.spáduas
Nlonst.o de escuÌi.lão c Ntilâncià, E $ras ,ag,,lar 1ão alras e tão sa.adinhd
Sotro, desde â epigèn.:sk da iDtância, Que de rós d muito benì olharmos
A influên.ia dá dos.sjgnosdo zodiaco. Nâo ttnìÌàÌnos nenhüÍÌà ,,,9,2Àa

IÌotuDdissimamente hipo.on.lriaco, ILJ cm: esração de esrÌàdà .Ìe ferro.


Estc mÌbiente nìe .ausà repugnáncia.,, A partirda êituÍadosdoistextos,rêspondâ:
sobc-nÌe àboca üÍìà ânsia análoga à ânsìa
a)qLraisíora|.n
aspr ncpaisnìodÍ cações
estrlturaisfêtas
Q,Ìe se cscãpada bocade u (ardíro. porOswdd de AndÍadeenìrelação ao Ì€xloorigna?
.lá o \rÍne - este opcrá.io ds ruína b)aoatribuirurntítuloaosêupoenìa,o poetamodernis
Qu€ o sârgue podre dãs camilicins ta alterouo 5entdo do têxtoorÌqnal?lustifquesla
CoÌne, e à\idà èn geÌal dcclda gucrr., resposÌa.

1588 UN/D4DÉ7
(Unesp-sP)INTRODUçÃO: As quêstões5 e 6 bâseiãm-se íiscãment€
â) Nesteexce(o,comose.aract€riza l\,4acLr-
na primêiraparted€ um poemado parnasiâno Alberto
dê oliveirà(18571937)ê de ur. poemado modernista Ìêndoemvistaa históra d gaquaéaorqem
do herói,
oswãldde AndÍãde(1890-19s4). dêssas
cafacÌêísticas.
a gumareação
b)EssascâracteísticasÍGicasdoheróitêm
FIú Ml -I psìcológicas?
lustfiqLre
brevê-
corn5ua5caÍactêristcas
,\b.e ünÌ. iÌor scm nome enlre asflores dâ seffa. m€nÌesuarespoçÌa
ìquenLura do sol e seio azuÌ dcsccna.
DeÌa, por conhecAh, uú sábìo Pensãtivo a (Fuvest'SP)
Apfoxima+e, ei, do pdênquima rivo
tjma IÌof aiÌÍlà desbotadr
Das Íolbas, obseNu coìn a lente estom.e cstomai ìhrd. a polícia, romÌr. o a\fàlto.
Anãljsaìhe o co, aspi.a o ft,o a.oma
Fâçam conÌpÌeto silêD{:nì, f,
Ao scu.áli.e, toca a lcvc {r)ntertura,
paìãis.m os ncgócios,
Os cstdìes lhe conta, o ováÌiÒ lhe procun garanto quc uma iìor nas.èu.
E sondâ; àté qle eniim: 'Oral segufo crclama
É una.-." E grego e latìr, norÌe híbrido lhe.lìaúa Suà.or nio sc per.ebe.
lDissonantc c conlìso. Após s. atàstâ e soúe Suaspélãhs não se abretn.
E eu fiquei, IÌor zul, senì te saber o nomel Seì nonìe não esú rosÌilios.
OLnEIRA,AlbeÍo de.Pa.nar.í'4r'rÍ lòo deJaneü.:
Nir.l€oEdiiorixÌda ! ERJ,10t3,$l II, !. '121. (...)
Estí',1<Idúúti6iM Í (òia. Md é um flor Furou o asfaÌto, o 1édio. o nojo e o ódio.

EsÌeé uÍníragnìento do poema"A íoÍ e â náusea"do


Somos nìrcúacionalistas e portugnescs lún,oÌs livroÁ rosado povq dê caros DÍunrÍìrondde Andrade.
GoÍamos de Cmcnbert, do NiÌo, dc Frinéia e de
-o. ! a
LMarx (lan õès do mar " o ole o nrs mênLo do Í,o r€Dresô
Náufragos cDtrc sustose paisagcns o Ou".Ât\do " pod" d -s.êb"ê. ê F rêes.ôddÊì-d-
'l don'knovúy eldersl" o nìonìentoh Íófco em quêfoi elaboÍado?
Desde ({nzaga
(Unicamp SP)Os dok poemasque sê seguem,do
Somos pastores t desembãfgadores
poetamineiroÌúuriloMendes(1901-1975),
datêm
Desde a P.oÍrpoPéia
de suaÍasemodernistainicial.
Somos brasileiros
ANìIR-^I)X,OsMÌd d. /'aear )tunidai 5 .d Rio
BraiÌciÌì, lgtl, P 200
deJrncío: Civilização Desi. ìado rcìì ììeu corpo

5 Osdoistextosâpresentados permitêmobservêrdife-
teÌn a ninha nrnoÌada najancla _
rençasrelevãntesentre os êstilospaÍnasianoe mo- rcn as ruas gritàndo de luzes c moliúetrlos
deÍnistâ.CompaÍe-os e, ã seguir, teú meu amor úo lenlo
a) ocalizeno poemade Abertode O vera umacârâcte' lern o mundo ÌrÌtendo namiDhamemória
! típcado eí Loparnasiano;
rísticd tetu o.rminho pa.a o lrabalho
b)aponte cafornìaldopoenìa
uÍiê câracterGt deOswad de
Andrêdê querepresenteoposçãoaoestroparnasano Do ouro Ìàdo tem ouüõ!ìdas lileÍdo da minhalida
tcm pensamenros sóriosme esPè.ddo na sala de !$tta
6 o poemade Oswãldde andÍãde sêãprêsentacomo -nn
i n l r n o n n . c l n r b . r I n ê ê . p F E r d . , , n '0 o F , 'r .r ì; '
uma interprelação,um tanto irrevêrênle,de fatos rem a nìortc, as colunàs da ordem c da desodenÌ
dâ Históriâ,dâ cultufae da LitefatuÍabrasileiras
AmoslÌà dâ poesia Ìocal
Releia-o e, em seguida, responda.
Tenhó duas .osàs nà írcc,
a)A quedados bÍaseiÍaa udeo poetaao
dah stórialiterárla N€nhuna no.ôração.
d zeÍque " DesdeGonzdga / Somos pastor€s
e d€sembar- No lado esÍÌuerdo da lacc
gadoreíe " Dêsdê a Prosopopé a / Somos bÍase ros"? Cosruúa tanbénÌ daÌ altâ.e,
b)Aponte,com baseem passagens do texto,a êscoha No lado direìto não.
feta pêlopoeta,no planodaspessoa5 do dEcuuo,para
sLrgêrrque suasdfirmâçÓes dizern aopovobra
respeito â) EmboÍa, erÌì 'Os dois ddos", o ãutoÍ Íe acionê d visÕes
5 êlrocornoumtodo. do eu Í co a umaseparação
conÍituosas entÍêo " ado
decá"êo "ouÍo ado",essasêparação nãoéâbso uta.
7 (Fuvêst-SP) NostrêsprlmerosveÍsosde cadaestÍoie,ocâ17êee
De lez em quando Màcunaima PãÌava pêns,ndo nã mentosquêreÍorcenì e olrtÍosqLr€
a dlalidadeespacia
nà.vàda... qu. .1ercjobàÌia neÌel Para'a tenpo. Cho@r
rìuilo lempo. .ds lágdmas esconegando pels làces n, b)Oque"Anìostrd dapoêsa ocal'temenìcomum cotn"os
fatis do herói iam lhe baiìzãr a peiLd ia cabcluda Ertão doÈêdos"?Emquêaspectos osdospoênìas dìvergeÍn?
eÌe suspüala sa.udindo a cabecúha t...1 ÍoÍmas (estio,métÍica)que âpare-
c) Quais05 ÍêcuÍsos
ANDIr-AD!, Mtri,r de ,4tad,ndína cêmexclusivarìente
no segundo poema?

s89 |
PREPARE.SE:
VE5Ì|BUIAR
EENEM
-

Xo (unirioR, Í:l (Unicamp-SP)UmapeEonagenì constanlementemen


Cmüga outoúl cionadaem y/dar secat dê GrãcilÍanoRamos,é seu
Outono.Al án'orespensando... Tomásda bolandeira.Homêmletrado,é tido como
TristezasÍÌórüidàs no üÌài.. um exernplo porFabiano,
de "sabedoriê" quemuitas
O vento pàsa, brâtrdo,bràndo... vezeso vê comoum modelo.
E sinto nedo, susro,quardo Em hóru de maÌuqueiÌa ÌabiaDo dcscjala initáìo:
Escu.oo lerLo âstu pa$a... dizia paÌà\Ìas diiíceis, rnn.ando tldo, c conlcnciaac de
ce.iÌia \,Ícir.tc5 que nÌeÌhoÌarã. ToÌice. Vià{e peì fcjtamcnr. quc um su-
a)Apesarde modêÍni5ta, a altoÍa apr€sentatendêncas .jeito cono ele não tinhànàsci.lo pdâfalarcerro.
de oltro movnìêntolterário,evdentesno texto.Que Scu Tohás da boÌandenâ fàlara bem, estÌaga1"ìos
rnovÌÌìentoé êsse? olhos em cnM dcjoÌnaise li\Ìos, Ìtràs nào sàbn mandãr:
b)RetiÍedo textoumapâssâgêrì qLre pedia. Esquisiti.c um homem rerÌediado ser.ortês. \é
lustfiquea sLra
res
poÍa ant€ÍoÍe, a segur, cte a caÍacterÍstca
queea ô polo ccDsu.a\.â aqucld nüeìns. Mas rodos oÌrede.ianì
à ele. Aìl que dissc que nâo obedecian?
a) C te urnepsódiodo Íonìance em queíicaevdenrea
lt (UF5M'R5) A respeitoda poesiadê VinÌciusdê Mora- dìícudâd€de exprêssão de Fabiano, n. pr€sença de
es,alsinaleverdadeira(V) ou fãka (F)em cadaafiF pessoas queJu gasupêroÍês.
mãçãoâ seguir b)Conìoo êpisódlo €scoh do porvocêêxêÍìrp if caã re,
( ) Soba Íormãde sonêto,pívilegiëteÍnátrcasrras, ação,percêbida porFabiano, entre!rì Lrsomâs "difl
sobretudo o âmorê suasmútip asmanifestaçÕes ci " dê | nguageme o poderexercdo por dêtêrmna,
( ) Ceebrâã sênsua idadecomveÍsosqueapresentam
magens a respêto do sêxoe do corpo
( ) Ocunhoerótcodos poemasêxc u ãêxpeíêncarnGÍ4 (UFM5-À15) Dentrêos enunciados abãixo,idêntifique
lCa O OA m O r aqueleG)que sêja{m)âdequâdo(s) à obrafosío Mor,
to, de JoséLÌnsdo Rego.
A seqüèncacoÍrêtaé ( ) O rornance estrutuÍa-se emtrêspartês,fêveladorâs,
porseìrconteúdo, das nf !ênciâsdêternrnisÌasqLrê
b)V V F. caracterzaram a produção ltêrédade cunhoreqio-
nalistâra terra,corÍ€spondêndo è âtênçãodadaao
d )VF V nìero;o homem, rcpresentantedocomponente íac-
a; e a Lrta,ou sela,â variávêl do momentoh stórico.
( ) AobraeçtrutuÍê-sesobre unìaoÍgán zaçãodua, qLrê
Í2 (Unic am p- S PNo ) t r e c h oã s e g u i r,re ti ra d od e u m dos sêpod€veÍifcâr nêsuapÍópÍacomposcão êmdos
câpítuÌosde5ão Aernardo, deGracilíâno Rãínos,Pau- capltuos- urì, centÍêdono meíre JoséAmaÍo,e ì
l o Honór iof ãz alqu m ã sc o n s i d e ra ç õ eseo b Í€ â s d i fe- outro no Coronêl Lulâ, qle lutam€ntres pea inì-
rençasnã mânêira de ïalaí que acabam provocando p antdlãodo captalismo nd Íegão.
desentendimêntosêntre ele e Ìúadalenâ: ( ) AcaracteÍzação demestÍeJoséAmaroapres€nta de-
.No .orneço dasnossas ta hessobresuaêpaíênca físca,nsistndosobÍede-
dcsa\cnçastodasasnoiles aqui
nÌe sentârâ,arengudo com MãdaìcDa. Tínhmos despe. termnadostraçosqueo paÍtcuaÍlzam os o hos
diçado tânLaspâlalras! arnareos, a pee ãrnarelâ, a bêrbdsLrja,os cabeos
- PaË que *nÈ a gentedisuú, expli.ãr'sei l'ãÌa quê? comprdos equehedãoaaparência deumr.ons
PaÌaque, reaÌtnente?O que èu dtiã era simples,di- Ío. Nâsce desses tÍaçose desêuenÍânhohébitode
, r"' p,ô, | d. b d ìd eê n , Ì rì' r Ì.i ì , F andarsozinho, s€rnÍunìo,à notê,sltãÌÍi9ÌeÌama o-ô
'r\/ -, ' rr,.à , ,
clareza.Usarãquelelocabulário,lasto,che de rìladas, oosomêm
,'ì. r ! \ | d po. . nêì .r ç cF ì. ,F n u .dh ,,,,n \" I n ts , ( ) Dentrodo esquenìa tÍládco(estruturação em três
" B.m
resumidaimatuta,asexpresôesmâisinofenNas e con- partes)de composição, câfactêístlcodo Íomânce, â
.r€tas cÌaD para mim semelìÌmrese cob.a: f&iâm vol sêgunda pa(e Íeprcsenta o blocodo passado, !ma
tas,pica\"m c dnham signjlicação \cnenosa. " vêzque revêlêos ant€cedentes dosepsódos, dos
i êr àse do 1-Là.óê.ào.e\er ddo dpri nê.dpdr .
â) Como é possíveexp car,com basena h íóra pessoal te e ÍetoÌÌìadosna tercêirae últ nìa pafteda obra
das personagens,as diferênçasna manêirade fa ar eÌr ( ) A teÌcera paire do Íom.nce, qLregiÍa em torno do
tre Pauo Honório€ Madãena? capitãoVitorno Carnêro da Cunha, ntegrae Lrnifica
b )Adif er ençde
a ing u a g e m
é !rn s l n to mad o c o n f to e xt aspartesanteroreso câptão sesobÍepóeà red dade
tente entreessas
duaspersonâgens. Dêque manêra tal e à dêcêdênciãdessarea dade,conseg!fdo, dpesar
d ferençêconÍbuipaÍa o conÍ ito básicodo romance? de s€uideê srno,o respeÌo dâsdemaispersonagens

. 59O UNIDADET
j

6
A geração
de 1945
e o Concretismo
os poetasbrcsileirosda geraçãode 1945queremmarcarsuaidentìdade
poéti.a, distanciândo-seda imagen de ifteverên.iae engajamento
clue nasceucom Òspartiaipantesda Sefianade Arte Madema. .f
Paraissa,investem no trabalhocom a fama. Esseinvestimentotomará
rumos inesperados em uma opçãamaístadìcal:
ao desdobraí-se
c Concretìsmo, tendênciaque evploft poetiaamenteo espaço.
Nestecapítulo,enterda êsiase5colhas e o sentidoda trabalho
com a foma ìniciadopor esiâgeração.

ã
i.
t I
?

t:

il

Sac ana, CÕnüeçáo5940,1959 E5cutúraemalminopntado A expefmentêção cara.teristica


da
qeraçãôdê 1945€ dos concrdnôs s!bvêne o vetro e asartespást.ã, pódlz ndo obEs fustadó

GPiruLo28
í. Descreva
comovocêvê a obra Concreção,
identìficàndoseusele

2. Qualéo efeitovisualcriado peladisposição dasfãixasde alumínio?


I Aanáliseatentadaobras!gere Lrmcuidadogoplanelarìrento
préviopara
queea tenhaumêaparêncã
gaíantiÌ controladapeoartistaExplque.
3. Relacioneotítuloà obra,considerandoque " concreção ", segundo
o DcionárioHouass.é o "ato, processoou efeito de Ge)tornâr con-
creto,sólido,substâncial
ou real;concretização, substancìalização.
materializa(ão".
.f

4. O trâbalhoartísticocoma Íormãpodeassumir mani-


diferentes
Íestações. elesetraduzpelocuidadocoma escolha
Na literatura,
e o arranjodaspalavras,pelamaneìracomosãousâd05 ossìnais
de pontuação, pelosrecursos
empregados na dosver-
construção
sosem um poema.
9

Rìossem discurso
j Quan.lo um rìo.orta, corta-sede vcz
o rÌiscufto-rio que ele faziai
.ortaclo, a água se qucbra em pedaços,
em poços de água, cÌÌì áÍjua pâralíijca. t! DisdsoÌ tàla luetrte, te{to
Em sihraç:Ìodc poço, a âgua equiÉÌe
a umapalalm em sìmaçáo dicionáÌìa:
DúcorÈ: .orcf en dÌFôas
isolada, estânqÌreno poço dela ÌÌÌesma,
e porqüe aisim estanque, estâncadai ÀlcraloiúÌÌenft sìgnift :à
expoÌ le.samerd âr.v.s dr
e maisr porqre òsnÌì estnncacÌa,mucÌa.
e muda porquc co ì nenhuma se comunica, Sind€ pàÌ lc dà gnnâÌi.a qne
por,Ìuc cortou-se â siÌìta-\edesscno, cÍrdâ asFlações e.tre
palarras erì nma h xs. no
o Íio de águx por que cle clìscorria. Ìexr,, podc !' .oilPree.didl

lìamrom.s enÌÌe Ilí.! c


O.Ìrrso dc uÍì rìo, seu discu$o'rb,
chcga üramente a se ÌeataÌ de vez; cmiüloqüênci! nodo âfei:do
um do precisa de mÌrito fio de água
pâra reÍter o fio anrigo que o fez. Ìrt€ÌinÍ lrNsrgena, Uorúóriâ.
Salvo a gran.tiÌ{iqúêÌìcìa de uma cheia
ìhe impondo nìkrnìa ou|Ia ÌiÌÌguagem, diciondizan. PeÌâf.n aro
da paìaÌn, sigritica lorndr
uÌÌì rio precisa de muita água em fios hne. Rcp.csnÌa. n. poema.â
para que todos os poços se eníÌasem: Ì.lig.qio erhe os diÍerenr.!
se reatândo, dc um para outro poço,
em frÀsescuÌtns, erlão Íiase c fiasc,
até a scÌÌteÌìça-rio do.liscürso úÌÌico
enÌ que se tem ïoz a scca ele comDate,

NIELo Nl IO,João Cab.aldc. A c.lu.âçÃopcla pcdm


otd .d,l&ra Rio .le]m€ìÍo, Nom Aguibr, 199,1.p. 350 3i I

A qüaçãode 1915e a ConcreÍtsna


593 a
TI TE R A T U R A
-

r O poemapodeserdivd do ernduaspartes. EmcadauÍÌìa,é constrLrída


d,
!mê lmagem do ro. dentfqueas
r Naprimeirâ estrofe, ofluxocorrãdo deumr o é cornpâradoa umdiscur5o
o interrornpdo. Pâradesenvolveressa compaÍação,o poemãrelaciona uÍf
t!
elemento do rioa umeernento do discuÍso.
Queelementos 5áoesses?
r Oeulíricoaf rrnaqueaspalav|as soêdasestão mudas.ExpquepoÍq!ê.
r PoÍqle â "áquaparaít ca"é comparâdâ a "umapêlavÍa ernsituação
dicionáÍiê"?
5. Podemosidentificar,no poema,a presençade metáforas.ldenti-
fiqueo signiÍicado metaÍórico do Íluxodo rio,dã interrupção do
fluxo,dã águaem poço,da águãem Íio, da cheìae dâ seca.
ô I HáaindaurnametáforarnenosevidenÌe. A águaerÌìpoçoou a pala-
vÍâestaÍiarÌsendocoTnpaÍadas a umapessoasoladaConsdeÍando
essapossibildade, identfique o q!e entãos gnìficariaÍÌì
o Íio,a água
em f o, a sentençã rio do d scursoúnicoe a seca.
6. Rela(ione o corteda sintaxedo rio ao combâteà secamencionâ-
do no últimoverso.
r ldentfique no textoo tÍechoem queo eu íÍicoafÍmaserlentoe
diÍícI resgataÍo d scLrrso-r o depos deo Íio haversldo nteÍompìdo.
r Consderandoa possibil dadede âs metáÍoÍas estafemrelaconadas
taÍrìbémà atuação daspessoas, explquepoí quesera d fíci fesgatar
o d scurso perdido.
t, O tre(hoa seguirfaz parcede umaentrevìstâ do ÍilósoÍoMichel
Foucault. Leiâo e procureidentiÍicar a 5emelhânçâ entrea fala
de Fouc a u lt e op o e ma .
.Os
discursosnão são apenâsüma espécìede pelicuìa trànspdcÌìte
I
aoâ!és da qual e graças à qÌlal eni(er.qâmos as colsas, elei náo sào sinÌplca
nÌcìte o espelho do qÌre é e do que pensamos. O cliscrüro possui uÌÌìa
consistônciaprópriâ, sÌr.1espessuÌâ, suadctúìdade,seulün.ionaÌnento. As
Ìcis.lo discÌrxo eiistem do mesmo modo qüe:Ì! leis ecorômi.as exiÍen."
lf..lìo da úaduÉ. {Ìee,t.Õish delli.lÌ.Iron.rnh aoIl rÌtad. at.n ìprÌ,Iìcr!ÃÒ
Íle A\ lthlru: t as úiv^,c\n ta6ti F l]lr.ir.tPa r, ClaraAìlâú,2Ì noÌ 2001.

. Considerando o quevocêjá estudou nestelvfo,explqueporqueo


conhecmentodocontexto h stórco,dosagentesdo d scuÍso,
do con-
textode c rcuaçãoe do púbico de umaestétca permitedentficar
melhor d (on-i5encièdod "--rro rerd|o.
8. Na primeìràpartedo poemaraparecem maissinàis dê pontoação
quenasegunda. Querelaçãoépossívelestabelecerentre esseuso
da pontuaçãoe o assuntotratado em cadaparte?
r Napr rneifapaÍteapareceÍntambénìveÍbosflexionadosprincipa
mente
ern Íormas nom nas (paÍt
cíp na
o); segunda, pr ncipamenteno pÍê-
sentee no 9erúndio. Querêlação podeseTestabeÌecda entÍeessa
f exãodosverbose a idéa centfalde cadaumadaspaTtes?
r Considerando asrespostasanteriores,
discutacomseuscolegasr quã
â irìpoftânca daformapaÍaa construção do sentdo dessepoemâ?

O mundoapósa bomba:
e rmpasses
indagações
com o firìrdaSegundã GueÍraN,4und
al,a Europa
começou o lentoproces-
sodereconstrução ernmeioâosdestroçoshumanos e políticos.
A GuerraFÍia,
iniciada
coma ameaçê de umãhecatoÍlìbe
nuclear,
dividiuo mundoemdols
b ocos:umcapitalsta, pelosEstados
liderado e outrosoca sta,sobo
Unidos,
comando daex UniãoSoviética.

a 594 28
CAP|TULA
I I T E NA T U R A

O Brasialou seaosnoÍte-ameTcanos contraa expãnsão do comunismo. O


PartdoComunista, abrgodemuitosnteectuaS, entÍounajegaldade. Escrito-
L ÍescoÍlìoGraclliânoRamos, Rachelde Queiroz, I orgeAmãdot veramsuâsobras
lì queimadas em prãçapúblca.Algunsforampresos, olttrosexiaram-se.
i:
a CrisesinternaseníIaqueceÍam a ditadura deVargas, e e e acabou destìtuído
poraqueesqueo haviamaludado a chegarao poderros miltares.Em1946,
:
EurcoGasparDutÍê assum u a pÍesidênca. Getúio,poÍém,idoatfadopelopovo,
queo viacomoo "paidospobres", votou ao podernaseleçõesde 1951
o cenáropolitico,entreianto, haviamudado.A resçtênca dae ite à nova
':
admnistração Vargas dexouo pres denteacuado,envovìdoernescânda os
quemanchavam pessoas Tnuto próxiÍfas a êle os m italesvoltarãma pÍes-
sonarGetúliopaÌase afastaÍ do goveÍno. Em24 de aqosiode 1954,ele
optou pelo sucÍdo.
A Íepercussão populaÍà moÍtedeVargas superou rnuto a expectativa dos
m ltafes.Tantoelesquantoos conservadores viramseobrgadosa recuaf. A
souçãoencontíada foiconvocarele çõesd retas. luscelno Kubtschekfoieleito
presidente coma pfoÍlìessa de Íealizar, eÍf c nco anos,o equvaLente a cin-
Man feÍação popllâr poÍ.aLsa da morte qüentaanosde mandato. O sírÌìbolo deseugoverno,queresuTnia a déiado
de Cetú o Vàfgãs Umê mu heÍcaregá ô "BÍasI grande',foi a construção deBÍasília, a novacapital, no planalto cen'
retraÌodo ex pfêsdente(1954).Ecoam
a nda as pâ âvrâsda .artaìestamento tÍã do país.
dexàdâpôÌ GetúLo:"Eu vosdera minha DuÍanteo governo JK,o BrasI f oresceu: ndúsÌrias {oramestTnuLadas av Í
vdâ Agoralos oíeÍeçoa m nha morte pârâo paíscomá pÍorfessa degÍandessenções fiscãis. o crescmêntoindus-
[ . ] seÍenameniedô! o prmero pa$o desencadeou um cTesc ÍTrento urbãnoequlvalente, cornprorne-
no ca minh odã ete rndadee s aioda v dâ
trlalacelerado
pafãentrârna Históra tendoa estÍuturados grandescentÍos.N,4assas hLlmanas desocãram-se do
campopaíaa cdadeà procura deopoÍtunidades. Atéhojesofremos asconse
j
qüèncias soca s e econôTnicas daindustra ização aceeradapromovdaporJK
o cenárocuitural refletiaesse quadÍode rnudançâs. Aschanchadas daAtân
tìdae a crlaçãodo TBc (TeatÍo BrasiJeirode Coméda) tornaram conhecldos
gíandes atores,muitosdosquaisÍicaÍam bastante popuaÌes:Oscarito, GÍande
Oteo, DercyGonçalves, TônlaCarreiro, Fernandâ Montenegro, Wâ mor Cha-
gas,só pararnenconar os rnas conhecidos. A Atlântidadedicava se, desde
1941,aoc nemahumoristco, e a CoÌnpanhia Veracruz,criada em 1949,pÍo
duziao charnado "séÍ
cinema o". Fo um peÍíodo de grande produção c nema
;;ã tográficano BrasL
o rádocravaidoos:Ern InhaBorba, caubyPeixoto, ÂngeaMaÍia
N4arlene,
encantavarn osoLrvintes e conquistavaÍrì rÌìilhares defãs.Êsseselia, noentanto,
urÌìÍe nadoc!Íto, porque,eÍn 1950,o lornaistaaçsischateaubÍiând trouxe
pãrao BÍasila televsáo, quêsereveouurnamáquina deÍazerastrosinstantâ-
neose Írìodiíicou de ÍìrodoirÍeversivel o perÍida produção brasileirâ
cL-rlturê

r Pós-Modernismo:
a arteprocura
novosrumos
o conceto de pósrnodeÍndadetem s do d scutìdopormuitoshistoriado-
Em .ha BorbaeMàryGonçãves, rarnhasdô Íes,socólogosê cíticosdeaÍte.DemodogeÍa, embofãasdefinçõesespecÊ
no
rédo dê 1953€ 1952r€spectivamênÌê, Íicã9possaÍfvariar,há uÍf consensoem Íe açãoàs inhasfundamentais quê
ÌÊaÌroloãocaetâno,em 5áoPàulo(1951).
sepâÍam o l/lodernismo do Pós-Modern sÍlìo
Associado ao períododo fìnrda Segunda o surgmento
GuerraÌvlundial,
do Pó5ÌvlodeÍnisrnopâreceteÍ sidodesencadeado pelacÍisedosvaloÍes que
vigorãram a partirdo iníciodo séculoyü Osconceitos de c assesoca , de
de direltae esquerdã,
ideoloqia, de bem-estar
de aÍte,do Estado corneçam a
,i r pel è( d ,d' quêÍíd r' ' ì,nod.OD ol \,4ooô-_' sfl o' as' ôdor Lo
' .Íã"ro
tê " d o,
n dl gu' rd..er. -o, e del i r .oo oue 5u<ên-d\d1_(o cei ot do.dÍ po
soc a, polítco, econôÍÌìico, estético, etc

a qeracão 595 I
de 1945-.o cona€nsnro
TI TER ATURA

Flm do Enddo Nôvo


- L?1?- .om a dep.s ção de A dançada5cadeiras
6e túlo Vãrq as Ounrdaspaavrasdireìtae esqLredê parâdenominaÍ oÍgêmna
deologiastenì
épocadaRevo uçãoFrancesa (séclrloXVll).os quepreferiâma contnlaçãoda
1947 Fúndàcãôdo MusêL e osq!e
monârquja fìcavamsentadosà d ÍeitanâAssembéia NaconâFÍancesã,
deselavâma Íevol!çãosentavam_seà esquerda.Nosécu o XX,essestermos eram
emprêgados parad€sgnaÍa idêooqa socâsta(esquerda)ê ã ideoloqlaconseÉ
vadora(drۓta).
O ,é.uo XXhêrdou êssa masâ criçedosocrâ
tradlção, smoe o
dêsênvolvnìento alìmentado
doNeollbêralisnìo, pelaglobazação, re-
tíolrxeraÍn
ílêxôes
a respeitodessd
d visão.

A razão, a verdade,a certeza de queo avanço da históÍia tÍariao pÍo


gÍesso socal e hurnano nãosãomaisfontesde consoJo paraasangústias
humãnas Osgrandes avanços tecnoló9 coscontribuem pararêlãtvizaÍ ain
da mãs conceitos comoesses, já êbaadospela5ãtrocidades da Segunda
1948 Guerrã N/lundra.
o que mporta,no Tnundo contempoÍâneo, é a realização pessoalo
clesejodealcançar o sucessoa quâ quef custo e a tendênc a à ind vidualda
de extremafazerÌìcorn que a solidaredade e a bLlsca do beTÍì estalsocia
sejarn postos p
ernsegundo êno. No centÌo da soc edãde, o ind víduo Íeina
absolulo.
Emum rnundocornessãs carâcterísticas,
asfrontelÍas entÍeideologias de
d Íeitae de esquerda, beme mal,certoe errado,beezae leiúÍatofnaÍamse
pouconítdas,e osaÍtistas, sensíveisa esset po decontexto, tãrabérlìcome-
çaÍarn a questonar osTnodeLos consìdeÍados modernos.
A imposs b idadede defnif essernovmentoíezcomqueosteóricosop-
tassem por apresentá-locomoaqulo quevemdepos (pós)do |\/odeÍnsmo, j

usando a Íeferêncâ cronolÓ9 câcorÍìouma[ìaseTnas sequra


Mutossãooscaminhos estétcostÍilhados no PósI/lodeTnismo A"aaa-
téra" qanhadestaque no mundoconternporâneo. As coisas podeÍf serto-
cadas,cheiraclas, fazembarulho,refletemluz, pÍojetarìrsombÍas A anaor
consciênc a clamateralidade dasobrasde aÌte perm t-oque os aÍtisÌasex-
poss
ploremd ferentes bildadesde cÌ açãoe interâção com o púb co As_
siÍlì,a expermentação torna 5eo pr ncípo noÍteadorda estétca póÍrno
derna.o sentdo deixade seralgopreexistente, patasedefinr em um pro
! cesso queseiniciacorna concepção de umaobraquandoe a é 'lida"pelo

A artese a ã à mídãe buscaatingr o grandepúblco AndyWarhol


ÍecÍa,nosanos1960,a magemde produtos domésticos, coÍlìosopas
enaÌãdas e esponjas deaço,criando a popart.Noc nema,o tranco-sulço
lean LucGodatdinvesÌe no experimenta ismo,explorando a associa(ão e
a sobrepos ção cleimagens, íilmando na TUa e coaa Trìenosrecursos do
que05d sponíve 5 nosgtandes estúdiosnolte-arneÍ canosda época,que
domnâvamo cinemamunda . Nãarqultetura, ascidades sáosubmetidãs
à ógicarìrpLacável taÌdo, quetrãnsÍorrna
do captalisrno rLlas em 9rân_
desiorreclores clecomprâs e temerôc dadescoraoTóquioo seuexempJo
marseloqúenÌe
Essemovrnentocorneçâ depoisdaSegunda GueÌra lvlundla, em I945'
tomafô ego nos anos 1950 paíase rea zar rlìê5 p enamente na década
de 1960.
É nessecontexto queestáinserda a produçáo da geração de 1945e a
poesiaconcTetâ Nestecãpítulo, abordadasâ de
serão poesia 1945, o Concre-
t smo,o Neoconcret smo,o Poema-Processo ea poes a de Ferfeta GLrlar'A
prosaseráaboídada somenteno capítulo29.

a 596 28
CAPTTULO
LITERAT U R A
-

napopaft
A experimentação !
O artía páíco Rauschenberg é consderddoprecLrrsord€ qlasêÌo-
dosos mov meniosposterores à sêgundaGuerraMundia.Enìmêãdos :.
de 1950,prodlz u lma eériede obÍasem que combnavainìdgensdo
nìundorca êxÍaidasde lornaise d€ revistas com a p nÌlra abíratâ,
desãfandoos linìitesaté entãosagrados entrea pinÌlE e a esc!turâ. r963
NêobÍârêprcduzida do lado,exporouas Ínperleçõêç.ârâ.terlst.âs dâ
serigEÍa, l:randofalhasproposita s d€ mpressão.A aplica!ãornanua :
dê cof em ceÉèsáfeaçda telae a inserção dê obletosde pLástco € de
rììeta garanieÍìr ã conìb naçãoentre o processome.ãn cÔê o mèn!a

A poesia
rrl
embusca
oeumcamtnno
No contextode Íansformaçóes econôm cas,politicaç e cultura5 por que
passava o paísnadécada 940,a de 1 pÍod ução iterária tambéTÌì v rl rnudarseu
eixode nteresse Os poetas, q ue deseiavê m devo veÍaos poemas o r gorlorrnaI
abandonado pe os prìmeiros modernistas, passam a prvieg âro trabalho corÌìa
materialdade do texto poé1lco (sons, rtmos, rimas, d sposlção do verso na pá-
gina,etc). Algumas foÍrìras fxase modeospoétcos mais"cássicos" foran
retomadog. Com sso,os escrtores esoeravara deflnirde modornas clarcos
imtesquesepaíavam o poético, fundarnentado notÍêbaho corÌìa forrnã,do
não-poético, assoc adoao meroregstrodo elemento prosaco do cotdlano.
Partc paÍam dessa retomada dafonìa autoÍes como Pérc esÉugên o da5 lva
Ramos, Ledo vo, GeiÍ CarÌìpos, losé Pau o Paes e loão Cabral de Melo Neto.
F] a ('sê o ê . d lo ree. - q . e o
o s e rh . " d n o \ ê _ . o ,oo (o ' r o ,1 d o
a Segunda Guerrae o acÍrarÌìento da GueÍraFÍa, nadécada de 1950, lavoíece
raTn!m processo dedesagregaçáo sociamuto gfande.Osefeitosdo capitals-
rÌìotardioseevdencalamnacÍescente indv dualzação deurnasocedadevol
tada para o acúmu o debense paTa o consumo estimulado pelos veícu osde
I
comunca(áode Tnassa. Esse contexÌo toÍnará ainda rÌìais ntensa a busca por
camnhos poétcos a teÍnatvos àqueles propostos peo lr'lodeÍn smo. Era precl
-F
soincorporar à poesa a déa derìrut p icdade,demaÌeria idadee deíraqmen-
I tação da socedade pós nìodernã. Como veÌemos na segunda partedeíe capi
tu o, o Concretismo surgeentãocomoumaÍespostã ã essanecessdade, pondo
eÍì prá1ica procedmentositeráÍiosque,hole,sãorecon hecdoscolÍlopós-mo
dernos, erÌìbora esseconcetoaindanãoexstssequandoo movmentonasceu.
P.àtsÕ,Múlher.an .hêpèa
$.léda ,é po/trona,1941 Óêô
sob rete a, 13 0,5r 97, 5 c Ì n
L.htenne n, Mulher.ôn.hapéu O projetoliterário
tentadana pÒlÍrcna,1963,
12 7,0! 10 1,6 . m A r e e t lr a
d â o brade Pca s s oÍ €t âpôr
da poesiade 1945
L .hte nstené !m eNem podo com o tesgateda formapoétcã tez com que o proleto
queÍon.mêntÕpósmodernodos
A preocupação
vaoret e côn.êtos úodernos rê Íó .' o d a poe àdê 9l r o\ìô dêtt do pe d . ons.'. (;o dê . 1a 1orêob
jetvldade"em reaçãoà cração ìteÌáfa.Emartgo na Revìsta de
Brasileira
Poesla,pubicadoem 1947,PéÍicesÉugêno da5 va Rarnos resume o espírto
dosnovospoetas:"NãoháobradeãrteserÌforma,e a beJeza é umprollema
textodefinea lntençãode tÍanslormar
de técnca e deÍoíma". O mesraìo o
fazerpoétco,adotandocoffropÍincípro
a Íenovação estétca
O críticoe pÌofessor
AfredoBosidestacaduâspreocupações queor enta-
vama pÍoduçãopoéticadê geração de 1945

A qeftÇãa
de |945e o Cancrclsna597 a
tIÌERAÌURA
-

. a buscade mensagens (temas,rÌìotvospoéticotquedessernaotextoa di-


Os(oncretislas
nãosão mensão deumÌestemun hocrítico
daíealdade nop anosoca,morale poítico;
pãrnasianos! . o desejode encontrar
códigosforrÌìal!quetrouxesseTÌì
paTao veÍsoestTu-
Éimportant€quenãosetonfun àsut I zadasparaê coTnunicação
turassenìelhantes (cores,
deÍÌìassa sífflbo-
dâavaorizaçao datéanica decom ìos,exploÍaçáo
do foÍmatodasletÍas,oÍganzacáográíca,etc.),e erÌìento
posçãopromovida pèlapoesa de essencial
dasocedade contemoorânea.
1945como rebusca mentofoÍma
quêÍnaÍcolra poétcadosparnê
sanos.Ìrata-sedê unì piocêdi' r Osagentes
do discurso
mentonverso. NoPóçModêÍn ç
nìo,o doÍníniodaÍornìadevepêF Ao ongodadécada de 1930,o mâorfocodaproduqão iteÍárabraseira
âindãêstava no Ro de JaneÍo, ondese ocazavaffl as DÍncioaÌs editoras, Í*
rnrtÌquea conìbnação erìtrecó-
o qo e mensagem aconreça oe corTìoa JoseO ympo. Eragrandeo númeÍode escrltores que se mudavarf
modoabsouto,paraq!€ o poder paraa capÌtalfedeÍae, al , entravarn
erncontatocoffloutrosautorese edito-
de signficação da pêlavra seja res.SãoPauo, prosperando graçasao crescirnentoeconôrnico tÍazdo peia
anìpadoe o textotambártenha ndustralzacáo,consoidou-secornooutroirnpoÍtante póo de pÍodução ar-
suâsignfcaçêoampliadd pore55a paraa i pea geraçáo
tistica,dêslocada de '1922
alricuação.Osparnasianos inv-ôs
tiamnorêbuscãnìêrto formasem
Ocontextodeagtaçãopolitica porquepassavao paísno níco dosanos1940
pret€nder, corì lsso,cÍiaf novos ênmâvêâdscussão ntelectLrã ê estmulavâo contato
entreosaftistas.A amDlia-
sentdospãrao texto.a ãrtepea çãodoc rcuitodaprod!çãocuturabrâseiÍa,nicadoconìosÍorÌìances dagera-
aire,â perÍecãoformal,a mpar- çãode 1930,a cançou a poesa.Em1941,a gunspoetas aindadesconhecdos,
dianiedoobleÌodo poe-
cialiddd€ cornoloãoCabrade Meo Netoe Ledovo,despontaraÍÌì eÍÌìuÍlìcongresso
de
ma eramseusobletivos. os con- poesá reâzadoenìRecfeEm1942,fo avezdeForta ezaacohero1oCongresso
cÍêtsta5,poréÌì,deselavaÍn qu€a d ê P o ê \àd o e à á oi undèdà.no dno \ôg .. e. o 5ê-
pêíÊçãoformêexpÍessêsse uÍna \;o ." d Í" n ô d dA . o." \;o B ' d l ei radêl \ í o.(. on
observação críticada rêãdade íiÍmandoo a aÍgarnento
doshoÍzonteslilerários.
A c rcuaçãodâ po-os
a quecomeçava a seTescÍta j
deusededuêsíofmas:em revstâsiterárias,
conìoC/ã
e RevìstaBrâsileira (edtadapeloClullecle
de Poesla
DoÊ à dê <ào Da.lo\. ou êr êdiloô pJÍ .u
"res. - . i-
tasvezesÍnâncadãs peloaulorou pofsuê
fêrnía.Esse
Ío o caso,porexemplo, deloãoCabfa, cLtjoprirneiro
iwa,Pedrada sona,fo pub cadoporseupa, depos
desabef dose ogosqueN,4urio l/lendes
dirgiraãofi
ho emtexto do-/orruldo Brasll
Drummond x JoãoCabral:
quemfoi o melhor? A poesiade 1945e o público
Urìadâsmaisdlrradolrãs "po NãohámuiÌãnfoír.âção sobrea Íeaçãodo públicoà poesiadageração de
prorìovidâs
lêríìcas"literáriâs pe- 1945 A rÌìaor pâÌ1edosautores
perma nece,
âindãhole, poucolidae descon heci
losjornaìsbÍãsileÍos
envovêucaF da dosbrase Íos.Comoo nomede JoãoCabÍalgãnhougrandedestaque, é
losDrunìmond deAndrade eloão possíveencontrâÍ algunscomentárossobreo mpáctodesêu!primerospoemas.
Cabrãlde lveÌoNelo qlal dees
seriao "mdoi poetabrâsilero SeuÍrnão, Virgíno Cabrêlde Meo, contâqle a ÍeaçãonÌca do público
vvo? Paraacabarcom a dispuÌã aosprjrÌìe
íospoemas deloãoCabrafo dechoquêA secura dasuaIngua-
tola,DÍumÍnond aírmoLrcertavez: gern,o íi9oÍnacomposição provocaranì dos etoÍesque,
o estranharÌìento
"Nãoseiqudé o rnaor poetabra de modogera, o âcusavâm deserum poêtasernalTna, rnuto fr o, racional,
s eirodêholênemdeontem.Para quelaz a poemas semcoração,rnedidosa fitâ métrcâ
m m. nãolìá mâìorês poêtas.Há Quando o feconhecinìentodacritcacheqou, dopúblcotam
a adrnirêção
poetâs.E cadapoêtaé dlfêrênte bérnveìo,estmuadapor rÌìatérias emjornase revstasqueo celebÍavarn
dosoutloí'. Sábias palavras
dêa - cornourÍrdosmaioÍespoetasbrase rosda atuâtdade.
g!énìquereconhecia a difêrênça
esr€nciaent|êsuaobraea deloão
Cabra:"NãoestoudeacoÍdo com r Linguagem:
o desdobramento
dossentidos
a concepção de loão Cabrade O cuidadofornìalque deÍineo projetojteÌárodospoetasde 1945pode
umãPoesia Íonnal.PaÍdÍn ÌÌì, a
poesiã é!êntmento,expíessão seÍ pefcebdo na preocupaçáo ern escolhera pa avÍãexata,muitasvezesdes
de
dobradaerÌìmetáfofas que ampiamo sentdodo poernaparacanìposse
rÌìânticosnespeÍados.Obserye.

a 59A CAPI|ULO
2A
I.ITERATU
RA
-.

Os deriuarlosdo leite
Os magnatas do Ìcite A pele é ah,ae acídula é deriva.Ìo do Ìeite.
e seusfillÌos dcrivftlos a face sanguÍÌìea e tú ìida A cadeira na assenìbÌéia
iêìì a carne Ìcvc c tenra coÌÌÌo os qÌÌeijos de cora e. é defila.Ìa do Ìeite.
t...1 O (haptu cardnÌaÌícìo
é derimdo do Ìcite.
O diplomara em Paris O ar gorcrnarÌentaÌ
é deri\,ado do leite. é cÌeúãdo do Ìeile.
[E racre*s, ourças queanda*,"*-.
Cl caie.Ìrático elrfáúcc, 1...1
RnrFn^. Rn€lo .1.. Ìrì: ÈAND!IR\, NÍ.iueì c A\AL{, \tâlmn ArLaltgid .h: fni^ Lr6ìl'i;t6:
Acidulo:ligeinnenÌe,iido.
tis nÌodenr. Rro d..lan.n.: No\ã lÌotrt.in. 1996. r: 2, p. Ì 2 1:r. (!'n$ncnb) .
Túnido: nìchxdo.diÌrrxdo

Projetolitêrá o da poesiade 1945 A expressão "dervadosdo ete" seÍefeÍeaosprodutos extrêídos do lejte


(queilo,rnantega, etc.).No texto,Ìratase de umametáforapaíãtodasas
pessoas queenrquecerêm por meioda pecuára e tambénìpaÍaas nstitui
çÕes socas,cuturais, I osase poíticas
re quedependem dessa ÍiquezaA
repetiçãoda expressão,ao ongo do poema, reforça
a déiada inf uênca dos
pecuafstas nasociedade brasiera.
i êmplaçãodo poderde s qniÍ cação Ouìrointeressantetrabalhocoma linguagern obsewado notextoé a asso-
c açãodascaTacterísticasdo leitee de seusprodutosàs pessoas. sugerndo
b!Ía de1eíìasrêâcônâdos umâespéce de metamorfose erÌìqueossereshuTnanos adquremo aspecto
i
aôso.a, môrâe polí1i.o daquioqueossustenta.

1. O poema apresentãduas partes,representãdas


Tecenda d ffidnhã pelas duas estrofesque o compõem. A que se
refeÍecadauma delas?
Nestepoema, o eu lííico ïemaÍtza, pof meto r Todoo poel.na é construÍdoa partiÍdo signflcado
de uma metáfoÍa, a fazer literáio. dosdo s pÍ ÍneÍosversosldentfqueo.
r Deque manera o cantoconjuntodosgalosÌecea
manhã?
I
UDì BaÌo sozinho Ììão lece uma manÌÌ:'Ì:
2. Observeos versosa seguir.
''De um que apanhcessegrito qrÌe ele
eìe pfecisará sempre de outros gabs.
De rm quc aparh€ essegrito quc cÌe e o ÌàÌìcea outro; de üÌÌr ouro galo
e o Ìancc a outÌor cÌertm outro galo qÌreapaÌìÌÌeo gÌi|o que üm gilo antcs
que apaÌìhe o griro que ÌÌm grlo artes e o larce x outÌo; e cleouúos galos
e o lancc a outlo; e de orúros gabs qrte corÌìÌÌÌrLitosoüLrosgalossecruzem'
qÌÌe conÌ muÌtos outlos gâlos se cruzc!ì r Qu€ dìfeÌenças há êntrea estruturas ntáticades
os fios cÌe sol dc scus gilos de galo, <ê< !â'<^< ô : dô< dn < n i m ê r ôç ,

para que a manÌrã, desde uma teia tênuc, r Aqora,observeo pÍ me ro versodestacado. É pos
se vá iecendo, cntlc todos os galos. \\- pê , Fbê q .- rè doi. e.-ìo. q iF r"o -<.ão
z expressos,rnasque pooemserÌac lmeniesuoen-
tr se encoì?udo enì teta, eìÌtre todos, tenddos.Quaissãoees?
re ergrrentÌotcnda, onde entrem todos, r O Ìe-mo o.oÍ? | o /e ,o .qL r lê? f o io re
se entretencÌendo paÌa todos, no toÌdo r -.plq,e d'eldL.o" ldbFA d" -11Í"e 'ê or9"'
(â manhã) qÌre plana Ìivre de artnação. zâçãos ntátlcados veÌsose o tema desenvolvdo
Amanhã, toÌcÌo dc um tecido tão aéreo
qrÌe, tecìdo, se eÌeÌa por si:luz balão. 3" ldentifiquea imãgemassociâda
ao nascimento
da manhãnestesversos,
ìÍELo NETo,Joio Cabnnde.r\ edulàlrÒP.la Pedm.
ohr .-/4rk Rio deJdei.o: Ì\inà Ágúnar,199'1.
P 31i. ''p n r a q J p . , m J r l , Ì . L l r r l c u n , d r e i a . é n , 'F
se vá ie.endo, enÌre todos os galos."

de 1945e ô aoncrcÍisrno
A aera.Àa 599 a
LI T EN A T U R A
-

r OutÍasexoressóes
sãoutiizadêsDarareoresentara I Comoa magerndo canto queva sendolançado
manhãqUeVainascendo. TranscTeva-as. de um galoaoutropodeseÍassociada à construção
4. Na segundaestrofe, o eu lírico seleciona do Tazerpoético?
vrâscom 50n5semelhantes.Transcreva-as, r O "resutado"dessecantoconjuntoé, no poema,a
. O usodessãs contrbuì pãrareíorçaÍa
expressÕes n
",5;qL"I
d , a D e o , " m à r F d e d t - 'l d g e e J m o
déiade que o nascmentoda manhãé reaizado metálora constÍuída paÍatemãtzaro fazeriterário?
pormeo da açãoconlunta. Explque. 6. A poesia da geraçãode 1945câracteriza-se por
5, Um dostemasfreqüentesnâ poesiade João Ca- retomarotrabalho coma forma,voltandoo othãr
brâldeMeloNetoseráoÍazerpoético.Tecen do a para os elementosmateriaisdo texto: ãs pala-
nìênhâtematiza essaquestãopor meio dâ metá- vras,suâorganizâção, etc.Asociedade bíasileira
fofa do cantodosgalosque fâzemnascera ma tambémprocura,nesseperíodo,uma perspecti
nhà.Consideíando essdsinformaçóes, o quesim va maisconc.etâ,de resultadoscontroláveis,Que .f
bolìzariamos galos? fâtosàpresentados nâ linhado tempo desteca-
pítulopodefìarnsinalizâressapreocupação?

JoãoCabral:
a "máquina"
do poema
"Souum poetaintelectua,nãosou írico;souum poetaconstrutor,
cons-
tíutvsta,e nãoum poetaespontâneo." Comessas poucâspãlãvras,
loão
Cabradefiniua essênca de suapoétca:investr naforma,construindo
poe
maspaãvrãpor paavra,comournoperáÍioconsÍó umaparedetiloÌopor
! tiloo A razãodessaobsessão coma escoha da palavraexatafÌcacaraem
umaentÍevistadadapeloautor.

( r3 4 21 3 9 3 ): Crcio qüe uÌÌìâ das b.rcs da minha poesia seÌn-


pre foi [...] essâcc,ie úÍrà1. ScmpÌe achei que â
I'Dgu:ìgem. qllaÌrto DÌais corderì, Dais poéticâ.
Pala\Ìâs como n lmnln, mú, ú.la Wsêaa e*
tende de uma mareiÌa. Se vocô usar pala\,ïa!
como nâtìt" p.haoa ndeì4 cÌas e-\,ocruÌirÌÌediâ-
Êmumimporlante ÌeneÍnunho tâmente ao leiúrr uma reacão sensoriaÌ.
d. sua"fìlâção ' hÌerária,loão I{ILO NETO,João CabÍf,ì de. In: LUCAS,Iftìio.
Câbrad€clarou cêrÌavez:"O Car O patLa t a níaiã l.atlôs DrmnìoÌd de ArÌdr âde
osDÍumÌÌìonddeAndradê I...lfo eJoào C:.büÌ de MeloNeb. s:n) Paulo: Senac.
!ma Íevelaçao.Eutenhoãmprês- 2003. p. 95. (IÌiiln€nnr.
sãode queeLrescÍevo poesa por-
qu€eu o pÍimero lvÍo deÌ€Al-
gumaPoêsa Foiele quenìÌìe
rnostÍouquêseípoe1a
cavasersonhadoÌ,
nãosgniÍi-
quea ironia,a
r Mortee vidaseverina:
Prosd cabiamdenÍo da poesa" recriação
do nascimento
de Cristo
Enì€ntÍevstas,loão C.bra
idêntf coualguns dosautorês qLre A maisconhecdaobradeloãoCabÍal,Mortee v/dasêyertré, eraa deque
forrnarâm ê suabdse rerára:a ee rnenosgostava.FeitaparaatendeÍâ uTÌìaencomenda de MariaClara
arnêficana N,4aranne Nlorê,o Machado, queprecisava deumautodeNata,o poema stuaemumTnangue-
portuguès CesároVerde, osÍan- za do Recìfe a cenabíblcado nascmentodeCristo.reDresentada oelonasc-
ces€sBaudela Íe, PaLrl
Vaéry e mentodof lhode umcarpnteiropernaTnbucano
Malãrmé. A e€ssesomavam oç
bÍdsilerosManueBandera,loF
SeveTno,o prctagon no quesa do interor do sertão-"rÌì
sta,é urn nordest
ge de Lima,MuÍioM€ndes, Ce- d reçãoao litora,prccuÍando possrbilidades
parasobreviver
ernmelhoÍes condi-
cTla|\,4ereles,loão Cu marães çÕes.NasLra JaainicÌa,percebe-se
o dramadãpeEonagem: incapaz deencontfaí
Rosa e GÍacianoRamos. pessoais
caÍacterGticas ou socìas qLteo dfeÍenciem
de tantosoutrosretranteç,
Severinotorna-seuTnsímbolododrama vvidonasreqiõesassoladas
oelase{a.Veiã.

I 600 CAP/IULO
28
-t IÍÊRAIU N A

1...1SonÌos rÌÌ,nos Seve.nìos de eÌÌìbc,sca.lâàrtes dos vinte,


iguais cm tudo IÌa vidã: dc Íô ìe uÌÌì poì.rcopor dia
na mesma câbeçâgrarÌde (de fiaqtreza e de doença
qÌre a custo é que se eqüiÌibra, é {Ìue r ÌÌorte selerina
no mesmo vcÌÌtr e crcscido atacì e ì qu quer ìdade,
sobre as mcsmas penÌas linas, c até geÌìte não ascìda).
e igÌrais tambónÌ porque o sangue SonÌos ÍÌuìtos Severinc,s
qÌre usamos tem pouca úÌÌta- iguais em tudo e na siDa:
E se somos Soerinos a de abrâÌìdâÍ estaspedras
iguais em tudo na vida, su.ìÌìdo-semuito em (ima, È
morremos dc ÌÌìorrc igual, â de tentaÌ despertaf
tcÌÌa seÌÌpre ürals exnnta,
que e a morÌc (le que se Íxine a dc quercÌ aÌr ancaf
de \'eÌhice mtcs dos triÌìta, aìBxm roçado da cinza. 1...1
MF.l,o N!TO,.jÕÃocibrâl d.. IÌo.t. c lida sererj,a orra .,n &ra.
Rb dejaneifoì Noli A$ilar. 191ì4. p. I t I ì t2. (Frrsmcnto).

o poema planejado
e construído Convidado a ãcompanhar SeveÍino ernsuãongacaminhada atéo Recife,
Os aÍt stasplásticosPÌcâsso, o etortestemunha a misériãeamorte, acadaparadaO Íetirãnte chegaao
Ì\,4
ró, N,4ondrane o arqìrleÌo L-" Recfecornurnadúvda:será quevalea penaurnapessoa cornoelepermane-
Corbusierforêm grande influènca cerviva,tendoqueenírentartanta dif cuidade?Nomornentoerr]quelazessa
Ììaformâção dêloãoCabra,que pergunta a José,um caÍpnteirocomquemconversava no cãs do Íio Capbe-
declârou, cêrtavez,ter aprenddo r be,é nteíompidopor uÍÌìamuhel quevernavsarJosédo nascmentodo
corìlo arquiteto1Íancosuíçoo f ho seveÍinotestemunha. então.a so dariedêde dosoutroshabitantesdo
j princípo parasuacÍiaçêo Poétca a dividlÍo poucoquetêmcoma cÍiançarecém-nascida
Íìranguêza, dispostos
Naquele Tnomento,compreende quea pÍópriêvidadeua respostaqueprocu-
Pm mim a pocsia ó Ìma rcns
tmção, corno uma casa. lsso eu
rava mesrnosoÍÍidã.d fícil.â vìdamerece servv dê
apIendi com l. CorbusieÍ A poe
sia é uma .omposiçào. Quddo
digo .omposiEio, quere diz€r um
r A arquitetura
do poema
coiq conshlída, pÌdejadã de
JoãoCabfalé um poetacerebra . ssosigniÍcaqueo p anelarnento do
fora pdà denro. 1...1vou 1ìúer
poema,a refexãosobreo própÍioprocesso decoÍÌìpos çáo sáoa base do seu
lma poesiã d€ taÌ extecão, com
fazêrlteréÍio.Êsses aspectossãoo seupontode contatocoma getacãode
iais € tais elementos, .oiss que er
vou col()cddo .omo se foskm ü 1945,massuapreocupação embuscar a máxima
extrair s gnficação decada
palavraeaqua dadeiteráfa deseuspoemasforãm também osfatores queo
proletaÍarnparaÍoradea e f zeramcomqueelea cãnçãsse umairnporiânc ã
MELO N_ETo,l,ão câÌ,td de.
ün:idsaõ6 daP@b .n aìgíüa muitogrãndeparaa iteraturabfasleirano séculoXX.
(.e[t.rìsá) . Ín: Cdzms d. Litmfira Seuuniverso poéticoé essencia
mentenordestino, coÍnmuitasÍeferências à
Btatrxr4 n. 1. Sãolaulo: lnÍrruk, zonadamatae aosertáo. Fielàsorgens,o autorpefnambucano tÍouxepãrao
MoreiE Salles,nai 1996.p. 21. poemaa addezdosespaços queuti za apaÍece
(Frâgúêntô).
emquesecÍou.A inguagem
desplda deornamentos, urna"fâcã só âm na", como elemesÌno definu Pelâ
inguageÌn de seus veÍsos,por nãofalar de sent mentos, náo abordar estados
de espkto, os críticos
o reconheceTarn como um poeta não-lírco.
As irnagens da Íealidade, na obrade Joãocabral,sáo reduzidas à sua
essência Aspalavras estãoSempÍe d spostas ernuÍlìaorganização r gorosaE
constroem umasériede magens quetransforrnam o poema em "rnáquina"
que pÍoduzsignflcadosEsseprocesso é evidente em "RiosseTndiscurso",
Ìranscrto naabertura destecapitulo.
A ÍefexãosobÍeo fazerpoético é o pÍ ncìpaitemadoautor 5ãofreqüentes,
Ald ÌóÍio Bhavan,
Univefdade emsuãobra,osmetapoemas, ousela,ospoemas quefalamsobÍea compos-
Puntab,India,um dosp.olêtosdêLe ção poétlca.Nesses textos,João CabÍal rccorre ÍÌìutasvezesà apÍoxìmaçáo
corbusieÍ,ãEUÌêrôcúlâobrâ
nÍluencouâ loÍúâçãodeloãocabral
entrea ativdadedeescrever e outraativdadecotdiana,paraofereceÍ aoletor
irnaqens ques mbolizem o aspectodacornposção sobreo quâldesela refletìr

A aeaçaade 1945e a ftncrclsno 601 a


LI ï E R A T U R A
-

Cdtarfeijao
Catã feüãc, se hnita com escrs€Ì: Ora, nesse carar fqjão eniÌa Ìrm risco:
jogârÌÌ{e os grios na ágxa dii rìguidar o de que eÌÌtrc os grãos pesados eDir€
e a! pâÌâlras nn da foÌÌÌâ de p.Ìpel; um grãc, quâlquer pedÌa oÌr indigesto.
e depois,.joga-se fora o que boiar um grãc, nÌÌâstigálel, de quebRr deDre.
CelÌo, toda palain boidá no papel. Clerro Ììão, qu,uÌdo ao cÌÌ:ìr pala\fârl
ágÌlã congeÌâda por chumÌro seu r'eúo: a pedra dá à tiasc seu grão mais \,i\o:
poìs paÌã caúÌ cs fcijã(,, soprar nele, obsú-Ìd a leìturr fl$iante, fluÍÌai,
ejogar lòrà o leve c oco, prÌha e eco. açula a areÌìcio, isca a coD o risco.
ìÍEÌ,ON! Ì (),JoãoCabmld. A edr{io teìa FdÍ". otn
.,arrra RiodeJaneiÌo: NoraAgüiÌir,Ì991 p.:1463.17.
[0,!g"ia-,"", a. r,,-. gnddaÌi8ìü teNoMo {tkr,ìnãdo. (i,úo ?panr
Flutuar
"rili'uao|,n
Fluviml€: r..Do nãódi.ioraÌürdo. (Ììrd. a È.rir doìqboflutur (coNoÌ\Fsì tÌÌr, boirÍ),
{le fiNial (aquiloque é ÌehÌn! ou lrúp|io de Ìiol . s(qnitì.âr Ìeihm ìsr, qre bóia' sr erpe.ilhos
sigrúla x ÌeìÌürutÌ'ÌenÌe,serìirÍemrpúes Âcúr: proìÒ.rr:

Notêxto,a atividadedecataffejão sepaÍando osgráosb chados, e imi


nandoaspedras - é compaÍada à escrtãdeum poema. O eu lírcoexpicâ
que as palavrasrnuto leves(comoos grãosbichados do feilão)deverÌìser
logadêsfora,porque sáoocas("palha e eco"/.
A composçãode poemasquearticuarnformae conteúdofez conìque
suaobradesencadeasse umarevouçãofofmalna poesa brasieÌra,cr andoa
baseparanovaspropostas estétcascornoo ConcretisTno,
quesuÍgriaa guns
êno(rà s ta de

Assiste&a enteffo de um trabal,hador


de eito e aul)e a que üzem d.omofio
as aïüigas cíuea leüa.ram ao cemitt*io
Severíno"assiste"aa destina
CostrabaIhadores ru â is nordestínos:
ê íeffa que tei'ãoe appndsa dê ptoptià covà.

- Essacorâ en qÌre estás, Não é cova grandc,


con p.ÌÌmos medida,
é a terra que queriìs
que tirastc cm vidl vcr diúdida.
- É ae mm tamanlo, - É uma cova srande
erÌì ÌdÍjo ncm ftÌn.Ìo, para teu pouco deÍünto,
é a parte que te cabe mas estarásmais ancho
que estavasÌo ÌÌrundo.
t...l
IUEÌ,o NETO,João{ìbrrÌ de.lUoíc. ridì skÍnìa, Oru a,frra
Ü xno phnÌaÇão,là!oüÌi. RjÒde.lxncno, Norâ Âsdìnìt 1994.p. 1$-13.1.(IÍrgmeni{r.
Áncho es|açoú, li{e.

a 602 cAPiTULo
2a
I.IÏERAT U R A
-
V
1. O bs er v e a d i s p o ç i ç a o d e c a d d q u a d ra do tÍe- l. Nesse auto,o nomepróprioSêverino (quesigni
c ho t r ans c r i to . T o d a s s ã o i n tÍo d u z i d a s p or um Íica "âustero", "rigoroso") é tÍansformado em
t r av ês s ão.Co n s i d e ra n d o q u e s e trâ ta d e um en- adjetivo(seveÍina)no título. Explìquede que
t eÍ r o Í eit o p o r o u tro s tra b a l h â d o re s , que se maneiía, por meio desseadjetivo,o eu lírico dá
" der pedem ' d o d e ÍL n to , o q u e s i rn b ol i zari a a dimensãodo dÍâmâdosnordestinos,
4. Leiao depoimentode JoãoCabrâla respeìtodo
identificaí,pelafa a dos avÌadoÍessobre
r É possíveL
aquee que e n te Ía n ' ì,u m ã d e s c rç ã od o morto
como ele pode seÍ descrito? "t...1 Muila gente queria que depoisde cada
cspetáculo eu sübisseao pa.lco€ gritasse '\rí? â
2, Nes5esversos, também há reÍerências âo tâma-
nho da cova em que o lavrador está sendo enter- ReformaA$âria'. Recr$eì-mea füer ìsto. Nio
rado. TrãnscÍevaas êxpressõesque indicam as di- tu.u "o[a.pârd,or,'cnifo tsrdsr.md' n:,ume
dìrÍerho dc I F,frri I cm poe.rd o q,,e rejÕ e.inru.
r ' o r d- r Fd . o Írp à ê (á o " i Ìa ro q v e -,o sd .eql i . Eu mostrei a misériaque lÌaviano NoÌdeste.Ca-
' bia aospolíticoscuÍÌpÌireÌÌÌ seupapeÌ."
p" r e do r , L o d o p o e m à " e p q L e d Ìe t;o o
pÍesenteem "é a contã menor/quetirasteem vida". DisPoDivele.ì:
<htrp://nrdba.sncs.uol.com.br/mrsirLhlmD.
''Antes de sair de ca-sa
Aceso em laiul 2005
aprendi a lndaìnhâ
dâsÌjìas que vou passar I A partiÍ da e tura dos versosqLreestão sendo
na minha longa cÌescicÌa. interpretados,expiquepoÍ que é posível nìagi
Sei qüe há mÌritas úÌas grmdes, nar que loão Cabralde Me o Netofossegrtar
cidades que elÀssáo ditÀs; "Vivaa Reformã Agréíiã",apósa apresentação
sei que há simpÌes âÌmados,
sei quc há liÌas pequeÌÌilra!, . MotTee vìdaseverìna
Ío escrlÌonadé.adade 1950,
todas fomÌando uÌÌì rosário qLêr do o d" e r .o d ."do pF d r d 9 1 " " ,5
"r "\
cujns coÌìtas Íõssenì lilas, mundãise peasinlustjças poda serden-
sociaislá
de que a estadaÍosse a linba. tificado lteráfa.DequefoÍmapodê-
ná pÍodução
Dcvo rezar Ln rosário ìnospeÍcebeÍreflexos dessãtendêncã no poerna
até o nìar onde teÌÌìina, e na fa ã de JoãoCabíade MeloNeto?
saÌtando dc cortr em conta, 5. Emboraotrecho se reïira â um lavradorespecííi-
passando .te üÌâ em \'iÌa. co, podemosdizerque ele simbolizatodos ostrâ
r Expique o s gniÍicado da comparâçãoentre as d bâlhadores ruraìs.Expliquepor quê.
Í nens óesda c o v ae o a tfÚ n d o ,ã te rra q u e od-" - I O pÍotagonÈtadessetexto,
Severno,sã desuaÌerra
funtoqueraverdivìdda. em buscade ÍÍìehorescondiçóesdevida. Podería-
r "É umacovagÍanddparateu poucodefunto".Esse mos dizerque, eÍnbofdescÍitoem 1956,o tema
úeÍsoparececontradzer o pÍ ÍneÍo veísoda ta a continua atua. ConsdeÍando â realdadebrasleÈ
anteror.AponteessaconÍadção e explique por ra, discuta
com seuscolegas:quem seriam os "se-
queelaé aPenas ãParente. verìnos"de hole?Porquè?

1
ti
O Concretismo
A publcaçâo, em I956,da revstaNo&Íandres trouxeà cenaite-
ráriabraseirâumaproposta radrcalde experiÍÌìentaçáocoma ÍoÍ-
rna.Ospaulistas DécloPignatar,
Haroldo de Carnpos e Augusto de
Carnpos propunharì1incorpoÍar,
à poesia.os signosdê sociedade
rÌìoderna, a exploração
aliando deaspectos forrnaise a observação
críticada Íea dade.
O ConcretiSmo, comof couconhecido essernovimento, deter-
rÌinavaumaruptuÍaradcalcomo risrÌìo. A poesia int rnistadeve-
Íja sersubstÌtuídapelaconcretudedaspalavras, utilizadasno seu
aspectoverblvoco-vlsuâ/(semântico, Vejao exem-
sonoÍoe vrsual).
ploa segurr.

A qeracade 1945e a Concrctsna603 a


LI Ì E R A Ì U R A
-

üdr6& ü,ux@ úúE@ 6UKd0 ü,üx6 ["üK@6UX@!


Í,üx0 ü"ìsx.ü 61JX6 6dr8$ j
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cAMPos,Au9uío de. g,ltxo
ú{tx@g@ úüx@ 5"sü{,
r"ux.& gt*.Í$ ü,sx@ 6{rx.s ú{tãoGìsx@ üuxs
Poesia
- lU9-1979 Sáa
x,üx@
Pauo:Aielê Editorial, &uxs &,{rx6 &üÃ0 süs& sttx{,,l.sxs&ërÃs
2001p I l 9 !,ì1.'K6úì!rX@ ã,0x€ &gxs $GrK@ úttx@t {rx@brix@
O títulodo poerÌìa é luxo.Eleé composto de umaúncapaavÍa- " xo" -,
forrnada pea repetição dêpalavra " luxo" , d spostaparafoÍmâras etrasl- l,X e O.
.f
O poema temurnfoftesentido social qLrenasceda oposçãoentÍe osterÍÌìos lixo€
luxo:a " nobreza" decorativa dasletrâs douÍadas sugeÍe um menso" xo" foffÌìa-
do porpequenos luxos.Pode-se percebel ainda,o teorcÍítcoemrelação a uma
sociedade que,dominada pelocons!rno, favorcce o uxoe abandona o essencia.
Sea poesamodeÍnanasceu pêrãdefender a bandeira da ibeira(ãodeto-
dasasimposiçõesÍorma s.a poesa concÍeta veioparacombateÍ a exclus vidade
doverso.Pretend a promoveÍ a expãnsão dossentdosdapoesa, ncorporando
o signovisualcorÌìoeiemento carregado de slgnfcado,que nteragecomas
paavras,criandonovossentdose multpìicando aspossbiidadesde eitura.
Entreos recursos uti zadosparareêlzaresseproieto,destacam-se a vao- c
rizaçãoda d sposçãogÍáfcadaspalavras, o usoda e ipse,a expoÍaçãodo
espaço da págnacomoelemento de composição do poema.Esse tpo de
peÍspectiva adotadona crlaçãoliteréÍiêconvdao € tor a ÍefazeÍo camnho
peÍcorrido pelopoetano momentode composiçáo do texto,enfÍentando o
desãÍo de descobÍir os mutossentidos e leiturascontdosno poeÍlìa.

..
: Ostrêscavaleiros
do Concretismo
-
NopdÍÌìeroplanodomovrnentoconcreÌista estavam tÍêsjovens paulistas:
Dé-
croPgnatarie os ÍmãosAugusto e HarododeCampos. Amigosdesdeo fm da
década de1940,quando Décioe HarodoÍazamD reto noLârgo deSáoFrancisco,
encontravaTn-setodosos sábados paradiscutr rnúsica erudtacontemporânea.
falarsobreas novações docinema e dasartespláíicaseerpoesia moderna. Que-
ramentender, eÍrìtodasassuasÍaces, asmanfestaçóes adííicasdamodern dade. 3
AugustodeCampor,
DécoPgnêtêre Ern1952,osamigosfundaram o grupoNoigandrcs e iançaram umarevista
deCa mp oesm 1 9 5 2 como mesÍÌìo
HaÍ odo noTne,queeÍa,paraees, síÍÌìboloda
ivreexperiÍÌìentâção
ârthticâ.
NaÍevistalá começaÍam a praticar
a poesaconcÍeta. luntostambémlançaÍam
oficialmenteo Concretsmo durante a Expos(ão NacionaldeArte Concreta,rea-
lzadano lvluseu deAftê deSãoPaulo, em 1956.
Os camnhoslterários ^/loderna
dostrêsjovensconcretstas mantveÍam-se próxi-
mos,Tnasa obrade cadaum delestem caÍacterístcas um poucodistntas.
Haroldode Campos(1929-2003) cia textosernquea intençáo de eviden-
car as ÍelaçÕes entreas paavrâs(ecos,semehançassonoras, etc.)ficaenì
pÍimeiro plano.ssolaz comquesuaobraadquiÍa algumas característcas
barrocas,peloaltograude e aboraçáo alcançado. Destaca-se, entreos lÌvros
quepublicou. Galáxlas (1984),pÍosapoéiicainiciada em 1963querevelaes-
tranhosnexosentreaspalavÍas. Sãotambémirnportantes os lvrosde poesia
Xadrezde estrelas (1916)e Signância quasecéu11919).
Augustode Campos (1931-) é o autorda séÍede poernas erncores,
Poetamenos (1955), considerada o pr meiroexernplo da poesia concreta bfas-
ìeira.A maor partedeseuspoernas estáreunidanoslvtosVIVAVAIA (1919)e
Despoes/ã (1994).Trad uzu, muitasvezesem parceriacorno ÍrnãoHaroldo e
DécroPgnataÍ.importantes poetasestrangeiros modernos, comoe. e. cum-
m ngs,JêrnesJoyce, Maakovski, EzraPound. Também resgatou a obradeêuto,
resbrasleirosesquêcdos, comoPedroKikerÍye Sousándrade.

) 604 CAP|TULA
28
TITERAT U R A

DécioPignatari(1927- ) assocou a poesiaconcÍeta


à pãixãopeo estudo
dasemiótica,
incoÍpoÍando signosvlsuaisàs avÍase criandoo poema-cód
pa
go. Publcou,entreoutros,os lvrosde poesiaÉxerclclo
fíndol195aJ,Poesia
poi<- poêsiè1950t1975 " Pocl. t9/6tl98b

r Desdobramentos
do Concretismo
Decorrentes surqema gunsoutrosrnovimentos
do Concretjsmo, poétcos
(1959)
comoo Neoconcretjsmo e o PoemaProcesso (1967)

Neoconcretismo
O Neoconcretismo dlstnguu-sedo ConcÍetsmo por atÍibur ao eitor
outÍopapenaconstTução do poenìa. O poetaFerreiÍa Gu ar,quefundouo
movirnento juntocomoutíosartistas, acreditavaqueo sentidodo textode-
v a nascerda interaçãoqle o eitoÍter a coÍno texto.Nãoeraa go, portan-
to, assegurado peo pÍocesso cr ativodoautor:nasca nomomento decom-
posição do poerna, massó se Íealizava de fato quandoeÍa decodfcado
pelo eitoÍ.Defênda, assrn,umaconcepção de artemâs pad cipatva,nte-
ratva,quetaTnbém Jo adotada por artistas plásticos
comoLygaClarke
HélioOiticica.
FerÍeraGullar,quepãÍtc poudo movmentoconcret;sta, expllca queo
poemaneoconcreÌo convoca o ìeitor para tambémestabe ecerasÍe açóes
dotexto,contíblrlndo para"êxplicÌtaÍ, ntensifcar,concÍetizaÍ" a vocação
da palavra de expressar múltp os sentidos. Essaconcepção de poesia fez
comqueos neoconcretos chegassem a af rmarqueo poemaeÍaurn"não-
objeto".algoquet nhasomente um projetode existência, massóse rea-
lizava quando fosse do. OLr seja,eÍa o eitofquem.dava "realidade" ao
poerna.
PêratornaÍmãs evdentesessas Íe açóes,a poeslaneoconcreta cr ou tex-
tosqueobrigama nteração do leitorcomo texto,usandodobrase recoÍtes
napáginae cheqando, pofÍ m, à produção de poemas-objetos (poernas com
forrnatode cubospãraencaxe).
3 O melhorexemplo dacr ação"conlunta"poeta-e tor é o "Poemaentêrra-
do", dê Ferre obrapoétcaeraum cômodosubterrâneo.
Ía Gllar. Essa de
foÍÍÌìacúbca,nocentro doqua havia umgrandecuboverÍÌìeho queenvolvia
um outromenoT, de cor verde,que envolvia um tercero, de coÍ branca.Nê
d c F r e r' o rdo,Li To..bo,ol ei o de ob ddpdd\Íd " " _u!e_es!d'

O Poema-Processo
I Opondo seradica menteà discursividadedapoesa, surgeno Riodelanei
ro,em 1967,o Poema-PÍocesso, À írentedo novomovÍlìentoestavaWlãde
mirDiãsPno,quepÍopunha a cÍiaçãodeumapoesa quepoda nemmegmo
a atribundoao s gnoverbaurnlugarsecundário.
ter palãvras,
O sentidoda paavrê"poeÍna"é tãoampladopeo grupoquepodedeno-
m naÍ urnapasseata ou outrapelormarcecoletiva,bemcomoum objeto
I gráficodespÍov do dê êtrasou palavrâs.
da "prsãoda paavra",
Livres os membros do grupodo Poema-PÍocesso
uti izãmsignosgráficos
(f gufasgeométr peííurações
cas, nopapel)eabando-
LygiãCiâÍk,ê<! tlrê dâsérê Osbtclror. namo lvrocomosuporte tÍadiconê1. Umbomexemp o dascÍìaçÕes
deWla-
ao exporêssâ olrra,â ênía esperavâque demr Dias'Pino sãoseusdois ìvrosobjeto:Á avee só/idã.Á áveapresenta
o públcoÌnÌeÉqssecomea. ExemplaÍ do umconjunto depáginasencadeÍnadas juntas;alqumaspáqinasaparecern
per-
nêôco.cÈtismo bÍãsêÌÒ,â peçatêm há gumas papel
dôbradlçasq!ê peÍmitêm queat dobrasse Íuradas,outÍasrecortadãs; aindaa Íolhasde vegetasobre
movam, ateËndoê formaÍinal. postas àsïolhasnormals.

605 a
Aqehcáode1 5 e o Cancrclsna
L I Ì ER ATURA

=
:
l
-

DIÁS-IINO, I\ladcnn: Irì: lÍlNF.zEs, Phìhd.lpbo. ,?,,;r, rr lzirrr:


p.esi3.on..eÌr e visuâl.sio laulo: Àrì.â, Ì9!8. P.56.

çãodo desenho
A superpos de lnhas(impressas
nopâpevegetaL)sobrea
páqnaondeseencontram aJgumas palavras cTa!m traietodeleitura
sollas
queorientâ
o olhardo leltore dásentidoaoconjunto.

Gullar:
iFerreira
ia poesia
engajada
] FerreLraGuarpartcipoudomovimento eal!
concretista
'' doua ÍLrndaro NeoconcÍetismo.
N,las
o Ìloetarnaranhense I
sedestâcoLr
aoencontíãr umtornprópÍìoparasuaprodu
çãopoétìca,ãbandonando formaque
o experimentalismo
maTcou essesmovmentos. artktca
SuatÍajetória podeseÍ
a
entendidê partrdeumâdecaraçãofeita pelopÍóprio
Gr.rllar.

!-iz scnÌpÍe poesia coÌÌÌo uma Ìuta eÌÌì bus.a cÌo seÌÌtido das coisas, .lo
.F r p ro tì' | | ri dr c dd l rrê,JrJ, a .. a. " " ' mn ' múu., o ,ô , n' a.- i
' i .l ' ,l J
dr{ìe de resgatar a cxperiência da vidâ, de não deixar que eÌa se Pcrca.
(;ULlÁ& !türna. rrírdlira.on lìãàaGúdí S o Pàrla:
"ta,lo d
No\aCLtlu.ll,I988.2 P Ì66.(Fr:'gnÌ.nro).

A buscapea ampliação dossentdosdo poemamarca a prmeirapÌodu-


çãodesse autotentre os ãnos de 1940 e 1950
Sobretudoa partirdosanos1960,o d scurso poit zado,maÍxistã, ganha
Íoíçêe dáurncarátermas engalado à obrapoética deFercira GullâÍDepos
do golpemiltarde 1964,que nstalou a ditaduranoBÍasI,asI berdades ind-
viduasíicaram coTnÌlrometldas emnomeda"otdem'edâ utaconÌraa"sub_
versáo".A nquietação pessoa de FerÍeira GullaÍcorn05fumospolíÌcos do
paisaparecernemDettrodanolteveloz,lvro publicado ern1975.A i, o poe-
ta procüra
o equiíbrioentrea expÍessão dossentmentossubletvos (manìtes-
taçãodesuasangústias e teÍlìoÍes)
e a comunicação de umavisáodemundo.
PoítÍásde uÍr torncoloqua e de magens apaÍentemente sirnpes,a identÈ
dadeé construída entfeos p anosndividua , soca e po ítLco.

| 606 CAP||ULA
2a
IITERAïU R A

I:Iomemcomum
Sou uÍÌ homem comum Quero, por isso,fàÌar com vo.ê
dc carne e de memória de homeÍÌ para homem.
dc osso e esquecimento. aPoEr me eÍÌ voce
Ardo a pé, de ônibus, dc á1i, de aviào oferecer-Ìhc Ìneu braço
e a vida sopra deDiro de minì queotempoépoÌl co
pinica c o Ìâtilún.lìo esá aí, matando.
feito a chama de um naçarico t...1
Fliimem comüm, i$al

cruzo a Alenid.Ì sob a pressãocÌo impedaÌismo.


1...1 A soÌÌìbra do lâtiÂindn,
Sou um homem comum maÌìcha apaisagem,
büsileiro, maior c6ado, resenista, tuÌ1a as aguas üo mar
c ÌÌào \ejo vidâ, amigo, c a nÌfâÌÌcia nos voÌta
'ìa
nenhum sentido, senào à bocã amarga,
Ìutarmc,sjuntos por uln ÌÌÌuÌìdo ìnelhor suja de lamâ e de fomc.
Poeta fui dc úpìdo destino NIassomos muitos ilhões de homens
NÍasa pocsia é rara e não comove
nem movc o pâu<le arara. e Ìì.' l en.' l unìrdr uma mtrJìh-
com ÌÌossosco|?os de sonlÌo c mârga.ridÀs
" (]ULLAR,FeÍeira.Denro dì ronc vcloz.Todzloeli,(19tG199!),
-4:ç *4 p;è 414" íJlrnpio-2000.p 167Ì 68.(!Ìag!Ìenn,
L ed.Rio{Ìe.Janeiro:.losé
u^ t-1-\
: -' a2 t L 4-- 4'
, . 2'
a.: L,
ì,â:ffi:,âïl
:
construiTsuâdentidade corno"homemcoTnum ' 5gnfica,paÍao ell LÍdco,
reconhecer-se serfelhantea tantosoutÍoshonìensquecompartiham de um
destinocomoo seu,enfrenÌam asmesÍlìas foÍçasopressoras(oirÌìperìalismo,
o
SgníicataÌnbémÍrnanaÊseã todososseusseTnelhantes
latifúndo, a mlséra).
e,juntocomeles,criarcondições paÍaresÍir:ÍormaÍuÌìa mufahaquecomba_
ta a exploração,aindaqueelasejafeitade "coÍposdesonhoe margaidas".
"PÍetendo ouea ooesia tênhaa viftudede,emmeioaosofrimento e aode-
\d"ìpdo. ace_dêÍ urìd ur oüalquê,urìd.uro ,e _ão _osê o"dd. náode' ê
que
doscéus,mas quenascedasmãose do espíÍtodoshornens", afÍmêFerÍeira
Gullarnaabeíturade umdeseus livros.
Nessa peÍspêctivã,
a poesa apaíececoÍÌìo
umaafiÍmãção daforçadahumanidade ràspÌessóes
paraÍesist socê s,econôml-
case oolíticasquetrazem sofrimento e desampãro aoserhumano.

l
!
Depoisde muscârpo- Tradwí*rc
emdsd€ CecíliâN,4elre€s
e de FloÍbêa Espanca, Una pdre de mim TraduziHe umr Parte
R aín !n d o F a g n e rto Ê pesa,ponderar na outÌa part(
nou conhêcdo no Bras outrì parie é nìnguéml ouúa pmte que é uma questão
inteÍo !m dos nìas be delira. de vida ou morte
los poemasêm que Fer t...1 seú arte?
Íe ra cullâr Íãta da d fi
IAGNER, R úlurdo. lrdd!:iria CBS,
.u l d a d ed e c o n c i ê r o s
ouirâ pdte esÌ.anneza Rio deJaìei.o, 198r. DnPoliFlen:
ados racjona€ passo- .htpr//rs&:fagner.om.hÉ A.eso e!Ì: l0 r8o. 2005

A qeÊção
de 1945e o Cancreti\na607 a
tIÌERATUNA

I O texto a seouirrefere se às ouestõesde 1 â 2. do arroz


não cabe no poema.
Contribuiçã.opara Nâo cabem no poema o gás

duplo
umalfubeto A luz o telefolÌe
t...1
,ryeíe texto, percebemosa ptincípal
O tuncionário pírbÌico
càtèctenstìedo Concretìsmo: o poemè não cabe no po€ma
deve ser lido e vìsto.
com seu sâlário de fomc
suâ üda fechada
em aqullos.
I
I
a mocinhaemburrada Como não cabc no poema
o operário
sentóu-semal que esmedÌâ seü diâ de aço
em cima do capótão e cân;io

presente nas oficinas escüras

de bodas de ouro - porque o poema, senlìores,


esiáfechado:
ÌÌCNÀTARi, Dé.io. P@r,al,a rrd,a SâoPanlo: AÌeliê
EdibnaLi Camtinõ/S?: ütiton da Uìicamp, 2004, .não
há vâgâs"
(Fm ìndi.ação de Égìna) .
Só cabe no poema
o homem sem estômàgo j

a muÌher de nuvens
Í. Algumaspalavrasdo poemaestãoescritasde a frutâ sem preço
uma Íorma pouco comum, ldentiÍique-ase ex-
pliqueo que chamaa atençãonelas.
O poema, senhores,
I Queefeitoessamaneirade grafaras etÍasproduz
sobíeo sentdodo que é d to no poema? Ììão fede
2, Comesserecurso,o poemâgânhadiÍerentes"lei- nem cheÌra
turasj': é como se houvessemais de um poema (;ULLqR, l cr.Ènã.Denrô da notreaeln . TadnlMnL
contidonele.Quaissãoasalterações produzidas Ìjô deJaneiro:Josa Ol,vnpio,2000. p. Ì62. (ftãgn€ntô).
no sentidodâquiloque é dito, dependendoda
letra que lemosem cada palavra? [0 r"."au, p,1..o...*it, un nined que, púútado, s^'e
paÌa p.lú nÌêbìs! por eÍtenúo, ãpeÌieiçoar, nìelhoÌd
r TâÍnbémpodemosdizeÍque a palavra"presente"
ganha,dependendo da escolhadaspalavrãs
a se-
remldas,doissentidos. Quas sãoeles?JuÍf que
suaresposta. a. O eu lÍricofaz uma listade elementosque não
r De que maneía esselogo com as lelíaspeÍmiÌe cabemno poema.LdentiÍique-os.
que o poemasejaconsderadocondeto? I Queaspectoda vidadaspessoas comunso eu in-
Reaconeo títuo ao poêma, co destacâcom êssaista?
r A expressão "não cabeno poemâ"pod€seÍinter
I O texto â seguirreÍere-seàs questõesde 3 a 6. pretadâde duasformas.Quas sãoelas?
r Essa expressão é repetida váriasvezes.Qualé o efei-
to dessarepetição?
Não há uagas r À,4e-Íro qre '1áo poe.'ìa' dLdb.
"oLlo -"be ìo
O eu lírico rcflete, nestepoema,sobrc aparecendo nos versos. Exp ique como ssoé feto,
aspossibílidades da poesia. 4. Releiaa segundaestroÍe do poema,Transcrevã
asexpressões utilizadaspelo eu líricopara carac-
terizaro trâbâlhodo Íuncionárìopúblicoe do

o preço do feijão . O queessasexpressÕes


indcêmsobreasalividades
não cabe no poema. O preço exercdaspoÍ esses
trabahadores?

a 6oa caPlfuLo28
LIÌÊRATURA
-'

Segundoo eu lírlco,o que cabeno poema?


I O querepfesentd s mbolcamente, no contextodopoema,cadaum dos
elenìentosquetêm espaçonee ernoposiçãoaosquenáocabem?
Na última estroÍeo eu lírico manifestâsua posiçãosobÍe a ausência
de funçãoda poesiaao afirmârque o "poemanão fede nem cheì
ra". Qualé elã?
Gu laí é um poeta"engajado",quetenìatza,em seustextos,a
I FerÌeìra
ÍealdadebrasieÌ4.Dequemaneíê a apr€sentãçáo, ao ongodo texto,
daquio que não cabe no poema pafa
contribui denuncar o subdesen-
volvmentode nossoPais?
r ConsdeÍeque essepoemãfoi escritona épocada d tadurâm! itaÍ e
È
felacioneessefato à últimaeírofe.

í
:
I
;; j' I
I

l
EntÌe os miserá\'eis moradorcs das palafilas e os renÌediad{}s pe-
JoãoLuizLafêtáí946-1996Ì qÌreno-ÌJurguesesdc câs.Ìse roup.rs gasias.o Poeta [Ferreira GuÌìar]
N,4neiíode MontesClaros, descobdü âlgo de conìum, o páno de tundo do cotìdiano. conÌ sì.ìas p
consderadoumdoscriticos agmras c seüsbrenesreÌâmpagos dc vida. A m edida poélica utiÌizadâ
a maisbrihantes
iterários de para exprìmir esseoutro pobÌe foi o coloquial. quc o Modernis ìo
suagerãção, fo professor forjou aproveirando se, ampÌamentc, dâ nossa linguagenÌ oral e (cnì
deTeoria LteráÍa na parte) popular. t...1 o coloquiaÌismo Prestavas€ benÌ a seusproPósl-
UniveÍsidadeEsiadual de tos, à neccssidadede representat em tonì ÌÌÌenor, aüdahumìlde nos
Campinas (UncaÍìrp)e da bairros pobres de São Luts do Mìranhão. Neste scÌìtido, taÌvez não
Unìvers dãdede5ãoPaulo seja exaÍjerc úÌmar que o seu pocnÌa estica ao máximo ar possibìÌi
(U5P).Dentre seustrabalhos dades {ìâ Ìiryuagem modernisla de cmpenho socjaÌ.
iobÍernodeÍnistas bÍasile
ros, LAIETÁ,JoioLnü. Don pobcs, duasnedidai Á /?mari" darait Sã. Pâxlo:Dua\
destaca o estudoda
Tn-se cidades/tdiioÌã34,200'1,O|gaizrçào:Anoni{rAnbni rrado P.233 (Imgnob)
poétcade MáriodeAndrade [ü rbe outropot c, ro texto,a üíà Ìeli.ônciaa qnenr opõea. tu'e é ca.á.tcÌiado
lFìguraçãanaintimidade: cono lohre" po.'ìue,napoesiaderenein CuÌìq xPdc.cmDui@s Íée.ênciõã
imagensnapoesiade Mérìo pobÍeá dd bnsiìeiros dn geÍrÌ e dor roÍ{Ìe*inos en pdicula.

deArdrade)e dosÍomances
i l tr n ê ri .i ^ ilô lOìn
Éxplique
O lvrc Dimensão da noÍe,
orqanizado aPÓssuarnorte Nâ ânáliseque fâz do "Poemasujo", texto muito conhecidode
poÍAntono ArnonPrado FerreìraGullat loão Luìz LaÍetá identiÍica importantesaspedosda
poesiadesseautorRedijaum parágraÍoargumentativoem quevocê
coÍÌìa aludade co egase
expliquede que modo as imagenstípicasdo cotidiânoe a lingua-
arÌìtgosoo auror,rlazum gem coloquialsão elementosessenciais paíâ Gullardesenvolverã
importante conjuntode temáti(a socialem sua obra.
textoscritcossotìrea Antes de desenvolverseu parágraÍo,sugerimosque você €onsi-
Iteraturabrase Ía. dere os segurntespassos.
r Releiaos poêÍnâsde FeÍrerÍa
GLrlar apÌesentãdosnestecapltuo.
r ldentifique,nessespoemas,elernentos que reveem o trabalhocoÍn a
temáticasocia.
r Píocuredetermnar de que modoa linguagemco oquialajudaa tornar
mais"reãis"(e, poÍtanto,convncentes) as imagensapresentadâs

A qeftcãode 1945e o Cancrctisno609 a


gerqçãode 1945: a poesíaparticipante
A ideoloeiaem Drummonc
Énapoesa deDrummond queveremos, aleíorrnãmuitomarcada, o nasci
nìentodeLrrnaconscênciapoliticã
traduzidaempoesa NurÌìmundod v d do
entTea democÍacae o tasctsTno,enì que âs pessoas se matavametÌl uTfa
grandeguerra,o poetalezdeseus versoso insÌTurnenÌodereslstênca ideoló-
qicae de denúnciade seutempoObserve, no poerna a segur, comoo eu
Í co fetrata
o rnundotomadopeo medo:êsguerras e asd taduras detoda F
soÍteesterìÌzarn
tudoè nossavota.

Crffpl"ess* intemntirx taí t].r; meãt


Proliv)riâmente n:io írarÌtuemos o amor.
qre se re|t gìou mais abaixo dos subrerrâneoì.
aleDtrÌeDos o medo, (|re estelìÌiza os abraços,
niú ca.iareDros o ó.Ìio, porqüc cssenio erisre,
exisre apenrs o ììedo, nosso pai e nosso compâÌìlÌciro,
o me.lo.Ìos gnndes sertões.dos Ìnafes. dos cleserros,
o mc.Ìo .Ìos sol.Ìa.Ìos,o nedo d$ mães, o medo drs il.aÌc.jas,
cantrrcDrs o Die.Ìo .ìos ditadocs, o ìÌedo rLoscleÌÌìocrarb.
cantrrcnÌos o ìne.Ìo .Ìa DÌoÌre e o Ìne.Ìo .Ìe clepois .1aÌÌìLìrLc,
.Ìepois morreremos de me.Ìo
e s.,bre nosios ninnrìos rraiceÌio flo.es alrìarelase n]cdrosas.
Ar\DRADE. (iJlo\ DìuDìm.nd de. r'!{id totúlltü.
Rio dc.Jucnl), Nar2.\guiÌxì: 2002. p t3

A consciênciaem João
Cabral e Gullar
A consciêncacrítca da rea dadepolí1ica
e socia do paíspode ser identficadanas
obÍasde mLrtospoetas.Nestecapítuo, pof
exempo,loãoCãbra de N,4eoNetoeFerrera
Gu ar sãoexempos desseengajamento

O retrato de uma
geração
Os ecosda conscênciapo ít ca, des
peltâdãfo sécuo XX, aindasão sentÈ
dos Poetasconìo AÍfonsoRomânode
SantAnna encarregaram se de gafantir
que o poemacont nLrea ser o espâço
pãÍa a ref exão sobre os eíe tos qLreê
Artías€m passeaLa.ôRôde lãfênô, 1963 Conh€.rd..omo a Pa$€atados 100m , históriade nossopaÍstevesobrenós.Ob
prot€sÌavn.onÍaa dtaduram tarqú€ se n5tãôú.ô podêrenì196:l 5erve, no texto a segu r, corno é
construidoo retratoda geraçãoque v
veu â 0rÌa0ura.

a 610 GpiruLa2g
fut p*{s é este?( Í98{})
Sei qÌre há oura.s pátrias. Mas
mato o touro nesta Espanha,
pÌâÌìto o Ìodo nesÉ NiÌo,
caço o aÌmoço nestc ZânÌbia,
nìe batizo Ììeste Gangcs,
!i\''o ererno em meu Nepat.

Esi:Ì ó a rua em que brnÌquei, È


a boÌa de Deia que cÌrutci
a cabra-cegaque eÌì(ontret,
o Passa-aDel quc ÍepasseÌ,
â canÌiç: que puÌei.

f...l
- unÌ tcÌ ço se exrl()u
- um terco se fuziÌiiu
- unÌ terço desespcÌou
nessamÌssaenganosa
- lÌoule saÌÌgue e dcsaÌnolì Por isro,
canro o-chão nids àspem e calo-me
nn, .l J cmo\J..
'o

aniÍÌal

Uma coisa é un país,


oÌrira uma cÌcaüu.

Uma.oisa ó um país,
outra a abatida ceìdz.

lÌmr coisa é u!ì país,


outra essescìuÌos perfis
Dc\c a er catìr os que sobrâmm,
os <1uesc anependeran,
os quc sobre\,iveÌan cnÌ süa., rocar
c nüm scnÌn1áio.lc crradnis raros
suphüìr:
-, x p l rr| rcrnr rr. a mi m
e ao meÌr País?
\rilo no sóculorintc, sigo para o \inte e um
aindr prcso ao dczeDovc
como u ionlo guarrÌÌi
e aÌdeàdo lacuÍr. Sei qüe daqui a pouco
ÌÌão haverá !Ìais pàís.
t...1
S,$Ì $NN{ Rolmro de P,ria PT ì'4: 196|>1 999
^ÍtôrsÒ tor ú AÌegre, L&lÌvl, !0{)1. v Ì

No poerlìa,o eu íÍicodeÍineá geÍâçãoa que peÍtence'maÍcadapelamoÍte


degrdó.
[] vrmr .s!écie epeo sofrirÍìentoque câÍacterzâÍamos anosde terror di ditãdura.Restaa
àìin,,,6pnitupergunta:que paGé este?
drlcnsio,
cNjz:nncarIrr

A qetuçãa
de 1945e a Concelisna611 a
.

Poroossistir

O honen que vìrousuco,de JoãoBèìstade


A ndr èd eB ra !, 1 9 8 0
t ilm e d á $ k o d a h k tó ri ad o c n e manaci onâ1, ffi*443í&We.
r odado j án o fi n a l d ad i ta d u ram i l i ta r,a b ordaum
dos t em a m s a s c ã ro sà o rg a .ìz a ç ãsoo c iãem nos
mwwvâwffiLï$wqffi
s o pais :oê x o d oru ra l .Ìrã ta d a v i d ad o j ovemrè I
t ir ênt e n o rd e s ti n on ê c i d ê d ed e 5 è o P ê ul o,sLês
agr ! r as e n c e rte z ê r, a é m d ê to d o o p recôncei to
que sofre. João Bat stâ de andrade fetomã, as
s im ,um d o sp l l a fe sd ã p o e s i ãd e l o ã ô cabral de
Melo Neto, presenteem Mafte e vida severìna.
Apesarde apresentãra dor de quem íoi expuko
de suat-aía êm buscade me horescondiçõesde
sobrêvivêncìâ, O homem que v/rousuconão dei
xa de êdo o bom humor,a iffev-.rênclêe ê esp-" tü!4& q hnìSI!. tl? t\Míjg.tt?.7.
r anç ê, ta v e z p o r s e re m .ê ra c te ri s t cêt tãô
m ar c â n tedso b ra s i l e i ro . ri
Morte e vidaseverina,deZe ioVianã Bfasi,1977
Asf lmãgensde Morte e v/daseverhaem pieno i
sertão pernambucano,nos " im tes da Paíaiba",
c om oin d i c a d on o p ró p ri op o e mãd e J o ã oC abrã,
f a?emd ê s s €fi L rn ed e Z e l i toVi â n a u m dos do
cumertosmai! mportêntesda históriadocinemè
nacionã.Adãptãçãomuitô culdãdosêdã obrã de João càbral,o poemafo musicadÕpor
c hic oB u â rq u e d êH o â n d a ,re s p e i ta n dãol i nguagem
eÍéti cêdotextoor 9i nal .

http://wwwtvcultura.com.bílaloescola
S it e s o bre s p o n s a b i l Ìd a d e d ã T VC
tura píeparouumãpá9i na
U de S ãoP ãul o,oÁ /ó E sco/ã
para ]oão Cabralde Melo Neto que ãpresentaas prÌncipaiscaracterístkasda poesiãdo
poeta pernambucano.Entre o materiaI se ecionad o, será possiveouvir trechosde poemas
d€c aínadospe o próprio poeta € por Arna do Antunes,poeta e compositordo cenério
poppa u l È tê c o n te mp o rã n e o .H é á indêumpêquenôvi deoemqueserápo$ível ol vi rever
o poetã fê êr de sua poesia.Material bastantedidát co e Íììuito apropriãdo parê niciãf
estudossobreloão Cabra
http://www andaÌucia.or9l
Boa parte dos livrosde João Cabrã apresentaa reglão espênholade Andaluziãcomo
t€ma. Sendoassim,passearvirtualmentepelãsruasde S€viha e entrar em contato com o
patr mônio históricoda capitalandaluza,na Espanhã,pode revelaro cênáílodese loca
t ào m e n c i o n a d n
o o sv e rs o sd o o o e tao êrnambucêno
JoãoC ãbrêlde MeìoN eto.
http//www.recife.pe.govbr
Re.lfe,suãsruas,pontes,ed fíciose seurio sãocantãdos,freqüentemente,nosvetsosde
loão C ã b Ía ld e Me l o N e to .P o r i s s om esmo,é mui to adequadovi star R eci Íe,aÌndaque
e .s ii eaqul i ndi cadoémênti dopel ocovernodo E íado
v ir t uame n te ,e v i s u â l i z a ra .i d ã d O
de Pernambu.oe oferecega eriã de fotos, histórko, mapase crônicassobreã cidãde.
httpy/wwwguggenhêimcolection.org^ite/êrtÈtworks 112 0.html
O Glggenhêim Mu5€unìapresentâumê sériede ôbrêsde Mondriãnque lustranìbenìa
retomadãdasformãse ã geomètfzãçãolevadâàsúltlmasconseqüênciês noséculoxX. Trã
ta-s€de umã imDonantediscussão
Daraos estudosda obra de JoãoCabra de Melo Neto.

l1 612 CAPTTULA
28
Pnr n ar a nac a cnr íÈ'

Jaáo cabralcleMelo Neta,de )oáa


i
Ì
Ae x ã i d reB a rb o s $ a o P auo:
P!b l i íol ra ,2 0 0 1
E s tel v ro a p re s e n tê
â o bradel oão
c a b rê d e M e o N e to e sua i mpor
tâ n cê n a l i te ra tu râb rá si l ei rã.
l oão I
a l e x a n d reB a rb o s fã
a z u mâ aná Ìse
ind v dual de Pedrado roro, o.ão
sen plumas,Morte e vida severìna,
Pabagen .an figuras,Una facasó
lânina, A eclucaçãa pela peclta.
MelhÒrespoênãs de JoãÕcabral
de Melo Neto otgari2a\áa de
An1Ònio Crros 5ecchln5éoPã!ol
G o b è ,2 0 0 4
Estelivro apresentauma seleção
.u dãdosados textos mâissigniflca
tivos d€ toda a produção de João
Cabra de Melo Neto, desde"Pedrã
d o s o n o "(1 9 4 1a) te " A u todo frade"
(1 9 8 4 ).

' Melhorespaemasde JoséPauloPaes,orrranza!ãodÊDav Arr!!.cÌlr


5 ã oP ã L L Go :o b a ,2 0 0 1
E s tâo b ra a p re re n taos me horespoemasde JoséP auo P aes,see
.l o n a d o sp e l o p ro fe s or e.ríti co l i teráro D êv A rri gucci Jr
. Melharcspaenat de FerretrêGul/á/,orqênzaçiodÊAÍredo Bos são
P a !o Gl o b i ,2 0 0 4 .
I An to l o q l ac o m o s p o emãsque me hor retratamor di ferentesas
p e c to s d a o b ra d eF e trei râGul l âr,orgãni zãda
pel op.ofestorecrítco
Ite rá ri oAi fre d oBo s.
. Melharespoenàs .le Ledo /yo. orgaI zeq;ode 5ér! o A !Ó Poroto São
PèLr o: G oba, 2002
poemasdeum dosgrandes
s e l e ç ã o .o mo sm a s i mportantes nom€s
da poesiab.asieira contemporânea,íevelandoão leitor a pedeita
u ma poesi apíofundêe enormecareza
c o mb i n a ç ã o e n tre verbãr.
. Paesíaé pois poesìa:1950-2000,de Dé.io PqnêÌar. 5áo PduloAtc ô

Estelivrôreúnepraticamentetoda a obrã poéticade Déco Pignatãri,


um dos mãioresnomesda poesiã.oncretae visua bras eira,além d€
traduçõese textos lnéditos.

Pclroouvr íJ

kta não é un livra de viageD - T6lragmentoJde Galáxãs,de


F a ro d o d eC a m p o sS ;o Pa!o:E di tofa34, 1992
N e s têC D ,H a rod o d e C êmposèã gunsfraqm€ntosde cal áxi as,úma
d e s u a so b rã ! mâ s s i g ni fcatl vas,em quê meÍl a pÌosa e poesi a,
exempificãndoa sofnicação da producãoconcretistado autor

A.teta.ãadç !915 e o Coníettsno613 -'


A prosa
pós-moderna
No fim da décadade 1940,a prcsade fìcçãobrasiÌeiraiJassa
por uma
tônsformacéoradical.A exploraçãoda lìnguagem,matérìã-primada
texto, favorecenovasexperiências que rampemcam a estrutura
tradìcianâlda narrativaalt mesmatempo que permitem um mergulho i
na maísfunda ìntìmidadedo serhumaho.Saiba,nestecapítulo,como
osprincipaisautoresdo perioda se lançaramnessas
tftnsfomações.

Kralcberg,
Áe/ê@5,
séreCas.as,1990.
Cascâs
dêétuôrcs
calcnadas
dedtversas
reoõ€sdôBÍâse o omenros
dlro 6 e , n F o o Oc ,o p ld o pô ^od"ro.,. a.ôroo o".o Lamoe.
"
-
novasnquagens
Ae5cÕihâdecâscâsd€áryoEcomomaréria,Ìrrmaélmarêntatvadoaurordeenconrrar
qre pÍÒvôqle
lma inquagem ÉÍ €xõ€s
a esperodaËlação
enrreô serhumâno
e a narureza
O que vocêdeverásaberao t. Observe
a escultura ElaÍoi criadaa partirde
de FransKrâjcberg.
cascas queimadâs
de árvores dasÍlorê5tas Comque se
brâ5ìleirâs.
1.Oqueéaprosapós'mo'
r Qua foi o propósito pigmenÌos
do ãÍtistaao acrescentar nâturals
de
, Potcuea reinvençãoda lin' corveÍmehaàscascas queimadas?
guagênéíundamentãlna r O quee e podeter querdo sugeÍircomessacoÍ7
obra de GuimãÉesRosà.
. De que nodo a obrà de 2. Leiaa declaração queo artistafez sobresuaobra.
clafi.è Lispe.tor se orga- "Não escrevo. encortro imageÌÌs: essaé minha mrncira de raba-
*
niza à paftír dd des.ober Ìhd: NIeu âltabeto são as imagens \isras nas oÌrras cxpostas, qüe de-
!cÌn, prnrcipalmente, scr ponro de parri.Ìa pam rma reflcxâo mais
2. Como se caracterizaa nar abrdÌgeÌÌte sobfe o horÌcm e sua relação .orÌ o Beiii ambicÌìte. 1...1"
ratìvade GuinarãesRosa. KLAJCBIRG,lÌans Àl.u rlfabetosàoasinrgens
. o que dá dinensão uní Ftlaú d tìúnÌ Fra,.\ Kíãjthìg: . rÌ]álogo, 2003.
versaI ao Íes ionaIisno do r Krajcberg
fevea umdadoessenciaìdeseuprocessodecr ação:busca
formaspreexslentesna natureza
paÍadaÍ-lhes
novosigniícado.Ex-
3. Coìnose caraateríza a nar p quepoÍ queesseprocesso podeseÍvistocomo"pontode pârtìda
rctiva de ClãriceLispe.toí
. Comoa buscãda identídã- paraumaÌeflexão máisabrangentesobreo homeme suareaçáo
E deé t.ãtâdêpela auton. como meo ambente'.
. "[/]euafabetosãoãs iffragens."
Discuta comseuscolegas:qualã
importánciada matéra(sua nguagem) peloartGtapaÍa
escolhida
à,cà'çè'o\ô , oblêlrvo

a
3. Na lìteratura,a importânc;a
da linguagem, o materìâlque com-
põe o texto, sobressai
nê obra de certosautores,comoGúimarães
Rosâ.Leiaurn trechoescritopor ele.

t: Famigerado
Foi .le iÌÌcerla feiiâ o evcntii. Qucn podc cspcrar coisa tão sem pés
reÌn câbeça?trr.restavJÌem câsa,o uraiaÌ scndo dc todo tÌ arÌqüilo. Parou
üìe à porla o tropel. CÌÌeguei ì jatrcla.
U m gmpo de ca\,.ÌÌciros.Isto é, veÌìdo ÌÌìellÌor: u ì ca\ãleiro renie, frentc
à minha porra, equiprado, exator e, enìbolâdos, de banda. três hoDers r
cal?lo. 1...1
[...] Os rÌês seriam seus prisioÌìeiros, não seus sequazes. ho
^quele
1Ìlem, pam pro(eder da foÌnÌa, só podia ser uÌn brabo serlanejo,jagunço
aLéna escumâ do bofe- Senli quc não mc licâva írtiÌ dâr cara amena, mos
tras c1etenreroso. 1...I o medo é â extÌenìa ìgÌìoÌ âÌìciâ enì momento mÌrito
agudo. O medo O. O mcdo me iara. Conridei-o a desnontar. a entÌar

I Disse {ìc n:(), .oüquaÌÌto os.osurmes. [...] Ele fâiou:


"h \im prcguÌìtar ìlosmecê üma opiDião suâ erpli.ada..."
CaÌregara a ccÌha. Causan ouüa inquietude, süa larrusca, a catìdura
de cãnibaì. Desfranziu'sc, porém, qüase que sorrirì. Daí, d€sce[.lo caeÌoi
maneifo. ììÌÌpr.\isto. 1...1O chapéu seÌÌìpre na cabeça.Um aìane- Mais os
ínvios olhos- E eÌe cra para muito. Seriâde vef-se:estavaem armas -c dc
armas alimpadas. 1...1
-'\rosÌÌecê é qüe não me conÌÌe.e. Damázio, dos Siqucirâs... EstorÌ

A prosapóena.lerna615 a
L I Ì ENAT U R A
-

SobressaÌto. Damiio. quem dele não oüüral O fcroz de estórias de léguas,


com .ÌezeDãsde cafegadas morrcs, homeÌÌÌ peígoús;mo. t...] Conrinüa,!ã:
a)
o t...1
o ' \ro ,me ,èagora me ía,d r hnd obrr d. .Ìuerern,êen,i d, oquec
nesmo que érlirri?rgaallo... ln-nerendo... Íahni'güaào... ltl t:ì tas-edado...?"
I...1
o
El - "Sim úrnhor.." f...1 tutnignadÍt HablÍetpÍcìúbÌrtos. Bem qüe eu
ÌÌìe cârc.ia noutro ínternn, eÌr indúcias. Conìo po. socoÌro, espiei os rrês
outÌos, em seusca!?los.intugidos até enlão, numumtrdos. Mas, Damázio:
- "\,rosmecê{ìeclare. Esiesaí s;io de Ìrada Ììão. São da Serra. Só \'iemm
comigo, pÌa testemunho..."
Só tinha de desenialar me. O homem queria estrito o caroço: o \.erivérbio.
- FanigdddÒ é inóxio, ê "célebÌe", "norório", "noráve1"...
- '\'osmccê maÌ_Dão €a em minha grossarla Ììo não entender. Mais me
dìga: é dcsJorado? E caçoáveÌ?E de ueDegar? FâÌìância? Nome de o[ensa?"
-\rìtì nctrhrllm, neÌÌÌÌum doesto. São expressões1ìcu1r-Às,
de oulros rl.sos...
- Pois... c o quc é que é, em Íala .Ìe pobrc, hÌguagem .Ìe em dia .le

- FanigúalÌo? B'cn. E: ''importanre". que merece louvor respeiro...


- \rosmecê agarantc, pra a paz das nâes, mão na Escritura?"
Se certo! Irâ pâra se empenhar a bafb:L Do que o dìabo, cntão cu

Olhe: eu, como o s€nhor me vê, com \mragens, hunì, o que eu qüeÌia
uma hora desta! era ser ÍamigeÌ?do - bem fanigeÌìdo, o mais que pudcs{j...
"Ahl bem!..." - soltou, exultìnte.
Saltando nasela, eie se le\,ântou de moÌas- SubirÌ emsi, desagràvãyaie, ó
Dum des:fogaréu. Sorriu-se,outÌo. Satisfezaqìrelesrrês:- 'I,/ocêspodcn
ir. compadres. Vocêsescutarânbem aboadescrição..."-c eÌcsprcstessc
pÂrtìram. Só âí se chegoü, beiÌândo-ne ajanela, aceÌlâ\,aum copo d'água.
Disser- "Não 1ÌácorÌÌo qüe as LÌandezas machas dumapessoâ instruídat"
I...1 Disse:-'Agente teÌÌì cada cismâ de dúvida boba, dessàsdesconfÌan-
çâs...Só pra azedara ÌÌarÌdiocr... " Agrade.eu, qús me apertâr a mão. OutÌa
vez, aceitariâ dc cntrarem mnÌhacâsa. Oh, pois. Esporou, foi se. o alazão,
nãoPensavaDoquc o tÌouxera, tesc para alto rir, e nÌâis, o famoso assunro.
ROS{,.Ioão Guinìam.' A?urirdJ dióiÕ. 37. inpfese.
RjodejaÌeiró: Noe Èoltein,1!33. p. Ìrlt. (FÍrgmen ttrr).
[ì sequ'es:parti]íios,scsui.lortj Gmcia.oubo ínlqìÍ. d üìi.ia: nó texb, lirr
Fsmço dó ü 6ona Ílo bor€:jagÌìncoxG â usàdrpàÍr rndu,n a rútiu degàrhà.tunpo
lnttreidos:nio didonânzada.talam fomada a
paúr de (pnuxÒdenegação) + ,,gt (falaÌ

bx,xo.numual .âÌx1ì.\
IarrocÍ espadaicrng.nh.
Cabdüa, senìhlarte,õpecb. Inóxio: ino.enr., irìofcnsiro,inócuo
AÌare scÌ!ag.4 rúii.o.
iÌ'io: no te{to, neúIon pm ctuìclcÌiaro Füsânci!: não dicionx.üâda QüaÌidrdede
oÌlìrÌ dr ÈsrÌtu .omo i;rnr,n l düD. lirs.te, Pesoasen ÉÌiedade,cnganador
EabneìpreâmbtdG:no 1exu.u\rlo .. \Ìjìta: PalÀn ou açio P5r ì.jÌnirÌ, ore.dú
senridode blsqìci palaì'r.srf,er
Doaro: 2.u\açãodesnrosr, insullo,nìiúrìâ.

r Que acontecrÌìentodá nícioà h stóriêdo conto?


r QuernsãoaspeÍsonagens qlreesseacontecrÌìentocolocafrentea fíente?
r Como se caracterizamessaspeÍsonâgens? Justfque coÍÌì elementos
do texto.

a 616 CAP|TULO2,
L I T E RA Ì U R A
-

o 4, Quâlo motivoque levaDâmázioa procuÍaro narrador?


(, r Porqueé irnportante
paraelea resposta
queserádadapelonaffador?
o 5, Expliquepor que o usodâ linguagem ajudàa marcaÍa diferençã
t! êntÍe Damázioe o narrador.
o
6. Quâlé a re a ç ã o d o n a rrà d o rq u a n d o e x a min a ã s Í e iç õ e s d e D a m á
zio?Explique.
o r "O medoé a extÍemagnorância eTnÍÌìoÍÌìentornuto agudol'PoÍ

(ú queo naÍfadorfazessaaÍ Ímaçáo?
.E r Expiqueporque,apesardaíarnae da aparência, quem5eencontÍa
enìposiçáode nferioridade é Damázio. f
ô
7. Releia.
"o medo me miara."
"1...1cspiei os uês outlos, cm scuscâvalos, ìÌÌhÌgidos at4 então,

r Explquecorno a ingLragemétrabahada,nessas
dLlas para
passagens,
para
tornaÍrra s Íêaì o leitoro quesentemaspeTsonagens.
8. Guimarães Rosarecriaa linguagem atribuindonovossentidosou
novasÍormasàs palavras. A partirdisso,expliqueo processo
de
criaçãoda palavradeiaíogaréu.
9. É possívelaÍìrmarque o processode Ìrabalho do escultorKrajc-
bergcommateriais da nâturezaapresenta como de
similaridadê
Guimârães Rosacomâspalavras?

A reinvencão
danarrativa
A iteía1urã acoÍnpanhao pfocesso de buscade novãspossiblidadesde
organizaçáo pe
desencadeadoo PósÀ/lodern smo.Dos autoresjá anuncia-
vaTn,em TÌìoTnento narrativocâÍãcteÍíst
anterioto expeÍimentalisrno co dê
prosapós-moderna: o Ílandêslamesloycee a inglesa Woo
Virginia f.
EmU/lsses, ìnspirado
lvrernente naOdlsséla,
deHomeÍo,loyce renventaa
inguagerne a sintaxe. expofa processos
O escÍitoÍrlandês de assocaçãode
magense todo tipo de ÍecuÍsoverbalparâcr af o Í uxode conscência das
pesonagens Leopold Bloom,Stephen e MollyBoom.o lejtor,envol-
Dedãlus
vidopor urna"Íala" incessante,acompânha asandanças üe B oômDoIDub-
ln. caDtada kJãnda. no dia16de unhode 1904.

: Além disso como você pocÌeria se Ìembrìr de todo nundo? Olhos,


È andar, voz. Bem, a voz, sim: gramofone. Quc se tenha um gramoÍone
em todas as s€puÌturâs ou que eÌe seja Íjuârdâdo eÌn üìsa. Depois do
c jântaÌÌìum domingo. PoÌìha no pobrc c veÌho bisavo. CraaÌclAÌôâÌôâÌô
tãotãofeliz craàrc tãotãocontentcrever aÌôâlô tãotão pshite. Fz você 1eÌn
brar da voz como a fotograÍ faz ÌerÌbÌ?r do rosto. De outro ieito você
a. não poderia sc lembmr do rosto quinzc anos depois, digamos. t...1
Tstcrst! Um chocalhâr de pedÌas. Espere. Parel
Baixando osoÌhoseÌc oÌhou com atenção paÌa üma cripta dc pedra.
Algum animaÌ. Espcre. Lá vai eìe.
JOlCE,Jde' ifi:ÍJAiT.:duçãÒ:Bcmardinadã sihei.â
pinheiro.Rjo deranci,o: obje."iïlïi;]1,,,,ï.
e mq ú ec n c ú
Dubln,ce n á fo
aspersônâlens de Urser

A prasa
pótnÕtlerna617 |
r
L I TER AÌU R A

i
e

E
L
WoolÍtambém
Virginiã ênca paraI darcomês
fazusodo f uxodeconsc
e angústias de personagens
individuais O fio naíâtvosefrag
atormentadas.
mentae se nìutiplica,têcendoumaredecomplexada qua surqe,ao I m, a
ìÍÌìagemmutifacetada dossereshurnanos.
VirqI a WôóLÍâôs20:no5

Istivcra em AmÍerdanì, dizia o Sr. Banles enquaìÌto atrâvessaÌao gÌa-


mrÌdii coÌIl Lilr Brjscoc. Vira os ReÌÌìbraÌÌdts. Esii\eÌa em NÍadrid. InÍcÌiz-
mentc, cÌa Sextl Feira Sarta e o Prâdo eslavalèchado. EstivcÌa em Roma A
S flr. Brr. .c ri ' ìhâ i ,l n a R umr: íìl ' . .l c\cri â .r. ' e' | | ,,mJ e\p.ri r,,, rr mJrJ-
vilhosa parâ elar a CapeÌa Sixtina, Michelargelo, e PádrE com seüsCiotbs
t...1
[.Ìa cstilera eD Bnxelas; estìvem em Parìs, DìÀsÌÌuma visirà rápida, ape-
nas pda ler uÌnã tiâ doente. Estivem em Drcsden; halia milhares de qua-
Ashorasmoítasde Mrs. dros que não vira; entrelanto, reÍletìo ela, lâlvez fossc mcÌhor não ler quâ-
Dalloway dros: cÌes apeÌìasnos toúÌalam desalenladoÌamente dcscontentes com Ììos-
Bas€ado no romanceÁr hora' so própÌio tÍabaìho. 1...1De qualquer foma - disse Li\', reprìmiirdo sua j

de MirhaelCunnLnghanì, o Í me pequcna nìsincerida.le -, conrinuàrìa seÌÌìpre a Pintar Pois a pìnnrE Íúe-


contaunìdiana vda dê trêsmu ressa\,aa. Sim, es1â\acerto de que coÌìtiÌìuaÌia - dìsseo Sr Baúes. [ - l
heresqLrevlvemem épocas die $]OOÌ,F,l'n tanÌia.,Rrn, ,,rt na TÌrdução:LnizaÌ,obo.Rio d.Janeì.o
reniesa escritoÍaVÌgna Woof, o GloboiSãoÌ'axlo: lolhadc S.taub,200s. p. ?7-78 (Fmgmerkr'
queviveunã ngaterranadécrdâ
de 1920,e âs noftedrneÍcanas
LalrêBrown, donadecasadadé-
cadade 1950,e Clarssa vaughn, InteÍessadosem tratardaexperênca inteÍordosindviduos (anoçãode espa-
editorãquê,êrì 2001,planel:urìa co e tempo,a idéado eu e desuaIelação como outro),Joyce e WoollabrerÌì
festapaÍacomemorar o prêmro l- mãodaorganzaçãotrad c onaldolomance, atribundonovospapéis paÍênarÍa-
terâÍoconquíadopoÍ um gran- dore peÍsonagens e propondo novasÍelações entÍetempoe espaço nêrratvos.
No Brasi, loão GuìmaÍães Rosa e C arice L spector serão os principâìs res-
O pontodecontatoentÍ€asv pÍosa ob-
ponsáveis pela tránsfoÍrnação da de fcção. Na obra desses autores,
dasdessas trê5mulì€resé o ro o ô n
.rlarceMrs Dêlloway,.leVrcnia sêÍ,.\ê.esse _ _ ià o dd, . u ' àp o s -'
o ro e rn d d p ó d v d c o lo u - e ie
"'ó .-
WooÍ. O filmêd sclte s€ é me- dê .rg-i i, O -dbd ho -oÍ è ,i-ouoge-r qà- d. e.\ê 'Ì or e. o. , nd i
"do. aosescÍtolespTomoveÍ
horviv€Íembusca dapÍópÍa1e- poítância muto grande,porqueé elequepeÍrnitirá as
icdadeou 5ededlcar à íelicdade constÍuçóes e desconstruçóes necessáÍ as paÍa amp iar as possibi idades de sig-
d.s pessoãs qLrenosc€Ícarn niíicãção dotextolterádo.
Íodoo convencional srnocaracterístico dapÍosacãiporteÍraGuimarães Rosa
ousaescrcver uTnronìance de mais de 500 páginas sern d vdi-o em capíiuos,
n!rrnrfensoTnonólogo. A funçãotradicional denarrador comoorgãnizador da
h stóriaé Íevista. Eletanto pode serconfund do com uma personagem que de-
tém d retamentea palavra, comofazGurnarães Rosa en Grande seftão: veredas,
9 que leltora
ou sertransformado eaoumaespécedeconsciência críticã aluda o
reïletÍ sobrco signflcadodoscomportamentos das personaqens, coTno ãconte_
ceemÁ horadaeí/e/a,de Clarice LispectoÍ. Nosdos casos, é evidente queo
narËdoÍnáoseenquadra maisnaestrutura típicadãs narrativas em prosa.
Á5 horás,d€ 9ÌephenDaldÍy.
. E! 4, 2002
l1 Esses sáo ãpenas alguns exemp 05 do píocesso de expeT menta!ãoque
arrq,gl:wrrr*rel*rurt:*çnÉf caracter zaasnarÍatlvas do período.

a 61A CAPITULA29
I.IÌERAT U R A
-

O projetoliterário
daprosapós-moderna
Cornovimos.nãoexsteumadefn cãoúnicade PósModernisÍÌìo. Poresse
1953 . crrçaoduP"uob,u, motjvo,serlaincoeÍenteimaginaÌ quehásomente umprojetoterároparaa prosá
pós-moderna. cãpitulo,estudaÍerÍros
Neste especÌflcamenteoscamin hospercoíi
19 59 Fide cã nr o Ì om a o dospoÍGuTnarães Rosã e CariceLspectornaconstrução desuaobra teÍéra.
--_-.. peo usopaTtcLrar
- poaerem cuba. O unversoficconalde Gurnarães Rosa secaÍacterza da
Inguagêm e pot nesse mundoaparentemente regona,tratardetemas própros f
a todososseÍeshumanos. Essetrabaho corna nguagern é peçafundarnenta
1: paratoÍnarveÍossím lo mundocradoe,cornee,aspeÍsonagens queo povoam,
seusmedos, suasesperanças, slascrenças,suasbÍavatas e suasfraquezas
;"
AssrÌì,GuiTnarães Rosa va envolvendo o eitofeÍÌìurfaimensa rededehis
tórasqueabremespaço paraa reflexãosobreasgrandes questões unversais
queatormentam o serhumano.Essas questóesdizemrespe to a temascoanoo
bemeo mal,a sanidade e a oucura,o certoe o eÍrado,o afirore a morte,o
acaso e o 0esÌtno.
ClariceLspeclotporsuavê2,desenvove um unverso ficcionaem que
investgaosprocessos quetornarn o seÍhumano únlco,quelhêdãoidentda
de Suasnarrativas ãbãndonám o interessepeo enÍedo, parasubmeter ãs
personagens a uTnprocesso de ndividuação quepermite a elasreconhecerâ
própra identdade.Esse reconhecirnento asfazreavaaro contexto ernquese
encontram e questonêÍa suaSubrn ssãoàsexpectatvas farnlarese soca s.

r Osagentes
do discurso
I "O escritornãoé !m seÍDassvo. ouese imitaa Íecolherdados daíeãldâ
de, rnasdeveestaÍno rÌìundocomopresen(a atva,em comunicêção como
queo cerca", di55ecertavezClarceLspector "A iteratura
deveÌêrobjetivos
profundos e universãistâs:devefazeÍrefet Í e questonarsobreuTnsentdo
paÍaa v dae, pr ncpamente,sobreo destno do homeÍÌìnavida.'
1964
Essas dLrasdecãrações daescÌitora Íevelam o modocoÍlìodeseiavâinteÍagÍ
conìa realidêde, evando erÌìconsdeÍação o textoiterároconTo algov vo,que
afetao eitor,querefleteo contexto,queexpressa ospontosdevsta deseuãutor
Umaséredec rcunstâncias paÍtcuaresfezcomqueo contêxto de produ-
ção de Clar ce Lspector e Guimarães Rosafosse maisnteÍnácionâlqueo de
outrosescriloresbÍasleirosOsdos, elaacompanhando o maridodiplornatae
ee atuêndo comocônsubrasleiroerndiversas cdadesdo mundo, pÍoduzram
boapaÍtede suaobraforado Bras. Essaexperêncapessoal pÍovavelmente
aludouosdos autoÍes a Íernaénìdasquestóes que,dutantedécadãs, Íeapa-
reciam naprosanaconal.Paraeles,a questão cenÍalnãoêrarnaisdeíinir nossa
dentdade,nossos sírÍìbolosou denunciaro subdesenvo vimêntodo país.Suas
obrasfalamde aspectos dav da brasleÍa,
nìasêboTdarÍì questões unversãis. :
O foÍa ecÍÌìentodasedtoTas coma ex l
plosão do romance nageração de1930tor !
pub
no! mâsÍácila icacáo de ã
e a ciÍculação
novos lvros.Gu maráes e C arce, êcaTnados1
peacrítica apósummomento ncaldees- Ì
;; pantod antedonovo,náotiveram diÍculda- '
Ê
de paíê pub icarsuasobras
CãrceLspectoremseu
êpartâúeftoemNápoes

4 pfosapós'modernd619 I
L I Ì ER AÌ U R A

A prosapós-moderna
e o público
En'ìlrn Tnornentoem queloÍgeAmãdo,Gracilano Râmos, JoséLrnsdo
Rego,EricoVerissirnoestãopubicandonovasnaffatvâs,a chegada de Gui-
maTães Rosae ClaÍiceLspector,emborairÌìportante parao cenárjoiteráfo
brase to, nãoganharnuto destaque entteos leitores.
OscríticosteÍáÍios,porém,reagemi.nediatamente. ÁlvaroLins,crjtcode
rnãiorprestígo daépocae que,rnas têrde,seÍÌaum dosmaiores ãdmradores
daobradeCaÍiceLispectoÍ, confessa à autorateÍsidoncâpazdecomDreender
Pertoda coraâaselvagem: "O ha moça,nãoentendnãda.euemsabeseo
OttoN,4ara Carpeauxentende?", d ziaã elaÍeferindoseãopToíessoÍ austríaco. È
estuoo,ooo ilê dlud -n \ê-,àle quêèÌJouno B dì l corìoUttiLoiterdJio.
Passado o estranhamento inrcialcãusado princpalmentepea experirnen-
taçãocom a lrnguagem e pelêrupturacom as estÍuturas naíativas,tanto
ClaricecornoGumaÍães sãoacarnados pubicamente pelãcríticêespecialza-
da.Quandoissoaconteceu, entÍaTam na Tnood.
AsobTas dessesautoÍes
desafiarn o eitoTa entraÍemum mundooróoÍo. a
paítcipaÍdemaneira atvadaconstÍução dosentidoe a dialogar efetivarnente
como texto.No moÍnento em queo eitoraceitao]ogo propostopoÍ esses
e sedeÌxalevarpeã inguagern
escrrtores envolvente de suaficção,merguha
em!m Tasonante unveÍsonârTattvoe, ãoacompanhaÍ a vidae a traetóriadas
personagens, muúasvezespercebe-se refletndosobÍea suapfópravida.

r Linguagem:
experimentalismo
criador
TântoenTGumarãesRosacorio erÌìC aTce LsDectoÍ, o Íaba ho corna 1
Inguag"nea o n c io ae rrd -' ì e n è p d -d ê . ' d ! àeoro
t i n o\ è
. o o è o eru r o-
rãesRosa, essetrabalhoapafece soba forrnada experimentação radicalcom
a5palêvras:resgatedetermosaÍcaicos, cr açãode neoloqisrnos, tentatvade
t!g r dosclichês,
Íeconstruçãodâía a regÌonal do interoÍ de Minas, criando
rlrnosinesperados,inversóessurpreendentes, iÍÌìagens delcadas e belas.

Quando escrcvo, repito o quejá rn'i anres. E par;ì esrasduas vidns, um


Ìénco só Ììão é suficienre. EìÌì outras palarr$, gostaria de ser um crocodiÌo
rivendo Ììo rio São FÌancisco. Costaria dc ser um cÌo(odito porquc amo os
gr:mdes rios, pois são proluncÌos como a alrna de um honÌe . Na supc ícic
são Ìnuito livtzcs c cÌaros.Das nas prolundezs são tra.qiiilose escuroscomo
o solìiÌÌÌe to dos ÌÌomens.
ROSd, CninhÍàes. Dnponirì em: <hüp://IÍwlL(ttrÌtun.( !,,,.u, /
2Ìoescola/ÌiÌeìatÌìm/onn,x
--srosa>.Aceso cD: 3 âgô. 200ó.

EmClaÍiceLispector,a expermentação afetapr ncrpamenÌea estruÌura


da narratÌva.
É o domínio dãtécnicaclofluxooeconsc ênca, porém,quese
tornaa rnarcaregstÍadadêautora.

- estoü procuÌando, csrou pfocrrando. Estou knrando


.Ir' n d " r.T ê ,r.,nd.d.,r j i l guêr, quê ü\ i e n:o.ei â oucm. mJ( rJo q pro
^
ficar com o qÌre vivi. Não sei o quc fazer do que ïivi, teÌrho mcdo dessa.Ìesor
gaüizâçãoproftÌnda- )Jão confio no que me aconreceu.AcoÌìreceu-mc aÌÍju-
tna coìsaquc crÌ, peÌo fato de não a saber como !iveÌ, vi\,i unìa ourtracoisa?A
isso quercna cÌÌamar deiofgarizarão, e teria a segurânça.le me âvcnrurd,

a 620 cAPiruLo2g
tIÌERATU N A

porque sabeÌia dcpois para o dc voÌtar: Pârâ a organizaçáo mterior A isso


preÊro chamar desorganizaçàopois não qucro me conÍirmar no quc ü1,ì-
na coÌÌIirmaçáo de miÍÌ eu perde a o muÌldo coÌÌÌo eü o tinha, e scì que
não tenho capacidadc pàÌa outÌo.
LISIECTOR, Cìa.i.e. Á ,airr, v3?fldt c. I{
RiodeJaneiro:Ro..Ò.Ì9!8 p. 11. (FragnHÍÒ).

A paixãosegundaG.H.começaassm, corì una séÍiede travessÕes. O


leitoré ançado, semquaLquer aviso,nosconfusos pensamentosda persona- *
gern.Nãosesabeo quefo queêlav vêu,por queessaexperênca tev-Â um
irnpactotão grandeemsuãv da.EssaapÍesentãção de umasére de mpres_
sões,dereaçóes, desent mentos configura oí uxode dapersona-
consciência
gem.NasobÍasde Cãrce,essaÌécnica é usada parâpermitrque o leltor
acornpanhe de peÍtotodas a5 tÍansfornìaçóes por que passaÍÌì
as peÍsona_
gensno processo dedescoberta nterior.
e GumafãesRosatrazernassima escrita
ClariceLispector parao pÍ meÍo
plano,deÍrìonsÍando a possbi idadêde vaorizara elaboraçãodo têxtoe o
trabalho coÍÌìa inguagem coÍÌìoêspaço deconstrução demundos especítcos.
)L
' .t\l

Campogeral
A techo ã seguirmostrao momentoem que a vìsita
de um médicomuda a vida do menino Miguílim.
3
Estava Mãe, estav.Ì Tio TeÌêz, estaïam todos- O senhor alto e cÌâÌo se
apeou. t...1 O senhor pergìnhva à Mãe muitas coisasdo Miguilim. Depois
pc*unta\Ìa a ele mesmo:- "NtiguiÌim, espiadaí: quantos dedos da mnÌha
nÌão você está eìÌxergaÌdo? E agora?" t...1
I o seÌìhor tirava os ócuÌos e puÌrha{s em MiguiÌim, com todo ojeito.
OÌha, ìgoÍal
Miguilim oÌhou. Nem não podiâ acreditâr! Túdo era uma ddidade, tudo
novo e lindo c dúèrente, as coÌsãs,âs tu1orcs, as caras das pessoas. l...l E tonte
a\,ã.Aqú, iÌi, eu Deus, tanta coisa, tüdo... O senhor tinh retirado deÌe os
ócülos, e MiÍjuilim aincla apoìrtava, fala!ã, conÌara tudo como eÌã, como iinha
\isto. Mãe este\€ assim aisustadq mâs o senhor dizia que aquìlo em do Dodo
nesmo, só que Miguilim iambém carccia de r$aÌ ócÌ os, daÌi por diante. O
senhor bebia café com eles.Era o doutorJosé Inurenço, do Cun'elo.
Tudo podia. Coraçáo de Miguilim bâtia descompa^sso,eÌe càreceu de iÌ
Ìá dentro con&r à Rosa,à Nlaria Prctinha. à Mãt a. 1...1.
Quando voltou, o doütorJosé LoÌuençojá rinha ido embora.
'5/ocê esrá triste Miguilìm?" - Mãe pergÌrntou.
MiguiÌim Ììão sabiâ. Todos eram maiores do que eÌe, as coisas
revimvam sempre du1ÌÌ modo tão diÍère te, emm grandes demais.
- Pra onde eÌe foi?
- A foi p'ra a \rereda do Tipã. onde os caçadores estão. Ntas ama-
nhã eÌe volta, de manhã, antes de ir s'eÌnboE p,ìrá a cidade. Disse que,
locê querendo, MiguiÌim, eÌejunto te Ìer"a...- O doÌrtor era homenÌ
muito bom, Ìeva\a o MiguiÌim, Ìá eÌe comprava üns óc.uÌos pe{ìuenos,
enúã\a paÌ? a escola, depois aprendia oÊcio. - ïocê quer mesmo ir?"

A prcsa
póenodena621 a
I I TER A Ì U R A
-

Mìguilim Ìráo sabia. Fazia peso paÉ náo soluçar sua aÌma, até ao
Cuv€lo: cidade de llinès CeÌaÂ. fiÌndo, se esfiiâva. I!Ías Máe dissel
AÌgibeiraï ],oìs.\ dr rôupa. - Vai, ÌÌÌeü filho. É a lÌrz dos terìsolhos, que só Deus re\e poder para
|e dar Vai. 1...1
O doutor chegou. - "ì,Iiguilinì, você está âpÌtntado? trstá animo-
so?"MigaÌiÌim abraça\ã todos, umporunì, dizìaâdeus até aos cachon os,
ao Papaco-o-Paco,ao gâto Sossõeque laÌnbia as mãozinhas se ass€ando.
[...] nstala âbraçado com NÍãe. Podian sair.
Mâs, entãír, de repenie, Mignilim paÍou em frente do doúor Todo
tremia, quase senì coragem de dìzer o qüe únhavontade. Por fÌnÌ, disse.
*
Pe.Ìiu. O dolLtor entendeu e achorì g.aça. Tiroü os ócÌrlos, pôs n;t câra
de MiguiÌim.
E MigrÌiÌiÍì ollÌou para iodos, coÌÌì taÌìtâ força. Saiu lá fora. 1...1O
MÌrtum era boDitolAgoÌì ele sabia. t...1
oÌhava nìais eÌa para Mãe. t...1 Todos choÌa\'ìm. O doÌrtor ÌiÌnpou â
goeÌa, disse:- "Não sej, qÌnndo eu tiro essesóculos, ião fortes, até ìeus
olhos se crcÌÌe ì d'água..." MigrÌiÌim entregoü a ele os ócuÌos outraÌez.
LÌm soÌuçoziÌìho !eio. f...ì Nem sabia o que era alegÌia e tristeza. Màe o
be!ja\ã. A Rosâ punhallìe doceedelcite nâ! algibeiras, p:ÌÌa â liagem.
Papâ.o ePa.o Íàlàva, alto, faìaÌa.
ROSA cnìmricsjôio. CanÌpa g.t^1. \Íanu..hâa I Minitìn L cd. Rio deJaneìÍo, Novà
lforcjm, 1984. P. 139 l'12. (FruSnicnto)

t. Que ìnformaçõeso texto Íorneceâ respeitodo doutorJosé Louren-


!o?
. Emboraa nãÍativaestejaem tercera pessoa, a perspectivaadotadaé a
de N/liguLìmO quesignf (:a,nessecontexto,a âfirmâçãode queo dou-
tor JoséLourenço "tudopoda"?
2. Assimque Miguilimcolocouos ó(ulosdo doutor,pâssou a ver tudo.
Tranlcrêvaasexpressões que retratama novâ "visão" de mundo do
ga.oto.
t Comol\,4igulim reagu diantedessa nova"readade"?
r "Aqui,a i, meuDeus, tantacoìsa, tudo..."Nessa írâse,o usoda ingua-
3
a
gemdexa evdentequea perspectiva adotadana narrativa éâ do meni-
no Expiqueporquê.
3. Expliquede que maneiÍao trechoabaixomostraque â realidadeé
captadaa partirda óticainfantilde Miguilim.
"Nligrdlim não sabia.Todos erânÌ maioresdo qre cÌc, as coìsã,
re\.imvamsempredum modo tão dilèrente,eraìngrandcsdemais."
4. Qualo tÍechoque mostrao medoe a dúvidâde Miguilimem sairde
Íü utum?
I DequerÌaneraessas eÍnoçõesaparecerÍìno trecho?
! Suamáeo aconselha a pêdLr,d zendo:"É a uz dosteusolhos,que só
Deustevepoderparate dar". A queelaes1áse reÍeÍindo?
5. Deque maneiíaa panidacomoventede Miguilimé transmitidaao
leitor?
r Essanarratvarnostrao processo de amadurecirnênto de M guilm. Ex-
p iquede quemaneiraã descoberta da r.iop a e suapaÍtidasimbolizam
esseamaouTec menro.
6. observeâ linhado tempo destecâpítuloe expliquecomoos gran-
desacontecimentossociâis,culturaise políticosalì apontadosfavo-
recemo surgimentode novasperspectivasêstéticâscaracterizadâs
pelaexpeÍìmentação.

| 622 CAP||ULA29
LIÌERAT U R A

GuimarãesRosa:
o descobridor
dosertãouniversal
O caráterregionalistê quedefniu a f cçãoda geração de
1930aparece completamente transfoÍmado nasobras deGu
i marãesRosa.As marcãsregionais sãoevidentes nosteímos
l do
ut I zados,na recfiaçãodafaladelagunços e devaqLrelÍos
: lnteror de Nlinas.Asquestões poÍém,vãomuito
teÍÌìatizadas,
a érnde umaperspectivã regonal.
Ernsuasnarratvas, Rosa faladosgrandes drarnas hurna
nos a dor,a morte,o ódio,o amor,o ínedo.lndagaçóes f o
sófcasaparecerfna bocãde homenssimpes, ncutos, dei
xandoc aro que os grãndes fantasrnas da exstênca podern
seridentifcadosen'ìqualquerlugar,desdeum grandecentro
uÍbanoatéum m núscuo v larejonossertões dasGeÍais.
Em 1952,G! maÍãesRôsãvalou durante
Essancansávelbuscaderespostaspafaasangústiash
fazcomqueoregonãlismo, naf cçáodeGurÌìarães ganhe
Rosa,
acô mpâ nn aiouomêDoaoa umad rÌìensão
univelsal.
Acompênhâr ã tÍajetóÍa de Riobaldo,
ern GraDde sef
tãor por
vered;J, exenìplo,s gn flcaaprender que o seftão"estáenìtodapârte".

r Asnarrativas
curtas:contose novelas
Autordeumúnco romance, Guimarães Rosa toÍnou-se conhecidopÍ mero
1
peloI vÍodecontossagêrara. Quando a obra suÍgiu,erf 1948, suÍpÍesa
caLrsou
pe!âInguagem, queÍ-Âcr avao portuquês comolíngualteÍáÍiae davauma
dirnensão nova ao regionalsrno,
vertente tão exporadana iteratura bÍasieira.
Doscontose noveasdeGumaÍãesRosa, emergeummundosempÍernar-
cadopeloconfronto deopostos: o arcalco e o ÍfodeÍno,o r!ía e o uÍbano,o
orãte o escrÌo.
: se em sagararaas narratvas bÍevesdos "causosda arraiam úda" ocu-
pama posçãocentÍa, aospoucosa pÍosado autorpassaa co ocarem evr-
I dênciâasoposçóesfundamenta s quedesejainvestigar
t Assirn,
oscontosdePrlmelras estóraspodemserv stoscomo!rn conjunto
LaFônta
ne,autorÍrancês em qle o focoestáno confronto entfesandadee loucurê (explctâmente
quen5pro! GúìmàràÊs
Rosã
tematizãdo em "Sorôco, suamãe,suaf ha"; "Nada e a nossa condlção";"O
Lêtorapãxonadodesd€osten qLre "A
cavêlo bebiaceNeja"; benfazeja"; "Darandina"; " Tãrantão,
rfeu
posde rnenino,GuirnaÍãês Rosat- patrão..").Alémdisso, a infância,o amor, retornam
a v olênca e o m sticismo
nha duas Íontes nesgotáveis de êrê \ dê g rd de.'ee ê p d ' ó o d -lo .
nìatéÍia"bruta" parasuâsnarÍât- -oro
vâs:o sêrtãode lúinase a sua br A cãpãc dadede apresentar o olharnfantI, queaparece em alguns dos
blioteca.Neia,do ladode inúnìêÍos contosde P,melrasestórlas, atingeo seupontomáxmo na novea Campo
autorêslng êses,frãnceses,ale gerêl narrativa extrerÌìarnentelírica,comofoi vistono trechoanãisado,em
mães,gregos,húngdros, merecam queGumarães Rosarecra o rnundosequndo a perspectva do menno ÍvlguÈ
ugárpÍvileqiado osinsprãdor€sda iÍrì,pêrsonagem defundoautobográfco.
suaf c!ão: Dante,airtorde Á d/i/-
nâ cortdrb; Homero,autor de //a
dd e de odliséra(obÉspeìasquas : Grandesertão:veredas
Rosaerafâscinado);e LâFontane,
lrancêsque escreveu mutêsféb! e osavessos
do homem
las.Com essesrnêstrês, aprerìdeLr
a aftculdr a fábula ao elemento Robado, protagon stae naíadorde Grardesertãorveredas,
cTesceu na
ép.o, o quê dêu à sua obra um íazenda de seu"pãdrinho"
(nãverdade, o pa qLre
nãohava reconhecdo a
cdÍáteÍinovadoraindanão iquâla- pateÍnidade).Essacondção he garantu âlqumaeducaçáoformal suaedu
do nâ literãtlrabrasiera. caçãoreal,poÍém,acontece quãndo sejuntaa um bandodelagunços e co
Írìeçaa longaviâgempeo sertãodasGerais

A prcsapós-narlerna623 a
T I TE R A T U R A

1...1Lugar scrrão se dìluÌga: ó onde os pasros


, Jre,. m.l , Ía h, ^:ondc um p, r., Jr de/..t,,i n
: ' de
ze lé$as, seD ropar coÌÌÌ casade moÌadoÌ;e oÌìde
(rìminoso vile seu crist{rje$N. aÌredado do arÌo-
l
cbode autoÌidade. [...] Essesgeraissáorem tâÌÌa-
nho. EnfiÌn, .ada um o que queÌ aprova. o senhor
sabe: pão oÌr pães, é quesrão de opiniáes... O ser-
iâo esÌá em toda a partc.
Do demo? Não gloso. ScnÌÌoÌ peÌgÌrÌìte aos mo
radores. trDr raìsorecen), desfalam no nome oere È
- dt,È " , .^ ^ A tu..D teat... fìordcrrd.A l d| l urvâ-
ção. E, o respeito de dar a ele assim esse!nomes
de rebuço, é que é nìesmo un qÌrerer in\'oca.rqüe
ele 1òr$e forma, com as presençar!
Nãoseja. tru, pessoalmcnte,quase que.jáperdi
neìe a crençâ, mercês a Deusi é o qÌre ao senhof
lhe digo, à pÌrricÌade. [...]
T)e p,i mei rn. eu íui a e merrr. e pe.,v rao
pensala. Não posiuía os pru os. \'n i puxando di-
l : , i ì dê.ìrrr ê' fei \F \i \,' nn moq,,ém:quem mnl
no asp'ro, nâo fantNôia. NÍas,agorâ. feira a lolga
que Ine vemi e senì pcquenos clessossegos, estou i
de range rede. E me nìvcntei neste goÍo. de espe
culü idéia- O diabo enste e não existe? Dou o
d i ro. \brcn,j r,:o.I mêl " n(ol i r,. O senhor\ èi
-J.
exisre (achoeir:Ìi e poisl NIas cachoeira é barraD
co de cháo, e água sc canÌdo por eìe, reromban-
do; o senlÌor coÌìsome essaágua, ou desfaz o bar-
rarìco, sobË cachoeiü alguma? \ri1€r é Ììegócio
!Íração de Potyparaa pr m€ ra edção
de GEnde sêdáa vercdas
ROSA,João GuúÌamA. cÌo,d, Jdri,: dsl6. 19. cd. Rio dc
[E ro*, q Norã!ì.Írenn,2001.p 21t6. (rmgmcnlô).
Jan€iro:
"-y.
,AÍed.dor âIãshdó,dntut.

Gloso:enenro, fab.

Moquénì Ìipo dc grclha. Recontadaemformade uÍÌìlongomonóoqo,a v agemdeRiobãdotÍans-


.{brenÌinciorrl\a.to.omo nma formaseernumatTavess a emqueo eitor,envovidopelarnguagem,
é desa-
.quì\'rlenrc
ì DeusÌnô
'nlúi.içã., f adoa penetÍãrem urnunversode emoçóes autênticas,
de sentmentosíoÍ-
-ê .. d ê ê d n - dr êt Ìo\ , o^ .td^i es.
A naÍÍãtrva
estástuadano nteroÍ deIVInasGerais,ondeqeogÍaficarnen-
te se ocaizão sertãorealassociêdo
ao Íomance deGuirnarães Rosa. O texto,
porém,povoae55eespaçocomassagasdosseushabitantes, o queo torna
mítco.Assim,o seÍtãoseexpande, perdesuasffonteirasgeográícâse reas e
pa55a a s mbolzaÍ peâsÍespostas
a busca paraasgrandes questõeshumanas:
o oueé o bem?.o oueé o rna?
Riobaldo,quiados eÌtoÍesnâtravessia,
apfendea veÍa belezado sertão,
enlÍentao rnedo,torna-seadmíadopeloscoÍÌìpanheiros, descobre o amor.
Encerrada suav dadeluta,estando"defangerede",passa a especu ar déias
e a buscaÍLrmaresposta parasuarnaor angústìã:sãberseexs1eo d abo,corÌ
qLrerÌìteriaïeito Lrmpactoparasairvtoroso na utê contraHermógenes,
tenìívelíderde umaÍãcçãoÍivaldelagunços e horÌìern
ãparentemente indes-
trutivel.'Osenhor ãchaquea minhaaÌmaeuvendi,pactáÍio?j", pergunta
Riobaldo ao seuinterlocutoÍ,
homemmaisculto,culanegação trara pazao
jagunço ("Suaa ta opn áojá compõem nhavaia").

a 624 (APÌULO29
TITERAT U R A

NasuatraletóÍa, o lagunçodescobre qLrea v daé seÍlìpre


Lrma stuaçãode
"Aspessoas
nãomorrem, r sco "V veré muto pergoso",repetevárãsvezes aolongodesuanaÍatva
Íicamencantâdas." e, no seftáo,lssosignf caqueaspessoas precisarnaprender â seadaptarês
condçÕes emqueseencontram: "apfendeÍavlveÍéqueéovveímesrÌìo'
Nesse sentido, o seltáofazo homerÌì, e a nêrrativade GumaÍães Rosã
mostrã essehomemerntodaa suaampltude, ÍeveandoosSeus avessos,ãs
suasanqústias, osseusffroffrentosheróicos Termnadaa leituÌado
e covaÍdes.
I vro,vencjdaa tÍavess e o desaío deacompãnhar
a da inguagerÌì a "especLl
ãçãodeidéas"deRobado,o leltoraprende ê ìçãorìraor,aquela quevailhe
peranitÍ superar os seuspróprosavessos: "A gentetem de sar do sertãol
Massósesaido sertão, é tomandocontadelea dentro..."
Ro5atonandopo$e nã
Cúimãrãe5
A.adcmaBrar eía dê LeÌÍ45
Assm comômu tasde sua9PêÊ
sonaqens, GlrimaÍães Ros?eÍãpro-
f undênr ent ês u p e rsct o s o . P o r
nìar de qlraÍo dnos,ëdlolra po5
s€ na AcademiàBrase ra de Le ,l
tÍa5,porqu€Ì nhd cerlezade qLre,
quandoas s unìL s s L e rac a d e i ra ,
a go de ruìmlhe a.ôntêcera.C€
dêndoaosap€lotdosoutros mor
tâ|s,nìarcou5Lrãposçeparao d a
16 de nov em brdoe 1 9 6 7
NodÈc!ÉoemoconadoqLre1ez,
Rosaerplrou "a g€nte morree I l
l r' l :
parapÍovã'qu€ vlveu I lAr peÍ
soasnão moÍrem,ncamencanÌa
daí Ìrês diasrndistarde,urì n
farto cãâvâa voz do maislnspira
do conÌadorde h 5tóÍiasda teÍa poô" o ódêV 'a ôo
1!ra brasil€ra. "ooonoo

Gra'nde sert&a: aered.exs


Aquì se naffa o lancedeÍRdeíro eôlre os dols bandcs
ininigas, qüe ëntíèrn em acorob e Je desafìaír,paía um
duêla aoin arftas brdncas.Hermógenes e Díadarím !ìderam
aãda urì do5 /aaJose se enfrentem em urta luta çngrenta

NtesnrocstÌuìlÌel, qÌÌando f|i notando que o LiÌoteio daÌua tinha Pou-


sado teDnoi achei .lue fria um cern) nÌiÌÌulo que o fogo Lìnha ,oìritãdo.
Cessaram,snÌr. NÍÀsgritalaDr. ru\1i !a!avá de conlersa ÌulnÌi Ìrns P,ìra os
outros, de rotrdar o.Ìa. I Iarì am de rer .Ìcs.Ìutorizado rodaÌnüIrição?OÌhan
do, cLeseìÌtcÌÌdi.1...1tr \'i, chefian.Ìo os dele, o HermarÍjelÌes:l.. l
O)nheci o que esrâ\'apãra ser: que os dele e os meus tirhân cruzâ.lc,
gÌàìde e cÌôìdo desâfio.conforme para cuüprir s
tÌos. ÒÀs(Ìuasp.,n1asda mra,.ìebaixo dc ÍòrIÌìar e â trio dcsenìbainiÌavam.
O qÌre lrncìo, ri Diadodm mdimcntos .lele. Qucrer nÌil gliü! e nno
"À ffo desênbai.lìlvam" e\plcsro pude, iicsnìnÌr de ÌnnnrÌìcsmo, Ìnc torteaÌlì, numasânsias E tiÌÌÌÌìc, infer
!k.ro.!icìr., \ì,grìUú q!. lnhurì
lonì amas brrÍ xs.púnhànon tu:Á. no daquchIUa, pâra cncurraÌar comprìclo... rìraran minhatoz. l .l

A prctaposnadena 625 a
rI Ì T iA Í U R A
-

DiacÌorim a yiÌì -do lopo da rüa, pÌÌnhaÌ em máo. al?nçar -


correndo aDÌouco...
Ái, eles sr lnÌharÌ. .orìcter. Os trezentos passos.1...1Eles to
dos, na liÌria, rìo âninÍ^amenie. l,leÌros eul turepele que não
prestavã parã tÌânandar umâ ordem. gÍilar um conselho. Nem
cochichrr comigo prìdc. Bo.a se encheu de cuspes. 1...1NÍaseìes
\,inhaDr. se aiinham, nurÌ péìe-\,ento, rÌo desa(loro, bramavan.
se inlestiranÌ...1...1DiadornÌi er qÌrerix ver seguraf com os
oìhos.-. Es.utci o nÌcdo cÌâro nos meus denies... O Hernrógenes:
desumaDo f...1 Dia.Ìo n lbi Deìe...\egacec,ü, conì uma qÌrebra
de corpo, g-amÌrctou... tr cÌcs saDhâràm e bamìharaÌÌÌ, Érçanm. F
l)e srÌpeiio... e só...
E e u e staral cndol 1...1,{si n,ah-mìrei eri o cl aro.l ara
mente: aí Dia.Ìorirn cravar c sangrar o Hermógenei... .\h, cÌavou
no \-ào c rcssurtiu c, alto es$Ìicho de sanglÌe: porfiou para
beìn mararl 1...1CoÌÌìo, dc repeDie, náo vi maii Dìadoriml No
.éu. uì pâDo dc nuveÌìs... DiedoriDrl [...] S[bi os abismos...De
mais loDge, agoÌa dalarn uns tiros. essestiros vinhanr de pfofun
das profuncÌezas.Trcspassci.
A lutaentreo beme o mal Conformc .onto. CorÌìo rerornei, ixrde depoìi, rìal sabcrÌdo
cle miìn. e qucrcDdo cnÌerdar nó no ieÌÌìpo, tâteancLocoìn meus
oÌlÌos, quc anrda Ìcs|Jlam Íèch:Ìdos. f...1 F.u despertei cÌe t.icÌo -
como Do instante em que o tro\ão náo acaboÌÌ de rolar ató ao
E fiuÌcÌo, e sc sabc que caíü o Ìaio..-
DiadoÌnÌÌ úÌÌìa morido - mil vezesÌìlenie pira scmpre
: cÌ. mnìi c cu saÌJìa,e não qucria sabef. Drers olh6 mÌejanm.

: Ros1. l()io Gun!âÌnes.


cr"rd?!raa: l!. ed.Rjo.leJrneú,]
"âddJ.
N,,u rÍoDteira,2001.
p 60! rllz. íI.,Ìgn,e,ro).
a lq amouco.heiodetúiâ
.AÌinosmenre .oú.oriB.ni ou\.Ldi2.
D6idoro numa.onn*ã...oF pÌc$xiìe\enhex{tâ.
BÌmã!d: gnraÌx (0rÌ túriÌ e\alhraNe '
Conada m n $ér e Gãnd€iÊnáó: Ncg,cL$u:e\.Ìpou, dcsiou (rl. s.he)
re.êl*, 1935 Dãês!!edâ pêrâa Gúbêtou es.ìlnou5e
diÍeÈ SêbaÍãôvasconce os,Rogér o Sanhúu: \ÌrÌrm (Ìn finìr
rüac(o,BÌlnaLombard e Ìar.ÍsioMerà Teaãlfl: ( n,â.rn', nr úí| rs t(a .r punhâi;.
No trecho f nal d€ Grarde ser- Res'úliu: jomn.orì i.r (x
tãor r€rêdát Riobãdo relãtaao seu
iJìt€rocltor o deíecho do con TrespNei: n! tìt . usdo no scrÌnl).le damtì:
frcnto entÍe o seu bdndo e o de
Herrnógenes. O embateres(]tê na
mode de D.dorirÌr, jaqunçopor t. QuaíssãoossÌnâispercebidos
por Riobaldode que âlgoestavaparã
qLremsente Lrnd atÍâçãoque o
p e (Lr r ba,pos néo s a b eq l rê o r "l\4asgrtavarn,vuvúvavavá de conversã
rurm."Qua é o sentdoda ono-
amiqoé, ná vêrdadê,Lrmâmlrhêr matopéã destacada na Írase?
d i sfãr ç ada
de hom êm R o b a d o ê . Robaldovê o embateque vaiserÌÍavadodo alto de urnaconstruqão.
s€u bandoesperanì,de tocaia,a
Comoe e descÍêve os preparatvosdosdoisbandos?
chegadado inimgo, rnassãosuF
, O queelesenteao veÍ o nícioda uta?Trãnscrevaã frasequetraduzos
PÍeendldos poÍ unìataque nespe-
fadodo bandorival,vìndode ou seussenÌrmenÌos.
tra diÍeção.O protagonía é con r Êxpiquepor qu€a expressão desmlmmostrao sentnìenloq!e domina
ve n c doporD adoÍ im ds ep o s i c o
nar no alto de unì sobradoe co' 2, Qual é a sensãção que o leitor tem do combâtea partir da sua
mandaÍa uta daìi É desselugar descrição?
qLr-ô pÌesen.iaa lutafinaêntreHêF
mógeresê Dladofim,que culmF
r Qua o efeto produzido pea enurneÍa(ão dosverbose peo usodas
na com a mode dos dois. exprersÕes nalrase:"lMas€ esvlnhêm,
destacadas seavnham,numpé-
brafìavam,se iÌrvestiram.
de-venta,ra desadaro, ."?

4 626 CAP:TULA29
LITERAT U R A
-

I Dos corfbãtentessãodestacados:
llermógenes e D adorm. Quecarac-
terístcasdosdoispodernseÍpeícebidas
no trecho?
3" Uma das questõestematizadâsem Grandesertãoj veredãsé â luta
entreo "bem" e o "mâ1".Considerando de Hermó-
a caracterização
genes,de que ladoele estarianessaluta?
r Dladorìmé, na v€Ìdade,a fÌlhade lrmjagunçoquefo assass nadopor
Hermógenes à tração.O querepÍegenta ã vtórã dea sobÍeo a gozde

4. Um dosconÍlitosde Riobaldoé o amorproibidoque sêntepor Dia-


dorim,já que não sâbeque o âmigoé umamulher.De que maneira
*
essesentimentopode ser percebidono trecho transcrito?

"f...] Eu despertei dc rodo calnono;nsíant( en que a hnt.ìo n'no


d.ihat d.enlur aLéaoJunà.o, e se .aíu o ran...
'ak ft
Diadorim tìnlÌâ moÌÌido miÌ\,ezcsmcntc - para sempÌe de
mim; c cu srbia, e não quc r s.Ìbcr Ìncus oÌhos mâÍejar:Im."
i Considerandoo que Riobaldoconstataa Íespeitode Diadorirnno pará-
grafo segu nte, o que o trecho desÌacadosimbo iza?
. Transcreva do ú timo pârágrafooÍecho que reveao desesperodeRoba!
do diafte de sua constatação.

Lispector:
Clarice a busca
I
da identidade
incansável
A mennã HãlanasceuerÌìTchetcheln k, nê llcrâna. Quandoveo paíao
BÍasI, ern1922,recebeu o nomequea consagrafia comounìadasmaoÍes
escritoras ClaÍice
bíasieìÍas: Lispector (19201977).
SuaesÍéiaoÍcia no rÌìundodasletrâsãconteceu com a publicação do
romance Pertodo coração se/vãgem (l941).A obradesnorteou a crítica,que
nãoestava pr-oparãda paraa íorçãda nêrrativa lnt m ía de C ari
ce.AntonioCanddo Ìevelou, ânosmâisÌarde,quetomou!m
choqueao ero fomance. Á varoLinsreconheceu queera"nosso
pr meiroromance dentrodoespÍrtoe datécncadeJoyce e Virgi
; niaWoolf".Comessas referências,o criticoidentficava o cêráter
lnovadoÍ dafic(ãode clãrlce, queabÍianovoscamnhosparaa
expressão verba.
No ÍTresmo anode suaestréia edìtora,a escrtora casou-se
comN,4auÍy Gurge,umd plomata decarreira, e foi moTarfora do
Bras Foram15anosd stãntedo país,masseÍfpÍeescrevendo.
PubicouO /ustre(1946),Cidadesitìada11949) e Alguns.ontas
(1952).Coma sepaÍação do marldo, em 1960,voto! ao Rìode
ianeÍo, ondepermaneceu atésuaÍlìoÍte.
EntÍeosSeus ronìances, destacarn-seÁ maçãro escuro (1961),
A paixãosegundo G.H.11964), Umaaprendizagem ou a livrodos
prazeres11969), Água viva11973)e A horada estrelâ\197f)
Entreosvárosvolumes decontosquepublcou,Laçasde familìa
(1960)e Fe,odadec/ardêstlna (1971)trazemalgurÌìas de suas
obras-primas, como"Amor","A m taçãodêrosa"," Felz aniver-
sário","Feicidade clandestina", "Tentação', "Osdesastres de
Sofia".EscÍeveu tambérncrônicas e textosde iterâtuÍainfanti

A |r'asapósnodünâ 627 a
I I T ER A T U R A
-

r A descoberta
do "eu"
A literâturaproduzda poÍ C arceL spectorsurpÍeende por buscaÍa com-
pÍeensão da consclência ndvidual,marcada sernpre pelagÍandeintrospec-
çãodaspeísonâgens. PÍocuÍando anaisarascaÍacterístcasqueconstituem o
ndivíduo, ClaricenãosepÍeocupa coma constfução de um enÍedotrãdico-
namenteestruturado, comcomeco,rneioe Í m.
SLrag tratamdo momento
nãrrativas precsoemqueuTna peísonagern toma
conscênca da própra ndividuaidade.Esse podê
rÌìornento 5eídesencadea-
do por 5tuações cofriqueÍas,comoa conternp açãode Íosasou a v sãode
um cegornascando chiclete.Comoa autoradecaTou:"osmeuslvTosnáose
preocupam cornosfatosem si,porqueparamimo mportante é a repercus-
sãodosfatosno indivíduo".
Nesse gentdo, o leitoÍé convdadoa enfrentarsituaçõesnarrativascom-
plexãs, emqueaspersonagens passamportransfoTmãções capazes deabalaÍ
a estruturaorosaica deSuasvidas.

Amor
Os frlhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeiÌa e sunâÌenla. Cree
KatherneManíeld, umadasautoras ciâm, tomavam banho, exiÍiiãm pda si, malcriados, instantes cada vez mais ;
Prelerdasd€ clar.e.
completos. A cozinha era eÍ1im espaçosa,o fogão cnguiçado da\â estouros.
NasnìLrtas
entrevistas
e depoÌ O calor era forte Do apdtãmento que estavm a{is poucos pagando. Mas o
meniosquedeu,ClariceseÍnPíe lento batendo nas cortinâs que eÌa mesma cortara Ìcmbüvaìhe qüe se quÈ
tocounâquestão daleìtuía.
Ìvles- scssepodia parar e enxugar a testa, oÌhando o caÌmo horizorte. Como um j

mo se confessando uma letoÍâ ÌavÌ?dor. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outrâs, mâ-sessas
espoÍádica
na vidâadLrlta,
fa ava
apenas.I cresciâm áÌaor€s. Crescia sua rápida conversa con o cobndor de
compaixãoda descolrertadê ã -
gunsautoÍes a. Ìuz, crescia a água enchcndo o tanque, cresciam scus fiÌhos, crescia a mesa
nasuaadolêscênc
corÌ comidas, o marido cheÍjando com osjornais e sornndo de ÍonÌe, o can
to nnporluno das empregadas do edificio. Ana dava a tudo, tÌanqüilamente,
Eu misturei tudo, eu lia livro,
sua mão pequena e fortc, sua coìÌenie de üda.
romance para mocinhã, Ìivro
co r-d e- r os a,m ì s iura d o c o m Certa hom da tarde cra maìs perigosâ. Certa hora da tarde as árvores
Dostoié\sli,eu escolhiàosliv.os que plantara riam deÌa. Quando nada mais precisava dc sua lorça, iÌìqÌrie
pelos títulos e não por autoÍes, tar"a-se.1...1
poÌque eu não tiúhà .onheci No lündo, Ana sempre tivera necessìdadede scntir a raiz firme da-scoi-
me n lo. . . f ui ler ào s t3 a n o s sâs.E isso uÌÌÌ lar perpÌexamente Ìhe dera. PoÌ caminhos tortos, viera a cair
Herúan Hese, tomei um cho- num destino de muÌhc! conÌ a surpresa de ncÌc caber como se o ti\,€sse
qne: o tnbotta .stepe.Í...1 inventado. O homem com qüem cìsara eÌa um honìemverdadeiro, os fÌlhos
t...1àos 15 dos. enrei nuro que úvem eram fiÌÌÌos vcrdadeìÌos. Suajuventude anterior pareciaìhe estra-
li!Ìdia, que me pdcceu o mu'
Ììhâ coÌno uDndoença de !ìda. DeÌa haüa aospoucos enìergido paradesco-
do [enÌ] que gostaia de motu-
brir que lâmbém sem â Íclìcidâde se \i!ia: aboÌindo-â, cÌìconlÌara uma Ìe
De repente,um dos]nros que abd
continha liarcs tão difeÌentes {Ìue gião de pessoas,antes inlisíveis, que úüam como quem tÌâbalha - com
fiquej lendo, pres, àli úsmo. persìstência,coÌìiinuidade, âÌegria. I.-.1
!úodóú@, eu pens†md ese LISIE(ÍOR, Cldice. l,rn d,Fufia RiodeJanero:
ÌnÍo sou eu! Só depois lim a sa- ^moi
Ro.cô, 1S98. p. 1920. (IragndÍó).
ber que à autôn eiâ consìdeÌada
m dosmeÌhoresescritoresde sua
époG: Xâiherine Manifield.
O textoapfesenta unìamulherde classe médlacornumãvidacoÍnpleta-
USPECTOR Clan.e,Dispôntuel
em:<htQr///w{n curtum..ombrl mente organzadaemtornodafâmília. A vidadeAnaé Inearcomo seunorne:
âÌô€so1â/liteEtura/ nadasaidostrìlhos,tudoocorresegundoumaÍotinaprevistã e espefadê. o
cldic€lispectoD. periqoestánashorasem que não há maisnadaa fazer,em que astaÍefas
Âceso€nr 25juì.2005.
done li,d, d lot è rì c o n rl-id " s e a n à s e v ê c o m-ê -' ì p uo de )n i ên
um dessesmornentos quesedásuadescoberta. -à o s

a 62a caPiruLo2g
LIÌERAT U R A

...1 { g u m d ro i ' á i n rrd n q úi L c' urt ' u,t' dei\d de solÌìr, sornr e deixâ.r de soìÌìr - como
dendo. xntão ela \ÍÌt o cego mascavachicles. se ele a tivesseinsultado, A1ìa olharã{. E quem a
Um homem cego mascavâchìcles. üsse teria â impressão de úÌa mulher com ódio.
Ana ajnda teve tempo de pensaÌ Por um se À4a'.onünu!2 d oLlÌilo, , zdâ ve/ mais in, lind
gundo que os ilÌnãos ünam jaÌìtaÌ - o coração da - o bonde deü uma mìncada súbitâjogan
batialhe úoÌento, espaçâdo lnclinada, oÌha\z o do a de.prA , ni di pdm uj .. o oc.âdô' d.o dc t r i
cego pÌofiúdamente, como se oÌÌÌa o que não cô despencou{e do coÌo, ruiü no chão - Anâ
nos vê. EÌe nìastìgarã gí,ma na escuÍidáo. S€nì deu um grìto, o condutor deu ordem de paÌ,í12
sollimento, com os oÌhos âbertos. O movimento antes de eber do que se tÌatâ\a - o bonde esta_
dr mòugi.iú ia,/ino Prê, êr .orir c dc tcpênre corl oa pasageiros olhaÌam assustados. *
I ÌsP tr toR ., l di , e c a,Í. /,,.1,/ " /r" tuodeÌ Jnei'o
Rôcco,1998P.21_22(IÍasmento)

AvistaÍurÌìcegoquemascava fazcomqLrea v daÌão conÍolêda


chlclete
ooí Anaseiaabalada emSuasraízes. E5savisáoa libertada rotinade aconte
a mentospÍevisÍveis a possibilidadê
e devolvê-lhe deumaexistência ndividual-
O tormentodeAnapÍolonga-se portodoo diaaté que,devoltaaoconvívio
como maridoe comosíi hos,o rnundofamÌliaÍvaiaos poucos recoocando_
a emseupapeconvencronal.
Esse processodedescoberta indv dualporquepassam aspersonagens de
ClãriceLispectoré charÌìadode epifaniã.O termofaz reÍeÍêncla à apreensão
entes mplese nesperadoNesse
ntuitivada íeaidadê pof algo gerãlÍrì sent-
do, é a peÍcepçãodo signiÍlcadoessenc a de ãlgumacoìsa.
:

r Umaestrutura
recorrente
Nosgeusrnutos romênces e contos,ClariceLispector narratl-
desenvolve
que
vas tratamdacondçãofem nina,da diÍculdade de relacionamentohu-
môno,da hipocrisia dos papéis sociamente deÍ nidos, da buscapelo"êu"-
5eostemasaboÍdãdos pelaautoratêm erncomÚmo deseiode esrniuçar
osprocessos nteÍioÍes dosseres humanos, asnaíãtivastambém seguem uma
estruturasemelhante, qlleo crítcoAffonsoRomano deSant'Anna em
deÍiniLl
ouêtroDa550s:
1. A personagem é d spostanunìadeÌerÍninada situaçãocotidiana
2. PrepaÍa-se um evento éque pressentdo discretamente pelapelsonageÍÌì
(algocornournainquietaçáo).
3. ocoÍe o eventoque lumnasuavìda(epfania).
4. ApÍesenta seo desfecho, no qúala sltuação dav dada personagem, apÓs
a epifana, é reexarninâda.
o, dbèl'ocon a i'gudgerì êÍLrnodne^.èloara o-eesse dêduto'
oÍocesso
oe<'ooendèdqirrdè d nen<áoin-íri(td que êr
oe'ni'ê,dolelto', onpànhdl os
efeitos,na peEonageÍÌì, do momentode ium naçáo.A autora promove,na
formado texto,umadesconstrução equvalente àqueavividapelaspeÍsona
gens,fazendocoTnquea próprìa inguagem assurna umafunçãoibertária.

a prasapos-naderna629 a
L
T I TER A T U R A

Outracafacterístlca
recorÍente,
naficçãodeClaÌice, é a presençaconstan
te deãnimâs (cavalo,
ga inha,baÍata,
aranha,búfao, gato,etc.)querêpre
sentam o "coração davida,quepusadescontÍolada,
sevagerÌì" semsesub
rneteràsregrase expectatvas
sociaLs.
Essa
é urÌìaforrfatambérnrevouconá
riades Tnbozarabuscaincessantedaspersonaqens pea lbertação dasaffrarras
soca s e o mergulho pÍocesso
no ÍÍeversivel de individuâção.
"Enq!anto eut verperguntas
e nãohouver Íespostas,contnuarei a escre
ver",af rmouceÍtavezClariceA f cçãocomoespaçode elaboração de fes
postasparaos qÍandesrnistériosda vida é provavelrìrentea rnelhorrazão
pêÍa,âtéhoje,a obradaescrtora continuârprovocando o rnesmo espanto e
admíaçãoquecausou nasuaestréra r
, t" ;

lJm(a5alde
classe Ah.arc $* estrel.s
fteJfe freclo, ,1 encontrc de ì'\faaabé.a cam O!ínpíca e o
.: "ataftìoro" ílcs dais s.ìo ;preJèJ-"fadoJ
pelo narradot

Maic,, nÌês dâs borboÌcts noilas fiuiuindo em brancos\'óus. Sua er


clamàção tah,e7tilessc sido uÌn prenúncio do qÌre ir aconreccr no Ínìal
da |arcle dessemesmo dir: !o meio dâ chula abuncLinie en.ontrou (er-
pÌosão) â priJneira espécic dc nâmo rado cle srÌaïidr, o coração baterdo
comose ela tir€sseengÌuti.lo um passariÌìlÌoes\,oaçaniee prcso. O rnpâz
c cÌìse oÌharânr porentre achuçre se reconhecemm cono cÌoisnorctes-
aenadoÍ ne a hota.la *Ííela. rinos, bichos dJÌ ìÌesma cspócìeqÌre se faÌe.jâm.Eìe lÌ olhra enxugdÌdo
E ti A hon dê estrela,o .ÊrÊdor o roslo nìolhâdo com as mãos. E ã rno(-a,basloÌr lhe \'ê Io para tomálo
RodrÌgo S.M. aprcsentaieao leitoí nnedialâmenre sÌra goiatÌada-comqueijo.
e defineseuobletivoiterário:nar- E Ìe ...
rar a h stórìad€ uma nordestna,
chdrnada Nlacdbéa, quemoravano E1e se aproximor c corÌ loz cantanre cle nor.lesrino quc a c!ìocio-
Ro de ianeÍo, vnda de Alagoa5A nou. pergunroÌÌlhe:
moça,descrtê conìocomPêtnÍren- - E se me des. pc, scÌiÌÌorita. pôsso .onïidar a pasear? 1...1
te neÌpÈssva,drvd a um qu.no de F.ìeinão sabiam conÌo se passeia.AncÌar:Ìm sob a.hura ÍlÌossr e pafâ
pênsaocoíìrma5 quarnrcoregas e raìì dianre de litÌinc de umâ loja cÌe feragen oncÌc cstalânÌ expostos
trabâlhava comodat ógrafa.Apdi- airás do \icÌro canos. Ìatâs, paraÍìsos grandes e pregos- 1...1
xona-se pof O inìpico,tanìbénìnor
Da scguÌÌda lez eÌÌÌ que se encoÌÌtÌrram caía urÌa cÌNla fiiìnha que
destjno,é abandonadapor ee e
moÍe atropelada; depos de unìa ensopare osossos.Sem nem ao mcnosse darem as mãoscdÌììnha!ìm na
visitaa urnacartomante parasabeÍ chrvr que ÌÌa caÌa de Nlacabéâparccia lágrinÌas cscorrcndo.
o queoÍuturo he reseÍvava. Da tcrcciravcz eÌn qüe se eÌlcontraram - Fois Ìião ó que es1â\acho
Ao relato da v da de N,4acabéa ê vendoì o rapÀZ, irrilâc]o e pcrdcndo o Ìclc vcniz dc firLìra que o
suasmis,Áras inÌerliga-se!m ç- padrasb a custo Ìhe ensinarr. dissclÌÌc:
gundo pãno, conntutvo da nar- - \rorê lanbém só sabe é ìnesmc,chovcrl
râtiva:os qleíionamerìtosdesse
- Descúlpe.
naÌradormâscuno (o prme ro na
obrada escritoÍa)sobre a suanìd- Nlaselâjá o amava ianto que não sâbiamàìs comc, se lirfar.ÌcÌc, csta-
ne ra de narraÍ,os moÌvos qlre o !a cm desesperode amorl
levama contarahistóriadajovenì Numa da-s\€zes em quc sc cn.on t|âraÌÌÌ ela únd pergÌüì toulhc o norÌe.
esuadificudâdeem compreender -OlimpicodeJerr \ÍorcimCìhai€s, rÌentiu elepofque tinha conÌo
ê propÍrapeÍ9onagem, peíêncên- sobÌeDome âpenas o dc.lesus, sobreDonre dos qÌÌe ntu tôrn pri. Fora
te a Lrraêcamadasoca muito di- c.ifflo por uìÌi pr.Ìrasro que ÌlÌc eÌÌsinafâ o mo.Ìo fino rÌc tÌatu âs pes
soaspara se aproveitd delas e ÌÌÌc cnsinaÌa .omo pcgar nruÌher. t...1

a 630 CAPTTULA
29
TITERA T U R A
--

OhÌÌpico deJesÌÌs tr.ÌbaÌhala de opcrário numa r Olímpcoé defnidopelonaffadorcoÍno"a primeÍê


nìerrhiÌgi.ac elâ nenÌ ìÌorotÌque ele não sc chànìâ\ã espécedenamofado" davldade Macabéa o que
de "opeÌárnt' c snn de "met úrgico". NÍrcìbéã ficã
o lso dessaexprcssãondicaa respeto da relação
queexstê entree es?
\à coniente conÌ a posiçáo sociaÌ dele PorqLLctam
bérÌì LinlÌaorg ho de ser dadlógrúà, emboraganÌìae t. Nostrèsprimeiros encontrosdosdoisjovensestá
se merÌos qÌre o saÌáric,míÌììmo. NIasela e OÌímpico chovendo.Que sensaçãoã repetiçãodess-â ïato
eraÌr alguén no nÌuÌìdo. "NlctaÌúrgico e.ÌatiÌírgraÍa provocano leìtor?
tòrrÌamm um casaÌcte cllise. 1...1 i Macabéa ao longoda naÍratva,
e carâct€rizada,
comoa guérnìnsiqnif quaquerrea
cante,lncapazde
LÍStE(lToR,(r1.ri.. ,{ r,r" l, snÌra Rjodejrr.úol
Ro..o,1998P 1: 45 (Fúsmúto) çãodianteda vlda DequemaneÍa essacaracÍeÌÍst
capodeserpercebida no momentoem queO ímpi F
[=ì lngrotjao,..s.ri L.'. co atÍ bu a eã a responsabidadepelachuva?
4. A inqenuidade de Macabéãé umade suascarac-
teríslicasmaismarcantes.Comoissofica eviden-
ldentifique,no trechotranscrito, âlgumascafàc_ te no últimoparágrafo?
de Macabéae Olírnpico.
terírticas r Emboratenha Olímpconãoadotã
a rnesmaorigem,
: Consldefandoa carãcteÍzação dosdos,comopode a mesrÌaattude de coníoÍmidade dianteda v da
serjnteÍpretadaa ÍÍase"E es nãosabam comose apresentadapoÍMacabéa Comoã ambçãode e é
passe a"? insinuadapeo naÍadorno últinìoparágÍaÍo?
Transcrevaexpressõesdo texto que revelãm os 5. A obÍa de ClaÍìceLispector secâíacterizasobre-
sentimentos de Macabéapor OlímpÌco. rJdo peldnàííativaintimstd,introsp€ctivà, se'n
I O qu€ essasexpressÕês indcêm a respeitoda d - preocupâçãoem trãtar explicitamentede ques-
a rnensão dossentmentosda moça, tõessociâis,As5im,de que maneìrâa construção
r Epossíve afirmaÍqlreO ímpco nLtrao mesrnotLpo de uma protagonista como Mãcabéâdifefenciâ
de sentimento pelalovern?Expique. A hora da estrelade outrostextos dâ autora?

No Cnnrle sütãn: úa16, obra de uÌn artista madu- Ëxplique


. o' r o Inr ' ,
Ì r len. . l o m rìi . d , ,c u , m p i ,' ..L l .' d c o ' No trecho ao lado, DavÌAÍriguccitralâ do tra-
fala do Narrador (.fionada. 'liros quc o senhor ou- balho com a linguãgêmque caracterizao romance
viüf...1") nté a última pàÌavrâcom quc ela se enceÌÌa Grandesertão:veÍedas.Segundoele, o e5forçodo
( "Tra\€sia. ") , a linguagcÌn é nìistumdíssinì4. tr ddr ì rn- autor estáem rornpercom o lugâr-comum,com a
cia uDa poderosa \.ontade de esiiÌo (expliciÉcìa Pelo íorma tradicionaÌ,para pÍomovera "desauÌomati-
próprio Rosã) de nrdo noldaÌ- ou rctÌÌoÌdaf .orìrÒr- zaçáodà percepçáolingüística. Redìjaum parã9ra
me a Ìeccssidàde de exprcssão, qÌE não se satisfzjà- fo argumentativoêm que você mostrecomo o uso
mah com o código exprcssi\o herdado, o lugd<(} que GuimarãesRosafaz da linguagemé parte es-
mum, a forÍì.ì ü?cÌjcioÌÌ.ü. [...] senciadâ cãracterização daspeísonagenscíiadas.
LÌm cstilo, portanto, que procura ronscient€nìen_ Artesde derenvolveí seuparã9ÍâÍo, sugêÍimos
te dcsautoÌÌìaiização da percePção liÌìgüísti.â, ÌaÌ'
a que você considereos seguintespassos-
gamentc lograda pcÌa refundiçâo dàs fc,rmas \'èìhas r Ree a o 1Íechodo conto"Fanìigerêdo",observando
em mcsclìs renovadõ. Isto parecc o filndanÌend l l de quernodoo usôda Inguagem contribuparaa
, d, .e ;,,","o dd. pê.so1êge'ì. do p ê, tood .
ARRÌGUCCÌ,DIi. O mnDdomì\túâdo: rôn"n.e cciPeÍÌènlrâ "
r Releiaã secão"Gu ÍnarãesRosa:o descobndordo
€rn Cuimrnd Rosa.Ìn: ÌIZARRO,irna lo4) Ãmãi.a l ahtú.
P3Ìrin, lncmnua e d 'ltúm. 5ão laüÌ): À4.moiaÌrCúPúÌas:
sertãouniversa e velacomoo
", nestecapítulo,
LÌd.ìmp,199!
'
3, p.453 454 (FrrgDento) trabaho cornâ inguageÍnocupaposiçáocentraln;
[U Núúda: nada,.oi\a :eni inpoÌri., ir' criaçãoiteráriadesseautor
íngmdÂ:,krçrda, obiidx

póenodenê631 a
A prcsa
pro sqpós-modernq: vozes intimistas
A introspecçãodasmulheresem Clarice
Comofoi vistonestecapítuo, C arceLìspectoÍtrataemseustextos
da condição
de d ve|sosaspectos femn na e da buscapeo "eu ' de
suãspebonagens. Essavozíeminina za-seportratarderÌìodo
caÍactef
nt m statemasrelacionados
àsmulhefes e aossereshumanos em9e
osdÍamasnteriores
ral. Asangústiase dasmulheTe5 quedescobÍerÌì
de repente,a possibil
dadede umaexistênc difeÍente
a individual dê f
vidâa quefoÍamhabtuadassãoexpostos erÌìtextosqueiÍáoinfluen
cãToutras a esmucãra dirnensão
autoÍãs exstenc a doindvíduo

O olhar de Lygia
Outraescrtora bÍasrleira
surglda nadécada de 1950dácontinuida-
de,na prosa,à constr!çãode urÌìaliteraturamarcada pelapercepçáo
feminina da realidadee peo desnudaÍlìento do mundointeT or dos
seÍeshumanos. LygiaFagundesÌeJles trataem seustextossobÍetudo
dasexperiênc asafetivasde suaspersonagens ex_
e dossentirÌìentos
permentados poÍelasÓdìo,ciúme, amor,soldãosãoa gunsdoste-
Ílìasquê povoamo unversof ccionalcriadopelêautora,expressos,
C.r ceLspêctor porDeChrcô
Íetratada muitasvezes,por mêiodo fluxode conscênca dosprotagonistas de
seusromances e contos.
Notextoa segur, a per5onagenì reÍletesobreseuamorpelocom-
panheiío e seudesejo de perÌnaneceÍ come e, arndaquese.la por
urnsentimento "rnero esgarçado".

O Pérclas
0
1...1Era rcrdade, ela pÌcÍè a ficar eÌa aindn o aÌÌìava.IIm amor me'o
I esgarçado,scnÌ nlegria. Ntasainda amor Robcrto 1ìãopassavi d€ unÌn Ììebu
o Ìosa nÌìprecisa c que só seusoÌÌÌos assinalaramna dstârÌcia. No entanto,.leÌì
tro de algums homs, na apdcnre .andura dc unÌa vJl'ânda...Os aconLe(i
to o menios se prccipilâ.Ììdo .oÍÌ uma rapidez de Ìoucura, força de Pcdm que
dormnÌ miÌênios e de repcnte estoum na âvaÌâìcha. E estaïa em suasÌÌÌãos
i m p r.l i r.I ri .p ou-i , dcnE u du bul ' o do roJp;u.
l fl I l\ |.É i rI t! [|-.P , ol ,..onú h. t,!a
..,, p,r,l u. \ L Inoc p l r r,Jq n.n,o)

Os internosda gente
TÍanspondo paraaspersonagens deseustextososteÍfoÍes,asfantasìas
e as
quevivemem todosnó5,MarinaCoasant,-osclitoÍa
angústras contempoÍâ-
à pÍosaintlospect
nea,dáoLrtÌoirnpulso vaquea obÍadeClarice Lspectortão
bemsoubereaizar.ComnarÌatvas queenfocamrr]as osefetosdavidasobre
queosacontecmentospÍopriamente
osindivíduos d tos,a autoradesvendao
inconscentede suaspersonagens, reveandoa reaidadenteÍioÍde cãdaum
e 0eto005nos.
Observecornoo universointeÍnode urr]homerÍrerÌìestadovegetativo
éa
matéra paraa exploraçãoexistencial
dâ narlatìva.

a 632 caPiuLa29
A noaa dimensõodo escritor
JeffrevCurtain
[...] por úás dos cabcÌos ralos e quàse brancos,
por trás da pele apcrgaminh:ìda, por trás da espessa
a hd, I J de o\u,. Jm ,i l i n, i ., l ,ei o Ll epdl a\rá- re' i J
sua snÌfonia Ììo cérebro de Jefreir Nunca mais eÌe
haviâ prccisado se expressar .le foÍÌÌa audíveÌ ou Ìe-
gí\'cÌ. Nunca nìais cÌc ÌÌavia IreÌÌsado para os outros.
È
Pensmdo só pâra sì, seguin o lio sinüoso einqrÌebran-
rileÌ dos seus desejos.deixmdo-sc escolÌer por eÌe
como cnì água, s€m saÌtos ou ÍiâÍrras. A fabulâção,
qÌre hria sido sua forma de ürer toÌÌÌâra-se slnÌ ú.1a.
E aÌi, deilâdo, imóvcÌ,.Jeffrq criava e coslu.ava, uma
após a outÌa, as ìmagens cÌc uma Ìonga IÌarraÌìm.
COL S NTI, Nferin,. noÌ? dnnrnsÀo .lo escnhr
^ NloRrCO\I, Ítalo (O'g. ) .
JelÌiey Curia;Ì. IÌì:
(^ .o" tuthar.t ca"ta\ hÍ^ibirL l, rt zô. Rio de Janeiro:
olìjcrivâ, 2000. p. 568569 (FÍagnìertô).

Novosdespertares
A voz nt m staquesemanifestãcomforçêemClarice continuaa sefouvda
j nostextosoroduzdosnaatuâldade Osrecôndtosda a mafemn nasãoex-
postoscoÍÍrdeicadezapor mêisurnaautoía,entretantasquesededicaÍam a
produzirtextosqueexpoÍamasquestões ínas íntmasquernobizamaspes-
soasemgeraleasÍnulheres eanpafticularHeoísaSeixas,
corÌìextremãdelca-
deza,tÍatada intimidade
femn na apontando os so-
os rnedos,os desejos,
nhos.osanseios.o trechoa seour aDÍesenião âcoÍdardeurnamulher.

I Despertar
A muÌheÌjá eita\,a acordada, nas retar-
dava anÌcÌa o insilÌìte de abÌir os oÌhos. Sa-
boreala aquele monrento eÌÌtÌe arigíÌia e o
sono, cÍÌ que PaÌecemosna\egar num Ìnun'
do emorfo..Ìe (ontornos imprecisos. Llosta-
!a disso, de eÌrar atravésdessafrontcna, Ie-
|endo Àsìmãgensdos sonhos, seusaromas e

Sentiaie teliz, plena. Ajnda que pcÌÌÌìa-


necesse imóvel, podia sentir o caÌor qüe
emdala do corpo ao seu lado. UÌn corpo
de homem - seu homem.
SEIX S,llcloisi.Cd,rogririnarRiodrJarcno:
R..otd, 2001.p. 65.(I.agmento)

Ao descrever da personagern,
o despeítãÍ falatambémdos
o narrador
quea envolvêm,
e sensaçÕes
sentirnentos assm algomas queuÍf
Ílagrando
atocol|oano.

A Uasaposno'1enâ 633 a
Contasde GuinarãesRasa,Ìv Cul!rr, Bra5,200! . Cenaaberta:a nagia de contar uma históriâ,de
QuatÍo contosde GuimarãesRosa "a hora e a lofge F!rtado,c!e Atraes€ Reqna casé BrãsiL,2003
. " F a Í q ê ré d o. A l e (e i-
ve 7dê A Lg r . . o\ , 4 d l rd g d cera aberta íeúne quatro ep sódios produzidos
'd ndr gem do o e " O re c è d od o ro rro " - s à o pelã casãde Cinemade Pô.to A egre pãra ã TV Glo
l i o o\ê inr pr pr eld d opre o o ro ' e \o r d ê l i .e rd l La d à bô. ( êp' sodro
tem comobéç un .e\l o l i teíèri o.
" oé
U n v e6idadede 5ã o Pa u l o ,l o s é MÌg u e w i s n k . E m o espectadôrâcompênha,além da hktóíia contadê, F
i 1 9udgeÌ bd, . dn (eè c e s s rv e l e . p o , J ' d d p ' o \i Íìè r todo o processode prepêraçãoenvolvendoa inter
os textosde suagênesepopulare, ao exp icar a lh preta!ãodoÌexto, ã escolhãdo eLen.o.a filmagem e
guagem,dêíaz o sènsocomum que alirmã serem N oepi -
suaíi nãl i zâção.
herméticosost€xtôsdo escritor sódio sobrê4 horã da
estre/ã,de clarice Lis-
O Brasìlemcurtas19:cuftascãplxabás, .le !ár os pêctor,o texto da escn
1 : nean.do
r E s pÍ t os a n to B. ra s, 1 9 9 7 2, 0 0 0 2 , 002
tora é recontado,lido
Seleçãode cinco curta metragensselecionados e i nterpretado por
p e laF unalt ee pr o d u z l d o p5 o r c i n e a s tãcsa p i x a b a s
mui tas outras [l aca
Entre eles,ená MacabéL, muiÌo bem recebldo e béas,mulheíesnordes
pr-êmiado nosíêstivak de <lnemade Gramado,Brê
tinas como a peuona-
gem,se ecionêdaspe a
A protagonistaMacãbéadea hora dá estre/a,de produçãoparamosÌrar
a, èr . ê | npê. r or ê. rê !i s id d èrê s s e .J ' 1 -.\,4 d rl Je' é o exemplarhumanodo
um ã ês péce de a tu a l i z a ç ã od ê p e 6 o n a g e m d e mundorearemque se
(l dr ' ( e" p ov d ou n i v e n è l k mo o r,ê ,u d s o L è l o L . baseiaa Íicção de Clâ
se pode íazer eín Á horã dã esLe/a.
A lên dis \ o.r r d d- e d e J n a " b o d á g e md l l e rn àvr ãat j

adaptaçõesque o cinemãfaz de obrasliterárias.

htto://wwwtvcultura-com.br/aloescolâ
5lfê sob responsãbilidade daTV Culturade 5ão Paulo,o a ô Es(olaofereceduãspáginas
s obr el i te ra tu rãq u e s è o d e g ra n d eval i a.U ma é dedi cadãa GuÌmarães
R osae outra a
c ariceLispêctor. Tratarê de materlalhistóricoaÍanjãdo de forma didátl.a. Fotos,depoi'
mentos(inclusÌvesonorod e textos extraidosdas obrasdos dois escritorestrazem muitêr
inÍormâçõessobreeses do s imponantesnomêsda litêratuía brasieira do séculoxx.
htÌp/wwwvda5lusoíonas.pt/joao guimaraesrosã.htm
O site portuguèsVidasLusófonardediG uma .mpla página ao escritoíbralileiro ioão
cuimãrãesRosa.Bloqrafia,imâgense brevestrechosdè sua obrã podem seruirparã o
níciode Desouisa sobreo êscrtor minelro.
http://wwwdeÍubraminas.com.bíld€stinosturútlcos
site mantido pe a secrètariade Íurismo de MinasGerâ5 e pe o 5enacMinasGerãis,que
m nei fasdo l nteri orGeografã, hi stóri a,
of er e c eh i s tó rl c o siem a g e n s d acsi d a d es cul i náíl ê
e asoectosmaìsrelevãntesda cu turã mineira Íazeín dêstesife uma Íontê inteíessantè
oara ouem pretendeestudara obrã dê GuimarãêsRosa.Entreos vários"circuitosturísti
coí' há, inclusve, um dedicadoao escritore quê destãcêCoÍdisburgo,Curvelo,Moro dã
Garça,TrêsMariase Lassance.
http://vwwmec.qovbíseed/tvescola
ElaboradopeloTV Escola, sob responsabilidade dô MEc,estêsitê âpresentâo /Dk "Con_
teúdo complêmentar",que leva à seçãoMettresda Llteratura.EntreeÌes,estáo escritor
Gu mâíàesRosã.Pof meio detrechosdot contos.de imãgense devídeos,ostte peÍmitê a
o o o l h â rD a raa o b ía l i te rá ri ado autor m nei ro.
am ol l a c ã d

a 634 29
CAPITULA
i .._-_._ _ -./
, Gulmarâes Âosa,deWèi.e Norllern caváo 5ãoPa!o
P !b l Ío fra,2000
Livroque âpresentãa obrâ de um dos ma oresescntoresda
f cçãodàsegundâmetadedoséculoXX.WalnkeNoguera Galvão
aprê5enta ê obrãde GuimarãesRos. analsandoseus âspectos
mais
carêctêrísticos e o contextoh stóricoeíÍ que elê suígu.
. c/árre rispector,d€YldtlrRosenbàlmsãoPè!o PlbiÍoh.,2002
Estelivro apresentae d scuteê ôbra de C âri.e L spectorA
autora ãna isao peíÍil d. escritorae âscomp exâ5rêlâçõesen
tr€ a re a l i dacleea i ng!ágemde c ari ce.
. Relembramentos. )oão GuimarãesRosa,neu pai, de Vrl.na
G! m a íã ."Rsos; R o del aneÌorN ol dFrontefd,' 1963
Comoo títu o lá Ìndica,Âe/embrãnentortrata de lembían
ç ê se h i stórl âs
de JoãoGu marãesR osacontadas etaínbémre
c rl â d ã spor V ma Gul marãesR osâ,sLrafi hê. A ãl tora mescl a
"estórias"que ouvla d€ seu pai côm fãtos ê pensâmentosda
v d a q u € el e teve,produzndo a$ m uma bi ografi ãsensível ,
c o m os ef o$ê i uttrãdãpèl oprópri oautor
' C /á ri .ede
, A naM randaS ãoP a!o:C onìp;nhâdâsLÊ 1ras,1999
Ana Mlrãndâtransíormaa escritoraClãrlce Llrpectoremper
sonageme, em contos breves,reconstróiê vidã dê êutorê â
partlr de ambientes,temase proiãgon stasque ãpêrècemem
suâobra.Ex.elentemateÍlaI literáriopãraquemconheceê obra
de C arlcecu paraqLreínpíêtend-"iniciarsuãsle turas.Tratã-se
talvez do melhoí convite que já se pub lcou para a obra de

Poroouvr í-ì i-
.,

clatice Lispe.tarpar Ara.y Balêbantan,or9ànzaçêoe


s ee ç ã od e P a ! fh o L n ìa R i od e l êi e ro Ll z dà C dade,

5êl€çãode contos de cjârice Lispe.tor fterpreladôs :i


p e l ãa Í z Arê c yBãa b a na n .Experi ênciquê a íevel ao som
dês pa êvrasescohldas pela escritora."Fellcidadec ãn €ì
d e s ti n ã "", R e s tods e c ã rn a v a l "",U maqal i nha" ", O gran -:i
d e p a $ e i o " ," P e rd o a n d o
D e u í ' , " U mâ esperançê" e "A
p ro c u rad e u m a d i g n i d a d e e" stãoentreos contosI dos.

" s e n tm e /ad, e Mj to r N .s cn ìe n i oR o dÊl anero U nvÊ rsi r,


l 9E 0
A canção"Caicó" foi rètirãdê do fo. ore por Villã Lobose recêbeuletrê dê Tecâ
. e mâ ã d â p Ìo up arae$a 9.avãçãoíoi o própro Ml l ton N âs.i mento.
C ãa z a n sQu O
a mb l e n teru rã Le d ra m á ti c od a mel odi aê da l etraé o mesmoque l emosem mui tos
contos dê G!imarãesque oÍerecemo sertão mlneko como condiçãoíundãmenta
pãra ê natraúvase oesenvover
i
. cir.u/adó.de CaetaioVelo5oRo dÊJaierorUi veEà,199'1.
II A canção"A terce ía nìargem dô rio", em parceriacoín Nlilton Nêscimento,fo
ã pai
a o c o n tod e G u m â rã esR osade mesmonome.O si ênci oe ê ãusêncido
i n s p i ra d n
Il que dêsaparêcenê cànoàrlo adentro são traduzidosnesã composção de do s dos
rn a i o rens o me sd a MP B.

4 pro5ã,rós rnodemè 635


Tendências
contemporâneas.
O teatronoséculo
)fi
A redefiniçltode fronteírasgeopolíticas,os ìnacreditáveìs avancos
aientífÌcos,
as crìseseconômicâs,a arescente víolênciaurbana,
o a.essoimediatoà infotmaçãosãoèlgumascaracterísti.as da vida
no fìm do séculaXX e inícioda XXl.A aÌ1e/eflete eJseguadro
e multìplÌcatendênclas. capítulo,vacêvaìcanhecer
^leste
camaalgumasdessasïendêncidsse manìfestamnosdiíerentes
gê nerasda Iiteratura brasiIeira çontem porâneè.

Pó ô.k, NúnètÒ22,1949 Oêô sôbretê a,68 : 55.m O slrgimenrôdê.Òv:5


lendêncaseNiqenovasté.ni.as.Neí€ q!àdrô, o artÍa emptegaúa a.tian painÍing.

CAPITULO
3O
o que você deveíá sabèíào í. Observeatentamenteâ reproduçãodo quadrode JacksonPollock.
finat deste:estudo., . : Queimpressão ele píovocaem você?
tt. Quaisiao otsiúnos da pro r Analise dascores.Dequernanerâe asestãodÈtribuídas
a disposição
ta contémporânea. e qualo efeto produzdo poressadistÍibução?
. Por'queo aonto despcin-
2. Leia.
ta cono foco da Drosade
' figçào. Action painting é uma técnica de pintura. Segundo o crítico Ha-
. Quàléa ínpòrtâneiadà cè roÌd RoseÌìbeÌg, a tela é rÌansformada em uma moderna aren a em que
, nicaparaa liteíatuâ aúnl. uma Ìuta épica entre ser humaÌìo e material acontece. Com gestos gran- *
. Què càn:inhos sãoeipto- des e herí'icos, o rÌtista cria uma aÌte de confÌonto e de catarse.
iados pelo romane con- r Segundo Polock,o resultado
daapicaçãodessatécncaeraumacom-
te'r'porânèo.:. binaçãodeacaso, ntuição nablo-
econÍole.ConsdêreasobseTvações
2. Que linhai-regem a aÍual grafiade Polocke d scutacomseuscolegas:
é possível
perceber
esses
cnaçaopoeaca. tr-Âs
fatoÍesnaobrareproduz danaabertura Explque.
desÌecapitulo?
'. a'TÌopl..á|íae a poesia
narcinal das dé.adàs de
3, Leìao comêntário de Pollock a respeito de seuprópriotrabalho.
\gõ9 l97ot Lembre-sede que o termo "pós-moderno" surgiudepoisde sua
: ::
. A5èxpeiências.an à lin- épocae que, poí ìsso,ele classiÍica
a si mêsmode "moderno".
gúagem e o cgtidiano "Nccessidades no!-Àsexigem .écni(as noïas. E os artistas moder-
transíigurado. nos encontraÌam o€s maneiras e Dovosca1Ììinhospara manifcstar-
se-..o aÌtista noderno não pode expressarestâépoca, o aüão, a bomìra
3. conò se cáàèteri2òu otèa-
atômica, o rádio, com as técnicas do RenÀscimento ou dc outlâ cuÌ-
tro ho iéculo XX,
tura qualqüer do passado."
rìrp://paiming.Jbouicon/ribmÌr/biosraphies/brdisúruo:$Ïï!itr
i
r Combasenas nÍorÍÌìaçÕesãpresentãdassobreo contextoem que
surgeo Pós-N,4odernismo,
noscapítuos anteTores,
discutacomseus
coegas:quala Íela!ãoenÌreã técnca erÌìpregada
poÍ Polocke a
épocaquee e pretendeexpressar?

4, A fragmentâção do mundocontemporâneo atingeo indivíduo.


quesepercebe isolado,semvíncuìosduradourose buscao prazer
pessoal
a qualquerpreço.RubemFonseca que
é um dosescritores
àboÍdamos êfeitosviolentosdessadesaoreoacãona sociedade.

Pa.sseionotumo ' Pdrte I


Cheguei em câsa ca1Ìegan.lo a pasta clÌeia de papéis, reÌatórios, estu'
dos, pesquisas,propostas, contratos. Minha muÌherjogmdo paciência na
caÌÌìã, um copo de uísque Ììn mesa .Ìe cabeceira, dissc, sem tirar os olbos
das cartas,você está com üm d cansado. os sons da casa:mi ha Íilha, no
qüaÌto dela treiÌìando impostaçio de voz, a música quadriÍônica do quar
to do meü filho. Você não vâi Ìargar cssamâÌà?,peryuntou minhamullÌea
tìra essaroupâ, bebe rrm üisquinho, vocô precisa apreÌrder a reÌa-xar.
Fui para a bibìioteca, o Ìugar da casâonde gostala de ticar isolado e
como sempre náo fiz nada. ,{bn o loÌuDc de pcsquisa sobre a m€sa, não
via as letms e níìmeros, eu espcrua apcnas.Você não páa de tl?baÌhd,
aposto que os teN sócios não tlabaÌhaÍÌ neÌÌ à nÌctade e ganham a mcs-
mi nhd mì,l hc,,,â \âl â,om o,opo rd mão. j ; pu*o
mandar seÌTir ojantd?

Tendèncias
canÍenpaÉneês.
o teato naseculo
XX 637 a
L I TER ATURA

A copeirã senna à frârÌcera, mcus lÌÌhos úÌham crescido, eü e mìnha


o mulher cstávamosgoÌdos. E aqueÌe liúo que você gosiâ, eÌa estalou :r
língua com prazer. Mer fiÌho me pediu dinheiro quando estavanlosno
càfezinho, minha Êlha me pcdnr dinheiro na hora do licor Minhn mu-
o
lher nada pe.liu, nós úìhamos coniâ baDcária conjuüL:r.
VaÌnos dar umà volia de caÌro?. con\Ìi.lei. Eu sabia que eÌa nio iã,
era hora da no!e14. Náo sci que graça vocô achâ em pxssear dc caÌÌo
o rodas as ÌÌoites, também aqueÌc carro custou umaÍorhÌnâ, rcm que ser
o usado, eu ó que cada vcz ÌÌe apego menos aos bens materiais, minhâ
m u l h e r re s p oÌìdeu.
Os carros dos meninos bÌoquealam a porra cla garagem, imPedi do Í
que eu tirasse o Ìneü. Tirei os caÌros dos dois, botei na rua, iirei o Ìneu,
botei !ìa rua, colocltei os dois carros novameÌìte a garagem, fcchei a
porla, essasmanobra.sto.Ìas ÍÌc deixaram Ìc\crÌìente irritado. mas ao \€r
os pára choques salieDtesdo Ìneu carro, o rcforço espe.ial {ìupÌo de aço
c.omado, senti o coração bater apressadode etìforia. Enfiei a châve na
igniçâo, era uÌÌì tÌìoror poderoso que gerala â sua Ío.ça em siÌôncio, es
condido no câpô aerodinâmìco. Saí, como sempre seÌÌÌ sabeÌ Parâ írnde
ir rinhaqÌre ser umãruâ descrta, nesn cidade que rem maisgente do qüe
ÌÌìoscas.Na alenida BrasiÌ, aÌi nno podiJÌ sea muito movimenlo- Chcguei
ÌÌuma maÌ iÌuÍìinada, cheia de án'ofe$ escuras,o Ìugar idezÌ HoÌÌem
'.rla
ú ,r m u ìh F r? R' àl ' nenrc n;n tui " di i " Fn,á. mò n;u dP d,e i , ni ng" ém
em condições, come(ei a ficar tenso, isso sempre acontecÌa, eu ata gosla_
va, o âlíüo era üÌãior. Então \i a mulher podia ser ela, ainda que nulher
fosse meìÌos cnocionanre, por seÌ mais fáciÌ. Ela caminhaÌa aPressada
Ìnente, (arregando üm embnÌho de papeÌ ordinário, coisãr de Padaria j
ou de qriiâìÌda, cstalâ de saia e bhNa, andaÌa dcprcssa, havia áÌaores na
calçada.de ünte erÌvinte mctros, um inreÌessanteProblema a exigir uma
gande dose de peÌícia. Apâguei as luzes do carro c aceÌerci. Ela só Pcrce-
beu qüe eu ia paÌ:aciÌna dela quando ouvnr o sotrÌ dr borracha dos Pneì.Ìs
batendo no mcìo-fio. Peguei a mrÌlher acima dosjoelhc's, bem no ÌÌìeio
das duas pernas, um pouco mais sobfe a esqucrda, uÌr golPe Pe èitc,,
ouvio barulho do nnpacto pariiDdo os dois ossões,dci unìa guina.la úPi-
dì para a esqucrdll, passe' .omo üm lòguete rentc a unÌa das àÌ"{orese
deslìzei com os pDeüs cantando, de volta para o asfâÌto. MotoÌ bom, o
ÉÌ Múica $adrirôdcN: que odpa quaro mcu, iade zero accnquilómetros eÌÌr rÌc,vesegundos.Ainda deu para rcr
.rlis R.lcrôn.ia à un apaÌeìho {le sn, que o corpo todo desengonçado da mulher halna ido parâr colorido de
soÍsÌicàdo, capaz de rep.odurn
en qnãiÌo .ânaìs dìtarerlcs.
'núsi.a s.rngue,em cima de üm muro, dessesbaixinhos de casade subúrbn,.
N.RruÌÌnente,r reÈoduçâo de Rìn ExamnÌei o caÌÌo na garagem. Corri orguÌhosarÌìe te a mão de Ìeve
o.óft .r esúFo, on Fja, en {bn
pelos páralamâs, os párâ{hoqÌres sen marca. Poucaspessoas,no mundo
S€nia à ÈrÌru: o s.iço i lìacesa é inteiro, igÌnÌa\âm a minha habilidade no uso daquelas máquinas.
(aidêndo a Imdn nais fomd de A família cstâla vendo teÌevisão.DerÌ a sua loÌtirÌlìa, agora está Íìais
scn'ú um Ffeiçâo. Á coni{tr é
calnoÌ. perguntou miDha mÌ her deitada no soÍá, olhaÌìdo fixan€nte o
aPÌesenhda Po' 8a(!n\ ed ürcsàs, a
.adã conÌiÍkÌo, de r.ordo con uÌü vídeo. Vou dornìit boa noite parâ todos. respondi, .ìÌnanhá vou tcr um
onle'' lìie.íiqnra pÌeesúbelecida lnÌ diâ lerrível nâ compaÌìhia.
um rc.sio mn nodemã, p.rtx t i1ôs,
de..ÌaÍlo\. sáo oteÌe.ìdôs àos coNidados dnsLetâs,2004.
fONSicA, Rubcn.ó?.@ior.SãoI':ulo:Conìpanìin P.2132'11

r O naÍradorchegaerncasacomurnapastacheiade papéisreaciona-
dosâotrabalho.O queessanformaçáo podeindicaÍ?
r "Ossonsda casa:m nhaíi ha,no quartodela,trenandompostaçáo
devoz,a músicaquadrifôncádo quârtodo ÍÌìeufi ho". Dequemodo
ã | nguagemutilizadacontribuipãraÌevear pistasdo afastaÍfento
e seusÍllhos?
entÍeo narÍador

a 63A 30
CAPITULA
tIÌERAT U R A
-.

5, No segundopaÍágraÍo, o nârradordescreve um de 5eushábitos.


o ldentifique-o.
r NesseparágÍafo,
qLrao efeto produzido
pelâutilzáçãodaexpressão
"comosempre" e doverbo"esperava"l
G
G 6, Otercêiropará9rafooÍereceimportantesinformaçõessobre o re
lacionamento familiar.O queo fato de o jantarserservido à fran-
q, cesaindica?
G
. Expiqueo que Íepresenta o cornentároã respeto do cresctmento
dosfilhose do pesodocasal
ít r NessepaÍágÍafo,uÍÌìapassâgem conílÍÍÌìaa natuÍezado relacona- *
mentofam iaÍsugerdano prmeiroparágrafo. O quee ã ìndica?
r O narradoÍoferecernuitaspistassobrea condição socioeconôm ca do
protagon uealgumasdelase explquequecondçãoé essa.
sta ldentiíiq
7. Cadâreferência à esposa é acompanhada por umaÍâladessaper-
sonagem. Quetìpo de esposa elaparecesêr?
r Porquea apresentâção dafaladaesposa é essencaLpaÍa la?
caracterrzá
r Expiqle o efeto prodlzdo pelaexstênca de fa asda esposa em 5
dos7 parágrafos e o quea ausênc a de falasdessapersonageÍÌì
nos
pará g ra f o s 5 e 6 in d ic a .
r Na e turadotexto,é possívedentficaravávuladeescape encontra
da pea êsposa paralidarcorna tensáofamI ar.O queelafazT
€ 8. ldentìÍìqueque atitudedo narradorno 4oparágrâfodemonstra
cinìsmo e expliqueo objetìvodessaatitude.
! A falada mllhef en'ìrêlaçãoao caÍÍoe aospasseios rev-Â
notuTnos a
desconfiança.Explique
9. O 5qparágrafocontémtoda a açãoprincipal.Eleé iniciadopor
Lrmâcontecimento aparentemente masque,somâ-
irrelevante,
do ã outros,indicaumacúmulodetensão.ldentifique âcon
esses
tecimentos.
r Qle tipo de emoçãosenteo narÍador quandové o cêTrocom o
quaì rásair?
I ExpLque poÍqueã descrição do motorpodeseÍcompaÍada ao pro
cessovividope o narradoÍatéaquee momento
I Quando saidecasa,o nêíadordéváraspistas dequenáopÍetende
soTnentepassear paÍaa iviêÍâ tensãoQuepistassãoessãs?
r Antesde conhecer o finaldo texto,o queo etor magnaque o
narradorrráprocuraÍ narua?
ío.Asaçóesdo narradorsurpreendem o leiÌori Porouè?
r O modoconìoeleserefeÍeà suavitlÍÌìadenotêdesprezopea cond
çáosocoeconômcadea. Expique,justifcandocomo texto
í1. O que dá prazerao nârrador,segundoo texto?JustiÍique.
r Podernosidentificar, do protagonista,
no comportarnento traçosde um
ìndvíduoque v veem urÌìasociedade
maÍcada peã valorizaçáodosbens
materas e pelâ perda
dosvalores faÍìl
rnorais, ãÍese éticos. quê?
PoÍ
12,Leiânovamente o úìtimoparágraÍo.
r Explque a ronianaperguntêda mulher
I Dentro do contextodessa qualo signifcado
farìríla, deo rnêÍidoìg
noÍara peTguntadamulher?
r A Íamíliãnãosabeo queo homemacabade fazer,mâso leitoÍsabe
A fÍase"Arnanhá vouterumdiaterrívenacompânh a" temurnim
naÍamíiae no leitoíPorquê?
pactod ferente

Iendêncr;s O teálronosklr/oXX 639 |


conremporáneas.
T I TER A T U R A
-

XX
do século
Osextremos
Osvaloresda socedãdernodernapâssaram por transÍormaçóes signiíi
cativascom otérminodaSequndã Guerra. Asdécadas de 1960e 1970,em
especia,foramculturalmente efervescentes. O consumsÍÌìo,a expolação
de urnserhuÍÌìano poroutÍoe os Lmites dê
.onq.iê1.iã pè\çd'an a se q-e5l,onddo\. SJI-
girdl nu(i,d\ d" p otesto, no\iTen oscon
tra a discrminação sexual e racal.
Umêpalavra poderìa serescolhlda como *
o srÍbolooè c r 7d!óo(o_lenporánêd: i -
formação. Como surgmentoda internet, a
=
velocldade deÍansmssãodeinformaçõesau'
mentoude tal manelra quea televisão peÍ'
deuo statusdeveícuo rnaisrápidodetrans-
Cartaz,de 1S89,dâsGuetr la G rls,urn rnissão dedados.
grlpo feminista,pioteslandôconÍê uma
Nd(e,.or1o 5 ê , , 1XoX l,o le p u d o d o , o _ h e c irF ' io " (rd n qèuoeo.l-io .
vsão hãchÈtãde artêquevê na nldez
femnlna umaÍormade expre$ãoarríílca OconvteànterdjscipJinar dade,à éticae à responsab I dadesoca soacomo
''unive6ê" Émdeíaque, a peÍglntâ resigtênc a a urntempoemqueo serhurnano rompeu05llmtesdaclvilzação,
''As m! hees precsad Ílcaínlas para ao ut lizaÍosrecur5o5 daciênca paÍatorturaÍe destrulívoltando, em rnì.rtos
entraÍno Met[Ìopo]tanlMuseúm? '
O foLhetôprôtêstÕ es. aece a razéodá casos, ao estadode barbárie.
indqnaçáomeno5dê 5% dosart Ías nas o fim dacuerraFria,coma quedado l/luÍodeBerlirnem 1989,desenca
seçóesde Arte Modernasãomúheret, deouum pfocesso de rápidareoÍganlzação políticãquecu m noucorno 5uÍ-
mâs85% dôsius sãoíemninos começou
girnentode rnegablocos econômcos.O d nheirodosrnvestlmenÌos
ac rcular de modo mais lntenso para a ém das fronte ras nacionals, pols5e
intensifcou a busca por melhoÍes cond ílnanceiras e mêrcados maioÍes. :
ções
Esse processo deuoÍ gemà I obaizãçãodaeconornia: integração dosrneícã
dosmund a s, conÍo ados por grandes corporações internacionãis. Ao con' ô
tráro do que o termo "globa ização ' possã sugerir, o resultêdo desse pÍoce5
sofo o ãumentodaconcentÍaÇão defiqueza: osrcostornaTarn semaisTcos,
e os oobres ficararn Tna s pobÍes.
A Europa sereorgan zouparaa criação deumgÍandeblocoeconômico
cornum: Em
a UniãoEuropéia. dezembÍo de 1994,os Estados Unidos pro-
puseraTn oÍ cialmente a criação da Árêade Lvre coÍnércio das Américas
(ALcA),reunindo 34 países quesecornpTometeram a eliÍÌìnar.pÍogÍess -
vamente, asbarreiÍas protec on stase a facilitar â realizaçáo de comérciô e
investimentos. BrasjJ,Argentna, PaÍaguai e llÍuguaitambémformararn
umaáÍeade ivrecoméÍcio - o Ìvlercado Comumdo Su (N/ìercosu ) -,
paÍafortalecer as Íe açóê5comeÍciais entÍeos países do Cone Su . Além
dasassociações econômicas entÍed Íerentes nações, o fimdo sécuo XXvê
qanhaÍemrnportânc a fórunsde discussão polÍtlaa e econôrn ca,comoa
organização dosEstados Americanos (oEA), que busca foÍta ecer asrela-
çõesinteraTner canas, atuando emáreas de interesse dos países membros,
comopÍoteção ao meo ambiente e combate aotráticodeentorpecentes,
à coÍrupção e à avagern de d nhero.
As pÍessÕes do mefcadointensf camas distâncas entrericose miseÍá-
ve . L_qud'top ri\ e \ ' o Í o o s t s o o o ,t jn o o s ,â A ê n " rh " e è _ g ld Ì ê r , d
âssistern a uTndesenvoìv menÌoeconôÍÌìico cìuefãvorece o acesso à educa-
ção,à produção artística, e possjbilta a rnehoÍiada qual dadedê vidade
seushabitantes, boâ parte dos países afrcanosé massacÍada poTguerras
étnicas. enÍÍentaa foÍnee a miséfa decoÍrentes de décadas de exporação
nasmãosdoscolonzadoÍes estÍangeiros e vê a ignoÍância cÍescer entrea
população. NaÁfr ca, por exemplo, umacriança moírea cada3 segundos
vitiÍÌìadapelafomeou por doenças decorrentes da Aids.Esseé o altíssimo
preçocobradopelaeradosextreTnos.

a 640 cAPi[uLa
3a
TITERAT U R A
-

O Brêsiconheceu,
nosvinteanosqueseguramo níco dogoverno
mÌitaL
UmaJustiçaquesecumpra en'ì1964,ostemposd Ííces dad tãdurê.da repÍessão,
datortura.Paradoxa-
e umDireitoquenos mente,o paí5teve,nesseperíodo,urnaintensae r ca produçãocultuÍal,em
respefie padecomoÍesposta à cassaçãodosdlÍeitosindivÌduais e polÍ1cosdoscida
Roqueiros amêrlcanose euro' dãosbrasieros.O espírtodecontestação quemoblzâvaeufopeus e norte
pêusreuniram-se
pelaprmeÍavez americanos nf uencioutambémnossacutura.N,4u tos se levantaram contra
êm 1985, derados por BobGe os probemas socas,os pTeconcetos, a moÍalização hpócrta.SuÍqiÍâm o
doí,pêÍaaÍecadaÍíLrndos
queaju- Cinema Novo,o Tropcalsmo, o teatroengajado, asmúsicas de protestode
dassem a foÍnee d po
a coÍnbateÍ Chco Buarque, Caetano Veoso,G bertoGil,entreoutros.
bÍezano contìnente
afrlcanoEm
A eeção indiretade TancÍedo Nevesem 1985maÍcouo fim do regime
nìentenoryê a, pârapressionar
o Íìriitar
in ciadoern1964. Cornê mode deÌancredo,losé Sarney,vìcepÍesden
G8(grupodossetepaises Ínasr te, toffrou posse Foi poÍ
substrtuído Fernando ColordeMeloque,prmefo
cosdo mundoe a Rússa) a per- pres dentee eitopeo votodiretoapósa ditadurâ,
assurn u o Governoem 1990.
doêradívidadospaGes africanos. Dos anosdepois,Color foi aÍastado peloCongresgo âpósum processo de
niciêtvas comoessa,porém,são /mpeachmerf. Assumiu entãooviceltamarFranco,queqovefnou êtéaseleções
ntensêrnerìte questionadaspor seguintes, em 1994.Fernando l-lenrique
Cardoso Joieleitonasduaseeiçóes se
econom íâs e outrcseíudiosos. gurntes e,em2002,LuizìnácoLua daSlvafoieeÌtoparaâ presdência.
ËlesafiÍÍnamqueasremessas eín A múscadepÍotesto foisubsttuída,
nadécada de 1980,porumaexplosão
dinhêro ficamperddasnoslab do rockbfaslero.Asletrasengajadas queespeharamo
que
defarn ìugara ÍeírÕes
r ntosdacorupçãoe osobje-
i.di\ d ,o pó\ 'ì_od"_o: "-,1eoTo,ôlr'Ììêono,náopo,o-di,.i.ê'("-
1vo-sdasrernOesdospakesdo G8
mim" Osocal deulugafao ndvidua,ea uta poÍ ibeÍdáde de expressão
e
nìanutençãodaordemmundialdo igualdade sociafo subÍituídapor questões comoo Tacsmo,
oíemnsTrìo,o
queàtÍansloÍmacãodaeconoma desenvovimentosustentável, dentretantasoutfas.
qlobazada.NavozdêSãrâmaqo,
"Nãonêcessrta'
gritãa multidão:
j
moscardade,o quequerernosé
urìê rusÌçaquesecrmprae um
DÍeitoq!e nosrespeite"..
A literatura
do mundo
J
a contemporâneo: umespelho
5
fragmentado
, EmummundomaÍcado Deosextremos. o indivíduosetrênsformou efflum
seranônrno,peÍddo erÌìmeioa urnamutdão de outÍosseÍêsque buscam
F algumt po de a ívo paÍao constante desafode sobÍevveÍ ao TÌìassacre
da
Írìáquina capitaistaqueexgecadavezmais.A massfica(ão quetiraa identida-
dedaspessoas, tornando-as peçêsemumaintrncadaengrenagem econômica,
vãloÍzao consumo e a possede rneÍcadorês comomedidãdesucesso ndiv
dua. Nesse contexto, a produçáo de êrtetambémse massifica, abraçando os
meiosdecornuncaçãonstantáneã e visandoa cançar púbicopossíve.
o,.Ììaior
Concertô
do lrie aem BeÍim,2005 Nocasodaliteratura, osefetossãovislveis e imediatos. Surgern osbest
se//ers. ivrosque,umaveznâ moda,vendeÍÌì milhões de exernp aresno
ÍlìundonteiroRevstassernana s d vulgamstasde lvrosmas venddose
contÍibuem paralevaraoconsumo aindamas aceefadodostítuosqueas
conìpoem. O deselode possulro vro que todosdizemestarlendo,de
assistr ao úli moÍilmecarÌìpeão de bilheter a, deconhecer asmúslcas dos
gruposdemaor sucesso são mpoltantes fatores parao consumo dosbens
cu tuÍaisconteÍÌìDorâneos.
O quesepercebe é que,portÍásdos ivros,fi mese múscasquealcançarn
sucesso imedatolunto aogrande públco, háumandústÍ a podeÍosa,capaz de
fabricarídoos, dentfcar,explorar e vendertendênciaspaÍatodososgostose
todasasclasses socais.ÊessemêcanisrÌìo queestánabaseda massiÍicaçáo.
Noqued z Íespeito à teratura,a indústra culturarÌìodificade modoirn-
portantea Íelaçáo entreosagentes do discurso,princpalmente autores,eto-
rese obras.Corno objetivodeclarado de garantÍ queo lvro sejaconsurnido

TenclêncÈs
rcntetnpaâneês.
A Íeatronasé.ulaM 641 a
L I TE R A T U R À
-

pelomaiornúmeropossível depessoas, editoÍaspassam a traba-


i lharcom o peÍi de um púb icoconsum dor a
suscetivel estíaté_
giasde propaganda e markeÍlrgAsollfasquevendemcentenas
de milhares de exeÍrìp aresrnutasvezessáotextosescítosSoll
encomenda para agfadaÍ umconsum dorcuioperfI foi identifi
por
cado me o de pesquisas. Canìpanhas pubicitáÍiasmuitobem
p anejadas são cf adas paÍa at ngir especif camentê essepúbjco
e evá-loa compÍar o lvro escrito parããgradá- o. Nessãperspec
tva, a recepção dotextopeo leitoTtoÍna seumaquestão secun
dáÍia,rÌìenos mportante que o consumo da obra.
SerÌìcliscut r a qualdacleiterára dessesivros,é necessárlo È
reconhecer q!e o processo deindustr a ;zação dacultuía amplou
CenadÒse rad oC5 l,ep 5ó dô 510, 2000 lteÍáro brasieiro e acabou contrlbulndo para
A i.dúíria .u tural prôd!z tórmUas s gnÍicatvarÌìenteo mercado
tâmbémpaÍa a te evisãoC5, í91. Pâía nìantef abertoo espaço páÍãa publcação deobrasdegÍande vaot
Crime 5cene /âverrqation (fven gação O públco leitor,restrtoà elileãté a décadade 1940,cÍesceu e passoua
da Cen. dô cr me),sef.do de Ìv cÌ aclo adesão da classe médìa. Esse cÍescirnento desencadeou a rnuti
em 2000,apreserÌa!m grupode
contaÍ com a
. ê.1ías que desvefdêm( mes€m Las plicaçãodo perfI do leitorHoje,háurnpúblcointeressãdo emobrasdeauto
Vegat O sucesso cle$âsere de! oÍgem ajuda,outÍoqle se nteÍe594 peosToTrances ma5"fáces",o qllecoÍlìpra
a C5 MiamieC5lNe wYo Ì k ,dlas óút r as lvros paraexlbìos na estante, e há a ndê os leitoÍesqle buscamobrasnsti_
sériesìdêntcà5êm 5ua€struÌ!rââ e tores,a ém dê nspração
pÌ me ra, àpênas.omcefáf Ò dÍ€Íente.
gantes, comevdentequalidade LteráÍiâËsses
pessoae do deselodetrilharnovoscâmnhosestéticos, desafarnescÍitores a
abandonaÍ fórmu as e mode os passados e a encontTáÍ novas man-ôifas de
traduzr coÍrìqualdadeo espíritodêépocaerÌrquev verÌì.
Émborao conjuntodãsobraslteráriaspÍoduzdasa partiÍda décadade
l95Oapresente tÌaçosrnuto dlversfìcados, algumas marcas daPó5Modeíni
o a o ô p o o e ' r \o' dêr r Íi add\ ê. \à' d\ dô d\ j

r Marcas pós-moderna
da produção
o desenvolvirnento de novastecnooglasde reprodução e d fusãoda arle
(fotografa, rádo, cinema, te evisão,vídeo,cornputador) iezconìqueã sepa-
raçãoentrea arteconsìderâda cultae a denominadâ artepopularfosse
desapârecendo Alguns dos rÍìalsconhec dos art stasdesteséculonvestÍam
nareprodução deautênticos sirnbolosda sociedade deconsumo.
.-
Umdosobjetivos daaÍtepós-rnoderna é a suacorÌìuncabildade PoÍisso,
e a pfomove a incorporação de todasasestéticas passâdâs, combinando-
asde modolnovador
Dãmesma foÍmacoffrod íerentes estéticas e est osforârnmlsÌuÍados pe-
os pósmodernos, um outÍotÍãçocafacterGtlco de suaproduçáo é a inteÊ
textuâlidade: textosescrtosno passado sãorelidos a pêÍtr de umavsão
paródca, rÌìuitasvezescomobjetivorônco. EsseprocedLmenÌo, quela eÍa
utijzadopeosautores da primerageração rnodern sta,ïaz do textourlìa
grandecolãgem deoutrostextos.
o serhumanodasociedade pós-Íroderna parece cultvarumapostura
niilistê:e e nãoacred ta em nada, não luta por nenhurn ldealhurnanista'
tendoabândonado asilusóes que anirfarãm a h stóra ernmomentos an-
(a
teriores religião, o progresso, a consciêncla,a utop a). Seugrande "deus'

Í@
Nii is m oF a t e l o L d o o p d " o e . d '^ 'd Í i o o 'r d s Í ã o i 1oi
"1 " -
dop. o " roosdorio.oloaê.rèo|Íed h W l 'ì ê ' N i e l T s r l 'e B a r _ r Ô 0 0 1
nclKâqueossegüdoresclessas todososvaoÍeseacred
filogofascontestaÍn
a11o rÊndoê".r " d- ab'oL o

a 642 cAPi[uLa3o
L I Ì E RA T U R Â

Vvendo emummundosemconceitos oumodelos sóldos paraoÍ entarsua


existênca,o serhumano pósmodefno é indìviduâlistâ:volta-se
cadavezmas
paras rfesmo,pÍeocupado emsatisfazer
seusdeselose a cançar
suasTnetas.
A v da em umasocedadevotadapaÍao consuÍrotrazmaÍcasnequívo-
cas.A píincpaldêlasé a tentatvâincessante
defazercoÍlìqueo seThurnano
t968 reaxe,vva de TnaneiraTnas descontraída.
Paratanto,investe-se
no humor e
no erotismo,comoÍneosdetornêrrnenosdramátìco o contextosocialdei-
cãdoemquevvemos. Écomum, nêprodução terárapós-moderna, encon-
trêÍ temassériostrãtadosconìhumof.
Essascaracteísticaspoderãoser,ernmaor ou menoÍmedida,identiÍca- É.
dasnanarratva,na poesiae no teatro,comoveremos a seguif. a

Osrumosdaprosa
contemporânea
Um paneldâ pÍodução fcconalco.tempoÍáneaexigequesetratedo
conto,da crôncae do romance.
É o quêapresentamos
a seguitdestacando
algumasdaspÍincipáistemátcas
emcadaumdesses gênerosnarrativos.

1979 r O conto
Tavezmotivados pelaagitação e rapidezcarâcterístìcos
da Íeãidãdeem
quevivem,mutos escrtoÍes brasieiroscontempoÍáneos têm optadopelo
j
conto.UmaexpicaçãopossívepaÍãessapÍeferènc a é a maioÍfacI dêdedê,
erntextoscurtos,explorára Semehançãentrea lteraturae a notícia, tÍatando
des tuaçõesanedót cas,queinteressam maisaoleitoratua
OuÍo aspecto importãnte verifcâdonesses texÌosé o desejode levara n
damaisadiante a berdade cradora conqustadapeosrnodernistas Asexpe
r mentaçóessáotantasquechegama compÍometer a existência
do enredoe
mpedira narração contnLrada.
1981

t t983 A vidaurbana:
violência
e frustração
OstemêsdesenvoÌv dospelaficçãoem prosa,a érnde contnuaremten
dêncas já obseÌvadas naíicçãobrasiera,incorpoÍararnelementos do cot;
diano!rbanocontempoÍáneo, comoã violência,
objetode nìutosdostextos
dô oullÊ-ÍEo'çecà,.o'ro -en, ion"don"
"bê.lu'ède-tecào.u o
A trâ9mentãção doselernentos da nãffàtvaêjudaa enÍatzarproberÌìas
psicoó9 cos,Íel9 osos,f losóficos
e morãs, exâcerbados vidanosgÍan
pela
descenÍosuÍbanos. obseÍveo exempo abaixo,em que,apêsarda exüerÌìa
concisão,o pode
leitoÍ reconíÍur todaa an9úst a dastuação naíada.

O Senhor conhccc um tipo azarâdo?Essesou er. Em jmeiro t rti o càÌ-


Ìo, Dão úÌÌÌn segurc,.Depois rcubaÌÌÌ o toca-fitas, ncm era mcu. Vendi os
t 99t ban(oi paraum colegae recebo síi a meiade. Em rniìrço, despedìdo dafirDa
ondc trabìÌhci sctc anos. Empresto o úÌtimo dinhei nho a ourro amigo,
que não me pâga. Vou aum baiÌão, não danço e acâbo apanhando.
1991
TRDVÌS{N, DalroD.lll,{n. Po.to Alcgr€: L&FM,2000. p..1t.

Iendências
cantenporâneas
a tuatu nasé.ulaM 643 a
T I T E NATüRA

Entreos contistascuia obra desenvoveessateTnátjca,


destacanì-se ioão
"Ocontovencepornocaute" sérgio Sant'Anna,RicardoRarnos,Luz Vi e a, Do-
Antôn o, Daton Trevisan,
Mi.Ío.ortos sio contos con mingosPellegrn iÍ, náco de LoyolaBrandão
no mí{ntro 50 .aÈcteres.
"Ali, dèiLÌda, di!ãgou: sc lòs
se eu, teÌia escoÌhido lírios.'
explodeno realismo
O maravilhoso Íantástico
i,llC^O, Adnru l'Ì: FÌúIRI, uma vertentenovaque surgu na prosacontemporânea fo o Íeaisrno
MtÍ.elí\o. Os Ld tunú4 ..aínl queterÌìatzaa tensáodos irìritesentreo possível
fêntástico, e o mpossível,
,rôt/rtJ ó Jidlo São Prlo: . Aqu no Brasi, a veftentefãntástica
entreo Íeale o sobrenatuÍa fo tÍabalha
Áreliê ldnoÍial, 200.1.p. Ì5. peo m neÍo Mur o Rubião
da comrnaestfia e porJ.J veiga.Oscontosdo
gaúcholvloacyÍSclârtambéÍlìseaproximam dessaveÍtente,nãopor trataÍ È
d íetamente dosobrenalural,masporadotaÍonsóllto, o poucocomuffl,corno
e xo DaÍa05contos0ueescTeve.
Noscontosdesses autores,
o extraordLnár o surgeerÌìmeo à v dacotd a_
na,comosedea fzessepafte.EmO cerfauronolãrdlm(1980),de I/loacyr
Sciar,porexemplo,urì rÌìeninonascecentauroe é isoladodo mundopeos
Dêis.A ém de provocar o esÌranhamentolÍlìedlatodo leitor,o elemento lan
tástcoacabapoÍ lumnaralgunsaspectosda reaidadeefãzeÍcomqueselam
maiscu dadosaNo contode scliato iantásticopeÊ
ob eto de uÍra reflexão
raiÌefeÍetr a respetodo estranhamento causado peo difeÍente erì uma
socedadeerÌìquetudoé ÍÍrassif cado.

encontros
A Íicçãointimista: e desencontros
Osdramês arnoroso
do reaconarnento geradopeasdesÈ
e do sofrirnento
tambémsáoexpostos,
Jusões contandocorna cumplcidadedo leitoÍpara
todososvaziosqueo narrador
pÍeencheÍ serecusa a exprcar. :

OÌÌÌa, csloü escrelendo só prâ dizcr quc sc você tì\'esseÌelefoudo hoje


eu ia dizeÌ LÌÌúa, mas tanta coisa. TaÌvc, ÌÌcsnìo corseguisse dizcr ttrdo
g.{i"\ aq Ìo quc escondo .Ìesdc o coÌncço, um pouco por úmìdez, por lcrgo
nha, por Íà1la .le oportunid:ì.1c, Ìnas pÌinciprlnÌcrÌle pofque todos rÌe di
\n45.?,
:"5'P) zem semprc que sou demais prccipitado, que.oloco cnìpâÌavms todo !Ìeu
processo mcDtal \liroresioM.níal: ê ex\t,tmente assiÌn que eÌes dizem, c eu
acho engra{:ado) e que isso assush as pessoâs,c quc ó preciso d;sfàrçaÌ,
jogar, es.rÌidcr, ÍÌerrtir. [.u não queria qÌÌe foss{]assnn.Eu qÌteia qtc tudo
1ôssemuito nÌais Ìimpo € nÌuito mais.laro, mas cÌcs !ão me deixam, você
n ã o m c d c i x a . t...1
L! s Fêínândo
Verissrmod€se Ciio ldnnfd. (h afa,adlinlanutu Ltt\ CÌia )t)
-{3RIlr,
nhoupor dos anosâ tiÍaÁ5 co o t$,nid aadlnìaú 1qtu.No dcJaneì.ô,'\gri 2005. t.219. (Ììragnre,Íoi
bra5PorrÌeiodosdiálogosenÍe
dLrascobrâs,dêsenvolveuÍel e
xóêsbêm-hLrmoradas a respeito
do unlvêrso,da reaçãodo sêr A érn de Caio FernandoAbfeu, LygiãFagundesTeles, Autran Doufado,
hurìano{:om Deus€ deêcontêc - FeÍnãndoSablno,OtÌo LaraRezende, Luz Viela,HeloGaSeixas sãoaguns
m€ntoscotidano5,coíÍoêleçôes dosnomesde destaquena produção e refle-
dostextosde ficçáo ntrospêctiva
xivada lteraturabrasileiracontempoÍâneê.

2iâ
.t -
A crônica
Transìtandoentreo contoe a notÍca,â cÍônicaé um gêneronarratvo

c_ m!lto popuar naliteraturê


e mas calcado
respoÍessas
elemento
pequenas
Seucarátelbreve,maisobietLvo
conternpoÍáneâ.
nareaidêde,fazcorÌ queocorrauÍÌìjnteresse
mãiordos e to_
peçaslterárasemqueuÍÌìfato,muitasvezesreal,é o
desencadeâdor do processorefexivo.

a 644 a}\PITULO
30
LITERA T U R A
-

A crônicadáaoescÍitorlma berdade rnuto grande,poÍquepaftede um


Congresso
daÍelicidade acontec mentocotd anoquedesperta a sensibi idadedo cronista e o levâà
Ìextosleves€ que exploramte Íeflexão. PoresseTnoÌvo, ea podeser íÍca,memorialsta, polltica, socaL,
rÌìasdo cotidano sãoa nìarcad€ poicral,esportva. Faandosobfea crônica, o escrltor Rodolío Konder revelou
o queo levaa escrever essetipo detexto:"O esgenc al é â emoçãoquecada
'ô,-O.Ot ê . -. ì lá O ê , Ua ro Í Ì O -à . à p ' O \ O rà ' ô /. O
r rÁ , q -" T ô O .e e
35 anospam ser.feliz ê. Esteé o saboÍdacrônca".
GênerodefortetÍãdçãona lteÍaturabÍasleira,desenvovido por grandes
Uma noünÌÌa i!stigantc nn
zcro Hora.Le 50/09: foi .eàlizà romancistas cornoMachãdo deAésis e losédeA encaÍ,ou poetas comoDíLlm
do eúÌ lvladÌi o Pfimeiro Congre$ rìronde Bandeira,a crónicã contacomespaço f xo nosprnclpalsjornais do pãís.
so I!tcÌnacionaÌ dã F.,lnidade, e RubemBraga,OttoLaÍaResende, Pauo N,4endes Campos e Fernando Sabino
a(ìxìusão dos .oúgfesistàs loi foÍama gunsdosnornes queajudaram a mantervivoo prestíg o do gêneío
qüe a felicidadc só ó alcançadâ Entreoscrorstascontemporáneos ematividade, a gunsnomesmêÍecem
depois dos 35 ànos. Quenì pdú pea que
destaque, egiãodeetores conqustararÌì: CarosHetorCony,Luis
cipou desse encon.o? t...1 Não
Fernando Verssmo e MârthâN,4ede Íos.
se i.NÌa sg osteid or es ült do. 1. . . 1
Depois quc cumpÌnnos asmis
Anaìsando aspectosdav dêsocial e polltlca brase rê,Conytíansformou
viesinposLìsnobe4o t€ru1M a crôncaem urnespaço quecombina refexãoe denúnciaLus FeÍnando
pfofì$no, casü e pro(iar - pa+ Verissirno,porsuêvez,adotoua roniae o humorcorÌìobasesparêdesenca-
samosa scr lnres. a e!ìreveÌ ros dearo processo anaíticoda Ìeaidade.EffrboÌa escreva sobÍêpolítica, ârtese
sàprópda ÌrisLófia, a\doÌizd loe espofte, tornou-seconhecdoe adoradopeascrônicas emquecompõeretra
sasqualìdad.s c rer nm ..rt() .:aÌi tosrÌìordazes daçcenagdav dadosbrase rosdec assemédia5Lrê câpêcdade
úo pof nossosdefeilos.Somosos de ílagraros comportãmentos maistíp cosdessaparceada socedâdetez
únnaÌcs .1c nossasdecisócs.
corÌìquemuitosdostextosqueescreveu fossern tÍansformêdos em roteiros e
\enrÌde fú bem pana pclc,^jL, mas
adaptados parapÍogramas hLrmorísl cosdete evisão.
nrn.a salnÌ nüìSuérÌ de kÌ .a
retà. A úatüfidàde, sim. penÌitc N,4arthaMedeÍosfaz parteda novíss ma geração de cíonstasqaúchos e,
una ccÌla lou.un. t...1 tantoemlornas mpÍessos comoem sltesda nteÍnet,conqu9ta eqióesde
eltoresnteressados em suê5reflexóes sobÍeos reìaconaTnentos ãmorosos.
Ouhbro dc Ì993. Disponíel €nÌ
<lÌÌrpì,/,/alÌr.Ìrl€ jtnÍis..om,/ ErÍrcornurncornVeÍissino, a autoratem a capacidade deexporo r dículode
múedejr.5 sertèìi7.âsp>. alguns cornpoftamentos hurnanos.
N e sÍ) Èn, : 2âgo. 2005.
r O romance
Talvezo romance gejao gêneroficconalemquea lteraturêbrãsieira
tenha
semantido mas conseÍvadoÍa,embora sejapossível
dentifcaÍag!nsexper-
ÍÌìentaismos.O desejodeconqustarum maor númerodeleitores estimuou a
produção de gêneros rnêispopuares, fcciona,a poìca ea
comoa narrativa
que
deficçãoc entífca, convvem comoutTas pÍeexistenÌes.
vertentes

regionais
Osromances
HerderosdeumatonetÍadição norornance brasieiro, escritolescon-
algLrng
temporâneos deÍãmprossegLrmentoàsnarrativas culointeresse
centÍalestá
na
apresentaçãode!ma realdaderegonal.UÍr dosautores ma5conhec dosasso-
holeé.ioãoUbaldoRbero,embora
ciadosa essavertente seusTomances com-
blnema abordagern regonalàrcconsttuição conìoé o casodey/vao
h stóÍica,
povabrasileiraMárcloSouza,I\/lário
Parìréro, Bernardo Eise JoséCânddo de
Carvahosãoalguns dosoutTos nomes assocados a essatendência.

Romancesautobiográf
icos:
pessoal
entrea memória eadenúncia
O crítco Antono CêndidoaíÍrnaqueo acontecimento
liteÍário
mas rÌìpor-
tantedel972foapub caçãodoromance 8aúdeos5oi,donìinelro Pedro Nava,
queestreava nafcçãoaos70 ânosde dadeO Íoraance é cLaÍarnenteautobio-
gÍáfico,
massuae aboÍaçãoeÍét cãÍezcomqueo gêneroalcançasse o 5tatu5
de
supeÍando
craçãoêrtistlca, a câssifcação
comourníelatodahÉtória pessoa.

fendêniàs.ontenporâneas. M 645 a
A tuatu naséculÒ
tI , Í E N A Í U R A
-

mg,r. ':-,Ì-Ìfu A ndânosanos 1970,muitostestemunhosdas aÌíocidadesviv dasporqueÍÌì


en e_ro.à dr" d , Í ã-ì " iia r' o " le rd ' â rè s -, qr V á ' o s a , L o € s , c o _ _iê
danêcessdadede evaraosetoÍesuTnoutToadodahisÌóÍia polítca
c e.
Íêcente
A lutapeloÍim dadiladura
do país,paÍticpararndesseprocesso: RenatoTapajós, AfÍedoSirkis, Fernando
Gabeifa e lvlaÍcelo
Rubens Pava.
Algunsdees,cornoé o casodeRenatoTapajós e Fernando Gabeira, retÍata-
rarÌìo ladodaluventldequeserevoltou, pegouemarrnas, enfrentou de peito
o rrà Í | ra' ô, ul dìdopôàde-o.rd.i depedIoeo" deoe" p" s
"belod
sáo.outros,comoMarceio Rubens Pãivê,
contaram h stó
urnoutroladode55a
I d:o oLeèco-tê.ôu o-'ìdo-Õe, o .ô,oa),onoo
oel" u e .denèoecèdà d
1970, tiveram
suasvdastocadas peloLado negro quefazia
daditadura, desapa í
ÍeceÍpessoas osd retose asliberdades
e cerceava indivduais.

Memóriae históriana prosadeÍicção


Baseadono vÍodememórâçde Na nhadãf cçãomemoÍa sta,deíoÌte Íad çãoentreosescritores brasieÈ
Fêrnândo cabera,conìroÌerode ros,algunsromãnces aboÍdaÍarÌì história
e po íticaenquanto oltrosvascu ha-
LêopoldoSerran e d reçãodê Bru- rama vida íam laÍ, Íecuperando tempos, traçando painéis deépocas diveÍsas.
no BaÍÍeto,O que é /isq compá-
Antono Ca adorneÍece destaqrie êspeclalcom Quarup,rornance Tnonu
nheio?(1997)éa h stóÍiade Lrm
grupodelovens que,naépocadâ rnentaemqueo ãutoÍtÍaçaumampo panoÍama polítco e sociado Bíasil
dtaduram Ìãt seqüestrâ o em- desdefinsdê eraVârgãs atéo período da ditaduÍa Írìlitar
baixadornortê-âmêÍicano no Bra' fuanÂngeotârnbémrecfiao peíodomaisvioentodo Governo miitare da
si parapr€ssionar o Governoa repÍessão no romance,A fesfa,quetratáda gueÍihauÍbanaO temapolêmico
atendera suas€xigências fezcomqueduasgrandes edtorasserecusassenì a pub caro ivroem1975Um
"'anlwal=tll:,"''í anoTna s taíde,o autorconsegu u lançaÍÁlestapelapequena edtoraVeftente.
Fcçáoe hìstóriatambérn sernsturam emAgosto, deRubem Fonseca, roman-
cequeÍeconstrói os Últimos diasdeGeÌúloVargas no poder, trazendo paíãpr
meiropanopeÍsonêqens comoGregóroFoftunato o "anlonegÍo'íesponsá a
velporboapartedo9escândalos queacabararn porlevaro presidêntê aosuicÍ j
para
d o Adaptãdo a te evsão,Ágostofo umaTnnissérie degrêndesucesso.
Efi Quase memórìa, Caios Hetor Conypartede umfato estTanho uÍÌì
rnGterioso embÍuhoé entÍegue aoescritolcomseunomeescrtocomã letÍa
do pa, rnortohá 10ãnos pararecÍiar o passado faÍìrlar.O Ro delanero
dasdécadas dê 1940e 1950é o panodefundodesse roÍrance quevendeu
nìas de400 rÌìjlexempãTes, emumac aTademonstração dequeo públicose
dentifcoucoma ing!ágerÌì poétcaquedávidaa umpassado ameno
EntreosêutoTes maisatuaìs,dos nomessobressaem pea quaidadeiterára
dosromancês quecfarârÌì:lvl ton Hatoum e Raduan NassaÍ. Amboscornbnam
a reconstTução deurnpassado famiiaràs nfluêncas dasorigensibanesas.

PorÌoÌta dc Ì9Ì4, GaÌib inaugurou o restauranteBiÌrÌos no tórrco da câsa.


O alÌÌìc,çoeü senido às oDze,comida snÌìpÌes,mas com sàbor laro. Ble mes
I mo, o 1iú\o Gilib, coznìhala, âjuda\ã a senìr e cultirã\'a a horta, cobindo-a
?
com uÌn !éu de tüle pam erirar o sol ahasador 1...1Desde a inauguração, o
Biblos foiÌrm ponto de cncontro de imigrìntes libaneses,sírios ejudeus nd-
roqunìos que ÌÌìoraiãm na praçâ NossnScnhora dos Rcmódios e nos quartei
rões que a rodea!'am-FaÌa\am porrìrguêsmistumdo com árabe,francêse espa
Dhol, e .lessa aÌgdalja suryianì hiÍóÌias que se cruzalam, r'idas em tr:rÌsito,
um vaivém de lozes que conÌaÉm üÌÌì pouco dc tudo: um naúiágio, a febre
regrarÌum povoado do rio Purus, uma trapaça,um iÌìcesto,lem bÌìÌnçasremc
tas e o mais rcccnie: uma cÌor anìd? üra, rDÌa paixão ainda accsa,a peda
cobertade luto, a esperancadc qÌre os caloteìrcs saldassema.sdírjda.s.I...1
Cartãopoía em qle apàre.eMarausno
}üÌOU \Í \Í-r, no,-... .. \Jo P ..' o' on p. nh' i ,L'\Lr 104^
inícìodoséc! o, cenáro em qle ocoÍe a
"..
h nófia cofiada pof Vliton llêtouh

a 646 caPiruLo3j
LIÌERATURA
-.

o espaçourbano: intimista
a narrativa
AÍomeeotédio
"Querêmos urnm!ndonovoe
policial
e o romance
oÍìgina R€cLrsamos um mundo Muitosescrtoresconterfporâneos ocupamsedo desenvolvimento de urÌìa
ondea ceÍÌezãde nãoIìoÍrerde temátcamaisntimista,àsvezes associêda àsvezes
a urÌìo harmerforialìsta, con-
lonìe selatrocadap€loascod€ LyaLufteNélida
ÍÌìorÍerde tédo." AssìÌÌìDánêi tarnnadapeaspressÕes doespaço urbano. FagundesTelles,
Lygia
Pìiìonsãoa gumasdasvozes feminìnês quesedestãcam nessaabodagemEntre
Cohn-Bêndit, um doslíd€Í€s dos
estudant€s Ìranceses,rcsumluo asvozes nas,chicoBuarque
ffrascul deHollanda suípreendeu, dãdécada
noinício
desejo dosrevouconárlos q!e Pa de 1990.N/lúscoconsaqÍâdo,mostÍou queo ta entoparacriãÍbeascânçÕes se
raisarãm a França €m 1968 Nêç estendiaaoromance. DessetaentonasceÍam ÉStorvo,Benjamim e BudapesÍe
se nìesmoano,caetanoveloso, Luz AffedoGêrcia-Roza e PatriciâMeloderamurnforieimpuiso aoÍoman- í
paracombater a ditaduÍa,tranç cepoica uÍbanoAo ladodeJôSoarês, queassoc a a tfamapoical aohumor,
íornìouem rnúsica o emalran- começaÍam a criarna iterátufabrasileiÍâ conternpoÍâneauma
esses auÌoTes
cês"É prcibdo prorbí': há Íìruto Ìempopelosautores de línquaingesa
Ífadiçãoquejá eraexplorada
corÌìgranoesucesso. )L
E Pnrbtdo 1,r.'tt)tr
'lc''
t...1
Derrubar as pÌateÌclar
As estdles, as cstátuàs
Âs !jdraças, lonças, lìÍÌos, snn

A caçacía
I" òËl.
L t'ro rD14 t,ro rnr r t l iÍejte conro, ã iJêffonagem não entende suafasainação
hrpr//w\w.aerrotloso.onÌ hr par uma tapeçdítade uma ioja de antìgüidadese, muita menos,
(o ltdiiou (;"Pi) a sensatãcde íainìliariciadeQuetem com a cenarctratada.

A Íevoltana Françátêrrninou,
m as o ndiv T du op ó s mo d e rn o , t...1
filto dã era dos êxtremos,dLnda Ele entìÌo \ohou sc lenhllenle pr ra a tapeçariâclÌreto ìala todaa parc
, s á: uo X X, o fi m n e m
n ãov iLrno de no fLrndo da lrja. Aprrximou sc !Ì2ìis.A l€lÌÌa aPrcxiDolÈsela'ìrbcnÌ-
dã fome, nem do téd o.
-Já i'i que o scÌhor se nlkressã Dresmoé por isr' I'ena que esteja

O lÌomeni eÍen.Ìcu a mào ata a tapeçaria. !Ììs ÌÌão cÌÌegou a tocála


- Parcce qÌre ìÌojc esránâis lidã... [...]
OÌÌoÌÌìem accüdeuum cig ro- Sua nÌão iremir' EÍr qÌÌe tcÌnPoi mcu
Dcusl enÌ quc t(nrpo tcir assiÍido a essanicsma cenâ E onde? .
LygiAFâgundês Têllêsé Lrma l-.rauÌna crça.ìa. No Pfimeìro plano, estavao caçi.lof dc arco retc-
contistaquepÌrmãPortraba haÍo sado, aponün{lo para uma touccira espessa.NtuÌì plano rÌÌxis Protun
.sp€ctopsco1o9 coemsLràs obras. do, o seguìdo .açacìor espreilava por cÌÌtre as írlorcs do bosque, mas
Enr"A caçèda'f.z o e Ìor mêÊ esia craaperÌas unri \aga siìhÌrera, cujo fosro sc reduzìra a uÍÌ esmaeci-
gulhèÍno re. rsnìofãntaí co {Ìo contorno. l'oderoso, aìrsoÌuto era o Primeiro {açacÌor, a baÌba vio
Ap,esenta unìapêaon.genìquê lenia coÍÌo uÌn boÌo de ierpences. os nÌúsculos ttrÌsos, à esPcra de quc
e Ìomaclãpor rrrnasensàçào oe
a caçr levantassepira dcsíerirlhc a sela f . l
aÍebât:menio eapÍeênsão aoveÍ-
O homcnÌ deiÍou cair o ciÍlaÍm. delagdiÌÌho na sola do
s€d antede unìàtapeç:,a ê{Pos ^nassou-o doÌorosa. Corhecia csse
( a sapato. Aperiou os rÌrìxilares nrÌma coÌìLrâçáo
taemumãlojèdeantgüidèdes
cenade urnâcacada e a angúÍa bosque, essccrìçrdot cssc cóu - conhecia trÌdo lio bc!Ì, mas tio beml
do protagonÈtã diãntedelacrìãm 1...1Qu.Ìrclo? Pcrcc,rrera âqrÌela ÌÌiesrÌà \€reda, asPna|a aquele 'nesmo
umlogo ntêrêsr.nt€ qLrêfdscnè \,apor qoe baixâla denso do céu vcrde. . ou stLbiacto cÌÌão? O caçador
I e rnkgà.q!e.nobsèrva € quemê clã barba cncrracoÌada palecia sofrir PcÌlersameDtc embuçado Teria
obsenado)Ouême o ..çàdoÌe si.Ìo csse caçadorl Ou o .onrpanÌÌcno lá rdiantc, o homcÌÌì sem car.a
I queme à caçè?CoÍness€conto cspialrdo por cÌÌlre asánoÌes? LÌmaPefsonaÍicnr de tiPeçìÌia. Mas quaì?
a autoràd€monltra porqleécon_ Fixor a touceira onde a caça estava esconcLidr'Só tolhff, síi siÌêrÌcÍi e
sideraüurì dosnoÌi.esIìáÌsrnì foÌÌÌas empastadas na sombra. ì!Ías delrás.Ìas ÍoÌhas, atÌavés das nÌan
Doardntesdâ ÌrÍosaaiual:oslêito
chas pr€sscnlìa o ltÌÌto âÌqucjãüte da caça. ConÌPadcceü se d?quele sôr
;estraníormamsêem P esatíà-
c€rs0e suênàffarrva. empânìco. àcsPerade una oportuniclade para prosseguirÍilgindo. Tão
próìrima a nÌortel o mais ìclc ÌÌìof imenro que fizessc,c a seta t ..l
F

Tendên(ias A Eèúo no seçu\oM 647 |


canÍetr'l)oâneas.
LITERATURA
-
v
E se tìvesscsido o pintor que fezo quadro? Qurse í. O protagonistâdo conto se impressionâcom a
ru L l r .dçr it êc r r r r \ erd m rc f' o d u ( ò ê . d e q ' r.rd ro ,.p or, cenaque vê na tapeçaria,Que cenaé essâ?
nâo eraml Pnìhrâ o quadroorignüÌ c por isso podia I Comoé caracteÍzado o pr melrocaçador?
rcprodÌrziÌ, de olbos fe(bados, toda a cenâ nas suâs I Po'qJeo proldgol -a ê:rrp"( oìè ro" à.d
minúcìas: o contorno dâs ánorcs, o céu sonÌbrio, o peçana?
cacador de barba esgrorÌvinhada,só múscuìos e ner
I O queo tremoÍda Ínãodo pÍotagonsta ndicaso
vos apontando para a touceira. "NIasse detesto caça-
bÍe a rrnpressão
quea tapeçaracausanele)
dasl Por que tenho que estar aí.ÌentÌo?" 1...1
Saiu .Ìe cabeçabaixa, as máos (erradÂs no fÌrndo 2" À medidaque o conlo se desenrola, a cenâvai
dos bolsos.Parou nÌeio ofegântena esqüina. 1...1"Que ganhando contornosmâis nílidos para o prota-
ìu u , úr r : . . . I , jô e. .o ,, ìô u ' o , , o n .ìIi u n ,.m .ô a i \n gonistae suasdúvidas aumentam. O queÍaz com
desamparado.
Seriauma solüçãofáci1.[...] que seïortaìeçanelea impressão dejá ter parti
cipadoda cenã?
Quando.hegou em .asa.aiiÌou sede
bÌuços na camae ficou de olhos es- r Qua é a dúvìdaqueatormentaessâpeísonagem?
cancaÌados,Íündidos na cscu- I ldentiÍique
o argumentoempregado peo prolaqo
ridão.t...l n6ta paÍaneqara hipótesede ter sldoo p ntor do
Haveria de destruila, não quadÍoqueterã dadoorigenì à tapeçara.
em verdade quc aÌóm daqu.' . Paraque outra reílexáoesseTÌìesmo aTguTÌìento
lc trapo detestá\'elhavia algu seÌvede baseT
ma coisa mais, tudo o pas-
saedeum reiân$rlo de pano Quê aspectoso têxto ressãltadaquilo que o pÍo-
susteÌìtâdo pela poeiÌâ. Bas- tagonistavê retrâlado nâ touceirã onde estaria
la!â soprála, sopúìal escondida a cãça?
r DequemaneÍaosaspectos t
EncontÌou avelha na por deslacadoscontÍbuem
ta da loja. 1...1 paíèda mdo. 'eai(moà ("r \"\do do prol"goti1
- [...] Pode cntrar pocle ta de fazerparteda cena?
entrar. o seÌìhor conhece o I O que senteo píotagonìsta ao imagnâr.acaça
acuadana mota?
i
"CoìÌheçoo caminho" re . "Tão próxima â mortel O mais leve movimen-
petiu, seguindo Ìíúdo por entre os to que Íizesse,e a seta..."O que essas
duasfra-
móveis. Pirou. Dilatou as narinas. .ô. <.oarêm,ob.eo de.Ìr o dd prFà? De qJe 5
l...l Imensa,real só a rapeçariaa se ' a_ard a o qd, d, do dd, Í.d-e5esia po1.Ld,oo
aÌastrar sorrateinmentc pcÌo ch:ú, peÌo teto, contrbuemparagarantí esseefeito?
cngoÌindo tudo com sua, manchas e"'erdinhadas. t...1 r E , o l t o r ê o F q , a - 'ì d - e d o e d \ ; o do pÍotago-
l aÌìçoü em voÌtr uÌÌì oÌh,ìr esgìzcado: perctràra na tn- n stacom a te a é sugerdã pelãsimpressóes do
peçdia, estâu denFo cÌobovlÌre, os pés pesadosde lama, hoffrema respetodos ca(adores e da pÍesae
os cabelos empailados de onÌúho. Em redo! tüdo pàra- peloargumenÌo empregado por eleparalustJ
d o . L . L, ü,u. r . . . 1f r J n , r. a d ' r; o u i ,,' .á ; \:n i mp.' car por que não deveÌlaestaTem uma cenade
ta\a, náo importaü, s..rbiaapena! que tj nha $Ìe prcs.se- caçada
guir coneÌÌdo sel]l paÌ,rtr por eÌÌtre as ánores, caçìÌìclo 4. Nãoconseguindo sê livÍardasìmagensda tãpe-
ou scndo caçado.Ou Éndo caçado?...Compnm as çàíiàe dar sensàçoes que elè provocâ,o protè-
páÌmas da., máos coDtÌ? a cara esbasead& eÌxugou no gonistaretorna à loja,comojá tinha Íeito outras
puÌúo da camisa o suor que ÌÌÌe esoria peÌo p€soço. vezes.Qual o seuobjetivo ao retornar?
Vertia saìÌgue o lábio gretâdo. r O que aconteceno momentoem que se coloca
Àb ! a boca. E ÌembrorÈse.G tou e ÍÌerguÌlÌou d anteda cenaoutravez?
nuÍÌa touccim. Ouür o assobio da seta ïarando a
!Tdr.. ./do F loên qLêoprotdgo..d edo
folhagem, a dorl
'Não... - gemeu, de jocÌhos. Tcntou ainda contado motivopor queÌem tantaíêmiiaridade
com a cenaretTatadâ.
d q a ,r à, 4e à r át ì e'r - i n . F | ô l ô I e n , o ì1 ,i ,ì.. r, mj o.
r O lre-Lo 'l.o e,/eloe p ta- e"te .
aPertando o coração.. "r . ..o
'ôa(èoe ,e d ê,aqL-oi-
:fELLES, Llgia Fâgud.s. À càç^.1a. Antt: d! baib re .: .ótitos.
Nio dejanci.o: Roc.o, 1999. p. rìl-ljlì. (F.àg.srkr.
. F\plqLedê qLôn dlei'ê oé rge-
ore,,io1or

r No ú timo paÌágÍafo,do s espaços


e doismomen-
tosestãomesclados. Quas sãoel€s? lustfque.
Esp.eih: ügjara, espiaB Ìo.aiae
Ismecido: desbôhdd,k .ÒÌ: 5. A donà dè loja, quàndoo homemÍetornd,dir
queelepodeentraIpoisjá"conhece
o caminho".

a 64a caPiruLa
3a
TITERA ÌU R A

Considerando a Íepetiçãodessa
expressão pelapersonagem e odes-
{echo do conto, que sentidosela tem? Explique.
I Od" pr-ooo e-looaLr'ìo/o.pr'ooè' e'ì!áodopo.àgori-tadF
destruira tapeçara Quesentidoseriaesse?
6. O protagonistade "A caçada"tem características do indivíduopós'
moderno:solitário, inseguro,
nãotêmcertezasem queseãpoiar,não
sabe se é â caçaou o caçâdor,o produto ou o consumidoíA vida
causa-lhemedo,pois não sâbequal o seupapel.Relacioneesseesta-
do de espkitoàs linhasdo tempo destecapítuloe do anterìore à sua
própriâexperiènciacomo indivíduodo séculoXXl.
*

e experimentação
Lirismo
napoesiacontemporânea
Depoisde todaa expoÍaçáodossons,fornTas e signosvsuaisteta peos
stase seussegudoTes,
concret a poesa brasieravveuanosagitados a partr
odoécèdê oe l9l0 Ho.e, co'1oècon-ê.e(or d o o-è.abíiqdooetèsdêtê-
um poucornelhoro fetrato
ÍÌìuitodistntas.A segur, conhecereTnos
dências
daDoesiabrasieracontempoTánea.

r Tropicália:
"sejamarginal,
sejaherói"
Quandoa ÍÍop cáìa surgu, em 1968,o contextopoít co nacional exiga
j dosartstas a capacdade de art culaÍ
a denúncia da lepressãoà refexão sobre
a cutura nacional
e a hab I dade dedrìbar a censuÍa,cadavez maiS operante
O obletvodosfundadoÍes do moviÍlìento, comovimosno capítulo25, erã
retomaíospr ncípios estétcosdosmãnifestos Pau-brasileAntrapóíago, parc
crãr obÍasque feveassemo cado cutuÍal (nacional e estTanqero) eÍn que
foÍamconcebidas. os "o hoscheiosdecores",cantados porcaetano,sãoum
tr blto a oswad de AndÍade,que aÍ Ímava:"os casebres de açatráoe ocTe
nosverdesda Favela, sobo azulcabÍalino, 5ãofaÌosestétcos"

O BrãsilvistopelaTropicália

Ategria alcgia ouça cornseuscolegasa rnus.ã 'Ale


gra al egra" .L€i aasequi rnÍormaç óesso-
CâminÌÌaido co!tÍâ o ÌeÌÌÌo
breo conÌêxÌoêm queea foi produ zidal
Scm Ìcnço, sem docunìe"to
No sol de quasedezembro 1967-1968:costa e Silva assume
a presidênciaiinício .la organizâção
O sol se repart€ em crimes dâ SÌerrilha urbanâ;â minissaia\iÍe
Lspaçonavcs,guerrilhõ nioda e os t{rtr pcden "Faça mor.
Em oddinaÌe$ bonitas não faça guera i o AI-õ fccha o Con'
E u lo u t...1 gressoe a CensuÈ proíbe rudot nos
EÌa pensa en casamerìlo jornais, apend futeboÌ.
E eu nuncaÍìais tui à escolà Consderândoeçsecontexto,d scutaÍÌr:
Sem1enço,sen documento, euvou t...1 qual é a magemde BÍasilque a etra de
Por eÌÌtre totos e nonÌes Caetanoapr€senta?E dê ilventude? Dê
Sen li\ros c sem fuzil qle modo êla revea o contextono qual
Sernfome, senìteleÍòne
No .ôração do BÉsil

lendêncìas A Patu naséculaXX 649 a


cantenpoàneas
t I Ì ERAÌ U N A
-

a Paraacentuar o d álogoentrea produção nacionae â culturâ unveTsa


, os
i tropca stasabraçararn os merosde cornuncação corno podefosos a adosna
t divu gação da sua arte.
; Câetãno Veloso,Capnan,Gllberto c , TomZe,Torquato Netoe outros
ï nvestÍam no sincretsmo pop e folclore,
e m sturaram rock,bossanova,sam-
bae baão.O resultado, comoelesmesmos chamarêm, Íoi a "geleia
geral",
queêbãlouos alceÍces da música popLtlar
bfase Ía e, aindahoje,encanta
lovens e infiuenca compositoÍes.

r A poesia
marginal t
O cliÌ'na
deexperÌmentacáo rítmicae rÌìuscaldaTÍopcála fol desaguaÍ, nâ
década de 1970,na poesia margnêlErafflargina o rfodocomoos poetês
faziam suaproducáo:
circular elesabandonaram osmeios trãdc onas (edi1o
ras,lvros,lvraras)e levaranì a poesiâ àspraças, àsÍuas,àsunlvers dãdes.Os
textoscirculavam emcópasrnirÌìeogrâfadas, erampendufados em "vâfais",
ogados do dee dÍ . io . . d b . ro o so " - d o . r 1 " o .
"l.o
A déiaera"casar"vrdae poesia e,comod z a Chaca,umdosgrandes nomes
C êet anoVe oso, u mad aspr n. pas produção,
vozesdâ Ìropcála, usanessafoto
dessa "ensnara poesa a fâ ar".A poesa maÍqnaiêdotouâ alegrìa e
um "pãrangôé 1 €spéce de c.pa o huTnor comoarrÌìasdaguerrlhalíricaquepromovam, tentando mosirarcârn l
cr ada pelo aÍ5tâ p án cô Êé ô O t c.a nhosdferentesparaacrseque,alérnde rnobzaf,caavaa sociedade brâslêrã
Á.renovação €slét.a âconte.êuem
todasàs han ÍenaçóesaÍustcas.
PãftcipaÍamdessemovimênto de íesstênca cutuÍalpoetascomoChaca,
Chares, RonadoBastos, Ledusha, Câcaso, Francisco Avm, Pedro Lage,Luiz
OlâvoFontes, AfonsoHenrique, G aucoMattoso, Robefto Pvae mutosoutros.
Pegando caÍona napoesia rnargnal,masdesenvo vendoumcamnhornais
lndependente, a poesia pluradePauo LemnskpeTmanece comouTnexern
plodocaráter inovador dessa geração.
â mpoem ad € c h â c a ,
Co n heçLr
queïez da po€sa iníÍ!nìento d€
guerrilhaírica.
Sixtawiap*ra pressac prcsstígi*
Poeroãpsrq Iscreiìa no espaço. Sôo na dúvidr que separa
Íer tratnìJigt$ítCíl Hqjc, gnúìr Do tcmpo, o siìêDciode quenì gÌita
rÌâ pcÌc, na paÌma, Da pót â. do es.ândalo que cala,
ro tcnÌpo, disrân.ia, praça,
logo logo sab€remos que a pàusa, asa,lcla
para do percalço ao eiPà!ÌÌìo.
'f
Eis a voz, cis o .Ìeus, eis a fah,
eis que ì luz sc a.cndcu na casa
pode tnnsfomar o Fundo e não câbc mds Ììa sala.

esta a missâo do tutis1a1 Tendose nteÍessado pelaobradosconcretstas,Leminskiexplorouostro


cadlhos,flertouconìo processode 'pa avÍapuxapaavrâ"e enveredo!peê
I...1 composçãodehalkals.
Cha.n (Ri.rdo de Cmìlho Dual1e) , OutÍoslovenspoetasque surgÍarf nesseperíodo, coraoAnã Crstina
t! Iüa arin"hìa: poesìL CésaL AntônloCícefo, A ceRuz, ArrÌìando FfetasF ho,ZucaSardan,tâm
Sãô Ìi!lo: (ì!ìprnlÌia das tiúú, bérÌìsetornararìinìportantes
relerêncasparaa poesa bÍêse rãcontempo
2003, p. 125. (angÌneDto)
râneaEntre os novíssiÍlìos,
destacam-se Eucanaã Ferfaz,
f_redrico
Barbosae
Arnado Antunes.

a 650 caPiruLa
3a
IITENAT U R A
-

r A reinvençãoda linguagem
e o cotidiano
redescoberto

ffiF
A cenapoéticabrasileira,
nosúlt mosanos,v u-setornadade admrÍação
pelaobrade lvlanuede Barros,quefaz,coÍÌìa inguagernpoétca,algobas-
tantesemelhante aoqueGuimarães Rosa feznaprosa. Sobseuo haragudoe
aspaavrasTenasceaa
cornpreensivo, ou sãorenventadas em novasfunções,
levadasa constÍuir pârãa s gnificação
novasfronteiras eobrigando-nosaapren-
dêra o hatdê ummododifeÍente parao mundoquenosceTca

ReFato do artista quando coisarborboletas Plantasdesejama minha bocaparacrescer


Já úo.am 2-sán'ores po. min.
Insetos me desempenham. Sou liÌe para o desfÌutedasaves.
Jáposso amar Às moscascomo a miÌn mesmo. Dou meiguiceaosuì'ubus.
Os silên.ios m€ praticam. sapos desejam ser-ÌÌìe.
De tâÌde um dom de latas r€lhas se ataca Qüero cristianizarâságuas.
Já enxerso o chei.o do sol.
Mas eu te ho predomíÌÌio por lírios. t...1
B,IRROS, I{âÍü.1 de. Reúah .b arti:tu quantla .Òí:a.
i Rìo.leJeeiro:Rccord, Ì998.p. 1Ì. (Iiagnelb).

A obrada mineiraAdéia Pradoinspira


um novoo harparao prosaco.Ad
miradora deDruTnmond, AdéiasegueseuspassosnatraníorrÌìaçãodepeque-
nasstuações cotdianasemeeÍÌìentosdeconstÍuçãodepoerÌìas cujolirismoé
quasepalpáve, e retomaurnatendência
inauguÍada poÍoutrogÍandemestre,
ManueBandera.Foicomelesquee á aprendeu a reconheceÍe revelarêspêc-
l tosdo d a-a-diêdasdonasdecasa.

Cogito
Nestepoema,o eu lírícose define como único
e múltiplo ao mesmotempo.

pessoaÌintransfeúveÌ desfè oÌhado indcccnte


lll cogiro, *ttit utgooo
àÌguén,-.alo, "ol-
|€n\o .í,m inrniênda sobre
do homem que iniciei feito utÌÌ pedaço de mim
rÌgÌÌmacona,lor exenúo, Ìeferênciaà na medida do inÌpossíveÌ
erpresúo togiÌo, ergostn' ("pens, logo
exnb'), náxiúa quc condcnsâo
p.nsanìcnÌodi to!â Íinrúi.a útêsià.à.
lle taÌru limpÌüi.rdâ, t!{lenâmü dü€r agora e üvo tranqúiìamente
queelu bonadeíìneã exiGn.iahunua sem LÌaÌìdes seFedos dantes todas as horas do fim.
peÌr .lpa.idade üìonaÌ do serhnnano.
D$rqmlhldo. dpKão não sem novos secretosdentes
dicionaiadâ. loÌ oposiçioa 'aferchado',
quesigÌúú apnsionàdo, ercdrndo, o vl i O fo' q' rdro. 1 \1, u\1. .1ìô O e .
or d,t paüras ' "",
barìkinsla rltul,.tuodeJancno: 'Rl,
Obletnr,?001.p.21i9.
trao podcriàFf úrcrprehdo .onìo
liLcÍú, scÌì dú"s. lìÍr
"LthaÁ

Ierdêncâscontem,rofáneas.
O teâironosécu/o
XX 651 I
I . I TER AT U
RA
-
Íormasão longodo poema.Trans
L O eu líricosedefinede dÌfefentes
TorquãtoNeto í 1944-1972). que
crevaâs expressões o caracterizãm.
poêtà,loÍndsta.c nêast.
lêtrisrà,
r O queo usodessas expressóessugeresobreo eu k co?
ê ãtoÍ,frgurde.tíeosín. s srgnf
c.tvosnomêsdo movirnento tro il. Emtodas âs estroÍes,o versoinicialé "eu sou como eu sou". Como
prcàst. e dè culturda ternàtva
ele pode seÍ interpretado,considerandoasdeÍiniçõesapresentãdas?
dosanos1960e 1970.Suavlda
curÌa.abr€vada oeo slrLldoe E O que a repetçãodesseversorevelasobreo sentidodaqLri o que o eu
repl€td de.ontrâ5t€s de qran.lê- íÍ co af rmasobr€s tfesfao?
z. e de absmoscompìêt.rÍìenÌe r como a déiade queo nìomentopresente deÍineo eu Íico é reforçadã
contrêÍio. qu. qLr€Íidea pÍecon- nã segundêe5troïe?
cebda, caÍècterzoueecomoum *
aÍtrsta de rúptlrf.,.lguèmque 3. Quâlé o sentidousualda palavra"vidente"?
qLreÍi:,conìoelepÍópriodiziã,"lr r como essapalavra,usadana ú t Ílìã estrofe,podeserinterpretada
no
nìuio alémdo quelá foifelto'. poeína7Exprque.
q Es9êpalavrase reaconê ao9veÍsosÍinas do poêma Quã é a reação
estabee. d. entÍea expressão
e esse5 veÍsos?
4. Torquato Neto escolheuapenasa primeira orâçãodo Íamoso "Co-
gito, ergo sum" paradar título ao seu poema.O que essaescolha
pode indicar?
e Podemos pe a máxrnâ"pen
dizeÍqueo pensânìenlofosóflcoexpresso
so,Logoexisto'seopÕeà declaração do €u Íico de que"é comoé'.
Expqueporquê
i
5, O poemaexpressa ã geraçãopoéticade
o desejoque cârâcterizou
TorquâtoNeto: umã mudânçâÍadicâlde valorês.De que modo
issose manifestano poemâ?

:
logoexisto
Penso,
sêgundoDescartes, íilósofodo
sécL oXVll,a ndaqueeeduvidat
sêda exisÌência
estivesse
d€ tudo,ou que
sonhando, nãopodeÍ3
doteatro
Panorama
duvdardesuaprópria
lá que€le mesmo é o
exstênca,
sêÌ quedu
XX
noséculo
vìdaA ffãsêqueconcui essera-
cocíno ó "Cogto, erqosum",à O crítico
5ábato N/lagaldiacreditaqueo teatrobrasieIo entÍouverdadei
famosa"Penso,ogo€xno" ramente nosécuoXXnod a 28dedezernbro de1943,quando, soba direçáo
Essaconclusáo foi êsüitao g do po onêsZiernbinsk, a peçayesti.íodenolvá,deNesonRodrgues,estÍeo!
nalmente em lrancês,Ínasfico! noTeatro Munrc pa
conhecdd emsuaversão em atrÌÌr,
consdêr.da naépocaa línglaofi- Antesdo surgirìrento de Vestidade naìva,a producão dosdramatufgos
cia daíilosof..ofilósofo,quees brasieroserâpoLrco signílcatvêDemodogeraì, o teatròeÌaocupado por
cÍevra
5ênìprêêmÍancespdrêque- peças estrangêras,e osautores nãciona s buscavam ÍepToduzrT0 sucessooes
braÍo€íereótipo darelação laÌrn' 9asproduções quandoseaventlrravam a escÌever alqumapeça
Jlosoía,qanhou fâmaernlatnì. A noÌáveerceçáoa essaíeqraé O rci da vela,de Oswaldde AndÌade
Escrtaem 1931,ê peçaeratãoadiantada paÍao momento quesófo rÍlonta_
da erì 1967,pelod ÍeiorloséCeso N/lart nezCorrêa.
O protagonistadahistór ã é o agotaAbeardo, burguês queÍâbrcavelas,
para
produtoessencial um país cheiode supeístìçÕes o Brasl Elese
corÍlo
cãsacoffrHeloísade Lesbos, Í lhade um arlstocrãtâ decadente. Pormeo da
Íájetóra dessere davea, OswaJd representa deum
a realdadecaracteristica
paísatrasado cutuÍale econornicarnente Exporando allertamentea sexuaF
dãdedaspeÍsonagens, a peçao relda velapodeseívistacomoÍesutadodas
muitasnf uências européias quehavarìrs do "deglLrtidas" poÍOswãld: o Tu-
tuÍismo ta ano,o expfess on srno aleÍlìãoe a ps canálse freudana 5eencon-
tTamno palco.

4 652 .APtr|LA3A
-LIÍERATURA

r NelsonRodrigues:
o "anjopornográÍico"
s O caráterinovador de Ve5fldo de nolvae evaa quaidadedo texÌoteatÍa,
rompendo defln tivãmente corn a I neaÍidãde naíatlvadaorganzaçãocÍono-
ógjcados enredos a que estava acosturnãdo o púbLlco nacona A peçaé a
ó h stóra de A aíde, moça r ca da soc edade cafoca, recém-casada que'nê pri
meifacena, é atfopelãda. A h stóÍia do casamento e da vida de Alâíde é apre-
sentada em tÍês pLanos: o da realdade (tentativados rnédicos para salváa'
correriadosjorna istas pala conÍ lmar a notíciado atÍope arnento), o daã uci-
naçáo(a peÍsonagerÌì magnaquemêtao novo e contacomoo cr meocor-
Ìeua N,4adame Clessi, sua heÍoÍna, urnamuherassass nadano iníco do sécu-
o, vestidade noiva) e o da ÍÌìernórla (lembÍança dos confltosíamiliares) A
d visãodo pa co em Íês planos, cada urn de es corlespondendo a uma parte
da históÍiêdâ personagem, reples€ntou lrna inovação estlutuíana peçae
cratvidade no uso da inguageÍÍlteatral.
NelsonRodrigues Íeduzu a expressão cênca ao seucaráteÍessenclal
cf andodiáogosconcsosern que cada palavÍa mostrava-se rnpÍescindível
Seguindo o lemadeAntonn Artaud "O teatro foi fe Ìo paraabÍiÍcoetÈ
vãmenÌe osabscessos" -, Nelson RodÍi9ues palt u da IepÍessão sexual pafa
exporasfíStulas de umasocedadeconservadoÍa e mora lstêque escond a,
s o b o /e - oê pL e àeo.r' o l odoe. .o' rpo-.o-e toc dno o s
o conjuntodaspeçasteatraisqle escfeveu costumaseÍorganzadoerf
trêsgrì.rPostemátlcos.
I Peças psicoógicas:destãcêm problemasdo serhumânocornoindvíd!o
e comomembío de umasocedade no seioda qua eeécriadoe
hipócÍitâ
que,por meo de suasaçÕes, acabapor deÍormaÍEx: Vestìdo de noNa A
mulhersempecado,Valsano6.
= . Peças tratamdosinstintos
TníÌicas: humanos, da tentativãde com
preendeias origenscleaçõese sentmentos.Ex. Álbum de famílìa'Anio
negra,Daroteia
caÍiocasl
Il . Tragédlãs enredos cÍiadosparadesrnascarar o egoÍsÍÌìoa futi_
lidadee a Írìesquinhezdo ÍÍìundorfoderno. Ex.:
A fêlecida, Perdoa-ne por
me traires,As setegatinhas, Bocade oulo
Depoisda inovação Íãz da pot Vestida de noìva,Ílìas de umadécadase
passoLl antesquesurgissea go Íeãlmente novonospalcosbÍasleiros

r JorgeAndrade rural
e o Brasil
Quando A moratórlê,dodramaturgo paLll
staJorge Andrade (1922-l984),
estÍélãerìr1955,o púb icoé surpreend do por uma ãção que sedesenro a,
siTnu
taneaÍfênte, erÌìdo s momentos d 1929
stintos: (passado) e 1932 (pre
e te. O pdlLooi\roido eÌ oos,-o d doislonen osdd"lis.oc'dio 'íà
brasleifa:antese depois da cr se econôrnica desencadeada pelaquebrâda
oolè dê\o\d voÍt. A COnS.èn.e aiô.ndt La ênr.ê p.srèoo e presê1Ìedáào
púbicoumasensação deatemporã idade,porqueconÍlitossugeridos no pre
senteda acáo(1932)sÓsãodesenvo v dosno passado (1929)dãndoa rm
pressão deseTaquele uÌì rnornento futulo em re açáoao pÍesente
a e1 dei o\à- (o- íe.è(áo ào traoa ho con o len po 4'norárolrd.è1
bémtrazparao teatroo BrasiÍuralque,dessemornento enìd aparece
ante,
.d onbe_ì_d oo'd oe oufo, orèìèiu'qo. _ac'ondi'.
.'r ìo57,eè rê7clêsu'gíuÌo -'od dnaLu'goque'" o ler dod o(eda
clê| ,íèt,dd d è eldu-l . atane_.obêT di e'enteodq-ee olooortoool Joígê
Anoíèd".T dtd-sê de A èno:uàqc.nd,d-.or pa-a:odìoq-êíu_de,nd\-d obra
tendências apaíenterÌìenÌe em pe-
opostãsque cost!rlavamaparecerlsolaoas
casde outrosaltoÍes: o espontâneoe o elallorado,o popuar e o eruoÍo

.onlemporinêâs
Iendénc/:,r xx 653 I
O êaÍo nosécu/o
I . I Ì ER A Ì U R A

O exenìp o rnaisbemsuceddodessatendência é a peçaO autoda


compadeclda, em que h stóriasfo c óricassãoassociadas
a mênfestaçÕes
de relg osdademas profundã. A formaadotada porSuassuna - o auto
tarnbéra pfonìove
a corÌìbnaçãodeopostos, porqueassoca a espontanei
dadede um textomuto cooqua à estrltLrrâ quasernedleva do teaÌro
v centno.
-
r Osconflitos
urbanos ao palco
chegam
O ÍeatrodeArenade 5áoPauo trouxeparaa bocadecenaos pÍobLe i
aôas decofÍentes
sociais da ndustra zaçãodasociedadebrase raemf ns
d o 3 ã n o s l v 5 u e tnl c o oo5 an05 9bu.
G anfrancesco GuaÍnieri é o ãutorde Élesnão usanbla.ktìe 11958),
peçaenìq!e ã vidadosoperários exploÍados e a utapoÍ meLhoÍes saáros
sãoapÌesenladês a partirde um pontodevistárÌìarx sta.Ao ladode GuaF
n eri,urnoutroimpotanÌeautoÍdesponta no-featÍo deArena:Oduvado
VianaFilho,o V an nha.Juntos, essesdramatuígos vãoabraçar a defesa
dosexporadose a cÍítcaleÍozâo sisÌema capitasta.Apóso níco do
FeÍnandaN/lonteneqro
e N,latheus
Na.ht€rqa€
e em O auro da comp.dÊ.rdã
GoveÍno m tar,o gíupodo Afenaincorporêfá a lutacontÌaâ d taduÍa
UrÍrlovernautorbâiano, quedêsponta effrl960,seránìais!m nornea
trataÍdatemátcadosexplorados socias. É DiasGornes (19221999),que
causaespantocornsuapnmerÍapeçã:o pagêdorde p/omessas. No texto,
Zé-do-Buío é !m horÍrerì honrado,pequeno agrc! tor,qued videseussÊ
t os comos lavrâdores paracumprr partede urnãprornessã feitâa Santa
Bárbara.A segundâ padedapÍon'ìessêlevarLrma cruzdêmâdeiÍa poÍum
percurso de seteéguâs, atéa igrelade SantaBárbara - é fiuslrada pea
gnoÍânciado padfeocâ,que mpedea entÍada deZé-do-Buío na gÍeja.
O motivoda iÍa do padreesÌavana orqemdo comproffrsso: Zé do
BuÍrohaviaíe to a sua pronìe55aa ansá,d vlndade do candomblé nâque,
crendce popular,corresponderiaa SantaBáÍbaÍa; e naÍazãodapromessê:
agÍadec mento a cuÍade co au,um buffo.Mortoporumabaa perdl
pe N
da em ffreo ao conf to queseinstaa da poftada iqÍeja,Zé-do-Burro toÊ
na se!rÌr mártirpopulaÍe s mbo za a foÌçado s ncretlsrno rellgosoeftÍe
os DíasLeTos.
Ê

é RasgacoÍação
oduvaldo (1936-1974),
VanaF ho,conhecdoromoVianinhã no
despontou
Têatrode Arenae prcduziLr5uãobra-primana décadâd€ 1970.Rasgacoraçãoé
a históflade um funcionáro públco (ManguãryPìstolão), €x-miitante do PaÍt
do comln çtâ Bras€ ro, que vive enì conflto com o f lho pós-rnoderno, jovenì
por
a ênâdoque se nt€ressa ioga,mâcroblótca ê zên-budsmo.ConÍtuída de
sâltoenaffatvosentre passadoe presentê,Âârçrâcoracãorelatamomentoscru
d " i .o r db" .re .o N op" ooop" F" .o r(" od"
" " oo.e " oo
l 9 3 0 ,R e v o l t adaV acn.,l !t.dêm i tâncâcomuni staconÌrao E Íado N ovo N o
p o o o o p ró ó 1 õ ao r roaa-de-1rê onê o -. rp Mdrq .d / e .e- r' o
Luca,em !m períodonìarcadopeÌo des€nvolvirneni smo de luscelino,o qo pe
ín r ta Í€ a c e n sura.
l',o p - io o" oo d . a- 1fà oe, .- ooie 8d.o" ,o,d\"o e u.r"
" "roL "o
horìenagemao utadoranôninìopolítìco,ãoscampeôes daslutaspopularcs;pfê to
de gratidãoà VeÌhaGuêrda,è qêÍa(;o qu€ m€ anlecedeu,que ío a que polltlzou
ênì proíundidade a conscênca do Pêís.[...] Emsegundougar qu s fêzerumapeça
que estldasseasdiferenças qLreêxìst€ÍnentÍeo novoe o revoluconário O revou-
cionáronenìsempreé novo ê o novonernsernpreé revoluconárlo".
Oduvado Van a F ho , l9 7J

a 654 30
CAPIfULO
tIïERAÌ U R A

Osperdidos
de PlínioMarcos
A décadade 1960,ta veza ma s ricada dramâtuÍqa nacional,
aindatestemunhal a a cheqadade um autoÍ levo ucionáIo: Plíno
N4arcos (1935 1999). SuaspeçasDoris perdidÕs numanoitesujae
fuava/ha na carte trazem os raalginalizddos paÍa o centroda cena
teâtÍa. O autor, qLre se lnt tulava ma d to, ãbraça a revoltaexpo-
s va despidã de co orido po ítico-partdár o Seu texto manllesta
uma grande ndignação contra a hipocÍ sia da soc edêde brasilei
ra e terf pof oblet vo desestabilizar a pacata ex sÌêncla burguesa
cenãde '0 homem",àseqlndâparle.là
deEucyde5da
Í ôqa OtseÌ1óer, Cunha,
ei.efadapeo lrúpo oÍ. nau,ynauzona,
r A s comédias voltamà cena
de costume
comd reqãodalosécelsoMartnezcoÍêa
O siênco iÍìrposto pea censura fezcomqueoleatrobÍasleìroenïrentasse
temposde cÌise. O firÌìda dtadura,no iníciodosanos1980,agravou essa
Algunsdiretores cr se,poÍquegero! Llmaespéce de vazo cr aì vo que era rornp do soTnente
revolucionátios porvozessoladas, comoa do gÍupoAsdíúbaTfouxeo Trornbone.
A encenação de rnurtosdo5rnê- Enquânto ffrutosatorcsoptavam porencenaT peças deautores estÍange ros,
hôrêste\ÌostedtÍaisbÌâsieirosdo nã décadade 1970,os rnernbros do Asdrúbalançalarn-se corncoragem nas
séc! o Yi( fo condlzldàpord €to- águasdoteatÍoexperimentã|, promovendo â ìnterpÍetação rnas despojada e in-
resq Lresolrb€ramrcconnêcêrosãs centvandoa cÌacãocoletva.Trateme leáa11911) ta a pÍ TÌìe ra obfaescfta
pedosrevoluclonárlosd€ssestextoscoetivamenÌe pe
e inovava a incorporaçáo de passagens improvsadas, a éff1de
ê traníomá os enì inêsqueciv-"rs apresentar osatores sobreum pâlco nu,semrnóveis ou objetos Toda a encenã
montagenso pÍrn€ ro desses d- dotrabalho dosatores,d rgidos poÍ lton
HarÌì Vaz Peteira. Reglna
que
çãodependia
fêÌopsloi o polon&Ziembinsk, Casé e Lus Fernando GLrmâÍães tornaram seas estreâsdo glupo,soDÍessa noo_
ch€goud eNg Ía Íefornìddo Teatnr por rÍevelênc a,aérf da aLtacapacdade de improvsação
se suairona e
lvlunicpapâÍacontarcorn uma lu-
mracão capazdê crar, enì c€na, l'/laisrecentemente, o teatrodo "beslero " (esquêtes cf adosparaexpo-
os três planos dâ peça YeJrdo cre rarstuaçÕes côrÌìicasdav dâcol d êna)tem aludadoa dramaturgia brasleirã
,orva,de NesonRodrgle! Osdr a cairnovarÌìente nas glacas do púb lco Peças comoEatalha de artaz num
|etorcsAnlLrnês Fiho e Joséfeso ringuepan dc)is,de MâuÍoRâsi,e Cona encherun btquini selvagem, de
MannezCoÍrêd tèm garantidoque N,4iguelFalabea, toÍnaraTÌì-se sucesso inìediâto, otando centenas oe âpre-
obrês itêrárias inìpodantes, como sentações fe tasaolongodosanos
Macunaíma,A íalectda,A hora e a Emborâ a ndasejamuitofreqüente a montagem deautores estrangeiros nos
rcz deAugusí. Matraga,Assertões paco9naconais,o teatrobrasieiro conta,hole,comuÍr Tn pressiona ntet me de
€ olrtÍãscheguenìao Púbico enì qualidade Entre
originas,q!e êLrtofes quetêrnpfoduzido peçasdea tã dÍamática e cômlca
encénaçó€s ousadas,
possibidadêsparao ees, Juca de Olveifa, Le lahAssunção, N/lafa Adela de Arìraral, [/]i ôr Fernan
r€veên-rnovas
des,WacyrCarrêsco, Fernando Bonass, NaumAvesdesouza. Merecern m-on-
Nadécadade I980, GêÍadÌlìo çãotarnbémo5drarnatuÍgos Máfo Bortolotto, diretordo grupo Cem térlo de
nìassurpre€ndêu com montaqens Automóves, queãbofda emseustextos asidossìncÍas ase a voJência nos gran-
po èm ic âsA . é m d e l ê !, U i s s € s descentros urbênos, e R!bens Rewa d, quebusca inovaÍ a Inguagem teatÍal
cruz,JosePoss NeÌo,CacáRotset,
Hamton VazPeÍera, FauzA€P €
Antôno AFújo 5ãoaglns dos d
retoÍesque continuamÍenovândo
â ngLragernteaÍa
brasileira
A teledramaturgia
Com : ch€gadada tê êv são, nâ décãdade 1950, mu Ìos dÍdnì.turgosndcio
na! enfrentëraíÌro desaTode €screvertextosparão novovelcuo de comunLca-
ção. Celebfada no mundo nt€iro,a telenov€la bras eiÍâtalvezseido nìe hor exem-
olo do res! têdo desseeíorço. Autorcscomo D as Gom€s,que já haviamcon
qu íado suces5o no teãtro,ên1êndêrâm â nguag€Íìrnìaiságil do novoveíl:Uo e
soubêfamexplorâfseLrs ÍecuÍsos,cÍìando obrâsinesqlecíves como o bem amado
e Âoquesêrfêlro.Duranteos negrosanosda ditddurarnl Ìaí, as novelâsdelane
te C air,esposadÊ D as Gomes,oÍeÍeciama dosediáriadelantasa q!e Íanspor-
tavao teespectadorbras êiro paÍa uma h íóra em q!e, por nìaisdLfícêiEíossenì
os obstá.ulosê sêrsuperados, tudo senìpÍetemìinavabem Hojê,m lhÕ€sdê fãs
.ont nuama acompênhar, d aÍaÌìentê, as tramasque nãscemda imaqnaçãode
nìestrêscomo GilbeftoBragae BeneditoRLlBarbosa

XX 655 I
.onlempor; neêso l-,áÍo ro sécu/o
Iêndérclár
-
T I TER AT U R A

Vestid.ade naiua - Pt hneira ato


irecho,no plano da alucìnação,Madane Clessí
^/estepan Alaídee as duâstêm suaprimeireconversa.
aparcae
Alaídedíz à prcstítuta que leu seudíárìoe tenta
se lemlJrarpor que estáali.
*

i (t...1 \uryena cs&dauna nuth.Ì. Ì\l1rtìthada, túptu àel)rumas.utnã


,) plegã.ncìaantittuad.aàe 1905. Btla JiguÌ.1.Lxz tol]Íe!k.)
t...1
MadamêCtessi- Quer lalar conigoi
Ata:de (afn,inandcv, /ài.rúla) Quero, snÌì. QucÌia...
1...1
Aj a rd e ,,, /dJ,., 1.. \h' r fìF. .: \ao.ei ..Ì' rc e,,e' ,hô. F.rnd
" .Ì,,c
coisa- não sei. For que é que cu cstoÌr aqÌri?
Ma d â re C l e \si | - ,,' r,r l .re \u,, l IS rr J;
lrlaíde ftonúlltbiftJklp) rma.oisa, na nÌiDhrvicÌa, que me
cenadêúmaâpreseftaçãô
de /errdo ^conlcccu
denor€ êmSãôPa!Ò 1974 fezriraqui. QrÌando foìque ouriseu nome peÌaprjrr,eìr|rez] (pausa)
Eslou{ÌÌe leÌÌrbraÌldo1
I
t...l
Àlaíde NÍe rembrei agoür 1...1Ì,'c,iuÌÌÌa con\rrsa quc crÌ ouvi quardo a
gente se mÌr.Ìou. No dia merÌro, eDtrc papai c namãe. Dci\c clr !Ìe
recor.Ìar .omo foi... lá scil i...1
(Ì\.u ,rft o ?lar o ì a atìtrha.ão. Luz tu pÌana da wnh;L lfan.Ìn .|)aie
"úie
os trêsuniversos
dêAlaíde
Yestdo de nolyá é ê obra de t...1
NêkonRodfgLres que,segundoos Mãe AÌaícÌc c Lúciamc,rando cm casade NÍadaÌneCÌessi.Comcerteza,
crTtcos,rnelhoÍseencaixa nâdê- :
ó ÌÌo quarto dc AÌâííÌc quc' cla dormir O melh.ìr dâ casal
f niçãode peçãpscoógicaEm Pai Deixa a ÌnunÌcrr lá Ìnorretrl
trêspanos(damemóra, dâ a u-
c nação€ da rca dade),o autor Mãe A$asinarìa. O.jomaÌ não deu?
íecriaa hlstórado {:dsamento e Pai Deu. f,u ãincÌa nào sonhala conhcceÌ \ocê. Foi um cdme mrito
damodedaprotagonista, Aldíde, Íd l d d o .s d lr i . og-Jt
'.
defornìaconìpLetanìente revolu Mãe - No sótão tem retÌ atos deÌa, ÌüÌa mala cheia de roupas. Vou man
conárid. Osplanos darn€rnóra e .Ìar ÌJotar Íògo eÍr tudo.
da alucnaçãosepassarn no suf)
conscrenÌ€ ca lov€m,enquanto Pai N{anda.
estaé operada, no pafo da r€alì- 6faga:. a pkna àa tutnóna. Luz ka tr)Ì4naìa ataànaçõo.)
dadê,depoisde teÍ sìdoatrcpela- ,lldde (:Pìro.ufaàa) x{am:e falorÌ erÌ Lúcia. Nías quem é Lírcia? Nio
da rìasrlrasdo Rrode JaneiÍo.No sei. Náo me lembro.
panoda allrcjnação, â moçâpro-
curaporumâproíitutâchamadã Madame Clessi Entáo locéi foram morar t^? (nÒ' ilCícl) A.as àc\c
lúadamêclêssi,ântiqadonadâ eíar müiro !eÌha.
.asaênìqLrêrêsideê quêfoi assâs- Ai a ' d e -l n r\J .rïâ.I' Fdto.. ,\.tnta \g.,t me cmì,' Fi : P cd,..| - -crl
sÌnada porseu
no inÍcÌodo século ÌÌìaÌido! Sou casada. ír,r1rl/, Í,2) Mas essaLÍrcia. meu OerNl a,o,tm
namorado, unìjov€rìde 17anos t,nt Eu acho que estou àmeaça(ÌãcÌe mc,rtei tussutt.ul.t)1...1
A essepano sêmescao dã me- l\laide (anìna,la) -Ped1o naÌì.ìou reforJÌÌar ruclo, piÌìlar. Ficc,u nova. a
móíia,emq!eA aídetenta reconì
porosÌatos0esuav 0a. .àsa. (nauttu tan) Nl eú co i ao sótão, antes que mamàe mandasse

a 656 aAPiruLo30
LITERAT U R A

[q Èp!Í1iÌhadà uwÌdo uF e\prÌÌiÌho,


urru esPécicde cinlâ rsdr pu
ÍìodelaÌ o corpo fe',ntìrìo.
Alaíde - Lá !i a maÌâ - coÌn â! roupas, âs ligas, o esPartiÌho cor-dc{osa. E
Vohbiü.b{rë nì.ônstârÌcia, irsttrbiÌìdrdc. enconrei o diáÌio. 1...1
clesi (y','r4 - qÌrer ser coÌno cu, querl
l'l.arde (Lemènle) Quero, sim. Qucro.
Clesst (daltatlã, lfitanào) -Terafamãqueeu tive. A\idâ. O dinheiro E
morcr assassinada?
Araíde í.Jrrll.Ìra)- Fui à Biblioteca ler todos osjornais do temPo Litüdo|
Clessi (tuntqatula) - Rotarâm cada anúncio sobrc o crimcl Hoì.Ìve um
repórter que escreveüunÌa coisa mÌrìto bonital È
RODRICUES, NêÌeÌÌ. Vestrdo.Ie :iÕì\^ TeatftCnnllzhI: p46 psnoüt{iL^-
Riodè.Iâneiro,
Nelso.Rodrignes. NÒrâFrbnr€ira, Ì981 p. rÌi!119 (iÉgnerto)

a peçade
t. Por apresentaros planosda memóriãe da alucinação,
NelsonRodrìguesfoi considerãdaíevolucionárìâ.Descrevao que
âconteceem câda um delesno trecho transcrito.
2" MâdameClessié umâ personagemimportante na peça.Que cârac-
terísticasda personagemo trecho quê você leu apresenta?
t Relacione o comentário"A aídee LúcìamoÍandoeÍn casade Nladame
C essi' e a decisãoda Mãede quemaros objetosqueestãono só'láo,e
dentlflquea op niãoda Mãea respeitoda ant ga moÍadorada casa
r ComoAlaídedescobrìu a existênciade MadameClessi?
. O que,considerando a caracteÍizaçãodessapersonagem, n0lcaqueo
diáogo enÌíeelae Alaide não podeter ocoíldo no p ano da reaidad-ô?
r Osdo s p ãnosreprêsentam o inconscientedeA aíde,queestáêm coma,
sendoooerada, Considere o queé aÌrÌesentadoem cãdaum delese exp _
ô quepoÍquesãodenominados planoda alucinação e da memória.

\,.r'/
hr
3. obseíve a apresentâçãodos planos no trecho transcrito. Em que
oÍdemâpãrecem? ExPlique.
! Esse textofôi esclto paraserencenado. Sendoassim,aìéÍlìdo conteúdo
1./ dosd álogos,outroseementoscontribuemparaqueo espectadot/le_
tor possacompreender o que estásendoapÍesentadoQueelementos

f ru gaÍantem,no trecho,a identificação


4. Releia.
da mudancade p anos?

Ãl?lLde\px,toLld)'...1\4crnêu': \.io*i oqrreequr eu errho l-


Lrmacoisa- úo sei.Por que é qÌre eu estoüaqui?
MadameClessi É a mim que vocêpergunta?
Na,de od . ottbttì,tnap,\l onre eu urnJ, or'd.ri nrinhaúda quc
me fez '\,ir aqui. Quando foi que ouü seu Ìome PeÌà PrinÌeiÌa vez?
íüür.Ì) EÍou-me lenbrandol
r MadanìeClessé a fgura que servede apoio paraque Alaídetente
Íeconstruitestandoerncoma,o queaconteceu comea. Dequemanêl
ra lssoé ev denciadonessetÍecho?
I Ao ongo do trecho,algunsfragmentosda vida dê Aaíde vão sendo
apresentados. O queflcamossabendosobrea moça?
I Madameclessé uma"rÍìaniÍestação" de AlaídeExpi-
do inconsciente
que comoo papeldesempenhado por essapersonageÍné um dosele
mentosque peÍmiteÍncLassfcar essapeçacoììo psicológca.
5, PelotrechoÍinâl, é possível
percebe r q ue MadâmeClessìsimboÌiza,
também,os desejosinconscientes otíecho em
deAlaíde,Trânscreva
que ìssofìca evidente.JustiÍique.

Iendêncìâs
rcntenpatijneas. X\ 657 a
o teatrcna seculo
Poroossistir
Çr PoronovegorJS
' o Auto da Conpade.ida, I
http.//www.eminski.cu.itiba.pr goub/
de Gle Arâes.BÉsi, sitesobresporsàbiioddedogove.ro príànàê1í.

2000 ql reoÍer" .euFd bod oponJri dèdêde.ôl hecer è
Adaptaçãoda premia obrà de Lm oosmdn rLhuddospoetèscoltênpo..,-
da pêça de Ariano Suas neos do sul do pâís.Morto precocêmente,Paulo
s!na, o filme traduz parã Leminskldeixou pub icâdauma obra muitasve2es
o cinemaãsaventurãsde polêmicã.Parteda críticarotula seusvêrsoscomo i
l o ão G r ilo e Chic ó .N o r I l e orJràndrg rál enquantooL osseroeso\ d"
desunoêspertoe sabido, sumerncomopatrimônionacionã1. o faro é que sua
Gr lo utâ pelãsob.evivên- obíà sempre€steveem Lná ê\pé.ie de e/lo i.ìte
cia de forma senìpreoíi- ecrLdl ..tèl vezesl d\e.dÍerÍo Jmànà(a dd pro-
q inâl.A o ado de c h i c ó , duçãoartisticaem Ìemposcônsumiíâs,
companheirode estrãdã, http://wwwmemoriâl-org.br/pãginâípoetaí
viveváíidsavenÌurâse provocamuitasconíusÕes, en-
ganandoos rl(ose poderosos.Ótlma cornédlaque stfe ofi ci êl dol l emorÌãl daA méri caLati na,di !
t. az par èdr t eld\L n ê x ê ' e n rêê \e rp é r d o te a L í o por b l za em \Ld bi bl i ôtecèvi nLêl urìà se i e de
brasileirocontemporâneo. erl rêvi !l d\e ánrol oqèsde poel d\b d\i l ei ro\,o"
temporânèos.E ntÍeel es,estãoGl ãucoMãttoroe
, Lisbelae o p de Robeno Piva- verdadeiro, Íconesda chãmada I
GuelAtraêsBras 'oneirc,
l,2003 l i teraturâmargi naldosânos1970,
Baseada nâ obrade os
man Lins,autor contem
p at àr eo, Lis bela e o p rí
Jtone,Toé uma coínédia Poroouvird-) ja
rom ant ic ãque c o n ta ã
h is t ór iêde ar no r ê n tre Íodo dia é.lla D,.leÍar1úlo NÊ1o.DubasM!si.a/
u m m ãlandr o,Le l é u ,e U nl versa Musc,2002
umamocinha,on hêdora. DÈco-homenagem a um dospoetasbrasiletos mais
L is bêlã, que adorav e rfi l inovêdorese côntrovenosdâ segundametadedo
mesam erc anose s o n h a .é.Ll oX x.N dràC èi rnÌi .Mdri dB erh;nd. / Mêl c
íom os her oi.de . i re m ., (à 1 à re 1 to rè r' -u
-\l ê d ê dia, entreoutrosãc amadosnomesda MPB,criãrãm
íàdo. quâldo o d v e n l L reío ê \e d L tô r l e l e L c h e mêlodiaspãraos poemasdeTorquãtoNeto.Dadaa ?
gã à cidade.A paÌxão entfe eler é imedÌata ê o vel dri i dàdedo. vêr\o\.o di \íô.orseS ue.eJri í fa .
casãlpassaâ viver uma hÌstóriacheiê de obstácu, xasque mârcaramoTropicêlisrno, conìGilbertoG l; a
os pãrê a concfêtizâçãodese amor. Pre$ôesda músicabrasileiramaisengajadâdos anos1960,com
l a s p ró p rl ã sd ú v i d a sd â s
Ja m í lia,do m eio s o c i ã e EduLobo;e ãté ã BossaNovê,com NãrêLêão.
personâ9ens tumultuârão a ãventuraamorosados
./ogo5de ármâr de Ìom zé Ìrama,2000
doisjov ens m , as ,n o fi n ã ],c o mon o sfi l me sa q u e
I i( beè alss le.lud o d .d b " b ê m..o mI rè l re l .zp è rà Tomzé, legítimoartíficedo rnovimêntoconhêcido
por ÌropÌcâlismo,refazos cãmlnhosdo nacionalismo
criticonêíe CDque, de certêfoímà, reêditaaquele
Avida coma ela é, Í)e momentodahinó.iàdècultJrèen noso p"b.sdr,d\
Danel F ho Bras, 2002 i mo e lirismo,regidospela intençãopopularde Ìom
/Á. possib:lìénur corLàto
Adaptação,pâra a tê- truçãodeum pãinelcontêmporâneo doscaminhosda
l e v is ão,de algu n s d o s mi \úa b oo ,ropid, i \n( .
á desdeosJíqi menro
melhoíestextos de Nel " .i ei
son Rodrigues,com dire Iropicá!ìaou Paniset CìrcersesvárosaÍrstas
çã o dê Daniel F i l h o .4
vida .ona ela é rcúne FsteC o .êpresênrà o r" s, i Íêrro oo movi nel ro
q u ar ent ãêpls ód i o sq u e tropl cal i stãem sol o brasi ei ro.Lançãdoem pl enê
.ecriamo universorodri- ditàdLra m rúàí, Iropld/ia e o -esLl-àdoda parce
9 u eano: his t ór i a s d ê ' i d erl re C èêrdnovel o\o ê c befi o c, . que d vi
a m or ,m is t ér io,t r ã i ç ã oe dem o i l oLm.or o\ MJr" rre(, Ìom 7e,càl C ostd
num or P r oÌ ago n r2 ê d ã 5 e \drd eào.V dni Íe\rodã revol rçèocu tLíà1.rrL-
perêspersona9ens srcal e cornportamenta que câracteri zaráo
rmonas d e u m d o sm a i o re s d r a-
Ìropi Ld,mo, esl eC Dtoi úm dosÍottvos da perse
m ãt ur gosbí as ile Ìo s . gul çãoe do êxíl i oque soÍrerâmC aetanoe Gi l .

T 658 GPIIULO
30
Porolere pesquisor
. O conto brasileirocontemporáneo,de AlÍredoBos no noso paít què reduziramao silênciotodGosmovts
5ãoP êLro a! Íx ,2 0 0 2 l 4 .e d . mentossociaisaÌé ã aberturaêa anistiavÌvidãsnofinal
Amplô coletáneãda produçãonacionalde contos
maisre(êntes,êlaboràdapelo rênomadôprofesorde , Poesíamargínaldosanos70, de SaÍnrÍê Yousset
literaturada Univè6idãdede 5ão Paulo,alÍredo Bosi. camp€deLL. 1995.
5ãoP âuo:scj pi one,
Entreos nomesse ecionados,estãoAutrãn Dourãdo, È
Esteivrotrazinformações báskassobre a poesa mats
, y g i aF a g u n d e s T e l l e s ,l oLsVé e iga.l oào
O s m anLins L glnal,€xplicandoê lnterpretandoese tema especíÍico
aniônioêM u r o R u b i ã o .
da literaturadêsseperíodo.A obraapresentâum pano-
. 64 côntÕsde Ruben fonsecâ,de RlbernFonsecasáo ramagerã dã poesiaproduzidâpor autoresque opta
PaulorCompanha da5Letras,2004 raín por formasajte.nativasde colocafa suâvoz poêtl
Livro que reúne umâ 5eeção de textos de um dos ca, fê9Lstrandoseus textos em muros, TÔrhas
maiorescontistasbrasieiros corteÍnporáneos.Com Íi m€ogrdÍdoà)oLentormr.r4ê drdi .depubi íé'do.
seustemãscentradosem situaçõesmarcãdaspelãvìo . Ve1ladetrcpical,de Caetano VÊoso 5ãoPêllo
ênc iae pelo e ro ti s m o .R u b e mF o n s e c a fi rmouae Compênlìa dasLeÍas,1997
como escritordesse gênero(om contoscomo "os píì_
o livro escrito por caetãno Veloso,um dos repre-
s ioneir os "", F e i 2 A n o N o v o " e " P a s s e i on otuíno" ,
sentântesdô Ìropicalismo,é uma mktura de ôutobi
dentre tantor outros por e e criados.
ograÍ a, memóriãs,históriasê €nsaio.Além de rela
. Ahtalogía Meus contót preferidas, de q9 a tãrfatosmarcantes desuâcêre râ eepi sódi os
dêsua
FaqlndesÌe es Ro deJanero: Rocco,2004 vrdà pêssoalcorÍo
. è pr \do ên ìq68 e o e,rl :o p n
or gd. z dd dp e l àó o p ,i d d ü l o rê .e s tàé rro l ogo re Londres,C aetanoenfo.a a múska popul êrbras ilei-
úne 31 dossêuscontospreÍerldos,como otítu o indì_ ta.EmVerdadetropí.a1,ele conta e lnterpreta ã his'
e reÍl etesobrequèstões
tórl à doTropi cal i smo polí t l-
' d. A ( ddd ì à rrà trv à ,o l ê ro r me rq Jh r n o L ri ve' so
li' ' : or dlde L lq rà ,ê ì h i \.o d ! n ìà (à d á \.l d \L orìà cas,cul turai se soci ãi sque surgi ramnâsdé.ãdasde
or paÌ1e,pelo mistéro. 1960e 1970.

. JackKercua., o reídos beátrik' de Antono Bivar5áo . Boa companhía- PoetÌa,városàutores.S;o Paulôl


Pê!o: EditorèBÌasiefse tompanhìadasLetras,200:
A nro' ogi doLe' eüreà l rore dedi ve sàsqer{óê'
5eãsprimeiíasgerãçõesmodernistâsloram inÌluen_
êl enoerc àsdà pôê(i ébro.i l ei r" 5aod" /es '.
c iãdaspelacu l tu rae u ro p é i aã, p ó sã 5 e g u n d aGuêr. " l Là
poetê5 contêrnporâneos.com textos inéditos que
a produção literára nêciona pãssouê ler os nortê_
americanoscom mãisfreqüênciae entusiãsmo.EntÍe vão do col oqui al i smo ao formãl i síÍo,dasestrutu r ãs
e 4 é i d ' | ' I p ro J d cJ. m d o \ p ri n Li pdi s.o
inÍ luer c ia !, mai si novadorês àsmal strãdi ci onai s. Fetrei raGullaí ,
"\
mesda chãmadagera!ãobeatnik.EmtackKeraua.,a A rméìdô Frei rà\l -i l ho.C hd' dl e E ucàràãE erraz! ão
r ei dor beàr r.À l a .l o n i o B i v à rrl v ê \.i g dd vi dà ê r al gunsdos nomesque (ompõêrnesÌa obra, íe ve
obra do escritora merÌcano e seu entusãsínope!a pa l ãndo os cami nhosda produçãopoéti cade nosos
lavrãsolÌa e pelo pensámentoíranco.
.Cono e parque ler a poesiabÍatileira do séculoXX, . Boa.ompènhia contos váriosa!1oÍet 5ãoPa! o
de ta o [4orconi Ro de ]aneÌo: ObjeiNê,2002 CompanhÌa dasLeirar,2001
E Í e liv r oéu m ãe s p é c i e d e g u iêam , l i n g u ã gemaces Estêlivro apresentãcontosde váriosêscritoresbíâ
\ r v e' . qJ ef o ' ' ìe c e d ol e i l o re s J Íìp à .o ,o m d ddpoesè contemporáneos.Heloísa5eixas,Moacyr5diar,
silelros
brasìeirado séculoxx e aproxirnâos dos veros e ãu Ana Mlrânda, dentre outrosautores,narãm histórra5
do pêriodo. sobre medos, alêgrias,dúvidãse descobertãs,compon
iores slgnifkativos
do um excelenteretíâto da prosa produzìda nese
. 8ã9a9em,deAdé ê PÌàdoRlodÊlaneÍo,2001 gênêro l terári ona atua i dade.
ob, d de e s t.eà d à á J ro rd .e ,tê v ro re ú nêos pri - . O melhor teatra de GianÍrcnQscoçuarnieri, dê
m elr ospoêm a sq u e fi z e ra md e Ad é l l aPrã d ouma dâs Déciode Almeda PÌado5ãoPa! o: Globê,2001
v oz esí eí nin i n am s a i s < o n h e c l dea sre s p e l tadasda po
Livroqueapresentaasmaissi9nificatLVàs peçaspro
es iabr as ile i ra â tu a l .
duzidaspof um dos nomêsmalsíortes do teatro bra
. Adécada de 70 -Apogeu e üise da ílitadura nilitar slleirodê atualidade.Um gtito parado no ar, Pantode
b/ãsl/etrã(sérePricipiot, de Nadne Habert.5ãoPallo partida,A sementee Elesnão usan black-tie- ó Íex
Árica,r996 to maisconhe(idodo autor permitemâo leitorto
Livro que Íã2, êm linguagem acêssivel, uma aná ise marcontatocoma obrade Gi anfrancesco Guarnier iê
aproíundadada censurae do augeda rêpresãopolitìca suâ irnportáncìêpãrã o teatro nacional.

Iendèn.las
.onten)arânEas XX 659 a
o teaÍranosé.1)1a
t

uxilrÂ[Í1
Introduçãoà literaturâ

ÍE@q Arte.IiteratuÍâ
e seusagentel 2
Artee representação
Aguns dosdaarte
senÌ
A arteda ÌeÍatura 9
Jogode déas 15
Conexóes 11
j

ÍEEEüE Literaturaé umalinguagem 18


A linguagern
da teratura 21
o poderdeexplorar
sentidos 21
Recursos
da nguagem iteráfao poderdasrnagens 22
logodeidéias 28
Conexôes 29

ÍEEEUEE Literaturêé gênero(l):o épicoe o lírico 30


OsgêneÍos iteráros 33
O gênero
épico :l
O gênerolrico 40
logodeidéìas
Co-eôes

IEEEUEE Literaturaé gênero(Ìl):o dramático 48


O qênerodrarnátco 52
Orgensdogênero drêmáÌ
co 52
O gênefodÍamáÌconaGréclaAntiga 52
O qêneÍodÍamálconaldadeMéda 55
As mÌaçôes dosgêneros
Ìt-"ráÍos 56
logode déas 60
Conexôes 61

ÍIEEüE Literaturaé expressáo


de umaepoca 62
Eí o deépoca 66
Historoqrata
llteÍária 68
unìmesmo tema:diferentes
o hares,
diferentes
nguagens 1A
logod€ déas 15
Conexôes 16
PÍepare-se:
veíibular
e ENÊÌú 18
uiltnlt2 O projeto port!guês
colonia 149
Oíigens
européiâs A Ìeratura
devagens 151
À sombradacruza lÌeratura
decatequese 153
IËE@ÍI Literatura
naldadeMédia Paavradernestre 151
dadeN/lédia:
enÍeo rnosteiro
e ã cofie 84 Atradçãodosreatosdev aqem 158
OTrovadoTismoipoesra
e cofiesa 86 Conexôes 160
O projetoterário
doTrovadorsnìo 86
poaruguesa
O nascmentodaliteraÌuÍa 89 ÍEE@III Barroco 162
Ascanigaslricas 90 Tensãono nìundo dafé 164
Barroco:a harmonia dadissonáncia '165
AscantgassatíÍcas 94
Asnovelasdecavalariê 91 O projeto ÌeráÍiodo Barroco 166
PalavÍadernestre 99 O baíoco brasile
ro 173
è
A tradçãodaliteratuÍa
rnedleva 100 Viera,o enqenhoso pregador
poatuguès 113
Conexóes 142 GregóIo de [y'aios:opr grande
meiÍo poetabrase ro 176
e Palavrê
dernestre 119
IEE@E Humanismo 't04 Atradçãodalitefalura
barÍoca:a poÍtica
sátira 180
Unìmundo emmudança 106 Conexôes 182
O Hurnansmo:!m novoo harparao mundo 1A7
O projetoteÌário ÍEE@E Arcâdismo 184
doHlman5mo 108
A produçãodoHunìan smoernPortuga 0 Sécu
109 o dasLLrzes 186
FeÍnãoLopes:cTon sÌadosrese dopovo OArcadÌsmo
110 oÍdeme convenconalismo 181
A poesa palaciana O projeÌoteíáiodoArcad
110 smo 188
OteatrodeG vcenÌe OArcâdisÍno
111 brasile
ro:a febÍedoouro 192
PalavÍa
dernestÍe Cláud
115 o N/lanuedaCosta: ossonetos
arnoÍosos 194
A tradição
da iteratuÍa
humansta:asátradecosÌumesTomás
116 Antôno Gonzaga: o pastoÍapaxonado 195
Conexóes OuÍosárcades
I18 191
Paavradernestre 2A1
ÍEE@EI classi(ismo 120 A tradçãodoArcad snro 242
A EuropadoRenasc mento 122 Con€xôes 2A4
O Casscismo:va ofzação humanas 123 PÍepare
dasreazaçóes se veÍ bulãre ENEM 206
O projeÌoterádo doCasscismo 123
O CasscisnìoeÍÌrPortuga 129 uililtfitt4
PalavÍademesire 135 Romantismo
A Íad çãodoCasscismo 136 ÍEE@IE Romântismo: ìdealização
Conexôes 138 e arrebatamento 212
PrepaÍe-seveí b! are ENFM 140 Diadegóriadosf hosdapátÌa 215
O Romantismoi a ÍorçadossenÌirnentos 211
u]il0Àll3 O pÍojetoteráro doRomant smo 218
A literaturano peÍíodocolonial Ìês pahes, tÍêscoíentes románÌicas 221
IEEEUEEIPrimeiras visões
doBrasil 146 Pdar'àdeme,tre 221
A tradÌçêodoRomantisrno 228
A revelação
doNovoÌMundo 148
Conexões 230
EE@E Romantismo no Brasil.Primeira FÍônkn TávoÍa:cantordoNorte 357
geÍação: literaturaê nacionalidade Bernado Guinìarães:ofolhetim
Íegonalkta 358
umacodeemluga 234 OteatroÍomântico 360
O RomantsÍno noBras Ì:o d scuBodanaciona dade 236 N/aarins
Pena
e a conìéd a decostumes 363
A poesaindianìstadapÍimerageração 239 Paavladeínestre 367
O projeto
lteráÍiodapoesãdaprimeiÍa geÍação 240 Atradçãodoromance reglonalista:
urnateíraa retÍatar 368
Gonçaìves osÍndos,a pátriae o amoÍ
Dias: 242 fonexôes 370
PalavÍa
demestre 251 Prepare-se:
veíibula
r e ENENy' 312
AtÌadlçãodapÌ ÍÍìeÍageraçáo romântica:
ascançóesdoexÍio 252 um[tDt5
Conexóes 254 Realismo
e Naturâlismo i
geração: ÍEE@E Realismo 378
ÍEEEUtrtr segunda A Revolução Industrialínuda 380
idealização,paixãoe morte 256 ê facedaEuíopa
geração Realismora socedade nocentro daobra teráÍia 382
A segunda Íomântica:umapoesìa arrebatada
259
0 projetoliteíérodoReaisrno 383
0 projeÌoteráÍodosultra-Íomânticos 259
ljmBras lemcTise 388
casinìrodeAbreuveÍsos docese meigos 266
L,4achadodeAssìs: Lrmcétcoanasaa socedade 389
ÁlvaÍesdeAzevedo: iÍonia,
aÍnore morte 269
PaavTa demestÍe 395
Fagundes Varela: umapoesia detransção 273
A tÍadiçáodoromance realista:
PaavÍademestre 215 paÍaa socedade
o olhaÍcrÍtrco 396
A Íad çãodasegunda geÍação
Íornántica: Conexóes 398
o fascínio da ÍnoÍte 216
Conexóês 218 ÍEE@!E Nâturalismo 400 !
Terceirâgêrâção:â poesiasociâl 280 Novas perspectivaspaÍaa oÍigem
huÍnana 403
IEE@E NatlrasÍno:aaproxtma(ão 404
enÍe Ìetatura
ê ciènca
umanação embusca deordem 283 0 projetolteÍáriodoNaturalismo 404
0 CondoÍeirsÍnoia poesa camaporibedâde 2A4 0 Naturalsmo chega aoBras 409
O projeto liteÍárioda poesia geraçáo
daterceiÍa 2A6 Aluísio
Azevedo: o autoÍdas"Ínassas" 409
Castro,A ves:o últmodospoetas romântcos 289 Llrncasopartcuar:RâulPompéa 412
Sousând rade I a identdadeaínercana 292 PalavÍademestíe 411
PalavrademestÍe 295 A tÍad doNaturalismo:
A tÍadição daterceiÍa geração:apoesia
socal 296 ção ã
05tíabêhadoÌes cornoprotagon
stas 418
Conexóes 298 ConexÕes 424
EEE@E Oromancê urbano 300 PrepaÍe-se:vest
buaÍ e ENEN/l 422 3
t
O Íomance uÍbano:retrato
davdanacorte 342 uilnilll6
O pÌoleto
liteÍário
doroÍnance uÍbano 342
0 amoísegundo Joaqu rnÌúanueldeN/lacedo 309
Asestéticas
de Íim de século
losédeAlêncaÍiumcÍíticodoscosturnes 311 E@E[ Parnasianismo 42a
N/lanue
Antôno deAlmeida:a estética
damalandragem 316 O Paínasanismo a "discipnadobomgosto" 430
Palavra
demestÍe 319 0 projetoiteráÍio
doPaÍnasan sÍno 431
A tradiçao
dorcÍnance Íonìântico:
o dlálogo
como letor 320 Osparnasianos bÍasieiÍos 434
Conexóes 322 OlavoBilac,o poetadaseÍreas 434
Ralmundo CoÍrearas magens Ínaissugestivas 436
@E@E o romanceindianista 324 OuÌrosparnasianos 437
braseiíos "
Osíndioschegâm àspáginasdosromances 326 dernesÍe
Palavra 439
O proleto
lteráÍiodoÍoÍnance ndãnsta 327 AtradçãodoParnasan sÍno:a lapidação
daforma 440
A prosandanstadeJosé deAlencar 332 Conexôes 442
Palavra
demestre 339
AtÍadição
dolndansmo:os sÍmbolosdanaconalidade340 ÍEE@EE Simbolismo 444
Conexóes 342 0 f nìdaeradasÍevoluções 447
O SiÍnbo smoro desconhecdo supera o rcal 441
ÍE@EE o romancerêgionâlista. O pÍoletoiteÉrodoSirabo snìo 444
O teatro romântico 344 Cíuze Sousa a tÍaníig!façãodacondìção humana 453
Regonalismo:o Brasilterárlo
ampa suas íÍonteras 346 Alphonsus deGuimaraens:o Íiìístcominelro 455
O projeto
iieráÍiodororÍìance
regionasta 341 Paavradem€stTe 457
Alencar
e osheróis dossêrtóes
bÍaslerros 351 A tradiçãodo5 rnbosÍno:otíabaho
Visconde
deTaunay e o paÍaÍcadodointeÍioÍ 355 coÍna íormae osSentdos 458
(Fuvest-sP) ÉcorrêtoafirmaÍque no poemâdrâmáti.o c) o escritor
d€vêsabeÍseparar a Inguagêm do temãe a
" Ìúortêe VidaSêvêrina", de JoãoCabraldeÌüêloNeto, peÍsp€ctvêpessoalda pêEpectva do etor
a) a sucessão defruíÍãçõ€svivdaspoÍ SeveÍino fazdee urn d)a linguagenìpodesêrseparada dotema,e o escnÌor
oeve
exemplo típi.ode hêrónìodeÍno, cLrja
tragcidade seex- sero deìatoÍdo lato sociêlparatodososl€itores
pressanaÍeleiçao à cutLrr.ê quepertence. e)a InguageÍn estáalémdoteÍna,eo latoso.iadeveserê
b)a cenainicaeaf na d aoqanì denìodoandcarq!e,no propostêdo escrÌÌorpaíaconvenceÍ o eitoÍ.
retoÍnoè terrade orlgem,o ÍetiÍanteestarámundo das
convc(Ões reigiosãs quêadqurjucomo ÍneÍÍecarpna. (uFRl,R'
d o destinoqueasciqanasprêvêênìparao recénìnascidoé Tdb I
o mêsnìo queseverno já cumpfraao longode5uavda, Naqtrela tc[à querida, Ia nìofer sen comjda
md'.rdrpelaseca. pet i'" dê rdbdhoapêo'êÌ èoê. auec,a.,uc.d..,r. \ q u c l ê d ê , {r l Í 1 "
d) o poêtabuscou exprm r urnaspêcÌo dã vd. noÍdestina Onde sonhua com à vida Tanta comida nacd a_
no êstio dosautosrnedievais, vãlêndGse da retórcae da Md nun.a lner pudera
moralidade queoscarãctêrizavam.
Íeligiosa (rul IA& FereìÕ.
ê)o âutodenata' acaba pordefnir-se Joio loa |'Ìotu, .âìn tuú.âdo prn noÍ€r,. 1964.
nãoêxatamente nunì Ìn, rLA&E (o.9.). c,n rdrm ,-trla r.rã, úãbalhoe .o.niÌo na
sêntdo re gioso, masenquanto Íêconh€cìmento dafoÍça ^(rl brònein. Sú Pâ!Ì.: Iunüqão PeRu Abfdro, Ì999. p. 309.
lÌientuÌa
afÍìativae Íênovadora queeíánaprópria natuÍez..
Tãta II
(Uni(âmpSP)"Ìúoftê êvidâ severinã",deJoãoCabrãl Os moradores desta.ostâ do BIasil rcdos têm rern de
de MêloNeto,trazcomosubtítulo"autode natâlper sê.,"hna üd"\ e..ììrr üdd pêlô., ào re\ d; ! J p ìi -
quê a pâlavraauto "desig- 'c m .
nambucâno".sabêndo-se úêirà coisa que prctendem aÌcdìçd são e{Ìavos pm lhe
na toda peçabreve,detêmareligiosoou proíano,em fueren e grdjedem $d 10ç6 e fuendai porquc sem
circulaçãodufantea tdadeMédia" (Mâssâud Ìúoisés. eles não se pod€m sustenral na rera: e lma dd coisd por-
Dícíonáío de termosliteráríos),responda: que ô BruiÌ nào florescc müto mis, é pelos escmrcs guc sc
d) E^ pio .ê o o o o adr dl e p e i
-è dd, dd. e. i. d\ óa, de aremtuão e tugirão paÉ suõ terd e fogen cad2 dia: e se
naÍnbucano,contidasnosubtítuo,consderandooên- cs! q inòu. jo loran' üo tugrÌjroq e muh\êi.. 1:. b.F.d i
'
comparação a riquezà do BÌail.
b)Qualé o sentido
doâdlêtivo'sev-ôrina
" aplicado
a ' moF GAND-\ÌO, ?ero de \tagalhãcs Ì576. T.ãbdo dasEfnr do RÈsìL
te e vida'7 Ì ìrboa In: n (ory ) 1999.ún |.l'nox nal la:
<) CoÍnumente usa-sê
a expressão'vda e morte ; no tí- ^cuÌÂR,
1ena, tãÌraìho e coí1litô na lilentun brxil€in.
t-lo d" o p(" d ê o; o , . e . r - r dnr o d . Fq ! r , t a SioPaÌ o: lundâção P.rku Alìrumo, lS99 p 35.
"bÍ à I
'To eê tda . - p q- ôopoqLède. . dI v e. ; o.
Quã o aspecto,na relêçãode irabalho,queuneosT-ôx
(Mackênziê-sP) tos e ll, apesar
de escÍitosem épocas tão dstnlâs,
Leiêas afirmações
ã segukâ respeito séculos
XX€ XVl,resp€ctivâmente?
da obÍadeJoãoCabralde MeloNeto.
l- A Espanha
esuaspaisagens
ocuparnpartemportantê (UFMT-ÌüT) Umadastendênciâs da vanguârdapoética ã
brãsileiÍaé o Concretismo
inÌciâdo(om ô r€vina
| ' Apresenia
prêocupação
coma estétcae a aÍquitêÌura grardêsna de.adâd€ 1950.Sãocãrãcteíísticas
do Con
^/oi
lll A pÍópraârtêê slas váÍiasmaniÍeíaçÕes
ãparêcenì ã) abandonodo d scursotradcionâ,pÍivlêgiando
os re
coÍnor€maconsrãnlê eraseuspoemas. cuuosgráÍcosdaspalavÍas
b)exploraçáo
dosgnifcante:doasp€cro
roncrctodapâlãvra.
a)sêtodassáocorretas. c) possbidadedê etura rnúltipla:neãr,verlcale até
b)sê.penaslle lllsãocorrctas.
d sêâpenasI e ll sãocorretas. d)s gnific:çáo t poqráficos
dosêspaços e dãd sposçãôdas
d)seapenasle lsãocorretas. palavfâsno pap-a.
e)senenTìumã ó cofÍêta. e) Íenovãçáodostêmas,pÍivlegiando
a expressão.tos
êç
tadospsíqucosdospoêtas
4 (Ënêm)Leiao quedisseJoão CabraldêMeloNeto,poe
ta pernambucãno, sobrea funçãodê sêustexto!: (vunespsP)
"FALOSOMENTECOMOO qLrEFAI-O:à lúguagen f,pitáfio pda M bbqueirc
enxu{,!contâtodènsi FAIO SOIUE\ÌTf,DO QLIEFAI-O: neSocro
a rida scca. áspd à e .ldà dô frtão: FALO SOMENIE POR eco
QUEM FAIo: o homem frtdejo úbleljlctrdo nà adle$i
dàde e na míngua. FAIO SOMENTE PAR.\ QUEM FALO: o
pdà os quc predsm kr âÌeÍtados paÌa a siÍtação da misê
Jcé P.uìo Pb. nroanjã.

ParaloãoCabradeMeo Neto,notextoliteráro, Este" EptáÍiopãraLrmbanqueiro"enfocaunìtênìâlìÌerário


bastanteatua|o êqolsÍno,
a solidão
do indvÍduo,. fâitade
a)a linguagem
dotêxtodeveÍeíetiro tenìa,eaíaadoautor conìunicãção queo evaa fecharsenoslimltesdeçuapró-
devedenuncaÍofato soc. pa|adetenÌnddosleitores. pra existênca e, consêqüêrìÌem-ônt€,
a v€Ío mundosem-
b)a linguãgenì
dotextonãodevêterÍelâção como tema,e predelomadopor unìavisãondividua na. ToÍnando por
o autordevesermparciaparaquesêutêxtosejaldo. baseestas observaçoes,

I650 UN/DÁDF
8
â)fâçãumadescÍiçãodo panoseÍnántico'visuâ
do texto, cá d€ baixo, cansãços, penengúce de remadsmo. E eÌe?
do poemacorno
de rnodod Íevelarsuacompíeensão Por quê? Deúa de padecer d€mais.
D ê ú o i J , , {. , ; , r . , 1 a d k m F n o çd i d . l a q u F Jd ' o
b)apontea paavraque,nunìadaslinhasdo poema,de- \ i 8 o , . d c l \ d q u r r , d u à ê , n b '{, d s e . o u q u ê L , 'b J i a r "e m
| , do trdh dLo.o'ro ç' "^ì i. e puls, ra lenda d{} rio, pdà se despeÍÌú ho6 abaixo, em
" torcromà e no tombo da.a.hoêira, bram, com o iiÍimer-
clusvistãe isolado.
to e mone. Apertâra o coração. Ele eslì\ã lá, km a minha
a (UFGRS-RS)
ConsiderêãsseguintesaÍirmações50bre tEDqüilidade. Sd o culpado do que nem {i, de dor ern
abeÌto. no nÌeü foro. Soubesre - se d coisas lôsen oura.
l- Buscou navsualidade umdossLrpoÌtespãraatingÍ ruptu E fú tomardo idóia
rasradicais da ínguapoirug
corna oÍderndiscu6iva uesa. ROS\,.ÌoãoGuinràes. ,+imtr dó&i
' TevecoÍnointegrantesf undam€niais Harodo deCam- Ria d€Jmeno:Joú ohnlio, 1076 1È
pos,Augustode Campos e DécioPìgnaiaÍ. Noquadro lteÍárono BÍasl, a obradêGuÈ
do ModerÌìisnìo
Fo unìprojeto derenovaçãofoma eestétcada poesia marães Rosadeíãcaie pea nventivdadeddcr êçãoêstétca
ra,clla importãnc
bíêsile aficarcíritaàdécadade1950. consderando-se o Íragmenlo essanventividade
enìaná16e,
estáocoíetas?
Quais da naÍètivaÌoseana podeserconstatêdaatrâves do(a)
c ) A p e n a lsl . e) , lle lll. a) p "(àooorLroo éndaqop"d r9 ê oà.'dr
b)Apenas
L d)Apenasle apropriaçao
de rêcuÍsosdaoraidade.-ger.
dee ementospitorescos
b) aproveitanìento daculturaÍego
9 (Fuvest SP)Leiaosfragmêntosãbaixopararesponderà na quetenìãtizama visãodemundosimplÌstâ do honìeÍn
queíão.
l. trabimol óuviú faÌd emjurosepwos. IsiolhedeÌa c) Íesqâte quepíocedern
de históras do univ€rsopopuar,
i3 uma impresãÒ bâstdle peiosa: kmprc que os homens sâ contãdas
de modoorg nal,opondoÍeaidãdee fanlasa.
bidos lhe dizim paÌarÌd dirrceis, ele saía Ìogndo. Sobres d)sondãqem da nâtureza univeEada exstêncâirumana,
saÌlâ\ãie esutmdÉs, Evidentemente só kniam pda cn- através
derefeÍênciês darêlgosdadepopulaÌ:
a aspecros
cobrir Ìàilrceirõ. Mõ eÌ@ bonitàs. À veks decoral€ algu- t2 {UFSM-R5) consìdere âsafirmativas:
nd e enprcgiE-õ fora de propósito- Depois €squ€cia-õ.
. FreqüenteÍnente, aspeÍsonagens de contosdeC alce
Pda que un pobrc & laia dele usd .oni€rsã de gente ricaì
? Lspectorvvem peÍturbaçoes psicoógicãsd€senca
IL HaÌia coisd que [Ma.abéa] não sbia o que sig!ì- deadas porvsõesque hessãoÍeveladoras.
hcúuÌ. Uma cra "efemérirle". E úo é que seu Raimun- ll. Asstuaçóes focalizadas nafcçãode Clarice Lispector
do só manclava copiar coÍì sua lelra linda a pala!Ìa €tÈ conteínpl.m umaansied:dê porprofundas mudançás
mérides ou ef€méricas? ,q.châvao termo cítménd€s absc socopolÍtcâs enìtornodãsquas dspersonaqens de-
3
lutamenie mistenoso- Quando o copjava pÌestâ!â aten batêrì-sê comardor
' ,n r ' rü Iê u d . 1. . .I Lnq, . nn, o n\ n " n r ilhi . r à p J i \ o | . Oscontosde C ariceLispector apíesêntam passagens
ndã pela pàlav.â efenÌéfides.
ernqueasreíerências ao nìundonebuosoê abstrato
O temaconìunìâosdoietextosé a Íeaçãod:s pêrsonagens se refletemna composição, coocandoem questão o
coma nguagem c!ta. Desse pontodev sta,êxpque: sentidoconvenciona da narÍdtva.
â) EmquêFabano e lvlacabéa seassemelham? EÍá(ão)coÍrpta(s)
b) Enìquesedlstinguenì Lrnìdo outÍo? ã) apenas I c) apenas le lll. e)apenas ll.
íO (Fuvest-sP) b)apenas le L d)apenãs I e llL.
"Cê\âi, o.ê fiqu€,vocênuncarcliel" í3 (FuveÍ-SP) ldentifiquea aÍirmação corretàsobreA/Ìora
i
?ai, o senìor me ÌÕajunto, ners su .doa? da estre/a, dê ClaÍiceLispector:
"Pai ó senhor está lelho,já Íq seu |jnto... ÁgoÈ, o F a)a foÍçadatemática cenÍadana misérabrasleÍa,
social,
nho. !em, não .dece mais... . O senhor lem e eu, aSora êfaÍadolivroaspÌeocupaçÕes coma nguagem, ÍÍ€qÜen'
nerno, qumdo que sejai a mbõ as v.ntâdes, eu [omo o tesernoutrosescritores da nìe9ìa geÍação.
seu lügd: do senhor,na cmoal...
b)Seo dscuísodo naÍÍadorcrticã pfncpaÍnente ê próprla
Os è 9_ ìe -osfoÍ ar " "4do. do' o lo' Ât ec e, èr :'o ô n Ite€iurã,asfalasdeN/acãbéa exprimem sobrêtudo ascri
do íio",do ivÍoPr;ì?ei.ãs enórbs,deloãoGumarães Rosa. t cdsda personagem às njuíiçs socais.
â)Nãsuâopinião, o quesinìboizana ess.têrcêramargem c) o nêÍêdoÍretaÍda bêstanteo inÍcodanarraçáo dahstó-
Ía de N/lacabéa, vinculando esseãdam€ntoê um auto-
b)QLaisose ementosquedemonçÍama intencional elabora- questonamento radcaj.
çãode ìnguageÍn íealiz.danop rn€ro peÍíodotÍanscíito? d) O, sofriÌ_Ììentos dâ m gÌantenordestnasãoíeaç.dos,no
livro,pelocontÍaste êntÌesuãsdesventuras nacidadêgran
(UFRN-RN) dee suaslembtanças de uma nfáncia pobÍe,masvivida
'Í Soühoúêm de bist€spaÌa\m. De qu€ €Ìa que eu 1i no aconchego familiaÌ:
Íhà idtà, tanl2 culpa? Se o meu pa, sempre tâ7cn.lô au- e) O estilo do I vroé caracterizâdo,pÍ ncpamente, pêlãopo'
+., ia.e o Rlo RlGRlo, o RIO- Po\Do PLRPL II o sçãodêduasv:riêdadês ingüísticas:I nguagenìcuta,lte-
fglifo nosol . Eu sÊ iajá o .omeço da velhice - esta ljda d id ê^ .onÌíd..êom . ng " dêrLme'ôd"aor"..oe.
e rr so o dê morm eì o FLm es ounhaa' haqu. . rnu\ regionâis nodeíinas.

66r I
â
PREPANE.SÉ: E ENEM
VESÍIBUIAR
-

í4 (UnicampSP) CLESSI (choÌado despcjrada) - AslÌlel pediu è tnão


Àmor é Iogo cÌuc rde *m se rè.1 de MeÌâniellaiae casar com NlelâÌìiel
E liida quc dói e não se seÍte Itr{E GalÈnre) - Se eu fosse vô.ê, pfeíeria RE rr'
(Noutro t{}m). Cem lees Ìnelhorgue o o{tro
E um cont ntmentu desontetrtei
ú oor qxc ocçlna \em nner: CLISSI (chorosa) - Eu não à.hÒl
NfdE (sensual c deuti!ì) - À,Íasé, Ìúitrha iìlÌÌal \bca
(],$ÍOIS /, . Sele!ão,prdá.io e rott dc ivlassrud
viu conÌo ele é foúe? A$imlforte r,èsnol
Voié| SiiotauÌo:Cuìl x,M3.
\o ."cto d i,rd a.pêr.onogó de re-üdocrê 4oJìd I
Tenor dc l amar nmì sitio |ão fúgil cotno o nìnrílo bitarìênte 5e pÕem a recitafos d álogos do fime E o venfo
Mal de te rìãÌ reste Ìugr de ìmpcúbiçn) / ê . o u . \ o . o ì r e ( o d e e s do b 'à d ô \ ô o r c o d g . p . . e .5 e
Onde tudo úos quebn e eÌnudccc recuÍso de conìposição confglrrã-sê como
Onde tudo nos úen1t e nos sepm a ) c Í í t c a à i n t ê r n a c i o n âz a ç ã od a . u t u r a , r e v i n d i c a n d oo
ANDPJSEN,SlPhia dÉMello B,snei pr vilégio dos tenìas naconais.
'"rcÍoÌ dc r. mr' Áddl,gaf@d.4 b ) s á t i r d d o m e l o d r a m a , o q u e d á d i r n e n s ã oa u t ô . í Ì i ca
D o.oo . e o ri op _ì a o' d' - Lr . a dô o _ á p-ôça.
''Ìo
íìóesGécuo XV)e o segundo,
de Sophidde N,4ê
o BÌeyner c) çátirãdo c nenìê,ndcèndoa slperoídãdêestetcado
Andresen Gécuo XX) Compareos,d scuÌndo,através
de
critérjosíormais
etemáticos,
aspectosem quêambosseapÍo idadê,vsândoa ndcafo caráterunvêísãl
d)ìnte.rextua
€rnqueanìbosse
x rname aspectos d stanciam
umdooutro daspaxôeslìuÍnanas
e) metalnguagêrn, a revear o caréteífcconada
visando
1l (FuveíSP) conÍr!çãodrãmátca.
CLESSI (choÌaming'ândo) O ouÌd daquclc hometr!
í6 (Unicamp'sP) Considerâ-sê ã êstréiada peçavest/do
Àt ê.È (con absolÌ,tâ frÌu de composrlm) Yocê exà de rotva (1943),de NelsonRodriguer.um marcona
renovaçãodo têatro brasìleiro.
CLESSI Rcu ó indigno de entrdÌ núÀ cúr d.làmi- a)ctêâprncpa novdad€ eÍrutuíalda peçâê comente 3
li!l b) Porqueno enceíamento da peçârrmarubrca ndica
NÍ,An (cruzmdo as pemasi incível ÊìÌt1 de nooot - que a Marchanupciale a Marchafúrebre d€vernse.
Em compeDsação, Ashlel é espirituaÌ delDis. Demaìsl Aç êxêcutadêss mutaneamente?
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DEVESTIBULARES
LISTADASSIGLAS E DEAVALIACOES +
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