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Introdução..................................................................................................................................1
Personalidade Jurídica da Sociedade Comercial...................................................................2
Capacidade Jurídica da Sociedade..........................................................................................4
Desconsideração da personalidade jurídica............................................................................5
Conclusão...................................................................................................................................6
Referências Bibliográficas........................................................................................................7
Introdução
No presente trabalho pretendemos debater questões ligadas ao direito comercial, sendo
concretamente a personalidade jurídica das sociedades comerciais, oque é, quando se
constata, e como funciona naquilo que é matéria de direito comercial ou empresarial.
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O que será uma sociedade comercial sem a sua personalidade jurídica?
Para falarmos e responder à questão acima colocada temos que antes saber o que é uma
sociedade comercial. São sociedades comerciais todos aquelas que tenham com
objectivo a prática de actos de comercio e que estejam em harmonia com o estabelecido
no código comercial de acordo com as alíneas a) e b) do artigo 83 do código comercial.
Assim sendo, dizemos que é uma sociedade comercial quando duas ou mais pessoas
reúnem capital e trabalho para com habitualidade, intermediar a compra e venda de
mercadorias com objetivo de lucro, desde que essa actividade esteja regulada e siga
aquilo que são os preceitos do código comercial.
Com base no artigo 82 do código comercial no seu nº 1, podemos notar que as
sociedades comerciais podem ser:
Sociedade em Nome Colectivo;
Sociedade de Capital e Indústria;
Sociedade em Comandita;
Sociedade por Quotas;
Sociedade Anónima.
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A personalidade jurídica das sociedades comerciais depende mesmo de uma condição
prévia que é a autonomia patrimonial, pois pode haver autonomia patrimonial sem
personalidade, mas não personalidade jurídica esta sem autonomia patrimonial.
É a própria sociedade o titular dos direitos e obrigações, não sendo a esfera
patrimonial dos seus sócios atingida, pelo menos em primeira linha, pelas
consequências dos atos pelas sociedades praticadas, mas antes o próprio património
social.
Com a constituição da sociedade, os bens com que os sócios entram para esta revertem
para o seu património e os credores pessoais dos sócios apenas poderão penhorar as
respectivas participações sociais a partir do momento em que as sociedades adquirem
personalidade jurídica. Pelo contrário, pelas dívidas da sociedade, apenas responde em
princípio o património social. Contudo, para além das sociedades em nome colectivo,
em que os sócios respondem solidariamente e subsidiariamente pelas dívidas da
sociedade, outras situações existem de “transparência” da personalidade jurídica.
Por exemplo:
Exemplo 1 - André, José, Mateus e Nelson constituem a Advocacia, Lda,
entrando cada um deles com 200 Mzn. A Advocacia, Lda deve 800 Mzn a
Trafico, Lda. Trafico, Lda (credor da sociedade) deve exigir o pagamento à
sociedade. Supondo que esta dispõe de bens/dinheiro em montante igual ou
superior a 800 Mzn, a Advocacia, Lda paga a totalidade da divida a Trafico,
Lda.
Assim, se, por hipótese, André pagar os 200 Mzn a Trafico, Lda, André goza
de direito de regresso de 150 Mzn (50 Mzn + 50 Mzn + 50 Mzn) contra José,
Mateus e Nelson.
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A personalidade jurídica da sociedade comercial não se confunde com a de seus
sócios. Desta forma:
O capital social da sociedade não tem relação com a fortuna individual ou
particular dos sócios e as obrigações por esta assumidas só os afetam até o
limite de suas responsabilidades, conforme as normas legais prescritas para
cada tipo de sociedade;
As sociedades, como pessoas jurídicas que são tornam-se titulares de
direitospróprios independentes dos de seus membros ou sócios;
Em suma, as sociedades comerciais têm direitos, obrigações e patrimônios próprios,
distintos dos de seus sócios.
A quando da Liquidação da sociedade comercial de acordo com o nº 1 do artigo 234.º
do Código Comercial a sociedade em liquidação continua a ter personalidade jurídica,
sendo-lhe aplicáveis os preceitos por que até à dissolução se regia, salvo disposição
expressa em contrário.
As sociedades comerciais deixam de ter personalidade jurídica se forem extintas e
essa extinção ocorre na sequência de um processo que tem início com a dissolução da
sociedade e que, em regra, determina a sua entrada em liquidação, que visa
proporcionar a satisfação dos direitos dos credores sociais, o apuramento do
património liquido da sociedade e a partilha pelos sócios do activo disponível. Só com
o registo do encerramento da liquidação a sociedade deixa de ter personalidade
jurídica.
As sociedades resultantes de fusão ou de cisão também adquirem personalidade com o
registo respectivo, e o mesmo sucede quanto às sociedades civis de tipo comercial
resultantes da transformação de sociedades civis simples. Por sua vez, na
transformação formal de sociedades comerciais (ou civis de tipo comercial) a
personalidade mantém-se apesar da mudança do tipo, e na transformação extintiva
também não haverá solução de continuidade quanto à personalidade, com o registo
apenas ganhará eficácia perante terceiros a mudança do tipo.
Quando se trata de consórcio entre sociedades, o consórcio não tem personalidade
jurídica, de acordo com o disposto no nº 2 do artigo 613.º do Código Comercial.
Todas as pessoas, por o serem (portanto, quando nascem, no caso das pessoas
singulares, ou quando são constituídas, no caso das pessoas coletivas), possuem
personalidade jurídica e capacidade jurídica (são suscetíveis de ser sujeitos de relações
jurídicas, sendo titulares de direitos e de obrigações).
No entanto, as pessoas singulares só adquirem capacidade de exercício e só são
suscetíveis de exercer por ato próprio os direitos e obrigações de que são titulares
quando atingem a maioridade (aos 18 anos de idade, em princípio) pois a lei entende
que só aí terão o discernimento necessário para prosseguir os seus interesses.
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exceções. Tendo em conta que a finalidade da sociedade é a obtenção do lucro e a
atribuição aos sócios os atos que não sejam necessários ou convenientes à prossecução
do lucro são nulos.
As sociedades comerciais por não terem existência física são representadas por órgãos
que variam de acordo com o tipo de sociedade comercial, e é importante indicar a
qualidade de quem representa a sociedade comercial consoante o tipo de sociedade
comercial.
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Conclusão
Feito o trabalho verificamos que as sociedades comerciais só adquirem a personalidade
jurídica após a sua constituição passando a ter personalidade própria, ou seja, com
aptidão, enquanto pessoas jurídicas que são, para exercer direitos e contrair
obrigações, e que a mesma só tem o seu fim com a extinção da sociedade comercial e
na transformação extintiva da sociedade comercial, ou seja, só com o registo do
encerramento da liquidação a sociedade deixa de ter personalidade jurídica. Para evitar
que os sócios das sociedades comerciais a lei moçambicana tem a disposição a
desconsideração da personalidade jurídica, através da qual há o rompimento da barreira
da personalidade jurídica por forma a atingir as pessoas (e os patrimónios) dos sócios.
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Referências Bibliográficas
O Código Comercial. 3ª Edição, Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro, Plural
Editores, Moçambique, 2016.