Sei sulla pagina 1di 16

BALIBAR, É tienne. Ciudadanía. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2013.

SUMÁRIO

1. DEMOCRACIA Y CIUDADANÍA: UNA RELACIÓN ANTINÓMICA 2

2. POLITEÍA 2
2.1 LA CONSTITUCIÓN DE CIUDADANÍA Y LA INVENCIÓN DE LA DEMOCRACIA 3
2.2 AUTONOMÍA O AUTARQUÍA DE LO POLÍTICO 4
2.3 LA POLITEÍA Y EL DEBILITAMIENTO DEL ESTADO 4
2.4 LA SOCIEDAD CIVIL: ¿UN NUEVO LUGAR DE LA POLITEÍA? 5

3. AEQUA LIBERTAS 5
3.2 INSURECCIÓN Y CONSTITUCIÓN 5
3.2 CIUDADANÍA Y NACIONALIDAD 5
3.3 POLÍTICA Y ANTIPOLÍTICA: EL DILEMA DE LA INSTITUCIÓN 6
3.4 ESTADO, REPRESENTACIÓN Y EDUCACIÓN 6
3.5 DEMOCRACIA Y LUCHAS DE CLASES 6

4. DE LA CIUDADANÍA SOCIAL AL ESTADO NACIONAL-SOCIAL 7


4.1 DERECHOS SOCIALES Y CIUDADANÍA SOCIAL 7
4.2 CONSTITUCIÓN MATERIAL 7
4.3 SOCIALISMO NACIONAL Y DEMOCRACIA 8
4.4 LA ANTINOMÍA DEL PROGRESO 8

5. CIUDADANÍA Y EXCLUSIÓN 8
5.1 EXCLUSIÓN, DESIGUALDADES, DISCIMINACIÓN 8
5.2 LA CUESTIÓN DEL DERECHOS A LOS DERECHOS 9
5.3 POLÍTICA Y TERRITORIALIDAD: LAS FRONTERAS 9
5.4 REGLAS DE INCLUSIÓN Y REGLAS DE EXCLUSIÓN 9

6. LA APORÍA DE UNA DEMOCRACIA CONFLICTIVA 10


6.1 VIOLENCIA Y CONTRAVIOLENCIA 11
6.2 LIBERALISMO, PLURALISMO Y REPRESENTACIÓN DEL CONFLITO 11
6.3 DEMOCRACIA COMO DOMINACIÓN ILEGÍTIMA Y PLURALISMO AGONÍSTICO 12
6.4 INSTITUCIÓN Y CONFLICTO COMO RELACIÓN DISIMÉTRICA 12

7. NEOLIBERALISMO Y DESDEMOCRATIZACIÓN 12
7.1 UNA DISCUSIÓN CON WENDY BROWN 13
7.2 ESCATOLOGÍAS POSITIVAS Y NEGATIVAS 13
7.3 DEL INDIVIDUALISMO AL POPULISMO 13
7.4 CRISIS DE LA REPRESENTACIÓN Y CONTRADEMOCRACIA 14

8. DEMOCRATIZAR LA DEMOCRACIA 14
1. Democracia y Ciudadanía: Una Relación Antinómica
Cidadania e democracia sã o conceito indissociá veis, porém a relaçã o entre eles nã o é de
fá cil precisã o. A depender da concepçã o política adotada (republicana ou liberal, por
exemplo), a forma com que aquelas interagem pode variar enormemente. – 7 – Assim,
cidadania e democracia mantém uma relaçã o antinô mica: tensã o permanente entre
negativo e positivo; e um problema insolú vel, mas inafastá vel. – 8 – Isto nã o quer dizer que
cidadania e democracia estejam “naturalmente” juntas. Sua indissociaçã o é produto do
processo histó rico de surgimento e transformaçã o destes conceitos. A democracia, já desde
Aristó teles, é identificada com um sistema político que localiza sua fonte de poder no povo.
– 9 –Balibar propõ e uma releitura: “la antinomia que se halla en el centro mismo de las
relaciones entre ciudadanía y democracia la que constituye (...) el motor de las
transformaciones de la institució n política. – 10 – (...) – 11 – No mundo contemporâ neo,
esta dinâ mica é ameaçada pelo modelo de governança neoliberal, conforme exposto por
Wendy Brown, que possui um “aspecto destructor inherente a las antinomias de la
ciudadanía”.
Neste debate, Balibar tratará : do que chama de ‘constituiçã o da cidadania’ (politeía), que
precede a separaçã o Estado e sociedade civil e coloca o problema da “‘magistratura
ilimitada’ – 12 –de los ciudadanos y de sus obligaciones recíprocas como condició n de su
autonomía”; dos traços das revoluçã o burguesas em nome da ‘igualiberdade’ na cidadania
moderna, que é essencialmente uma forma de cidadania nacional; da contradiçã o interna
da ‘cidadania social’ do Estado de Bem-Estar Social ou Estado Nacional-Social nas relaçõ es
entre cidadania e exclusã o social e conflito civil; - 13 – da resposta ou contribuiçã o do
neoliberalismo à /na crise do Estado Nacional-Social. – 14

2. Politeía
Ainda que as problemá ticas políticas ocidentais e europeias nã o se apliquem ao mundo
inteiro, poderíamos identificar nestas construçõ es “el cará ter de la universalidad (...) en el
sentido de una universalidad intensiva, que de manera ideal hace de las instituciones
políticas el instrumento de una universalizació n de las relaciones sociales, el medio de
reducir las barreras que separan a los individuos y de invertir las dominaciones que los
esclavizan.” – 16 – Um desses termos é constituição. Entendido normalmente como
“construcció n del cuerpo político, la reunió n de sus partes y la producció n institucional de
la unidade o del interés pú blico.”
Politeía é um termo irmã o, menos utilizado, de constituição – 17 -, sendo normalmente
traduzido por res publica ou commonwealth. – 18 – Em Aristó teles, as duas questõ es
fundamentais da poloteía giram em torno do problema da ‘constituiçã o da cidadania’.
Primeiro, como “reciprocidad, la discribució n y la circulació n del ‘poder’, de la ‘autoridad’
(arhké) entre los titulares del derecho de ciudadanía”. Segundo, como “organizació n de las
funciones de administració n y de gobierno {o ‘magistraturas’ en un sistema de
instituciones jurídicas.” Na politeía grega, estes termos coincidiam, mas as transformaçõ es
do Estado levaram a uma dissociaçã o entre esses. – 19 – Hoje se coloca o problema até que
ponto esta possibilidade pode ser atualizada, frente ao aspecto destruidor capitalismo
contra o político. Como “sostenerse sin que parezca irreal la paradoja de una constitució n
de ciudadanía al mismo tiempo abierta, transnacional o ‘cosmopolítica’, y evolutiva,
‘expansiva’ (...) – 20 - también necesariamente conflictiva. Una ciudadanía que aú n tendría
como inspiració n el modelo de la politeÍa, pero al predo del viraje o de la inversió n de la
mayoría de los presupuestos antropoló gicos en los cuales se basaba.” – 21

2.1 La constitución de ciudadanía y la invención de la democracia


Seguindo Francis Wolff lendo Aristó teles, Balibar entende a polís como comunidade
política, nã o Estado ou sociedade. Assim politeía pode significar: o vínculo subjetivo entre o
polites (quem participa da pólis) e a polís (cidadania) - 22 - ; a organizaçã o do governo e da
administraçã o (constituiçã o). Aristó teles, porém, ainda utiliza o termo em um terceiro
sentido: como “el régimen constitucional ‘por excelencia’, que distribuye el poder entre
todos los ciudadanos segú n la norma del 'bien comú n' (pros tò koinòn symphéron).” – 23
Balibar alerta, porém, o conceito será sempre polivalente. Nos dias de hoje, o importante
seria pensar politeía ou constituiçã o como forma de configuraçã o do cidadã o como
“portador de la acció n política, definiendo un conjunto artiiculado de derechos, deberes y
poderes, y prescribiendo las modalidades de su ejercicio.” – 24
Voltando a Aristó teles, aquele define politeís no Livro 3 da ‘Política’ de três formas: existe
politeía quando os cidadã os se alternam no exercício de um poder ilimitado e permanente
(magistratura ilimitada ou aóristos arkhé) – “hace de ellos los ‘soberanos’, los ‘amos’ de la
comunidad a la que ellos mismos pertenecen”; existe politeía para quem está na posiçã o de
dar ordens; – 25 – por ú ltimo, existe politeía quando o poder é repartido entre os cidadã os,
conforme suas capacidades, de acordo com a lei. Aqui a politeía é uma questã o da e na
cidade. – 26
O primeiro elemento se funda na tese fundamental de Aristó teles de que “la esencia o el
fundamento de todo régimen político es la soberanía de sus propios ciudadanos” – 27 –
para a qual Aristó teles desdobra na participaçã o efetiva na tomada decisó ria (buléuin) e no
exercício das funçõ es judiciais (krínein). A questã o de fundo é saber se estas devem ser
exercidas diretamente pelos cidadã os ou se uma medida de representaçã o é necessá ria -
“có mo se discribuyé lo real y lo virtual en la idea de soberanía democrá tica.“
A justificativa da alternâ ncia e ocupaçã o das posiçõ es de comando por todo e qualquer
cidadã o está na necessidade de se desenvolver a virtude. – 28 – A reciprocidade de poderes
e obrigaçõ es como mecanismo da cidadania, porém a reciprocidade apenas seria possível
entre aqueles que sã o iguais por natureza. Aristó teles se vale de um argumento de
diferenciaçã o antropoló gica para excluir da buléuin diferentes classes de humanos. – 29 – O
princípio que instaura a universalidade intensiva (qualitativa) nasce acompanhado de uma
mecanismo quantitativa de exclusã o, o que será apenas potencializado com o surgimento
do universalismo dos “direitos do homem e do cidadã o” que passa a produzir classes de
seres imperfeitos, através de mecanismos institucionais e disciplinares. – 30 –(...) – 31 –
Além do poder distribuído em partes desiguais a partes distintas, aqueles que nem mesmo
parte sã o considerados. Esta seria uma consequência de se adotar o consenso como
fundamento da sociedade, ao invés do conflito. Colocar o conflito fora da esfera pú blica. –
32 – (...) – 33 –Frente ao movimento do constitucionalismo moderno de subordinar a
soberania do povo aos mecanismos representativos de delegaçã o do poder, é necessá rio
pensar outra forma de pensar a soberania do povo, mantendo “la totalidad de sus
movimientos de emancipació n y el punto de apoyo de nuevas invenciones”. – 34

2.2 Autonomía o autarquía de lo político


Estas propostas para se pensar o político baseiam-se na ideia de sua autonomia. O que, por
um lado, significa que o político nã o se funda em uma transcendência, pois é imanente aos
cidadã os que o constituem – 35 -, mas, por outro, seu relativo isolamento das demais
esferas de existência e condiçõ es materiais de vida (autarquia do político). – 36 –Esta
separaçã o se baseia numa distinçã o entre nómos (pertinente à vida pú blica) e physis
(atividades “domésticas“ tomadas como naturais). No mundo capitalista contemporâ neo
está separaçã o se tornou impossível. Falar de condiçõ es materiais de existência é falar de
relaçã o entre politeías. – 37 – A autonomizaçã o da açã o política só pode ser pensado como
dentro de uma sociedade abertas à s suas exterioridades. O político como um elemento na
formaçã o da comunidade e nã o como seu ú nico elemento. – 38

2.3 La politeía y el debilitamiento del Estado


O debilitamento da forma Estado-nacional poderia abrir espaço para a politeía: “reactivar el
tema de saber có mo mantener al mismo tiempo las exigencias de reciprocidad en el
reconocimiemo de los derechos -aquello que de manera anticipad.a estarnos remados de
llamar ‘presió n de igual-libertad’ - y tas exigencias de regulació n del conflicto social, de
autolimitació n del ejercicio del poder?” – 39 – A histó ria do conceito de cidadania parece
indicar que nã o. Do seu relativo desaparecimento na Idade Média até seu (re)surgimento
com o Estado nacional, a cidadania foi se tornando uma funçã o do Estado. – 40 – Até
mesmo o poder constituinte se transformou, graças ao constitucionalismo moderno, na
funçã o do Estado de revisar a constituiçã o dentro dos limites impostos por ela. Há uma
identificaçã o do indivíduo e corpos sociais com a comunidade estatal. Uma alienaçã o
gerando a comunidade passiva de cidadã os. – 41 – Nestes marcos, nã o temos “democracia
en el sentido puro o ideal del término, pero siempre puede haber en ella procesos de
democratizació n, lo que en la realidad puede ser aú n má s importante.” Até onde vai esta
democratizaçã o parece uma pergunta sem resposta a priori. Apenas as dinâ micas sociais
concretas parecem construir diferentes respostas no diferentes tempos e sociedades. – 42 –
A Uniã o Europeia se apresenta como uma possibilidade de desfecho: um “fantasma de
Estado” sem nenhum elemento de identificaçã o coletiva e nenhum movimento social
generalizado (transnacional). Governança ao invés de governo. Estatismo sem Estado. – 43
– Neste marco, o debilitamento do Estado nã o parece levar à politeía, entretanto tampouco
a interdita. – 44

2.4 La sociedad civil: ¿un nuevo lugar de la politeía?


A sociedade civil foi um dos lugares identificados como sendo o lugar de surgimento e
agrupamento destas cidadanias pó s-estatais. Sociedade civil plural e transnacional como
algo nã o reduzível ao marco estatal de organizaçã o da sociedade. – 45 – O conceito de
multidão de Negri e Hardt nã o pode ser confundido com esta noçã o de sociedade civil. O
império, seu oposto, nã o é apenas Estado, mas uma interpenetraçã o deste com a sociedade
civil. A multidão é mais decomposiçã o do que autonomizaçã o da sociedade civil. A
resistência se faz na ontologia das forças produtivas. – 46
Reduzir a politeía a uma transformaçã o da sociedade civil nã o é, de fato, suficiente.
Primeiramente, a sociedade civil abarca também, necessariamente, forças nã o
democrá ticas e nã o políticas, “en esencia, las fuerzas y las estructuras del mercado
capicalista, que hoy han abarcado no .só lo la producció n y la comercializació n de los bienes
materiales. sino aquellas de la vida (o del cuidado, care) y de la cultura.” – 47 – É necessá rio
operar um corte nas instituiçõ es e grupos da sociedade civil para identificar quais operam
em qual direçã o, excluindo as formas supraestatais de organizaçã o, como as organizaçõ es
internacionais - como ONU, OMS, Tribunais Penais Internacionais e afins – que – 48 -, de
forma alguma promovem uma democratizaçã o real. Esta implicaria nã o na dissoluçõ es dos
vínculos estatais mas na divisã o alternativa e relativizaçã o da soberania estatal. – 49 - Algo
enraizado nas prá ticas das comunidades de cidadã os, ao invés de um beneplá cito do poder
estatal. – 50

3. Aequa Libertas
Passemos para a aná lise dos rastros da igual-liberdade que as revoluçõ es burguesas
deixaram na histó ria da modernidade. – 51 – (...) – 52 – O principal marco deste movimento
foi inaugurar uma nova forma de universalidade através do “direito igual”, imprimindo
identidade a dois conceitos contrá rios: homem e cidadã o. Na filosofia política, diferentes
pesos se deu a cada um desses elementos. Liberalismo e o homem. Socialismo e o cidadã o. –
53

3.2 Insurección y constitución


Na dinâ mica entre estes contrá rios, a demanda popular por poder e emancipaçã o surge na
forma da insurreiçã o, mas pode se manifestar das mais diferentes formas – de movimentos
populares à formaçã o de partidos. – 54 – Independente da forma, a reivindicaçã o sempre
opera na chave do conflito. Os dominantes nã o cederiam seus privilégios de forma
espontâ nea. – 55 – O momento insurrecional como resgate do passado (da fundaçã o
democrá tica daquele espaço) e promessa para o futuro (como possibilidade permanente). –
56 – Comunidade política como algo necessariamente instá vel. - 57

3.2 Ciudadanía y nacionalidad


A insurreiçã o, porém, ao invés de reconhecida como momento de manifestaçã o da
cidadania é entendida como sua negaçã o. Isto se deve ao fato de que erroneamente se
identifica cidadania com nacionalidade, seguindo a “ecuació n fundadora del Estado
republicano moderno”. Esta equaçã o, porém, é contingente, produto da histó ria. – 58 –
Interesse e identidade nacionais nã o sã o o que mantém a unidade da comunidade de
cidadã os, ao menos hoje, em tempos de declínio do Estado nacional, ainda que possamos
identificar alguns exemplos de movimento contrá rio e seu fortalecimento, como na China. A
forma naçã o é apenas umas das formas da cidadania se organizar em comunidade política.
– 59 –O importante é nã o perder de vista a organizaçã o da cidadania enquanto
comunidade, ainda que precá ria. Noçõ es como res publica e commonwealth foram formas
de articular esta característica da cidadania: que ela é, sempre e necessariamente,
recíproca. Uma relaçã o tensa entre concidadã o e “la preexistencia nominal del todo por
sobre sus miembros.” – 60 – Esta reciprocidade implica, em Aristó teles, na “la reciprocidad
de los derechos y de los deberes implica al mismo tiempo la limitación del poder de los
gobernantes y la aceptación de la ley para los gobernados”, garantida pela alternâ ncia no
exercício dos cargos. Depois, a teoria política transmuda isto no sistema representativo
moderno. – 61 – Voltando, a cidadania nã o implica em homogeneidade e consenso. A
cidadania como comunidade política nã o implica um grupo está tico. Ela pró pria é resultado
de uma “relació n conflictiva” de lutas, resistência e contrarresistência. – 61

3.3 Política y antipolítica: el dilema de la institución


A comunidade deve ser entendida como “un proceso histó rico gobernado por una ley de
reproducció n, de interrupció n y de transformació n permanente.” – 63 – Assim, a cidadania
é algo necessariamente em transformaçã o. Possui fluxos e influxos. Movimentos
democratizantes e des-democratizantes. A democracia que busca a estagnaçã o nã o pode
impedir nem o primeiro, nem o segundo. A conservaçã o é um conceito da anti-política. – 64
“Si combinamos la idea de este factor diferencial entre insurrecció n y constitució n con la
representació n de una comunidad sin unidad, en vías de reproducció n y de transfunnació n,
la dialéctica a la que llegamos no resulta puramente especulativa.” – 65

3.4 Estado, representación y educación


Para pensar o Estado e o momento atual, seriam as categorias clá ssicas da Antiguidade uma
ferramenta adequada? – 66 – Pegando o termo constituição, na Antiguidade esta designava
uma distribuiçã o de direitos e deveres. Era uma constituiçã o material na qual a
universalidade da forma jurídica nã o estava presente. A constituiçã o formal, como
hierarquia das leis e suas fontes, nã o existia – 67 – Na modernidade, prevalece esta
segunda, unindo “la declaración performativa de la universalidad de los derechos (y la
garantai judicial contra su violació n) con un nuevo principio de separació n de gobernantes
y gobernados que Catherine Colliot-Thélène (...) llama ‘el principio de la ignorancia del
pueblo’. También podríamos decir, en el aspecto institucional, ‘el principio de la
incompetencia del pueblo’, cuya ‘capacidad de representació n’ es su producto
contradictorio.” – 68 – (...) – 69/71

3.5 Democracia y luchas de clases


O cará ter de classe das constituiçõ es da cidadania aponta para a distâ ncia entre princípios
democrá ticos e realidades oligá rquicas, mas também evidencia a luta de classes como um
motor das transformaçõ es da cidadania, ligando-se diretamente aos rastros da igual-
liberdade. – 72 – A atividade política que mobiliza estas transformaçõ es é coletiva, ainda
que seus resultados sejam desfrutados por indivíduos. Isto nã o quer dizer que o coletivo
seja nossa tá bua de salvaçã o. Imune a efeitos e dinâ micas prejudiciais à democracia. – 73-
Nã o existe um sujeito coletivo universal capaz de fazer a verdadeira emancipaçã o. Todo
sujeito coletivo acaba por nã o abarcar certos elementos do social, gerando potencialmente
novos sujeitos e novas insurreiçõ es.
4. De la Ciudadanía Social al Estado Nacional-Social
O surgimento desta cidadania social é marcado por três elementos para discussã o: ela “se
distingue de un simple reconocimiento de derechos sociales, o le confiere a este una
dimensió n universalista”; - 79 – as lutas que a acompanha “son a la vez politizadas y
desplazadas, o inscriptas en una diná mica de desplazamientos del antagonismo de clases
que autoriza una regulació n”; e as relaçõ es entre socialismo lato sensu e democracia. – 80

4.1 Derechos sociales y ciudadanía social


Debate-se se, no seu surgimento, a cidadania social aparece como um mecanismo de
proteçã o contra a pobreza extrema ou como um mecanismo de solidariedade universal.
Como filantropia ou como caridade. Particularismo e paternalismo ou universalismo e
igualitarismo. – 81 – No Welfare State, havia um mecanismo de solidariedade abarcando
ricos e pobres de forma igual e universal. Este acesso se baseava na inscriçã o da pessoa em
uma relaçã o de trabalho, que formaria a base da sociedade. – 82 – Assim, um dos
problemas e das lutas será em torno do trabalho. Por exemplo, o ingresso no mercado de
trabalho como forma de emancipaçã o feminina, ainda que esta inserçã o tenha reproduzido
o tratamento diferenciado, como na dupla jornada das mulheres. – 83 – (...) – 84 – Fundou-
se aí um outro tipo de universalismo que impede a reduçã o da cidadania social a um
sistema paternalista de proteçã o social dos indivíduos vulnerá veis. O problema hoje é até
que ponto esta categoria universal ainda pode render frutos, especialmente considerando
as transformaçõ es nas relaçõ es de trabalho e a relativizaçã o das fronteiras nacionais que
delimitaram estes projetos. – 85

4.2 Constitución material


Esta luta pelas instituiçõ es da cidadania social mostra quã o desigual foi sua inclusã o nos
sistemas normativos, se comparamos com as garantias liberais clá ssicas. Sua presença nas
constituiçõ es formais é muito mais tímida. Elas fizeram parte do compromisso keynesiano.
– 86 – A concessã o de direitos sociais e a possibilidade de mobilizaçã o sindical
regulamentada em troca do fim da luta contra o capitalismo e por pretensõ es salariais
desarrazoadas. Isto apenas se manteve enquanto perduraram certas condiçõ es internas e
externas dos países que implementaram este modelo. Hoje o quadro é de precarizaçã o e
proletarizaçã o. – 88 – (...) – 89 –Ainda assim, assistimos a uma “autolimitació n de la
violencia de las luchas (en el que puede verse un efecto de civilidad burguesa) [que] se
explica por la relativa eficacia de un modelo de organizació n política en el cual se
combinam la acció n parlamentaria y la extraparlamentaria.”
Este modelo opera a partir de dois deslocamentos: “de las definiciones de derechos
fundamentales de la esfera del trabajo propiamente dicho, o – en términos marxistas – de la
producción, hacia la esfera de la reproducción de la fuerza de trabajo”; - 90 – “del
antagonismo social al plano de las relaciones internacionales, entre sistemas estatales.”

4.3 Socialismo nacional y democracia


“Cualquiera que sea la innegable realidad de las preocupaciones sociales y morales de la
burguesía, es completametne insuficiente representar-se el surgimiento de la ciudadania
social como una concesió n filantró pica del Estado burgués en nombre de la necesidad de
reparar los efectos patoló gicos de la Revolució n industrial y de la explotació n capitalista
ilimitada; o incluso como una consecuencia ló gica de la necesidad del propio capitalismo de
regular el libre juego del mercado, que amenazaba con destruir la integridad de la fuerza de
trabajo”. – 93 – Um terceiro elemento fundamental foi o socialismo. - 94
O Estado que implementa estes direitos é nacional, na medida em que estas reformas
sociais se dã o no â mbito de um poder soberano estatal territorialmente limitado capaz de
fazê-lo, e social, na medida que universaliza os direitos sociais. – 95 – Isto, porém, nã o
significa equacionar socialismo com nacionalismo. O cará ter insurrecional da cidadania
social pode se encontrar em um marco nacional, mas nã o se encerra nele.
“El socialismo, en este sentido, es la cubierta comú n a toda una serie de contradicciones
evolutivas. Sin haber alcanzado jamá s sus objetivos ú ltimos de superació n del capitalismo
permanece como un proyecto o un programa de reformas, cuestionado al mismo tiempo
desde adentro y desde afuera. Pero, como horizonte de expectativas interiorizado por las
masas, no ha dejado de reavivar el conflicto medio de la institució n que articula capital y
trabajo, propiedad privada y solidaridad, racionalidad mercantil – 96 – y estatal, y de ese
modo ha contribuido a que la esfera pú blica sea también una esfera política en un sentido
fuerte.”

4.4 La antinomía del progreso


As conquistas democrá ticas no Estado nacional-social sã o inegá veis, porém, ao mesmo
tempo, também sã o seus limites estruturais. – 98 – O resultado é que, junto a estes
impulsos democratizantes, em boa parte passados, assistimos hoje a uma
desmantelamento deste mesmo Estado nacional-social, no que diz respeito à cidadania
social. Seria isto um produto da pressã o externa do capitalismo ou resultado das
contradiçõ es internas da pró pria cidadania social? – 99

5. Ciudadanía y exclusión
Contemporaneamente, parece haver um paradoxo entre um conceito de cidadania
universalizado e formas de exclusã o que se apresentam como constitutivas daquele mesmo
conceito. – 104

5.1 Exclusión, desigualdades, disciminación


Em relaçã o aos levantes nos subú rbios franceses, Castels assinala que nã o se trataria de
excluídos, mas de uma forma de discriminaçã o, pois aqueles jovens de origem estrangeira
possuíam cidadania francesa e toda uma série de direitos daí decorrentes (cidadania
política e social). Gozariam dos direitos fundamentais daquela sociedade, ainda que fossem
objeto de discriminaçã o por classe e raça. Exclusã o exigiria classes/castas distintas de
pessoas. Nã o estariam, portanto, fora da sociedade. – 106 – Porém podemos pensar uma
forma interior de exclusã o, como a qual foram submetidas as mulheres na França pó s-
Revoluçã o. A elas era atribuída uma cidadania passiva, em oposiçã o à cidadania ativa dos
homens. – 107 – A exclusã o interior diz respeito nã o ao estatuto jurídico, como a exclusã o
exterior, mas “su combinació n con representaciones y prá cticas. La importancia de los
derechos formales es innegable, pero su relació n con el uso, con la disposició n del poder o
de la ‘potencia de actuar’ (empowerment [empoderamiento]) no lo es en menor grado.” –
108

5.2 La cuestión del derechos a los derechos


Este conceito transbordou sua determinaçã o original para abarcar a pró pria capacidade de
reivindicar direito “de no ser excluído del derecho a luchar por sus derechos.” Este mínimo,
a possibilidade de resistência, é o que previne a categorizaçã o de excluído. – 109 – A
possibilidade de resistência como a possibilidade de “existir politicamente”. – 110

5.3 Política y territorialidad: las fronteras


A prá tica política é territorializada, no sentido que trata dos indivíduos e populaçõ es em
funçã o da sua capacidade (real ou potencial) de ocupar um espaço ou posiçã o. Há um
reconhecimento mú tuo em operaçã o. Uma espécie de pertencimento ou participaçã o. A
exclusã o seria uma forma de fronteira. – 113 – Diferenças sociais, antropoló gicas, sexuais e
outras se tornam fundamento para distribuiçõ es especiais diferentes e regulaçõ es de
circulaçã o distintas. Essas categorias espaciais (territó rio, residência, propriedade, viagem)
sã o constitutivas da cidadania. – 114 – Na exclusã o interior, a fronteira exterior é projetada
para dentro do espaço político ou territó rio, criando uma alteridade que nã o pode ser
assimilada. Cria-se um espaço “outro”, estranho, que contrasta com a homogeneidade da
comunidade, ao mesmo tempo que a reforça. – 115 – O excluído do territó rio é
transmutado em excluído do comércio, da mobilidade, das comunicaçõ es e etc. – 116 – (...)
– 117 – “El ciudadano del mundo (...) no es el miembro imaginario de una civitas o de una
pólis sin exterior, cuyos límites coincidirían con la extensió n del universo, sino que es, por
el contrario, un ser de relación (o no) entre los territorios y los Estados. Es entonces sobre
esta base que es necesario preguntarse qué resulta contradictorio – qué nuevas
posibilidades de reconocimiento, qué nuevas violencias interiores y exteriores – de las
transformaciones contemporá neas del comercio o del derecho internacional, cuando la
circulació n de personas, la dispersió n de las comunidades y la inversió n de lo flujos de
població n que siguieron a la colonizació n se convierten en fenó menos de masas.” – 118

5.4 Reglas de inclusión y reglas de exclusión


Primeira tese sobre a inclusã o e exclusã o é que “[n]o hay procedimiento institucional de
exclusió n sin una regla, ya sea una regla de derecho o un dispositivo prá ctico, socioló gico.
Pero la regla de exclusió n debe ser lo contrario a una regla o a un sistema normativo de
inclusió n.” – 119 – Isto quer dizer que nã o apenas a exclusã o é violenta, como a inclusã o
também pode o ser. Processos de culturalizaçã o e educaçã o sã o exemplos disto. – 120 – A
cidadania é, de alguma forma, uma regulaçã o desta violência. Estas regras tampouco sã o
estanques. Há graus de exclusã o/inclusã o como há graus de cidadania. – 121
A segunda tese é que estas inclusõ es e exclusõ es descrevem conflitos dinâ micos através dos
quais a cidadania reflete suas condiçõ es de possibilidade. – 122 –A exclusã o interna nã o
significa um fora da comunidade propriamente dito. Nã o impede, ao menos nã o
necessariamente, algum tipo de açã o, inclusive política, no espaço onde opera a
comunidade. – 123
A terceira tese é de que as variaçõ es de inclusã o e exclusã o nã o sã o processos impessoais:
“son relaciones de fuerzas ejercidas por instituciones y aparatos de poder sobre los sujetos
individuales o colectivos.” – 124 – É importante, portanto, compreender a histó ria política
das comunidades. De que forma foram determinadas suas fronteiras e condiçõ es de
entrada e saída, forçada ou nã o. Por exemplo, a exclusã o material das mulheres, apesar de
sua inclusã o forma na cidadania. – 125 – Sã o os cidadã os que produzem os nã o cidadã os, a
exclusã o. Nã o que o façam diretamente e como indivíduos. Este processo é geralmente
mediado pelas instituiçõ es representativas da cidadania. – 126
[faltam duas pá ginas 128-129]
A explicaçã o da exclusã o interior em sociedades baseadas em princípios universalistas está
na nã o universalizaçã o da humanidade. Rejeita-se a desigualdade estatutá ria ou tradicional,
mas abraça-se uma desigualdade antropologizada ou naturalizada. – 130 – Surgem “tipos
diferentes de homens”. Foucault tratou bem desta segregaçã o através da categoria do
biopoder.– 131 – Universalidade transcendental e diferenciaçã o antropoló gica sã o duas
faces da mesma moeda. – 132 – Ao mesmo tempo, esta transformaçã o flexibiliza a linha de
exclusã o, que passa a se modificar conforme as categorias de segregaçã o mudam. O
anormal nã o é uma categoria estanque. O Apartheid e o Regime Nazista sã o apenas
concentraçõ es desta ló gica em apenas uma variá vel, “racial”. – 133 (...) – 134 – Nisto,
questõ es como circulaçã o e residência se tornam centrais para se pensar a cidadania no
mundo contemporâ neo. Sã o estes direitos transnacionais e componentes da cidadania
política ou elementos de segregaçã o e repressã o? – 135 – As redes globalizadas de
comércio e comunicaçã o implicam, necessariamente, em uma transposiçã o das regras de
exclusã o e controle para a escala global? – 136

6. La Aporía de una Democracia Conflictiva


A democracia conflitiva pode parecer uma aporia, se analisamos apenas do ponto de vista
institucional, porém ela permite precisamente uma crítica adequada destas. A releitura da
obra de Maquiavel sobre Tito Lívio nos ú ltimos anos pode nos auxiliar neste debate. – 137 –
Ali encontramos a histó ria do surgimento da figura do tribuno da plebe, estabelecendo uma
constituiçã o material para além da constituiçã o mista dos teó ricos. Este fenô meno se
reproduziria nas democracias modernas com a imposiçã o da cidadania social por pressã o
por reformas de partidos oficialmente revolucioná rios. Este tipo de poder contribuiria para
a estabilidade do Estado ao realizar um tipo específico de luta de classes. – 138 – A reforma
resultante nã o é propriamente um acordo entre as partes. Nã o se chega a um consenso ou
ponto em comum. – 139

6.1 Violencia y contraviolencia


A exclusã o pode ser conflitiva, gerando resistências e reivindicaçõ es, ou uma forma de
interditar o conflito, por exemplo excluindo da esfera política, como no caso da segregaçã o
racial do apartheid. – 140 – Uma forma de contraviolência preventiva para impedir a
emergência do conflito. Isto no coloca a questã o da relaçã o entre conflito e violência –
repressã o preventiva e manipulaçã o da violência – e de como pensar esta exclusã o em um
espaço sem fronteira ou de “pura exterioridad”. – 141 – Nesta configuraçã o, a exclusã o
interior se manifesta como produçã o de “nã o pessoas”. Despersonalizando, logo
neutralizando a possibilidade de açã o política.
Disto podemos retirar três aporias da ideia de democracia conflitiva: 1) relaçã o entre
conflito e legitimidade da instituiçã o; 2) diferentes tipos de conflitos políticos – 142 –
constituintes (simétricos e assimétricos); 3) formas histó ricas de regulaçã o/neutralizaçã o
do conflito e sua relaçã o com as categorias antitéticas de ‘servidã o voluntá ria’ e
‘desobediência civil’. – 143

6.2 Liberalismo, pluralismo y representación del conflito


A democracia é o regime que coloca o conflito como legítimo. Por isto, é um modelo
impossível e inafastá vel. – 143 – O desafio é como legitimar este conflito dentro de certos
limites e entender como estes se estabelecem. Favoreceria o conflito como expressã o da
construçã o da vida ou canalizaria o conflito para dentro de formas determinadas (jurídicas,
em regra) a fim de emergir como manifestaçã o da autoridade? O desafio de transformar a
destruiçã o do conflito em criaçã o. – 144 – Formas mais fortes de conflito (entre interesses e
ideologias) como contribuiçã o no avanço democrá tico ou formais mais débeis de conflito,
pois a moderaçã o seria o tom do lento caminhar da democracia. – 145
O liberalismo nã o foi historicamente contrá rio ao reconhecimento do conflito. O pluralismo
foi visto como uma das condiçõ es da vida política, na luta contra o absolutismo. – 146 –
Porém, ao mesmo tempo que o pluralismo reconhece o conflito como forma de liberdade
política, o pluralismo, no liberalismo, também é algo a ser defendido contra a ameaça
interior ou exterior. Assim, o conflito teria que ser restringido para garantir o pró prio
pluralismo. – 147 –(...) – 148 – A consequência disto é que, nos pensadores liberais, a
consenso (ou sua possibilidade) deve prevalecer sobre o conflito. – 149 – Logo, se a
expressã o política foge das regras do jogo do consenso, se abriria a possibilidade de
neutralizaçã o (do conflito). Aquilo que ameaça a ordem constitucional seria incompatível
com o liberalismo. Mas nã o seria esta restriçã o do conflito à s regras do jogo, uma forma de
impedir a emersã o dos conflitos reais? – 150 – (...) – 151
“[L]os actores histó ricos son aquellos que cambian la relació n de lo social con lo político,
imponen el reconocimiento de intereses y de necesidades no só lo como ‘intereses
particulares’, sino como intereses generales de la sociedad, potencialmente
univsersalizables y de ese modo transforman los procedimientos de establecimiento del
consenso, los criterios de racionalidad política, es decir, la funció n misma del Estado. La
aparició n de la ciudadanía social al final de una larga fase histó rica de luchas de clases, y de
enfrentamiento entre el movimiento obrero y el Estado ‘burgués’ (o incluso ‘liberal’), es un
ejemplo – 152 – privilegiado de este proceso. Un conflicto que puede llamarse ‘real’ o
‘efectivo’ nunca se conforma con respetar las reglas establecidas, puesto que su objeto es
precisamente la constitució n y el contenido mismo del pluralismo” – 153

6.3 Democracia como dominación ilegítima y pluralismo agonístico


Assim, todo conflito político efetivo é, de certa forma, ilegítimo. Ao mesmo tempo este e a
democracia “mantienen un vínculo constitutiyo”. – 153 – (...) – 154 – Weber descreve o
controle burocrá tico (emergente do desenvolvimento do direito e da economia capitalista)
como baseada na “ignorancia del pueblo”. Há uma delegaçã o da massa populacional a uma
elite burocrá tica escolhida por mecanismos educacionais e de meritocracia, cujo resultados
– suas deliberaçõ es – sã o pú blicos e publicizados. – 155 – Democracia como ideal e
oligarquia do conhecimento especializado. Os cidadã o se submeteriam normalmente à
burocracia, irrompendo-se contra ela em momentos de desconfiança e deslegitimaçã o.
Contra isso, uma noçã o de democracia como “’dominació n ilegítima’ del pueblo (o de la
masa del pueblo) que propone Weber en su interpretació n de la historia de las ciudades-
Estados”. – 156 – Aqui, recupera-se Maquiavel e a identificaçã o desta posiçã o do povo nã o
como um desejo de governar, mas como o desejo de nã o ser dominado. Este nã o é um
elemento depreciativo, mas o reconhecimento de que trata-se de uma forma de dominaçã o
que inclui a desobediência, logo ilegítima. A democracia inclui um elemento de cidadania
“aná rquica” como condiçã o de possibilidade de sua institucionalizaçã o. O surgimento do
conflito real, que o constitucionalismo moderno tenta apagar e reconduzir aos mecanismos
institucionais de controle democrá tico, seria parte constituinte da democracia. Um excesso
incontrolá vel e incontorná vel impulsionando os ciclos de legitimaçã o e deslegitimaçã o do
poder. – 157
“Lo que de forma desesperada el agonismo busca inscribir en la ciudadanía mi.una no es
una complemmtariedad del confliao (o de la lucha) y de la institució n (o del orden), sino
má s bien una inmanencia de cada término en el otro, que obliga a cada uno a definirse por
su contrario: todo conflicto puede ser subsumido en una institució n, pero toda institució n
es el lugar potencial de una insurrecció n por venir.” – 158 – (...) – 159

6.4 Institución y conflicto como relación disimétrica


Nã o se pode pretender subsumir uma matéria em uma forma política. Deve adotar-se “la
unidad de los contrarios, o del equilibrio aleatorio, que oscila entre los dos polos abstractos
de una ciudadanía sin conflicto civil, y de un conflicto sin institució n”. – 162
As “polaridades inherentes al concepto de lo político: insurecció n y constitució n, poder
constituyente y poder constituído, luchas sociales espontá neas y luchas sociales
organizadas, etcétera. Ninguna de estas formulaciones se superpone exactamente a las
otras (...). Eso no impide que tengan un comú n vínculo característico entre lo posible ylo
real (...) transformar las modalidades del conflicto, para darle una forma política o hacer de
él una ‘formació n social’ histó rica.” – 163

7. Neoliberalismo y desdemocratización
Wendy Brown mostra a diferença entre liberalismo e neoliberalismo, apontando que o mito
da separaçã o do econô mico do político, que fundava o primeiro, inclusive justificando uma
esfera individual (teoricamente) inatingível pelo Estado, é suplantado por uma ló gica de
controle e modulaçã o total do indivíduo em prol do homo economicus. A nã o intervençã o no
mercado vem acompanhada de uma forte intervençã o nos indivíduos. - 167

7.1 Una discusión con Wendy Brown


Neoliberalismo alia discurso libertá rio (econô mico) com programas de moralizaçã o e
submissã o, incutindo a ló gica do lucro/rentabilidade nas mais diversasatividades privadas
e pú blicas. - 168 – Ele é mais que uma ideologia. É uma transformaçã o das coordenadas
políticas, eliminando a conflitividade em prol de um ú nico critério de avaliaçã o e transaçã o:
a utilidade quantificá vel. A avaliaçã o econô mica se torna o paradigma da açã o social e
política. A antipolítica toma o lugar da política. – 169 – (...) - 170/171 – A noçã o de
governamentabilidade de Foucault, como forma de modificar as atitudes “espontâ neas” dos
indivíduos, é central aqui. – 172 – Brown argumenta que este movimento nã o é uma crise
passageira, mas uma transformaçã o irreversível nas formas de açã o.
Um sintoma negativo disto seria a “descomposició n de estructuras tradicionales de
dominació n y de resistência a la dominació n”. – 173 – A lado positivo, destacado por
Brown, está que, menos que uma dissoluçã o, esta mudança é a invençã o de uma “otra
solución histórica a los problemas de la adaptació n de los sujetos al capitalismo, o de la
adecuació n de la conducta individual a la política del capital.”- 174 – Passaríamos a
modelos a-democrá ticos, nos quais a ideia de direitos universalizá veis (igual-liberdade)
nã o desempenhariam nenhum papel. Pó s-histó ria e pó s-política? – 175 - A pró pria Brown,
porém, alerta que esta é uma leitura que tem como ponto de aná lise os EUA. Nã o
necessariamente é universalizá vel. – 176

7.2 Escatologías positivas y negativas


“la visió n de Marx es bien apocalíptica: la extinció n de la política, extinció n constitutiva de
la historia pasada., se produce como el resultado de una ló gica econó mica llevada al
atremo. De igual modo, el discurso de la desdemocratlzació n, hoy inspirado por Foucault,
ve en esta extinció n el resultado de cierta ló gica de poder y de la invenció n de una nueva
‘racionalidad’ cultural. Es obvio que las dos representaciones son hostigadas por la
cuestió n de saber có mo las sociedades modernas producen a su manera la servidumbre
voluntaria”. – 180 – Isto nos leva uma dicotomia entre escatologias niilistas (Baudrillard e
Agamben) e escatologias redentoras (Negri e Hardt). – 181 – Uma manifestaçã o deste
quadro seria a generalizaçã o dos dispositivos de controle, no entendimento de Deleuze, via
Foucault, deste conceito. - 182

7.3 Del individualismo al populismo


Uma contraparte “positiva” destes dispositivos de controle é a ética individualista do
cuidado de si como esforço do indivíduo de maximizar sua utilidade produtiva. – 183 – (...)
– 184 – Uma saída é a busca por comunidades compensató rias, como fuga da
desvalorizaçã o e violência que podem decorrer do “fracasso” em se enquadrar neste
modelo. – 185 – Comunidades locais (emo ou microterritoriais – Body-Gendrot) ou
mundiais. – 186 – A categoria de populismo de Laclau nã o deixa de ser uma tentativa de
lidar com este problema e oferecer uma forma de se pensar esta aglutinaçã o das
reinvindicaçõ es em um corpo político maior. – 187 – Assim, “una modalidad populista de la
identificació n con la comunidad faltante, o la comunidad imaginaria, se vuelve (y sigue
siendo) el marco de una mobilizació n a favor de objetivos democráticos?” – 188

7.4 Crisis de la representación y contrademocracia


Nã o podemos identificar a representaçã o com o parlamentarismo e equalizar a crise do
segundo com uma crise no primeiro. – 189 – (...) – 190 - Isto nã o significa nã o reconhecer
que a representaçã o funcione como “condició n de mecanismo de expropiació n de la
capacidade política directa de los ciudadanos”. A crise do parlamentarismo nã o é algo novo.
– 191 – Outro problema é a crise da representaçã o enquanto tal: “en cuanto capacidad
colectiva de los ciudadanos de delegar su poder a representantes a cada nivel de la
institució n donde se formula la exigencia de una funció n pú blica (lo que los antiguos
llamaban justamente una ‘magistratura’ o un ‘oficio’), y de controlar los resultados de esa
delegació n. Porque ella forma parte de los derechos fundamentales de los ciudadanos ‘libre
y iguales’, inventados o generalizados por la modernidad a através de las revoluciones
‘burguesas’ (Urbinati, 2006). En otros términos, es necesá rios regresar en una perspectiva
democrá tica, es decir, desde abajo, a la cuestió n fundamental que Hobbes, en los labores de
la filosofía política moderna, planteaba desde arriba, desde el punto de vista de una
identificació n plena entre la ‘esfera pú blica’ (el commonwealth) y el ‘poder soberano’: la
cuestió n de un procedimiento colectivo de consecució n dd poder en la forma de de su
traspaso, o de su comunicació n. Lo que equivale a encontrar la dialéctiva entre ‘poder
constituyente’ y ‘poder constituído’, y entre insurecció n y constitució n, esta vez má s allá del
Estado o sustrayendo su monopolio político - 192 -, antes que por su posició n de
‘fundamento’.”
A desdemocratizaçã o está na desqualificaçã o da representaçã o em enquanto tal. Por um
lado, seria dispensá vel frente à s normas formas de governança – 193 -, que permitiriam o
cá lculo ó timo e a reduçã o dos conflitos em termos igualmente utilitá rios, e, por outro, veria
nela pró pria uma forma política “impracticable y peligrosa, mientras que la
responsabilidad del ‘ciudadano-sujeto’ se define ante todo en términos de conformidad en
relació n a la norma social y de desviació n que debe controlarse, pero que sobre todo no se
debe expresar o dejar que se exprese dá ndole una ‘voz’ (...). A la gobernaza neoliberal no le
interesa la reducció n del conflicto como tal: por el contrario, esta tiende a relegarlo a zonas
‘sacrificadas’ porque no son (momentá neamente) ‘explotables’ (...). Mas que reducir el
conflicto, la gobernaza neoliberal tiende a instrumentalizarlo”. – 194

8. Democratizar la democracia
A noçã o de democratizar a democracia serve como bandeira para os mais diferentes
movimentos, no que podemos entendê-la como um “devir institucional”, “el nombre
genérico de una resistencia activa a los procesos de ‘desdemocratizació n’ en marcha”. – 195
– Preliminarmente, faz sentido manter a disputa em torno do termo democracia,
considerando seus mais diferentes usos no mais diferentes campos do espectro ideoló gico?
Pensar cidadania e democracia juntas seria uma necessidade? – 196 – Por exemplo, a
aparente oposiçã o entre liberalismo e democracia se vê fragilizado no mundo
contemporâ neo, no qual a doutrina liberal já se afastou muito dos seus dogmas iniciais e
pode ser mobilizada, também, em parte, contra os efeitos da monopolizaçã o do capital
financeiro e técnicas de segurança pó s-9/11. – 197 –(...) – 198 – Crise do liberalismo como
estabelecimento do neoliberalismo que mobiliza a pró pria palavra democracia em suposta
oposiçã o a um totalitarismo para justificar sua forma de governar. – 199 – Porém, o termo
democracia e cidadania nã o é privilégio da ideologia que fundamenta o capitalismo. Pelo
contrá rio, ao fazer referência a movimento de resistência e insurreiçõ es do passado
estabelece um elo com estes: “Estas insurreccciones pasadas constituyen en un sentido
condicionamientos simbó licos que ‘sobredeterminan’ los condicionamientos materiales de
las situaciones actuales (en especial las situaciones sociales). Es por tal razó n que el
abandono de los términos ‘democracia’ y ‘ciudadanía’ no sería tanto una renovació n de la
política como una dimisió n ante las tareas a las que esta se enfrenta hoy para encontrar las
formas de autonomia colectiva correspondientes a las condiciones de la globalizació n.”–
200 – Ambas as tendências (políticas e antipolíticas) sã o internas à democracia. A
cidadania é uma forma de introduzir um outro termo na correlaçã o e tencionar o debate
em uma direçã o específica: da democratizaçã o da democracia. – 201 – Para isto, a noçã o de
cidadania reflexiva como forma de pensar as lutas na histó ria. Balibar propõ e sete
hipó teses.
(1) A democratizaçã o da democracia nã o é um aperfeiçoamento do regime democrá tico -
202 -, mas o designador de uma diferença. “[U]n ‘rasgo diferencial’ que desplaza las
prá cticas políticas de modo de afrontar abiertamente la falta de democracia de las
instituciones existentes, y de transformarlas de formas má s o menos radical. El ciudadano
activo es el agente de esta transformació n. Es por ello que siempre conserva un vínculo con
las nociones de insurreció n y de revolució n”. Este nã o é um processo com começo, meio e
fim, mas uma dinâ mica constante e sem fim.
(2) Estas transformaçõ es, além de permanentes, no sentido de nã o deixarem de acontecer,
nã o podem se limitar à s formas e limites institucionais vigentes. – 203 – Os direitos e
conquistas, para nã o importar em uma regressã o, devem expandir estas possibilidades:
“”un dispositivo constitucional nuevo posee un contenido ‘cívico’ só lo en la medida en que
apone má s derechos y má s participació n o representació n de los intereses y de las
opiniones de los ciudadanos que aquel al cual reemplaza”. A democracia deve desfazer as
separaçõ es e exclusõ es que institucionalizou em sua defesa. – 204 – (...) – 205
(3) Seguindo a fó rmula de Eduard Bernstein em ‘As Premissas do Socialismo’ (“El objetivo
final (Endziel) no es nada, el movimiento (Bewegung) lo es todo’ (Bernstein, 1989)”) – 206 -
, deve-se ter “en cuenta la correlació n histó ricamente ambivalente que existe entre el
desarrollo del capitalismo y el de la ciudadanía en algunas partes Del mundo”. A dú vida é se
isto, de fato, pode levar a uma superaçã o do capitalismo. – 207 – “Esto vuelve a incorporar
a la problemá ticade la ciudadanía un elemenro de crítica del capitalismo que viene de la
tradició n marxista, peroinvirtiendo su modo de inserció n en el curso de las
transformaciones histó ricas, y haciéndolo cambiar su estatus de ‘resultado’ por el de
‘medio’ o, mejor, de ‘fuerza motriz’.”
(4) A democratizaçã o da democracia implica dar prioridade ao elemento positivo
(inventivo – novas formas de cidadania) ao elemento negativo (resistência à
desdemocratizaçã o). – 208 – Sã o os primeiros que condicionam os segundos e nã o o
inverso. O movimento de democratizaçã o só é possível se interno. Nã o existe uma
importaçã o de fora, ou imposiçã o de fora, da democratizaçã o. Ela se faz pelas prá ticas
concretas daquele territó rio. – 209 – Tampouco é possível democratizar a partir de um
movimento menos desdemocratizado. Apenas um movimento mais democrá tico que seu
entorno pode democratizá -lo. “una lucha por la democracia es al mismo tiempo una
experiencia de ciudadanía democrá tica. un intento de ampliar los espacios de libertad y de
igualdad.” – 210
(5) Democratizar a democracia, portanto, é também o nome de “un trabajo de los
ciudadanos respecto de ellos mismos, en una situació n histó rica dada. Apunta a superar
obstá culos externos, ‘objetivos’, pero también internos, ‘subjetivos’, que se les presentan a
la acció n y a la participació n políticas.” – 211 – Aqui, trata-se da superaçã o da servidã o
voluntá ria, conforme desenhada por La Boétie, seja ela provocada por motivos ideoló gicos,
de formaçã o/educaçã o, efeito da propaganda ou pelo exercício da pró prio liberdade
(exemplo de Marx e a “liberdade” do assalariado). - 212 – Daí a funçã o regeneradora da
liberdade civil em relaçã o à liberdade política.
(6) Democratizar a democracia “es entonces esencialmente una lucha en muchos frentes o,
con una terminología menos bélica, una actividad que se despliega en muchos ‘escenarios’.”
– 213 – Em essência, “movimientos que tienden a transformar en conflito abierto (y por
eso, en exigencia de reconocimiento) las resistencias y las exigencias de justicia de los
grupos sociales ‘excluidos de la distribució n del poder’ por su cará cter monopó lico. Todos
estos movimientos, sin importar si se fundan en una condició n de clase o en la impugnació n
de otras relaciones de dominació n, no son pues ‘constituyentes’ má s que a condició n de que
también sean ‘insurgentes’ .”
(7) “La insurecció n, en sus diferentes formas, es la modalidad activa de la ciudadanía: - 214
– aquella que la inscribe en actos. (...) La insurecció n se llama ‘conquisca de Ja democracia’
o ‘derecho a tener derechos’, pero siempre tiene por contenido la bú squeda (y el riesgo) de
la emancipació n colectiva y de la potencia que les confiere a sus participantes, en contra del
orden establecido que tiende a reprimir esta potencia. El momento actual de la historia de
las instituciones de la ciudadanía ilustra con elocuencia la radicalidad de esta alternativa y
la incertidumbre que conlleva.”

Potrebbero piacerti anche