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Volta Redonda
2017
EXPERIMENTO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM DA CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA MECÂNICA
Volta Redonda/RJ
Junho de 2017
EXPERIMENTO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM DA CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA MECÂNICA
Aprovada por:
Volta Redonda/RJ
Junho de 2017
i
FICHA CATALOGRÁFICA
CDD 530.07
Dedico esta dissertação aos amores de minha vida, minha amada esposa
Eliane Coelho de Carvalho Baylão e as nossas duas filhas, Júlia Carvalho
Baylão e Laura Carvalho Baylão.
iii
Agradecimentos
Agradeço primeiro a Deus, pela saúde de meu corpo, pela inteligência que
nutre meu espírito, mas principalmente pelos amigos, professores que Ele, permitiu que
estivesse em meu caminho, porque esses, além dos conhecimentos que me transmitiram,
tiveram paciência e sabedoria de me ensinar.
Ao meu orientador Renato Pereira de Freitas, pela sua dedicação ao ensino, o
incentivo, a paciência aos meus erros, para que eu crescesse em conhecimento e
aprendizagem, colocando em prática, também, a metodologia da “aprendizagem
significativa” (AUSUBEL, apud MOREIRA, 1999).
Aos meus pais, Bellarmino Barroso Baylão e Maria de Lourdes Mendes
Baylão, por me permitir a existência.
A minha esposa Eliane de Coelho de Carvalho Baylão, amor da minha vida,
pelo seu incentivo, paciência, e pelo tempo e momentos de família que não pudemos
estar juntos nesses três anos.
As minhas filhas Júlia Carvalho Baylão e Laura Carvalho Baylão, não só pelo
tempo que não pudemos estar juntos, mas pelo incentivo de sempre participarem de
meus experimentos e do orgulho que sentem pela conquista de um sonho, que se tornou
realidade.
A minha avó Adelaide Barroso Baylão, que na falta de minha mãe assumiu a
nossa educação, e nos incutiu o amor ao estudo e a educação, que uma sociedade só há
mudança pela dedicação ao estudo e a educação.
E, a minha sobrinha neta, Manuela Carvalho Malta Ferreira, criança adorável
de inteligência incomum, que na sua inocência me deu o incentivo de saber como
escolher, qual seria o meu produto.
A CAPES, pela ajuda financeira através da bolsa ao programa de mestrado,
com a qual permitiu que reduzíssemos a nossa carga horária e assim dedicássemos o
nosso tempo ao estudo.
A SBF e a dedicação dos Professores da UFF, que criaram um polo de
mestrado profissional em nossa região.
Aos meus alunos e aos alunos do IFRJ de Paracambi pela oportunidade de
participarem dessa dissertação.
iv
RESUMO
EXPERIMENTO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM DA CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA MECÂNICA
Volta Redonda/RJ
Julho de 2017
v
ABSTRACT
DIDACTIC EXPERIMENT FOR LEARNING THE CONSERVATION OF
MECHANICAL ENERGY
In this work was constructed a didactic experiment, using materials of low cost, to work
with students of high school the concepts of mechanical energy. The experiment
consists of a launcher, a ball and a ramp. The launcher transmits its elastic potential
energy to the ball which, when released, transforms it into kinetic energy and
gravitational potential energy. The experiment allowed the students to observe the types
of mechanical energy and the principle of conservation. It was also possible to work
with students different mathematical models to calculate the elastic spring constant, the
elastic potential energy and the height that the ball would reach. Together with this
dissertation there is a manual on how to construct the didactic product, as well as an
entire script of application for teachers to make use of.
Volta Redonda/RJ
June of 2017
vi
Sumário
Capítulo I
Introdução 01
Capítulo II
Fundamentação Teórica 04
2.1. Aprendizagem Significativa 04
2.2. Atividades Experimentais 05
2.3. Revisão Bibliográfica 06
Capítulo III
Metodologia 08
3.1. Proposta e Motivação 08
3.2. Objetivo do experimento 09
3.3. Materiais utilizados na montagem do aparato 09
3.3.1. Construção do artefato de lançamento da esfera de aço 10
3.3.1.1. Material necessário 10
3.3.1.2. Montagem 10
3.3.2. Construção da rampa de lançamento 10
3.3.2.1. Material Necessário 10
3.3.2.2. Montagem da rampa 10
3.4. Metodologia de utilização do produto 11
3.5. Avaliação do produto 11
Capítulo IV
Resultados e discussões 12
4.1. Local de Aplicação 12
4.2. Relato dos encontros 14
4.2.1. Com as turmas do IFRJ-CPAR 14
4.2.2. Com as turmas das escolas da rede Estadual de Ensino 14
4.2.2.1. Primeiro encontro (2 tempos de 50 minutos) 14
4.2.2.2. Segundo encontro (2 tempos de 50 minutos) 15
4.2.2.3. Terceiro encontro (2 tempos de 50 minutos) 15
vii
4.2.2.4. Quarto encontro (2 tempos de 50 minutos) 16
.3. Análise do uso do produto 20
4.3.1. IFRJ campus Paracambi 20
4.3.2. Na rede estadual 26
Capitulo V
Conclusões 31
Referências Bibliográficas 32
Apêndice A: Currículo do segundo ano ensino médio ministrado nas escolas 34
estaduais do Rio de Janeiro
Apêndice B: Manual de Construção e Aplicação 36
viii
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1
Trazer ao discente um experimento simples, com recurso de baixo custeio, e
fazê-los investigar, comparar com o que já conhecem, observar e tirar dessa
investigação suas próprias conclusões, é um dos objetivos do trabalho docente.
No processo de ensino aprendizagem identificamos que quando o discente
experimenta a ação de uma lei da Física, no concreto, o seu entendimento do fenômeno
é maior. Corroborando com a ideia de um ensino mais significativo, os relatos de
docentes de outras áreas afirmam que teriam aprendido melhor a Física se, na sua época
de aluno, fosse apresentada de forma mais concreta.
Para buscar uma aprendizagem mais significativa, explorando a conservação de
energia mecânica (tema trabalhado no segundo ano do ensino médio – conforme o
currículo mínimo, programa elaborado pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de
Janeiro, para nortear as escolas do Estado) nesta dissertação foi construído, com
material de baixo custo, um artefato composto de três peças: uma rampa, um lançador, e
uma esfera de aço. Neste aparato é possível verificar a transformação da energia elástica
em potencial gravitacional.
Segundo Rogers (2012) “seres humanos tem uma potencialidade natural de
aprender”. Contando com essa potencialidade, o artefato permite criar as condições de
simulação da energia mecânica e sua conservação, no qual o aluno deverá perceber as
diferentes manifestações da energia mecânica – energia potencial gravitacional, energia
cinética e a energia elástica –, assim como ter uma ideia da dissipação da energia. Em
um de seus princípios Rogers afirma que “a aprendizagem é facilitada quando o aluno
participa responsavelmente do processo de aprendizagem”, com isso induzindo-os a se
manifestarem e a observarem todo o fenômeno.
Considerando a Lei de diretrizes e Bases (LDB-Brasil-1996) que determina em
seu Artigo 35, inciso IV, “a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos,” permitindo que seja relacionado “a teoria com a prática, no
ensino de cada disciplina” seja uma das finalidades do ensino, nesta dissertação foi
desenvolvido um produto com o objetivo de permitir ao aluno, através da prática,
reconhecer as diversas formas de energias, fruto de suas próprias observações. Para tal o
produto foi aplicado sustentado por cinco pilares, representados por cinco verbos:
estimular, habilitar, experimentar, refletir e argumentar.
Estimular – a ideia de estimular os discentes a perceber que a energia mecânica
está em várias ações do nosso cotidiano, nos nossos atos mais simples existe energia
mecânica.
2
Habilitar – permitir que os alunos se tornem independentes para executar
tarefas, produzir conceitos e desenvolver modelos matemáticos cientes das suas
finalidades, conscientes de que o uso que fazem de seus saberes.
Experimentar – através da observação do fenômeno ocorrido da realização das
tarefas do produto, desenvolver conceitos e teorias, para ter dessa prática uma
aprendizado significativa, estabelecendo assim as diferenças entre as energias que
compõem a energia mecânica;
Refletir e argumentar – levar o discente, ao executar o produto, a refletir que na
teoria as condições para a situação-problema proposto são ideais e, na prática, ou na
realização do produto, são condições reais, com isso ele perceberá que a lei de
conservação de energia não ocorre em qualquer sistema, possibilitando ao discente ter
argumentos, com base científica, para descrever quais são as causas que interferem na
conservação de energia, utilizando para tais argumento, conceitos da Física.
Neste trabalho, foi utilizado principalmente a teoria de aprendizagem
significativa de Ausubel, apresentada, resumidamente, no capítulo 2. Nesta via,
observamos a relação entre o conhecimento prévio dos alunos sobre energia,
especificamente a energia mecânica. Tais conceitos foram utilizados para ancorar os
novos conceitos apresentados com a execução do experimento.
3
CAPÍTULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4
Aprendizagem Afetiva – resulta de experiências internas no discente tais como
prazer, dor e alegria.
Aprendizagem psicomotora – é o resultado de treino e prática que envolve
respostas musculares.
É claro que,no que tange a aprendizagem, tanto a afetiva quanto a psicomotora se
relacionam com a cognitiva.
Ausubel apresenta a sua teoria de aprendizagem a partir do ambiente de sala de
aula. O pilar da ideia é de que todos nós possuímos algum conhecimento prévio,
chamado de subsunçor, em nossa estrutura cognitiva. É através da relação entre esses
subsunçores com os novos conhecimentos que se dá a aprendizagem significativa, desde
que o conhecimento se ancora em conhecimentos especificamente relevantes,
preexistentes na estrutura cognitiva (MOREIRA, 1997). Ele descreve que as novas
informações ancoram em conceitos e proposições relevantes já presentes na estrutura
cognitiva (AUSUBEL, apud MOREIRA, 2014).
Há a possibilidade de não haver os subsunçores de interesse na estrutura
cognitiva de nossos discentes. Criar esses subsunçores faz parte de nosso dia a dia como
professor. Fazer atividades experimentais pode permitir ao discente deduzir novos
conceitos que passariam a ser os subsunçores que servirão para ancorar novos conceitos,
e assim ter aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa é progressista,
acumulativa, ou seja, a cada nova informação se ancora novos conceitos para que o
discente se tornasse pleno em seu conhecer.
Avaliar que um discente teve uma aprendizagem significativa, não é simples,
pois, segundo Ausubel, há discente que é capaz de memorizar até exemplos, na qual
seria uma aprendizagem mecânica.
5
Para o ensino médio, o PCN descreve que a Física deve assegurar que a
competência investigativa resgate o espírito questionador, o desejo de conhecer o
mundo em que se habita.
6
determinado experimento, um novo experimento, de maior dificuldade, era realizado
com os discentes.
Silva e Leal (2017) apresentam uma proposta completa de um laboratório
montado a partir de experimentos de baixo custo, para ser implementado nas escolas. O
estudo mostra que a implementação de um laboratório, em uma escola da rede estadual
do Rio de Janeiro, melhorou significativamente a aprendizagem dos conceitos de física
pelos discentes, além de proporcionar uma maior integração social no colégio.
Turchiello e Gomez (2016), construíram um experimento de baixo custo para
ensino de como a luz modifica o índice de refração do meio à qual está incidindo. A
partir desse experimento é possível discutir tópicos atuais do ramo da física, que possui
muitas aplicações tecnológicas.
Vilar et al., (2015), mediram o tempo morto de termômetros utilizados em
aulas experimentais de física. A partir do trabalho é possível discutir conceitos de erros
associados a medidas experimentais.
7
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.1. Motivação
Vários fatos contribuíram para a escolha do produto, sendo alguns descritos
abaixo:
8
3.2. Proposta
9
3.3.1. Construção do artefato de lançamento da esfera de aço (Lançador)
3.3.1.1. Material necessário
Uma mola de carburador de Brasília (25mm de comprimento por 10mm de
diâmetro)
20 cm de tubo de PVC de ¾” (20mm de diâmetro).
22 cm de cavilha de 8 mm de diâmetro.
Cola branca.
Broca de 2 mm para madeira ou metal.
Fotocopia de uma régua 7 cm.
Uma esfera de aço (junta homocinética).
3.3.1.2. Montagem
Fazer com uma broca de 2 mm dois furos na cavilha sendo um no meio (10,5 cm)
no qual será preso uma das pontas da mola e o outro na ponta (0,5cm) para auxiliar na
verificação da constante da mola.
Colar a fotocopia da régua na cavilha marcando 2 cm da ponta, observando o
alinhamento com tubo.
Fixar a mola na cavilha passando pelo furo do meio da cavilha.
Fazer um furo no tubo considerando o alinhamento da escala e o tubo e a posição
em que a ponta da mola livre está no tubo e assim fazer a marcação.
Fixar a cavilha dentro do tubo passando a extremidade livre da mola pelo furo do
tubo conforme visto na figura 5 e alinhando a régua a ponta do tubo.
10
3.3.2.2. Montagem da rampa
Furar a calha a uma distância de 1,0 cm de uma das pontas e a 1,5 cm da base com
uma broca de 5mm.
Furar os dois tubos de 105 cm de comprimento com a broca de 5mm a 4,0 cm de
uma das pontas.
Transpassar o parafuso pelo furo de um dos tubos de 105cm, pelo furo da calha,
por dentro do tubo de 5 cm pelo outro furo da calha e pelo outro tubo de 105 cm e colocar
a porca no parafuso apertando-os até fixar os componentes.
A calha é composta de duas partes: A calha propriamente dita e uma tampa que é
bem flexível, a qual devemos encaixar na calha para que a subida da bolinha ao ser lançada
pelo lançador seja suave.
11
CAPÍTULO IV
RESULTADOS E DISCUSSÃO
12
Figura 2. Alunos do IFRJ-CPAR, trabalhando em conjunto na utilização do
produto.
4.2. Relato do teste
4.2.1. Com as turmas do IFRJ-CPAR
Os alunos do IFRJ-CPAR acolheram a proposta sem encontrar a menor
dificuldade em executar a sequência do produto. Sendo necessário apenas dois tempos
de 50 minutos para a realizar todo o procedimento. Durante esse tempo eles
responderam o questionário, para análise do grau de conhecimento que possuíam sobre
a lei de conservação de energia. Passando para a parte do experimento, executaram
todas as etapas. Ressalto o esforço e a dedicação com que executaram toda a sequência
para a obtenção dos resultados no manuseio do experimento.
Os alunos realizaram o experimento em grupos, pois só havia dois produtos e
eles se revezaram, para que todos pudessem participar. As turmas se comportaram de
forma disciplinada, não foi necessário fazer qualquer intervenção. Muitos alunos
questionaram sobre a escolha dos materiais e a construção dos componentes do produto,
fora informado que o principal motivo da escolha era o baixo custo.
Durante a aplicação foi verificado, que os alunos conseguiam distinguir o
GRAVITACIONAL ” acontecia.
13
4.2.2. Analise e discussão do teste do produto no IFRJ campus Paracambi
1ª questão:
O que é energia?
Como pode ser visto no gráfico da figura 3 um grupo de 24 alunos
responderam que a energia é a capacidade de promover trabalho. Um outro grupo de 13
alunos responderam que é tudo o que promove ação ou movimento.
Outros dois grupos foram muito evasivos, tendo apresentado as seguintes
respostas:
“Uma coisa que promove outra coisa”;
“É a capacidade de um corpo gerar energia.”
14
O que é Energia?
30
25
20
15
10
0
Trabalho Movimento outra
2ª questão:
O que é trabalho?
As respostas que foram apresentadas está entre “força e deslocamento”(“o
trabalho nada mais é do que o deslocamento que ocorre em consequência de uma
força”), sendo que vinte e dois alunos deram essa resposta, como pode ser visto no
gráfico da figura 4, catorze alunos responderam entre “ força e movimento” (“o
trabalho é a força de um corpo que gera movimento”) e 3 não responderam.
As respostas indicam que os discentes têm conhecimento, que o trabalho é
produzido por uma força, que realiza um deslocamento, mas não foram dadas respostas
formais indicando que o trabalho é uma grandeza escalar e que depende do ângulo entre
a força e o deslocamento.
15
O que é trabalho?
25
20
15
10
0
Força + Deslocamento Força + Movimento outras
3ª questão:
Qual é o conceito de energia mecânica?
Conforme o gráfico da figura 5, foi observada quatro categorias de respostas:
sendo treze respostas associadas a capacidade de realizar trabalho (“a energia
mecânica é algo que tem a capacidade de realizar trabalho e tem entre elas várias
energias”); onze associando a energia ao movimento ou armazenada a um sistema
físico (“a energia mecânica é aquela que aconteceu devido ao movimento dos corpos
ou armazenada nos sistemas físicos”); onze relacionado a energia mecânica a soma das
energias cinética, potencial gravitacional e elástica (“a energia mecânica é a
concentração da energias gravitacional, elástica e cinética”) e quatro respostas
associadas a outros conceitos (“a energia mecânica é o tipo de energia que pode se
transferir”; outra “a energia mecânica são quais energias que estão atuando em um
corpo e quais emergias estão se conservando”).
16
Qual é o conceito de Energia
Mecânica
14
12
10
8
6
4
2
0
Trabalho Movimento Potencial + Transferência e
Cineticas + Elàstica Conservação
4ª questão:
Quais são os tipos de energia mecânica?
Todos responderam corretamente, indicando que os discentes têm o devido
conhecimento sobre os tipos de energia mecânica.
Segue abaixo umas das respostas obtidas.
“Os tipos de energia mecânica são: a energia potencial gravitacional,
energia potencial elástica, energia cinética”.
5ª questão:
a) Definição de Energia potencial gravitacional
17
Como pode ser visto no gráfico da figura 6 as respostas foram: relacionando
um corpo a altura que ele se encontra e um referencial; relacionando a energia ao
trabalho da força peso; relacionando a energia a gravidade entre corpos e outros que
relacionaram trabalho a uma força sem especificar que força é.
Abaixo seguem algumas das respostas:
1. “É a energia obtida quando consideramos o deslocamento de um
corpo na vertical”;
2. “É a energia de um corpo que está associado ao trabalho da força
peso”;
3. “É a energia que a gravidade exerce”;
4. “É a capacidade que corresponde ao trabalho que a força realiza”.
Percebe-se que os discentes, embora tenham suas dificuldades em descrever o
conceito, possuem certo domínio do tópico. Todas as perguntas relacionam a energia
potencial a força peso, um dos possíveis motivos para que as respostas apresentem
visões diferentes de um mesmo conceito.
14
12
10
0
Altura Trabalho X Peso Gravitação outros
5ª questão:
b) Definição de Energia Potencial Elástica:
Como pode ser visto no gráfico da figura 7, as respostas foram: relacionando
Energia Elástica ao trabalho da força elástica; relacionando a deformação de uma mola;
18
a deformação de um corpo e outras que foram evasivos ou não responderam. Segue
abaixo algumas respostas:
1. “corresponde ao trabalho que a força elástica realiza;”
2. “É a energia armazenada numa mola ou elástico deformado;”
3. “É a energia associada a deformação de um corpo;”
4. “É a energia armazenada em um sistema físico”.
Nessa última resposta o aluno houve um equivoco, porém a resposta número 3
caracteriza os que estudam ensaios mecânicos. quando aplicado em um corpo uma força
qual é o limite em que esse corpo é deformado. A primeira e a segunda respostas estão
dentro do conceito da energia elástica, habitualmente trabalhado.
5ª questão:
c) Conceito de Energia Cinética.
Dos 39 alunos, um não respondeu corretamente ou outro não respondeu.
A resposta equivocada foi a seguinte: “ energia realizada por um corpo”. Essa
resposta demonstra mais uma vez, o que acontece em grande parte dos casos, em que os
alunos respondem o questionário de forma rápida sem a devida a atenção, pretendendo
somente terminar a tarefa. Em contrapartida dentre das respostas correta podemos
destacar: “é a energia ligada ao movimento que os corpos possuem e ela é
proporcional a massa e a velocidade da partícula (corpo) que se move”.
19
4.3. Local de Aplicação: Colégios Estaduais
O produto foi aplicado em três turmas do segundo ano do ensino regular médio
de escolas da rede estadual de ensino, localizada em Volta Redonda. Nas turmas o
produto foi aplicado na integra, conforme descrito no manual. Pois, foi necessário que o
docente, trabalhasse primeiramente os conceitos de energia. Sendo duas turmas do
Colégio Estadual Pedro Magalhães e uma do Colégio Estadual Piauí.
É importante ressaltar que, a aplicação do produto se deu em consonância com
o artigo 35 da LDB no inciso II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de adaptar-se com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores, pois os
discentes tiveram a possibilidade de realizar o procedimento de montagem e execução
do produto.
O produto, ao ser aplicado nessas três turmas do ensino médio, criou a
possibilidade de estabelecer diversas análises, sendo uma delas apoiado no inciso I do
mesmo artigo 35 da LDB, que cita dentre as finalidades do ensino médio: a
consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino.
20
verificar a mudança ocorrida na aprendizagem, considerando que eles possuíam algum
conhecimento prévio sobre o assunto energia e com o uso do produto o que mudou em
seus conceitos. Mesmo assim, alguns alunos não quiseram responder.
21
Observe a situação descrita na tirinha abaixo.
Sem saber as opções, os alunos comentaram que no arco e flecha havia energia
elástica, mas alguns alunos argumentaram na existência de energia potencial
gravitacional, por indução do segundo quadro, enquanto outros falaram que ao sair do
arco a flecha se movimenta e, portanto, tem velocidade, logo energia cinética. Ai
mostrando as opções, chamando a atenção para “ assim que o menino lança a flecha”
todos concordaram que houve transformação de energia elástica em energia cinética.
Letra C.
Segundo exemplo:
Em uma montanha russa um menino de 50 kg está sentado em um
carrinho de 500 kg, é abandonado de um ponto a 20 m de altura em
relação ao solo. Sabendo que a aceleração da gravidade é 10 m/s²,
determine a energia mecânica quando o carrinho atinge o solo:
Além da dificuldade em trabalhar os cálculos matemáticos, os discentes
também demonstraram dificuldade em entender a diferença entre “abandonar e jogar um
corpo” um a velocidade é zero e o outro a velocidade é qualquer valor não nulo.
22
questionário. Já na turma do Colégio Estadual Piauí um grupo, com o desanimo
peculiar, não queria participar, apesar de cumpriram sem muita dificuldade o manuseio
do produto e responderem ao questionário.
As figuras 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 apresentam os alunos utilizando o produto.
23
Figura 10. Alunos do Colégio Estadual Pedro Magalhães utilizando o produto.
24
Figura 12. Alunos do Colégio Estadual Pedro Magalhães utilizando o produto.
25
Figura 14. Alunos do Colégio Estadual Piauí utilizando o produto.
26
O que é Energia?
25
20
15
Antes do Produto
10 Após o Produto
0
Tipo de Energia Trabalho outros
Figura 15. Gráfico das respostas da pergunta 1 do pré-teste verso após a aplicação do
produto.
Como pode ser visto no gráfico da figura 15, após a aplicação do produto
vinte e três alunos relacionaram a energia com a produção de trabalho (“capacidade de
um corpo ou uma substancia de um sistema físico tem de realizar trabalho”), vinte
dois relacionaram a energia a qualquer tipo de transformação em outra energia (“é a
capacidade que alguma coisa de se transformar em outra”) e cinco não responderam.
Percebe-se claramente que o aluno tem dificuldade em articular as palavras, ora por
querer se livrar das perguntas, ora por falta de vocabulário.
2ª questão:
O que é Trabalho segundo a Física?
Antes da aplicação do produto os alunos responderam à pergunta: o que é
trabalho segundo a física? Foi percebido que as respostas, apesar diferentes tinham
relação com energia, ou associavam o trabalho a alguma atividade. Abaixo são
apresentadas algumas respostas.
“É alguma forma de propagação de energia.”
“É um ato de perder ou ganhar energia.”
“É tudo aquilo que vai gerar algo ou alguma coisa.”
Como pode ser visto no gráfico da figura 16, após a aplicação do produto dez
alunos relacionaram trabalho a perder ou ganhar energia. Outro dez relacionaram a
atividade, sendo as mais comuns: “realizar uma ação”; “é realizado por tudo aquilo
27
que tem movimento”. Entretanto a maior parte dos discentes respondeu que trabalho é
força vezes distância ou deslocamento.
Figura 16. Gráfico das respostas da pergunta 2 do pré-teste verso após a aplicação do
produto.
3ª Questão:
O que é Energia Mecânica?
Como pode ser visto no gráfico da figura 17, com o conhecimento prévio trinta e
um alunos responderam que a energia mecânica está ligada a força ou ao movimento.
Enquanto treze responderam, que estava ligada a máquinas e seis não responderam.
Abaixo são apresentadas algumas das respostas.
“A energia mecânica é o conjunto de energia que envolve movimento, exemplo
quando levantamos um peso.”
“É a energia que pode ser transferida por meio de força.”
Após ter trabalhado os conceitos e aplicado o produto 47 responderam que é a soma das
energias potencial gravitacional mais a cinética e 3 não responderam.
28
O que é Energia Mecânica?
50
45
40
35
30
25 Antes do Produto
20
Após o Produto
15
10
5
0
Força e Máquinas Soma de outros
Movimento Energias
Figura 17. Gráfico das respostas da pergunta 3 do pré-teste verso após a aplicação do
produto.
4ª questão:
Quais são os tipos de energia mecânica?
Todos responderam corretamente.
5ª questão:
a) Definição de Energia potencial gravitacional
Como visto no gráfico da figura 18, vinte dois alunos responderam que a
energia potencial gravitacional é a relação da energia que um corpo possui com a altura,
que ele se encontra conforme um referencial. Por outro lado, sete relacionaram a energia
ao trabalho da força peso exercida por um corpo. Dezessete alunos relacionaram a
energia proveniente da força gravitacional entre corpos e outros quatro não responderam
ou não foi relevante as suas considerações. Segue algumas das respostas:
“É a energia associada ao estado de separação entre dois objetos que se
atraem mutuamente através da força gravitacional.”
29
Vários questionários apresentaram essa resposta, sendo o conceito acima
apresentado em várias páginas da internet. Logo conclui-se que todos que responderam,
com tal resposta faziam parte do mesmo grupo.
Outras respostas:
“É a energia que se acumula quando se está em uma certa altura; ”
“È a aplicação da massa vezes a gravidade vezes a altura;”.
“peso vezes altura”.
Nas respostas acima é possível verificar, que as mesmas foram dadas
propriamente pelos discentes.
20
15
10
0
Altura Trabalho do Peso Gravitação outros
5ª questão:
b) Definição de Energia Potencial Elástica:
Como pode ser visto no gráfico da figura 19, relacionaram a energia elástica ao
trabalho da força elástica dezessete alunos, e vinte relacionaram a deformação de uma
mola, seis a deformação de um corpo e outros sete foram evasivos ou não responderam.
Segue abaixo algumas das respostas.
“corresponde ao trabalho realizado pela força elástica”
“É a constante elástica vezes a deformação da mola elevado ao quadrado
dividido por 2”.
“é a energia devido a deformação da mola”.
30
“é a energia que a tem quando é acionada.”
20
15
10
0
Trabalho da Força Deformação da Mola Deformação de um Outros
Elástica Corpo
5ª questão:
c) Conceito de Energia Cinética
Todos os discentes responderam de forma similar a resposta acima, sendo as
respostas mais comuns: “ quando há algum movimento do objeto (carro, bola) ”;
“massa vezes a velocidade elevado ao quadrado dividido por 2”; “ é a relação entre
massa e velocidade”; “é a energia proporcionada pelo movimento”. Apesar da
simplicidade nas respostas nenhuma delas se mostram totalmente equivocadas.
31
CAPÍTULO V
CONCLUSÃO
32
Com isso, pelas analises, pode-se dizer que houve aprendizagem, o que é
confirmado pelos resultados do pré-teste que mostraram, que o domínio do conteúdo
por parte dos discentes melhorou de forma significativa.
Acredita-se que o produto tenha outras utilidades nas aulas de física, como por
exemplo do cálculo da força elástica, onde é possível fazer um experimento de
calibração da mola. O produto também pode ser utilizado em conjunto, por exemplo,
com software Tracker, que dentre diversas funcionalidades, destaca-se a confecção de
gráficos a partir de dados obtidos por vídeos ou outros recursos.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONJORNO, José Roberto et al. Física, vol. 1, 2 e 3. São Paulo, FDT, 2013.
32
OLIVEIRA, Filipa; PAIXÃO, José António. Hands-on classroom experiments to study
the characteristics of an electric generator (voltaic cell) and receiver (voltameter) using
simple, low-cost and easy-access materials. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.
39, n. 1, 2017.
SILVA, José Carlos Xavier; LEAL, Carlos Eduardo dos Santos. Proposal for low cost
physics laboratory for public high school. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 39,
n. 1, 2017.
33
APÊNDICE A: Currículo do segundo ano ensino médio ministrado nas escolas
estaduais do Rio de Janeiro
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APÊNDICE B: MANUAL DE CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO
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1. Objetivos
O desenvolvimento do conhecimento da física traz como consequência o
desenvolvimento da tecnologia e a física é fruto da observação da natureza. Além disso,
a aprendizagem é facilitada, quando o aluno consegue ver o conhecimento em sua vida
cotidiana.
Por definição a energia é a capacidade que um corpo possui em realizar um
trabalho, e a busca por dominar a energia sempre foi um interesse dos seres humanos.
Buscando alternativas para uma aprendizagem mais significativa, neste
trabalho foi construído, um artefato, visto na figura 12, com material de baixo custo,
com objetivo de facilitar a aprendizagem, de alunos do ensino médio, do princípio da
conservação de energia mecânica através das transformações ocorridas entre as energias
potencial elástica e potencial gravitacional. A observação experimental desse princípio
irá possibilitar os discentes verificar o quanto esse tema, está presente em seu dia a dia.
Para facilitar a compreensão da construção do experimento desenvolvido nesta
tese, os materiais necessários e os procedimentos de montagem foram divididos em
duas partes (construção do artefato de lançamento da esfera de aço e construção da
rampa de lançamento), que serão discutidos nos tópicos abaixo.
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Figura 2. Foto ilustrativa de uma broca de 2mm
2.2. Montagem
Caso sejam encontradas dificuldades na montagem ou queiram colaborar com
sugestões ou críticas podem entrar em contato pelo e-mail: fbaylao@gmail.com
2.2.1. Etapas
1. Fazer com uma broca de 2 mm dois furos na cavilha sendo um no meio (10,5 cm) no
qual será preso uma das pontas da mola e o outro na ponta (0,5cm) para auxiliar na
aferição do dinamômetro, conforme visto na figura 4.
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2. Colar a fotocopia da régua na cavilha marcando 2 cm da ponta, observando o
alinhamento com tubo, conforme visto na figura 5.
3. Fixar a mola na cavilha passando pelo furo do meio da cavilha, conforme visto na
figura 4.
2. Fazer um furo no tubo considerando o alinhamento da escala e o tubo e a posição em
que a ponta da mola livre está no tubo e assim fazer a marcação, conforme figura 5.
5. Fixar a cavilha dentro do tubo passando a extremidade livre da mola pelo furo do
tubo conforme visto na figura 5 e alinhando a régua a ponta do tubo, conforme figura 6.
Alinhar furo
do tubo com Alinhar tubo
a ponta da com a ponta
mola. da cavilha.
Alinhar tubo
com escala.
2,0 cm
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Alinhamento escala-tubo
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Para o caso do experimento construído a constante elástica da mola, calculada
utilizando a etapa 8 foi:
[1]
[2]
[3]
[4]
⁄ [5]
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Figura 12. Foto ilustrativa da montagem da rampa.
Aulas 1 e 2
Levantar os conhecimentos prévios dos discentes sobre o tema energia a partir
de um pré-teste. A partir dessas informações expor o conceito físico de energia e
apresentar suas diversas aplicações no cotidiano. Em seguida formalizar o conceito
físico de energia mecânica e apresentar as suas formas.
O pré-teste aplicado neste trabalho foi:
1. O que é energia?
2. O que é trabalho segundo a física?
3. Qual o conceito de energia mecânica?
4. Quais os tipos de energia mecânica?
5. Defina:
a. Energia potencial gravitacional?
b. Energia potencial elástica?
c. Energia cinética?
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Aulas 3 e 4
Promover um debate com os discentes, sobre o tópico conservação da energia e
sua importância no cotidiano. Em seguida formalizar os conceitos de energia cinética,
potencial e conservação da energia mecânica. Nesta etapa o experimento já pode ser
utilizado para demostrar o fenômeno.
Aulas 5 e 6
Resolver exercícios teóricos, sobre conservação da energia mecânica, com os
discentes para auxiliar na compreensão teórica.
Aulas 7 e 8
Realizar junto com os discentes o experimento e pedir que eles discutam os
fenômenos observados pela realização experimento e de que forma isso foi realizado.
Em seguida entregar o experimento e instruir os discentes, a realizar o experimento com
base no roteiro abaixo.
Roteiro:
1. Cálculo da constante elástica: Usando a massa de 1 kg, calcular a constante elástica
da mola.
2. Montar a rampa:
3. Arremessar a esfera de aço de 20g, distendendo a mola em 0,04m.
4. Anotar dados:
5. Descreva os tipos de energia envolvidos no experimento.
6. Em que momento houve trabalho?
7. A inclinação da rampa influencia na energia final do sistema?
8. A energia se conservou? Explique:
9. Usando os dados do roteiro em relação ao sistema, determine: A energia elástica
inicial ( );
10. Usando o teorema da conservação de energia mecânica, qual é a altura que a esfera
de 20g alcança ( )?
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Aplicar novamente as questões do pré-teste. Em seguida promover um debate
entre os discentes, para que eles possam explicitar de que forma o aparato auxílio no
processo de aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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