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Vitor Tsuyoshi Silva Yoshioka

Licenciatura em Filosofia
Filosofia do Conhecimento I

TEORIA DO CONHECIMENTO EM KANT: A


EXPLICAÇÃO CRÍTICO-TRANSCENDENTAL

A educação é o maior e mais difícil


problema imposto ao homem.
Immanuel Kant.

Resumo

Neste texto abordaremos o que podemos chamar de grande


formulação de Kant para filosofia, no qual não apenas
tentou-se demonstrar a origem, ou origens da razão, mas
teve como objetivo dar uma resposta satisfatória aos
modelos empiristas e racionalistas da época. Tal criticismo,
declara Kant, nos mostra que o conhecimento não pode
prescindir a experiência (coincidindo com empirismo); por
outro lado sustenta que o conhecimento com bases empíricas
não pode abster-se de elementos racionais; deste modo a
validade universal só é adquirida quando os dados
sensoriais são ordenados pela razão.

Palavras-Chave: Epistemologia de Kant; idealismo


transcendental; teoria do conhecimento; empirismo-
racionalismo.

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I. Introdução
Para analisarmos todas as nuances deste pensamento, é
preciso identificar-mos os pontos de ruptura, tanto para o empirismo
quanto para o racionalismo, que culminaram com esta nova
concepção filosófica à respeito do conhecimento. Após isto,
detalharemos os modelos que nos levam a entender as funções da
experiência, como ela é obtida e de que forma nos é apresentada,
unificada e então usada por nosso intelecto.
Só então, teremos uma definição mais clara da optica
Kantiana do transcendentalismo e suas respectivas críticas às bases
do conhecimento científico.
Mas o que vem a ser o conhecimento?
Para adentramos ao cerne da matéria, preliminarmente faz-se
necessário investigar o que vem a ser o conteúdo que pressupõe a
transcendência para depois apresentarmos os “sistemas dos
conceitos” que atingem nosso modo de conhecer as coisas. Nesse
ponto podemos inferir que o conhecimento vem a ser o recebimento
de algo que se encontra fora de nossa mente, e que reserva alguma
qualidade perceptível à consciência.
Ao examinar o conceito de conhecimento, somos capazes de
concluir que este dá-se a partir de dois termos - um sujeito, que
conhece ou quer ter ciência; e aquilo que tende a ser o objeto
daquela reflexão.
A palavra objeto deriva dos termos “ob” e “jectum” que é
aquilo que faz perante nós; como se projeta diante de nossa
contemplação; conhecer um objeto seria observar este objeto,
trazendo sua representação para dentro da nossa consciência, tal
como o seu conteúdo se constitui.
O conhecimento científico pode ser classificado como aquele
que busca, através do ordenamento dos objetos, uma causa, razão ou
circunstância que possa ser verificado e replicado diante da mesmas
premissas.
Tal ordenamento constitui-se em um método, o método
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científico, que opera o mediante a estrutura e classificação de
fenómenos observados na realidade para de forma lógica representar
relações entre conceitos e manifestar juízos.

II. Possibilidades do conhecimento

Existiam, desde as origens da filosofia no mundo ocidental


duas formas distintas de explicação para as origens e possibilidades
do conhecimento; o empirismo e o racionalismo. As bases da ciência
e da razão encontravam-se reunidas entre estas duas formulações de
pensamento metodológico que também estavam separados pelas
diferenças culturais de seus pensadores.
No momento de ascensão a filosofia moderna, foi-se
desenvolvendo, cada vez mais, críticos ao conhecimento em si. Para
os filósofos modernos a base central de seus questionamentos
poderia ser resumida na própria questão do pensamento humano;
afim de resolver, ou pelo menos delinear as gênesis do
conhecimento, investigou-se as correlações entre sujeito e objeto, ou
de que forma poderemos correlaciona-los para que de suas
intercessões conseguir apontar uma constate de racionalidade
objetiva.

III. O empirismo

Dado a concepção conceitual do conhecimento, é preciso


descobrir as fontes onde o homem irá buscar seus elementos e de
que maneira o faz; neste contexto destacam-se três correntes de
pensamento acerca da ciência:

A primeira delas é o empirismo, a corrente de pensamento


que sustenta como sendo a origem fundamental de conhecimento a
experiência, ou experiência sensorial. São várias as manifestações do
empirismo durante a história, desde a Grécia Antiga até a idade
moderna. Em nossos dias, por exemplo, tem notória aplicabilidade
em pesquisas sobre filosofia da ciência e teoria da linguagem.
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Mas qualquer que seja a esfera de aplicação de suas
observações o que a caracteriza fundamentalmente é sua asserção
sobre a epistemologia, onde afirma que todo conhecimento sintético
absorve em sua gênesis a experiência e somente pode ser
considerado válido quando verificado por fatos metodologicamente
observados.

Dentro desde universo, podemos observar a mais cristalinas


exposições do empirismo na obra de John Locke (1632-1704), em
seu livro Ensaios sobre o entendimento humano. Nesta obra o
filósofo inglês procura demonstrar que as sensações são o ponto de
partida de tudo aquilo que se conhece, e nossos ideais são estruturas
com os quais os sentidos se relacionam com a realidade.

Para os empiristas, todas as ciências obedecem a uma única


estrutura, e portanto guardam condições inerentes de
verificabilidade, isto porque existe uma única fonte para verdade e
para o conhecimento, e aquilo que não puder ser verificado
experimentalmente, não pode ser usado como matéria da ciência.
.

IV. Racionalismo

No entanto, existe outra maneira de ordenar os fatos e propor


um arranjo epistemológico da razão humana e o seu papel no
processo cognitivo: a ideia de que os fatos apresentados de maneira
direta e intuitiva são componentes indispensáveis para a fonte do
conhecer, mas também no conceito o qual os fatos não são fontes de
todo conhecimento e por si só, não são capazes de oferecer “certeza”

Para criarmos um contraponto entre as configurações


empiristas e racionalistas, vamos lembrar do juízo de Locke, o qual,
em seu Ensaio sobre o Entendimento Humano defende que não pode
haver inteligência que não tenha passado pelos sentidos; esta posição
até hoje bastante aceita foi contrariada pelo então filósofo e
matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646 - 1716) em seu
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livro intitulado Novos ensaios sobre o entendimento humano. Neste
livro, ao criticar o posicionamento dos empiristas, Leibriz afirma que
na realidade nem todas as verdades são verdades de facto, uma vez
que a estas deveriam ser propostas em duas linhas de raciocínio:
distinguindo-se portanto em verdades de facto e verdade de razão.

Sua análise procede de maneira onde ele consente que o que


existe forma-se nos sentidos, porém sobre esta estende-se o
raciocínio para uma exceção, a própria inteligência

Ora, se é a inteligência capaz de ordenar todo material obtido


nos sentidos, pode-se concluir que as características da inteligência
não poderão ser resultado destas sensações. Logo, a inteligência
deverá possuir função e valor próprios, e composta de verdades
alheias aos fatos.

As verdades de facto são contingentes e particulares


resultando sempre a possibilidade de correção e sendo válidas dentro
limites determinados. No que diz respeito a verdades de razão, pelo
contrário, são inerentes ao próprio pensamento humano, e portanto
estão dotados de universalidade e certeza, consequentemente as
verdades de razão não tem sua origem do facto, mas constituem as
condições do pensamento para chegar a conhecer aquilo que está nos
factos, ou que através dos factos se revela.

IV. O idealismo transcendental de Kant

A possibilidade de conhecimento é o ponto matriz de todo


pensamento Kantiano, suas observações refletem nas circunstancias
que permitam alcançar tal conhecimento, na sua obra crítica da razão
pura ele nos trás um breve resumo da sua trajetória em busca pelo
que entende por “conhecer”:

Que todo o nosso conhecimento começa com a experiência, não


há dúvida alguma, pois, do contrário, por meio do que a facul-

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dade de conhecimento deveria ser despertada para o exercício
senão através de objetos que tocam nossos sentidos e em parte
produzem por si próprios representações, em parte põem em
movimento a atividade do nosso entendimento para compará-
las, conectá-las ou separá-las e, desse modo, assimilar a maté-
ria bruta das impressões sensíveis a um conhecimento dos obje-
tos que se chama experiência? Segundo o tempo, portanto, ne-
nhum conhecimento em nós precede a experiência, e todo ele
começa com ela.
Mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experi-
ência, nem por isso todo ele se origina justamente da experiên-
cia. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conheci-
mento de experiência seja um composto daquilo que recebemos
por impressões e daquilo que a nossa própria faculdade de
conhecimento (apenas provocada por impressões sensíveis)
forne- ce de si mesma, cujo aditamento não distinguimos
daquela ma- téria-prima antes que um longo exercício nos tenha
tornado a- tentos a ele e nos tenha tornado aptos à sua
abstração (Kant, 1987, p. 1. Grifo no original).

Seu estudo implica numa metodologia do ato de conhecer e


os tipos de conhecimento, e enfim localiza-los diante da relação
sujeito-objeto indagando suas condições e pressupostos. Esta
perspectiva tem como natureza sintética a aceitação e recusa das
correntes do empirismo e racionalismo, mas com valor próprio e
independente ainda que possa tratar das mesmas problemáticas.

Kant continua afirmando que a fonte do conhecimento é a


experiência, tal qual faziam os filósofos empiristas, contudo declara
que algumas condições existentes fazem com que as impressões
sensíveis convertam em conhecimento, assumindo uma premissa
racionalista, essa “dualidade” consegue ser resumida neste excerto:

Se não começarmos da experiência ou se não procedermos se-


gundo leis de interconexão empírica dos fenômenos, nos van-
gloriamos em vão de querer adivinhar ou procurar a existência
de qualquer coisa (Kant, 1987; p. 273/274).
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Para kant, os conceitos sem as instituições são vazios; as
instituições sem os conceitos são cegos 1 . Esta sentença levanta
aquilo que pode ser concebido como preceito empíricos descobertos
pelas sensações, seriam desprovidos de significado caso fossem
desligados dos conceitos próprios do entendimento ou intelecto; e os
conceitos, seriam vagos se não recebessem o conteúdo dos
elementos empíricos.

O transcendente, coloca-se além da experiência; o


transcendental é, por assim dizer, algo de precedente lógica em
relação a experiência que só se revela no processo de obtenção da
própria experiência. É somente na experimentação que o espírito dá-
se conta de ser possuidor de formas e categorias condicionates da
realidade.

O transcendental supera a lógica, porém não de maneira


temporal ou psicologicamente, a experiência, o que acaba por
determinar o prelúdio do conhecimento. Entrando em contacto com
a experiência, mas não graças exclusivamente a ala que o espírito se
revela na autoconsciência de suas formas a priori, ou aquilo que
pode tornar possível o contacto direto com a experiência.

As instituições concretas, tais como espaço e tempo,


máximas matemáticas; não podem ser concebidas como anteriores à
experiência factual, a não ser em seu sentido lógico: é nesse sentido
de anterioridade funcionalmente lógica que consiste a
transcendentalidade.

É possível dizer que, sua justificativa transcendental


estabelece o conhecimento como válido assim que o elemento
empírico se encontra com o entendimento, para que o arco do
conhecimento esta fechado; caso que só é possível em razão da força
originária e sintética do espírito.

Dessa forma, conhecer, para Kant, é a possibilidade de união


de um elemento material de disposição empírica e intuitiva aos
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A intuição "refere-se imediatamente ao objeto e é singular" (Kant, 1988; p. 377).
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elementos formais de estrutura intelectual a priori encadeados aos
dados sensíveis, viabilizados pela sua ordenação.

IV. Dos Juízos: Analíticos e Sintéticos

Em kant, o espírito humano é constituído de formas


condicionantes da assimilação sensível. O conhecimento, portanto,
será sempre suplementar às várias medidas que são, ou as formas a
priori da sensibilidade, ou as categorias a priori do entendimento. O
homem só poderá conhecer desde que contribua construtivamente
para o ato de conhecer, exercendo a síntese da matéria e forma,
caminhando paralelamente aos juízos analíticos, que serão sempre a
priori, e dos sintéticos e posteriori. Kant, demonstrou que o
individuo “constitui” o conhecimento, mesmo no momento
fundamental da sensação.

As sensações só podem acontecer dentro dos nossos sentidos


e inseridos nos condicionais de tempo e espaço. Dentro do ato de
conhecer subtende-se nossa limitação da subjetividade de algo até
transformar em objeto. No pensamento Kantiano, o conhecimento é
sempre uma subordinação do real a medida do humano.

Por isto, Kant, buscou esquematizar essas medidas de forma


rígida e predeterminadas, como fosse possível classificar de maneira
permanente os modos de conhecimento em função de um posto de
vista imutável do espírito, como se este fosse dotado de categorias
fixas com as quais se subordinaria qualquer experiência possível.

A elucidação dos juízos em Kant, trás a diferenciação entre


os chamados juízes analíticos e juízos sintéticos, desta forma ele
formaliza as constituições do conhecimento impondo-se a razão.

Os juízes analíticos são a priori, isso significa que possuem


natureza universal e necessária, independente da experiência, uma
vez que têm valor meramente explicativo. Nestes juízos o predicado
não determina senão uma marca já implícita no conceito do sujeito;

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são puramente formais e destituídos de conteúdo (citação). é
portanto de sua condição conceitual, criticada por muitos lógicos
contemporâneos que o julgam pura e simplesmente como apenas
“modos de linguagem” ou unicamente um atalho linguístico, como
ele mesmo evidencia:

(...)os princípios analíticos são, na verdade, altamente


importantes e necessários, mas só para chegar à clareza dos
conceitos exigidos para uma síntese segura e vasta (Kant, 1987;p.
13 / 14).

Já os juízes sintéticos, podem ser divididos em juízos


sintéticos a posteriori e em juízos sintéticos a priori, os de natureza
a posteriori possuem sua validade configurada de maneira particular
e contingente, isto é, consequência de determinada experiência,
localizando-se no resultado lógico derivado do sujeito e o predicado
afetados pela contingência dos fatos observados.

Foi partindo da análise da qualidade desses juízos que


Kant teve de formular um dos máximos problemas da teoria do
conhecimento, quando reclamou que nem os juízos analíticos nem os
sintéticos a posteriori podiam ser juízes próprios da ciência.

Neste momento, Kant finda por conceber um juízo de


terceira espécie, o que denominou como juízos sintéticos a priori,
aquilo que vem a ser inquisição central de toda crítica da razão pura,
ou o que veio a ser taxado como sua grande ´´revolução
copernicana´´. Um exemplo dado por ele é o da Física:

A título de exemplo quero citar algumas proposições tais como


as seguintes: em todas as mudanças do mundo corpóreo a
quantidade de matéria permanece imutável, ou, em toda a
comunicação de movimento ação e reação têm que ser sempre
iguais entre si (Kant, 1987; p. 18).

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V. Conclusão

Ao nosso ver, o que há de essencial na teoria do


conhecimento em Kant é a sua concepção do espírito como
transcendentalmente capaz de compor unidade lógica de maneira
sintética e valida quando confrontados pelos dados da experiência.

É preciso lembrar que o sentido de a priori em Kant tem


nada a ver com o sentido de “inato”, tampouco significa algo que
proceda no tempo à experiência. Para conceber o a priori kantiano
deve-se entender o que há de essencial no seu pensamento: o
atributo trancedental sintético das combinações, graças aos quais
temos a capacidade de pender os “objetos”, ou a unidade
transcedental ou objetiva da percepção.

Kant explica-nos que há formas e categorias a priori em


nosso espírito, na sensibilidade e na inteligência, com uma função
legisladora da realidade. O que quer dizer que em nosso espírito
existem esquemas ou leis a priori; formas ou categorias que ao
colidir com a experiência acabam eternando-se.

Como pôde ser visto, Kant modelou, de acordo com seu


tempo a concepção da ciência tendo como base a rigidez de seus
esquemas e o excesso de inflexibilidade, neste trabalho embarcamos
nessa reflexão, afim de demonstrar de que facto se da o ´´conhecer´´
dentro de nossa nação, a optica kentiana sem dúvidas conseguiu
abranger e criar motes significativos para o pensamento humano
resultando nos mais diversos resultados dentro da história da
filosofia.

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VI. Bibliografia

DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Campinas

KANT, I. Crítica da razão pura Vol. I. São Paulo, 1987

PASCAL, G. O pensamento de Kant. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.

PÉREZ, R. G. História básica da Filosofia. São Paulo, Nerman, 1988.

MIGUENS, S. Compreender a Mente e o Conhecimento, Porto, 2007

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