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ESTRATÉGICO
No livro Safári da estratégia (2008), Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel discutem, a
partir de abordagens diversas, o que é pensamento estratégico. Os autores identificam 10 diferentes
escolas de pensamento e descrevem a sua origem e história, os seus conceitos básicos, aplicações,
vantagens e desvantagens, além de situações em que a utilização de cada uma delas é mais apropriada.
Essa abordagem tem como base os estudos de Selznick (1957) sobre a noção de competência distintiva
e sobre a necessidade de relacionar o ambiente interno da organização às suas perspectivas externas. Os
estudos de Chandler (1962) também foram importantes, pois estabeleceram a relação entre a estratégia
de negócios e a estrutura da organização, demonstrando que a estrutura é derivada da estratégia.
Uma vez criadas, as estratégias devem ser avaliadas para que a melhor delas seja escolhida. Segundo
Rumelt (1997), os seguintes itens devem ser levados em conta na avaliação de estratégias:
consistência – a estratégia não deve apresentar objetivos e políticas mutuamente
inconsistentes;
consonância – a estratégia deve representar uma resposta adaptativa ao ambiente externo e
às mudanças críticas que ocorrem dentro desse ambiente;
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vantagem – a estratégia deve criar ou manter as vantagens competitivas da organização nas
suas diferentes áreas de atuação e
viabilidade – a estratégia deve ser passível de implantação, sem gerar esforços demasiados
ou criar problemas insolúveis para a organização.
Finalmente, a estratégia escolhida deve ser implementada. De acordo com a metodologia da Escola do
Design, a sustentabilidade das estratégias propostas está apoiada em sete premissas:
as estratégias devem ser formuladas a partir de um processo racional, formalizado, controlado,
deliberado e não intuitivo;
a responsabilidade pela formulação e pelo controle das estratégias é do executivo principal –
essa pessoa é o estrategista;
o modelo de formulação das estratégias deve ser simples e informal;
as estratégias devem ser únicas – devem ser elaboradas com base na realidade de cada
organização;
o processo de design está completo quando as estratégias parecem plenamente formuladas
como perspectivas, prontas para serem implementadas;
as estratégias devem ser explícitas, ou seja, precisam ser claras, simples e específicas – a
simplicidade é a essência da estratégia e
a implementação só pode ocorrer depois de as estratégicas serem totalmente desenvolvidas de
modo único, explícito e simples.
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5. operacionalização das estratégias – as estratégias que foram delineadas na etapa anterior
são detalhadas e decompostas por toda a organização. Criam-se então estratégias e
subestratégias para cada nível hierárquico, visando ao sucesso da implantação e da
operacionalização do que foi acordado. O processo de controle é desenvolvido junto ao
detalhamento e à decomposição das estratégias, visando garantir o alinhamento da organização.
A Escola do Posicionamento não prescreve uma estratégia específica para cada empresa. Ao colocar o
foco no estudo da estrutura da indústria, essa escola busca identificar qual é a melhor estratégia
considerando as condições específicas da indústria, e não da organização.
Como pudemos observar, a Escola do Posicionamento possui muitas semelhanças com as Escolas do
Design e do Planejamento. No entanto, o processo busca identificar uma estratégia específica, e não
um conjunto (ou perspectiva) de estratégias, como na Escola do Design, ou um conjunto coordenado
de planos, como na Escola do Planejamento.
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As premissas da Escola do Posicionamento são as seguintes:
as estratégias são genéricas, comuns às organizações, e identificam posições específicas no
mercado;
o mercado é competitivo e baseado na racionalidade econômica;
o processo de formulação da estratégia busca selecionar uma estratégia genérica de competição
por meio de um processo analítico;
os analistas são peças fundamentais do processo, alimentando os gestores – responsáveis pelas
escolhas – com recomendações baseadas em um processo analítico devidamente quantificado e
as estratégias são geradas por esse processo e então detalhadas, articuladas e implantadas. A
estrutura do mercado direciona a escolha do posicionamento estratégico, que, por sua vez,
determina a estrutura organizacional.
O conceito central dessa escola é a visão: uma representação mental da estratégia, criada e comunicada
pelo líder. Tal visão oferece um senso de direção que poderá ser articulado em planos, em palavras e
números. A estratégia se torna flexível, e o líder pode adaptá-la às circunstâncias do ambiente externo.
Sendo assim, pode-se dizer que a estratégia se torna deliberada e emergente: deliberada porque há
um senso de direção, linhas amplas de ação a serem seguidas, e emergente nos seus detalhes porque
essas linhas de ação podem ser adaptadas ao longo do caminho.
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a elaboração da estratégia é marcada por saltos para frente, em um terreno dominado por
incertezas e
o crescimento é a principal preocupação da organização.
A Escola Cognitiva estuda como as crenças produzidas pelo senso comum são contempladas no
pensamento estratégico, associando os processos individuais aos coletivos, do indivíduo à organização.
A ideia central é a de que os estrategistas utilizem o seu conhecimento e a sua forma de pensar – ou
seja, as suas experiências – para produzir as estratégias.
Podemos notar que essa escola cognitiva faz uma ponte entre as escolas que possuem alto grau de
objetividade, ou seja, as Escolas de Design, Planejamento, Posicionamento e Empreendedora, e as
escolas mais subjetivas.
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Essa escola desafiou todas as outras, pois parte do princípio de que a estratégia pode ser identificada
e desenvolvida por toda a organização. As organizações aprendem com o fracasso tanto quanto – ou
mais – aprendem com o sucesso. Uma organização voltada ao aprendizado despende energia buscando
informação e conhecimento fora dos seus limites.
A concepção do poder como eixo central do desenvolvimento das estratégias é abordada com base nos
dois ramos dessa escola, quais sejam:
a) Poder micro:
Considera-se o lado político da organização e a sua influência sobre a administração da empresa. Nesse
caso, o foco recaí sobre os conflitos entre os stakeholders (grupos de interesse) internos.
O poder micro pode ser observado em negociações realizadas entre os departamentos de uma
organização quando do lançamento de novos produtos ou da venda de uma unidade de negócios, por
exemplo.
b) Poder macro:
Exploram-se as relações da organização com o ambiente de negócios, a utilização do poder e da política
para cooperar ou conflitar com os stakeholders externos.
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O poder macro pode ser observado nas negociações de uma organização que se encontra sob pressão,
como quanto está em situação pré-falimentar por conta de empréstimos subvencionados pelo governo,
por exemplo.
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Escola Ambiental: a formulação da estratégia como um processo reativo
Na Escola Ambiental, a formação da estratégia é entendida como um processo reativo: uma resposta
aos desafios impostos pelo ambiente de negócios em que a organização está inserida. Nesse caso, o
foco no ambiente é fundamental, pois as estratégias são reativas, voltadas para respostas às mudanças
no ambiente.
Essa escola determina que, ao obter o equilíbrio em uma fase de existência da empresa, é chegado o
momento de criar uma estratégia que a leve a saltar para um estado superior.
As premissas da Escola da Configuração incluem aquelas das outras escolas, mas possuem
características gerais que as diferenciam. Vejamos:
a organização pode, geralmente, ser descrita por uma configuração estável em determinado
período. Nesse contexto, a organização constrói uma estrutura adequada à geração de
determinados comportamentos e estratégias;
os períodos de estabilidade são, ocasionalmente, interrompidos por transformações que geram
uma mudança radical para outra configuração;
os estados sucessivos de configuração e períodos de transformação podem descrever ciclos de
vida das organizações;
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o objetivo fundamental é manter a estabilidade ou sustentar mudanças estratégicas viáveis,
reconhecendo, periodicamente, a necessidade de gerenciar a transformação sem destruir a
organização;
o processo de formação da estratégia pode ser realizado conforme as premissas estudadas nas
escolas anteriores, mas cada processo deve ser realizado a seu tempo e considerando tanto a
adequação da configuração da organização quanto as transformações demandadas e
as estratégias resultantes assumem a forma de planos ou padrões, posições, ou ainda
perspectivas ou artifícios, mas assim como no processo de formação, cada estratégia deve ser
desenvolvida a seu tempo e deve adequar-se à configuração da organização e às
transformações demandadas.
Conclusão
Acabamos de estudar as principais escolas de pensamento existentes no campo de conhecimento da
estratégia, conforme a sistematização de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2008). Como pudemos
observar, cada uma delas busca apresentar determinado ponto de vista acerca do complexo fenômeno
social de formulação e implementação de estratégias. É importante observarmos, contudo, que tais
escolas não são mutuamente excludentes. Sendo assim, as estrategistas e os estrategistas devem
inspirar-se nessas escolas para desenvolver o seu referencial de como as estratégias devem ser
gerenciadas no dia a dia das organizações, buscando compreender o processo como um todo.