Sei sulla pagina 1di 2

Aboio.

De gargantas límpidas escondidas por um pescoço retorcido e


enrrugado pelo tempo entoa o canto triste para o boi manso, boi
bonito. Em uma época onde não existia currais e nem cercas esses
homens cantavam mais, estavam lado a lado com aqueles fiéis
companheiros de estrada. A simplicidade de um vaqueiro, que ignora
a mais valia traduzida em uma vida dura, tem como alegria maior
arreiar um cavalo e com ele sair cortando o mato seco e retorcido do
sertão. Tempo que se foi adentrando o universo roseano. ALine

O FILME: Aboio é um documentário mineiro dirigido por Marília


Rocha, que retrata um canto tradicional dos vaqueiros, usado para
conduzir o gado. Vencedor da edição 2005 do Festival É Tudo
Verdade, ganhador de dois prêmios no Festival do Recife, e
selecionado para exibição no Museu de Arte Moderna de Nova
Iorque, o filme faz um mergulho poético na cultura dos vaqueiros,
ao invés de se fixar em dados estatísticos, históricos e geográficos.
O filme ainda é inédito nos cinemas brasileiros mas foi exibido
ontem, dia 25/08, no Usina pelo INDIE 2005. Fonte: Rede Minas de
Televisão

ABOIO: O aboio típico no Nordeste do Brasil é um canto sem


palavras, entoado pelos vaqueiros quando conduzem o gado para
os currais ou no trabalho de guiar a boiada para a pastagem.

É um canto ou toada um tanto dolente, uma melodia lenta, bem


adaptada ao andar vagaroso dos animais, finalizado sempre por
uma frase de incitamento à boiada: ei boi! boi surubim!, ei lá,
boizinho!

Esteja atrás (no coice) ou adiante da boiada (na guia) o vaqueiro


sugestiona o gado que segue, tranqüilo, ouvindo o canto.

No sertão do Brasil é sempre um canto individual, entoado


livremente, sem letras, frases ou versos a não ser o incitamento
final que é falado e não cantado. Os que se destacam na sua
execução são apontados como bons no aboio.

Existe também o aboio cantado ou aboio em versos que são


poemas de temas agropastoris, de origem moura e que chegou ao
Brasil, possivelmente, através dos escravos mouros da ilha da
Madeira, em Portugal, país onde existe esse tipo de aboio.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, o vocábulo aboio é de origem
brasileira, sendo levado para Portugal, uma vez que lá aboio
significava pôr uma bóia em alguma coisa.

O aboio não é divertimento é uma coisa séria, muito antiga e


respeitada pelo homem do sertão.

Pode aboiar-se no mato, para orientar os companheiros dispersos


durante as pegas de gado, sentado na porteira do curral olhando o
gado entrar e guiando a boiada nas estradas. Serve para o gado
solto no campo, assim como para o gado curraleiro e até para as
vacas de leite, mas em menor escala, porque nesse caso não é
executado por um vaqueiro que se preze e tenha vergonha nas
ventas.

O escritor José de Alencar, no seu livro O sertanejo, diz do ritual do


aboio: Não se distinguem palavras na canção do boiadeiro; nem ele
as articula, pois fala do seu gado, com essa linguagem do coração
que enternece os animais e os cativa.

Fontes consultadas:
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de
Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.].
NICÉAS, Alcides. Aboio: um ritual agreste. Recife: FJN. Inpso. Centro
de Estudos Folclóricos, 1979. (Folclore, n.93)
Texto retirado do site Fundação Joaquim Nabuco

Potrebbero piacerti anche