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Autor

Paulo Lourenço Monteiro Junior


Bacharel e mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Atua com ênfase nos
temas de caracterização térmica e estrutural e correlação com propriedades mecânicas e de fabricação de
ligas metálicas solidificadas direcionalmente sob condições transitórias de extração de calor.

Design Instrucional Projeto Gráfico


Râmila Floriano NT Editora

Revisão Capa
Ricardo Moura NT Editora
Valesca Fonseca
Ilustração
Editoração Eletrônica Thiago Souza
Talitta uchôa
Kaleo Amorim
Carla Aragão

NT Editora, uma empresa do Grupo NT


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CEP 70.302-914 – Brasília – DF
Fone: (61) 3421-9200
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www.nteditora.com.br e www.grupont.com.br

Monteiro Júnior, Paulo Lourenço.


Ferramental padrão em serviços automotivos / Paulo Lourenço
Monteiro Júnior – 1. ed. – Brasília: NT Editora, 2019.
176 p. il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN 978-85-8416-627-5
1. Automóvel. 2. Ferramentas.
I. Ferramental padrão em serviços automotivos

Copyright © 2019 por NT Editora.


Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qual-
quer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros,
sem autorização prévia e escrita da NT Editora.
LEGENDA
ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-
rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo
abordado e a fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba mais
Esse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

Importante
O conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

Dicas
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Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!
Sumário
1 ALICATES........................................................................................................... 9
1.1 A evolução das ferramentas no decorrer da história.................................................9
1.2 Descrição e classificação dos alicates........................................................................... 12
1.3 Exemplos de aplicação prática........................................................................................ 22
1.4 Recomendações para utilização..................................................................................... 26

2 CHAVES ........................................................................................................... 34
2.1A importância das chaves.................................................................................................. 34
2.2 Descrição e classificação.................................................................................................... 37
2.3 Exemplos de aplicação prática........................................................................................ 44
2.4 Recomendações para utilização..................................................................................... 48

3 CHAVES II........................................................................................................ 54
3.1Utilização correta das chaves ........................................................................................... 54
3.2 Descrição e classificação.................................................................................................... 57
3.3 Exemplo de aplicação prática.......................................................................................... 62
3.4 Recomendações para utilização..................................................................................... 68

4 EQUIPAMENTOS DE ELEVAÇÃO................................................................... 75
4.1 O que são equipamentos de elevação?....................................................................... 75
4.2 Descrição e classificação.................................................................................................... 78
4.3 Recomendações para utilização..................................................................................... 88

5 FERRAMENTAL PARA MANUTENÇÃO DO CONJUNTO RODA E PNEU...... 94


5.1 A importância do conjunto roda e pneu para um automóvel............................. 94
5.2 Descrição ................................................................................................................................ 98
5.3 Recomendações para utilização...................................................................................107

6 FERRAMENTAS DIVERSAS...........................................................................113
6.1 Por que o ferramental estudado nesta lição é importante?...............................113
6.2 Descrição...............................................................................................................................116
6.3 Exemplo de aplicação prática........................................................................................122
6.4 Recomendações.................................................................................................................128

7 MEDIDOR DE COMPRESSÃO E MEDIDOR DE VAZÃO DE CILINDROS.....133


7.1 O motor e os testes de compressão e de vazamento de cilindros................... 133
7.2 Descrição...............................................................................................................................136

4 NT Editora
7.3 Exemplo de aplicação prática........................................................................................140
7.4 Recomendações para utilização...................................................................................146

8 FERRAMENTAS DE IMPACTO, DE FIXAÇÃO E INSTRUMENTOS BÁSICOS


PARA ANÁLISE DE COMBUSTÍVEIS...............................................................152
8.1 Por que o conteúdo estudado nesta lição é importante?...................................152
8.2 Descrição...............................................................................................................................155
8.3 Analisando a qualidade de combustíveis..................................................................162
8.4 Recomendações para utilização...................................................................................167

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................173

GLOSSÁRIO......................................................................................................174

Ferramental padrão em serviços automotivos 5


APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante,
Seja bem-vindo aos estudos de Ferramental padrão em serviços automotivos!
A execução das atividades desenvolvidas em uma oficina automotiva depende muito do fer-
ramental empregado e de como este é utilizado. Dessa forma, para realizar tais serviços, é necessário
que as ferramentas sejam adequadas e que os profissionais sejam qualificados para manuseá-las.
Com efeito, os recursos apropriados ao serviço que está sendo efetuado contribuem para o
aumento da qualidade e oferecem maior segurança durante a sua execução. Assim, as atividades são
realizadas em menos tempo, os riscos de acidentes são menores e há uma maior possibilidade de se
obter resultados satisfatórios.
O profissional que realiza manutenção automotiva deve ser qualificado. Entre as principais eta-
pas dessa qualificação, encontram-se o conhecimento e o manuseio adequado do ferramental neces-
sário ao desempenho das suas funções. Isso é de suma importância, pois as ferramentas e os instru-
mentos possuem papéis distintos, mas que se complementam durante a manutenção correta de um
automóvel.
Neste material, são apresentadas as principais ferramentas e os instrumentos empregados em
trabalhos de manutenção automotiva. Em todas as lições, há exemplos de aplicação prática para uma
melhor familiarização com o desempenho das atividades cotidianas de uma oficina automotiva, além
de exercícios para estimular a assimilação das informações fornecidas.
Bons estudos!
Paulo Lourenço Monteiro Junior
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Ferramental padrão em serviços automotivos 7


1 ALICATES

As ferramentas manuais, como chaves, martelo e alicate, servem para facilitar um determinado
tipo de trabalho, ou seja, para que o ser humano consiga realizar uma tarefa dispendendo menos es-
forço e menos tempo. Além disso, essas ferramentas também possibilitam a obtenção de um serviço
de melhor qualidade quando comparado com os resultados obtidos sem a utilização dessas.
Evidentemente, existem ferramentas com finalidades definidas, por exemplo, as utilizadas para
apertar parafusos são diferentes daquelas usadas para cortar um cabo de aço. Semelhantemente, há
ferramentas específicas quando se trata de manutenção automotiva, ou seja, para o uso exclusivo no
reparo e análise de veículos automóveis, mas também existem aquelas que podem ser utilizadas em
diversas áreas, como no reparo de eletrodomésticos e na marcenaria.

Objetivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de:
• conhecer quais são os tipos de alicates e para que servem;
• manuseá-los corretamente;
• saber quais são os cuidados necessários para utilizá-los.

1.1 A evolução das ferramentas no decorrer da história


A fim de elucidar a importância do conteúdo aqui tratado, será feita uma breve síntese sobre a
história das ferramentas. Você já se perguntou desde quando o ser humano utiliza ferramentas? Ou
se elas sempre foram como são atualmente? Para responder a esses questionamentos, é necessário
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voltarmos um pouco no tempo. O período da Pré-História (desde o início dos tempos históricos com
registros até por volta de 3.500 a.C.), quando as primeiras ferramentas de pedra foram desenvolvidas,
é chamado de Idade da Pedra e foi um marco no desenvolvimento tecnológico da vida humana. Ape-
sar da confecção rústica, essas primeiras ferramentas trouxeram relativas facilidades para a realização
de algumas tarefas e abriram caminho para o aprimoramento das ferramentas que ainda seriam de-
senvolvidas.
Machado de mão feito em pedra em forma triangular (réplica)

Ferramental padrão em serviços automotivos 9


Ainda na Pré-História, após a Idade da Pedra, teve início a Idade dos Metais, quando começou a
fabricação de ferramentas de metal. A humanidade começava a dar os primeiros passos para dominar
o processo de fundição, que, basicamente, consiste em “derramar” metal líquido em um molde com
formato desejado. Inicialmente, os materiais mais utilizados eram o cobre e o estanho. A figura que
segue mostra uma adaga de cobre fabricada nesse período.
Exemplo de uma adaga de cobre produzida na idade dos metais

Até o século XVIII d.C., início da primeira revolução industrial, apesar das alterações significa-
tivas que ocorreram com as ferramentas, todo o trabalho era basicamente feito por meio do esforço
humano e de animais. Posteriormente, as ferramentas passaram a ser cada vez mais movidas pela
força do motor a vapor.
Continuando o avanço, posteriormente os motores também passaram a ser movidos a com-
bustível líquido ou através de energia elétrica, então, foi viável fazer vários martelos, brocas e lâminas
funcionarem simultaneamente com uma maior produção, com mais precisão e por um período muito
mais longo, surgindo assim a chamada máquina-ferramenta. Esta pode ser utilizada para a fabricação
dos mais diversos tipos de ferramentas, entre elas os alicates, que serão estudados nesta lição.
Aproveitando que vamos tratar do alicate, vamos ver, rapidamente, como essa ferramenta, tão
versátil, se desenvolveu ao longo da história.
Você, provavelmente, já viu e já até utilizou um alicate. Mas se você não sabe o que é, não se
preocupe, pois, em manutenção automotiva, você terá bastante contato com vários tipos de alicate.
Ferramenta de grande utilidade, o alicate surgiu no continente europeu por volta de 2.000 a.C.. Era
empregado, por exemplo, para agarrar objetos quentes e desentortar coisas.
O Homo Sapiens desenvolveu uma ferramenta tomando como modelo um de seus inimigos,
que tinha a mandíbula relativamente grande e a utilizava para agarrar as coisas. Ao longo da História,
outros povos, como os árabes, também desenvolveram modelos de ferramentas que pareciam agarrar

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objetos.
Na Revolução Industrial do século XVIII, o Sr. James Watt Mac Allicaster, que criou a tecnologia
das máquinas movidas a vapor, foi um célebre inventor e acabou por se transformar em um industrial
que trabalhava no campo das ferramentas. Entre os sucessos da sua comercialização, estavam os ali-
cates que ele mesmo fabricava.
Perceba que, assim como no caso das outras ferramentas, várias civilizações, em diversas épo-
cas ao longo da História, contribuíram de alguma forma para o aprimoramento dos alicates.
Portanto, nota-se que o desenvolvimento e o aprimoramento das ferramentas estão atrelados
ao avanço tecnológico da humanidade. É importante mencionar que esse avanço é contínuo, pois,
constantemente, estão sendo desenvolvidos novos materiais, novas máquinas etc.

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Saiba mais
Atualmente, os fabricantes de ferramentas possuem engenheiros que desenvolvem novos
modelos de ferramentas com novas aplicações, e cientistas de universidades estão estudando
novos materiais com melhores características que possam ser utilizados nas ferramentas.

A figura a seguir mostra várias ferramentas que são utilizadas atualmente para diversos fins.
Observe essas ferramentas e compare com aquela feita de pedra que foi mostrada no início da lição
para conferir o aperfeiçoamento alcançado pelo homem ao longo da história.
Algumas ferramentas que são utilizadas atualmente

Após ter conhecido um pouco mais sobre como as ferramentas foram desenvolvidas, você
pôde perceber como elas foram e são importantes para nós. Para se tornar um bom profissional, você
tem de saber utilizá-las.
Para a realização de atividades práticas com responsabilidade e qualidade, você deve, antes,
conhecer os aspectos teóricos dessas atividades. Saiba que, por mais simples que pareça ser um con-
teúdo, você sempre poderá aprender mais sobre ele e, por mais difícil que pareça ser um assunto, com
dedicação, você sempre poderá entendê-lo. Em outras palavras, não há algo que seja tão fácil que o
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dispense da necessidade de aprender mais sobre o assunto, nem algo tão difícil que você não possa
compreender, pois, com esforço, dedicação e responsabilidade, é possível. Fique atento, porque esta-
mos apenas começando!
Na sequência, abordaremos os tipos de alicate, que são ferramentas manuais, e conheceremos
como são classificados, o que varia de acordo com a finalidade, bem como a forma correta e os cui-
dados para manuseá-los. Essas ferramentas são bastante utilizadas em outras áreas e, também, na
manutenção automotiva.

Ferramental padrão em serviços automotivos 11


Praticando o conhecimento
Sabemos que as ferramentas manuais foram criadas pelo ser humano, ainda na Idade da Pedra,
para atender a determinadas necessidades. Qual foi o principal intuito da criação dessas ferra-
mentas?
a) Realizar uma determinada tarefa sem a interferência do usuário.
Siste- b) Facilitar a realização do trabalho pelo usuário.
ma de
alavanca: c) Prejudicar a qualidade de um serviço.
sistema
mecânico d) Realizar um serviço utilizando um maior esforço.
em que
ocorre a Comentário: se você pensou na alternativa “b”, você acertou. Uma ferramenta manual serve
multipli-
cação de para facilitar a realização de uma determinada tarefa pelo usuário. Além disso esse instrumento
uma força. proporciona resultados com mais qualidade e, geralmente, necessita-se de menos esforço.
Liga
metálica:
material
com pro-
1.2 Descrição e classificação dos alicates
priedades
metálicas Alicates são ferramentas manuais utilizadas principalmente para deformar, agarrar algo mo-
formado mentaneamente, prensar, cortar ou, até mesmo, combinar duas ou mais dessas funções. Essas ferra-
por dois
ou mais
mentas multiplicam a força aplicada pelo operador e a transmitem ao objeto desejado.
elementos Os alicates são constituídos basicamente por três componentes, são eles: cabeça, articulação e,
sendo
também, os cabos, como você pode visualizar na imagem a seguir.
que pelo
menos um Partes básicas de um alicate
deles é um
metal.
Processo
de fabri-
cação:
processo
utilizado

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para que
um ma-
A cabeça é a parte que entra em contato com a peça que está sendo trabalhada, ou seja, é a par-
terial seja
transfor- te do alicate encarregada de realizar o trabalho propriamente dito. Pode conter dentes que funcionam
mado em como mordedores ou também lâminas para corte.
um pro-
duto para
poder ser
utilizado. Saiba mais

Matriz: As principais mudanças que diferenciam os tipos de alicate, que variam de acordo com a
é um finalidade desejada, ocorrem na cabeça da ferramenta.
molde que
contém a
forma que A articulação faz a conexão entre a cabeça e o par de cabos. Normalmente contém um pino ao
se deseja redor do qual as outras partes do alicate tem liberdade para girar, ainda que possam existir modelos
dar ao
metal.
mais sofisticados, de acordo com o tipo de alicate. De forma geral, a articulação é uma junção mecâni-
ca que permite a transferência de esforços dos cabos para a cabeça.

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É no par de cabos que o operador exerce a força para a realização do trabalho. Geralmente, os
cabos são encurvados para facilitar aplicação do esforço pelo usuário e costumam apresentar um re-
vestimento que serve como isolante elétrico, ou que possui ranhuras para facilitar a aderência com as
mãos ou ainda somente para dar uma melhor aparência e um acabamento para a ferramenta.
O alicate funciona como um sistema de alavanca, o que permite ao comprimento do cabo variar
de acordo com a intensidade do esforço que se deseja exercer. A seguir serão dados maiores esclare-
cimentos sobre isso.
Sistema de alavanca interfixa em um alicate Tratamento
térmi-
co: são
operações
realizadas
para alterar
as proprie-
dades dos
aços e de
outros ma-
O alicate funciona como uma alavanca interfixa. Nesse tipo de alavanca, tem-se um ponto de teriais atra-
apoio A (que, nesse caso, é a articulação), localizado entre a força potente P (no caso em questão, é a vés de um
força aplicada pelo centro da mão do operador) e a força resistente R (que é a força de reação exercida conjunto de
pelo objeto apertado sobre a cabeça). Esses esforços estão demonstrados na figura acima. processos
que incluem
A distância Y deve ser sempre maior que a distância X, ou seja, a distância entre o ponto de o aqueci-
aplicação da força potente e a articulação deve ser sempre maior que a distância entre a articulação e mento e
o ponto onde ocorre a força resistente. Assim, quando essas condições são satisfeitas, ocorre a multi- o resfria-
mento em
plicação da força aplicada pelo operador.
condições
controladas
Acabamen-
Importante to: refere-se
às ultimas
A multiplicação do esforço será maior quanto maior for a diferença entre os comprimentos
atividades
X e Y, ou seja, quanto mais distante a mão do usuário estiver da articulação. de um
processo de
fabricação
ou de um
Dicas
trabalho
Utilize uma régua para medir as distâncias X e Y indicadas na figura 4 em um alicate e mais sim-
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verificar que Y realmente é maior que X. ples.


Usinagem:
processo de
Geralmente, essas ferramentas são feitas em aço (liga metálica constituída basicamente de ferro fabricação
caracteri-
e carbono, mas que pode conter outros elementos químicos, dependendo das propriedades que se
zado pela
deseja obter no material), que é um material que possui propriedades mecânicas, como a resistência, remoção de
adequadas para as finalidades às quais se destinam os alicates. material.
O processo de fabricação utilizado geralmente é o forjamento, que, basicamente, consiste em
martelar uma peça de metal contra uma matriz com o formato do alicate, de forma que a peça adquira
o formato da matriz. Tratamentos térmicos com o objetivo de alterar a estrutura do material e aumen-
tar a sua resistência podem ser realizados.
O acabamento, geralmente a última etapa de fabricação antes do produto chegar ao consumi-
dor, pode ser realizado através de processos de usinagem.

Ferramental padrão em serviços automotivos 13


Praticando o conhecimento
Um alicate é uma ferramenta muito útil em diversas situações, pois pode auxiliar em vários
tipos de atividade. Quais são as três partes constituintes do alicate?
a) Cabeça, articulação e par de cabos.
b) Cabeça, mordedores e lâminas.
c) Articulação, pino e mordedores.
d) Mordedores, articulação e par de cabos.
Comentário: se você pensou na alternativa “a”, você está correto. Um alicate é dividido basica-
mente em cabeça, articulação e par de cabos. A cabeça entra em contato com o objeto, a arti-
culação faz a conexão entre os cabos e a cabeça e o par de cabos recebe do usuário o esforço
que será multiplicado.

1.2.1 Classificação dos alicates


Como já explicado, existem diversos tipos de alicates que se diferenciam um do outro por sua
da aplicação, isto é, da forma como serão utilizados. A seguir serão mostrados os tipos mais comuns
de alicate, bem como as suas funções.
Os alicates podem ser classificados de acordo com as suas finalidades, da seguinte maneira:
a) Alicate universal.
b) Alicate de pressão.
c) Alicate de bomba d’água.
d) Alicate de corte diagonal.
e) Alicate de bico meia-cana reto.
f ) Alicate de bico meia-cana curvo.
g) Alicate para anéis externos – pontas retas.

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h) Alicate para anéis externos – pontas curvas.
Os alicates indicados de “a” a “d” são geralmente os mais utilizados por mecânicos que traba-
lham na área automotiva.
a) Alicate universal
O alicate universal, normalmente, possui revestimento nos cabos a fim de isolar a mão do ope-
rador de uma possível corrente elétrica. Esse recurso oferece mais segurança, principalmente quando
se está realizando manutenção em cabos ou peças sujeitos a eletricidade sem que o usuário tenha
conhecimento disso, o que poderia causar acidentes graves.

14 NT Editora
Alicate universal

Importante
Polímero:
Quando houver necessidade de realizar manutenção em objetos energizados, é importante material
consultar o catálogo do fabricante para verificar se o alicate é adequado para esse fim, uma vez formado
que essa característica depende do material do revestimento, que geralmente é um polímero. a partir
da união
de várias
moléculas
Como dito anteriormente, a resistência depende do material e do histórico de fabricação da menores
ferramenta. Assim, para a realização mais segura de tarefas, consulte o catálogo do fabricante para chamadas
conferir os materiais que podem ser trabalhados pelo alicate que está sendo utilizado, pois, dessa de monô-
forma, evita-se, por exemplo, que a ferramenta quebre e cause algum tipo de acidente. meros. Os
plásticos
A cabeça do alicate tem algumas regiões que podem executar diferentes trabalhos, como apre- são os
sentado a seguir. exemplos
mais
Cabeça de alicate universal comuns
desse tipo
de mate-
rial.
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A parte interna da cabeça, geralmente chamada de mordente, contém dentes para facilitar o
agarramento de objetos. Percebe-se que essa região também pode ser parcialmente paralela e par-
cialmente ovalada, o que tem como objetivo possibilitar ao usuário segurar com firmeza uma maior
gama de formatos de objetos, isto é, aqueles de formatos paralelos, cilíndricos, ovais, sextavados etc.
Para cortar cabos e arames, pode-se usar a parte que não contém dentes e que é própria para essa
finalidade, isto é, a região de corte. Observe a figura a seguir.

Ferramental padrão em serviços automotivos 15


Indicação da região utilizada para prensagem

Para prensar, pode-se utilizar, caso exista no alicate, a parte interna dos cabos retificada mais
próxima da articulação, conforme mostra a figura acima.
A superfície externa do revestimento dos cabos pode conter uma textura para proporcionar um
maior atrito com a mão do operador, como mostra a figura que segue.
Textura externa do revestimento dos cabos

Saiba mais
Um maior atrito significa que um contato mais firme entre o alicate e a superfície da mão do
operador (ou melhor, da luva de proteção) será realizado, o que evita deslizamentos e, por
consequência, acidentes.

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b) Alicate de pressão
O alicate de pressão é uma ferramenta muito útil para uma variada gama de serviços. De uso
simples, pode evitar que o seu operador faça um esforço prolongado. Semelhantemente ao caso do
alicate universal, o objeto deve ser segurado manualmente, mas a grande diferença é a não necessida-
de de o esforço ser exercido permanentemente, pois o próprio alicate se mantém fechado, não sendo
preciso pressioná-lo continuamente. Para que a peça presa seja solta, existe em regra uma alavanca
utilizada especialmente para desarmar essa ferramenta. É comum que muitos modelos desse tipo
de alicate não tenham os cabos revestidos com material que sirva como isolante elétrico, portanto,
cuidados extras devem ser tomados quando, por exemplo, essa ferramenta for utilizada em cabos elé-
tricos ou peças sob suspeita de estarem energizadas. Dessa forma, só prossiga com o trabalho se tiver
certeza de que não há perigo de sofrer um choque elétrico.

16 NT Editora
Alicate de Pressão

Apesar de aparentar ser complexo, é de fácil manuseio.


Parafuso de ajuste e alavanca de liberação em um alicate de pressão

Para manuseá-lo, inicialmente, com o alicate destravado, ou com os cabos abertos, deve-se co-
locar o objeto que se deseja segurar entre as mordentes e apertar os cabos para pressionar o objeto.
Assim, você travará o alicate; posteriormente, deve-se ajustar a abertura do alicate rotacionando o
parafuso de ajuste, pois quanto mais esse parafuso for rotacionado em um determinado sentido, mais
o objeto será pressionado entre as mordentes. Todavia, se a rotação for realizada em sentido contrá-
rio, haverá o afrouxamento. Finalmente, após a conclusão do trabalho em questão, deve-se acionar a
alavanca de liberação para soltar o objeto que estava sendo pressionado. Observe a figura acima, que
mostra o parafuso de ajuste e a alavanca de liberação.
Para reforçar ainda mais o entendimento do princípio de funcionamento desse tipo de alicate,
observe a figura a seguir, que mostra um alicate de pressão para chapas. Então, para prensar ainda
mais a chapa ou afrouxar o contato, deve-se rotacionar o parafuso de ajuste.
Alicate de pressão para chapas
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O alicate de pressão de corrente, mostrado na figura a seguir, é ideal para a fixação de tubos.
Neste modelo, tem-se uma corrente acoplada ao alicate propriamente dito, evidentemente, o diâme-
tro máximo do tubo que pode ser fixado depende do comprimento da corrente.
Alicate de pressão de corrente fixando um tubo

Há também alicates de pressão de corrente que são utilizados para o corte de tubos.

Ferramental padrão em serviços automotivos 17


Ilustração de discos de corte em um alicate de pressão de corrente

Os alicates de corrente para cortes de tubos normalmente possuem discos de corte acoplados
na corrente de fixação, conforme ilustrado acima. Para utilizá-lo, devemos prender o tubo com a cor-
rente e apertar para que o corte ocorra.
c) Alicate de bomba d’água
O alicate de bomba d’água pode ser utilizado para trabalhos mecânicos em geral, mas é muito
mais utilizado para a realização de serviços hidráulicos. Essa ferramenta permite prender tubos com
extremidades roscadas para que se possam enroscar nelas porcas ou conexões.
Alicate de bomba d’água

Esse alicate possui uma articulação móvel para possibilitar uma maior ou menor abertura, isto
é, a abertura dessa ferramenta é regulável e pode ser usada em porcas e roscas com diâmetros variá-
veis, conforme a necessidade.
Alicate de bomba d’água

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Pode-se observar na figura ao lado que a articulação tem liberdade para ser deslocada ao longo
de um rasgo alongado. Assim a abertura do alicate pode ser ajustada, o que torna essa ferramenta
muito versátil.
A figura a seguir, por sua vez, mostra a variação da abertura como consequência do desloca-
mento da articulação.

18 NT Editora
Alicate de bomba d’água com diferentes aberturas

d) Alicate de corte diagonal


O alicate de corte diagonal é utilizado especificamente para corte de fios e cabos na manuten-
ção eletroeletrônica, informática, predial, automotiva e, até mesmo, como descascador de fios.
Alicate de corte diagonal

Proprie-
dades
mecâni-
cas: se
referem ao
compor-
A figura que segue mostra um arame sendo cortado por um alicate desse modelo. tamento
de um
Corte de arame por alicate de corte diagonal material
quando
submetido
a uma
influência
mecânica
exter-
na. Por
exemplo, a
“quantida-
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de de es-
forço” que
o material
suporta
Saiba mais antes de
fraturar é
Para garantir que seja realizado um bom trabalho, as arestas de corte dessa ferramenta
chamada
geralmente são submetidas a um procedimento, durante a fabricação, denominado tratamento de resis-
térmico, conforme já comentado, cujo objetivo é melhorar as propriedades mecânicas do tência à
material metálico do qual o alicate é feito. Assim, os cabos e os fios podem ser cortados com fratura.
eficiência e qualidade.

Ferramental padrão em serviços automotivos 19


e) Alicate de bico meia-cana reto
Pode ser usado em serviços de mecânica em geral. O modelo do referido alicate está ilustrado
na figura a seguir.
Alicate de bico meia-cana reto

Essa ferramenta é mais utilizada para serviços leves, como cortes de fios de pequeno diâmetro,
ajustes e consertos de emendas. Justamente por isso, também é bastante utilizada em eletrônica,
telefonia e artesanato.
Corte de revestimento por alicate de bico meia-cana reto

Pelo fato de normalmente ter um comprimento menor que outros tipos de alicate, e levando-
-se em conta que tem também a cabeça relativamente mais fina, essa ferramenta auxilia de maneira
bastante eficaz em trabalhos realizados em locais de difícil acesso, onde seria inviável o uso de outros
tipos de alicate mais espessos e mais compridos.
f) Alicate de bico meia-cana curvo
As aplicações desse tipo de alicate são semelhantes às do meia-cana curvo, isto é, para serviços
leves, locais de difícil acesso etc. A diferença mais significativa talvez seja o formato curvo do bico, o
que pode facilitar trabalhos em determinadas localizações.

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Alicate de bico meia-cana curvo

Dicas
É interessante que o mecânico possua tanto o alicate de bico meia-cana com bico curvo quanto
o com bico reto para que, dessa forma, possa aumentar o número de tarefas que podem ser
realizadas.

20 NT Editora
g) Alicate para anéis externos – pontas retas
O alicate para anéis externos de pontas retas é utilizado para montagem e desmontagem de
anéis de segurança.
Anéis de
Alicate para anéis externos – pontas retas segu-
rança:
elemento
de fixação
utilizado
em furos
ou eixos
para evitar
o deslo-
camento
axial.
Esse modelo de alicate conta com duas pontas bem finas em sua extremidade para encaixar
nos referidos anéis, como mostrado na figura a seguir.
Alicate para anéis externos com as pontas retas sendo utilizado

h) Alicate para anéis externos – pontas curvas


Há também o alicate para anéis externos com pontas curvas, no qual as pontas possuem uma
curva geralmente de 90º, o que, dependendo do acesso ao local do anel, facilita a realização do traba-
lho. A figura que segue ilustra a utilização desse alicate.
Alicate para anéis externos com pontas curvas encaixado em um anel
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Praticando o conhecimento
Sabemos que existem diversos tipos de alicates, com formatos, funções e especificidades dife-
rentes. Qual o principal motivo de existir vários modelos dessa ferramenta?
a) Nem todas as pessoas têm facilidade em manusear o mesmo tipo de alicate.
b) Cada modelo é projetado com o intuito de realizar tarefas específicas, por isso a grande
diversidade de ferramentas.

Ferramental padrão em serviços automotivos 21


c) Devido à força que os diferentes tipos de alicate podem ter na hora de apertar ou cortar.

d) A diferença entre os alicates é apenas deestilo, pois todos realizam basicamente, as mesmas
funções.

Comentário: se você escolheu a alternativa “b”, acertou. Existem vários modelos de alicate,
porque cada modelo é mais indicado para a execução de um determinado trabalho. Na verdade,
eles foram criados quando se percebeu a necessidade de realizar essas diferentes tarefas com
mais facilidade.

1.3 Exemplos de aplicação prática


Ao realizar qualquer tarefa que envolve o manuseio de alicates ou de qualquer outra ferramen-
ta, certifique-se de que você está seguro em fazê-la. Em caso de dúvidas sobre segurança ou sobre a
execução do serviço, peça instrução ao responsável pela segurança do trabalho ou a alguém com mais
experiência que você.
A seguir, veremos como executar algumas atividades que exigem o uso de alguns dos alicates
que acabamos de conhecer.
a) Remoção de revestimento de cabo elétrico
Algumas vezes, pode ser necessário remover o revestimento de cabos elétricos. Geralmente os
eletricistas utilizam um alicate específico para esse fim, mas, na sua ausência, pode-se utilizar o alicate
de corte diagonal.
Passo 1: inicialmente, com uma caneta ou um lápis, faça uma marcação com uma linha de refe-
rência para indicar o comprimento do revestimento que deseja remover.
Observe, na figura seguinte, que podemos utilizar uma régua graduada para nos auxiliar a tra-
çar a linha de referência indicadora do comprimento a ser removido, que, neste caso, é de aproxima-
damente 20 milímetros ou 2 centímetros.
Demarcação do comprimento a ser removido

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Passo 2: posicione o cabo elétrico entre as lâminas do alicate de corte diagonal, de modo que a
linha de referência coincida com as lâminas; então, rotacione o cabo e pressione o alicate suavemente,
cortando somente o revestimento, e não o condutor de cobre.

22 NT Editora
Corte do revestimento

Passo 3: quando perceber que o revestimento está cortado, com uma mão, segure uma das
partes do cabo e, com a outra, realize um movimento de forma a separar as partes cortadas.
Remoção de revestimento

Veja na figura abaixo o cabo com o revestimento já removido.


Revestimento removido

b) Remoção de anel elástico


Geralmente, esses anéis são usados em eixos ou furos e possuem como função mais significati-
va não permitir o movimento axial de peças ou limitar o deslocamento de um componente sobre um
eixo.
Observe na figura que, quando uma força axial é aplicada sobre o eixo eixo (ou na direção do
comprimento do eixo), o anel elástico impede o deslocamento.
Aplicação de anel elástico em um eixo
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Em se tratando de manutenção automotiva, os anéis podem ser encontrados em transmissões


para travar rolamentos ou engrenagens em um determinado eixo. A remoção desses anéis é bastante
simples, desde que se tenha a ferramenta adequada, isto é, o alicate para anéis externos.
Nas extremidades do anel, há dois pequenos furos. Este é o lugar onde as pontas do alicate de
anel externo vão agarrar o anel elástico. Uma vez que o alicate esteja fixado nos orifícios de encaixe do
anel, o usuário pode apertar as alças do alicate, de forma que o anel seja aberto e possa ser removido.

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Esse procedimento de encaixe e a direção do esforço para abertura do anel estão indicados na figura
a seguir.
Etapa para remoção de anel elástico

Sextava-
do: para-
fuso que
contém c) Fixação de peça para ser usinada
seis lados.
Já foi mostrado o funcionamento do alicate de pressão. Perceber que as suas aplicações são
Solda-
gem: vastas. Por exemplo, ele pode ser utilizado para realizar, entre outras, as seguintes tarefas:
processo • segurar com firmeza peças com perfis variados, para que possam ser trabalhadas.
de união
de mate- • folgar parafusos com sextavado danificado;
riais com
grande • segurar peças para serem usinadas;
destaque • prender com firmeza chapas, cantoneiras, tubos metálicos em tarefas de soldagem;
para os
materiais • cortar tubulações metálicas.
metálicos.
Comu- As mordentes têm formatos variáveis que se adequam a objetos com diversos formatos. Além
mente se disso, um mesmo formato de mordente pode ser utilizado para segurar com firmeza vários formatos
utiliza uma de peças, facilitando assim as aplicações citadas anteriormente, conforme ilustra a figura a seguir.
fonte de
calor para Mordente segurando peças com diferentes formatos
que ocorra
a união.

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Considere, por exemplo, que se queira serrar (ou usinar) uma peça de alumínio de pequena
espessura. Para isso, deve-se, utilizar uma morsa (que será estudada futuramente) para prender essa
peça antes serrá-la. Em serviços leves, como esse, é possível usar o alicate de pressão para prender o
objeto e então serrá-lo.
Passo1: utilize o alicate de pressão para prender a peça em uma mesa de apoio, conforme
ilustrado a seguir.
Peça presa com o alicate de pressão

24 NT Editora
Passo 2: após fechar o alicate, gire o parafuso de ajuste para regular a abertura de forma que a
peça não deslize enquanto estiver sendo serrada.
Ajuste da abertura do alicate

Importante
Não utilize uma pressão demasiadamente grande, pois isso pode danificar a peça ou até mesmo
o próprio alicate.

Passo 3: utilize um arco de serra manual para realizar o serramento, respeitando sempre o sen-
tido de corte dos dentes da serra durante o processo.
Serramento da peça de alumínio

Passo 4: após a conclusão do serramento, o próximo passo consiste em soltar a peça cortada.
A alavanca de liberação deve ser acionada, ou melhor, liberada para que o objeto seja solto. A
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figura a seguir ilustra esse procedimento.


Acionamento da alavanca de liberação

d) Remoção de parafuso danificado


O parafuso com cabeça Philips possui duas fendas que se interceptam.  Por vezes, pode acon-
tecer de as fendas se desgastarem de forma que a chave correspondente não mais consiga remover o
parafuso. Deve-se, então, usar outro método para essa tarefa.

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Se a cabeça do parafuso estiver saliente, ou seja, se a cabeça não estiver totalmente dentro da
superfície, é possível removê-lo com um alicate. Segure a cabeça com a ferramenta e gire no sentido
anti-horário, como mostra a figura que segue.
Remoção de parafuso danificado com alicate universal

Se o parafuso for sextavado, é mais adequado utilizar o alicate de pressão. Para parafusos pe-
quenos, utilizam-se alicates meia-cana.

Importante
É importante salientar, mais uma vez, que existem chaves adequadas para isso. Portanto, deve-
se utilizar o método de remoção com alicate apenas como alternativa, ou seja, caso o parafuso
esteja danificado.

Praticando o conhecimento
O que se deve fazer quando temos que utilizar uma ferramenta, mas estamos em dúvida sobre
a forma correta de usá-la?
a) Manter a calma e tentar realizar o serviço mesmo assim.
b) Transferir a execução da tarefa para outra pessoa que saiba manusear o equipamento.
c) Pedir instrução a alguém mais experiente.
d) Deixar a tarefa para depois, enquanto se ambienta melhor com a ferramenta de trabalho.

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Comentário: muito bem, a alternativa correta é a “c”, você acertou. Antes de realizá-la, peça aju-
da e certifique-se de que vai fazer da maneira certa.

1.4 Recomendações para utilização


Até aqui vimos os tipos de alicates mais importantes no cotidiano de uma oficina automotiva,
aprendemos os seus nomes, a forma correta de utilizá-los e as situações nas quais podem ser usados.
O uso correto de uma ferramenta envolve outro item de fundamental importância, que são os
cuidados necessários durante a sua utilização, cujo objetivo é preservar não somente a integridade
física do utilizador, mas também a vida útil da ferramenta e da peça na qual o usuário realiza algum
tipo de trabalho. Anteriormente, falamos do uso da ferramenta em situações específicas de trabalho,
agora iremos tratar de alguns cuidados gerais para que o uso dos alicates não cause nenhum tipo de
problema.

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Não se engane, o uso inadequado de ferramentas manuais como os alicates pode causar aci-
dentes sérios e comprometer sua saúde! Portanto, fique atento às dicas de utilização que serão dadas
a seguir e as cumpra com seriedade quando for realizar algum serviço, por mais simples que ele possa
parecer.
A Norma Regulamentadora nº 6, NR 6, do Ministério do Trabalho, diz que “Equipamento de
Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
Ainda de acordo com a NR 6, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
EPI adequado ao risco em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstân-
cias:
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
c) para atender a situações de emergência.
Os tipos de EPIs usados podem mudar de acordo com o tipo de atividade a ser executada, isto
é, de acordo com a parte do corpo que se pretende proteger.
Exemplos de tipos de proteção e os correspondentes equipamentos de proteção individual,
são:
1. proteção da cabeça: capacetes.
2. proteção visual: óculos de segurança.
3. proteção auditiva: protetores auditivos.
4. proteção respiratória: respiradores e máscaras.
5. proteção das mãos: luvas.
7. proteção contra quedas: cinto de segurança.
8. proteção de pernas e pés: botas com bico de aço.
A figura a seguir ilustra a utilização de alguns EPIs. Para mais informações, consulte a NR 6, dis-
ponível no site do Ministério do Trabalho.
Utilização de Equipamentos de Proteção Individual
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Portanto, utilize sempre luvas, botas e os demais equipamentos de proteção correspondentes
ao trabalho que irá executar.  Em caso de dúvida, consulte o responsável pela segurança do trabalho
na sua oficina. Abrir mão desses recursos pode trazer sérias consequências.
Imagine que você precisa realizar uma operação de martelamento e que não disponha de uma
ferramenta adequada para isso. Nesse momento, você pode pensar em utilizar qualquer ferramenta
para martelar, entretanto, a recomendação correta é para que não faça isso. Sendo assim, não impro-
vise função para os alicates, e utilize-os somente para as finalidades para as quais foram destinados.
Portanto, nunca use um alicate como martelo ou macete, e tenha em mente que ele não foi feito para
isso, pois o impacto pode levar a ferramenta a trincar ou até mesmo a quebrar, inutilizando o alicate e,
também, podendo ferir o usuário.
Uso inadequado de alicate para martelamento

Conforme mencionado anteriormente, os alicates são projetados para realizar tarefas em deter-
minados tipos de matérias, portanto, consulte o catálogo do fabricante e verifique as recomendações,
pois, caso contrário, a ferramenta poderá ser danificada ou, até mesmo, inutilizada. Por exemplo, só
corte arames endurecidos com alicates próprios para esse fim.
Também é importante observar as condições do ambiente em que o alicate será utilizado,
como a temperatura. Os efeitos do tratamento térmico (que é realizado no material com o objetivo
de se obter uma determinada estrutura mais resistente e adequada para determinado fim) podem ser
modificados se uma temperatura muito alta for atingida e, como consequência, o desempenho da
ferramenta pode ser comprometido, deixando-a menos eficaz. Evidentemente, se o alicate for proje-
tado para resistir a altas temperaturas, você pode utilizá-lo de acordo com as instruções do fabricante.

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Advertência sobre alta temperatura

Sempre coloque o corte do alicate formando um ângulo reto com o eixo do arame ou do cabo
elétrico para a execução de uma tarefa, mais rápida e segura.

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Perceba na figura a seguir que o alicate está alinhado com a horizontal e o cabo elétrico com a
vertical, ou seja, o cabo e o alicate estão formando um ângulo reto.
Ângulo reto entre o alicate e o cabo elétrico

Conforme já mencionado, use alicates isolados verificando no catálogo do fabricante a tensão


máxima de trabalho recomendada (por exemplo, 1000 V), quando for preciso trabalhar em locais com
corrente elétrica. Nesses casos, verifique as condições da isolação elétrica e, se aparecerem trincas ou
falhas na isolação, suspenda imediatamente o uso e não faça reparos com fita isolante.
Alicates com isolamento elétrico devem passar por inspeção, periodicamente, no seu isolamen-
to para evitar acidentes. A figura a seguir mostra algumas trincas como exemplo de falhas que podem
ocorrer no revestimento.
Em condições normais de operação, esse alicate pode ser utilizado em locais com tensão de até
1000 volts.
Revestimento do cabo apresentando possíveis falhas
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Não aumente o tamanho dos cabos do alicate, pois, como essa ferramenta funciona como uma
alavanca interfixa, a multiplicação da força será maior e pode ultrapassar o limite de esforço permitido
para o qual a cabeça foi projetada, o que poderá causar a quebra dela. Portanto, além de não utilizar o
alicate para uma finalidade para a qual não foi destinado, também não se deve mudar as suas especi-
ficações, como o tamanho das suas partes.
Nunca se deve utilizar martelo ou outro objeto para auxiliar no
corte de algum material, isto é, para aplicar golpes na cabeça ou no
cabo do alicate para facilitar o corte, pois isso pode ocasionar a
quebra do alicate. Lembre-se de que o alicate foi projetado ape-
nas para uso manual, ou seja, a pressão de aperto deve ser
aplicada ou regulada manualmente, e não com o impacto de
um martelo ou de outra ferramenta.

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Periodicamente, realize a lubrificação das partes metálicas para prevenir a corrosão da superfí-
cie e, também, melhorar a performance da articulação deixando o trabalho mais suave.
Representação esquemática de lubrificação de alicate

Lubrifica-
ção: con-
siste na
aplicação
de lubrifi-
cante para
reduzir o
atrito e o
desgaste
entre duas
superfícies Importante
sólidas em
movimen- Os alicates devem ser guardados em local limpo e seco, pois a poeira ou outras impurezas
to relativo podem prejudicar a articulação deles. O contato com a água pode contribuir para a corrosão
ou para das partes metálicas. Após o uso sempre limpe as ferramentas antes de guardá-las.
evitar a
corrosão.
Corrosão: Lembre-se de que é importante saber quais são as funções de cada tipo de alicate. Portanto,
processo utilizar ferramentas com finalidades diferentes para as quais foram projetadas é perigoso, pois, além
em que prejudicar as tarefas, pode causar acidentes.
ocorre a
degrada- A figura a seguir mostra a relação dos alicates que nós estudamos nesta lição e a principal carac-
ção não terística de cada um deles. Quando possível, estude todos eles novamente. Além disso, tente assimilar
desejada as informações e aplicá-las na realização dos trabalhos práticos.
de maté-
rias.

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Praticando o conhecimento
Utilizando um alicate para cortar um arame muito duro, você percebe que não está conseguin-
do, apesar de aplicar muita força. Como proceder?
a) Utilizar uma barra de metal e dar golpes na cabeça do alicate.
b) Inclinar o alicate em relação ao eixo do arame formando um ângulo que não seja reto.

c) Verificar no catálogo do fabricante se o alicate não pode cortar o material, e utilizar um alicate
adequado ou outra ferramenta que seja apropriada.

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d) Permanecer tentando.
Comentário: parabéns, mais uma vez! Você acertou ao escolher a alternativa “c”. Sempre que
estiver manuseando uma ferramenta corretamente e não conseguir realizar a tarefa com ela,
deve-se utilizar uma ferramenta de mesmo tipo, mas feita de outro material, ou utilizar outra
ferramenta que seja mais adequada para a tarefa.

Resumindo
Chegamos ao fim da nossa primeira lição. Você teve a oportunidade de conhecer um pouco da
história da criação e da evolução das ferramentas no decorrer da história. Após isso, falamos especi-
ficamente sobre o alicate, apresentamos os diferentes tipos existentes dessa ferramenta e as diversas
utilizações que ela pode ter. Mostramos também alguns exemplos de aplicações práticas da ferra-
menta e, por fim, abordamos algumas recomendações de segurança para a utilização, de forma que
nenhum dano seja causado ao usuário ou à ferramenta.
Veja se você se sente apto a:
• identificar quais são e para que servem os tipos de alicates estudados;
• manusear corretamente esses alicates;
• analisar quais são os cuidados que devem ser tomados ao utilizá-los.

Parabéns,
você fina-
Exercícios lizou esta
Questão 1 – Os alicates podem ser utilizados para: lição!
Agora res-
a) agarrar algo momentaneamente.
ponda às
b) prensar. questões
ao lado.
c) cortar.
d) todas as alternativas acima estão corretas.
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Questão 2 – O alicate manual multiplica a força imposta pelo usuário, pois funciona como:
a) motor elétrico.
b) um redutor de esforço.
c) alavanca.
d) motor a vapor.

Questão 3 – Existem diversos tipos de alicates que se diferenciam uns dos outros depen-
dendo, principalmente:
a) do tamanho.
b) da aplicação, isto é, da forma como serão utilizados.

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c) da cor.
d) do formato.

Questão 4 – A parte metálica dos alicates, geralmente, é feita de:


a) aço.
b) alumínio.
c) cobre.
d) ferro fundido.

Questão 5 – Com relação ao alicate de pressão, marque a alternativa correta.


a) A abertura pode ser regulada através do parafuso de ajuste.
b) A alavanca de liberação serve para soltar o objeto.
c) Pode ser utilizado para segurar tubos.
d) Todas as alternativas estão corretas.

Questão 6 – Os alicates para anéis externos são utilizados para:


a) montagem e desmontagem de anéis de segurança.
b) segurar objetos com firmeza.
c) cortar cabos e fios.
d) dobrar arames.

Questão 7 – Os alicates para anéis externos possuem:


a) parafuso de ajuste para regular a abertura.

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b) alavancas de liberação para soltar o objeto.
c) pontas bem finas retas ou curvas para encaixar nos anéis.
d) lâminas tratadas termicamente para cortar.

Questão 8 – Ao manusear um alicate, alguns cuidados devem ser tomados para:


a) preservar a ferramenta.
b) não danificar o objeto que está sendo manipulado.
c) manter a segurança do usuário.
d) todas as alternativas estão corretas.

Questão 9 – Marque a alternativa incorreta quanto ao manuseio dos alicates.


a) Alicates devem ser utilizados somente para as finalidades a que se destinam.

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b) Alicates podem ser usados para martelar, sem prejuízos.
c) Alicates são ferramentas manuais que multiplicam a força aplicada.
d) Alicates são ferramentas essenciais em uma oficina mecânica.

Questão 10 – Marque a alternativa correta quanto ao cuidado que se deve ter na preser-
vação do alicate:
a) os alicates devem ser guardados em local limpo, pois a poeira ou outras impurezas po-
dem prejudicar a articulação.
b) o contato permanente com água não influenciará na corrosão das partes metálicas, por-
tanto, os alicates não precisam ser guardados em locais secos.
c) não é preciso limpar os alicates antes de guardá-los.
d) nenhuma alternativa está correta.
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