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Vimos por meio deste comunicado, chamar a atenção dos colegas radiologistas:

Cresce em número os processos judiciais envolvendo a prática da ecografia em nosso país,


especialmente em atenção aos “erros médicos” que se enquadrem nas categorias da imprudência,
negligência e imperícia. Neste ensejo, é correto afirmar que os exames obstétricos merecem uma
especial atenção neste quesito.

O Colégio Brasileiro de Radiologia representado pela Comissão de Ultrassonografia divulgou em


artigo: “Rotina para o US Obstétrico 2º e 3º trimestres” dos autores Ximenes, R. Kabayashi, S.; do
seu boletim informativo “Ultrassom Brasil”, as seguintes orientações, aqui transcritas:

“Definições e objetivos do exame:


Ultrassom Obstétrico: tem por objetivo principal avaliar o crescimento fetal em associação com
análise da freqüência cardíaca fetal, volume do líquido amniótico, localização e grau placentário. Não
tem por objetivo a avaliação sistemática e detalhada dos órgãos do feto. Pode ser feito
em qualquer período da gestação.

Ultrassom Morfológico: tem por objetivo avaliar de forma sistemática e minuciosa os órgãos
do feto, em associação com análise da freqüência cardíaca fetal, volume do líquido amniótico,
localização e grau placentário. Utilizando também para avaliar comparativamente o crescimento fetal
com exames anteriores. Tem por objetivo o rastreamento de malformações anatômicas,
cromossomopatias e pré-eclâmpsia. ”

A partir desta introdução, debruçados sobre o tema da prática diária da ecografia, percebe-se a
gravidade em negligenciar a diferença técnica e de fins dos exames obstétrico e morfológico. É
grave conduzir o último com brevidade e carência de uma rotina sistematizada e
pormenorizada.

Enfatizamos, sobretudo, que quaisquer alterações morfológicas, que cabendo cientificamente à


documentação pelo método, negligenciada pelo profissional durante a execução da ecografia
morfológica, seja por despreparo técnico, imprudência ou premência de tempo, pode acarretar
processo judicial.

Segue exemplo de caso por erro diagnóstico, em que há provimento com reparação de danos
morais:

RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO DE DIAGNÓSTICO. EXAMES RADIOLÓGICOS. DANOS MORAIS E


MATERIAIS. I - O diagnóstico inexato fornecido por laboratório radiológico levando a paciente a
sofrimento que poderia ter sido evitado, dá direito à indenização. A obrigação da ré é de resultado,
de natureza objetiva (art. 14 c/c o 3º do CDC). II - Danos materiais devidos, tendo em vista que as
despesas efetuadas com os exames posteriores ocorreram em razão do erro cometido no primeiro
exame radiológico. III - Valor dos danos morais fixados em 200 salários-mínimos, por se adequar
melhor à hipótese dos autos. IV - Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp
594.962/RJ, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/11/2004,
DJ 17/12/2004 p. 534).

O cenário agrava quando é ponderado o pífio valor pago por estes exames, em diversos Estados,
piores em alguns, como o Espírito Santo e Rio de Janeiro, onde a Unimed pratica a quantia bruta de
R$ 54,93 pelo exame morfológico – sem serem descontados os encargos financeiros, os impostos e o
atraso no repasse; ou de convênios que adotam quantias ainda inferiores, como PHS, Vix, Samp,
Sames, no Espírito Santo.
 

É justo e ético que o médico em função séria e abnegada, reflita e pondere se compensa o tempo
dispensado ao exame, os custos em termos judiciais, o estudo dedicado à especialização no método,
etc., para realizá-lo em qualquer dada condição em que se encontre. Lembre-se que é obrigação
ética do médico zelar pela obtenção de todas as variáveis e recursos necessários para a melhor
prática de sua profissão, e isso inclui remunerações justas.

O terceiro ponto que vale salientar é a existência de inúmeros profissionais que permitem a gravação
gratuita de DVDs, nos quais documenta todo o seu exame médico. E para agravar a situação,
os entregam (inocentemente?) como brinde aos pacientes.

Queremos enfatizar e lembrar aos colegas que este material gravado serve de registro ou fato
irrefutável para qualquer processo judicial que venha a lesar o profissional e a clínica, com certo
prejuízo financeiro destes.

Algumas equipes respeitadas de professores em ultrassonografia, como os da EURP, junto com suas
consultorias jurídicas, alertam para a questão, orientando a não gravar a execução do exame
técnico; pois esta é uma questão perigosa e delicada.

Lembrem de levar em consideração que a gravação de um parto, só como exemplo, remunera R$


1.500,00 ao fotógrafo. Este é justamente pago, por valor acertado diretamente entre ele e o cliente,
por sua perícia e conhecimento técnico.

O outro ponto são os relatórios ecográficos. Faz-se necessário a documentação detalhada, nos
exames morfológicos, por escrito, das estruturas avaliadas durante o exame, e daquelas que não
puderam ser por impossibilidade técnica.

Vale salientar que os relatórios ecográficos resumidos e incompletos, dos estudos morfológicos, que
terminam em processo por erro médico, são fadados à lesão por imprudência ou negligência, já que
este tem por objetivo “avaliar de forma sistemática e minuciosa os órgãos do feto”. Sendo,
portanto, obrigatória a documentação sistemática deste estudo, pormenorizando o que foi realizado
e o que foi ou não constatado.

Note que são ricos, na literatura jurídica, processos em que médicos são penalizados, por não
haverem documentos suficientes provando inculpabilidade; tal negligência documental prejudica
decisivamente a defesa do médico na esfera jurídica.

Enfim, deixo aos profissionais ultrassonografistas o tempo necessário para que reflitam sobre estes
dados, e, a partir disto, julguem a melhor forma de atuar em seus consultórios, clínicas e hospitais.

Obrigado a atenciosamente.

Equipe em Defesa da Ética Médica

Obs1: Neste momento, convido o leitor para a seguinte reflexão: Temos vergonha em reconhecer
que nossos colegas radiologistas estejam negociando pacotes pré-fixados de preços, baixíssimos e
vis, entre seus serviços e as operadoras de planos de saúde. Percebemos, nitidamente, a carência de
experiência dos proprietários destas empresas, que se tornam vítimas de joguetes mercadológicos.
Estes imaginam ganhar mais no volume de atendimento, deixando de zelar pela qualidade e ética na
profissão; inconscientes de que no fim, as operadoras forçarão os demais serviços a trabalhar pelos
mesmos valores, e a distribuir seus usuários pela mesma rede de credenciados, agora pessimamente
remunerados. O médico é o maior responsável pela decadência profissional que está
experimentando.
 

Obs2: Grave, também, é a situação em nosso país em que muitos profissionais, no afã da nova
especialidade, realizam cursos rápidos em ecografia sem terem sido submetidos ao adequado
treinamento ou ter prestado as provas necessárias para o devido reconhecimento desta prática.
Atenção deve ser dada aos casos de erros médicos cometidos por estes profissionais que serão
agravados pela imperícia, levando a responsabilização do profissional e da clínica que o contratou, de
forma solidária.

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