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A volta do rosé

Uma nova safra de rosados chega ao país -- desta vez, os


produtores resolveram caprichar

15/12/2006 Suzana Barelli, da EXAME

O rosé sempre foi visto como um ilustre representante da segunda


divisão do mundo do vinho. Alguns motivos contribuíram para
sedimentar essa percepção. O mais importante deles foi a total falta de
capricho de muitos produtores. Os exemplares resultavam de sangrias
realizadas para aumentar a concentração dos vinhos tintos. Outros
nasciam da mistura pura e simples de vinho branco e tinto -- quase
sempre com resultado sofrível. Outra razão para o descrédito do rosé
era a ausência de hábito do consumidor, que não tinha idéia das
combinações possíveis entre o vinho e a comida. Nos últimos meses,
porém, isso vem mudando radicalmente. O rosé foi a maior sensação
nos bares da Europa e dos Estados Unidos no último verão, e as
vendas de alguns produtores triplicaram. Os importadores vêm
constatando uma repetição do fenômeno no Brasil. Nas principais
empresas do setor, as vendas de rosé dobraram de um ano para cá.
"O consumo está explodindo no mundo todo", afirma Philippe Guigal,
diretor-geral e enólogo da Domaine E. Guigal, premiada vinícola da
região do Rhône, na França.

O investimento em qualidade é a principal razão para que os rosados


voltem à moda -- eles já fizeram sucesso nos anos 50 e 60. "Quem
acompanha o mercado sabe que eles estão muito melhores", afirma
Otávio Lilla, diretor da importadora Mistral. Os produtores que estão na
vanguarda elaboram o rosé da maneira tradicional, sem as apelações
que colocaram o produto em descrédito. Até o início do processo, a
fabricação é idêntica à de um tinto: as uvas tintas são prensadas na
vinícola e começam a fermentar em contato com as cascas. A
diferença vem 24 horas depois do início da fermentação, quando as
cascas (responsáveis pela cor do vinho tinto) são retiradas. Esse
processo de vinificação -- com um moderno controle de temperatura
enquanto o mosto se transforma em vinho nos tanques de aço inox --
garante o frescor, o corpo leve e os aromas frutados característicos do
rosé. O resultado, diz a enóloga argentina Susana Balbo, sócia da
vinícola Dominio del Plata, é um vinho que atende às expectativas
atuais do mercado. "Os consumidores têm buscado vinhos mais
frutados, alegres, fáceis de beber", afirma ela. Nesta safra, a Dominio
del Plata aumentou em 70% a produção do seu Crios Rosé, elaborado
com a uva malbec, e tem encomendas garantidas para Europa,
Estados Unidos e Brasil.
Por que o rosé? O que você deve saber para entrar na moda dos rosados
Idade: Os melhores são os mais jovens. Fuja daqueles com mais de três anos de
idade
Temperatura: O rosé deve ser bebido entre 10ºC e 12ºC
Comida: Acompanha pratos em que um branco seria muito leve e um tinto
mascararia o sabor da comida, como quiches e refeições com frutos do mar e azeite

A segunda explicação para o interesse pelo novo rosé é de natureza


gastronômica. O crescimento do mercado mundial de vinhos e a
sofisticação dos hábitos do consumidor aumentaram naturalmente a
demanda por produtos menos conhecidos, como os rosés e os vinhos
de sobremesa. "Um dos grandes desafios é harmonizar o rosé com a
comida", afirma Cecilia Canaro, responsável pela Fleixenet para a
América Latina. A harmonização sai do batido carne-tinto e peixe-
branco. Os rosés são considerados ideais para acompanhar pratos
mais leves, como saladas e quiches, e receitas mediterrâneas, com
peixes, frutos do mar e muito azeite.

A pressão do mercado está forçando as vinícolas a abrir espaço para


os rosés. A chilena Santa Rita, por exemplo, lançou um rosado
elaborado com a uva cabernet sauvignon, cujas vendas crescem 15%.
A Viña Montes, também chilena, conhecida por tintos como o Montes
Alpha, acaba de lançar seu primeiro rosé, o Cherub. A produção de 20
000 garrafas em 2005 mais do que triplicou nesta safra: 65 000
garrafas. Outras vinícolas, como Santa Carolina e Santa Helena,
também trouxeram para o Brasil seus rosés. Mesmo produtores
nacionais, como a Miolo, colocaram no mercado rótulos para competir
nesse nicho. "Havia uma demanda reprimida por um rosé de
qualidade", diz Otávio Piva de Albuquerque, presidente da Expand.
Apesar do crescimento, o número de garrafas vendidas ainda é
pequeno. Na Expand, por exemplo, os rosés representavam 0,2% das
vendas totais em 2004 e devem chegar a 1% neste ano. Nesse ritmo,
a volta à primeira divisão fica cada vez mais próxima.

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/a-volta-do-rose-m0119371

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