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Senhor Shiva propagou grandes ensinamentos em diferentes epocas..

entre eles a Hattayoga, o


caminho do tantra, a filosofia mayavadi, muitos textos como o Shiva Gita, Shiva Purana trazem
grandes ensinos e entre eles também a filosofia Soma-rasa sobre a bebida celestial encontrada
na lua.
Para o Shivaismo Ancestral o Soma, também conhecido como Amrita (o Elixir da Imortalidade)
é a bebida Sagrada que originou a Ayahuasca.O Soma também era uma bebida sacramental
utilizada na Índia antiga,originada no céu,trazida por Shiva e outros semideuses, e passou a ser
comparada mais tarde como a Ambrósia dos Gregos. Ela é mencionada nos Vedas, as
escrituras sagradas da Índia, a qual relata uma série de contos envolvendo sua ingestão por
alguns Deuses Hindus.

O Soma védico era uma bebida ancestral que promovia a imortalidade àqueles que a
tomavam. Seu feitio era realizado através da planta medicinal Asclepias acida ou Sarcostoma
viminales colhida nas montanhas do Vale do Indo.

Soma também é o nome do deus da Lua, e assim como a Lua ele possuía, para nossos
ancestrais Indianos, um simbolismo ambíguo, representada o bem e o mal, muito mais o mal
do que o bem. Astrologicamente, Soma é o regente invisível da Lua, que representa também o
símbolo da ilusão, da Deusa Maya. Soma é o deus misterioso que desperta a natureza mística e
oculta da humanidade.

Para os xamãs ancestrais o uso sagrado do Soma fornecia visões místicas e revelações
espirituais recebidas através de transes profundos.O Soma era utilizado nas iniciações
xamânicas e bramínicas no período pré-védico e védico.Muitas das escrituras sagradas que
hoje nos sabemos que foram reveladas aos Rsis foram reveladas sob o efeito do Soma sagrado.

Os iniciados no Soma sentiam seus corpos se fortalecerem, seus corações se encherem de


coragem, suas mentes se encherem de lucidez e da certeza da sua imortalidade e assim
dotados de um profundo êxtase espiritual esses Rsis recebiam as instruções do Supremo sobre
a verdade revelada.

Contos Hindus afirmam que o próprio Deus Indra adoecia às vezes por tê-la bebido. Os simples
mortais poderiam até mesmo morrer se bebessem uma dosagem forte. O Soma danificava
profundamente o organismo, mas para os iniciados ele gerava uma felicidade tão
transcendente que este preço no fundo não era considerado exorbitante.

Nas lendas Hindus, a Lua era o copo onde os deuses bebiam o Amrita, o Elixir da Imortalidade.
Os eclipses aconteciam sempre que o monstro Rahu conseguia agarrar a Lua e beber essa
bebida mágica. Mas como o Rahu não tinha ventre, a Lua podia escapar sempre e "seguir o seu
caminho."

O mesmo Elixir da Imortalidade recebia o nome de Amrita na Pérsia. Algumas vezes era
chamado o leite da Deusa Mãe, algumas vezes bebida fermentada, algumas vezes como
sangue sagrado. E sempre em associação com a Lua. O orvalho e chuva se tornava seiva
vegetal, seiva se tornava o leite da vaca, e o leite então era convertido em sangue: Amrita,
água, seiva, leite e sangue representavam estados diferentes de um mesmo elixir. O vaso ou
cálice deste fluído imortal é a Lua.
O Soma podia ser bebido também entre os Deuses Hindu, e o Deus que bebia chegava à
posição de Indra, o Rei dos Deuses.

Entre os humanos, ele possibilitava o renascimento em forma de Deus, deixando assim sua
forma física, pois o Soma fornecia o divino poder de inspiração e desenvolvia no ser humano a
faculdade de clarividência.

Para o Xamanismo Ancestral o Soma possibilitava a mesma conexão que a Ayahuasca


promove. O efeito era similar, apenas com uma diferença, mantras eram entoadas para
intensificar ainda mais seu efeito.

Por fim, o segredo do Soma védico chega à Grégia antiga, e assemelha-se a Ambrósia ou
néctar, a bebida dos Deuses do Olimpo. E passa então a ser utilizado nas iniciações Eleusianas.
E para os Gregos aquele que bebia o Soma chegava facilmente à posição de Brahma, o Deus
Criador da Trindade Hindu.

O Soma grego passou a ficar conhecido em toda a Europa, entre as tribos Teutônicas, os
Germânicos e os Anglo-Saxões como a Bebida dos Deuses. Porém, para os Hindus a destilação
da bebida era empregada da mesma forma como a da Ayahuasca, através das fases da Lua.
Para os Gregos da época de Homero o Soma passou a ser extraído do néctar da Ambrósia.

Infelizmente, nessa época, o Soma do admirável Velho Continente passou a não possuir mais
os efeitos místico-espirituais promovidos pela Ayahuasca . Em pequenas doses proporcionava
apenas uma sensação de felicidade. Doses mais altas geravam visões, e com três doses de
Soma se caía, depois de alguns minutos, num sono relaxante. Isto sem qualquer desgaste sério
para o organismo ou para a mente. Os habitantes do Velho Continente libertavam-se assim de
seu mau humor, conflitos cotidianos ou criatividade reprimida pelo sistema.

O Soma grego passou a ser visto como um direito dos cidadãos. Aprendia-se sobre as dosagens
nas sessões de hipnopedia, e para o Estado era uma garantia contra a desadaptação pessoal e
a divulgação de idéias subversivas. O Soma passou então a ser o ópio do Velho Continente,
possuindo uma visão completamente contrária do Soma védico. "A religião, segundo Karl
Marx, é o ópio do povo. No admirável Velho Continente, a situação invertera-se. O Ópio, ou
antes o Soma, era a religião do povo."

É surpreendente a força da religião na Índia. Qualquer visitante pode verificar que lá, os
Deuses estão vivos! Shiva, que significa "O Benéfico", é uma das várias formas divinas que
reúne aspectos contraditórios. As numerosas e diferentes formas de Shiva representam a
dialética da própria natureza. Suas manifestações são complexas e contraditórias: Shankara é o
Pai do Xamanismo Ancestral, Mahakala é o Senhor do Tempo, Mrituñjaya é o Vencedor da
Morte, Pashupati é o yogi que medita nas florestas, Senhor das Feras, Sarva é o Arqueiro,
Mahadeva é o Grande Deus, o deus da vida e da morte, Nataraja é o Rei dos Dançarinos,
Ardhanarishvara é o andrógino, que unifica e transcende as dualidades.

Diferentemente da idéia da cultura judaico-cristã, Shiva é a síntese, a integração das forças da


vida e da morte. Seus mitos são símbolos que expressam de maneira poética e alegórica a
percepção que o povo Hindu teve e tem das verdades universais, bem como da reconciliação
entre a poesia e a religião por um lado, e a ciência, pelo outro.
Dentre essas inúmeras formas, destacam-se duas que são pólos opostos: Nilakantha e
Mahakala. Por um lado, Shiva é o preservador da criação, sob a forma de Nilakantha, "Aquele
da Garganta Azul". Nessa forma, Shiva absorve em si próprio o veneno do mundo (halahala, ou
kalakata). Esse veneno é a antítese do néctar celestial da imortalidade, chamado Amrita.

Para que a imortalidade exista, a morte também deve existir. Apenas Shiva, o grande yogi que
está além das dualidaes, pode absorver o veneno da morte e salvar o mundo.

Shiva é ao mesmo tempo, então, o Senhor da Vida e da Morte, do nascimento e da destruição.

Por outro lado, Shiva é igualmente Mahakala, o devorador do tempo, que dissolve o universo
(mahapralaya) no final dos ciclos cósmicos (mahakalpas). Nesta forma, ele revela um aspecto
de grande profundidade filosófica: o tempo é rítmico. É por isso que Shiva é o senhor da
dança, Nataraja. Ele dança o tandava, a dança da dissolução, marcando o ritmo com o damaru,
um tambor em forma de ampulheta.

O mito de Nilakantha, conhecido como O Bater do Oceano de Leite (samudra mantham)


exemplifica o quanto o Deus Shiva integra em si próprio as forças de criação e dissolução, bem
como todas as ambigüidades, dualidades e pares de opostos.

A história é assim: muito, mas muito tempo atrás, deuses e demônios estavam engajados
numa luta sem quartel pela supremacia e pela conquista da imortalidade. Nessa guerra, a
arma definitiva seria o Amrita, o Elixir da Imortalidade, que jazia no fundo do Oceano das
Águas Causais.

No entanto, todo o poder dos deuses, inimaginável para nós, mortais, era insuficiente para
extrair o Amrita das profundezas. Ainda mais, quando os demônios estavam concentrados na
mesma tarefa, e boicotavam o esforço dos deuses.

Brahma, o Deus Criador, conclamou então um encontro para resolver a questão. Acordou-se
que deuses e demônios cooperariam entre si, ao invés de lutar. Vishnu assumiria a forma de
Kurma, uma tartaruga gigante. O ciclo do deus Vishnu inclui dez encarnações, das quais a
tartaruga é a segunda. Essas encarnações são chamadas Avatara, que significa "Aquele que
Desce [para salvar o mundo]".

Sobre as costas de Kurma, os demais deuses colocariam o monte Mandara, e ele desceria
carregando essa montanha até o fundo do Oceano das Águas Causais (Samudra). O deus-
serpente Vasuki, enroscado ao redor da montanha, serviria como corda, puxada
alternadamente por deuses e demônios, cada grupo ficando numa das beiras do Oceano.
Desta maneira, Kurma, girando alucinadamente com os braços e as pernas abertos, trabalhou
como uma espécie de liquidificador gigante, que espalhou as águas do Oceano em todas as
direções, fazendo com que os tesouros submersos nele desde o início dos tempos, viessem à
superfície. A tarefa estava dando muito certo, até a aparição do Veneno.

A maneira em que o Veneno Mortal surgiu é aberta a interpretações. Por um lado, algumas
versões do mito de Nilakantha afirmam que ele jorrou das profundezas do mar quando deuses
e demônios começaram a bater as águas. Por outro, algumas versões sustentam que ele foi
segregado por um imenso peixe que morava nas profundezas do Oceano, e que foi
incomodado por Kurma quando este começou a bater as águas.

A aparição do veneno kalakata marca o fim da Primeira Era das quatro do presente ciclo
cósmico. Essa Era Cósmica chama-se Satya Yuga em Sânskrito, que significa Era da Verdade, ou
Era do Dharma.

Shiva estava meditando no alto do Himalaya. Deuses e demônios foram lhe rogar para serem
salvos daqueles vapores letais. Ele aquiesceu, e bebeu o veneno, ficando com a garganta
colorida de azul. É por isso que ele é chamado Nikalantha, o da Garganta Azul. O nome
Garganta Azul aponta para o fato de que não existe nenhum conflito entre o coração e a
mente de Shiva. Mente e coração estão em sintonia, alinhados e, entre eles, só existe espaço
vazio, representado pela cor azul. Nikalantha é aquele que vê todo o mundo em si mesmo, e a
si próprio em todo o mundo.

O desapego de Shiva perante a vida e a morte é absolutamente aterrador. Ao beber o veneno


kalakata, ele salva o Universo. Ao absorver em seu próprio organismo o veneno do mundo, ele
redime a Humanidade.

Desta maneira, deuses e demônios puderam retomar a tarefa de desenterrar não apenas o
Elixir da Imortalidade, mas igualmente a Deusa Lakshmi, que surge das águas numa cena
idéntica à do nascimento de Afrodite na mitologia grega, e que acaba casando com Vishnu,
bem como alguns valiosos tesouros, dentre os quais destaca-se o kausthubha, uma jóia que o
Deus carrega até hoje no peito.

Uma vez resgatados esses tesouros, os deuses deram uma rasteira nos demônios para ficarem
com o Elixir da Imortalidade, o Amrita.
Desde o período Paleolítico Superior (entre 75.000 a 15.000 anos a.C) que nossos ancestrais já
utilizavam certas plantas para fins medicinais e como meio de acesso ao reino dos espíritos,
através do feitio das chamadas Bebidas Sagradas. O impacto do seu uso na estruturação da
psique e da cultura humana é muito maior do que se pode imaginar. Hoje em dia essas plantas
são chamadas enteógenas, que significa: capaz de suscitar a experiência de Deus em si mesmo.
Seus compostos psico-ativos produzem um estado de expansão de consciência. Num contexto
espiritual apropriado geram experiências de êxtase místico. Nesses estados de consciência é
que os santos, os avatares e os profetas lançaram o alicerce para muitas das grandes religiões
de massa dos nossos dias.

Dizem que, periodicamente, a força espiritual que assiste e modela este planeta muda de
lugar, o que explicaria os súbitos ciclos de decadência e de florescimento de culturas e
tradições religiosas. Foi assim que se sucederam os cultos do Soma (uma bebida sagrada que
possui efeito similar à Ayahuasca) no período pré-védico, através da Civilização do Vale do
Indo ou Dravida (por volta de 7.000 a.C) da Índia antiga, onde o Xamanismo Ancestral já estava
em evidência e que através do Soma, passou a fazer uso dessa Bebida Sagrada para conectar-
se com o Grande Espírito da Índia, por volta de 4.500 a.C, quando o subcontinente indiano
passou a sofrer diversas mudanças climáticas causadas em parte pelo movimento de placas
tectônicas no decorrer de vários séculos, fazendo com que grande parte dessa civilização
migrasse para outras regiões do planeta, levando todo o conhecimento deste povo, foi que a
primeira bebida sacramental, o Soma, tomou novos rumos e disparou para o mundo,
alimentando assim os Mistérios de Eleusis na Grécia Antiga, as tradições cristãs gnósticas e
esotéricas, os yogues da Índia e do Tibet, a Cabala da Espanha Islâmica, os Incas e Astecas até
chegar aos povos e culturas remanescentes do Éden original. Situadas na selva sul-americana,
foi lá onde o Grande Espírito parece ter semeado grande parte da sua farmacopéia enteógena.

A intensidade da experiência mística desencadeada a partir destas bebidas, usadas desde


milênios, tem sido relatada e estudada com cada vez maior frequência. O seu uso desperta na
consciência a sensação inefável de fazer parte da Totalidade. Esta não é uma abstração e sim
uma verdade que se encontra nas camadas mais profundas do nosso ser. Vista através desse
tipo de experiência, a Natureza não é apenas um conjunto de solo, paisagens, flora e fauna e
sim a forma visível da Mãe-Terra, o ser biológico espiritual planetário.

A forma pela qual essa compreensão ficou mais preservada chama-se Xamanismo. Ele é,
segundo a já clássica definição de Eliade, aquelas técnicas arcaicas do êxtase, a primeira forma
sistematizada pelo homem para acessar o desconhecido mundo dos espíritos. É
profundamente excitante que este mesmo Xamanismo esteja novamente em destaque em
nossos dias. Desde as incursões às selvas sul-americanas de alguns botânicos e etnógrafos do
século passado, que a comunidade científica vem demonstrando um crescente interesse pela
contribuição que as plantas psico-ativas podem dar, tanto para estabelecer uma cartografia da
consciência, quanto para a solução dos grandes enigmas da espécie humana.

Em torno dessa indagação sobre os efeitos dessas plantas no sistema nervoso central e seu
papel como fator estruturador da auto-consciência do homem e na criação do próprio
pensamento religioso está se criando um campo de estudos comum entre o saber científico e a
experiência mística. Se estas técnicas, xamânicas, principalmente as que se servem das Plantas
e Bebidas Sagradas, foram responsáveis no passado pelas visões que deram origem às grandes
revelações espirituais, certamente ainda hoje, elas nos estarão transmitindo a mesma
mensagem. E a nossa consciência é ao mesmo tempo o aparelho receptor e o cenário onde
essa mensagem nos é revelada.

Isso é válido tanto para as técnicas xamânicas tradicionais quanto para as religiões enteógenas,
fenômeno recente, dos quais a Religião do Santo Daime no Brasil, da Iboga no Gabão e do
Peyote nos EUA são os maiores expoentes. Todos esses cultos utilizam um sacramento
enteógeno, uma planta psico-ativa que se transforma em um líquido sagrado que produz uma
expansão de consciência e uma experiência de cunho eminentemente místico.

Na Amazônia Ocidental Brasileira o Xamanismo religioso dos pajés sempre esteve associado ao
uso das plantas enteógenas. Uma das mais importantes delas é sem dúvida a Ayahuasca, em
torno da qual convergem muitas tradições dos índios e caboclos da região.

Quando os imigrantes nordestinos trouxeram para a Amazônia seus mitos e suas crenças
religiosas, bastante influenciadas por um catolicismo de raízes populares, aqui encontraram os
povos nativos dessas matas, conhecedores dos seus múltiplos mistérios e dos segredos das
plantas utilizadas nos seus rituais xamânicos.

Foi nesse cenário, ao mesmo tempo mágico, que floresceu o culto do Santo Daime, um típico
exemplo desta nova forma de fenômeno espiritual cada vez mais presente nos dias de hoje.
Nas florestas da América do Sul, o Mestre Raimundo Irineu Serra cristianizou as tradições
caboclas e xamânicas da Bebida Sagrada Ayahuasca, que em idioma Quéchua significa liana de
los espíritos, conhecida desde o tempo dos Incas e rebatizou-a com o nome de "Daime",
significando com isso o rogativo que deveria ser feito pelo fiel ao comungar com a bebida.

Raimundo Irineu Serra foi um maranhense de cor negra e elevada estatura física e espiritual.
Com sua humildade e determinação, granjeou o respeito de todos quanto o conheceram.
Depois de entrar em contato com a bebida na fronteira com o Perú, foi para a cidade de Rio
Branco, onde começou a trabalhar com um pequeno círculo de discípulos. Obteve uma
revelação da própria Virgem Maria, que lhe apareceu sob a forma da Rainha da Floresta. A
partir deste momento, estava nascendo o Terceiro Testamento, uma Nova Anunciação
Visionária, através dos hinos que o Mestre Irineu foi recebendo e que re-interpretava a
cosmologia cristã pela lente e pelas luzes da Ayahuasca.

Mais uma vez, longe dos saberes eruditos e dogmáticos, da pompa dos cortesões eclesiásticos,
um ensinamento espiritual de grande profundidade foi tecido por humildes seringueiros, no
contexto de um cristianismo popular, durante o boom da borracha no final do século passado.
Neste cenário ímpar foi que o Mestre Irineu reuniu em seu cadinho alquímico esse mesmo
cristianismo com tradições pré-colombianas, esoterismo europeu, crenças africanas e
Xamanismo enteógeno.

O resultado dessa mistura é um sistema que consegue aliar a extrema simplicidade de sua
formulação a uma profundidade espiritual raras vezes lograda por outras correntes que se
dedicam a batalha e a investigação do auto-conhecimento. As visões, que são chamadas
também de mirações, mostram tudo que a nossa fé precisa acreditar. Considerando que no
passado os cristãos eram glorificados por crer naquilo que não tinham visto, a revelação
enteógena promove um avanço substancial. Mata a cobra e mostra o pau.

A cristianização da Ayahuasca é o fecho de um longo processo de resgate cultural e espiritual.


Quis o Grande Espírito, que escreve certo por linhas tortas, unir a fé dos conquistadores
cristãos (protagonistas da empresa colonialista que, sob a benção da Igreja, submetiam povos
inteiros a escravidão e ao genocídio), com o sacramento destes povos subjugados e oprimidos.
Com o Mestre Irineu, o Vinho das Almas se converte no novo sangue do Cristo, o Consolador
Prometido, o Paráclito Vegetal, o Logos-Cipó. Através dele assimilou-se a espiritualidade dos
nativos pré-colombianos ao mesmo tempo que se resgatava o karma desta página sombria da
expansão da cristandade no novo continente. Isso sem falar na restauração do papel da
experiência visionária como o centro da revelação espiritual, descrucificando assim o Ser
Crístico da cruz dos dogmas a que foi reduzido.

Assim, nasce a Doutrina da Floresta, mais conhecida como Santo Daime, que prolifera no Brasil
a utilização e divulgação da Bebida Sagrada, o Vinho da Alma, a Ayahuasca.
Entre 1991 e 1993, a Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina),
Universidade de Campinas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade do
Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Universidade da Califórnia,
Universidade de Miami, Universidade do Novo México e Universidade de Kuopio (Finlândia),
foram convidados por iniciativa de uma das igrejas sincréticas Brasileiras, a UDV, para
gerenciar uma pesquisa cientifica, intitulada "Farmacologia Humana da Hoasca, chá usado em
contexto ritual no Brasil".
A pesquisa foi articulada pela direção central do Centro de Estudos Médico-Científico da União
do Vegetal, órgão interno da instituição, que reúne seus adeptos profissionais de áreas
relevantes. Os resultados constatam que a bebida Ayahuasca é inofensiva à saúde.

A pesquisa está publicada em importantes revistas científicas como: "Psychopharmacology",


em texto assinado por J. C. Callaway (PhD), e "The Journal of Nervous and Mental Disease", em
texto de Charles S. Grobb (PhD).

Este estudo se deu em Manaus e envolveu nove centros universitários e instituições de


pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Finlândia, financiados pela fundação norte-americana
Botanical Dimension. A pesquisa começou a ser planejada em 1991 e aconteceu em 1993.
Consistiu em aplicar testes laboratoriais e questionários, dentro dos procedimentos científicos
padrões, em usuários da Ayahuasca. Eram pessoas de faixas etárias variadas, dos meios urbano
e rural, freqüentadores assíduos dos cultos. Os testes foram também executados em não
usuários servindo de grupo de controle.

A avaliação psiquiátrica conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal


de São Paulo, Centro de Referência da Organização Mundial da Saúde, não encontrou entre os
usuários pesquisados nenhum caso de dependência, abuso ou perda social pelo uso da
Ayahuasca, aspectos presentes em usuários de drogas proscritas pela legislação.

As conclusões comparativas são surpreendentes. A primeira delas, confirmando a afirmação de


que a bebida é inócua do ponto de vista toxicológico: não se constatou "nenhuma diferença
significante no sistema neurosensorial, circulatório, renal, respiratório, digestivo, endócrino
entre os grupos experimentadores e de controle".

Nos testes psiquiátricos, foram aplicados os recomendados pela ortodoxia científica, o CIDI
(Composite International Diagnostic Interview), com os critérios do CID 10 e DSM IIIR, e o TPQ
(Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se que os usuários da Ayahuasca,
comparativamente aos não usuários (grupo de controle) mostraram-se mais "reflexivos,
resistentes, leais, estóicos, calmos, frugais, ordeiros e persistentes". E ainda: mais "confiantes,
otimistas, despreocupados, desinibidos, dispostos e enérgicos". Exibiram também "alegria,
hipertimia, determinação e confiança elevada em si mesmo". Os examinados apresentaram
desempenho significativamente melhor que os do grupo de controle quanto à capacidade de
lembrar as palavras na quinta tentativa. Foram melhores também em "número de palavras
lembradas, recordação tardia e recordação de palavras após interferência".

Embora o protocolo de estudo não permitia separar os benéficos atinentes ao contexto


religioso dos efeitos da bebida em si, esta pesquisa confirma a impressão geral, decorrente da
sua utilização milenar, da inocuidade da Ayahuasca. De fato não se conhece caso de lesões e
doenças provocadas pelo seu uso "in natura", sem adulterações ou misturas.

Ayahuasca é uma bebida psicoativa, de poder espiritual milagroso que cura doenças do corpo
e da alma. Ela é feita pela cocção de duas espécies vegetais distintas e utilizada atualmente em
cerimônias ou rituais religiosos e místico-espirituais.
Há 7.000 anos atrás, nas montanhas do Himalaia Shiva veio manifestar vários passatempos.
Nesta época os seres humanos eram quase animais, quer dizer, viviam dominados pelos
instintos básicos – medo, fome, sexo e sono. Não havia estrutura social e, portanto, não havia
um sentimento de coletividade, necessário ao progresso humano. Não havia conhecimentos
sistematizados e o pouco existente não era compartilhado. Shiva forneceu um sistema para
desenvolver todas as faculdades humanas; nos aspecto social introduziu o casamento na
sociedade, no campo cultural fortaleceu a dança, a música e a medicina, e no campo espiritual
criou a ciência do “Tantra ”. A palavra “Tantra ” é composta de dois radicais: “tan ”, que quer
dizer “crueza, teia, denso, matéria ou tensão” , e “tra ” que significa “libertação ou expansão”.
“Tantra ” então é a ciência que nos liberta dos grilhões da teia material. Em termos mais
simples, isso significa um método que dá controle sobre os instintos e sobre a mente. “Tantra ”
é um processo completo, uma filosofia de vida.
De fato, Shiva deu tudo como uma ciência prática, racional e sem dogmas, para desenvolver o
ser humano em todas as esferas da vida. No entanto, nessa época havia somente idiomas
falados, tampouco havia um sistema educacional em particular. Como não havia uma língua
escrita, ensinava-se tudo oralmente. Assim, com o passar dos anos os ensinamentos de Shiva
foram distorcidos, por força dos instintos animais e egocêntricos, predominantes naquela
época. Como resultado surgiram duas vertentes: “Vidya Tantra ” e “Avidya Tantra ”; o primeiro
relaciona-se com o plano da “Consciência Cósmica”, subjetiva e espiritual, e sua prática está
relacionada ao método devocional ideativo, e o segundo com a “Energia Cósmica”, objetiva e
material, e enfatiza o método sensorial.
Enquanto que no caminho de “Avidya Tantra ”, o “Tantra da Ignorância”, vinculado a magia
negra, ensina-se o uso de vinho, consumo de carne e magia sexual (maithunia), etc., buscando
assim a cristalização do ego, no caminho de “Vidya Tantra ”, o “Tantra do Conhecimento”,
vinculado à magia branca, recomenda-se alimentação lacto-vegetariana, jejuns, posturas de
ásanas, kiirtans e bhajans (cantos com mantras), serviço social altruísta, meditação e a entrega
do ego, como métodos para se alcançar a Auto-realização, o Supremo Desideratum.
Atualmente, através das ciências, temos conhecimentos que estes “estados alterados de
consciência ”, alcançados nestes êxtases místicos, decorrem de mudanças hormonais, ou seja,
em função de substâncias endógenas, como a “melatonina, serotonina, adrenalina, ocitocina,
dopamina, etc.”, que são alteradas por diversas influências bioquímicas em nosso organismo,
decorrentes das práticas de jejuns, meditação, exercícios respiratórios (pranayama), posturas
de ásanas, alimentação lacto-vegetariana, ou ingestão de plantas de poder em rituais
xamânicos.
Posteriormente, há 5.000 anos atrás o Senhor Krisna, sistematizou a “Jinana Yoga”, o
Conhecimento verdadeiro, a “Karma Yoga ”, a Ação verdadeira e a “Bhakti Yoga ”, a devoção
verdadeira. Somente no ano de 200 a.C. Patanjali reorganizou todos estes métodos e codificou
o que se chama hoje de “Rajah Yoga ”, ou Yoga dos Oito Passos (1.Yama, 2.Niyama – 10
princípios morais, 3.Asana – postura cômoda, 4. Pranayama – controle da respiração, 5.
Pratyahara – abstração dos sentidos, 6. Dharana – concentração, 7. Dhyana – meditação e 8.
Samadhi – união do eu individual com o Eu Cósmico).
Quem somos? Por que estamos aqui? Qual a finalidade da existência humana? Tais questões
podem surgir muitas vezes em nossas mentes e deixar-nos um pouco perplexos. Se você tem
pensado nestas questões, talvez também tenha descoberto que é muito difícil achar as
respostas. No entanto, as respostas existem – temos que mergulhar fundo..., profundamente
em nós mesmos. De todos os seres vivos, o ser humano é o mais evoluído, porque nele se
encontra uma clara reflexão daquilo que os místicos chamam de consciência. Nenhum outro
ser tem uma reflexão tão clara. Essa consciência é que permite ao ser humano distinguir entre
o bem e o mal.
Quando ele está numa situação difícil, é a consciência que o ajuda a resolver o problema.
Ninguém necessita viver na miséria e sofrimento, especialmente o ser humano, pois a
consciência pode ajudá-lo a descobrir uma solução. Uma vida sem tristeza e sofrimento é uma
vida de felicidade, e é isso o que almeja o ser humano. Todos estão procurando a felicidade; de
fato, “A natureza humana é buscar a felicidade ”. A felicidade deriva da obtenção daquilo que
se deseja. Se não se obtém o que se deseja, não se pode ser feliz. Por isso, a principal atividade
do ser humano é tentar obter aquilo que ele deseja, alcançando, assim, a felicidade.
Na sua busca de felicidade, o ser humano é primeiro atraído por objetos mundanos: riqueza,
luxo, etc. Depois ele busca realizar sonhos e aspirações, como fama, poder e posição. No
entanto, se ele tem somente mil reais, ele não fica feliz. Ele deseja mais. Lamentavelmente,
todas essas coisas são finitas e limitadas, porém, no entanto, o desejo do ser humano por
felicidade é infinito. Sua procura por felicidade não conhece limites. Os que desejam riqueza,
não serão felizes até que obtenham riqueza ilimitada. Os que desejam fama, um cargo ou
título não estarão satisfeitos até que obtenham essas coisas em grau ilimitado. Tudo isso
pertence ao mundo físico. O mundo físico é finito, e não pode dar ao homem coisas infinitas.
Portanto, mesmo a maior aquisição mundana nunca pode proporcionar a satisfação completa
e final. Não se pode obter, dessa forma, a felicidade infinita.
O que, então, pode proporcionar ao ser humano esta infinita felicidade? Somente aquilo que é
por natureza infinito e eterno. Somente a Consciência Cósmica, Brahman, o Eu Verdadeiro, é
Infinito e Eterno.
Essa realização do Infinito se chama Auto-realização. Auto-realização significa “Conhecer a Si
mesmo”. O Infinito está escondido dentro de nós mesmos. Nós temos somente de olhar fundo
para dentro de nós mesmos para podermos encontrá-Lo. O processo de meditação permite
realizar esta tarefa tão importante. “ A busca da felicidade é a verdadeira natureza da vida
humana” Na realidade, atrás desse impulso humano está oculto o desejo da obtenção de
Deus, a Bem-aventurança Infinita. Esta verdadeira natureza de todos os seres humanos é
chamada, em sânscrito, de “Dharma”. A palavra “Dharma”, que não tem uma tradução literal
para o português, pode ser traduzida, aproximadamente, por diversas palavras similares,
como: natureza, característica, propósito, propriedade e significado.
A natureza do fogo é queimar e produzir calor. Portanto, esta é sua característica, seu
propósito, sua natureza, seu “Dharma”. No caso dos animais, todos possuem uma natureza
própria que são os instintos básicos, como: comer, dormir, medo e sexo. Estes instintos básicos
são denominados de “Svabhavik dharma”, constituído dos fatores biológicos comuns ao ser
humano e aos animais, com a diferença de que o ser humano pode dominá-los
progressivamente. Similarmente, o “Dharma” ou natureza do ser humano é buscar a Deus,
“Brahma”, Alá, Jeová, Juramidam, a Consciência Suprema, a Bem-aventurança Infinita. No
aspecto físico nossos instintos básicos encontram-se numa incessante luta por eternidade, no
plano psíquico nossa mente está sempre a correr atrás do conhecimento, e no nível espiritual
todos os credos e religiões têm como desideratum o paraíso, a paz e a bem-aventurança
completa. Portanto, somente quando alcançamos a realidade última, denominada de
“Satcittananda” ou “Eterna Consciência Bem-aventurada”, a Auto-realização é possível. A
realização de “Bhagavad Dharma” é possível através de quatro pontos básicos.
O primeiro é denominado “Vistara” ou Expansão mental. O conhecimento do Eu Verdadeiro,
Uno e Universal, e a conseqüente concepção universalista de Fraternidade Cósmica,
decorrente desta Auto-realização, é a forma correta de expansão mental, ao nível de 360
graus. A meditação é a grande aliada neste processo. O segundo ponto é denominado “Rasa”
ou fluxo devocional. A ideação de que tudo é manifestação de Deus, ou seja, a tentativa de ver
a Consciência Cósmica em cada pessoa e todas as coisas, faz com que a mente humana
individual comece a fluir de acordo com o ritmo da Mente Cósmica. As mais importantes
práticas desse segundo ponto são os cantos devocionais e a ideação constante de que Tudo é
manifestação de Deus. O sentimento de serviço altruísta ou de caridade para com todo o
universo, “Seva” ou serviço, é o terceiro ponto. Isto é, compartilhar com outros, nossos irmãos
espirituais, a força do amor, desenvolvido como resultado das práticas espirituais. “Istha” ou
meta é o quarto e último ponto. Sem a definição de uma meta não chegaremos a lugar algum.
Devemos ter sempre claro em nossa mente o destino final de nossas vidas, a Auto-realização, a
Bem-aventurança Divina, o “Desideratum” Supremo, de forma a não perdemos tempo com as
efemeridades da vida mundana.
No capítulo primeiro, parágrafo 1º, dos “Ananda Sutras” ou versos de Bem-aventurança, da
filosofia da Ananda Marga, em sânscrito está escrito: ”Shiva Shakti atmakan Brahma” O qual
significa: Deus, (“Brahma”) é composto de Consciência Cósmica, (“Shiva”)*, princípio
masculino e Energia Cósmica (“Shakti ”), princípio feminino. A Consciência é o aspecto
subjetivo e espiritual de Deus, e a Energia Cósmica é seu lado objetivo e material,
denominados, respectivamente, de “Nagual”, e “Tonal”, na linguagem de Don Juan, índio xamã
mexicano. No estado original do universo (“Nirguna Brahma”) somente a Consciência Cósmica
é predominante. No mundo manifesto (“Saguna Brahma ”), a Energia Cósmica é predominante
sobre a Consciência Cósmica. * Shiva, neste caso, não se refere ao Senhor Shiva (Mestre
espiritual que viveu há cerca de 7 mil anos), mas sim a um conceito filosófico da Consciência
Suprema.
Portanto, este universo é um fluir gradual da Consciência Pura para a matéria – um fluir
gradual da Consciência Cósmica tornando-se densa. No início, existe só a Consciência Infinita –
sem vibração, sem distorção. Gradualmente, sob a influência do Princípio Operativo, forma-se
a matriz causal da criação, através de suas três forças; “Sattva”, “Rajah” e “Tamah”,
denominadas de força sutil, mutativa e estática, respectivamente. A Consciência se torna mais
densa, passando pela formação da Mente Cósmica, com surgimento do sentimento de “Eu
existo”, “Eu faço” e “Eu fiz”, até se manifestar o mundo físico. Essencialmente, a Consciência
toma a forma de onda ou vibração; o comprimento de onda fica cada vez mais curto. Desta
forma, os objetos do universo são somente comprimento de ondas diferentes. Quanto mais
curto o comprimento de onda, mais densa é a manifestação. Portanto, a matéria é apenas a
Consciência Cósmica em forma densa. Om Namah Shivaya.

Mas Afinal o que é o SOMA ?

O especialista em Cogumelos R. Gordon Wasson diz que o SOMA poderia ser o Cogumelo
Amanita Muscaria.
Terence disse que não, é mais fácil ter sido o cogumelo com Psilocibina.
Leary tem a teoria que pode ter sido um fungo do Ergot, planta que originou o LSD.
Foi uma mistura de feita de cevada e esporão de centeio ?
É a nossa querida Ayahuasca ?

Quem se arrisca ?

"Bebemos o Soma, tornamo-nos imortais, chegando à Luz, encontramos os deuses, inflama-me


como o fogo que nasce da fricção, ilumina-nos, torna-nos mais afortunados, bebida que
penetrou nossas almas, imortal em nós mortais, esse Soma". Extraído de diversos hinos do Rig
Veda ( Livros da sabedoria, da tradição Hindu).

Acho que não resta dúvida que trata-se de um enteógeno ?  

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